102
UIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMETO DE ALIMETOS E UTRIÇÃO FACULDADE DE UTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊCIAS PADRÕES ALIMETARES ASSOCIADOS A IDICADORES ATROPOMÉTRICOS DE LOCALIZAÇÃO ABDOMIAL DE GORDURA EM ADULTOS AA AMÉLIA FREITAS VILELA Cuiabá-MT Abril 2010

UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

  • Upload
    vannhan

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

U�IVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAME�TO DE ALIME�TOS E �UTRIÇÃO

FACULDADE DE �UTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊ�CIAS

PADRÕES ALIME�TARES ASSOCIADOS A I�DICADORES

A�TROPOMÉTRICOS DE LOCALIZAÇÃO ABDOMI�AL DE GORDURA EM

ADULTOS

A�A AMÉLIA FREITAS VILELA

Cuiabá-MT Abril 2010

Page 2: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

U�IVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAME�TO DE ALIME�TOS E �UTRIÇÃO

FACULDADE DE �UTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊ�CIAS

PADRÕES ALIME�TARES ASSOCIADOS A I�DICADORES

A�TROPOMÉTRICOS DE LOCALIZAÇÃO ABDOMI�AL DE GORDURA EM

ADULTOS

A�A AMÉLIA FREITAS VILELA

Cuiabá-MT Abril 2010

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociências da Faculdade de �utrição – UFMT para obtenção do Título de Mestre em Biociências. Área de Concentração: �utrição Orientadora: Profª. Drª Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: Profª. Dra Regina Maria Veras Gonçalves da Silva

Page 4: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte

Catalogação na Fonte: Maurício S. de Oliveira – Bibliotecário CRB/1 1860

V695p Vilela, Ana Amélia Freitas.

Padrões alimentares associados a indicadores antropométricos de localização abdominal de gordura em adultos / Ana Amélia Freitas Vilela. – 2010. 98 f.; il. ; 30 cm. -- (inclui tabelas).

“Orientadora: Profa Dra Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos”. “Co-orientador: Profa Dra Regina Maria Veras Gonçalves da Silva”. Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso. Departamento de Alimentos e Nutrição. Faculdade de Nutrição. Programa de Pós-Graduação em Biociências, Área de concentração: Nutrição, Linha de Pesquisa: Epidemiologia Nutricional, 2010.

1. Consumo de alimentos. 2. Análise fatorial. 3. Cintura-circunferência. 4. Relação cintura-quadril. 5. Adulto. I. Título.

CDU 613.25

Page 5: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

PADRÕES ALIME�TARES ASSOCIADOS A I�DICADORES A�TROPOMÉTRICOS DE LOCALIZAÇÃO ABDOMI�AL DE GORDURA EM

ADULTOS

A�A AMÉLIA FREITAS VILELA

Aprovada em ____/____/2010

BA�CA EXAMI�ADORA

____________________________________________________

Profª Dra. Rosely Sichieri Instituto de Medicina Social - UERJ

Examinador externo

____________________________________________________ Profª Dra. Lenir Vaz Guimarães

Instituto de Saúde Coletiva – UFMT Examinador interno

____________________________________________________ Profª Dra. Gisela Soares Brunken

Instituto de Saúde Coletiva – UFMT Membro suplente

___________________________________________________ Profa Dra Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos

Faculdade de �utrição - UFMT Orientadora

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociências da Faculdade de �utrição – UFMT para obtenção do Título de Mestre em Biociências. Área de Concentração: �utrição Orientadora: Profª. Drª Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: Profª. Dra Regina Maria Veras Gonçalves da Silva

Page 6: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

Dedico esta Dissertação à

minha mãe Vilzenir, uma mulher

guerreira, que não mediu

esforços para que eu chegasse

até aqui.

Page 7: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

AGRADECIME�TOS

Primeiramente agradeço a DEUS, pelo dom da vida e consequentemente ao

crescimento espiritual, pessoal e profissional.

Aos meus pais, Paulo “in memorian”, pelos primeiros ensinamentos da vida e

Vilzenir pelo amor incondicional, dedicação e a oportunidade de fazer de meus sonhos uma

realidade.

A minha irmã Ana Paula pela compreensão, incentivo, amor, carinho e que mesmo

distante sempre esteve presente me apoiando.

Ao meu padrasto Antônio Carlos pelo enorme carinho, amor e o incentivo de sempre

buscar mais o conhecimento.

Aos meus familiares como um todo, em especial meu primo Vinícius pela nossa

grande amizade, o qual acompanhou cada etapa dessa conquista.

À professora Márcia Gonçalves Ferreira, minha orientadora, pela confiança,

paciência, carinho, ensinamentos e oportunidades de aprendizagem, tornando assim uma

grande amiga e minha “mãe cuiabana”.

À professora Regina Maria Veras Gonçalves da Silva, minha “segunda mãe

cuiabana”, pelo enorme coração e pelas contribuições na realização desse trabalho.

Às professoras Rosângela Alves Pereira e Rosely Sichieri pela colaboração para

concretização desse trabalho, além da excelente recepção no Rio de Janeiro durante o

“mestrado sanduíche”.

Às professoras Gisela Soares Brunken e Lenir Vaz Guimarães pela revisão da

dissertação e contribuição para o aperfeiçoamento do trabalho.

Page 8: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

À Diana, nossa tutora durante o “mestrado sanduíche”, pela grande contribuição para

realização deste trabalho, pelos ensinamentos, paciência e carinho.

Ao “Quarteto Epidemiológico” Ana Paula, *aiara e Paulo, pessoas extraordinárias

que me proporcionaram momentos únicos durante o mestrado, pela grande amizade, carinho,

amor, paciência e parceria.

Às amigas Pollyana, Rafaiane, Renata e Rosalia pelo incentivo e amizade durante

essa trajetória, serei sempre grata.

Aos colegas e amigos de mestrado Adriene, Leonardo, Letícia, Paula e Renata

Dotto pelos prazerosos momentos de convivência, sendo eles de estudo e diversão.

A todos que participaram desse estudo, desde a coleta de dados à digitação dos

mesmos e principalmente aos participantes do estudo, sem os quais seria impossível a

realização do trabalho.

Enfim, a todos que eu não mencionei, mas que participaram dessa conquista de

alguma forma.

Page 9: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

“A mente que se abre a uma

nova idéia jamais voltará ao seu

tamanho original”.

(Albert Einstein)

Page 10: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

SUMÁRIO 1. I�TRODUÇÃO 13

1.1 Padrão de consumo alimentar 14

1.1.1 Estudos nacionais que investigaram padrões de consumo alimentar 17

1.2 Avaliação do Consumo Alimentar 20

1.2.1 Métodos de Avaliação do Consumo alimentar 21

a) Registro ou Diário Alimentar 21

b) Recordatório de 24 horas 22

c) Pesquisas de Orçamento Familiar (POF) 24

d) Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) 25

e) História Dietética 27

1.3 Sobrepeso e obesidade 28

1.4 Fatores associados ao excesso de peso e à localização abdominal de

gordura

30

1.4.1. Fatores sócio-demográficos 30

1.4.2 Fatores relacionados ao estilo de vida 33

1.4.3 Métodos de avaliação do sobrepeso, obesidade e do padrão de

distribuição da gordura corporal

34

1.5 Associação entre consumo alimentar e doenças 38

2. OBJETIVOS 41

2.1. Objetivo geral 42

2.2. Objetivos específicos 42

3. MA�USCRITO 43

Padrões alimentares associados a indicadores de localização abdominal

de gordura em adultos

44

4. CO�CLUSÕES 65

5. REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS 67

Page 11: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

6. A�EXOS 82

A�EXO 1. Questionário 83

A�EXO 2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 97

A�EXO 3. Aprovação do Comitê de Ética 98

Page 12: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

LISTA DE ILUSTRAÇÕES TABELA 1 - Distribuição dos indivíduos segundo as variáveis sócio-econômicas e demográficas, estilo de vida e estado nutricional, Cuiabá-MT, 2009........................................................................................................................

60

TABELA 2 – Agrupamentos dos alimentos derivados do questionário de frequência alimentar (QFA) utilizados em análise fatorial em indivíduos adultos, Cuiabá, MT, 2009 (n=208).......................................................................

61

TABELA 3 - Média e desvio-padrão (DP) e respectivos p-valores (p) das porções consumidas dos alimentos agrupados do Questionário de Frequência Alimentar (QFA), do consumo energético total e das variáveis antropométricas, segundo sexo em indivíduos adultos, Cuiabá, MT, 2009 (n=208).

62 TABELA 4 – Distribuição das cargas fatoriais e comunalidades (h2) dos três padrões de consumo alimentar identificados em indivíduos adultos, Cuiabá (MT), 2009 (n=208)...............................................................................................

63 TABELA 5 – Regressão linear múltipla da associação entre os padrões alimentares e circunferência da cintura e relação cintura/quadril (RCQ) em adultos de Cuiabá (MT), 2009 (n=208).................................................................

64

Page 13: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

RESUMO O padrão do consumo alimentar consiste na agregação de itens alimentares consumidos

usualmente por determinada população, podendo estar associado a possíveis distúrbios

nutricionais, às doenças crônicas não transmissíveis, assim como ao padrão de distribuição

da gordura corporal. O objetivo deste estudo foi identificar padrões de consumo alimentar e

analisar a associação dos padrões identificados com indicadores antropométricos de

localização abdominal de gordura. Estudo transversal, de base populacional, realizado no

município de Cuiabá-MT, com 208 indivíduos adultos (20 a 50 anos), de ambos os sexos.

Os dados de consumo alimentar foram obtidos por um Questionário de Freqüência

Alimentar (QFA) e a Análise Fatorial Exploratória foi o método utilizado para identificar os

padrões alimentares. Para facilitar a interpretação dos resultados, utilizou-se a Análise de

Componente Principal para extração de fatores e rotação Varimax. A circunferência da

cintura e a relação cintura quadril (RCQ) foram os indicadores antropométricos usados para

avaliar a localização abdominal de gordura. Regressão linear múltipla foi utilizada para

analisar a associação dos padrões alimentares com a distribuição de gordura corporal. Foram

identificados três padrões de consumo alimentar: ‘ocidental’, caracterizado pelo consumo de

bolos e biscoitos, cereais refinados, raízes e tubérculos, laticínios, refrigerantes, fast food e

doces; ‘tradicional cuiabano’, representado pelo consumo de arroz, feijão, carnes e ovos,

café, banana frita e bebidas alcoólicas; e ‘prudente’ caracterizado pelo consumo de peixe,

frutas, verduras, legumes, sucos e chá e inversamente associado a pães e açúcar. Os três

padrões juntos explicaram 34,5% da variância total do consumo alimentar, sendo que o

padrão ‘ocidental’ explicou 16,2%, o ‘tradicional cuiabano’ 9,9% e o ‘prudente’ 8,4%. O

padrão ‘ocidental’ associou-se com a circunferência da cintura (β= 1,02, p= 0,03) e RCQ

(β= 0,01, p= 0,02) entre as mulheres e o ‘tradicional cuiabano’ associou-se com a

circunferência da cintura (β= 1,34, p= 0,01) e RCQ (β= 0,02, p= 0,02) entre as mulheres e

com a RCQ (β= 0,01 e p = 0,03) entre os homens. Os padrões alimentares ‘ocidental’ e

‘tradicional cuiabano’ associaram-se a maior localização abdominal de gordura entre os

adultos estudados.

Page 14: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

ABSTRACT

The dietary pattern is the aggregation of food items commonly consumed by a given

population and can be linked to possible nutritional disorders, to chronic non-communicable

diseases, as well as the distribution pattern of body fat. This study aimed at identifying

dietary patterns and analyzing the association of patterns identified with anthropometric

indicators of abdominal fat. It is a cross-sectional population-based study, conducted in the

city of Cuiabá-MT, with 208 adults (20 to 50 years old) of both sexes. Food consumption

data were obtained by a Food Frequency Questionnaire (FFQ) and Exploratory Factor

Analysis was the method used to identify dietary patterns. To facilitate the interpretation of

results, we used the Principal Component Analysis for the extraction of factors and Varimax

rotation. Waist circumference and waist-hip ratio (WHR) were the anthropometric indicators

used to assess abdominal fat. Multiple linear regression was used to analyze the association

of dietary patterns and the distribution of body fat. Three dietary patterns were identified:

‘Western’, characterized by the consumption of cakes and biscuits, refined grains, roots and

tubers, dairy products, soft drinks, fast food and candies; ‘traditional of Cuiabá’, represented

by the consumption of rice, beans, meat and eggs, coffee, banana fried and beverages; and

‘prudent’, characterized by the consumption of fish, fruits, vegetables, juices and tea, and

inversely associated with bread and sugar. The three patterns together accounted for 34.5%

of the total variance in food consumption, and the standard ‘Western’ explained 16.2%; the

‘traditional of Cuiabá’, 9.9%; and ‘prudent’, 8.4%. The ‘Western’ pattern was associated

with waist circumference (b = 1.02, p = 0.03) and WHR (b = 0.01, p = 0.02) among women,

and the "traditional of Cuiabá" was associated with waist circumference (b = 1.34, p = 0.01)

and WHR (b = 0.02, p = 0.02) among women, and WHR (b = 0.01, p = 0.03) among men.

None of the identified patterns was associated with total adiposity. The eating patterns

‘Western’ and ‘traditional of Cuiabá’ were associated with greater abdominal fat among the

adults studied.

Page 15: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

13

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

Page 16: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

14

1. I�TRODUÇÃO

1.1 PADRÃO DE CO�SUMO ALIME�TAR

Com o surgimento da transição epidemiológica, caracterizada pela redução de óbitos

por doenças infecciosas e aumento da mortalidade pelas doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT) e a transição nutricional caracterizada pela redução da desnutrição e o aumento de

sobrepeso e obesidade na população (PINHEIRO et al., 2004; KAC, 2007; OLINTO, 2007),

novos estudos epidemiológicos, principalmente na área de epidemiologia nutricional,

passaram a ser realizados, com o objetivo de identificar relações entre alimentos e/ou

nutrientes da dieta com as DCNT (doenças cardiovasculares, diabetes mellitus não-insulino

dependente, câncer e obesidade). A transição nutricional também é responsável pelas

mudanças do padrão no consumo alimentar da população do decorrer dos anos (MONDINI e

MONTEIRO, 1994; BONOMO et al., 2003; FURLAN-VIEBIG e PASTOR-VALERO, 2004;

ALVES et al., 2006; OLINTO, 2007). A maioria dos estudos epidemiológicos com o objetivo

de avaliar o consumo alimentar populacional, associado à deficiência nutrientes ou às DCNT,

baseava-se no cômputo dos micro e macronutrientes da dieta e seu respectivo consumo

energético. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo

alimentar deve se basear em alimentos ao invés de nutrientes, que definirão os padrões

alimentares da população estudada (NEUMANN, et al., 2007; SICHIERI et al., 2007).

Padrão de consumo alimentar é definido, portanto, como o conjunto de alimentos e

nutrientes consumidos usualmente por determinada população (OLINTO, 2007; PEROZZO et

al., 2008). Alves et al. (2006) relatam que esse padrão expressa a situação real de

disponibilidade dos alimentos e apresenta diversificação nos grupos populacionais, devido a

fatores sociais, ambientais, demográficos, econômicos e culturais, representando a prática

alimentar da população em estudo.

O QFA e o registro alimentar são os métodos de avaliação dietética mais utilizados

para definir os padrões de consumo alimentar. Padrões alimentares a priori ou a posteriori

têm sido desenvolvidos para avaliar a interação e funções que agrupamentos de alimentos e

nutrientes podem ter na saúde humana, uma vez que os nutrientes isolados ou alimentos não

conseguem explicar o etiologia das doenças ligadas à nutrição (SERRA-MAJEM et al., 2009).

Page 17: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

15

Padrões alimentares a priori são aqueles que avaliam a qualidade da dieta com base

em critérios conceituais de nutrição saudável e de diretrizes e recomendações nutricionais.

Essas dietas normalmente são ricas em cereais integrais, frutas, legumes, nozes, peixe, frango

e alguns produtos lácteos e pobres em carne vermelha, gordura do

leite, manteiga, margarina, bebidas energéticas, doce ou salgadinhos (OLINTO, 2007;

JACOBS Jr et al., 2009)

O método a posteriori tem se mostrado uma ferramenta útil para identificar os

diferentes hábitos alimentares de grupos populacionais. Os grupos alimentares estabelecidos

se agregam com base em uma análise estatística, com posterior identificação dos padrões

alimentares. O método a posteriori inclui a escolha do instrumento para avaliar o consumo

alimentar, sendo o QFA o mais comum; definição do tamanho da amostra; coleta das

informações; análise estatística dos dados, sendo a análise de componente principal o método

mais utilizado e interpretação dos resultados com a definição de nomes para os padrões

alimentares (OSLER et al., 2001; BAMIAL et al., 2005; OLINTO, 2007).

Os métodos estatísticos mais empregados nos estudos para identificar padrões

alimentares a posteri são a análise de agrupamento (cluster), análise de redundância máxima

(reduced rank regression- RRR) e análise fatorial (ALVES et al., 2006; SCHULZE e

HOFFMANN, 2006; OLINTO, 2007).

A análise de agrupamento ou cluster consiste na redução ou agrupamento dos dados

dietéticos em padrões alimentares. Neste método, cada indivíduo pode pertencer a apenas a

um cluster. O objetivo da análise fatorial exploratória é agregar itens ou grupos alimentares

que são correlacionados entre si (HOFFMANN et al. 2004; SCHULZE E HOFFMANN,

2006; OLINTO, 2007; HEARTY e GIBNEY, 2009).

A redução das variáveis através da análise fatorial ocorre através de dois métodos;

Análise de Componente Principal (ACP) e Análise de Fator Comum (AFC). Nas análises para

identificar padrões alimentares, a ACP é o método mais utilizado. Algumas etapas são

necessárias para realização do método: preparação da matriz de correlação; extração de um

conjunto de fatores de matriz de correlação; determinação do número de fatores e rotação dos

fatores para aumentar a sua interpretabilidade. A interpretação e a denominação dos fatores

dependem do significado de cada combinação dos itens alimentares observados no fator e

com maior carga fatorial (OLINTO, 2007).

Page 18: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

16

A primeira etapa consiste em verificar o tamanho da amostra, para garantir a

realização dos passos da análise fatorial. Se o QFA possui até 15 itens alimentares são

necessários dez indivíduos para cada agrupamento de alimentos, e se for composto de mais de

15 itens, a amostra deve ser cinco vezes maior que o número de grupos alimentares. Os

alimentos devem ser agrupados de acordo com sua similaridade nutricional. Antes de

proceder à análise fatorial, deve estimar o coeficiente Kaiser-Mayer-Olkin (KMO) e aplicar o

teste de esfericidade de Bartlett. O KMO verifica a existência e o peso das correlações

parciais e esse valor deve ser acima de 0,6. O teste de esfericidade de Bartlett testa a hipótese

nula de que a matriz de correlação seja igual à matriz identidade, logo o valor de p deve ser

igual ou menor que 0,05 (NEUMANN et al, 2007; OLINTO, 2007).

O percentual de variância de cada agrupamento é dado por um indicador de

confiabilidade, denominado comunalidade, o qual deve apresentar valores acima de 0,3. O

método mais utilizado para a extração dos fatores é a ACP. Este método indica a variância

total dos fatores extraídos através dos autovalores, os quais estão ordenados por tamanho,

sendo a soma desses igual ao número de variáveis na análise. Quanto maior o autovalor,

maior é sua capacidade de resumir as variáveis e, portanto, mais provável é o fator de ser

importante (FLECK e BOURDEL, 1998; OLINTO, 2007).

A ACP é também o método utilizado para identificar o número de fatores a serem

extraídos. O Critério de Kaiser é o critério mais usado e considera apenas os autovalores

superiores a um, demonstrando que esses seriam os valores estatisticamente significativos. Os

agrupamentos que apresentam autovalores acima de um são retidos. Outro critério muito

utilizado é o gráfico de Cattel (scree plot), no qual se observa o diagrama de autovalores e os

pontos no maior declive indicam o número apropriado de fatores a serem retidos (FLECK e

BOURDEL, 1998; OLINTO, 2007).

A etapa seguinte consiste na rotação dos fatores para aumentar a sua

interpretabilidade. Há três procedimentos de rotação ortogonal: Varimax, Quartimax e

Equamax; e dois procedimentos de rotação oblíqua: Oblimin direto e Promax. A maioria dos

estudos para identificar padrões alimentares utiliza a rotação ortogonal, pois é o método mais

simples, sendo que os fatores resultantes dessa rotação não são relacionados e podem ser

incluídos juntos em uma análise de regressão múltipla sem alterar os resultados dos fatores. A

rotação ortogonal Varimax é a mais utilizada, pois maximiza as cargas fatoriais maiores e

minimiza as cargas menores, facilitando assim a interpretação da matriz (VAN DAM et al.,

2003, OLINTO, 2007).

Page 19: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

17

A consistência interna dos fatores é verificada pelo Alpha de Cronbach, cujos

resultados variam de 0 a 1. Os valores menores que 0,6 não são aceitos em termos de

validação de escalas, porém na busca de um padrão ou conjunto de elementos que manifestem

um perfil de agregação os índices podem ser mais flexíveis (OLINTO, 2007).

A última etapa da análise fatorial consiste na atribuição de nomes aos fatores. Os

padrões alimentares são denominados de acordo com a maior carga de saturação ou com a

composição nutricional dos alimentos que compõem o fator, e ainda há fatores que recebem o

nome segundo cultura ou área geográfica (OLINTO, 2007).

Recentemente foi introduzido um novo método para identificar padrões alimentares, a

análise de redundância máxima (RRR), onde existirão as variáveis preditoras (por exemplo,

alimentos ou grupos de alimentos) e variáveis respostas (por exemplo, biomarcadores ou

nutrientes). As variáveis preditoras têm como objetivo explicar a variação das respostas, isto

é, os resultados das análises permitem observar os padrões que melhor explicam a variação na

concentração dos biomarcadores ou nutrientes. Em estudos de identificação do padrão

alimentar com objetivo de associar dieta e doença, esse é o método mais utilizado

(HOFFMANN et al. 2004; SCHULZE E HOFFMANN, 2006; JINLIN et al. 2007).

