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UCAM – UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE QUALIDADE TOTAL NO ATENDIMENTO AO CLIENTE
POR
LUIS MAURÍCIO GAMA FRANCO
RIO DE JANEIRO 2004
2
UCAM – UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE QUALIDADE TOTAL NO ATENDIMENTO AO CLIENTE
POR
LUIS MAURÍCIO GAMA FRANCO
Monografia apresentada a UCAM – Universidade Cândido Mendes, Projeto a Vez do Mestre, como requisito parcial para conclusão do curso de pós-graduação “lato-sensu”, com especialização em Marketing.
Rio de Janeiro Janeiro de 2004
3
Dedico este trabalho ao apoio de minha família.
4
RESUMO
Nos dias de hoje, com o advento da globalização, a sociedade tornou-
se muito mais exigente do que há alguns anos atrás, desta forma a
competição global faz com que as empresas estejam comprometidas com o
contínuo e completo aperfeiçoamento de seus produtos e processos, em
função da maior exigibilidade da qualidade, por parte dos consumidores, em
produtos e serviços, trazendo assim significativas mudanças no contexto
organizacional.
Este trabalho tem como finalidade abordar a Qualidade Total e sua
utilização no dia a dia. É imprescindível deixar de utilizar a qualidade nos
tempos atuais, pois sem ela a empresa não funciona bem. Não se duvida
que a qualidade é boa para a empresa, esta é a principal meta das
organizações, pois a qualidade compreende um sistema de técnicas que
permitem a produção econômica, confiável e segura de bens e serviços que
satisfaçam no tempo certo e de forma acessível as necessidades do
consumidor.
Nesta pesquisa, portanto, enfocamos a Qualidade Total como a
melhor forma de atendermos os clientes; aumentando o lucro, a
competitividade e o melhoramento dos funcionários. Tratamos da história da
Qualidade, de seus conceitos, para que serve e quais são seus objetivos.
Mostramos os teóricos como Deming, Juran e Crosby. E também
destacamos as ferramentas utilizadas para se obter qualidade; os benefícios
de se manter um sistema de qualidade e de que forma utilizá-las.
Concluímos enfatizando a importância da Qualidade Total nos dias de
hoje, aplicados às organizações, como citamos a exemplo o Banco Real.
Resumindo, estamos na Era da Qualidade.
IV
5
SUMÁRIO
CAPÍTULO I. HISTÓRIA DA QUALIDADE........................................... 07
CAPÍTULO II. O QUE É QUALIDADE...................................................11
CAPITULO III. OS PRECURSORES QUALIDADE................................26
CAPITULO IV. DIRETRIZES DA QUALIDADE NOS PRODUTOS
E SERVIÇOS. ............................................................................................34
CAPITULO V. DIRETRIZES DA QUALIDADE
NO ATENDIMENTO..................................................................................58
CAPITULO VI. APLICABILIDADE DA QUALIDADE NO
BANCO DO BRASIL..................................................................................69
CONCLUSÃO.............................................................................................73
6
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................76
ANEXO CULTURAL...................................................................................77
7
CAPÍTULO I — HISTÓRIA DA QUALIDADE
8
A Qualidade seja ela no produto ou no serviço, está presente em
nossas vidas desde os séculos remotos. Os artesãos produziam produtos
com qualidade, perguntavam o que o cliente queria, qual era o tamanho
desejado, para que serviria o produto, qual era o tempo ou o prazo de
entrega. A qualidade no passado estava relacionada como a melhor forma
de se fazer às coisas corretamente.
A qualidade surge no momento em que há um comércio entre
comprador e vendedor, onde cada um quer atendar as suas necessidades.
As cidades de Veneza e Gênova no século XVI dominavam o
comércio local e controlavam o mediterrâneo. Comercializavam especiarias e
produtos artesanais. Estes produtos eram produzidos com qualidade, pois
atendiam às necessidades da época.
Henry Ford em 1913 produzia os primeiros carros com qualidade.
Ford não só atendia às necessidades dos clientes como suas expectativas,
ou seja, as necessidades eram de se locomover rapidamente e as
expectativas era um maior conforto, segurança, autonomia etc, sem precisar
montar em um cavalo, que era um transporte cansativo.
A qualidade só foi percebida e implementada, no entanto, como uma
das ferramentas básicas, em 1945, quando os Estados Unidos utilizavam a
Qualidade para o armazenamento de armas nucleares que exigia um
manuseio cauteloso. Com o fim da 2º guerra mundial a qualidade já não era
mais segredo de estado.
O Japão estava arrasado e praticamente destruído palas bombas
nucleares dos Americanos e conseguiu ergue-se através do processo da
qualidade e através de seus precursores que implantaram Dr. William
Edward Deming e Dr Joseph M. Juran, que levaram o desenvolvimento e
ensinaram a qualidade aplicada às pessoas e as empresas. No Japão se
9
utilizava uma industria de base e através da qualidade passou para uma
industria de eletrônica.
No Brasil a qualidade surgiu aproximadamente em 1978, pela
necessidade de adotar um modelo altamente confiável para a garantia da
qualidade dos empreendimentos nucleares brasileiros, visando a segurança
e a saúde da população e do meio ambiente. Através desta atuação do
Programa Nuclear Brasileiro na área da Garantia da Qualidade, absorveu,
desenvolveu e transferiu “Know How” para as empresas brasileiras e passou
a difundir os conceitos da Garantia da Qualidade para o meio industrial
brasileiro, como modelos de gestão de sistemas produtivos avançados e
complexos.
O Brasil já é o segundo país do mundo na implantação da qualidade.
As qualidades no Brasil são reconhecidas pelos japoneses como o segundo
maior do mundo. As características mais importantes do caso brasileiro são
a adesão de empresas de todos os setores (indústria, comércio, serviços
público e agrícola). O movimento da qualidade tem crescido exatamente pela
adesão cada vez maior dos micros e pequenas empresas.
Na década de 80, as empresas perceberam o processo de mudança
que estava ocorrendo no mundo e procuravam garantir o mercado para
exportação de seus produtos, produzindo-os de acordo com as exigências
de certificação (que a partir de 1987 passaram a ser mais conhecidos com a
divulgação da ISO-9000).
A crise econômica brasileira e a mudança de comportamento dos
consumidores, cada vez mais exigentes, também levaram as empresas a
buscar maior qualidade e produtividade. Ao buscar a garantia de qualidade
dos produtos, as empresas começaram a exigir dos consumidores a garantia
da qualidade das peças e componentes necessários no processo produtivo.
10
Destaca-se como órgão regulador na implementação da qualidade o
INMETRO e na criação do Sistema Brasileiro de Certificação (SBC).
O INMETRO é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria
Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (CONMETRO), colegiado interministerial, que é o órgão normativo
do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(SINMETRO). Com o objetivo de integrar uma estrutura sistêmica, o
SINMETRO, o CONMETRO e o INMETRO, cabendo a este último substituir
o então Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar o seu raio
de atuação a serviço da sociedade brasileira
11
CAPÍTULO II – O QUE É QUALIDADE
12
2.1.Qualidade:
• Qualidade é a capacidade de atender a 100% dos requisitos do
cliente;
• Fornecer produtos e serviços que atenda as necessidades ou
expectativas dos clientes;
• Fornecer produtos confiáveis entregue em perfeitas condições,
entregue no prazo todas às vezes;
• Qualidade é o que o cliente quer;
• Qualidade é aquilo que está de acordo com que foi combinado;
• Qualidade é a adequação ao uso;
• Qualidade é um produto ou serviço que tem determinado
desempenho intrínseco, de acordo com que foi combinado e que
atende as necessidades do consumidor (Josep. H. Juran);
• Qualidade é uma questão de atitude;
• Qualidade de um produto ou serviço é a garantia da satisfação do
cliente e
• Qualidade é fazer melhor, mais rápida e mais barato.
2.2. O que fazer para buscar a qualidade:
• Fazer melhor;
• Durabilidade nos produtos;
• Atender as necessidades dos consumidores;
• Não falhar;
• As empresas têm que possuir uma aparência/ imagem;
• As empresas têm que possuir tecnologia e
• Capacidade de mão-de-obra.
13
2.3.Duas abordagens a qualidade
A Qualidade Total está voltada para o zero defeito. É preciso trabalhar
sem erro visando cada vez mais um aperfeiçoamento das operações
realizadas e dos funcionários. Diante deste fato a Qualidade Total trabalha
com duas abordagens:
• Reativa: Conserta coisas depois do problema;
• Preventiva: Fazer as coisas certas na 1º vez.
A Qualidade Total tem que ser preventiva e não reativa, porque
fazendo certo desde a primeira vez a empresa conseguirá agilizar seus
processos, reduzir custos operacionais, evitar uma maior fadiga tanto das
máquinas quanto dos funcionários. A abordagem reativa traz para empresa
prejuízos como: aumento dos custos, aumento da fadiga humana e das
máquinas e perda de credibilidade dos consumidores de seus produtos ou
serviços. Essa abordagem reativa deve-se ao fato de fazer as coisas duas
ou mais vezes, gerando desperdícios, atraso na entrega e produtos
defeituosos.
2.4. O que sustenta o sistema da qualidade total.
2.4.1.Gestão pela qualidade total.
• Satisfação Total dos Clientes: superação de expectativas do
cliente e preocupação;
• Gerência Participativa: liderança através do poder de influência, ou
seja, a participação da gerência;
• Desenvolvimento de RH: trabalho como sinônimo de realização,
investimento no ser humano;
• Constância de Propósito: objetivos estratégia e persistência;
14
• Aperfeiçoamento Contínuo: predisposição para mudanças;
• Gerência de Processos: integração dos processos, interface com
os fornecedores;
• Delegação: poder de decisão e respaldo;
• Disseminação de Informações: conhecimento do negócio e dos
objetivos;
• Garantia da Qualidade: atitude e sistema facilitadores,
independentemente do nível hierárquico.
• Não acomodação ao erro: fazer certo desde a primeira vez.
2.5. Os 10 mandamentos da qualidade
É necessário adotar novos valores e atitudes. As empresas têm que
conhecer os princípios da gestão pela qualidade e começar a mudar.
Se alguém atencioso, gentil e sorridente vier lhe atender, as pessoas
irão ficar surpresas. Isso porque estamos ainda muito distante do padrão em
que o cliente é realmente o centro das atenções. Por aí se avalia como
requer esforço e persistência motivar as pessoas e mudar comportamentos.
Ë necessária à introdução de uma nova cultura na empresa, o que só é
possível com a observância dos 10 Princípios da Qualidade Total.
Novas atitudes, valores e objetivos estão presentes nestes 10
Princípios. Eles devem ser adotados não pela simples imposição (o que não
funciona), mas pelo convencimento, convicção e aceitação de todos.
1) TOTAL SATISFAÇÃO DOS CLIENTES
Na estrutura tradicional das empresas, quase sempre os clientes são
colocados como receptores passivos dos produtos e serviços oferecidos.
Normalmente, são atendidas por pessoas com a menor capacidades de
decisão dentro da empresa. Elas são vistas como aqueles que perturbam a
15
rotina da empresa. Qualidade Total inverte esse quadro e coloca o cliente
como a pessoa mais importante para a organização, pois que a ele se
relaciona, torna-se prioritário.
åAtendimento ao cliente;
åConhecimento do Cliente;
åAvaliação sistemática do cliente;
åParceria com o cliente;
åSuperação de expectativa e
åComparação de desempenho com os concorrentes;
A total satisfação dos clientes é a mola mestra da gestão pela
qualidade. Afinal, os clientes são as próprias razões de existência de uma
empresa. Saber como eles avaliam os produtos ou serviços que lhes são
oferecidos é o primeiro passo.
A empresa que busca qualidade estabelece um processo sistemático
e permanente de troca de informações e mútuo aprendizado com seus
clientes. Depois, transforma as impressões colhidas dos clientes em
indicadores de seu grau de satisfação, como se fosse um termômetro, assim
é possível avaliar a introdução de inovações, aperfeiçoamentos e ter a
direção para as mudanças.
O “diálogo” com o cliente permite que a empresa busque a excelência
no atendimento. Mas deveria ir além: prever suas necessidades e superar
expectativas. A gestão pela qualidade assegura a satisfação do cliente final e
de todos aqueles que fazem parte dos diversos processos da empresa:
clientes internos e externos, diretos e indiretos, parceiros e empregados.
2) GERÊNCIA PARTICIPATIVA
É preciso a cultura da participação e passar as informações
necessárias aos empregados. A participação fortalece decisões, mobiliza
16
forças e gera O compromisso de todos com os resultados e
responsabilidades. O Principal objetivo é conseguir o “efeito sinergia”, onde o
todo é maior que a soma das partes.
å Incentivo á manifestação de idéias e opiniões;
å Compartilhamento de informações;
å Participação nas decisões;
å Estímulo à formação de times da Qualidade e
å Atitudes do gerente: liderança para orientar e facilitar;
Novas idéias devem ser estimuladas e a criatividade aproveitada para
o constante aperfeiçoamento e a solução dos problemas. Dar ordens e exigir
obediência é restringir ao mínimo o potencial do ser humano. No Processo
de Qualidade Total, gerenciar é liderar, e liderar significa mobilizar esforços,
atribuir responsabilidades, delegar competências, motivar, debater, ouvir
sugestão, compartilhar os objetivos, informar, transformar grupos em
verdadeiras equipes.
A participação não ocorre porque:
å Nunca foi solicitada;
å Por desconhecimento dos processos da empresa, sua linha de
negócios e seus clientes e,
å Por falta técnicas adequadas para análise e solução de problemas;
Ë preciso eliminar o medo e ouvir sempre o que pensam os
subordinados. Ë preciso estimular a formação dos Times da Qualidade, com
objetivo de resolver problemas que afetam metas de trabalho.
O sentido da gestão participativa ultrapassa as fronteiras da empresa,
ampliam a interação com seus clientes diretos, fornecedores, acionistas,
controladores, sindicatos e comunidade.
17
3) DESENVOLVIMENTO DOS RECURSOS HUMANOS.
É possível ter o máximo controle sobre os empregados, determinar
normas rígidas, supervisionar, fiscalizar. Nada será tão eficaz quanto o
espírito de colaboração e a iniciativa daqueles que acreditam em seu
trabalho.
å Valorização do ser humano;
å Capacitação para o trabalho;
å Educação;
å Motivação no Trabalho e
å Satisfação com o trabalho;
As pessoas são a matéria-prima mais importante nas organizações
produtivas. Nela, passa a maior parte do tempo útil de suas vidas, onde
buscam não apenas remuneração adequada, mas espaço e oportunidade de
demonstrar suas aptidões, participar, crescer profissionalmente e ver seus
esforços reconhecidos. Satisfazer tais aspirações é multiplicar o potencial de
iniciativa e de trabalho do ser humano. Ignora-las é condenar os empregados
à rotina e ao comodismo, um espírito contrário da Qualidade total, que tem
como base à participação e o aperfeiçoamento dos recursos humanos.
Uma nova postura dos empregados, em relação ao trabalho que
desenvolvem nas empresas, com atitudes e comportamentos positivos, pode
ser alcançada a partir de:
å Conhecimento por parte de cada um da missão do negócio e das
metas da empresa;
å Aproveitamento dos conhecimentos, técnicas e experiência dos
empregados e
å Investimentos em educação, treinamento, formação e capacidade
das pessoas;
18
4) CONSTÂNCIA DE PROPÓSITOS
A adoção de novos valores, dentro da empresa, é processo lento e
gradual, que deve levar em conta as culturas existentes na organização. Os
novos princípios devem ser repetidos e reforçados, estimulados em sua
prática, até que a mudança desejada se torne irreversível.
å Persistência;
å Continuidade;
å Coerência nas atitudes e práticas;
å Planejamento estratégico e
å Alinhamento;
O papel da administração é fundamental no acatamento e na prática
dos princípios da qualidade total. É Preciso ter coerência nas idéias e
transparência na execução. A prioridade de qualquer projeto, dentro da
empresa, é sempre determinada pelas atitudes e cobranças dos dirigentes.
A definição de propósitos através de processo de planejamento
participativo, integrado e baseado em dados corretos e abrangentes,
determina comprometimento, confiança, alinhamento e convergência de
ações.
5) APERFEIÇÓAMENTO CONTÍNUO
O avanço tecnológico, as renovações dos costumes e do
comportamento levam a mudanças rápidas nas reais necessidades dos
clientes. Cabe a empresa se antecipar a essas novas necessidades.
å Predisposição para melhorias;
å Inovações;
å Fixação de novas metas;
å Uso de novas tecnologias e
19
å Utilização de indicadores de desempenho.
Acompanhar e até mesmo antecipar as mudanças que ocorrem na
sociedade, com o contínuo aperfeiçoamento, é uma forma de garantir
mercado e descobrir novas oportunidades de negócios. Além disso. Não se
pode ignorar a crescente organização da sociedade civil que conquista, a
cada dia, novas leis e regulamentos para a garantia de produtos e serviços
colocados no mercado.
Nessa nova ordem onde o consumidor fala mais alto, não há espaço
para acomodação, passividade, submissão, individualismo ou paternalismo.
O sucesso empresarial está comprometido com a implantação de uma
“cultura” de mudança, de contínuo aperfeiçoamento. Ë o que acontece
quando a empresa oferece mais do que lhe é cobrado, ao superar as
expectativas e ganhar admiração dos clientes.
Para não perder espaço no setor onde atua, garantir e ampliar seu
mercado, a empresa deve estar sempre atenta:
å Ao permanente questionamento de suas ações;
å À busca de inovações nos produtos, serviços e processos;
å À criatividade e a flexibilidade atuação;
å À análise de desempenho com a concorrência;
å À ousadia de propor e assumir novos desafios e
å A capacidade de incorporar novas tecnologias.
São estes os caminhos para a excelência em tudo que se faz, é mais
fácil melhorar o que pode ser medido. Deve-se criar um conjunto de
indicadores que retrate as situações existentes para depois compara-la com
outras situações onde as melhorias e inovações introduzidas possam ser
avaliadas.
20
6) GERENCIA DE PROCESSOS
A gerencia de processos, aliada ao conceito de cadeia cliente-
fornecedor, propicia queda de barreiras entre as diversas áreas da empresa,
eliminação de feudos e promoção de maior integração na empresa. Cadeia
cliente-fornecedor tem como benefícios:
å Mensuração através de indicadores e
å Integração de processos;
A empresa pode ser vista como um grande processo que tem como
finalidade (missão) atender ás necessidades dos seus clientes/usuários,
através da produção de bens/serviços, gerados a partir de insumos
recebidos de seus fornecedores e beneficiados e ou manufaturados, através
de seus recursos humanos e tecnológicos.
O grande processo se divide em outros processos mais simples, até a
tarefa individual. Os vários processos se interligam formando várias cadeias
cliente-fornecedor. A partir do cliente externo, os processos se interligam
formando várias cadeias clientes - fornecedor. AS partir do cliente externo,
os processos vão se comunicando: o anterior é o fornecedor, o seguinte,
cliente. Numa fábrica de sapatos, por exemplo, quem corta o couro é
fornecedor de quem o costura (cliente) que, por sua vez, passa a ser
fornecedor de quem executa a próxima etapa da fabricação do produto.
Gerenciar processos significa: planejar, desenvolver, executar,
controlar e agir corretivamente. Para que seja possível acompanhar,
controlar e avaliar, é indispensável que cada processo tenha indicadores que
possam mensurar aspectos relativos à produtividade (eficiência) e qualidade
(eficácia);
21
7) DELEGAÇÃO.
O melhor controle que se pode ter da empresa é aquele que resulta
da responsabilidade atribuída a cada um que dela faz parte.
å Descentralização;
å Autonomia para a tomada de decisão;
å Decisão onde está a ação e
å Respaldos para ações delegadas.
Como os empresários não desempenham a missão de dentro de sua
organização de relacionar-se diretamente com o cliente, com todos eles, em
todas as situações, a única saída é delegar competências. Só assim as
empresas poderão ter o melhor relacionamento com sua clientela e dela
retirar aquelas informações imprescindíveis ao aperfeiçoamento da
qualidade (em todos os setores), aos desenvolvimentos de novos
produtos/serviços e até mesmo à criação de novos negócios.
Mas delegar apenas não basta. Ë necessário saber delegar, transferir
poder e responsabilidades a pessoa que tenham condições técnicas e
emocionais para bem assumir o que lhes for delegado. Ë preciso contar
ainda com ágil sistema de comunicação, capaz de proporcionar respostas
rápidas. Assim é possível vencer medos, barreiras e preconceitos
associados à divisão de poder e responsabilidades.
Delegar significa colocar o poder de decisão o mais próximo da ação.
O que quase sempre é feito baseado em procedimentos escritos. O
regulamento, no entanto, não pode ser embaraço a soluções das situações
imprevistas: o bom senso deve prevalecer. A presteza com que o cliente é
atendido determina sua aproximação ou rejeição à empresa.O elemento
facilitador do ato de delegar é o conhecimento, por parte de todos na
organização, dos princípios pelos quais se deve pautar. Ë preciso ser
competente para delegar e para receber delegação.
22
8) DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES
A implantação da qualidade total tem como pré-requisito transparência
no fluxo de informações dentro da empresa. Todos devem entender qual é o
negócio, a missão, os grandes propósitos e os planos empresariais.
åConhecimento do negocio, missão, propósito, estratégia e planos;
å Troca de informações com o meio exterior;
å Sistema interno das difusões das informações;
å Credibilidade das informações;
å Fluxo de informações rápidos e constantes e
å Transparência da organização.
A participação coletiva na definição dos objetivos da empresa e a
melhor forma de assegurar o compromisso de todos com sua execução.
Serve também para promover maior conhecimento do papel que a atividade
de cada um representando o contexto da empresa.
A comunicação com os clientes, efetivos ou potenciais, é
imprescindível. Além de levantar suas necessidades e expectativas, são
importantes transmitir a ele a idéia de missão da empresa, seus objetivos,
produtos e serviços. Os processos de comunicação devem ser ágeis,
seletivos, precisos e confiáveis. Devem permitir a transparência da empresa
junta aos seus funcionários, clientes, fornecedores e sociedades.
9) GARANTIA DA QUALIDADE
A base da garantia da qualidade está no planejamento e na
sistematização (formalização) de processo que, testados, passaram por fase
de estabilização e tornou-se rotina.
å Ações sistemáticas e planejadas;
å Estabilidade dos processos e rotinas;
23
å Confiabilidade-certificação;
å Formalização do processo e
å Garantia da qualidade em serviços.
A formalização dos processos estrutura-se na documentação escrita,
que deve ser de fácil acesso, isto é, permitir rastreabilidade (identificação do
caminho percorrido desde a origem).
Organizada e acessível, a documentação da garantia da qualidade
permitirá:
å Controle de projetos e documentos;
å Histórico das relações com fornecedores;
å Registro de inspeções, testes de produtos e,
å Ações corretivas, manuseio e armazenagem, embalagem,
distribuição e auditoria.
O registro e o controle de todas as etapas relativas à garantia
proporcionam maior confiabilidade ao produto no mercado. Em qualquer
atividade produtiva fazer certo da primeira vez é o desejável. No setor de
serviços, especialmente nos casos em que é consumido instantaneamente
acertar de primeira é fundamental. A garantia da qualidade desses serviços é
assegurada pela utilização das técnicas de gerência de processos, cadeia
clientes - fornecedor, com aplicação do conjunto de indicadores
correspondente.
10) NÃO-ACEITAÇÃO DE ERROS
O padrão de desempenho desejável na empresa deve ser o de “zero
defeito”. Este princípio deve ser incorporado à maneira de pensar de
empregados e dirigentes, na busca da perfeição em suas atividades.
å Não se conformar com o erro;
24
å Definição do certo;
å Atitude preventiva e
å Custo da qualidade.
Todos na empresa devem ter clara noção do que é estabelecido como
“o certo”. Esta noção deve nascer de um acordo entre empresas e clientes,
com a conseqüente formalização dos processos correspondentes dentro do
princípio da garantia da qualidade. Desvios podem e devem ser medidos
para localizar a causa principal do problema e planejar ações corretivas.
O erro é mais oneroso quanto mais cedo aparece no processo. Um
erro na concepção do projeto pode colocar a perder todo o empreendimento.
Os custos da não-qualidade são, tradicionalmente, decorrentes de:
å Falhas internas ocorridas antes do produto/serviço chegar ao
consumidor;
å Falhas externas detectadas após o recebimento pelo consumidor;
å Inspeção - associados ao trabalho de inspetores e
å Prevenção – associados às ações preventivas.
2.6. A mudança de paradigma
As empresas de hoje não podem mais se ater aos velhos paradigmas
é preciso mudar, pois só uma mudança poderá fazer com que as empresas
desempenhem um papel melhor na qualidade Total, conforme abaixo:
• Custos baixos significavam produtividade ou redução dos salários
ou mão de obra pouco ou semiqualificada;
• Imputs deixam de ser constantes;
• Mercados heterogêneos em relação a classes, gênero, estilos,
etnias, faixas etárias.
25
• Diferença de distribuição de renda, disparidades de necessidades
e desejos formam nichos de mercado;
• Amadurecimento das industrias, saturação dos mercados, tornam
a demanda instável;
• Resistência à mudança porque soluções são radicais para a
empresas, governos, vida profissional;
• Quando um paradigma falho é hora de mudar para outro.
26
CAPÍTULO III – OS PRECURSORES
27
3.1. Joseph M. Juran
Nasceu em 1904, na Romênia, e veio para os Estados Unidos em
1912. Formado em Engenharia e Direito pela Universidade de Minnesota, ele
avançou para a posição de gerente da Qualidade na Western Eletric
Company, e depois foi administrador governamental e professor de
Engenharia na Universidade de New York antes de iniciar sua carreira de
consultor em 1950. Juran é considerado um dos arquitetos da Revolução da
Qualidade no Japão, onde realizou diversas conferências e consultorias a
partir de 1954. Em 1951, publicou o primeiro livro, ”Quality Control
Handbook”, que depois se tornou a “bíblia” da qualidade. Contudo, percebeu
que as pessoas foram as principais responsáveis pela Revolução da
Qualidade Japonesa. Em 1979, ele fundou o Instituto Juran, que produz
seminários e treinamentos e publica trabalhos relacionados com a qualidade.
3.1.1. A Trilogia JURAN.
Formada pelos processos gerenciais de planejamento, controle e
melhoramento da qualidade;
• Planejamento: é a atividade de desenvolver produtos e processos
necessários para atender às necessidades dos clientes;
• Controle: consiste em avaliar o desempenho da qualidade real,
comparar com as metas de qualidade e atuar nas diferenças;
• Melhoramento: modo de elevar o desempenho da qualidade a
níveis inéditos.
• Características do Produto: identificar quais o cliente considera as
mais importantes;
• Ausência de Deficiências: é a medida expressa pela equação;
QUALIDADE = Freqüência das deficiências
Oportunidades para deficiências
å Nº de defeitos, nº de erros, nº de falhas de campo, hora de
trabalho, custo da má qualidade e
28
å Nº de unidades produzidas, total de horas trabalhadas, nº de
unidades vendidas, faturamento.
3.2 Philip B. Crosby.
Criou a idéia de defeito zero, em 1961. Para Crosby, qualidade é
conformidade com as especificações. É medida pelo custo da não
conformidade. Utilizar essa abordagem significa que o objetivo do
desempenho é o zero defeito.
Crosby iguala gerenciamento da qualidade com prevenção, onde
inspeções, testes, verificação e outras técnicas não-preventivas não têm
lugar. Níveis estatísticos de conformidade programam as pessoas sobre as
falhas. Crosby assegura que não existe razão para haver erros ou defeitos
em qualquer produto ou serviço.
As companhias devem adotar uma vacina da qualidade para prevenir-
se contra a não-conformidade. As características dessas vacinas são:
determinação, educação e implementação. Melhoria da qualidade é um
processo, não um programa. Deve ser permanente e estável.
Auditorias da qualidade em fornecedores são claramente úteis, a
menos que o fornecedor seja totalmente incompetente. É impossível
conhecer se o sistema de qualidade do fornecedor destinará a qualidade
requerida meramente por meio da auditoria.
Zero defeito não é um slogan. É um padrão de gerenciamento do
desempenho. Crosby acredita que nos anos 60 várias companhias
Japonesas aplicaram o zero defeito e utilizaram-no como uma ferramenta de
engenharia, com a responsabilidade da implementação correta legada ao
gerenciamento. Zero defeito foi utilizado como uma ferramenta motivacional
nos Estados Unidos, com responsabilidade legada ao trabalhador quando
ele falhou. Essa estratégia requer delegação do gerenciamento e direção
29
técnica. Os 14 passos de Crosby para melhoria da qualidade são fornecidos
a seguir.
01.COMPROMETIMENTO DA DIRETORIA: certifique-se de que a
diretoria está comprometida com a qualidade.
02.EQUIPES DE MELHORIA DA QUALIDADE: forme com
representantes de cada departamento.
03.MENSURAÇÃO DA QUALIDADE: determine como medir os
problemas atuais potenciais.
04.AVALIAÇÃO DO CUSTO DA QUALIDADE: explique a importância
da avaliação como ferramenta de gerenciamento.
05. CONSCIENTIZAÇÃO: faça alerta sobre a necessidade de
qualidade e o interesse de todos.
06. AÇÃO CORRETIVA: efetive ações formais para corrigir problemas
identificados pelos passos anteriores.
07. PLANEJAMENTO PARA ZERO DEFEITO: estabeleça um comitê
para o programa de zero defeito.
08. EDUCAÇÃO PARA A QUALIDADE: treine todos os empregados
para assumirem suas partes no programa da qualidade.
09 DIA DO ZERO DEFEITO: estabeleça esse dia para que todos
compreendam a mudança.
10. ESTABELECIMENTO DE METAS: estimulem todos a
estabelecerem metas de qualidade para si e seus grupos.
11. REMOÇÃO DA CAUSA DOS ERROS: estimule os empregados a
comunicar à gerência os problemas encontrados.
12. DAR RECONHECIMENTO: reconheça e dê apreço a quem
participe.
13. CONSELHOS DA QUALIDADE: forme conselhos para reunião
periódica.
14. FAÇA TUDO ISSO DE NOVO: para enfatizar que o Programa de
Melhoria da Qualidade nunca termina.
30
Melhoria da qualidade é um processo e não um programa, os 14
passos são uma forma estruturada de implantar o melhoramento contínuo e
mudar a cultura da empresa.
3.2.1. Custos da qualidade (SQ)
AS PREMISSAS DA QUALIDADE SÃO:
• Para cada falha existe uma causa;
• Causas são passíveis de prevenção e
• Prevenir custa menos.
å CUSTOS DA QUALIDADE: medida dos custos associados ao
sucesso ou insucesso na obtenção da qualidade.
åA ESTRATÉGIA DE REDUÇÃO DOS SQ É COMPOSTA DE 4
ETAPAS:
• Atacar custos das falhas;
• Investir em prevenção;
• Monitorar continuamente e
• Redirecionar os investimentos.
å O CUSTO DA QUALIDADE É FORMADO POR:
• Repetição da tarefa: H/h, encargos e material para corrigir a não
conformidade (0,25% das vendas);
• Sucata: perda produzida, adicional de H/h e despesas com o
descarte (0,25% das vendas);
• Atendimento: despesas com devoluções por não-conformidade,
substituição ou reparo (0,20% das vendas);
31
• Admissão de pessoal: salário e despesas com inspeção, controle,
testes, auditorias (1,80% das vendas) e,
• Reduzir SQ aumenta lucro, sem aumentar vendas, comprar
equipamentos ou contratar pessoal.
3.2.2. Sistema de custos da qualidade
å Ë preciso acordo sobre o Sistema de cálculo: % das vendas, custos
das vendas, custos operacionais;
å O Sistema inclui custos de produção e de serviço;
å Todas as áreas da empresa devem ter seus custos da qualidade
avaliados:
å Custos de Prevenção: como prevenir defeitos antes e durante o
desenvolvimento do produto;
• Percepção das necessidades do cliente, design, compras,
planejamento da qualidade da produção, auditoria do sistema da
qualidade, treinamento e
åCustos de Avaliação: como determinar o grau de conformidade com os
requisitos da qualidade.
• Inspeções e testes em produtos/serviços adquiridos, medição,
avaliação do processo produtivo e auditorias do produto para
verificar conformidade no produto/serviço;
åCustos de Falhas Internas: como falhas que ocorrem antes da mudança de
propriedade para o cliente.
• Projeto, suprimento, operação, expedição, distribuição, vendas,
entrega, instalação.
åCustos de Falhas Externas: com falhas que ocorrem após a mudança de
propriedade para o cliente.
• Reclamações, devoluções, responsabilidade civil, uso da garantia,
atrasos, perdas de vendas e,
åMais importante não é o sistema de cálculo, é destacar a necessidade da
prevenção.
32
3.3. Dr.William Edwards Deming.
Em 1922, devido à necessidade de reduzir custos e aperfeiçoar a
técnica de inspeção, G. S. Radford disse que era preciso ter um Controle da
Qualidade e não apenas de Qualidade. Em 1931, Walter Shewhart
desenvolveu as bases estatísticas para criar os Controles Estatísticos da
Qualidade, apesar da variabilidade ser um fato na indústria. Nos anos 30,
Deming trabalhou no departamento de Agricultura, onde aprendeu com
Walter Shewhart o CEQ. Em 1928, tornou-se Doutor em Física Matemática,
em Yale, trabalhou, mais tarde, no Bureau do censo americano e foi
consultor técnico do Serviço de Material Bélico do Exército. Nos anos 50, foi
recrutado pelo Gen. Douglas Mac Arthur, colaborou com o censo japonês e
proferiu uma série de palestra, sobre CEQ e Gerência, para líderes
empresariais.
Em 1951, o JUSE criou o Prêmio Deming da Qualidade e
produtividade, usando os fundos das suas palestras, que ele não cobrava
por causa da situação econômica do Japão.
Em 1980, foi “descoberto” por causa de um documentário de televisão
intitulado: “Se o Japão pode... por que não nós?” E assessorou a Nashua.
Em 1993, Deming faleceu e hoje é reconhecido como precursor da terceira
onda da Revolução Industrial e o líder do gerenciamento da Qualidade.
3.3.1. Os 14 Pontos de DEMING.
1. Crie constância de propósitos para a melhoria dos produtos e
serviços.
2. Adote a nova filosofia de recusar-se a aceitar defeitos.
3. Pare a dependência da inspeção em massa, confie só no Controle
Estatístico.
4. Exija dos fornecedores evidências estatísticas da qualidade.
5. Melhore constantemente e sempre a produção e os serviços.
33
6. Treine todos os empregados.
7. Dê a todos os empregados ferramentas para realizar o trabalho
corretamente.
8. Incentive a comunicação e a produtividade.
9. Estimule os diferentes departamentos a trabalhar em conjunto na
solução de problemas.
10. Elimine cartazes e slogans que não ensinem especificadamente
métodos de melhoria.
11. Use os métodos estatísticos para aperfeiçoar continuamente os
produtos e serviços.
12. Remova as barreiras ao orgulho do trabalho.
13. Forneça treinamento constante para acompanhar rapidamente
mudanças nos produtos, métodos etc.
14.Defina com clareza o comprometimento permanente da alta
administração com a qualidade.
34
CAPÍTULO IV - DIRETRIZES DA QUALIDADE NO
PRODUTO e SERVIÇO.
35
Devido as grandes competitividades entre as empresas, consumidores
cada vez mais exigentes e com as interferências dos blocos econômicos
como MERCOSUL, NAFTA, MERCADO COMUM EUROPEU. As empresas
tiveram que mudar, adaptar seus produtos e o atendimento de seus clientes,
pois os clientes do século XX começaram a exigir produtos com qualidade,
bom atendimento e os países industrializados começaram a importar
produtos com qualidade, ou melhor, com alguma certificação.
O processo mundial de eliminação das barreiras comerciais criou um
ambiente mais competitivo para as organizações e tornou fundamental a
preocupação sobre como otimizar a utilização de recursos, produzindo cada
vez mais, satisfazendo o cliente e reduzindo custos.
Os custos envolvidos em todas as ações realizadas em um
empreendimento são, em geral, fáceis de quantificar. No entanto, durante
muitos anos, as organizações incorreram no grave erro de focar seus
esforços somente na redução destes custos, em detrimento dos
investimentos em áreas de grande importância para garantir a satisfação dos
clientes e afirmar o compromisso e a responsabilidade com a sociedade. As
organizações modernas começaram a perceber que atrasos internos,
correção de erros, falhas de comunicação e informação, estagnação
tecnológica e reconstrução de imagem são também responsáveis por
enormes custos, principalmente neste momento em que a consciência do
cidadão e do consumidor quanto aos seus direitos ganha força na
organização de mecanismos de defesas.
As medidas que levam à prevenção de erros, defeitos e falhas
contribuem para a criação e a manutenção de uma imagem favorável
perante a sociedade e os clientes. Quando desenvolvidas e implantadas com
competência são, na verdade, poderosas ferramentas de redução de todos
os custos, incluindo aqueles mais fáceis de quantificar.
36
Esta grande revolução seja ela no produto ou no atendimento levaram
as empresas adotarem algumas medidas como: NORMAS ISO, NORMAS
ISO 9000; ISO 9001; ISO 9002; ISO 9003; ISO 9004; ISO 14000;
BENCHMARKING; 5S; DOWSIZING; EMPOWERMENT; JUST-IN-TIME; 6-
SIGMAS; TQM; TQC; REENGENHARIA; OMBUDSMAN, a fim de prever
erros e falhas, utilizar forma adequada os recursos disponíveis e a
verificação final do produto.
4.1. NORMAS ISO (INTERNACIONAL ORGANIZATION FOR
STANDARDIZATION).
å Instituição não governamental formada por entidades
normalizadoras;
å Qualidade dos Armamentos, Energia Nuclear, Globalização
Levaram à ISO;
å 1987: ISO TECHNICAL COMMITTEE criou as Normas ISO 9000;
å É preciso implantar, implementar e manter um sistema da
qualidade;
åAgências certificadoras auditam o sistema para conceder a
certificação;
å A certificação tem limites especificados;
å A certificação é por período limitado e renovável por auditoria
completa;
å A ISO não diz que o produto é de boa qualidade, mais quais
medidas preventivas e corretivas da qualidade são adotadas pela empresa;
å A ISO não certifica produtos, nem equipamentos, mas processos
de produção e gestão, adotados numa linha de produção e instalação
produtivas, unidade operacional ou empresa.
4.1.1. Normas ISO - série 9000.
O sucesso no mercado, num mundo globalizado e altamente
competitivo, é alcançado somente quando a empresa mostra claramente seu
37
comprometimento com a qualidade. Para tanto é preciso que apresente um
sistema gerencial confiável e de que é capaz de cumprir plenamente seus
compromissos de qualidade, prazos e custos. As normas da série ISO 9000
fornecem os meios para garantir estes requisitos e têm se tornado o padrão
mundial para que as empresas possam selecionar seus fornecedores e
fundamentar contratos de fornecimento de produtos e de serviços. A série
ISO 9000 é hoje adotada por mais de 140 países, e o número de empresas
certificadas no mundo é superior a 270.000.
A ISO 9000: normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade –
diretrizes para seleção e uso no gerenciamento interno e credenciamento de
fornecedores.
ISO 9000 é composta por várias normas. Três dela contêm os
requisitos necessários para a obtenção de certificação:
4.1.1.1. ISO 9001.
A mais abrangente, por atingir desde a fase de engenharia de
projetos, desenvolvimentos e produção/instalação, até os serviços
associados, que incluem assistência técnica.
ISO 9001: sistemas da qualidade – modelo para garantia da qualidade
em projeto/desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica.
• Capacidade do fornecedor para projetar e fornecer produtos;
• Requisitos do produto estabelecidos em termos de desempenho;
• Prevenção de não-conformidade do projeto à assistência técnica.
4.1.1.2. ISO 9002.
Descreve as características do Sistema da Qualidade a partir do
desenvolvimento, produção e serviços associados, sem contemplar a fase de
engenharia de projetos.
38
ISO 9002: sistema da qualidade – modelo para garantia da qualidade
em produção e instalação.
• Capacidade para controlar processos que determinam a
aceitabilidade;
• Requisitos estabelecidos através de um projeto ou especificação;
• Conformidade obtida pela produção e instalação.
4.1.1.3. ISO 9003.
Trata-se do Sistema da Qualidade nas fases de inspeção e ensaios
finais.
• Capacidade em detectar e controlar não-conformidades nas etapas
de inspeção e ensaios finais;
• Conformidade do produto aos requisitos especificados é obtida
pela inspeção e ensaios finais;
4.1.1.4. ISO 9004.
Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade-diretrizes,
• Capacidade da administração em garantir a qualidade interna
diretrizes sobre fatores técnicos, administrativos e humanos.
4.1.1.4.1 Elementos do Sistema da Qualidade
• Ciclo da Qualidade: modelo de todas as fases da qualidade, da
identificação até a satisfação final do cliente;
• Estrutura do Sistema: linhas de autoridade e comunicação,
recursos e pessoal;
• Política da Qualidade: intenções e diretrizes de uma organização
sobre a qualidade;
• Procedimentos: descrição de objetivos e desempenho das
atividades;
• Manual da Qualidade: documento de descrição do sistema de
gestão da qualidade;
39
• Plano da Qualidade: objetivos, responsabilidade, autoridade,
procedimentos, programas e método para alterações;
• Registro da Qualidade: documentos de atividades realizadas ou
resultados obtidos;
• Avaliação do Sistema: auditoria da eficiência e análise crítica da
eficiência do sistema em atingir os objetivos.
4.1.1.4.2. Objetivos da Qualidade.
Uma empresa deve oferecer produtos e serviços que:
• Correspondam a uma necessidade, utilização ou aplicação bem
definida;
• Satisfaçam as expectativas dos consumidores;
• Atendam a normas e especificações aplicáveis;
• Atendam a requisitos regulamentares da sociedade;
• Estejam disponíveis a preços competitivos;
• Sejam providos a um custo que proporcione lucro;
4.1.2. Benefícios.
å Redução de custos decorrentes de trabalho, falhas, desperdícios e
reclamações.
å Fortalecimento da imagem da empresa.
å Aumento da participação no mercado.
å Aumento da produtividade.
å Melhoria do clima organizacional e desenvolvimento dos
empregados.
å Aprimoramento do relacionamento com fornecedores.
å Melhoria da competitividade e rentabilidade.
40
4.2. NORMAS ISO 14000.
O aumento acelerado dos custos para o cumprimento da legislação
ambiental, associado à crescente consciência quanto à conservação e
proteção dos recursos naturais, têm pressionado as organizações a
adotarem práticas que minimizem ou eliminem os riscos ambientais. Esta
tendência tem mobilizado as organizações para a implantação de Sistema de
Gestão Ambiental como forma prática de evidenciar a adesão aos princípios
do Desenvolvimento Sustentável. Além disso, muitas organizações, ao
contrário do que se pensa, têm conseguido diminuir custos com a melhoria
da gestão ambiental, que resulta na otimização de recursos e economia de
insumos.
As Normas da séria ISO 14000 fornecem os requisitos para o
planejamento e implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA),
integrado aos outros sistemas de gestão existentes.
A Metodologia para Implantação do Sistema de Gestão Ambiental
baseada na série ISO 14000, possibilita o planejamento e a implementação
de uma política ambiental que atenda aos requisitos de eficácia e economia
integrada ao Sistema de Gestão da Qualidade existente e em harmonia com
os demais objetivos empresariais.
4.2.1. Benefícios.
åIntegração do conceito de qualidade ambiental à gestão dos
negócios da empresa;
åFortalecimento da imagem criando condições para a conquista de
novos mercados;
åMelhoria do relacionamento com o governo e sociedade e
antecipação das questões ambientais que possam causar problemas ao
meio ambiente e à saúde humana;
åSatisfação dos clientes em relação aos produtos e serviços
adquiridos;
41
åPreservação de matérias-primas e energia;
åMinimização dos acidentes e incidentes ambientais;
åAtendimento de critérios de investidores e melhoria do acesso a
financiamentos;
åObtenção de seguros com custos diferenciados;
åRedução de custos associados a práticas ambientais inadequadas,
ambientes insalubres, tratamento de rejeitos e desperdícios de insumos
industriais.
4.3. BENCHMARKING.
As empresas utilizam-se muito do Benchmarking, a fim de competir
por igual no mercado e reduzir custos. O benchmarking é copiar uma
organização que é excelente – de preferência a melhor – no que a sua
empresa faz, estude cuidadosamente como ela consegue fazer tão bem,
planeje como colocar seu desempenho no mesmo nível implemente o plano
e monitore os resultados.
O Benchmarking nada mais é do que o processo de identificação,
aprendizagem e adaptação de práticas e processos de excelência de
qualquer organização, em qualquer lugar do mundo, para ajudar uma outra
organização a melhorar seu desempenho.
4.3.1. Benefícios.
åTrazer para dentro da empresa abordagens e idéias inovadoras;
åAjudar a formar o consenso sobre as deficiências da organização e
sobre as ações necessárias;
åFornecer referências sólidas e pragmáticas para a definição dos
objetivos de melhoria da qualidade, produtividade e custos;
åAcelerar os ciclos de aprendizado e melhoria, encurtando prazos e
reduzindo custos;
42
åFortalecer os contatos profissionais com organizações de primeira
linha.
4.4. PROGRAMA 5’S – QUALIDADE NO AMBIENTE DE
TRABALHO.
Os fundamentos do 5-S base para o sistema da qualidade têm como
origem, no Japão após a 2º guerra mundial, como uma filosofia para
organizar as fábricas e o país. Os fundamentos dos 5-S se baseiam no Seiri,
Seiton, Seison, Seiketsu e Shitsuke.
• Seiri: organização, utilização e organização.
• Seiton: organização, padronização e ordenação.
• Seison: limpeza e zelo.
• Seiketsu: saúde, anseio.
• Shitsuke: autodisciplina e compromisso.
Um ambiente de trabalho limpo, organizado e saudável é um dos
fundamentos da melhoria da qualidade e produtividade. Os cincos censos –
Seleção, Ordenação, Limpeza, bem-estar e Autodisciplina – formam uma
estratégia simples e prática para envolver todas as pessoas da organização
no combate ao desperdício e na melhoria da eficiência. O nosso Programa
5S oferece um plano de ação para tornar o ambiente de trabalho mais
saudável, seguro e produtivo e tem sido aplicado com sucesso em fábricas,
escritórios e oficinas.
1ºFase – SEIRI (descarte).
Tenha só o necessário, na quantidade certa. Cada pessoa deve saber
diferenciar o útil do inútil. Só o que tem utilidade certa deve estar disponível.
Eliminando-se o que não é útil. Esta fase tem como objetivo:
• Reduzir a necessidade de espaço, estoque e etc;
43
• Facilitar o transporte interno, o arranjo físico, o controle de produção,
a execução do trabalho no tempo previsto;
• Evitar a compra de materiais e componentes em duplicidade e
também os danos de materiais ou produtos armazenados;
• Aumentar o retorno do capital empregado;
• Aumentar a produtividade das máquinas e as pessoas envolvidas;
• Traz maio senso de organização e economia, menor cansaço físico,
maior facilidade de operação;
Como praticar:
Escolha o local de trabalho para uma experiência de descarte. Faça
algumas fotografias do ambiente para, no final da tarefa, comparar os
resultados obtidos.
Defina quem faz o que, onde, como e quando. Dê atenção a tudo que
estiver dentro do ambiente de trabalho (máquinas, ferramentas, estoques,
móveis, papéis etc.) e defina o que é necessário através de instruções
claras, para que todos da empresa possam separar o útil do inútil.
2º Fase – SEITON (arrumação).
A arrumação é primordial nos 5’S, todas as coisas tem seu único e
exclusivo lugar. Cada coisa, após o uso, deve estar sempre disponível e
próximo do local de uso. Ter o que é necessário, na quantidade certa, na
qualidade certa, na hora e lugar certos. Isso tudo traz algumas vantagens
como:
• Menor tempo de busca do que é preciso para operar;
• Menor necessidade de controles de estoque e produção;
• Facilita transporte interno, controle de produção e a execução do
trabalho e prazo;
• Evitar compras de materiais e componentes desnecessários;
• Aumentar o retorno do capital;
• Aumentar a produtividade das pessoas e máquinas;
44
• Maior racionalização do trabalho;
3º Fase – SEISO (limpeza)
Cada pessoa deve saber a importância de estar em um ambiente
limpo. Cada pessoa na empresa deve, antes e depois de qualquer trabalho
realizado. Um ambiente limpo lembra qualidade e segurança.
O desenvolvimento do senso de limpeza proporciona:
• Maior produtividade das pessoas, máquinas e materiais, evitando o
trabalho;
• Facilita a venda do produto ou serviço;
• Evita perdas e danos de materiais e produtos;
• É fundamental para a imagem da empresa.
4º Fase – SEIKETSU (higiene)
Conhecida como a qualidade de vida no trabalho, a higiene é a
manutenção de limpeza, da ordem. Quem exige e faz qualidade cuida muito
da aparência. Em um ambiente limpo, a segurança é maior. Quem não cuida
bem de si mesmo não pode fazer ou vender produtos ou serviços de
qualidade.
Ter a empresa limpa requer gastos com sistema e materiais de limpeza.
Requer manutenção da ordem, da limpeza e da disciplina. As vantagens são
muitas:
• Facilita a segurança e o melhor desempenho dos empregados;
• Evita danos à saúde do operário e do consumidor;
• Melhora a imagem da empresa internamente e para o cliente;
• Eleva o nível de satisfação e motivação do pessoal para com o
trabalho e a empresa.
45
5º Fase – SHITSUKE (disciplina).
É a ordem, rotina e constante aperfeiçoamento. Ë a rotinização da
melhoria alcançada, a obediência à rotina, a busca constante da melhoria, a
educação do ser humano.
A disciplina do Shitsuke consiste em:
• Reduz a necessidade de controle;
• Facilita a execução de toda e qualquer tarefa/operação;
• Evita perdas oriundas do não surgimento de rotinas;
• Traz previsibilidade do resultado final de qualquer operação;
• Os produtos ficam dentro dos requisitos de qualidade, reduzindo a
necessidade de controles, pressões e etc.
4.4.1. Benefícios.
å Eliminação de desperdício de tempo e materiais;
å Racionalização do layout;
å Redução de acidentes;
å Melhoria da qualidade e produtividade;
å Melhoria das comunicações e da moral.
4.5. DOWSIZING
Tem como objetiva redução de partes dos equipamentos e redução de
pessoal, o DOWSIZING no Brasil foi utilizado mais como corte de funcionário
do que um sistema que se leva à alta produtividade.
4.5.1. Benefícios
å Redução de custos;
å Aumento de Produtividade;
46
4.6. EMPOWERMENT
Tem como objetivo a delegação de poder, não é só as altas
hierarquias como os executivos, chefes e gerentes que tomam decisão na
empresa, as baixas hierarquias como os operários também tomam decisões
importantes.
A alta administração tem que estar empenhado neste processo, caso
ao contrário o sistema não terá êxito.
4.6.1 Benefícios
å Pessoas criativas;
å Trabalho em equipes;
å Alta produtividade dos funcionários;
å Aumenta as Vendas;
å Alta Gerência envolvida nos processos;
4.7. JUST-IN-TIME
Quando falamos em Just in Time, pensamos na melhor maneira de
fazer as coisas, ou seja, fazer o melhor sempre desde a primeira vez, não
podemos confundir Just in Time com Just in Case, sendo este segundo
oposto ao primeiro.
Just in Case: maior quantidade, maior estoque e menor eficiência, o
just-in-case não considera o defeito, não se preocupa em saber o porque do
defeito, simplesmente coloca o mesmo no mercado.
Just in Time: produção com qualidade a baixo custo sem
desperdícios, poucos estoques, aumentam a qualidade e produtividade,
aumento de venda, redução do espaço através do Layout.
47
4.7.1. Benefícios
å Redução nos custos;
å Aumento das Vendas;
å Estoques Baixos;
å Criação de um Layout
4.8. SEIS SIGMAS.
Os 6-Sigmas é mais uma ferramenta do programa de qualidade. Os 6-
Sigams é um programa de redução de defeitos que nasceu na Motorola sob
influências das idéias de Joseph M. Juran e W. Edwards Deming, não é só
um esforço de aumento da qualidade e sim um processo para aperfeiçoar
processos empresariais. É um processo de melhoria do negócio como um
todo que utiliza ferramentas diversas.
O importante é que isso pode ter grande impacto nos resultados
financeiros da companhia, aumentar a satisfação de seus clientes e ampliar
a participação no mercado.
4.8.1. Aplicabilidade dos 6-Sigmas.
O 6-Sigmas não busca qualidade pela qualidade e sim aperfeiçoar os
processos de uma empresas. O foco dos 6 sigmas não é o produto e sim o
processo, outros programas focalizam o produto, mais não racionalizam o
fluxo de matérias ou de informações pelo sistema. Ao focalizarmos o
processo, asseguramos que todos os nossos processos estejam corretos
para que nossos produtos também estejam. A tecnologia da informação é
fundamental, muito usada nos 6-sigmas no compartilhamento das
informações O 6-sigmas está aplicado não só as áreas de produção mais
toda a empresa.
48
O 6-sigmas aborda os objetivos da empresa e se certifica de que
todas as áreas-chaves para a saúde futura da empresa contém
mensurações quantificáveis com metas de melhoria e um plano de aplicação
projeto por projeto. Sem exceções. Os 6-Sigams utilizam a mesma
aplicabilidade do TQM com exceção de quatro áreas-chaves: amplitude da
aplicação, estrutura de implementação, ferramentas que incluem um mapa
de aplicação e vinculo com a saúde (financeira) dos negócios.
Os 6-Sigmas não é aplicado apenas as industrias e sim nos setores
de serviços, como exemplos podem citar o Citbank. Algumas empresas já
estão aplicando os 6-sigmas como a General Eletric, Ford, Du Pont
Chemicals, Black&Decker.
Os 6-Sigmas tem como estratégia aumentar a eficácia organizacional
- que é chamado de excelência operacional, que podemos definir:
1) Redução dos desperdícios “lean enterprise” (empreendimento enxuto)
ou reengenharia, tudo isso diz respeito a eliminar o desperdício do
sistema, eliminar coisas que não tem valor para o cliente.
2) Redução dos defeitos.
3) Envolvimentos das pessoas.
Podemos entender o 6-Sigmas utilizando métodos estatísticos, ou
seja, “sigma” é uma medida de variação. Aplicada a um processo
empresarial. A maioria das empresas está no nível 4-Sigmas, o que significa
mais de seis mil defeitos por um milhão de oportunidades. Em outras
palavras, em 6 mil produtos de um milhão de fabricados, há necessidade de
usar mais do que os recursos mínimos.
Uma empresa que está nos 6-Sigmas registra apenas três defeitos em
1 milhão. Isso se traduz em uma vantagem de custos e, mais importante, faz
com que sobrem recursos para serem dirigidos para os processos capazes
de diferenciar uma empresa 6-sigma.
49
4.8.2. Benefícios
å Envolvimento dos funcionários;
å Diminuição dos custos operacionais;
å Redução das falhas no processo “Zero Defeito”.
å A Alta administração Participativa;
4.9. TQM (TOT QUALITY MANAGEMENT OU GESTÃO DA
QUALIDADE TOTAL).
O TQM é um sistema Americano, onde a idéia básica é dar poder
(empowerment) às pessoas que de fato realizam o trabalho. O conhecimento
está na prática. O TQM tem sido o ensino de empowerment às pessoas e
equipes e o ensino de um conjunto universal de ferramentas de fácil ensino,
entendimento e aplicação. A maioria das ferramentas se concentra no
conhecimento da equipe. O TQM está aplicado dentro das áreas de
produção e não no projeto.
O TQM assegura a qualidade e os processos pelos quais estão
envolvidos, O TQM enfrenta algumas barreiras como:
å Comprometimento da cúpula Diretiva (a diretoria tem que estar
envolvida na qualidade);
å Necessidade do envolvimento gerencia (as pessoas estrelas não
funcionam);
å Sistema de informação para os funcionários (os funcionários têm
que saber a tecnologia, o porque etc.).
å Maior dificuldade de treinar os executivos e funcionários no Brasil e
nos EUA;
å O conceito de qualidade: Conhecer suas necessidade, o artesão
trabalha com qualidade conhecendo seus clientes e seu ofício;
å Quando a empresas cresce tem que ter um sistema eficiente;
å Melhoria continua: aplicar PDCA, aperfeiçoar o sistema de trabalho;
50
PDCA:
• PLANEJAR (PLAN): Identificação do cliente;
• EXECUTAR (DO): Treinamento das pessoas;
• CHECAR (CHECK): Levantar os problemas;
• AÇÃO (ACTION): Busca a causa e dá soluções.
4.9.1. Benefícios
å Aumenta os lucros e as Vendas;
å Comprometimento da alta gerência e dos funcionários;
å Satisfação dos funcionários e dos clientes;
4.10. TQC CONTROLE DA QUALIDADE NA PRODUÇÃO (TOT
QUALITY CONTROL).
O TQC é um método Japonês idêntico ao TQM método americano. O
TQC significa Controle da Qualidade Total.
Total porque abrange todo o departamento da empresa, Qualidade
porque se baseia nas necessidades e expectativas do cliente e Controle
porque levanta o problema e o executa.
4.10.1. Diretrizes para Melhoria do Processo:
1) Quem são os meus clientes;
2) O que eles precisam;
3) Quais são seus padrões e expectativas;
4) Qual é meu produto ou serviço;
5) Meu produto atende ou supera as expectativas deles;
6) Qual processo uso para fornecer mau produto ou serviço;
7) Qual ação corretiva para melhorar meu processo;
51
4.10.2. Circulo da Qualidade (QC):
1) Definir o problema;
2) Escolha do tema para a discussão;
3) Fixar os prazos;
4) Estudos a situação atual;
5) Analisar os fatores;
6) Elaborar uma política;
7) Executar a política;
8) Confirmar os resultados;
4.10.3. Benefícios:
åMelhorar o processo;
åPrestar melhor serviço ao cliente;
åMelhorar a qualidade no atendimento
4.11. REENGENHARIA
Foi criada em 1993 por Michael Hammer como uns processos pelo
qual as empresas são levadas a repensar sua forma de trabalhar,
descobrindo melhores formas de realizar um trabalho. Não podemos
confundir reengenharia com downsizing (corte de pessoal).
A reengenharia pode ser focalizada na rapidez ou na qualidade.
Podemos citar algumas empresas como Kodak e Levi Strauss. A
reengenharia tem tido sucesso nos setores automobilísticos, seguros e
telecomunicação.
OBS: A reengenharia não é necessariamente uma ferramenta para
reduzir custos, como corte dos funcionários. Muitas empresas e consultores
despreparados em implementar a reengenharia acabam primeiramente por
52
reduzir o contingente e até utilizam deste artifício para efetuar corte de
funcionários.
A baixo o roteiro para a implantação da reengenharia e ganho da
competitividade:
1) Defina o cliente: Através de pesquisa de mercado identifique quem
é seu público alvo e suas necessidades, isso poderá gerar
mudanças nos atuais produtos ou pesquisa de novos;
2) Analise a concorrência: identifique os atuais concorrentes e os
futuros e veja como eles atendem ou poderão atender ao mercado;
3) Desenvolva uma visão clara do negócio: responda qual a razão de
ser da empresa? O que ela se propõe a fazer e para quem?
4) Descubra suas competências: defina quais as características que
irão se diferenciar da concorrência;
5) Mapeie a cultura organizacional: A empresa tem que olhar
internamente para dentro de si e checar se os valores vigentes são
compatíveis com a visão do negócio. Uma empresa burocrática,
dificilmente poderá ter competência e agilidade;
6) Trace a estratégia: defina como desenvolver as competências de
acordo com a visão do negócio e a cultura. Indique qual os
objetivos e de que forma serão atingidos;
7) Selecione os processos: Esqueça a estrutura departamental e
tente enxergar a empresa como um conjunto de processos.
8) Ouça o cliente: escutando o cliente, a empresa pode detalhar suas
necessidades e suas metas de desempenho;
9) Não reinvente a moda: Identifique tecnologias disponíveis que
poderão melhorar o processo produtivo, mas use a informática de
forma inteligente e sem desperdício.
10) Desenhe o novo processo: Trace um plano de ação: o que fazer,
como fazer, por que fazer, quando fazer, quando custará e quem
será o responsável;
53
11) Implemente, Monitore e Ajuste: Coloque em ação tudo o que foi
idealizado no plano de ação, cuide para que todos saibam que as
mudanças são importantes e terão impactos. Acompanhe os
resultados após a implantação e os ajuste com ações
complementares para que a reengenharia tenha o resultado
esperado.
4.11.1. Benefícios:
å Aumento da produção e vendas;
å Aumento do faturamento da empresa;
å Diminuição dos custos;
å Aumento da produtividade e competitividade;
å Diminuição dos níveis hierárquicos.
4.12. OMBUDSMAN
Surgido na Suécia em 1809, o instituto Ombudsman foi criado com o
objetivo de fiscalizar a observância das leis pelos funcionários, no exercício
de suas funções públicas. O primeiro ombudsman foi nomeado em 1810 pelo
Parlamento escolhido entre os cidadãos de reconhecida integridade e
competência legal. Qualquer indivíduo sueco, cujo direito fosse lesado ou
ameaçado, podia manifestar sem ônus sua reclamação diretamente ao
ombudsman, que depois de apreciá-la, recomendaria a revisão de
procedimentos ao órgão competente, etapa em que a solução do problema
já era apresentada.
Originalmente voltado para a defesa do cidadão e o controle da
administração pública, a disseminação do instituto sueco para outros países
se deu com pequenas adaptações às novas culturas e necessidades
particulares.
54
O ombudsman possuiu algumas características como: apoio
institucional, autonomia de ação e certas qualidades pessoais, ao lado da
boa receptividade organizacional.
A pessoa que exerce a função de ombudsman deve atuar com
independência e imparcialidade na solução dos problemas. Quando as
funções de ombudsman são exercidas com acerto e imparcialidade, sua
contribuição para a empresa é potencializada. O ombudsman tem que deter
o conhecimento da empresa e das pessoas que nela trabalham, além de
muita paciência, sensibilidade e respeito aos seus clientes.
Alguns bancos já estão se conscientizando da importância e
necessidade de estabelecer um canal de relacionamento direto e informal
com seus clientes. O ombudsman presta esclarecimento sobre
procedimentos e sana dúvidas sobre produtos e serviços, personalizados e
humanizando o atendimento. Cabe a ele resolver os problemas de uma
maneira sistêmica, para evitar as reincidências, preservando a credibilidade
desse profissional e, por conseqüência, a da empresa.
O setor bancário tem se mostrado competente para atender o cliente e
todos aqueles que recorrem aos seus serviços de atendimento, procurando
aperfeiçoar seus serviços a partir das manifestações. O setor bancário visa
detectar necessidades para melhor vender produtos, atender as
expectativas, corrigir eventuais falhas no atendimento recebido
anteriormente e, a todo custo, preserva sua credibilidade. Constatamos um
processo de estabelecimento contínuo de interação entre clientes, bancos e
sociedade. A sociedade se beneficia com empresas de melhor qualidade e
cidadão mais conscientizados.
Ao ombudsman cabe zelar para que essa relação se perpetue com
equilíbrio e ficar atento aos novos desafios, como a introdução de tecnologia
de ponta. Os avanço tecnológico mudam as formas de implantação nas
diferentes organizações, mas não muda a força essencial do papel do
55
ombudsman. E essa força está na luta para que o anseio das empresas na
obtenção de resultados jamais se faça à custa dos interesses. Da satisfação
ou dos direitos de quem lhes dá a razão de ser: o cidadão.
4.12.1. Benefícios
å Atendimento ao cliente com Qualidade;
å Credibilidade da Empresa por parte dos seus clientes;
å Maior agilidade e melhoria do processo devido às sugestões e
reclamações dos clientes;
å Fidelidade do cliente;
å Corrigir eventuais falhas;
Vimos anteriormente algumas ferramentas usadas na melhoria da
Qualidade, vejamos abaixo o que acontece quando uma empresa não
implementa o sistema da qualidade e quando ele passa a utilizar o mesmo
sistema.
4.13. MODELO DE EMPRESA SEM A IMPLANTAÇÃO DA
QUALIDADE:
1) PERDA DE TEMPO NO PROCESSO:
• Há perda de tempo quando ocorre:
X Transladas: movimentação excessiva de materiais;
X Deslocamentos: movimentação excessiva de pessoas;
X Sobretrabalho: número maior de etapas do que o necessário;
X Tempo de espera: algo está parado e nada acontece;
X Pendências: trabalhos incompletos, pontos de estrangulamento no
fluxo;
X Retrabalho: repetição de parte ou de toda a tarefa;
X Alteração de prioridade: trocas constantes de objetivos;
56
2) PARADIGMA DA PRODUÇÃO EM MASSA:
• “Modelo aceito ou padrão” Thomas Kuhn;
• Produzir em larga escala, produtos padronizados a baixo custo para
mercados homogêneos e de demanda estável é a forma mais
rentável de se obter lucros;
• A produção em massa é um paradigma de produção e de gestão;
• É preciso exercer controle para garantir a estabilidade do processo de
produção;
• Ë preciso controlar níveis de demanda e ignorar nichos para garantir
ciclos de vida longos aos produtos;
• O paradigma da produção em massa criou um conjunto de crenças e
valores por meio do qual se visualizava o mundo;
4.14. MODELO DE EMPRESA COM A IMPLANTAÇÃO DA
QUALIDADE:
1) REDUÇÃO DO TEMPO NO PROCESSO:
• Delegar mais aos níveis operacionais para reduzir etapas de
aprovações;
• Criar gerência de processos multifuncionais;
• Adotar tecnologias modernas para reduzir o tempo das etapas;
• Combinar etapas, padronizar, criar cargos de escopo mais amplo;
• Mudar a ordem das etapas;
• Eliminar conversões de ambiente e recursos ou o tempo de
conversão;
• Converter processos seqüenciais em simultâneos;
• Aproximar funções num mesmo espaço;
• Mensurar desempenho nos indicadores de tempo.
57
2) A PRODUÇÃO CUSTOMIZADA:
• Sistema de produção flexível: automatizada e integrada por
computador, para obter economia de escala customizada, qualidade
e responsabilidade;
• Mercado de compradores: sensível à variedade, inovações, moda,
qualidade, atendimento, serviços, pós-venda, baixa sensibilidade a
preço;
• Nichos de mercado: segmentos específicos de mercado com
característicos próprios de consumo alto poder de compra e
potencial de negócio;
• Database Marketing: banco de dados organizados para identificação
do consumidor e seu comportamento de compra e transforma-lo em
cliente fiel;
• Novos modelos organizacionais: empresa do 3º tipo, empresa
holística, organização por processos, estruturas horizontalizadas;
• Novos modelos de gestão: Gestão pela qualidade total,
Administração Holística, Reengenharia, Time Compression;
• Industrialização flexível, gerando variedade de produtos de
qualidade, produzidos a baixo custo, e respondendo rapidamente às
variações da demanda e às mudanças de necessidades dos
mercados heterogêneos, é a forma mais rentável de se obter lucro.
58
CAPÍTULO V - DIRETRIZES DA QUALIDADE NO
ATENDIMENTO.
59
Como já foi visto a qualidade total está presente em todas as partes,
seja ela no produto ou no serviço. Neste capítulo abordaremos a qualidade
no atendimento.
Para aplicarmos a qualidade no serviço ou no atendimento temos que
saber quem é o cliente e como satisfaze-lo!
Não basta investir na melhoria da produção de bens ou serviços. Ë
preciso apostar no atendimento, conhecer e satisfazer o cliente.
As Empresas ou até mesmo os órgãos governamentais têm que
oferecer um produto essencial ao desenvolvimento dos negócios: a
satisfação do cliente, afinal, todo o esforço da empresa é em direção a
qualidade.
Alguns autores afirmam que as industriais, o comércio e as empresas
prestadoras de serviços são na verdade, processos de satisfação do cliente
e não apenas de produção de bens e serviços. As empresas modernas de
hoje buscam ter sua estrutura direcionada ao cliente.
O primeiro aspecto que deve ser levado em conta na satisfação do
cliente é o atendimento, este é um item importantíssimo, mas bastante
desprezado por empresas que primam pela qualidade de seus produtos ou
serviços.
Antes de chegar propriamente ao cliente-consumidor, a empresa que
trabalha com qualidade total considera como cliente à próxima pessoa (ou
etapa) do processo de distribuição ou produção.
O perfeito conhecimento dos clientes, suas necessidades, problemas
e expectativas são ponto indispensável para o bom atendimento. É preciso
ter sempre em vista aquilo que realmente tem peso decisivo para o cliente.
60
Pergunte aos clientes o que eles querem, precisam ou esperam. Investigue
como os clientes avaliam os produtos ou serviços.
5.1. SURPREENDA E GANHE UM CLIENTE FIEL.
Não basta atender e satisfazer o cliente. É preciso surpreender e,
sobretudo encantar. Direcionar a empresa para a satisfação dos clientes
significa entender a qualidade do ponto de vista do cliente. O conceito da
qualidade deve ser observado em duas dimensões: qualidade do produto e
qualidade do serviço ou do atendimento.
A qualidade do produto está ligada às suas diversas características. É
o que o cliente obtém:
• Apresentação/aparência;
• Instalações físicas disponíveis;
• Equipamentos ou materiais utilizados;
• Durabilidade;
• Facilidade na manutenção;
• Tipo de embalagem;
• Preço;
A qualidade no atendimento, por sua vez, é como o cliente obtém.
• Presteza: desejo de ajudar o cliente e fornecer pronto serviço;
• Competência: capacitação dos recursos humanos e tecnológicos;
• Cortesia: educação, respeito, consideração e cordialidade do
pessoal que lida com o cliente;
• Confiabilidade: Capacidade de cumprir o prometido;
• Credibilidade: transmissão de confiança e honestidade no trato com
o cliente;
• Segurança: sigilo nos negócios, segurança pessoal e do patrimônio;
61
• Facilidade de acesso: aos fornecedores, produtos e serviços,
incluindo facilidade de contato com o pessoal;
• Comunicação: manter o cliente informado em linguagem
compreensível; fornecendo instruções de uso adequado, manuais
etc;
• Adaptabilidade: capacidade de resposta à situação não-previstas;
• Imagem: visão ou conceito formado sobre a empresa.
•
A satisfação total do cliente está baseada em vários processos da
empresa. Ou seja: depende de vários pontos de contato do cliente com as
empresas. Esses pontos de contato são chamados de “momentos da
verdade”. Representam todo e qualquer episódio que transmita alguma
impressão sobre a empresa, seu produto ou serviço e que contribui para a
formação da imagem.
A compra de passagens aéreas no balcão, por exemplo, é um
“momento da verdade”. O mesmo acontece dentro de um supermercado,
desde o acesso ao estacionamento. Ou no primeiro contato com uma vitrine.
Assim, é bom fazer levantamento completo dos pontos de contato com o
cliente para que, uma vez conhecidos, possam ser aperfeiçoados. No caso
da prestação de serviços, muitas vezes os “momentos das verdades”.
Ultrapassam os limites físicos da empresa.
Fazer certo da primeira vez, em todos os pontos de contato com o
cliente, é oportunidade de atende-lo bem e, naturalmente, conservá-lo. É a
forma mais efetiva de moldar uma imagem positiva para a empresa, o
produto ou o serviço.
Portanto, é preciso conhecer os valores que contam mais para o
cliente em relação ao produto que você oferece. Os valores mais importantes
para o cliente, aqueles que lhes proporcionam maior satisfação, vão orientar
a estratégia da empresa, tanto para atuar no ambiente externo, como para
organizar sua estrutura interna.
62
5.2. ATENDER PARA ENCANTAR.
Atender, satisfazer e encantar forma uma escala de excelência. Uma
empresa só alcança Qualidade Total quando passa a surpreender os
clientes. Tomemos como exemplo os serviços de um Hotel.
Atender (o básico e o esperado): cama limpa e quarto arrumado são o
básico desejado por um cliente. Os esperados serão algumas satisfações a
que ele já esta acostumado: um bom café da manhã e um sistema confiável
de recados;
Satisfazer (o desejado): Serviços que o hóspede não esperaria
encontrar, como informações sobre passeios turísticos, manobrista, xerox,
fax e outras facilidades.
Encantar (o surpreendente): Surpresas agradáveis, enquanto o
hóspede faz seu registro de entrada na portaria, o garçom traz sucos e
drinks de boas-vindas. Surpreender exige percepção e imaginação, pois o
que surpreende hoje pode se tornar rotina com o tempo, quando muitos
passam a oferecer a “surpresa”.
5.3. SATISFAÇÃO GARANTIDA
Quem compra um Fusca na verdade está comprando robustez,
economia e manutenção barata. Já quem adquire um Mercedes está levando
status, conforto e estilo. Embora as diferenças mecânicas e funcionais entre
os dois carros sejam muito grandes, ambos satisfazem muito bem as
exigências dos segmentos de mercado a que se destinam, ou das situações
em que são utilizados.
As vantagens do fusca e do Mercedes são valores agregados aos dois
produtos, que se confundem com eles próprios. Quem quer “comprar” status
compra um Mercedes. O fato é que a maioria dos produtos e serviços está
63
associada mais a necessidades psicológicas do que propriamente essenciais
ou básicas. Se fosse apenas pela necessidade de usar roupas para proteger
o corpo, não haveria a moda.
5.4. NA DIREÇÃO CERTA
Muitas são as vantagens de direcionar uma empresa para a satisfação
dos clientes:
• Aquisição de vantagem competitiva duradoura em relação à
concorrência;
• Garantia de sobrevivência, bem como estabelecimento de condições
favoráveis ao crescimento e desenvolvimento da empresa;
• Fidelidade dos clientes, uma vez que suas expectativas e
necessidades se tornam alvos para os quais a organização
empenha seus esforços e vigor;
• Encantamento do cliente por inovações nos produtos e serviços que
atendam suas expectativas e necessidades até então
desconhecidas por ele próprio;
• Aumento da lucratividade, das vendas, do mercado;
• Redução dos custos da não qualidade.
5.5. DEZ PASSOS PARA CRIAR UMA EQUIPE VOLTADA
PARA A SATISFAÇÃO DO CLIENTE.
Uma tarefa importante de todo empresário é criar condições para que
sua equipe trabalhe sempre voltada para os clientes. Siga os dez passos:
1) Defina a satisfação dos clientes como a razão de ser de sua
empresa: A primeira coisa a fazer é entender que uma organização
não tem razão de existir se não for para satisfazer seus clientes,
pois esta é a garantia de sua sobrevivência e desenvolvimento.
64
2) Dissemine esta informação: Se todos, em sua organização, não
estiverem convencidos disto, dificilmente estarão dispostos a colocar
o cliente em primeiro lugar na sua lista de propriedades. Se todos
pensam no cliente, falam sobre o cliente, vêem estas mensagens
impressas nos envelopes, paredes, contracheques etc., aumentam
as possibilidades disto se tornar uma realidade.
3) Pesquise a satisfação do cliente periodicamente: Todos na
organização precisam receber, periodicamente, informações sobre o
nível de satisfação dos clientes e dos progressos obtidos neste
sentido, para que possam continuar motivados a alcançar um
desempenho excelente. Afixe os resultados de sua pesquisa nas
paredes, murais e locais freqüentados pelo pessoal;
4) Contrate pessoas que gostem de ver clientes satisfeitos: Sempre
que contratar pessoas para a empresa, escolha aquelas que sentem
prazer em ver outras pessoas satisfeitas. Qualquer que seja o cargo
use esta estratégia e logo verá os resultados.
5) Comunique a todos o que a empresa espera deles: As pessoas
precisam estar conscientes do que a empresa espera delas, como
também o que espera da empresa. Uma lista contendo estas
informações certamente ajudará muito.
6) Treine as pessoas desde o momento em que são contatadas: Desde
o primeiro dia de trabalho, antes mesmo de se dirigir ao posto, todos
devem ser educados na “escola do cliente”, para que, ao iniciarem
suas atividades, estejam conscientes da importância dada pela
empresa ao cliente.
7) Crie um ambiente em que as pessoas se sintam bem: Participação,
reconhecimento, boas condições de trabalho são alguns dos
ingredientes de uma receita bem-sucedida. Como conseguir a
satisfação do cliente externo, se o cliente interno estiver insatisfeito?
8) Trate seu pessoal como cliente: Comece dando o exemplo. Você,
certamente, servirá de espelho para o seu pessoal. Se desejar que
eles dêem prioridade ao cliente, faça isso você também. Mostre que,
na sua organização, uns são clientes dos outros.
65
9) Crie o hábito de se colocar no lugar do cliente: Se o pessoal ou os
funcionários criarem o hábito de se colocar no lugar do cliente,
perceberão como é bom se sentir satisfeito com um bom
atendimento. Isto cria novas atitudes positivas em relação à
satisfação dos clientes.
10) Valorize o empregado que defende o cliente: Todos procuram ter
razão quando alguma falha acontece. Mas isto não importa para
efeito da satisfação do cliente. Valorize quem pensa assim.
5.6. OS DEZ ERROS MAIS COMUNS NA GERÊNCIA DE
PROCESSOS.
1) IMPRECISÃO: Os procedimentos estabelecidos para a execução dos
processos não são claros;
2) DESCOBERTA DE UM JEITO “MELHOR” DE FAZER AS COISAS:
Quando a empresa não possui processo sistemático de melhoria,
pessoas cansadas da rotina ou dos procedimentos mal definidos
começam a inventar outras maneiras de fazer o trabalho. Esta nova
maneira não é debatida com os outros clientes internos, nem
incorporada formalmente aos procedimentos. Aí, umas fazem de jeito,
outras de outro, o que gera resultados diferentes;
3) DESCONHECIMENTO: Problemas de comunicação impedem que o
pessoal tome conhecimento dos procedimentos estabelecidos;
4) MÉTODO DIFÍCIEIS DE SEGUIR: Alguns métodos são difíceis de
executar. Sem preparação adequada, resultam os erros;
5) FALTA DE TREINAMENTO: Não basta definir os procedimento para a
realização de um no processo. As pessoas devem ser treinadas;
6) TREINAMENTO INADEQUADO: Se o treinamento é para que o
processo seja desenvolvido de modo diferente do estabelecidos, o
resultado será ruim, O treinamento deve ser coerente com os
procedimentos estabelecidos. Por incrível que pareça, isso ocorre
muito.
66
7) FALTAS DE FERRAMENTAS: Mesmo inovador e eficiente, o
procedimento não surtirá efeito se faltarem ferramentas adequadas à
execução;
8) FALTA DE TEMPO: Se não houver tempo suficiente para introduzir
novos procedimentos na empresa, eles não serão bem executados;
9) MANDARAM FAZER DIFERENTE: Quando existe procedimento
estabelecido, ninguém pode dar contra-ordens, nem mesmo o
empresário, sob pena de se implantar o caos.
10) FALTA DE ENTENDIMENTO: O aprendizado só é obtido quando as
pessoas entendem o porquê das coisas.
5.7.ETAPAS DE MELHORIA DE PROCESSOS.
As empresas têm que conhecer as etapas da melhoria de processos e
saber usar o MAMP (Método para Análise e Melhoria de Processos). Através
dele, a empresa encontra soluções adequadas para os problemas, velamos
abaixo as etapas:
1) CONHECIMENTO DO PROCESSO: O primeiro passo é identificar as
diferenças entre a solução atual e as situações desejadas, indicadas
por observações ou pesquisas realizadas junto a clientes. A situação
desejada poderá ser apontada tanto pelos clientes externos como pelos
internos. Também é preciso reconhecer os processos que envolvem os
estágios do problema: entrada, saída e produto.
2) SELEÇÃO DE PROBLEMAS: Escalonar os problemas e identifica-los,
levando em conta o impacto positivo ou negativo de sua correção;
3) BUSCA DAS CAUSAS: Devem ser identificadas as causas que mais
contribuem para não atingir as situações desejadas;
4) GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS: Maior é a possibilidade de acerto
quanto maiores as alternativas. As ações sugeridas podem ser
corretivas, adaptativas ou provisórias.
åAdaptativa: é a ação utilizada para bloquear ou atenuar os defeitos
do problema, se constatada a impossibilidade de sua eliminação, nesse
67
caso, a causa do problema está fora da área de influência e controle do
processo.
åProvisória: quando o processo não pode parar ou quando os efeitos
do problema são sérios. Ë uma medida-tampão, ou seja, são ações
provisórias a ser implantado logo para evitar danos (efeitos) em outros
processos;
åCorretiva: ações de verificação e correção de falhas presentes ou
futuras no processo.
5) AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS: Devem ser estabelecidos critérios
para a escolha da solução:
åEvidência: Existem informações suficientes que provem ser esta a
solução mais adequada;
åTempo: Quanto tempo é necessário implantar a solução;
åDinheiro: Quanto dinheiro é necessário para despesas de custeio e
de capital;
åQualidade: Quais os impactos positivos (pessoa, atendimento etc.);
åCultura: As pessoas estão prontas para aceitar a mudança? Faz
parte da cultura da empresa? Há necessidade de treinamento? É preciso
contratar pessoas de fora para a implantação.
åTecnologia: Ë preciso mudar o processo de produção ou
equipamento? A empresa domina novas tecnologias ou é preciso buscar
fora?
åOutros fatores: Existem outros impactos não-mensuráveis ou
difusos, mas que são importantes e devem ser levados em conta? Exemplos:
Quantas pessoas estão envolvidas na mudança? A quem afetam as
mudanças? Onde estão as mudanças? Que efeitos futuros terão a
mudança?
6) PLANEJAMENTO DE AÇÕES: Defina a solução, planeje a
implementação. Siga os seguintes estágios:
åEnvolver todos os afetados pela solução;
åDeterminar a execução de tarefas específicas e sua ordenação;
68
7) IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO: Depois de implantar a solução, é
necessário avaliar se o problema foi eliminado ou reduzido
satisfatoriamente e se todo o processo está funcionando como previsto.
Caso o problema persista ou tenha surgido outro, todo o processo de
análise e otimização deve recomeçar. Mas se o problema foi eliminado,
deve ser escolhido outro problema. Resolvidos todos os problemas, é hora
de enfrentar novos desafios e estabelecer novo patamar para a situação
desejada. O processo de aperfeiçoamento não pode parar.
69
CAPÍTULO VI - APLICABILIDADE DA QUALIDADE
NO BANCO DO BRASIL
70
O Banco do Brasil vem investindo na qualidade dos seus serviços e
no treinamento de seus funcionários, a fim de satisfazer os seus clientes e
torna-los fiéis. Por meio de estudos e pesquisas permanentes, identificando
quais os pontos de qualidade mais importante para os clientes. O Banco
Real mantém um canal direto e permanente de comunicação, a Central de
Sugestão e Reclamações, pela qual é possível ter um Sistema da Qualidade,
a fim de promover uma maior interação entre o Banco e os Clientes.
O Sistema da Qualidade está estruturado sobre uma série de ações,
condutas e métodos que garantem sua aplicação, como abaixo:
• MÉTODO: O Banco do Brasil busca a melhoria das atividades por
meio de um planejamento específico, desenvolvimento de ações e
controle sobre os resultados.
• COMUNICAÇÃO INTERNA: Há alguns canais que contribuem
para a divulgação da Qualidade como: revistas, cartazes,etc.
TREINAMENTO: A partir da análise de ações de melhoria, o Banco
estabelece treinamentos que podem ser comportamentais ou
técnicos;
• SISTEMA DE INFORMAÇÃO: Possui um sistema de monitoramento
do grau de satisfação dos clientes, engloba tanto pesquisa como
indicadores de processos internos que tenham impacto direto na
percepção da qualidade.
• RECONHECIMENTO: O reconhecimento dos esforços dos
funcionários na busca pela satisfação clientes.
6.1. MISSÃO DO BANCO DO BRASIL
Satisfazer o cliente, gerando valor para os acionistas, funcionários e
comunidade, através de uma postura ética nos negócios, diferenciando-nos
pela qualidade dos produtos, serviços e, especialmente, pelo atendimento.
71
6.2. EVOLUÇÃO DO % DE TOTAL SATISFAÇÃO DE
CLIENTES.
Os resultados mais recentes da Pesquisa de Satisfação de Clientes
realizada em junho de 2003 demonstra que a busca pela satisfação dos
clientes traz bons resultados.
6.3. APLICAÇÃO DOS PRINCIPIOS DA QUALIDADE TOTAL
NO BANCO DO BRASIL.
O Banco do Brasil baseou-se nos 14 princípios da Qualidade Total e
os aplicou com grande sucesso. As atitudes tomadas foram:
1. Criou constância de propósitos para melhoria dos produtos e
serviços
2. Adotou nova filosofia de recusar-se a aceitar falhas
3. Parou a dependência da inspeção em massa, confiando no
controle estatístico
4. Exigiu evidências estatísticas da qualidade
5. Melhorou a produção e os serviços
Mar/01 Jul/02 Nov/02 Jun/03
18%
32% 34%
39%
Evolução do % de Total Satisfação de Clientes
72
6. Investiu em treinamento
7. Providenciou ferramentas aos empregados para realizar o
trabalho
8. Incentivou a comunicação e produtividade
9. Estimulou os departamentos a trabalhar em conjunto
10. Eliminou cartazes e Slogans que não ensinassem melhorias
11. Usou métodos estatísticos para aperfeiçoar os produtos e
serviços
12. Removeu barreiras internas
13. Forneceu treinamento constante
14. Definiu com clareza o comprometimento da alta administração
com a qualidade
73
CONCLUSÃO.
74
A Qualidade Total é uma filosofia de administração baseada na
participação espontânea de todas as pessoas envolvidas em um processo
produtivo.
Percebemos que a qualidade por si só não garantirá à empresa o
sucesso. Pois o sucesso só poderá ser obtido quando a empresa analisar as
cinco forças competitivas: entrada, ameaça de substituição, poder de
negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e
rivalidade entre os concorrentes, ou seja, estar sempre à frente de seus
concorrentes, pois sem esta análise uma empresa estará fadada ao
fracasso.
O sucesso e o otimismo não permitem com que os erros sejam
corrigidos. Então é necessário temos humildade para que assim possamos
nos aperfeiçoar e melhorarmos. Para isso temos que ter uma boa equipe,
sermos flexíveis e ágeis, não podemos perder tempo e que principalmente a
qualidade do produto satisfaça o cliente.
Mas para isso temos que vencer paradigmas. Tais como, ajustar um
programa de qualidade, ter um processo just-in-time e ter uma organização
onde todos têm o poder de pensar, controlar e fazer. Com isso, a empresa
terá que diminuir a burocracia, ouvir o cliente, incentivar e valorizar a
criatividade e opinião de seus funcionários, ter agilidade e flexibilidade e
fazer tudo num tempo mais curto possível. E que para combater cada
concorrente será necessário utilizar diferentes armas.
Tendo esses pontos focados para a melhoria da eficiência da
produção e da qualidade do produto.
Sem dúvida alguma, as organizações que implantaram programas de
Qualidade Total estão dezenas de anos à frente das organizações
materialistas e que só visam o lucro, essas organizações que conheceram a
Qualidade Total viram uma nova forma de ver os sonhos se realizarem,
75
baseados na ajuda mútua entre as pessoas, no respeito entre os
trabalhadores e na virtude do desprendimento em favor do próximo.
A Qualidade Total é tudo isso. É uma nova filosofia que veio para
melhorar empresas e funcionários, agindo mutuamente para garantir um
maior desempenho e uma melhor Qualidade.
76
BIBLIOGRAFIA
LIVROS.
• BAEZ, Victor Eduardo. ISO serie 9000: Auto avaliação. Rio de Janeiro:
Qualitymark editora, 1994, 86 p;
• CROSBY, Philip B. Integração: Qualidade e Recursos Humanos para
o ano 2000. São Paulo: Mcgraw-Hill editora, 1993, 240 p;
• DEMING, William Edwards. Qualidade: A Revolução da
Administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva editora, 1990, 367
p;
• JURAN, Joseph M. Qualidade Desde o Projeto: Novos Passos para o
Planejamento da Qualidade em Produtos e Serviços. São Paulo:
Pioneira editora, 2º ed, c 1994, 551 p;
• ROBERTS, Harry V; SERGESKETTER, Bernard F. Qualidade e
Pessoal: Uma base para a Gerência de Qualidade Total. São Paulo:
Pioneira editora, c 1994, 158 p;
• Materiais internos do Banco do Brasil, como revistas periódicas.
77
ANEXO CULTURAL