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Traumatologia e Primeiros Socorros
3
ABORDAGEM AO ATLETA 4
PREVENÇÃO DE LESÕES 4
PRIMEIROS SOCORROS 6
Trauma Craniano (TCE) 6
Trauma Abdominal 7
Trauma de Tórax 7
Fraturas 8
Luxações 8
Entorses 9
FRATURA POR ESTRESSE NO ATLETA 9
Introdução 9
Etiologia 10
Fatores de Risco 10
Diagnóstico Clínico 10
Diagnóstico Radiográfico 10
Diagnóstico Diferencial 11
Classificação 11
Tratamento 12
PUBALGIA 12
Introdução 12
Etiologia 13
Diagnóstico Clínico 13
Diagnóstico Radiográfico 13
Diagnóstico Diferencial 14
Tratamento 14
TENDINOPATIA PATELAR 15
Introdução 15
Fisiopatologia 15
Fatores de Risco 15
Diagnóstico Clínico 15
Diagnóstico Radiográfico 16
Diagnóstico diferencial 16
Tratamento 16
TENDINOPATIA DO AQUILES 17
Introdução 17
Etiologia 17
Fatores de Risco 18
Diagnóstico Clínico 18
Diagnóstico Radiográfico 18
Diagnóstico Diferencial 19
Tratamento 19
SUMÁRIO
EPICONDILITE LATERAL DO COTOVELO 19
Introdução 19
Etiologia 19
Fatores de Risco 20
Diagnóstico Clínico 20
Diagnóstico Radiográfico 20
Diagnóstico Diferencial 21
Tratamento 21
FASCEÍTE PLANTAR 21
Introdução 21
Etiologia 21
Fatores de Risco 21
Diagnóstico Clínico 22
Diagnóstico Radiográfico 22
Diagnóstico Diferencial 22
Tratamento 22
LESÕES LIGAMENTARES E ENTORSES 23
Entorse do Tornozelo 23
Entorse do Joelho 25
LESÕES MUSCULARES 27
Classificação 27
LUXAÇÃO 29
Luxação de Ombro 30
Luxação de Cotovelo 32
Luxação de Dedo da Mão 32
Luxação de Joelho 33
LOMBALGIA EM ATLETAS 35
Intrínsecos 35
Extrínsecos 35
Lesões Musculares e Ligamentares 35
Doença Degenerativa Discal 35
Espondilólise 36
Espondilolistese 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
Traumatologia e Primeiros Socorros
4
ABORDAGEM AO ATLETA
O atleta é um indivíduo que necessita de cuidados
especiais ,assim como outras populações especiais como
idosos, crianças.
Seu gasto energético diário elevado, treinamentos,
jogos e viagens causando sobrecarga nos músculos,
tendões e articulações e o estresse psicológico são fatores
que devemos nos preocupar, cuidar e monitorar em todo o
período que estivermos supervisionando estes indivíduos.
Hoje em dia, sabe-se que esporte de alto rendimento
não é sinônimo de saúde.
Portanto, a abordagem ao atleta deve começar
antes mesmo da apresentação no início do ano. Com a
realização de uma programação realizada pela comissão
técnica, preparação física, fisiologia, departamento médico
(médico e fisioterapeuta), nutricionista e psicóloga. Onde
devem constar as avaliações que serão feitas inicialmente,
ciclos de treinamentos e competições a serem disputadas.
Com relação a parte médica sugiro a seguinte avaliação:
1) Anamnese completa: História clínica atual e
pregressa do atleta e história familiar.
2) Exame físico : Geral e ortopédico.
3) Avaliação Muscular Isocinética
4) Eco cardiograma com Doppler
5) Ergo espirometria
6) Avaliação Odontológica
7) Avaliação Psicológica
8) Avaliação Nutricional.
9) Exames laboratoriais:
a) Hemograma completo
b) Glicemia de jejum
c) Sódio
d) Potássio
e) Uréia
f) Creatinina
g) TGO
h) TGP
i) Colesterol total e frações
j) Triglicérides
k) Hormônios femininos
l) Urina 1
m) Parasitológico de fezes
Com isto em mãos, obtemos uma base de dados que nos
permite conhecer melhor o atleta e poder durante o ano:
1) Corrigir e monitorar eventuais desequilíbrios
musculares
2) Corrigir e monitorar falhas na alimentação
3) Tratar problemas dentários
4) Passar o perfil psicológico do atleta ao treinador
5) Tratar alterações laboratoriais logo no início da
temporada
6) Monitorar a suplementação alimentar
7) Prevenir lesões e consequentemente diminuir o
tempo de afastamento
Como vimos acima existe muita coisa que deve ser
feita por nós no cuidado com o atleta. Sei que em nosso
País, este protocolo é muitas vezes difícil de colocar em
prática,pois nosso principal esporte (futebol) mostra
grandes deficiências; o que imaginar dos outros?
Mas, quem trabalha com esporte e tem o atleta sempre
buscando ultrapassar seu limite, não pode se esconder
atrás dessa justificativa e deve buscar sempre o melhor.
Para poder deixar a máquina (atleta) utilizar seu talento
com menor risco de falha mecânica.
PREVENÇÃO DE LESÕES
As lesões esportivas são um problema que afetam os
atletas e todos que trabalham com ele desde os primórdios
do esporte.
Apesar do contato físico e o gesto esportivo serem
importantes na gênese da lesão, vários outros fatores
devem ser considerados e monitorados para diminuirmos
sua ocorrência.
Nas últimas décadas, observamos uma grande evolução
em todas as áreas da Medicina Esportiva ( medicina, fisi
oterapia,fisiologia,preparação física, nutrição, psicologia).
Isto contribuiu muito para a melhora na performance
dos atletas, como as quebras de recordes freqüentes
que temos acompanhado em Mundiais, Olimpíadas, Pan
americanos, Sul americanos e Brasileiros.
Também permitiu um melhor controle e monitoramento
do atleta possibilitando uma diminuição na incidência de
lesões e conseqüente afastamento de jogos e competições.
Traumatologia e Primeiros Socorros
5
Mas, porque elas ainda continuam acontecendo?
A busca por resultados positivos sempre exigem dos
atletas grandes esforços. Os treinos são cada dia mais
intensos levando os níveis fisiológicos acima dos limites
máximos da capacidade, podendo causar danos a saúde.
O contato físico e a repetição exaustiva do gesto
esportivo são duas variáveis muito difíceis de serem
controladas.
Os atletas são submetidos a estresse psicológico
constante nos jogos, treinamentos, viagens, distância da
família, cobrança da mídia, dirigentes e torcida.
Como vimos, as lesões esportivas fazem parte da
prática esportiva e o trabalho dos que cercam o atleta é
minimizar os riscos.
Podemos dividi-las em 2 grandes grupos:
Micro traumas - são as lesões que ocorrem por
overuse. A lesão ocorre dia a dia até o aparecimento da
dor ou incapacidade. Exemplos:
a) Tendinopatias
b) Bursites
c) Epicondilites
d) Fasceíte
e) Fratura por stress
f) Canelite ( Sd. Stress Tibial Medial)
Macro traumas - são lesões que ocorrem devido
a eventos traumáticos. A lesão ocorre no momento do
trauma. Exemplos:
a) Contusões
b) Entorses
c) Fraturas
d) Luxações
e) Lesão muscular
Vamos mostrar abaixo ações que podem ser tomadas
para diminuir os riscos de algumas delas.
Lesão Muscular a) Realização de pré- temporada
b) Avaliação muscular isocinética
c) Medida do CK
d) Medida da Glicemia pós treino e jogo
e) Controle da sobrecarga
f) CORE
g) Treinamento sensório motor
h) Integração entre departamento médico e comissão
técnica
Entorses e lesões ligamentares e contusõesa) Realização de pré- temporada
b) Treinamento sensório motor
c) Equilíbrio muscular
d) CORE
e) Educação dos atletas e cobrança da Federação e
árbitros pelo fair play
f) Integração entre departamento médico e comissão
técnica
Tendinopatias, Epicondilites e lesões por overusea) Realização da pré temporada
b) Equilíbrio muscular
c) Treino de gesto esportivo
d) CORE
e) Controle da sobrecarga
f) Treinamento sensório motor
g) Integração entre departamento médico e comissão
técnica
Portanto, para você entender e tentar desenvolver um
programa de reabilitação no seu esporte você deve se
basear nos seguintes tópicos:
1) Diagnosticar quais as lesões existentes
2) Estabelecer suas etiologias e mecanismo de
trauma
3) Criar o programa
4) Testar sua efetividade
Na Literatura encontramos vários trabalhos com
programas de prevenção de lesões e os principais pontos
estudados são:
1) Aquecimento com ênfase no alongamento
2) Adequada reabilitação e tempo de recuperação
de lesão
3) Treinamento proprioceptivo (sensório-motor)
4) Equipamentos de proteção (capacetes, joelheiras,
cotoveleiras...)
5) Boas condições de campo, quadra...
6) Fair Play
Traumatologia e Primeiros Socorros
6
O que podemos perceber é que um programa de
prevenção para ser mais efetivo deve se basear em vários
fatores e não em único elemento, pois como vimos as
lesões possuem, diversos fatores predisponentes.
PRIMEIROS SOCORROS
Primeiros socorros são os procedimentos que devem
ser realizados para os pacientes no momento inicial do
problema.
Possibilitam, na maioria das vezes, uma diminuição nos
danos que poderiam ocorrer se estas medidas não fossem
realizadas. Algumas vezes , salvam vidas de pessoas.
Mas, é muito importante ter em mente os conhecimentos
e saber usá-los com bom senso e não querer tomar
medidas extremas sem condições, as vezes, que ao invés
de beneficiar podem prejudicar.
Vamos ver abaixo, algumas situações e quais os
cuidados a serem tomados no atendimento inicial.
Trauma Craniano (TCE)
O traumas cranianos são lesões que acontecem
principalmente nos esportes de contato e na maioria das
vezes são traumas menores sem grandes consequências
ao atleta.
A frequência aumenta progressivamente conforme a
idade e o nível do atleta.
No atendimento inicial devemos avaliar:
Dados vitais: a) Frequência cardíaca (Pulso)
b) Pressão Arterial (PA)
c) Padrão respiratório
Pois, hipertensão arterial associada a bradicardia
(batimentos diminuídos) e alteração do padrão respiratório
podem ser decorrente de Hipertensão intra-craniana
aguda. O paciente deve ser transferido para um Hospital
para melhor avaliação e cuidados.
Pesquisar lesões no crânio, tórax, abdômen, membros
e dorso do paciente.
Para visualizar o dorso do paciente devemos realizar a
mobilização em bloco do paciente.
O exame neurológico deve avaliar o nível de consciência
e resposta motora através da escala de Glasgow:
Abertura Ocular 1) Espontânea - 4
2) Ao comando verbal - 3
3) Só com estímulo doloroso - 2
4) Não abre - 1
Resposta Verbal 1) Fala coerente - 5
2) Desorientado e conversando - 4
3) Resposta inapropriada - 3
4) Inarticulado (geme) - 2
5) Sem resposta - 1
Resposta Motora
1) Obedece comandos - 6
2) Localização à dor - 5
3) Flexão inespecífica (retirada) - 4
4) Flexão hipertônica (decortica) - 3
5) Extensão hipertônica (decerebra) - 2
6) Sem resposta - 1
No final somam-se os pontos obtidos. O resultado final
varia de 3 (a soma da nota mínima nos três quesitos) a 15
(a soma da nota máxima nos três quesitos)
Se a soma dos resultados ficar entre 3 e 8, o trauma é
considerado grave. Entre 9 e 12, trauma moderado. Entre
13 e 15, trauma leve.
Outro ponto a ser avaliado é o diâmetro das pupilas e
o reflexo foto motor (variação do tamanho da pupila ao
estímulo luminoso).
A anisocoria ( diâmetro desigual das pupilas) quando
presente revela lesão do mesmo lado da pupila maior.
A força muscular também é avaliada e segue a seguinte
escala:
0 - Sem contração (paralisia total)
1 - Contração muscular visível ou palpável sem
movimentação
2 - Movimento ativo com eliminação da gravidade
3 - Movimento ativo contra gravidade
4 - Movimento ativo contra resistência
5 - Força normal
Traumatologia e Primeiros Socorros
7
Cuidados no preparo para a remoção:
1) Necessário 4 pessoas.
