Upload
lamkhanh
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Um Estudo Avaliativo dos Níveis de Stress e Consumo de Álcool em Garis na Cidade
de Juiz de Fora (MG)
Fernanda de Oliveira Elpes*
Lélio Moura Lourenço*
Rafael Alves Baracho*
Resumo
O trabalho dos garis é de fundamental importância para a sociedade, porém muito desvalorizado e
cercado de preconceitos. Esses profissionais realizam suas atividades de forma árdua, com as mínimas
condições de trabalho, expostos constantemente aos mais variados tipos riscos físicos e psicológicos.
Diante desses fatores, decidimos avaliar os níveis de stress e o consumo de álcool entre os garis. Esse
estudo apontou a presença de stress em 52% da amostra, sendo 84,4% do sexo feminino e 43,8% de
homens. O setor da varrição apontou um alto índice de stress com 35,7%, seguido da coleta com 28,6%.
Quanto a variável “consumo de álcool” obtivemos 37,7% (abstinentes), 54,3% (consumo de risco), 4,3%
(uso nocivo) e 7,4% (possível dependência). Concluímos então, que existe uma necessidade de apoio a
esses profissionais, pois metade encontra-se com stress, e o índice de possível dependência alcoólica de
7,4% se torna preocupante quando comparado com o índice da população em geral que é de 3,8%.
Palavras chaves: Stress, Consumo de álcool, Gari.
An evaluating study of stress and alcohol consuming levels of street cleaners in Juiz de Fora (MG)
Abstract
The work of street cleaners is of great importance to society, although usually undervalued and
prejudiced. These professionals dedicate to their hard tasks in minimal working conditions and expose
themselves to different types of physical and psychological risks. Observing these factors, we have
decided to analyze the levels of stress and alcohol consume in street cleaners. The study has detected the
presence of stress in 52% of the sample, 84% of which corresponding to female individuals and 43,8% to
male ones. The sweeping area showed a high indicator of stress with 35,7%, followed by the collecting
area with 28,6%. About the "alcohol consume" variable we have found 37,7% (abstinent), 54,3%
(consumers at risk), 4,3% (harmful use) and 7,4% (possible addiction). We conclude there exist a
necessity of support to these professionals, because half of the sample presents stress, and the possible
alcoholic dependence index of 7,4% become preoccupying when comparative with the general population
index of only 3,8%.
Key-words: Stress, alcohol consumption, street cleaners
*Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução
Estudos realizados com os coletores de lixo ou garis apontam para importância do
trabalho desses profissionais tanto para a saúde e bem estar da sociedade civil, como
para as questões de saneamento básico de uma cidade e o embelezamento da mesma.
Mas também sabemos, o quanto essa classe de trabalhadores é desvalorizada, realizam
suas atividades de trabalho de uma forma árdua, sujeitos a todos os tipos de intempéries
climáticas, com mínimas condições de trabalho, expostos constantemente aos mais
variados tipos riscos e preconceitos. (SANTOS, 1999)
Os coletores de lixo ou Gari, ou ainda vulgarmente conhecidos como “lixeiros”, são
os profissionais responsáveis pelo recolhimento de lixo acumulado em logradouros
públicos e outros locais, despejando-os em veículos e depósitos apropriados, a fim de
contribuir para a limpeza destes locais. (Classificação Brasileira de Ocupações – CBO,
1982). Porém, em nosso estudo iremos utilizar terminação Gari, para denominar não só
os coletores de lixo domiciliar/industrial, mas também os responsáveis pela varrição das
vias e praças públicas (setor da varrição), pela capina das ruas, por podar árvores
ornamentais, realizar trabalhos de jardinagem, manter terrenos e passeios de
propriedade do Patrimônio Público Municipal, cultivar canteiros de praças e jardins
públicos (setor da capina); selecionar o lixo no depósito de reciclagem (usina de
reciclagem), retirar animais abandonados das ruas e mantê-los sob cuidados no canil
(setor do canil).
Os Garis estão sujeitos a altos riscos de acidentes de trabalho e a uma alta carga de
trabalho que exige desses profissionais grandes esforços físicos e mentais, trazendo
desse modo, danos a sua saúde e a um baixo rendimento no trabalho, conforme mostra a
revisão bibliográfica exposta a seguir.
Em um estudo realizado por Madruga (2002), sobre as cargas de trabalho
encontradas nos coletores de lixo, constatou-se que esses trabalhadores estão expostos a
uma carga psíquica constante relacionada a uma atenção permanente exigida nas tarefas,
a insegurança, a falta de perspectiva, um ritmo diário de trabalho que se torna
desgastante, a falta de reconhecimento, falta de valorização, irritação em relação ao
ruído constante, assim como desgastes físicos e emocionais, devido a exposição ao
perigo e exigência da responsabilidade na tarefa.
Santos (1994) sobre condições de saúde e trabalho dos coletores de lixo da cidade
de São Paulo assinalou que no sistema de coleta de lixo existem condições inadequadas
e insalubres, exposição a acidentes de trabalho, e que havia, também, pontos positivos,
como a questão da liberdade, do coleguismo e da antecipação da jornada diária de
trabalho, daí a ambigüidade, ou seja, parte do principio de que esta atividade pode ser
fonte, tanto de prazer quanto de sofrimento.
