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Valdinei Aparecido da Silva (Axé Silva) Jurandyr Luciano Sanches Ross GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 9 º - ano Geografi a consciência & ação manual do professor

Ulhoa Cintra

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Valdinei Aparecido da Silva (Axé Silva)

Jurandyr Luciano Sanches Ross

GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

9º-

ano

Geografi a consciência & ação

manual do professor

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sumário

APRESENTAÇÃO ................................................................................... 3

JUSTIFICATIVA .................................................................................... 4

O ENSINO DE GEOGRAFIA NO BRASIL ONTEM E HOJE ............................ 5

O PAPEL DO LIVRO DIDÁTICO ............................................................... 5

CARACTERÍSTICAS E ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO ................................... 6

Conteúdos ........................................................................................... 6 Justificativa dos temas e assuntos abordados ......................................... 7 organização dos conteúdos conceituais .................................................. 8 explicitação dos conteúdos procedimentais ........................................... 12 explicitação dos conteúdos atitudinais ................................................. 12 metodologia ....................................................................................... 13 estrutura dos capítulos: blocos de trabalho .......................................... 14

AVALIAÇÃO ....................................................................................... 16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 17

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS .................................................................. 21

unidade 1 – a sociedade e a produção de alimentos .............................. 21 unidade 2 – os humanos e o ambiente ................................................. 24 unidade 3 – o espaço geográfico urbano .............................................. 28 unidade 4 – população mundial ........................................................... 30

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apresentação

a Coleção tem como principais características metodológicas o diálogo constante com o aluno, compreendido como sujeito do processo de ensino-aprendizagem, e a abordagem interdisciplinar dos fenômenos geográfi cos.

os textos têm como pressuposto o fato de o estudante possuir saber relevante, e que esse saber deve ser utilizado como ponto de partida no processo de apreensão de novos conhecimentos (o qual, por sua vez, pode também gerar outros conhecimentos). dentro desse enfoque, as questões dirigidas ao estudante procuram valorizar e aproveitar esse saber espontâneo, não organizado, fazendo dele o início da busca pelas respostas.

o aluno é convidado a refl etir sobre sua experiência no re-lacionamento com o ambiente e na percepção dos fenômenos, e deduzir possíveis respostas às questões, o que abre caminho não apenas à apreensão do ensinado, mas também a uma atitude de envolvimento. despertar a curiosidade intelectual do estudante e a construção de sua autonomia, portanto, são desafi os a que se propõe esta Coleção.

Foi com igual disposição de diálogo que optamos por uma abordagem multifacetada dos fenômenos. o tratamento integrado, cartográfi co e interdisciplinar dos conteúdos expressa um modo particular de olhar a complexidade da geografi a. entendê-la e explicá-la em toda sua riqueza de aspectos resulta no enriqueci-mento da perspectiva pedagógica.

este manual permite uma prática de ensino de maneira ativa, fazendo e experimentando, aprendendo e questionando--se. a primeira parte apresenta a fundamentação teórica sobre o ensino de geografi a e sua prática em sala de aula. a segunda parte apresenta comentários sobre as unidades, capítulos, temas e atividades, com objetivos, encaminhamentos, contextualização, orientações sobre as atividades, sugestões de suplementação e respostas às questões do livro do aluno que exigem maior espaço para explicações. ao fi nal, o professor encontrará sugestões de livros para leitura e referências bibliográfi cas.

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>> CONTEÚDO GERAL

justifi cativa

a sociedade da qual fazemos parte tem papel fundamental na escolha dos objetivos que norteiam a educação. um deles é o desenvolvimento da consciência de cidadania. nesse sentido a geografi a dá sua contribuição, pois é um campo de estudos essencial para a compreensão de nosso lugar no mundo e de como as pessoas interagem com as demais. além disso, a investigação e a educação geográfi cas promovem e ampliam a compreensão cultural, a interação, a igualdade e a justiça em escala local, regional, nacional e global. dessa forma, todos os estudantes têm o direito à oportunidade de desenvolver seus valores sociais, culturais e ambientais por meio da educação geográfi ca, promovendo assim seu desenvolvimento.

nessa perspectiva, ressalta-se o signifi cado da geografi a na formação de um indivíduo crítico para o exercício da vida cidadã, cabendo aos educadores a tarefa de promover a educação geográfi ca global para fazer frente aos futuros desafi os da relação sociedade-natureza.

ensinar geografi a também é uma forma de desenvolver habilidades para a integração do ser humano no contexto em que vive, de modo a torná-lo capaz de ler e interpretar textos com linguagens diversas, organizar ideias, estabelecer relações, propor problemas e encaminhar soluções.

não podemos pensar no ensino de geografi a apenas como preparatório para o futuro dos jovens, pois eles têm o direito a uma participação social efetiva como cidadãos que já atuam no meio onde vivem.

a geografi a como ciência possibilita com seu conjunto teórico-metodológico, compreender o espaço construído pela sociedade, situado num tempo e espaço localizados concretamente. oferece, ainda, subsí-dios para a observação, descrição e análise da dimensão espacial da vida humana, visível pela paisagem, levando em consideração a dimensão histórica da materialização dos processos sociais que a formaram.

nesse sentido, a concepção que se pretende hoje da geografi a, considerando o que foi exposto, é fornecer subsídios que permitam ao aluno compreender a realidade que o cerca em sua dimensão espacial, tanto física quanto humana, e no contexto de suas transformações e complexidade, pois esta é uma das contribuições específi cas da geografi a em qualquer momento, seja relacionada à pesquisa, ao ensino e à própria vida.

em vista disso, é necessário repensar o papel da escola. a sala de aula não pode ser encarada como o único espaço de aprendizagem, pois os alunos já detêm informações adquiridas de sua vivência e do senso comum. o ambiente oferece uma grande quantidade de informações pelos meios de comunicação (tv, jornais, revistas, internet etc.), livros, vídeos, folhetos, enciclopédias, entre outros, um papel importante para isso. o papel da escola é também de informar, mas principalmente de socializar, promover trocas de experiências, desenvolver habilidades, incentivar a refl exão crítica e sistematizar o conhecimento. o conhecimento não pode ser entendido como um conjunto de informações compartimentadas e fragmentadas. ele deve ser visto como um conhecimento amplo, abrangente, envolvendo as relações entre a natureza, as pessoas e a sociedade, e deve se constituir de fatos, conceitos, habilidades, atitudes e valores.

o professor não pode ser um mero fornecedor de informações, pois seu papel é muito mais complexo que isso. deve criar ambientes para a aprendizagem, estimular a busca de informações, provocar o estabe-lecimento de relações, coordenar a sistematização dos resultados. ou seja, deve intervir para transformar informação em conhecimento. portanto, a escola é uma instituição social, onde alunos e professores em constante relação e cooperação desenvolvem um processo cuja fi nalidade é o conhecimento.

os livros didáticos também devem ir além das informações. devem propor assuntos que trabalhem conceitos, levantem questionamentos, encaminhem para a busca de informações e o estabelecimento de interdisciplinaridades. somente dessa forma o aluno percorre caminhos que o levam a construir conceitos, procedimentos e atitudes e, consequentemente, o levem ao conhecimento.

é sob esse enfoque que se desenvolve esta coleção didática de geografi a do 6o ao 9o ano.

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>> CONTEÚDO GERAL

o ensino de Geografi a no Brasil ontem e hoje

o papel do livro didático

a história do ensino de geografi a está dividida em dois períodos: na década de 1960, o ensino dessa disciplina caracterizava-se principalmente pela transmissão de uma série de conceitos que exigiam a me-morização do aluno, desvinculados completamente de qualquer caráter crítico. nas décadas seguintes (1970 e 1980), ocorre um intenso e profundo movimento de renovação da geografi a brasileira. elas passaram a defender um ensino de geografi a que estimulasse um olhar crítico sobre os comprometimentos sociais e ambientais provocados pelo processo acelerado de industrialização, pelo crescimento desorganizado dos grandes centros urbanos, pelas novas técnicas agrícolas e de produção de energia, entre outros. nesse mesmo período, surge a idéia de que o saber prévio do aluno deve ser considerado se quisermos garantir a efi ciência do aprendizado. independentemente do conhecimento formal escolar, o aluno traz consigo uma série de idéias sobre os diversos conteúdos apresentados e que devem ser considerados. surge, assim, a corrente metodológica construtivista, e a partir dela difunde-se a idéia do “aprender a aprender” e a de que só se tem um aprendizado efetivo quando se parte do saber prévio do aluno para então formalizar, substituir, construir novos conceitos e verticalizar os já conhecidos.