2) Deixar paciente em decúbito dorsal (DDH- barriga
para cima). Caso paciente esteja em decúbito ventral,
coloca-lo na posição correta. Um estabiliza a cervical e
outras três pessoas vão realizar a movimentação em bloco
que deve ser realizada de maneira suave e sintonizada
(sem movimentos bruscos e todos ao mesmo tempo).
3) Já na posição de DDH iniciar estabilização e
colocação na prancha rígida de madeira. Um mantém
estabilizada a cervical e outro passa a parte de trás do
colar cervical e após a parta anterior e imobiliza a cervical.
Quem estava estabilizando a cervical deve mantê-lo até
fixação do paciente na prancha.
4) Colocação do paciente na prancha com movimentação
em bloco. ! estabiliza a cervical e é quem dá o comando e
3 giram o paciente 90 graus colocando este em decúbito
lateral. A prancha é colocada nas costas e então o paciente
é recolocado em posição dorsal.
5) 2 blocos (um de cada lado) para estabilizar a cervical
e crânio com duas tiras.
6) Estabilizar o corpo com 4 tiras (região torácica,
bacia, coxa e perna).
7) Levar até a ambulância.
Trauma Abdominal
Não é uma lesão comum nos esportes. A lesão mais
comum é a contusão leve que ocorre nos esportes de
contato ou por bola. As lesões mais graves ocorrem nos
esportes motorizados como automobilismo, motociclismo,
esportes de aventura entre outros em que a energia do
trauma é grande.
O trauma abdominal pode ser:
Fechado - nos traumas fechados os órgãos mais lesados
são os parenquimatosos (rim, baço, fígado, pâncreas).
Penetrante - nos traumas penetrantes os órgãos mais
lesados são as vísceras ocas (intestino).
No atendimento inicial verificar:
» PA, freqüência cardíaca, padrão respiratório.
» Mecanismo de trauma
» Intensidade e local da dor.
» Sinais de peritonismo- rigidez abdominal.
» Pesquisar: equimose/hematoma, edema, escoriação,
sinal do cinto de segurança, hematúria (urina com sangue).
» Não é importante o diagnóstico e sim suspeitar da
lesão e encaminhar para Hospital para avaliação.
» Exame normal não descarta lesão abdominal.
Exame Radiológico: RXExame inicial. Muitas vezes não apresenta alterações
típicas.Pode apresentar alterações sugestivas como:
fraturas de últimas costelas, fratura lombar e fratura de
processo transverso.
USG
Ótimo exame, pois permite a avaliação de vísceras
parenquimatosas e líquido na cavidade.
Tem limitação para avaliação de vísceras ocas e
retroperitônio.
TACIndicado em pacientes com dúvida diagnóstica com rx
e usg não conclusivos.
Em pacientes com trauma crânio encefálico.
Trauma de Tórax
Assim como, o trauma abdominal, o trauma torácico
não é freqüente nos esportes. Sendo mais comum a
contusão. As lesões mais graves ocorrem principalmente
em esportes como automobilismo e motociclismos e
esportes de aventura.
O trauma torácico pode ser dividido em:
1) Contusão ou trauma torácico fechado
2) Ferimento
penetrante (lesão da pleura parietal)
não penetrante
A complicação mais grave decorrente do trauma é
ocorrência de hipóxia devido a insuficiência respiratória.
Tal situação pode evoluir para parada respiratória em curto
espaço de tempo.
Traumatologia e Primeiros Socorros
8
A insuficiência respiratória pode ser causada por:
» Obstrução das vias áreas (sangue, secreção, comida)
» Pneumotórax
» Hemorragia
» Contusão pulmonar.
No atendimento inicial devemos avaliar:
1) PA, pulso, padrão respiratório, dor.
2) Mecanismo de trauma
Nos casos de contusão leve com dor leve e suportável.
Pode liberar para o retorno.
Nos casos de contusão moderada e grave com dor
forte e dificuldade para respirar. Retirar da atividade e
encaminhar paras serviço para realização de exame de
imagem.
No caso de ferimento penetrante. Deve ser feito
drenagem do tórax . Caso no local não haja condições,
deve-se fazer um curativo com gaze, presa em 3 pontos
e livre no outro para limitar a entrada de ar durante a
inspiração e não prejudicar a saída na expiração. O
paciente dever ser levado rapidamente para um serviço
de emergência.
Exame radiográficoRXExame inicial que pode mostrar fraturas de costal,
esterno, pneumotórax.
TACExame mais sensível que o RX e permite melhor
visualização da extensão das lesões e também melhor
acompanhamento da evolução.
Fraturas
As fraturas são lesões que chocam os expectadores e
os outros participantes devido a deformidade aparente e
dor do atleta.
Pode levar a longos períodos de inatividade em alguns
casos e até ao encerramento da carreira.
No atendimento incial:
1) Ter tranqüilidade e tranqüilizar o paciente
2) Não realizar manobras bruscas para evitar risco de
lesões de vasos e nervos.
3) Cortar meias, shorts ou camisas para melhor
visualização do local.
4) No caso de deformidade, realizar tração suave
somente para alinhar o membro enquanto outro realiza a
imobilização para o transporte
5) No caso de fraturas expostas realizar curativo
oclusivo para diminuir riscos de contaminação
RXExame inicial, permite visualizar tipo de fratura e seus
desvios.
TAC
Nos casos de fraturas articulares desviadas para melhor
visualização da superfície articular e fragmentos.
RNMNos casos de fraturas articulares ou fraturas próximas
as articulações para descartar lesões ligamentares.
Luxações
Como vimos é um trauma grave na articulação e pode
levar a sequelas vasculares, neurológicas e na articilação
se não for bem conduzida.
Dependendo da intensidade e gravidade da lesão
pode ser necessário cirurgia e levar a longo tempo de
afastamento e até encerramento da carreira.
É uma urgência ortopédica.
No atendimento inicial:
1) Ter tranqüilidade e tranqüilizar o paciente
2) Não tentar manobras de redução sem conhecimento
3) Não fazer na frente de todos. Retirar atleta para
local reservado
4) No caso de impossibilidade de reduzir e ter que
transferir para outro local, imobilizar na posição de menor
dor somente para estabilizar durante o transporte.
5) Nos casos de luxação exposta, realizar curativo
oclusivo.
Traumatologia e Primeiros Socorros
9
Exame radiológico
RX
Exame inicial a ser realizado e que nos dá com precisão
a direção dos desvios e se existe fratura associada.
TAC
Nos casos de fraturas associadas ou suspeita de lesão
de cartilagem.
RNMNos casos sem fraturas para visualizar melhor extensão
das lesões ligamentares e possíveis lesões associadas:
tendões, cartilagem, músculo.
Entorses
Estão entre as lesões mais comuns nos esportes. Podem
ser leves e não provocar afastamento. Mas, quando graves
podem causar lesões ligamentares extensas, lesões de
cartilagem e até fraturas.
Longos tempos de inatividade podem acontecer e até
encerramento de carreiras precocemente.
No atendimento inicial:
1) Cortar ou tirar roupas sobre a articulação
2) Crioterapia com enfaixamento compressivo
3) Imobilização
4) Muletas
5) Avaliação radiológica
Exame radiológico
RX Exame inicial a ser realizado e afasta fratura associada.
TAC
Nos casos de fraturas associadas ou suspeita de lesão
de cartilagem..
RNMVisualizar melhor extensão das lesões ligamentares e
possíveis lesões associadas: tendões, cartilagem, músculo.
FRATURA POR ESTRESSE NO ATLETA
Introdução
As fraturas por estresse também conhecidas como
fratura de fadiga ou fratura de insuficiência. Correspondem
a 10% de todas as lesões esportivas.
Também podem ocorrer em pessoas sedentárias, idosos
e, por isso , é importante sempre lembrar da possibilidade
de sua ocorrência.
Breithraupt foi o primeiro a descrever em recrutas
militares (fratura da marcha). Devas fez a primeira descrição
em atletas através do uso do RX. Desde então vem sendo
descritas em diferentes localizações e populações.
São mais comuns em mulheres e raça branca,
correspondem a 10% de todas as lesões esportivas. Nas
mulheres alguns pontos devem ser observados:
» Menor densidade mineral
» Ossos mais finos
» Desfavoráveis condições biomecânicas incluindo
pelve larga, coxa vara e genu varo
» Grande porcentagem de massa adiposa no sistema
músculoesquelético
» Fatores endócrinos
A tíbia é o local mais freqüente. Fíbula, metatarsos,
fêmur e calcâneo também são sítios freqüentes e variam
conforme o tipo de esporte .
Nos movimentos básicos, como correr, saltar e
caminhar o osso sofre deformação e micro traumas na
sua estrutura, mas diferente de outros materiais ele possui
um mecanismo fisiológico de reparação, o qual é realizado
de maneira dinâmica e pode ser influenciado pela idade,
estado nutricional e alterações hormonais.
Quando ocorre uma quebra neste balanço dinâmico e os
micro traumas excedem a resposta reparadora, acontece a
fratura por estresse.
Com o surgimento da Cintilografia óssea(1971) e,
posteriormente, a Tomografia e Ressonância Nuclear
Magnética o diagnóstico tornou-se mais precoce com
melhor compreensão do mecanismo da fratura e
acompanhamento da evolução da consolidação.
Traumatologia e Primeiros Socorros
10
Etiologia
A etiologia não é bem esclarecida porém, nos membros
inferiores acredita-se que a musculatura enfraquecida
diminua a absorção do impacto , o que lhes acarreta uma
alteração das forças de tensão do músculo no osso. Isto
promove um estresse sobre pontos focais do osso que, se
não for interrompido, resulta na fratura. A hipótese mais
aceita para as fraturas nos membros superiores é que a
força de tensão do músculo no osso, por meio de cargas
cíclicas, seria suficiente para provocar a fratura.
Fatores de Risco
Os fatores de risco podem ser divididos em:
Intrínsecos » Assimetria e variações do alinhamento dos
membros inferiores (genu varo, genu valgo, coxa vara,
tíbia vara)
» Tipo de pé (pé plano, pé cavo)
» Tipo de pisada (pronada, supinada)
» Atrofia muscular
» Osteoporose
» Alterações hormonais
» Fatores genéticos
» Condicionamento físico
» Estado nutricional
Extrínsecos » Erros de treinamento
» Tipos de superfície
» Calçados ou equipamentos esportivos inadequados
» Medicamentos (corticosteroides de uso crônico)
» Tipo de esporte (alto impacto principalmente)
» Osso - Esporte
» Sesamóides - Bailarinos
» Diáfise dos metatarsus - Marcha atlética; salto
com vara; ballet; corredores de longas distâncias; recrutas
» Tálus - corredores de longas distâncias, wake
board; saltadores
» Navicular - Salto com vara; corredores de longas
distâncias
» Calcâneo - Saltadores; pára-quedistas; corredores
de longas distâncias
» Tíbia - Corredores de longa distância; futebol;
saltadores; recrutas
» Fíbula - Corredores de longa distância; Saltadores;
pára-quedistas; bailarinas
» Patela - Corredores de provas com barreiras; saltadores
» Fêmur - Ballet; corredores de longas distâncias;
marcha atlética; ginastas
» Pelve - Praticantes de boliche; ginastas; corredores
de longas distâncias
» Vértebras lombares- Ballet; levantamento de
pesos; futebol; rugby; judô
» Costelas - Golfistas; esquiadores
» Clavícula - Judocas; esquiadores
» Úmero - Arremessadores; tenista; arremesso de
dardo; levantamento de pesos
» Ulna - Arremessadores; atletas em cadeiras de
roda; jogadores de vôlei, beisebol, boliche, tenistas
» Metacarpos - Tenistas; arremessadores de softbal
Diagnóstico Clínico
DorA dor é insidiosa e progressiva. Piora com os exercícios e
melhora com o repouso. Muitas vezes não é característica e
pode ser suportável no início do quadro. Não está associada
a ocorrência de traumas. O quadro doloroso, na maioria
das vezes, leva a uma queda do rendimento e o seu início
está relacionado a alteração do ritmo de treinamento.
