Transmissões Por Correias

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  • 8/12/2019 Transmisses Por Correias

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    Felix E. Fonseca Felfli

    ELEMENTOS DE MQUINAS

    FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO

    Professor: Dr. Felix E. Fonseca Felfli

    TEMA II

    TRANSMISSO POR CORREIAS

    Sumrio

    2.1. Sistemas de transmisso de potncia.2.2. Movimento circular2.3. Rendimento nas transmisses2.4. Transmisso por correias.

    2.1. Sistemas de transmisso de potncia

    As transmisses so os mecanismos utilizados para

    transmitir a potncia do motor aos rgos de trabalho de

    uma mquina.

    A necessidade de introduzir a transmisso entre o motor e

    os rgos de trabalho se deve :

    Necessidade de reduzir velocidades entre o motor e osrgos de trabalho.

    Trabalhar com faixas variveis de velocidade e torque. Possibilitar que um nico motor possa pr em

    funcionamento vrios mecanismos os quais trabalham em

    velocidades diferentes.

    Fatores de segurana no acionamento de maquinasAs transmisses de movimento circular surgem em

    praticamente todas as mquinas, pelo que assumem uma

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    Felix E. Fonseca Felfli

    importncia fundamental no estudo dos elementos de

    mquinas. A fig.2.1 mostra um exemplo clssico de

    transmisso por correia dentada num sistema de comando de

    vlvula de um motor automotivo.

    FIG.2.1

    As transmisses mecnicas so baseadas nos princpios do

    atrito ou do contacto geomtrico entre dois corpos.

    A fig.2.2 mostra exemplos destes dois tipos de princpios

    em alguns tipos de transmisso de potncia.

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    Felix E. Fonseca Felfli

    FIG.2.2

    A tabela 2.1 mostra quais os fatores que devem ser tomados

    em conta na escolha do tipo de transmisso a usar.

    TABELA 2.1

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    Felix E. Fonseca Felfli

    TABELA 2.1(CONTIUAO)

    2.2. Movimento circular

    A seguir alguns conceitos fundamentais sobre movimento

    circular, o domnio destes conceitos importante para o

    posterior clculo das transmisses de potncia.

    2.2.1 Velocidade angular ()

    [2.1]

    Onde a variao do ngulo no intervalo de tempo t.

    Sendo a grandeza expressa em radianos por segundos (Rad/s).

    2.2.2 Rotao (n)

    [2.2]

    t

    30

    n

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    Felix E. Fonseca Felfli

    A equao acima mostra a relao entre velocidade angula e

    rotaes por minutos (rpm)

    2.2.3 Velocidade tangencial

    No movimento circular, em uma roda, por exemplo, todos os

    pontos contidos na mesma distncia do centro de rotao

    possuem a mesma velocidade tangencial. A fig.2.3 mostra

    este conceito.

    FIG.2.3

    [2.3]

    Existe uma relao entre velocidade angular e velocidade

    tangencial e rotao, dada pelas seguintes expresses:

    [2.4]

    [2.5]

    Em ambas as equaes r o raio ou distncia ao centro de

    rotao (ver fig.2.3) sendo o raio em metros ento a

    velocidade tangencia ser expressa em m/s.

    VVVVV 4321

    rV

    30

    nrV

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    2.2.4 Relao de transmisso

    Considerando que no ocorre escorregamento na correia da

    fig.2.4, a velocidade tangencial ser a mesma para ambas as

    polias (motora e movida) ento:

    1

    2

    2

    1

    2211

    r

    r

    rrV

    Onde a relao acima denominada relao de transmisso e

    ela expressa a reduo ou multiplicao das velocidades

    angulares em uma transmisso. Para correias a relao de

    transmisso dada por:

    [2.6]

    FIG.2.4

    Para uma transmisso por rodas dentadas ou por correntes a

    relao de transmisso dada pela seguinte equao (ver

    fig.2.5 para referncias geomtricas).

    [2.7]

    Onde do2 e do1so os dimetros primitivos da coroa e do

    pinho respectivamente, assim como z2 e z1 o nmero de

    dentes da coroa e do pinho respectivamente.

    2

    1

    2

    1

    1

    2

    n

    n

    d

    di

    2

    1

    1

    2

    2

    1

    1

    2

    n

    n

    z

    z

    do

    doi

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    FIG.5

    Quando existem vrias transmisses conectadas em serie a

    relao de transmisso total dada pela multiplicao das

    relaes de transmisso de cada transmisso. Em termos

    gerais pode ser expressa da seguinte forma:

    n321T iiiii [2.8]

    2.5 Torque

    O torque numa transmisso dado pela seguinte expresso:

    [2.9]

    Onde FT a fora tangencial e ra distncia de aplicao

    da fora ao centro de giro da transmisso.

