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TRIBUNAL DE CONTAS DO
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
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ATA DA 2.871ª SESSÃO (ORDINÁRIA)
Aos vinte e cinco dias do mês de maio de 2016, às 10h30min, no Plenário Conselheiro Paulo
Planet Buarque, realizou-se a 2.871ª sessão (ordinária) do Tribunal de Contas do Município de
São Paulo, sob a presidência do Conselheiro Roberto Braguim, presentes os Conselheiros
Maurício Faria, Vice-Presidente, João Antonio, Corregedor, Edson Simões e Domingos Dissei, o
Secretário-Geral Rodrigo Pupim Anthero de Oliveira, a Subsecretária-Geral Roseli de Morais
Chaves, o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo e o Procurador Joel
Tessitore. A Presidência: "Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos." Preliminarmente, a Corte registrou as seguintes presenças
em Plenário: Senhora Patrícia Sales, Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do
Município de São Paulo; Senhora Camila Rodrigues Pressutti, Serviço Funerário do Município
de São Paulo; Senhora Flávia Assumpção, Dal Pozzo Advogados; Senhora Marília de Oliveira
Bassi, estagiária do Escritório Giamundo Neto Advogados. A seguir, o Conselheiro Presidente
Roberto Braguim deu conhecimento ao Egrégio Plenário do Relatório Oficial de Atividades da
Presidência, bem como das correspondências e ofícios recebidos e enviados, no período de 11 a
24 de maio de 2016: 11.05 - Presidiu, relatou e julgou processos na Sessão Plenária Ordinária
2.870ª. 12.05 – Participou, com o Colegiado, de reunião com o Grupo de Trabalho de Processo
Eletrônico para Apresentação da 2ª Etapa dos Resultados. 17.05 - Participou de reunião com os
Senhores Márcio de Andrade Bellisomi, Presidente da Prodam, Marcelo Andrade Pimenta,
Diretor de Tecnologia da Prodam, Carmen Valéria Barban, Gerente Jurídica, Carlos Macruz
Filho, Chefe de Gabinete da Presidência, e Mário Augusto de Toledo Reis, Núcleo de Tecnologia
da Informação do TCMSP. Além dos despachos habituais, o Presidente participou de reuniões
administrativas com Conselheiros e Órgãos Técnicos desta Corte e emitiu os seguintes ofícios:
11.05 – À servidora Maria do Socorro Lira Lopes Melo, em nome do Colegiado e de todos os
servidores desta egrégia Corte de Contas, expressando condolências pelo falecimento de sua
genitora, Senhora Maria Lira da Silva. 13.05: 1 - Ao Conselheiro Inaldo da Paixão Santos
Araújo, Presidente do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, firmando o recebimento da
Estátua de Ruy Barbosa – personalidade de referência no Controle Externo –, em comemoração
aos 100 anos daquela Egrégia Corte de Contas. 2 – Ao Senhor Gilberto Kassab cumprimentando-
o por ter sido nomeado para o cargo de Ministro-Chefe de Estado do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações. 17.05: 1 – Ao Senhor Gildo Freire de Araújo, Presidente
do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, informando que o Servidor
Senhor Valmir Leôncio da Silva representará esta Corte na Sessão Solene em comemoração: "70
anos de Regulamentação da Profissão Contábil" e "Dia do Profissional da Contabilidade", a
realizar-se em 30 de maio próximo futuro. 2 – Ao Vereador Jonas Camisa Nova, Presidente da
Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo, informando que este
Tribunal de Contas seria representado pelos servidores Cláudia Maria Bernardelli Massabki
Lomonaco, José Janeiro Perez Filho e Gláucio Teixeira Tavares na Audiência Pública para
discussão do Projeto de Lei 178/2016, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o
exercício de 2017 (LDO 2017), realizada em 18 de maio passado. 3 – Ao Conselheiro Waldir
Neves, Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul, firmando o
recebimento do exemplar da Coletânea de Estudos de Direito Financeiro elaborada por aquela
Egrégia Corte de Contas. 20.05 – Ao Procurador Fábio Costa Couto Filho, Procuradoria da
Fazenda Municipal, em nome do Colegiado e de todos os Servidores desta Corte de Contas,
expressando condolências pelo falecimento de sua genitora, Senhora Ivone de Mattos Costa
Couto. 23.05 – Ao Senhor Márcio Chaer, Diretor da Revista Eletrônica Consultor Jurídico,
agradecendo ao envio do exemplar do Anuário da Justiça – Brasil 2016 – 10 Anos elaborado por
aquela conceituada Revista. 24.05 – Ao Conselheiro Ivan Lelis Bonilha, Presidente do Tribunal
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de Contas do Estado do Paraná, agradecendo ao convite para participar do 1º Fórum de Controle
Externo em comemoração aos 69 anos de criação dessa colenda Corte de Contas, a realizar-se em
1º de junho próximo futuro. Continuando, o Presidente submeteu ao Plenário o processo TC
3.443/15-49 – TCMSP – Fernando Ricardo de Jesus – Comissionamento "Pela deliberação dos
Senhores Conselheiros Maurício Faria, Vice-Presidente, Edson Simões, Domingos Dissei e João
Antonio, Corregedor, o Plenário resolveu referendar o ato do Senhor Presidente, no sentido de
solicitar o comissionamento do Servidor Fernando Ricardo de Jesus, RF 709.519-8/2, originário
da Secretaria Municipal de Cultura, para, com prejuízo das funções, mas sem prejuízo dos
vencimentos, direitos e demais vantagens de seu cargo, prestar serviços neste Tribunal até 31 de
dezembro de 2016." A seguir, o Conselheiro Presidente assim se pronunciou: "Com pesar,
participo o falecimento da Senhora Ivone de Mattos Costa Couto, mãe do Procurador do
Município Fábio Costa Couto Filho, ocorrido no último dia 19 de maio. A Presidência, em nome
do Colegiado e de todos os servidores desta Corte, enviou ofício de condolências à família
enlutada. Prosseguindo, o Presidente concedeu a palavra aos Senhores Conselheiros para
qualquer comunicação à Corte. Concedida a palavra ao Conselheiro João Antonio, Sua
Excelência assim se pronunciou: "Em primeiro lugar, Senhor Presidente, Senhores
Conselheiros, Procuradoria, faço aqui o registro de minha participação na condição de
representante deste Tribunal de Contas, como palestrante no II Seminário Ibero-Americano de
Direito e Controle. Este seminário ocorreu na Cidade de Lisboa, no período de 17 a 20 deste mês.
É um seminário da mais alta importância, com diversos palestrantes, entre eles o professor Dr.
Eduardo Vera Cruz, Presidente do Instituto de Direito Brasileiro da Faculdade de Direito de
Lisboa – que foi quem abriu o seminário no primeiro dia, com uma excelente palestra –, Juiz
Conselheiro Carlos Morais Antunes, Presidente do Tribunal de Contas de Portugal; professor Dr.
Sebastião Helvécio Ramos de Castro, Presidente do Instituto Rui Barbosa e do Tribunal de
Contas do Estado de Minas Gerais; Carlos Felipe Córdoba, Auditor Geral da República da
Colômbia – com vasta experiência na área de controle, uma excelente palestra –, Vogal do
Tribunal de Contas de Santa Fé, da Argentina, que foi outro palestrante, com ricas informações.
Nesta ocasião, também proferi a palestra sobre ética e cidadania nas prestações de contas
públicas. Enviei um artigo antecipado, que será parte de um livro a ser publicado em junho.
Foram quatro dias de atividades intensas e de uma rica experiência que pretendo relatar com
maior detalhe, por escrito, a todos os Conselheiros desta Corte. Quero agradecer os pares por
terem confiado esta tarefa a mim, de maneira que trago para conhecimento desta Casa esta
excelente iniciativa, dessa integração de controle em uma época tão importante do controle
externo no mundo. É este o primeiro registro. O segundo registro é apenas um comunicado a esta
Corte, de que, no dia 20 de junho, nós estaremos lançando o primeiro número da revista – o
nome que a equipe da Escola de Contas escolheu foi "Revista Simetria" – que tem a pretensão de
se firmar com conteúdo científico, de maneira que faremos seu lançamento na Escola de Contas,
às 18 horas do dia 20 do mês de junho. Todos estão convidados para o lançamento da revista do
Tribunal de Contas do Município de São Paulo." Dando continuidade, o Conselheiro
Domingos Dissei deu conhecimento ao Egrégio Plenário da matéria constante do seguinte
despacho: "Trago à apreciação deste Pleno despacho de SUSPENSÃO do Pregão Eletrônico
001/SP-PI/2016, cuja realização estava prevista para ocorrer no dia 19.05.2016, promovido pela
Subprefeitura Pinheiros, do tipo menor preço global mensal, tendo por objeto a prestação de
serviço de locação de veículos com motorista, combustível e manutenção, com GPS e telefone
móvel, quilometragem livre, considerando as seguintes razões: 1. Referido certame foi objeto de
representação formulada por Janete Silva da Rocha, que questionou o edital no que tange a
Aplicação dos benefícios previstos na legislação referente a Microempresas no certame, haja
vista que o edital, na hipótese de existência de restrições na comprovação da regularidade fiscal,
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estabeleceu, em seu subitem 12.3.4.9., prazo improrrogável de 04 (quatro) dias úteis para
regularização da documentação, sendo que a Lei Complementar 147/2014 alterou tal prazo para
05 (cinco) dias úteis, estando o edital em desacordo com a previsão legal. 2. Ademais, a Área
Técnica considerou que, em relação à comprovação de no mínimo 50% do quantitativo de cada
item na qualificação técnica, não haveria elementos suficientes para se avaliar técnica e
economicamente a conveniência ou não da eventual divisão do objeto licitado em lotes, visando
à seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, requerendo que a Origem
apresentasse as justificativas para a contratação do objeto em lote único. 3. Em razão de tais
apontamentos e tendo em vista que a abertura das propostas estava designada para o dia
19.05.2016, DETERMINEI, "ad cautelam", a SUSPENSÃO "sine die" do Pregão Eletrônico
001/SP-PI/2016, decisão esta que, com fundamento no artigo 101, § 1º, alínea "d", do Regimento
Interno deste Tribunal, elevo a REFERENDO de Vossas Excelências. Afinal, o Egrégio Plenário,
à unanimidade, referendou o ato de suspensão expedido pelo Conselheiro Domingos Dissei –
Relator." (Certidão – TC 3.744/16-26) Ainda com a palavra, o Conselheiro Domingos Dissei
deu conhecimento ao Egrégio Plenário da matéria constante do seguinte despacho: "Trago à
apreciação deste Pleno despacho de SUSPENSÃO do Convite 001/2016, cuja abertura dos
envelopes estava prevista para ocorrer às 10h30min do dia 12.05.2016, promovido pela
Subprefeitura Santo Amaro, visando à contratação de assessoria técnica para implementação do
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos na Subprefeitura Santo Amaro, com valor
estimado de R$ 149.655,10, considerando as seguintes razões: 1. Na análise do acompanhamento
do edital do referido convite, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle, por intermédio da
Coordenadoria III, apontou as seguintes irregularidades, impeditivas de continuidade do certame:
a) A Comissão designada na Portaria 008/SP-SA/GAB/2015, mencionada no Despacho de
Autorização do certame, constitui uma "Comissão de Leilão de Veículos Apreendidos e
Removidos" e não a Comissão de Licitação da SP-SA. O Presidente da Comissão de Licitação,
que assina o edital, não figura na mencionada portaria. Ocorre dessa maneira infringência ao
inciso III do artigo 38 da LF 8.666/1993. Adicionalmente, o item 8 do edital e o Anexo I – Termo
de Referência mencionam uma "comissão específica" para definição dos critérios de avaliação
referentes à técnica. Não consta do PA qualquer referência à designação dessa comissão; b) Não
constam no PA justificativas ou cálculos que fundamentem as quantidades de horas de trabalho
atribuídas para as funções que constam da planilha de custos e que determinam o preço estimado,
que desta forma não está justificado. Ocorre assim infringência ao princípio da motivação, de
observação compulsória pelos agentes públicos municipais por força do artigo 2º da LM
14.141/2006, e ainda infringência ao artigo 7º, § 4º, da LF 8.666/1993; c) Vedação indevida, pelo
edital, da participação de empresas inscritas no CADIN municipal na presente licitação, em
desacordo com o artigo 3º da LM 14.094/2005; d) Requisição indevida pelo edital, de certidão
dos processos cíveis em andamento e certidão de objeto e pé, no caso da primeira ser positiva,
para sociedade simples, em infringência ao artigo 31 da LF 8.666/1993; e) Exigência indevida
pelo edital, de Auto de Licença de Funcionamento, como condição de habilitação da empresa, em
violação à LF 8.666/1993; f) Previsão de utilização indevida pelo edital, de atestados que
comprovem experiência anterior, como critério de julgamento, por meio de pontuação, em
desacordo com o artigo 3º, § 1º, I, da LF 8.666/1993 e Súmula 22 do TCE-SP; g) Ausência de
parâmetros objetivos na apuração da pontuação do critério Metodologia e falta de descrição das 5
perguntas referentes à avaliação deste quesito, em desrespeito aos artigos 40, VII, e 44, § 1º, da
LF 8.666/1993; h) Adoção de critério diferenciado, sem embasamento técnico, quanto à
localidade permitida nos atestados de experiência anterior em relação à capacitação profissional
do coordenador geral ["(...) cidades com população acima de 250 (duzentos e cinquenta) mil
habitantes (...)"] (grifo nosso) e à capacitação operacional da empresa" [(...) cidades com
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população acima de 250 (duzentos e cinquenta) mil habitantes, emitida pelo Poder Público
Municipal ou para Regiões Metropolitanas, emitida pelo Poder Público Estadual.]", em violação
ao artigo 3º, § 1º, I, da LF 8.666/1993; i) Exigência de experiência em assessoria para
implantação de Planos de Gestão de Resíduos para cidades com população acima de 250 mil
habitantes equivalentes a cerca de 100% do objeto do serviço pretendido, em desacordo com a
Súmula 24 do TCE-SP. 2. Em razão de tais apontamentos e tendo em vista que a abertura das
propostas estava designada para o dia 12.05.2016, às 10h30min, DETERMINEI, "ad cautelam", a
SUSPENSÃO "sine die" do Convite 001/2016, decisão esta que, com fundamento no artigo 101,
§ 1º, alínea "d", do Regimento Interno deste Tribunal, elevo a REFERENDO de Vossas
Excelências. Outrossim, o Conselheiro Domingos Dissei – Relator salientou que: "à parte dessas
questões relativas ao edital do convite, existe procedimento licitatório em curso na Secretaria
Municipal de Serviços – Concorrência 02/SES/2015, submetida à relatoria do Conselheiro João
Antonio, que, aliás, também determinou a sua suspensão –, objetivando a contratação de objeto
conexo, sendo, deste modo, necessário abordar as seguintes observações, antes de autorizar o
prosseguimento do certame: 1 - Qual é a necessidade de duas contratações para propor ações
voltadas à implementação do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PGIRS, se, pela
descrição dos objetos dos editais mencionados, um se destina a consultoria, e outro, assessoria
para a mesma finalidade? 2 – Cada subprefeitura fará a sua contratação? 3 – Na manifestação do
Assessor Jurídico Chefe desta Corte de Contas, Dr. Ricardo Panato, em face da concorrência, que
faz a necessária análise técnica para esclarecer a necessidade da realização de uma licitação deste
porte, de custos elevados, para um contrato com prazo de vigência de dois anos, passível de
prorrogação quanto ao escopo dos serviços e contempla atividades que deveriam ser executadas
pela própria Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB. 4 – Quanto aos preços: o
convite, promovido pela Subprefeitura Santo Amaro, com prazo de seis meses, estimou o valor
de R$ 149.655,10. Assim, em tese, se replicado o valor para as 32 subprefeituras, o montante
alcançado será de aproximadamente R$ 4,8 milhões, bem inferior ao da Concorrência 02 da
Secretaria de Serviços, suspensa pelo Conselheiro João Antonio, que, guardadas as suas
peculiaridades, tem o valor estimado que supera a cifra de R$ 32 milhões." Ademais, o
Conselheiro João Antonio – Revisor referendou a suspensão determinada e registrou que existe
um marco regulatório a respeito da competência de Amlurb e que a pulverização de contratos na
Cidade de São Paulo deve ser apurada. Também, o Conselheiro Maurício Faria propôs a
expedição de ofício à Administração – Secretaria de Governo – requestando explicações para
essa aparente sobreposição de objetos, bem como determinou aos Órgãos Técnicos desta Corte
que procedam à análise desses elementos apresentados pelo executivo, de modo a instruir melhor
o feito. Afinal, o Egrégio Plenário, à unanimidade, referendou a suspensão cautelar do convite,
promovido pela Subprefeitura Santo Amaro, conforme ato expedido pelo Conselheiro Domingos
Dissei – Relator, bem assim, a determinação à Subsecretaria de Fiscalização e Controle para que
proceda à análise integrada da matéria e seu escopo, com os elementos que serão encaminhados
após expedição de ofício à Secretaria de Governo, informando a respeito da gestão
administrativa, com a máxima urgência, para que todos os Conselheiros possam se pronunciar
acerca desta e de outras matérias referentes ao assunto." (Certidão – TC 3.267/16-07) Em
sequência, o Conselheiro João Antonio deu conhecimento ao Egrégio Plenário da matéria
constante do seguinte despacho: "Trata o presente de representação formulada pelo Nobre
Vereador Milton Leite da Silva, em face da Concorrência 02/SES/15, cujo objeto é a "Prestação
de Serviços Técnicos Especializados de Natureza Consultiva para a execução de ações
necessárias ao cumprimento das metas e ajustes do Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos – PGIRS". Em resumo, a petição inicial apontou as seguintes irregularidades: (i) há
ofensa ao disposto no artigo 40, inciso I, da Lei Federal 8.666/93, na medida em que (i.i) os
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resíduos sólidos envolvidos no objeto da licitação reclamam tratamento individual; (i.ii)
deveriam ter sido especificadas as espécies de resíduos; e (iii) é confusa a natureza dos trabalhos
envolvidos, pois o PGIRS envolve ações não somente de natureza intelectual, mas também
construtiva. (ii) não está clara a conveniência de se realizar uma licitação desse porte, de custos
elevados, para um contrato com prazo de vigência de 2 (dois) anos, passível de prorrogação,
quando o escopo dos serviços contempla atividades que devem ser executadas pela própria
Municipalidade, mais especificamente a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB);
(iii) inexistem os elementos suficientes para aferição de custos e BDI; (iv) a escolha da
modalidade licitatória é equivocada, pois deveria ter sido utilizado o concurso; (v) há violação ao
princípio da ampla competitividade, (v.i) com a exigência de garantia na ordem de 1% do valor
estimado do contrato, e prazo de validade de no mínimo 90 (noventa) dias corridos da data para a
entrega dos envelopes; e (v.ii) com a limitação ao número de empresas consorciadas. O feito
tramitou pela Assessoria Jurídica de Controle Externo, cuja conclusão foi no sentido de
paralisação do certame. Com a finalidade de concretizar o contraditório, em razão das sensíveis
dúvidas quantos aos itens postos em debate, foi indeferido o pedido liminar de paralisação do
certame, com a finalidade de aguardar a resposta da Origem e análise por parte do corpo de
Auditoria desta Corte de Contas. Após análise das respostas apresentadas pela Origem, a AJCE
entendeu superados os itens 4 e 5, argumentando que os demais questionamentos deveriam
passar pelo crivo de Auditoria, em razão de sua complexidade técnica. Em sua análise, a
Auditoria apontou como irregularidades passíveis de suspensão do certame licitatório as
alegações referentes à imprecisão da natureza dos trabalhos envolvidos (subitem 2.1.2), a falta de
clareza quanto à conveniência de realizar o certame (subitem 2.2) e a inexistência de elementos
suficientes para aferição de custos e BDI (subitem 2.3). A Origem foi novamente intimada a
prestar esclarecimentos sobre os pontos ressaltados pela Auditoria (fls. 363/370). Em nova
manifestação (fls. 373/376), a Auditoria manteve seu entendimento pela procedência das
alegações, sendo acompanhada pela Assessoria Jurídica de Controle Externo. Por esse motivo,
no intuito de evitar eventual contratação irregular e prejuízo ao erário, determinei a suspensão da
homologação do certame e ciência à Origem para as providências necessárias. Ante o exposto,
nos termos do art. 196, do Regimento Interno deste Tribunal, submeto a este Pleno a presente
decisão para Referendo. Afinal, o Egrégio Plenário, à unanimidade, referendou a suspensão
cautelar da Concorrência 02/SES/15, nos termos do despacho exarado pelo Conselheiro João
Antonio – Relator, bem assim, determinou, à vista da conexidade da matéria, e das medidas já
expedidas no bojo do referendo outorgado, nesta mesma sessão, ao despacho de suspensão do
processo TC 3.267/16-07, Convite 001/2016, de relatoria do Conselheiro Domingos Dissei, que a
Subsecretaria de Fiscalização e Controle desta Casa promova análise integrada da matéria e seu
escopo, com os elementos que serão encaminhados após expedição de ofício à Secretaria de
Governo, informando a respeito da gestão administrativa, com a máxima urgência, para que
todos os Conselheiros possam se pronunciar sobre esta e outras matérias acerca do assunto."
(Certidão – TC 788/16-95) Ainda fazendo uso da palavra, o Conselheiro João Antonio deu
conhecimento ao Egrégio Plenário da matéria constante do seguinte despacho: "Os
Tribunais de Contas são tratados pela Constituição Federal precipuamente no Título IV, Capítulo
I, Seção IX, (artigos 70 a 75), quando são estabelecidas as regras pertinentes à “Fiscalização
contábil, financeira e orçamentária”. Registre-se que os referidos dispositivos constitucionais são
estendidos obrigatoriamente aos Tribunais de Contas estaduais e municipais por imposição do
artigo 75 da Lei Fundamental. As Cortes de Contas são órgãos administrativos de extração
constitucional, com autonomia orçamentária e administrativa, as quais a Lei Maior delegou
grande parte das competências atinentes ao controle externo da administração pública. Em
relação à extensão do controle exercido pelos Tribunais de Contas, o ilustre Conselheiro do TCE
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de Pernambuco, Valdecir Pascoal, em artigo publicado na Revista do Tribunal de Contas da
União, nº 1151, assim se posicionou: “Pode-se dizer que o objeto a ser controlado pelos
Tribunais de Contas são as “contas públicas”. Registre-se que o conceito de “contas públicas”
extrapola os aspectos contábeis da gestão. A rigor, ao se examinar os preceitos constitucionais –
notadamente os artigos 70 e 71 da Lei Maior (BRASIL, 1988) – conclui-se que por “contas
públicas” deve-se entender todos os atos, procedimentos licitatórios, contratos administrativos,
ajustes, convênios e outros documentos públicos que tenham ou possam vir a ter repercussão e
implicações de natureza contábil, orçamentária, financeira, operacional ou patrimonial”.
(grifei) Como regra geral o controle exercido pelos Tribunais de Contas é tipicamente de
natureza posterior, tendo em vista o próprio ciclo orçamentário das despesas públicas, pela qual
primeiro se faz o planejamento do gasto, depois se executa esse orçamento e só ao final dessa
execução, após apresentação da prestação de contas pelo gestor é que haverá o controle exercido
pelas Cortes de Contas. Diversamente do quanto previsto na Carta Constitucional de 1946, a
Constituição de 1988 não estabelece hipóteses que condicionem a edição, validade ou eficácia de
ato administrativo ao controle prévio ou concomitante dos Tribunais de Contas, no entanto, há
avalizada doutrina que reconhece a existência de situações em que a atuação das Cortes de
Contas poderá ocorrer antes do aperfeiçoamento do ato administrativo, ou no decorrer da
tramitação de um procedimento administrativo. Nesse sentido registro o magistério de Pedro
Roberto Decomain, para quem: “Situações existem, contudo, inclusive no Brasil, em que o
controle dos atos da administração pública pode ocorrer antes da sua realização ou, quando
menos, no decorrer de procedimento administrativo específico, destinado a culminar com a
prática de determinado ato administrativo” (Tribunais de Contas no Brasil, editora Dialética,
2006, Pag. 179/180). No mesmo sentido Maria Denise Abeijon Pereira Gonçalves, no artigo
“Controle dos Atos Administrativos”, publicado na Revista Âmbito Jurídico, dispõe: “4.4.1.2.
Concomitante: trata-se de controle realizado durante a atuação administrativa. Como exemplo,
podemos citar o controle exercido sobre escolas, hospitais e outros órgãos prestadores de
serviços públicos, bem como às auditorias dos Tribunais de Contas. Tal controle é considerado
o mais eficaz, visto que o ato tido como irregular pode ser sobrestado durante a sua consecução,
evitando maior dispêndio para o erário.” Nesse aspecto, o Supremo Tribunal Federal, escorado
na Teoria dos Poderes Implícitos, originária do constitucionalismo americano, reconhece aos
Tribunais de Contas o Poder Geral de Cautela, em decorrência das atribuições e competências
fiscalizadoras conferidas a tais órgãos pela Constituição Federal de 1988, conforme ficou
sedimentado no julgamento do MS 24.510/DF. Nos termos do voto apresentado pelo Ministro
Celso de Mello naqueles autos, o poder cautelar, ainda que de forma implícita, também compõe a
esfera de atribuições institucionais das Cortes de Contas, tendo em vista tratar-se de atributo apto
a instrumentalizar e tornar efetivo o exercício das competências que lhes foram expressamente
outorgadas pelo próprio texto da Constituição da República. Nesse aspecto, transcrevo excerto
do citado voto: “Isso significa que a atribuição de poderes explícitos, ao Tribunal de Contas,
tais como enunciados no artigo 71 da Lei Fundamental da República, supõe que se lhe
reconheça, ainda que por implicitude, a titularidade de meios destinados a viabilizar a adoção
de medidas cautelares vocacionadas a conferir real efetividade às suas deliberações finais,
permitindo, assim, que se neutralizem situações de lesividade, atual ou iminente, ao erário.
Impende considerar, no ponto, em ordem a legitimar esse entendimento, a formulação que se fez
em torno dos poderes implícitos, cuja doutrina, construída pela Suprema Corte dos Estados
Unidos da América, no célebre caso McCulloch v. Maryland (1819), enfatiza que a outorga de
competência expressa a determinado órgão estatal importa em deferimento implícito, a esse
1 Disponível em http://revista.tcu.gov.br/ojs/index.php/RTCU/article/viewFile/320/365
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mesmo órgão, dos meios necessários à integral realização dos fins que lhe foram atribuídos.
[...] Na realidade, o exercício do poder de cautela, pelo Tribunal de Contas, destina-se a
garantir a própria utilidade da deliberação final a ser por ele tomada, em ordem a impedir que
o eventual retardamento na apreciação do mérito da questão suscitada culmine por afetar,
comprometer e frustrar o resultado definitivo do exame da controvérsia. Assentada tal premissa,
que confere especial ênfase ao binômio utilidade/necessidade, torna-se essencial reconhecer –
especialmente em função do próprio modelo brasileiro de fiscalização financeira e
orçamentária, e considerada, ainda, a doutrina dos poderes implícitos – que a tutela cautelar
apresenta-se como instrumento processual necessário e compatível com o sistema de controle
externo, em cuja concretização o Tribunal de Contas desempenha, como protagonista autônomo,
um dos mais relevantes papéis constitucionais deferidos aos órgãos e às instituições estatais.”2
Ainda que se reconheça que os contratos administrativos tenham, em relação ao controle
exercido pelos Tribunais de Contas, natureza diferenciada, certo é que uma vez constatada a
plausibilidade da existência de iminente situação apta a conduzir a um prejuízo aos cofres
públicos, o controle externo, ancorado no Poder Geral de Cautela, tem o dever de atuar para,
preventivamente, evitar a ocorrência de lesão ao erário, assegurando a preservação do interesse
público, considerando para tanto aspectos relacionados aos princípios da legalidade, legitimidade
e economicidade. Nesse sentido, confira-se o entendimento do Conselheiro do TCE de
Pernambuco, Valdecir Pascoal, em artigo já citado, segundo o qual: “É também plausível,
embora incomum, a concessão de cautelar em contratos já em execução. Conquanto o contrato
administrativo tenha, em relação ao controle, um regime jurídico diferenciado, instituído pela
Lei Maior, medidas cautelares podem ser prolatadas, por exemplo, para determinar a suspensão
temporária de reajustes de preços.” (grifamos). As regras legais aplicáveis aos procedimentos
cautelares pressupõem para sua concessão o atendimento de dois requisitos, a saber: (a)
plausibilidade dos argumentos jurídicos que apontem a existência de indícios de irregularidades
“fumus boni juris” e (b) receio iminente de grave lesão ao erário ou de risco de ineficácia da
decisão final de mérito “periculum in mora”. O poder geral de cautela do juiz outorga à
autoridade da causa a possibilidade de aplicar medidas consubstanciadas na garantia de
preservação de direitos, principalmente quando a consumação do lapso temporal possa ocasionar
o perecimento ou prejuízo demasiado à demanda, e, no caso, a preservação do interesse público.
A medida cautelar no âmbito das Cortes de Contas visa à eficiência na proteção ao erário, que,
no caso específico, visa o controle prévio e a garantia do cumprimento contratual com
fundamento na garantia da finalidade pública. Ainda, imperioso destacar o magistério de
Francisco Eduardo Carrilho Chaves, extraídos da obra “Controle Externo da Gestão Pública – A
Fiscalização pelo Legislativo e pelos Tribunais de Contas”, editora Impetus, 2ª edição, p. 178: “A
suspensão de ato ou procedimento impugnado consta somente do Regimento Interno (art. 276).
Não há nenhum excesso ou ilegalidade nessa previsão regimental, visto que o poder geral de
cautela permite a adoção de medidas acautelatórias inominadas ou não expressamente
determinadas em lei.” Como conclusão da sede preliminar de esboço sobre as razões de atuação
nesta fase do processo de contratação, cumpre consignar que o Tribunal de Contas do Município
pode atuar em vista do controle prévio da legalidade e legitimidade durante a formação do ato
administrativo. Por isso, merece destaque o pronunciamento da Assessoria Jurídica de Controle
Externo, por meio do Assessor Jurídico Chefe – Ricardo Panato: “Conforme bem salientou a
ilustre Assessora preopinante, as constatações feitas pela Equipe de Fiscalização deste
Tribunal, na presente inspeção, assumem particular relevância ao serem cotejadas com os
achados de auditoria extraídos da correspondente análise de execução contratual. Constam,
2 Nesse mesmo sentido confira-se o MS 26547 MC/DF, Relator Ministro Celso de Mello.
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dentre esses achados, relevantes obrigações desatendidas pelos concessionários, sem que, de
outro lado, haja notícia das providências tomadas visando apurar as consequências da mora ou
do inadimplemento (parcial), seja para efeito de responsabilidade (contratual) como para
reexame da equação econômico-financeira. Com efeito, para além da cominação de
penalidades, o descumprimento de obrigações dessa natureza – sobretudo em contratos de longa
duração – traz reflexos diretos à relação econômico-financeira, que, como cediço, deve se
manter inalterada enquanto perdurar o vínculo contratual. Nesse sentido, à míngua de
quaisquer informações acerca dos consectários decorrentes da parcial inexecução constatada, e
diante do fato de que se encontra em curso procedimento para a revisão ordinária das tarifas
praticadas – como forma de mantê-las fiéis à equação econômico-financeira –, curial que a
Administração Pública permita o regular exercício do controle externo mediante
esclarecimentos pertinentes para que não se dê azo a ajustamento de preços que desconsidere os
encargos não realizados, desvirtuando, portanto, a equação encargo-remuneração que se
estabeleceu no momento da contratação (“ex vi” dos artigos 9º, § 2º, da Lei Federal 8.987/95; e
65, II, “d”, da Lei Federal 8.666/93). O cenário de inexecução parcial – sem o claro
estabelecimento das típicas consequências da relação negocial – e a iminente decisão sobre o
pedido de reequilíbrio justificam, ao nosso sentir, a atuação preventiva deste Tribunal de Contas
na esteira de suas competências constitucionais3. É nesse diapasão que preconizam os incisos IX
e X do artigo 48 da Lei Orgânica do Município de São Paulo4, que não se confundem, pois, com
a sustação do contrato5, cujo óbice estaria na expressa inteligência do § 1º do mesmo
dispositivo6-7
e, ainda, no conteúdo do princípio da continuidade dos serviços públicos. Ante o
exposto, frente ao histórico de descumprimento de obrigações contratuais de notável relevância,
e para que não se consolide possível reequilíbrio que atente contra o interesse público, permito-
me ratificar a sugestão de se determinar à Administração Municipal que, previamente à edição
do ato administrativo consistente na decisão sobre o pedido de reequilíbrio econômico-
financeiro, preste os esclarecimentos quanto aos critérios que serão considerados nesse exame e
quanto às medidas tomadas em razão das infrações contratuais relatadas.” A formulação
iminente de um ato jurídico registrado por meio de um termo de aditamento, na confecção do
ajuste econômico-financeiro ao contrato, é passível de apuração quanto à constatação dos
elementos que passo a destacar, cuja observância é de sensível análise por parte da Origem, sob
3 Nas palavras do eminente Ministro do E. Tribunal de Contas da União, Benjamim Zymler, “Não se pode olvidar
que o controle realizado no âmbito de um determinado procedimento administrativo como o licitatório, por exemplo,
acaba inevitavelmente gerando um certo controle prévio. Isso decorre do fato de um procedimento ser o
encadeamento de atos que, apesar de serem relativamente autônomos, ocorrem em consonância com uma
determinada ordem cronológica e mantém uma relação teleológica entre si, a qual deriva do fim almejado pelo
agente público. Logo, frequentemente, observa-se que o controle de um determinado ato implica a fiscalização de
atos subseqüentes (...). O § 2º do art. 113 da lei de licitações prevê um outro exemplo desse controle prévio reflexo.”
(O controle externo das concessões e das parcerias público-privadas. 2ª. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p. 122). 4 “Art. 48. O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do
Município de São Paulo, ao qual compete: (...) IX - assinalar prazo para que o órgão ou entidade adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sob pena de incidir nas sanções legais cabíveis pela
desobediência; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara
Municipal, em prazo não superior a 15 (quinze) dias, ressalvado o disposto no § 1º, deste artigo; (...).” 5 “... a prática da sustação implica a supressão de todos os efeitos de um contrato administrativo. Na dicção de Jorge
Ulisses Jacoby Fernandes, sustar um contrato ‘significa retirar-lhe a eficácia, a produção dos efeitos financeiros –
pagamento, por exemplo - e executivos, realização do objeto’” (GUIMARÃES, Fernando Vernalha, e MOREIRA,
Egon Bockmann. Licitação pública. São Paulo: Malheiros, 2012. pp. 464). 6 “Art. 48. (...). § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Câmara Municipal que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis.” 7 Em consonância com o artigo 71, § 1º, da Constituição da República.
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pena de fulminar o ato de ilegalidade e afronta ao princípio da supremacia do interesse público.
Considerando a Auditoria do acompanhamento da execução Contratual encartada no processo
TC 3.575/14-07, em que se verificaram diversos descumprimentos em investimentos no Contrato
de Concessão 27/SSO/04, e que está em curso um estudo com um verificador independente com
a empresa PWC-PriceWaterHouseCoopers através do contrato 02/AMLURB/2015 a fim de se
efetivar a revisão quinquenal da tarifa de concessão para fins de reequilíbrio econômico-
financeiro, e que a SFC informou através da inspeção determinada por este Relator (processo TC
1.019/16-96) que há previsão de conclusão deste estudo para junho de 2016, no qual deverá ser
alterada a tarifa a fim de haver reequilíbrio econômico-financeiro. Considerando que os
descumprimentos devem ser sopesados a fim de revisão dessa tarifa, no sentido de reduzir o
montante pago à concessionária, uma vez que estes investimentos serão postergados, diminuindo
seu valor presente no fluxo de caixa que resulta o cálculo do reequilíbrio. E, considerando a
supremacia do interesse público, em caráter preventivo, deve a AMLURB esclarecer se os
seguintes pontos obtidos a partir das informações do processo TC 72.003.575.14-07 estão
sendo considerados para o cálculo dessa revisão antes de haver qualquer formalização de
instrumento jurídico para modificação da tarifa, conforme segue: 1 - Centrais de Triagem - A
AMLURB optou por substituir as 12 (doze) centrais manuais por centrais totalmente
mecanizadas, com produção estimada de 250 t/dia por central. A AMLURB informou que, em
face da autorização para a execução das novas centrais de triagem mecanizadas em substituição
às centrais previstas no TCA de 2012, a concessionária estaria desobrigada do cumprimento
desse marco contratual. Informou, ainda, no processo TC 3.575/14-07, que o ajuste decorrente
dessa substituição seria realizado na próxima reavaliação contratual quinquenal. 2 - Frota de
veículos de caminhões para coleta de resíduos de saúde - Deveriam ser disponibilizados 9 (nove)
caminhões para grande geradores, e 40 (quarenta) do modelo Ducato para pequenos geradores.
Foram fornecidos 9 e 35 respectivamente. Segundo, justificativa de AMLURB, tal fato ocorreu
devido ao baixo crescimento do número de pequenos geradores de resíduos de saúde. Há a
necessidade de reequilíbrio reduzindo a tarifa em razão do menor número de veículos
disponibilizados. 3 - Implantação de novo Aterro – Pelo TCA de 2012, a implantação do aterro
foi postergada para o 12º ano no caso Contrato de Concessão 27/SSO/04 (de out/15 a out/16).
Segundo as informações do processo TC 3.575/14-07, o processo esteve parado na Secretaria de
Licenciamento para obtenção de alvará pela Prefeitura, ainda está em fase de licenciamento, com
provável descumprimento, não devendo ser cumprido até out/16. Há de se reequilibrar reduzindo
a tarifa em razão da postergação do início da operação. 4 - Nova Estação de Transbordo -
Segundo TCA de 2007, a implantação deveria ocorrer até o 9º ano (em out/13). Tal marco ainda
não foi cumprido. A Origem e a Concessionária apresentaram uma série de situações no sentido
de justificar o não cumprimento do marco contratual. A despeito de justificativas, há a
necessidade de reequilibrar reduzindo a tarifa em razão da postergação do início da operação. 5 -
Implantação da Unidade de Tratamento de Resíduos de Saúde - Não foi cumprido este marco,
cujo início de operação deveria ocorrer até o 10º ano (Out/14). Houve os mesmos problemas da
Nova Estação de Transbordo, pois ambos estavam sendo previstos para serem instalados no
mesmo endereço à Vila Jaguará, havendo, contudo, de ocorrer o reequilíbrio visto que esse
investimento não ocorreu. 6 - Compensação ambiental – Como não houve a implantação do
aterro, não houve necessidade de revegetação, e por isso, o custo deste deve ser deslizado para
compatibilização do início da operação do aterro. Assim, determino que a Origem promova a
suspensão de formalização de instrumento jurídico que resulte em alteração da Tarifa do
Contrato de Concessão 27/SSO/04, até que haja esclarecimentos suficientes se tais questões
acima relacionadas aos itens de 1 a 6 estão sendo consideradas no cálculo de reequilíbrio da
Tarifa de Concessão, bem como os respectivos valores de cada um desses marcos, com a
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previsão de dispêndio a cada ano que está sendo considerado no fluxo de caixa do referido
cálculo e informações de outros pontos que venham a reduzir a tarifa. Determino ainda que a
Origem aguarde a análise deste Tribunal quanto ao estudo realizado pelo verificador
independente – PriceWaterHouseCoopers – PWC, através do contrato 02/AMLURB/2015.
Oficie-se a Secretaria Municipal de Serviços e a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana –
AMLURB para conhecimento e manifestação no prazo de até 15 (quinze) dias. Determino,
outrossim, a remessa a este Tribunal, no mesmo prazo, de cópia dos estudos que servirão de base
para formalização do reequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão. Por fim,
determino que a Subsecretaria de Fiscalização e Controle proceda, em autos próprios, inspeção
quanto ao mérito dos estudos realizados pelo verificador independente. Publique-se." Também, o
Conselheiro Edson Simões – Revisor referendou o ato praticado pelo Conselheiro João Antonio
– Relator. Ademais, o Conselheiro Maurício Faria acompanhou o Conselheiro João Antonio –
Relator e destacou ser adequada essa forma de tratar uma medida cautelar emitida de modo
monocrático, referentes a esses atos do poder executivo, pois deve ser objeto de deliberação do
Colegiado, pela relevância institucional desse tipo de matéria, pelas implicações na relação
institucional entre o Controle Externo e o Poder Executivo e essa ação, de controle preventivo,
tem amparo constitucional, não colide com a vedação constitucional que se refere à sustação ou
revogação de contratos em andamento, que passa por toda uma série de outros procedimentos
que envolvem o Poder Legislativo. Ainda, o Conselheiro Domingos Dissei anuiu com a decisão
de natureza preventiva adotada pelo Relator, pois compartilha da corrente que defende ser natural
e inato aos Tribunais de Contas adotar medidas cautelares fundadas em receio de grave lesão ao
erário e ao risco de ineficiência da decisão de mérito, determinando a sustação do ato ou
procedimento até que o Tribunal de Contas decida sobre o mérito da questão. Tal medida,
voltada à proteção do erário, possibilita que o Tribunal de Contas cumpra efetivamente a sua
função constitucional. Outrossim, o Conselheiro Domingos Dissei ressaltou, quanto ao Contrato
27, correspondente ao agrupamento noroeste, dentre outros marcos não atendidos: houve a
instalação de apenas uma central de triagem seletiva, quando deveriam ser quatro, inexistindo
informações quanto às demais; também não há evidência da instalação de aterro sanitário,
previsto para ocorrer até outubro deste ano, o qual deverá substituir o atual aterro de Caieiras, de
propriedade particular; não houve a implantação de uma estação de transbordo prevista para o
décimo ano do contrato e nem usina de tratamento de resíduos sólidos, atualmente terceirizados.
Também, o Conselheiro Domingos Dissei apresentou as seguintes indagações para que sejam
agregadas ao despacho da Relatoria, para encaminhamento à Origem e aos demais órgãos afetos:
"Primeiro, quanto aos licenciamentos ambientais, as concessionárias providenciaram
tempestivamente. Se intempestivamente, houve aplicação de multas? Se não houve, por quê?
Segundo, a Administração tem responsabilidade nos atrasos? Se sim, houve apuração de
responsabilidades? Que medidas foram tomadas? No caso específico das estações de transbordo
não instaladas ou ainda não modernizadas, quando foram solicitadas licenças ambientais à
Cetesb, este prazo estava dentro do previsto no contrato? Se não, por que houve o atraso? Em
caso positivo, houve apuração de responsabilidades? Todas as licenças de instalação de
operações estão vigentes? Houve situações de continuidade dos trabalhos com licenças vencidas?
Se sim, que providências foram tomadas pela Prefeitura para a apuração de responsabilidades?
Especificamente no caso do transbordo Vergueiro, verificamos a existência de certificados de
movimentação de resíduos de interesse ambiental emitidos pela Cetesb, de nos 45.005.100 e
45.005.994, válidos para o transporte de resíduos até os locais de destino final. Verificamos,
também, a licença de instalação 45.002.668, emitida pela Cetesb, no dia 3 de maio de 2016 – isto
é, há menos de um mês – para implantação e instalação modernizadas para efetuar o transbordo
de resíduos domiciliares e de serviços de saúde grupo B. Nesse documento consta que a empresa
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que não poderá iniciar operação desse empreendimento sem que a respectiva licença de operação
seja concedida pela Cetesb. Assim pergunto: qual é a licença ambiental que tem viabilizado a
operação do transbordo Vergueiro nas instalações atuais? Pergunta seis. Como tem sido tratado o
chorume produzido pelo lixo? Qual é o destino? Como tem sido tratado o chorume que cai dos
caminhões que transportam o lixo? Quem se responsabiliza pelo dano ambiental produzido? Os
caminhões obedecem às especificações técnicas? Tem havido fiscalização nesse sentido? Já
houve alguma aplicação de multa? Se sim, quantas foram, em que datas foram aplicadas? Como
está o processo de cada uma na data de hoje? Pergunta sete. Há previsão no contrato de multas
por dano ambiental? De que natureza? Em que casos foram aplicadas? Oitava. Como a Amlurb
fiscaliza grandes geradores de resíduos sólidos (Decreto 48.251/07), existe o registro de casos em
que as concessionárias recolheram esses materiais? Qual é o modelo de fiscalização adotada?
Quantas multas foram aplicadas? Nove. Quais categorias profissionais constam como
responsáveis técnicos pelas concessionárias? A Prefeitura está fazendo cumprir a Resolução
1.024 do CREA e do CONFEA, normatizada pela Resolução 01/2012 do CREA-SP, que institui
o livro de ordem para os profissionais vinculados ao sistema CREA/CONFEA? As anotações
permitem verificar a efetiva participação do profissional na execução dos trabalhos da obra ou
exercício, de todas as ocorrências do empreendimento. Há evidência nos atos da presença de
profissionais nos aterros, nas estações de transbordo e na operação de coleta de lixo? Décima. A
coleta dos resíduos nas feiras livres estava prevista no primeiro contrato, com a colocação de
contêineres nas pontas das mesmas. Foram implantadas? Se sim, por que foram retiradas? Se
não, por quê? Ainda, o Conselheiro João Antonio – Relator acatou as ponderações apresentadas
pelo Conselheiro Domingos Dissei e assinalou que promoverá a adequação destes quesitos no
que for atinente à medida cautelar em tela, mas que o conjunto destes elementos estarão
presentes no processo de apreciação da execução contratual. Afinal, o Egrégio Plenário, à
unanimidade, referendou a medida cautelar de suspensão de ato de formalização de instrumento
jurídico que resulte em alteração da tarifa do Contrato de Concessão 27/SSO/2004, expedida
pelo Conselheiro João Antonio – Relator, até que haja esclarecimentos suficientes para a
apreciação deste Tribunal de Contas." (Certidão – TC 1.019/16-96) Prosseguindo, o
Conselheiro João Antonio deu conhecimento ao Egrégio Plenário da matéria constante do
seguinte despacho: "Os Tribunais de Contas são tratados pela Constituição Federal
precipuamente no Título IV, Capítulo I, Seção IX (artigos 70 a 75), quando são estabelecidas as
regras pertinentes à “Fiscalização contábil, financeira e orçamentária”. Registre-se que os
referidos dispositivos constitucionais são estendidos obrigatoriamente aos Tribunais de Contas
estaduais e municipais por imposição do art. 75 da Lei Fundamental. As Cortes de Contas são
órgãos administrativos de extração constitucional, com autonomia orçamentária e administrativa,
as quais a Lei Maior delegou grande parte das competências atinentes ao controle externo da
administração pública. Em relação à extensão do controle exercido pelos Tribunais de Contas, o
ilustre Conselheiro do TCE de Pernambuco, Valdecir Pascoal, em artigo publicado na Revista do
Tribunal de Contas da União, 1158, assim se posicionou: “Pode-se dizer que o objeto a ser
controlado pelos Tribunais de Contas são as “contas públicas”. Registre-se que o conceito de
“contas públicas” extrapola os aspectos contábeis da gestão. A rigor, ao se examinar os
preceitos constitucionais – notadamente os artigos 70 e 71 da Lei Maior (BRASIL, 1988) –
conclui-se que por “contas públicas” deve-se entender todos os atos, procedimentos licitatórios,
contratos administrativos, ajustes, convênios e outros documentos públicos que tenham ou
possam vir a ter repercussão e implicações de natureza contábil, orçamentária, financeira,
operacional ou patrimonial”. (grifei) Como regra geral o controle exercido pelos Tribunais de
8 Disponível em http://revista.tcu.gov.br/ojs/index.php/RTCU/article/viewFile/320/365
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Contas é tipicamente de natureza posterior, tendo em vista o próprio ciclo orçamentário das
despesas públicas, pela qual primeiro se faz o planejamento do gasto, depois se executa esse
orçamento e só ao final dessa execução, após apresentação da prestação de contas pelo gestor é
que haverá o controle exercido pelas Cortes de Contas. Diversamente do quanto previsto na
Carta Constitucional de 1946, a Constituição de 1988 não estabelece hipóteses que condicionem
a edição, validade ou eficácia de ato administrativo ao controle prévio ou concomitante dos
Tribunais de Contas, no entanto, há avalizada doutrina que reconhece a existência de situações
em que a atuação das Cortes de Contas poderá ocorrer antes do aperfeiçoamento do ato
administrativo, ou no decorrer da tramitação de um procedimento administrativo. Nesse sentido
registro o magistério de Pedro Roberto Decomain, para quem: “Situações existem, contudo,
inclusive no Brasil, em que o controle dos atos da administração pública pode ocorrer antes da
sua realização ou, quando menos, no decorrer de procedimento administrativo específico,
destinado a culminar com a prática de determinado ato administrativo” (Tribunais de Contas no
Brasil, editora Dialética, 2006, Pag. 179/180) No mesmo sentido Maria Denise Abeijon Pereira
Gonçalves, no artigo Controle dos atos administrativos, publicada na Revista Âmbito Jurídico,
dispõe: “4.4.1.2. Concomitante: trata-se de controle realizado durante a atuação administrativa.
Como exemplo, podemos citar o controle exercido sobre escolas, hospitais e outros órgãos
prestadores de serviços públicos, bem como às auditorias dos Tribunais de Contas. Tal controle
é considerado o mais eficaz, visto que o ato tido como irregular pode ser sobrestado durante a
sua consecução, evitando maior dispêndio para o erário.” Nesse aspecto, o Supremo Tribunal
Federal, escorado na Teoria dos Poderes Implícitos, originária do constitucionalismo americano,
reconhece aos Tribunais de Contas o Poder Geral de Cautela, em decorrência das atribuições e
competências fiscalizadoras conferidas a tais órgãos pela Constituição Federal de 1988,
conforme ficou sedimentado no julgamento do MS 24.510/DF. Nos termos do voto apresentado
pelo Ministro Celso de Mello naqueles autos, o poder cautelar, ainda que de forma implícita,
também compõe a esfera de atribuições institucionais das Cortes de Contas, tendo em vista
tratar-se de atributo apto a instrumentalizar e tornar efetivo o exercício das competências que
lhes foram expressamente outorgadas pelo próprio texto da Constituição da República. Nesse
aspecto, transcrevo excerto do citado voto: “Isso significa que a atribuição de poderes
explícitos, ao Tribunal de Contas, tais como enunciados no art. 71 da Lei Fundamental da
República, supõe que se lhe reconheça, ainda que por implicitude, a titularidade de meios
destinados a viabilizar a adoção de medidas cautelares vocacionadas a conferir real efetividade
às suas deliberações finais, permitindo, assim, que se neutralizem situações de lesividade, atual
ou iminente, ao erário público. Impende considerar, no ponto, em ordem a legitimar esse
entendimento, a formulação que se fez em torno dos poderes implícitos, cuja doutrina,
construída pela Suprema Corte dos Estados Unidos da América, no célebre caso McCulloch v.
Maryland (1819), enfatiza que a outorga de competência expressa a determinado órgão estatal
importa em deferimento implícito, a esse mesmo órgão, dos meios necessários à integral
realização dos fins que lhe foram atribuídos. [...] Na realidade, o exercício do poder de cautela,
pelo Tribunal de Contas, destina-se a garantir a própria utilidade da deliberação final a ser por
ele tomada, em ordem a impedir que o eventual retardamento na apreciação do mérito da
questão suscitada culmine por afetar, comprometer e frustrar o resultado definitivo do exame da
controvérsia. Assentada tal premissa, que confere especial ênfase ao binômio
utilidade/necessidade, torna-se essencial reconhecer – especialmente em função do próprio
modelo brasileiro de fiscalização financeira e orçamentária, e considerada, ainda, a doutrina
dos poderes implícitos – que a tutela cautelar apresenta-se como instrumento processual
necessário e compatível com o sistema de controle externo, em cuja concretização o Tribunal de
Contas desempenha, como protagonista autônomo, um dos mais relevantes papéis
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constitucionais deferidos aos órgãos e às instituições estatais.”9 Ainda que se reconheça que os
contratos administrativos tenham, em relação ao controle exercido pelos Tribunais de Contas,
natureza diferenciada, certo é que uma vez constatada a plausibilidade da existência de iminente
situação apta a conduzir a um prejuízo aos cofres públicos, o controle externo, ancorado no
Poder Geral de Cautela, tem o dever de atuar para, preventivamente, evitar a ocorrência de lesão
ao erário, assegurando a preservação do interesse público, considerando para tanto aspectos
relacionados aos princípios da legalidade, legitimidade e economicidade. Nesse sentido, confira-
se o entendimento do Conselheiro do TCE de Pernambuco, Valdecir Pascoal, em artigo já citado,
segundo o qual: “É também plausível, embora incomum, a concessão de cautelar em contratos
já em execução. Conquanto o contrato administrativo tenha, em relação ao controle, um regime
jurídico diferenciado, instituído pela Lei Maior, medidas cautelares podem ser prolatadas, por
exemplo, para determinar a suspensão temporária de reajustes de preços.” (grifamos). As regras
legais aplicáveis aos procedimentos cautelares pressupõem para sua concessão o atendimento de
dois requisitos a saber: (a) plausibilidade dos argumentos jurídicos que apontem a existência de
indícios de irregularidades (fumus boni juris) e (b) receio iminente de grave lesão ao erário ou de
risco de ineficácia da decisão final de mérito (periculum in mora). O poder geral de cautela do
juiz outorga à autoridade da causa a possibilidade de aplicar medidas consubstanciadas na
garantia de preservação de direitos, principalmente quando a consumação do lapso temporal
possa ocasionar o perecimento ou prejuízo demasiado a demanda, e, no caso, a preservação do
interesse público. A medida cautelar no âmbito das Cortes de Contas visa à eficiência na
proteção ao erário, que, no caso específico, visa o controle prévio e a garantia do cumprimento
contratual com fundamento na garantia da finalidade pública. Ainda, imperioso destacar o
magistério de Francisco Eduardo Carrilho Chaves, extraídos da obra “Controle Externo da
Gestão Pública – A Fiscalização pelo Legislativo e pelos Tribunais de Contas”, editora Impetus,
2ª edição, p. 178: “A suspensão de ato ou procedimento impugnado consta somente do
Regimento Interno (art. 276). Não há nenhum excesso ou ilegalidade nessa previsão regimental,
visto que o poder geral de cautela permite a adoção de medidas acautelatórias inominadas ou
não expressamente determinadas em lei.” Como conclusão da sede preliminar de esboço sobre
as razões de atuação nesta fase do processo de contratação, cumpre consignar que o Tribunal de
Contas do Município pode atuar em vista do controle prévio da legalidade e legitimidade durante
a formação do ato administrativo. Por isso, merece destaque o pronunciamento da Assessoria
Jurídica de Controle Externo, por meio do Assessor Jurídico Chefe – Ricardo Panato:
“Conforme bem salientou a ilustre Assessora preopinante, as constatações feitas pela Equipe de
Fiscalização deste Tribunal, na presente Inspeção, assumem particular relevância ao serem
cotejadas com os achados de auditoria extraídos da correspondente análise de execução
contratual. Constam, dentre esses achados, relevantes obrigações desatendidas pelos
concessionários, sem que, de outro lado, haja notícia das providências tomadas visando apurar
as consequências da mora ou do inadimplemento (parcial), seja para efeito de responsabilidade
(contratual) como para reexame da equação econômico-financeira. Com efeito, para além da
cominação de penalidades, o descumprimento de obrigações dessa natureza – sobretudo em
contratos de longa duração – traz reflexos diretos à relação econômico-financeira, que, como
cediço, deve se manter inalterada enquanto perdurar o vínculo contratual. Nesse sentido, à
míngua de quaisquer informações acerca dos consectários decorrentes da parcial inexecução
constatada, e diante do fato de que se encontra em curso procedimento para a revisão ordinária
das tarifas praticadas – como forma de mantê-las fiéis à equação econômico-financeira –, curial
que a Administração Pública permita o regular exercício do controle externo mediante
9 Nesse mesmo sentido confira-se o MS 26547 MC/DF, Relator Ministro Celso de Mello.
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esclarecimentos pertinentes para que não se dê azo a ajustamento de preços que desconsidere os
encargos não realizados, desvirtuando, portanto, a equação encargo-remuneração que se
estabeleceu no momento da contratação (“ex vi” dos artigos 9º, § 2º, da Lei Federal 8.987/95; e
65, II, “d”, da Lei Federal 8.666/93). O cenário de inexecução parcial – sem o claro
estabelecimento das típicas consequências da relação negocial – e a iminente decisão sobre o
pedido de reequilíbrio justificam, ao nosso sentir, a atuação preventiva deste Tribunal de Contas
na esteira de suas competências constitucionais10
. É nesse diapasão que preconizam os incisos
IX e X do artigo 48 da Lei Orgânica do Município de São Paulo11
, que não se confundem, pois,
com a sustação do contrato12
, cujo óbice estaria na expressa inteligência do § 1º do mesmo
dispositivo13-14
e, ainda, no conteúdo do princípio da continuidade dos serviços públicos. Ante o
exposto, frente ao histórico de descumprimento de obrigações contratuais de notável relevância,
e para que não se consolide possível reequilíbrio que atente contra o interesse público, permito-
me ratificar a sugestão de se determinar à Administração Municipal que, previamente à edição
do ato administrativo consistente na decisão sobre o pedido de reequilíbrio econômico-
financeiro, preste os esclarecimentos quanto aos critérios que serão considerados nesse exame e
quanto às medidas tomadas em razão das infrações contratuais relatadas.” A formulação
iminente de um ato jurídico registrado por meio de um Termo de Aditamento, na confecção do
ajuste econômico-financeiro ao contrato, é passível de apuração quanto à constatação dos
elementos que passo a destacar, cuja observância é de sensível análise por parte da Origem, sob
pena de fulminar o ato de ilegalidade e afronta ao princípio da supremacia do interesse público.
Considerando o acompanhamento de execução Contratual encartada no processo TC 3.577/14-
24, em que se verificaram diversos descumprimentos em investimentos no Contrato de
Concessão 26/SSO/04, e que está em curso um estudo com um verificador independente com a
empresa PWC-PriceWaterHouseCoopers através do contrato 02/AMLURB/2015 a fim de se
efetivar a revisão quinquenal da Tarifa de Concessão para fins de reequilíbrio econômico-
financeiro, e que a SFC informou através da inspeção determinada por este Relator (processo
1.025/16-99) que há previsão de conclusão deste estudo para junho de 2016, no qual deverá ser
alterada a Tarifa a fim de haver reequilíbrio econômico-financeiro. Considerando que os
descumprimentos devem ser sopesados a fim de revisão dessa Tarifa, no sentido de reduzir o
montante pago à concessionária, vez que estes investimentos serão postergados, diminuindo seu
10
Nas palavras do eminente Ministro do E. Tribunal de Contas da União, Benjamim Zymler, “Não se pode olvidar
que o controle realizado no âmbito de um determinado procedimento administrativo como o licitatório, por exemplo,
acaba inevitavelmente gerando um certo controle prévio. Isso decorre do fato de um procedimento ser o
encadeamento de atos que, apesar de serem relativamente autônomos, ocorrem em consonância com uma
determinada ordem cronológica e mantém uma relação teleológica entre si, a qual deriva do fim almejado pelo
agente público. Logo, frequentemente, observa-se que o controle de um determinado ato implica a fiscalização de
atos subseqüentes (...). O § 2º do art. 113 da lei de licitações prevê um outro exemplo desse controle prévio reflexo.”
(O controle externo das concessões e das parcerias público-privadas. 2ª. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p. 122). 11
“Art. 48. O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do
Município de São Paulo, ao qual compete: (...) IX - assinalar prazo para que o órgão ou entidade adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sob pena de incidir nas sanções legais cabíveis pela
desobediência; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara
Municipal, em prazo não superior a 15 (quinze) dias, ressalvado o disposto no § 1º, deste artigo; (...).” 12
“... a prática da sustação implica a supressão de todos os efeitos de um contrato administrativo. Na dicção de Jorge
Ulisses Jacoby Fernandes, sustar um contrato ‘significa retirar-lhe a eficácia, a produção dos efeitos financeiros –
pagamento, por exemplo - e executivos, realização do objeto’” (GUIMARÃES, Fernando Vernalha, e MOREIRA,
Egon Bockmann. Licitação pública. São Paulo: Malheiros, 2012. pp. 464). 13
“Art. 48. (...). § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Câmara Municipal que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis.” 14
Em consonância com o artigo 71, § 1º, da Constituição da República.
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valor presente no fluxo de caixa que resulta o cálculo do reequilíbrio. E, considerando a
supremacia do Interesse Público, em caráter preventivo, deve a AMLURB esclarecer se os
seguintes pontos obtidos a partir das informações do processo TC 3.577/14-24 estão sendo
considerados para o cálculo dessa revisão antes de haver qualquer formalização de
instrumento jurídico para modificação da Tarifa, conforme segue: 1 - Centrais de Triagem - A
AMLURB optou por substituir as 12 (doze) centrais manuais por centrais totalmente
mecanizadas, com produção estimada de 250 t/dia por central. A AMLURB informou que, em
face da autorização para a execução das novas centrais de triagem mecanizadas em substituição
às centrais previstas no TCA de 2012, a concessionária estaria desobrigada do cumprimento
desse marco contratual. Informou, ainda no processo TC 3.577/14-24, que o ajuste decorrente
dessa substituição seria realizado na próxima reavaliação contratual quinquenal. 2 - Unidade de
Tratamento de Saúde - Não foi cumprido o marco contratual referente à implantação da Unidade
de Tratamento dos Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde para o décimo ano (out/14). Embora
haja notícia do cumprimento deste marco, este se deu em prazo distinto de outubro de 2014,
havendo a necessidade de reequilibrar em razão do descumprimento temporal, pois afeta o fluxo
de caixa. 3 - Estação de tratamento de efluentes - De acordo com o estabelecido no TCA de
2012, a nova Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos (ETE) teve sua implantação
postergada para ser efetivada após 19 meses do início da operação do aterro CTL, que se deu em
novembro de 2010. Portanto, a ETE deveria ter iniciado sua operação em julho de 2012. Foi
informado no processo TC 72.003.577.14-24 que a Construção da Estação de Tratamento de
Efluentes foi postergada para o 13º ano da Concessão (out/17) devido ao seu Licenciamento
Ambiental, havendo a necessidade, portanto, de reequilíbrio. 4 - Modernização Transbordo Santo
Amaro – O marco foi cumprido, contudo, cabe reequilíbrio para excluir valores que
possivelmente seriam pagos para realizar a vedação acústica e a vedação de emissão atmosférica
que estariam embutidas na tarifa, sendo que essas vedações não foram realizadas tendo em vista
que a CETESB emitiu a Licença de Operação 33003662, em 03.02.2009, onde foi deferida a
opção pela não execução de acústico e de emissões atmosféricas. Haveria necessidade de
reequilibrar reduzindo a tarifa em razão do custo a menor. 5 - Compensação Ambiental – Foi
compensada uma área de revegetação a menor. Estavam previstos 3.370.770,00 m² (três milhões
e trezentos e setenta mil metros quadrados), sendo três vezes a área do novo aterro implantado de
1.123.590,00 m² (um milhão, cento e vinte e três mil metros quadrados), e foi revegetado
2.414.320,00 m2
(dois milhões e quatrocentos e quatorze mil metros quadrados) autorizado pela
Secretaria do Verde e Meio Ambiente, ou seja, inferior em 956.450,00 m2
(novecentos e
cinquenta e seis mi, quatrocentos e cinquenta metros quadrados), havendo a necessidade de
reequilíbrio por um custo menor com a revegetação prevista incialmente. 6 - Modernização
Transbordo Vergueiro - no TCA de 2012, foi substituída a implantação de um novo transbordo
(que deveria começar a operar até o 6º ano, out/10) pela manutenção do atual Transbordo
(antigo) Vergueiro, mas para que seja feita sua modernização. Esta modernização estava prevista
para ocorrer durante o 10º ano (out/14 a out/15) e estar operando até o início do 11º ano (out/15).
A modernização ainda não ocorreu conforme informações do processo TC 3.577/14-24 (em fase
de instrução processual), estando ainda em fase de análise na Secretaria de Licenciamentos,
sendo que solicitei celeridade no andamento do Processo Administrativo 2015-0.020.467-2 (fls.
410 e 419 do referido T.C.), que trata deste Transbordo, em vista do Interesse Público para sua
modernização. Contudo, a despeito da necessidade de modernização o mais breve possível, há a
necessidade de reequilibrar reduzindo a tarifa em razão da postergação do início da operação
desse Transbordo. Assim, determino que a Origem promova a suspensão de formalização de
instrumento jurídico que resulte em alteração da Tarifa do Contrato de Concessão
26/SSO/04, até que haja esclarecimentos suficientes se tais questões acima relacionadas aos itens
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de 1 a 6 estão sendo consideradas no cálculo de reequilíbrio da Tarifa de Concessão, bem como
os respectivos valores de cada um desses marcos com a previsão de dispêndio a cada ano que
está sendo considerado no fluxo de caixa do referido cálculo e informações de outros pontos que
venham a reduzir a tarifa. Determino ainda que a Origem aguarde a análise deste Tribunal quanto
ao estudo realizado pelo verificador independente – PriceWaterHouseCoopers – PWC, através
do contrato n.º02/AMLURB/2015. Oficie-se a Secretaria Municipal de Serviços e a Autoridade
Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB, para conhecimento e manifestação no prazo de até
15 (quinze) dias. Determino, outrossim, a remessa a este Tribunal, no mesmo prazo, de cópia dos
estudos que servirão de base para formalização do reequilíbrio econômico-financeiro do contrato
de concessão. Por fim, determino que a Subsecretaria de Fiscalização e Controle proceda, em
autos próprios, inspeção quanto ao mérito dos estudos realizados pelo verificador independente.
Publique-se." Também, o Conselheiro Edson Simões – Revisor referendou o ato praticado pelo
Conselheiro João Antonio – Relator. Ademais, o Conselheiro Maurício Faria acompanhou o
Conselheiro João Antonio – Relator e destacou ser adequada essa forma de tratar uma medida
cautelar emitida de modo monocrático, referentes a esses atos do poder executivo, pois deve ser
objeto de deliberação do Colegiado, pela relevância institucional desse tipo de matéria, pelas
implicações na relação institucional entre o Controle Externo e o Poder Executivo e essa ação, de
controle preventivo, tem amparo constitucional, não colide com a vedação constitucional que se
refere à sustação ou revogação de contratos em andamento, que passa por toda uma série de
outros procedimentos que envolvem o Poder Legislativo. Ainda, o Conselheiro Domingos Dissei
anuiu com a decisão de natureza preventiva adotada pelo Relator, pois compartilha da corrente
que defende ser natural e inato aos tribunais de contas adotar medidas cautelares fundadas em
receio de grave lesão ao erário e ao risco de ineficiência da decisão de mérito, determinando a
sustação do ato ou procedimento até que o Tribunal de Contas decida sobre o mérito da questão.
Tal medida, voltada à proteção do erário, possibilita que o Tribunal de Contas cumpra
efetivamente a sua função constitucional. Outrossim, o Conselheiro Domingos Dissei, ressaltou,
relativamente ao Contrato 26, referente ao agrupamento sudeste, houve apenas a instalação de
uma central mecanizada de triagem, quando deveriam ser duas; não foi implantada a estação de
tratamento de afluentes; não foi modernizada a estação de transbordo Santo Amaro; entre outros
marcos que foram desatendidos. Também, o Conselheiro Domingos Dissei apresentou as
seguintes indagações para que sejam agregadas ao despacho da Relatoria, para encaminhamento
à Origem e aos demais órgãos afetos: "Primeiro, quanto aos licenciamentos ambientais, as
concessionárias providenciaram tempestivamente. Se intempestivamente, houve aplicação de
multas? Se não houve, por quê? Segundo, a Administração tem responsabilidade nos atrasos? Se
sim, houve apuração de responsabilidades? Que medidas foram tomadas? No caso específico das
estações de transbordo não instaladas ou ainda não modernizadas, quando foram solicitadas
licenças ambientais à Cetesb, este prazo estava dentro do previsto no contrato? Se não, por que
houve o atraso? Em caso positivo, houve apuração de responsabilidades? Todas as licenças de
instalação de operações estão vigentes? Houve situações de continuidade dos trabalhos com
licenças vencidas? Se sim, que providências foram tomadas pela Prefeitura para a apuração de
responsabilidades? Especificamente no caso do transbordo Vergueiro, verificamos a existência
de certificados de movimentação de resíduos de interesse ambiental emitidos pela Cetesb, de nos
45.005.100 e 45.005.994, válidos para o transporte de resíduos até os locais de destino final.
Verificamos, também, a licença de instalação 45.002.668, emitida pela Cetesb, no dia 3 de maio
de 2016 – isto é, há menos de um mês – para implantação e instalação modernizadas para efetuar
o transbordo de resíduos domiciliares e de serviços de saúde grupo B. Nesse documento consta
que a empresa que não poderá iniciar operação desse empreendimento sem que a respectiva
licença de operação seja concedida pela Cetesb. Assim pergunto: qual é a licença ambiental que
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tem viabilizado a operação do transbordo Vergueiro nas instalações atuais? Pergunta seis. Como
tem sido tratado o chorume produzido pelo lixo? Qual é o destino? Como tem sido tratado o
chorume que cai dos caminhões que transportam o lixo? Quem se responsabiliza pelo dano
ambiental produzido? Os caminhões obedecem às especificações técnicas? Tem havido
fiscalização nesse sentido? Já houve alguma aplicação de multa? Se sim, quantas foram, em que
datas foram aplicadas? Como está o processo de cada uma na data de hoje? Pergunta sete. Há
previsão no contrato de multas por dano ambiental? De que natureza? Em que casos foram
aplicadas? Oitava. Como a Amlurb fiscaliza grandes geradores de resíduos sólidos (Decreto
48.251/07), existe o registro de casos em que as concessionárias recolheram esses materiais?
Qual é o modelo de fiscalização adotada? Quantas multas foram aplicadas? Nove. Quais
categorias profissionais constam como responsáveis técnicos pelas concessionárias? A Prefeitura
está fazendo cumprir a Resolução 1.024 do CREA e do CONFEA, normatizada pela Resolução
01/2012 do CREA-SP, que institui o livro de ordem para os profissionais vinculados ao sistema
CREA/CONFEA? As anotações permitem verificar a efetiva participação do profissional na
execução dos trabalhos da obra ou exercício, de todas as ocorrências do empreendimento. Há
evidência nos atos da presença de profissionais nos aterros, nas estações de transbordo e na
operação de coleta de lixo? Décima. A coleta dos resíduos nas feiras livres estava prevista no
primeiro contrato, com a colocação de contêineres nas pontas das mesmas. Foram implantadas?
Se sim, por que foram retiradas? Se não, por quê? Ainda, o Conselheiro João Antonio – Relator
acatou as ponderações apresentadas pelo Conselheiro Domingos Dissei e assinalou que
promoverá a adequação destes quesitos no que for atinente à medida cautelar em tela, mas que o
conjunto destes elementos estarão presentes no processo de apreciação da execução contratual.
Afinal, o Egrégio Plenário, à unanimidade, referendou a medida cautelar de suspensão do ato de
formalização de instrumento jurídico que resulte em alteração da tarifa do Contrato de Concessão
26/SSO/2004, expedida pelo Conselheiro Corregedor João Antonio – Relator, até que haja
esclarecimentos suficientes para a apreciação deste Tribunal de Contas." (Certidão – TC
1.025/16-99) Dando sequência, o Conselheiro Presidente Roberto Braguim, a fim de que
pudesse relatar os processos de sua pauta, solicitou ao Conselheiro Vice-Presidente Maurício
Faria que assumisse a direção dos trabalhos. Passou-se à Ordem do Dia. – JULGAMENTOS
REALIZADOS – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO PRESIDENTE
ROBERTO BRAGUIM, na qualidade de Relator – 1) TC 2.989/11-03 – Secretaria Municipal
de Educação e Centro de Integração Social Guarani – CEI Guarani – Convênio 113/SME/2001-
RP R$ 4.821.783,00 – Atendimento às crianças por meio de Centro de Educação Infantil/Creche.
Após o relato da matéria, "o Conselheiro Roberto Braguim acolheu o Convênio 113/SME/2011-
RP firmado com o Centro de Integração Social Guarani para o atendimento de crianças por meio
de Centro de Educação Infantil/Creche. Ainda, o Conselheiro João Antonio – Revisor
acompanhou, na íntegra, o voto proferido pelo Conselheiro Roberto Braguim – Relator. Afinal,
na fase de votação, o Conselheiro Edson Simões solicitou vista dos autos, o que foi deferido."
(Certidão) 2) TC 3.597/07-02 – Recursos da Procuradoria da Fazenda Municipal e de Telvent
Brasil S.A. interpostos contra o V. Acórdão de 24/8/2011 – Relator Conselheiro Eurípedes Sales
– Secretaria Municipal de Transportes e Telvent Brasil Ltda. (Contrato 018/2007-SMT.Gab R$
14.168.730,00) – Execução de serviços de Revitalização e Manutenção dos Equipamentos de
Campo do Sistema de Controle de Tráfego em Área 4 – CTA-4, com fornecimento de
equipamentos e materiais ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, ora em grau
de recurso, dos quais é Relator o Conselheiro Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do
Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório
e voto do Relator, em conhecer dos recursos voluntários interpostos pela Procuradoria da
Fazenda Municipal e pela empresa Telvent Brasil S.A., por presentes os pressupostos de
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admissibilidade previstos no artigo 140 do Regimento Interno desta Corte. Acordam, ademais,
por maioria, quanto ao mérito, pelos votos dos Conselheiros Roberto Braguim – Relator, Edson
Simões e Domingos Dissei, em negar-lhes provimento, mantendo o V. Acórdão recorrido, por
seus próprios e jurídicos fundamentos. Vencido, no mérito, o Conselheiro João Antonio –
Revisor que, consoante declaração de voto apresentada, deu provimento aos apelos. Relatório:
Em julgamento Recursos Voluntários interpostos pela Procuradoria da Fazenda Municipal –
PFM e por Telvent Brasil S.A., contra v. Acórdão de fls. 605/606 que, por maioria, com voto de
desempate, julgou irregular o Contrato 018/2007-SMT.GAB, firmado entre a Secretaria
Municipal de Transportes e a empresa Recorrente, para a execução de serviços revitalização e
manutenção dos equipamentos de campo do Sistema de Controle de Tráfego em Área 4 – CTA4,
com fornecimento de equipamentos e materiais. A referida Decisão julgou irregular o Ajuste por
considerar descabida a inclusão de Cláusula que autoriza a subcontratação na hipótese dos autos
por se tratar de contratação direta por inexigibilidade de licitação, nos termos do artigo 25, I15
da
Lei 8.666/93, pois a permissão expressa a tal prática equivale a consentir a realização de ato
simulado. Inconformada, a Procuradoria da Fazenda Municipal recorreu, reproduzindo em suas
razões trechos das manifestações da Assessoria Jurídica de Controle Externo e da Secretaria
Geral e transcrevendo ensinamentos do Professor Marçal Justen Filho, aduzindo, em resumo, que
a natureza da impropriedade é meramente formal e não gerou prejuízo ao Erário, merecendo ser
relevada. Alegou que a falha poderá ser melhor avaliada no âmbito do acompanhamento da
Execução do Contrato. Ao final pleiteou a integral reforma do julgado ou, sucessivamente, o
reconhecimento dos efeitos financeiros e patrimoniais. Por sua vez, a Contratada pleiteou a
reforma do Julgado fundando suas razões recursais também nos pareceres da AJCE e da SG e
argumentou que a hipótese de inexigibilidade estaria devidamente caracterizada, pois apenas ela
detém a expertise para intervir no sistema; afirmou que o preço contratado é adequado, razoável
e vantajoso em relação à instalação de um novo sistema; defendeu o índice de correção adotado
e, por fim, no que toca às Cláusulas Contratuais sustentou que aquelas que determinam as
condições de realização dos serviços não foram baseadas exclusivamente em sua proposta
comercial, contudo sendo ela a única empresa qualificada para a prestação de tal serviço, natural
a dificuldade da Administração em precisar as atividades necessárias para o desenvolvimento do
Contrato; que não houve estipulação de extensão da vigência do Ajuste pelo prazo de 10 (dez)
anos, mas sim de garantia do sistema; afirmou que o objeto é indivisível e impossível que duas
ou mais empresas realizem conjuntamente o mesmo serviço, porém, para atender ao interesse
público nada impede a subcontratação de serviços acessórios. Já a Secretaria Municipal de
Transportes, embora devidamente cientificada a respeito da Decisão de primeiro grau, deixou de
oferecer Recurso. Na instrução dos Recursos a Subsecretaria de Fiscalização e Controle refutou
as alegações das Recorrentes, pois entendeu que não foram trazidos elementos novos que
pudessem alterar seu posicionamento em razão da Cláusula que permite a subcontratação de
serviços, o que é incompatível com a hipótese de Contratação Direta, fundada na inexigibilidade
do dever de licitar. Ainda, apresentou as principais constatações decorrentes dos trabalhos de
Acompanhamento da Execução Contratual. A Procuradoria da Fazenda promoveu novas
manifestações às fls. 681 e 686, requerendo o conhecimento e provimento dos Apelos
interpostos, a fim de que o V. Acórdão seja reformado para se declarar regular o Contrato ou que
se aceitem os efeitos financeiros que ele produziu. Por seu lado, a Assessoria Jurídica de
15
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I - para aquisição de
materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado
fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
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Controle Externo, na voz do seu Assessor Jurídico Chefe, opinou pela admissibilidade dos
Recursos interpostos e, no mérito, pela reforma do julgado por considerar que a eventual
subcontratação poderia acontecer desde que previamente autorizada pela Pasta e que não
ensejasse o trespasse das obrigações que fundamentaram a Contratação Direta. Ainda, registrou
que a aplicação de tal interpretação só poderia ser verificada na prática e, de acordo com as
informações trazidas pela Auditoria sobre Execução do Contrato, sustentou que não há menção à
ocorrência da subcontratação. A Procuradoria da Fazenda Municipal, ciente do acrescido e com
apoio da manifestação da AJCE, ratificou seu posicionamento pelo acolhimento do Ajuste ou,
sucessivamente, pela aceitação dos seus efeitos financeiros. Por fim, a Secretaria Geral também
opinou pelo conhecimento dos Recursos e pelo provimento de ambos, alinhando-se com a
Assessoria Jurídica de Controle Externo. É o relatório. Voto: Conheço dos Recursos Voluntários
interpostos pela Procuradoria da Fazenda Municipal - PFM e por Telvent Brasil S.A., uma vez
presentes os pressupostos de admissibilidade previstos no artigo 140 do Regimento Interno. No
mérito, entendo que nesta quadra a análise deve incidir estritamente na possibilidade de inclusão
da Cláusula Décima Terceira do Contrato, que previu a subcontratação, cessão e transferência do
objeto do Ajuste firmado diretamente, por inexigibilidade de Licitação. Referida Cláusula dispõe
o seguinte: "13.1. Qualquer cessão, subcontratação ou transferência dos serviços objeto do
CONTRATO feita sem autorização da PREFEITURA será nula de pleno direito e sem
qualquer efeito, além de constituir infração passível das cominações legais e contratuais cabíveis.
13.1.1. Eventual autorização da PREFEITURA deverá se dar prévia e expressamente à cessão,
subcontratação ou transferência, devendo ser anexada ao Processo Administrativo nº 2007-
0.188.161-1, juntamente com os documentos necessários. Sucede, porém, que o subitem 13.1.2
da referida cláusula tem a seguinte dicção: 13.1.2. Não se caracterizará a subcontratação ou a
transferência tratadas nesta cláusula, a contratação de serviços-meio necessários à
prestação da atividade fim do CONTRATO." (grifei) Isto é, se a contratação de serviços
"meio" necessários à prestação da atividade-fim não se caracteriza como subcontratação, como
consta do "subitem 13.1.2." acima transcrito e sublinhado, forçoso concluir-se que os demais
itens desta Cláusula permitem a hipótese de subcontratação em sentido amplo, genérico e
ilimitado, tendo como única restrição a autorização prévia da Prefeitura. Ora, a característica
primordial da Contratação Direta por Inexigibilidade de Licitação é a inviabilidade de
competição, ou seja, o objeto não é passível de ser oferecido à competição por sua singularidade,
ou, ainda, por haver um único interessado ou prestador para a execução do contrato, como, aliás,
ressaltado pela própria Assessoria Jurídica da CET às fls. 125, 140 e 156. Sendo assim, a
hipótese de transpasse prevista nesta Cláusula configura-se absolutamente irregular, em
detrimento da modalidade adotada de contratação. Poder-se-ia, em tese, admitir eventual
subcontratação das atividades "meio", em casos de Contratação Direta por Inexigibilidade, desde
que estabelecidos os limites, necessidades e justificativas técnicas e a natureza dos serviços
passíveis da eventual subcontratação, requisitos esses que não se verificam em quaisquer dos
itens da Cláusula Décima Terceira. Entendo, ainda, que nem mesmo o acolhimento pela
Contratante da determinação constante do ofício previamente expedido pelo Exmo. Conselheiro
Relator, à fl. 519, para que a exegese da Cláusula relativa à subcontratação, cessão ou
transferência do contrato se desse em consonância com os fundamentos que justificaram a
inexigibilidade do Procedimento Licitatório, como recomendou a AJCE afasta a irregularidade
apontada. O mesmo se há de dizer da notícia de que não houve no curso da execução contratual a
efetivação de subcontratação, notícia essa, que por óbvio, foge ao escopo da análise deste
Contrato. Ademais, não se pode deixar ao arbítrio da Contratante a interpretação de Cláusula de
subcontratação genérica, lacônica e sem fixação de limites. Ante todo o exposto, conheço dos
Recursos interpostos e, no mérito, nego-lhes provimento, mantendo a r. decisão recorrida por
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seus próprios e jurídicos fundamentos. Declaração de voto apresentada pelo Conselheiro João
Antonio: Consubstanciado nas manifestações exaradas pelo Assessor Chefe de Controle
Externo, pela Secretaria Geral e pela Procuradoria da Fazenda Municipal, CONHEÇO dos
Recursos interpostos, pois presentes seus requisitos regimentais de admissibilidade e, no mérito,
DOU PROVIMENTO aos apelos para o fim de julgar REGULAR o Contrato 018/07, celebrado
entre a Secretaria Municipal de Transporte e a empresa Telvent Brasil S/A. Participaram do
julgamento os Conselheiros João Antonio – Revisor, Edson Simões e Domingos Dissei. Presente
o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo
Planet Buarque, 25 de maio de 2016. a) Maurício Faria – Vice-Presidente no exercício da
Presidência; a) Roberto Braguim – Relator." Prosseguindo, o Presidente em exercício,
Conselheiro Vice-Presidente Maurício Faria, devolveu a direção dos trabalhos ao Conselheiro
Roberto Braguim. Reassumindo a direção dos trabalhos, o Conselheiro Presidente Roberto
Braguim concedeu a palavra ao Conselheiro Vice-Presidente Maurício Faria para relatar os
processos de sua pauta. – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO VICE-
PRESIDENTE MAURÍCIO FARIA – 1) TC 1.203/12-11 – Secretaria Municipal de
Assistência e Desenvolvimento Social e Mamãe Associação de Assistência à Criança
Santamarense – Convênio 006/Smads/2010 R$ 384.000,00, TAs 001/2010 R$ 451.260,00
(prorrogação de prazo por mais seis meses), 002/2010 R$ 902.520,00 (prorrogação de prazo por
mais 12 meses) e 001/2011 R$ 1.805.040,00 (prorrogação de prazo por mais 24 meses) –
Prestação de serviços denominados de Projeto EACE – Esportes, Artes, Cidadania e Educação,
de acordo com os padrões das ofertas que o compõem, estabelecidos nas normas técnicas
oriundas de Smads e em conformidade com a proposta de trabalho escolhida acrescida dos
elementos constantes do parecer do Coordenador de Assistência Social da CAS Sudeste, no
distrito de Jabaquara da CRAS Regional de Jabaquara (Tramita em conjunto com o TC 1.204/12-
84) ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro
Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à
unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em acolher, excepcionalmente,
o Convênio 006/Smads/2010 e os Termos de Aditamento 001/2010, 002/2010 e 001/2011.
Acordam, ainda, à unanimidade, em determinar à Secretaria Municipal de Assistência e
Desenvolvimento Social que zele para que os aditamentos sejam feitos rigorosamente dentro dos
prazos de vigência convenial, ressaltando que o seu descumprimento acarretará, nos casos
futuros, a responsabilização dos agentes públicos incumbidos de sua implementação. Relatório e
voto englobados: v. TC 1.204/12-84. Participaram do julgamento os Conselheiros Domingos
Dissei – Revisor, Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador Chefe da Fazenda
Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25 de maio de 2016.
a) Roberto Braguim – Presidente; a) Maurício Faria – Relator." 2) TC 1.204/12-84 – Secretaria
Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e Mamãe Associação de Assistência à
Criança Santamarense – Acompanhamento – Verificar se a execução do Convênio
006/Smads/2010 (R$ 384.000,00 – TAs 001/2010 R$ 451.260,00, 002/2010 R$ 902.520,00 e
001/2011 R$ 1.805.040,00), cujo objeto é a prestação de serviços denominados de Projeto
Esportes, Artes, Cidadania e Educação – Eace, de acordo com os padrões das ofertas que o
compõem, estabelecidos nas normas técnicas oriundas da Secretaria e em conformidade com a
proposta de trabalho escolhida acrescida dos elementos constantes do parecer do Coordenador de
Assistência Social da CAS Sudeste, no distrito de Jabaquara da CRAS Regional de Jabaquara,
está de acordo com o Plano de Trabalho, bem como a regularidade da prestação de contas
(Tramita em conjunto com o TC 1.203/12-11) ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes
autos, dos quais é Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal
de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto
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do Relator, em julgar regular a execução do Convênio 006/Smads/2010. Relatório englobado:
Trago a julgamento conjunto os processos TC 1.203/12-11 e TC 1.204/12-84, pela conexão das
questões enfrentadas, pois nesses expedientes foram realizadas a análise formal e o
acompanhamento da execução do Convênio 06/SMADS/2010, com seus respectivos
aditamentos, decorrente da municipalização de serviços Socioassistenciais, que tem como objeto
a prestação dos serviços denominados Projeto EACE – Esportes, Arte, Cidadania e Educação,
sendo oferecidas 1000 vagas para crianças, adolescentes, jovens, adultos, terceira idade e
famílias, portadores ou não de deficiência, em situação de risco pessoal e/ou social, com valor de
repasse mensal de R$ 64.000,00 (sessenta e quatro mil reais), totalizando R$ 384.000,00
(trezentos e oitenta e quatro mil reais) para o período inicialmente previsto de vigência de 06
(seis) meses. Passo a relatar os correspondentes autos. No âmbito do TC 1.203/12-11,
manifestou-se inicialmente a Auditoria apontando as seguintes irregularidades em relação ao
Convênio 06/SMADS/2010: a) Valor empenhado insuficiente para atender a despesa do
exercício; b) Certificado de Regularidade com o FGTS vencido na data da assinatura do
Convênio; c) Ausência de apreciação e aprovação da minuta do convênio pela assessoria jurídica
da Unidade; d) Não designação de representante da Administração para o acompanhamento da
execução; e) Divulgação do convênio na página eletrônica da Prefeitura não contempla todas as
informações previstas pelo art. 2º da Lei Municipal 14.469/07; f) Não encaminhamento para
ciência da celebração do Convênio à Câmara Municipal de São Paulo; g) Publicação
extemporânea do Termo de Convênio; h) Não definição quantitativa das metas a serem atingidas
durante a execução do convênio, constando do Plano de Trabalho a quantidade de vagas a serem
disponibilizadas e as atividades que serão realizadas. Quanto ao Termo Aditivo 01/2010, a
Auditoria fez os seguintes apontamentos: a) Valor empenhado insuficiente para atender a despesa
do exercício; b) Ausência de apreciação e aprovação da minuta de aditamento pela assessoria
jurídica da Unidade; c) Não divulgação deste aditamento de convênio na página eletrônica da
Prefeitura; d) Não disponibilização do ajuste no Sistema Radar, uma vez que a publicação foi
realizada em desacordo com a Portaria 146/05-SMG, alterada pela Portaria 15/10-SMG. Em
relação ao Termo Aditivo 02/2010, foram indicadas as seguintes constatações: a) Valor
empenhado insuficiente para atender a despesa do exercício; b) Não divulgação deste aditamento
de convênio na página eletrônica da Prefeitura; c) Não elaboração de edital de chamamento,
mesmo tendo ocorrido o termo final do prazo do período de transição em que este era
dispensado, nos termos da Portaria 34/SMADS/2007; d) Não divulgação deste aditamento de
convênio na página eletrônica da Prefeitura; e) Não disponibilização do ajuste no Sistema Radar,
uma vez que a publicação foi realizada em desacordo com a Portaria 146/05-SMG, alterada pela
Portaria 15/10-SMG. No tocante ao último aditamento ao convênio analisado, o TA 01/2011, os
achados de Auditoria foram os seguintes: a) Valor empenhado insuficiente para atender a despesa
do exercício; b) Não divulgação deste aditamento de convênio na página eletrônica da Prefeitura;
c) Não elaboração de edital de chamamento, mesmo tendo ocorrido o termo final do prazo do
período de transição em que este era dispensado, nos termos da Portaria 34/SMADS/2007; d)
Não divulgação deste aditamento de convênio na página eletrônica da Prefeitura; e) Não
disponibilização do ajuste no Sistema Radar, uma vez que a publicação foi realizada em
desacordo com a Portaria 146/05-SMG, alterada pela Portaria 15/10-SMG. Todos os aditamentos
foram considerados irregulares pelos motivos enumerados acima e também por sucederem
conveniamento considerado irregular. Em seguimento da instrução, a Assessoria Jurídica de
Controle Externo manifestou-se pela irregularidade do Convênio 06/SMADS/2010 e dos Termos
de Aditamento 01/2010, 02/2010 e 01/2011, apenas apresentando discordância em relação a um
ponto, com relação ao período de transição estabelecido pela Portaria 34/SMADS/2007. Isso
porque portarias posteriores, 43/SMADS/2010 e 42/SMADS/2011, permitiram a prorrogação do
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período convenial. Todavia, a Assessoria Jurídica de Controle Externo entendeu que a
prorrogação operada pelo Termo de Aditamento 01/2010 era irregular por outro motivo,
consistente na aposição de data retroativa ao aditamento, que havia expirado no dia 30 de junho
de 2010. A fim de possibilitar o exercício do contraditório e da ampla defesa, foram intimadas a
Origem, a Ordenadora da Despesa à época dos fatos e a Entidade Conveniada, para se
manifestarem nos autos. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistencial Social
apresentou manifestação que, em síntese, afirma o que segue: a) a ausência de apreciação e
aprovação da minuta de aditamento pela assessoria jurídica da Unidade se deve ao elevado
número de convênios a serem aditados, sendo as orientações jurídicas veiculadas por meio de
Portarias; b) a remessa de informações à Câmara Municipal não se aplica à formalização dos
convênios da assistência social, por aplicação da Lei Municipal 13.153/2001; c) embora não
tenha havido formalização de designação de representante da Administração para o
acompanhamento da execução do convênio, essa tarefa foi cumprida, o que pode ser constatado
pelos relatórios de supervisão; d) o Despacho Secretarial que determinou a prorrogação pelo
Termo Aditivo 01/2010 foi publicado no dia 1º de julho de 2010, com efeitos retroativos a 29 de
junho de 2010; e) o empenhamento das despesas nos anos de 2010 a 2012 seguiu o determinado
nos decretos de execução orçamentária, com liberação de cotas orçamentárias trimestrais ou
quadrimestrais, nos termos dos Decretos 51.194/2010, 51.200/2010, 52.087/2011 e 52.934/2012,
tendo todo o período de vigência do convênio sido coberto com previsão de recursos; f) o termo
de Convênio 06/SMADS/2010 foi enviado para a publicação fora do prazo legalmente previsto,
o que, todavia, não ocorreu em relação a seus termos aditivos; g) a publicação das informações
completas sobre os termos de aditamento de convênios somente passou a ser efetuada na página
eletrônica da Pasta a partir do mês de setembro de 2010, por orientação firmada internamente. A
entidade Mamãe Associação de Assistência à Criança Santamarense manifestou-se sobre os
apontamentos da Auditoria que considerou dizer respeito à sua atuação como Conveniada da
seguinte forma: a) o Certificado de Regularidade com o FGTS estava vencido na data da
assinatura do Convênio em razão de problemas burocráticos na tramitação interna da Pasta, que
ocasionaram a demora na conclusão da avença, razão pela qual traz aos autos documentação que
considera comprobatória da regularidade quando do momento em que o termo convenial foi
firmado; b) afirmação da existência de projeto socioeducativo, com valores de mensuração que
podem ser aferidos nos relatórios e avaliações realizadas pela entidade junto aos participantes
dos cursos e atividades, dos quais acostou cópia aos autos; c) a ausência de edital de chamamento
deu-se em virtude da municipalização operada nos serviços de assistência social, mas a escolha
da entidade não foi aleatória, mas sim baseada no fato de a Conveniada, à época da
municipalização, ser a prestadora dos serviços junto ao Estado, estando em pleno
desenvolvimento das atividades que caracterizam o presente convênio. Alda Marco Antônio, ex-
Secretária Municipal, na qualidade de ordenadora de despesa à época dos fatos, trouxe
esclarecimentos, que podem ser resumidos, em síntese, nos seguintes pontos: a) os empenhos
emitidos foram suficientes para cobrir as despesas realizadas para o exercício de 2012; b) a
ausência de apreciação e aprovação da minuta de aditamento pela assessoria jurídica da Unidade
se deve ao elevador número de convênios a serem aditados, sendo as orientações jurídicas
veiculadas por meio de Portarias; c) a não disponibilização de todas as informações cabíveis na
página eletrônica de SMADS não compromete o convênio em si, conforme pronunciamentos do
próprio Tribunal de Contas do Município em outros processos; d) a obrigatoriedade da remessa
de informações à Câmara Municipal não se aplica aos convênios de SMADS. Pugna, ao final,
pelo acolhimento do instrumento convenial e seus aditamentos, sem imposição de sanções a
agentes públicos, pois as finalidades da Administração foram atingidas, com a fruição dos
serviços pela população, tendo os agentes públicos agido com zelo e os condutores dos serviços
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conveniados se pautado pela boa-fé. Tornados os autos à Subsecretaria de Fiscalização e
Controle, após a apresentação das defesas, a Auditoria considerou que todos os apontamentos
deveriam ser mantidos, com exceção de dois itens que considerou superados com os
esclarecimentos prestados, da seguinte forma: a) restou justificada, com a documentação
apresentada pela entidade Conveniada, a definição quantitativa de metas a serem atingidas
durante a execução do convênio; b) retificou o apontamento pelo qual considerava seria
necessária a remessa do termo convenial à Câmara Municipal, nos termos do Memorando
Circular SFC 176/11. Seguindo a instrução processual, os autos foram submetidos a uma nova
análise da Assessoria Jurídica de Controle Externo, que opinou no sentido de que alguns
apontamentos poderiam ser relevados, mas que subsistiriam problemas a comprometer a
regularidade do Convênio e de seus respectivos Termos de Aditamento. Assim, a Assessoria
Jurídica de Controle Externo considerou passíveis de relevação os seguintes apontamentos: a)
insuficiência de empenhamento, pois muito embora os Decretos orçamentários estivessem em
desacordo com o princípio da anualidade e com o previsto na Lei Federal 4.320/64, os agentes
públicos não poderiam adotar conduta diversa, devendo obediência à regulamentação municipal;
b) a não disponibilização das informações sobre o Convênio e de seus Aditivos na página
eletrônica de SMADS não macula, em si, o ajuste e suas alterações, embora o Tribunal possa
adotar medidas de reprimenda ou recomendação a fim de haja o devido cumprimento do previsto
na Lei Municipal 14.469/07; c) a não obrigatoriedade de comunicação da celebração do
Convênio à Câmara Municipal, por inaplicabilidade do art. 116, § 2º da Lei Federal 8.666/93 ao
âmbito municipal; d) a existência de precedentes no âmbito desta Corte de Contas do sentido de
relevar a publicação extemporânea de termos e aditamentos; e) a publicação dos termos de
Aditamento realizada em desacordo com a Portaria 146/05-SMG, impossibilitando a captação
dos dados pelo Sistema Átomo Radar, não compromete a regularidade dos ajustes, embora possa
ser objeto de medidas de reprimenda ou recomendação, pelo descumprimento da normativa
referida. A Procuradoria da Fazenda Municipal pondera que muito embora possam ser feitas
ressalvas aos procedimentos adotados, as falhas apontadas são de caráter formal, a ensejar a
convicção de que não macularam os ajustes. Sustenta, ainda, que os atos praticados podem ser
recepcionados por esta Corte de Contas, pois não há dúvidas de que os serviços pactuados foram
prestados, sem comprovação de qualquer conduta de má-fé ou de prejuízo ao Erário. Pleiteia, ao
final, o acolhimento do termo convenial e de seus aditamentos, com relevação das
impropriedades constatadas, ou, subsidiariamente, o reconhecimento dos efeitos patrimoniais e
financeiros decorrentes. Encerrando a instrução processual do primeiro expediente analisado, a
Secretaria Geral opinou pelo não acolhimento do Convênio em exame e de seus Termos de
Aditamento, adotando o posicionamento exarado pela Assessoria Jurídica de Controle Externo,
com ressalva de considerar que a Origem prorrogou um ajuste efetuado sem a realização de
processo objetivo de seleção, cuja manutenção deveria ser pautada pela excepcionalidade de sua
celebração. Passando ao TC 1.204/12-84, que trata da execução do Convênio 06/SMADS/2010,
a primeira manifestação da Auditoria constatou apenas duas impropriedades: a) Inexistência de
placa de identificação afixada no imóvel onde funciona o serviço conveniado; b) Ausência de
informação de que o Projeto EACE é mantido em convênio com a Prefeitura do Município de
São Paulo e com o Governo do Estado, no material promocional e de divulgação das atividades
da Entidade. Em seguida, manifestou-se a Assessoria Jurídica de Controle Externo, afirmando
não vislumbrar questionamentos jurídicos adicionais aos apontamentos de irregularidades
efetuados pela Auditoria, reservando-se, todavia, a faculdade de emitir novo parecer após a
apresentação de defesas pelos interessados. Assim, considerando a inafastável garantia de
exercício do contraditório e da ampla defesa, a Origem, os ordenadores de despesas e a entidade
Conveniada foram instados a se manifestar. Manifestou-se a Secretaria Municipal de
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Desenvolvimento e Assistência Social apresentando comprovação de afixação de placa
identificando o serviço conveniado e oferecido, e admitindo que o material promocional não
contava com o indicativo da existência de convênio com a Municipalidade e com o Estado de
São Paulo, passando, todavia, a fazê-lo a partir da constatação da Auditoria. A entidade
Conveniada trouxe aos autos a comprovação de afixação da placa informativa do serviço, da
mesma forma que a Origem, e também apresentou os novos modelos de formulários e
documentos utilizados, nos quais passou a constar a menção expressa à existência de convênio
com as Administrações Estadual e Municipal. Alda Marco Antônio, na qualidade de ex-
Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e ordenadora de despesas à época
dos fatos, noticiou o saneamento das impropriedades apontadas pela Auditoria, nos mesmos
termos em que se manifestaram a Origem e a entidade Conveniada. Voltando os autos à
Subsecretaria de Fiscalização e Controle, a Auditoria considerou que estavam superados ambos
os apontamentos, com os esclarecimentos prestados pelos interessados. Seguindo a instrução, a
Assessoria Jurídica de Controle Externo apresentou parecer também no sentido de que as
impropriedades foram sanadas e que não persistem apontamentos que impeçam o acolhimento da
execução convenial, sem prejuízo de eventuais determinações que sejam consideradas cabíveis
em razão do descumprimento inicial das obrigações previstas no Convênio. A Procuradoria da
Fazenda Municipal requer seja acolhida a execução convenial, por sua regularidade, face à
correção das falhas inicialmente constatadas, superadas pelos Órgãos Técnicos desta Corte.
