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1 LISTA DE FIGURAS FIGURAS PÁGS. Capítulo 1: 1.1 Esquema de uma Planta de Turbina a Vapor ...............................................17 1.2 Máquina de Carnot .......................................................................................19 1.3 Ciclos infinitesimais de Carnot ......................................................................21 Capítulo 2: 2.1 Motor a Quatro Tempos ................................................................................29 2.2 Motor a Dois Tempos ....................................................................................31 Capítulo 3: 3.1 Turboalimentador ..........................................................................................33 3.2 Esquema de um sistema de turboalimentação .............................................34 Capítulo 4: 4.1 Combustão ....................................................................................................36 Capítulo 5: Ciclo Sabathé ............................................................................................................44

Trabalho Sabathe

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LISTA DE FIGURAS

FIGURAS PÁGS.

Capítulo 1:

1.1 Esquema de uma Planta de Turbina a Vapor ...............................................17

1.2 Máquina de Carnot .......................................................................................19

1.3 Ciclos infinitesimais de Carnot ......................................................................21

Capítulo 2:

2.1 Motor a Quatro Tempos ................................................................................29

2.2 Motor a Dois Tempos ....................................................................................31

Capítulo 3:

3.1 Turboalimentador ..........................................................................................33

3.2 Esquema de um sistema de turboalimentação .............................................34

Capítulo 4:

4.1 Combustão ....................................................................................................36

Capítulo 5:

Ciclo Sabathé ............................................................................................................44

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LISTA DE TABELAS

TABELAS PÁGS.

Anexos:

TABELA 1 – Coeficientes Polinomiais .......................................................................90

Capítulo 6:

6.1 Razão Ar-Combustível ..................................................................................55

6.2 Entrada do programa Sabathé ......................................................................56

6.3 Saída do programa Sabathé .........................................................................57

6.4 Entrada do programa Graph Maker ..............................................................58

6.5 Elementos Variantes estabelecidos no Graph Maker ...................................59

6.6 Elementos Calculados do Graph Maker .......................................................59

6.7 Relação entre Rendimento do Ciclo, Potência Efetiva e Pressão de

Combustão .........................................................................................................66

6.8 Relação entre Rendimento Térmico Indicado e Efetivo e Pressão de

Combustão .........................................................................................................67

6.9 Entrada do programa Graph Maker 2 ...........................................................69

6.10 Elementos Variantes estabelecidos no Graph Maker 2 ................................69

6.11 Relação entre Rendimento de Máquina Efetivo e Temperatura do Ar de

Lavagem .............................................................................................................71

6.12 Relação entre Potência do Compressor e Temperatura do ar de

Lavagem .............................................................................................................73

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICOS PÁGS.

1. Rendimento do Ciclo versus Pressão de Combustão ....................................65

2. Rendimento do Ciclo versus Potência Efetiva ................................................66

3. Rendimento Térmico Efetivo versus Pressão de Combustão ........................67

4. Rendimento Térmico Indicado versus Pressão de Combustão ......................68

5. Rendimento de Máquina Efetivo versus Temperatura do Ar de Lavagem .....71

6. Potência do Compressor versus Rotação ......................................................72

4

INTRODUÇÃO

Atualmente, o homem é um ser totalmente dependente de máquinas em sua

vida. Dia após dia, sua vida depende de um menor gasto de tempo em suas

funções, tanto no trabalho como em torno do berço familiar. Após as grandes

guerras, as máquinas evoluíram muito em favor da sociedade, o que, por um lado,

foi um benefício para a humanidade. Com isso, a engenharia evoluiu seus estudos

baseados no estudo da troca de calor, muito utilizado em vários tipos de maquinário,

o que proporcionou ao estudante de Engenharia e em especial do Curso de

Bacharelado em Ciências Náuticas com Habilitação em Máquinas da Escola de

Formação de Oficiais da Marinha Mercante a possibilidade de aprender fisicamente

estas variáveis. A esta ciência chamamos de termodinâmica.

Termodinâmica é uma disciplina considerada como uma das mais importantes

dos cursos de engenharia mecânica, naval, automotiva e Ciências Náuticas-

Máquinas; pois estuda os efeitos do fluxo de energia térmica sobre a matéria e/ou

espaço, bem como o funcionamento térmico dos motores e outras máquinas cujo

princípio de funcionamento é o fluxo de calor. Descreve transformações gasosas, os

possíveis efeitos da inserção de energia em um determinado sistema ou da retirada

de energia do mesmo.

Já no curso de formação de oficiais maquinistas da marinha mercante

(Ciências Náuticas - Máquinas), esta disciplina é a base para outras, que estudam

mais detalhadamente de maneira prática, o funcionamento de diversas máquinas.

Entre elas podemos citar as turbinas a gás e a vapor e os motores de combustão

interna.

Possibilita também ao aluno o entendimento geral do comportamento desses

equipamentos, bem como as transformações gasosas que acontecem no interior

deles.

Deste modo, este trabalho de pesquisa visa descrever o funcionamento de

máquinas de combustão interna, que maquinas térmicas em que a combustão

ocorre no interior delas mesmas, fazendo com parte da energia liberada pela queima

é transformada em trabalho mecânico.

Diante disto o objeto de estudo deste trabalho são os motores marítimos: dois

tempos, baixa rotação, ciclo teórico Sabathé e superalimentado.

Este tipo de motores é responsável por uma transformação de energia muito grande, o

5

consumo de combustível é muito alto em relação aos outros tipos de motores, pois a potência

requerida para movimentar um navio mercante cuja massa supera milhares de toneladas é

muito alta, sem mencionar as resistências que o ar e a água exercem sobre ele. Um motor

deste porte chega a consumir dezenas de toneladas de combustível por dia. Sendo assim, o

estudo mais detalhado das etapas que este tipo de motor executa para converter energia

química armazenada nas ligações covalentes do combustível fóssil rico em hidrocarbonetos

em energia mecânica que será conduzida pelos eixos até o propulsor que por uma força de

reação fará o navio se locomover é muito importante para a otimização de desempenho e

economia de combustível, afim da redução de custos de viagem e, conseqüentemente, do

frete.

Diante disto, o escopo deste trabalho possibilita algo mais além da compreensão de

tais processos, permite a base necessária para a possível otimização do funcionamento térmico

destas máquinas, ou seja, até que ponto deve-se criar máquinas mais robustas para melhorar

seus desempenhos.

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OBJETIVOS

O presente trabalho visa demonstrar o funcionamento teórico das máquinas

de combustão interna, através de cálculos termodinâmicos usando o software

MatLab da MathWorks®. O desempenho desse tipo de motores será estudado e

analisado sob diversas situações: razão de compressão variante, a influência do

sistema de arrefecimento, temperatura inicial do ar, razão ar-combustível, através de

gráficos, equações, tabelas e programas, dando ênfase aos motores marítimos

(motores de navios mercantes). Não levaremos em conta o material de que essas

máquinas foram construídas, nem a sua forma construtiva. As análises limitar-se-ão

somente do ponto de vista teórico, pois não é nossa pretensão estudar

detalhadamente as características funcionais da realidade prática.

Este trabalho está limitado ao estudo dos grandes motores marítimos, tendo

em vista que estes motores possuem grande importância para a movimentação de

cargas e passageiros pelo mundo inteiro, além de serem responsáveis por uma

transformação de energia muito grande e geração de um alto torque.

Serão utilizados os dados de um motor muito utilizado em navios mercantes

brasileiros, o 5L50MC da MEP/MAN B&W, como exemplo a fim de servirem como

base de dados dos programas mostrados neste trabalho.

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1. PRINCÍPIOS DE TERMODINÂMICA BÁSICA

Serão demonstrados nesta parte alguns dos princípios e conceitos básicos de

termodinâmica a fim de prover o embasamento necessário para a compreensão das

transformações gasosas que ocorrem no interior da câmara de combustão dos

motores de combustão interna. Objetivo desta parte limita-se ao básico, deixando a

aplicabilidade das equações demonstradas nesta parte a ser mostrada somente no

decorrer deste trabalho, durante a situação termodinâmica em que se estiver

estudando.

Entre os conceitos iniciais de termodinâmicas, abordaremos nesta parte:

Equação fundamental de estado

Primeira lei da termodinâmica

Energia interna

Entalpia

Segunda lei da termodinâmica

Ciclo de Carnot

Entropia

Misturas gasosas

Diagramas de energia interna

1.1. Equação Fundamental de Estado

É a equação fundamental para o estudo inicial da termodinâmica, pois

relaciona as três principais características de um gás: pressão, temperatura e

volume.

8

MOLPV M RT

Onde:

P: pressão (N/m2) M: massa molar

V: volume (m3) T: temperatura absoluta (K)

R: constante universal dos gases

(R = 0,285 KJ/Kg.K )

Obs: Nota-se que 1 kg-mol de um gás ocupa 22,41m3 em 1,0132x105 N/m2 (1

atm) e 273 K, ou seja, nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP´s).

1.2. Primeira Lei da Termodinâmica

“A primeira lei da termodinâmica estabelece que, durante qualquer ciclo

percorrido por um sistema, a integral cíclica do calor é proporcional á integral cíclica

do trabalho”.

WQJ

Q : Calor líquido

transferido durante o ciclo

W : trabalho líquido

durante o ciclo

J: fator de proporcionalidade.

Isto significa que para toda transformação na natureza existe um preço: a

energia. Esta é a entidade que se faz presente em todo o Universo, sem ela é

impossível qualquer transformação ou trabalho. Ela está imersa em todo o Universo,

concentrada em algumas regiões, rarefeita em outras, propagando-se em forma de

ondas ou condensada em forma de matéria, como provou Einstein com a sua

famosa equação: E=mc2. Desta forma, a energia é uma só, mas pode se apresentar

de diversas formas. Por ser algo indestrutível, está constantemente mudando de

forma. Exemplos de formas de como a energia pode se apresentar: mecânica,

9

luminosa, sonora, elétrica, térmica e etc.

Inevitavelmente, a primeira lei da termodinâmica rege todas a transformações

do Universo, determinando que a energia se conserve. Não diferentemente, esta

condição conservacionista, imposta pela primeira lei, será responsável por guiar todo

o estudo e análise do comportamento térmico dos motores e de outros

equipamentos que utilizam calor e transformações gasosas.

Em cálculos de ciclos e estudos de combustão, transferência de calor e fluxo

de gases, a primeira lei da termodinâmica é freqüentemente utilizada em sistemas

fechados e abertos.

1.2.1. Sistemas Fechados

Em sistemas fechados, a primeira lei é representada como:

dEdWdQ

dQ: quantidade de calor inserida no sistema

dW: trabalho realizado pelo

sistema

DE: Energia Interna

A equação acima exposta representa claramente que a variação da energia

líquida do sistema é igual à energia líquida transferida pela fronteira do sistema, na

forma de calor ou de trabalho. Isto se traduz certamente na conservação da energia.

Estes conceitos de energia e sua conservação são fundamental importância no

estudo da termodinâmica.

A energia interna, na verdade, depende da composição química do gás,

temperatura, movimento, posição do sistema, e está associada ao estado

termodinâmico do sistema. Desta forma não se pode encontrar valores absolutos

para a energia interna, pois já que esta depende das velocidades das partículas do

gás e de suas posições e é impossível, segundo o Principio da Incerteza de

Heisenberg, medir com precisão essas duas grandezas ao mesmo tempo. Desta

forma, caso deseja-se atribuir valores à energia interna, deve-se admitir estados de

10

referência e atribuir valores de energia interna a estes estados para poder fazer

comparações.

Mas quando se estuda máquinas de combustão interna, análise de ciclos

fechados, considera-se que a energia interna depende apenas da composição e da

temperatura do gás. Desta forma, escreve-se:

),( aTemperaturComposiçãofE

O trabalho realizado é relacionado com a pressão e com o volume no cilindro

como:

dVpdW .

Portanto a primeira lei pode ser escrita como:

dEdVpdQ .

Obs: A energia interna especifica (por unidade de massa ou molar) de um

sistema de composição química considerada constante depende apenas da

temperatura.

)( atemperaturfe

O calor específico a volume constante é definido como:

vT

eCv

Quando um sistema recebe ou perde energia, mas seu volume mantém-se

constante, a variação do trabalho será nula (dW=0). Desta forma, a primeira lei

poderá apresentar-se como:

CvdTdedq

Então:

dT

dqCv

11

Assim e é uma função da temperatura:

)( atemperaturfCv

A energia interna e o calor específico podem ser escritos de varias formas, a

forma mais apropriada usada nos cálculos dependerá da precisão requerida e faixa

de temperatura. A forma geral da energia interna é uma função polinomial de T:

e = a1T + a2T2 + ... + anT

n + e0

01

eTae in

ii

Onde ai são constantes.

Derivando-se e, encontra-se Cv.

Cv = b0 + b1T + b2T2 + ... + bnT

n

01

bTbC in

iiV

Onde bi são constantes.

Existem duas aproximações especiais usadas no estudo das máquinas de

combustão interna; conhecidas por gás com calor especifico constante e gás com

calor especifico variando linearmente com a temperatura.

Para um gás com calor especifico constante:

Cv = b0

Logo, a energia interna ficará:

e = a1T + e0

Para um gás com calor especifico variante linearmente com a

temperatura:

12

Cv = b0 + b1T

Logo, a energia interna ficará:

e = a1T +a2T2 e0

Para mudanças de estado sem mudanças da composição química, a

constante e0 pode ser eliminada, então a energia interna ficará: CvT.

Vale destacar que, quando em motores de combustão interna, as

transformações ocorrem em sistema fechado, já que os gases resultantes da

combustão agem no interior da câmara de combustão do cilindro atuando na cabeça

do pistão empurrando-o para baixo, expandindo a fronteira do sistema, e assim,

realizando trabalho.

1.2.2. Sistemas Abertos

Para o estudo de sistemas abertos, é necessário o conceito de entalpia:

Entalpia é uma propriedade termodinâmica que depende de outras duas pré-

existentes: a energia interna e a pressão.

Em sistemas abertos, a primeira lei é expressa como:

inooutoCV

ps HHt

EWWQ )()(

)(

Q : Fluxo de calor líquido

adicionado ao sistema.

sW : Potência para romper a

barreira do volume de controle

antes da variação volumétrica

responsável por pW

pW : Potência do

sistema na mudança de

volume.

t

E cv)(: taxa de variação

da energia interna

inoH )( : fluxo de entalpia sensível

adentrando no sistema

outoH )( : fluxo de

entalpia de sensível

deixando o sistema

13

É importante expressar a primeira lei em termos de fluxo já que existem

sistemas abertos que não estão em equilíbrio e o tempo é um fator importante para

sistemas em desequilíbrio.

Sabe-se que a entalpia e definida por:

pveh

Sendo assim, a entalpia é uma função de ponto, ou seja, de estado do

sistema. Depende apenas do estado do gás e não dos pontos vizinhos da possível

transformação que o gás possa estar sofrendo. Com base nisto, se a energia interna

(e) e o produto Pv são dependentes da temperatura, pode-se afirmar que a entalpia

é também uma função da temperatura.

Em uma expansão isobárica, a variação de entalpia do sistema será a

quantidade calor cedido ao sistema.

A entalpia estática pode ser definida por:

TCdTCh p

T

p0

Onde Cp é uma constante.

A entalpia estática não leva em consideração a energia cinética das

moléculas que provavelmente estejam cruzando a fronteira do sistema. Mas para tal,

existe a entalpia de sensível, que acumula para si a energia cinética de cada

molécula que atravessa a fronteira do sistema.

2

2

0

Chh

Onde C é a velocidade das moléculas cruzando a fronteira do volume de

controle.

Sendo assim, a taxa total de entalpia de sensível deixando o sistema é:

14

outoutout

O

outO

Ch

dt

dm

dt

dHH

2

2

Onde outdt

dm é o fluxo de massa deixando o sistema.

Da mesma forma, a taxa total de entalpia de sensível entrando no sistema é:

ininin

O

inO

Ch

dt

dm

dt

dHH

2

2

Onde indt

dm é o fluxo de massa entrando no sistema.

Substituindo, a primeira lei para sistemas abertos ficará:

t

meCh

dt

dmCh

dt

dm

dt

dVP

dt

dW

dt

dQ CV

ininoutout

S

22

22

A equação acima afirma que a energia total de um sistema aberto pode

perder ou ganhar energia trazida pelo o fluxo de massa que entra e/ou sai pela

fronteira do volume de controle, já que estes possuem uma certa entalpia de

sensível.

Retomando o conceito de que h=f(T), podemos escrever a entalpia como um

polinômio de T:

01

eTRTah MOLi

n

in

O calor específico à pressão constante é:

15

P

P T

hC

MOL

iiP RbTbC 0

Sabendo que ai e bi são coeficientes comuns para as funções e e h

Subtraindo CP de CV:

MOLVP RC-C

1.3. Segunda Lei da Termodinâmica

“A primeira lei da termodinâmica estabelece que, para um sistema que efetua

um ciclo, a integral cíclica do calor é igual a integral cíclica do trabalho. No entanto a

primeira lei não impõe nenhuma restrição quanto à direção do fluxo de calor e

trabalho. Um ciclo no qual uma determinada quantidade de calor é cedida pelo

sistema e uma quantidade equivalente de trabalho é recebida pelo sistema satisfaz a

primeira lei, da mesma maneira que um ciclo onde as trocas de calor e trabalho se

dão em sentido oposto. Todavia sabemos da experiência não ser suficiente que um

não viole a primeira lei para que ele ocorra. Esse tipo de evidencia experimental é

que levou à formulação da segunda lei da termodinâmica. Dessa forma, um ciclo

somente ocorrerá se a primeira e segunda leis da termodinâmica forem satisfeitas”.

“O principal significado da segunda lei envolve o fato de que determinados

processos ocorrem em determinada direção e não na oposta. Uma xícara de café

quente esfria em virtude da troca de calor com o meio, mas o meio não cederá calor

para a xícara de café quente. Um carro para subir uma colina consome gasolina,

mas descendo-a o nível de gasolina no tanque não voltará ao inicial. Observações

desse tipo, e diversas outras, são evidências da validez da segunda lei da

termodinâmica”1.

1 Wylen, Gordon J. Van & Sonntag, Richard E.: Fundamentos da Termodinâmica Clássica. P. 125.

16

Segundo Clausius, em 1850, a segunda lei pode ser facilmente descrita

como: “é impossível a troca natural de calor entre um corpo a uma dada temperatura

e outro corpo a uma temperatura mais elevada que a do primeiro ”.

Desta forma a segunda lei atua como uma seta do tempo. Indica o sentido

para qual um evento deve acontecer. Se não fosse por ela, e sim somente pela

primeira lei, um determinado evento que na prática é irreversível poderia ser

perfeitamente reversível. Conforme tal, no Universo não haveria uma certa

previsibilidade dos acontecimentos, o acaso poderia ser o fator determinante de

todos os eventos, gerando um caos cósmico como um evento que acontece e logo

após retrocede como era antes, sem haver uma certa continuidade temporal de

todos os eventos. Felizmente, a segunda lei está aqui para isto, determinar o que

pode ou não acontecer tornado os fatos de certa maneira previsíveis e outros

simplesmente utópicos.

Como para todos os outros eventos, para um motor térmico funcionar, devem

ser satisfeitas essas duas leis. Segundo Wylen & Sonnteg, “uma máquina térmica

pode ser definida como um dispositivo que, operando segundo um ciclo

termodinâmico, realiza um trabalho líquido positivo à custa da transferência de calor

de um corpo em temperatura elevada e para um corpo em temperatura baixa”. Um

motor de combustão interna, uma turbina a gás ou a vapor são exemplos de

máquinas térmicas. Desta forma inevitavelmente, existirão duas fontes de calor para

que haja a troca de calor entre elas: a fonte fria e a fonte quente. Na realidade a

fonte quente, que adiciona calor ao sistema, é a combustão no interior dos cilindros,

enquanto que a fonte fria representa o escape dos gases, retirando consigo calor do

sistema.

A primeira lei não impõe qual das fontes deve receber calor e qual deve

ceder. Determina apenas que a energia se converse. Mas a segunda lei determina

que fluxo de energia seja da fonte quente (corpo de temperatura mais elevado) para

a fonte fria (corpo de temperatura menos elevada), uma parte dessa energia é

desviada para a realização do trabalho desejado.

Sendo assim, sempre uma parte dessa energia ficará retida na fonte fria. Se o

objetivo de uma máquina é realizar um determinado trabalho, faz-se necessário que

17

a energia produzida para a fonte quente não seja totalmente enviada à fonte fria. Já

que é impossível evitar que a fonte fria fique sem receber energia, deve-se projetar

máquinas em que a fonte fria receba o menos possível. Eis aí o conceito de

rendimento de uma máquina térmica, que é a relação entre a energia gerada para

alimentar a fonte quente e o trabalho efetivamente realizado. O rendimento é de

maneira geral expresso como:

Q

W

Onde W é a potência efetiva (útil) da máquina e Q é a potência (fluxo de

energia) consumida pela máquina.

A figura 1.1 a seguir demonstra esquematicamente uma turbina que gera

trabalho utilizando a energia do vapor:

Figura 1.1

QL representa o calor recebido pela fonte fria e QH pela fonte quente. Como o

trabalho é a diferença entre QH e QL, o rendimento ficará como:

QQ

H

L1

Com base nesta exposição, a grande implicação da segunda lei na

construção de máquinas é “que é impossível construir uma máquina térmica real que

TRABALHO

QL

QH

GERADOR DE VAPOR

CONDENSADOR

TURBINA BOMBA

18

opere um ciclo que receba uma determinada quantidade de calor de um corpo em

alta temperatura e produza igual quantidade de trabalho” (afirmação de Kelvin &

Planck). Ou seja, não existe máquina nenhuma com rendimento de 100%. O que

resta é apenas pensar em ciclos práticos que tendam a maximizar o rendimento de

tal forma que a fonte fria receba a menor quantidade de calor possível, desviando a

maior quantidade possível de energia da fonte quente para a realização de trabalho.

1.3.1. Processos Reversíveis

Pode ser definido como um processo que ocorre de tal forma que, após sua

conclusão, o sistema e a suas redondezas podem ser restabelecidos iguais como no

estado inicial, sem que sejam produzidas quaisquer mudanças no resto do universo.

Qualquer processo que não satisfaça estas condições é chamado de irreversível.

Facilmente, é fácil perceber que todos os processos naturais são irreversíveis. Esta

natural irreversibilidade natural dos processos é conseqüência direta da segunda lei,

pois estão sempre contrariando uma ou mais das condições de reversibilidade que

são:

1. As condições para equilíbrio ou equilíbrio quase-estático.

2. Isenção de efeitos dissipativos.

Desta forma, se fosse possível construir uma máquina térmica que operasse,

na pratica, um ciclo termodinâmico com processos reversíveis, esta seria,

certamente, de eficiência superior.

1.3.2. Máquina térmica de Carnot

É uma máquina teórica que trabalha entre dois níveis de temperatura,

operando em um ciclo (Ciclo de Carnot) proporcionando o maior rendimento

possível. Este ciclo consiste nas seguintes transformações reversíveis:

1. Uma expansão isotérmica

2. Uma expansão adiabática

19

3. Uma compressão isotérmica

4. Uma compressão adiabática

Este ciclo apresenta as seguintes características:

O rendimento térmico independe da natureza do fluido de trabalho

O rendimento térmico só depende das temperaturas T1 e T2 das fontes

quente e fria, respectivamente.

O rendimento térmico é máximo entre T1 e T2.

A figura 1.2 mostra graficamente em etapas o funcionamento de uma

máquina de Carnot.

Figura 1.2

Na máquina térmica reversível de Carnot, a energia que é rejeitada da fonte

quente que não é convertida em trabalho é chamada de energia indisponível. O

trabalho do ciclo ideal reversível é chamado de energia disponível. Lembrando que o

rendimento é a relação entre a energia disponível (trabalho produzido) e a energia

20

total oriunda da fonte quente. Este também pode ser escrito em função das

temperaturas:

TT

TTT

1

2

2

21 1)(

Onde T2 é a temperatura da fonte quente e T1 da fonte fria.

Igualando, temos:

TQ

TQTT

QQ

H

L

H

L ou1

21

2

Isto quer dizer que a quantidade de calor rejeitado para a fonte fria é

fornecida a uma temperatura constante.

Considerando um ciclo onde um diferencial dQH é fornecido e um diferencial

dQL é rejeitado. Neste evento, considera-se que as quantidades de calor são

transferidas a temperatura constante não importando o tipo de processo envolvido.

Por isso escreve-se desta forma:

TQ

TQ

HLd

12

Em um ciclo real, a fonte fria é a atmosfera, sendo, portando, T2 a

temperatura da atmosfera. Desta forma o calor rejeitado QL dos motores não será

capaz de alterar a temperatura da atmosfera, por isso considera-se T2 constante.

Teremos, portando:

TQ

TQ

TTQ

TQ

HLLLd

constd

122

22

.

Assim, pode-se concluir que TQH

d1

é um número constante para um

dado processo de mudança entre dois estados, não importando como este ocorre,

independente a que temperatura T2 o calor QL é rejeitado. Este número representa o

que se chama de variação de entropia (representada pela letra S), que é uma

propriedade de estado de um gás, de uma substancia.

21

1 2

H LdQS

T

QT

Com base nisto, pode-se concluir que a entropia é a medida da energia

indisponível, aquela que deixou de converter-se em trabalho. Naturalmente, toda

transformação envolvendo fluxo de calor é irreversível, na qual o calor passa do

corpo de temperatura maior para o de temperatura menor, percebe-se que existe um

aumento da entropia. Isto significa que a energia indisponível aumenta. Ou seja, já

que a primeira lei determina que a energia se conserve, mas a segunda determina

que a entropia sempre aumente, ocorre um processo constante de degradação da

energia do Universo, diminuindo cada vez mais a energia disponível para ser usada

como trabalho.

1.3.3. Desigualdade de Clausius

Quando um sistema sofre um ciclo completo, a integral TQ /

ao redor do

ciclo é igual ou menor que zero.

Em um ciclo reversível operante entre T1 e T2, tem-se:

021 T

QTQ

LH

Ao dividir qualquer ciclo reversível em ciclos infinitesimais de Carnot (figura

1.3), encontra-se:

Figura 1.3

22

R T

Q0

Faz-se o mesmo para um ciclo irreversível, também entre T1 e T2, sabendo

que o rendimento de um ciclo irreversível é menor do que de um ciclo reversível

(RI), será encontrado o seguinte:

011211

2´´

TQ

TQ

TT

QQ

LH

H

L

Estendendo para integral de infinitesimais:

I T

Q0

Daí a desigualdade de Clausius:

0T

Q

Desta forma atribui-se R T

Q0

para processos reversíveis e I T

Q0

para

processos irreversíveis.

