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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE FÍSICA
CURSO DE BACHARELADO EM FÍSICA MÉDICA
CESAR AUGUSTO SILVA CARDOSO ASSIS
TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO: ESTUDO DE CASO EM
PLANO DE TRANSPORTE EFETUADO PELO HOSPITAL DO CÂNCER
DE UBERLÂNDIA
UBERLÂNDIA 2018
CESAR AUGUSTO SILVA CARDOSO ASSIS
TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO: ESTUDO DE CASO EM
PLANO DE TRANSPORTE EFETUADO PELO HOSPITAL DO CÂNCER
DE UBERLÂNDIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Física Médica, do Instituto de Física, da Universidade Federal de Uberlândia como requisito para a conclusão do curso e obtenção do título de Bacharel em Física Médica. Orientador: Prof.º Dr. Antônio Ariza Gonçalves Junior
UBERLÂNDIA 2018
TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO: ESTUDO DE CASO EM
PLANO DE TRANSPORTE EFETUADO PELO HOSPITAL DO CÂNCER
DE UBERLÂNDIA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado para a obtenção do título de Bacharel em Física Médica, do Instituto de Física, da Universidade Federal de Uberlândia (MG) pela banca examinadora formada por:
Uberlândia, 17 de julho de 2018.
__________________________________________________
Professor 1
_________________________________________________
Professor 2
_________________________________________________
Professor 3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado força e paciência para poder passar
por todas as dificuldades encontradas durante o curso, sendo elas na própria faculdade
quanto na vida pessoal.
Agradeço meus pais, Cacilda e Mario Cezar, por terem me apoiado por todo o caminho
e me ajudado a fazer escolhas que definiram minha trajetória até aqui, afinal sem eles
eu não estaria aqui e nada mais justo do que ser grato a eles eternamente, por tudo
que me proporcionaram e passaram por mim.
Gostaria de agradecer meu irmão, Luiz Felipe, que esteve ao meu lado me dando
conselhos e me ajudando mesmo que discretamente, mas suas palavras e conselhos
tem um grande valor para mim.
À minha família, que sempre me desejou sorte e teve esperanças que um dia eu
conseguiria os meus objetivos e cumprir minha jornada como estudante para me tornar
o profissional que eu desejo.
Agradecer ao meu orientador, por ter dedicado seu tempo ao trabalho, depositando
confiança em mim para que o mesmo fosse realizado com sucesso, tendo paciência e
calma respondendo todos os questionamentos e dúvidas durante a pesquisa.
Finalmente, agradeço à banca examinadora que aceitou participar deste momento
especial de conclusão de curso.
RESUMO
O uso de material radioativo se tornou crescente hoje em dia, desde um exame de imagem, relativamente simples, até o tratamento de doenças, por exemplo, o câncer. Porém, o manuseio desse material exige cuidados e atenção a fim de prevenir danos aos seres humanos e ao meio ambiente. Todo esse processo para uso de material radioativo, incluindo fabricação, manuseio e transporte, que é o enfoque deste trabalho, é regimentado em normas regulamentadoras brasileiras que padronizam esse tipo de atividade. A etapa de transporte foi escolhida, pois é uma das que mais apresentam riscos e exposição às pessoas e meio ambiente, de forma que algum acidente possa ter consequências drásticas ou irreversíveis. Assim, este trabalho tem como objetivo pontuar todas as considerações necessárias para o desenvolvimento de um plano de transporte de material radioativo, avaliando um Plano de Transporte efetuado em 2014 no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, sinalizando algumas melhorias e avaliando as leis e normas dos órgãos responsáveis pela aprovação do plano e sua fiscalização. A metodologia empregada é descritiva, mais precisamente um estudo de caso, avaliando as normas e leis a serem utilizadas para a elaboração do plano de transporte, tendo as mesmas como embasamento teórico. Após um estudo detalhado do plano e uma revisão literária das leis e normas que o compõe, uma análise crítica e descritiva será apresentada pontuando os fatores que trazem benefícios ou malefícios para a execução do plano elaborado. As principais leis e normas utilizadas para fiscalização são a CNEN-NE 5.01 e Nota técnica CNEN-IBAMA 01/2013. As outras variam conforme a via de transporte, por exemplo, a RBAC nº 175 da ANAC para via aérea, Resolução nº 420 da ANTT para via terrestre e NORMAM-01/DPC, NORMAM-02/DPC, NORMAM-29/DPC e Resolução nº 1765 da ANTAq para via marítima. Sugerem-se melhorias quanto à fiscalização do transporte, e não, somente, para a aprovação do plano em si. É de extrema importância a fiscalização rígida da CNEN desde o preenchimento dos documentos pelo expedidor até a chegada do material em seu destino final tornando o transporte efetivo e seguro para todos os envolvidos.
Palavras-chave: Plano de transporte de material radioativo. CNEN. CNEN-NE 5.01.
Radioproteção.
ABSTRACT
The use of radioactive material intensified nowadays, from an image examination, relatively simple, to the treatment of diseases, for example, cancer. However, handling the material requires care and attention to prevent damage to humans and the environment. This whole process of radioactive material use, including manufacturing, handling and transportation, which is the focus of this work, is regimented in Brazilian regulatory standards that standardize this type of activity. The transportation phase has been selected because it is one of the riskiest and more exposed to people and to an environment, in some way an accident can present drastic or irreversible consequences. Thus, this work has as objective describe all the necessary questions for the development of a radioactive material transportation plan, evaluating a Transportation Plan carried out in 2014 at the Federal University Hospital of Uberlândia, signaling some improvements and evaluating the laws and regulations of the institution responsible for approval and oversight. The methodology used is descriptive, but it is a case study, evaluating the norms and laws to be used in the elaboration of the transportation plan, having these as its theoretical basis. After a detailed study of the plan and a literary revision of the laws and regulations that make up, a critical and descriptive analysis will be presented punctuating the factors that bring the benefits or damages to the execution of the elaborated plan. As the main laws and standards used for inspection are CNEN-NE 5.01 and Technical Note CNEN-IBAMA 01/2013. The other variate according to the transport route, for example, the ANAC RBAC No. 175 for Airway, ANTT Resolution 420 for Land and NORMAM-01 / DPC, NORMAM-02 / DPC, NORMAM-29 / DPC. 1765 of ANTAq for the sea. It is suggested improvements regarding the inspection of the transport, and not only for the approval of the plan itself. It is of extreme importance a certification agent from CNEN from the filling of the documents until the arrival of the material from its final destination to the effective and safe transportation for all involved.
Keywords: Transport plan of radioactive material. CNEN. CNEN-NE 5.01.