Encerrando a instrução processual, a Secretaria Geral opina pelo acolhimento da execução do
Convênio 06/SMADS/2010, tendo em vista a inexistência nos autos de notícias acerca de
eventual descumprimento do objeto convenial. É o relatório. Voto englobado: Esta Relatoria
possui o entendimento, expressado em outros julgados16
, de que deve haver a aplicação mais
branda do ordenamento jurídico em relação às falhas e infringências de natureza formal que
remanesceram não relevadas pelos órgãos preopinantes desta Corte, em razão de se tratar de
avença na forma de convênio, a qual não se subsume por inteiro, ao regime jurídico da Lei
Federal 8.666/93. Este diploma normativo trata, por excelência, da contratação e não do
conveniamento, ao qual se aplicam suas disposições no que forem cabíveis e pertinentes,
conforme previsto no artigo 116 da Lei Geral de Licitações. Tanto a Lei Federal 8.666/93 possui
limitações na disciplina das parcerias da Administração Pública com entidades da Sociedade
Civil, que foram editados diplomas específicos, como a Lei Federal 9.637/98 e a Lei Federal
9.790/99, que introduziram instrumentos como os contratos de gestão e os termos de parceria
para lidar com o tema. Mais recentemente, foi editada a Lei Federal 13.019/14, que traz novos
institutos e previsões aplicáveis, mas sua vigência, todavia, não alcança os fatos anteriormente
praticados, como no caso em tela. Feita estas ponderações iniciais, passa-se à análise dos
apontamentos realizados pelos Órgãos Técnicos referentes à observância das formalidades legais
na celebração do Convênio 06/SMADS/2010 e de seus Termos de Aditamento 01/2010, 02/2010
e 01/2011, e à execução da avença. Verifica-se pela instrução de ambos os processos ora
analisados, os TCs 1.203/12-11 e 1.204/12-84, que os apontamentos tidos como subsistentes
pelos Órgãos Técnicos desta Corte, mesmo diante das defesas apresentadas, referem-se à
formalização do convênio e de seus aditamentos, já que em relação à execução dos serviços
prestados, houve o registro de apenas duas infringências, de menor relevância, que foram
superados durante o trâmite do feito, com aposição de placa de identificação do serviço e
inclusão, nos formulários empregados, de menção ao financiamento do projeto pelas
Administrações Municipal e Estadual. Ou seja, apesar de remanescerem questões suscitadas pela
análise formal do convênio e de seus aditamentos, verifica-se que tais constatações não foram
16
TC nº 7.593/11-21, TC nº 649/11-84, TC nº 595/11-57, TC nº 650/11-63, TC nº 1.017.11-56 e TC nº 1.276/11-04
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suficientes a macular o ajuste como um todo, já que o acompanhamento da execução convenial
aponta para o cumprimento das obrigações pactuadas. É certo que a observância da formalidade
constitui requisito de validade do ato administrativo, constituindo-se em garantia jurídica para o
administrado e para a própria Administração. Todavia, como bem observa Maria Sylvia Zanella
Di Pietro: "A obediência à forma não significa, no entanto, que a Administração esteja sujeita a
formas rígidas e sacramentais". Assim, é possível mitigar os efeitos da inobservância das formas,
em prol do atingimento da finalidade de consecução de um resultado de interesse público. Com
essa perspectiva, passo a analisar os apontamentos realizados em relação ao Convênio e/ou a
seus Termos Aditivos, que não se viram superados e, consequentemente, foram considerados
suficientes a conduzir à irregularidade da avença. a) Certificado de Regularidade com o FGTS
vencido na data da assinatura do Convênio. Foi possível verificar que o Certificado de
Regularidade junto ao FGTS venceu durante a instrução do processo administrativo, que
culminaria com o conveniamento. Mas, pela documentação acostada aos autos, constata-se que
em nenhum momento a entidade Conveniada esteve em situação irregular. Ou seja, houve uma
falha administrativa em não exigir da Conveniada a apresentação do novo Certificado, mas não
se pode considerar que tenha sido impropriedade suficiente a macular o ajuste como um todo.
Outrossim, a jurisprudência desta Corte tem se posicionado nesse sentido, de considerar que a
ausência documental de Certificado de Regularidade do FGTS não é, por si só, infringência a
determinar a irregularidade da avença examinada. Nesse sentido, podem ser suscitados como
precedentes os seguintes expedientes: TC 1.447/08-08; TC 2.981/05-53 e TC 3.080/07-8717
. b)
Ausência de apreciação e aprovação da minuta do convênio pela assessoria jurídica da Unidade.
Muito embora seja relevante a existência de manifestação jurídica que analise os termos de um
convênio e seus aditamentos, como no caso em tela, considera a doutrina que a falta do parecer
previsto no art. 38, parágrafo único da Lei Federal 8.666/93 não acarreta a invalidação dos atos
praticados. Nesse sentido, Marçal Justen Filho afirma que "a ausência de manifestação da
assessoria jurídica não se constitui em defeito autônomo, apto a eliminar a validade do ato. (...) O
descumprimento da regra do parágrafo único não vicia o procedimento se o edital ou o contrato
não apresentavam vício".18
c) Não designação de representante da Administração para o
acompanhamento da execução. A ausência de designação formal de representante não acarretou
falta de acompanhamento efetivo da execução, pois apesar de não ter havido a formalização do
ato, a Origem trouxe aos autos documentação comprobatória de que os serviços vinham sendo
acompanhados por técnico responsável. A análise da Auditoria, por sua vez, não detectou falhas
de execução do Convênio que pudessem decorrer da ausência de supervisão dos trabalhos, sendo,
assim, este apontamento passível de operação. d) Não elaboração de edital de chamamento,
mesmo tendo ocorrido o termo final do prazo do período de transição em que este era
dispensado, nos termos da Portaria 34/SMADS/2007. Conforme apontado no parecer da
Assessoria Jurídica de Controle Externo, as Portarias 43/SMADS/2010 e 42/SMADS/2011,
expedidas posteriormente, permitiam a prorrogação do convênio em análise. Além disso, é de se
considerar que o Convênio em exame foi celebrado quando da municipalização dos serviços de
assistência social anteriormente prestados pela Administração Estadual e que, diante da
complexidade da demanda a suprir, face às inúmeras necessidades da população paulistana, a
prorrogação não se afigurou irrazoável ou desproporcional, vindo os editais de chamamento a
serem utilizados posteriormente. Por tais razões, tal apontamento não macula a prorrogação do
17
TC nº 1.447/08-08, Relator Conselheiro João Antônio, julgamento em 18/03/2015, v.u.; TC nº 72-002.981/05-53,
Relator Conselheiro Roberto Braguim, julgamento em 11/03/2015, v.u.; TC nº 72-003.080/07-87, Relator
Conselheiro Domingos Dissei, julgamento em 04/03/2015. 18
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 16ª. edição. 2ª.
tiragem. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014, pp. 689-690.
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ajuste. e) Prorrogação operada pelo Termo de Aditamento 01/2010 conta com aposição de data
retroativa, pois o termo convenial já haveria expirado no dia 30 de junho de 2010. Verificou-se
durante a instrução processual que embora conste, no Termo de Aditamento 01/2010, a data de
30 de junho de 2010 como data de celebração do ajuste, este somente teria sido efetivamente
firmado a 5 de julho de 2010, quando houve o encaminhamento do respectivo processo
administrativo para assinatura. Enfrentando tal questão, de que houve aposição de data retroativa
no aditamento em análise, a Origem afirmou que o Secretário da Pasta expediu despacho
autorizatório da prorrogação no dia 1º de julho de 2010, com efeitos retroativos a 29 de junho
daquele ano, o que seria suficiente para a não caracterização de extinção do Convênio
06/SMADS/2010 e, consequentemente, para a validade do Termo de Aditamento em exame. É
possível inferir das informações prestadas que o prazo efetivamente havia se expirado, mas que a
Origem estava encetando as providências necessárias para que o aditamento fosse firmado ainda
durante a vigência do Convênio, não transparecendo que a prorrogação do prazo do ajuste tenha
sido efetivada com má-fé ou interesses outros que não o interesse público a tutelar, que seria
evitar a descontinuação do serviço que era prestado. Nesse sentido, no início deste voto já foi
apontado que é possível a mitigação da observância das formas, sopesando-se o atendimento do
interesse público, que pode ser tido como alcançado no caso em tela, em razão da constatação de
que a avença vinha sendo regularmente executada, cumprindo-se o Plano de Trabalho e
oferecendo as atividades esportivas à população. Portanto, muito embora seja desejável que as
prorrogações conveniais sejam realizadas em tempo hábil, especificamente no caso em tela,
vislumbro a possibilidade de excepcional relevação da falha. Diante do exposto, ACOLHO
EXCEPCIONALMENTE o Convênio 06/SMADS/2010, os Termos de Aditamento 01/2010,
02/2010 e 01/2011, e JULGO REGULAR a execução do ajuste, DETERMINANDO À ORIGEM
que zele para que os aditamentos sejam feitos rigorosamente dentro dos prazos de vigência
convenial. Ressalte-se que o descumprimento dessas determinações acarretará, nos casos futuros,
a responsabilização dos agentes públicos incumbidos de sua implementação. Participaram do
julgamento os Conselheiros Domingos Dissei – Revisor, Edson Simões e João Antonio. Presente
o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo
Planet Buarque, 25 de maio de 2016. a) Roberto Braguim – Presidente; a) Maurício Faria –
Relator." 3) TC 529/12-03 – Secretaria Municipal da Saúde e Instituto de Desenvolvimento
Gerencial S.A. – Contrato 083/2010-SMS-1 R$ 1.200,000,00 e TA 01/2012 R$ 278.670,00
(prorrogação de prazo) – Prestação de consultoria técnica especializada em gestão de serviços e
sistemas objetivando a melhoria da saúde financeira da Secretaria Municipal da Saúde
ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro
Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à
unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em acolher o Contrato
083/2010-SMS-1 e seu respectivo Termo Aditivo 01/2012, relevando, excepcionalmente, as
falhas formais relativas à intempestividade na emissão das notas de empenho, a não emissão de
notas de empenho, para o período de 26/12/2011 a 31/12/2011, e a falta de formalização da
justificativa para a contratação. Acordam, ademais, à unanimidade, em determinar que a
Secretaria Municipal da Saúde, nas situações futuras, atente para a observância das normas e
prazos relativos à emissão de notas de empenho. Acordam, ainda, à unanimidade, em determinar
o envio de ofício acompanhado de cópia deste Acórdão à Secretaria Municipal da Saúde e ao
Instituto de Desenvolvimento Gerencial S.A., para ciência. Acordam, afinal, à unanimidade, em
determinar o arquivamento dos autos. Relatório: Trago a julgamento o TC 529/12-03, instaurado
a partir de proposta da Coordenadoria IV, de que fosse analisado o Contrato 083/2010-SMS.1,
firmado entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Instituto de Desenvolvimento Gerencial S/A,
em razão da conexão do objeto deste com o constante do Plano Anual de Fiscalização de 2011 –
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PAF, e também por constar de matéria veiculada na mídia acerca de investigação, pelo
Ministério Público do Estado de São Paulo, sobre contratos de consultorias firmados pela
Municipalidade, com supostos valores excessivos. A verificação inicial realizada pela Auditoria
considerou irregular o Contrato 083/2010-SMS.1, em função dos seguintes pontos:
intempestividade na emissão das notas de empenho, não emissão de notas de empenho, para o
período de 26.12.11 a 31.12.11, e falta de formalização da justificativa para a contratação. O
Termo Aditivo 01/2012, por sua vez, foi considerado formalmente regular. A Assessoria Jurídica
de Controle Externo manifestou-se divergindo da Subsecretaria de Fiscalização e Controle, em
relação à justificativa da contratação, pois considerou que o parecer da Comissão Técnica,
juntado a fls. 61/62 destes autos, era suficiente para indicar os motivos fáticos que ensejaram a
contratação, justificando-a, portanto. Em respeito ao exercício do contraditório e da ampla
defesa, foram intimadas para manifestação a Origem, os Ordenadores de Despesas à época e o
representante legal da Contratada. A Secretaria Municipal da Saúde manifestou-se pela não
caracterização da intempestividade no empenhamento dos recursos, pois os despachos que
autorizaram os empenhos foram emitidos antes da realização das despesas. Em relação ao
período de 26.12.11 a 31.12.11, afirma a realização de empenho prévio em valor suficiente,
apresentando o quadro de valores extraído da consulta dos empenhos efetuados em favor do
Instituto de Desenvolvimento Gerencial S/A. Por derradeiro, afirma que a contratação foi
justificada por despacho do Chefe de Gabinete da Pasta, no qual consta a afirmação de que a
contratação é justificada pela necessidade de contratação de terceiro para identificar
oportunidades de crescimento das receitas oriundas da União e para otimizar os gastos correntes
da Secretaria Municipal da Saúde por meio do aperfeiçoamento de práticas gerenciais desta. O
Instituto de Desenvolvimento Gerencial S/A apresenta esclarecimentos em que discorre sobre as
atividades, em geral, desenvolvidas no âmbito da Companhia, e especificamente no âmbito do
Contrato nº 083/2010-SMS.1. Aduz considerar que as falhas apontadas são inconformidades
formais no processo de contratação e de acompanhamento, que não são imputáveis ao Instituto.
Odeni de Almeida, ex-Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal da Saúde, e José Maria da
Costa Orlando, ex-Secretário Adjunto da referida Pasta, apesar de intimados a prestar
esclarecimentos, deixaram transcorrer "in albis" o prazo para manifestação. Os autos retornaram
para a Auditoria, que se manifestou no sentido de manter os apontamentos de irregularidade, em
relação à intempestividade na emissão de notas de empenho e não emissão de notas para o
período de 26.12.11 a 31.12.11. No mesmo sentido, considera que não houve formalização da
justificativa para a contratação, por meio de manifestação da unidade requisitante que expusesse
as razões de sua real necessidade dentro da finalidade e dos propósitos da unidade. A Assessoria
Jurídica de Controle Externo manteve seu entendimento no sentido de que a documentação
constante dos autos, mormente o despacho do Chefe de Gabinete autorizando a contratação, é
suficiente para suprir a omissão verificada em relação à justificação da contratação, muito
embora formalmente devesse a justificativa da contratação inaugurar o processo administrativo.
Em relação à intempestividade de empenhamentos e ausência de empenho para o período entre
26.12.11 a 31.12.11, alinha seu posicionamento àquele expressado pela Auditoria desta Corte, no
sentido da impossibilidade de acolhimento do Contrato 083/2010-SMS.1. A Procuradoria da
Fazenda Municipal sustenta que as impropriedades constatadas tem caráter formal, não tendo
havido qualquer restrição aos valores pagos ou aos serviços prestados. Assevera, também, que
não houve prejuízo ao erário e nem qualquer indício de dolo, culpa ou má-fé dos agentes
públicos responsáveis pelos atos praticados em relação à contratação. Encerrando a instrução
processual, a Secretaria Geral acompanhou o posicionamento esposado pela Assessoria Jurídica
de Controle Externo, no sentido de que permanecem as irregularidades relativas aos
empenhamentos intempestivos e à ausência de empenho para o período de 26.12.11 a 31.12.11,
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sustentando, assim, que o Contrato 083/2010-SMS.1. não deve ser acolhido, e, por aplicação do
princípio da acessoriedade, que o Termo Aditivo 01/2012 também não pode ser reputado regular.
É o Relatório. Voto: Da análise empreendida pelos Órgãos Técnicos desta Corte nestes autos, há
3 (três) apontamentos que devem ser enfrentados: a intempestividade na emissão das notas de
empenho, a não emissão de notas de empenho, para o período de 26.12.11 a 31.12.11, e a falta de
formalização da justificativa para a contratação. Vejamos cada um deles. Em relação à falta de
formalização da justificativa para a contratação, a Assessoria Jurídica de Controle Externo,
secundada pela Secretaria Geral, considera que, embora a formalidade aplicável ao processo
administrativo de contratação seja que a primeira peça informativa traga a justificativa para tal
contratação, a inobservância dessa formalidade, no caso em tela, é passível de superação, pois
atos praticados posteriormente, como a manifestação da Comissão Especial e o despacho
autorizador da contratação, firmado pelo Chefe de Gabinete da Pasta, veicularam as razões pelas
quais se entendeu necessária a contratação. É de se reputar admissível, sob esse prisma, que a
contratação está devidamente justificada, como bem demonstrado pela Assessoria Jurídica de
Controle Externo, já que a essência da previsão normativa é que os motivos da contratação sejam
expostos, a fim de que possa ser efetuado o devido controle de correspondência entre tais
motivos e o interesse público. No caso em exame, a motivação para a contratação, que visava ao
aumento de receitas e a melhoria dos gastos públicos realizados pela Pasta, foi externada nos atos
apontados pela Assessoria Jurídica de Controle Externo e no termo de referência da contratação,
acostado aos autos a fls. 23/27. Como a otimização dos gastos correntes e o aprimoramento da
gestão das fontes de financiamento de um órgão público, constantes dos documentos citados,
atendem ao interesse público, a função da justificativa foi atingida, embora ela não tenha sido
formalizada do modo adequado. Desse modo, a não observância da formalidade ínsita à
justificativa da contratação pode ser relevada, já que o objetivo a qual ela serve foi alcançado,
ainda que por outros meios. O segundo ponto que deve ser analisado é a intempestividade na
emissão das notas de empenho. A respeito do tema, a jurisprudência desta Corte tem sido
reiterada no sentido de que a falta de empenhamento prévio e suficiente, desacompanhada de
outras falhas de maior relevância, não deve conduzir ao juízo de irregularidade da contratação.
Assim, é passível de relevação a extemporaneidade do empenho nestes autos, como ocorreu em
decisões proferidas em outros expedientes. 19
O terceiro e o último ponto a ser examinado é a
ausência de emissão de notas de empenho para o período de 26.12.11 a 31.12.11. De plano,
verifica-se que o contrato ficou a descoberto de empenho por curto período de tempo, por apenas
cinco dias. A época em que falha ocorreu, nos últimos dias do ano de 2011, também indica que a
ausência do empenho devido possa ter ocorrido em razão do fechamento da execução
orçamentária de um exercício e o início do exercício seguinte. Tais fatores corroboram para a
ideia de que a falha não gerou maiores consequências ou impacto, sugerindo sua possibilidade de
relevação. Não bastasse tal ponderação, é necessário também considerar que, em relação à
ausência de empenhamento prévio, esta Corte de Contas vêm se posicionando da mesma forma
como em relação à intempestividade na emissão das notas de empenho, no sentido de que tal
espécie de falha é passível de relevação, como recentemente, no julgamento do TC 5.664/00-00,
realizado em 27/11/2015. Diante do exposto, ACOLHO o Contrato 083/2010-SMS.1 e seu
respectivo Termo Aditivo 01/2012, relevando, excepcionalmente, as falhas formais apontadas,
DETERMINANDO que a Origem, nas situações futuras, atente para observância das normas e
prazos relativos à emissão de notas de empenho. Oficie-se à Origem e à Contratada, dando
ciência da decisão. Após, arquive-se. Participaram do julgamento os Conselheiros Domingos
19
Vide: TC nº 4.073.06-76, julgado em 28/07/10; TC 4.418/03-01, julgado em 31/03/11; TC nº 4.217/01-80,
julgado em 06/02/13; TC nº 113/02-13, julgado em 08/05/14; TC nº 1.447/08-08, julgado em 18/03/15.
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Dissei – Revisor, Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador Chefe da Fazenda
Guilherme Bueno De Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25 de maio de 2016.
a) Roberto Braguim – Presidente; a) Maurício Faria – Relator." 4) TC 717/13-02 – Recurso "ex
officio" interposto contra a R. Decisão de Juízo Singular de 22/5/2015 – Julgador Conselheiro
João Antonio – Secretaria Municipal de Transportes e Marcio Rodrigues Alves Schettino –
Prestação de contas de adiantamento bancário – setembro/outubro/2010 (R$ 2.766,31). Após o
relato da matéria, "o Conselheiro Maurício Faria conheceu do recurso "ex officio", por
regimental, e, no mérito, considerando que a irregularidade relativa ao pagamento das inscrições
de servidores em congresso por meio de adiantamento, encontra amparo em legislação própria
que não estabelece limite de gastos, mas sim, unicamente a presença das circunstâncias exigíveis
para a utilização dos recursos por meio do regime de adiantamento, quais sejam, a
impossibilidade da contratação pelo regime normal de aplicação, a excepcionalidade da despesa e
a necessidade de seu pronto pagamento, deu-lhe provimento para o fim de declarar a regularidade
integral da prestação de contas examinada, com outorga de quitação ao interessado, assim como
determinou, após os trâmites regimentais, o arquivamento dos autos e a devolução do processo
administrativo à Origem. Ademais, o Conselheiro Domingos Dissei – Revisor acompanhou, na
íntegra, o voto proferido pelo Conselheiro Maurício Faria – Relator. Afinal, na fase de votação, o
Conselheiro Edson Simões solicitou vista dos autos, o que foi deferido." (Certidão) 5) TC
1.839/13-17 – Recurso "ex officio" interposto contra R. Decisão de Juízo Singular de 22/5/2015
– Julgador Conselheiro João Antonio – Subprefeitura Cidade Tiradentes e Rosangela Maria de
Paula – Prestação de contas de adiantamento bancário – maio/2011 (R$ 2.100,00). Após o relato
da matéria, "o Conselheiro Maurício Faria conheceu do recurso "ex officio", por regimental, e,
no mérito, considerando que a irregularidade relativa ao pagamento das inscrições de servidores
em congresso por meio de adiantamento encontra amparo em legislação própria que não
estabelece limite de gastos, mas sim, unicamente, a presença das circunstâncias exigíveis para a
utilização dos recursos por meio do regime de adiantamento, quais sejam, a impossibilidade da
contratação pelo regime normal de aplicação, a excepcionalidade da despesa e a necessidade de
seu pronto pagamento, deu-lhe provimento para o fim de declarar a regularidade integral da
prestação de contas examinada, com outorga de quitação à interessada, assim como determinou,
após os trâmites regimentais, o arquivamento dos autos e a devolução do processo administrativo
à Origem. Ademais, o Conselheiro Domingos Dissei – Revisor acompanhou, na íntegra, o voto
proferido pelo Conselheiro Maurício Faria – Relator. Afinal, na fase de votação, o Conselheiro
Edson Simões solicitou vista dos autos, o que foi deferido." (Certidão) – PROCESSOS
RELATADOS PELO CONSELHEIRO EDSON SIMÕES – 1) TC 3.835/07-99 – Secretaria
Municipal de Serviços e Ecourbis Ambiental S.A. – Termo de Compromisso Ambiental de
26/10/2007 – Desenvolvimento sustentável dos serviços e investimentos previstos no Contrato
26/SSO/2004, cujo objeto é a concessão de serviços divisíveis de limpeza urbana 2) TC
3.843/07-17 – Secretaria Municipal de Serviços e Logística Ambiental de São Paulo S.A. –
Termo de Compromisso Ambiental de 29/10/2007 – Desenvolvimento sustentável dos serviços e
investimentos previstos no Contrato 27/SSO/2004, cujo objeto é a concessão de serviços
divisíveis de limpeza urbana. "O Conselheiro Edson Simões relatou ao Egrégio Plenário a
matéria constante dos citados processos. Ainda, na fase de discussão, o Conselheiro Domingos
Dissei solicitou vista dos autos, o que foi deferido." (Certidões) – CONSELHEIRO
DOMINGOS DISSEI – 1) TC 1.707/10-33 – Recurso "ex officio" interposto contra a R.
Decisão de Juízo Singular de 29/8/2014 – Julgador Conselheiro João Antonio – Secretaria
Municipal do Verde e do Meio Ambiente e Agnaldo Aparecido de Lucca – Prestação de contas
de adiantamento bancário – maio/2008 (R$ 6.600,00) 2) TC 3.067/11-03 – Recurso "ex officio"
interposto contra a R. Decisão de Juízo Singular de 12/11/2013 – Julgador Conselheiro Maurício
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Faria – Secretaria Municipal da Saúde (Fundo Municipal de Saúde) e Eugenia Maria Pinho
Barroso Palhares – Prestação de contas de adiantamento bancário – setembro a novembro/2010
(R$ 6.000,00). "O Conselheiro Domingos Dissei – Relator requereu ao Egrégio Plenário, nos
termos do artigo 172, inciso IV, do Regimento Interno desta Corte, a retirada de pauta dos
citados processos, para melhores estudos, o que foi deferido." (Certidões) – PROCESSOS
RELATADOS PELO CONSELHEIRO CORREGEDOR JOÃO ANTONIO – 1) TC
2.897/03-87 – Recursos "ex officio", da São Paulo Transporte S.A. e de Gerson Luis Bittencourt
interpostos contra R. Decisão da Segunda Câmara de 31/5/2006 – Relator Conselheiro Roberto
Braguim – São Paulo Transporte S.A. e Werolli Indústria e Comércio de Móveis Ltda. –
Contrato 2003/033 (R$ 11.340,00) – Aquisição de 60 cadeiras ergonômicas giratórias altas para
atendimento em balcão. Após o relato da matéria, "o Conselheiro João Antonio conheceu dos
recursos interpostos, pois presentes os requisitos regimentais de admissibilidade e, quanto ao
mérito, deu provimento aos apelos para o fim de julgar regular o Contrato 2003/033, afastando,
por consequência a multa aplicada ao responsável. Ainda, o Conselheiro João Antonio – Relator
determinou, após as comunicações de praxe, o arquivamento dos autos. Afinal, na fase de
votação, o Conselheiro Edson Simões solicitou vista dos autos, o que foi deferido." (Certidão)
2) TC 2.896/03-14 – Recursos "ex officio", da São Paulo Transporte S.A. e de Gerson Luis
Bittencourt interpostos contra a R. Decisão da Segunda Câmara de 31/5/2006 – Relator
Conselheiro Roberto Braguim – São Paulo Transporte S.A. e Fibra Comercial Serviços e
Informática Ltda. – ME – Contrato 2003/034 (R$ 111.360,00) – Aquisição de 708 cadeiras
ergonômicas giratórias sem apoia-braços e espaldar médio e de 30 cadeiras ergonômicas
giratórias com apoia-braços e espaldar alto (Lote I). Após o relato da matéria, "o Conselheiro
João Antonio conheceu dos recursos interpostos, pois presentes os requisitos regimentais de
admissibilidade e, quanto ao mérito, deu provimento aos apelos para o fim de julgar regulares o
Pregão 1/2003 e o Contrato 2003/034, afastando, por consequência a multa aplicada ao
responsável. Ainda, o Conselheiro João Antonio – Relator determinou, após as comunicações de
praxe, o arquivamento dos autos. Afinal, na fase de votação, o Conselheiro Edson Simões
solicitou vista dos autos, o que foi deferido." (Certidão) 3) TC 2.759/12-34 – Secretaria
Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras – Inspeção – Apurar a veracidade da denúncia sobre
as obras paradas do Centro de Educação Infantil – CEI Setor Educacional 2802 em Ermelino
Matarazzo 4) TC 2.472/11-88 – Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e Cidade
Brasil Ltda. – Pregão Presencial 001/SVMA/2011 – Contrato 011/SVMA/2011 R$ 1.679.999,57
– Contratação de empresa para prestação de serviços de manutenção civil dos equipamentos, das
instalações prediais elétricas, hidro-sanitárias, de prevenção contra e combate a incêndio, contra
descargas atmosféricas, telefônicas, cabeamentos diversos, serviços de manutenção em obras
civis, pintura, serralheria, soldagem, esquadrias, divisórias, forros e vidraria, nos prédios,
dependências e equipamentos administrados pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio
Ambiente da Prefeitura de São Paulo, por meio de equipes de trabalho padrão 5) TC 3.439/14-
90 – Construtora Gomes Lourenço S.A. – Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras
– Representação em face da Licitação RDC Presencial 002/2014/Siurb, cujo objeto é a
contratação de empresa para a execução de obras e serviços para a construção do Hospital de
Parelheiros 6) TC 4.766/14-32 – Técnica Construções S.A. – Autoridade Municipal de Limpeza
Urbana – Representação em face da Audiência Pública, cujo objeto é a contratação de empresa
para a prestação de serviços indivisíveis de limpeza pública no Município de São Paulo 7) TC
1.770/14-01 – Serviço Funerário do Município de São Paulo – Inspeção – Apurar os
procedimentos acerca do fornecimento de flores para arranjos e ornamentações de urnas e
caixões. "O Conselheiro João Antonio – Relator requereu ao Egrégio Plenário, nos termos do
artigo 172, inciso IV, do Regimento Interno desta Corte, a retirada de pauta dos citados
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processos, para melhores estudos, o que foi deferido." (Certidões) Às 13h20min o Conselheiro
Presidente Roberto Braguim suspendeu a sessão. Reiniciados os trabalhos, às 14h20min o
Presidente procedeu à devolução dos processos constantes de sua pauta de reinclusão –
PROCESSOS DE REINCLUSÃO – CONSELHEIRO PRESIDENTE ROBERTO
BRAGUIM – 1) TC 4.179/00-01 – Recursos da Procuradoria da Fazenda Municipal, de Antonia
Aparecida Pereira, da Construtora Beter S.A. e de Denise Lopes de Souza interpostos contra o V.
Acórdão de 26/02/2014 – Relator Conselheiro João Antonio – Secretaria Municipal de Habitação
e Construtora Beter S.A. – Contrato 005/2000-Sehab-Habi (R$ 935.528,79) – Serviços de
demolições e reformas emergenciais dos alojamentos existentes nas áreas denominadas José
Bonifácio, Zaki Narchi e São Pedro ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, ora
em grau de recurso, devolvidos na presente sessão pelo Conselheiro Presidente Roberto Braguim,
após determinação de Sua Excelência, na 2.869ª S.O., para que lhe fossem conclusos, a fim de
proferir voto de desempate. Naquela sessão, votaram os Conselheiros Edson Simões e João
Antonio, tendo os Conselheiros Domingos Dissei – Relator e Maurício Faria – Revisor, votado
na 2.854ª S.O. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à
unanimidade, de conformidade com relatório e voto do relator, em conhecer dos recursos
interpostos pela Procuradoria da Fazenda Municipal, pela Senhora Antonia Aparecida Pereira e pela
empresa Construtora Beter S.A. Acordam, ademais, por maioria, ainda quanto aos pressupostos de
admissibilidade, pelos votos dos Conselheiros Domingos Dissei – Relator e Edson Simões,
votando o Conselheiro Presidente Roberto Braguim para efeito de desempate, nos termos do
artigo 14, alínea "h", da Lei Municipal 9.167/80, combinado com o artigo 26, inciso IX, alínea
"a", do Regimento Interno desta Corte, quanto à peça recursal de Denise Lopes de Souza, em não
conhecê-la, por intempestiva. Vencidos os Conselheiros Maurício Faria – Revisor, com voto
proferido em separado, e João Antonio que, ponderando que a capacidade postulatória no âmbito
desta Corte de Contas não é exclusiva do advogado, bem assim que não houve mera desídia da
recorrente em deixar o prazo transcorrer "in albis", aplicaram o princípio da proporcionalidade e
prestigiando o da ampla defesa e do contraditório, conhecerem do apelo. Acordam, ainda, à
unanimidade, em acolher a preliminar de ilegitimidade de parte, suscitada pela Senhora Antonia
Aparecida Pereira, para excluí-la do feito, ficando em seu âmbito prejudicado o enfrentamento
do mérito. Acordam, também, por maioria, ainda quanto à outra preliminar arguida pela Senhora
Antonia Aparecida Pereira, pelos votos dos Conselheiros Domingos Dissei – Relator, e Edson
Simões, votando o Conselheiro Presidente Roberto Braguim para efeito de desempate, em
declarar prejudicada a alegação da ocorrência de nulidade processual, consistente em
cerceamento de defesa e ofensa ao princípio do devido processo legal, à vista do acolhimento da
preliminar de ilegitimidade de parte. Vencidos os Conselheiros Maurício Faria – Revisor e João
Antonio que deram provimento parcial ao apelo. Acordam, também, à unanimidade, quanto ao
mérito, em negar provimento aos apelos da Procuradoria da Fazenda Municipal e da Construtora
Beter S.A., mantendo a aplicação de multa à ordenadora da despesa Senhora Denise Lopes de
Souza. Acordam, também, por maioria, ainda quanto ao mérito, em face da determinação
imposta à Pasta Habitacional, pelos votos dos Conselheiros Domingos Dissei – Relator, e Edson
Simões, votando o Conselheiro Presidente Roberto Braguim para efeito de desempate, em manter
a ordem de convocação da contratada e a empresa gerenciadora – Ductor Implantação de Projetos
S.A. – para obtenção do ressarcimento da importância paga em excesso, em razão da
irregularidade apontada. Vencidos, em parte, os Conselheiros Maurício Faria – Revisor e João
Antonio que, em razão de juízo incidente sobre matéria de ordem pública, excluíram a empresa
Ductor Implantação de Projetos S.A. da responsabilidade de ressarcimento ao erário. Relatório:
O presente processo trata dos recursos voluntários ofertados pela Procuradoria da Fazenda
Municipal, pela Senhora Antonia Aparecida Pereira, pela Construtora Better S.A. e pela Senhora
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Denise Lopes de Souza, todos objetivando a reforma do Venerando Acórdão proferido na 2.728ª
sessão plenária de 26 de fevereiro de 2014. O Acórdão combatido, à unanimidade, nos termos do
voto do Conselheiro Relator, julgou irregular o Contrato 005/2000-SEHAB/HABI, tendo em
vista que, com base nas conclusões da Equipe Técnica de Engenharia deste Tribunal de Contas,
os preços unitários dos serviços que compõem o item 90.03.00 (Manutenção de Alojamento) são
incompatíveis com os preços oficiais da Municipalidade devido à dupla incidência do BDI
(Benefícios e Despesas Indiretas). À unanimidade, ainda, o Acórdão determinou que a Secretaria
Municipal de Habitação (SEHAB) convoque a empresa Better S.A. e a empresa gerenciadora
Ductor Implantação de Projetos S.A. para obter o ressarcimento da importância recebida em
excesso, bem como aplicou ao ordenador da despesa, à época, a multa de R$ 574,25. Nas suas
razões de recurso, a Procuradoria da Fazenda Municipal sustentou que as impropriedades
referentes à composição dos preços e do BDI restaram superadas ainda na fase instrutória, uma
vez que a Origem enfrentou pontualmente as questões levantadas pelos técnicos deste Tribunal,
e, ao final, registrou sua convicção no sentido de que os atos em análise poderiam ser acolhidos,
ainda que restem postos controvertidos. A PFM destacou, também, a caracterização da situação
emergencial, por se tratar de obras realizadas em alojamentos existentes nas áreas denominadas
José Bonifácio e Zaki Narchi. Entendeu que os argumentos trazidos pela Pasta são razoáveis, o
que enseja a convicção quanto à regularidade dos procedimentos adotados, acrescentando a
dificuldade em resgatar os atos em análise que já consolidaram seus efeitos no tempo,
propugnando, ao final, pelo conhecimento e provimento do recurso, ou, sucessivamente, pelo
reconhecimento dos efeitos financeiros produzidos. A Senhora Antonia Aparecida Pereira arguiu
a preliminar de ilegitimidade de parte, uma vez que teria havido equívoco do Órgão Técnico
deste Tribunal de Contas ao indicar o seu nome como agente responsável à época, requerendo a
sua exclusão do processo. Sustenta a Recorrente, ainda, que por não ser parte no processo, não
foi intimada na fase instrutória, o que macula o presente processo em virtude da infringência aos
princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Alega que sua
participação na questionada contratação emergencial se deu exclusivamente pela Ratificação da
Autorização efetuada pela Senhora Superintendente de HABI. Informou, também, que na ocasião
da assinatura do contrato não respondia mais pelo expediente da SEHAB e, assim, não
determinou a emissão de reserva de empenho de recursos, não autorizou a lavratura do contrato,
não assinou o contrato, não determinou o empenho nem foi a ordenadora da despesa. Por fim,
destacando a ausência de dolo e má fé, requereu a Senhora Antonia sua exclusão do feito – por
ilegitimidade de parte – ou, caso assim não seja, a declaração de nulidade do julgado em razão da
ofensa ao artigo 5º, incisos LIV e LV da Constituição Federal. E, no mérito, pugna pela revisão
da multa aplicada e o acolhimento do contrato e dos seus efeitos financeiros. A Construtora Beter
S.A. alegou não ser responsável por qualquer irregularidade, uma vez que tal suspeita paira sobre
erro cometido pela empresa Ductor, contratada pelo Poder Público, razão pela qual entende que
as consequências de qualquer erro não podem atingir aquele que agiu de boa fé. Aduziu que a
documentação que compunha a proposta formulada para a realização dos serviços revela a sua
transparência e a boa fé quanto à explicitação dos componentes financeiros pertinentes, sendo
que qualquer equívoco que tenha sido cometido pela Ductor ou pela SEHAB/HABI na definição
da estimativa de custos não guarda qualquer relação com a conduta da Recorrente. Ressaltou a
situação emergencial, os preços razoáveis dentro da média praticada pelo mercado e, que no seu
entender, mesmo a Ductor reconhecendo seu equívoco ao elaborar o orçamento que serviu de
base para a contratação ora analisada, referido ajuste não ocorreu com preços excessivos, tanto
que aceitos pela engenharia técnica da SEHAB. Requereu a Construtora, ao final, pelo
conhecimento e provimento do seu recurso para o fim de reformar o V. Acórdão, com o
consequente acolhimento do contrato examinado. A Senhora Denise Lopes de Souza, nas suas
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razões recursais, apresentou uma linha do tempo com as ocorrências da contratação para um
melhor entendimento das condições em que se deram os atos administrativos praticados à época.
Alegou que a caracterização da situação emergencial foi reconhecida e aceita pelos Órgãos
Técnicos deste Tribunal e que a ocorrência de equívoco na composição de um dos preços dos
serviços se deu na planilha de estimativa de referência, sendo que, posteriormente, restou
demonstrado por estudos técnicos especializados que estavam dentro da faixa aceitável de
mercado. Por fim, considerando inclusive a boa fé nos atos praticados, requereu o provimento do
recurso, reformando-se a Decisão recorrida para considerar regular o Contrato
005/2000/SEHAB-HABI, afastando-se, ainda, a multa imposta. A Secretaria Municipal de
Habitação – SEHAB, embora regularmente oficiada, deixou transcorrer "in albis" o prazo
recursal. Submetidos os autos à Assessoria Jurídica de Controle Externo a manifestação da
assessora opinante foi no sentido de que os recursos interpostos pela PFM, pela Senhora Antonia
Aparecida Pereira e pela Construtora Beter merecem ser conhecidos. O recurso da Senhora
Denise Lopes de Souza, porém, em virtude de ter sido protocolizado extemporaneamente, o
entendimento foi pelo não-conhecimento. Sobre as preliminares arguidas, posicionou-se a
assessora opinante pelo afastamento da ilegitimidade de parte alegada pela Senhora Antonia
Aparecida Pereira, uma vez que a servidora em questão, na qualidade de Secretária de SEHAB, à
época, ratificou o despacho da Superintendente de HABI, que autorizou a contratação
emergencial, além do que, no voto do Conselheiro Relator, não houve a mencionada delimitação
de responsabilidade. Com relação à preliminar de cerceamento de defesa, também alegada pela
Senhora Antonia Aparecida Pereira, que não foi intimada na fase da instrução processual, o
entendimento da assessora jurídica opinante foi no sentido do seu acolhimento, reconhecendo-se
a nulidade do Acórdão recorrido a fim de que seja feita nova instrução processual com a
participação da Recorrente. No mérito, considerou improcedentes todos os argumentos trazidos
pelos Recorrentes. Por sua vez, o Assessor Jurídico Chefe acompanhou a assessora preopinante
quanto ao conhecimento dos recursos interpostos, à exceção daquele apresentado pela Sra.
Denise Lopes de Souza. Acompanhou a sua assessora, ainda, com relação ao afastamento da
ilegitimidade de parte suscitada pela Sra. Antonia Aparecida Pereira. Divergiu, porém, no tocante
à preliminar de cerceamento de defesa, por entender que, "...no âmbito deste Tribunal, a rigor,
nesse primeiro momento processual, não haveria que se falar na obrigatoriedade de intimação do
particular". Entendeu que, "...pela própria natureza do Tribunal de Contas, Instituição de controle
externo, o devido processo legal segue uma lógica própria, diferentemente da lógica do
contraditório judicial propriamente dito." E ponderou: "...ainda que se concluísse pela
necessidade de sua intimação prévia..., diversos motivos fazem incidir a máxima de que não há
nulidade onde não há prejuízo (pas de nullité sans grief), sendo eles: (i) a natureza dos
fundamentos que levaram à rejeição do ajuste; (ii) a matéria amplamente discutida no apelo ora
examinado; (iii) e, ainda, a competência do Órgão julgador". Opinou, pois, pela preservação dos
atos processuais praticados, com amparo no princípio da economia processual e na garantia da
razoável duração do processo, levando em consideração, ainda, a ausência de prejuízo. No que
concerne às questões de fundo, opinou pelo não provimento dos recursos interpostos, em
consonância com o entendimento da sua assessora jurídica. A Procuradoria da Fazenda
Municipal requereu o conhecimento e provimento de todos os recursos interpostos, assim como o
recurso oficial. Na Secretaria Geral, o entendimento foi no sentido do conhecimento dos recursos
interpostos, exceto aquele ofertado pela Senhora Denise Lopes de Souza, por intempestivo. Com
relação a preliminar de ilegitimidade de parte arguida pela Senhora Antonia, posicionou-se a SG
pelo seu provimento, tendo em vista que a recorrente não assinou o contrato, mas somente
ratificado a contratação, na condição de autoridade superior, à época, por exigência do artigo 26
da Lei Federal 8.666/93. Portanto, parte ilegítima para responder pelo processo. No mais, com
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relação ao mérito, entendeu que os preços unitários se mostraram incompatíveis com os preços
oficiais da municipalidade, opinando pela irregularidade do contrato. E, assim, ao final, opinou
pelo provimento parcial apenas do recurso impetrado pela Senhora Antonia Aparecida Pereira,
vez que a mesma demonstrou ser parte ilegítima no processo, e improvimento dos demais
recursos, mantendo-se a Venerando Acórdão, na íntegra. É o Relatório. Voto: 1 - Inicialmente,
vale salientar que o presente processo, neste momento, analisa os recursos voluntários
interpostos pelas Senhoras Denise Lopes de Souza e Antonia Aparecida Pereira, pela
Procuradoria da Fazenda Municipal e pela Empresa Construtora Beter S/A, todos objetivando a
reforma do Venerando Acórdão que, à unanimidade, julgou irregular o Contrato 005/2000-
Sehab-Habi, determinou à SEHAB que convocasse a empresa contratada, Beter, e a empresa
gerenciadora, Ductor, para obter o ressarcimento da importância recebida em excesso, bem como
aplicou multa de R$ 574,25 ao ordenador da despesa, à época. 2 - Não é hipótese de recurso "ex
officio", como aventado pela Douta Procuradoria da Fazenda Municipal, na sua manifestação de
fls. 811, uma vez que não estão presentes os requisitos do artigo 137, paragrafo único, do
Regimento Interno desta Corte de Contas. 3 - Com relação aos Recursos Voluntários,
CONHEÇO aqueles interpostos pela Senhora Antonia Aparecida Pereira, pela Procuradoria da
Fazenda Municipal e pela Empresa Construtora Beter S.A., pois preenchidos os requisitos
regimentais. 4 - DEIXO DE CONHECER do recurso apresentado pela Senhora Denise Lopes de
Souza, uma vez que intempestivo, conforme bem observado pela Secretaria Geral às fls. 823. 5 -
Com relação às preliminares aduzidas, ACOLHO a Ilegitimidade de Parte arguida pela Senhora
Antonia Aparecida Pereira, uma vez que a mesma, na condição de Secretária Municipal da
Habitação, à época, não assinou contrato algum, tampouco pode ser considerada ordenadora da
despesa, nos termos do voto condutor do Acórdão recorrido. Vale destacar que o Decreto-lei
Federal 200/67, no seu artigo 80, § 1º, define que "Ordenador de despesa é toda e qualquer
autoridade de cujos atos resultarem emissão de empenho, autorização de pagamento, suprimento
ou dispêndio de recursos". O fato de a Senhora Antônia ter ratificado a contratação emergencial,
que foi autorizada e formalizada pela Superintendente de HABI, Sra. Denise Lopez de Souza,
não a torna "ordenadora da despesa" e, por consequência, não pode responder pela irregularidade
constatada. Até porque, se assim quisessem os Julgadores na primeira instância, teriam feito
consignar nos respectivos votos, a imposição de multas aos ordenadores da despesa, no plural - o
que não ocorreu. E, em acolhendo a preliminar de ilegitimidade de parte, entendo que fica
prejudicada a análise da preliminar de nulidade processual decorrente do cerceamento de defesa e
ofensa ao devido processo legal, também arguida pela Senhora Antonia Aparecida Pereira. 6 -
Quanto ao MÉRITO, alinho-me aos entendimentos firmados no âmbito da Assessoria Jurídica de
Controle Externo e da Secretaria Geral, uma vez, ao longo da instrução processual, o conjunto
de elementos trazidos aos autos não foram capazes de alterar o Venerando Acórdão recorrido. 7 -
Sendo assim, e por todo o exposto, CONHEÇO dos recursos interpostos pela Senhora Antonia
Aparecida Pereira, pela Procuradoria da Fazenda Municipal e pela Empresa Construtora Beter
S/A. DEIXO DE CONHECER do recurso ofertado pela Senhora Denise Lopez de Souza, por
intempestivo. Dou PROVIMENTO PARCIAL ao recurso da Senhora Antonia Aparecida Pereira
para o fim específico de ACOLHER a Preliminar e reconhecer a sua Ilegitimidade de Parte no
presente feito. NEGO PROVIMENTO aos demais recursos para manter o Venerando Acórdão
por seus próprios e jurídicos fundamentos. 8 – Após as medidas regimentais cabíveis, arquivem-
se os autos. É o meu o voto. (2.854ª S.O.) Voto em separado proferido pelo Conselheiro
Maurício Faria: Conheço dos recursos apresentados pela Procuradoria da Fazenda Municipal,
pela Construtora Beter S/A e pela Sra. Antônia Aparecida Pereira, posto que preenchidos os
requisitos estabelecidos no art. 138 do Regimento Interno e no art. 45 da Lei Orgânica desta
Corte de Contas. Em relação ao recurso apresentado pela Sra. Denise Lopes de Souza, muito
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embora tenha sido constatada a intempestividade, essa se deu por apenas um dia, e em razão da
formulação de pedido de dilação de prazo posteriormente rejeitado pelo Conselheiro Relator.
Outrossim, há que se ponderar que a capacidade postulatória no âmbito desta Corte de Contas
não é exclusiva do advogado, assim, é crível que a Recorrente, atuando em causa própria, sem a
assistência profissional, diante da praxe de concessão de prazos de dilação para esclarecimentos,
estivesse de boa-fé ao postular prazo adicional para apresentar suas razões recursais. Tendo em
vista tais circunstâncias, que demonstram que não houve mera desídia da Recorrente em deixar o
prazo transcorrer "in albis", considero que a formalidade pode ser excepcionalmente superada,
aplicando-se o princípio da proporcionalidade e prestigiando-se a ampla defesa e o contraditório,
constitucionalmente consagrado. Feito esse juízo prévio de admissibilidade, há que se enfrentar
duas questões: a ilegitimidade de parte suscitada pela Recorrente Antônia Aparecida Pereira, que
não foi intimada durante a instrução do processo em análise; e a responsabilidade para o
ressarcimento dos valores pagos a maior, pela dupla incidência do BDI no item 90.03.00, de
manutenção de alojamentos, suscitada pela Construtora Beter S/A. Iniciando-se a análise do
constante do Recurso da Sra. Antônia Aparecida Pereira, procede a alegação da Recorrente de
que não foi intimada na fase processual instrutória, para o devido exercício da ampla e prévia
defesa, vindo a tomar conhecimento do quanto processado somente quando de sua intimação
para conhecer do v. Acórdão de fls. 652/659. A par de ser previsto constitucionalmente, enquanto
garantia assegurada às partes em todas as etapas do processo, o exercício do contraditório e da
ampla defesa tem referência expressa no artigo 121 do Regimento Interno desta Corte, de forma
que a oportunidade de apresentação de alegações de defesa ou justificativas de prática do ato
deve ser concedida aos responsáveis tão logo apontada pelos Órgãos Técnicos, pela Procuradoria
da Fazenda Municipal ou pela Secretaria Geral deste Tribunal, qualquer irregularidade ou
ilegalidade (arts. 122 e 123 do Regimento Interno). É necessário registrar que em casos similares
ao analisado, nos quais esta Corte imputou débito ao ordenador da despesa sem que ele tenha
tido oportunidade de se manifestar durante a instrução processual, houve judicialização da
questão, tendo sido invalidada a decisão desta Corte. Este é o teor da decisão do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo: APELAÇÃO CÍVEL – ANULAÇÃO DE ATO
ADMINISTRATIVO E DECLARATÓRIA – Parecer do Tribunal de Contas, condenando o autor
a restituir aos cofres públicos o prejuízo apurado – Interposição de recurso perante o Tribunal de
Contas que não supre a ausência de ampla defesa – Ofício expedido pela Municipalidade
determinando a restituição do valor, sob pena de inscrição na dívida ativa – Ilegalidade –
Ausência de regular processo administrativo – Formalidades legais não observadas – Ato
condicionado a prévio procedimento administrativo, com direito a ampla defesa e ao
contraditório, nos termos do artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal – Manifestação perante
o Tribunal de Contas, que não justifica a ausência de oportunidade de defesa em sede
administrativa – Atos diversos, cujas consequências também o são – Manutenção da r. sentença
impugnada, que decretou a nulidade do processo administrativo – Improvimento aos recursos
oficial e voluntário interposto pela Municipalidade.20
(Grifos nossos). Ademais da caracterização
da nulidade, que por si só, é motivo suficiente para a exclusão da multa imputada à Recorrente, é
necessário reconhecer que sua participação na irregularidade é diminuta. Muito embora a
Recorrente tenha responsabilidade pelos atos que exarou, no caso a ratificação da contratação,
durante o período em que respondeu pelo expediente da Secretaria da Habitação, é certo que sua
participação nos fatos resume-se a este único ato, comparativamente de menor relevância em
relação aos demais Recorrentes considerados responsáveis, que acompanharam toda a elaboração
20
Apelação Cível n.º 585.295-5/0-00, Relator Desembargador Prado Pereira, Décima Segunda Câmara - Seção de
Direito Público, DJ 04.03.2009.
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da contratação e sua execução, tendo, desta forma, inúmeras outras oportunidades de verificar a
incorreção na dupla incidência do item. Assim, diante, principalmente, da inobservância do
contraditório, e, também, pela constatação de que participação da Recorrente Antônia Aparecida
Pereira não foi decisiva para o pagamento em duplicidade, necessário se faz dar provimento ao
apelo, para afastar a multa a ela aplicada. Passa-se, então, ao segundo ponto cuja análise deve ser
efetuada, qual seja, a responsabilidade pelo ressarcimento dos valores pagos a maior, em razão da
dupla incidência do BDI no item 90.03.00, de manutenção de alojamentos, suscitada pela
Construtora Beter S/A. Alega a Recorrente que o erro de cálculo foi cometido pela empresa
Ductor Implantação de Projetos S/A, que era contratada pelo Poder Público, e, sendo assim, a
Recorrente não poderia ser responsabilizada, por estar agindo de boa-fé. Em nenhum momento
da instrução processual houve qualquer alegação de que a Recorrente estivesse agindo de má-fé.
No mesmo sentido, o v. Acórdão guerreado não afirma que o recebimento tenha sido efetuado
com o conhecimento da irregularidade pela Recorrente. Todavia, embora não houvesse uma
conduta de má-fé por parte da Recorrente, é inafastável que ela teve um proveito econômico na
contratação maior do que era devido, causando-lhe, portanto, um enriquecimento sem causa, em
detrimento do Erário. Nesse sentido, aplicável o artigo 884 do Código Civil que prevê que aquele
que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente
auferido, feita a atualização dos valores monetários. Ou seja, o ressarcimento do valor
indevidamente recebido independe da ocorrência de dolo ou culpa, se o enriquecimento ocorreu
sem causa. Assim, no caso em tela, mesmo não tendo sido vislumbrados elementos que
demonstrem a culpa, lato sensu, pelo cálculo, como a Recorrente recebeu os valores indevidos,
deve ser obrigada a restitui-los à Municipalidade. Ademais, ainda em relação à responsabilidade
da empresa Ductor Implantação de Projetos S/A, há que se considerar que nos autos não há
informações de como se deu a contratação dela com a Secretaria da Habitação, se os serviços de
apoio prestados para viabilização da contratação emergencial e de gerenciamento da obra foram,
de alguma forma, remunerados em percentual do Contrato 05/SEHAB/00. Ou seja, não há nos
autos elementos probatórios que comprovem que a empresa Ductor beneficiou-se, ainda que
indiretamente, do valor pago a maior. Outrossim, constata-se que a empresa Ductor não foi, em
nenhum momento, intimada durante a instrução processual para manifestar-se nos autos. O
mesmo ocorreu em relação ao v. Acórdão de fls. 652/659, pois apesar de a Empresa Ductor haver
sido responsabilizada pelo ressarcimento, por ter incorretamente elaborado a planilha com item
em duplicidade, ela não foi intimada. Assim, novamente, agora em relação à Empresa Ductor,
está-se diante de uma violação do princípio do contraditório e da ampla defesa. Como bem
lançado em voto da lavra do Ministro Celso de Mello: O fato de o Poder Público considerar
suficientes os elementos de informação produzidos no procedimento administrativo não legitima
nem autoriza a adoção, pelo órgão estatal competente, de medidas que, tomadas em detrimento
daquele que sofre a persecução administrativa, culminem por frustrar a possibilidade de o próprio
interessado produzir as provas que repute indispensáveis à demonstração de suas alegações e que
entenda essenciais à condução de sua defesa.21
O excerto do julgado trazido à baila amolda-se
perfeitamente ao caso em tela, pois mesmo havendo elementos de instrução nestes autos que
comprovem que houve erro da empresa em questão, ao duplicar item com a incidência do BDI,
não podem ser tomadas medidas sancionatórias contra ela se não foi respeitado o seu direito ao
contraditório e à ampla defesa. Mesmo não havendo sido a matéria suscitada pelos recursos
voluntários apresentados, há que se considerar que o respeito ao devido processo legal é matéria
de ordem pública, podendo, portanto, ser apreciado a qualquer momento, por qualquer instância,
seja na vigência do CPC/73, ou do Novo Código de Processo Civil, prestes a entrar em vigor,
21
RMS 28517-AgR, Relator Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJe 30.04.2014.
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aplicável, subsidiariamente, aos processos desta Corte. Por outro lado, quando atua uma
portadora de serviço de apoio ao gerenciamento, a responsabilidade por eventual erro da mesma
cabe ao tomador de decisão que assumiu como válido o subsídio técnico que recebeu dela, não
sendo pertinente pretender transferir essa sua responsabilidade à primeira. Analisados os dois
pontos suscitados em sede recursal, registro, apenas, que os recursos apresentados pela
Procuradoria da Fazenda Municipal e pela Sra. Denise Lopes de Souza não trouxeram fatos
novos que ensejassem reapreciação da decisão, sendo mantido o reconhecimento da
irregularidade e a necessidade de reposição dos valores ao Erário. Portanto, CONHEÇO dos
recursos apresentados, nos termos expostos, para DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso
interposto pela Sra. Antônia Aparecida Pereira, para afastar a multa a ela imposta e NEGAR
PROVIMENTO aos Recursos da Construtora Beter S/A, da Procuradoria da Fazenda Municipal
e da Sra. Denise Lopes de Souza, MANTENDO a irregularidade da contratação, a obrigação da
Construtora Beter S/A de ressarcir os valores recebidos a maior, e a multa aplicada a Sra. Denise
Lopes de Souza. Outrossim, em razão de juízo incidente sobre matéria de ordem pública,
EXCLUO a empresa Ductor Implantação de Projetos S/A da responsabilidade de ressarcimento
ao Erário. (2.854ª S.O.) Voto de desempate proferido pelo Conselheiro Presidente Roberto
Braguim: Trata-se, nesta fase processual, da análise dos Recursos Voluntários interpostos, em
face de v. Acórdão proferido na Sessão Ordinária 2.728ª, de 26 de fevereiro de 2014, na qual o E.
Plenário, no julgamento do Contrato 005/2000, celebrado entre a Secretaria Municipal de
Habitação – SEHAB e a Construtora Beter S.A., por votação unânime, julgou-o irregular, tendo
em vista a incompatibilidade dos preços unitários dos serviços que compõem o item 90.03.00 –
Manutenção de alojamento – com os preços oficiais da Municipalidade, devido à dupla
incidência do BDI. O r. Aresto determinou também – por votação unânime –, que a SEHAB
convocasse a contratada e a empresa gerenciadora – Ductor Implantação de Projetos S.A. – para
obter o ressarcimento da importância paga em excesso, em razão da irregularidade apontada. Em
remate, ainda por unanimidade, aplicou ao Ordenador da Despesa a multa de R$ 574,25
(quinhentos e setenta e quatro reais e vinte e cinco centavos), com fulcro no artigo 87 do
Regimento Interno desta Casa de Contas. Inconformados, interpuseram Recursos a Procuradoria
da Fazenda Municipal, as Senhoras Antonia Aparecida Pereira e Denise Lopes de Souza e a
Contratada – Construtora Beter S.A. Em sede de análise recursal, o Relator, – Conselheiro
Domingos Dissei –, em Sessão Ordinária 2.854ª, de 02/03/16, seguido integralmente pelo
Conselheiro Edson Simões – este em Sessão Ordinária 2.869ª, de 04/05/16, após ter-lhe sido
concedida vista dos autos, deixou de conhecer do Apelo apresentado pela Senhora Denise Lopes
de Souza, por intempestivo, conhecendo dos demais. Acolheu, ainda, a preliminar de
ilegitimidade de parte arguida pela Senhora Antonia Aparecida Pereira, Secretária Municipal à
época, eis que a Recorrente não foi signatária do Ajuste e nem emitiu qualquer empenho ou
autorização de pagamento, não podendo, pois, ser considerada Ordenadora da Despesa,
atribuição essa conferida à Senhora Denise Lopes de Souza. Em decorrência desse acolhimento,
julgou prejudicado o exame da preliminar de nulidade processual, consistente, segundo a
Apelante, em cerceamento de defesa e ofensa ao devido processo legal. No que concerne ao
mérito, deu provimento parcial ao Recurso da Senhora Antonia Aparecida Pereira, para,
acolhendo a preliminar de ilegitimidade de parte, excluí-la do processo. Quanto aos demais
Apelos, embasado nos pronunciamentos da Assessoria Jurídica de Controle Externo e da
Secretaria Geral acostados aos autos, negou-lhes provimento, eis que os elementos trazidos à
colação não foram capazes de alterar o decidido no v. Acórdão guerreado. Em outro norte, o
Revisor, Conselheiro Maurício Faria, na primeira Sessão Ordinária mencionada – acompanhado
pelo Conselheiro João Antonio, este na Sessão indicada em segundo lugar – conheceu de todos
os Recursos, acompanhando o Relator no que concerne à preliminar de ilegitimidade de parte
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suscitada. Quanto ao mérito, deu provimento parcial ao Recurso da Senhora Antonia Aparecida
Pereira, para cancelar a multa que lhe fora aplicada, em razão de sua exclusão do processo. De
outra parte, ainda na análise do mérito, negou provimento aos demais Recursos, mantendo a
responsabilidade da Contratada no que toca ao ressarcimento dos valores recebidos a maior, vez
que, apesar de não constatado qualquer indício de má-fé na conduta adotada pela Construtora
Beter S.A., esta recebeu indevidamente as importâncias advindas da dupla incidência de BDI em
relação ao item de serviço apontado. Sua Excelência, todavia, excluiu a gerenciadora Ductor
Implantação de Projetos S.A. da responsabilidade de ressarcimento ao Poder Público, eis que não
constam dos autos elementos comprobatórios de que referida empresa beneficiou-se do erro
constatado e não foi intimada, em qualquer momento processual, para ingressar nos autos, o que
constituiria atentado ao princípio do contraditório e da ampla defesa. Verificou-se, pois empate
no que respeita ao recebimento do Recurso oposto pela Senhora Denise Lopes de Souza e à
exclusão da Ductor Implantação de Projetos S.A., no que concerne ao ressarcimento devido ao
Poder Público em razão do pagamento indevido. Em assim sendo, avoquei os autos para proferir
voto de desempate, o que ora faço, no uso da competência que me é conferida pelo artigo 26,
inciso IX, alínea "a" do Regimento Interno deste Tribunal. Com esse escopo, analisando os
argumentos aduzidos por ambas as correntes, inclino-me a partilhar a defendida pelos
Conselheiros Domingos Dissei e Edson Simões, que proferiram seus votos embasados nos
pronunciamentos dos Órgãos Técnicos desta Casa e da Secretaria Geral. No que tange ao
primeiro aspecto que redundou em empate, restou comprovada a intempestividade do Recurso da
Senhora Denise Lopes de Souza, o que impede o seu recebimento e, consequentemente sua
análise de mérito, por não atender ao requisito de admissibilidade estabelecido no artigo 140,
alínea "d", do Regimento Interno, conhecidos os demais Apelos por preencherem os pressupostos
regimentais. No que pertine à preliminar de ilegitimidade de parte arguida pela Senhora Antonia
Aparecida Pereira, entendo que deve ser acolhida, para sua exclusão do feito, em razão de não ser
a Recorrente a Ordenadora da Despesa, estando, em decorrência, prejudicados a outra alegação
de ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa, que acarretaria nulidade processual e o
enfrentamento do mérito. Aos demais Recursos – da Procuradoria da Fazenda Municipal e da
Construtora Beter S.A. –, por não trazerem aos autos elementos suficientes para alterar o
decidido, nego provimento, para manter, sob esse prisma, o v. Acórdão recorrido.
PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO Feitas as indispensáveis adequações processuais, apregoo
que o Plenário decidiu: I) Por unanimidade, conhecer dos Recursos interpostos pela Procuradoria
da Fazenda Municipal, pela Senhora Antonia Aparecida Pereira e pela Construtora Beter S.A.; II)
Por maioria, com voto de desempate desta Presidência, não conhecer do Apelo manifestado pela
Senhora Denise Lopes de Souza, por intempestivo; III) Por votação unânime, acolher a
preliminar de ilegitimidade de parte, suscitada pela Senhora Antonia Aparecida Pereira, para
excluí-la do feito, ficando em seu âmbito prejudicado o enfrentamento do mérito; IV) Por
maioria, com voto de desempate desta Presidência, declarar prejudicada a preliminar arguida pela
mesma Recorrente, alegando a ocorrência de nulidade processual, consistente em cerceamento de
defesa e ofensa ao princípio do devido processo legal; V) No que concerne ao mérito, por
unanimidade, negar provimento aos Recursos da Procuradoria da Fazenda Municipal e da
Construtora Beter S.A. e manter a aplicação de multa à Ordenadora da Despesa Senhora Denise
Lopes de Souza; VI) Por maioria, com voto de desempate desta Presidência, manter a
determinação exarada à Secretaria Municipal de Habitação. Participaram do julgamento os
Conselheiros Maurício Faria – Revisor, Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador
Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25
de maio de 2016. a) Roberto Braguim – Presidente, com voto; a) Domingos Dissei – Relator." 2)
TC 2.888/11-04 – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania – Acompanhamento –
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Verificar a regularidade do Edital do Pregão Presencial 017/SMPP/2011, cujo objeto é a
contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de infraestrutura e logística,
incluída mão de obra e todos os materiais necessários à execução de eventos das Coordenadorias
e Conselhos da Secretaria, quanto aos aspectos da legalidade, formalidade e mérito (Tramita em
conjunto com os TCs 3.001/11-97, 180/12-82 e 1.008/12-46) ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e
discutidos estes autos, devolvidos na presente sessão pelo Conselheiro Presidente Roberto
Braguim, após determinação de Sua Excelência, na 2.869ª S.O., para que lhe fossem conclusos,
em razão do presente processo ser acompanhante do processo TC 1.008/12-46. Naquela sessão,
votaram os Conselheiros Edson Simões e João Antonio, tendo os Conselheiros Domingos Dissei
– Relator e Maurício Faria – Revisor, votado na 2.829ª S.O. Acordam os Conselheiros do
Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, pelos votos dos Conselheiros
Domingos Dissei – Relator, com relatório e voto, Maurício Faria – Revisor, com voto proferido
em separado, Edson Simões e João Antonio, em conhecer do Edital do Pregão Presencial
017/SMPP/2011. Relatório e votos englobados: v. TC 1.008/12-46. Voto em separado
englobado proferido pelo Conselheiro Maurício Faria: v. TC 1.008/12-46. Voto de
desempate englobado proferido pelo Conselheiro Roberto Braguim: v. TC 1.008/12-46.
Participaram do julgamento os Conselheiros Maurício Faria – Revisor, Edson Simões e João
Antonio. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário
Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25 de maio de 2016. a) Roberto Braguim – Presidente; a)
Domingos Dissei – Relator." 3) TC 3.001/11-97 – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e
Cidadania – Acompanhamento – Verificar se as etapas do processo licitatório relativo ao Pregão
Presencial 017/SMPP/2011, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para a
prestação de serviços de infraestrutura e logística, incluída mão de obra e todos os materiais
necessários à execução de eventos das Coordenadorias e Conselhos da Secretaria, estão sendo
realizadas de acordo com os dispositivos legais pertinentes (Tramita em conjunto com os TCs
2.888/11-04, 180/12-82 e 1.008/12-46) ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos,
devolvidos na presente sessão pelo Conselheiro Presidente Roberto Braguim, após determinação
de Sua Excelência, na 2.869ª S.O., para que lhe fossem conclusos, em razão do presente processo
ser acompanhante do processo TC 1.008/12-46. Naquela sessão, votaram os Conselheiros Edson
Simões e João Antonio, tendo os Conselheiros Domingos Dissei – Relator e Maurício Faria –
Revisor, votado na 2.829ª S.O. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de
São Paulo, à unanimidade, pelos votos dos Conselheiros Domingos Dissei – Relator, com
relatório e voto, Maurício Faria – Revisor, com voto proferido em separado, Edson Simões e
João Antonio, em conhecer do Pregão Presencial 017/SMPP/2011. Relatório e votos
englobados: v. TC 1.008/12-46. Voto em separado englobado proferido pelo Conselheiro
Maurício Faria: v. TC 1.008/12-46. Voto de desempate englobado proferido pelo
Conselheiro Roberto Braguim: v. TC 1.008/12-46. Participaram do julgamento os
Conselheiros Maurício Faria – Revisor, Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador
Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25
de maio de 2016. a) Roberto Braguim – Presidente; a) Domingos Dissei – Relator." 4) TC
180/12-82 – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e SP Eventos Ltda. –
Contrato 027/SMPP/2011 R$ 2.446.670,00 – Contratação de empresa especializada para a
prestação de serviços de infraestrutura e logística, incluída mão de obra e todos os materiais
necessários à execução de eventos das Coordenadorias e Conselhos da Secretaria para os Lotes
001, 002 e 003 (Tramita em conjunto com os TCs 2.888/11-04, 3.001/11-97 e 1.008/12-46)
ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, devolvidos na presente sessão pelo
Conselheiro Presidente Roberto Braguim, após determinação de Sua Excelência, na 2.869ª S.O.,
para que lhe fossem conclusos, em razão do presente processo ser acompanhante do processo TC
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1.008/12-46. Naquela sessão, votaram os Conselheiros Edson Simões e João Antonio, tendo os
Conselheiros Domingos Dissei – Relator e Maurício Faria – Revisor, votado na 2.829ª S.O.
Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade,
pelos votos dos Conselheiros Domingos Dissei – Relator, com relatório e voto, Maurício Faria –
Revisor, com voto proferido em separado, Edson Simões e João Antonio, em julgar regular o
Contrato 027/SMPP/2011. Relatório e votos englobados: v. TC 1.008/12-46. Voto em
separado englobado proferido pelo Conselheiro Maurício Faria: v. TC 1.008/12-46. Voto
de desempate englobado proferido pelo Conselheiro Roberto Braguim: v. TC 1.008/12-46.
Participaram do julgamento os Conselheiros Maurício Faria – Revisor, Edson Simões e João
Antonio. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário
Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25 de maio de 2016. a) Roberto Braguim – Presidente; a)
Domingos Dissei – Relator." 5) TC 1.008/12-46 – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e
Cidadania e SP Eventos Ltda. – Acompanhamento – Execução contratual – Verificar se o
Contrato 027/SMPP/2011 (R$ 2.446.670,00), cujo objeto é a contratação de empresa
especializada para a prestação de serviços de infraestrutura e logística, incluída mão de obra e
todos os materiais necessários à execução de eventos das Coordenadorias e Conselhos da
Secretaria, está sendo executado de acordo com as normas legais pertinentes e em conformidade
com as cláusulas estabelecidas no ajuste (Tramita em conjunto com os TCs 2.888/11-04,
3.001/11-97 e 180/12-82) ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, devolvidos
na presente sessão pelo Conselheiro Presidente Roberto Braguim, após determinação de Sua
Excelência, na 2.869ª S.O., para que lhe fossem conclusos, a fim de proferir voto de desempate.
Naquela sessão, votaram os Conselheiros Edson Simões e João Antonio, tendo os Conselheiros
Domingos Dissei – Relator e Maurício Faria – Revisor, votado na 2.829ª S.O. Acordam os
Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, por maioria, pelos votos dos
Conselheiros Maurício Faria – Revisor, consoante voto proferido em separado, e João Antonio,
votando o Conselheiro Presidente Roberto Braguim para efeito de desempate, nos termos do
artigo 14, alínea "h", da Lei Municipal 9.167/80, combinado com o artigo 26, inciso IX, alínea
"a", do Regimento Interno desta Corte, em julgar irregular a execução do Contrato
027/SMPP/2011, diante da constatação da realização de eventos sem a devida cobertura
securitária, em desacordo com a cláusula quinta do ajuste, pois não só houve o enriquecimento
sem causa da contratada, uma vez que o valor referente à despesa fez parte da composição de sua
planilha de custos, mas, também, foi observado um gravame de grande potencial lesivo em razão
do risco assumido frente à eventual ocorrência de evento danoso, o que poderia acarretar sérios
prejuízos à Municipalidade. Acordam, ainda, por maioria, pelos mesmos votos, em determinar
que a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania providencie o ressarcimento junto à
então contratada dos valores relativos à cobertura securitária para os eventos que ficaram
descobertos da garantia contratualmente prevista. Vencidos os Conselheiros Domingos Dissei –
Relator, com relatório e voto, e Edson Simões, que julgaram regular a execução contratual.
Relatório englobado: Em julgamento o Pregão 17/SMPP/2011, o Contrato 27/SMPP/2011 e o
acompanhamento da sua execução. O escopo do ajuste firmado entre a antiga Secretaria
Municipal de Participação e Parceria – SMPP e a empresa SP Eventos Ltda. consistiu na
prestação de serviços de infraestrutura e logística, incluída mão de obra e todos os materiais
necessários à execução de eventos das Coordenadorias e Conselhos da Secretaria, de acordo com
as diretrizes e especificações contidas no Anexo I – Termo de Referência, pelo prazo de 06 (seis)
meses. Primeiramente, cumpre salientar que o Edital do Pregão 17/2011 foi objeto de
representação analisada nos autos do TC 2.515/11-99, que, inicialmente, culminou com a
suspensão "sine die" do certame, conforme despacho prolatado em 12/09/2011. A Origem
elaborou novo edital e, após manifestação da Assessoria de Gabinete do Conselheiro Antonio
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Caruso, relator à época, foi autorizada a continuidade da licitação, de acordo com despacho de
20/10/2011. Finalizando a instrução do TC 2.515/11-99, a representação foi julgada prejudicada,
por unanimidade, em razão da reformulação do Edital pela Origem que sanou os vícios
inicialmente apontados e os autos foram arquivados. Após a autorização para retomada do
certame, foi autuado, em 26/10/2011, o TC 2.888/11-04 para análise do novo Edital publicado
pela SMPP, tendo sido autuado, ainda, o TC 3.001/11-97 para acompanhamento do
procedimento licitatório. Na análise do Edital realizada nos autos do TC 2.888/11-04, a
Auditoria, em sua última manifestação, concluiu pelo saneamento de todas as falhas verificadas
no instrumento convocatório, ressaltando que continuava sem constar do processo administrativo
a memória de cálculo dos valores que oneraram cada uma das dotações, bem como as
justificativas para exigência das certidões para todos os lotes. Ciente das conclusões alcançadas
pela área técnica, o Conselheiro Antonio Caruso, relator à época, entendeu não proceder o
apontamento relacionado às certidões, posto que o esclarecimento da Pregoeira se referia às
licitantes que desejassem apresentar proposta para os três lotes e não determinou a suspensão do
certame em face da ausência da citada memória de cálculo. Na análise realizada nos autos do TC
3.001.11-97, a Auditoria concluiu pela regularidade dos procedimentos na condução do Pregão.
Concluídas as análises e alcançados os seus objetivos, referidos TCs passaram a acompanhar os
TCs 180/12-82 e 1.008/12-46, que foram autuados, respectivamente, para proceder à análise
formal do Contrato 27/SMPP/2011 e para o acompanhamento de sua execução contratual.
Quanto ao ajuste, objeto de análise nos autos do TC 180/12-82, a Auditoria se manifestou pela
irregularidade da contratação em razão da existência de outro contrato vigente com objeto
idêntico, qual seja, o Contrato 261/SMPP/2009, firmado com a empresa Cenius Eventos e
Serviços Ltda. e iniciado em 07/05/2009, objetivando a contratação de empresa especializada
para a prestação de serviços de infraestrutura e logística, incluída mão de obra e todos os
materiais necessários à execução de eventos das Coordenadorias e Conselhos daquela Secretaria.
Ressaltou, ainda, não constar no Processo Administrativo a memória de cálculo dos valores que
oneraram cada uma das dotações, o que impossibilitou a análise da regularidade desta alocação.
Regularmente intimada, a Origem esclareceu que o objeto do Contrato 261/SMPP/2009, envolve
infraestrutura para eventos indeterminados, ao passo que o objeto do Contrato 27/SMPP/2011
envolve infraestrutura para eventos, porém, determinados. Embora o Contrato 261/SMPP/2009
estivesse ainda em vigência, os quantitativos dos elementos de infraestrutura disponíveis para
uso não atendiam e não eram suficientes para os eventos que surgiram e necessitavam de
realização. A SMPP, na sua atuação, sofre, constantemente, cobrança dos Conselhos Municipais
ligados aos segmentos que assiste e atende (Negro, Mulher, Índios, Criança e Adolescente,
Atenção às Drogas, população GLBTT e Juventude) para que realize conferências, simpósios,
encontros, de onde se extraem informações e diretrizes para a formulação de políticas municipais
em prol dos mesmos. E no ano de 2011, as exigências para esses tipos de atividades (eventos) foi
atípica, em um volume que ultrapassou as expectativas contratuais em vigor. Alegou que os
objetos dos contratos não são idênticos. Aquele firmado com a Cênius previa a infraestrutura em
eventos, com a possibilidade de utilização, pelas Coordenadorias, de todo o material e recursos
humanos que necessitassem para a sua realização e previstos no Termo de Referência. Já o
contrato firmado com a SP Eventos contemplou eventos certos. Seu objeto previu eventos para
até 300 pessoas, até 1.500 e acima de 1.500 pessoas e o Edital foi elaborado para atender esses
eventos, com prazo de vigência de 06 (seis) meses, sem possibilidade de prorrogação. A
Pregoeira apresentou defesa com conteúdo semelhante, alegando que ficara responsável apenas
pela condução do procedimento licitatório, "não tendo qualquer poder de decisão quanto às
necessidades da Pasta que resultaram no objeto do contrato e tampouco sobre os contratos
firmados". Analisando as defesas apresentadas, a Auditoria manteve seu entendimento sob o
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fundamento de que o Contrato 27/SMPP/2011, firmado com a empresa SP Eventos, ao contrário
do afirmado pela Origem, não contemplou eventos determinados e sim três categorias de evento
segundo o porte: pequeno, médio e grande. Destacou, ainda, que o Anexo I do Edital de Pregão
que deu origem ao Contrato 261/SMPP/2009 estabeleceu quantidades estimadas, deixando claro
que poderiam ocorrer variações. Ademais, a Origem não comprovou que em 2011 houve
quantidade de eventos atípica, ultrapassando as expectativas contratuais em vigor, bem como que
esses serviços foram solicitados à Cenius à época e que houve justificativa daquela empresa para
não executá-los. A Assessoria Jurídica de Controle Externo, preliminarmente, acatou as
argumentações da Pregoeira de que as irregularidades elencadas não guardam relação com as
atribuições da figura do pregoeiro. Quanto ao mérito, entendeu que a existência de outro ajuste
com o mesmo objeto enseja o descumprimento do artigo 8º, da Lei 8.666/93, bem como não há
nos autos esclarecimentos que permitam afastar a constatação da Auditoria acerca da falta de
memória de cálculo dos valores que oneraram cada uma das dotações orçamentárias. Intimada, a
Origem apresentou seus esclarecimentos, os quais, no entanto, não alteraram as conclusões da
Auditoria. Quanto à execução contratual objeto de acompanhamento nos autos do TC 1.008.12-
46, a Auditoria concluiu que o ajuste firmado com a SP Eventos Ltda., no valor de R$ 2,4
milhões, foi executado de acordo com o objetivo proposto e que os serviços prestados e pagos
referentes ao período de novembro e dezembro de 2011, no valor de R$ 1.069.310,00, estão em
conformidade com os termos do contrato e a documentação apresentada é regular. Apontou,
ainda, que: 1) Os eventos realizados nos dias 20/11/2011 (Dia da Consciência Negra e Marcha da
Consciência Negra) e 03/12/2011 (Dia Nacional do Samba) foram efetuados sem a devida
cobertura securitária, em desacordo com a cláusula quinta do ajuste, item 5.1.16. 2) O
cancelamento de mais da metade do valor contratado revela falha de planejamento. Por
determinação da Conselheira Yara Tacconi, relatora à época, os autos retornaram à Auditoria
para que fossem explicitados quais fatos levaram à afirmação de que o cancelamento de mais da
metade do valor contratado revelava falha de planejamento. Visando atender o determinado, a
Auditoria informou às fls. 47 que houve cancelamento da metade dos eventos do período, sem
registro de qualquer ocorrência cuja gravidade o justificasse. Regularmente intimados,
apresentaram defesa os Senhores Marcos Antônio Chiovetti – Supervisor Geral de
Administração e Finanças, Fauler Marques de Oliveira – Diretor de Eventos da SMPP e Uebe
Rezek – Secretário Municipal à época. Quanto ao seguro, argumentaram que talvez o responsável
pela emissão e entrega da Ordem de Serviço não tenha atentado para tal exigência, o que não
significa que a empresa não mantenha o seguro. Ao contrário, a SP Eventos tentou realizar o
Seguro e o conseguiu em dezembro de 2012. Destacaram, ao final, que tal fato não inviabilizou a
prestação dos serviços, os quais, foram efetivamente realizados. No que se refere à alegada falta
de planejamento, apresentaram o histórico dos acontecimentos relativos ao certame. A sessão
pública de abertura do pregão de 13/09/2011 havia sido suspensa "sine die" por força de
representação protocolada no TCMSP pela empresa ANELKA Estrutura e Eventos Ltda. O
prosseguimento do certame foi autorizado em 20/10/2011, e o pregão ocorreu em 04/11/2011,
tendo como vencedora a empresa SP Eventos. Como os eventos previstos só puderam ocorrer
após a licitação, em 04/11/11, e os eventos anteriores à licitação não ocorreram, a origem
cancelou os empenhos. Concluindo, esclareceram que não houve falha no planejamento, mas que
fatores alheios interromperam a intenção inicial da Pasta. A Origem também apresentou defesa,
sendo que a então Secretária Municipal Vera Lúcia de Lucena Bussinger, alegou que não poderia
responder pelos eventos realizados antes de sua nomeação, devendo ela ser excluída do processo.
Os autos retornaram à Auditoria que, após análise das defesas apresentadas, ratificou suas
conclusões. Instada a se manifestar, a Procuradoria da Fazenda Municipal requereu o
acolhimento da execução contratual ora examinada, tendo em vista que os serviços haviam sido
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prestados, e que não houve qualquer restrição quanto aos preços praticados, tampouco à
quantidade dos serviços prestados. Ressaltou que não havia indícios de desvio de recursos
públicos, ou de que os agentes públicos tivessem se beneficiado dos atos praticados. Por meio do
despacho de fls. 126, os TCs 180/12-82 e 1.008/12-46 passaram a tramitar em conjunto. No
mesmo despacho, também foi determinada a restituição dos autos à Auditoria para que, no
período auditado, fosse realizada diligência aos processos de contratação e de medição e
pagamento, com a finalidade de relacionar todos os eventos realizados por meio do Contrato
261/2009 e aqueles realizados por meio do Contrato 27/2011, elaborando-se quadro comparativo,
bem como esclarecer se: a) Algum desses eventos foi realizado, de forma conjunta, pelas
empresas Cenius e SP Eventos; b) Todos os eventos realizados através do Contrato 27/2011
possuem previsão no Termo de Referência; c) As especificações técnicas do Contrato 27/2011
são idênticas às do Contrato 261/2009; d) O contrato 27/2011 foi prorrogado e se o Contrato
261/2009 continua em vigor. Como resultado da diligência, a Auditoria informou que: a) nenhum
evento foi realizado de forma conjunta pelas empresas, sendo que a Cenius prestou serviços nos
meses de setembro e outubro de 2011 e janeiro a março de 2012, enquanto que a SP Eventos
autuou apenas no período de novembro a dezembro de 2011. b) todos os eventos realizados por
meio do Contrato 27/2011 – SP Eventos Ltda. foram previstos no Termo de Referência,
destacando que nem todos os previstos foram realizados. c) Conforme quadro comparativo
constante do Anexo II, fls. 577/578, a maioria dos itens foram solicitados nos 02 (dois) contratos,
com especificações idênticas. A única divergência em relação à especificação refere-se ao item
de alimentação – coquetel/coffee break – uma vez que no Contrato 261/2009 (Cenius) foi
definida uma quantidade mínima de 50 pessoas. Além disso, foram observadas as seguintes
diferenças: 1 – Itens previstos no Contrato 261/2009 (Cenius) e não presentes no Contrato
27/2011 (SP Eventos): 6.2. palco de médio porte: 10mX8m 6.4. palco de mega porte: 20mX16m
7.1. tenda 3X3 9.3. gerador 250kva 11.2. mobiliário: mesas, cadeiras, espelho, arco com balões
11.3. porta banners 11.4. extensões 11.5. praticáveis 11.9. kit DJ 12.1. som de micro porte 12.4.
som de grande porte 12.5. som de mega porte 13.3. iluminação de grande/mega porte 11.13.
capas de chuva 11.18. fechamento em chapa de aço 16.1. torres de sinalização 16.2 Delay 16.3.
torres de observação 2 – Itens previstos no Contrato 27/2011 (SP Eventos) e não presentes no
Contrato 261/2009 (Cenius): 11.3. almoço/jantar 11.4. coquetel 11.5. brunch 17.1. estrutura 1:
espaço em formato auditório 17.2. estrutura 2: sala temática/reunião 17.3. estrutura 3:
salão/recepção 17.4. estrutura 4: espaço para alimentação d) o Contrato 27/2011 – SP Eventos
Ltda. – não foi prorrogado e embora sua vigência englobe o período de 10/11/2011 a 09/05/2012,
os eventos realizados ocorreram no período em 12/11 a 17/12/2011. O Contrato 261/2009
(Cenius) continuava em vigor, tendo em vista que o Termo de Aditamento 06 prorrogou sua
vigência por 06 (seis) meses a partir de 13/01/2013. Instado a se manifestar, o Subsecretário de
Fiscalização e Controle entendeu que, no tocante aos quesitos formulados no TC 1.008/12-46,
que cuida da execução contratual, não obstante as pequenas diferenças apontadas
comparativamente entre as 02 (duas) contratações, o objeto das contratações é único, ou seja, diz
respeito à prestação de serviços e infraestrutura para eventos da SMPP, concluindo, assim, pela
irregularidade da contratação e pela ratificação das conclusões alcançadas no acompanhamento
da execução do ajuste. Na sua manifestação exarada nos autos do TC 180/12-82, que cuida da
análise formal do contrato, asseverou não ter sido apresentada justificativa pelo Poder Público
para a contratação de nova empresa, visto existir o contrato com a empresa Cenius para a
prestação dos serviços de infraestrutura e logística nos eventos da SMPP. O assessor preopinante
da Assessoria Jurídica de Controle Externo manifestou-se pela irregularidade formal do Contrato
27/SMPP/2011. Quanto à execução, entendeu que as questões levantadas pela Auditoria se
referem à contratação, e não à execução em si. Desta forma, pronunciou-se pelo acolhimento da
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execução ora examinada. O Assessor Subchefe de Controle Externo destacou que a questão do
planejamento é própria do exame da contratação, objeto do TC 180/12-82 e, no que tange à
ausência de cobertura securitária em dois eventos, tendo em vista a inexistência de prejuízos
concretos, entendeu que a impropriedade não é apta a impedir o acolhimento da execução
contratual, ainda que em caráter excepcional. Manifestou-se, assim, pela irregularidade do
Contrato e pelo acolhimento excepcional da sua execução. A Assessora Jurídica Chefe de
Controle Externo acompanhou o entendimento pela irregularidade do Contrato e pelo
acolhimento excepcional da sua execução. Todavia, sugeriu o reconhecimento dos efeitos
jurídicos e financeiros do ajuste, tendo em vista as conclusões alcançadas nos autos do TC
1.008/12-46 quando da análise da sua execução. A Procuradoria da Fazenda Municipal, à vista
das manifestações da Origem e calcada nas análises realizadas nos autos do TC 1.008/12-46,
onde restou suficientemente demonstrado que a execução contratual não acarretou qualquer
prejuízo ao erário, requereu o acolhimento do Contrato 27/SMPP/2011 e da respectiva execução
contratual. A Secretaria Geral ponderou que, no caso em tela, quando firmado o Contrato
27/SMPP/2011 havia outra contratação com o mesmo objeto ainda vigente, ensejando o
descumprimento do disposto no artigo 8º da Lei Federal 8.666/93. Destacou que a legislação
vigente impõe como regra a execução integral dos serviços a serem prestados, uma vez que se
executados parcialmente não trazem benefícios compensadores ao interesse coletivo,
principalmente sob o aspecto financeiro. Entendeu que as irregularidades apontadas não guardam
relação com as atribuições da figura do Pregoeiro, mas, sim, do ordenador de despesas. Persiste
também a irregularidade relativa à memória de cálculo dos valores onerando cada uma das
dotações orçamentárias. Quanto à execução do ajuste, entendeu que o planejamento é matéria
própria do exame da contratação e que a impropriedade atinente à cobertura securitária de dois
eventos, não impede o seu acolhimento. Do exposto, opinou pela irregularidade do contrato e
pelo acolhimento excepcional da execução contratual. Os autos dos TCs 180/12-82 e 1.008/12-
46 foram, então, encaminhados ao Conselheiro Revisor, que sugeriu a oitiva da contratada, em
atendimento aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Regularmente intimada, a
Contratada apresentou suas defesas. Alegou ter participado do Pregão e ter apresentado o menor
preço, além de ter sido devidamente qualificada. Apontou que a licitação atendeu às regras da Lei
n° 8.666/93, tendo preenchidos todos os requisitos e que o objeto do contrato foi
satisfatoriamente executado. Ressaltou não ter ocorrido qualquer prejuízo concreto, apesar da
ausência de cobertura securitária em dois eventos, que ocorreu em razão da recusa das
companhias seguradoras em realizarem o seguro. A Auditoria apenas reiterou sua posição
anterior pela irregularidade por entender que não foram trazidos fatos novos. A Assessoria
Jurídica de Controle Externo concluiu pela irregularidade do Contrato 27/2011 e pelo
acolhimento excepcional da sua execução. A Procuradoria da Fazenda Municipal ratificou seu
posicionamento anterior, requerendo o acolhimento do Contrato e da Execução do ajuste ou, ao
menos, o reconhecimento de seus efeitos financeiros. Por fim, a Secretaria Geral também
ratificou sua posição pela irregularidade do Contrato e pelo acolhimento excepcional da
execução do ajuste. É o relatório. Voto englobado: 1 - Da instrução dos autos, verifica-se que os
apontamentos de irregularidade formal do ajuste dizem respeito à suposta existência de outro
ajuste com o mesmo objeto e também a falta de memória de cálculo dos valores que oneraram
cada uma das dotações orçamentárias. 2 - Tais apontamentos, no entanto, estão relacionados ao
procedimento licitatório propriamente dito, que foi objeto de representação tratada nos autos do
TC 2.515/11-99, tendo sido suspenso "sine die" e, posteriormente, autorizado o seu
prosseguimento e, cuja análise formal foi realizada nos autos do TC 2.888/11-04. 3 - Neste
último processo, aliás, após parecer da Auditoria desta Corte pelo saneamento de todas as falhas
verificadas no instrumento convocatório e feita a ressalva quanto à memória de cálculo dos
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valores que oneravam cada uma das dotações, foi submetido à análise do Conselheiro Relator à
época que entendeu inexistirem motivos para a nova suspensão do certame. 4 - Destarte, entendo
que as questões levantadas pela Auditoria na análise formal do Contrato 27/SMPP/2011 dizem
respeito à análise do Pregão e restaram superadas durante a instrução dos autos dos TCs acima
mencionados. 5 - No mais, ainda que assim não fosse, a tese levantada pela Auditoria quanto a
existência de dois contratos com objetos idênticos não se sustenta. O resultado da diligência
solicitada à Auditoria, revelou, dentre outras diferenças, que o Contrato 27/2011 prevê o
fornecimento de almoço/jantar, coquetel, "brunch"; espaço em formato auditório; sala
temática/reunião; salão/recepção e espaço para alimentação, itens esses considerados necessários
para a execução dos eventos certos e determinados discriminados em seu Termo de Referência e
que não estavam contemplados no Contrato 261/2009. 6 - No que se refere à execução
contratual, a Auditoria desta Corte concluiu que o ajuste foi executado de acordo com o objetivo
proposto e que os serviços prestados e pagos estão em conformidade com os termos do contrato,
apontando como impropriedades a falta de planejamento e a ausência de cobertura securitária de
dois eventos. 7 - Quanto às aludidas impropriedades, acompanho os entendimentos da Assessoria
Jurídica de Controle Externo e da Secretaria Geral, considerando que a falta de planejamento não
constitui matéria atinente à análise do acompanhamento da execução e que a impropriedade
referente à cobertura securitária é incapaz, no caso em tela, de macular a execução contratual ora
em julgamento. Por todo o exposto, CONHEÇO do Pregão 17/SMPP/2011 e JULGO
REGULAR o Contrato 27/SMPP/2011 e a execução do ajuste, referente aos serviços prestados e
pagos no período de novembro e dezembro de 2011, correspondente ao valor de R$
1.069.310,00. (2.829ª S.O.) Voto em separado englobado proferido pelo Conselheiro
Maurício Faria: Acompanho o Relator quanto à regularidade do Pregão e do Contrato. Já no que
diz respeito à execução contratual, julgo-a irregular diante da constatação da realização de
eventos sem a devida cobertura securitária, em desacordo com a cláusula quinta do ajuste, pois
não só houve o enriquecimento sem causa da contratada vez que o valor referente à despesa fez
parte da composição de sua planilha de custos, mas, também, observo um gravame de grande
potencial lesivo em razão do risco assumido frente a eventual ocorrência de evento danoso, o que
poderia acarretar sérios prejuízos à Municipalidade. Dessa forma, determino que a Origem
providencie o ressarcimento junto à então contratada dos valores relativos à cobertura securitária
para os eventos que ficaram descobertos da garantia contratualmente prevista. Voto de
desempate englobado proferido pelo Conselheiro Roberto Braguim: Cuida-se do julgamento
englobado dos TCs 2.888.11-04 (item1), TC 3.001.11-97 (item 2), 180.12-82 (item 3) e
1.008.12-46 - 4), correspondentes às análises, respectivamente, do Edital do Pregão
17/SMPP/2011, do Procedimento Licitatório, do Contrato 27/SMPP/2011, e do
Acompanhamento de sua Execução, firmado entre a Secretaria Municipal de Participação e
Parceria – SMPP e a empresa SP Eventos Ltda., objetivando a prestação de serviços de
infraestrutura e logística, incluindo mão de obra e todos os materiais necessários à Execução de
Eventos das Coordenadorias e Conselhos da Secretaria. Conforme se verifica das notas
taquigráficas da Sessão Ordinária 2.869ª, foram conhecidos, por unanimidade, o Edital e o
Processamento do Pregão Presencial 017/SMPP/2011 (TC 2.888.11-04 –item 1 e TC 3.001.11-
97 - item 2), e, também, por unanimidade, julgado regular o Contrato 027/SMPP/2011 (TC
180.12-82 - item 3), ocorrendo, todavia empate no julgamento do Acompanhamento da
Execução Contratual (TC 1.008.12-46 -item 4), votando, por sua regularidade, os nobres
Conselheiros Domingos Dissei, Relator, e Edson Simões, e por sua irregularidade os Nobres
Conselheiros Maurício Faria, Revisor, e João Antonio. Diante do empate proclamado, cabe a
mim, como Presidente, "ex vi" do Regimento Interno desta Corte, proferir o voto de desempate,
nos termos seguintes. Colhe-se dos votos proferidos que o ponto de divergência reside na falta da
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cobertura securitária, exigida na Cláusula Quinta do Ajuste pactuado, entendendo a corrente
pilotada pelo Conselheiro Relator Domingos Dissei que a impropriedade, conquanto existente,
não acarretou prejuízos ao Município, diante do cumprimento da execução. Esse entendimento,
"data venia", não se afina com o disposto na citada Cláusula, exigente de garantia, posto que os
eventos programados para os dias 20.11.11 (Dia e Marcha da Consciência Negra) e 03.12.11
(Dia Nacional do Samba), foram realizados sem aquela cobertura. Na realidade, como apurou a
Auditoria, a SP Eventos contratou a Marítima Seguros através da Apólice 10.043230, com
vigência para o período de 16.12.11 a 16.12.12, posterior, portanto, à efetivação daqueles
eventos. Diante de tal constatação, afigura-se correto o posicionamento dos Nobres Conselheiros
Maurício Faria, Revisor, e João Antonio, ao votarem pela irregularidade da Execução,
observando, ainda, o primeiro deles, no seu pronunciamento, que a despesa respectiva fez parte
da composição da Planilha de Custos da Contratada, de sorte que a falta da garantia securitária
implicou em enriquecimento sem causa. Por essa linha de raciocínio, alinho-me à segunda
corrente, que se pronunciou pela irregularidade da Execução do Contrato em análise, com
determinação à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania para providenciar o
ressarcimento dos valores relativos à cobertura securitária para os eventos que ficaram
descobertos da garantia contratualmente prevista. PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO Por
terem sido relatados englobadamente os TCs acima mencionados, impende proclamar os
respectivos resultados: I) nos TCs 2.888.11-04 (item 1), TC 3.001.11-97 (item 2), 180.12-82
(item 3), o Tribunal decidiu, por unanimidade, conhecer o Edital, do Processamento do Pregão
17/SMPP/2011, e julgar regular o Contrato 27/SMPP/2011, resultante daquele Certame. II) no
TC 1.008.12-46 – item 4, o Tribunal decidiu, por maioria, com voto de desempate do Presidente,
julgar irregular a Execução do Contrato 027/SMPP/2011, no período analisado, com
determinação à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, para providenciar, junto
à Contratada, o ressarcimento dos valores referentes à cobertura securitária para os eventos que
ficaram descobertos. Participaram do julgamento os Conselheiros Domingos Dissei – Relator,
Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de
Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25 de maio de 2016. a) Roberto Braguim
– Presidente, com voto; a) Maurício Faria – Conselheiro Revisor, prolator do voto da corrente
vencedora, designado para redigir o Acórdão, nos termos do § 7º do artigo 136 do Regimento
Interno desta Corte." 6) TC 2.337/02-41 – Secretaria Municipal de Coordenação das
Subprefeituras e Conpac Construções, Indústria e Comércio Ltda. – TAs 007/AR-SE/02
(prorrogação de prazo) e 008/AR-SE/02 (prorrogação de prazo), relativos ao Contrato 007/AR-
SE/2002, no valor de R$ 1.039.314,41, julgado em 31/01/2007 – Serviços de fresagem e
recapeamento asfáltico na rótula central e do perímetro financeiro de 75.130,00 m3 na área da
Subprefeitura Sé ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, devolvidos na
presente sessão pelo Conselheiro Presidente Roberto Braguim, após determinação de Sua
Excelência, na 2.870ª S.O., para que lhe fossem conclusos, a fim de proferir voto de desempate.
Naquela sessão votaram os Conselheiros Edson Simões – Revisor, Maurício Faria e Domingos
Dissei, tendo o Conselheiro João Antonio – Relator votado na 2.822ª S.O. Acordam os
Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, por maioria, pelos votos dos
Conselheiros João Antonio – Relator, com relatório e voto, e Maurício Faria, votando o
Conselheiro Presidente Roberto Braguim para efeito de desempate, nos termos do artigo 14,
alínea "h", da Lei Municipal 9.167/80, combinado com o artigo 26, inciso IX, alínea "a", do
Regimento Interno desta Corte, em julgar regulares os Termos de Aditamento 007/AR-SE/02 e
008/AR-SE/02, oriundos do Contrato 007/AR-SE/02, celebrado entre a Prefeitura de São Paulo –
Administração Regional da Sé e a empresa CONPAC Construção, Indústria e Comércio Ltda.,
relevando as seguintes ocorrências: a) ausência de publicação dos termos aditivos e o não
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encaminhamento das informações via Sistema Eletrônico de Remessa de Informações – Seri, por
serem de natureza formal; b) ausência de certidão de regularidade perante o FGTS, no período de
assinatura dos termos de aditamento, em face do cotejamento das pesquisas efetuadas pela
Subsecretaria de Fiscalização e Controle desta Corte junto ao sítio da Caixa Econômica Federal
com o período da certidão apresentada à época. Vencidos os Conselheiros Edson Simões –
Revisor, com voto proferido em separado, e Domingos Dissei, que julgaram irregulares os
aditamentos. Acordam, ademais, à unanimidade, em acolher os efeitos financeiros dos
instrumentos. Acordam, afinal, à unanimidade, em determinar, após as comunicações de praxe, o
arquivamento dos autos. Relatório: Trata o TC 2.337.02-41 de análise dos Termos de
Aditamento 007/AR-SÉ/02 e 008/AR-SÉ/2002 oriundos do Contrato 7/AR-SÉ/2002, decorrente
da Tomada de Preços 01/AR-SÉ/2002. O ajuste foi celebrado entre a Prefeitura de São Paulo e a
CONPAC Construção, Indústria e Comércio Ltda., no valor de R$ 1.039.314,41 (um milhão,
trinta e nove mil, trezentos e quatorze reais e quarenta e um centavos), para a prestação de
serviços de frenagem e recapeamento asfáltico em áreas pertencentes à Administração Regional
da Sé (atualmente Subprefeitura da Sé). Em julgamento colegiado realizado em 31 de janeiro de
2007, por maioria de votos, decidiu o Colegiado em considerar regular a tomada de preços e o
contrato dela oriundo, superando a irregularidade de publicação em jornal de grande circulação,
uma vez que a publicidade foi atingida. A Equipe de Auditoria desta Corte de Contas em
primeira manifestação (fls. 230/231) assim se pronunciou: Termo de Aditamento 007/AR-
SÉ/2002 (fls. 226/227) – celebrado para prorrogação de prazo contratual, onde opinamos pela
regularidade, ressalvada a ausência de publicação do Termo, infringindo o artigo 26 da Lei
Municipal 13.278/02, e o não encaminhamento das informações via Sistema Eletrônico de
Remessa de Informações – SERI, infringindo o disposto nas Instruções 02/2000, aprovada pela
Resolução 05/2000. Termo de Aditamento 008/AR-SÉ/2002 (fls. 228/229) – celebrado para
prorrogação do prazo contratual, onde opinamos pela sua regularidade, ressalvada a ausência de
publicação do Termo, infringindo o artigo 26 da Lei Municipal 13.278/02. A Origem,
devidamente intimada, apresentou sua manifestação e documentação (fls. 246/260). Em nova
manifestação, a Auditoria (fls. 263/265) destacou o resumo da documentação e enfatizou que a
manifestação não enfrentou pontualmente as questões apontadas como irregulares, ratificando o
entendimento pretérito. A Assessoria Jurídica de Controle Externo apresentou sua manifestação
(fls. 268/271) destacando o caráter formal da irregularidade referente à publicação do termo e a
remessa ao SERI e pela irregularidade concreta ante a falta de certidão de Regularidade do
FGTS. A Procuradoria da Fazenda Municipal (fls. 274/277) em seu arrazoado requereu a
declaração de regularidade dos ajustes, uma vez que as irregularidades são meramente formais. A
Secretaria Geral (fls. 279/281) opinou pela irregularidade dos ajustes. É o relatório. Voto: Em
julgamento os Termos de Aditamento 007/02 e 008/2002 oriundos do Contrato 7/2002,
decorrente da Tomada de Preços 01/2002. O ajuste foi celebrado entre a Prefeitura de São Paulo
e a CONPAC Construção, Indústria e Comércio Ltda., no valor de R$ 1.039.314,41 (um milhão,
trinta e nove mil, trezentos e quatorze reais e quarenta e um centavos), para a prestação de
serviços de frenagem e recapeamento asfáltico em áreas pertencentes à Administração Regional
da Sé (atualmente Subprefeitura da Sé). Destaque-se que a Tomada de Preços e o contrato dela
oriundo foram julgados regulares por este Tribunal. A instrução processual revelou as seguintes
ocorrências: Termo de Aditamento 007/AR-SÉ/2002 – celebrado para prorrogação de prazo
contratual, considerado regular, ressalvada a ausência de publicação do Termo, infringindo o
artigo 26 da Lei Municipal 13.278/02, e o não encaminhamento das informações via Sistema
Eletrônico de Remessa de Informações – SERI, infringindo o disposto nas Instruções 02/2000,
aprovada pela Resolução 05/2000. Termo de Aditamento 008/AR-SÉ/2002 – celebrado para
prorrogação do prazo contratual, considerado também regular, ressalvada a ausência de
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publicação do Termo, infringindo o artigo 26 da Lei Municipal 13.278/02. A Assessoria Jurídica
de Controle Externo acrescentou a ausência de certidão de regularidade perante o FGTS no
período de assinatura dos termos de aditamento. Em consonância com a Auditoria desta Corte de
Contas, entendo que a ausência de publicação é relevável, devendo os termos neste ponto serem
considerados regulares. Apresento como destaque o julgamento do TC 3.025.02-64, em 16 de
março de 2011, cuja ementa assim restou descrita: "2º JULGADO: ANÁLISE. TERMOS
ADITIVOS. SMT. Serviços de disponibilização de pátios para retenção de veículos, através da
remoção por guinchos. Ausência de CND, de publicação e de remessa SERI. Falhas relevadas.
ACOLHIDOS excepcionalmente. Votação unânime." Quanto à validade de emissão da Certidão
de Regularidade perante o FGTS, acolho o entendimento da Auditoria que assim se pronunciou à
fl. 227: "Tendo em vista a validade da Certidão de Regularidade do FGTS de 23/07 a 21/08/02, e
sendo este Termo de Aditamento datado de 17/06/02, pesquisamos junto ao site da Caixa
Econômica Federal e obtivemos a informação juntada às fls. 224/225, onde consta apenas o
período de 06/04/2005 a 14/11/2008. Entretanto, considerando a regularidade deste último
período e da Certidão apresentada à época, aceitamos como regular." Por fim, a irregularidade
atinente ao não encaminhamento das informações via Sistema Eletrônico de Remessa de
Informações – SERI, é prontamente superada ante a inexistência atual do sistema e precedentes
reiterados deste Pleno. Ante o exposto, julgo REGULARES os Termos de Aditamento 007/02 e
008/2002, oriundos do Contrato 7/2002, celebrado entre a Prefeitura de São Paulo –
Administração Regional da Sé – e a CONPAC Construção, Indústria e Comércio Ltda. Após as
comunicações de praxe, arquivem-se os autos. (2.822ª S.O.) Voto em separado proferido pelo
Conselheiro Edson Simões: A Auditoria, a Assessoria Jurídica de Controle Externo e a
Secretaria Geral opinaram pelo não acolhimento dos Aditamentos em razão das seguintes
irregularidades: - falta de publicação no Diário oficial; - inexistência de comprovação da
regularidade perante o FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, infringindo o artigo 2º
da Lei 9.012/95. Com relação à falta de demonstração da regularidade fiscal perante o Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço, restou atestado nos autos que, dias depois da data da assinatura
do Termo de Aditamento, foi apresentada a certidão de regularidade fiscal perante o FGTS
(Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), referente ao período da contratação (certidão obtida
em 23.07.2002 e a assinatura do aditamento se deu em 16.07.2002). Além disso, a Auditoria
apresentou o histórico das certidões de regularidade fiscal outorgados à contratada nos últimos
24 meses, a partir de 05 de novembro de 2008. Assim, conforme destacaram a Área Juridica e a
Secretaria Geral, é possível, em caráter excepcional, relevar o apontamento, pois, no caso sob
análise, ainda que a destempo, restou comprovada a situação regular da Contratada no período da
contratação e de toda a sua execução. Não obstante, a falta de publicação no Diário oficial não
pode ser relevada pois constitui ofensa à principio constitucional basilar que norteia as relações
administrativas, não se tratando, portanto, de mera impropriedade formal. A administração
pública tem o dever de transparência, isto é, seus atos devem ser levados ao conhecimento da
população. A publicidade dos atos da administração pública tem as seguintes finalidades: 1)
conferir eficácia (também chamada de exequibilidade) para os atos da administração, tornando-se
o ato obrigatório para seus destinatários quando for publicado; 2) possibilitar o controle do ato
pela população (que pode ajuizar uma ação popular ou interpor um requerimento administrativo)
ou por outros órgãos públicos (como o Ministério Público, que atua por meio da ação civil
pública ou por meio de recomendações aos órgãos públicos). A publicidade, por ser interna
(dirigida aos integrantes do órgão ou da entidade) ou externa (dirigida aos cidadãos em geral),
deve obedecer à forma prescrita em lei, que, normalmente, exige a publicação do ato no Diário
Oficial. Excepcionalmente, a lei determina a publicação em jornal de grande circulação ou
mesmo a utilização da internet. Dessa forma, a publicidade é um ato formal, sob pena de
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nulidade, não sendo possível a sua relevação. Diante do exposto, com amparo nas manifestações
da Assessoria Jurídica de Controle Externo e da Secretaria Geral, cujos fundamentos adoto como
razões de decidir, JULGO IRREGULARES os Aditamentos 7 e 8 de 2002 em razão da falta de
publicação dos ajustes no Diário oficial, em ofensa ao princípio constitucional da publicidade.
Não obstante, considerando o tempo decorrido desde o encerramento do ajuste sem que se tenha
notícia ou comprovação (nos autos) de prejuízo ao erário à boa execução do objeto, sendo
necessária a preservação das relações jurídicas já consolidadas, acolho os efeitos financieros do
ajuste. (2.870ª S.O.) Voto de desempate proferido pelo Conselheiro Presidente Roberto
Braguim: O presente TC, nesta fase processual, trata da análise dos Termos de Aditamento
007/AR-SÉ/2002 e 008/AR-SÉ/2002 oriundos do Contrato 007/AR-SÉ/2002, decorrente da
Tomada de Preços 001/AR-SÉ/2002, firmado entre a Administração Regional da Sé, atual
Subprefeitura Sé, e CONPAC Construção, Indústria e Comércio Ltda. Na Sessão Ordinária
2.822ª, em seu voto, o Relator – Conselheiro João Antônio – entendeu que a ressalva consignada
na manifestação da Auditoria, a respeito da ausência de publicações dos Termos de Aditamento
configura infringência relevável, destacando, como precedente para tal fundamentação, o
julgamento do TC 3.025.02-64. Acolheu, ainda, o entendimento da Auditoria de fl. 227, quanto à
validade da certidão de regularidade do FGTS. Por fim, entendeu superada, ante à inexistência
atual do sistema (SERI) e precedentes reiterados deste Pleno, a irregularidade atinente ao não
encaminhamento das informações via àquele Sistema. Por tais razões, JULGOU REGULARES
os Termos de Aditamento 007/02 e 008/02, oriundos do Contrato 007/02. Após a prolação desse
voto, o Excelentíssimo Revisor Conselheiro Edson Simões requereu vista dos autos fazendo-os
retornar à pauta na Sessão Ordinária 2.870ª para, em seu voto, aderir ao Relator no
reconhecimento da situação regular da Contratada perante o FGTS. Entretanto, com amparo nas
manifestações da AJCE e SG, sua Excelência considerou que a falta de publicação dos Ajustes
do Diário Oficial não pode ser superada, pois constitui ofensa a princípio constitucional, não se
tratando de impropriedade formal. Por tal motivo, julgou irregulares os Aditamentos, acolhendo,
contudo, os efeitos financeiros decorrentes. Na sequência, o Nobre Conselheiro Maurício Faria
acompanhou o voto do Relator, enquanto o Ilustre Conselheiro Domingos Dissei seguiu o voto
do Revisor. Exsurge, destarte, empate do julgado, cabendo-me, então, proferir o voto de
desempate, o que ora faço, no uso da competência que me é conferida pelo artigo 26, inciso IX,
alínea "a" do Regimento Interno. Anoto, por primeiro, que o presente voto limita-se
exclusivamente a dirimir a divergência dos votos no que concerne à falta de publicação dos
Ajustes em tela. Com esse escopo, filio-me à corrente abraçada pelos Conselheiros João Antônio
e Maurício Faria, pois consoante já exposto por mim em outras oportunidades, entendo que a
falta de publicação dos Ajustes constitui mera falha formal, podendo ser relevada, por não os
macular em sua essência. Ademais, na hipótese dos autos os Termos Aditivos cuidaram de mera
prorrogação de prazo do Contrato, sendo certo que os despachos autorizatórios correspondentes
mereceram publicação prévia conforme fls. 189 e 198 dos autos. Nessa senda, JULGO
REGULARES os Termos de Aditamentos 007/AR-SÉ/2002 e 008/AR-SÉ/2002.
PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO O Plenário do Tribunal de Contas, por maioria, com voto
de desempate do Presidente, JULGOU REGULARES os Termos 007/AR-SÉ/2002 e 008/AR-
SÉ/2002, aditados ao Contrato 007/AR-SÉ/2002. Participaram do julgamento os Conselheiros
Edson Simões – Revisor, Maurício Faria e Domingos Dissei. Presente o Procurador Chefe da
Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25 de maio
de 2016. a) Roberto Braguim – Presidente, com voto; a) João Antonio – Relator." –
CONSELHEIRO VICE-PRESIDENTE MAURÍCIO FARIA, no exercício da Presidência –
Preliminarmente, o Conselheiro Presidente Roberto Braguim solicitou ao Conselheiro Vice-
Presidente Maurício Faria que assumisse a direção dos trabalhos para que o mesmo pudesse
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proferir voto de desempate relativamente ao seguinte processo: 1) TC 2.781/09-98 – Recurso
"ex officio" interposto contra R. Decisão de Juízo Singular de 13/4/2011 – Julgador Conselheiro
Antonio Carlos Caruso – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e Carolina
Rodrigues de Carvalho – Prestação de contas de adiantamento bancário – março/2006 (R$
6.300,00) ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, ora em grau de recurso,
devolvidos na presente sessão pelo Conselheiro Vice-Presidente Maurício Faria, no exercício da
Presidência, após determinação de Sua Excelência, na 2.854ª S.O., para que lhe fossem
conclusos, a fim de proferir voto de desempate. Naquela sessão, votaram os Conselheiros
Roberto Braguim – Relator e João Antonio – Revisor, tendo os Conselheiros Edson Simões e
Domingos Dissei, votado na 2.869ª S.O. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do
Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com relatório e voto do relator, em
conhecer do recurso "ex officio", por ser decorrente de previsão regimental. Acordam, ademais,
por maioria, no mérito, pelos votos dos Conselheiros Roberto Braguim – Relator e Edson
Simões, votando o Conselheiro Vice-Presidente Maurício Faria, no exercício da Presidência, para
efeito de desempate, nos termos do artigo 14, alínea "h", da Lei Municipal 9.167/80, combinado
com o artigo 26, inciso IX, alínea "a", do Regimento Interno desta Corte, ante a ausência de
recurso voluntário veiculando argumentos que pudessem elidir as irregularidades cometidas,
somado o fato de a servidora responsável, Senhora Carolina Rodrigues de Carvalho, ter efetuado
o pagamento da multa que lhe foi imposta, demonstrando sua concordância com o julgado e
ainda estando o decidido de acordo com a Instrução 3/2011, consideraram não haver elementos
capazes de alterar a R. Decisão proferida em sede de Juízo Singular, em negar-lhe provimento,
mantendo integralmente os termos do R. "decisum" combatido. Vencidos os Conselheiros João
Antonio – Revisor, com declaração de voto apresentada, e Domingos Dissei, que deram
provimento parcial ao apelo, tendo o Conselheiro Domingos Dissei acompanhado o voto
proferido pelo Conselheiro Revisor, exceto quanto à determinação de restituição do valor
recolhido pela responsável. Acordam, ainda, à unanimidade, em determinar a devolução do
processo administrativo acompanhante à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.
Acordam, afinal, à unanimidade, em determinar, após as comunicações de praxe, o arquivamento
dos autos. Relatório: Cuida-se do recurso "ex officio" com origem no disposto no parágrafo
único do artigo 137 do Regimento Interno contra r. Decisão prolatada pelo Conselheiro Antônio
Carlos Caruso que, em sede de Juízo Singular, ao apreciar Prestação de Contas de Carolina
Rodrigues de Carvalho, julgou regular parte das despesas, no montante de R$ 916,00
(novecentos e dezesseis reais) e irregular outra parte, no montante de R$ 5.384,00 (cinco mil,
trezentos e oitenta e quatro reais), por infringência aos subitens 7.4.3 (pagamento de despesas
antes do recebimento do numerário) e 7.4.4 (realização e quitação de despesas fora do período do
adiantamento), ambos da Portaria SF 15/04. Em que pese o reconhecimento de tais
irregularidades, ante a ausência de caracterização de prejuízo à Fazenda Municipal ou de
apuração de dolo, culpa ou má-fé, referida Decisão considerou não ser cabível o recolhimento ao
Erário da importância glosada, aplicando, porém, multa à servidora responsável no valor de R$
481,02 (quatrocentos e oitenta e um reais e dois centavos), com fundamento nos artigos 52 da Lei
9.167/80 e 87, § 2º, do Regimento Interno deste Tribunal, apondo também determinações. A
Secretaria envolvida foi intimada da r. Decisão, mas deixou de oferecer Recurso, enquanto a Sra.
Carolina Rodrigues de Carvalho fez juntar à fl. 78 dos autos comprovante de recolhimento da
multa que lhe foi aplicada. Provocada a manifestar-se acerca de tal documento, a Subsecretaria
de Fiscalização e Controle registrou que "em face da providência adotada pela responsável,
entende-se que foi dado cumprimento ao definido no r. julgamento de fls. 65/67". Na sequência,
na devida instrução, a Assessoria Jurídica de Controle Externo opinou pelo conhecimento do
Recurso e no mérito pelo não provimento, com o arquivamento dos autos em razão do
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cumprimento da determinação contida no decisum. Por sua vez, a Procuradoria da Fazenda
Municipal tomou ciência do acrescido e propugnou pela reforma, ainda que parcial, do julgado a
fim de que as despesas sejam declaradas integralmente regulares e acolhidas. A Secretaria Geral,
por seu turno, orientou-se pelo conhecimento do Recurso e, no mérito, acompanhou as
conclusões da Assessoria Jurídica de Controle Externo. É o relatório. Voto: Conheço a recurso
"ex officio" posto que decorrente de previsão regimental. Como decorre dos autos, no caso
concreto, as despesas de fls. 14 a 16, 18 a 21, 23 a 26, 28 e 29 do P.A. 2006.0.073.029-4, no
valor de R$ 5.384,00 (cinco mil, trezentos e oitenta e quatro reais) foram julgadas irregulares em
razão de ter ocorrido o pagamento antes do recebimento do numerário e pela realização e
quitação de despesas fora do período do adiantamento. Contra esses fatos e fundamentos não
foram apresentadas pelas partes interessadas quaisquer insurgências uma vez que não foram
manejados Recursos Voluntários. Ademais, a servidora responsável além de se manter inerte
quando teve oportunidade de recorrer, recolheu aos cofres públicos a multa aplicada, conforme
comprovante de fl. 78, o que demonstra sua aquiescência com o julgado. Por fim, vale ressaltar
que, em que pese tenha sido publicada no DOC em 02 de junho de 2011, r. Decisão recorrida
encontra-se em consonância com as recentes orientações estabelecidas por esta Corte, conforme
consolidado em sua Instrução 03/11, aprovada por meio da Resolução 04/11. Assim, ante a
ausência de Recurso Voluntário veiculando argumentos que pudessem elidir as irregularidades
cometidas, somado o fato de a servidora responsável ter efetuado o pagamento da multa que lhe
foi imposta, demonstrando sua concordância com o julgado e ainda estando o decidido de acordo
com a Instrução 03/11, considero não haver elementos capazes de alterar a r. Decisão proferida
em sede de Juízo Singular, pelo que nego provimento ao recurso "ex officio", mantendo
integralmente os termos do r. "decisum" combatido. (2.854ª S.O.) Declaração de voto
apresentada pelo Conselheiro João Antonio: Em julgamento o recurso "ex officio", a respeito
da prestação de contas no valor de R$ 6.300,00 (seis mil e trezentos reais), da Secretaria Especial
para Participações e Parceria, referente ao adiantamento concedido à servidora responsável
Carolina Rodrigues de Carvalho. Em sede de Juízo Singular a R. Decisão aprovou parcialmente a
prestação de contas no valor de R$ 916,00 (novecentos e dezesseis reais) com a consequente
quitação e julgou irregular a importância de R$ 5.384,00 (cinco mil, trezentos e oitenta e quatro
reais) por infringência ao disposto no subitem 7.4.3 e 7.4.4 da Portaria SF 15/04, sendo aplicada
a multa no valor de R$ 481,02 (quatrocentos e oitenta e um reais e dois centavos). Os órgãos
técnicos confirmaram o recolhimento da multa por parte da responsável. Compulsando os autos,
incluindo o Processo Administrativo acompanhante, nota-se que os gastos foram realizados na
promoção do evento "IV Preta in festival". As fotos juntadas demonstram que o evento de fato
ocorreu com êxito, tendo arrecadado considerável quantidade de alimentos não perecíveis. Pelo
exposto, CONHEÇO do Recurso "ex officio", eis que regimental e, no mérito, DOU
PROVIMENTO PARCIAL para o fim de AFASTAR A MULTA aplicada e OUTORGAR
QUITAÇÃO INTEGRAL, uma vez que não restou demonstrado nos autos dolo ou má-fé por
parte da responsável, mantendo-se, no mais, a decisão atacada por seus próprios e jurídicos
fundamentos. Determino a restituição do valor recolhido à servidora, devidamente atualizado,
bem como a devolução do Processo Administrativo acompanhante à Origem. Após as
comunicações de praxe, arquivem-se os autos. Este é o meu voto, Senhor Presidente. Voto de
desempate proferido pelo Conselheiro Vice-Presidente Maurício Faria, no exercício da
Presidência: Na Sessão Ordinária 2.869ª, verificou-se empate no julgamento de Recurso "ex
officio", referente à Prestação de Contas de adiantamento bancário concedido à servidora
Carolina Rodrigues de Carvalho, em face da r. Decisão proferida em sede de Juízo Singular no
sentido da irregularidade parcial da mesma, em razão de ter ocorrido o pagamento antes do
recebimento do numerário e pela realização e quitação de despesas fora do período do
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adiantamento. De um lado, o nobre Conselheiro Relator Roberto Braguim e o ínclito Conselheiro
Edson Simões conheceram do Recurso "ex officio", eis que decorrente de previsão regimental.
Quanto ao mérito, negaram provimento, mantendo integralmente os termos da r. Decisão,
considerando que a servidora responsável recolheu aos cofres públicos a multa aplicada,
demostrando sua aquiescência com o julgado e ainda estando o decidido de acordo com a
Instrução 03/11. Por seu turno, os nobres Conselheiros João Antonio, Revisor, e Domingos
Dissei conheceram do Recurso e, no mérito, votaram pelo provimento parcial para o fim de
afastar a multa aplicada e outorgar quitação integral. O nobre Conselheiro João Antonio,
determinou, ainda, a restituição do valor recolhido à servidora, devidamente atualizado, no que
foi vencido. Assim, configurado o empate quanto ao mérito, chamei os autos à Presidência para
proferir o voto de desempate e proclamar o resultado final do julgamento, nos termos do
Regimento Interno desta Corte, o que assino nos seguintes termos: A questão que merece
desempate diz respeito ao exame da existência de elementos suficientes para manter ou não a
aplicação de multa à servidora Carolina Rodrigues de Carvalho, considerando a ausência de
recurso voluntário veiculando argumentos que pudessem elidir as irregularidades cometidas, bem
como o fato de a servidora responsável ter efetuado o pagamento da multa que lhe foi imposta,
demonstrando sua concordância com o julgado e ainda estando o decidido de acordo com a
Instrução 03/11. Frente ao contexto exposto, filio-me a corrente formada pelos ilustres
Conselheiro Relator Roberto Braguim e Conselheiro Edson Simões, negando provimento ao
recurso "ex officio", mantendo integralmente o termos da r. Decisão recorrida.
PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO O Plenário desta Egrégia Corte de Contas decidiu, à
unanimidade, conhecer dos Recursos "ex officio", e no mérito, por maioria, em negar provimento
ao Apelo, mantendo a r. Decisão recorrida, por seus próprios e jurídicos fundamentos.
Participaram do julgamento os Conselheiros João Antonio – Revisor, Edson Simões e Domingos
Dissei. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário
Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25 de maio de 2016. a) Maurício Faria – Vice-Presidente no
exercício da Presidência, com voto; a) Roberto Braguim – Relator." Prosseguindo, o Presidente
em exercício, Conselheiro Vice-Presidente Maurício Faria, devolveu a direção dos trabalhos ao
Conselheiro Roberto Braguim – CONSELHEIRO VICE-PRESIDENTE MAURÍCIO
FARIA – 1) TC 714/10-63 – Secretaria Municipal de Serviços – Acompanhamento – Verificar a
regularidade do Edital da Concorrência 01/SES/10, cujo objeto é a prestação de serviços para
implantação e atualização do Cadastro Técnico da Rede de Iluminação Pública do Município de
São Paulo, quanto aos aspectos da legalidade, formalidade e mérito ACÓRDÃO: "Vistos,
relatados e discutidos estes autos, devolvidos na presente pelo Conselheiro Maurício Faria, após
vista que lhe fora concedida na 2.796ª S.O., ocasião em que votou o Conselheiro Edson Simões –
Revisor "ad hoc", tendo o Conselheiro João Antonio – Relator, votado na 2.791ª S.O. Acordam
os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, por maioria, pelos votos dos
Conselheiros João Antonio – Relator, com o relatório e voto, Edson Simões – Revisor e
Domingos Dissei, por não existir nenhum apontamento que demonstre a persistência de
irregularidade material, bem como por não existir qualquer ocorrência sobre a competitividade
do certame, julgou regular o Edital da Concorrência 01/SES/10. Acordam, ademais, por maioria,
pelos mesmos votos, em determinar, após as comunicações de praxe, o arquivamento dos autos.
Vencido o Conselheiro Maurício Faria que, com voto proferido em separado, julgou irregular o
edital. Relatório: Tratam os presentes autos de Acompanhamento de Edital de licitação
promovida pela Secretaria de Serviços, na modalidade concorrência do tipo técnica e preço, com
a finalidade de contratar, em regime de empreitada por preços unitários, serviços para
implantação e atualização do Cadastro Técnico da Rede de Iluminação Pública do Município de
São Paulo. De se observar que o relatório efetuado por AUD às fls. 146/158, concluiu que o
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referido edital não reunia condições de prosseguimento pelos seguintes motivos a seguir
expostos: 4.1 - "Houve infringência ao art. 2º do Decreto Municipal 48.042/06, visto que o
comunicado da consulta pública não contemplou "a justificativa para a contratação, a
identificação do objeto, o prazo de duração do contrato e o seu valor estimado" (subitem 3.2.2
deste Relatório). 4.2 - Infringência ao art. 3º, §1º, inciso I, da Lei Federal 8.666/93, devido ao
aspecto restritivo conferido ao Edital no subitem 6.2.5, que entendemos deve ser excluído
(subitem 3.2.2 e 3.2.16 deste Relatório). 4.3 - A minuta do Edital de Licitação não foi aprovada
pela Assessoria Jurídica da Administração, conforme determina o art. 38, parágrafo único, da Lei
8.666/93 (subitem 3.2.3 deste Relatório). 4.4 - Não há previsão de recursos orçamentários que
assegurem o pagamento dos serviços ora licitados. Dessa forma, não restou atendido o disposto
no art. 7º, § 2º, III, da Lei 8.666/93 (subitem 3.2.6 deste Relatório). 4.5 - O Edital não se encontra
datado. Dessa forma, não restou atendido o art. 40, §1º, da Lei 8.666/93 (subitem 3.2.7 deste
Relatório). 4.6 - Infringência ao art. 7º, § 2º, inciso I, da Lei Federal 8.666/93, que exige a
existência de projeto básico conforme especificado no inciso IX, do art. 6º, do mesmo
instrumento legal para que se possa realizar licitação de obras e serviços (subitens 3.2.9 e 3.2.10
deste Relatório). 4.7 - Infringência ao art. 46 da Lei Federal 8.666/93, visto não ter restado
demonstrado o caráter "predominantemente intelectual" dos serviços a serem licitados que
justificasse a adoção do tipo Técnica e Preço no presente Edital (subitem 3.2.11 deste Relatório).
4.8 - Não ficou demonstrada nos autos a complexidade dos serviços que justificasse a
ponderação da pontuação adotada para os Índice Técnico - IT e Índice de Preço - IP no cálculo do
Valor de Avaliação - VA, sendo que tal ponderação pode resultar na contratação de preços
desvantajosos para a Administração (subitem 3.2.12 deste Relatório). 4.9 - Deverão ser
justificados pela Origem os critérios adotados para definição do prazo necessário e suficiente
para execução dos serviços e para a permissão da prorrogação contratual por períodos iguais ou
menores que o estabelecido no Edital, tendo em vista que o edital sob exame visa contratar
serviços de escopo (subitem 3.2.13 deste Relatório). 4.10 - Caberá à Origem retificar os subitens
2.1 e 16.1 do Edital no que se refere à definição de "preço para execução dos serviços" e "valor
do Contrato" (subitem 3.2.14 deste Relatório). 4.11 - Não houve a apresentação de qualquer
justificativa para a adoção do índice de reajuste IPC/FIPE no presente procedimento licitatório.
Como essa escolha poderá trazer prejuízos à Municipalidade pelo reajuste indevido dos preços,
não atrelado ao índice setorial adequado, entendemos que a Origem deva se manifestar a respeito
e fundamentar a sua opção por esse índice (subitem 3.2.15 deste Relatório). 4.12 - Infringência
ao art. 7º, § 4º, da Lei Federal 8.666/93, que veda a inclusão, no objeto da licitação, de
fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não
correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo (subitem 3.2.17.a deste
Relatório). 4.13 - Deverá ser apresentada pela Origem justificativa técnica para a diferença de
custo encontrada, no montante de 118,96%, entre o presente certame e aquele lançado em 2008
(subitem 3.2.17.b deste Relatório). 4.14 - O coeficiente de capacitação financeira exigido das
licitantes não se encontra justificado no processo administrativo, contrariando o disposto no art.
31º, § 5º, da Lei Federal 8.666/93, pois não está demonstrado que as exigências editalícias estão
compatíveis com as do mercado atual e que são adequadas para a correta avaliação da situação
financeira necessária ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação (subitem 3.2.18
deste Relatório). 4.15 - Deverá ser justificada pela Origem a adoção da taxa de BDI – 41,8% – a
ser aplicada aos custos diretos dos serviços licitados, posto que esta se adéqua a "Projetos de
Complexidade Acima do Normal", conforme Tabela SIURB de julho/1009, condição essa não
demonstrada no presente caso (subitem 3.2.19.a deste Relatório). 4.16 - Infringência ao art. 48,
inciso II, da Lei Federal 8.666/93, que estabelece que os critérios para adoção de limite superior
para o valor das propostas e de preços excessivos devam estar necessariamente especificados no
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ato convocatório (subitem 3.2.19.b deste Relatório). 4.17 - Caberá à Origem retificar o subitem
13.5.1 do Edital, fazendo com que a classificação final seja realizada por ordem decrescente de
pontuação (VA), em consonância com o subitem 13.4.5 (subitem 3.2.20 deste Relatório). 4.18 -
Não há correspondência entre a planilha de medição (Anexo V) e a planilha orçamentária de
referência, somando-se à ausência de justificativas técnicas para ambas, prejudicando a
fiscalização e os controles interno e externo do contrato (subitem 3.2.21.a deste Relatório). 4.19 -
As retenções e descontos previstos nos subitens 18.5 e 18.6 do Edital deverão ser esclarecidos e
retificados pela Origem (subitem 3.2.21.b deste Relatório)." Diante das irregularidades
aventadas, com a finalidade de assegurar a garantia ao bem público, o relator à época determinou,
"ad cautelam", a suspensão temporária do certame licitatório do Edital de Concorrência
01/SES/2010. A Origem apresentou suas ponderações junto às folhas 172/307, o que provocou
nova manifestação por parte da Especializada: 3.1 - Quanto ao apontado no subitem 4.2 à fl. 154
vº, deve ser excluída do subitem 6.2.5 do presente Edital, pois frustra o caráter competitivo do
certame, a restrição à participação de empresas que também estejam concorrendo em outros
certames licitatórios, junto à PMSP, que contemplem nos respectivos objetos e escopos o
fornecimento de energia elétrica ou serviços destinados a manutenção, operação ou ampliação da
Rede de Iluminação Pública (subitem 2.2 desta manifestação). 3.2 - Não foram apresentados
esclarecimentos, justificativas ou informações que alterassem o concluído nos subitens 4.1, 4.6,
4.7, 4.8, 4.9, 4.11, 4.12, 4.13, 4.14, 4.16 e 4.18 às fls. 154 vº - 155 vº, que ratificamos e
reiteramos (subitens 2.1, 2.6, 2.7, 2.8, 2.9, 2.11, 2.12, 2.13, 2.14, 2.16 e 2.18 desta manifestação).
Diante da republicação do Edital de Licitação houve novo acompanhamento por parte da
Auditoria desta Corte (fls. 327/337). A conclusão da Auditoria destacou: "4.1. Houve
infringência ao art. 2º do Decreto Municipal 48.042/06, tendo em vista que o comunicado da
consulta pública não contemplou "a justificativa para contratação, a identificação do objeto, o
prazo de duração do contrato e o seu valor estimado." 4.2. Houve infringência ao art. 3º, § 1,
inciso I, da Lei Federal 8.666/93, devido ao aspecto restritivo conferido ao Edital no subitem
6.2.5, no que tange à restrição da participação de empresas que também estejam concorrendo em
outros certames licitatórios, junto à PMSP, que contemplem nos respectivos objetos e escopos o
fornecimento de energia elétrica ou serviços destinados a manutenção, operação ou ampliação da
Rede de Iluminação Pública. 4.3. Houve infringência ao art. 7º, § 2º, inciso I, da Lei Federal
8.666/93, que exige a existência de projeto básico, conforme especificado no inciso IX, do art. 6º,
do mesmo instrumento legal, para que se possa realizar a licitação de obras e serviços. 4.4.
Houve infringência ao art. 46 da Lei 8.666/93, visto não ter restado demonstrado o caráter
"predominantemente intelectual" dos serviços a serem licitados, que justificasse a adoção do tipo
Técnica e Preço no presente Edital. 4.5. Não ficou demonstrada nos autos a complexidade dos
serviços que justificasse a ponderação da pontuação adotada para os Índices Técnicos – IT e
Índice de Preço – IP no cálculo do Valor de Avaliação – VA, sendo que tal ponderação pode
resultar na contratação de preços desvantajosos para a Administração. 4.6. A base legal
estabelecida no Edital para a prorrogação do prazo do contrato não está condizente com a
natureza dos serviços, uma vez que o objeto licitado contempla, exclusivamente, serviços de
escopo. Neste caso, a prorrogação de prazo não deve gerar acréscimo de valor, e o prazo deve ser
aquele necessário para a realização e conclusão dos serviços contratados. 4.7. É equivocada a
adoção do IPC/FIPE como índice de reajuste de preços do Contrato, podendo tal procedimento
gerar prejuízos ao Erário. 4.8. A ausência de justificativa para a combinação de indicadores
escolhida para avaliação da capacidade econômico-financeira da licitante infringe o art. 31, § 5º,
da Lei Federal 8.666/93, embora os índices adotados não se apresentem como restritivos. 4.9.
Houve infringência ao art. 7º, § 4º, da Lei Federal 8.666/93, que veda a inclusão, no objeto da
licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos
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quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo. 4.10. Carece
de justificativa técnica e diferença de custo encontrada, no montante aproximado de 145%, entre
o presente certame e aquele lançado em 2008, com o mesmo objeto. 4.11. Houve infringência ao
art. 48, inciso II, da Lei Federal 8.666/93, não existindo, no Edital, critérios claros e
objetivamente definidos para a aceitabilidade dos preços unitários e global, com fixação de
preços máximos para ambos, que deveriam estar necessariamente especificados no ato
convocatório. 4.12. Não há correspondência entre a planilha de medição e a planilha
orçamentária de referência, somando-se à ausência de justificativas técnicas para ambas,
prejudicando a fiscalização e os controles internos e externo do contrato." Após informações da
Origem, o Conselheiro relator à época, consoante ofício colacionado às folhas 364, autorizou a
continuidade do certame até a classificação final, com a condição de suspensão das fases de
adjudicação e homologação. Em manifestação de folhas 387/389-v, a Auditoria, em análise às
manifestações da Origem e diante do andamento do processo licitatório, concluiu que as
irregularidades poderiam ser consideradas superadas, com o prosseguimento do certame. Por
meio da decisão de folhas 391, o Relator à época autorizou a continuação do certame. A
Assessoria Jurídica de Controle Externo, seguindo o parecer da Auditoria (fls. 403/404), não
encontrou nenhum óbice para o prosseguimento do procedimento licitatório. A Procuradoria da
Fazenda Municipal (fls. 403/415), com fundamento nos dados trazidos pela Origem e nas
manifestações das equipes técnicas, requereu o acolhimento do Edital de Licitação 01/SES/2010.
Por fim, a Secretaria Geral acompanhou as manifestações de AUD e AJCE, em destaque a
necessidade de acompanhar a execução contratual. É o relatório. Voto: Em julgamento o Edital
de licitação promovido pela Secretaria de Serviços, na modalidade concorrência do tipo técnica e
preço, com a finalidade de contratar, em regime de empreitada por preços unitários serviços para
implantação e atualização do Cadastro Técnico da Rede de Iluminação Pública do Município de
São Paulo. Após análise por parte das equipes técnicas desta Corte de Contas, a Auditoria às fls.
387/389 e verso e a Assessoria Jurídica de Controle Externo às fls. 403/404 entenderam que as
irregularidades inicialmente apontadas foram superadas pela Origem e o Edital de Licitação
01/SES/2010, encontrou fundamento de fato e jurídico para seu regular prosseguimento. O
posicionamento das equipes técnicas foi seguido pela Secretaria Geral, que destacou a
necessidade de acompanhamento da execução contratual. Por não existir nenhum apontamento
que demonstre a persistência de irregularidade material, bem como por não existir qualquer
ocorrência sobre a competitividade do certame, JULGO REGULAR o Edital de Licitação
01/SES/2010. Destaque-se que o acompanhamento da execução contratual está sendo tratado no
TC 294/12-31. Após as comunicações de praxe, arquivem-se os autos. Este é o meu Voto,
Senhor Presidente. (2.791ª S.O.) Voto em separado proferido pelo Conselheiro Maurício
Faria: Os elementos constantes dos autos dão conta de que, não obstante o despacho do então
Conselheiro Relator, de fls. 391, tenha autorizado o prosseguimento da licitação, determinando à
Secretaria Municipal de Serviços o atendimento de todas as propostas de determinação
formuladas pelo então Subsecretário de Fiscalização e Controle em sua manifestação de fls.
387/389, a licitação foi conduzida sem que houvesse a necessária adequação da peça editalícia
em relação a significativos aspectos apontados pela Auditoria desta Corte de Contas, nos vários
pronunciamentos que fez no presente feito em relação ao Edital, em que as conclusões da
Especializada apontavam acerca da presença de deficiências, em especial quanto ao Termo de
Referência, por não se demonstrar dotado de elementos suficientes o bastante para suprir a falta
do projeto básico tal como definido pela Lei Federal de Licitações, e ao Orçamento de
Referência, que apresentava incongruências como a falta de embasamento técnico para alguns
itens componentes da planilha orçamentária, a inexistência de correlação entre o número de
pontos de iluminação a serem cadastrados e o total das quantidades horárias relativas aos
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profissionais alocados para os serviços, mas, principalmente, em relação aos critérios de
medição, ante a falta de correspondência entre os itens constantes da planilha de medição (Anexo
V) e os constantes da planilha de orçamento de referência (Anexo II). A meu ver, e sem embargo
de que a manutenção de tais aspectos na licitação possa ter influenciado no resultado da licitação,
em que houve a participação de apenas um consórcio licitante no certame, a permanência dessas
anomalias na licitação contraria os ditames da Lei Federal 8.666/93, além de se refletir,
necessariamente, sobre a execução do futuro contrato, em prejuízo da efetiva fiscalização e
controle interno e externo do ajuste. Em assim sendo, meu voto é pela irregularidade do Edital da
Concorrência 01/SES/2010. Observo, a propósito, que no TC 294.12-31, que trata da execução
do Contrato decorrente da Concorrência, consta, como dado fático, que após apenas 60 (sessenta)
dias da expedição da Ordem de Início dos serviços surgiu alteração, realizada de maneira
informal, redefinindo os critérios de medição, de forma aparentemente questionável, mas, de
qualquer maneira, indicando inconsistências apontadas quanto ao próprio Edital. Participaram do
julgamento os Conselheiros Edson Simões – Revisor "ad hoc", Maurício Faria e Domingos
Dissei. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário
Conselheiro Paulo Planet Buarque, 25 de maio de 2016. a) Roberto Braguim – Presidente; a)
João Antonio – Relator." – CONSELHEIRO DOMINGOS DISSEI – 1) TC 3.185/13-93 –
Recurso "ex officio" interposto contra a R. Decisão de Juízo Singular de 30/4/2015 – Julgador
Conselheiro Roberto Braguim – Secretaria Municipal de Habitação e José Carlos Lima –
Prestação de contas de adiantamento bancário – agosto/2012 (R$ 2.010,23) 2) TC 1.713/11-17 –
Recurso "ex officio" interposto contra a R. Decisão de Juízo Singular de 29/8/2014 – Julgador
Conselheiro João Antonio – Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras e Vera
Cristina Matos Aulicino – Prestação de contas de adiantamento bancário – agosto/2010 (R$
55.100,00) 3) TC 1.840/13-04 – Recurso "ex officio" interposto contra a R. Decisão de Juízo
Singular de 18/11/2014 – Julgador Conselheiro João Antonio – Subprefeitura Cidade Tiradentes
e Sanderli Aparecida de Brito – Prestação de contas de adiantamento bancário – novembro e
dezembro/2011 (R$ 1.944,00) 4) TC 1.851/13-12 – Recurso "ex officio" interposto contra a R.
Decisão de Juízo Singular de 11/3/2015 – Julgador Conselheiro Maurício Faria – Autarquia
Hospitalar Municipal e Vania Maria Fodra de Almeida Prado – Prestação de contas de
adiantamento bancário – março/2011 (R$ 30.000,00) 5) TC 3.179/12-00 – Recurso "ex officio"
interposto contra R. Decisão de Juízo Singular de 29/8/2014 – Julgador Conselheiro João
Antonio – Secretaria Municipal de Educação e Maria do Socorro Lins Teles – Prestação de
contas de adiantamento bancário – agosto/2011 (R$ 6.800,00) 6) TC 616/13-97 – Recursos "ex
officio" e de Luciano Teixeira interpostos contra R. Decisão de Juízo Singular de 10/7/2014 –
Julgador Conselheiro Roberto Braguim – Secretaria Municipal de Cultura e Luciano Teixeira –
Prestação de contas de adiantamento bancário – maio/2011 (R$ 14.175,00) 7) TC 2.836/13-64 –
Recurso "ex officio" interposto contra a R. Decisão de Juízo Singular de 12/11/2014 – Julgador
Conselheiro Roberto Braguim – Secretaria Municipal de Habitação e Igor Ostler – Prestação de
contas de adiantamento bancário – abril/2012 (R$ 1.060,00) 8) TC 3.193/13-11 – Recurso "ex
officio" interposto contra a R. Decisão de Juízo Singular de 29/9/2014 – Julgador Conselheiro
Roberto Braguim – Secretaria Municipal de Cultura e Luiz Fabio Firmino – Prestação de contas
de adiantamento bancário – abril a agosto/2012 (R$ 11.016,00). "O Conselheiro Domingos
Dissei requereu ao Egrégio Plenário, nos termos do artigo 172, inciso III, combinado com o
artigo 182, ambos do Regimento Interno desta Corte, adiamento do prazo para devolver os
citados processos, o que foi deferido." (Certidões) Na sequência, os Conselheiros requereram ao
Egrégio Plenário, nos termos do artigo 172, inciso III, combinado com o artigo 182, ambos do
Regimento Interno desta Corte, adiamento do prazo para devolver os processos remanescentes da
pauta de reinclusão, o que foi deferido. De posse da palavra, o Conselheiro Presidente
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Roberto Braguim assim se pronunciou: "Antes de passarmos às considerações finais, gostaria
de fazer uma comunicação e prestar uma singela homenagem ao nosso querido Francisco de
Assis Rodrigues da Costa, natural de Araioses, no Maranhão, e conhecido por todos como
“Chiquinho”. O Chiquinho está nesta Casa há quase 30 anos. Eu o conheço desde então. Entrei
um pouquinho antes dele. Ele pinta os cabelos, preciso confessar. É mais velho do que eu uns
cinco ou seis anos. Sempre trabalhou com muito denodo, com muito apreço, de forma respeitosa
com todos os servidores desta Casa, com todos os Senhores Conselheiros, de modo que vou
sentir saudades. Ele é brincalhão e tem uma altíssima qualidade: é palmeirense. Eu o saúdo por
isso. Peço ao Conselheiro Domingos Dissei, que é o representante do Palmeiras aqui no Tribunal
de Contas, que tem camarote no Parque Antarctica, para fazer a entrega de uma singela
homenagem, para que você possa ir ao campo do Palmeiras no camarote do Conselheiro
Domingos Dissei." Com a palavra, o Conselheiro Domingos Dissei: "Senhor Presidente,
parabenizo o Francisco, nosso amigo Chiquinho, esse maranhense que veio para São Paulo e, no
primeiro dia, se tornou palmeirense. Olha que qualidade! E o Palmeiras só está em pé e tem
aquele estádio por causa de um nordestino, o grande general, que entrou com a bandeira do
Palmeiras e do Brasil em 1942, na arrancada heroica. Chiquinho, você representa essa região, e
representa bem, por ser palmeirense. Ele nem tinha visto qual era o presente. Quando pegou a
sacola, falou “isso é maravilhoso”. Parabéns, Chiquinho. Que você continue sempre com essa
sua simpatia, e tenha saúde nessa nova jornada. Fazendo uso da palavra o Conselheiro Edson
Simões manifestou-se como segue: "Senhor Presidente, toda manhã eu passo e cruzo com o
Chiquinho. Sempre ficou na minha cabeça como é que pode um nordestino – e eu sou nordestino
– ser palmeirense. Ontem perguntei a ele: “Chiquinho, por que você é palmeirense?”. Não
deveria ter feito isso. Ele quase me convenceu a me transformar em palmeirense. Não foi,
Chiquinho? Muita saúde e sucesso! Você é uma excelente pessoa! Foi um prazer conhecê-lo!
Estou à sua disposição." Com a palavra, o Conselheiro João Antonio: "Gostaria de saudar o
Chiquinho. São dois anos de convivência intensa, porque é ao lado de meu Gabinete. Nesse curto
período de tempo, aprendi a respeitá-lo como um funcionário exemplar, e como uma figura
humana de primeiríssima qualidade. Nem todos são perfeitos: não consegui convencê-lo nesses
dois anos a passar para o meu lado, para o lado do Corinthians. Mas acho que, como nossa
amizade é duradoura, para além dos muros do Tribunal de Contas, vou continuar insistindo nessa
minha empreitada. E volte sempre, Chiquinho, para nos visitar." Concedida a palavra ao
Conselheiro Maurício Faria, Sua Excelência assim se expressou: "Cumprimento o Chiquinho.
Foi uma convivência habitual, porque estou há 13 anos no Tribunal. O Chiquinho é uma pessoa
profissionalmente competente, muito simpático, muito especial. Desejo a ele toda a felicidade na
nova situação de aposentado. Toda a felicidade, exceto, apenas, no dia do jogo do Palmeiras
contra o Corinthians, porque sou corintiano. Seja feliz! Nós conversamos um pouco. Ele disse
que fará uma série de coisas que tem vontade. Eu disse que acho importante sempre ter projetos
para a aposentadoria. Tenho certeza de que essa alegria dele, essa vontade de viver, vão continuar
encontrando outras motivações. Tudo de bom, Chiquinho!" Concedida a palavra ao
Procurador-Chefe da Fazenda Dr. Guilherme Bueno de Camargo, Sua Excelência
expressou-se como segue: "Faço questão de cumprimentar o Chiquinho. Ele é muito querido na
Procuradoria da Fazenda Municipal, muito embora apareça todas as manhãs carregado de
processos. Muitas felicidades para você! Lamento que você não tenha, assim que chegou do
Maranhão, passado pelo Morumbi, em vez de ir para a Água Branca. Mas está tudo bem.
Parabéns! Muita sorte e sucesso nessa nova fase da vida! Esperamos vê-lo lá. E agora é até
melhor, porque você vai visitar sem processos. Abração!" Retomando a palavra, o Conselheiro
Presidente Roberto Braguim concluiu: "Gostaria só de esclarecer a todos, e que isso fique
consignado na ata, no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, que essa lembrança para o
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Chiquinho foi adquirida com recursos próprios e não recursos do Tribunal. Isso é importante
porque algum Vereador pode questionar. Então já deixo bem claro. Parabéns, Chiquinho! Tudo
de bom!" Por derradeiro, o Presidente concedeu a palavra aos Senhores Conselheiros e à
Procuradoria da Fazenda Municipal para as considerações finais. Nada mais havendo a tratar, às
14h45, o Presidente encerrou a sessão, da qual foi lavrada a presente ata, que vai subscrita por
mim, Rodrigo Pupim Anthero de Oliveira, _________________________, Secretário-Geral, e
assinada pelo Presidente, pelos Conselheiros, pelo Procurador Chefe da Fazenda e pelo
Procurador. São Paulo, 25 de maio de 2016.
_______________________________ ROBERTO BRAGUIM
Presidente
___________________________ ___________________________ MAURÍCIO FARIA JOÃO ANTONIO Vice-Presidente Corregedor
___________________________ ____________________________ EDSON SIMÕES DOMINGOS DISSEI Conselheiro Conselheiro
______________________________ GUILHERME BUENO DE CAMARGO
Procurador Chefe da Fazenda
______________________________ JOEL TESSITORE
Procurador
LSR/amc/smv/hc ATA DA 2.871ª SESSÃO (ORDINÁRIA)