Para um processo reversível, a entropia especifica fica:

revT

dqds

Substituindo a primeira lei nesta equação, tem-se:

T

pdvdeds

Sabendo que: dTCde V , então:

P

dPC

V

dVCds

V

dVR

T

dTCdsou

T

dVp

T

dTCds VPMOL

VV

Em um processo isoentrópico tem-se ds=0 e .constPV V

P

C

C

Em aproximações praticas, considera-se que existam gases com calores

23

específicos constantes, daí atribui-se kCC VP

. Por isso:

.constPV K

Sabe-se que:

RCC MOLVP

Então:

RCRC MOLVMOLP Ke

K

K

1

1

1

A energia interna (e) e a entalpia (h) são funções da temperatura, desta forma

a segunda lei assume a seguinte forma:

P

dp

T

dhds RMOL

Pois:

dTdh CP

Integrando a segunda lei entre os limites p, T, s e p0, T0, S0 tem-se:

00

0

ln sP

p

T

dhs

T

T MOLR

O primeiro termo atribui-se:

T

T T

dhTs

0

)( .

Se p/P0 for declarado como pressão normalizada, onde P0 é a pressão

atmosférica (1 atm ou 1,01325 bar), e s0 for tido como nulo, a expressão ficará:

)ln()( PTss

24

1.4. Misturas Gasosas

Para abordar misturas gasosas, considera-se que são gases ideais os quais

obedecem as seguintes condições:

A mistura por completa sujeitar-se-á à equação de estado RTMPV MOL ,

onde M representa o números total de mols dos gases envolvidos na

mistura.

A pressão total é a soma de todas as pressões de cada gás da mistura

como se este ocupasse sozinho o volume total da mistura na mesma temperatura.

A energia interna, entropia e entalpia da mistura são, respectivamente,

as somas das energias internas, entropias e entalpias de cada gás da mistura como

se este ocupasse sozinho o volume total da mistura à mesma temperatura.

Tem-se uma mistura de dois gases (A e B) a uma temperatura T e volume V,

entende-se por fração molar a seguinte relação:

MMxM

Mx BB

AA

e

Onde M é o número total de mols (M=MA+MB).

Define-se pressão parcial como sendo:

i iP =x P

A energia interna e a entalpia da mistura são expressas como:

ii

ii

hxh

exe

Subtraindo encontra-se:

25

TReh

TRTRx

ehxeh

MOL

MOLMOLi

iii

Multiplicando a equação acima pelo número de mols da mistura (M),

encontra-se a entalpia da mistura:

TREH MOL

1.5. Energia Interna e Entalpia

Embora seja mais fácil estudar os ciclos usando calores específicos

constantes, o que foi mostrado anteriormente que não o são, neste estudo será

adotado calores específicos variantes, pois, desta forma, não se perde tanta

precisão necessária a este estudo que se fosse usado calores específicos

constantes. Mas para tal, existe um caminho menos complicado do que trabalhar

diretamente com calores específicos variantes, entalpia e energia interna.

Energia interna e entalpia são definidas da seguinte forma:

)(

)(

0

0

Thhh

Teee

Onde e0 e h0 são, respectivamente, a energia interna e entalpia do gás no

zero absoluto. Sabe-se que estes dados são iguais para um gás neste estado.

Será usada a entalpia especifica e a energia interna especifica na forma

numérica polinomial onde o índice i representa a espécie do gás. Assim:

Entalpia especifica:

26

5

1,

5

5,

4

4,

3

3,

2

2,1,

j

j

jiMOLi

iiiiiMOLi

TuRh

TuTuTuTuTuRh

T

T

Energia interna especifica:

TT

TTT

j

j

jiMOLi

MOLii

TuRe

Rhe5

1,

Onde ui,j (j=1 até 5) representa os coeficientes polinomiais da espécie de gás i

encontrados na TABELA 1 em anexo.

Sendo assim a entalpia especifica e a energia interna especifica são dadas da

seguinte forma:

eeehhh

iii

iii

T

T

0

0

)(

)(

Onde h0i e e0i representam, respectivamente, a entalpia e a energia interna

especificas no zero absoluto. São iguais, estão apresentados na TABELA 1 em

anexo na coluna ui,7.

Sendo MR o número de mols dos reagentes e MP o número de mols dos

produtos, a primeira lei expressa classicamente por:

dEdWdQ

Para uma combustão adiabática a volume constante, dQ=0 e dW=0.

0E-Eou 0dE RP

A energia interna dos produtos é igual a dos reagentes.

RiiRiiRRiiRR

PiiPiiPPiiPP

T

T

exexMexMEexexMexME

0

0

Separando:

27

TeMTE

eMETeMTE

eME

RRRR

RRR

PPPP

PPP

)(

)(

0

0

0

0

Como dito anteriormente são iguais as energias internas dos produtos e dos

reagentes.

eMeME

TeMeMTeMeMEE

RRPP

RRRRRPPPPP

RP

000

00

Substituindo as equações e igualando, encontra-se:

ETeMTeM RRRPPP 0

Esta expressão acima serve para encontrar a temperatura dos produtos (Tp)

se a temperatura dos reagentes (TR) for conhecida.

O termo E0, que significa calor de reação no zero absoluto pode ser obtido a

partir de uma reação a temperatura constante Ts em um calorímetro de volume

constante.

Um calorímetro de volume constante e imerso em um tanque de água em

uma temperatura TS. Apesar da combustão ser uma reação do tipo exotérmica, os

produtos, por estarem em um calorímetro imerso em água por todos os lados,

voltarão à temperatura dos reagentes (TS). O calor absorvido pela superfície

circundante de água é chamado de calor da reação (QVS). Aplicando a primeira lei

tem-se:

EEQ RPVS

dVedW 00

Logo, tem-se:

28

TeMeME

TeMeME

SRRRRR

SPPPPP

e

0

0

Substituindo todas as equações de energia, encontra-se a variação:

TeMTeMQE SRRSPPVS0

Sendo os valores típicos de QVS da combustão são fornecidos na TABELA 1.

Para casos gerais onde o volume varia e onde há perdas de calor, a primeira

lei poderá se apresentar na seguinte forma:

EEpdVdQ12

2

1

2

1

29

2. PRINCIPIOS DE FUNCIONAMENTO

Tendo em vista que os motores marítimos de grande porte são comumente de

dois tempos supercarregados, conforme já mencionado neste trabalho, será dada a

merecida ênfase ao principio de funcionamento dos motores de dois tempos,

explicando assim este principio maneira mais detalhada. Mas mesmo assim será

abordado o princípio de funcionamento dos motores de quatro tempos, como fator

de enriquecimento deste trabalho, pois já que não é improvável haver projetos de

motores marítimos para destinados à propulsão funcionando a quatro tempos.

2.1. Motores a Quatro Tempos

Figura 2.1

Esses motores são assim denominados porque necessitam de duas voltas na

arvore de manivelas para completar um ciclo. Cada tempo corresponde a 180 , isto

somente do ponto de vista teórico, isto é, desconsiderando os avanços de abertura e

fechamento de válvulas e de injeção.

30

2.1.1. Admissão

Ocorre quando o pistão desloca-se do PMS ao PMI, neste intervalo de tempo

a válvula de admissão está aberta permitindo a passagem de uma mistura ar-

combustível preparada previamente no carburador ou no sistema de injeção

eletrônica conforme o regime de funcionamento do motor, já no caso dos motores

Diesel, o fluido admitido nesta fase é somente o ar.

2.1.2. Compressão

No tempo da compressão, o pistão retorna ao PMS com as válvulas de

descarga e admissão fechadas, comprimindo o fluido admitido, aumentando a

pressão e conseqüentemente a temperatura do mesmo (compressão adiabática). No

final da compressão, ocorre o centelhamento para dar inicio à combustão, porem

nos motores Diesel não há necessidade dessa centelha, pois somente a alta

temperatura do ar comprimido é suficiente para o inicio da combustão, então nesses

motores o combustível é pulverizado pelo bico injetor na câmara de combustão.

2.1.3. Expansão:

Neste tempo, com as válvulas ainda fechadas, os gases resultantes da

combustão, que estão em alta pressão e temperatura, forçam a descida do pistão ao

PMI, imprimindo trabalho na árvore de manivela.

2.1.4. Escape:

Após a expansão dos gases resultantes da queima do combustível, é

necessário o processo de descarga desses gases para que se possa admitir

novamente para a próxima combustão. Esse tempo se dá quando o pistão desloca-

31

se para o PMS com a válvula de escape aberta, para que os gases saiam do interior

da câmara de combustão e passem para atmosfera. Ao final do escape e antes da

admissão, existe um pequeno intervalo de tempo onde as duas válvulas de

admissão e descarga ficam abertas simultaneamente para que o ar, ou a mistura ar-

combustível, expulsem totalmente os gases resultantes da queima. Esse pequeno

instante é conhecido por lavagem, daí o nome ar de lavagem.

2.2. Motores a Dois Tempos

Figura 2.2

Os motores de dois tempos necessitam apenas de uma volta da árvore de

manivelas para completar o ciclo, pois a cada curso de compressão corresponde a

um curso de expansão. Este fato é possível porque a admissão não é efetuada pelo

bombeamento do próprio cilindro, mas por um dispositivo auxiliar chamado de

bomba de ar de lavagem (Figura 2.2). Esses motores possuem janelas que são

descobertas pelo pistão quando este está próximo ao PMI.

2.2.1. 1o. Tempo

Ocorre a admissão do ar, o pistão libera a janela de entrada, de onde é

32

iniciada a compressão, o bico injetor pulveriza combustível e a mistura entra em

combustão.

2.2.2. 2°tempo

Nesse momento ocorre a expansão provocada pela ação exercida na cabeça

do pistão pelos gases provenientes da combustão que estão em alta pressão e

temperatura e logo após, quando o pistão atinge o PMI, a abertura da válvula de

descarga para a liberação desses gases, conforme figura 2.2. Ocorre também a

entrada do ar de lavagem, que tem por finalidade liberar possíveis resíduos sólidos

da combustão, bem como otimizar a liberação dos gases para a atmosfera. Esse

processo é conhecido como processo de lavagem.

2.2.3. Processo de lavagem

Este processo consiste em uma troca gasosa de substituição dos gases

resultantes da queima pela mistura .ar ou somente pelo ar no caso dos motores

Diesel. A lavagem dá-se de forma adiabática, ou seja, não havendo trocas de calor

entre os gases de descarga e o ar de lavagem. Este processo só é realizado quando

o pistão está nas proximidades do PMI, mantendo a janela de admissão aberta e a

pressão do ar de lavagem é maior que a pressão de descarga. Porém, observa-se

na prática que a troca gasosa não é perfeita, resultando em uma pequena parte dos

gases da combustão no interior do cilindro, bem como ocorre uma troca de calor

entre os gases e o ar de lavagem, deixando de ser uma troca perfeitamente

adiabática.

Observa-se também que o processo de lavagem só existe quando o motor é

supercarregado, já que nos motores de aspiração natural a expulsão dos gases de

dentro do cilindro só se dá com a subida do pistão em direção ao PMS.

33

3. SUPERALIMENTAÇÃO

Entende-se por superalimentação de um motor a colocação de um gás no

cilindro de um motor a uma pressão maior que a atmosférica. A superalimentação é

indispensável nos motores de dois tempos dotados de janelas, comumente os

motores marítimos.

Ela pode ser realizada pelos seguintes modos:

o Mediante compressores a pistão alternativos ou rotativos acionados

pelo próprio motor ou pelo motor auxiliar.

o Mediante compressão do próprio pistão motor do lado de sua haste ou

biela (chamado compressão no próprio cárter).

o Mediante turbocompressores acionados por turbinas a gás,

denominados turboalimentadores.

O modelo mais utilizado no meio marítimo é o de turboalimentação, que

consiste em uma turbina que aproveita a descarga dos gases quentes produzidos

pela combustão e um turbocompressor, montados em um mesmo eixo, como

demonstra a figura abaixo:

Figura 3.1

34

A potência da turbina deve ser de tal ordem que vença as perdas mecânicas

do grupo e forneça a potência necessária para o turbocompressor, elevando a

pressão do gás que alimentará o cilindro do motor.

Devido à dificuldade exercida pela turbina, o motor perde parte da potência,

tendo em vista o “estrangulamento” da saída dos gases. Porém, o ganho de

potência obtido pela superalimentação supera esta perda.

A superalimentação não visa aumentar o rendimento do motor, porém elevar

a relação potência-peso, ou seja, concentração de potência. Portanto, é um modelo

normalmente usado em motores Diesel e nos Otto (em casos especiais).

Este aumento de potência em motores Diesel de quatro tempos pode chegar

até 145% e em motores de dois tempos a 75% da potência nominal. Observando-se

o aumento da massa de ar que é enviada ao cilindro do motor, e observando-se a

fórmula do fluxo de massa que é PV mRT ; ao elevar a pressão da massa de ar a

volume constante, a massa de ar também aumenta. Ao refrigerar-se o gás após a

compressão, e T mantiver-se baixo, o efeito da pressão sobre a massa também é

diminuído.

A figura a baixo mostra um esquema de um sistema de turboalimentação:

Figura 3.2

Legenda:

1. Turbina 2. Compressor 3. Resfriador 4.

Cilindro

35

4. COMBUSTÃO

A combustão, ou queima, é um fenômeno químico de fundamental

importância para o estudo da termodinâmica. Sendo esta uma reação química muito

complexa com etapas e processos muitos deles ainda desconhecidos, a combustão

será estudada de certa forma superficial, interessando apenas para este estudo, os

elementos participantes desta reação, suas quantidades, concentrações, condições,

bem como as conseqüências geradas por esta reação.

