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SERVIÇO DE CIRURGIA CARDIOVASCULAR PROTOCOLO DE PRÉ E PÓS OPERATÓRIO Serviço de Cirurgia Cardiovascular Prof. Dr. Eduardo K. Saadi

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SERVIÇO DE CIRURGIA CARDIOVASCULAR

PROTOCOLO DE PRÉ E PÓS OPERATÓRIO

Serviço de Cirurgia Cardiovascular

Prof. Dr. Eduardo K. Saadi

SERVIÇO DE CIRURGIA CARDIOVASCULAR

Prof. Dr. Eduardo K. Saadi

Protocolo de preparo pré-operatório

I. Exames pré-operatórios:1. Hemograma completo com contagem de plaquetas2. KTTP e TP3. Tipagem sanguínea ABO+Rh4. Sorologias p/ CHAGAS, HIV, HTLV(selacionado conforme o caso)5. Sorologia para hepatite B e C (ANTÍGENO AUSTRÁLIA, HCV, ANTI HBC)6. Função renal (uréia e cereatinina séricas)7. Eletrólitos séricos (Na, K, Ca)8. Glicemia9. TGO,TGP, GAMA GT10. ECG11. RX tórax PA e Perfil12. Relatórios de Ecografia, Holter,TC, Ressonância, Cateterismo Cardíaco e/ou

Cintilografia

II. Internação:Os pacientes serão vistos em visita pré-operatória pelo clínico do serviço de

cirurgia cardíaca (HCPA-Dr. Paulo Kalil ou Dra. Carisi Polanczyck / ULBRA-Dr. SolanoBerger ou Dr. Diego Bento), HMV e HMD a ser definido em cada caso, no dia dainternação, que verificará os resultados dos exames pré-operatórios.Quando os examesforam feitos em outro hospital o paciente já está orientado a levá-los consigo. Ainternação ocorrerá, pelo menos, na véspera da cirurgia para permitir tempo à visita pré-anestésica e comunicação e confirmação da reserva de sangue junto ao banco de sangue(Concentrado de Hemacias 4U, Plasma 2U e Plaquetas 10U). Todos os casos devem serdiscutidos com o cirurgião responsável(Dr. Eduardo Saadi) no pré operatório.

III. Prescrição pré-operatória: As medicações e dieta serão as mesmas com as quais opaciente estava acostumado em casa. Exceção feita aos digitálicos, que devem sersuspensos na véspera, e à Aspirina, que deverá ser suspensa, de preferência, umasemana antes da cirurgia, quando possível.A critério do Cirurgião o AAS pode sermantido, principalmente em síndromes isquêmicas agudas ou lesão de tronco decoronária esquerda. O Clopidogrel(Plavix) e a Ticlopidina(Ticlid) devem ser suspensas5 dias antes.

A prescrição deverá incluir exercícios respiratórios e banhos diários compovidine degermante, além de peso e altura, medidos na internação, e diurese de 24h .

A prescrição da véspera deve incluir um sedativo às 22:00h ( Valium 10mg paraadultos-prescrito pelo anestesista da Cardíaca), Tricotomia (de corpo inteiro no caso decirurgia de revascularização e até os joelhos nos outros casos) e Jejum após as 24:00h

para os casos da manhã e após 6:00h para os casos da tarde.Enema glicerinado(500 ml)na noite anterior e Cefalotina ou Cafazolina 2 g EV na indução da anestesia.

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Dr. Eduardo K. Saadi

I. Monitorização intra-operatória:1. Pressão arterial não invasiva (braço direito)-opcional2. Oxímetro de pulso (mão esquerda)3. ECG (dois ombros e face lateral tórax à esquerda)4. Punção venosa periférica (abocath 18 ou 16 com extensão longa)5. Indução anestésica e entubação orotraqueal6. Sondagem urinária (foley 16 ou 18)7. Punção arterial periférica para monitorização da pressão arterial invasiva

(a. radial E com abocath 20 ou 18 longo). Quando a artéria radial esquerda for utilizada para revascularização puncionar radial direita8. Punção venosa central (catéter duplo ou triplo lúmen de preferência em jugular interna direita ou subclávia)9. Temperatura retal e nasofaríngea10. Sonda nasogástrica

II. Prescrição Pós-operatória imediata:1. NPO2. SNG aberta em frasco3. SG5% 500ml + KCl 10% 30ml EV 40ml/h4. Lasix _ amp EV 12/12h e se diurese < 1ml/kg/h e pressões enchimento OK5. Cefalotina ou Cefazolina 2 gr EV 6/6hs até retirar última linha6. SF 0,9% ou outra solução cristalóide (até no máx. 2000 ml) ou albumina a 5%para manter PVC entre 5 e 10mmHg e boa hemodinâmica7. Concentrado de Hemacias para manter Hb > 9 g/l8. Morfina 10 mg em 10 ml- 3 a 4 ml EV. Se extubado 3 a 4 mg SC9. Midazolan _ amp. EV dil(em agitação extrema)-Evitar10. Novalgina 2ml + AD 10ml Fazer 5ml EV se temp > 38.011. SG5% 90ml + KCl 10% 10ml EV a 30-40ml/h se K < 4.0 em via central12. Drogas inotrópicas de acordo com a necessidade (vide tabela anexa)13. Controle horário de diurese, PA, PCV, FC, FR,T, Drenagem torácica e sat O214. Drenos de tórax em drenagem aspirativa contínua a 20 cmH2015. Aspirar cânula traqueal e orofaringe a cada controle16. Gasometria arterial, Ht,Hb,Glicemia,Na e K,CK-MB na chegada e de 4/4h17. RX tórax após chegada e no dia seguinte após retirada de drenos18. Ventilação mecânica inicial com Vol. Cor. 10 a 15ml/kg; FR 10 a 12; FiO2 80% PEEP 5cmH20 (modificar de acordo com gasometria)19. Observação cuidadosa e repetida da temperatura e pulsos periféricos20. Ranitidina 50 mg EV 8/8h ou Omeprazol21. Nitroprussiato de sódio em infusão cont. p/ manter PAM entre 70 e 85 mmHg

III. Prescrição especial após PO imediato:1. Iniciar líquidos 1-2 h após extubação dieta à 6 h após boa aceitação líquida2. Manter diuréticos VO durante toda a internação, ou até atingir o mesmo peso pré operatório3. Iniciar AAS 100mg/dia para os coronarianos(na 7h se não houver sangramento)e prótese biológica no 1PO4. Iniciar Marcoumar 1cp ao dia para pacientes com prótese valvar mecânica no2 PO (controles do tempo de protrombina, manter TP 25 a 35% ou INR 2.5-3.5).Heparinização em casos selecionados(FA com prótese metálica).Nunca administrar Heparina EV no PO precoce(antes de 12 h) sem discutirc/ o cirurgião.5. Fisioterapia respiratória( com exercícios respiratórios) iniciada no 1 PO6. Retornar com as medicações habituais do paciente assim que possível,

excessão feita às medicações cardiológicas, que serão ajustadas de acordo comas necessidades.

7. O antibiótico deve ser mantido até o 2 PO(cafazolina EV ou cefalexina VO500 mg 6/6h) ou até que todas as linhas tenham sido removidas,principalmente em pacientes com próteses valvares.

IV. Exames e controles antes da alta hospitalar.1. RX de tórax a cada dois dias.2. Ecocardiograma antes da alta para pacientes valvulares, aneurismas ou

dissecção de aorta, aneurisma de VE, com ICC ou alteração ao RX de Tórax.3. Hemograma, ureia, creatinina e eletrólitos e ECG na véspera da alta hospitalar

prevista.4. Controle de glicemia de acordo com cada caso.

V. Curativos, pontos e alta hospitalar.1. Os curativos serão feitos uma vez ao dia, consitindo da limpeza com SF e

colocação de gazes ou micropore. Orientações para os casos especiais serádada pelos cirurgiões. Após 72 h se a FO estiver bem deixar sem curativo.

2. O curativo da perna, quando houver, deverá ser feito da mesma forma. Casohaja edema importante do pé e da perna,além de diuréticos, manter o membroelevado e receitar meias elásticas de média compressão até o joelho(Kendall).

3. A retirada dos fios de marcapasso (azuis) e dos pontos dos drenos será feita naalta da CTI(PO 2 ou 3) ou 1 dia antes da alta hospitalar. Quando iniciadoMarcoumar VO retirar os fios de marcapasso antes da anticoagulação plena( 3ou 4 PO).

4. O paciente só deverá receber alta após a entrega da descrição dacirurgia(feito pelo cirurgião) e relatório médico, receitas e orientação paraprocurar o seu cardiologiasta. Isto normalmente será feito pelo cirurgião oupelo cardiologista do pós-operatório.

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TABELA DE INFUSÃO CONTÍNUA DE DROGAS VASOATIVAS

NOME DILUIÇÃO DOSE

ADRENALINA 150 mcgr/ Kg/ 50ml 1ml/ h = 0.05mcgr/Kg/min(0.05 - 0.5 mcgr/ Kg/ min)AMINOFILINA 40 mg/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 0.8 mg/ Kg /minDOPAMINA 3 mg/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 1mcgr/ Kg/ min(2 - 10 mcgr/ Kg/ min)DOBUTAMINA 3 mg/ Kg/ 50ml 1 ml/ h = 1mcgr/ Kg/ min(2 - 10 mcgr/ Kg/ min)FENTANYL 100 mcgr/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 2 mcgr/ Kg/ h(4 - 8 mcgr/ Kg/ h)FUROSEMIDE 20 mg/ 20ml 1 - 2 ml/ hISOPRENALINA 150 mcgr/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 0.05 mcgr/ Kg/ min(0.05 - 0.5 mcgr/ Kg/ min)MORFINA 0.5 mg/ Kg/ 50 ml 1 - 2 ml/ hNIPRIDE 3 mg/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 1 mcgr/ Kg/ min(0.5 - 5 mcgr/ Kg/ min)NITROGLICERINA 3 mg/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 1mcgr/ Kg/ min(0.5 - 5 mcgr/ Kg/ min)NORADRENALINA 150 mcgr/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 0.05 mcgr/Kg/ min(0.05 - 0.5 mcgr/ Kg/ min)PROSTAGLANDINA 15 mcgr/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 5 nangr/ Kg/ min(2 - 10 nangr/ Kg/ min)PROSTACICLINA 12 mcgr/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 4 nangr/ Kg/ min(2 - 20 nangr/ Kg/ min)TOLAZOLINA 25 mg/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 0.5 mg/ Kg/ minVECURONIO 3mg/ Kg/ 50 ml 1 ml/ h = 1 mcgr/ Kg/ ml( 1 - 3 ml/ h)

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Dr. Eduardo K. Saadi

Orientações gerais

Devem permanecer prontos os seguintes ítens:- Respirador e/ou máscara com nebulização com O2- Ambú com outra fonte de O2- Dois sistemas de aspiração para drenos torácicos- Sistema de aspiração de vias aéreas com sondas adequadas- Faixas crepe e compressas para imobilização dos membros (4 unidades de cada)- Suporte de soro com bombas de infusão-Monitor de transporte com bateria-Gerador de marcapasso transitório

.

A monitorização necessária para o controle pós-operatório deverá vir sempre pronta docentro cirúrgico e deve consistir, em geral, de:

- Artéria radial para medida constante de PAM- Três punções venosas sendo: 1 jugular ou subclávia para medida PVC

1 para medicação contínua 1 para medicações em bolus

- Saturação de O2- ECG-Sonda vesical

OBS: Não trocar os curativos nas primeiras 24 horas se estiverem secos. Os examesexames rotineiros de controle são os seguintes:

- Gasometria arterial, eletrólitos, hematócrito, hemoglobina, glicemia e CK-MBna admissão e a cada 4 horas nas primeiras 24 horas- RX toráx na admissão(certificar da obtenção imediata), na manhã seguinte e

após retirada de drenos.- Bioquímica, hemograma, provas coagulação e CK-MB na manhã seguinte

Técnica para coleta de exames:Colher exames da linha arterial (com excessão do coagulograma ou TCA).Aspirar 5ml, trocar a seringa, colher 3 ml para os exames.Lavar a linha arterial com SF heparinizado.

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SUBSISTEMA CARDIOVASCULAR

A avaliação hemodinâmica do paciente deve ser feita logo após a sua admissão na UTI .Já durante o exame físico podemos retirar valiosas informações sobre o funcionamentodo sistema cardiovascular.

1. A avaliação clínica da efetividade da função cardíaca é feita por meios indiretospela avaliação da frequência cardíaca e ritmo cardíaco; das pressões atriais, pressãoarterial e intensidade dos pulsos periféricos (numa escala de 0-4), temperatura e débitourinário.

Os sinais clínicos de baixo débito cardíaco incluem: extremidades frias, pulsosfinos, baixo débito urinário (menor que 0,5 ml/kg/hora), sudorese, agitação e confusãomental. A pressão arterial é usualmente baixa (pressão sistólica menor que 100mmHg). APVC pode estar baixa se a etiologia for hipovolemia, mas estará alta nos casos detamponamento ou falência cardíaca. A gasometria mostra dessaturação associadausualmente a acidose.

Medida direta do debito cardiaco: catéter de Swan-Ganz. Deve ser discutido como Cirurgião antes da sua colocação.

2.O baixo débito cardíaco é tratado otimizando a freqüência cardíaca, pressõesde enchimento, pós-carga e contratilidade. Deve ser tratado sem demora pois aspotenciais consequências negativas são graves.

Pré-carga ( Pressões de enchimento):

A pressão média de átrio esquerdo (PAE) é usada como medida de pré-carga doventriculo esquerdo. Na ausência de uma linha de pressão atrial esquerda , usamos amedida da pressão venosa central (PVC) como medida da pré-carga cardíaca. O catéterde Swan-Ganz nos permite a medida da pressão capilar pulmonar e/ou diastólica daartéria pulmonar.É prudente que se almeje a mais baixa pré-carga consistente com um bom débitocardíaco. Assim, tipicamente as pressões de enchimento variam de 5 a 12 mmHg no pós-operatório de um paciente com bom débito cardíaco; devemos no entanto elevar aspressões até 15 a 18 mmHg em casos com manifestações de baixo débito. Este deve sersempre o primeiro tratamento para um quadro de baixo débito cardíaco, sem perda detempo!

O agente a ser usado para adequar a pré-carga vai depender do nivel de hemoglobina:# Se a hemoglobina estiver menor que 9,0 - papa de hemacias.

# Se a hemoglobina estiver maior que 9,0 - Cristalóide[até no máximo 2000 ml]ou Albumina 5% dil. em SG 5%[ até no máximo 1500 ml]. Se necessitar mais volume ehemoglobina>9,0 – considerar plasma.

Se houver sangramento importante - Sangue, independente da hemoglobina.Em caso de dúvida consulte o cirurgião.

É de responsabilidade do médico plantonista checar se o sangue a ser transfundido érealmente compatível com o paciente (atraves da identificacão da bolsa de sangue ouderivado) . Ter sempre de reserva 2 unidades de sangue no refrigerador da UTI.

Avisar o cirurgião sempre se as pressões de enchimento (PCP ou PVC) estejam subindoalém dos limites normais, para que sejam eliminadas as possibilidades de tamponamentocardíaco ou lesões residuais intracardiacas.

Pressões de enchimento ( PVC ou PCP) acima do desejado (maiores que 15 a 18mmHg) devem em geral ser tratadas com diuréticos (Lasix 40mg/EV). Discutir o usode inotrópicos. Considere suporte inotrópico se o índice cardíaco estiver reduzido. Olimiar para a colocação do balão intraaórtico(BIA) deve ser baixo e este deve sercolocado precocemente e não tardiamente. Sempre discutir com o Cirurgião responsável.O BIA deve ser colocado por punção femoral e deixado sem baínha para reduzir o riscode isquemia do membro.

Freqüência e ritmo cardiacos:

O débito cardíaco é muito dependente da freqüência cardíaca portanto um dos elementospara se obter um débito cardíaco adequado é a manutenção de uma freqüência cardíacanormal, tratando as arritmias por métodos farmacológicos ou elétricos ( marca-passo oucardioversão).

As arritmias podem ser causadas por problemas cardíacos isolados ou podem refletirdistúrbios globais tais como hipóxia, hipertermia ou distúrbios hidroeletrolíticos. Comoparte da análise dos distúrbios do ritmo deve ser colhida uma amostra de sangue arterialpara gasometria + eletrólitos, alem de um eletrocardiograma e um Rx de tórax.

Bradiarritmias: podem ser fisiológicas ou patológicas.Hipóxia é um potente bradicardizante e deve ser tratada com oxigênio e não com atropinaou adrenalina.

Caso a frequência cardíaca caia abaixo do limites indicados abaixo, iniciar estimulaçãocom marca-passo. Iniciar a estimulação sempre pelos eletrodos atriais (lado direito),quando estes estiverem presentes, e com a frequência do marcapasso programada dentrodos limites de frequência cardíaca normal(90 bpm). Se a frequência de pulso do paciente

não estiver coincidente com a frequência estabelecida no marca-passo, passe paraestimulação dos eletrodos ventriculares (lado esquerdo) modo VVI(FC 90 bpm).

Taquiarritmias

TAQUICARDIA SINUSAL: Remover outras causas tais como hipertermia, hipovolemia,agitação, anemia ou uso de doses erradas(altas) de catecolaminas.

ARRITMIAS VENTRICULARES:

1. Extrassístoles ventriculares isoladas em numero maior que 6 epm, pareadas,multifocais, ou TV nao sustentadas

a.Trace eletro em 12 derivacões;b.Checar oxigenação e ventilaçãoc.Xilocaína 1mg/kg EV seguida de infusão contínua de 0,03mg/kg/min. Bolusadicionais de 0,5mg/kg podem ser feitos até uma dose cumulativa máxima de2mg/kg. Reduzir dose em pacientes com mais de 70 anos e insuficiência hepática.Amiodarona como alternativa.d.Caso as mesmas persistam a despeito da terapêutica, discutir o uso de beta-bloqueadores.

2. Taquicardia ventricular e fibrilação ventricular: cardioversão (desfibrilação) com 200 a400 J.

TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR:

Fibrilação atrial e Flutter atrial:a.Colher gasometria e potássio;b.Se a resposta ventricular for menor que 70bpm iniciar marca-passo ventricularna freqüência de 90 a 100bpm.c.Resposta ventricular rápida: digitalização;d.Suspenda digitalização se a resposta ventricular for menor que 70bpm;e.cardioversão química com Quinidina(?) (apos digitalização);f.FA com deterioração hemodinamica: cardioversão;

Contratilidade cardíaca ( Inotropismo):

Agentes inotrópicos:

Os efeitos das catecolaminas no sistema cardiovascular estão relacionadas com sualigação aos receptores adrenérgicos, levando a um aumento no AMPc e cálciointracelulares. A estimulação dos receptores Beta 1 miocárdicos aumenta a força decontração, a freqüência cardíaca e o consumo miocárdico de oxigênio. A estimulação dosreceptores vasculares Beta 2 causa vasodilatação enquato que a estimulação de receptoresAlfa causa vasoconstrição sistêmica e pulmonar. A ação nos receptores dopaminérgicos

causa vasodilatação renal, mesentérica, coronária e vascular cerebral. A resposta a estasmesmas catecolaminas é influenciada por vários fatores tais como:

dose: os efeitos alfa-constritores predominam em altas doses de catecolaminas com efeitos alfa e beta.

idade: a dose-resposta à dopamina e à dobutamina são provavelmente diminuídas nos neonatos e lactentes se comparados a crianças maiores e adultos.tratamento farmacológico prévio: uso de betabloqueadores. O betabloqueiopode persistir mesmo se a droga foi suspensa de 12 a 24h antes da cirurgia.reservas miocárdicas depletadas: as catecolaminas são menos efetivas em pacientes com reservas metabólicas depletadas e em presença de Acidose.down regulation: os receptores beta-adrenérgicos deixam de responder ou respondem menos após o uso contínuo e prolongado de beta-estimulantes.

O início da infusão de catecolaminas deve ser feito após discussão com o cirurgião, deacordo com a tabela de diluição e na seguinte ordem de preferência:

DOPAMINA: 10 microgramas /Kg/min (dose standard) DOBUTAMINA : 10 microgramas/Kg/min ( " ) ADRENALINA: 0.1 microgramas/Kg/min ( " )

NORADRENALINA: 0,01 microgramas/Kg/min( “)-vem sendo mais usadaultimamente.

CÁLCIO : é benéfico na maioria dos casos como inotrópico positivo independentementeda dosagem do cálcio sérico. Este deve ser usado na dosagem de 1 mEq/Kg EV de 6/6hou, excepcionalmente, em infusão continua de 2 a 4 mEq/Kg/24 horas.

A linha para a infusão de catecolaminas não deve ser usada para qualquer outrofim. Deve ser sempre uma linha venosa central e deve ser considerada como a linha davida, pois em geral a vida do paciente está na dependência destas. Não esqueça dechecar sempre que houver troca do frasco ou seringa na bomba de infusão, se esta estárealmente funcionando adequadamente e que as catecolaminas estão "chegando" aopaciente. Trocar a seringa ou frasco com drogas inotrópicas sempre antes dotérmino. Não espere pelo alarme do final da infusão pois assim o paciente ficará semreceber a droga durante algum tempo.

Apesar de não muito aconselhavel, é possivel a mistura numa mesma seringa ou frasco demais de uma catecolamina, caso seja necessária a restrição de fluidos.

A retirada das catecolaminas deve ser gradual e nunca súbita. Reduza gradualmente asdoses de dopamina e dobutamina na velocidade de 1mcg/Kg/min a cada hora e deisoprenalina, adrenalina e noradrenalina na velocidade de 0.01 a 0.02 micg/Kg/min cadahora.

Existe uma outra classe de drogas inotrópicas positivas que são os inibidores dafosfodiesterase. Estes agem diminuindo a degradação do AMPc intracelular, elevando suaconcentração e aumentando a força de contração miocárdica. Estas drogas tem outroefeito benéfico sobre o débito cardíaco que provém do fato de produziremconcomitantemente uma diminuição da resistência vascular periférica por levarem avasodilatação pelo mesmo mecanismo explicado anteriormente. O único representantedesta classe de drogas disponível , no momento, no Brasil é o Amrinone (Inocor) e aMilrinone. Estas drogas devem ser usadas quando os resultados com os inotrópicosconvencionais não forem satisfatórios.

Pós-carga:

A magnitude da pós-carga é refletida pela pressão arterial sistólica. Ver tabela depressões normais. A pós-carga só deve ser manipulada no intuito de melhorar o débitocardíaco após havermos tentado outros recursos, conforme descritos anteriormente.

Na presença de baixo débito cardíaco, a pressão arterial pode ser reduzida com o uso denitroprussiato de sódio. Esta administração devera ser feita na linha de drogas de usocontínuo e sempre com bomba de infusão. Outro grupo de drogas que também reduzem após-carga é o dos inibidores da fosfodiesterase (Inocor), que ainda apresentam efeitoinotrópico positivo, e portanto deve ser a droga de primeira escolha quando desejamosmanipular a pós-carga, no intuito de melhorar o débito cardiaco.

Quando houver hipertensão, descartar como primeira hipotese má ventilação ouhipoxemia. Em casos de hipertensão arterial discreta com débito cardíaco normal emgeral a conduta deve ser expectante. O sulfato de morfina na dose de 0.05 mg/Kg EVpode ser útil no contole da hipertensão, epecialmente na suspeita de dor. Sedação comDormonid ou propofol também pode ser útil nos casos de hipertesão discreta a moderada,mas este deve ser evitado para permitir a extubação mais precoce.O nitroprussiato desódio em infusão contínua é em geral utilizado pelos nossos pacientes no PO imediatopara manter a PAM entre 70 e 85 mmHg. No PO imediato a PAM nunca podeultrapassar 100 mmHg, pelo risco de sangramento.

Imediatamente após a chegada do paciente na UTI, em casos de hipertensão severapoedem ser usados alfa-bloqueadores. Dilua uma ampola de Amplictil para 20ml e façade 2 em 2 ml lentamente ate normalização da pressão.

Se a pressão estiver persistentemente alta mesmo após as primeiras horas de pós-op.discuta a possibilidade de uso de Beta-bloqueadores (somente em pacientes com funçãonão muito alterada).

Caso tenham sido otimizados a pré-carga, pós-carga, ritmo cardiaco e doses deinotrópicos e ainda assim não seja atingido um débito cardíaco adequado, e excluídotamponamento deve ser instalado o balão intra-aórtico(BIA) sem demora.

Tamponamento Cardíaco:

É uma condição que põe em risco a vida do paciente, causada por uma coleção de líquidono mediastina(pericárdio) causando compressão do coração ou por compressão docoração pela parede torácica e/ou pulmões em pacientes com circulação instável.

Diagnóstico:Suspeite sempre de tamponamento cardíaco quando:

Houver baixo débito cardíaco súbitoPressões de atrio esq. (ou PCP) e direito (PVC) altas e com tendência a se

igualaremTaquicardia, hipotensão e oligúriaHouver drenegem abundante pelo dreno mediastinal ou súbita parada nadrenagem

Quando forem removidas as linhas de átrio esquerdo, art. pulmonar ou fios demarcapasso.

Checar o Rx de tórax para comparar o tamanho da área cardíaca em relação aos Rxprévios. As vezes conseguimos ver que a distância entre os fios de MP e a borda dasilhueta cardiaca aumentou. Na dúvida solicitar ecocardiograma de urgência.

Conduta:O tamponamento é uma situação de urgência, portanto aja rapidamente, comunicando aocirurgião, solicite 2 unidades de papa de hemacias e 2 de plasma no Banco de Sangue eaumente o suporte inotrópico momentaneamente até que o paciente seja encaminhado aoCentro Cirúrgico, para manter um débito cardiaco adequado.

Sangramento Pós-Operatório:

A avaliação do sangramento pós-operatorio é uma das mais importantes partes damonitorização pós-operatória. Imediatamente após a chegada do paciente, identifique aposição dos drenos, ou seja, se são pleurais ou mediastinais e verifique se os frascosestão com nível de selo d'agua marcados. Todos os frascos de tórax devem sermantidos sob aspiração continua com redutor.

O volume de drenagem dos frascos deve ser checado juntamente com os sinais vitais acada hora e os mesmos devem ser sempre "ordenhados" para evitar que o sangue coaguleno interior dos mesmos e obstruam-se. Mantenha o dreno sempre "limpo" ou seja

ordenhe até a migração dos coagulos em direção aos frascos coletores. É atribuição domédico plantonista a observância de que os drenos estão patentes.

Sangramento pelos drenos torácicos no pósoperatório de cirurgia cardíaca é normaldentro de certos limites e para tanto temos uma tabela de sangramento máximo aceitavel:

PESO 3 Kg 6Kg 10Kg 20Kg 30Kg 70kgVOLUME CIRCULANTE 255ml 510ml 850ml 1600ml 2250ml 50001 hora (ml) 25 50 85 160 225 500(10% vol circ./hora)2 horas (ml/hr) 20 40 70 130 180 400(8% vol circ./hora)3 horas (ml/hr) 15 30 50 95 135 300(6% vol cic /hora)

As causas de sangramento anormal no pós-operatorio podem ser divididas em(1) Sangramento cirúrgico(2) Coagulopatias, que podem ser subdivididos então em: coagulopatias pré-existentes;reversão incompleta da heparina ou efeito rebote; coagulopatia de consumo oudeficiência plaquetária, seja em número ou função, frequentemente por uso de ticlopidinaou clopidogrel.

Como parte do diagnóstico de sangramento abundante no pós-operatorio, imediatamenteapós a identificação do problema, é imperativo a coleta de um coagulograma completo +contagem de plaquetas.

Sangramento cirúrgico: em geral é abundante e apresenta-se com coagulograma normalou próximo do normal. O tratamento é a revisão cirúrgica da hemostasia. Tenha sempre2 unidades de sangue e 2 de plasma de reserva e reponha as perdas .

Coagulopatias pré-existetes: causas de coagulopatias pré-operatorias incluem o uso deaspirina, ticlopidina, clopidogrel e warfarina. O tratamento é o uso de plaquetas nosprimeiros casos e o de plasma fresco no último.

Efeito rebote: causado pela não neutralizacão completa da heparina, o diagnostico é feitopelo tempo de coagulação (ativado ou não) que está aumentado e deve ser tratada comprotamina EV (Tc normal 1 a 3 min, TCA normal < 120 seg).

Coagulopatia de consumo: deflagrada pela CEC e politransfusão. Geralmente acontececom todos os elementos do coagulograma alterados. Pode acontecer com número deplaquetas normais, mas que podendo estar com função alterada. O tratamento é feito comreposição a base de crioprecipitado, plasma fresco e plaquetas.

Quando o sangramento pós-operatório for maior que 60% dos critérios (tabela) desangramento aceitável:

a. colher coagulogramab. manter hemoglobina e hematocrito normais;c. Avisar o cirurgião responsável.d. Sulfato de protamina 1mg/kg (maximo de 50mg) se o TCA estiver maior que 2 min.e. Plasma fresco congelado se o TP e o KPTT estiverem aumentados e o fibrinogênio baixo.f. crioprecipitado em casos de fibrinogenio baixo;g. Plaquetas: nos casos de plaquetopenia ou de pacientes que usavam AAS,ticlopidina ou clopidogrel.

Se o sangramento permanecer ativo e atingir os critérios de reabertura notificar ocirurgião de sobreaviso e providenciar centro cirúrgico.

SERVIÇO DE CIRURGIA CARDIOVASCULAR PROTOCOLO DE CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS

SUBSISTEMA PULMONAR

O objetivo da ventilação mecânica é de reduzir o consumo de oxigênio com a redução doesforço respiratório, permitindo assim um periodo mais longo para a adequação dafunção cardiaca. A função respiratória deve ser monitorada a cada 4 horas comgasometria arterial.

1.Ventilação mecânica inicial: volume corrente de 10 a 15ml/Kg. frequência respiratória de 10 mpm a 12 mpm FI02=80% a 100%. PEEP +5 cmH20

2.Modificar segundo a gasometria para manter uma PA02 mínima de 100 mmHg ePAC02 de 30 a 40 mmHg.

3.Se o PA02 estiver menor que 80 mmHg e a FIO2 maior que 60%, adicione PEEP de +8a 10cmH20.

4.Extubação:a.A maioria dos pacientes são extubados de 6 a 12 h após a cirurgia.b. A extubação só deve ser feita se os outros subsistemas estiverem funcionandonormalmente.c. Reduza lentamente os parâmetros do respirador sempre respeitando osparâmetros gasométricos citados acima ou, mais facilmente, se a saturaçãoperiférica permanecer maior que 97%.d. Antes de extubar o paciente devemos ter uma gasometria satisfatória com umafreqüência respiratória de 6 mpm em SIMV; FI02 de 40%, e PEEP menor que 5;o paciente deve ainda estar alerta, apto a obedecer aos comandos e gerar umesforco respiratorio intenso. Nunca reduzir a FiO2 a menos que 40%.e. Após a extubação coloque o paciente para respirar com máscara de 02.f. Se após a extubação a saturação de O2 e o PaO2 estiverem baixos, a PaCO2estiver maior que 50 mmHg, e o paciente em esforço respiratório importante, omesmo deve ser reintubado.

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SUBSISTEMA RENAL

1. Oligúria = débito urinário menor que 1ml/Kg/h durante 2 horas consecutivas ou ausência de micção espontanea após 6 h em pacientes não sondados

Observações:A causa mais frequente de disfunção renal é o baixo débito cardiaco. Avalie e otimize odébito cardíaco.

Sempre excluir a possibilidade de obstrução da sonda vesical, caso haja absolutaausência de débito urinário, especialmente em pacientes aparentemente com bom débitocardíaco. Faça isto com a instilação de 10ml de SF na sonda vesical para lavagem damesma. Em caso de dúvida troque a sonda vesical.

A insuficiência renal pode ocorrer em qualquer momento da internação do paciente naUTI. Além da causa já citada acima devemos investigar a possibilidade de qualquerevento isquêmico/hipóxico renal, assim como obstruções pós-renais e o uso de agentesnefrotóxicos.

Tratamento:a. Lasix(furosemida) 40mg/EV[1 ampola]

b. Reavalie em 1 hora e se persistir a oligúria:1) Retire o potássio dos soros:2) Lasix(furosemida) 80mg/EV[2 ampolas];3)Avaliar o débito cardíaco;4) Tratar o baixo débito ou usar dopamina em dose vasodilatadora renal (3-4 mcg/Kg/min).

c. Reavalie em mais uma hora e se ainda persistir a oligúria:1) Lasix 120mg/EV e ajuste a infusão de líquidos para o máximo de 400ml/m2/24horas.

d. Se ainda assim não houver resposta avise a nefrologia e considere o uso delasix em infusão contínua. Considere a introdução precoce de diálise peritonial ou hemodiálise(hemo-lenta).

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SUBSISTEMA METABÓLICO

1. Potássio

Rápidas mudanças nos níveis de potássio sérico ocorrem normalmente no pós-operatóriode cirurgia cardíaca e tanto as situações de hipo quanto hiperpotassemia devem serconsideradas como de relativa urgência, e o médico plantonista deve estar atento paraestas mesmas mudanças. Em geral a hiperpotassemia é mais grave que a hipopotassemia,mas ambas devem ser tratadas com igual rigor. O valor ideal do potássio no pós-operatório de cirurgia cardíaca é de 4 meq/l.

Se o K <4a) KCl 3 ampolas em 250ml de SG OU SF EV a 30ml/hb) Dobre a dose de manutenção do K.

Se o K>5a)Retirar o K do sorob) 40mg/EV de Lasix

Se o K>6a)Retirar K do soro;b)Kayexalate 50g em enema por uma hora (diluido em sorbitol).c)Dosar uréia e creatinina.

Tratamento agudo de hiperpotassemia:a) Cloreto de cálcio EV(1 amp)b) Bicarbonato de Na (50 mEq) EV em 5 minutosc) Insulina simples10 unidades com uma ampola de glicose a 50% (25g) EV em 5min[glico-insulinoterapia].d) Lasix EVe) Diálise.

2. Acidose metabólica

Discreta acidose metabólica com BE < -3 é comum no pós-operatorio de cirurgiacardíaca e não deve ser tratada salvo algumas excessões, tais como baixo débito

persistente, hiperpotassemia e casos com importante hemólise intravascular e hematúria +hemoglobinúria. A acidose diminui a resposta cardíaca à agentes inotrópicos.

Se BE > -5 : não tratar se PCO2 > 30 e pH > 7,4. tratar com Bic Na 10% se PCO2 < 30 e pH < 7,4 com 1/2 do valor

calculado pela formula: BE x 0,3 x Kg peso em 1/2 hora. Colher nova gasometria após cada correção.Se BE > -5 novamente, repetir a correção conforme acima.Se acidose persistente, avisar o cirurgião responsável pelo caso.

3. Alcalose metabólica

Situação bem mais rara e que geralmente não necessita de tratamento específico. Tratesomente quando o BE estiver maior que + 10 e o PCO2 maior que 35 mmHg (semprerepetir a gasometria para confirmar este resultado antes de tratar). Use Diamox na dosede 10-20 mg/kg em 24 horas dividida em 3 doses, por via oral ou SNG. Repetir agasometria após cada dose do Diamox e se BE < +5 suspender o tratamento.

4. Hipoglicemia

Se a glicose sérica estiver menor que 70 mg% fazer 1 ampola de Glicose a 50% e dosarglicemia novamente 1 hora depois. Repetir o procedimento se necessário.

5. Hiperglicemia

A glicemia é usualmente alta nas primeiras 8 horas de pós-operatório podendo facilmenteatingir 200 mg% ou mais, que em geral se normaliza após este periodo. A manutenção deglicemias superiores a 200 mg% após este periodo nos faz suspeitar de excessivaadministração de glicose, infecção ou lesão neurológica grave. Use insulina simples embolus ou em infusão contínua (dose de 0.1 UI/kg/h). Checar glicemia 2/2 h. Se a glicemiacair abaixo de 150 suspender a infusão de insulina.

6. Sedação e analgesia

Todos os pacientes admitidos pós op. de cirurgia cardíaca, tem incisões dolorosas, quaissejam esternotomia ou toracotomia lateral, por isso é bastante vantajoso o uso deanalgésicos potentes para maior conforto dos mesmos. Devemos no entanto suspender oesquema de analgesia logo após a remoção dos drenos de tórax ou em casos dedificuldade de desmame do respirador. A rotina de utilização por ordem de preferencia:

Sedação:* Dormonid 1 amp diluído em 10 ml (fazer 2 a 5 ml de cada vez)

* Valium 10mg diluído em 10 ml (fazer 5 ml a cada vez)*Propofol em infusão contínua

Tentar evitar sedação no PO para permitir extubação precoce

Analgesia:*Morfina 10 mg em 10 ml(fazer 3 ml )* Voltarem IM ou EV (diluído e em veia central)

Não esquecer da somação de efeitos que pode acontecer da associacão de sedativos. Ossedativos devem ser suspensos 2 horas antes de iniciar o desmame do respirador.

7. Anticoagulação

As drogas que alteram a coagulação sanguínea podem ser dividas em :1. Drogas que interferem na ciclo-oxiganase promovendo bloqueio da função plaquetaria. Exemplo: Aspirina.2. Drogas que interferem na atividade da antitrombina III. Seu efeito é medido pelo tempo de coagulação. Exemplo: Heparina.3. Drogas que interferem na produção de diversos fatores dependentes da vit K. Seu efeito é medido pelo Tempo de Protrombina. Exemplo: Warfarina.

A anticoagulação no pós-operatório de cirurgia cardiaca tem indicações diversas e deveem geral ser decidida pelo cirurgião e pelo cardiologista, mas em alguns casos temosindicações ja estabelecidas.

1. Uso de AAS: Usamos AAS sempre no pós-operatorio de cirurgias de revascularizaçãodo miocárdio e troca valvar por prótese biológica, iniciando no dia seguinte à cirurgia, nadose de 100mg ao dia, após a refeição. Como alternativa pode ser iniciada na 7 h de POse não houver sangramento.

2. Uso de Heparina: Usamos quando da retirada da Warfarina em pacientes com prótesesmetálicas em pré-operatório. A dose seve ser titulada de acordo com os Tempo deCoagulação e o Tempo de Protrombina. A dose deve ser de 100 U/kg em bolo e25U/kg/hora em infusão continua para obter um tempo de coagulação 3 vezes o normal.Não deve ser utilizada no pós operatório precoce de cirurgia cardíaca.

3. Uso da Warfarina: usada em todos os pós-operatórios que incluam próteses valvularesmetálicas ou em situações especiais por solicitação do cirurgião. Algunas casos

específicos de prótese de duplo folheto em posição aórtica o cirurgião pode decidir,excepcionalmente utilizar apenas AAS, após os primeiros 3 meses.A dose deve ser de 1cp/dia, iniciada 48 hs após a cirurgia, ou após a retirada de todos oscatéteres intravenosos ou drenos. Tempo de protrombina deve ser realizado a cada 2 diase a dose ajustada até atingirmos um TP de 25 a 35% ou INR de 2,5 a 3,5, dependendo docaso.