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O dia de São Patrício A festa do santo mais pop do mundo cresce e marca sua presença no estado. Entrevista Roberto Filippini Turismo Buenos Aires Gastronomia Valle Rustico E mais: Moda Outono Inverno Economia Sexto PIB? Futebol Entre grades ANO 02 EDIÇÃO 05 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA VENDA PROIBIDA

Trendline [mag] Ed 006

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Na capa, São Patrício, o santo mais cool do mundo.

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O dia deSão Patrício

A festa do santo mais

pop do mundo cresce

e marca sua presença

no estado.

Entrevista

Roberto Filippini

Turismo

Buenos Aires

Gastronomia

Valle Rustico

E mais:

Moda

Outono Inverno

Economia

Sexto PIB?

Futebol

Entre grades

ANO 02

EDIÇÃO 05

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

VENDA PROIBIDA

Page 2: Trendline [mag] Ed 006

O CVD procura estarsempre perto de você,

e por isso mantématendimento em diferentescidades da Serra Gaúcha.

Você pode optar por Bento Gonçalves,

Nova Prata ou Veranópolis.

Em todas as nossas unidadesvocê sempre tem a certeza de

que contará com profissionais qualificados e

equipamentos de ponta,garantindo tecnologia na busca

por resultados mais claros eprecisos.

ECOGRAFIA / ECOGRAFIA 4DRESSONÂNCIA MAGNÉTICA

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADAMAMOGRAFIA DIGITAL

DENSITOMETRIA ÓSSEAULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA

RADIOLOGIA GERALBIÓPSIAS E PUNÇÕES

Rua Saldanha Marinho, 545 - Centro

Bento Gonçalves - RS - Serra Gaúcha

Fone (54) 3052 0606

Estacionamento gratuito para clientes.

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O CVD procura estarsempre perto de você,

e por isso mantématendimento em diferentescidades da Serra Gaúcha.

Você pode optar por Bento Gonçalves,

Nova Prata ou Veranópolis.

Em todas as nossas unidadesvocê sempre tem a certeza de

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ECOGRAFIA / ECOGRAFIA 4DRESSONÂNCIA MAGNÉTICA

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADAMAMOGRAFIA DIGITAL

DENSITOMETRIA ÓSSEAULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA

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Rua Saldanha Marinho, 545 - Centro

Bento Gonçalves - RS - Serra Gaúcha

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Estacionamento gratuito para clientes.

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Page 8: Trendline [mag] Ed 006

Reservas:

(54) 3242.2309 e (54) 9119.6056Av. Pres. Vargas, 1485 . Subsolo . Centro

Nova Prata . RS . Serra Gaúcha

A safra de camarão desse ano está espetacular

e na Cantina do Lenzi você encontra o

produto fresco, firme e brilhante,

como deve ser.

Você ainda pode escolher entre degustar

nos pratos especiais da Cantina ou

levar para casa e preparar

a sua receita favorita.

Temporada de camarão.

38

40

42

50

O CERVEJEIRO / BEER CLUB

PARA BEBER / BOOZE

TURISMO / GO THERE

ESTILO / DRESS UP

Feita em casa

Loiras e Rosés

Arrentina, sua linda

O Outono/Inverno está chegando

58

60

62

EM FORMA / GOOD LIVING

IMPEDIMENTO / TOCO Y ME VOY

TELEFONE VERMELHO / CRT

Treinamento para o centro

A prisão do Estádio Nacional

Octógono na rodoviária

56 CULTURA / COOLT

Amigas, vinhos, Beatles e Beatnicks

GASTRONOMIA / GOOD FOOD

O que você foi fazer no mato?

26

18ENTREVISTA / TALK

Roberto Filippini fala sobre patrimônio histórico e cultural

24 COMUNICAÇÃO E MKT / MEDIA

Entendendo o Branding

O engodo do PIB 22 ECONOMIA / MONEY

32

CAPA / HEADLINE

São Patrício é pop

Nessa edição

Fale conosco:54 3242 [email protected]

Atendimento telefônico: 54 3242 5793 | 54 9188 3815

Para anunciar: [email protected]

Opiniões e sugestões de pauta: [email protected]

Endereço postal:

Rua Felix Engel, 86 / 405 - Centro - Nova Prata - RS - 95320-000

Acompanhe a TL[mag] nas redes sociais:

twitter.com/trendlinemagfacebook.com/tlmag

FOTO SABRINA GABANA

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Reservas:

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Nova Prata . RS . Serra Gaúcha

A safra de camarão desse ano está espetacular

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Temporada de camarão.

38

40

42

50

O CERVEJEIRO / BEER CLUB

PARA BEBER / BOOZE

TURISMO / GO THERE

ESTILO / DRESS UP

Feita em casa

Loiras e Rosés

Arrentina, sua linda

O Outono/Inverno está chegando

58

60

62

EM FORMA / GOOD LIVING

IMPEDIMENTO / TOCO Y ME VOY

TELEFONE VERMELHO / CRT

Treinamento para o centro

A prisão do Estádio Nacional

Octógono na rodoviária

56 CULTURA / COOLT

Amigas, vinhos, Beatles e Beatnicks

GASTRONOMIA / GOOD FOOD

O que você foi fazer no mato?

26

18ENTREVISTA / TALK

Roberto Filippini fala sobre patrimônio histórico e cultural

24 COMUNICAÇÃO E MKT / MEDIA

Entendendo o Branding

O engodo do PIB 22 ECONOMIA / MONEY

32

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São Patrício é pop

Nessa edição

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Page 10: Trendline [mag] Ed 006

Editorial

Termo de ResponsabilidadeO conteúdo de artigos assinados e de peças publicitárias é de responsabilidade exclusiva de seus autores.

Copyright 2012 Trendline [mag]. Todos os direitos reservados.

Mudar é impreciso, viver não é preciso, diria Fernando,

o Pessoa, se visse o que fizemos

com a Trendline nesse começo de

ano. Ocorreu mais ou menos assim:

em uma noite de verão o patrão

ficou louco e decidiu mudar tudo.

Em poucas horas de

trabalho ininterrupto

- que pareceram dias

para os envolvidos -

não concluímos a

mudança, ela já

estava ali, nos esperando, na forma

de um novo projeto gráfico.

Mais fotos, mais imagens, o mesmo

estilo de texto.

Já pressentíamos a necessidade de

mudar há alguns meses. A gente

olhava uma, duas, três vezes e

sentia que precisava mexer. Até

porque ou t ras pub l i cações

passaram a copiar o estilo gráfico

que trouxemos junto com a nossa

proposta (o editorial eles nem

tentam), então estava

n a h o r a d e s e

diferenciar e lançar

novas tendências.

As mudanças não

devem parar aqui.

Mas disso, falaremos em outro

momento.

Até junho, na edição de inverno.

Mudamos a cara,mas não a

essência.

FOTO DIVULGAÇÃO

Samuel Ramos, editor

da Trendline [mag] e

extreme make over.

FO

TO

SA

BR

INA

GA

BA

NA

Page 11: Trendline [mag] Ed 006

Editorial

Termo de ResponsabilidadeO conteúdo de artigos assinados e de peças publicitárias é de responsabilidade exclusiva de seus autores.

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Mudar é impreciso, viver não é preciso, diria Fernando,

o Pessoa, se visse o que fizemos

com a Trendline nesse começo de

ano. Ocorreu mais ou menos assim:

em uma noite de verão o patrão

ficou louco e decidiu mudar tudo.

Em poucas horas de

trabalho ininterrupto

- que pareceram dias

para os envolvidos -

não concluímos a

mudança, ela já

estava ali, nos esperando, na forma

de um novo projeto gráfico.

Mais fotos, mais imagens, o mesmo

estilo de texto.

Já pressentíamos a necessidade de

mudar há alguns meses. A gente

olhava uma, duas, três vezes e

sentia que precisava mexer. Até

porque ou t ras pub l i cações

passaram a copiar o estilo gráfico

que trouxemos junto com a nossa

proposta (o editorial eles nem

tentam), então estava

n a h o r a d e s e

diferenciar e lançar

novas tendências.

As mudanças não

devem parar aqui.

Mas disso, falaremos em outro

momento.

Até junho, na edição de inverno.

Mudamos a cara,mas não a

essência.

FOTO DIVULGAÇÃO

Samuel Ramos, editor

da Trendline [mag] e

extreme make over.

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Page 12: Trendline [mag] Ed 006

COLUNISTAS:

Jarbas Gambogi, Alexandre Lattari,

Maria Cristina Frazon Telles,

Marcos Beck Bohn, Quéli Giuriatti,

Douglas Ceconello, Luís Felipe dos Santos,

Iuri Müller, Maurício Brum,

Greici Audibert e Maurício Chaulet.

DIREÇÃO GERAL:

Samuel Ramos - Reg. Prof. 11.388-RS

CONSELHO ADMINISTRATIVO:

Caroline Boito Maurmann

CONSELHO EDITORIAL:

Marcos Beck Bohn

COMERCIAL:

Daniel Luis Barbizan

[email protected]

(54) 9176 1384

PROJETO GRÁFICO:

DIY

DIAGRAMAÇÃO:

Samuel Ramos

REVISÃO:

Marcel Nogueira

Quem fazTIRAGEM:

3 mil exemplares

PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO:

Coan Indústria Gráfica

PERIODICIDADE:

Trimestral

Próxima edição: Junho 2012

PUBLICAÇÃO:

Daschund Comunicação Integrada

www.daschund.com.br

Page 13: Trendline [mag] Ed 006

COLUNISTAS:

Jarbas Gambogi, Alexandre Lattari,

Maria Cristina Frazon Telles,

Marcos Beck Bohn, Quéli Giuriatti,

Douglas Ceconello, Luís Felipe dos Santos,

Iuri Müller, Maurício Brum,

Greici Audibert e Maurício Chaulet.

DIREÇÃO GERAL:

Samuel Ramos - Reg. Prof. 11.388-RS

CONSELHO ADMINISTRATIVO:

Caroline Boito Maurmann

CONSELHO EDITORIAL:

Marcos Beck Bohn

COMERCIAL:

Daniel Luis Barbizan

[email protected]

(54) 9176 1384

PROJETO GRÁFICO:

DIY

DIAGRAMAÇÃO:

Samuel Ramos

REVISÃO:

Marcel Nogueira

Quem fazTIRAGEM:

3 mil exemplares

PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO:

Coan Indústria Gráfica

PERIODICIDADE:

Trimestral

Próxima edição: Junho 2012

PUBLICAÇÃO:

Daschund Comunicação Integrada

www.daschund.com.br

Page 14: Trendline [mag] Ed 006

VERANÓPOLIS

Academia VigorConfraria das LetrasDelicato CestasJ’adore le Café Parisiense

CARLOS BARBOSA

Café Brasil

FLORES DA CUNHA

Empório FachinFranshopL’Osteria Del GalloVinícola Viapiana

GARIBALDI

Café Luna ParkCoisas Boas DelicatessenSelezione

OUTRAS CIDADES

Vila Flores - RSParadouro MascaronVilla do Pão

Farroupilha - RSArmazém PedóCroasonho Café

Paraí - RSPH Fashion

Torres - RSEspaço Top Fitness

Para anunciar:54 3242 579354 9176 1384

[email protected]

onde encontrar** Mediante disponibilidade.

A Trendline possui distribuição gratuita, veja

BENTO GONÇALVES

Armazém das Cantinas HistóricasBiscoteria ItallinniCafeelato Café e DoceriaCadoro ModasCanta MariaCasa Vanni E. GastronômicoCroasonho CaféDi PaoloDolce Gusto Café & ConfeitariaDoppio Malto BirreriaQuorumRefinaria Deli GourmetValle Rustico RestauranteVinícola AlmaúnicaViverone Café Boutique

CAXIAS DO SUL

Aromas e Sabores EmpórioBella Gulla (San Pelegrino)Bier Haus (Tronca, 3068)Boccati Vinhos (B. Sta Catarina)Café Nobre (Centro e Iguatemi)Colcci (Iguatemi)Croasonho Café (Centro)Di PaoloDo Arco da Velha LivrariaÉvidence Moda Viva OriginalStella Doceria e GelateriaThe King Gastro Pub (Tronca, 2802)

PORTO ALEGRE

BierMarkt (Rio Branco) BierKellerEmpório Mercatto (Rio Branco)Fulô Diminina (Independência)Lagom BrewPub (Bom Fim)Mercatto Café (Cidade Baixa)Província do Café (Centro)Quincy Store (Moinhos)Shamrock Irish Pub (Bom Fim)

Cantina do LenziCozer RestauranteEmpório São JoãoPH FashionPousada dos PinheiraisSabor CaféVigor Musculação

NOVA PRATA

FOTO SAMUEL RAMOS

Page 15: Trendline [mag] Ed 006

VERANÓPOLIS

Academia VigorConfraria das LetrasDelicato CestasJ’adore le Café Parisiense

CARLOS BARBOSA

Café Brasil

FLORES DA CUNHA

Empório FachinFranshopL’Osteria Del GalloVinícola Viapiana

GARIBALDI

Café Luna ParkCoisas Boas DelicatessenSelezione

OUTRAS CIDADES

Vila Flores - RSParadouro MascaronVilla do Pão

Farroupilha - RSArmazém PedóCroasonho Café

Paraí - RSPH Fashion

Torres - RSEspaço Top Fitness

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BENTO GONÇALVES

Armazém das Cantinas HistóricasBiscoteria ItallinniCafeelato Café e DoceriaCadoro ModasCanta MariaCasa Vanni E. GastronômicoCroasonho CaféDi PaoloDolce Gusto Café & ConfeitariaDoppio Malto BirreriaQuorumRefinaria Deli GourmetValle Rustico RestauranteVinícola AlmaúnicaViverone Café Boutique

CAXIAS DO SUL

Aromas e Sabores EmpórioBella Gulla (San Pelegrino)Bier Haus (Tronca, 3068)Boccati Vinhos (B. Sta Catarina)Café Nobre (Centro e Iguatemi)Colcci (Iguatemi)Croasonho Café (Centro)Di PaoloDo Arco da Velha LivrariaÉvidence Moda Viva OriginalStella Doceria e GelateriaThe King Gastro Pub (Tronca, 2802)

PORTO ALEGRE

BierMarkt (Rio Branco) BierKellerEmpório Mercatto (Rio Branco)Fulô Diminina (Independência)Lagom BrewPub (Bom Fim)Mercatto Café (Cidade Baixa)Província do Café (Centro)Quincy Store (Moinhos)Shamrock Irish Pub (Bom Fim)

Cantina do LenziCozer RestauranteEmpório São JoãoPH FashionPousada dos PinheiraisSabor CaféVigor Musculação

NOVA PRATA

FOTO SAMUEL RAMOS

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RE

SP

ON

VE

L

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Page 18: Trendline [mag] Ed 006

‘ Atingimos o ponto de alienação quanto ao nosso patrimônio histórico’’

Roberto Fillipini

TALK / entrevista exclusiva

Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Essa incompreensão é o que faz

com que o patrimônio material e

imaterial da nossa cultura seja

devastado. E essa questão se

manifesta nas mais variadas esferas

d a s o c i e d a d e : p o p u l a ç ã o ,

lideranças políticas e também

dentre muitos colegas arquitetos ou

e m p r e s a s q u e a t u a m n o

p lane jamento u rbano e na

construção civil.

Tudo começa pela falta de diretrizes

e de conhecimento técnico na

elaboração do Plano Diretor das

cidades, tarefa que cabe ao poder

público. Depois, existem muitos

interesses em jogo na hora de

elaborar o planejamento urbano, de

maneira que é possível perceber

influências para que as áreas

tragam o maior rendimento aos

empreendedores, mesmo que isso

signifique derrubar construções

históricas para enfileirar prédios que

formam verdadeiros paredões nas

ruas.

[mag] Para o poder público a conta

é bem simples. Em vez de um

casarão antigo, levanta-se um

conjunto de apartamentos e então

você não recebe de uma só pessoa,

mas sim de dezenas de novos

contribuintes que pagam imposto

Roberto Filippini urbanista do que arquiteto. Pelo

menos essa foi a sensação que

tivemos ao conversar com ele sobre

o seu primeiro livro, Formas

Ignoradas: ornamentos, estilos,

memórias. A obra, lançada em

setembro do ano passado, pode ser

descrita como um guia para a leitura

arquitetônica da história de Caxias

do Sul.

O tema é pertinente, pois mostra a

destruição que acompanhamos,

inertes, do patrimônio cultural das

cidades da região da Serra. Locais,

habitações e prédios de importância

histórica são colocados abaixo, sem

cerimônia, para dar lugar a novos

empreendimentos imobiliários. Tais

alterações, em nome de um

progresso imaginário, não apenas

transformam a história em ruínas,

mas também fomentam um

processo caótico de urbanização,

em que a lógica que impera é a do

dinheiro.

é mais

[ m a g ] S e u l i v r o r e c u p e r a

importantes informações sobre

estilos e construções de época, a

maior parte já inexistentes. Por que

nossos prédios históricos seguem

sendo destruídos?

Roberto Filippini Predomina uma

forma de analfabetismo cultural na

nos s a s oc i ed ad e . H á uma

preocupação legítima com as

questões de meio ambiente, mas

pouco se fala sobre a qualidade do

nosso meio ambiente urbano. A

destruição de prédios históricos e a

ocupação desordenada das

cidades derivam dessa alienação

que mantemos sobre as coisas do

nosso passado.

luz, de lixo, e o que mais inventarem.

Além disso, o governo sabe que a

construção civil absorve muita mão-

de-obra e não exige um grau de

qualificação alto, o que movimenta a

economia e deixa a população

satisfeita pela disponibilidade de

vagas. É um ganho duplo: mais

arrecadação e mais empregos.

RF Contudo, esse é só o resultado

de curto prazo. É um ganho irreal,

p o i s a u r b a n i z a ç ã o s e m

planejamento acarreta muitos

p r o b l e m a s . É p r e c i s o t e r

p r o g n ó s t i c o s , e n t e n d e r a s

implicações que essas mudanças

causam na qualidade de vida das

pessoas. Isso significa considerar

os problemas que a falta de

aproveitamento da luz do sol causa,

a paralisação do trânsito e também

as questões ambientais.

Muitos municípios da região

precisam rever os seus Planos

Diretores, pois a situação caminha

para o estrangulamento das

cidades. Há 10 anos eu atravessava

o centro de Caxias em 5 minutos,

hoje é impossível levar menos de

meia hora.

Vejo o Governo Federal como maior

culpado dessa situação. Inexiste

uma regulamentação de nível

nacional, não existem diretrizes que

sirvam de guia para o planejamento

urbano. É preciso capacitar

profissionais nessa área para então

criar normativas a serem seguidas e

fiscalizadas.

No fim das contas, hoje, cada

cidade faz o que quer, de acordo

com a pressão que lida. O Plano

Diretor se tornou o tabuleiro de um

grande jogo de interesses.

‘‘O patrimônio

histórico da

região tem

sofrido dois

destinos: é

destruído ou

obstruído.’’

TALK

/ entrevista exclusiva

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [19]

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‘ Atingimos o ponto de alienação quanto ao nosso patrimônio histórico’’

Roberto Fillipini

TALK / entrevista exclusiva

Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Essa incompreensão é o que faz

com que o patrimônio material e

imaterial da nossa cultura seja

devastado. E essa questão se

manifesta nas mais variadas esferas

d a s o c i e d a d e : p o p u l a ç ã o ,

lideranças políticas e também

dentre muitos colegas arquitetos ou

e m p r e s a s q u e a t u a m n o

p lane jamento u rbano e na

construção civil.

Tudo começa pela falta de diretrizes

e de conhecimento técnico na

elaboração do Plano Diretor das

cidades, tarefa que cabe ao poder

público. Depois, existem muitos

interesses em jogo na hora de

elaborar o planejamento urbano, de

maneira que é possível perceber

influências para que as áreas

tragam o maior rendimento aos

empreendedores, mesmo que isso

signifique derrubar construções

históricas para enfileirar prédios que

formam verdadeiros paredões nas

ruas.

[mag] Para o poder público a conta

é bem simples. Em vez de um

casarão antigo, levanta-se um

conjunto de apartamentos e então

você não recebe de uma só pessoa,

mas sim de dezenas de novos

contribuintes que pagam imposto

Roberto Filippini urbanista do que arquiteto. Pelo

menos essa foi a sensação que

tivemos ao conversar com ele sobre

o seu primeiro livro, Formas

Ignoradas: ornamentos, estilos,

memórias. A obra, lançada em

setembro do ano passado, pode ser

descrita como um guia para a leitura

arquitetônica da história de Caxias

do Sul.

O tema é pertinente, pois mostra a

destruição que acompanhamos,

inertes, do patrimônio cultural das

cidades da região da Serra. Locais,

habitações e prédios de importância

histórica são colocados abaixo, sem

cerimônia, para dar lugar a novos

empreendimentos imobiliários. Tais

alterações, em nome de um

progresso imaginário, não apenas

transformam a história em ruínas,

mas também fomentam um

processo caótico de urbanização,

em que a lógica que impera é a do

dinheiro.

é mais

[ m a g ] S e u l i v r o r e c u p e r a

importantes informações sobre

estilos e construções de época, a

maior parte já inexistentes. Por que

nossos prédios históricos seguem

sendo destruídos?

Roberto Filippini Predomina uma

forma de analfabetismo cultural na

nos s a s o c i ed ad e . H á uma

preocupação legítima com as

questões de meio ambiente, mas

pouco se fala sobre a qualidade do

nosso meio ambiente urbano. A

destruição de prédios históricos e a

ocupação desordenada das

cidades derivam dessa alienação

que mantemos sobre as coisas do

nosso passado.

luz, de lixo, e o que mais inventarem.

Além disso, o governo sabe que a

construção civil absorve muita mão-

de-obra e não exige um grau de

qualificação alto, o que movimenta a

economia e deixa a população

satisfeita pela disponibilidade de

vagas. É um ganho duplo: mais

arrecadação e mais empregos.

RF Contudo, esse é só o resultado

de curto prazo. É um ganho irreal,

p o i s a u r b a n i z a ç ã o s e m

planejamento acarreta muitos

p r o b l e m a s . É p r e c i s o t e r

p r o g n ó s t i c o s , e n t e n d e r a s

implicações que essas mudanças

causam na qualidade de vida das

pessoas. Isso significa considerar

os problemas que a falta de

aproveitamento da luz do sol causa,

a paralisação do trânsito e também

as questões ambientais.

Muitos municípios da região

precisam rever os seus Planos

Diretores, pois a situação caminha

para o estrangulamento das

cidades. Há 10 anos eu atravessava

o centro de Caxias em 5 minutos,

hoje é impossível levar menos de

meia hora.

Vejo o Governo Federal como maior

culpado dessa situação. Inexiste

uma regulamentação de nível

nacional, não existem diretrizes que

sirvam de guia para o planejamento

urbano. É preciso capacitar

profissionais nessa área para então

criar normativas a serem seguidas e

fiscalizadas.

No fim das contas, hoje, cada

cidade faz o que quer, de acordo

com a pressão que lida. O Plano

Diretor se tornou o tabuleiro de um

grande jogo de interesses.

‘‘O patrimônio

histórico da

região tem

sofrido dois

destinos: é

destruído ou

obstruído.’’

TALK

/ entrevista exclusiva

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [19]

Page 20: Trendline [mag] Ed 006

[mag] Mas a população também

tem sua parcela de culpa. Muitas

vezes as famílias só esperam o

falecimento dos membros mais

velhos para vender todo o

patrimônio, chega a dar a impressão

de que aproveitam o atestado de

óbito para transferir também a

escritura e economizar em serviço

notarial.

RF Isso ocorre porque não há

incentivo e nem penalização para a

destruição do patrimônio histórico.

Se você vender hoje um imóvel da

década de 30 ou 40 o pior que lhe

acontece é pagar uma multa, e bem

baixa. O poder público não faz

nenhum esforço para manter esses

prédios em pé.

Muitos empreendedores compram

imóveis nessas condições e antes

mesmo de decidirem o que irão

construir colocam tudo abaixo, para

evitar um processo de tombamento.

Precisamos ter pol í t icas de

preservação do patrimônio, a

exemplo do que ocorre em diversos

lugares do mundo. Na Europa isso é

muito frequente. Veja o caso da Ilha

de Capri, na Itália. Lá você não

remove nem uma janela de uma

casa. Além de ter restrições legais, o

patrimônio histórico vale uma

fortuna, ninguém é louco de

estragar nada, estaria rasgando

dinheiro.

Hoje, no Brasil, que benefício tem o

proprietário de um imóvel antigo?

Nenhum. Pior ainda. O custo de

manutenção dessas construções é

altíssimo, e não existem facilidades

que incentivem o proprietário a

preservar. Falta vontade política,

af inal você não vê nenhum

candidato no palanque dizendo que

entre as metas dele está a

preservação do patrimônio histórico

e cultural da cidade. Isso não dá

voto, mas deveria.

Precisamos de uma verdadeira

mudança de paradigma quanto à

v a l o r i z a ç ã o d o s c o n j u n t o s

históricos de arquitetura. É preciso

dialogar com o passado, em vez de

negá-lo e pô-lo abaixo.

Ainda espero ver, algum dia, a

formação de um debate sobre o

tema, que traga propostas e

soluções.

Porém, até o momento, não tem

acontecido nada e os prédios

históricos seguem caindo.

Prédio do antigo

Cine Ópera,

derrubado na

década de 90

para dar lugar a

um

estacionamento.

Um dos maiores

crimes contra o

patrimônio

histórico de

Caxias do Sul.

TALK

/ entrevista exclusiva

[mag] O seu livro traz muitas

‘‘dicas’’ para que possamos

i d e n t i f i c a r e a p r e c i a r a s

características históricas das

nossas construções mais antigas.

Como foi o processo de formulação

desse conteúdo?

RF A parte mais difícil foi conseguir

trabalhar a nomenclatura dos

ornamentos. Muitas ornamentações

possuíam um estilo próprio. Embora

t ivessem alguma inspiração

estrangeira, eram criadas e

executadas aqui. São únicas, você

não encontra em nenhuma outra

parte do mundo. Por isso mesmo

são tão importantes.

Não há bibliografia, pois os projetos

d a é p o c a n ã o r e c e b i a m

conceituações. O projetista erguia a

obra de acordo com estudos que

não conhecemos, e o significado ou

o conceito da criação morriam junto

com o criador.

Além da identificação desses

elementos, fizemos um inventário

de obras já demolidas. Esse

capítulo foi o que mais tocou as

pessoas que passeavam pelas ruas

centrais de Caxias nas décadas

passadas, por trazer muitas

memórias.

N e s s e m o m e n t o e s t a m o s

finalizando a conversão do livro para

o formato de vídeo, com 17 minutos

de duração. Montamos uma história

em quadrinhos, com animações,

sonorizações e tudo o mais. O

trabalho está de ótimo nível, e creio

que vai emocionar muitas pessoas.

Vamos passar para DVD e distribuir

o material em 130 escolas de Caxias

do Sul.

[mag] É possível preservar a

memória patrimonial das cidades e

ainda assim viabi l izar bons

negócios nesses espaços?

RF Sem dúvidas, esse é um modelo

viável. Existem exemplos próximos.

No Uruguai, em Montevidéu, há a

Av. 18 de Julho, lugar que reúne

diversos prédios históricos e onde

estão diversos teatros, cinemas e

l i v ra r ias . Buenos A i res , na

Argentina, também possui um

c e n t r o h i s t ó r i c o b a s t a n t e

preservado, um dos motivos pelo

qual a cidade recebe tantos turistas.

Aqui no estado, podemos apontar

Passo Fundo como grande

exemplo. Acompanhei algumas

realizações lá e pude ver que a

comunidade está preocupada em

construir com preservação.

Então, é possível sim, mas antes é

preciso ter vontade política e

vergonha na cara.

O livro Formas

Ignoradas está à

venda na livraria

e café Do Arco da

Velha, em Caxias

(18 do Forte,

1690).Preço: R$ 20

TALK

/ entrevista exclusiva

Page 21: Trendline [mag] Ed 006

[mag] Mas a população também

tem sua parcela de culpa. Muitas

vezes as famílias só esperam o

falecimento dos membros mais

velhos para vender todo o

patrimônio, chega a dar a impressão

de que aproveitam o atestado de

óbito para transferir também a

escritura e economizar em serviço

notarial.

RF Isso ocorre porque não há

incentivo e nem penalização para a

destruição do patrimônio histórico.

Se você vender hoje um imóvel da

década de 30 ou 40 o pior que lhe

acontece é pagar uma multa, e bem

baixa. O poder público não faz

nenhum esforço para manter esses

prédios em pé.

Muitos empreendedores compram

imóveis nessas condições e antes

mesmo de decidirem o que irão

construir colocam tudo abaixo, para

evitar um processo de tombamento.

Precisamos ter pol í t icas de

preservação do patrimônio, a

exemplo do que ocorre em diversos

lugares do mundo. Na Europa isso é

muito frequente. Veja o caso da Ilha

de Capri, na Itália. Lá você não

remove nem uma janela de uma

casa. Além de ter restrições legais, o

patrimônio histórico vale uma

fortuna, ninguém é louco de

estragar nada, estaria rasgando

dinheiro.

Hoje, no Brasil, que benefício tem o

proprietário de um imóvel antigo?

Nenhum. Pior ainda. O custo de

manutenção dessas construções é

altíssimo, e não existem facilidades

que incentivem o proprietário a

preservar. Falta vontade política,

af inal você não vê nenhum

candidato no palanque dizendo que

entre as metas dele está a

preservação do patrimônio histórico

e cultural da cidade. Isso não dá

voto, mas deveria.

Precisamos de uma verdadeira

mudança de paradigma quanto à

v a l o r i z a ç ã o d o s c o n j u n t o s

históricos de arquitetura. É preciso

dialogar com o passado, em vez de

negá-lo e pô-lo abaixo.

Ainda espero ver, algum dia, a

formação de um debate sobre o

tema, que traga propostas e

soluções.

Porém, até o momento, não tem

acontecido nada e os prédios

históricos seguem caindo.

Prédio do antigo

Cine Ópera,

derrubado na

década de 90

para dar lugar a

um

estacionamento.

Um dos maiores

crimes contra o

patrimônio

histórico de

Caxias do Sul.

TALK

/ entrevista exclusiva

[mag] O seu livro traz muitas

‘‘dicas’’ para que possamos

i d e n t i f i c a r e a p r e c i a r a s

características históricas das

nossas construções mais antigas.

Como foi o processo de formulação

desse conteúdo?

RF A parte mais difícil foi conseguir

trabalhar a nomenclatura dos

ornamentos. Muitas ornamentações

possuíam um estilo próprio. Embora

t ivessem alguma inspiração

estrangeira, eram criadas e

executadas aqui. São únicas, você

não encontra em nenhuma outra

parte do mundo. Por isso mesmo

são tão importantes.

Não há bibliografia, pois os projetos

d a é p o c a n ã o r e c e b i a m

conceituações. O projetista erguia a

obra de acordo com estudos que

não conhecemos, e o significado ou

o conceito da criação morriam junto

com o criador.

Além da identificação desses

elementos, fizemos um inventário

de obras já demolidas. Esse

capítulo foi o que mais tocou as

pessoas que passeavam pelas ruas

centrais de Caxias nas décadas

passadas, por trazer muitas

memórias.

N e s s e m o m e n t o e s t a m o s

finalizando a conversão do livro para

o formato de vídeo, com 17 minutos

de duração. Montamos uma história

em quadrinhos, com animações,

sonorizações e tudo o mais. O

trabalho está de ótimo nível, e creio

que vai emocionar muitas pessoas.

Vamos passar para DVD e distribuir

o material em 130 escolas de Caxias

do Sul.

[mag] É possível preservar a

memória patrimonial das cidades e

ainda assim viabi l izar bons

negócios nesses espaços?

RF Sem dúvidas, esse é um modelo

viável. Existem exemplos próximos.

No Uruguai, em Montevidéu, há a

Av. 18 de Julho, lugar que reúne

diversos prédios históricos e onde

estão diversos teatros, cinemas e

l i v ra r ias . Buenos A i res , na

Argentina, também possui um

c e n t r o h i s t ó r i c o b a s t a n t e

preservado, um dos motivos pelo

qual a cidade recebe tantos turistas.

Aqui no estado, podemos apontar

Passo Fundo como grande

exemplo. Acompanhei algumas

realizações lá e pude ver que a

comunidade está preocupada em

construir com preservação.

Então, é possível sim, mas antes é

preciso ter vontade política e

vergonha na cara.

O livro Formas

Ignoradas está à

venda na livraria

e café Do Arco da

Velha, em Caxias

(18 do Forte,

1690).Preço: R$ 20

TALK

/ entrevista exclusiva

Page 22: Trendline [mag] Ed 006

PIB: um engodosexagenário

MONEY / economia e iconoclastia

Texto deAlexandre Lattari

marketsbyfactfinder.blogspot.com

No final de 2011 consultoria britânica Centre for

Economics and Business Research

(CEBR) revelou que o produto

interno bruto (PIB) brasileiro havia

se tornado o sexto maior do mundo,

tomando o lugar antes ocupado

pelo das terras da Rainha Inglesa. A

notícia – tida como grande novidade

- tomou de assalto todas as

redações das mídias escrita e

televisiva de Pindorama.

