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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA - TURMA - PDE/2012

Título: O brincar, a criança e a educação escolar: uma análise sobre o ensino nos Centros de Educação Infantil.

Autor Margareth Aparecida Cauneto

Disciplina/Área Técnicas – Educação Profissional

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual de Paranavaí – Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional

Município da escola Paranavaí

Núcleo Regional de Educação Paranavaí

Professora Orientadora Augusta Padilha

Instituto do Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá – UEM

Relação Interdisciplinar Não

Resumo

O lúdico no contexto escolar está desaparecendo e percebemos que os jogos e brincadeiras são ignorados com frequência pelas instituições escolares. O momento exige que paremos para refletir sobre a importância desse recurso na formação dos futuros professores. Este é um trabalho que se caracteriza como uma pesquisa escolar aplicada e tem como objetivos propiciar aos alunos e professores do Curso de Formação de Docentes, na disciplina de Prática de Formação, a compreensão sobre a função do lúdico na formação humana, reconhecendo a brincadeira como instrumento pedagógico importante no desenvolvimento cognitivo da criança; ter a oportunidade de identificar os componentes da essência humana; relacionar aprendizagem e desenvolvimento intelectual; analisar a importância do brincar no processo ensino-aprendizagem; reconhecer a função mediadora do docente na Educação Infantil, evidenciando o papel da brincadeira na aprendizagem nos Centros de Educação Infantil, uma vez que pouco se usam as brincadeiras para formar/ensinar crianças e, quando usadas, têm um foco diferente. O projeto será aplicado no Colégio Estadual de Paranavaí, na cidade de Paranavaí-PR, no ano de 2013, e os sujeitos envolvidos serão os alunos do Curso de Formação de Docentes por meio de um Curso de Extensão de 32 horas, em parceria com a Universidade Estadual de Maringá.

Palavras-chave Formação humana; Lúdico; Processo ensino-aprendizagem.

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público-alvo Professores e alunos do Curso de Formação de Docentes

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Apresentação

O trabalho previsto no Projeto de Intervenção, intitulado O brincar, a criança e a

educação escolar: uma análise sobre o ensino nos Centros de Educação Infantil,

resulta de um processo de formação continuada, propiciado pela Secretaria de Estado

da Educação do Paraná – SEED –, por meio do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, os quais atuam em conjunto com a Universidade Estadual de

Maringá – UEM.

Na constituição deste Projeto de Intervenção Pedagógica construímos a

presente Unidade Didática, direcionada aos alunos e professores do Curso de

Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental,

em Nível Médio, na Modalidade Normal. Essa proposta consta da realização de

pesquisas e estudos sobre o brincar, a criança e a educação escolar com a finalidade

de incidir na formação/ação dos envolvidos acima citados. Buscamos a fundamentação

teórica nos estudiosos L. S. Vigotski e A. N. Leontiev, pois acreditamos que, por meio

das pesquisas deles, teríamos mais compreensão sobre a aprendizagem e

desenvolvimento dos alunos na modalidade Educação Infantil.

O trabalho de pesquisas e estudos tem por objetivo apreender, da Teoria

Histórico-Cultural, subsídios para a formação/ação desses alunos e professores de

forma que possam participar do debate sobre os componentes da essência humana;

a função do lúdico na relação entre aprendizagem e desenvolvimento intelectual da

criança; a importância da mediação do educador no uso de brincadeiras no processo

ensino; e a influência do brincar para a formação humana dos alunos.

Para esses estudos de implementação na escola, montamos a proposta de

um Curso de Extensão, certificado pela Universidade Estadual de Maringá, com a

carga horária de 32 horas. Esse Curso será programado em oito encontros de

quatro horas com atividades teórico-práticas, as quais serão desenvolvidas por meio

de leitura de textos, vídeos, exposições, debates, pesquisas, confecção de material,

etc., bem como análise-síntese dos dados coletados e inventariados na primeira

etapa em relação com os estudos efetivados sobre as mediações docentes no

processo de ensino dessa fase escolar.

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PROPOSTAS DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA NA

ESCOLA

1 PRIMEIRO MOMENTO

1.1 A LUDICIDADE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES:

ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL

Entendemos que, de acordo com a Proposta Pedagógica Curricular do Curso

de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino

Fundamental, em Nível Médio, na Modalidade Normal, uma ementa da terceira série

aborda “Artes, Brinquedos, crianças e a educação nas diferentes instituições”,

inventariando o maior número possível de artes e brinquedos utilizados nas creches

e pré-escolas, com o intuito de pensar os fundamentos sócio-psicológicos e as

funções daqueles no desenvolvimento infantil, analisar e recuperar a história das

brincadeiras, das artes, sobretudo das músicas, das danças, do teatro e da

literatura, dos contos e da arte de contar estórias, visando exemplificar, como

resultado, uma exposição de todo material confeccionado e/ou encontrado pronto

(PARANÁ, 2006).

Trata-se, a nosso ver, de uma disciplina muito importante no Curso de

Formação de Docentes, entretanto, ao acompanharmos os alunos do Curso de

Formação de Docentes aos Centros de Educação Infantil nas Escolas dos Anos

Iniciais do Ensino Fundamental durante os estágios na disciplina de Prática de

Formação, percebemos que pouco se usam as brincadeiras para ensinar às

crianças e, quando utilizadas pelos educadores, são encaradas como forma de

relaxamento, descarga de energia ou premiação aos que foram bem sucedidos em

suas atividades em sala de aula.

Os alunos do Curso de Formação, durante os estágios, também têm a mesma

percepção e acreditam que as crianças precisam de atividades lúdicas assim como

aprender brincando para desenvolver melhor a sua aprendizagem, pois as

brincadeiras proporcionam às crianças maior relação com o mundo, com as pessoas

e com objetos que as cercam.

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As crianças têm necessidade do brincar, mas o que constatamos, muitas

vezes, é que os futuros professores, por sua vez, também não estão sendo

preparados para ensinar, na Educação Infantil, por meio das brincadeiras.

Considerando essa situação, indagamos: como planejar a formação de professores

para ensinar crianças na fase pré-escolar? Quais fontes teórico-práticas devem os

futuros professores estudar?

Muitos estudiosos têm se dedicado a estudar e pesquisar acerca da educação

pré-escolar e há um consenso de que a infância pré-escolar é o período da vida em

que o mundo da realidade humana que cerca a criança abre-se cada vez mais para

ela.

Quando perguntamos quais são os direitos, interesses e necessidades da

criança nessa faixa etária, as respostas aparecem permeadas dos temas

brinquedos, brincadeiras, ou seja, o brincar é direito, é interesse e necessidade da

criança.

No entanto, também é-nos possível observar que, no cotidiano dos Centros

de Educação Infantil, as crianças estão brincando cada vez menos, ficando evidente

um distanciamento entre o que é de direito e o que é de fato realizado pelos

educadores na prática com seus alunos. Esse distanciamento, entendido como

dificuldade docente, estaria relacionado à ausência de conhecimentos sobre a

criança e o ensino desta nessa faixa etária? O que os futuros docentes precisam

saber para a aplicabilidade do brincar na Educação Infantil?

Alunos do Curso de Formação de Docentes, nesse processo de formação,

precisam ter clareza da importância de se dominar os conhecimentos/ conteúdos

curriculares, bem como o conhecimento didático-curricular (SAVIANI, 1997). Quando

se trata de usar as brincadeiras nos estágios, corre-se o risco de se cair na

informalidade, brincar por brincar, ou o brincar apenas para trabalhar valores. É

preciso, também, durante as brincadeiras, ter intenções claras da ação praticada

para que ocorra com objetivos claros a ação do brincar na Educação Infantil; é

necessário, ainda, fundamentar os alunos sobre a importância do brincar no

processo ensino-aprendizagem, tendo como fundamentação os estudos de Vigotski

(1998b).

Lev Semenovich Vigotski, advogado e filósofo, iniciou sua carreira como

psicólogo após a Revolução Russa de 1917. Dedicou-se ao campo da pedagogia e

psicologia, era um partidário da Revolução Russa, pois acreditava numa sociedade

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mais justa. Sua teoria tem como base o desenvolvimento do indivíduo num processo

sócio histórico, utilizando-se da teoria histórico-social, que procura compreender a

realidade a partir de suas contradições e dentro do processo histórico em constante

transformação.

Vigotski (1998b) acredita que a aprendizagem ocorre pela modificação da

natureza realizada pelos homens e que é isso que constitui a base mais essencial e

imediata do pensamento humano; que foi por meio dessa transformação que sua

inteligência humana foi crescendo, e essas mudanças que ocorrem no homem, ao

longo do seu desenvolvimento, fazem parte da Sociedade, da Cultura e da história

da humanidade.

Esse autor acredita que, ao nascer, a criança se integra em uma história e em

uma cultura – assim, a criança aprende conceitos adquiridos social e culturalmente

de experiências passadas, passando a trabalhar com essas situações de forma

consciente –, e que essa transformação social pode modificar o funcionamento

cognitivo e reduzir o preconceito e conflitos sociais. Assim, esses processos

psicológicos são de natureza social e devem ser analisados e trabalhados por meio

de fatores sociais.

A Teoria Histórico-Cultural pressupõe uma natureza social da aprendizagem e

que é por meio das interações sociais que o indivíduo desenvolve suas funções

psicológicas superiores, torna-se cada vez mais livre. São mecanismos psicológicos

complexos, próprios dos seres humanos, a atenção voluntária, a memória lógica, as

ações conscientes, o comportamento intencional e o pensamento abstrato. Os seres

humanos são superiores por se distinguirem dos processos psicológicos

elementares, como a sucção do seio da mãe pelo bebê, as associações simples

como evitar o contato da mão com o fogo, e as reações automatizadas, como

movimento da cabeça em direção a um ruído repentino.

O aprendizado humano pressupõe uma natureza social única e um processo

por meio do qual as crianças entram na vida intelectual daqueles que as cercam.

Vigotski (1998b) não nega a influência biológica, porém, evidencia o aspecto

social no desenvolvimento das funções psicológicas.

É por meio das relações com os outros indivíduos, da mediação de

instrumentos e primordialmente por meio da linguagem e dos objetos que o indivíduo

internaliza essa reconstrução interna que ocorre de uma operação externa.

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Vigotski (1998b) coloca que todas as funções no desenvolvimento da criança

aparecem primeiro, no nível social, que é o momento da aprendizagem que ocorre

entre pessoas e é decisivo no processo de ensino-aprendizagem, pois é o momento

da mediação docente; e, depois, no nível individual, que é o momento da

aprendizagem que ocorre no interior da criança, que, no processo de ensino-

aprendizagem, corresponde ao momento da apropriação dos conteúdos pelo aluno.

Sforni (2010) coloca que, na abordagem histórico-cultural, promove-se a

aprendizagem conceitual e não a de valores e atitudes, para a ação do sujeito no

seu cotidiano. A finalidade do ensino é possibilitar aos educandos a realização de

ações mentais, já que elas ampliam a capacidade de interação entre os sujeitos com

a realidade objetiva para além da experiência imediata ou a resolução de um

problema concreto e prático, pois trata-se de uma prática pedagógica voltada para o

desenvolvimento das funções complexas do pensamento. Podemos afirmar que o

objeto principal do ensino-aprendizagem é o processo de humanização pela

apropriação dos conhecimentos elaborados.

Os alunos precisam ser preparados para integrar a vida da sociedade em que

estão inseridos, na igualdade, sem empobrecimento dos conteúdos essenciais. Nas

atividades na Educação Infantil ocorre muito essa aprendizagem de valores e

atitudes, e estes não contribuem na preparação e transformação do aluno de forma

que garantam a humanização dos sujeitos e a compreensão da realidade social.

Não se aprendem conceitos científicos como se aprendem conceitos

espontâneos, ou seja, apenas interagindo em situações práticas com outras

pessoas, objetos e fenômenos. Não se aprendem conceitos científicos sem

mediação intencionalmente organizada para esse fim. Os conceitos científicos não

podem ser apenas um acessório (SFORNI, 2010).

O jogo e a brincadeira são recursos que os adultos utilizam, o que lhes

permite atuar na zona de desenvolvimento proximal, ampliando a imaginação e o

desenvolvimento das crianças. Para que isso ocorra, os futuros professores

necessitam de fundamentação sólida dos valores e propósitos para defender que, na

Educação Infantil, as atividades de jogo e brincadeiras são necessárias e

importantes.

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1.2 PROPOSTA DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA NA

ESCOLA

Tema:

O processo da humanização na abordagem da Teoria Histórico-Cultural.

Objetivo Específico:

Compreender os principais pressupostos da Teoria Histórico-Cultural,

relacionando-os à concepção de “brincar” para a formação humana dos homens.

Procedimentos:

Texto base:

O Homem e a Cultura (LEONTIEV, Alexis. O desenvolvimento do psiquismo.

Lisboa: Horizonte, 1978. p. 261-284).

Filme:

O Menino Selvagem de Averon.

Encaminhamentos Metodológicos:

a) Discussão:

O que acontece quando um ser humano é privado do convívio social?

Quais as consequências quando ocorre a ausência absoluta da educação social

humana para a inteligência de um adolescente que viveu assim, separado de

indivíduos de sua espécie?

b) Atividade em Grupo:

Discutir e registrar:

Quais as características da vida humana que permitem e permitiram um salto no

desenvolvimento humano?

Em que o homem se distingue dos seus antepassados?

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Como o homem se humanizou?

Você concorda que as leis sócio-históricas são as que evoluem o homem? Por

quê?

Nessa perspectiva sócio, histórico e cultural, o brinquedo e a brincadeira podem

ser identificados como uma forma de humanização? Por quê?

Essa teoria vem sendo trabalhada nos centros de Educação Infantil? Como você

percebe que isso ocorre?

Explique o que você entendeu por Teoria Histórico–cultural.

Você acredita, como futura professora, que, por meio da teoria de Vigotski, a

criança desenvolve mais a sua aprendizagem? Por quê?

Avaliação:

A avaliação dar-se-á no decorrer do trabalho, observando-se a frequência,

participação e envolvimento dos alunos e professores nas atividades propostas.

2 SEGUNDO MOMENTO

2.1 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL – ESSÊNCIA HUMANA

O brincar, há muito tempo, é motivo de preocupação, pois na Declaração dos

Direitos Humanos de 1959 já havia essa importância do brincar: “A criança terá

ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua

educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o

gozo deste direito” (BRASIL, 1959). A Constituição do Brasil, no artigo 227, assegura

“o direito [...] à educação, ao lazer [...]”. Ainda, no Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), o artigo 4º afirmar que

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990).

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Fica evidente a preocupação de vários segmentos no tocante à importância

do brincar como instrumento de aprendizagem, por exemplo, espaços que foram

surgindo para brinquedotecas, porque entendemos que a Educação, desde a

infância, precisa estar focada na formação do homem omnilateral, a formação do

homem completo, que veja o indivíduo num conjunto de suas relações sociais.

Quando falamos de formação humana, as brincadeiras e o jogo estão inseridos

nesse contexto desde as antigas civilizações e o brincar é ferramenta importante no

processo desenvolvimento do homem omnilateral.

Para Klein (2010), a Educação é uma prática muito importante para a

sociedade, é alvo de reflexões metódicas, científicas e críticas e busca ser clara no

que diz respeito ao sujeito que se deseja formar em determinado contexto escolar.

Pensando nesse sujeito, é preciso deixar bem claro que, seja qual for o nível

de escolaridade e estratégias de ensino, o educador não pode baratear o

conhecimento, que é de direito de todo ser humano, pois a Educação varia de

acordo com os modelos que são apresentados em diferentes épocas e sociedades,

haja vista que a formação do homem não ocorre naturalmente, mas pelo

desenvolvimento histórico cultural deste. O homem é um ser histórico e social e,

quando em determinado momento é retirado dele o contato com alguns recursos

que lhe oferecem condições de existência humana, ele deixa de se desenvolver e se

torna excluído, diferente.

De acordo com Vigotski (1987 apud BORBA, 2007, p. 35),

O brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos, afirma que a brincadeira proporciona aprendizado fazendo com que a criança se relacione com o outro, entenda as relações humanas, seu papel nelas, construindo sua identidade.

Portanto, o lúdico é parte da cultura nos contextos histórico-sociais, é

resultado das ações humanas das interações sociais.

Desde a mais tenra idade (Educação Infantil) é importante que todos tenham

as mesmas condições à Educação, é necessário que haja caráter de transformação

que ofereça modelos que orientem ações educativas que incluam todos no combate

e superação das diferenças individuais.

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Hoje, estamos numa sociedade de produção capitalista e isso tem levado as

instituições educacionais a desenvolverem um modelo de Educação padronizada,

em que as atividades lúdicas, espontâneas têm espaço tão limitado que não surtem

efeito. Crianças transformadas em miniaturas de adultos, com uma rotina de adultos,

mas sem sentido para elas, estão sendo privadas de um de seus direitos básicos,

que é brincar, situação que não ocorria no passado quando as crianças brincavam

mais em seus ambientes familiares, “quintais”. Esse brincar compreendia as

denominadas brincadeiras tradicionais infantis que encantavam as crianças e que

desapareceram em virtude da televisão, da internet, dos jogos eletrônicos, das

mudanças nas zonas urbanas. Essas brincadeiras são muito importantes na

educação e socialização da criança, pois, brincando e jogando, a criança estabelece

vínculos sociais, ajusta-se ao grupo e aceita a participação de outras crianças com

os mesmos direitos. Ela obedece, ainda, às regras traçadas pelo grupo, como

também propõe as modificações destas; aprende a ganhar e a perder.

É histórico que o mundo da criança é diferente do mundo adulto. No mundo

da criança há encanto, fantasia, faz de conta, sonho, descobertas, e é por meio das

brincadeiras que a criança irá se conhecer e terá a oportunidade de interagir

socialmente. Também é por meio da espontaneidade do brincar que a criança

poderá expressar as diferentes experiências vivenciadas em seu contexto familiar e

social.

A brincadeira se apresenta como um importante recurso na construção de

conhecimentos e desenvolvimento da criança e faz parte do cotidiano de qualquer

criança, pois, independente do local onde viva, dos recursos disponíveis, do grupo

social e da cultura dos quais faz parte, toda criança brinca.

Leontiev (2001, p. 120), quando escreve sobre o significado da brincadeira no

estágio de desenvolvimento infantil, deixa claro que a brincadeira infantil, na

perspectiva histórico-cultural, consiste em uma atividade tipicamente humana: “[...] a

brincadeira para a criança não é instintiva, mas precisamente humana, atividade

objetiva, que, por constituir a base da percepção que a criança tem do mundo dos

objetos humanos, determina o conteúdo de suas brincadeiras”.

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2.2 PROPOSTA DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA NA

ESCOLA

Tema:

O Brincar na Educação Infantil: implicações com a essência humana.

Objetivo Específico:

Compreender o papel do brinquedo na perspectiva da reprodução social e

também em uma perspectiva de produção cultural e histórica.

Texto Base:

Os Princípios Psicológicos da Brincadeira Pré-Escolar (LEONTIEV, 2001).

Vídeos:

1. Educação Infantil – Cuidar – Educar – Brincar

(Programa da disciplina Fundamentos e Princípios da Educação Infantil, com as

especialistas em Educação Infantil, Beatriz Ferraz e Tizuko Morchida).

2. Currículo na Educação Infantil: definições legais

(Programa do Curso de Pedagogia Unesp/Univesp, integrante da disciplina de

Educação Infantil D13 – Abordagens Curriculares).

Encaminhamentos Metodológicos

a) Discussão:

O que você entende por formação humana?

Como o lúdico pode contribuir para a formação humana?

E, você, se recorda dos brinquedos da sua infância? Talvez seja um tempo bem

distante, talvez não. Pode ser que sejam muitos brinquedos e muitas

brincadeiras, mas pode ser que um brinquedo tenha sido muito especial.

Descreva esse brinquedo.

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Por que você escolheu esse brinquedo?

Esse brinquedo foi confeccionado por alguém ou foi comprado?

b) Tendo os filme 1 e 2 como fundamento, analise e socialize sua resposta

com o grupo:

Qual é a importância que as pessoas na sociedade atual atribuem ao lúdico?

As pessoas têm reservado tempo para a ludicidade?

Há participação da família e dos amigos em momentos de alegria e de prazer?

Qual é o tipo e o lugar de lazer no cotidiano atual?

Por que se corre tanto na busca de bens e poder de consumo em detrimento do

lúdico?

Esse comportamento do adulto tem sido transferido para as crianças? Por quê?

Como?

c) Após ler o texto, converse com seus colegas e responda:

A brincadeira é instintiva ou humana? Por quê?

Qual é a diferença do mundo histórico da criança do mundo histórico do adulto?

O que você entendeu por atividade principal?

Quanto ao vídeo 1:

Programa da disciplina Fundamentos e Princípios da Educação Infantil. As

especialistas em Educação Infantil, Beatriz Ferraz e Tizuko Morchida, analisam

situações de cuidado, educação e brincadeira com crianças pequenas em creches e

pré-escolas. Fomos a algumas escolas para mostrar na prática que o educar está

associado a diversas atividades realizadas na Educação Infantil - no banho, na troca

de fraldas, na alimentação e higiene. Mostramos também que a brincadeira é o eixo

da Educação Infantil e que, a partir dela, a criança também aprende. Disponivel em:

<http://www.youtube.com/watch?v=RiFXduOjRUI>.

Quanto ao Vídeo 2:

Programa do Curso de Pedagogia Unesp/Univesp, integrante da disciplina de

Educação Infantil D13 – Abordagens Curriculares. O Programa apresenta o que

determina a legislação brasileira sobre currículo na Educação Infantil, a partir de

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entrevista com uma das pesquisadoras responsáveis pela elaboração das diretrizes

curriculares nacionais para a Educação Infantil (Resolução CNE/CBE n. 5, de 17 de

dezembro de 2009) e da leitura de artigos das diretrizes por professoras da Educação

Infantil. Disponivel em: <http://www.youtube.com/watch?v=xgWFOKF-4oQ>.

Avaliação: A avaliação dar-se-á no decorrer do trabalho, observando-se a

frequência, participação e envolvimento dos professores nas atividades propostas.

3 TERCEIRO MOMENTO

3.1 O BRINCAR NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Nem sempre o brinquedo é uma atividade que dá prazer, há muitas

experiências que dão mais prazer à criança e há outras, como os jogos que estão

associados a brincadeiras, que causam desprazer. No entanto, ao falarmos de

lúdico, brincadeiras e jogos na escola, precisamos ter cuidado com a aplicação

desses recursos.

Segundo Vigotski (1998b), os brinquedos descobertos pelas crianças na

idade da pré-escola ocorrem quando elas não conseguem realizar seus desejos,

então elas mudam o seu comportamento e se envolvem num mundo de ilusões e de

imaginações, onde elas podem realizar os seus desejos, e esse mundo é

denominado de brinquedo.

[...] A imaginação é um processo psicológico novo para a criança; representa uma forma especificamente humana de atividade consciente, não está presente na consciência de crianças pequenas e está totalmente ausente em animais. Como todas as funções da consciência, ela surge originalmente da ação (VIGOTSKI, 1998b, p. 122).

De acordo com Leontiev (1988 apud PADILHA; BARROS; SANTOS, 2010), a

criança pré-escolar brinca porque sente a necessidade de dominar o mundo humano

e os objetos humanos que se expandem através do tempo em que ela se

desenvolve. Esses são objetos que ela pode operar e também aqueles que ela não

pode por incapacidade física e psíquica; está se tornando consciente, para ela, a

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necessidade de dominar o mundo e os objetos durante o seu desenvolvimento.

Nesse momento ela recorre a atividades lúdicas e estas se tornam a atividade

principal dessa fase, mas não a predominante.

[...] O que é, em geral, a atividade principal? Designamos por esta expressão não apenas a atividade frequentemente encontrada em dado nível do desenvolvimento de uma criança. O brinquedo, por exemplo, não ocupa, de modo algum, a maior parte do tempo de uma criança. A criança pré-escolar não brinca mais do que três ou quatro horas por dia. Assim, a questão não é a quantidade de tempo que o processo ocupa. Chamamos de atividade principal aquela em conexão com o qual ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico da criança e dentro da qual se desenvolvem processos psíquicos que preparam o caminho da transição da criança para um novo e mais elevado nível de desenvolvimento (LEONTIEV, 2001, p. 122).

Entendemos que a atividade principal na infância pré-escolar é o brincar

explícito no jogo, no brinquedo, na brincadeira e em outras formas lúdicas

vivenciadas pela criança nessa idade. Para compreendermos que a infância é um

período importante na direção do desenvolvimento do ser humano, é necessário que

entendamos o desenvolvimento e aprendizagem como fatores que influenciam as

situações educativas. O jogo e a brincadeira são atividades principais na Educação

Infantil, e a experiência com essas atividades oportuniza às crianças conhecer

histórias passadas e o mundo atual além das normas, valores, sociedade e seus

papéis, objetos que movimentam nossa sociedade.

Vigotsky (2001) realizou estudos comparativos sobre as abordagens

psicológicas do desenvolvimento e da aprendizagem, os quais foram importantes

para que ele pudesse lançar seus pressupostos teóricos de forma que estes

superassem, por incorporação, as teorias vigentes sobre a concepção de

desenvolvimento e aprendizagem, e concluiu que havia uma unidade entre esses

dois processos e não apenas uma identidade ou coincidência, concebendo, então,

que o desenvolvimento e a aprendizagem são diferentes, porém, articulados entre si,

numa relação dialética. Essa unidade não se restringe somente à escola, uma vez

que essa relação se dá num plano mais amplo, das relações estabelecidas com o

meio social. De acordo com essa perspectiva, o indivíduo é compreendido como ser

histórico e a mediação do professor tem papel importante no processo de

humanização, então, um influencia no outro, gerando aprendizagem e promovendo

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desenvolvimento. No entanto, essa relação é negada quando Vigotski (2001, p. 115)

afirma:

[...] a aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem da criança conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta avaliação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsicamente necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas características humanas não naturais, mas formadas historicamente.

Entendemos, segundo Vigotski (2001), que a aprendizagem não pode ir atrás

do desenvolvimento, nem ocorre simultânea a este, mas pode ultrapassar o

desenvolvimento, proporcionando novas formações.

Na realidade a criança não é apenas um objeto, mas também o sujeito do desenvolvimento. Educação e ambiente não influem automaticamente sobre o desenvolvimento psíquico; tais fatores atuam de maneira diferente segundo as suas relações com o ambiente, as metas da sua atividade, etc. É preciso ter domínio da relação entre aprendizado e desenvolvimento (BOGOYAVLENSKY; MENCHINSKAYA, 1991, p. 38).

O desenvolvimento humano é caracterizado pelas trocas recíprocas que se

estabelecem entre os indivíduos e destes com o meio que os cerca, e essas

interações constroem, na criança, capacidades cada vez mais complexas, o que as

diferencia das atividades lúdicas dos animais, pois a criança aprende, logo, se

desenvolve.

As crianças podem imitar uma variedade de ações que vão muito além dos limites de suas próprias capacidades. Numa atividade coletiva ou sob a orientação de adultos, usando a imitação, as crianças são capazes de fazer muito mais coisas. Esse fato, que parece ter pouco significado em si mesmo, é de fundamental importância na medida em que demanda uma alteração radical de toda a doutrina que trata da relação e desenvolvimento em crianças. Uma conseqüência direta é a mudança nas conclusões que podem ser tiradas dos testes diagnósticos do desenvolvimento (VIGOTSKY, 1998a, p. 115).

As funções psicológicas são desenvolvidas na coletividade e dependem da

mediação para que sejam ativadas. Entendemos, a partir disso, a importância da

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escola e da atividade pedagógica direcionada, mediada pelo professor, e das

relações com o conhecimento sócio-histórico como propulsora do desenvolvimento.

Isso nos leva a pressupor que as atividades lúdicas, aplicadas na Educação Infantil,

precisam envolver percepção, memória, linguagem e pensamento, abstração,

atenção e imaginação, entre outros, os quais são próprios ao homem e são

desenvolvidos por meio da utilização de instrumentos adquiridos culturalmente. “[...]

o processo de aprendizado não pode, nunca, ser reduzido simplesmente à formação

de habilidades, mas incorpora uma ordem intelectual que torna possível a

transferência de princípios gerais descobertos durante a solução de uma tarefa para

várias tarefas” (VIGOTSKY, 1998a, p. 109).

Compreendemos que a infância pré-escolar é um período especialmente

importante no curso do desenvolvimento do indivíduo. É nessa fase que o mundo da

realidade humana torna-se um convite à exploração e elaboração do conhecimento,

mediadas pela atividade do ser humano, sobretudo, em seu brincar que, nesse

estágio específico, não fica só na manipulação dos objetos. A criança age sobre

esses objetos, descobrindo todas as suas possibilidades, pois o modo de pensar

envolve o que foi elaborado socialmente pela humanidade histórica e por atividades

externas e internas, que são ferramentas que têm a mesma função de atuar como

mediadores. As atividades externas e internas estão em direções diferentes, mas se

complementam.

A atividade que se destaca na infância, por sua importância e freqüência, é o jogo. Brincar é uma atividade séria para a criança na medida em que ela mobiliza possibilidades intelectuais e afetivas para sua realização. Na brincadeira, o motivo está no próprio processo, ou seja, o que motiva a criança é a atividade em si. Através dos jogos e brincadeiras, a criança aprende a conhecer a si própria, as pessoas que as cercam, as relações entre as pessoas e os papéis que elas assumem. Ela aprende sobre natureza, os eventos sociais, a estrutura e a dinâmica interna de seu grupo. É através deles, também, que ela explora as características dos objetos físicos que a rodeiam e chega a compreender seu funcionamento. Os jogos se classificam em jogos com predomínio da fantasia infantil e jogos com predomínio de regras. Os primeiros jogos da criança pertencem à primeira categoria e são estes que vamos encontrar com maior frequência no caso da criança pré-escolar. Os jogos com predominância de regras envolvem conteúdos e ações pré-estabelecidas que regularão a atividade da criança são encontrados progressivamente à medida que a criança vai crescendo (LIMA, 2003, p. 19).

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A brincadeira criadora é um tipo de atividade principal, que ocupa lugar

especial no cotidiano das crianças em idade pré-escolar. Toda criança gosta de

brincar, e esta atividade proporciona grande prazer, embora não seja uma regra

geral da brincadeira. Na pré-escola, pelo seu caráter prazeroso, o brinquedo infantil

é bastante utilizado pelo educador como forma de socialização. As crianças

reproduzem o que observam nos adultos, desenvolvendo habilidades importantes

para a vida presente e a futura. Os conhecimentos científicos são estimulados por

meio do educador na utilização dos brinquedos e estes, por sua vez, favorecem o

desenvolvimento das capacidades de comparar, analisar, abstrair e generalizar, que

são fundamentais no processo escolar. Para que os indivíduos se desenvolvam, o

meio precisa ser favorável.

A ciência está no cotidiano do aluno de qualquer idade, criança ou adulto, de qualquer classe social, pois está na cultura, na tecnologia, nos modos de pensar da sociedade de nossos dias. Toda criança detém, então, um conhecimento que está contido na teoria científica e que deve ser necessariamente articulado com o conceito científico que se lhe pretende ensinar. Este conhecimento é um conhecimento fragmentado e o aluno deverá ser levado, pela ação do professor, a superar essa visão fragmentada para chegar à compreensão do conhecimento formal. O ponto de partida é este saber que o aluno constrói em seu cotidiano através da observação e das informações diversas. A criança lança hipóteses sobre o fato ou fenômeno e são estas hipóteses que deverão ser transformadas em conhecimento formal através da ação pedagógica (LIMA, 2003, p. 21).

O brincar na escola não é a mesma coisa que o brincar em casa ou num

parque, a escola é o espaço em que a criança se apropria de algumas habilidades,

da elaboração de conhecimentos produzidos historicamente; o brincar na escola é

vinculado a atividades didáticas.

A aprendizagem da criança não pode ser entendida simplesmente como aprendizagem de conhecimento formal, pois além de aprender as coisas que lhe são ensinadas na creche, na pré-escola e na escola, aprende também a desempenhar papéis, a se relacionar afetivamente com as outras pessoas da família e da comunidade e a agir como elemento integrante do grupo. Desta forma, o aspecto afetivo do desenvolvimento é tão importante quanto o cognitivo (LIMA, 2003, p. 18).

O brinquedo deixa de ser lúdico quando privilegia os aspectos cognitivos e

passa a ser sério. O professor está presente na escola, é um adulto que geralmente

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não brinca junto com a criança, ele conduz o processo didático-pedagógico e

esquece que o lúdico é bem mais que uma maneira de se aprender. O brincar

envolve a criança por inteiro, vai além da atividade cognitiva, não importa se a

criança está na escola ou em outro ambiente, ela não brinca pela metade. Em suas

brincadeiras, a criança se relaciona, descobre, imagina, desenvolve capacidades

relacionadas ao corpo, à cognição e aos aspectos sócio-afetivos.

Se o brinquedo perder a função lúdica, perde o sentido, o que ocorre muitas

vezes, pois, ao invés de a criança aprender brincando, o brinquedo é usado para ela

aprender; quando o brincar é apenas uma atividade didática, a criança é

desestimulada a participar e a se envolver. É importante fazer do brincar um

momento de conhecimento e interação do adulto com a criança e das crianças com

as outras crianças, valorizando-se as aprendizagens, aquilo que o indivíduo pode

realizar com a ajuda de outra pessoa mais experiente.

[...] existem jogos nos quais a própria atividade não é agradável, como, por exemplo, predominante no fim da idade pré-escolar, os jogos que são só dão prazer à criança se ela considera o resultado interessante. Os jogos esportivos (não somente os esportes atléticos, mas também outros jogos que podem ser ganhos ou perdidos) são, com muita freqüência, acompanhados de desprazer, quando o resultado é favorável para a criança (VIGOTSKI, 1998b, p. 121).

O brinquedo preenche necessidades interiores da criança, sejam elas

espontâneas, que dão prazer, ou com objetivos claros que envolvem regras.

Vigotski (1998a) denominou de processo de internalização aquele que explica

como nos tornamos humanos, à medida que vamos, aos poucos, internalizando as

formas sócio-culturais produzidas pela humanidade em seu percurso histórico. As

brincadeiras são associadas e são experimentadas pelas crianças nas suas relações

com o mundo e respondem a uma necessidade socialmente desejável,

transformadora e individualmente necessária.

Leontiev (2001) afirma que a interação com o outro e com o meio que o cerca

proporciona, aos indivíduos, a construção dos significados, do pensamento e de si

mesmos, processo esse mediado pelos instrumentos socialmente disponíveis. A

mediação é um dos processos interativos que, em geral, fornece, aos seres

humanos, os recursos para que estes se apropriem ativamente das formas

culturalmente desenvolvidas de pensamento e ação, num processo que, em

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princípio, é sempre social e exterior e somente depois se torna próprio do sujeito

interior.

Nas atividades com brinquedo, a imaginação da criança é, segundo Vigotski

(1998b), uma atividade especificamente humana e consciente, que surge da ação.

Nessas ações, a criança representa situações as quais já foram, de alguma forma,

vivenciadas por ela em seu meio sócio-cultural, ou seja, a sua representação no

brinquedo está muito mais próxima de uma lembrança de algo que já tenha

acontecido do que da pura imaginação. Vigotski (1998b, p. 137) afirma: “A essência

do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo da percepção visual –

ou seja, entre situações no pensamento e de situações reais”.

Conhecer as fases do desenvolvimento biopsicossocial da criança e suas

implicações para a Educação favorece maior sucesso no trabalho com as crianças,

que precisa ser iniciado por meio de aulas que despertam o interesse para a

atividade física e para o desporto.

Na abordagem histórico-cultural, promove-se a aprendizagem conceitual e

não a de valores e atitudes, para a ação do sujeito no seu cotidiano. A finalidade do

ensino é possibilitar aos educandos a realização de ações mentais, já que elas

ampliam a capacidade de interação entre os sujeitos com a realidade objetiva para

além da experiência imediata ou a resolução de um problema concreto e prático,

pois trata-se de uma prática pedagógica voltada para o desenvolvimento das

funções complexas do pensamento. Podemos afirmar que o objeto principal do

ensino-aprendizagem é o processo de humanização pela apropriação dos

conhecimentos elaborados (SFORNI, 2010).

Os alunos precisam ser preparados para integrar a vida da sociedade em que

estão inseridos, na igualdade, sem empobrecimento dos conteúdos essenciais. Nas

atividades na Educação Infantil ocorre muito essa aprendizagem de valores e

atitudes, e estes não contribuem na preparação e transformação do aluno de forma

que garantam a humanização dos sujeitos e a compreensão da realidade social.

Não se aprendem conceitos científicos como se aprendem conceitos

espontâneos, ou seja, apenas interagindo em situações práticas com outras

pessoas, objetos e fenômenos. Não se aprendem conceitos científicos sem

mediação intencionalmente organizada para esse fim. Os conceitos científicos não

podem ser apenas um acessório (SFORNI, 2010).

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O jogo e a brincadeira são recursos que os adultos utilizam, o que lhes

permite atuar na zona de desenvolvimento proximal, ampliando a imaginação e o

desenvolvimento das crianças. Para que isso ocorra, os futuros professores

necessitam de fundamentação sólida dos valores e propósitos para defender que na

Educação Infantil as atividades de jogo e brincadeiras são necessárias e

importantes.

3.2 PROPOSTA DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA NA

ESCOLA

Tema:

O brincar no processo ensino-aprendizagem – Aprendizagem e desenvolvimento

intelectual.

Objetivos Específicos:

Analisar a importância do brincar no processo ensino aprendizagem;

Conhecer diferentes brinquedos e brincadeiras utilizadas na Educação Infantil;

Conhecer as formas de brincar da criança ontem e hoje;

Relacionar aprendizagem e desenvolvimento intelectual por meio dos brinquedos

e brincadeiras utilizadas na Educação Infantil.

Texto Base:

O papel do brinquedo no desenvolvimento (VIGOTSKI, 1998b).

Vídeos:

A Importância do Brincar – Tizuko Morchida (USP/SP).

Marta Kohl de Oliveira – Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento: um processo

sócio-histórico.

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Encaminhamentos Metodológicos:

a) Discussão:

O que você entende por ludicidade?

Como você vê o lúdico nos Centros de Educação Infantil?

Você cursou Educação Infantil? O que mais o marcou dessa época?

Você brincava na escola? Como e quais eram as brincadeiras?

Você vê os alunos envolvidos com brincadeiras nas escolas? O que você pensa

sobre isso?

Você acha que brincar seja uma prática necessária na escola? Por quê?

Como acontece o brincar nos Centros de Educação Infantil?

Você já escreveu sobre o seu brinquedo preferido, agora traga à memória a sua

brincadeira ou brincadeiras preferidas da sua infância.

As crianças que você conhece, do que elas gostam de brincar?

O que mais influencia as crianças para essas brincadeiras?

Como você vê o lúdico nos Centros de Educação Infantil?

1. Produção escrita:

Escreva um memorial sobre as brincadeiras/brinquedos vivenciados por você no

período escolar.

1) Atividade:

a) Observar algumas obras de Cândido Portinari que retratam brincadeiras infantis;

b) Pesquisar, por meio do uso da internet, brincadeiras e brinquedos utilizados na

Educação Infantil;

c) Organizar um painel e apresentar os pontos em comum observados nos Centros

de Educação Infantil e os apresentados no vídeo;

d) Trabalho em grupo com a discussão e a identificação dos principais temas

abordados por Marta Kohl.

2) Após ler o texto discuta com seu colega e responda:

a) Como é o tempo de satisfação da criança quanto ao brinquedo?

b) Quando e como a criança cria uma situação imaginária?

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c) Por que a criança brinca na pré-escola? Quais são as brincadeiras preferidas?

Avaliação:

A avaliação dar-se-á no decorrer do trabalho, observando-se a frequência,

participação e envolvimento dos professores nas atividades propostas.

4 QUARTO MOMENTO

4.1 A MEDIAÇÃO DO PROFESSOR – BRINQUEDO/CRIANÇA NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Um aspecto importante a ser examinado na brincadeira infantil e sua função

no desenvolvimento da criança é o conceito de zona de desenvolvimento proximal

ou zona de desenvolvimento imediato. Segundo Vigotski (1998b, p.134-135),

O brinquedo cria na criança uma zona de desenvolvimento proximal, que é por ele definida como a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.

Segundo o autor, o nível de desenvolvimento real refere-se a tudo aquilo que

a criança já tem apropriado em seu desenvolvimento cotidiano e que ela é capaz de

realizar sozinha sem a interferência de um adulto ou de uma criança mais

experiente. Já a zona de desenvolvimento proximal refere-se aos processos mentais

que estão em construção na criança, ou que ainda não amadureceram; é, pois, um

domínio psicológico em constantes transformações, aquilo que a criança é capaz de

fazer hoje com a ajuda de alguém e o que conseguirá fazer sozinha no futuro. É

nesse sentido que a brincadeira pode ser considerada um excelente recurso a ser

usado quando a criança chega à escola, por ser parte essencial de sua natureza,

podendo favorecer tanto aqueles processos que estão em formação como outros

que serão completados.

O professor, enquanto sujeito mediador do processo de ensino-

aprendizagem, deve ter claro que o aprendizado da criança começa muito antes de

ela frequentar a escola e que há diferenças entre esses conhecimentos. Desde que

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nasce, a criança está em contato com o mundo do adulto, aprendendo por modelos

que são encontrados no decorrer do seu desenvolvimento. É nesse mundo que ela

se apropria de conhecimentos empíricos, e, na escola, sob a orientação do

professor, esse conhecimento varia de criança para criança.

[...] a zona de desenvolvimento proximal da criança é a distância entre seu desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas e o nível de seu desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (VIGOTSKI, 1998a, p. 112).

Para a aprendizagem infantil, a brincadeira é uma situação privilegiada e em

que o desenvolvimento pode alcançar níveis mais elevados, exatamente pela

possibilidade de interação entre os pares em uma situação imaginária e pela

negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos. Brincando, as

crianças recriam o mundo, refazem os fatos, não para mudá-los simplesmente, mas

para adequá-los a sua compreensão afetiva e cognitiva.

O brinquedo ameniza o embate provocado pelo tamanho e pela força dos

adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Brincando, a inteligência

e a sensibilidade desta estão sendo desenvolvidas. As oportunidades oferecidas à

criança por meio de brincadeiras e brinquedos garantem que a sua afetividade

aumente. A ludicidade é muito importante para a saúde mental do ser humano, é um

aspecto que merece a atenção dos adultos, pais e educadores, pois é o momento

para expressão natural do ser, direito de toda criança, para o exercício da relação

afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.

Para que o brincar na escola se torne significativo e prazeroso, as atividades

pedagógicas precisam ter um novo olhar, um novo sentido, é preciso que haja, por

parte do educador da Educação Infantil, mais reflexões e observações nas

interações das crianças com os objetos e entre si, então, dessa forma, as

intervenções pedagógicas terão um novo sentido como atividade principal. Mas não

podemos esquecer que

A relação da criança com o adulto na escola é uma relação específica, porque o professor não é simplesmente mais um adulto com quem a criança interage – ele é um adulto com uma tarefa específica. A instituição escolar foi constituída na história da humanidade como espaço de transmissão do conhecimento formal

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historicamente construído. Não se trata, portanto, da reprodução do cotidiano que o educando vive fora da instituição. O processo de educação formal propõe, na verdade, a transformação do conhecimento que a criança traz de sua experiência no dia a dia. A vinda da criança para a instituição tem um objetivo claro e determinado: aprender determinados conhecimentos e, para tanto, dominar instrumentos específicos que lhe possibilitem esta aprendizagem. A relação da criança com o adulto, na escola, é mediada, então, pelo conhecimento formal. O professor detém o conhecimento formal que o educando deverá adquirir e a interação entre ambos deve ser tal que permita e promova a aprendizagem deste conhecimento. Desta forma, podemos dizer que a ação do professor é uma ação específica e apresenta, portanto, características que a distinguem da ação dos outros adultos com quem a criança convive (LIMA, 2003, p. 21).

Pela criança, a brincadeira é organizada de forma espontânea e autônoma, e

ao professor cabe organizar ambientes com brinquedos de maneira que possa

estimular a criança ao início de uma brincadeira, fornecer informações, ajudar,

incentivar, mesmo quando a criança não lhe peça, e dar assistência àqueles que

não entram na brincadeira. O educador precisa mediar entre o brinquedo e a

criança, também deverá ter cuidado ao propor brincadeiras, pois determinados

alunos simplesmente ficam de fora, alguns são agressivos e atrapalham o brinquedo

enquanto outros que são apáticos ficam sentados olhando. As crianças não podem

ser forçadas a participar, senão a atividade perde seu objetivo, elas precisam do

apoio do professor para que, por exemplo, fiquem sentadas juntas, e é necessário

que se diversifique o tema das brincadeiras, tendo como finalidade atrair a atenção

de todos. A brincadeira é uma atividade informal, que se desenvolve sem que haja

investimento de objetivos pedagógicos. Nos jogos didáticos, a brincadeira é dirigida.

As metodologias mais utilizadas nos jogos e brincadeiras são a oral e a

prática; dessa maneira a professora entra em contato com as crianças, e essas

orientações orais ocorrem por meio de perguntas que prendem a atenção das

crianças e as levam a pensar. Interagindo, a professora dá sugestão para garantir

que a brincadeira flua, lembrando sempre que esse procedimento não pode podar a

imaginação da criança. Os educadores exercem papel importante como mediadores

no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.

A criança precisa de oportunidades para desenvolver suas potencialidades e

quem deve garantir isso são os adultos, oferecendo os mais diversos tipos de jogos

e brincadeiras. A apropriação da criança pelo conhecimento se dá por meio das

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brincadeiras, que é elemento da cultura historicamente acumulada, e pela mediação

do professor. A interferência das brincadeiras na vida da criança possibilita novas

aprendizagens.

Ao oferecermos situações problema durante a manipulação dos jogos e

brincadeiras, contribuímos para que a criança cresça; porque, por meio da procura

de soluções e de alternativas oferecidas durante o brincar, ela desenvolve a

concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação.

Para que o brinquedo seja significativo para a criança, é preciso que ele tenha

relação com a realidade desta, pois, por meio da observação e do desempenho das

crianças com seus brinquedos, podemos avaliar o nível de desenvolvimento motor e

cognitivo delas. No brinquedo, manifestam-se as potencialidades da criança e, ao

observá-las, poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo, por meio dos

brinquedos, os benefícios que favorecem o seu desenvolvimento.

No processo de formação, é preciso ter clareza da importância de

dominarmos os conhecimentos/conteúdos curriculares, bem como o conhecimento

didático-curricular (SAVIANI, 1997). Quando se trata de usar as brincadeiras,

corremos o risco de cair na informalidade, brincar por brincar, ou o brincar apenas

para trabalhar valores. É, também, durante as brincadeiras, preciso ter intenções

claras da ação praticada para que esta ocorra com objetivos claros quanto à ação do

brincar na Educação Infantil; é necessário, ainda, estarmos fundamentados sobre a

importância do brincar no processo ensino-aprendizagem, tendo como

fundamentação os estudos de Vigotski (1998b).

O educador precisa compreender que o homem desvinculado da história é um

homem que não evoluiu, que sempre foi igual, em suas grandezas e misérias

humanas, entendidas à margem da História, que vive individualmente. O homem é

diferente de outros seres vivos, a sua natureza humana é histórica e cultural. O

docente precisa ver em seus alunos o homem a partir de suas relações e práticas

concretas com outros homens e de suas preocupações com a sobrevivência. O

entendimento dos homens, a partir de suas características, peculiares a cada fase

do desenvolvimento da humanidade, nos possibilita avaliá-los como sujeitos que

fazem a História e produzem conhecimento. A compreensão do homem, enquanto

um ser social, nos leva, necessariamente, à compreensão da historicidade dos

conhecimentos produzidos por ele.

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O professor tem papel importante como agente mediador do processo de

aprendizagem, quando leva em considerações as diferenças individuais e

proporciona atividades diversificadas e motivadoras, que façam do ensino e

aprendizagem grandes aventuras.

4.2 PROPOSTA DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA NA

ESCOLA

Tema:

Mediação do professor/brinquedos/criança na Educação Escolar.

Objetivo Específico:

Reconhecer a função da mediação docente na Educação Infantil, visando ao

ensino por meios de brincadeiras.

Texto Base:

Interação entre Aprendizado e Desenvolvimento (VIGOTISKI, 1998a).

Vídeo:

Maria Malta - Perfil do Educador Infantil (Fundação Carlos Chagas).

Encaminhamentos Metodológicos:

1) Discussão:

a) Quanto se fala da mediação do professor nas brincadeiras e brinquedos na

Educação Infantil:

Qual é o papel do professor na brincadeira infantil?

Como o professor deve agir diante das crianças que estão brincando ou

construindo uma brincadeira?

O professor deve interferir na brincadeira ou ficar só olhando?

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b) Tendo a apresentação de filme, a leitura do texto e a mediação do professor/

brinquedo/criança na Educação Infantil como fundamento, responda às questões

e depois as socialize com o grupo.

É por meio de das brincadeiras mediadas pelo adulto que a criança aprende

sobre o mundo que a rodeia e constrói sua personalidade? Por quê?

As brincadeiras são recursos que o adulto utiliza e medeia para que a criança

amplie a imaginação e o desenvolvimento?

Exemplifique uma maneira com que o professor possa mediar no momento das

brincadeiras.

2) Exposição de brinquedos

3) Aplicação de brincadeiras

Avaliação:

A avaliação dar-se-á no decorrer do trabalho, observando-se a frequência,

participação e envolvimento dos professores nas atividades propostas.

Cronograma:

2013

Fevereiro Março

Datas Atividades

26 05 07 12 14 19 21 26 28

Período de inscrição x

Primeiro encontro: A ludicidade no processo de formação de docentes - A abordagem Histórico-cultural

x x

Segundo encontro: O brincar na Educação Infantil – essência humana

x x

Terceiro encontro: O brincar no processo ensino-aprendizagem

x x

Quarto encontro: A mediação do professor brinquedo/criança na Educação Infantil

x x

Avaliação x x x x

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REFERÊNCIAS

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BOGOYYAVLENSKY, D. N.; MENCHINSKAYA, N. A. Relação entre aprendizagem e desenvolvimento psicocultural da criança em idade escolar. In. LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. L.; VIGOTSKY, L.S. et al. Psicologia e pedagogia: bases psicológicas da aprendizagem e do desenvolvimento. São Paulo: Moraes, 1991. p. 37-58.

BORBA, Ângela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO. Aricélia Ribeiro do (Org.). Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.

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