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UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ANDERSON FACCO FERNANDO VIEIRA DOS SANTOS FLAVIO LORI GRANDO REGULAÇÃO DE TENSÃO TRABALHO

Trabalho - Regulação de tensão

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Page 1: Trabalho -  Regulação de tensão

UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ANDERSON FACCO

FERNANDO VIEIRA DOS SANTOS

FLAVIO LORI GRANDO

REGULAÇÃO DE TENSÃO

TRABALHO

PATO BRANCO

2011

Page 2: Trabalho -  Regulação de tensão

ANDERSON FACCO

FERNANDO VIEIRA DOS SANTOS

FLAVIO LORI GRANDO

REGULAÇÃO DE TENSÃO

Trabalho individual apresentado à disciplina

de Eletrônica C do curso de Engenharia

Elétrica da Universidade Tecnológica Federal

do Paraná, para obtenção de nota parcial na

disciplina.

Profº. Dr. Mário Lúcio da Silva Martins

PATO BRANCO

2011

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Sumário

1. REGULAÇÃO DE TENSÃO..................................................................................3

1.1. Características do Circuito Regulador...........................................................4

2. FATOR DE RIPPLE................................................................................................5

3. FILTRO A CAPACITOR.......................................................................................5

3.1. Tensão de Ripple...............................................................................................6

3.2. Condução e dimensionamento dos diodos......................................................7

4. FILTRO RC..............................................................................................................9

4.1. Análise CC do filtro RC...................................................................................9

4.2. Análise CA do filtro RC...................................................................................9

5. REGULAÇÃO DE TENSÃO POR TRANSISTOR.............................................9

5.1. Circuito Regulador Série..................................................................................9

5.2. Circuito Regulador Paralelo............................................................................9

5.3. CI’s Reguladores de Tensão.............................................................................9

6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................11

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1. REGULAÇÃO DE TENSÃO

Um fator importante em uma fonte de tensão é o quanto a tensão dc de saída

varia, ao longo de uma faixa de operação do circuito. A tensão fornecida na saída, nas

condições em que não há carga (nenhuma corrente drenada da fonte), é reduzida quando

há corrente de carga drenada da fonte.1

Torna-se, então necessário introduzir circuitos reguladores, cuja função é

melhorar a estabilidade da tensão de saída (regulação) a fim de que esta permaneça

constante independente de outras flutuações. A figura 1 mostra o diagrama de blocos de

uma fonte de tensão regulada.2

Figura 1. Diagrama de blocos de tensão regulada.

O quanto a tensão dc varia entre as condições de carga e sem carga é descrito por

uma fator chamado regulação de tensão.

regulaçã o= tens ão sem carga−tens ã ocom carga plenatens ã ocom carga plena

%V . R .=V NL−V FL

V FL

∗100 % Equação 1

Se o valor da tensão para carga total é o mesmo para a situação em que não há

carga, a regulação de tensão calculada é 0%, que é o melhor caso. Isto significa que a

fonte é uma fonte de tensão perfeita, na qual a tensão de saída é independente da

corrente drenada da fonte. Quanto menor a regulação de tensão, melhor é a fonte.1

Além dos reguladores de tensão, existem também os reguladores de corrente,

cuja função é manter a corrente de saída constante, independente de variações no valor

da carga conectada na saída ou da ondulação da tensão de entrada.

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1.1. Características do Circuito Regulador

Um circuito regulador de tensão (ou corrente) normalmente é alimentado por

uma fonte não regulada que fornece uma tensão contínua (CC) com uma componente

alternada sobreposta.

Como resultado, na saída do circuito regulador temos uma tensão ou corrente

contínua (CC) regulada com a componente alternada bastante atenuada, como mostra a

figura 2. O parâme tro mais importante de um circuito regulador é a regulação ou

estabilização, que mede a variação da saída regulada (tensão ou corrente) como

resultado de mudanças em um ou vários parâmetros do circuito. A seguir definiremos

diversos termos para as fontes de tensão sendo que eles devem ser reinterpretados para

fontes de corrente.

Figura 2. Variáveis a serem consideradas no circuito regulador.

A regulação de uma fonte é denominada mais adequadamente de regulação

estatística total e é a máxima variação na tensão de saída resultante dos efeitos

conjugados da variação simultânea de todos os parâmetros do circuito. A tensão

estabilizada de saída (VS) é dependente de três variáveis independentes: corrente de

saída (IS), tensão de entrada (VE) e temperatura de operação (T):

Equação 2

A variação total da tensão de saída em função das três variações parciais é

expressa por:

Equação 3

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onde as derivadas parciais representam respectivamente a resistência de saída do

regulador (RS), o coeficiente de regulação (AS) e o coeficiente de temperatura (aT).

Considerando-se a expressão anterior de forma simplificada, podemos substituir

diferenciais por diferenças e obteremos então:2

Equação 4

2. FATOR DE RIPPLE

O fator de ondulação, r, usualmente chamado de ripple é a componente alternada

(Vca) que incide sobre uma fonte de corrente contínua (Vcc). A componente alternada é

sempre indesejável de modo que projetos de fontes devem considerar esta ondulação

para que seja a mínima possível. Uma medida da eficiência da fonte é dada pelo fator de

ondulação "r" (ripple). Para encontrar o valor da tensão "r" (ripple) utilizamos a fórmula

a seguir.

V (r )=Vr rms

VoccEquação 5

Onde: Vrrms = valor eficaz da tensão

3. FILTRO A CAPACITOR

Um circuito de filtro muito comum é o que utiliza um simples capacitor, o qual é mostrado abaixo:

Figura 3. Diagrama de blocos de circuito com filtro a capacitor.

Um capacitor é conectado na saída do retificador, e uma tensão cc é obtida em seus terminais. A figura 4(a) mostra a tensão de saída de um retificador de onda

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completa antes de o sinal ser filtrado, e a figura 2 mostra a forma de onda resultante após o capacitor ser conectado na saída do retificador.

Figura 4. (a) Forma de onda do circuito com chave aberta. (b) Forma do circuito com chave fechada.

3.1. Tensão de Ripple

A figura abaixo demonstra uma forma de onda retificada onde aplica-se um

filtro a capacitor, este capacitor acumula carga através da tensão retificada, até no

instante em que o semi-ciclo atinge o valor pico então quando a tensão (forma da onda)

tende a diminuir após atingir o valor de pico acontece a descarga do capacitor, que tenta

manter a tensão constante. A amplitude da componente alternada entre o intervalo de

carga e descarga do capacitor é chamado de tensão ripple.

Figura 5. Forma de onda com a descarga do capacitor e tensão de ripple.

A descarga do capacitor é lenta devido a constante de tempo RC, ou seja, quanto

maior o capacitor ou a resistência de carga, maior a constante de tempo e menor o

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ripple. Porém, mesmo com o ripple, percebe-se que a filtragem aumenta o valor médio

da tensão de saída, chamada de Vm.

Vr= Vmf ∗Rl∗C

Equação 6

3.2. Condução e dimensionamento dos diodos

Uma condição de polarização direta é estabelecida aplicando-se o potencial positivo

ao material tipo p, e o potencial negativo ao material tipo n conforme mostrado na

figura 6

Figura 6. Junção p-n polarizada diretamente.

Um diodo semicondutor é polarizado diretamente quando a associação tipo p e positivo,

e n e negativo, for estabelecida. A aplicação de um potencial de polarização direta Vd

irá forçar elétrons do material tipo n e buracos do material tipo p a recombinarem-se

com os íons próximos a fronteira, e reduzir a largura da região de depleção como

mostrado na figura 6 O fluxo de portadores minoritários resultante de elétrons do

material tipo p para o material tipo n (e buracos do material tipo n para o material tipo

p) não muda em intensidade pois o nível de condução é controlado essencialmente pelo

numero limitado de impurezas desse material, mas a redução da região de depleção

resultou em um fluxo denso de majoritários através da junção. Um elétron do material

tipo n agora vê uma barreira reduzida na junção, devido a região de depleção reduzida e

uma forte atração para o potencial positivo aplicado ao material tipo p. A medida que a

polarização aplicada aumenta a amplitude, a região de depleção continua a diminuir em

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largura, até que o fluxo de elétrons consiga atravessar a junção, resultando em um

aumento exponencial da corrente conforme mostrado na figura 7:

Figura 7. Curva característica do diodo semicondutor de silício.

Para dimensionar o diodo deve-se verificar:

1-A tensão direta Vf para uma corrente e temperatura especificas.

2-A corrente direta máxima IF para uma temperatura especifica.

3-A corrente de saturação reversa Ir para uma tensa e temperatura especificas.

4- A tensão reversa nominal Vbr a uma temperatura especifica.

5- O nível Maximo de dissipação de potencia para uma temperatura em particular.

6- Níveis de capacitância.

7- Tempo de recuperação reverso trr.

8- faixa de operação de temperatura.

Dependendo do tipo do diodo considerado, dados adicionais também podem ser

fornecidos, tais como faixa de freqüência, nível de ruído, tempo de chaveamento entre

outros.1

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4. FILTRO RC

É possível reduzir ainda mais o ripple na saída de um filtro. Para isto, podemos

acrescentar uma seção RC adicional ao filtro, como mostrado na Figura 8, esta seção

RC permite que se passe quase toda a componente dc, e atenua consideravelmente a

componente AC.

Figura 8. Estágio de filtro RC

A Figura 10 mostra um retificador de onda completa com um filtro composto por um

capacitor e um circuito RC. A operação do filtro pode ser analisada, utilizando-se

superposição para as componentes dc e AC do sinal.

Figura 10. Retificador de onda-completa.

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4.1. Análise CC do filtro RC

A Figura 11 mostra o circuito equivalente dc a ser utilizado na analise do filtro

RC da figura anterior.

Figura 11. Circuito equivalente dc do filtro dc.

Como ambos os capacitores são circuitos abertos para operação dc, a tensão dc

resultante na saída é:

V 'dc=RL

R+RL

V dc Equação 7

4.2. Análise CA do filtro RC

A Figura 12 mostra o circuito equivalente ac da seção RC.

Figura 12. Circuito equivalente ac do filtro RC.

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Page 12: Trabalho -  Regulação de tensão

Devido ao divisor de tensão entre a impedância ac do capacitor e o resistor, a

componente ac da tensão de saída na carga é:

V 'r(rms)≈

XC

RV r (rms) Equação 8

Para um retificador de onda completa, com um ripple ac em 120 Hz, a

impedância de um capacitor pode ser calculada utilizando:

XC=1,3C

Equação 9

Onde C é dado em microfarads e Xc em kiloohms

5. REGULAÇÃO DE TENSÃO POR TRANSISTOR

5.1. Circuito Regulador Série

A Figura 13 mostra o diagrama de blocos de um circuito regulador tipo série. Os

elementos em serie controlam o quanto da tensão de entrada passa para a saída. A

tensão de saída é amostrada por um circuito, que provê uma tensão de realimentação

para ser comparada com uma tensão de referência.

1. Se a tensão de saída aumentar, o circuito comparador fornece um sinal de

controle que faz com que o elemento de controle diminua o nível da tensão de

saída, mantendo, com isto a tensão de saída constante.

2. Se a tensão de saída diminuir, o circuito comparador fornece um sinal de

controle para o elemento de controle aumentar o nível de tensão na saída.

Figura 13. Diagrama de blocos de um regulador de tensão tipo série.

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Um regulador simples, série, está mostrado na Figura 14. O transistor Q1 é o elemento

de controle, e o diodo Zener Dz fornece a tensão de referencia. A operação de regulação

pode ser descrita como se segue:

1. Se a tensão de saída diminuir, a tensão base-emissor aumenta, fazendo com que

o transistor conduza mais, e desta forma aumentando a tensão de saída – mantém

a saída constante.

2. Se a tensão de saída aumentar, a tensão base-emissor diminui, e o transistor

conduz menos, reduzindo, assim a tensão na saída – mantém a saída constante.

Figura 14. Circuito regulador tipo série.

5.2. Circuito Regulador Paralelo

O regulador de tensão tipo paralelo realiza a regulação desviando corrente de

carga, de modo que a tensão na saída fica controlada pela quantidade de corrente

fornecida à carga. A Figura 15 mostra o diagrama de blocos deste tipo de regulador. A

tensão de entrada não regulada fornece corrente à carga. Parte da corrente é roubada

pelo elemento de controle a fim de manter a tensão regulada na saída. Se a tensão na

carga tentar variar devido à própria variação da carga, o circuito de amostragem

realimenta o sinal a um comparador, que então fornece um sinal de controle para alterar

a quantidade de corrente que está sendo desviada da carga. Se a tensão de saída tentar

aumentar, p ex., o circuito de amostragem provê um sinal realimentado ao circuito

comparador que daí fornece um sinal de controle para drenar a corrente, em paralelo

proporcionando, assim, menos corrente à carga.

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Page 14: Trabalho -  Regulação de tensão

Figura 15. Diagrama de blocos de circuito regulador de tensão tipo paralelo.

A Figura 16 mostra um circuito regulador tipo paralelo simples. Há uma queda

de tensão não-regulada em RS, que depende da corrente fornecida à carga RL. A tensão

através da carga é determinada pelo diodo Zener, e pela tensão base-emissor do

transistor. Se a resisterncia da carga diminuir, menos corrente entra na base de Q1,

resultando em menor corrente desviada pelo coletor. Portanto, a corrente de carga

aumenta, mantendo a tensão regulada através da carga. A tensão de saída para a carga é:

V L=V Z+V BE Equação 10

Figura 16. Regulação de tensão em paralelo com TBJ.

5.3. CI’s Reguladores de Tensão

Os reguladores de tensão podem ser implementados com componentes discretos 

ou podem ser obtidos na forma de circuito integrado (CI). Os reguladores de tensão na

forma de CI’s  são mais precisos e tornam o circuito mais compacto pois ocupam menor

espaço. 

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Tem-se vários tipos de reguladores de tensão, dentre os quais podemos citar os

CIs da série 78XX para tensão positiva e os da série 79XX para tensão negativa. 

Nota:

As funções dos pinos 1 e 2 da série 79XX são trocadas em relação à série 78XX;

Nos reguladores 78XX, o pino 1 é a entrada e o pino 2 é o comum (ligado ao terra).

Nos reguladores 79XX, o pino 2 é a entrada e o pino 1 é o comum (ligado ao terra).

O  pino 3 é a saída tanto para o 78XX quanto para o 79XX.

Tabela 1. Alguns exemplos de CIs reguladores de tensão

CI Tensão de saída CI Tensão de saída

7805 + 5V 7905 -- 5V

7806 + 6V 7906 -- 6V

7812 + 12V 7912 -- 12V

7815 + 15V 7915 -- 15V

7824 + 24V 7924 -- 24V

As características dos reguladores de tensão 78XX são:

Máxima tensão de entrada = 35 V

Tensão mínima de entrada é de aproximadamente 3V acima da tensão de saída

Máxima corrente de saída = 1 A

Máxima potência dissipada = 15 W   ==>  PD = (Vent - Vsaída) . IL.

IL é a corrente de saída.

Se PD for maior que 1W deve-se utilizar um dissipador ou radiador de calor para o C.I. 

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6. REFERÊNCIAS

[1] BOYLESTAD, Robert; NASHELSKY, Louis; Dispositivos Eletrônicos e Teoria

de Circuitos. LTC – Rio de Janeiro, 1999.

[2] SANTOS FILHO, Sebastiao Gomes dos. Eletrônica Experimental (Volume I)  -

Fontes de Tensão e Corrente. In: SEABRA, A.c. (Org.). Eletrônica Experimental. São

Paulo, 1999, v. 1, p. 75-100.

[3] WIKIPEDIA, Ripple - dísponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ripple.

[4] SOUZA, Ivair José; Reguladores de tensão - disponível em:

http://ivairijs.vilabol.uol.com.br/regulador1.html

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