    2.6 Potncia

    Existe uma relao entre a potncia o torque e a velocidade

    de uma transmisso, dada pela seguinte expresso:

    Ou

    [2.10]

    Relaes importantes para converso de unidades:

    Hp = 745,6 W

    Cv = 735,5 W

    rFTT

    TN

    30

    nTN

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    3. Rendimento nas transmisses

    3.1 Rendimento

    Rendimento uma medida do aproveitamento da energia

    disponvel em um sistema. Nem toda a energia disponvel num

    sistema aproveita como energia til, porque uma parte

    dissipada durante o transporte e/ou transformao da

    energia. Nas transmisses mecnicas tambm ocorre este

    fenmeno devido ao atrito das partes em movimento. A fig

    2.6 mostra um esquema do fluxo da potncia numa transmisso

    mecnica.

    FIG.2.6

    Ento por uma equao de balano podemos escrever:

    PdPuPe

    Dividendo por PE

    Pe

    Pd

    Pe

    Pu1

    Considerando que Pe

    Pu

    e que PePd

    p , ento:

    p1

    Pelas expresses acima pode se deduzir que o rendimento ()

    sempre menor do que a unidade. Quando h vrias

    transmisses conectadas em srie o rendimento total pode

    ser calculado assim:

    [2.11]

    PePu

    Pd

    n321T .

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    2.4. Transmisses por correias

    2.4.1 Generalidades e caractersticas

    Correias so elementos de mquinas que transmitem movimento

    de rotao entre dois eixos (motor e movido) por intermdio

    de polias. A polia que transmite movimento e fora

    denominadapolia motora ou condutora. A polia que recebe

    movimento e fora denominadapolia movida ou conduzida.

    FIG.2.7

    Tipos de correias

    FIG.8

    Polia motora

    Polia Movida

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    2.4.2 Materiais empregados na fabricao das correias

    Os materiais empregados para fabricao das correias so:

    1- Couro;

    2- Materiais fibrosos e sintticos ( base de algodo, plo

    de camelo, viscose, perlon e nilon)

    3- Materiais combinados (couro e sintticos).

    FIG.2.9

    As correias mais usadas so as planas e as trapezoidais. A

    correia trapezoidal feita de borracha revestida de lona e

    formada no seu interior por cordonis vulcanizados para

    suportar as foras de trao (Fig. 2.9).

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    As correias trapezoidais so classificadas em ter classes,

    Classe I (clssica), Classe II (de alto rendimento) e

    Classe III (funcionais)

    A figura 2.10 mostra uma classificao das correias em V, e

    seus diferentes perfis.

    FIG.2.10

    Existem outros perfis: SPA, SPB, SPC, SPZ, 3VX. Os mais

    usuais so Os perfis classe I e classe II.

    2.4.3 Tipos de polias

    FIG. 2.11

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    2.4.4 Materiais usados na construo das polias:

    1. Ferro fundido (o mais utilizado)

    2. Aos

    3. Ligas leves

    4. Materiais sintticos

    2.4.5 Configuraes das transmisses por polia

    FIG. 2.12

    Nas transmisses por correia plana, a relao de

    transmisso (i) no deve ser maior do que 6 (seis), e na

    transmisso por correia trapezoidal esse valor no deve ser

    maior do que 10 (dez).

    2.4.6 Caractersticas principais

    1.Grandes distncias entre eixos;2.Possibilidade de escorregamento da correia, exceto nas

    correias dentadas, nestas a relao de transmisso

    rigorosamente mantida;

    3.Funcionamento silencioso;

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    2.4.8 Analise das cargas em uma transmisso por correias.

    Equao fundamental das transmisses por correias.

    As correias esto submetidas basicamente a dois tipos detenses: tenso devido ao tracionamento e tenso devido

    flexo da correia em torno da polia. A figura 1.10 mostra a

    configurao da fora normal (N) resultante do

    tracionamento inicial, que origina a fora de atrito (.N)

    necessria transmisso, tanto para correias planas

    (figura 2.14a) como para trapezoidais (figura 2.14b).

    FIG. 2.14

    Considerando as foras envolvidas numa transmisso por

    correias (fig. 2,15), se pode determinar a relao entre as

    foras envolvidas.

