TST-RR-773-47_2012_5_04_0015

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    PROCESSO Nº TST-RR-773-47.2012.5.04.0015

     A C Ó R D Ã O7ª TurmaCMB/r!/a"#

    REC$RSO DE RE%&STA EM 'ACE DE DEC&SÃO

    P$B(&CADA ANTES DA %&)*NC&A DA (E& Nº13.015/2014. AD&C&ONA( DE&NSA($BR&DADE. CONTATO COM MERC+R&O.O Tribunal Regional, com base naprova pericial, registrou que areclamante, no exercício de suasatribuições, tinha contato commercúrio, razo pela qual de!eriu oadicional de insalubridade. " #ormaRegulamentadora n$ %& do 'T(prescreve, em seus anexos %%, quadro

    ), e %*, que o contato com mercúrio,se+a na sua !orma orgnica, elementarou inorgnica - nestes dois últimoscasos observados os limites detolerncia - ense+a o direito aopagamento do adicional deinsalubridade em grau mximo. /ogo,no h que se !alar em violaço doartigo %01 da 2/T ou contrariedade 34úmula n$ 556, ), desta 2orte, ante aclassi!icaço da atividade insalubre

    na relaço o!icial elaborada pelo'inist7rio do Trabalho. Recurso derevista de que no se conhece.C$M$(A,ÃO DOS AD&C&ONA&S DE&NSA($BR&DADE E PER&C$(OS&DADE.POSS&B&(&DADE. PRE%A(*NC&A DAS NORMASCONST&T$C&ONA&S E S$PRA(E)A&S SOBRE A C(T. $R&SPR$D*NC&A CONSO(&DADA DOST' $ANTO AO E'E&TO PARA(&SANTE DAS

     NORMAS &NTERNAS EM DESCOMPASSO COM OSTRATADOS &NTERNAC&ONA&S DE D&RE&TOS

    $MANOS. &NCOMPAT&B&(&DADE MATER&A(.CON%EN,ES NOS 14 E 155 DA O&T. NORMAS DE D&RE&TO SOC&A(. CONTRO(E DECON%ENC&ONA(&DADE. NO%A 'ORMA DE

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     %ER&'&CA,ÃO DE COMPAT&B&(&DADE DAS NORMAS &NTE)RANTES DO ORDENAMENTO$RD&CO.  " previso contida noartigo %0*, > 9$, da 2/T no !oirecepcionada pela 2onstituiço8ederal de %066, que, em seu artigo

    ?$, @@))), garantiu de !orma plena odireito ao recebimento dos adicionaisde penosidade, insalubridade epericulosidade, sem qualquer ressalvano que tange 3 cumulaço, ainda quetenha remetido sua regulaço 3 leiordinria. " possibilidade da aludidacumulaço se +usti!ica em virtude deos !atos geradores dos direitos seremdiversos. #o se h de !alar em bisin idem. #o caso da insalubridade, o

    bem tutelado 7 a saúde do obreiro,ha+a vista as condições nocivaspresentes no meio ambiente detrabalhoA + a periculosidade traduzsituaço de perigo iminente que, umavez ocorrida, pode cei!ar a vida dotrabalhador, sendo este o bem a quese visa proteger. " regulamentaçocomplementar prevista no citadopreceito da /ei 'aior deve se pautarpelos princípios e valoresinsculpidos no texto constitucional,como !orma de alcançar, e!etivamente,a !inalidade da norma. Outro !atorque sustenta a inaplicabilidade dopreceito celetista 7 a introduço nosistema +urídico interno das2onvenções )nternacionais nos %56 e%&&, com status de normamaterialmente constitucional ou, pelomenos, supralegal, como decidido pelo4T8. " primeira consagra anecessidade de atualizaço constanteda legislaço sobre as condiçõesnocivas de trabalho e a segunda

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    determina que se+am levados em contaos Briscos para a saúde decorrentesda exposiço simultnea a diversassubstncias ou agentesB. #essecontexto, no h mais espaço para aaplicaço do artigo %0*, > 9$, da

    2/T.

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    apenas aos recursos interpostos em !ace de deciso publicada + nasua vigLncia, o que no 7 a hipEtese dos autos.

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    5 - +o basta a constata+o da insalubridade por meio delaudo pericial para $ue o empregado tena direito ao respectioadicional) sendo necess'ria a classifica+o da atiidadeinsalubre na rela+o oficial elaborada pelo Dinistrio do9rabalo.

    O perito) # fl. 213) $uando da aerigua+o da e(istncia de condi!esinsalubres no ambiente de trabalo) assim relatou:

    As atiidades desenolidas) a Autora se colocaae(posta a gentes insalubres atras de agentes $uímicos t4(icoscomo: merc*rio) am'lgama @liga de merc*rio com limalaB $uecontm prata) estano) cobre e) a depender dos fabricantes)contm tambm índio) zinco) platina e pal'dio $ue s+o metaisde natureza t4(ica.

    A %irurgi+-8entista ao desenoler as atiidades derestaura+o) talez a mais prealente no atendimento #scomunidades est' em contato com agentes $uímicos t4(icos

    incluídos no A?O 13 da >-1C como o merc*rio.O am'lgama odontol4gico uma liga de merc*rio comlimala) $ue contm prata) estano e cobre e) a depender dosfabricantes) contm tambm índio) zinco) platina e pal'dio $ues+o metais de natureza t4(ica.

    O processo utilizado para restaura+o consiste emmisturar o merc*rio com a limala atras do amalgamador eespal'-lo em um pano para em seguida utilizar. feito deforma manual) e ' eidente e(posi+o da %irurgi+-8entista.

    Os profissionais da e$uipe de sa*de bucal est+o e(postosdiariamente ao merc*rio e a seus riscos de contamina+o) $ue

     pode ocorrer por meio de diferentes fatores) como pelamanipula+o do am'lgama) gotas do metal derramadosacidentalmente) remo+o do e(cesso do merc*rio do am'lgama)

     por amalgamadores com azamento) por falas do sistema desuc+o) $uando da remo+o de restaura!es antigas ou pela

     presena de restos do am'lgama armazenados inade$uadamentenos consult4rios.

    A presena de fontes de calor) como estufas e autoclaes)no mesmo ambiente onde o am'lgama manipulado) aumentaas possibilidades de into(ica+o mercurial.

    >estou configurado o labor da reclamante em condi!es insalubres

     pela e(posi+o a agentes $uímicos) conforme informa!es do laudo. Ocontato com merc*rio sabidamente preudicial # sa*de do trabalador)assim como tambm sabido $ue a principal ia de penetra+o no

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    organismo a respirat4ria. 7aliento ainda $ue) nas *ltimas dcadas) s+oin*meros os trabalos sobre a to(icidade de tal elemento e sobre os riscosdecorrentes da sua aplica+o por cirurgi!es-dentistas e pessoal au(iliar.

    &elo e(posto) dou proimento ao recurso da reclamante para condenar a reclamada ao pagamento de diferenas de adicional de insalubridade) nograu m'(imo) com refle(os em frias com um tero) 136 sal'rio) aiso-

     prio e EF97 com /0G. Huanto # base de c'lculo) entendo correta a basede c'lculo utilizada pela reclamada) no alor de trs sal'rios mínimos)tendo em ista o piso mínimo preisto no art. C6 da ;ei 3.III1. @...B." @fls.3//3/B

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    periculosidade. "ponta violaço do artigo %0*, > 9$, da 2/T.Transcreve arestos para o con!ronto de teses.

    (is a deciso recorridaM

    "@...B trabalando a reclamante em condi!es $ue eram insalubres e

     perigosas) ou sea) um *nico fato @presta+o de trabaloB gerou duasconse$uncias danosas) entendo $ue o labor em tais condi!es ocasiona preuízo tanto imediato $uanto mediato # sa*de e ida do trabalador. acontrapresta+o pelo labor em tais condi!es dee ser o pagamento dos doisadicionais. Acreso $ue a atua+o sob risco n+o elide a insalubridade e ocontr'rio tambm." @fl. 3/B

    " 2orte de origem reconheceu, como visto, apossibilidade de cumulaço dos adicionais de insalubridade epericulosidade. O aresto transcrito 3 !l. *?1, oriundo do TribunalRegional do Trabalho da %F Regio e publicado no JO(R; de

    9*:1*:91%9, consagra tese diametralmente oposta e ense+a oconhecimento do recurso de revista, nos moldes do artigo 60H, BaB,da 2/T.

     MR&TO

    O exame da controv7rsia exige, antes, a anlise daestrutura do ordenamento +urídico ptrio que, como de todos sabido,7 regido pela 2onstituiço 8ederal, que servir de norte para asdemais normas buscarem o seu !undamento de validade. 2om isso, asdisposições in!raconstitucionais devem observar os princípios eregras contidos na /ei 'aior, sob pena de padecerem do vício dainconstitucionalidade.

    (m se tratando de direito ordinrio pr7-constitucional, com conteúdo contrrio 3s normas advindas de umanova 2onstituiço, a consequLncia ser distintaM ocorrer a no-recepço de tal regramento, hipEtese que prescindir da mani!estaçoplenria Gclusula Breserva de plenrioB N artigo 0? da Lex FundamentalisI, ou se+a, as normas anteriormente editadas perdemcondiço de sustentabilidade em !unço do novo regramentointroduzido e, com isso, deixam de ter o que se pode denominar deBaderLncia constitucionalB, condiço imprescindível para que possamcontinuar a produzir seus e!eitos.

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    4obre o !enmeno da no recepço de normas doordenamento anterior 3 nova 2arta 2onstitucional, + se mani!estou o4T8M

    "%O7959A;: OE7A

    &>A95%A8A &;A 5D&>7A. 585LAMNO: 9A>5EAMNO. ;eiC.2C0 - ;ei de 5mprensa) art. C2: NO->%&MNO &;A %E) artigoC6) incisos K e ?. > 59>&O79O %OD E interpostocom base nas alíneas a e b @%E) art. 102) 555) a e bB. +o-conecimento do> com base na alínea b) por isso $ue o ac4rd+o n+o declarou ainconstitucionalidade do art. C2 da ;ei C.2C0. Q $ue n+o ' falar eminconstitucionalidade supereniente. 9em-se) em tal caso) a aplica+o daconecida doutrina de Relsen: as normas infraconstitucionais anteriores #%onstitui+o) com esta incompatíeis) n+o s+o por ela recebidas. outras

     palaras) ocorre derroga+o) pela %onstitui+o noa) de normasinfraconstitucionais com esta incompatíeis. 55. - A %onstitui+o de 1Iemprestou # repara+o decorrente do dano moral tratamento especial - %.E.)art. C6) K e ? - deseando $ue a indeniza+o decorrente desse dano fosse amais ampla. &osta a $uest+o nesses termos) n+o seria possíel sueit'-la aoslimites estreitos da lei de imprensa. 7e o fizssemos) estaríamosinterpretando a %onstitui+o no rumo da lei ordin'ria) $uando de sabenacomum $ue as leis deem ser interpretadas no rumo da %onstitui+o. 555. -

     +o-recep+o) pela %E) do art. C2 da ;ei C.2C0 - ;ei de 5mprensa. 5K.- &recedentes do 79E relatiamente ao art. C da ;ei C.2C0: >3/.2>J e /20./7&) Kelloso) 2S 9urma) 16..200/. K. - > conecido -

    alínea a -) mas improido. > - alínea b - n+o conecido. @> 3I37& -7NO &A%7O ?9>AO>85T>5O) >elator: Din. %A>;O7 K;;O7O)Julgamento: 2I0200/) Urg+o Julgador: 7egunda 9urma) &ublica+o 8J13-0-200/B.

    4igni!ica, nessa linha, a!irmar da desnecessidadede pronunciamento do plenrio desta 2orte sobre o tema oraen!rentado, em !ace do regramento constitucional, cu+a principalindagaço consiste em saber da possibilidade de percepço cumulativados adicionais de periculosidade e insalubridade, cu+o direitoencontra-se previsto, respectivamente, nos artigos %09 e %0*, > %$,da 2/T, e tamb7m 7 garantido no artigo ?$, @@))), da 2onstituiço8ederal, norma última cu+o inteiro teor transcreve-seM8irmado por assinatura digital em 9*:15:91%& pelo sistema "ssine;us da ;ustiça do Trabalho, con!orme'< 9.911-9:911%, que instituiu a )n!ra-(strutura de 2haves

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    "Art. 6 7+o direitos dos trabaladores urbanos e rurais) alm deoutros $ue isem # meloria de sua condi+o social:

    @...B??555 - adicional de remunera+o para as atiidades penosas)

    insalubres ou perigosas) na forma da lei." @desta$ueiB.Ja interpretaço do preceito constitucional

    re!erido, extrai-se a concluso no sentido de que o legisladorconstituinte assegurou de !orma plena o direito ao recebimento dosadicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade, semqualquer ressalva no que tange 3 cumulaço, ainda que tenha remetidosua regulaço 3 lei ordinria, o que ocorre por interm7dio dedispositivos da 2/T e de #ormas Regulamentadoras.

    "o caso, interessa o disposto no artigo %0*, > 9$,da 2/T, incluído pela /ei n$ H.&%5, de 99:%9:%0??, ainda em vigor, e

    o item %H.9.% da #R-%H da

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    meio ambiente de trabalhoA + a periculosidade, traduz situaço de

    perigo iminente que, uma vez ocorrida, pode cei!ar a vida do

    trabalhador, sendo este o bem a que se visa proteger.

    4o bens +urídicos diversos e com tratamento

    normativo distinto, se+a quanto 3s hipEteses de cabimento, se+aquanto aos percentuais, se+a quanto 3 base de clculo.

    #o 7 outro o pensamento do pro!essor ;os7 "ugusto

    Rodrigues

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    norma menos ben7!ica ao trabalhador em detrimento da garantia

    insculpida no artigo ?$, caput, da 2onstituiço 8ederal,  de

    estipulaço de outros direitos que visem 3 melhoria de sua condiço

    social e, especialmente, em desrespeito ao princípio de proteço da

    dignidade da pessoa humana do obreiro.#a hipEtese, o legislador in!raconstitucional

    estaria apto a tratar de detalhes necessrios 3 e!etivaço do

    direito aos adicionais, como, por exemplo, regular as situações que

    caracterizam a insalubridade ou periculosidade no meio ambiente de

    trabalho, contudo, sem a permisso de alterar o núcleo essencial da

    aludida regra. " regulamentaço complementar prevista no artigo ?$,

    @@))), deve-se pautar pelos princípios e valores insculpidos no

    texto constitucional, como !orma de alcançar, e!etivamente, a

    !inalidade da norma.

    O eminente 'inistro desta 2orte, "ugusto 27sar

    /eite de 2arvalho, em sua obra BJireito do TrabalhoM 2urso e

    JiscursoB G"raca+uM (vocati, 91%%, pp. 911-91%I, com preciso

    cirúrgica, en!atizaM

    "A %onsolida+o das ;eis do 9rabalo) em seu artigo 1I3) V26) pre$ue Yo empregado poder' optar pelo adicional de insalubridade $ue

     porentura le sea deido[. ] parte o desio de 4tica) pois n+o pode ser uma entura laborar em condi!es insalubres) certo $ue o citadodispositio sempre foi interpretado como uma proibi+o a $ue o empregado

     pudesse e(igir os dois adicionais) $uando ambos os agentes) insalubre e perigoso) estierem presentes.

     a esteira dessa compreens+o) o item 1C.3 da orma>egulamentadora 1C do Dinistrio do 9rabalo estabelece: Yo caso deincidncia de mais de um fator de insalubridade) ser' apenas considerado ode grau mais eleado) para efeito de acrscimo salarial) sendo edada a

     percep+o cumulatia[. 5nterpretando-se assim o art. 1I3) V26 da %;9) bemse $ue se cuida de regra inusta) pois permite $ue o empregado labore em

    situa+o de risco # sua integridade física sem $ue receba o adicionalcorrespondente) pois estaria recebendo adicional relatio a agente nocio #sua sa*de) ou ice-ersa.

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    Ao ersar sobre essa impossibilidade legal de acumula+o dos doisadicionais) >odrigues &into lembra $ue tal norma proibitia um legado da;ei 2.C3CC) $ue instituiu o adicional de periculosidade) mas enf'tico:Y(plica+o urídica n+o encontramos para isso) daí entendermos ter aidouma recaída do legislador em faor do poder econ\mico[. A orienta+o

     urisprudencial $ue tem prealecido ) entretanto) a de $ue os adicionais deinsalubridade e de periculosidade s+o inacumul'eis.

    %omo $uer $ue sea) ora de se $uestionar a alidade dessa normafrente ao $ue preceitua o artigo 6) ??555) da %onstitui+o) $ue diz ser direito do trabalador o Yadicional de remunera+o para as atiidades

     penosas) insalubres ou perigosas) na forma da lei[. Ante o postulado danorma mais faor'el) consagrado no caput   desse dispositioconstitucional) a norma legal est' autorizada a regular os casos em $ue s+odeidos os adicionais de penosidade) insalubridade ou periculosidade e afi(ar os respectios percentuais. A conun+o ou estaria presente) no te(todo inciso sob an'lise) pois o uso da conun+o aditia @eB faria concluir $ue

    toda atiidade penosa tambm seria insalubre e) por igual) necessariamente perigosa.A nosso entendimento) n+o estaria o legislador infraconstitucional

    autorizado a suprimir o direito ao adicional de periculosidade) em ip4tese$ue a lei enumera como de risco. como o suprime sem $ual$uer 

     ustificatia) o artigo 1I3) V26 da %;9 se apresenta) pura e simplesmente)como a nega+o de um direito fundado na %onstitui+o.

    Ademais) o art. ) item 3) da %onen+o 1/ da O59 preconiza: YOscritrios e limites de e(posi+o deer+o ser fi(ados) completados ereisados a interalos regulares) de conformidade com os noosconecimentos e dados nacionais e internacionais) e tendo em conta) na

    medida do possíel) $ual$uer aumento dos riscos profissionais resultante dae(posi+o simult,nea a 'rios fatores nocios no local de trabalo[. Ostado brasileiro noamente se comprometeu) ao ratificar a %onen+o 1CCda O59) a implementar o $ue recomenda o seu art. 11) b: Ydeer+o ser leados em considera+o os riscos para a sa*de decorrentes da e(posi+osimult,nea a diersas subst,ncias ou agentes[.

    &ortanto) a orienta+o urisprudencial $ue predomina) no sentido de$ue s+o inacumul'eis os adicionais de insalubridade e de periculosidade)frustra) a nosso er) o desígnio constitucional e tambm o compromissoassumido pelo =rasil $uando ratificou as conen!es 1/ e 1CC da O59^ emrigor) essa orienta+o relatiiza o direito fundamental # compensa+o

    monet'ria pela e(posi+o a agentes nocios # sa*de ou # integridade físicado trabalador."

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    Jiante dos argumentos expostos, percebe-se

    claramente que o artigo %0*, > 9$, da 2/T e o item %H.9.% da #R-%H

    da

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    nacional a partir de %5 de +aneiro de %06*, e %&&, promulgada pelo

    Jecreto n$ %.9&5 de 90:10:05, com vigLncia nacional a partir de %6

    de maio de %00*.

     A# 68rma# @6=

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    contratantes de um tratado) as disposi!es de uma lei interna n+o podem prealecer sobre as do tratado[.[

     o mesmo sentido) leciona Darotta >angel: YA superioridade dotratado em rela+o #s normas do 8ireito 5nterno consagrada pela

     urisprudncia internacional e tem por fundamento a no+o de unidade esolidariedade do gnero umano e deflui normalmente de princípios

     urídicos fundamentais) tal como o  pacta sunt servanda  e o voluntascivitatis maximae est servanda[.

    8estaca-se) ainda) a corrente doutrin'ria $ue defende a ierar$uiainfraconstitucional) mas supralegal) dos tratados de direitos umanos. Arespeito) merece men+o o entendimento do Dinistro 7ep*leda &ertence

     por ocasi+o do ulgamento do >_% n. I.C->J) no 7upremo 9ribunalEederal) em maio de 2000) $ue enolia o alcance interpretatio do

     princípio do duplo grau de urisdi+o) preisto pela %onen+o Americanade 8ireitos _umanos. >essaltou) em seu oto) o referido Dinistro: Y8esdelogo) participo do entendimento un,nime do 9ribunal $ue recusa a

     prealncia sobre a %onstitui+o de $ual$uer conen+o internacional @cf.decis+o preliminar sobre o cabimento da A85n 1./0) cit.) 5nf. 79E /B[.  prossegui: Ya ordem interna) direitos e garantias fundamentais o s+o) comgrande fre$ncia) precisamente por$ue alados ao te(to constitucional  se erigem em limita!es positias ou negatias ao conte*do das leis futuras)assim como # recep+o das anteriores # %onstitui+o @_ans Relsen) TeoriaGeral do Direito e do Estado) trad. D. Eontes)