Radioprotection.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Radiografia da mão da esposa de Röntgen 13
FIGURA 2 Categoria de embalados 24
FIGURA 3 Categoria de pacotes embalados, incluindo contêineres quando usados como pacotes de embalados
25
FIGURA 4 Símbolo básico do trifólio 26
FIGURA 5 Rótulo categoria I - Branca 27
FIGURA 6 Rótulo categoria II - Amarela 27
FIGURA 7 Rótulo categoria III - Amarela 27
FIGURA 8 Placa de aviso para tanques e contêineres 28
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIEA Agência Internacional de Energia Atômica
ANAC Agência Nacional de Aviação Civil
ANTAq Agência Nacional de Transporte Aquaviário
BAE Baixa Atividade Específica
CEMAm Conselho Estadual do Meio Ambiente
Ci Unidade de Medida de atividade (Curie)
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear
CRCN-CO Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro Oeste
IATA International Air Transport Association
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
ICAO Organização Internacional de Aviação Civil
IEN Instituto de Energia Nuclear
IMO Organização Marítima Internacional
IPEN Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
IRD Instituto de Radioproteção e Dosimetria
NORMAM Normas da Autoridade Marítima
OCS Objetos Contaminados na Superfície
RBAC Regulamento Brasileiro da Aviação Civil
SOLAS International Convention fot the Safety of Life at Sea
VS Vigilância Sanitária
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
2 OBJETIVO ........................................................................................................... 12
3 CONTEXTO HISTÓRICO .................................................................................... 13
4 METODOLOGIA .................................................................................................. 17
5 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO TRANSPORTE DO MATERIAL
RADIOATIVO ...................................................................................................... 19
6 APRESENTAÇÃO DAS NORMAS PARA TRANSPORTE DE MATERIAL
RADIOATIVO ...................................................................................................... 21
7 PLANO DE TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO ................................ 30
7.1. CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL TRANSPORTADO E DO EMBALADO (ENSAIOS) ........... 30
7.2. APRESENTAÇÃO DO VEÍCULO E ITINERÁRIO .............................................................. 31
7.3. PROGRAMA DE EMERGÊNCIA .................................................................................. 32
7.3.1. Colisão sem incêndio ........................................................................................ 32
7.3.2. Colisão com incêndio ........................................................................................ 33
7.3.3. Incêndio .............................................................................................................. 33
7.4. DOCUMENTOS RESERVADOS AOS RESPONSÁVEIS ..................................................... 33
7.5. GARANTIA DE QUALIDADE REGISTRADA .................................................................. 34
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 35
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 37
10
1 INTRODUÇÃO
Devido aos avanços tecnológicos, o uso de materiais radioativos vem tendo uma
nova perspectiva, tanto para a realização de exames quanto em tratamentos de
doenças em hospitais e clinicas. Porém não é um material simples de se trabalhar,
tendo vários riscos para os profissionais que o manuseiam e, também, para os
pacientes que o utilizam. Levando esses riscos em consideração, podemos tomar
certas medidas e precauções para que os mesmos sejam diminuídos, dando assim uma
maior segurança para as pessoas e ao meio ambiente no manuseio do material
radioativo (FERREIRA FILHO; AQUINO; RODRIGUES, 2015).
Para que o material radioativo chegue até as clinicas e hospitais existem uma
série de condições, restrições e formas de transportá-lo até seu destino de uso, com
isso se faz necessário leis e normas para que toda e qualquer forma de transporte seja
feita de forma segura, seguindo um formato padrão diminuindo os riscos de acidente,
não colocando assim em risco a população e o meio ambiente (FERREIRA FILHO;
AQUINO; RODRIGUES, 2015).
O processo de transportar materiais radioativos é umas das partes mais
perigosas de seu uso, considerando que é o momento onde há a maior exposição da
população e do meio ambiente podendo gerar consequências drásticas e até mesmo
irreversíveis, dependendo diretamente do tipo de material transportado e de sua
quantidade.
Com o surgimento de novos aparelhos e tratamentos nos hospitais, fez-se
necessário a troca de equipamentos e até mesmo desativar algumas tecnologias não
mais utilizadas. Sendo esse o caso de alguns hospitais, o material radioativo não seria
mais necessário e, portanto seria descartado. Entretanto, a forma de descarte deve ser
supervisionada e acompanhada por pessoas capacitadas, tendo uma série de
documentos a serem preenchidos e testes a serem feitos para que o transporte seja
feito com a máxima segurança possível (FERREIRA FILHO; AQUINO; RODRIGUES,
2015).
A partir de tais critérios, visa-se fazer um levantamento se as normas e leis a
serem consideradas para efetuar um transporte de material radioativo são efetivas, se
realmente restringem os riscos e se tornam o transporte algo seguro e viável a ser
11
efetuado. Para tal avaliação, um estudo de caso será feito sobre um plano de transporte
de material radioativo efetuado em razão social da Fundação de Assistência, Estudo e
Pesquisa de Uberlândia.
O estudo de caso tem como objetivo determinar os pontos críticos do plano de
transporte de material radioativo, levantando o que há de mais essencial sobre as
normas e leis que o compõem. A metodologia escolhida para o estudo ainda visa dar
uma interpretação mais característica do caso, sendo composta assim pela visão de
quem analisa o caso, tendo assim uma liberdade maior de interpretação, porém sem
influenciar no resultado já obtido (GERHARDT; SILVEIRA, 2009) que foi o deferimento
do plano de transporte e a própria execução do mesmo.
12
2 OBJETIVO
O principal objetivo do trabalho é levantar todas as considerações necessárias
para o desenvolvimento de um plano de transporte de material radioativo, sendo que
nele devem estar empregadas todas as normas e leis indicadas pelos órgãos
responsáveis.
O trabalho ainda visa avaliar um Plano de Transporte de Material Radioativo
efetuado em 2014, levantando hipóteses e melhorias a serem empregadas no plano e
avaliar se as leis e normas utilizadas aderem a todos os quesitos em questão de
segurança e viabilidade para efetuar o plano.
13
3 CONTEXTO HISTÓRICO
Segundo Francisco et. al. (2005), em 1898 ao reproduzir em seu laboratório, um
trabalho sobre raios catódicos, Röntgen teve a ideia de observar se os mesmos tinham
algum alcance fora da ampola de Crookes, que era utilizada em seu experimento ou o
que aconteceria acondicionando a ampola a outras condições que ainda não teriam
sido consideradas. Passando uma corrente elétrica pela ampola, ele percebeu uma
luminescência em uma placa próxima a mesa onde ela se encontrava, levando-o a
repetir o experimento algumas vezes, afastando e aproximando a placa da ampola,
observando se o efeito repetiria. Como forma de outros testes, Röntgen colocou vários
objetos de materiais e formas diferentes entre a placa luminescente e a ampola,
chegando a uma primeira conclusão de que somente o chumbo e a platina barravam
totalmente a luminescência, o que poderia ser um primeiro sinal da radioatividade, que
ainda era desconhecida.
Ainda segundo Francisco et. al. (2005), ao testar os outros materiais, segurando-
os com sua mão, entre o tubo e a placa, ele conseguiu ver seus ossos juntamente com
o contorno de sua mão na placa em que os raios estavam direcionados. Sua ideia
seguinte foi substituir a tela fluorescente por uma chapa fotográfica conseguindo assim
produzir uma imagem mais bem definida que a anteriormente vista. Após semanas de
trabalho em seu laboratório, em um de seus experimentos, imobilizou a mão de sua
esposa na direção dos raios desconhecidos apontando na direção à placa fotográfica,
conseguindo assim a primeira imagem de raio-X da história (Figura 1).
Figura 1 – Radiografia da mão da esposa de Röntgen
Fonte: TOKUS (2014).
14
Como cita Francisco et. al. (2005), o fato dos raios se propagarem em linha reta
e ainda tinham a capacidade de atravessar corpos opacos à luz ainda foi estudado por
Röntgen. Outra característica, por sinal muito importante, que ele percebeu foi que a
intensidade dos raios é proporcional ao inverso do quadrado da distância entre a fonte
e a tela.
Diante de tantos fatos novos, outros pesquisadores começaram a tratar o
assunto com mais delicadeza e em 1896, o cientista Henri Becquerel resolveu guardar
filmes fotográficos envolvidos por papel preto, junto com um sal que continha sulfato
duplo de potássio e uranilo. Após uns dias, ele viu que o filme havia ficado manchado,
suspeitando que o mesmo estivesse sendo marcado pela radiação vinda do urânio.
Sendo assim, ele fez mais testes com outros sais, não obtendo o mesmo resultado,
comprovando que somente o sal com urânio mancharia o filme fotográfico, por algum
motivo, porém ele não chegou a um resultado absoluto e preciso, não confirmando sua
hipótese (MARTINS, 1990).
Em meados de 1898, Marie Curie por meio de estudos, colaborou com o estudo
das radiações descobrindo novos elementos radioativos (tório, polônio e rádio). O que
poucos sabem é que ela não estava pesquisando novos elementos, mas sim estudando
a condutividade do ar produzida pelos raios de urânio, repetindo um experimento que já
havia sido feito para os raios-X, mas agora sendo aplicado de outra forma. Porém, ela
observou resultados ainda não percebidos, como a absorção dos raios do urânio pelo
alumínio, serem mais fortes do que os do raio-X, assim como outras medidas
quantitativas da radiação, diferenciando fenômenos radioativos de outros fenômenos
hipotéticos (MARTINS, 2003).
Todas as pesquisas e estudos deram uma base teórica e experimental mais
concreta para entender a radioatividade, nos possibilitando proteções contra a radiação,
o que antes causaria efeitos prejudiciais aos seres humanos e ao meio ambiente sem
compreensão alguma, agora poderiam ser entendidos e evitados (MARTINS, 2003).
Além disso, a radiação começou a ser utilizada em nosso benefício, como, por exemplo,
na esterilização de materiais hospitalares e até mesmo como uma forma de conservar
alimentos.
15
Porém os materiais radioativos, ao serem utilizados, devem ser tratados de
forma especial, para que diminua o risco de acidentes e consequências drásticas tanto
para quem os manipula quanto para o meio onde ele é manuseado. Desta maneira,
podemos começar a entender a importância deste estudo e a necessidade das normas
e leis para o tratamento de tais materiais.
Segundo Xavier et. al. (2006), um dos principais acidentes, em âmbito nacional e
mundial foi o acidente na cidade de Goiânia ocorrido em 1987, quando uma clínica, que
havia sido desativada, não tratou como deveria o material radioativo que utilizava. No
caso do acidente, uma cápsula que continha cloreto de césio, um sal obtido a partir do
radioisótopo 137 do elemento Césio, foi encontrada por catadores e vendida para um
ferro velho. Porém, a cápsula projetava uma luz brilhante, o que despertou a
curiosidade de muitas pessoas, que acabaram manuseando o material.
Ainda segundo Xavier et. al. (2006), o acidente só foi identificado duas semanas
depois, quando sinais de contagio foram identificados pela Vigilância Sanitária (VS),
confirmando o material tóxico. Poucas horas após expostas, as pessoas começaram a
desenvolver sintomas como: náusea, tontura, vômitos e diarreia. Apresentando esses
sintomas as pessoas procuraram profissionais da saúde, que pensaram se tratar de
algum tipo de doença contagiosa desconhecida. Mas a VS só foi capaz de identificar a
contaminação por material radioativo alguns dias depois, relacionando os sintomas com
a exposição ao pó brilhante e azul contido na cápsula achada na clínica desativada.
Xavier et. al. (2006) ainda conclui que morreram quatro pessoas, a amputação
do braço de outra pessoa, a contaminação de mais de 200 pessoas e ainda a
contaminação de três depósitos de ferro velho, casas e vários locais públicos.
O acidente poderia ter sido evitado se os responsáveis tivessem tratado o
material radioativo como deveria, no caso de desativar um aparelho de radioterapia ou
algum outro que utilize material radioativo para seu funcionamento, dar um destino para
o material dentro das normas e leis não causando nenhum risco à população, como foi
o caso, e muito menos ao meio ambiente. Outro fator que poderia ter evitado o
acidente, seria um controle maior sobre o material radioativo pelos órgãos estatais, que
deveriam saber quais fontes radioativas estão sendo utilizadas ou não, e até mesmo
16
quais delas estão sendo desativadas, para que com uma maior rigidez, tenham um
destino correto do material, evitando assim acidentes como o de Goiânia.
Depois de desativada, a cápsula deveria ter sido transportada, de acordo com as
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e do Conselho Estadual
do Meio Ambiente (CEMAm), sendo direcionada a algum centro de rejeitos radioativos
(CNEN, 1988; NUNES et.al., 2013).
Em resposta ao acidente de Goiânia, foi criado em 1989, o Centro Regional de
Ciências Nucleares do Centro Oeste (CRCN-CO), que objetiva o monitoramento de
depósitos definitivos de rejeitos vindos do acidente radiológico de Goiânia,
acompanhados pela CNEN, evitando algum ocasional desequilíbrio ambiental por
causa da radiação (CRCN-CO, 2006).
17
4 METODOLOGIA
A metodologia empregada no trabalho se classifica como descritiva mais
precisamente classificada como um estudo de caso único, caracterizando a ideia de
testar uma teoria bem formulada, restringindo ao caso do trabalho exposto. Portanto,
avaliar as normas e leis a serem utilizadas para o transporte de material radioativo,
tendo as mesmas como embasamento teórico que as guiem, porém no estudo de caso
único tomaremos como partida um acontecimento que pode ser considerado raro, e que
poucas vezes tem a chance de ser analisado com mais detalhes, podendo revelar
pontos críticos ainda não percebidos (YIN, 2001).
O caso a ser analisado teve como base e referência o próprio órgão que
coordena as atividades dos materiais radioativos, no caso do Brasil a CNEN, que tem
em seu site todas as orientações necessárias para guiar e orientar a pessoa que tiver
interesse em desenvolver outro projeto semelhante na área.
Os dados apresentados e descritos, bem como todos os documentos utilizados
para tal análise, foram disponibilizados pelo orientador da monografia, atual supervisor
de radioproteção do Hospital do Câncer de Uberlândia, elaborador e responsável pela
execução do plano de transporte analisado, tomando também como referência
documentos e normas da CNEN, consultados em seu próprio site, em conjunto com o
IBAMA, que tem tomado frente em processos como este que podem gerar riscos ao
meio ambiente.
Outras fontes também foram consultadas, por se tratar de uma análise do plano
de um transporte de material radioativo, vários documentos tiveram de ser analisados,
tendo eles origem de todos os órgãos e empresas envolvidas no projeto como, por
exemplo, o Ministério do Meio Ambiente, Hospital do Câncer da cidade de Uberlândia e
outros, fornecendo assim as características do material, o modo em que ele foi
transportado, descrevendo o processo, desde o formato, peso e tamanho da fonte a ser
transportada até o itinerário que foi utilizado para que o material chegasse ao destino
em total segurança.
18
O estudo de caso apresentado irá analisar de forma crítica o processo
necessário para que materiais radioativos sejam transportados dentro do Brasil,
buscando uma compreensão mais completa, objetiva e conceitual do que estatística.
Sendo assim, o resultado apresentado será uma análise qualitativa do processo e do
resultado obtido para o transporte de material radioativo já realizado, se tornando então
praticamente uma análise literária (YIN, 2001).
Após um estudo detalhado do plano de transporte e uma revisão literária das leis
e normas que o compõe, uma análise crítica e descritiva será apresentada pontuando
os fatores que trazem benefícios ou malefícios para a execução do plano elaborado. A
proposta ainda se mantém tentando descrever alguma falha ou ponto enfraquecido que
tenha que ser melhorado nas normas que constituem a elaboração e execução de um
plano de transporte de material radioativo.
19
5 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO TRANSPORTE DO MATERIAL RADIOATIVO
Há alguns anos, o uso de materiais radioativos vem tendo um acréscimo
exponencial, tanto para o tratamento de doenças quanto para obtenção de imagens em
exames. Devido esse crescimento foi necessário o desenvolvimento de padrões de
proteção e segurança para o transporte e armazenamento de determinados materiais,
para que as chances de acidentes sejam minimizadas.
Para tais padrões, foi criada em 1957 a Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA), devido ao medo e tensões proporcionadas pelas descobertas e
utilidades da tecnologia nuclear. (FISCHER, 2018). Como primeiro resultado da AIEA,
tivemos a primeira edição dos Regulamentos para Transporte de Material Radioativo,
que definem normas e quesitos a serem seguidos para um transporte de material
radioativo ou material considerado perigoso com destino e/ou origem internacional.
(RODRIGES, 2009)
Entretanto, estamos mais interessados no controle de tais materiais em um
escopo nacional e, por este motivo, vamos focar nas normas da CNEN. A CNEN é um
órgão federal e tem objetivo de desenvolver a política nacional de energia nuclear,
planejar, orientar, supervisionar e fiscalizar a produção e uso da mesma e ainda
estabelece normas e regulamentos para radioproteção. A CNEN hoje atua em todo
país, tendo sua sede no Rio de Janeiro e unidades em Goiânia, Recife, Belo Horizonte,
Brasília, Minas Gerais, Angra dos Reis, Caetité, Fortaleza, Porto Alegre, Resende, além
dos institutos (CNEN, 2015a):
Instituto de Engenharia Nuclear – (IEN), no Rio de Janeiro;
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – (IPEN), em São Paulo;
Instituto de Radioproteção e Dosimetria – (IRD), no Rio de Janeiro;
20
Sendo representada em vários estados, a CNEN trabalha dentro de áreas
nucleares, tanto para gerar energia nuclear, tratamento e armazenamento de rejeitos
radiativos e outros (CNEN, 2015a).
Com isso, para ser efetuado um transporte de material radioativo no território
brasileiro, as normas da CNEN, basicamente a Norma CNEN-NE-5.01, estabelecendo
requisitos de segurança e proteção radiológica, especificando o tipo de embalado
utilizado, por um determinado meio de transporte, devem ser seguidas (CNEN, 1988).
Em outubro de 2014 um acordo conjunto entre CNEN e IBAMA foi firmado, no qual
foram definidos critérios e características às licenças ambientais e instalações
radioativas, nucleares e atividades como o transporte de tais materiais (CNEN, 2015b).
21
6 APRESENTAÇÃO DAS NORMAS PARA TRANSPORTE DE MATERIAL
RADIOATIVO
O transporte de material radioativo pode ser realizado de várias formas, sendo
elas via terrestre, marítima e aérea, com destinos no próprio país ou em outro (CNEN,
1988). Considerando tais variações, as leis e normas a serem levadas em consideração
diferenciam-se da seguinte forma:
Origem e Destino Internacional Com escopo mundial, as normas a serem seguidas pertencem a AIEA, seguindo
os Regulamentos para transporte Seguro de Materiais Radioativos (Regulations for the
Safe Transport of Radioactive Material – 2012 Edition) temos as normas características
para cada meio de transporte (IAEA, 2012).
Para o transporte por via marítima devem-se seguir as conformidades da
Organização Marítima Internacional (IMO), que faz suas determinações através do
Código Internacional de Produtos Perigosos (IMDG Code), que se tornou obrigatório
através da Convenção SOLAS (International Convention for the Safety of Life at Sea)
alterando o documento em 1974. Neste documento as substâncias perigosas são
divididas em várias classes, sendo separadas por sua periculosidade ao meio ambiente
e aos seres vivos que podem ser prejudicados, além de oferecer maiores cuidados e
menor risco à carga, estabelecendo condições para o transporte, ou seja, a
embalagem, rotulagem, documentação e tudo que é necessário até a entrega do
material ao destinatário (IMO, 2018).
Caso o transporte se dê por via aérea, o regulamento é responsabilidade da
Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), tendo como base as Instruções
Técnicas para o Transporte Seguro de Produtos Perigosos por Ar. No documento
estão todas as especificações para que o transporte seja feito corretamente,
caracterizando até mesmo o operador da aeronave, suas responsabilidades, da
segurança e outros requisitos (ICAO, 2017). Como complemento do regulamento do
22
ICAO, existe o Manual para o Transporte Seguro de Produtos Perigosos por Ar, que
objetiva complementar e fazer algumas exigências a mais para o transporte (IATA,
2017).
A última forma de transporte se dá por via terrestre (rodoviário), que tem como
base o Acordo de Alcance para a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos,
regulamenta o transporte de material perigoso para países do Mercosul. Neste acordo,
há especificações em relação aos veículos e equipamentos utilizados, assim como na
carga, descarga, armazenagem e outros. Destacando ainda que se o transporte for efetuado
por via ferroviária existem normas e regulamentação especifica a serem seguidas (BRASIL,
1996).
Origem e Destino Nacional (Brasil)
O transporte de material radioativo no país vem tendo um acréscimo e, em
conjunto, um aumento na fiscalização e rigidez das normas e leis. A norma básica a ser
seguida é a Norma CNEN-NE-5.01, que trata de uma lei complexa e que abrange
quase todas as possibilidades que existem para um transporte de material perigoso
(CNEN, 1988).
A Norma CNEN-NE-5.01 tem como objetivo principal manter a segurança e a
proteção radiológica de quem efetua o transporte, dos bens utilizados e do meio
ambiente. Ela trata do nível de radiação externa do embalado, sua qualidade de
retenção do conteúdo, a prevenção de danos causados pelo calor e por qualquer outro
tipo de acidente que possa vir ocorrer (CNEN, 1988).
A norma ainda possui complementações, descritas nela própria, sendo elas a
Norma CNEN-NE-3.01 que trabalha com as Diretrizes Básicas de Radioproteção, a
Norma CNEN-NE-3.02 com os Serviços de Radioproteção e a Norma CNEN-NE-2.01
tratando da Proteção Física de Unidades Operacionais da Área Nuclear (CNEN, 1988).
Ela trata das especificações do material radioativo, dando a sua definição,
juntamente com a definição de material sob forma especial e material físsil. Em outro
tópico a Norma classifica o material de acordo com sua atividade, separando-os em
Material de Baixa Atividade Específica (BAE) e os Objetos Contaminados na Superfície
23
(OCS), que tem suas subdivisões descritas e caraterizadas na própria Norma (CNEN,
1988).
Os embalados também são comentados na Norma, sendo classificados em
quatro tipos principais: (1) exceptivos, (2) industriais, (3) tipo A e (4) tipo B. Adjunto da
classificação dos embalados ela traz os limites de atividade para cada um, ou seja, para
cada embalado existe um tipo de material a ser transportado e dependendo dele, de
sua forma e atividade, sua blindagem é feita de forma diferente, se tornando adequada
para que os envolvidos no transporte não corram riscos (CNEN, 1988, 2003).
Durante o transporte, o material radioativo deve estar protegido pelo embalado,
projetado de acordo com as características do material. Além de ser fácil e seguro para
o manuseio, o embalado deve ser fixado no meio de transporte, de acordo com as
especificações descritas na norma (CNEN, 1988, 2003).
Essas especificações citadas acima são para o transporte por via terrestre, pois
por via aérea temos algumas outras regras a serem seguidas, como por exemplo, a
temperatura da superfície externa não pode exceder 50°C, sem contar a insolação, e a
contenção do embalado não pode diminuir, mesmo com a grande variação de
temperatura, entre outras (CNEN, 1988, 2003).
Da mesma forma os embalados exceptivos têm suas regras a serem seguidas.
Já os requisitos dos embalados industriais são separados, devido suas subdivisões em
embalados industriais do tipo EI-1, EI-2 e EI-3, porém as características dos embalados
estão todas descritas na Norma assim como o que deve conter nos tanques e
contêineres, caso sejam utilizados para fazer o transporte do material perigoso (CNEN,
1988, 2003).
Os embalados classificados como tipo A, B, B(U) e de material físsil tem todas as
restrições descritas e, assim como todos os outros embalados, tem seus ensaios
descritos nos anexos da Norma, pois os embalados devem ser testados de várias
maneiras para que, assim possa ter um controle e segurança maiores durante o
transporte, garantindo assim que o embalado tenham as propriedades necessárias para
evitar um vazamento do material, ou que eles tenham a blindagem necessária (CNEN,
1988, 2003).
24
Por se tratar de uma Norma completa referente ao transporte de material
radioativo, ela ainda aborda temas como radioproteção e garantia de qualidade, tanto
ao projeto, a inspeção e manutenção quanto à documentação dos embalados. Outro
fator que deve conter no embalado são as suas características, o fato de ser material
explosivo, corrosivo e outros. Todas essas características devem estar visíveis e de
fácil entendimento nos rótulos, placas e marcas de aviso (CNEN, 1988).
A norma descreve ainda sobre o Índice de Transporte (IT) que é um valor
utilizado para estabelecer alguns fatores, como por exemplo, os limites do conteúdo
radioativo, as categorias de rotulação, as restrições para o uso do meio de transporte e
até mesmo o número de embalados permitidos em um contêiner ou outro meio. Em
sumo, o IT nos dá a taxa mínima de dose que pode ser encontrada a um metro de
distância do embalado a ser utilizado no transporte (CNEN, 1988) (Figura 2 e Figura 3).
Para fins de segurança, a Norma estabelece as rotulações e marcações dos
embalados e pacotes para que o usuário saiba dos riscos ali contidos, sendo ainda
apresentadas tabelas demonstrando tais classificações (CNEN, 1988) (Figura 2 e
Figura 3).
Tabela 1 – Categoria de embalados
Fonte: CNEN (1988).
25
Tabela 2 - Categoria de pacotes embalados, incluindo contêineres quando usados como
pacotes de embalados
Fonte: CNEN (1988).
A Norma ainda apresenta algumas especificações de acordo com o meio em que
o transporte é realizado, tendo alguns adicionais para transporte Rodoviário,
Ferroviário, Aquaviário e Aéreo (CNEN, 1988).
A Norma CNEN-NE-5.01 traz, em seus últimos tópicos, as inspeções que podem
ser realizadas pela própria CNEN ou por órgãos credenciados a ela. Trata das
responsabilidades e documentações geradas e/ou conseguidas pelo expedidor e
mantidas junto ao material transportado, sendo de responsabilidade do mesmo informar
ao transportador as características do material e ações a serem adotadas em caso de
algum acidente ou emergência. O expedidor ainda deve notificar a CNEN ou
autoridades competentes por onde ocorrerá o transporte (CNEN, 1988, 2003, 2013).
Em anexo à Norma estão todos os ensaios, para cada tipo de embalado, junto
com os métodos de ensaio dando todos os parâmetros para que o embalado tenha a
maior resistência e ofereça segurança durante o transporte. Além disso, a norma
26
apresenta os certificados de aprovação, um modelo de ficha de monitoração de carga e
do veículo rodoviário e a declaração do expedidor de materiais radioativos, que são
documentos que devem permanecer em posse durante o transporte (CNEN, 1988,
2003).
Por fim, a Norma traz em seu apêndice alguns dados complementares e detalhes
finais a serem aplicados, incluindo os nomes e números dos materiais radioativos,
classificados de acordo com extrato das nações unidas, valores de atividades a serem
aplicados nos itens anteriores da norma, como no cálculo da atividade em misturas de
radionuclídeos. Outro dado interessante que a Norma identifica, são fatores de
multiplicação que devem ser aplicados quando há um transporte de cargas de grandes
dimensões, bem como as categorias de cada embalado levando em consideração o IT
e a máxima de nível da radiação na superfície dos embalados. Para facilitar a Norma
contém a imagem do trifólio (Figura 4), os rótulos para categoria I (Figura 5), II Figura
(6) e III (Figura 7) e o símbolo “Radioativo” (Figura 8) para as placas de aviso para
tanques e contêineres (CNEN, 1988).
Figura 2 – Símbolo básico do trifólio
Fonte: CNEN (1988).
27
Figura 3 – Rótulo categoria I - Branca
Fonte: CNEN (1988);
Figura 4 - Rótulo categoria II – Amarela
Fonte: CNEN (1988).
Figura 5 - Rótulo categoria III – Amarela
Fonte: CNEN (1988).
28
Figura 6 – Placa de aviso para tanques e contêineres
Fonte: CNEN (1988).
O transporte de material radioativo deve seguir outros documentos normativos
além da Norma CNEN-NE-5.01, que é o caso da Resolução nº 420 da ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres), que define em classes e subclasses os ensaios
dos produtos, além de delimitar o alcance do regulamento, bem como suas aplicações
(BRASIL, 2004).
A Resolução nº 420 da ANTT inclui alguns critérios para produtos que podem ser
transportados, que não estão inclusos na Relação de Produtos Perigosos, assim como
trata de isenções para alguns outros. Determina ainda cuidados a serem tomados
quanto à disposição dos embalados e complementa a Norma CNEN-NE-5.01, com
critérios a serem seguidos, restrições e cuidados a serem tomados quando for planejar
um transporte de material radioativo e/ou quando for efetuar determinado plano
(BRASIL, 2004).
Outro documento utilizado para o planejamento de transporte de material
radioativo é o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC), mais especificamente o
RBAC nº 175 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) que traz especificações
para o transporte de materiais perigosos por via aérea, incluindo aeronaves registradas
no Brasil ou não. No documento também constam algumas classificações dos materiais
bem como todos os documentos, identificações, marcações e outros parâmetros para o
transporte por esta via (BRASIL, 2009a, 2009b).
O RBAC nº 175 ainda traz algumas regras específicas e responsabilidades tanto
para o expedidor como para o operador do transporte e para o terminal de cargas. Há
29
algumas restrições referentes à carga a ser transportada, por se tratar de um produto
radioativo e/ou algum material explosivo, corrosivo ou de outra classificação perigosa
(BRASIL, 2009b).
Agora, tendo como foco o transporte aquático, temos como regulamentação as
Normas da Autoridade Marítima (NORMAM) que são as NORMAM-01/DPC, NORMAM-
02/DPC e NORMAM-29/DPC, sendo elas completadas pela Resolução nº 1765 da
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAq). Essas Normas são para todas
as navegações brasileiras, sendo que, a Norma 01 e 29 visam à navegação em mar
aberto e a Norma 02 à navegação interior. Já a Resolução nº 1765 da ANTAq dita
formas de proceder com o trânsito de produtos perigosos dentro ou fora da área do
porto. (BRASIL, 2005a, 2005b, 2010, 2013).
As Normas da NORMAM e a Resolução nº 1765 da ANTAq tratam todos os
pontos para que o transporte seja feito com o menor risco possível, tratando o material
com o devido cuidado, levando em conta sua forma, tamanho, origem e destino já
preestabelecidos e com tudo previamente documentado. O diferencial dessas últimas
Normas é o trabalho extra que deve ser levado em consideração referente ao navio,
pois eles estabelecem cores e várias outras exigências quando se trata do transporte
aquático. (BRASIL, 2005a, 2005b, 2010, 2013).
A Nota Técnica Conjunta IBAMA-CNEN 01/2013 complementa os fundamentos
técnicos para o transporte do material radioativo, onde se faz necessário a autorização
do órgão responsável pelo meio ambiente, ou seja, o transporte deve estar licenciado
não somente pela CNEN, mas também pelo IBAMA (NUNES et. al., 2013).
A Nota Técnica Conjunta IBAMA-CNEN traz classificações dos materiais
radioativos a fim de complementar as normas já citadas no trabalho e ainda traz as
definições de cada volume a ser utilizado no transporte, incluindo volumes do tipo C e
H, por exemplo. Ainda cita os OCS e trata com mais detalhes os BAE’s, porém o
interessante para o trabalho são os materiais sob forma especial, no caso as fontes
seladas, que deve ser dada uma ênfase maior à segurança e proteção radiológica,
competentes à CNEN (NUNES et. al., 2013).
30
7 PLANO DE TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO
Os dados apresentados a seguir foram retirados do Plano Geral de Transporte
de Material Radioativo que foi anteriormente elaborado e efetuado em 2014 por Antônio
Ariza Gonçalves Junior, supervisor de radioproteção do Hospital do Câncer de
Uberlândia, e orientador deste trabalho.
7.1. Características do material transportado e do embalado (ensaios)
Foi transportada uma fonte de Cobalto-60 que chegou ao Hospital de Clínicas da
Universidade Federal de Uberlândia com atividade de 10.589 Curie (Ci) na data de 13
de dezembro de 1999 e posteriormente instalado, dentro do cabeçote do equipamento
de teleterapia do modelo Theratronics Phoenix, e tendo uma atividade de 1451 Ci, na
data de 10 de janeiro de 2015, mediante autorização da CNEN, conforme o
encaminhamento de formulários específicos.
Além do cabeçote, que foi fabricado para uma proteção de 12.000 Ci, houve a
adição de madeira reforçada para uma melhor sustentação e fixação do material ao
veículo durante o transporte, como exigido nas Normas. Foram tomadas medidas
visando uma maior proteção do material e das pessoas envolvidas, no caso de ocorrer
algum acidente e também para evitar movimentações indesejadas do material durante o
percurso.
Ainda de acordo com os documentos que compunham a licença de operação, o
material a ser transportado encontrava-se em forma sólida, classificado do tipo especial,
sendo necessário somente um embalado, classificado na categoria III – Amarelo. O
embalado encontrava-se em arranjo especial, contendo a fonte blindada em cabeçote
do próprio equipamento de teleterapia. O embalado tinha dimensões de 1,70 m x 1,0 m
x 1,0 m adicionando ainda o berço de ferro. O embalado foi fixado na carroceria do
caminhão por cintas com catracas e depois coberto por lona enquanto o cabeçote foi
preso por um arranjo tipo berço, no qual o fundo é fixado por parafuso. O peso do
conjunto é de aproximadamente 2.000 Kg.
Considerando a forma sólida do material e suas dimensões foram realizados os
testes para o embalado descritos na norma CNEN-NE 5.01 (CNEN, 1988). Foi realizado
31
o teste de impacto, o embalado foi lançado em queda livre a uma altura de nove metros
sobre um alvo resistente e plano. O segundo teste realizado foi o de percussão, o
embalado foi atingido por uma barra de aço de seção redonda com diâmetro de 25 mm
e borda arredondada criando um impacto equivalente a uma massa de 1,4 kg, em
queda livre a partir de 1 metro (CNEN, 1988).
O teste térmico também foi aplicado ao embalado, o mesmo foi aquecido até
uma temperatura de 800 °C, permanecendo assim por 10 minutos, sendo,
posteriormente, resfriado sem ajuda de outros meios externos (CNEN, 2018).
7.2. Apresentação do veículo e itinerário
O veículo utilizado para o transporte foi um caminhão Truck – Munck 20’’, modelo
Mercedes-Benz, placa KEC-7094 e a carga foi fixada meio de cordas, cintas e catraca.
Como descrito nas normas, existem exigências de equipamentos necessários em
caso de acidente, no caso deste transporte constam dois calços 150 mm x 200 mmx
150 mm, um kit de ferramentas, 50 metros de fita com 70 milímetros de largura ou
corda para isolamento da área do acidente, 4 placas autoportantes de 340 mm x 470
mm escritos “PERIGO AFASTE-SE”, quatro dispositivos para sustentação da corda ou
fita para isolar o veículo dos 4 lados, quatro cones, uma lanterna, luvas, capacete,
máscara, extintor com pó químico seco de 4 kg (CNEN,2018).
Como opção para o transporte foram disponibilizados dois trajetos, o primeiro
cobrindo uma distância de aproximadamente 500 km, saindo da Avenida Amazonas no
bairro Umuarama em Uberlândia, pegando a BR-050 via Rua Dr. Luiz Antônio Waack e
Avenida Floriano Peixoto. Seguindo a BR-050 até a Rodovia Anhanguera em Parque
Via Norte, em Campinas, seguindo pela saída 99 via BR-050/SP-330, seguindo a
Anhanguera até chegar à Avenida Lix da Cunha seguindo até Avenida das Amoreiras
em Villa Rialto, onde se encontra o IPEN.
O caminho opcional tinha o mesmo seguimento de saída até a BR-050, porém
nela seria seguido o caminho até o Subsetor Leste – 6 em Ribeirão Preto. Em seguida
será pego a saída 308 via BR-050, seguindo o curso pegaríamos a BR-364 em São
Carlos via Rodovia Antônio Machado Sant’Anna e Rodovia Engenheiro Thales de
32
Lorena Peixoto Junior. Seguindo a BR-364 e BR-050 até retornarmos a Rodovia
Anhanguera em Parque Via Norte, onde o caminho seria retomado igualmente o
primeiro trajeto, chegando ao IPEN. O segundo trajeto possui uma distância de
aproximadamente 520 km.
O tempo gasto em ambos seria de aproximadamente 10 horas, contabilizando
pedágios, paradas, carga e descarga do material.
7.3. Programa de Emergência
Nos casos de emergência uma série de protocolos devem ser seguidos de
acordo com a Norma 5.01 e seus complementos, como a Nota Técnica Conjunta
IBAMA-CNEN, sendo que para a radioproteção, quando ocorrer um acidente, as
principais medidas são de isolar a área, não tocar no embalado nem no veículo de
transporte e impedir que outras pessoas o façam. Não fumar, beber, comer ou tocar em
nada sem lavar as mãos cuidadosamente. Não permanecer na área do incidente ou
acidente, avisar o pessoal do resgate que todas as pessoas e objetos envolvidos
podem estar contaminados. Em caso de incêndio, utilizar o equipamento especial
composto de dispositivo de proteção respiratório e de roupas para proteção corporal.
Não limpar o local até que as pessoas especializadas cheguem e somente reiniciar o
transporte quando o supervisor de proteção radiológica permitir (CNEN, 1988, 2003;
NUNES et. al., 2013).
7.3.1. Colisão sem incêndio
O protocolo diz para prestar os primeiros socorros mantendo o público afastado
do veículo a uma distância de pelo menos 50 metros, comunicar a polícia de que houve
um acidente contendo material radioativo, complementando se há a necessidade de
carro de bombeiros ou ambulância. Verificar se houve vazamento do conteúdo do
embalado e se há fuga de radiação avaliando a perda de material, se houver notificar a
CNEN e a empresa transportadora (INUNES et. al., 2013).
33
7.3.2. Colisão com incêndio
Seguindo o protocolo temos que prestar os primeiros socorros às pessoas
feridas, mantendo o público afastado 50 metros de distância e notificar a polícia dizendo
se há a necessidade de ambulâncias ou intervenção dos bombeiros. Notificar a CNEN e
a transportadora (NUNES et. al., 2013).
7.3.3. Incêndio
Para incêndio de pequeno porte, extingui-lo com produtos químicos secos. Se for
de porte maior extingui-lo com água, pó de base potássica, espuma ou outro extintor
próprio para o tipo de incêndio, lembrando que estes tipos de incêndio devem ser
controlados pelos bombeiros. Não remover os embalados danificados e se não houver
risco remover os não danificados da área de incêndio esfriando o embalado com água
em abundância mesmo que o fogo já tenha extinguido. Notificar a CNEN e a
transportadora (NUNES et. al., 2013).
7.4. Documentos reservados aos responsáveis
Para a realização do transporte são necessários alguns documentos de
autorização, no qual o expedidor deve providenciar e estar em posse durante o
processo. Os documentos exigidos são o envelope para transporte de produtos
perigosos, a declaração do expedidor, nota fiscal avulsa adjunta da licença de operação
do IBAMA (NUNES et. al., 2013).
A CNEN ainda exige uma autorização para o transporte, junto com a requisição
para a transferência do material radioativo também fornecido pela CNEN e por fim uma
ficha de monitoração de carga e do veículo (CNEN, 1988, 2013). O responsável pelo
transporte ainda deve orientar o motorista as condições necessárias para que o
transporte seja efetuado com sucesso, diminuindo os riscos de acidente, como não
ingerir álcool antes e/ou durante o transporte, pessoas estranhas e não autorizadas
devem manter-se afastadas do veículo e devem ser respeitados os limites de
velocidade máxima permitida (CNEN, 1988, 2003, 2013).
34
Outra regra básica que deve ser seguida é o itinerário escolhido e aceito pela
CNEN, porém quando houver alguma impossibilidade, entrar em contato rapidamente,
com o responsável para que outro itinerário seja disponibilizado o mais rápido possível.
Em caso de emergência ou acidente, como já descrito, isolar a área e entrar em contato
com o responsável pelo Supervisor de Proteção Radiológica para que outro itinerário
seja providenciado (CNEN, 1988, 2003, 2013).
7.5. Garantia de Qualidade Registrada
Para que todo o sistema seja informado que o serviço do transporte tem sido
feito de acordo com o planejado, existem os registros de garantia de qualidade. Esse
serviço está sempre disponível para quem está responsável pelo projeto no Serviço de
Proteção Radiológica, assim como para os clientes e autoridades responsáveis.
Dentro dos registros de qualidade estão incluídos três tipos de registros, são
eles: (1) Declaração do Expedidor, (2) Requisição para Transferência de Material
Radioativo e (3) Ficha de Monitoração de Carga e do Veículo Rodoviário (CNEN, 1988,
2003, 2013). A Declaração do Expedidor contém informações sobre a natureza e
atividade máxima do conteúdo, características do embalado e informações do
expedidor e da pessoa responsável pelo preenchimento da declaração (CNEN, 2003,
2013).
A Requisição para Transferência de Material Radioativo é um documento
solicitado pelo expedidor à CNEN e deve estar disponível durante o transporte e é
arquivado junto ao Serviço de Proteção Radiológica, podendo ser utilizado em
inspeções antes ou durante o transporte e também para auditorias (CNEN, 2003, 2013).
A Ficha de Monitoração de Carga e do Veículo Rodoviário também deve acompanhar o
transporte e ser preenchido após o carregamento com os dados de sua monitoração,
deve ser arquivado no Serviço de Proteção Radiológica e estar disponível às auditorias
e inspeções (CNEN, 2003, 2013).
35
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inicialmente temos que dar ênfase ao acidente de Goiânia que foi um dos
principais acidentes envolvendo material radioativo e, por causa deste acontecimento,
as leis e normas brasileiras tomaram uma proporção e importância maior. Com isso
elas passaram a ser revisadas e atualizadas constantemente, visando uma melhoria no
trato dos materiais radioativos, não somente relacionado ao transporte, mas a tudo que
envolve o uso e manuseio dos mesmos. Porém, o trabalho de atualizar e complementar
as leis e normas continua, pois ainda existem pontos a serem melhorados e
trabalhados com um maior cuidado, evitando assim falhas e acidentes que podem ter
consequências drásticas e até mesmo irreversíveis.
Com relação ao transporte da bomba de Cobalto descrito no trabalho, foram
identificados pontos que seria interessante discutir algumas melhorias. O primeiro é a
junção do IBAMA com a CNEN que, na época da aprovação do plano, ainda não estava
em vigor. Por ser uma junção complexa e que envolve bastante conteúdo, fazendo com
que algumas partes da norma sejam adaptadas, não haviam pessoas qualificadas, na
época, para uma fiscalização mais detalhada.
O segundo ponto a ser considerado é que a documentação é preenchida pelo
expedidor e encaminhada para aprovação da CNEN e IBAMA, agora que as normas
estão em vigor. Posteriormente os documentos são repassados para a transportadora
pelo expedidor juntamente com as instruções quanto às medidas de radioproteção e
proteção física no manuseio do material. Entretanto, mesmo a CNEN marcando data e
horário para que o transporte ocorra, não mantém uma fiscalização rígida, uma maneira
de melhorar isso seria mandar um responsável pela própria para, pelo menos, ver se o
embalado e seu conteúdo estão de acordo com o plano de transporte, sendo que a
empresa credenciada, às vezes, não tem um responsável apto para tal avaliação. Isso
seria somente uma maneira de minimizar os erros e acidentes envolvendo o material
radioativo.
Um terceiro ponto que podemos mencionar seria o fato do expedidor não ter mais
contato com o material, após ser entregue para a transportadora, não sabendo por
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exemplo se o material chegou ao destino corretamente ou se houve algum problema no
trajeto.
A transportadora tem que ser credenciada a CNEN e isso leva a um quarto
questionamento, se há uma comunicação efetiva entre elas, mantendo assim sob
controle qualquer imprevisto que possa vir a ocorrer.
Outra questão seria o fato que, além de data, a CNEN ainda exige itinerário pré-
estabelecido, entretanto não há garantia que a transportadora irá seguir esses critérios,
pois pode ser que a empresa não tenha o rastreamento ou ele não é disponível para
acesso ao expedidor. Talvez uma solução fosse que o rastreamento seja obrigatório
para todas as transportadoras desse ramo e que seja fornecido um código ou senha ao
expedidor para que ele também possa acompanhar a localização da carga.
Falhas existem em todos os sistemas, por isso as melhorias e revisões se fazem
necessárias, mas as normas e leis que englobam o transporte de material radioativo
visam os pontos principais, diminuindo assim, com efetividade, os riscos e acidentes
que podem ocorrer com esses materiais de alto risco para a população e meio
ambiente. Entretanto alguns pontos simples e de fácil solução poderiam ser corrigidos e
não necessariamente esperar que um acidente ocorra para, assim, ver as falhas e
tentar corrigi-las, pois, dependendo do acidente, os danos podem ser irreversíveis tanto
para a população quanto ao meio ambiente, que hoje vem tendo um grande peso
quando o assunto é transporte de material radioativo.
As leis e normas são um tanto quanto complexas, porém seu entendimento se
faz necessário para elaborar um plano de transporte de material radioativo seguro e
efetuá-lo com êxito, correndo o menor risco possível.
37
REFERÊNCIAS
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