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INSTITUTO AGRONÔMICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL
E SUBTROPICAL
TRATAMENTO TÉRMICO, ETANOL,
QUITOSANA E 1-METILCICLOPROPENO NO
CONTROLE DA ANTRACNOSE EM GOIABAS
‘KUMAGAI’
FRANCINE SCOLFARO PONZO
Orientadora: Dra. Patrícia Cia
Tese submetida como requisito parcial
para obtenção do grau de Doutora em
Agricultura Tropical e Subtropical Área
de Concentração em Tecnologia da
Produção Agrícola
Campinas, SP
Fevereiro 2014
iii
“O maior vencedor é aquele que
vence as suas próprias imperfeições, sabendo que a
felicidade começa nos pensamentos que formam as
ideias.”
João Nunes Maia / Miramez
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus por guiar os meus passos em todos os momentos e pela a oportunidade de mais
uma conquista.
Aos meus pais Roberto e Helena pela educação, ensinamentos, e apoio em todos os
momentos.
Aos meus irmãos Leonardo e Leandro e cunhadas Carol e Yara pela força e apoio.
Ao meu marido Márcio pelo amor e incentivo em todos esses anos.
Aos amigos que são tão importantes em nossas vidas, em especial Bia Fadul, Cintia
Maretto, Cinthia Hergert, Ana Carolina Colombi e Alice Rabelo.
À MSc. Abikeyla Robaina pela amizade, colaboração em diversos experimentos e
conhecimentos compartilhados neste trabalho.
Ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC) pela oportunidade de realização deste
trabalho e pelos conhecimentos adquiridos.
Ao Centro de Engenharia e Automação (CEA) / IAC, localizado em Jundiaí/SP, pela
cooperação e apoio institucional.
À Pós-graduação do IAC e a sua secretaria, em especial à Célia.
Aos professores da Pós-graduação pelos ensinamentos e disponibilidade.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão da bolsa de estudo.
À Fundação de Apoio e Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo auxílio no
projeto de pesquisa.
Em especial à Dra. Patrícia Cia, pela orientação, ensinamentos, amizade e confiança ao
longo desses 6 anos.
À Dra. Eliane Ap. Benato, pesquisadora do Instituto Biológico pela confiança, amizade,
incentivo, atenção e disponibilidade de sempre.
À família Ogihara pela atenção e fornecimento dos frutos.
v
Aos pesquisadores, funcionários e alunos do Centro de Engenharia e Automação CEA /
IAC, em especial Dra. Gláucia Moraes Dias, Dra. Maria Aparecida Lima, Maria do
Carmo Doriguello, Flávia Manduca, Bárbara e Raquel.
À Dra. Ilana Bron e Dra. Margarida Ito pelas sugestões na pré-banca e banca de defesa.
Ao Dr. Benedito Carlos Benedetti da FEAGRI / UNICAMP, pela disponibilidade em
participar da banca de defesa e pelas sugestões.
À Dra. Claire Sarantópoulos do CETEA / ITAL pelos esclarecimentos sobre as
embalagens.
Ao Ivo Tunchel, da empresa Stepac, pelo fornecimento das embalagens.
Ao Felipe Terra, da empresa Agrofresh, pelo fornecimento do 1-metilciclopropeno.
Aos familiares pela torcida e orações.
E a todos que de alguma forma colaboraram para o desenvolvimento deste trabalho.
Muito Obrigada!
vi
SUMÁRIO
ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................. viii
ÍNDICE DE FIGURAS.............................................................................................. xii
RESUMO.................................................................................................................... xv
ABSTRACT............................................................................................................... xvii
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 01
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................ 03
2.1 Aspectos gerais da cultura da goiabeira................................................................ 03
2.2 Goiaba ‘Kumagai’................................................................................................ 04
2.2.1 Aspectos qualitativos de goiabas pós-colheita.................................................. 05
2.2.2 Fisiologia pós-colheita ...................................................................................... 07
2.2.3 Armazenamento refrigerado.............................................................................. 08
2.2.4 Atmosfera Modificada....................................................................................... 10
2.3 Antracnose............................................................................................................ 11
2.4 Controle pós-colheita da antracnose..................................................................... 14
2.4.1 Etanol................................................................................................................. 15
2.4.2 Quitosana .......................................................................................................... 17
2.4.3 Tratamento térmico ........................................................................................... 20
2.4.4 1-Metilciclopropeno.......................................................................................... 23
3 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 27
3.1 Avaliação dos agentes alternativos sobre o desenvolvimento in vitro de
Colletotrichum gloeosporioides..................................................................................
27
3.1.1 Crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides................................. 27
3.1.2 Avaliação dos agentes alternativos sobre a germinação de Colletotrichum
gloeosporioides...........................................................................................................
29
3.2 Avaliação dos efeitos dos agentes alternativos no controle da antracnose em
goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC..........................................................................
30
3.2.1 Inoculação dos frutos......................................................................................... 30
3.2.2 Avaliação da aplicação de etanol no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’...................................................................................................................
31
3.2.3 Avaliação do tratamento térmico no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’...................................................................................................................
32
3.2.4 Avaliação da aplicação da quitosana no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’...................................................................................................................
32
3.2.5 Avaliação da aplicação do 1-MCP no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’...................................................................................................................
33
3.3 Avaliação da possibilidade do tratamento térmico e da quitosana atuarem
indiretamente no controle da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC...
34
3.4 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ mantidas sob refrigeração.........................................................................
35
3.5 Avaliação da aplicação do 1-MCP, associado à atmosfera modificada, no
controle da antracnose e na qualidade de goiabas ‘Kumagai’....................................
38
4 RESULTADOS....................................................................................................... 41
4.1 Avaliação dos efeitos dos agentes alternativos sobre o desenvolvimento in
vitro de C. gloeosporioides.........................................................................................
41
4.1.1 Avaliação da aplicação de etanol sobre o crescimento micelial e germinação
de C. gloeosporioides.................................................................................................
41
4.1.2 Avaliação do tratamento térmico sobre o crescimento micelial e germinação
de C. gloeosporioides ................................................................................................
42
vii
4.1.3 Avaliação da quitosana sobre o crescimento micelial e a germinação de C.
gloeosporioides...........................................................................................................
43
4.1.4 Avaliação da aplicação do 1-MCP sobre o crescimento micelial de C.
gloeosporioides...........................................................................................................
45
4.2 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC.......................................................................................
46
4.2.1 Avaliação da aplicação do etanol no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’...................................................................................................................
47
4.2.2 Avaliação do tratamento térmico no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’...................................................................................................................
48
4.2.3 Avaliação da aplicação da quitosana no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’...................................................................................................................
49
4.2.4 Avaliação da aplicação do 1-MCP no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’...................................................................................................................
50
4.3 Avaliação da possibilidade do tratamento térmico e da quitosana atuarem
indiretamente no controle da antracnose em goiabas ‘Kumagai’...............................
52
4.4 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ mantidas sob refrigeração.........................................................................
54
4.5 Avaliação da aplicação de 1-MCP, associado à atmosfera modificada, no
controle da antracnose e na qualidade de goiabas ‘Kumagai’....................................
59
5 DISCUSSÃO........................................................................................................... 69
6 CONCLUSÕES....................................................................................................... 79
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 80
ANEXO......................................................................................................................
Anexo 1.......................................................................................................................
96
96
viii
ÍNDICES DE TABELAS
Tabela 1 -
Tabela 2 -
Tratamentos compostos por frutos expostos ou não ao 1-MCP (600
nL L-1
/ 6 h) e acondicionados em diferentes sistemas de
embalagens........................................................................................
Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides
cultivado em BDA incorporado com etanol, mantidos a 25 ºC por
oito dias.............................................................................................
38
41
Tabela 3 - Germinação (%) de C. gloeosporioides adicionado etanol e
mantidos a 25 ºC por 24 h.................................................................
42
Tabela 4 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides
submetido ao tratamento térmico e, mantido a 25 ºC por oito dias...
42
Tabela 5 - Germinação (%) e inibição (%) de C. gloeosporioides submetido
ao tratamento térmico e mantido a 25 ºC por 24 h............................
43
Tabela 6 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides
cultivado em BDA incorporado com quitosana e mantidos a 25 ºC
por oito dias.......................................................................................
44
Tabela 7 - Germinação (%) de conídios de C. gloeosporioides submetidos a
concentrações de quitosana e mantidos a 25 ºC por 24 h..................
45
Tabela 8 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides
cultivado em BDA, exposto ao 1-MCP e mantidos a 25 ºC por oito
dias.....................................................................................................
46
Tabela 9 - Germinação (%) de conídios de C. gloeosporioides expostos ao 1-
MCP e mantidos a 25 ºC por 24 h.....................................................
46
Tabela 10 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para
severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides, tratadas com
etanol e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante oito dias...
47
Tabela 11 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para
severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides, submetidas ao
tratamento térmico e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR
durante oito dias................................................................................
49
ix
Tabela 12 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para
severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ imersas em quitosana, diluída em ácido acético (0,5%
v/v) e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante oito dias. .....
50
Tabela 13 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para
severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides, expostas ao 1-
MCP (nL L-1
), por 6 ou 12 h, e armazenadas a 25 2 °C / 80 5
%UR durante oito dias.......................................................................
51
Tabela 14 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para
severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides após diferentes
tempos (0, 24 e 48 h) da imersão em água a 50 °C por 10 min, e
armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito dias......................
53
Tabela 15 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para
severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides após diferentes
tempos (0, 24 e 48 h) da imersão em quitosana (0,25 %), e
armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito dias......................
54
Tabela 16 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para
severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides e expostas aos
agentes alternativos [etanol (40 % / 2 min), tratamento térmico (50
ºC / 10 min), quitosana (0,25 %) e 1-MCP (600 nL L-1
/ 6 h)] e
armazenadas 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR por 15 dias seguidos de
mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR...........................................
55
Tabela 17 - Sólidos solúveis (SS), acidez titulável e firmeza de polpa de
goiabas ‘Kumagai’ tratadas termicamente (50 °C / 10 min), com
etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %) ou 1-metilciclopropeno
(600 nL L-1
/ 6 h) e armazenadas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por
15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.........
56
x
Tabela 18 - Cor de casca e de polpa em goiabas ‘Kumagai’ tratadas
termicamente (50 °C / 10 min), com etanol (40 % / 2 min),
quitosana (0,25 %) ou 1-metilciclopropeno (600 nL L-1
/ 6 h) e
armazenadas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido
por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR....................................
57
Tabela 19 - Incidência (%) de podridões em goiabas ‘Kumagai’, previamente
tratadas ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP),
acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após
armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido
por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR....................................
60
Tabela 20 - Avaliação sensorial de goiabas ‘Kumagai’, tratadas ou não com 1-
MCP (600 nL L-1
/ 6 h) e acondicionadas em diferentes sistemas
de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR,
por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR...
62
Tabela 21 - Cor de casca de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não
com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes
sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90
± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80
5 %UR............................................................................................
64
Tabela 22 - Cor de polpa de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não
com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes
sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90
± 5 % UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80
5 %UR............................................................................................
65
Tabela 23 - Sólidos solúveis, acidez titulável e firmeza de goiabas ‘Kumagai’,
previamente tratadas ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP),
acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após
armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido
por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR....................................
67
xi
Tabela 24 - Perda de massa (%) em goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas
ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em
diferentes sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ±
1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25
2 °C / 80 5 %UR.............................................................................
68
xii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Discos de micélio de C. gloeosporioides nos tubos de ensaio (A),
banho termostático utilizado (B) e tubos de ensaio, contendo
discos de micélio, depositados em banho térmico (C)......................
29
Figura 2 - Goiabas pré-selecionadas; (B) – Método de inoculação da
suspensão de esporos de C. gloeosporioides em goiabas
‘Kumagai’..........................................................................................
31
Figura 3 - (A) Frutos imersos em solução de etanol; (B) – banho termostático
utilizado para a imersão dos frutos em tratamento térmico; (C) -
frutos imersos em água aquecida e, (D) - frutos imersos em
solução de quitosana..........................................................................
33
Figura 4 - (A) Frutos depositados no interior do tambor hermético, com
circulação forçada de ar, para exposição ao 1-MCP; (B) –
tambores no interior da câmara com temperatura controlada para a
aplicação do 1-MCP..........................................................................
34
Figura 5 - (A) Frutos depositados no interior do frasco hermeticamente
fechado; (B) – Retirada de amostra de gás via septo; (C) –
Cromatógrafo à gás utilizado no experimento; (D) – Injeção da
amostra em cromatógrafo à gás.........................................................
37
Figura 6 - (A) Goiabas no interior da embalagem e antes da selagem; (B) –
Selagem da embalagem; (C) – Goiabas após a selagem; (D) –
Goiabas no interior das embalagens e acondicionadas em caixas de
papelão ondulado...............................................................................
40
Figura 7 - Amostras de goiaba para análise sensorial........................................ 40
Figura 8 - Crescimento micelial in vitro de C. gloeosporioides, cultivado em
BDA incorporado com etanol (B- 30; C- 40 e D- 50 %). Como
testemunha (A) utilizou-se placas somente com o meio de
cultura................................................................................................
41
Figura 9 - Crescimento micelial in vitro de C. gloeosporioides, cultivado em
BDA incorporado com quitosana (C- 0,25 %; D- 0,50 %). Como
testemunha (A) utilizou-se placas somente com o meio de cultura
(A) e ácido acético incorporado ao meio (B)....................................
44
xiii
Figura 10 - Germinação de conídios de C. gloeosporioides em 0,25 % de
quitosana (A) e conídios germinados em água (0 %) (B).................
45
Figura11 - Sintomas da antracnose em frutos imersos em água sob
temperatura ambiente (testemunha, A), imersos em água na
temperatura de 45 °C / 15 minutos (B) e frutos imersos em água na
temperatura de 50 °C / 10 min (C) e armazenados a 25 2°C / 80
5 %UR por oito dias.......................................................................
48
Figura 12 - Sintomas da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ inoculadas com
suspensão de C. gloeosporioides, não expostas ao 1-MCP
(testemunha, A) e expostas ao 1-MCP (600 nL L-1
, por 6 h),
armazenados a 25 2 °C / 80 5 %UR por oito dias.......................
52
Figura 13 - Respiração de goiabas ‘Kumagai’, tratadas termicamente (50 °C /
10 min), com etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %), ou 1-
MCP (600 nL L-1
/ 6 h), e mantidas a 25 2 °C / 80 5 %UR
durante oito dias. Barras verticais representam a diferença mínima
significativa (DMS)...........................................................................
58
Figura 14 - Produção de etileno de goiabas ‘Kumagai’, tratadas termicamente
(50 °C / 10 min), com etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %),
ou 1-MCP (600 nL L-1
/ 6 h), e mantidas a 25 2 °C / 80 5 %UR
durante oito dias. Barras verticais representam a diferença mínima
significativa (DMS)...........................................................................
59
Figura 15 - Concentração de gases (O2, CO2) no interior das embalagens (E1 –
PEBD – polietileno de baixa densidade (50 µm), E2 - PEAD –
polietileno de alta permeabilidade (20 µm), StePac, E3 - POBD –
poliamida de baixa permeabilidade (20 µm), StePac.), tratadas (---)
ou não (—) com 1-MCP e mantidas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5% UR,
por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5
%UR..................................................................................................
61
xiv
Figura 16 -
Aspecto geral de frutos tratados ou não com 1-MCP,
acondicionados em diferentes sistemas de embalagem (A - frutos
testemunha, sem embalagem –; B - PEBD; C - PEAD, D - POBD;
E - frutos expostos ao 1-MCP (600 nL L-1
/ 6 h) ; F – 1-MCP +
PEBD; G – 1-MCP + PEAD e H – 1-MCP + POBD) e
armazenados a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido
por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR....................................
63
xv
Tratamento térmico, etanol, quitosana e 1-metilciclopropeno no controle da
antracnose em goiabas ‘Kumagai’
RESUMO
Um dos problemas enfrentados na pós-colheita de goiabas é a incidência de podridões,
destacando-se a antracnose causada por Colletotrichum spp. Considerando a
importância da antracnose em goiabas e do estudo de métodos de controle alternativos
aos fungicidas, e que mantenham a qualidade do fruto, este trabalho objetivou avaliar as
hipóteses de que o tratamento térmico, o etanol, a quitosana e o 1-MCP podem atuar
diretamente no controle de C. gloesporioides em goiabas ‘Kumagai’, ou indiretamente,
através do atraso no processo de amadurecimento ou pela indução de mecanismos de
defesa nos frutos. Para tanto, goiabas foram artificialmente inoculadas com C.
gloeosporioides e, após 2 h, imersas em etanol (30; 40 e 50 %, por 2, 5 e 10 min),
tratamento térmico (35; 40; 45 e 50 ºC, por 5, 10 e 15 min), quitosana (0,25; 0,5 e 1,0
%) e, expostas ao 1-MCP (200; 400 e 600 nL L-1
, por 6 e 12 h). Como testemunha,
frutos foram expostos em água ou não expostos ao 1-MCP. Após os tratamentos, os
frutos foram mantidos a 25 2 °C / 80 5 %UR por oito dias e avaliados, a cada dois
dias, quanto à incidência e severidade da antracnose. A possibilidade de indução de
respostas de defesa em goiabas foi avaliada inoculando-se os frutos em diferentes
intervalos de tempo (0; 24 e 48 h) após o tratamento térmico (50 °C por 10 min) ou
imersão em quitosana (0,25 %). Os tratamentos que se mostraram eficientes no controle
da antracnose foram novamente avaliados mantendo-se os frutos sob refrigeração (10
°C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR) por 15 dias, seguidos por transferência para 25 2 °C / 80 5
%UR onde permaneceram por mais seis dias. Avaliou-se a incidência e a severidade da
antracnose, os atributos de qualidade (cor de casca e polpa, firmeza, teor de sólidos
solúveis e acidez titulável), bem como a respiração e a produção de etileno. Por fim,
avaliou-se o efeito do 1-MCP (600 nL L-1
por 6 h), aliado a diferentes sistemas de
embalagem, no controle da antracnose e sobre os atributos físico-químicos e sensoriais
dos frutos armazenados a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, pelo período de 15 dias, seguido
de transferência para 25 2 °C / 80 5 %UR por mais seis dias. In vitro, avaliaram-se
os efeitos dos agentes alternativos sobre a germinação de conídios e o crescimento
micelial de C. gloeosporioides. Os resultados mostraram que o tratamento térmico (50
°C por 10 min), o etanol (40 % por 2 min), a quitosana (0,25 %) e o 1-MCP (600 nL L-1
xvi
por 6 h), reduziram a incidência da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, sendo que o
tratamento térmico e o etanol também reduziram de maneira significativa a severidade
das lesões. In vitro, o tratamento térmico, o etanol e a quitosana reduziram
significativamente o desenvolvimento do patógeno, enquanto que o 1-MCP não alterou
o crescimento micelial. Constatou-se que o 1-MCP reduziu o desenvolvimento das
lesões de C. gloeosporioides nos frutos, a respiração e a produção de etileno; assim,
avaliaram-se os efeitos do produto aliado ao armazenamento dos frutos sob atmosfera
modificada. Os resultados evidenciaram os efeitos positivos do 1-MCP na redução da
incidência de podridões, atraso nas mudanças de coloração e manutenção da firmeza,
mas não se constatou efeito aditivo quando avaliado juntamente à atmosfera modificada.
A possibilidade da indução de resistência em goiabas pelo tratamento térmico e pela
quitosana não foi evidenciada.
Palavras-Chave: Psidium guajava, Colletotrichum gloeosporioides, pós-colheita,
atmosfera modificada, qualidade.
xvii
Heat treatment, ethanol, chitosan and 1-methylcyclopropene on the anthracnose
control in ‘Kumagai’ guava
ABSTRACT
One of the problems in postharvest guava is the occurrence of rots, mainly anthracnose
caused by Colletotrichum spp. Today, there is considerable interest in alternative
methods of control that supplement or replace the use of fungicide and for the fruit
quality conservation. Thus, this work had as main objectives investigate the hypothesis
that the heat treatment, ethanol, chitosan and 1-MCP may act directly on the control of
C. gloeosporioides in 'Kumagai' guavas, or indirectly, through the ripening delay or by
induction of the fruit defense mechanisms. Therefore, guavas was artificially inoculated
with C. gloeosporioides, and after 2 h immersed into ethanol (30; 40 and 50 %, for 2; 5;
and 10 min), heat treatment (35; 40; 45 and 50 ºC, for 5; 10 and 15 min), chitosan (0.25;
0.5 and 1.0 %) and, 1-MCP, at 200, 400, and 600 nL L-1
for 6 and 12 h. Fruit immersed
into water or not exposed to 1-MCP were used as control. After treatments, fruit were
kept at 25 2 °C / 80 5 %RH for eight days and checked for rot incidence and
severity, at every two days. To evaluate the possibility of resistance induction by heat
treatment (50 °C / 10 min) or chitosan (0.25 %), fruit were also inoculated after 0; 24,
and 48 h after treatment. Treatment that showed positive results on anthracnose control
were also investigate kept fruit under refrigeration (10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %RH) for 15
days, followed for 6 more days at 25 2 °C / 80 5 %RH. Fruit was checked for
incidence and anthracnose severity, quality attributes (skin and pulp color, firmness,
total soluble solid, and titratable acidity), as well respiratory rate and ethylene
production. Finally, the 1-MCP (600 nL L-1
for 6 h) was evaluated when add to packed
system on the anthracnose control and on fruit quality and sensorial attributes. These
fruit were kept at 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %RH, followed for 6 more days at 25 °C ± 2 °C
/ 80 ± 5 %RH. Conidial germination and mycelial growth of C. gloeosporioides were in
vitro investigated. The results showed that heat treatment at 50 °C / 10 min, ethanol at
40 % for 2 min, chitosan at 0.25 %, and 1-MCP at 600 nL L-1
for 6 h reduced
anthracnose incidence in 'Kumagai' guava, and heat treatment and ethanol also
significantly reduced rot severity. In vitro, heat treatment, ethanol, and chitosan
significantly reduced pathogen development, and 1-MCP did not influenced mycelial
growth. 1-MCP reduced lesion development and respiratory rate, therefore the product
was also evaluated when add to modified atmosphere. Results evidenced that 1-MCP
xviii
reduces rot incidence, delay color modification and maintain the firmness, but it did not
promote additive effect when add to modified atmosphere. Moreover, the possibility of
resistance induction in guava in response to the heat treatment and the chitosan was not
evidenced.
Key words: Psidium guajava, Colletotrichum gloeosporioides, postharvest, modified
atmosphere, quality.
