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Um arsenal contra a dor Especialistas garantem que ninguém precisa sofrer com dores crônica tratamentos alternativos são a receita da hora ANA TEREZA !E"ENTE E RENATA !EA! #!A$#R#U T%A!&TA '&RE( omente a matéria !eia os coment)rios Envie a um amigo &mprimir !) vem aquela dor * aquela+ que é imprevis,vel e quase insuport)vel+ da qual qualquer pessoa quer se ver livre o mais rapidamente poss,vel. A arma mais difundida contra ela+ até recentemente+ era o antiinflamat-rio io//+ capa0 de redu0ir o sofrimento sem causar hemorragias e 1lceras estomacais+ como ocorre com os analgésicos. A alegria durou pouco. A desco2erta dos danos cardiovasculares causados pela droga+ ap-s v)rios casos de infarto e derrame+ dei/ou -rfã uma legião de consumidores * até porque outros antiinflamat-rios da mesma fam,lia 3os ini2idores da en0ima #4*56 são suspeitos dos mesmos efeitos colaterais. Eles continuam 7 venda+ mas com certas restri89es. :eli0mente+ médicos do mundo inteiro vieram em socorro dos sofredor alternativas+ aparelhos de diagn-stico mais sofisticados e+ para aq recurso qu,mico+ uma nova gera8ão de analgésicos que agem 2loqueand c)lcio 30iconotide e prega2alin6 no corpo humano+ a parte das célul transmite os sinais da dor. As novas p,lulas aca2am de chegar ao me Unidos+ mas ainda não h) previsão para seu desem2arque no $rasil. A do io// rece2eram uma 2oa not,cia. A pedido da :;A+ ag<ncia americ medicamentos+ um grupo de consultores avaliou que o remédio poderia desde que em doses menores que as indicadas anteriormente. A "erc= que o produ0ia+ ainda não sa2e se o produto voltar) 7s farm)cias. ( depois de avaliar as considera89es da :;A e da Anvisa 3Ag<ncia Naci (anit)ria6. "uitos médicos acham que+ levando*se em conta sua efici #4*5 poderiam ser indicados para quem não pertence ao grupo de ris cardiovasculares. @@Uma alternativa ser) us)*los por um 2reve per,o suficiente para ameni0ar os momentos de crise@@+ afirmou a '#A o Bensen+ professor de Neurologia e presidente da &nternational Assoc 'ain 3Associa8ão &nternacional para o Estudo da ;or6. Era o que fa0 NiemeCer (oares+ de D anos+ que tomou io// por tr<s meses+ até q Eg2erto NogueiraF '#A

Um Arsenar Contra a Dor

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Acupuntura como tratamento complementar nas disfunes temporomandibulares: reviso da literatura

Um arsenal contra a dor

Especialistas garantem que ningum precisa sofrer com dores crnicas. Novos remdios e tratamentos alternativos so a receita da hora

ANA TEREZA CLEMENTE E RENATA LEALCOLABOROU THALITA PIRES

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Egberto Nogueira/POCA

L vem aquela dor - aquela, que imprevisvel e quase insuportvel, da qual qualquer pessoa quer se ver livre o mais rapidamente possvel. A arma mais difundida contra ela, at recentemente, era o antiinflamatrio Vioxx, capaz de reduzir o sofrimento sem causar hemorragias e lceras estomacais, como ocorre com os analgsicos. A alegria durou pouco. A descoberta dos danos cardiovasculares causados pela droga, aps vrios casos de infarto e derrame, deixou rf uma legio de consumidores - at porque outros antiinflamatrios da mesma famlia (os inibidores da enzima COX-2) so suspeitos dos mesmos efeitos colaterais. Eles continuam venda, mas com certas restries.

Felizmente, mdicos do mundo inteiro vieram em socorro dos sofredores, com terapias alternativas, aparelhos de diagnstico mais sofisticados e, para aqueles que precisam de um recurso qumico, uma nova gerao de analgsicos que agem bloqueando os canais de clcio (ziconotide e pregabalin) no corpo humano, a parte das clulas nervosas que transmite os sinais da dor. As novas plulas acabam de chegar ao mercado nos Estados Unidos, mas ainda no h previso para seu desembarque no Brasil. Alm disso, os rfos do Vioxx receberam uma boa notcia. A pedido da FDA, agncia americana que controla medicamentos, um grupo de consultores avaliou que o remdio poderia ser consumido, sim, desde que em doses menores que as indicadas anteriormente. A Merck Sharp & Dohme, que o produzia, ainda no sabe se o produto voltar s farmcias. S tomar uma deciso depois de avaliar as consideraes da FDA e da Anvisa (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria). Muitos mdicos acham que, levando-se em conta sua eficincia, os inibidores da COX-2 poderiam ser indicados para quem no pertence ao grupo de risco das doenas cardiovasculares. ''Uma alternativa ser us-los por um breve perodo de tempo, o suficiente para amenizar os momentos de crise'', afirmou a POCA o dinamarqus Troels Jensen, professor de Neurologia e presidente da International Association for the Study of Pain (Associao Internacional para o Estudo da Dor). Era o que fazia a publicitria Renata Niemeyer Soares, de 30 anos, que tomou Vioxx por trs meses, at que fosse proibido, para combater as dores da endometriose, doena que provoca o crescimento descontrolado de tecido uterino. Suas crises eram to terrveis que s remdios base de morfina, aplicados na veia, conseguiam aplacar o sofrimento. Por recomendao mdica, Renata teve filhos - dois, um em seguida do outro. ''Achei que meu problema estivesse resolvido. Mas, em julho do ano passado, as dores voltaram'', afirma. Foi ento que apelou ao Vioxx e, hoje, um dos milhares de rfos do medicamento. ''Sempre fui alrgica a analgsicos e, por conta disso, sofri com a dor. J pensei em tirar o tero para acabar de vez com o incmodo.''

Fotos: AP

APOSTASofrendo uma dor insuportvel no quadril, Guga resolveu parar e fazer uma cirurgia POLMICASuspeita-se que Ronaldo tenha feito infiltrao para diminuir a dor nos joelhos

Dentro da comunidade mdica, o resultado da crise detonada pelo Vioxx encarado de forma positiva. ''Havia muita gente tomando antiinflamatrio, porque mais simples do que enfrentar uma terapia, mudar a dieta ou fazer relaxamento'', diz Daniel Solomon, especialista em artrite do Brigham and Women's Hospital, um dos mais conceituados centros de estudos da dor nos Estados Unidos. ''Agora, mdicos e pacientes esto discutindo mais as possibilidades de tratamento.'' Os dois congressos internacionais sobre dor que sero realizados neste ano, neste ms nos EUA e em agosto na Austrlia, vo focar nesse leque de alternativas. No Brasil, um congresso que ser realizado em maio pela Universidade de So Paulo, com especialistas estrangeiros, tambm colocou o tema na agenda. Em So Paulo, o Hospital das Clnicas (HC) adota um tratamento conjugado com remdios e terapias alternativas. ''Musicoterapia, massagem, biodana, hipnose, relaxamento, meditao, homeopatia. Costumo dizer que tudo o que o paciente nos relata que lhe faz bem deve ser empregado'', explica o clnico e psicoterapeuta Joo Figueir, do Centro Multidisciplinar da Dor do HC. Nesse arsenal, entra at a religio. ''Existem evidncias na literatura cientfica que demonstram como a f permite que a pessoa com dor tenha maior capacidade de toler-la e, conseqentemente, usufrua uma melhor qualidade de vida'', afirma Figueir. #Q:Arsenal contra a dor - continuao:#

Maurilo Clareto/POCA

RELAXADOO engenheiro Hlio Fucs, de 60 anos, recorreu ao watsu para aliviar dores no quadril e no ombro

O mdico brasileiro compartilha da opinio da maioria dos especialistas, de que no se trata de abandonar os remdios. ''Conjugando-os com outros mtodos, possvel aliviar a dor com doses menores e menos freqentes de antiinflamatrios'', disse a POCA o neurologista Charles Argoff, professor da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, onde dirige um centro de controle da dor. ''Existem injees, implantes e toda uma nova gerao de analgsicos como Lyrica (pregabalin) e Prialt (ziconotide).'' Esses remdios agem bloqueando os canais de clcio na comunicao dos nervos que transmitem os sinais da dor. So timos para dores crnicas, inclusive as provocadas por cncer, Aids e leses musculares. ''So tantas as alternativas que nada justifica que algum continue convivendo com a dor'', afirma Jensen. Os estudiosos apontam duas razes para a existncia desse universo de doloridos. ''A maioria dos mdicos no aprendeu na faculdade a controlar a dor. No basta receitar um remdio'', denuncia Argoff. ''Na verdade, boa parte da classe mdica e muitos pacientes ainda encaram a dor apenas como um sintoma. Muitas vezes ela a doena! outro erro que impede o diagnstico correto e a cura.''

O custo da dor nos Estados Unidos foi de US$ 130 bi no ano passado

No Brasil, outro problema grave a automedicao. Com a experincia de 50 anos de estudos sobre dor de cabea, o neurocirurgio Edgard Rafaelli Jr. conta que as pessoas partem para a automedicao porque ouvem dizer que enxaqueca no tem remdio. ''O que elas no sabem que a maior parte das dores de cabea tem cura, e dependem apenas de tratamento adequado e por um perodo determinado'', afirma o mdico com conhecimento de causa, j que da infncia at os 42 anos - hoje tem 75 - sofreu de sete tipos de dor de cabea. ''Quanto mais analgsicos se toma, mais a dor pode se perpetuar. O crebro produz endorfinas para combater a dor, mas, quando se exagera na quantidade de remdios, ele deixa de fabric-las adequadamente e a pessoa pode criar uma cefalia crnica diria.'' Tomar analgsicos mais de duas vezes por ms absolutamente contra-indicado.

Egberto Nogueira/POCA

LTIMO RECURSOA mdica Ana Lcia Nicolau, de 40 anos, j fez acupuntura, fisioterapia, massagem e infiltrao de corticide para diminuir a dor provocada por um deslocamento de vrtebra na coluna. Como nada deu certo, vai operar-se ainda neste ms

Tambm rfo do Vioxx, o empresrio Luciano Amado, de 29 anos, est procurando novos rumos no combate a uma dor nas costas que lhe tira o humor. No para menos. Basta que ele se levante de mau jeito da cadeira ou faa um movimento mais brusco na cama e pronto, l vem ela. ''O msculo trava e inflama. A crise dura at sete dias. Fiz massagens e acupuntura, mas o alvio era apenas momentneo'', conta. Dois anos atrs, Luciano passou a tomar Vioxx: ''Era show de bola. A dor comeava, eu tomava o remdio e, em duas horas, estava novo''. Agora, sem ele, a sada fazer alongamento e tentar fortalecer o abdome.

A origem da dor pode residir nas emoes, no significado que se d a elas e nos reflexos que isso tem na postura e no modo de vida. A dor insistente que no deixa o pescoo em paz, por exemplo, pode ser uma resposta a um problema emocional cujo sentido ''estou carregando um fardo''. A dor que cutuca a coluna lombar pode significar que ''preciso agentar o peso da responsabilidade''. So emoes negativas - tristeza, medo, insegurana -, que geram pensamentos conflitantes e travam o corpo. A medicina oriental diz que, se a energia no circula, a dor aparece. Nesses casos, a acupuntura apresenta resultados excelentes. um dos casos em que a cincia ocidental comprova os efeitos de uma terapia oriental. ''Ela desbloqueia a energia, acalma a mente e faz o indivduo raciocinar sobre o que est acontecendo'', diz Ysao Yamamura, chefe do setor de Medicina Chinesa e Acupuntura da Universidade Federal de So Paulo (Unifesp).

A dor no deve ser encarada apenas como sintoma, e sim como doena

A hiptese mais aceita de que a acupuntura estimula a produo de substncias cerebrais analgsicas, como a endorfina. E no s isso. A tcnica tambm tem ao benfica contra a ansiedade e a depresso, doenas que podem ser desencadeadas quando a dor j atingiu um estgio crnico. ''Os ndices de melhora so muito peculiares, porque dependem da sensibilidade do paciente, da idade, do estado psicolgico'', diz o mdico Norvan Leite, que d aulas na Associao Mdica Brasileira de Acupuntura (Amba). O caso de Sara Oleiro, de 40 anos, tpico da mulher moderna: rotina estressante, mil obrigaes e pouco tempo para si mesma. Designer de interiores, ela fica horas diante do computador, discute com clientes a aprovao de projetos, gerencia uma equipe. Com dois filhos e casa para cuidar, vive correndo. Resultado: freqentes dores de cabea e na coluna. ''Tentei contornar a dor com remdios, mas eles no resolveram o problema'', conta. H dois anos, Sara procurou a acupuntura. ''As tenses cotidianas continuam existindo, mas sou capaz de control-las melhor. Se tenho dor, as agulhas so um alvio. Quando estou bem, a acupuntura funciona como uma terapia, porque me deixa mais tranqila.'' #Q:Arsenal contra a dor - continuao:#

Egberto Nogueira/POCA

TERAPIAA designer de interiores Sara Oleiro, de 40 anos, faz acupuntura para se livrar da dor gerada pelo stress dirio

Outra opo muito indicada pelos mdicos o relaxamento na gua. O corpo deixa de ser um veculo adequado para sensaes prazerosas quando a dor resolve dar o ar da graa. A partir da, a ateno do organismo fica toda focada no combate ao estmulo doloroso e as sensaes agradveis so ''apagadas'' do radar. A temperatura da gua na hidroterapia, em torno de 35 graus, relaxa os msculos e interfere diretamente nos quadros de dor. ''Com o aquecimento, ocorre um aumento da circulao local, que favorece o relaxamento'', diz Rosangela Vinhas, fisioterapeuta da Escola Takeda e supervisora do Setor de Hidroterapia da Universidade Cidade de So Paulo (Unicid). Outra vantagem que a gua potencializa os estmulos sensoriais - as fibras que enviam essas informaes so de maior calibre e condutibilidade que aquelas que enviam estmulos dolorosos. Na gua, esses dois tipos de estmulos acabam competindo e o que perde o da dor.

Quando sai da piscina depois da sesso semanal de hidroterapia, o engenheiro Hlio Fucs, de 60 anos, sente-se com a leveza de um beb. Como mgica, as dores provocadas por uma artrose no quadril e uma antiga leso no ombro desaparecem. ''Fao na sexta-feira para passar o fim de semana bem'', conta ele. Com medo de cirurgias ortopdicas, Fucs viveu anos base de antiinflamatrios. ''Era timo ficar livre da dor com um comprimido, mas meu corpo no agentou. Tive gastrite e parei.'' A hidroterapia ajuda, apesar de ser um alvio momentneo. ''Os sintomas voltam depois de trs dias. Preciso arranjar tempo para fazer mais vezes por semana.''

Eduardo Monteiro/POCAEgberto Nogueira/POCA

RFOS DO VIOXX Com endometriose, Renata Niemeyer chegou a cogitar tirar o tero. Luciano Amado sofre com um problema nas costas

A terapia cognitiva ganha cada vez mais crditos no combate dor. Depresso, ansiedade, irritabilidade e stress, desenvolvidos ou agravados em funo da dor, e mais pensamentos, sentimentos e imagens so destrinchados nessa terapia. um trabalho de curto prazo e com foco naquilo que incomoda o paciente. Quem muito ansioso, por exemplo, costuma ter maior contrao muscular na regio dos ombros e do pescoo e sofrer de dores de cabea mais intensas, porque est sempre plugado no futuro, no consegue viver o presente com tranqilidade. H quem fique deprimido em funo da dor e, como reclama muito dela, faz com que os amigos no agentem e se afastem. A pessoa perde o ''reforador social'', ou seja, aquilo que a mantm feliz, alegre. ''Trabalhamos os aspectos que fazem o paciente sentir e manter a dor'', diz o psiclogo Gildo Angelotti, professor da Unidade de Medicina Comportamental da Unifesp. ''Em cada sesso discutida uma questo: irritabilidade, tristeza etc. Assim, ele detecta seus problemas e aprende a lidar com eles'', explica Angelotti.

Algumas dores ganham ''notoriedade'' quando impedem um profissional de fazer bem aquilo que sabe. Como a dor colossal que o jogador Ronaldo sentiu quando teve rompimento da patela - osso do joelho. Existem outros nomes a engrossar essa lista, como o do pianista Joo Carlos Martins, que perdeu os movimentos da mo direita e s consegue tocar com a esquerda base de injees; o do tenista Gustavo Kuerten, que luta contra a dor incapacitante do quadril; e o da ginasta Daiane dos Santos, que j passou por trs cirurgias - duas no joelho direito e uma no esquerdo. ''Dependendo da carga de exerccios, o joelho di mais. Fao fisioterapia todos os dias e acabo me acostumando a competir com dor'', conta Daiane. Antes de um evento, por orientao mdica, ela toma preventivamente antiinflamatrios. ''H uma linha tnue entre o treinamento ideal e o exagero'', explica Paulo Zogaib, especialista em Medicina Esportiva pela Unifesp. ''Quando o atleta treina com dor, o desempenho mximo no atingido. O sintoma, ento, tratado e diminui de intensidade. Depois, volta a aumentar e passa a ser crnico. O atleta acaba se acostumando a sentir dor.''

Triatleta e mdica, Ana Lcia Nicolau, de 40 anos, comeou a sentir dor no nervo citico h dois anos. ''J tentei de tudo: acupuntura, fisioterapia, massagem e infiltrao. Fiquei seis meses no psiquiatra'', conta. A dor, provocada pelo deslocamento de uma vrtebra lombar, no deu sinais de trgua. ''Tomo Tramal e Tilex, base de morfina, mas j cheguei a consumir, durante um ano, Vioxx e Celebra. Estava entre a depresso e a dor.'' Ainda neste ms, Ana Lcia vai fazer uma operao na coluna. ''Sero colocados duas hastes e quatro parafusos, alm de um enxerto sseo. Ficarei sem fazer atividade fsica por um ano'', diz ela, que adora praticar esportes. ''A dor anula sua vida. Voc s pensa no dia em que vai ficar na cadeira de rodas. um fantasma.''

PERFIL DOS ''DOLORIDOS''No se pode generalizar, mas existem, sim, traos caractersticos de quem sofre dos trs principais tipos de dor

Enxaqueca: so pessoas perfeccionistas, exigentes, metdicas, excessivamente rgidas consigo mesmas e com os outros, obsessivas com prazos e horrios

Fibromialgia: doena moderna, acomete mais mulheres que tm tendncia a depresso, a sofrer de dficit de memria, a ser irritadias e insones, a ter dificuldade de desfrutar a vida

Hrnia de disco: comum em quem sedentrio, tem tendncia obesidade, fumante e no d a menor ateno para a postura - senta-se de forma inadequada, anda com os ombros curvados

Fontes: Joo Figueir, clnico e psicoterapeuta do Centro Multidisciplinar de Dor do Hospital das Clnicas; Jos Goldenberg, reumatologista do Hospital Albert Einstein

#Q:Os nmeros da dor:#

50 milhes de pessoas sofrem de dor crnica no Brasil

60% delas apresentam depresso

90% dos brasileiros tm, ao menos, um episdio de dor de cabea na vida

200 tipos de dor de cabea j foram registrados pela Medicina

20% das mulheres, contra 10% dos homens, sofrem de enxaqueca

80% da populao mundial tem dor nas costas em algum momento da vida

50% a 80% dos doentes de cncer apresentam dor intensa ou insuportvel

Fontes: Joo Figueir, psicoterapeuta do Centro de Dor do HC; Jos Goldenberg, reumatologista do Hospital Albert Einstein; Edgard Rafaelli Jr., neurocirurgio; Newton Barros, presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor

#Q: Remdios suspeitos:#

ALVIO SUSPEITOIndicados para dores agudas, os inibidores de COX-2 esto sob suspeita depois da divulgao de que o Vioxx pode aumentar o risco de problemas cardacos. Confira a situao de cada um deles

VioxxRetirado do mercado pelo fabricante em todo o mundo

CelebraA Pfizer cancelou nos EUA a propaganda do medicamento, que dizia ''Celebre!''

Arcoxia Atual lder de vendas do setor no Brasil

BextraAssim como o Celebra, ainda pode ter a bula alterada em alguns pontos

PrexigeJ liberado nos EUA, aguarda a aprovao da Anvisa no Brasil

DIFCIL RESISTIRQual a pior dor que existe?

As mais intensas so a dor de neuralgia do trigmeo - o nervo que controla os movimentos da mastigao - e a da clica renal. ''Esta tem a vantagem de ser passageira, enquanto a do trigmeo crnica'', informa o mdico Joo Figueir. ''Ela pode ser desencadeada por aes banais, como engolir ou escovar os dentes'', relata o dentista Jos Tadeu Siqueira

#Q:Exame facilita a descoberta da dor:#

Acelerador da cura

Exame sem contra-indicaes facilita a descoberta de pontos de dor

O que surgiu como tecnologia de guerra agora ajuda a salvar vidas. A base das imagens vistas na Guerra do Iraque a mesma usada para diagnstico por infravermelho. Tudo o que existe na superfcie da Terra emite esse tipo de radiao, no visvel aos olhos humanos. O exame ajuda a descobrir doenas, entre elas a dor, e enfermidades no-identificadas com outras tcnicas ou em estgio inicial, como tumores. Com isso, acelera-se a cura. ''O mtodo uma maneira objetiva de avaliar a dor'', diz Marcos Brioschi, mdico do Centro de Dor do HC. Ele realiza o exame no Hospital Nove de Julho, So Paulo, e no Centro Mdico MAB, em Curitiba. A termografia infravermelha feita com uma cmera especial que filtra os raios infravermelhos e filma o paciente. Analisando a distribuio trmica do corpo na imagem, o mdico faz o diagnstico com base em pontos de temperatura anormal. Segundo Brioschi, a tcnica se mostra eficaz na deteco de dores sem marcas fsicas, que muitos consideram subjetivas, como tendinite e enxaqueca. Tambm comprova casos de leso por esforo repetitivo. No substitui os mtodos atuais, como ultra-sonografia ou tomografia, mas complementa a anlise.

Ito Cornelsen/POCA

PRECISOA tendinite no brao (em vermelho) identificada pelo novo mtodo

#Q:Saiba o que fazer e como tratar alguns tipos de dores:#

A DOR E SEUS REMDIOSElas irritam, fazem a pessoa ficar de cama e faltar ao trabalho, provocam ansiedade ou depresso. Algumas so agudas; outras, mais resistentes, acabam interferindo at no dia-a-dia. Saiba o que as desencadeia, como evit-las e trat-las

1- DOR DE CABEA Causa: decorrente de um distrbio bioqumico cerebral, pode surgir quando se pula uma refeio, por excesso de trabalho ou depois de muitas horas de sono Mudana de hbitos: passar menos tempo na cama para quem dorminhoco; diminuir o ritmo de vida para quem acelerado demais e quer agarrar o mundo com as mos; abandonar o sedentarismo; reduzir ou eliminar o cigarro e as bebidas alcolicas Tratamento: especfico para cada tipo de dor, que tanto pode ser enxaqueca como cefalia do tipo tensional crnica. A diferena que a primeira latejante e atinge uma nica regio, enquanto a segunda toma a cabea toda. Durante a crise, so receitados analgsicos e antiinflamatrios. freqente o uso de alguns remdios para epilepsia e depresso, que funcionam bem quimicamente para a dor crnica Terapias alternativas: andar 20 minutos diariamente aumenta a produo de endorfina, substncia cerebral que combate a dor; acupuntura; exerccios de relaxamento, ioga

2- DOR OROFACIAL (na mandbula e no rosto)Causa: traumatismo local, stress, infeces, bruxismo, postura corporal Mudana de hbitos: fazer boa higiene oral, alterar hbitos alimentares, ter sono adequado e combater o stress Tratamento: para alguns tipos de dor na face indicado o uso de antiinflamatrios. Em casos de dores neuropticas so receitados medicamentos especficos e para as crnicas adotam-se antidepressivos para tratamento e controle da dorTerapias alternativas: alguns pacientes respondem bem acupuntura - usada tanto para dores agudas quanto crnicas - e hipnose

3- ARTROSECausa: doena degenerativa das articulaes tambm conhecida como bico-de-papagaio. As nodulaes, mais comuns na idade madura, podem crescer para dentro da coluna e apertar estruturas do sistema nervoso, dando origem dor. Ela ataca a coluna cervical e a lombar, os joelhos, os quadris - tende a provocar citica, dor que se irradia para as pernas - e as pequenas articulaes dos dedos das mosMudana de hbitos: correo da postura, combate obesidade, checkups preventivos Tratamento: base de analgsicos, antiinflamatrios e remdios que reduzam a inflamao e retardem a artrose, como os condoprotetores (glucosamina, condroitina)Terapias alternativas: exerccios de alongamento, pilates, RPG (Reestruturao Postural Global)

4- LER/DORT Causa: as leses por esforo repetitivo acometem pessoas que trabalham por horas a fio e no fazem pausas nem nenhum tipo de exerccio preventivo, como ginstica laboral. Surgem, principalmente, em quem estressado ou est insatisfeito com o trabalho que faz Mudana de hbitos: correo da postura, exerccios especficos para braos, mos e articulaes, mudanas ergonmicas no local de trabalhoTratamento: analgsicos, antiinflamatrios (como os miorrelaxantes), antidepressivos Terapias alternativas: fisioterapia, acupuntura, massagem, calor local, psicoterapia

5- LESES MUSCULARES Causa: provocadas por traumas, como quedas, pancadas, tores e fraturas Mudana de hbitos: ter mais ateno quando praticar esportes, ser mais cuidadoso ao caminhar na rua e na hora de dirigir (para no provocar acidentes) Tratamento: no caso de fraturas, imprescindvel a imobilizao para reduzir complicaes neurolgicas, hemorrgicas ou agravamento do quadro doloroso, e o uso de analgsicos potentes, como aqueles base de morfina; em situaes menos graves, remdios comuns que combatam a dor Terapias alternativas: acupuntura, meditao, relaxamento, hipnose, hidroterapia, massagem

6- COLUNA Causa: de cada cinco pessoas no mundo, uma ter dor nas costas em algum perodo da vida. produzida por m postura, por excesso de peso ou carga (mochilas, malas pesadas), por traumatismos (como queda) ou por hrnia de disco Mudana de hbitos: emagrecer para evitar sobrecarregar a coluna, deixar de fumar (o cigarro promove osteoporose, que leva a fraturas e ao entupimento dos capilares que nutrem os discos vertebrais), corrigir os erros posturais (aprender a sentar-se corretamente diante do computador ou da TV, verificar o limite de peso de uma mochila) Tratamento: quando a dor severa, o repouso de curto prazo recomendado. Antiinflamatrios, analgsicos e cortisona quase sempre so indicadosTerapias alternativas: exerccios de alongamento, natao, ioga, hidroterapia, RPG, pilates

7- FIBROMIALGIA Causa: desconhecida. Sabe-se apenas que a dor nas fibras musculares atinge 5% da populao mundial, em particular as mulheres. O diagnstico difcil de ser feito, porque no h exames de raios X, de sangue ou tomografia que apontem o problema. Os doentes costumam sofrer tambm de bruxismo, TPM, dor de cabea, depresso, ansiedade, gastrite Mudana de hbitos: fazer exerccios fsicos regularmente produz maior quantidade de serotonina, que provoca bem-estar e diminui a dor Tratamento: analgsicos, relaxantes musculares, antiinflamatrios, drogas que aumentem a serotonina, como antidepressivos tricclicos Terapias alternativas: exerccios de alongamento, acupuntura, ioga, meditao, reflexoterapia, shiatsu, Rolfing, hidroterapia

8- ONCOLGICACausa: decorrente do cncer e das complicaes ps-cirurgia, tais como imobilizao (gera dor lombar provocada por comprometimento muscular), medicao e radioterapia (que produz leso nos nervos perifricos) Mudana de hbitos: no encarar a doena como sinal de morte, porque muitos dos tumores so operveis e respondem bem aos tratamentos qumio e radioterpicos Tratamento: analgsicos, antiinflamatrios no-hormonais, medicamentos morfnicos fracos (como a codena) e fortes (morfina e metadona) Terapias alternativas: fisioterapia, acupuntura, psicoterapia, biodana e hipnose ajudam a dar bem-estar ao paciente, embora no substituam nenhum recurso da medicina tradicional

Fontes: Edgard Rafaelli Jr., neurocirurgio; Jos Goldenberg, reumatologista do Hospital Albert Einstein; Joo Figueir, psicoterapeuta do Centro de Dor do HC; Jos Tadeu Siqueira, dentista responsvel pela equipe de dor orofacial do HC; Rubens Bergel, psiquiatra presidente do Comit Multidisciplinar da Dor da Associao Paulista de Medicina