1.1.1 Estudos nacionais que investigaram padrões de consumo alimentar

No Brasil foram realizados poucos estudos para identificar os padrões alimentares da

população e todos eles utilizaram o método da análise da fatorial (SICHIERI 2002; SICHIERI

et al. 2003; MARCHIONI et al., 2005; ALVES et al., 2006; NEUMANN, et al., 2007;

PEROZZO et al., 2008; CUNHA et al., 2010).

No município do Rio de Janeiro, Sichieri (2002) avaliou a associação dos padrões

alimentares com a obesidade na população adulta. A autora identificou três padrões nessa

população: o ‘misto’, caracterizado pelo consumo de cereais, ovos, suco, vegetais, frutas,

carnes e doces; o ‘tradicional’, baseado no consumo de arroz, feijão e café; e o ‘ocidental’,

caracterizado pela dieta rica em gordura, açúcar adicionado e refrigerantes e inversamente

associado ao consumo de peixe/camarão e álcool. No modelo logístico, ajustado por idade,

atividade física, dieta e atividade ocupacional, o padrão ‘tradicional’ associou-se com menor

risco de sobrepeso/obesidade.

Page 20: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

18

Sichieri e colaboradores (2003) exploraram os fatores que explicariam diferentes

padrões de consumo da população urbana do Nordeste e Sudeste, que participou da Pesquisa

sobre Padrões de Vida (PPV), em 1996 - 1997. Os autores identificaram dois padrões de

consumo alimentar, o ‘tradicional’, caracterizado pela similaridade da alimentação tradicional

do brasileiro, destacando o arroz, feijão, farinha e açúcar; e o ‘misto’, representando o

consumo de quase todos os alimentos. Como resultados, os autores verificaram que a Região

Nordeste associou-se negativamente com o padrão ‘misto’ e o IMC associou-se positivamente

com esse padrão. Associaram-se positivamente com o padrão ‘tradicional’ praticar atividade

física e ter cor de pele mais escura. Escolaridade e renda foram as variáveis que mais

explicaram o consumo alimentar. Ajustando-se por essas variáveis, a região de residência foi

o terceiro maior componente explicativo.

O estudo pioneiro sobre padrões alimentares na região Sul do Brasil foi realizado por

Alves et al. (2006). Os autores exploraram e descreveram os padrões alimentares de 1.026

mulheres de 20 a 60 anos, residentes na zona urbana de São Leopoldo - RS. Assim, foram

identificados cinco padrões alimentares. Os critérios considerados para nomenclatura dos

padrões foram: alimentos potencialmente protetores e de risco para doenças crônicas não

transmissíveis e avaliação de custos dos alimentos. Dessa forma os grupos alimentares foram

denominados em padrão alimentar saudável custo 1- ‘PASC1’, com um custo mais baixo

(constituído por frutas, verduras e biscoito salgado); padrão alimentar saudável custo 2 –

‘PASC2’, com custo médio (composto por frutas um pouco mais caras que o padrão anterior,

peixes, bife de fígado e sorvete); padrão alimentar saudável custo 3 – ‘PASC3’, com custo

elevado (formado de alimentos funcionais); padrão alimentar de risco custo 1 – ‘PARC1’,

composto de alimentos que requerem preparo para o consumo, com custo baixo; e padrão

alimentar de risco custo 3 – ‘PARC3’, contendo, basicamente, alimentos industrializados,

com custo elevado. Os padrões ‘PARC1’ e ‘PARC3’ eram constituídos de alimentos ricos em

colesterol, gordura saturada e carboidratos simples.

Os resultados encontrados por Alves et al. (2006) indicaram que as mulheres com alto

grau de escolaridade, com renda per capita no quarto quartil (2,60-41,67 salários mínimos) e

pertencentes às classes econômicas A e B tiveram maior consumo nos padrões saudáveis e no

padrão de risco de alto custo. Por outro lado, as mulheres das classes C, D e E tiveram maior

consumo dos alimentos pertencentes ao padrão alimentar de risco de baixo custo (PARC1).

As mulheres mais jovens, de 20 a 29 anos, e as solteiras tiveram maior consumo de alimentos

Page 21: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

19

de risco de alto custo, e as mulheres casadas apresentaram maior consumo nos padrões

alimentares de baixo custo, tanto de risco como saudáveis.

Neumann, et al. (2007) realizaram um estudo com uma subamostra de 700 pessoas de

uma amostra probabilística de residentes da área urbana do município de São Paulo. O

objetivo do trabalho foi identificar os padrões de consumo alimentar e investigar possível

associação com fatores de risco biológicos, sociodemográficos e comportamentais para

doenças cardiovasculares (DCV). Os autores encontraram quatro padrões: Padrão 1-

‘cafeteria’ (leite integral, pães, massas, salgados, doces, gorduras, presunto, sucos artificiais,

refrigerante comum e, em menor proporção, feijoada, sucos naturais e frango); Padrão 2 –

‘tradicional’ (cereais, feijões, folhosos, não folhosos e sopas, maionese, infusão (café, chá) e,

em menor proporção, gorduras, frutas e frango); Padrão 3 – ‘moderno’ (leite desnatado,

frutas, sucos naturais, peixes, refrigerante diet, adoçantes artificiais e, em menor proporção,

pães, não folhosos e sopas); Padrão 4 – ‘aterogênico’ (feijoada, carne de boi e miúdos, porco,

frango, lingüiça, ovo, bebidas alcoólicas, sal).

No estudo de Neumann, et al. (2007), os autores verificaram que o padrão 1 associou-

se positivamente com a pressão sistólica e diastólica, o IMC e a RCQ; e negativamente com o

HDL e a glicemia. O padrão 2 associou-se positiva e significativamente com a glicemia e o

IMC, e negativa e significativamente com os triglicérides e a RCQ. O padrão 3 associou-se

negativa e significativamente com a pressão diastólica, o colesterol total, a glicemia e o LDL.

E o padrão 4 associou-se significativamente com o colesterol total, os triglicérides, a glicemia,

o IMC e a RCQ

Ainda no sul do Brasil, Perozzo, et al. (2008) investigaram a associação de padrões

alimentares de 1084 mulheres na idade adulta com obesidade geral e abdominal. Os padrões

alimentares encontrados foram os mesmos de Alves et al. (2006), porém foram renomeados

de acordo com as maiores cargas de saturação dos alimentos no fator, assim foram

denominados: ‘PA-vegetais’ (repolho, couve, couve-flor, couve de bruxelas, abóbora,

cenoura, laranja, brócolis, pepino, beterraba, tomate, vagem, banana, mamão, maçã,

bergamota, outros vegetais verdes e biscoito salgado), ‘PA-frutas’ (melão, melancia, manga,

pêra, pêssego, caqui, uva, limão, maracujá, abacaxi, sorvete, abacate, goiaba, kiwi, fígado,

suco natural e peixes), ‘PA-nozes/oleaginosas’ (amêndoa, avelã, nozes, castanha, ameixa

seca, uva passa, massa integral, aveia, farelo de trigo, açúcar mascavo, mel, pão de centeio,

pão integral, soja, vinho tinto e arroz integral), ‘PA-pão/aipim/batata doce’ (pão caseiro,

aipim, batata doce, milho, feijão, lentilha, açúcar, banha, leite integral, batata inglesa, nata,

Page 22: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

20

massa e carne de porco) e ‘PA-chocolate/doces’ (chocolate, balas, sobremesas, doces, creme

de leite, presunto, mortadela, salame, copa, maionese industrializada, queijo, frituras, fast

food, biscoito doce, cuca e bolo).

Com esses padrões identificados, Perozzo, et al. (2008), verificaram que o baixo

consumo do ‘PA-frutas’ e ‘PA-chocolates/doces podem ser um fator de risco tanto para

obesidade geral como abdominal, enquanto o baixo consumo de ‘PA-vegetais’ teve efeito

protetor limítrofe. O consumo do ‘PA-nozes/oleaginosas’ mostrou efeito protetor para a

obesidade abdominal.

Cunha et al. (2010) analisou 1009 indivíduos adultos com objetivo de identificar os

padrões de consumo alimentar destes indivíduos, residentes em uma região de baixo nível

socioeconômico do município de Duque de Caxias – RJ. Os padrões alimentares foram

identificados pelo uso de análise fatorial. A autora associou os padrões identificados ao Índice

de Massa Corporal (IMC) e à circunferência da cintura. Foram encontrados três padrões: o

padrão ‘prudente’, composto por cereais, peixe e camarão, hortaliças, verduras, raízes e

feculentos, frutas, carnes e ovos; o padrão ‘ocidentalizado’, constituído por bolos e biscoitos,

refrigerantes, sucos, leite e derivados, doces, bebidas cafeinadas, salgados e fast food e o

padrão ‘tradicional’, do qual fizeram parte o arroz, feijão, pão, açúcar e molhos e gorduras.

Na análise de regressão linear, estratificada por sexo e ajustada por idade e consumo

energético total, constatou-se que o IMC e a circunferência da cintura elevados foram

inversamente associados ao padrão ‘tradicional’ nas mulheres.

1.2 AVALIAÇÃO DO CO�SUMO ALIME�TAR

A avaliação do consumo alimentar consiste na aplicação de métodos que mensuram a

ingestão dos alimentos, quantificando os macro e micronutrientes ingeridos. A mensuração do

consumo alimentar possibilita o estudo da associação desse consumo com as deficiências

nutricionais e com a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na população

(THOMPSON e BYERS, 1994; SICHIERI et al., 2003; RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e

SICHIERI, 2007).

As técnicas de avaliação do consumo alimentar são classificadas em dois grupos. O

primeiro grupo avalia o consumo atual do indivíduo ou de um grupo populacional, sendo

representado pelos registros e recordatórios alimentares; e o segundo grupo, por se tratar de

Page 23: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

21

um método retrospectivo, avalia o consumo habitual dos alimentos e permite verificar a

associação entre dieta e doença, podendo-se citar aqui a história dietética e do questionário de

freqüência alimentar (SALVO e GIMENO, 2002).

1.2.1 Métodos de avaliação do consumo alimentar

a) Registro ou diário alimentar

Consiste no detalhamento das porções ingeridas de todos os alimentos e bebidas por

um indivíduo durante determinado período ou no decorrer de um dia, em um formulário

previamente estruturado, onde irá fazer as anotações, ou poderá ainda utilizar um método

mais completo e preciso que consiste na pesagem dos alimentos e/ou porcionamento em

medidas caseiras. No entanto, esse método requer treinamento do entrevistador e colaboração

e motivação do entrevistado, além de exigir certo grau de escolaridade, para que o indivíduo

possa registrar corretamente os alimentos consumidos (BUZZARD, 1998; CAVALCANTE et

al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).

O número de dias do registro/diário alimentar dependerá da população em estudo, dos

nutrientes que serão avaliados e da precisão desejada (BUZZARD, 1998; PEREIRA e

SICHIERI, 2007). Segundo Thompson e Byers (1994) e Cavalcante et al. (2004) para não

tornar a pesquisa insatisfatória e provocar fadiga no entrevistado, esse método não deve ser

aplicado por mais do que sete dias consecutivos.

O registro/diário alimentar é o método mais acurado para avaliar o consumo alimentar,

sendo considerado o “padrão-ouro” quando comparado aos demais. Por não depender da

memória do indivíduo, o viés de memória é eliminado (THOMPSON e BYERS, 1994;

RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007).

Por tratar-se de um método prospectivo, pode ocorrer viés de informação, pois avalia a

ingestão alimentar atual e o indivíduo pode alterar e selecionar alimentos específicos durante

o período determinado para o estudo, não informando exatamente o consumo alimentar

habitual. A principal desvantagem é a omissão ou o sub-registro dos alimentos consumidos,

além de apresentar custo elevado e demora na coleta e análise dos dados (TRABULSI e

SCHOELLER, 2001; CAVALCANTE et al., 2004; RUTISHAUSER 2005; PEREIRA e

SICHIERI, 2007).

Page 24: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

22

Cervato et al. (2005) avaliaram uma intervenção nutricional educativa com aulas sobre

hábitos alimentares para adultos e idosos freqüentadores de instituições de ensino superior do

município de São Paulo. As práticas alimentares foram obtidas a partir de registro de

alimentos de três dias. Os autores verificaram que os participantes modificaram os hábitos

alimentares e os conceitos sobre nutrição, em consequência da intervenção educativa.

b) Recordatório de 24 horas

É o método mais utilizado para obtenção de dados sobre consumo alimentar. As

informações são coletadas através de entrevista por um nutricionista ou um entrevistador

devidamente treinado. Consiste no relato detalhado dos alimentos e bebidas ingeridos nas

últimas 24 horas ou no dia anterior à entrevista (BUZZARD, 1998, PEREIRA e SICHIERI,

2007). O menor intervalo entre a aplicação do recordatório e o dia estabelecido para avaliar o

consumo alimentar do entrevistado, minimiza os erros e aumenta a eficácia do estudo, quanto

mais próximo do período estabelecido, maior será a capacidade do entrevistado recordar e

detalhar os alimentos e bebidas consumidos (THOMPSON e BYERS, 1994; BUZZARD,

1998; CAVALCANTE et al., 2004; RUTISHAUSER 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007).

A entrevista normalmente é feita de forma cronológica, de modo a facilitar que o

entrevistado se recorde de todos os alimentos consumidos no dia anterior (BUZZARD, 1998;

RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007). Recentemente vem sendo utilizada

uma nova técnica, mais eficaz, denominada “passagens múltiplas”. Essa técnica é dividida em

três fases: listagem rápida, descrição detalhada e revisão. Na primeira fase, da listagem rápida,

o entrevistado relata todos os alimentos que consumiu no dia anterior, não necessariamente

em ordem cronológica e sem interrupção pelo entrevistador. Na descrição detalhada o

entrevistador obtém mais detalhes, para adicionar na lista aqueles alimentos que não foram

mencionados anteriormente, dando ao entrevistado a oportunidade de lembrar aqueles que

foram omitidos anteriormente. Finalizando, o entrevistador revê com o entrevistado a lista

para adicionar e completar o relato do consumo alimentar (RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA

e SICHIERI, 2007).

Muitos entrevistados apresentam dificuldade para expressar a quantidade consumida,

assim é necessário apresentar fotografias com o tamanho das porções ou utensílios domésticos

mais utilizados (BUZZARD, 1998; CAVALCANTE et at., 2004, PEREIRA e SICHIERI,

2007). A acurácia dos dados depende da habilidade do entrevistador, do detalhamento sobre o

Page 25: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

23

consumo dos alimentos, do modo de preparação das refeições, do tamanho e das marcas dos

produtos industrializados e, principalmente da inclusão daqueles alimentos usualmente

omitidos como balas, bebidas, doces, e adição de azeite, sal, açúcar, manteiga, margarina,

molhos para saladas e outros temperos usados nas refeições (BUZZARD, 1998; PEREIRA e

SICHIERI, 2007).

Segundo Willett (1998) e Morimoto et al. (2008), a aplicação de um único

recordatório de 24 horas pode estimar valores acurados de ingestão alimentar em um grupo de

indivíduos, desde que a amostra seja adequada para este propósito. No entanto, o recordatório

de 24 horas realizado em três dias diferentes na semana é o método mais utilizado como

referência para os demais inquéritos de consumo alimentar (CAVALCANTE et al., 2004;

MONTEIRO et al., 2008). No Brasil, Silva (2009) validou um questionário de frequência

alimentar (QFA) para população adulta de Cuiabá-MT, utilizando dois recordatórios de 24

horas como método de referência.

As entrevistas realizadas neste método são feitas pessoalmente, em locais apropriados

para coleta dos dados, porém tem sido cada vez mais comum a realização de entrevistas

telefônicas (BUZZARD, 1998). Monteiro et al. (2008) verificaram em seu estudo boa

reprodutibilidade nos indicadores sobre consumo de alimentos e bebidas no plano coletivo e

individual, utilizando a técnica da entrevista por telefone. Os entrevistadores leram as

questões para o entrevistado evitando interpretações ou indução de respostas. Segundo os

autores, houve boa compreensão por parte dos entrevistados que responderam as questões sem

dificuldade.

Esse método apresenta muitas vantagens. É rápido (o entrevistado gasta

aproximadamente 20 minutos para responder o inquérito); de baixo custo; de fácil aplicação,

podendo ser realizada pessoalmente ou via telefone. As informações coletadas são referentes

ao consumo atual do indivíduo, estimando assim, os valores absolutos ou relativos da ingestão

de energia e nutrientes (CAVALCANTE, et al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).

O viés de memória e a necessidade de cooperação do entrevistado são os principais

fatores limitantes do recordatório de 24 horas (BUZZARD, 1998; CAVALCANTE, et al.,

2004; RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007). Cavalcante, et al. (2004) e

Rutishauser (2005) destacam também que esse método não informa o consumo alimentar

habitual de um indivíduo, dificultando assim a associação entre exposições a fatores dietéticos

e doenças.

Page 26: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

24

Vários estudos utilizaram o recordatório de 24 horas para avaliar o consumo alimentar.

Morimoto, et al. (2008) avaliaram a qualidade da dieta de 1840 adultos residentes na Região

Metropolitana de São Paulo e seus fatores associados, aplicando esse método de inquérito

alimentar. Os autores coletaram informações sobre condições socioeconômicas, dados

demográficos e sobre o estilo de vida da população. Os resultados demonstraram que a

qualidade da dieta variou significativamente de acordo com as características demográficas de

sexo e faixa etária.

Viebig et al. (2006) descreveram o perfil de saúde cardiovascular, segundo critérios

da Sociedade Européia de Cardiologia (SEC), de 200 adultos de ambos os sexos da região

metropolitana de São Paulo. Foram coletados dados sobre nível socioeconômico, tabagismo,

consumo de álcool, medidas antropométricas, dieta, atividade física, lipídeos séricos, glicemia

e pressão arterial. O recordatório de 24 horas foi o método utilizado para avaliar a ingestão

média de colesterol dietético e de lipídeos totais. Os autores verificaram que a população do

estudo apresentou maior risco de doenças cardiovasculares, segundo os critérios da SEC,

principalmente devido à elevada prevalência de sobrepeso e hipercolesterolemia.

c) Pesquisas de Orçamento Familiar (POF)

O objetivo da POF é estimar a despesa familiar, isso ocorre através de coletas de

dados, utilizando amostragem probabilística, periodicamente e com detalhada mensuração de

características socioeconômicas. A estimação dos índices de preços dos produtos torna a POF

importante fonte para obtenção de informações sobre o consumo alimentar da família

(MONDINI e MONTEIRO, 1994; LEVY-COSTA et al., 2005; PEREIRA e SICHIERI,

2007).

Os dados da POF estimam o consumo alimentar da população, e quando realizadas

com determinada freqüência e regularidade, informam as mudanças que ocorreram no padrão

do consumo alimentar das famílias, além de informar estratos socioeconômicos e geográficos.

A falta de informação sobre o consumo individual de cada membro da família, o desperdício

de alimentos, o consumo alimentar fora do domicílio, são algumas das principais limitações

desse método de avaliação do consumo alimentar (MONDINI e MONTEIRO, 1994;

PEREIRA e SICHIERI, 2007). Observando essas limitações da pesquisa, foi proposto pelo

governo brasileiro que a POF 2008-2009 incluísse o consumo alimentar individual (YOKOO

et al., 2008).

Page 27: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

25

As Pesquisas de Orçamento Familiar são realizadas em diversos países. Na Europa, os

dados são avaliados pela Data Food )etworking (DAFNE) e o período de coleta de dados em

alguns países pode variar de 7 a 14 dias (TRICHOPOULOU e NASKA, 2003).

No Brasil, já foram realizadas quatro Pesquisas de Orçamento Familiar (1961-63,

1987-88, 2002-03 e 2008-09) e um Estudo Nacional da Despesa Familiar – ENDEF. As duas

primeiras POFs e o ENDEF foram realizados nas regiões metropolitanas brasileiras e as duas

últimas POFs o desenho da amostra foi estruturado para obter resultados para o Brasil,

Grandes Regiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e também por situação

urbana e rural. Para as Unidades da Federação, os resultados contemplam o total e a situação

urbana. Nas nove regiões metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte,

Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) e nas capitais das Unidades da Federação

os resultados correspondem à situação urbana (MONDINI e MONTEIRO, 1994; IBGE, 2004;

LEVY-COSTA et al., 2005).

Na POF de 2002-03 foram coletados dados de 48.470 domicílios urbanos e rurais. As

famílias participantes da pesquisa registravam diariamente, por sete dias consecutivos as

aquisições de alimentos e bebidas. No registro era preciso relatar a descrição detalhada do

produto adquirido, a quantidade, unidade de medida, o valor pago pelo produto, local de

compra e modo de aquisição, isto é, monetário ou não monetário (LEVY-COSTA et al., 2005;

PEREIRA E SICHIERI, 2007).

Levy-Costa et al. (2005) conduziram um estudo de comparação das POFs realizadas

no Brasil. O objetivo era descrever a disponibilidade domiciliar de alimentos em 2002-03 e

avaliar sua evolução nas áreas metropolitanas no período 1974-2003. Com essa pesquisa,

verificou-se em todas as regiões brasileiras o consumo adequado de proteína, principalmente

as de alto valor biológico, o consumo excessivo de açúcar e insuficiente de frutas e hortaliças.

d) Questionário de Freqüência Alimentar (QFA)

O Questionário de Freqüência Alimentar é o método de avaliação do consumo

alimentar mais utilizado em estudos epidemiológicos, pois possibilita o estudo da associação

da dieta com a enfermidade (WILLETT e LENART, 1998; SALVO e GIMENO, 2002;

TOMITA e CARDOSO, 2002; CAVALCANTE, et al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).

O objetivo principal desse método, segundo Thompson e Byers (1994) e Pereira e Sichieri

Page 28: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

26

(2007) é determinar a ingestão dietética durante determinado período de tempo no passado,

normalmente nos últimos três, seis ou doze meses, para estimar o consumo habitual.

O questionário pode ser desenvolvido de princípios básicos ou adaptado de outro já

existente (CADE, et al. 2002). Nesse questionário o entrevistado refere a freqüência de

consumo dos alimentos, em número de vezes por dia, semana ou mês (WILLET, 1998;

RUTISHAUSER, 2005; PEREIRA e SICHIERI, 2007). A lista de alimentos é específica de

cada estudo, contendo os alimentos mais consumidos pela população estudada ou alimentos

selecionados a partir de tabelas de composição de alimentos, de acordo com o interesse da

investigação (CAVALCANTE, et al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).

Os questionários são classificados em qualitativo, quantitativo e semiquantitativo. No

qualitativo o entrevistado refere apenas a freqüência que consome de determinado alimento;

no quantitativo refere a porção consumida e a unidade de tempo; e no semiquantitativo, o

QFA especifica a quantidade média da porção e o entrevistado relata a freqüência consumida

usualmente (LIMA et al., 2003; PEREIRA e SICHIERI, 2007). As porções são padronizadas

em cada estudo, sendo assim, o entrevistador pode apresentar um álbum com as porções ou

até mesmo utensílios para melhorar a qualidade do relato do entrevistado (WILLETT, 1998;

RUTISHAUSER, 2005).

A acurácia dos dados se deve à validade e reprodutibilidade do QFA. A

reprodutibilidade consiste na capacidade do instrumento de produzir resultados semelhantes

quando aplicado em diferentes pontos no tempo ou por diferentes entrevistadores, enquanto

que a validação avalia a acurácia do QFA em medir o consumo alimentar, comparando-o com

um método de referência, por meio de validação relativa (WILLETT, 1998; SALVO e

GIMENO, 2002).

Dentre as principais vantagens do QFA destacam-se sua boa reprodutibilidade,

validade aceitável, baixo custo, fácil aplicação, simplicidade na análise dos dados, além de

permitir a avaliação da dieta habitual (THOMPSON E BYERS, 1994; SALVO e GIMENO,

2002; CAVALCANTE et al., 2004; PEREIRA e SICHIERI, 2007).

Mesmo sendo o método mais utilizado em estudos epidemiológicos, o QFA apresenta

desvantagens, sendo as mais importantes as extensas listas de alimentos, a menor acurácia

quando comparada ao recordatório de 24 horas, a perda de informação pela ausência de

determinados alimentos, a dificuldade na precisão de alimentos ingeridos e o fato de ser

Page 29: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

27

dependente da memória do entrevistado (THOMPSON E BYERS, 1994; SALVO e

GIMENO, 2002; PEREIRA e SICHIERI, 2007).

No Brasil, vários estudos utilizaram o questionário de freqüência alimentar. Salvo e

Gimeno (2002), verificaram a reprodutibilidade e validade do Questionário de Freqüência de

Consumo de Alimentos (QFCA) em uma população adulta com excesso de peso de uma

instituição privada de ensino superior de São Paulo. Foram selecionados 146 indivíduos de

ambos os sexos com IMC superior a 25 kg/m2. No estudo de reprodutibilidade, o QFCA foi

aplicado com intervalo de 47 dias; e para validade do estudo comparada as médias dos

recordatórios de 24 horas aplicados com intervalo de 15 dias. As autoras verificaram maior

diversidade nos relatos de consumo habitual entre os obesos.

Em Cuiabá – MT, Silva (2009) validou um QFA para a população adulta. A autora

aplicou um recordatório de 24 horas que gerou uma lista com 289 alimentos, sendo que foram

selecionados aqueles com maior frequência de consumo para compor os itens alimentares do

QFA. Para validação do estudo, compuseram a amostra 208 indivíduos de ambos os sexos

entre 20 e 50 anos, os quais responderam o QFA e 30 dias após a primeira entrevista foi

aplicado o segundo QFA e o R24h como método de referência. A autora verificou que o QFA

superestimou todos os nutrientes avaliados em relação ao R24h, com diferenças

estatisticamente significantes para amostra total e entre os sexos; os melhores resultados para

a validação do QFA ocorreram para energia, proteína, colesterol, fibra, cálcio, vitamina C,

tiamina, ferro e folato; as mulheres apresentaram melhor desempenho do QFA em relação aos

homens.

e) História Dietética

A história dietética consiste na associação de métodos de avaliação do consumo

alimentar, com coleta de informações da freqüência de ingestão dos alimentos e modo de

preparo das refeições. Pode-se, por exemplo, associar o QFA a um recordatório de 24 horas

ou registro de pesagem. Tem sido utilizado para informar sobre o padrão de consumo

alimentar habitual e também para simples dados sobre frequência alimentar (THOMPSON e

BYERS, 1994; CAVALCANTE et al., 2004; RUTISHAUSER, 2005).

Vários autores referem os três métodos propostos por Burke na década de 40 sobre a

história alimentar, os quais são: entrevista detalhada para obter dados sobre o consumo

dietético habitual; uma lista de alimentos onde o entrevistado relata a quantidade e a

Page 30: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

28

freqüência de consumo e registro alimentar de três dias, utilizando medidas caseiras para

quantificar as porções consumidas (THOMPSON e BYERS, 1994; CAVALCANTE et al.,

2004; RUTISHAUSER, 2005).

A maior vantagem da história dietética é estimar a ingestão habitual em um curto

período ou somente pela freqüência de consumo alimentar (THOMPSON e BYERS, 1994;

RUTISHAUSER, 2005). Esse método tem como limitação o longo período de execução e

exigência de habilidade do entrevistador e entrevistado, não sendo por isso recomendado para

estudos populacionais. Acrescenta-se também como desvantagem o seu elevado custo

(CAVALCANTE et al., 2004; RUTISHAUSER, 2005).

Garcia (2004) avaliou as práticas alimentares através de relatos sobre consumo

alimentar de pessoas submetidas a tratamento dietético e o impacto da preocupação com a

saúde por serem hipertensos. Para realizar o estudo, o autor entrevistou 30 adultos com

diagnóstico de hipertensão arterial, sendo distribuídos proporcionalmente em classe baixa e

alta, aplicando nesses indivíduos os métodos recordatório alimentar de 24 horas, associado à

história dietética e a um questionário de freqüência alimentar. Entre os resultados obtidos, o

que mais chama atenção é a menor precisão nas informações sobre consumo alimentar do que

o esperado, sugerindo que a abordagem da alimentação de sujeitos submetidos à prescrição

dietética por meio de inquéritos alimentares pode ser insuficiente para conhecer suas práticas

alimentares, uma vez que esses entrevistados apresentam uma restrição alimentar devido a sua

patologia, e provavelmente isso pode ter induzido a censurar informações sobre o seu

verdadeiro consumo alimentar.

1.3 SOBREPESO E OBESIDADE

A obesidade é considerada atualmente uma epidemia mundial, em decorrência da

transição nutricional que teve início na década de 70 (PINHEIRO et al., 2004; BATISTA

FILHO et al., 2008; PEROZZO et al., 2008; TARASTCHUK et al., 2008). Segundo Sichieri e

Souza (2007) o número de indivíduos no planeta com excesso de peso superou o de

desnutrido, e no Brasil, os adolescentes, adultos e idosos são os grupos que apresentaram

maiores prevalências com o excesso de peso, porém todas as faixas etárias e grupos sociais

estão propícios à obesidade. Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento do continente

americano, o padrão de obesidade vem aumentando para ambos os sexos e os países da África

Page 31: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

29

e Ásia apresentam os menores índices dessa doença, em geral, a população urbana está mais

susceptível à obesidade do que a população rural (PINHEIRO et al., 2004).

A obesidade e o sobrepeso são definidos como o balanço energético positivo, isto é, a

ingestão calórica é maior que o gasto energético, resultando no excesso de peso corporal e

surgimento da síndrome metabólica que é caracterizada pela tolerância à glicose diminuída ou

diabetes mellitus, resistência à insulina, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, obesidade

visceral e albuminúria (BRAY e POPKIN, 1998; FRANCISCHI et al., 2000; RASKIN et al.,

2000; PINHEIRO et al., 2004; SOAR et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2007; BATISTA FILHO

et al., 2008). Segundo Lima e Sampaio (2007) e Ness-Abramof e Apovian (2008), além da

síndrome plurimetabólica, a obesidade e o sobrepeso podem causar outras afecções tais como

apnéia do sono, cálculos biliares e doenças nas articulações. O sobrepeso e a obesidade são

diagnosticados pelo parâmetro estipulado pela Organização Mundial de Saúde, o qual

considera sobrepeso IMC superior ou igual a 25 kg/m² e obesidade, superior ou igual a 30

kg/m².

Os problemas da obesidade não se restringem apenas à síndrome metabólica e outras

afecções. Essa patologia causa problemas sociais e psicológicos que atingem todos os grupos

etários e socioeconômicos, seja dos países desenvolvidos ou em desenvolvimento, resultando

assim em isolamento, dificuldade de relacionamento interpessoal, depressão, ansiedade,

discriminação social, entre outros (SICHIERI, 1998; LIMA e SAMPAIO, 2007;

NISHIYAMA et al., 2007). De acordo com Pinheiro et al. (2004), o desenvolvimento da

obesidade está mais relacionado com os determinantes ambientais. Os fatores genéticos

também estão associados, porém em menores proporções.

Acrescenta-se ainda que o sobrepeso e a obesidade podem estar associados ao

envelhecimento do indivíduo, mudanças hormonais, principalmente do climatério e pós-

menopausa, fatores genéticos, ambientais e comportamentais como sedentarismo, dietas ricas

em gorduras saturadas, tabagismo e etilismo (RASKIN et al., 2000).

Page 32: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

30

1.4 FATORES ASSOCIADOS AO EXCESSO DE PESO E À LOCALIZAÇÃO

ABDOMI�AL DE GORDURA

1.4.1. Fatores sócio-demográficos

O excesso de peso e a localização central da gordura corporal podem ser muito

diferentes entre as populações e são influenciados por diversos fatores, entre eles os fatores

genéticos, sexo e idade (DALTON et al., 2003; FERREIRA et al., 2008, NESS-ABRAMOF e

APOVIAN, 2008).

Os dados mais recentes de sobrepeso e obesidade no Brasil foram obtidos da POF

2002-03, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram

classificados como sobrepeso aqueles indivíduos que apresentaram IMC igual ou maior que

25 Kg/m2. Segundo essa pesquisa, a prevalência do excesso de peso aumenta com a idade,

sendo mais rápido para os homens – 20,3% entre 20 e 24 anos, 48,3% entre 35 e 44 anos e

51,5% de 45 a 54 anos – e mais lento para as mulheres, porém mais prolongado, – 18,7%

entre 20 e 24 anos, 41,4 % entre 35 e 44 anos e 57,4 % entre 55 e 64 anos. A prevalência de

sobrepeso nos homens é mais comum nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e entre as

mulheres, a diferença entre regiões é menor. A obesidade foi caracterizada pelo IMC igual ou

superior a 30 kg/m2 e segundo os resultados da POF 2002-03, atinge 8,9% dos homens

adultos e 13,1% das mulheres adultas no Brasil. Aproximadamente 20% dos homens com

excesso de peso são obesos e entre as mulheres, esse número é maior, equivalendo a 33,3% do

total de mulheres (IBGE, 2004).

Na capital do estado de Mato Grosso as prevalências de excesso de peso e obesidade

também são elevadas. Em Cuiabá, 54,8% dos homens apresentavam excesso de peso e, 13,4%

eram obesos. As mulheres apresentaram menor prevalência de excesso de peso (42,8%),

porém 16,1% eram obesas (IBGE, 2004). Dados mais recentes sobre estado nutricional da

população de Cuiabá foram obtidos pelo Sistema VIGITEL - Vigilância de Fatores de Risco e

Proteção para Doenças Crônicas, um inquérito telefônico realizado em 2008. O excesso de

peso foi detectado em 48,4% da população, sendo 51,8% entre os homens e 44,8% entre as

mulheres (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Assim como no Brasil, estudos realizados em outros países têm mostrado um aumento

no sobrepeso e obesidade com o aumento da idade, e quanto mais recente os dados maiores

Page 33: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

31

são esses índices. Em um estudo realizado com japoneses com a média de idade de 45 anos no

ano de 1996, a prevalência para homens com sobrepeso foi de 26,4% e para obesidade 1,6%,

enquanto para as mulheres o sobrepeso foi de 19,7% e obesidade de 2,8%, respectivamente

(SAKURAI et al., 2006). Na população americana, os dados mais recentes de sobrepeso e

obesidade foram obtidos pelo NHANES (National Center for Health Statistics) 2003-2004 e a

prevalência encontrada na população de 20 a 59 anos foi 32,2%. Nos adultos da Grã-Bretanha

a prevalência de obesidade quase triplicou no período de 1980 a 2002 (OGDEN et al., 2006).

Na população chinesa e sul asiática foi verificado um aumento na prevalência de

sobrepeso e obesidade. Na China, a prevalência de excesso de peso aumentou quase 50% em

um período de dez anos. Na Índia a taxa de obesidade para homens é estimada entre 7% e

13,3% e nas mulheres 15,6% e 23,7% (LEAR, et al., 2007). Kamadjeu et al. (2006) estudaram

indivíduos com idade superior a 15 anos, residentes em quatro distritos urbanos de Camarões

(Yaoundé, Douala, Garoua e Bamenda) e verificaram valores de IMC e circunferência da

cintura, mas não relação cintura quadril (RCQ), maiores entre as mulheres do que homens em

todas as faixas etárias (15-34 anos, 35-44 anos, 45-54 anos e mais de 55 anos).

Vários autores concordam que renda e prevalência de peso apresentam valores

diferentes para os homens e as mulheres. Entre os homens, a renda e a prevalência de peso

aumentam proporcionalmente, sendo observado esse aumento em todas as regiões brasileiras,

enquanto nas mulheres essa prevalência é maior nas classes de menores rendas e na região

nordeste (IBGE, 2004; PINHEIRO, et al., 2004; GIGANTE, et al., 2006).

A elevada prevalência de obesidade também está relacionada às práticas alimentares

dos indivíduos, os quais deixaram de consumir fibras e aumentaram a ingestão de gorduras e

açúcares, aumentando assim a ingestão energética total. A escolha dos alimentos que

compõem a dieta é influenciada pela renda e hábitos alimentares da família (PINHEIRO et al.,

2004; VIEIRA e SICHIERI, 2008). De acordo com os dados do IBGE (2004), o consumo de

carnes, leite e derivados, frutas, verduras e legumes, bebidas alcoólicas, refrigerantes,

condimentos e refeições prontas estão mais presentes nos grupos com maiores rendimentos

familiares, enquanto nos grupos de menores rendas, o consumo de arroz, feijões, raízes,

tubérculos e açúcar são mais elevados.

A escolaridade é um fator importante no momento de avaliar o sobrepeso e obesidade.

Em pesquisas realizadas no passado no Brasil, o sobrepeso/obesidade nos adultos e o grau de

escolaridade aumentavam proporcionalmente, porém, os estudos atuais, vêm mostrando que

quanto menor a escolaridade, maior a prevalência de sobrepeso e obesidade, principalmente

Page 34: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

32

entre o sexo feminino (SICHIERI, 1998; GIGANTE et al., 2006; LIMA e SAMPAIO, 2007;

VIEIRA e SICHIERI, 2008). Vieira e Sichieri (2008) relataram que as menores prevalências

de sobrepeso em indivíduos com maior escolaridade se devem ao fato destes conhecerem

mais sobre os fatores que levam a obesidade e como preveni-la, e ainda são mais preocupados

com a aparência corporal.

São vários os fatores determinantes da distribuição da gordura corporal, dentre eles, o

sexo (CASTANHEIRA et al. 2003; SAKURAI et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2007). Nos

homens normalmente há o acúmulo de gordura visceral, enquanto as mulheres acumulam

mais gordura subcutânea. O acúmulo de gordura visceral com distribuição central ou

abdominal é denominado andróide, enquanto o acúmulo nas regiões periféricas ou glúteo-

femural é denominado ginecóide (RASKIN et al., 2000). O padrão de distribuição da gordura

também pode ser influenciado pela renda familiar em ambos os sexos, sendo comum verificar

efeito inverso nas mulheres, isto é, maior risco para homens com alta renda e mulheres com

baixa renda (CASTANHEIRA et al. 2003).

Kac et al. (2001) observaram em seu grupo de estudo, constituído de mulheres em

idade reprodutiva no município do Rio de Janeiro, que a paridade e a idade estão diretamente

associadas à circunferência da cintura elevada e a menor escolaridade está associada tanto

com a circunferência da cintura como com a RCQ elevadas.

Outro possível fator associado à obesidade abdominal é a raça/cor da pele. No estudo

de Castanheira e colaboradores (2003), os autores relatam que os homens brancos apresentam

maior perímetro abdominal comparados a homens de outra cor de pele, enquanto que nas

mulheres a raça não foi um fator determinante para diferenciar o acúmulo de gordura

abdominal. Ferreira et al. (2007) relatam que a circunferência da cintura e a RCQ elevadas

estão associadas aos homens brasileiros de cor branca, os indivíduos negros apresentaram os

menores perímetros de cintura.

No estudo de Castanheira et al. (2003) os homens e as mulheres que viviam com

companheiro (a) apresentaram médias de perímetro abdominal significativamente maiores do

que os demais indivíduos, após ajuste para idade. Tal fenômeno foi observado com maior

significância entre os homens.

Page 35: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

33

1.4.2 Fatores relacionados ao estilo de vida

Nos últimos anos, o aumento na prevalência de excesso de peso e obesidade passou a

ser visto como um problema de saúde pública para a Organização Mundial de Saúde (OMS),

isso porque o excesso de peso, obesidade e localização de gordura corporal estão relacionados

com o aumento do risco de desenvolver doenças (BIGAARD et al., 2004; RECH et al., 2004;

FERREIRA et al., 2008).

Raskin et al. (2000) em seu estudo, verificaram que o tabagismo e IMC inferior a 30

kg/m² estão positivamente relacionados, porém Oliveira et al. (2007) que avaliaram mulheres

adultas residentes na região Sudeste, verificaram ausência de associação da obesidade

abdominal com o fumo e o consumo de álcool. Na região sul do país, verificou-se que ex-

fumantes apresentaram maiores médias de perímetro abdominal comparados aos fumantes ou

não-fumantes e ainda aqueles ex-fumantes que consumiram maior quantidade de cigarro por

maior tempo, tiveram associação positiva com a concentração de gordura abdominal

(CASTANHEIRA et al. 2003).

Martins e Marinho (2003), verificaram que o tabagismo, etilismo e a interação

tabagismo/etilismo não se associaram significativamente com a RCQ. No entanto, o

tabagismo e a interação tabagismo/etilismo, analisados separadamente, apresentaram efeito

protetor para circunferência da cintura, isso pode ter ocorrido provavelmente pelo fato do uso

do tabaco provocar perda de apetite e o etilismo, avaliado isoladamente não se associou

significativamente com a circunferência da cintura.

No município de Cuiabá-MT, Ferreira e colaboradores (2008) avaliaram a associação

entre o consumo de bebidas alcoólicas e adiposidade total. Os autores verificam, após ajuste

pelos potenciais fatores de confusão, que a circunferência da cintura e RCQ mantiveram-se

associadas positivamente ao consumo de cerveja e ao total de álcool consumido. Além disso,

o consumo de aguardente mostrou associação com a circunferência da cintura.

Schröder e colaboradores (2007) realizaram um estudo de base populacional entre

1999 e 2000 com indivíduos adultos de Girona, Nordeste da Espanha, e constataram que o

consumo de álcool estava diretamente associado com a circunferência da cintura e com um

maior risco de obesidade abdominal nos homens, mas não em mulheres.

Nos últimos anos, tem-se observado no Brasil uma maior ingestão energética e

menores esforços físicos e redução da prática de alguma atividade física, até mesmo aquelas

Page 36: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

34

associadas ao lazer, com consequente aumento da obesidade na população. A prática da

atividade física está relacionada com o consumo de alimentos saudáveis (PINHEIRO et al.,

2004; VIERA e SICHIERI, 2008).

Petersen et al. (2004) realizaram um estudo de coorte com 6279 adultos com faixa

etária de 20 a 78 anos residentes em Copenhague-Dinamarca, com o objetivo de examinar o

efeito a longo prazo do tempo de atividade física de lazer sobre o desenvolvimento posterior

de obesidade e o efeito do peso do corpo sobre a inatividade física. O estudo ocorreu em três

etapas: iniciou em 1976, cinco anos depois realizaram a segunda etapa, e a terceira ocorreu 10

anos após a segunda. Segundo os autores, como esperado em estudo de coorte, o tempo de

atividade física associou-se inversamente com obesidade, isto é, quanto mais atividade física

menor a chance de apresentar obesidade.

No estudo de intervenção de Costa e colaboradores (2009) com duração de 12 meses,

realizado no Município de Mutuípe, BA, as autoras verificaram que o menor nível de

atividade física e o elevado consumo diário de alimentos de risco para doenças crônicas não

transmissíveis podem explicar o aumento da circunferência da cintura das mulheres e também

o menor nível de atividade física. Mesmo que o consumo de alimentos protetores seja

elevado, isoladamente não assegura a redução dos valores do IMC.

1.4.3 Métodos de avaliação do Sobrepeso, obesidade e do padrão de distribuição

da gordura corporal

O padrão da gordura corporal não indica apenas o grau da obesidade, mas também

risco de saúde dos indivíduos (SOAR et al., 2004). A adiposidade central consiste no acúmulo

de tecido adiposo no nível do tronco, com deposição aumentada na região intra-abdominal

(SOAR et al., 2004). Os riscos metabólicos associados com a obesidade estão altamente

correlacionados com a gordura central (abdominal), ao invés da gordura glúteo-femoral

(PASARICA et al., 2007).

Existem vários métodos para avaliar a composição da gordura corporal, sendo a

técnica da pesagem hidrostática considerada o padrão ouro. A absorciometria de raios X de

dupla energia (DEXA), também é considerada um método acurado para essa avaliação, porém

apresenta elevado custo operacional e dificuldade de aplicação dessas técnicas em grande

número de indivíduos (RECH et al., 2006; ANJOS e WAHRLICH, 2007).

Page 37: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

35

Desintometria refere-se à estimativa da composição corporal por densidade corporal,

assim desintometria tem se tornado praticamente sinônimo de pesagem hidrostática (SALEM

et al., 2003). Esse método leva em consideração que o corpo é composto por dois

componentes distintos, a massa gorda e a massa livre de gordura (SALEM et al., 2003;

ANJOS e WAHRLICH, 2007). A pesagem hidrostática utiliza o princípio de Arquimedes

para determinar o volume total do corpo através da relação do peso no ar e na água. Esta

técnica requer que o indivíduo esteja totalmente submersos na água (BIAGGI et al., 1999;

SALEM et al., 2003; ANJOS e WAHRLICH, 2007). As limitações associadas a este método

incluem o tempo, a intensidade do trabalho, o desconforto do indivíduo, e inacessibilidade de

muitas populações especiais, como idosos, deficientes e doentes crônicos (BIAGGI et al.,

1999).

A DEXA é um método que vem substituindo a pesagem hidrostática e apresenta um

grande potencial de transformar-se em padrão-ouro (ANJOS e WAHRLICH, 2007). Trata-se

de um procedimento de imagem de alta tecnologia que permite a quantificação da gordura, do

músculo e do conteúdo mineral ósseo, produzindo assim um modelo de três compartimentos

da composição corporal. Este método pode ser utilizado em indivíduos de qualquer idade,

exceto gestantes, devido à exposição à radiação, ainda que seja baixa (SVENDSEN, 1993;

KOHRT, 1998).

A distribuição da gordura corporal pode ser avaliada pela tomografia computadorizada

e ressonância magnética, sendo considerados os métodos mais acurados para esse fim

(PEIXOTO, 2006; ANJOS e WAHRLICH, 2007).

A tomografia computadorizada (TC) foi uma das técnicas que contribuiu

significativamente para o conhecimento da complexa interação entre a composição corporal e

várias doenças (FERMINO et al., 2007). A TC é um dos poucos métodos que mede

detalhadamente os tecidos ósseos e músculo-esquelético e consiste na construção de uma

imagem bidimensional em corte transversal da anatomia subjacente do corpo (MONTEIRO e

FERNANDES FILHO, 2002; FERMINO et al., 2007).

O método de Ressonância Magnética (RM) consiste em um campo magnético

(radiação eletromagnética) irradiado por pulsos de freqüência de radio, exercita os núcleos de

hidrogênio da água corporal e das moléculas lipídicas e gera imagens das variáveis intrínsecas

do tecido (MONTEIRO e FERNANDES FILHO, 2002). A RM é uma técnica utilizada para

quantificar o tecido adiposo total e subcutâneo em indivíduos com diferentes níveis de

gordura, porém é um método de elevado custo, sendo mais utilizado em hospitais para

Page 38: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

36

diagnósticos clínicos (MONTEIRO e FERNANDES FILHO, 2002). A TC e a ressonância

magnética são métodos para avaliar a distribuição de corporal e sua utilização vem crescendo

muito, pois são técnicas mais precisas para quantificar a gordura total ou regional e o tecido

músculo-esquelético in vivo (FERMINO et al., 2007).

Embora precisas, essas técnicas sofisticadas para medir a distribuição da gordura

corporal e composição corporal são difíceis de aplicar e apresentam um elevado custo. Sendo

assim a OMS recomenda o uso das medidas antropométricas, como IMC, circunferência da

cintura, RCQ e as dobras cutâneas, sendo as medidas de circunferência da cintura e RCQ as

mais utilizadas para avaliar a distribuição de gordura (DALTON et al., 2003; PEIXOTO,

2006; ANJOS e WAHRLICH, 2007).

O método mais utilizado em estudos epidemiológicos para identificar excesso de peso

e obesidade é o IMC, por ser um método de fácil identificação do estado nutricional

(WILLETT, 1998; ZHU et al., 2002; LEMOS-SANTOS et al., 2004; SAMPAIO e

FIGUEIREDO, 2005; ANJOS, 2006, RECH et al., 2006; LIMA e SAMPAIO, 2007), no

entanto, esse índice não determina a deposição de gordura corporal (ZHU et al., 2002;

SAMPAIO e FIGUEIREDO, 2005; TARASTCHUK et al., 2008). É obtido pela razão do

peso (kg) pelo quadrado da estatura (m) do indivíduo (WILLETT, 1998; RASKIN et al.,

2000; JANSSEN et al., 2002; SOAR et al., 2004; PITANGA e LESSA, 2005; SAMPAIO e

FIGUEIREDO, 2005; LIMA e SAMPAIO, 2007; ORSATTI, et al., 2008).

O IMC é um método antropométrico muito utilizado devido à facilidade de se aplicar,

ao menor custo e a pouca variação intra ou intermedidor (SAMPAIO e FIGUEIREDO, 2005).

Porém, não é considerado o melhor método para avaliar a gordura corporal, pois não

discrimina os compartimentos de gordura e massa magra, além de não detectar o aumento

percentual de gordura que ocorre com o aumento da idade (LEMOS-SANTOS et al., 2004;

ANJOS, 2006; FERREIRA e SICHIERI, 2007).

As dobras/pregas cutâneas são medidas antropométricas que estimam a gordura

corporal e caracterizam a distribuição da gordura subcutânea de maneira relativamente

simples e não-invasiva. As principais dobras cutâneas são: tricipital, bicipital, subescapular e

suprailíaca. Essas medidas antropométricas apresentam limitações, dentre as quais citam-se:

necessidade de tomar mais de um sítio na avaliação devido à distribuição irregular do tecido

subcutâneo, dificuldade de acesso pelo adipômetro nos depósitos de gordura corporal e menor

reprodutibilidade quando comparada a outras medidas antropométricas (ÃCUNA e CRUZ,

2004; FERREIRA e SICHIERI, 2007).

Page 39: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

37

A circunferência da cintura tem se mostrado a melhor medida antropométrica para

avaliar a gordura intra-abdominal e gordura total em algumas populações (DALTON et al.,

2003; NESS-ABRAMOF e APOVIAN, 2008). Vários autores concordam que esta é a medida

antropométrica mais acurada para identificar riscos à saúde, principalmente risco

cardiovascular (DALTON et al., 2003; KAMADJEU et al., 2006; KLEIN et al., 2007). Porém

no estudo brasileiro realizado em Cuiabá-MT por Ferreira e colaboradores (2006), os autores

verificaram que a RCQ (Relação cintura quadril) mostrou-se um melhor marcador de

localização de gordura em comparação à circunferência da cintura na predição da relação

colesterol/HDL elevada, considerada uma medida mais eficiente do que a hipertrigliceridemia

na avaliação do risco cardiovascular. Para alguns autores, a circunferência da cintura está

mais associada à adiposidade abdominal visceral do que a RCQ. Por outro lado, alguns

estudos brasileiros mostram que a RCQ é melhor preditor de alguns desfechos como

hipertensão arterial, dislipidemias e risco coronariano aumentado (PEREIRA et al., 1999;

LEMOS-SANTOS et al., 2004; PITANGA e LESSA, 2005).

A RCQ é um parâmetro antropométrico simples, obtido pela razão da circunferência

da cintura pela do quadril. Esta medida está muito associada à gordura visceral e a distúrbios

metabólicos (SAKURAI, et al., 2006, KAC, 2001). É considerado um índice aceitável de

gordura intra-abdominal, sendo o mais utilizado para diferenciar a obesidade ginecóide da

andróide (ÃCUNA e CRUZ, 2004). Esse marcador antropométrico é mais utilizado em

adultos e tem boa sensibilidade para detectar a distribuição da gordura corporal, no entanto,

pode apresentar problemas na variação conjunta das circunferências de quadril e cintura,

durante o processo de redução do peso corporal (SOAR et al., 2004; PITANGA e LESSA,

2007).

Circunferência da cintura maior que 102 centímetros (cm) para homens e 88 cm para

mulheres e RCQ maior que 1,0 para homens e 0,85 para mulheres, são indicadores de risco

elevado para o surgimento de doenças cardiovasculares, tais valores são estabelecidos pela

OMS (WHO, 1998).

A circunferência da cintura e RCQ elevadas estão associadas ao desenvolvimento de

doenças cardiovasculares, morte precoce, Diabetes Mellitus tipo 2, alguns cânceres e

hipertensão arterial (NEWBY et al., 2003; SAKURAI et al., 2006).

Em Porto Alegre, Picon et al. (2007) observaram que a circunferência da cintura

elevada está mais associada à algumas situações clínicas de risco cardiovascular em pacientes

com Diabetes Mellitus tipo 2 do que a RCQ. Os autores verificaram ainda que a

Page 40: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

38

circunferência da cintura é uma medida antropométrica eficaz para identificação de

hipertensão arterial, dislipidemias e obesidade em homens e mulheres.

No estudo de base populacional realizado por Barbosa et al. (2009) em Cuiabá-MT,

com indivíduos adultos de 20 a 59 anos nos anos de 2003 e 2004, foi observado que homens e

mulheres com circunferência da cintura elevada apresentaram uma prevalência de hipertensão

arterial (HA) maior do que quando comparado com valores de circunferência da cintura

normal, entretanto após ajuste pelo IMC e pelos potenciais fatores de confusão (sexo, idade,

escolaridade, tabagismo, consumo de bebida alcoólica e atividade física no lazer), a

circunferência da cintura perdeu sua associação com HA.

Chen e colaboradores (2009) compararam IMC, circunferência da cintura e RCQ

como preditores de distúrbios metabólicos em 3404 indivíduos com idade entre 35 e 64 anos

que participaram em 2001 do )ational Health Interview Survey e 2002 do Taiwan Three High

Prevalence Survey. Os autores verificaram que a circunferência da cintura era um preditor

para hipertrigliceridemia e hiperuricemia para homens e hipertensão arterial para as mulheres.

A RCQ tende a ser um melhor preditor para distúrbios metabólicos para as mulheres, exceto

para hiperuricemia, porém nos homens a RCQ e IMC apresentam aproximadamente a mesma

predição.

1.5 ASSOCIAÇÃO E�TRE CO�SUMO ALIME�TAR E DOE�ÇAS

A Epidemiologia Nutricional surgiu há mais de dois séculos e foi caracterizada pela

associação da deficiência de nutrientes na dieta e o surgimento de doenças carenciais. A partir

dos anos 50, a Epidemiologia Nutricional passou a investigar o efeito da dieta sobre a

ocorrência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (KAC et al., 2007).

Os hábitos alimentares estão associados à saúde dos seres humanos. Em longo prazo, o

consumo inadequado de nutrientes pode resultar em desnutrição, e o excesso de consumo

energético, em obesidade (MONTEIRO et al., 2000; ROSSI et al., 2008).

Alterações na alimentação podem ser decorrentes dos efeitos da globalização,

principalmente das mudanças sociais e econômicas, gerando assim, alterações nos padrões de

morbi-mortalidade, nutrição e alimentação em diversos grupos populacionais em todo o

mundo (BERMUDEZ e TUCKER, 2003; YOKOO et al., 2008).

Page 41: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

39

Segundo Batista Filho et al., (2008) as deficiências nutricionais poderiam resultar em

desnutrição energético-proteíca, carências de sais minerais e hipovitaminoses, atingindo

principalmente as crianças. O consumo excessivo de nutrientes e o estilo de vida marcado

pelo sedentarismo crescente, tabagismo, uso excessivo de bebidas alcoólicas e outras práticas

de vida não saudáveis implicariam na ocorrência de doenças crônico-degenerativas, tais como

doenças cardiovasculares, diabetes mellitus não-insulino dependente, câncer e obesidade.

Estas patologias são mais comuns em adultos e idosos e constituem um problema de saúde

pública e de segurança alimentar (MONTEIRO et al., 2000; BONOMO et al., 2003;

BATISTA FILHO et al., 2008).

A Transição Nutricional resultou em mudanças significativas nos padrões alimentares,

isto é, houve um aumento da densidade energética, com o consumo elevado de gorduras e

produtos industrializados e redução da ingestão de frutas, cereais, verduras, legumes e da

prática de atividade física, resultando assim, no crescente número de indivíduos obesos

(ALBALA et al., 2002; MARIATH et al., 2007).

As doenças crônicas não transmissíveis estão positivamente associadas ao consumo

alimentar e à prática de atividade física. Uma dieta rica em colesterol, ácidos graxos

saturados, ácidos graxos trans e sódio, aumenta o risco de desenvolver as doenças

cardiovasculares. No entanto, há elementos dietéticos essenciais ao organismo que estão

associados à redução do risco das DCNT, estes são os ácidos graxos poliinsaturados e os

monoinsaturados, os cereais, as leguminosas, as frutas em geral, as verduras e os legumes,

pois estes são compostos de ômega-3, ômega-6, fibras alimentares, potássio e componentes

antioxidantes e fotoquímicos (NEUMANN et al., 2007).

Estudos demonstram que hábitos alimentares errôneos estão associados ao tempo

gasto assistindo televisão, uma vez que há programas que influenciam o consumo de

alimentos industrializados, que geralmente são mais calóricos. Consequentemente, esses

estudos verificaram que o ganho de massa gorda é maior do que o de massa magra nos

indivíduos que passam mais tempo em frente à televisão (ALBALA et al., 2002; ROSSI et

al., 2008).

O acúmulo de gordura abdominal pode estar associado ao consumo de determinados

alimentos. O elevado consumo de carnes vermelhas e processadas, cereais refinados, doces,

sobremesas e tubérculos pode contribuir em longo prazo para o ganho de peso e aumento da

circunferência da cintura (NEWBY et al., 2003; SICHIERI et al., 2003; SCHULZE et al.,

2006).

Page 42: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

40

Estudos revelam que a aderência à dieta Mediterrânea (caracterizada pelo elevado

consumo de vegetais, legumes, frutas, nozes, cereais, peixes e outros frutos do mar, azeite de

oliva, consumo moderado de vinho e baixo consumo de gordura saturada, carne, embutidos e

produtos lácteos) está associada a uma menor circunferência da cintura em indivíduos adultos

de ambos os sexos e redução da incidência de obesidade. Essa associação também pode ser

explicada pelo elevado consumo de fibras dessa dieta (MENDEZ et al., 2006; ROMAGUERA

et al., 2009, RUMAWAS et al., 2009).

Assim, há evidências científicas de que hábitos alimentares saudáveis, juntamente com

estilo de vida adequado, têm um importante papel na prevenção de doenças e promoção da

saúde.

Page 43: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

41

ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos

Page 44: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

42

2. OBJETIVOS

Objetivo Geral

� Analisar a associação entre padrões alimentares e localização

abdominal de gordura em adultos.

Objetivos Específicos

� Caracterizar a população do estudo segundo variáveis sócio-

econômicas, demográficas e de estilo de vida;

� Agrupar os alimentos de um questionário de freqüência alimentar para

posterior identificação dos padrões de consumo alimentar de adultos;

� Identificar padrões de consumo alimentar em indivíduos adultos;

� Analisar a associação dos padrões de consumo alimentar identificados

com indicadores de localização abdominal de gordura.

Page 45: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

43

ManuscritoManuscritoManuscritoManuscrito

Page 46: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

44

3. MA�USCRITO

Padrões alimentares associados a

indicadores antropométricos de localização

abdominal de gordura em adultos

Submetido à Revista de Saúde Pública em março de 2010

Page 47: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

45

RESUMO

Objetivo: Identificar padrões alimentares e analisar a associação dos padrões

identificados com a localização abdominal de gordura.

Métodos: Estudo transversal, de base populacional, realizado no município de Cuiabá-

MT, com 208 indivíduos adultos (20 a 50 anos), de ambos os sexos. Os dados de consumo

alimentar foram obtidos por Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) e a análise fatorial

foi aplicada para identificar os padrões alimentares. A circunferência da cintura e a relação

cintura quadril (RCQ) foram os indicadores antropométricos usados para avaliar a localização

abdominal de gordura. A associação dos padrões alimentares com a localização abdominal de

gordura foi analisada em modelos de regressão linear múltipla.

Resultados: Foram identificados três padrões alimentares: ‘ocidental’, caracterizado

pelo consumo de bolos e biscoitos, cereais refinados, raízes e tubérculos, laticínios,

refrigerantes, fast food e doces; ‘tradicional cuiabano’, representado pelo consumo de arroz,

feijão, carnes e ovos, café, banana da terra frita e bebidas alcoólicas; e ‘prudente’

caracterizado pelo consumo de peixe, frutas, verduras, legumes, sucos e chá e inversamente

associado a pães e açúcar. O padrão ‘ocidental’ associou-se com a circunferência da cintura

(β= 1,02, p= 0,03) e RCQ (β= 0,01, p= 0,02) entre as mulheres e o ‘tradicional cuiabano’

associou-se com a circunferência da cintura (β= 1,34, p= 0,01) e RCQ (β= 0,02, p= 0,02)

entre as mulheres e com a RCQ (β= 0,01 e p = 0,03) entre os homens. Nenhum dos padrões

identificados associou-se a adiposidade total.

Conclusão: Os padrões alimentares ‘ocidental’ e ‘tradicional cuiabano’ associaram-se

a maior localização de gordura abdominal.

Palavras chaves: Consumo de alimentos, análise fatorial, circunferência da cintura, relação

cintura-quadril, adultos

Page 48: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

46

ABSTRACT

Objective: To identify dietary patterns and to analyze the association of patterns with

abdominal fat.

Methods: Cross-sectional study of a sub-sample of population-based study, conducted

in the city of Cuiabá-MT, Brazil, with 208 adults (20 to 50 years old) of both sexes. Food

consumption data were obtained by Food Frequency Questionnaire (FFQ), and factor analysis

was applied to identify dietary patterns. Waist circumference and waist-hip ratio (WHR) were

the anthropometric indicators used to assess abdominal fat. The association of dietary patterns

and location of abdominal fat was examined in models of multiple linear regression.

Results: Three dietary patterns were identified: ‘Western’, characterized by the

consumption of cakes and biscuits, refined grains, roots and tubers, dairy products, soft

drinks, fast food and candies; ‘traditional of Cuiabá’, represented by the consumption of rice,

beans, meat and eggs, coffee, banana fried and beverages; and ‘prudent’, characterized by the

consumption of fish, fruits, vegetables, juices and tea, and inversely associated with bread and

sugar. The ‘Western’ pattern was associated with waist circumference (β = 1.02, p = 0.03)

and WHR (β = 0.01, p = 0.02) among women and the ‘traditional of Cuiabá’ was associated

with waist circumference (β = 1.34, p = 0.01) and WHR (β = 0.02, p = 0.02) among women,

and with WHR (β = 0.01, p = 0.03) among men. None of the identified patterns was

associated with total adiposity.

Conclusion: The eating patterns ‘Western’ and ‘traditional of Cuiabá’ were associated

with greater abdominal fat.

Key words: Food consumption; factor analysis; waist circumference, waist-hip ration, adults.

Page 49: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

47

I�TRODUÇÃO

A adiposidade central consiste no acúmulo de tecido adiposo no tronco, com

deposição aumentada na região intra-abdominal e tem sido considerada um fator de risco mais

importante do que a adiposidade total para doenças como diabetes tipo 2 e doenças

cardiovasculares.1-3 Os riscos metabólicos associados com a obesidade estão mais fortemente

correlacionados com a gordura central (abdominal).4 Ressalta-se portanto, que estudos que se

propõem a analisar a associação de fatores diversos com a localização de gordura devem

considerar como um passo fundamental para a análise o ajuste pela adiposidade total.5

Os métodos mais acurados para avaliação da adiposidade central são de difícil

aplicação e custo elevado.6 A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso da

antropometria como uma metodologia adequada e de boa precisão para esse fim. Assim, a

circunferência da cintura e a relação cintura quadril têm sido apontadas como bons

marcadores de localização abdominal de gordura.7

Estudos sobre fatores da dieta e sua associação com a localização de gordura têm sido

realizados, principalmente em relação aos nutrientes e energia.8 No entanto, essa abordagem é

considerada limitada para a investigação da associação entre a alimentação e desfechos tais

como a localização da gordura corporal e o aparecimento de enfermidades.9 Estudos com base

em padrões alimentares vêm sendo apontados como modelos promissores de análise,

particularmente porque estes se relacionam de forma mais direta às recomendações e guias

alimentares.10

Padrão alimentar pode ser definido como o conjunto de alimentos consumidos

usualmente por determinada população, o qual é, geralmente, identificado com a aplicação de

inquéritos alimentares ou métodos que forneçam a disponibilidade de alimentos.11 Essa

abordagem reflete de forma mais realista a prática alimentar do grupo estudado, pois revela a

configuração global da dieta total em lugar de apresentá-la de maneira fragmentada em

estimativas do consumo de energia e nutrientes ou mesmo alimentos isolados.12-13

A análise fatorial é um dos métodos estatísticos mais utilizados na identificação de

padrões alimentares e o objetivo desse método é agregar as informações originais sobre o

consumo dos diversos itens alimentares, a partir da estrutura de dependência existente nesse

conjunto (representada pelas correlações e covariações entre os alimentos), de modo a

identificar padrões de dieta (ou fatores) não observáveis diretamente.11, 14

Page 50: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

48

Poucos estudos encontraram associação entre gordura central e consumo alimentar,

com exceção para o consumo de álcool.1,15 Uma possível explicação para a ausência de

achados seria que o padrão alimentar, mais do que nutrientes específicos1,15 poderia associar-

se à localização de gordura e essa possibilidade será explorada no presente estudo, que teve

como objetivo identificar padrões de consumo alimentar na população adulta de Cuiabá/MT e

investigar sua associação com indicadores antropométricos de distribuição da gordura

corporal.

MÉTODOS

Este estudo foi desenvolvido a partir dos dados de consumo alimentar obtidos do

estudo intitulado “Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para

estudo da dieta da população urbana de Cuiabá, Mato Grosso”, realizado em 2007.a Trata-se

de estudo transversal, cuja amostra foi obtida a partir do estudo de base populacional que

levantou a prevalência de hipertensão arterial no município.b

Os domicílios foram selecionados a partir de amostragem aleatória simples, com

estratificação proporcional à densidade de cada região da cidade. O desenho do estudo

consistiu em seleção aleatória por conglomerados em três estágios. Inicialmente foram

identificados e posteriormente localizados os setores censitários da zona urbana do município

de Cuiabá. Em seguida procedeu-se ao sorteio aleatório da face da quadra, quantificando-se os

domicílios, para proceder-se ao sorteio daqueles que seriam visitados, selecionado-se apenas

um morador por domicílio.

Foram excluídos do estudo os setores ocupados por escolas, quartéis, hospitais, hotéis

e condomínios. Não participaram da pesquisa indivíduos acamados ou inválidos, empregados

domésticos, gestantes e lactantes. Exclusões adicionais foram feitas, obedecendo-se aos

critérios do estudo de validação do QFA.a Considerando-se que a amostra utilizada no estudo

de validação do QFA é suficiente para a realização da análise fatorial para identificação de

padrões alimentares,9 o presente estudo foi conduzido com 208 indivíduos com idade entre 20

e 50 anos, residentes na zona urbana de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.

aSilva NF. Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para estudo da dieta da população urbana de Cuiabá, Mato

Grosso. 2009. 169 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso,

Cuiabá.

bCassanelli T. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica e fatores associados na região urbana de Cuiabá: estudo de base populacional.

2005. 82 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá.

Page 51: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

49

A coleta de dados ocorreu de julho a setembro de 2007 e consistiu em visita

domiciliar, entrevista e avaliação antropométrica. Os dados sócio-demográficos, as

características referentes ao estilo de vida, informações sobre hábitos alimentares e sobre

saúde e alimentação foram obtidos por meio de um questionário individual e de um QFA, que

contava com 63 itens alimentares com oito opções de freqüência de consumo e três opções de

porções padronizadas para o relato das quantidades consumidas. Esse questionário foi

baseado no QFA validado por Sichieri e Everhart16 para a população adulta do Rio de Janeiro.

A análise das freqüências de consumo relatadas no QFA foi realizada pela sua transformação

em freqüência diária. Para tanto, o valor 1,0 foi atribuído ao consumo de uma vez por dia,

sendo aplicados valores proporcionais para as demais opções de freqüência. A freqüência

diária multiplicada pela porção consumida proporcionou informação sobre o consumo diário

médio de cada item alimentar.

Peso, estatura e circunferências da cintura e do quadril foram aferidos utilizando-se

métodos padronizados. A estatura foi aferida por meio de um estadiômetro portátil, da marca

Seca, com escala milimétrica de 220 cm. O entrevistado foi medido de acordo com o plano de

Frankfurt, sendo colocado em posição ortostática, descalço, pés unidos e braços esticados ao

longo do corpo, encostado no plano vertical da haste e olhando para frente. A leitura da

estatura foi realizada no centímetro mais próximo e no momento da inspiração. O peso foi

aferido em balança eletrônica da marca Tanita, modelo UM 080, com capacidade para 150 Kg

e variação de 0,1 kg. Na pesagem o indivíduo manteve-se em posição ortostática, braços

esticados ao longo do corpo, sem calçado e com roupas leves. Ambos os procedimentos foram

baseados nas técnicas de Gordon et al.17

A mensuração das circunferências da cintura e do quadril foi realizada com uma fita

antropométrica, da marca Mabbis, modelo Gulick, com escala milimétrica de 150 cm,

seguindo-se as recomendações de Callaway et al.18 Para aferir a circunferência da cintura o

entrevistado posicionava-se em pé, com os pés afastados numa distância de 25 a 30 cm, os

braços esticados e levemente afastados do corpo e o abdômen relaxado. Foi aferida a menor

curvatura abdominal e, nos casos onde havia dificuldade para localizar a menor curvatura, o

ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca foi o ponto de referência para a

medição. Obteve-se a medida da circunferência do quadril com o indivíduo em pé, os braços

levemente afastados do corpo, pés juntos e os glúteos relaxados. A aferição foi realizada ao

redor do quadril, na área de maior diâmetro.

Page 52: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

50

As medidas de estatura, circunferência da cintura e do quadril foram aferidas em

duplicata. Foi admitida uma variação máxima de 0,5 cm entre a primeira e a segunda medição

da estatura e 1,0 cm para as circunferências. Caso esses valores fossem extrapolados, as

medidas eram repetidas.18 Para a análise dos dados foi utilizada a média dos valores

encontrados.

Utilizou-se o software Statistical Package for the Social Sience (SPSS - versão 15.0)

para a análise dos dados. As tabelas de composição do NutWin, foram as principais fontes

para estimativa do consumo energético diário, de macronutrientes e micronutrientes do QFA,

realizada com base na composição centesimal desses fatores da dieta.

Para identificar os padrões alimentares utilizou-se a análise fatorial por componentes

principais, a partir dos alimentos que compunham o QFA e que apresentavam frequência e

porção. Essa técnica tem como objetivo reduzir o número de variáveis (itens alimentares),

agrupando-as em fatores, os quais são mais fortemente correlacionados entre si do que com as

variáveis pertencentes aos outros fatores.11

Inicialmente foi construída a matriz de correlação dos dados, com o propósito de

verificar a correlação entre as variáveis, sendo empregados os procedimentos estatísticos

Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e o teste de Esferecidade de Bartlett para verificar se as

premissas para utilização da análise fatorial estavam sendo atendidas. O modelo fatorial é

considerado adequado quando os valores de KMO são maiores que 0,6 e o teste de

esferecidade de Bartlett apresenta valor de p igual ou menor que 0,05.11,19

Primeiramente, procedeu-se à análise de componentes principais e em seguida

empregou-se o método de rotação ortogonal (Varimax). O número de fatores extraídos foi

definido com base no scree plot, considerando-se autovalores > 1,5,14. Os grupos de alimentos

que apresentaram cargas fatoriais acima de 0,30 foram mantidos nos fatores (ou padrões) e

foram aceitas comunalidades mínimas de 0,20.

Ao finalizar a análise foi examinada a consistência interna dos fatores extraídos,

através do Alpha de Cronbach, cujos valores podem variar de 0 a 1. A denominação dos

padrões considerou a configuração e a interpretação da sua composição.11

A associação entre os indicadores de localização abdominal de gordura e os padrões

alimentares foi estimada com a aplicação de modelos de regressão linear multivariada,

desenvolvidos separadamente para homens e mulheres: um modelo considerou como variável

dependente a circunferência da cintura e o outro a RCQ, para ambos os sexos. Os escores

Page 53: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

51

fatoriais dos padrões alimentares foram incluídos como variáveis independentes. Os modelos

foram ajustados por idade (em anos – variável contínua), tabagismo (classificado em fumante,

ex-fumante e não fumante), nível de atividade física (classificado em leve, moderado e

intenso, considerando-se as atividades domésticas, de locomoção e de lazer), nível

socioeconômico (as classes A1 e A2 foram consideradas como uma classe “A”, e as classes

B1 e B2 como classe “B”) categorizado segundo os critérios da Associação Brasileira de

Empresas de Pesquisa (ABEP).a Cada um dos modelos também foi ajustado pelo consumo

energético total e pelo Índice de Massa Corporal (IMC).

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Júlio Müller

da Universidade Federal de Mato Grosso (Processo n° 234/CEP/HUJM/05). Após

esclarecimentos sobre a pesquisa, os indivíduos que aceitaram participar do estudo assinaram

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Foram avaliados 108 mulheres e 100 homens, com idade média de 33,7 anos (desvio

padrão = 9,7 anos). Quanto ao nível sócio-econômico, 45,2% pertenciam à classe B da

classificação econômica. A maioria dos entrevistados era não fumante (71,6%), consumia

bebida alcoólica (66,8%) e tinha atividade física leve (60.6%). O sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2)

foi diagnosticado em 34,6% (n=72) e a obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2), em 19,2% (n=40) dos

indivíduos analisados, totalizando 53,8% de excesso de peso (Tabela 1).

Os 63 itens alimentares componentes do QFA foram reunidos em 18 grupos

alimentares (Tabela 2). O agrupamento dos itens foi realizado segundo a similaridade na

composição química e na frequência de consumo. Alguns alimentos ficaram isolados por

serem de consumo frequente na dieta regional, por exemplo: peixe, café e banana da terra

frita. O coeficiente KMO (0,613) e o teste de esfericidade de Bartlett (p< 0,001) indicaram

que as correlações entre os itens eram suficientes e adequadas para realizar a análise fatorial.

A tabela 3 mostra a média e desvio padrão das porções consumidas dos alimentos

agrupados do QFA, do consumo energético total e das variáveis antropométricas, segundo

sexo. Houve diferença estatisticamente significante nas comparações por sexo para as

variáveis arroz, feijão, bebidas alcoólicas, consumo energético total, circunferência da cintura

aAssociação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica Brasil. São Paulo; 2003. [acesso em 26 jul

2009]. Disponível em: http://www.anep.org.br/codigosguia/cceb.

Page 54: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

52

e RCQ, sendo as médias maiores para os homens.

Na análise fatorial, fixaram-se três fatores, os quais apresentaram autovalores maiores

que 1,5. Esses fatores retidos explicaram 34,5% da variância. O primeiro padrão explicou

16,2% da variância e foi denominado ‘ocidental’ e incluiu os grupos de bolos e biscoitos,

cereais refinados, raízes e tubérculos, laticínios, refrigerantes, fast food e doces. O segundo

padrão explicou 9,8% da variância e por apresentar consumo de alimentos como arroz, feijão,

carnes e ovos, café, banana da terra frita e bebidas alcoólicas foi denominado de ‘tradicional

cuiabano’. O terceiro padrão, denominado de ‘prudente’ explicou 8,4% da variância e foi

caracterizado pelo consumo positivo de peixe, frutas, verduras, legumes, sucos e chá e

inversamente associado ao consumo de pães e açúcar.

As comunalidades dos itens/grupos alimentares apresentaram-se acima do valor

considerado aceitável (h2=0,20), exceto para os itens café e bebidas alcoólicas. Optou-se por

manter esses itens na análise, pois o café e as bebidas alcoólicas são itens muito consumidos

localmente. Os valores do Alpha de Cronbach do padrão ‘ocidental’ foi 0,41, do padrão

‘tradicional cuiabano’ 0,44 e do padrão ‘prudente’ 0,14 (Tabela 4). Mesmo apresentando um

baixo valor do Alpha de Cronbach, o padrão ‘prudente’ foi mantido, pois era composto de

alimentos considerados saudáveis e que permitiriam comparar o efeito dessa dieta com os

outros padrões alimentares.

A associação entre os padrões identificados e os indicadores antropométricos de

adiposidade total e abdominal é apresentada na Tabela 5. O padrão ‘ocidental’ associou-se

positivamente com a circunferência da cintura (β= 1,02, p= 0,03) e RCQ (β= 0,01, p= 0,02)

entre as mulheres e o ‘tradicional cuiabano’ associou-se com a circunferência da cintura (β=

1,34, p= 0,01) e RCQ (β= 0,02, p= 0,02) entre as mulheres e RCQ (β= 0,01 e p = 0,03) entre

os homens. Não foi observada associação entre os padrões alimentares e o IMC

DISCUSSÃO

Com a aplicação de análise fatorial por componentes principais foram identificados

três padrões alimentares entre adultos de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil: ‘ocidental’,

‘tradicional cuiabano’ e ‘prudente’, cada um deles com seis componentes ou grupos

alimentares.

Page 55: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

53

Entre as mulheres, os padrões ‘ocidental’ e ‘tradicional cuiabano’ se mostraram

associados à circunferência da cintura e à RCQ. Entre os homens, o ‘padrão tradicional

cuiabano’ associou-se somente ao aumento da RCQ. O padrão ‘prudente’ não apresentou

associação significativa com os indicadores antropométricos de adiposidade abdominal.

Alimentos típicos da alimentação cuiabana, como banana da terra frita, carnes e café,a

juntamente com arroz, feijão e bebidas alcoólicas compuseram o padrão ‘tradicional

cuiabano’. O padrão ‘ocidental’ se caracterizou pelo elevado teor de gordura e índice

glicêmico, quando comparado ao padrão “prudente”, que incluiu alimentos considerados

saudáveis como peixes, frutas e vegetais.

Outros estudos identificaram padrões de dieta similares aos observados nesta análise.

Schulze e colaboradores20 observaram dois padrões alimentares entre as enfermeiras

participantes do The )urses’s Health Study II, em investigações desenvolvidas em 1991, 1995

e 1999: ‘prudente’ (frutas, legumes, cereais integrais, peixes, aves e salada) e ‘ocidental’

(carnes vermelhas e processadas, cereais refinados, doces e sobremesas, e as batatas). Em

outro estudo conduzido por Nkondjock et al.21 no Canadá, com indivíduos portadores de

câncer, três padrões alimentares foram identificados: ‘ocidental’, com elevado consumo de

carnes processadas, doces e sobremesas, cereais refinados e batata; ‘frutas e legumes’,

caracterizado pela ingestão principalmente de frutas frescas e vegetais crus e com menor

freqüência os folhosos escuros legumes amarelos e grãos refinados e o padrão denominado

‘bebidas’, com elevada ingestão de licor, vinho e cerveja.

No Brasil, Marchioni e colaboradores9 realizaram um estudo de caso-controle em 517

indivíduos de sete hospitais do município de São Paulo, sendo 260 pacientes com câncer na

cavidade oral, considerados os casos e 257 controles. Os dados do estudo foram coletados

entre o período de novembro de 1998 e março de 2001. Os autores identificaram padrões

semelhantes aos evidenciados no presente estudo: ‘prudente’, com grande ingestão de frutas,

verduras e carnes; ‘tradicional’ com elevado consumo de cereais; e ‘petiscos’ caracterizados

pelo consumo de doces, produtos lácteos e carnes processadas.

A dieta parece influenciar o acúmulo de adiposidade na região do abdômen22. Além

disso, dietas ricas em gordura saturada e monoinsaturada estão associadas ao percentual

elevado de gordura corporal.23 Estudos sugerem que o padrão “prudente”, caracterizado pelo

consumo de alimentos considerados “saudáveis”, ricos em fibras, com baixo índice glicêmico

aCuiabá. Prefeitura de Cuiabá – MT. Culinária Cuiabana. [acesso em 17 nov 2009]. Disponível em:

http://www.cuiaba.mt.gov.br/cuiaba/culinaria.jsp.

Page 56: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

54

e baixo teor de gordura é inversamente associado à adiposidade central e às doenças crônicas

não transmissíveis.19,24

Dietas hiperlipídicas e hiperglicídicas são frequentemente associadas com o aumento

da prevalência da obesidade e de circunferência da cintura elevada.22,25 Roberts e

colaboradores8 em seu estudo de revisão demonstraram que, o padrão ‘ocidental’,

caracterizado pelo elevado consumo de gordura, difere do padrão ‘tradicional’ pelo teor de

fibra alimentar, teor de açúcar e índice glicêmico, contribuindo assim para o aumento do peso

corporal. Mendez e colaboradores26 e Romaguera e colaboradores27 verificaram em seus

estudos que a inclusão de frutas, vegetais, legumes, produtos lácteos com baixo teor de

gordura, cereais integrais e peixes na dieta, juntamente com o baixo consumo de carnes

vermelhas e processadas, associam-se a menores valores de IMC, circunferência da cintura e à

redução da incidência de obesidade.

Neumann et al.,28 identificam os padrões alimentares, através de a análise fatorial por

componentes principais, de uma amostra probabilística de base populacional da área urbana

do município de São Paulo/Brasil. A amostra foi constituída de 700 indivíduos de ambos os

sexos com faixa etária entre 15 e 59 anos, nos quais foi aplicado um inquérito socio-

demográfico, comportamental, clínico e alimentar. Um dos padrões dietéticos identificados

foi denominado ‘cafeteria’, e caracterizava-se pelo consumo de leite integral, pães, massas,

salgados, doces, gorduras, presunto, sucos artificiais, refrigerante comum e, em menor

proporção, feijoada, sucos naturais e frango. Esse padrão mostrou-se associado com o

aumento da RCQ após ajuste pelas possíveis variáveis de confusão.

No estudo de Panagiotakos e colaboradores,29 os autores identificaram padrões

alimentares de indivíduos de ambos os sexos com faixa etária entre 18 e 89 anos de

Attica/Grécia. Os autores verificaram que o aumento da circunferência da cintura foi

inversamente associado ao ‘componente 1’, caracterizado pelo consumo de peixes, frutas,

vegetais, legumes e cereais. De acordo com Lindström et al.30 o aumento do consumo de

fibras está inversamente associado com mudanças na circunferência da cintura.

O padrão tradicional identificado no presente estudo, denominado ‘tradicional

cuiabano’, associou-se positivamente aos dois indicadores de localização abdominal de

gordura: circunferência da cintura e RCQ. Esse achado pode ser explicado, pelo menos em

parte, pelo fato das bebidas alcoólicas fazerem parte desse fator. Estudos bem controlados têm

mostrado associação positiva entre o consumo de bebidas alcoólicas e aumento da

circunferência da cintura ou da RCQ, em ambos os sexos.1,31 Embora alimentos saudáveis

Page 57: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

55

como o arroz e feijão tenham feito parte do padrão ‘tradicional cuiabano’, a presença do

álcool, de certa forma, pode ter anulado o efeito protetor desses alimentos.

Sichieri32 e Cunha33 identificaram padrões alimentares da população adulta do

município do Rio de Janeiro e Duque de Caxias, respectivamente. O padrão ‘tradicional’ foi

um dos fatores identificados nos dois estudos, caracterizado pelo consumo de arroz e feijão.

Em ambos os estudos, este padrão associou-se com redução do IMC. Cunha33 constatou

também associação inversa entre o padrão ‘tradicional’ e a circunferência da cintura.

Cabe ressaltar as limitações do presente estudo, como seu delineamento transversal,

que pode resultar em interpretações equivocadas, pela possível presença de causalidade

reversa. O efeito protetor do padrão prudente sobre a adiposidade pode não ter sido

evidenciado, uma vez que indivíduos com excesso de peso e/ou com depósito aumentado de

gordura abdominal podem ter optado por uma dieta mais saudável caracterizada pelo padrão

prudente. Outro fator é a possível presença de viés de memória, uma vez que o QFA aplicado

aos participantes era referente ao consumo alimentar nos últimos seis meses. Contudo, apesar

dos problemas comuns a esse tipo de estudo, foi possível detectar associação direta

estatisticamente significante entre os padrões de consumo alimentar ‘ocidental’ e ‘tradicional’

e os indicadores antropométricos de distribuição da gordura corporal.

A análise fatorial também apresenta limitações que devem ser consideradas, isso

porque nesse tipo de análise o pesquisador deve tomar várias decisões arbitrárias sobre a

seleção de variáveis a serem incluídas, sobre o número de fatores a serem retidos e sobre o

nome atribuído a cada fator retido. Porém, esse procedimento tem sido amplamente utilizado

em estudos nacionais e internacionais para identificar padrões alimentares.15,20,22,24,34

Os resultados analisados sugerem que os padrões alimentares ‘ocidental’ e ‘tradicional

cuiabano’ associam-se ao incremento da gordura abdominal. Embora não tenha confirmado o

papel protetor dos alimentos saudáveis, que caracterizaram o padrão ‘prudente’ identificado

neste estudo, o consumo desses alimentos deve ser encorajado tendo em vista a redução dos

efeitos deletérios do consumo excessivo de energia, gorduras e alimentos com elevado índice

glicêmico.

Page 58: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

56

AGRADECIME�TOS

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (processo no

473390/2008-6).

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES – bolsa de

mestrado da CAPES

COLABORADORES

AAF Vilela: Contribuição substancialmente para a concepção e planejamento, ou

análise e interpretação dos dados.

R Sichieri: Contribuição substancialmente para a concepção e planejamento, ou

análise e interpretação dos dados.

DB Cunha: Contribuição substancialmente para a concepção e planejamento, ou

análise e interpretação dos dados.

RA Pereira: Contribuição significativamente na elaboração do rascunho ou na revisão

crítica do conteúdo.

PRM Rodrigues: Contribuição significativamente na elaboração do rascunho ou na

revisão crítica do conteúdo.

RMV Gonçalves-Silva: análise estatística e interpretação dos dados.

MG Ferreira: Contribuição substancialmente para a concepção e planejamento, ou

análise e interpretação dos dados.

Page 59: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

57

REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Ferreira MG, Valente JG, Gonçalves-Silva RMV, Sichieri R. Consumo de bebida alcoólica e adiposidade abdominal em doadores de sangue. Rev Saúde Pública 2008; 42(6):1067-1073.

2. Chen CC, Wang WS, Chang HY, Liu JS, Chen YJ. Heterogeneity of body mass index, waist circumference, and waist-to-hip ratio in predicting obesity-related metabolic disorders for Taiwanese aged 35–64 y. Clin Nutr 2009 [on-line] doi:10.1016/j.clnu.2009.04.017.

3. Oliveira LPM, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML, Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saúde Pública 2009; 25(3):570-582.

4. Pasarica M, Zachwieja JJ, DeJonge L, Redman S, Smith SR. Effect of Growth Hormone on Body Composition and Visceral Adiposity in Middle-Aged Men with Visceral Obesity. J Clin Endocrinol Metab 2007; 92(11):4265–4270

5. Lemos-Santos MGF, Valente JG, Gonçalves-Silva RMV, Sichieri R. Waist Circumference and Waist-to-Hip Ratio as Predictors of Serum Concentration of Lipids in Brazilian Men. Nutrition 2004; 20 (10): 857– 62.

6. Dalton M, Cameron AJ, Zimmet PZ, Shaw JE, Jolley D, Dunstan DW, Welborn TA. Waist circumference, waist–hip ratio and body mass index and their correlation with cardiovascular disease risk factors in Australian adults. J Inter Med 2003; 254: 555–563.

7. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva; 1998. (WHO Technical Report Series, 894).

8. Roberts SB, McCrory MA, Saltzman E. The Influence of Dietary Composition on Energy Intake and Body Weight. J Amer Coll Nutr 2002; 21(2):140S–145S

9. Marchioni DML, Latorre MRDO, Eluf-Neto J, Wünsch-Filho V, Fisberg RM. Identification of dietary pattern using factor analysis in an epidemiological study in São Paulo. Med J 2005; 123(3):124-127.

10. World Health Organization. Diet, nutrition and prevention of chronic diseases. Geneva: WHO; 2003. (Technical Report Series, 916).

11. Olinto MTA. Padrões Alimentares: analise de componentes principais. In: Kac G, Sichieri R, Gigante DP Epidemiologia Nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz e Atheneu; 2007, p.213-225.

12. Sieri S, Krogh V, Pala V, Muti P, Micheli A, Evangelista A, et al. Dietary Patterns and Risk of Breast Cancer in the ORDET Cohort. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 2004;13(4): 567-72.

Page 60: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

58

13. Hu FB. Dietary pattern analysis: a new direction in nutritional epidemiology. Curr Opin Lipidol 2002, 13:3-9.

14. Artes R. Aspectos estatísticos de análise fatorial de escalas de avaliação. Rev Psiquiatr Clín 1998; 25(5) edição especial:223-8.

15. Alves ALS, Olinto MTA, Costa JSD, Bairros FS, Balbinotti MAA. Padrões alimentares de mulheres adultas residentes em área urbana no Sul do Brasil. Rev Saúde Pública 2006; 40(5):865-873.

16. Sichieri, R. & Everhart, J. E., 1998. Validity of a Brazilian food frequency questionnaire against dietary recalls and estimated energy intake. Nutrition Research, 18:1649-1659.

17. Gordon CC, Chumlea WC, Roche AF. Stature, recumbent length, and weight. In: Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric Standardization Reference Manual. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books; 1988, 3-8 p.

18. Callaway CW, Chumlea WC, Bouchard C, Himes JH, Lohman TG, Martin AD, et al. Circumferences. In: Lohman, TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric Standardization Reference Manual. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books; 1988, 39-54 p.

19. Pereira JCR. Análise de dados qualitativos – Estratégias Metodológicas para as Ciências da Saúde, Humanas e Sociais. EdUSP, 156 p., 1999.

20. Schulze MB, Fung TT, Manson JE, Willett WC, Hu FB. Dietary Patterns and Changes in Body Weightin Women. Obesity 2006; 14(8):1444-1453

21. Nkondjock A, Krewsk D, Johnson KC, Ghadirian P. Dietary patterns and risk of pancreatic cancer. Int J Cancer 2005; 114:817-823.

22. Newby PK, Muller D, Hallfrisch J, Qiao N, Andres R, Tucker KL. Dietary patterns and changes in body mass index and waist circumference in adults. Am J Clin Nutr 2003; 77:1417–1425.

23. Pereira LO, Francischi RP, Lancha AH. Jr. Obesidade: Hábitos Nutricionais, Sedentarismo e Resistência à Insulina. Arq Bras Endocrinol Metab 2003; 47(2):111-27.

24. Nettleton JA, Diez-Roux A, Jenny NS, Fitzpatrick AL, Jacobs Jr DR. Dietary patterns, food groups, and telomere length in the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Am J Clin Nutr 2008; 88:1405-1412.

25. Lima LP, Sampaio HAC. Caracterização socioeconômica, antropométrica e alimentar de obesos graves. Ciênc Saúde Coletiva 2007; 12(4):1011-1020.

Page 61: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

59

26. Mendez MA, Popkin BM, Jakszyn P, Berenguer A, Tormo MA, Sanchéz MA, et al. Adherence to a Mediterranean Diet Is Associated with Reduced 3-Year Incidence of Obesity. J Nutr 2006; 136:2934-2938

27. Romaguera D, Norat T, Mouw T, May AM, Bamia C, Slimani N, et al. Adherence to the Mediterranean Diet Is Associated with Lower Abdominal Adiposity in European Men and Women. J Nutr 2009; 139:1728-1737.

28. Neumann AIP, Martins IS, Marcopito LF, Araujo EAC. Padrões alimentares associados a fatores de risco para doenças cardiovasculares entre residentes de um município brasileiro. Rev Panam Salud Publica 2007; 22(5):329-339.

29. Panagiotakos DB, Pitsavos C, Skoumas Y, Stefanadis C. The Association between Food Patterns and the Metabolic Syndrome Using Principal Components Analysis: The ATTICA Study. J Am Diet Assoc 2007, 107(6):979-87

30. Lindström J, Peltonen M, Eriksson JG, Louheranta A, Fogelholm M, Uusitupa M, Tuomilehto J. High-fibre, low-fat diet predicts long-term weight loss and decreased type 2 diabetes risk: the Finnish Diabetes Prevention Study. Diabetol J 2006; 49:912–920.

31. Lukasiewicz E, Mennen LI, Bertrais S, Arnault N, Preziosi P, Galan P, et al. Alcohol intake in relation to body mass index and waist-to-hip ratio: the importance of type of alcoholic beverage. Public Health Nutr 2004; 8(3):315-320.

32. Sichieri R. Dietary patterns and their associations with obesity in the brazilian city of Rio de Janeiro. Obes Res 2002; 10(1):42-48.

33. Cunha DB, Almeida RMVR, Sichieri R, Pereira RA. Association of dietary patterns with BMI and waist circumference in a low-income neighbourhood in Brazil. Br J Nutr 2010; doi:10.1017/S0007114510001479.

34. Hearty A, Gibney MJ. Comparison of cluster and principal component analysis techniques to derive dietary patterns in Irish adults. Br J Nutr 2009; 101, 598–608.

Page 62: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

60

TABELA 1: Distribuição dos indivíduos segundo as variáveis sócio-econômicas e demográficas, estilo de vida e estado nutricional, Cuiabá-MT, 2009

Variáveis n % Sexo Masculino 100 48,1 Feminino 108 51,9

Idade 20-29 anos 87 41,8 30-39 anos 56 26,9 40-50 anos 65 31,3

Nível Sócio-econômico Classe A 22 10,6 Classe B 94 45,2 Classe C 78 37,5 Classe D 14 6,7

Tabagismo Fumante 30 14,4 Ex-fumante 29 13,9 Não fumante 149 71,6

Etilismo (último ano) Sim 139 66,8 Não 69 33,2

Atividade Física Leve 126 60,6 Moderado 2 1,0 Intenso 80 38,5

Estado Nutricional Baixo peso 6 2,9 Eutrofia 90 43,3 Sobrepeso 72 34,6 Obesidade 40 19,2

Page 63: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

61

TABELA 2 – Agrupamentos dos alimentos derivados do Questionário de Frequência Alimentar (QFA) utilizados em análise fatorial em indivíduos adultos, Cuiabá, MT, 2009 (n=208).

Grupo de alimentos Alimentos do questionário de freqüência alimentar Arroz Arroz

Feijão Feijão

Bolo e biscoito Bolo recheado, com cobertura ou com fruta em calda; biscoito ou

bolacha doce, recheado e salgado

Pães Pão francês ou pão de forma

Cereais refinados, raízes e tubérculos

Macarrão; batata cozida ou purê; mandioca; farinha de mandioca e batata doce ou inhame ou cará

Laticínios Queijo; leite; iogurte ou coalhada

Carnes e ovos Carne de porco; frango; carne bovina; linguiça e ovos

Peixe Peixe

Frutas Laranja ou tangerina; banana; mamão; maçã; melancia; abacaxi e manga

Verduras e legumes Alface; repolho ou couve ou acelga; rúcula ou almeirão ou agrião; couve-flor ou brócolis; tomate; pepino; chuchu; maxixe ou jiló; abóbora ou abobrinha; cenoura; beterraba e quiabo ou vagem

Refrigerantes Refrigerantes à base de cola e outros refrigerantes ou guaraná

Sucos e chá Suco da fruta ou polpa e chá ou mate

Café Café

Fast food Pizza; cachorro quente; hambúrguer (sanduíche); batata frita ou chips ou palha; maionese; salgados tipo Cheetos® ou Fofura® ou Torcida®; salgados tipo risoli ou coxinha ou empada e pão de queijo

Banana da terra frita Banana da terra frita

Doces Sorvete ou picolé; chocolate em pó; chocolate em barra ou bombom; doce ou geléia ou rapadura à base de fruta; doce ou rapadura à base de leite

Açúcar Açúcar

Bebidas alcoólicas Cerveja ou chopp e pinga ou caipirinha ou vodka ou whisky ou conhaque

Page 64: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

62

TABELA 3. Média e desvio-padrão (DP) e respectivo p-valor (p) das porções consumidas dos alimentos agrupados do Questionário de Frequência Alimentar (QFA), do consumo energético total e das variáveis antropométricas, segundo sexo em indivíduos adultos, Cuiabá, MT, 2009 (n=208).

*Associado ao teste t de Student

Masculino Feminino Média ± DP Média ± DP p-valor

Grupos de alimentos (g ou ml)

Arroz 216,11 ± 93,28 174,88 ± 99,31 0,002*

Feijão 212,38 ± 182,70 106,11 ± 125,90 <0,001*

Bolo e biscoito 44,48 ± 45,93 51,33 ± 47,39 0,292

Pães 61,31 ± 83,60 48,30 ± 48,68 0,168

Cereais refinados, raízes e tubérculos 106,58 ± 79,25 94,44 ± 77,40 0,265

Laticínios 281,44 ± 358,00 253,79 ± 244,58 0,513

Carnes e ovos 187,24 ± 109,87 160,99 ± 84,74 0,540

Peixe 52,70 ± 68,52 38,99 ± 49,29 0,097

Frutas 308,66 ± 259,73 397,36 ± 423,73 0,073

Verduras e legumes 123,25 ± 87,16 146,94 ± 112,71 0,093

Refrigerantes 326,32 ± 305,67 253,62 ± 317,64 0,095

Sucos e chá 248,08 ± 234,18 296,34 ± 420,74 0,313

Café 108,54 ± 124,50 108,78 ± 137,86 0,989

Fast food 78,36 ± 78,36 70,76 ± 65,02 0,449

Banana da terra frita 13,51 ± 18,28 14,46 ± 17,32 0,701

Doces 43,24 ± 49,87 42,07 ± 48,12 0,863

Açúcar 35,63 ± 32,78 39,82 ± 32,65 0,357

Bebidas alcoólicas 165,90 ± 241,92 50,73 ± 124,15 <0,001*

Consumo Energético Total (Kcal/dia) 2179,77 ± 1473,62 1714,26 ± 1318,43 <0,001*

Circunferência da Cintura (cm) 90,57 ± 12,49 80,12 ± 10,71 <0,001*

RCQ 0,88 ± 0,07 0,79 ± 0,06 0,017*

Page 65: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

63

TABELA 4. Distribuição das cargas fatoriais e comunalidades (h2) dos três padrões de

consumo alimentar identificados em indivíduos adultos, Cuiabá (MT), 2009 (n=208).

Grupo Alimentares

Cargas fatoriais Solução a 3 padrões

“ocidental” “tradicional cuiabano”

“prudente” h2*

Arroz 0,59 0,37 Feijão 0,74 0,56 Bolo e biscoito 0,53 0,27 0,35 Pães 0,39 -0,41 0,32 Cereais refinados, raízes e tubérculos

0,46 0,24 0,28

Laticínios 0,45 -0,26 0,27 Carnes e ovos 0,34 0,56 0,14 0,45 Peixe 0,45 0,21 Frutas 0,31 0,34 0,22 Verduras e legumes 0,12 0,65 0,44 Refrigerantes 0,66 0,18 -0,18 0,49 Sucos e chá 0,53 0,29 Café 0,30 -0,17 0,12 Fast food 0,64 0,20 -0,19 0,49 Banana da terra frita 0,22 0,40 0,38 0,36 Doces 0,69 0,49 Açúcar 0,14 0,33 -0,42 0,31 Bebidas alcoólicas -0,12 0,41 0,19 �úmero de itens 6 6 6

Autovalores 2,91 1.78 1,52

% da variância explicada 16,19 9,85 8,43

% da variância

acumulada explicada

16,19

26,04

34,47

Alpha de Chonbach 0,41 0,44 0,14

Page 66: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

64

TABELA 5. Regressão linear múltipla da associação entre os padrões alimentares e Circunferência da Cintura, Relação cintura/quadril (RCQ) e Índice de Massa Corporal (IMC) em adultos de Cuiabá (MT), 2009 (n=208). Homens Mulheres β p-valor R2 β p-valor R2 Padrão “ocidental” Circunferência da cintura (cm)1 -0,02 0,96 0,86 1,02 0,03 0,85 RCQ1 0,01 0,47 0,57 0,01 0,02 0,36 IMC (kg/m2)2 0,29 0,57 0,16 0,68 0,19 0,17 Padrão “tradicional cuiabano” Circunferência da cintura (cm)1 0,67 0,18 0,86 1,34 0,01 0,85 RCQ1 0,01 0,03 0,60 0,02 0,02 0,36 IMC (kg/m2)2 -0,59 0,21 0,17 0,17 0,77 0,15 Padrão “prudente” Circunferência da cintura (cm)1 0,27 0,62 0,86 0,13 0,77 0,84 RCQ1 0,01 0,24 0,57 0,00 0,93 0,33 IMC (kg/m2)2 -0,35 0,54 0,16 0,59 0,22 0,16 1 Modelo ajustado por idade, tabagismo, nível de atividade física, nível socioeconômico, IMC e consumo energético total. 2 Modelo ajustado por idade, tabagismo, nível de atividade física, nível socioeconômico.

Page 67: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

65

ConclusõesConclusõesConclusõesConclusões

Page 68: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

66

4. CO�CLUSÕES

� Os 63 itens alimentares do QFA foram agrupados em 18 grupos de alimentos;

� A análise fatorial possibilitou a identificação de três padrões de consumo alimentar,

que explicaram 34,5% da variação total do consumo alimentar;

� Os padrões alimentares identificados foram denominados ‘ocidental’, ‘tradicional

cuiabano’ e ‘prudente’;

� O padrão ‘ocidental’ associou-se positivamente à circunferência da cintura e à RCQ

entre as mulheres;

� O padrão ‘tradicional cuiabano’ associou-se com a circunferência da cintura e RCQ

entre as mulheres e com a RCQ entre os homens.

Page 69: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

67

Referências BibliográficasReferências BibliográficasReferências BibliográficasReferências Bibliográficas

Page 70: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

68

5. REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS

Acuña K, Cruz T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação Nutricional da

População Brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia 2004; 48 (3): 345-61

Albala C, Vio F, Kain J, Uauy R. Nutrition transition in Chile: determinants and consequences.

Public Health Nutrition 2002; 5 (1A): 123–128.

Alves ALS, Olinto MTA, Costa JSD, Bairros FS, Balbinotti MAA. Padrões alimentares de

mulheres adultas residentes em área urbana no Sul do Brasil. Revista de Saúde Pública 2006; 40

(5): 865-73.

Anjos LA, Wahrlich V. Composição Corporal na Avaliação do Estado Nutricional. In: Kac G,

Sichieri R, Gigante DP. Epidemiologia Nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz e Atheneu; 2007. p.

149-164.

Anjos LA. Obesidade e Saúde Pública. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2006.

Artes R. Aspectos estatísticos de análise fatorial de escalas de avaliação. Revista de Psiquiatria

Clínica 1998; 25(5) edição especial:223-8.

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica

Brasil. São Paulo; 2003. [acesso em 26 jul 2009]. Disponível em:

http://www.anep.org.br/codigosguia/cceb.

Bamial C, Orfanos P, Ferrari P , Overvad K, Hundborg HH, Tjonneland A, Olsen A, et al.

Dietary patterns among older Europeans: the EPIC-Elderly study. British Journal of Nutrition

2005; 94:100-13

Batista Filho M, Souza AI, Miglioli TC, Santos MC. Anemia e obesidade: um paradoxo da

transição nutricional brasileira. Caderno de Saúde Pública 2008; 24: (sup. 2) S247-S257.

Page 71: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

69

Barbosa LS, Scala LCN, Ferreira MG. Associação entre marcadores antropométricos de

adiposidade corporal e hipertensão arterial na população adulta de Cuiabá, Mato Grosso. Revista

Brasileira de Epidemiologia 2009; 12(2): 237-47.

Bermudez OI, Tucker KL. Trends in dietary patterns of Latin American populations Caderno de

Saúde Pública 2003; 19 (sup. 1): S87-S99.

Biaggi RR, Vollman MW, Nies MA, Brener CE, Flakoll PJ, Levenhagen DK, Sun M, Karabulut

Z, Chen KY. Comparison of air-displacement plethysmography with hydrostatic weighing and

bioelectrical impedance analysis for the assessment of body composition in healthy adults.

American Journal of Clinical Nutrition 1999; 69:898–903.

Bigaard J, Frederiksen K, Tjønneland A, Thomsen BL, Overvad K, Heitmann BL, Sørensen TIA.

Body Fat and Fat-Free Mass and All-Cause Mortality. Obesity Research 2004; 12(7): 1042-1049.

Bonomo E, Caiaffa WT, César CC, Lopes ACS, Lima-Costa MF. Consumo alimentar da

população adulta segundo perfil sócio-econômico e demográfico: Projeto Bambuí. Caderno de

Saúde Pública 2003; 19 (5): 1461-71.

Bray GA, Popkin BM. Dietary fat intake does affect obesity. The American Journal of Clinical

Nutrition 1998; 68: 1157–73.

Buzzard M. 24-hour dietary recall and food record methods. In: Willett W. Nutritional

Epidemiology. New York: Oxford University Press; 1998. p. 50-73.

Cade J, Thompson R, Burley V, Warm D. Development, validation and utilisation of food-

frequency questionnaires – a review. Public Health Nutrition 2002; 5 (4): 567–587.

Callaway CW, Chumlea WC, Bouchard C, Himes JH, Lohman TG, Martin AD, et al.

Circumferences. In: Lohman, TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric Standardization

Reference Manual. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books; 1988, 39-54 p.

Page 72: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

70

Castanheira M, Olinto MTA, Gigante DP. Associação de variáveis sócio-demográficas e

comportamentais com a gordura abdominal em adultos: estudo de base populacional no Sul do

Brasil. Caderno de Saúde Pública 2003; 19 (sup. 1): S55-S65.

Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos

metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Revista Brasileira

de Saúde Materno Infantil 2004; 4 (3): 229-40.

Cervato AM, Derntl AM, Latorre MRDO, Marucci MFN. Educação nutricional para adultos e

idosos: uma experiência positiva em Universidade Aberta para a Terceira Idade. Revista de

Nutrição 2005; 18 (1):41-52.

Chen CC, Wang WS, Chang HY, Liu JS, Chen YJ. Heterogeneity of body mass index, waist

circumference, and waist-to-hip ratio in predicting obesity-related metabolic disorders for

Taiwanese aged 35–64 y. Journal of Clinical Nutrition 2009; 4(17):1-6.

Costa PRF, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Dias JC, Pinheiro SMC, Santos NS.

Mudança nos parâmetros antropométricos: a influência de um programa de intervenção

nutricional e exercício físico em mulheres adultas. Caderno de Saúde Pública 2009; 25(8):1763-

1773.

Cuiabá. Prefeitura de Cuiabá – MT. Culinária Cuiabana. [acesso em 17 nov 2009]. Disponível

em: http://www.cuiaba.mt.gov.br/cuiaba/culinaria.jsp.

Cunha DB, Almeida RMVR, Sichieri R, Pereira RA. Association of dietary patterns with BMI

and waist circumference in a low-income neighbourhood in Brazil. Br J Nutr 2010;

doi:10.1017/S0007114510001479.

Dalton M, Cameron AJ, Zimmet PZ, Shaw JE, Jolley D, Dunstan DW, Welborn TA. Waist

circumference, waist–hip ratio and body mass index and their correlation with cardiovascular

disease risk factors in Australian adults. Journal of Internal Medicine 2003; 254: 555–563.

Page 73: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

71

Fermino RC, Garganta R, Seabra A, Maia JAR. Efeitos genéticos e ambientais nos indicadores da

composição corporal. Uma revisão centrada em estudos de agregação familiar. Revista Brasileira

de Cineantropometria e Desempenho Humano 2007; 9(4):414-423.

Ferreira MG, Valente JG, Gonçalves-Silva RMV, Sichieri R. Acurácia da circunferência da

cintura e da relação cintura/quadril como preditores de dislipidemias em estudo transversal de

doadores de sangue de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Caderno de Saúde Pública 2006; 22 (2): 307-

14.

Ferreira MG, Sichieri R. Antropometria como método de avaliação do estado nutricional e saúde

do adulto. In: Kac G, Sichieri R, Gigante DP. Epidemiologia Nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz

e Atheneu; 2007. p. 93-104.

Ferreira MG, Valente JG, Gonçalves-Silva RMV, Sichieri R. Waist Circumference and waist-to-

hip ratio as indicators of fat location in black, white, and mulatto Brazilian men. Ethnicity e

Disease 2007; 17:256–61.

Ferreira MG, Valente JG, Gonçalves-Silva RMV, Sichieri R. Consumo de bebida alcoólica e

adiposidade abdominal em doadores de sangue. Revista de Saúde Pública 2008; 42(6):1067-73.

Francischi RPP, Pereira LO, Freitas CS, Klopfer M, Santos RC, Vieira P, Lancha Júnior AH.

Obesidade: Atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Revista de Nutrição 2000;

13 (1): 17-28.

Fleck MPA e Bourdel MC. Método de simulação e escolha de fatores na análise dos principais

componentes. Revista de Saúde Pública 1998; 32(3):267-72.

Furlan-Viebig R, Pastor-Valero M. Desenvolvimento de um questionário de freqüência alimentar

para o estudo de dieta e doenças não transmissíveis. Revista de Saúde Pública 2004; 38 (4): 581-

4.

Garcia RWD. Representações sobre consumo alimentar e suas implicações em inquéritos

alimentares: estudo qualitativo em sujeitos submetidos à prescrição dietética. Revista de Nutrição

2004; 17 (1): 15-28

Page 74: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

72

Gigante DP, Dias-da-Costa JS, Olinto MTA, Menezes AMB, Macedo S. Obesidade da população

adulta de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil e associação com nível sócio-econômico. Caderno de

Saúde Pública 2006; 22 (9): 1873-9.

Gordon CC, Chumlea WC, Roche AF. Stature, recumbent length, and weight. In: Lohman TG,

Roche AF, Martorell R. Anthropometric Standardization Reference Manual. Champaign, Illinois:

Human Kinetics Books; 1988, 3-8 p.

Hearty A, Gibney MJ. Comparison of cluster and principal component analysis techniques to

derive dietary patterns in Irish adults. British Journal of Nutrition 2009; 101, 598–608.