No estudo de Santos (1994) os coletores apontaram dez grandes distúrbios aos quais
estão sujeitos: problemas de pele, problema auditivo, problemas no trato urinário ou de
necessidades, leptospirose, tétano, Aids, problemas respiratórios ou pulmonares,
problemas nos músculos esqueléticos, nervosismo e preocupação e distúrbios no
aparelho digestivo. Os problemas de nervosismo e preocupação estão relacionados a
problemas de cabeça, dores estomacais, dores de cabeça, pressão alta e são associados
ao ritmo de trabalho, a pressão das empresas, as precárias condições de vida e
principalmente ao estar trabalhando e estar desempregado. Relacionam muitas de suas
doenças a “ansiedade” que sentem em algumas situações, como o medo do desemprego.
Diante dessas informações podemos verificar os vários tipos de tensões, esforços,
desgastes físicos e psicológicos oriundos da profissão de gari. Os dados oferecidos por
essa revisão bibliográfica nos fazem pensar na possibilidade de existir nessa profissão
consideráveis níveis de stress.
Segundo Lipp (2002) stress “é uma reação psicofisiológica muito complexa que tem
em sua gênese a necessidade do organismo fazer face `a algo que ameace sua
homeostase interna”.
Selye (SELYE, 1984 apud LIPP, 2002) propôs que o stress se desenvolveria em três
fases: Alerta (reação de luta ou fuga), Resistência (adaptação para estabelecer uma
homeostase interna) e Exaustão (caracterizado pelo desgaste e cansaço, e aparecimento
de doenças). Sugerindo, também, que o organismo tentaria sempre se adaptar ao evento
estressor, e neste processo, utilizaria grandes quantidades de energia adaptativa. Porém,
no decorrer da padronização do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp,
uma quarta fase foi identificada tanto clínica, quanto estatisticamente, a partir deste
modelo trifásico de Selye, na qual foi dado o nome de ‘quase-exaustão’
(enfraquecimento e aparecimento de doenças não muito graves).
Lipp (2002, p. 20) diz que o stress excessivo é capaz de produzir um número grande
de conseqüências para o indivíduo em si, para sua família, a empresa para a qual
trabalha e a comunidade onde vive como, por exemplo, a produtividade sofre quedas e a
criatividade fica prejudicada, autodúvidas começam a surgir em virtude da percepção do
desempenho insatisfatório, crises de ansiedade e humor depressivo se seguem, a libido
fica reduzida e os problemas de ordem física se fazem presentes. Nestas condições, a
qualidade de vida sofre um dano bastante pronunciado e freqüentemente os pacientes,
nesta situação, relatam vontade de fugir de tudo.
O stress ocupacional é definido por França (1999, p. 31) como as situações em que a
pessoa percebe seu ambiente de trabalho como ameaçador a suas necessidades de
realização pessoal e profissional e/ou a sua saúde física ou mental, prejudicando a
interação desta com o trabalho e com o ambiente de trabalho, à medida que esse
ambiente contém demandas excessivas a ela, ou que ela não contém recursos adequados
para enfrentar tais situações.
Além de analisar a variável “nível de stress”, decidimos também correlacioná-la
com os atributos, gênero, idade, escolaridade e categoria de trabalho, já que ao ler os
artigos abaixo citados, percebemos o quanto esses atributos interferem na presença ou
não do stress, e no nível em que ele se apresenta no indivíduo. Assim, poderemos traçar
um perfil mais detalhado dos garis de Juiz de Fora, facilitando posteriores trabalhos
com os mesmos.
- Stress e Gênero
Calais, Andrade e Lipp (2003), acreditam que a diferença entre os sexos poderia se
basear no fato de que no momento a sociedade exige das mulheres, de maneira geral,
uma sobrecarga de atividades, onde a carreira (profissional ou acadêmica) é acrescida
das exigências pessoais, biológicas, hormonais, sexuais e sociais. Evidência a este favor
é fornecida pelo registro de mulheres com problemas cardiovasculares, que até algumas
décadas atrás não existia.
- Stress e Idade
Segundo estudo realizado por Costa, Dias e Costa (1999), os resultados apontam
como idade crítica os 25 anos para os homens e os 30 anos para as mulheres. Nessa fase
da vida o corpo já se apresenta desgastado, surgem às crises relacionadas às condições
de vida e econômica, aparecem problemas maiores relacionados ao sustento da família,
ao casamento e aos filhos. Enfim, considerando que na fase adulta maiores são as
responsabilidades há a possibilidade de escore alto para o stress. (ALBUQUERQUE,
1987; THANKACHAN & KODANDARAM, 1992; LONG & MULLEN, 1994;
MORRISON, 1997).
- Stress e Escolaridade
A educação tem um efeito direto na saúde psicológica, pois aumenta a possibilidade
de escolhas na vida e influencia aspirações, auto-estima e aquisição de novos
conhecimentos que podem motivar atitudes e comportamentos mais saudáveis.
(MURPHY et al, 1991).
A baixa escolaridade, baixa renda e exclusão do mercado de trabalho, expressões da
estrutura das classes sociais, proporcionam situações de estresse contribuindo para a
produção dos TMC (Transtornos Mentais Comuns), caracterizados por sintomas como
insônia, fadiga, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração e queixas
somáticas (GOLDBERG & HUXLEY, 1992).
Além da variável “nível de stress”, também avaliaremos uma segunda variável, o
consumo de álcool entre os garis. O álcool é uma droga psicoativa legal, mais antiga e
socialmente aceita. Sua forma de consumo está associada a condutas individuais,
familiar e cultural sendo influenciada por crenças, hábitos e significados atribuídos aos
seus efeitos euforizantes, afrodisíacos, relaxantes, e antiansiolíticos. Seu consumo pode
apresentar conseqüências perigosas, diretas e indiretas, que afetam o indivíduo, a
família e a sociedade, assim como a produtividade, a economia e as condições de
trabalho. (TAPIA, 2001) e (MARTINS & CORRÊA, 2004).
Em um estudo realizado por Magnabosco, Formigoni e Ronzani (2006), foi aplicado
o AUDIT com o objetivo de avaliar o padrão de uso de álcool dos usuários de serviços
da Atenção Primária à Saúde das cidades de Juiz de Fora e Rio Pomba, Minas Gerais;
os seguintes resultados foram encontrados: a maior parte da amostra total fazia um uso
de baixo risco de álcool ou era abstêmia (77,9%), sendo que 18,3% dos sujeitos
relataram padrões de consumo que podem ser considerados de risco ou abusivo e apenas
3,8% níveis sugestivos de dependência.
Em outros estudos, relacionados a seguir, constamos uma fácil ocorrência da
ingestão de álcool dentre os garis. .
Santos (1994) aponta em seu estudo uma multidimensão do trabalho que cerca o
hábito de ingerir bebidas, como algo mais que um problema de saúde, ou mesmo como
estimulante ou como fuga (mecanismo de defesa). A autora relaciona o consumo de
álcool com o tipo de trabalho realizado, o produto com o qual os garis trabalham e o
local onde trabalham. Essas condições suscitam sentimentos e valores como,
reconhecimento do trabalho, necessidade de desintoxicar, de limpar-se do cheiro do lixo
e do próprio lixo, passando a vivenciar o consumo de álcool como remédio que limpa
por dentro, afasta o constrangimento e a vergonha de exercer tal função. O álcool
funciona como uma proteção contra o olhar do outro e contra a falta de significado do
seu trabalho considerado sujo e vazio, já que eles não produzem nada. A limpeza que
seria o produto do trabalho não é vista e nem valorizada pela sociedade. Segundo o
relato dos garis a autora, pode concluir que o álcool anestesia os sentidos, estando assim
revestidos de uma proteção que os impede de entrar em contato direto com essa
realidade desagradável, é capaz de limpar o cheiro de lixo e todas as contaminações por
bactérias, vírus, que eles estão sujeitos no cotidiano. A descontaminação seria como
uma purificação, ao se lavar por dentro eles passariam a se reconhecer. Acreditam
também ser o álcool estimulante, necessário em função do ritmo de trabalho que
executam, daria resistência para agüentar as condições de trabalho que estão
submetidos. Outro fator importante também relatado seria a função de complemento
vitamínico, substitui o alimento, pois não possuem condições monetárias para uma
alimentação adequada. Santos (1994) também verifica em seu estudo que o alto
consumo de álcool entre os coletores de lixo aumentam os índices de acidentes de
trabalho.
Da mesma maneira que os atributos gênero, idade, escolaridade e categoria de
trabalho influenciam diretamente no nível de stress apresentado pelos sujeitos, à
literatura nos apresenta dados que dizem de uma possível correlação com a variável
“consumo de álcool”. Apresentamos abaixo, alguns desses estudos.
- Álcool e Gênero
Os homens apresentam maior freqüência em todos os padrões de consumo. Seu uso
na vida é mais freqüente (77,3%) que o das mulheres (60,6%) em todas as faixas etárias;
bebem mais regularmente do que elas – cerca de cinco vezes mais na faixa etária acima
dos 25 anos. A porcentagem de dependentes entre homens com mais de 18 anos
(23,7%) é três vezes maior do que a observada entre mulheres da mesma faixa etária
(7,4%). As mulheres se mostraram menos vulneráveis à dependência do que os homens:
aproximadamente, de cada cinco homens que fizeram uso na vida de álcool, um se torna
dependente; sendo que em relação às mulheres a proporção é bem menor: uma em cada
dez (CARLINI et al, 2002).
- Álcool e Idade
O estudo realizado Vaissman (2004), diz que o alcoolista inicia sua carreira como
bebedor social na idade jovem. Perto dos 30 anos, evolui para a condição de bebedor
pesado ou bebedor-problema, quando apresenta conseqüências físicas ligadas ao álcool
(pancreatites e cirroses hepáticas). É também nessa fase que surgem problemas
conjugais, sociais, legais, financeiros e de relacionamento. Usuários de álcool nesta fase
também são mais propensos a acidentes de trânsito, problemas psicológicos (violência,
homicídios, suicídios) e ocupacionais (afastamento, faltas ao trabalho, atrasos,
problemas de relacionamento, indisciplina, queda de produtividade, acidentes de
trabalho). Na segunda metade da terceira década de vida ou a partir da quarta década
(35 ou 40), tem-se instalada a síndrome de dependência alcoólica.
Magnabosco, Formigoni e Ronzani (2006), verificaram que de modo geral, em
maior freqüência os homens apresentaram comportamento de risco quanto ao consumo
de álcool do que as mulheres, sendo mais prevalente na faixa etária dos 38 aos 47 anos
de idade.
- Álcool e Escolaridade
O alcoolismo é considerado um problema de saúde publica de alta magnitude, e vem
causando grandes preocupações em empresas por prejudicar o trabalho e a produção. As
situações de trabalho que representam um maior risco ao consumo de álcool são as
atividades socialmente desprestigiadas, onde a tensão gerada é constante (trabalhadores
de serviço de limpeza urbano, trabalhadores que tem contato com cadáveres, com
perigos constantes no emprego por estarem associadas a condições inseguras, tempos
excessivos e empresas de construção civil). Apresenta-se também em trabalhadores que
a tensão resulta de altas exigências cognitivas que exige uma grande atividade mental
(responsabilidade com a vida humana, valores monetários ou manejo de equipamentos
caros). O trabalho monótono, onde o indivíduo não tem oportunidade de aplicar suas
potencialidades criativas também tem sido associados ao consumo de álcool.
(SELIGMANN, 2003)
O consumo de álcool, segundo Trijullo (2003) e Zuñiga (2004), é a saída para
pessoas que possuem uma posição no trabalho de baixo status, como por exemplo, os
operários. Em seus estudos observou-se que o consumo de álcool se fez maior entre os
operários do que entre os empregadores. Isso poderia ser explicado pelo tipo de
atividades que exercem.
A taxa de consumo de álcool entre os trabalhadores pode estar correlacionada aos
altos níveis de stress, como expõe os autores a seguir.
Breslin, Hayward e Baum (1995), num estudo em 60 voluntários sobre as respostas
subjetivas e comportamentais aos efeitos do álcool, concluíram que os indivíduos com
Stress crônico, quando expostos a uma nova situação de stress, ficam com a percepção
de intoxicação reduzida e conseqüentemente com uma menor resposta ao consumo de
álcool, o que implica uma probabilidade acrescida na quantidade de álcool ingerida.
Conduit (1995) refere que pequenas doses de álcool podem provocar uma sensação
de relaxação. Esta sensação associada à diminuição da percepção dos sintomas de
intoxicação, nos indivíduos com altos níveis de stress, e associada à tolerância cruzada
com as benzodiazepinas, cria condições extremamente favoráveis ao abuso de álcool e
ao alcoolismo. Assim situações de aumento de stress laboral que possam conduzir ao
burnout são uma das causas do consumo de álcool.
Com isso concluímos que o presente trabalho é relevante no sentido de radiografar
as condições de trabalho dos coletores de lixo na cidade de Juiz de Fora. Para tanto,
temos como objetivo, avaliá-los sob as variáveis: nível de stress e consumo de álcool,
respeitando como atributos, gênero, idade, escolaridade e categoria de trabalho (coletor
de lixo doméstico, varredor de rua, capina, Usina de Reciclagem e Canil), e perceber as
possíveis influencias na saúde física e psicológica dos mesmos, de acordo com os
resultados obtidos na aplicação dos instrumentos.
1. Metodologia
Amostra
Este estudo foi realizado em um público bem específico, os Garis da cidade de
Juiz de Fora. Foi extraída uma amostra de 162 funcionários do DEMLURB
(Departamento de Limpeza Urbana), empresa da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora,
de um universo de 300 funcionários. Os estratos e seus tamanhos foram os seguintes:
Coleta de lixo domiciliar/industrial (33,3%), Capina (26,5%), Varrição (25,9%) e Usina
de Reciclagem/Canil (14,2%). Devido às condições de operacionalidade da pesquisa, a
amostra foi extraída a esmo, nos locais de trabalho e em quatro locais de concentração
(garagem, a sede da varrição, a usina de reciclagem e o canil).
As entrevistas foram realizadas com os garis em seu local de trabalho antes do
inicio do dia de trabalho, ou no momento do almoço, jantar ou no horário de descanso.
Não houve restrições quanto à idade e escolaridade e todos os trabalhadores que
demonstraram interesse puderam participar, desde que estivessem de acordo e assinem o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Instrumentos
O questionário sócio-demográfico contém informações quanto ao gênero, idade,
escolaridade e categoria de trabalho (coleta de lixo domiciliar/industrial, capina,
varrição e usina de reciclagem/canil) dos respondentes.
Foram utilizadas duas escalas validadas. A primeira escala denominada Inventário
de Sintomas de Stress de Lipp – ISSL (LIPP, 2000), para um diagnóstico na
identificação do stress, bem como o processo de stress nos quais os indivíduos se
encontram: a fase de alerta se caracteriza por reações do sistema nervoso simpático,
quando o organismo percebe o estressor (o evento). A fase de resistência apresenta-se
quando esse estressor permanece presente por períodos prolongados ou se é de grande
dimensão. Na fase de quase exaustão, há um enfraquecimento e aparecimento de
doenças não muito graves, já na fase de exaustão, o stress ultrapassou a possibilidade do
indivíduo conviver com ele e está associado a diversos problemas como úlceras,
gengivites, psoríase, hipertensão arterial, depressão, ansiedade, problemas sexuais,
dentre outros. Cada fase envolve uma sintomatologia diferenciada que é acompanhada
de mudanças hormonais correspondentes. O ISSL, devido à realidade cultural dos garis,
sofreu uma adaptação em seu vocabulário, de acordo com as especificações do manual
do mesmo.
A segunda escala utilizada no presente estudo foi o Alcohol Use Disorders
Identification Test – AUDIT (instrumento produzido pela Organização Mundial de
Saúde) para qualificar o consumo de álcool nos mais variados estágios, abstinente
(indivíduos que não fazem uso de bebidas alcoólicas); Uso de Baixo Risco (uso de
álcool respeitando as orientações médicas e legais); Uso de Risco (padrão de consumo
que traz conseqüências danosas ao individuo, episódios de intoxicação aguda); Uso
Nocivo (padrão que causa danos a saúde física, psíquica e social do usuário, mesmo
quando não há dependência, devido às intoxicações freqüentes); Possível Dependência
(engloba sintomas cognitivos, comportamentais e psicológicos, forte desejo ou
compulsão para beber, dificuldades para controlar o uso de álcool em termos de seu
inicio, término ou níveis de consumo, crises de abstinência, evidência de tolerância,
persistência no uso do álcool, evidência clara de conseqüências manifestadamente
nocivas).
Os dados coletados foram processados no software Statistical Package for the Social
Sciences – SPSS, versão 13.0. A análise estatística foi feita em dois estágios: análise
descritiva e análise de correlação e associação utilizando-se teste não-paramétricos do
Qui-quadrado. Adotou-se o nível de significância de 0,05.
2. Análise dos resultados encontrados
Foram entrevistados 162 garis, dos quais 80,2% são do sexo masculino e 19,8% são
do sexo feminino. Outra característica encontrada nessa amostra refere-se à idade,
75.9% dos entrevistados encontram-se acima dos 35 anos. Quanto à escolaridade,
74.7% dos garis cursaram o 1º grau, sendo que 60% desses possuem o 1º grau
incompleto e 14,7% incompletos. Os demais chegaram até ao superior incompleto.
Foi encontrado presença de stress em 52% da amostra, contra 48% com ausência de
stress. Em relação as fases de stress os percentuais encontrados estão na figura a seguir
(gráfico 01):
Gráfico 01 – Fases do Stress
FASES DO STRESS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1
perc
entu
al
Stress em Fase de Alerta
Stress em Fase de Resistência
Stress em Fase de Quase-Exaustão
Stress em Fase de Exaustão
Observamos também em nosso estudo que há uma prevalência dos sintomas
psicológicos, com o percentual de 66,7%, enquanto 33,3% são sintomas físicos.
Quanto a segunda variável analisada – consumo de álcool, obtivemos o seguinte
resultado: 37,7% dos participantes declaram abstinência total, porém 54,3% consomem
bebidas alcoólicas em algum nível. Observamos, então que dentre os quatro níveis de
consumo, que 4,3% dos entrevistados no nível de Uso Nocivo e 7,4% encontram-se na
faixa de Possível Dependência. Esses achados se tornam preocupantes, visto que na
maioria dos estudos tem encontrado prevalências para o alcoolismo entre 3 e 6%
(SANTANA & ALMEIDA FILHO, 1987).
- Correlações
Stress e Gênero
Encontramos uma diferença estatística significativa quanto ao sexo (x²=16,895,
p= 0,000). Os estudos realizados por Morrison (1997) confirmam os resultados
encontrados no nosso trabalho, pois obtivemos 84,4% mulheres com stress e 43,8% de
homens com stress.
Entretanto, apesar das mulheres apresentarem mais stress que os homens, ao
analisarmos as fases nas quais se encontram, verificamos que o sexo feminino está
espalhado em todas as fases, com 59,3% na fase de resistência, 14,8% na fase de quase-
exaustão e 7,4% na fase de exaustão. Enquanto os homens, apesar de menos
estressados, dos 43,8% com stress, 82,5% se encontram na fase de resistência, podendo
ser observado no gráfico 02 a seguir:
Gráfico 02 – Relação entre gênero e fases do stress
Stress e Idade
Não foi apresentada correlação entre fases do stress e idade (x²=14,053 e p=0,297)
no presente estudo. Podemos constatar que o stress aparece nos sujeitos mais
tardiamente. Entre 18 e 34 anos, encontramos 19,1% de stress, enquanto que na faixa
etária de 35 a 44 anos, o percentual encontrado foi de 45,2% de stress e de 45 a 64 anos,
encontramos 35,7% de stress. Segundo Albuquerque, 1987; Thankachan &
Kodandaram, 1992; Long & Mullen, 1994; Morrison, 1997, acreditam que na fase
adulta maiores são as responsabilidades há a possibilidade de escore alto para o stress.
Stress e Escolaridade
Quanto à escolaridade não ocorreu correlação com a presença ou ausência de stress
(x²=9,076 e p=0,106). Na amostra temos o percentual de 59,9% de garis com o 1º grau
incompleto, desses verificou-se 65,5% cm presença de stress e 53,8% com ausência de
stress.
Stress e Categoria de Trabalho
RELAÇÃO ENTRE GÊNERO E FASES DO STRESS
0102030405060708090
Fase deAlerta
Fase deResistencia
Fase deQuase-
Exausão
Fase deExaustão
perc
entu
al
Masculino
Feminino
O estudou apontou uma diferença estatísticamente significativa quando
correlacionamos a presença ou não de stress com a categoria de trabalho, (x²=14,239 e
p=0,003). Os trabalhadores da varrição aparecem em primeiro lugar com 35,7% de
stress, seguido da coleta com 28,6% com presença de stress, como mostra a figura 03 a
seguir:
Tabela 03
Correlação entre Stress e Categoria de Trabalho
Categoria de Trabalho Diagnóstico de Stress
Ausência de Stress Presença de Stress
N % N %
Coleta 30 38,5 24 28,6
Capina 28 35,9 15 17,9
Varrição 12 15,4 38 35,7
Usina ! Canil 8 10,3 15 17,9
Total 78 100,0 84 100,0
Consumo de Álcool e Gênero
Apesar da análise estatística não ter apresentado correlação entre essas variáveis
(x²= 9,346 e p=0,053), é interessante ressaltar que o sexo masculino prevalece no
consumo em relação a sexo feminino com um percentual de dependência de 9,2%
enquanto nas mulheres o percentual foi de 0%. Comparando esse dado com outros
estudos identificamos a prevalência do sexo masculino como maiores consumidores de
bebidas alcoólicas. (ROYO-BORNADA et al, 1997) e (LÓPEZ-MARINA et al, 2005).
Consumo de Álcool e Idade
Outra correlação que analisamos foi em relação ao consumo de álcool e idade.
Não foi encontrado correlação (x²= 18,298, p=0,307), podemos dizer que os jovens
entre 18 e 24 anos fazem uso de risco (85,8%), porém não possuem uso nocivo ou
possível dependência. Enquanto que na faixa etária de 35 a 44, encontramos 11,7% com
possível dependência. Carlini, Galduróz, Noto e Nappo (2002) diz que o padrão de
consumo aumenta conforme aumenta a idade.
Consumo de Álcool e Escolaridade
Não existiu correlação entre Consumo de Álcool e Escolaridade (x²= 20,506 e
p=0,427). Podemos verificar que no nível de escolaridade predominante dessa profissão
encontra-se também uma possível dependência. Aqueles trabalhadores que possuem o
1º grau incompleto/completo possuem também uma possível dependência. Nesse nível
de escolaridade foi observado um percentual de 20,8% de dependência.
Consumo de Álcool e Categoria de Trabalho
Não foi encontrado constatamos entre Consumo de Álcool e Categoria de Trabalho
(x²= 8,636 e p=0,734). Podemos apenas identificar que dentre os trabalhadores, aqueles
identificados como possíveis dependentes estariam realizando o trabalho de Capina
(11,6%) seguido da Coleta (9,3%).
Correlação entre Stress e Consumo de Álcool
Não foi encontrado correlação entre as variáveis, Stress e Consumo de Álcool (x²=
7,011 e p=0,135), o que pode ser observado no gráfico 04 a seguir:
Gráfico 04: Correlação entre as variáveis “Stress” e “Consumo de álcool”
CORRELAÇÃO ENTRE STRESS E CONSUMO DE ÁLCOOL
05
101520253035404550
Abs
tinen
te
Tot
al
Uso
de
Bai
xo R
isco
Uso
de
Ris
co
Uso
Noc
ivo
Pos
síve
l
Dep
enên
cia
perc
entu
al
Ausência de Stress
Presença de Stress
Considerações Finais
As limitações do presente estudo foram: a interferência do local da entrevista,
pois quando utilizados os espaços onde os superiores estavam presentes, muitos dos
entrevistados demonstraram receio em responder de acordo com sua realidade, ao
contrário dos entrevistados nas ruas, onde brincavam e respondiam fidedignamente. Em
um outro estudo sugerimos uma melhor sistematização do grupo amostral, já que os
dias, horários e locais de aplicação dos questionários foram escolhidos aleatoriamente;
talvez esse tenha sido um fator determinante na não correlação da variável “consumo de
álcool”. Outro fator que pode ter influenciado, foi à escolha do instrumento. O AUDIT
tem uma função de rastrear o consumo de álcool, porém suas perguntas são muito
objetivas, o que no ambiente de trabalho supervisionado, possa ter inibido os
entrevistados.
O mesmo não pode ser tido sobre a variável “nível de stress”, percebemos o
quanto os garis elogiaram o trabalho, dizendo a importância em cuidar da saúde deles, já
que consideram esse trabalho estressante, desgastante fisicamente e psicologicamente,
devido à ausência de reconhecimento da sociedade. Não percebemos nenhuma barreira
ao responderem, o que pode ter influenciado os resultados obtidos positivamente.
Sabemos o quanto essas variáveis interferem na saúde do trabalhador (podendo
ser de ordem física, psicológica/emocional ou social) e traz sérios problemas tanto para
organização da qual fazem parte (baixo rendimento no trabalho), como para a saúde
pública. Com esse trabalho poderíamos auxiliar a prefeitura, responsável por esses
profissionais, em trabalhos futuros que pudessem prevenir e promover saúde de seus
empregados, assim como melhorar rendimento dos mesmos na empresa, oferecendo
uma melhor qualidade de vida. Dessa forma, ressalta-se a necessidade da prevenção, da
educação para a saúde do trabalhador, com programas dentro da própria instituição a
fim de minimizar ou até mesmo solucionar essa questão.
Referências Bibliográficas
ALBRECHT, K., O gerente e o estresse. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.
ANDRÉ, L.M., Heróis da Lama: sobrecarga emocional e estratégias defensivas no
trabalho de limpeza pública. Dissertação (Mestrado em Prática de Saúde Pública) FSP-USP,
São Paulo, 1994.
BARROS, M. V. G., NAHAS, M. V. Comportamentos de risco, auto-avaliaçäo do nível de
saúde e percepção de estresse entre trabalhadores da indústria. Revista de Saúde Pública; 35
(6): 554-563, dezembro, 2001.
BECK, A. Terapia Cognitiva da Depressão. Porto Alegre: Artmed, 1996.
BERNIK, V. Estresse: O Assassino silencioso. Cérebro e Mente – Revista Eletrônica de
Divulgação Científica em Neurociência. Campinas, nº3, Setembro/Novembro, 1997.
Disponível em: http://www.epub.org.br/cm/n03/doencas/stress.htm. Acesso: mar. 2004.
BRESLIN, F. C., HAYWARD, M., & BAUM, A. S. (1995). Stress and alcohol: The
moderating effect of chronic stress on acute stress-intoxication relationship. Journal of
Studies on Alcohol, 56(5), 546-552.
CALAIS, S. L. Diferenças entre homens e mulheres na vulnerabilidade ao stress, 2002. In:
LIPP, M. Mecanismos Neuropsicofisiológicos do stress. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002,
p.87-89.
CALAIS, S. L., ANDRADRE, L. M. B., LIPP, M. E. N. Diferenças de sexo e escolaridade
na manifestação de stress em adultos jovens. Psicologia Reflexão e Crítica, 16(2), pp. 257-
263, Rio Grande do Sul, 2003.
CÂMARA, E. & LOURENÇO, L. M. Stress em Motoristas de ônibus. In: CNEC/SBPC.
Realizado em Recife, Julho de 2003.
CONDUIT, E., The body under stress, developing skills for keeping healthy. Hove:
Lawrence Erlbaun Associates, Ltd.,1995.
COSTA, L. B., KOYANA, M. A. H., MINUCI, E. G. Morbidade declarada e condições de
trabalho: o caso dos motoristas de São Paulo e Belo Horizonte. Revista São Paulo em
Perspectiva. São Paulo; vol.17, n°2, p. 54-67, 2003.
COSTA, A.Q.C., DIAS, M.C.M., COSTA, M.M.B. Profissões de risco para o alcoolismo?
Suas implicações - Da prevenção ao tratamento.
FIGUEROA, N. L., SCHUFER, M., MUINOS, R. et al. Um Instrumento para a Avaliação
de Estressores Psicossociais no Contexto de Emprego. Psicologia: Reflexão e Crítica. vol.14,
n°3, p.653-659, 2001. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722001000300021&lng=en&nrm=iso. Acesso em: mar. 2004.
FUNDACENTRO. Levantamento bibliográfico: coletores de lixo. São Paulo:
Fundacentro, [sd].
GOLDBERG D. & HUXLEY P., Commom mental disorders: a bio-social model.
London: Tavistock; 1992. in relation to social status. Arch Gen Psychiatry
ILÁRIO, E. Estudo de morbilidade em coletores de lixo de um grande centro urbano.
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, Campinas São Paulo, v.17, n.66 p.07-13,
abr./maio/jun., 1989.
LIPP, M. E. N. Stress: conceitos básicos. In: Lipp, M. E. N. (org.) Pesquisas sobre stress
no Brasil. Campinas: Papirus, 1996.
__________. Inventário de Sintomas de Stress para Adulto de Lipp (ISSL). São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2000.
__________. O modelo quadrifásico do stress, 2002a. In: LIPP, M. Mecanismos
Neuropsicofisiológicos do stress. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p. 17-21.
__________. O tratamento psicológico do stress, 2002b. In: LIPP, M. E. N. Mecanismos
Neuropsicofisiológicos do stress. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p. 187-191.
LIPP, M. E. N. & ROCHA, J. C., Stress, hipertensão arterial e qualidade de vida. Campinas, SP: Papirus,1994.
LÓPEZ-MARINA, V., ROMERO, G. P., GARCÍA, R. A., FERNÁNDEZ, P. B.,
MONTANÉ, E. G., JORDANA, N. M. Evaluación del cribado y la efectividad de una
intervención breve en bebedores de riesgo atendidos en consultas de atención primaria.
Aten Primaria 2005, 36(5):261-8.
LONG, A. & MULLEN, B. An exploration of women’s perceptions of the major factors
that contributed to their alcohol abuse. Journal of Advance Nursing, 19(4), 623-639, 1994.
LOURENÇO, L. M.; MAGNABOSCO, M. de B.; MARTINS, L. de A.; TEIXEIRA, A. F.; VEIGAS, G. S.; VIEIRA, C. D. M. et al. Estresse e situação de trabalho : um estudo com as profissionais do sexo em Juiz de Fora. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA, 33., 2003, Belo Horizonte. Resumos de comunicação científica. Belo
Horizonte : SBP, 2003, p. 285.
LOURENÇO, L. M.; BLÁSIO, C. S.; ALIANE, P. P.;TEIXEIRA, A. F. Avaliação do stress em trabalhadores urbanos : motoristas de táxi. Artigo inédito.
LUDERMIR, A. B. & MELO FILHO, D. A. Condições de vida e estrutura ocupacional associadas a transtornos mentais comuns. Revista de Saúde Pública; 36(2): 213-21, 2002.
MADRUGA, R.B., LOREIRO, M.B., Cargas de Trabalho Encontrada nos Coletores de
Lixo Domiciliar – Um Estudo de Caso. (Dissertaçao de Mestrado), Universidade Federal de
Santa Catarina; Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção; Florianópolis; 2002.
MAGNABOSCO, M. B., FORMIGONI, M. L. O. S. & RONZANI, T. M., Avaliação dos
padrões de uso de álcool em serviços de Atenção Primária à Saúde de Juiz de Fora e Rio
Pomba (MG), 2006. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de
Juiz de Fora, Minas Gerais.
MARTINS, E. R. C & CORRÊA, A. K. Lidar com substâncias psicoativas: o significado
para o trabalhador de enfermagem. Revista Latino-am Enfermagem 2004 março-abril;
12(número especial):398-405.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Sistema Nacional de Emprego. Classificação Brasileira
de Ocupações. Brasília, 1982.
MORAES, A. M. & CLAUDIS, M. Ergonomia. Conceitos e Aplicações. Rio de Janeiro: 2
AB, 2000.
MURPHY, J.M., et al. Depression and anxiety in relation to social status. Arch Gen
Psychiatry, 1991; 48:223-8.
OLIVEIRA, A. et al. Estresse e Situação de trabalho: um estudo com as profissionais do
sexo em Juiz de Fora. In: Congresso Brasileiro de Stress: Pesquisa e Intervenção, realizado
15-16 agosto de 2003, São Paulo. Disponível em : http://www.estresse.com.br/congresso/anais.
Acesso em: Jan/2004.
PAES-MACHADO, E. & LEVENSTEIN, C. Assaltantes a bordo: violência, insegurança e
saúde no trabalho em transporte coletivo em Salvador, Bahia, Brasil. Cadernos de Saúde
Pública. Rio de Janeiro, vol. 18, setembro/outubro, 2002.
RANGÉ, B. Influência das Cognições na vulnerabilidade ao stress, 2002. In: LIPP, M. E. N.
Mecanismos Neuropsicofisiológicos do stress. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p.75-78.
REINHOLD, H. H. Trabalho Preliminar: análise da produção científica de um congresso
brasileiro de stress.In: Congresso Brasileiro de Stress: Pesquisa e Intervenção, realizado 15-
16 agosto de 2003, São Paulo. Disponível em : http://www.estresse.com.br/congresso/helga.pdf
. Acesso em: Jan/2004.
ROBAZZI, M.L.C.C. Estudo das condições de vida, trabalho e riscos ocupacionais a
que estão sujeitos os coletores de lixo da cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.
[dissertação]. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP; 1984.
RODRIGUES, A., ASSMAR, E. M. L., JABLONSKI, B. Psicologia Social. 18º Ed.
Reform. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002
ROYO-BORNADA, M. A., CID-RUZAFA, J., MARTIN-MORENO, J. M., GUALLAR, E.
Drug and alcohol use in Spain: consumption habits, attitudes and opinions. Public Health
1997; 111, 277-84.
SANTANA, V. S. & ALMEIDA FILHO, N. Aspectos epidemiológicos do alcoolismo. In:
Ramos, S.P. Alcoolismo hoje. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 1987. p. 29-44.
SANTOS, T.L.F., Coletores de lixo: a ambigüidade do trabalho na rua. São Paulo, 1999.
222f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Pontifícia Universidade Católica.
SANTOS, T.L.F., Relatório de pesquisa: estudo das condições de saúde e trabalho dos
coletores de lixo da cidade de São Paulo. São Paulo: Fundacentro, 1994.
SELIGMANN –SILVA, E. Psicologia e Saúde Mental no trabalho. In: Mendes R.
Patologia do trabalho atualizada e ampliada. São Paulo (SP): Atheneu; 2003. p. 1170-3.
SILVA, V. A. Qualidade de vida no trabalho: um estudo sobre tecno-stress com
servidores públicos da Justiça Federal de São Paulo (1ª Instância). 2004. p.62-78. Dissertação
(Mestrado em Administração) – Faculdade Cenecista de Varginha, Varginha, MG, no prelo.
SOUZA, M. F. M. & SILVA, G. R. Risco de distúrbios psiquiátricos menores em área
metropolitana na região Sudeste do Brasil. Revista de Saúde Pública, 32 (1): 50-8, 1998.
SPARRENBERGER, F., SANTOS, I., LIMA, R. C. Epidemiologia do distress psicológico:
estudo transversal de base populacional. Revista de Saúde Pública; 37 (4): 434-439, ago. 2003.
TAPIA, C.R. Las adicciones, dimensión, impacto y perspectivas. 2nd ed. México (DF):
Manual Moderno; 2001.
THANKACHAN, M. V., & KODANDARAM, P. A study of life events and personality
among alcohol dependent individuals. Special series I: Alcohol and drug use. Journal of
Personality and Clinical Studies, 8(1-2), 27-34., 1992.
TRIJULLO, M. Factores de riesgo y etapas de adquisición de consumo de drogas en
menores de edad. [Tesis]. Monterrey (NL): Facultad de Enfermería/UANL; 2003.
VAISSMAN, M. Alcoolismo no trabalho. Rio de Janeiro; Garamond/Editora Fiocruz;
2004.
ZUÑIGA, V. Etapas de adquisición y consumo de drogas em estudiantes de
bachillerato. [Tesis] Monterrey (NL): Facultad de Enfermería/UANL; 2004.