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TRIBUTAÇÃO
E
JUSTIÇA FISCAL
Marcelo Lettieri([email protected])
INequidades do Sistema Tributário Nacional
“A Tributação dos Inocentes”
SUMÁRIO
• Tributação e Desigualdade– Modelo Tributário: Tendência histórica e Diagnóstico
(América Latina e Brasil);
– O contexto e a natureza das reformas fiscais realizadas recentemente na região.
– A escolha da política fiscal dos últimos 40 anos afetou a desigualdade de renda?
– As opções políticas em curso: alternativas?
• Proposta em Discussão no Instituto Justiça Fiscal - IJF– Objetivos
– Premissas
– Pontos Específicos
AMÉRICA
LATINA
Referência: MAHON JR, James. Tax Reforms and Income Distribution in Latin America. Prepared for delivery at the XXVIII Congress of the Latin American Studies Association, Rio de Janeiro, 11-14 June 2009.
O contexto e a natureza das reformas fiscaisrealizadas na América Latina
• Até o fim da década de 60– Sistemas tributários da AL não eram nem eficientes nem progressivos.
– Um amontoado de impostos seletivos sobre consumo e impostos sobre selos, ao lado de um conjunto complexo de tarifas e restrições ao comércio internacional.
– Impostos sobre a renda pouco progressivos na prática e quase inteiramente sobre os trabalhadores do setor formal sujeitos a retenção na fonte, enquanto os cidadãos mais ricos encontravam formas de escapar às suas obrigações.
• Do início da década de 70 até o final da de 80– A instituição ou a expansão do IVA (ICM, no Brasil).
– Cortes significativos nos tributos sobre o comércio exterior.
– Fortalecimento da administração tributária.
– Distribuição de renda como objetivo secundário.
• A partir do início da década de 90– Política tributária não deve ser instrumento de política social.
– Sem se preocupar com o fenômeno da evasão, recomenda que a carga tributária seja distribuída sobre uma base mais ampla e que, para isso, seja menos progressivo o imposto de renda e maior a contribuição dos impostos indiretos.
Tributação Indireta x Imposto sobre a Renda(1995-2002, exceto Japão)
Fonte: MAHON JR, James. Tax Reforms and Income Distribution in Latin America (2009)
• Brasil – Pós 1995
• Brasil – 70 - 80
BRASIL
20%
22%
24%
26%
28%
30%
32%
34%
36%
38%
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05
Fonte: RFB
ANOS 80ANOS 70 ANOS 90 ANOS 00
Infla. = 272%
Cres. = 3%
Infla. = 33%
Cres. = 9%
Infla. = 280%
Infla. = 13%
Cres. = 2% Cres. = 3%
CTBmédia = 23%
CTBmédia = 34%
CTBmédia = 28%
CTBmédia = 25%
CTB (2012) = 35,85%
Carga Tributária
Histórico – CTB no BrasilHistórico – CTB no Brasil
10
20
30
40
50
60
5 10 15 20 25 30
Carg
a T
ributá
ria (
%)
PIB Per capita (US$ 1,000 PPP)
Fonte: OCDE e RFBObs.: Dados de 2002
00 35
Índia
Canadá
Holanda
Espanha
Peru
México
Chile
Austrália
Brasil
EUA
Suécia Dinamarca
Bélgica
Noruega
Reino Unido
Equador
Alemanha
Carga Tributária
Carga Tributária x Nível de DesenvolvimentoCarga Tributária x Nível de Desenvolvimento
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
0,200,250,300,350,400,450,500,55
Índice de Gini
Carg
a T
ributá
ria (
%)
Obs.: Dados de 2002 Fonte: OCDE e RFB
5
0,60
Reino Unido
EUA
Índia Equador
Peru
Chile México
Brasil
Dinamarca Suécia
Bélgica Noruega
Espanha
Austrália
Canadá Alemanha
Holanda
Carga Tributária x Concentração de RendaCarga Tributária x Concentração de Renda
Carga Tributária
Bases de Incidência – 2008 a 2012
Para onde ir, então?
• TRÊS OPÇÕES APRESENTADAS:
1.Ampliar e aprofundar as reformas do pacote
neoliberal.
2.Ajuste no modelo neoliberal, mas sem
efetivamente promover uma tributação
redistributiva.
3.Novos movimentos em direção a maior
progressividade.
Novos movimentos emdireção a maior progressividade
• Impostos especiais sobre o consumo de artigos de luxo (ex: o Impuesto a los consumos Especiales de 2008 no Equador).
• Os impostos sobre a propriedade, especialmente sobre a terra nua.
• Impostos sobre grandes fortunas (Brasil: questão polêmica?).
• Maior progressividade na tributação sobre a renda e aumento da tributação sobre a renda do capital.
• Bons exemplos nesse sentido foram a reforma de 2007, no Uruguai, com a reinstituição da tributação sobre a renda, que havia sido abolida em 1973, e a proposta do governo equatoriano de aumento da progressividade da tributação sobre a renda.
INSTITUTO JUSTIÇA FISCAL
Construindo um Sistema Tributário mais Justo
Instituto Justiça FiscalConstruindo um Sistema Tributário mais Justo
OBJETIVOS DA CAMPANHA
Elaboração de estudos técnicos e propostas
legislativas e realização de articulação com os
movimentos sociais, com vistas a encaminhar
aos atores políticos da nova legislatura federal
medidas que visem ao aperfeiçoamento do
sistema tributário nacional de modo a torná-lo
mais justo.
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PREMISSAS
Propostas Factíveis: as propostas devem levar em conta a conjuntura política, social e econômica no Brasil e no mundo.
Redução das Desigualdades: o elemento central das propostas a serem apresentadas é o objetivo de reduzir as desigualdades de renda.
Reestruturação da Carga Tributária: não se discutirá o tamanho da carga tributária, mas a sua distribuição entre as classes sociais.
Promoção do Desenvolvimento: a tributação como fator de
indução e de estímulo ao desenvolvimento econômico e social.
Instituto Justiça FiscalConstruindo um Sistema Tributário mais Justo
PONTOS ESPECÍFICOS – TRIBUTAÇÃO DA RENDA
Isonomia das Rendas: Isonomia de tratamento das rendas independente da origem (todas as rendas na mesma tabela progressiva).
Grandes Fortunas: Instituir o Imposto sobre as Grandes Fortunas.
Reestruturação do IRPF: Aumentar o número de faixas de alíquotas para o IR, com criação, por exemplo, das alíquotas marginais de 30% e 35% para altas rendas.
Eliminação do Lucro Presumido: Eliminar a tributação sobre o LP e ampliar os limites do Simples Nacional.
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PONTOS ESPECÍFICOS – TRIBUTAÇÃO DA RENDA
Fim da tributação exclusiva: passa a ser antecipação de IR, que deve ser calculado na declaração de ajuste pela tabela progressiva única.
Benefícios fiscais: Condicionar a concessão de benefícios fiscais à limitação na distribuição de lucros e dividendos.
Juros sobre Capital Próprio: eliminar a dedução dos juros sobre o capital próprio.
Tributação internacional: ampliação da tributação dos rendimentos auferidos no exterior e alteração da redação do art. 8º da Lei 9.779/1999, que permite que remunerações típicas de instituições financeiras sejam remetidas a paraísos fiscais com alíquota zero de IRRF.
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PONTOS ESPECÍFICOS – TRIBUTAÇÃO DO CONSUMO
Redução da Tributação Indireta:
Eliminar toda a tributação sobre o consumo de bens da cesta básica.
Reduzir a tributação incidente sobre insumos básicos (energia, água e saneamento, telecomunicações, combustíveis, alimentos etc.).
Reestruturação do IPI (simplificação, novas alíquotas etc.).
Ampliação da Tributação
Aumentar a tributação sobre consumo de bens supérfluos e de luxo.
Criação de CIDE ambiental para produtos classificados como danosos ao meio-ambiente.
Criar um tributo sobre Transações Financeiras
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PONTOS ESPECÍFICOS - OUTROS
Progressividade dos tributos patrimoniais: Implementar a progressividade nos tributos patrimoniais - IPTU, ITR, ITCD, IPVA e ITBI.
Setor Extrativista/Exportador: criação de contribuição social para a seguridade social, especialmente para a previdência, eliminar benefícios fiscais concedidos ao setor extrativista/exportador e implementar o Imposto de Exportação para commodities que tenham grande demanda internacional.
Modificação da Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária: transformá-los em crimes de conduta e não crimes materiais.
MUITO OBRIGADO !DIVULGAÇÃO:
Site do Instituto Justiça Fiscal:www.ijf.org.br
BLOG Falando em Justiça Fiscal: http://justicafiscal.wordpress.com/
AFRFB Marcelo Lettieri([email protected])