Hoffmann K, Schulze MB, Schienkiewitz A, Nöthlings U, Boeing H. Application of a New

Statistical Method to Derive Dietary Patterns in Nutritional. American Journal of Epidemiology

2004; 159 (10): 935-44.

Hu FB. Dietary pattern analysis: a new direction in nutritional epidemiology. Current Opinion in

Lipidology 2002, 13:3-9.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares, 2002-

2003: análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e estado nutricional no Brasil. Rio de

Janeiro; 2004.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares, 2002-

2003: Primeiros resultados - Brasil e Grande Regiões. Rio de Janeiro; 2004.

Jacobs Jr DR, Sluik D, Rokling-Andersen MH, Anderssen SA, Drevon CA. Association of 1-y

changes in diet pattern with cardiovascular disease risk factors and adipokines: results from the 1-

y randomized Oslo Diet and Exercise Study. Clinical Nutrition 2009; 89:509-17.

Janssen I, Katzmarzyk PT, Ross R. Body Mass Index, Waist Circumference, and Health Risk:

Evidence in Support of Current National Institutes of Health Guidelines. Archives of Internal

Medicine 2002; 162 (14): 2074-9.

Page 75: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

73

Jinlin F, Binyou W, Terry C. A new approach to the study of diet and risk of type 2 diabetes.

Journal of Postgraduate Medicine 2007; 53(2): 139-143.

Kac G, Velásquez-Meléndez G, Coelho MASC. Fatores associados à obesidade abdominal em

mulheres em idade reprodutiva. Revista de Saúde Pública 2001; 35 (1): 46-51

Kac G, Sichieri R, Gigante DP. Introdução à Epidemiologia Nutricional. In: Kac G, Sichieri R,

Gigante DP. Epidemiologia Nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz e Atheneu; 2007. p. 23-28.

Kamadjeu RM, Edwards R, Atanga JS, Kiawi EC, Unwin N, Mbanya JC. Anthropometry

measures and prevalence of obesity in the urban adult population of Cameroon: an update from

the Cameroon Burden of Diabetes Baseline Survey. BMC Public Health 2006, 6(228): 1-8.

Klein S, Allison DB, Heymsfield SB, Kelley DE, Leibel RL, Nonas C, Kahn R. Waist

circumference and cardiometabolic risk: a consensus statement from Shaping America’s Health:

Association for Weight Management and Obesity Prevention; NAASO, The Obesity Society; the

American Society for Nutrition; and the American Diabetes Association. American Journal of

Clinical Nutrition 2007; 85:1197–1202.

Kohrt WM. Preliminary evidence that DEXA provides an accurate assessment of body

composition. J Appl Physiol 1998; 84:372-377.

Lear SA, Humphries KH, Kohli S, Chockalingam A, Frohlich JJ, Birmingham CL. Visceral

adipose tissue accumulation differs according to ethnic background: results of the Multicultural

Community Health Assessment Trial. American Journal of Clinical Nutrition 2007; 86:353–9

Lemos-Santos MGF, Valente JG, Gonçalves-Silva RMV, Sichieri R. Waist Circumference and

Waist-to-Hip Ratio as Predictors of Serum Concentration of Lipids in Brazilian Men. Nutrition

2004; 20 (10): 857– 62.

Lemos-Santos MGF, Valente JG, Gonçalves-Silva RMV, Sichieri R. Waist Circumference and

Waist-to-Hip Ratio as Predictors of Serum Concentration of Lipids in Brazilian Men. Nutrition

2004; 20 (10): 857– 62.

Page 76: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

74

Levy-Costa RB, Sichieri R, Pontes NS, Monteiro CA. Disponibilidade domiciliar de alimentos no

Brasil: distribuição e evolução (1974-2003). Revista de Saúde Pública 2005; 39 (4): 530-40.

Lima FEL, Fisberg RM, Slater B. Desenvolvimento de um questionário quantitativo de

freqüência alimentar (QQFA) para um estudo caso-controle de dieta e câncer de mama em João

Pessoa – PB. Revista Brasileira de Epidemiologia 2003; 6 (4): 373-9.

Lima LP, Sampaio HAC. Caracterização socioeconômica, antropométrica e alimentar de obesos

graves. Ciência e Saúde Coletiva 2007; 12 (4): 1011-20.

Lukasiewicz E, Mennen LI, Bertrais S, Arnault N, Preziosi P, Galan P, et al. Alcohol intake in

relation to body mass index and waist-to-hip ratio: the importance of type of alcoholic beverage.

Public Health Nutrition 2004; 8(3):315-320.

Mariath AB, Grillo LP, Silva RO, Schmitz P, Campos IC, Medina JRP, Kruger RM. Obesidade e

fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis entre usuários de

unidade de alimentação e nutrição Caderno de Saúde Pública 2007; 23 (4): 897-905.

Marchioni DML, Latorre MRDO, Eluf-Neto J, Wünsch-Filho V, Fisberg RM. Identification of

dietary pattern using factor analysis in an epidemiological study in São Paulo. Med J 2005;

123(3):124-127.

Martins IS, Marinho SP. O potencial diagnóstico dos indicadores da obesidade centralizada.

Revista de Saúde Pública 2003; 37 (6): 760-7.

Mendez MA, Popkin BM, Jakszyn P, Berenguer A, Tormo MA, Sanchéz MA, et al. Adherence to

a Mediterranean Diet Is Associated with Reduced 3-Year Incidence of Obesity. J Nutr 2006;

136:2934-2938.

Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2008: Vigilância de fatores de risco e proteção para

doenças Crônicas por inquérito telefônico. Brasília; 2009.

Mondini L, Monteiro CA. Mudanças no padrão de alimentação da população urbana brasileira

(1962-1988). Revista de Saúde Pública 1994; 28 (6): 433-9.

Page 77: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

75

Monteiro AB, Fernandes Filho J. Análise da composição corporal: uma revisão de métodos.

Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano 2002; 4(1):80-92.

Monteiro CA, Mondini L, Costa RBL. Mudanças na composição da dieta familiar nas áreas

metropolitanas do Brasil (1988-1996). Revista de Saúde Pública 2000; 34 (3): 251-8.

Monteiro CA, Moura EC, Jaime PC, Claro RM. Validade de indicadores do consumo de

alimentos e bebidas obtidos por inquérito telefônico. Revista de Saúde Pública 2008; 42 (4): 582-

9.

Morimoto JM, Latorre MRDO, César CLG, Carandina L, Barros MBA, Goldbaum M, Fisberg

RM. Fatores associados à qualidade da dieta de adultos residentes na Região Metropolitana de

São Paulo, Brasil, 2002. Caderno de Saúde Pública 2008; 24 (1): 169-78.

Ness-Abramof R, Apovian CM. Waist Circumference Measurement in Clinical Practice.

Nutrition in Clinical Practice 2008; 23 (4): 397-404.

Nettleton JA, Diez-Roux A, Jenny NS, Fitzpatrick AL, Jacobs Jr DR. Dietary patterns, food

groups, and telomere length in the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). American

Journal of Clinical Nutrition 2008; 88:1405-1412.

Neumann AIP, Martins IS, Marcopito LF, Araujo EAC. Padrões alimentares associados a fatores

de risco para doenças cardiovasculares entre residentes de um município brasileiro. Revista

Panamericana Salud Publica 2007; 22(5): 329-39.

Newby PK, Muller D, Hallfrisch J, Qiao N, Andres R, Tucker KL. Dietary patterns and changes

in body mass index and waist circumference in adults. The American Journal of Clinical

Nutrition 2003; 77: 1417–25

Nishiyama MF, Carvalho MDB, Pelloso SM, Nakamura RKC, Peralta RM, Marujo FMPS.

Avaliação do nível de conhecimento e aderência da conduta nutricional em pacientes submetidos

e candidatos à cirurgia bariátrica. Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar 2007; 11 (2): 89-98.

Page 78: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

76

Nkondjock A, Krewsk D, Johnson KC, Ghadirian P. Dietary patterns and risk of pancreatic

cancer. Int J Cancer 2005; 114:817-823

Olinto MTA. Padrões Alimentares: analise de componentes principais. In: Kac G, Sichieri R,

Gigante DP Epidemiologia Nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz e Atheneu; 2007. p. 213-225.

Oliveira EO, Velásquez-Meléndez G, Kac G. Fatores demográficos e comportamentais

associados à obesidade abdominal em usuárias de centro de saúde de Belo Horizonte, Minas

Gerais, Brasil. Revista de Nutrição 2007; 20 (4): 361-9.

Oliveira LPM, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML,

Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos

na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Caderno de Saúde Pública 2009; 25(3):570-582.

Orsatti FL, Nahas EAP, Nahas-Neto J, Maestá N, Padoani NP, Orsatti CL. Indicadores

antropométricos e as doenças crônicas não transmissíveis em mulheres na pós-menopausa da

região Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2008; 30 (4): 182-9.

Osler M, Heitmann BL, Gerdes LU, Jùrgensen LM, Schroll M. Dietary patterns and mortality in

Danish men and women: a prospective observational study. British Journal of Nutrition 2001; 85:

219-25.

Panagiotakos DB, Pitsavos C, Skoumas Y, Stefanadis C. The Association between Food Patterns

and the Metabolic Syndrome Using Principal Components Analysis: The ATTICA Study. Journal

of the Americam Dietetic Association 2007, 107(6):979-87.

3(38):1-9.

Pasarica M, Zachwieja JJ, DeJonge L, Redman S, Smith SR. Effect of Growth Hormone on Body

Composition and Visceral Adiposity in Middle-Aged Men with Visceral Obesity. The Journal of

Clinical Endocrinology and Metabolism 2007; 92(11):4265–4270

Page 79: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

77

Peixoto MRG, Benício MHD, Latorre MRDO, Jardim PCBV. Circunferência da Cintura e Índice

de massa Corporal como Preditores da Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia

2006; 87: 462-470.

Petersen L, Schnohr P, Sørensen TIA. Longitudinal study of the long-term relation between

physical activity and obesity in adults. International Journal of Obesity 2004; 28, 105–112

Pereira JCR. Análise de dados qualitativos – Estratégias Metodológicas para as Ciências da

Saúde, Humanas e Sociais. EdUSP, 156 p., 1999.

Pereira LO, Francischi RP, Lancha AH. Jr. Obesidade: Hábitos Nutricionais, Sedentarismo e

Resistência à Insulina. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabolismo 2003; 47(2):111-

27.

Pereira RA, Sichieri R. Métodos de Avaliação do Consumo Alimentar. In: Kac G, Sichieri R,

Gigante DP. Epidemiologia Nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz e Atheneu; 2007. p. 181-200.

Perozzo G, Olinto MTA, Dias-da-Costa JS, Henn RL, Sarriera J, Pattussi MP. Associação dos

padrões alimentares com obesidade geral e abdominal em mulheres residentes no Sul do Brasil.

Caderno de Saúde Pública 2008; 24 (10): 2427-39.

Picon PX, Leitão CB, Gerchman F, Azevedo MJ, Silveiro SP, Gross JL, Canani LH. Medida da

Cintura e Razão Cintura/Quadril e Identificação de Situações de Risco Cardiovascular: Estudo

Multicêntrico em Pacientes Com Diabetes Melito Tipo 2. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia

e Metabologia 2007; 51 (3): 443-9.

Pinheiro ARO, Freitas SFT, Corso ACT. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Revista

de Nutrição 2004; 17 (4): 523-33.

Pitanga FJG, Lessa I. Indicadores Antropométricos de Obesidade como Instrumento de Triagem

para Risco Coronariano Elevado em Adultos na Cidade de Salvador – Bahia. Arquivos

Brasileiros de Cardiologia 2005; 85 (1): 26-31.

Page 80: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

78

Raskin DBF, Pinto-Neto AM, Paiva LHSC, Raskin A, Martinez EZ. Fatores Associados à

Obesidade e ao Padrão Andróide de Distribuição da Gordura Corporal em Mulheres Climatéricas.

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2000; 22 (7): 435-41.

Rech CR, Petroski EL, Silva RCR, Silva JCN. Anthropometric indicators of fat-mass excess

among women. Revista Brasileira de Medicina do Esporte 2006; 12 (3): 108e-12e.

Roberts SB, McCrory MA, Saltzman E. The Influence of Dietary Composition on Energy Intake

and Body Weight. Journal of the American College of Nutrition 2002; 21(2):140S–145S

Romaguera D, Norat T, Mouw T, May AM, Bamia C, Slimani N, et al. Adherence to the

Mediterranean Diet Is Associated with Lower Abdominal Adiposity in European Men and

Women. J Nutr 2009; 139:1728-1737.

Rossi A, Moreira EAM, Rauen MS. Determinantes do comportamento alimentar: uma revisão

com enfoque na família. Revista de Nutrição 2008; 21 (6): 739-48.

Rumawas ME, Meigs JB, Dwyer JT, McKeown NM, Jacques PF. Mediterranean-style dietary

pattern, reduced risk of metabolic syndrome traits, and incidence in the Framingham Offspring

Cohort. American Journal of Clinical Nutrition 2009 [on-line] doi:10.3945/ajcn.2009.27908

Rutishauser IHE. Dietary intake measurements. Public Health Nutrition 2005; 8 (7A): 1100–7.

Sakurai M, Miura K, Takamura T, Ota T, Ishizaki M, Morikawa Y, Kido T, Naruse Y, Nakagawa

H. Gender Differences in the Association between Anthropometric Indices of Obesity and Blood

Pressure in Japanese. Hypertension Research 2006; 29 (2): 75-80

Salem M, Monteiro ABMC, Fernandes Filho J, Pires Neto CS. A composição corporal através da

técnica de pesagem hidrostática. Revista de Educação Física 2003; 127:20-28.

Salvo VLMA, Gimeno SGA. Reprodutibilidade e validade do questionário de freqüência de

consumo de alimentos. Revista de Saúde Pública 2002; 36 (4): 505-12.

Page 81: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

79

Sampaio LR, Figueiredo VC. Correlação entre o índice de massa corporal e os indicadores

antropométricos de distribuição de gordura corporal em adultos e idosos. Revista de Nutrição

2005; 18 (1): 53-61.

Serra-Majem L, Bes-Rastrollo M, Román-Viñas B, Pfrimer K, Sánchez-Villegas A, Martínez-

González MA. Dietary patterns and nutritional adequacy in a Mediterranean country. British

Journal of Nutrition 2009; 101(Suppl. 2):S21–S28.

Svendsen OL, Haarbo J, Hassager C, Christiansen C. Accuracy of measurements of body

composition by dual-energy x-ray absorptiometry in vivo. Journal of Clinical Nutrition 1993;

57:605-8.

Sichieri R. Epidemiologia da Obesidade. Rio de Janeiro: UERJ, 1998

Sichieri R. Dietary patterns and their associations with obesity in the brazilian city of Rio de

Janeiro. Obesity Research 2002; 10 (1): 42-8.

Sichieri R, Castro JFG, Moura AS. Fatores associados ao padrão de consumo alimentar da

população brasileira urbana. Caderno de Saúde Pública 2003; 19 (sup. 1) S47-S53.

Sichieri R, Souza RAG. Epidemiologia da Obesidade. In: Kac G, Sichieri R, Gigante DP.

Epidemiologia Nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz e Atheneu; 2007. p. 347-57.

Sieri S, Krogh V, Pala V, Muti P, Micheli A, Evangelista A, et al. Dietary Patterns and Risk of

Breast Cancer in the ORDET Cohort. Cancer Epidemiology Biomarkers & Prevention

2004;13(4): 567-72.

Silva NF. Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para estudo da dieta

da população urbana de Cuiabá, Mato Grosso. 2009. 169 f. Dissertação (Mestrado em Saúde

Coletiva) – Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá.

Soar C, Vasconcelos FAG, Assis MAA. A relação cintura quadril e o perímetro da cintura

associados ao índice de massa corporal em estudo com escolares. Caderno de Saúde Pública

2004; 20 (6): 1609-16.

Page 82: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

80

Schulze MB, Hoffmann K. Methodological approaches to study dietary patterns in relation to risk

of coronary heart disease and stroke. British Journal of Nutrition 2006; 95: 860–869.

Tarastchuk JCE, Bueno RRL, Andrade PMP, Nercolini DC, Guérios EE, Ferraz JGG. Valor

Prognóstico dos Critérios de Obesidade em Pacientes Submetidos a Intervenção Coronária

Percutânea. Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva 2008; 16 (1): 50-8.

Thompson FE, Byers T. Dietary assessment resource manual. The Journal of Nutrition 1994; 124:

S2245-S2317.

Tomita LY, Cardoso MA. Avaliação da lista de alimentos e porções alimentares de Questionário

Quantitativo de Freqüência Alimentar em população adulta. Caderno de Saúde Pública 2002; 18

(6): 1747-56.

Trabulsi J, Schoeller DA. Evaluation of dietary assessment instruments against doubly labeled

water, a biomarker of habitual energy intake. American Journal of Physiology, Endocrinology

and Metabolism 2001; 281: E891–E899.

Trichopoulou A, Naska A. DAFNE III group. European food availability databank based on

household budget surveys - The Data Food Networking initiative. European Journal of Public

Health 2003; 13 (sup. 3): S24-S28

van Dam RM, Grievink L, Ocké MC, Feskens EJM. Patterns of food consumption and risk

factors for cardiovascular disease in the general Dutch population. American Journal of Clinical

Nutrition 2003; 77:1156-63.

Viebig RF, Valero MP, Araújo F, Yamada AT, Mansur AJ. Perfil de Saúde Cardiovascular de

uma População Adulta da Região Metropolitana de São Paulo. Arquivos Brasileiros de

Cardiologia 2006; 86(5): 353-360

Vieira ACR, Sichieri R. Associação do Status Socioeconômico com Obesidade. Physis Revista de

Saúde Coletiva 2008; 18 (3): 415-26.

Page 83: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

81

Willett W. Nutritional Epidemiology. New York: Oxford University Press; 1998.

Willett W, Lenart E. Reproducibility and validity of food-frequency questionnaires. In: Willett

W. Nutritional Epidemiology. New York: Oxford University Press; 1998. p. 101-47.

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva;

1998. (WHO Technical Report Series, 894).

World Health Organization. Diet, nutrition and prevention of chronic diseases. Geneva: WHO;

2003. (Technical Report Series, 916).

Yokoo EM, Pereira RA, Veiga GV, Nascimento S, Costa RS, Ramos de Marins VM, Lobato JCP,

Sichieri R. Proposta metodológica para o módulo de consumo alimentar pessoal na pesquisa

brasileira de orçamentos familiares. Revista de Nutrição 2008; 21 (6): 767-76.

Zhu S, Wang Z, Heshka S, Heo M, Faith MS, Heymsfield SB. Waist circumference and obesity-

associated risk factors among whites in the third National Health and Nutrition Examination

Survey: clinical action thresholds. The American Journal of Clinical Nutrition 2002; 76: 743–9

Page 84: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

82

AnexosAnexosAnexosAnexos

Page 85: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

83

A�EXO 1: QUESTIO�ÁRIO PESQUISA: Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para o estudo da dieta da população urbana de Cuiabá, Mato Grosso.

Financiamento: MCT-CNPQ/MS-SCTIE-DECIT

1. CO�TROLE DE E�TREVISTA

1.1. Região: |__| 1.2. Setor: |__|__|__|

1.3. Entrevistador Nº: |__|__| 1.4. Entrevistador (nome): __________________________

1.5. Data da entrevista: ___/___/______ 1.6: Início: _____: ____ horas 1.7: término: _____: ____

1.8. Endereço

1.8.1 Rua: _________________________________________________ 1.8.2 Nº: ____________________

1.8.3 Complemento: ________________________________________________________________________

1.8.4 Bairro: ___________________________________ 1.8.5 CEP: |__|__|__|__|__|-|__|__|__|

1.8.6 Telefone: 1.8.7 Casa: |__|__|__|__|-|__|__|__|__|

1.8.8 Trabalho: |__|__|__|__|-|__|__|__|__|

1.8.9 Recados: |__|__|__|__|-|__|__|__|__|

1.9. Entrevista

1 Realizada totalmente

2 Realizada parcialmente Data de retorno: ___/___/___ Hora: _____:_____

3 Não realizada

1.10. Se a entrevista não foi realizada, assinalar o motivo:

1 Recusa em participar da pesquisa

2 Entrevistado não mora mais no local

3 Domicílio ocupado, mas fechado

4 Domicílio desocupado

5 Domicílio não encontrado

6 Outro motivo. Qual? _____________________________

Page 86: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

84

2. IDE�TIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS

2.1. Nome: ____________________________________________________________

2.2. Data de nascimento: ____/____/_______ 2.3. Sexo: 1 Masculino

2 Feminino

2.4. Situação conjugal: 1 Solteiro 2 Casado/união consensual

3 Viúvo 4 Separado

2.5. Cor da pele/raça:

2.5.1. Segundo a opinião do entrevistador:

1 Branca 2 Parda (morena) 3 Preta (negra)

4 Amarela (oriental) 5. Indígena

2.6. Qual foi a última série que você concluiu com aprovação?

Série: Grau:

1° Grau: Ensino fundamental 2° Grau: Ensino médio

Informações adicionais: sem escolaridade Superior incompleto

Superior completo Pós-graduação

2.6.1. Código da escolaridade do entrevistado: |__| (NÃO PREENCHER)

2.7. Qual foi a última série que o chefe da família concluiu com aprovação?

Série: Grau:

∗ 1° grau: Ensino fundamental 2° grau: Ensino médio

Informações adicionais: sem escolaridade Universitário incompleto

Universitário completo Pós-graduação

2.7.1. Código da escolaridade do chefe da família: |__| (NÃO PREENCHER)

2.7.2. Classificação sócio-econômica ABEP: |__| (NÃO PREENCHER)

2.8. Na sua opinião, qual a sua cor ou raça?

1 Branca 2 Parda (morena) 3 Preta (negra)

4 Amarela (oriental) 5. Indígena

Page 87: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

85

2.9. Nessa residência tem....

a) Quantos dormitórios? ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

b) Quantos banheiros? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

c) Quantas TVs em cores? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

d) Quantos automóveis? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

e) Quantos rádios? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

f) Quantas geladeiras? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

g) Quantos freezers (ou geladeira duplex)? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

h) Quantos videocassetes ou DVD? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

i) Aspirador de pó? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

j) Máquina de lavar? ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

k) Forno de Microondas: ( ) sim; ( ) não

l) Linha telefônica: ( ) sim; ( ) não

m) Microcomputador: ( ) sim; ( ) não

n) Condicionador de ar: ( ) sim; ( ) não

o) empregados mensalistas: ( ) 0; ( )1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4+

2.10. Qual é a sua ocupação atualmente? (atividade, remunerada ou não, que desenvolveu nos últimos três meses)

__________________________________________________________ Codificação posterior |__|__|

2.10.1. Classifique a ocupação do informante tendo em vista que na maior parte do tempo a suas atividades são:

1. Exercidas sentadas, com movimento leves de braços e tronco ou em pé, com trabalho leve em máquina ou bancada movimentando braços e pernas. Ex: médico, advogado, bancário, operador de caixa, motorista, auxiliar de escritório, balconista, professor, vendedor.

