114
INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL TRATAMENTO TÉRMICO, ETANOL, QUITOSANA E 1-METILCICLOPROPENO NO CONTROLE DA ANTRACNOSE EM GOIABAS ‘KUMAGAI’ FRANCINE SCOLFARO PONZO Orientadora: Dra. Patrícia Cia Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Tecnologia da Produção Agrícola Campinas, SP Fevereiro 2014

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INSTITUTO AGRONÔMICO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL

E SUBTROPICAL

TRATAMENTO TÉRMICO, ETANOL,

QUITOSANA E 1-METILCICLOPROPENO NO

CONTROLE DA ANTRACNOSE EM GOIABAS

‘KUMAGAI’

FRANCINE SCOLFARO PONZO

Orientadora: Dra. Patrícia Cia

Tese submetida como requisito parcial

para obtenção do grau de Doutora em

Agricultura Tropical e Subtropical Área

de Concentração em Tecnologia da

Produção Agrícola

Campinas, SP

Fevereiro 2014

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iii

“O maior vencedor é aquele que

vence as suas próprias imperfeições, sabendo que a

felicidade começa nos pensamentos que formam as

ideias.”

João Nunes Maia / Miramez

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iv

AGRADECIMENTOS

A Deus por guiar os meus passos em todos os momentos e pela a oportunidade de mais

uma conquista.

Aos meus pais Roberto e Helena pela educação, ensinamentos, e apoio em todos os

momentos.

Aos meus irmãos Leonardo e Leandro e cunhadas Carol e Yara pela força e apoio.

Ao meu marido Márcio pelo amor e incentivo em todos esses anos.

Aos amigos que são tão importantes em nossas vidas, em especial Bia Fadul, Cintia

Maretto, Cinthia Hergert, Ana Carolina Colombi e Alice Rabelo.

À MSc. Abikeyla Robaina pela amizade, colaboração em diversos experimentos e

conhecimentos compartilhados neste trabalho.

Ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC) pela oportunidade de realização deste

trabalho e pelos conhecimentos adquiridos.

Ao Centro de Engenharia e Automação (CEA) / IAC, localizado em Jundiaí/SP, pela

cooperação e apoio institucional.

À Pós-graduação do IAC e a sua secretaria, em especial à Célia.

Aos professores da Pós-graduação pelos ensinamentos e disponibilidade.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela

concessão da bolsa de estudo.

À Fundação de Apoio e Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo auxílio no

projeto de pesquisa.

Em especial à Dra. Patrícia Cia, pela orientação, ensinamentos, amizade e confiança ao

longo desses 6 anos.

À Dra. Eliane Ap. Benato, pesquisadora do Instituto Biológico pela confiança, amizade,

incentivo, atenção e disponibilidade de sempre.

À família Ogihara pela atenção e fornecimento dos frutos.

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v

Aos pesquisadores, funcionários e alunos do Centro de Engenharia e Automação CEA /

IAC, em especial Dra. Gláucia Moraes Dias, Dra. Maria Aparecida Lima, Maria do

Carmo Doriguello, Flávia Manduca, Bárbara e Raquel.

À Dra. Ilana Bron e Dra. Margarida Ito pelas sugestões na pré-banca e banca de defesa.

Ao Dr. Benedito Carlos Benedetti da FEAGRI / UNICAMP, pela disponibilidade em

participar da banca de defesa e pelas sugestões.

À Dra. Claire Sarantópoulos do CETEA / ITAL pelos esclarecimentos sobre as

embalagens.

Ao Ivo Tunchel, da empresa Stepac, pelo fornecimento das embalagens.

Ao Felipe Terra, da empresa Agrofresh, pelo fornecimento do 1-metilciclopropeno.

Aos familiares pela torcida e orações.

E a todos que de alguma forma colaboraram para o desenvolvimento deste trabalho.

Muito Obrigada!

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vi

SUMÁRIO

ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................. viii

ÍNDICE DE FIGURAS.............................................................................................. xii

RESUMO.................................................................................................................... xv

ABSTRACT............................................................................................................... xvii

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 01

2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................ 03

2.1 Aspectos gerais da cultura da goiabeira................................................................ 03

2.2 Goiaba ‘Kumagai’................................................................................................ 04

2.2.1 Aspectos qualitativos de goiabas pós-colheita.................................................. 05

2.2.2 Fisiologia pós-colheita ...................................................................................... 07

2.2.3 Armazenamento refrigerado.............................................................................. 08

2.2.4 Atmosfera Modificada....................................................................................... 10

2.3 Antracnose............................................................................................................ 11

2.4 Controle pós-colheita da antracnose..................................................................... 14

2.4.1 Etanol................................................................................................................. 15

2.4.2 Quitosana .......................................................................................................... 17

2.4.3 Tratamento térmico ........................................................................................... 20

2.4.4 1-Metilciclopropeno.......................................................................................... 23

3 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 27

3.1 Avaliação dos agentes alternativos sobre o desenvolvimento in vitro de

Colletotrichum gloeosporioides..................................................................................

27

3.1.1 Crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides................................. 27

3.1.2 Avaliação dos agentes alternativos sobre a germinação de Colletotrichum

gloeosporioides...........................................................................................................

29

3.2 Avaliação dos efeitos dos agentes alternativos no controle da antracnose em

goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC..........................................................................

30

3.2.1 Inoculação dos frutos......................................................................................... 30

3.2.2 Avaliação da aplicação de etanol no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’...................................................................................................................

31

3.2.3 Avaliação do tratamento térmico no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’...................................................................................................................

32

3.2.4 Avaliação da aplicação da quitosana no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’...................................................................................................................

32

3.2.5 Avaliação da aplicação do 1-MCP no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’...................................................................................................................

33

3.3 Avaliação da possibilidade do tratamento térmico e da quitosana atuarem

indiretamente no controle da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC...

34

3.4 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ mantidas sob refrigeração.........................................................................

35

3.5 Avaliação da aplicação do 1-MCP, associado à atmosfera modificada, no

controle da antracnose e na qualidade de goiabas ‘Kumagai’....................................

38

4 RESULTADOS....................................................................................................... 41

4.1 Avaliação dos efeitos dos agentes alternativos sobre o desenvolvimento in

vitro de C. gloeosporioides.........................................................................................

41

4.1.1 Avaliação da aplicação de etanol sobre o crescimento micelial e germinação

de C. gloeosporioides.................................................................................................

41

4.1.2 Avaliação do tratamento térmico sobre o crescimento micelial e germinação

de C. gloeosporioides ................................................................................................

42

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vii

4.1.3 Avaliação da quitosana sobre o crescimento micelial e a germinação de C.

gloeosporioides...........................................................................................................

43

4.1.4 Avaliação da aplicação do 1-MCP sobre o crescimento micelial de C.

gloeosporioides...........................................................................................................

45

4.2 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC.......................................................................................

46

4.2.1 Avaliação da aplicação do etanol no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’...................................................................................................................

47

4.2.2 Avaliação do tratamento térmico no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’...................................................................................................................

48

4.2.3 Avaliação da aplicação da quitosana no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’...................................................................................................................

49

4.2.4 Avaliação da aplicação do 1-MCP no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’...................................................................................................................

50

4.3 Avaliação da possibilidade do tratamento térmico e da quitosana atuarem

indiretamente no controle da antracnose em goiabas ‘Kumagai’...............................

52

4.4 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ mantidas sob refrigeração.........................................................................

54

4.5 Avaliação da aplicação de 1-MCP, associado à atmosfera modificada, no

controle da antracnose e na qualidade de goiabas ‘Kumagai’....................................

59

5 DISCUSSÃO........................................................................................................... 69

6 CONCLUSÕES....................................................................................................... 79

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 80

ANEXO......................................................................................................................

Anexo 1.......................................................................................................................

96

96

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viii

ÍNDICES DE TABELAS

Tabela 1 -

Tabela 2 -

Tratamentos compostos por frutos expostos ou não ao 1-MCP (600

nL L-1

/ 6 h) e acondicionados em diferentes sistemas de

embalagens........................................................................................

Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides

cultivado em BDA incorporado com etanol, mantidos a 25 ºC por

oito dias.............................................................................................

38

41

Tabela 3 - Germinação (%) de C. gloeosporioides adicionado etanol e

mantidos a 25 ºC por 24 h.................................................................

42

Tabela 4 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides

submetido ao tratamento térmico e, mantido a 25 ºC por oito dias...

42

Tabela 5 - Germinação (%) e inibição (%) de C. gloeosporioides submetido

ao tratamento térmico e mantido a 25 ºC por 24 h............................

43

Tabela 6 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides

cultivado em BDA incorporado com quitosana e mantidos a 25 ºC

por oito dias.......................................................................................

44

Tabela 7 - Germinação (%) de conídios de C. gloeosporioides submetidos a

concentrações de quitosana e mantidos a 25 ºC por 24 h..................

45

Tabela 8 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides

cultivado em BDA, exposto ao 1-MCP e mantidos a 25 ºC por oito

dias.....................................................................................................

46

Tabela 9 - Germinação (%) de conídios de C. gloeosporioides expostos ao 1-

MCP e mantidos a 25 ºC por 24 h.....................................................

46

Tabela 10 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para

severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides, tratadas com

etanol e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante oito dias...

47

Tabela 11 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para

severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides, submetidas ao

tratamento térmico e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR

durante oito dias................................................................................

49

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ix

Tabela 12 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para

severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ imersas em quitosana, diluída em ácido acético (0,5%

v/v) e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante oito dias. .....

50

Tabela 13 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para

severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides, expostas ao 1-

MCP (nL L-1

), por 6 ou 12 h, e armazenadas a 25 2 °C / 80 5

%UR durante oito dias.......................................................................

51

Tabela 14 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para

severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides após diferentes

tempos (0, 24 e 48 h) da imersão em água a 50 °C por 10 min, e

armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito dias......................

53

Tabela 15 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para

severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides após diferentes

tempos (0, 24 e 48 h) da imersão em quitosana (0,25 %), e

armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito dias......................

54

Tabela 16 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para

severidade (cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ inoculadas com C. gloeosporioides e expostas aos

agentes alternativos [etanol (40 % / 2 min), tratamento térmico (50

ºC / 10 min), quitosana (0,25 %) e 1-MCP (600 nL L-1

/ 6 h)] e

armazenadas 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR por 15 dias seguidos de

mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR...........................................

55

Tabela 17 - Sólidos solúveis (SS), acidez titulável e firmeza de polpa de

goiabas ‘Kumagai’ tratadas termicamente (50 °C / 10 min), com

etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %) ou 1-metilciclopropeno

(600 nL L-1

/ 6 h) e armazenadas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por

15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.........

56

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x

Tabela 18 - Cor de casca e de polpa em goiabas ‘Kumagai’ tratadas

termicamente (50 °C / 10 min), com etanol (40 % / 2 min),

quitosana (0,25 %) ou 1-metilciclopropeno (600 nL L-1

/ 6 h) e

armazenadas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido

por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR....................................

57

Tabela 19 - Incidência (%) de podridões em goiabas ‘Kumagai’, previamente

tratadas ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP),

acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após

armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido

por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR....................................

60

Tabela 20 - Avaliação sensorial de goiabas ‘Kumagai’, tratadas ou não com 1-

MCP (600 nL L-1

/ 6 h) e acondicionadas em diferentes sistemas

de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR,

por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR...

62

Tabela 21 - Cor de casca de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não

com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes

sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90

± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80

5 %UR............................................................................................

64

Tabela 22 - Cor de polpa de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não

com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes

sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90

± 5 % UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80

5 %UR............................................................................................

65

Tabela 23 - Sólidos solúveis, acidez titulável e firmeza de goiabas ‘Kumagai’,

previamente tratadas ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP),

acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após

armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido

por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR....................................

67

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xi

Tabela 24 - Perda de massa (%) em goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas

ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em

diferentes sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ±

1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25

2 °C / 80 5 %UR.............................................................................

68

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xii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Discos de micélio de C. gloeosporioides nos tubos de ensaio (A),

banho termostático utilizado (B) e tubos de ensaio, contendo

discos de micélio, depositados em banho térmico (C)......................

29

Figura 2 - Goiabas pré-selecionadas; (B) – Método de inoculação da

suspensão de esporos de C. gloeosporioides em goiabas

‘Kumagai’..........................................................................................

31

Figura 3 - (A) Frutos imersos em solução de etanol; (B) – banho termostático

utilizado para a imersão dos frutos em tratamento térmico; (C) -

frutos imersos em água aquecida e, (D) - frutos imersos em

solução de quitosana..........................................................................

33

Figura 4 - (A) Frutos depositados no interior do tambor hermético, com

circulação forçada de ar, para exposição ao 1-MCP; (B) –

tambores no interior da câmara com temperatura controlada para a

aplicação do 1-MCP..........................................................................

34

Figura 5 - (A) Frutos depositados no interior do frasco hermeticamente

fechado; (B) – Retirada de amostra de gás via septo; (C) –

Cromatógrafo à gás utilizado no experimento; (D) – Injeção da

amostra em cromatógrafo à gás.........................................................

37

Figura 6 - (A) Goiabas no interior da embalagem e antes da selagem; (B) –

Selagem da embalagem; (C) – Goiabas após a selagem; (D) –

Goiabas no interior das embalagens e acondicionadas em caixas de

papelão ondulado...............................................................................

40

Figura 7 - Amostras de goiaba para análise sensorial........................................ 40

Figura 8 - Crescimento micelial in vitro de C. gloeosporioides, cultivado em

BDA incorporado com etanol (B- 30; C- 40 e D- 50 %). Como

testemunha (A) utilizou-se placas somente com o meio de

cultura................................................................................................

41

Figura 9 - Crescimento micelial in vitro de C. gloeosporioides, cultivado em

BDA incorporado com quitosana (C- 0,25 %; D- 0,50 %). Como

testemunha (A) utilizou-se placas somente com o meio de cultura

(A) e ácido acético incorporado ao meio (B)....................................

44

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xiii

Figura 10 - Germinação de conídios de C. gloeosporioides em 0,25 % de

quitosana (A) e conídios germinados em água (0 %) (B).................

45

Figura11 - Sintomas da antracnose em frutos imersos em água sob

temperatura ambiente (testemunha, A), imersos em água na

temperatura de 45 °C / 15 minutos (B) e frutos imersos em água na

temperatura de 50 °C / 10 min (C) e armazenados a 25 2°C / 80

5 %UR por oito dias.......................................................................

48

Figura 12 - Sintomas da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ inoculadas com

suspensão de C. gloeosporioides, não expostas ao 1-MCP

(testemunha, A) e expostas ao 1-MCP (600 nL L-1

, por 6 h),

armazenados a 25 2 °C / 80 5 %UR por oito dias.......................

52

Figura 13 - Respiração de goiabas ‘Kumagai’, tratadas termicamente (50 °C /

10 min), com etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %), ou 1-

MCP (600 nL L-1

/ 6 h), e mantidas a 25 2 °C / 80 5 %UR

durante oito dias. Barras verticais representam a diferença mínima

significativa (DMS)...........................................................................

58

Figura 14 - Produção de etileno de goiabas ‘Kumagai’, tratadas termicamente

(50 °C / 10 min), com etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %),

ou 1-MCP (600 nL L-1

/ 6 h), e mantidas a 25 2 °C / 80 5 %UR

durante oito dias. Barras verticais representam a diferença mínima

significativa (DMS)...........................................................................

59

Figura 15 - Concentração de gases (O2, CO2) no interior das embalagens (E1 –

PEBD – polietileno de baixa densidade (50 µm), E2 - PEAD –

polietileno de alta permeabilidade (20 µm), StePac, E3 - POBD –

poliamida de baixa permeabilidade (20 µm), StePac.), tratadas (---)

ou não (—) com 1-MCP e mantidas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5% UR,

por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5

%UR..................................................................................................

61

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xiv

Figura 16 -

Aspecto geral de frutos tratados ou não com 1-MCP,

acondicionados em diferentes sistemas de embalagem (A - frutos

testemunha, sem embalagem –; B - PEBD; C - PEAD, D - POBD;

E - frutos expostos ao 1-MCP (600 nL L-1

/ 6 h) ; F – 1-MCP +

PEBD; G – 1-MCP + PEAD e H – 1-MCP + POBD) e

armazenados a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido

por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR....................................

63

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xv

Tratamento térmico, etanol, quitosana e 1-metilciclopropeno no controle da

antracnose em goiabas ‘Kumagai’

RESUMO

Um dos problemas enfrentados na pós-colheita de goiabas é a incidência de podridões,

destacando-se a antracnose causada por Colletotrichum spp. Considerando a

importância da antracnose em goiabas e do estudo de métodos de controle alternativos

aos fungicidas, e que mantenham a qualidade do fruto, este trabalho objetivou avaliar as

hipóteses de que o tratamento térmico, o etanol, a quitosana e o 1-MCP podem atuar

diretamente no controle de C. gloesporioides em goiabas ‘Kumagai’, ou indiretamente,

através do atraso no processo de amadurecimento ou pela indução de mecanismos de

defesa nos frutos. Para tanto, goiabas foram artificialmente inoculadas com C.

gloeosporioides e, após 2 h, imersas em etanol (30; 40 e 50 %, por 2, 5 e 10 min),

tratamento térmico (35; 40; 45 e 50 ºC, por 5, 10 e 15 min), quitosana (0,25; 0,5 e 1,0

%) e, expostas ao 1-MCP (200; 400 e 600 nL L-1

, por 6 e 12 h). Como testemunha,

frutos foram expostos em água ou não expostos ao 1-MCP. Após os tratamentos, os

frutos foram mantidos a 25 2 °C / 80 5 %UR por oito dias e avaliados, a cada dois

dias, quanto à incidência e severidade da antracnose. A possibilidade de indução de

respostas de defesa em goiabas foi avaliada inoculando-se os frutos em diferentes

intervalos de tempo (0; 24 e 48 h) após o tratamento térmico (50 °C por 10 min) ou

imersão em quitosana (0,25 %). Os tratamentos que se mostraram eficientes no controle

da antracnose foram novamente avaliados mantendo-se os frutos sob refrigeração (10

°C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR) por 15 dias, seguidos por transferência para 25 2 °C / 80 5

%UR onde permaneceram por mais seis dias. Avaliou-se a incidência e a severidade da

antracnose, os atributos de qualidade (cor de casca e polpa, firmeza, teor de sólidos

solúveis e acidez titulável), bem como a respiração e a produção de etileno. Por fim,

avaliou-se o efeito do 1-MCP (600 nL L-1

por 6 h), aliado a diferentes sistemas de

embalagem, no controle da antracnose e sobre os atributos físico-químicos e sensoriais

dos frutos armazenados a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, pelo período de 15 dias, seguido

de transferência para 25 2 °C / 80 5 %UR por mais seis dias. In vitro, avaliaram-se

os efeitos dos agentes alternativos sobre a germinação de conídios e o crescimento

micelial de C. gloeosporioides. Os resultados mostraram que o tratamento térmico (50

°C por 10 min), o etanol (40 % por 2 min), a quitosana (0,25 %) e o 1-MCP (600 nL L-1

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por 6 h), reduziram a incidência da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, sendo que o

tratamento térmico e o etanol também reduziram de maneira significativa a severidade

das lesões. In vitro, o tratamento térmico, o etanol e a quitosana reduziram

significativamente o desenvolvimento do patógeno, enquanto que o 1-MCP não alterou

o crescimento micelial. Constatou-se que o 1-MCP reduziu o desenvolvimento das

lesões de C. gloeosporioides nos frutos, a respiração e a produção de etileno; assim,

avaliaram-se os efeitos do produto aliado ao armazenamento dos frutos sob atmosfera

modificada. Os resultados evidenciaram os efeitos positivos do 1-MCP na redução da

incidência de podridões, atraso nas mudanças de coloração e manutenção da firmeza,

mas não se constatou efeito aditivo quando avaliado juntamente à atmosfera modificada.

A possibilidade da indução de resistência em goiabas pelo tratamento térmico e pela

quitosana não foi evidenciada.

Palavras-Chave: Psidium guajava, Colletotrichum gloeosporioides, pós-colheita,

atmosfera modificada, qualidade.

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Heat treatment, ethanol, chitosan and 1-methylcyclopropene on the anthracnose

control in ‘Kumagai’ guava

ABSTRACT

One of the problems in postharvest guava is the occurrence of rots, mainly anthracnose

caused by Colletotrichum spp. Today, there is considerable interest in alternative

methods of control that supplement or replace the use of fungicide and for the fruit

quality conservation. Thus, this work had as main objectives investigate the hypothesis

that the heat treatment, ethanol, chitosan and 1-MCP may act directly on the control of

C. gloeosporioides in 'Kumagai' guavas, or indirectly, through the ripening delay or by

induction of the fruit defense mechanisms. Therefore, guavas was artificially inoculated

with C. gloeosporioides, and after 2 h immersed into ethanol (30; 40 and 50 %, for 2; 5;

and 10 min), heat treatment (35; 40; 45 and 50 ºC, for 5; 10 and 15 min), chitosan (0.25;

0.5 and 1.0 %) and, 1-MCP, at 200, 400, and 600 nL L-1

for 6 and 12 h. Fruit immersed

into water or not exposed to 1-MCP were used as control. After treatments, fruit were

kept at 25 2 °C / 80 5 %RH for eight days and checked for rot incidence and

severity, at every two days. To evaluate the possibility of resistance induction by heat

treatment (50 °C / 10 min) or chitosan (0.25 %), fruit were also inoculated after 0; 24,

and 48 h after treatment. Treatment that showed positive results on anthracnose control

were also investigate kept fruit under refrigeration (10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %RH) for 15

days, followed for 6 more days at 25 2 °C / 80 5 %RH. Fruit was checked for

incidence and anthracnose severity, quality attributes (skin and pulp color, firmness,

total soluble solid, and titratable acidity), as well respiratory rate and ethylene

production. Finally, the 1-MCP (600 nL L-1

for 6 h) was evaluated when add to packed

system on the anthracnose control and on fruit quality and sensorial attributes. These

fruit were kept at 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %RH, followed for 6 more days at 25 °C ± 2 °C

/ 80 ± 5 %RH. Conidial germination and mycelial growth of C. gloeosporioides were in

vitro investigated. The results showed that heat treatment at 50 °C / 10 min, ethanol at

40 % for 2 min, chitosan at 0.25 %, and 1-MCP at 600 nL L-1

for 6 h reduced

anthracnose incidence in 'Kumagai' guava, and heat treatment and ethanol also

significantly reduced rot severity. In vitro, heat treatment, ethanol, and chitosan

significantly reduced pathogen development, and 1-MCP did not influenced mycelial

growth. 1-MCP reduced lesion development and respiratory rate, therefore the product

was also evaluated when add to modified atmosphere. Results evidenced that 1-MCP

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reduces rot incidence, delay color modification and maintain the firmness, but it did not

promote additive effect when add to modified atmosphere. Moreover, the possibility of

resistance induction in guava in response to the heat treatment and the chitosan was not

evidenced.

Key words: Psidium guajava, Colletotrichum gloeosporioides, postharvest, modified

atmosphere, quality.

