59
UFRJ / CCJE / IE / CEPP Introdução à Política Macroeconômica Instrumentos de Política Econômica Banco Central e Política Monetária Carvalho (caps.11 a 14) Vasconcellos (cap.11) 01/07/2017 0

UFRJ / CCJE / IE / CEPP Introdução à Política Macroeconômica · Funções da Moeda 1. Meio de troca Mercadoria de aceitação geral usada para liquidar transações e que

Embed Size (px)

Citation preview

Economia e Política Monetária

UFRJ / CCJE / IE / CEPP

Introdução à Política Macroeconômica

Instrumentos de Política Econômica

Banco Central e Política Monetária

Carvalho (caps.11 a 14)

Vasconcellos (cap.11)

01/07/2017 0

Economia e Política Monetária

Conceito

Ativo financeiro de aceitação geral, utilizado na troca de bens e

serviços, que tem poder liberatório (capacidade de pagamento)

instantâneo.

Funções da Moeda

1. Meio de troca

Mercadoria de aceitação geral usada para liquidar transações e

que permite a dissociação da venda (mercadoria por moeda) da

compra (moeda por mercadoria).

01/07/2017 1 Lopes&Rossetti (2009), cap.1, s.1.2.

Economia e Política Monetária

Funções da Moeda

2. Unidade de conta

Padrão para que as demais mercadorias expressem seu valor – preço relativo entre diferentes mercadorias definido pela relação entre preços monetários.

3. Reserva de valor

Dissociação entre compra e venda confere poder de compra ao vendedor, que, ao manter a moeda como reserva de valor, poderá efetivá-lo em diferente momento no tempo.

Obs: elevada inflação => implica perda progressiva das funções de reserva de valor e unidade de conta.

01/07/2017 2 Lopes&Rossetti (2009), cap.1, s.1.2.

Economia e Política Monetária

Formas de moeda

Historicamente

• escambo (trocas diretas): dupla coincidência de desejos, indivisibilidade (equiparação quantitativa) = excesso de tempo para realizar transações

• moeda mercadoria (sal, gado, trigo)

• moedas metálicas (metais preciosos, ex. ouro)

Atributos:

baixo custo de transação e estocagem (divisível, durável, transferível e portátil)

estabilidade de valor (unidade de conta e reserva de valor – escassa)

• moeda metálica cunhada: governo garante qualidade e quantidade

01/07/2017 3 Lopes&Rossetti (2009), cap.1, s.1.3-4.

Economia e Política Monetária

Formas de moeda

Historicamente

• moeda-papel: certificados representativos de quantidade de

moeda para evitar desgaste das moedas metálicas –

conversibilidade (lastro).

• papel-moeda (moeda fiduciária): aceitação garantida por lei

(sem lastro) – poder de compra x valor intrínseco

• moeda escritural (moeda bancária): depósitos à vista em

bancos, movimentado por meio de cheques e cartões de

débito.

01/07/2017 4 Lopes&Rossetti (2009), cap.1, s.1.3-4.

Economia e Política Monetária

• Conceito de Liquidez

A liquidez de qualquer ativo depende da proporção em que ele

seja: “realizável com maior certeza a curto prazo sem perdas”

(Keynes).

A moeda é o ativo de maior liquidez, pois não precisa ser

convertido em nenhum outro ativo para viabilizar uma

transação com bens e serviços.

Neste sentido, o desenvolvimento do sistema financeiro, ao

organizar os mercados nos quais os instrumentos financeiros

são negociados e ampliar o número de transações realizadas

com os diversos ativos, contribui para aumentar a liquidez dos

ativos transacionados.

01/07/2017 5 Carvalho, F.C. (2015), S.1.3

Economia e Política Monetária

• Agregados Monetários

Os conceitos de agregados monetários diferenciam-se em

função do grau de liquidez dos ativos considerados.

No caso do Brasil, os agregados utilizados são:

M0 = B = PMPP + Reservas (ET)

M1 = MP = PMPP + DV

M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias

M3 = M2 + quotas de fundo de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic

M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez

01/07/2017 6 Carvalho, F.C. (2015), S.1.3

Economia e Política Monetária

M1 M1/M4 (%) Depósitos de poupança Títulos privados1 M2

321 241 6,3% 663 691 1132 365 2 117 296

M2 M2/M4 (%) Quotas de fundos de

investimentos2, 3

Oper. compromissadas com títulos federais4 M3

2 117 296 41,8% 2 002 400 205 757 4 325 452

M3 M3/M4 (%) Títulos federais (Selic) M4

4 325 452 85,4% 740 144 5 065 597

1/ Inclui depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias, letras imobiliárias, letras de crédito do agronegócio, letras de crédito imobiliário e letras financeiras. 2/ Composto por Fundos Cambial; Curto Prazo; Renda Fixa (inclusive extramercado); Multimercado; Referenciado; e outros fundos ainda não enquadrados nas classes instituídas pela Instrução CVM nº 409, de 18 de agosto de 2004. 3/ Exclui lastro em títulos emitidos primariamente por instituição financeira. 4/ As aplicações do setor não-financeiro em operações compromissadas estão incluídas no M3 a partir de agosto de 1999, quando eliminou-se o prazo mínimo de 30 dias, exigido em tais operações desde outubro de 1991. * Dados preliminares. Fonte: BCB

Meios de pagamento ampliados - Jan/2015* Saldos em final de período – R$ milhões

01/07/2017 7

Economia e Política Monetária

• Bancos Comerciais: depósitos à vista e empréstimos

Os bancos comerciais têm como característica principal a capacidade de

criar depósitos à vista, que servem de meio de pagamento alternativo à

moeda legal emitida pelo Banco Central.