2. Exercidas sentadas, em máquina ou bancada com movimentação vigorosa de braços e pernas, ocupações exercidas de pé, como trabalho moderado em máquina ou bancada e as ocupações exercidas em movimento. Ex: carteiro, contínuo, vendedor domiciliar, pintor de parede, eletricista, marceneiro, mecânico de automóveis, faxineiro e caseiro.

3. Pesadas, com atividades de levantar ou arrastar. Ex: servente de pedreiro, lixeiro e estivador.

Page 88: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

86

2.11. Qual foi a renda total da sua família no último mês? Conte os salários, aposentadorias, pensões, bolsas de auxílio e outros rendimentos como aluguéis).

R$________________________________________________________________________________

2.11.1. Renda Familiar mensal (R$): |__|__|__|. |__|__|__| , |__|__|

2.11.2. Quantas pessoas moram neste domicílio? |__|__|

2.11.3. Renda per capita: ________ (NÃO PREENCHER)

3. CARACTERIZAÇÃO QUA�TO AO ESTILO DE VIDA

3.1. Nas últimas duas semanas, com que freqüência você teve dificuldade para dormir ou pegar

no sono? 1. Sempre 2. Quase sempre 3. Ás vezes 4. Raramente 5.

Nunca

3.1.1. Em geral, quantas horas você costuma dormir por noite? |__|__| : |__|__| horas

3.2. Nos últimos três meses, você fez semanalmente algum tipo de atividade física de lazer?

1. Sim (PREENCHER TODO O QUADRO A SEGUIR)

2. Não (PREENCHER SOMENTE A PARTE SOBRE ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA)

Atividades de lazer 1. Sim Quantas vezes por semana?

Quantos minutos gasta por vez?

2. Não

1 Caminhadas? |__|__| |__|__|__|

2 Vôlei? |__|__| |__|__|__|

3 Musculação? |__|__| |__|__|__|

4 Ginástica? |__|__| |__|__|__|

5 Hidroginástica? |__|__| |__|__|__|

6 Bicicleta? |__|__| |__|__|__|

7 Corrida? |__|__| |__|__|__|

8 Futebol? |__|__| |__|__|__|

9 Lutas? |__|__| |__|__|__|

10 Natação? |__|__| |__|__|__|

Page 89: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

87

Atividades de lazer 1. Sim Quantas vezes por semana?

Quantos minutos gasta por vez?

2. Não

11 Basquete? |__|__| |__|__|__|

12 Outra atividade? Qual?_________________

|__|__| |__|__|__|

Atividades da vida diária

13 Tomou conta de criança menor de 3 anos?

|__|__| |__|__|__|

14 Passou roupa? |__|__| |__|__|__|

15 Lavou roupa no tanque? |__|__| |__|__|__|

16 Fez faxina na sua casa? |__|__| |__|__|__|

17 Fez limpeza no quintal? |__|__| |__|__|__|

18 Foi a pé para o trabalho, colégio, etc?

|__|__| |__|__|__|

19 Foi de bicicleta para o trabalho, colégio, etc?

|__|__| |__|__|__|

20 Outra atividade? Qual? ________________

|__|__| |__|__|__|

3.3. Atualmente, você fuma cigarros?

1. Sim (PULAR PARA 3.5)

2. Não

3.4. Você já fumou cigarros?

1. Sim

2. Não (PULAR PARA 3.6)

3.5. Somando todos os cigarros que você fumou a vida inteira, mesmo que já tenha parado, o

total chega a 5 maços ou 100 cigarros?

1. Sim 2. Não (PULAR PARA 3.6)

3.5.1. Com que idade você começou a fumar? |__|__| anos (SE FUMANTE PULAR PARA 3.5.3)

Page 90: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

88

3.5.2. Com que idade parou de fumar? |__|__| anos (PULAR PARA 3.6)

3.5.3. Em média, quantos cigarros você fuma por dia? |__|__| cigarros

3.5.4. Em geral, quanto você paga pelo maço de cigarros da marca mais freqüente que usa?

R$ _________________

3.5.5. Classificação do tabagismo: fumante ex-fumante não fumante (NÃO PREENCHER)

3.5.6. Intensidade do fumo: ______ maços/ano (NÃO PREENCHER)

3.6. No último ano, você tomou alguma bebida alcoólica?

1. Sim 2. Não (PULAR PARA ITEM 4)

3.6.1. Nas últimas duas semanas, você tomou alguma bebida alcoólica?

1. Sim (PREENCHER O QUADRO A SEGUIR) 2. Não (PULAR PARA ITEM 4)

Tipo de bebida Freqüência de consumo na última semana*

Quantidade consumida (copos, latas, garrafas, doses)

Cerveja ou chopp

Pinga

Vinho

Whisky

Outra bebida? Qual? _____________

* Se o entrevistado afirmar que não consumiu bebidas alcoólicas na semana anterior à data da entrevista, solicite a informação do consumo da semana imediatamente anterior.

Page 91: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

89

4. I�FORMAÇÕES SOBRE HÁBITOS ALIME�TARES

Nome:

_____________________________________________________________________________

Data da avaliação: ____/____/______ Avaliação Nº 1 2

Entrevistador Nº: |__|__| Entrevistador (nome):

___________________________________________

4.1. COM QUE FREQÜÊ*CIA VOCÊ COMEU ESTES ALIME*TOS *OS ÚLTIMOS SEIS MESES?

Antes de iniciar o preenchimento do QFCA, apresente-o ao entrevistado, da

seguinte forma:

“Este questionário foi desenhado para conhecer o consumo habitual de alguns alimentos. Essas

informações são muito importantes para nós! Agradecemos a sua colaboração!

Para cada alimento listado abaixo, marque a opção que melhor descreve o seu

consumo médio nos últimos seis meses. Por favor, tome a porção indicada como uma

referência para relatar o seu consumo.

Veja o exemplo dado nas duas primeiras linhas. Se você, usualmente, come

arroz duas vezes por dia, sendo uma colher de servir em cada refeição, faça um círculo em

torno da opção de QUA*TIDADE que melhor descreve a quantidade média que v. consome a

cada vez e assinale a FREQÜÊ*CIA mais próxima do seu hábito, no caso, de 2 a 3 vezes ao dia.

Ainda no exemplo: se você, geralmente, tem por hábito comer meia concha de

feijão três vezes por semana, proceda da mesma forma, circule a opção de QUA*TIDADE que

melhor descreve a quantidade média que v. consome a cada vez (no caso, meia concha) e

assinale a FREQÜÊ*CIA mais próxima do seu hábito, no caso, de 2 a 4 vezes por semana”.

)o caso de não comer o alimento em questão, assinale “)unca ou quase nunca”.

�as duas linhas abaixo, mostra-se o preenchimento correto do QFCA para os exemplos citados acima:

PRODUTO QUA�TIDADE

Freqüência Mais de 3 vezes por dia

2 a 3 vezes por dia

1 vez por dia

5 a 6 vezes por

semana

2 a 4 vezes por

semana

1 vez por

semana

1 a 3 vezes por mês

�unca ou

quase nunca

Arroz 1 colher sopa

1 colher de servir

2 colheres de servir ou mais

X

Feijão ½

concha 1

concha 2 conchas ou mais X

Page 92: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

90

PRODUTO QUA�TIDADE

Freqüência Mais de 3 vezes por dia

2 a 3 vezes por dia

1 vez por dia

5 a 6 vezes por

semana

2 a 4 vezes por

semana

1 vez por

semana

1 a 3 vezes por mês

�unca ou

quase nunca

Arroz 1-2

colheres de sopa

1 colher de servir

2 colheres de servir ou mais

Macarrão 1 pegador

2 pegadores

3 pegadores ou mais

Farinha de mandioca, farofa ou pirão

1 colher de sopa

2 colheres de sopa

3 colheres de sopa ou mais

Batata cozida ou purê

1 unidade ou 1

colher de sopa

2 unidades ou 2

colheres de sopa

3 unidades/3colheres

ou mais

Mandioca 1 pedaço 2 pedaços 3 pedaços ou mais

Bata doce, inhame, cará

1 pedaço 2 pedaços 3 pedaços ou mais

Panqueca,nhoque, lasanha, ravioli Marque só a freqüência

Arroz de forno, carne com arroz, galinha com arroz, carne de porco com arroz

Marque só a freqüência

Feijão ½ concha média

1 concha média

2 conchas médias ou mais

Bolo simples 1 fatia média

2 fatias médias

3 fatias médias ou mais

Bolo recheado, com cobertura ou com fruta em calda

1 fatia média

2 fatias médias

3 fatias médias ou mais

Biscoito ou bolacha doce

1-2 unidades

3-5 unidades

6 unidades ou mais

Biscoito ou bolacha recheada

1-2 unidades

3-5 unidades

6 unidades ou mais

Biscoito ou bolacha salgada

1-2 unidades

3-5 unidades

6 unidades ou mais

Pão francês ou pão de forma

1unidade /fatia

2-4 unidades /fatias

5 unidades /fatias ou mais

Manteiga ou margarina

Marque só a freqüência

Queijo 1 fatia média

2 fatias médias

3 fatias médias ou mais

Requeijão Marque só a freqüência

Leite 1 copo grande nivelado

2 copos grandes nivelados

Iogurte, coalhada 1 copo ou unidade 2 copos ou unidades ou

mais

Page 93: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

91

PRODUTO QUA�TIDADE

Freqüência Mais de 3 vezes por dia

2 a 3 vezes por dia

1 vez por dia

5 a 6 vezes por

semana

2 a 4 vezes por

semana

1 vez por

semana

1 a 3 vezes por mês

�unca ou

quase nunca

Alface 1-2 folhas

3-4 folhas 5 folhas ou mais

Repolho, couve ou acelga

1 colher de sopa

2 colheres de sopa

3 colheres de sopa ou mais

Rúcula, almeirão ou agrião

1 folha ou 1 ramo

2 folhas ou 2 ramos

3 folhas ou 3 ramos

Couve-flor ou brócolis

1 ramo 2 ramos 3 ramos ou mais

Tomate ½

unidade média

1-2 unidades médias

3 unidades médias ou mais

Pepino 1-2

rodelas 3-4

rodelas 5 rodelas ou mais

Chuchu 1 colher de sopa

2 colheres de sopa

3 colheres de sopa ou mais

Maxixe refogado ou jiló

1 colher de sopa

2 colheres de sopa

3 colheres de sopa ou mais

Abóbora ou abobrinha

1 colher de sopa

2 colheres de sopa

3 colheres de sopa ou mais

Cenoura 1 colher de sopa

2 colheres de sopa

3 colheres de sopa ou mais

Beterraba 1-2

rodelas 3-4

rodelas 5 rodelas ou mais

Quiabo ou vagem 1 colher de sopa

2 colheres de sopa

3 colheres de sopa ou mais

Pequi Marque só a freqüência

Pimentão Marque só a freqüência

Alho Marque só a freqüência

Cebola Marque só a freqüência

Laranja ou tangerina

1 média 2 médias 3 médias ou mais

Banana 1 média 2 médias 3 médias ou mais

Mamão 1 fatia ou ½ papaia

2 fatias ou 1 papaia ou mais

Maçã 1 média 2 médias ou mais

Melancia 1 fatia média 2 fatias médias ou mais

Abacaxi 1 fatia média

2 fatias médias

3 fatias médias ou mais

Page 94: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

92

PRODUTO QUA�TIDADE

Freqüência Mais de 3 vezes por dia

2 a 3 vezes por dia

1 vez por dia

5 a 6 vezes por

semana

2 a 4 vezes por

semana

1 vez por

semana

1 a 3 vezes por mês

�unca ou

quase nunca

Manga 1 média 2 médias ou mais

Ovos 1 ovo 2 ovos 3 ovos ou mais

Peixe fresco 1 filé ou posta 2 filés ou 2 postas ou

mais

Carne de porco 1 pedaço médio 2 pedaços médios ou

mais

Frango 1 pedaço médio 2 pedaços médios ou

mais

Carne de boi

1 bife ou 1 pedaço médio, 3 colheres de sopa de carne ensopada ou de carne moída

2 bifes ou 2 pedaços médios, 6 colheres de sopa de carne ensopada ou de carne moída

Hambúrguer (sanduíche)

1 unidade 2 unidades ou mais

Cachorro quente 1 unidade 2 unidades ou mais

Strogonoff de carne ou frango, bobó de galinha

Marque só a freqüência

Miúdos como moela, coração, fígado, bucho ou dobradinha, rins

Marque só a freqüência

Lingüiça 1 pedaço médio

2 pedaços médios

3 pedaços médios ou mais

Frios como mortadela, presunto, apresuntado, salame, salsicha

Marque só a freqüência

Toucinho ou bacon, lombo defumado, charque

Marque só a freqüência

Conservas de carne em lata Marque só a freqüência

Churrasco Marque só a freqüência

Vegetais enlatados como ervilha, milho, palmito, azeitona

Marque só a freqüência

Pizza 1 pedaço médio 2 pedaços médios ou

mais

Batata frita, chips ou palha

1 pacote pequeno de chips ou o equivalente a 1 porção pequena de batata frita

do McDonald’s

2 pacotes pequenos de chips ou o equivalente a 2 porções pequenas de batata frita

do McDonald’s

3 ou mais pacotes

pequenos de chips ou o

equivalente a 3 ou mais porções

pequenas de batata frita do McDonald’s

Page 95: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

93

PRODUTO QUA�TIDADE

Freqüência Mais de 3 vezes por dia

2 a 3 vezes por dia

1 vez por dia

5 a 6 vezes por

semana

2 a 4 vezes por

semana

1 vez por

semana

1 a 3 vezes por mês

�unca ou

quase nunca

Banana da terra frita

1 fatia média

2 fatias médias

3 fatias médias ou mais

Salgadinhos tipo Cheetos, Fofura, Torcida

1 pacote 2 pacotes 3 pacotes ou

mais

Pipoca (saco) Marque só a freqüência

Salgados tipo risoli, coxinha, pastel, kibe, empada

1 unidade média 2 unidades médias ou

mais

Pão, bolo ou biscoito de queijo

1 unidade média 2 unidades médias ou mais

Maionese 1 colher de chá 2 colheres de chá ou

mais

Sorvete/picolé 1 bola ou 1 picolé 2 bolas/2 picolés ou

mais

Balas, caramelos, chicletes, drops

Marque só a freqüência

Chocolate em pó como Nescau, toddy, etc.

1 colher de sopa rasa

2 colheres de sopa rasas

3 colheres de sopa rasas ou mais

Chocolate barra (30g) ou bombom

1 unidade

2 unidades 3 unidades ou mais

Doce ou rapadura à base de leite

1 pedaço médio

2 pedaços médios

3 pedaços médios ou mais

Doce, geléia ou rapadura à base de fruta

1 pedaço médio

2 pedaços médios

3 pedaços médios ou mais

Açúcar 1 colher de sopa

rasa 2 colheres de sopa rasas

ou mais

Café 1 xícara 2 xícaras 3 xícaras ou mais

Chá ou Mate 1 copo grande nivelado

2 copos grandes nivelados

3 copos grandes nivelados ou mais

Guaraná em pó Marque só a freqüência

Refrigerantes à base de cola

1 copo grande nivelado

2 copos grandes nivelados

3 copos grandes nivelados ou mais

Outros refrigerantes e guaranás

1 copo grande nivelado

2 copos grandes nivelados

3 copos grandes nivelados ou mais

Suco da fruta ou da polpa

1 copo grande nivelado

2 copos grandes nivelados

3 copos grandes nivelados ou mais

Cerveja ou chopp

1-2 copos grandes nivelados

3-4 copos grandes nivelados

5 copos grandes nivelados ou mais

Pinga, caipirinha, vodka, whisky, conhaque

1 dose (média)

2 doses (médias)

3 doses ou mais (médias)

Page 96: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

94

4.2. RECORDATÓRIO DE 24 HORAS

Nome: ____________________________________________________________ Avaliação Nº 1 2 Data da avaliação: ___/___/_____ Dia da semana: Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Entrevistador Nº: |__|__| Entrevistador (nome): ________________________________________________ ATENÇÃO: PERGUNTAR DETALHADAMENTE SOBRE TODOS OS ALIMENTOS E BEBIDAS CONSUMIDOS NO DIA ANTERIOR À ENTREVISTA, IDENTIFICANDO AS MEDIDAS CASEIRAS ADEQUADAMENTE.

1) HORÁRIO 2) LOCAL

3) ALIMENTO/PREPARAÇÃO 4) QUANTIDADE

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

Obs.: anotar a quantidade de sal, óleo e açúcar utilizada em cada preparação e principais ingredientes das preparações.

Page 97: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

95

CO�TI�UAÇÃO RECORDATÓRIO DE 24 HORAS

1) HORÁRIO 2) LOCAL

3) ALIMENTO/PREPARAÇÃO 4) QUANTIDADE

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

Obs.: anotar a quantidade de sal, óleo e açúcar utilizada em cada preparação e principais ingredientes das preparações.

Page 98: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

96

5. AVALIAÇÃO A�TROPOMÉTRICA E PELA BIOIMPEDÂ�CIA ELÉTRICA

|___|___||___| Nome : _______________________________________________________

1. Antropometria:

1 Realizada (PREE�CHA O QUADRO ABAIXO)

2 Recusada

2. Data: ___/___/______

3. Peso |__|__|__| , |__| kg

4. Estatura 1ª|__|__|__| , |__| cm 2a|__|__|__| , |__| cm Média |__|__|__| , |__| cm

5.Circunferência da cintura 1ª|__|__|__| , |__| cm 2a|__|__|__| , |__| cm Média |__|__|__| , |__| cm

6.Circunferência do quadril: 1ª|__|__|__| , |__| cm 2a|__|__|__| , |__| cm Média |__|__|__| , |__| cm

7. Percentual de gordura |__|__| , |__| %

8. Percentual de água |__|__| , |__| %

Realizado por: _______________________________________

Page 99: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

97

A�EXO 2. TERMO DE CO�SE�TIME�TO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CO*SE*TIME*TO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do estudo: Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para o estudo da dieta da população urbana de Cuiabá, Mato Grosso. Coordenação: Professora Dra Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos – Faculdade de Nutrição – UFMT, Avenida Fernando Correa da Costa, S/N, Cuiabá – MT.

Introdução: Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa com o objetivo de avaliar a alimentação e o estado nutricional de adultos em Cuiabá. Sua casa será visitada por entrevistadores, identificados com uso de crachá. Eles realizarão um questionário com adultos com idade entre 20 e 50 anos que morarem na sua casa, fazendo perguntas sobre idade, ocupação, escolaridade, renda, etc. e também sobre alguns hábitos de vida como práticas de exercício físico, alimentação, hábito de fumar, etc. Neste dia, o peso, a altura e as medidas da cintura e do quadril dos moradores sorteados para a pesquisa serão avaliados, através de balanças e fitas próprias para as medidas. Para melhor identificarmos os alimentos que fazem parte da sua alimentação, poderá ser necessário fotografá-los.

Benefícios Potenciais: Você terá conhecimento se você apresenta peso adequado, desnutrição ou excesso de peso, e poderá ser orientado quanto a dietas saudáveis. Casos graves de desnutrição ou obesidade serão encaminhados para os serviços de saúde disponíveis no município para acompanhamento e assistência.

Riscos: Todos os procedimentos que serão realizados, ou seja, medidas de peso, altura, da cintura e do quadril, não oferecerão riscos para a sua saúde.

Compensação: Você não será pago para participar deste estudo.

Participação voluntária/Desistência do Estudo: Sua participação neste estudo é completamente voluntária. Você pode decidir não participar desse estudo ou desistir de participar a qualquer momento e não sofrerá nenhum prejuízo por essa decisão.

Confidencialidade: Sua identidade será mantida sob sigilo e, na medida do permitido pela legislação e/ou regulamentos cabíveis, não serão disponíveis publicamente. Se os resultados do estudo forem publicados, sua identidade permanecerá em sigilo.

Com Quem Você Deve Entrar em Contato em Caso de Dúvida: Se você tem alguma questão ou dúvidas sobre a pesquisa você pode entrar em contato com a Dra. Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos na Faculdade de Nutrição, Avenida Fernando Correa da Costa, S/N, no Departamento de Alimentos e Nutrição, telefone: 3615-8821, ou por e-mail: [email protected]. Suas dúvidas podem também ser enviadas para o Comitê de Ética do Hospital Universitário Júlio Muller (Dra. Maria Aparecida Munhoz Gaíva, no Hospital Universitário Júlio Muller, na Rua Luis Felipe Pereira Leite, S/N, Bairro Alvorada, CEP 78.048-902, Cuiabá – MT, telefone 3615-7254). Declaração de Consentimento: Declaro que li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem como seus possíveis benefícios e riscos. Tive oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir não participar desta pesquisa. Recebi uma cópia assinada e datada deste documento.

______________________________________________ Nome do Participante _______________________________________________ __________________ Assinatura do Participante (ou seu responsável legal) Data

_______________________________________________ __________________ Assinatura da pessoa que explicou o consentimento informado Data

Page 100: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

98

A�EXO 3. APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

Page 101: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 102: UI VERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DEPARTAMET …livros01.livrosgratis.com.br/cp132705.pdf · Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos Co-orientadora: ... Ao meu padrasto Antônio Carlos

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo