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Ano III nº12 Setembro 2007 página 3 Semeando o futuro Páginas 17 e 18 Oportunidade Páginas 10 e 11 Meu próprio corpo Páginas 8 e 9 Transformação social e emancipação para as mulheres manauaras Páginas 14 e 15

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Ano III nº12 Setembro 2007

página 3

Semeando o futuroPáginas 17 e 18

Oportunidade Páginas 10 e 11

Meu próprio corpo Páginas 8 e 9

Transformação social e emancipação para as mulheres manauaras Páginas 14 e 15

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2 REVISTA DO INSTITUTO 3CONSULADO DA MULHER

Yolanda A. Cerqueira Leite, Diretora Jurídica, de Relações Externas e Respon-sabilidade Social da Whirlpool S.A.

E D I T O R I A L

Inauguração de Consulado

Manaus (AM) - Com ações diferenciadas e muito en-tusiasmo, nasce no dia 8 de outubro o Instituto Consula-do da Mulher de Manaus. A nova unidade ficará dentro da fábrica da Brastemp da Amazônia, próxima da área de lazer externa, e será uti-lizada para abrigar a equi-pe do Instituto e capacitar voluntários(as) e lideranças comunitárias.

As atividades acontecerão diretamente nas comuni-dades com base em gênero (melhoria do relacionamen-to entre mulheres e ho-mens), economia solidária e educação popular. “Espera-mos emancipar e prover as mulheres de poderes para

que consigam gerar uma vida melhor. O Consulado será, com certeza, um gran-de ganho para a sociedade de Manaus”, ressalta Dayla C. Souza, coordenadora do Instituto em Manaus.

O ganho também vem para os empreendimentos populares da região, que po-derão receber apoio e asses-soria do Consulado. Foram mapeados 83 empreendi-mentos e 10 deles já estão no perfil exigido pelo Instituto.

Para Inês Meneguelli Acosta, diretora executiva do Consulado, o projeto servirá de referência para a cidade, voluntários(as) e lideranças comunitárias: “O modelo de atuação é pioneiro em Ma-naus e servirá como parâme-tro para a implantação de um Consulado em São Paulo”.

E M D E S T A Q U E

Consulado no coração

Em cinco anos de existência, o Instituto Consulado da Mu-lher alcançou patamares signifi-cativos dentro do terceiro setor: título de utilidade pública em Rio Claro e Joinville, finalista do Prêmio Aberje (Associação Bra-sileira de Jornalismo Empresa-rial), em São Paulo e na Região Sul. Também ficou entre os 16 finalistas do Prêmio Metas do Milênio e entre os 5 primeiros colocados no Prêmio ECO, da Câmara Americana.

As conquistas, com certeza, foram muitas, mas não param

por aí. A cada dia o Consulado escreve novas histórias de feli-cidade, ao emancipar mulheres e melhorar sua auto-estima. Ele transformou, ainda, inúmeras mulheres em empreendedoras. Fazer parte do Consulado da Mulher me dá muito orgulho!

Agora, o Consulado traça mais uma página de sua história com a criação de sua nova sede em Manaus. Acredito que essa atuação trará muitos benefícios para as mulheres da região.

Tudo isso, no entanto, só é possível devido ao trabalho de homens e mulheres que doam seu tempo para trans-formar nossa sociedade: os voluntários(as) e colaboradores (as) do Instituto que se dedicam ao projeto.

O Consulado só tem a crescer com nosso apoio como voluntários(as). Incentivo todos(as) a participar!

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4 REVISTA DO INSTITUTO 5CONSULADO DA MULHER

Cleide Gomes Fonseca, 39 anos, três filhos, veio do Mato Grosso do Sul para Joinville. Ba-talhadora, passou por inúmeras dificuldades na vida, inclusive a perda de um filho. Sempre tra-balhou com a produção de sal-gados, mas o problema com LER (lesão por esforço repetitivo) a fez procurar o microcrédito para adquirir uma misturadeira.

Isso aconteceu por meio do Consulado da Mulher. Ao co-nhecer Paulo Dalfovo, coorde-nador de Trabalho e Renda da instituição, na Conferência de Economia Solidária da região, narrou seus problemas: “Sou chefe de família. Com o dinhei-ro da venda dos salgadinhos, sustento meus dois filhos, um de 12 e outro de 14 anos, além

Compartilhar tarefas é preciso

Um mundo que se torna cada vez mais globalizado faz com que a mulher assuma múl-tiplas funções. É possível ob-servar esta situação feminina no cenário urbano, com uma mulher no cuidado do lar, na dedicação ao trabalho externo, na maternidade, entre tantas outras coisas.

Mas, para que não enlou-queça com tantos papéis, a tecnologia está a seu lado com eletrodomésticos, internet e en-latados. Inovações que podem inclusive ser consideradas fru-tos de suas conquistas ao longo da história. No entanto, mes-mo com todos esses aparatos, a mulher precisa de apoio para trabalhar fora de casa e estar presente na vida familiar.

De onde pode vir esse apoio? Do sexo masculino, claro! A Pesquisa Nacional por Amos-tra de Domicílios (PNAD) mos-tra que, em 2001, 42,6% dos homens cuidavam de casa. Em 2005, o número já chegava a

51%. A participação do pai na educação dos(as) filhos(as) tam-bém é importante. Na Noruega, a licença-paternidade varia de 44 semanas totalmente pagas ou 54 com pagamento reduzi-do para 80%, segundo o Mi-nistério Norueguês de Relações Externas. Isso faz com que pais e mães tenham a mesma proxi-midade com as crianças.

Compartilhar atividades tam-bém é essencial para uma vida saudável e sem estresse para ambos os sexos. O acúmulo de funções da mulher ou do ho-mem só traz desentendimentos e frustrações pessoais. É preciso que as pessoas mirem-se cada vez mais nos grupos familiares que cooperam uns com os ou-tros. Afinal de contas, todos(as) merecem a chance de se reci-clar, trabalhar fora, buscar o próprio crescimento e, ainda, organizar e participar do pró-prio lar. E isso não é só admi-rável como grandioso para a sociedade!

CONSULADO DA MULHER

Força e superaçãoM I R E - S E N O E X E M P L O

Conheça o caso de sucesso com a parceria Real Microcrédito

do meu marido que esta desem-pregado”. Após a narrativa, Dal-fovo a direcionou para um dos agentes do Real Microcrédito.

Cleide recebeu um emprésti-mo de R$ 1.500 para pagar em 24 vezes de R$ 104. “Trabalho todos os dias até as três da ma-nhã fazendo salgados. Falo para outras mulheres irem até minha casa para ensiná-las também a fazê-los. Não podem ficar para-das”, explica. Seu desejo sempre foi ter o próprio negócio e isso poderá se tornar realidade. Seu empreendimento ganhou até um nome: “Dom Salgados”.

Em caso de interesse, entre em contato: (11) 3553 4080 para São Paulo

e 0800 723 4499 para as demais regiões do Brasil

M U L H E R , H O M E M

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6 REVISTA DO INSTITUTO 7

Rio Claro (SP) - No próximo dia 25 de outubro, o projeto “Construindo Pontes” fará um desfile repleto de bom gosto, preço baixo e, o melhor, soli-dariedade.

O projeto é uma parceria do Consulado da Mulher com Mar-garida Maria Vivacqua, a Guida, com atividades de customização de roupas, acessórios, pintura

Um desfile de solidariedade

Q U E N T I N H A S D O C O N S U L A D O

CONSULADO DA MULHER

Q U E N T I N H A S D O C O N S U L A D O

Joinville (SC) - Em outubro, a cidade de Joinville será palco do encontro de empreendimen-tos populares, entidades sociais e órgãos governamentais no debate sobre os rumos da eco-nomia solidária na região.

O Consulado da Mulher fará parte desta ação, que refletirá sobre o conceito de Economia Solidária, sua situação atual e seus desafios.

Na Conferência Nacional de Economia Solidária, que acon-

Plenária do Fórum de Economia Solidária

Círculo de controle de qualidade (CCQ)Joinville (SC) - O Instituto participa da 20ª Mostra de

CCQ, com atrações culturais e oficinas gratuitas abertas ao público. A ação acontece no dia 20 de outubro,

das 14h às 18h, no Grêmio da Whirlpool.O evento mostrará trabalhos de colaboradores(as)

da empresa em projetos voltados para produtividade, qualidade, meio ambiente,

saúde e segurança.

Núcleo (SP) - As atividades de mapeamento para atuação em São Paulo já começaram. Desde agosto, voluntários(as) e equipe do Consulado realizam vi-sitas a comunidades que poderão ser beneficiadas por ações do Ins-tituto. Entre as entidades estão a Casa de Cultura e Educação São Luís, Associação das Mulheres da Zona Leste e Centro de Cidada-nia da Mulher de Santo Amaro.

Usina do trabalho em OsascoEnquanto isso, o projeto Usi-

nas do Trabalho continua. A

Mapeamento da cidadeem tecido e intervenções de gê-nero para mulheres da periferia do bairro Bom Sucesso.

No evento, na sede do Rotary Club às 19h, as empreendedo-ras vão expor sua criação na pas-sarela e poderão comercializá-la para os(as) interessados(as). Participe desta ação! Entre em contato com o Consulado no telefone (19) 3532-4446.

teceu em 2006, quatro bandei-ras foram definidas prioritárias para políticas públicas: finanças solidárias; produção, comercia-lização e consumo; formação e marco legal. E elas serão foca-das nesse evento conforme su-gestões dos empreendimentos e instituições participantes.

Ao final do encontro também serão eleitos(as) representantes para a Plenária Estadual, que acon-tecerá em novembro na cidade Curitibanos, em Santa Catarina.

próxima parceria é com o pro-grama de economia solidária da Prefeitura de Osasco. Quatro empreendimentos populares da cidade, no setor de culinária, re-ceberão o apoio do Consulado, por meio de sua metodologia de gestão e participação, e de eletrodomésticos como meio de produção. E isso é só o começo. “Nossa meta é, em três anos, ter cerca de cem usinas espalhadas pelo país”, revela Christiano Ba-sile, coordenador de Trabalho e Renda do Instituto.

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8 REVISTA DO INSTITUTO 9CONSULADO DA MULHER

E U P O S S O E U P O S S O

Ter direito ao meu próprio

corpoComo assim, ter “direito ao próprio

corpo”? Essa expressão pode ser difícil de entender na primeira vez que a ouvimos. Afinal, nosso corpo, seja ele magro, alto, gordo, negro ou branco, é um bem único, que irá nos acompanhar por toda a vida.

Mas mesmo com essa relação tão pró-xima que temos com o nosso corpo, mui-tas vezes perdemos o direito de decidir o que queremos para ele e, por conseqüên-cia, para nós mesmos(as). Essas decisões incluem desde a aparência que queremos manter até as decisões relacionadas a se-xualidade e reprodução. Quantas vezes, por exemplo, não fazemos uma dieta rigorosa e que nos causa sofrimento só para ter um corpo parecido com modelos que vemos na TV? E quando presencia-mos o preconceito que uma mulher que não quer ter filhos(as) pode sofrer do companheiro e até da sociedade?

“As mulheres devem entender que, apesar de o mundo tê-las co-locado em situação secundária, como um ser inferior ou menos importante, nos úl-timos anos isso vem sendo desmontado. Então, precisam com-preender que são se-res humanos com di-reitos iguais aos dos homens. O direito de ter uma vida sexual sem violência, por exemplo, está esta-belecido na Lei Maria da Penha, que agora completa um ano de existência.”Dra. Margareth Arilha é es-pecialista em direitos sexuais e reprodutivos e representante da Comissão de Cidadania e Reprodução do Centro Brasilei-ro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Na busca pelo direito ao pró-prio corpo, você tem aliadas. Uma delas é a informação. Por meio dela, você pode aprender a cuidar melhor do seu corpo, e valorizar a beleza e o prazer que ele pode proporcionar. Para isso, é importante que você não sinta vergonha. Aprenda a tocá-lo e a senti-lo, para que ele se torne uma fonte de felicidade para você.

Além da informação, a tecno-logia na medicina também tem um papel importante. Por exem-plo, os métodos para evitar a gravidez, como a pílula anticon-cepcional e a gravidez assistida, garantem que a escolha de ter ou não filhos(as) seja unicamente sua. É um direito que as mulheres há 40 anos atrás, não tinham.

Nosso corpo nos pertence

Na década de 60, quando surge o movimento feminista, um dos grandes lemas, canta-do pelas mulheres nas passea-tas e nas manifestações públi-cas, era a frase “Nosso corpo nos pertence”. Essas palavras traduziam o sentimento de muitas mulheres que, apesar de terem voz e opinião, sen-tiam-se oprimidas pelas regras, padrões de beleza e compor-tamento da época. Até hoje, toda mulher enfrenta dificul-dades para garantir o direito de fazer e decidir o que quiser com o seu próprio corpo.

A Cooperativa Amiga do Meio Ambiente (Cooperante) é formada por um gru-po de moradores(as) do bairro Jardim Edilene e busca, por meio da reciclagem, a geração de trabalho e renda como forma de sustentabilidade de suas famílias.

Se você tem papel, vidro, papelão, alumínio, entre outros materiais para reciclagem, ligue para (47) 9102-4719.

Com essa ação, você ajuda quem precisa e ainda preserva o meio ambiente.

Se você tem material para reciclar, entre em contato com a Cooperante!

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10 REVISTA DO INSTITUTO CONSULADO DA MULHER

P A R A T R A B A L H A R E R E N D E R

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Oportunidade no Grêmio da

WhirlpoolMulheres de Rio Claro exibem pratos de dar água

na boca aos(às) colaboradores(as) da empresa

O inícioTudo começou quando a cozi-

nheira Ângela Gonzaga, 59 anos, conhecida como Tia Ângela, assu-miu o cuidado do Centro Comuni-tário nos bairros Orestes Giovani e Arco-Íris. “Não tinha nada por lá. Então, criei um projeto com culi-nária e artesanato“, conta. “Não foi nada fácil”, confessa. Lidar com os problemas da periferia e emancipar mulheres não é tarefa simples, mas sempre acreditou em seu sonho. “Atendo mulheres a partir dos 15 anos e gosto de dar carinho, atenção e ensiná-las a pescar o próprio peixe”.

A chance de mudarO grupo de mulheres do Cen-

tro Comunitário e a Tia Ângela procuraram o Consulado da Mu-lher com o objetivo de melhorar o próprio negócio. Com a as-sessoria recebida, traçaram um plano de trabalho e o Instituto apoiou a organização de even-tos de arrecadação de fundos, como a “Feijoada Comunitária” e a “Feijoada do Quilombo”.

“Com essas experiências, o Consulado sentiu que o em-preendimento poderia assumir mais um desafio: administrar a lanchonete do Grêmio de Colaboradores(as) da Whirlpool, atendendo as bases da econo-mia solidária”, lembra Fabiano Castilho, coordenador de Traba-lho e Renda de Rio Claro.

Ao ouvir a proposta, Tia Ân-gela, entusiasmada, correu para contar a novidade às integran-tes de seu grupo: “E, agora, o que vamos fazer? Vocês que-rem? Cada uma de nós precisa desembolsar R$ 30 reais para isso”. Todas queriam muito aceitar, fizeram um esforço indi-vidual para conseguir o dinheiro e responderam: “vamos abraçar essa causa, sim!”.

“A oportunidade era enor-me e o Consulado nos apoiou muito nessa jornada, ganhamos até uniforme, pratos, entre mui-tas outras coisas. Passei 30 anos buscando o que está sendo feito agora para mim! Somos 10 mu-lheres hoje que trabalham e ad-

ministram a lanchonete do Grê-mio. Temos até um nome: “Ao lado da Mulher”, em homena-gem ao Instituto”, conta Ângela.

Delícias e campanhas à mesa

Os(as) colaboradores(as) podem degustar a cada dia de novidades no cardápio que tem aquele gostinho de comida casei-ra! E também de datas especiais, como: “Noite da pizza”, “Roda de sábado” - com som ambien-te, porções, e muito mais. “Pro-curamos sempre ficar atentas ao gosto do(a) cliente para capri-charmos cada vez mais no que oferecemos”, explica Ângela.

Organização do trabalho

O empreendimento se reú-ne toda segunda-feira no pró-prio Grêmio para tratar de pro-blemas, melhorias, distribuir as tarefas entre as integrantes do grupo para capacitação. As mulheres que não podem vir ao grêmio por causa dos(as) filhos(as) ou por qualquer outro motivo, recebem as tarefas e os ingredientes, e produzem em sua própria casa.

Dicas1º passo: nunca desista

de um sonho2º passo: tenha um objetivo3º passo: busque maneiras

e recursos para atingir esses ideais sempre

P A R A T R A B A L H A R E R E N D E R

Da esquerda para a direita: Magali Aparecida Rodrigues da Silva Soares, Aline Cristina Carsa, Maria Angela dos Santos Gonzaga, Elaine Maria Lopes da Silva Tavares, Edivanda Alberti e Isabel Cristina Ferreira Guillen Gonçalves.

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12 REVISTA DO INSTITUTO 13CONSULADO DA MULHER

Ao compartilhar seu tempo e talento, o(a) voluntário(a) ajuda a cons-truir um mundo mais solidário onde as diferenças não representam desigualdades, nem injustiças. Com toda a boa vontade, ele(a) transforma realidades e apóia a criação de inúmeras histórias de felicidade. Conheça agora essas pessoas.

E X P R E S S Ã O D E C I D A D A N I A E X P R E S S Ã O D E C I D A D A N I A

Barreiras e talentos“Ser voluntário da oficina de

xadrez é incentivar participan-tes ao auto-descobrimento, a romper barreiras, a tornarem-se pioneiros(as) em alguma ati-vidade que lhes interesse. As oficinas devem ajudá-los(as) a descobrir seus dons. E isso pode ser em uma atividade mental, manual, ou ainda, em conjun-to. Todos(as) temos talentos! O que precisamos é descobri-los. O xadrez é uma ponte para chegarmos ao outro lado, onde ficam nossos sonhos”.

Jason Zeidler Hemb é voluntário da oficina de xadrez no Consulado de Joinville, desde março de 2003. Trabalha também como funcionário público do Estado de Santa Catarina.

É preciso mudar“Acredito que a transforma-

ção social é possível, se cada um(a) fizer a sua parte. O mun-do é o resultado do que somos. Sendo assim, não é o mundo que tem de mudar, mas sim nós mesmos(as). Essa mudança é interna, mas em um proces-so de troca de saberes com o(a) próximo(a). Como voluntária do Consulado, o efeito benéfico é bem maior e melhor. Meu obje-tivo é promover melhorias na so-ciedade, e fico muito feliz de po-der contribuir com o Instituto”.

Juliana Durães é voluntária do Núcleo do Instituto Consulado da Mulher, e atua na área de Comércio Exterior da Whirlpool S.A.

Pronta para começar

“Ser voluntária é gratifican-te, pois ao mesmo tempo em que adquiro novas experiências, ofereço oportunidades para todos(as) os(as) envolvidos(as). Minha expectativa com as ativi-dades de Manaus é de colabo-rar com a solução de problemas sociais e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Já estou preparada até para a minha primeira oficina, que será sobre culinária vegetariana”.

Paula Fugita é uma das primeiras vo-luntárias de Manaus e, ela também faz parte da Whirlpool S.A., na área de Controladoria.

A fonte da transformação

social

Unidas como uma família

“No Consulado somos uma família, nos preocupamos com as dificuldades umas das ou-tras. Algo que me marcou foi um grupo de 13 participantes. A oficina teria duração de dois meses, mas queríamos continu-ar com os encontros. Então, as meninas se reuniram e pediram ao Instituto a extensão desse prazo até o final do ano. E con-seguiram! Ficamos todas muito felizes. Esse reconhecimento e retorno são gratificantes de-mais para mim!”

Irene Ferreira Lima é voluntária do Consulado de Rio Claro e participa, ao me-nos duas vezes por semana, com suas ofici-nas de tricô para iniciantes.

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Um novo Consulado da MulherP Á G I N A S C O L O R I D A S

14 REVISTA DO INSTITUTO CONSULADO DA MULHER 15

P Á G I N A S C O L O R I D A S

Campanhas, sensibiliza-ções e captação de recursos. A Brastemp da Amazônia sempre esteve ao lado do Instituto em suas ações. E, agora, recebe uma sede do Consulado da Mulher. Para falar sobre o significado des-sa grande novidade para a região, a Revista do Consu-lado da Mulher convidou Ar-mando E. Valle Jr., diretor da Brastemp da Amazônia.

Transformação social e emancipação para as mulheres manauaras

Revista do Consulado: Na sua opinião, o que representa para a empresa o lançamento do Consulado da Mulher?

Armando E. Valle Jr.: No estado do Amazonas, essa ati-vidade é pioneira. Somos a pri-meira instituição a se preocupar com a mulher na questão da ge-ração de trabalho e renda com equilíbrio nas relações de gênero (homem, mulher). Acreditamos que essa situação também refle-te a imagem de nossas marcas, além de já percebermos melho-ra no clima da Unidade. Os(as) colaboradores(as) ganham com esse lançamento, pois poderão colocar toda a sua energia social numa organização importante, com metodologia reconhecida: o Consulado da Mulher.

Revista do Consulado: Então, os(as) colaboradores(as) estão aderindo à causa do Insti-tuto como voluntários(as)?

Armando E. Valle Jr.: Es-tamos realmente surpresos com o nível de adesão ao programa de voluntariado. As respostas às sensibilizações do Consulado na empresa têm sido as mais positi-vas possíveis. Agora, temos até

um problema: gerenciar essa vontade de ajudar.

Revista do Consulado: E qual é a sua expectativa para a inauguração?

Armando E. Valle Jr.: Tra-balhei bastante para conseguir um Consulado em Manaus e estou orgulhoso dos resultados até aqui. Estamos apenas no co-meço e já é bastante clara a re-percussão e transformação que o Instituto causa nas pessoas.

Revista do Consulado: Qual é a situação da mulher em Manaus? Como você acha que o Consulado agregará valor à comunidade local?

Armando E. Valle Jr.: Po-demos dizer que o número de mulheres chefes de famí-lia vem aumentando de forma significativa na cidade. Ao tirar como base o percentual de mu-lheres nos grupos mapeados e em formação pela economia solidária de Manaus (73%), ve-mos a real necessidade do foco na mulher e na sua geração de renda. Acreditamos que o Consulado desempenhará um papel importante na promoção da cidadania e da emancipação

feminina atuando como agente de transformação social e não em caráter filantrópico.

Revista do Consulado: Por falar em geração de renda, quais são as oportunidades nes-se quesito, em Manaus?

Armando E. Valle Jr.: São muitas para a geração de traba-lho e renda, mas vale destacar a costura e o artesanato, princi-palmente, com a cultura indíge-na da região.

Revista do Consulado: Para você, como líder da Whirl-pool, o que representa ter um Consulado em sua Unidade?

Armando E. Valle Jr.: Fico muito feliz de ter o Consulado em Manaus. Acho que é um passo importante e corajoso de nossa companhia. Essa também é um das razões que faz com que a empresa esteja entre as melhores para se trabalhar no país. Acreditamos que, com o Instituto, vamos construir mui-tas e muitas histórias de felici-dade na região.

Armando E. Valle Jr., diretor da Brastemp da Amazônia.

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16 REVISTA DO INSTITUTO 17CONSULADO DA MULHER

Loja de artesanato do Ponto de Comércio SolidárioAcessórios e peças para decoração e objetos de mesa e banho. Tudo isso em um único lugar: Usina do TrabalhoAnote agora o endereço e venha nos visitar! Você vai se surpreender com a qualidade de nossos produtos e o precinho especial.Av. Visconde de Rio Claro, 150 Fone: (19) 3525-6189

tem gente que pensa que ainda está no século passado?!

Vanessa Corrêa Eleutério

Encontre e marque abaixo 7 erros de gênero

P R A T I Q U E A I D É I A D O

Projeto Semeando o Futuro

Preservação e renda por meio da

palmeira-juçara Mensagem das artesãs

Para obter sucesso, a artesã deve acompa-nhar as tendências da moda, ter um bom aca-bamento e estar sem-pre aperfeiçoando-se. Deve lembrar também do espírito de solida-riedade, cooperação e respeito ao meio am-biente.

cole

cion

e es

ta id

éia

Sonhos, meio ambiente e geração de renda. Palavras fun-damentais para o Projeto Seme-ando o Futuro, de Joinville, que tem como foco capacitar e tor-nar ativas mulheres de comuni-dades carentes da região, pre-servando também a natureza.

Elaborada pelas artesãs Da-nieli Francis Fernandes e Vanes-sa Corrêa Eleutério, parceiras do Instituto, a iniciativa mostra as maneiras de obter retorno finan-ceiro com a conservação da Mata Atlântica, em especial a palmei-ra-juçara (Euterpe edulis Mart). “Poucas pessoas conhecem, mas dos frutos da palmeira extrai-se um suco muito semelhante ao açaí. Ao retirar a polpa, restam as sementes que são utilizadas na confecção de bijuterias e or-namentos”, explica Vanessa.

Danieli e Vanessa agora convidam você para conferir como montar um lindo colar utilizando as sementes do açaí-juçara”.

H A H A H A

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18 REVISTA DO INSTITUTO

Danieli Francis Fernandes

Marlene de Oliveira Luz, participante de Rio Claro

“A revista sempre tem assuntos in-teressantes. Ao ler o depoimento das mulheres, vemos que é possível realizar sonhos. A trajetória delas, que chega-ram aonde queriam, é um exemplo de tudo que queremos. E a publicação mostra que só depende de nós para acontecer. Ao acreditar em mim, tendo determinação, também posso chegar lá! E isso é motivador! Gosto de tudo na revista, mas bem que ela poderia ter mais páginas, com mais histórias...”

Erika da Silva, voluntária de Joinville“A revista do Consulado da Mu-

lher, na minha opinião, é objetiva e inteligente, sem perder o bom humor. Gosto do layout e das matérias, sem-pre bem pertinentes aos objetivos do Instituto. É muito leve e agradável, com notícias interessantes sobre gênero e economia solidária. Utiliza também o espaço para pequenas homenagens aos(às) voluntários(as) do Consulado, o que cativa os(as) leitores(as) e todas as pessoas, quer participem ou não do projeto.

Marlene Bleil, voluntária de JoinvilleAchei muito interessante como as

receitas são divulgadas. É bem explica-do, e as fotos ajudam. É bem fácil de entender. Gostaria que alguma receita minha fosse publicada na revista.

8. Construa a peça até o tamanho de-sejado, lembrando que é importante dei-xar um espaço de mais ou menos quatro dedos para fazer o “fecho” do colar.

Faça o “fecho” com a própria semente.

9. Finalize com um nó em cada lado do colar. Em um dos lados, corte dois fios. No fio que sobrou, coloque uma semen-te, dê um nó e corte o que sobrou.

10. No outro lado, corte apenas um fio. Com os outros dois, faça uma “casi-nha” (dê um nó deixando apenas um es-paço para a semente passar).

11. Depois de terminado o colar, acenda a vela e queime as pontas dos fios que foram cortados.

Tempo gasto, em média, para a produção do colar: 15 minutos

Preço sugerido para venda: entre R$8,00 e R$10,00, incluindo mão-de-obra, transporte, embalagem e custo de materiais de cerca de R$ 2,50

P R A T I Q U E A I D É I A D O

Você vai precisar de:Fio encerado, base de coco (em ca-

sas de artesanato), sementes de açaí, miçangas, vela, fósforo e tesoura.

Modo de fazer:1. Corte três fios de aproximada-

mente 1,50 cm;2. Passe um dos fios pelo furo cen-

tral da base do coco.3. Junte os outros dois fios ao que

foi passado na base e dê um nó sim-ples nos três juntos.

4. Separe os fios, colocando um para cada lado, e observe para que lado o nó ficou. A partir disso, dê um segundo nó, só que, desta vez, do lado contrário ao anterior.

5. Com os fios separados (três para cada lado), coloque, em cada um deles, uma miçanga, uma semente e outra miçanga. Junte todos fios e dê um nó.

6. Deixe um espaço de dois dedos, e dê outro nó. Repita a operação (mi-çanga, semente, miçanga), dando no-vamente um nó.

7. Faça o mesmo do outro lado do colar, sempre comparando os lados para que os nós fiquem da mesma altura.

Colar de sementes de açaí com base

de coco

cole

cion

e es

ta id

éia

CONSULADO DA MULHER 19

Projeto Semeando o Futuro

C A R T A D E L E I T O R ( A )

P a r t i c i p e c o m c o m e n t á r i o s e a n ú n c i o sComente a(s) matéria(s) e/ou a revista. Se você é um(a) participante do Instituto e, também, quer falar sobre seus produtos ou serviços, envie-nos seu anúncio. Ele será avaliado dentro da fisolofia do Consulado para divulgação.

As cartas ou e-mails devem ser enviados com nome completo, RG, endereço e tele-fone. A revista se reserva o direito, de sem alterar o conteúdo, resumir e adaptar os textos publicados. As correspondências devem ser endereçadas à seção Cartas, na Rua Olímpia Semeraro, 675, Jardim Santa Emília, CEP: 04183-901, aos cuidados da Comunicação do Consulado da Mulher, pelo e-mail [email protected], ou entregues diretamente na recepção das unidades do Instituto em Rio Claro (SP), Joinville (SC) e Manaus (AM).

Tatiana Fraga da Silva, voluntária de Joinville

“Andei lendo a revista e a achei muito interessante. No entanto, acho que poderia acrescentar um caça-pala-vras na próxima edição.

Simone Figueira, participante de JoinvilleMinha opinião é de que a revista

informa e ajuda a mulher a descobrir outros caminhos. Faltam dicas sobre a saúde da mulher. A revista é bem ilus-trada, de fácil compreensão e com as-suntos interessantes”.

Nalzira Neves, participante de Joinville Sou Nalzira Neves, tenho 42 anos, e

estou muito feliz por participar do Con-sulado da Mulher. Parece que há mui-to tempo vinha procurando um lugar como este, e encontrei. Aqui encontro mulheres como eu, com sentimentos, sorrisos, guardados e ocultos. Aqui me expresso com naturalidade, sem co-branças, e tem sempre alguém que me ouve, que me conforta, gosto de tudo aqui de todos(as)! Amo vocês!

Teresinha, participante de JoinvilleAchei a revista ótima. Gostei muito

das receitas, e os textos sobre o espaço político para as mulheres.

Elisete Couto, participante de JoinvilleBem, a revista poderia ter mais re-

ceitas e fotos das oficinas.

Page 11: Transformação social e emancipação para as mulheres manauarasconsuladodamulher.org.br/wp-content/uploads/2012/01/Revista12.pdf · de homens e mulheres que ... Grosso do Sul para

Ano III Nº12 Setembro/Outubro 2007A Revista do Consulado da Mulher é uma publicação

bimestral do Instituto do Consulado da Mulher.

Coordenação da PublicaçãoAlexandra Ebert, Inês Meneguelli Acosta e Silvana S. Nascimento.

Conselho EditorialAlexandra Ebert, Bruno Galhardi, Célia Regina Lara, Christiano Basile,

Dayla C. Souza, Gláucia Matos Adeniké, Guilherme Diefenthaeler, Juliana Souza, Leda Böger, Lenira Vicari, Maria de Fátima Olberg, Paula Watson,

Renata Watson, Sandra Pólo e Silvana S. Nascimento.

FotosMarcelo Caetano (Joinville - SC): Expressão de cidadania (Jason), Pratique a idéia do Projeto Semeando o Futuro; Gilberto Junior (Rio Claro - SP): Para trabalhar e render;

Expressão de cidadania (Irene); Arquivo Pessoal: Editorial (Yolanda A. Cerqueira Leite), Páginas coloridas (Armando E. Valle Jr.), Expressão de cidadania (Juliana e Paula).

TextosJornalista responsável: Alexandra Ebert (MTB: 42674)

Estagiário de comunicação: Bruno GalhardiEducadoras sociais: Lenira Vicari e Maria de Fátima Olberg

Convidada: Juliana Duraes (voluntária de SP)

Projeto Gráfico, Diagramação e IlustraçõesTraço Comunicação (www.watsons.com.br)

Tiragem6.000 exemplares

Instituto Consulado da MulherNúcleo São Paulo SP: (11) 3566-1665 • Unidade Rio Claro SP: (19) 3532-4446

• Unidade Joinville SC: (47) 3433-3773 • Unidade Manaus AM: (92) 3301-8550www.consuladodamulher.org.br

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Em caso de interesse, entre em contato: (11) 3553 4080 para São Paulo e 0800 723 4499 para

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