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    FIG. 2.15

    Da figura 2.15:

    F1= fora no ramo tenso

    F2= fora no ramo frouxo

    = Arco de contato em Radianos

    = coeficiente de atrito

    Equilbrio de foras no eixo tangencial 0Ft :

    02

    dcosdFFdN

    2

    dcosF

    12

    dcos

    dNdF [2.13]

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    Equilbrio de foras no eixo normal 0Fn :

    02

    dFsen

    2

    dsendFFdN

    2

    d

    2

    dsen

    02

    Fd

    2

    dFd

    2

    FddN

    FddN [2.14]

    Substituindo equao 2.13 em 2.14:

    FddF

    Integrando separando variveis e integrando no limite de F1

    e F2:

    2

    1

    F

    Fln

    eFF2

    1 [2.15]

    A equao 2.15 a equao fundamental das correias que

    relaciona as foras nos ramais da correia.

    2.4.8 Metodologia para dimensionar transmisses por

    correias trapezoidais

    1. Clculo da potncia de projeto (Np)

    smP fNN [2.16]

    NmPotncia do Motor (kW)

    fsFator de servio (ver tabela 2.3)

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    TABELA 2.3

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    2. Seleo do perfil da correia

    A determinao do perfil da correia feito utilizando-se

    os grficos mostrados nas figuras 2.14 e 2.15. Deve-se

    decidir previamente o tipo de correia a ser utilizado (por

    exemplo classe I ou classe II). Em seguida deve-se

    encontrar a interseo entre a rotao da polia menor (ou

    eixo mais rpido RPM of faster shaft) e a potncia de

    projeto (Np), calculada no 1 passo (Desing Kilowatt). A

    regio onde estiver a interseo mostrar o perfil de

    correia mais adequado.

    FIG 2.14

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    FIG.2.15

    3. Seleo do dimetro mnimo da polia condutora (D1)

    O dimetro mnimo recomendado segundo a tabela 2.4.

    TABELA 2.4

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    Neste passo se comprova a velocidade perifrica da correia

    em m/s. Usando a equao 2.17:

    60000nDV 11

    p [2.17]

    Onde:

    D1 - dimetro da polia condutora (mm)

    n1 rpm da polia motriz

    Para perfis clssicos (A,B,C,D) a velocidade mxima

    recomendada de 30 m/s (1800 m/min).

    Para perfis estreitos (3V, 5V, 8V) a velocidade mxima

    recomendada de 33 m/s (1980 m/min).

    Quando a velocidade est acima da faixa recomendada o

    desgaste das correias maior do esperado e se faz

    necessrio o balanceamento das polias.

    4. Clculo do dimetro primitivo da polia conduzida (D2)

    [2.18]

    D1Dimetro da polia condutora (mm)

    n1rpm na polia condutora

    n2rpm n polia conduzida

    i Relao de transmisso

    5. Estimativa da distncia entre centros (C)

    2

    DD3C

    21

    [2.19]

    iDn

    nDD 1

    2

    1

    12

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    D1Dimetro da polia condutora (mm)

    D2Dimetro da polia conduzida (mm)

    6. Estimativa do comprimento mnimo das correias (l)

    [2.20]

    Ob.: Toda as unidades devem estar em mm

    7. Ajuste da distncia entre centros (Ca)

    Com o comprimento l calculado procura-se nos catlogos dos

    fabricantes o comprimento padro (lc) mais prximo do

    perfil selecionado, para logo calcular a distncia entre

    centros real (Ca).

    [2.21]

    Onde:

    [2.22]

    e o fator h se determina pela tabela 2.5. ou pela equao

    aproximada:a

    12

    l2

    DDh

    C4

    DDDD57,1C2l

    2

    12

    12

    2

    DDhlC 12aa

    12ca

    DD57,1ll

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    TABELA 2. 5

    Ob: na tabela 5 D=D2 e d=D1

    As tabelas 2.6 e 2.7 mostram os comprimentos padres dascorreias, recomenda-se estudar os catlogos dos fabricantes

    (Gates, Goodyear....etc.)

    TABELA 2.6

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    TABELA 2.7

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    8. Clculo do nmero de correias (nc)

    ef

    p

    cN

    NZ [2.23]

    Np Potncia de projeto (kW)

    Nef Potncia efetiva por correia (kW)

    Clculo da Potncia efetiva por correia (Nef):

    [2.24]

    Nb Potncia de bsica (kW)

    Na Potncia adicional (kW)

    fFator de ajuste pelo arco de contato

    flcFator de ajuste pelo comprimento da correia

    Os valores da potncia bsica assim como da potnciaadicional so encontrados nas tabelas dos fabricantes,

    consultar, por exemplo, o manual da Gates: Heavy DutyV-Belt

    Drive Design Manual. No anexo I desta apostila h um

    extrato das tabelas com os valores Nbe Napara as clases I

    (perfis A, B, C) e II (Perfis 3V, 5V, 8V).