1
1 INTRODUÇÃO
A cultura da goiabeira encontra-se em plena expansão no Brasil, respondendo
pela produção de 342.528 toneladas, em 2011, em uma área de 15.917 hectares,
concentrada nos meses de janeiro a abril, muito embora a comercialização in natura
ocorra o ano todo, graças a técnicas de poda e irrigação (IBGE, 2011). O Brasil é um
dos maiores produtores mundiais, destacando-se na região sudeste, os estados de São
Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro com participação de 41,8% da produção
(AGRIANUAL, 2012). O Brasil é o segundo maior produtor mundial de goiabas
brancas, sendo a ‘Kumagai’ a cultivar de mesa mais plantada no estado de São Paulo;
esta variedade é bastante adequada para o consumo in natura, tanto para o mercado
interno, como para exportação (OLIVEIRA et al., 2012; MARTINS & HOJO, 2009).
Um dos fatores que afetam a qualidade de goiabas é a ocorrência de podridões,
dentre as quais, destaca-se a antracnose, causada por Colletotrichum gloeosporiodes
(Penz.) Penz. & Sacc. (teleomorfo: Glomerella cingulata) e Colletotrichum acutatum J.
H. Simmonds (Teleomorfo: Glomerella acutata) (PANDEY et al., 1997; FISCHER et
al., 2011). As doenças pós-colheita podem ser causadas por patógenos que infectam o
fruto após a colheita, ou antes, da colheita, permanecendo quiescentes até o
amadurecimento, quando ocorrem alterações físicas e fisiológicas que propiciam a
infecção (TERRY & JOYCE, 2004).
Quando permitido, a utilização de fungicidas ainda é a principal medida para o
controle de podridões pós-colheita. No entanto, atualmente não se tem produtos
registrados para uso em pós-colheita para a cultura da goiabeira. Neste sentido,
pesquisas vêm sendo desenvolvidas envolvendo o estudo de métodos físicos (tratamento
térmico, refrigeração, radiação UV-C, atmosfera modificada e controlada), biológicos e
químicos [ácido salicílico, metil jasmonato, sanificantes, cálcio, 1-metilciclopropeno (1-
MCP), etanol e quitosana] para o controle de podridões pós-colheita. Alguns destes
métodos além de atuarem diretamente no controle de podridões podem atuar como
indutores de respostas de defesa no hospedeiro contra o patógeno, como o tratamento
térmico, a UV-C, a quitosana, o ácido salicílico, o metil jasmonato, entre outros.
Este trabalho teve por objetivos avaliar as hipóteses de que o tratamento térmico,
o etanol, a quitosana e o 1-MCP podem atuar diretamente no controle de C.
2
gloesporioides em goiabas ‘Kumagai’, ou indiretamente, através do atraso no processo
de amadurecimento ou pela indução de mecanismos de defesa nos frutos, bem como a
atmosfera modificada, aliada a refrigeração, pode contribuir para o aumento do período
de conservação dos frutos.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos gerais da cultura da goiabeira
A goiabeira é uma planta da família das Myrtaceae, originária da América
Tropical, e amplamente cultivada em todas as regiões do Brasil. O Brasil é um dos
maiores produtores mundiais, juntamente com Índia, Paquistão, México, Egito e
Venezuela. Internamente, destacam-se os estados de São Paulo e Pernambuco (IEA,
2005). A maior produção brasileira de goiaba está no estado de São Paulo, sendo 85%
produzido nas regiões de Mirandópolis (goiaba ‘Ogawa’), Taquaritinga (goiaba
‘Paluma’) e Valinhos (goiaba ‘Kumagai’) (IEA, 2005; IBGE, 2011). A época de
produção de goiabas no estado de São Paulo é o período de janeiro a abril; entretanto,
utilizando-se de sistemas de poda e irrigação, tem-se produção para mesa o ano todo.
No Brasil, a produção no ano de 2011 foi de 342.528 toneladas de frutas, em
uma área de 15.917 hectares e, entre estes, o estado de São Paulo produziu 112.779
toneladas em 4.169 hectares (IBGE, 2011). A região de Campinas é um dos pólos
paulistas de produção, caracterizado por produtores familiares, especializados no plantio
de cultivares de polpa branca e vermelha, destinadas principalmente ao mercado in
natura (WATANABE, 2009; OLIVEIRA et al., 2012).
Os frutos da goiabeira são bagas de tamanho, forma e coloração de polpa
variável em função da variedade. Basicamente em uma goiaba, 20% da sua massa
correspondem à casca, 50 % a polpa e 30 % a sementes (ROZWALKA, 2003). As
goiabas de polpa vermelha são destinadas tanto para o mercado in natura, quanto para a
indústria, e as de polpa branca, são destinadas exclusivamente ao mercado in natura
(interno e externo). As principais cultivares cultivadas são: ‘Ogawa’, ‘Pedro Sato’,
‘Paluma’, ‘Sassaoka’, ‘Kumagai’, ‘Chinesa’ e ‘Yamamoto’, sendo que as principais
variedades produzidas para fruta de mesa são a ‘Kumagai’, a ‘Pedro Sato’ e a
‘Sassaoka’ (GONGATTI NETO et al., 1996; GUTIERREZ et al., 2000).
Por ser uma fruta altamente perecível, frutos da goiabeira precisam ser
comercializados rapidamente, ou sua vida útil ampliada com adoção de técnicas
adequadas de manuseio e conservação, que permitam manter por mais tempo sua
qualidade. De acordo com CHITARRA & CHITARRA (2005), a temperatura adequada
para o amadurecimento da goiaba é de 20 a 25 °C, enquanto que, para o seu transporte e
armazenamento recomenda-se a temperatura de 10 °C.
4
Apesar de grande produtor, o Brasil é exportador inexpressivo de goiaba in
natura em decorrência, principalmente, da alta perecibilidade do fruto. Os principais
países compradores são França, Portugal e Espanha, totalizando a exportação de 137
toneladas da fruta em 2011 (BRAZILIANFRUIT, 2013). Embora o volume exportado
seja insignificante, o Brasil já praticou a exportação de goiaba para consumo in natura,
para países como França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Argentina (GONZAGA
NETO, 2007).
Segundo ALMEIDA (2002), o Brasil tem pequena participação no comércio
internacional de frutas frescas e dentre os fatores que contribuem para a reduzida
inserção dos produtos tropicais neste mercado, destacam-se o baixo padrão de qualidade
das frutas sob o enfoque das exigências internacionais de um mercado importador
concentrado e exigente, protegido por barreiras fitossanitárias, o pouco conhecimento
das frutas de clima tropical, o uso inadequado de agrotóxicos e a tecnologia pós-colheita
deficiente.
2.2 Goiaba ‘Kumagai’
A cultivar de polpa branca mais cultivada no Brasil é a ‘Kumagai’. Esta cultivar
foi obtida de uma seleção realizada na região de Campinas-SP, pela família Kumagai,
como resultado do cruzamento da goiabeira ‘Australiana’ com a goiabeira ‘IAC-4’. É
uma planta de porte e vigor médios, com ramos longos, esparramados e de grande
produtividade. Produz frutos com 180 a 400 g, ovalados a oblongos, com casca lisa, de
consistência firme e resistente. Os frutos quando maduros adquirem coloração verde-
amarelada, com polpa branca, consistente, saborosa, levemente ácida e com poucas
sementes (MANICA et al., 2000).
Destaca-se entre os frutos tropicais não só por suas características organolépticas
como também pelo valor nutricional. Apresenta um dos maiores teores de vitamina C,
com valores superiores em até seis vezes aos dos frutos cítricos, que são uma fonte
tradicional dessa vitamina. Destaca-se ainda pelo seu elevado conteúdo de açúcar,
vitamina A, vitaminas do grupo B, fibras e minerais como ferro, fósforo e cálcio (El
BULK et al., 1997). É cultivada na região de Campinas e Valinhos sendo produzida,
pela maioria dos produtores, com poda drástica e o ensacamento dos frutos
(GUTIERREZ et al., 2002; PEREIRA & KAVATI, 2011).
5
Segundo JACOMINO (1999), a goiaba destinada à exportação deve apresentar
polpa branca, aspecto atraente, aroma e sabor delicados, peso e tamanho conforme as
especificações do comprador, resistência ao transporte e ao armazenamento, ausência de
danos físicos, distúrbios fisiológicos, pragas e doenças.
2.2.1 Aspectos qualitativos de goiabas pós-colheita
A qualidade dos frutos é um fator de grande importância e é na sua diferenciação
que se encontra a oportunidade de se obter preços maiores. No caso da goiaba, a
qualidade para o consumo in natura está relacionada aos seus atributos físicos
(aparência, tamanho, forma, coloração e firmeza) e composição química, responsável
pelo sabor e aroma (GONGATTI NETO et al., 1996). A qualidade é própria de cada
espécie ou cultivar, porém, pode sofrer alterações decorrentes de fatores externos ou
mesmo do manuseio incorreto.
É durante o amadurecimento que os frutos tornam-se atrativos e aceitos para o
consumo. Devido à grande velocidade do seu metabolismo, esta fruta apresenta vida de
prateleira restrita a um máximo de oito dias, sob condição ambiente, ou seja,
temperatura média de 25 °C (AKAMINE & GOO, 1979; MERCADO-SILVA et al.,
1998; MOWLAH & ITOO, 1983). Os principais fatores depreciadores da qualidade
pós-colheita de goiabas são a rápida perda da coloração verde da casca, murchamento
dos frutos, amolecimento excessivo, incidência de podridões e perda de brilho
(CERQUEIRA et al., 2009).
O amadurecimento é acompanhado por uma série de transformações físicas,
químicas e bioquímicas, que refletem nos atributos de qualidades dos produtos
hortícolas e resultam em modificação do sabor e aroma (síntese e / ou degradação de
ácidos orgânicos, polimerização de fenólicos, síntese de compostos voláteis), síntese
protéica (enzimas), conversão de amido em açúcares, perda de firmeza, aumento na
respiração, síntese de etileno e modificação na pigmentação (degradação da clorofila,
com aparecimento de pigmentos pré-existentes, síntese de carotenóides e flavonóides)
(KAYS, 1991).
No período de amadurecimento, a maioria dos frutos sofre alterações na cor,
devido ao processo de degradação da clorofila e da síntese de pigmentos como
carotenóides e antocianinas. A degradação da clorofila ocorre em função das mudanças
de pH, de ácidos, ação das clorofilases e aumento dos processos oxidativos (TUCKER,
6
1993; WILLS et al., 1998). A coloração da goiaba é devida à presença de pigmentos
como clorofila, caroteno, xantofila e licopeno (ADSULE & KADAM, 1995).
A determinação da firmeza é uma forma prática de avaliar o estádio de
maturação do fruto. A diminuição da firmeza da polpa durante o amadurecimento é
função, principalmente, da perda da integridade da parede celular, da degradação do
amido e perda de turgor (TUCKER, 1993). Sua importância não se restringe somente à
aceitação do fruto, mas também afeta sua resistência ao manuseio, que se inicia com a
colheita para terminar com seu consumo (MATTIUZ, 2002).
Os sólidos solúveis representam os compostos solúveis em água presentes nos
frutos como açúcares, vitaminas, ácidos, aminoácidos e algumas pectinas. O teor de
sólidos solúveis é dependente do estádio de maturação no qual o fruto é colhido e
geralmente aumenta durante o amadurecimento pela biossíntese ou degradação dos
polissacarídeos (KAYS, 1991). Após a colheita, o teor de sólidos solúveis em goiaba
parece não sofrer alterações significativas (JACOMINO, 1999; XISTO, 2002). Tal fato
pode ser explicado pelo baixo teor de amido em goiabas e a frutose e a glicose são
originárias da degradação da sacarose e dos polissacarídeos de reserva como o amido
(NULTSCH, 2000).
A acidez titulável de um fruto é dada pela presença de ácidos orgânicos. Durante
o processo de amadurecimento do fruto, esses ácidos tendem a diminuir devido a sua
oxidação em decorrência da respiração (CHITARRA & CHITARRA, 2005). A goiaba
apresenta sabor moderado e bem aceito pelo consumo de mesa; sua acidez é devido à
presença do ácido málico e cítrico e em menores quantidades, dos ácidos galacturônico
e fumárico (GEHATDT et al., 1997).
Na goiaba, toda a vitamina C está na forma de ácido ascórbico, contudo após a
maceração ocorre a rápida oxidação do ácido ascórbico e, aproximadamente, depois de
3 horas, 60% do ácido ascórbico é convertido em ácido deidroascórbico, sem perda no
conteúdo de vitamina C do fruto (MOKADY et al., 1984). A goiaba é uma excelente
fonte de vitamina C e pode apresentar teores de 80 até 400 mg 100g polpa-1
de ácido
ascórbico (SEYMOUR et al., 1993), influenciado pelas condições climáticas,
temperatura, umidade do solo, cultivo e variedade.
7
2.2.2 Fisiologia pós-colheita
Os dados sobre a fisiologia pós-colheita de goiabas são limitados e
contraditórios e o comportamento respiratório pós-colheita desta fruta tem sido objeto
de estudo. A maioria das variedades apresenta um padrão de respiração do tipo
climatérico, ou seja, são aquelas cujo amadurecimento é acompanhado por um distinto
aumento na atividade respiratória (RHODES, 1980). Em geral, o climatério também
está associado ao aumento da produção de etileno e ao seu amadurecimento após a
colheita (LELIÈVRE et al., 1997).
Para BIALE & BARCUS (1970), que estudaram variedades amazônicas de
goiaba; MEDINA (1978), que estudou uma cultivar de goiaba híbrida branca e
CHITARRA & CHITARRA (1990), goiabas são frutos não climatéricos, ou seja, não
apresentam aumento brusco da liberação de CO2 ou aumento acentuado na incorporação
de O2. Por outro lado, BROW & WILLS (1983) estudando duas variedades de goiabas
de polpa vermelha havaianas; OLIVEIRA (1996) e MERCADO-SILVA et al. (1998),
estudando goiabas ‘Kumagai’ e ‘Média China’, respectivamente, consideraram goiabas
como frutos com comportamento respiratório e de produção de etileno do tipo
climatérico.
Para BOTELHO (1996) esta seria uma característica varietal, podendo ocorrer
variedades climatéricas e não climatéricas. Outros autores como MATTIUZ (2002),
CAVALINI (2004) e AZZOLINI et al. (2005) observaram aumento gradual da atividade
respiratória de goiabas ‘Paluma’, ‘Kumagai’ e ‘Pedro Sato’, respectivamente, o que foi
relatado por CASTRO & SIGRIST (1988) para goiabas de polpa branca.
Em trabalho sobre o estudo do comportamento respiratório de goiabas
‘Kumagai’, CAVALINI (2008) concluiu que frutos desta variedade não apresentam
comportamento climatérico na produção de CO2 e C2H4. Apesar dos frutos ainda serem
classificados por essas duas tradicionais classes, a fisiologia do amadurecimento é
composta por processos complexos e interligados. Assim, muitas vezes o
comportamento pós-colheita de um determinado fruto pode não corresponder aos
padrões previamente estabelecidos e além do comportamento específico de cada fruto, o
climatério depende das condições de cultivo, ponto de colheita e variedade considerada
(BRON & JACOMINO, 2007).
Em geral, o amadurecimento de frutos climatéricos está associado ao aumento
na produção de etileno, necessário para coordenar e completar o amadurecimento
8
(GIOVANNONI, 2001; LELIÈVRE et al., 1997). AZZOLINI et al. (2005) observaram
em goiaba ‘Pedro Sato’ que frutos em diferentes estádios de amadurecimento
responderam à aplicação do 1-metilciclopropeno (1-MCP) como retardador do
amadurecimento, mas não apresentaram resposta quando submetidos à ação do etileno.
CAVALINI (2008) observou que goiabas ‘Kumagai’ expostas ao 1-MCP não
apresentaram pico na produção de CO2 e nem de C2H4, mas amadureceram após a
colheita. Esta afirmação baseou-se na evolução das variáveis relacionadas ao
amadurecimento do fruto, com redução na firmeza da polpa, amarelecimento da casca,
aumento nos teores de sólidos solúveis e de ácido ascórbico e redução da acidez
titulável. A autora relatou ainda que goiabas ‘Pedro Sato’ amadureceram após a
colheita, mas a elevação dos níveis de etileno ocorreu após o início do amadurecimento.
Além disso, não apresentaram resposta ao etileno exógeno, o que ocorre em frutos não
climatéricos.
Segundo KADER (1999), goiabas apresentam taxa de produção de etileno de 1 a
20 μl kg-1
h-1
e de atividade respiratória de 10 a 70 mL CO2 kg-1
h-1
, armazenadas a 25
ºC, dependendo do estádio de maturação dos frutos. Os frutos apresentam curto período
de conservação, necessitando ser comercializados rapidamente após a colheita.
2.2.3 Armazenamento refrigerado
O uso do frio é o principal método para a manutenção da qualidade das frutas
após a colheita, sendo efetivo por retardar e moderar os processos metabólicos
envolvidos no amadurecimento, reduzir a produção e ação do etileno, reduzir a
transpiração e retardar o desenvolvimento dos microrganismos, sendo a eficiência de
controle maior quanto mais rápido se processa o resfriamento após a colheita (CORTEZ
et al., 2002).
A inibição do crescimento de muitos microrganismos patogênicos pode ocorrer
em temperaturas entre 0 e 5 ºC, prevenindo o início de novas infecções e o aumento das
infecções existentes. Embora a redução da temperatura possa diminuir a atividade dos
patógenos, quando a temperatura retorna às condições favoráveis à atividade do
patógeno, o desenvolvimento de lesões poderá ocorrer, considerando-se que baixas
temperaturas podem não afetar a germinação de esporos ou, subseqüentemente, a
penetração nas frutas. Desta forma, a redução da temperatura tem ação fungistática e
não fungicida. Além disso, a manutenção do sistema de refrigeração na conservação de
9
frutas em pós-colheita apresenta custo significativo, como, também, muitas frutas
tropicais apresentam sensibilidade a temperatura abaixo de 10 ºC (KADER, 1992).
A conservação de goiabas durante o seu armazenamento, até chegar ao
consumidor, depende de alguns fatores como: transpiração, respiração, ação de
patógenos e distúrbios fisiológicos. Para reduzir o efeito desses fatores, após a
embalagem dos frutos, os mesmos devem ser armazenadas sob refrigeração em
temperaturas que variam entre 8 ºC e 12 ºC, com 85 a 90 % de umidade relativa. Nestas
condições, é possível conservar os frutos por até 21 dias (WILLS et al., 1981).
MORGADO et al. (2009) armazenaram goiabas ‘Paluma’, ‘Sassaoka’, ‘Século
XXI’ e ‘Kumagai’ sob condição ambiente (21 a 23 ºC; 85 a 90% UR) e observaram a
conservação por seis dias, enquanto que goiabas ‘Pedro Sato’, nessas condições,
conservaram-se apenas por quatro dias. Quando sob refrigeração (10 ºC; 85 a 90 %UR),
o período de conservação foi de 15 dias para a ‘Paluma’ e ‘Século XXI’, e para as
demais cultivares foi de 12 dias. Quando armazenadas maduras, goiabas ‘Paluma’,
‘Século XXI’ e ‘Kumagai’ conservaram-se por quatro dias sob condições ambiente,
enquanto que goiabas ‘Pedro Sato’ conservaram-se apenas por dois dias e ‘Sassaoka’,
por seis dias. O uso da refrigeração também prolongou a vida útil dos frutos maduros;
os da cultivar ‘Paluma’ conservaram-se por seis dias, enquanto os da ‘Pedro Sato’,
‘Século XXI’ e ‘Kumagai’ conservaram-se por até nove dias e os da ‘Sassaoka’ por até
12 dias.
Outros autores recomendam temperaturas mais baixas, 5 ºC a 10 ºC (90 %UR)
(HARDENBURG et al., 1986; CASTRO & SIGRIST, 1988) para armazenamento de
goiabas. Para goiabas ‘Kumagai’, a temperatura ideal de armazenamento situa-se entre
10 ºC e 12 ºC (BRON et al., 2005; JACOMINO et al., 2000). Temperaturas abaixo de 8
ºC podem causar distúrbios fisiológicos ou dano pelo frio, cujos sintomas são opacidade
da coloração da casca, seguida de áreas irregulares verde-pardas, mesocarpo com
coloração irregular e endocarpo com manchas escurecidas. Em estádio mais avançado,
toda superfície do fruto se torna parda e o endocarpo e o mesocarpo escurecidos
(CHITARRA & CHITARRA, 2005). CASTRO & SIGRIST (1988) já haviam relatado
estes sintomas em goiabas brancas armazenadas a 0 oC, 5 ºC e 8 ºC (90 %UR).
Observaram também o aparecimento de sintomas, após quatro dias, para frutos
armazenados a 0 oC e em 16 dias, para aquelas armazenadas a 5 ºC.
10
2.2.4 Atmosfera modificada
O objetivo de modificar a concentração de gases, como o CO2 e O2 da atmosfera
no armazenamento de produtos perecíveis, é estender o período de conservação dos
frutos, reduzindo a respiração, além de poder suprimir o desenvolvimento de podridões
por atuar direta e/ou indiretamente sobre os patógenos. Os benefícios promovidos pela
modificação da atmosfera dependem da espécie do fruto, variedade, idade fisiológica
(estádio de maturação), qualidade inicial, concentração de O2 e CO2, temperatura e
tempo de exposição a estas condições (KADER et al., 1989).
A exposição de um fruto a concentrações de O2 ou CO2 abaixo ou acima,
respectivamente, de seu limite de tolerância, resultará em estresse aos tecidos do
mesmo, manifestado por vários sintomas como, amadurecimento irregular, iniciação
e/ou agravamento de certos distúrbios fisiológicos, desenvolvimento de sabor e odor
desagradáveis e, aumento da suscetibilidade a doenças (KADER, 1986; KADER et al.,
1989). Entretanto, a alteração da atmosfera, também é utilizada para suprimir a
germinação ou o crescimento de fungos. Os fungos também necessitam de uma
concentração mínima de O2 para o seu desenvolvimento, usualmente igual ou superior
que 5%. As concentrações de O2 e CO2 requeridas para inibir o desenvolvimento e/ou
germinação de esporos variam com a espécie do fungo, mas, geralmente, a diminuição
no nível de O2 de 21 % para 5 % tem pouco ou nenhum efeito sobre a germinação de
esporos ou crescimento micelial, sendo necessários níveis de O2 abaixo de 1 % e / ou
níveis de CO2 acima de 10 % para suprimir, significativamente, o desenvolvimento de
fungos.
A atmosfera formada no interior dos filmes plásticos, combinada com baixa
temperatura, pode afetar indiretamente o desenvolvimento de microrganismos, por
manter a resistência do hospedeiro à infecção, bem como agir de forma direta sobre os
patógenos, através da supressão de vários estágios de desenvolvimento (BARKAI-
GOLAN, 2001). CIA et al. (2003), estudando o efeito de diferentes atmosferas
controladas sobre o crescimento micelial de patógenos pós-colheita em caqui,
verificaram que Rhizopus stolonifer, Alternaria alternata e Pestalotiopsis sp. sofreram
supressão do crescimento micelial com atmosferas de até 12 % de CO2.
