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CENTRO EVANGÉLICO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DISCIPLINA MISSIOLOGIA MÁRCIO BATISTA; EDILSON CASAGRANDE HISTÓRIA MISSIONÁRIA DA IGREJA – MISSIOLOGIA – 2009 JOINVILLE 2009

Trabalho Sobre a Historia Da IEADJO

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Trabalho acadêmico do alunos Márcio Batista e Edilson Casagrande da Disciplina Missiologia do CEEDUC.

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Page 1: Trabalho Sobre a Historia Da IEADJO

CENTRO EVANGÉLICO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DISCIPLINA MISSIOLOGIA

MÁRCIO BATISTA; EDILSON CASAGRANDE

HISTÓRIA MISSIONÁRIA DA IGREJA – MISSIOLOGIA – 2009

JOINVILLE 2009

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CENTRO EVANGÉLICO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DISCIPLINA MISSIOLOGIA

HISTÓRIA MISSIONÁRIA DA IGREJA – MISSIOLOGIA – 2009

Trabalho Acadêmico apresentado à disciplina Missiologia do Centro Evangélico de Educação e Cultura, para o módulo da disciplina Missiologia. Avaliador: Prof. Pr. Joel Montanha

JOINVILLE 2009

Márcio Batista; Edilson Casagrande

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HISTÓRIA MISSIONÁRIA DA IGREJA – MISSIOLOGIA – 2009

Trabalho Acadêmico apresentado à disciplina Missiologia do Centro Evangélico de Educação e Cultura, para primeira nota neste módulo da disciplina Missiologia.

Entregue em 22 de junho de 2009. AVALIADOR ________________________________________ Prof. Pr. Joel Montanha CEEDUC Avaliador

JOINVILLE 2009

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SUMÁRIO

1 Introdução........................................................................................................ 5 2 História da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de SC............................... 6 3 História da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Joinville....................... 9 4 Detalhes minuciosos da fundação da IEADJO................................................. 11 5 Conclusão.......................................................................................................... 21 6 Referências........................................................................................................ 22

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1 Introdução

Este trabalho traz a história da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Santa Catarina

e da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Joinville (IEADJO). Diante das

pesquisas realizadas pelo pastor Ismael dos Santos em seu livro “Raízes de nossa fé1”,

vimos que para contar a história de Joinville, é necessário contar a história do irmão

André Bernardino, que foi precursor do primeiro pastor da IEADJO, Manoel Germano

de Miranda.

Aprendemos bastante através desta pesquisa, haja visto o acadêmico Márcio Batista

fazer parte da comissão organizadora dos 75 anos, Jubileu de Diamante, da IEADJO,

acompanhou bem de perto as fotos históricas e dados relevantes para este trabalho.

Hoje, esta pesquisa está disponível no site oficial da IEADJO, www.adjoinville.org.br.

1 SANTOS, Ismael dos. Raízes da Nossa Fé. Blumenau, SC: Editora Letra Viva, 1.996.

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2 História da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de SC

André Bernardino, o pioneiro das Assembléias de Deus em Santa Catarina

Para falar da história da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Joinville, como

iniciou o trabalho eclesiástico nesta cidade, é necessário contar a história do missionário

André Bernardino que foi o primeiro homem visitar esta cidade e iniciar as atividades

evangelísticas, a realização do primeiro culto na casa de uma irmã, há mais de 75 anos.

A história do missionário André Bernardino, nos leva a um sonho, tornar-se padre.

Aos dezessete anos, Bernardino deixou a cidade de Itajaí/SC e viajou para o Rio de

Janeiro/RJ para então estudar com os Irmãos Maristas.

Ele pensou da seguinte forma, “breve serei um respeitado sacerdote da igreja Católica”,

ao pisar no pátio do Seminário.

Segundo Ismael dos Santos, a “carreira teológica cedo começou a ruir. Após alguns

meses de estudo envolveu-se negativamente com a vida noturna carioca. Fugia quase

todas as noites em direção às escolas de samba e, em uma dessas experiências com a

boemia, acabou contraindo tuberculose”. (SANTOS, 1996)

Quando os párocos souberam da situação do André Bernardino, expulsaram-no do

colégio. Qual foi o seu destino? Quando ele se encontrou com os dois pulmões já

afetados pela doença, aceitou a sugestão de um colega para morar em um camarote do

navio Boa Vista, de propriedade de um empresário Joinvilense.

Segundo Ismael dos Santos, “a embarcação estava ancorada, para reforma, no porto do

Rio de Janeiro e, temporariamente, havia se tornado numa espécie de alojamento para

pessoas ‘sem teto’. Era o mês de agosto de 1930. Um dos operários do cais ouviu falar

de uma igreja que ‘curava’. Compadecido do jovem catarinense, entrou em contato com

a Assembléia de Deus em São Cristovão e, dias depois, apareceria naquele porão de

navio os irmãos Daniel Berg, Gunnar Vingren e Paulo Leivas Macalão”. (SANTOS,

1996)

Os missionários oraram pelo jovem André que naquele instante foi curado

imediatamente. Nesta oportunidade, levaram-no para as instalações do templo da

Assembléia de Deus em São Cristóvão/RJ, onde permaneceu morando por sete meses.

Com a saúde do jovem André milagrosamente restaurada e dando provas de sua

conversão, Bernardino passou a receber treinamento bíblico ministrado pelo pastor

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Vingren. Era músico experiente, André tocava com habilidade vários instrumentos,

enriquecendo os cultos em São Cristóvão/RJ.

Segundo Ismael dos Santos, “mesmo sabendo que seus pais não queriam ouvir falar do

filho ‘herege’, que havia abandonado a ‘Santa Igreja Católica’, André decidiu retornar a

Itajaí para visitar a família. No último culto que participou no Rio de Janeiro, Deus

falou profeticamente dizendo que o usaria para dar início a uma grande obra

evangelística”. (SANTOS, 1996)

Quando André chegou em Itajaí/SC, foi recebido por sua tia que morava próximo ao

cais do porto e, naquele mesmo dia, aquiesceu ao convite da tia descrente para realizar

um culto. Suas duas primas, curiosas para saberem como era uma ‘missa dos crentes’,

participaram também da reunião e ajudaram a cantar os hinos. O irmão André

Bernardino, após pedir permissão para fazer uma oração, abriu a Bíblia Sagrada no

Evangelho de Marcos, capítulo dezesseis, e pregou um dos primeiros sermões

pentecostais em terras catarinenses.

Naquele culto, duas almas tomaram a decisão de seguir a Jesus Cristo, “Herculano e

Cornélio”.

Começava então, no dia 15 de março de 1931, a história das Assembléias de Deus em

Santa Catarina.

Segundo Ismael dos Santos, “no seu relato à equipe organizadora da coletânea sobre o

Jubileu de Ouro, o pastor Bernardino conta que:

‘No outro dia pela manhã, o Sr. João Santana perguntou-

me se poderia realizar outra 'reza', o que ficou marcado

para aquela noite onde Deus salvou mais nove almas.

Pouco tempo depois o irmão Santana ofereceu o terreno

onde morava, dizendo que faria para ele uma pequena

casa nos fundos. Na frente poderíamos construir um salão

para as reuniões. Assim, foi iniciado um mutirão para a

abertura de uma rua que daria acesso ao referido terreno.

Esta rua passou a chamar-se Rua Pentecostal2’”.

(SANTOS, 1996)

Em junho de 1931, foi realizado o primeiro batismo em terras catarinenses e desceram

às águas 25 novos crentes no rio Itajaí-Açu na cidade de Itajaí.. O pastor Gunnar

2 Jubileu de Ouro. Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Itajaí: 1981. p. 07

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Vingren, “com a roupa que usou no batismo”, segundo o irmão Daniel Graudin, “a

roupa secou no corpo, o motivo de ele ficar enfermo e ter que ir rapidamente para o Rio

de Janeiro e meses depois foi para Suécia, onde faleceu”, disse irmão Graudin3.

Segundo Claiton Pommerening, “no dia seguinte ao batismo, foi celebrada a primeira

Santa Ceia pelo missionário Gunnar Vingren. A primeira crente a receber o batismo

com o Espírito Santo foi a irmã Emília Stuart”4. (POMMERENING, 2008)

O irmão André Bernardino da Silva foi ordenado a pastor pelo missionário Gunnar

Vingren no dia 3 de janeiro de 1932. Segundo Ismael dos Santos, “Gunnar Vingren lhe

havia dito: ‘Não deveria consagrá-lo ao ministério. Você ainda tem muito pouco tempo

de conversão e é solteiro, mas devido a falta de obreiros vou separá-lo para o

pastorado’. (SANTOS, 1996)

Dois anos depois o pastor André Bernardino casou-se com uma jovem, Dzidra Graudin,

da igreja em Guaramirim/SC e permaneceu trabalhando em nosso estado por doze anos.

Segundo Claiton Pommerening, em 1932, “a Assembléia de Deus foi oficializada em

Santa Catarina. A partir de então, a chama pentecostal começou a se espalhar por todo o

estado. Em 1932, seis membros da igreja em Itajaí se mudaram para Joinville. Entre eles

estava a irmã Ana Salvador. Sem um local para reunirem-se para adorar a Deus, esses

irmãos começaram a orar, pedindo a Deus que enviasse alguém para estabelecer um

ponto de pregação a fim de que um trabalho fosse iniciado aqui”. (POMMERENING,

2008)

Enquanto tudo isso acontecia, o Espírito de Deus tocou no coração de Manoel Germano

de Miranda - um novo convertido na cidade de Itajaí, vamos contar no próximo capítulo

sua história - para que viesse pregar o Evangelho na cidade de Joinville.

Já o missionário André Bernardino, em 1943, retornou definitivamente para o Rio de

Janeiro/RJ.

3 Entrevista concedida pelo irmão Daniel Graudin ao pastor Márcio Batista, juntamente com o pastor Carlos Mafra na residência da Irmã Dzidra Graudin (in memorian), esposa do pastor André Bernardino, quando ainda estava viva, em 2006. 4 POMMERENING, Claiton Ivan. O Reino entre príncipes e princesas: 75 anos de história da Assembléia de Deus em Joinville. Joinville: REFIDIM, 2008.

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3 História da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Joinville

Início do trabalho da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Joinville

O primeiro obreiro a dirigir a IEADJO foi o irmão Manoel Germano de Miranda. Ele

nasceu na cidade de Itajaí, no dia 29 de dezembro de 1900, o pastor Manoel Germano

Miranda demonstrou desde sua infância uma enorme paixão pelo mar. Habilidoso na

arte culinária, logo se tornou cozinheiro de um pequeno navio pesqueiro, denominado

“Boa Vista”, este barco atuava no transporte de madeira.

Numa noite, quando o navio estava ancorado no cais do porto de Itajaí, Miranda visitou

a pequena congregação da Assembléia de Deus. Ali, foi profundamente tocado pela

mensagem do evangelho de Cristo e, naquela mesma noite, confessou Jesus como

Senhor e Salvador de sua vida.

Segundo Ismael dos Santos “nascia um novo homem. Tal como o apóstolo Pedro

abandonou as redes e atendeu o chamado do Mestre para pescar almas. Antes, porém,

de despedir-se do barco pesqueiro, aproveitou para testemunhar de Cristo aos colegas de

profissão e pelo menos dois marinheiros foram conquistados para o Reino de Deus:

Emilio Strauss e Eugênio C. Muller”. (SANTOS, 1996)

Manoel Germano de Miranda sempre esteve atento à voz do Espírito Santo e sentiu-se

impelido a lançar a rede do Evangelho no norte do Estado. Orientado pelo pastor André

Bernardino transferiu-se para Joinville, onde, para sustentar sua família, empregou-se

como operário da antiga estrada de ferro (RFPSC).

Segundo Ismael dos Santos, “usando a estratégia de cultos em casas familiares,

organizou as primeiras reuniões na Avenida Cubas e depois, nas proximidades do bairro

Itaum, fazendo surgir a primeira congregação da Assembléia de Deus em Joinville, em

Julho de 1933”. (SANTOS, 1996)

Segundo Pommerening, “a primeira referência histórica das Assembléias de Deus em

Joinville data o ano 1933. Tendo como local a residência da irmã Ana Salvador situada

à Avenida Cubas e como fundador o irmão Manoel Germano de Miranda”.

(POMMERENING, 2008)

Manoel Germano de Miranda era um homem simples, porém muito amado pelos

irmãos. Era um verdadeiro missionário, pois seu coração ardia de paixão pelas almas.

Era um evangelista e “tal como o apóstolo Pedro abandonou as redes e atendeu o

chamado do Mestre para pescar almas”.

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Segundo Claiton Pommerening, “o pastor André Bernardino da Silva casualmente,

supervisionava o trabalho de Manoel Germano de Miranda e, esporadicamente vinha de

Itajaí a Joinville para cooperar no trabalho e orientar o irmão Miranda”.

(POMMERENING, 2008)

Em Joinville, Miranda começou a desenvolver um frutífero trabalho de evangelismo e

muitas pessoas aceitaram a Cristo, inclusive Francisco Lemos, primeiro presbítero da

igreja em Joinville, neste período, em fevereiro de 1942, também aceitou a Jesus o

irmão Antonio Lemos.

Mais tarde, juntamente com o irmão Antônio Lemos, Miranda foi ordenado ministro da

Igreja Evangélica Assembléia de Deus catarinense. Com a chegada do missionário

norte-americano Virgil F. Smith, o pastor Manoel Germano Miranda foi transferido para

Mafra, dando início a uma bem sucedida carreira ministerial em várias cidades do nosso

Estado.

Encerrou os seus dias em Itajaí, sua terra natal.

No próximo capítulo, vamos trazer minuciosamente a história missionária de Manoel

Germano de Miranda na conquista de Joinville para Jesus, para hoje, a IEADJO

completar 75 anos de vida, “mantendo a chama”, dos apóstolos, da Igreja Primitiva, de

Daniel Berg e Gunnar Vingren, de André Bernardino e de Manoel Germano de Miranda

“viva”.

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4 Detalhes minuciosos da fundação da IEADJO

Nestes detalhes minuciosos, vamos trazer uma grande parte do livro, “O Reino entre

príncipes e princesas5” de autoria do pastor Claiton Ivan Pommerening, editado pela

editora Refidim, das páginas 18 a 22.

Por aproximadamente seis meses os cultos foram

realizados na Avenida Cubas, na residência da irmã Ana

Salvador. Porém, a pequena igreja começou a crescer e o

irmão Sérgio Segal franqueou sua residência na rua

Monsenhor Gercino, no bairro Itaum, para que os cultos

fossem ali realizados. Nesse local, a igreja se reuniu até

aproximadamente o ano de 1935.

Conforme relato do próprio pastor André Bernardino da

Silva: ‘Os crentes de Itajaí vinham no início do trabalho,

para Joinville a pé; os cultos eram realizados na Avenida

Cubas, depois mudaram para o Itaum (próximo à fábrica

Mettalueth) e dali para a Avenida Getúlio Vargas, onde

permanecem até hoje’.

Possivelmente, durante o período em que a igreja se

reuniu na rua Monsenhor Gercino, iniciaram-se também

ali as primeiras reuniões da Escola Dominical.

Entre os primeiros crentes em Joinville estão os irmãos

Vergílio Veloso e sua esposa Paulina Veloso, Pedro

Gonçalves e sua esposa Elvira Gonçalves, Hercílio Cidral

e família, Miguel Alves e família, Francisco Lemos,

Eugênio Muller e família, Emílio Strauss e família, Rosa

Brandão, João Bernardino da Silveira e família, Agnelo

José da Costa, José Felício Filho, Luíza de Sena e Maria

Marques Miranda.

Em 1933 foi realizado o primeiro batismo em águas no rio

Cachoeira, nas imediações do bairro Boa Vista, quando

cinco novos convertidos desceram às águas, entre eles, o

5 POMMERENING, Claiton Ivan. O Reino entre príncipes e princesas: 75 anos de história da Assembléia de Deus em Joinville. Joinville: REFIDIM, 2008.

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irmão Osmar Cabral pai do pastor Elienai Cabral. Poucos

meses depois, houve outro batismo em águas.

Manoel Germano de Miranda pastoreava o pequeno

rebanho que, aos poucos, começava a crescer recebendo

em seu meio pessoas impactadas pela mensagem do

Evangelho.

Neste local Deus também operava maravilhas através da

oração dos irmãos.

Uma senhora chamada Maria Veloso, embora tendo os

pais crentes, era muito contrária ao Evangelho. Esta foi

acometida de câncer de mama e recebendo a oração da

igreja foi curada, resultando em sua conversão.

Uma violenta perseguição se iniciou contra os pioneiros

do trabalho, culminando com o apedrejamento da

residência onde os cultos eram realizados na rua

Monsenhor Gercino. Nesta época, o pastor Manoel

Germano de Miranda foi aconselhado pelo então capitão

Mimoso Rui, que cuidava da segurança no município, a

mudar o lugar das reuniões para mais próximo ao centro

da cidade, pois assim as autoridades poderiam prover a

devida segurança.

Desse modo, o pastor Manoel Germano de Miranda

alugou uma casa na Avenida Getúlio Vargas, 481, para as

reuniões dos pioneiros da IEADJO. O irmão Miguel

Alves se responsabilizou pelo pagamento do aluguel da

casa onde eram realizados os cultos.

Conforme relato da irmã Geralmina Muller (in

memorian), nesse local os cultos eram realizados quase

que diariamente. Às segundas, terças e quartas-feiras eram

os cultos de oração e doutrina, quinta-feira e domingo

eram os cultos públicos. Durante os cultos havia a

participação do primeiro coral iniciado e regido pela irmã

Elly da Silveira. Também havia uma pequena orquestra

que adorava a Deus com seus acordes. Alguns dos

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componentes da orquestra eram os irmãos: Maria M. de

Miranda, Marcílio Miranda, Mussolino Miranda, Zadir

Miranda, Geralmina Muller, Alfredo Alves, Lígio Cidral e

outros. Segundo irmã Geralmina, em relato ao Boletim

Informativo publicado em novembro de 1982, “Ali Deus

operava com seu Espírito e concedia dons espirituais e o

batismo com Espírito Santo em abundância”.

O casal Muller conheceu a Cristo através do pastor

Manoel Germano de Miranda em 1937.

Irmã Geralmina, mais conhecida como irmã Doma,

sempre foi muito atuante na obra do Senhor. Foi

designada pelo pastor Miranda para dirigir a classe de

senhoras na Escola Dominical e, mais tarde, pelo pastor

Virgil Smith foi enviada para dirigir os cultos na cidade

vizinha de Araquari.

Somente em 12 de julho de 1939, a igreja em Joinville

adquiriu personalidade jurídica, quando foi eleita a

seguinte diretoria:

Presidente: Manoel Germano de Miranda

Vice Presidente: Emílio Strauss

1º Secretário: José Geraldo

2º Secretário: Eugênio Muller

1º Tesoureiro: Francisco Lemos

2º Tesoureiro: Miguel Alves.

Neste período, as violentas perseguições não deixaram de

ocorrer. A preciosa semente do Evangelho foi lançada em

solo Joinvilense com muitas lágrimas e sofrimentos.

Apedrejados, marginalizados e não raras vezes

ridicularizados, os irmãos seguiam firmes na fé convictos

de que, se necessário fosse, entregariam suas próprias

vidas em prol do Evangelho de Cristo. Essas perseguições

se estenderam ao longo de toda a trajetória da igreja.

Embora diminuíssem de intensidade e forma, elas ainda

ocorriam até as décadas de 60 e 70 conforme relatos de

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muitos irmãos. Como exemplo, citamos o relato do pastor

Virgilio Vieira que trabalhou com o missionário Virgil

Smith em Joinville: “Em Joinville no Km 4, Schimitt [sic]

pela manhã me deixava ali para fazer visita. A noite

dirigia o culto na casa do Espíndola. Ali enfrentei uma

perseguição, me jogaram ovos podres, pedra, pau e fezes

de animais e o missionário de dentro do seu carro orando

por mim. [...] Iririú, ele me levava ali e orava por mim e

eu ficava ali com duas pastas cheia de literatura para

convidar para o culto. A noite só depois do culto ele ia me

buscar, muitos dos dias [sic] o tempo era chuvoso, frio e

com muita fome, mas Deus estava comigo”.

Em 20 de fevereiro de 1941, o missionário norte-

americano Virgil Frank Smith assumiu o pastorado da

igreja em Joinville. Com a chegada dele, Miranda foi

então transferido para a cidade de Mafra. Em 08 de

fevereiro de 1942, juntamente com Antonio Lemos,

Manoel Germano de Miranda foi ordenado pastor. Sua

vida de fé deixou rastros marcantes na cidade de Joinville.

O missionário Virgil Smith era pastor, músico e também o

pioneiro das Assembléias de Deus no Ceará e Alagoas.

Dentre sua realizações no período em que esteve à frente

da igreja em Joinville destacam-se: a construção do

primeiro templo, uma casa pastoral anexa ao templo, a

construção de templos em diversos bairros da cidade, o

aprimoramento da Escola Dominical, com a criação dos

departamentos adulto e infantil, a divisão dos alunos em

faixa etária e as reuniões de professores, a ampliação do

coro Harmonia Santa, sendo o seu regente e a implantação

de aulas de música. Ministrou ainda os primeiros

conhecimentos em Bibliologia, Cristologia e Geografia

Bíblica em escolas para obreiros.

No dia 23 de junho de 1943, o primeiro templo da

Assembléia de Deus em Joinville foi inaugurado.

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Em 1953 o pastor Virgil Smith deixou o pastorado da

igreja em Joinville transferindo-se para São Paulo.

Assumiu o pastorado da igreja o então evangelista Satyro

Loureiro. Em 20 de março de 1954, Satyro Loureiro foi

ordenado pastor, e permaneceu na responsabilidade da

igreja em Joinville até 1957, quando foi transferido para a

igreja em Blumenau.

Em 11 de março de 1957, o pastor Henrique

Alteruthmeyer assumiu a direção da igreja em Joinville e

permaneceu por sete meses, sendo portanto um pastor de

transição.

Em 11 de outubro de 1957 o pastor Antonieto Grangeiro

Sobrinho assumiu a direção da igreja em Joinville. Ele

remodelou o templo central fazendo a galeria.

Desenvolveu a Escola Dominical no templo sede e

estabeleceu novas Escolas Dominicais nas congregações.

Em 1961, Joinville recebeu a visita de um dos pioneiros

das Assembléias de Deus no Brasil, o missionário sueco

Daniel Berg. Nesta ocasião, fez-se a gravação em áudio

de uma entrevista com o pioneiro que está amplamente

difundida na internet e certamente é a única de que se tem

notícia. O entrevistador foi o Pr. Antonieto Grangeiro.

Em 1969 o pastor Artur Montanha assumiu o pastorado da

igreja em Joinville. Em sua gestão fundou a Sociedade

Assistencial Deus Proverá (SASEDEP) e, juntamente com

o pastor Satyro Loureiro, a Campanha Evangelística

“Cristo é a Resposta” que foi realizada em várias partes

do país principalmente no Norte e Nordeste. Apaixonado

pela obra de evangelização, Pr. Montanha empreendeu

inúmeras campanhas evangelísticas ao longo de seu

pastorado.

Em 22 de maio de 1972 o pastor Liosés Domiciano

assumiu o pastorado da igreja em Joinville. Foi amante da

Page 16: Trabalho Sobre a Historia Da IEADJO

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obra missionária e incentivou e apoiou missionários na

Argentina e no Chile.

Em sua gestão a Assembléia de Deus em Joinville

realizou o 1º Congresso de Jovens. Embora não tenha sido

o primeiro congresso de jovens realizado no estado (o

primeiro foi em São Francisco do Sul) a confraternização

realizada em Joinville se tornaria, dentre outros

congressos da UMADJO (União da Mocidade das

Assembléia de Deus em Joinville), referência desse

modelo de encontro para o estado de Santa Catarina e sul

do país.

Em 17 de janeiro de 1979 o pastor Satyro Loureiro

novamente assumiu o pastorado da igreja em Joinville.

Neste mesmo ano, a igreja foi sacudida por um grande

avivamento. Mais de quinhentos irmãos receberam o

batismo no Espírito Santo através de um poderoso e

abundante derramamento do poder de Deus sobre a cidade

de Joinville.

Em 1980, aproximadamente setenta jovens se reuniam aos

sábados à noite para orar no templo sede. Buscavam a

Deus tendo um propósito específico: a salvação e

libertação de pessoas, principalmente jovens oprimidos e

viciados. Embora tivessem o hábito de evangelizar nas

praças do centro da cidade, o pastor Leandro Ferreira

lançou a eles um grande desafio: evangelizar cada casa

em Joinville. Prontamente eles se dispuseram a tal tarefa.

Surgiu então a campanha evangelística denominada “A

Última Casa”.

De janeiro à dezembro de 1980 os jovens reuniam-se no

templo sede todos os domingos às seis horas da manhã e

buscavam a Deus em oração até as sete horas. Depois se

dirigiam a determinado bairro da cidade, todos

uniformizados e munidos de panfletos evangelísticos com

o tema: Você é feliz? Visitavam casa a casa lançando a

Page 17: Trabalho Sobre a Historia Da IEADJO

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semente do Evangelho e convidando as pessoas para um

culto à noite no templo da Assembléia de Deus naquele

bairro. Evangelizavam até as 18:00 horas fazendo apenas

um intervalo ao meio dia para uma alegre refeição em

comum. À noite cooperavam no culto retornando somente

depois para seus lares.

No ano de 1984, passados 51 anos da construção do

primeiro templo, Joinville já abrigava 50 congregações e

aproximadamente 12.000 membros e congregados tendo

novamente a necessidade de enfrentar o desafio da

construção de outro templo que oferecesse maior espaço

físico. Em nota ao Boletim Informativo do mesmo ano foi

anunciado: A diretoria da igreja por meio de seu

presidente pastor Satyro Loureiro, resolveu enfrentar esta

situação e construir um novo templo, com espaço físico

maior, a fim de atender as necessidades que ora se

apresentam. Com isto, dentro de poucos dias, passaremos

a nos abrigar em um galpão localizado, à rua Alexandre

Schelemm [sic], entre a rua São Paulo e a Av. Getúlio

Vargas, defronte a Manchester Processamento de Dados.

Vamos orar para que em futuro próximo, possamos

inaugurar novo templo central.

No dia 08 de julho de 1984 foi realizado o último culto no

primeiro templo construído em Joinville. Dois dias após,

os irmãos já se reuniam no salão provisório.

No dia 15 de maio de 1988, aconteceram as solenidades

de inauguração do templo central. O governador Pedro

Ivo Campos e o prefeito Wittich Freitag desataram a fita

inaugural do novo templo da Assembléia de Deus em

Joinville.

Cerca de três mil pessoas participaram da solenidade que

contou ainda com a presença de inúmeras autoridades.

Dentre as grandes realizações de sua gestão frente a igreja

em Joinville está a construção do templo central, a criação

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do Centro de Recuperação Desafio Jovem Shalom e

diversas creches e jardins de infância, todos vinculados à

SASEDEP - Sociedade de Assistência Social e

Educacional Deus Proverá; a implantação da EETAD -

Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus,

dois módulos da Faculdade Teológica de Lorena e um

instituto bíblico local, o IBADEJ - Instituto Bíblico da

Assembléia de Deus em Joinville. Seu ministério teve

projeção nacional, através do ensino e da evangelização.

Foi um dos líderes e pregadores da Cruzada Evangelística

“Cristo é a Resposta”, realizada em diversas localidades

do país. Em 28 de outubro de 1990 pastor Satyro

Loureiro, com a saúde debilitada, entregou o pastorado da

igreja em Joinville ao seu vice-presidente, pastor José

João Vieira.

Ele faleceu em 11 de abril de 1993, aos 71 anos.

Na década de 90 a IEADJO, sob a direção do Pr. José

João Vieira, desfrutou de contínua expansão. Nesse

período houve crescimento no número de missionários

enviados pelo Departamento de Missões Siloé. Destaca-se

ainda a criação da Faculdade Teológica Refidim e o início

da EBOJ - Escola Bíblica para Obreiros em Joinville, que

se tornou uma tradição na cidade.

Construíram-se também várias congregações nos bairros,

evidenciando cada vez mais o expressivo crescimento

espiritual e numérico da igreja.

O pastor Vieira jubilou-se no ano 2000 e o pastor Valmor

Leonel Batista (in memorian) assumiu o pastorado da

igreja em Joinville em 31 de janeiro de 2000. Dentre as

realizações de sua gestão destaca-se a solicitação em

Brasília de uma emissora educativa para levar através da

FUNADEJ - Fundação Assistencial e de Difusão

Page 19: Trabalho Sobre a Historia Da IEADJO

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Educativa e Cultural de Joinville, educação, cultura cristã

e informação. Surgiu então a 107,5 FM6.

A igreja cresceu não só na comunicação, mas em todos os

aspectos. Quando Pr. Valmor assumiu a IEADJO, ela

contava com 64 congregações distribuídas em 6 distritos.

Em 2005 já contava com 134 congregações organizadas

em 26 distritos e 20.205 membros. De 73 imóveis

pertencentes ao patrimônio da igreja, o número foi

acrescido para 155 imóveis. Em 2000, haviam 62

missionários sustentados pela IEADJO e em 2006 já

contava com 162 deles atuando em diversas regiões do

estado, país e no exterior. Pastor Valmor, como todos os

pastores que passaram por Joinville, tinha uma vida

pautada pelo dinamismo, honestidade e seriedade no

trabalho de Deus.

Em 2005, Pr. Valmor foi acometido de câncer e, mesmo

lutando com todas suas forças e ainda atuante no trabalho,

em 25 de novembro de 2006, aos 67 anos, passou a estar

com o Senhor.

No dia 10 de dezembro de 2006 aconteceu a posse do

atual Pastor Presidente da Igreja Evangélica Assembléia

de Deus em Joinville, Pr. Arcelino Victor de Melo. Na

solenidade estiveram presentes Pr. Samuel Câmara (1º

Vice-presidente da CGADB e Presidente da AD em

Belém do Pará), Pr. Nirton dos Santos (Presidente de

Honra da CIADESCP) e inúmeros pastores de cidades

vizinhas. O pastor Arcelino é também o presidente da

Convenção Estadual da Assembléia de Deus de Santa

Catarina e Sudoeste do Paraná.

Sentindo-se plenamente na vontade de Deus, vontade esta

que lhe guiou em toda a sua vida espiritual e ministerial o

pastor Arcelino tem dado continuidade à administração da

6 Dados adquiridos no DepCom com diretor geral, Pr. Márcio Batista.

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igreja com a aquisição de terrenos e a construção de

novos templos, além de impulsionar cada vez mais a

evangelização de Joinville. Isto se evidencia no fato de

que, somente em 2007, a IEADJO recebeu mais de 1.500

novos membros que desceram as águas batismais.

Comprometido com os valores do Reino de Deus o pastor

Arcelino tem apoiado de maneira notável a educação

teológica na Assembléia de Deus em Joinville

disponibilizando recursos e motivando o corpo ministerial

para a devida formação bíblico-teológica. Também tem

motivado a igreja a caminhar na direção do Espírito Santo

dando ampla liberdade à Sua ação. O pastor Arcelino

conta ainda com o apoio de sua dedicada esposa, irmã

Iracildes, em todas as suas atividades ministeriais, bem

como, com o apoio de todos os demais pastores e obreiros

que atuam em Joinville.

Atualmente a Igreja Evangélica Assembléia de Deus em

Joinville tem 21.633 pessoas em seu rol de membros e um

ministério composto por 72 pastores, 30 evangelistas, 546

presbíteros, 465 diáconos, 857 auxiliares e cooperadores,

distribuídos em 140 congregações e 27 distritos. Conta

ainda com aproximadamente 11.000 alunos matriculados

na Escola Bíblica Dominical e 1.300 professores. Sustenta

210 missionários espalhados pelo Brasil e exterior. Tem

uma Faculdade Teológica que alia conhecimento e

espiritualidade a serviço do Reino e colabora para a

formação de obreiros que atuam em todo o estado de

Santa Catarina. Tem um Colégio Evangélico que oferece

educação infantil e ensino fundamental através de

educação por princípios.

Destaca-se ainda pela Rádio 107,5 FM que leva educação,

cidadania e cultura à população Joinvilense.

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CONCLUSÃO

Concluímos que diante dos fatos apresentados neste trabalho de pesquisa, da disciplina

Missiologia, não há argumentos de que realmente o Espírito Santo esteve atuante nesta

igreja, fazendo-a de uma cidade evangelizada, a uma cidade evangelizadora. Hoje

centenas, porque não dizer, milhares de almas recebem a Jesus como Salvador, fruto da

semeadura que a IEADJO está exercendo tanto em Joinville, como cidades vizinhas,

SC, Brasil e o mundo.

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REFERÊNCIAS

(01) SANTOS, Ismael dos. Raízes da Nossa Fé. Blumenau, SC: Editora Letra Viva,

1.996. 270 páginas.

(02) Jubileu de Ouro. Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Itajaí: 1981. p. 07.

(03) POMMERENING, Claiton Ivan. O Reino entre príncipes e princesas: 75 anos de

história da Assembléia de Deus em Joinville. Joinville: REFIDIM, 2008.