    O fator de ajuste pelo arco de contato f pode ser

    determinado pela tabela 2.6.

    lcabef

    ffNNN

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    TABELA 2.6

    O fator de correo pelo comprimento da correia

    determinado pelas tabelas 2.7 e 2.8.

    C

    1D2D ngulo de

    contato

    [o]

    f

    0.0 180 1.00

    0.1 174 0.99

    0.2 169 0.97

    0.3 163 0.96

    0.4 157 0.94

    0.5 151 0.93

    0.6 145 0.91

    0.7 139 0.89

    0.8 133 0.87

    0.9 127 0.85

    1.0 120 0.82

    1.1 113 0.80

    1.2 106 0.77

    1.3 99 0.73

    1.4 91 0.70

    1.5 83 0.65

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    TABELA 2.7 TABELA 2.8

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    11. Clculo da fora projetada no eixo

    [2.29]

    12. Dimensionamento das polias

    2.4.9 Clculos de comprovao. Clculo da vida til de

    transmisses por correias trapezoidais.

    Na prtica so realizados clculos de verificao que

    permitem diagnosticar o funcionamento das transmisses e

    descobrir as causas de falhas operacionais.

    a-Verificao dos ciclos de flexo:A experincia confirma

    que as flexes sofridas por uma correia sobre as polias

    )cos(FF2FFR 212221

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    podem influenciar significativa no aquecimento da correia e

    conseqentemente na vida til dela. Por isso, recomende-se

    que as correias no ultrapassem os valores admissveis de

    flexiones por segundo, calculados pela eq. 2.30.

    lc

    vn1000i

    p

    pf [2.30]

    Onde:

    Vp- velocidade das correias (m/s) (ver eq. 2.17)

    Lc comprimento das correias (mm)

    np quantidade de polias

    Os valores recomendados para ifso:

    [if] = 30 seg-1 perfil normal (A,B,C,D)

    [if] = 60 seg-1 perfil estrecho (3V,5V,8V)

    b-Verificao do ngulo de contato:

    Muitos projetistas no conhecem a influencia negativa que

    provoca na capacidade de carga da transmisso o ngulo de

    contacto inferior a 120.

    O ngulo de contato em graus pode ser determinado por:

    C

    DD60180 12

    [2.31]

    Para converter o ngulo de contato em radianos usa-se a

    seguinte eq.:

    180

    rad [2.32]

    Para ngulos de contato inferiores a 120 graus a capacidade

    de carga diminui substancialmente, provocando aquecimento e

    escoamento excessivo na transmisso e consequentemente a

    vida til diminui.

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    c-Verificao do coeficiente de deslizamento elstico:

    O escoamento elstico surge como resultado das deformaes

    que sofre a correia no sentido longitudinal e acompanha otrabalho da transmisso. Este fenmeno localizado no

    contato que se produz entre a correia e as polias, e

    principalmente entre a correia e a polia conduzida.

    As pesquisas experimentais mostraram que numa transmisso

    que trabalha normalmente, o escoamento elstico no ocorre

    em toda a superfcie de contacto da correia com as polias.

    Em cada polia o ngulo de contato se divide em duas partes:o ngulo de escoamento e o ngulo de repouso.

    Na medida em que aumenta a carga til que transmitida

    pela correia, o ngulo de escoamento aumenta as expensas da

    diminuio do ngulo de repouso, aumentando de esta forma o

    escoamento elstico da correia na polia e a defasagem da

    polia conduzida em relao velocidade que leva a correia

    durante a fase de estiramento. Ao produzi-se unasobrecarga, capaz de estender a todo o ngulo de contacto o

    ngulo de escoamento, o movimento de escoamento elstico se

    transforma num deslizamento ou patinagem total da correia

    sobre a polia. Este ltimo fenmeno ocorre geralmente na

    polia donde menor o ngulo de contacto (fig. 2.16).

    FIG. 2.16

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    O escoamento elstico (S) pode ser determinado pela

    seguinte equao:

    2

    '

    22

    n

    nnS [2.33]

    Onde:

    n2rpm terica da correia conduzida

    n2rpm real da correia conduzida

    de acordo com isso, a relao de transmisso real (i) pode

    ser determinada por:

    )S1(D

    D

    )S1(n

    n

    )S1(

    1ii

    1

    2

    2

    1'

    [2.34]

    Onde

    i - relao de transmisso terica.

    D1Dimetro da polia condutora (mm)

    D2Dimetro da polia conduzida (mm)

    n1rpm na polia condutora

    n2rpm n polia conduzida

    d- Verificao da vida til de transmisses por correias

    trapezoidais.

    Aps a especificao, uma estimativa da vida desta correia

    pode ser feita. O enfoque importante a anlise da ordem

    de grandeza desta vida. Se ela no atender os critrios

    projeto existem parmetros que podem ser alterados a fim de

    se obter uma alternativa possvel.

    Os fatores que influenciam a vida de uma correia so: as

    cargas de trao e de flexo, o nmero de picos de carga e

    os efeitos centrfugos. Baseado nestes conhecimentos,

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    Felix E. Fonseca Felfli

    algumas observaes podem ser feitas: quanto menor o

    dimetro da polia e o comprimento e quanto maior a

    velocidade, mais severa a transmisso e menor a vida

    da correia. Estes fatores normalmente esto embutidos na

    capacidade de transmisso das correias, porm uma

    estimativa mais acurada necessria. Observando os pontos

    crticos C e D, no grfico de distribuio de carga por

    ciclo na correia, na figura 2.17, pode-se determinar a

    intensidade dos picos de carga.

    FIG. 2.17

    Evidentemente que a mxima carga ser obtida no ponto D.

    Neste ponto a tenso mxima est dada por:

    1flexV

    P

    0max2

    [2.35]

    Sendo:

    0Tenso inicial na correia (tenso esttica)

    pTenso til na correia

    vTenso devido s foras centrfugas

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    flexTenso devido a flexo

    A condio na qual se alcana a fadiga das correias est

    dada por:

    b

    m

    fat

    m

    max nn [2.36]

    Onde, fat a tenso limite de fadiga e nb o nmero ciclos

    bsicos at a fadiga, ambos determinados experimentalmente,

    m o coeficiente da curva de fadiga e n o nmero de

    ciclos na correia. Portanto:

    b

    m

    max

    fat nn

    [2.37]

    O nmero de ciclos pode ser expresso em horas:

    Hnlc

    v106,3n

    p

    p6 [2.38]

    Onde:

    Vp- velocidade das correias (m/s)

    Lc comprimento da correia (mm)

    npquantidade de polias

    H vida das correias em horas

    Portanto, a vida til pode ser calculada em horas pela

    seguinte equao:

    m

    max

    fat

    p

    p6

    b

    nlc

    v106,3

    nH

    [2.39]

    Este mtodo foi aperfeioado pelos fabricantes de correias

    (Gates, Goodyear), os quais propem a seguinte expresso:

    m

    2

    m

    1

    m

    fat

    p

    25,1

    TT

    T

    v

    lc1477H [2.40]

    Onde:

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    Vp- velocidade das correias (m/s)

    Lc comprimento da correia (mm)

    TfatLimite de fadiga (N)(ver tabela 2.9)

    T1e T2Esforos mximos no ramal tensionado (N)

    m coeficiente da curva de fadiga:

    m = 5-6 para correias planas

    m = 6-11 para correias v (recomendvel usar 11)

    Os esforos mximos T1 e T2 so calculados por:

    1flexfc

    pc

    p

    o1 TTVZ

    N500ST [2.41]

    1flexfc

    pc

    p

    o1 TTVZ

    N500ST [2.42]

    Onde:

    Sotenso inicial (N)

    Nppotencia de projeto (kW)

    Zcnmero de correias

    Vp- velocidade das correias (m/s)

    Tfcfora centrfuga (N)

    Tflexfora por flexo (N)

    2Z

    Ft

    1F

    F

    1F

    F

    S

    c

    2

    1

    2

    1

    0

    [2.43]

    A relao F1/F2 pode ser determinada pela equao 2.15. Ft

    a fora tangencial determinada pela equao 2.27.

    2

    fc pvT [2.44]

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    a massa por metro de correia (kg/m)(ver tabela 2.9) e

    Vp a velocidade em m/s.

    5,1

    1

    b1flex

    DC589T [2.45]

    5,1

    2

    b

    2flexD

    C589T [2.46]

    Cb coeficiente de flexo (ver tabela 2.9)

    TAB. 2.9

    O valor mnimo aceitvel para a vida til das correias :

    Hmin= 400- 1500 horas

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