O uso de filme plástico pode propiciar bons resultados, desde que sejam tomados
cuidados quanto a concentração de CO2 no interior da embalagem, que não deve
ultrapassar 10 %. LIMA (1999) armazenou goiabas ‘Paluma’ a 10 ºC (67 %UR),
11
acondicionadas em diferentes embalagens e observou que o uso de embalagens de
polietileno de baixa densidade (PEBD), 20 µm, com 5 % ou 10 % de sua superfície
perfurada levou aos melhores resultados. Esta autora, também comparou embalagens de
PEBD, perfuradas, com sacos plásticos Everfresh®, que tem capacidade de absorver
etileno e com saco poliolefínico, Cry-O-Vac PD900® com vácuo, no armazenamento
de goiabas ‘Paluma’, a 10 ºC (88 %UR). Constatou-se que os sacos poliolefínicos
proporcionaram menor perda de massa fresca e retardo na evolução da coloração dos
frutos mantidos por sete dias sob refrigeração e depois levados à condição ambiente (22
oC, 63 %UR) por mais três dias. Quando mantidos sob refrigeração por 13 dias,
apresentaram odor etanólico e desagradável em dois dias após transferência para
condições ambiente.
Goiabas de três diferentes variedades (‘Lucknow-49’, ‘Allahabad Safeda’ e
‘Apple Colour’) foram armazenadas por 30 dias a 8 °C em atmosferas de 5 e 8 kPa O2 +
2,5 e 5 kPa CO2, sem apresentar sintomas de danos pelo frio, havendo menor incidência
de podridões (SINGH & PAL, 2008). Goiabas ‘Pedro Sato’ expostas à radiação gama,
acondicionadas em embalagens PEBD e poliestireno puderam ser armazenadas por 28
dias a 10 ºC, sem apresentar danos pelo frio e sem interferência nos aspectos de
qualidade avaliados (CAMPOS et al., 2011). OSHIRO et al. (2011) verificaram que
goiabas ‘Pedro Sato’ acondicionadas em embalagem PEBD apresentaram menores
perdas de massa e de sólidos solúveis tanto armazenadas em condição ambiente (25 ºC),
quanto sob refrigeração (10 ºC), entretanto o período de conservação foi maior para
frutos armazenados a 10 ºC.
2.3 Antracnose
A antracnose, em pré-colheita, é uma doença que pode causar danos severos nos
pomares. Temperaturas amenas, em torno de 25 °C e alta umidade relativa favorecem a
doença. O sintoma característico é a queima dos bordos foliares. Como medidas de
controle recomendam-se limpar o pomar e queimar os resíduos da poda, fazer colheitas
freqüentes sem deixar nenhum fruto na planta, realizar adubações equilibradas,
controlando as doses de nitrogênio, pulverizar com fungicidas cúpricos quando os frutos
estiverem com menos de três centímetros de comprimento e evitar o ensacamento de
frutos durante o período favorável à doença (PICCININ et al., 2005).
12
A antracnose é considerada uma doença cosmopolita sendo encontrada em
citros, abacate, manga, mamão, maracujá, banana, goiaba, caqui, pêssego, ameixa, entre
outros (PERES et al., 2002). A antracnose é uma das principais doenças pós-colheita no
mundo e a principal doença pós-colheita em goiabas no Brasil (PICCININ et al., 2005).
É causada pelo fungo Colletotrichum spp., mitospórico (Ordem Melanconiales, família
Melanconiaceae) cuja fase sexuada, perfeita ou telemorfa, corresponde a Glomerella
cingulata (Ston.) Spaulding. & Scherenk (Filo Ascomycota, classe Sordariomycetes,
família Glomerellaceae) (JUNQUEIRA et al., 2001; MYCOBANK, 2013).
Durante o período pós-colheita, as goiabas estão sujeitas a infecções por
diversos microrganismos em virtude da diminuição da resistência da casca e polpa, e
devido ao amolecimento dos tecidos durante o amadurecimento. A podridão mais
comum nessa fase é a antracnose e seu agente causal se reproduz, principalmente,
através de conídios hialinos e unicelulares, cilíndricos com extremidade arredondada
(fase anamorfa), produzidos em acérvulos subepidérmicos, dispostos em círculos, com
presença de setas. Os conídios são produzidos em pecíolos deteriorados nas folhas
inferiores da planta, que amarelecem e caem, sendo os esporos dispersos pela água da
chuva ou de irrigação, insetos, vento, utensílios agrícolas, manuseio, etc (PANDEY et
al., 1997). A penetração pelo fungo pode ser direta, com a formação de apressórios, os
quais podem ficar latentes até um momento mais favorável à infecção e a colonização
ou via ferimentos (JUNQUEIRA et al., 2001).
Por causar importantes perdas em pós-colheita, a antracnose é um dos fatores
limitantes à exportação de frutas. Essa doença tem maior incidência em temperaturas
entre 25 a 30 °C e elevada umidade relativa do ar, ao redor de 95 %. A severidade da
doença é menor em períodos secos e temperaturas mais amenas (BAILEY et al., 1992).
O Colletotrichum spp. sobrevive de um ano para outro no solo, na planta e em lesões
velhas nos frutos e folhas.
Como a penetração de Colletotrichum spp. pode ocorrer no fruto verde, o
patógeno é capaz de sobreviver na forma quiescente, sendo os sintomas manifestados
durante o amadurecimento do fruto (MORAES et al., 2008). Os sintomas da doença
caracterizam-se por lesões arredondadas, necróticas e encharcadas de coloração marrom
clara na superfície dos frutos. Com a evolução da doença, essas ficam deprimidas e
crescem com formato irregular, e posteriormente coalescem e podem atingir o fruto
todo. Sob condições de alta umidade, é possível observar mucilagem de coloração
13
alaranjada, onde estão os conídios, protegendo-os da dessecação e inibindo a
germinação dos mesmos (PICCININ et al., 2005; ALMEIDA & COELHO, 2007).
Espécies de Colletotrichum são tradicionalmente diferenciadas com base em
caracteres morfológicos e culturais. Características como morfologia de conídios,
presença de setas e do teleomorfo, produção de apressório, coloração da colônia,
produção de pigmentos, taxa de crescimento e planta hospedeira de origem têm sido
usadas para diferenciar espécies morfologicamente próximas, como C. gloeosporioides
e C. acutatum (SUTTON, 1992; FREEMANN et al., 1998; LIU et al., 2007).
Colletotrichum gloeosporioides foi considerado por muito tempo o único agente causal
da antracnose em goiaba, no entanto, baseado em técnicas moleculares, C. acutaum foi
identificado associado às lesões de antracnose em goiaba. Assim, a antracnose da goiaba
pode ser causada por infecções simples ou múltiplas dessas duas espécies (PERES et al.,
2002; SOARES et al., 2008). Atualmente, técnicas moleculares associadas à
caracterização morfológica e biológica têm sido empregadas para diferenciação e
caracterização de espécies de Colletotrichum. Segundo PEREIRA (2010), as
caracterizações culturais e morfológicas não proporcionam resultados confiáveis para a
identificação de espécies de Colletotrichum associadas à antracnose da goiabeira e o C.
acutatum diferencia-se do C. gloeosporioides por proporcionar menores períodos de
incubação, além de maior esporulação em goiabas.
A capacidade de causar infecções quiescentes tem agrupado o Colletotrichum
entre os patógenos mais importantes em pós-colheita. Durante o desenvolvimento dos
frutos e após sua colheita, a resistência natural a doenças geralmente declina,
acarretando inevitáveis processos de infecção, doença e morte dos tecidos (PRUSKY &
PLUMBLEY, 1992). A quiescência pode ocorrer em diferentes fases do ataque de
fungos pós-colheita, ou seja, na germinação de esporos, durante e após a formação do
apressório e da hifa subcuticular e a manutenção do patógeno em quiescência sobre o
hospedeiro indica um equilíbrio entre o patógeno, ambiente e o hospedeiro (JARVIS,
1994). O patógeno mantém o seu metabolismo baixo e a transição da fase de
quiescência para o desenvolvimento de sintomas pode ser ativada por mudanças
fisiológicas do hospedeiro, condições ambientais adversas, manuseio incorreto ou ainda
declínio da concentração de componentes antifúngicos (PRUSKY, 1996; PRUSKY &
PLUMBEY, 1992).
Apesar dos esforços em aumentar a exportação da goiaba, a qualidade do fruto é
afetada de maneira significativa por danos mecânicos e doenças pós-colheita. Assim, a
OGIHARA1 – comunicação pessoal 14
estratégia adotada para a prevenção do desenvolvimento de doenças pós-colheita foi a
realização da colheita dos frutos ainda verdes. Neste estádio, os frutos aparentam-se
sadios, mas podem estar infectados por patógenos quiescentes e, neste caso, o
desenvolvimento de sintomas pode ocorrer durante o amadurecimento do fruto
(ADIKARAM et al., 1982). Em um levantamento realizado na Central de
Abastecimento S. A. (CEASA) em Bauru, São Paulo, FISCHER et al. (2011) relataram
a antracnose como a doença observada em maiores incidências em goiabas ‘Pedro Sato’
e ‘Paluma’, com médias de 35,5% e 30,3% dos frutos, respectivamente, nove dias após
armazenamento a 25 ºC.
2.4 Controle pós-colheita da antracnose
O controle das doenças da goiaba normalmente é realizado com produtos
químicos durante a fase pré-colheita. Os produtores que realizam o ensacamento dos
frutos fazem as aplicações de fungicidas normalmente até os frutos atingirem 3 cm de
diâmetro, momento onde realiza-se o ensacamento dos frutos e os produtores que não
realizam o ensacamento, pulverizam durante todo o ciclo, com intervalos de 15 dias, em
média, entre uma aplicação e outra - OGIHARA1. Os tratamentos químicos,
potencialmente prejudiciais ao homem e ao ambiente, estão sendo cada vez menos
utilizados.
Diante da restrição crescente ao uso de fungicidas em pós-colheita, tem ocorrido
um considerável interesse por métodos alternativos de controle de doenças, que
possuam mecanismos capazes de promover a indução de resistência nos tecidos vegetais
a patógenos, ou que possam complementar ou substituir o uso de fungicidas e prolongar
o período de armazenamento dos frutos.
Entende-se por método alternativo qualquer método de controle que não envolva
o uso de defensivo químico (fungicida). Sendo assim, atualmente os principais métodos
alternativos em estudo para o controle da antracnose em goiabas são os métodos físicos
(tratamento térmico, refrigeração, UV-C e atmosfera modificada/controlada), métodos
biológicos e métodos químicos (sanificantes, cálcio, 1-MCP, etanol e quitosana),
utilizados isoladamente ou em combinação, sendo que, em alguns casos, a combinação
de métodos alternativos pode proporcionar níveis eficazes de controle de doenças pós-
colheita, comparando-os à fungicidas sintéticos (JANISIEWICZ & KORSTEN, 2002;
DROBY et al., 2009; WALTERS, 2009; YU et al., 2012, ZHANG et al., 2010).
15
A resistência natural das plantas ao ataque de patógenos está relacionada com os
mecanismos de defesa estruturais e bioquímicos, sendo que ambos podem ser pré e /ou
pós-formado à tentativa de penetração do patógeno. Os mecanismos estruturais atuam
como barreiras físicas, promovendo o atraso na penetração e / ou colonização do
patógeno; cutícula, estômatos, tricomas e vasos condutores são exemplos de defesa
estrutural pré-formada e, papilas, halos, tiloses e lignificação são pós-formados. Os
mecanismos bioquímicos, por sua vez, atuam através da produção de substâncias
tóxicas como fitoantecipinas, catecol, saponinas, espécies reativas de oxigênio e
fitoalexinas, inibindo o crescimento do patógeno ou criando condições adversas ao
estabelecimento do mesmo na planta (SCHWAN-ESTRADA et al., 2008;
PASCHOLATI & LEITE, 1995).
A ausência de especificidade e o amplo espectro de fitopatógenos contra os
quais o fruto é protegido, de maneira sistêmica ou local, tornam os tais agentes
indutores de resistência interessantes no estudo do controle de doenças pós-colheita
(CIA et al., 2007). Agentes abióticos e bióticos podem desencadear respostas de
resistência induzida em frutas e hortaliças. Quando ativado por elicitores, o
metabolismo secundário das plantas pode sintetizar fitoalexinas, que são compostos
antimicrobianos, de baixa massa molecular, que se acumulam nas células em resposta às
infecções (TAIZ & ZEIGER, 2006; PASCHOLATI & LEITE, 1995).
A indução de resistência pode gerar respostas através destes sinais, que
promovem a ativação de mensageiros secundários como o ácido salicilico e o
jasmônico, que levam à síntese de fenilalanina amônia-liase (FAL), peroxidases e
fitoalexinas (RESENDE, 2002; BENATO, 2003). Tais agentes estudados são:
tratamento térmico, quitosana, ácido salicílico, acibenzolar-S-metil, altas concentrações
de CO2, irradiação UV-C e agentes biológicos. Algumas revisões sobre o assunto
encontram-se publicadas (CIA et al., 2007; DANTAS & COELHO, 2006; DI PIERO et
al., 2005; OLIVEIRA et al., 2004; SHARMA et al., 2009; SOBRINHO et al., 2005;
TERRY & JOYCE, 2004).
2.4.1 Etanol
O etanol é um composto orgânico caracterizado por possuir pelo menos uma
hidroxila (radical OH) ligada ao átomo de carbono. É muito utilizado no processo de
desinfecção, ou seja, processo que elimina todos os microrganismos, com exceção dos
16
endósporos bacterianos. Os desinfetantes são capazes de destruir formas vegetativas de
bactérias, fungos e vírus. Diversos cientistas contribuíram para o conhecimento das
características germicidas do etanol, suas aplicações e restrições. Os experimentos de
BUCHHOLTZ (1875) marcaram o início das investigações científicas sobre a
capacidade de etanol em eliminar microrganismos. Os estudos de KOCH & KOCH
(1888) evidenciaram sua ineficácia em eliminar esporos de Bacillus anthracis,
mostrando que seu efeito microbicida era limitado às formas vegetativas (não
esporuladas) de bactérias. Pesquisas conclusivas sobre sua atividade contra vírus,
bactérias e fungos só foram realizadas no Século XX.
Sua atividade ocorre, provavelmente, pela desnaturação de proteínas e remoção
de lipídios, inclusive dos envelopes de alguns vírus. O etanol diluído em uma
determinada quantidade de água, por exemplo, 70 % de álcool e 30 % de água,
encontra-se numa concentração ótima para atividade bactericida, pois provavelmente
atua na desnaturação das proteínas do microrganismo e remoção de lipídios (atuam na
membrana plasmática ou parede celular bacteriana, inibindo sua síntese e provocando
sua destruição) mais rapidamente na presença da água, pois a água facilita a entrada do
álcool no interior do microrganismo (ANVISA, 2012). Algumas características do
etanol limitam seu uso: é volátil e de rápida evaporação sob temperatura ambiente; é
altamente inflamável; possui pouca ou nenhuma atividade residual. Além disto, a
presença de altas concentrações de matéria orgânica pode diminuir a atividade
microbiocida do etanol.
Vários trabalhos têm demonstrado os efeitos positivos do etanol no controle de
podridões pós-colheita em várias culturas (PESIS, 2005). LICHTER et al. (2002)
relataram que a imersão de cachos de uva em etanol a 33; 40 ou 50 %, por 30 min,
resultou na redução de doenças, mostrando-se tão ou mais efetivo que o dióxido de
enxofre (SO2), além de não prejudicar a aparência dos frutos. KARABULUT et al.
(2004) constataram completa inibição da germinação de esporos de Botrytis cinerea
após 10 s de exposição a 30 % de etanol ou mais, a 24 °C. Além disso, a imersão de
uvas naturalmente infectadas, por 30 s em etanol (30%), a 24 °C, reduziu em 50 % a
incidência de doenças, após 35 dias de armazenamento a 1 °C, observando-se ainda que
a combinação de etanol (10 %) ao tratamento térmico (50 °C / 3 min) reduziu de forma
significativa a incidência do fungo em uvas artificialmente inoculadas. A aplicação de
etanol a 20 ou 40 % inibiu completamente o crescimento de B. cinerea e Monilinia
fructicola em pêssegos inoculados (EL-SHEIKH ALY et al., 2000).
17
A combinação de etanol e quitosana foi avaliada por ROMANAZZI et al. (2007)
para o controle do mofo cinzento em uvas. Uvas imersas na combinação de quitosana
(0,5 %) e etanol (10 ou 20 %) por 10 s apresentaram menor incidência de B. cinerea,
comparado ao tratamento apenas de quitosana ou de etanol, isoladamente. CHEN et al.
(2007) relataram que o uso de vapor de etanol (1000 μL L-1
) por 2 h, reduziu
significativamente as podridões causadas por Penicillium spp; Cladosporium spp;
Aspergillus spp. e Fusarium spp. em morango chinês (Myrica rubra), fruta subtropical
nativa da China, armazenado a 20 °C e a 0 °C. SCOLFARO (2009) constatou redução
da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ imersas em etanol, a 50 %, aplicado pela imersão
dos frutos por 2 min, além de não alterar os atributos de qualidade dos frutos.
Recentemente FISCHER et al. (2012) verificaram redução significativa no sexto dia de
armazenamento a 25 ºC, da incidência de antracnose (Colletotrichum spp.) em goiabas
‘Pedro Sato’, imersas em etanol (50 %) por 5 minutos, seguido de hipoclorito de sódio
(0,5 % de cloro ativo).
A viabilidade do uso de vapor de etanol no controle de podridões pós-colheita de
uvas foi demostrada com o armazenamento dos cachos em caixas, e no seu interior
papéis embebidos com diferentes concentrações de etanol (CHERVIN et al., 2005;
LURIE et al., 2006). No entanto, recentemente, um método mais prático para a
produção de vapor de etanol foi avaliado, através da utilização de sachês. A combinação
de vapor de etanol, gerado por sachês comerciais, e atmosfera modificada foi avaliada
por CANDIR et al. (2012) com o objetivo de verificar a manutenção da qualidade e
redução da incidência de podridões pós-colheita, em uvas de mesa ‘Red Globe’, durante
o armazenamento a 0 ºC e 90 %UR, por 4 meses. Os autores observaram que uvas
armazenadas em polietileno perfurado e sachês Antimold® 80 (vapor de etanol) foi tão
eficaz quanto o tratamento com SO2 na redução da incidência de podridões pós-colheita,
em uvas naturalmente infectadas ou inoculadas artificialmente por um mês. A utilização
de vapor de etanol acarretou em bagas com cor mais intensa e causaram o
escurecimento das hastes.
2.4.2 Quitosana
Os recobrimentos dos frutos, além de melhorarem a sua aparência, podem
reduzir a perda de água, ter atividade antifúngica e modificar a atmosfera ao seu redor
(SMITH et al, 1987; CISNEROS-ZEVALOS & KROCHTA, 2003). Seu uso em
18
goiabas não é pratica usual, mas os trabalhos existentes mostram resultados promissores
(OJEDA, 2001; JACOMINO et al, 2003). Os materiais utilizados como recobrimentos
comestíveis são os lipídeos (óleo ou cera de parafina, cera de abelha, cera de carnaúba,
óleo vegetal, óleo mineral, etc), polissacarídeos (celulose, pectina, amido, carragena,
quitosana, etc) e proteínas (caseína, gelatina, albumina de ovo, etc) (BALDWIN et al.,
1995). A quitosana, um polissacarídeo de alta massa molecular, obtido da deacetilação
alcalina da quitina de crustáceos, tem se mostrado não tóxica e biodegradável e pode
atuar no controle de doenças através da ativação de respostas de resistência, como o
acúmulo de proteínas relacionadas à patogênese (proteínas-RP) e de fitoalexinas, ou
pelo efeito direto sobre microrganismos (JIANG et al., 2005; ZHANG & QUANTICK,
1997).
Esta cobertura possui a habilidade de formar um filme semipermeável ao redor
do fruto e reduzir a permeabilidade ao O2 e ao CO2, retardando o amadurecimento,
diminuindo a respiração e a transpiração. Além de atrasar o amadurecimento e a
senescência de frutos e vegetais, este agente abiótico mostra-se como um potente
elicitor das respostas de defesa em várias plantas protegendo-as contra a infecção por
diversos patógenos (EL GHAOUTH et al., 1992; ZHANG & QUANTICK, 1997;
AGRAWAL et al., 2002).
JACOMINO et al. (2003) avaliaram a eficácia da quitosana (2 e 3 %) e fécula de
mandioca (3 %) em goiabas e observaram que a quitosana conservou o brilho dos
frutos, apesar da descamação e pequena aderência, que os tratamentos não influíram na
avaliação dos parâmetros de qualidade dos frutos, expressos pelos teores de sólidos
solúveis, acidez titulavel, ácido ascórbico, índice de podridões e firmeza, assim como na
produção de etileno e na respiração.
BAUTISTA-BAÑOZ et al. (2003) constataram o controle da antracnose em
mamão com a aplicação de quitosana a 1,5 % antes da inoculação do patógeno. Estudos
demonstram que a aplicação de quitosana reduziu significativamente a incidência da
podridão causada por B. cinerea em morangos (EL GHAOUTH et al., 1991) e em uvas
(CAMILI et al., 2007; ROMANAZZI et al., 2007). CIA (2005) constatou que a
quitosana a 1 % foi eficiente na redução da severidade de C. gloeosporioides em mamão
‘Golden’. Em pêssegos, a quitosana reduziu a incidência da podridão parda causada por
M. fructicola (LI & YU, 2000). XU et al. (2007) relataram que a imersão de uvas
‘Redglobe’ em quitosana a 1% reduziu a incidência de mofo cinzento, tanto em cachos
inoculados previamente com B. cinerea, quanto em uvas não inoculadas.
19
CERQUEIRA (2007) testou diferentes coberturas na proteção de goiabas
‘Kumagai’, como quitosana a 4 % e 6 %; quitosana a 2 %, 4 % e 6 % adicionada de
plastificante glicerol (1:1); concentrado protéico de soro de leite a 8% de sólidos com
glicerol; e glúten a 10 % com glicerol e não observou proteção contra os patógenos, não
sendo verificadas as propriedades elicitoras da quitosana para goiabas ‘Kumagai’. Os
parâmetros de qualidade indicam que estes recobrimentos não influíram nos teores de
sólidos solúveis, acidez titulavel e de ácido ascórbico. A quitosana a 6% reduziu o
aparecimento e evolução de podridões, mas com maior produção de acetaldeído e etanol
durante os oito dias de armazenamento.
BOTELHO et al. (2010) avaliaram o potencial da quitosana (10; 20; 40; 80 e
160 mg L-1
) no controle de Peniccilium spp. em maçãs ‘Princesa’ e ‘Castel Gala’. Após
seis dias armazenados a 25 ºC, verificaram que os tratamentos pós-colheita com
quitosana reduziram a incidência de podridões em maçãs a partir da concentração de 10
mg L-1
. No entanto, não houve efeito dos tratamentos sobre o diâmetro das lesões.
Em peras, YU et al. (2012) avaliaram a eficiência da aplicação de quitosana
isoladamente ou em combinação com levedura Cryptococcus laurentti e cloreto de
cálcio na redução do bolor azul (Penicillium expansum) em pós-colheita. A combinação
de quitosana (0,5 %) e C. laurentti resultou no controle do bolor azul após cinco dias de
armazenamento a 20 ºC. Recentemente, ROMANAZZI et al. (2013) concluíram que a
aplicação de quitosana (1 %) em morangos ‘Camarosa’ reduziu a severidade e a
incidência de mofo cinzento, do mofo azul e da podridão mole em frutos mantidos por
quatro dias a 20 ºC ou sete dias a 0 ºC seguido por mais três dias a 20 ºC.
Com relação à indução de respostas de defesa em plantas, a quitosana atua como
eliciador ao desencadear mecanismos estruturais de resistência, como a formação de
papilas, e mecanismos bioquímicos, como a produção de fitoalexinas e proteínas-RP
(CAVALCANTI et al., 2005). Em frutos de macieira, a capacidade da quitosana em
induzir resistência foi demonstrada por CAPDEVILLE et al. (2002). Os autores
inocularam os frutos com Penicillium expansum após o tratamento com o polissacarídeo
a 1 e 2 % e verificaram a redução efetiva de P. expansum durante armazenamento
refrigerado. O tratamento de pimentões e tomates com quitosana induziu hidrolases
antifúngicas, como quitinases, β-1,3-glucanases e quitosanases e tais enzimas
permaneceram com atividade elevada por 14 dias após os tratamentos, restringindo o
desenvolvimento de B. cinerea em pimentões (EL GHAOUTH et al., 1997).
20
RAPUSSI (2006) observou que a quitosana exibiu potencial no controle da
mancha preta em citros e estimulou alguns mecanismos de defesa na casca da laranja,
como quitinase, β-1,3-glucanase, peroxidase e polifenoloxidase. Em maçãs ‘Fuji’, a
aplicação de quitosana (10 ou 20 g L-1
), em diferentes pH (2,4; 4 ou 5,6) foi avaliada
com o objetivo de controlar a podridão amarga em pós-colheita, e seus efeitos sobre C.
acutatum e a atividade da peroxidase nos frutos. A relação das diferentes concentrações
de quitosana e os diferentes pH foi efetiva na redução da severidade da podridão amarga
em maçãs. A suspensão de quitosana a 10 g L-1
e pH 4 foi a mais apropriada
tecnicamente para o controle da doença, pois reduziu a severidade em 26 %. O
polissacarídeo não elevou a atividade de peroxidases nos frutos, mas reduziu a
germinação de conídios e o crescimento micelial do patógeno (FELIPINI & DI
PIERRO, 2009).
2.4.3 Tratamento térmico
O tratamento térmico é um processo físico que consiste na imersão do fruto em
água aquecida (hidrotérmico), aplicação de vapor d’água aquecido, ar quente seco,
sendo os mais usuais o hidrotérmico e o vapor d’água. O uso de calor tem se mostrado
como um método muito promissor para o controle de patógenos pós-colheita. Sua ação
pode ser letal ou sub-letal para o microrganismo, sendo sua eficiência avaliada pela
redução da viabilidade dos propágulos tratados e decorrente da ação direta do calor
sobre o patógeno, como também, de forma indireta, afetando a fisiologia da fruta,
retardando o amadurecimento e, consequentemente, mantendo a resistência da fruta
(BENATO, 1999) ou atuar indiretamente no controle de podridões, por induzir
respostas de resistências em frutos (CIA et al., 2007).
O tratamento térmico é um dos métodos físicos mais populares, sendo utilizado
comercialmente para o controle de podridões pós-colheita para manga (55 ºC / 5 min) e
mamão (49 ºC / 20 min) (BENATO et al., 2001b; NASCIMENTO et al., 2002). No
entanto, o tratamento hidrotérmico também se mostra eficiente no controle de podridões
pós-colheita em outros frutos. SILVA (1993), em trabalho sobre os efeitos do
tratamento térmico in vitro e in vivo sobre os principais agentes patogênicos dos frutos
de mamoeiro, relatou que Colletotrichum, Phoma, Phomopsis e Rhizopus são os
patógenos mais sensíveis aos tratamentos térmicos (49 °C / 20 min e 54 °C / 3 min)
realizados in vitro. O teste in vivo mostrou que o tratamento térmico a 49 °C / 20 min
21
reduziu significativamente a incidência das podridões de Lasiodiplodia, Colletotrichum,
Phoma e Rhizopus em frutos de mamoeiro inoculados.
Em maracujás, BENATO et al. (2001a) relataram que o tratamento dos frutos a
42,5 e 45 °C, por 8 min, foi eficiente na redução da incidência de podridões pós-colheita
em frutos armazenados em condições ambiente ou sob refrigeração. MARQUENIE et
al. (2002) relataram que a temperatura de 45 °C por 15 min inativou os conídios de B.
cinerea, enquanto que a mesma temperatura, por 3 min, já foi suficiente para inibir
completamente os esporos de M. fructigena. KARABULUT et al. (2004) verificaram a
redução de bagas de uva com mofo cinzento, após exposição por 30 e 60 s em água
aquecida a 50; 55 ou 60 °C, após armazenamento por 30 dias a 1 °C.
WIJERATNAM et al. (2005) constataram a inibição do desenvolvimento de
Chalara paradoxa em abacaxis previamente inoculados e tratados termicamente a 54 °C
/ 3 min, após 21 dias de armazenamento a 10 °C, seguido por dois dias a 28 2 °C.
ZHENG et al. (2008) utilizaram o tratamento hidrotérmico para o controle in vitro e in
vivo de Penicillium expansum em pêras e constataram inibição da germinação dos
esporos em todos os tempos de exposição (5; 10; 15 e 20 min) a 46 °C, sendo que frutos
tratados termicamente a 46 °C / 15 min apresentaram menor incidência de bolor azul
quando comparados ao controle. SCOLFARO (2009) verificou que o tratamento
hidrotérmico, a 50 °C / 10 min, inibiu completamente o desenvolvimento da antracnose
(C. gloeosporioides) em goiabas armazenadas por oito dias a 25 °C, não causando o
escurecimento dos frutos.
LIU et al. (2010) avaliaram o tratamento térmico por ar quente (36 ºC por 10
min) e Pichia guilliermondii, isoladamente ou em combinação, na redução da
antracnose em nêspera e os resultados mostraram que a combinação dos tratamentos
reduziu significativamente a antracnose (C. acutatum) tanto nos frutos naturalmente,
quanto artificialmente infectados, após dez dias de armazenamento a 20 ºC.
Recentemente, LIU et al. (2012) concluíram que a imersão de pêssegos em água a 40 ºC
por 5 ou 10 minutos foi eficiente no controle da podridão parda (Monilinia fructicola)
em frutos armazenados a 25 ºC por oito dias.
Além de atuar diretamente no controle de podridões, o tratamento térmico pode
induzir respostas de defesa em frutos (LURIE, 1998). Em tomates, a redução na taxa de
degradação de mRNA codificador de peroxidase manteve a resistência dos tecidos dos
frutos a doenças durante o tratamento a 38 °C por três dias, porém essa foi perdida em
um ou dois dias após o tratamento (LURIE et al., 1997). Os mesmos autores relataram
22
ainda que o tratamento inibiu o amadurecimento dos frutos e reduziu a incidência de
infecções naturais que se desenvolveram durante o armazenamento. SCHIRRA et al.
(2000) relacionaram os mecanismos de proteção de pomelos, tratados termicamente a
53 °C por 2 min, após serem inoculados com P. digitatum e P. italicum, à produção de
materiais lignificados em poucas horas e no local de inoculação, seguido pelo acúmulo
de fitoalexinas e de quitinases.
LIU et al. (2010) concluíram que o controle pós-colheita da antracnose em
nêsperas foi devido ao efeito indireto do tratamento térmico; a atividade da enzima
catalase manteve-se baixa, induzindo a resistência pelo acúmulo de H2O2 e a atividade
da FAL e de β-1,3-glucanase. Em outro trabalho, LIU et al. (2012) observaram que o
controle da podridão parda foi devido à ação direta do tratamento térmico na inibição da
germinação de M. fructicola, como também indiretamente, com acúmulo intracelular de
espécies reativas de oxigênio e a indução de enzimas (quitinase, β-1,3-glucanase e FAL)
relacionadas à defesa.
Por outro lado, o tratamento térmico pode promover danos aos tecidos dos
frutos. Os danos pelo calor, conhecidos como escaldadura, podem ser externos e/ou
internos. Os danos externos aparecem, geralmente, como escurecimento da casca ou
manchas, podendo ocorrer um aumento na incidência de podridões. Danos internos
podem ser notados pela descoloração ou escurecimento da polpa ou amolecimento
anormal. Como também, a perda de água, aumento da atividade respiratória e aumento
da síntese de etileno. Assim, o controle da temperatura e o tempo de exposição são de
fundamental importância para seu uso isolado ou em combinação com outros métodos
de controle (CHITARRA & CHITARRA, 2005).
O controle de patógenos pelo tratamento hidrotérmico ocorre pelo fato de que os
esporos e infecções quiescentes estão presentes na superfície ou nas primeiras camadas
celulares da fruta. Muitas frutas toleram temperaturas de 50 a 60 °C por até 10 minutos.
Porém, exposições por tempos menores a estas temperaturas podem controlar muitos
patógenos de pós-colheita. Baixas concentrações de fungicidas podem ser aplicadas
como complemento do tratamento hidrotérmico, permitindo um controle mais efetivo
com redução de resíduos (LURIE, 1998).
O tratamento térmico pode promover diferentes respostas, como a inibição do
amadurecimento de frutas climatéricas, devido à inibição da síntese de etileno,
constatado em maçãs; decréscimo na taxa de amolecimento de frutas em função da
inibição da síntese de enzimas hidrolíticas da parede celular (poligalacturonase e
23
galactosidase); alteração do sabor; diminuição da acidez total; aumento do teor de
açúcar; aceleração do desverdecimento; alterações na respiração e prevenção de
distúrbios fisiológicos como escaldadura em maçãs e dano pelo frio em frutas
subtropicais e tropicais (LURIE, 1998). Estas respostas podem variar por fatores como
espécie e cultivar, idade fisiológica, tempo e temperatura de exposição.
2.4.4 1-Metilciclopropeno
Após serem colhidas, as goiabas amadurecem e senescem durante o
armazenamento e transporte. O aumento da vida útil da goiaba em temperatura
ambiente é desejável, uma vez que a quase totalidade dos frutos comercializados no
Brasil não está submetido à refrigeração (BASSETO et al., 2005). A produção do
fitorregulador etileno durante o amadurecimento e a senescência predispõe os frutos ao
estabelecimento da antracnose. Partindo desse princípio, o uso de moléculas que
impeçam a ligação do etileno ao sítio ativo de seu receptor pode reduzir a sua ação e
produção autocatalítica, retardando o amadurecimento e a senescência dos frutos.
Assim, o 1-metilciclopropeno (1-MCP), um bloqueador da ação do etileno, que tem por
objetivo retardar a senescência em frutas e flores (BLANKENSHIP & DOLE, 2003),
tem-se mostrado eficiente no prolongamento da vida de pós-colheita e no controle de
podridões.
O 1-MCP é um regulador vegetal patenteado em 1996 e liberado em 1999 como
“EthylBlock” para uso em plantas ornamentais, e recentemente, com o nome de
“SmartFresh” para uso em produtos comestíveis. O 1-MCP é um composto volátil que
tem se mostrado ser um potente antagonista da ligação do etileno ao seu sítio ativo na
célula, atuando tanto sobre o etileno endógeno quanto exógeno (SEREK et al., 1995).
Ele compete com o etileno pelos sítios de ligação nos receptores das membranas, liga-se
ao receptor de etileno irreversivelmente, e o posterior amadurecimento do fruto é devido
à formação de novos receptores, podendo retardar ou inibir eventos do amadurecimento
e, assim, reduzir o desenvolvimento de podridões (FENG et al., 2000; TERAO et al.,
2003). A afinidade de 1-MCP pelo receptor é, aproximadamente, dez vezes maior que a
do etileno (SISLER e SEREK, 1997). Além de atuar como antagonista, na ligação do
etileno, o 1-MCP pode também suprimir a produção do etileno e com isso, retardar o
amadurecimento de frutos como o mamão (JACOMINO et al., 2002), goiaba
(BASSETO et al., 2005) e pêssego (KLUGE & JACOMINO, 2002), entre outros.
24
Embora o 1-MCP seja um gás, ele tem sido formulado em pó, o qual libera o
ingrediente ativo quando misturado a uma solução básica ou água (KLUGE et al.,
2002). A aplicação pode ser realizada colocando-se os frutos numa câmara ou contentor,
onde se libera o 1-MCP, que após 6 a 24 horas de exposição penetra no produto. Após
esse período de tempo, retorna-se o produto para as condições desejadas de
armazenamento (GLUBER & SU, 2012).
A concentração de 1-MCP necessária para bloquear a ação de etileno varia
conforme a espécie, cultivar, estádio de maturação, produção de novos receptores de
etileno, tempo e temperatura de exposição (WATKINS et al., 2000). BLANKENSHIP
& DOLE (2003) observaram que a concentração efetiva de1-MCP é baixa (entre 2,5 nL
L-1
a 1 μL L-1
), e essa interage com a temperatura. O 1-MCP é mais comumente
aplicado na faixa de temperatura de 20 a 25 ºC, mas pode ser usado em baixas
temperaturas em alguns produtos. A combinação do uso de 1-MCP e armazenamento
em baixas temperaturas tem se mostrado como excelente opção para viabilizar a
exportação marítima de várias frutas, abrindo assim novos mercados para os países
produtores como o Brasil (PEREIRA & BELTRAN, 2002).
Geralmente, a duração do tratamento de 12 a 24 h é suficiente para alcançar a
resposta completa; a baixa concentração de 1-MCP aplicada por longa duração pode ser
tão efetiva como a alta. Dependendo da espécie a ser tratada, o 1-MCP pode ter uma
gama de efeitos sobre a respiração, produção de etileno, produção de voláteis,
degradação de clorofila e modificações nas proteínas e membranas, amolecimento,
doenças, danos, acidez e açúcares (ABDI et al., 1998; FAN et al., 1999; JIANG, 1999;
JEONG et al., 2002).
O 1-MCP tem sido usado com sucesso na conservação de frutos, atuando
também indiretamente no controle de doenças pós-colheita devido ao atraso no processo
de amadurecimento dos frutos (SEREK et al., 1995; BASSETO et al., 2005). KU et al.
(1999) verificaram que o tratamento de morangos com 1-MCP prolongou o período
pós-colheita dos frutos como também retardou o aparecimento de podridões. Por outro
lado, dosagens elevadas de 1-MCP aceleraram o desenvolvimento de doenças em
morango, em função da inibição da síntese de FAL e de compostos fenólicos (JIANG et
al., 2001).
O tratamento com 1-MCP proporcionou aumento da vida útil de goiabas ‘Pedro
Sato’ de quatro para seis dias, para o estádio verde, e de dois dias para o estádio verde
claro, apresentando níveis de incidência de podridões causadas por fungos,
25
significativamente inferiores aos não tratados em ambos os estádios de tratamento
(KLUGE et al., 2001).
Mangas ‘Keitt’ tratadas com 1-MCP e armazenadas em condições de mercado
local (temperatura ambiente), com transporte terrestre refrigerado ou marítimo
refrigerado, apresentaram efetivo atraso no processo de amadurecimento, manutenção
da firmeza da polpa, atraso na mudança de coloração externa e acúmulo de sólidos
solúveis, havendo prevenção de perda de massa, além de serem claramente menos
afetados pela antracnose (OSUNA-GARCIA & BELTRAN, 2001).
JEONG et al. (2002) avaliaram a conservação pós-colheita de abacates
‘Simmonds’, tratados com duas concentrações de 1-MCP (0,09 e 0,45 µL L-1
) e três
tempos de exposição (6; 12 e 24 h), a 20 °C. O tratamento com 1-MCP a 0,45 µL L-1
,
por 24 h a 20 °C retardou o amadurecimento dos frutos em quatro dias. Melões expostos
ao 1-MCP e armazenados sob refrigeração, apresentaram menor desenvolvimento de
doenças quando comparado à testemunha ao longo de todo o período de conservação,
sendo as concentrações de 350 e 400 ppb as mais eficientes na redução da incidência e
severidade de podridões (TERAO et al., 2003). LIMA (2004) comparou o tratamento de
goiabas com cloreto de cálcio a 2 %, por um minuto, com 150 nL L-1
de 1-MCP, sob
armazenamento a 20 ºC e 84 %UR e concluiu que o 1-MCP manteve os frutos com boa
qualidade por seis dias, expressa por melhor aparência, menor perda de massa e firmeza,
quando comparados aos frutos testemunha ou tratados com cloreto de cálcio,
demonstrando sua efetividade em retardar o amadurecimento de goiabas.
O desenvolvimento da podridão foi mais lento em damascos tratados com 1-
MCP (PESIS et al., 2002). O 1-MCP reduziu, porém não preveniu a podridão em frutos
de macieira, especialmente em temperaturas elevadas (MIR et al., 2001). O tratamento
de maçãs com 1-MCP retardou o amadurecimento dos frutos (BARITELLE et al., 2001)
e diminuiu o desenvolvimento de podridões causadas por patógenos durante o
armazenamento.
Em frutos não-climatéricos, o 1-MCP pode aumentar, diminuir ou não ter efeito
sobre o desenvolvimento de podridão induzida por patógenos (MULLINS et al., 2000;
PORAT et al., 1999). O tratamento de laranja (PORAT et al.,1999) e morango (KU et
al., 1999) com o 1-MCP aumentou o desenvolvimento de podridões. Nem todos os
aspectos do amadurecimento de frutos são completamente suprimidos pelo 1-MCP,
apenas os controlados pelo etileno.
26
BASSETO et al. (2005) verificaram que goiabas ‘Pedro Sato’ expostas ao 1-
MCP (900 nL L-1
), durante 3 horas, apresentaram menor incidência de podridões
comparadas aos frutos não tratados, semelhantes à aplicação de 100 nL L-1
, durante 12
horas, armazenados em condição ambiente e sob refrigeração. Em tomates ‘Quality 23’
e ‘Seminis 35’, expostos ao 1-MCP (0,6 µL L-1
ou 1,0 µL L-1
) por 12 ou 6 horas,
respectivamente, e armazenados por até 30 dias a 15 ºC e 90 %UR, resultaram em
menor severidade e incidência de podridões pós-colheita, como podridão preta
(Alternaria alternata), mofo cinzento (B. cinerea) e podridão de Fusarium (Fusarium
spp.) (GUBLER & SU, 2012).
27
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Avaliação dos agentes alternativos sobre o desenvolvimento in vitro de
Colletotrichum gloeosporioides
3.1.1 Crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides
Com o objetivo de verificar se os agentes alternativos atuam diretamente sobre o
desenvolvimento do fungo, foi avaliado o crescimento micelial de C. gloeosporioides
submetido aos seguintes tratamentos: aplicação de etanol, tratamento térmico, aplicação
de quitosana e de 1-MCP.
O inoculo foi obtido de cultura de C. gloeosporioides isolado de goiaba e
cultivado em meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA), acrescido de oxitetraciclina
(50 μg mL-1
), por oito dias em incubadora B.O.D., a 25 ºC, com alternância de
luminosidade de 12 h.
- Etanol: o crescimento micelial foi avaliado transferindo-se discos de micélio de
3 mm de diâmetro, para o centro de placas de Petri contendo meio BDA incorporado
com etanol (LabSynth®
), em diferentes concentrações (30; 40 e 50 % v/v). Como
testemunha, discos de micélio foram transferidos para o centro de placas de Petri
contendo apenas o meio BDA.
- Tratamento térmico: oito discos de micélio de 3 mm de diâmetro, foram
transferidos para tubos de ensaio contendo 2 mL de água esterilizada, os quais foram
mantidos em banho termostático (Fanem®) e a temperatura aferida com o auxílio de um
termômetro digital, nas diferentes combinações temperaturas x tempos (35; 40; 45 e 50
°C por 5; 10 e 15 minutos) (Figura 1). Após os tratamentos, os discos de micélio foram
transferidos individualmente para placas de Petri contendo BDA (MORAES et al.,
2005). Como testemunha, foi realizado o mesmo método descrito acima, mas o tubo de
ensaio contendo os discos de micélio permaneceu a 25 ºC por 10 minutos.
- Quitosana: o crescimento micelial foi avaliado transferindo-se discos de
micélio de 3 mm de diâmetro, para o centro de placas de Petri contendo meio BDA
incorporada com soluções de quitosana (Sigma-Aldrich®) em diferentes concentrações
(0,25 e 0,50 % p/v). Para tanto, a quitosana foi diluída em ácido acético (0,5 %) e o pH
corrigido para 5,2, utilizando-se NaOH 1N. Como testemunhas, discos de micélio foram
transferidos para o centro de placas de Petri contendo apenas o meio BDA ou meio
BDA com adição de ácido acético na mesma concentração.
28
- 1-MCP: discos de micélio de 3 mm de diâmetro, foram transferidos para o
centro de placas de Petri contendo meio BDA e colocadas abertas no interior de
tambores com fechamento hermético, com capacidade de 200 L, com circulação forçada
de ar, sob temperatura de 25º C e expostos ao 1-MCP (SmarthfreshTM
) nas
concentrações de 0, 200, 400 e 600 nL L-1
de i.a. por 6 e 12 horas. Como testemunha
utilizou-se placas, contendo discos de micélio do patógeno não expostos ao 1-MCP,
mas mantidas em tambores com fechamento hermético. Para se obter as concentrações
desejadas de 1-MCP, 10 mL de água destilada foram adicionados a um béquer (20 mL)
contendo quantidades predeterminadas do produto comercial SmartFresh (pó molhável,
0,14 % i.a., AgroFresh). Após a adição de água, os frascos foram agitados, para
completa dissolução do produto, e abertos no interior dos tambores, que foram
imediatamente fechados.
Após os tratamentos, as placas foram mantidas a 25 °C em incubadora tipo
B.O.D. com alternância de luminosidade de 12 h, e avaliadas a cada dois dias medindo-
se o diâmetro da colônia (cm) em duas direções opostas, até que o diâmetro da colônia
de um dos tratamentos atingisse a borda da placa.
Com os dados obtidos calculou-se o ICM (índice de crescimento micelial), de
acordo com PERES et al. (2003) com a fórmula:
ICM = C1N1-1
+ C2N2-1
+ ... + CnNn-1
Na qual, C1 = crescimento micelial no primeiro dia e N1 = número de dias.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com oito repetições
por tratamento com uma placa como unidade experimental, para o tratamento com
etanol e quitosana, em arranjo fatorial 4 x 3 (temperatura x tempo) no tratamento
térmico e 3 x 2 (concentração x tempo) com 1-MCP. Os dados obtidos nos
experimentos foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de
Tukey, e a discussão dos resultados foi efetuada a 5 % de significância. Para tanto, foi
empregado o programa estatístico ESTAT.
29
Figura 1 – Discos de micélio de C. gloeosporioides nos tubos de ensaio (A), banho
termostático utilizado (B) e tubos de ensaio, contendo discos de micélio, depositados
em banho térmico (C).
3.1.2 - Avaliação dos agentes alternativos sobre a germinação de Colletotrichum
gloeosporioides
Com o objetivo de verificar se os agentes alternativos atuam diretamente sobre o
desenvolvimento do fungo, foi avaliada a germinação de conídios de C. gloeosporioides
submetidos ao etanol, ao tratamento térmico, à quitosana e ao 1-MCP. Para tanto, a
suspensão de conídios foi preparada adicionando-se água destilada em placas C.
gloeosporioides cultivado em meio de cultura BDA, sendo a suspensão filtrada em gaze
e a quantificação de conídios determinada pela contagem em hemacitômetro (104
conídios mL-1
).
Para a avaliação da germinação de conídios foram utilizadas placas de
poliestireno esterilizadas, as quais foram divididas em quatro quadrantes. Em cada
quadrante foram depositados 40 L de suspensão conidial mais 40 L de quitosana
(0,25 e 50 %) ou de etanol (30; 40 e 50 %). Como testemunha, em cada quadrante foram
depositados 40 L de suspensão conidial mais 40 L de água destilada e esterilizada.
Para o 1-MCP (0; 200; 400 e 600 nL L-1
de i.a. por 6 e 12 horas), as placas com 40 L
de suspensão conidial, foram colocadas no interior de tambores fechados
hermeticamente, como descrito no item 3.1.1.
A B C
30
Para a avaliação do tratamento térmico sobre a germinação dos conídios, 2 mL
da suspensão foram transferidos para tubos de ensaio esterilizados, os quais foram
mantidos em banho termostático nas diferentes temperaturas x tempos (35; 40; 45 e 50
°C por 5; 10 e 15 minutos). Após os tratamentos, uma alíquota de 1 ml da suspensão de
esporos foi vertida em placas de Petri contendo ágar-água. Como testemunha, foi
realizado o mesmo método descrito anteriormente, mas o tubo de ensaio contendo a
suspensão conidial, permaneceu a 25 ºC por 10 minutos.
Em todos os tratamentos, a germinação dos conídios foi avaliada após um
período de incubação de 24 h, a 25 °C em incubadora B.O.D, com alternância de
luminosidade de 12 h.
As avaliações foram realizadas contando-se 50 conídios por quadrante,
considerando-se germinado o conídio que apresentou o tubo germinativo de tamanho
igual ou superior ao do comprimento do esporo (MERCIER et al., 2001). O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado e contou com cinco placas por
tratamento e uma placa como unidade experimental, em arranjo fatorial 4 x 3
(temperatura x tempo) para o tratamento térmico e 3 x 2 (concentração x tempo) para o
1-MCP. Os dados obtidos nos experimentos foram submetidos à análise de variância e
comparados pelo teste de Tukey, e a discussão dos resultados foi efetuada a 5 % de
significância. Para tanto, foi empregado o programa estatístico ESTAT.
3.2 - Avaliação dos efeitos dos agentes alternativos no controle da antracnose em
goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 °C
3.2.1 Inoculação dos frutos
Com o objetivo de verificar se os agentes alternativos controlam a antracnose,
goiabas ‘Kumagai’, com coloração de casca verde-clara, provenientes de pomar
comercial de Campinas, SP, foram levadas para o Laboratório de Tecnologia Pós-
colheita do Centro de Engenharia e Automação / IAC, onde foram selecionadas quanto
à uniformidade de cor, ausência de defeitos e podridões, visando à homogeneização das
mesmas. Em seguida, os frutos foram marcados com caneta de retroprojetor para a
identificação do local de inoculação, para confirmação de que os sintomas observados
foram decorrentes da inoculação e não de infecção prévia (proveniente do campo), e
inoculadas com suspensão conidial de C. gloeosporioides (4 a 5 x 105
esporos mL-1
),
em um ponto da região equatorial, com auxílio de uma seringa de cromatografia de 100
31
µL (Hamilton®), fazendo-se um ferimento de 1 a 2 mm de profundidade na epiderme
do fruto, e aplicando-se uma alíquota de 10 μL de suspensão de conídios (Figura 2).
O inóculo foi obtido de cultura de C. gloeosporioides isolado de goiaba e
cultivado em meio de cultura BDA por oito dias em incubadora B.O.D., a 25 ºC, com
alternância de luminosidade de 12 h. Após 2 h da inoculação, os frutos foram tratados
com os diferentes agentes alternativos de controle conforme descritos a seguir.
Figura 2 - (A) – Goiabas pré-selecionadas; (B) – Método de inoculação da suspensão
de esporos de C. gloeosporioides em goiabas ‘Kumagai’.
3.2.2 Avaliação da aplicação de etanol no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’
Os frutos foram imersos em solução de etanol (LabSynth®
), na concentração de
30; 40 e 50 % por 2; 5 e 10 minutos (Figura 3A). Como testemunha, frutos foram
imersos em água sob temperatura ambiente e armazenadas em câmara a 25 2 °C / 80
5 %UR por um período de oito dias. Durante o período de armazenamento, os frutos
foram avaliados, a cada dois dias, quanto à incidência (% obtida pela contagem de
frutos apresentando sintomas da antracnose) e severidade da podridão (diâmetro das
lesões).
Os dados obtidos nos experimentos foram utilizados para o cálculo da área
abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), conforme equação de
CAPDEVILLE et al. (2002):
B A
32
Sendo: n, o número de observações; Yi, a severidade da doença na “i”-ésima
observação e, Ti, o tempo em dias na “i”-ésima observação.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado e contou
com cinco repetições constituídas de quatro frutos como unidade experimental, sendo
as análises estatísticas efetuadas em arranjo fatorial (3 x 3). Os dados obtidos nos
experimentos foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de
Tukey, e a discussão dos resultados foi efetuada a 5 % de significância. Para tanto, foi
empregado o programa estatístico ESTAT.
3.2.3 Avaliação do tratamento térmico no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’
Os frutos foram imersos em água aquecida, utilizando-se banho termostático
(Fanem®, Figura 3B), nas temperaturas de 35; 40; 45 e 50 °C pelos tempos de 5; 10 e 15
minutos (Figura 3C). As temperaturas avaliadas foram verificadas constantemente
durante o período de tratamento dos frutos com auxílio de termômetro digital. Como
testemunha, frutos foram imersos em água sob temperatura ambiente (25 ºC por 10
min). As condições de armazenamento e avaliações foram as mesmas descritas no item
3.2.2.
Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado,
com cinco repetições compostas por quatro frutos como unidade experimental, em
arranjo fatorial (4x3).
3.2.4 Avaliação da aplicação da quitosana no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’
Os frutos foram imersos rapidamente, ou seja, imersos e retirados em seguida, na
solução de quitosana (Sigma-Aldrich®
), em diferentes concentrações (0,25; 0,5 e 1,0 %
p/v), após diluição do produto em ácido acético (0,5 %, v/v), com pH ajustado para 5,2
utilizando-se NaOH 1N (Figura 3D). Os frutos testemunha foram imersos em solução
de ácido acético, com pH ajustado para 5,2. As condições de armazenamento e
avaliações foram as mesmas descritas no item 3.2.2.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado e contou
com cinco repetições constituídas de quatro frutos como unidade experimental.
33
Figura 3 - (A) – Frutos imersos em solução de etanol; (B) – banho termostático
utilizado para a imersão dos frutos em tratamento térmico; (C) - frutos imersos em água
aquecida e, (D) - frutos imersos em solução de quitosana.
3.2.5 Avaliação da aplicação do 1-MCP no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’
Os frutos foram colocados em tambores fechados hermeticamente de 200 L, com
circulação de ar forçada, sob temperatura de 25 ºC e expostos a diferentes concentrações
de 1-MCP (0; 200; 400 e 600 nL L-1
de i.a.), na formulação de pó molhável, por 6 e 12 h
(Figura 4A). Para obter as concentrações desejadas de 1-MCP, 10 mL de água destilada
foram adicionados a um béquer (20 mL) contendo quantidades predeterminadas do
A
B
C
D
34
produto comercial SmartFresh (pó molhável, 0,14 % i.a., AgroFresh). Após a adição de
água, os frascos foram agitados, para completa dissolução do produto, e abertos no
interior dos tambores, que foram imediatamente fechados (Figura 4B). Os frutos
testemunha não foram expostos ao produto, mas foram mantidos no interior de tambores
herméticos nas mesmas condições e expostos apenas à água. Foram colocados 20 frutos
em cada tambor. As condições de armazenamento e avaliações foram as mesmas
descritas no item 3.2.2.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco
repetições constituídas de quatro frutos como unidade experimental em arranjo fatorial
(3x2).
Figura 4 - (A) – Frutos depositados no interior do tambor e fechados hermeticamente,
com circulação forçada de ar, para exposição ao 1-MCP; (B) – tambores no interior da
câmara com temperatura controlada para a aplicação do 1-MCP.
3.3 Avaliação da possibilidade do tratamento térmico e da quitosana atuarem
indiretamente no controle da antracnose, em goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 °C
A possibilidade de indução de respostas de defesa em goiabas foi avaliada
inoculando-se os frutos em diferentes intervalos de tempo após os tratamentos. Os
frutos foram, primeiramente, tratados termicamente (50 °C / 10 min) ou imersos em
A
B
35
quitosana (0,25%) como descrito nos itens 3.2.3 e 3.2.4, respectivamente, e, inoculadas
após diferentes intervalos de tempo do tratamento (0; 24 e 48 h), através de injeção
subcuticular de suspensão de conídios de C. gloeosporioides (105 conídios mL
-1). Após
cada inoculação, os frutos foram mantidos em câmara a 25 2 °C / 80 5 %UR por um
período de oito dias e avaliados a cada dois dias quanto à incidência e severidade da
podridão. Os dados obtidos foram utilizados para o cálculo da área abaixo da curva de
progresso da doença (AACPD), conforme equação descrita em 3.2.2.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial,
com cinco repetições compostas por quatro frutos como unidade experimental. Os
dados obtidos nos experimentos foram submetidos à análise de variância e comparados
pelo teste de Tukey, e a discussão dos resultados foi efetuada a 5 % de significância.
Para tanto, foi empregado o programa estatístico ESTAT. O experimento foi repetido
duas vezes.
3.4 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ mantidas sob refrigeração
Com base nos ensaios anteriores em condição ambiente (25 2 °C / 80 5
%UR), os resultados revelaram que os agentes alternativos avaliados foram eficientes
em reduzir o progresso da antracnose nos frutos. O tratamento térmico (50 °C por 10
min), o etanol (40 % por 2 min), a quitosana (0,25 %) e o 1-MCP (600 nL L-1
por 6 h),
reduziram a incidência da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, sendo que o tratamento
térmico e o etanol também reduziram de maneira significativa a severidade das lesões.
Para tanto, goiabas ‘Kumagai’ com coloração de casca verde-clara, provenientes
de pomar comercial de Campinas, SP, foram levadas para o Laboratório de Tecnologia
Pós-colheita do Centro de Engenharia e Automação / IAC, onde foram selecionadas
quanto à uniformidade de cor, ausência de defeitos e podridões, visando à
homogeneização das mesmas, inoculadas com suspensão de conídios de C.
gloeosporioides e após 2 h submetidas aos seguintes tratamentos: 1) Testemunha, 2)
Etanol (40 % / 2 min), 3) tratamento térmico (50 °C / 10 min), 4) Quitosana (0,25 %), 5)
1-Metilciclopropeno (600 nL L-1
/ 6 h), conforme métodos descritos em 3.2. Os frutos
foram armazenados sob refrigeração (10 °C ± 1 °C / 90 ± 5% UR) por 15 dias, seguidos
por transferência para 25 2 °C / 80 5 %UR onde permaneceram por mais cinco dias.
36
As avaliações foram feitas no momento da transferência para 25 2 °C / 80 5
%UR e após cinco dias de armazenamento nestas condições, quanto à incidência e
severidade da antracnose (descrito em 3.2.2) e aspectos físico-químicos, neste caso
empregando-se frutos não inoculados:
Cor de casca e polpa: determinadas por meio de colorímetro Hunter Lab - MiniScan XE
Plus, sistema L C H onde L representa luminosidade, C representa cromaticidade e Hº
(Hue), o ângulo de cor (0° a 360° - 0°: vermelha, 90°: amarelo, 180°: verde e 270°:
azul), efetuando-se a leitura em dois pontos opostos na região equatorial dos frutos.
Firmeza: foi determinada com penetrômetro digital PCE - PTR (Force Gauge), cujas
perfurações de dois pontos foram feitas na região equatorial de cada fruto, com ponteira
de 8 mm de diâmetro, após a retirada da casca. Os resultados foram expressos em
Newton (N);
Sólidos solúveis: foi determinado no suco da fruta, obtido pela centrifugação de dois
frutos por repetição, realizando-se leitura direta em refratômetro digital Pal - 1, marca
Atago, com escala de 0 a 32 °Brix, sendo os resultados expressos em °Brix (AOAC,
1992 - método 932.12);
Acidez titulável: foi determinada por titulação, com solução de hidróxido de sódio
(NaOH) 0,1 N até pH 8,10 (pHmetro Digimed), utilizando-se 10 g do suco, diluídos em
90 mL de água destilada. O resultado foi expresso em porcentagem de ácido cítrico.
Os dados obtidos para incidência e severidade da podridão foram utilizados para
o cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), conforme equação
descrita em 3.2.2. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco
repetições compostas por dois frutos como unidade experimental.
Além das análises descritas anteriormente, a respiração e a produção de etileno
de frutos mantidos a 25 2 °C / 80 5 %UR, foram determinadas em cromatógrafo a
gás Varian, modelo 450 GC, seguindo metodologia de AZZOLINI et al. (2005), com
modificações. Frutos, não inoculados, foram primeiramente tratados com os agentes
alternativos (etanol – 40 % / 2 min, tratamento térmico - 50 °C / 10 min, quitosana -
0,25 %, 1-MCP - 600 nL L-1
/ 6 h) e, após estarem secos, depositados em frascos de
vidro (2,7 L), com fechamento hermético, onde permaneceram por 1 h. As leituras
foram realizadas diariamente, mantendo-se os frutos a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito
dias. Os frascos foram mantidos fechados por 1h e retirados amostras de gás com uma
seringa de cromatografia gasosa (Hamilton®), via septo, e inseridas imediatamente, no
37
cromatógrafo para a leitura de CO2 e etileno (Figura 5). O delineamento experimental
utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco repetições constituídas de três frutos
como parcela. Os resultados da produção de CO2 foram expressos em mL kg-1
h-1
e da
produção de C2H4 em µL kg-1
h-1
.
Figura 5 - (A) – Frutos depositados no interior do frasco hermeticamente fechado; (B)
– Retirada de amostra de gás via septo; (C) – Cromatógrafo à gás utilizado no
experimento; (D) – Injeção da amostra em cromatógrafo à gás.
A B
C
D
38
3.5 Avaliação da aplicação do 1-MCP, associado à atmosfera modificada, no
controle da antracnose e na qualidade de goiabas ‘Kumagai’
Esse experimento teve o objetivo de avaliar os efeitos do 1-MCP, aliado à
atmosfera modificada, no controle da antracnose em goiabas e sobre a qualidade dos
frutos. Para tanto, goiabas ‘Kumagai’, não inoculadas artificialmente, com coloração de
casca verde-clara, provenientes de pomar comercial de Campinas, SP, foram levadas
para o Laboratório de Tecnologia Pós-colheita do Centro de Engenharia e Automação -
IAC, onde foram selecionadas quanto à uniformidade de cor, ausência de defeitos e
podridões, visando à homogeneização das mesmas. Após serem pesadas (≈150 g),
metade do lote de frutos foi submetido ao tratamento com 1-MCP como descrito no
item 3.2.5 e, em porções de quatro, acondicionados em diferentes sistemas de
embalagem como descrito na Tabela 1, e seladas com seladora Selovac® modelo 200B,
como mostrado na Figura 6.
Tabela 1 – Tratamentos compostos por frutos expostos ou não ao 1-MCP (600 nL L-1
/
6 h) e acondicionados em diferentes sistemas de embalagens.
Tratamentos Embalagemy Espessura
1) Testemunha caixas de papelão ondulado -
2) Testemunha com 1-MCP caixas de papelão ondulado -
3) 1-MCP PEBD 50 µm
4) sem 1-MCP PEBD 50 µm
5) 1-MCP PEAD StePac 20 µm
6) sem 1-MCP PEAD StePac 20 µm
7) 1-MCP POBD StePac 20 µm
8) sem 1-MCP POBD StePac 20 µm
yFrutos acondicionados em bandejas de poliestireno expandido (23 x 26 cm). PEBD (Polietileno de Baixa
Densidade – dimensões (24 x 34 cm)); PEAD (Polietileno de Alta Permeabilidade – dimensões (25 x 35
cm)) e POBD (Poliamida de Baixa Permeabilidade – dimensões (24 x 34 cm)).
Os frutos foram colocados em caixas de papelão ondulado e armazenados a 10
°C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, pelo período de 15 dias. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado com oito tratamentos e cinco repetições, com quatro frutos
como unidade experimental. Aos cinco e 10 dias de armazenamento refrigerado, cinco
repetições por tratamento foram avaliadas quanto à concentração dos gases no interior
das embalagens (O2, CO2). Após 15 dias de armazenamento sob refrigeração, avaliou-se
novamente a concentração de gases no espaço-livre das embalagens, a coloração de
39
casca e polpa, a firmeza da polpa, o teor de sólidos solúveis, a acidez titulável, segundo
métodos descritos no item 3.4, a perda de massa, além da análise sensorial. Nesta
ocasião, um lote de frutos foi transferido para condições ambiente (25 °C ± 2 °C / 80 ±
5 %UR) por mais seis dias, sendo avaliados quanto à concentração dos gases O2 e CO2
no interior das embalagens, a cada dois dias, e ao final deste período quanto aos
atributos de qualidade (segundo métodos descritos em 3.4), sensoriais, além da
incidência de podridões, realizadas conforme métodos abaixo:
a) Composição gasosa (O2, CO2): com auxílio de um analisador de gases PBI
Dansensor, utilizando-se alíquotas de gás, obtidas do interior das embalagens, através
de coleta via septo;
b) Perda de massa: foi usada uma balança semi-analítica Mettler Toledo, sendo
determinada a diferença entre a massa final e inicial, expressando-se os resultados em
%;
c) Avaliação sensorial: realizada por uma equipe de 10 provadores não treinados que
avaliaram a intensidade de aroma, aspecto geral e sabor não característico, adotando-se
a análise descritiva qualitativa simples, utilizando-se escala de notas não estruturada de
10 cm, adaptadas de PERYAM & GIRARDOT (1952), ancorada nos extremos em 0 =
característico; 10 = não característico. A nota “5” foi considerada como limite de
aceitabilidade (Figura 7 e anexo 1);
d) Incidência de podridões (%): número de frutos apresentando sintomas de podridões
(antracnose e pinta preta).
40
Figura 6 - (A) – Goiabas no interior da embalagem e antes da selagem; (B) – Selagem
da embalagem; (C) – Goiabas após a selagem; (D) – Goiabas no interior das embalagens
e acondicionadas em caixas de papelão ondulado.
Figura 7 - Amostras de goiaba para análise sensorial.
A B
C D
41
4 RESULTADOS
4.1 Avaliação dos efeitos dos agentes alternativos sobre o desenvolvimento in vitro
de C. gloeosporioides
4.1.1 Avaliação da aplicação de etanol sobre o crescimento micelial e germinação
de C. gloeosporioides
A incorporação de etanol ao meio de cultura, em todas as concentrações
avaliadas, inibiu completamente o crescimento micelial e a germinação de conídios de
C. gloeosporioides (Tabelas 2 e 3) e Figura 8.
Tabela 2 – Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides cultivado em
BDA incorporado com etanol, mantidos a 25 ºC por oito dias.
ICMx
Concentração de etanol Média
0% 4,85 a
30% 0 b
40% 0 b
50% 0 b
xMédia de oito repetições. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente
entre si (P ≤ 0,05).
FIGURA 8 - Crescimento micelial de C. gloeosporioides, cultivado em BDA
incorporado com etanol (B- 30; C- 40 e D- 50 %). Como testemunha (A) utilizou-se
placas somente com o meio de cultura.
A B C D
42
Tabela 3 – Germinação (%) de C. gloeosporioides adicionado etanol e mantidos a 25
ºC por 24 h.
Germinação (%)x
Concentração de etanol Média
0% 88 a
30% 0 b
40% 0 b
50% 0 b
xMédia de cinco repetições. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente
entre si (P ≤ 0,05).
4.1.2 Avaliação do tratamento térmico sobre o crescimento micelial e germinação
de C. gloeosporioides
Quando avaliado in vitro, o tratamento térmico, na maior temperatura avaliada,
reduziu de maneira significativa o crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides,
mas não houve diferença expressiva entre a testemunha e os tratamentos (Tabela 4). A
germinação de esporos de C. gloeosporioides foi reduzida expressivamente para aqueles
tratados a 50 °C por 5 min (93 % de redução), sendo que para aqueles tratados a 50 °C
por 10 e 15 min, a germinação dos esporos foi completamente inibida (Tabela 5).
Tabela 4 – Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides submetido ao
tratamento térmico e mantido a 25 ºC por oito dias.
ICM x
Tempo de imersão
Test.: 4,65 5 min 10 min 15 min Média*
Test. X Fat.ns
Temperatura
35 ºC 4,79 4,82 4,70 4,77 a
40 ºC 4,83 4,89 4,79 4,83 a
45 ºC 4,71 4,53 4,20 4,48 b
50 ºC 4,00 4,30 4,00 4,10 c
Média** 4,58 AB 4,63 A 4,42 B TempoxTemp.ns
CV (%) = 6,91
xMédia de dez repetições. Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna,
não diferem significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5%
ou 1% respectivamente.
43
Tabela 5 – Germinação (%) e inibição da germinação (%) de C. gloeosporioides
submetido ao tratamento térmico e mantido a 25 ºC por 24 h.
Germinação (%)x
Tempo de imersão
Test.: 81 5 min
Inibição 10 min
Inibição 15 min
Inibição Média**
Test. X Fat.** (%) (%) (%)
Temperatura
35 ºC 60 26 55 32 56 30 57,00 b
40 ºC 58 28 57 30 58 28 57,60 b
45 ºC 64 21 61 25 61 24 62,00 a
50 ºC 5 94 0 100 0 100 1,66 c
Média** 46,75 A 43,25 B 43,75 B TempoxTemp.ns
CV (%) = 5,85
xMédia de cinco repetições. Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na
coluna, não diferem significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** =
significativo a 5% ou 1% respectivamente.
4.1.3 Avaliação da quitosana sobre o crescimento micelial e a germinação de C.
gloeosporioides
Todas as concentrações de quitosana incorporadas ao meio de cultura BDA,
como também a incorporação apenas do ácido acético ao meio, inibiu o crescimento
micelial de C. gloeosporioides (Tabela 6 e Figura 9). A suspensão de conídios de C.
gloeosporioides submetidos a 0,25 e 0,50 % de quitosana apresentou redução de 90% e
95 % na germinação, respectivamente, quando comparados à testemunha (Tabela 7 e
Figura 10). A morfologia dos conídios de C. gloeosporioides foi afetada pela aplicação
da quitosana, apresentando hifas menores e mais espessas, quando comparados à
testemunha (Figura 10).
44
Tabela 6 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides cultivado em
BDA incorporado com quitosana e mantidos a 25 ºC por oito dias.
ICMx
Concentração de quitosana Média
0% 3,85 a
0% + ác. acético 0 b
0,25% 0 b
0,50% 0 b
xMédia de dez repetições. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente
entre si (P ≤ 0,05). Test.2=BDA incorporado apenas com ácido acético.
Figura 9 – Crescimento micelial in vitro de C. gloeosporioides, cultivado em BDA
incorporado com quitosana (C- 0,25 %; D- 0,50 %). Como testemunha (A) utilizou-se
placas somente com o meio de cultura (A) e ácido acético incorporado ao meio (B).
A B C D
45
Tabela 7 – Germinação (%) de conídios de C. gloeosporioides submetidos a
concentrações de quitosana e mantidos a 25 ºC por 24 h.
Germinação (%)x
Concentração de quitosana Média** Inibição (%)
0% 87,8 a −
0% + ác. acético 17,6 b 80
0,25% 8,4 c 90
0,50% 4,6 c 95
CV (%) = 15,86 xMédia de cinco repetições. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente
entre si (P ≤ 0,05).
Figura 10 – Germinação de conídios de C. gloeosporioides em 0,25 % de quitosana (A)
e conídios germinados em água (0 %) (B).
4.1.4 Avaliação da aplicação do 1-MCP sobre o crescimento micelial de C.
gloeosporioides
O 1-MCP quando aplicado nas concentrações de 200; 400 e 600 nL L-1
de i.a.
por 6 e 12 horas não reduziu o crescimento micelial de C. gloeosporioides, após 8 dias
de incubação a 25 °C, com alternância de luminosidade de 12 h (Tabela 8). Como
também, não foi observado influência na germinação dos conídios (Tabela 9).
A B
46
Tabela 8 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides cultivado em
BDA, exposto a diferentes concentrações de 1-MCP e mantidos a 25 ºC por oito dias.
ICM
Tempo de exposição
Test.: 4,48 6 h 12 h Média
ns
Test. X Fat.*
Conc. 1-MCP
200 nL L-1
4,53 Bb 4,78 Aa 4,65 a
400 nL L-1
4,73 Aa 4,56 Bb 4,65 a
600 nL L-1
4,60 Aab 4,67 Aab 4,64 a
Médians
4,62 A 4,67 A TempoxConc.**
CV (%) = 4,13
xMédia de dez repetições. Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna,
não diferem significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5%
ou 1% respectivamente.
Tabela 9 - Germinação (%) de conídios de C. gloeosporioides expostos ao 1-MCP e
mantidos a 25 ºC por 24 h.
Germinação (%)
Tempo de exposição
Test.: 84 6 h 12 h Média
ns
Test. X Fat.ns
Conc. 1-MCP
200 nL L-1
82 82 82,00 a
400 nL L-1
83 83 83,00 a
600 nL L-1
85 83 84,00 a
Médians
83,33 A 82,65 A TempoxConc.ns
CV (%) = 4,24
xMédia de dez repetições. Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna,
não diferem significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5%
ou 1% respectivamente.
4.2 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC
47
4.2.1 Avaliação da aplicação do etanol no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’
A aplicação do etanol reduziu de maneira significativa a severidade e a
incidência da antracnose, mas não houve interação significativa entre as concentrações e
os tempos avaliados. Pode-se observar que o menor tempo de imersão (2 min) reduziu
de maneira significativa o diâmetro das lesões e a incidência da podridão nos frutos
(Tabela 10), destacando-se as concentrações de 40 e 50 %, as quais reduziram em 73 e
77 % a severidade, e em 52 e 50 % a incidência da podridão, respectivamente.
Tabela 10 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade
(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ inoculadas com C.
gloeosporioides, tratadas com diferentes concentrações de etanol e armazenadas a 25
2 °C / 80 5 %UR durante oito dias.
AACPD (Severidade, cm)x
Tempo de imersão
Test.: 5,12 2 min 5 min 10 min Média
ns
Test. X Fat.*
Conc.etanol
30% 2,02 2,72 2,68 2,47 a
40% 1,36 4,30 3,26 2,97 a
50% 1,16 3,88 5,63 3,56 a
Médians
1,51 B 3,63 A 3,85 A TempoxTemp.ns
CV (%) = 23,76
AACPD (Incidência, %)x
Tempo de imersão
Test.: 240 2 min 5 min 10 min Média
ns
Test. X Fat.**
Conc.etanol
30% 140 210 165 171,7 a
40% 115 185 175 158,3 a
50% 120 170 175 155,0 a
Média** 125,0 B 188,3 A 171,7 A TempoxTemp.ns
CV (%) = 13,99
xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem
significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%
respectivamente.
48
4.2.2 Avaliação do tratamento térmico no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’
A exposição dos frutos nas combinações de 45 °C por 15 min e 50 °C por 10
min reduziram de maneira significativa a severidade da doença nos frutos. Em média, a
severidade foi 67 % menor quando comparados aos frutos testemunha (Figura 11 e
Tabela 11). Observou-se ainda que a maior temperatura e tempo de exposições
avaliadas (50 °C / 15 min) provocaram injúrias nos frutos, caracterizadas por manchas
escuras na casca. Quanto à incidência da antracnose, observou-se que a exposição dos
frutos a 50 °C por 5, 10 e 15 min, reduziu em 73 %, 90 % e 78 %, respectivamente, o
número de frutos com sintomas da doença, quando comparados aos frutos testemunha
(Figura 11).
Figura 11. Sintomas da antracnose em frutos imersos em água sob temperatura
ambiente (testemunha, A), imersos em água na temperatura de 45 °C / 15 minutos (B) e
frutos imersos em água na temperatura de 50 °C / 10 min (C) e armazenados a 25 2 °C
/ 80 5 %UR por oito dias.
A B C
49
Tabela 11 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade
(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, inoculadas com C.
gloeosporioides, submetidas ao tratamento térmico e armazenadas a 25 2 °C / 80 5
%UR durante oito dias.
AACPD (Severidade, cm)
Tempo de imersão
Test.: 5,26 5 min 10 min 15 min Média*
Test. X Fat.ns
Temperatura
35 ºC 6,64 Aa 4,61 Aa 4,18 Aa 5,14 a
40 ºC 3,31 Aa 5,10 Aa 4,09 Aa 4,16 ab
45 ºC 4,83 Aa 3,90 ABab 1,71 Ba 3,48 ab
50 ºC 3,30 ABa 1,74 Bb 4,09 Aa 3,04 b
Médians
4,52 A 3,83 A 3,51 A TempoxTemp.*
CV (%) = 25,58
AACPD (Incidência, %)
Tempo de imersão
Test.: 335 5 min 10 min 15 min Média**
Test. X Fat.**
Temperatura
35 ºC 350 Aa 350 Aa 315 Aa 338,30 a
40 ºC 300 Aa 280 Aab 320 Aa 300,00 a
45 ºC 305 Aa 205 Abb 170 Bb 226,66 b
50 ºC 90 Ab 35 Bc 75 Ab 66,66 c
Médians
261,25 A 217,50 B 220,00 AB TempoxTemp.*
CV (%) = 17,70
xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem
significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%
respectivamente.
4.2.3 Avaliação da aplicação da quitosana no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’
A avaliação da quitosana no controle da antracnose mostrou que o produto não
reduziu de maneira significativa a severidade da doença; porém, a incidência de C.
gloeosporioides foi reduzida significativamente pelas concentrações de 0,25; 0,50 e 1
%, que reduziram em 75; 68 e 50 %, respectivamente, a área abaixo da curva de
progresso da doença (Tabela 12).
50
Tabela 12 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade
(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, imersas em quitosana,
diluída em ácido acético (0,5 % v/v) e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante
oito dias.
Quitosana (%)
Severidade (cm)
AACPD
Incidência (%)
0,00 5,78 a 285 a
0,25 3,28 a 70 b
0,50 2,16 a 90 b
1,00 2,79 a 145 b
CV (%) 37,10 29,96
xMédias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05).
4.2.4 Avaliação da aplicação do 1-MCP no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’
O 1-MCP não se mostrou eficiente na redução do diâmetro das lesões nos frutos,
quando comparado à testemunha (Tabela 13 e Figura 12). No entanto, o produto reduziu
de maneira significativa a incidência da antracnose em goiabas; frutos expostos a maior
concentração avaliada (600 nL L-1
), aplicada por 6 h, reduziu em 39 % o número de
frutos com sintomas da doença.
51
Tabela 13 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade
(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ inoculadas com C.
gloeosporioides, expostas ao 1-MCP (nL L-1
), por 6 ou 12 h e armazenadas a 25 2 °C
/ 80 5 %UR durante oito dias.
Test. (6h): 5,46 AACPD (Severidade, cm)
x
Test. (12h): 4,63
Tempo de exposição
Test. X Fat.ns
6 h 12 h Médians
Conc. 1-MCP
200 nL L-1
3,59 Aab 5,48 Aa 4,53 a
400 nL L-1
6,79 Aa 1,92 Ba 4,35 a
600 nL L-1
1,35 Ab 2,72 Aa 2,03 a
Médians
3,91 A 3,37 A Conc.xTempo*
CV (%) = 36,67
Test. (6h): 335 AACPD (Incidência, %)
Test. (12h): 315
Tempo de exposição
Test. X Fat.** 6 h 12 h Médians
Conc. 1-MCP
200 nL L-1
300 280 290,0 a
400 nL L-1
280 225 252,5 ab
600 nL L-1
205 255 230,0 b
Médians
261,7 A 253,3 A Conc.xTempons
CV (%) = 19,44
xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem
significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%
respectivamente.
52
Figura 12. Sintomas da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ inoculadas com suspensão
de C. gloeosporioides não expostas ao 1-MCP (testemunha, A) e expostas ao 1-MCP
(600 nL L-1
, por 6 h, B) , armazenadas a 25 2°C / 80 5 %UR por oito dias.
4.3 Avaliação da possibilidade do tratamento térmico e da quitosana atuarem
indiretamente no controle da antracnose em goiabas ‘Kumagai’
A possibilidade do tratamento térmico (50 °C / 10 min) proteger frutos da
goiabeira contra a antracnose, através de uma possível indução de mecanismos de
defesa, foi avaliada inoculando-se os frutos após o tratamento. Observou-se que a
interação entre os diferentes tempos de inoculação e o tratamento não foi significativo
para a severidade ou incidência da antracnose nos frutos. Frutos inoculados 48 h após o
tratamento térmico apresentaram maiores AACPD, para incidência (Tabela 14).
A B
53
Tabela 14 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade
(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, inoculadas com C.
gloeosporioides após diferentes tempos (0; 24 e 48 h) da imersão em água a 50 °C por
10 min e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito dias.
AACPD (Severidade, cm)x
0h
24h
48h
Média
ns
Testemunha
10,35
8,73
12,18
10,42 a 50°C/10 min 11,71
9,14
10,99
10,61 a Média
ns 11,03 A 8,93 A 11,58 A TempoxTemp.
ns
CV (%) = 23,58
AACPD (Incidência, %)
0h
24h
48h
Média
ns
Testemunha
265
275
370
303,3 a 50°C/10 min 300
230
355
295,0 a Média** 282,5 B 252,5 B 362,5 A TempoxTemp.
ns
CV (%) = 20,30
xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem
significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%
respectivamente.
De maneira semelhante, a possibilidade da quitosana (0,25 %) proteger frutos da
goiabeira contra a antracnose através de uma possível indução de mecanismos de defesa
foi avaliada inoculando-se os frutos após o tratamento. Constatou-se que a aplicação da
quitosana não influenciou o aparecimento e o diâmetro das lesões (Tabela 15). O fator
tempo de inoculação alterou significativamente o aparecimento e o desenvolvimento das
lesões, sendo que frutos inoculados após 48 h da imersão em quitosana apresentaram
maiores AACPD para severidade e incidência da podridão.
54
Tabela 15 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade
(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, inoculadas com C.
gloeosporioides, após diferentes tempos (0; 24 e 48 h) da imersão em quitosana
(0,25%), e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito dias.
AACPD (Severidade, cm)x
0h
24h
48h
Média
ns
Testemunha 8,78 8,20 9,23 8,73 a
0,25% 8,03 6,54 10,23 8,26 a
Média* 8,40 AB 7,37 B 9,73 A TempoxConc.ns
CV (%) = 23,74
AACPD (Incidência, %)
0h
24h
48h
Média
ns
Testemunha 215 275 290 260,0 a
0,25% 175 160 315 216,6 a
Média** 195,0 B 217,5 B 302,5 A TempoxConc.ns
CV (%) = 16,95
xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem
significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%
respectivamente.
4.4 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ mantidas sob refrigeração
Os resultados revelaram que os agentes alternativos avaliados foram eficientes
em reduzir o progresso da antracnose nos frutos armazenados a 25 °C. O tratamento
térmico, a 50 °C por 10 min, o etanol, a 40 % por 2 min, a quitosana, a 0,25 % e, o 1-
MCP, a 600 nL L-1
por 6 h, reduziram a incidência da antracnose em goiabas
‘Kumagai’, sendo que o tratamento térmico e o etanol também reduziram de maneira
significativa a severidade das lesões. Assim, estes agentes foram novamente avaliados,
armazenando-se os frutos sob refrigeração (10 °C ± 1 °C / 90 ± 5% UR) por 15 dias,
seguidos por transferência para 25 2 °C / 80 5 %UR por mais seis dias.
Os resultados evidenciaram que o 1-MCP (600 nL L-1
/ 6 h) foi eficiente na
redução do diâmetro das lesões da antracnose e da incidência da podridão; constatou-se
55
redução de 53 % no tamanho das lesões e de 29 % do número de frutos com sintomas
(Tabela 16).
Tabela 16 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade
(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, inoculadas com C.
gloeoesporioides e expostas aos agentes alternativos [etanol (40 % / 2 min), tratamento
térmico (50 ºC / 10 min), quitosana (0,25 %) e 1-MCP (600 nL L-1
/ 6 h)] e armazenadas
a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias seguidos de mais seis dias a 25 2 °C / 80
5 %UR.
TRATAMENTOS AACPD x
Severidade (cm) Incidência (%)
Testemunha 11,94 a 395 a
Etanol 9,73 ab 380 a
Tratamento Térmico 11,33 ab 400 a
Quitosana 8,08 bc 380 a
1-MCP 5,58 c 280 b
CV (%) 20,22 8,23
xMédias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05).
A avaliação dos atributos de qualidade revelou que após 15 dias de
armazenamento refrigerado (10 °C), os frutos tratados com 1-MCP estavam mais firmes
e ácidos quando comparados aos frutos testemunha, não havendo diferença significativa
quanto ao teor de sólidos solúveis (Tabela 17). Após a transferência dos frutos para 25
°C constatou-se que os diferentes tratamentos não influenciaram o teor de sólidos
solúveis, a acidez titulável e a firmeza dos frutos (Tabela 17). Quanto à cor dos frutos,
observou-se que o 1-MCP não alterou significativamente a luminosidade, o ângulo de
cor e a cromaticidade da casca e polpa quando comparado aos frutos testemunha, após
período de armazenamento refrigerado (Tabela 18). Após transferência dos frutos para
25 °C, os frutos tratados com 1-MCP somente diferiram dos frutos testemunha quanto à
luminosidade de polpa, estando mais claros (Tabela 18).
56
Tabela 17 - Sólidos solúveis (SS), acidez titulável e firmeza de polpa de goiabas
‘Kumagai’ tratadas termicamente (50 °C / 10 min), com etanol (40 % / 2 min),
quitosana (0,25 %) ou 1-metilciclopropeno (600 nL L-1
/ 6 h) e armazenadas a 10 °C ± 1
°C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.
15 dias sob refrigeração
Tratamentos SS (%) Acidez Titulável Firmeza (N)
(% ácido cítrico)
Testemunha 9,62 a 0,73 b 8,83 c
Etanol 10,04 a 0,79 ab 36,56 ab
Tratamento Térmico 8,74 a 0,82 ab 31,68 ab
Quitosana 9,58 a 0,72 b 22,24 b
1-MCP 9,94 a 0,85 a 47,18 a
CV (%) 10,27 6,89 21,86
15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente
Tratamentos SS (%) Acidez Titulável Firmeza (N)
(% ácido cítrico)
Testemunha 9,44 a 0,54 a 1,99 a
Etanol 10,56 a 0,54 a 2,15 a
Tratamento Térmico 9,80 a 0,52 a 1,94 a
Quitosana 9,82 a 0,58 a 1,91 a
1-MCP 9,66 a 0,52 a 2,61 a
CV (%) 6,65 7,48 21,55
xMédia de cinco repetições, com dois frutos como unidade experimental; Médias seguidas de mesma
letra, na coluna, não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05).
57
Tabela 18 – Cor de casca e de polpa em goiabas ‘Kumagai’ tratadas termicamente (50
°C / 10 min), com etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %) ou 1-metilciclopropeno
(600 nL L-1
/ 6 h) e armazenadas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por
mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.
15 dias sob refrigeração
Tratamentos Cor de casca
x Cor de polpa
x
L H Chroma L H Chroma
Testemunha 71,66 ab 100,04 a 49,85 ab 81,92 ab 84,28 a 27,72 bc
Etanol 70,17 ab 100,69 a 51,52 ab 78,20 b 83,85 a 31,09 a
Tratamento Térmico 73,01 ab 99,06 a 52,67 a 79,28 ab 84,14 a 30,69 ab
Quitosana 75,52 a 97,77 a 51,51 ab 70,94 c 83,31 a 26,81 c
1-MCP 67,97 b 100,54 a 47,28 b 82,76 a 85,12 a 29,82 abc
CV (%) 7,64 3,86 7,21 4,23 1,95 8,47
15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente
Tratamentos Cor de casca
x Cor de polpa
x
L H Chroma L H Chroma
Testemunha 79,60 ab 86,15 ab 47,23 ab 70,11 b 84,85 a 25,45 a
Etanol 82,48 a 85,38 ab 44,49 b 75,44 b 85,82 a 25,96 a
Tratamento Térmico 81,01 ab 84,91 b 48,28 a 73,55 b 85,34 a 25,28 a
Quitosana 79,72 ab 84,14 b 48,92 a 75,96 b 84,97 a 28,31 a
1-MCP 78,63 b 88,62 a 47,99 ab 84,74 a 87,36 a 28,40 a
CV (%) 3,32 3,09 6,07 6,34 2,52 14,71
xEm colorímetro Hunter Lab, mini scan XE, sistema L C H, onde L* representa luminosidade (0=preto a
100=branco), C representa cromaticidade e H (Hue), o ângulo de cor (0° a 360° - 0°: vermelha, 90°:
amarelo, 180°: verde e 270°: azul). Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem
significativamente entre si (P ≤ 0,05).
Quanto à produção de CO2, observou-se que frutos tratados com 1-MCP
apresentaram menor respiração durante todo o período de armazenamento, quando
comparado aos demais tratamentos (Figura 13). Nota-se também que, a partir do 6º dia,
houve uma tendência de aumento na respiração dos frutos para todos os tratamentos. Os
valores médios obtidos ao longo do período de armazenamento foram de 51,01; 54,41;
56,88; 57,79 e 32,46 mg CO2 kg-1
h-1
para a testemunha, etanol, tratamento térmico,
quitosana e 1-MCP, respectivamente. Os valores máximos obtidos para todos os
tratamentos ocorreram no 7° ou 8° dia, sendo de 73,28; 71,28 77,07; 100,01 e 47,90 mg
CO2 kg-1
h-1
para a testemunha, etanol, tratamento térmico, quitosana e 1-MCP,
respectivamente.
58
Figura 13. Respiração de goiabas ‘Kumagai’, tratadas termicamente (50 °C / 10 min),
com etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %), ou 1-MCP (600 nL L-1
/ 6 h), e mantidas
mantidas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante oito dias. Barras verticais representam a
diferença mínima significativa (DMS).
Comportamento semelhante foi observado para a produção de etileno; constatou-
se que frutos tratados com 1-MCP apresentaram menor produção de etileno,
praticamente, durante todo o período de armazenamento, quando comparado aos demais
tratamentos (Figura 14). Nota-se também que, a partir do 5º ou 6° dia, houve uma
tendência de aumento da produção de etileno para todos os tratamentos. Os valores
médios obtidos ao longo do período de armazenamento foram de 11,72; 10,01; 11,32;
15,75; 7,85 µL C2H4 kg-1
h-1
para a testemunha, etanol, tratamento térmico, quitosana e
1-MCP, respectivamente. Os valores máximos obtidos para todos os tratamentos
ocorreram no 7° ou 8° dia, sendo de 21,36; 25,44; 19,92; 53,05 e 14,71 µL C2H4 kg-1
h-1
para a testemunha, etanol, tratamento térmico, quitosana e 1-MCP, respectivamente.
59
Figura 14. Produção de etileno de goiabas ‘Kumagai’, tratadas termicamente (50 °C /
10 min), com etanol (40% / 2 min), quitosana (0,25%), ou 1-MCP (600 nL L-1
/ 6 h), e
mantidas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante oito dias. Barras verticais representam a
diferença mínima significativa (DMS).
4.5 Avaliação da aplicação de 1-MCP, associado à atmosfera modificada, no
controle da antracnose e na qualidade de goiabas ‘Kumagai’
Os resultados relatados anteriormente evidenciaram que o 1-MCP, aplicado
isoladamente, reduziu a incidência de antracnose em frutos armazenados a 25 °C e sob
refrigeração (10 °C), além de ter reduzido a respiração de goiabas e a produção de
etileno e mantido os frutos mais firmes durante o período de armazenamento
refrigerado. Desta forma, o 1-MCP foi avaliado novamente em associação à atmosfera
modificada no controle da antracnose em goiabas ‘Kumagai’. Constatou-se que o 1-
MCP atuou positivamente no controle de podridões pós-colheita em goiabas ‘Kumagai’,
independentemente dos frutos serem acondicionados em embalagens plásticas (Tabela
19); o tratamento dos frutos com 1-MCP reduziu, em média, 49% a incidência de
podridões, enquanto que os diferentes sistemas de embalagem não contribuíram para a
redução do aparecimento de lesões. O filme PEBD reduziu significativamente a
incidência de podridões, mas acarretou em anaerobiose (Tabela 19 e Figura 15), com
baixos níveis de O2 e altos de CO2.
60
Tabela 19 - Incidência (%) de podridões em goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas
ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de
embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido
por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.
Incidência (%)
Tratamentos S/E PEBDx PEAD POBD Média**
Testemunha 85 55 100 100 85,00 a
1-MCPX 40 20 50 55 43,75 b
Média** 62,5 A 37,5 B 75,0 A 82,5 A Trat.xEmb.ns
CV (%) = 21,70
x1-MCP - 600 nL L
-1 / 6 h; S/E – sem embalagem, PEBD – polietileno de baixa densidade (50 µm),
PEAD – polietileno de alta permeabilidade (20 µm), StePac, POBD – poliamida de baixa permeabilidade
(20 µm), StePac. Média de cinco repetições, compostas de quatro frutos como unidade experimental.
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem
significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo e “**”, significativo a 1% de
probabilidade.
Os diferentes sistemas de embalagem e a temperatura de armazenamento
influenciaram a composição gasosa (O2, CO2) no interior das embalagens (Figura 15).
Houve pouca variação em relação aos níveis de O2 e CO2, durante o armazenamento,
uma vez que os níveis de equilíbrio foram estabelecidos. Estes níveis representam o
equilíbrio estabelecido entre as taxas de respiração dos frutos em cada temperatura e as
taxas de permeabilidade dos filmes para cada gás. No entanto, o filme PEBD acarretou
em níveis bastante baixos de O2 e elevados de CO2, principalmente quando não aliado
ao tratamento dos frutos com 1-MCP. Sob armazenamento refrigerado os níveis médios
de O2 foram: 0,7 %; 18,2 %; 16,3 %; para frutos não tratados com 1-MCP e
acondicionados em PEBD, PEAD, POBD e, para aqueles tratados previamente com 1-
MCP os níveis foram 4,1 %, 18,7 %, 18,0 %, respectivamente. Estes níveis mudaram
para 0,6 %; 8,0 %; 5,5 %; 2,3 %; 11,6 %; 9,1 %, após a transferência para condições de
ambiente. Paralelamente, os valores médios encontrados para o CO2 foram 4,7 %; 2,0
%; 4,6 %; 4,1 %; 1,4 %; 2,7 % em armazenamento refrigerado (10 °C ± 1 °C / 90 ± 5
%UR) e 12,8 %; 10,3 %; 18,9 %; 7,5 %; 6,8 %; 12,5 % sob condições ambiente (25 2
°C / 80 5 %UR), respectivamente, aos tratamentos. Portanto, evidenciou-se que frutos
tratados com 1-MCP e posteriormente acondicionados em sistemas de embalagem
61
acarretaram em níveis mais elevados de O2 e mais baixos de CO2 quando comparados a
frutos não tratados.
Durante o armazenamento, verificou-se que os filmes de polietileno de baixa
densidade e a poliamida de baixa permeabilidade podem ter levado à respiração
anaeróbia dos frutos, favorecendo um maior acúmulo de acetaldeído e etanol na
embalagem, especialmente a 25 °C. Contudo, a avaliação sensorial não detectou
alterações expressivas quanto a presença de odor ou sabor estranhos nos frutos em
nenhum dos tratamentos (Tabela 20).
0
3
6
9
12
15
18
21
0 6 10
O2
(%)
Dias a 10 °C
E1
E2
E3
0
3
6
9
12
15
18
21
0 2 4 6
O2
(%)
Dias a 25 °C
E1
E2
E3
0
3
6
9
12
15
18
21
24
0 6 10
CO
2 (%
)
Dias a 10 °C
E1
E2
E3
0
3
6
9
12
15
18
21
24
0 2 4 6
CO
2 (%
)
Dias a 25 °C
E1
E2
E3
Figura 15. Concentração de gases (O2, CO2) no interior das embalagens (E1 – PEBD –
polietileno de baixa densidade (50 µm), E2 - PEAD – polietileno de alta permeabilidade
(20 µm), StePac, E3 - POBD – poliamida de baixa permeabilidade (20 µm), StePac.),
tratadas (---) ou não (—) com 1-MCP e mantidas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5% UR, por 15
dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.
62
Tabela 20 – Avaliação sensorial de goiabas ‘Kumagai’, tratadas ou não com 1-MCP
(600 nL L-1
/ 6 h) e acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após
armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a
25 2 °C / 80 5 %UR.
15 dias sob refrigeração
TRATAMENTOS Aspecto
Geral Aroma Sabor
Testemunha
S/E 0,84 1,10 1,38
E1 0,85 1,37 1,94
E2 1,83 2,26 3,48
E3 2,01 2,41 3,69
1-MCP
S/E 2,12 2,84 4,06
E1 2,54 2,47 3,23
E2 2,19 2,21 3,53
E3 2,56 2,27 3,53
15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente
TRATAMENTOS Aspecto
Geral Aroma Sabor
Testemunha
S/E 3,64 3,86 4,39
E1 2,47 3,52 3,02
E2 5,47 5,10 5,35
E3 4,53 3,87 4,95
1-MCP
S/E 4,78 4,94 5,13
E1 2,01 2,61 2,09
E2 4,86 5,36 5,23
E3 3,01 3,51 3,26
xS/E: sem embalagem, E1: PEBD – polietileno de baixa densidade (50 µm), E2: PEAD – polietileno de
alta permeabilidade (20 µm), StePac, E3: POBD – poliamida de baixa permeabilidade (20 µm), StePac.
A análise da cor de casca dos frutos revelou que, durante o armazenamento
refrigerado frutos tratados com 1-MCP apresentaram menores valores de luminosidade
e cromaticidade e maiores valores de ângulo de cor, diferindo significativamente dos
não tratados, ou seja, estavam mais verdes, escuros e com coloração menos intensa.
Após transferência dos frutos para 25 °C constatou-se que somente a luminosidade foi
influenciada pelo tratamento com 1-MCP, estando os frutos mais escuros que os não
63
tratados (Tabela 21). No entanto, após este período, a embalagem PEBD alterou
significativamente a luminosidade, a cromaticidade e o ângulo de cor dos frutos, os
quais estavam mais verdes e escuros e com coloração menos intensa quando
comparados àqueles acondicionados nos demais sistemas de embalagem, evidenciando
que esta embalagem não permitiu que os frutos amadurecessem normalmente (Figura
16). Quanto à análise da cor da polpa, frutos tratados com 1-MCP e acondicionados em
PEAD apresentaram os menores valores de luminosidade e de cromaticidade. Após a
transferência dos frutos para 25 ºC, os valores de luminosidade foram menores nos
frutos tratados com 1-MCP e acondicionados em POBD e a cromaticidade foi menor
nos frutos acondicionados em PEBD independente do tratamento (Tabela 22).
Figura 16 – Aspecto geral de frutos tratados ou não com 1-MCP, acondicionados em
diferentes sistemas de embalagem (A - frutos testemunha, sem embalagem –; B -
PEBD; C - PEAD, D - POBD; E - frutos expostos ao 1-MCP (600 nL L-1
/ 6 h) ; F – 1-
MCP + PEBD; G – 1-MCP + PEAD e H – 1-MCP + POBD) e armazenados a 10 °C ± 1
°C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.
C
D
A
B
E
G
F
H
64
Tabela 21 - Cor de casca de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não com 1-metilciclopropeno
(1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90
± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.
15 dias sob refrigeração
Luminosidade (L)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
**
Testemunha 68,75 66,24 75,25 69,55 69,95 a
1-MCPX 65,39 66,00 64,77 63,24 63,35 b
Média** 67,07 AB 63,12 B 70,01 A 66,40 AB Trat.xEmb.ns
CV (%) = 8,02
Cromaticidade (Chroma)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
**
Testemunha 54,17 47,07 52,46 53,85 51,88 a
1-MCPX 49,98 46,18 49,59 49,00 48,68 b
Média** 52,07 A 46,62 B 51,42 A 51,42 A Trat.xEmb.ns
CV (%) = 8,30
Ângulo de cor (Hue)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
**
Testemunha 97,11 97,70 93,30 95,00 95,77 b
1-MCPX 100,02 104,18 102,02 101,46 102,14 a
Média* 99,01 AB 100,94 A 97,66 B 98,23 AB Trat.xEmb.ns
15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente
CV (%) = 3,81
Luminosidade (L)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
**
Testemunha 77,98 aAB 64,49 aC 79,60 aA 75,09 aB 74,30 a
1-MCPX 77,40 aA 58,19 bC 70,51 bB 71,98 aB 69,52 b
Média** 77,70 A 61,34 C 75,05 AB 73,53 B Trat.xEmb.**
CV (%) = 5,37
Cromaticidade (Chroma)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
ns
Testemunha 53,56 46,01 52,38 47,82 49,95 a
1-MCPX 51,01 45,10 49,60 51,02 49,18 a
Média* 52,28 A 45,55 B 50,99 A 49,42 A Trat.xEmb.ns
CV (%) = 9,27
Ângulo de cor (Hue)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
ns
Testemunha 83,09 aB 103,59 aA 82,32 bB 85,25 aB 88,56 a
1-MCPX 83,95 aB 101,92 aA 88,38 aB 85,36 aB 89,90 a
Média** 83,52 B 102,75 A 85,35 B 85,30 B Trat.xEmb.*
CV (%) = 4,73
Análise inicial: L – 64,18, Chroma – 46,26, Hue – 102,66. Em colorímetro Hunter Lab, mini scan XE,
sistema L C H, onde L* representa luminosidade (0=preto a 100=branco), C representa cromaticidade e H
(Hue), o ângulo de cor (0° a 360° - 0°: vermelha, 90°: amarelo, 180°: verde e 270°: azul). x1-MCP - 600
nL L-1
/ 6 h; E1 – polietileno de baixa densidade, E2 – polietileno de alta permeabilidade, E3 – poliamida
de baixa permeabilidade). Média de cinco repetições, compostas de quatro frutos como unidade
experimental. Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem
significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo e “**”, significativo a 1% de
probabilidade.
65
Tabela 22 - Cor de polpa de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não com 1-metilciclopropeno
(1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90
± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.
15 dias sob refrigeração
Luminosidade (L)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
ns
Testemunha 76,85 75,75 76,55 80,13 77,32 a
1-MCPX 77,44 79,30 73,24 79,62 77,40 a
Média* 77,14 AB 77,52 AB 74,90 B 79,87A Trat.xEmb.ns
CV (%) = 6,97
Cromaticidade (Chroma)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
**
Testemunha 31,59 aA 27,60 aA 27,30 aA 27,49 aA 28,50 a
1-MCPX 24,61 bA 28,49 aA 25,59 aA 26,21 aA 26,22 b
Médians
28,10 A 28,04 A 26,45 A 26,85 A Trat.xEmb.**
CV (%) = 13,50
Ângulo de cor (Hue)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
ns
Testemunha 84,86 83,98 84,36 85,41 84,65 a
1-MCPX 84,98 85,14 85,52 85,84 85,37 a
Médians
84,92 A 84,56 A 85,62 A 85,62 A Trat.xEmb.ns
CV (%) = 3,02
15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente
Luminosidade (L)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
*
Testemunha 79,64 aAB 80,84 aA 78,61 aAB 76,69 aB 78,95 a
1-MCPX 79,68 aA 75,78 bB 76,77 aAB 77,30 aAB 77,38 b
Média* 79,66 A 78,31 AB 77,69 AB 77,00 B Trat.xEmb.*
CV (%) = 3,39
Cromaticidade (Chroma)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
ns
Testemunha 29,23 24,38 27,32 28,24 27,30 a
1-MCPX 28,81 25,55 26,10 25,16 26,40 a
Média** 29,02 A 24,96 B 26,71 AB 26,70 AB Trat.xEmb.ns
CV (%) = 13,54
Ângulo de cor (Hue)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
ns
Testemunha 88,20 86,60 88,38 86,26 87,36 a
1-MCPX 86,81 87,45 88,71 89,42 88,08 a
Média* 87,50 AB 87,02 B 88,55 A 87,84 AB Trat.xEmb.**
CV (%) = 1,96
Análise inicial: L – 80,83, Chroma – 24,81, Hue – 87,08. Em colorímetro Hunter Lab, mini scan XE,
sistema L C H, onde L* representa luminosidade (0=preto a 100=branco), C representa cromaticidade e H
(Hue), o ângulo de cor (0° a 360° - 0°: vermelha, 90°: amarelo, 180°: verde e 270°: azul). x1-MCP - 600
nL L-1
/ 6 h; E1 – polietileno de baixa densidade, E2 – polietileno de alta permeabilidade, E3 – poliamida
de baixa permeabilidade). Média de cinco repetições, compostas de quatro frutos como unidade
experimental. Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem
significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo e “**”, significativo a 1% de
probabilidade.
66
Quanto aos demais atributos avaliados (Tabela 23), os frutos tratados com 1-
MCP estavam mais firmes após 15 dias a 10 °C; não houve influência no teor de sólidos
solúveis e na acidez titulável. Após o período de armazenamento a 25 °C, frutos
tratados com 1-MCP, apresentaram maior firmeza, teor de sólidos solúveis e acidez
titulável, quando comparados aos não tratados; contatou-se ainda que frutos
acondicionados em PEBD e apresentaram firmeza semelhante à análise inicial
(realizada logo após a colheita), evidenciando que este sistema de embalagem não
permitiu que os frutos amadurecessem normalmente.
A perda de massa foi reduzida para frutos acondicionados em todos os sistemas
de embalagem, tanto sob armazenamento refrigerado quanto sob condições ambiente,
quando comparados aos frutos mantidos somente em caixas de papelão ondulado
(Tabela 24). As embalagens plásticas foram eficientes em evitar a perda de massa dos
frutos durante o armazenamento.
67
Tabela 23 - Sólidos solúveis, acidez titulável e firmeza de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou
não com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após
armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5
%UR. (Continua)
15 dias sob refrigeração
Sólidos solúveis (%)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
ns
Testemunha 9,30 7,92 7,78 8,18 8,29 a
1-MCPX 9,12 8,62 8,34 8,40 8,62 a
Média* 9,21 A 8,27 AB 8,06 B 8,29 AB Trat.xEmb.ns
CV (%) = 10,85
Acidez titulável (% ácido cítrico)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
ns
Testemunha 0,75 aA 0,61 bB 0,58 bB 0,57 bB 0,63 a
1-MCPX 0,66 bA 0,64 aA 0,68 aA 0,66 aA 0,66 a
Média* 0,70 A 0,62 B 0,63 AB 0,62 B Trat.xEmb.**
CV (%) = 10,01
Firmeza (N)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
**
Testemunha 68,26 aA 47,81 bAB 28,85 bB 29,75 bB 43,66 b
1-MCPX 44,79 bB 74,60 aA 63,26 aAB 56,65 aAB 59,82 a
Média* 56,52 AB 61,20 A 46,05 AB 43,20 B Trat.xEmb.**
CV (%) = 38,67
15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente
Sólidos solúveis (%)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
*
Testemunha 8,84 7,74 6,60 6,81 7,50 b
1-MCPX 9,00 7,70 7,70 7,58 8,00 a
Média** 8,92 A 7,72 B 7,15 B 7,20 B Trat.xEmb.ns
CV (%) = 8,75
Acidez titulável (% ácido cítrico)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
*
Testemunha 0,66 0,52 0,53 0,57 0,57 b
1-MCPX 0,66 0,62 0,59 0,60 0,61 a
Média** 0,66 A 0,57 AB 0,56 B 0,58 AB Trat.xEmb.ns
CV (%) = 10,27
Firmeza (N)
Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média
*
Testemunha 11,99 64,85 12,34 9,34 24,61 b
1-MCPX 12,25 71,75 17,66 15,85 29,37 a
Média** 12,09 B 68,30 A 15,00 B 12,50 B Trat.xEmb.ns
CV (%) = 36,41
68
‘Tabela 23 - Sólidos solúveis, acidez titulável e firmeza de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou
não com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após
armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5
%UR. Continuação’
Valores iniciais: sólidos solúveis – 8,90, acidez – 0,42, firmeza – 60,14.
x1-MCP - 600 nL L
-1 / 6 h; S/E –
sem embalagem, E1 – polietileno de baixa densidade, E2 – polietileno de alta permeabilidade, E3 –
poliamida de baixa permeabilidade. Média de cinco repetições, compostas de quatro frutos como unidade
experimental. Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem
significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo, “*”, significativo a 5% de
probabilidade e “**”, significativo a 1% de probabilidade.
Tabela 24 – Perda de massa (%) em goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não
com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de
embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido
por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.
15 dias sob refrigeração
Perda de massa (%)x
Tratamentos S/E E1 E2 E3 Médians
Testemunha 9,43 0,08 0,37 2,20 3,02 a
1-MCPx 12,58 0,05 0,21 2,14 3,74 a
Média** 11,00 A 0,06 C 0,30 C 2,17 B Trat.xEmbalagem.ns
C.V. (%) = 18,73
15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente
Tratamentos S/E E1 E2 E3 Médians
Testemunha 17,35 Aa 13,67 Aa 2,80 Ab 3,80 Ab 9,40 a
1-MCPx 17,76 Aa 6,44 Bb 3,78 Ab 5,93 Ab 8,47 a
Média** 17,55 A 10,05 B 3,30 C 4,86 C Trat.xEmbalagem.**
C.V. (%) = 27,26
x1-MCP - 600 nL L
-1 / 6 h; S/E – sem embalagem, E1 – polietileno de baixa densidade, E2 – polietileno
de alta permeabilidade, E3 – poliamida de baixa permeabilidade). Média de cinco repetições, compostas
de quatro frutos como unidade experimental. Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e
maiúscula, na linha, não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo, “*”,
significativo a 5% de probabilidade e “**”, significativo a 1% de probabilidade.
69
5 DISCUSSÃO
A elevada incidência de podridões pós-colheita em goiabas está diretamente
relacionada às perdas qualitativas e quantitativas, destacando-se a antracnose. Quando
permitido, a utilização de fungicidas ainda é a principal medida para o controle de
podridões, porém não há produtos registrados que possam ser utilizados em pós-colheita
para a cultura da goiabeira. Assim, o desenvolvimento ou a adoção de tecnologias
alternativas eficientes no controle de podridões devem ser estudadas e estimuladas. Há
vários relatos de efeitos positivos sobre a utilização de agentes alternativos de controle,
que demonstraram ser eficientes no controle de podridões pós-colheita em diferentes
frutas contra diferentes patógenos e, entre estes, o etanol, o tratamento térmico, a
quitosana e o 1-MCP têm se mostrado bastante promissores.
Inicialmente, ensaios in vitro foram realizados com o objetivo de avaliar os
efeitos da aplicação do tratamento térmico, do etanol, da quitosana e do 1-MCP sobre o
crescimento micelial e a germinação de conídios de C. gloeosporioides. Os resultados
mostraram que o tratamento térmico, o etanol e a quitosana reduziram
significativamente o desenvolvimento do patógeno, evidenciando que estes agentes de
controle atuam diretamente sobre o patógeno, enquanto que o 1-MCP não apresentou
influência sobre o seu desenvolvimento (Tabelas 2 a 8 e Figuras 8 a 10). Os estudos in
vivo demonstraram que os agentes alternativos avaliados foram eficientes em reduzir o
progresso da antracnose em frutos mantidos a 25 °C. O tratamento térmico, a 50 °C por
10 min, o etanol, a 40 % por 2 min, a quitosana, a 0,25 % e, o 1-MCP a 600 nL L-1
por 6
h, reduziram a incidência da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, sendo que o tratamento
térmico e o etanol também reduziram de maneira significativa a severidade das lesões
(Tabelas 9 a 12 e Figuras 11 e 12). Estes resultados evidenciam que o tratamento
térmico, a quitosana e o etanol atuam diretamente no controle da antracnose em goiabas,
enquanto que o 1-MCP atua de maneira indireta, retardando o processo de
amadurecimento do fruto e, consequentemente, inibindo o desenvolvimento da
antracnose.
A ação inibitória do etanol é complexa, mas, provavelmente, o sítio de ação
primário é a membrana plasmática que tem como principal função fornecer
permeabilidade seletiva, regulando a passagem de solutos entre a célula e o ambiente
externo. A atividade do etanol ocorre provavelmente pela desnaturação de proteínas e
remoção de lipídios da membrana celular dos microrganismos (INGRAM & BUTTKE,
70
1984; LICHTER et al., 2002), ocorrendo a perda de metabólitos essenciais, alterações
no controle do pH interno, e redução da atividade de enzimas associadas à membrana,
inibindo sua síntese (SIKKEMA et al., 1995). Como consequência, a viabilidade do
microrganismo é afetada. A efetividade do etanol no controle da antracnose em goiabas
pode ser atribuída à sua propriedade fungicida. Portanto, a aplicação do etanol, nas
concentrações utilizadas neste trabalho, pode ter interferido diretamente sobre as
funções da membrana plasmática de C. gloeosporioides, retardando ou inibindo o seu
desenvolvimento e, consequentemente, o desenvolvimento da antracnose nos frutos.
De maneira semelhante, LICHTER et al. (2002) relataram que o etanol a 40 %
inibiu completamente a germinação de conídios de B. cinerea. KARABULUT et al.
(2004) constataram completa inibição da germinação de esporos de B. cinerea após 10s
de exposição a 30 % de etanol, a 24 °C. SCOLFARO (2009) verificou que a
incorporação de etanol ao meio de cultura, nas concentrações de 20; 30; 40 e 50 %
inibiu o crescimento micelial de C. gloeosporioides.
Vários trabalhos têm demonstrado os efeitos positivos do etanol no controle de
podridões pós-colheita em várias culturas (PESIS, 2005). MARGOSAN et al. (1997)
sugeriram que o etanol, aplicado nos frutos em pós-colheita, atrasa a perda de firmeza, o
que desfavorece o desenvolvimento de podridões, assim, SCOLFARO (2009) constatou
redução da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ imersas em etanol, a 50 %, aplicado pela
imersão dos frutos por 2 min, além de não alterar os atributos de qualidade.
Recentemente, FISCHER et al. (2012) verificaram redução significativa da incidência
da antracnose (Colletotrichum spp.) em goiabas ‘Pedro Sato’ imersas em etanol a 50 %
por 5 minutos, seguido de hipoclorito de sódio (0,5% de cloro ativo). CANDIR et al.
(2012) verificaram que o acondicionamento de uvas em polietileno perfurado e sachês
Antimold® 80 (vapor de etanol) foi tão eficaz quanto o tratamento com SO2 na redução
da incidência de podridões pós-colheita em cachos naturalmente infectados ou
inoculados artificialmente.
O tratamento térmico reduz as podridões pós-colheita de frutos através do efeito
letal da temperatura sobre o patógeno ou pela formação de substâncias antifúngicas,
como a síntese de fitoalexinas e de proteínas relacionadas à patogênese (LURIE, 1998),
o que inibe a infecção quiescente de patógenos, devido aos esporos e infecções
quiescentes estarem presentes na superfície ou nas primeiras camadas celulares do fruto
(PORAT et al., 2000). Por sua vez, a eficácia do tratamento térmico sobre o patógeno
fúngico é usualmente constatada pela redução na viabilidade da germinação do esporo
71
ou crescimento micelial. Muitos frutos toleram temperaturas de 50 a 60 °C por até 10
min, mas exposições por tempos menores a estas temperaturas podem controlar muitos
patógenos de pós-colheita.
A possibilidade do tratamento térmico (50 °C / 10 min) proteger frutos da
goiabeira contra a antracnose através de uma possível ativação de mecanismos de defesa
foi avaliada inoculando-se os frutos em diferentes intervalos de tempo após o tratamento
e observou-se que a interação entre os diferentes tempos de inoculação e o tratamento,
não foi significativo para o desenvolvimento da antracnose nos frutos (Tabela 14). Estes
resultados, somados àqueles obtidos nos ensaios in vitro (Tabelas 4 e 5) e in vivo
(Tabela 11), reforçam a hipótese de que o tratamento térmico em goiabas ‘Kumagai’
atua no controle da antracnose por inibir o desenvolvimento da infecção, atuando
diretamente sobre o desenvolvimento do patógeno.
Sob tal aspecto, MORAES et al. (2005) constataram que a combinação de 56 °C
por 6 min retardou mas não paralisou o crescimento micelial de C. musae, porém foi
efetivo no controle da podridão nos frutos de bananeira. ZHENG et al. (2008) utilizaram
o tratamento hidrotérmico para o controle in vitro e in vivo de Penicillium expansum em
pêras e constataram inibição da germinação dos esporos em todos os tempos de
exposição (5; 10; 15 e 20 min) a 46 °C. LIU et al. (2010) avaliaram o tratamento
térmico por ar quente (36 ºC por 10 min) e Pichia guilliermondii, isoladamente ou em
combinação, no controle da antracnose em nêspera e os resultados mostraram que a
combinação dos tratamentos reduziu significativamente o desenvolvimento da doença,
tanto nos frutos naturalmente, quanto artificialmente infectados, aos 10 dias de
armazenamento a 20 ºC. Recentemente, LIU et al. (2012) concluíram que a imersão de
pêssegos em água a 40 ºC por 5 ou 10 min foi eficiente no controle da podridão parda
(Monilinia fructicola) em frutos armazenados a 25 ºC por oito dias.
A aplicação da quitosana nos frutos pode ter efeito direto sobre os
microrganismos, ocasionando uma desorganização molecular das células fúngicas,
induzir barreiras estruturais no local da penetração do patógeno, como a suberização e a
lignificação, restringindo, em parte, a penetração fúngica ou ainda acúmulo de quitinase
e indução da síntese de calose (BAUTISTA-BAÑOZ et al., 2006; EL GHAOUTH,
1992). O produto pode atuar indiretamente no controle de doenças através da ativação
de respostas de resistência, como o acúmulo de proteínas relacionadas à patogênese
(proteínas-RP) e de fitoalexinas, ou ainda, pela formação de um filme semipermeável,
72
modificando a atmosfera ao redor do fruto, diminuindo a transpiração e retardando o
amadurecimento (JIANG et al., 2005; JIANG & LI, 2001).
Em goiabas ‘Kumagai’, os resultados mostraram que a aplicação da quitosana
reduz a incidência da antracnose em frutos mantidos a 25 °C (Tabela 12) e, in vitro,
inibe o crescimento micelial e reduz a germinação de conídios (Tabelas 6 e 7 e Figura
10). Para outros patossistemas, vários relatos demonstraram os efeitos positivos da
quitosana em induzir resistência em diferentes espécies de frutos contra diferentes
patógenos, mas em goiabas, nas condições deste experimento, não foram verificados
efeitos indiretos da quitosana no controle da antracnose. A expressão de barreiras
estruturais pelo tecido do hospedeiro, após o tratamento com quitosana, pode restringir
a expansão do patógeno invasor, bem como, atrasar a retomada de desenvolvimento de
infecções quiescentes. Assim, o controle da antracnose pela quitosana aparentemente
está relacionado ao efeito direto do produto sobre o patógeno (Tabela 15).
Neste trabalho, tanto a germinação como a morfologia de conídios de C.
gloesporiodes foram afetadas pela aplicação da quitosana (Figura 10). A quitosana não
é apenas efetiva em inibir o crescimento do patógeno, mas também em induzir
mudanças morfológicas marcantes, alterações estruturais e desorganização molecular
das células fúngicas (BEHAMOU, 1996; EL GAOUTH et al., 1997). EL GAOUTH et
al. (1992) e CAMILLI et al. (2007) também constataram mudanças morfológicas
induzidas pela quitosana, caracterizadas, por exemplo, por ramificações excessivas de
hifas. BAUTISTA-BAÑOZ et al. (2003) constataram mudanças na morfologia dos
conídios de C. gloeosporioides na concentração de 1,5% de quitosana. CIA (2005)
verificou que as concentrações acima de 0,25 % de quitosana suprimiram a esporulação
de C. gloeosporioides. LIU et al. (2007) observaram que 0,5 % de quitosana foi
suficiente para inibir completamente a germinação de P. expansun. FELIPINI & DI
PIERO (2009) avaliaram a aplicação de quitosana no controle da podridão amarga em
maçãs pós-colheita e seus efeitos sobre C. acutatum e verificaram que o produto, a 10 g
L-1
, reduziu a germinação de conídios e o crescimento micelial do patógeno.
A quitosana é diluída em ácido, neste caso, o ácido acético (0,5 % v/v), para que
o pH da solução estabilize normalmente abaixo de pH 6,0 e nessas condições, a
quitosana é capaz de interagir com as cargas negativas da membrana celular do
microrganismo, causando mudanças na permeabilidade da membrana plasmática, e
perda de componentes intracelulares (STAMFORD et al., 2008). Concomitantemente, o
efeito inibitório do ácido acético sobre microrganismos é devido à redução do pH, como
73
também à capacidade das moléculas não dissociadas de ácido acético passarem
facilmente através da membrana dos conídios sobre a superfície do fruto e assim,
exercer seu efeito tóxico pela redução do pH do protoplasma celular (SHOLBERG et
al., 2000). Assim, justifica-se a inibição do desenvolvimento micelial do C.
gloesporioides em placas contendo meio de cultura BDA e incorporadas apenas com
ácido acético (Tabela 6 e Figura 9). Segundo SCOLFARO (2009) as concentrações de
1000 e 2000 μL L-1
de ácido acético, incorporadas ao meio de cultura, inibiram o
crescimento micelial de C. gloeosporioides e o ácido acético, na concentração de 500
μL L-1
, aplicado por imersão durante 2 min, reduziu a severidade da antracnose em
goiabas ‘Kumagai’.
Estudos demonstram que a aplicação de quitosana reduziu significativamente a
incidência da podridão causada por B. cinerea em morangos (EL GHAOUTH et al.,
1991) e em uvas (CAMILI et al., 2007; ROMANAZZI et al., 2007). XU et al. (2007)
relataram que a imersão de uvas ‘Redglobe’ em quitosana a 1% reduziu a incidência de
mofo cinzento tanto em cachos inoculados previamente com B. cinerea, quanto em uvas
não inoculadas. RAPPUSI et al. (2009) verificaram que a quitosana reduziu
significativamente a mancha preta (Guinardia citricarpa) em laranjas ‘Valência’,
agindo de modo direto, bem como pela ativação de mecanismos de defesa. Segundo
TEZOTTO (2012) o uso de quitosana (0,5 a 2,0 %) foi eficiente no controle de
podridões em framboesa ‘Autumn Bliss’, sendo menor a incidência de patógenos,
quanto maior a concentração do produto.
Constatou-se ainda que a quitosana (0,25%) não exerceu efeito significativo
sobre a incidência e desenvolvimento das lesões quando os frutos foram inoculados
após o tratamento (Tabela 15), ou seja, provavelmente não estimulou respostas de
defesa nos frutos, que pudesse atuar no controle do patógeno, reduzindo a antracnose.
De maneira semelhante, EL-GHAOUT et al. (1992) concluíram que o mecanismo pelo
qual a quitosana reduz a podridão mole e o mofo cinzento em morangos, parece estar
relacionado a sua propriedade fungistática e não a indução de resistência.
Quando os frutos foram expostos ao 1-MCP, os resultados evidenciaram que o
produto não foi eficiente na redução do diâmetro das lesões em goiabas. No entanto, o
1-MCP reduziu de maneira significativa a incidência da antracnose em goiabas; a maior
concentração avaliada (600 nL L-1
), aplicada por 6 h, reduziu o número de frutos
apresentando sintomas da doença (Tabela 13 e Figura 12). Quando avaliado in vitro, o
74
1-MCP não influenciou significativamente o crescimento micelial e a germinação dos
conídios de C. gloesporioides (Tabelas 8 e 9).
Como o 1-MCP é um regulador vegetal que compete com o etileno pelos sítios
de ligação nos receptores das membranas, e que pode retardar ou inibir eventos do
amadurecimento e, assim, reduzir o desenvolvimento de podridões (FENG et al., 2000;
TERAO et al., 2003), não se esperava efeito direto sobre o patógeno e sim,
indiretamente nos frutos, com o atraso no amadurecimento e desenvolvimento da
antracnose nos frutos (Tabela 13). O uso do 1-MCP tem reduzido o surgimento ou a
evolução de doenças em diversos produtos vegetais como maçã, kiwi, pêssego,
nectarina, ameixas e peras (LIGUORI et al., 2004; De ELL et al., 2008). O tratamento
com 1-MCP apresentou níveis de incidência de podridões causadas por fungos,
significativamente inferiores aos não tratados em goiabas vermelhas ‘Pedro Sato’
(KLUGE et al., 2001). BASSETO et al. (2005) verificaram que goiabas ‘Pedro Sato’
expostas ao 1-MCP (900 nL L-1
) durante 3 h, apresentaram menor incidência de
podridões comparadas aos frutos não tratados, armazenados em condições ambiente e
sob refrigeração. Segundo TEZOTTO (2012) o uso do 1-MCP nas concentrações de
500; 1000 e 2000 nL L-1
reduziu a incidência de podridões em framboesas após sua
colheita.
Quando o produto foi avaliado em frutos mantidos sob refrigeração, constatou-se
que o 1-MCP foi eficiente no controle da antracnose (Tabela 16). A avaliação dos
atributos de qualidade revelou que os frutos expostos ao 1-MCP estavam mais firmes e
ácidos quando comparados aos frutos testemunha, não havendo diferença significativa
quanto ao teor de sólidos solúveis e coloração de casca (Tabelas 17 e 18). Além disso,
observou-se que o 1-MCP reduziu a respiração e a produção de etileno de goiabas em
condição ambiente (25 2 °C / 80 5 %UR) (Figuras 13 e 14). Estes resultados
indicam que, possivelmente, o 1-MCP atua indiretamente no controle da antracnose em
goiabas ‘Kumagai’, devido ao atraso no processo de amadurecimento dos frutos.
A firmeza é um atributo de qualidade muito importante em goiabas e
imprescindível para a sua conservação; em goiabas ‘Kumagai’ a perda de firmeza
apresenta diferentes intensidades durante o amadurecimento, sendo que esta variedade
atinge 15 a 20 N em 15 dias armazenados a 23 ºC / 85 %UR (CAVALINI, 2008).
Assim, verificou-se que aliar a aplicação do 1-MCP à refrigeração foi eficiente no
controle da antracnose e na manutenção da firmeza dos frutos por até 15 dias
refrigerado, uma vez que, a refrigeração retarda os processos metabólicos envolvidos no
75
amadurecimento, reduz a produção e ação do etileno e retarda o crescimento dos
microrganismos.
Dependendo da espécie a ser tratada, o 1-MCP pode atuar sobre a respiração,
produção de etileno, produção de voláteis, degradação de clorofila, modificações nas
proteínas e membranas, amaciamento, doenças, acidez e açúcares (ABDI et al., 1998;
FAN et al., 1999; JIANG, 1999; JEONG et al., 2002). O tratamento com 1-MCP
proporcionou aumento da vida útil de goiabas ‘Pedro Sato’ de quatro para seis dias, para
o estádio verde, e de dois dias para o estádio meio maduro, apresentando níveis de
incidência de podridões causadas por fungos, significativamente inferiores aos não
tratados em ambos os estádios de amadurecimento (KLUGE et al., 2001).
CERQUEIRA et al. (2009) verificaram que o 1-MCP retarda o amadurecimento de
goiabas ‘Kumagai’, promovendo como principais efeitos a redução da perda da firmeza
e da cor verde da casca.
A produção de CO2 e C2H4 em goiabas têm se mostrado muito variável, podendo
ocorrer pico climatérico ou não (BIALE & BARCUS, 1970; BRON et al., 2005;
CHITARRA & CHITARRA, 2005, MEDINA, 1978; MERCADO-SILVA et al., 1998;
SINGH & PAL, 2008). Em goiabas ‘Kumagai’ tem se observado constante aumento na
produção de CO2 e de etileno, com climatério após completo amadurecimento dos
frutos, não se enquadrando em nenhuma das classificações atualmente utilizadas
(AZZOLINI et al., 2005; CAVALINI, 2004). Os valores obtidos nesse experimento, de
produção de CO2 e C2H4, se enquadram nas faixas de produção apresentadas por
KADER (1999), para goiabas. Segundo este autor a produção de CO2 em goiabas varia
de 10 a 70 mL kg-1
h-1
e a de etileno de 1 a 20 µL kg-1
h-1
. Porém diversos fatores podem
afetar esses valores como a variedade, época de colheita, senescência e presença de
podridões (CAVALINI, 2008; MERCADO-SILVA, 1998).
Os resultados sobre a respiração e produção de etileno de goiabas ‘Kumagai’
após aplicação de 1-MCP estão de acordo com CAVALINI (2008) que concluiu que
goiabas ‘Kumagai’ expostas ao 1-MCP (900 nL L-1
/ 3 h) resultaram em menor
produção de CO2 e de C2H4 e que a respiração desses frutos foi constante na maior parte
do período experimental, aumentando apenas ao final do período de armazenamento.
BASSETO et al. (2005) obtiveram resultado semelhante em goiabas ‘Pedro Sato’. O
tratamento com 900 nL.L-1
de 1-MCP manteve a menor produção de etileno durante o
armazenamento em relação à testemunha.
76
Quando avaliado em associação à atmosfera modificada, a aplicação do 1-MCP
atuou positivamente no controle de podridões pós-colheita em goiabas ‘Kumagai’
independentemente dos frutos serem acondicionados em embalagens plásticas (Tabela
19). Observa-se que, independentemente dos tratamentos, os frutos acondicionados em
embalagem PEBD apresentaram menor incidência de podridões (Tabela 19), porém, o
acondicionamento dos frutos nesta embalagem pode ter levado à anaerobiose,
favorecendo o acúmulo de voláteis, devido aos baixos níveis de O2 e altos de CO2
(Figura 15).
Segundo KADER (1986) e AWAD (1993), no interior das embalagens, a
respiração dos frutos reduz a concentração de O2 e aumenta a de CO2, até níveis que
dependem, sobretudo, do tipo, variedade, peso, estádio de maturação, temperatura dos
frutos e das características do filme plástico (estrutura, densidade e espessura), que
determinam sua permeabilidade aos diferentes gases (CO2, O2 e C2H4). A combinação
de armazenamento refrigerado com embalagem é uma técnica para aumentar a vida útil
pós-colheita de produtos frescos perecíveis, como é o caso da goiaba, inclusive para que
possam ser transportados por via marítima (McGLASSON, 1992).
Contudo, neste trabalho, durante o armazenamento, verificou-se que os filmes de
polietileno de baixa densidade e a poliamida de baixa permeabilidade podem ter levado
à respiração anaeróbia dos frutos, com baixos níveis de O2 e altos de CO2 (Figura 15),
provavelmente favorecendo um maior acúmulo de voláteis como o acetaldeído e o
etanol no interior da embalagem, especialmente quando permaneceram em condições
ambiente (25 2 °C / 80 5 %UR). O acetaldeído e o etanol podem inibir o
amadurecimento e afetar o aroma e sabor de goiabas, mas o seu excesso resulta em um
aroma não agradável para o consumidor (PESIS, 2005). Uma atmosfera de
armazenamento inadequada, ou seja, com níveis muito baixos de O2, pode resultar na
anaerobiose dos frutos, e no acúmulo de metabólitos fermentativos como acetaldeído e
etanol, com consequente alteração do aroma e do sabor (BEAUDRY, 1999; KADER,
1992; PESIS, 2005).
Neste trabalho, a avaliação sensorial não detectou alterações expressivas quanto
à presença de aroma ou sabor estranho nos frutos em nenhum dos tratamentos (Tabela
20). Tem sido relatado que os compostos voláteis fermentativos acumulados
desaparecem rapidamente quando expostos em temperatura ambiente (GIL et al., 1998;
ARRUDA, 2007), como também a possível concentração desses voláteis acumulados
no interior das embalagens, não atingiu o limite perceptível na avaliação.
77
Entre as embalagens estudadas, conclui-se que o filme polietileno de alta
densidade mostrou-se ser mais promissor na manutenção da atmosfera no interior da
embalagem (Figura 15); nesta embalagem, não se verificou risco de anaerobiose durante
o período de análise, mesmo após transferência dos frutos para condições ambiente (25
2 °C / 80 5 %UR). As diferenças nas concentrações de gases observadas para os
sistemas de embalagens avaliados estão relacionadas, possivelmente, à taxa de
permeabilidade dos filmes aos gases.
As embalagens plásticas foram eficientes em evitar a perda de massa dos frutos
durante o armazenamento (Tabela 24), uma vez que formam uma barreira à troca de
umidade com o ambiente e, conseqüentemente, reduzem o déficit de pressão de vapor
entre os tecidos dos frutos e o ambiente, diminuindo a transpiração dos mesmos. A
perda de massa, durante o período pós-colheita de frutos e hortaliças, é resultante,
principalmente, da perda de água, visto que a perda de matéria fresca provocada pela
respiração (consumo de substrato respiratório) é muito pequena, quando comparada à
perda de umidade (WILLS et al., 1998), e tem efeitos marcantes sobre a fisiologia dos
tecidos vegetais, antecipando, em alguns casos, o amadurecimento e a senescência
(YANG & HOFFMAN, 1994). A perda de água dos frutos causa perecibilidade não só
diretamente, devido à perda de massa, mas também pela perda de qualidade na
aparência, textura e valor nutricional.
Quanto aos demais atributos de qualidade avaliados, constatou-se que frutos
expostos ao 1-MCP mantiveram a firmeza mais elevada, quando comparados aos
demais tratamentos, bem como atrasou as alterações da cor da casca,
independentemente de sua associação com os diferentes sistemas de embalagem
(Tabelas 21, 22 e 23). As embalagens PEAD e POBD não alteraram expressivamente os
atributos de qualidade de goiabas ‘Kumagai’; no entanto, a embalagem PEBD alterou
significativamente a luminosidade, a cromaticidade e o ângulo de cor dos frutos, os
quais estavam mais verdes e escuros e com coloração menos intensa, quando
comparados àqueles acondicionados nos demais sistemas de embalagem, além de
manter a firmeza dos frutos em valores próximos à análise inicial, evidenciando que esta
embalagem não permitiu que os frutos amadurecessem normalmente.
Na literatura, alguns trabalhos mostram que o uso de filmes do tipo Xtend, ou
seja, o PEAD e o POBD utilizados neste trabalho, promovem a manutenção da firmeza
em frutos climatéricos, como descrito por PEREIRA et al. (2005) em goiabas ‘Cortibel’.
Resultados positivos foram relatados por ROSA et al. (2001) para mangas
78
acondicionadas em filmes de polietileno e Xtend; os autores relataram que o
amadurecimento foi retardado, expresso pelo reduzido amolecimento e atraso nas
mudanças da cor das variedades ‘Tommy Atkins’ e ‘Keitt’. A mesma observação foi
obtida por PESIS et al. (2001), quando utilizaram somente filme Xtend para a mesma
variedade de manga.
Assim, constatou-se que o tratamento térmico a 50 °C / 10 min, o etanol a 40% /
2 min e a quitosana a 0,25% e o 1-MCP a 600 nL L-1
por 6 h, reduzem o
desenvolvimento da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC, sendo que o 1-
MCP, também se mostra efetivo no controle da doença em frutos mantidos sob
refrigeração. Outros trabalhos devem ser desenvolvidos com o objetivo de estudar os
efeitos deste produto aliado a outras embalagens, como também a combinação com
outros agentes, visando o controle da antracnose, a qualidade e o aumento do período de
conservação dos frutos, bem como investigar a possibilidade de utilização do 1-MCP
em escala comercial.
79
6 CONCLUSÕES
a) O tratamento térmico a 50 °C / 10 min, o etanol a 40 % / 2 min e a quitosana a 0,25 %
reduzem o desenvolvimento da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 °C,
agindo diretamente sobre C. gloeosporioides.
b) O 1-MCP a 600 nL L-1
por 6 h reduz o desenvolvimento da antracnose em goiabas
‘Kumagai’ mantidas a 25 °C ou sob refrigeração (10 °C), atuando indiretamente no
controle de C. gloeosporioides, através do atraso no processo de amadurecimento.
c) As embalagens PEBD (Polietileno de Baixa Densidade), PEAD (Polietileno de baixa
Permeabilidade) e POBD (Poliamida de baixa Permeabilidade), aliadas ou não ao 1-
MCP e à refrigeração, não reduz a incidência de podridões em goiabas ‘Kumagai’.
d) As embalagens PEAD e POBD não alteraram os atributos de qualidade de goiabas
‘Kumagai’ e a embalagem PEBD não permitiu que os frutos amadurecessem
normalmente.
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96
ANEXO
Anexo 1 – Análise descritiva qualitativa simples (escala de notas não estruturada)
Avaliação sensorial
Goiaba ‘Kumagai’
Nome:
Amostras:
1) Aspecto Geral
ı-----------------------------------------------------------------------------------ı
Característico Estranho
Observação:
2) Aroma
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Característico Estranho
Observação:
3) Sabor
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Característico Estranho
Observação: