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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE TURISMO CURSO DE TURISMO ALLANA GABRYELA DA COSTA INÁCIO TURISMO PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE DO PAPEL DAS AGÊNCIAS E DO GUIA DE TURISMO(NATAL/RN) NATAL/RN 2014

TURISMO PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE DO PAPEL DAS … · Figura 3 Passeio pedagógicos com a Odisseia Turismo .....42 Figura 4 Passeio pedagógicos com a Odisseia Turismo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE TURISMO CURSO DE TURISMO

ALLANA GABRYELA DA COSTA INÁCIO

TURISMO PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE DO PAPEL DAS AGÊNCIAS E DO GUIA DE TURISMO(NATAL/RN)

NATAL/RN 2014

ALLANA GABRYELA DA COSTA INÁCIO

TURISMO PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE DO PAPEL DAS AGÊNCIAS E DO GUIA DE TURISMO(NATAL/RN)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo. Orientador: Michel Jairo Vieira da Silva, Msc.

NATAL/RN 2014

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

ALLANA GABRYELA DA COSTA INÁCI

O

Inácio, Allana Gabryela da Costa.

Turismo pedagógico: uma análise do papel das agências e do guia de turismo

(Natal/RN)/ Allana Gabryela da Costa Inácio. - Natal, RN, 2014.

60f.

Orientador: Prof. M. Sc. Michel Jairo Vieira da Silva.

Monografia (Graduação em Turismo) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Turismo.

1. Turismo pedagógico - Monografia. 2. Agências de turismo - Monografia. 3. Guia de turismo -

Monografia. I. Silva, Michel Jairo Vieira da. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

TURISMO PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE DO PAPEL DAS AGÊNCIAS E DO GUIA DE TURISMO(NATAL/RN).Monografia apresentada à Coordenação de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para a obtenção do título de Bacharel em Turismo.

Natal, 24 de Dezembro de 2014.

Banca examinadora:

__________________________________________________

Prof.º Michel Jairo Vieira da Silva, Msc.

Orientador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________

Prof.º Andrea Cacho,Msc.

Examinador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________

Prof.º Linaldo Silva, Esp.

Examinador

UNIFACEX

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, o criador de todas as coisas, pois tudo o que tenho e sou,

foi Ele que me deu. Sendo durante todo o tempo o meu refúgio, fortaleza, e

socorro bem presente na angústia, o meu Pastor e que nada me deixou faltar.

A Ele toda honra, glória, e louvor para sempre.

Agradecimento especial a minha família, que é base e exemplo na

minha caminhada, aos que me ajudaram diretamente e indiretamente, o meu

sincero agradecimento e que Deus vos abençoe. A minha amada mãe

Lucineide Felix, vó Carminha e tia Sidneide Felix, as quais me deram total

apoio. Ao meu tio e segundo pai, José Avelino, a qual dedico também esta

minha vitória, pelo apoio e orientação na correção deste trabalho

Aos amigos que acompanharam de perto e longe a jornada de estudos

para o vestibular, em especial Jéssica Rayane e Gislayne Nascimento, que

foram as pessoas que despertaram sorriso nos momentos finais de estudo,

nunca me esquecerei do momento ímpar em minha vida. Aos amigos da Igreja

Evangélica Assembleia de Deus Parque das Dunas, as quais compartilham

vários momentos especiais, em especial ao DEJAD (Departamento de jovens e

adolescentes). E aos amigos mais chegados que um irmão, confidentes,

Jéssica Rayane e Jonatha Kadosh.

Ao meu querido e paciente orientador Michel Vieira, ao qual não tenho

palavras para agradecer o apoio e presteza em aceitar ao convite, e disposição

em sempre ajudar, na paciência e correção de todo dia. És um excelente

profissional e que muitos tenham a sorte e privilégio que tive de te encontrar.

A banca examinadora que prontamente aceitou o convite: Andrea Cacho

e Linaldo Silva.

Aos gestores e guias de turismo que se propôs de forma disponível a

contribuir com a pesquisa.

A todos que forma a família Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), aos que junto entraram na universidade juntamente comigo

(Turma 2011.1), em especial a Gisele Grigorio, Fiama Oliveira e Ricelle Kariny

na qual fizemos vários trabalhos juntos, que a força para ir em busca do

sucesso esteja sempre em nossas vidas. Boa sorte e foco na caminhada,

afinal, “turismo é O melhor”.

Jamais esquecerei a Liga dos Excluídos, a família IFRN, em especial, a

turma de guia de turismo 2011.1, a qual foi o curso que me identifiquei como

profissional, e será a carreira que irei seguir com muito amor. Aos amigos de

turma, que tantos momentos especiais vivemos, durante o dia perturbado, a

alegria vinha durante á noite ao nos encontrar. Muito obrigada a todos, e aos

professores, no qual muito aprendi e contribuirão de forma inexplicável, para

que hoje eu pudesse dizer: Sou guia de turismo com muito orgulho e com muito

amor. Dedico este trabalho á vocês meus queridos.

A todos que colaboraram diretamente ou indiretamente para que este

trabalho fosse realizado. Muito obrigada e que a paz de Deus reine em nossas

vidas, hoje e sempre, amém.

INÁCIO, Allana Gabryela da costa. TURISMO PEDAGÓGICO: uma análise do

papel das agências e do guia de turismo em Natal/RN. 2014. P. 69. Monografia

(Graduação em turismo) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Natal/RN.

RESUMO

Reconhecendo o crescimento do mercado de turismo pedagógico em Natal-RN, o presente trabalho tem como objetivo analisar o papel das agências e do guia de turismo pedagógico na cidade, se desdobrando no mapeamento das agências que desenvolvem esse trabalho e os roteiros normalmente realizados.Para este estudo foi realizado uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratória descritiva, utilizando em metodologia a ferramenta do questionário com perguntas semi-estruturadas com guias e agentes de viagem. Com isso, a análise dos resultados revelou o mapeamento das empresas que trabalham com este segmento (apenas 5 especificamente nessa área, que são de pequeno porte, mas que parecem estar em ascensão em sua maioria), bem como o perfil do Guia de Turismo deste segmento (legalizado, qualificado, ético, e lúdico), e identificação dos principais roteiros comercializados por essas agências de turismo pedagógico (eminentemente de alcance regional, com alguns roteiros nacionais e pontuais internacionais, sendo o foco a geografia, história e cultura).

PALAVRAS-CHAVE: Turismo Pedagógico. Guia de Turismo. Natal-RN.

INÁCIO, AllanaGabryela da Costa. EDUCATIONAL TOURISM: the role of tour guide.2014. P. 67. Monograph (Graduation in tourism) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN.

ABSTRACT

Recognizing the growth of educational tourism market in Natal - RN , this

studyanalyze the profile of the teaching guide tourism in the city, unfolding in

mapping agencies that develop this work and the scripts usually performed . For

this study was a qualitative research, descriptive exploratory character, using

the tool on the questionnaire methodology with semi-structured questions with

guides and travel agents. With this, the analysis showed the mapping of the

companies that work with this segment (only 5 specifically in this area, which

are small , but they seem to be growing) as well as the profile of this Tour Guide

segment (legalized , qualified , ethical , and playful) , and identification of the

main itineraries marketed by these agencies for educational tourism

(predominantly regional in scope , with some domestic and international routes

punctual, being the focus of the geography, history and culture).

KEY-WORDS: Educational tourism. Tour Guide. Natal- RN

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Passeio pelo centro da cidade ............................................................42

Figura 2 Passeio pelo centro da cidade ............................................................42

Figura 3 Passeio pedagógicos com a Odisseia Turismo ..................................42

Figura 4 Passeio pedagógicos com a Odisseia Turismo ..................................42

Figura 5 Passeio com crianças e jovens pelo interior do RN ...........................43

Figura 6 Passeio com crianças e jovens pelo interior do RN............................43

Figura 7 Passeios pedagógicos da empresa Joaquim Tur ...............................43

Figura 8 Passeios pedagógicos da empresa Joaquim Tur................................43

Figura 9 Alunos em viagem com a Mandacaru Turismo e Viagens .................44

Figura 10 Alunos em viagem com a Mandacaru Turismo e Viagens ...............44

Figura 11 Diferença entre o city tour da Território Potiguar e Odisseia ............52

Figura 12 Diferença entre o city tour da Território Potiguar e Odisseia ............52

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 agências do turismo pedagógico em Natal/RN .................................31

Quadro 2 Semelhança e diferença nas agências de turismo pedagógico ........37

Quadro 3 Agências de turismo conforme abrangência .....................................44

Quadro 4 Papel do guia de turismo na própria perspectiva ..............................49

LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 Faixa etária dos gestor das agências de turismo pedagógico ..........38

Gráfico 2 Formação acadêmica dos gerentes das agências ............................39

Gráfico 3 Principais obstáculos enfrentados na empresa .................................45

Gráfico 4 Identificação da faixa etária do grupo ...............................................47

Gráfico 5 Formação acadêmica dos guias de turismo ......................................47

Gráfico 6 Salário do guia de turismo .................................................................48

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................12

1.1 Problematica................................................................................................13

1.2 Justificativa..................................................................................................14

1.3 Objetivos......................................................................................................15

1.3.1 Objetivo geral............................................................................................15

1.3.2 Objetivo específicos..................................................................................15

2 PRESSUPOSTO TEÓRICO ..........................................................................16

2.1 Turismo: da origem à segmentação............................................................16

2.2 Turismo pedagógico: um segmento em expansão......................................19

2.3 Guia de turismo: um profissional essencial.................................................23

3 PROCESSOS METODOLÓGICOS ...............................................................28

3.1 Caracterização do estudo............................................................................28

3.2 Universo da pesquisa..................................................................................28

3.3 Instrumento de pesquisa..............................................................................29

3.4 Análise de dados.........................................................................................30

4 RESULTADOS ..............................................................................................31

4.1 Mapeamentos das agências de turismo pedagógico...................................31

4.2 Identificação dos principais roteiros comercializados..................................41

4.3 Identificação do Perfil dos Guias de Turismo...............................................46

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................54

REFERÊNCIAS.................................................................................................55

APÊNDICE A.....................................................................................................57

APÊNDICE B.....................................................................................................59

12

1 INTRODUÇÃO

1.1 Problematização

Segundo o portal Exame, o setor turístico teve uma parcela equivalente a 7

trilhões de dólares no PIB mundial no ano de 2013, que foi superior aos 6,6 trilhões de

dólares no ano anterior e, ainda conforme o portal, uma em cada 11 pessoas são

empregadas no mundo, na área do turismo. Por esta realidade da relevância

econômica e social crescente da atividade turística, muitos empreendedores têm

investido no setor, pois reconhecem a tendência do mercado turístico que estar em

plena expansão.

Um dos fatores que contribui para o crescimento do turismo é o aumento do

poder aquisitivo das pessoas, principalmente nos países emergentes, como é o caso

do Brasil, onde as pessoas estão investindo mais livremente em suas viagens de

lazer. Com esse poder aquisitivo em aparente alta o Portal do Brasil (2012), mostra

que 27 milhões de brasileiros passaram das classes D e E para compor a classe C,

que passou a ser maioria no país, como também maior geradora de consumo em

diversos campos da economia.

Dentre eles, para além do lazer e viagens, destaca-se a busca pela educação

privada para os filhos, gerando a inserção de alunos em escolas pagas, quando antes

pertenciam a escolas públicas, reconhecidas muitas vezes por um sistema

educacional aquém do ofertado na perspectiva privada.

Conforme o Resumo Técnico do Censo da Educação Básica 2013 (2014), o

número total de matrículas em instituições privadas vem crescendo nos últimos anos,

chegando, atualmente, a corresponder a 17% das matrículas em todo o Brasil. Com

maior incidência de pessoas propensas a pagar por um ensino, percebe-se uma maior

competitividade entre as escolas particulares na busca por captar alunos, sendo um

dos diferenciais elaborar uma estrutura pedagógica para satisfazer a clientela que está

mais exigente. Aderir à prática do turismo pedagógico pode ser uma delas, tornando-

se uma tendência no mercado educacional à adesão desta ferramenta pedagógica de

ensino.

Quando se traz a realidade comparativa entre o ensino privado e público em

Natal, o fator GREVE (frequente no ensino público), acelera ainda mais a tentativa de

migração para o ensino privado. Segundo o portal Uol (2014), os professores da rede

municipal de ensino em Natal/RN, organizados pelo Sinte/RN (Sindicato dos

Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte), entram em greve

frequentemente, com o objetivo de implantar terço de hora-atividade, pagamento de

13

horas excedentes aos supervisores, melhores estruturas, mais segurança, e outros

fatores para o benefício para a categoria. Mediante esta realidade das greves, o

número de adeptos de escola privada aumenta, pois não ocorre tal situação no setor

privado.

Garcia (2005), ao pensar na prática do turismo pedagógico, afirma que o

professor encontra grande facilidade no que se refere aos objetivos pedagógicos para

atingir por meio de uma viagem ou passeio, e o aluno dificilmente recusa participar de

determinada atividade. O turismo como uma atividade interdisciplinar atrai alunos, pela

contribuição de diversos conteúdos disciplinares para elementos lúdicos, assim, a

atividade pode ser desenvolvida em conjunto com alguns professores (de forma

multidisciplinar) como também do apoio de equipe especializada (agência de viagem e

seu guia de turismo – foco dessa pesquisa).

No mercado do turismo pedagógico, diversos são os profissionais envolvidos,

porém, aqui se destaca o profissional guia de turismo, que é reconhecido desde 1986,

e regulamentado desde 1993 e que para Braz (2007, p. 21) “é um dos principais

agentes da atividade turística. Sua atuação é essencial na formação da imagem que o

turista terá do lugar visitado”. Este profissional deve ter habilidades específicas na

atuação do turismo pedagógico, perpassando por competências, às vezes, de instrutor

para que o conteúdo seja (re)passado de forma mais adequada possível.

Assim, o guia de turismo se torna essencial na prática do turismo pedagógico,

sendo de certa forma um “cartão de visita” da agência de turismo que representa.

Conforme Chimenti e Tavares (2007, p. 17), “a profissão de guia, é sim, uma das mais

importantes da atividade turística, devido ao alto grau de contato existente entre o guia

e o turista”.

Por reconhecer o guia como um personagem importante no mercado de

turismo pedagógico, por entendê-lo como fator de competitividade para as empresas

através de sua habilidade na prestação do serviço, sequer neste trabalho se debruçar

sobre sua ação neste mercado, onde o mesmo é obrigado a apresentar o local ao

grupo de turistas, evidenciando qualidades como: conhecimentos específicos sobre

destinos e sua interface muitas vezes com as disciplinas, educação, cortesia e outros,

para melhor atender aos clientes (alunos e professores).

Mediante a realidade do crescimento e relevância do segmento de turismo

pedagógico também em Natal-RN, e da importância do guia de turismo para este

setor, tem-se como problemática: De que forma se apresenta o guia de turismo no

mercado de turismo pedagógico de Natal/RN?

14

1.2 Justificativa

Tem-se com justificativa deste trabalho a consideração de três dimensões − a

relevância acadêmica, mercadológica e o desejo particular. Assim, o ponto de

relevância para o olhar acadêmico, está na constatação de que existe pouco material

de estudo a respeito do assunto turismo pedagógico, sendo os que existem em sua

maioria artigos acadêmicos acrescidos de pouquíssimos livros e desdobramentos em

mestrado e doutorado, apesar de arbitrariamente o mercado de turismo pedagógico se

expandir claramente.

A importância dessa pesquisa para o mercado do Turismo Pedagógico está em

reconhecê-lo como uma tendência no mercado, isto porque é entendido como

segmentação turística que cresce visto que é compreendida como uma ferramenta de

grande utilidade para os docentes, que têm buscado cada vez mais associar a teoria

com a prática, buscando o lúdico para sair dos muros da escola em aulas dinâmicas e

interativas. Além disso, destaca-se que os empresários têm um olhar atual sensível à

segmentação no setor pedagógico, pela instabilidade de foco turístico tradicional

(sazonalidade), sendo o setor uma forma de se manter no mercado, já que suas

viagens ocorrem durante quase o ano todo, devido ao período letivo escolar.

Essa questão em Natal/RN se eleva ainda mais, devido a capital potiguar ter

como foco o turismo de massa, turismo de sol e mar no período de alta estação, o que

gera uma grande dificuldade para os gestores de empreendimentos turísticos para

atrair turistas no período de baixa estação, sendo o turismo pedagógico uma

oportunidade de trabalho para guia e agências de turismo receptivo e emissivo.

E por fim, enquanto desejo particular da autora que apresenta a sua formação

na área de Guia de Turismo Regional pela instituição IFRN, bem como o início de

carreira focado no setor de turismo pedagógico, o que gera um grande estímulo para a

pesquisa, por compreender que o profissional guia de turismo é essencial na

elaboração e execução de viagens desse tipo.

15

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar o papel das agências de turismo pedagógico e o perfil profissional do guia

de turismo neste segmento em Natal-RN.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Mapear as empresas do setor de agências de viagens que trabalham com o

segmento do turismo pedagógico;

b) Identificar os roteiros/atrativos que são comercializados pelos guias ao segmento

do turismo pedagógico de Natal/RN;

c) Interpretar o olhar do profissional de guia de turismo sobre o mercado de turismo

pedagógico.

16

2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

2.1 Turismo: da origem à segmentação

Conforme Nascimento (2013), “o turismo é uma atividade que não se sabe ao

certo as suas origens”, devido ocorrerem viagens com propósitos semelhantes aos

atuais, mas, logicamente, sem a terminologia de turismo, e por não ofertar a estrutura

típica da atividade turística que se mostra apenas a partir do séc. XIX. Apesar de os

primeiros registros de viagem turística organizada ocorrer em meados do século

marcado pela tecnologia dos transportes e revolução industrial, segundo Rigatto

(2007) “a intensificação das viagens turísticas ocorreu logo após o término da

Segunda Guerra Mundial (1939-1945)”, com a ascensão das férias e com mais tempo

livre (consolidação dos direitos trabalhistas) dado às pessoas, que passaram a usufruir

da atividade turística, bem como pelo fator da valorização do lazer, uma das palavras-

chaves do turismo.

Retomando a pré-história e primeiros anos do Turismo, poderia se dizer que o

mesmo teve em suas primeiras motivações elementos que remontam os interesses do

que se conhece, atualmente, por turismo educativo, que tem o fim estudos,

intercâmbio, aprendizado de idioma e outras finalidades semelhantes, contribuindo,

assim, para a discussão do segmento desta pesquisa, que é o turismo pedagógico.

Segundo Dias (2008):

Com as grandes navegações, que descobriram – para o Ocidente –

novas terras, novos povos, novos negócios, houve um crescente

aumento do interesse pela viagem como forma complementar na

educação das elites. Assim, por volta dos séculos XVI e XVII, a

nobreza europeia enviava seus filhos para realizarem tours,

inicialmente por cidades europeias que detinham grande patrimônio

histórico-cultural, como Roma. Posteriormente, essas viagens

estenderam-se para terras mais distantes, em destinos como o Egito,

que se tornaram atrações que atraíam milhares de viajantes. [...] Como

tinha um objetivo educativo, os jovens eram acompanhados dos

instrutores, em geral sábios que detinham algum conhecimento dos

locais a serem visitados. (Dias, 2008, p. 12).

Nesse cenário dos grand tours, surgem também o primeiro registro de uma

agência de turismo (“cereja do bolo” dessa atividade que se apresentava com os

17

primeiros hotéis, restaurantes, e grandes eventos). Com o inglês Thomas Cook, em

1841 – possivelmente o primeiro agente de viagem que se tem notícia, se montou um

roteiro ferroviário com destino a um congresso antialcoólico para 500 pessoas, nas

cidades de Longordough e Leicester. Logo nas décadas seguintes se observa o

surgimento de diversas agências com serviços de roteirização, venda de passagem,

reserva de hospedagem, na Inglaterra, em outros países europeus, e inclusive no

Brasil no final do século XIX.

Ao ser reconhecido como o equipamento turístico que integra os demais e

sendo o intermediador entre os fornecedores e consumidores, a definição das

agências de viagem é a de que:

São organizações que têm a finalidade de comercializar produtos

turísticos. Elas orientam as pessoas que desejam viajar, estudam as

melhores condições tanto em nível operacional quanto financeiro, e

assessoram os clientes acerca da definição dos itinerários. (Petrocchi e

Bona, 2003, p. 11).

Nesse início de criação e surgimento das agências de viagem é marcado pela

INTERMEDIAÇÃO, para uma pessoa ou grupo realizar uma viagem. Assim, a agência

se torna um modelo clássico e quase exclusivo de acesso a bens e serviços de

viagens. E essa intermediação ocorria pela falta de tecnologia que existe hoje, pois

para obter as devidas informações a respeito de um destino, realizar a compra de uma

passagem ou fazer uma reserva do hotel, por exemplo, ocorria uma total dependência

do empreendimento turístico com a agência, que fazia a ligação entre o produto e/ou

serviço com o cliente.

Esse cenário seguiu até as últimas décadas do século XX. Visto que segundo

Cooper et al. (2001, p. 16) com o avanço da tecnologia que permite uma “melhoria nas

comunicações e na tecnologia de informação terem permitido às pessoas um maior e

inédito acesso a destinos reais ou potenciais, como nunca tiveram antes”. Ou seja, o

e-commerce (venda pela Internet) que provocou e continua a provocar uma

DESINTERMEDIAÇÃO na virada do século XX e XXI. A pessoa do turista já não

precisa necessariamente e, consequentemente, não se desloca para uma agência de

viagem para realizar a compra de uma passagem, uma reserva de um passeio, uma

reserva em um evento e outros serviços, podendo fazê-lo de forma autônoma através

do sistema web.

18

A adesão à tecnologia e além da globalização, com os acessos muito fáceis da

grande maioria da população a informação, tem provocado uma barreira e dificuldade

muito grande nas agências de turismo no sentido de se manter no mercado, visto que

o turista a fim de realizar uma viagem, hoje, já não precisa de uma agência de viagem,

pois qualquer pessoa tem a possibilidade de fazer as devidas compras em sua própria

moradia, com o simples acesso e clique em um link.

Assim, muitos empreendimentos têm entrado em declínio e fechado as portas,

segundo Candioto (2012). Com isso, as pessoas que querem sobreviver a esta

dificuldade vêm buscando diferencial no mercado turístico para atrair e conquistar

clientes, em período de baixa e de alta estação. Para este fenômeno de reconquistar

clientes é dado o nome de REINTERMEDIAÇÃO, que é justamente o processo de

trazer de volta clientes à tradição de ir procurar uma agência e agente de viagem

(agora consultor de viagem), para um melhor planejamento de seus dias de férias.

O turismo por se tratar de uma atividade econômica que comercializa serviços,

caracterizado por ser intangível. As agências, ao venderem um pacote turístico,

vendem viagens, pacotes, serviços para clientes, que planejam e a viagem se torna

um sonho, sonho este não palpáveis, ou seja, o cliente passa a ter uma confiança

integral na agência para concretizar a sua expectativa de viagem. Essa confiança

passa pela transformação do papel de agente de viagem (muitas vezes, apenas

emissor de passagem) para o de CONSULTOR de viagem (voltado para um

atendimento personalizado, envolvido num trabalho de interação com os desejos de

seu cliente). Dessa forma, as agências que buscam manter-se no mercado com a

reintermediação, buscam um maior e melhor comprometimento de responsabilidade

por lidar com sonhos.

Outra forma de reintermediar que as agências têm buscado é a questão da

segmentação, que é entendida por Cooper et al. (2001) como uma estratégia do

marketing, e buscam conhecer o potencial turista, ou seja, o possível turista, e

oferecer a este produtos e serviços adequados ao mesmo com seus respectivos

sonhos e expectativas, levando em consideração por exemplo, que um turista na

terceira idade não terá a mesma programação em sua viagem de um turista

pedagógico, e que o turista pedagógico não terá em sua rotina o mesmo roteiro que

um turista de sol e mar, então pelas características específicas de cada grupo, as

agências se aperfeiçoam de acordo com seu público-alvo.

19

De acordo com Dias (2008):

A segmentação de mercado consiste na sua divisão em grupos de

consumidores relativamente homogêneos em relação a um critério

adotado (idade, interesses específicos etc.) com o objetivo de

desenvolver, para cada um desses grupos, estratégias de marketing

diferenciadas que ajudem a satisfazer as suas necessidades e

conseguir os objetivos de atração da demanda para determinado

núcleo receptor. (Dias, 2008, p. 67).

Rabahy (2005) acrescenta que a segmentação turística entende:

A segmentação de mercado, de modo geral, visa identificar: os motivos

da viagem; a composição do grupo de viagem; o âmbito geográfico da

viagem; o local da prática do turismo; o tipo de transporte e alojamento

utilizado; a época e a duração da viagem; o grau de fidelidade do

consumidor; os gastos, além das características do comprador como:

nível de renda; características demográficas; econômicas; geográficas;

e psicográficas entre outras. (Rabahy, 2005, p. 03).

E são diversos os segmentos que as agências de viagem podem se

especializar, dentre as principais, destacam-se: de aventura, de natureza, ecoturismo,

rural, de negócios e eventos, de compras, terceira idade, LGBTT, de esporte, de

experiência, de saúde, de sol e mar, histórico e cultural, náutico e turismo pedagógico,

sendo este último, o foco do presente trabalho.

2.2 Turismo pedagógico: um segmento em expansão

Para Gonçalves (2005) o turismo pedagógico tem como característica “uma

prática centrada no ser, na experiência pessoal do aluno, em suas sensações e

emoções, promovendo uma mudança de olhar que reflita em sua realidade”. Segundo

ainda a autora, o profissional que trabalha com este segmento enfrenta um desafio,

que é de provocar uma experiência que altere o olhar do aluno, e o seu

comportamento. A ação da agência e seus funcionários atuam como um agente no

processo de metamorfose que a lagarta sofre para se tornar borboleta, passando para

o discente conhecimento.

20

Segundo Salman Khan, americano criador da Khan Academy, site com cerca

de 3.800 aulas em vídeo, diz em entrevista à Revista Época, “se estamos numa

situação em que apenas eu falo e você apenas escuta, não acho que ela seja uma

forma de interação física válida” (p. 60). Ou seja, é importante existir uma interação,

dinâmica entre o aluno e o conteúdo, para que ocorra um melhor aprendizado. Assim,

o turismo pedagógico se encontra em ascensão nas escolas privadas e faculdades,

como uma ferramenta para melhor absorção de conhecimento e discussão da aula.

Acrescenta, ainda, Campos e Serpa (2010) a respeito da inserção do turismo

pedagógico como uma atividade essencial numa escola:

Aproveitando as oportunidades de circular o conhecimento em outros

componentes, interagindo com algo real, o aluno consegue enxergar

com mais facilidade o objetivo dos conceitos apresentados, por mais

abstratos que possam parecer, estimulando a melhor assimilação do

seu estudo. (Campos e Serpa, 2010, p. 41).

Alguns autores consideram turismo pedagógico com o turismo

educativo/escolar. Porém, conforme Cunha et al. (2002 apud Gonçalves 2005), são

considerados segmentos distintos. Turismo educacional é onde se realizam atividades

de intercâmbio ou cursos de idiomas no exterior. Enquanto o Turismo Pedagógico é

para Andriolo e Faustino (2000 apud Gonçalves 2005, p. 165) “o que serve às escolas

em suas atividades educativas que envolvem viagens. Não obstante possuir

momentos de lazer, não é realizado com este fim”.

Para Gonçalves (2005, p. 05), o segmento do turismo pedagógico “caracteriza-

se primordialmente como uma prática centrada no ser, na experiência pessoal do

aluno, em suas sensações e emoções, promovendo uma mudança do olhar que reflita

em uma realidade” de aprendizagem. Onde a ponte entre a teoria de sala de aula e o

grande laboratório que é a viagem turística (destino) o encontro com o elemento

prático.

Perinotto (2008) acrescenta que:

O turismo pedagógico é uma ferramenta de educação ambiental que,

na prática, demonstra a teoria das salas de aula. Pode ser vivenciado

junto à natureza e ao campo, onde os alunos entram em contato com a

comunidade local, sentem as dificuldades do cotidiano da localidade e

adquirem novos conhecimentos e informações sobre o espaço rural,

interagindo com os atrativos/recursos turísticos visitados. (Perinotto,

2008, p. 101).

21

A partir do reconhecimento dessa segmentação para a formação desses

alunos e da responsabilidade que envolve os desdobramentos da prática do turismo

pedagógico, Gonçalves (2005) elenca algumas contribuições que o turismo

pedagógico pode proporcionar ao seu público-alvo:

Acesso aos bens culturais; o contato com o patrimônio tanto natural

quanto cultural; a sociabilização; a autonomia entre os alunos;

descobertas, capazes de estimular questionamentos entre os

envolvidos; a transformação do olhar “ingênuo” em um olhar crítico; a

transversalidade dos conhecimentos, as disciplinas se inter-relacionam

e vão além das disciplinas comuns, abordando outros valores, como

ética e meio ambiente; o estímulo à curiosidade e ao imaginário; entre

outros. (Gonçalves, 2005, p. 46).

Dessa forma, a partir da interface turismo e educação, e sendo esta prática um

elemento gerador de desenvolvimento humano, percebe-se como resultado o molde

de um aluno em um cidadão mais consciente, crítico, preocupado com a

sustentabilidade das localidades, e valorizador do meio ambiente. Barbalho (2010,

apud Pontes, 2012) acrescenta que a educação no turismo tem a intenção de

contribuir para formar cidadãos atuantes, com uma alta crítica a respeito de todas as

problemáticas com uma grande participação nas tomadas de decisões que diz respeito

à sociedade e sua localidade, conhecendo e valorizando o seu território.

Por este e outros motivos, muitas escolas buscam uma melhor metodologia e

forma de (re)passar conteúdos de forma dinâmica e fácil, e para isto, usam a

ferramenta do turismo pedagógico, isto por reconhecerem, conforme Gomes .et al

(2012, p. 2) que é um “tipo de turismo complementar e fundamental na formação

educacional de crianças e adolescentes”.

No mercado do turismo pedagógico, diversos são os profissionais envolvidos,

dentre os quais se destaca o profissional guia de turismo, que para Braz (2007, p. 21)

“é um dos principais agentes da atividade turística. Sua atuação é essencial na

formação da imagem que o turista terá do lugar visitado”. Este profissional deve ter

habilidades específicas na atuação do turismo pedagógico, perpassando por

competências às vezes de instrutor para que o conteúdo seja (re)passado de forma

mais adequada possível. Assim, o guia de turismo se torna essencial na prática do

turismo pedagógico, sendo de certa forma um “cartão de visita” da agência de turismo

que representa. Conforme Chimenti e Tavares (2007, p. 17), “a profissão de guia, é

22

sim, uma das mais importantes da atividade turística, devido ao alto grau de contato

existente entre o guia e o turista”.

O guia (tradicional ou de turismo pedagógico) é um profissional que faz: o

contato com o turista no translado para o meio de hospedagem; leva-o para um

passeio de city tour; muitas vezes permanece o dia com o turista (em grupo ou não)

em um roteiro, este já elaborado pela agência; apresenta os principais pontos

turísticos; conduz a estabelecimento de A&B (Alimentos e Bebidas); dentre outras

ocorrências, nas quais este profissional deve cumprir. Em alguns casos os roteiros são

dias seguidos, assim segue um contato maior entre o responsável pelo grupo e o

turista.

Chimenti e Tavares (2007) complementam a função do guia de turismo,

reconhecendo-o como elo entre o turista e os estabelecimentos. Aliás, o guia de

turismo tem o conhecimento e contato com os empreendimentos, conduz e indica o

grupo de turista para o melhor lugar.

Devido ao descontentamento com o ensino público no Brasil, acrescido da

melhora do poder aquisitivo do brasileiro na última década, vem crescendo

consideravelmente o número de alunos que migram do ensino público para o privado,

o que concerne também o aumento do número de instituições e maior exigência em

qualidade do ensino advindo dos pais dos alunos. Os gestores das escolas têm

reconhecido que é necessário haver uma mudança de melhoria no ensino escolar.

Demo (1999 apud Machado 2011) afirma que:

A habilidade didática e pedagógica que se espera do professor já não

se resume ao formato expositivo das aulas, à fluência vernácula, à

aparência externa. Precisa centrar-se na competência estimuladora da

pesquisa, incentivando com engenho e arte a gestão de sujeitos

críticos e autocríticos, participantes e construtivos. (Demo, 1999 apud

Machado 2011, p. 103).

Exige-se do professor que ele deve ter outras atividades pedagógicas para

incentivar e estimular aos alunos durante o período letivo. E Gonçalves (2005) alerta

para o seguinte detalhe acerca do professor/educador:

O educador que propor tal atividade deve inicialmente, estar ciente que

seus saberes vão além dos conhecimentos disciplinares, curriculares

23

ou até mesmo dos apreendidos em seu cotidiano profissional, mas

também de suas experiências culturais. Pois o turismo pedagógico é

uma prática intimidade ligada à cultura, aos interesses do lazer, ao

desenvolvimento pleno dos envolvidos, onde a teoria apreendida na

escola pode ser observada in loco, é uma atividade onde saberes, que

jamais poderiam ser experiência dos alunos em uma sala de aula, são

aflorados; e o educador deve estar preparado para essa realidade.

(Gonçalves, 2005, p. 48).

Ou seja, o professore/educador ao sair da sala de aula para uma viagem

pedagógica, deve alterar o método de contato com os alunos, pois uma viagem

provoca no aluno/turista uma experiência fascinante e diferente da sua realidade de

uma sala de aula, este encontro da teoria com prática gera um entusiasmo, pois o

educando deixar o espaço escolar tradicional.

Por este motivo, como já mencionado – tem se colocado em prática o turismo

pedagógico. Atividade que possui como profissional essencial o guia de turismo, que

tem as seguintes características, conforme Chimenti e Tavares, (2007) que é:

Um agente multiplicador do turismo que, além de orientar o turista,

zelar por sua segurança e enriquecer sua cultura, também ajuda a

cuidar do patrimônio natural e cultural do país, por meio de princípios

de sustentabilidade assimilados durante seu aprendizado e ao longo de

sua profissão. (Chimenti e Tavares, 2007, p. 14).

Com esse entendimento de Chimenti e Tavares é possível relacionar o guia de

turismo com o segmento do turismo pedagógico claramente, pois o guia de turismo

associado a este segmento é o profissional que vai auxiliar ao professor numa viagem

escolar e terá grande contribuição para dar ao aluno informações e difundir princípios

de preservação e sustentabilidade do patrimônio natural e cultural da localidade

visitada.

2.3 Guia de turismo: um profissional essencial

O profissional guia de turismo é aquele que, em diversas vezes, é confundido

com o guia turístico, que chega a sofrer com alguns preconceitos pela imagem de ser

24

uma pessoa que vive viajando e ser denominado com turista. Mas, Souza (2000, p.

75) o define como “profissional apto a prestar informações sobre o local visitado e

assessorar o turista quando necessário”. Ou seja, profissional que muito trabalha e

essencial para o bom desenvolvimento de viagens, principalmente em grupos.

Guia de turismo é o profissional que deve ter várias habilidades, é aquele que

dentre tantos profissionais do turismo, estabelece mais contato com o visitante.

Espera-se dele características como: dinamismo, sociabilidade, conhecimento,

ludicidade, etc., além de honestidade, senso de justiça, pontualidade, ética,

obedecendo ao programa do roteiro, atuando com liderança, sabendo trabalhar em

equipe de maneira ágil e sem discriminação de qualquer ordem.

Para Campos e Serpa (2010), o guia de turismo tem no seu perfil uma

formação sólida para se encontrar sempre convicto das informações que passará para

o turista e preparado para os questionamentos, e nessa passagem de informação

deve ser claro e consequentemente objetivo, com jogo de cintura para solucionar os

problemas que surgem diariamente e normalmente no trabalho do guia de turismo, e

estes problemas devem ser solucionados de forma natural e que tem quatro

características principais: liderança, habilidade técnica, relacionamento interpessoal e

comunicação eficiente.

Na profissão de guia de turismo existem ainda várias especificações para um

melhor atendimento ao público – o que permite a existência de uma diversidade de

profissionais subdivididos em vários tipos de guias de turismo, conforme o Decreto n.º

946/93 determinados pela Embratur:

Guia de turismo especializado em atrativos naturais ou culturais − que tem uma

habilidade maior em determinadas temáticas;

Guia de turismo regional − tem permissão apenas para conduzir o turista no seu

próprio estado de formação, e que pode se classificar em guia de excursão, que

trabalha durante todo o percurso com o turista para a ida ao destino, como para a

volta ao local de origem. Este guia ao chegar em um outro estado, deve entrar em

contato com um guia do destino;

Guia de turismo local/receptivo − que tem a responsabilidade no receptivo do

grupo, que trabalha com o grupo por um determinado período, e que cabe ao guia

de turismo regional/internacional que está com o grupo contactar o guia local, com

detalhe para este que mora no local.

25

Guia de excursão nacional − onde o de excursão nacional acompanha o grupo

para o destino fora do seu estado de formação e tem autorização para levá-lo a

todo o território nacional e América do Sul, mas que é o aconselhável e, na maioria

dos casos, ocorre deste aderir ao serviço de guia local ou guia de turismo regional,

pois é fato que o guia regional ou local, tem um maior conhecimento a respeito do

atrativo da localidade por conviver no determinado ambiente;

Guia de excursão internacional – este tem a permissão para conduzir turista aos

cinco continentes, independente do seu local de origem de formação, e da mesma

forma do guia de turismo nacional, a este, também é aconselhável aderir ao

serviço de guia local ou guia de turismo regional. E segundo Campos e Serpa

(2010), uma das funções deste guia é colaborar nos procedimentos que facilitem o

trânsito do turista em terminais de passageiros e auxiliem nas dificuldades com a

língua própria do país, suas sinalizações e documentação.

De modo geral, Chimenti e Tavares (2007) afirmam que, o guia de turismo tem

grandes responsabilidades. Estes que podem ter no final do trabalho um saldo

positivo, como: o reconhecimento por parte do empreendimento, o reconhecimento por

parte do turista, a execução do trajeto turístico com sucesso e organizado, passar as

devidas informações com clareza dos locais, buscar desenvolver o turismo

sustentável, mas que também pode ocorrer um saldo negativo, como transtorno no dia

com o turista, a desorganização do planejamento da tarefa, antipatia com o turista,

provocar a desordem com o patrimônio público e ambiental, e dentre outros, que cabe

aos profissionais as habilidades diversas para ter o maior controle possível do roteiro

turístico e do turista, buscando ter princípios para desenvolver um turismo de forma

para promover impactos positivos, como um agente multiplicador, que tem consciência

da importância da preservação do patrimônio ambiental e histórico e passa o seu

conhecimento adquirido para o turista, pois através de orientações básicas passadas

no início do roteiro pode minimizar os impactos negativos.

Quanto à sua atuação no turismo pedagógico, este profissional deve ter

habilidades específicas, isto porque de certa maneira o guia exerce o papel do

professor, mas não o substituindo de forma alguma, pois o turismo pedagógico

conforme Cavalcanti (2003 apud Gonçalves 2005, p. 40) “é planejado pela escola,

apenas o professor e a coordenação pedagógica têm o domínio da finalidade do

estudo e dos objetivos a serem alcançados”. Assim, o guia de turismo é um

profissional complementar instrutor de conteúdos, e não o professor em si, e trabalha

26

para que o conteúdo seja (re)passado de forma mais adequada possível e, com isso, é

preciso maior qualificação por parte do mesmo, buscando conhecimento.

Assim, o guia de turismo é essencial no turismo pedagógico, pois ele provocará

toda a experiência turística associada ao aprendizado que começa ainda em sala de

aula. Ao concordar que “a profissão de guia, é sim, uma das mais importantes da

atividade turística, devido ao alto grau de contato existente entre o guia e o turista”

Chimenti e Tavares (2007, p. 17), percebe-se que o guia de turismo pedagógico tem

contato com o turista-aluno no momento de translado para o meio de hospedagem, o

leva para um passeio de city tour, que permanece o dia com o grupo em um roteiro,

este já elaborado pela agência/operadora, o conduz ao estabelecimento de A&B

(Alimentos e Bebidas), apresenta lojas de sourvenir, mas que principalmente se

comporta como elo entre o aluno e o objeto de estudo, atua como um facilitador de

acesso a conteúdos diversos de estudos sobre história, geografia, meio ambiente,

biologia, entre outros saberes.

Bridi (2012) acrescenta que um profissional guia de turismo pedagógico

competente tem pelo menos duas habilidades, competência didática e pedagógica. E

o guia de turismo não foge desta exceção de profissional competente, pois o mesmo

requer tais habilidades.

Segundo Chimenti e Tavares (2007) o dia a dia do guia de turismo de uma

forma bem abrangente é esta, e que pode ser, também, funções do guia no turismo

pedagógico:

Ver a configuração do veículo, realizar um check-list de como se encontra o estado

real do veículo;

Verificar documento do transporte;

Realizar um speech inicial;

Realizar serviço de bordo e atividades de entretenimento com dinâmicas já

idealizadas;

Fazer check-in do passageiro e orienta a respeito de algumas informações do meio

de hospedagem;

Etiquetar bagagens;

Divulgar passeios não inclusos no pacote;

Indicar locais de refeições;

Acompanhar check-out no meio de hospedagem;

Aplicar e recolher questionários de avaliação a respeito do serviço prestado;

27

Entregar relatório final ao responsável pelo agência/operadora.

O guia de turismo usa ainda algumas ferramentas simples, mas, bastantes

importantes para um sucesso de trabalho, como: calculadora, microfone para melhor

se pronunciar nas informações em ônibus, câmera fotográfica, folha para anotações,

telefone celular, dentre outros.

As dificuldades que são enfrentadas na vida cotidiana de um guia de turismo

são várias, por exemplo:

Dificuldades naturais − que inclui o tempo, clima e que não permite algumas vezes,

a prática de um passeio, roteiro turístico;

Dificuldades urbanas − compreende o trajeto para chegar ao local do atrativo

turístico, um engarrafamento que atrasa o grupo;

Dificuldades trabalhistas − onde as empresas não valorizam o profissional e,

consequentemente, não remunera de fato o valor merecido;

Dificuldades profissionais − é relacionado às pessoas que trabalham na área,

como profissional de guia de turismo de forma ilegal, sem a credencial emitida pelo

Ministério do Turismo.

Enquanto o guia de turismo pedagógico enfrenta estas mesmas dificuldades

citadas acima, como qualquer outro guia de turismo, porém, se diferencia nas

dificuldades, tais como:

Globalização − que requer uma atualização constante para estar por dentro das

informações;

Concentração − em dois aspectos pelo menos, se concentrar em explicar de forma

coerente mesmo com a falta de atenção e de interesse de alunos e de adquirir

disciplina por parte dos mesmos;

Rotinas do dia − o adolescente e jovem fica disperso facilmente, o controle de

horário e manter o grupo unido;

Relacionamento interpessoal − gerando simpatia e empatia, mantendo o equilíbrio

do grupo e união. Bem como, o relacionamento com o professor/coordenador da

viagem, que algumas vezes não permite espaço para o guia de turismo fazer as

devidas explicações.

28

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Caracterização do estudo

Conforme Severino (2007, p. 102), a metodologia é um elemento fundamental

para um trabalho de cunho científico, ele é caracterizado “pelo conjunto de técnicas e

procedimentos lógicos e de técnicas operacionais que permitem o acesso às relações

causais constantes entre os fenômenos”. Ou seja, a metodologia é essencial em um

trabalho e tem suas regras. Mas, Dencker (1998) ainda acrescenta que a metodologia

deve estar em total relação com o objetivo proposto, ou seja, por meio da técnica

utilizada no trabalho é que se alcançará o objetivo final.

O princípio da pesquisa se desenvolve baseada em fundamentos teóricos

primários, que Marconis e Lakato (2010) determinam como um apanhado geral sobre

tema fixado, esses dados são constituídos por dados históricos, bibliográficos,

informações, pesquisas e registros em geral. E Gil (2002) acrescenta ainda como

sendo um estudo baseado em material já elaborado e constituído, exemplificando

como livros e artigos.

Para o progresso da pesquisa baseada em Turismo Pedagógico e o Guia de

Turismo, é caracterizado como uma pesquisa exploratória descritiva, que é afirmado

por Dencker (1998) é caracterizado por duas etapas, uma sendo por entrevista, por

exemplo, enquanto que a outra sendo por levantamento de dados, de toda forma, é

tratada pela observação e análise, onde Selltiz et al. (1967 apud Gil 2010) diz que as

pessoas entrevistadas são aquelas que têm experiência prática na área, tendo a

contribuição de Gil (2002) acrescentando a característica de ser uma pesquisa que

trabalha com descrição em características de determinada amostra, que no caso os

entrevistados são os gestores e guias de turismo.

A abordagem é do tipo qualitativo, que segundo Silva (2013) se detém a um

trabalho que não é mensurável, ou seja, não se terá dados estatísticos.

3.2 Universo da pesquisa

A pesquisa ocorreu com ênfase na área de estudo, no caso, turismo

pedagógico e se detendo às agências que trabalham com este tipo de público−escola

e professores, incentivando o turismo e educação.

Identificou-se que em Natal/RN se tem 5 (cinco) agências de turismo que são

especializadas com este tipo de público, e das quais, toda se dispuseram a responder

ao questionário, assim dividiu-se da seguinte forma: em cada agência de turismo 1

29

(um) gestor por agência do turismo pedagógico respondeu, enquanto que os guias de

turismo foram 17, dos quais, 4 (quatro) são atuantes das agências pesquisadas,

enquanto que os demais são guias autônomos no turismo pedagógico, ou seja, sem

vínculo empregatício com a empresa do segmento, assim a pesquisa foi realizada com

perguntas abertas e fechadas.

Os gestores que foram entrevistados são caracterizados como:

empreendedores do empreendimento, mas que dos 5 (cinco) entrevistados, 4 (quatro)

executa também, a profissão de guias de turismo na própria agência.

3.3 Instrumento de pesquisa

Para os objetivos serem alcançados, foi utilizado o método da entrevista

semiestruturada por meio de questionário (Apêndice 1) em que algumas foram de

forma in loco no empreendimento, enquanto que outras devido melhor acomodação

para o entrevistado foi enviado o questionário via e-mail.

Dencker (1998) define esta técnica como sendo:

A entrevista é uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas,

com grau de estruturação previamente definido, cuja finalidade é a

obtenção de informações de pesquisa (receber informações

relacionadas à atividade turística, por exemplo). (Dencker, 1998, p.

167).

E Gil (2002) colabora com a seguinte afirmativa:

Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se

apresenta frente ao investigado e lhe formulam perguntas, com o

objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A

entrevista é, portando, uma forma de interação social. Mais

especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das

partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de

informação. (Gil, 2002, p. 109).

O uso desta técnica permite algumas vantagens, por exemplo: contribui para

um contato e aproximação por parte do entrevistado e do entrevistador, é possível,

ainda, perceber e identificar a reação em cada pergunta, e se tem a permissão de uma

flexibilidade em cada uma delas.

30

3.4 Análise dos dados

Análise dos dados se dedica a uma etapa que vai muito mais além do que uma

simples observação e análise. É o momento de identificar segundo Minayo (2001, p.

74) como a “análise de conteúdo visa verificar hipótese e/ou descobrir o que está por

trás de cada conteúdo manifesto”, ou seja, é o complemento do estudo bibliográfico

feito no início do trabalho. É a fase de perceber a relação teoria e prática do turismo

pedagógico e o guia de turismo.

A técnica de tabulação será por meio de gráficos, porém, o questionário foi

estruturado para não se deter a um número grande de dados estatísticos, e sim, detido

com maior ênfase a parte de interpretação e observação, que são informações obtidas

pela comunicação pessoal, ou pela visita in loco, de toda forma, é uma pesquisa em

número pequeno com informações de ordem qualitativa.

A aplicação do questionário teve início no dia 30 de outubro de 2014 e foi até

19 de novembro de 2014. Cerca de 21 dias para se obter todos os resultados

necessários, para que os objetivos assim fossem alcançados. Em que os principais

obstáculos para a obtenção do mesmo, se deu pelo compromisso que cada

profissional tinha em seus afazeres, o que impedia o contato do entrevistador com o

entrevistado, por exemplo, os gestores se encontravam em reuniões e os guias de

turismo atuando, entretanto, mesmo com a dificuldade, foi possível o contato pessoal,

ou por meio da tecnologia de informação se obter os rendimentos necessários.

31

4 RESULTADOS

No presente capítulo são apresentados as informações coletadas por meio da

pesquisa aplicada, nas quais se permite alcançar os objetivos especificados no

trabalho.

Para enriquecer, a análise deste trabalho se deu por meio de três fases:

Observação durante visitas às agências de turismo;

Coleta de dados e análise de acordo com a percepção do gestor do

empreendimento turístico;

Coleta de dados e análise de acordo com a percepção do guia de turismo de cada

agência de turismo que participou da pesquisa.

4.1 Conhecendo as agências de turismo pedagógico

O Quadro 1 a seguir mostra as agências que contribuíram com o trabalho, que

se dispuseram a participar da entrevista e colaborar, para assim contribuir a mais com

os resultados da pesquisa. As quais representam as empresas de Natal/RN que

trabalham com este público em específico e, consequentemente, é um mapeamento

geral dos empreendimentos, atendendo desde já um dos objetivos propostos, sendo

esta identificação de quantas e quais seriam as empresas.

Quadro 1 – Agências do Turismo Pedagógico em Natal/RN

AGÊNCIA DE TURISMO PEDAGÓGICO EM NATAL

ENDEREÇO

Território Potiguar Av. Rio Branco, 743, Incubadora, Cidade Alta.

Mix Turismo Av. Prudente de Morais, 3857, Candelária.

Odisseia Turismo Pedagógico Av. Rio Branco, 743, Incubadora, Cidade Alta.

Joaquim Tur Av. Deodoro da Fonseca, 671, Cidade Alta

Mandacaru Av. Ayrton Senna, 357, Loja 24, Capim Macio.

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

32

A primeira empresa pesquisada foi a Território Potiguar, que surgiu em

meados de 2013, fruto da ideia de cinco alunos do curso de Guia de Turismo, do

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio grande do Norte (IFRN),

campus Natal – Cidade Alta. Em período ainda de formação no curso técnico, os

mesmos obtiveram a oportunidade de participar de um curso de extensão

proporcionado também pela instituição IFRN. Curso este denominado de Educando

para o Patrimônio Cultural. O projeto de extensão tinha e tem como proposta capacitar

tutores para o trabalho de divulgação e, consequentemente, a valorização do

patrimônio histórico e cultural de Natal-RN, tendo como foco dois bairros históricos,

que são eles: Cidade Alta e Ribeira.

Assim, a primeira experiência dos alunos em guiamento foi por meio do projeto

de extensão, onde o roteiro histórico e cultural do projeto acontecia a pé. Em outra

oportunidade, o mesmo evento aconteceu contando com o apoio do Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e com a participação de moradores

da cidade.

A partir da identificação com a valorização dos roteiros e com a experiência

adquirida no decorrer do projeto em educação patrimonial, o grupo de cinco alunos

decidiu, logo após a conclusão do curso técnico, fundar uma agência de turismo que

possui como foco principal o centro histórico de Natal, a fim de estabelecer a

continuidade do trabalho de divulgação e de incentivo à valorização dos atrativos

culturais e históricos da cidade.

A proposta do grupo surgiu após uma análise feita ainda no período de ensino

técnico, que foi por meio da observação, no qual identificou que as agências de

turismo da cidade de Natal/RN têm como proposta de turismo para a capital voltado

para o turismo de sol e mar, e ao realizar um roteiro histórico e cultural, o mesmo se

detém de forma reducionista ao city tour panorâmico e que abrange outros pontos

turísticos fora do centro histórico. E, ao analisar o público e determiná-lo, os

integrantes perceberam que Natal tem esse déficit em oferta turística, bem como a

desvalorização do Centro Histórico por parte dos próprios natalenses, que

desconhecem sua história e pontos turísticos com esse foco.

Tendo em vista esta demanda e a falta de serviço específico no Centro

Histórico de Natal, surge a agência, que visa proporcionar aos clientes (residentes de

Natal ou não), o contato com o patrimônio artístico e histórico da cidade, por meio de

visitações guiadas por profissionais capacitados e especializados nesses atrativos. Os

roteiros são realizados a pé, possibilitando maior interação dos participantes com os

33

monumentos, propiciando maior contato e despertando o sentimento de pertencimento

e favorecendo a valorização da riqueza histórico/cultural da cidade.

A empresa ganhou apoio do IFRN, ao participar do processo seletivo ITCART

(Incubadora Tecnológica de Cultura e Arte), que é uma forma do IFRN apoiar as

microempresas por meio da incubadora. Com a adesão, a Território Potiguar recebeu

aprovação do ITCART, assim ganhando um espaço para trabalho na própria

instituição. Hoje, a empresa conta com a participação de apenas quatro integrantes, e

o objetivo sendo o mesmo, o turismo pedagógico focado na história de Natal e

valorização do patrimônio. A empresa não possui veículo próprio e também não

necessita ainda de terceirizar, assim, os clientes que solicitam o serviço já têm veículo

próprio, como ônibus, micro-ônibus, ou o professor utiliza ônibus coletivo e vai para o

local de encontro com a equipe colaboradora da Território Potiguar.

Quanto à organização da empresa, se percebe ainda uma fraqueza em

planejamento e gestão. Este déficit é reconhecido pelo próprio diretor, por ter

experiência em guiamentos, mas não em gestão do empreendimento. A instituição é

nova, mas já teve algumas experiências com o turismo pedagógico que, segundo o

diretor, o contato para fechar os passeios/pacotes, se deu e se dá por intermédio do

network, ou seja, indicação de alguém que já conhecia e conhece o trabalho da

equipe. Por este motivo, a empresa ainda não tem uma grande demanda de passeios

realizados, sendo a média ainda muito baixa, a qual o diretor não quis revelar. O

marketing da empresa também está em déficit, pois usa apenas a ferramenta de redes

sociais para divulgar e entrar em contato com os clientes. Porém, tem a possibilidade

de participar de eventos educacionais, e consequentemente formar parcerias com

professores e diretores de escolas.

Conforme visita in loco percebeu-se a hospitalidade no empreendimento, onde

o gestor em primeira visita já recebeu o entrevistador e prestou as devidas

informações para colaborar com a devida pesquisa.

De acordo com o seu gestor, o motivo que levou a empresa Território Potiguar

a surgir no mercado de trabalho foram os seguintes:

Falta de agências no segmento pedagógico;

Excesso de agências tradicionais;

Interesse particular do grupo pela temática pedagógica.

34

Segundo Gonçalves (2005) o turismo pedagógico é uma atividade recente, por

isso, existe ainda poucas agências focadas neste segmento, mas, por reconhecer

essa falta de agência e o excesso de outras, é um segmento que vem crescendo por

iniciativa de gestores, como o da Território Potiguar.

Além do conhecimento teórico e prático da realidade do turismo em não

valorizar aspectos históricos culturais, e sentir a dificuldade dos alunos em relacionar

teoria e prática, assim, o motivo da segmentação ocorreu pela percepção de que os

serviços e roteiros prestados pelas empresas tradicionais encontram-se saturados,

não permitindo ao turista o poder de escolher roteiros alternativos, além do número

crescente de empresas atuantes que persistem em roteiros saturados. Assim, além

dos integrantes do grupo idealizador da empresa ter o interesse particular pelo

segmento, têm também o desejo de ser uma empresa referência no turismo

pedagógico.

Ainda a colaborar com a pesquisa foi à empresa Mix Turismo, que desde o

primeiro contato colaborou com a participação, atendendo ao entrevistador com

hospitalidade.

A Mix Turismo é uma empresa consolidada já no turismo de Natal, é uma

empresa com sede própria localizada em uma das avenidas principais de Natal, que

trabalha em parceria com a Forma Turismo, uma agência de viagem com foco também

em alunos, porém, com uma prática de turismo diferente, pois, enquanto a Mix

Turismo realiza turismo pedagógico, a Forma Turismo trabalha com viagens de

formatura, ou seja, a comemoração do final do período letivo do ensino fundamental,

médio ou graduação.

O que gerou a parceria entre as duas empresas, foi pela questão do público ser

o mesmo, alunos de escola privada, cujas escolas têm interesse nas duas práticas: o

turismo pedagógico, e o de formatura.

A Mix Turismo teve início pela ideia da atual diretora e, que até o presente ano,

não trabalha em sociedade. É uma empresa que conta com alguns colaboradores no

atendimento ao público, com monitores e animadores dentro do ônibus e guias de

turismo qualificado com registro no Ministério do Turismo.

A aludida empresa usa como ferramenta de contato com o cliente a parceria

com escolas particulares de Natal e estado, e para divulgação da empresa, também

utiliza redes sociais, onde divulga passeios/pacotes turísticos e sempre atualiza fotos.

35

Mix turismo é um empreendimento que valoriza a qualificação nos serviços

prestados para os seus clientes. Trata-se de uma empresa séria, e que para trabalhar

nesta agência é necessário qualificação, e não apenas básico, percebe-se claramente

esta exigência da empresa, onde o animador dentro do ônibus não realizou apenas

um minicurso de animação, mas, tem formação acadêmica em gestão desportiva e do

lazer.

Já é uma empresa consolidada no Turismo Pedagógico de Natal/RN, e na

realização dos seus passeios também faz uso da terceirização de veículos. Não sendo

revelada a quantidade média de passeios que realiza por período, mas a diretora

garantiu ser um número bom, e que, mesmo com o período da copa do mundo, nada

se alterou no mercado pedagógico para a empresa.

A terceira empresa a se dispor para contribuir para a realização deste trabalho

foi a Odisseia Turismo Pedagógico. É uma empresa recente, que ainda está se

consolidando no mercado, sendo seu surgimento dado de forma bem semelhante à

Território Potiguar. Isto porque é uma empresa que surgiu em meados dos anos de

2012 com a ideia de duas pessoas e sócias até o presente estudo, e que assim como

a Território Potiguar, é fruto de uma aprovação em processo seletivo pelo IFRN, por

meio do ITCART, a incubadora da instituição IFRN.

Porém, diferente da empresa Território Potiguar, a Odisseia Turismo continua

com a parceria da instituição e tem sede no próprio local, pois ao ganhar no processo

seletivo, ganhou como espaço presencial um escritório nas dependências da

instituição. Dessa forma, para entrar em contato com a empresa Odisseia Turismo

Pedagógico dá-se indo diretamente até o IFRN Campus Natal – Cidade Alta,

localizado na Av. Rio Branco, onde a empresa tem um escritório no prédio, porém,

com horário incerto ainda, então é necessário um contato antes por meio de telefone

ou redes sociais.

Como identificado no referencial teórico, o segmento do turismo pedagógico se

encontra em expansão, e foi exatamente por identificar este fator, que a empresa

Odisseia Turismo Pedagógico surgiu, pois a gestora, também pedagoga e historiadora

identificou esta tendência no mercado e, por isso, teve um maior incentivo para

enfrentar o desafio através do empreendedorismo.

Hoje, as ferramentas que utiliza no setor de marketing é apenas redes sociais,

onde divulga os roteiros/pacotes turísticos, e publica fatos e acontecimentos da

empresa, bem como dos roteiros realizados.

36

E a quarta e última empresa a contribuir com o trabalho em pesquisa, foi a

Joaquim Tur, a qual é a primeira empresa no segmento do turismo pedagógico na

cidade de Natal/RN, tendo sido criada no ano de 1999 com dois sócios, os quais

permanecem juntos até os dias atuais, inclusive são os mesmos casados, formando

uma dupla sociedade.

O motivo que foi levado para a criação da empresa Joaquim Tur foi devido três

fatores:

Identificação da falta de agência neste segmento turístico;

Interesse particular dos dois sócios na temática voltada para o segmento

pedagógico;

A formação acadêmica de ambos os sócios foi um fator que em muito contribuiu

para a decisão da criação da empresa. História e Psicopedagogia.

A empresa Joaquim Tur, que tem cerca de 15 anos de mercado, tem sede

própria em Natal/RN e já está abrindo uma filial no interior, na qual a empresa tem

uma demanda maior em prestação de serviço. A empresa ainda não tem veículo

próprio, com isso, para realizar suas atividades é necessário terceirizar.

As ferramentas que a empresa utiliza para se destacar no mercado e vender os

passeios/pacotes são as tradicionais visitas pessoais, e a internet, onde tem uma

página no facebook, bem como um blog, onde se é publicada notícias da área do

turismo, execução das atividades da empresa, passeios turísticos em tempo real,

dentre outras divulgações.

Em relação à média de passeios que a empresa realiza, é um número bem

relativo, no qual o entrevistado relatou que devido o ano de 2014 ter sido o período da

copa do mundo, a empresa teve uma queda muito grande dos passeios pedagógicos,

mas com exceção deste ano tem uma boa demanda, prova disto é a expansão da

empresa para uma filial em breve.

A última empresa entrevistada foi a Mandacaru Turismo e Viagens, a qual foi

a que mais obteve dificuldade para ser realizada a pesquisa, mas, que com

persistência por levar em consideração ser uma empresa referência no turismo

pedagógico do estado, e possivelmente ser a empresa mais conhecida no segmento.

É uma empresa com mais de 9 (nove) anos de mercado, trabalhando com o

público específico de turismo pedagógico, porém abrangendo para os demais público

37

como − terceira idade, grupos de congresso, maçonaria, grupos religiosos e outros

grupos.

A empresa utiliza as ferramentas das redes sociais para o contato com cliente

e como meio de divulgação. Ainda não possui os seus próprios veículos, com isso,

para realizar as viagens é necessário terceirizar, realizando em média de 30 passeios

com foco no turismo pedagógico, e esse número é fruto da parceria que tem com as

escolas particulares referências em Natal/RN.

A Mandacaru Turismo e Viagens, tem sede própria localizada em Natal/RN, no

shopping Mandacaru Mall, é uma empresa que conta com 4 (quatro) guias de turismo,

demais agentes de viagens e as diretoras/proprietárias do empreendimento. Em

relação aos profissionais guias de turismo, a maior cobrança que se tem a respeito

dos mesmos é a desenvoltura em falar em público, tendo um relacionamento e

cuidado diferente para os jovens. O cuidado e relacionamento com os jovens é a maior

cobrança que a empresa realiza pelos seguintes fatores:

O público requer uma linguagem fácil, e no mesmo estilo;

O segmento exige um aprendizado, com isso não pode perder o foco de forma

alguma;

A idade do público que planeja fatos para marcar a viagem, a qual pode não ser

benéfica para o grupo;

Deste modo, se identifica algumas semelhanças e diferenças entre as

empresas participantes do trabalho, na qual de forma resumida se encontra no Quadro

2 a seguir.

Quadro 2 – Semelhança e Diferença nas agências de Turismo Pedagógico

Semelhança Diferença

Utilizam como ferramenta redes sociais Conhecimento e Aplicação de gestão de

negócio

Veículos terceirizados A quantidade de colaboradores

Trabalham com outros segmentos Segmentos diferentes

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

38

A pesquisa se deu, por duas etapas, sendo a primeira o questionário aplicado

com os gestores, conforme questionário (Apêndice A), se obteve os seguintes

resultados a respeito do perfil dos gestores dos empreendimentos turísticos

pedagógicos destacando-se que dos 5 (cinco) entrevistados, apenas 2 (dois) são do

sexo masculino e 3 (três) do sexo feminino. Identifica-se que a faixa etária das

pessoas que são gestoras do empreendimento em relação à idade é entre dois

aspectos, jovens inexperientes, começando a carreira profissional, e adultos

experientes no mercado de trabalho, como mostra o Gráfico 1 a seguir. Um fato

interessante identificado na pesquisa foi que com os próprios idealizados do

empreendimento, ou seja, os empreendedores, que dos 5 (cinco) entrevistados, 4

(quatro) são também guias de turismo e prestam serviço na própria empresa, assim,

não requer contração de outro profissionais, a não ser em caso de necessidade, assim

tem múltipla função.

Gráfico 1 – Faixa etária dos gerentes de Agências de turismo pedagógico

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Entende-se conforme o Gráfico 2 á seguir, que os gestores têm formação

instrucional para o mercado de trabalho e, principalmente, com foco no turismo, pois

tanto a graduação, como o curso técnico assinalado pelos entrevistados está

relacionada com a formação em turismo, porém, agregando saberes de outros cursos,

como: Pedagogia, História e Psicologia.

Até 20 anos

De 21 a 30 anos

2

De 31 a 45 anos

3

Mais de 45 anos

Faixa Etária

39

Gráfico 2 - Formação acadêmica dos gerentes das agências

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Na empresa Território Potiguar, as principais competências exigidas para um

guia de turismo, segundo o gestor, que possui quatro guias de turismo dentro da

empresa, é o fato de possuírem habilidades com idiomas, espírito de líder e instrutor

de conteúdos, bem como curso de primeiros socorros. Observa-se, porém, que não

tem preparação para receber um público de portador de necessidade especial para

que seja requisitado um guia de turismo com formação em libras, por exemplo, nem o

espírito lúdico, que conforme Franchi e Gimenez (2007), o lúdico envolve jogos e

brincadeiras e, segundo o diretor do empreendimento, o roteiro que a empresa realiza

ainda não permite esse tipo de preparação.

Já a empresa Mix Turismo, as principais competências do guia de turismo na

empresa são: curso de primeiros socorros, espírito de liderança e instrutor de

conteúdos. Ou seja, os guias de turismo não têm formação em outro idioma, que

segundo a gestora isto se justifica devido não ser pré-requisito para atender o público,

que são alunos de escolas de Natal e que logicamente falam o português. Além do

mais, não é uma empresa preparada para atender ao público portador de necessidade

especial, por não ter profissional habilitado com o curso de libras.

Enquanto isso, a empresa Odisseia Turismo Pedagógico, diz que as principais

competências dos guias de turismo da empresa é o gosto pelas crianças, que é o

público principal da empresa e que, para isto, é necessário também o espírito lúdico

para lidar com o público-alvo, tendo formação em curso de primeiros socorros, pois é

uma necessidade também para a relação com o público infantil, pois a faixa etária

requer tal atenção e cuidados necessários para um possível acidente. Os guias de

turismo da empresa, que são no total 4 (quatro), assim como a Território Potiguar.

1

3

1

Grau de Instrução

Fundamental Médio Técnico Superior Pós-Graduação

40

Porém, os guias de turismo não obtêm formação em curso de idiomas fluente, e sendo

apenas o básico ou intermediário, e utilizou a mesma justificativa que a Mix Turismo.

Para o gestor da Joaquim Tur, as principais competências do guia de turismo

que trabalha em sua agência é a habilidade em trabalhar com o lúdico, ter o espírito

de liderança para coordenar todo o grupo da viagem/excursão, bem como ser instrutor

de conteúdo, e o próprio entrevistado esclareceu bem que é necessário o guia de

turismo conhecer bem a fundo o roteiro em conteúdo teórico e de preferência já tê-lo

feito ou ido ao local, para uma visita in loco e ter mais conhecimento prático do

destino.

Enquanto que a empresa Mandacaru, diz que as principais competências e

essenciais, é a formação técnica e assim a legalização, com cadastro na Embratur,

habilidade no diálogo com o público, e o lúdico como um facilitador para encantar o

aprendizado.

Assim, as principais aptidões requeridas para um profissional guia de turismo

se trata no cadastro do Ministério do Turismo se encontrar atualizado, pois somente

assim poderá atuar no mercado. Outras competências requeridas são capacitações

complementares, como: curso de animação, recreação, dinâmica em transporte,

dentre outros cursos.

As principais preocupações para a elaboração de um roteiro turístico para a

empresa Território Potiguar se detém ao clima/tempo, isto devido ao roteiro da

empresa ser executado ao ar livre, de forma a pé pelo centro da cidade. Ou seja, tem

uma preocupação com o público que poderá enfrentar a chuva, o sol, o calor, o

trânsito. O gestor entrevistado informou ainda em pensar em utilizar um meio de

transporte para a execução do roteiro, porém isso causaria uma perda da identidade

da empresa, que é justamente uma prática do turismo pedagógico histórico e cultural

de forma diferente, sendo esta, uma forma pioneira no mercado de Natal/RN. A

mesma empresa não se detém em preocupar-se com a idade do público, pois a

experiência já revelou qual será sempre o público interessado, que são adolescentes,

jovens e adultos da área pedagógica, pois o itinerário é atrativo para ambos os

públicos.

Enquanto que a gestora da Mix Turismo opina em se preocupar com a prática

do lúdico, pois diz ser um pré-requisito, devido aos roteiros comercializados terem um

percurso em um transporte e, para isso, requer dinamismo, bem como, o público

pedagógico em geral, tanto alunos, quanto professores requer uma dinâmica na

41

execução da atividade, para melhor compreensão da temática discutida na viagem.

Outra preocupação que a empresa se detém é a questão do clima/tempo, pois o

mesmo pode interferir de forma negativa na execução da atividade turística.

Para a empresa Odisseia Turismo Pedagógico, a sua maior preocupação é o

público e sua idade, isto porque, o seu público se destaca a ser o infantil, e isto requer

uma maior atenção, bem como profissionais habilitados para isso, um maior número

de pessoas para dar atenção a estes.

Para a empresa Joaquim Tur, a principal preocupação na elaboração do roteiro

se destaca na questão do professor. Isto porque, ele é o principal responsável pela

idealização da viagem/excursão, consequentemente, o professor terá objetivos

determinados para a viagem e que, em muitos dos casos, é o primeiro a tomar a

iniciativa para realização da atividade pedagógica, dessa forma, pode-se dizer que o

professor é o primeiro cliente e o contato inicial para futuras atividades realizar com a

escola.

O entrevistado da Mandacaru diz que um dos obstáculos é fazer o que a escola

pede, pois nem sempre o guia de turismo tem uma mesma percepção da viagem,

enquanto que o professor possui outra visão, com isso, se torna essencial um diálogo

para o acordo.

De modo que as principais preocupações é o relacionamento com o professor,

não acontecendo desentendimento; a prática do lúdico que contribui para um melhor

aprendizado e absorção do conhecimento para os alunos; bem como o clima/tempo,

porém, que a empresa não tem como se despreocupar, pois são fenômenos naturais,

e independente do tempo o passeio pedagógico vai acontecer, cabendo então,

estratégias no momento para o guia de turismo, como: lugares arejados, sombra e

evitar o sol.

4.2 Identificação dos principais roteiros comercializados

Mais um alvo alcançado nos resultados, se deu em relação aos principais

roteiros executados, no qual as empresa afirmaram que realizam viagens regionais,

nacionais e internacionais.

Foi citado como alcance dos roteiros realizados na dimensão regional pela

empresa Território Potiguar apenas o itinerário que é comercializado atualmente,

42

Centro Histórico de Natal, conforme mostra as Figuras 1 e 2. O gestor informou ainda

pensar no futuro com a intenção de abranger outros roteiros, mas por enquanto se

encontra satisfeito nos resultados que está obtendo apenas comercializando o que

tem hoje.

Figura 1 e 2: Passeio pelo centro da cidade

Fonte: Facebook, Território Potiguar, 2014 Já a empresa Odisseia Turismo Pedagógico trabalha com os principais

destinos regionais, inclusive: city tour panorâmico. Porém, diferente do que as

agências já consolidadas no turismo realizam, a empresa realiza paradas para o

público descer do ônibus, conforme a Figura 3 e realiza também com destino ao

município de Ceará-Mirim, ilustrado na Figura 4 Acari, Carnaúba dos Dantas e São

Gonçalo do Amarante.

Figura 3 e 4: Passeios pedagógicos com a Odisseia Turismo

Fonte: Facebook, Odisseia Turismo Pedagógico, 2014

43

Já a Mix Turismo não informou os seus possíveis pacotes turísticos que

comercializam, porém, informou que a parceria com a Mix Turismo Forma permitirá

abranger o seu público para o roteiro regional, nacional e internacional, Peru, EUA,

Orlando. Ilustrado na Figura 5 e 6.

Figura 5 e 6: Passeio com crianças e jovens pelo interior do RN

Fonte: Instagram, Mix Turismo Na empresa Joaquim Tur que foi a quarta empresa entrevistada, oferece

algumas opções a mais de roteiros, por exemplo, no âmbito regional os destinos são:

Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Maranhão, enquanto que no âmbito

nacional são: Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. E as temáticas nas viagens

são voltadas para a história, geografia, questões ambientais e culturais, conforme

mostra a Quadro 3.

Figura 7 e 8: Passeios Pedagógicos da empresa Joaquim Tur

Fonte: Facebook, Joaquim Tur, 2014

44

A última empresa entrevistada, a Mandacaru trabalha com vários destinos, e

vários serviços, tais como: hotéis nacionais e internacionais; locação de ônibus,

cruzeiros; passagens aéreas e excussões.

Em serviços do turismo pedagógico no estado, os destinos são á: Seridó

(Currais Novos, Acari), onde realiza trilhas, tem contato com a natureza, e city tour

ilustrado na Figura 9 e 10, Em abrangência nacional os destinos são: São Paulo e

Minas Gerais, com foco na temática da arquitetura, história, museus e igrejas.

Figura 9 e 10 – Alunos em viagem com a Mandacaru Turismo e Viagens

Fonte: Site Mandacaru Turismo, 2014

De modo geral, cada agência de turismo pedagógico tem sua abrangência de

território em atuação, a qual é exposto no Quadro 3.

Quadro 3 – Agências de turismo conforme abrangência

Empresa Abrangência

Território Potiguar Regional

Mix Turismo Regional, Nacional e Internacional

Odisseia Turismo Pedagógico Regional

Joaquim Tur Regional e Nacional

Mandacaru Turismo e Viagens Regional, Nacional e Internacional

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Em relação aos principais obstáculos que a empresa enfrenta, o gráfico mostra

o seguinte, o que foi opinado:

45

Gráfico 3 – Principais obstáculos enfrentados na empresa

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

A Mix Turismo destacou a questão da concorrência desleal informando que

existem muitos clandestinos atuando no mercado, bem como não tem uma forte

parceria no turismo, devido todas as empresas serem diretamente concorrentes, com

isso, existindo um empecilho para uma possível união. Este fato contribui para não

fortalecer a atividade turística e uma fiscalização para inibir os clandestinos. As

consequências são nítidas conforme a empresa que assinou essa questão, pois o

cliente nem sempre tem total consciência que do “barato sai caro”, assim, o público de

empresas sérias é menor, pois o cliente ainda avalia o serviço pelo preço que é pago.

Outro fato a se destacar se refere à questão da sazonalidade, que conforme

Lage e Milone (2000), “a sazonalidade é uma concentração dos fluxos turísticos em

períodos curtos do ano, essa sobrecarga, muitas vezes afeta os recursos físicos e

sociais nas áreas de destinos [...]”, ou seja, corresponde ao fluxo de turistas em um

período determinado e não contínuo, e esta questão é uma dificuldade que toda

empresa no setor turístico enfrenta, em que recebe um grande público no período das

férias e veraneio, enquanto que nos demais dias o público diminui bastante, e com o

setor do turismo pedagógico não é diferente, por exemplo, o segmento de sol e mar

tem uma demanda maior na fase das férias do início e no meio do ano. Porém, neste

período a demanda diminui ou chega a ficar escassa para as agências de turismo

pedagógico, isto porque, os professores realizam suas atividades pedagógicas em

semestre letivo de aula, pois as mesmas atividades servem também como avaliação

para o professor em sala de aula, onde o professor passa a unir o útil ao agradável.

Já a empresa Território Potiguar diz que os principais obstáculos da empresa

que tem foco no city tour diferenciado, uma vez que se dá a pé, enfrenta a dificuldade

2

4

1

2

3

Concorrência Desleal

Sazonalidade

E-commerce

Falta de Público

Autonomia do Cliente

0 10 20 30 40 50

Principais Obstáculos

Principais Obstáculos

46

da autonomia do cliente (escolas e professores, além do turista tradicional), pois o

mesmo pode procurar informações em livros, revistas, documentários, vídeos, fotos

em geral, e pela própria internet fazer uma busca dos principais pontos históricos e

culturais na cidade.

Certamente a qualidade da experiência pode não ser a mesma que é oferecida

pela empresa, com o acompanhamento do guia de turismo. Mas a tecnologia e acesso

à informação que, na atualidade está ao alcance de todos permite que o cliente possa

realizar o passeio do city tour de forma autônoma. Outro fator é o destaque no que se

refere à questão da falta de público periódico. Por isso, percebe-se que as agências

que trabalham com o turismo pedagógico também tem foco em algum outro segmento,

por exemplo: formatura, eventos, lazer, terceira idade, etc., isto para permitir à

empresa um público maior, e uma melhor renda para o empreendimento.

A única empresa que identificou o e-commerce como um obstáculo, é a

empresa que trabalha com vendas de passagem aéreas, a qual percebe a autonomia

que a tecnologia e globalização têm proporcionado ao cliente, e isso não leva o cliente

mais a necessidade do deslocamento até a agência de viagem.

4.3 Identificação do perfil dos guias de turismo

O próximo objetivo proposto é analisar o perfil dos guias de turismo neste

segmento. E segue agora o resultado da pesquisa realizada com os guias de turismo

pedagógico vinculados às agências citadas.

Foram entrevistados 17 guias, sendo 11 homens e 6 mulheres. E já em relação

à idade dos entrevistados, segue o gráfico adiante, que mostra os guias de turismo se

enquadrando em dois perfis, com a característica de ser jovem, com pouca

inexperiência de mercado − em início de carreira. Enquanto mostra também um perfil

de guias de turismo já experientes e que, consequentemente, já têm a prática com

grupos de turismo, permitindo assim uma maior confiabilidade para lidar com qualquer

outro público, independente do perfil.

47

Gráfico 4 – Identificação da faixa etária do grupo

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Identificou-se no referencial teórico que a ocupação do guia de turismo é uma

profissão que requer qualificação em ensino, que no caso, é a formação mínima em

um curso técnico. No entanto, foi concluído que de fato, a formação mínima para este

especialista é o ensino técnico, conforme evidenciado no Gráfico 5 a seguir, onde mais

da metade possui apenas o curso técnico em sua formação. Outro detalhe é a

legalização deste profissional no segmento do turismo pedagógico, mostrando assim a

seriedade da empresa em sua atividade, com todos os profissionais entrevistados

qualificados e em dia com o Cadastur, que é o sistema de cadastro de todos os

profissionais legalizados que atuam no setor do turismo, pelo Ministério do Turismo.

Gráfico 5 – Formação acadêmica dos Guias de Turismo

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

0%

5

11

1

Faixa Etária

Até 20 anos De 21 a 30 anos

De 31 a 45 anos Mais de 45 anos

13

3 1

Grau de Instrução

Fundamental Médio Técnico Superior Pós-Graduação

48

Em aspectos financeiros, segue o Gráfico 6 mostrando os valores médios que

um guia de turismo recebe.

Gráfico 6 – Salário do guia de turismo

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014

Durante a entrevista, os entrevistados relatou que o salário triplica por meio da

comissão, em que, levando para um determinado restaurante ou passeio recebe um

valor á mais por isso. Outro dado obtido neste questionamento, é que o guia de

turismo que recebo entre 1 a 3 salários mínimos, é o guia focado apenas no city tour,

pois o público pedagógico, principalmente o infantil e adolescentes por não ter renda

própria para bancar os desejos turísticos e o cuidado protetor dos pais não realizam

passeios fora do roteiro programado.

Quando perguntados a respeito de qual é o PAPEL do guia de turismo no

segmento de turismo pedagógico, foram citados os fatores conforme Quadro 4, onde

os guias de turismo registram como cobrança em seu papel os aspectos abaixo:

4

13

Renda R$

1 a 3 salários 4 a 6 salários acima de 7 salários

49

Quadro 4 – Papel do Guia de Turismo na própria perspectiva

Associar a teoria e prática numa viagem;

Incentivar o questionamento e reflexão do aluno;

Ser integro nas informações passadas;

Acompanhar o grupo á todo o momento

Serviço de bordo;

Contato antes e durante á viagem com o professor/coordenador responsável pela

viagem;

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

Com base no resultado que dialoga com os aspectos solicitados pelo autor

durante a apresentação do referencial teórico, esses papéis apresentados estão

associados à importante ligação entre professor, agência elaboradora do roteiro e,

principalmente o guia de turismo que conduz o grupo. Em que, Lod (2013)

complementa “O Guia deve estar preparado para transmitir informações verídicas

utilizando toda a sua habilidade de comunicação, de forma que evite situações

constrangedoras, nas quais possa inclusive ter seus conhecimentos testados pelos

próprios turistas”. (p. 50), ou seja, utilizar de afirmações seguras, e de forma íntegra,

sem alteração de conteúdo, estando preparado para possíveis questionamentos que o

aluno/turista poderá realizar.

Para que o guia de turismo relacione a temática da viagem com a teoria

estudada em sala de aula, faz-se necessário que o professor tenha total liberdade

para participar do guiamento por meio do diálogo, contribuindo para o melhor

aproveitamento da viagem, levando em consideração, também, que o assunto

explicado pelo guia de turismo seja cobrado em sala de aula pelo professor, a partir de

métodos avaliativos.

Em relação às principais COMPETÊNCIAS que o guia de turismo pedagógico

deve ter, foi destacado também pelos próprios guias de turismo os aspectos:

Espírito de liderança;

Lúdico;

Instrutor de conteúdo.

50

Em relação a ser um instrutor de conteúdos, essa seja é a maior competência

que o guia de turismo deve ter, em que, Lod (2013) acrescenta:

Portanto, a profissão de guia de turismo possui um papel importante no

processo turístico, pois ao acompanhar grupos e contar um pouco da

história do local que está sendo visitado, acaba por estimular a

preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental, além de ser

um profissional capaz de promover positivamente a imagem do lugar. É

de imensa responsabilidade o bom exercício desta profissão. (Lod,

2013. P. 5)

Ou seja, é um profissional com habilidades para estimular uma mudança de

comportamento, provocando no aluno/turista uma conscientização de história do local

e a preservação da história, cultura e meio ambiente, sendo este último um tema

bastante discutido, que é a sustentabilidade.

Lod (2013) afirma sobre as responsabilidades do guia de turismo com o turista,

que não é o profissional do contato inicial, afinal, fecha o pacote com o agente de

viagem, atendente, mas, ele será o principal responsável pela idealização do sonho:

Os grupos ou turistas individuais, após passarem pelas fases iniciais da

viagem, desde a idealização do sonho até a concretização de seus

planos, com o ápice do desembarque na localidade almejada, se

depararão com a figura de liderança e segurança que o guia costuma e

deverá representar. (Lod, 2013. P. 48).

Enquanto Chimenti e Tavares (2007) acrescentam como sendo um aspecto

fundamental no trabalho do guia ser as informações/conteúdos, que “parte da

qualidade do trabalho do guia está na qualidade das informações que este possui e da

maneira como as transmite”, onde uma informação mal passada poderá colocar em

jogo todo o trabalho da empresa e, consequentemente, fora do foco da escola.

Ou seja, entende-se que estes são fatores que cabem ao guia de turismo,

coordenar o grupo e sendo o líder dele, e para passar o conteúdo de forma que seja

mais bem compreendido, no caso,para o público infanto-juvenil, são utilizados

estratégias meramente lúdicas, por meio de jogos e brincadeiras, dinâmicas de

perguntas rápidas, incentivando a memória, e a competição com muito respeito. Mas

um fator que duas empresas destacaram é a importância do guia de turismo ter

competência em primeiros socorros, pois as mesmas têm roteiros com trilhas. Por

51

exemplo, no caso de um acidente que não seja possível o acesso rápido de um

profissional, é necessário os primeiros socorros para o cuidado do passageiro, assim

se torna essencial esta habilidade para o guia de turismo.

Quando questionados a respeito das principais PREOCUPAÇÕES que o guia

de turismo tem na elaboração e execução de um roteiro para o público pedagógico,

todos os guias de turismo, de forma unânime, assinalaram as seguintes opções:

Concordância com o professor;

Clima/tempo;

Idade do público.

Quanto à preocupação acerca do clima/tempo, segundo os entrevistados, o

mesmo pode interferir das seguintes formas:

Um dia de chuva em uma trilha pode interferir, ou até mesmo impedir uma viagem

na estrada etc.;

Uma caminhada com o sol muito quente interfere no humor, e perturba a paciência

dos alunos.

Apesar do guia de turismo estar preparado para executar as viagens da sua

empresa, foi assinalado a questão da idade do grupo como uma preocupação, devido

às atitudes que cada faixa etária tem, por exemplo: a criança tem como tendência

ação sem pensar nas consequências, que por sua vez requer uma atenção maior do

guia de turismo; o adolescente sente-se adulto em uma viagem longe dos pais, em

alguns casos não quer obedecer às regras da viagem, o que exige do guia de turismo

muita paciência e bom relacionamento com o público; o jovem também tende a gostar

de aventura e riscos, o que requer maior atenção do guia de turismo para não ter

dispersão do grupo e descontrole.

52

De toda forma, a linguagem para acessar cada grupo é diferente − para a

criança deve ser usado vocabulário de fácil compreensão, já para os adolescentes e

jovens o discurso turístico deverá ser numa linguagem mais jovem e “descolada”.

Em relação aos roteiros, os guias de turismo se mostram abertos para todo tipo

de roteiro que é comercializado pela empresa. Porém, o perfil da empresa já

predetermina o roteiro que o guia irá exercer. Por exemplo: na Território Potiguar os

guias de turismo realizam apenas guiamento pelo centro histórico de Natal/RN, como

mostra a Figura 11 do passeios do empreendimento; enquanto que a Odisseia

Turismo Pedagógico, os guias de turismo já realizam além do city tour, fazem também

o roteiro para Ceará-Mirim e São Gonçalo do Amarante/RN, Figura 12.

Figura 11 e 12: Diferença entre o City Tour da Território Potiguar e Odisseia

Fonte: Facebook.com, 2014

Em relação aos OBSTÁCULOS que os guias de turismo enfrentam no

segmento do turismo pedagógico, são destacados os seguintes:

Sazonalidade;

Concorrência;

Dificuldades urbanas.

O guia de turismo pedagógico sofre também com a sazonalidade. Apesar

dessa sazonalidade ser inversa, quando comparado com o período da alta e baixa

estação. Visto que no período da alta estação tradicional, ocorre uma baixa no fluxo de

turismo pedagógico (vinculado ao calendário letivo escolar).

53

A concorrência citada pelos guias de turismo se refere aos prestadores de

serviços clandestinos, chamados também no turismo de “pé-de-lã”, que não possuem

credencial pelo Ministério do Turismo (obrigatório para exercer a atividade), uma vez

que atuam ilegalmente submetendo-se a salários mais baixos, colocando em risco

muitas vidas sem a devida qualidade e segurança para o turista. Conforme Chimenti e

Tavares (2007) afirma que é uma profissão com seguinte requisito “requerer

cadastramento na Embratur pessoas egressas de cursos de qualificação, habilitação e

especialização profissional.” (CHIMENTI E TAVARES, 2007, p. 159).

As questões urbanas assinaladas pelos guias referem-se aos aspectos em via

pública, estradas, em que nem sempre o deslocamento é facilitado: as avenidas nem

sempre permitem a entrada de ônibus, locais com carência de sinalização, vias

danificadas, regiões sem manutenção e segurança, além de outras situações do dia a

dia.

Percebe-se com o trabalho, o perfil do guia de turismo, suas atribuições e

principais dificuldades encontradas no mercado de trabalho, no qual não se encontra

diretamente sobre a sua responsabilidade a solução, pois a abrangência vai muito

mais além, e o guia não pode prever os aspectos naturais e solucionar, nem os

aspectos urbanos, pois depende do poder público etc. Mas, o que cabe ao profissional

tão essencial e solicitado na atividade turística, este deve procurar obter as

qualificações necessárias para atuar no mercado. Com o público que possui

peculiaridades, e um roteiro diferenciado.

54

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho na atividade turística conforme é uma atividade não repetitiva, ou

seja, não existe uma rotina, pois cada passeio turístico por mais que seja o mesmo

roteiro pedagógico, envolve personalidades diversas, assim, a vida da criança, jovem

e adulto, interfere nos questionamentos e comportamentos de uma viagem.

Por isso, é tão importante que o guia de turismo se atualize constantemente,

pois tem um papel fundamental em uma viagem pedagógica, pois será a pessoa que

trabalhará o lúdico, como facilitador da aprendizagem, associando a teoria da sala de

aula com a prática fora do ambiente escolar. E não se permitindo a busca continua

pelo conhecimento e atualização, não acompanha o avanço no turismo pedagógico e

o avanço tecnológico que os adolescentes e jovens têm facilmente acesso, assim, é

um diferencial no mercado, um profissional atualizado.

Assim, se identificou os resultados esperados, com o conhecimento das

agências do turismo pedagógico em Natal/RN, bem como, história.

A atividade turística do turismo pedagógico é um segmento ainda recente,

porém, se percebe com as empresas de Natal que as mesmas já se tem se

consolidado, e é um segmento que tem como profissional essencial o guia de turismo.

Para isso, o papel do guia de turismo por ser essencial no mercado de trabalho

deve este ter habilidades que são fundamentais para o bom exercício da profissão.

Sugere-se para os futuros trabalhos com esta temática, já que, poucas são as

publicações e material auxiliar para abordagem teórica, uma abordagem a respeito do

perfil dos usuários do turismo pedagógico, com uma pesquisa, tanto como, o

envolvimento das escolas particulares de Natal/RN em desenvolver uma metBodologia

de ensino diferenciada.

55

REFERÊNCIAS

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BRIDI, Guilherme. Formação e atuação dos turismólogos no cenário das agências de turismo: contrapondo competências. In: Guilherme Bridi e Márcia Capellano dos Santos. Porto Alegre: Edipucrs: Editora Universitária Metodista IPA, 2012.

CANDIOTO, Marcela Ferraz. Agências de turismo no Brasil: embarque imediato pelo portão dos desafios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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CHIMENTI, Silva; CHIMENTI TAVARES, A. M. Guia de Turismo: o profissional e a profissão. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.

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56

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IFRN: Percepções dos educadores, ex-alunos e empregadores. (Dissertação de

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http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/272.pdf Acesso em: 03 de maio de 2014.

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SILVA, Elizabete Varela da. Ánalise dos impactos causados pela desintermediação nas agências de viagens no Brasil. (Monografia de graduação)− Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2013.

57

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

QUESTIONÁRIO PARA O PÚBLICO-ALVO DA MONOGRAFIA

Estou avaliando a importância do guia de turismo no segmento do turismo

pedagógico e os impactos no segmento do turismo pedagógico. Para tanto,

solicito que responda as perguntas deste questionário. Agradeço

antecipadamente sua colaboração.

QUESTIONÁRIO PARA O GESTOR DA AGÊNCIA

1. DADOS DO ENTREVISTADO (A)

1.1 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

1.2 Faixa etária: ( ) Até 20 anos ( ) De 21 a 30 anos

( ) De 31 a 45 anos ( ) Acima de 45 anos

1.3 Grau de instrução: ( ) Fundamental ( ) Médio

( ) Técnico ( ) Superior

( ) Pós-graduação

1.4 Renda R$ ( ) 1 a 3 salários ( ) 4 a 6 salários

( ) acima de 7 salários

2. Contextualização histórica da agência:

2.1 Ano de inauguração:

2.2 Número de sócios no período de abertura:

2.3 Número de sócios no período atual:

2.4 Comente sobre os principais motivos que levaram à criação

da agência de turismo pedagógico:

( ) Falta de agência do segmento – turismo pedagógico

( ) Excesso de agências tradicionais

( ) Interesse particular pelo grupo pedagógico

( ) Experiências anteriores com o público

( ) Outros __________________________________________________

3. Qual o papel do guia de turismo no turismo pedagógico?

_______________________________________________________________

58

4. Quais as principais competências do guia de turismo?

__________________________________________________________________

5. Quais as principais preocupações para elaboração de um roteiro para o turismo

pedagógico?

_______________________________________________________________

6. Quais os principais roteiros comercializados?

( )Regionais________________________________________________

( ) Nacionais______________________________________________

( ) Internacionais_____________________________________________

7. Quais os obstáculos do guia de turismo no segmento do turismo pedagógico

enfrenta?

____________________________________________________________

8. Qual a média de passeios realiza com o público específico do turismo

pedagógico?

______________________________________________________________

9. Levando em consideração outras experiências, quais as diferenças do turismo

pedagógico para outro segmento?

____________________________________________________________

10. Qual a maior cobrança que a empresa tem com o guia de turismo?

____________________________________________________________

11. Quantos guias de turismo a empresa tem?

___________________________________________________________

12. Qual a média de passeios realiza com o público específico do turismo

pedagógico?

____________________________________________________________

13. A empresa tem veículo próprio ou terceiriza?

_____________________________________________________________

AGRADECEMOS DESDE JÁ A CONTRIBUIÇÃO

59

APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

QUESTIONÁRIO PARA O PÚBLICO-ALVO DA MONOGRAFIA

Estou avaliando a importância do guia de turismo no segmento do turismo

pedagógico e os impactos no segmento do turismo pedagógico. Para tanto,

solicito que responda as perguntas deste questionário. Agradeço

antecipadamente sua colaboração.

QUESTIONÁRIO PARA O GESTOR DA AGÊNCIA

1. DADOS DO ENTREVISTADO (A)

1.1 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

1.2 Faixa etária: ( ) Até 20 anos ( ) De 21 a 30 anos

( ) De 31 a 45 anos ( ) Acima de 45 anos

1.3 Grau de instrução: ( ) Fundamental ( ) Médio

( ) Técnico ( ) Superior

( ) Pós-graduação

1.4 Renda R$ ( ) 1 a 3 salários ( ) 4 a 6 salários

( ) acima de 7 salários

2. Qual o papel do guia de turismo pedagógico?

( ) Associar teoria e prática numa viagem

( )

( ) Incentivar o questionamento e reflexão do aluno

( ) Outro____________________________________________________

3. Quais as principais competências do guia de turismo?

( ) habilidade com idiomas ( ) Líder

( ) Curso de primeiros socorros ( ) Espírito lúdico

( ) Curso de libras ( ) Instrutor de conteúdos

( ) Outro___________________________________________________

4. Quais as principais preocupações para a elaboração de um roteiro para o

turismo pedagógico?

( ) Clima/tempo ( ) Prática do lúdico

60

( ) Estar em concordância com o professor ( ) Idade do público

( ) Idade do público

( ) Outro____________________________________________________

5. Quais os principais roteiros comercializados?

( )Regionais________________________________________________

( ) Nacionais______________________________________________

( ) Internacionais_____________________________________________

6. Quais os obstáculos do guia de turismo no segmento do turismo pedagógico?

( ) Dificuldades urbanas ( ) E-commerce

( ) Concorrência e sazonalidade ( ) Falta de demanda

( ) Dificuldades trabalhistas ( ) Dificuldades naturais

7. Qual o nome da empresa que você como guia de turismo presta serviço?

______________________________________________________________

8. A empresa tem veículo próprio ou é terceirizado?

____________________________________________________________

9. Qual a média de passeios realiza com o público específico do turismo

pedagógico?

____________________________________________________________

10. Levando em consideração outras experiências, quais as diferenças do turismo

pedagógico para outro segmento?

______________________________________________________________

11. Qual a missão do guia de turismo no serviço com o público pedagógico e o que

é cobrado pela agência desse profissional?

____________________________________________________________

12. O que motivou a você como guia de turismo se direcionar para este público?

____________________________________________________________

AGRADEÇO DESDE JÁ A COLABORAÇÃO