Qual o papel do livro didático na sala de aula? Como ele deve ser usado? Que peso ele deve ter na formação intelectual do aluno? essas são perguntas que devemos nos fazer quando escrevemos um livro didático ou quando, como professores, escolhemos um livro para nos acompanhar no nosso trabalho coti-diano com o aluno.

a concepção e elaboração desta coleção foram permeadas pela certeza de que o professor não é um mero transmissor de informações e o aluno uma caixa vazia a ser preenchida. acreditamos no professor como alguém que gosta do que faz, reconhece a responsabilidade de seu trabalho e atua decisivamente na formação de cidadãos conscientes e críticos. para que tal tarefa se realize a contento é essencial a cons-trução de um espaço relacional saudável: o aluno precisa ser ouvido, suas idéias devem ser respeitadas. o professor, por sua vez, deve dar signifi cado àquilo que ensina. a informação por si só não é importante, seja ela qual for, mas importa o que vamos fazer com ela no âmbito social, ou seja, como aquele conceito ou informação podem contribuir na formação do indivíduo e do cidadão. e que indivíduo é esse que queremos? alguém que busque informação, avalie, compare, defenda suas idéias e aja de forma ética.

nesse contexto, o livro didático não pode ser um amontoado de informações e verdades prontas e acabadas. ao contrário, é importante que ele crie situações em que o aluno conte o que sabe, complemente as informações, consulte outras fontes, participe de descobertas, construa conceitos e integre seus conhe-cimentos, dando signifi cado a eles. o professor é insubstituível e o livro didático deve ser a ferramenta para a sua execução de seu trabalho.

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>> CONTEÚDO GERAL

características e organização da coleção

a Coleção é composta por quatro volumes não consumíveis, um para cada ano. há 4 unidades por volume, contendo capítulos que também variam de acordo com cada uma delas.

todos os capítulos têm blocos de trabalho com seções que norteiam a metodologia. no quadro a seguir são apresentadas as características de cada seção e, mais adiante, desenvolvemos

cada uma delas.

SEÇÕES BLOCO DE TRABALHO OBJETIVOS

Começo de conversa Contextualização abertura do capítuloContextualização e relato do que os alunos sabem

mãos à obrapense e respondapara saber maisvocê sabia?

encaminhamento do trabalho

atividades diversas, leituras complementares, curiosidades

agora é com você

Conclusões

encerramento do capítulo

rever o que foi discutido no capítulo

integrando os conhecimentosencerramento da unidade

rever o que foi discutido na unidade, relacionando os assuntos de forma interdisciplinar

os capítulos podem se relacionar com outros de unidades diferentes. isso ocorre em consequência dos objetivos da própria coleção que incluem a integração das diversas áreas do conhecimento científi co.

CONTEÚDOSas tendências para o ensino de geografi a no ensino Fundamental apontam para um currículo que visa dar

oportunidade aos alunos de se apropriarem de conhecimentos que possibilite sua inserção ativa no mundo. os conteúdos podem constituir-se como conceitos, fatos ou princípios, procedimentos, atitudes,

normas ou valores.para o ensino de geografi a é fundamental o conhecimento das relações entre os fenômenos que consti-

tuem a dinâmica e interação das relações entre sociedade-natureza. é importante ainda que se contextualize a Ciência, pois ela tem sua história construída num tempo e num espaço determinados.

hoje, apesar de os alunos vivenciarem o ambiente de forma integrada, difi cilmente saem da escola com a noção aprofundada e elaborada de um conhecimento integrado, pois ainda existe um ensino de geografi a que dá ênfase à memorização de nomes e conceitos sem vínculo entre si e sem signifi cado para os alunos. em geral, acredita-se que, estudando as partes de um sistema, pode-se chegar à compreensão do todo. no entanto, para quem observou o ambiente de forma fragmentada e desarticulada, é muito difícil estabele-cer relações entre os fenômenos. os alunos podem até entender e explicar os fatos, mas sem fazer ligações entre eles e muitas vezes sem perceber o signifi cado que têm para a vida de cada um.

CONTEÚDOSas tendências para o ensino de geografi a no ensino Fundamental apontam para um currículo que visa dar

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>> CONTEÚDO GERAL

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a abordagem dos conteúdos conceituais distribuídos em temas permite o trabalho de modo integrado. permite ainda que os assuntos sejam abordados de modo crescente em complexidade.

nesta Coleção, os grandes temas geralmente aparecem em todos os anos, ampliando-se em complexi-dade conceitual e procedimental.

no fi nal de cada livro, encontra-se o glossário, sugestões de sites e leitura para os alunos. para nós, isso é uma forma de estimular o aluno a ler e ampliar seus conhecimentos.

JUSTIFICATIVA DOS TEMAS E ASSUNTOS ABORDADOSpara a elaboração desta Coleção, adotou-se uma concepção do conhecimento que permite múltiplos aces-

sos à informação, em que os conceitos podem ser abordados em diferentes momentos, sob diversos enfoques, mudando-se os tipos de relações e respeitando-se o nível de aprofundamento próprio da faixa etária que se está trabalhando. um mesmo assunto, portanto, poderá ser trabalhado em vários momentos sob diversos enfoques. este tipo de organização propicia a integração dos assuntos.

os temas abordados refl etem as grandes áreas do conhecimento geográfi co. a escolha dos assuntos tra-tados nesta Coleção, por sua vez, amplia a rede de conhecimentos a serem abordados. escolhemos caminhos que acreditamos serem os melhores para atingir nossos objetivos. mas caberá ao professor alterar a ordem, complementar ou suplementar as atividades do livro, adequando-o ao seu corpo discente e aos fatos da atualidade, enriquecendo o trabalho escolar.

nos temas transversais, apontados no documento Parâmetros Curriculares Nacionais, são incorporados conceitos, procedimentos e atitudes, sempre que o assunto permitir.

JUSTIFICATIVA DOS TEMAS E ASSUNTOS ABORDADOSpara a elaboração desta Coleção, adotou-se uma concepção do conhecimento que permite múltiplos aces-

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>> CONTEÚDO GERAL

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS CONCEITUAIS>> 6o ano

UN

IDAD

E 1:

ESP

AÇO

GEOG

RÁFI

CO

Capítulo 1: a geograFia e o seu espaço

lugar

paisagem

espaço

espaço geográfi co

Capítulo 2: orientação no espaço

pontos de referência

Coordenadas geográfi cas

tecnologia para localização

Capítulo 3: representação do espaço geogrÁFiCo

mapas

mapas temáticos

tecnologia para mapeamento

UN

IDAD

E 2:

TER

RA E

U

NIV

ERSO Capítulo 4: o universo

astros

viagens espaciais

Capítulo 5: Forma e movimentos da terraForma da terra

movimentos da terra

UN

IDAD

E 3:

A N

ATU

REZA

E O

S SE

RES

HU

MAN

OS

Capítulo 6: litosFera

estrutura da terra

rochas da litosfera

eras geológicas

relevos

Capítulo 7: hidrosFera

Ciclo da água

oceanos

rios

lagos e lagoas

Águas subterrâneas

Água: recurso renovável ou não renovável?

Capítulo 8: atmosFera

Camadas da atmosfera

tempo atmosférico

Climas do Brasil

Capítulo 9: BiomasBiomas da terra

Biomas do Brasil

UN

IDAD

E 4:

SER

ES H

UM

ANOS

E N

ATU

REZA Capítulo 10: populaçÕes

Crescimento populacional

densidade demográfi ca

migração

Capítulo 11: meio rural e meio urBano

Campo e cidade

espaço rural brasileiro

espaço urbano brasileiro

Capítulo 12: indÚstria e ComérCioindústria

Comércio

Capítulo 13: meios de transportetransporte terrestre

transporte na água e no ar

glossÁrio

indiCação de leituras Complementares

reFerÊnCias BiBliogrÁFiCas

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS CONCEITUAIS>> 6o ano

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>> CONTEÚDO GERAL

>> 7o ano

UN

IDAD

E 1:

TER

RITÓ

RIO

BRAS

ILEI

RO

Capítulo 1: território e região

território

região

o Brasil no papel

Capítulo 2: estrutura geológiCa e relevo estrutura geológica da terra

estrutura geológica do Brasil

Capítulo 3: Climas do Brasil

Clima equatorial

Clima tropical

Clima tropical de altitude

Clima semiárido

Clima tropical úmido

Clima subtropical

UN

IDAD

E 2:

REC

URS

OS N

ATU

RAIS

DO

BRA

SIL

Capítulo 4: Biomas Brasileiros

amazônia

Cerrado

Caatinga

mata atlântica

Campos

pantanal

Zona Costeira

Capítulo 5: reCursos hídriCos do Brasil

rios

os rios e a sociedade

Água é vida

Capítulo 6: reCursos minerais e energétiCos

minérios

Fontes de energia não renováveis

Fontes de energia renováveis

UN

IDAD

E 3:

AG

ROPE

CUÁR

IA,

INDÚ

STRI

A E

TRAN

SPOR

TE

Capítulo 7: meios de Cultivo e Criação produção agrícola

Cultivos e criações regionais

Capítulo 8: meios de produção industrialização no Brasil

a indústria brasileira atual

Capítulo 9: meios de CirCulação

Ferrovias

rodovias

hidrovias

transporte marítimo

UN

IDAD

E 4:

ASP

ECTO

S H

UM

ANOS

DO

BRA

SIL

Capítulo 10: população Brasileira raízes do povo brasileiro

iguais, mas diferentes

Capítulo 11: dinâmiCa da população Brasileira

demografia brasileira

Fatores de crescimento da população

mudanças da pirâmide etária do Brasil

Capítulo 12: urBaniZação do campo para a cidade

problemas ambientais urbanos

glossÁrio

indiCação de leituras Complementares

reFerÊnCias BiBliogrÁFiCas

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>> CONTEÚDO GERAL

>> 8o ano

UN

IDAD

E 1:

OS

CON

TIN

ENTE

SCapítulo 1: a dinâmiCa da litosFera

litosfera

relevo

Capítulo 2: Ásia, ÁFriCa e europa

o continente asiático

o continente africano

o continente europeu

Capítulo 3: amériCa, oCeania e antÁrtiCa

américa

antártica

oceania

UN

IDAD

E 2:

O M

UN

DO

CON

TEM

PORÂ

NEO

Capítulo 4: Capitalismo e soCialismo

Capitalismo

socialismo

Capitalismo financeiro ou monopolista

Capítulo 5: a Bipolaridade mundial

a busca pela paz

a guerra fria

o fim da guerra fria

Capítulo 6: a gloBaliZaçãoterceira revolução industrial

efeitos da globalização

UN

IDAD

E 3:

REG

ION

ALIZ

AÇÃO

DO

MU

NDO

GLO

BAL

Capítulo 7: polos de desenvolvimento

estados unidos

Japão

alemanha

inglaterra

França

itália

Canadá

rússia

Capítulo 8: países emergentes

China

índia

tigres asiáticos

méxico

argentina

república da África do sul

Brasil

UN

IDAD

E 4:

FON

TES

DE E

NER

GIA Capítulo 9: matriZ energétiCa mundial

petróleo

gás natural

Capítulo 10: energia elétriCa e Fontes alternativas

usina hidrelétrica

usina nuclear

Fontes de energia do século XXi

energia solar

energia eólica

glossÁrio

indiCação de leituras Complementares

reFerÊnCias BiBliogrÁFiCas

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>> CONTEÚDO GERAL

>> 9o anoUN

IDAD

E 1:

A

SOCI

EDAD

E E

A PR

ODUÇ

ÃO

DE A

LIM

ENTO

S Capítulo 1: espaço agrÁrio mundiala agricultura através do tempo

problemas ambientais no campo

Capítulo 2: meios de Cultivo e Criação

agricultura

pecuária

a fome

UN

IDAD

E 2:

OS

HU

MAN

OS E

O

AMBI

ENTE

Capítulo 3: o aQueCimento gloBal

mudanças climáticas

Controle das mudanças ambientais

o futuro climático

Capítulo 4: outras alteraçÕes amBientais

alterações na biosfera

alterações no solo

alterações na hidrosfera

alterações na atmosfera

UN

IDAD

E 3:

O

ESPA

ÇO

GEOG

RÁFI

CO

URB

ANO

Capítulo 5: a urBaniZação e suas CaraCterístiCas

desenvolvimento industrial e urbanização

metrópoles e megalópoles

Capítulo 6: tendÊnCias urBanaso futuro dos espaços urbanos

megacidades e cidades globais

UN

IDAD

E 4:

POP

ULA

ÇÃO

MU

NDI

AL Capítulo 7: CresCimento populaCionalexpansão demográfica mundial

a dinâmica demográfica brasileira

Capítulo 8: índiCe de desenvolvimento humano – idh

indicador de desenvolvimento social e econômico

Capítulo 9: migraçÕesmigrar para dominar e enriquecer

migrar para sobreviver

glossÁrio

indiCação de leituras Complementares

reFerÊnCias BiBliogrÁFiCas

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>> CONTEÚDO GERAL

EXPLICITAÇÃO DOS CONTEÚDOS PROCEDIMENTAISprocedimentos são conjuntos de ações. envolvem habilidades que, se organizadas, são incorporadas

pelos alunos e utilizadas em outras situações. assim, um aluno que deseja investigar algo na comunidade deverá aprender a entrevistar, colher dados em bibliotecas ou outras instituições, registrar, comparar, refl etirchegando a uma conclusão. esse conhecimento é tão importante quanto os conteúdos conceituais. por meio dos procedimentos os alunos aprendem a aprender. os procedimentos aprendidos os acompanharão por toda a vida.

para que os alunos entrem em contato com os procedimentos importantes em geografi a e os incor-porem, é fundamental ter variedade de temas, como os desta Coleção.

a seguir, apresentamos habilidades importantes, não apenas para geografi a, que podem formar con-juntos, constituindo-se em procedimentos.

agrupar estabelecer relações organizar

analisar experimentar perguntar

classifi car identifi car planejar

comparar interpretar registrar

comunicar ler selecionar

confrontar manejar seriar

demonstrar montar simular

descrever narrar sintetizar

desenhar observar socializar

escrever ordenar usar

EXPLICITAÇÃO DOS CONTEÚDOS ATITUDINAISos valores de uma sociedade correspondem aos princípios éticos que cada ser humano deve ter para

inserir-se no grupo. são comportamentos de relacionamento que cada pessoa apreende e pode, assim, julgar e ser julgado pelos seus atos. normas são regras baseadas nos valores, e atitudes são comportamentos ad-quiridos pelas pessoas de acordo com os valores e normas da sociedade.

a escola, como instituição social, transmite valores. eles devem ser analisados e discutidos pelos alunos, por meio de atitudes. esse currículo oculto está expresso no dia a dia e deve ser trabalhado a todo momento. a seguir, apresentamos algumas atitudes importantes para serem trabalhadas:

colaboração

cuidado com a saúde

curiosidade

disponibilidade

participação

preservação do ambiente

EXPLICITAÇÃO DOS CONTEÚDOS PROCEDIMENTAISprocedimentos são conjuntos de ações. envolvem habilidades que, se organizadas, são incorporadas

EXPLICITAÇÃO DOS CONTEÚDOS ATITUDINAISos valores de uma sociedade correspondem aos princípios éticos que cada ser humano deve ter para

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>> CONTEÚDO GERAL

preservação do patrimônio cultural e histórico da sociedade

preservação do patrimônio da sociedade

respeito à diversidade cultural, social e econômica

respeito à diversidade étnica e religiosa

respeito ao próprio corpo e ao do outro

respeito às diferenças individuais

respeito ao trabalho alheio

solidariedade

METODOLOGIAhá muitas teorias de diferentes pesquisas da psicologia educacional sobre como os alunos elaboram

o conhecimento. sabe-se que, tão importante quanto o objeto de conhecimento, é o modo como se cons-trói o conhecimento. isso sustenta a tese de que não é possível aprender conceitos separadamente de procedimentos.

a teoria psicológica que embasa a elaboração desse princípio é a construtivista, mas é justo integrar contribuições de diferentes pesquisas, para uma proposta de trabalho coerente com os objetivos que se quer atingir para a elaboração de um material de apoio didático.

para que ocorra a transformação da informação em aprendizagem é necessário um longo processo durante o ensino Fundamental. nesse estágio, que dura nove anos, o estudante deverá conceituar e desen-volver habilidades que ampliem sua capacidade intelectual e de compreensão. assim, quando um dado é esquecido, a função adquirida permanece, podendo ser readquirida facilmente.

podemos resumir o processo de aprendizagem em três etapas básicas:

>> A importância dos conhecimentos prévios dos alunos

os conhecimentos que os alunos têm devem ser o ponto de partida. é sobre eles que ocorrem os avanços, pois esses conhecimentos são como moldes. é sobre eles que os alunos serão questionados, estimulados a generalizar, a dar explicações sobre fenômenos e a aplicar o conhecimento. no entanto, os alunos podem resistir até abandonar suas convicções. para isso, é necessário que os professores conheçam a maneira como o aluno entende as coisas, para que possam invalidar as ideias inadequadas antes de iniciar qualquer aprendizagem.

>> Aprender a aprender

é preciso propor problemas e estimular os alunos a resolvê-los. nesse caso o confl ito cognitivo é o próprio problema. Com base no problema, o aluno trabalha com hipóteses explicativas, tendo que compará-las, testá-las e colocá-las em situação de confl ito potencial e, assim, validá-las ou não. nos primeiros anos do ensino Fundamental, crê-se que não ocorram mudanças conceituais. as ideias espontâneas são ampliadas, enriquecidas e relativizadas. nos últimos anos já se pode contar com essas mudanças, pois os alunos podem tomar consciência das teorias explicativas para suas hipóteses.