No entanto, essa projeção já

constava em estudos passados da

a própr ia CEBR e de out ras

organizações intergovernamentais. Sabe-se, por exemplo, que o PIB

britânico ultrapassará o francês

daqui a alguns anos. E o da Índia e o

da Rússia deixarão o do Brasil para

trás em menos de uma década.

Much ado about nothing.

Criado pelo economista keynesiano

Simon Kuznets e divulgado ao

Congresso Americano em meados

da década de 30, o PIB permanece

até hoje como referência de

crescimento econômico em todo o

mundo.

Em um país

continental, como

o Brasil, invocar

estatísticas

absolutas é

quase sempre

uma fraude.

[22] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

FOTO DIVULGAÇÃO

A medição do PIB almeja estimar o

montante produzido de bens e

serviços em determinado país ou

região, a partir da soma de

consumo, investimento e gastos

governamentais.

Alinhado com os desígnios da

época (anos 30), esse cálculo acaba

sobrevalorizando a participação

dos governos. Para aumentar o PIB

e orgulhar os nacionais basta que

entes estatais efetuem despesas

(mesmo que elas apareçam nas

c o n t a s c a m u f l a d a s c o m o

“investimentos”).

Com isso, bizarras distorções

acon tecem. Imag inem, po r

exemplo, que o segmento privado

esteja em estagnação. Recessão?

Não mesmo. Para que o PIB

“cresça”, basta aumentar o custeio

da máquina pública, seja através de

altos salários para funcionários

públicos ou através de repasses a

qualquer uma dessas ONGs

picaretas que vicejam em todo o

território nacional.

Esse viés keynesiano embutido no

indicador de PIB permite afirmações

que beiram a galhofa.

Em entrevista à rede CNN o

ganhador do Prêmio Nobel, Paul

Krugman, sugeriu que esforços de

guerra contra uma invasão de

alienígenas reativariam a economia

americana, assim como a Segunda

Guerra Mundial o fez quando

encerrou a Grande Depressão.

A metodologia de cálculo do PIB é

tão mais perniciosa quanto mais

desigual for a distribuição de renda

dos habitantes. Em um país de

p o p u l a ç ã o e d i m e n s õ e s

continentais, como o Brasil, invocar

estatísticas absolutas é quase

sempre uma fraude.

Indicadores como o Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH),

empregado pelo Programa das

N a ç õ e s U n i d a s p a r a o

Desenvolvimento (PNUD) são mais

acurados na avaliação do nível de

bem-estar dos cidadãos de um país

ou região.

Indicadores à parte, o crescimento

econômico dos países está muito

m a i s r e l a c i o n a d o a o

macroambiente e ao aspecto

demográfico das populações que

as virtudes ou idiossincrasias de

seus dirigentes políticos.

Como nos lembra o analista

norteamericano Jim Rogers, em

recente entrevista a um periódico

nacional, políticos se apropriam

sempre de fatos sobre os quais

t iveram pouca ou nenhuma

inf luência. Trata-se de uma

tendência universal, que já ocorreu

nos idos da década de 80 na

Inglaterra de Margaret Thatcher

enquanto o petróleo jorrava no Mar

do Norte em profusão.

A empulhação nunca termina.

FOTO: DIDA SAMPAIO | AGÊNCIA ESTADO

Page 23: Trendline [mag] Ed 006

PIB: um engodosexagenário

MONEY / economia e iconoclastia

Texto deAlexandre Lattari

marketsbyfactfinder.blogspot.com

No final de 2011 consultoria britânica Centre for

Economics and Business Research

(CEBR) revelou que o produto

interno bruto (PIB) brasileiro havia

se tornado o sexto maior do mundo,

tomando o lugar antes ocupado

pelo das terras da Rainha Inglesa. A

notícia – tida como grande novidade

- tomou de assalto todas as

redações das mídias escrita e

televisiva de Pindorama.

No entanto, essa projeção já

constava em estudos passados da

a própr ia CEBR e de out ras

organizações intergovernamentais. Sabe-se, por exemplo, que o PIB

britânico ultrapassará o francês

daqui a alguns anos. E o da Índia e o

da Rússia deixarão o do Brasil para

trás em menos de uma década.

Much ado about nothing.

Criado pelo economista keynesiano

Simon Kuznets e divulgado ao

Congresso Americano em meados

da década de 30, o PIB permanece

até hoje como referência de

crescimento econômico em todo o

mundo.

Em um país

continental, como

o Brasil, invocar

estatísticas

absolutas é

quase sempre

uma fraude.

[22] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

FOTO DIVULGAÇÃO

A medição do PIB almeja estimar o

montante produzido de bens e

serviços em determinado país ou

região, a partir da soma de

consumo, investimento e gastos

governamentais.

Alinhado com os desígnios da

época (anos 30), esse cálculo acaba

sobrevalorizando a participação

dos governos. Para aumentar o PIB

e orgulhar os nacionais basta que

entes estatais efetuem despesas

(mesmo que elas apareçam nas

c o n t a s c a m u f l a d a s c o m o

“investimentos”).

Com isso, bizarras distorções

acon tecem. Imag inem, po r

exemplo, que o segmento privado

esteja em estagnação. Recessão?

Não mesmo. Para que o PIB

“cresça”, basta aumentar o custeio

da máquina pública, seja através de

altos salários para funcionários

públicos ou através de repasses a

qualquer uma dessas ONGs

picaretas que vicejam em todo o

território nacional.

Esse viés keynesiano embutido no

indicador de PIB permite afirmações

que beiram a galhofa.

Em entrevista à rede CNN o

ganhador do Prêmio Nobel, Paul

Krugman, sugeriu que esforços de

guerra contra uma invasão de

alienígenas reativariam a economia

americana, assim como a Segunda

Guerra Mundial o fez quando

encerrou a Grande Depressão.

A metodologia de cálculo do PIB é

tão mais perniciosa quanto mais

desigual for a distribuição de renda

dos habitantes. Em um país de

p o p u l a ç ã o e d i m e n s õ e s

continentais, como o Brasil, invocar

estatísticas absolutas é quase

sempre uma fraude.

Indicadores como o Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH),

empregado pelo Programa das

N a ç õ e s U n i d a s p a r a o

Desenvolvimento (PNUD) são mais

acurados na avaliação do nível de

bem-estar dos cidadãos de um país

ou região.

Indicadores à parte, o crescimento

econômico dos países está muito

m a i s r e l a c i o n a d o a o

macroambiente e ao aspecto

demográfico das populações que

as virtudes ou idiossincrasias de

seus dirigentes políticos.

Como nos lembra o analista

norteamericano Jim Rogers, em

recente entrevista a um periódico

nacional, políticos se apropriam

sempre de fatos sobre os quais

t iveram pouca ou nenhuma

inf luência. Trata-se de uma

tendência universal, que já ocorreu

nos idos da década de 80 na

Inglaterra de Margaret Thatcher

enquanto o petróleo jorrava no Mar

do Norte em profusão.

A empulhação nunca termina.

FOTO: DIDA SAMPAIO | AGÊNCIA ESTADO

Page 24: Trendline [mag] Ed 006

TRENDLINE@trendlinemagAcompanhe a Trendline

nas redes sociais eparticipe de

promoções e sorteios.

De olho namarca

Texto deMagali Lahude

twitter.com/magylahude

Publicitária,Diretora da Ateliê Digital, Bento Gonçalves

Oi, vocês “desenham”

logotipos?

Todo dia recebemos ligações assim

aqui na Ateliê Digital. E todo dia

temos que explicar que sim, e que

não.

Comecemos pelo básico. O que

vem a ser um logotipo? Bem, toda

marca precisa de um nome e ele

pode ser escrito de diversas formas,

utilizando uma tipografia já existente

ou criando um padrão novo. A essa

forma personalizada de escrever o

nome, chamamos de logotipo.

Passemos, agora, para a marca. Ela

é, muitas vezes, formada por um

elemento gráfico que sintetiza

determinada ideia. Esse elemento é

conhecido como símbolo. Sabe o

cavalinho da Ferrari? Pois é.

A essa junção de logotipo e símbolo

acrescentamos, ainda, as cores

padrão, que representam a marca.

Disso tudo podemos chegar à

conclusão nº 1: criar uma marca é

bem mais complicado do que

‘‘desenhar’’ um logotipo. É, na

verdade, uma ciência, chamada de

Branding (do inglês brand =

marca).

A marca de qualquer empresa é

como um ser vivo que nasce,

cresce, passa por diversas etapas,

cria rugas, tem crises existenciais, é

remodelado e em alguns casos

pode morrer e levar uma empresa à

falência. Os bons profissionais da

área de Branding são os médicos

que trabalham para que isso não

ocorra. E como eles fazem isso?

Em primeiro lugar trabalham para

que a marca esteja SEMPRE na

cabeça e no coração do público

alvo. Isso significa se conectar com

os sentidos e com o emocional do

cliente. Contudo, uma marca só terá

vida longa e feliz se o que ela é, faz e

diz for verdadeiro. Sua filosofia

p r e c i s a s e r i d e n t i f i c a d a e

reconhecida.

E é justamente aqui que mora o

perigo. Depois de ter desenvolvido

mais de 150 marcas em 15 anos de

mercado publicitário, conheço de

longe aquele cliente que não

consegue falar sobre a alma de sua

empresa. Muitos deitam no divã e

deliram: ‘‘Ah Magali, faça qualquer

desenho bonito aí que tá bom. Ahhh

sem azul porque sou colorado!’’.

Nessas horas preciso explicar que a

marca dele é o que o consumidor

acha e não o que queremos que eles

achem.

É u m a p e n a q u e m u i t o s

empresários ainda acreditem que o

trabalho de Branding é algo distante

do orçamento de suas companhias

– na sua grande maioria altamente

rentáveis e sólidas - e que a

logomarca fixada na porta da

empresa, nos caminhões e na

sacolinha do brinde de Natal são

movimentos eficientes e suficientes

para a consolidação e fidelização da

marca.

[24] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

MEDIA / comunicação e mkt

Page 25: Trendline [mag] Ed 006

TRENDLINE@trendlinemagAcompanhe a Trendline

nas redes sociais eparticipe de

promoções e sorteios.

De olho namarca

Texto deMagali Lahude

twitter.com/magylahude

Publicitária,Diretora da Ateliê Digital, Bento Gonçalves

Oi, vocês “desenham”

logotipos?

Todo dia recebemos ligações assim

aqui na Ateliê Digital. E todo dia

temos que explicar que sim, e que

não.

Comecemos pelo básico. O que

vem a ser um logotipo? Bem, toda

marca precisa de um nome e ele

pode ser escrito de diversas formas,

utilizando uma tipografia já existente

ou criando um padrão novo. A essa

forma personalizada de escrever o

nome, chamamos de logotipo.

Passemos, agora, para a marca. Ela

é, muitas vezes, formada por um

elemento gráfico que sintetiza

determinada ideia. Esse elemento é

conhecido como símbolo. Sabe o

cavalinho da Ferrari? Pois é.

A essa junção de logotipo e símbolo

acrescentamos, ainda, as cores

padrão, que representam a marca.

Disso tudo podemos chegar à

conclusão nº 1: criar uma marca é

bem mais complicado do que

‘‘desenhar’’ um logotipo. É, na

verdade, uma ciência, chamada de

Branding (do inglês brand =

marca).

A marca de qualquer empresa é

como um ser vivo que nasce,

cresce, passa por diversas etapas,

cria rugas, tem crises existenciais, é

remodelado e em alguns casos

pode morrer e levar uma empresa à

falência. Os bons profissionais da

área de Branding são os médicos

que trabalham para que isso não

ocorra. E como eles fazem isso?

Em primeiro lugar trabalham para

que a marca esteja SEMPRE na

cabeça e no coração do público

alvo. Isso significa se conectar com

os sentidos e com o emocional do

cliente. Contudo, uma marca só terá

vida longa e feliz se o que ela é, faz e

diz for verdadeiro. Sua filosofia

p r e c i s a s e r i d e n t i f i c a d a e

reconhecida.

E é justamente aqui que mora o

perigo. Depois de ter desenvolvido

mais de 150 marcas em 15 anos de

mercado publicitário, conheço de

longe aquele cliente que não

consegue falar sobre a alma de sua

empresa. Muitos deitam no divã e

deliram: ‘‘Ah Magali, faça qualquer

desenho bonito aí que tá bom. Ahhh

sem azul porque sou colorado!’’.

Nessas horas preciso explicar que a

marca dele é o que o consumidor

acha e não o que queremos que eles

achem.

É u m a p e n a q u e m u i t o s

empresários ainda acreditem que o

trabalho de Branding é algo distante

do orçamento de suas companhias

– na sua grande maioria altamente

rentáveis e sólidas - e que a

logomarca fixada na porta da

empresa, nos caminhões e na

sacolinha do brinde de Natal são

movimentos eficientes e suficientes

para a consolidação e fidelização da

marca.

[24] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

MEDIA / comunicação e mkt

Page 26: Trendline [mag] Ed 006

Texto deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Fotos deSabrina Gabana

facebook.com/sabrina.gabana

O dia maisverde do ano

HEADLINE

/ matéria de capa

Page 27: Trendline [mag] Ed 006

Texto deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Fotos deSabrina Gabana

facebook.com/sabrina.gabana

O dia maisverde do ano

HEADLINE

/ matéria de capa

Page 28: Trendline [mag] Ed 006

N a ú l t i m a e d i ç ã o , q u e

acompanhamos no ano passado,

foram consumidos mais de 700

litros de cerveja, que é vendida com

preços especiais.

Durante toda a noite também

ocorrem sorteios e promoções, que

garantem animação extra. O

responsável pela comunicação dos

premiados, um irlandês maluco que

fala um português atravessado, é

um show à parte.

«As últimas três edições tiveram

ingressos esgotados. Quando

chega perto da data, as pessoas

imploram para conseguir um, mas é

impossível. E quem participa em um

ano, não quer ficar de fora do

próximo», explica Rafael.

Informações:

Onde fica?

www.shamrockpub.com.br

Pode-se afirmar que a pequena

história do Saint Patrick´s Day no

Rio Grande do Sul se iniciou ali, em

2005, quando Simon organizou o

primeiro e surpreendeu a todos.

Desde então, ano após ano, o

Shamrock realiza o evento mais

consagrado da capital. Oferece

cerveja verde, Guinness - além de

outras irlandesas - e traz muitas

atrações.

O atual responsável pelo Pub,

Rafael Rocha (o Simon ainda é o

dono, mas tem passado mais tempo

na Irlanda), é quem tem cuidado de

todos os detalhes das últimas

edições do Saint Patrick´s Day do

Shamrock.

O evento, que costuma esgotar os

260 ingressos para a festa com

alguma antecedência, é o mais

disputado da cidade.

Saint Patrick´s

Day do Shamrock,

o mais tradicional

de Poa, esse ano

chega à 7ª edição.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [29]

Shamrock Pub, Poa

Na porta de entrada do Shamrock

Pub, em Porto Alegre, o quadro de

avisos dá a tônica sobre o que

esperar do lugar: «No idiots». Claro

que nem sempre a regra é

respeitada, mas o Pub é, sem

dúvidas, um dos melhores da

cidade.

Obra e graça de Simon Nesbitt,

gaélico «da gema», o Shamrock é

literalmente um pedaço da Irlanda

em Porto Alegre: tem boa cerveja,

boa comida, sinuca e jogo de

dardos. Eu moraria lá!

HEADLINE

/ matéria de capa

Dentre os mais de dez

mil santos que figuram na

listagem da Igreja Católica há um

que opera um verdadeiro milagre a

cada 17 de março: consegue reunir

n a s u a f e s t a n ã o a p e n a s

simpatizantes de outras crenças,

mas também pagãos e ateus.

Seu nome: São Patrício,

ou Saint Patrick, como é

conhecido em seu país

de origem.

Patrono da Irlanda, São

Patrício nasceu no final

do século IV e ganhou

naquele país status de

herói nacional depois de ter tido

influência decisiva na conversão

dos i r l andeses (a té en tão ,

politeístas) para o cristianismo. O

trevo, símbolo do pequeno país,

ilustra a influência de São Patrício,

pois ele utilizava as suas três folhas

analogia à Santíssima Trindade

católica (o Pai, o Filho e o Espírito

Santo).

A memória de São Patrício é

evocada mundialmente no dia 17 de

março, data de sua morte. A

tradição irlandesa prega que nesse

dia, o Saint Patrick´s Day, sejam

realizados banquetes e festividades.

Na metade do século XIX, com a

chegada de imigrantes nos Estados

Unidos, eles resolvem iniciar

naquele país a parada do Dia de São

Patrício. E como essa parada

envolvia grandes festividades,

outras culturas se juntaram e

aderiram à vestimenta verde.

No Dia de São Patrício, bares e pubs

abrem logo cedo e distribuem fartas

quantidades de cerveja verde, tudo

para lembrar as cores do trevo

irlandês. Bairrismo puro!

Ops, eu falei bairrismo? Então essa

festa deve interessar aos gaúchos.

É, de fato, interessa.

O Rio Grande do Sul é

um dos locais em que a

t r a d i ç ã o d o S a i n t

Patrick´s Day só cresce.

Ve ja nas p róx imas

páginas o porquê.

O verde toma

conta do Saint

Patrick´s Day.

Inclusive em

vestimentas,

bebidas e comidas.

Ateus celebrando uma festa cristã?

Bem vindo ao Dia de São Patrício.

[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

HEADLINE

/ matéria de capa

Page 29: Trendline [mag] Ed 006

N a ú l t i m a e d i ç ã o , q u e

acompanhamos no ano passado,

foram consumidos mais de 700

litros de cerveja, que é vendida com

preços especiais.

Durante toda a noite também

ocorrem sorteios e promoções, que

garantem animação extra. O

responsável pela comunicação dos

premiados, um irlandês maluco que

fala um português atravessado, é

um show à parte.

«As últimas três edições tiveram

ingressos esgotados. Quando

chega perto da data, as pessoas

imploram para conseguir um, mas é

impossível. E quem participa em um

ano, não quer ficar de fora do

próximo», explica Rafael.

Informações:

Onde fica?

www.shamrockpub.com.br

Pode-se afirmar que a pequena

história do Saint Patrick´s Day no

Rio Grande do Sul se iniciou ali, em

2005, quando Simon organizou o

primeiro e surpreendeu a todos.

Desde então, ano após ano, o

Shamrock realiza o evento mais

consagrado da capital. Oferece

cerveja verde, Guinness - além de

outras irlandesas - e traz muitas

atrações.

O atual responsável pelo Pub,

Rafael Rocha (o Simon ainda é o

dono, mas tem passado mais tempo

na Irlanda), é quem tem cuidado de

todos os detalhes das últimas

edições do Saint Patrick´s Day do

Shamrock.

O evento, que costuma esgotar os

260 ingressos para a festa com

alguma antecedência, é o mais

disputado da cidade.

Saint Patrick´s

Day do Shamrock,

o mais tradicional

de Poa, esse ano

chega à 7ª edição.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [29]

Shamrock Pub, Poa

Na porta de entrada do Shamrock

Pub, em Porto Alegre, o quadro de

avisos dá a tônica sobre o que

esperar do lugar: «No idiots». Claro

que nem sempre a regra é

respeitada, mas o Pub é, sem

dúvidas, um dos melhores da

cidade.

Obra e graça de Simon Nesbitt,

gaélico «da gema», o Shamrock é

literalmente um pedaço da Irlanda

em Porto Alegre: tem boa cerveja,

boa comida, sinuca e jogo de

dardos. Eu moraria lá!

HEADLINE

/ matéria de capa

Dentre os mais de dez

mil santos que figuram na

listagem da Igreja Católica há um

que opera um verdadeiro milagre a

cada 17 de março: consegue reunir

n a s u a f e s t a n ã o a p e n a s

simpatizantes de outras crenças,

mas também pagãos e ateus.

Seu nome: São Patrício,

ou Saint Patrick, como é

conhecido em seu país

de origem.

Patrono da Irlanda, São

Patrício nasceu no final

do século IV e ganhou

naquele país status de

herói nacional depois de ter tido

influência decisiva na conversão

dos i r l andeses (a té en tão ,

politeístas) para o cristianismo. O

trevo, símbolo do pequeno país,

ilustra a influência de São Patrício,

pois ele utilizava as suas três folhas

analogia à Santíssima Trindade

católica (o Pai, o Filho e o Espírito

Santo).

A memória de São Patrício é

evocada mundialmente no dia 17 de

março, data de sua morte. A

tradição irlandesa prega que nesse

dia, o Saint Patrick´s Day, sejam

realizados banquetes e festividades.

Na metade do século XIX, com a

chegada de imigrantes nos Estados

Unidos, eles resolvem iniciar

naquele país a parada do Dia de São

Patrício. E como essa parada

envolvia grandes festividades,

outras culturas se juntaram e

aderiram à vestimenta verde.

No Dia de São Patrício, bares e pubs

abrem logo cedo e distribuem fartas

quantidades de cerveja verde, tudo

para lembrar as cores do trevo

irlandês. Bairrismo puro!

Ops, eu falei bairrismo? Então essa

festa deve interessar aos gaúchos.

É, de fato, interessa.

O Rio Grande do Sul é

um dos locais em que a

t r a d i ç ã o d o S a i n t

Patrick´s Day só cresce.

Ve ja nas p róx imas

páginas o porquê.

O verde toma

conta do Saint

Patrick´s Day.

Inclusive em

vestimentas,

bebidas e comidas.

Ateus celebrando uma festa cristã?

Bem vindo ao Dia de São Patrício.

[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

HEADLINE

/ matéria de capa

Page 30: Trendline [mag] Ed 006

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [31]

HEADLINE

/ matéria de capa

Anote!Dia de

São Patrício 2012

Sábado, 17 de março

Locais para degustar a

cerveja verde

da Prost Bier:

Caxias

Mississippi

BierHaus

Nova PrataEmpório São João

VeranópolisJ’Adore Le Café

Lagom BrewPub, Poa

Se no Lagom (se pronuncia

Lágom), também em Porto Alegre,

falta a tradição de já ter um Saint

Patrick´s Day consolidado, como é

o do Shamrock, uma coisa as duas

casas possuem em comum: cerveja

de qualidade.

O B r e w P u b j á f o i

destaque na nossa

matéria sobre cervejas

artesanais (Ed. 2, 2011)

por ser o pr imeiro

estabelecimento do

gênero no Brasil: ali se

produz e se consome o

precioso líquido, que sequer é

engarrafado - é sim servido direto do

barril.

Pois o Lagom realiza, em 2012, a

segunda edição do seu Saint

Patrick’s Day.

No ano passado acompanhamos a

primeira edição, cuja proposta era

indecente: R$ 65 de ingresso, que

dava direito a uma quantidade

homérica de dois estilos de cerveja:

uma cremosa Stout e uma Pilsen

tingida de verde.

Para esse ano, a ideia é repetir a

dose, e dessa vez com duas

novidades: o bar passará por uma

ampliação e o Lagom inaugurará

uma nova unidade, uma fábrica,

onde serão produzidas as cervejas

da casa.

Informações:

Onde fica?

www.lagom.com.br

No Lagom

BrewPub, a

cerveja feita em

casa é a atração

do dia verde.

[30] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

Em 2012 o Lagom abre a sua fábrica

de cerveja e também amplia o

espaço físico do bar já existente,

localizado no BomFim.

HEADLINE

/ matéria de capa

HEADLINE

/ matéria de capa

Page 31: Trendline [mag] Ed 006

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [31]

HEADLINE

/ matéria de capa

Anote!Dia de

São Patrício 2012

Sábado, 17 de março

Locais para degustar a

cerveja verde

da Prost Bier:

Caxias

Mississippi

BierHaus

Nova PrataEmpório São João

VeranópolisJ’Adore Le Café

Lagom BrewPub, Poa

Se no Lagom (se pronuncia

Lágom), também em Porto Alegre,

falta a tradição de já ter um Saint

Patrick´s Day consolidado, como é

o do Shamrock, uma coisa as duas

casas possuem em comum: cerveja

de qualidade.

O B r e w P u b j á f o i

destaque na nossa

matéria sobre cervejas

artesanais (Ed. 2, 2011)

por ser o pr imeiro

estabelecimento do

gênero no Brasil: ali se

produz e se consome o

precioso líquido, que sequer é

engarrafado - é sim servido direto do

barril.

Pois o Lagom realiza, em 2012, a

segunda edição do seu Saint

Patrick’s Day.

No ano passado acompanhamos a

primeira edição, cuja proposta era

indecente: R$ 65 de ingresso, que

dava direito a uma quantidade

homérica de dois estilos de cerveja:

uma cremosa Stout e uma Pilsen

tingida de verde.

Para esse ano, a ideia é repetir a

dose, e dessa vez com duas

novidades: o bar passará por uma

ampliação e o Lagom inaugurará

uma nova unidade, uma fábrica,

onde serão produzidas as cervejas

da casa.

Informações:

Onde fica?

www.lagom.com.br

No Lagom

BrewPub, a

cerveja feita em

casa é a atração

do dia verde.

[30] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

Em 2012 o Lagom abre a sua fábrica

de cerveja e também amplia o

espaço físico do bar já existente,

localizado no BomFim.

HEADLINE

/ matéria de capa

HEADLINE

/ matéria de capa

Page 32: Trendline [mag] Ed 006

Valle Rustico:um jantar no‘‘matinho’’Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

GOODFOOD

/ cozinhas recomendadas

Page 33: Trendline [mag] Ed 006

Valle Rustico:um jantar no‘‘matinho’’Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

GOODFOOD

/ cozinhas recomendadas

Page 34: Trendline [mag] Ed 006

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

Primeiro encontro.O cara quer impressionar a guria e

procura um restaurante, descolado,

reservado e intimista. Mesmo que

ele não saiba o que intimista

significa. Resolve ligar no Valle

Rustico, pequeno restaurante do

Vale dos Vinhedos. Sabe que o

ambiente é despretensioso e a

comida é boa. Há mais um fator

determinante: o vinho custa o

mesmo que nas vinícolas da região.

Não precisará estuprar a própria

carteira para criar o clima certo.

No caminho, uma curva à direita

quase põe tudo a perder. Depois de

entrar na remota comunidade do 15

da Graciema, passar a ponte e

seguir a indicação das placas, a

caroneira sua frio quando o

motorista coloca o carro numa ruela

de chão, cercada de mato.

‘ Será ele um psicopata, que vai me

levar pro matinho?’’. Que nada.

Em menos de dois minutos o

suspense acaba: al i está o

restaurante. Agora é tudo uma

questão de química - e da dose certa

de vinho.

Esse é o Valle Rustico, uma das

pérolas escondidas do badalado

circuito turístico do Vale dos

Vinhedos.

Comandado pelo atencioso chef

Rodrigo Bellora, o lugar é de um

charme único.

Mescla uma ambientação rural, uma

vista linda dos vales e uma sólida

proposta gastronômica.

Está instalado em uma casa quase

centenária, que teve a sua estrutura

recuperada para receber o

restaurante.

‘‘Essas terras são da família há

muitos anos. Estava tudo meio

abandonado aqui, até que voltei

para cá e pensei em reativar o

e s p a ç o , c o m o i n t u i t o d e

estabelecer algum negócio com o

enoturismo’’, revela Rodrigo.

O Valle Rustico

não é só cozinha

italiana. Há um

apreço especial

pelo preparo da

carne com

influência platina.

[34] | TRENDLINE[MAG] . ED 6 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [35]

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

Brownie com

nozes e avelã;

antepasto de

pizza. Fim e

começo de um

grande menu

degustação.

Page 35: Trendline [mag] Ed 006

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

Primeiro encontro.O cara quer impressionar a guria e

procura um restaurante, descolado,

reservado e intimista. Mesmo que

ele não saiba o que intimista

significa. Resolve ligar no Valle

Rustico, pequeno restaurante do

Vale dos Vinhedos. Sabe que o

ambiente é despretensioso e a

comida é boa. Há mais um fator

determinante: o vinho custa o

mesmo que nas vinícolas da região.

Não precisará estuprar a própria

carteira para criar o clima certo.

No caminho, uma curva à direita

quase põe tudo a perder. Depois de

entrar na remota comunidade do 15

da Graciema, passar a ponte e

seguir a indicação das placas, a

caroneira sua frio quando o

motorista coloca o carro numa ruela

de chão, cercada de mato.

‘ Será ele um psicopata, que vai me

levar pro matinho?’’. Que nada.

Em menos de dois minutos o

suspense acaba: al i está o

restaurante. Agora é tudo uma

questão de química - e da dose certa

de vinho.

Esse é o Valle Rustico, uma das

pérolas escondidas do badalado

circuito turístico do Vale dos

Vinhedos.

Comandado pelo atencioso chef

Rodrigo Bellora, o lugar é de um

charme único.

Mescla uma ambientação rural, uma

vista linda dos vales e uma sólida

proposta gastronômica.

Está instalado em uma casa quase

centenária, que teve a sua estrutura

recuperada para receber o

restaurante.

‘‘Essas terras são da família há

muitos anos. Estava tudo meio

abandonado aqui, até que voltei

para cá e pensei em reativar o

e s p a ç o , c o m o i n t u i t o d e

estabelecer algum negócio com o

enoturismo’’, revela Rodrigo.

O Valle Rustico

não é só cozinha

italiana. Há um

apreço especial

pelo preparo da

carne com

influência platina.

[34] | TRENDLINE[MAG] . ED 6 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [35]

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

Brownie com

nozes e avelã;

antepasto de

pizza. Fim e

começo de um

grande menu

degustação.

Page 36: Trendline [mag] Ed 006

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

O chef retornou para a Serra há

cerca de 4 anos, depois de se

graduar em Turismo e de uma

experiência profissional na

praia de Trancoso, Bahia.

Sua ideia inicial para o Valle

Rustico era construir um

ecoparque. Enquanto fazia

os estudos, Rodrigo passou

a receber pequenos grupos

para jantares na casa. Nesse

momento, ganhou força uma

nova intenção: transformar o

lugar em pousada.

Porém, o destino tinha outros

planos. A frequência dos jantares

começou a aumentar. Cada vez

mais e mais pessoas pediam

reservas, até que há dois anos

Rodrigo se convenceu do destino

do Valle Rustico: ele seria um

restaurante. Para tal, evocou uma

proposta de serviço quase slow

food: não há pressa e correria para

trazer os pratos. A proposta não é

encher a pança e ir embora, mas sim

curtir e aproveitar cada minuto da

refeição.

O c a r d á p i o é d e f i n i d o

semanalmente, de acordo com o

que tiver de mais fresco. A partir daí,

Rodrigo monta o cardápio especial

(menu degustação) e também as

pizzas, cuja massa é uma atração à

parte - Rodrigo poderia abrir uma

boulangerie fácil fácil: é feita todo

dia a partir de uma fermentação

lenta. Faz toda a diferença.

Além da influência italiana, Bellora

também aprecia muito o preparo de

carnes no estilo portenho. Isso

permite que se vejam famílias

jantando por lá - os pequenos

adoram as pizzas, e os grandes

as carnes.

O Valle Rustico é a pedida ideal

para quem procura paz ,

t ranqui l idade e uma boa

refeição. E traz, também, uma

boa resposta para a chatíssima

música - que não toca por lá - ‘‘O

que que você foi fazer no mato,

Maria Chiquinha?’’.

Fui no Valle Rustico, ora bolas!

A vista para o

vale é a atração

do happy hour.E nem precisa

pagar couvert

artístico.

[36] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

Onde fica?

Page 37: Trendline [mag] Ed 006

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

O chef retornou para a Serra há

cerca de 4 anos, depois de se

graduar em Turismo e de uma

experiência profissional na

praia de Trancoso, Bahia.

Sua ideia inicial para o Valle

Rustico era construir um

ecoparque. Enquanto fazia

os estudos, Rodrigo passou

a receber pequenos grupos

para jantares na casa. Nesse

momento, ganhou força uma

nova intenção: transformar o

lugar em pousada.

Porém, o destino tinha outros

planos. A frequência dos jantares

começou a aumentar. Cada vez

mais e mais pessoas pediam

reservas, até que há dois anos

Rodrigo se convenceu do destino

do Valle Rustico: ele seria um

restaurante. Para tal, evocou uma

proposta de serviço quase slow

food: não há pressa e correria para

trazer os pratos. A proposta não é

encher a pança e ir embora, mas sim

curtir e aproveitar cada minuto da

refeição.

O c a r d á p i o é d e f i n i d o

semanalmente, de acordo com o

que tiver de mais fresco. A partir daí,

Rodrigo monta o cardápio especial

(menu degustação) e também as

pizzas, cuja massa é uma atração à

parte - Rodrigo poderia abrir uma

boulangerie fácil fácil: é feita todo

dia a partir de uma fermentação

lenta. Faz toda a diferença.

Além da influência italiana, Bellora

também aprecia muito o preparo de

carnes no estilo portenho. Isso

permite que se vejam famílias

jantando por lá - os pequenos

adoram as pizzas, e os grandes

as carnes.

O Valle Rustico é a pedida ideal

para quem procura paz ,

t ranqui l idade e uma boa

refeição. E traz, também, uma

boa resposta para a chatíssima

música - que não toca por lá - ‘‘O

que que você foi fazer no mato,

Maria Chiquinha?’’.

Fui no Valle Rustico, ora bolas!

A vista para o

vale é a atração

do happy hour.E nem precisa

pagar couvert

artístico.

[36] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

Onde fica?

Page 38: Trendline [mag] Ed 006

Texto deMaurício Chaulet

twitter.com/mauriciochaulet

Cervejeiro caseiro e membro do

Beer Judge Certification Program.

Artesanalou Industrial

Você já deve ter visto, comprado ou até mesmo ter sido

presenteado com alguma cerveja

artesanal. Ela está em quase todo

lugar hoje: f requenta bons

r e s t a u r a n t e s , t e m m u i t o s

admiradores - em todas as classes

sociais - e é a queridinha dos chefs

mais atualizados do Brasil. Mas o

que vem a ser uma cerveja

artesanal? De onde vem o termo e,

quem, realmente pode usá-lo?

Um pouco de juridiquês: no Brasil, a

Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994,

dispõe sobre a padronização, a

classificação, o registro, a inspeção,

a produção e a fiscalização de

bebidas. Ela diz, no artigo 64, mais

ou menos o seguinte:

a) A cerveja é o fruto da fermentação

alcoólica do mosto oriundo do malte

de cevada e água potável, por ação

da levedura, com adição de lúpulo;

b) O malte e o lúpulo podem ser

substituídos por seus respectivos

extratos;

c) Parte do malte de cevada pode

ser substituído por outros cereais -

m a l t a d o s o u n ã o - e p o r

carboidratos de origem vegetal -

transformados ou não. Os cereais

referidos neste artigo são a cevada,

o arroz, o trigo, o centeio, o milho, a

aveia e o sorgo. Eles podem ser

integrais, em flocos ou mesmo na

sua parte amilácea.

A cerveja

artesanal carece

de uma

regulamentação

jurídica

específica.

BEERCLUB / cultura cervejeira

[38] | TRENDLINE[MAG] . ED 6 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [39]

Page 39: Trendline [mag] Ed 006

Texto deMaurício Chaulet

twitter.com/mauriciochaulet

Cervejeiro caseiro e membro do

Beer Judge Certification Program.

Artesanalou Industrial

Você já deve ter visto, comprado ou até mesmo ter sido

presenteado com alguma cerveja

artesanal. Ela está em quase todo

lugar hoje: f requenta bons

r e s t a u r a n t e s , t e m m u i t o s

admiradores - em todas as classes

sociais - e é a queridinha dos chefs

mais atualizados do Brasil. Mas o

que vem a ser uma cerveja

artesanal? De onde vem o termo e,

quem, realmente pode usá-lo?

Um pouco de juridiquês: no Brasil, a

Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994,

dispõe sobre a padronização, a

classificação, o registro, a inspeção,

a produção e a fiscalização de

bebidas. Ela diz, no artigo 64, mais

ou menos o seguinte:

a) A cerveja é o fruto da fermentação

alcoólica do mosto oriundo do malte

de cevada e água potável, por ação

da levedura, com adição de lúpulo;

b) O malte e o lúpulo podem ser

substituídos por seus respectivos

extratos;

c) Parte do malte de cevada pode

ser substituído por outros cereais -

m a l t a d o s o u n ã o - e p o r

carboidratos de origem vegetal -

transformados ou não. Os cereais

referidos neste artigo são a cevada,

o arroz, o trigo, o centeio, o milho, a

aveia e o sorgo. Eles podem ser

integrais, em flocos ou mesmo na

sua parte amilácea.

A cerveja

artesanal carece

de uma

regulamentação

jurídica

específica.

BEERCLUB / cultura cervejeira

[38] | TRENDLINE[MAG] . ED 6 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [39]

Page 40: Trendline [mag] Ed 006

DelíciasrosadasNessa edição fomos

atrás de três amostras

de espumantes Rosé

que caem bem para o

calor da estação.

BOOZE / bebidas recomendadas

Don Giovanni Brut Rosé

Produzido pelo método Charmat,

leva variedades: Merlot (50%), Pinot

Noir (40%) e Chardonnay (10%),

com uvas de produção própria.

Apesar de ser um Brut, não tem o

paladar tão seco, na boca lembra

mais um Demi-Sec. Muito saboroso.

Preço varia entre R$ 28 (na vinícola)

até R$ 40 (restaurantes).

Dal Pizzol Brut Rosé

Bom espumante da Dal Pizzol,

vinícola do distrito de Faria Lemos,

em Bento Gonçalves, terreno que

produz bons espumantes. Para

esse vinho, em específico, a vinícola

utilizou o método Charmat e uma

mescla de uvas Chardonnay e Pinot

Noir.

Seu preço varia entre R$ 33 (na

vinícola) até R$ 50 (restaurantes).

Pizzato Brut Rosé

Este belo produto da Pizzato é feito

pelo método Tradicional com os

varietais Merlot e Egiodola (uva

francesa, trazida pela família para o

Brasil). Também é um Brut muito

equilibrado, que cai bem no

acompanhamento de uma refeição

leve ou durante o happy hour.

Preço varia entre R$ 40 (na vinícola)

até R$ 60 (restaurantes).

Don Giovanni

Espumante Brut

Rosé 750 ml

13% Vol

Servir entre 6° e 8°

dongiovanni.com.br

Dal Pizzol

Espumante Brut

Rosé 750 ml

12% Vol

Servir entre 4° e 8°

dalpizzol.com.br

Pizzato Brut Rosé

Champenoise 750

ml

12% Vol

Servir entre 6° e 8°pizzato.net

Guenther Sehn Bohemian Pilsneraka Trendline Beer Blond Daschund 750 ml

Essa maravilha de cerveja foi produzida pelo homebrewer Guenther

Sehn, que gentilmente nos vendeu 42 botillas de sua produção caseira

para que engarrafássemos a Trendline Beer de fim de ano, presente

que foi encaminhado para amigos e parceiros comerciais.

De amargor marcante (Ave lúpulo Saaz) e um sabor incomparável, foi

deixada em alguns bares e restaurantes de amigos, porém ninguém se

atreveu a vender, foi toda consumida pelos próprios donos.

Esperamos que o Guenther providencie uma nova leva. Logo!

Horst & Biermann Blond Ale 1L

A produção cervejeira de Porto Alegre não para de nos surpreender, e

assim foi com essa baita cerveja. Descobrimos por indicação do Seu

Cláudio, do Parangolé (Cidade Baixa), pois sequer constava na carta -

o safado estava querendo guardar todas para ele.

A combinação de sabor do começo ao fim, com pouco lúpulo, faz dela a

pedida certa para o happy hour, pois é leve, com um final quase frutado.

Nota-se claramente o ying e yang da mão do casal cervejeiro

responsável pela cerveja, Carin Horst e Sandro Biermann, pois essa

Blond Ale mostra delicadeza de paladar e sabor marcante.

Schloss Eggenberg Hopfenkönig 330ml

Até provarmos essa loira austríaca jurávamos de pé junto que a melhor

Pilsen industrializada era a premiadíssima Urquell da República

Tcheca. Pois bem, a Hopfenkönig, da Eggenberg, nos fez rever

conceitos e nos deixou divididos sobre qual é realmente a melhor.

Saborosa, de um amarelo ouro sensacional, é perfeita para o fim de

tarde de um dia quente. Ela não desce pela garganta, desliza.

Para melhorar, em geral, chega com um bom preço aqui no país -

inclusive abaixo do valor da Urquell.

Cervasrecomendadas

FOTO DIVULGAÇÃO DON GIOVANNI

Page 41: Trendline [mag] Ed 006

DelíciasrosadasNessa edição fomos

atrás de três amostras

de espumantes Rosé

que caem bem para o

calor da estação.

BOOZE / bebidas recomendadas

Don Giovanni Brut Rosé

Produzido pelo método Charmat,

leva variedades: Merlot (50%), Pinot

Noir (40%) e Chardonnay (10%),

com uvas de produção própria.

Apesar de ser um Brut, não tem o

paladar tão seco, na boca lembra

mais um Demi-Sec. Muito saboroso.

Preço varia entre R$ 28 (na vinícola)

até R$ 40 (restaurantes).

Dal Pizzol Brut Rosé

Bom espumante da Dal Pizzol,

vinícola do distrito de Faria Lemos,

em Bento Gonçalves, terreno que

produz bons espumantes. Para

esse vinho, em específico, a vinícola

utilizou o método Charmat e uma

mescla de uvas Chardonnay e Pinot

Noir.

Seu preço varia entre R$ 33 (na

vinícola) até R$ 50 (restaurantes).

Pizzato Brut Rosé

Este belo produto da Pizzato é feito

pelo método Tradicional com os

varietais Merlot e Egiodola (uva

francesa, trazida pela família para o

Brasil). Também é um Brut muito

equilibrado, que cai bem no

acompanhamento de uma refeição

leve ou durante o happy hour.

Preço varia entre R$ 40 (na vinícola)

até R$ 60 (restaurantes).

Don Giovanni

Espumante Brut

Rosé 750 ml

13% Vol

Servir entre 6° e 8°

dongiovanni.com.br

Dal Pizzol

Espumante Brut

Rosé 750 ml

12% Vol

Servir entre 4° e 8°

dalpizzol.com.br

Pizzato Brut Rosé

Champenoise 750

ml

12% Vol

Servir entre 6° e 8°pizzato.net

Guenther Sehn Bohemian Pilsneraka Trendline Beer Blond Daschund 750 ml

Essa maravilha de cerveja foi produzida pelo homebrewer Guenther

Sehn, que gentilmente nos vendeu 42 botillas de sua produção caseira

para que engarrafássemos a Trendline Beer de fim de ano, presente

que foi encaminhado para amigos e parceiros comerciais.

De amargor marcante (Ave lúpulo Saaz) e um sabor incomparável, foi

deixada em alguns bares e restaurantes de amigos, porém ninguém se

atreveu a vender, foi toda consumida pelos próprios donos.

Esperamos que o Guenther providencie uma nova leva. Logo!

Horst & Biermann Blond Ale 1L

A produção cervejeira de Porto Alegre não para de nos surpreender, e

assim foi com essa baita cerveja. Descobrimos por indicação do Seu

Cláudio, do Parangolé (Cidade Baixa), pois sequer constava na carta -

o safado estava querendo guardar todas para ele.

A combinação de sabor do começo ao fim, com pouco lúpulo, faz dela a

pedida certa para o happy hour, pois é leve, com um final quase frutado.

Nota-se claramente o ying e yang da mão do casal cervejeiro

responsável pela cerveja, Carin Horst e Sandro Biermann, pois essa

Blond Ale mostra delicadeza de paladar e sabor marcante.

Schloss Eggenberg Hopfenkönig 330ml

Até provarmos essa loira austríaca jurávamos de pé junto que a melhor

Pilsen industrializada era a premiadíssima Urquell da República

Tcheca. Pois bem, a Hopfenkönig, da Eggenberg, nos fez rever

conceitos e nos deixou divididos sobre qual é realmente a melhor.

Saborosa, de um amarelo ouro sensacional, é perfeita para o fim de

tarde de um dia quente. Ela não desce pela garganta, desliza.

Para melhorar, em geral, chega com um bom preço aqui no país -

inclusive abaixo do valor da Urquell.

Cervasrecomendadas

FOTO DIVULGAÇÃO DON GIOVANNI

Page 42: Trendline [mag] Ed 006

Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Buenos Aires,sem tango

GOTHERE

/ destinos recomendados

Page 43: Trendline [mag] Ed 006

Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Buenos Aires,sem tango

GOTHERE

/ destinos recomendados

Page 44: Trendline [mag] Ed 006

Um em cada três

brasileiros que viajam para

fora do Brasil tem como destino

Buenos Aires, a capital da

Argentina. Os motivos são muitos:

passagens aéreas mais baratas

(quem voa de Porto Alegre para lá

gasta menos do que quem vai até

São Paulo), o câmbio nos é

favorável, a cidade tem

muitas atrações e é

realmente linda.

Porém, apesar desse

g r a n d e f l u x o d e

brasileiros pelas calles

por teñas , f ica fác i l

perceber que a ampla maioria dos

visitantes sucumbe ao trabalho de

traçar o roteiro de viagem, deixando

essa tarefa nas mãos das grandes

operadoras de turismo. Como

resultado, concentram os seus

passeios nos mesmos e manjados

pontos turísticos: Casa Rosada,

Microcentro, Puerto Madero,

Caminito, Recoleta e Avenida 9 de

Julho. São todos lugares muito

interessantes, porém não revelam a

totalidade do lado mais charmoso e

cultural da capital argentina.

Fora desse circuito mais conhecido,

que de tão turístico chega a ser

cênico e ensaiado demais, se

esconde uma Buenos Aires cheia de

m u s e u s , p a r q u e s , b a r e s ,

restaurantes e lojas que realmente

permitem vivenciar a verdadeira

experiência portenha. E o melhor:

com preços melhores do que

aqueles praticados nas áreas mais

badaladas da cidade.

Percorrer essa Buenos Aires mais

típica é fácil, sobretudo porque o

preço da corrida de táxi é

baratíssimo (corridas curtas saem

por R$ 6 e atravessar a cidade custa

R$ 30). Um bom ponto de partida é o

Museo Nacional de Bellas Artes.

Possui entrada gratuita e uma

coleção de obras impressionante:

Degas, Van Gogh, Picasso, Goya,

Monet, Manet, Renoir,

além de outros talentos

locais e internacionais.

Parada

obrigatória #1:

Museo Nacional

de Bellas Artes.

Fica bem perto da

Recoleta.

Ao redor da Recoleta também é possível

conhecer, a pé, a Floralis Genérica, a

Biblioteca Nacional e o Palais de Glace.

[44] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

GO THERE

/ destinos recomendados

Show de Tango xcozinha molecular

Logo que chegamos a Buenos

Aires, a concièrge do nosso hotel

perguntou se gostaríamos de fazer

reserva para um jantar com show de

tango. Como não gostamos de

comprar nada no primeiro dia, antes

de ver os preços no

comércio local - que

sempre possuem uma melhor

cotação do que o câmbio ‘‘pega-

turista’’ - declinamos a oferta para

pensar um pouco mais sobre o

assunto. O custo do espetáculo era

de AR$ 500 (cerca de R$ 220), por

pessoa.

Enquanto avaliávamos as nossas

opções, e debatíamos o alto valor

do show de tango, verificamos que o

Aramburu (Salta, 1050, San Telmo)

oferecia um jantar especial, com

harmonização e onze serviços, pelo

mesmo valor. O restaurante é

b a s t a n t e c o n h e c i d o p e l o s

apreciadores da alta gastronomia, e

optamos por ir até lá.

Gastamos, em dois, pouco mais de

mi l pesos e sa ímos de lá

maravilhados. O jantar foi, sem

sobra de dúvidas, um dos melhores

que já tivemos na vida. O chef

Gonzalo Aramburu assina o menu,

que é dividido em passos, e incluiu

onze maravilhosos pratos, dentre os

quais as vieiras da foto abaixo.

A h a r m o n i z a ç ã o ,

realizada com cinco

t a ç a s d e v i n h o

( e s p u m a n t e , d o i s

brancos, tinto e colheita

tardia), apresentou boas

surpresas de pequenas

vinícolas argentinas.

Se for até lá seguir os onze passos

do chef, não esqueça de fazer

reserva antes, pois o lugar é

pequeno. Ah, convém pegar um

táxi, pois o local é minimalista até na

fachada - nem placa tem na frente:www.arambururesto.com.ar

Tem um paladar

exigente e

cansou da

parrilla? Vá até o

Aramburu.

O serviço do Aramburu é realizado em

passos, e pode ser acompanhado de

harmonização com vinhos locais.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [45]

GO THERE

/ destinos recomendados

Page 45: Trendline [mag] Ed 006

Um em cada três

brasileiros que viajam para

fora do Brasil tem como destino

Buenos Aires, a capital da

Argentina. Os motivos são muitos:

passagens aéreas mais baratas

(quem voa de Porto Alegre para lá

gasta menos do que quem vai até

São Paulo), o câmbio nos é

favorável, a cidade tem

muitas atrações e é

realmente linda.

Porém, apesar desse

g r a n d e f l u x o d e

brasileiros pelas calles

por teñas , f ica fác i l

perceber que a ampla maioria dos

visitantes sucumbe ao trabalho de

traçar o roteiro de viagem, deixando

essa tarefa nas mãos das grandes

operadoras de turismo. Como

resultado, concentram os seus

passeios nos mesmos e manjados

pontos turísticos: Casa Rosada,

Microcentro, Puerto Madero,

Caminito, Recoleta e Avenida 9 de

Julho. São todos lugares muito

interessantes, porém não revelam a

totalidade do lado mais charmoso e

cultural da capital argentina.

Fora desse circuito mais conhecido,

que de tão turístico chega a ser

cênico e ensaiado demais, se

esconde uma Buenos Aires cheia de

m u s e u s , p a r q u e s , b a r e s ,

restaurantes e lojas que realmente

permitem vivenciar a verdadeira

experiência portenha. E o melhor:

com preços melhores do que

aqueles praticados nas áreas mais

badaladas da cidade.

Percorrer essa Buenos Aires mais

típica é fácil, sobretudo porque o

preço da corrida de táxi é

baratíssimo (corridas curtas saem

por R$ 6 e atravessar a cidade custa

R$ 30). Um bom ponto de partida é o

Museo Nacional de Bellas Artes.

Possui entrada gratuita e uma

coleção de obras impressionante:

Degas, Van Gogh, Picasso, Goya,

Monet, Manet, Renoir,

além de outros talentos

locais e internacionais.

Parada

obrigatória #1:

Museo Nacional

de Bellas Artes.

Fica bem perto da

Recoleta.

Ao redor da Recoleta também é possível

conhecer, a pé, a Floralis Genérica, a

Biblioteca Nacional e o Palais de Glace.

[44] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

GO THERE

/ destinos recomendados

Show de Tango xcozinha molecular

Logo que chegamos a Buenos

Aires, a concièrge do nosso hotel

perguntou se gostaríamos de fazer

reserva para um jantar com show de

tango. Como não gostamos de

comprar nada no primeiro dia, antes

de ver os preços no

comércio local - que

sempre possuem uma melhor

cotação do que o câmbio ‘‘pega-

turista’’ - declinamos a oferta para

pensar um pouco mais sobre o

assunto. O custo do espetáculo era

de AR$ 500 (cerca de R$ 220), por

pessoa.

Enquanto avaliávamos as nossas

opções, e debatíamos o alto valor

do show de tango, verificamos que o

Aramburu (Salta, 1050, San Telmo)

oferecia um jantar especial, com

harmonização e onze serviços, pelo

mesmo valor. O restaurante é

b a s t a n t e c o n h e c i d o p e l o s

apreciadores da alta gastronomia, e

optamos por ir até lá.

Gastamos, em dois, pouco mais de

mi l pesos e sa ímos de lá

maravilhados. O jantar foi, sem

sobra de dúvidas, um dos melhores

que já tivemos na vida. O chef

Gonzalo Aramburu assina o menu,

que é dividido em passos, e incluiu

onze maravilhosos pratos, dentre os

quais as vieiras da foto abaixo.

A h a r m o n i z a ç ã o ,

realizada com cinco

t a ç a s d e v i n h o

( e s p u m a n t e , d o i s

brancos, tinto e colheita

tardia), apresentou boas

surpresas de pequenas

vinícolas argentinas.

Se for até lá seguir os onze passos

do chef, não esqueça de fazer

reserva antes, pois o lugar é

pequeno. Ah, convém pegar um

táxi, pois o local é minimalista até na

fachada - nem placa tem na frente:www.arambururesto.com.ar

Tem um paladar

exigente e

cansou da

parrilla? Vá até o

Aramburu.

O serviço do Aramburu é realizado em

passos, e pode ser acompanhado de

harmonização com vinhos locais.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [45]

GO THERE

/ destinos recomendados

Page 46: Trendline [mag] Ed 006

Parada

obrigatória #2:Feira da

Plazoleta Júlio

Cortazar,

esquina das

calles Serrano e

Honduras

(Palermo Soho).

[46] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

GO THERE

/ destinos recomendados

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [45]

Se o seu negócio

é arte moderna,

não deixe de

visitar o Palais de

Glace, pertinho

da Recoleta.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [47]

GO THERE

/ destinos recomendados

Page 47: Trendline [mag] Ed 006

Parada

obrigatória #2:Feira da

Plazoleta Júlio

Cortazar,

esquina das

calles Serrano e

Honduras

(Palermo Soho).

[46] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

GO THERE

/ destinos recomendados

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [45]

Se o seu negócio

é arte moderna,

não deixe de

visitar o Palais de

Glace, pertinho

da Recoleta.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [47]

GO THERE

/ destinos recomendados

Page 48: Trendline [mag] Ed 006

Para curtir a cidade,Palermo Soho

Encontrar hospedagem em Buenos

Aires é das tarefas mais fáceis. A

cidade possui uma rede hoteleira

bastante grande, que oferece

diferentes faixas de preço.

Via de regra, você encontrará bons

hotéis na faixa de R$ 130 a R$ 300 a

diária (para duas pessoas).

Uma boa dica é ficar em algum dos

charmosos hotéis boutique do

Palermo Soho. O lugar, tipicamente

residencial, é bastante arborizado e

relativamente calmo, o que garante

o típico ar portenho que falta nos

bairros de maior atividade turística.

É possível encontrar excelentes

hotéis, com conforto e muito estilo

(o pessoal não brinca na hora de

decorar)por no máximo R$ 300 para

a diária de casal. Algumas opções:

Miravida Soho, Mine, Rendez

Vous, Sissi Haz e Duque.

No Palermo Soho você também

encontrará uma grande diversidade

de restaurantes, lojas e bares. São

tantos que o bairro parece combinar

algumas características de Porto

Alegre: a quantidade de botecos da

Cidade Baixa, a variedade de lojas

de grandes e pequenas grifes do

Moinhos, tudo isso com os preços

do Centro. Por outro lado, se você

estiver afim de judiar do cartão de

crédito, sem dó, é só entrar em

alguma das lojas das grandes grifes

internacionais que possuem loja no

bairro.

O deslocamento no Soho é muito

tranquilo, sendo o passeio a pé por

entre as sombras das grandes

árvores uma das melhores maneiras

de se tomar contato com as

centenas de boutiques, cafés e

res tauran tes que es tão a l i

instalados, cada um contando com

design e decoração específicos.

Outra pedida certeira é conferir os

horários de happy hour e desfrutar

os descontos de até 50% que

algumas lojas e bares oferecem.

Para a hora do jantar, o difícil será

escolher uma única opção, pois o

Palermo Soho abriga restaurantes

de praticamente todas as cozinhas.

Além da gastronomia local, você

pode optar por excelentes lugares

que servem culinária chinesa,

japonesa, mexicana, italiana,

francesa, peruana, vietnamita,

tailandesa e até mesmo armênia.

Essa possibilidade de escolhas,

além da atmosfera cool, moderna e

descolada, faz do Palermo Soho o

local perfeito para se conhecer e se

integrar ao estilo de vida portenho.

Bares do Palermo

Soho lotam

durante os fins de

tarde com

descontos e

promoções.

GO THERE

/ destinos recomendados

Tufic: o melhor

sorvete portenho.

Há produtos que acabam custando

o mesmo do que os comprados

aqui, de maneira que tratamos de

listar alguns produtos e a diferença

de preço para o Brasil:

Tênis: Em média 50% a menos;

Roupas, em geral: De 30% a 50% a

menos na Calle Florida (Centro).

Nas outlets da Córdoba há muita

peça com defeito e os preços não

são tão bons. A grande dica,

contudo, é procurar peças

exclusivas em pequenas grifes, tais

como PerroVaca, Los De Dos,

PutaMadre, dentre outras;

Bebidas: Vinhos argentinos são

mais baratos nos mercados do

Brasil do que nos portenhos (o que

ferra com os produtores brasileiros).

Preços bons para cervejas (as

belgas Chimay e Duvel custam

cerca de R$ 14, e a deliciosa

Antares - artesanal argentina -

menos de R$ 5).

Eletrônicos: Praticamente o

mesmo preço;

Restaurantes: Entre 30% e 50%

mais baratos (depende muito do

lugar). Pela qualidade do que é

oferecido, contudo, são muito mais

baratos. Algumas dicas no Palermo

Soho: Kayzen Sushi, La Fabrica

Del Taco (baratíssimo), La Cabrera

(porções para duas pessoas e

serviço de espumante free na

espera pela mesa) e Sarkys

(comida armênia).

Cosméticos: De 50% a 70% mais

baratos. Por sinal, os preços nas

farmácias argentinas se equivalem

ao dos free shops, o que gera a

pergunta: por que é tão caro no

Brasil?

Farmácia: Hipocondríacos fazem a

festa, remédios no mínimo 50%

mais baratos. Impossível não voltar

com pelo menos uma caixinha de

remédio para dor de cabeça.

Pet shops: Antipulgas (Advantage e

Frontline) por no máximo R$ 15 (!).

Sorvete: Prove o do Tufic !

Compras: o quevale a pena?

O turismo em Buenos Aires também

é jus t i f i cado pe los preços

praticados no comércio, condição

que é ressaltada pelo nosso câmbio

atual, entre 2,20 e 2,50 pesos

argentinos para cada real. Essa

relação sozinha se encarrega de

dobrar o nosso poder de compra, e

é o que faz os preços portenhos nos

serem tão vantajosos.

Mesmo assim, nem tudo que se

compra em Buenos Aires se

enquadra no pague um, leve dois.

GO THERE

/ destinos recomendados

Page 49: Trendline [mag] Ed 006

Para curtir a cidade,Palermo Soho

Encontrar hospedagem em Buenos

Aires é das tarefas mais fáceis. A

cidade possui uma rede hoteleira

bastante grande, que oferece

diferentes faixas de preço.

Via de regra, você encontrará bons

hotéis na faixa de R$ 130 a R$ 300 a

diária (para duas pessoas).

Uma boa dica é ficar em algum dos

charmosos hotéis boutique do

Palermo Soho. O lugar, tipicamente

residencial, é bastante arborizado e

relativamente calmo, o que garante

o típico ar portenho que falta nos

bairros de maior atividade turística.

É possível encontrar excelentes

hotéis, com conforto e muito estilo

(o pessoal não brinca na hora de

decorar)por no máximo R$ 300 para

a diária de casal. Algumas opções:

Miravida Soho, Mine, Rendez

Vous, Sissi Haz e Duque.

No Palermo Soho você também

encontrará uma grande diversidade

de restaurantes, lojas e bares. São

tantos que o bairro parece combinar

algumas características de Porto

Alegre: a quantidade de botecos da

Cidade Baixa, a variedade de lojas

de grandes e pequenas grifes do

Moinhos, tudo isso com os preços

do Centro. Por outro lado, se você

estiver afim de judiar do cartão de

crédito, sem dó, é só entrar em

alguma das lojas das grandes grifes

internacionais que possuem loja no

bairro.

O deslocamento no Soho é muito

tranquilo, sendo o passeio a pé por

entre as sombras das grandes

árvores uma das melhores maneiras

de se tomar contato com as

centenas de boutiques, cafés e

res tauran tes que es tão a l i

instalados, cada um contando com

design e decoração específicos.

Outra pedida certeira é conferir os

horários de happy hour e desfrutar

os descontos de até 50% que

algumas lojas e bares oferecem.

Para a hora do jantar, o difícil será

escolher uma única opção, pois o

Palermo Soho abriga restaurantes

de praticamente todas as cozinhas.

Além da gastronomia local, você

pode optar por excelentes lugares

que servem culinária chinesa,

japonesa, mexicana, italiana,

francesa, peruana, vietnamita,

tailandesa e até mesmo armênia.

Essa possibilidade de escolhas,

além da atmosfera cool, moderna e

descolada, faz do Palermo Soho o

local perfeito para se conhecer e se

integrar ao estilo de vida portenho.

Bares do Palermo

Soho lotam

durante os fins de

tarde com

descontos e

promoções.

GO THERE

/ destinos recomendados

Tufic: o melhor

sorvete portenho.

Há produtos que acabam custando

o mesmo do que os comprados

aqui, de maneira que tratamos de

listar alguns produtos e a diferença

de preço para o Brasil:

Tênis: Em média 50% a menos;

Roupas, em geral: De 30% a 50% a

menos na Calle Florida (Centro).

Nas outlets da Córdoba há muita

peça com defeito e os preços não

são tão bons. A grande dica,

contudo, é procurar peças

exclusivas em pequenas grifes, tais

como PerroVaca, Los De Dos,

PutaMadre, dentre outras;

Bebidas: Vinhos argentinos são

mais baratos nos mercados do

Brasil do que nos portenhos (o que

ferra com os produtores brasileiros).

Preços bons para cervejas (as

belgas Chimay e Duvel custam

cerca de R$ 14, e a deliciosa

Antares - artesanal argentina -

menos de R$ 5).

Eletrônicos: Praticamente o

mesmo preço;

Restaurantes: Entre 30% e 50%

mais baratos (depende muito do

lugar). Pela qualidade do que é

oferecido, contudo, são muito mais

baratos. Algumas dicas no Palermo

Soho: Kayzen Sushi, La Fabrica

Del Taco (baratíssimo), La Cabrera

(porções para duas pessoas e

serviço de espumante free na

espera pela mesa) e Sarkys

(comida armênia).

Cosméticos: De 50% a 70% mais

baratos. Por sinal, os preços nas

farmácias argentinas se equivalem

ao dos free shops, o que gera a

pergunta: por que é tão caro no

Brasil?

Farmácia: Hipocondríacos fazem a

festa, remédios no mínimo 50%

mais baratos. Impossível não voltar

com pelo menos uma caixinha de

remédio para dor de cabeça.

Pet shops: Antipulgas (Advantage e

Frontline) por no máximo R$ 15 (!).

Sorvete: Prove o do Tufic !

Compras: o quevale a pena?

O turismo em Buenos Aires também

é jus t i f i cado pe los preços

praticados no comércio, condição

que é ressaltada pelo nosso câmbio

atual, entre 2,20 e 2,50 pesos

argentinos para cada real. Essa

relação sozinha se encarrega de

dobrar o nosso poder de compra, e

é o que faz os preços portenhos nos

serem tão vantajosos.

Mesmo assim, nem tudo que se

compra em Buenos Aires se

enquadra no pague um, leve dois.

GO THERE

/ destinos recomendados

Page 50: Trendline [mag] Ed 006

STYLE / QG do Estilo

Texto deQuéli Giuriatti

twitter.com/quelig

Jornalista eprofessora de Moda.

Fotos deAgência Fotosite

O que teremospela frente

Nada de muito novo na

temporada de outono-inverno

2012. Mas isso não quer dizer

que as coleções lançadas no

São Paulo Fashion Week e no

Fashion Rio estão boring.

Ao contrário: só a moda é capaz de

fazer com que “mais do mesmo”

soe como vanguarda em peças

absolutamente necessárias. A

TrendLine [mag] conferiu os desfiles

e traz aqui um recorte do que vale a

pena anotar, comprar, usar e abalar.

Page 51: Trendline [mag] Ed 006

STYLE / QG do Estilo

Texto deQuéli Giuriatti

twitter.com/quelig

Jornalista eprofessora de Moda.

Fotos deAgência Fotosite

O que teremospela frente

Nada de muito novo na

temporada de outono-inverno

2012. Mas isso não quer dizer

que as coleções lançadas no

São Paulo Fashion Week e no

Fashion Rio estão boring.

Ao contrário: só a moda é capaz de

fazer com que “mais do mesmo”

soe como vanguarda em peças

absolutamente necessárias. A

TrendLine [mag] conferiu os desfiles

e traz aqui um recorte do que vale a

pena anotar, comprar, usar e abalar.

Page 52: Trendline [mag] Ed 006

COCA-COLA

CLOTHING

Com uma pegada

neoesportiva, a Coca-

Cola Clothing aposta

em um inverno 2012

com pitadas de neon e

um colorido intenso

pontuado por detalhes

metalizados, bem como

seus jovens clientes

adoram.

A inspiração maior da

coleção veio do

espaço. As roupas de

astronautas e as

estampas digitais com

imagens estelares – de

belíssimas e longínquas

constelações –

compuseram vestidos,

tops, shorts, calças,

agasalhos e t-shirts

para eles e para elas.

Tudo bem pop e

animado.

[52] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

ST

YL

E

/ qg

do

estilo

ELLUS ACESSORIES

A Ellus é um estandarte da

moda nacional. A marca de

vibe urbana apostou em

acessórios emblemáticos para

este inverno, como as

luvinhas curtas em couro, os

óculos de sol de shape

retangular e moderno, botas a

ankle boots sensuais e bolsas

de modelagens práticas e

cool.

Armados tal como

microssaias, os cintos

merecem destaque pois são

complementos que garantem

efeitos poderosos nos looks

de noite. O couro foi um dos

materiais mais fortes também

no vestuário da marca, que

apostou inclusive no leather

denim, que é o jeans da hora,

com uma textura de couro

obtida por meio de uma resina

especial aplicada sobre o

tecido.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [53]

ST

YL

E

/ q

g d

o e

stilo

Page 53: Trendline [mag] Ed 006

COCA-COLA

CLOTHING

Com uma pegada

neoesportiva, a Coca-

Cola Clothing aposta

em um inverno 2012

com pitadas de neon e

um colorido intenso

pontuado por detalhes

metalizados, bem como

seus jovens clientes

adoram.

A inspiração maior da

coleção veio do

espaço. As roupas de

astronautas e as

estampas digitais com

imagens estelares – de

belíssimas e longínquas

constelações –

compuseram vestidos,

tops, shorts, calças,

agasalhos e t-shirts

para eles e para elas.

Tudo bem pop e

animado.

[52] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

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do

estilo

ELLUS ACESSORIES

A Ellus é um estandarte da

moda nacional. A marca de

vibe urbana apostou em

acessórios emblemáticos para

este inverno, como as

luvinhas curtas em couro, os

óculos de sol de shape

retangular e moderno, botas a

ankle boots sensuais e bolsas

de modelagens práticas e

cool.

Armados tal como

microssaias, os cintos

merecem destaque pois são

complementos que garantem

efeitos poderosos nos looks

de noite. O couro foi um dos

materiais mais fortes também

no vestuário da marca, que

apostou inclusive no leather

denim, que é o jeans da hora,

com uma textura de couro

obtida por meio de uma resina

especial aplicada sobre o

tecido.

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stilo

Page 54: Trendline [mag] Ed 006

ALESSA, JULIANA JABOUR

E NICA KESSLER

A influência étnica da vez vem dos

índios norteamericanos. Apaches,

sioux, cheyennes, navajos, comanches,

entre outras tribos e suas coloridas

tramas inspiraram diversas coleções

direta ou indiretamente.

A releitura dessas culturas se fez visual

e interessante nas criações de Alessa,

Juliana Jabour e Nica Kessler, seja

numa estampa, num jacquard , num

debrum ou num cabelo trançado da

modelo. As franjas – ícone da

indumentária destes povos ancestrais –

estão em tudo, de bolsas a botas.

[54] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

ST

YL

E

/ qg

do

estilo

ALEXANDRE HERCHCOVITCH, SAMUEL

CIRNANSCK E R.ROSNER

Vai casar em 2012? Ou será madrinha de casamento? É

ano de formatura? Quer inspiração para as festas mais

importantes da sua vida?

Olhe com atenção o vestido em camadas de renda-ouro

que Alexandre Herchcovitch fez, o qual a gauchinha Carol

Trentini desfilou na SPFW. Poderia ser over, mas ficou

simplesmente perfeito e prova que nem todo look festivo

tem que ser colado no corpo e cheio de cavas e decotes.

Samuel Cirnansck, por sua vez, criou uma noiva que

trocou bordados de cristais por plumas. Pode ser muita

ousadia para os casamentos tradicionais, contudo no rabo

de sereia, esse sim, é preciso prestar atenção, pois é um

sinal de tendência que não deve passar em branco.

R. Rosner também usou essa modelagem ampla na parte

de baixo dos vestidos, mas a sua maneira. Entretanto, o

vestido-casaco bordado é um lembrete para nós,

mulheres, de que não é preciso congelar no inverno para

ficar linda em uma festa! .

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [55]

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stilo

Page 55: Trendline [mag] Ed 006

ALESSA, JULIANA JABOUR

E NICA KESSLER

A influência étnica da vez vem dos

índios norteamericanos. Apaches,

sioux, cheyennes, navajos, comanches,

entre outras tribos e suas coloridas

tramas inspiraram diversas coleções

direta ou indiretamente.

A releitura dessas culturas se fez visual

e interessante nas criações de Alessa,

Juliana Jabour e Nica Kessler, seja

numa estampa, num jacquard , num

debrum ou num cabelo trançado da

modelo. As franjas – ícone da

indumentária destes povos ancestrais –

estão em tudo, de bolsas a botas.

[54] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

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do

estilo

ALEXANDRE HERCHCOVITCH, SAMUEL

CIRNANSCK E R.ROSNER

Vai casar em 2012? Ou será madrinha de casamento? É

ano de formatura? Quer inspiração para as festas mais

importantes da sua vida?

Olhe com atenção o vestido em camadas de renda-ouro

que Alexandre Herchcovitch fez, o qual a gauchinha Carol

Trentini desfilou na SPFW. Poderia ser over, mas ficou

simplesmente perfeito e prova que nem todo look festivo

tem que ser colado no corpo e cheio de cavas e decotes.

Samuel Cirnansck, por sua vez, criou uma noiva que

trocou bordados de cristais por plumas. Pode ser muita

ousadia para os casamentos tradicionais, contudo no rabo

de sereia, esse sim, é preciso prestar atenção, pois é um

sinal de tendência que não deve passar em branco.

R. Rosner também usou essa modelagem ampla na parte

de baixo dos vestidos, mas a sua maneira. Entretanto, o

vestido-casaco bordado é um lembrete para nós,

mulheres, de que não é preciso congelar no inverno para

ficar linda em uma festa! .

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Page 56: Trendline [mag] Ed 006

A Serra Gaúcha mais uma vez é

cenário de produções artísticas, que

se intensificaram – pelo que me

recordo – a partir do filme O

Quatri lho, de Fábio Barreto,

indicado ao Oscar em 1994.

Desta vez, a produtora cultural

Luciana Druzina e a jornalista

Saskia Sá escolheram a região para

finalizar as gravações da primeira

temporada da série Amigas e

Vinhos, que deve estrear no Brasil

ainda em 2012.

E l a s p e r c o r r e r a m t r ê s m i l

quilômetros pelo Rio Grande do Sul

e encerraram o percurso no Vale

dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.

Passaram ainda por Garibaldi, Pinto

Bandeira e Monte Belo do Sul,

c o n t a b i l i z a n d o 1 1 r e g i õ e s

produtoras de vinho.

Luciana Druzina, da Super8

Produções, de Porto Alegre, Saskia

Sá, da Liquido Produções

Culturais, de Vitória/ES, são

produtoras, diretoras e atrizes da

série, que mostra o olhar feminino

sobre o mundo do vinho.

- É uma série moderna para todos se

s e n t i r e m à v o n t a d e , s e m

preconceitos - explica Saskia.

A exibição no Brasil deve ocorrer em

canais abertos (TV Brasil, TV Cultura

e SESC TV) e em canais por

assinatura (Discovery Travel Living

Chanel, TLC e TLC HD).

Internacionalmente, deve ser

comercializada para mais de 20

países.

Nova série de TV

divulga onze

regiões que se

dedicam à feitura

do vinho.

Exibição ocorre

esse ano.

FOTO DEISE CHAGAS

[56] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

CULT / cultura e subcultura

Amigase Vinhos

Texto deGreici Audibert

facebook.com/greiciaudibert

Jornalista e repórter do Grupo RSCOMe do Portal leouve.com.br

Leve e elegante

On the Road - a bíblia hippie

Ouço neste momento enquanto

escrevo - e indico - Kisses on the

Bottom, o novo disco de Paul

McCartney.

Um álbum inspirado nas canções

ouvidas na casa de seus pais, com

covers de clássicos do jazz dos anos

1920, 1930 e 1940.

Como ele mesmo diz, é um CD que

escutamos depois de um longo dia

de trabalho, com uma taça de vinho

ou uma xícara de chá. Relaxante,

elegante e impecável.

O ex-beatle se concentrou em

músicas nem tão conhecidas e

outras velhas companheiras de

estrada, já apresentadas por Paul

via Internet. My Valentine, composta

em um dia dos namorados no

Marrocos com a recente esposa,

Nancy, conta com a guitarra de Eric

Clapton. A inédita Only our Hearts

tem a gaita de Stevie Wonder.

Diana Krall toca piano e também

levou seus músicos para a

produção do álbum.

É o 15º álbum de estúdio de Paul,

O filme On the Road, a nova

produção internacional de Walter

Salles, terá première mundial no

Festival de Cannes, em maio, e seu

lançamento no Brasil promete

estrelas de Hollywood.

A produção, que começou ainda em

2010, é de Francis Ford Coppola e

o roteiro de José Rivera, que

trabalhou com Walter Salles em

Diários de Motocicleta. O filme é

uma adaptação do livro On the

Road, de Jack Kerouac, obra

consagrada mais tarde como a

bíblia hippie e responsável por uma

das maiores revoluções culturais do

século XX. Foi das 384 páginas da

publicação que surgiu o termo

Geração Beatnick. O livro é uma

obra-prima, cheia de emoção, ação,

jazz, sonho e reflexão. Eu já li e reli. É

lindo. E se você ainda não leu, passe

já em uma livraria e compre uma

edição de bolso (em torno de R$ 25)

para depois conferir a versão dos

cinemas.

On the Road

narra a trip de

dois jovens -

Sal Paradise

e D e a n

Moriarty -

que cruzam

os Estados

U n i d o s a

p a r t i r d a

lendária Rota

66.

passa nos anos 1950 e foi uma

grande influência para os jovens

que colocavam a mochila nas

costas e pegavam a estrada nos

anos 60.

que já anunciou outro disco de

inéditas para 2012.

‘‘Talvez não seja pop, talvez seja

rock, talvez psicodélico’’, disse o ex-

beatle, que ganhou uma estrela na

Calçada da Fama de Hollywood, em

Los Angeles.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [57]

FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO DIVULGAÇÃO

Page 57: Trendline [mag] Ed 006

A Serra Gaúcha mais uma vez é

cenário de produções artísticas, que

se intensificaram – pelo que me

recordo – a partir do filme O

Quatri lho, de Fábio Barreto,

indicado ao Oscar em 1994.

Desta vez, a produtora cultural

Luciana Druzina e a jornalista

Saskia Sá escolheram a região para

finalizar as gravações da primeira

temporada da série Amigas e

Vinhos, que deve estrear no Brasil

ainda em 2012.

E l a s p e r c o r r e r a m t r ê s m i l

quilômetros pelo Rio Grande do Sul

e encerraram o percurso no Vale

dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.

Passaram ainda por Garibaldi, Pinto

Bandeira e Monte Belo do Sul,

c o n t a b i l i z a n d o 1 1 r e g i õ e s

produtoras de vinho.

Luciana Druzina, da Super8

Produções, de Porto Alegre, Saskia

Sá, da Liquido Produções

Culturais, de Vitória/ES, são

produtoras, diretoras e atrizes da

série, que mostra o olhar feminino

sobre o mundo do vinho.

- É uma série moderna para todos se

s e n t i r e m à v o n t a d e , s e m

preconceitos - explica Saskia.

A exibição no Brasil deve ocorrer em

canais abertos (TV Brasil, TV Cultura

e SESC TV) e em canais por

assinatura (Discovery Travel Living

Chanel, TLC e TLC HD).

Internacionalmente, deve ser

comercializada para mais de 20

países.

Nova série de TV

divulga onze

regiões que se

dedicam à feitura

do vinho.

Exibição ocorre

esse ano.

FOTO DEISE CHAGAS

[56] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

CULT / cultura e subcultura

Amigase Vinhos

Texto deGreici Audibert

facebook.com/greiciaudibert

Jornalista e repórter do Grupo RSCOMe do Portal leouve.com.br

Leve e elegante

On the Road - a bíblia hippie

Ouço neste momento enquanto

escrevo - e indico - Kisses on the

Bottom, o novo disco de Paul

McCartney.

Um álbum inspirado nas canções

ouvidas na casa de seus pais, com

covers de clássicos do jazz dos anos

1920, 1930 e 1940.

Como ele mesmo diz, é um CD que

escutamos depois de um longo dia

de trabalho, com uma taça de vinho

ou uma xícara de chá. Relaxante,

elegante e impecável.

O ex-beatle se concentrou em

músicas nem tão conhecidas e

outras velhas companheiras de

estrada, já apresentadas por Paul

via Internet. My Valentine, composta

em um dia dos namorados no

Marrocos com a recente esposa,

Nancy, conta com a guitarra de Eric

Clapton. A inédita Only our Hearts

tem a gaita de Stevie Wonder.

Diana Krall toca piano e também

levou seus músicos para a

produção do álbum.

É o 15º álbum de estúdio de Paul,

O filme On the Road, a nova

produção internacional de Walter

Salles, terá première mundial no

Festival de Cannes, em maio, e seu

lançamento no Brasil promete

estrelas de Hollywood.

A produção, que começou ainda em

2010, é de Francis Ford Coppola e

o roteiro de José Rivera, que

trabalhou com Walter Salles em

Diários de Motocicleta. O filme é

uma adaptação do livro On the

Road, de Jack Kerouac, obra

consagrada mais tarde como a

bíblia hippie e responsável por uma

das maiores revoluções culturais do

século XX. Foi das 384 páginas da

publicação que surgiu o termo

Geração Beatnick. O livro é uma

obra-prima, cheia de emoção, ação,

jazz, sonho e reflexão. Eu já li e reli. É

lindo. E se você ainda não leu, passe

já em uma livraria e compre uma

edição de bolso (em torno de R$ 25)

para depois conferir a versão dos

cinemas.

On the Road

narra a trip de

dois jovens -

Sal Paradise

e D e a n

Moriarty -

que cruzam

os Estados

U n i d o s a

p a r t i r d a

lendária Rota

66.

passa nos anos 1950 e foi uma

grande influência para os jovens

que colocavam a mochila nas

costas e pegavam a estrada nos

anos 60.

que já anunciou outro disco de

inéditas para 2012.

‘‘Talvez não seja pop, talvez seja

rock, talvez psicodélico’’, disse o ex-

beatle, que ganhou uma estrela na

Calçada da Fama de Hollywood, em

Los Angeles.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [57]

FOTO DIVULGAÇÃO

FOTO DIVULGAÇÃO

Page 58: Trendline [mag] Ed 006

mais equilíbrio, por trabalhar o

corpo de maneira generalizada com

diferentes estímulos e acessórios.

Ele serve, também, como alternativa

ou complemento ao Pilates, por

agregar atividade aeróbica.

Alguns exercícios podem ser feitos

com auxílio de aparelhos de

musculação, mas a maior parte

deles são realizados com o peso do

próprio corpo, através de cabos,

elásticos, pesos livres e o uso de

bases de superfície instável e

reduzida (medicine ball e bola

Com o Core 360° você

puxa, empurra, faz

abdominais, agacha e

flexiona.

O t r e i n a m e n t o

funcional chegou ao Brasil há

mais de 10 anos, mas só agora

ganha o seu espaço em um maior

número de academias. Seu objetivo

é desenvolver a região do Core, o

centro representado pelo conjunto

de músculos que dá força e

estabilidade ao complexo lombo-

pélvico-quadril. O objetivo das

sessões é preparar o corpo para as

atividades corriqueiras do dia-a-dia.

As aulas contam com exercícios

s i m p l e s , a d a p t á v e i s p a r a

sedentários ou para atletas de

qualquer modalidade, praticadas

em média duas vezes na semana.

Além de ajudar a emagrecer, o treino

funcional melhora a postura e traz

suíça). São exercícios motivadores

e desa f ian tes , amplamente

utilizados na reabilitação de lesões e

cirurgias - principalmente de joelhos

e tornozelos.

Você pode continuar realizando os

seus exercícios de Pilates, de

preparação física dos esportes

coletivos (trotes, mudança de

direção, velocidade, equilíbrio), de

musculação ou ginástica aeróbica e

ainda assim agregar algumas aulas

do treinamento funcional. Com o

Core 360° você puxa, empurra, faz

abdominais, agacha e flexiona,

realizando os mais importantes

movimentos que auxiliam nas

atividades do cotidiano. De quebra,

ainda ganha saúde, bem-estar e o

corpo em dia.

GOODLIVING / cuide do seu corpo

O Core 360º

Texto deMaria Cristina Frazon Telles

[email protected]

Personal trainer, Pós-graduada emFisiologia do Exercício UGF/RJ

Page 59: Trendline [mag] Ed 006

mais equilíbrio, por trabalhar o

corpo de maneira generalizada com

diferentes estímulos e acessórios.

Ele serve, também, como alternativa

ou complemento ao Pilates, por

agregar atividade aeróbica.

Alguns exercícios podem ser feitos

com auxílio de aparelhos de

musculação, mas a maior parte

deles são realizados com o peso do

próprio corpo, através de cabos,

elásticos, pesos livres e o uso de

bases de superfície instável e

reduzida (medicine ball e bola

Com o Core 360° você

puxa, empurra, faz

abdominais, agacha e

flexiona.

O t r e i n a m e n t o

funcional chegou ao Brasil há

mais de 10 anos, mas só agora

ganha o seu espaço em um maior

número de academias. Seu objetivo

é desenvolver a região do Core, o

centro representado pelo conjunto

de músculos que dá força e

estabilidade ao complexo lombo-

pélvico-quadril. O objetivo das

sessões é preparar o corpo para as

atividades corriqueiras do dia-a-dia.

As aulas contam com exercícios

s i m p l e s , a d a p t á v e i s p a r a

sedentários ou para atletas de

qualquer modalidade, praticadas

em média duas vezes na semana.

Além de ajudar a emagrecer, o treino

funcional melhora a postura e traz

suíça). São exercícios motivadores

e desa f ian tes , amplamente

utilizados na reabilitação de lesões e

cirurgias - principalmente de joelhos

e tornozelos.

Você pode continuar realizando os

seus exercícios de Pilates, de

preparação física dos esportes

coletivos (trotes, mudança de

direção, velocidade, equilíbrio), de

musculação ou ginástica aeróbica e

ainda assim agregar algumas aulas

do treinamento funcional. Com o

Core 360° você puxa, empurra, faz

abdominais, agacha e flexiona,

realizando os mais importantes

movimentos que auxiliam nas

atividades do cotidiano. De quebra,

ainda ganha saúde, bem-estar e o

corpo em dia.

GOODLIVING / cuide do seu corpo

O Core 360º

Texto deMaria Cristina Frazon Telles

[email protected]

Personal trainer, Pós-graduada emFisiologia do Exercício UGF/RJ

Page 60: Trendline [mag] Ed 006

Texto e (quase todas as) fotos deMaurício Brum

facebook.com/mauribrum

O matador doEstádio Nacional

TOCO EME VOY

/ impedimento

Tudo mudou no Chile de 1973. Logo após o golpe

de 11 de setembro, os militares - os

novos ‘‘técnicos’’ que escalariam

times, dirigentes e o que mais fosse

preciso - decretaram toque de

recolher por 42 horas. Uma

concentração e tanto.

Quando foi possível sair de casa,

pisar na rua era pisar num outro

país. Soldados armados nas

esquinas, helicópteros voando

baixo, rajadas de tiros ao longe.

rapidamente No poder já não estava mais

Salvador Allende, o primeiro

marxista eleito democraticamente

no mundo. Visto com maus olhos

pelos Estados Unidos depois de

n a c i o n a l i z a r c o m p a n h i a s

estrangeiras em plena Guerra Fria,

Allende havia se suicidado no dia do

golpe, durante o bombardeio aéreo

sofrido pelo palácio do governo.

Quem mandava agora era uma

Junta Militar liderada por Augusto

Pinochet, comandante do Exército.

[60] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

Acima, cena do

espetáculo teatral "La

Victoria de Víctor",

sobre a execução do

cantor popular Víctor

Jara, que foi morto

quando seria

transferido para o

Estádio Nacional.

FOTO CAMILA MARCHESAN

No Chile de Pinochet, a autoridade

era garantida pela repressão.

Velhos esquerdistas se evitavam

nas ruas. Todos podiam estar sendo

seguidos. Batidas em casas de

suspeitos eram comuns. Ter em

mãos um livro chamado, digamos,

“A revolução das células”, poderia

ser um problema sério. Não daria

tempo de explicar que era uma obra

de biologia.

Um dos maiores símbolos da

mudança era o Estádio Nacional

do Chile. Inaugurado em 1938, com

o passar dos anos ele se tornara um

campo mítico da América do Sul. O

Nacional virou a cancha preferida

para os jogos de desempate em

s o l o n e u t r o n o s t o r n e i o s

continentais, contando hoje com

onze finais de Libertadores

recebidas, além de cinco da Copa

América e os principais jogos da

Copa do Mundo de 1962.

Naqueles dias iniciais após o golpe,

o Nacional era o maior campo de

prisioneiros de um país repleto de

escolas e recintos esportivos

conver t idos em cent ros de

detenção e torturas. Mais de cem

pessoas eram amontoadas em cada

vestiário. Outros ficavam em

corredores.

Os menos afortunados dormiam

nas arquibancadas, ao relento. O

poeta Jorge Montealegre, então

com 19 anos, esteve detido no

estádio e publicou um dos melhores

testemunhos da experiência

terrificante. No mesmo lugar em que

vira o Santos de Pelé jogar,

escreveu, era agora mantido sob

pressão psicológica, em péssimas

c o n d i ç õ e s d e h i g i e n e e

alimentação, temendo o futuro. Fora

a angústia, o que mais perturbava

era o frio. Em pouco tempo, os

cobertores se tornaram mais

valiosos que a comida. Uma manta

chegava a valer dois pães. Os

únicos cobertores que sobravam

eram de donos ausentes – libertos

ou fuzilados.

A hora do fuzilamento seguia um

r i t u a l : e n q u a n t o a s a r m a s

disparavam, os ventiladores dos

vestiários eram ligados para abafar

os ruídos e ninguém ter certeza

quanto à sorte dos companheiros

de cárcere. Na manhã seguinte, o

gramado era sempre regado,

buscando l impar o sangue

acumulado em poças. Somente

durante a semana que se estendeu

do momento do golpe até 18 de

setembro, os dias mais sangrentos

de um longo regime que mataria

opositores até o fim dos anos 80,

estimam-se cerca de 400 mortes no

Estádio Nacional, em até sete

sessões diárias de execuções.

O uso do campo para fuzilamentos

acabaria levando o Chile à Copa do

Mundo de 1974 – a União Soviética,

adversária da repescagem, deu

W/O ao se recusar a jogar no

estádio. Às vésperas do Mundial,

antes de o Chile embarcar para a

Alemanha, o governo recebeu o

time para desejar boa sorte. Na hora

dos cumprimentos, o atacante

Carlos Caszely, que no passado

havia feito campanha por Allende e

estava a salvo do regime por jogar

na Espanha, não estendeu a mão

para Pinochet. Muito tempo depois,

em outubro de 1985, ele fez sua

despedida do futebol em um jogo

no Estádio Nacional, que já não

tinha prisioneiros. A partida ocorreu

durante os primeiros protestos

fortes pelo fim da ditadura, e o

público entoou cânticos contra o

regime. Como escreveu Jorge

Montealegre: “Era el inicio del

exorcismo del Estadio Nacional”.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [61]

Setor do Estádio

Nacional acessado

pela Escotilla 8, o

único que

permanece como

era em 1973, em

memória às vítimas

Page 61: Trendline [mag] Ed 006

Texto e (quase todas as) fotos deMaurício Brum

facebook.com/mauribrum

O matador doEstádio Nacional

TOCO EME VOY

/ impedimento

Tudo mudou no Chile de 1973. Logo após o golpe

de 11 de setembro, os militares - os

novos ‘‘técnicos’’ que escalariam

times, dirigentes e o que mais fosse

preciso - decretaram toque de

recolher por 42 horas. Uma

concentração e tanto.

Quando foi possível sair de casa,

pisar na rua era pisar num outro

país. Soldados armados nas

esquinas, helicópteros voando

baixo, rajadas de tiros ao longe.

rapidamente No poder já não estava mais

Salvador Allende, o primeiro

marxista eleito democraticamente

no mundo. Visto com maus olhos

pelos Estados Unidos depois de

n a c i o n a l i z a r c o m p a n h i a s

estrangeiras em plena Guerra Fria,

Allende havia se suicidado no dia do

golpe, durante o bombardeio aéreo

sofrido pelo palácio do governo.

Quem mandava agora era uma

Junta Militar liderada por Augusto

Pinochet, comandante do Exército.

[60] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

Acima, cena do

espetáculo teatral "La

Victoria de Víctor",

sobre a execução do

cantor popular Víctor

Jara, que foi morto

quando seria

transferido para o

Estádio Nacional.

FOTO CAMILA MARCHESAN

No Chile de Pinochet, a autoridade

era garantida pela repressão.

Velhos esquerdistas se evitavam

nas ruas. Todos podiam estar sendo

seguidos. Batidas em casas de

suspeitos eram comuns. Ter em

mãos um livro chamado, digamos,

“A revolução das células”, poderia

ser um problema sério. Não daria

tempo de explicar que era uma obra

de biologia.

Um dos maiores símbolos da

mudança era o Estádio Nacional

do Chile. Inaugurado em 1938, com

o passar dos anos ele se tornara um

campo mítico da América do Sul. O

Nacional virou a cancha preferida

para os jogos de desempate em

s o l o n e u t r o n o s t o r n e i o s

continentais, contando hoje com

onze finais de Libertadores

recebidas, além de cinco da Copa

América e os principais jogos da

Copa do Mundo de 1962.

Naqueles dias iniciais após o golpe,

o Nacional era o maior campo de

prisioneiros de um país repleto de

escolas e recintos esportivos

conver t idos em cent ros de

detenção e torturas. Mais de cem

pessoas eram amontoadas em cada

vestiário. Outros ficavam em

corredores.

Os menos afortunados dormiam

nas arquibancadas, ao relento. O

poeta Jorge Montealegre, então

com 19 anos, esteve detido no

estádio e publicou um dos melhores

testemunhos da experiência

terrificante. No mesmo lugar em que

vira o Santos de Pelé jogar,

escreveu, era agora mantido sob

pressão psicológica, em péssimas

c o n d i ç õ e s d e h i g i e n e e

alimentação, temendo o futuro. Fora

a angústia, o que mais perturbava

era o frio. Em pouco tempo, os

cobertores se tornaram mais

valiosos que a comida. Uma manta

chegava a valer dois pães. Os

únicos cobertores que sobravam

eram de donos ausentes – libertos

ou fuzilados.

A hora do fuzilamento seguia um

r i t u a l : e n q u a n t o a s a r m a s

disparavam, os ventiladores dos

vestiários eram ligados para abafar

os ruídos e ninguém ter certeza

quanto à sorte dos companheiros

de cárcere. Na manhã seguinte, o

gramado era sempre regado,

buscando l impar o sangue

acumulado em poças. Somente

durante a semana que se estendeu

do momento do golpe até 18 de

setembro, os dias mais sangrentos

de um longo regime que mataria

opositores até o fim dos anos 80,

estimam-se cerca de 400 mortes no

Estádio Nacional, em até sete

sessões diárias de execuções.

O uso do campo para fuzilamentos

acabaria levando o Chile à Copa do

Mundo de 1974 – a União Soviética,

adversária da repescagem, deu

W/O ao se recusar a jogar no

estádio. Às vésperas do Mundial,

antes de o Chile embarcar para a

Alemanha, o governo recebeu o

time para desejar boa sorte. Na hora

dos cumprimentos, o atacante

Carlos Caszely, que no passado

havia feito campanha por Allende e

estava a salvo do regime por jogar

na Espanha, não estendeu a mão

para Pinochet. Muito tempo depois,

em outubro de 1985, ele fez sua

despedida do futebol em um jogo

no Estádio Nacional, que já não

tinha prisioneiros. A partida ocorreu

durante os primeiros protestos

fortes pelo fim da ditadura, e o

público entoou cânticos contra o

regime. Como escreveu Jorge

Montealegre: “Era el inicio del

exorcismo del Estadio Nacional”.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [61]

Setor do Estádio

Nacional acessado

pela Escotilla 8, o

único que

permanece como

era em 1973, em

memória às vítimas

Page 62: Trendline [mag] Ed 006

CRT / telefone vermelho

O cotovelo do surdo

Texto deMarcos Beck Bohn

Jornalista, com Mestrado em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, em Londres.

Dia de calor minutos de adianto na chegada à

rodoviária me permitem comprar o

jornal. O corredor da tabacaria é

estreito e há um homem ali. Por volta

dos 45 anos, os cabelos cor de caju

contrastam com o rosto enrugado.

De costas para mim, ele bloqueia a

passagem. Peço licença. Nada

acontece.

Peço licença uma segunda vez. Se

passar, posso até amainar a

esbarrada que darei com o corpo,

mas a bolsa que carrego vai atingi-

lo. Peço licença mais uma – a

terceira – vez. Quase atrasado, já

não falo tão baixo. “Com licença,

senhor!” Faltam menos de dez

minutos, o ônibus parte do outro

lado do terminal. O homem não se

mexe. Resolvo me movimentar e se

dá, talvez leve, a trombada.

Enquanto alcanço o jornal, meu

adversário esboça um sorriso, que

assumo ser de boa vizinhança.

Surpreso, retribuo, constrangido

pela minha violência. Imagino que

me dará passagem durante o trajeto

e pressa. Alguns em direção ao caixa.

O homem, no entanto, continua a

bloquear o corredor. Num misto de

intriga e raiva, atravesso. Ele baixa a

cabeça. O conflito se materializa na

ponta aguda do cotovelo. Golpe

f i rme, certe i ro, ao lado do

estômago. Levanto a voz. “Ô,

companheiro, o que é isso, ficar

dando cotovelada?”

Espero uma resposta do meu

inimigo. Uma explicação. O que

ouço parece um murmúrio de poucocaso. Insisto. “Pedi licença e você

não me deixou passar, precisava

fazer isso?” O homem faz um

esforço. Quer falar. Mas não

consegue.

Entre sinais com as mãos e mais

murmúrios, reclama de mim. Passei

pelo corredor apertado, esbarrei

nele. A cotovelada possui uma

justificava. Finalmente, entendo o

que aconteceu. Meu oponente não

escutou – não ouviu – meus pedidos

de licença. Consternado, sigo para

o caixa.

Em tempos de um império do

politicamente correto, tanto eu

como meu colega de tabacaria

erramos em nosso modo de agir.

Como adivinhar que aquela pessoa

é deficiente auditiva? Se houvesse

uma briga, de quem seria a culpa?

A diferença entre nós, elemento

primordial desse episódio, não

elimina as responsabilidades de

cada um. Eu poderia ter dado meia

volta, chegando ao jornal pelo outro

lado. O cabra, sabedor de sua

condição, teria uma razão a mais

para não bloquear o corredor. Para

citar o Luis Fernando Verissimo,

sem pedir licença, não dá para

chamar anão de verticalmente

prejudicado.

FOTO DIVULGAÇÃO UFC

[62] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

A diferença entre nós

não elimina as

responsabilidades de

cada um.

Page 63: Trendline [mag] Ed 006

CRT / telefone vermelho

O cotovelo do surdo

Texto deMarcos Beck Bohn

Jornalista, com Mestrado em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, em Londres.

Dia de calor minutos de adianto na chegada à

rodoviária me permitem comprar o

jornal. O corredor da tabacaria é

estreito e há um homem ali. Por volta

dos 45 anos, os cabelos cor de caju

contrastam com o rosto enrugado.

De costas para mim, ele bloqueia a

passagem. Peço licença. Nada

acontece.

Peço licença uma segunda vez. Se

passar, posso até amainar a

esbarrada que darei com o corpo,

mas a bolsa que carrego vai atingi-

lo. Peço licença mais uma – a

terceira – vez. Quase atrasado, já

não falo tão baixo. “Com licença,

senhor!” Faltam menos de dez

minutos, o ônibus parte do outro

lado do terminal. O homem não se

mexe. Resolvo me movimentar e se

dá, talvez leve, a trombada.

Enquanto alcanço o jornal, meu

adversário esboça um sorriso, que

assumo ser de boa vizinhança.

Surpreso, retribuo, constrangido

pela minha violência. Imagino que

me dará passagem durante o trajeto

e pressa. Alguns em direção ao caixa.

O homem, no entanto, continua a

bloquear o corredor. Num misto de

intriga e raiva, atravesso. Ele baixa a

cabeça. O conflito se materializa na

ponta aguda do cotovelo. Golpe

f i rme, certe i ro, ao lado do

estômago. Levanto a voz. “Ô,

companheiro, o que é isso, ficar

dando cotovelada?”

Espero uma resposta do meu

inimigo. Uma explicação. O que

ouço parece um murmúrio de poucocaso. Insisto. “Pedi licença e você

não me deixou passar, precisava

fazer isso?” O homem faz um

esforço. Quer falar. Mas não

consegue.

Entre sinais com as mãos e mais

murmúrios, reclama de mim. Passei

pelo corredor apertado, esbarrei

nele. A cotovelada possui uma

justificava. Finalmente, entendo o

que aconteceu. Meu oponente não

escutou – não ouviu – meus pedidos

de licença. Consternado, sigo para

o caixa.

Em tempos de um império do

politicamente correto, tanto eu

como meu colega de tabacaria

erramos em nosso modo de agir.

Como adivinhar que aquela pessoa

é deficiente auditiva? Se houvesse

uma briga, de quem seria a culpa?

A diferença entre nós, elemento

primordial desse episódio, não

elimina as responsabilidades de

cada um. Eu poderia ter dado meia

volta, chegando ao jornal pelo outro

lado. O cabra, sabedor de sua

condição, teria uma razão a mais

para não bloquear o corredor. Para

citar o Luis Fernando Verissimo,

sem pedir licença, não dá para

chamar anão de verticalmente

prejudicado.

FOTO DIVULGAÇÃO UFC

[62] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

A diferença entre nós

não elimina as

responsabilidades de

cada um.

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IJA.

O dia deSão Patrício

A festa do santo mais

pop do mundo cresce

e marca sua presença

no estado.

Entrevista

Roberto Filippini

Turismo

Buenos Aires

Gastronomia

Valle Rustico

E mais:

Moda

Outono Inverno

Economia

Sexto PIB?

Futebol

Entre grades

ANO 02

EDIÇÃO 05

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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