EdemaOcorre geralmente após os exercícios ou esforço físico.
Não está presente em todos os casos.
Diagnóstico Radiográfico
RX A radiografia é o exame inicial e geralmente não
apresenta alteração. Contudo, com a evolução do quadro
podemos visualizar o aparecimento de linha de fratura após
período de 3-4 semanas, ou até a formação de calo ósseo.
Traumatologia e Primeiros Socorros
11
Cintilografia Óssea 3 fasesA cintilografia óssea em três fases é um exame que nos
permite o diagnóstico precoce. Possui boa sensibilidade e
permite o acompanhamento da evolução da consolidação
da fratura.
Nas 3 fases ocorre aumento focal da concentração de
rádio fármaco no local da fratura.
Tomografia Computadorizada (TC)Menos sensível que RNM e Cintilografia, ela auxilia na
localização da fratura, principalmente, em Coluna, Bacia,
Joelho e Tornozelo. É utilizada na avaliação da consolidação
e pseudo artrose dessas fraturas.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM) A RNM é considerada o melhor exame para o diagnóstico,
devido a sua alta sensibilidade e especificidade (maior que
a da Cintilografia e TC) e possibilitar se fazer diagnóstico
precoce e visualização de lesões associadas.
Diagnóstico Diferencial
Os diagnósticos diferenciais podem ser divididos em
causas ósseas e não ósseas.
Ósseas » Tumores - Osteoma osteóide, Osteossarcoma,
Linfomas, Mieloma Múltiplo, Sarcoma de Ewing.
» Infecções - Osteomielite.
» Reações ósseas ao estresse - Síndrome do estresse
tibial medial (canelite, shin splints)
Outros tecidos » Síndrome compartimental crônica
» Lesão compressiva nervosa
» Tendinites
Classificação
As fraturas por stress podem ser divididas em 2 grupos
de acordo com o prognóstico de consolidação.
Na zona de compressão do osso há um predomínio da
atividade de formação óssea (osteoblastos) e na zona de
tensão da atividade de reabsorção óssea (osteoclastos).
Baixo Risco Fraturas localizadas na zona de compressão do osso.
Apresentam potencial alto de consolidação e geralmente
o tratamento não operatório é o indicado. Como exemplo
temos: calcâneo, 1º ao 4º metatarso, maléolo lateral,
diáfise da tíbia (cortical posterior) , colo femoral (cortical
ínfero medial), sacro, ramo pubiano, costelas, vértebras,
membros superiores.
Alto RiscoFraturas localizadas na zona de tensão do osso.
Apresentam potencial baixo de consolidação e
geralmente o tratamento cirúrgico é indicado, pois temos
falha no tratamento não operatório. Como exemplos
temos: 5º metatarso, maléolo medial, diáfise da tíbia
(cortical anterior), colo femoral (cortical supero lateral),
tálus, navicular, sesamóides, patela, olécrano (nos
arremessadores).
RNM Calcâneo - Fratura de baixo risco - Fonte: http://migre.me/5YctE
RNM Tíbia - Fratura de baixo risco - Fonte: http://migre.me/5Ycz4
Traumatologia e Primeiros Socorros
12
Tratamento
O tratamento tem como objetivo a consolidação da
fratura, diminuir risco da fratura se completar e retorno do
atleta para o esporte.
Para isso utilizamos o conceito de repouso relativo que
é uma constante no tratamento de atletas.
Podemos dividir em 3 fases:
Fase 1 - Melhora da dor e acelerar consolidação » Medicamentos - analgésicos, anti-inflamatórios
(utilizar poucos dias).
» Muletas – retirada de carga no membro afetado.
» Imobilização - gesso, órteses, bandagem.
» Recursos fisioterápicos: eletro analgesia, crioterapia,
acupuntura.
» Recursos para acelerar a consolidação: Terapia
por onda de choque (TOC), Campo eletro magnético,
Ultrassom pulsado, medicação (pamidronato).
Fase 2 - retorno gradativo à atividade e manter terapias da fase 1
» Liberado para realizar atividades sem carga
para manter condicionamento sem afetar consolidação:
bicicleta, deep running (corrida na água), musculação,
transport, eliptíco.
» Liberado para realizar atividades específicas da
atividade desde que sem dor.
Fase 3 - Retorno ao esporteO retorno ao esporte deve ser realizado gradativamente
e devemos respeitar alguns pontos:
a) sem dor
b) força muscular normal
c) condicionamento físico adequado
d) avaliação do gesto esportivo naquelas fraturas onde
ele é o fator predisponente.
O Tratamento cirúrgico é indicado como opção
naquelas fraturas em que não ocorreu consolidação da
fratura e a dor é persistente e afeta no rendimento.
Nos ossos longos é indicado haste intra medular (tíbia
e fêmur) e nos ossos curtos parafuso canulado.
A utilização de enxerto ósseo não é consenso na
literatura e deve ser avaliado pelo cirurgião.
PUBALGIA
Introdução
Pubalgia é uma condição que se caracteriza por dor na
região pubiana e pode estar relacionada a diversas patologias.
Neste capítulo vamos nos dedicar apenas a patologia
que tem diversos sinônimos na literatura: Osteíte púbica,
pubalgia do atleta, e Sports hernia.
Beer foi o primeiro a descrever o conceito, como
ocorrência após cirurgias urológicas. Spinelli (1932)
descreveu em esgrimistas. Cabot ,1966, escreveu em atletas
com uma baixa incidência no futebol. Porém , em nosso
país onde o futebol é o principal esporte, temos observado
nas duas últimas décadas um aumento na sua incidência.
São mais comuns em atletas que na população comum.
Mais comum em homens que nas mulheres.
Principalmente, em esportes que realizam movimentos
de rotação e hiper extensão do tronco (futebol, futsal,
hóquei, atletismo, beisebol (pitcher), judô, rugby, entre
outros).
Na maioria dos paciente os sintomas são auto limitados
e desaparecem em semanas ou meses, podendo levar a
longos períodos de afastamento.
O diagnóstico é clínico (história e exame físico). Os
exames radiológicos nos ajudam a descartar outros
diagnósticos e visualizar o grau das alterações.
Com o advento da Ressonância Magnética foi possível
entender melhor as alterações existentes na patologia,
mas sua fisiopatologia ainda é desconhecida.
Traumatologia e Primeiros Socorros
13
Etiologia
A etiologia não é bem esclarecida. Alguns acreditam ser
decorrente da sobrecarga mecânica devido a desequilíbrio
entre os músculos adutores e reto abdominal. Outros
acreditam ser devido a existência de hérnias ocultas.
Diagnóstico Clínico
DorDor na região inguinal que pode irradiar para região do
músculo adutor ou testículo e escroto.
A dor se caracteriza por ser insidiosa e progressiva.
Piora com os exercícios, principalmente chute, início do
arranque, abdominais, movimentos de mudança de
direção e giros do tronco e melhora com o repouso. Pode
ter dor com tosse ou espirro.
Podemos encontrar também encurtamentos musculares
de adutores, quadríceps, isquiotibiais.
PalpaçãoPode ser dolorosa na inserção dos adutores, sínfise
púbica e inserção da musculatura do reto abdominal. Não
se palpa hérnia.
Manobra de GravaPaciente deitado em decúbito dorsal realiza-se uma
flexão, abdução e rotação lateral do quadril acometido
reproduzindo a dor.
Caso, o paciente não apresente dor. Podemos solicitar
para ele realizar abdominal mantendo a posição acima o
que pode aumentar a sensibilidade da manobra.
Diagnóstico Radiográfico
RXAs radiografias são os primeiros exames
complementares a serem realizados e normalmente não
apresentam alterações no início dos sintomas (fase inicial
da doença). Porém com a evolução podemos encontrar
o surgimento de alterações degenerativas na articulação
(artrose).
USG (Ultrassom)Após o Rx é o exame a ser realizado, pois permite uma
visualização de alterações existentes na articulação, nos
tendões e na musculatura. Ë um exame rápido e barato,
mas é examinador dependente.
Também permite o diagnóstico de hérnia inguinal que é
um dos principais diagnósticos diferenciais.
Tomografia Computadorizada (TC)A Tomografia é um exame que utilizamos apenas para
descartar alguns diagnósticos diferenciais, como alguns
tumores e fratura por stress (ex: ramo púbico).
Ressonância Nuclear Magnética (RNM) A RNM como descrito acima foi um exame importante
para o melhor entendimento da patologia. Não é um
exame fundamental para o diagnóstico, mas pode auxiliar
nos casos que não melhoraram com tratamento clínico e
também permite visualizar lesões associadas e realizar
diagnóstico diferencial.
Fonte: http://migre.me/5Ycos
Traumatologia e Primeiros Socorros
14
Diagnóstico Diferencial
Os diagnósticos diferenciais podem ser divididos em
causas ortopédicas e não ortopédicas.
Ortopédicas » Tumores - Osteoma osteóide de ramo púbico,
isquiático (raros).
» Infecções - Osteomielite.
» Problemas no quadril (lesão labrum acetabular,
lesão condral quadril, impacto femoro acetabular).
» Lesões musculares.
Não Ortopédicas » Causas inflamatórios: Endometriose, DIP,
Doenças inflamatórias abdominais (apendicite...)
» Causas viscerais: Hérnia Inguinal, outras
hérnias abdominais, Torsão Testicular
» Causas infecciosas: Artrite séptica, Osteomielite,
Doença inflamatório pélvica (DIP), Prostatite, Epididimite
e Orquite
» Causas neurológicas: Síndromes compressivas
(por exemplo, nervo íleo inguinal)
» Causas neoplásticas: Carcinoma Testicular
Tratamento
O tratamento tem como objetivo a melhora da dor, o
retorno do atleta para à atividade física e corrigir possíveis
desequilíbrios musculares.
Divide-se em 3 fases:
Fase 1 Visa à analgesia. Neste período são indicados:
» Analgésicos e anti-inflamatório não esteróides
(aines) para controle da dor. Estes (aine) devem ser
utilizados por curto período de tempo (3 - 7 dias).
» Fisioterapia para melhora da dor, através dos
recursos de eletroanalgesia, crioterapia e terapias
alternativas como a acupuntura.
» Alongamento adutores
» Repouso
» Terapia por ondas de choque (TOC)
» Infiltração com corticoide
» Infiltração com plasma rico em plaquetas PRP
Fase 2 Visa o início de atividades e correções de desequilíbrios
musculares e posturais. Nesta fase é importante o atleta
fazer os movimentos sem dor.
» Bicicleta, natação, deep running (corrida na
água), corrida, musculação, alongamentos, entre outras
são atividades que podem ser iniciadas e permitem a
manutenção do condicionamento cardiopulmonar do
atleta e melhora das força e flexibilidade.
» Exercícios de CORE, RPG.
» Fortalecimento excêntrico de adutores.
» Fortalecimento isocinético.
Fase 3 Visa o retorno ao esporte ou o tratamento cirúrgico se
houver falha do tratamento clínico.
» Tratamento cirúrgico é indicado na falha
do tratamento clínico. Em atletas de alto rendimento
costuma-se esperar em média de 3-6 meses para melhora
do quadro para então se indicar a cirurgia.
» Outros tratamentos descritos: Terapia por onda de
choque e Radioterapia de baixa frequência.
Fonte: http://migre.me/5Ycos
Traumatologia e Primeiros Socorros
15
» Retorno ao esporte deve ser realizado de maneira
gradativa e deve-se ter atenção especial a sobrecarga de
exercícios a que o atleta está sendo submetido e também
manter o trabalho preventivo com exercícios de CORE,
alongamentos e fortalecimento específico.
TENDINOPATIA PATELAR
Introdução
A Tendinopatia patelar, também conhecida como
jumper’s knee, é uma patologia que acomete
freqüentemente atletas que praticam esportes com salto.
Também pode acometer atletas em esportes que realizam
movimentos repetitivos de sobrecarga como: corrida,
futebol entre outros.
Maurizio em 1963 foi o primeiro a descrever o quadro e
Blazina em 1973 descreveu uma classificação e denominou
jumper’s knee.
Pode acometer a inserção do tendão no pólo inferior da
patela, corpo do tendão e inserção na tíbia. O local mais
acometido é o pólo inferior da patela.
A faixa etária mais acometida é 15-40 anos. Mais vista
em homens apesar da literatura não mostrar diferença
significativa.
Corresponde a 15% das lesões de partes moles
ortopédicas.
O tendão patelar sofre uma carga de 207 N quando
o indivíduo está em posição ortostática. 800 N quando
caminha. 1000 N num trote e aproximadamente 3200 N
na corrida.
Fisiopatologia
A fisiopatologia não é bem esclarecida. Acredita-se
que micro traumas de repetição acarrete um desarranjo
no colágeno. A permanência dos micro traumas leva a
destruição maior que a capacidade reparadora. Como
o tenda apresenta metabolismo baixo que leva a uma
inadequada reparação com formação de fibrose (zona de
tendinose) com predisposição grande para lesão.
Outra teoria é um impacto do pólo inferior da patela
no tendão.
Histologicamente encontramos:
» Desorganização matriz colágeno
» Ausência de células inflamatórias
» Degeneração mucóide
» Desorientação e afilamentos das fibras
» Necrose celular
» Hiper celularidade (fibroblastos)
» Neo vascularização
Fatores de Risco
» peso
» índice de massa corporal
» relação cintura-quadril
» perna de comprimento diferente
» altura do arco do pé
» flexibilidade do quadríceps
» flexibilidade ísquiotibiais
» força do quadríceps
» desempenho do salto vertical
Diagnóstico Clínico
DorA dor se caracteriza por ser insidiosa e progressiva.
Piora com os exercícios e melhora com o repouso.
Blazina fez uma classificação baseada na dor. Roels
modificou criando o quarto grau.
» Grau 1 - dor somente após atividades esportivas.
» Grau 2 - dor durante e após atividades esportivas,
porém apto a realizar sem limitação importante.
» Grau 3 - dor durante e após atividades esportivas,
com limitação e dificuldade de manter performance
satisfatória.
» Grau 4 - lesão parcial ou total.
EdemaOcorre principalmente após os exercícios ou alguma
atividade de esforço. Não é sempre presente.
Traumatologia e Primeiros Socorros
16
Atrofia MuscularPode ocorrer atrofia do quadríceps nos casos crônicos.
Diagnóstico Radiográfico
RXAs radiografias são os primeiros exames complementares
realizados e normalmente não apresentam alterações.
Podemos encontrar o pólo inferior da patela alongado,
calcificações intra tendão ou sequelas da doença de
Osgood- Schalatter na tuberosidade anterior da Tíbia.
USGO USG é um método rápido, barato e permite uma
boa visualização devido a anatomia superficial do tendão.
Porém é examinador dependente.
Permite a utilização do Doppler associado que pode
visualizar áreas de neo vascularização.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM) A RNM apresenta alta sensibilidade e especificidade.
Também, possibilita um diagnóstico precoce e permite
visualizar lesões associadas e diagnósticos diferenciais.
Porém é um exame caro e não muito superior ao USG.
Diagnóstico diferencial
» Síndrome Patelo femoral
» Inflamação da Gordura de Hoffa (Hoffite)
» Sinding - Larsen - Johansson (Apofisite do pólo
inferior da patela).
» Moléstia de Osgood - Schallater
Tratamento
O tratamento tem como objetivo a melhora da dor e o
retorno para à atividade física.
Divide-se em 3 fases:
Fase 1 Visa à analgesia. Neste período são indicados:
» Analgésicos e anti-inflamatório não esteróides (aines) para controle da dor. Os aines devem
ser utilizados por curto período de tempo, pois como vimos
não existe inflamação no estudo histológico.
» Fisioterapia para melhora da dor, através
dos recursos de eletro analgesia, crioterapia e terapias
alternativas como a acupuntura.Fonte: http://migre.me/5YcE3
Fonte: http://migre.me/5YcE3
Traumatologia e Primeiros Socorros
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» Terapia por onda de choque » Infiltração com corticóide - Não deve-se
infiltrar intra tendão.
» Infiltração com Polidocanol - é um agente
esclerosante. Como vimos existe um aumento na neo
vascularização e esta é um das causas de dor.
» Bandagem funcional - Kinesio taping
» Tira patelar - ajuda no alívio da dor e pode ser
utilizada nos jogos e treinos.
Fase 2 Visa o fortalecimento muscular e reparar os
desequilíbrios e treinamento sensório motor.
» Fortalecimento excêntrico » Bicicleta, natação, deep running entre outras
são atividades que podem ser iniciadas e permitem a
manutenção do condicionamento cardiopulmonar do
atleta.
» Treinamento sensório motor » Exercícios de CORE.
Fase 3Visa ao retorno ao esporte ou ao tratamento cirúrgico
se houver falha da consolidação.
» Tratamento cirúrgico é indicado na falha do
tratamento conservador. Nos casos de Grau 3 e 4 da
classificação de Blazina principalmente.
Pode ser realizado por via aberta ou artroscópica
com ressecção do tecido desvitalizado e calcificações.
Dependendo da extensão da ressecção pode ser
necessário fazer um reforço com um enxerto (tendão do
semi tendinoso).
» Retorno ao esporte deve ser realizado de
maneira gradativa e devem-se evitar os fatores de risco
que foram determinantes para a ocorrência do quadro .
Ausência de dor e força muscular normal. Condicionamento
físico adequado e realização dos gestos esportivos com
habilidade.
TENDINOPATIA DO AQUILES
Introdução
O Tendão de Aquiles é formado pelas fibras derivadas
dos músculos gastrocnêmios e sóleo. O tendão não tem
uma bainha sinovial verdadeira. Ele é recoberto pelo para
tendão que permite o deslizamento do tendão e realiza
parte da nutrição vascular do corpo dele. Na parte proximal
recebe ajuda da junção músculo tendínea e na parte distal
na inserção óssea.
A região de menor vascularização está localizada 2-6
cm aproximadamente da inserção no calcâneo e é o local
mais frequente de lesão do Tendão.
Acomete principalmente atletas de corrida e salto.
Etiologia
A etiologia não é bem esclarecida. E a teoria é
semelhante a que colocamos na Tendinopatia patelar.
Acredita-se que micro traumas de repetição acarretem
um desarranjo no colágeno. A permanência dos micro
traumas leva a uma destruição maior que a capacidade
reparadora. Como o tendão apresenta metabolismo baixo
que leva a uma inadequada reparação com formação
de fibrose (zona de tendinose) que possui predisposição
grande para lesão.
Outra teoria é um impacto do processo póstero-
superior do calcâneo no tendão (Deformidade de
Haglund).
Histologicamente encontramos:
» Desorganização matriz colágeno
» Ausência de células inflamatórias
» Degeneração mucóide
» Desorientação e afilamentos das fibras
» Necrose celular
» Hiper celularidade (fibroblastos)
» Neo vascularização
Traumatologia e Primeiros Socorros
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Fatores de Risco
Intrínsecos » Idade
» Sexo
» Peso
» Idade
» Vascularização do tendão
» Estatura
» Pé cavo
» Instabilidade lateral do tornozelo
» Tipo de pisada
Extrínsecos » Erros de treinamento
» Tipos de calçados
» Técnica inadequada
» Tipos de superfície
Diagnóstico Clínico
DorA dor pode se localizar no corpo do tendão, na inserção
no calcâneo ou em nódulos que podem se formar na
evolução da doença e são locais de possíveis pontos de
lesões parciais.
Pode ser de início rápido e solução em período curto ou
insidiosa, progressiva tornando-se constante e levando a
incapacidade para a prática esportiva.
EdemaPode ocorrer principalmente após os exercícios ou
alguma atividade de esforço.
Manobra de ThompsonRealizada nos casos de suspeita de lesão do tendão de
Aquiles. Paciente em decúbito ventral (barriga para baixo)
com o joelho flexionado a 90 graus. O examinador faz uma
compressão na panturrilha forçando um gastrocnêmio
contra o outro e com isso visualizamos a flexão plantar do
tornozelo. Caso isso não ocorra estamos diante de uma
lesão do tendão de Aquiles.
Diagnóstico Radiográfico
RXAs radiografias são os primeiros exames complementares
realizados e normalmente não apresentam alterações. Pode
apresentar calcificações na inserção do Tendão, esporão
posterior no calcâneo ou Deformidade de Haglund.
USG Tem sensibilidade e especificidade próxima da RNM.
Pode ser realizado com Doppler.
Exame rápido e barato e examinador dependente.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM)A RNM apresenta especificidade e sensibilidade um
pouco superior. Ë um exame caro e deve ser utilizada
somente em casos resistentes ao tratamento ou com
suspeita de lesão com USG normal.
Fonte: http://migre.me/5YcON
Fonte: http://migre.me/5YcSf
Traumatologia e Primeiros Socorros
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Diagnóstico Diferencial
Fratura por stress do calcâneo
Bursite retro calcaneana
Tendinopatia do Tibial Posterior e Fibulares
Tratamento
O tratamento tem como objetivo o alívio da dor,
cicatrização do tecido e o retorno mais rápido possível do
atleta para à atividade física.
Divide-se em 3 fases:
Fase 1 Visa à analgesia e ganho de mobilidade articular. Neste
período são indicados:
» Analgésicos e anti-inflamatório não esteróides (aines) para controle da dor. Estes devem ser utilizados
por curto período de tempo.
» Imobilização é indicada nos casos de dor forte
e incapacidade funcional grande. O tempo de imobilização
deve ser curto para evitar atrofia.
» Fisioterapia para melhora da dor, através
dos recursos de eletroanalgesia, crioterapia e terapias
alternativas como a acupuntura.
» Palmilha » Bandagem funcional- Kinesio taping » Terapia por Ondas de Choque » Infiltração com corticóide ou corticóide
intra muscular » Infiltração com plasma rico em plaquetas
Fase 2 Visa à ganho de força e retorno gradativo as atividades:
» Fortalecimento muscular - excêntrico » Condicionamento cardiopulmonar do atleta
(deep running, bike, natação).
Fase 3 Visa ao retorno ao esporte ou ao tratamento cirúrgico
se houver falha do tratamento clínico ou lesão do tendão.
Tratamento cirúrgico é indicado na falha do
tratamento conservador ou lesão do tendão. Caracteriza-
se por retirada do tecido fibrosado e em alguns casos é
necessário fazer a osteotomia no processo póstero superior
do calcâneo (Deformidade de Haglund) e reinserção do
Tendão. Também pode ser necessário fazer reforço com
enxerto (semi tendinoso) quando a quantidade de tecido
ressecado é grande ou nos casos de lesões agudas.
Retorno ao esporte deve ser realizado de maneira
gradativa e devem-se evitar os fatores de risco que foram
determinantes para a ocorrência e proteção da sutura nos
casos de lesão do tendão.
EPICONDILITE LATERAL DO COTOVELO
Introdução
Epicondilite lateral é a condição mais comumente
diagnosticada do cotovelo. Também é conhecida como
cotovelo do tenista.
Não é restrita aos tenistas e pode ocorrer em outros
esportes, trabalhadores braçais e digitadores.
Foi descrita pela primeira vez em 1873 por Runge.
Afeta aproximadamente 1% a 3% da população e pode
chegar a 50% em algumas estatísticas em tenistas.
Ë mais comum em brancos e no lado dominante.
Etiologia
A etiologia não é bem esclarecida. A teoria aceita
atualmente, descrita por Nirschi e Pettro caracteriza
a condição patológica como envolvendo a origem do
extensor radial do curto do carpo e, em menor grau, a
porção antero medial do extensor comum dos dedos.
A lesão seria resultado da aplicação de tração continua
por repetição, resultando em micro rupturas da origem
do extensor radial curto do carpo seguidas de fibrose e
formação de tecido de granulação.
Traumatologia e Primeiros Socorros
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Fatores de Risco
Intrínsecos » Idade
» Sexo
» Habilidade
Extrínsecos » Erros de treinamento
» Tipos de raquete
» Técnica errada
» Ergonomia inadequada
Diagnóstico Clínico
DorA dor pode se localizar anterior ou sobre o epicôndilo
lateral e irradiar-se para o antebraço.
Pode ser de início rápido e solução em período curto ou
insidiosa, progressiva tornando-se constante.
EdemaPode ocorrer principalmente após os exercícios ou
alguma atividade de esforço.
Manobra do cotovelo de tenistaPaciente com o cotovelo fletido em 90 graus deve fazer
uma extensão do punho contra resistência exercida pelo
examinador. Caso positiva o paciente vai apresentar dor no
epicôndilo ou no trajeto dos músculo extensores.
Diagnóstico Radiográfico
RXAs radiografias são os primeiros exames complementares
realizados e normalmente não apresentam alterações.
Pode apresentar calcificações na inserção dos extensores.
USG Tem sensibilidade e especificidade próxima da RNM.
Exame rápido e barato e examinador dependente.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM)A RNM apresenta especificidade e sensibilidade um
pouco superior. É um exame caro e deve ser utilizada
somente em casos resistentes ao tratamento ou com
suspeita de lesão com USG normal.
Fonte: http://migre.me/5Yd5n
Fonte: http://migre.me/5Yd5n
Fonte: http://migre.me/5Yd5n
Traumatologia e Primeiros Socorros
21
ENMG (Eletroneuromiografia)Exame que serve para descartar patologias compressivas
que pode fazer diagnóstico diferencial.
Diagnóstico Diferencial
Síndrome compressiva do inter ósseo posterior.
Tratamento
O tratamento tem como objetivo a melhora da dor e o
retorno rápido do atleta para à atividade física.
Divide-se em 3 fases:
Fase 1 Visa à analgesia e ganho de mobilidade articular . Neste
período são indicados:
» Analgésicos e anti-inflamatório não esteróides (aines) para controle da dor. Estes devem ser utilizados
por curto período de tempo.
» Imobilização é indicada nos casos de dor forte
e incapacidade funcional grande. O tempo de imobilização
deve ser curto para evitar atrofia.
» Fisioterapia para melhora da dor, através
dos recursos de eletroanalgesia, crioterapia e terapias
alternativas como a acupuntura.
» Terapia por Ondas de Choque » Infiltração com corticóide » Infiltração com plasma rico em plaquetas (PRP)
» Bandagem funcional - kinesio taping
» Órtese para tennis elbow - pode ser utilizada
também em jogos e treinos.
Fase 2 Visa à ganho de força e retorno gradativo as atividades:
» Fortalecimento muscular » Condicionamento cardiopulmonar do
atleta (corrida, bike, natação).
Fase 3 Visa ao retorno ao esporte ou ao tratamento cirúrgico
se houver falha da consolidação.
» Tratamento cirúrgico é indicado na falha do
tratamento conservador . Pode ser aberto ou artroscópico.
Caracteriza-se por retirada do tecido fibrosado e
perfurações no epicôndilo.
» Retorno ao esporte deve ser realizado de
maneira gradativa e devem-se evitar os fatores de risco
que foram determinantes para a ocorrência.
FASCEÍTE PLANTAR
Introdução
A Fáscia plantar é uma aponeurose formada por tecido
conjuntivo denso que se prende no calcâneo e vai até
a base dos dedos. É uma importante estrutura para a
formação e manutenção do arco longitudinal medial do pé.
A Fasceíte é a causa mais comum de dor no retro pé
(Talalgia) e corresponde a cerca de 10 a 15% de todos os
sintomas relacionados a esta região no adulto.
É comum em corredores, saltadores, pessoas que
realizam atividades muito tempo em pé e que utilizam
calçados inadequados.
A evolução geralmente é auto limitada e
aproximadamente 90% dos pacientes evoluem com bom
resultados com tratamento clínico.
Fasceíte Plantar é diferente de esporão do calcâneo.
Etiologia
A etiologia não é bem esclarecida.
Acredita-se que um aumento na tensão sobre a fáscia
promova um processo semelhante ao encontrado nas
tendinopatias.
Fatores de Risco
Intrínsecos » Sexo
» Peso
» Pé cavo, pé plano
Traumatologia e Primeiros Socorros
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» Tipo de pisada
» Diminuição da flexibilidade do arco longitudinal medial
» Encurtamento da musculatura da panturrilha
Extrínsecos » Erros de treinamento – uso excessivo
» Tipos de calçados
» Técnica inadequada- aumento do passo na corrida
» Tipos de superfície
Diagnóstico Clínico
DorA dor clássica é caracterizada por ocorrer no primeiro
apoio matinal e melhora com o passar do dia.
Dor após longos períodos em posição ortostática ou na
transição da posição sentada para em pé.
Palpação dolorosa da fáscia e na flexão dorsal do
tornozelo e dedos.
Encurtamento da Musculatura da Panturrilha Muitos pacientes com fasceíte apresentam encurtamento
da musculatura da panturrilha e consequente diminuição
da extensão do tornozelo.
Diagnóstico Radiográfico
RXAs radiografias são os primeiros exames complementares
realizados e podem apresentar alterações em torno de 50
a 70%. Podemos encontrar o esporão do calcâneo.
USG Tem sensibilidade e especificidade próxima da RNM.
Pode ser realizado com Doppler.
Exame rápido e barato e examinador dependente.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM)A RNM apresenta especificidade e sensibilidade um
pouco superior. Ë um exame caro e deve ser utilizada
somente em casos resistentes ao tratamento ou com
suspeita de lesão com USG normal.
Diagnóstico Diferencial
» Fratura por stress do calcâneo;
» Tendinopatia dos músculos flexores;
» Síndrome compressiva do seio do Tarso;
» Neuromas;
» Barra óssea;
» Degeneração do coxim gorduroso plantar;
» Tumores.
Tratamento
O tratamento tem como objetivo o alívio da dor,
cicatrização do tecido e o retorno mais rápido possível do
atleta para à atividade física.
Divide-se em 3 fases:
Fase 1 Visa à analgesia e melhora na capacidade de apoio.
Neste período são indicados:
» Analgésicos e anti-inflamatório não esteróides (aines) para controle da dor. Estes devem ser utilizados
por curto período de tempo.
Fonte: http://migre.me/5YdBt
Traumatologia e Primeiros Socorros
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» Imobilização é indicada nos casos de dor forte
e incapacidade funcional grande. O tempo de imobilização
deve ser curto para evitar atrofia.
» Fisioterapia para melhora da dor, através
dos recursos de eletroanalgesia, crioterapia e terapias
alternativas como a acupuntura.
» Palmilha » Bandagem funcional - Kinesio taping » Órtese noturna » Terapia por Ondas de Choque » Infiltração com corticóide ou corticóide
intra muscular » Infiltração com plasma rico em plaquetas (PRP)
Fase 2 Visa à melhora do alongamento e retorno gradativo as
atividades:
» Alongamento do Aquiles e fáscia plantar » Condicionamento cardiopulmonar do atleta
(deep running, bike, natação).
Fase 3 Visa ao retorno ao esporte ou ao tratamento cirúrgico
se houver falha do tratamento clínico.
» Tratamento cirúrgico é indicado na falha do
tratamento conservador. Pode ser aberto ou endoscópico.
Caracteriza-se por retirada do tecido fibrosado e
fasciotomia.
» Retorno ao esporte deve ser realizado de
maneira gradativa e devem-se evitar os fatores de risco
que foram determinantes para a ocorrência.
LESÕES LIGAMENTARES E ENTORSES
Entorse é um mecanismo de lesão que ocasiona
estresse articular levando a um estiramento ou laceração
de tecidos moles (cápsula articular, ligamentos, tendões
ou músculos). Pode ocorrer com ou sem a existência de
contato físico. Entretanto, esse termo freqüentemente
é utilizado para se referir especificamente à lesão de
um ligamento. Dividimos esta lesão nos seguintes graus
tomando como base o acometimento dos ligamentos:
» Grau I - estiramento com ligamentos íntegros,
dor leve e edema local.
Tratamento: uma a duas semanas de crioterapia
(gelo), compressão, elevação, fortalecimento muscular,
propriocepção, analgésicos e ou anti inflamatórios, órteses
ou bandagem elástica ou funcional (kinesio taping).
» Grau II - lesão (ruptura) ligamentar parcial, dor
intensa, edema difuso e hematoma.
Tratamento: repouso, analgésicos e pode haver
necessidade de imobilização por três a quatro semanas,
crioterapia, fisioterapia com fortalecimento muscular e
propriocepção. Pode ocorrer fratura associada nestes casos.
» Grau III - lesão ligamentar parcial extensa
ou total, pode haver fratura associada, dor intensa,
instabilidade, edema difuso e hematoma.
Tratamento: idem ao Grau II, no entanto pode
necessitar de tempo maior para a recuperação.
A articulação mais frequentemente acometida varia
conforme o esporte estudado. No geral, as articulações
dos membros inferiores são as mais afetadas, sendo as
principais o tornozelo e o joelho.
Portanto, neste capítulo vamos nos dedicar a estas
duas articulações.
Entorse do Tornozelo
Muito freqüente nos esportes com salto, corrida com
mudança de direção como : basquete, vôlei, futebol entre
outros.
Dados FIFA revelam uma média de 20 % em atletas
de elite podendo chegar até 35 % quando pesquisados
atletas amadores.
Mecanismo de TraumaO mecanismo de trauma pode ser com contato físico ou
sem contato físico.
Quando o contato físico é feito na face lateral da perna
ou tornozelo , o mecanismo de torção é em eversão e
provoca lesão nos ligamentos mediais (deltóide). Quando o
contato físico é feito na face medial da perna ou tornozelo,
o mecanismo de torção é em inversão e provoca lesão nos
ligamentos laterais (fíbulo talar anterior, fíbulo calcâneo e
fíbulo talar posterior).
Traumatologia e Primeiros Socorros
24
Quando o contato físico é feito na face dorsal do pé
com o tornozelo em flexão plantar, o mecanismo de torção
provoca lesão na cápsula anterior e é conhecido como
tornozelo do futebolista.
Quando não há contato físico o mecanismo de trauma
pode ser em inversão ou eversão e os ligamentos lesados
seguem a mesma regra descrita acima.
Dependendo da energia e intensidade do trauma
podemos ter mecanismos combinados e conseqüentemente
lesões mais graves.
Fatores de RiscoO principal fator de risco para ocorrência de entorse
do tornozelo é a existência de lesão prévia. Outros fatores
são:
» Idade;
» habilidade esportiva;
» tipo de calcado;
» tipo de piso (escorregadio ou com irregularidades).
ClassificaçãoGrau 1 - Estiramento ou lesão somente do Fíbulo talar
anterior (fta).
Grau 2 - Lesão parcial ou lesão de dois ligamentos Fta
e Fc (fíbulo calcâneo).
Grau 3 - Lesão parcial extensa ou total ou lesão
de todos os ligamentos. Fta, Fc e Ftp (fíbulo talar
posterior).
Exame Físico » Dor
Dor forte aguda e muitas vezes incapacitante.
» Edema
Nas entorses leves é pequeno. Nas entorses moderadas
e graves pode ser grande já fase aguda ou aumentar
de tamanho após algumas horas. Por isso é importante
a crioterapia e compressão na fase aguda para diminuir
sangramento.
» Equimose
Nas entorses leves é raro e acontece mais
frequentemente nas entorses moderadas e graves e
dependem a intensidade conforme a gravidade da lesão.
Tratamento
O tratamento inicial é conservador, não cirúrgico.
O protocolo inicial utilizado é o PRICE nas primeiras
horas:
P (Protection-Proteção) - muletas, imobilização.
R (Rest-repouso)
I (Ice-gelo)
C (Compression-compressão)
E (Elevation-elevação)
A imobilização deve ser mantida por um período de 2 a
12 semanas conforme a gravidade da lesão. Inicialmente
deve ser utilizada uma imobilização mais rígida (robofoot,
imobilizador, gesso) e depois passando para uma
imobilização mais funcional (bandagem elástica, kinesio
taping, estabilizador do tornozelo, bota de esparadrapo).
A fisioterapia consiste em sua fase inicial: analgesia,
regressão do edema e ganho de mobilidade articular.
Numa segunda fase visa: fortalecimento muscular,
treinamento sensório motor e exercícios para o
condicionamento ( bicicleta, nataçãoo, esteira).
A fase final consiste no trabalho de realização dos
movimentos específicos do esporte e retorno gradativo a
as atividades normalmente.
O tratamento cirúrgico é indicado quando há uma
lesão extensa (todos os ligamentos, lesão da sindesmose
associada ou outras lesões associadas (lesão cartilagem,
lesão tendão ou fratura com desvio).
Cuidados no campo, quadra...O objetivo do atendimento no local é reconhecer
a gravidade da lesão e se o atleta vai ter condição de
retornar.
Na lesão leve e sem incapacidade somente spray de
gelo ou bolsa de gelo e alguns segundos ou minutos de
espera são suficientes para alívio da dor e possível retorno
a prática esportiva.
Na lesão moderada e grave e com incapacidade
grande é onde temos que tomar o máximo de cuidado
para estabilizar e imobilizar a articulação sem criar mais
danos ao local.
Duas pessoas são suficientes:
1) Perguntar ao atleta enquanto vai se examinando
o local.
Traumatologia e Primeiros Socorros
25
2) Na presença de edema grande que deixa
suspeita sobre fratura ou lesão ligamentar extensa.
Deve-se imobilizar e estabilizar o tornozelo para uma
avaliação radiográfica com uma órtese (robofoot) ou outra
imobilização provisória (talafix). Também fazer crioterapia
(gelo) para diminuir o sangramento e fazer analgesia.
Entorse do Joelho
A entorse do joelho é uma das lesões mais comuns nos
esportes assim como a entorse do tornozelo. Ela é mais
comuns nos esportes de contato, salto e principalmente
naqueles com mudança de direção.
Dados da FIFA revelam uma média de 18% no futebol.
Nas entorses as estruturas mais lesadas são: o
ligamento colateral medial (LCM) e meniscos.
O joelho possui 4 ligamentos que ligam o fêmur
com a tíbia e a fíbula e são grandes responsáveis pela
estabilidade desta articulação. Dois são chamados de
ligamentos colaterais (medial e lateral), pois ficam
localizados na periferia da articulação (fora da articulação).
Os outros dois estão localizados no centro do joelho. Eles
se cruzam tanto quando vistos de frente (coronal) como
de lado(sagital), por isso, são chamados de ligamentos
cruzados. O ligamento cruzado posterior (LCP) insere-se
na porção posterior (região lateral) da tíbia e na porção
anterior (região medial) do fêmur. Já o ligamento cruzado
anterior (LCA) insere-se na porção anterior (região medial)
da tíbia e na porção posterior (região lateral) do fêmur.
O LCA é o principal estabilizador da translação para
anterior da tíbia sobre o fêmur. O LCP é para posterior.
O LCA é formado pelos feixes antero medial e póstero lateral.
O primeiro fica tenso na flexão e o segundo em extensão.
O LCP é formado pelos feixes antero lateral e póstero
medial. O primeiro fica tenso em flexão e o segundo em
extensão.
Mecanismo de traumaIndireto - sem contato físico. O mecanismo clássico
para a lesão do LCA é valgo do joelho, abdução do quadril
e rotação externa da tíbia.
Outros mecanismos são: valgo, varo, hiper extensão,
Hiper flexão.
Direto - com contato físico levando a uma das situações
descritas acima.
Fatores de Risco » Frouxidão Ligamentar;
» Fadiga Muscular;
» Lesão prévia;
» Falta com trauma em valgo, varo, hiper extensão.
Quadro Clínico » Edema (inchaço);
» dor;
» derrame articular;
» hematoma/equimose;
» falseio (perda da confiança).
ManobrasAs manobras realizadas para as lesões ligamentares são:
Lachman - ligamentos cruzados
Gaveta Anterior e Posterior - ligamentos cruzados
Pivot Shift( jerk test) - ligamenstos cruzados
Stress em valgo - ligamento colateral medial
Stress em varo - ligamento colateral lateral
Exames ComplementaresRXExame inicial. Serve para descartar fratura associada e
pode mostrar sinal patogneumônico de lesão do LCA.
RNMExame com alta sensibilidade como os testes
ligamentares. Alta especificidade. Sua maior importância
é para visualização de lesões associadas.
Fonte: http://migre.me/5Yemg
Traumatologia e Primeiros Socorros
26
Tratamento
1) Clínico
» Analgesia
» Imobilização - órtese (joelheira ou imobilizador)
ou bandagem funcional. Tempo varia conforme gravidade
da lesão e dor. Tempo médio de 1 a 4 semanas. Mobilidade
passiva deve iniciar precocemente. Alguns autores na
lesões centrais não preconizam o uso de órtese.
» Fortalecimento muscular - Muito importante para
evitar atrofia e como são estabilizadores secundários
podem se fortalecidos diminuir sensação de instabilidade.
» Treinamento sensório motor
» Treinamento específico do esporte
O tempo de tratamento varia conforme a gravidade da
lesão podendo durar de 2 semanas a 3 meses.
2) Cirúrgico - Vamos aqui comentar sobre o tratamento
cirúrgico do LCA que é o mais visto.
LCAË um ligamento com pequeno potencial de cicatrização
nas lesões totais. Sua lesão leva a uma instabilidade grande.
Principais indicações de cirurgia, apesar de não haver
consenso na literatura, são:
a) Atleta de alta perfomance
b) Jovens
c) Atletas não profissionais, mas com nível competitivo
d) Sedentários com instabilidade grande
A indicação não é absoluta mesmo pertencendo a
um destes grupos. Os principais determinantes para o
tratamento são:
a) Queixa de instabilidade do paciente
b) Exame clínico compatível com a queixa
c) Exame de imagem compatível com a lesão
Alguns pontos ainda permanecem sem consenso apesar
da longa existência desta cirurgia. Entre eles temos:
1) Patelar X Flexores (semitendinoso e grácil)
Não há consenso na literatura sobre qual o melhor.
Hoje os dois apresentam resultados similares na literatura.
2) Método de fixação
Não há consenso na literatura sobre qual o melhor.
3) Dupla banda ou Banda única
Não há consenso na literatura sobre qual o melhor
4) Protocolo de reabilitação
Existem vários na literatura. Mas, não encontramos
diferenças entre os avançados (rápidos) e os mais
conservadores (demorados). O importante é ter consciência
de que cada caso é diferente e deve ser tratado respeitando
as suas particularidades.
5) Tempo de retorno
Hoje preferimos não falar em tempo e sim em etapas
a serem cumpridas. Isso pode demorar 4-12 meses ou
algumas vezes até mais.
Fonte: http://migre.me/5Yemg
Fonte: http://migre.me/5Yemg
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27
LESÕES MUSCULARES
São as mais frequentes nos esportes. É incapacitante e
pode levar a longos períodos de inatividade. São de difícil
manuseio para o médico do Esporte no dia a dia.
O local mais comum de ocorrência é nos membros
inferiores, principalmente, no nosso País onde o futebol e
o futsal representam os esportes mais praticados.
Durante muito tempo o tratamento tem evoluído
de maneira muito lenta. Já os cuidados na prevenção
evoluíram muito como:
a) Cuidados com o atleta (fisiologia, nutrição, psicologia)
b) Treinamento individualizado
c) Controle da carga (dosagem de CK, glicemia pós
exercício, percepção do esforço - escala de BORG)
FISIOPATOLOGIA da Lesão Muscular
a) A cicatrização muscular apresenta uma seqüencia
de acontecimentos que não mostra grandes alterações
conforme a causa.
b) Podemos dividi-la em 3 fases: destruição, reparo e
remodelação.
Destruiçãoa) ruptura e necrose das miofibrilas;
b) formação do hematoma;
c) proliferação de células inflamatórias.
d) ação dos neutrófilos é o momento de maior lesão
e) macrófagos- previne apoptose e secreta citocinas e
fatores de crescimento.
Reparaçãoa) fagocitose do tecido necrótico
b) regeneração das miofibrilas (células satélites e IGF-!)
c) produção de tecido conjuntivo (cicatricial - TGFß1)
d) neo formação vascular e crescimento neural.
Remodelaçãoa) maturação das miofibrilas regeneradas
b) reorganização e diminuição do tecido cicatricial
c) recuperação da capacidade funcional do músculo.
ClassificaçãoTipo de lesão: Traumáticas e Atraumáticas
Ocorrência da lesão: Primária e Recidiva
Lesões traumáticas São decorrentes de trauma direto ou por contração
muscular intensa e podem ser:
» Estiramento/ Distensão muscular
» Contusão muscular
» Hérnia Muscular
» Laceração
Estiramento / Distensão muscular: Lesão que ocorre com mecanismo indireto, na qual
o músculo é exigido além da sua resistência. Estudo
biomecânico mostrou que este valor corresponde a
aproximadamente duas vezes o valor da força de
contração isométrica máxima. Pode ser decorrente de
contração excêntrica , mais comum, ou concêntrica
levando a um alongamento das fibras musculares além
de sua capacidade fisiológica. O local mais acometido é a
junção miotendinea.
Os músculos biarticulares (atravessam duas articulações)
são os mais acometidos como podemos citar: posteriores
da coxa (isquiotibiais), gastrocnêmicos e reto femoral. Os
músculos biarticulares têm menor capacidade de suportar
tensão.
Podemos classifica-las em:
Grau I - Leve: - contratura, edema e pequeno ou nenhum déficit de
força e restrição de movimentos
- poucas fibras musculares comprometidas.
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28
Grau II - Moderada: - Dor, alteração funcional moderada, edema, déficit
muscular moderado podendo haver formação de hematoma
e equimose e palpação de gap no local da lesão.
- Lesão parcial do músculo – até 50% do diâmetro.
- Lesão irreversível de fibras musculares.
- Recuperação total de 2 a 6 semanas.
- Exames subsidiários: Ultra-Som ou Ressonância
Magnética que são importantes para prognóstico, tempo
de retorno a atividade física e acompanhamento da
evolução da cicatrização.
Ë importante muito cuidado na volta do atleta a
atividade para se evitar recidiva da lesão. Alguns pontos
são importantes : ausência de dor, força muscular normal,
gesto esportivo com boa habilidade e sem dor e bom
condicionamento.
Grau III- Grave: - Dor aguda intensa, com grande perda funcional, edema
e déficit muscular em grau importante com interrupção
imediata do movimento, equimose e hematoma e palpação
de gap.
- Lesão parcial/extensa até total do músculo –50% a
100% do diâmetro.
- Lesão irreversível de várias fibras musculares, com
acometimento do tecido conjuntivo de sustentação e
formação de hematoma intramuscular;
- O Ultra-Som ou a Ressonância Magnética são
importantes para prognóstico, tempo de retorno a atividade
física e acompanhamento da evolução da cicatrização.
- Recuperação de 4 a 12 semanas.
Os mesmos cuidados realizados na lesão moderada
(grau II) devem ser observados para o retorno do atleta
para diminuir risco de recidiva.
Atualmente, tem se empregado freqüentemente o
plasma rico em plaquetas (PRP) neste tipo de lesão
visando um retorno mais rápido do atleta. Porém, ainda
não encontramos na l.
Contusões As contusões são decorrentes do trauma direto
provocado por forças externas nos esportes de contato.
Acometem qualquer grupo muscular, porém os membros
inferiores são os mais atingidos. O diagnóstico é puramente
clínico com dor local, limitação de movimento, edema local
ou difuso, podendo haver, de acordo com a intensidade,
equimose ou hematoma. O ultra-som pode ser solicitado
para avaliar a extensão da lesão.
A principal complicação neste casos, que é um caso de
urgência, é a síndrome compartimental que pode ocorrer
quando há grande sangramento muscular levando a um
aumento da pressão dentro do compartimento. Apesar
de rara, quando diagnosticada, o paciente deve ser
encaminhado para cirurgia (fasciotomia e drenagem do
hematoma).
Tratamento na fase aguda para Contusões e
estiramentos que são as responsáveis por quase a
totalidade das lesões musculares:
Fase 1: Analgesia, regressão do edema, drenagem do
hematoma, evitar atrofia cicatrização do tecido.
» PRICE;
» Imobilização provisória da área contundida ou
muletas por curto período de tempo;
» Analgésicos, anti inflamatórios (curto espaço de
tempo) e relaxantes musculares;
» Eletroterapia;
» Ventosa terapia;
» Terapia manual;
» Bandagem;
» USG, Laser terapia.
Fase 2: Recuperação da Função e Liberação para
departamento de Fisiologia e preparação física
» Bicicleta;
» Musculação (isométrico, isotônico, isocinético);
Traumatologia e Primeiros Socorros
29
» Corrida;
» Treinamento sensório motor;
» Hidroterapia;
» Bandagem funcional.
Fase 3: Retorno as atividades progressivamente
» Sem dor;
» Treinos específicos do esporte com carga
controlada;
» Fortalecimento muscular em apararelho isocinético;
» Bandagem funcional.
Hérnia muscular:
Ruptura da aponeurose superficial do músculo.
Mais comum nos MMII. O tratamento é clínico e se não
melhorar a dor pode ser necessário o tratamento cirúrgico
(fasciotomia ou fechamento da lesão). Na investigação
devemos descartar problemas vasculares (Ultrassom
Doppler), compressões nervosas (eletroneuromiografia) e
realizar a medida da pressão dentro do compartimento,
pois se estiver aumentada devemos optar pela fasciotomia.
Laceração:
Assim como a hérnia, são lesões menos comuns que o
estiramento e contusão. Causadas por traumas decorrente
de objetos pontiagudos (esgrima, por exemplo).
Lesões AtraumáticasPodem ser subdivididas em:
Dor muscular tardia:
Mais comum em atletas recreativos e esportes de
resistência de longa duração. Ocorrem ,principalmente,
atletas de final de semana. Pico de intensidade de 24 a 48
horas e não tem relação com fadiga muscular ou aumento
do ácido lático. O tratamento consiste em repouso ,
alongamentos e analgésicos e anti-inflamatórios conforme
a limitação.
Cãimbra:
Súbita e desconfortável contração muscular involuntária
que dura de segundos a minutos.
Mais comuns nos músculos posteriores da perna
(gastrocnêmio) podem ocorrer durante o sono ou na
atividade física.
São de diversas etiologias, mas a causa das câimbras
nos atletas ainda não está bem definida e ainda é
controversa, porém alguns estudos têm conduzido para
suspeita de alteração no equilíbrio hidro eletrolítico
(alterações metabólicas) ou fadiga muscular. Também é
importante a pesquisa de possíveis alterações vasculares.
No momento da crise devemos realizar contração do
músculo antagonista e alongamento do músculo afetado.
Hidratação , administração de eletrólitos e carboidratos
na forma de energéticos (sports drinks), condicionamento
físico adequado e controle da sobrecarga e fadiga são
ações que podem prevenir o seu aparecimento.
LUXAÇÃO
Luxação é uma situação traumática grave que acomete
a articulação onde os ossos que a compõe apresentam um
deslocamento (separação).
Pode ser:
Parcial (sub luxação)
Total (luxação completa)
Voluntária - em pacientes com frouxidão ligamentar
que tem a capacidade de luxar ou sub luxar a articulação
e reduzir espontaneamente.
Quanto ao mecanismo de trauma temos:
Direto - trauma direto na articulação. Bola batendo no
dedo e causando luxação.
Indireto - o trauma é distante da articulação , mas a
transmissão da energia é suficiente para causar a luxação.
Por exemplo, queda sobre a mão com o cotovelo esticado
levando a luxação do cotovelo.
Na linguagem popular apresenta o significado de
traumatismo leve (contusão, entorse leve). Comumente
ouvimos a seguinte frase: Doutor foi só uma luxação né?
Mas, como dito acima luxação é um traumatismo grave,
uma urgência médica, pois leva a lesão de estruturas que
sustentam a articulação como ligamentos, cápsula articular
e colocam sob tração estruturas nobres como: vasos e
nervos que se não reduzida rapidamente ou manipulada
de forma inadequada nos primeiros socorros pode levar
a sequelas como isquemia arterial ou paralisia sensitivo-
motora.
Traumatologia e Primeiros Socorros
30
O quadro clínico caracteriza-se por:
» Dor intensa
» Deformidade
» Edema
» Incapacidade funcional
As principais articulações acometidas são:
Ombro (gleno umeral, acrômio clavicular, esterno
clavicular)
» Cotovelo
» Dedos da Mão
» Joelho (tíbio femoral, tíbio fibular, patelo femoral).
Luxação de Ombro
O ombro é uma articulação que possui sua estabilidade
proveniente principalmente das estruturas capsulares e
ligamentares, pois a sua estrutura óssea é pouco estável.
É a articulação com maior grau de movimentos do ser
humano.
Os principais estabilizadores estáticos são:
Cápsula articularLigamentos: gleno umeral inferior, gleno umeral
médio, gleno umeral superior.
O principal estabilizador dinâmico é:
» Manguito rotador (supra espinhal, infra espinhal,
redondo menor, sub escapular)
» O mecanismo de trauma mais comum é o indireto.
Queda sobre a mão com o cotovelo estendido.
» A grande maioria das luxações ocorre para a
região anterior (90%). Pode ocorrer também para a
região posterior, inferior e superior.
O quadro clínico inicial é caracterizado por:
» Dor intensa
» Deformidade - Sinal da Dragona Militar
» Incapacidade funcional - limitação da mobilidade
articular
» Edema
» Equimose
Pode ocorrer em alguns casos lesão do nervo axilar.
Por isso sempre é importante pesquisar na fase aguda a
presença ou não de lesão:
» Sensibilidade na região lateral do ombro - específica
do nervo axilar. Mas, devido ao processo inflamatório
pode-se ter presença de diminuição da sensibilidade.
» Capacidade de realizar a abdução do ombro - o
nervo axilar inerva o músculo deltoide que ó principal
abdutor do ombro.
Exame RadiográficoRXPrimeiro exame a ser realizado. Mostra:
1) Direção da luxação ( anterior, posterior....)
2) Presença de fratura
TAC
Importante nos casos com lesão óssea grande
(glenóide- Bankart össeo) ou cabeça umeral (Hill Sachs)
para determinação da técnica cirúrgica.
RNMExame mais sensível e específico para as lesões
ligamentares. Também mostra lesão do labrum da glenóide
e tendões que podem estar associadas.
Fonte: http://migre.me/5Ybz9
Fonte: http://migre.me/5YbJ1
Traumatologia e Primeiros Socorros
31
Tratamento:Clínico
1. Redução da luxação. Deve ser feito por médico. Não
deve se tentar realizar manobras no local.
2. Realizar primeiro exame de RX para descartar
fraturas associadas.
3. Imobilização (tipoia) por 2 a 4 semanas e analgesia
4. Fortalecimento muscular
5. Se evoluir com recidiva frequente- cirurgia
Cirúrgico
Deve ser realizado na falha do tratamento clínico. Pode
ser por via aberta ou artroscópica.
Luxação acrômio clavicularRepresenta aproximadamente 6% de todas as
luxações, sendo a segunda mais freqüente envolvendo a
cintura escapular.
A articulação acromioclavicular compõe, juntamente
com as articulações escápulo-umeral, esternoclavicular
e escápulo-torácica, a cintura escapular. Estudos
biomecânicos revelam três importantes funções da
articulação acromioclavicular:
» sustenta o peso do membro superior;
» permite a rotação da escápula durante o
movimento de elevação do braço, evitando o impacto
contra o tubérculo maior;
» protege o feixe infraclavicular do plexo braquial
através do mecanismo suspensor.
A estabilidade horizontal da articulação acromioclavicular
é proporcionada pelos ligamentos acromio claviculares
(porções anterior, posterior, inferior e superior) e, a
vertical, pelos ligamentos coraco claviculares, conóide
(posterior e medial) e trapezóide (anterior e lateral), sendo
estes considerados os principais ligamentos suspensórios
do membro superior. Além da parte ligamentar, a fáscia
dos músculos deltóide e trapézio sobrepõe os ligamentos
acromioclaviculares superiores, conferindo, assim, maior
estabilidade.
O mecanismo de lesão geralmente é direto, com trauma
na região súpero lateral do ombro ou na região posterior.
A classificação utilizada é a de Rockwood que tem
6 graus:
Tipo I: rotura parcial dos ligamentos acrômio-
claviculares; os ligamentos coraco-claviculares estão
intactos; estabilidade da clavícula.
Tipo II: rotura completa dos ligamentos acrômio-
claviculares, com rotura parcial dos ligamentos coraco-
claviculares; a articulação pode apresentar instabilidade
anteroposterior na manobra de stress.
Tipo III: a articulação apresenta instabilidade vertical
e horizontal; rotura completa de ambos os complexos
ligamentares, com o espaço acromial aumentado em
25 a 100%; desinserção do trapézio e do deltóide da
extremidade distal da clavícula; a clavícula desloca-se
superiormente.
Tipo IV: luxação posterior através do trapézio;
desinserção do trapézio e do deltóide da clavícula.
Tipo V: idêntico ao tipo III, mas com aumento do
espaço coraco-acromial entre 100 a 300%; desinserção do
trapézio e do deltóide da metade distal da clavícula.
Tipo VI: lesão muito rara, com luxação inferior da
clavícula sob o acrômio e coracóide; desinserção do
trapézio e do deltóide da extremidade distal da clavícula.
TratamentoClínico
Imobilização com tipóia por 1-2 semanas. Analgesia,
fisioterapia para fortalecimento muscular e recuperação da
mobilidade articular.
Deve-se evitar a elevação por 4 semanas. Realizado
nos casos tipo 1 e 2.
Cirúrgico
Existem diversas técnicas descritas. Desde a simples
fixação com fio de kirschner até a reconstrução ligamentar
com tendão do músculo semi tendinoso. Realizado nos
casos 4 e 5.
Os casos tipo 3 são controversos na literatura e devem
ser bem avaliados para se decidir pelo melhor tratamento
em cada caso (cirúrgico ou clínico).
Traumatologia e Primeiros Socorros
32
Luxação de Cotovelo
O cotovelo é a articulação mais comumente luxada nas
crianças. Nos adultos, o ombro e os dedos têm incidência
maior.
O cotovelo é composto pelo úmero, ulna e rádio
que se articulam e permitem uma grande amplitude de
movimentos.
Dois complexos ligamentares são responsáveis pela
estabilização do cotovelo: medial e lateral.
O complexo ligamentar lateral estabiliza o cotovelo em
varo e o medial em valgo.
Quatro grupos musculares estabilizam dinamicamente
a articulação do cotovelo:
1) Extensor: Tríceps brtaquial
2) Flexor: Músculo braquial
3) Flexo-pronadores: Flexores do punho e dos dedos
e pronadores.
4) Extenso-supinadores: Extensão do punho e
dedos e supinadores
Quadro Clínico:
» Dor
» Edema
» Deformidade
» Incapacidade funcional
Assim como no ombro ou qualquer luxação deve ser
realizado o exame neurológico. No cotovelo temos 3
nervos importantes que cruzam a articulação e devem ser
pesquisados : radial, ulnar e mediano.
Exame RadiográficoRXPrimeiro exame a ser realizado. Mostra:
1) Direção da luxação (anterior, posterior, lateral, medial)
2) Presença de fratura
TAC
Importante nos casos em crianças com fratura
associada ou suspeita de lesão de cartilagem.
RNMExame mais sensível e específico para as lesões
ligamentares. Também pode mostrar lesão de tendões
que podem estar associadas.
Tratamento
O tratamento da luxação do cotovelo é frequentemente
conservador com redução e imobilização por 7 a 15 dias
com posterior fisioterapia para ganho de amplitude de
movimento e fortalecimento muscular.
Nos casos com grande instabilidade residual, fraturas
desviadas com fragmentos grandes, impossibilidade da
redução por interposição de tecidos o tratamento cirúrgico
deve ser realizado.
Luxação de Dedo da Mão
A luxação de dedo da mão promove lesões cápsulo
ligamentares das pequenas articulações da mão. São
traumas freqüentes nas atividades esportivas.
Ao examinarmos uma articulação traumatizada,
devemos nos fundamentar em dois testes:
» estabilidade lateral;
» mobilidade ativa.
O suporte capsular dessas articulações é fornecido
lateralmente pelo ligamento colateral e, na face palmar,
pela placa volar. Seu suporte dorsal é dado pela bandeleta
central do aparelho extensor que está em íntima relação
com a cápsula dorsal.
O assoalho dessa articulação é formado pela placa
volar, que é uma estrutura de forma quadrada, de origem
cartilaginosa, funcionando como ligamento ou ponte na
face volar da articulação.
A luxação aguda é usualmente causada por trauma em
hiperextensão. De acordo com o desvio da falange media,
podemos identificar três tipos de luxação: dorsal, lateral
e volar.
A mais frequente é a dorsal que pode ser classificada
em três lesões específicas:
1) Hiperextensão - lesão da placa volar na falange
media sem perda de contato articular.
2) Luxação dorsal - lesão da placa volar e dos
ligamentos colaterais com perda de contato articular.
3) Fratura - luxaçào - associada a fratura da falange
Traumatologia e Primeiros Socorros
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Quadro Clínico:
» Dor
» Edema
» Deformidade
» Equimose/hematoma
» Ferimento nas expostas
Exame RadiográficoRXPrimeiro exame onde podemos avaliar o desvio da
luxação e se existe fratura associada.
RNM Em alguns casos sem fratura pode ser utlizada para se
ter melhor noção da extensão da lesão ligamentar ou de
tendão associada.
Tratamento: Clínico
Redução sob anestesia local e imobilização com tala
metálica por um periodo de aproximadamente 2 semanas.
Cirúrgico
Nos casos de fratura-luxação instáveis, redução sem
sucesso, instabilidade articular importante.
Complicações:
1) Recidiva da luxação;
2) desvio angular (dedo torto);
3) rigidez articular;
4) contratura em flexão.
Luxação de Joelho
A luxação traumática do joelho é uma ocorrência
rara, mas que vem aumentando a frequência, devido aos
acidentes de carro, moto e em esportes com traumas de
alta energia nas quedas ou contato como futebol, esqui
entre outros.
Devido a sua arquitetura ser muito estável, nos
traumas fechados do joelho, baixos índices de luxação são
descritos na literatura, com variação de 0,001% a 0,013%
dos pacientes com lesões ortopédicas.
A incidência de lesão vascular por luxação de joelho
oscila de 0% a 40%, sendo acometida a artéria poplítea.
O índice de amputação nesses casos é de 13% a 40%.
De todas as lesões arteriais, é a da artéria poplítea a
responsável pelo maior número de amputações, em
torno de 40%. Mesmo lesionadas, 10% destas lesões
apresentam pulso distal.
As lesões nervosas ocorrem em 16 a 43% das luxações
de joelho, sendo o nervo fibular o mais freqüentemente
acometido, principalmente nas luxações póstero-laterais.
As luxações de joelho são classificadas em cinco tipos
(14): anterior, posterior, medial, lateral e rotatória (póstero-
lateral), sendo a anterior mais freqüentemente acometida
e ocorre geralmente por trauma em hiperextensão forçada,
excedendo 30º, com ruptura do ligamento cruzado
posterior até laceração da artéria poplítea. Em uma luxação
posterior, a tíbia é tracionada posteriormente, com ruptura
de ambos os cruzados e, em alguns casos, da artéria
poplítea. A luxação lateral ocorre por força em valgo e
golpe direto, rompendo as estruturas mediais de suporte,
associadas com lesão de ambos os ligamentos cruzados.
Na luxação medial as estruturas laterais de suporte são
rompidas e as rotatórias são mais infrequentes.
Os mecanismos de trauma descritos para essa lesão
foram os de alta velocidade, incluindo acidentes por moto
ou carro, e baixa velocidade em acidentes no esporte.
Deve-se considerar de fundamental importância o
diagnóstico precoce dessa lesão, principalmente quanto
à vascular, que pode estar presente mesmo em joelhos
supostamente alinhados, mas que tenham sido reduzidos
no local ou espontaneamente. Portanto, o exame físico
ligamentar e a palpação de pulsos periféricos devem ser
realizados sempreno exame inicial, sendo então feitos os
exames radiológicos do joelho, em repouso ou até sob
estresse. Se o exame confirmar luxação ou subluxação do
joelho ou se os pulsos não puderem ser palpados, a pesquisa
de perfusão distal com doppler deve ser sempre realizada
e a exploração cirúrgica imediata, abordada para todos os
casos de lesão suspeita, enfatizando que essa deve ser feita
o mais rápido possível para evitar danos por isquemia.
As complicações mais freqüentes encontradas na
literatura são a lesão vásculo-nervosa, uma luxação
irredutível ou inveterada, síndrome compartimental e
rigidez articular.
Traumatologia e Primeiros Socorros
34
O diagnóstico das lesões ligamentares geralmente é
feito clinicamente. No entanto, tem-se relatado o uso da
RNM para o diagnóstico completo das lesões ligamentares
e lesões associadas.
Esse tipo de lesão no esporte é raro. Associada a lesão
arterial apresenta maior gravidade, pelas conseqüências à
atividade desportiva desse atleta.
» Exame clínico:
» Dor;
» Edema;
» Equimose/hematoma;
» Deformidade;
» Ferimento nas expostas.
Exame RadiográficoRXPrimeiro exame possibilita ver o desvio da luxação e
pode se encontrar normal. Pode ser realizado exame sob
estresse para melhor visualizar as lesões ligamentares.
RNMMelhor sensibilidade e especificidade das lesões
ligamentares.
USG DopplerPara descartar lesão vascular associada.
Tratamento O tratamento é cirúrgico. Pode ser na fase aguda ou
crônica. Consiste na reconstrução dos ligamentos lesados.
LUXAÇÃO DE PATELA
A instabilidade da articulação femoro patelar é uma
patologia ortopédica que se apresenta principalmente em
decorrência de um defeito anatômico da articulação.
Entretanto, a multiplicidade de gestos terapêuticos
existentes e propostos pelos mais diversos autores faz
com que exista certa discordância com relação às técnicas
cirúrgicas utilizadas.
Existem procedimentos que são realizados sobre a
estrutura óssea (tíbia e/ou fêmur - tróclea) e procedimentos
realizados sobre as partes moles. Podem ser realizados
isolada ou conjuntamente.
PatologiaSegundo Fical, o valgismo e o ângulo Q aumentado
determinam à articulação femoro patelar uma característica
anatômica que favorece uma força de luxação externa, em
extensão e nos primeiros graus de flexão do joelho.
Em condições normais, a luxação da rótula não ocorre
devido a certas condições anatômicas: complexo músculo
ligamentar medial, cápsula medial; anatomia da tróclea
femoral.
Na instabilidade rotuliana, este equilíbrio é rompido,
seja por um, seja pela associação de mais de um destes
fatores.
Dessa maneira, pode-se encontrar duas situações
elementares na patologia da instabilidade rotuliana:
Aumento da força de luxação
a) Aumento do ângulo Q, que pode ser permanente
(lateralização da inserção da tuberosidade tibial anterior,
genu valgo) ou intermitente (hiperflacidez ou frouxidão
ligamentar, genu recurvatum, rotação tibial externa).
b) Desequilíbrio na força de tração quadricipital
favorecendo as estruturas ou formações musculo
ligamentares e capsulares externas em relação às internas.
Diminuição das forças compensatórias
a) Distensão ou ruptura das estruturas ou formações
músculo-ligamentares e capsulares internas.
b) Displasia quadricipital interna ou do vasto medial
oblíquo (VMO).
c) Para Dejour & Walch, a presença de displasia troclear
é sinal patogneumônico de instabilidade rotuliana.
d) Patela alta.
Exame clínico:
» Dor
» Deformidade
» Atitude de flexão- com impossibilidade para
estender o joelho
» Edema
» Hemartrose
Exame RadiográficoRXExame inicial que mostra a luxação e eventuais
fragmentos osteocondrais.
Traumatologia e Primeiros Socorros
35
TACImportante na fase aguda para ver corpos livres e
anatomia troclear e patelar. Nos casos crônicos com
instabilidade para a mensuração da medida TAGT (medida
tomográfica que nos dá um valor mais confiável da medida
do ângulo Q) para programação cirúrgica.
RNMPara ver se existe lesão do ligamento patelo femoral
medial. Extensão da lesão do retináculo medial. Lesões
associadas (cartilagem, meniscos..)
TratamentoClínico
Redução da Luxação e imobilizaçãoo por 2 a 4 semanas.
Fisioterapia para analgesia, ganho de mobilidade articular
e fortalecimento muscular.
Cirúrgico
Nos casos de luxação recidivante com sintomas
importantes. Nos casos agudos com lesão extensa do
retináculo medial associada a lesão do ligamento patelo
femoral medial. Corpos livres.
Fonte: http://migre.me/5YdU9
LOMBALGIA EM ATLETAS
Dentre as lesões da coluna vertebral nos atletas,
os distúrbios da região lombar são os mais comuns. A
prevalência de lombalgia em atletas pode chegar até 30% e
depende de fatores como modalidade esportiva, intensidade,
frequência e técnica de treinamento, entre outros.
A associação entre prática esportiva e maior risco de
dor lombar é controversa na literatura, mas há indícios
de maior incidência e levantadores de peso, lutadores,
golfistas e dançarinos.
Entre as causas de dor lombar podemos dividir em:
Intrínsecos
» Lesão músculo ligamentar
» Doença degenerativa discal
» Espondilólise
» Espondilolistese
» Síndrome facetaria
» Fratura de estresse do sacro
» Hérnia discal central
» Fratura aguda lombar
» Discite e Osteomielite
» Tumor
Extrínsecos
» Doenças intra pélvicas e ginecológicas
» Doença Renal
» Disfunção da art. Sacro-ilíaca
Lesões Musculares e LigamentaresCausa mais comum de dor lombar nos atletas. Pode ser
de origem traumática ou postural.
Doença Degenerativa Discal
A associação entre achados de exames de imagem
de degeneração discal e dor lombar é controverso na
literatura. Na população, há prevalência de 30% de
pacientes assintomáticos com alterações degenerativas do
disco intervertebral; em atletas esse valor pode subir para
75%, dependendo da modalidade esportiva.
Traumatologia e Primeiros Socorros
36
Estudos biomecânicos sugerem que a prática esportiva
leva à degeneração discal em virtude dos movimentos
intensos de flexo- extensão, carga axial e rotação do
tronco.
Espondilólise
Espondilólise é um defeito ósseo do arco neural e, em
95% dos casos, acomete a pars interarticularis de L5.
Sua etiologia é desconhecida; porém, a hipótese de que
se trata de uma fratura por estresse decorrente de carga
excessiva é amplamente aceita.
Espondilolistese
Espondilolistese é o escorregamento anterior de uma
vértebra em relação à vértebra imediatamente inferior. Na
maioria dos casos em atletas é decorrente de espondilólise.
Mas, pode ser também devido a traumas ou mal formação.
TRATAMENTO O tratamento da Lombalgia assim como de outras
patologias segue o protocolo tradicional. Nesta patologia
encontramos diversas terapias alternativas que mostram
resultados satisfatórios além do método tradicional.
O protocolo tradicional consiste em:
1) Analgesia - medicamentos
2) Repouso relativo ou absoluto - varia conforme a
limitação e diagnóstico
3) Fisioterapia - Eletro analgesia (TENS), Ondas
curtas, Forno de Beer, USG, Laserterapia........
4) Infiltração com corticoide
5) Acupuntura
6) Alongamentos
7) Fortalecimento muscular
8) Treino do gesto esportivo
9) Retorno gradativo
Terapias alternativas:
1) CORE
2) RPG
3) Pilates
4) Rolfing
5) Quiropraxia
6) Osteopatia
7) Hidroterapia
8) Terapia manual
9) Lian Gong
No tratamento cirúrgico também encontramos uma
diversidade de procedimentos:
1) Cirurgia aberta sem instrumental (parafusos)
2) Cirurgia aberta com instrumental (parafusos)
3) Cirurgia minimamente invasiva
4) Cirurgia endoscópica
5) Estabilizadores dinâmicos
6) Prótese de disco
Fonte: http://migre.me/5YfxC
Fonte: http://migre.me/5YfxC
Traumatologia e Primeiros Socorros
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