METODOLOGIAhá muitas teorias de diferentes pesquisas da psicologia educacional sobre como os alunos elaboram

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>> CONTEÚDO GERAL

ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS: BLOCOS DE TRABALHOas características e o modo como se desenvolve cada um dos capítulos dependem do assunto tratado.

no entanto, todos têm blocos de trabalho com objetivos distintos.

1o BLOCO Contextualização

Abertura do capítulo: contextualização e relato do que os alunos sabem

esse momento tece um “pano de fundo” para o assunto que será tratado. problematiza e desperta a atenção do aluno para um detalhe para sua esfera de relações. pode ainda sensibilizá-lo por meio de uma poesia, música ou texto literário, ou seja, situações que o direcionem ao tema que será tratado. esse recurso permite ao aluno se deparar com outras linguagens, possibilitando-lhe atentar a elas em outros meios e em outros momentos.

são utilizados os mais diversos recursos, como notícias de jornais e revistas, fotos e ilustrações, his-tórias verídicas ou de fi cção, histórias em quadrinhos, músicas, poesias, perguntas diretas etc.

essa estratégia permite que o aluno relacione outras áreas do conhecimento com o conhecimento científi co, partindo de questões mais gerais para particulares, ou vice-versa.

depois da contextualização, na seção Começo de Conversa, os alunos respondem a questões sobre o assunto a ser tratado. é um recurso lúdico e uma atividade de observação mais aprofundada, com um olhar investigativo. nesse momento, o professor pode perceber qual a esfera de conhecimentos de seus alunos e tecer um caminho apropriado. será fundamental, nessa fase, que os estudantes explicitem o que sabem, suas ideias e explicações para os fenômenos. essa fase tem função diagnóstica, e as respostas serão colocadas à prova.

ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS: BLOCOS DE TRABALHOas características e o modo como se desenvolve cada um dos capítulos dependem do assunto tratado.

para esse tipo de encaminhamento são essenciais recursos muito variados que possibilitem, à grande diversidade de alunos, buscar informações. a maneira como tentam resolver os dilemas apresentados são os procedimentos que, uma vez apreendidos, podem ser utilizados pelos alunos ao longo da vida, indepen-dentemente do assunto tratado.

as atitudes e valores, o “currículo oculto”, deverão transpassar os conteúdos conceituais e procedi-mentais.

>> Ressignifi car

uma aprendizagem ativa pressupõe uma ação de caráter psicológico que tende a conferir signifi cados. para que um conhecimento seja aplicável, a pessoa deve conhecer sua utilidade e ser capaz de reconstruí-lo no momento em que necessitar dele. é impossível reconstruir aquilo que apenas se memorizou.

se um conceito for aprendido por meio de aplicação, os alunos encontram uma função para aquele conteúdo. portanto, trata-se de encontrar contextos reais nos quais as noções a serem ensinadas adquiram um signifi cado.

é certo que parte do conhecimento deve ser transmitida. não é necessário “inventar a roda”; existem conhecimentos que os alunos devem adquirir. no entanto, é fundamental que a forma de transmissão dessas informações garanta uma apropriação signifi cativa para os alunos.

é importante salientar que o processo de aprendizagem depende do trabalho do professor, e os mate-riais didáticos, em especial o livro didático, são os grandes aliados desse trabalho.

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>> CONTEÚDO GERAL

2o BLOCO Encaminhamento do trabalho

Informações, atividades diversas, leituras complementares, curiosidades

após a contextualização, são levantados elementos ao longo do capítulo a fim de fornecer subsídios para um estudo qualitativo da situação, tanto para a resolução de um problema ou aprofundamento de um assunto, como para a aprendizagem dos conceitos envolvidos.

não se trata, em absoluto, de listar os conceitos relacionados à situação apresentada, mas analisá-la em diferentes níveis, expondo relações causais e conexões lógicas que possibilitem uma nova forma de compreensão.

nas informações são fornecidos fatos. em pense e responda e mãos À oBra os alunos respondem ques-tões e buscam informações. esse é o momento em que são colocados em conflito conceitos e o modo como os alunos percebem os conceitos. eles devem criticar, criar, imaginar novas possibilidades (hipóteses), comparar as hipóteses e assim, podem entrar num conflito interno e não imposto pelo professor ou pelo livro.

para que os alunos sintam-se em conflito, é preciso que tomem consciência de suas próprias hipóteses para, a partir daí terem elementos para buscar soluções. para que os conhecimentos prévios se modifiquem é necessário colocá-los em situações que os contrariem.

procedimentos, tais como observação, experimentação, comparação, leitura, escrita, estabelecimento de relações, entrevistas, excursões e estudos do meio, entre outros, podem levar os alunos a colher dados. não são formas isoladas de construção do conhecimento, mas num caminho. esses procedimentos têm a perspectiva de ampliar o universo de conhecimentos do aluno de modo a permitir que ele identifique os conceitos que permeiam todos os fatos (inclusive o da situação inicial), criando condições para entrarem em conflito.

os conteúdos atitudinais constituem-se como comportamentos baseados em normas e valores, princi-palmente, de respeito ao outro. devem ser abordados com os conteúdos conceituais e procedimentais.

nesse bloco há momentos de ampliação dos conhecimentos com informações suplementares – para saBer mais – e curiosidades – voCÊ saBia?.

3o BLOCO Conclusões

Encerramento: atividades de retomada do que foi visto no capítulo

a sistematização dos conhecimentos se dá em momentos em que se promovem fechamentos. eles podem acontecer de maneira parcial ou ao final do assunto tratado. esse é um dos momentos em que os alunos substituem suas hipóteses por novas aprendizagens, retomam o problema inicial refutando, substituindo ou completando suas explicações e tomando consciência desse processo, de sua evolução. em alguns casos, os alunos serão instigados a aplicar o novo conhecimento em outras situações.

nessa fase da atividade, os principais conceitos poderão ser retomados a fim de explicitar as relações lógico-conceituais que permearam todas as situações apresentadas, retomando com destaque a situação inicial.

no bloco de encerramento de cada capítulo há a seção agora é Com voCÊ, em que os alunos devem rever o que foi trabalhado no capítulo. isso é feito de diversas maneiras: atividades de aplicação, ques-tões de retomada do conhecimento, leitura de textos e sua interpretação, análise de imagens, pesquisas, aplicação do conhecimento etc.

Finalização da unidade

ao final de cada unidade há a seção integrando os ConheCimentos em que os alunos têm a oportu-nidade rever o que foi discutido em todos os capítulos permitindo que relacionem os assuntos da unidade com outros campos do conhecimento.

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>> CONTEÚDO GERAL

avaliação

a avaliação faz parte do processo de ensino e aprendizagem e deve ser coerente com a linha me-todológica empregada. ela informa ao professor o percurso traçado pelo aluno, reorientando sua prática pedagógica. também informa ao aluno sua trajetória individual e dentro do grupo.

a avaliação pressupõe um acompanhamento contínuo em todas as situações de sala de aula, além de momentos específi cos em que devem ocorrer formalizações por meio de diversos instrumentos de avaliação em diversas situações.

nos diversos momentos de avaliação deve-se considerar o desenvolvimento das capacidades dos alu-nos com relação à aprendizagem de conceitos, de procedimentos e de atitudes, com critérios de avaliação explícitos e claros tanto para o professor como para os alunos.

o erro é um elemento que pode permitir ao aluno tomar consciência do seu próprio processo de aprendizagem.

em geografi a podem ser utilizadas avaliações individuais e coletivas, orais e escritas. a observação sistemática se dá durante as aulas, analisando as perguntas feitas, as respostas dadas, os registros de debates, de entrevistas, de pesquisas, de fi lmes, de experimentos, desenhos de observação etc.

as atividades específi cas de avaliação podem ser comunicações de pesquisa, participação em debates, relatórios de leitura e de experimentos, provas dissertativas ou de múltipla escolha. essas provas não podem ser entendidas como momentos únicos de avaliação.

os momentos em que o aluno faz uso de seu conhecimento, por exemplo, interpretando situações determinadas, permitem a avaliação tanto da evolução conceitual como a adequada utilização de proce-dimentos e de atitudes. podem ser interpretadas uma história, uma fi gura, um texto, um problema, um conjunto de informações ou um experimento, em situações semelhantes, mas não iguais às vivenciadas no decorrer dos estudos. nessas situações, os alunos realizam comparações, estabelecem relações, elaboram registros e outros procedimentos desenvolvidos em sua aprendizagem, fazendo uso de conceitos e atitudes que elaboraram.

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>> CONTEÚDO GERAL

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>> CONTEÚDO GERAL

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Page 21: Ulhoa Cintra

>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

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orientações didáticas

UNIDADE 1: A SOCIEDADE E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

>> Capítulo 1: Espaço agrário mundial

TEMASn Analisar o desenvolvimento das atividades agrícolas ao longo do tempo histórico.n Destacar as transformações mais recentes, como a revolução verde e os transgênicos.n Analisar as consequências ambientais existentes no campo, decorrentes da ação antrópica.

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

Encruzilhada agriculturaO Problema

Embora a Revolução Verde tenha aumentado signifi cativamente a safra de grãos no mundo, a fome e a pobreza persistem na África, na Ásia e na América Latina. Pequenos agricultores que possuem lotes em terras marginais não conseguem cultivar alimento sufi ciente para sustentar a família.

Só na África Subsaariana, mais de 300 milhões de pessoas sobrevivem com 1 dólar ao dia, ou menos. Na Índia, mais de 200 milhões de pessoas estão subnutridas.

O Plano Os constantes avanços na produtividade das grandes plantações elevarão o suprimento

de alimentos em geral, no entanto, iniciativas para reduzir a pobreza devem se concentrar no aumento da renda dos pequenos produtores rurais.

Sistemas individuais de irrigação individuais que utilizam equipamentos baratos, como trilhas de gotejamento e tanques de armazenamento, podem melhorar muito a produtivi-dade das pequenas fazendas. Se os agricultores cultivarem lavouras altamente rentáveis, poderão aumentar sua renda em até 500 dólares ao ano.

SACHS, Jeffrey.Trecho extraído do artigo O fi m da miséria. Revista Scientifi c American Brasil, São Paulo: Editora Duetto, out. 2005.

>> Capítulo 2: Meios de cultivo e criação

TEMASn Reforçar as diversas formas de produção agrícola existente no mundo.

UNIDADE 1: A SOCIEDADE E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

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>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

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n Desenvolver as distintas formas de produção agrícola nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.n Destacar as diversas atividades pecuárias, salientando as principais áreas de produção espalhadas pelo

mundo.n Debater a questão da fome, avaliando os principais espaços geográficos afetados por esse problema.n Debater a crise de alimentos e o que pode ser feito para minimizar os efeitos da carência alimentar

que afeta milhões de pessoas no mundo.

RESPOSTAS

Mãos à obra! Página 24

No Brasil, o espaço geográfico onde há o maior número de cabeças de gado bovino voltados para o corte se encontra na Região Centro-Oeste. Nela a produção ocorre de forma extensiva. As regiões Norte e Nordeste desenvolvem bovinos de forma extensiva, porém em menor quantidade que a Região Centro-Oeste. Já nas regiões Sul e Sudeste há o desenvolvimento intensivo.

A maior criação leiteira encontra-se no sul de Minas Gerais e no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, par-ticularmente no Vale do Paraíba.

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

A pesquisa agropecuária hoje e no futuro“Ciência, tecnologia e inovação agropecuárias e florestais brasileiras têm uma história

e um legado de experiências e resultados, mas têm também um presente e uma visão do futuro. Suas realizações têm reflexo no campo e na cidade. Têm sabido se adaptar às incon-stâncias e mudanças bruscas na realidade brasileira, sendo sempre capazes de disponibili-zar inovações tecnológicas ajustadas aos diferentes tipos de produtores, lavouras, criações animais, florestas e áreas climáticas.

Destacam-se hoje três áreas de alta relevância para o desenvolvimento agropecuário e agroflorestal do Brasil:n As atividades de pesquisa e desenvolvimento voltadas para as cadeias do agronegócio;n As pesquisas agropecuárias inovadoras em temas estratégicos que contribuam para

aumentar e aprofundar o conhecimento existente;n As atividades de pesquisa e desenvolvimento direcionadas aos agricultores mais pobres,

buscando incorporá-los aos setores dinâmicos as economia, bem como ampliar o seu acesso à alimentação e aos recursos naturais sustentáveis.Nessas áreas temáticas, restrições e oportunidades ensejam, a cada momento, a for-

mulação de questões apropriadas para a investigação, bem como o potencial de respostas devidas aos diversos atores do agronegócio, as instituições de pesquisa agropecuária devem rever periodicamente as suas orientações estratégicas. No presente momento, as principais diretrizes estratégicas que se colocam para as instituições brasileiras são as seguintes:n Realizar pesquisas em temas portadores de futuro (produtos, produtividade e custos

de produção/processamento e novos produtos/transporte/distribuição, qualidade e segurança) com objetivo de ampliar a competitividade da agropecuária brasileira no mercado internacional;

n Aperfeiçoar os mecanismos de suporte direto às atividades de pesquisa científica e tecnológica (gerenciamento estratégico, ampliação e manutenção de laboratórios e campos experimentais) e de atualização constante dos pesquisadores nas áreas pri-oritárias e emergentes do conhecimento (disponibilização de obras científicas e cursos de especialização);

Page 23: Ulhoa Cintra

>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

23

n Fazer pesquisa em áreas, tais como: agroecologia, cultivos e criações não-convencionais, sistemas extrativos e plantas medicinais; e participar de programas de desenvolvimento rural regional/local e de gestão territorial;

n Apoiar os processos de organização, cooperativismo, verticalização e diversificação de atividades, de diferenciação da produção e de produtores, com o objetivo de desenvolver a agricultura familiar como estratégia para inclusão social;

n Realizar pesquisas que visem à qualidade do meio ambiente mobilizado pela agri-cultura, o que inclui temas de prioridade regional e nacional, bem como aqueles de convenções multilaterais, sempre em defesa dos interesses brasileiros;

n Instrumentalizar avanços nos sistemas de gestão da qualidade e segurança dos produtos agropecuários, para proteger a saúde do consumidor, e na gestão ambiental dos sistemas de produção (certificação), para potencializar a competitividade e a sus-tentabilidade da agricultura brasileira frente às tendências que se apresentam nos mercados interno e externo;

n Consolidar a posição de liderança mundial em pesquisa e desenvolvimento na agropecuária tropical visando a ampliar a exportação de conhecimento e tecnologia agrícola.

Novos significadosEntre os vários fenômenos responsabilizados por mudanças de significados, destaca-se

a globalização, não apenas pelo seu conteúdo puramente econômico, mas também por suas dimensões técnicas, sociais, educacionais, políticas, científicas, culturais, éticas, ideológicas, institucionais, demográficas, ambientais e comerciais.

A globalização cria uma nova estrutura de oportunidades, ao redefinir papéis, criar desafios e apresentar algumas oportunidades de inclusão, mas acelera também um pro-cesso oposto, o de exclusão. Além disso, o movimento globalizante não é unidirecional. Há também um movimento inverso, de afirmação do local e de influência do local para o global. Um dos exemplos das transformações locais é a mudança que se verifica no meio rural brasileiro em decorrência da incorporação de atividades tipicamente urbanas, que cria dinâmicas locais, muitas das quais com repercussões globais. (...)

Nesse novo contexto, as divisões rural e urbano, indústria e agropecuária, entre outras formas de fixar fronteiras para separar mundos dicotômicos, perdem o sentido que possuíam. A informação flui com rapidez e constância entre os espaços geoculturais e geoeconômicos e, ao mesmo tempo em que as fronteiras se apagam, dinâmicas diversas, de processamento e filtragem, levam à constituição de estratos, de estruturação diversa, que convivem no mesmo mundo, e mantêm alto grau de interação. Em consequência, necessidades, expectativas e desejos, muitas vezes de natureza contraditória, aglutinam-se, e necessitam ser mediados. As instituições que atuam nessa nova realidade não podem ignorar esse caráter plural, integrado e, ao mesmo tempo, contraditório da conformação social da atualidade.

Nessa conjuntura, a pesquisa agropecuária se defronta com a complexa tarefa de conciliar, na sua agenda, necessidades diferenciadas para que possa vir a contribuir para o avanço da capacidade competitiva do agronegócio brasileiro, para a inserção social dos segmentos menos organizados e menos capitalizados, e para a construção de um novo paradigma técnico que se desenha no agronegócio global, alicerçado na biologia avançada, na tecnologia da informação e, possivelmente, na nanotecnologia, porém, submetido a im-portantes restrições relacionadas com a sustentabilidade e com a dinâmica das mudanças ambientais globais.

Trecho extraído e adaptado do artigo “Avanços na pesquisa agropecuária brasileira. Autor: Clayton Campanhola. Publicado na Revista USP, n.64. São Paulo, dez/fev 2004-2005

Page 24: Ulhoa Cintra

>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

24

UNIDADE 2: OS HUMANOS E O AMBIENTE

>> Capítulo 3: O aquecimento global

TEMASn Analisar as principais causas do aquecimento global e as principais ações tomadas pela sociedade para

evitar.n Debater o futuro climático do mundo e o que se pode fazer para reduzir os efeitos das alterações

atmosféricas.

RESPOSTAS

Mãos à Obra! Página 39

Dentre as possíveis mudanças destacam-se:

Alteração no padrão das chuvas;

Redução das geleiras existentes nos polos e em elevadas montanhas;

Aumento do nível dos oceanos, o desaparecimento de ilhas e o surgimento de refugiados ambientais;

Aumento das mortes por causa do calor, tempestades, inundações, secas, incêndios fl orestais;

Mudança na distribuição dos insetos;

Alterações em diversos biomas;

Mudanças nas produções agrícolas.

Agora é com você. Página 46

Questão 2 Segundo o Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais) esses são alguns dos possíveis efeitos do aqueci-

mento global no Brasil até 2100:

Na Região Norte:As temperaturas podem aumentar 8 graus em relação aos atuais valores registrados;Parte da fl oresta desaparece, sendo substituída por uma cobertura semelhante à vegetação do Cerrado;Diminuirá o índice de chuvas

No Nordeste:O clima deixa de ser semiárido, passando a ser árido

No Centro-Oeste:Reduz o índice de chuvas

Nas regiões Sul e Sudeste:A variação de temperatura e de chuvas alterará as produções agrícolas.

Além disso, a elevação no nível dos mares decorrentes do aquecimento global poderá deslocar, até o fi nal desse século, cerca de 42 milhões de pessoas que habitam cidades litorâneas no Brasil. Por conta do calor, casos de doenças como febre amarela, malária e dengue devem aumentar.

UNIDADE 2: OS HUMANOS E O AMBIENTE

Page 25: Ulhoa Cintra

>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

25

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

O colapso ambientalOs processos através dos quais as sociedades do passado minaram a si mesmas dani-

ficando o meio ambiente dividem-se em oito categorias, cuja importância relativa difere de caso para caso: desmatamento e destruição do hábitat; problemas com o solo (erosão, salinização e perda da fertilidade), problemas com o controle da água, sobrecaça, sobrepesca, efeitos da introdução de outras espécies sobre as espécies nativas e aumento per capita do impacto do crescimento demográfico.

Tais colapsos do passado tendem a seguir cursos similares, verdadeiras variações sobre um mesmo tema. O crescimento populacional força as pessoas a adotarem meios de produção agrícola intensificados (como irrigação, safras duplas ou cultivo em terraços), e a expandir a agricultura das terras inicialmente escolhidas para áreas marginais, de modo a alimentar o número crescente de bocas famintas. Práticas não sustentáveis levam a um ou mais dos oito tipos de dano ambiental listados anteriormente, resultando em terras marginais de cultivo novamente abandonadas. Para a sociedade, as consequências incluem escassez de comida, fome, guerras onde muita gente luta por poucos recursos, e derrubada de elites governantes pelas massas desiludidas. Afinal, a população diminui por causa da fome, da guerra ou das doenças, e a sociedade perde algo da complexidade política, econômica e cultural que desenvolveu em seu auge. Os escritores sentem-se tentados a fazer analogias entre as trajetórias dessas sociedades e as trajetórias de vidas individuais – para falar sobre o nascimento, o crescimento, o auge, o envelhecimento e a morte das sociedades – para dizer que o longo período de envelhecimento que a maio-ria de nós atravessa, entre nossos melhores anos e nossas mortes, também se aplica às sociedades. Mas a metáfora se mostra errônea para diversas sociedades do passado que declinaram rapidamente após atingirem o auge de prosperidade e poder. Esses rápidos declínios devem ter sido recebidos com choque e surpresa por seus cidadãos. Nos piores casos de colapso total, todos os membros de uma sociedade emigram ou morrem. Obvia-mente, porém, esta sombria trajetória não é invariável para todas as sociedades do pas-sado: diferentes sociedades ruíram em diferentes graus e de modos diferentes, enquanto outras sociedades simplesmente não entraram em colapso.

Atualmente, o risco de tais colapsos é motivo de preocupação crescente. De fato, os co-lapsos já se materializaram para países como a Somália, Ruanda e outras nações subdesen-volvidas. Muitos temem que o ecocídio tenha superado a guerra nuclear e as novas doenças como uma ameaça à população mundial. Os problemas ambientais que enfrentamos hoje em dia incluem as mesmas oito ameaças que minaram as sociedades do passado e quatro novas ameaças: mudanças climáticas provocadas pelo homem, acúmulo de produtos quími-cos tóxicos no ambiente, carência de energia e utilização total da capacidade fotossintética do planeta. A maioria dessas 12 ameaças, acredita-se, se tornará crítica em âmbito mundial nas próximas décadas: ou resolvemos os problemas até lá, ou os problemas irão minar não apenas a Somália, como também as sociedades do mundo desenvolvido. Em vez de um cenário de Dia do Juízo Final envolvendo a extinção da humanidade, ou de um apocalíp-tico colapso da civilização industrial, é mais provável que tenhamos de enfrentar “apenas” um futuro com um padrão de vida consideravelmente inferior, riscos maiores e crônicos, e o declínio daqueles que consideramos alguns de nossos valores mais fundamentais. Tal colapso pode assumir diversas formas, como a disseminação mundial de doenças ou de guerras provocadas pela escassez de recursos naturais. Se tal raciocínio é correto, então os nossos esforços de hoje determinarão o estado em que estará o mundo quando nossas crianças e jovens chegarem à meia-idade e velhice.

DIAMOND, Jared. Colapso. Rio de Janeiro: Record, 2005.

Page 26: Ulhoa Cintra

>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

26

TEXTO 2

Perspectivas futuras para as negociaçõesA COP – 11 e a Primeira Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto deram início às dis-

cussões formais em torno do regime pós-2012. Meses depois, na reunião de Bonn, em maio de 2006, foram apresentadas propostas substantivas para balizar o diálogo em torno de um regime pós-2012. Alguns blocos, como a União Europeia, e países, como a Suíça, já se manifestaram a favor da extensão do Protocolo de Kyoto para um segundo período. A análise das posições declaradas permite antever intensas negociações internacionais em torno de pelo menos sete pontos:

1) Políticas públicas que induzam a universalização do regime pós-2012 para a plena implementação da Convenção do Clima.

2) Novas metas quantitativas de redução de emissões de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos.

3) Aperfeiçoamento dos mecanismos de mercado de gases de efeito estufa.4) Aprimoramento do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo para a sustenta-

bilidade em economias emergentes.5) Compromissos voluntários para redução de emissões por parte das economias

emergentes.6) Desenvolvimento e transferência de tecnologias limpas, e acessibilidade às mesmas.7) Iniciativas para a adaptação às mudanças climáticas.

Os itens acima estarão certamente em destaque nas futuras negociações, que serão influenciadas, daqui para frente, pelo informe do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) e pelo Relatório Stern. Este último documento foi solicitado pelo ministro do Tesouro do Reino Unido, Gordon Brown, e coordenado por Nicolas Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial. Em cerca de 600 páginas foram expostas evidências relativas aos riscos das mudanças climáticas e custos para enfrentá-las.

A conclusão principal de Stern e sua numerosa equipe foi a de que os benefícios de uma ação rigorosa e antecipada ultrapassam, de longe, os custos econômicos da inação. Outras advertências também repercutiram fortemente e dizem respeito ao futuro. Sem uma signifi-cativa queda nas reduções, a concentração de gases de efeito estufa pode chegar ao dobro do seu nível pré-industrial. A estabilização dos índices de carbono atmosférico exige que as emissões atuais caiam em pelo menos 25%. O setor de energia em escala mundial precisa ser “descarbonizado” em 60%, no mínimo, até 2050. Utilizando modelos econômicos formais, Stern calculou que as alterações do clima provocarão a cada ano perda correspondente a 5% do PIB global, enquanto os custos de redução limitam-se a cerca de 1%.

Trechos extraídos e adaptados do artigo “Mudanças climáticas e multilateralismo”, de autoria de Jaques Marcovitch. Publicado na Revista USP n. 72. São Paulo, dez/fev de 2006-2007.

>> Capítulo 4: Outras alterações climáticas

TEMASn Analisar as principais alterações existentes na atmosfera, porções da litosfera, hidrosfera e biosfera,

provocadas pela ação antrópica.

RESPOSTAS

Agora é com você. Página 61

Questão 3Sugestões de respostas:

1. A exploração madeireira reduz ou até mesmo extingue algumas formações arbóreas típicas da Amazônia.

Page 27: Ulhoa Cintra

>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

27

Um exemplo disso ocorre com o mogno e o pau-rosa, que estão fadados a desaparecer no começo da próxima década.

2. A expansão agropecuária utiliza as queimadas para limpar os terrenos que anteriormente eram ocu-pados por matas.

3. A atividade mineradora e a ação de garimpos clandestinos, prejudicando a flora e a fauna local. 4. O avanço da biopirataria na região, gerando desequilíbrio na cadeia produtiva e prejuízos que chegam

a cifras de milhões de dólares por ano. 5. O crescimento de alguns núcleos urbanos, que sem o devido planejamento depreciam o bioma exis-

tente ao seu redor.

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

Mudar o mundo até 2030Não é preciso esperar pela redução das emissões de gás de efeito estufa para tomar as

rédeas contra o aquecimento global. O grupo III de Mitigação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas de maio de 2007 sugere uma série de ações dos governos, empresas e indivíduos, em uma reciclagem do modo de vida moderno. São elas:

Na agricultura:n Melhorar o manejo da terra para aumentar o armazenamento de carbono no solo,

técnicas mais avançadas de plantação de arroz e criação de gado para diminuir as emissões de CH4;

n Melhores técnicas de aplicação de fertilizantes com nitrogênio para reduzir as emissões de N2O.

No transporte:n Veículos mais econômicos, híbridos e elétricos, biocombustíveis;n Migração do transporte rodoviário para o ferroviário;n Promoção do transporte público e de meios não motorizados de locomoção, como andar

a pé ou de bicicleta.

Na construção:n Iluminação e isolamento térmico mais eficientes;n Uso de energia solar e de fluidos de refrigeração alternativos.

Na indústria:n Equipamentos elétricos mais eficientes, recuperação de calor e energia;n Reciclagem e substituição de materiais;n Controle na emissão de outros gases além do CO2 durante o processo de produção de

cimento, amônia e ferro.

Nas florestas:n Reflorestamento, manejo, redução do desmatamento;n Melhoramento de espécies de árvores para aumentar a produtividade da biomassa e

seqüestro de carbono;n Madeira certificada para a indústria.

Na energia:n Trocar o carvão pelo gás, energia nuclear e fontes renováveis como energia hidrelétrica,

solar, eólica, geotérmica e gerada pelas ondas e marés.Texto extraído da Revista Scientific American Brasil – Edição Especial publicada em 2007. Editora Duetto.

Page 28: Ulhoa Cintra

>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

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UNIDADE 3: O ESPAÇO GEOGRÁFICO URBANO

>> Capítulo 5: A urbanização e suas características

TEMASn Desenvolver as principais características da urbanização no mundo e no Brasil.n Valorizar o debate e o entendimento sobre metrópoles e megalópoles.

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

Leia trechos da entrevista de Bill Mitchell, diretor do programa Cidades Inteligentes do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT):

O que é uma cidade inteligente?A melhor maneira de entender isso é pensar na história evolutiva das cidades e

compará-las a organismos vivos. As cidades pré-industriais eram feitas essencialmente de osso e pele – paredes, pisos e telhados que nos protegiam do ambiente exterior. Já na era industrial, as cidades desenvolveram fi siologias artifi ciais, dotadas de sistema nervoso, com redes digitais de sensoriamento e processamento espalhadas por todos os lados. Isso deu a base para que elas pudessem se comportar de maneira muito mais inteligente.

Mas todas as cidades têm isso?Todas estão evoluindo nessa direção, até mesmo nos países em desenvolvimento. Quase

todas as cidades já possuem pelo menos uma rede de telefonia celular. As mais evoluídas, redes de alta velocidades etc.

Como o senhor vê o processo global de urbanização?É uma coisa inevitável. Se é boa ou ruim, portanto, é de certa forma irrelevante. Quando

surgiu a internet, e as telecomunicações começaram a se desenvolver rapidamente, muita gente achava que as cidades iriam se dissolver, que não haveria mais razão para agregar atividades em um só lugar. Essa teoria se provou completamente errada. Este é, sem dúvida, o século das cidades.

Quais são os erros que as cidades costumam cometer?Duas questões fundamentais são o planejamento básico de uso do solo e dos padrões

de transporte. Fazer isso direito desde o início é crucial para a efi ciência e a sustentabilidade das cidades a longo prazo. Muitas cidades cresceram de maneira pouco planejada, desco-ordenada, descontrolada, o que só acumula problemas para o futuro. O mais importante é olhar para o futuro e reconhecer que leva décadas ou séculos para se construir uma cidade. Não se pode pensar apenas no curto prazo, apesar de as pressões políticas e econômicas normalmente levarem a isso.

Se a cidade é mal planejada no início, dá para “arrumar a casa” depois?É difícil, mas não impossível. As cidades nunca são projetadas em um único momento, com

base em alguma utopia perfeita. Elas crescem e se desenvolvem com o tempo, construindo sobre a herança de gerações passadas. É um processo que exige criatividade constante.

Trecho extraído da Revista Megacidades – Grandes Reportagens. In: O Estado de S.Paulo. São Paulo, ago, 2008.

UNIDADE 3: O ESPAÇO GEOGRÁFICO URBANO

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>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

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>> Capítulo 6: Tendências urbanas

TEMASn Analisar as principais tendências urbanas e os principais problemas ligados a esse espaço, tais como

o avanço das submoradias, violência urbana, megacidades e cidades globais.

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

Práticas globalizadasÉ incontestável que transformamos intensa e imperceptivelmente os espaços urbanos

com as práticas cotidianas; porém, a intensificação do processo de globalização dos capi-tais impulsiona à transformação das cidades com uma rapidez que ultrapassa, de longe, os efeitos das práticas diárias.

Nenhuma mão invisível atua sobre esses espaços de concentração e acumulação que são as cidades, e sim o contrário; trata-se de transformações pensadas, racionalizadas, ger-enciadas e dirigidas a adaptar formalmente o espaço a novas condições de ancoragem dos fluxos de capital (...)

(...) Em uma economia globalizada, os poderes públicos locais, em sua função de respon-sável pela acumulação de capital, porém subordinados a vertiginosa velocidade de circulação, “a sua liquidez” e onipresença apenas lhes cabe a atuação direta e constante sobre o espaço urbano para manifestar-se local e internacionalmente como poderes instituídos. Para isso atuam em diversos sentidos: de um lado, produzem novo espaço urbano, o moldam as novas condições de fluidez do capital e, com isso, garantem, no mínimo e enquanto dura o processo de renovação urbana, a produção de renda imobiliária local; por outro constroem um duplo discurso: um dirigido a manter e reforçar a visibilidade e a singularidade do lugar em um mundo onde primam as semelhanças urbanas e dos “não-lugares”; outro dirigido a seus cidadãos para amortecer o possível conflito derivado das transformações da cidade. Nesse contexto se entroncam planos estratégicos e planejamento urbano.

E, em um contexto marcado pela flexibilidade e negociação contínua, os administra-dores públicos das cidades optaram por um planejamento urbano comprometido por atu-ações urbanísticas em curto prazo e por estreitar a colaboração com os agentes privados, jogando com o rol de estimuladores dos investimentos privados.

As novas políticas urbanasNo marco crescente de competitividade internacional entre cidades, a política urbana

foi se caracterizando por progressiva orientação rumo a captação de fluxos de capital, seja de consumidores – tratando-se dos próprios cidadãos ou turistas –, seja de investidores.

As novas políticas urbanas estão acompanhadas da política posta em funcionamento pelos mecanismos de marketing e por elaborados discursos que permitam manter a har-monia social e a “ideologia do crescimento”, a fim de atenuar os possíveis conflitos sociais derivados das crises socioeconômicas resultantes da transformação espacial.

Esses mecanismos e discursos foram sendo construídos sobre a ideia de que as trans-formações urbanas produzem crescimento econômico e, portanto, postos de trabalho, e com base em um processo de produção intensivo (produção industrializada) de “identidade urbana” facilmente consumível e “assimilável” por objetos e slogans “identitários”. “Amo São Paulo”, slogan do 450 anos, ou Barcelona mês que mai, lançado para os Jogos Olímpicos, são apenas duas pequenas mostras de práticas habituais de produção de “identidade cidadã” da maioria dos poderes públicos locais (municipais, metropolitanos, regionais). (...)

A localização dos investimentos públicos no espaço urbano obedece a estratégias vinculadas aos interesses da iniciativa privada, tanto quanto estão as estratégias de não investimentos em espaços desprovidos de intervenção urbanística.

Trecho extraído do artigo “Planejamento urbano: discurso anacrônico, práticas globalizadas. de Rosa Tello Robira. In: Geografia das Metrópoles. Organizadores: Ana Fani Alessandri Carlos e Ariovaldo Umbelino de Oliveira. São Paulo: Contexto. São Paulo, 2006.

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>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

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UNIDADE 4: POPULAÇÃO MUNDIAL

>> Capítulo 7: Crescimento populacional

TEMASn Analisar as principais características do crescimento populacional dos países desenvolvidos e subde-

senvolvidos;n Analisar a dinâmica demográfi ca brasileira e as tendências futuras.

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

Subnutrição infantil caiu só 5 pontos percentuais em 15 anos, aponta UNICEFO número de crianças subnutridas abaixo dos cinco anos de idade sofreu uma redução

pouco signifi cativa desde 1990, colocando em risco a meta de reduzir a fome e a pobreza pela metade até 2015. É o que aponta o relatório “Progresso para as crianças – um relatório sobre nutrição”, divulgado pelo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

A subnutrição, diz o documento, contribui hoje para a morte de 5,6 milhões de crianças em todo o mundo, mais da metade do total de mortes infantis.

De acordo com o UNICEF, uma em cada quatro crianças abaixo dos cinco anos de idade, o equivalente a 146 milhões, está abaixo do peso. A situação mais grave é no sul da Ásia, onde 46% das crianças nessa faixa etária são subnutridas.

Apesar de ter havido progresso em algumas regiões, em média, o número de crianças subnutridas caiu apenas cinco pontos percentuais nos países em desenvolvimento nos últimos 15 anos.

Nesse ritmo, não ocorrerá o cumprimento das Metas do Objetivo do Milênio.O Brasil é apontado como um país que vem cumprindo a meta de redução da desnu-

trição, com 6% de crianças subnutridas, considerado “um índice relativamente baixo”.Artigo publicado na Folha de S.Paulo, 3 de maio de 2006. Adaptado.

>> Capítulo 8: Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

TEMASn O que é IDH e como ela distingue os países.n Debater o IDH brasileiro, observando as possíveis distorções entre o dado obtido e a realidade vivida

por muitos habitantes do país.

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

Brasil mostra que só crescimento não gera desenvolvimento, aponta estudo da ONU

A experiência brasileira mostra que crescimento econômico é necessário, mas não sufi ciente, para melhorar o desenvolvimento humano, afi rma um relatório lançado em 2008 em Brasília por três agências da ONU: CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), OIT (Organização Internacional do Trabalho) e PNUD. Só o acesso a trabalho decente

UNIDADE 4: POPULAÇÃO MUNDIAL

Capítulo 7: Crescimento populacional

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>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

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pode fazer a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) traduzir-se em melhoria do bem-estar social, conclui o estudo.

“A ênfase na geração de postos de trabalho pode contribuir de modo significativo para elevar o nível de desenvolvimento humano, sobretudo quando essa geração está associada às outras dimensões do trabalho decente: ausência do trabalho infantil ou forçado; nível adequado de remuneração, formalidade e acesso à proteção social; respeito aos direitos no trabalho, inclusive os relativos à livre organização sindical e à possibilidade de negociar coletivamente o contrato e as condições de trabalho; oportunidades iguais de acesso ao emprego e às ocupações de mais qualidade e mais bem remuneradas, independentemente do sexo, da cor, etnia ou outros atributos”, diz o relatório, intitulado Emprego, Desenvolvi-mento Humano e Trabalho Decente – A experiência brasileira recente.

A publicação inova ao analisar a relação entre indicadores dessas três áreas, e também de crescimento econômico, para um único país — em geral, a literatura acerca do assunto debruça-se sobre grupos de países. O terceiro capítulo faz cruzamentos entre indicadores como PIB, nível de ocupação (proporção de pessoas que estão em idade de trabalhar e de fato trabalham), componentes do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), horas trabalhadas, contribuição à Previdência, trabalho infantil e taxa de ocupação feminina.

Os cálculos, feitos com base em dados das unidades da federação referentes 1993, 1997, 2001 e 2005, indicam, por exemplo, grande probabilidade (99%) de haver relação positiva entre bons indicadores de educação e dois outros fatores: nível de emprego e nível de ocu-pação das mulheres. O indicador de educação utilizado foi o IDH Educação, um componente do IDH que leva em conta a proporção de pessoas de 15 ou mais alfabetizadas e a taxa bruta de frequência à escola. Além disso, é grande a probabilidade de haver relação negativa entre o IDH Educação e o excesso de horas trabalhadas.

“Níveis mais elevados de emprego dão a segurança (e possivelmente os recursos) necessários para que uma família possa proporcionar melhor educação a seus filhos. Ao mesmo tempo, é provável que uma população mais educada consiga melhores coloca-ções”, afirma o estudo.

Existe também probabilidade (95%) de haver relação positiva entre nível de emprego e expectativa de vida (que também faz parte do IDH) e relação negativa entre expectativa de vida de excesso de horas trabalhadas. “Níveis de ocupação mais elevados põem um número maior de pessoas na posição de poder gastar mais com o tratamento de enfermidades ou simplesmente levar uma vida mais saudável. Também podem dar mais proteção aos recém-nascidos. Por outro lado, é óbvio que uma pessoa adulta, com mais saúde, tem mais facilidade de trabalhar e de encontrar uma colocação no mercado de trabalho”, diz o relatório.

Nos anos analisados, não houve correlação estatística significativa entre expansão do PIB e geração de emprego. “Na maior parte do período considerado, o crescimento do PIB teve pouco impacto na geração de emprego, seja em razão do ajuste das empresas a um novo contexto de concorrência, seja em virtude das alterações pontuais na legislação trabalhista”, observa o texto, ressalvando que “o resultado não é suficiente para negar que crescimento econômico favorece aumento do emprego”.

Metodologia diferentePara analisar a variação recente dos níveis de desenvolvimento humano nos Estados

brasileiros e no país como um todo, o relatório calculou os dados do IDH de 1991 a 2005. O resultado, porém, é fruto de uma metodologia diferente da usada pelo PNUD nos Relatórios de Desenvolvimento Humano e no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

No estudo divulgado nesta segunda, o cálculo é feito com base na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), um levantamento socioeconômico feito anualmente pelo IBGE. Os dados de 1991 e 2000 (anos em que não houve PNAD, mas Censo) foram adapta-dos para permitir a comparação com o restante da série histórica. No Atlas, há números apenas de 1991 e 2000, extraídos do Censo.

No Relatório de Desenvolvimento Humano, publicado anualmente em Nova York, alguns indicadores são diferentes dos usados no estudo brasileiro. Para calcular o IDH Renda, por exemplo, o relatório internacional usa o PIB per capita; no documento lançado nesta segunda, é usada a renda familiar per capita.

Disponível em: <http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3033&lay=pde>. Acesso em: mar. 2009.

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>> CONTEÚDO ESPECÍFICO

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>> Capítulo 9: Migrações

TEMASn Analisar as diversas formas de migração ao longo do tempo histórico.n Os fluxos migratórios atuais, as ações de estímulo e controle desses fluxos.n Analisar as discriminações sofridas pelos estrangeiros e a questão dos refugiados.

RESPOSTAS

Mãos à Obra! Página 119

Os que conseguem atravessar e não são presos acabam explorados por empresários do setor agrícola, trabalhando nas colheitas agrícolas de forma temporária. São chamados de braceros. Também são utilizados em algumas atividades industriais, serviços domésticos e trabalho informal.

Geralmente, os clandestinos recebem apenas a metade do que ganha um trabalhador que estivesse com todos os papéis legalizados. Se eles não se submeterem a essa superexploração, seus patrões ameaçam denunciá-los as autoridades locais sobre as condições irregulares que ali se encontram.

Nas grandes cidades norte-americanas estes trabalhadores são explorados e acabam fazendo serviços que alguns norte-americanos se recusam a fazer, trabalham como baby-sitter, garçom, motorista de táxi, faxineiros, dançarinas de night-clubs, ou até mesmo na área da prostituição.

TEXTOS SUPLEMENTARES

TEXTO 1

Fator migraçãoA migração tem pouco efeito imediato no tamanho da população global, mas pode

acelerar a redução da taxa de crescimento populacional. Migrantes que mudam de regiões de alta fertilidade para aquelas de baixa fertilidade, ou seus descendentes, geralmente adotam o padrão de seu novo lar, ainda que com alguma demora. De 2005 a 2050, as regiões mais desenvolvidas deverão ter cada ano 2,2 milhões de imigrantes a mais do que emigrantes, e os Estados Unidos devem receber aproximadamente metade deles.

Mais do que a maioria das variáveis demográficas, a migração internacional no futuro estará sujeita a escolhas políticas de governos nacionais, tornando-se difícil prever. Supondo que o ritmo atual de migração continue, os 98 milhões de migrantes que deverão mudar para o mundo desenvolvido no período 2005-2050 mais do que compensariam a perda estimada de 73 milhões de pessoas nesses países devido ao excesso de mortes em relação a nascimentos. Cenários diferentes de migração internacional não afetariam muito a eleva-ção aguda da proporção de idosos dependentes projetada para os países ricos no próximo século, mesmo que afetem o tamanho da população.

Em 2000, por exemplo, o Birô do Censo dos Estados Unidos projetou a população do país em 2050 considerando diferentes níveis de imigração. Os resultados variaram de 328 milhões, representando aumento populacional de 20% com imigração zero, a 553 milhões, com aplicação de 80% e o nível mais alto de imigração – tendo a imigração anual líquida chegado a 2,8 milhões de pessoas em 2050. Independentemente da migração, no entanto, a razão entre idosos e população ativa em termos econômicos subirá muito de 2010 até por volta de 2035 e aumentará apenas de forma gradual depois dessa data. Em 2050, estima-se que ela atinja 39% com imigração zero e 30% com o maior nível de imigração.Trecho extraído do artigo “A Maturidade da População”, de Joel E. Cohen. Revista Scientific American Brasil. Editora Duetto. São Paulo, out. 2005.