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Page 1: Trabalho RSMA

UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERPCENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DISCIPLINARESPONSABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE

PROFº ESP. CARLOS KUNTZ

Alisson T.V. A Oliveira RA 2044129310Adarilton Salles RA 2030917892Elaine Cristina Fernandes Leite RA 4137189283Juliana Rita Fleitas RA 1099167931Michele Ferraz RA 4154228807

Campinas, Novembro de 2010

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Page 2: Trabalho RSMA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................03

2 SANEAMENTO BASÍCO E SUSTENTABILIDADE.........................................04

3 POLITICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE..................................................07

4 SANEAMENTO AMBIENTAL.............................................................................10

5 PLANEJAMENTO AMBIENTAL......................................................................13

6 CONCLUSÃO..................................................................................................19

REFERÊNCIAS...................................................................................................20

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Page 3: Trabalho RSMA

INTRODUÇÃO

            A partir do fenômeno da industrialização as cidades começaram o

processo de inchamento e crescimento, podemos verificar isso no Brasil através

da cidade de São Paulo. Por volta de 1900, São Paulo inicia o seu processo de

industrialização. Milhares de pessoas imigram para as cidades incentivadas pela

promessa de uma vida melhor. A cidade cresce de uma forma desordenada.

Inúmeras indústrias se instalam nas cidades. Proliferam-se os cortiços. Milhares

de crianças são empregadas nas indústrias. O rio Tietê começa a ser poluído. A

criminalidade, desde essa época, passa a ser fonte de preocupações da

comunidade.

            Esse breve relato da cidade de São Paulo indica que o processo de

urbanização, ou seja, o processo de formação de uma cidade deve ser

planejado. Uma cidade não se regula por si mesmo, seja por que os recursos

naturais são finitos, seja por que os recursos financeiros são insuficientes para

fazer frente aos prejuízos causados à saúde humana, ao meio ambiente e à

qualidade de vida.

            Quantos litros de água são consumidos diariamente em uma cidade de

20 mil habitantes? Quanto se gasta para tratar o esgoto de uma cidade de

100mil habitantes? Qual a melhor alternativa para o transporte de uma cidade de

500 mil habitantes? Como deve ser a ação de um governo municipal em uma

cidade de características agro-industriais? Essas e outras perguntas fazem parte

de uma política de planejamento. A idéia de que uma cidade não se regula por si

mesma implica numa ação preventiva e efetiva do poder público capaz de

assegurar bem estar à sua população com o respeito ao meio ambiente.

            Pensar o espaço urbano, assim, é pensar qual a cidade que queremos

para os nossos filhos. Uma cidade com áreas de lazer, com parques, onde se

possa tomar banho de rio ou uma cidade marcada pelas queimadas e poluição,

com a sua fonte de água contaminada e pessoas doentes por problemas ligados

à deterioração do meio ambiente. Esse é o desafio do planejamento urbano que

está colocado para os municípios.         

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Page 4: Trabalho RSMA

SANEAMENTO BÁSICO E SUSTENTABILIDADE

Engana-se quem pensa que o saneamento básico é uma preocupação

recente das sociedades modernas. Muito diferente disso. Desde vários séculos

antes da Era Cristã há registros da construção de sistemas de captação e

distribuição de água e recolhimento de esgoto doméstico como forma de

melhorar o bem-estar das populações em crescimento.

De acordo com historiadores, estudos comprovam a existência de esgoto

na cidade de Nipur (antiga Babilônia, atual Iraque) desde o ano de 3.700 antes

de Cristo. Considerado o primeiro sistema público de abastecimento d’água, o

aqueduto de Jerwan foi construído na Assíria em 691 A.C. Também os romanos

demonstravam grande preocupação com o saneamento básico, tendo

construído grande aquedutos em várias partes do mundo a partir de meados do

ano 300 A.C.

Passados mais de 5.000 anos do surgimento das obras de saneamento

básico no mundo, O Brasil ainda está longe de alcançar níveis satisfatórios de

atendimento à população. De acordo com dados do governo federal, o Estado

de Santa Catarina é o segundo pior em cobertura de rede de esgoto do país, fica

atrás apenas do Piauí.

Tomemos por exemplo Florianópolis, cidade turística que tem na

exuberância da natureza seu maior atrativo e importante fonte de emprego e

renda, enquanto agentes públicos enchem a boca para falar de

“sustentabilidade”, praias, riachos e córregos sofrem com a poluição. A defesa

do meio ambiente, que deveria ser prioridade para qualquer governo, é tratada

atualmente como figura de linguagem em busca de votos e para confundir a

opinião pública.

Como se vê, sustentabilidade é muito mais do que uma palavra bonita, de

efeito, com grande repercussão midiática. Sustentabilidade é investir em ações

concretas em defesa da preservação do meio ambiente e da saúde dos

moradores, como faziam os babilônios há mais de 5.000 anos.

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Page 5: Trabalho RSMA

Se olharmos com atenção para o mundo atual, perceberemos que

estamos colhendo as consequências das escolhas erradas que fizemos no

passado. Vivemos em meio às desigualdades sociais e econômicas do

consumismo exagerado, miséria urbana, da violência, poluição, escassez de

água, perda da fertilidade do solo entre outros problemas.

Com o agravamento do colapso ambiental, o conceito de sustentabilidade

surgiu, foi desenvolvido e amplamente discutido pelo mundo. A pilastra básica

que mantém essa visão é guiada pela idéia de termos nossas necessidades

atendidas sem comprometermos o futuro das gerações que estão por vir. Assim,

podemos nos sustentar por tempo indeterminado, tendo um equilíbrio entre três

pilares – o social, o ambiental e o econômico.

Se considerarmos apenas o esgoto, veremos que ele se tornou um

grande problema para o Brasil. A ONU adotou 2008 como o Ano Internacional

do Saneamento Básico, mas a situação aqui é caótica. O esgoto não tratado

contém numerosos agentes patogênicos, micro-organismos, resíduo tóxicos e

nutrientes que provocam o crescimento de outros tipos de bactérias, vírus ou

fungos que são causadores de inúmeras doenças. Além do mais, o esgoto polui

as águas e, só por aí, já se justificaria a extrema necessidade e importância de

sua coleta e tratamento.

Apesar da relevância para a sustentabilidade, o saneamento está longe

de ser adequado. Os números assustam, pois mais da metade da população

brasileira não conta com redes de coleta de esgoto e 80% dos resíduos gerados

são lançados diretamente nos rios, sem nenhum tratamento. Para piorar a

situação, o custo estimado para levar saneamento básico para todo o Brasil é

alto: aproximadamente 180 bilhões de reais, segundo cálculos do governo

federal.

As regiões Norte e Nordeste apresentam os piores índices do Brasil, onde

mais da metade da população não conta com rede de abastecimento de água e

de esgotos.

Apesar do reconhecimento da importância do desenvolvimento

sustentável, o saneamento básico tem caminhado na contramão da

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Page 6: Trabalho RSMA

sustentabilidade. É necessário promover mudanças de atitudes, pois o modelo

atual das relações sociais, ambientais e econômicas encontra-se esgotado.

Na verdade, o momento atual está marcado por uma mudança de valores.

Estamos como os olhos voltados apenas para um dos pilares da

sustentabilidade, o econômico. Agora, resta saber até quando poderemos ter as

atenções voltadas somente nos interesses econômicos? Talvez, quando

acabarmos com o planeta, teremos dinheiro suficiente para comprar outro

planeta.

Encontrar uma saída para o problema gerado pela falta de saneamento

básico é uma dos maiores desafios encontrados pelos Municípios, hoje diversas

Instituições se dedicam a pesquisas e difusão de técnicas sustentáveis de

purificação de água, reciclagem de nutrientes, produção integrada, geração de

energia renovável com foco no conceito de biossistemas integrados e educação

ambientar.

O esgoto é fonte de biogás, reduzindo a emissão de gases de efeito

estufa com a queima do metano e a dependência de projetos assistencialistas

como o vale gás. Trata-se o esgoto no local onde ele é gerado, reduzindo

custos. A reciclagem dos nutrientes permite que o esgoto seja a base da cadeia

alimentar de bichos e plantas, que são consumidos pela própria comunidade

sem risco de contaminação, desde que sejam tomados os devidos os cuidados.

Nesse contexto, o biodigestor ou o biossistema integrado representam

mais que uma alternativa: uma verdadeira revolução em nosso olhar sobre o

esgoto.

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Page 7: Trabalho RSMA

POLITICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

A Política Nacional do Meio Ambiente foi estabelecida em 1.981 mediante

a edição da Lei 6.938/81, criando o SISAMA (Sistema Nacional do Meio

Ambiente). Seu objetivo é o estabelecimento de padrões que tornem possível o

desenvolvimento sustentável, através de mecanismos e instrumentos capazes

de conferir ao meio ambiente uma maior proteção.

As diretrizes desta política são elaboradas através de normas e planos

destinados a orientar os entes públicos da federação, em conformidade com os

princípios elencados no Art. 2º da Lei 6.938/81.

Já os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, distintos dos

instrumentos materiais noticiados pela Constituição, dos instrumentos

processuais, legislativos e administrativos são apresentados pelo Art. 9º da Lei

6.938/81.

Porém, a partir desse momento começou a ocorrer uma integração e uma

harmonização dessas políticas tendo como norte os objetivos e as diretrizes

estabelecidas na referida lei pela União. Um aspecto importante disso foi a

criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente, um sistema administrativo de

coordenação de políticas públicas de meio ambiente envolvendo os três níveis

da federação que tem como objetivo dar concretude à Política Nacional do Meio

Ambiente.

A recuperação da qualidade ambiental e o planejamento ambiental,

propícia à vida, visando a assegurar, no País, condições ao desenvolvimento

socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da

dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o

meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado

e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

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Page 8: Trabalho RSMA

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso

racional e a proteção dos recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas;

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X-educação ambiental em todos os níveis do ensino, inclusive a educação da

comunidade, objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio

ambiente.

Como mecanismo de formulação da Política Nacional de Meio Ambiente,

a Lei nº 6.938 constituiu o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),

instância decisória colegiada, presidida pelo Ministro de Estado do Meio

Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA) e integrada por

representantes dos demais Ministérios setoriais, Governos estaduais, Distrito

Federal, Confederações Nacionais de Trabalhadores na Indústria, no Comércio

e na Agricultura, dentre outros. Para aplicação da Política, instituiu o Sistema

Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), composto pelos órgãos e entidades da

União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas fundações

instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da

qualidade ambiental, tendo como seu Órgão Superior o Conselho Nacional do

Meio Ambiente.

São considerados como instrumentos da Política Nacional de Meio

Ambiente o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; o zoneamento

ambiental; a avaliação de impactos ambientais; o licenciamento e a revisão de

atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e

instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltadas

para a melhoria da qualidade ambiental; a implantação de reservas, parques

ecológicos e áreas de proteção ambiental pelo Poder Público Federal, Estadual

e Municipal; o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; o

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Page 9: Trabalho RSMA

cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental; e as

penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas

necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.

A Constituição de 1988 introduziu, pela primeira vez na história do País,

um capítulo específico sobre meio ambiente, considerando-o como um bem

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo ao Poder

Público e à coletividade o dever de preservá-lo para as gerações presentes e

futuras, sendo extremante necessário a aplicação do planejamento ambiental

para que possa assegurar o desenvolvimento sustentável.

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Page 10: Trabalho RSMA

SANEAMENTO AMBIENTAL

Ainda que só 0,1% do esgoto de origem doméstica seja constituído de

impurezas de natureza física, química e biológica, e o restante seja água, o

contato com esses efluentes e a sua ingestão é responsável por cerca de 80%

das doenças e 65% das internações hospitalares. Atualmente, apenas 10% do

total de esgotos produzido recebem algum tipo de tratamento, os outros 90%

são despejados "in natura" nos solos, rios, córregos e nascentes, constituindo-se

na maior fonte de degradação do meio ambiente e de proliferação de doenças.

O esgotamento sanitário requer não só a implantação de uma rede de

coleta, mas também um adequado sistema de tratamento e disposição final.

Dependendo das necessidades locais, o tratamento pode se

resumir aos estágios preliminar, primário e secundário. No entanto, quando o

lançamento dos efluentes tratados se der em corpos d’água importantes para a

população, seja porque deles se capta a água para o consumo, seja porque são

espaços de lazer, recomenda-se também o tratamento terciário seguido de

desinfecção, via cloração das águas residuais.

Seguem descrito abaixo alguns métodos de tratamento:

A.1.) Etapas do Tratamento da Água

O processo convencional de tratamento de água é dividido em fases. Em

cada uma delas existe um rígido controle de dosagem de produtos químicos e

acompanhamento dos padrões de qualidade.

Pré-cloração – Primeiro, o cloro é adicionado assim que a água chega à

estação. Isso facilita a retirada de matéria orgânica e metais.

Pré-alcalinização – Depois do cloro, a água recebe cal ou soda, que

servem para ajustar o pH aos valores exigidos nas fases seguintes do

tratamento.

Coagulação – Nesta fase é adicionado sulfato de alumínio, cloreto férrico

ou outro coagulante, seguido de uma agitação violenta da água. Assim,

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as partículas de sujeira ficam eletricamente desestabilizadas e mais

fáceis de agregar.

Floculação – Após a coagulação há uma mistura lenta da água, que serve

para provocar a formação de flocos com as partículas.

Decantação – Neste processo, a água passa por grandes tanques para

separar os flocos de sujeira formados na etapa anterior.

Filtração – Logo depois, a água atravessa tanques  formados por  pedras,

areia e carvão antracito. Eles são responsáveis por reter a sujeira que

restou da fase de decantação.

Pós-alcalinização – Em seguida, é feita a correção final do pH da água,

para evitar a corrosão ou incrustação das tubulações.

Desinfecção – É feita uma última adição de cloro no líquido antes de sua

saída da Estação de Tratamento. Ela garante que a água fornecida

chegue isenta de bactérias e vírus até a casa do consumidor.

Fluoretação – O flúor também é adicionado à água. A substância ajuda a

prevenir cáries.

B.1.) Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares

No Estado de São Paulo são produzidos cerca de 26 mil toneladas diárias

de resíduos sólidos domiciliares. A falta de tratamento ou a disposição final

precária desses resíduos podem causar problemas envolvendo aspectos

sanitários, ambientais e sociais, tais como a disseminação de doenças, a

contaminação do solo e das águas subterrâneas e superficiais, a poluição do ar

pelo gás metano, e o favorecimento da presença de catadores.

Com relação aos resíduos da construção civil, embora seja um assunto

relativamente novo, são exigidos, além dos devidos licenciamentos na CETESB,

o cumprimento das Resoluções CONAMA 307/2002, 348/2004 e SMA 41/2002 e

a observância às condições estabelecidas nas normas da ABNT.

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B.2.) Tratamento Resíduos Sólidos

O surto de dengue que vem preocupando as autoridades sanitárias e a

população levou a Secretaria Estadual do Meio Ambiente a autorizar a

disposição de pneus usados em aterros sanitários, desde que devidamente

retalhados ou triturados e previamente misturados com resíduos domiciliares, de

forma a garantir a estabilidade dos aterros.

Para efeito de disposição final, os pneus são classificados como resíduos

inertes, não havendo impedimento à sua destinação em aterros sanitários,

desde que observadas as técnicas adequadas de manejo. A exigência de

retalhamento ou trituramento fixada na resolução estadual foi uma forma

encontrada para reduzir seu volume e a possibilidade dos pneus voltarem à

superfície, devido à dificuldade de compactação. As restrições à sua disposição

a céu aberto estão nos problemas de saúde e higiene e nos riscos de incêndio e

poluição.

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PLANEJAMENTO AMBIENTAL

A necessidade de se repensar o sistema legal da cidade surge com a

Constituição Federal de 1988 que em seus artigos 182 e 183 explicita um novo

quadro jurídico, apontando a necessidade da Reforma Urbana. Velhas formas

de planejamento urbano, baseadas, sobretudo em seu caráter legal, não são

mais suficientes para garantir a eficácia do planejamento estratégico da cidade.

No bojo dessa reforma, emergem temas como a função social da cidade, da

propriedade, da justa distribuição de bens e serviços urbanos, da gestão

democrática e da questão ambiental.

          A democratização das discussões, precedida do acesso às informações,

possibilita que a variante ambiental e social seja incluída no planejamento

urbano. Certamente, uma comunidade instalada às margens do rio Cuiabá sabe

mais que ninguém que qualquer empreendimento industrial que se instale ali

deve levar em conta o aspecto sócio-ambiental. Apesar disso, o impacto social e

ambiental por vezes é desconsiderado.

            Por outro lado, o planejamento urbano municipal deve operacionalizar

mecanismos e instrumentos que impulsionem o desenvolvimento urbano,

fomentando e antecipando ações, bem como promovendo iniciativas

compartilhadas que intensifiquem as relações do Estado com a iniciativa privada

direcionando para uma melhor qualidade de vida.

            O planejamento urbano municipal proposto pela Constituição Federal de

1988 não pretende impedir o crescimento econômico do município. Ao contrário,

o crescimento econômico deve ser uma meta que, contudo, não exclua a

preservação do meio ambiente, a necessidade de assegurar dignidade à pessoa

humana e a possibilidade de participação da comunidade na elaboração do

próprio planejamento urbano.

            Para isso, alguns instrumentos podem ser manejados para assegurar a

melhoria da qualidade de vida da população como podemos ver a seguir:

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Lei Orgânica Municipal

            A lei orgânica municipal está para o município, assim como a

Constituição Federal está para o País. A Lei Orgânica Municipal é a lei máxima

do município, ou seja, o Município pode gerir os seus próprios negócios.

           O município possui o dever de contribuir para a preservação do meio

ambiente, isto é, a lei orgânica pode e deve conter instrumentos relativos à

preservação do meio ambiente. Como é novidade tamanha autonomia

municipal, parece, ainda, inexistir, ao menos no que se refiram aos pequenos

municípios, medidas e leis capazes de instrumentalizar o município em sua

competência municipal.

            O fato é que, na Constituição Municipal, pode e devem existir

dispositivos atinentes à concretização do poder público municipal de fiscalizar e

assegurar um meio ambiente sadio. É evidente que os dispositivos da lei

orgânica municipal devem levar em conta a realidade existente no município.

Assim, ao município, cabe estabelecer as formas mais adequadas, diante de sua

realidade geográfica e econômica, de compatibilizar as suas atividades

produtivas e sociais com a proteção e melhoria da qualidade ambiental.

            Dois exemplos podem ilustrar como a lei orgânica pode atender ao fim

de preservação ambiental, tendo-se como parâmetro as características locais.

Antes, contudo, ressalte-se que a Constituição Municipal deve disciplinar o

essencial, deixando para a legislação infraconstitucional o papel de

pormenorizar os preceitos contidos na lei orgânica municipal.

            Exemplo 1: um município que tenha como principal atividade econômica

a extração de madeiras. É interesse desse município a preservação ambiental,

ao menos que se imagine que a extração de madeiras é um recurso natural

renovável. Nesse caso, a lei orgânica municipal pode conter dispositivo em que

o município entende ser fundamental a existência de um plano de manejo

executado sob a fiscalização da secretaria municipal de meio ambiente para que

qualquer projete de extração de madeiras se realize.

            Além disso, poderia existir a prioridade na concessão de créditos para

que a madeira extraída no município fosse processada ali mesmo, seja na

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Page 15: Trabalho RSMA

confecção de móveis, seja na preparação para a utilização na construção civil.

Perceba-se a compatibilização entre a preservação do meio ambiente e o

crescimento econômico. A primeira serve de suporte para a segunda.

Certamente, caso medidas como essa tivessem sido implementadas, não

existiriam hoje municípios em estado pré-falimentar devido à ausência de

madeiras, gerando desemprego e miséria.

            Exemplo 2: um município tendo como principal atividade econômica a

mineração. Como se sabe, os minérios são recursos naturais não renováveis e,

por isso, devem ser extraídos mediante um plano que reverta em dividendos

para a comunidade local. Não é isso o que acontece no sonho de se encontrar o

Eldorado. Desde Cabral, ao que parece, poucos lucram muito nessa atividade,

enquanto muitos lucram pouco. Um dispositivo na lei orgânica municipal que

assegurasse mecanismos para a formação de cooperativas de créditos entre os

habitantes do município poderia ser um meio de evitar que apenas as grandes

companhias internacionais mineradoras obtenham lucro com a extração de

minérios.

Plano Diretor

            Prevista no artigo 182 da Constituição Federal de 1988 e regulamentada

nos artigos 39 à 42 do Estatuto da Cidade lei nº 10.257/2001, a lei do Plano

Diretor é um instrumento fundamental para o planejamento urbano por definir a

política de desenvolvimento e expansão urbana, estabelecendo um modelo

compatível com a proteção dos recursos naturais, em defesa do bem-estar da

população.

           Como pretende corrigir distorções e rumos no desenvolvimento, o plano

diretor pressupõe um estudo das potencialidades e deficiências do município.

Deve-se avaliar a dimensão territorial, econômica, social e ambiental do

município. Daí a relevância de um diagnóstico bem elaborado que orientará a

expansão urbana.

            Por outro lado, a elaboração do plano diretor pressupõe discussões com

a comunidade sobre os rumos do desenvolvimento. Na verdade, essa

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Page 16: Trabalho RSMA

participação da comunidade deve existir permanentemente, por exemplo, por

meio dos conselhos. O fato é que a comunidade precisa estar envolvida na

definição dos objetivos e estratégias que pautarão o desenvolvimento urbano.

            A questão ambiental deve perpassar a elaboração do plano diretor nos

aspectos do patrimônio natural, cultural e artificial, dispondo sobre a utilização e

preservação dos recursos naturais existentes no município (rios, córregos,

tratamento de esgotos, exploração de madeiras, solo, espaço para a instalação

de indústrias...), a utilização e a conservação do patrimônio cultural do município

(criação de museus, incentivos aos tombamentos...) e o disciplinamento do

patrimônio ambiental artificial (malha viária, sistema de transporte...)

            A idéia de sustentabilidade deve estar presente no plano diretor através

da racionalização dos recursos físicos e naturais. Um exemplo disso, seriam as

medidas existentes no plano diretor para estimular a densidade adequada da

cidade. Assim, ao invés de se estimular que a cidade se disperse, espalhando-

se, o plano diretor deve estimular a compactação e a concentração de moradias

e estabelecimentos em áreas mais bem equipadas em termos de infra-estrutura.

Tal situação representaria uma economia para a coletividade e, do mesmo

modo, uma economia de recursos ambientais a serem instalados ou utilizados

(águas, rede de esgotos, combustível...). O plano diretor abriga, assim, duas

idéias fundamentais: a de que existem necessidades a serem supridas e a de

que os recursos para supri-las devem ser utilizados de forma racional.

            Um aspecto importante a ser ressaltado se refere ao monitoramento das

medidas previstas no plano diretor. Para que possuam efetividade, deve existir

um sistema de avaliação do desenvolvimento urbano que avalie a

compatibilidade entre o previsto no plano diretor e o realizado.

            Um belo exemplo de elaboração de plano diretor ocorreu no município de

Porto Alegre/RS aprovado no ano de 1999. Nesse plano diretor, reconhece-se

que a participação da comunidade é fundamental para o planejamento urbano e

que o respeito ao meio ambiente é pressuposto do desenvolvimento urbano:

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            Art. 1º A promoção do desenvolvimento no Município de Porto Alegre

tem como princípio o cumprimento das funções sociais da cidade e da

propriedade urbana, nos termos da Lei Orgânica, garantindo:

            I - a gestão democrática, participativa e descentralizada;

         II - a promoção da qualidade de vida e do ambiente, reduzindo as

desigualdades e a exclusão social.

            O plano diretor da capital gaúcha apresenta uma concepção moderna,

podendo servir de parâmetro à elaboração de outros planos diretores. São

definidos sete estratégias básicas de atuação:

          

  I - Estratégia de Estruturação Urbana:

            Integrando os diferentes lugares que constituem a cidade (bairros,

avenidas e ruas, praças e parques, morros e o Guaíba) ao valorizar os espaços

existentes e estimulando a criação de outros.

II - Estratégia de Mobilidade Urbana:

            Prevendo lugares onde as pessoas possam se divertir, passear, buscar

atendimento médico, comprar ou vender e aprender. Chamados de Espaços

Abertos, estes locais precisam estar espalhados pela cidade de uma maneira

que cada habitante chegue até eles, a partir de suas casas, com facilidade, seja

a pé ou de ônibus. Podem ser constituídos por áreas verdes (praças e parques),

ou por edificações, como um shopping, um teatro ou mesmo um estádio de

futebol.

III - Estratégia de Uso do Solo Privado

            Estabelecendo as regras para as novas construções; quanto ao uso e à

forma dos prédios e aos tipos de parcelamento (divisão de terra) que podem ser

feitos na cidade. Estão propostos, também, meios de controle do número

máximo de pessoas que podem morar ou trabalhar em cada zona da cidade

(densificação), sem que haja problemas às redes de infra-estrutura.

           

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Page 18: Trabalho RSMA

IV - Estratégia de Qualificação Ambiental:

            O termo ambiental, neste Plano, significa a cidade vista e analisada

como um conjunto único, onde convivem entre si diferentes tipos de cidade, com

características bem específicas. Assim, passa a tratar os aspectos culturais e

naturais como questões igualmente importantes, cujos espaços representativos

deverão ter sua ocupação e uso preservados para as futuras gerações. É

fundamental que se valorize o patrimônio cultural com o reconhecimento de

lugares importantes e se promova sua recuperação, quando necessário

(Mercado Público, por exemplo). Também é preciso identificar locais onde a

natureza deve ser protegida, bem como recuperar áreas que já sofreram

agressões. Também é necessário propor medidas integradas entre os órgãos

municipais quanto aos serviços de água, tratamento de esgoto sanitário e

drenagem de terrenos na cidade, e quanto ao controle da poluição e do

consumo de energia.

V - Estratégia de Produção da Cidade:

            Orientando as empresas e os proprietários de terra para contribuir para o

desenvolvimento urbano, reduzindo o desequilíbrio social, bem como

promovendo uma política para a construção de moradias de baixo custo. A

urbanização e regularização das vilas e loteamentos é o principal objetivo deste

programa para que mais pessoas passem a contar com os serviços que a

cidade oferece, como redes de água, esgoto, ruas pavimentadas e luz, além de

acesso à escola, postos de saúde, praças e telefones públicos. A regularização

ocorrerá, sempre que for possível, nos mesmos locais onde as pessoas se

encontram.

VI - Estratégia do Sistema de Planejamento:

            Dinamizando o Sistema Municipal de Gestão do Planejamento;

articulando políticas e ações, bem como acompanhando o desempenho urbano

de maneira que, quando forem identificadas mudanças necessárias, tanto pela

Prefeitura, como pela população, o Plano Diretor possa ser readequado.           

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Page 19: Trabalho RSMA

CONCLUSÃO

Todos os dias podemos ver exemplos ou novas atitudes sendo tomadas

em prol da sustentabilidade, da preservação ao meio ambiente, etc. Tivemos a

oportunidade de mostrar nesse trabalho algumas delas.

Devemos, todos nós, fazer algo novo para contribuir com a melhoria de

nossa própria qualidade de vida. Abandonar velhos hábitos e cultivar novos, afim

de nos re-educarmos, no que diz respeito ao nosso relacionamento com a

natureza.

A preocupação com o meio ambiente tem apresentado uma dinâmica

diferenciada nas organizações e nas nações nas quais estas se encontram. O

mercado não mais aceita o descaso no tratamento dos recursos naturais. Cada

dia mais estamos interessados em produtos limpos. A legislação tornou-se mais

rígidaobrigando as empresas Governantes a encarar com seriedade e

responsabilidade a variável ambiental.

A conscienização de que realmente existe um problema e que podemos

trabalhar para resolvê-lo, dia após dia, ano após ano, é uma longa jornada. Mas

acreditamos que seja algo possível, muitas empresas têm trabalhado seguindo

novos conceitos de produção e reutilização de seus recursos, e, ainda que

muitas empresas estejam mudando seus conceitos pela vantagem financeira,

todos nós somos beneficiados pela redução aos danos ao planeta. Percebemos

que falta divulgação das empresas que colaboram com o meio ambiente, e que

essa divulgação  seria de extrema importância, pois incentivariam as empresas

perceberem o quanto pode ser lucrativo, tanto para elas como para o bem

comum.

O tempo de mudar é hoje. Precisamos aprender a viver em harmonia,

respeitando o que o nosso planeta tem a nos oferecer.

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Page 20: Trabalho RSMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 – Sabesp - http://site.sabesp.com.br/site/Default.aspx

2 – Cetesb - http://www.cetesb.sp.gov.br/

1 – InfoEscola - http://www.infoescola.com/ecologia/planejamento-ambiental/

3 - Ambiente Brasil -

http://ambientes.ambientebrasil.com.br/saneamento/definicoes/saneamento_am

biental.html

4 – SEBRAE - http://www.ead.sebrae.com.br/hotsite/

5 - MEC - http://portal.mec.gov.br

6 – Abed - http://www.abed.org.br

7 – Biblioteca Universia - http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/38064207.html

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