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ufs- osteotecnica

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Page 1: ufs- osteotecnica

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MÉTODOS E TÉCNICASDE ESTUDO EM ANATOMIA

UniversidadeUniversidade EstadualEstadual dede MaringMaringááDepartamentoDepartamento dede CiênciasCiências MorfofisiolMorfofisiolóógicasgicas

ProfProfaa. Ms Juliana V. C. Martins. Ms Juliana V. C. Martins PerlesPerles

[email protected]@uem.br ouou [email protected]@yahoo.com.br

A Sociedade Brasileira de Anatomia e bons professores doramo dizem que o ideal é que se tenha um cadáver inteiro –também chamado de “fresco” ou “novo”, isto é, não trabalhadopor turmas anteriores – para cada grupo de seis alunos.Melhor seria um cadáver para cada dois alunos, porque cadacorpo tem duas pernas, dois braços, o que daria um membropara cada estudante.”

BasesBases geraisgerais dede ttéécnicascnicasanatômicasanatômicas

A lição de anatomia do Dr. Tulp -Rembrandt

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BasesBases geraisgerais dede ttéécnicascnicasanatômicasanatômicas

I. Fixação, Preservação eEmbalsamento;

II.AngiotécnicaIII.Osteotécnica;IV.Neurotécnica;V. Esplancnotécnica;

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

1.Introdução;2.Material;•Métodos;•Método de parafinização;•Congelamento seco;•Embalsamento.

1. Introdução: Mumificação:Forma antiga de desidratação precedida de umtratamento químico, com emprego desubstâncias das quais não se temconhecimento exato.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

Canopes

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1. Introdução: Mumificação:

Técnica original => iniciadapelo esvaziamento quasecompleto das cavidade docorpo, para depois retirar-se o conteúdo do crânio(encéfalo e meninges).

Peças e cavidades docadáver tratados com mirrae outras essênciasaromáticas.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

Cadáveres tratados com betumem (asfalto derretido) e depoisbanhados com azeites aromáticos e bálsamo ou resinas.

Canopes

1. Introdução: Mumificação:

A mumificação também foi praticada poroutros povos:

Persas;Gregos e Romanos (Alexandre o grande –transportado em recipiente cheio de mel);Incas;Índios (transformavam a cabeça de inimigosem troféus.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

Seu sucesso dependia em grande parte das técnicasempregadas e também das condições ambientemuito seco, em torno de 6% de umidade relativado ar, e temperatura elevada, acima dos 40ºC;abundante ventilação.

Mumificação

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1. Introdução: Mumificação:

Múmias naturais: cadáveres bem conservadossem nenhuma preparação ou interferência dohomem:

África (múmias egípcias): calor, capacidadede absorção da areia e constantes ventosfavorecem a rápida desidratação dos corpos;Regiões polares;“Múmias do pantano”: pequenos fósseis emresina.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

SaponificaçãoEste fenômeno cadavérico depende de ocorpo ou parte dele, ser colocado emum meio que obedeça a duasexigências:Ambiente muito úmido (pântano, fossaséptica, alagado ou terra argilosa),Ausência de ar ou escassa ventilação.

A putrefação pára, e ocorremmudanças nas estruturasmoles que se transformamem sabões, conhecidos peladenominação genérica deadipocera. Esta é umasubstância de início branco-amarelada, de consistênciamole e com um cheiropróprio, rançoso, "suigeneris" .

Saponificação

Corpo de Rosalia Lombardo, uma menina de dois anos de idade quemorreu de pneumonia na Itália em 1920. Rosalia Lombardo é a maisfamosa múmia descoberta numa catacumba de um monastérioSiciliano em Palermo. Os monges apelidaram o corpo de “belezaadormecida”.

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Processo que ocorre em cadáveres conservadosem urnas metálicas (zinco galvanizado),hermeticamente seladas. O ambiente assimcriado dentro da urna, inibe parcialmente osfenômenos de decomposição. A pele do cadáverassume o aspecto, a cor e a consistênciauniforme de couro recentemente curtido.

Coreificação

2.Material - histórico:Descoberta mais importante foi doformol (aldeído fórmico) em 1808.

Utilizado como solução fixadora (peçasisoladas ou cadáveres), cuja a função éevitar a deterioração dos tecidos epreservação dos elementos úteis aosestudos, mantendo os tecidos firmes,insolúveis e protegidos contradeterioração.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

2. Material- histórico:Ambroise Paré. Tratado de cirurgia –

edição latina 1544 e Petrus Florestius (1522-1597): primeiras descrições de técnicas para aconservação de cadáveres.álcool etilico;ácido tânico;bicloreto de mercúrio;cloreto de zinco;soluções aquosas de arsênico associadas a

álcool;•Glicerina => aplicada por Giacomini e porLaskowski associado ao álcool e ao ácido fênico.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

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2.Material:Requisitos para uma boa fixação:

Pequeno intervalo entre a morte doindivíduo e a fixação;

Contato do fixador com todas assuperfícies da peça (cadáver=>perfusão);

O líquido fixador deve ter volume vintevezes superior ao da peça;

Escolha adequado do tipo de fixador;•(Cortes de pequena espessura).

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

2.Material:

Fixadores mais comumente empregadosno Brasil:Formol;Álcool etílico;Fenol;Glicerina.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

2.Material:• Formol – Vantagens:Fixador barato;Penetra rapidamente nos tecidos;Toxicidade é menor se comparada à outros

fixadores;Não é inflamável.Formol – Desvantagens:Libera vapores irritantes para as mucosas e

conjuntiva ocular;Solução aquosa ligeiramente ácida (correção com

adição de álcalis)‏Formalina (solução saturada de aldeído fórmico a 40%) - decompõefacilmente e torna-se prejudicial para as colorações histológicas.Buin (associação do formol ao ácido acético glacial e ao ácidopícrico).

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

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2.Material:

Formol:Dependendo das circunstâncias usa-se soluçõesaquosas 3,4,5,10,20%(encéfalo isolado)‏

Preparo da solução 10%:Formol............................................100,0mlFosfato de sódio monobásico...................4,0gFosfato de sódio diabásico anidro.............6,5gÁgua destilada..................................900,0ml

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

2.Material:• Álcool etílico – Vantagens:Fixador barato de fácil aquisição;Excelente capacidade de penetração nos tecidos;Álcool etílico – Desvantagens:Inflamável;Eficaz para peças pequenas ou de animais de

pequeno porte.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

Concentração varia de acordo com o material a ser fixado;Órgãos de fetos – solução 50 ou 60%;Fetos e pulmões de adultos – solução 70%; acima dessaconcentração, o álcool etílico endurece muito os tecidos.

2.Material:• Fenol – Vantagens:Não endurece os tecidos;Torna o meio estério – protege o material da

contaminação por fungos;Fenol – Desvantagens:Inflamável;Em climas mais quente => soluções mais

concentradas => danifica a pele;Não é solúvel em água, mas é em álcool.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

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2.Material:• Glicerina – Vantagens:Evita desidratação dos tecidos deixando mais

moles e flexíveis (articulações);Não é inflamável.

• Glicerina – Desvantagens:Fracamente antisséptica.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

Variedade grande de substâncias e fórmulas desoluções utilizadas para impedir a proliferação demicroorganismos.

3.Métodos:Existem diferentes métodos que permitem afixação e preservação da cor natural das peças(Receitas).Método de Kaiserling;Método de Kaiserling-Riche;Método de KlotzMétodo de Wicherheimer;Método de Jores;Método de Pick.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

3.Métodos:EX: Método de Kaiserling• Lavar a peça e deixá-la durante vinte e quatro horasna seguinte solução:Nitrato de potássio.........................................10gAcetato de potássio........................................30gFormol......................................................150mlÁgua destilada.........................................1.000ml•Lavar em água corrente;•Deixar em álcool a 30ºGL durante doze horas;•Deixar em álcool a 90ºGL durante quatro horas;•Conservar em:Acetato de potássio........................................30gGlicerina.......................................................60gÁgua destilada...........................................500ml

