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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERPCENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
DISCIPLINARESPONSABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE
PROFº ESP. CARLOS KUNTZ
Alisson T.V. A Oliveira RA 2044129310Adarilton Salles RA 2030917892Elaine Cristina Fernandes Leite RA 4137189283Juliana Rita Fleitas RA 1099167931Michele Ferraz RA 4154228807
Campinas, Novembro de 2010
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................03
2 SANEAMENTO BASÍCO E SUSTENTABILIDADE.........................................04
3 POLITICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE..................................................07
4 SANEAMENTO AMBIENTAL.............................................................................10
5 PLANEJAMENTO AMBIENTAL......................................................................13
6 CONCLUSÃO..................................................................................................19
REFERÊNCIAS...................................................................................................20
2
INTRODUÇÃO
A partir do fenômeno da industrialização as cidades começaram o
processo de inchamento e crescimento, podemos verificar isso no Brasil através
da cidade de São Paulo. Por volta de 1900, São Paulo inicia o seu processo de
industrialização. Milhares de pessoas imigram para as cidades incentivadas pela
promessa de uma vida melhor. A cidade cresce de uma forma desordenada.
Inúmeras indústrias se instalam nas cidades. Proliferam-se os cortiços. Milhares
de crianças são empregadas nas indústrias. O rio Tietê começa a ser poluído. A
criminalidade, desde essa época, passa a ser fonte de preocupações da
comunidade.
Esse breve relato da cidade de São Paulo indica que o processo de
urbanização, ou seja, o processo de formação de uma cidade deve ser
planejado. Uma cidade não se regula por si mesmo, seja por que os recursos
naturais são finitos, seja por que os recursos financeiros são insuficientes para
fazer frente aos prejuízos causados à saúde humana, ao meio ambiente e à
qualidade de vida.
Quantos litros de água são consumidos diariamente em uma cidade de
20 mil habitantes? Quanto se gasta para tratar o esgoto de uma cidade de
100mil habitantes? Qual a melhor alternativa para o transporte de uma cidade de
500 mil habitantes? Como deve ser a ação de um governo municipal em uma
cidade de características agro-industriais? Essas e outras perguntas fazem parte
de uma política de planejamento. A idéia de que uma cidade não se regula por si
mesma implica numa ação preventiva e efetiva do poder público capaz de
assegurar bem estar à sua população com o respeito ao meio ambiente.
Pensar o espaço urbano, assim, é pensar qual a cidade que queremos
para os nossos filhos. Uma cidade com áreas de lazer, com parques, onde se
possa tomar banho de rio ou uma cidade marcada pelas queimadas e poluição,
com a sua fonte de água contaminada e pessoas doentes por problemas ligados
à deterioração do meio ambiente. Esse é o desafio do planejamento urbano que
está colocado para os municípios.
3
SANEAMENTO BÁSICO E SUSTENTABILIDADE
Engana-se quem pensa que o saneamento básico é uma preocupação
recente das sociedades modernas. Muito diferente disso. Desde vários séculos
antes da Era Cristã há registros da construção de sistemas de captação e
distribuição de água e recolhimento de esgoto doméstico como forma de
melhorar o bem-estar das populações em crescimento.
De acordo com historiadores, estudos comprovam a existência de esgoto
na cidade de Nipur (antiga Babilônia, atual Iraque) desde o ano de 3.700 antes
de Cristo. Considerado o primeiro sistema público de abastecimento d’água, o
aqueduto de Jerwan foi construído na Assíria em 691 A.C. Também os romanos
demonstravam grande preocupação com o saneamento básico, tendo
construído grande aquedutos em várias partes do mundo a partir de meados do
ano 300 A.C.
Passados mais de 5.000 anos do surgimento das obras de saneamento
básico no mundo, O Brasil ainda está longe de alcançar níveis satisfatórios de
atendimento à população. De acordo com dados do governo federal, o Estado
de Santa Catarina é o segundo pior em cobertura de rede de esgoto do país, fica
atrás apenas do Piauí.
Tomemos por exemplo Florianópolis, cidade turística que tem na
exuberância da natureza seu maior atrativo e importante fonte de emprego e
renda, enquanto agentes públicos enchem a boca para falar de
“sustentabilidade”, praias, riachos e córregos sofrem com a poluição. A defesa
do meio ambiente, que deveria ser prioridade para qualquer governo, é tratada
atualmente como figura de linguagem em busca de votos e para confundir a
opinião pública.
Como se vê, sustentabilidade é muito mais do que uma palavra bonita, de
efeito, com grande repercussão midiática. Sustentabilidade é investir em ações
concretas em defesa da preservação do meio ambiente e da saúde dos
moradores, como faziam os babilônios há mais de 5.000 anos.
4
Se olharmos com atenção para o mundo atual, perceberemos que
estamos colhendo as consequências das escolhas erradas que fizemos no
passado. Vivemos em meio às desigualdades sociais e econômicas do
consumismo exagerado, miséria urbana, da violência, poluição, escassez de
água, perda da fertilidade do solo entre outros problemas.
Com o agravamento do colapso ambiental, o conceito de sustentabilidade
surgiu, foi desenvolvido e amplamente discutido pelo mundo. A pilastra básica
que mantém essa visão é guiada pela idéia de termos nossas necessidades
atendidas sem comprometermos o futuro das gerações que estão por vir. Assim,
podemos nos sustentar por tempo indeterminado, tendo um equilíbrio entre três
pilares – o social, o ambiental e o econômico.
Se considerarmos apenas o esgoto, veremos que ele se tornou um
grande problema para o Brasil. A ONU adotou 2008 como o Ano Internacional
do Saneamento Básico, mas a situação aqui é caótica. O esgoto não tratado
contém numerosos agentes patogênicos, micro-organismos, resíduo tóxicos e
nutrientes que provocam o crescimento de outros tipos de bactérias, vírus ou
fungos que são causadores de inúmeras doenças. Além do mais, o esgoto polui
as águas e, só por aí, já se justificaria a extrema necessidade e importância de
sua coleta e tratamento.
Apesar da relevância para a sustentabilidade, o saneamento está longe
de ser adequado. Os números assustam, pois mais da metade da população
brasileira não conta com redes de coleta de esgoto e 80% dos resíduos gerados
são lançados diretamente nos rios, sem nenhum tratamento. Para piorar a
situação, o custo estimado para levar saneamento básico para todo o Brasil é
alto: aproximadamente 180 bilhões de reais, segundo cálculos do governo
federal.
As regiões Norte e Nordeste apresentam os piores índices do Brasil, onde
mais da metade da população não conta com rede de abastecimento de água e
de esgotos.
Apesar do reconhecimento da importância do desenvolvimento
sustentável, o saneamento básico tem caminhado na contramão da
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sustentabilidade. É necessário promover mudanças de atitudes, pois o modelo
atual das relações sociais, ambientais e econômicas encontra-se esgotado.
Na verdade, o momento atual está marcado por uma mudança de valores.
Estamos como os olhos voltados apenas para um dos pilares da
sustentabilidade, o econômico. Agora, resta saber até quando poderemos ter as
atenções voltadas somente nos interesses econômicos? Talvez, quando
acabarmos com o planeta, teremos dinheiro suficiente para comprar outro
planeta.
Encontrar uma saída para o problema gerado pela falta de saneamento
básico é uma dos maiores desafios encontrados pelos Municípios, hoje diversas
Instituições se dedicam a pesquisas e difusão de técnicas sustentáveis de
purificação de água, reciclagem de nutrientes, produção integrada, geração de
energia renovável com foco no conceito de biossistemas integrados e educação
ambientar.
O esgoto é fonte de biogás, reduzindo a emissão de gases de efeito
estufa com a queima do metano e a dependência de projetos assistencialistas
como o vale gás. Trata-se o esgoto no local onde ele é gerado, reduzindo
custos. A reciclagem dos nutrientes permite que o esgoto seja a base da cadeia
alimentar de bichos e plantas, que são consumidos pela própria comunidade
sem risco de contaminação, desde que sejam tomados os devidos os cuidados.
Nesse contexto, o biodigestor ou o biossistema integrado representam
mais que uma alternativa: uma verdadeira revolução em nosso olhar sobre o
esgoto.
6
POLITICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
A Política Nacional do Meio Ambiente foi estabelecida em 1.981 mediante
a edição da Lei 6.938/81, criando o SISAMA (Sistema Nacional do Meio
Ambiente). Seu objetivo é o estabelecimento de padrões que tornem possível o
desenvolvimento sustentável, através de mecanismos e instrumentos capazes
de conferir ao meio ambiente uma maior proteção.
As diretrizes desta política são elaboradas através de normas e planos
destinados a orientar os entes públicos da federação, em conformidade com os
princípios elencados no Art. 2º da Lei 6.938/81.
Já os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, distintos dos
instrumentos materiais noticiados pela Constituição, dos instrumentos
processuais, legislativos e administrativos são apresentados pelo Art. 9º da Lei
6.938/81.
Porém, a partir desse momento começou a ocorrer uma integração e uma
harmonização dessas políticas tendo como norte os objetivos e as diretrizes
estabelecidas na referida lei pela União. Um aspecto importante disso foi a
criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente, um sistema administrativo de
coordenação de políticas públicas de meio ambiente envolvendo os três níveis
da federação que tem como objetivo dar concretude à Política Nacional do Meio
Ambiente.
A recuperação da qualidade ambiental e o planejamento ambiental,
propícia à vida, visando a assegurar, no País, condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o
meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado
e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
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IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X-educação ambiental em todos os níveis do ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio
ambiente.
Como mecanismo de formulação da Política Nacional de Meio Ambiente,
a Lei nº 6.938 constituiu o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
instância decisória colegiada, presidida pelo Ministro de Estado do Meio
Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA) e integrada por
representantes dos demais Ministérios setoriais, Governos estaduais, Distrito
Federal, Confederações Nacionais de Trabalhadores na Indústria, no Comércio
e na Agricultura, dentre outros. Para aplicação da Política, instituiu o Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), composto pelos órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas fundações
instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade ambiental, tendo como seu Órgão Superior o Conselho Nacional do
Meio Ambiente.
São considerados como instrumentos da Política Nacional de Meio
Ambiente o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; o zoneamento
ambiental; a avaliação de impactos ambientais; o licenciamento e a revisão de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e
instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltadas
para a melhoria da qualidade ambiental; a implantação de reservas, parques
ecológicos e áreas de proteção ambiental pelo Poder Público Federal, Estadual
e Municipal; o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; o
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cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental; e as
penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
A Constituição de 1988 introduziu, pela primeira vez na história do País,
um capítulo específico sobre meio ambiente, considerando-o como um bem
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo ao Poder
Público e à coletividade o dever de preservá-lo para as gerações presentes e
futuras, sendo extremante necessário a aplicação do planejamento ambiental
para que possa assegurar o desenvolvimento sustentável.
9
SANEAMENTO AMBIENTAL
Ainda que só 0,1% do esgoto de origem doméstica seja constituído de
impurezas de natureza física, química e biológica, e o restante seja água, o
contato com esses efluentes e a sua ingestão é responsável por cerca de 80%
das doenças e 65% das internações hospitalares. Atualmente, apenas 10% do
total de esgotos produzido recebem algum tipo de tratamento, os outros 90%
são despejados "in natura" nos solos, rios, córregos e nascentes, constituindo-se
na maior fonte de degradação do meio ambiente e de proliferação de doenças.
O esgotamento sanitário requer não só a implantação de uma rede de
coleta, mas também um adequado sistema de tratamento e disposição final.
Dependendo das necessidades locais, o tratamento pode se
resumir aos estágios preliminar, primário e secundário. No entanto, quando o
lançamento dos efluentes tratados se der em corpos d’água importantes para a
população, seja porque deles se capta a água para o consumo, seja porque são
espaços de lazer, recomenda-se também o tratamento terciário seguido de
desinfecção, via cloração das águas residuais.
Seguem descrito abaixo alguns métodos de tratamento:
A.1.) Etapas do Tratamento da Água
O processo convencional de tratamento de água é dividido em fases. Em
cada uma delas existe um rígido controle de dosagem de produtos químicos e
acompanhamento dos padrões de qualidade.
Pré-cloração – Primeiro, o cloro é adicionado assim que a água chega à
estação. Isso facilita a retirada de matéria orgânica e metais.
Pré-alcalinização – Depois do cloro, a água recebe cal ou soda, que
servem para ajustar o pH aos valores exigidos nas fases seguintes do
tratamento.
Coagulação – Nesta fase é adicionado sulfato de alumínio, cloreto férrico
ou outro coagulante, seguido de uma agitação violenta da água. Assim,
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as partículas de sujeira ficam eletricamente desestabilizadas e mais
fáceis de agregar.
Floculação – Após a coagulação há uma mistura lenta da água, que serve
para provocar a formação de flocos com as partículas.
Decantação – Neste processo, a água passa por grandes tanques para
separar os flocos de sujeira formados na etapa anterior.
Filtração – Logo depois, a água atravessa tanques formados por pedras,
areia e carvão antracito. Eles são responsáveis por reter a sujeira que
restou da fase de decantação.
Pós-alcalinização – Em seguida, é feita a correção final do pH da água,
para evitar a corrosão ou incrustação das tubulações.
Desinfecção – É feita uma última adição de cloro no líquido antes de sua
saída da Estação de Tratamento. Ela garante que a água fornecida
chegue isenta de bactérias e vírus até a casa do consumidor.
Fluoretação – O flúor também é adicionado à água. A substância ajuda a
prevenir cáries.
B.1.) Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares
No Estado de São Paulo são produzidos cerca de 26 mil toneladas diárias
de resíduos sólidos domiciliares. A falta de tratamento ou a disposição final
precária desses resíduos podem causar problemas envolvendo aspectos
sanitários, ambientais e sociais, tais como a disseminação de doenças, a
contaminação do solo e das águas subterrâneas e superficiais, a poluição do ar
pelo gás metano, e o favorecimento da presença de catadores.
Com relação aos resíduos da construção civil, embora seja um assunto
relativamente novo, são exigidos, além dos devidos licenciamentos na CETESB,
o cumprimento das Resoluções CONAMA 307/2002, 348/2004 e SMA 41/2002 e
a observância às condições estabelecidas nas normas da ABNT.
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B.2.) Tratamento Resíduos Sólidos
O surto de dengue que vem preocupando as autoridades sanitárias e a
população levou a Secretaria Estadual do Meio Ambiente a autorizar a
disposição de pneus usados em aterros sanitários, desde que devidamente
retalhados ou triturados e previamente misturados com resíduos domiciliares, de
forma a garantir a estabilidade dos aterros.
Para efeito de disposição final, os pneus são classificados como resíduos
inertes, não havendo impedimento à sua destinação em aterros sanitários,
desde que observadas as técnicas adequadas de manejo. A exigência de
retalhamento ou trituramento fixada na resolução estadual foi uma forma
encontrada para reduzir seu volume e a possibilidade dos pneus voltarem à
superfície, devido à dificuldade de compactação. As restrições à sua disposição
a céu aberto estão nos problemas de saúde e higiene e nos riscos de incêndio e
poluição.
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PLANEJAMENTO AMBIENTAL
A necessidade de se repensar o sistema legal da cidade surge com a
Constituição Federal de 1988 que em seus artigos 182 e 183 explicita um novo
quadro jurídico, apontando a necessidade da Reforma Urbana. Velhas formas
de planejamento urbano, baseadas, sobretudo em seu caráter legal, não são
mais suficientes para garantir a eficácia do planejamento estratégico da cidade.
No bojo dessa reforma, emergem temas como a função social da cidade, da
propriedade, da justa distribuição de bens e serviços urbanos, da gestão
democrática e da questão ambiental.
A democratização das discussões, precedida do acesso às informações,
possibilita que a variante ambiental e social seja incluída no planejamento
urbano. Certamente, uma comunidade instalada às margens do rio Cuiabá sabe
mais que ninguém que qualquer empreendimento industrial que se instale ali
deve levar em conta o aspecto sócio-ambiental. Apesar disso, o impacto social e
ambiental por vezes é desconsiderado.
Por outro lado, o planejamento urbano municipal deve operacionalizar
mecanismos e instrumentos que impulsionem o desenvolvimento urbano,
fomentando e antecipando ações, bem como promovendo iniciativas
compartilhadas que intensifiquem as relações do Estado com a iniciativa privada
direcionando para uma melhor qualidade de vida.
O planejamento urbano municipal proposto pela Constituição Federal de
1988 não pretende impedir o crescimento econômico do município. Ao contrário,
o crescimento econômico deve ser uma meta que, contudo, não exclua a
preservação do meio ambiente, a necessidade de assegurar dignidade à pessoa
humana e a possibilidade de participação da comunidade na elaboração do
próprio planejamento urbano.
Para isso, alguns instrumentos podem ser manejados para assegurar a
melhoria da qualidade de vida da população como podemos ver a seguir:
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Lei Orgânica Municipal
A lei orgânica municipal está para o município, assim como a
Constituição Federal está para o País. A Lei Orgânica Municipal é a lei máxima
do município, ou seja, o Município pode gerir os seus próprios negócios.
O município possui o dever de contribuir para a preservação do meio
ambiente, isto é, a lei orgânica pode e deve conter instrumentos relativos à
preservação do meio ambiente. Como é novidade tamanha autonomia
municipal, parece, ainda, inexistir, ao menos no que se refiram aos pequenos
municípios, medidas e leis capazes de instrumentalizar o município em sua
competência municipal.
O fato é que, na Constituição Municipal, pode e devem existir
dispositivos atinentes à concretização do poder público municipal de fiscalizar e
assegurar um meio ambiente sadio. É evidente que os dispositivos da lei
orgânica municipal devem levar em conta a realidade existente no município.
Assim, ao município, cabe estabelecer as formas mais adequadas, diante de sua
realidade geográfica e econômica, de compatibilizar as suas atividades
produtivas e sociais com a proteção e melhoria da qualidade ambiental.
Dois exemplos podem ilustrar como a lei orgânica pode atender ao fim
de preservação ambiental, tendo-se como parâmetro as características locais.
Antes, contudo, ressalte-se que a Constituição Municipal deve disciplinar o
essencial, deixando para a legislação infraconstitucional o papel de
pormenorizar os preceitos contidos na lei orgânica municipal.
Exemplo 1: um município que tenha como principal atividade econômica
a extração de madeiras. É interesse desse município a preservação ambiental,
ao menos que se imagine que a extração de madeiras é um recurso natural
renovável. Nesse caso, a lei orgânica municipal pode conter dispositivo em que
o município entende ser fundamental a existência de um plano de manejo
executado sob a fiscalização da secretaria municipal de meio ambiente para que
qualquer projete de extração de madeiras se realize.
Além disso, poderia existir a prioridade na concessão de créditos para
que a madeira extraída no município fosse processada ali mesmo, seja na
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confecção de móveis, seja na preparação para a utilização na construção civil.
Perceba-se a compatibilização entre a preservação do meio ambiente e o
crescimento econômico. A primeira serve de suporte para a segunda.
Certamente, caso medidas como essa tivessem sido implementadas, não
existiriam hoje municípios em estado pré-falimentar devido à ausência de
madeiras, gerando desemprego e miséria.
Exemplo 2: um município tendo como principal atividade econômica a
mineração. Como se sabe, os minérios são recursos naturais não renováveis e,
por isso, devem ser extraídos mediante um plano que reverta em dividendos
para a comunidade local. Não é isso o que acontece no sonho de se encontrar o
Eldorado. Desde Cabral, ao que parece, poucos lucram muito nessa atividade,
enquanto muitos lucram pouco. Um dispositivo na lei orgânica municipal que
assegurasse mecanismos para a formação de cooperativas de créditos entre os
habitantes do município poderia ser um meio de evitar que apenas as grandes
companhias internacionais mineradoras obtenham lucro com a extração de
minérios.
Plano Diretor
Prevista no artigo 182 da Constituição Federal de 1988 e regulamentada
nos artigos 39 à 42 do Estatuto da Cidade lei nº 10.257/2001, a lei do Plano
Diretor é um instrumento fundamental para o planejamento urbano por definir a
política de desenvolvimento e expansão urbana, estabelecendo um modelo
compatível com a proteção dos recursos naturais, em defesa do bem-estar da
população.
Como pretende corrigir distorções e rumos no desenvolvimento, o plano
diretor pressupõe um estudo das potencialidades e deficiências do município.
Deve-se avaliar a dimensão territorial, econômica, social e ambiental do
município. Daí a relevância de um diagnóstico bem elaborado que orientará a
expansão urbana.
Por outro lado, a elaboração do plano diretor pressupõe discussões com
a comunidade sobre os rumos do desenvolvimento. Na verdade, essa
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participação da comunidade deve existir permanentemente, por exemplo, por
meio dos conselhos. O fato é que a comunidade precisa estar envolvida na
definição dos objetivos e estratégias que pautarão o desenvolvimento urbano.
A questão ambiental deve perpassar a elaboração do plano diretor nos
aspectos do patrimônio natural, cultural e artificial, dispondo sobre a utilização e
preservação dos recursos naturais existentes no município (rios, córregos,
tratamento de esgotos, exploração de madeiras, solo, espaço para a instalação
de indústrias...), a utilização e a conservação do patrimônio cultural do município
(criação de museus, incentivos aos tombamentos...) e o disciplinamento do
patrimônio ambiental artificial (malha viária, sistema de transporte...)
A idéia de sustentabilidade deve estar presente no plano diretor através
da racionalização dos recursos físicos e naturais. Um exemplo disso, seriam as
medidas existentes no plano diretor para estimular a densidade adequada da
cidade. Assim, ao invés de se estimular que a cidade se disperse, espalhando-
se, o plano diretor deve estimular a compactação e a concentração de moradias
e estabelecimentos em áreas mais bem equipadas em termos de infra-estrutura.
Tal situação representaria uma economia para a coletividade e, do mesmo
modo, uma economia de recursos ambientais a serem instalados ou utilizados
(águas, rede de esgotos, combustível...). O plano diretor abriga, assim, duas
idéias fundamentais: a de que existem necessidades a serem supridas e a de
que os recursos para supri-las devem ser utilizados de forma racional.
Um aspecto importante a ser ressaltado se refere ao monitoramento das
medidas previstas no plano diretor. Para que possuam efetividade, deve existir
um sistema de avaliação do desenvolvimento urbano que avalie a
compatibilidade entre o previsto no plano diretor e o realizado.
Um belo exemplo de elaboração de plano diretor ocorreu no município de
Porto Alegre/RS aprovado no ano de 1999. Nesse plano diretor, reconhece-se
que a participação da comunidade é fundamental para o planejamento urbano e
que o respeito ao meio ambiente é pressuposto do desenvolvimento urbano:
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Art. 1º A promoção do desenvolvimento no Município de Porto Alegre
tem como princípio o cumprimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, nos termos da Lei Orgânica, garantindo:
I - a gestão democrática, participativa e descentralizada;
II - a promoção da qualidade de vida e do ambiente, reduzindo as
desigualdades e a exclusão social.
O plano diretor da capital gaúcha apresenta uma concepção moderna,
podendo servir de parâmetro à elaboração de outros planos diretores. São
definidos sete estratégias básicas de atuação:
I - Estratégia de Estruturação Urbana:
Integrando os diferentes lugares que constituem a cidade (bairros,
avenidas e ruas, praças e parques, morros e o Guaíba) ao valorizar os espaços
existentes e estimulando a criação de outros.
II - Estratégia de Mobilidade Urbana:
Prevendo lugares onde as pessoas possam se divertir, passear, buscar
atendimento médico, comprar ou vender e aprender. Chamados de Espaços
Abertos, estes locais precisam estar espalhados pela cidade de uma maneira
que cada habitante chegue até eles, a partir de suas casas, com facilidade, seja
a pé ou de ônibus. Podem ser constituídos por áreas verdes (praças e parques),
ou por edificações, como um shopping, um teatro ou mesmo um estádio de
futebol.
III - Estratégia de Uso do Solo Privado
Estabelecendo as regras para as novas construções; quanto ao uso e à
forma dos prédios e aos tipos de parcelamento (divisão de terra) que podem ser
feitos na cidade. Estão propostos, também, meios de controle do número
máximo de pessoas que podem morar ou trabalhar em cada zona da cidade
(densificação), sem que haja problemas às redes de infra-estrutura.
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IV - Estratégia de Qualificação Ambiental:
O termo ambiental, neste Plano, significa a cidade vista e analisada
como um conjunto único, onde convivem entre si diferentes tipos de cidade, com
características bem específicas. Assim, passa a tratar os aspectos culturais e
naturais como questões igualmente importantes, cujos espaços representativos
deverão ter sua ocupação e uso preservados para as futuras gerações. É
fundamental que se valorize o patrimônio cultural com o reconhecimento de
lugares importantes e se promova sua recuperação, quando necessário
(Mercado Público, por exemplo). Também é preciso identificar locais onde a
natureza deve ser protegida, bem como recuperar áreas que já sofreram
agressões. Também é necessário propor medidas integradas entre os órgãos
municipais quanto aos serviços de água, tratamento de esgoto sanitário e
drenagem de terrenos na cidade, e quanto ao controle da poluição e do
consumo de energia.
V - Estratégia de Produção da Cidade:
Orientando as empresas e os proprietários de terra para contribuir para o
desenvolvimento urbano, reduzindo o desequilíbrio social, bem como
promovendo uma política para a construção de moradias de baixo custo. A
urbanização e regularização das vilas e loteamentos é o principal objetivo deste
programa para que mais pessoas passem a contar com os serviços que a
cidade oferece, como redes de água, esgoto, ruas pavimentadas e luz, além de
acesso à escola, postos de saúde, praças e telefones públicos. A regularização
ocorrerá, sempre que for possível, nos mesmos locais onde as pessoas se
encontram.
VI - Estratégia do Sistema de Planejamento:
Dinamizando o Sistema Municipal de Gestão do Planejamento;
articulando políticas e ações, bem como acompanhando o desempenho urbano
de maneira que, quando forem identificadas mudanças necessárias, tanto pela
Prefeitura, como pela população, o Plano Diretor possa ser readequado.
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CONCLUSÃO
Todos os dias podemos ver exemplos ou novas atitudes sendo tomadas
em prol da sustentabilidade, da preservação ao meio ambiente, etc. Tivemos a
oportunidade de mostrar nesse trabalho algumas delas.
Devemos, todos nós, fazer algo novo para contribuir com a melhoria de
nossa própria qualidade de vida. Abandonar velhos hábitos e cultivar novos, afim
de nos re-educarmos, no que diz respeito ao nosso relacionamento com a
natureza.
A preocupação com o meio ambiente tem apresentado uma dinâmica
diferenciada nas organizações e nas nações nas quais estas se encontram. O
mercado não mais aceita o descaso no tratamento dos recursos naturais. Cada
dia mais estamos interessados em produtos limpos. A legislação tornou-se mais
rígidaobrigando as empresas Governantes a encarar com seriedade e
responsabilidade a variável ambiental.
A conscienização de que realmente existe um problema e que podemos
trabalhar para resolvê-lo, dia após dia, ano após ano, é uma longa jornada. Mas
acreditamos que seja algo possível, muitas empresas têm trabalhado seguindo
novos conceitos de produção e reutilização de seus recursos, e, ainda que
muitas empresas estejam mudando seus conceitos pela vantagem financeira,
todos nós somos beneficiados pela redução aos danos ao planeta. Percebemos
que falta divulgação das empresas que colaboram com o meio ambiente, e que
essa divulgação seria de extrema importância, pois incentivariam as empresas
perceberem o quanto pode ser lucrativo, tanto para elas como para o bem
comum.
O tempo de mudar é hoje. Precisamos aprender a viver em harmonia,
respeitando o que o nosso planeta tem a nos oferecer.
19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 – Sabesp - http://site.sabesp.com.br/site/Default.aspx
2 – Cetesb - http://www.cetesb.sp.gov.br/
1 – InfoEscola - http://www.infoescola.com/ecologia/planejamento-ambiental/
3 - Ambiente Brasil -
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/saneamento/definicoes/saneamento_am
biental.html
4 – SEBRAE - http://www.ead.sebrae.com.br/hotsite/
5 - MEC - http://portal.mec.gov.br
6 – Abed - http://www.abed.org.br
7 – Biblioteca Universia - http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/38064207.html
20