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1 INTRODUÇÃO

A cultura da goiabeira encontra-se em plena expansão no Brasil, respondendo

pela produção de 342.528 toneladas, em 2011, em uma área de 15.917 hectares,

concentrada nos meses de janeiro a abril, muito embora a comercialização in natura

ocorra o ano todo, graças a técnicas de poda e irrigação (IBGE, 2011). O Brasil é um

dos maiores produtores mundiais, destacando-se na região sudeste, os estados de São

Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro com participação de 41,8% da produção

(AGRIANUAL, 2012). O Brasil é o segundo maior produtor mundial de goiabas

brancas, sendo a ‘Kumagai’ a cultivar de mesa mais plantada no estado de São Paulo;

esta variedade é bastante adequada para o consumo in natura, tanto para o mercado

interno, como para exportação (OLIVEIRA et al., 2012; MARTINS & HOJO, 2009).

Um dos fatores que afetam a qualidade de goiabas é a ocorrência de podridões,

dentre as quais, destaca-se a antracnose, causada por Colletotrichum gloeosporiodes

(Penz.) Penz. & Sacc. (teleomorfo: Glomerella cingulata) e Colletotrichum acutatum J.

H. Simmonds (Teleomorfo: Glomerella acutata) (PANDEY et al., 1997; FISCHER et

al., 2011). As doenças pós-colheita podem ser causadas por patógenos que infectam o

fruto após a colheita, ou antes, da colheita, permanecendo quiescentes até o

amadurecimento, quando ocorrem alterações físicas e fisiológicas que propiciam a

infecção (TERRY & JOYCE, 2004).

Quando permitido, a utilização de fungicidas ainda é a principal medida para o

controle de podridões pós-colheita. No entanto, atualmente não se tem produtos

registrados para uso em pós-colheita para a cultura da goiabeira. Neste sentido,

pesquisas vêm sendo desenvolvidas envolvendo o estudo de métodos físicos (tratamento

térmico, refrigeração, radiação UV-C, atmosfera modificada e controlada), biológicos e

químicos [ácido salicílico, metil jasmonato, sanificantes, cálcio, 1-metilciclopropeno (1-

MCP), etanol e quitosana] para o controle de podridões pós-colheita. Alguns destes

métodos além de atuarem diretamente no controle de podridões podem atuar como

indutores de respostas de defesa no hospedeiro contra o patógeno, como o tratamento

térmico, a UV-C, a quitosana, o ácido salicílico, o metil jasmonato, entre outros.

Este trabalho teve por objetivos avaliar as hipóteses de que o tratamento térmico,

o etanol, a quitosana e o 1-MCP podem atuar diretamente no controle de C.

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2

gloesporioides em goiabas ‘Kumagai’, ou indiretamente, através do atraso no processo

de amadurecimento ou pela indução de mecanismos de defesa nos frutos, bem como a

atmosfera modificada, aliada a refrigeração, pode contribuir para o aumento do período

de conservação dos frutos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Aspectos gerais da cultura da goiabeira

A goiabeira é uma planta da família das Myrtaceae, originária da América

Tropical, e amplamente cultivada em todas as regiões do Brasil. O Brasil é um dos

maiores produtores mundiais, juntamente com Índia, Paquistão, México, Egito e

Venezuela. Internamente, destacam-se os estados de São Paulo e Pernambuco (IEA,

2005). A maior produção brasileira de goiaba está no estado de São Paulo, sendo 85%

produzido nas regiões de Mirandópolis (goiaba ‘Ogawa’), Taquaritinga (goiaba

‘Paluma’) e Valinhos (goiaba ‘Kumagai’) (IEA, 2005; IBGE, 2011). A época de

produção de goiabas no estado de São Paulo é o período de janeiro a abril; entretanto,

utilizando-se de sistemas de poda e irrigação, tem-se produção para mesa o ano todo.

No Brasil, a produção no ano de 2011 foi de 342.528 toneladas de frutas, em

uma área de 15.917 hectares e, entre estes, o estado de São Paulo produziu 112.779

toneladas em 4.169 hectares (IBGE, 2011). A região de Campinas é um dos pólos

paulistas de produção, caracterizado por produtores familiares, especializados no plantio

de cultivares de polpa branca e vermelha, destinadas principalmente ao mercado in

natura (WATANABE, 2009; OLIVEIRA et al., 2012).

Os frutos da goiabeira são bagas de tamanho, forma e coloração de polpa

variável em função da variedade. Basicamente em uma goiaba, 20% da sua massa

correspondem à casca, 50 % a polpa e 30 % a sementes (ROZWALKA, 2003). As

goiabas de polpa vermelha são destinadas tanto para o mercado in natura, quanto para a

indústria, e as de polpa branca, são destinadas exclusivamente ao mercado in natura

(interno e externo). As principais cultivares cultivadas são: ‘Ogawa’, ‘Pedro Sato’,

‘Paluma’, ‘Sassaoka’, ‘Kumagai’, ‘Chinesa’ e ‘Yamamoto’, sendo que as principais

variedades produzidas para fruta de mesa são a ‘Kumagai’, a ‘Pedro Sato’ e a

‘Sassaoka’ (GONGATTI NETO et al., 1996; GUTIERREZ et al., 2000).

Por ser uma fruta altamente perecível, frutos da goiabeira precisam ser

comercializados rapidamente, ou sua vida útil ampliada com adoção de técnicas

adequadas de manuseio e conservação, que permitam manter por mais tempo sua

qualidade. De acordo com CHITARRA & CHITARRA (2005), a temperatura adequada

para o amadurecimento da goiaba é de 20 a 25 °C, enquanto que, para o seu transporte e

armazenamento recomenda-se a temperatura de 10 °C.

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4

Apesar de grande produtor, o Brasil é exportador inexpressivo de goiaba in

natura em decorrência, principalmente, da alta perecibilidade do fruto. Os principais

países compradores são França, Portugal e Espanha, totalizando a exportação de 137

toneladas da fruta em 2011 (BRAZILIANFRUIT, 2013). Embora o volume exportado

seja insignificante, o Brasil já praticou a exportação de goiaba para consumo in natura,

para países como França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Argentina (GONZAGA

NETO, 2007).

Segundo ALMEIDA (2002), o Brasil tem pequena participação no comércio

internacional de frutas frescas e dentre os fatores que contribuem para a reduzida

inserção dos produtos tropicais neste mercado, destacam-se o baixo padrão de qualidade

das frutas sob o enfoque das exigências internacionais de um mercado importador

concentrado e exigente, protegido por barreiras fitossanitárias, o pouco conhecimento

das frutas de clima tropical, o uso inadequado de agrotóxicos e a tecnologia pós-colheita

deficiente.

2.2 Goiaba ‘Kumagai’

A cultivar de polpa branca mais cultivada no Brasil é a ‘Kumagai’. Esta cultivar

foi obtida de uma seleção realizada na região de Campinas-SP, pela família Kumagai,

como resultado do cruzamento da goiabeira ‘Australiana’ com a goiabeira ‘IAC-4’. É

uma planta de porte e vigor médios, com ramos longos, esparramados e de grande

produtividade. Produz frutos com 180 a 400 g, ovalados a oblongos, com casca lisa, de

consistência firme e resistente. Os frutos quando maduros adquirem coloração verde-

amarelada, com polpa branca, consistente, saborosa, levemente ácida e com poucas

sementes (MANICA et al., 2000).

Destaca-se entre os frutos tropicais não só por suas características organolépticas

como também pelo valor nutricional. Apresenta um dos maiores teores de vitamina C,

com valores superiores em até seis vezes aos dos frutos cítricos, que são uma fonte

tradicional dessa vitamina. Destaca-se ainda pelo seu elevado conteúdo de açúcar,

vitamina A, vitaminas do grupo B, fibras e minerais como ferro, fósforo e cálcio (El

BULK et al., 1997). É cultivada na região de Campinas e Valinhos sendo produzida,

pela maioria dos produtores, com poda drástica e o ensacamento dos frutos

(GUTIERREZ et al., 2002; PEREIRA & KAVATI, 2011).

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5

Segundo JACOMINO (1999), a goiaba destinada à exportação deve apresentar

polpa branca, aspecto atraente, aroma e sabor delicados, peso e tamanho conforme as

especificações do comprador, resistência ao transporte e ao armazenamento, ausência de

danos físicos, distúrbios fisiológicos, pragas e doenças.

2.2.1 Aspectos qualitativos de goiabas pós-colheita

A qualidade dos frutos é um fator de grande importância e é na sua diferenciação

que se encontra a oportunidade de se obter preços maiores. No caso da goiaba, a

qualidade para o consumo in natura está relacionada aos seus atributos físicos

(aparência, tamanho, forma, coloração e firmeza) e composição química, responsável

pelo sabor e aroma (GONGATTI NETO et al., 1996). A qualidade é própria de cada

espécie ou cultivar, porém, pode sofrer alterações decorrentes de fatores externos ou

mesmo do manuseio incorreto.

É durante o amadurecimento que os frutos tornam-se atrativos e aceitos para o

consumo. Devido à grande velocidade do seu metabolismo, esta fruta apresenta vida de

prateleira restrita a um máximo de oito dias, sob condição ambiente, ou seja,

temperatura média de 25 °C (AKAMINE & GOO, 1979; MERCADO-SILVA et al.,

1998; MOWLAH & ITOO, 1983). Os principais fatores depreciadores da qualidade

pós-colheita de goiabas são a rápida perda da coloração verde da casca, murchamento

dos frutos, amolecimento excessivo, incidência de podridões e perda de brilho

(CERQUEIRA et al., 2009).

O amadurecimento é acompanhado por uma série de transformações físicas,

químicas e bioquímicas, que refletem nos atributos de qualidades dos produtos

hortícolas e resultam em modificação do sabor e aroma (síntese e / ou degradação de

ácidos orgânicos, polimerização de fenólicos, síntese de compostos voláteis), síntese

protéica (enzimas), conversão de amido em açúcares, perda de firmeza, aumento na

respiração, síntese de etileno e modificação na pigmentação (degradação da clorofila,

com aparecimento de pigmentos pré-existentes, síntese de carotenóides e flavonóides)

(KAYS, 1991).

No período de amadurecimento, a maioria dos frutos sofre alterações na cor,

devido ao processo de degradação da clorofila e da síntese de pigmentos como

carotenóides e antocianinas. A degradação da clorofila ocorre em função das mudanças

de pH, de ácidos, ação das clorofilases e aumento dos processos oxidativos (TUCKER,

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6

1993; WILLS et al., 1998). A coloração da goiaba é devida à presença de pigmentos

como clorofila, caroteno, xantofila e licopeno (ADSULE & KADAM, 1995).

A determinação da firmeza é uma forma prática de avaliar o estádio de

maturação do fruto. A diminuição da firmeza da polpa durante o amadurecimento é

função, principalmente, da perda da integridade da parede celular, da degradação do

amido e perda de turgor (TUCKER, 1993). Sua importância não se restringe somente à

aceitação do fruto, mas também afeta sua resistência ao manuseio, que se inicia com a

colheita para terminar com seu consumo (MATTIUZ, 2002).

Os sólidos solúveis representam os compostos solúveis em água presentes nos

frutos como açúcares, vitaminas, ácidos, aminoácidos e algumas pectinas. O teor de

sólidos solúveis é dependente do estádio de maturação no qual o fruto é colhido e

geralmente aumenta durante o amadurecimento pela biossíntese ou degradação dos

polissacarídeos (KAYS, 1991). Após a colheita, o teor de sólidos solúveis em goiaba

parece não sofrer alterações significativas (JACOMINO, 1999; XISTO, 2002). Tal fato

pode ser explicado pelo baixo teor de amido em goiabas e a frutose e a glicose são

originárias da degradação da sacarose e dos polissacarídeos de reserva como o amido

(NULTSCH, 2000).

A acidez titulável de um fruto é dada pela presença de ácidos orgânicos. Durante

o processo de amadurecimento do fruto, esses ácidos tendem a diminuir devido a sua

oxidação em decorrência da respiração (CHITARRA & CHITARRA, 2005). A goiaba

apresenta sabor moderado e bem aceito pelo consumo de mesa; sua acidez é devido à

presença do ácido málico e cítrico e em menores quantidades, dos ácidos galacturônico

e fumárico (GEHATDT et al., 1997).

Na goiaba, toda a vitamina C está na forma de ácido ascórbico, contudo após a

maceração ocorre a rápida oxidação do ácido ascórbico e, aproximadamente, depois de

3 horas, 60% do ácido ascórbico é convertido em ácido deidroascórbico, sem perda no

conteúdo de vitamina C do fruto (MOKADY et al., 1984). A goiaba é uma excelente

fonte de vitamina C e pode apresentar teores de 80 até 400 mg 100g polpa-1

de ácido

ascórbico (SEYMOUR et al., 1993), influenciado pelas condições climáticas,

temperatura, umidade do solo, cultivo e variedade.

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7

2.2.2 Fisiologia pós-colheita

Os dados sobre a fisiologia pós-colheita de goiabas são limitados e

contraditórios e o comportamento respiratório pós-colheita desta fruta tem sido objeto

de estudo. A maioria das variedades apresenta um padrão de respiração do tipo

climatérico, ou seja, são aquelas cujo amadurecimento é acompanhado por um distinto

aumento na atividade respiratória (RHODES, 1980). Em geral, o climatério também

está associado ao aumento da produção de etileno e ao seu amadurecimento após a

colheita (LELIÈVRE et al., 1997).

Para BIALE & BARCUS (1970), que estudaram variedades amazônicas de

goiaba; MEDINA (1978), que estudou uma cultivar de goiaba híbrida branca e

CHITARRA & CHITARRA (1990), goiabas são frutos não climatéricos, ou seja, não

apresentam aumento brusco da liberação de CO2 ou aumento acentuado na incorporação

de O2. Por outro lado, BROW & WILLS (1983) estudando duas variedades de goiabas

de polpa vermelha havaianas; OLIVEIRA (1996) e MERCADO-SILVA et al. (1998),

estudando goiabas ‘Kumagai’ e ‘Média China’, respectivamente, consideraram goiabas

como frutos com comportamento respiratório e de produção de etileno do tipo

climatérico.

Para BOTELHO (1996) esta seria uma característica varietal, podendo ocorrer

variedades climatéricas e não climatéricas. Outros autores como MATTIUZ (2002),

CAVALINI (2004) e AZZOLINI et al. (2005) observaram aumento gradual da atividade

respiratória de goiabas ‘Paluma’, ‘Kumagai’ e ‘Pedro Sato’, respectivamente, o que foi

relatado por CASTRO & SIGRIST (1988) para goiabas de polpa branca.

Em trabalho sobre o estudo do comportamento respiratório de goiabas

‘Kumagai’, CAVALINI (2008) concluiu que frutos desta variedade não apresentam

comportamento climatérico na produção de CO2 e C2H4. Apesar dos frutos ainda serem

classificados por essas duas tradicionais classes, a fisiologia do amadurecimento é

composta por processos complexos e interligados. Assim, muitas vezes o

comportamento pós-colheita de um determinado fruto pode não corresponder aos

padrões previamente estabelecidos e além do comportamento específico de cada fruto, o

climatério depende das condições de cultivo, ponto de colheita e variedade considerada

(BRON & JACOMINO, 2007).

Em geral, o amadurecimento de frutos climatéricos está associado ao aumento

na produção de etileno, necessário para coordenar e completar o amadurecimento

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8

(GIOVANNONI, 2001; LELIÈVRE et al., 1997). AZZOLINI et al. (2005) observaram

em goiaba ‘Pedro Sato’ que frutos em diferentes estádios de amadurecimento

responderam à aplicação do 1-metilciclopropeno (1-MCP) como retardador do

amadurecimento, mas não apresentaram resposta quando submetidos à ação do etileno.

CAVALINI (2008) observou que goiabas ‘Kumagai’ expostas ao 1-MCP não

apresentaram pico na produção de CO2 e nem de C2H4, mas amadureceram após a

colheita. Esta afirmação baseou-se na evolução das variáveis relacionadas ao

amadurecimento do fruto, com redução na firmeza da polpa, amarelecimento da casca,

aumento nos teores de sólidos solúveis e de ácido ascórbico e redução da acidez

titulável. A autora relatou ainda que goiabas ‘Pedro Sato’ amadureceram após a

colheita, mas a elevação dos níveis de etileno ocorreu após o início do amadurecimento.

Além disso, não apresentaram resposta ao etileno exógeno, o que ocorre em frutos não

climatéricos.

Segundo KADER (1999), goiabas apresentam taxa de produção de etileno de 1 a

20 μl kg-1

h-1

e de atividade respiratória de 10 a 70 mL CO2 kg-1

h-1

, armazenadas a 25

ºC, dependendo do estádio de maturação dos frutos. Os frutos apresentam curto período

de conservação, necessitando ser comercializados rapidamente após a colheita.

2.2.3 Armazenamento refrigerado

O uso do frio é o principal método para a manutenção da qualidade das frutas

após a colheita, sendo efetivo por retardar e moderar os processos metabólicos

envolvidos no amadurecimento, reduzir a produção e ação do etileno, reduzir a

transpiração e retardar o desenvolvimento dos microrganismos, sendo a eficiência de

controle maior quanto mais rápido se processa o resfriamento após a colheita (CORTEZ

et al., 2002).

A inibição do crescimento de muitos microrganismos patogênicos pode ocorrer

em temperaturas entre 0 e 5 ºC, prevenindo o início de novas infecções e o aumento das

infecções existentes. Embora a redução da temperatura possa diminuir a atividade dos

patógenos, quando a temperatura retorna às condições favoráveis à atividade do

patógeno, o desenvolvimento de lesões poderá ocorrer, considerando-se que baixas

temperaturas podem não afetar a germinação de esporos ou, subseqüentemente, a

penetração nas frutas. Desta forma, a redução da temperatura tem ação fungistática e

não fungicida. Além disso, a manutenção do sistema de refrigeração na conservação de

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frutas em pós-colheita apresenta custo significativo, como, também, muitas frutas

tropicais apresentam sensibilidade a temperatura abaixo de 10 ºC (KADER, 1992).

A conservação de goiabas durante o seu armazenamento, até chegar ao

consumidor, depende de alguns fatores como: transpiração, respiração, ação de

patógenos e distúrbios fisiológicos. Para reduzir o efeito desses fatores, após a

embalagem dos frutos, os mesmos devem ser armazenadas sob refrigeração em

temperaturas que variam entre 8 ºC e 12 ºC, com 85 a 90 % de umidade relativa. Nestas

condições, é possível conservar os frutos por até 21 dias (WILLS et al., 1981).

MORGADO et al. (2009) armazenaram goiabas ‘Paluma’, ‘Sassaoka’, ‘Século

XXI’ e ‘Kumagai’ sob condição ambiente (21 a 23 ºC; 85 a 90% UR) e observaram a

conservação por seis dias, enquanto que goiabas ‘Pedro Sato’, nessas condições,

conservaram-se apenas por quatro dias. Quando sob refrigeração (10 ºC; 85 a 90 %UR),

o período de conservação foi de 15 dias para a ‘Paluma’ e ‘Século XXI’, e para as

demais cultivares foi de 12 dias. Quando armazenadas maduras, goiabas ‘Paluma’,

‘Século XXI’ e ‘Kumagai’ conservaram-se por quatro dias sob condições ambiente,

enquanto que goiabas ‘Pedro Sato’ conservaram-se apenas por dois dias e ‘Sassaoka’,

por seis dias. O uso da refrigeração também prolongou a vida útil dos frutos maduros;

os da cultivar ‘Paluma’ conservaram-se por seis dias, enquanto os da ‘Pedro Sato’,

‘Século XXI’ e ‘Kumagai’ conservaram-se por até nove dias e os da ‘Sassaoka’ por até

12 dias.

Outros autores recomendam temperaturas mais baixas, 5 ºC a 10 ºC (90 %UR)

(HARDENBURG et al., 1986; CASTRO & SIGRIST, 1988) para armazenamento de

goiabas. Para goiabas ‘Kumagai’, a temperatura ideal de armazenamento situa-se entre

10 ºC e 12 ºC (BRON et al., 2005; JACOMINO et al., 2000). Temperaturas abaixo de 8

ºC podem causar distúrbios fisiológicos ou dano pelo frio, cujos sintomas são opacidade

da coloração da casca, seguida de áreas irregulares verde-pardas, mesocarpo com

coloração irregular e endocarpo com manchas escurecidas. Em estádio mais avançado,

toda superfície do fruto se torna parda e o endocarpo e o mesocarpo escurecidos

(CHITARRA & CHITARRA, 2005). CASTRO & SIGRIST (1988) já haviam relatado

estes sintomas em goiabas brancas armazenadas a 0 oC, 5 ºC e 8 ºC (90 %UR).

Observaram também o aparecimento de sintomas, após quatro dias, para frutos

armazenados a 0 oC e em 16 dias, para aquelas armazenadas a 5 ºC.

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10

2.2.4 Atmosfera modificada

O objetivo de modificar a concentração de gases, como o CO2 e O2 da atmosfera

no armazenamento de produtos perecíveis, é estender o período de conservação dos

frutos, reduzindo a respiração, além de poder suprimir o desenvolvimento de podridões

por atuar direta e/ou indiretamente sobre os patógenos. Os benefícios promovidos pela

modificação da atmosfera dependem da espécie do fruto, variedade, idade fisiológica

(estádio de maturação), qualidade inicial, concentração de O2 e CO2, temperatura e

tempo de exposição a estas condições (KADER et al., 1989).

A exposição de um fruto a concentrações de O2 ou CO2 abaixo ou acima,

respectivamente, de seu limite de tolerância, resultará em estresse aos tecidos do

mesmo, manifestado por vários sintomas como, amadurecimento irregular, iniciação

e/ou agravamento de certos distúrbios fisiológicos, desenvolvimento de sabor e odor

desagradáveis e, aumento da suscetibilidade a doenças (KADER, 1986; KADER et al.,

1989). Entretanto, a alteração da atmosfera, também é utilizada para suprimir a

germinação ou o crescimento de fungos. Os fungos também necessitam de uma

concentração mínima de O2 para o seu desenvolvimento, usualmente igual ou superior

que 5%. As concentrações de O2 e CO2 requeridas para inibir o desenvolvimento e/ou

germinação de esporos variam com a espécie do fungo, mas, geralmente, a diminuição

no nível de O2 de 21 % para 5 % tem pouco ou nenhum efeito sobre a germinação de

esporos ou crescimento micelial, sendo necessários níveis de O2 abaixo de 1 % e / ou

níveis de CO2 acima de 10 % para suprimir, significativamente, o desenvolvimento de

fungos.

A atmosfera formada no interior dos filmes plásticos, combinada com baixa

temperatura, pode afetar indiretamente o desenvolvimento de microrganismos, por

manter a resistência do hospedeiro à infecção, bem como agir de forma direta sobre os

patógenos, através da supressão de vários estágios de desenvolvimento (BARKAI-

GOLAN, 2001). CIA et al. (2003), estudando o efeito de diferentes atmosferas

controladas sobre o crescimento micelial de patógenos pós-colheita em caqui,

verificaram que Rhizopus stolonifer, Alternaria alternata e Pestalotiopsis sp. sofreram

supressão do crescimento micelial com atmosferas de até 12 % de CO2.