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

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I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

4.Método de parafinização:Vantagens:Pode ser aplicado a qualquer tipo de material

anatômico, obtendo-se sem dificuldades, a formageral do animal em qualquer posição;Os órgãos internos conservam-se íntegros e aptos

para estudos histológicos posteriores;Dimensões do corpo não é obstáculo.Desvantagens:Técnica cara, (Cadáver X órgãos isolados);

Materiais empregados:Parafina, formol, álcool etílico, salicilato de metila,clorofórmio, terpinol, cera de abelha, sulfato de cobre,verniz ou resina polimerizável.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

5.Congelamento seco:

Substâncias orgânicas podem sercongeladas e desidratadas no vácuo. Oscristais de gelo formados no tecido sãolentamente convertidos em vapor de águaa ser removido, tornando a peça brilhante,firme, seca e preservada.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

5. Congelamento seco:

Desvantagens: Tecidos parecem sofrer redução;Perdem coloração natural (córnea torna-se opaca).

É preciso considerar a posição da peça no momentodo congelamento;

Depois de desidratadas as peças são tratadas commistura de 1 parte de glyptol (escurece a peça -temporariamente) dissolvida em 1 e 1/2 parte deacetona;

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I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

6.Embalsamento:

O cadáver a ser embalsamado deve ser recente (até24h após a morte);

O cadáver é colocado sobrea maca em decúbto dorsal,despido, é feito tricotomia eé lavado com água e sabão;Antes da injeção devem-semovimentar as grandesarticulações.

I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

6.Embalsamento:

Comumente são utilizadas 2vias de acesso: a artéria femorale a artéria carótida;

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I.Fixação, Preservação eEmbalsamento

6.Embalsamento:

O líquido fixador pode ser:•Formol 10%•Soluções:

•formol a 2% (ou formol 4%) + glicerina a 6% +álcool 2% (ou fenol 4%) e ácido fênico a 2%(pode-se adicionar cloreto de sódio 2,5g paracada 100ml);

“Feliz aquele que transfere o quesabe e aprende o que ensina”

Cora Coralina

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Técnica empregada para melhorvisualização dos vasos, facilitando assim adissecação das artérias e veias.

Historicamente diversas substâncias foramempregadas com esse objetivo, entre asquais amido, cera, sebo de boi e gelatina.

II. Angiotécnica

II. Angiotécnica

1. Instrumental;2.Substâncias usadas para injeção

vascular;3. Técnicas de repleção e corrosão;• Coração e vasos (modelagem das

cavidades cardíacas, injeção dosvasos do coração, diafanização docoração).

Vasos sanguíneos coloridos artificialmenteque permitem visualizar as coronárias. Fonte:Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI) daUniversidade Estadual de Maringá (UEM)

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Coração por técnica injeção de neoprene, técnicaque permite visualizar o local de passagem dosangue arterial (vermelho) e venoso(azul). .Fonte: Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI) daUniversidade Estadual de Maringá (UEM)

Coração por técnica de corrosão, técnica quepermite visualizar a aorta e coronária direita(azul) e coronária esquerda(branco) : MuseuDinâmico Interdisciplinar (MUDI) da UniversidadeEstadual de Maringá (UEM)

III.Osteotécnica

1.preparação de esqueletosdesarticulados;

2.maceração;3. clareamento;4. descalcificação;5.diafanização;6.parafinização;7.desarticulação dos ossos do crânio;8.modelagem dos ossos;9.montagem do esqueleto.

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IV.Neurotécnicas

1.Retirada do encéfalo;2.Conservação do encéfalo;3.Secções macroscópicas do encéfalo;4.Coloração de cortes macroscópicos;

V.Esplancnotécnicas

• Sistema respiratório (mumificação dopulmão, injeção da árvore brônquica,injeção de látex nos vasospulmonares);

• Sistema digestório (preparação dasvísceres secas, angioarquitetura dasvísceras).

“Feliz aquele que transfere o quesabe e aprende o que ensina”

Cora Coralina

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