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    dos tratados tradicionais. 8iorcia-se) dessa forma) da tese maorit'ria do79E a respeito da paridade entre tratados internacionais e leis federais.

    m síntese) ' $uatro correntes acerca da ierar$uia dos tratados de prote+o dos direitos umanos) $ue sustentam: aB a ierar$uiasupraconstitucional de tais tratados^ bB a ierar$uia constitucional^ cB aierar$uia infraconstitucional) mas supralegal e dB a paridade ier'r$uicaentre tratado e lei federal.

     o sentido de responder # polmica doutrin'ria e urisprudencialconcernente # ierar$uia dos tratados internacionais de prote+o dosdireitos umanos) a menda %onstitucional n. /C) de dezembro de 200/)introduziu um V 36 no art. C6) dispondo: YOs tratados e conen!esinternacionais sobre direitos umanos $ue forem aproados) em cada %asado %ongresso acional) em dois turnos) por trs $uintos dos otos dosrespectios membros) ser+o e$uialentes #s emendas # %onstitui+o[.

    m face de todos argumentos ' e(postos) sustenta-se $ue ierar$uiaconstitucional ' se e(trai de interpreta+o conferida ao pr4prio art. C6) V 26)

    da %onstitui+o de 1I. Kale dizer) seria mais ade$uado $ue a reda+o doaludido V 36 do art. C6 endossasse a ierar$uia formalmente constitucionalde todos os tratados internacionais de prote+o dos direitos umanosratificados) afirmando tal como o fez o te(to argentino $ue os tratadosinternacionais de prote+o de direitos umanos ratificados pelo stado

     brasileiro tm ierar$uia constitucional. o entanto) estabelece o V 36 do art. C6 $ue os tratados internacionais

    de direitos umanos aproados) em cada %asa do %ongresso acional) emdois turnos) por trs $uintos dos otos dos respectios membros) ser+oe$uialentes #s emendas # %onstitui+o.

    @...B

    >eitere-se $ue) por fora do art. C6) V 26) todos os tratados de direitosumanos) independentemente do u$rum  de sua aproa+o) s+omaterialmente constitucionais) compondo o bloco de constitucionalidade. Ou$rum $ualificado est' t+o-somente a reforar tal natureza) ao adicionar um lastro formalmente constitucional aos tratados ratificados) propiciando aYconstitucionaliza+o formal[ dos tratados de direitos umanos no ,mbito

     urídico interno. %omo ' defendido por este trabalo) na ermenuticaemancipat4ria dos direitos ' $ue imperar uma l4gica material e n+oformal) orientada por alores) a celebrar o alor fundante da prealncia dadignidade umana. ] ierar$uia de alores dee corresponder umaierar$uia de normas) e n+o o oposto. Kale dizer) a preponder,ncia material

    de um bem urídico) como o caso de um direito fundamental) deecondicionar a forma no plano urídico-normatio) e n+o ser condicionado

     por ela."

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    "inda que, a meu sentir, procedam de modo integral

    os argumentos sustentados pela doutrinadora, no que 7 seguida por

    outros autores como 2ançado Trindade e Cal7rio 'azzuoli, o

    posicionamento adotado no 4T8 7 no sentido de que os tratados econvenções internacionais que versem sobre direitos humanos e que

    tenham ingressado no ordenamento +urídico antes da (menda

    2onstitucional n$ 5&:9115 e, por essa razo, sem o quErum

    quali!icado exigido Gart. &$, > *$I,  "8##u

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    em rela+o aos demais atos normatios internacionais) tambm seriamdotados de um atributo de supralegalidade.

    m outros termos) os tratados sobre direitos umanos n+o poderiamafrontar a supremacia da %onstitui+o) mas teriam lugar especial reseradono ordenamento urídico. $uipar'-los # legisla+o ordin'ria seriasubestimar o seu alor especial no conte(to do sistema de prote+o dosdireitos da pessoa umana.

    W...X&ortanto) diante do ine$uíoco car'ter especial dos tratados

    internacionais $ue cuidam da prote+o dos direitos umanos) n+o difícilentender $ue a sua internaliza+o no ordenamento urídico) por meio do

     procedimento de ratifica+o preisto na %onstitui+o) tem o cond+o de paralisar a efic'cia urídica de toda e $ual$uer disciplina normatiainfraconstitucional com ela conflitante." @> n.6 /.3/3-17&. >elator:Dinistro %sar &elusoB.

    Jestaque-se, em virtude de sua importncia, aindanas palavras do 'inistro Qilmar 'endes, Bo

    posicionamento em 1*:%9:9116 Gdata da concluso do +ulgamento do

    precedente mencionadoI, a +urisprudLncia do 4T8 vinha se

    mani!estando sobre o tema desde 9111, inicialmente por meio do RP2

    n$ ?0.?6&:R;, da relatoria do 'inistro 4epúlveda

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    ainda mais abrangente, quando proclamou a índole e nível

    constitucional dessas normas, desta !eita em +ulgado da lavra do

    'inistro 2elso de 'ello GP2 6?.&6&:TOI.

    Observe-se, ento, que ?

     público. 5a ed. 4o

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    demais espcies normatias domsticas) cabendo ao uiz coordenar essasfontes @internacionais e internasB e escutar o $ue elas dizem. @9eoria geraldo controle de conencionalidade no direito brasileiro. 8isponíel em:ttp:2.senado.leg.brbdsfbitstreamandleid1I/I000130.pdfZse$uence3B.

    "rrematou Gobra mencionada, p. %96IM

    8o e(posto) -se $ue a produ+o normatia domstica depende) parasua alidade e conse$uente efic'cia) de estar de acordo tanto com a%onstitui+o como com os tratados internacionais @de direitos umanos oun+oB ratificados pelo goerno.

    W...XA contrario sensu) n+o basta a norma infraconstitucional ser 

    compatíel com a %onstitui+o e incompatíel com um tratado ratificado pelo =rasil @sea de direitos umanos) $ue tem a mesma ierar$uia do te(toconstitucional) sea um tratado comum) cuo status de norma supralegalB)

     pois) nesse caso) operar-se-' de imediato a termina+o da alidade danorma @$ue) no entanto) continuar' igente) por n+o ter sido e(pressamentereogada por outro diploma congnere de direito internoB.

    A compatibilidade do direito domstico com os tratadosinternacionais de direitos umanos em igor no país faz-se por meio docontrole de conencionalidade) $ue complementar e coaduante doconecido controle de constitucionalidade.

    (mbora a!irme ser, tal modalidade, nova no =rasil,

    aponta haver sido inaugurada no 2ontinente "mericano em 911H em

    +ulgamento da 2orte )nteramericana de Jireitos Pumanos do qual

    extraio expressiva transcriço que, embora se re!ira 3 2onvenço

    "mericana, se aplica a todo e qualquer tratado de direitos humanos,

    tamb7m como a!irmado pelo citado autorM

    Huando um stado ratifica um tratado internacional como a%onen+o Americana) seus uízes tambm est+o submetidos a ela) o $ue osobriga a elar para $ue o efeito *til da %onen+o n+o se ea diminuído ouanulado pela aplica+o de leis contr'rias #s suas disposi!es) obeto e fim.m outras palaras) os 4rg+os do &oder Judici'rio deem e(ercer n+osomente um controle de constitucionalidade) sen+o tambm Yde

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    conencionalidade[ ex o%%icio  entre as normas internas e a %onen+oAmericana) eidentemente no ,mbito de suas respectias competncias edos regulamentos processuais correspondentes. sta fun+o n+o se deelimitar e(clusiamente #s manifesta!es ou atos dos postulantes em cadacaso concreto ..." DALLeista dos 9ribunais) 200I. p.3I3B

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    "W...X &A>58A8 O>DA95KA 9> ;57 O>85T>5A7=>A75;5>A7 9>A9A8O7 59>A%5OA57 - 9ratados econen!es internacionais - tendo-se presente o sistema urídico e(istenteno =rasil @>9J 30IB - guardam estrita rela+o de paridade normatiacom as leis ordin'rias editadas pelo stado brasileiro. A normatiidadeemergente dos tratados internacionais) dentro do sistema urídico brasileiro)

     permite situar esses atos de direito internacional p*blico) no $ue concerne #ierar$uia das fontes) no mesmo plano e no mesmo grau de efic'cia em $uese posicionam as leis internas do =rasil. A eentual precedncia dos atosinternacionais sobre as normas infraconstitucionais de direito interno

     brasileiro somente ocorrer' - presente o conte(to de eentual situa+o deantinomia com o ordenamento domstico -) n+o em irtude de umaine(istente primazia ier'r$uica) mas) sempre) em face da aplica+o docritrio cronol4gico @lex posterior dero'at prioriB ou) $uando cabíel) docritrio da especialidade. &recedentes. ?9>A85MNO &>7%>5MNO&A; - +o se conceder' a e(tradi+o $uando estier e(tinta a

     punibilidade do e(traditando pela consuma+o da prescri+o penal) sea nostermos da lei brasileira) sea segundo o ordenamento positio do stadore$uerente. A satisfa+o da e(igncia concernente # dupla punibilidadeconstitui re$uisito essencial ao deferimento do pedido e(tradicional. %om aconsuma+o da prescri+o penal e(traordin'ria pertinente ao delito decorrup+o passia) reconecida nos termos da legisla+o criminal peruana)iniabilizou-se - no $ue concerne a essa específica modalidade de crimecontra a Administra+o &*blica - a possibilidade de deferimento da

     postula+o e(tradicional." @(t 2) >elator: Din. %;7O 8 D;;O)9ribunal &leno) ulgado em 2111II) 8J 30-0C-1II &&-231 D9KO;-011-01 &&-0001CB

    4endo, portanto, normas de hierarquia idLntica N

    se assim !osse possível se concluir, repito -, 8 a?H

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    fundamentais de segunda geração, desde a clssica liço de #orberto

    =obbio GA era dos direitos. Rio de ;aneiroM 2ampus, %009I, at7 a

    expressa re!erLncia no art. H$, caput, da 2onstituiço, no que se

    re!ere ao trabalho. Ressalta, mais uma vez, Cal7rio 'azzuoli, ainda

    que as eleve ao patamar de conteúdo constitucionalM

     +o se pode es$uecer $ue) sendo as conen!es internacionais dotrabalo tratados internacionais $ue ersam sobre direitos humanos@notadamente direitos sociaisB) sua integra+o ao direito brasileiro d'-secom o  status de norma materialmente constitucional ... @Obra citada) p.I23B.

    Júvidas no subsistem quanto ao !ato de as

    aludidas 2onvenções n$s %56 e %&& serem normas de direitos humanos,

    considerando a peculiar circunstncia de versarem, a primeira, sobre

    'eio "mbiente do Trabalho GRuído e CibraçõesI e 4egurança e 4aúde

    dos Trabalhadores, a segunda.

    4igni!ica a!irmar que, antes da mani!estaço da

    (xcelsa 2orte, poderia at7 ser sustentada a tese de ocorrLncia de

    con!litos de norma de hierarquia equivalente e, por isso mesmo, a

    prevalLncia do argumento da incompatibilidade entre ambas. 2ontudo,

    a partir de ento, #< a# C86H

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    %omo os diersos urídicos de prote+o deem interagir em benefíciodos indiíduos protegidos) e o $ue importa o grau de efic'cia dessa

     prote+o) dee-se aplicar) em cada caso concreto) "a norma $ue ofereamelor prote+o # ítima") adotando-se o alor umano) orientado pelo

     postulado da dignidade da pessoa umana) como referncia maior para ocoteo da norma. @8ireitos umanos dos trabaladores: perspectia dean'lise a partir dos princípios internacionais do direito do trabalo e dodireito preidenci'rio. (evista do T)T . Kol. ) n. 3) ulset-2011) p. CB.

    (xceço haveria se as convenções mencionadas

    consagrassem normas menos !avorveis ao trabalhador, o que

    autorizaria o seu a!astamento, diante da regra contida no > 6 o  do

    art. %0 da 2onstituiço da O)TM

    . m caso algum) a ado+o) pela %onferncia) de uma conen+o ourecomenda+o) ou a ratifica+o) por um stado-Dembro) de umaconen+o) deer+o ser consideradas como afetando $ual$uer lei) sentena)costumes ou acordos $ue assegurem aos trabaladores interessadoscondi!es mais faor'eis $ue as preistas pela conen+o ourecomenda+o.

    8inalmente, embora despiciendo, incumbe salientar

    a imposiço ao ;udicirio para, em sua atuaço, tornar e!etivas as

    aludidas normas, mais do que apenas reconhecer a sua existLncia ee!etividade, diante da obrigatoriedade tamb7m a ele imposta, em !ace

    da vinculaço de todo (stado brasileiro, e no apenas do

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    Judiciário, aplicando o tratado e as normas que o regulamentam,dando a um e outras eficácia, inclusive contra regra interna que lhesseja contrária. @E>AFA) Dirt\. " con%lito entre tratado internacional enorma de direito interno. >io de Janeiro: Eorense) 200. p. /B.

    (m idLntico sentido, "ntnio "ugusto 2ançadoTrindade, que destaca ob+etivos, alcance e destinatrios dessa

    obrigaçoM

     o presente conte(to de prote+o) ' n+o mais se ustifica $ue odireito internacional e o direito interno continuem sendo abordados deforma estan$ue ou compartimentalizada) como o foram no passado. Aocriarem obriga!es para os stados vis-à-vis os seres umanos sob sua

     urisdi+o) as normas dos tratados de direitos umanos aplicam-se n+o s4 naa+o conunta @e(ercício da garantia coletiaB dos stados &artes na

    realiza+o do prop4sito comum de prote+o) mas tambm e sobretudo no,mbito do ordenamento urídico interno de cada um deles. O cumprimentodas obrigações internacionais de proteção requer o concurso dos órgãosinternos dos Estados, e estes são chamados a aplicar as normasinternacionais ! este o traço distintivo e um dos mais marcantes dostratados de direitos humanos, dotados de especificidade própria "oma interação entre o direito internacional e o direito interno no presenteconte#to, os grandes beneficiários são as pessoas protegidas@9>58A8) Ant\nio Augusto %anado. Tratado de direito internacional dos direitos humanos. . 5. 2S ed. &orto Alegre: 7rgio Ant\nio Eabris) 2003.

     p. C/-C/B.

    2abe, portanto, a este Tribunal proclamar a

    superaço da norma interna em !ace de outra, de origem

    internacional, mais ben7!ica, papel, alis, prEprio do ;udicirio,

    como "lessandro 4antos de 'irandaM

    %oncluindo afirmatiamente o debate sobre a possibilidade de sere$uerer udicialmente a satisfa+o dos direitos sociais fundamentais) caberessaltar $ue n+o e(iste direito social fundamental $ue n+o apresente aomenos uma alguma característica ou faceta $ue permita sua udicialidade nocaso de iola+o @D5>A8A) Alessandro 7antos de.  Ativismo *udicial na

     promoção dos direitos sociais. 7+o &aulo: ;9r) 2013. p. IB.8irmado por assinatura digital em 9*:15:91%& pelo sistema "ssine;us da ;ustiça do Trabalho, con!orme'< 9.911-9:911%, que instituiu a )n!ra-(strutura de 2haves

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    (m síntese conclusiva, a!irmoM

    aI o direito aos adicionais de insalubridade e

    periculosidade 7 assegurado no artigo ?$, @@))), da 2onstituiço

    8ederal, de !orma plena, sem qualquer ressalva no que tange 3cumulaçoA

    bI a possibilidade de regulaço por lei ordinria,

    mencionada no citado dispositivo, no autoriza a reduço do alcance

    do preceito constitucional, em interpretaço restritiva, sob pena de

    atingir, !rontalmente, o princípio da mxima e!etividade da

    2onstituiçoA

    cI mesmo que no se reconheça a natureza de normas

    materialmente constitucionais dos tratados internacionais sobre

    direitos humanos, a Jur@#"ru?K6;@a ;86#8@?a?a ?8 ST' 9

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    Outra no 7 a concluso de 2arolina

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    O entendimento pela aplica+o das disposi!es contidas nas%onen!es 5nternacionais do 9rabalo n6 1/ e n6 1CC) portanto) celebratambm a aplica+o da norma mais faor'el ao trabalador e a afirma+oda dignidade da pessoa umana." @=A79O7) %arolina &l'cido %orra. Dacumulação de adicionais de risco à sa&de ocupacional+ uma análise %eita à

    lu, da Constituição ederal de /00 e das normas internacionais.Donografia @&4s-gradua+oB) Eunda+o Eaculdade de 8ireito da =aia)2013. p. 10I0B.

    )mpende, por !im, ressaltar que em recente decisoesta Turma reconheceu a possibilidade da cumulaço dos adicionais deinsalubridade e periculosidade, con!orme se veri!ica no precedenteabaixo colacionadoM

    ">%7O 8 >K579A. %DA7 %O7959 A %;9. J57&>DA759>A7 D 87%OD&A77O %OD O7 9>A9A8O759>A%5OA57 8 85>59O7 _5A;. %OKM7 O7 1/ 1CC8A O59. O>DA7 8 85>59O 7O%5A;. %O9>O; 8%OK%5OA;58A8. OKA EO>DA 8 K>5E5%AMNO 8%OD&A95=5;58A8 8A7 O>DA7 59F>A97 8OO>8AD9O JP85%O. A preis+o contida no artigo 1I3) V 26) da%;9 n+o foi recepcionada pela %onstitui+o Eederal de 1I) $ue) em seu

    artigo 6) ??555) garantiu de forma plena o direito ao recebimento dosadicionais de penosidade) insalubridade e periculosidade) sem $ual$uer ressala no $ue tange # cumula+o) ainda $ue tena remetido sua regula+o# lei ordin'ria. A possibilidade da aludida cumula+o se ustifica em irtudede os fatos geradores dos direitos serem diersos. +o se ' de falar em bisin idem. o caso da insalubridade) o bem tutelado a sa*de do obreiro)aa ista as condi!es nocias presentes no meio ambiente de trabalo^ 'a periculosidade traduz situa+o de perigo iminente $ue) uma ez ocorrida)

     pode ceifar a ida do trabalador) sendo este o bem a $ue se isa proteger.A regulamenta+o complementar preista no citado preceito da ;ei Daior dee se pautar pelos princípios e alores insculpidos no te(toconstitucional) como forma de alcanar) efetiamente) a finalidade danorma. Outro fator $ue sustenta a inaplicabilidade do preceito celetista aintrodu+o no sistema urídico interno das %onen!es 5nternacionais nos

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    primeiros tempos da ;ustiça do Trabalho em que os pedidos se

    limitavam 3s parcelas rescisErias e geralmente resultantes do

    exercício do jus postulandi.

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    carter !acultativo da contrataço de advogado, inaplicvel, repito,

    nesta instncia extraordinria.

    2ontudo, no obstante re!erido posicionamento,

    adoto a +urisprudLncia pací!ica desta 2orte e constato que, ao

    condenar o r7u ao pagamento de honorrios de advogado, apesar dereconhecer que a autora no est assistida pelo sindicato G!l. %9I,

    a 2orte Regional contrariou a 4úmula n$ 9%0 do T4T.

    Jestarte, conheço do recurso de revista.

     MR&TO

    2omo consequLncia lEgica do conhecimento do apelo,

    por contrariedade 3 4úmula n$ 9%0 do T4T, dou-lhe provimento para

    excluir da condenaço o pagamento dos honorrios de advogado.

    &STO POSTO

     ACORDAM  os 'inistros da 47tima Turma do Tribunal4uperior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso derevista, quanto ao tema Bcumulaço dos adicionais de insalubridade epericulosidade N possibilidade - prevalLncia das normasconstitucionais e supralegais sobre a 2/T - +urisprudLnciaconsolidada do 4T8 quanto ao e!eito paralisante das normas internasem descompasso com os tratados internacionais de direitos humanos -incompatibilidade material - convenções nos %56 e %&& da O)T -normas de direito social - controle de convencionalidade - nova!orma de veri!icaço de compatibilidade das normas integrantes doordenamento +urídicoB, por divergLncia +urisprudencial, e, nom7rito, negar-lhe provimento. "inda, 3 unanimidade, conhecer dorecurso de revista quanto ao tema Bhonorrios advocatíciosB, porcontrariedade 3 4úmula n$ 9%0 desta 2orte, e, no m7rito, dar-lheprovimento para excluir da condenaço o pagamento dos honorrios deadvogado. 8ica mantido o valor da condenaço, para !ins processuais.

    =rasília, 99 de "bril de 91%&.

    8irmado por assinatura digital G'< 9.911-9:911%I

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    PROCESSO Nº TST-RR-773-47.2012.5.04.0015

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