Em geral, as pessoas decidem guardar seus recursos nos bancos comerciais

devido à segurança e à conveniência de realizar os pagamentos por meio

da simples transferência desses depósitos. Este seria o pagamento indireto

pelos recursos “aplicados” em depósitos à vista no Banco Comercial.

Os bancos comerciais agem como custodiantes de valores, que poderão ser

resgatados pelos titulares no momento desejado. Tendo em vista a

percepção de que nem todos os depositantes realizam saques

simultaneamente, os Bancos Comerciais usam esses depósitos à vista para

realizar empréstimos, recebendo uma remuneração sobre uma

disponibilidade de recursos obtida a taxa de juros nula. 01/07/2017 8 Carvalho, F.C. (2015), s.16.2-3

Economia e Política Monetária

• Bancos Comerciais: necessidade de reservas

Há, portanto, um incentivo para os administradores do banco

subestimarem a probabilidade de retirada por parte dos depositantes,

pois quanto menos for necessário manter como reserva, mais sobrará

para ser emprestado a clientes, e, assim, mais o banco ganhará.

Há, por outro lado, um índice estatisticamente considerado seguro de

reservas que um banco deve possuir para atender às operações de

saque dos depósitos à vista existentes.

Se os Bancos não forem capazes de honrar suas obrigações de

converter depósitos à vista em moeda legal, há o risco de quebra da

confiança por parte do público, levando a uma corrida bancária e

eventual quebra do sistema.

01/07/2017 9 Carvalho, F.C. (2015), s.16.2-3

Economia e Política Monetária

• Reservas Compulsórias (Ec)

Para evitar que os bancos corram risco excessivo ao emprestar os depósitos à vista de seus clientes, os Banco Centrais regulam as atividades dos Bancos Comerciais. Neste sentido, para garantir uma segurança mínima ao sistema bancário, o Banco Central exige que os Bancos Comerciais mantenham um percentual dos depósitos à vista como reservas compulsórias junto ao Banco Central.

• Reservas Voluntárias (Ev)

Adicionalmente, os bancos comerciais podem enviar voluntariamente recursos às câmaras de compensação de cheques para cobrir eventuais diferenças entre cheques emitidos a favor e contra o banco.

• Encaixes técnicos (Et)

Mas, independentemente das reservas compulsórias, os bancos comerciais mantêm reservas (encaixes técnicos) para honrar seus compromissos com o público e manter suas operações diárias de saques e empréstimos.

01/07/2017 10 Carvalho, F.C. (2015), s.1.4

Economia e Política Monetária

• Multiplicador Monetário

É o fato de que os bancos comerciais captam depósitos à vista e podem

manter apenas parte destes depósitos na forma de reserva, emprestando

o restante à taxa de juros, que leva ao processo de multiplicação dos

meios de pagamentos.

Os montantes emprestados a partir de um depósito à vista inicial

retornarão, eventualmente/imediatamente, ao Banco Comercial, na

forma de novos depósitos à vista, dando margem a novos empréstimos,

que gerarão novos depósitos, e assim por diante.

O limite de expansão dos meios de pagamento se deve ao fato de que, a

cada novo ciclo de empréstimo, o banco dispõe de menos recursos livres

em função da necessidade de reter parte dos depósitos em reserva.

01/07/2017 11 Carvalho, F.C. (2015), s.1.4

Economia e Política Monetária

• Multiplicador Monetário

Encaixes Totais (ET)

ET = Et + Ev + Ec

Et é o encaixe técnico

Ev é o encaixe voluntário

Ec é o encaixe compulsório

Base Monetária (B)

B = PMPP + ET

Meios de Pagamento (MP)

MP = PMPP + DV = Moeda Manual + Moeda Escritural

DV são os depósitos à vista

01/07/2017 12 Carvalho, F.C. (2015), s.1.4

Economia e Política Monetária

• Multiplicador Monetário

Sendo:

MP = PMPP + DV

B = PMPP + ET

Tem-se que:

B = MP – DV + ET

B/MP = 1 – DV/MP + ET/DV.DV/MP

B/MP = 1 – d + e.d = 1 – d(1 – e)

MP = B / [1-d(1-e)]

onde d = DV/MP , e = ET/DV.

01/07/2017 13 Carvalho, F.C. (2015), s.1.4

Economia e Política Monetária

• Multiplicador Monetário

MP = B / [1-d(1-e)],

d = DV/MP é a taxa de depósito e depende do grau de desenvolvimento do sistema bancário (número de agências, custo de ida aos bancos, etc.)

e = ET/DV é a taxa de reservas e depende, principalmente, da política do Banco Central e da facilidade de cobrir necessidades de liquidez junto a outros bancos.

Assim, o multiplicador monetário é igual a:

α = 1 / [1-d(1-e)] e ΔMP = αΔB

Condicionantes da expansão dos meios de pagamentos:

↑d e ↓e => ↑α

01/07/2017 14 Carvalho, F.C. (2015), s.2.3

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de

meios de pagamentos

Simplificação inicial: Banco Comercial possui apenas depósitos à

vista no passivo e reservas e empréstimos no ativo

Balancete Estilizado do Banco Comercial Ativo Passivo Encaixe Total – ET

Encaixe técnico (caixa) - Et

Reserva Voluntária - Ev

Reserva Compulsória - Ec

Empréstimo

Depósitos à vista

Total do Ativo Total do Passivo

01/07/2017 15

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de meios de pagamentos

Situação 1:

d = DV / MP = 1: público não retém moeda em espécie, transformando-a em depósitos à vista

e = ET / DV = 0,2: recolhimento compulsório fixado em 20%, liberando, portanto, 80% dos depósitos captados para empréstimo

O BCB injeta 100 u.m. na economia por meio da compra de títulos públicos

B = 100, d = 1, e = 0,2

MP = 100 / [1-1(1-0,2)] = 100/0,2 = 100.5 = 500

01/07/2017 16

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de meios de pagamentos

Situação 1: d = DV / MP = 1, e = ET / DV = 0,2, MP0 = PMPP + DV = 100 + 0 a) Captação de 100 como depósito à vista e recolhimento de

compulsório MP = PMPP + DV = 0 + 100 (mudança na composição dos MPs)

Balancete Estilizado do Banco Comercial Ativo Passivo Encaixe Total – ET

Encaixe técnico (caixa)

Reserva Voluntária

Reserva Compulsória

Empréstimo

100

80

0

20

0

Depósitos à vista

100

Total do Ativo 100 Total do Passivo 100 01/07/2017 17

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de meios de pagamentos

Situação 1: d = DV / MP = 1, e = ET / DV = 0,2, MP0 = PMPP + DV = 100 + 0 b) Empréstimo de 80 por meio de crédito em conta corrente e recolhimento de compulsório de 16. MP = PMPP + DV = 0 + 180 = 180 (criação de DV)

Balancete do Banco Comercial Ativo Passivo Encaixe Total – ET

Encaixe técnico (caixa)

Reserva Voluntária

Reserva Compulsória

Empréstimo

100

64

0

36

80

Depósitos à vista

180

Total do Ativo 180 Total do Passivo 180 01/07/2017 18

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de meios de pagamentos

Situação 1: d = DV / MP = 1, e = ET / DV = 0,2, MP0 = PMPP + DV = 100 + 0 c) Empréstimo de 64 por meio de crédito em conta corrente e recolhimento de compulsório de 12,8. MP = PMPP + DV = 0 + 244 = 244 (criação de DV)

Balancete do Banco Comercial Ativo Passivo Encaixe Total – ET

Encaixe técnico (caixa)

Reserva Voluntária

Reserva Compulsória

Empréstimo

100

51,2

0

48,8

144

Depósitos à vista

244

Total do Ativo 244 Total do Passivo 244 01/07/2017 19

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de meios de pagamentos

Situação 1: d = DV / MP = 1, e = ET / DV = 0,2, MP0 = PMPP + DV = 100 + 0 n) Este processo continuará sucessivamente até o limite em que o encaixe total seja igual às reservas compulsórias de 20% dos depósitos à vista. MP = αB = 5.100 = 500 = PMPP + DV = 0 + 500

Balancete do Banco Comercial Ativo Passivo Encaixe Total – ET

Encaixe técnico (caixa)

Reserva Voluntária

Reserva Compulsória

Empréstimo

100

0

0

100

400

Depósitos à vista

500

Total do Ativo 500 Total do Passivo 500 01/07/2017 20

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de meios de pagamentos

Situação 2:

d = DV / MP = 1: público não retém moeda em espécie, transformando-a em depósitos à vista

e = ET / DV = 0,25: recolhimento compulsório fixado em 20% e reserva voluntária de 5%, liberando, portanto, 75% dos depósitos captados para empréstimo

O BCB injeta 100 u.m. na economia por meio da compra de títulos públicos

B = 100, d = 1, e = 0,25

MP = 100 / [1-1(1-0,25)] = 100/0,25 = 100.4 = 400

MP = PMPP + DV = 0 + 400

01/07/2017 21

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de

meios de pagamentos

Situação 3:

d = DV / MP = 0,9: público retém 10% do papel moeda em

espécie, transformando apenas 90% em depósitos à vista

e = ET / DV = 0,25: recolhimento compulsório fixado em 20% e

reserva voluntária de 5%, liberando, portanto, 75% dos depósitos

captados para empréstimo

O BCB injeta 100 u.m. na economia por meio da compra de

títulos públicos

B = 100, d = 0,9, e = 0,25

MP = 100 / [1-0,9(1-0,25)] = 100/0,325 = 100.3,08 = 308

MP = PMPP + DV = 30,8 + 277,2 01/07/2017 22

Economia e Política Monetária

• Balancete do Banco Comercial e o processo de criação de meios de

pagamentos

Por um mecanismo de multiplicação, via captação de depósitos a vista e concessão de empréstimos pelos bancos comerciais, a base monetária criada pelo Banco Central dá origem ao total dos meios de pagamentos.

MP = αB

α = 1 / [1-d(1-e)]

O governo busca controlar a oferta de meio de pagamentos diretamente por meio de variações na base monetária (B) e indiretamente tentando influenciar α, que, por sua vez, depende de “d”, logo do comportamento do público em relação à taxa de depósito, e de “e”, logo do comportamento dos bancos com relação à taxa de reserva, ressaltando que o Banco Central controla apenas a reserva compulsória.

01/07/2017 23 Carvalho, F.C. (2015), s.2.3

Economia e Política Monetária

DADOS BRASIL

B = PME – CBC + Ec + Ev = PMPP + ET

MP = PMPP + DV

(saldo em final de período) - u.m.c. (mil) – fev/2015

Papel moeda emitido Reservas bancárias (Ec + Ev)* Base monetária restrita

198.076.416 40.739.171 238.815.587

(saldo em final de período) - u.m.c. (mil) – fev/2015

Papel moeda em poder do público Depósitos à vista Meios de pagamento - M1

162.981.988 155.592.464 318.574.452 Fonte: BCB-Depec

Fonte: BCB-Depec

* Inclui as reservas bancárias livres e compulsórias sobre recursos à vista das instituições financeiras. Recursos à vista = depósitos à vista, recursos em trânsito de terceiros, cobrança e arrecadação de tributos e assemelhados, cheques administrativos, contratos de assunção de obrigações - vinculados a operações realizadas no país, obrigações por prestação de serviços de pagamento e recursos de garantias realizadas.

01/07/2017 24

Economia e Política Monetária

DADOS BRASIL

Multiplicador monetário

Comportamento do público Comportamento dos bancos Multiplicador monetário

0,52 0,48 0,23 0,26 1,33

Fonte: BCB-Depec

1M

PMPPC

1M

DVD

DV

CXR 1

DV

RBR2 B

M

RRDC

K1

)21(

1

α = 1 / [1-d(1-e)], e = R1 + R2, d = D, 1-d = C

K = 1 / [C + D(R1+R2)] = 1 / (C + d.e) = 1 / (1-d +d.e) = 1 / [1-d(1-e)]

01/07/2017 25

Economia e Política Monetária

Funções do BACEN

1. banco emissor: monopólio da emissão de moeda

O BCB atende às necessidades de numerário do sistema bancário e do público por meio dos mecanismo de emissão/recolhimento monetário (vale notar que a CMB apenas fabrica o numerário). Adicionalmente, o BCB controla a liquidez da economia mediante o uso dos instrumentos como o recolhimento compulsório, redesconto e operações de mercado aberto.

2. banco dos bancos: responsável pela administração das câmaras de compensação de cheques; além de garantir estabilidade do SFN (regulador/fiscalizador) - recebe as reservas voluntárias e compulsórias dos BCs e funciona como emprestador de última instância, concedendo empréstimos de redesconto ou assistência à liquidez;

01/07/2017 26

BCB, PMF 11, p.6-7

(Carvalho, F.C., 2015, s.2.1)

Economia e Política Monetária

Funções do BACEN

3. banco do governo: gerencia os fundos do TN e implementa a política monetária.

O Banco Central mantém em carteira títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com o propósito de executar a política monetária e recebe os recursos tributários e não-tributários, que só podem ser movimentados por ordem do Tesouro. O governo é o agente econômico com maiores receitas e despesas, portanto, o controle das contas do tesouro pelo Banco Central é fundamental para regular o crédito e os agregados monetários.

4. depositário das reservas internacionais: responsável pela administração do estoque de moedas estrangeiras (divisas) e do câmbio.

01/07/2017 27

BCB, PMF 11, p.15

(Carvalho, F.C., 2015, s.2.1)

Economia e Política Monetária

• O mercado de reservas bancárias – Brasil

Os bancos com carteira comercial mantêm recursos junto ao Banco Central em uma

espécie de conta corrente denominada conta Reservas Bancárias. É por meios destas

contas que são realizadas as transações entre os bancos e entres estes e o Banco

Central.

As trocas de reservas feitas com lastro em títulos públicos são negociadas e

registradas na Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), sendo remunerado

por uma taxa Selic.

A taxa Selic e a média das taxas de juros praticadas nas operações compromissadas

(compra com compromisso de revenda) de prazo de um dia útil com títulos públicos

federais registrados no Selic.

As trocas de reservas feitas com títulos privados são efetuadas e registradas na CETIP

(“Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados”, atualmente

“Mercados Organizados”), sendo então remuneradas por uma taxa DI-Cetip.

A taxa DI é a média das taxas de juros praticadas nos depósitos interfinanceiros com

prazo de um dia útil e que não envolvam instituições financeiras do mesmo grupo.

Fonte: BCB, 2014, FAQ, p.19-20 01/07/2017 28

Economia e Política Monetária

Política Monetária

A política monetária pode ser definida como o uso de instrumentos

por parte do Banco Central para o controle da oferta de moeda, das

taxas de juros e das condições de crédito de forma a atingir

objetivos de política econômica.

Objetivos finais de política monetária

Metas Intermediárias

Metas Operacionais

Instrumentos Clássicos de Política

Monetária

• Inflação

• Nível de atividade econômica

• Taxa de desemprego

• Estabilidade do sistema financeiro

• Taxa de juros de longo prazo

• Agregados monetários

• Taxa de juros de curto prazo

• Reservas Bancárias

• Recolhimentos compulsórios

• Redesconto de liquidez

• Operações de mercado aberto

01/07/2017 29 Carvalho, F.C., 2015, cap.12, s.12.1.1.

Economia e Política Monetária

Incompatibilidade entre as metas operacionais:

taxa de juros x agregados monetários

M

r

Md1

r1

r0

Excesso inicial de demanda de moeda

Md0

M

r Ms

0

r1

Ms1

r0

Ms0

Md0

Md1

Meta de taxa de juros

Excesso inicial de demanda de moeda

Meta de agregados monetários

01/07/2017 30 Carvalho, F.C., 2015, cap.12, s.12.1.3.

Economia e Política Monetária

Instrumentos de controle monetário à disposição do BACEN

1. Reservas compulsórias: proporção dos depósitos dos Bancos

Comerciais que devem ser mantidos em espécie junto ao Banco Central,

para assegurar liquidez mínima do sistema e para controle da

disponibilidade dos meios de pagamento.

2. Operações de redesconto: empréstimos concedidos pelo Banco

Central à pedido dos Bancos Comerciais, para sanar problemas de

liquidez individual e transitório, contra a cobrança de uma taxa de

redesconto.

3. Operações de open-market: compra e venda de títulos públicos

(compromissadas e definitivas), com objetivo de ampliar/reduzir a

disponibilidade de moeda no sistema ou aumentar/reduzir a taxa de

juros básica da economia.

4. Controle de Crédito: medidas direcionadas para influenciar o volume,

a taxa de juros, os prazos e a destinação dos empréstimos bancários. 01/07/2017 31

BCB, PMF 12

Carvalho, F.C., 2015, cap.12, s.12.3.2.

BCB, PMF 6

Carvalho, F.C., 2015, cap.12, s.12.3.4

Economia e Política Monetária

• Depósito compulsório – Brasil

Fonte: BCB (2014)

Compulsorio Aliquota Deducoes Remuneracao

Recursos a Vista 45% Há deducao inicial de R$44 milhoes que beneficia todas as instituicoes igualmente.

Nao há.

Recursos a Prazo 20%

Há deducao inicial de R$30 milhoes que beneficia todas as instituicoes igualmente. (Além de reduções em função do PR)

Taxa Selic.

Depositos de Poupanca

20% Nao há.

Se a meta da taxa Selic for maior ou igual a 8,5% a.a.:TR acrescida de 6,17% a.a. Se a meta da taxa Selic for menor que 8,5% a.a.:TR acrescida de 70% da meta Selic a.a.

Exigibilidade Adicional

Rec. Prazo – 11% Poupanca – 10%

Reduções em função do PR Taxa Selic.

Garantias Realizadas

45% R$ 2 milhoes, deduzidos da media dos valores sujeitos a recolhimento.

Nao há.

01/07/2017 32

Economia e Política Monetária

• Redesconto – Brasil

Condições I – Compra com compromisso de revenda

Lastro - Títulos públicos federais registrados no SELIC, que integrem a posição de custódia própria da instituição bancária; - Outros títulos e valores mobiliários, crédito e direitos creditórios, preferencialmente com garantia real, e outros ativos, a critério exclusivo do BACEN

Prazos - intradia; - 1 dia útil; - até 15 dias; - até 90 dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não ultrapasse 180 dias.

Valor Limitado ao valor de avaliação, pelo BACEN, dos ativos objeto de compra.

Preço de compra Preço unitário divulgado diariamente pelo BACEN.

Preço de revenda

- operação intradia: igual ao respectivo preço de compra - operação de um dia útil ou mais: preço de compra adicionado de valor correspondente à aplicação, sobre o preço de compra e prazo da operação, da taxa obtida pela composição da Taxa Selic, apurada para cada dia útil de operação, com taxa fixada pela Diretoria Colegiada do BACEN válida na data da realização da operação.

Obs: as operações intradia e de um dia útil contemplam exclusivamente os títulos públicos federais

Fonte: Circular no 3.105, de 5 de abril de 2002 01/07/2017 33

Economia e Política Monetária • Redesconto – Brasil

Percentuais de acréscimo a Taxa Selic, para as operacoes de Redesconto I - 1% (um por cento) ao ano, para as operacoes de um dia util; II - 2% (dois por cento) ao ano, para as operacoes de ate quinze dias uteis; e III - 2% (dois por cento) ao ano, para as operacoes de ate noventa dias corridos.

Condições II – Modalidade Redesconto

Envolve Títulos e valores mobiliários e direitos creditórios descontados integrantes do Ativo da instituição bancária.

Prazos - até 15 dias úteis - até 90 dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não ultrapasse 180 dias corridos

Taxa de Redesconto

Variável em função dos ativos e estabelecida, segundo critérios definidos pelo BACEN, levando-se em conta o valor presente, o valor de mercado, o risco de crédito, o prazo de vencimento, a liquidez e a volatilidade do preço de cada ativo.

Preço de venda de Ativos Redescontados

Preço do redesconto adicionado de valor correspondente à aplicação, sobre o preço do redesconto e pelo prazo da operação, da taxa obtida pela composição da Taxa Selic, apurada para cada dia útil do período da operação, com a taxa fixada pela Diretoria Colegiada do BACEN e válida na data da realização da operação.

Fonte: CIRCULAR No 3.631, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2013

Fonte: Circular no 3.105, de 5 de abril de 2002

01/07/2017 34

Economia e Política Monetária

• Operações de mercado aberto – Brasil

Operações compromissadas: são operações de compra ou venda de títulos com

compromisso de revenda ou recompra dos mesmos títulos em data futura, anterior

ou igual a data de vencimento dos títulos. Quando o BCB realiza essas operações,

afeta temporariamente a liquidez bancária.

Operações definitivas: sao operacoes de compra ou venda final de titulos, afeta

permanentemente a liquidez bancária.

01/07/2017 35

Fonte dados: http://www4.bcb.gov.br/pom/Demab/estatistica/opermes.asp?idpai=SELICESTATOP

Valores financeiros expressos em milhões de reais.

Descrição das operações disponível em: http://www3.bcb.gov.br/selic/doc/MusSpb.pdf

BCB, PMF 6

Economia e Política Monetária

• Controle e seleção do Crédito – Brasil

01/07/2017 36

Economia e Política Monetária

Objetivos finais de política monetária

Metas Intermediárias

Metas Operacionais

Instrumentos de Política Monetária

• Inflação

• Nível de atividade econômica

• Taxa de desemprego

• Estabilidade do sistema financeiro

• Taxa de juros de longo prazo

• Agregados monetários

• Taxa de juros de curto prazo

• Reservas Bancárias

• Recolhimentos compulsórios

• Redesconto de liquidez

• Operações de mercado aberto

Mecanismos de transmissão da Política Monetária:

• Canal de crédito

• Valor dos ativos

• Canal de câmbio

01/07/2017 37

Economia e Política Monetária

• Canal do Crédito

Recolhimento Compulsório

Elevações nas exigências de recolhimento compulsório reduzem a

disponibilidade de crédito, devido à redução do multiplicador

monetário, além de encarecer os empréstimos, em função da elevação

dos spreads cobrados pelos bancos.

Redesconto

A imposição de condições mais restritivas à concessão de redesconto,

por elevação das taxas ou redução do limite quantitativo, atua no

sentido de reduzir a liquidez do mercado, ao tornar os bancos menos

dispostos a recorrer aos empréstimos do BCB, diminuindo o

multiplicador monetário e a disponibilidade de crédito e o custo ao

tomador final.

01/07/2017 38

BCB, PMF 6

BCB, PMF 11

Economia e Política Monetária

• Canal do Crédito

Operações de Mercado Aberto

Operações de compra e venda de títulos públicos (compromissadas e definitivas) ampliam ou reduzem a base monetária e a taxa de juros básica da economia, impactando disponibilidade e custo do crédito na economia.

Controle de Crédito

Influencia diretamente as condições dos empréstimos bancários direcionados.

Canal de crédito e o impacto sobre a demanda

Redução da disponibilidade de crédito ou a elevação das taxas cobradas pelos bancos reduz a demanda por bens de consumo e bens de capital que dependem de empréstimos bancários, gerando impactos contracionistas sobre a economia.

01/07/2017 39

Carvalho, F.C., 2015, cap.13, s.13.2.

Carvalho, F.C., 2015, cap.12, s.12.3.4

Carvalho, F.C. (2015), s.14.4.

Economia e Política Monetária

• Valor dos ativos

Elevações na taxa de juros básica da economia provocam redução

da demanda e do preço dos títulos pré-fixados que rendem taxa de

juros menores. A queda no valor dos ativos faz com que os agentes

se sintam mais pobres (efeito riqueza), com impactos negativos

sobre o consumo.

Adicionalmente, a elevação da taxa de juros paga pelos ativos

financeiros de maior maturidade também reduz o estímulo ao

investimento produtivo em função do custo de oportunidade.

O resultado, portanto, de uma elevação da taxa de juros básica da

economia é um impacto contracionista devido à redução do

consumo, decorrente da redução da riqueza, e do investimento,

devido à elevação do custo de oportunidade.

01/07/2017 40

Carvalho, F.C. (2015), s.14.3.

Economia e Política Monetária

• Canal da taxa de câmbio (Regime de Câmbio Flutuante)

Ao provocar uma elevação da taxa básica de juros da economia e o

deslocamento da curva de rendimentos, o banco central torna os ativos

financeiros nacionais mais atrativos, estimulando a entrada de

investidor estrangeiro.

A entrada de capital estrangeiro, em um regime de câmbio flutuante,

significa excesso de oferta de divisas, levando à apreciação da taxa de

câmbio.

e = R$ / US$: apreciação (↓e) e depreciação (↑e)

A queda da taxa de câmbio implica encarecimento das exportações e

barateamento das importações, gerando deterioração da balança

comercial e, logo, efeito contracionista sobre a economia.

01/07/2017 41 Carvalho, F.C. (2015), s.14.5.

Economia e Política Monetária

• Mecanismos de transmissão da política monetária – Brasil

Hipótese de encurtamento de horizontes e supersensibilidade à

taxa de juros de curtíssimo prazo

Décadas de instabilidade dificultaram a criação de referências de longo

prazo para economia brasileira. Os agentes são supersensíveis aos

eventos e sinais de curto prazo.

Neste contexto, variações de política monetária que impactam a taxa

básica de juros, situada em patamares extremamente elevados em

comparação à média mundial, tem impacto direto sobre as decisões

de gasto do agentes. Elevações da taxa de juros básica desestimulam

consumo financiado por crédito e a implementação de planos de

investimento produtivo.

01/07/2017 42 Carvalho, F.C. (2015), s.14.6.

Economia e Política Monetária

• Mecanismos de transmissão da política monetária – Brasil

Hipótese do canal da taxa de câmbio

A liberalização da conta de capital promovida em meados da década

de 1990 combinada ao regime de câmbio flutuante e às elevadas taxas

de juros praticadas pelas autoridades monetárias em contexto de

regime de metas de inflação adotado a partir de 1999 parecem ter

transformado este canal em um dos principais meios de transmissão

da política monetária.

O canal de câmbio, neste contexto, substituiu os canais de ativos e

crédito, acompanhado de uma tendência de sobrevalorização da

moeda nacional.

01/07/2017 43 Carvalho, F.C. (2015), s.14.6.

Economia e Política Monetária

http://www.global-rates.com/interest-rates/central-banks/central-banks.aspx 01/07/2017 44

Economia e Política Monetária

• Regime de Metas de Inflação

“O regime de metas para a inflação e um regime monetário no qual o

banco central se compromete a atuar de forma a garantir que a

inflação efetiva esteja em linha com uma meta pre-estabelecida,

anunciada publicamente”.

• Características

Anúncio público das metas

Comprometimento institucional

Transparência sobre estratégia de atuação (planos, objetivos,

justificativas)

Responsabilidade das autoridades monetárias pelo cumprimento

das metas (prestação de contas)

(BCB, 2014, FAQ, p.3)

01/07/2017 45 (BCB, PMF 10, p.5-6 e 9)

Economia e Política Monetária

• Regime de Metas de Inflação no Brasil

Contexto

01/07/2017 46

Economia e Política Monetária

• Regime de Metas de Inflação no Brasil

Contexto

Introdução do Plano Real (30.06.1994) inicialmente atrelado à âncora monetária (metas para agregados monetários) e câmbio flutuante com banda assimétrica (teto fixo em 1 real = 1 dólar).

Em outubro de 1994, devido, entre outras razões, ao insucesso das metas monetárias, o governo resolveu mudar de âncora, abandonando a monetária em prol da âncora cambial combinada à taxa de juros elevada para manter atratividade ao capital estrangeiro.

Contexto internacional desfavorável (Crise México – 1995, Crise Ásia – 1997 e Crise Rússia – 1998) e fuga de capitais por temor de desvalorização ou controle da movimentação de capitais tornou insustentável manutenção da âncora cambial.

01/07/2017 47

Economia e Política Monetária

• Regime de Metas de Inflação no Brasil

Contexto

Em 1999, sob a presidência do economista Armínio Fraga, o

Banco Central do Brasil inicia a gestão da política monetária com

base no Regime de Metas de Inflação.

“O Brasil adotou formalmente o regime de metas para a inflação

como diretriz de política monetária, com a edição do Decreto no

3.088 pelo Presidente da República, em 21 de junho de 1999”.

(BCB, 2014, FAQ, p.4)

01/07/2017 48

Economia e Política Monetária

• Conselho Monetário Nacional (CMN)

O “Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do

Sistema Financeiro Nacional e tem a responsabilidade de

formular a política da moeda e do crédito, objetivando a

estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social

do País”.

O conselho é composto pelo:

- Ministro da Fazenda, como Presidente do Conselho;

- Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; e

- Presidente do Banco Central do Brasil.

(BCB, 2014, FAQ, p.2 , https://www.bcb.gov.br/?CMNENTENDA 01/07/2017 49

Economia e Política Monetária

• Conselho Monetário Nacional (CMN) – meta de inflação, intervalo

de tolerância e período de avaliação

A meta de inflação e o intervalo de tolerância de cada ano são

estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) com dois

anos de antecedência, sempre no mês de junho.

A meta de inflação é avaliada pelo Índice Nacional de Preços ao

Consumidor Amplo (IPCA), que abrange as famílias com rendimentos

mensais compreendidos entre 1 e 40 salários-mínimos, qualquer

que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das

regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo

Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre,

Brasília e municípios de Goiânia e Campo Grande.

(BCB, 2014, FAQ, p.2 , https://www.bcb.gov.br/?CMNENTENDA), http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.shtm 01/07/2017 50

Economia e Política Monetária

• Comitê de Política Monetária (Copom) – meta de taxa de juros

“O Comitê de Política Monetária, ou Copom, e o órgão decisório da política monetária do Banco Central do Brasil (BCB), responsável por estabelecer a meta para a taxa básica de juros, que no Brasil e a Taxa Over-Selic, ou Taxa Selic”.

“O Comitê de Política Monetária (Copom) estabelece a meta para a taxa Selic, e cabe a mesa de operações de mercado aberto do Banco Central manter a taxa Selic diária próxima a meta.”

“O Copom pode estabelecer viés de taxa de juros (de elevação ou de redução), prerrogativa que autoriza o Presidente do BCB a alterar a meta para a Taxa Selic na direção do viés a qualquer momento entre as reuniões regulares do Copom. O viés e utilizado, normalmente, quando alguma mudança significativa na conjuntura econômica for esperada.”

(BCB, 2014, FAQ, p.2)

(BCB, 2014, FAQ, p.8-9)

(BCB, 2014, FAQ, p.4)

01/07/2017 51

Economia e Política Monetária

• Comitê de Política Monetária (Copom) – meta de taxa de juros

“O Copom e composto pelos membros da Diretoria Colegiada do BCB: o

Presidente e os Diretores de Política Monetária, Política Econômica, Assuntos

Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Organização do Sistema

Financeiro e Controle de Operações de Crédito Rural, Fiscalização, Regulação do

Sistema Financeiro, e Administração. O Presidente tem direito ao voto decisório

em caso de empate na decisão da política monetária.”

“As reuniões ordinárias do Copom eram mensais ate 2005. Em 2006, essas

reuniões passaram a ocorrer oito vezes ao ano, aproximadamente a cada seis

semanas, e continuam a ser realizadas em dois dias. (...) O Copom pode se

reunir extraordinariamente, convocado pelo presidente do BCB, em função de

alterações inesperadas do cenário macroeconômico. Desde a sua criação,

ocorreram três reuniões extraordinárias, a última das quais em outubro de

2002”.

“As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8:30h da

quinta- feira da semana posterior a cada reuniao” (BCB, 2014, FAQ, p.2)

01/07/2017 52

Economia e Política Monetária

• Regra de Taylor - Brasil

“A regra de Taylor estimada para ser adotada pelo Banco Central do Brasil, segundo economistas do BCB, relaciona a taxa de juros de curto prazo a desvios da taxa de inflação esperada em relação a meta de inflação – permitindo alguma suavização da taxa de juros – e, ainda, ao hiato do produto e aos movimentos da taxa de câmbio”.

(Cardim, F. (2007),p.163)

01/07/2017

53

Economia e Política Monetária

• Relatório de Inflação - transparência

Ao final de cada trimestre (março, junho, setembro e dezembro), o Copom

publica o Relatório de Inflação, que analisa detalhadamente a conjuntura

econômica e financeira no Brasil, bem como apresenta suas projeções para a taxa

de inflação.

• Procedimentos em caso de descumprimento da meta (responsabilidade e

prestação de contas)

“Quando a meta para a inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional não e

cumprida, isto e, quando a inflação rompe, acima ou abaixo, os limites do

intervalo de tolerância em torno da meta central, as razões para o

descumprimento, bem como as providências tomadas para retornar a trajetória

de metas, são explicitadas pelo Presidente do Banco Central do Brasil em Carta

Aberta ao Ministro da Fazenda. Tal procedimento confere maior transparência e

credibilidade ao processo de convergência às metas inflacionárias. Foram

enviadas Cartas Abertas referentes às inflações de 2001, 2002 e 2003, disponíveis

em http://www.bcb.gov.br/?CARTAMETA”.

(BCB, 2014, FAQ, p.7-8)

(BCB, 2014, FAQ, p.4)

01/07/2017 54

Economia e Política Monetária

• Metas de Inflação e Bandas Anuais

01/07/2017 55

Economia e Política Monetária

http://www.bcb.gov.br/pec/metas/tabelametaseresultados.pdf 01/07/2017 56

Economia e Política Monetária

01/07/2017 57 https://www.bcb.gov.br/Pec/Copom/Port/taxaSelic.asp#notas

Economia e Política Monetária

Walsh, C. E., “Inflation Targeting: What Have We Learned?”. International Finance 12:2, 2009: pp. 195–233 01/07/2017 58