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DIREITOS HUMANOS

Programa Jovem Aprendiz

01/01/2013

Mod02

Professor Marlon Damasceno

AULA 1 - DIREITOS HUMANOS: NOÇÃO, SIGNIFICADO, FINALIDADE E HISTÓRIA

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E OS VALORES

DA LIBERDADE, DA IGUALDADE E DA SOLIDARIEDADE

Antes de conceituarmos sobre os Direitos

Humanos e conhecermos sua respectiva Declaração Universal, olhemos as imagens a seguir:

3

4

Chocante essas imagens! Não é mesmo?

Estupro, violência doméstica, aborto, trabalho infantil, trabalho escravo entre tantos outros, configuram uma total violação dos Direitos Humanos.

Mas, afinal, o que vem a ser os Direitos Humanos?

NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS

Direitos Humanos são os direitos fundamentais da pessoa humana. No regime democrático, toda pessoa deve ter a sua dignidade respeitada e a sua integridade protegida, independentemente da origem, raça, etnia, gênero, idade, condição econômica e social, orientação ou identidade sexual, credo religioso ou convicção política.

Toda pessoa deve ter garantidos seus direitos civis (como o direito à vida, segurança, justiça, liberdade e igualdade), políticos (como o direito à participação nas decisões políticas), econômicos (como o direito ao trabalho), sociais (como o direito à educação, saúde e bem-estar), culturais (como o direito à participação na vida cultural) e ambientais (como o direito a um meio ambiente saudável). O NASCIMENTO OFICIAL DOS DIREITOS HUMANOS

A adoção, pela Assembleia Geral da

Organização das Nações Unidas, da Declaração

Universal de Direitos Humanos, em 1948, constitui o

principal marco no desenvolvimento do direito

internacional dos direitos humanos. A Declaração

Universal de Direitos Humanos contém um conjunto

indissociável e interdependente de direitos individuais

e coletivos, civis, políticos, econômicos, sociais e

culturais, sem os quais a dignidade da pessoa

humana não se realiza por completo.

Esta Declaração tornou-se uma fonte de

inspiração para a elaboração de cartas constitucionais

e tratados internacionais voltados à proteção dos

direitos humanos e um autêntico paradigma ético a

partir do qual se pode medir e contestar ou afirmar a

legitimidade de regimes e governos. Os direitos ali

inscritos constituem hoje um dos mais importantes

instrumentos de nossa civilização visando assegurar

um convívio social digno, justo e pacífico.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos

não é apenas um conjunto de preceitos morais que

devem informar a organização da sociedade e a

criação do direito. Inscritos em diversos tratados

internacionais e constituições, os direitos contidos na

Declaração Universal estabelecem obrigações

jurídicas concretas aos estados nacionais. São

normas jurídicas claras e precisas, voltadas para a

proteção e promoção dos interesses mais

5

fundamentais da pessoa humana. São normas que

obrigam os Estados nacionais no plano interno e

externo.

Com a criação da Organização das Nações

Unidas em 1945 e a adoção de declarações,

convenções e tratados internacionais para a proteção

da pessoa humana, os direitos humanos deixaram de

ser uma questão exclusiva dos Estados nacionais,

passando a ser matéria de interesse de toda a

comunidade internacional.

A criação de mecanismos judiciais

internacionais de proteção dos direitos humanos,

como a Corte Interamericana e a Corte Européia de

Direitos Humanos ou quase judiciais como a

Comissão Interamericana de Direitos Humanos ou o

Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas,

deixam clara esta mudança na antiga formulação do

conceito de soberania. Mas a obrigação primária de

assegurar os Direitos Humanos continua a ser

responsabilidade interna dos Estados Nacional.

AULA 2 - DIREITOS HUMANOS E SUA EVOLUÇÃO

NO BRASIL

No Brasil, a Constituição Federal de 1988

estabeleceu a mais precisa e detalhada carta de

direitos de nossa história, que inclui uma vasta

identificação de direitos civis, políticos, econômicos,

sociais e culturais, além de um conjunto preciso de

garantias constitucionais.

A Constituição impôs ao Estado brasileiro a

obrigação de reger-se, em suas relações

internacionais, pelo princípio da "prevalência dos

direitos humanos" (artigo 4°, inciso II CF/88).

Resultado desta nova diretriz constitucional foi o

Brasil, no início dos anos noventa, ratificar a adesão

aos Pactos Internacionais de Direitos Civis e Políticos

e de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e às

Convenções contra a Tortura e Outros Tratamentos ou

Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e

Americana de Direitos Humanos, que se encontram

entre os mais relevantes instrumentos internacionais

de proteção aos direitos humanos.

Em 1993, o Brasil presidiu o comitê de

redação e desempenhou papel decisivo na elaboração

e aprovação da Declaração e do programa da

Conferência Mundial dos Direitos Humanos de Viena,

que recomendou aos Estados Nacionais a elaboração

de planos nacionais para a proteção e promoção

dos direitos humanos.

O governo brasileiro considera as normas

constitucionais e a adesão a tratados internacionais

passos essenciais para a promoção dos direitos

humanos, mas está consciente de que a proteção

efetiva destes direitos depende da atuação constante

do Estado e da sociedade. Com este objetivo, o

governo federal tem se empenhado na proteção de

promoção dos direitos humanos no país, a começar

pela elaboração da Agenda de Direitos Humanos, que

resultou em um elenco de propostas e projetos de lei

contra a violência.

6

AULA 3 – A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Diz, em seu artigo 1º, a Declaração Universal

dos Direitos do Homem:

"Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade

e direitos. São dotados de razão e consciência e devem

agir em relação uns aos outros com espírito de

fraternidade".

A Declaração afirma que todos os homens

nascem livres e iguais em dignidade (art. 1°) e garante

a todos eles os mesmos direitos, sem distinção de

raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de

outra natureza, nascimento ou qualquer outra

condição (art. 2°, I).

A boa doutrina ressalta algumas

características próprias desses direitos, sendo:

Universalidade: todo e qualquer ser humano

é sujeito ativo desses direitos, independente

de credo, raça, sexo, cor, nacionalidade,

convicções;

Inviolabilidade: esses direitos não podem ser

descumpridos por nenhuma pessoa ou

autoridade;

Indisponibilidade: esses direitos não podem

ser renunciados. Não cabe ao particular

dispor dos direitos conforme a própria

vontade devem ser sempre seguidos;

7

Imprescritibilidade: eles não sofrem

alterações com o decurso do tempo, pois têm

caráter eterno;

Complementaridade: os direitos humanos

devem ser interpretados em conjunto, não

havendo hierarquia entre eles.

Os direitos humanos seriam, assim, o conjunto de

condições, garantias e comportamentos, capazes de

assegurar a característica essencial do homem, a sua

dignidade, de forma a conceder a todos, sempre, o

cumprimento das necessidades inseridas em sua

condição de pessoa humana.

AULA 4 – CIDADANIA: NOÇÃO, SIGNIFICADO E

HISTÓRIA

Direitos e deveres da cidadania.

Direito de Cidadania = Prerrogativa que tem o

indivíduo de participar da tomada de decisão política

do Estado (exemplos: direito de votar, de participar de

plebiscito, de ingressar com uma ação popular

etc.).

No sentido etimológico da palavra, cidadão

deriva da palavra civita, que em latim significa cidade,

e que tem seu correlato grego na palavra politikos –

aquele que habita na cidade.

No sentido ateniense do termo, cidadania é o

direito da pessoa em participar das decisões nos

destinos da Cidade através da Ekklesia (reunião dos

chamados de dentro para fora) na Ágora (praça

pública, onde se agonizava para deliberar sobre

decisões de comum acordo). Dentro desta concepção

surge a democracia grega, onde somente 10% da

população determinava os destinos de toda a Cidade

(eram excluídos os escravos, mulheres e artesãos).

8

A palavra cidadania foi usada na Roma antiga

para indicar a situação política de uma pessoa e os

direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer.

A idéia de cidadania surgiu na Idade Antiga,

após a Roma conquistar a Grécia (séc. V d.C.), se

expandindo para o resto da Europa. Apenas homens

(de maior) e proprietários de terras (desde que não

fossem estrangeiros), eram cidadãos. Diminuindo

assim a idéia de cidadania, já que mulheres, crianças,

estrangeiros e escravos não eram considerados

cidadãos.

A Cidadania no Brasil

No Brasil, estamos gestando a nossa

cidadania. Damos passos importantes com o processo

de redemocratização e a Constituição de 1988. Mas,

muito temos que andar. Ainda predomina uma visão

reducionista da cidadania (votar, e de forma

obrigatória, pagar os impostos... ou seja, fazer coisas

que nos são impostas) e encontramos muitas

barreiras culturais e históricas para a vivência da

cidadania. Somos filhos e filhas de uma nação nascida

sob o signo da cruz e da espada, acostumados →

→ a apanhar calados, a dizer sempre "sim senhor,

a «engolir sapos", a achar "normal" as injustiças, a

termos um "jeitinho' para tudo, a não levar a sério a

coisa pública, a pensar que direitos são privilégios e

exigi-los é ser boçal e metido, a pensar que Deus é

brasileiro e se as coisas estão como estão é por

vontade Dele.

Os direitos que temos não nos foram

conferidos, mas conquistados. Muitas vezes

compreendemos os direitos como uma concessão, um

favor de quem está em cima para os que estão em

baixo. Contudo, a cidadania não nos é dada, ela é

construída e conquistada a partir da nossa capacidade

de organização, participação e intervenção social.

A cidadania não surge do nada como um

toque de mágica, nem tão pouco a simples conquista

legal de alguns direitos significa a realização destes

direitos. E necessário que o cidadão participe, seja

ativo, faça valer os seus direitos. Simplesmente

porque existe o Código do Consumidor,

automaticamente deixarão de existir os desrespeitos

aos direitos do consumidor ou então estes direitos

se tornarão efetivos? Não! Se o cidadão não se

apropriar desses direitos fazendo-os valer, esses serão

letra morta, ficarão só no papel.

Construir cidadania é também construir novas

relações e consciências. A cidadania é algo que não se

aprende com os livros, mas com a convivência, na vida

social e pública. E no convívio do dia-a-dia que

exercitamos a nossa cidadania, através das relações

que estabelecemos com os outros, com a coisa

pública e o próprio meio ambiente. A cidadania deve

ser perpassada por temáticas como a solidariedade, a

democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética.

A cidadania é tarefa que não termina. A cidadania não

é como um dever de casa, onde faço a minha parte,

apresento e pronto, acabou. Enquanto seres

inacabados que somos, sempre estaremos buscando,

descobrindo, criando e tomando consciência mais

ampla dos direitos.

Nunca poderemos chegar e entregar a tarefa

pronta, pois novos desafios na vida social surgirão,

demandando novas conquistas e, portanto, mais

cidadania.

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AULA 5 – DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO

1 - Combater a violência da injustiça, fazendo valer os

direitos constitucionais e denunciando a pior

violência, que é a omissão dos governantes em

assegurar condições legais para o efetivo

cumprimento das leis, favorecendo a impunidade que

estimula o mau exemplo da prática generalizada de

delitos. A cada direito violado corresponde uma ação

que possa e se deve empreender para obrigar o

estado a fazer justiça.

2 - Resolver problemas pessoais e os da comunidade

formando e participando de associações civis de

moradores, de preservação do meio ambiente e de

amigos do patrimônio cultural, de proteção às

pessoas, minorias e deficientes, bem como de

associações de eleitores, consumidores, usuários de

serviços e contribuintes, sempre visando travar uma

luta coletiva como forma mais eficaz de exigir dos

governantes o cumprimento de seus deveres para

com a coletividade.

3 - Participar da vida política da comunidade e do país,

votando e fiscalizando candidatos e partidos

comprometidos com o interesse público, a ética na

política, a redução das desigualdades sociais e

regionais, a eliminação do clientelismo e

corporativismo, a reforma do sistema eleitoral e

partidário para tornar o voto um direito de cidadania

e compatibilizar a democracia representativa

tradicional com os modernos mecanismos de

democracia direta e participativa.

4 - Lutar contra toda sorte de violência e manifestação

de preconceito contra os direitos culturais e de

identidade étnica do povo. Sobretudo da parte de

elites colonizadas que pregam e incentivam, sobre

qualquer forma que seja o sentimento de

inferioridade e a baixa auto-estima de povo.

5 - Buscar soluções coletivas para combater toda

forma de violência, apoiando aqueles que procuram

meios eficientes de assegurar a segurança pública sem

desrespeitar os direitos humanos fundamentais, como

a garantia à vida, à liberdade individual e de

expressão, à igualdade, à dignidade, à segurança e à

propriedade.

6 - Combater toda forma de discriminação de origem,

raça, sexo, cor, idade, especialmente os preconceitos

contra mulheres, negros, homossexuais, deficientes

físicos e pobres, apoiando entidades não

governamentais que lutam pelos direitos de cidadania

dos discriminados.

7 - Respeitar os direitos da criança, do adolescente e

do idoso, denunciando aos órgãos públicos

competentes e entidades não governamentais toda

forma de negligência, discriminação, exploração,

violência, crueldade e opressão.

10

8 - Lutar pela concretização de uma ordem econômica

democrática e justa, exigindo a aplicação dos

princípios universais da liberdade de iniciativa, do

respeito aos contratos, da propriedade, da livre

concorrência contra monopólios e cartéis, da defesa

do consumidor por meio do cumprimento do Código

de Defesa do Consumidor, e da proteção ao meio

ambiente, acionando o Ministério Público toda vez

que tais princípios forem violados.

9 - Pautar a liberdade pela justiça, cumprindo e

fazendo cumprir os códigos civis coletivos e servindo

de exemplo de conduta pacífica, cobrando a

cooperação de todos.

10 - Fiscalizar as execuções orçamentárias e combater

a sonegação de impostos, através de uma reforma

tributária que permita exigir sempre a nota fiscal de

todos os produtos e serviços, pesquisando preços

para não pagar mais caro, e fortalecendo as

associações de contribuintes e de defesa de

consumidores, bem como apoiando e participando de

iniciativas que lutam pela transparência na elaboração

e aplicação do orçamento público.

Os 10 Compromissos do Cidadão Atuante

1 - Não basta ao cidadão atuante se recusar a

subornar um agente da lei. Tem de denunciar na

corregedoria policial para que este mal não se

prolifere.

2 - Não basta exigir notas fiscais. Tem de colaborar

com o combate a pirataria e ao contrabando

denunciando lotes de mercadorias suspeitas à polícia

federal.

3 - Não basta não consumir drogas. Tem de denunciar

os pontos e os agentes do tráfico que aliciam menores

para o consumo.

4 - Não basta não negociar ou fazer vista grossa a

enriquecidos ilícitos e repentinos. Tem de denunciar

aos órgãos de combate aos crimes financeiros do

Ministério da Justiça.

5 - Não basta não dar esmolas. Tem de controlar a

boa aplicação dos orçamentos públicos da educação e

da assistência social dos governos federal, estadual e

municipal.

6 - Não basta não jogar lixo nas ruas. Tem de

constranger quem joga e propor a implantação de

coletas seletivas e de reciclagem em seu condomínio.

7 - Não basta se recusar a comprar ingressos de

cambistas. Tem de denunciar a conivência de

bilheteiros com cambistas para os administradores

culturais.

8 - Não basta conduzir seu veículo dentro das regras

do trânsito. Tem de colaborar com os agentes de

trânsito e constranger os que assim não o fazem.

9 - Não basta não corromper fiscais. Tem de denunciar

ao Ministério Público e à mídia que é a única maneira

de se livre em definitivo da chantagem dos mesmos.

10 – Não basta não votar e divulgar os nomes dos

políticos que traíram a sua confiança, mas ajudar

todos aqueles que foram enganados a exercer maior

controle sobre os mandatos e o desempenho de todos

os políticos.

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AULA 6 – ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO:

FUNDAMENTOS E OBJETIVOS

Estado Democrático de Direito: noção e significado.

Estado Democrático de Direito significa que

nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum,

está acima da lei. Os governos democráticos exercem

a autoridade por meio da lei e estão eles próprios

sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei.

As leis devem expressar a vontade do povo,

não os caprichos de reis, ditadores, militares, líderes

religiosos ou partidos políticos autonomeados.

Os cidadãos nas democracias estão dispostos

a obedecer às leis da sua sociedade, então, porque

estas são as suas próprias regras e regulamentos. A

justiça é mais bem alcançada quando as leis são

criadas pelas próprias pessoas que devem obedecê-

las.

No Estado Democrático de Direito, um

sistema de tribunais fortes e independentes deve ter

o poder e a autoridade, os recursos e o prestígio para

responsabilizar membros do governo e altos

funcionários perante as leis e os regulamentos da

nação.

Por esta razão, os juízes devem ter uma

formação sólida, ser profissionais, independentes e

imparciais. Para cumprirem o papel necessário no

sistema legal e no político, os juízes devem estar

empenhados nos princípios da democracia.

As leis da democracia podem ter muitas

origens: constituições escritas; estatutos e

regulamentos; ensinamentos religiosos e étnicos e

tradições e práticas culturais. Independentemente da

origem, a lei deve preservar certas cláusulas para

proteger os direitos e liberdades dos cidadãos:

No âmbito do requisito de proteção igual pela

lei, a lei não pode ser aplicável unicamente a

um indivíduo ou grupo.

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Os cidadãos devem estar protegidos da prisão

arbitrária, da busca sem razão em suas casas

ou da apreensão de seus bens pessoais.

Os cidadãos acusados de crime têm direito a

um julgamento rápido e público, bem como à

oportunidade de confrontar e questionar seus

acusadores. Se forem condenados, não

podem ser sujeitos a castigo cruel ou

excepcional.

Os cidadãos não podem ser forçados a

testemunhar contra si mesmos. Este princípio

protege os cidadãos da coerção, do abuso ou

da tortura e reduz enormemente a tentação

da polícia de empregar tais medidas.

FUNDAMENTOS E OBJETIVOS

A Carta Magna da República Federativa do

Brasil de 05/10/1988 é denominada Constituição

“Cidadã”. Nela se afirma que o Brasil é um Estado

democrático tendo, como regime de governo, o

Presidencialismo.

A intenção do legislador constituinte (mens

legislatoris), ao cunhar a expressão "Estado

Democrático de Direito", no primeiro artigo de nossa

Carta política, foi evidenciar "que se pretende um país

governado e administrado por poderes legitimados,

submissos à lei e obedientes aos princípios

democráticos fundamentais". Essa denominação do

princípio da legalidade em sentido genérico e um dos

objetivos fundamentais de nossa Constituição.

Os Princípios do Estado Democrático de Direito

brasileiro.

Limitar-nos-emos a indicar esses princípios,

sem entrar em pormenores. São os seguintes:

a) princípio da constitucionalidade, que exprime, em

primeiro lugar, que o Estado Democrático de Direito

se funda na legitimidade de uma Constituição rígida,

emanada da vontade popular, que, dotada de

supremacia, vincule todos os poderes e os atos deles

provenientes, com as garantias de atuação livre da

jurisdição constitucional;

b) princípio democrático que, nos termos da

Constituição, há de constituir uma democracia

representativa e participativa, pluralista, e que seja a

garantia geral da vigência e eficácia dos direitos

fundamentais (art.10);

c) sistema de direitos fundamentais individuais,

coletivos, sociais e culturais (Títs. II, VII e VIII);

d) princípio da justiça social, referido no art.170,

caput, no art. 193, como princípio da ordem

econômica e da ordem social, como dissemos, a

Constituição não prometeu a transição para o

socialismo mediante a realização da democracia

econômica, social e cultural e o aprofundamento da

democracia participativa, como o faz a Constituição

portuguesa, mas abre-se ela, também, para a

realização da democracia social e cultural, embora

não avance significativamente rumo à democracia

econômica;

e) princípio da igualdade (art. 50, caput, e inciso 1);

f) princípio da divisão de poderes (art. 20) e da

independência do juiz (art. 95);

g) princípio da legalidade (art. 50, II);

h) princípio da segurança jurídica (art. 50, XXXV a

LXXII).

Analisando os princípios, regras e valores ora

destacados na Carta Constitucional brasileira de

1988 temos que o poder está estruturado na

independência e harmonia entre si, do Legislativo, do

Executivo e do Judiciário.

A separação dos poderes é uma garantia

extraordinária que foi alçada à dimensão

constitucional, fruto do desejo e intenção constituinte

de estabelecer funções diferenciadas, conjugando

princípios por vezes aparentemente contrapostos,

com escopo de salvaguardar o exercício dos direitos

individuais e coletivos. A separação dos poderes

tornou-se um princípio essencial de legitimação do

Estado brasileiro.

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AULA 7 – OS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS NA

VIGENTE CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

A primeira abordagem técnica, no direito

brasileiro, a explorar a diferença entre direito e

garantia foi realizada por Rui Barbosa. Para ele, os

direitos seriam disposições declaratórias, e as

garantias, disposições assecuratórias. Ou, em outras

palavras: o direito é o que se protege o bem da vida

guardado pela Constituição. A garantia é o mecanismo

criado pela Constituição para defender o direito.

Os direitos fundamentais classificam-se em:

Direitos de primeira geração: são os

direitos civis e políticos, e

compreendem as liberdades clássicas

(liberdade, propriedade, vida,

segurança). São direitos do indivíduo

perante o Estado.

Direitos de segunda geração: são os

direitos econômicos, sociais e

culturais. São os que exigem uma

prestação do Estado em relação ao

indivíduo.

Direitos de terceira geração: são

direitos coletivos, como ao meio

ambiente, à qualidade de vida

saudável, à paz, à autodeterminação

dos povos e a defesa do consumidor,

da infância e da juventude.

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Direitos de quarta geração: são os

direitos que surgem e se consolidam

ao final do milênio, como os direitos

sociais das minorias e os relativos à

informática, aos softwares, às

biociências, à eutanásia, aos

alimentos transgênicos, à sucessão de

filhos gerados por inseminação

artificial, à clonagem, dentre outros.

Direitos Humanos na Constituição do Brasil - 1988

Art. 5º (CF/88) - Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos

seguintes:

Comentário:

A principal disposição do caput deste art. 5° é

o Princípio da Igualdade Formal, ou Princípio da

Isonomia, segundo o qual "todos são iguais perante a

lei". Não significa ele que todas as pessoas terão

tratamento absolutamente igual pelas leis brasileiras,

mas que terão tratamento diferenciado na medida

das suas diferenças, o que leva à conclusão, com Celso

Bastos, de que o verdadeiro conteúdo do princípio é o

direito da pessoa de não ser desigualada pela lei.

O que a Constituição exige é que as

diferenciações impostas sejam justificáveis pelos

objetivos que se pretende atingir pela lei. Assim, por

exemplo. Diferençar homem e mulher num concurso

público será, em geral, inconstitucional, a não ser que

o cargo seja de atendente ou carcereira de uma

penitenciária de mulheres, quando, então, a proibição

de inscrição a indivíduos do sexo masculino se

justifica.

Processualmente, aplicar o princípio da

igualdade significa que o juiz deverá dar tratamento

idêntico às partes, ou seja, tratar igualmente os iguais

e desigualmente os desiguais.

Dos Direitos Sociais

Art.6º São direitos sociais a educação, a saúde, o

trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a

proteção à maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, na forma desta Constituição.

Art.7º São direitos dos trabalhadores urbanos e

rurais, além de outros que visem à melhoria de sua

condição social:

XXXIIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou

insalubre aos menores de dezoito e de qualquer

trabalho a menores de quatorze anos, salvo na

condição de aprendiz;

Da Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado

assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta

prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à

educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à

dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência

familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de

toda forma de negligência, discriminação, exploração,

violência, crueldade e opressão.

§ l.º O Estado promoverá programas de assistência

integral à saúde da criança e do adolescente, admitida

a participação de entidades não-governamentais e

obedecendo aos seguintes preceitos:

I - aplicação de percentual dos recursos públicos

destinados à saúde na assistência materno-infantil;

II - criação de programas de prevenção e atendimento

especializado para os portadores de deficiência física,

sensorial ou mental, bem como de integração social

do adolescente portador de deficiência, mediante o

treinamento para o trabalho e a convivência, e a

facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,

com a eliminação de preconceitos e obstáculos

arquitetônicos.

§ 2.º A lei disporá sobre normas de construção dos

logradouros e dos edifícios de uso público e de

fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de

garantir acesso adequado às pessoas portadoras de

deficiência.

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§3.º O direito a proteção especial abrangerá os

seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao

trabalho, observado o disposto no art. 7.º9, XXXIII;

II- garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III- garantia de acesso do trabalhador adolescente à

escola;

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da

atribuição de ato infracional, igualdade na relação

processual e defesa técnica por profissional

habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar

especifica;

V- obediência aos princípios de brevidade,

excepcionalidade e respeito à condição peculiar de

pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de

qualquer medida privativa da liberdade;

VI - estímulo do poder público, através de assistência

jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da

lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança

ou adolescente órfão ou abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento

especializado à criança e ao adolescente dependente

de entorpecentes e drogas afins.

§ 4.º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a

exploração sexual da criança e do adolescente.

§ 5.º A adoção será assistida pelo poder público, na

forma da lei, que estabelecerá casos e condições de

sua efetivação por parte de estrangeiros.

§ 6.º Os filhos, havidos ou não da relação do

casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos

e qualificações, proibidas quaisquer designações

discriminatórias relativas à filiação.

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