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AVALIANDO AS CONSEQUÊNCIAS DA MECANIZAÇÃO NO TRABALHO E NA SAÚDE NO INTERIOR PAULISTA PROF. ORIENTADOR: Rafael Andrade Pereira André Fragelli nº4 Beatriz Fantin nº6 Camillo Magalhães nº10 Dalmo Dallari nº12 Sofia Stifelman nº33 2ºC

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AVALIANDO AS CONSEQUÊNCIAS DA

MECANIZAÇÃO NO TRABALHO E NA SAÚDE NO

INTERIOR PAULISTA

PROF. ORIENTADOR: Rafael Andrade Pereira

André Fragelli nº4

Beatriz Fantin nº6

Camillo Magalhães nº10

Dalmo Dallari nº12

Sofia Stifelman nº33

2ºC

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1.0 Introdução: Nos dias de hoje, praticamente tudo que usufruímos, como comida,

energia e gasolina vem de um trabalho executado longe de nós que moramos

na metrópole. Por trás das grandes cidades existe uma realidade totalmente

diferente, na qual produzem-se as coisas que consumimos. No oeste paulista,

pequenos agricultores trabalham e lutam para se auto sustentarem e produzir

grande parte da comida do Brasil. Porém, com a grande necessidade da

produção de etanol e álcool, enormes latifúndios de cana-de-açúcar

acompanhados de grandes indústrias ocuparam em larga escala o lugar das

pequenas propriedades.

Baseando-se neste contexto, viajou-se até Araraquara no interior de São

Paulo para ver-se de perto essa realidade. O município visitado se localiza

apenas 280 quilômetros de São Paulo e é responsável por cerca de 8 a 10%

da produção de cana-de-açúcar do Estado de São Paulo. Desde o início dos

anos de 1960, quando surgiram usinas de cana-de-açúcar e álcool, esta região

(entre outras) alcançou o alto ranking da economia brasileira, além de competir

com o mercado externo. Lá, foi possível observar as condições de trabalho do

trabalhador rural nos enormes latifúndios de cana, nos quais viu-se as

máquinas e as indústrias e o quanto a mecanização do campo afeta os

trabalhadores.

Com isso dito, pretendemos com esse trabalho ampliar o conhecimento

do trabalho manual e aprofundar e analisar a chegada da mecanização na

região. Além disso, observar as principais consequências das máquinas no

campo, e assim mostrar o grande impacto da modernização. Procuramos

também abordar o assunto com o objetivo de mostrar o máximo possível do

ponto de vista do trabalhador, a partir de entrevistas e palestras realizadas em

campo.

1.1 Cana-de-açúcar no Brasil: A necessidade abundante pela cana no Brasil vem crescendo desde a

crise do petróleo em 1973, devido a um conflito no Oriente Médio que causou

uma elevação do preço do barril de petróleo em quase 5 vezes. Na época, o

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Brasil ficou em uma posição delicada, já que 80% do petróleo que consumia

vinha de importações. Sendo assim, o país precisou buscar uma alternativa

viável para suprir a falta do petróleo. A solução encontrada foi criar um

programa chamado Pró Álcool, que surgiu com a ideia de substituir

gradativamente os carros movidos por combustíveis derivados do petróleo por

motores que funcionam à recursos naturais. Depois de anos de estudos e

variações nos preços do petróleo e açúcar. Com o Pró Álcool, a alternativa

encontrada foi a produção do etanol. O etanol é um combustível vindo da cana

de açúcar, mais barato, menos danoso ao ambiente e sem a necessidade de

importação, sendo capaz de suprir a falta de petróleo. Neste cenário, o

combustível encontrado se tornou umas das principais fontes de fortalecimento

da economia nacional. Consequentemente, com a demanda pelo etanol que

cresce a cada ano, a produção da cana (matéria prima do etanol) no campo

cresce juntamente.

Desde a metade do século XX, com a Revolução Verde em 1966, a fim

de aumentar a produção e produzir-se mais em menos tempo surgiu a

mecanização no campo, a utilização de máquinas para fazer o trabalho dos

humanos. Com o passar do tempo, o avanço capitalista somado a uma maior

necessidade de etanol, a monocultura da cana-de-açúcar em grandes

propriedades se instaurou e lá se intensificou. Junto com ela, a mecanização

aumentou em larga escala.

1.2 Metodologia: Existem dois lados da discussão sobre se a mecanização trouxe

consequências favoráveis ou não para a vida dos trabalhadores, pois

dependendo do ponto de vista, um aspecto negativo pode ser positivo. No

início, pensamos em algum tema atual que afetava diretamente na vida e na

saúde dos trabalhadores. Resolvemos então relacionar a saúde com a

mecanização, já que os dois temas são muito importantes e estão muito

presentes em nosso cotidiano. Como teríamos a oportunidade de ver de perto

a realidade dos trabalhadores e perguntá-los diretamente sua opinião sobre o

assunto, formulamos uma tese que aborda todo nosso pensamento inicial: a

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mecanização no campo gerou impactos positivos ou negativos na vida,

trabalho e saúde do trabalhador rural?

Para realizar-se este estudo, assistimos a palestra com Aparecido,

representante da FERAESP e Professor Francisco Alves, da UFSCAR , foram

feitas pesquisas em campo e diversas entrevistas com pessoas da Usina Santa

Cruz, do Acampamento Cachoeirinha e do Assentamento Bela Vista Do

Chibarro, além de uma visita para a agrofloresta na Fazenda São Luís.

Separamos tarefas para cada integrante do grupo e elaboramos um roteiro de

perguntas (pode ser encontrado na próxima página). Ao sairmos de São Paulo,

esperávamos conseguir responder se a mecanização foi boa ou ruim para o

trabalhador. Porém em campo viu-se que a situação é muito mais profunda, e

que para não existe apenas uma resposta definitiva para a tese formada, já que

dependendo do ponto de vista as consequências da mecanização podem ser

diferentes. Existe, portanto, argumentos válidos que algumas das

consequências da mecanização foram boas para os trabalhadores e outras

não. Foi necessário entender o ponto de vista de todos os entrevistados e ler

diversos textos para conseguir debater se as consequências podem ser uma

coisa positiva e negativa ao mesmo tempo. Por fim, decidimos que seria melhor

mudar a tese inicial para: A mecanização no campo e suas consequências na

vida, no trabalho e na saúde dos trabalhadores rurais.

2.0 Roteiro de perguntas: A partir dessa nova tese, para estruturar melhor o estudo no campo,

fizemos um roteiro de pergunta estruturado para coletar dados sobre diferentes

pessoas. O questionário feito para entrevistas que colaboraram para responder

a questão é composto por 15 perguntas:

Pessoal: 1. Nome

2. Idade

3. Cidade de origem

4. Grau de escolaridade

5. Renda mensal

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Trabalho:

6. Ocupação de trabalho

7. Trabalho manual ou mecanizado

- Se já trabalhou manualmente, quais são as diferenças

8. Riscos de trabalho

a. Físicos

b. Químicos

c. Psicológicos

9. Acidentes de trabalho

a. Se sim, quais?

10. Utilização de EPI

a. São suficientes e adequados?

11. Horas de trabalho por dia

a. Há pausas?

Saúde: 12. Como se sente fisicamente

13. Como se sente mentalmente

14. Problemas de saúde

15. Onde procura assistência médica

Foi gravada apenas uma das entrevistas, com uma médica do posto de

saúde. As outras decidiu-se não gravar para não prejudicar as respostas de

alguns entrevistados que poderiam ficar apreensivos e nervosos diante a

câmera.

2.1 Dados Coletados em Campo: Nesta parte do trabalho, colocamos partes das entrevistas e palestras

feitas em Araraquara. Foram com estas que elaboramos nossa tese e trabalho,

e usamos como base para nos orientar sobre o assunto.

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Entrevista 1: Nessa entrevista, Dona Ivone, uma das participantes mais antigas e

ativas do acampamento Cachoeirinha nos contou sobre sua luta pela terra e

por seus direitos, além de sua batalha que já dura mais de 10 anos para

oficializar seu trabalho. Porém, mesmo conversando com Ivone sobre diversos

assuntos importantíssimos como sua luta, reforma da previdência e a história

do acampamento, colocamos aqui apenas os fragmentos que nos ajudaram a

formular o trabalho e entender mais sobre o assunto da mecanização no

campo.

Dona Ivone -

acampamento

Cachoeirinha

58 anos

Imagem 1: Dona Ivone,

do acampamento

Cachoeirinha

Trabalha manualmente ou

com máquinas?

Trabalha totalmente manual, usando enxadas.

Possui um trator que ajuda algumas vezes.

Já teve algum acidente de

trabalho?

Não.

Sobre a assistência

médica

O posto de saúde na cidade é muito bom, o

atendimento é ótimo. Os médicos vão até o

acampamento para dar vacinas necessárias.

Renda mensal R$500,00 em média

Entrevista 2: Já nessa entrevista, Ademir, trabalhador que vive no assentamento Bela

Vista, nos informou sobre suas condições de trabalho, condições de vida,

animais que vivem perto de seu lote, agrotóxicos usados, entre outros

assuntos. Assim como a entrevista acima, separamos as partes que

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contribuíram para nosso trabalho, como condição de trabalho, acidentes e

equipamentos de proteção.

Ademir, Assentamento Bela Vista 53 anos, veio do Paraná

Trabalha manualmente ou com

máquinas?

Manualmente, principalmente na horta.

Possui um trator (tobata) que ajuda

muito.

Já teve algum acidente de trabalho? Alergia a agrotóxicos e passei mal de

exaustão.

Utilização de EPI Luvas, botas e macacão.

Horas de trabalho por dia Das 7:00 até o sol se pôr.

Prefere trabalhar com o trator ou

manual?

"Se tivesse mais maquinário seria muito

melhor. Teria mais produção. Tenho 16

hectares e algumas áreas estão

paradas por não ter tempo."

Entrevista 3: Com Almir, conversamos sobre o uso de agrotóxicos, seu trabalho

antigamente como cortador de cana, e hoje em dia na Usina Santa Cruz com

pesquisas sobre os tipos de cana e tipos de venenos para pragas. Separamos

as partes que Almir falou sobre suas condições de trabalho, saúde e acidentes

que já sofreu.

Almir, Usina Santa Cruz 35 anos, veio da Bahia

Já teve algum acidente de

trabalho?

Já teve problemas com cobras, de se cortar

com facão e cimento e às vezes as

máquinas tombam.

Utilização de EPI Luvas e perneira. Disse que ajudam mas

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ainda tem que tomar cuidado, pois não são

suficientes.

Horas de trabalho por dia das 7:00 as 17:00 (10 horas). Não trabalha

nos finais de semana.

Qual é seu grau de escolaridade? Quando era pequeno já trabalhava no

campo, então não teve tempo para estudar.

Hoje em dia, com uma condição de vida

melhor, está estudando em um supletivo e

acabando os estudos.

Como se sente fisicamente Diz que trabalho é muito desgastante, já

passou mal de exaustão e desmaiou.

Sobre a assistência médica

Existe um posto de saúde dentro da própria

usina, e médicos que atendem a qualquer

hora. Além disso, os trabalhadores são

obrigados a fazer exames anuais e nós

temos planos de saúde daqui mesmo.

houve um acidente com um trabalhador que

esqueceu de desligar a máquina e, quando

viu que ela ia tombar, ele tentou empedir e

se machucou. O homem ficou alguns meses

sem trabalhar, mas agora passa bem e

voltou ao trabalho.

Renda mensal Quanto mais produz, mais ganha

(quando trabalhava com cana). Agora como

pesquisador ganha por hora

O que acha da mecanização? Acha bom, mas também é ruim porque

muitos amigos ficaram desempregados e

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também porque prejudica a cana, já que a

máquina não corta tudo que pode ser

colhido.

Palestra 1: Por ter sido uma palestra muito longa, separamos as partes que

achamos necessárias, como o objetivo da FERAESP, seu posicionamento

sobre o avanço da mecanização. Colocamos também a parte que Aparecido

falou sobre as consequências no trabalho no campo. Porém, além disso o

entrevistado falou bastante sobre a história do sindicato e o que eles fazem,

sobre a reforma da previdência, reforma agrária e uso de agrotóxicos.

Aparecido, FERAESP

Lutam pela reforma agrária, pelos

trabalhadores que perderam seus

empregos para as máquinas.

Trabalhador tem que atingir as

produções de máquinas.

Consequentemente não tem pausas e

não pode ficar doente. Quando atingem

a meta da máquina, ganham mais.

Aumento no índice de drogas para não

perder o emprego, não se cansar e

atingir as expectativas.

Máquinas tem dispositivo conectado a

empresa, então se a máquina não pode

parar, ou seja, o trabalhador não tem

pausas.

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Palestra 2: Nessa palestra feita na Usina Santa Cruz, conversamos com oito

responsáveis por diversas áreas de trabalho. Selecionamos certas falas sobre

a mecanização, trabalho manual e condições de trabalho e sobre as máquinas

utilizadas na usina.

Usina Santa Cruz

100% das áreas que podem ser

mecanizadas são mecanizadas. 99% já

são. Esse 1% sobra pois se o relevo for

12% inclinado, a mecanização não é

possível.

Trabalho manual tinha menos EPI

(equipamento de proteção individual),

não era obrigatório. Agora os

trabalhadores utilizam EPI, são

obrigados a terem pausas no período

de trabalho e se o calor ultrapassar

37ºC o trabalho para.

3 a 4 tratores substituem 300 pessoas.

O acidente mais grave registrado aqui

na indústria foi um trabalhador que

torceu o pé por atropelamento de

máquina. Ele ficou afastado por alguns

meses, e já voltou.

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Palestra 3: O professor Chiquinho falou principalmente sobre a relação entre a vida

pessoal dos trabalhadores e a mecanização. Falou sobre o desemprego

causado pelo avanço da tecnologia e o índice de drogas que cresceu

absurdamente.

Francisco (Chiquinho)

Sempre fui a favor da mecanização, o

problema é o que fazer com esses

trabalhadores agora desempregados.

De 250 mil trabalhadores a 60 mil desde

2014

A mecanização diminuiu sim o número

de trabalhadores, mas por outro lado,

tirou o trabalhador de condições que

encurtam sua vida e causam problemas

de saúde.

3.0 Avanço da mecanização ao longo dos anos: A mecanização é algo que afeta pessoas de muitas classes sociais,

porém a área rural é a que mais sofreu consequências com o avanço

tecnológico, não só na melhoria e qualidade de vida das pessoas, mas também

em aspectos como saúde, economia, trabalho e sociologia. Por ser um tema

tão amplo e afetar diversas áreas, focamos nosso trabalho apenas na

mecanização e como esta afeta na saúde e trabalho das pessoas. Além disso,

não é possível caracterizar a mecanização em boa ou ruim, já que afeta muitas

pessoas e consequentemente existem diversos pontos de vista.

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A mecanização cresceu muito nesses últimos anos, e pudemos ver isso

nas pesquisas feitas. Nosso trabalho sobre mecanização foi feito em

Araraquara, e lá é uma das cidades de São Paulo com maior índice de

mecanização nas colheitas de cana-de-açúcar. De acordo com dados

coletados no site, a mecanização representava na década passada 41,9% da

produção. Na safra passada, chegou a 66,5% e atualmente chegou a ser

responsável por 90% da safra nesta região, superando a média do Estado de

São Paulo, que é de 72,6%. Isso mostra que a cada ano as máquinas tomam

mais conta das produções no campo, o que causa diversas consequências,

que serão analisadas ao longo do texto.

3.1 Melhoria nas condições de trabalho: Um dos aspectos positivos da tecnologia foi que antes dela os

cortadores de cana possuíam um trabalho extremamente exaustivo e

desumano. Essa foi uma das consequências que observamos em diversos

textos (podem ser encontrados na parte da bibliografia). De acordo com estes,

dependendo da função do trabalhador, ele chegava a trabalhar durante horas

em contato direto com um calor de até 40ºC e com poucos intervalos para

beber água. A mecanização tirou essas pessoas desta situação.

Para comprovar que as condições de trabalho manual podem ser

absurdas, um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) diz

que trabalhando manualmente, cada trabalhador corta em média 10 toneladas

por dia, em troca de R$24,00. Para dar conta do serviço diariamente, percorre

9 km a pé, desfere 72 mil golpes de facão, faz 36 mil flexões de perna e

carrega 800 montes de 15 kg de cana. Ou seja, o trabalho manual exige muito

do trabalhador, a consequência disso é que antes ele chegava a ter condições

para trabalhar até, em média, os 35 anos. No gráfico abaixo, é possível

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observar que existem variações de quantidades de cana colhida por dia,

porém, em qualquer um dos casos, é uma quantidade absurda de atividade

física exercida para exercer o trabalho, a qual o corpo humano não é capaz de

suportar durante muitos anos.

Atualmente, as condições melhoraram muito. De acordo com os

palestrantes da Usina Santa Cruz, os trabalhadores não são obrigados a

fazerem serviços que não se sentirem seguros; se o calor passar de 37ºC o

trabalhador não pode mais trabalhar, além de existirem pausas obrigatórias

durante o período de trabalho. Os palestrantes falaram também que as

máquinas, ao contrário do trabalho manual, deixam o trabalhador mais

confortável, já que oferecem ar condicionado, rádio e compartimentos térmicos

para colocar a água; além do trabalhador ficar sentado e não em pé durante

horas.

No esquema abaixo, encontrado em uma tese de mestrado (anexo no

final do trabalho), podem ser vistas na parte de “avaliação epidemiológica” as

condições de trabalho que os cortadores manuais trabalhavam e suas

consequências, na parte de avaliação social.

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gráfico mostra condições de trabalho dos cortadores manuais e suas consequências

socialmente.

Além das péssimas condições de trabalho observadas no gráfico acima,

em outras entrevistas de campo, ficou claro que para os trabalhadores da

usina, assentamento e acampamento a chegada das máquinas no campo foi

boa para melhorar suas condições de trabalho. Disseram que as máquinas

diminuem o risco deles se machucarem

seriamente e preferem trabalhar com

elas, já que se sentem mais seguros.

Seu Ademir, agricultor familiar

entrevistado no assentamento, contou

que apesar de ter um trator (tobata) que

ajuda muito, já ficou muitas vezes doente

de tanta exaustão de trabalhar

manualmente. O mesmo também disse

que ter mais tratores ajudaria muito, o

trabalho seria feito em muito menos

tempo e que ficaria menos cansativo.

O agricultor falou também que possui 16 hectares e que algumas áreas

estão paradas por não ter máquinas suficientes para plantar.

3.2 Mais produção em menos tempo: Ficou claro para nós após pesquisas, palestras e entrevistas que

mecanização aumenta a produtividade dos cortadores e ainda reduz os

acidentes causados por facões, folhas afiadas das canas e cobras.

Como é possível ver no gráfico abaixo, quase metade da produção total

é realizada pelas máquinas. Consequentemente, é possível comprovar que a

mecanização, além de melhorar as condições de trabalho, colhe muito mais do

que os trabalhadores manuais. Por exemplo, em 2011, 4.846.836,24 foram

colhidos ao total, sendo que 3.125.618,82 foi colhido por máquinas. Sendo

assim, apenas 1.721.217,42 foi colhido por trabalhadores manuais.

Tobata de seu Ademir, Assentamento Bela Vista

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Gráfico mostra a área total e a área colhida por máquinas em diferentes anos

3.3 Mais segurança e proteção para os trabalhadores: Com base nas informações colhidas no trabalho de campo, ficou claro

que no trabalho manual as condições eram muito precárias, na maioria das

vezes não eram utilizados EPI (Equipamentos de Proteção Individual) mesmo

sendo necessários e com isso havia falta de segurança e cuidados médicos.

Além dos equipamentos de proteção individual, com a tecnologia surgiram

novos instrumentos de segurança, como a criação de um órgão de segurança

(SESMT), a presença de postos de saúde perto ou dentro da área de trabalho

e o requerimento de exames anuais de saúde para determinadas áreas de

trabalho. Um exemplo da maior preocupação com a saúde do trabalhador foi

vista na usina Santa Cruz, visitada em Araraquara: os trabalhadores da usina

quando não se sentem seguros com algum tipo de trabalho, não são obrigados

a fazê-lo. Além disso, cada trabalhador recebe um caderno que anota todas as

situações que sentiu que estava em perigo ou que não se sentiu seguro, assim

possibilitando a empresa de melhorar essas áreas. A usina, fundada em 1945,

possui um programa chamado TABAJI, no qual nutricionistas, psicólogos e

terapeutas acompanham os trabalhadores que querem parar de fumar, de usar

drogas ou para acabar a obesidade.

Almir, outro entrevistado de Araraquara, 35 anos, trabalhador da usina

citada acima, disse que os EPI's utilizados pela empresa ajudam, porém ainda

é necessário ter cuidado para não se machucar. Disse ainda que existe um

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posto de saúde e médicos dentro da própria usina, e que esta fornece um

plano de saúde para todos os trabalhadores.

4.0 Desempregos causados pela mecanização: Com todas as pesquisas e dados coletados nas palestras de campo, o

impacto da mecanização que mais causou prejuízo para muitas pessoas foi

que as máquinas substituíram os trabalhadores, causando muitos

desempregos. De acordo com o palestrante Francisco Alves, o número de

trabalhadores foi de 250 mil para 60 mil em muito pouco tempo. Para

comprovar o dado de Francisco, textos pesquisados (podem ser encontrados

na bibliografia) mostram que um trator substitui aproximadamente 120

funcionários.

Segundo Eduardo Sales de Lima, autor de um dos textos lidos antes da

viagem, cerca de 40 mil postos de trabalho no corte de cana fecharam desde

2007 e dados indicam que a agricultura fechou 12.508 vagas formais no mês

passado, ao mesmo tempo em que a indústria de transformação demitiu 5.562

trabalhadores com carteira assinada.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

entre os anos de 2011 e 2012 o número de oportunidades de trabalho no

campo caiu em 756 mil. Ainda segundo o IBGE, somente 14,2% de todos os

atuais empregos no país correspondem a agricultura, sendo que em 2004 o

percentual chegava em 20,4%.

4.1 Migração dos trabalhadores com a mecanização:

A mecanização causou claramente um aumento do êxodo rural no país,

porém, ela também trouxe consequências boas nessa parte de migração e

imigração dos trabalhadores. Como podemos ver no gráfico abaixo, coletado

na tese da Fernanda Ludmilla, em uma usina localizada no interior do Estado

de São Paulo, 84,60% dos trabalhadores que trabalham em corte manual

vieram do nordeste do Brasil, e 15,40% de SP. Porém, com a mecanização,

81,20% vieram de SP, 6,30% do nordeste e 12,50% de outros estados. Ou

seja, a mecanização diminuiu a migração (sazonal ou permanente) dos

trabalhadores vindos de outras regiões para cortar cana.

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A pior consequência das migrações de outras regiões para trabalharem

manualmente no corte de cana é a condição de vida que o trabalhador teria

quando chegasse aqui. Essa conclusão foi tirada após ver-se o gráfico abaixo

em um site (anexado na bibliografia), que mostra como são as condições de

vida desses migrantes.

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4.2 Consequências na saúde dos trabalhadores que continuaram em seus empregos:

Como dito no tópico acima, muitos trabalhadores perderam seus

empregos e foram substituídos, porém, os que permaneceram em seus postos

se desgastam muito mais para atingir a produção das máquinas. Conforme

Aparecido, um representante do Sindicato dos Empregados Rurais de

Araraquara e da FERAESP, as máquinas produzem muito mais que os

homens, consequentemente surgiu uma pressão nos trabalhadores para

alcançarem a produção das máquinas e não serem despedidos.

Com o surgimento dessa pressão, o trabalhador começou a sofrer danos

psicológicos, o que tem provocado um crescimento no índice de depressão.

Aparecido disse também que o índice do uso de drogas cresceu muito, isso

porque os trabalhadores as usam para aguentar a pressão, não se cansarem

tão rápido e trabalharem mais; as drogas mais usadas são maconha e crack,

mas principalmente cocaína.

Outra consequência para saúde de acordo com a pesquisa de Maria

Aparecida Moraes Silva, professora socióloga e pesquisadora, é que a

mecanização traz um esforço excessivo para os trabalhadores (como dito no

parágrafo acima), assim gerando dores na coluna, tendinites, câimbras e

doenças nas vias respiratórias.

Muitos trabalhadores entrevistados em Araraquara afirmaram que se

sentem mais seguros utilizando máquinas. O gráfico abaixo (encontrado em

uma tese de mestrado que pode ser encontrada no final do trabalho) mostra

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dados de situações de riscos e acidentes que os trabalhadores estavam

abertos trabalhando manualmente:

Porém acidentes com máquinas também acontecem, um exemplo

encontrado em um site pelo grupo foi um acidente da Usina Tonon Bioenergia,

quando um empregado rural de 41 anos morreu em um acidente de trabalho ao

ser atropelado por um trator no dia 25/04/2017. A causa mais provável de

acordo com os técnicos de segurança da empresa é que a irregularidade do

terreno fez com que a máquina tombasse e o trabalhador tentou freá-la, sendo

atropelada por esta.

Além disso, na Usina Santa Cruz ocorreu um acidente parecido, mas

menos grave. Um trabalhador saiu de sua máquina sem desligar, como a

máquina não parou de andar, o trabalhador viu que esta ia tombar e tentou

impedir. O homem se machucou e ficou meses sem trabalhar, mas atualmente

já passa bem.

4.3 Mais produção e menos qualidade de vida para o trabalhador:

Muitas vezes o argumento usado pelas pessoas que defendem a

mecanização é que esta chegou ao campo para melhorar a qualidade de vida

dos trabalhadores e diminuir seu tempo de trabalho.

Porém, de acordo com o economista e diretor técnico do Departamento

Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente

Ganz Lúcio “A máquina é utilizada para aumentar a produção e não para

melhorar a qualidade de vida no trabalho. A tecnologia sofistica os métodos de

controle e coerção da empresa, ela permite supervisionar a produção de todos

os trabalhadores online e a capacidade de controle da empresa sobre o

empregador é maior”. Ou seja, muito pelo contrário do que algumas pessoas

pensam, a máquina não veio para melhorar as condições do trabalhador, e sim

para produzir-se mais em menos tempo.

“A tecnologia gera crescimento, produtividade, produtos mais baratos e

amplia o mercado, o que gera mais empregos, mas ela é perversa quando tem

a intenção de substituir o trabalho e o objetivo é puramente aumentar o lucro e

excluir o trabalho do processo”, explicou Clemente Ganz Lúcio.

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5.0 Considerações finais: Por fim, para nós ficou claro que foi necessário mudar a tese, já que a

mecanização traz consequências diversas, e acaba não sendo possível

responder a pergunta objetiva de se a mecanização o traz mais aspectos bons

ou ruins, pelo fato de que eles podem variar muito de acordo com o ponto de

vista. Mas mesmo assim conseguimos obter diversas consequências concretas

da mecanização no interior paulista, vindas de diferentes pontos de vistas:

1) A mecanização tirou muitos trabalhadores de um trabalho extremamente

exaustivo e desumano. Atualmente os trabalhadores não são obrigados

a fazerem serviços que não se sentem seguros.

2) Os trabalhadores se sentem mais seguros utilizando máquinas.

3) Ela aumenta a produtividade e ainda reduz os acidentes causados por

facões, folhas afiadas das canas e cobras.

4) As máquinas substituíram um enorme número de trabalhadores,

causando muitos desempregos.

5) Ela diminuiu a migração (sazonal ou permanente) dos trabalhadores

vindos de outras regiões para cortar cana.

6) As maquinas trazem um esforço excessivo para os trabalhadores,

gerando diversos problemas físicos (dores na coluna, tendinites,

câimbras e doenças nas vias respiratórias) e psicológicos (depressão e

uso de drogas).

7) Alguns dizem que a mecanização chegou ao campo para melhorar as

condições de vida dos trabalhadores e diminuir seu tempo de trabalho.

Por outro lado, alguns dizem que a máquina não veio para melhorar as

condições do trabalhador, e sim para produzir-se mais em menos tempo,

acompanhando o avanço capitalista.

Nosso grupo sentiu a falta de ter mais conversas com aqueles que não

defendem a mecanização no trabalho rural uma vez que, com exceção da

palestra com o Professor Francisco Alves, todos os nossos diálogos foram com

defensores da mecanização do campo. Para nós ficou muito claro os pretextos

que tornam o processo de mecanização em algo positivo para os

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trabalhadores, entretanto, no período no campo, nos faltaram razões que

mostrassem as contraposições de tal processo.

Além disso, foi possível concluir que se o grupo tivesse mais tempo de

pesquisa e conseguisse conversar com mais trabalhadores em diferentes

locais, seríamos capazes de obter uma visão mais geral e clara sobre o

assunto, e talvez chegarmos a uma posição final definida.

6.0 Bibliografia: UOL NOTÍCIAS. Avanço tecnológico trouxe benefícios e prejuízos ao trabalhador. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2010/05/01/avanco-tecnologico-trouxe-beneficios-e-prejuizos-ao-trabalhador.htm>. Acesso em: 29 mai. 0017. SCIELO. Saúde respiratória e mecanização da colheita da cana-de-açúcar nos municípios paulistas: a importância do protocolo agroambiental. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-20032016000100029>. Acesso em: 29 mai. 0017. MUNDO EDUCAÇÃO. Efeitos da mecanização do campo. Disponível em: <https://www.google.com.br/amp/m.mundoeducacao.bol.uol.com.br/amp/geografia/efeitos-mecanizacao-campo.htm>. Acesso em: 31 mai. 0017. MUNDO EDUCAÇÃO. A revolução verde. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/a-revolucao-verde.htm>. Acesso em: 01 jun. 0017. ID NEWS OFICIAL. Empregado rural da usina tonon bioenergia morre em acidente de trabalho. Disponível em: <http://www.idnews.com.br/empregado-rural-da-usina-tonon-bioenergia-morre-em-acidente-de-trabalho/>. Acesso em: 28 mai. 0017. BIOSEV. Colheita mecanizada aumenta produtividade e reduz riscos ambientais. Disponível em: <http://www.biosev.com/noticia/colheita-mecanizada-aumenta-produtividade-e-reduz-riscos-ambientais/>. Acesso em: 29 mai. 0017. ESTUDO KIDS. Mecanização do campo. Disponível em: <https://www.estudokids.com.br/mecanizacao-do-campo-fatores-positivos-e-negativos/>. Acesso em: 29 mai. 0017.

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IDEA ONLINE. Mecanização da colheita da cana já chega a 90% em araraquara. Disponível em: <http://www.ideaonline.com.br/clipping/mecanizacao-da-colheita-da-cana-ja-chega-a90-em-araraquara.html>. Acesso em: 29 mai. 0017. SILVA, Maria Aparecida Moraes. Quando o trabalho mutila e… mata.. Escola Vera Cruz: Escola Vera Cruz, 2017. 4 p. LIMA, Eduardo Sales De. Mecanização da colheita de cana diminui emissão de gases de efeito estufa na atmosfera: Substituição das queimadas por colheita mecanizada reduziu 46% o potencial de aquecimento global da produção de etanol brasileiro. Escola Vera Cruz: Escola Vera Cruz, 2017. 2 p. LIMA, Eduardo Sales De. Cana: mais máquinas, mesma exploração: estudos revelam: após demitirem 40 mil trabalhadores por meio da mecanização, usinas de açúcar continuam submetendo os que restaram a condições de trabalho desumanas e salários aviltantes. Escola Vera Cruz: Escola Vera Cruz, 2017. 2 p. RUMSEY, John; WHEATLEY, Jonathan. Práticas ambientais e trabalhistas condenáveis maculam a indústria de etanol no brasil. Escola Vera Cruz: Escola Vera Cruz, 2017. 3 p. ROCHA, Fernanda Ludmilla Rossi. Análise dos fatores de risco do corte manual e mecanizado da cana-de-açúcar no Brasil segundo o referencial da Promoção da Saúde. 184 f. Tese (Doutorado em Enfermagem). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo, São Paulo. 2001. Matos, Patrícia Francisca; Pêssoa, Vera Lúcia Salazar. A modernização da agricultura no brasil e os novos usos de território. 33 f.