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Tribuna do Advogado OAB/RJ (Junho de 2014)

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Advogados têm novo plano dental

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RECADO DO PRESIDENTE

FELIPE SANTA CRUZ

Menos despesas e mais serviços

Uma das principais diretrizes da atual ges-tão é a racionalização dos custos da OAB/RJ. Desde que assumimos a presidência da Seccional, temos procurado manter

e até ampliar os serviços oferecidos aos advogados, com uma paralela redução das despesas. Isso implica rigor e atenção cons-tantes, além de criatividade administrativa.

O caso do plano odontológico é emblemático. Decidimos não renovar o contrato com o Goldental porque o reajuste pedido pela empresa, muito expressivo, teria impacto direto nas anuidades pagas pelos colegas. Dessa forma, fomos ao mercado estudar as opções existentes, e o resultado foi que conseguimos firmar acordo com outra companhia, garantindo valores suportáveis aos cofres da Ordem, sem que os advogados fossem prejudi-cados. Pelo contrário: o novo plano, além de assegurar a assistência odontológica gratuita para os colegas e a manutenção da rede credenciada, oferece adesão aos dependentes com preço bem abaixo dos praticados pelo mercado.

Assim, pudemos viabilizar economi-camente o serviço, que só a Seccional do Rio de Janeiro disponibiliza, sem sangrar os cofres da entidade. Compreendemos as reclamações de alguns colegas sobre a

momentânea interrupção do atendimento. Nosso compromisso sempre foi o de man-ter o plano, e o breve interregno se deu para que ao final os próprios advogados sejam beneficiados.

Com relação ao Judiciário, damos prosseguimento à campanha Mais Justiça, que tem recebido efusivo apoio em todo o estado. Nesta edição, tratamos do proble-ma da falta de investimento nos juizados especiais cíveis. Segundo o CNJ, o Rio tem hoje 595.625 processos em seus juizados, que contam com apenas 92 magistrados.

Há muito os JECs não cumprem a fun-ção para a qual foram criados: celeridade no andamento das ações. Os dois juizados abordados em nossa reportagem, ambos localizados em Duque de Caxias, são um triste exemplo.

Em outra frente, vencemos uma impor-tante batalha com a inclusão da advocacia no Simples Nacional. Esta é uma bandeira que defendemos durante a última campa-nha e pela qual lutamos desde o primeiro dia de mandato. Mas o trabalho continua com a reivindicação de que a categoria seja incluída na tabela IV da Lei Complementar 123/2006, na qual a taxa de tributação começa em 4,5% para rendimento anual de até R$ 180 mil, o que atingiria 90% dos advogados. Temos plena confiança de que conquistaremos mais essa vitória para a classe.

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DEPARTAMENTO DE JORNALISMO DA OAB/RJ

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Superintendente de Comunicação:Marcelo Moutinho

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TRIBUNA DO ADVOGADOFundada em 1971 por José Ribeiro de Castro Filho

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Reportagem:Cássia Bittar

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MENSAGENS

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Face

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Campanha Mais Justiça“Se medidas concretas não forem tomadas, a Justiça fluminense será, corretamente, chamada de elefante, porque os cidadãos necessitam de Mais Justiça, campanha em boa hora desfechada pela Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro.” Geraldo Beire Simões (OAB/RJ 13.648)

Processo eletrônico“Pelo visto de nada adiantou a enquete feita na Tribuna livre e cujo conteúdo aparece no site da OAB/RJ (...) . Poucas foram as vezes em que tive elogios aos serviços ofereci-dos pelo PJe. Desde a sua implantação, não tenho como contar nos dedos as vezes em que precisei recorrer ao auxílio do suporte via telefone (e que sempre resolveu muito pouco na solução dos meus problemas junto ao sistema), ou através dos diversos emails enviados para a área técnica. O fato é que tanto eu quanto outros colegas devemos estar sendo prejudicados com a inacessibilidade desse sistema (...).”Michele Avelino (OAB/RJ 139.714)

OAB Expo“Parabenizo a coordenação do evento OAB Expo 2014, pela organização e a feliz escolha dos palestrantes, que harmonicamente abrilhantaram o evento, proporcionando aos participantes a discussão de temas relevantes, de altíssimo nível intelectual (...)”.Margoth Silvana da Silva Cardoso (OAB/RJ 155.328)

TJ apreciará resolução que concede férias aos advogados do RioAlexis Giuliatto: Pois é! O advogado está lá no artigo 133 da CRFB/88, mas tem que trabalhar que nem um camelo sem férias. Aquele que não tem sócio ou não faz parte de empresa simplesmente não viaja e não faz jus aos mesmos direitos trabalhistas que outros possuem. Espero que todos os tribunais sejam conscientes e entendam que todos eles têm férias e recesso, e magistrados têm 60 dias de férias/ano com direito a escolher em quais meses irão usar. Portanto, espero que o profissional essencial à administração da Jus-tiça seja mais valorizado, principalmente quem trabalha sozinho e não pode tirar férias.

A pedido da OAB/RJ, porte de remessa e retorno por meio eletrônico não será mais cobradoRicardo Albernaz: Tal atitude é de bom senso, o que o TJ tem demonstrado. Porém, é preciso que nós, advogados, fiquemos atentos!

Ato pela reforma políticaEdison Gonzaga: Precisamos colher urgentemente os frutos já amadurecidos dentro do celeiro constitucional e construir junto a esta polpa riquíssima que temos neste manto que nos acoberta, para tirarmos do abstrato a democracia que tanto almejamos. Isto será possível quando nossos interesses estiverem tutelados ao interesse solidário no aspecto genérico. Uma consciência plena, com responsabilidade expressa em nossos atos civis--democráticos. Reforma política se faz necessária e urgente.

Filas do BB no TJ não poderão ultrapassar 15 minutosAmparo Batalha: Excelente notícia, vamos cobrar para que isso seja colocado em prática. Renata Padrão: Muito bonito na teoria, mas não imagino um dia em que eles não terão que pagar a multa! Torço para que isso aconteça e, quem sabe um dia, meus colegas e eu possamos resolver essas questões bancárias com menos burocracia e mais facilidade!

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Índice

Marcelo Jucá analisa intervenção do Judiciário na Justiça Desportiva26

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OPINIÃO

As atribuições da Comissão de Exame de Ordem34

Página

COMISSÕES

Reunidos em Campos, presidentes de subseções do Norte e do Noroeste do estado debateram a campanha Mais Justiça e as novidades do projeto OAB Século 2141

Página

SUBSEÇÕES

CULTURA

6Página Entrevista

Júlio Aurélio Vianna Lopes, pesquisador em Direito na Fundação Casa de Rui Barbosa

Direito do Entretenimento na internet, política de drogas e economia social e do trabalho entre os temas das obras lançadas

48Página

ESTANTE

Ordem luta por correção maior na tabela do IR12

Página

Palestras da OAB Expo movimentam Seccional24

Página

PRERROGATIVAS

Seccional restabelece arquivamento de ação penal contra advogado40

Página

TRF-2 decide em favor da OAB/RJ e fixa tempo de espera na fila do BB. Colegas ainda sofrem com demora14

Página

TRIBUNA LIVRE

Os ‘gatos’ de energia e as perdas comerciais, em artigo de Fábio Amorim36

PáginaESPAÇO ABERTO

Seccional contrata novo plano de atendimento odontológico

8Página

Proposta para novo Código de Ética desperta polêmica sobre sigilo profissional16

Página

46Página

Parceria da Caarj dá descontos também em cinemas. Na Dica do Mês, romance sobre o primeiro homicídio no Rio

Intervenções urbanas, Lei Anticorrupção e Direito Marítimo entre os eventos do mês38

PáginaPANORAMA

VIDA PRIVADA

50Página

Samantha Pelajo é praticante de jiu jitsu e fã da série Lie to me na televisão

Campanha Mais Justiça expõe precariedade dos juizados especiais

10Página

PONTOCONTRAPONTO

A gestão dos direitos autorais nas visões de Pedro Paulo Cristofaro e Bruno Lewicki 32

Página

Seccional vai ao Congresso por tributação menor no Supersimples13

Página

Advogados têm o direito de ser chamados de doutores?

22Página

Sr.? Dr.!

Entidades se reúnem na Seccional em ato de protesto contra demora na reforma política19

Página

Planos econômicos e Constituinte na história das conferências nacionais20

Página

Zico, Joel Santana e Ricardo Rocha debatem futebol25

Página

A demora dos processos de adoção. CNJ recomenda medidas para varas da Infância28

Página

Corregedora do TRF-2 opina contra expansão da Justiça Federal35

Página

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Júlio Aurélio Vianna LopesENTREVISTA

Doutor em Ciência Política e pesquisador em Direito na Fundação Casa de Rui Barbosa, Júlio Aurélio Vianna Lopes dedicou os últimos meses à análise das manifestações ocorridas ano passado. No estudo, ele busca interseções e diferenças entre os pleitos levados às ruas em países como Espanha, Turquia, Estados Unidos e, claro, o Brasil, além de traçar um perfil dos ativistas. “Os protestos são sintomas de crise da nossa democracia, mas de uma crise de crescimento. Não pugnaram por retrocessos autoritários, mas, ainda que de modo fragmentário, por uma representação política a ser exercida com transparência constante”, afirma Júlio Aurélio, que apresentou oficialmente a pesquisa dia 2 de junho, na sede da fundação, em paralelo ao lançamento do livro Desafios institucionais da ordem de 1988, que reúne artigos sobre os direitos difusos, e à abertura da exposição Cidadãos de junho, com fotos das manifestações.

MARCELO MOUTINHO

Sua pesquisa identifica pontos em co-mum entre as reivindicações ocorridas em diferentes países entre 2011 e 2013. Poderí-amos afirmar que há uma “agenda mundial” nos protestos?

Júlio Aurélio – Foram movimentos de renovação ética de democracias, pois só ocorreram em regimes democráticos vi-gentes e cuja classe política (em geral) foi objeto de uma crítica que tenta lhes impor uma ética retributiva – em políticas públicas específicas – entre eleitos e cidadãos. Não se limitaram à indignação com a corrupção, mas postularam papel mais funcional da ética nas democracias, associando-a diretamente com a garantia de direitos universais e difusos, ou seja, sem titulares delimitados por categoria ou grupo. Estavam animados por uma “ética de dádivas” ou de reciprocidade entre so-ciedade e Estado, exigindo aperfeiçoamento da democracia representativa e não sua

‘Protestos são sintoma de uma crise de crescimento da nossa democracia’

eventual redução ou supressão autoritária. Enquanto, entre nós, o transporte, a saúde e a educação – nesta ordem – se destacaram, em outros países se enfatizaram os direitos ao trabalho (Espanha), à paz (EUA) e ao lazer (Turquia). Com maior (caso espanhol) ou menor (caso brasileiro) grau de formulação de propos-tas, foram movimentos em prol de medidas que não se esgotassem no plano imediato (como a redução de tarifas de transporte em cidades brasileiras), mas também, e principal-mente, de longa projeção. Em todos os casos, reclamaram por qualidade de vida comum e urbana. Neste sentido, duas foram as interfaces dos movimentos por reforma ética das demo-cracias. Uma delas, a crítica à legitimidade de gastos públicos em área (a Copa no Brasil, os bancos privados na Espanha e EUA etc.) na qual consideraram indevidos ou excessivos, em detrimento de certos direitos difusos, con-siderados tão ou mais importantes, bem como dependentes diretos da qualidade de alguns serviços públicos. Ao invés de questionarem

as respectivas cargas tributárias, vocalizaram a necessidade de retorno dos recursos públicos em prestações condizentes. A outra interface foi a exigência de que a classe política, como um todo (não alguma liderança), retribua à sociedade inteira através de políticas que garantam direitos difusos específicos.

Seu estudo mostra que mais de 80% dos manifestantes brasileiros que foram às ruas em 2013 não se identificam com partidos, associações ou lideranças. Assistimos ao nas-cimento de uma nova forma de fazer política?

Júlio Aurélio – Há, no mínimo, tantos in-divíduos politicamente animados fora da vida política e associativa formal quanto dentro dela. Opiniões colhidas pelo Ibope, durante o auge das manifestações, em junho de 2013, apon-tam uma magnitude, entre os manifestantes, tão expressiva destes indivíduos que indica que mesmo a profusão de novos grupos de ativistas (como o Movimento do Passe Livre, que detonou as mobilizações) não têm sido capazes de canalizar esta animação política. De fato, per-centual equivalente aos que não se afinam com a política formal é de eleitores que votaram nas últimas três eleições, se lembram de seus votos e têm forte ou médio interesse na política. Ou seja, são, efetivamente, politizados, embora muito críticos do ativismo associativo e, principalmente, partidário. Ao contrário de outros cientistas políticos, estou convic-to – e a comparação internacional reforça tal compreensão – de que este descolamento entre sociedade e re-presentação política é um fenômeno estrutural e não apenas conjuntural. Isto é, expressa uma complexidade que continuará se afirmando, entre os indivíduos, porque as socieda-des contemporâneas são ordens tão mutáveis, em todos os sentidos, que a política e os direitos modernos

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não conseguem e não conseguirão ordená-las, suficientemente. A atualidade necessita de uma reformulação dos regimes democráticos – cujos princípios de soberania popular e de pluralismo ideológico não foram postos em causa pela ampla maioria dos manifestantes – que possi-bilite expressões informais, como candidaturas avulsas (não partidárias), por exemplo.

Que papel partidos e entidades represen-tativas desempenharão nesse novo cenário?

Júlio Aurélio – O papel fundamental é e será mobilizar para os direitos modernos – individuais e coletivos – nas eleições e, eventualmente, no campo judicial. Este último é papel já conferi-do pela Constituição de 1988, mas pouco exercido por partidos e associações, que tendem a carreá-lo para o Ministério Público, através de repre-sentações ao órgão, ao invés de, preferencialmente (quando o fazem), pugnar diretamente por aqueles. Também é fundamental que compreendam que seus temas específicos dependem, cada vez mais na realidade social contem-porânea, de dimensões tão abrangentes (como as mora-dias da mobilidade urbana ou os empregos do acesso tecnológico), que direitos

à medida que não cessava a polarização en-tre abusos policiais e manifestantes violentos, os quais passaram a predominar em 2014. De fato, os protestos são sintomas de crise da nossa democracia, mas de uma crise de crescimento. Afinal, não pugnaram por retro-cessos autoritários, mas, ainda que de modo fragmentário, por uma representação política a ser exercida com transparência constante, permeável aos temas considerados funda-mentais e que os priorizem na sua atuação. O alheamento dos manifestantes quanto à políti-ca institucionalizada revela potencial até então insuspeitado de participação e cidadania ativa. É preciso ressaltar, aliás, que o movimento de junho de 2013 foi vitorioso, embora de forma parcial. Não me refiro à redução das tarifas de transporte público, então recente-mente majoradas, mas a outras importantes conquistas. Em junho, e sob as pressões das multidões, ocorreram inovações legislativas exatamente no sentido de renovação dos mecanismos democráticos e cuja relevância é inegável. Fim do voto secreto na cassação de parlamentares, ficha limpa para servidores públicos, a corrupção de gestores públicos se tornou crime hediondo, royalties do pré-sal foram destinados à educação e à saúde, o exercício do Ministério Público foi preserva-do pela rejeição de emenda constitucional prestes a ser aprovada. Ao poder público, em geral, caberia promover formas de controle independentes e permeáveis a cidadãos externos a associações organizadas. Embora não fosse meta dos protestos de junho, logo

no início de julho e devido às multidões do mês anterior, foi retomada a tramitação de projeto de lei que confere direitos

aos usuários de serviços públicos que dormitava há anos no Congresso.

Aliás, se um mínimo de organização dos manifestantes tivesse redun-

dado em direção provisória dos mesmos – o que se deu nos

movimentos análogos ao nosso, em outros países

já citados –, a aprovação desta lei talvez pudes-se ser impulsionada, já que, sem a buscar, os manifestantes a prestigiaram. Tal le-gislação está pre-vista desde 1988 e

é uma lacuna consti-tucional com a idade da

atual Carta Magna. T

individuais e coletivos têm sua eficácia impli-cada em direitos difusos. Partidos e entidades precisam aprender a importância dos direitos difusos, para seus próprios interesses – mesmo os de curto prazo – e, ao mesmo tempo, não se considerarem seus únicos ou principais veículos, os quais sempre serão expressões pouco ou não orgânicas, mas igualmente efetivas, de ativistas alheios às formas estabelecidas, em qualquer momento.

Os protestos revelaram um aparente des-compasso entre Estado e sociedade. Em que momento, a seu ver, esse divórcio começou

a se dar? Como o poder público pode se reaproximar da população?

Júlio Aurélio – As manifesta-ções de junho de 2013 não se

opuseram à democracia de outubro de 1988. Apenas 5% dos manifestantes con-sideravam as depredações implícitas ao movimento. Mesmo considerando os 28% que as admitiam ape-nas em situações excep-cionais – especialmente truculência policial –, eram

amplamente majoritários os manifestantes contrários a elas, em qualquer hipótese. Por isso

refluíram, em fins de junho,

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Advogados poderã o contar com novoplano odontológico a partir de agosto

Entre os benefícios do novo convênio está a possibilidade de inclusão de dependent es por aproximadamente

metade do preço co brado pelo mercado

A partir de 1º de agosto, os advo-gados em dia com a anuidade da OAB/RJ terão acesso a novo plano odontológico, o Inpao

Dental, uma operadora especializada na área que oferece mais de 15 mil opções de atendimento em todo o território nacional, sendo aproximadamente 1.500 dentistas somente no Estado do Rio de Janeiro.

Desde maio, quando se encerrou o convênio com a Goldental, a Seccional vem negociando melhores condições para os advogados na contratação de um novo serviço. O acordo anterior não foi renovado devido ao reajuste proposto pela empresa.

Dos novos benefícios pensados para os colegas destaca-se a possibilidade de contratar um plano individual para dependentes por um custo abaixo do praticados pelo mercado, aproxima-damente metade do valor, segundo o tesoureiro da OAB/RJ, Luciano Bandeira.

“O atendimento para o advogado con-tinuará sendo gratuito e ele ainda terá essa possibilidade que não existia antes: a de descontos para seus dependentes, o que, acreditamos, auxiliará muito no orçamento

dos colegas”, observa o tesoureiro.O presidente da Seccional, Felipe

Santa Cruz, destaca que a rede convenia-da com a qual os advogados já contavam será mantida: “Temos como compromis-so conservar a estrutura atual e poste-riormente ampliá-la, principalmente para o interior, pois sabemos da dificuldade de acesso dos colegas que residem longe da capital. Esse acordo foi firmado com o plano. Estamos implementando um novo modelo visando a um serviço melhor para o advogado”.

De acordo com a diretora comercial do Life Insurance – empresa da qual o Inpao Dental faz parte –, Andreia Cha-marelli, a proposta é aumentar o número de credenciados por meio, inclusive, de indicações dos colegas. “Os advogados poderão indicar seu dentista de prefe-

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Advogados poderã o contar com novoplano odontológico a partir de agosto

Entre os benefícios do novo convênio está a possibilidade de inclusão de dependent es por aproximadamente

metade do preço co brado pelo mercado

rência e acompanhar, pelo nosso site, o processo de credenciamento dele. Além disso, faremos o mapeamento das neces-sidades de cada região, pois nosso inte-resse é expandir o atendimento, visando a satisfação pessoal de cada associado”.

Para garantir a qualidade do trata-mento, Chamarelli explica que o Inpao oferece atendimento com profissio-nais que possuem no mínimo cinco anos de formação. “Porém, 46% dos conveniados têm mais de 15 anos de experiência”.

Ela observa, ainda, que um advogado do Rio de Janeiro, conveniado, terá aces-so inclusive às opções de atendimento dos outros estados. “A abrangência é nacional, tanto para procedimentos pro-gramados quanto para os de urgência e emergência”, completa.

Chamarelli salienta que o sistema de gestão do plano garante o atendimento rápido: “Não é solicitada autorização prévia ou perícia para o início do trata-mento. O paciente inicia o atendimento na primeira consulta, além de não ter limites de utilização para os procedi-mentos cobertos”

Carteiras serão enviadas em julhoJá no mês de julho os advogados

com a inscrição ativa e adimplentes com a anuidade começarão a receber em seus endereços os cartões do plano.

Com as carteirinhas em mãos, os colegas devem fazer seu cadastro no site do Inpao Dental (www.inpao.com.br), de acordo com as orientações que estarão no kit. Na ocasião, poderá ser feita também pelo site a inclusão dos dependentes, com possibilidade de pagamento por cartão de crédito ou boleto bancário.

Os associados ainda poderão pesquisar pelo endereço eletrônico a rede credencia-da, dias e horários de atendimento, fotos e mapas dos consultórios, além de acessar seus históricos de tratamento. T

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Campanha Mais Justiça: f alta investimento nos JECsA campanha Mais Justiça entra no seu

segundo mês. Nesta edição da TRIBUNA, a OAB/RJ coloca em pauta uma das principais reivindicações dos advogados: a falta de investimento nos juizados especiais cíveis (JECs) do estado. Ocu-pando os primeiros lugares no ranking de processos acumulados e de juízes com maior carga de trabalho no país, o Estado do Rio de Janeiro possui, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 595.625 processos no estoque dos JECs, sob a responsabilidade de apenas 92 magistrados.

Para o presidente da Seccional, Fe-lipe Santa Cruz, providências urgentes devem ser tomadas para frear o colapso dos juizados. “A procura pelos JECs é cada vez maior, principalmente, por con-ta dos processos de matéria de Direito do Consumidor. Há muito essas serventias, criadas para serem céleres, não cumprem a contento sua função. A OAB/RJ, com esta campanha, propõe-se a apresentar o problema e buscar soluções junto ao Tribunal de Justiça (TJ). O investimento nos juizados é fundamental para que população e advogados tenham mais justiça”, aponta Felipe.

Campeões de reclamações dos colegas, os dois juizados de Duque de Caxias receberam a visita da reporta-gem da TRIBUNA na última semana de maio. Somente no I JEC há mais de 27 mil processos e 17 mil petições para

Desigualdade no a cesso ao Judiciário deve ser tratada e m âmbito nacional

O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, apresentou a campanha Mais Justi-ça ao secretário de Reforma Judiciária do Ministério da Justiça, Flávio Caetano, que esteve na sede da Ordem no dia 8 de maio, como convida-do para a sessão do Conselho Seccional. Na ocasião, recebeu de Felipe a edição da TRIBUNA de maio, com o resumo do diagnóstico feito pela diretoria sobre

serem juntadas, com audiências sendo marcadas para daqui a 15 meses. A situação do II Juizado, apesar de um pouco melhor, ainda não é a desejável. São 17 mil processos e sete mil petições aguardando a juntada nos autos. A falta de servidores é apontada como a maior causa da lentidão.

De acordo com o presidente da OAB/Duque de Caxias, Geraldo Menezes, justi-ça, ainda que quantitativamente expres-siva, quando demorada não é justiça. “A subseção já fez uma série de propostas para resolver esta situação. Dentre elas a de se promover um mutirão de advo-gados para a juntada de petições, sob a orientação dos funcionários do cartório. Nossa sugestão não foi aceita. Há a previ-são de instalação de um terceiro juizado neste prédio, mas isso não sai do papel”, reclama Menezes.

Os juizados especiais perderam o objetivo, lamenta a advogada Elizabeth de Oliveira. “Num local onde se espera celeridade em processos de menor mon-ta temos uma demora às vezes maior do que nas varas de Justiça comuns. Isso é inadmissível”, diz.

O colega Marco Magalhães relata um caso que, segundo ele, demonstra como os juízes não dão a devida atenção aos processos. Procurado por um ca-sal que teve proble-mas com uma pres-tadora de serviços, Magalhães decidiu ingressar com duas ações separadamente no JEC, uma da esposa e outra do marido. A audiência da esposa foi realizada dentro do prazo, com sentença favo-rável do magistrado. Já a do marido foi adiada pelo cartório e remarcada para seis meses depois. Na segunda data, o processo foi indeferido.

“Entrei com um embargo de decla-ração, porque era a mesma situação e o mesmo juiz. Não faz sentido ele consi-derar uma reclamação e julgar a outra como improcedente”, salienta o advo-gado. Para ele, o maior culpado desta situação é o Tribunal de Justiça “Faltam

os problemas na primeira instância do Judiciário fluminense. Para o secretá-rio, a campanha retrata uma realidade

comum aos demais es-tados da federação e merece ser tratada em âmbito nacional. “O Brasil é mais desigual no acesso à Justiça do que na educação, na expectativa de vida e na renda”, comparou, ao citar dados do In-dicador Nacional de Acesso à Justiça (Inaji).

De acordo com

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Elizabeth de Oliveira

Flávio Caetano

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Campanha Mais Justiça: f alta investimento nos JECs

Desigualdade no a cesso ao Judiciário deve ser tratada e m âmbito nacional

juízes e servidores. É humanamente impossível julgar esta quan-

tidade absurda de proces-sos com a devida atenção. O TJ tem que tomar uma providência o quanto antes”, salienta.

Além da lentidão no andamento proces-sual e na juntada de petições, o colega Jorge Geraldo de Almeida re-lata constante descum-primento dos horários

das audiências, o que foi comprovado pela equipe da TRIBUNA. No

dia da visita, a pauta do II Juizado estava atrasada em mais de três horas.

Segundo o advogado Geraldo Flávio Campos, além da grande demanda, a situação chegou a este ponto, em es-pecial no I JEC, por conta da má gestão do cartório. “Esta serventia era mal ad-ministrada e o juiz titular se ausentava constantemente”, diz. No entanto, afirma Campos, desde que o novo responsável pelo expediente do cartório assumiu o

cargo, há cerca de um mês, há esperança de mudanças.

Três dos principais motivos de rede-signação constante de audiências eram a não localização de processos dentro da serventia, a falta de intimações às partes e as faltas do magistrado. Hoje, explica o responsável pelo I JEC, Elair Bissoli, com um mutirão dos serventuários e a ajuda do Grupo Emergencial de Apoio aos Car-tórios (Geapc), ao menos a organização dos processos já foi solucionada. Além disso, os funcionários, “em sua maioria sem experiência nos trâmites de juiza-dos, recebem treinamentos constantes, para que falhas como a não intimação das partes não mais ocorram”, conta.

“O TJ está atento. A presidente da Comissão Judiciária de Articulação dos Juizados Especiais, desembargadora Ana Maria de Oliveira, visitou o fórum e prometeu reforço para que consigamos reverter a situação caótica do I JEC. Ga-nharemos mais um funcionário e vamos contar com o apoio constante do Geapc. A meta é reduzir em 30% nosso acervo até o final do ano”, prevê Bissoli.

Pelo Plano de Lotação Cartorária

Caetano, o principal problema do Judiciário brasileiro é a má gestão. “Quando olhamos para o Brasil sob a ótica da Justiça, podemos fazer algumas considerações otimistas: o Poder é independente, a dificuldade exigida nos concursos públicos e no Exame de Ordem nos dá uma garantia de qualidade desta mão de obra e o nosso arcabouço jurídico é bom, com leis consideradas exemplares. O úni-co problema é a gestão de toda esta massa. E ainda bem que o problema é só este, pois, sendo assim, é possível vislumbrar uma solução”, afirmou, na ocasião.

A inversão de alocação de recursos humanos, materiais e orçamentários da segunda para a primeira instância, foco da campanha Mais Justiça, é também discutida dentro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), informou o secretário. De acordo com ele, há uma resolução sendo elaborada segundo a qual todos os tribunais ficariam obrigados a aportar mais recursos na primeira instância. “A Ordem fluminense soube externar muito bem suas preocupações com esta campanha. É a mesma que temos na secretaria, a de levar mais justiça a todo o país, em especial às regiões mais abandonadas”, disse.

Ideal do TJ, o I JEC de Duque de Caxias precisaria de 11 servidores para conse-guir suprir o quantitativo de processos. Assessor da presidência da OAB/RJ e coordenador da campanha Mais Justiça, Willian Muniz diz que o caso dos jui-zados da cidade é emblemático para a Ordem. “São muitas as reclamações e uma situação absurda de descrédito no funcionamento do Judiciário. Esperamos do TJ uma atitude enérgica para solucio-nar estes problemas”, pondera ele. T

Felipe Santa Cruz

Geraldo Menezes

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Correção de 4,5% na tabela do IR é ‘avanço muito tímido’, afirma Bichara

Foi com ressalvas que a Seccional re-cebeu o anúncio da correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IR), feito pela presidente da Repú-blica, Dilma Rousseff, no dia 30 de abril. Segundo o conselheiro federal pelo Rio e procurador especial tributário da OAB Nacional, Luiz Gustavo Bichara, existem dois lados a serem analisados. “É de se comemorar que o assunto tenha sido novamente pautado no cenário nacional, mas compreendemos que é um avanço ainda muito tímido”, pondera.

A Ordem é autora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 5.096, de março deste ano, que solicita a correção da tabela do IR com base no Índice Na-cional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e não mais pela Taxa Referencial (TR). Dados do Departamento Intersindi-cal de Estatística e Estudos Socioeconô-micos (Dieese) mostram uma defasagem acumulada de 61,24% na tabela de cál-culo do IR entre 1996 e 2013. Segundo cálculos da Ordem, deveriam ser isentos os trabalhadores que recebessem até R$ 2.758. Após o reajuste, no entanto, quem receber acima de R$ 1.868,22 em 2015 já pagará imposto.

Bichara explica que as medidas a se-rem tomadas no momento se restringem a pressionar no sentido de acelerar uma decisão. “Fizemos uma petição aditando a Adin pra refletir o advento da Medida Provisória 644/2014, que determina a correção para 2015. Precisamos de uma resposta rápida do STF”, enfatiza. Ele lembra que o fato de o Supremo já ter

se posicionado anteriormente sobre o assun-to não impede uma nova análi-se. “Não se des-conhece que o STF já apreciou o tema, tendo decidido que esta atualiza-ção não caberia ao Judiciário, sob pena de se imiscuir na competência do Legislativo. Contudo, recen-temente, a corte suprema decla-rou a inconstitu-cionalidade da forma de atualização dos precatórios, exatamente por ser inferior à inflação do período. Essa alteração de paradigma revela a necessidade de reapreciação da matéria”, salienta.

Para o presidente do Conselho Fe-deral, Marcus Vinicius Furtado, é preciso uma análise real do cenário. “Não basta estipular uma correção equivalente à meta do governo. É preciso que a tabela respeite a inflação que de fato tenha ocorrido no período”, observa. A inflação real verificada nos últimos anos vem sendo superior à base de cálculo usada para o IR, daí a observação de Furtado. Desde 2007, por exemplo, a correção é

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)

Até 1.868,22 - -

De 1.868,23 até 2.799,86 7,5 140,12

De 2.799,87 até 3.733,19 15 350,11

De 3.733,20 até 4.664,68 22,5 630,1

Acima de 4.664,68 27,5 863,33

realizada com base no centro da meta de inflação do governo, de 4,5% ao ano, mesmo valor aplicado para 2015.

Dois dias antes do anúncio de Dil-ma, em 28 de abril, portanto, a OAB/RJ reuniu advogados e entidades a fim de aprofundar o debate sobre a questão. Na ocasião, o presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, falou da importância da iniciativa, destacando o papel da Ordem. “Temos muita satisfação em fazer parte deste momento de política institucional. Apoiamos com toda força essa iniciativa e nossa crítica é apartidária. Muitos par-tidos, de oposição e situação, passaram pelos governos e não corrigiram esse erro, que é sistêmico”, afirmou à época. T

Luiz Gustavo Bichara

Page 13: Tribuna do Advogado OAB/RJ (Junho de 2014)

TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 13

Ordem luta por faixa menor de tributação após inclusão da advocacia no Supersimples

“A inclusão da advocacia no Simples Nacional é um ato de justiça, milhares de profissionais poderão sair da informalida-de”, afirmou o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, após participar da comitiva da OAB Nacional que foi à Câmara dos Deputados, dia 20 de maio, conversar com parlamentares sobre a votação dos destaques do projeto do Supersimples, que passou a incluir a advocacia.

A diretoria da Ordem, acom-panhada de presidentes de Seccionais e de conselheiros fe-derais, esteve no Salão Verde da Câmara pedindo que a categoria seja incluída na tabela IV da Lei Complementar 123/2006, na qual a taxa de tributação

começa em 4,5% para rendi-mento anual de até R$ 180 mil e atingiria 90% dos advogados.

A entrada da advocacia no regime simplificado é uma das principais bandeiras levantadas pela OAB/RJ e foi tema central do debate realizado na Seccio-nal em agosto de 2013, com a presença do presidente do Conselho Federal, Marcus Vini-cius Furtado. No dia 6 de maio deste ano, Felipe e a direção da Ordem acompanharam, em Brasília, a sessão de votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 221/2012, que enquadra a categoria e outros setores no Supersimples. Aprovado, o projeto seguiu para apreciação do Senado. T

Inscrições para vaga do Quinto do TJ estão abertasA OAB/RJ publicou no Diário Oficial do Tribunal de Justiça do Rio de

Janeiro, dia 27 de maio, edital de abertura do processo de seleção para a composição da lista sêxtupla para preenchimento de vaga do Quinto Constitucional no TJRJ. Os advogados interessados têm até o dia 16 de junho para se inscreverem. A vaga é decorrente da aposentadoria do desembargador Adilson Vieira Macabu.

No edital, o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, informa que a coordenação da Comissão de Seleção e Processo de Inscrição da Lista Sêxtupla será composta pelo vice-presidente da Seccional, Ronaldo Cramer, como coordenador, e pelos conselheiros Marcus Vinícius Cordeiro, Fernanda Tórtima, Luiz Gustavo Bichara e Rodrigo Tostes Mascarenhas.

Está agendada para 26 de junho a publicação de edital com as candidaturas aceitas. O prazo para impugnação dos nomes será de 27

de junho a 2 de julho. A Comissão de Arguição para o preenchimento da vaga será integra-

da pelos conselheiros Luiz Guilherme Vieira, Eduardo Kalache, Carlos Alberto Direito Filho, Jonas Lopes de Carvalho Neto, Luiz Paulo Correia Viveiros de Castro e Gabriel Leonardos.

A sessão do Conselho para apresentação e arguição dos candidatos e para escolha da lista sêxtupla será pública e está marcada para dia 10 de julho. A OAB/RJ frisa a transparência com que sempre conduziu e continuará conduzindo o processo.

O dispositivo sobre o Quinto (artigo 94 da Constituição Federal) prevê que 20% dos membros de determinados tribunais sejam com-postos por advogados e integrantes do Ministério Público. Para tanto, os candidatos precisam ter, no mínimo, dez anos de exercício profissional e reputação ilibada, além de notório saber jurídico. T

Porte de remessa e retorno por meio eletrônico não será mais cobrado

Atendendo a requerimento da OAB/RJ, o Tribunal de Justiça (TJ) publicou, em 15 de maio, aviso decretando a suspensão da cobrança de porte de remessa e retorno para recursos interpostos no tribunal em processos eletrônicos. O valor, que pode chegar a R$ 139,80 no Rio, é referente aos custos de envio do processo pelos Correios ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou Supremo Tribunal Federal.

No aviso conjunto, assinado pela presidente do TJ, Leila Mariano, fica estabelecido que “não será exigido o porte de remessa e retorno quando se tratar de recursos de apelação e agravo de instrumento interpostos e processados integralmente por via eletrônica”.

A presidente do tribunal anunciou, em fevereiro, que atende-ria ao pedido da Seccional. “A desembargadora aceitou o encami-nhamento da Ordem, já que não faz sentido, com a implementação do processo eletrônico, manter a remessa de folhas e folhas de papel pelos Correios”, explicou o procurador-geral da OAB/RJ, Luiz Gustavo Bichara, na ocasião. T

Votação sobre férias da advocacia fica para junho

Incluída na pauta do dia 26 de maio do Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ), a votação da resolução que estabelece férias para a advocacia entre 20 de dezembro de 2014 e 20 de janeiro de 2015 foi adiada por dez dias para apresentação de emendas pelos desembargadores.

O prazo foi pedido pelo desembargador Nagib Slaibi Filho e deferido pelos demais membros do órgão e pela presidente do TJ, Leila Mariano. Pleito da OAB/RJ, a resolução estabelece regras para o recesso forense e suspensão de prazos de audiências e sessões de julgamento durante esse período. T

Felipe Santa Cruz ao Lado de Marcus Vinicius Furtado (ao centro) na votação de 6 de maio

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 14

Dando parcial provimento a recurso da

OAB/RJ solicitando providências para

reduzir o tempo de espera na agência do

Banco do Brasil que fica no Tribunal de

Justiça (TJ), o Tribunal Regional Federal

da 2ª Região (TRF-2) estabeleceu, no início

de maio, que a permanência na fila para o

atendimento não poderia ultrapassar 15

minutos em dias normais e 30 minutos

em dias colados a feriados, sob pena

de multa diária de R$ 5 mil em caso de

descumprimento da decisão. A TRIBUNA

esteve no local para conferir com os

colegas a obediência à determinação. No

dia 16 de maio, três após um período de

suspensão de prazos por conta da greve

dos rodoviários no Rio de Janeiro, a fila

seguia por três corredores. A Seccional

está acompanhando o processo de

efetivação da decisão do TRF-2 para tomar

as medidas que se façam necessárias.

A espera para o atendimento na agência do Banco do Brasil, em dias normais, está sendo de até 15 minutos?

O tempo varia muito,

até porque vim esta

semana para fazer

dois protocolos e

foi, de fato, muito

rápido. Sentei-me

para esperar e não

demorei nem cinco

minutos ali. Isso foi na

segunda-feira [12 de

maio]. Mas hoje, sexta,

parece que voltamos

à realidade daqui,

com filas grandes. Já

entrei na fila, saí, fui a

um juizado despachar

uma petição, voltei

e vi que ela tinha

andado uns cinco

metros, no máximo.

Isaías Martins de

Almeida, estagiário,

35 anos

Geralmente a gente

pega a fila já tendo

virado para o corredor

do lado, e quase

sempre leva, sim,

mais de 15 minutos.

Hoje estamos há pelo

menos meia hora e

sem noção de quando

vamos sair. Isso tudo

só para pegar uma

senha, porque lá

dentro ainda temos

que esperar mais

tempo.

Karine de Abreu,

advogada, 36 anos

TRIBUNA LIVRE

Page 15: Tribuna do Advogado OAB/RJ (Junho de 2014)

TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 15

Nosso tempo de

espera aqui depende

do dia. Pode ser mais

tranquilo, mas também

tem o Dia D. Às vezes

passamos mais de

duas horas sentados

nessas cadeiras. Hoje,

por exemplo, estou

enfrentando essa fila

e não vou sacar, vou

só dar entrada no

processo de mandado

de pagamento. Nem

de entrar na agência

eu preciso, era só para

entregar um papel.

Mas, sendo fila única,

infelizmente tenho de

ficar e esperar esse

tempo todo.

Eliel Pereira,

estagiário, 42 anos

Hoje está absurdo,

mas isso também

não é o normal, uma

fila tão grande, com

espera chegando a

uma hora. Mesmo

assim, nos outros

dias ela ultrapassa os

15 minutos. E aqui é

apenas a triagem, o

que significa que ainda

vamos aguardar por

mais tempo lá dentro.

Elaine Barros,

advogada, 34 anos

Sempre que venho

ao Proger [situado

no mesmo andar],

mais ou menos uma

vez por semana, vejo

isso aqui lotado,

com fila. Pelo menos

às quintas-feiras,

inclusive na última

semana, está cheio. E

hoje estou vivendo o

que costumo observar,

tendo que enfrentar

essa espera para pegar

dois mandados de

pagamento.

Cínthia Mezzavilla,

estagiária, 24 anos

Esta fila é diária. Já

passei uma hora

esperando, duas horas...

Passamos aqui todo

dia e vemos uma fila

imensa. Não percebi

nenhuma mudança de

semana passada para

cá. Hoje, por exemplo,

estou aqui há uma

hora e sem previsão de

atendimento.

Leonardo Carvalho,

advogado, 30 anos

Desde a semana

passada eu não venho,

mas geralmente a

espera é maior do que

15 minutos. Quando

tenho de vir para cá,

chego preparada. Trago

música para ouvir

porque sei que terei

que ficar uma, duas

horas nesta brincadeira

das cadeiras. Quinze

minutos é lenda.

Margareth Branco,

advogada, 50 anos

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Page 16: Tribuna do Advogado OAB/RJ (Junho de 2014)

TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 16TRIBUNA DO ADVOGADO - ABRIL 2014 - PÁGINA 16

Projeto traz polêmica sobre sigilo profissional

VITOR FRAGA

Encerrou-se no dia 31 de maio o prazo para consulta pública e envio de propostas de alteração do novo Código de Ética da Advocacia. O ponto mais polêmico do texto – a ser debatido em audiências públicas nas seccionais e na Conferência Nacional dos Advogados, em outubro, para entrar em vigor em 2015 – está no artigo 38, que prevê que, em caso de um inocente ser acusado de um crime cometido pelo cliente, o advogado deverá renunciar à causa e poderá denunciar o cliente à Justiça, quebrando a relação de sigilo profis-sional. Em 1º de março, o Conselho Federal disponibilizou em seu portal na internet espaço para que os advogados pudessem enviar suas sugestões de atualização.

Desde então, a classe jurídica pôde propor aditamentos ou modificações, e as propostas de alteração serão aprecia-das pela Comissão Especial para Estudo da Atualização do Código de Ética e Disciplina da OAB. Para seu relator, o conselheiro federal Paulo Roberto de Gouvêa Medina, a participação dos ad-vogados de todo o país foi expressiva,

com cerca de 400 sugestões.” Um tema que despertou fortemente a preocupa-ção da classe é o da publicidade profis-sional. Muitos preconizam uma abertura maior nesse terreno”, revela.

Segundo Medina, “a opção do anteprojeto é manter o sistema tradi-cionalmente seguido entre nós, que se filia ao modelo francês, caracterizado pela discrição, não franqueando, assim, ao advogado, os meios de divulgação de que se vale a propaganda no campo empresarial, como faz o modelo ameri-cano”, explica.

Conselheiro federal pelo Rio de Janeiro e membro da comissão que trabalha no texto, Carlos Roberto de Siqueira Castro lembra que o atual Código de Ética entrou em vigor em 1º de março de 1995, e precisa ser atuali-zado. “Nesse período de duas décadas a advocacia brasileira experimentou grandes transformações, como o cres-cimento vertiginoso das sociedades de advogados, que passaram a ter gestão de tipo empresarial; a insurgência do Código de Defesa do Consumidor, que assimilou grande parte das obrigações civis; a preeminência da internet e da era digital, de que resultou o processo

judicial eletrônico; e a crescente inter-nacionalização da profissão na esteira da globalização da economia e das relações humanas, sem esquecer as alterações determinadas por essas mudanças no ambiente profissional no campo da ética e da tipologia das infrações disciplina-res”, lista Siqueira Castro.

O presidente da Comissão de Segu-rança Pública da OAB/RJ, criminalista Breno Melaragno, concorda que o Có-digo de Ética tem “diversos institutos e instrumentos válidos”, mas também alguns ultrapassados, e por isso precisa ser discutido. “É importantíssima esta consulta pública aberta pelo Conselho Federal com as participações das sec-cionais. O debate precisa ser amplo e profundo, sem açodamento, pois a classe precisa chegar a um denominador comum daquilo que precisa ser modifi-cado”, ressalta Melaragno.

Fim do sigilo profissional?E o debate já começou em relação

ao artigo 38, que prevê: “Na hipótese em que terceiro seja acusado da prática de crime cuja autoria lhe haja sido con-fessada pelo cliente, o advogado deverá renunciar ao mandato, ficando livre, em

Page 17: Tribuna do Advogado OAB/RJ (Junho de 2014)

TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 17TRIBUNA DO ADVOGADO - MAIO 2014 - PÁGINA 17

seguida, da preservação do segredo profissional, para agir segundo os di-tames de sua consciência e conforme as circunstâncias recomendarem”.

Sobre esse tema, Medina defende a posição da co-missão espe-cial. “Não me consta que o a n t e -projeto de novo código, nas suas linhas gerais, esteja causando polêmica. Pode ser que isso ocorra com re- lação ao dispositivo apontado”, diz ele, ci-tando como argumento a exposição de motivos da proposta.

No texto, afirma-se: “Maurice Gar-çon, que depois de salientar que o segredo profissional ‘não provém de um contrato’, senão que é ‘de ordem pública’, ressalva que ‘a noção do se-gredo permanente total afronta, por vezes, a consciência’. E exemplifica com a hipótese de ‘o autor de um crime [que] confessou tê-lo cometido mas que, por ele, havia sido condenado um

inocente’. Embora o eminente membro da Academia Francesa não indique a solução adequada a essa hipótese, parece que ela há de estar na renúncia ao mandato, procedendo, em seguida, o advogado conforme sua consciência o determinar”.

Na opinião de Medina, o artigo, de forma acertada, não chega “a sugerir a revelação do segredo à autoridade competente”, sendo conveniente que se restrinja “à recomendação da renúncia”. Ele faz referência ainda ao Código de Deberes Jurídicos, Morales e Éticos del Profesional em Derecho, do Colégio de Abogados de Costa Rica, que prevê a quebra do sigilo em situações excepcio-nais. “É essa linha de orientação que o anteprojeto de Código de Ética procura seguir”.

Na visão de Siqueira Castro, a propo-sição do artigo 38 é equivocada. “Con-sidero que a relação entre o advogado e seu cliente é pautada no princípio da confiança e do sigilo profissional. Não se deve, a meu ver, permitir-se ao ad-vogado, conquanto após a renúncia do mandato, quebrar o segredo profissional para fins de denunciar seu ex-patrocina-do pela prática de crime, ainda que por

‘ditames de sua consciência e conforme as circunstâncias recomendarem’”, defende. O conselheiro considera que, no caso de a proposta prevalecer, “o advogado poderá utilizar-se da informa-ção confiada por seu cliente em regime estrito de confidencialidade, seja man-tendo-a em sigilo, seja comunicando às autoridades competentes a identidade do verdadeiro autor do delito que esteja sob investigação”.

Siqueira Castro reforça a ideia de que “as comunicações, por quaisquer meios, entre o advogado e seu cliente, são indevassáveis como num autêntico confessionário e não se prestam a rup-turas de rotina”. Nesse sentido, para ele, “o sigilo profissional constitui para o advogado não apenas um direito, mas também um dever”.

Entre os criminalistas, a proposta vem gerando críticas. “É sagrado em um Estado Democrático de Direito o completo sigilo das relações entre cliente e advogado. Este dispositivo fere gravemente o direito à ampla defesa e o próprio exercício da advocacia na área criminal. [O Código de Ética determina que] O advogado ‘deverá’ renunciar ao mandato, dando a entender no tre-

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 18

cho seguinte que poderá servir como testemunha? Este dispositivo coloca o profissional em maus lençóis e certa-mente causaria inúmeros problemas decorrentes desta situação absurda”, prevê Melaragno.

Para ele, “o dever de sigilo e a invio-labilidade das comunicações e conversas do cliente com o advogado são a base da confiança entre ambos, pilar que deve reger esta relação”, podendo haver, inclusive, prejuízo para a defesa técnica, caso o cliente não se sinta confiante para relatar tudo o que sabe. “O cliente deve ter total confiança no advogado e certeza do caráter sigiloso da sua relação com ele. Omitir fatos, questões, faltar com a

verdade para com aquele que vai fazer sua defesa técnica é tão prejudicial para o exercício profissional do advogado quanto um paciente mentir para o médi-co. Só prejudicará o caso e o tratamento. As  consequências  desta norma podem ser gravíssimas para o exercício profis-sional e para o princípio constitucional da ampla defesa”, aponta.

O conselheiro seccional e também criminalista Renato Tonini lembra que a presidência do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/RJ estimulou o de-bate de ideias em torno no Código de Ética. Sobre o conteúdo do artigo 38, Tonini considera que o dispositivo “é um absurdo completo” que, “se vingar, poderá trazer enorme insegurança na relação existente entre os advogados criminais e seus clientes”.

Na opinião dele, a norma estabe-lece “um novo preceito” nas relações entre os profissionais, seus clientes e a sociedade, segundo o qual “o advoga-do deverá – é um dever – renunciar ao mandato quando tomar conhecimento de que o crime a ele confessado por seu cliente está sendo atribuído a outra pessoa. A norma deixa o advogado livre da preservação do segredo profissional para agir segundo os ditames de sua consciência”, analisa.

Para Tonini, “por se tratar de um pre-ceito mandatório, sua não observância pelo advogado implicará a imposição de sanção disciplinar”, já que a violação de regras impositivas “previstas no código pode resultar na aplicação de pena de censura, conforme estabelece o artigo 36 do Estatuto”. Mas ele acredita que a conduta dificilmente será fiscalizada. “Se os envolvidos – o advogado e o seu cliente – se mantiverem silentes quanto ao fato, ninguém saberá do cometimento da infração. Portanto, me parece inócua como um dispositivo sancionador”, sublinha.

Ele alerta ainda para, na hipótese de o advogado estar liberado para agir “de acordo com a sua consciência”, um possível receio por parte do cliente em confiar no profissional. “Sem essa relação de confiança recíproca, não haverá defesa criminal eficiente e sempre haverá a sombra da incerteza pairando sobre o cliente: esse advogado

vai me delatar um dia? A mudança desse paradigma é assustadora e trará conse-quências gravíssimas para o exercício da advocacia criminal e nenhuma vantagem para a sociedade”, conclui Tonini.

O texto elaborado pela comissão com as sugestões da advocacia deve ser levado ainda no mês de junho ao plená-rio do Conselho Federal. As discussões serão aprofundadas na XXII Conferência Nacional dos Advogados, em outubro, no Rio de Janeiro, e a expectativa é de que nos meses de novembro e dezembro o Conselho Pleno vote o projeto. O tema será discutido também pelas seccionais, que realizarão audiências públicas. “Quanto mais amplo o debate, maior a oportunidade de aperfeiçoamento”, acrescenta Paulo Medina. Uma vez aprovado, o novo Código de Ética da Advocacia possivelmente entra em vigor no próximo ano. T

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 19

Cerca de 200 pessoas participaram, no dia 26 de maio, de um ato pú-blico em protesto pela demora para

implementação da reforma política prome-tida após as manifestações de junho do ano passado. O ato aconteceu no plenário Evandro Lins e Silva, na sede da OAB/RJ, e teve a presença de entidades da sociedade civil, movimentos sociais e centrais sindi-cais que integram a Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas – como a OAB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras, além de dirigentes da Seccional e da Caarj, presidentes de subseção, conselheiros, parlamentares e militantes sindicais e estudantis.

O evento teve como objetivo prin-cipal pressionar as autoridades para acelerar as medidas anunciadas desde o ano passado, e que até agora não foram implementadas – entre elas, a votação, pelo Supremo Tribunal Federal, da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi) 4.650, proposta pelo Conselho Federal para proibir que empresas financiem par-tidos políticos e campanhas eleitorais e suspensa desde abril por pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Seis ministros

Entidades e movimentos sociais se reúnem na Seccional em ato pela reforma política

já se declararam favoráveis integral ou parcialmente à proposta.

“A OAB/RJ realizou no ano passado, auge das manifestações populares, um ato público pela reforma política. Evoluímos concretamente para a Adi apresentada pelo Conselho Federal, em conjunto com diversas entidades. Este ato se desdobrará em outros, em outras seccionais, amplian-do o debate”, afirmou o presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz.

Para o conselheiro federal pelo Rio de Janeiro Wadih Damous, vivemos em um contexto no qual a atividade política vem sendo criminalizada. “Reforça-se a ideia de que a atividade política é algo nocivo ao interesse nacional, o que é um equívoco. Mas precisamos reconhecer que há segmentos da vida política brasileira que contribuem para esse tipo de distorção, por isso o nosso movimento”, argumentou Wadih. Outro conselheiro federal pelo Rio presente foi Claudio Pereira de Souza, que fez parte da elaboração da Adi. “Nossa percepção é a de que o financiamento de campanhas por empresas, empreiteiras e bancos é incompatível com uma democracia de fato”, disse Claudio.

O secretário da Comissão Especial de Mobilização para a Reforma Política da OAB Nacional, Aldo Arantes, lembrou que

a Ordem tem realizado manifestações em todo o país em favor da reforma. “O que está na ordem do dia é a Adi que proíbe financiamento privado de campanha. Não há como caminharmos na agenda de reformas de base sem a reforma política”, defendeu Arantes.

O deputado federal Alessandro Molon (PT/RJ), um dos articuladores da coalizão, considerou que, embora não nasça no Legislativo, a reforma política precisa desembocar nele. “Essa coali-zão reúne os movimentos que lutavam separadamente pela reforma. Nesse sentido, quero cumprimentar a OAB pela proposta unificadora. A campanha tem que ser, cada vez mais, baseada na palavra de ordem ‘devolve, Gilmar’, para que o ministro Gilmar Mendes devolva o processo e a votação possa ser concluída”, declarou Molon. A mesa diretora contou também com represen-tantes de entidades e movimentos que participam da coalizão, como o bispo de Campos, dom Roberto Francisco Paes, representando a CNBB; a presidente da UNE, Vic Barros; a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Bárbara Melo; e o representante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político do Rio de Janeiro, Ivo Lesbaupin. T

Aldo Arantes (ao centro, de cinza): ADI que proíbe financiamento privado de campanha está na ordem do dia

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Page 20: Tribuna do Advogado OAB/RJ (Junho de 2014)

As conferências na{ }História 1986.1988

Planos econômicos, Constituinte e a advocacia no Estado democrático

A série de reportagens históricas sobre as conferências nacionais apresenta nesta edição os fatos que marcaram a XI Conferência, realizada de 4 a 8 de agosto de 1986, em Belém; e a XII, que aconteceu em Porto Alegre, entre os dias 2 e 6 de outubro de 1988.

Em meados dos anos 1980, o Brasil rei-niciava em meio a uma crise econômica sua trajetória democrática após 21 anos de ditadura. Em 1986 foi lançado o Plano Cruzado, que estabelecia o congelamento e cortava três zeros do cruzeiro. Após o fracasso do projeto, tivemos no ano seguinte o Plano Bresser, que também previa congelamento de preços e salários. A expressão “década perdida” se tornaria a síntese desse momento econômico. Paralelamente, o país se preparava para viver a experiência de uma Constituição Federal elaborada a partir de um amplo debate, com grande participação popular.A capital paraense sediou a XI Conferên-cia em agosto de 1986. Sob a presidência de Hermann Assis Baeta, a reunião teve como temática principal a Constituição, consequência direta da preocupação da Ordem com o processo de organização da Constituinte – temia-se que ela não fosse realizada, em função de adiamen-tos na convocação e na revogação de dispositivos legais autoritários. Por deci-são da conferência, a partir de setembro daquele ano, o Conselho Federal passou a funcionar provisoriamente na sede

da OAB/DF (o prédio da

OAB Nacional seria inaugurado em 1990) para acompanhar de perto o processo. Os direitos humanos, a função social da propriedade, a reforma agrária, a univer-salização do ensino público e a democrati-zação da Justiça e do espaço urbano foram alguns dos temas explorados nas diversas teses defendidas pelos conferencistas. Os anais do encontro destacam “o empenho dos advogados na defesa de criação de vá-rios mecanismos judiciais revolucionários como o mandado de segurança coletivo, o habeas data, o mandado de injunção e a garantia de inviolabilidade do advogado no exercício da profissão e sua indispensa-bilidade para a administração da Justiça”. Dessa forma, o papel da XI Conferência pode ser constatado “na vigência consti-tucional de diversas propostas debatidas pelos conferencistas que foram incluídas no texto da Carta de 1988”.Em fevereiro de 1987 foi instalada a As-sembleia Nacional Constituinte, e em 5 de outubro de 1988 foi promulgada a nova Carta brasileira, conhecida como Cons-tituição Cidadã. “Declaro promulgado o documento da liberdade, da democracia e da justiça social do Brasil”, declarou na época o presidente da Assembleia, Ulysses Guimarães (PMDB/SP).

No ano seguinte, em Porto Alegre, acon-teceu a XII Conferência, sob a presidên-cia de Márcio Thomaz Bastos. O tema central foi O advogado e a OAB no processo de transformação da sociedade brasileira. A Ordem voltava-se para as questões internas da instituição e para os desafios da advocacia no período democrático que se iniciava. “Os aspectos corporativos da profissão, sua ética e natureza institu-cional e a atuação dos especialistas no mercado de trabalho foram discutidos com a finalidade de adequar os advo-gados à recente, e para muitos inédita, experiência democrática. Este novo advogado deve levar em consideração as graves desigualdades sócio-econômicas do país que tornam ineficaz a proteção constitucional da cidadania”, registram os anais do evento. A Carta de Porto Alegre defendia ainda que “a ampliação das declarações de direitos”, além do “reforço e a criação de novas garantias no texto da Consti-tuição para fazer expandir os direitos humanos”, seriam insuficientes para a construção de uma democracia real, que dependeria principalmente do “exercício de uma autêntica cidadania, assegurada plenamente a todos”. T

Page 21: Tribuna do Advogado OAB/RJ (Junho de 2014)

TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 21

Planos econômicos, Constituinte e a advocacia no Estado democrático

XXII Conferência Nacional: recorde de 10 mil inscritos

Barroso e Lewandowski estão confirmados entre os palestrantes

A XXII Conferên-cia Nacional dos Ad-vogados, que acon-tecerá entre 20 e 23 de outubro, no Rio de Janeiro, já conta com

o recorde de dez mil inscrições, e a expec-tativa dos organizadores é que o evento seja o maior na história das conferências.

Palestrantes de renome estão con-firmados, como o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski; o também ministro do STF Luís Roberto Barroso; o professor de Direito Penal da Universidade de São Paulo e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior; o ex-presidente do Tribunal Constitucional de Portugal e professor de Direito Administrativo e Direito Fiscal da Universidade de Coimbra, José Canalta Nabais; o professor catedrático da Uni-versidade de Coimbra e docente visitante da Universidade de Macau José Joaquim Gomes Canotilho (JJ Canotilho); o profes-sor titular da Universidade Humboldt de Berlim e professor visitante da Universida-de de Yale Dieter Grimm; além do membro da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional e ex--presidente da Comissão de Valores Imo-

biliários Arnoldo Wald. O vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também são aguardados.

As inscrições estão abertas no site www.conferencia.oab.org.br. Com o lema Advogado, seja protagonista da história, o evento discutirá a Constituição de-mocrática e a efetivação de direitos. Toda a programação será realizada no Riocentro, que abrigará 40 painéis com 180 palestrantes, conferências magnas e bate-papos culturais, entre outros. Os pavilhões serão ocupados por cerca de 300 estandes de entidades ligadas ao mundo jurídico. O valor das inscrições é de R$ 150 para estudantes e R$ 300 para os demais. Haverá descontos para grupos.

HospedagemO advogado já pode reservar seu

quarto de hotel com desconto para o evento. A agência de viagens parceira da OAB na Conferência Nacional é a Ta-moyo, que disponibilizou mais de 5.500 aposentos em toda a cidade do Rio de Janeiro. O acordo com as grandes redes hoteleiras garante ao participante preço menor do que a melhor tarifa oferecida pelo mesmo estabelecimento no período. Todos os hotéis têm padrão mínimo de três estrelas e quartos com capacidades variadas, de uma a quatro pessoas. Os es-tabelecimentos credenciados oferecerão translado até o Riocentro.

O sistema de reservas on-line dispo-nibilizado pela agência Tamoyo mostra

os hotéis de acordo com a distância do local do evento. Se o participante optar pelo pacote oferecido pela agência, tem de reservar para o período total da Con-ferência Nacional. O sistema de reservas de hotéis pode ser acessado no link http://goo.gl/9FqneR.

Para grupos e comitivas que pre-tendam reservar mais de dez quartos, a Tamoyo oferece preços ainda mais acessíveis. Grupos devem fazer a reserva pelo email [email protected] ou pelo telefone (21) 3622-3870.

PassagensOs participantes da conferência terão

25% de desconto em qualquer passagem aérea da companhia TAM para voar até o Rio de Janeiro no período do evento. Para ter direito ao tíquete aéreo mais barato, é preciso fazer a reserva do assento por meio da Tamoyo, pelo email [email protected].

Após a requisição, cada interessado receberá um formulário, no qual deverá indicar sua cidade de origem, preferência de data, horário, assento e se o voo pode ter escalas, entre outros itens. A Tamoyo enviará, no mesmo dia, as cotações dos voos encontrados. Como a dinâmica de preços de passagens varia muito, o participante deve confirmar em poucas horas. A promoção é válida para voos a partir de qualquer cidade do Brasil para o Rio de Janeiro, no período entre uma semana antes e uma semana depois da conferência. T

Conselho Federal define asmodalidades dos Jogos da OAB 2014

Em reunião em Brasília, dia 20 de maio, a Comissão Especial de Eventos Desportivos (Ceed) da OAB Federal definiu as modali-dades que farão parte dos Jogos Nacionais 2014, que acontecerão de 16 a 19 de outubro, no Rio de Janeiro. São elas: futebol de campo (categoria livre/masculino), futebol soçaite (categoria master/masculino) e vôlei de areia (categoria duplas/feminino e masculino). A OAB/RJ foi representada pelo membro da Ceed e coordenador dos Jogos Nacionais da OAB, Rui Calandrini Filho, e pelo gerente-executivo para o evento, Rafael Gonçalves.

A edição deste ano dos jogos fará parte das atividades para-lelas à XXII Conferência Nacional dos Advogados. As inscrições serão feitas pelas seccionais, que ficarão responsáveis pelas respectivas equipes. Na categoria master, poderão se inscrever apenas advogados acima de 40 anos. O presidente da comissão, José Geraldo Alves de Souza, salientou a decisão de realizar os jogos juntamente com a Conferência Nacional. Os advogados que se inscreverem na competição estarão automaticamente inscritos no evento. T

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Sr.? Dr.!

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EDUARDO SARMENTO

Em outubro de 2013, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais acatou o pedido de um advogado que ingressou com ação pleiteando que fosse obri-gatoriamente tratado pelo título de doutor durante as audiências de que

participasse, “bem como em demais atos da vida priva-da”. Já em abril deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski negou o pedido de um juiz que reivindicava o tratamento de ‘doutor’ ou ‘senhor’ por parte dos funcionários do prédio onde mora. A indecisão do próprio Poder Judiciário, que ora determina a utilização do

tratamento, ora dispensa a deferência, serve de com-bustível para a polêmica.

De um lado estão os

A cena é comum em todos os cantos do Brasil:‘Ô doutor, vai uma graxa aí?’. ‘Doutor, minha dor de cabeça não passa’. ‘Infelizmente sua audiência está atrasada, doutor’.Seja para designar determinados profissionais, especialmente em tribunais, delegacias e hospitais, ou apenas com o intuito de mostrar deferência na forma de tratamento, o termo ‘doutor’ faz parte do cotidiano de todos nós. Em relação ao emprego da expressão no meio jurídico,

de tempos em tempos, volta à pauta a questão: advogados devem ou não ser chamados de

doutores? Apenas um costume ou uma garantia?

Doutorou não, eis a

questão

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defensores do argumento de que dou-tores são apenas aqueles que fizeram doutorado. Do outro, os que afirmam ser direito e tradição tal reconhecimento para os profissionais do Direito.

Diante da controvérsia sobre o tema, o professor universitário e especialista em etimologia Deonísio da Silva elucida a origem do termo. “A palavra doutor vem do latim doctor, que é do mesmo étimo de docere, o mesmo que docente, aquele que ensina”, explica, deixando clara a ligação direta entre o rótulo e o conhecimento. “O título originalmente foi dado a professores, inclusive àqueles que ensinavam as leis e, consequente-mente, exerciam o Direito”, confirma Deonísio.

O uso da distinção no meio acadêmi-co, especificamente para profissionais do Direito, data da Idade Média, segundo ele. “O primeiro título de doutor para um advogado é conferido pela Universidade de Bolonha ainda no século XII, no que foi seguida pela Universidade de Paris”, informa.

Esclarecidas as origens etimológicas e históricas do vocábulo, é possível tratar o debate sob a ótica brasileira. Argumenta-se por aqui que um suposto alvará régio editado no início do século XIX por D. Maria I, rainha de Portugal, teria dado origem a um decreto imperial responsável por conferir aos advogados o grau de doutor.

Em relação ao alvará, não há provas concretas de sua existência, mas a Lei Imperial de 11 de agosto de 1827, que criou os cursos de Ciências Jurídicas e Sociais nas cidades de São Paulo e Olinda, determina, em seu artigo 9º, que “os que frequentarem os cinco anos de qualquer dos cursos, com apro-vação, conseguirão o grau de bacharéis formados. Haverá também o grau de doutor, que será conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos que se especificarem nos estatutos, que devem formar-se, e só os que o obtiverem, poderão ser escolhidos para lentes”.

Está criada uma nova confusão. Autores de artigos sobre o tema, o pro-curador do Ministério Público da União Marco Antônio Ribeiro Tura e o advogado

Rodrigo Martins Carvelo discordam em relação ao sentido dado à palavra ‘esta-tutos’, que, de acordo com a legislação imperial, determinaria a correta aplica-ção do termo doutor.

Para Tura, ao possibilitar a candidatu-ra a lente (o equivalente a livre docente, pré-requisito para ser professor titular de uma universidade nos dias de hoje), fica claro que “os estatutos são os das respectivas faculdades de Direito exis-tentes”. Em relação ao mesmo trecho, Carvelo acredita que as exigências são equivalentes ao Exame de Ordem atual. “Tendo o acadêmico completado seu curso de Direito, sido aprovado e estando habilitado em estatuto competente teria o título de doutor. Assim como os advoga-dos habilitados na OAB”, compara.

Apesar das discordâncias em relação à aplicação teórica do termo, os dois fazem questão de tratar o assunto no dia a dia com respeito às tradições de trata-mento aos profissionais da área, mesmo fazendo claras ressalvas em relação à obrigatoriedade de sua aplicação.

Tendo advogado por dez anos e integrado a Comissão Especial para Acompanhamento da Reforma do Poder Judiciário da OAB/SP, além da Comissão Permanente de Direito Comunitário do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Tura trata o tema de forma obje-tiva. “Não falo de tradições, leigas ou religiosas, mas de direito positivo. Res-peito os rituais na vida cotidiana. Estes, porém, assim como regras de etiqueta, são aceitos por mera deferência com os demais integrantes daquela comunida-de, mas não por serem deveres jurídicos ou mesmo morais. Não confundamos simples tradições com costumes juridi-camente vinculantes”, ressalta.

Carvelo, por sua vez, destaca a im-portância da advocacia para a sociedade e afirma que, apesar de defender que todo advogado é doutor, não faz ne-nhum tipo de reivindicação em relação à forma como é tratado. “A advocacia sem sombra de dúvidas é a mais social das profissões, pois tratamos com o cidadão e suas necessidades diariamente. Ape-sar de sempre me dirigir aos colegas de profissão como doutores, dispenso o tra-

tamento. A singularidade do profissional está no reconhecimento de um trabalho feito com qualidade e eficiência, e não em uma forma de tratamento”, conclui.

Como uma das expressões humanas menos afeitas à imposições, a língua falada é de difícil controle. Para Deo-nísio, apesar das polêmicas e diversas teorias, o problema é menor do que o alardeado. “O brasileiro já é muito respeitoso no tratamento. Doutor, hoje em dia, muitas vezes substitui outros termos como deferência, especialmente vindo de pessoas mais humildes. Você não pode proibir alguém de chamar outra pessoa de doutor, assim como não pode proibir que tratem alguém como senhor”, relaciona.

Indo ao encontro de Tura e Carve-lo, ele trata a obrigatoriedade de um tratamento específico como equívoco. “São esdrúxulas as tentativas de regu-lamentação do tema. Os casos devem ser sempre resolvidos pelo contexto e depende do bom senso, que é o suficien-te. Não é necessário disciplinar isso. De que adiantaria, no fim das contas, impor uma forma de tratamento a alguém que não reconhece no outro doutor em coisa alguma?”, salienta. T

Deonísio da Silva

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OAB Expo reúne 2 mil participantes e tem planos de expansão para o interior

A terceira edição da OAB Expo foi encerrada no dia 21 de maio com a par-ticipação de cerca de duas mil pessoas durante os três dias da feira jurídica, que promoveu mais de 50 palestras na sede da Seccional sobre temas da advocacia. As mais procuradas foram as que trata-ram de gestão de escritórios e carreira profissional, além do Código de Processo Civil e dos cursos de peticionamento eletrônico – uma novidade deste ano, em função da necessidade dos colegas. Por conta do sucesso do evento, a OAB/RJ promoverá a interiorização da feira: em agosto, o projeto será levado para quatro regiões diferentes do estado, em municípios a serem escolhidos. A organização será feita em conjunto com as subseções e as faculdades de Direito locais.

A OAB Expo 2014 contou com estan-des da OABPrev e da Caarj, de editoras, cooperativas de crédito, seguradoras e de empresas de software jurídicos, recruta-mento, digitalização de processos, entre ou-

tras áreas ligadas ao dia a dia da advocacia.A palestra de abertura foi ministrada

pelo vice-presidente da OAB/RJ, Ronaldo Cramer, que tratou do novo Código Pro-cessual Civil (CPC). “A aprovação desse diploma legal este ano é quase certa, é do interesse do Senado também”, disse, lembrando que a matéria depende de re-visão dos senadores antes de seguir para a sanção presidencial. A programação seguiu com temas como Direito Cons-titucional, peticionamento eletrônico e gestão de pessoas.

Em uma avaliação inicial, o organiza-dor do evento, Diogo Hudson, acredita que a edição 2014 tenha superado as anteriores em número de participantes e nível de satisfação. “Esse ano os estan-des foram direcionados para a demanda do dia a dia dos advogados. Os temas jurídicos como Processo Civil e peticio-namento eletrônico tiveram bastante procura, mas o grande destaque foi a gestão de escritórios, um assunto ao qual os profissionais não têm tanto acesso”,

explicou. Hudson planeja para o próximo ano a ampliação da OAB Expo.

Para o tesoureiro da Caarj, Renan Aguiar, que fez parte da mesa de abertu-ra, apoiar a OAB Expo é parte da função institucional. “Para a Caixa é um grande prazer poder participar e patrocinar mais uma vez esse evento, que já está se consolidando. Pensar no bem-estar e na saúde dos advogados também é pensar na sua qualificação profissional”. Na mesma oportunidade, o vice-presidente da Comissão de Direito à Educação (CDE) da OAB/RJ, Rogério Borba, ressaltou que nesta edição houve uma aproximação maior com os cursos de Direito. “Entramos em contato com as faculdades do Rio de Janeiro e mais da metade delas enviou indicações de palestrantes ou presidentes de mesa. Isso é significativo no que diz respeito ao estreitamento de relações entre a Ordem e as instituições de ensino”, destacou Borba. A estrutura da feira foi propiciada pela diretoria de Eventos, sob o comando de Eduardo Valença. T

Ronaldo Cramer na abertura do evento

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Zico, Ricardo Rocha e Joel Santana na SeccionalÀs vésperas do início da Copa do Mundo, a

OAB/RJ recebeu, no dia 16 de maio, profissionais que ajudaram a construir a história do Brasil na competição. Organizado pela Comissão de Direito Desportivo e Eventos Esportivos (CDDEE) da Seccional, o evento reuniu os ex-jogadores Zico (1978, 1982 e 1986) e Ricardo Rocha (1990 e 1994) e os ex-administradores da seleção brasileira Paulo Angioni e Américo Faria, além do técnico Joel Santana, que comandou a equipe da África do Sul na Copa de 2010.

Assuntos como diferenças entre métodos de treinamentos de clubes e seleções nacio-nais, a importância das escolinhas na forma-ção dos atletas profissionais e a relação dos jogadores com a imprensa foram abordados por Ricardo Rocha e Zico, que concordaram em relação à necessidade de cuidados com a situação das crianças no esporte. “É preciso atenção ao Estatuto da Criança e do Adoles-cente na hora de trabalhar com os mais novos. Existe muita falta de ética nas categorias de

base dos clubes”, alertou Zico.Completaram a mesa principal do evento o

coordenador das Comissões da Seccional, Fábio Nogueira; o presidente da CDDEE, Marcelo Jucá; o presidente da OAB/Barra da Tijuca, Ricardo Menezes; o assessor da presidência da Seccional Anderson Prézia; o conselheiro da OAB/RJ Jonas Lopes de Carvalho e o presidente e o diretor de Direito Desportivo da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas, respectivamente Antô-nio Fabrício Gonçalves e Paulo Reis. T

Ricardo Rocha, Zico, Antônio Fabrício, Marcelo Jucá, Paulo Reis, Fábio Nogueira, Anderson Prézia e Ricardo Menezes

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MARCELO JUCÁ BARROS*

OPINIÃO

A intervenção do Judiciário na Justiça Desportiva

O artigo 217 da Constitui-

ção Federal prevê expressa-

mente o dever do Estado de

fomentar práticas desportivas

formais e não formais como

direito de cada um, obser-

vando, como preceitos, a autonomia

das entidades desportivas dirigentes e

associações, quanto à sua organização

e ao seu funcionamento; a destinação

de recursos públicos para a promoção

prioritária do desporto educacional e,

em casos específicos, para a do desporto

de alto rendimento; o tratamento dife-

renciado para o desporto profissional

e o não profissional; e a proteção e o

incentivo às manifestações desportivas

de criação nacional.

O parágrafo primeiro deste dispo-

sitivo trata de uma exceção constitu-

cional ao princípio do livre acesso ao

Poder Judiciário consagrado pelo inciso

XXXV do artigo 5º, apontando que ele

somente irá admitir ações relativas à

disciplina e às competições desportivas

depois de esgotadas as instâncias da

Justiça Desportiva, regulada em lei. Esta

é que tem competência para processar

e julgar as infrações disciplinares e os

procedimentos especiais, previstos no

Código Brasileiro de Justiça Desportiva

(Resolução 29/2009 CNE - CBJD). Ela não

integra o Judiciário e não se trata de arbi-

tragem, como muitos equivocadamente

consideram.

Recentemente, a Justiça Desportiva

tem sido alvo de grande polêmica por

consequência dos fatos ocorridos nas

rodadas finais do Campeonato Brasileiro

de 2013, na medida que a Associação

Portuguesa de Desportos e o Clube de

Regatas do Flamengo escalaram atletas

de forma irregular, pois não possuíam

condição de jogo.

No caso da Portuguesa, um atle-

ta participou de contenda enquanto

deveria estar cumprindo suspensão

aplicada pela Justiça Desportiva. O

STJD do Futebol aplicou a pena prevista

no artigo 214 do Código Brasileiro de

Justiça Desportiva, sendo determinada

a perda de três pontos e o não cômputo

dos pontos obtidos na partida e, assim,

a equipe foi punida com a perda total de

quatro pontos.

Já o Flamengo escalou um atleta

enquanto deveria estar cumprindo sus-

pensão automática por expulsão sofrida

na última partida da Copa do Brasil. Em

que pese o brilhantismo da defesa,

de maneira acertada, o STJD aplicou a

pena de perda de três pontos, na forma

do mesmo comando legal acima citado,

não sendo computado o ponto obtido no

empate, o que também gerou a perda de

quatro pontos.

Com o trânsito em julgado das referi-

das demandas no STJD, o requisito cons-

titucional foi devidamente preenchido, o

que em tese deveria autorizar a análise

de tal questão pelo Poder Judiciário.

O que se viu a partir de então foi

uma grande quantidade de demandas

intentadas por torcedores e até mesmo

por um dos clubes envolvidos, nas

quais, na absoluta maioria das vezes,

foi dada a correta interpretação de que

o Judiciário não tem competência para

realizar análises de mérito em questões

relacionadas à competição e à disciplina,

e sim tão somente no que diz respeito

à legalidade dos procedimentos especí-

ficos adotados pela Justiça Desportiva.

Mesmo assim, devido ao significati-

vo número de demandas e ao desconhe-

cimento de alguns magistrados acerca

da legislação desportiva, liminares foram

concedidas no sentido de que os pontos

fossem devolvidos à Portuguesa e, nesse

interregno em que as medidas estavam

sob plena eficácia, fomos espectadores

de uma situação de caos que poderia,

inclusive, ter inviabilizado a realização

do Campeonato Brasileiro de 2014.

O parágrafo segundo do artigo 52 da

Lei 9.615/1998 (Lei Pelé) prevê que o re-

curso ao Judiciário não pode prejudicar

os efeitos desportivos validamente pro-

duzidos em consequência de decisões

da Justiça Desportiva, e daí extraímos

a conclusão de que a ele não cabe a

função de reanalisar mérito de questões

relativas a competição e disciplina.

Nessa esteira, o recurso ao Judiciário

somente é admissível se existir algum

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vício ou nulidade que possa macular o

procedimento desportivo, na medida em

que a Constituição criou uma estrutura

própria para julgamento dessas lides.

De outro lado, alguns se filiam à tese

de que o parágrafo segundo do artigo 52

da Lei Pelé é inconstitucional, pois limita a

atuação do Judiciário, o que seria vedado

pela Constituição Federal, esta que tão

somente impõe a necessidade de esgo-

tamento das instâncias desportivas, sem

restringir a atuação da Justiça comum.

Dessa forma, a análise que o Poder

Judiciário tem feito na ocasião em que

concede liminares relativas à perda de

pontos pelas equipes do Clube de Regatas

do Flamengo e da Associação Portugue-

sa de Desportos, alterando os efeitos

desportivos validamente produzidos, é

absolutamente equivocada, pois este

não poderia ferir a coisa julgada material

desportiva, restando-lhe tão somente a

análise de questões relativas à legalidade

dos procedimentos adotados, como por

exemplo, a ausência de contradi-

tório e ampla defesa.

*Presidente da Comis-

são de Direito Despor-

tivo e Eventos Espor-

tivos da OAB/RJ e

vice-presidente do

Tribunal de Justi-

ça Desportiva do

Futebol do Estado

do Rio de Janeiro

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Uma nova família ao alcance?

Para combater morosidade nos processos de adoção e destituição do poder familiar, CNJ baixou provimento com recomendações aos tribunais quanto à estrutura das varas da infância e juventude e à fiscalização das corregedorias locais. Na esteira, especialistas debatem se projeto de lei que corre no Senado pode prolongar espera por um novo lar

RENATA LOBACK E CÁSSIA BITTAR

Aos dois anos de idade, um menino foi retirado de seus pais biológicos pela Justiça e inserido em um lar de adotantes. Os pais, desde então, bus-cam a retomada do poder familiar.

A espera já dura oito anos e o Judiciário ainda não decidiu em definitivo com quem deve ficar a criança.

“Lembranças afetivas dos pais biológicos não há mais”, relata a advogada

Luciana Rocha, que cuida do caso na Vara de Infância

e Juventude do Rio de Janeiro. “Como retirar, então, este me-

nor da sua família adotiva e reintegrá-la a seu lar

biológico?”, questiona.Situações como

esta, em que, ape-sar da urgência, há morosidade, estão com os dias

contados nas varas

de Infância e Juventude do país, caso seja cumprido o Provimento 36 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pu-blicado no dia 29 de abril. Considerando a demora excessiva na tramitação de muitos processos que tratam de ado-ção ou destituição do poder familiar, e as consequências negativas dessa lentidão em casos de reversão dos laços afetivos, o CNJ recomendou uma série de medidas aos tribunais para que se respeite a prioridade absoluta (artigo 227 da Constituição Federal) nos casos envolvendo menores.

Pelo provimento, as corregedorias serão obrigadas a investigar, discipli-narmente, os magistrados que, de forma injustificável, tiverem sob sua condução ações de adoção ou destituição familiar tramitando há mais de 12 meses sem prolação de sentença.

O documento prevê ainda, no prazo de 90 dias, a apresentação de estudos que possibilitem a transformação das varas de Infância e Juventude em ser-ventias de competência exclusiva – nas comarcas com mais de cem mil habi-tantes – e que os tribunais expliquem os motivos da não instalação das varas deste tema já criadas por lei. Três meses

também é o prazo para a análise da estruturação das

equipes multidisci-plinares, compos-tas por psicólogos, assistentes sociais

e pedagogos.“Após esta

fase de apre-sentação de rela-

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tórios, o CNJ deve estipular um novo pe-ríodo para a adequação das serventias. Hoje, está muito complicado trabalhar com esta matéria. Faltam profissionais técnicos nas varas e o número de ser-ventias no estado é insuficiente para a demanda. Na capital, por exemplo, são apenas três e todas acumulam infância com as questões dos idosos”, conta Luciana.

Na opinião da juíza titular na 1ª Vara Regional de Infância, Juventude e Idoso (Madureira), Mônica Labuta, o Rio de Janeiro não cumpre praticamente nada do que está previsto no provimento do CNJ. Mesmo antes de o conselho deter-minar, lembrou a magistrada, a própria legislação já previa a impossibilidade de competência mista nas varas de Infância.

“O artigo 148 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é taxativo ao impossibilitar mistura de competências nessas varas. Mas no Rio isso não é res-peitado. Em Queimados, por exemplo, em que há mais de 250 mil moradores, a Vara de Infância é junto com a de Idosos e a de Família”, relata a juíza.

“Tanto infância quanto idosos são prioridades, precisam de celeridade, e priorizar prioridade, além de inconse-quente, é controverso”, afirma a inte-grante da Comissão de Direito de Família

da OAB/RJ e especialista no tema Tâ-nia da Silva Pereira, referin-do-se à acumu-lação das pautas de crianças com as de terceira idade. Dos processos que tramitam na Vara Regional de Madurei-ra, 30% versam sobre o Estatuto do Idoso. De acordo com a juíza Mônica Labuta, isto significa que tanto ela como sua equipe téc-nica dividem-se para dar conta da rapidez exigida por ambas as questões. “Mas é difícil estabelecer uma linha de prioridades quando tudo que se trata é urgente”, indaga.

“Muito da carência que tenho em mi-nha equipe técnica guarda relação direta com a falta de competência exclusiva. Em 2006, quando o TJ colocou as pautas de terceira idade na serventia, não houve aumento no número de técnicos e nem mesmo treinamento específico para que eles pudessem lidar com as questões dos idosos”, reclama Labuta.

Segundo a magistrada, os processos ficam paralisados pela falta de laudos técnicos, sem os quais é impossível dar a sentença. Na Vara Regional de Madureira há apenas quatro assistentes sociais, cinco psicólogos e quatro comissários de infância. Cada um fica responsável por uma média de 400 mil habitantes.

“É impossível esperar celeridade deles. Acho que tínhamos que ter

no mínimo 15 téc-nicos de cada área,

respeitando a média de um para cada cem mil

habitantes. Esses profissio-nais são responsáveis por muitas

atividades dentro das varas de Infância

Mônica Labuta

Tânia Pereira

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e Juventude. Além da preparação dos lau-dos, são eles que fazem as visitas diurnas e noturnas nas casas das famílias, os cursos de habilitação de adotantes, a averiguação de denúncias, e as vistorias em festas e casas noturnas”, exemplifica a juíza.

Outro item apontado pela magistrada como causa de atrasos no andamento proces-sual é a falta de juiz tabelar, principalmente nos meses de audiências concentradas nos abrigos. “Reservamos os meses de abril e outubro para a realização das audiências nesses locais, mas o TJ não envia nenhum magistrado substituto para que o andamento na serventia seja mantido. Ou eu faço audiên-cia no abrigo, ou despacho as emergências, ou dou andamento aos processos entrantes. É impossível fazer tudo ao mesmo tempo. Um juiz tabelar é fundamental para resolver as emergências nesses períodos”, observa.

O Provimento 36 do CNJ estabelece que, quando da realização de audiências concen-tradas, devem ser promovidos mutirões de magistrados e equipes multidisciplinares para possibilitar a revisão criteriosa de todos os casos nas comarcas com excessivo número de infantes acolhidos.

Na opinião da juíza responsável pela 1ª Vara Regional da Infância, a única parte do provimento que deveria ter sido elaborada de forma diferente é a dos prazos para cumprimento das perdas de poder familiar e adoção. Segundo Labuta, mesmo que as varas já estivessem adequadamente organizadas, seria difícil cumprir a meta estabelecida. “Já sem a estrutura técnica e física, é praticamen-te impossível”, diz.

“Cinquenta por cento dos processos de perda do poder familiar no Rio de Janeiro são por causa de drogadição. Este é um problema que dificilmente se resolve num prazo de 120 dias. Se a mãe se prontifica a fazer uma internação voluntária numa clínica, eu tenho que aguardar o andamento deste tratamento. Neste período o processo fica paralisado à espera de resultados. Sem falar que é com-plicado o CNJ estabelecer metas, quando a estrutura das varas de Infância e Juventude ainda não foi melhorada”, pondera.

Na capital há apenas três serventias especializadas em crianças e adolescentes e uma única para julgar casos de menores infratores. A 1ª Vara da Infância, Juventude e Idoso, localizada na Praça Onze, tem em seu acervo mais de 20 mil processos e abrange uma área de quatro milhões de habitantes. A Vara Regional de Madureira cuida de um milhão e meio de pessoas e está atualmente com seis mil processos. A 2ª Vara Regional da

Infância, Juventude e Idoso de Campo Grande é responsável por dois milhões de habitantes e possui seis mil processos.

A expansão de varas de Infância e Ju-ventude foi apresentada pelo presidente da OAB de Madureira/Jacarepaguá, Remi Martins, como uma solução para diminuir o acúmulo atual. “Uma saída para a serventia de Madu-reira seria a instalação, por exemplo, de uma vara no Fórum da Taquara”, sugere Martins.

Projeto po de prolongar processo de adoção , alertam especialistas

Na contramão da tentativa de agilizar a adoção, uma proposta vem gerando polêmica: tramitando em caráter terminativo na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 379/2012, de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB/SE), visa a alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), incluindo em seu texto a obrigatoriedade de que um processo só comece depois de esgo-tadas todas as “tentativas de reinserção na família natural”. Segundo especialistas na área da infância, a modificação poderia complicar ainda mais o caminho de crianças em busca de uma nova família.

Observando que, dos cerca de 45 mil menores que vivem hoje em abrigos no país, somente 5.400 estão disponibilizados para adoção, a presidente da Comissão Nacional de Adoção do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), Silvana Moreira, acredita que a redação do texto deixa em aberto um rol de interpretações para os juízes da área ao emiti-rem sentenças e que sua aprovação agravará a morosidade.“Como o verbo esgotar, que é vago,

Apesar de o CNJ estipular prazo de 90 dias para a apresentação do estudo técnico de adequação às normas, a única notificação enviada pelo Tribunal de Justiça (TJ) à 1ª Vara Regional de Madureira foi referente à avalia-ção do quantitativo de processos tramitando há mais de um ano. “Vamos ressaltar que o TJ ainda está dentro do prazo estabelecido pelo CNJ, mas o estudo começou pela cobrança, em vez de priorizar a estruturação”, lamenta

será interpretado por cada juízo? Se isso não for definido, o magistrado pode achar que os dois anos de espera estabelecidos pelo ECA podem ser postos em segundo plano para que se tente mais a reinserção”.

O senador nega que seu projeto possa dificultar o processo de adoção: “O tempo permanecerá o mesmo, uma vez que o texto não limita nem aumenta o período”. Segundo Valadares, a intenção é cobrir o que considera uma lacuna deixada pela Lei 12.010/2009, que prevê a necessidade de consentimento dos pais ou dos representantes legais para que a adoção ocorra. “Identificamos uma questão não tratada nesta norma, que consiste na omissão relativa às tentativas de reinserção do menor na sua família original. Trata-se de alteração simples, porém substantiva, que não prejudica os potenciais adotandos, ao passo que oferece uma oportunidade de preservação dos laços familiares originais, cuja importância não pode ser subestimada”.

A subcoordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Infância e Juventude, Daniela Moreira Vasconcelos,

Antonio CarlosValadares

Daniela Vasconcelos

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Projeto po de prolongar processo de adoção , alertam especialistas

da criança e do adolescente na família natural ou extensa”.

Para ela, a proposta vai ao encontro de procedimentos já exercidos. “Temos hoje as audiências concentradas, introduzidas pela Lei 12.010/2009, que buscam a aproximação, pelo Judiciário, dos familiares daqueles que estão sob regime de acolhimento institucional, como uma forma de convocá-los a assumir os filhos abrigados. A esses encontros, também comparecem representantes da comunidade e das secretarias municipais para ajudar os pais ou responsáveis em suas necessidades básicas de saúde, habitação, escola etc.”.

Porém, Tânia questiona a prioridade dada aos laços de sangue: “Por que tanto empenho em manter as crianças no núcleo familiar, tirando muitas vezes a oportunidade de serem adotadas? Entregar um filho para adoção também é um ato de amor. É preciso desmitificar essa excepcionalidade da adoção, afastar a idéia de que constitui uma família de segunda classe. Mas, infelizmente, a legislação acompanha essa cultura, na medida em que a assume como uma excepcionalidade”.

a magistrada responsável pela serventia.“Num universo de denúncias de abusos,

maus tratos e questões envolvendo idosos, cuja pressa é fundamental, os processos refe-rentes à habilitação de adoção acabam sendo preteridos. Os interessados são extremamente prejudicados porque infelizmente ficam no fi-nal da fila de prioridades. Há muita reclamação neste sentido, e uma espera que muitas vezes ultrapassa um ano, mas é uma situação deli-

cada. A lei exige uma visita domiciliar, curso preparatório com laudos psicológico e social e apresentação de documentação extensa. O que os candidatos não entendem é que toda esta avaliação é feita por uma equipe pequena, que ainda acumula diversas funções urgentes”, explica Labuta.

No entanto, a juíza aponta o prazo mé-dio de acolhimento no estado como um dos melhores do país. Hoje, de acordo com

pesquisa do Ministério Público, a média de permanência de um menor em um abrigo tem sido de seis meses, tempo inferior até mesmo ao prazo de dois anos determinado pela legislação. Na capital, as audiências concentradas contam com a presença das se-cretarias de Habitação, Educação, Assistência social, Saúde mental e Trabalho, exatamente para viabilização das condições de reinserção da criança na família. T

discorda do senador. Segundo ela, não são mais necessárias alterações legislativas para a melhora no processo de adoção. “Não pre-cisamos modificar a lei, e sim saber aplicá-la”.

A promotora afirma que hoje já são cum-pridas as tentativas de reinserção. “Esse tra-balho é feito. Quando detectados maus tratos, por exemplo, se a família ainda tem vínculos com essa criança e quer continuar com ela, pode passar por um processo de preparação para recebê-la de volta, com um acompanha-mento psicológico solicitado pela Justiça. Agora, os problemas que encontramos nesse procedimento são de infraestrutura para o suporte dessa família que quer se adequar. E isso se trata com investimento publico, não com alteração de lei”.

Silvana Moreira critica o que considera uma “prioridade absoluta” dada à família de sangue por parte do Judiciário: “Boa parte dos juízes, do Ministério Público, da Defensoria Pública e até dos advogados dá à família biológica, e não à criança, a prioridade absoluta. Ela é tratada como um objeto da família de sangue, que pode ser doada e recuperada posteriormente”.

Daniela Vasconcelos também não concorda com a predominância absoluta dos laços bioló-gicos, como defende o senador. “Pode acontecer de uma tia, por exemplo, que nunca viu aquela criança ou com quem não tem vínculo afetivo, acabar ficando com ela por se sentir pressionada. Mas essa pessoa não terá um compromisso de fato com o menor. Nesse caso, é muito mais válido passar esses cuidados a uma família já habilitada a receber um filho”.

Já a advogada Tânia da Silva Pereira acredita que nada mudará na prática, caso o projeto seja aprovado. “O que eu vejo nesse texto é a releitura pura e simples do que já existe na lei, o projeto mantém quase idêntico o artigo 39 do ECA, incluindo apenas a prioridade de reinserção

A psicóloga especialista na área jurídica Solange Diuana reforça: “Não me cabe defen-der pais biológicos ou adotivos, mas muitas vezes a mãe biológica contesta a adoção de seu filho não por vontade própria, e sim por culpa”. Segundo ela, o tempo que uma criança passa em um abrigo é extremamente prejudi-cial ao seu desenvolvimento: “Burocratizando ainda mais esse processo, aumentam os riscos de a criança crescer sem família, pois vão per-dendo oportunidades de adoção na medida em que ficam mais velhas”.

Buscando mais uma ferramenta contra a demora dos procedimentos, o Ministério Público do Rio criou há poucos meses um grupo para ajudar a sociedade civil a iden-tificar crianças disponíveis para adoção por decisão judicial. “Passamos para entidades especializadas a listagem de menores que ainda não encontraram candidatos interes-sados em adotá-los”, explica a promotora Daniela Vasconcelos, que integra o núcleo.

Tanto ela quanto Silvana destacam, po-rém, que o trabalho exercido pelos grupos de adoção e pelas entidades não é suficiente para mudar a perspectiva atual e agilizar a colocação das crianças em seus novos lares. Para ambas, o cumprimento das recomenda-ções da Resolução 36 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é essencial para isso.

“Não adianta alterar a lei se quem vai interpretá-la continuar sendo reacionário e preconceituoso. É imprescindível o aperfei-çoamento dos magistrados e das equipes, questão cobrada no documento do CNJ. O Direito da Infância é uma matéria interdis-ciplinar, na qual é preciso muita noção de psicologia e serviço social. Sem essas pontes de conhecimento nenhum juiz vai conseguir dar uma sentença fundamentada”, conclui a representante do Ibdfam. T

Silvana Moreira

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Intervenção estatal e violação de regras constitucionais

Não é fácil arrecadar e distribuir direitos autorais pela execução pública de música. A multiplicidade de usuários (emissoras de TV, estações de rádio, bares, boates e outros

estabelecimentos) e de titulares (compo-sitores, intérpretes, músicos, produtores fonográficos e editores), espalhados pelo país, exige a adoção de um sistema de gestão coletiva que, ao mesmo tempo, assegure aos usuários segurança jurídica quanto à obtenção da licença para a di-fusão de cada obra executada e permita aos titulares fiscalizar a utilização de suas obras, conceder as licenças e cobrar os valores a que fazem jus.

No Brasil, a base do sistema de ges-tão coletiva é formada por associações de titulares de direitos autorais que agem como mandatárias de seus associados e se reúnem em uma “associação das associações”, o Ecad, responsável por centralizar arrecadação e distribuição.

Nesse sistema, os titulares de direi-tos autorais são os únicos senhores de seus direitos. São eles que escolhem a associação de que farão parte e, reunidos em assembleia, votam estatutos, elegem representantes, aprovam contas, definem as formas de licenciamento e cobrança.

Mas a eficiência desse sistema, que em 2013 distribuiu mais de R$ 800 milhões a 122 mil titulares de direitos, pode estar com os dias contados. Ao argumento de que as associações de titulares de direitos autorais exerce-riam atividade de interesse público, a Lei 12.853/2013 promove forte

Gestão de direitos autorais – Lei 12.853

intervenção estatal na gestão coletiva desses direitos, retirando dos titula-res a autonomia e a liberdade que a Constituição lhes assegura. A nova lei confere um papel central ao Ministério da Cultura, ao qual caberá habilitar ou desabilitar (sem necessidade de ir a juízo) associações, aprovar estatutos, fiscalizar decisões, arbitrar conflitos, manter cadastro de obras e autores, com nome, endereço e CPF. Alguns titulares de direitos autorais (herdeiros, editores) terão cassado o direito de voto nas associações; a representação das associações no Ecad será despro-porcional; informações privadas dos artistas se tornarão públicas. Um corpo de funcionários públicos e uma comis-são de notáveis, escolhidos a dedo pela ministra da Cultura, se sobrepo-rão à vontade de milhares de artistas representados por suas associações.

Inconformadas com essa lei, as asso-ciações de titulares de direitos autorais ajuizaram ações diretas de inconstitu-cionalidade, distribuídas ao ministro Luís Fux, em que apontam violação às regras constitucionais que garantem a liberdade de associação, o aproveita-mento econômico dos direitos autorais por seus titulares, a propriedade privada e a privacidade – e estabelecem limites à intervenção do Estado no exercício de direitos de natureza privada. Caberá ao STF restabelecer a ordem constitucional e devolver aos artistas a liberdade na gestão de seus direitos.

*Advogado, representante do Ecad e das associações na ADI 5062/2013

PONTOCONTRAPONTO

PEDRO PAULO SALLES CRISTOFARO*

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Gestão de direitos autorais – Lei 12.853

A L e i d a Gestão Coletiva é integralmente constitucional. Questionável, mesmo, é o ce-nário em que o

ordenamento brasileiro encontrava-se até o ano passado, quando entraram em vigor as novas normas. Foram longos anos em que uma associação privada que recebeu verdadeiro monopólio do Estado viu-se completamente livre para ocupar, sem fiscalização, todo um setor econômico que o próprio STF já chamou de um “espaço público, ainda que não estatal”.

Durante esse período, a gestão co-letiva no Brasil viu-se abandonada à “lei da selva” – como acusou, enfaticamen-te, ninguém menos que o professor José de Oliveira Ascensão. Foram necessárias cinco comissões parlamentares de inquérito, uma duríssima condenação do Cade, o engajamento dos maiores e mais representativos artistas da música brasileira e o trabalho de várias gestões do Ministério da Cultura para que, en-fim, um projeto de lei de iniciativa do Legislativo sobre esse tema fosse apro-vado, pela unanimidade do Congresso.

A Lei 12.853/2013, resultado desse monumental esforço, corrige a bizarra situação da música brasileira – único mercado importante do mundo em que a gestão coletiva operava sem fis-calização. Nosso país ficou tão para trás que pode ser dito, tranquilamente, que a nova lei chega inclusive a ser branda para os padrões atuais. Quem tiver dú-vida pode consultar a recente – e bem mais rígida – Diretiva da Comunidade Europeia sobre o tema.

Mas as associações que vinham se beneficiando desse arcaico estado das coisas no Brasil contestaram seu novo enquadramento legal junto ao Supre-mo. Como bem definiu o procurador geral da República, em certeiro parecer entregue ao STF, elas “naturalmente pretendem manter a normatização atual, pois lhe é conveniente”. Se a reclamação era esperada, não deixa de surpreender a verdadeira metralhadora giratória que são as ações propostas: ataca-se, praticamente, toda a nova lei, incluindo até artigos que beneficiam as requerentes, como a estipulação de multas para usuários que soneguem informações.

Uma coisa, porém, é não gostar de uma lei – e natural a reação de quem passa a ter que prestar contas do que faz. Outra, bem diferente, é pretender que tais regras sofram de inconstitucionali-dade, mais grave vício que pode atingir uma norma jurídica. Tratou-se, apenas, de válida opção legislativa: em função do grave quadro da gestão coletiva no Brasil, foi dada uma resposta à altura.

Como bem disse o procurador-geral da República, “a Lei 12.853/2013 bus-cou aprimorar o sistema de arrecadação e distribuição dos direitos autorais, a fim de prevenir as numerosas distorções históricas que o sistema de gestão coletiva de direitos autorais tem enfren-tado”. Sua conclusão é tão clara que não se imagina que o Supremo dela venha a discordar: “Não há ofensa à Constituição da República na lei”.

*Advogado, doutor em Direito Civil pela Uerj e membro da Comissão de Direito Autoral, Direitos Imateriais e

Entretenimento da OAB/RJ

BRUNO LEWICKI*

Lei corrige bizarra situação da música brasileira

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COMISSÕES

‘Exame de Ordem é fundamental para a credibilidade da advocacia’

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Desde 2008, quando a Seccional aderiu ao Exame de Ordem unificado, o aprimoramento constante da prova é um dos objetivos da Comissão de Exame de Ordem da OAB/RJ. Segundo o presidente do núcleo, Antonio Ricardo Correa da Sil-va, a busca por uma prova mais qualifica-da é essencial para o futuro da advocacia. “O fato importante dessa questão é que o exame é peça fundamental no resgate da credibilidade da advocacia frente à sociedade. Todos sabem que o possuidor de uma carteira da OAB passou por um rigorosíssimo teste de avaliação. A quali-ficação da prova e uma atuação cada vez mais célere e eficaz dos tribunais de Ética são os pilares de sustentação da advo-cacia que queremos e que a sociedade merece ter”, afirma ele.

Com a adesão da Seccional ao exame unificado, o Conselho Federal passou a

ser responsável pela gestão completa do processo. Nesse sentido, Corrêa lembra as atribuições do núcleo fluminense. “A Comissão de Exame de Ordem do Rio de Janeiro não corrige nem elabora provas, não participa da definição dos temas, nem tem interferência na composição das bancas examinado-ra e revisora. Da mesma forma, não analisa recursos contra a correção das provas. Mais do que isso, as seccionais são proibidas pelo Conselho Federal de emitir opinião técnica sobre as provas e os recursos”, diz, acrescentando que suas funções são “verificar a regularização dos pedidos de emissão de certificado de aprovação e dar apoio logístico a cada Exame de Ordem”.

Em 2013, a OAB/RJ criou um grupo multi-institucional – com professores universitários, representantes de cursos

preparatórios e presidentes das comis-sões de Ensino Jurídico e de Estágio Profissional – para ampliar o debate e elaborar propostas, que foram subme-tidas ao Conselho Federal. “Podemos citar, dentre outras ideias de mudança, o aproveitamento da primeira fase para o exame seguinte, quando o bacharel não é aprovado na segunda, ou a composição da banca examinadora predominante-mente por advogados. Essas alterações já foram atendidas pelo Conselho Federal”, explica Corrêa, que também integra a Comissão Nacional de Exame de Ordem. T

OAB/RJ oficia Receita contra cobrança de microempreendedores

A OAB/RJ enviou, no dia 8 de maio, ofício à Secretaria da Receita Federal pe-dindo a revisão da Instrução Normativa RFB nº 1.453, publicada pelo órgão em fevereiro e que estabelece um novo fato gerador da Contribuição Previdenciária, com efeitos retroativos.

A medida determina o pagamento de 20% a título de contribuição previdenci-ária patronal a todos os microempreen-dedores individuais (MEIs), o que antes era exigido somente para a contratação de prestadores de serviços das áreas de hidráulica, eletricidade, pintura, alve-naria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos. Além disso, a Receita estabeleceu que a medida é retroativa a 2012, o que gera uma dívida a todos os contratantes de microempreendedores dos últimos dois anos.

Segundo Fábio Cesnik, presidente da comissão da Seccional responsável pela formulação do pedido, a de Direitos Autorais, Direitos Imateriais e Entreteni-mento, a cobrança, que atinge fortemen-te o setor cultural, é ilegal: “A legislação não permite que se exija tributo sem lei que estabeleça essa cobrança. E essa tributação sobre todas as categorias não está prevista na lei que regularizou o MEI. O absurdo é ainda maior, pois o imposto é retroativo, o que também fere nossas regras tributárias, que impossibilitam a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência de nova regulamentação”.

Cesnik explica que a área de cultura depende de vários serviços prestados por microempreendedores. “A situação atual é, do ponto de vista do mercado, de plena insegurança e, do ponto de vista jurídico, insustentável. Por isso essa ma-nifestação da Ordem pedindo a retirada desta instrução. Nossa expectativa é que ela seja revista”. T

AntonioRicardoSilva

FábioCesnik

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A corregedora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), Salete Maccalóz, esteve na sessão do Conselho Pleno da OAB/RJ no dia 22 de maio para falar sobre questões relacionadas à Justiça Federal, e apresentou um quadro resumido do setor.

Para ela, o entendimento de parte dos magistrados de que é preciso criar mais tribunais federais não é válido para a atual demanda. “A Justiça Federal foi concebida para ser uma Justiça de capital e em determinado momento começou a crescer muito, de forma desordenada, ve-getativa”, sustentou, pedindo o apoio da advocacia para cobrar estudos técnicos comprobatórios de eventual necessidade de expansão da área. “É preciso parar com esse crescimento”.

A corregedora levou ao Conselho números que demonstram diminuição no

Corregedora do TRF : criação de mais tribunais federais não é necessária

número de processos: “Nas varas previ-denciárias, por exemplo, o ajuizamento em 2010 foi de 16,5 mil processos. Em 2013, de 11,1 mil; e em 2014, 10,7 mil”. Segundo ela, hoje, nas varas cíveis federais, a maioria dos pedidos é voltada à área da saúde, como internação e remédios.

Sobre queixas que recebe de ad-vogados, relativas à morosidade do Judiciário, Salete defendeu a perma-nência diária dos magistrados nas varas. A desembargadora falou ainda sobre o costume de alguns juízes de não receber advogados. “A função do juiz é pública, deve ser exercida em público. Por que ele trabalha então de porta fechada? Por que não recebe advogado?”

Salete também defendeu a transição gradual para o processo eletrônico, sem a necessidade de digitalização dos pro-cessos físicos.

SaleteMaccalóz e Felipe Santa Cruz

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Em 2007, o Tribunal de Contas da União (TCU – Relatório de auditoria TC-025.619/2007-2) constatou que as distribuidoras e o Estado deixaram de arreca-dar aproximadamente R$ 5

bilhões naquele ano, em razão da ener-gia elétrica consumida e não faturada, valor quase duplicado se considerados os tributos e encargos setoriais não arrecadados.

Passados 19 anos desde a primeira privatização ocorrida no setor, o que faz com que os impactos com perdas comer-ciais (“gatos”) estejam em patamares inaceitáveis? Hoje, por exemplo, estados como o Rio de Janeiro estão na vanguar-da da tecnologia nacional no combate a estas irregularidades. Será a total falta de consciência de nossa sociedade de que estamos diante de um crime previsto no artigo 155 do Código Penal? Que o honesto paga pelo desonesto? Que a tarifa acaba sendo majorada?

Para justificar estes ilícitos nos deparamos com opiniões de que a tarifa que pagamos é cara, que algumas

empresas são controladas por acionistas estrangeiros e que estas são poderosas e que, portanto, não há mal algum em se fazer um “gato”.

Esquecem que hoje estas perdas causam um prejuízo superior a R$ 10 bilhões/ano (quase o dobro de 2007) ao país. Honestos e adimplentes, indi-retamente, pagam por este desvio de conduta e crime.

Enquanto no mundo as perdas co-merciais atingem percentuais próximos a 9% da energia consumida, em nosso país estamos próximos de 17%. Em uma lista de 38 nações, o Brasil é o oitavo que mais deixa de arrecadar em razão desse ilícito penal.

Pensando em redução de tarifas, é relevante que a sociedade saiba que a extinção destas perdas reduziria a tarifa brasileira em 5%. Apenas no nosso es-tado, onde o problema é histórico e se agrava, este percentual subiria para ex-pressivos 17%, só na área de concessão da Light, uma das distribuidoras.

Ora, se o Rio de Janeiro com suas distribuidoras detêm o que há de mais moderno em tecnologia no combate às

Perdas comerciais (‘gatos’) e os impactos que a sociedade não enxerga

FáBiO AmORim dA ROchA*

ESPAÇO ABERTO

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perdas, o que estaria acontecendo?A resposta, dentre outros fatores,

é no sentido de que: (i) é uma questão cultural; (ii) “gatos” são feitos para todos, ricos e/ou pobres; (iii) existe uma “in-dústria da irregularidade” que cooptou eletricistas, advogados e clientes ines-crupulosos, fomentando o ingresso de milhares de ações no Judiciário.

Dados levantados pelas distribuido-ras indicam que aqueles que se favore-cem das irregularidades são clientes que possuem condições de quitar suas faturas. Nos setores industrial e comer-cial, os que manipulam a medição têm “benefícios” no mercado ao oferecerem produtos mais baratos e, portanto, mais acessíveis, tendo em vista que a ener-gia efetivamente consumida não está sendo considerada na composição do seu preço final.

Não observar estes fatores é típico de uma sociedade que se acostumou, em especial nos grandes centros, com crimes mais impactantes, fazendo pa-recer que fazer um “inocente gato” não é um delito.

Claro está que estamos diante de um problema que é muito mais ético do que econômico.

Sob a ótica da sustentabilidade, o que o Brasil perde com a energia furtada e fraudada daria para abastecer Minas Gerais por um ano. Por certo, muitas usinas que hoje estão em construção e são tão questionadas sob o enfoque ambiental não precisariam sair do papel.

De concreto, observa-se que quase duas décadas após o início das priva-tizações e depois de bilhões de reais investidos em novas tecnologias no combate às perdas, os percentuais hoje apurados são muito similares aos do passado, em especial no Rio de Janeiro.

E por maior que seja a fiscalização para combater o “gato”, verifica-se que a cultura popular não considera essa prática como ilícito. Com isso, as empresas detectam as irregularidades e regularizam a medição e mais tarde se surpreendem ao verificar que os mesmos usuários voltaram a cometê-lo.

O usuário e a sociedade em geral devem entender que, com a redução das perdas comerciais, todos serão be-neficiados com (i) uma melhor qualidade

de serviços; (ii) a redução do número de interrupções de energia provocada pelo manuseio da rede por pessoas não quali-ficadas; e (iii) ausência de sobrecarga no sistema. Mais motivos para conscientizar a população de que burlar o consumo de energia elétrica constitui crime passível de ação penal.

Imprescindível é, portanto, o enten-dimento de que a energia elétrica é um bem público essencial; e para que haja continuidade em sua prestação, são necessários investimentos vultosos. O “gatos” impactam seriamente o fluxo de caixa das distribuidoras e fazem com que o usuário honesto e adimplente seja prejudicado por aquele que usufrui do serviço, mas não paga por ele.

Estes graves problemas, isto é, perda de receita das concessionárias e do Estado, necessidade de aumento na geração para compensar o desperdício, impacto na tarifa, ilicitudes cometidas por quem, pelo aspecto financeiro, não precisa, fazem com que os consumidores de energia elétrica sejam aqueles que mais manipulam as redes, medidores. Enfim, buscam sempre uma forma de burlar o efetivo consumo.

Por fim, clamo a toda sociedade e seus stakeholders que repulsem e combatam este ciclo vicioso e criminoso que, infelizmente, faz do nosso estado o número 1 do Brasil em “gatos”, o que por certo está longe de ser o pódio que almejamos.

Entendo que um dos caminhos para a solução do problema é a criação de uma lei federal que contemple o inte-resse social, a segurança das instalações e das pessoas, a modicidade tarifária e os princípios da legalidade, veracidade, moralidade, boa-fé, o direito dos usuá-rios honestos, a observância das normas da agência reguladora etc. Enquanto não a temos em nosso ordenamento jurídico, seria prudente e coerente que a sociedade atentasse que este grave problema que afeta a todos e deve ser tratado como crime, com punições duras e exemplares.

*Presidente da Comissão de Energia Elétrica da OAB/RJ e coordenador

do curso de extensão em Direito de Energia Elétrica da ESA

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PANORAMA

As intervenções urbanísticas para a re-alização dos grandes eventos no Brasil foram debatidas no dia 27 de maio na sede da OAB/RJ, em evento realizado pela Comissão de Direito Urbanístico (CDU) da Seccional.O seminário foi aberto pelo presidente do Conselho de Arquitetura e Urba-nismo (CAU), Sydnei Menezes, e pelo presidente de honra da CDU, Ricardo Lira, que afirmou que “não se pode permitir intervenções, provocadas por eventos ou não, sem a proteção à moradia e sem audiências públicas

Nova Lei Anticorrupção em debateUma das principais ban-deiras levantadas nas ma-nifestações das ruas no ano passado, a criação de mecanismos de combate à corrupção através da Lei 12.846/13 – a nova Lei Anticorrupção – foi tema de palestras em seminário organizado pela Comissão

de Controle Social dos Gastos Públicos (CCSGP) e pela Comissão de Infraestrutura e Desenvolvimento Econômico (Cide) da OAB/RJ. O evento aconteceu nos dias 20 e 21 de maio, na Seccional.No dia 20, o presidente da CCSGP, Yuri Sahione, tratou do tema A Lei Anticorrup-ção: inovações e expectativas, abordando também aspectos sobre o funcionamen-to dos mecanismos de compliance. Em seguida, João Carlos Castellar e Fábio

Reprodução é tema de seminário na CaarjOs contornos éticos e jurídicos da reprodu-ção assistida pautaram o seminário realizado no dia 21 de maio, no auditório da Caarj. Um dos palestrantes, o presidente da Comissão de Biotética e Biodireito da OAB/RJ, Bernar-do Campinho, falou sobre as relações civis, os direitos individuais e os dispositi-vos consti-tucionais aplicados nos casos de reprodução assistida. “Não existe no Brasil um diploma legal amplo que regulamente toda a ques-tão. O último projeto é de 1999. Já foi arquivado e desarquivado durante três legislaturas e não saiu do lugar”.De acordo com ele, o cenário de hoje é em grande parte organizado pela Resolução 2013/2013, do Conselho Federal de Medi-cina, que regulamenta as questões ético--disciplinares da prática médica. “E, subsidia-riamente, defende os direitos dos usuários dos serviços médicos. Claro que pode ser um subsídio utilizado minimamente como uma opinião jurídica institucionalizada, para o juiz decidir. Mas isso gera questões sobre o limite do poder normativo desses conselhos profissionais, sobre o respeito à legalidade”, ponderou Campinho. As especificidades da resolução foram co-mentadas pelo presidente do Departamento científico de bioética da Sociedade Brasileira de Pediatria, Arnaldo Pineschi. Ele citou práti-cas vedadas pelo código, como a criação de seres humanos geneticamente modificados, a criação de embriões para investigação e a escolha do sexo de bebês. Também partici-param como palestrantes o médico especia-lista em reprodução assistida Carlos André Henriques e a assessora jurídica do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, Kátia Christina Oliveira e Silva. O advogado José Luiz Barbosa Pimenta Júnior coordenou as palestras.

que ouçam as pessoas que são tocadas nos seus interesses pela realização dessas obras”.Presidente da comissão, Rafael Mitchell frisou a necessidade de entendimento sobre as políticas públicas contradi-tórias: “Esse é um problema sério que vivemos e que temos que enfrentar: percebemos uma política pública de vai e volta. Um governo que adota uma lógica remocionista e um próximo que faz regularização fundiária. Acabamos não tendo de fato um programa efeti-vamente de Estado, e sim, de governo”.

Intervenções urbanísticas para grandes eventos

Medina Osório apresentaram a palestra Infrações administrativas, infrações penais e improbidade administrativa - bis in idem à vista?No dia 21, o tema A Lei Anticorrupção em debate: as visões da iniciativa privada, do Ministério Público e do Poder Judiciário foi discutido pelo desembargador federal do TRF-2 André Fontes, pelo membro do MP do Rio de Janeiro Emerson Garcia, pelo diretor jurídico da Odebrecht Trans-port, Adriano Sá de Seixas Maia, e pelo advogado Giovanni Falcetta.A coordenação da mesa ficou a cargo da presidente da Cide, Luciana Levy. “Trata-se de um assunto novo e muito controverso, mas com tantos palestrantes qualificados, temos a certeza de um de-bate de alto nível”, afirmou o coordena-dor geral das comissões da Ordem, Fábio Nogueira, na abertura do seminário.

Yuri Sahione

Ricardo Lira, Rafael Mitchell e Sydnei Menezes

BernardoCampinho

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Auditório lotado na conferência sobre Direito MarítimoCerca de 250 pes-soas participaram da I Conferência OAB/RJ de Direito Marítimo – Desa-fios e tendências da navegação, indústria naval e da logística portuária no Brasil. Organiza-do pela Comissão de Direito Marítimo,

Portuário e do Mar (CDMPM) da Seccional, o evento, realizado no dia 15 de maio, tratou de temas como a segurança e o meio ambiente no transporte aquaviário, o Plano Nacional de Contingência (PNC), a nova Lei dos Portos e as tendências da legislação marítima nacional e internacional.

Técio assume presidência do Instituto dos AdvogadosEm um evento que reuniu grandes nomes

da advocacia, o plenário da OAB/RJ foi palco no dia 9 de maio da posse de Técio Lins e Silva na presidência do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). Técio comandará a casa no triênio 2014-2016.

Antes de passar o comando do instituto, o então presidente Fernando Fragoso destacou as conquistas de sua gestão, entre elas as parcerias com a OAB/RJ, a Caarj e o Conselho Federal. “Não posso deixar de acentuar que as novas instalações da nossa biblioteca devem-se a nosso entendimento com gran-des líderes da classe como o ex-presidente da Seccional Wadih Damous e o atual, Felipe Santa Cruz, além do atual comandante da Caixa, Marcello Oliveira”.

O novo dirigente do IAB afirmou que

Conselho Seccional faz homenagem a centenário de ex-presidente

O Conselho Pleno da Seccional pres-

tou homenagem ao centenário de seu

ex-presidente Raul da Cunha Ribeiro,

na sessão do dia 22 de maio. Ribeiro

presidiu a OAB/Guanabara entre maio

de 1962 e janeiro de 1963. Seu neto,

desembargador André Ribeiro, assim

como o sobrinho, Rui Ribeiro, além de

outros familiares, compareceram à so-

lenidade. A OAB/RJ estava representada

na mesa que coordenou os trabalhos

pelo tesoureiro, Luciano Bandeira, e pelo

conselheiro federal pelo Rio de Janeiro

Wadih Damous.

Violência à mulher é pauta na OAB/RJ

Procurada pelo grupo que realizou campanha pública em repúdio ao gran-de número de pessoas (58,5%) que, em pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), assumiram a ideia de que se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros, a Comissão OAB/Mulher realizou o debate #NinguémMereceSerEstuprada, no dia 27 de maio, no plenário da Seccional.

O evento contou com a presença do coordenador das comissões da Sec-cional, Fábio Nogueira, da presidente da Comissão OAB/Mulher, Rosa Maria Fonseca, da presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Rio de Ja-neiro, Maíra Fernandes, e do delegado adjunto da 56ª Delegacia de Polícia de Nova Iguaçu, André Prates.

O vice-presidente da Seccional, Ronaldo Cramer, abriu a conferência lembrando que, no caso do Rio de Janeiro, o Porto do Sudeste e o Porto do Açu vão ampliar o cotidiano profissional em torno do Direito Marítimo, que por isso precisa ser mais estudado. O coordenador das comissões da OAB/RJ, Fábio Nogueira, sublinhou a importância do evento, reforçando o argumento de que “há pouca produção doutrinária e também de-bates na área do Direito Marítimo”. Segundo o presidente da CDMPM, Godofredo Vianna, “tudo o que consumimos de algum modo atravessou territórios e mares, e em algum momento foi objeto de embarque em um navio”, daí a oportunidade de “debater o crescimento sustentável dessas atividades dando voz às diversas entidades da área”.

estará ao lado da Seccional e do Conselho Federal para a realização da Conferência Nacional dos Advogados, em outubro. “Te-remos a melhor relação imaginável. Vamos receber a doação da biblioteca da Ordem, fazendo com que a nossa se aperfeiçoe como um centro primoroso de cultura e informação.”

Godofredo Vianna

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11/0811/0811/08INÍCIO DE NOVASTURMAS E MÓDULOS

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Seccional restabelece arquivamento de ação penal contra advogado

Após ação da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas (Cdap) da OAB/RJ, que impetrou habeas corpus em favor do advogado João Vicente de Oliveira, alegando que teria sofrido cons-trangimento ilegal, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) concedeu ordem para restabelecer decisão que

rejeitou denúncia contra ele.O caso se deu quando, em meio a uma

discussão em sede policial, no exercício de sua função, Oliveira foi detido por desacato e resistência à prisão, em ação considerada pela Cdap ilegal e desrespeitosa às suas prerrogativas. “O advogado disse que foi agredido fisicamente e encarcerado na delegacia, sem direito a se comunicar com ninguém ou acionar o representante da OAB”, relata um dos delegados da Cdap que atuaram no caso, Leonardo Villarinho.

Denunciado com base nos artigos 329 e 331 do Código Penal perante o Juizado Especial Criminal de Niterói, o advogado teve a ação contra ele arquivada por au-sência de justa causa, a requerimento do Ministério Público (MP), em razão de os ofendidos não terem comparecido à audi-ência de instrução e julgamento.

Alegando que sua ausência decorreu de falha na requisição obrigatória por ser funcionário público, um dos ofendidos interpôs pedido de reconsideração do arquivamento e o prosseguimento da ação penal, pleito subscrito pelo MP e acolhido pelo juiz.

Em razão do desarquivamento, a Cdap então impetrou habeas corpus perante a Turma Recursal questionando

a natureza da decisão e a impossibilidade de reconsideração da rejeição da de-núncia, por ter sido feita após o trânsito em julgado. No documento, assinado por Villarinho; pela presidente da Cdap, Fernanda Tórtima, e pelo assessor jurídico do grupo, Raphael Vitagliano, a Seccional alega que os supostos ofendidos teriam sido comprovadamente requisitados e que não havia novos indícios ou provas. “Com a ação em pleno curso, o momen-to processual era o de recebimento ou rejeição da denúncia”, explica Villarinho.

A ordem foi denegada sob o argumento de que seria mero erro material, mas a Seccional recorreu ao TJ.

Em seu voto, o desembargador Marcus Basílio, da 1ª Câmara Criminal do TJ, foi favorável ao pedido da OAB/RJ, reforçando que o arquivamento deve ser elaborado antes do oferecimento da denúncia. “No caso, trata-se de decisão que utiliza expressão equivocada, não podendo a falta de técnica autorizar nova série de erros que aconteceram ao longo do processo”, alegou ele, completando que não existiam evidências de novas provas e que a informação de um dos supostos ofendidos de que sua ausência na audiência ocorreu em razão de sua não requisição não poderia basear pedido de desarquivamento. Além disso, observou que o MP ou deve oferecer a denúncia, ou promover o arquivamento.

“Com isso, a 1ª Câmara Criminal afirmou a impossibilidade jurídica de reconsideração da decisão, não desafiada por recurso no prazo legal. Ao final, em ho-menagem aos institutos do caso julgado e da segurança jurídica, a Justiça sem dúvidas prevaleceu”, declara Villarinho. T

Leonardo Villarinho

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QUEIMADOS / BARRA DA TIJUCA

Subseções reivindicam melhorias em JEC e novas varas cíveis

Quatro funcionários transferidos, dez mil processos acumulados e mais de seis meses de espera para a juntada

de petições levaram os advogados de Quei-mados à porta do fórum local, no dia 15 de maio, para protestar. O ato, organizado pela subseção contra a precariedade do Juizado Especial Cível (JEC) da comarca, teve como principalis reivindicações a contratação de servidores e a desvinculação da serventia das 1ª e 2ª varas cíveis, cujos magistrados hoje se revezam no julgamento das ações do JEC.

De acordo com o presidente da OAB/Queimados, José Bôfim, o JEC recebe 63% da distribuição da comarca e tem apenas três serventuários. “Já enviamos diversos ofícios ao Tribunal de Justiça, mas não recebemos resposta”, reclamou, informan-do que a subseção tentará agendar nova reunião no órgão.

A carência de funcionários, no entanto, não é exclusividade do juizado. Segundo Bôfim, nas varas cíveis e demais serventias, a quantidade de pessoas trabalhando tam-bém é insuficiente.

No dia 30 de abril, manifestação seme-lhante foi organizada pela OAB/Barra da Tijuca. Na ocasião, integrantes da diretoria da subseção e advogados se reuniram em frente ao fórum para pedir a criação de novas varas, mais servidores e juízes. Os colegas pleiteiam também a construção de um fórum no Recreio dos Bandeirantes. Segundo o presidente da OAB/Barra da Tijuca, Ricardo Menezes, a unidade local não acompanhou o ritmo de crescimento da região, e está sobrecarregada.

“Em 2001, tínhamos duas varas cíveis, um JEC e duas varas de Família. Mais de 13 anos depois, temos somente dois JECs, um

Jecrim e sete varas cíveis que somam uma média de 7.500 processos cada, com uma demora de três a quatro meses para juntada de petições”, relatou Menezes.

Em Queimados, o ato processual pode levar o triplo desse tempo. Os 11 demons-trativos de acompanhamento processual que a advogada Mônica Fernandes levou à manifestação comprovam. Em um dos feitos que tramita na 1ª Vara Cível, a espera pela juntada de petição já passa de um ano. “No JEC, desde novembro não houve juntada. Tenho processos em que pedi quitação por duas vezes e até agora não foram expedidos os mandados de pagamento”, revelou.

Para o tesoureiro da Seccional, Luciano

Bandeira, que representou o presidente Felipe Santa Cruz no ato da Barra da Tijuca, o Poder Judiciário do estado passa por difi-culdades: “Faltam investimentos na primeira instância. Os juizados estão falidos, não conseguem dar conta da grande quantidade de processos e nada é feito para que esta realidade mude. A OAB/RJ tem legitimidade para reclamar porque, além de defendermos os interesses da advocacia, somos represen-tantes da população, a grande prejudicada por este abandono”. T

Luciano, Menezes e Eduardo Seabra Fagundes, ex-presidente do Conselho Federal

Os problemas no XVII Juizado Especial Cível, localizado em Bangu, como a falta de magistrado, serventuários e estrutura física, foram discutidos em reunião entre o presidente da subseção, Ronaldo Barros, e a presidente da Comissão Judiciária de Articulação dos JECs (Cojes), desembarga-dora Ana Maria Pereira de Oliveira, no dia 26 de maio. Para conhecer a situação de perto, a desembargadora prometeu visitar a unidade. A subseção havia agendado uma manifes-tação contra as precárias condições do XVII JEC, mas, de acordo com Barros, a realiza-ção do ato foi suspensa até que aconteça a visita da desembargadora.

JEc de Bangu em pauta na cojes

José Bôfin: falta resposta do TJ

SUBSEÇÕES

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 42

Campos sedia a primeira reunião zonal do ano

RENATA LOBACK

O apoio à campanha Mais Justiça – criada pela OAB/RJ para chamar atenção para os problemas no Judiciário, em especial na primeira instância –, as informações sobre o andamento dos pedidos discutidos nas visitas feitas pela diretoria da Seccional às subseções no primeiro

trimestre deste ano e um balanço da gestão de Felipe Santa Cruz marcaram a primeira reunião zonal de 2014, realizada na sede da OAB/Campos, e que reuniu os presidentes das unidades da Ordem das regiões Norte e Noroeste do estado.

No encontro, o tesoureiro da Seccional, Luciano Bandeira (ao centro da foto), anunciou uma nova etapa do projeto OAB Século 21, cuja equi-pe fará visitas semanais pelo estado. “Os funcionários já realizavam a manutenção nas sedes e salas. Decidimos incorporar visitas periódicas e preventivas à agenda, em parceria com o Departamento de Apoio às Subseções. Vamos dividir o grupo por regiões, para que a cada semana

todas as áreas do estado recebam atendimento. Também vamos aproveitar para reduzir as despesas com serviços de correio, passando a utilizar malotes, que poderão ser entregues pelos próprios funcionários do projeto”, explicou ele.

O tesoureiro aproveitou o encontro para detalhar a reforma admi-nistrativa realizada na OAB/RJ, que criou novas gerências, otimizando os custos da entidade. “Controlar os gastos para viabilizar a manutenção dos serviços voltados para os advogados será sempre a prioridade da diretoria”, afirmou.

Após as visitas de Felipe às subseções no início do ano, atendendo aos pedidos dos presidentes, algumas melhorias começaram a ser feitas.

SUBSEÇÕES

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Um exemplo são as obras de criação do Núcleo Digital e de transfe-rência da cen-tral de atendimento para o primeiro andar da sede de Campos. A subseção também ganhou quatro novos computadores para a sala dos advo-gados do fórum, e outros dois para as salas de São João da Barra e de São Francisco do Itabapoana.

A reforma da sala de Natividade, atendida pela subseção de Porciúncula, também já foi iniciada. Além das mudanças no espaço, a sala terá mais um computador. Em Miracema, a ve-locidade da internet da sala dos advogados do fórum foi aumentada.

Outras medidas solicitadas a Felipe já constam do cronograma dos próximos meses do projeto OAB Século 21, como a transferência da Central de Peticionamento da sede da OAB/Itaperuna para a sala do fórum e a instalação de mais um computador no escritório comparti-lhado da subseção; a reforma da sede da OAB/Cambuci; o reparo de uma infiltração no audi-tório da unidade de Bom Jesus do Itabapoana, assim como a reforma dos fundos da sede; e a reorganização dos móveis, com o intuito de am-pliar o espaço na sala dos advogados do Fórum de Itaocara, medida paliativa até que Tribunal de Justiça (TJ) disponibilize uma sala mais ampla

no local.Além de reivindicações

pontuais a respeito de problemas como o da carência de juizes em Cambuci, os presidentes de subseção presentes pediram o apoio da OAB/RJ pela criação de depósitos controlados pelo Judiciário, para serem usados em caso de despejo. Segundo o presidente da OAB/Campos, Carlos Fernando Monteiro, em localidades onde não há depósitos da Justiça, o TJ recomenda que o interessado na retoma-da dos bens fique responsável por alugar um espaço para a transferência dos objetos de sua propriedade e mantenha este local até que o despejado possa fazer a retirada.

“É um contrassenso. O cliente pede a reto-mada de posse na Justiça e tem de pagar um aluguel para que o despejo dos objetos seja cumprido? Isso não existe. Este ônus deve ser do TJ e do despejado”, reclamou Monteiro. Como ficou constata-do durante a reunião zonal que o problema é comum a todas as comar-cas do Norte e do Noroeste do estado, os presidentes de subseção elaborarão um ofício, em conjunto

com a presidência da Sec-cional, cobrando providências ao tribunal.

Também participaram do encontro o asses-sor da presidência da Seccional e coordenador da campanha Mais Justiça, Willian Muniz, o coordenador das comissões da OAB/RJ, Fábio Nogueira, e os presidentes das subseções de Miracema, Hanry Félix; Santo Antônio de Pádua, Adauto Furlani; São Fidélis, Rodrigo Gentil; Cam-buci, Tony Correa; Itaocara, Fernando Marron; e Bom Jesus do Itabapoana, Luiz Carlos Marques. A OAB/Porciúncula enviou representantes de sua diretoria. T

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 44

São Gonçalo e Campos ganharão varas do Trabalho em junhoCronograma do TRT também inclui implantação do PJe em mais seis cidades até o fim do mês

Seis novas comarcas passarão a operar com o sistema do Processo Ju-dicial eletrônico da Justiça do Trabalho (PJe-JT) em junho. São elas: Campos dos Goytacazes, Itaperuna, Cabo Frio, Rio das Ostras, São Gonçalo e Araruama. A chegada do sistema nessas localidades coincidirá com a inauguração de três novas serventias trabalhistas: a 4ª Vara de Campos e as 5ª e 6ª varas de São Gonçalo, criadas pela Lei 12.656/2012.

A unidade de Campos entrará em funcionamento no dia 11 de junho, no 6ª andar do prédio que já abriga as demais serventias trabalhistas. No mesmo dia, as 1ª, 2ª e 3ª varas da cidade começarão a operar com o processo eletrônico. Também no dia 11, a Vara do Trabalho de Itaperuna, as 1ª e 2ª varas de Cabo Frio e o Posto Avançado de Rio das Ostras passarão a funcionar com o PJe-JT.

De acordo com o presidente da OAB/Campos, Carlos Fernando Monteiro, desde a implantação do Porto do Açu,

projeto que atraiu inúmeras empresas para a cidade, a demanda na Justiça do Trabalho aumentou “consideravelmen-te”. “Era mais do que necessária a insta-lação de uma nova serventia trabalhista aqui”, observa.

Apesar de considerar que o sistema do PJe-JT ainda não está em perfeitas condições de uso e que a transição deve ser feita de forma gradativa, Monteiro acredita que o modelo trará celeridade processual. “Temos promovido ao menos três vezes por mês cursos e oficinas que preparam os colegas para o processo ele-trônico. Este tem sido o grande desafio da OAB. Esperamos que haja tempo para a adaptação dos profissionais”, aponta.

A inauguração das varas de São Gonçalo será no dia 27, assim como a implantação do processo eletrônico nas demais serventias trabalhistas da cidade e em Araruama. No caso de São Gonçalo, outra mudança será feita para facilitar o acesso dos advogados e da população à Justiça do Trabalho. A 4ª Vara, que hoje funciona na Rua Sá Ferreira Carvalho, será transferida para a Rua Lourenço Abrantes, 41, em prédio anexo ao fórum trabalhista. Há uma passagem ligando as duas unidades. As varas recém--inauguradas também ficarão no anexo.

O início do funcionamento das novas unidades foi comemorado pelo presi-dente da OAB/São Gonçalo, José Luiz Muniz. Segundo ele, as quatro serventias atuais estão abarrotadas de processos, que, por conta do acúmulo, levam muito tempo para serem concluídos. “Penso que com a 5ª e 6ª varas conseguiremos aquilo que se espera do Judiciário, que é rapidez na resolução dos conflitos”, diz.

Sobre a implantação do PJe-JT na comarca, Muniz crê que, apesar dos problemas que o sistema ainda apre-senta, a ferramenta será útil no dia a dia dos advogados. “Sabemos que alguns acertos ainda devem ser feitos para que tudo funcione a contento. Mas a OAB

soube se preparar para a implantação do processo eletrônico, envidando esforços no sentido de melhorar a adaptação dos colegas. Temos em nossa sede um Núcleo de Peticionamento Eletrônico, com funcionários treinados para ajudar qualquer advogado com dificuldades, e já realizamos diversos cursos de capaci-tação. Acredito que, com as mudanças, a realidade da Justiça do Trabalho de São Gonçalo tende a melhorar”, afirma o presidente.

A partir da data de implementação, todas as serventias só aceitarão petições iniciais pela ferramenta eletrônica. No entanto, os processos antigos (em que os feitos foram iniciados em papel) continuarão recebendo petições físicas. A regra não se aplica às novas serventias de Campos e São Gonçalo, que serão exclusivamente eletrônicas.

Desde que foi informada da amplia-ção do PJe-JT, a equipe da Diretoria de Inclusão Digital da OAB/RJ reforçou os cursos de peticionamento eletrônico nas comarcas beneficiadas. A fim de familiarizar advogados, magistrados e servidores com o processo eletrônico, o gestor regional do PJe-JT, desembar-gador César Marques Carvalho, também ministrou palestras sobre o funciona-mento do sistema em São Gonçalo e Araruama. T

José Luiz Muniz

Carlos Fernando Monteiro

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O estímulo à contratação de advoga-dos e estagiários com necessidades especiais pelo Ministério Público (MP) de Niterói foi tema de reunião entre o procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira, e o presidente da 16ª Subseção, Antonio José Barbosa da Silva, no dia 10 de maio. Na visão de Antonio José, esses profissionais às vezes enfrentam difi-culdades para ingressar no mercado de trabalho, daí a sugestão de incen-tivo à sua contratação, prontamente aceita pelo procurador. Segundo o presidente da subseção, Marfan con-siderou a iniciativa boa e ressaltou

OAB/Barra cria ouvidoria

Prefeitura doa terreno para OAB/CamposA prefeita de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho, assinou, dia 6 de maio, o termo de doação de um terreno pertencente ao município para a Ordem local. De acordo com o presidente da subseção, Carlos Fernando Monteiro, o objetivo é construir no espaço a sede esportiva da OAB/Campos – uma área de lazer para advogados, estagiários e seus familiares, com campo de futebol, quadras e piscinas. O terreno tem cerca de 13 mil metros quadrados e está localizado na Avenida Alberto Lamego, em frente ao Centro Popular Osório Peixoto (Cepop).Também participaram da reunião para assinatura do termo o subprocurador do município Roberto Lannes; o vice--presidente da subseção, Reynaldo Ta-vares Pessanha; e o diretor-geral da ESA Campos, Djalmo Luiz Cardoso Tinoco.

OAB/Niterói sugere contratação de advogados com necessidades especiais pelo Ministério Público

Segurança é debatida em São João de MeritiA OAB/São João de Meriti sediou, no dia 6 de maio, reunião do Conselho Comunitário de Segurança local. O encontro, que con-tou com a participação da diretoria da 19ª Subseção, foi marcado pela cobrança de explicações às autoridades policiais sobre o crescente índice de violência na região. Também participaram a delegada Alriam Miranda, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher; o subcomandante do 21º BPM, major Mattos; o presiden-te da Comissão de Segurança da Alerj, deputado estadual Iranildo Campos; e a subsecretária de Saúde de São João de Meriti, Patrícia Coelho.

Feira de artesanato no Méier Nos dias 7 e 8 de maio, a OAB/Méier promoveu sua I Feira de Artesanato. No evento, advoga-dos e seus familiares exibiram peças e pinturas de sua criação. “Fiquei muito contente com a participação dos colegas em nossa feira. Além de uma home-nagem ao Dia das Mães, esta foi uma excelente oportunidade de interação entre os colegas”, comentou o presidente da sub-seção, Humberto Cairo.

que o MP já contrata pessoas com deficiência.Na reunião, Antonio José lembrou ainda que a luta pelos direitos das pessoas com deficiência é uma das principais bandeiras da OAB/Niterói, que tem uma comissão específica so-bre o tema, liderada pelo advogado Rafhael Cardoso Soares. De acordo com ele, Rafhael auxiliará na indica-ção de profissionais para ocupar as futuras vagas no MP. Também participou da reunião o chefe da subprocuradoria de Justiça de Direitos Humanos e Terceiro Setor do MP, Ertulei Laureano Matos.

Começou a funcionar no início de maio a ouvidoria-geral da OAB/Barra da Tijuca. Para coletar sugestões e reclamações dos colegas, foram instaladas urnas na sala da OAB no Fórum e na subseção. “Pretendemos colocar outras caixas nos cartórios”, adiantou o ouvidor-geral, Elvis Dutra de Campos.

Marfan Vieira, Antonio José e Ertulei Matos

Ricardo Menezes, Elvis Dutra e Luciano Bandeira

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ra Rosa Maria Fonseca*

Crimes federaisEm sua 9ª edição, publicada pela Editora Saraiva, a obra visa a sistematizar o grande volume de informações a respeito dos princi-pais crimes da jurisdição federal, oferecendo uma completa análise sobre eles, tanto à luz da jurispru-dência dos tribunais superiores quanto dos tribunais regionais federais. Questões atuais como a ti-pificação da organização criminosa e a criação de varas especializadas com competência para julgamento de crimes de lavagem de dinheiro receberam atenção especial do autor, José Paulo Baltazar Junior. Mais informações e vendas pelo telefone (11) 4003-3390 ou no site www.saraiva.com.br

Política de drogas no Brasil

O livro traz as mais recentes pesquisas científicas sobre política de drogas, abordando aspectos históricos que contribuem para a compreensão do atual cenário e analisando os efeitos decorrentes da política presente, com a apresentação, também, de resultados de experiências alternativas adotadas nos últimos anos ao redor do mundo. A obra é da editora Lumen Juris. Mais informa-ções pelo telefone (21) 3234-7188 ou no site www.lumenjuris.com.br

Introdução à Ciência do Direito

Obra clássica de André Franco Montoro, com sua 31ª edição lan-çada pela Revista dos Tribunais, o livro apresenta o Direito em suas várias dimensões – ciên-cia, justo ou valor, norma ou lei, faculdade ou poder e fato social –, especificando sua função como instrumento de luta pela justiça. A nova edição contém notas de atualização e informações sobre revogação de dispositivos legais e correspondência na legislação em vigor. Mais informações pelo telefone 0800-702-2433 ou no site www.rt.com.br.

Direito do entretenimento na internet

Com coordenação de Andréa Francez, Sérgio D´Antino e José Carlos Costa Netto, o livro fala sobre proteção aos direitos dos autores, artistas e produtores na internet, respondendo a questões sobre a divulgação de obras artísticas na rede e o direito do autor, a responsabilização por danos decor-rentes de abuso de imagem e de uso indevido de obras audiovisuais e como se estabelecem as relações de consu-mo de obras virtuais, entre outras. Da editora Saraiva. Mais informações e vendas pelo telefone (11) 4003-3390 ou no site www.saraiva.com.br

ESTANTE

A última músicaNão é bem o meu livro de cabeceira, pois atualmente as obras que estão sempre comigo são aquelas inspiradas na religião

messiânica. Entretanto, gosto muito de ler, e o meu livro preferido nos últimos tempos é A última música, de Nicholas Sparks. Ele tem uma das histórias românticas mais perfeitas e nos faz, inevitavelmente, chorar. Conta a história de Ronnie, que vai passar as férias na casa do pai na Carolina do Norte, Estados Unidos. Ronnie é revoltada, e mostra desde o começo repulsa pelo pai e dificuldade de se envolver com as pessoas. Ela, então, conhece Will, que no começo também lhe causa aversão, mas Ronnie aos poucos se vê apaixonada e toda a sua vida vira de cabeça para baixo. É um livro lindo, que, além de mostrar o amor entre um homem e uma mulher, traz o amor da família, mostrando aos leitores uma outra forma de encarar a vida.

*Presidente da Comissão OAB Mulher da Seccional

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 47

Proteção do bem jurídico e a (des)criminalização

no Direito EleitoralEscrito pelo promotor de Justiça José Edvaldo Pereira Sales, o livro investiga os limites constitucionais da intervenção penal

e seus reflexos no campo do Direito Eleitoral, constatando incompatibilidade entre a disciplina normativa dos crimes eleitorais

e princípios constitucionais de limitação do Direito Penal. Fruto da pesquisa de mestrado do autor no programa de pós-graduação em

Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA), a obra é publicada pela editora Lumen Juris. Mais informações pelo telefone (21)

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profissionais do Direito em início de carreira a executar tanto as tarefas básicas, como buscar oportunidades de trabalho, quanto as mais complexas, como fazer gestão financeira de um escritório de advocacia. Mais informações e vendas pelo

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pouco custosa e acessível às empresas em crise. A obra é da editora Elsevier. Mais informações e vendas pelo telefone

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Direito Penal de adolescentes

A obra fala sobre a responsabili-dade penal do adolescente, abordando o sistema e a estrutura

do modelo de Justiça penal juvenil e o modelo brasileiro de regulação da Justiça em matéria de menores de idade. A autora, Karyna Batista Sposato, enfrenta ainda aspectos como a conceituação do ato infracio-nal, a discussão da natureza das medidas socioeducativas e a revisão do conceito de inimputabilidade. O ebook é da editora Saraiva. mais informações e vendas pelo link: http://goo.gl/luAA7T

O livro destaca as principais manifestações do subdesen-volvimento do trabalho no Brasil, defenden-

do que a recuperação do mercado de trabalho na primeira década do Século 21 não foi suficiente para superar problemas como os dife-renciais de uso e remuneração da mão de obra e a precarização da situação dos trabalhadores. com autoria de Marcio Pochmann, o livro, em formato eletrônico, é da editora LTr. mais informações e vendas pelo link http://goo.gl/17mdlG

Economia social e do trabalho

Eboo

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 48

DICA

DO

MÊS

MARCELO MOUTINHO

O primeiro homicídio formalmente registrado no Rio de Janeiro, ocor-rido em 1567, serve de mote para o notável romance que o escritor Alberto Mussa acaba de lançar pela editora Record. Em A primeira histó-ria do mundo, Mussa cria um narrador-detetive que divide com o leitor suas investigações, partilhando hesitações e dúvidas. O registro ficcional se sustenta sobre a real documentação do caso, que, entre suspeitos, acusados e testemunhas, enredou 15% da população da cidade, então composta por 400 moradores. A busca pela identificação do assassino acaba por iluminar, em perspec-tiva, a mentalidade do Brasil da época. Ao esquadrinhar o crime e suas

consequências, Mussa descortina um Rio que é também emblema do país em formação. A primeira história do mundo é o terceiro romance de uma série de cinco na qual o autor pretende formular um “compêndio mítico” da capital fluminense, e que já rendeu O trono da rainha Jinga, cuja ação principal se dá em 1626, e O senhor do lado esquerdo, que parte de um crime cometido em 1913. T

O primeiro crime carioca

Advogados agora também têm descontos em cinema

Os advogados e estagiários de Direito podem assistir a filmes com desconto em qualquer cinema da rede Kinoplex. Por iniciativa da Caarj, que adquiriu lotes promocionais de ingressos com descon-tos junto à rede de cinema, colegas e um acompanhante pagam R$ 12 cada, exceto em filmes 3D.

As entradas mais baratas podem ser adquiridas com a apresentação da carteira da Ordem na sede da Caarj, no Centro, e nas subseções de Bangu, Barra da Tijuca, Belford Roxo, Campo Grande, Duque de Caxias, Itaboraí, Madureira, Jacarepaguá, Freguesia, Taquara, Magé, Maricá, Méier, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio Bonito, Santa Cruz, São Gonçalo e São João de Meriti.

O pagamento deve ser feito em di-nheiro e o ingresso é válido para qualquer dia, filme e horário, porém não garante o lugar na sala de exibição. Por isso, é preciso trocá-lo na bilheteria do cinema escolhido.

O grupo Kinoplex está no Cine Carioca (Méier), Cine Rio Sul (Botafogo), Kinoplex

Leblon, Kinoplex São Luiz (Catete), UCI Kinoplex Norte Shopping (Pilares),

Cine Iguatemi (Grajaú), Cinema Roxy (Copacabana), Kinoplex (Madurei-ra), Kinoplex Tijuca, Cine Leblon, Kinoplex Fashion Mall (São Con-rado), Kinoplex Nova América (Del Castilho), Kinoplex West Shopping (Campo Grande), Cine Bay Market (Niterói), Kinoplex Nova Iguaçu e

Kinoplex Grande Rio (São João de Meriti). Confira a

lista com os endereços completos das salas

no site da Caarj: www.caarj.org.br.

Musical, shows, comédias e peça infantil no Caarj CulturalO programa Caarj Cultural, que dá descontos para advogados ou estagiários e um acom-

panhante em espetáculos, traz várias opções em junho. Entre elas, shows de Zezé Motta e de Claudette Soares e Fábio Jorge; o musical O grande circo místico, com canções de Edu

Lobo e Chico Buarque; e o sucesso de público Comédia em pé.Para adquirir os ingressos mais baratos basta que o colega apresente sua carteira da

Ordem na bilheteria. Confira a programação do mês:

O grande circo místico – o musicalAté 27 de julho Quintas e sextas-feiras, às 21h; sábados, às 21h30; e domingos, às 20h Desconto: 30%

CULTURA

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 49

O R D E M D O S A D V O G A D O S D O B R A S I LSeção do Estado do Rio de Janeiro (Triênio 2013/2015)

DIRETORIA DA SECCIONALPresidenteFelipe de Santa Cruz Oliveira ScaletskyVice-presidenteRonaldo Eduardo Cramer Veiga Secretário-geralMarcus Vinicius Cordeiro Secretário adjuntoFernanda Lara Tortima TesoureiroLuciano Bandeira Arantes

DIRETORIA DA CAARJPresidenteMarcello Augusto Lima de Oliveira Vice-presidenteNaide Marinho da Costa Secretário-geralRoberto Monteiro Soares Secretário adjuntoRicardo Brajterman TesoureiroRenan AguiarSuplentes Alexandre Freitas de Albuquerque José Antonio Rolo Fachada Antônio Silva Filho CONSELHEIROS EFETIVOSAderson Bussinger Carvalho Adriana Astuto Pereira Álvaro Sérgio Gouvêa Quintão André Luiz Faria Miranda Antonio Ricardo Correa da Silva Armando Cesar de Araujo Pereira Burlamaqui Bernardo Pereira de Castro Moreira Garcia Breno Melaragno Costa Camila Freitas Ribeiro Carlos Alexandre O’Donnell Mallet Carlos Andre Rodrigues Pedrazzi Carlos Alberto Menezes Direito Filho Carlos Henrique de Carvalho Claudio Sarkis Assis Christiano Falk Fragoso Daniele Gabrich Gueiros Déa Rita Matozinhos Oliveira Eduardo Antônio Kalache Eduardo Abreu Biondi Eduardo Valenca Freitas Fábio Nogueira Fernandes Filipe Franco Estefan Flávio Villela Ahmed Flávio Antonio Esteves Galdino Gabriel Francisco Leonardos Geraldo Antonio Crespo Beyruth Guilherme Rocha Murgel de Rezende Gilberto Fraga Hercilio José Binato de Castro Hercules Anton de Almeida Jansens Calil Siqueira Joaquim Tavares de Paiva Muniz Jonas Gondim Do Espirito Santo Jonas Oberg Ferraz Jonas Lopes de Carvalho Neto Jose de Anchieta Nobre de Almeida Juliana Hoppner Bumachar Schmidt Jose Ricardo Pereira Lira Jose Roberto de Albuquerque Sampaio Leonardo Duncan Moreira Lima Leonardo Pietro Antonelli Leonardo Rzezinski Luciano Vianna Araujo Luis Guilherme Martins Vieira Luiz Alberto Gonçalves Luiz Americo de Paula Chaves Luiz Bernardo Rocha Gomide Luiz Paulo de Barros Correia Viveiros de Castro Marcelo Cury Atherino Marcelo Feijó Chalréo Marcio Vieira Souto Costa Ferreira Marcos Bruno Marcos Dibe Rodrigues Marcos Luiz Oliveira de Souza Maria Alicia Lima Peralta Maurício Pereira Faro Murilo Cezar Reis Baptista Paula Heleno Vergueiro Paulo Cesar Salomão Filho Paulo Parente Marques Mendes Paulo Renato Vilhena Pereira

Ranieri Mazzilli Neto Raphael Ferreira de Mattos Renato Neves Tonini Roberto Ferreira de Andrade Rodrigo Lins E Silva Candido de Oliveira Rodrigo Tostes de Alencar MascarenhasRomualdo Mendes de Freitas Filho Rosa Maria de Souza Fonseca Rui Teles Calandrini Filho Samantha Pelajo Tatiana de Almeida Rego Saboya Vânia Siciliano Aieta Wanderley Rebello de Oliveira Filho Yuri Saramago Sahione de Araujo Pugliese CONSELHEIROS SUPLENTESAlexandre de Oliveira Venancio de Lima Anderson Elisio Chalita de Souza Ademario Gonçalves da Silva Adilza de Carvalho Nunes Alexandre dos Santos Wider Alfredo Hilario de Souza Ana Amelia Menna Barreto de Castro Ferreira André Andrade Viz André Perecmanis Artur Arruda Lobato Rodrigues Carmo Augusto Carneiro de Oliveira Filho Bruno Garcia Redondo Carlos Eduardo Abreu Martins Carlos Jose Araujo SilvaCarlos Leno de Moraes Sarmento Charles Soares Aguiar Cirilo de Oliveira Neto Claudio Goulart de Souza Clarissa Costa Carvalho Cleber Do Nascimento Huais Corintho de Arruda Falcao Neto Cristiano Franco Fonseca Diogo Campos Medina Maia Eduardo de Souza GouveaFábio Amorim da Rocha Fernando Jose Alcantara de Mendonca Gema de Jesus Ribeiro Martins Godofredo Mendes Vianna Gustavo Mano Gonçalves Gustavo Antonio Feres Paixao Hygino Ferreira Marques Igor Muniz Ivan de Faria Vieira Junior João Pedro Chaves Valladares Pádua Jorge Antônio Vaz Cesar Jorge Miguel Mansur Filho José Ademar Arrais Rosal Filho José Agripino da Silva Oliveira Jose Carlos Freire Lages Cavalcanti José Teixeira Fernandes José Pinto Soares de Andrade Leonardo José de Campos Melo Leandro Saboia Rinaldi de Carvalho Leonardo Branco de Oliveira Leonardo Schindler Murta Ribeiro Leonardo Viveiros de Castro Luiz Paulo Pieruccetti Marques Luiz Roberto Gontijo Marcelo Martins Fadel Marlos Luiz de Araujo Costa Mônica Maria Lanat da Silveira Monica Prudente Giglio Nara da Rocha Saraiva Nilson Xavier Ferreira Norberto Judson de Souza Bastos Olavo Ferreira Leite Neto Pedro Capanema Thomaz Lundgren Rafael Milen Mitchell Raquel Pereira de Castro AraujoRegina Celia Coutinho Pereira Real Renata Pires de Serpa Pinto Renato Luiz Gama de Vasconcellos Renato Ludwig de Souza Ricardo Loretti Henrici Roberto Dantas de Araujo Rodrigo Jose da Rocha Jorge Rodrigo Garcia da Fonseca Rodrigo Maia Ribeiro Estrella Roldan Rodrigo Moura Faria Verdini Rodrigo Loureiro de Araujo Rodrigo Bottrel Pereira Tostes Ruy Caetano Do Espirito Santo Junior Samuel Mendes de Oliveira Sandra Cristina Machado

Saulo Alexandre Morais E Sá Sergio Ricardo da Silva E Silva Sergio Luiz Pinheiro Sant Anna Valeria Teixeira Pinheiro Vinicius Neves Bomfim Wagner Silva Barroso de Oliveira Wilson Fernandes Pimentel CONSELHEIROS FEDERAISCarlos Roberto de Siqueira Castro Cláudio Pereira de Souza Neto Wadih Nemer Damous Filho CONSELHEIROS FEDERAIS SUPLENTES Bruno Calfat Luiz Gustavo Antônio Silva Bichara Sergio Eduardo Fisher

MEMBROS HONORÁRIOS VITALíCIOSAlvaro Duncan Ferreira PintoWaldemar ZveiterEllis Hermydio FigueiraCesar Augusto Gonçalves PereiraNilo Batista Cândido Luiz Maria de Oliveira BisnetoSergio ZveiterOctavio GomesWadih Nemer Damous Filho

PRESIDENTES DE SUBSEÇÕESAngra dos Reis - Cid MagalhãesAraruama - Rosana PinaudBangu - Ronaldo BarrosBarra da Tijuca - Ricardo MenezesBarra do Piraí - Denise de Paula Barra Mansa - Ayrton Biolchini Belford Roxo - Abelardo TenórioBom Jesus do Itabapoana - Luiz Carlos MarquesCabo Frio - Eisenhower Dias MarianoCachoeiras de Macacu - Ricardo Monteiro RochaCambuci - Tony Ferreira CorrêaCampo Grande - Mauro PereiraCampos - Carlos Fernando MonteiroCantagalo - Guilherme de OliveiraCordeiro - Rilley Alves WerneckDuque de Caxias - Geraldo MenezesIlha do Governador - Luiz Carlos VarandaItaboraí - Jocivaldo LopesItaguaí - José AnaniasItaocara - Fernando MarronItaperuna - Adair BrancoLeopoldina - Frederico MendesMacaé - Andrea MeirellesMadureira/Jacarepaguá - Remi Martins RibeiroMagé - Edison de Freitas Mangaratiba - Ilson RibeiroMaricá - Amilar DutraMéier - Humberto CairoMendes - Paulo Afonso LoyolaMiguel Pereira - Pedro Paulo Sad Miracema - Hanry FélixNilópolis - José Carlos VieiraNiterói - Antonio José Barbosa da SilvaNova Friburgo - Rômulo CollyNova Iguaçu - Jurandir CeulinParacambi - Marcelo KossugaParaíba do Sul - Eduardo LangoniParaty - Heidy KirkovitsPavuna - Antonio Carlos FariaPetrópolis - Antonio Carlos MachadoPiraí - Gustavo de Abreu SantosPorciúncula - Fernando VolpatoQueimados - José BôfimResende - Samuel CarreiroRio Bonito - César Gomes de SáRio Claro - Adriana MoreiraRio das Ostras - Alan MacabúSanta Cruz - Milton Ottan MachadoSto. Antônio de Pádua - Adauto FurlaniSão Fidélis - Rodrigo Stellet GentilSão Gonçalo - José MunizSão João do Meriti - Júlia Vera SantosSão Pedro da Aldeia - Júlio César PereiraSaquarema - Miguel SaraivaSeropédica - Fábio FerreiraTeresópolis - Jefferson SoaresTrês Rios - Sérgio de SouzaValença - Fábio dos Anjos BatistaVassouras - José Roberto CiminelliVolta Redonda - Alex Martins Rodrigues

Theatro Net Rio

Rua Siqueira Campos, 143 – 2º piso –

Copacabana – Tel: (21) 2147-8060

Claudette Soares e Fábio Jorge

Dia 09/06, às 21h

Desconto: 30%

Zezé Motta

Dia 16/06, às 21h

Desconto: 30%

Teatro  Miguel Falabella

Avenida Dom Hélder Câmara, 5332 –

Pilares – Tel:  (21) 2597-4452

Comédia em pé

Até 29 de junho

Quinta a domingo, às 18h

Desconto: 20%

Terapia do riso 3 – Loucos à solta

Até 29 de junho

Sextas e sábados, às 23h, e domingos,

às 22h

Desconto: 20%

Lotação quase esgotada

Até 29 de junho

Quinta a sábado, às 21h, e domingos,

às 20h

Desconto: 20%

Fofoqueira

Até 25 de julho

Terças e quartas-feiras, às 18h

Desconto: 20%

Casar pra quê?

Até 25 de julho

Terças e quartas-feiras, às 20h

Desconto: 20%

Teatro Vanucci

Rua Marquês de São Vicente, 52 –

Gávea – Tel: (21) 2239-8545

A dama e o vagabundo

Até 29 de Junho.

Sábados e domingos, às 17h10

Desconto: 50% T

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JUNHO 2014 - PÁGINA 50

Samantha Pelajo - presidente da Comissão de Mediação de Conflitos da OAB/RJ, professora da PUC-Rio, mediadora

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Jurista: Rui Barbosa, por ter sido um intransigente defensor da liberdade Escritor/escritora: Rubem Alves,  Mia Couto,  Machado de AssisLivro: O retorno e terno, de Rubem Alves; Estórias abensonhadas, de Mia Couto; O alienista, Machado de AssisLugar: La Rochelle, França; Staufen, Alemanha; Gramado, Rio Grande do SulFilme: A vida é bela; Um bom ano; O menino do pijama listradoTime: VascoCantor/cantora: Chico Buarque, Maria Bethânia, Charles AznavourAtor/atriz: Meryl Streep, Antony Hopkins, Glória PiresEsporte: Jiu Jitsu, por ser uma arte marcial filosoficamente voltada ao equilíbrio do corpo e da mente e por ter ajudado no controle da minha pressão, que sempre foi muito baixa Hobby: Viajar para lugares desconhecidos ou especialmente acolhe-dores; ler um bom romance

Prato favorito: Strogonoff com batata frita da minha sograPrograma de TV: Lie to me, The big bang theory, HouseMúsica: Apesar de você, Chico Buarque; Casinha branca, Peninha; Je m’voyais déjà,  Charles AznavourFato da história: Revolução Francesa, pela  ideia de poder político fundado, limitado e exercido em função dos direitos fundamentais dos cidadãosFrase ou citação: “(...) A descoberta do que existe, dorme, jaz ou lateja no ser humano é desafio de afinidade e empatia talvez apenas possível no amor, mas, estranhamente, é a descoberta profunda do outro como próximo, vale dizer, pedaço do eu. Autorizada pela percepção e reconhecimento, a melhor parte do outro começará a viver.” A alma dos contágios, de Artur da Távola 

VIDA PRIVADA

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Inscreva-se: www.conferencia.oab.org.br

20 a 23OUTUBRO

RIOCENTRO

Estão abertas as inscrições para a XXII Conferência Nacional dos Advogados, o maior evento jurídico da América Latina. Advogados, estudantes de Direito e profissionais interessados podem se inscrever no site www.conferencia.oab.org.br. O site da XXII Conferência Nacional dos Advogados traz todas as informações sobre o evento, que deve reunir até 35 mil pessoas. Com o tema Constituição Democrática e Efetivação de Direitos, a Conferência terá uma programação variada, com 172 palestrantes nacionais e internacionais em 40 painéis, quatro debates, duas conferências magnas e bate-papos culturais.

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