Este fenômeno tão comum na natureza consiste basicamente do encontro do

oxigênio (O2), comburente, com uma outra substancia, que é chama de combustível

(Ex: carvão, madeira, álcool, hidrogênio, querosene, gasolina, etc), circundados por

condições adequadas para inicio e continuidade para tal reação. Deve haver, para o

inicio da combustão, uma temperatura adequada, chamada de temperatura de

ignição, esta temperatura caracteriza a presença de energia disponível suficiente

para a ativação que dará inicio da reação de combustão. Sendo assim, só há

combustão se estiverem presentes simultaneamente esses três elementos:

combustível, oxigênio (ar) e temperatura adequada.

Sabe-se, porem, que a combustão é uma rápida oxidação da substância

combustível, ocasionando uma considerável liberação de energia gerando grande

aumento na temperatura onde esta reação ocorre. Os produtos desta reação são

gases quentes (CO, CO2, SO2, etc), vapor de água, bem como cinzas constituídas

pelos produtos não queimados (fig.2.1).

Qualquer combustão pode ser completa ou incompleta. Na completa todo o

combustível é oxidado, ou seja, queimado, resultando apenas como produtos da

reação: H2O, SO2, CO2. A combustão incompleta apresenta produtos resultantes de

oxidação parcial, como, por exemplo, o CO. Isto é devido à presença insuficiente de

oxigênio na reação, ou ser suficiente, por falta de condições físicas ou químicas

suficientemente favoráveis à queima.

36

Figura 4.1

4.1. Combustíveis

Segundo Souza, Zulcy de, “denomina-se combustível qualquer corpo cuja

combinação com outro seja exotérmica”. Esta afirmação, de maneira geral define

bem o conceito de combustível, mas para este trabalho, cujo um dos objetos de

estudo é a combustão que ocorre nos motores de combustão interna, esta definição

limita-se em afirmar que combustível é uma substancia que reage com o oxigênio

presente no ar liberando grande quantidade de calor.

Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gases. Carvão mineral ou

vegetal, madeira, bagaço da cana são exemplos de combustíveis sólidos. Os

combustíveis gasosos são constituídos basicamente de hidrogênio (H2) ou

hidrocarbonetos leves, sendo estes últimos naturais ou artificiais.

Mas para este trabalho, limita-se o uso dos combustíveis líquidos do tipo óleo

Diesel e outros óleos combustíveis utilizados nos motores marítimos. Estes são

oriundos principalmente da refinação do petróleo, da destilação do xisto betuminoso

ou hidrogenação do carvão.

Os combustíveis, de maneira geral, são constituídos quimicamente por

hidrogênio e carbono, mas podem existir elementos químicos diversos, mas estes

outros elementos são considerados impurezas, podendo até causar algum efeito na

reação da queima ou após esta, mas para efeitos termodinâmicos podem ter seus

efeitos desconsiderados. Como, por exemplo, o enxofre, que é encontrado

comumente no petróleo, embora ele libere uma certa quantidade de calor na

queima, é um elemento indesejável, pois sua queima na presença de umidade forma

um poderoso ácido, o ácido sulfúrico (H2SO4), que ataca corroendo as paredes das

Cinzas

Gases

resultantes

Combustível

AR

Câmara

de Combustão

37

câmaras de combustão, entre outras partes metálicas do motor.

4.2. A reação da combustão (Lei da Conservação da Massa):

Como mencionado anteriormente, detalhes desta reação são muito

complexos e outros ainda desconhecidos pela ciência. No entanto, pode-se

representá-la através de uma simples equação química. Esta equação demonstra

uma substancia (combustível) reagindo com o oxigênio, o(s) produto(s) formado(s)

alem das proporções necessárias. Por isso, para a queima do hidrogênio, tem-se:

OHOH 222 22

Inicialmente, para o estudo destas reações, dever-se ter em mente Lei da

conservação da massa que diz que a massa total das substancias tanto no inicio

como após o termino da reação é a mesma.

Os índices dispostos à esquerda de cada fórmula molecular de cada

substancia são chamados de coeficientes estequiométricos e representam as

proporções entre elas (2:1:2). Sendo assim, pode-se dizer que:

2 kg de H2 reagem com 1 kg de O2 para formar 2 kg de H2O;

2 moléculas de H2 reagem com 1 molécula de O2 para formar 2

moléculas de H2O;

2 m3 de H2 reagem com 1 m3 de O2 para formar 2 m3 de H2O ou

2 mols de H2 reagem com 1 mol de O2 para formar 2 mols de H2O.

Sabe-se que o elemento químico Hidrogênio tem massa atômica 1, enquanto

que o Oxigênio tem 16. Assim, pode-se escrever a equação em termos de massa,

ficando da seguinte forma:

)18(23222

Ficando de acordo, portanto, com a lei da conservação da massa.

Sabe-se que o gás oxigênio para a queima é proveniente da atmosfera, então

se deve determinar a quantidade de ar necessária para tal combustão, deve-se,

38

primeiramente, tomar conhecimento da composição do ar:

Em volume:

21% de oxigênio;

79% de nitrogênio (é conveniente considerar que o argônio, vapor de

água, dióxido de carbono e outros gases inertes estão contidos nesta fração do

nitrogênio).

Em massa:

23,1% de oxigênio;

76,9% de nitrogênio.

Pelo fato do oxigênio ser proveniente da atmosfera, deve-se adicionar nas

equações químicas da combustão o nitrogênio e sua proporção em relação ao

oxigênio. Assim a equação da queima do hidrogênio ficará:

22222 2179221

792 NOHNOH

Entende-se por combustão estequiométrica, uma reação de combustão cuja

quantidade de oxigênio envolvida é somente a necessária, correspondendo assim à

quantidade teórica de ar. Sabe-se, também, que nesta combustão todos os

componentes do combustível são oxidados. Assim, denomina-se esta quantidade de

Quantidade Teórica de AR.

Na seção de anexos encontra-se um programa para o cálculo da razão Ar-

Combustível a partir de uma dada composição percentual em massa de cada

elemento do combustível, admitindo que o este é composto basicamente de

carbono, hidrogênio, enxofre e oxigênio.

Quando existe a falta de ar, a combustão ocorre de maneira incompleta.

Então, outros gases são formados. Entre eles, o CO (monóxido de carbono) é o mais

importante. Assim, se for suposto que todo H2 é oxidado em H2O, pois o hidrogênio

possui uma afinidade muito grande com o oxigênio. Logicamente, a energia liberada

39

por uma combustão incompleta é menor já que parte do combustível deixou de ser

queimado, sendo assim desperdiçado, sendo necessária uma quantidade de

combustível maior para gerar a potência requerida. No entanto, sabe-se que na

câmara de combustão, não se consegue ter uma mistura utilizando somente a

quantidade teórica de ar em que a sua combustão seja de forma completa. Desta

forma, na pratica, utiliza-se um percentual excedente de ar, para otimizar a

combustão, aumentando a probabilidade dela realizar-se de maneira completa,

aproveitando, assim, a energia disponível do combustível. Denomina-se o

coeficiente de excesso de ar como sendo a relação entre a quantidade real de ar

aspirada e a quantidade teórica de ar.

ArAr

teorico

real

Como já mencionado, as composições dos gases expelidos resultantes da

combustão informam se a combustão está ou não sendo realizada de maneira

completa. Esta composição pode ser obtida pelo método da Analise de Orsat, onde

os gases passam por um aparelho onde cada gás, de maneira seletiva, se liga a

uma substancia química diferente, a partir daí é encontrada cada a volumétrica de

cada gás da mistura. A umidade e as cinzas (carbono sólido) são encontradas

através de outros métodos.

4.3. A combustão e a Primeira Lei da Termodinâmica:

Anteriormente, foi estudado a combustão no que diz respeito à lei de

conservação da massa. Importante para determinar a quantidade de ar necessária

para queima-se determinada quantidade de combustível. Agora, com base na

primeira lei da termodinâmica, serão estudadas as quantidades de energias

liberadas durante a queima.

40

4.4. Poder Calorífico:

Em uma combustão deve-se conservar uma característica constante, que na

pratica é o volume ou a pressão. Não importa qual característica seja constante, a

energia calorífica liberada pela combustão é chamada de calor de combustão, sendo

a temperatura dos produtos, ao final do processo, devendo ser idêntica à dos

reagentes. Esta ultima condição é resultado do resfriamento dos produtos para que,

desta forma, a energia calorífica liberada seja a maior possível. Ao referir-se o calor

da combustão por unidade de massa, tem-se o poder calorífico.

4.4.1. Volume Constante:

Neste caso, o trabalho realizado será nulo, desta forma, a quantidade de calor

adicionada ao sistema será a variação da energia interna.

EEQ 1212

Pelo fato de que a reação de combustão é exotérmica, esta variação de

energia interna é negativa, mais o que interessa para o estudo do poder calorífico

dos combustíveis é simplesmente o modulo. Assim, tem-se o poder calorífico a

volume constante:

eeQ

qPC mV

VV 12

Onde m refere-se à massa do combustível.

41

4.4.2. Pressão Constante:

Já neste caso, obtém-se o poder calorífico como sendo a variação das

entalpias especificas:

hhQ

qPC mP

PP 12

Pode-se relacionar esses dois poderes caloríficos da seguinte forma:

pvpvepveeh qqqqVPVP

Como mencionado anteriormente, os produtos da reação devem ser

resfriados ate a temperatura dos reagentes e sendo a entalpia e a energia internas

funções de estado dependentes da temperatura, conclui-se que o poder calorífico é

uma propriedade do combustível e que, sendo a reação completa, não depende da

quantidade de ar em excesso, já que este não participa do cálculo de elementos da

reação de queima.

Um problema deve ser observado quando se pretende resfriar os produtos até

a temperatura dos reagentes. É que se a água, em forma de vapor, formada pela

combustão, for resfriada o suficientemente para se liquefazer, pode provocar sérios

danos por corrosão, decorrentes da formação do acido sulfúrico que é formado da

ligação da água com o dióxido de enxofre, outro produto da combustão, caso o

combustível apresente em sua composição o enxofre, ou ainda notáveis dificuldades

na sua exaustão, enquanto fase liquida. Desta forma, por conta desses problemas,

resfriam-se os produtos o suficiente para não se formar a fase liquida da água,

sendo exauridos da câmara de combustão gases contendo água em forma de vapor.

Desta forma, obtém-se o poder calorífico superior quando toda a massa de

água é resfriada até converter-se totalmente em liquido e inferior quando toda ela

ainda encontrar-se na forma de vapor. Sendo a diferença entre esses poderes

42

caloríficos justamente a entalpia de vaporização da água contida nesses gases.

Quando se possui a composição química elementar do combustível pode-se

determinar o seu poder calorífico de maneira aproximada atreves das seguintes

equações que foram extraídas da bibliografia nº. 9

Combustíveis sólidos e líquidos: sendo conhecida a sua composição

gravimétrica:

2 2 28100. 28700.( / 8) 2210. 600.iPC C H O S H O (Kcal/Kg)

A formula acima fornece bons resultados sólidos dando erro em torno de 2%.

Para líquidos a formula proposta por Mendelejeff que dá erros em torno

de 4%:

2 28100. 30000. 2600iPC C H S O (Kcal/Kg)

Para óleos combustíveis, pode ser aplicada a seguinte formula, que dá

o erro inferior a 2%:

7278 3111/SPC d (Kcal/Kg)

Onde d é a densidade do combustível a 15oC.

Combustíveis gasosos, sendo dada a composição volumétrica, pode-

se aplicar:

2 4 2 2 2 43050. 3070. 9500. 13950. 15000.SPC CO H CH C H C H (Kcal/m3)

43

5. O CICLO TEÓRICO SABATHÉ OU CICLO MISTO.

5.1. Introdução

Os ciclos teóricos, como o próprio nome já sugere, não são adotados de fato

em máquinas reais. Pois não são capazes de descrever nenhuma, no que diz

respeito ao funcionamento termodinâmico, dessas máquinas até então construídas

fielmente. Apesar disto, seu estudo é de suma importância, pois estes ciclos são, de

maneira razoável, boas aproximações do comportamento termodinâmico das

máquinas reais existentes.

Para se ter idéia disto, o rendimento de um ciclo teórico é maior que o de seu

ciclo prático correspondente. Mas esta diferencia é devido ao atrito, às dissipações

térmicas, à combustão incompleta, à irreversibilidade, etc.

Para que seja alcançado o objetivo deste trabalho, somente o ciclo Sabathé

ou, como também é comumente chamado de ciclo misto, já que este é atualmente o

mais empregado dentre os motores Diesel incluindo, assim, os motores marítimos.

Nestes motores a combustão é realizada pela pulverização do combustível na

câmara de combustão onde o ar já se encontra comprimido, portanto, em uma

temperatura adequada para o inicio espontâneo da reação, desta forma, esses

motores, diferentemente dos motores a gasolina ou a álcool, não necessitam da

vela, um dispositivo que libera a faísca elétrica para iniciar a queima no instante

desejado. Assim, os motores Diesel são devidamente chamados de motores a

compressão, enquanto que os motores que utilizam a gasolina ou o álcool, portanto

os que possuem vela, são conhecidos por motores a explosão.

A fim de estudar este ciclo bem como para qualquer outro ciclo teórico, devem

ser admitidas as seguintes considerações:

1. O fluido de trabalho empregado é o ar e este dever ser considerado

como um gás ideal. A sua equação de estado é Pv=RT, onde R vale 8.314

Pa.m3/K.mol, e seus calores específicos permanecem constantes embora a

temperatura possa variar. (CP=1,004 KJ/Kg K CV=0,717 KJ/Kg K)

44

2. Processos de admissão e exaustão são omitidos, sendo assim, uma

constante massa de ar é mantida durante todo o ciclo, desenvolvendo-se em um

sistema fechado.

3. Todas as transformações que constituem o ciclo são consideradas

reversíveis.

4. A energia é fornecida ao ciclo em forma de calor transmitido a partir de

uma fonte externa, substituindo a combustão. Para completar o ciclo, o calor

rejeitado é transmitido a uma fonte fria, as redondezas do sistema, que exerce a

função da exaustão, fazendo o sistema retornar às condições iniciais de temperatura

e pressão.

5. Não ocorrem transmissões de calor indesejáveis.

Embora o funcionamento térmico de uma máquina de combustão interna siga,

de maneira geral, os padrões encontrados em seu ciclo teórico, as diferenças na

realidade são bem notáveis. Sabe-se que o fluido de trabalho não pode ser o ar. Ar e

combustível, os reagentes da combustão, podem ser admitidos por entradas

diferentes e em tempos diferentes, como ocorre nos motores Diesel. A combustão é

a real fonte de calor do sistema. Após esta, o escape dos gases resultantes exercem

a função da fonte fria. Desta, forma tem-se, diferentemente do ciclo teórico, um

sistema aberto. As massas instantes antes da combustão e instantes depois dela

logicamente são constantes, mas, por se tratar de uma reação química, a natureza

do fluido de trabalho muda, mudando, conseqüentemente, os calores específicos.

Embora haja estas discrepâncias entre os ciclos práticos e os ciclos teóricos,

estes, através de simples métodos, são capazes de proverem boas análises de

aspecto qualitativo em detrimento do aspecto quantitativo exato.

5.2. Ciclo Sabathé

Neste importante ciclo, o calor é

fornecido ao sistema de duas maneiras

consecutivas: a primeira é

isometricamente e a segunda é Figura 5.1

45

isobaricamente. Desta forma, o ciclo é composto por cinco transformações gasosas:

1. Compressão adiabática (1-2)

2. Compressão isométrica (2-3)

3. Expansão isobárica (3-4)

4. Expansão adiabática (4-5)

5. Expansão isométrica (5-1)

Este ciclo representa hipoteticamente o funcionamento dos motores a

compressão modernos. Neste ciclo, a combustão (representada pela adição de calor

ao sistema) não se processa completamente a volume constante, pois o combustível

é injetado pouco antes que o pistão alcance o ponto morto superior (PMS). Nota-se

que quando o pistão começa a descer em direção ao ponto morto inferior (PMI), em

um tempo chamado de expansão, a combustão ainda permanece acontecendo, mas

neste instante ocorrendo isobaricamente, isto é devido a uma velocidade

conveniente que e imprimida no pistão enquanto que a parte final da combustão

ocorre, gerando assim uma transformação gasosa a pressão constante.

O ciclo Sabathé é o que mais se aproxima do real. Embora a combustão

possa ser controlada de certa forma, é difícil, até impossível nos motores, fazer com

esta ocorre de tal forma em que somente a pressão ou o volume mantenha-se

constante. Desta forma, durante a combustão essas duas características de estado

estão sempre variando juntas. Mas existem etapas nos ciclos práticos em que um

deles está variando bruscamente enquanto que o outro está variando, mas só que

lentamente, de tal forma que se assemelhe ao ciclo teórico, podendo assim dizer

que uma delas se mantém constante enquanto a outra está variando.

As equações a seguir foram retiradas da referencia bibliográfica número 2.

46

5.2.1. Cálculo do rendimento:

Para o cálculo de tal rendimento, faz-se necessário que sejam conhecidas as

temperaturas dos pontos importantes do ciclo.

A temperatura inicial e a pressão inicial são T1 e P1, respectivamente.

1. Na transformação 1-2, por ser adiabática, então, ao final desta

compressão, T2 é:

rTTV

VT

K

C

K

1

11

1

2

2

1

Onde a relação V1/V2=rc é conhecida como razão de compressão.

2. Em 2-3, o calor é transferido isometricamente, então a temperatura no

estado 3 será:

TPPT 2

2

33

A relação de pressões P3/P2 é conhecida pelo símbolo a, então:

TT

PP

2

3

2

3

Sendo assim, substituindo T2, obtém-se:

rTTK

C

1

13

A temperatura T3 pode ser expressa em função da relação entre as pressões

máximas e mínimas:

47

PPrP

1

3

Desta forma, T3 ficará da seguinte forma:

rrTTV

VPPTV

VPPT

C

P11

1

2

1

91

1

3

1

33

3. Em 3-4, o calor ainda é transferido ao sistema, mas agora isobaricamente.

A temperatura T4 é dada por:

TVVT 3

3

44

Sendo a relação entre os volumes V4/V3 representada pelo símbolo ß:

4

3

V

V

Já com a relação entre os volumes ß, pode-se achar uma equação para T4

em função de T1:

rTTK

C

1

14

Pode-se também definir T4 em função de rP, que é a relação de pressões:

rrTTV

VPPT

e

P11

1

4

1

44

Onde re representa relação final entre os volumes V4/V1, ou seja, representa a

taxa de expansão.

4. A temperatura final T5 é obtida de uma expansão adiabática a partir do

estado 4:

48

rTT

V

VT K

e

K

14

10

1

5

5

4

Se T4 for substituído:

rrTT K

e

P15

Sabe-se que é conveniente expressar T4 em função de a e ß. Mas se for

percebido que:

rr

VV

VV

VV

VV

e

C

2

1

1

4

2

4

3

4

Então substituindo re T4, após a simplificação, obtém-se o seguinte:

KTT 15

Pode-se chegar ao resumo esquemático das temperaturas nos importantes

pontos do ciclo:

1) T 1

2) rTTK

C

1

12

3) rrTrTT

C

PK

C 1

1

13

4) rrTrTT

e

PK

C 1

1

14

5) rrTTT K

e

PK

115

Após o conhecimento dos valores das temperaturas, torna-se necessário o

cálculo das quantidades de calor por unidade de massa que entram ou saem do

sistema.

49

1. O calor adicionado ao sistema durante as transformações 2-3

(isométrica) e 3-4 (isobárica) é dado por:

TTCTTCQ PVin 3423

ou

TT

TT

TTTCQ KK

Vin1

2

1

3

1

41

1

2. Substituindo pelas relações de temperaturas, tem-se:

111

1KrTCQ K

CVin

ou

rr

rrrr

rTCQC

P

e

PK

CC

PVin

K1

1

3. O calor que sai do sistema durante a transformação que ocorre entre

os pontos 5 e 1 é expresso como:

11

5115 T

TTCTTCQ VVout

Substituindo pelas relações de temperaturas, obtém-se:

11

K

Vout TCQ

ou

11

rrTCQ K

e

PVout

Neste momento tem-se, ate então, a quantidade de calor total adicionado ao

50

sistema, bem como a quantidade liquida de calor que foi rejeitada para a fonte fria.

Com estes dados, obtém-se o trabalho que é:

QQoutin

W

Enfim, chega-se à equação do rendimento:

QQ

QQQ

QW

in

out

in

outin

in

1

Substituindo Qin e Qout, encontra-se o rendimento do ciclo com a seguinte

forma:

11

111

1 K

K

K

Cr

ou

rr

rrrr

rrr

C

P

e

PK

CC

P

k

e

P

K1

11

1

5.3. Considerações sobre o Rendimento

Lembra-se, portanto, que esta formula do rendimento acima demonstrada é

referente ao ciclo teórico de ar. No entanto na pratica, vale ressaltar que a

demonstração do rendimento não é tão simples assim. O atrito e as perdas de calor

pelas paredes dos cilindros, as fronteiras do sistema, são os principais fatores que

dificultam este cálculo. Mas, deve-se também mencionar que o rendimento é mais

influenciado pela razão de expansão do que pela razão de compressão, já que a

expansão é o tempo de trabalho positivo do motor.

51

Um fator de grande importância que também é responsável pela divergência

entre o ciclo prático e o ciclo ideal de ar gás perfeito é a variação do calor especifico

do fluido de trabalho, principalmente quando este é executado pelos gases

resultantes da combustão, neste momento a variação do calor específico é bem

grande. Outro fator que influencia consideravelmente é a dissociação, quando, por

exemplo, devido às altas temperaturas o CO2 tende a se dissociar em CO e O2 e a

H2O em H2 e O2, absorvendo assim uma parte da energia, diminuindo a variação de

pressão e favorecendo a uma temperatura mais baixa do que a esperada durante a

adição do calor, reduzindo ainda mais o rendimento. A dissociação torna-se mais

acentuada quando a razão Ar-Combustível se aproxima da estequiométrica, ou seja,

da teórica. Uma certa aproximação pode ser usada a fim de reduzir as discrepâncias

entre os ciclos teóricos e práticos é o uso de calores específicos médio durante toda

a faixa de temperatura do ciclo.

Um outro fator já mencionado anteriormente, mas também de grande

importância é a perda de calor pelas paredes do cilindro do motor que ocorre logo

após o inicio, durante e termino do processo de combustão. Esta perda reduz a

quantidade liquida de calor adicionado ao sistema e é influenciada principalmente

pela condutibilidade térmica do material de que é construído o motor, bem como

sistema de arrefecimento. Pois este é responsável pela retirada de calor excessiva

do motor a fim de que este possa trabalhar em uma temperatura sem sofra o

processo de fundição. O sistema deve possuir um sistema de controle de

temperatura a fim de uma temperatura de operação, suportada pelo motor, seja

mantida para que o motor não sofra danos, garantindo o seu seguro funcionamento,

nem que seja retirado excessivamente calor, mantendo uma temperatura abaixo da

necessária diminuindo ainda mais o rendimento da máquina. Desta forma, conclui-se

que o sistema de arrefecimento é importante para a manutenção da integridade

física e funcional do motor, mas por outro lado, responsável por grande parte da

diminuição (pode chegar a 20%) da potência efetiva da máquina.

A última transformação que completa o ciclo consiste em uma simples

rejeição de calor a fim de que as condições de estado (temperatura, pressão e

volume) retornem aos valores iniciais. Mas na máquina real, esta transformação é

executada, de maneira imperfeita, por um processo de troca gasosa, que é

responsável também pela diminuição da saída de potência da máquina. Já nos

52

motores a quatro tempos ainda existem os tempos de exaustão e admissão, que são

dois tempos onde a saída de trabalho é negativa, como em uma bomba. Perda de

eficiência por conta das trocas gasosas não são tão grandes, mas são importantes e

essenciais para o fechamento do ciclo e para admissão da quantidade de oxigênio

necessária para a próxima combustão.

Para um estudo mais sistemático da performance das máquinas, existem

vários tipos de rendimentos.

5.4.1. Rendimento Mecânico

É a relação entre a potência efetiva e a potência indicada do motor: A

potência indicada é a resultante das forças dos gases aquecidos da combustão

exercidas sobre a cabeça do pistão. A potência efetiva é obtida da resultante das

forças efetuadas a partir da cabeça do pistão até a árvore de manivelas,

observando-se as forças de atrito entre as peças metálicas do motor.

mec

BHP

IHP

5.4.2. Rendimento do Ciclo

É a relação entre a diferença do calor cedido pela fonte quente e o calor

recebido pela fonte fria e calor da fonte quente:

q f

q

Q Q

Q

Obs.: O calor da fonte quente corresponde na prática o calor gerado na

combustão. E o calor da fonte fria corresponde ao calor dissipado pelo arrefecimento

do motor e pela descarga dos gases.

53

5.4.3. Rendimento Térmico Indicado

É a relação entre a potência indicada do motor e a potência total, que é o

produto entre o poder calorífico do combustível e a sua massa, ou seja, a energia

liberada durante a combustão num dado intervalo de tempo.

titotal

IHP

P

5.4.4. Rendimento Térmico Efetivo

É a relação entre a potência efetiva e a potência total do motor:

tetotal

BHP

P

5.4.5. Rendimento de Máquina Indicado

É a relação entre o rendimento térmico indicado ( ti) e o rendimento do ciclo

do motor( ):

timaqi

54

5.4.6. Rendimento de Máquina Efetivo

É a relação entre o rendimento térmico efetivo e o rendimento do ciclo:

temaqe

55

6. MODELAGEM COMPUTACIONAL

Os códigos fonte dos programas descritos a seguir estão escritos na seção de

anexo.

6.1. Cálculo da Razão Ar-Combustível

Para se calcular a razão Ar-Combustível (AC) real é necessário calcular a

razão Ar-Combustível teórica antes, já que existe um percentual de excesso de ar na

mistura para que seja a combustão mais eficiente. Portanto para este cálculo faz-se

necessário alem do conhecimento do percentual de carbono e hidrogênio

(considerando o combustível um hidrocarboneto puro) e seus números de massa, a

concentração de oxigênio no ar em massa e em volume. Existem vários fatores, que

não fazem parte deste estudo, que influenciam na determinação do valor do

coeficiente de excesso de ar ( ).

O programa combustão em anexo demonstra como é calculada a razão Ar-

Combustível teórica. Para exemplificar o uso deste programa, tem-se, abaixo uma

tabela com as percentagens em massa de carbono e hidrogênio de combustíveis

hipotéticos e suas respectivas razões Ar-Combustível teóricas:

C(%) H2(%) ACst

78 19 15,6521739130435

80 20 16,231884057971

75 24 17,0434782608696

77 22 16,5797101449275

Tabela 6.1

56

6.2. Ciclo Sabathé para o Motor 5L50MC da MEP/MAN B&W

O programa Sabathé é um programa em que a sua entrada são os dados

básicos do motor e sua saída são os estados termodinâmicos em cada ponto do

ciclo (vide figura 5.1), bem como a energia liberada pela combustão e os

rendimentos desempenhados pela máquina.

6.2.1. Dados de Entrada

ENTRADA

Diâmetro do Cilindro [m] 0.5

Curso [m] 1.62

Rotação [rpm] 141

Número de Cilindros 5

Pressão do ar de lavagem [bar] 2

Pressão Atmosférica [bar] 1

Temperatura do ar de lavagem ºC 50

Razão de Compressão 17

Calor Específico do ar a pressão constante [KJ/Kg ºC] 1.004

Calor Específico do ar a volume constante [KJ/Kg ºC] 0.717

Constante Especifica do Ar (R) [KJ/Kg] 0.285

Consumo Específico Real Indicado do Motor [Kg/KW.h]

0.175

Potencia Efetiva do Motor [KW] 6050

Rendimento Mecânico [%] 90

Pressão de Combustão do Motor [bar] 120

Tabela 6.2

6.2.2. Dados de Saída

Admitindo que na saída da turbina tem-se gases a 350 ºC e a 1,2 bar, bem

como volume está expresso como fluxo [m3/s] de ar pelos cilindros, logo se tem o

seguinte como dados de saída do programa:

57

SAÍDA

Cilindrada [m3] 1.59043128087983

Volume inicial (início da Compressão) [m3/s] 3.97110810444683

Volume final (fim da Compressão) [m3/s] 0.233594594379225

Pressão após a Compressão [bar] 105.598679054323

Temperatura após a Compressão [ºC] 731.324993103326

Temperatura após a Combustão a volume constante [ºC] 868.292677632841

Temperatura após a Combustão a pressão constante [ºC] 1553.06828421255

Volume após a Combustão a pressão constante [m3/s] 0.373751351006761

Pressão após a Expansão [bar] 4.38854677725912

Temperatura após a Expansão [ºC] 435.883563139504

Fluxo de massa de ar [Kg/s] 8.62768584964822

Calor doado pela Fonte Quente (Combustão) a Volume Constante [KJ/s]

847.28904818453

Calor doado pela Fonte Quente (Combustão) a Pressão Constante [KJ/s]

5931.66092631628

Calor rejeitado à Fonte Fria (gases de descarga, arrefecimento, etc) [KJ/s]

2387.09530679165

Potência do Compressor [KW] 435.34284051383

Potência da Turbina [KW] 435.34284051383

Temperatura dos gases na entrada da Turbina [ºC] 400.257788060742

Pressão dos gases na entrada na Turbina [bar] 1.57437408860201

Potência indicada máxima do ciclo [KW] 4550.93292711764

Potência Total [KW] 13953.2793209877

Consumo de Combustível [Kg/h] 1176.38888888889

Consumo de Combustível Diário [Ton/dia] 28.2333333333333

Rendimento do Ciclo [%] 67.1333015324805

Rendimento Térmico Efetivo [%] 43.3589829374373

Rendimento Térmico Indicado [%] 48.1766477082636

Rendimento de Máquina Efetivo [%] 64.5864004118124

Rendimento de Máquina Indicado [%] 71.762667124236

Tabela 6.3

58

6.3. Programa Graph Maker

O programa Graph Maker é uma derivação do anterior, Sabathé, a diferença

está basicamente na implementação de loopings que proporcionam a variação de

alguns parâmetros a fim de que sejam gerados alguns gráficos. É possível

acompanhar a variação dessas grandezas. Nesta versão a quantidade de interações

está limita em 9 (nove), esta limitação evita o aparecimento de valores

extravagantes, ou seja, valores fora das limitações práticas como por exemplo

pressões de combustão elevadíssimas ou rotações baixas em demasiado.

6.3.1. Dados de entrada

ENTRADA

Diâmetro do Cilindro [m] 0.5

Curso [m] 1.62

Rotação RPM 141

Numero de Cilindros 5

Razão de Compressão 17

Rendimento Mecânico 0.9

Poder Calorífico do Combustível [KJ/Kg]

42700

Temperatura do Ar de Lavagem [ºC] 50

Pressão do Ar de Lavagem [bar] 2

Tabela 6.4

Observa-se que no programa Graph Maker, da mesma forma que no

programa Sabathé, existem alguns parâmetros que já são fixados a fim de facilitar e

reduzir a quantidade de dados introduzidos pelo usuário em tempo de execução.

59

6.3.2. Elementos Variantes Adotados

Para que os gráficos possam ser plotados, faz-se necessário a criação de

matrizes de unidimensional contendo grandezas variando em um intervalo fechado

em tempo de programação. Os mesmos são descritos na tabela abaixo

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Potência Efetiva [KW]

2420

3025

3630

4235

4840

5445

6050

6655

7260

Consumo Específico Real Indicado [Kg/KW.h]

0.163

0.165

0.167

0.169

0.171

0.173

0.175

0.177

0.179

Pressão de Combustão [bar]

110 115 120 125 130 135 140 145 150

Tabela 6.5

6.3.3. Elementos Variantes Calculados

Durante sua execução, o programa cria outras matrizes unidimensionais que

são resultantes das interações entre os dados de entrada e os já fixados no

programa, inclusive os elementos variantes adotados.

Utilizando os dados de entrada da seção 6.3.1, são calculados os dados

mostrados na tabela abaixo (6.6) como saída:

Temperatura após a Compressão [ºC]

731.324993103326

Temperatura após a Combustão a Volume Constante [ºC]

1 773.184954496771

2 820.738816064806

3 868.292677632841

4 915.846539200876

60

5 963.400400768911

6 1010.95426233695

7 1058.50812390498

8 1106.06198547302

9 1153.61584704105

Temperatura após a Combustão a Pressão Constante [ºC]

1 1400.89592719483

2 1476.98210570369

3 1553.06828421255

4 1629.1544627214

5 1705.24064123026

6 1781.32681973911

7 1857.41299824797

8 1933.49917675683

9 2009.58535526568

Pressão após a Expansão [bar]

1 4.02283454582086

2 4.20569066153999

3 4.38854677725912

4 4.57140289297825

5 4.75425900869738

6 4.93711512441651

7 5.11997124013564

8 5.30282735585477

9 5.4856834715739

Temperatura após a Expansão [ºC]

1 376.809932877879

2 406.346748008692

3 435.883563139504

4 465.420378270317

5 494.957193401129

6 524.494008531942

7 554.030823662755

8 583.567638793568

61

9 613.10445392438

Pressão dos gases na entrada na Turbina [bar]

1.57437408860201

Calor doado pela fonte quente (Combustão) a Volume Constante [KJ/s]

1 258.947845748609

2 553.118446966569

3 847.28904818453

4 1141.45964940249

5 1435.63025062045

6 1729.80085183841

7 2023.97145305637

8 2318.14205427433

9 2612.31265549229

Calor doado pela fonte quente (Combustão) a Pressão Constante [KJ/s]

1 5437.35584912326

2 5684.50838771977

3 5931.66092631628

4 6178.81346491279

5 6425.9660035093

6 6673.11854210582

7 6920.27108070233

8 7167.42361929884

9 7414.57615789535

Calor rejeitado à Fonte Fria (gases de descarga, arrefecimento, etc) [KJ/s]

1 2021.66283175852

2 2204.37906927509

3 2387.09530679165

4 2569.81154430822

5 2752.52778182478

6 2935.24401934134

7 3117.96025685791

8 3300.67649437447

62

9 3483.39273189104

Potência do Turbo-Compressor [KW]

435.34284051383

Potência indicada máxima do ciclo [KW]

1 3833.71912252182

2 4192.32602481973

3 4550.93292711764

4 4909.53982941554

5 5268.14673171345

6 5626.75363401136

7 5985.36053630927

8 6343.96743860717

9 6702.57434090508

Consumo de Combustível [Kg/h]

1 438.288888888889

2 554.583333333333

3 673.566666666667

4 795.238888888889

5 919.6

6 1046.65

7 1176.38888888889

8 1308.81666666667

9 1443.93333333333

Consumo de Combustível Diário [Ton/dia]

1 10.5189333333333

2 13.31

3 16.1656

4 19.0857333333333

5 22.0704

6 25.1196

7 28.2333333333333

8 31.4116

9 34.6544

63

Potência Total [KW]

1 5198.59320987654

2 6577.97453703704

3 7989.24907407407

4 9432.41682098766

5 10907.4777777778

6 12414.4319444444

7 13953.2793209877

8 15524.0199074074

9 17126.6537037037

Rendimento do Ciclo [%]

1 67.3018737742714

2 67.2102730081086

3 67.1333015324805

4 67.0677139055729

5 67.0111585665069

6 66.9618899125276

7 66.9185849301204

8 66.8802226132017

9 66.8460024405176

Rendimento Térmico Efetivo [%]

1 46.5510553009296

2 45.9868000851607

3 45.4360599643804

4 44.8983551127309

5 44.3732281523481

6 43.8602428557892

7 43.3589829374373

8 42.8690509268448

9 66.8460024405176

Rendimento Térmico Indicado [%]

1 51.7233947788106

2 51.0964445390675

3 50.4845110715337

64

4 49.8870612363677

5 49.3035868359423

6 48.7336031730991

7 48.1766477082636

8 47.6322788076053

9 47.1000745751181

Rendimento de Máquina Efetivo [%]

1 69.1675471875575

2 68.4222783615425

3 67.6803597129771

4 66.9448121877912

5 66.2176704620153

6 65.5003060891558

7 64.7936339100935

8 64.098247960052

9 63.4145133141309

Rendimento de Máquina Indicado [%]

1 76.8528302083972

2 76.0247537350472

3 75.2003996810857

4 74.3831246531013

5 73.5751894022393

6 72.7781178768398

7 71.9929265667706

8 71.2202755111689

9 70.4605703490343

Tabela 6.6

65

6.3.4. Gráficos

No programa Graph Maker, estão implementadas funções geradoras de

gráficos com o intuito de comparar a variação de grandezas.

Observação IMPORTANTE:

Os eixos dos gráficos estão fixados para os dados de entrada a seguir. Caso

estes sejam alterados no tempo de execução, é provável que a curva do gráfico não

seja exibida, portanto os limites dos eixos cartesianos também devem ser

novamente ajustados, vide parâmetro do comando 'axis'.

A seguir são mostrados os gráficos e o que eles expressam em termos

práticos.

6.3.4.1. Rendimento do Ciclo em Função da Pressão de Combustão

Gráfico 1

66

Pressão de Combustão

[bar]

Rendimento do Ciclo [%]

Potência Efetiva [KW]

1

110 67.3018737742714

2420

2

115 67.2102730081086

3025

3

120 67.1333015324805

3630

4

125 67.0677139055729

4235

5

130 67.0111585665069

4840

6

135 66.9618899125276

5445

7

140 66.9185849301204

6050

8

145 66.8802226132017

6655

9

150 66.8460024405176

7260

Tabela 6.7

O gráfico 1 mostra que com o aumento da pressão de combustão (pressão

máxima do ciclo Sabathé) o rendimento do ciclo cai tendendo a se estabilizar em um

valor próximo a 66,8 %. Mesmo assim, o aumento constante da pressão de

combustão provoca o aumento de potência compensando neste caso a perda de

rendimento como é mostrado no gráfico 2:

Gráfico 2

67

6.3.4.2. Rendimento Térmico Efetivo e Indicado em Função da Pressão

de Combustão

Observa-se que, com o aumento linear da pressão de combustão, o

rendimento térmico efetivo e o indicado caem de uma forma também quase linear. É

mais fácil perceber na tabela 6.8 que com a variação de 10 bar na pressão de

combustão, observa-se uma variação de aproximadamente 1% em cada rendimento.

Rendimento Térmico Indicado

[%]

Rendimento Térmico Efetivo

[%]

Pressão de Combustão

[bar]

1

51.7233947788106

46.5510553009296

110

2

51.0964445390675

45.9868000851607

115

3

50.4845110715337

45.4360599643804

120

4

49.8870612363677

44.8983551127309

125

5

49.3035868359423

44.3732281523481

130

6

48.7336031730991

43.8602428557892

135

7

48.1766477082636

43.3589829374373

140

8

47.6322788076053

42.8690509268448

145

9

47.1000745751181

42.3900671176063

150

Tabela 6.8

Gráfico 3

68

Gráfico 4

6.4. Programa Graph Maker 2

O programa Graph Maker 2 é uma variação de sua versão anterior, tendo

como objetivo gerar outros tipos de gráficos. O diferencial principal é que a rotação e

a temperatura do ar de lavagem variam. Os gráficos e tabelas e suas implicações

estão descritas nas subseções seguintes.

É importante salientar que em função da variação da rotação e da

temperatura do ar de lavagem, algumas grandezas como rendimento do ciclo variam

diferentemente da variação presente na versão anterior do programa. Portanto serão

mostradas as novas implementações desta nova versão.

Grande parte dos dados calculados nesta versão foram omitidos, excetos

aqueles necessários para a criação dos gráficos. Esta omissão se deve ao fato de

que sua forma de calcular é idêntica à da versão anterior.

69

6.4.1. Dados de entrada

ENTRADA

Diâmetro do Cilindro [m] 0.5

Curso [m] 1.62

Numero de Cilindros 5

Razão de Compressão 17

Rendimento Mecânico [%] 90

Poder Calorífico do Combustível [KJ/Kg]

42700

Pressão do Ar de Lavagem [bar] 2

Tabela 6.9

6.4.2. Elementos Variantes Adotados

Tal como na versão anterior esta versão também possui elementos variantes

determinados no inicio e em tempo de programação. A saber:

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Potência Efetiva [KW]

2420

3025

3630

4235

4840

5445

6050

6655

7260

Consumo Específico Real Indicado [Kg/KW.h]

0.163

0.165

0.167

0.169

0.171

0.173

0.175

0.177

0.179

Pressão de Combustão [bar]

110 115 120 125 130 135 140 145 150

Rotação [rpm]

105 110 115 120 125 130 135 140 145

70

Temperatura do Ar de Lavagem [ºC]

36 38 40 42 44 46 48 50 52

Tabela 6.10

6.4.3. Gráficos

Nesta versão, são criados gráficos diferentes com o objetivo demonstrar

situações diferentes.

6.4.3.1. Rendimento de Máquina Efetivo em Função da Temperatura do

Ar de Lavagem

Observa-se que o rendimento de máquina efetivo cai com o aumento da

temperatura do ar de lavagem. Esta diminuição deve-se ao fato de que o ar

aquecido apresenta as moléculas muito dispersas, influenciando na quantidade de

combustível injetado no cilindro no motor. Quando o ar sai do compressor, este sai

aquecido, eis o motivo pelo qual todos os motores superalimentados necessitam de

um resfriador na saída do compressor, situado no caixão do ar de lavagem.

Quando se resfria o ar, as moléculas ficam mais juntas, dessa forma pode-se

injetar mais combustível havendo uma combustão mais eficiente e mais poderosa.

Um detalhe que se deve observar por ocasião do resfriamento do ar é que existe um

limite de temperatura. Pois essa temperatura for demasiadamente baixa, poderá

haver condensação de água. Isso é extremamente prejudicial para o motor, pois

essa água no estado líquido juntar-se-á com o enxofre presente no combustível

como impureza formando o ácido sulfúrico, como dito anteriormente, que causa

corrosão nas partes internas dos cilindros do motor. Por isso, no caixão do ar de

lavagem existe uma válvula de dreno para extração deste condensado.

71

Gráfico 5

Rendimento de Máquina Efetivo [%]

Temperatura do Ar de Lavagem

[ºC]

1 69.0480163457023 36

2 68.3295085585074 38

3 67.6098526248648 40

4 66.8930509702247 42

5 66.1818560655806 44

6 65.4781764174896 46

7 64.7833364465563 48

8 64.098247960052 50

9 63.4235262828222 52

Tabela 6.11

72

6.4.3.2. Potência do Compressor em Função da Rotação:

Observa-se no gráfico 6 que existe uma relação linear entre potência do

compressor e rotação, quando esta variar lentamente. Se a rotação aumenta, por um

aumento de injeção de combustível ou por uma redução de carga, o fluxo de gases

saindo dos cilindros do motor aumenta impulsionando mais a turbina e, por

conseqüência, o compressor, este deverá atender a demanda de ar para aquela

rotação. Mas se houver um aumento brusco de rotação, o aumento da potencia do

compressor não será instantânea na mesma proporção, pois existe um atraso até

que os gases atinjam a admissão da turbina a uma pressão adequada para o

aumento da rotação da turbina, fazendo com que a curva não seja linear. Esse

atraso chama-se tempo do de resposta.

Por outro lado se houver uma diminuição na rotação, a escassez de gases na

entrada de turbina não fornecerá energia para comprimir todo o ar antes da redução.

Caso esta redução seja brusca, haverá uma carga excessiva de ar dentro do

impelidor do compressor. Neste instante, esforços prejudiciais atuarão na arvore do

turbocompressor. Um som muito com grande intensidade e curta duração é gerado

após um pequeno instante a redução, devido a esse acúmulo de carga (ar) no

impelidor no do compressor. Esse som chama-se, comumente na praça-de-

máquinas, de surto.

Gráfico 6

73

Potência do

Compressor [KW]

Temperatura do Ar de Lavagem

[ºC]

1 324.191476978384 105

2 339.629166358307 110

3 355.06685573823 115

4 370.504545118153 120

5 385.942234498076 125

6 401.379923877999 130

7 416.817613257923 135

8 432.255302637846 140

9 447.692992017769 145

Tabela 6.12

74

CONCLUSÃO

O estudo termodinâmico de uma máquina ajuda a compreender

detalhadamente seu funcionamento. Em alguns aspectos, ajuda também a conhecer

seus limites, até onde se deve tentar melhorar-la. Por exemplo, até que ponto

compensa aumentar a razão de compressão ou a pressão de combustão. Os

cálculos térmicos no projeto não são os únicos fatores determinantes, porém são

dotados de bastante importância no mesmo.

Os estudo da combustão é importante para o refinamento do projeto das

máquinas, pois ajuda a evitar o desperdiço de energia e, conseqüentemente, de

combustível, que a bordo dos navios mercantes, este representa a maior despesa

para o armador.

O ciclo Sabathé ou ciclo misto é um ciclo teórico, porém é o ciclo que mais se

aproxima do ciclo prático dos motores marítimos. O ciclo Sabathé distancia-se de

seu correspondente prático devido a certas perdas térmicas e ás próprias

características construtivas do motor. As equações usadas neste trabalho são as

das transformações ocorridas no ciclo Sabathé, pois dão aproximações boas com

simples cálculos. Na seção de anexo constam os programas, que possuem todas as

equações do ciclo Sabathé, utilizados pelo capítulo 6.

O rendimento é um fator importante que deve ser levado bastante em

consideração por ocasião do projeto e condução de uma máquina. Pois é o

rendimento, de uma forma geral, que diz o quanto da energia disponível do

combustível utilizado é realmente empregada para a geração de trabalho. Foi

mostrado que existem vários tipos de rendimento, mas todos expressam alguma

idéia de aproveitamento. Porém existem situações em que o rendimento fica em

segundo plano. Muitas vezes o que interessa em um determinado motor é a

potência, mesmo que o aumento de potência seja em detrimento do rendimento.

Ficou mostrado nas seções 6.3.4 e 6.4.3, em seus gráficos, que a pressão de

combustão e a potência efetiva aumentava enquanto o rendimento diminuía. A

superalimentação também é um exemplo deste caso. Uma turbina instalada na

descarga do motor representa mais uma resistência à saída dos gases. Isto gera

uma queda no desempenho, porém o aumento de potência gerado pela

superalimentação é muito maior, superando a perda de rendimento da máquina.

75

Neste trabalho, o estudo termodinâmico - tendo o computador como uma

ferramenta muito poderosa e versátil - de um motor marítimo mostrou-se muito

prático gerando resultados concisos e realistas.

76

ANEXOS

1. PROGRAMA COMBUSTÃO

% Programa Combustão % Calcula da A Razão Ar-Combustível teórica necessária para uma combustão completa. ACST

clear clc

disp(' ########### Combustão ###############') disp(' *************************************') disp(' ** Por Irineu Fernandes da Silva **') disp(' ** & **') disp(' ** Telêmaco Bezerra Tocachelo **') disp(' *************************************')

disp('')

% -------------- % Analise Volumétrica da combustão

disp('Análise volumétrica da Combustão') disp('*************************************************************') disp('*************************************************************') disp('CONSIDERAÇÕES INICIAIS:') disp('') disp('1. Massas molares dos elementos:') disp('O - 16 H - 1') disp('C - 12 N - 14') disp('') disp('2. Composição do ar:') disp(' a. Em volume:') disp(' 21% de oxigênio') disp(' 79% de nitrogênio') disp(' b. Em massa:') disp(' 23.1% de oxigênio') disp(' 76.9% de nitrogênio') disp('') % Entrada com a composição do combustível disp('Entre com a concentração PERCENTUAL em massa de cada componente do combustível') c=input('CARBONO: '); h2=input('HIDROGENIO: ');

c=c/100; h2=h2/100;

disp(' ')

disp('Peso Molecular do combustível')

WF=12*c+2*h2

77

% oxigênio necessário % C + O2 = CO2 ... 32/12 % H + 0.5 O2 = H2O ... 16/2

% Calculo da massa de O2 necessário pela massa de combustível (o2nc) disp('Oxigênio necessário em kg por kg de combustível:') o2nc=32/12*c+16/2*h2

disp('')

% Se 23% do ar é oxigênio, então a razão ar-combustível (AC) será disp('Razão Ar-Combustível Teórica:') ACST=o2nc/0.23

78

2. PROGRAMA DO CICLO SABATHE

clc clear

disp(' ############ Sabathe ################') disp(' *************************************') disp(' ** Por Irineu Fernandes da Silva **') disp(' ** & **') disp(' ** Telêmaco Bezerra Tocachelo **') disp(' *************************************')

% Dados de Entrada... % %

d = input('Diametro do CILINDRO [m] '); c = input('Curso [m] '); rpm = input('Rotacao [RPM] '); N = input('Numero de Cilindros '); P1 = input('Pressao do Ar de Lavagem [bar] '); Patm = input('Pressao Atmosferica [bar] '); t1 = input('Temperatura do Ar de Lavagem [oC] '); e = input('Razao de Compressao '); CP = input('Calor Especifico do Ar a Pressao Constante [KJ/Kg.oC] '); CV = input('Calor Especifico do Ar a Volume Constante [KJ/Kg.oC] '); R = input('Constante Especifica do Ar (R) [KJ/Kg.K] '); CespRi = input('Consumo Especifico Real Indicado do Motor [Kg/KW.h] '); BHP = input('Potencia Efetiva do Motor [KW] '); PF = input('Poder Calorifico do Combustível [KJ/Kg] '); Nmec = input('Rendimento Mecanico '); PComb = input('Pressao de Combustao do Motor [bar] ')

Vcil = pi*d^2*0.25*c*N;

NT = 1; % Motor 2T.... Caso 4T >> NT = 2 K = 1.4; % CALCULO DO TEMPO DO CICLO

Tc = 60*NT/rpm; VC=Vcil/Tc;

T1 = t1+ 273;

% VC = 2 % e = 16 % CP=1,004 KJ/Kg K % CV=0,717 KJ/Kg K % P1=2 % T1=293 % R=0.285

P8=Patm

P10=Patm+0.2 T10=350+273 %Temp dos Gases na Saida da Turbina.

79

V1 = VC*(e/(e-1))

disp('Final da Compressão')

V2 = V1-VC

P2 = P1*(V1/V2)^1.4

T2 = T1*(P2/P1)^0.286;

t2 = T2-273

disp('Combustão a Volume Constante')

V2a = V2

P2a = PComb % P3 = P2a

T2a = (P2a/P2)*T2;

t2a = T2a-273

disp('Combustão a Pressão Constante')

P3 = PComb % Pressao MAX. de Combustao [Bar]

T3 = 1.6*T2a;

t3 = T3-273

V3 = 1.6*V2a

disp('Expansão')

P4 = P3*(V3/V1)^1.4

V4 = V1

T4 = T3*(P4/P3)^0.286;

t4 = T4-273

disp('Massa de ar')

M = (P1*100*V1)/(R*T1)

disp('Calores da Fonte Quente')

Q22a = M*CV*(T2a-T2)

Q32a = M*CP*(T3-T2a)

80

disp('Calor da Fonte Fria')

Q41 = M*CV*(T4-T1)

PA = Q22a+Q32a-Q41;

PC = ((M*R*T1)/(K-1))*(((P1/P8)^0.286)-1)% Potencia do Compressor

% PC = ((M*R*T1)/(K-1))*(((P1/P8)^0.286)-1);

PT = PC % Potencia da Turbina = Potencia do Compressor

% FIXADO T10 PARA A SAIDA DOS GASES DA TURBINA

%T10 = 350+273

%P10 = 1.2

T9 = T10+PT/(CP*M);

t9 = T9-273

P9 = P10*(T9/T10)^3.5

PB = (P1-P9)*100*VC;

disp('IHP Teorico Maximo do Ciclo') P = PA+PB

disp('Rendimento do Ciclo ') N = P/(Q22a+Q32a)

disp('Consumo de Combustível [Kg/h]') MComb = CespRi*BHP/Nmec

disp('Consumo de Combustível do Diário [Ton/Dia]') McombMotor= MComb*24/1000

% ------------------------------------------------------------------------ % Calculo dos Rendimentos Termicos do Motor

disp('Potencia TOTAL [KW]') Ptotal = MComb*PF/3600

disp('Rendimento Termico Efetivo') Nte = BHP/Ptotal

disp('Rendimento Termico Indicado') Nti = (BHP/Nmec)/Ptotal

disp('Rendimento de Maquina Indicado') Nmaqi = Nti/N

disp('Rendimento de Maquina Efetivo') Nmaqe = Nte/N

81

3. PROGRAMA GRAPH MAKER

clc clear

disp(' ########### Graph Maker #############') disp(' *************************************') disp(' ** Por Irineu Fernandes da Silva **') disp(' ** & **') disp(' ** Telêmaco Bezerra Tocachelo **') disp(' *************************************')

disp('')

% -------------------------------------------- % Entrada de Dados Pelo Usuario % --------------------------------------------

d = input('Diametro do cilindro [m] '); c = input('Curso [m] '); rpm = input('Rotacao RPM '); N = input('Numero de Cilindros '); e = input('Razao de Compressao '); Nmec = input('Rendimento Mecanico '); PF = input('Poder Calorifico do Combustível [KJ/Kg] '); t1 = input('Temperatura do Ar de Lavagem [oC] '); P1 = input('Pressao do Ar de Lavagem [bar] ');

% -------------------------------------------- % Dados Fixados % --------------------------------------------

%disp('Pressao do Ar de Lavagem ') Patm = 1;

%disp('Expoente da Compressao e Expansao no Ciclo Sabathe ') K = 1.4;

%disp('Constante Especica do Ar [Kj/Kg.K] ') R = 0.285;

%disp('Numero de voltas por ciclo [1 ou 2]') NT = 1;

%disp('Calor Especifico do Ar a Pressao Constante [Kj/Kg.oC] ') CP = 1.004;

%disp('Calor Especifico do Ar a Volume Constante [Kj/Kg.oC] ') CV = 0.717;

%disp('Potencia Efetiva BHP') BHP=2420:605:7260;

% Consumo especifico variante CespRi=0.163:0.002:0.179;

82

%disp('Pressao de Combustao') PComb=110:5:150;

% Volume da Cilindrada

Vcil = pi*d^2*0.25*c*N;

% CALCULO DO TEMPO DO CICLO

Tc = 60*NT/rpm; VC=Vcil/Tc;

T1 = t1+ 273;

P8=Patm;

P10=Patm+0.2; T10=350+273; %Temp dos Gases na Saida da Turbina.;

%R = 0.287; %

%CP = 1.004; % (KJ/KG o.)

%CV = 0.717; % (KJ/KG o.)

%K = 1.4;

%VC = pi*(d)^2*c*0.25

for i=1:9

V1 = VC*(e/(e-1));

V2 = V1-VC;

P2 = P1*(V1/V2)^1.4;

T2 = T1*(P2/P1)^0.286;

t2 = T2-273;

V2a = V2;

P2a(i) = PComb(i); % P3 = P2a;

P3(i) = PComb(i); % Pressao MAX. de Combustao [Bar]

T2a(i) = (P2a(i)/P2)*T2;

t2a(i) = T2a(i)-273; % Temp. apos a combustao a volume constante

T3(i) = 1.6*T2a(i);

t3(i) = T3(i)-273; % Temp. apos a combustao a pressao constante V3 = 1.6*V2a;

83

P4(i) = P3(i)*(V3/V1)^1.4; % Pressao apos a expansao

V4 = V1;

T4(i) = T3(i)*(P4(i)/P3(i))^0.286;

t4(i) = T4(i)-273; % Temp. apos a expansao

M = (P1*100*V1)/(R*T1);

Q22a(i) = M*CV*(T2a(i)-T2); % Calor doado pela fonte quente a volume constante

Q32a(i) = M*CP*(T3(i)-T2a(i)); % Calor doado pela fonte quente a pressao constante

Q41(i) = M*CV*(T4(i)-T1); % Calor rejeitado a fonte fria

PA(i) = Q22a(i)+Q32a(i)-Q41(i);

PC = ((M*R*T1)/(K-1))*(((P1/P8)^0.286)-1); % Potencia do Compressor

PT = PC;

% FIXADO T10 PARA A SAIDA DOS GASES DA TURBINA

%T10 = 350+273

%P10 = 1.2

T9 = T10+PT/(CP*M);

P9 = P10*(T9/T10)^3.5;

PB = (P1-P9)*100*VC; %disp('IHP Teorico Maximo do Ciclo') P(i) = PA(i)+PB;

%disp('Rendimento do Ciclo ') N(i) = P(i)/(Q22a(i)+Q32a(i)); end

% Grafico do Rendimento do Ciclo em Função da Pressão de Combustão % -------------------------------------------------------------------

plot(PComb,N,'b*') axis([108 152 0.6682 0.6738]) grid on title('Rendimento do Ciclo em Função da Pressão de Combustão') xlabel('Pressão de Combustão [PComb]') ylabel('Rendimento do Ciclo [N]')

figure % Abre uma nova figura em branco.....

% Grafico do Rendimento do Ciclo em Função da Potencia Efetiva % -------------------------------------------------------------------

84

plot(BHP,N,'r+') axis([2200 7500 0.6682 0.6738]) grid on title('Rendimento do Ciclo em Função do Potencia Efetiva [KW]') xlabel('Potencia Efetiva [KW]') ylabel('Rendimento do Ciclo [N]')

for i=1:9

% disp('Consumo de Combustível [Kg/h]') MComb(i) = CespRi(i)*BHP(i)/Nmec; % disp('Consumo de Combustível Diario [Ton/Dia]') McombMotor(i)= MComb(i)*24/1000;

% ----------------------------------------------------------------------- % Calculo dos Rendimentos Termicos do Motor

% disp('Potencia TOTAL ') Ptotal(i) = MComb(i)*PF/3600;

% disp('Rendimento Termico Efetivo') Nte(i) = BHP(i)/Ptotal(i);

% disp('Rendimento Termico Indicado') Nti(i) = (BHP(i)/Nmec)/Ptotal(i);

% disp('Rendimento de Maquina Indicado') Nmaqi(i) = Nti(i)/N(i); % disp('Rendimento de Maquina Efetivo') Nmaqe(i) = Nte(i)/N(i);

end

figure

plot(PComb,Nte,'p') axis([108 155 0.42 0.467]) grid on title('Rendimento Termico Efetivo em Função da Pressão de Combustão') xlabel('Pressão de Combustão [PComb]') ylabel('Rendimento Termico Efetivo [Nte]')

figure

plot(PComb,Nti,'d') axis([108 155 0.465 0.52]) grid on title('Rendimento Termico Indicado em Função da Pressão de Combustão') xlabel('Pressão de Combustão [PComb]') ylabel('Rendimento Termico Indicado [Nti]')

figure

plot(Nti,N,'kd') axis([0.465 0.52 0.6682 0.6738]) grid on title('Rendimento do Ciclo em Função do Rendimento Termico Indicado') xlabel('Rendimento Termico Indicado [Nti]')

85

ylabel('Rendimento do Ciclo [N]')

% Observação IMPORTANTE:

% O eixo dos gráficos estão fixados para os dados de entrada a seguir. % Caso estes sejam alterados no tempo de execução, é provável que a curva do gráfico % não seja exibida, portanto os limites dos eixos cartesianos tambem devem ser novamente % ajustados, vide parâmetro do comando 'axis'

86

4. PROGRAMA GRAPH MAKER 2

clc clear

disp(' ########## Graph Maker 2 ############') disp(' *************************************') disp(' ** Por Irineu Fernandes da Silva **') disp(' ** & **') disp(' ** Telêmaco Bezerra Tocachelo **') disp(' *************************************')

% -------------------------------------------- % Entrada de Dados Pelo Usuario % --------------------------------------------

d = input('Diametro do CILINDRO [m] '); c = input('Curso [m] '); N = input('Numero de Cilindros '); e = input('Razao de Compressao '); Nmec = input('Rendimento Mecanico '); PF = input('Poder Calorifico do Combustível [KJ/Kg] '); P1 = input('Pressao do Ar de Lavagem [BAR] ');

% -------------------------------------------- % Dados Fixados % --------------------------------------------

%disp('Pressao do Ar de Lavagem ') Patm = 1;

%disp('Expoente da Compressao e Expansao no Ciclo Sabathe ') K = 1.4;

%disp('Constante Especica do Ar [Kj/Kg.K] ') R = 0.285;

%disp('Numero de voltas por ciclo [1 ou 2]') NT = 1;

%disp('Calor Especifico do Ar a Pressao Constante [Kj/Kg.oC] ') CP = 1.004;

%disp('Calor Especifico do Ar a Volume Constante [Kj/Kg.oC] ') CV = 0.717;

%disp('Conjunto BHP em Funcao da Pressao de Combustao') BHP=2420:605:7260;

% Consumo especifico variante CespRi=0.163:0.002:0.179;

%rpm rpm=105:5:145;

% Temperatura do Ar de Lavagem t1=36:2:52;

87

%disp('Pressao de Combustao') PComb=110:5:150;

% Volume da Cilindrada

Vcil = pi*d^2*0.25*c*N;

% CALCULO DO TEMPO DO CICLO for i=1:9 Tc(i) = 60*NT/rpm(i); VC(i)=Vcil/Tc(i); end

T1 = t1+ 273;

P8=Patm;

P10=Patm+0.2; T10=350+273; %Temp dos Gases na Saida da Turbina.;

%CP = 1.004; % (KJ/KG o.)

%CV = 0.717; % (KJ/KG o.)

%K = 1.4;

%VC = pi*(d)^2*c*0.25

for i=1:9

V1(i) = VC(i)*(e/(e-1));

V2(i) = V1(i)-VC(i);

P2(i) = P1*(V1(i)/V2(i))^1.4;

T2(i) = T1(i)*(P2(i)/P1)^0.286;

t2(i) = T2(i)-273; % Temperatura apos a Compressao.

V2a(i) = V2(i);

P2a(i) = PComb(i); % P3 = P2a;

P3(i) = PComb(i); % Pressao MAX. de Combustao [Bar]

T2a(i) = (P2a(i)/P2(i))*T2(i);

t2a(i) = T2a(i)-273;

T3(i) = 1.6*T2a(i);

t3(i)=T3(i)-273; V3(i) = 1.6*V2a(i);

88

P4(i) = P3(i)*(V3(i)/V1(i))^1.4;

V4(i) = V1(i);

T4(i) = T3(i)*(P4(i)/P3(i))^0.286;

t4(i) = T4(i)-273;

M(i) = (P1*100*V1(i))/(R*T1(i));

Q22a(i) = M(i)*CV*(T2a(i)-T2(i));

Q32a(i) = M(i)*CP*(T3(i)-T2a(i));

Q41(i) = M(i)*CV*(T4(i)-T1(i));

PA(i) = Q22a(i)+Q32a(i)-Q41(i);

PC(i) = ((M(i)*R*T1(i))/(K-1))*(((P1/P8)^0.286)-1);

PT = PC;

% FIXADO T10 PARA A SAIDA DOS GASES DA TURBINA

%T10 = 350+273

%P10 = 1.2

T9(i) = T10+PT(i)/(CP*M(i));

t9(i) = T9(i)-273;

P9(i) = P10*(T9(i)/T10)^3.5;

PB(i) = (P1-P9(i))*100*VC(i);

%disp('IHP Teorico Maximo do Ciclo') P(i) = PA(i)+PB(i);

%disp('Rendimento do Ciclo ') N(i) = P(i)/(Q22a(i)+Q32a(i)); end

for i=1:9

% disp('Consumo de Combustível [Kg/h]') MComb(i) = CespRi(i)*BHP(i)/Nmec; % disp('Consumo de Combustível do Motor [Ton/Dia]')

McombMotor(i)= MComb(i)*24/1000;

% ----------------------------------------------------------------------- % Calculo dos Rendimentos Termicos do Motor

% disp('Potencia TOTAL ') Ptotal(i) = MComb(i)*PF/3600;

89

% disp('Rendimento Termico Efetivo') Nte(i) = BHP(i)/Ptotal(i);

% disp('Rendimento Termico Indicado') Nti(i) = (BHP(i)/Nmec)/Ptotal(i);

% disp('Rendimento de Maquina Indicado') Nmaqi(i) = Nti(i)/N(i); % disp('Rendimento de Maquina Efetivo') Nmaqe(i) = Nte(i)/N(i);

end

figure

plot(t1,Nmaqe,'k*') axis([34 54 0.632 0.695]) grid on title('Rendimento de Maquina Efetivo em Função da Temperatura do Ar de Lavagem') xlabel('Temperatura do Ar de Lavagem [t1]') ylabel('Rendimento de Máquina Efetivo [Nmaqe]')

figure

plot(rpm, PC,'kd') axis([100 150 310 460]) grid on title('Potência do Compressor em Função da Rotação ') xlabel('Rotação [rpm]') ylabel('Potência do Compressor [KW]')

% Observação IMPORTANTE:

% O eixo dos gráficos estão fixados para os dados de entrada a seguir. % Caso estes sejam alterados no tempo de execução, é provável que a curva do gráfico % não seja exibida, portanto os limites dos eixos cartesianos tambem devem ser novamente % ajustados, vide parâmetro do comando 'axis'

5. TABELA 1

iGásj 1 2 3 4 5 6 71 O 3,09590E+00 2,73114E-03 -7,88542E-07 8,66002E-11 0,00000E+00 6,58393E+00 -3,93640E+082 C 3,31700E+00 3,76970E-04 -3,22080E-08 -2,19450E-12 0,00000E+00 4,63284E+00 -1,13950E+083 2 3,74292E+00 5,65590E-04 4,95240E-08 -1,81802E-11 0,00000E+00 9,65140E+00 -2,39225E+08

4 2 3,43328E+00 -8,18000E-06 9,66990E-08 -1,44392E-11 0,00000E+00 -3,84470E+00 0,00000E+00

5 2 3,25304E+00 6,52350E-04 -1,49524E-07 1,53897E-11 0,00000E+00 5,71243E+00 0,00000E+00

6 2 3,34435E+00 2,94260E-04 1,95300E-09 -6,57470E-12 0,00000E+00 3,75863E+00 0,00000E+00

7 8 -7,19930E-01 4,64260E-02 -1,68385E-05 2,67009E-09 0,00000E+00 -4,92980E+08

8 3 1,13711E+00 1,45532E-02 -2,95876E-06 0,00000E+00 0,00000E+00 -9,05100E+07

QVS (Calor da Reação) para:

C8H18 a 298K = 4,788 x 109

J/Kg-Mol

C3H8 a 298K = -2,0372 x 109

J/Kg-Mol UNIDADES: 109

J/Kg-Mol

Coeficientes Polinomiais (ui,j)Intervalo de Temperatura 500K - 3000K

Pressão de Referência P0=1,01325 x 105 N/m2

A entalpia h0i no zero absoluto está representada pelo coeficiente ui,7.

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