22

UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito
Page 2: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA

Izadora de Souza Brugnago1

Martha Ribeiro Parahyba2

RESUMO: O celular pode ter despertado curiosidade em muitas pessoas há tempos atrás, hoje o que muda são os modelos e a utilidade, ele já não é mais uma novidade e podemos dizer que é uma necessidade, que faz parte do cotidiano de milhões de brasileiros. Diante das evoluções tecnológicas, faz-se necessário que a escola acompanhe essa evolução para que o educando sinta-se mais motivado para frequentar as aulas e para que o professor esteja atualizado com o mundo virtual. À vista disso, a implementação pedagógica teve como objetivo desenvolver atividades didáticas relacionadas à poesia com o uso do celular em sala de aula, com alunos matriculados no nono ano, do Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade, em Foz do Iguaçu (PR). A fim de atender ao objetivo, a metodologia aplicada foi de natureza bibliográfica exploratória e aplicada, a fim de coletar informação sobre o uso do celular em sala de aula; pesquisar aspectos introdutórios de noções de poesia que pudessem auxiliar os alunos a compreenderem as poesias a serem examinadas, e depois proporcionar condições para que pudessem produzir suas próprias experiências poéticas; pesquisar aspectos biográficos sobre os poetas brasileiros; e, por fim, aplicar os conhecimentos aprendidos em apresentação pública. Vários foram os estudiosos que nortearam a pesquisa, com destaque para Huidobro (1991), Paz (1996), Tedesco (2016). O resultado alcançado foi a organização de um evento – Sarau Tecnológico -, em que planejamento e organização foram realizados pelos alunos, com apresentação das poesias, que ao longo do projeto foram produzidas por eles mesmos. Palavras-chave: Tecnologia em sala de aula. Poesia. Celular.

1 – Introdução

1 Izadora de Souza Farias. Professora Licenciada em Letras Português – 40h., NRE – Foz do Iguaçu. 2Orientadora. Professora Doutora. Unioeste, campus – Foz do Iguaçu.

Page 3: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem.

Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito distante

do aluno, mas vivi a uma experiência que mudou minha forma de pensar.

Assisti a um sarau literário apresentado em outra escola, o encantamento foi

imediato, porque vi os alunos apresentando poemas, com entusiasmo para

uma plateia emocionada. E por muitos anos “sonhei” em realizar algo parecido

no colégio em que trabalho – Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade.

Para que esse “sonho” se tornasse realidade, participei da seleção do

PDE com um projeto de implementação que tivesse como objeto o estudo da

poesia em sala de aula com o uso do celular como instrumento de pesquisa

bibliográfica, para em seguida aplicar o conhecimento aprendido em uma

apresentação pública.

Aliar o celular como um instrumento de pesquisa na sala de aula, para

promover uma mudança na visão de que o celular só serve para mandar

mensagens, ouvir música na sala de aula, e muitas vezes, atrapalhar o

andamento da aula (como ainda pensa alguns professores, alunos e pais),

implica abrir caminhos de aprendizagem aliando os recursos tecnológicos que

as escolas já dispõem e muitos alunos possuem para uso privado.

Propor o exame da poesia em sala de aula tendo como recurso o uso do

celular pressupõe pensar a questão norteadora deste trabalho: É possível usar

o celular como recurso tecnológico para pesquisa de poesia em sala de aula?

A certeza de que o uso da tecnologia desperta o interesse dos alunos,

acarretou novas indagações: a) quais poetas podem atrair atenção do aluno?;

quais estão com acervo disponível na internet?; b) como organizar a atividade

de modo a contemplar a norma interna da escola, que proíbe o uso do celular

em sala de aula?; como organizar o sarau dos meus sonhos?

Diante disso, o objetivo geral deste trabalho consiste em descrever as

atividades propostas para atender ao projeto de implementação pedagógica

PDE e, principalmente, as ações que culminaram no sonhado “sarau

tecnológico”. E como objetivos específicos, destacam-se: a) elaborar uma

documentação que esclarecesse a todos os envolvidos no processo (Direção

da Escola, Pais, Coordenação Pedagógica, Professores, Alunos, Funcionários)

acerca do uso do celular na sala de aula; b) identificar poetas e poemas a

Page 4: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

serem pesquisados; c) examinar os poemas selecionados de acordo com

alguns princípios básicos de teoria da poesia; d) discutir alguns textos que

trataram de uso do celular em sala de aula; e) planejar o sarau tecnológico.

Para as informações básicas sobre a teoria da poesia, os estudos de

poesias e haicais, foram essenciais para os alunos observarem o estilo de cada

poeta, os aspectos formais da composição e para o debate sobre o uso do

celular. Os textos dos poetas serviram de embasamento para que os alunos

produzissem o seu próprio texto para serem examinados para as

apresentações do “sarau”. Para o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica,

os poetas selecionados foram Mário Quintana, Ferreira Gullar, José Paulo

Paes, Paulo Leminsky, Martha Medeiros , Helena Kolody, Alice Ruiz e Cora

Coralina.

Embasados nas pesquisas sobre esses poetas, os alunos puderam fazer

suas próprias poesias, declamá-las em sala de aula, e com o celular, fazer

pesquisas, ouvir suas declamações que eram gravadas e fazer as correções

necessárias.

Assim, o aluno teve papel ativo no processo de ensino e aprendizagem,

desenvolvendo todas as habilidades de leitura, escrita, audição e oralidade, em

um espetáculo como o “sarau tecnológico”, em que mostrou a emoção e

orgulho de cada um.

2 - O celular e a poesia na sala de aula

A poesia

Realizar um trabalho valorizando a realidade do aluno torna-se mais

fascinante para seus participantes e faz com que professores, alunos e toda a

comunidade escolar sintam-se parte dos acontecimentos da escola. Escrever

poesia não é uma tarefa muita fácil, mas pode vir a ser, quando pode

aproximar o aluno de seu mundo e de seu “eu”. Grandes poetas desafiaram a

linguagem e as regras, para fazer isso, Carlos Drummond de Andrade, Mario

de Andrade, Oswaldo de Andrade e Manuel Bandeira. Com uma poesia

simples, com traços do povo brasileiro, de seus costumes, crenças e cotidiano.

A poesia é um gênero textual aberto, rico, para expressar emoções. Em

um mundo praticamente dominado por “máquinas”, os alunos escrever sua

própria poesia, materializá-la em versos, permitir o transbordamento da

Page 5: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

sensibilidade, do pensamento, da criatividade através das palavras é motivo de

grande emoção para o professor. Falar em poesia é fazer com que o aluno

tenha outra visão deste gênero, e aprenda, aos poucos, juntar palavras e

sentimentos, percebendo como as palavras poéticas podem expressar as

marcas da alma. A poesia dá asas a liberdade de escrever, e dá oportunidade

de escrever sem medo e com emoção sobre as coisas mais corriqueiras,

aproximando a arte poética do cotidiano de cada um, revelando novas

possibilidades de ver o mundo.

Lima 3 (2012) acredita que a poesia é capaz de transformar a

humanidade, os valores e o homem propriamente dito. Para o autor, a poesia

faz parte do cotidiano, da vida do sujeito e é passível de transformações ao

longo do tempo. Para esse mesmo autor, a poesia é algo muito natural,

incomparável e inexplicável, é uma forma muito além da linguagem e do

próprio conhecimento humano, pois é a maneira mais fácil de comunicar de

mostrar seus sentimentos.

Segundo Huidobro (1921, p.213), o poeta faz mudar de vida as coisas

da natureza, “recolhe com sua rede tudo aquilo que se move no caos do

inominado, estende fios elétricos entre as palavras e ilumina subitamente

rincões desconhecidos, e todo esse mundo estoura em fantasmas

inesperados.” Ele acredita que a poesia nasce no momento menos esperado

porque ela é espontânea, natural do sujeito, um acontecimento inexplicável e

inédito.

Paz (1966, p. 36) explica ainda que o modernismo abriu um espaço

entre a prosa e o verso, nos monólogos e nas conversações, abrindo caminhos

para dentro de si mesmo. Para ele “A poesia moderna de nossa língua é mais

um exemplo das relações entre prosa e verso, ritmo e metro”.

A poesia segundo Staiger (1969, p. 51):

Precisa, todavia, ser apreensível e confortar o leitor com a ideia

de que sua alma é mais rica do que ele mesmo supusera até

então. A poesia lírica tem, portanto, que satisfazer exigências

antagônicas. Por outro lado, leitores experientes consideram

quase tudo que lhes mostram ruim. Quando surpreendem uma

3 Revista Ícone Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura Volume 09 – Janeiro de 2012 – ISSN 1982-7717. Disponível em Downloads/5071-17209-1-PB.pdf. Acesso em 29/06/2016.

Page 6: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

boa poesia tem vontade de gritar: “milagre, milagre!”. Muito justo,

pois qualquer verso lírico autêntico que se sustenta por milênios

é um milagre inexplicável. Qualquer sentido de comunidade, de

verdade fundamentada, de força persuasiva ou de evidência,

escapa-lhe. É o que há de mais privado, e de mais peculiar

sobre o tema. E, contudo, consegue unir os ouvintes mais

intimamente que qualquer outra palavra.

Cândido (1995, p. 242) diz que leitura é um “desvendar de mundos, que

aguça o leitor, mexe com sua vontade interna, pela ficcionalidade e [...]

ninguém pode passar vinte quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e

da poesia”. Desta forma, o ser humano necessita deste universo em sua vida,

de ficção e de poesia. Vários autores defendem a necessidade do ensino de

poesia na escola,

Segundo Barros (2010, p. 21),

Muitos professores não vêm na poesia nenhuma contribuição

para o aprendizado dos alunos, até mesmo por pensarem que

leitura de poesia é para pessoas letradas, com conhecimento

suficiente para interpretar. De certa forma, é verdade. Agora,

isso não os isenta da responsabilidade de ler e motivar os alunos

a lerem para obter bagagem suficiente para compreender um

texto literário.

De acordo com o autor é assim que a poesia tem sido vista nas escolas

por seus professores, não sabendo estes que a poesia faz parte do homem e

da sua formação pessoal, que ela ajuda a transformar o caráter humano. A

poesia é capaz de comover, de despertar emoções, de enlevar. Aqueles que

escrevem poesias dispõem de recursos diversos, haja vista que na linguagem

não há limites nem objeções e causam profundo impacto nos leitores-alunos.

Segundo Fleck (2003, P. 56):

Cabe ao professor à responsabilidade de despertar em seus

alunos uma atitude positiva em relação à poesia, e como não se

pode transmitir o que não se sente, o professor também deve

transmitir ao aluno seu sentimento verdadeiro pela poesia, sua

capacidade de sentir e compreender a intenção da poesia como

um sentimento verdadeiro.

Com essa citação, fica claro que os professores são mediadores do

conhecimento, fazendo-o acontecer de formas diferentes que leve o aluno a

pensar e agir dentro do contexto escolar, viajando no mundo tecnológico e das

Page 7: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

fantasias, uma combinação perfeita para as aulas de língua portuguesa. No

contexto escolar, o trabalho desenvolvido com a poesia aliada à tecnologia e as

facilidades que os recursos tecnológicos oferecem, atende duas importantes

necessidades do aluno: uma delas, usar o celular como ferramenta

pedagógica, e sentir a evolução do ambiente escolar; a outra, escrever o que

sente, falar de si com as produções de poesias.

Sendo assim, o sentimento, o querer, o despertar emoções, são poesias,

escritas, cantadas, desenhadas e por fim encantadas. Desta forma, vale refletir

sobre o que Paz (1982, p.15) afirma:

A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação

capaz de transformar o mundo, a atividade poética é

revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método de

libertação interior. A poesia revela este mundo; cria outro. Pão

dos eleitos; alimento maldito. Isola; une. Convite à viagem;

regresso à terra natal. Inspiração, respiração, exercício

muscular. Súplica ao vazio, diálogo com a ausência, é

alimentada pelo tédio, pela angústia e pelo desespero. (PAZ,

1982, p. 15).

A poesia é capaz de modificar o indivíduo, de libertar suas ações,

inclusive no espaço escolar. Para tanto, é imprescindível, escrever poesia,

compartilhar em sala de aula, fazer desta atividade de criatividade, inspiração,

emoção, um exercício de liberdade intelectual, para que o aluno coloque suas

ideias, observe e examine as concordâncias e contradição entre colegas, e

assim crescer intelectual e espiritualmente.

Diante disse, torna-se indispensável uma reflexão sobre a abordagem da

poesia em sala de aula e compete à escola propiciar esse espaço de

conhecimento, auxiliando o aluno a aprofundar a relação afetiva e intelectual

com as obras, a fim de poder construir, progressivamente sua história de leitor

e poeta, desenvolvendo autonomia face ao conhecimento.

O celular

A invenção do telefone celular ocorreu em 1947 pelo laboratório Bell,

nos Estados Unidos. A partir de 1947 não havia muitos recursos de

comunicação, mas, para eles, era desenvolvido um sistema telefônico de alta

Page 8: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

capacidade, interligado por várias antenas. Cada uma delas era considerada

uma célula, e por isso o nome de celular4. Os aparelhos eram pesados,

pesavam aproximadamente um quilo. Porém, com os celulares mesmo sem

tantos recursos como nos dias de hoje conseguia fazer a comunicação entre

pessoas da mesma cidade5.

Com a evolução tecnológica, o celular tornou-se digital, ou seja, com

mais recursos tecnológicos e seguros para o usuário. O celular analógico, com

a transmissão limitada, por meio de um rádio, enquanto o digital, é um aparelho

de comunicação por ondas eletromagnéticas possibilitando que a

comunicação ultrapasse além das cidades, surgindo então as mensagens de

texto e de voz e agora o viciante WhatsApp.

A telefonia celular foi introduzida “de fato” no Brasil apenas em 1984. A

primeira rede de telefonia celular do Brasil foi lançada pela TELERJ, na cidade

do Rio de Janeiro em 1990, seguida da cidade de Salvador.

Segundo a União Internacional das Telecomunicações, o Brasil é sexto

maior mercado do mundo em telefonia celular e atualmente, são 202,94

milhões de aparelhos em uso no Brasil, sendo assim o quarto país que mais

utiliza telefones celulares no mundo (perde apenas para China, Índia e Estados

Unidos).

Segundo Nicolaci-da-Costa6 (2004), a sociedade passa por uma

transformação tecnológica que pode possibilitar mudanças no comportamento

das pessoas. Para a autora, o uso do celular evolui muito e independe de sexo

ou profissão. Em sua pesquisa com jovens entre 18 e 25 anos, 14 mulheres e

seis homens, constata-se que o sexo feminino usa mais o celular que o sexo

masculino. Entre os adolescentes, por exemplo, as meninas usam mais porque

enviam mensagens para as amigas a todo momento e os meninos ficam mais

interessados em jogos.

Outro fato curioso aponta a autora, na sua pesquisa, é que os celulares

se tornaram companheiros, onde quer que a pessoa vá, leva seu celular

consigo. Principalmente porque ele se tornou mais íntimo e privativo. Os

4 Disponível em www.tecmundo.com.br/celular/75617-incrivel-surpreendentemente-longa-historia-telefones-celulares.htm acesso 20/10/2017 5 http://www.logicengenharia.com.br/mcamara/alunos/GSM&GPRS.pdf 6 Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/ptp/v20n2/a09v20n2.pdf acesso 13 de maio de 2016.

Page 9: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

celulares possibilitam que as pessoas no meio da noite se comuniquem,

assistam a um filme, ouçam músicas etc., e quando se tem a necessidade de

estar “sozinho” fisicamente, a pessoa procura um determinado lugar, mais

reservado, onde o companheiro permitido é somente o celular. Com o celular

desligado os jovens se sentem fora do mundo, isolados. Com tantos recursos,

as pessoas estão sentindo cada vez mais a necessidade de ficar “conectados”

e informados o que caracteriza uma mudança social e comportamental.

A verdade é que o celular é um objeto encantador que fascina as

pessoas com tudo o que tem para oferecer, a praticidade dos recursos

tecnológicos, passa ser essenciais e cada dia mais comum na sociedade em

geral, e claro, o ambiente escolar não poderá ficar de fora dessa nova “era” e

deixar de propiciar ao educando um conhecimento facilitador que melhore a

qualidade da aprendizagem,

Uma perspectiva mais pedagógica, a centralidade do conhecimento também inspirou inicialmente algumas posturas otimistas sobre o futuro da sociedade, já que a ideia segundo a qual o desenvolvimento cognitivo tem alguma influência nas condutas e no comportamento das pessoas esteve sempre na base das propostas de mudança social. Ensinar a pensar bem, a pensar melhor, estava associado geralmente à ideia de formar um ser mais “humano”. As últimas versões deste enfoque provêm de pensadores vinculados ao desenvolvimento de enfoques interdisciplinares que permitam compreender adequadamente a complexidade dos fenômenos. O suposto básico deste enfoque é que as pessoas capazes de compreender a complexidade atuariam de maneira mais responsável e consciente. (TEDESCO, 2004, p. 2)

Percebe-se que o ambiente escolar é o lugar que o educando passa

uma parte considerada do seu tempo e não podemos deixar de levar esse fato

em consideração quando planejamos ações para desenvolver com eles

durante o ano letivo. Por este motivo, acredita-se que o professor é a peça

fundamental na elaboração de ações que faça a escola ser realmente viva.

Sabemos que não tem receita pronta, mas enquanto educadores também

sabemos que devemos ir além do livro didático, do quadro e giz, hoje, há

milhares de recursos e situações que pode oferecer uma aprendizagem mais

significativa.

Page 10: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

A linguagem da escola para lidar com as novas tecnologias parece ser a do desconhecimento, traduzido em um processo de regulação que se desdobra na dificuldade de incorporar ao cotidiano escolar o uso das novas tecnologias, lidando com elas sempre na chave da proibição. Para os entrevistados isso ocorre devido ao choque de gerações. Professores e diretores pertencem a gerações que não veem no computador e na internet uma ferramenta central para a relação com o mundo (TORRES et al., 2013, p. 103).

E é exatamente, nessa resistência de mudança, de “medo” do novo que

não se pode deixar os obstáculos vencer, é o momento certo para utilizar os

recursos tecnológicos com responsabilidade e criatividade e neste caso, o

celular pode ser um aliado para a aprendizagem, pois ele estará trabalhando

com o interesse do educando.

Tudo que é novidade e desperta novas sensações, desperta o interesse,

isso também ocorre nas salas de aulas, e é inegável, que nos dias atuais, o

celular é uma ferramenta pedagógica presente nas salas de aulas, muitas

vezes, mais que o livro didático e que o professor pode utilizar-se desse fato

para que a aprendizagem aconteça utilizando diversos recursos disponíveis

nos aparelhos celulares.

O professor também necessita de atualização permanente, buscar sempre informações, saber o que está acontecendo, estar consciente da relação entre os diferentes saberes. Saber somente sobre a sua área de atuação não é mais suficiente para atender as necessidades dos alunos. Isto não quer dizer que o professor precise saber tudo, mas sim, saber o que o aluno quer conhecer. O processo educativo precisa estar vinculado ao contexto social, em que o sujeito - aluno - está inserido. Isso irá implicar em conhecer e usar instrumentação eletrônica, bem como outros recursos pedagógicos. (ANTONIO, 2010, S.P.)

Para Souza (2013) em seu artigo “Uso do celular em sala de aula:

otimizando práticas de leitura e estudo dos gêneros textuais”, 7a necessidade

dos professores se aperfeiçoarem é cada vez maior, pois as habilidades dos

alunos em manusearem o celular é impressionante, e tornou-se uma realidade

que tem que estar inserida no contexto escolar, também como uma ferramenta

motivadora de aprendizagem.

7Disponível em

http://www.ileel.ufu.br/anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2013_1925. Acesso em 16/06/2016

Page 11: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

Lembrando que na definição de Kenki (2003), tecnologia é a junção de

conhecimentos e princípios da ciência que se destinam ao planejamento,

construção e utilização de um dispositivo, fazendo-se então necessário lembrar

que o giz, o lápis, o quadro negro, são também dispositivos tecnológicos. Na

verdade, é uma junção de materiais que possibilitam além da aprendizagem o

enriquecimento das aulas, a nova realidade social, propõe uma nova escola,

que motive e desafie professor e aluno.

Despertar a curiosidade no aluno, de maneira que ele busque novos

caminhos, novas alternativas e consequentemente resultados renovadores,

esse é um bom motivo para aceitar, de vez, que a tecnologia na atualidade é

um recurso pedagógico importantíssimos para o uso diário do professor. Para

Moran (2000), o professor que motiva, aguça a curiosidade, é a chave de tudo:

Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador. Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. (MORAN, 2000, p.17-18).

Segundo a explicação de Moran, o professor tem que ser o mediador do

conhecimento e o pesquisador das inovações, ampliando as oportunidades no

ensino aprendizagem qualitativas e não quantitativo. É evidente que as

tecnologias facilitam o aprendizado, motivam e confirmam que o celular faz

parte da vida do aluno, assim como a caneta, o caderno.

Entre os objetos de estudo, pode-se incluir o celular como parte deste

material do aluno e trabalhar com a realidade que ele vive.

3 – Metodologia

A metodologia para o desenvolvimento da atividade pedagógica com

alunos do 9º ano do Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade, com

carga horária de 32 horas/aula, em 5 unidades, foi dividida em três fases. A

fase inicial tratou da organização dos documentos necessários à permissão do

uso do celular em sala de aula, pois, de acordo com o regulamento interno do

colégio, é vedado o uso do celular no interior da escola, portanto a Direção do

Page 12: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

colégio e os pais precisaram autorizar, por meio de documento assinado o seu

uso assim como o acesso à internet.

A fase posterior, ou média, mais intensa e longa, em virtude de tratar-se

da implementação do projeto PDE propriamente dita, desenvolveu-se com

pesquisa e seleção dos poetas a serem analisados. Durante a realização das

atividades, os alunos se reuniram várias vezes para ler poesias, entender e

relacionar a poesia com o que poderia ser uma possibilidade de interpretação e

uma possibilidade de criação. As atividades, de pesquisa, seleção, leitura,

análise, síntese e produção textual foram registradas em fotos, vídeos e em

relatos com o objetivo de apresentá-los no “sarau”.

É inegável que a poesia está em todos os lugares, nos olhares das

pessoas, nas atitudes, no cotidiano, mesmo estando no século XXI, em que a

tecnologia é muito valorizada pelos jovens, que querem estar “conectados” no

wifi e whatsapp. Por este motivo, a pesquisa, seleção e análise das poesias por

meio do uso de celular foi realizada com o planejamento de etapas e

procedimentos de avaliação, de modo a planejar também organização do

“sarau”

Por fim, a etapa final culminou como “sarau”, realizado no dia 07 de

Julho8, na quadra esportiva do Colégio Estadual Carlos Drummond. Após a

correção e elaboração definitiva dos poemas, o “sarau” aconteceu durante o

período noturno com a participação de convidados, professores, funcionários e

alunos de outras turmas.

Para apresentação do sarau, pais, professores, a direção do colégio,

todos os envolvidos no processo receberam cadernos confeccionado em EVA,

com as poesias produzidas e selecionadas pelos próprios alunos para a

apresentação (em anexo), a fim de que pudessem acompanhar as

apresentações e guardar como recordação um significativo momento, que

ficará na memória de todos os envolvidos. Ao final do evento foi oferecido aos

convidados e alunos um coquetel, obtido por meio das doações da

comunidade.

8 Ano de 2017.

Page 13: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

4 – Discussão: GTR

O Grupo de Trabalho em Rede (GTR) foi uma experiência inovadora,

que propiciou uma troca de experiência com outros professores e acrescentou

informações importantes para a realização deste trabalho. O GTR foi realizado

de abril a junho, divididos em três módulos, de doze fóruns de discussão: o

primeiro módulo, de apresentação, cada professor cursista fez uma breve

apresentação do seu local de trabalho e suas expectativas sobre o curso; o

segundo módulo, abriu a discussão sobre a aplicação de implementação

pedagógica na sua escola de autuação; e o terceiro e último módulo, de

avaliação do projeto e sugestões sobre o item do projeto que poderia ser

utilizado no seu local de trabalho e o porquê de sua resposta.

O meu grupo constituiu-se de vinte professores: um professor da cidade

de Toledo e 19 professoras de língua de portuguesa; uma de Cascavel, seis de

Foz do Iguaçu, uma de Pato Branco, uma de Francisco Beltrão, uma de Campo

Mourão, uma de Ponta Grossa, uma de Cornélio Procópio, cinco de Curitiba e

uma de Ubiratã, núcleo da cidade de Goioerê.

O grupo de professores não tinha um horário específico para participar

dos fóruns, mas havia um prazo estabelecido para cumprir as tarefas no

momento mais oportuno. Este mesmo grupo encerrou as atividades propostas

no dia vinte e dois de junho com dezoito professores concluintes, duas das

professoras, um Cascavel e outra de Campo Mourão, não realizaram as

atividades propostas em nenhum dos módulos, por esse motivo foram

consideradas não concluintes.

Foi um grupo participativo, pontual, interessado pelo trabalho e que

ofereceu contribuições relevantes. Dois fatos curiosos chamaram atenção

neste grupo, duas das professoras, uma de Curitiba e outra de Pato Branco,

além de professoras de português, eram também professoras de História e

Matemática.

Um grupo formado por professores experientes, com mais de 10 anos de

experiências, pois, quatorze deles é concluinte do PDE e seis professores (três

de Foz do Iguaçu, uma de Ponta Grossa, uma de Cascavel e duas de Curitiba),

que não passaram pela experiência do PDE, mas oportunizou uma discussão

mais calorosa, com várias sugestões desafiadoras para trabalhar com o celular

em sala de aula.

Page 14: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

Pelas discussões foi possível perceber que alguns professores ainda

resistem a aceitar o celular como uma ferramenta pedagógica. O uso da

tecnologia tão próxima do aluno foi considerado viável para a prática em sala

de aula devido à facilidade de acesso para as pesquisas dos poetas,

declamações e ensaios. Mesmo com as dificuldades de acesso, alguns

professores acreditaram que isso não impede de se renovar, de criar

possibilidades e que os obstáculos existiram sempre, porém, não devemos

deixar de fora do espaço escolar o uso dos recursos tecnológicos.

Como observam-se nos comentários da professora R.G.B de Curitiba,

que apoio o uso do celular em sala de aula:

Realmente o planejamento de nossas praticas são necessárias, costumo a falar que no planejamento temos que ver como iremos direcionar nosso trabalho bem como possíveis erros que poderão surgir pelo caminho e tem os que terem jogo de cintura e outra carta na manga para sanar o corrido. Mas que o celular veio só a acrescentar com certeza. (R.G.B., Curitiba, 2017).

Sobre a necessidade do uso do celular, uma das professoras escreveu

que é um momento apropriado para o uso do celular nas salas de aulas,

porque não devemos deixar de propiciar ao aluno a evolução do mundo, a

tecnologia está no seu dia a dia, na sua realidade, independente da situação

econômica:

Precisamos buscar estratégias e alternativas que motivem os alunos ao aprendizado. (M.C.D.A, Pato Branco).

O uso do celular precisa ser inserido em nossas aulas, porém, ainda é desafiador conseguir monitorar o bom uso (I.G, Foz do Iguaçu, 2017).

Sobre o desenvolvimento da implementação pedagógica, com uso do celular

os professores assim se manifestaram:

Este uso foi muito interessante e contribuiu para o nosso aperfeiçoamento em busca de alternativas possíveis de utilização desta ferramenta tão importante. Não é mesmo? (M.S. L, Foz do Iguaçu).

Olá! O celular vem de encontro para melhoria e adaptações de nossa praticas pedagógicas, isso faz com que nosso trabalho cada vez mais fique com modificações pedagógicas que enriquecem nosso trabalho.” (R.G.B. B, do Núcleo de Cascavel).

Page 15: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

Por outro lado, houve professores que consideraram a proposta inviável,

devido às dificuldades de acesso que supostamente encontraria e da

indisciplina do aluno:

Os alunos não têm maturidade para trabalhar com celular em sala de aula, as aulas vão virar uma bagunça”. (N.S. R, Toledo).

Imagina? Vão pegar o celular do outro, vai dar a maior confusão com pais... de jeito nenhum. Não estamos preparados para isso. (V.C. M, Foz do Iguaçu).

Olá, colega! O que percebi na maior parte das escolas que trabalhei, foi a falta de conhecimento, por parte de alguns professores, sobre a utilização de celulares e tablets. Então, o uso do celular tornou-se motivo de indisciplina. Objeto visto como o responsável pela falta de interesse dos alunos. Mas, na verdade, acredito que seja a falta de uma metodologia de ensino que torne as aulas mais dinâmicas. ’ (G.M.C, Pato Branco).

Com essa internet que nunca funciona, será um verdadeiro caos. (M.S, Curitiba, 2017). Devemos lembrar que esse trabalho deve ser realizado com um acordo entre

professor e aluno, estabelecer regras para o uso do celular, para que o resultado seja positivo.

Para encerrar as observações sobre o GTR é preciso assinalar que

houve momentos em que deu vontade de desistir, a impressão de que as

discussões não estavam apresentando os resultados esperados, e que não

valeria a pena continuar com o trabalho. Uma sensação de vazio, de estar

navegando contra a maré, de que o desânimo de alguns professores que não

concordavam com o uso do celular em sala de aula estava tomando conta de

mim e de que tanto o projeto como o sarau seriam uma loucura e não dariam

certo. Porém, a atitude positiva dos alunos e a colaboração da professora

orientadora do projeto me convenceram a ideia de que a combinação de poesia

com celular, em um “sarau” era uma boa ideia.

5 – Considerações Finais

Com o propósito de realizar um “sarau” amparado sobretudo no uso do

celular como recurso tecnológico que permitisse coleta de informações sobre

poetas e poesias, o trabalho teve como objetivos específicos o

desenvolvimento de atividades que pudessem culminar na realização do

Page 16: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

evento, o que aconteceu no Colégio estadual Carlos Drummond de Andrade,

em uma turma que intitulo aqui “maravilhosa”, o 9º ano C, turma de 2017.

As pesquisas de poetas, de suas biografias, de suas poesias, das

características temáticas e formais buscaram cumprir os objetivos

estabelecidos. No caso desta implementação, não só constituir um corpus de

poesias que servisse como um ‘modelo’ para orientar a produção escrita dos

alunos, mas também aprender a usar o celular como instrumento de pesquisa

para aprendizagem em sala de aula.

Durante as aulas, devido à dificuldade de acesso à internet, devido à

impossibilidade de alguns colegas estarem com um celular, devido ao manejo

inadequado do aparelho, foi possível perceber que as ações dos alunos

revelaram significativo avanço em relação à socialização e compartilhamento

de informações entre os grupos.

Por outro lado, sabia-se, desde o início, que trabalhar com tecnologia,

em especial com o celular, em sala de aula não seria uma tarefa fácil. A

pergunta que surgiu latente no comportamento e nas falas de diversos

professores – “O celular é uma ferramenta pedagógica de apoio ao professor?”

– mostrou-se ao longo da implementação, mesmo com os diversos problemas

com a navegação via internet, vazia de sentido, porque cada poesia produzida,

cada pesquisa realizada com sucesso no celular, durante a aula, era

imediatamente seguida de comentários de entusiasmo, de surpresa, e,

sobretudo, de novas tentativas de busca, com novas possibilidades criativas e

com alegria de quem estava fazendo descobertas de aprendizagem

significativa.

Os alunos aprenderam/ensinaram muitos recursos de utilização com o

celular (filmar, fotografar, usar wifi, drive, pesquisar, comunicar), e perceberam

que aprendizagem se constrói o tempo todo, quando se tem interesse. Apesar

de estarmos em um mundo cada vez mais tecnológico, precisamos de

criatividade, e criatividade é a essência da poesia. Desta forma, a poesia é

essencial para fazer com que as pessoas se aproximem mais, porque além de

escrever, declamar, interpretar, é capaz de transmitir sentimentos que podem

tocar o coração do outro.

Assim, objetivo principal foi alcançado, porque os alunos perderam o

“medo” de escrever, de falar e, também, de usar o celular para pesquisar sobre

Page 17: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

poesia, na hora certa e de maneira certa. Cada poesia produzida revelou um

pouco da vida de cada um deles e tornou a aprendizagem significativa para

eles e para mim. É gratificante quando o aluno lhe pede para ler, para

declamar...

O livro de poesia confeccionado pelos alunos foi a lembrança mais

bonita que ficou, (o arquivo do livro de poesia encontra-se na biblioteca do

Colégio Carlos Drummond de Andrade e cada aluno levou o seu livro para

casa). Depois dos acontecimentos do sarau, pudemos debater sobre as

poesias em sala de aula novamente, ver os vídeos que foram feitos durante a

realização do trabalho e dar muita risada de tudo. O importante foi a satisfação

que todos sentiram em mostrar o trabalho para a comunidade escolar, e

acreditar que quando queremos podemos.

Senti a motivação da comunidade escolar, dos alunos e da equipe

diretiva para levar na vida profissional de que vale a pena arriscar. Acredito que

a partir deste momento, usarei ainda mais o celular em sala de aula, porque foi

uma atividade que fez com que os alunos se interessassem mais pelas aulas e

por si próprios.

Para encerrar, não imaginei que haveria tanta repercussão, que uma

simples metodologia envolvendo o uso do celular, fizesse despertar tanto

interesse nos alunos de forma respeitosa e consciente.

6 - Referências Bibliográficas

ANTONIO, José Carlos. Uso pedagógico do telefone móvel (Celular), Professor Digital, SBO, 13 jan. 2010. Disponível em: http://professordigital.wordpress.com/2010/01/13/usopedagogico-do-telefone-movel-celular/. Acesso em:29/05/2016. BARROS, D. C. (Orgs).Vivências poéticas, experiências de ensino. Goiânia: Editora Vieira, 2010. BRASIL. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1998. CANDIDO, A. O direito à literatura. In: Vários escritos. 3 ed. Revista e Ampliada. São Paulo: Duas cidades, 1995.

Page 18: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

FLECK, Beatriz Verges et al. Caderno pedagógico –Literatura Infantil. Universidade do estado de Santa Catarina. Núcleo de educação à distância –NEAD. 1ª Ed. Florianópolis, jun, 2003.

HUIDOBRO, V. Altazor e outros poemas. Trad. Antônio Risério e Paulo César Souza. São Paulo: Art Editora, 1991. MORAN, José Manuel et al. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed.Campinas: Papirus, 2000. MORAN, MASSETO e BEHRENS. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 21ª Ed.rev.e atual-Campinas, SP: Papirus, 2013. KENKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP: Papirus, 2003. LIMA, Jair Bontempo de, a poesia: sociedade, leitura, interpretação e ensino, Revista Ícone Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura - Volume 09 – Janeiro de 2012 – ISSN 1982-7717 PAZ, O. Poesia e Poema. In: O arco e a lira.Trad. Olga Savary. Rio de Janeiro. Ed. Nova Fronteira, 1982. ____ Verso e prosa. Otávio Paz na Universidade de Cornell. 1966, p.11-35. STAIGER, E. Estilo lírico: A recordação. In: conceitos fundamentais da poética. Trad. Celeste Ainda Galeão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. 1969. P, 19-75. SOUZA, Josefa Aparecida Silva, uso do celular em sala de aula: otimizando práticas de leitura e estudo dos gêneros TEXTUAIS. Disponível em http://www.ileel.ufu.br/anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2013_1925.pdf- Acesso em 16 de Junho de 2016. TEDESCO, Juan Carlos. Os fenômenos de segregação e exclusão social na sociedade do conhecimento e da informação. Brasília: Ministério da Educação, 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/JuanCarlosT.pdf Acesso em: 29/05/2016. TORRES, H. da G. et al. O que pensam os jovens de baixa renda sobre a escola. São Paulo: Fundação Victor Civita, 2013.http://www.todamateria.com.br/origens-da-literatura-brasileira. http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/681_518.pdf http://www.revistabula.com/2329-os-10-melhores-poemas-de-mario. APÊNDICE

Page 19: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

Foto 1- Confecção do livro de poesia dos alunos Fonte: Celular da autora.

Foto 2- Confecção do livro de poesia dos alunos Fonte: Celular da autora.

Page 20: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

Foto 3- Confecção do livro de poesia dos alunos Fonte: Celular da autora.

Colégio Estadual Carlos Drummond de

Andrade- Ensino Fundamental e Médio.

Ilusão? Minha vida é uma ilusão Onde o mar fez uma canção. Ondas vão ondas vem. Meu amor por você não tem. As pessoas vão as pessoas vem Os carros vão e vem, Você foi e eu fiquei sem ninguém, Você voltou e eu fiquei bem. Eu sonho ser feliz, Onde o mundo só me fez cicatriz. Cheiro de morte espalhada no ar, O amor verdadeiro veio me buscar. Minha vida é igual a o universo Cheio de mistérios, Cheio de descobertas, Mas nunca saberei a verdadeira criação. Guilherme Ramos / 9ºC Poesia escolhida pela turma e representada por Guilherme Ramos no dia 07/07/2017 no Sarau Tecnológico.

Foto 4- Confecção do livro de poesia dos alunos Fonte: Celular da autora.

Page 21: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

Foto 5- Organização da quadra para apresentação do Sarau tecnológico em 07/07/2017. Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade-Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Celular da autora.

Foto 6- Organização da quadra para apresentação do Sarau tecnológico em 07/07/2017. Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade-Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Celular da autora

Page 22: UM CLICK NO CELULAR: UM TOQUE NA POESIA · Imagina-se que a poesia para o aluno não é vista com a magia que tem. Falar em escrever poesia, de primeiro momento, parece ser algo muito

Foto 7- Organização da quadra para apresentação do Sarau tecnológico em 07/07/2017. Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade-Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Celular da autora