O uso de filme plástico pode propiciar bons resultados, desde que sejam tomados

cuidados quanto a concentração de CO2 no interior da embalagem, que não deve

ultrapassar 10 %. LIMA (1999) armazenou goiabas ‘Paluma’ a 10 ºC (67 %UR),

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11

acondicionadas em diferentes embalagens e observou que o uso de embalagens de

polietileno de baixa densidade (PEBD), 20 µm, com 5 % ou 10 % de sua superfície

perfurada levou aos melhores resultados. Esta autora, também comparou embalagens de

PEBD, perfuradas, com sacos plásticos Everfresh®, que tem capacidade de absorver

etileno e com saco poliolefínico, Cry-O-Vac PD900® com vácuo, no armazenamento

de goiabas ‘Paluma’, a 10 ºC (88 %UR). Constatou-se que os sacos poliolefínicos

proporcionaram menor perda de massa fresca e retardo na evolução da coloração dos

frutos mantidos por sete dias sob refrigeração e depois levados à condição ambiente (22

oC, 63 %UR) por mais três dias. Quando mantidos sob refrigeração por 13 dias,

apresentaram odor etanólico e desagradável em dois dias após transferência para

condições ambiente.

Goiabas de três diferentes variedades (‘Lucknow-49’, ‘Allahabad Safeda’ e

‘Apple Colour’) foram armazenadas por 30 dias a 8 °C em atmosferas de 5 e 8 kPa O2 +

2,5 e 5 kPa CO2, sem apresentar sintomas de danos pelo frio, havendo menor incidência

de podridões (SINGH & PAL, 2008). Goiabas ‘Pedro Sato’ expostas à radiação gama,

acondicionadas em embalagens PEBD e poliestireno puderam ser armazenadas por 28

dias a 10 ºC, sem apresentar danos pelo frio e sem interferência nos aspectos de

qualidade avaliados (CAMPOS et al., 2011). OSHIRO et al. (2011) verificaram que

goiabas ‘Pedro Sato’ acondicionadas em embalagem PEBD apresentaram menores

perdas de massa e de sólidos solúveis tanto armazenadas em condição ambiente (25 ºC),

quanto sob refrigeração (10 ºC), entretanto o período de conservação foi maior para

frutos armazenados a 10 ºC.

2.3 Antracnose

A antracnose, em pré-colheita, é uma doença que pode causar danos severos nos

pomares. Temperaturas amenas, em torno de 25 °C e alta umidade relativa favorecem a

doença. O sintoma característico é a queima dos bordos foliares. Como medidas de

controle recomendam-se limpar o pomar e queimar os resíduos da poda, fazer colheitas

freqüentes sem deixar nenhum fruto na planta, realizar adubações equilibradas,

controlando as doses de nitrogênio, pulverizar com fungicidas cúpricos quando os frutos

estiverem com menos de três centímetros de comprimento e evitar o ensacamento de

frutos durante o período favorável à doença (PICCININ et al., 2005).

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A antracnose é considerada uma doença cosmopolita sendo encontrada em

citros, abacate, manga, mamão, maracujá, banana, goiaba, caqui, pêssego, ameixa, entre

outros (PERES et al., 2002). A antracnose é uma das principais doenças pós-colheita no

mundo e a principal doença pós-colheita em goiabas no Brasil (PICCININ et al., 2005).

É causada pelo fungo Colletotrichum spp., mitospórico (Ordem Melanconiales, família

Melanconiaceae) cuja fase sexuada, perfeita ou telemorfa, corresponde a Glomerella

cingulata (Ston.) Spaulding. & Scherenk (Filo Ascomycota, classe Sordariomycetes,

família Glomerellaceae) (JUNQUEIRA et al., 2001; MYCOBANK, 2013).

Durante o período pós-colheita, as goiabas estão sujeitas a infecções por

diversos microrganismos em virtude da diminuição da resistência da casca e polpa, e

devido ao amolecimento dos tecidos durante o amadurecimento. A podridão mais

comum nessa fase é a antracnose e seu agente causal se reproduz, principalmente,

através de conídios hialinos e unicelulares, cilíndricos com extremidade arredondada

(fase anamorfa), produzidos em acérvulos subepidérmicos, dispostos em círculos, com

presença de setas. Os conídios são produzidos em pecíolos deteriorados nas folhas

inferiores da planta, que amarelecem e caem, sendo os esporos dispersos pela água da

chuva ou de irrigação, insetos, vento, utensílios agrícolas, manuseio, etc (PANDEY et

al., 1997). A penetração pelo fungo pode ser direta, com a formação de apressórios, os

quais podem ficar latentes até um momento mais favorável à infecção e a colonização

ou via ferimentos (JUNQUEIRA et al., 2001).

Por causar importantes perdas em pós-colheita, a antracnose é um dos fatores

limitantes à exportação de frutas. Essa doença tem maior incidência em temperaturas

entre 25 a 30 °C e elevada umidade relativa do ar, ao redor de 95 %. A severidade da

doença é menor em períodos secos e temperaturas mais amenas (BAILEY et al., 1992).

O Colletotrichum spp. sobrevive de um ano para outro no solo, na planta e em lesões

velhas nos frutos e folhas.

Como a penetração de Colletotrichum spp. pode ocorrer no fruto verde, o

patógeno é capaz de sobreviver na forma quiescente, sendo os sintomas manifestados

durante o amadurecimento do fruto (MORAES et al., 2008). Os sintomas da doença

caracterizam-se por lesões arredondadas, necróticas e encharcadas de coloração marrom

clara na superfície dos frutos. Com a evolução da doença, essas ficam deprimidas e

crescem com formato irregular, e posteriormente coalescem e podem atingir o fruto

todo. Sob condições de alta umidade, é possível observar mucilagem de coloração

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alaranjada, onde estão os conídios, protegendo-os da dessecação e inibindo a

germinação dos mesmos (PICCININ et al., 2005; ALMEIDA & COELHO, 2007).

Espécies de Colletotrichum são tradicionalmente diferenciadas com base em

caracteres morfológicos e culturais. Características como morfologia de conídios,

presença de setas e do teleomorfo, produção de apressório, coloração da colônia,

produção de pigmentos, taxa de crescimento e planta hospedeira de origem têm sido

usadas para diferenciar espécies morfologicamente próximas, como C. gloeosporioides

e C. acutatum (SUTTON, 1992; FREEMANN et al., 1998; LIU et al., 2007).

Colletotrichum gloeosporioides foi considerado por muito tempo o único agente causal

da antracnose em goiaba, no entanto, baseado em técnicas moleculares, C. acutaum foi

identificado associado às lesões de antracnose em goiaba. Assim, a antracnose da goiaba

pode ser causada por infecções simples ou múltiplas dessas duas espécies (PERES et al.,

2002; SOARES et al., 2008). Atualmente, técnicas moleculares associadas à

caracterização morfológica e biológica têm sido empregadas para diferenciação e

caracterização de espécies de Colletotrichum. Segundo PEREIRA (2010), as

caracterizações culturais e morfológicas não proporcionam resultados confiáveis para a

identificação de espécies de Colletotrichum associadas à antracnose da goiabeira e o C.

acutatum diferencia-se do C. gloeosporioides por proporcionar menores períodos de

incubação, além de maior esporulação em goiabas.

A capacidade de causar infecções quiescentes tem agrupado o Colletotrichum

entre os patógenos mais importantes em pós-colheita. Durante o desenvolvimento dos

frutos e após sua colheita, a resistência natural a doenças geralmente declina,

acarretando inevitáveis processos de infecção, doença e morte dos tecidos (PRUSKY &

PLUMBLEY, 1992). A quiescência pode ocorrer em diferentes fases do ataque de

fungos pós-colheita, ou seja, na germinação de esporos, durante e após a formação do

apressório e da hifa subcuticular e a manutenção do patógeno em quiescência sobre o

hospedeiro indica um equilíbrio entre o patógeno, ambiente e o hospedeiro (JARVIS,

1994). O patógeno mantém o seu metabolismo baixo e a transição da fase de

quiescência para o desenvolvimento de sintomas pode ser ativada por mudanças

fisiológicas do hospedeiro, condições ambientais adversas, manuseio incorreto ou ainda

declínio da concentração de componentes antifúngicos (PRUSKY, 1996; PRUSKY &

PLUMBEY, 1992).

Apesar dos esforços em aumentar a exportação da goiaba, a qualidade do fruto é

afetada de maneira significativa por danos mecânicos e doenças pós-colheita. Assim, a

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OGIHARA1 – comunicação pessoal 14

estratégia adotada para a prevenção do desenvolvimento de doenças pós-colheita foi a

realização da colheita dos frutos ainda verdes. Neste estádio, os frutos aparentam-se

sadios, mas podem estar infectados por patógenos quiescentes e, neste caso, o

desenvolvimento de sintomas pode ocorrer durante o amadurecimento do fruto

(ADIKARAM et al., 1982). Em um levantamento realizado na Central de

Abastecimento S. A. (CEASA) em Bauru, São Paulo, FISCHER et al. (2011) relataram

a antracnose como a doença observada em maiores incidências em goiabas ‘Pedro Sato’

e ‘Paluma’, com médias de 35,5% e 30,3% dos frutos, respectivamente, nove dias após

armazenamento a 25 ºC.

2.4 Controle pós-colheita da antracnose

O controle das doenças da goiaba normalmente é realizado com produtos

químicos durante a fase pré-colheita. Os produtores que realizam o ensacamento dos

frutos fazem as aplicações de fungicidas normalmente até os frutos atingirem 3 cm de

diâmetro, momento onde realiza-se o ensacamento dos frutos e os produtores que não

realizam o ensacamento, pulverizam durante todo o ciclo, com intervalos de 15 dias, em

média, entre uma aplicação e outra - OGIHARA1. Os tratamentos químicos,

potencialmente prejudiciais ao homem e ao ambiente, estão sendo cada vez menos

utilizados.

Diante da restrição crescente ao uso de fungicidas em pós-colheita, tem ocorrido

um considerável interesse por métodos alternativos de controle de doenças, que

possuam mecanismos capazes de promover a indução de resistência nos tecidos vegetais

a patógenos, ou que possam complementar ou substituir o uso de fungicidas e prolongar

o período de armazenamento dos frutos.

Entende-se por método alternativo qualquer método de controle que não envolva

o uso de defensivo químico (fungicida). Sendo assim, atualmente os principais métodos

alternativos em estudo para o controle da antracnose em goiabas são os métodos físicos

(tratamento térmico, refrigeração, UV-C e atmosfera modificada/controlada), métodos

biológicos e métodos químicos (sanificantes, cálcio, 1-MCP, etanol e quitosana),

utilizados isoladamente ou em combinação, sendo que, em alguns casos, a combinação

de métodos alternativos pode proporcionar níveis eficazes de controle de doenças pós-

colheita, comparando-os à fungicidas sintéticos (JANISIEWICZ & KORSTEN, 2002;

DROBY et al., 2009; WALTERS, 2009; YU et al., 2012, ZHANG et al., 2010).

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15

A resistência natural das plantas ao ataque de patógenos está relacionada com os

mecanismos de defesa estruturais e bioquímicos, sendo que ambos podem ser pré e /ou

pós-formado à tentativa de penetração do patógeno. Os mecanismos estruturais atuam

como barreiras físicas, promovendo o atraso na penetração e / ou colonização do

patógeno; cutícula, estômatos, tricomas e vasos condutores são exemplos de defesa

estrutural pré-formada e, papilas, halos, tiloses e lignificação são pós-formados. Os

mecanismos bioquímicos, por sua vez, atuam através da produção de substâncias

tóxicas como fitoantecipinas, catecol, saponinas, espécies reativas de oxigênio e

fitoalexinas, inibindo o crescimento do patógeno ou criando condições adversas ao

estabelecimento do mesmo na planta (SCHWAN-ESTRADA et al., 2008;

PASCHOLATI & LEITE, 1995).

A ausência de especificidade e o amplo espectro de fitopatógenos contra os

quais o fruto é protegido, de maneira sistêmica ou local, tornam os tais agentes

indutores de resistência interessantes no estudo do controle de doenças pós-colheita

(CIA et al., 2007). Agentes abióticos e bióticos podem desencadear respostas de

resistência induzida em frutas e hortaliças. Quando ativado por elicitores, o

metabolismo secundário das plantas pode sintetizar fitoalexinas, que são compostos

antimicrobianos, de baixa massa molecular, que se acumulam nas células em resposta às

infecções (TAIZ & ZEIGER, 2006; PASCHOLATI & LEITE, 1995).

A indução de resistência pode gerar respostas através destes sinais, que

promovem a ativação de mensageiros secundários como o ácido salicilico e o

jasmônico, que levam à síntese de fenilalanina amônia-liase (FAL), peroxidases e

fitoalexinas (RESENDE, 2002; BENATO, 2003). Tais agentes estudados são:

tratamento térmico, quitosana, ácido salicílico, acibenzolar-S-metil, altas concentrações

de CO2, irradiação UV-C e agentes biológicos. Algumas revisões sobre o assunto

encontram-se publicadas (CIA et al., 2007; DANTAS & COELHO, 2006; DI PIERO et

al., 2005; OLIVEIRA et al., 2004; SHARMA et al., 2009; SOBRINHO et al., 2005;

TERRY & JOYCE, 2004).

2.4.1 Etanol

O etanol é um composto orgânico caracterizado por possuir pelo menos uma

hidroxila (radical OH) ligada ao átomo de carbono. É muito utilizado no processo de

desinfecção, ou seja, processo que elimina todos os microrganismos, com exceção dos

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endósporos bacterianos. Os desinfetantes são capazes de destruir formas vegetativas de

bactérias, fungos e vírus. Diversos cientistas contribuíram para o conhecimento das

características germicidas do etanol, suas aplicações e restrições. Os experimentos de

BUCHHOLTZ (1875) marcaram o início das investigações científicas sobre a

capacidade de etanol em eliminar microrganismos. Os estudos de KOCH & KOCH

(1888) evidenciaram sua ineficácia em eliminar esporos de Bacillus anthracis,

mostrando que seu efeito microbicida era limitado às formas vegetativas (não

esporuladas) de bactérias. Pesquisas conclusivas sobre sua atividade contra vírus,

bactérias e fungos só foram realizadas no Século XX.

Sua atividade ocorre, provavelmente, pela desnaturação de proteínas e remoção

de lipídios, inclusive dos envelopes de alguns vírus. O etanol diluído em uma

determinada quantidade de água, por exemplo, 70 % de álcool e 30 % de água,

encontra-se numa concentração ótima para atividade bactericida, pois provavelmente

atua na desnaturação das proteínas do microrganismo e remoção de lipídios (atuam na

membrana plasmática ou parede celular bacteriana, inibindo sua síntese e provocando

sua destruição) mais rapidamente na presença da água, pois a água facilita a entrada do

álcool no interior do microrganismo (ANVISA, 2012). Algumas características do

etanol limitam seu uso: é volátil e de rápida evaporação sob temperatura ambiente; é

altamente inflamável; possui pouca ou nenhuma atividade residual. Além disto, a

presença de altas concentrações de matéria orgânica pode diminuir a atividade

microbiocida do etanol.

Vários trabalhos têm demonstrado os efeitos positivos do etanol no controle de

podridões pós-colheita em várias culturas (PESIS, 2005). LICHTER et al. (2002)

relataram que a imersão de cachos de uva em etanol a 33; 40 ou 50 %, por 30 min,

resultou na redução de doenças, mostrando-se tão ou mais efetivo que o dióxido de

enxofre (SO2), além de não prejudicar a aparência dos frutos. KARABULUT et al.

(2004) constataram completa inibição da germinação de esporos de Botrytis cinerea

após 10 s de exposição a 30 % de etanol ou mais, a 24 °C. Além disso, a imersão de

uvas naturalmente infectadas, por 30 s em etanol (30%), a 24 °C, reduziu em 50 % a

incidência de doenças, após 35 dias de armazenamento a 1 °C, observando-se ainda que

a combinação de etanol (10 %) ao tratamento térmico (50 °C / 3 min) reduziu de forma

significativa a incidência do fungo em uvas artificialmente inoculadas. A aplicação de

etanol a 20 ou 40 % inibiu completamente o crescimento de B. cinerea e Monilinia

fructicola em pêssegos inoculados (EL-SHEIKH ALY et al., 2000).

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A combinação de etanol e quitosana foi avaliada por ROMANAZZI et al. (2007)

para o controle do mofo cinzento em uvas. Uvas imersas na combinação de quitosana

(0,5 %) e etanol (10 ou 20 %) por 10 s apresentaram menor incidência de B. cinerea,

comparado ao tratamento apenas de quitosana ou de etanol, isoladamente. CHEN et al.

(2007) relataram que o uso de vapor de etanol (1000 μL L-1

) por 2 h, reduziu

significativamente as podridões causadas por Penicillium spp; Cladosporium spp;

Aspergillus spp. e Fusarium spp. em morango chinês (Myrica rubra), fruta subtropical

nativa da China, armazenado a 20 °C e a 0 °C. SCOLFARO (2009) constatou redução

da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ imersas em etanol, a 50 %, aplicado pela imersão

dos frutos por 2 min, além de não alterar os atributos de qualidade dos frutos.

Recentemente FISCHER et al. (2012) verificaram redução significativa no sexto dia de

armazenamento a 25 ºC, da incidência de antracnose (Colletotrichum spp.) em goiabas

‘Pedro Sato’, imersas em etanol (50 %) por 5 minutos, seguido de hipoclorito de sódio

(0,5 % de cloro ativo).

A viabilidade do uso de vapor de etanol no controle de podridões pós-colheita de

uvas foi demostrada com o armazenamento dos cachos em caixas, e no seu interior

papéis embebidos com diferentes concentrações de etanol (CHERVIN et al., 2005;

LURIE et al., 2006). No entanto, recentemente, um método mais prático para a

produção de vapor de etanol foi avaliado, através da utilização de sachês. A combinação

de vapor de etanol, gerado por sachês comerciais, e atmosfera modificada foi avaliada

por CANDIR et al. (2012) com o objetivo de verificar a manutenção da qualidade e

redução da incidência de podridões pós-colheita, em uvas de mesa ‘Red Globe’, durante

o armazenamento a 0 ºC e 90 %UR, por 4 meses. Os autores observaram que uvas

armazenadas em polietileno perfurado e sachês Antimold® 80 (vapor de etanol) foi tão

eficaz quanto o tratamento com SO2 na redução da incidência de podridões pós-colheita,

em uvas naturalmente infectadas ou inoculadas artificialmente por um mês. A utilização

de vapor de etanol acarretou em bagas com cor mais intensa e causaram o

escurecimento das hastes.

2.4.2 Quitosana

Os recobrimentos dos frutos, além de melhorarem a sua aparência, podem

reduzir a perda de água, ter atividade antifúngica e modificar a atmosfera ao seu redor

(SMITH et al, 1987; CISNEROS-ZEVALOS & KROCHTA, 2003). Seu uso em

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goiabas não é pratica usual, mas os trabalhos existentes mostram resultados promissores

(OJEDA, 2001; JACOMINO et al, 2003). Os materiais utilizados como recobrimentos

comestíveis são os lipídeos (óleo ou cera de parafina, cera de abelha, cera de carnaúba,

óleo vegetal, óleo mineral, etc), polissacarídeos (celulose, pectina, amido, carragena,

quitosana, etc) e proteínas (caseína, gelatina, albumina de ovo, etc) (BALDWIN et al.,

1995). A quitosana, um polissacarídeo de alta massa molecular, obtido da deacetilação

alcalina da quitina de crustáceos, tem se mostrado não tóxica e biodegradável e pode

atuar no controle de doenças através da ativação de respostas de resistência, como o

acúmulo de proteínas relacionadas à patogênese (proteínas-RP) e de fitoalexinas, ou

pelo efeito direto sobre microrganismos (JIANG et al., 2005; ZHANG & QUANTICK,

1997).

Esta cobertura possui a habilidade de formar um filme semipermeável ao redor

do fruto e reduzir a permeabilidade ao O2 e ao CO2, retardando o amadurecimento,

diminuindo a respiração e a transpiração. Além de atrasar o amadurecimento e a

senescência de frutos e vegetais, este agente abiótico mostra-se como um potente

elicitor das respostas de defesa em várias plantas protegendo-as contra a infecção por

diversos patógenos (EL GHAOUTH et al., 1992; ZHANG & QUANTICK, 1997;

AGRAWAL et al., 2002).

JACOMINO et al. (2003) avaliaram a eficácia da quitosana (2 e 3 %) e fécula de

mandioca (3 %) em goiabas e observaram que a quitosana conservou o brilho dos

frutos, apesar da descamação e pequena aderência, que os tratamentos não influíram na

avaliação dos parâmetros de qualidade dos frutos, expressos pelos teores de sólidos

solúveis, acidez titulavel, ácido ascórbico, índice de podridões e firmeza, assim como na

produção de etileno e na respiração.

BAUTISTA-BAÑOZ et al. (2003) constataram o controle da antracnose em

mamão com a aplicação de quitosana a 1,5 % antes da inoculação do patógeno. Estudos

demonstram que a aplicação de quitosana reduziu significativamente a incidência da

podridão causada por B. cinerea em morangos (EL GHAOUTH et al., 1991) e em uvas

(CAMILI et al., 2007; ROMANAZZI et al., 2007). CIA (2005) constatou que a

quitosana a 1 % foi eficiente na redução da severidade de C. gloeosporioides em mamão

‘Golden’. Em pêssegos, a quitosana reduziu a incidência da podridão parda causada por

M. fructicola (LI & YU, 2000). XU et al. (2007) relataram que a imersão de uvas

‘Redglobe’ em quitosana a 1% reduziu a incidência de mofo cinzento, tanto em cachos

inoculados previamente com B. cinerea, quanto em uvas não inoculadas.

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19

CERQUEIRA (2007) testou diferentes coberturas na proteção de goiabas

‘Kumagai’, como quitosana a 4 % e 6 %; quitosana a 2 %, 4 % e 6 % adicionada de

plastificante glicerol (1:1); concentrado protéico de soro de leite a 8% de sólidos com

glicerol; e glúten a 10 % com glicerol e não observou proteção contra os patógenos, não

sendo verificadas as propriedades elicitoras da quitosana para goiabas ‘Kumagai’. Os

parâmetros de qualidade indicam que estes recobrimentos não influíram nos teores de

sólidos solúveis, acidez titulavel e de ácido ascórbico. A quitosana a 6% reduziu o

aparecimento e evolução de podridões, mas com maior produção de acetaldeído e etanol

durante os oito dias de armazenamento.

BOTELHO et al. (2010) avaliaram o potencial da quitosana (10; 20; 40; 80 e

160 mg L-1

) no controle de Peniccilium spp. em maçãs ‘Princesa’ e ‘Castel Gala’. Após

seis dias armazenados a 25 ºC, verificaram que os tratamentos pós-colheita com

quitosana reduziram a incidência de podridões em maçãs a partir da concentração de 10

mg L-1

. No entanto, não houve efeito dos tratamentos sobre o diâmetro das lesões.

Em peras, YU et al. (2012) avaliaram a eficiência da aplicação de quitosana

isoladamente ou em combinação com levedura Cryptococcus laurentti e cloreto de

cálcio na redução do bolor azul (Penicillium expansum) em pós-colheita. A combinação

de quitosana (0,5 %) e C. laurentti resultou no controle do bolor azul após cinco dias de

armazenamento a 20 ºC. Recentemente, ROMANAZZI et al. (2013) concluíram que a

aplicação de quitosana (1 %) em morangos ‘Camarosa’ reduziu a severidade e a

incidência de mofo cinzento, do mofo azul e da podridão mole em frutos mantidos por

quatro dias a 20 ºC ou sete dias a 0 ºC seguido por mais três dias a 20 ºC.

Com relação à indução de respostas de defesa em plantas, a quitosana atua como

eliciador ao desencadear mecanismos estruturais de resistência, como a formação de

papilas, e mecanismos bioquímicos, como a produção de fitoalexinas e proteínas-RP

(CAVALCANTI et al., 2005). Em frutos de macieira, a capacidade da quitosana em

induzir resistência foi demonstrada por CAPDEVILLE et al. (2002). Os autores

inocularam os frutos com Penicillium expansum após o tratamento com o polissacarídeo

a 1 e 2 % e verificaram a redução efetiva de P. expansum durante armazenamento

refrigerado. O tratamento de pimentões e tomates com quitosana induziu hidrolases

antifúngicas, como quitinases, β-1,3-glucanases e quitosanases e tais enzimas

permaneceram com atividade elevada por 14 dias após os tratamentos, restringindo o

desenvolvimento de B. cinerea em pimentões (EL GHAOUTH et al., 1997).

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20

RAPUSSI (2006) observou que a quitosana exibiu potencial no controle da

mancha preta em citros e estimulou alguns mecanismos de defesa na casca da laranja,

como quitinase, β-1,3-glucanase, peroxidase e polifenoloxidase. Em maçãs ‘Fuji’, a

aplicação de quitosana (10 ou 20 g L-1

), em diferentes pH (2,4; 4 ou 5,6) foi avaliada

com o objetivo de controlar a podridão amarga em pós-colheita, e seus efeitos sobre C.

acutatum e a atividade da peroxidase nos frutos. A relação das diferentes concentrações

de quitosana e os diferentes pH foi efetiva na redução da severidade da podridão amarga

em maçãs. A suspensão de quitosana a 10 g L-1

e pH 4 foi a mais apropriada

tecnicamente para o controle da doença, pois reduziu a severidade em 26 %. O

polissacarídeo não elevou a atividade de peroxidases nos frutos, mas reduziu a

germinação de conídios e o crescimento micelial do patógeno (FELIPINI & DI

PIERRO, 2009).

2.4.3 Tratamento térmico

O tratamento térmico é um processo físico que consiste na imersão do fruto em

água aquecida (hidrotérmico), aplicação de vapor d’água aquecido, ar quente seco,

sendo os mais usuais o hidrotérmico e o vapor d’água. O uso de calor tem se mostrado

como um método muito promissor para o controle de patógenos pós-colheita. Sua ação

pode ser letal ou sub-letal para o microrganismo, sendo sua eficiência avaliada pela

redução da viabilidade dos propágulos tratados e decorrente da ação direta do calor

sobre o patógeno, como também, de forma indireta, afetando a fisiologia da fruta,

retardando o amadurecimento e, consequentemente, mantendo a resistência da fruta

(BENATO, 1999) ou atuar indiretamente no controle de podridões, por induzir

respostas de resistências em frutos (CIA et al., 2007).

O tratamento térmico é um dos métodos físicos mais populares, sendo utilizado

comercialmente para o controle de podridões pós-colheita para manga (55 ºC / 5 min) e

mamão (49 ºC / 20 min) (BENATO et al., 2001b; NASCIMENTO et al., 2002). No

entanto, o tratamento hidrotérmico também se mostra eficiente no controle de podridões

pós-colheita em outros frutos. SILVA (1993), em trabalho sobre os efeitos do

tratamento térmico in vitro e in vivo sobre os principais agentes patogênicos dos frutos

de mamoeiro, relatou que Colletotrichum, Phoma, Phomopsis e Rhizopus são os

patógenos mais sensíveis aos tratamentos térmicos (49 °C / 20 min e 54 °C / 3 min)

realizados in vitro. O teste in vivo mostrou que o tratamento térmico a 49 °C / 20 min

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21

reduziu significativamente a incidência das podridões de Lasiodiplodia, Colletotrichum,

Phoma e Rhizopus em frutos de mamoeiro inoculados.

Em maracujás, BENATO et al. (2001a) relataram que o tratamento dos frutos a

42,5 e 45 °C, por 8 min, foi eficiente na redução da incidência de podridões pós-colheita

em frutos armazenados em condições ambiente ou sob refrigeração. MARQUENIE et

al. (2002) relataram que a temperatura de 45 °C por 15 min inativou os conídios de B.

cinerea, enquanto que a mesma temperatura, por 3 min, já foi suficiente para inibir

completamente os esporos de M. fructigena. KARABULUT et al. (2004) verificaram a

redução de bagas de uva com mofo cinzento, após exposição por 30 e 60 s em água

aquecida a 50; 55 ou 60 °C, após armazenamento por 30 dias a 1 °C.

WIJERATNAM et al. (2005) constataram a inibição do desenvolvimento de

Chalara paradoxa em abacaxis previamente inoculados e tratados termicamente a 54 °C

/ 3 min, após 21 dias de armazenamento a 10 °C, seguido por dois dias a 28 2 °C.

ZHENG et al. (2008) utilizaram o tratamento hidrotérmico para o controle in vitro e in

vivo de Penicillium expansum em pêras e constataram inibição da germinação dos

esporos em todos os tempos de exposição (5; 10; 15 e 20 min) a 46 °C, sendo que frutos

tratados termicamente a 46 °C / 15 min apresentaram menor incidência de bolor azul

quando comparados ao controle. SCOLFARO (2009) verificou que o tratamento

hidrotérmico, a 50 °C / 10 min, inibiu completamente o desenvolvimento da antracnose

(C. gloeosporioides) em goiabas armazenadas por oito dias a 25 °C, não causando o

escurecimento dos frutos.

LIU et al. (2010) avaliaram o tratamento térmico por ar quente (36 ºC por 10

min) e Pichia guilliermondii, isoladamente ou em combinação, na redução da

antracnose em nêspera e os resultados mostraram que a combinação dos tratamentos

reduziu significativamente a antracnose (C. acutatum) tanto nos frutos naturalmente,

quanto artificialmente infectados, após dez dias de armazenamento a 20 ºC.

Recentemente, LIU et al. (2012) concluíram que a imersão de pêssegos em água a 40 ºC

por 5 ou 10 minutos foi eficiente no controle da podridão parda (Monilinia fructicola)

em frutos armazenados a 25 ºC por oito dias.

Além de atuar diretamente no controle de podridões, o tratamento térmico pode

induzir respostas de defesa em frutos (LURIE, 1998). Em tomates, a redução na taxa de

degradação de mRNA codificador de peroxidase manteve a resistência dos tecidos dos

frutos a doenças durante o tratamento a 38 °C por três dias, porém essa foi perdida em

um ou dois dias após o tratamento (LURIE et al., 1997). Os mesmos autores relataram

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22

ainda que o tratamento inibiu o amadurecimento dos frutos e reduziu a incidência de

infecções naturais que se desenvolveram durante o armazenamento. SCHIRRA et al.

(2000) relacionaram os mecanismos de proteção de pomelos, tratados termicamente a

53 °C por 2 min, após serem inoculados com P. digitatum e P. italicum, à produção de

materiais lignificados em poucas horas e no local de inoculação, seguido pelo acúmulo

de fitoalexinas e de quitinases.

LIU et al. (2010) concluíram que o controle pós-colheita da antracnose em

nêsperas foi devido ao efeito indireto do tratamento térmico; a atividade da enzima

catalase manteve-se baixa, induzindo a resistência pelo acúmulo de H2O2 e a atividade

da FAL e de β-1,3-glucanase. Em outro trabalho, LIU et al. (2012) observaram que o

controle da podridão parda foi devido à ação direta do tratamento térmico na inibição da

germinação de M. fructicola, como também indiretamente, com acúmulo intracelular de

espécies reativas de oxigênio e a indução de enzimas (quitinase, β-1,3-glucanase e FAL)

relacionadas à defesa.

Por outro lado, o tratamento térmico pode promover danos aos tecidos dos

frutos. Os danos pelo calor, conhecidos como escaldadura, podem ser externos e/ou

internos. Os danos externos aparecem, geralmente, como escurecimento da casca ou

manchas, podendo ocorrer um aumento na incidência de podridões. Danos internos

podem ser notados pela descoloração ou escurecimento da polpa ou amolecimento

anormal. Como também, a perda de água, aumento da atividade respiratória e aumento

da síntese de etileno. Assim, o controle da temperatura e o tempo de exposição são de

fundamental importância para seu uso isolado ou em combinação com outros métodos

de controle (CHITARRA & CHITARRA, 2005).

O controle de patógenos pelo tratamento hidrotérmico ocorre pelo fato de que os

esporos e infecções quiescentes estão presentes na superfície ou nas primeiras camadas

celulares da fruta. Muitas frutas toleram temperaturas de 50 a 60 °C por até 10 minutos.

Porém, exposições por tempos menores a estas temperaturas podem controlar muitos

patógenos de pós-colheita. Baixas concentrações de fungicidas podem ser aplicadas

como complemento do tratamento hidrotérmico, permitindo um controle mais efetivo

com redução de resíduos (LURIE, 1998).

O tratamento térmico pode promover diferentes respostas, como a inibição do

amadurecimento de frutas climatéricas, devido à inibição da síntese de etileno,

constatado em maçãs; decréscimo na taxa de amolecimento de frutas em função da

inibição da síntese de enzimas hidrolíticas da parede celular (poligalacturonase e

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23

galactosidase); alteração do sabor; diminuição da acidez total; aumento do teor de

açúcar; aceleração do desverdecimento; alterações na respiração e prevenção de

distúrbios fisiológicos como escaldadura em maçãs e dano pelo frio em frutas

subtropicais e tropicais (LURIE, 1998). Estas respostas podem variar por fatores como

espécie e cultivar, idade fisiológica, tempo e temperatura de exposição.

2.4.4 1-Metilciclopropeno

Após serem colhidas, as goiabas amadurecem e senescem durante o

armazenamento e transporte. O aumento da vida útil da goiaba em temperatura

ambiente é desejável, uma vez que a quase totalidade dos frutos comercializados no

Brasil não está submetido à refrigeração (BASSETO et al., 2005). A produção do

fitorregulador etileno durante o amadurecimento e a senescência predispõe os frutos ao

estabelecimento da antracnose. Partindo desse princípio, o uso de moléculas que

impeçam a ligação do etileno ao sítio ativo de seu receptor pode reduzir a sua ação e

produção autocatalítica, retardando o amadurecimento e a senescência dos frutos.

Assim, o 1-metilciclopropeno (1-MCP), um bloqueador da ação do etileno, que tem por

objetivo retardar a senescência em frutas e flores (BLANKENSHIP & DOLE, 2003),

tem-se mostrado eficiente no prolongamento da vida de pós-colheita e no controle de

podridões.

O 1-MCP é um regulador vegetal patenteado em 1996 e liberado em 1999 como

“EthylBlock” para uso em plantas ornamentais, e recentemente, com o nome de

“SmartFresh” para uso em produtos comestíveis. O 1-MCP é um composto volátil que

tem se mostrado ser um potente antagonista da ligação do etileno ao seu sítio ativo na

célula, atuando tanto sobre o etileno endógeno quanto exógeno (SEREK et al., 1995).

Ele compete com o etileno pelos sítios de ligação nos receptores das membranas, liga-se

ao receptor de etileno irreversivelmente, e o posterior amadurecimento do fruto é devido

à formação de novos receptores, podendo retardar ou inibir eventos do amadurecimento

e, assim, reduzir o desenvolvimento de podridões (FENG et al., 2000; TERAO et al.,

2003). A afinidade de 1-MCP pelo receptor é, aproximadamente, dez vezes maior que a

do etileno (SISLER e SEREK, 1997). Além de atuar como antagonista, na ligação do

etileno, o 1-MCP pode também suprimir a produção do etileno e com isso, retardar o

amadurecimento de frutos como o mamão (JACOMINO et al., 2002), goiaba

(BASSETO et al., 2005) e pêssego (KLUGE & JACOMINO, 2002), entre outros.

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24

Embora o 1-MCP seja um gás, ele tem sido formulado em pó, o qual libera o

ingrediente ativo quando misturado a uma solução básica ou água (KLUGE et al.,

2002). A aplicação pode ser realizada colocando-se os frutos numa câmara ou contentor,

onde se libera o 1-MCP, que após 6 a 24 horas de exposição penetra no produto. Após

esse período de tempo, retorna-se o produto para as condições desejadas de

armazenamento (GLUBER & SU, 2012).

A concentração de 1-MCP necessária para bloquear a ação de etileno varia

conforme a espécie, cultivar, estádio de maturação, produção de novos receptores de

etileno, tempo e temperatura de exposição (WATKINS et al., 2000). BLANKENSHIP

& DOLE (2003) observaram que a concentração efetiva de1-MCP é baixa (entre 2,5 nL

L-1

a 1 μL L-1

), e essa interage com a temperatura. O 1-MCP é mais comumente

aplicado na faixa de temperatura de 20 a 25 ºC, mas pode ser usado em baixas

temperaturas em alguns produtos. A combinação do uso de 1-MCP e armazenamento

em baixas temperaturas tem se mostrado como excelente opção para viabilizar a

exportação marítima de várias frutas, abrindo assim novos mercados para os países

produtores como o Brasil (PEREIRA & BELTRAN, 2002).

Geralmente, a duração do tratamento de 12 a 24 h é suficiente para alcançar a

resposta completa; a baixa concentração de 1-MCP aplicada por longa duração pode ser

tão efetiva como a alta. Dependendo da espécie a ser tratada, o 1-MCP pode ter uma

gama de efeitos sobre a respiração, produção de etileno, produção de voláteis,

degradação de clorofila e modificações nas proteínas e membranas, amolecimento,

doenças, danos, acidez e açúcares (ABDI et al., 1998; FAN et al., 1999; JIANG, 1999;

JEONG et al., 2002).

O 1-MCP tem sido usado com sucesso na conservação de frutos, atuando

também indiretamente no controle de doenças pós-colheita devido ao atraso no processo

de amadurecimento dos frutos (SEREK et al., 1995; BASSETO et al., 2005). KU et al.

(1999) verificaram que o tratamento de morangos com 1-MCP prolongou o período

pós-colheita dos frutos como também retardou o aparecimento de podridões. Por outro

lado, dosagens elevadas de 1-MCP aceleraram o desenvolvimento de doenças em

morango, em função da inibição da síntese de FAL e de compostos fenólicos (JIANG et

al., 2001).

O tratamento com 1-MCP proporcionou aumento da vida útil de goiabas ‘Pedro

Sato’ de quatro para seis dias, para o estádio verde, e de dois dias para o estádio verde

claro, apresentando níveis de incidência de podridões causadas por fungos,

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25

significativamente inferiores aos não tratados em ambos os estádios de tratamento

(KLUGE et al., 2001).

Mangas ‘Keitt’ tratadas com 1-MCP e armazenadas em condições de mercado

local (temperatura ambiente), com transporte terrestre refrigerado ou marítimo

refrigerado, apresentaram efetivo atraso no processo de amadurecimento, manutenção

da firmeza da polpa, atraso na mudança de coloração externa e acúmulo de sólidos

solúveis, havendo prevenção de perda de massa, além de serem claramente menos

afetados pela antracnose (OSUNA-GARCIA & BELTRAN, 2001).

JEONG et al. (2002) avaliaram a conservação pós-colheita de abacates

‘Simmonds’, tratados com duas concentrações de 1-MCP (0,09 e 0,45 µL L-1

) e três

tempos de exposição (6; 12 e 24 h), a 20 °C. O tratamento com 1-MCP a 0,45 µL L-1

,

por 24 h a 20 °C retardou o amadurecimento dos frutos em quatro dias. Melões expostos

ao 1-MCP e armazenados sob refrigeração, apresentaram menor desenvolvimento de

doenças quando comparado à testemunha ao longo de todo o período de conservação,

sendo as concentrações de 350 e 400 ppb as mais eficientes na redução da incidência e

severidade de podridões (TERAO et al., 2003). LIMA (2004) comparou o tratamento de

goiabas com cloreto de cálcio a 2 %, por um minuto, com 150 nL L-1

de 1-MCP, sob

armazenamento a 20 ºC e 84 %UR e concluiu que o 1-MCP manteve os frutos com boa

qualidade por seis dias, expressa por melhor aparência, menor perda de massa e firmeza,

quando comparados aos frutos testemunha ou tratados com cloreto de cálcio,

demonstrando sua efetividade em retardar o amadurecimento de goiabas.

O desenvolvimento da podridão foi mais lento em damascos tratados com 1-

MCP (PESIS et al., 2002). O 1-MCP reduziu, porém não preveniu a podridão em frutos

de macieira, especialmente em temperaturas elevadas (MIR et al., 2001). O tratamento

de maçãs com 1-MCP retardou o amadurecimento dos frutos (BARITELLE et al., 2001)

e diminuiu o desenvolvimento de podridões causadas por patógenos durante o

armazenamento.

Em frutos não-climatéricos, o 1-MCP pode aumentar, diminuir ou não ter efeito

sobre o desenvolvimento de podridão induzida por patógenos (MULLINS et al., 2000;

PORAT et al., 1999). O tratamento de laranja (PORAT et al.,1999) e morango (KU et

al., 1999) com o 1-MCP aumentou o desenvolvimento de podridões. Nem todos os

aspectos do amadurecimento de frutos são completamente suprimidos pelo 1-MCP,

apenas os controlados pelo etileno.

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26

BASSETO et al. (2005) verificaram que goiabas ‘Pedro Sato’ expostas ao 1-

MCP (900 nL L-1

), durante 3 horas, apresentaram menor incidência de podridões

comparadas aos frutos não tratados, semelhantes à aplicação de 100 nL L-1

, durante 12

horas, armazenados em condição ambiente e sob refrigeração. Em tomates ‘Quality 23’

e ‘Seminis 35’, expostos ao 1-MCP (0,6 µL L-1

ou 1,0 µL L-1

) por 12 ou 6 horas,

respectivamente, e armazenados por até 30 dias a 15 ºC e 90 %UR, resultaram em

menor severidade e incidência de podridões pós-colheita, como podridão preta

(Alternaria alternata), mofo cinzento (B. cinerea) e podridão de Fusarium (Fusarium

spp.) (GUBLER & SU, 2012).

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27

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Avaliação dos agentes alternativos sobre o desenvolvimento in vitro de

Colletotrichum gloeosporioides

3.1.1 Crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides

Com o objetivo de verificar se os agentes alternativos atuam diretamente sobre o

desenvolvimento do fungo, foi avaliado o crescimento micelial de C. gloeosporioides

submetido aos seguintes tratamentos: aplicação de etanol, tratamento térmico, aplicação

de quitosana e de 1-MCP.

O inoculo foi obtido de cultura de C. gloeosporioides isolado de goiaba e

cultivado em meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA), acrescido de oxitetraciclina

(50 μg mL-1

), por oito dias em incubadora B.O.D., a 25 ºC, com alternância de

luminosidade de 12 h.

- Etanol: o crescimento micelial foi avaliado transferindo-se discos de micélio de

3 mm de diâmetro, para o centro de placas de Petri contendo meio BDA incorporado

com etanol (LabSynth®

), em diferentes concentrações (30; 40 e 50 % v/v). Como

testemunha, discos de micélio foram transferidos para o centro de placas de Petri

contendo apenas o meio BDA.

- Tratamento térmico: oito discos de micélio de 3 mm de diâmetro, foram

transferidos para tubos de ensaio contendo 2 mL de água esterilizada, os quais foram

mantidos em banho termostático (Fanem®) e a temperatura aferida com o auxílio de um

termômetro digital, nas diferentes combinações temperaturas x tempos (35; 40; 45 e 50

°C por 5; 10 e 15 minutos) (Figura 1). Após os tratamentos, os discos de micélio foram

transferidos individualmente para placas de Petri contendo BDA (MORAES et al.,

2005). Como testemunha, foi realizado o mesmo método descrito acima, mas o tubo de

ensaio contendo os discos de micélio permaneceu a 25 ºC por 10 minutos.

- Quitosana: o crescimento micelial foi avaliado transferindo-se discos de

micélio de 3 mm de diâmetro, para o centro de placas de Petri contendo meio BDA

incorporada com soluções de quitosana (Sigma-Aldrich®) em diferentes concentrações

(0,25 e 0,50 % p/v). Para tanto, a quitosana foi diluída em ácido acético (0,5 %) e o pH

corrigido para 5,2, utilizando-se NaOH 1N. Como testemunhas, discos de micélio foram

transferidos para o centro de placas de Petri contendo apenas o meio BDA ou meio

BDA com adição de ácido acético na mesma concentração.

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- 1-MCP: discos de micélio de 3 mm de diâmetro, foram transferidos para o

centro de placas de Petri contendo meio BDA e colocadas abertas no interior de

tambores com fechamento hermético, com capacidade de 200 L, com circulação forçada

de ar, sob temperatura de 25º C e expostos ao 1-MCP (SmarthfreshTM

) nas

concentrações de 0, 200, 400 e 600 nL L-1

de i.a. por 6 e 12 horas. Como testemunha

utilizou-se placas, contendo discos de micélio do patógeno não expostos ao 1-MCP,

mas mantidas em tambores com fechamento hermético. Para se obter as concentrações

desejadas de 1-MCP, 10 mL de água destilada foram adicionados a um béquer (20 mL)

contendo quantidades predeterminadas do produto comercial SmartFresh (pó molhável,

0,14 % i.a., AgroFresh). Após a adição de água, os frascos foram agitados, para

completa dissolução do produto, e abertos no interior dos tambores, que foram

imediatamente fechados.

Após os tratamentos, as placas foram mantidas a 25 °C em incubadora tipo

B.O.D. com alternância de luminosidade de 12 h, e avaliadas a cada dois dias medindo-

se o diâmetro da colônia (cm) em duas direções opostas, até que o diâmetro da colônia

de um dos tratamentos atingisse a borda da placa.

Com os dados obtidos calculou-se o ICM (índice de crescimento micelial), de

acordo com PERES et al. (2003) com a fórmula:

ICM = C1N1-1

+ C2N2-1

+ ... + CnNn-1

Na qual, C1 = crescimento micelial no primeiro dia e N1 = número de dias.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com oito repetições

por tratamento com uma placa como unidade experimental, para o tratamento com

etanol e quitosana, em arranjo fatorial 4 x 3 (temperatura x tempo) no tratamento

térmico e 3 x 2 (concentração x tempo) com 1-MCP. Os dados obtidos nos

experimentos foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de

Tukey, e a discussão dos resultados foi efetuada a 5 % de significância. Para tanto, foi

empregado o programa estatístico ESTAT.

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Figura 1 – Discos de micélio de C. gloeosporioides nos tubos de ensaio (A), banho

termostático utilizado (B) e tubos de ensaio, contendo discos de micélio, depositados

em banho térmico (C).

3.1.2 - Avaliação dos agentes alternativos sobre a germinação de Colletotrichum

gloeosporioides

Com o objetivo de verificar se os agentes alternativos atuam diretamente sobre o

desenvolvimento do fungo, foi avaliada a germinação de conídios de C. gloeosporioides

submetidos ao etanol, ao tratamento térmico, à quitosana e ao 1-MCP. Para tanto, a

suspensão de conídios foi preparada adicionando-se água destilada em placas C.

gloeosporioides cultivado em meio de cultura BDA, sendo a suspensão filtrada em gaze

e a quantificação de conídios determinada pela contagem em hemacitômetro (104

conídios mL-1

).

Para a avaliação da germinação de conídios foram utilizadas placas de

poliestireno esterilizadas, as quais foram divididas em quatro quadrantes. Em cada

quadrante foram depositados 40 L de suspensão conidial mais 40 L de quitosana

(0,25 e 50 %) ou de etanol (30; 40 e 50 %). Como testemunha, em cada quadrante foram

depositados 40 L de suspensão conidial mais 40 L de água destilada e esterilizada.

Para o 1-MCP (0; 200; 400 e 600 nL L-1

de i.a. por 6 e 12 horas), as placas com 40 L

de suspensão conidial, foram colocadas no interior de tambores fechados

hermeticamente, como descrito no item 3.1.1.

A B C

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30

Para a avaliação do tratamento térmico sobre a germinação dos conídios, 2 mL

da suspensão foram transferidos para tubos de ensaio esterilizados, os quais foram

mantidos em banho termostático nas diferentes temperaturas x tempos (35; 40; 45 e 50

°C por 5; 10 e 15 minutos). Após os tratamentos, uma alíquota de 1 ml da suspensão de

esporos foi vertida em placas de Petri contendo ágar-água. Como testemunha, foi

realizado o mesmo método descrito anteriormente, mas o tubo de ensaio contendo a

suspensão conidial, permaneceu a 25 ºC por 10 minutos.

Em todos os tratamentos, a germinação dos conídios foi avaliada após um

período de incubação de 24 h, a 25 °C em incubadora B.O.D, com alternância de

luminosidade de 12 h.

As avaliações foram realizadas contando-se 50 conídios por quadrante,

considerando-se germinado o conídio que apresentou o tubo germinativo de tamanho

igual ou superior ao do comprimento do esporo (MERCIER et al., 2001). O

delineamento experimental foi inteiramente casualizado e contou com cinco placas por

tratamento e uma placa como unidade experimental, em arranjo fatorial 4 x 3

(temperatura x tempo) para o tratamento térmico e 3 x 2 (concentração x tempo) para o

1-MCP. Os dados obtidos nos experimentos foram submetidos à análise de variância e

comparados pelo teste de Tukey, e a discussão dos resultados foi efetuada a 5 % de

significância. Para tanto, foi empregado o programa estatístico ESTAT.

3.2 - Avaliação dos efeitos dos agentes alternativos no controle da antracnose em

goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 °C

3.2.1 Inoculação dos frutos

Com o objetivo de verificar se os agentes alternativos controlam a antracnose,

goiabas ‘Kumagai’, com coloração de casca verde-clara, provenientes de pomar

comercial de Campinas, SP, foram levadas para o Laboratório de Tecnologia Pós-

colheita do Centro de Engenharia e Automação / IAC, onde foram selecionadas quanto

à uniformidade de cor, ausência de defeitos e podridões, visando à homogeneização das

mesmas. Em seguida, os frutos foram marcados com caneta de retroprojetor para a

identificação do local de inoculação, para confirmação de que os sintomas observados

foram decorrentes da inoculação e não de infecção prévia (proveniente do campo), e

inoculadas com suspensão conidial de C. gloeosporioides (4 a 5 x 105

esporos mL-1

),

em um ponto da região equatorial, com auxílio de uma seringa de cromatografia de 100

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31

µL (Hamilton®), fazendo-se um ferimento de 1 a 2 mm de profundidade na epiderme

do fruto, e aplicando-se uma alíquota de 10 μL de suspensão de conídios (Figura 2).

O inóculo foi obtido de cultura de C. gloeosporioides isolado de goiaba e

cultivado em meio de cultura BDA por oito dias em incubadora B.O.D., a 25 ºC, com

alternância de luminosidade de 12 h. Após 2 h da inoculação, os frutos foram tratados

com os diferentes agentes alternativos de controle conforme descritos a seguir.

Figura 2 - (A) – Goiabas pré-selecionadas; (B) – Método de inoculação da suspensão

de esporos de C. gloeosporioides em goiabas ‘Kumagai’.

3.2.2 Avaliação da aplicação de etanol no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’

Os frutos foram imersos em solução de etanol (LabSynth®

), na concentração de

30; 40 e 50 % por 2; 5 e 10 minutos (Figura 3A). Como testemunha, frutos foram

imersos em água sob temperatura ambiente e armazenadas em câmara a 25 2 °C / 80

5 %UR por um período de oito dias. Durante o período de armazenamento, os frutos

foram avaliados, a cada dois dias, quanto à incidência (% obtida pela contagem de

frutos apresentando sintomas da antracnose) e severidade da podridão (diâmetro das

lesões).

Os dados obtidos nos experimentos foram utilizados para o cálculo da área

abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), conforme equação de

CAPDEVILLE et al. (2002):

B A

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32

Sendo: n, o número de observações; Yi, a severidade da doença na “i”-ésima

observação e, Ti, o tempo em dias na “i”-ésima observação.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado e contou

com cinco repetições constituídas de quatro frutos como unidade experimental, sendo

as análises estatísticas efetuadas em arranjo fatorial (3 x 3). Os dados obtidos nos

experimentos foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de

Tukey, e a discussão dos resultados foi efetuada a 5 % de significância. Para tanto, foi

empregado o programa estatístico ESTAT.

3.2.3 Avaliação do tratamento térmico no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’

Os frutos foram imersos em água aquecida, utilizando-se banho termostático

(Fanem®, Figura 3B), nas temperaturas de 35; 40; 45 e 50 °C pelos tempos de 5; 10 e 15

minutos (Figura 3C). As temperaturas avaliadas foram verificadas constantemente

durante o período de tratamento dos frutos com auxílio de termômetro digital. Como

testemunha, frutos foram imersos em água sob temperatura ambiente (25 ºC por 10

min). As condições de armazenamento e avaliações foram as mesmas descritas no item

3.2.2.

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado,

com cinco repetições compostas por quatro frutos como unidade experimental, em

arranjo fatorial (4x3).

3.2.4 Avaliação da aplicação da quitosana no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’

Os frutos foram imersos rapidamente, ou seja, imersos e retirados em seguida, na

solução de quitosana (Sigma-Aldrich®

), em diferentes concentrações (0,25; 0,5 e 1,0 %

p/v), após diluição do produto em ácido acético (0,5 %, v/v), com pH ajustado para 5,2

utilizando-se NaOH 1N (Figura 3D). Os frutos testemunha foram imersos em solução

de ácido acético, com pH ajustado para 5,2. As condições de armazenamento e

avaliações foram as mesmas descritas no item 3.2.2.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado e contou

com cinco repetições constituídas de quatro frutos como unidade experimental.

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33

Figura 3 - (A) – Frutos imersos em solução de etanol; (B) – banho termostático

utilizado para a imersão dos frutos em tratamento térmico; (C) - frutos imersos em água

aquecida e, (D) - frutos imersos em solução de quitosana.

3.2.5 Avaliação da aplicação do 1-MCP no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’

Os frutos foram colocados em tambores fechados hermeticamente de 200 L, com

circulação de ar forçada, sob temperatura de 25 ºC e expostos a diferentes concentrações

de 1-MCP (0; 200; 400 e 600 nL L-1

de i.a.), na formulação de pó molhável, por 6 e 12 h

(Figura 4A). Para obter as concentrações desejadas de 1-MCP, 10 mL de água destilada

foram adicionados a um béquer (20 mL) contendo quantidades predeterminadas do

A

B

C

D

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34

produto comercial SmartFresh (pó molhável, 0,14 % i.a., AgroFresh). Após a adição de

água, os frascos foram agitados, para completa dissolução do produto, e abertos no

interior dos tambores, que foram imediatamente fechados (Figura 4B). Os frutos

testemunha não foram expostos ao produto, mas foram mantidos no interior de tambores

herméticos nas mesmas condições e expostos apenas à água. Foram colocados 20 frutos

em cada tambor. As condições de armazenamento e avaliações foram as mesmas

descritas no item 3.2.2.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco

repetições constituídas de quatro frutos como unidade experimental em arranjo fatorial

(3x2).

Figura 4 - (A) – Frutos depositados no interior do tambor e fechados hermeticamente,

com circulação forçada de ar, para exposição ao 1-MCP; (B) – tambores no interior da

câmara com temperatura controlada para a aplicação do 1-MCP.

3.3 Avaliação da possibilidade do tratamento térmico e da quitosana atuarem

indiretamente no controle da antracnose, em goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 °C

A possibilidade de indução de respostas de defesa em goiabas foi avaliada

inoculando-se os frutos em diferentes intervalos de tempo após os tratamentos. Os

frutos foram, primeiramente, tratados termicamente (50 °C / 10 min) ou imersos em

A

B

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35

quitosana (0,25%) como descrito nos itens 3.2.3 e 3.2.4, respectivamente, e, inoculadas

após diferentes intervalos de tempo do tratamento (0; 24 e 48 h), através de injeção

subcuticular de suspensão de conídios de C. gloeosporioides (105 conídios mL

-1). Após

cada inoculação, os frutos foram mantidos em câmara a 25 2 °C / 80 5 %UR por um

período de oito dias e avaliados a cada dois dias quanto à incidência e severidade da

podridão. Os dados obtidos foram utilizados para o cálculo da área abaixo da curva de

progresso da doença (AACPD), conforme equação descrita em 3.2.2.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial,

com cinco repetições compostas por quatro frutos como unidade experimental. Os

dados obtidos nos experimentos foram submetidos à análise de variância e comparados

pelo teste de Tukey, e a discussão dos resultados foi efetuada a 5 % de significância.

Para tanto, foi empregado o programa estatístico ESTAT. O experimento foi repetido

duas vezes.

3.4 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ mantidas sob refrigeração

Com base nos ensaios anteriores em condição ambiente (25 2 °C / 80 5

%UR), os resultados revelaram que os agentes alternativos avaliados foram eficientes

em reduzir o progresso da antracnose nos frutos. O tratamento térmico (50 °C por 10

min), o etanol (40 % por 2 min), a quitosana (0,25 %) e o 1-MCP (600 nL L-1

por 6 h),

reduziram a incidência da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, sendo que o tratamento

térmico e o etanol também reduziram de maneira significativa a severidade das lesões.

Para tanto, goiabas ‘Kumagai’ com coloração de casca verde-clara, provenientes

de pomar comercial de Campinas, SP, foram levadas para o Laboratório de Tecnologia

Pós-colheita do Centro de Engenharia e Automação / IAC, onde foram selecionadas

quanto à uniformidade de cor, ausência de defeitos e podridões, visando à

homogeneização das mesmas, inoculadas com suspensão de conídios de C.

gloeosporioides e após 2 h submetidas aos seguintes tratamentos: 1) Testemunha, 2)

Etanol (40 % / 2 min), 3) tratamento térmico (50 °C / 10 min), 4) Quitosana (0,25 %), 5)

1-Metilciclopropeno (600 nL L-1

/ 6 h), conforme métodos descritos em 3.2. Os frutos

foram armazenados sob refrigeração (10 °C ± 1 °C / 90 ± 5% UR) por 15 dias, seguidos

por transferência para 25 2 °C / 80 5 %UR onde permaneceram por mais cinco dias.

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36

As avaliações foram feitas no momento da transferência para 25 2 °C / 80 5

%UR e após cinco dias de armazenamento nestas condições, quanto à incidência e

severidade da antracnose (descrito em 3.2.2) e aspectos físico-químicos, neste caso

empregando-se frutos não inoculados:

Cor de casca e polpa: determinadas por meio de colorímetro Hunter Lab - MiniScan XE

Plus, sistema L C H onde L representa luminosidade, C representa cromaticidade e Hº

(Hue), o ângulo de cor (0° a 360° - 0°: vermelha, 90°: amarelo, 180°: verde e 270°:

azul), efetuando-se a leitura em dois pontos opostos na região equatorial dos frutos.

Firmeza: foi determinada com penetrômetro digital PCE - PTR (Force Gauge), cujas

perfurações de dois pontos foram feitas na região equatorial de cada fruto, com ponteira

de 8 mm de diâmetro, após a retirada da casca. Os resultados foram expressos em

Newton (N);

Sólidos solúveis: foi determinado no suco da fruta, obtido pela centrifugação de dois

frutos por repetição, realizando-se leitura direta em refratômetro digital Pal - 1, marca

Atago, com escala de 0 a 32 °Brix, sendo os resultados expressos em °Brix (AOAC,

1992 - método 932.12);

Acidez titulável: foi determinada por titulação, com solução de hidróxido de sódio

(NaOH) 0,1 N até pH 8,10 (pHmetro Digimed), utilizando-se 10 g do suco, diluídos em

90 mL de água destilada. O resultado foi expresso em porcentagem de ácido cítrico.

Os dados obtidos para incidência e severidade da podridão foram utilizados para

o cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), conforme equação

descrita em 3.2.2. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco

repetições compostas por dois frutos como unidade experimental.

Além das análises descritas anteriormente, a respiração e a produção de etileno

de frutos mantidos a 25 2 °C / 80 5 %UR, foram determinadas em cromatógrafo a

gás Varian, modelo 450 GC, seguindo metodologia de AZZOLINI et al. (2005), com

modificações. Frutos, não inoculados, foram primeiramente tratados com os agentes

alternativos (etanol – 40 % / 2 min, tratamento térmico - 50 °C / 10 min, quitosana -

0,25 %, 1-MCP - 600 nL L-1

/ 6 h) e, após estarem secos, depositados em frascos de

vidro (2,7 L), com fechamento hermético, onde permaneceram por 1 h. As leituras

foram realizadas diariamente, mantendo-se os frutos a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito

dias. Os frascos foram mantidos fechados por 1h e retirados amostras de gás com uma

seringa de cromatografia gasosa (Hamilton®), via septo, e inseridas imediatamente, no

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37

cromatógrafo para a leitura de CO2 e etileno (Figura 5). O delineamento experimental

utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco repetições constituídas de três frutos

como parcela. Os resultados da produção de CO2 foram expressos em mL kg-1

h-1

e da

produção de C2H4 em µL kg-1

h-1

.

Figura 5 - (A) – Frutos depositados no interior do frasco hermeticamente fechado; (B)

– Retirada de amostra de gás via septo; (C) – Cromatógrafo à gás utilizado no

experimento; (D) – Injeção da amostra em cromatógrafo à gás.

A B

C

D

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38

3.5 Avaliação da aplicação do 1-MCP, associado à atmosfera modificada, no

controle da antracnose e na qualidade de goiabas ‘Kumagai’

Esse experimento teve o objetivo de avaliar os efeitos do 1-MCP, aliado à

atmosfera modificada, no controle da antracnose em goiabas e sobre a qualidade dos

frutos. Para tanto, goiabas ‘Kumagai’, não inoculadas artificialmente, com coloração de

casca verde-clara, provenientes de pomar comercial de Campinas, SP, foram levadas

para o Laboratório de Tecnologia Pós-colheita do Centro de Engenharia e Automação -

IAC, onde foram selecionadas quanto à uniformidade de cor, ausência de defeitos e

podridões, visando à homogeneização das mesmas. Após serem pesadas (≈150 g),

metade do lote de frutos foi submetido ao tratamento com 1-MCP como descrito no

item 3.2.5 e, em porções de quatro, acondicionados em diferentes sistemas de

embalagem como descrito na Tabela 1, e seladas com seladora Selovac® modelo 200B,

como mostrado na Figura 6.

Tabela 1 – Tratamentos compostos por frutos expostos ou não ao 1-MCP (600 nL L-1

/

6 h) e acondicionados em diferentes sistemas de embalagens.

Tratamentos Embalagemy Espessura

1) Testemunha caixas de papelão ondulado -

2) Testemunha com 1-MCP caixas de papelão ondulado -

3) 1-MCP PEBD 50 µm

4) sem 1-MCP PEBD 50 µm

5) 1-MCP PEAD StePac 20 µm

6) sem 1-MCP PEAD StePac 20 µm

7) 1-MCP POBD StePac 20 µm

8) sem 1-MCP POBD StePac 20 µm

yFrutos acondicionados em bandejas de poliestireno expandido (23 x 26 cm). PEBD (Polietileno de Baixa

Densidade – dimensões (24 x 34 cm)); PEAD (Polietileno de Alta Permeabilidade – dimensões (25 x 35

cm)) e POBD (Poliamida de Baixa Permeabilidade – dimensões (24 x 34 cm)).

Os frutos foram colocados em caixas de papelão ondulado e armazenados a 10

°C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, pelo período de 15 dias. O delineamento experimental foi

inteiramente casualizado com oito tratamentos e cinco repetições, com quatro frutos

como unidade experimental. Aos cinco e 10 dias de armazenamento refrigerado, cinco

repetições por tratamento foram avaliadas quanto à concentração dos gases no interior

das embalagens (O2, CO2). Após 15 dias de armazenamento sob refrigeração, avaliou-se

novamente a concentração de gases no espaço-livre das embalagens, a coloração de

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39

casca e polpa, a firmeza da polpa, o teor de sólidos solúveis, a acidez titulável, segundo

métodos descritos no item 3.4, a perda de massa, além da análise sensorial. Nesta

ocasião, um lote de frutos foi transferido para condições ambiente (25 °C ± 2 °C / 80 ±

5 %UR) por mais seis dias, sendo avaliados quanto à concentração dos gases O2 e CO2

no interior das embalagens, a cada dois dias, e ao final deste período quanto aos

atributos de qualidade (segundo métodos descritos em 3.4), sensoriais, além da

incidência de podridões, realizadas conforme métodos abaixo:

a) Composição gasosa (O2, CO2): com auxílio de um analisador de gases PBI

Dansensor, utilizando-se alíquotas de gás, obtidas do interior das embalagens, através

de coleta via septo;

b) Perda de massa: foi usada uma balança semi-analítica Mettler Toledo, sendo

determinada a diferença entre a massa final e inicial, expressando-se os resultados em

%;

c) Avaliação sensorial: realizada por uma equipe de 10 provadores não treinados que

avaliaram a intensidade de aroma, aspecto geral e sabor não característico, adotando-se

a análise descritiva qualitativa simples, utilizando-se escala de notas não estruturada de

10 cm, adaptadas de PERYAM & GIRARDOT (1952), ancorada nos extremos em 0 =

característico; 10 = não característico. A nota “5” foi considerada como limite de

aceitabilidade (Figura 7 e anexo 1);

d) Incidência de podridões (%): número de frutos apresentando sintomas de podridões

(antracnose e pinta preta).

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40

Figura 6 - (A) – Goiabas no interior da embalagem e antes da selagem; (B) – Selagem

da embalagem; (C) – Goiabas após a selagem; (D) – Goiabas no interior das embalagens

e acondicionadas em caixas de papelão ondulado.

Figura 7 - Amostras de goiaba para análise sensorial.

A B

C D

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41

4 RESULTADOS

4.1 Avaliação dos efeitos dos agentes alternativos sobre o desenvolvimento in vitro

de C. gloeosporioides

4.1.1 Avaliação da aplicação de etanol sobre o crescimento micelial e germinação

de C. gloeosporioides

A incorporação de etanol ao meio de cultura, em todas as concentrações

avaliadas, inibiu completamente o crescimento micelial e a germinação de conídios de

C. gloeosporioides (Tabelas 2 e 3) e Figura 8.

Tabela 2 – Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides cultivado em

BDA incorporado com etanol, mantidos a 25 ºC por oito dias.

ICMx

Concentração de etanol Média

0% 4,85 a

30% 0 b

40% 0 b

50% 0 b

xMédia de oito repetições. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente

entre si (P ≤ 0,05).

FIGURA 8 - Crescimento micelial de C. gloeosporioides, cultivado em BDA

incorporado com etanol (B- 30; C- 40 e D- 50 %). Como testemunha (A) utilizou-se

placas somente com o meio de cultura.

A B C D

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42

Tabela 3 – Germinação (%) de C. gloeosporioides adicionado etanol e mantidos a 25

ºC por 24 h.

Germinação (%)x

Concentração de etanol Média

0% 88 a

30% 0 b

40% 0 b

50% 0 b

xMédia de cinco repetições. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente

entre si (P ≤ 0,05).

4.1.2 Avaliação do tratamento térmico sobre o crescimento micelial e germinação

de C. gloeosporioides

Quando avaliado in vitro, o tratamento térmico, na maior temperatura avaliada,

reduziu de maneira significativa o crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides,

mas não houve diferença expressiva entre a testemunha e os tratamentos (Tabela 4). A

germinação de esporos de C. gloeosporioides foi reduzida expressivamente para aqueles

tratados a 50 °C por 5 min (93 % de redução), sendo que para aqueles tratados a 50 °C

por 10 e 15 min, a germinação dos esporos foi completamente inibida (Tabela 5).

Tabela 4 – Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides submetido ao

tratamento térmico e mantido a 25 ºC por oito dias.

ICM x

Tempo de imersão

Test.: 4,65 5 min 10 min 15 min Média*

Test. X Fat.ns

Temperatura

35 ºC 4,79 4,82 4,70 4,77 a

40 ºC 4,83 4,89 4,79 4,83 a

45 ºC 4,71 4,53 4,20 4,48 b

50 ºC 4,00 4,30 4,00 4,10 c

Média** 4,58 AB 4,63 A 4,42 B TempoxTemp.ns

CV (%) = 6,91

xMédia de dez repetições. Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna,

não diferem significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5%

ou 1% respectivamente.

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43

Tabela 5 – Germinação (%) e inibição da germinação (%) de C. gloeosporioides

submetido ao tratamento térmico e mantido a 25 ºC por 24 h.

Germinação (%)x

Tempo de imersão

Test.: 81 5 min

Inibição 10 min

Inibição 15 min

Inibição Média**

Test. X Fat.** (%) (%) (%)

Temperatura

35 ºC 60 26 55 32 56 30 57,00 b

40 ºC 58 28 57 30 58 28 57,60 b

45 ºC 64 21 61 25 61 24 62,00 a

50 ºC 5 94 0 100 0 100 1,66 c

Média** 46,75 A 43,25 B 43,75 B TempoxTemp.ns

CV (%) = 5,85

xMédia de cinco repetições. Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na

coluna, não diferem significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** =

significativo a 5% ou 1% respectivamente.

4.1.3 Avaliação da quitosana sobre o crescimento micelial e a germinação de C.

gloeosporioides

Todas as concentrações de quitosana incorporadas ao meio de cultura BDA,

como também a incorporação apenas do ácido acético ao meio, inibiu o crescimento

micelial de C. gloeosporioides (Tabela 6 e Figura 9). A suspensão de conídios de C.

gloeosporioides submetidos a 0,25 e 0,50 % de quitosana apresentou redução de 90% e

95 % na germinação, respectivamente, quando comparados à testemunha (Tabela 7 e

Figura 10). A morfologia dos conídios de C. gloeosporioides foi afetada pela aplicação

da quitosana, apresentando hifas menores e mais espessas, quando comparados à

testemunha (Figura 10).

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44

Tabela 6 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides cultivado em

BDA incorporado com quitosana e mantidos a 25 ºC por oito dias.

ICMx

Concentração de quitosana Média

0% 3,85 a

0% + ác. acético 0 b

0,25% 0 b

0,50% 0 b

xMédia de dez repetições. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente

entre si (P ≤ 0,05). Test.2=BDA incorporado apenas com ácido acético.

Figura 9 – Crescimento micelial in vitro de C. gloeosporioides, cultivado em BDA

incorporado com quitosana (C- 0,25 %; D- 0,50 %). Como testemunha (A) utilizou-se

placas somente com o meio de cultura (A) e ácido acético incorporado ao meio (B).

A B C D

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45

Tabela 7 – Germinação (%) de conídios de C. gloeosporioides submetidos a

concentrações de quitosana e mantidos a 25 ºC por 24 h.

Germinação (%)x

Concentração de quitosana Média** Inibição (%)

0% 87,8 a −

0% + ác. acético 17,6 b 80

0,25% 8,4 c 90

0,50% 4,6 c 95

CV (%) = 15,86 xMédia de cinco repetições. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente

entre si (P ≤ 0,05).

Figura 10 – Germinação de conídios de C. gloeosporioides em 0,25 % de quitosana (A)

e conídios germinados em água (0 %) (B).

4.1.4 Avaliação da aplicação do 1-MCP sobre o crescimento micelial de C.

gloeosporioides

O 1-MCP quando aplicado nas concentrações de 200; 400 e 600 nL L-1

de i.a.

por 6 e 12 horas não reduziu o crescimento micelial de C. gloeosporioides, após 8 dias

de incubação a 25 °C, com alternância de luminosidade de 12 h (Tabela 8). Como

também, não foi observado influência na germinação dos conídios (Tabela 9).

A B

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46

Tabela 8 - Índice de crescimento micelial (ICM) de C. gloeosporioides cultivado em

BDA, exposto a diferentes concentrações de 1-MCP e mantidos a 25 ºC por oito dias.

ICM

Tempo de exposição

Test.: 4,48 6 h 12 h Média

ns

Test. X Fat.*

Conc. 1-MCP

200 nL L-1

4,53 Bb 4,78 Aa 4,65 a

400 nL L-1

4,73 Aa 4,56 Bb 4,65 a

600 nL L-1

4,60 Aab 4,67 Aab 4,64 a

Médians

4,62 A 4,67 A TempoxConc.**

CV (%) = 4,13

xMédia de dez repetições. Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna,

não diferem significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5%

ou 1% respectivamente.

Tabela 9 - Germinação (%) de conídios de C. gloeosporioides expostos ao 1-MCP e

mantidos a 25 ºC por 24 h.

Germinação (%)

Tempo de exposição

Test.: 84 6 h 12 h Média

ns

Test. X Fat.ns

Conc. 1-MCP

200 nL L-1

82 82 82,00 a

400 nL L-1

83 83 83,00 a

600 nL L-1

85 83 84,00 a

Médians

83,33 A 82,65 A TempoxConc.ns

CV (%) = 4,24

xMédia de dez repetições. Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna,

não diferem significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5%

ou 1% respectivamente.

4.2 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC

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47

4.2.1 Avaliação da aplicação do etanol no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’

A aplicação do etanol reduziu de maneira significativa a severidade e a

incidência da antracnose, mas não houve interação significativa entre as concentrações e

os tempos avaliados. Pode-se observar que o menor tempo de imersão (2 min) reduziu

de maneira significativa o diâmetro das lesões e a incidência da podridão nos frutos

(Tabela 10), destacando-se as concentrações de 40 e 50 %, as quais reduziram em 73 e

77 % a severidade, e em 52 e 50 % a incidência da podridão, respectivamente.

Tabela 10 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade

(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ inoculadas com C.

gloeosporioides, tratadas com diferentes concentrações de etanol e armazenadas a 25

2 °C / 80 5 %UR durante oito dias.

AACPD (Severidade, cm)x

Tempo de imersão

Test.: 5,12 2 min 5 min 10 min Média

ns

Test. X Fat.*

Conc.etanol

30% 2,02 2,72 2,68 2,47 a

40% 1,36 4,30 3,26 2,97 a

50% 1,16 3,88 5,63 3,56 a

Médians

1,51 B 3,63 A 3,85 A TempoxTemp.ns

CV (%) = 23,76

AACPD (Incidência, %)x

Tempo de imersão

Test.: 240 2 min 5 min 10 min Média

ns

Test. X Fat.**

Conc.etanol

30% 140 210 165 171,7 a

40% 115 185 175 158,3 a

50% 120 170 175 155,0 a

Média** 125,0 B 188,3 A 171,7 A TempoxTemp.ns

CV (%) = 13,99

xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem

significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%

respectivamente.

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48

4.2.2 Avaliação do tratamento térmico no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’

A exposição dos frutos nas combinações de 45 °C por 15 min e 50 °C por 10

min reduziram de maneira significativa a severidade da doença nos frutos. Em média, a

severidade foi 67 % menor quando comparados aos frutos testemunha (Figura 11 e

Tabela 11). Observou-se ainda que a maior temperatura e tempo de exposições

avaliadas (50 °C / 15 min) provocaram injúrias nos frutos, caracterizadas por manchas

escuras na casca. Quanto à incidência da antracnose, observou-se que a exposição dos

frutos a 50 °C por 5, 10 e 15 min, reduziu em 73 %, 90 % e 78 %, respectivamente, o

número de frutos com sintomas da doença, quando comparados aos frutos testemunha

(Figura 11).

Figura 11. Sintomas da antracnose em frutos imersos em água sob temperatura

ambiente (testemunha, A), imersos em água na temperatura de 45 °C / 15 minutos (B) e

frutos imersos em água na temperatura de 50 °C / 10 min (C) e armazenados a 25 2 °C

/ 80 5 %UR por oito dias.

A B C

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49

Tabela 11 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade

(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, inoculadas com C.

gloeosporioides, submetidas ao tratamento térmico e armazenadas a 25 2 °C / 80 5

%UR durante oito dias.

AACPD (Severidade, cm)

Tempo de imersão

Test.: 5,26 5 min 10 min 15 min Média*

Test. X Fat.ns

Temperatura

35 ºC 6,64 Aa 4,61 Aa 4,18 Aa 5,14 a

40 ºC 3,31 Aa 5,10 Aa 4,09 Aa 4,16 ab

45 ºC 4,83 Aa 3,90 ABab 1,71 Ba 3,48 ab

50 ºC 3,30 ABa 1,74 Bb 4,09 Aa 3,04 b

Médians

4,52 A 3,83 A 3,51 A TempoxTemp.*

CV (%) = 25,58

AACPD (Incidência, %)

Tempo de imersão

Test.: 335 5 min 10 min 15 min Média**

Test. X Fat.**

Temperatura

35 ºC 350 Aa 350 Aa 315 Aa 338,30 a

40 ºC 300 Aa 280 Aab 320 Aa 300,00 a

45 ºC 305 Aa 205 Abb 170 Bb 226,66 b

50 ºC 90 Ab 35 Bc 75 Ab 66,66 c

Médians

261,25 A 217,50 B 220,00 AB TempoxTemp.*

CV (%) = 17,70

xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem

significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%

respectivamente.

4.2.3 Avaliação da aplicação da quitosana no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’

A avaliação da quitosana no controle da antracnose mostrou que o produto não

reduziu de maneira significativa a severidade da doença; porém, a incidência de C.

gloeosporioides foi reduzida significativamente pelas concentrações de 0,25; 0,50 e 1

%, que reduziram em 75; 68 e 50 %, respectivamente, a área abaixo da curva de

progresso da doença (Tabela 12).

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50

Tabela 12 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade

(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, imersas em quitosana,

diluída em ácido acético (0,5 % v/v) e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante

oito dias.

Quitosana (%)

Severidade (cm)

AACPD

Incidência (%)

0,00 5,78 a 285 a

0,25 3,28 a 70 b

0,50 2,16 a 90 b

1,00 2,79 a 145 b

CV (%) 37,10 29,96

xMédias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05).

4.2.4 Avaliação da aplicação do 1-MCP no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’

O 1-MCP não se mostrou eficiente na redução do diâmetro das lesões nos frutos,

quando comparado à testemunha (Tabela 13 e Figura 12). No entanto, o produto reduziu

de maneira significativa a incidência da antracnose em goiabas; frutos expostos a maior

concentração avaliada (600 nL L-1

), aplicada por 6 h, reduziu em 39 % o número de

frutos com sintomas da doença.

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51

Tabela 13 – Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade

(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ inoculadas com C.

gloeosporioides, expostas ao 1-MCP (nL L-1

), por 6 ou 12 h e armazenadas a 25 2 °C

/ 80 5 %UR durante oito dias.

Test. (6h): 5,46 AACPD (Severidade, cm)

x

Test. (12h): 4,63

Tempo de exposição

Test. X Fat.ns

6 h 12 h Médians

Conc. 1-MCP

200 nL L-1

3,59 Aab 5,48 Aa 4,53 a

400 nL L-1

6,79 Aa 1,92 Ba 4,35 a

600 nL L-1

1,35 Ab 2,72 Aa 2,03 a

Médians

3,91 A 3,37 A Conc.xTempo*

CV (%) = 36,67

Test. (6h): 335 AACPD (Incidência, %)

Test. (12h): 315

Tempo de exposição

Test. X Fat.** 6 h 12 h Médians

Conc. 1-MCP

200 nL L-1

300 280 290,0 a

400 nL L-1

280 225 252,5 ab

600 nL L-1

205 255 230,0 b

Médians

261,7 A 253,3 A Conc.xTempons

CV (%) = 19,44

xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem

significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%

respectivamente.

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52

Figura 12. Sintomas da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ inoculadas com suspensão

de C. gloeosporioides não expostas ao 1-MCP (testemunha, A) e expostas ao 1-MCP

(600 nL L-1

, por 6 h, B) , armazenadas a 25 2°C / 80 5 %UR por oito dias.

4.3 Avaliação da possibilidade do tratamento térmico e da quitosana atuarem

indiretamente no controle da antracnose em goiabas ‘Kumagai’

A possibilidade do tratamento térmico (50 °C / 10 min) proteger frutos da

goiabeira contra a antracnose, através de uma possível indução de mecanismos de

defesa, foi avaliada inoculando-se os frutos após o tratamento. Observou-se que a

interação entre os diferentes tempos de inoculação e o tratamento não foi significativo

para a severidade ou incidência da antracnose nos frutos. Frutos inoculados 48 h após o

tratamento térmico apresentaram maiores AACPD, para incidência (Tabela 14).

A B

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53

Tabela 14 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade

(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, inoculadas com C.

gloeosporioides após diferentes tempos (0; 24 e 48 h) da imersão em água a 50 °C por

10 min e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito dias.

AACPD (Severidade, cm)x

0h

24h

48h

Média

ns

Testemunha

10,35

8,73

12,18

10,42 a 50°C/10 min 11,71

9,14

10,99

10,61 a Média

ns 11,03 A 8,93 A 11,58 A TempoxTemp.

ns

CV (%) = 23,58

AACPD (Incidência, %)

0h

24h

48h

Média

ns

Testemunha

265

275

370

303,3 a 50°C/10 min 300

230

355

295,0 a Média** 282,5 B 252,5 B 362,5 A TempoxTemp.

ns

CV (%) = 20,30

xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem

significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%

respectivamente.

De maneira semelhante, a possibilidade da quitosana (0,25 %) proteger frutos da

goiabeira contra a antracnose através de uma possível indução de mecanismos de defesa

foi avaliada inoculando-se os frutos após o tratamento. Constatou-se que a aplicação da

quitosana não influenciou o aparecimento e o diâmetro das lesões (Tabela 15). O fator

tempo de inoculação alterou significativamente o aparecimento e o desenvolvimento das

lesões, sendo que frutos inoculados após 48 h da imersão em quitosana apresentaram

maiores AACPD para severidade e incidência da podridão.

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54

Tabela 15 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade

(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, inoculadas com C.

gloeosporioides, após diferentes tempos (0; 24 e 48 h) da imersão em quitosana

(0,25%), e armazenadas a 25 2 °C / 80 5 %UR, por oito dias.

AACPD (Severidade, cm)x

0h

24h

48h

Média

ns

Testemunha 8,78 8,20 9,23 8,73 a

0,25% 8,03 6,54 10,23 8,26 a

Média* 8,40 AB 7,37 B 9,73 A TempoxConc.ns

CV (%) = 23,74

AACPD (Incidência, %)

0h

24h

48h

Média

ns

Testemunha 215 275 290 260,0 a

0,25% 175 160 315 216,6 a

Média** 195,0 B 217,5 B 302,5 A TempoxConc.ns

CV (%) = 16,95

xMédias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha, ou minúscula, na coluna, não diferem

significativamente entre si (Tukey ≤ 0,05). NS = não significativo, *.** = significativo a 5% ou 1%

respectivamente.

4.4 Avaliação de métodos alternativos no controle da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ mantidas sob refrigeração

Os resultados revelaram que os agentes alternativos avaliados foram eficientes

em reduzir o progresso da antracnose nos frutos armazenados a 25 °C. O tratamento

térmico, a 50 °C por 10 min, o etanol, a 40 % por 2 min, a quitosana, a 0,25 % e, o 1-

MCP, a 600 nL L-1

por 6 h, reduziram a incidência da antracnose em goiabas

‘Kumagai’, sendo que o tratamento térmico e o etanol também reduziram de maneira

significativa a severidade das lesões. Assim, estes agentes foram novamente avaliados,

armazenando-se os frutos sob refrigeração (10 °C ± 1 °C / 90 ± 5% UR) por 15 dias,

seguidos por transferência para 25 2 °C / 80 5 %UR por mais seis dias.

Os resultados evidenciaram que o 1-MCP (600 nL L-1

/ 6 h) foi eficiente na

redução do diâmetro das lesões da antracnose e da incidência da podridão; constatou-se

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55

redução de 53 % no tamanho das lesões e de 29 % do número de frutos com sintomas

(Tabela 16).

Tabela 16 - Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade

(cm) e incidência (%) da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, inoculadas com C.

gloeoesporioides e expostas aos agentes alternativos [etanol (40 % / 2 min), tratamento

térmico (50 ºC / 10 min), quitosana (0,25 %) e 1-MCP (600 nL L-1

/ 6 h)] e armazenadas

a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias seguidos de mais seis dias a 25 2 °C / 80

5 %UR.

TRATAMENTOS AACPD x

Severidade (cm) Incidência (%)

Testemunha 11,94 a 395 a

Etanol 9,73 ab 380 a

Tratamento Térmico 11,33 ab 400 a

Quitosana 8,08 bc 380 a

1-MCP 5,58 c 280 b

CV (%) 20,22 8,23

xMédias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05).

A avaliação dos atributos de qualidade revelou que após 15 dias de

armazenamento refrigerado (10 °C), os frutos tratados com 1-MCP estavam mais firmes

e ácidos quando comparados aos frutos testemunha, não havendo diferença significativa

quanto ao teor de sólidos solúveis (Tabela 17). Após a transferência dos frutos para 25

°C constatou-se que os diferentes tratamentos não influenciaram o teor de sólidos

solúveis, a acidez titulável e a firmeza dos frutos (Tabela 17). Quanto à cor dos frutos,

observou-se que o 1-MCP não alterou significativamente a luminosidade, o ângulo de

cor e a cromaticidade da casca e polpa quando comparado aos frutos testemunha, após

período de armazenamento refrigerado (Tabela 18). Após transferência dos frutos para

25 °C, os frutos tratados com 1-MCP somente diferiram dos frutos testemunha quanto à

luminosidade de polpa, estando mais claros (Tabela 18).

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56

Tabela 17 - Sólidos solúveis (SS), acidez titulável e firmeza de polpa de goiabas

‘Kumagai’ tratadas termicamente (50 °C / 10 min), com etanol (40 % / 2 min),

quitosana (0,25 %) ou 1-metilciclopropeno (600 nL L-1

/ 6 h) e armazenadas a 10 °C ± 1

°C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.

15 dias sob refrigeração

Tratamentos SS (%) Acidez Titulável Firmeza (N)

(% ácido cítrico)

Testemunha 9,62 a 0,73 b 8,83 c

Etanol 10,04 a 0,79 ab 36,56 ab

Tratamento Térmico 8,74 a 0,82 ab 31,68 ab

Quitosana 9,58 a 0,72 b 22,24 b

1-MCP 9,94 a 0,85 a 47,18 a

CV (%) 10,27 6,89 21,86

15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente

Tratamentos SS (%) Acidez Titulável Firmeza (N)

(% ácido cítrico)

Testemunha 9,44 a 0,54 a 1,99 a

Etanol 10,56 a 0,54 a 2,15 a

Tratamento Térmico 9,80 a 0,52 a 1,94 a

Quitosana 9,82 a 0,58 a 1,91 a

1-MCP 9,66 a 0,52 a 2,61 a

CV (%) 6,65 7,48 21,55

xMédia de cinco repetições, com dois frutos como unidade experimental; Médias seguidas de mesma

letra, na coluna, não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05).

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57

Tabela 18 – Cor de casca e de polpa em goiabas ‘Kumagai’ tratadas termicamente (50

°C / 10 min), com etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %) ou 1-metilciclopropeno

(600 nL L-1

/ 6 h) e armazenadas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por

mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.

15 dias sob refrigeração

Tratamentos Cor de casca

x Cor de polpa

x

L H Chroma L H Chroma

Testemunha 71,66 ab 100,04 a 49,85 ab 81,92 ab 84,28 a 27,72 bc

Etanol 70,17 ab 100,69 a 51,52 ab 78,20 b 83,85 a 31,09 a

Tratamento Térmico 73,01 ab 99,06 a 52,67 a 79,28 ab 84,14 a 30,69 ab

Quitosana 75,52 a 97,77 a 51,51 ab 70,94 c 83,31 a 26,81 c

1-MCP 67,97 b 100,54 a 47,28 b 82,76 a 85,12 a 29,82 abc

CV (%) 7,64 3,86 7,21 4,23 1,95 8,47

15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente

Tratamentos Cor de casca

x Cor de polpa

x

L H Chroma L H Chroma

Testemunha 79,60 ab 86,15 ab 47,23 ab 70,11 b 84,85 a 25,45 a

Etanol 82,48 a 85,38 ab 44,49 b 75,44 b 85,82 a 25,96 a

Tratamento Térmico 81,01 ab 84,91 b 48,28 a 73,55 b 85,34 a 25,28 a

Quitosana 79,72 ab 84,14 b 48,92 a 75,96 b 84,97 a 28,31 a

1-MCP 78,63 b 88,62 a 47,99 ab 84,74 a 87,36 a 28,40 a

CV (%) 3,32 3,09 6,07 6,34 2,52 14,71

xEm colorímetro Hunter Lab, mini scan XE, sistema L C H, onde L* representa luminosidade (0=preto a

100=branco), C representa cromaticidade e H (Hue), o ângulo de cor (0° a 360° - 0°: vermelha, 90°:

amarelo, 180°: verde e 270°: azul). Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem

significativamente entre si (P ≤ 0,05).

Quanto à produção de CO2, observou-se que frutos tratados com 1-MCP

apresentaram menor respiração durante todo o período de armazenamento, quando

comparado aos demais tratamentos (Figura 13). Nota-se também que, a partir do 6º dia,

houve uma tendência de aumento na respiração dos frutos para todos os tratamentos. Os

valores médios obtidos ao longo do período de armazenamento foram de 51,01; 54,41;

56,88; 57,79 e 32,46 mg CO2 kg-1

h-1

para a testemunha, etanol, tratamento térmico,

quitosana e 1-MCP, respectivamente. Os valores máximos obtidos para todos os

tratamentos ocorreram no 7° ou 8° dia, sendo de 73,28; 71,28 77,07; 100,01 e 47,90 mg

CO2 kg-1

h-1

para a testemunha, etanol, tratamento térmico, quitosana e 1-MCP,

respectivamente.

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58

Figura 13. Respiração de goiabas ‘Kumagai’, tratadas termicamente (50 °C / 10 min),

com etanol (40 % / 2 min), quitosana (0,25 %), ou 1-MCP (600 nL L-1

/ 6 h), e mantidas

mantidas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante oito dias. Barras verticais representam a

diferença mínima significativa (DMS).

Comportamento semelhante foi observado para a produção de etileno; constatou-

se que frutos tratados com 1-MCP apresentaram menor produção de etileno,

praticamente, durante todo o período de armazenamento, quando comparado aos demais

tratamentos (Figura 14). Nota-se também que, a partir do 5º ou 6° dia, houve uma

tendência de aumento da produção de etileno para todos os tratamentos. Os valores

médios obtidos ao longo do período de armazenamento foram de 11,72; 10,01; 11,32;

15,75; 7,85 µL C2H4 kg-1

h-1

para a testemunha, etanol, tratamento térmico, quitosana e

1-MCP, respectivamente. Os valores máximos obtidos para todos os tratamentos

ocorreram no 7° ou 8° dia, sendo de 21,36; 25,44; 19,92; 53,05 e 14,71 µL C2H4 kg-1

h-1

para a testemunha, etanol, tratamento térmico, quitosana e 1-MCP, respectivamente.

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59

Figura 14. Produção de etileno de goiabas ‘Kumagai’, tratadas termicamente (50 °C /

10 min), com etanol (40% / 2 min), quitosana (0,25%), ou 1-MCP (600 nL L-1

/ 6 h), e

mantidas a 25 2 °C / 80 5 %UR durante oito dias. Barras verticais representam a

diferença mínima significativa (DMS).

4.5 Avaliação da aplicação de 1-MCP, associado à atmosfera modificada, no

controle da antracnose e na qualidade de goiabas ‘Kumagai’

Os resultados relatados anteriormente evidenciaram que o 1-MCP, aplicado

isoladamente, reduziu a incidência de antracnose em frutos armazenados a 25 °C e sob

refrigeração (10 °C), além de ter reduzido a respiração de goiabas e a produção de

etileno e mantido os frutos mais firmes durante o período de armazenamento

refrigerado. Desta forma, o 1-MCP foi avaliado novamente em associação à atmosfera

modificada no controle da antracnose em goiabas ‘Kumagai’. Constatou-se que o 1-

MCP atuou positivamente no controle de podridões pós-colheita em goiabas ‘Kumagai’,

independentemente dos frutos serem acondicionados em embalagens plásticas (Tabela

19); o tratamento dos frutos com 1-MCP reduziu, em média, 49% a incidência de

podridões, enquanto que os diferentes sistemas de embalagem não contribuíram para a

redução do aparecimento de lesões. O filme PEBD reduziu significativamente a

incidência de podridões, mas acarretou em anaerobiose (Tabela 19 e Figura 15), com

baixos níveis de O2 e altos de CO2.

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60

Tabela 19 - Incidência (%) de podridões em goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas

ou não com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de

embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido

por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.

Incidência (%)

Tratamentos S/E PEBDx PEAD POBD Média**

Testemunha 85 55 100 100 85,00 a

1-MCPX 40 20 50 55 43,75 b

Média** 62,5 A 37,5 B 75,0 A 82,5 A Trat.xEmb.ns

CV (%) = 21,70

x1-MCP - 600 nL L

-1 / 6 h; S/E – sem embalagem, PEBD – polietileno de baixa densidade (50 µm),

PEAD – polietileno de alta permeabilidade (20 µm), StePac, POBD – poliamida de baixa permeabilidade

(20 µm), StePac. Média de cinco repetições, compostas de quatro frutos como unidade experimental.

Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem

significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo e “**”, significativo a 1% de

probabilidade.

Os diferentes sistemas de embalagem e a temperatura de armazenamento

influenciaram a composição gasosa (O2, CO2) no interior das embalagens (Figura 15).

Houve pouca variação em relação aos níveis de O2 e CO2, durante o armazenamento,

uma vez que os níveis de equilíbrio foram estabelecidos. Estes níveis representam o

equilíbrio estabelecido entre as taxas de respiração dos frutos em cada temperatura e as

taxas de permeabilidade dos filmes para cada gás. No entanto, o filme PEBD acarretou

em níveis bastante baixos de O2 e elevados de CO2, principalmente quando não aliado

ao tratamento dos frutos com 1-MCP. Sob armazenamento refrigerado os níveis médios

de O2 foram: 0,7 %; 18,2 %; 16,3 %; para frutos não tratados com 1-MCP e

acondicionados em PEBD, PEAD, POBD e, para aqueles tratados previamente com 1-

MCP os níveis foram 4,1 %, 18,7 %, 18,0 %, respectivamente. Estes níveis mudaram

para 0,6 %; 8,0 %; 5,5 %; 2,3 %; 11,6 %; 9,1 %, após a transferência para condições de

ambiente. Paralelamente, os valores médios encontrados para o CO2 foram 4,7 %; 2,0

%; 4,6 %; 4,1 %; 1,4 %; 2,7 % em armazenamento refrigerado (10 °C ± 1 °C / 90 ± 5

%UR) e 12,8 %; 10,3 %; 18,9 %; 7,5 %; 6,8 %; 12,5 % sob condições ambiente (25 2

°C / 80 5 %UR), respectivamente, aos tratamentos. Portanto, evidenciou-se que frutos

tratados com 1-MCP e posteriormente acondicionados em sistemas de embalagem

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61

acarretaram em níveis mais elevados de O2 e mais baixos de CO2 quando comparados a

frutos não tratados.

Durante o armazenamento, verificou-se que os filmes de polietileno de baixa

densidade e a poliamida de baixa permeabilidade podem ter levado à respiração

anaeróbia dos frutos, favorecendo um maior acúmulo de acetaldeído e etanol na

embalagem, especialmente a 25 °C. Contudo, a avaliação sensorial não detectou

alterações expressivas quanto a presença de odor ou sabor estranhos nos frutos em

nenhum dos tratamentos (Tabela 20).

0

3

6

9

12

15

18

21

0 6 10

O2

(%)

Dias a 10 °C

E1

E2

E3

0

3

6

9

12

15

18

21

0 2 4 6

O2

(%)

Dias a 25 °C

E1

E2

E3

0

3

6

9

12

15

18

21

24

0 6 10

CO

2 (%

)

Dias a 10 °C

E1

E2

E3

0

3

6

9

12

15

18

21

24

0 2 4 6

CO

2 (%

)

Dias a 25 °C

E1

E2

E3

Figura 15. Concentração de gases (O2, CO2) no interior das embalagens (E1 – PEBD –

polietileno de baixa densidade (50 µm), E2 - PEAD – polietileno de alta permeabilidade

(20 µm), StePac, E3 - POBD – poliamida de baixa permeabilidade (20 µm), StePac.),

tratadas (---) ou não (—) com 1-MCP e mantidas a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5% UR, por 15

dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.

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62

Tabela 20 – Avaliação sensorial de goiabas ‘Kumagai’, tratadas ou não com 1-MCP

(600 nL L-1

/ 6 h) e acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após

armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a

25 2 °C / 80 5 %UR.

15 dias sob refrigeração

TRATAMENTOS Aspecto

Geral Aroma Sabor

Testemunha

S/E 0,84 1,10 1,38

E1 0,85 1,37 1,94

E2 1,83 2,26 3,48

E3 2,01 2,41 3,69

1-MCP

S/E 2,12 2,84 4,06

E1 2,54 2,47 3,23

E2 2,19 2,21 3,53

E3 2,56 2,27 3,53

15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente

TRATAMENTOS Aspecto

Geral Aroma Sabor

Testemunha

S/E 3,64 3,86 4,39

E1 2,47 3,52 3,02

E2 5,47 5,10 5,35

E3 4,53 3,87 4,95

1-MCP

S/E 4,78 4,94 5,13

E1 2,01 2,61 2,09

E2 4,86 5,36 5,23

E3 3,01 3,51 3,26

xS/E: sem embalagem, E1: PEBD – polietileno de baixa densidade (50 µm), E2: PEAD – polietileno de

alta permeabilidade (20 µm), StePac, E3: POBD – poliamida de baixa permeabilidade (20 µm), StePac.

A análise da cor de casca dos frutos revelou que, durante o armazenamento

refrigerado frutos tratados com 1-MCP apresentaram menores valores de luminosidade

e cromaticidade e maiores valores de ângulo de cor, diferindo significativamente dos

não tratados, ou seja, estavam mais verdes, escuros e com coloração menos intensa.

Após transferência dos frutos para 25 °C constatou-se que somente a luminosidade foi

influenciada pelo tratamento com 1-MCP, estando os frutos mais escuros que os não

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63

tratados (Tabela 21). No entanto, após este período, a embalagem PEBD alterou

significativamente a luminosidade, a cromaticidade e o ângulo de cor dos frutos, os

quais estavam mais verdes e escuros e com coloração menos intensa quando

comparados àqueles acondicionados nos demais sistemas de embalagem, evidenciando

que esta embalagem não permitiu que os frutos amadurecessem normalmente (Figura

16). Quanto à análise da cor da polpa, frutos tratados com 1-MCP e acondicionados em

PEAD apresentaram os menores valores de luminosidade e de cromaticidade. Após a

transferência dos frutos para 25 ºC, os valores de luminosidade foram menores nos

frutos tratados com 1-MCP e acondicionados em POBD e a cromaticidade foi menor

nos frutos acondicionados em PEBD independente do tratamento (Tabela 22).

Figura 16 – Aspecto geral de frutos tratados ou não com 1-MCP, acondicionados em

diferentes sistemas de embalagem (A - frutos testemunha, sem embalagem –; B -

PEBD; C - PEAD, D - POBD; E - frutos expostos ao 1-MCP (600 nL L-1

/ 6 h) ; F – 1-

MCP + PEBD; G – 1-MCP + PEAD e H – 1-MCP + POBD) e armazenados a 10 °C ± 1

°C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.

C

D

A

B

E

G

F

H

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64

Tabela 21 - Cor de casca de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não com 1-metilciclopropeno

(1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90

± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.

15 dias sob refrigeração

Luminosidade (L)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

**

Testemunha 68,75 66,24 75,25 69,55 69,95 a

1-MCPX 65,39 66,00 64,77 63,24 63,35 b

Média** 67,07 AB 63,12 B 70,01 A 66,40 AB Trat.xEmb.ns

CV (%) = 8,02

Cromaticidade (Chroma)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

**

Testemunha 54,17 47,07 52,46 53,85 51,88 a

1-MCPX 49,98 46,18 49,59 49,00 48,68 b

Média** 52,07 A 46,62 B 51,42 A 51,42 A Trat.xEmb.ns

CV (%) = 8,30

Ângulo de cor (Hue)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

**

Testemunha 97,11 97,70 93,30 95,00 95,77 b

1-MCPX 100,02 104,18 102,02 101,46 102,14 a

Média* 99,01 AB 100,94 A 97,66 B 98,23 AB Trat.xEmb.ns

15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente

CV (%) = 3,81

Luminosidade (L)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

**

Testemunha 77,98 aAB 64,49 aC 79,60 aA 75,09 aB 74,30 a

1-MCPX 77,40 aA 58,19 bC 70,51 bB 71,98 aB 69,52 b

Média** 77,70 A 61,34 C 75,05 AB 73,53 B Trat.xEmb.**

CV (%) = 5,37

Cromaticidade (Chroma)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

ns

Testemunha 53,56 46,01 52,38 47,82 49,95 a

1-MCPX 51,01 45,10 49,60 51,02 49,18 a

Média* 52,28 A 45,55 B 50,99 A 49,42 A Trat.xEmb.ns

CV (%) = 9,27

Ângulo de cor (Hue)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

ns

Testemunha 83,09 aB 103,59 aA 82,32 bB 85,25 aB 88,56 a

1-MCPX 83,95 aB 101,92 aA 88,38 aB 85,36 aB 89,90 a

Média** 83,52 B 102,75 A 85,35 B 85,30 B Trat.xEmb.*

CV (%) = 4,73

Análise inicial: L – 64,18, Chroma – 46,26, Hue – 102,66. Em colorímetro Hunter Lab, mini scan XE,

sistema L C H, onde L* representa luminosidade (0=preto a 100=branco), C representa cromaticidade e H

(Hue), o ângulo de cor (0° a 360° - 0°: vermelha, 90°: amarelo, 180°: verde e 270°: azul). x1-MCP - 600

nL L-1

/ 6 h; E1 – polietileno de baixa densidade, E2 – polietileno de alta permeabilidade, E3 – poliamida

de baixa permeabilidade). Média de cinco repetições, compostas de quatro frutos como unidade

experimental. Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem

significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo e “**”, significativo a 1% de

probabilidade.

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65

Tabela 22 - Cor de polpa de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não com 1-metilciclopropeno

(1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90

± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.

15 dias sob refrigeração

Luminosidade (L)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

ns

Testemunha 76,85 75,75 76,55 80,13 77,32 a

1-MCPX 77,44 79,30 73,24 79,62 77,40 a

Média* 77,14 AB 77,52 AB 74,90 B 79,87A Trat.xEmb.ns

CV (%) = 6,97

Cromaticidade (Chroma)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

**

Testemunha 31,59 aA 27,60 aA 27,30 aA 27,49 aA 28,50 a

1-MCPX 24,61 bA 28,49 aA 25,59 aA 26,21 aA 26,22 b

Médians

28,10 A 28,04 A 26,45 A 26,85 A Trat.xEmb.**

CV (%) = 13,50

Ângulo de cor (Hue)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

ns

Testemunha 84,86 83,98 84,36 85,41 84,65 a

1-MCPX 84,98 85,14 85,52 85,84 85,37 a

Médians

84,92 A 84,56 A 85,62 A 85,62 A Trat.xEmb.ns

CV (%) = 3,02

15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente

Luminosidade (L)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

*

Testemunha 79,64 aAB 80,84 aA 78,61 aAB 76,69 aB 78,95 a

1-MCPX 79,68 aA 75,78 bB 76,77 aAB 77,30 aAB 77,38 b

Média* 79,66 A 78,31 AB 77,69 AB 77,00 B Trat.xEmb.*

CV (%) = 3,39

Cromaticidade (Chroma)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

ns

Testemunha 29,23 24,38 27,32 28,24 27,30 a

1-MCPX 28,81 25,55 26,10 25,16 26,40 a

Média** 29,02 A 24,96 B 26,71 AB 26,70 AB Trat.xEmb.ns

CV (%) = 13,54

Ângulo de cor (Hue)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

ns

Testemunha 88,20 86,60 88,38 86,26 87,36 a

1-MCPX 86,81 87,45 88,71 89,42 88,08 a

Média* 87,50 AB 87,02 B 88,55 A 87,84 AB Trat.xEmb.**

CV (%) = 1,96

Análise inicial: L – 80,83, Chroma – 24,81, Hue – 87,08. Em colorímetro Hunter Lab, mini scan XE,

sistema L C H, onde L* representa luminosidade (0=preto a 100=branco), C representa cromaticidade e H

(Hue), o ângulo de cor (0° a 360° - 0°: vermelha, 90°: amarelo, 180°: verde e 270°: azul). x1-MCP - 600

nL L-1

/ 6 h; E1 – polietileno de baixa densidade, E2 – polietileno de alta permeabilidade, E3 – poliamida

de baixa permeabilidade). Média de cinco repetições, compostas de quatro frutos como unidade

experimental. Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem

significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo e “**”, significativo a 1% de

probabilidade.

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66

Quanto aos demais atributos avaliados (Tabela 23), os frutos tratados com 1-

MCP estavam mais firmes após 15 dias a 10 °C; não houve influência no teor de sólidos

solúveis e na acidez titulável. Após o período de armazenamento a 25 °C, frutos

tratados com 1-MCP, apresentaram maior firmeza, teor de sólidos solúveis e acidez

titulável, quando comparados aos não tratados; contatou-se ainda que frutos

acondicionados em PEBD e apresentaram firmeza semelhante à análise inicial

(realizada logo após a colheita), evidenciando que este sistema de embalagem não

permitiu que os frutos amadurecessem normalmente.

A perda de massa foi reduzida para frutos acondicionados em todos os sistemas

de embalagem, tanto sob armazenamento refrigerado quanto sob condições ambiente,

quando comparados aos frutos mantidos somente em caixas de papelão ondulado

(Tabela 24). As embalagens plásticas foram eficientes em evitar a perda de massa dos

frutos durante o armazenamento.

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67

Tabela 23 - Sólidos solúveis, acidez titulável e firmeza de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou

não com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após

armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5

%UR. (Continua)

15 dias sob refrigeração

Sólidos solúveis (%)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

ns

Testemunha 9,30 7,92 7,78 8,18 8,29 a

1-MCPX 9,12 8,62 8,34 8,40 8,62 a

Média* 9,21 A 8,27 AB 8,06 B 8,29 AB Trat.xEmb.ns

CV (%) = 10,85

Acidez titulável (% ácido cítrico)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

ns

Testemunha 0,75 aA 0,61 bB 0,58 bB 0,57 bB 0,63 a

1-MCPX 0,66 bA 0,64 aA 0,68 aA 0,66 aA 0,66 a

Média* 0,70 A 0,62 B 0,63 AB 0,62 B Trat.xEmb.**

CV (%) = 10,01

Firmeza (N)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

**

Testemunha 68,26 aA 47,81 bAB 28,85 bB 29,75 bB 43,66 b

1-MCPX 44,79 bB 74,60 aA 63,26 aAB 56,65 aAB 59,82 a

Média* 56,52 AB 61,20 A 46,05 AB 43,20 B Trat.xEmb.**

CV (%) = 38,67

15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente

Sólidos solúveis (%)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

*

Testemunha 8,84 7,74 6,60 6,81 7,50 b

1-MCPX 9,00 7,70 7,70 7,58 8,00 a

Média** 8,92 A 7,72 B 7,15 B 7,20 B Trat.xEmb.ns

CV (%) = 8,75

Acidez titulável (% ácido cítrico)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

*

Testemunha 0,66 0,52 0,53 0,57 0,57 b

1-MCPX 0,66 0,62 0,59 0,60 0,61 a

Média** 0,66 A 0,57 AB 0,56 B 0,58 AB Trat.xEmb.ns

CV (%) = 10,27

Firmeza (N)

Tratamentos S/E E1x E2 E3 Média

*

Testemunha 11,99 64,85 12,34 9,34 24,61 b

1-MCPX 12,25 71,75 17,66 15,85 29,37 a

Média** 12,09 B 68,30 A 15,00 B 12,50 B Trat.xEmb.ns

CV (%) = 36,41

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68

‘Tabela 23 - Sólidos solúveis, acidez titulável e firmeza de goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou

não com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de embalagem, após

armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5

%UR. Continuação’

Valores iniciais: sólidos solúveis – 8,90, acidez – 0,42, firmeza – 60,14.

x1-MCP - 600 nL L

-1 / 6 h; S/E –

sem embalagem, E1 – polietileno de baixa densidade, E2 – polietileno de alta permeabilidade, E3 –

poliamida de baixa permeabilidade. Média de cinco repetições, compostas de quatro frutos como unidade

experimental. Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e maiúscula, na linha, não diferem

significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo, “*”, significativo a 5% de

probabilidade e “**”, significativo a 1% de probabilidade.

Tabela 24 – Perda de massa (%) em goiabas ‘Kumagai’, previamente tratadas ou não

com 1-metilciclopropeno (1-MCP), acondicionadas em diferentes sistemas de

embalagem, após armazenamento a 10 °C ± 1 °C / 90 ± 5 %UR, por 15 dias, seguido

por mais seis dias a 25 2 °C / 80 5 %UR.

15 dias sob refrigeração

Perda de massa (%)x

Tratamentos S/E E1 E2 E3 Médians

Testemunha 9,43 0,08 0,37 2,20 3,02 a

1-MCPx 12,58 0,05 0,21 2,14 3,74 a

Média** 11,00 A 0,06 C 0,30 C 2,17 B Trat.xEmbalagem.ns

C.V. (%) = 18,73

15 dias sob refrigeração e 6 dias sob condição ambiente

Tratamentos S/E E1 E2 E3 Médians

Testemunha 17,35 Aa 13,67 Aa 2,80 Ab 3,80 Ab 9,40 a

1-MCPx 17,76 Aa 6,44 Bb 3,78 Ab 5,93 Ab 8,47 a

Média** 17,55 A 10,05 B 3,30 C 4,86 C Trat.xEmbalagem.**

C.V. (%) = 27,26

x1-MCP - 600 nL L

-1 / 6 h; S/E – sem embalagem, E1 – polietileno de baixa densidade, E2 – polietileno

de alta permeabilidade, E3 – poliamida de baixa permeabilidade). Média de cinco repetições, compostas

de quatro frutos como unidade experimental. Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, e

maiúscula, na linha, não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05), sendo “ns”, não significativo, “*”,

significativo a 5% de probabilidade e “**”, significativo a 1% de probabilidade.

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69

5 DISCUSSÃO

A elevada incidência de podridões pós-colheita em goiabas está diretamente

relacionada às perdas qualitativas e quantitativas, destacando-se a antracnose. Quando

permitido, a utilização de fungicidas ainda é a principal medida para o controle de

podridões, porém não há produtos registrados que possam ser utilizados em pós-colheita

para a cultura da goiabeira. Assim, o desenvolvimento ou a adoção de tecnologias

alternativas eficientes no controle de podridões devem ser estudadas e estimuladas. Há

vários relatos de efeitos positivos sobre a utilização de agentes alternativos de controle,

que demonstraram ser eficientes no controle de podridões pós-colheita em diferentes

frutas contra diferentes patógenos e, entre estes, o etanol, o tratamento térmico, a

quitosana e o 1-MCP têm se mostrado bastante promissores.

Inicialmente, ensaios in vitro foram realizados com o objetivo de avaliar os

efeitos da aplicação do tratamento térmico, do etanol, da quitosana e do 1-MCP sobre o

crescimento micelial e a germinação de conídios de C. gloeosporioides. Os resultados

mostraram que o tratamento térmico, o etanol e a quitosana reduziram

significativamente o desenvolvimento do patógeno, evidenciando que estes agentes de

controle atuam diretamente sobre o patógeno, enquanto que o 1-MCP não apresentou

influência sobre o seu desenvolvimento (Tabelas 2 a 8 e Figuras 8 a 10). Os estudos in

vivo demonstraram que os agentes alternativos avaliados foram eficientes em reduzir o

progresso da antracnose em frutos mantidos a 25 °C. O tratamento térmico, a 50 °C por

10 min, o etanol, a 40 % por 2 min, a quitosana, a 0,25 % e, o 1-MCP a 600 nL L-1

por 6

h, reduziram a incidência da antracnose em goiabas ‘Kumagai’, sendo que o tratamento

térmico e o etanol também reduziram de maneira significativa a severidade das lesões

(Tabelas 9 a 12 e Figuras 11 e 12). Estes resultados evidenciam que o tratamento

térmico, a quitosana e o etanol atuam diretamente no controle da antracnose em goiabas,

enquanto que o 1-MCP atua de maneira indireta, retardando o processo de

amadurecimento do fruto e, consequentemente, inibindo o desenvolvimento da

antracnose.

A ação inibitória do etanol é complexa, mas, provavelmente, o sítio de ação

primário é a membrana plasmática que tem como principal função fornecer

permeabilidade seletiva, regulando a passagem de solutos entre a célula e o ambiente

externo. A atividade do etanol ocorre provavelmente pela desnaturação de proteínas e

remoção de lipídios da membrana celular dos microrganismos (INGRAM & BUTTKE,

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70

1984; LICHTER et al., 2002), ocorrendo a perda de metabólitos essenciais, alterações

no controle do pH interno, e redução da atividade de enzimas associadas à membrana,

inibindo sua síntese (SIKKEMA et al., 1995). Como consequência, a viabilidade do

microrganismo é afetada. A efetividade do etanol no controle da antracnose em goiabas

pode ser atribuída à sua propriedade fungicida. Portanto, a aplicação do etanol, nas

concentrações utilizadas neste trabalho, pode ter interferido diretamente sobre as

funções da membrana plasmática de C. gloeosporioides, retardando ou inibindo o seu

desenvolvimento e, consequentemente, o desenvolvimento da antracnose nos frutos.

De maneira semelhante, LICHTER et al. (2002) relataram que o etanol a 40 %

inibiu completamente a germinação de conídios de B. cinerea. KARABULUT et al.

(2004) constataram completa inibição da germinação de esporos de B. cinerea após 10s

de exposição a 30 % de etanol, a 24 °C. SCOLFARO (2009) verificou que a

incorporação de etanol ao meio de cultura, nas concentrações de 20; 30; 40 e 50 %

inibiu o crescimento micelial de C. gloeosporioides.

Vários trabalhos têm demonstrado os efeitos positivos do etanol no controle de

podridões pós-colheita em várias culturas (PESIS, 2005). MARGOSAN et al. (1997)

sugeriram que o etanol, aplicado nos frutos em pós-colheita, atrasa a perda de firmeza, o

que desfavorece o desenvolvimento de podridões, assim, SCOLFARO (2009) constatou

redução da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ imersas em etanol, a 50 %, aplicado pela

imersão dos frutos por 2 min, além de não alterar os atributos de qualidade.

Recentemente, FISCHER et al. (2012) verificaram redução significativa da incidência

da antracnose (Colletotrichum spp.) em goiabas ‘Pedro Sato’ imersas em etanol a 50 %

por 5 minutos, seguido de hipoclorito de sódio (0,5% de cloro ativo). CANDIR et al.

(2012) verificaram que o acondicionamento de uvas em polietileno perfurado e sachês

Antimold® 80 (vapor de etanol) foi tão eficaz quanto o tratamento com SO2 na redução

da incidência de podridões pós-colheita em cachos naturalmente infectados ou

inoculados artificialmente.

O tratamento térmico reduz as podridões pós-colheita de frutos através do efeito

letal da temperatura sobre o patógeno ou pela formação de substâncias antifúngicas,

como a síntese de fitoalexinas e de proteínas relacionadas à patogênese (LURIE, 1998),

o que inibe a infecção quiescente de patógenos, devido aos esporos e infecções

quiescentes estarem presentes na superfície ou nas primeiras camadas celulares do fruto

(PORAT et al., 2000). Por sua vez, a eficácia do tratamento térmico sobre o patógeno

fúngico é usualmente constatada pela redução na viabilidade da germinação do esporo

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71

ou crescimento micelial. Muitos frutos toleram temperaturas de 50 a 60 °C por até 10

min, mas exposições por tempos menores a estas temperaturas podem controlar muitos

patógenos de pós-colheita.

A possibilidade do tratamento térmico (50 °C / 10 min) proteger frutos da

goiabeira contra a antracnose através de uma possível ativação de mecanismos de defesa

foi avaliada inoculando-se os frutos em diferentes intervalos de tempo após o tratamento

e observou-se que a interação entre os diferentes tempos de inoculação e o tratamento,

não foi significativo para o desenvolvimento da antracnose nos frutos (Tabela 14). Estes

resultados, somados àqueles obtidos nos ensaios in vitro (Tabelas 4 e 5) e in vivo

(Tabela 11), reforçam a hipótese de que o tratamento térmico em goiabas ‘Kumagai’

atua no controle da antracnose por inibir o desenvolvimento da infecção, atuando

diretamente sobre o desenvolvimento do patógeno.

Sob tal aspecto, MORAES et al. (2005) constataram que a combinação de 56 °C

por 6 min retardou mas não paralisou o crescimento micelial de C. musae, porém foi

efetivo no controle da podridão nos frutos de bananeira. ZHENG et al. (2008) utilizaram

o tratamento hidrotérmico para o controle in vitro e in vivo de Penicillium expansum em

pêras e constataram inibição da germinação dos esporos em todos os tempos de

exposição (5; 10; 15 e 20 min) a 46 °C. LIU et al. (2010) avaliaram o tratamento

térmico por ar quente (36 ºC por 10 min) e Pichia guilliermondii, isoladamente ou em

combinação, no controle da antracnose em nêspera e os resultados mostraram que a

combinação dos tratamentos reduziu significativamente o desenvolvimento da doença,

tanto nos frutos naturalmente, quanto artificialmente infectados, aos 10 dias de

armazenamento a 20 ºC. Recentemente, LIU et al. (2012) concluíram que a imersão de

pêssegos em água a 40 ºC por 5 ou 10 min foi eficiente no controle da podridão parda

(Monilinia fructicola) em frutos armazenados a 25 ºC por oito dias.

A aplicação da quitosana nos frutos pode ter efeito direto sobre os

microrganismos, ocasionando uma desorganização molecular das células fúngicas,

induzir barreiras estruturais no local da penetração do patógeno, como a suberização e a

lignificação, restringindo, em parte, a penetração fúngica ou ainda acúmulo de quitinase

e indução da síntese de calose (BAUTISTA-BAÑOZ et al., 2006; EL GHAOUTH,

1992). O produto pode atuar indiretamente no controle de doenças através da ativação

de respostas de resistência, como o acúmulo de proteínas relacionadas à patogênese

(proteínas-RP) e de fitoalexinas, ou ainda, pela formação de um filme semipermeável,

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72

modificando a atmosfera ao redor do fruto, diminuindo a transpiração e retardando o

amadurecimento (JIANG et al., 2005; JIANG & LI, 2001).

Em goiabas ‘Kumagai’, os resultados mostraram que a aplicação da quitosana

reduz a incidência da antracnose em frutos mantidos a 25 °C (Tabela 12) e, in vitro,

inibe o crescimento micelial e reduz a germinação de conídios (Tabelas 6 e 7 e Figura

10). Para outros patossistemas, vários relatos demonstraram os efeitos positivos da

quitosana em induzir resistência em diferentes espécies de frutos contra diferentes

patógenos, mas em goiabas, nas condições deste experimento, não foram verificados

efeitos indiretos da quitosana no controle da antracnose. A expressão de barreiras

estruturais pelo tecido do hospedeiro, após o tratamento com quitosana, pode restringir

a expansão do patógeno invasor, bem como, atrasar a retomada de desenvolvimento de

infecções quiescentes. Assim, o controle da antracnose pela quitosana aparentemente

está relacionado ao efeito direto do produto sobre o patógeno (Tabela 15).

Neste trabalho, tanto a germinação como a morfologia de conídios de C.

gloesporiodes foram afetadas pela aplicação da quitosana (Figura 10). A quitosana não

é apenas efetiva em inibir o crescimento do patógeno, mas também em induzir

mudanças morfológicas marcantes, alterações estruturais e desorganização molecular

das células fúngicas (BEHAMOU, 1996; EL GAOUTH et al., 1997). EL GAOUTH et

al. (1992) e CAMILLI et al. (2007) também constataram mudanças morfológicas

induzidas pela quitosana, caracterizadas, por exemplo, por ramificações excessivas de

hifas. BAUTISTA-BAÑOZ et al. (2003) constataram mudanças na morfologia dos

conídios de C. gloeosporioides na concentração de 1,5% de quitosana. CIA (2005)

verificou que as concentrações acima de 0,25 % de quitosana suprimiram a esporulação

de C. gloeosporioides. LIU et al. (2007) observaram que 0,5 % de quitosana foi

suficiente para inibir completamente a germinação de P. expansun. FELIPINI & DI

PIERO (2009) avaliaram a aplicação de quitosana no controle da podridão amarga em

maçãs pós-colheita e seus efeitos sobre C. acutatum e verificaram que o produto, a 10 g

L-1

, reduziu a germinação de conídios e o crescimento micelial do patógeno.

A quitosana é diluída em ácido, neste caso, o ácido acético (0,5 % v/v), para que

o pH da solução estabilize normalmente abaixo de pH 6,0 e nessas condições, a

quitosana é capaz de interagir com as cargas negativas da membrana celular do

microrganismo, causando mudanças na permeabilidade da membrana plasmática, e

perda de componentes intracelulares (STAMFORD et al., 2008). Concomitantemente, o

efeito inibitório do ácido acético sobre microrganismos é devido à redução do pH, como

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73

também à capacidade das moléculas não dissociadas de ácido acético passarem

facilmente através da membrana dos conídios sobre a superfície do fruto e assim,

exercer seu efeito tóxico pela redução do pH do protoplasma celular (SHOLBERG et

al., 2000). Assim, justifica-se a inibição do desenvolvimento micelial do C.

gloesporioides em placas contendo meio de cultura BDA e incorporadas apenas com

ácido acético (Tabela 6 e Figura 9). Segundo SCOLFARO (2009) as concentrações de

1000 e 2000 μL L-1

de ácido acético, incorporadas ao meio de cultura, inibiram o

crescimento micelial de C. gloeosporioides e o ácido acético, na concentração de 500

μL L-1

, aplicado por imersão durante 2 min, reduziu a severidade da antracnose em

goiabas ‘Kumagai’.

Estudos demonstram que a aplicação de quitosana reduziu significativamente a

incidência da podridão causada por B. cinerea em morangos (EL GHAOUTH et al.,

1991) e em uvas (CAMILI et al., 2007; ROMANAZZI et al., 2007). XU et al. (2007)

relataram que a imersão de uvas ‘Redglobe’ em quitosana a 1% reduziu a incidência de

mofo cinzento tanto em cachos inoculados previamente com B. cinerea, quanto em uvas

não inoculadas. RAPPUSI et al. (2009) verificaram que a quitosana reduziu

significativamente a mancha preta (Guinardia citricarpa) em laranjas ‘Valência’,

agindo de modo direto, bem como pela ativação de mecanismos de defesa. Segundo

TEZOTTO (2012) o uso de quitosana (0,5 a 2,0 %) foi eficiente no controle de

podridões em framboesa ‘Autumn Bliss’, sendo menor a incidência de patógenos,

quanto maior a concentração do produto.

Constatou-se ainda que a quitosana (0,25%) não exerceu efeito significativo

sobre a incidência e desenvolvimento das lesões quando os frutos foram inoculados

após o tratamento (Tabela 15), ou seja, provavelmente não estimulou respostas de

defesa nos frutos, que pudesse atuar no controle do patógeno, reduzindo a antracnose.

De maneira semelhante, EL-GHAOUT et al. (1992) concluíram que o mecanismo pelo

qual a quitosana reduz a podridão mole e o mofo cinzento em morangos, parece estar

relacionado a sua propriedade fungistática e não a indução de resistência.

Quando os frutos foram expostos ao 1-MCP, os resultados evidenciaram que o

produto não foi eficiente na redução do diâmetro das lesões em goiabas. No entanto, o

1-MCP reduziu de maneira significativa a incidência da antracnose em goiabas; a maior

concentração avaliada (600 nL L-1

), aplicada por 6 h, reduziu o número de frutos

apresentando sintomas da doença (Tabela 13 e Figura 12). Quando avaliado in vitro, o

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74

1-MCP não influenciou significativamente o crescimento micelial e a germinação dos

conídios de C. gloesporioides (Tabelas 8 e 9).

Como o 1-MCP é um regulador vegetal que compete com o etileno pelos sítios

de ligação nos receptores das membranas, e que pode retardar ou inibir eventos do

amadurecimento e, assim, reduzir o desenvolvimento de podridões (FENG et al., 2000;

TERAO et al., 2003), não se esperava efeito direto sobre o patógeno e sim,

indiretamente nos frutos, com o atraso no amadurecimento e desenvolvimento da

antracnose nos frutos (Tabela 13). O uso do 1-MCP tem reduzido o surgimento ou a

evolução de doenças em diversos produtos vegetais como maçã, kiwi, pêssego,

nectarina, ameixas e peras (LIGUORI et al., 2004; De ELL et al., 2008). O tratamento

com 1-MCP apresentou níveis de incidência de podridões causadas por fungos,

significativamente inferiores aos não tratados em goiabas vermelhas ‘Pedro Sato’

(KLUGE et al., 2001). BASSETO et al. (2005) verificaram que goiabas ‘Pedro Sato’

expostas ao 1-MCP (900 nL L-1

) durante 3 h, apresentaram menor incidência de

podridões comparadas aos frutos não tratados, armazenados em condições ambiente e

sob refrigeração. Segundo TEZOTTO (2012) o uso do 1-MCP nas concentrações de

500; 1000 e 2000 nL L-1

reduziu a incidência de podridões em framboesas após sua

colheita.

Quando o produto foi avaliado em frutos mantidos sob refrigeração, constatou-se

que o 1-MCP foi eficiente no controle da antracnose (Tabela 16). A avaliação dos

atributos de qualidade revelou que os frutos expostos ao 1-MCP estavam mais firmes e

ácidos quando comparados aos frutos testemunha, não havendo diferença significativa

quanto ao teor de sólidos solúveis e coloração de casca (Tabelas 17 e 18). Além disso,

observou-se que o 1-MCP reduziu a respiração e a produção de etileno de goiabas em

condição ambiente (25 2 °C / 80 5 %UR) (Figuras 13 e 14). Estes resultados

indicam que, possivelmente, o 1-MCP atua indiretamente no controle da antracnose em

goiabas ‘Kumagai’, devido ao atraso no processo de amadurecimento dos frutos.

A firmeza é um atributo de qualidade muito importante em goiabas e

imprescindível para a sua conservação; em goiabas ‘Kumagai’ a perda de firmeza

apresenta diferentes intensidades durante o amadurecimento, sendo que esta variedade

atinge 15 a 20 N em 15 dias armazenados a 23 ºC / 85 %UR (CAVALINI, 2008).

Assim, verificou-se que aliar a aplicação do 1-MCP à refrigeração foi eficiente no

controle da antracnose e na manutenção da firmeza dos frutos por até 15 dias

refrigerado, uma vez que, a refrigeração retarda os processos metabólicos envolvidos no

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75

amadurecimento, reduz a produção e ação do etileno e retarda o crescimento dos

microrganismos.

Dependendo da espécie a ser tratada, o 1-MCP pode atuar sobre a respiração,

produção de etileno, produção de voláteis, degradação de clorofila, modificações nas

proteínas e membranas, amaciamento, doenças, acidez e açúcares (ABDI et al., 1998;

FAN et al., 1999; JIANG, 1999; JEONG et al., 2002). O tratamento com 1-MCP

proporcionou aumento da vida útil de goiabas ‘Pedro Sato’ de quatro para seis dias, para

o estádio verde, e de dois dias para o estádio meio maduro, apresentando níveis de

incidência de podridões causadas por fungos, significativamente inferiores aos não

tratados em ambos os estádios de amadurecimento (KLUGE et al., 2001).

CERQUEIRA et al. (2009) verificaram que o 1-MCP retarda o amadurecimento de

goiabas ‘Kumagai’, promovendo como principais efeitos a redução da perda da firmeza

e da cor verde da casca.

A produção de CO2 e C2H4 em goiabas têm se mostrado muito variável, podendo

ocorrer pico climatérico ou não (BIALE & BARCUS, 1970; BRON et al., 2005;

CHITARRA & CHITARRA, 2005, MEDINA, 1978; MERCADO-SILVA et al., 1998;

SINGH & PAL, 2008). Em goiabas ‘Kumagai’ tem se observado constante aumento na

produção de CO2 e de etileno, com climatério após completo amadurecimento dos

frutos, não se enquadrando em nenhuma das classificações atualmente utilizadas

(AZZOLINI et al., 2005; CAVALINI, 2004). Os valores obtidos nesse experimento, de

produção de CO2 e C2H4, se enquadram nas faixas de produção apresentadas por

KADER (1999), para goiabas. Segundo este autor a produção de CO2 em goiabas varia

de 10 a 70 mL kg-1

h-1

e a de etileno de 1 a 20 µL kg-1

h-1

. Porém diversos fatores podem

afetar esses valores como a variedade, época de colheita, senescência e presença de

podridões (CAVALINI, 2008; MERCADO-SILVA, 1998).

Os resultados sobre a respiração e produção de etileno de goiabas ‘Kumagai’

após aplicação de 1-MCP estão de acordo com CAVALINI (2008) que concluiu que

goiabas ‘Kumagai’ expostas ao 1-MCP (900 nL L-1

/ 3 h) resultaram em menor

produção de CO2 e de C2H4 e que a respiração desses frutos foi constante na maior parte

do período experimental, aumentando apenas ao final do período de armazenamento.

BASSETO et al. (2005) obtiveram resultado semelhante em goiabas ‘Pedro Sato’. O

tratamento com 900 nL.L-1

de 1-MCP manteve a menor produção de etileno durante o

armazenamento em relação à testemunha.

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76

Quando avaliado em associação à atmosfera modificada, a aplicação do 1-MCP

atuou positivamente no controle de podridões pós-colheita em goiabas ‘Kumagai’

independentemente dos frutos serem acondicionados em embalagens plásticas (Tabela

19). Observa-se que, independentemente dos tratamentos, os frutos acondicionados em

embalagem PEBD apresentaram menor incidência de podridões (Tabela 19), porém, o

acondicionamento dos frutos nesta embalagem pode ter levado à anaerobiose,

favorecendo o acúmulo de voláteis, devido aos baixos níveis de O2 e altos de CO2

(Figura 15).

Segundo KADER (1986) e AWAD (1993), no interior das embalagens, a

respiração dos frutos reduz a concentração de O2 e aumenta a de CO2, até níveis que

dependem, sobretudo, do tipo, variedade, peso, estádio de maturação, temperatura dos

frutos e das características do filme plástico (estrutura, densidade e espessura), que

determinam sua permeabilidade aos diferentes gases (CO2, O2 e C2H4). A combinação

de armazenamento refrigerado com embalagem é uma técnica para aumentar a vida útil

pós-colheita de produtos frescos perecíveis, como é o caso da goiaba, inclusive para que

possam ser transportados por via marítima (McGLASSON, 1992).

Contudo, neste trabalho, durante o armazenamento, verificou-se que os filmes de

polietileno de baixa densidade e a poliamida de baixa permeabilidade podem ter levado

à respiração anaeróbia dos frutos, com baixos níveis de O2 e altos de CO2 (Figura 15),

provavelmente favorecendo um maior acúmulo de voláteis como o acetaldeído e o

etanol no interior da embalagem, especialmente quando permaneceram em condições

ambiente (25 2 °C / 80 5 %UR). O acetaldeído e o etanol podem inibir o

amadurecimento e afetar o aroma e sabor de goiabas, mas o seu excesso resulta em um

aroma não agradável para o consumidor (PESIS, 2005). Uma atmosfera de

armazenamento inadequada, ou seja, com níveis muito baixos de O2, pode resultar na

anaerobiose dos frutos, e no acúmulo de metabólitos fermentativos como acetaldeído e

etanol, com consequente alteração do aroma e do sabor (BEAUDRY, 1999; KADER,

1992; PESIS, 2005).

Neste trabalho, a avaliação sensorial não detectou alterações expressivas quanto

à presença de aroma ou sabor estranho nos frutos em nenhum dos tratamentos (Tabela

20). Tem sido relatado que os compostos voláteis fermentativos acumulados

desaparecem rapidamente quando expostos em temperatura ambiente (GIL et al., 1998;

ARRUDA, 2007), como também a possível concentração desses voláteis acumulados

no interior das embalagens, não atingiu o limite perceptível na avaliação.

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77

Entre as embalagens estudadas, conclui-se que o filme polietileno de alta

densidade mostrou-se ser mais promissor na manutenção da atmosfera no interior da

embalagem (Figura 15); nesta embalagem, não se verificou risco de anaerobiose durante

o período de análise, mesmo após transferência dos frutos para condições ambiente (25

2 °C / 80 5 %UR). As diferenças nas concentrações de gases observadas para os

sistemas de embalagens avaliados estão relacionadas, possivelmente, à taxa de

permeabilidade dos filmes aos gases.

As embalagens plásticas foram eficientes em evitar a perda de massa dos frutos

durante o armazenamento (Tabela 24), uma vez que formam uma barreira à troca de

umidade com o ambiente e, conseqüentemente, reduzem o déficit de pressão de vapor

entre os tecidos dos frutos e o ambiente, diminuindo a transpiração dos mesmos. A

perda de massa, durante o período pós-colheita de frutos e hortaliças, é resultante,

principalmente, da perda de água, visto que a perda de matéria fresca provocada pela

respiração (consumo de substrato respiratório) é muito pequena, quando comparada à

perda de umidade (WILLS et al., 1998), e tem efeitos marcantes sobre a fisiologia dos

tecidos vegetais, antecipando, em alguns casos, o amadurecimento e a senescência

(YANG & HOFFMAN, 1994). A perda de água dos frutos causa perecibilidade não só

diretamente, devido à perda de massa, mas também pela perda de qualidade na

aparência, textura e valor nutricional.

Quanto aos demais atributos de qualidade avaliados, constatou-se que frutos

expostos ao 1-MCP mantiveram a firmeza mais elevada, quando comparados aos

demais tratamentos, bem como atrasou as alterações da cor da casca,

independentemente de sua associação com os diferentes sistemas de embalagem

(Tabelas 21, 22 e 23). As embalagens PEAD e POBD não alteraram expressivamente os

atributos de qualidade de goiabas ‘Kumagai’; no entanto, a embalagem PEBD alterou

significativamente a luminosidade, a cromaticidade e o ângulo de cor dos frutos, os

quais estavam mais verdes e escuros e com coloração menos intensa, quando

comparados àqueles acondicionados nos demais sistemas de embalagem, além de

manter a firmeza dos frutos em valores próximos à análise inicial, evidenciando que esta

embalagem não permitiu que os frutos amadurecessem normalmente.

Na literatura, alguns trabalhos mostram que o uso de filmes do tipo Xtend, ou

seja, o PEAD e o POBD utilizados neste trabalho, promovem a manutenção da firmeza

em frutos climatéricos, como descrito por PEREIRA et al. (2005) em goiabas ‘Cortibel’.

Resultados positivos foram relatados por ROSA et al. (2001) para mangas

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acondicionadas em filmes de polietileno e Xtend; os autores relataram que o

amadurecimento foi retardado, expresso pelo reduzido amolecimento e atraso nas

mudanças da cor das variedades ‘Tommy Atkins’ e ‘Keitt’. A mesma observação foi

obtida por PESIS et al. (2001), quando utilizaram somente filme Xtend para a mesma

variedade de manga.

Assim, constatou-se que o tratamento térmico a 50 °C / 10 min, o etanol a 40% /

2 min e a quitosana a 0,25% e o 1-MCP a 600 nL L-1

por 6 h, reduzem o

desenvolvimento da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 ºC, sendo que o 1-

MCP, também se mostra efetivo no controle da doença em frutos mantidos sob

refrigeração. Outros trabalhos devem ser desenvolvidos com o objetivo de estudar os

efeitos deste produto aliado a outras embalagens, como também a combinação com

outros agentes, visando o controle da antracnose, a qualidade e o aumento do período de

conservação dos frutos, bem como investigar a possibilidade de utilização do 1-MCP

em escala comercial.

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6 CONCLUSÕES

a) O tratamento térmico a 50 °C / 10 min, o etanol a 40 % / 2 min e a quitosana a 0,25 %

reduzem o desenvolvimento da antracnose em goiabas ‘Kumagai’ mantidas a 25 °C,

agindo diretamente sobre C. gloeosporioides.

b) O 1-MCP a 600 nL L-1

por 6 h reduz o desenvolvimento da antracnose em goiabas

‘Kumagai’ mantidas a 25 °C ou sob refrigeração (10 °C), atuando indiretamente no

controle de C. gloeosporioides, através do atraso no processo de amadurecimento.

c) As embalagens PEBD (Polietileno de Baixa Densidade), PEAD (Polietileno de baixa

Permeabilidade) e POBD (Poliamida de baixa Permeabilidade), aliadas ou não ao 1-

MCP e à refrigeração, não reduz a incidência de podridões em goiabas ‘Kumagai’.

d) As embalagens PEAD e POBD não alteraram os atributos de qualidade de goiabas

‘Kumagai’ e a embalagem PEBD não permitiu que os frutos amadurecessem

normalmente.

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ANEXO

Anexo 1 – Análise descritiva qualitativa simples (escala de notas não estruturada)

Avaliação sensorial

Goiaba ‘Kumagai’

Nome:

Amostras:

1) Aspecto Geral

ı-----------------------------------------------------------------------------------ı

Característico Estranho

Observação:

2) Aroma

ı------------------------------------------------------------------------------------ı

Característico Estranho

Observação:

3) Sabor

ı------------------------------------------------------------------------------------ı

Característico Estranho

Observação: