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Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th. Índice: Cap 1 -A Existência de Deus Cap 2 - A Bíblia Cap 3 - A Inspiração da Bíblia Cap 4 - Objeções à Inspiração Verbal Cap 5 - A Natureza e Atributos de Deus Cap 6 - A Vontade de Deus Cap 7 - A Doutrina da Trindade Cap 8 - A Relação de Deus com o Universo Cap 9 - O Senhor Jesus Cristo Cap 10 - O Espírito Santo Cap 11 - A Doutrina dos Anjos Cap 12 - Satanás: Sua origem, obra e destino Cap 13 - A Criação do Homem Cap 14 -Os Elementos da Natureza Humana Cap 15 - A Natureza Moral do Homem Cap 16 - O Estado Original e a Queda do Homem Cap 17 - A Doutrina do Pecado Cap 18 - A Responsabilidade Humana Cap 19 - A Livre Agência do Homem Cap 20 - A Doutrina da Eleição Cap 21 - A Doutrina da Expiação Cap 22 - As Chamadas Eterna e Interna Cap 23 - O Novo Nascimento Cap 24 - A Conversão Cap 25 - Arrependimento e Fé Cap 26 - A Justificação Cap 27 - A Santificação Cap 28 - Os Três Tempos da Salvação Cap 29 - A Perseverança e a conservação do Salvo Cap 30 - A Doutrina Da Igreja Cap 31 - A Doutrina Do Batismo Cap 32 - A Ceia Do Senhor Cap 33 - Porque o Lava Pés não é uma Ordenança Cap 34 - O Ofício de Bispo Cap 35 - O Diaconato Cap 36 - O Lugar da Mulher Na Igreja Cap 37 - O Estado Atual dos Mortos Cap 38 - O Milênio Cap 39 - A Segunda Vinda de Cristo Cap 40 - As Duas Fases da Vinda de Cristo Cap 41 - O Período da Grande Tribulação Cap 42 - O Homem do Pecado Cap 43 - A Batalha do Armagedon Cap 44 - Os Estados Finais dos Justos e dos Ímpios 2 Cap 1 -A Existência de Deus

Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica - Apostila

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Um Estudo Sistemático de Doutrina BíblicaAutor: Thomas Paul Simmons, D.Th.Índice:Cap 1 -A Existência de DeusCap 2 - A BíbliaCap 3 - A Inspiração da BíbliaCap 4 - Objeções à Inspiração VerbalCap 5 - A Natureza e Atributos de DeusCap 6 - A Vontade de DeusCap 7 - A Doutrina da TrindadeCap 8 - A Relação de Deus com o UniversoCap 9 - O Senhor Jesus CristoCap 10 - O Espírito SantoCap 11 - A Doutrina dos AnjosCap 12 - Satanás: Sua origem, obra e destinoCap 13 - A Criação do HomemCap 14 -Os Elementos da Natureza HumanaCap 15 - A Natureza Moral do HomemCap 16 - O Estado Original e a Queda do HomemCap 17 - A Doutrina do PecadoCap 18 - A Responsabilidade HumanaCap 19 - A Livre Agência do HomemCap 20 - A Doutrina da EleiçãoCap 21 - A Doutrina da ExpiaçãoCap 22 - As Chamadas Eterna e InternaCap 23 - O Novo NascimentoCap 24 - A ConversãoCap 25 - Arrependimento e FéCap 26 - A JustificaçãoCap 27 - A SantificaçãoCap 28 - Os Três Tempos da SalvaçãoCap 29 - A Perseverança e a conservação do SalvoCap 30 - A Doutrina Da IgrejaCap 31 - A Doutrina Do BatismoCap 32 - A Ceia Do SenhorCap 33 - Porque o Lava Pés não é uma OrdenançaCap 34 - O Ofício de BispoCap 35 - O DiaconatoCap 36 - O Lugar da Mulher Na IgrejaCap 37 - O Estado Atual dos MortosCap 38 - O MilênioCap 39 - A Segunda Vinda de CristoCap 40 - As Duas Fases da Vinda de CristoCap 41 - O Período da Grande TribulaçãoCap 42 - O Homem do PecadoCap 43 - A Batalha do ArmagedonCap 44 - Os Estados Finais dos Justos e dos Ímpios2Cap 1 -A Existência de DeusO fato da existência de Deus é tanto o ponto de partida lógico como o escriturístico de um estudosistemático da doutrina da Bíblia. É o ponto de partida lógico porque o fato da existência de Deussotopõe-se a todas as outras doutrinas da Bíblia. Sem a existência de Deus, todas as outras

doutrinas da Bíblia seriam sem sentido. É o ponto de partida escriturístico porque disso noscapacita o primeiro verso da Bíblia.I. A existência de Deus está assumida na Bíblia.A Bíblia principia por assumir e declarar a existência de Deus sem empreender prová-la. Isto éum fato digno de nota. Ao comentá-lo, diz J. M. Pendleton em "Christian Doctrines": "Moisés,sob inspiração divina, teve, sem dúvida, as melhores boas razões para o curso adotado porMoisés; a saber:O autor crê que isto é verdade e crê que há pelo menos três razões para o curso adotado porMoisés; a saber:1. ISRAEL, EM CUJO BENEFÍCIO MOISÉS ESCREVEU PRIMARIAMENTE, JÁ CRIA EMDEUSDaí, o propósito de Moisés, que foi mais prático que teológico, não erigiu uma discussão deprovas da existência de Deus.2. AS EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS SÃO VISÍVEIS E VIGOROSASAssim, foi necessário, mesmo para a raça humana como um todo, que um discurso práticotratasse das evidências da existência de Deus. Mas o nosso estudo é teológico bem como prático;logo, é-nos oportuno notar estas evidências visíveis e vigorosas. Elas nos vêem da:(1) Criação InanimadaA. A matéria não é eterna e, portanto deve ter sido criada.3George McCready Price, autor de "Fundamentals of Geology" e outros livros científicos, diz: "Osfatos da radioatividade proíbem muito positivamente a eternidade passada da matéria. Daí, aconclusão é silogística: a matéria deve ter-se originado ao mesmo tempo no passado..." (Q. E. D.,pág. 30). O Professor Edward Clodd diz que "tudo aponta para uma duração finita da criaçãoatual" (Story of Creation, pág. 137). "Que a forma presente do universo não é eterna no passado,mas começou a ser, atesta-nos não só a observação pessoal senão também o testemunho dageologia" (A. H. Strong Sistematic Theology, pág. 40).B. A matéria deve ter sido criada por outro processo que não os naturais; logo, a evidência de umcriador pessoal.Diz o Prof. Price.: "Há uma ambigüidade de evidência. Tanto quanto a ciência moderna pode

lançar luz sobre a questão, deve ter havido uma criação real dos materiais de que se compõe onosso mundo, uma criação inteiramente diferente de qualquer processo agora em voga, tanto emqualidade como em grau". (Q. E. D. pág. 25). A origem das coisas não se pode computar sobreuma base naturalística. Buscando assim fazer, Darwin foi obrigado a dizer: "Estou num lamaçaldesesperado." Alguém podia falar tanto de livros serem escritos pelas leis da soletração e dagramática como do universo ser feito pela operação de mera lei.Assim está a Bíblia de inteiro acordo com os achados da ciência moderna quando ela declara:"No princípio Deus criou os céus e a terra." (Gênesis 1:1).(2) Criação AnimadaA. A Matéria viva não pode provir da não-viva.Escrevendo no "London Times", disse Lord Kelvin: "Há quarenta anos perguntei a Liebig,andando nalgum lugar pelo campo, se ele acreditava que o capim e as flores que víamos ao nossoredor cresciam por meras forças químicas". Ele respondeu: "Não mais do que eu podia crer queum livro de botânica que as descrevesse pudesse crescer por meras forças químicas". Numapreleção perante o Instituto Real de Londres, Tyndall afirmou candidamente os resultados de oitomeses de árduos experiências como segue: "Do princípio ao fim do inquérito não há, como vistes,uma soma de evidência a favor da doutrina de geração espontânea... Na mais baixa como na mais4elevada das criaturas organizadas o método da natureza é: que a vida será o produto de vidaantecedente". O Professor Conn diz: "Não há a mais leve evidência de que a matéria viva possasurgir da matéria morta. A geração espontânea está universalmente vencida" (Evolution ofToday, pág. 26). E o Sr. Huxley foi forçado a admitir: "A doutrina que a vida somente pode virda vida está vitoriosa em toda a linha" (The Other Side of Evolution, pág. 25).B. Desde que a matéria não é eterna, a vida física, que envolve a matéria viva, não pode sereterna.O fato de a matéria não ser eterna proíbe a suposição que a vida física é o resultado de uma sérieinfinita de gerações. E desde que, como vimos, a matéria não pode provir da não-viva, somosforçados a aceitar o fato de um criador pessoal, não-material.(3) A Consciência Humana

Para fins práticos, a consciência pode ser definida como a faculdade ou poder humano de aprovarou condenar suas ações numa base moral. O apóstolo Paulo, um dos maiores eruditos do seutempo, afirmou que os pagãos, que não tinham ouvido de Deus ou de Sua lei, mostravam "a obrada lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e seus pensamentos,ora acusando-se, ora defendendo-se" (Romanos 2:15). Paulo assim afirmou de homens que nãoaprenderam de um padrão moral autorizado e tinham um senso comum do direito e do errado.Eruditos modernos nos dizem que os povos mais rudimentares da terra têm consciência.Não se pode dizer, portanto, que o homem tem consciência por causa dos ensinos morais que elerecebeu. Não se pode duvidar que a instrução moral aguça a consciência e faz sua sensibilidademais pungente; mas a presença da consciência no pagão ignorante mostra que a educação moralnão produz consciência.A consciência, então, nos capacita da existência da lei. A existência da lei implica a existência deum legislador; logo a consciência humana atesta o fato da existência de Deus.(4) Ordem, Desígnio e Adaptação no Universo,5Ordem, desígnio e adaptação permeiam o universo. "Desde que a ordem e a colocação útilpermeiam o universo, deve existir uma inteligência adequada para dirigir esta colocação a finsúteis" (Strong, Systematic Theology, pág. 42).Vemos ordem maravilhosa nos movimentos dos corpos celestes. Observamos desígnio admirávelno fato de o homem respirar ar, tira muito do oxigênio e devolve o ar carregado de dióxido decarbono, que é inútil ao homem. As plantas, por sua vez, tomam o dióxido de carbono, umalimento essencial da planta, do ar, e deitam oxigênio. Temos admirável adaptação no ajuste dohomem para viver sobre a terra e no ajuste da terra para lugar de habitação do homem.Tudo disto evidencia um criador inteligente. É o suficiente para convencer a quaisquer cujasmentes não estão cegadas pelo preconceito. Alguém podia crer do mesmo modo que é poracidente que os rios nos países civilizados banham povoações e cidades como crer que a ordem, odesígnio e a adaptação no universo são produtos de mero acaso.(5) A Bíblia

A referência aqui não é ao testemunho da Bíblia concernente à existência de Deus. É ilógico dar aautoridade da Bíblia como prova da existência de Deus, porque a autoridade da Bíblia implica aexistência de Deus. Semelhante curso vale por perguntar a pergunta: Mas referimos aqui a:A. A natureza do conteúdo da BíbliaBem falado foi que a Bíblia é um livro tal que o homem não o podia ter escrito, se o quisesse,como não o teria escrito, se pudesse. Ela revela verdades que o homem, deixado a si mesmonunca podia ter descoberto. Uma discussão mais ampla desta fato virá no próximo capítulo. E, seo homem pudesse, porque escreveria ele um livro que o condena como criatura pecaminosa,falida, rebelde, merecendo a ira de Deus? É da natureza humana condenar-se assim a si mesma?B. A profecia cumpridaO cumprimento minucioso de dezenas de profecias do Velho Testamento está arquivado em oNovo Testamento, o qual traz a evidência interna de uma história verossímil. O cumprimento daprofecia evidencia um ser supremo que inspirou a profecia.6C. A Vida de JesusAceitando o testemunho do Evangelho como possuindo as credenciais de uma históriaverossímil, vemos em Jesus uma vida singular. Nem a hereditariedade, nem o ambiente, as duasforças naturais na formação do caráter, podem dar conta de Sua vida. Assim temos evidência deum ser divino que habitou Jesus.D. A Ressurreição de JesusA ressurreição de Jesus, como um fato sobrenatural e bem atestado mostra que Ele era divino.Temos assim subsequente evidência de que há um ser divino.Prova da ressurreição de Jesus. Depois de ouvir uma conversação num trem entre dois homensque discutiam a possibilidade de ser enganado sobre a ressurreição de Jesus, W. E. Fendley,advogado de Mississippi, escreveu um artigo que foi publicado no "Western Recorder" de 9 dedezembro de 1920. Ele abordou a matéria como advogado e deu as três seguintes razões paranegar a plausibilidade da sugestão que o corpo de Jesus foi roubado: (1) "Não era ocasiãooportuna para roubar o corpo". O fato que três festas judaicas ocorreram no tempo dacrucificação certifica que as ruas de Jerusalém estariam cheias de gente. Por essa razão o Sr.

Fendley diz que não era boa ocasião para roubar-se o corpo. (2) "Havia cinco penalidades demorte ligadas ao roubo do corpo e nenhuma delas foi imposta ou executada". As penalidades sãodadas como sendo: primeira, por permitir que o selo fosse rompido; segunda, por quebrar o selo;terceira, por roubar o corpo; quarta, por permitir roubar o copo; quinta, por dormir quando emserviço. (3) "Nego outra vez o alegado sobre o fundamento de testemunho premeditado e nãopremeditado." E então ele mostra como os soldados vieram do sepulcro e disseram que um anjoos enxotará de lá e que, quando peitados pelos fariseus, disseram que o corpo de Jesus foraroubado enquanto eles, soldados, dormiram.O Sr. Fendley prossegue dando cinco pontos que se devem crer para crê-se neste relatório dossoldados, que são: (1) "Devem crer que sessenta e quatro soldados romanos sob pena de mortedormiram todos de uma vez". (2) "Devem aceitar o testemunho dos dorminhocos". (3) "Devemcrer que os discípulos, que estavam tão medrosos, todos de uma vez se tornaram tremendamenteousados". (4) "Outra vez, devem crer que os ladrões tiveram bastante tempo de dobrar as roupas7mortuárias e colocá-las aceiadamente de um lado". (5) "Também devem crer que esses discípulosarriscariam suas vidas por um impostor defunto, quando o não fizeram por Salvador vivo".3. O FATO DA EXISTÊNCIA DE DEUS É ACEITO QUASE UNIVERSALMENTEIsto se dá como a terceira razão que justifica o curso seguido por Moisés em assumir e declarar ofato da existência de Deus sem oferecer quaisquer provas. Os raros que negam a existência deDeus são insignificantes. "As tribos mais baixas tem consciência, temem a morte, crêem emfeiticeiras, propiciam ou afugentam maus destinos. Mesmo o fetichista, que a uma pedra ou auma árvore chama de um deus, mostra que já tem a idéia de Deus" (Strong, Systematic Theology,pág. 31). "A existência de Deus e a vida futura são em toda a parte reconhecidas na África"(Livingstone).Os homens sentem instintivamente a existência de Deus. Por que, então, alguns a negam? É porcausa de falta de evidência? Não, é somente por não lhes agradar este sentimento. Ele os perturba

na sua vida pecaminosa. Portanto, conjuram argumentos que erradiquem o pensamento de Deusde suas mentes. Todo ateu e agnóstico lutam, principalmente para convencer-se. Quando elesapresentam os seus argumentos a outrem, é em parte por um desejo de prová-los e em parte emdefesa própria, nunca por um sentimento que suas idéias podem ser de qualquer auxílio a outros.Um ateu é um homem que, por amor ao pecado, entremeteu-se na sua mente e a trouxe a umacondição de guerra com o seu coração em que a mente assalta o coração e tenta arrebatar dele osentimento de Deus. O coração contra-ataca e compele a mente a reter o pensamento de Deus.Neste prélio a mente, portanto, está constantemente procurando argumentos para usar comomunição. Ao passo que descobre esses argumentos, desfere-os contra o coração com o mais altobarulho possível. Isto é porque o ateu gosta de expor seu pensamento. Está em guerra consigomesmo e ela lhe dá confiança quando ele ouve seus canhões roncarem.Há evidências, contudo, de que a mente do ateu nunca está inteiramente vitoriosa sobre o seucoração. Hume disse a um amigo quando andavam numa noite estrelada: "Adão, há um Deus".Shelley, que foi excluído de Oxford por escrever um panfleto sobre a "Necessidade de Ateísmo",deliciou-se em pensar de um belo espírito intelectual permeando o universo. Voltaire, diz-se,orou numa tempestade alpina e, ao morrer, disse: "Ó Deus - se houver um Deus - tem8misericórdia de mim". Portanto, pode-se concluir com Calvino: "Os que julgam retamenteconcordarão sempre em que há um senso indelével de divindade gravado sobre as mentes doshomens."Antes de passar adiante, presume-se bom notar as fontes desta crença quase universal naexistência de Deus. Há duas fontes desta crença; a saber:(1) A Tradição.Cronologicamente, nossa crença em Deus vem da tradição. Recebemos nossas primeiras idéias deDeus de nossos pais. Não há dúvida que isto tem sido verdade de cada sucessiva geração desde oprincípio. Mas não basta a tradição para dar conta da aceitação quase universal do fato daexistência de Deus. O fato que somente uns poucos repelem esta aceitação (é duvidoso que

alguém sempre a rejeite completamente) mostra que há uma confirmação íntima na crençatradicional da existência de Deus. Isto aponta-nos à segunda fonte desta crença, que é:(2) Intuição.Logicamente, nossa crença em Deus vem da intuição. Intuição é a percepção imediata da verdadesem um processo cônscio de arrazoamento. Um fato ou verdade assim percebidos chama-se umaintuição. Intuições são "primeiras verdades", sem as quais séria impossível todo pensamentorefletivo. Nossas mentes são constituídas de tal modo a envolverem estas "verdades primárias"logo que se apresentem as devidas ocasiões.A. Prova que a crença quase universal em Deus procede logicamente da intuição e não dearrazoamento.(a) A grande maior dos homens nunca tentou arrazoar o fato da existência de Deus, nem sãocapazes de semelhante arrazoamento, que servisse para lhes fortificar a crença na existência deDeus.(b) A energia da crença dos homens na existência de Deus não existe em proporção aodesenvolvimento da faculdade raciocinante, como seria o caso se essa crença fosse primariamenteo resultado de arrazoamento.9(c) A razão não pode demonstrar cabalmente o fato da existência de Deus. Em todo o nossoarrazoamento sobre a existência de Deus devemos começar com admissões intuitivas que nãopodemos demonstrar. Assim, quando os homens aceitam o fato da existência de Deus, aceitammais do que a exata razão os levaria a aceitarem.B. A existência de Deus como "Verdade Primária".(a) Definição. "Uma verdade primária é um conhecimento que, conquanto desenvolvido emocasiões de observação e reflexão, delas não se deriva, - um conhecimento, pelo contrário, quetem tal prioridade lógica que deve ser assumido ou suposto para se fazer qualquer observação ereflexão possíveis. Semelhantes verdades não são, portanto, reconhecidas como primeiras emordem de tempo; algumas delas assentam um tanto tarde no crescimento da mente; pela grandemaioria dos homens elas nunca são conscienciosamente formuladas, de modo algum. Contudo,elas constituem a presunção necessária sobre a qual descansa todo outro conhecimento, tendo a

mente não só a capacidade inata de envolvê-las logo que se apresentem as devidas ocasiões senão também o reconhecimento delas como inevitável logo que a mente principia a dar a si mesmaconta de seu próprio conhecimento" (Strong, Systematic Theology, pág. 30).(b) Prova. "Os processos do pensamento reflexivo implicam que o universo está fundado na razãoe é a expressão dela" (Harris, Philosophic Basic of Theism). "A indução descansa sobre apresunção, como ela exige para seu fundamento, que existe uma divindade pessoal e pensante...Ela não tem sentido ou valía a menos que assumamos estar o universo constituído de tal modoque pressuponha um originador absoluto e incondicional de suas forças e leis... Analisamos osdiversos processos do conhecimento nos seus dados sotopostos e achamos que o dado que sesotopõe a eles todos é o de uma inteligência auto-existente" (Porter, Human Intellect). "A razãopensa em Deus como existente e ela não séria razão se não pensasse em Deus como existente"(Dorner, Glaubenslehre). É por esta razão que Deus disse na Sua Palavra: "Disse o tolo no seucoração: Não há Deus" (Salmo 14:1). Só um tolo negará a existência de Deus. Alguns tolos taissão educados; alguns sem letra, mas, não obstante, são tolos, porque não tem conhecimento ou aomenos não reconhecem nem mesmo o princípio da sabedoria, o temor do Senhor. VejaProvérbios 1:7.10II. A existência de Deus não é demonstrável matematicamente, contudo, é mais certa do que qualquerconclusão da razão.1. A EXISTÊNCIA DE DEUS NÃO É DEMONSTRÁVEL MATEMÁTICAMENTE.A respeito de todos os argumentos a favor do fato da existência de Deus, diz Strong: "Estesargumentos são prováveis, não demonstráveis" (Systematic Theology, pág. 39). Lemos outra vez:"Nem pretendi que a existência, ainda a deste Ser, pode ser demonstrada como demonstramos asverdades abstratas da ciência" (Diman, Theistic Argument, pág. 363). Strong cita Andrew Fullercomo questionando "se a argumentação a favor da existência de Deus não tem mais cépticos doque crentes"; e então acrescenta: "Tanto quanto isto é verdade, devido é a uma saciedade de

argumentos e à noção exagerada do que se pode esperar deles" (Systematic Theology, pág. 40).2. A EXISTÊNCIA DE DEUS, CONTUDO, É MAIS CERTA DO QUE QUALQUERCONCLUSÃO DA RAZÃO.Leia o estudante novamente as citações dadas apara mostrar que a existência de Deus é uma"verdade primária", uma verdade que está assumida por todos no processo da razão, "O que negaa existência de Deus deve assumir, tacitamente, essa existência no seu próprio argumento, porempregar processos lógicos cuja validade descansa sobre o ato da existência de Deus" (Strong,Systematic Theology, pág. 33). É uma verdade axiomática que aquilo que é o fundamento de todaa razão é mais certo do que qualquer conclusão da razão. "Não podemos provar que Deus é, maspodemos mostrar que, em face de qualquer conhecimento, pensamento, razão do homem, deve ohomem assumir que Deus é" (Strong, Systematic Theology, pág. 34).3. A EXISTÊNCIA DE DEUS NÃO É O ÚNICO FATO QUE NÃO PODE SERDEMONSTRADO MATEMATICAMENTE.Nenhum homem pode demonstrar a existência do tempo, do espaço, ou a realidade da matéria porum processo estritamente lógico. Não se pode demonstra nem a realidade de sua própriaexistência. Não podemos provar absolutamente que não é alucinação tudo quanto vemos,ouvimos e sentimos. Todavia, nós nos sentimos certos sobre essas coisas e pouca gente algumavez pensou em discuti-las. Quem o faz é considerado um energúmeno. O mesmo séria sempreverdade do que questionasse a existência de Deus. Um agnóstico ou um ateu, para serem11coerentes, teriam, de assumir a mesma atitude para com toda a verdade cientifica como a queassume para com a existência de Deus; porque todos os ramos da ciência devem confiar nasintuições da mente como o fundamento de toda a observação."A gente mais irrazoável do mundo é aquela que no sentido estreito depende unicamente darazão" (Strong). "A crença em Deus não é a conclusão de uma demonstração, mas a solução deum problema" (Strong); e esse problema é o problema da origem do universo. "O universo, comoum grande fato, requer uma explanação racional e ... e a explanação que se pode possivelmentedar é essa fornecida na concepção de um tal Ser (como Deus). Nesta conclusão a razão descansa

e recusa-se a descansar em qualquer outra" (Diman, Theistic Argument). "Chegamos a umacrença científica na existência de Deus tanto como a qualquer outra verdade humana possível.Assumímo-la como uma hipótese absolutamente necessária para dar conta do fenômeno douniverso; então evidência de todos os cantos começa a convergir sobre ela, até que, no processodo tempo, o senso comum da humanidade, cultivado e iluminado pelo conhecimento semprecrescente, pronuncia-se sobre a validade da hipótese com uma voz escassamente menos decididae universal do que ele o faz no caso de nossas mais elevadas convicções científicas" (Morell,Philosiphic Fragments). Logo, podemos dizer: "Deus é o fato mais certo do conhecimentoobjetivo" (Bowne, Metaphysics).III. A existência de Deus, portanto, pode ser tomada por concedida e proclamada ousadamente.Os fatos precitados deveriam fazer o pregador ousado na sua proclamação do fato da existênciade Deus, não temendo de proclamá-la confiadamente aos profanos. Estamos sobre terreno seguroem proclamar esta verdade. Nenhum homem pode logradamente contrariar nossa mensagem.Vezes há, talvez, quando o pregador no púlpito devera discutir as evidências da existência deDeus; todavia, como uma coisa usual, ele deveria assumi-la e declará-la como Moisés fez. Equando ele trata das evidências da existência de Deus, não as sobrecarregue de modo a deixar aimpressão que a validade do fato da existência de Deus depende de uma rigorosa demonstraçãoracional.12Cap 2 - A Bíblia: A Revelação de DeusTendo visto agora que a existência de Deus é um fato estabelecido, um fato mais certo quequalquer conclusão de um arrazoamento formal, porque é o fundamento necessário de toda arazão, passamos à consideração de uma outra matéria. Há agora, e tem havido por séculos, umlivro peculiar neste mundo, chamado Bíblia, que professa ser a revelação de Deus. Os seusescritores falam nos termos mais ousados de sua autoridade como interlocutores de Deus. Estaautoridade tem sido admitida por milhões de habitantes da terra, tanto no passado como nopresente. Desejamos perguntar, portanto, se este livro é o que ele professa ser e o que ele tem sido

e se crê ser por uma multidão de gente, - uma revelação de Deus. Se não é uma revelação deDeus, então os seus escritores ou foram enganados ou foram enganadores maliciosos.I. É a Bíblia historicamente autentica?Por esta pergunta queremos dizer: É a Bíblia verossímil como um arquivo de fatos históricos? Hámais ou menos um século críticos sustentaram ser a Bíblia inverossímil como história. Disseramque os quatro reis mencionados em Gênesis 14:1 nunca existiram e que a vitória dos reis doOcidente contra os do Oriente, como descrita neste capítulo, nunca ocorreu. Negaram que umpovo tal como os hititas viveram algures. Sargon, mencionado em Isaías 20:1 como rei daAssíria, foi considerado como uma personagem mitológica. Mas como é agora? Podemos dizerhoje, após se fazerem extensas investigações concernentes às nações antigas, que nem um sóponto da Bíblia fica refutado. As confiadas negativas dos primeiros críticos tem-se provadoousadias de ignorância. Prof. A. H. Sayce, um dos mais eminentes dos arquiologistas, diz: "Desdea descoberta das tábuas de Tel el-Amarna até agora, grandes coisas foram trazidas pelaarqueologia e cada uma delas tem estado em harmonia com a Bíblia, enquanto quase cada umadelas tem sido mortífera contra as asserções dos críticos destruidores". Há um pouco mais de umadécada a United Press irradiou o testemunho de A. S. Yahuda, primeiramente professor deHistória Bíblica na Universidade de Berlin e mais tarde de linguagem semítica na Universidadede Madrid no sentido que "toda a descoberta arqueológica da Palestina e Mesopotamia doperíodo bíblico traz a exatez histórica da Bíblia ".13II. É a Bíblia revelação de Deus?Estamos agora na consideração de uma outra questão. Um livro historicamente correto podia serde origem humana. É isto verdade da Bíblia?1. UMA PROBABILIDADE ANTECEDENTE.Um pensamento cuidadoso, á parte da questão se a Bíblia é a revelação de Deus, convenceráqualquer crente bem intencionado na existência de Deus de que é altamente provável que Deusdeu ao homem uma revelação escrita explícita e duradoura da vontade divina. A consciência dohomem informa-o da existência da lei. Como foi bem dito: "A consciência não estabelece uma

lei, ela adverte da existência de uma lei." (Diman, Theistic Argument). Quando o homem tem osenso comum de que está procedendo mal, ele tem a indicação de que transgrediu alguma lei.Quem mais, fora de Jeová, cuja existência achamos ser um fato estabelecido, poderia ser o autordessa lei? E desde que o homem pensa intuitivamente de Deus como sendo bom, ele deve pensardo propósito de Sua lei como sendo bom. Portanto, não podemos pensar desta lei como sendopara o mero propósito de condenação. Deve ser que esta lei é para a disciplina do homem emjustiça. Devemos também concluir que Deus, sendo mostrado ser sábio por Suas maravilhosasobras, usaria dos meios mais eficazes para a execução do seu propósito por meio da lei. Isto arguepor uma revelação escrita, porque qualquer grau notável de obediência a uma lei justa éimpossível ao homem sem conhecimento dessa lei. A natureza e a razão são incertas demais,indistintas, incompletas e insuficientes para o propósito.Mais ainda, E. Y. Mullins diz: "A mesma idéia de religião contém no seu âmago a idéia derevelação. Nenhuma definição de religião que omite essa outra idéia pode permanecer à luz dosfatos. Se o fiel fala a Deus e Deus fica para sempre silente ao fiel, temos somente um ângulo dareligião e a religião se torna uma casuística sem sentido" (The Christian Religion in its DoctrinalExpression).2. UMA PRESUNÇÃO RAZOÁVEL"Se a Bíblia não é o que o povo cristão do mundo pensa ser, então temos em nossas mãos otremendo problema de dar conta de sua crescida e crescente popularidade entre a grande maioria14do povo mais iluminado da terra e em face de quase toda a oposição concebível" (JonathanRigdon, Science and Religion).Grandes esforços se fizeram para destruir a Bíblia como nunca antes se produziram para adestruição de qualquer outro livro. Seus inimigos tentaram persistentemente deter sua influencia.A crítica assaltou-a e o ridículo escarneceu-a. A ciência e a filosofia foram invocadas paradesacreditá-la. Á astronomia, no descortinar das maravilhas celestes, pediram-se alguns fatospara denegri-la e a geologia, nas suas buscas na terra foi importunada para lançar-lhe suspeita."(J. M. Pendleton, Christian Doctrines). Contudo

"Firme, serena, imovível, a mesmaAno após ano...Arde eternamente na chama inapagável;Fulge na luz inextinguível".WhitakerA Bíblia "levanta-se hoje como uma fênix do fogo com um ar de mistura de dó e desdém pelosseus adversários, tão ilesa como foram Sidraque, Misaque e Abdenego na fornalha deNabucodonozor" (Collet, All About the Bible).Não é provável que qualquer produção meramente humana pudesse triunfar sobre semelhanteoposição como a que se moveu contra a Bíblia.3. PROVAS DE QUE A BÍBLIA É A REVELAÇÃO DE DEUS.(1) As grandes diferenças entre a Bíblia e os escritos dos homens evidenciam que ela não é umasimples produção humana.Estas diferenças são: -A. Quanto ás suas profundezas e alcances de sentido."Há infinitas profundezas e alcances inexauríveis de sentido na Escritura, cuja diferença é detodos os outros livros e que nos compelem a crer que o seu autor deve ser divino" (Strong).Podemos apanhar as produções dos homens e ajuntar tudo quanto eles têm a dizer numa só15leitura. Mas não assim com a Bíblia. Podemos le-la repetidamente e achar novos e maisprofundos sentidos. Vacilam nossas mentes ante sua profundeza de sentido.B. Quanto ao seu poder, encanto, atração e frescura perene.Os escritores bíblicos são incomparáveis no "seu poder dramático", esse encanto divino eindefinível, esse atrativo misterioso e sempre atual que neles achamos em toda a nossa vida comonas cenas da natureza, um encanto sempre fresco. Depois de estarmos deliciados e tocados poressas incomparáveis narrativas em nossa infância remota, elas ainda revivem e afetam nossasternas emoções mesmo no declínio grisalho. Deve haver, certamente, algo sobre-humano namesma humanidade dessas formas tão familiares e tão singelas" (L. Gaussen, Theopneustia). Eeste mesmo autor sugere uma comparação entre a história de José na Bíblia e a mesma história noAl-Korão. Outro autor (Mornay) sugere uma comparação entre a história de Israel na Bíblia e amesma história em Flavio Joséfo. Diz ele que ao ler a história bíblica, os homens "sentirão vibrar

todos os seus corpos, mover seus corações, sobrevindo-lhes num momento uma ternura de afeto,mais do que se todos os oradores da Grécia e Roma lhes tivessem pregado as mesmas matériaspor um dia inteiro". Diz ele dos relatos de Joséfo, "que se deixarão mais frio e menos emocionadodo que quando os achou". Ajunta então: "Que, então, se esta Escritura tem na sua humildade maiselevação, na sua simplicidade mais profundeza, na sua ausência de todo esforço mais encantos,na sua rudeza mais vigor e alvo do que podemos achar noutro lugar qualquer?"C. Quanto a sua incomparável concisão.No livro do Gênesis temos uma história que fala da criação da terra e de ela ser feita lugaradequado para habitação do homem. Fala da criação do homem, animais, plantas e da suacolocação na terra. Fala da apostasia do homem, do primeiro culto, do primeiro assassínio, dodilúvio, da repopulação da terra, da dispersão dos homens, da origem da presente diversidade delínguas, da fundação da nação judaica e do desenvolvimento e das experiências dessa naçãodurante uns quinhentos anos; tudo, todavia, contido em cinqüenta capítulos notavelmente breves.Comparai agora com isto a história escrita por Joséfo. Tanto Moisés como Joséfo foram judeus,ambos escreveram sobre os judeus, mas Joséfo ocupa mais espaço com a história de sua própriavida do que Moisés consome no arquivo da história desde a criação até ä morte de José. Tomaitambém os escritos dos evangelistas. "Quem entre nós podia ter sido durante três anos e meio16testemunha constante, amigo apaixonadamente chegado, de um homem como Jesus Cristo; quempodia ter podido escrever em dezesseis ou dezessete curtos capítulos,... a história inteira dessavida: - do Seu nascimento, o Seu ministério, dos Seus milagres, das Suas pregações, dos Seussofrimentos, de Sua morte, de Sua ressurreição, de Sua ascensão aos céus? Quem entre nós teriajulgado possível evitar de dizer uma palavra sobre os primeiros trinta anos de uma semelhantevida? Quem entre nós podia ter relatado tanto atos de bondade sem uma exclamação; tantosmilagres sem uma reflexão a respeito; tantos sublimes pensamentos sem uma ênfase; tantasfraquezas sem pecado no seu Mestre e tantas fraquezas pecaminosas nos Seus discípulos, sem

nenhuma supressão; tantos casos de resistência, tanta ignorância, tanta dureza de coração, sem amais leve desculpa ou comento? É assim que os homens escrevem história? E mais, quem entrenós podia ter sabido como distinguir o que exigia ser dito por alto do que exigia sê-lo emminúcia?" (Gaussen).(2) A revelação de coisas que o homem, deixado a si mesmo, jamais podia ter descoberto dáevidência da origem sobre-humana da BíbliaA. O relato da Criação.Onde pôde Moisés ter obtido isto, se Deus não lho revelou? "A própria sugestão de ter Moisésobtido sua informação histórica dessas legendas caldáicas e de Gilgamesh... é simplesmenteabsurda; porque, interessantes como são, estão de tal modo cheias de asneiras que Moisés teriasido impossível ou a qualquer outro homem, praticamente, evolver de tais legendas místicas osregistros sóbrios, reverentes e científicos que se acham no livro do Gênesis" (Collett).B. A doutrina dos anjos."Foi alguma coisa parecida com os anjos concebida pela imaginação do povo, pelos seus poetas,ou pelos seus sábios? Não; nem mesmo mostraram jamais aproximar-se disso. Perceber-se-á,quão impossível foi, sem uma operação constante da parte de Deus, que as narrativas bíblicas, aotratarem de um tal assunto, não tivessem considerado constantemente a impressão humanademais de nossas acanhadas concepções; ou que os escritores sagrados não tivessem deixadoescapar de suas penas toques imprudentes ao vestirem os anjos com atributos divinos demais ouafetos humanos demais." (Gaussen).17C. A onipresença de Deus.Representam as seguintes passagens a conclusão da filosofia humana?"Sou eu um Deus de perto, diz Jeová, e não sou um Deus de longe? Pode alguém esconder-se emlugares secretos de modo que eu não o veja? diz Jeová. Não encho eu o céu e a terra? diz Jeová(Jer. 23:23,24)."Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face? Se subir ao céu, lá Tuestás; se fizer no inferno a minha cama, eis que ali estás também. Se tomar as asas da alva, sehabitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará e a Tua destra me susterá." (Sal.

139:7-10).Estas passagens e outras na Bíblia ensinam, não o panteísmo, nem que Deus está em diferenteslugares sucessivamente senão que Ele está em toda a parte ao mesmo tempo e contudo separadoscomo Ser fora da Criação. O intelecto desajudado do homem originou esta concepção, vendo que,mesmo quando ele tem sido acomodado, a mente do homem pode compreende-lo sóparcialmente?D. O problema da redenção humana.Se fora submetido ao homem o problema de como Deus podia ser justo e justificador do ímpio,teria o homem proposto, como solução, que Deus se tornasse carne e sofresse em lugar dohomem?"Que a criatura culpada fosse salva a custa da incarnação do Criador; que a vida viesse aos filhosdos homens através da morte do Filho de Deus; que o céu se tornasse acessível à populaçãodistante da terra pelo sangue de uma cruz vergonhosa; estava totalmente remoto a todas asconcepções finitas. Mesmo quando a maravilha se tornou conhecida pelo Evangelho, ela excitouo desprezo dos judeus e dos gregos: para os primeiros pedra de escândalo e ofensa, loucura paraos últimos. Eram os gregos um povo altamente culto, de intelecto agudo, profundos na filosofia,subtis em arrazoar, mas ridicularizaram a idéia de salvação por meio de um que fora crucificado.Bem podem ser considerados como representando as possibilidades do intelecto humano, o queele pode fazer; e, tão longe de pretenderem a doutrina cristã da redenção como uma invenção de18filósofos, riram-se dela como indigna da filosofia. Rejeitaram os fatos do Evangelho comoincríveis, porque pareciam estar em conflito positivo com as suas concepções da razão." (J. M.Pendleton, Christian Doctrines)."Como podiam esses livros ter sido escritos por semelhantes homens, em semelhantes ambientessem auxílio divino? Quando consideramos os assuntos discutidos, as idéias apresentadas, tãohostis não só aos seus prejuízos nativos, mas ao sentimento geral então prevalecente nos maissábios da humanidade, - o sistema todo de princípios entresachado em toda parte de história,poética e promessa, bem como de insignificantes maravilhas e singulares excelências da palavra;

nossas mentes se constrangem a reconhecer este como o Livro de Deus num sentido elevado epeculiar" (Masil Manly, The Bible Doctrine of Inspiration).(3) A unidade maravilhosa da Bíblia confirma-a como uma revelação divina."Eis aqui um volume constituído de sessenta e seis livros escritos em seções separadas, porcentenas de pessoas diferentes, durante um período de mil e quinhentos anos, - um volume queantedata nos seus registros mais antigos todos os outros livros no mundo, tocando a vida humanae o conhecimento em centenas de diferentes pontos. Contudo, evita qualquer erro absoluto eassinalável ao tratar desses inumeráveis temas. De que outro livro antigo se pode dizer isto? Deque livro mesmo centenário se pode dizer isto?" (Manly, The Bible Doctrines of Inspiration).A Bíblia contém quase toda a forma de literatura, - história, biografia, contos, dramas,argumentos, poética, sátiras e cantos. Foi escrita em três línguas por uns quarenta autoresdiferentes, que viveram em três continentes. Esteve no processo de composição uns milquinhentos ou seiscentos anos. "Entre esses autores estiveram reis, agricultores, mecânicos,cientistas, advogados, generais, pescadores, estadistas, sacerdotes, um coletor de impostos, umdoutor, alguns ricos, alguns pobres, alguns citadinos, outros camponeses, tocando assim todas asexperiências dos homens." (Peloubet, Bible Dictionary).Entretanto, a Bíblia está em harmonia em todas as suas partes. Os críticos tem imaginadocontradições, mas estas desaparecem como a cerração ao sol matutino quando se sujeitam à luzde uma investigação inteligente, cuidadosa, cândida, justa e simpática. Os seguintes sinais deunidade caracterizam a Bíblia:-19A. É uma unidade no seu desígnio.O grande desígnio número um que percorre toda a Bíblia é a revelação de como o homem,alienado de Deus, pode achar restauração ao favor e à comunhão de Deus.B. É uma unidade no seu ensino a respeito de DeusCada informação na Bíblia concernente Deus é compatível com todas as outras afirmações.Nenhum escritor contraditou qualquer outro escritor ao escrever sobre o tema estupendo do Deusinefável e infinito!C. É uma unidade no seu ensino a respeito do homem.

Em toda a parte da Bíblia mostra-se o homem criatura por natureza corrupta, pecaminosa, rebeldee falida sob a ira de Deus e carecendo de redenção.D. É uma unidade no seu ensino a respeito da salvação.O meio de Salvação não se fez tão claro no Velho como em o Novo Testamento. Mas vê-se-oprontamente prenunciado no Velho por claramente revelado em o Novo Testamento. Pedroafirmou que os santos do Velho Testamento salvaram-se exatamente da mesma maneira que osdo Novo, Atos 15:10,11. O suposto conflito entre Tiago e Paulo sobre a justificação será tratadano respectivo capítulo.E. É uma unidade quanto à Lei de Deus.Um ideal perfeito de justiça está retratado por toda a Bíblia a desrespeito do fato que Deus, emharmonia com as leis do desenvolvimento humano, ajustou Seu governo às necessidades de Israelpara que pudesse erguer-se do seu rude estado. Este ajustamento da disciplina de Deus foi comouma escada descida a um fosso para prover um meio de escape a alguém lá enlaçado. A descidada escada não visa a um encorajamento ao que está no fundo para deter-se lá, mas intenciona-secomo meio de livramento; de modo que a condescendência da disciplina de Deus no caso deIsrael não foi pensada como um encorajamento do mal, mas como uma regulação do mal com opropósito de levantar o povo a um plano mais elevado. Negar a unidade da Lei de Deus por causa20de adaptações às necessidades de povos particulares é tão tolo como negar a unidade dos planosdo arquiteto pelo fato de ele usar andaimes temporária na execução deles.F. É uma unidade no desenredo progressivo da doutrina.A verdade toda não foi dada de uma vez na Bíblia. Contudo, há unidade. A unidade no desenredoprogressivo é a unidade do crescimento vegetal. Primeiro vemos a erva, depois a espiga e então ogrão cheio na espiga" (Marcos 4:28).A força desta unidade maravilhosa na sua aplicação à questão da inspiração da Bíblia estáacentuada por David James Burrell como segue: - "Se quarenta pessoas dispares de diferenteslínguas e graus de educação musical tivessem de passar pela galeria de um órgão em longosintervalos e, sem nenhuma possibilidade de colisão, cada uma delas tocasse sessenta e seis teclas,

as quais, quando combinadas, dessem o tema de um oratório, submeter-se-ia respeitosamente queo homem que considerasse isso como uma "circunstancia fortuita" seria tido por consensounanime universal - para dize-lo modestamente - tristemente falto de senso comum" (Why IBelieve The Bible).(4) A exatez da Bíblia em matérias cientificas prova que ela não é de origem humana.A. A Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural.Diz-se corretamente que a Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural. Não foi dada paraensinar o caminho que os céus vão, mas o caminho que vai para o céu.B. Todavia, ela faz referência a matérias cientificas."Por outro lado, contudo, vendo que o universo inteiro esta de tal modo inteira einseparavelmente ligado com leis e princípios, é inconcebível que este livro de Deus, queconfessadamente trata de tudo no universo quanto afeta os mais altos interesses do homem, nãofizesse referência alguma a qualquer matéria cientifica; daí acharmos referência incidentais avários ramos da ciência... (Sidney Collett, All About The Bible).C. E quando a Bíblia faz referência a matérias cientificas, é exatíssima.21A Bíblia não contém os erros científicos do seu tempo. Ela antecipou as gabadas descobertas doshomens centenas de anos. Nenhum dos seus estatuídos provou-se errôneo. E é somente nostempos hodiernos que os homens chegam a entender alguns deles. Notai as seguintes referênciasbíblicas a matérias cientificas:(a) A rotundidade da terra. Séculos antes de os homens saberem que a terra é redonda a Bíbliafalou do "circulo da terra" (Isaías 40:22).(b) O suporte gravitacional da terra. Os homens costumavam discutir a questão de que é quesustenta a terra, sendo avançadas diversas teorias. Finalmente os cientistas descobriram que aterra é sustentada por sua própria gravitação e a de outros corpos. Mas, muitos antes de oshomens saberem isto, e enquanto contendiam por este ou aquele fundamento material para aterra, a Bíblia declarou que Deus "pendura a terra sobre o nada" (Jó 26:7).(c) A natureza dos céus. A Bíblia fala dos céus como "expansão" e isto estava tão adiante da

ciência que a palavra hebraica (raquia) foi traduzida por "firmamento" (Gênesis 1; Sal. 19:6), quequer dizer um suporte sólido.(d) A expansão vazia do Norte. Foi só na metade do século passado que o Observatório deWashington descobriu que, dentro dos céus do Norte, há uma grande expansão vazia na qual nãohá uma só estrela visível. Mas antes de três mil anos a Bíblia informou aos homens que Deus"estendeu o Norte sobre o espaço vazio" (Jó 26:7).(e) O peso do Ar. Credita-se Galileu com a descoberta que o ar tem peso, - algo com que oshomens jamais tinham sonhado; mas, dois mil anos antes da descoberta de Galileu a Bíblia disseque Deus fez "um peso do vento" (Jó 28:25).(f) A rotação da terra. Ao falar de sua segunda vinda, Cristo deu indicação de que seria noitenuma parte, dia na outra (Lucas 17:34-36), implicando assim a rotação da terra sobre seu eixo.(g) O número de estrelas. Hiparco numerou as estrelas em 1002, mas a Bíblia antecipou asrevelações do telescópio e classificou as estrelas com a areia na praia (Gên. 22:17).22Comparai agora esses verdadeiros estatuídos científicos com as noções cruas e com os errosgrosseiros concernentes ao universo a serem achados em outras velhas teologias, tais como as deHomero, Hesiodo e os códigos dos gregos; também os livros sagrados dos budistas, bramanes emaometanos.(5) A profecia cumprida testemunha ao fato que a Bíblia veio de Deus.A. A referência profética a Ciro.Cinqüenta anos antes do nascimento de Ciro, Rei, o qual decretou que os filhos de Israelvoltassem à sua terra, Isaías falou de Deus como "aquele que disse de Ciro, ele é meu pastor ecumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Sê edificada, e ao tempo: Funda-te"(Isaías 44:28).B. A profecia do cativeiro babilônico. Vide Jer. 25:11.C. Profecias a respeito de Cristo.(a) A rotura de Suas vestes. Salmos 22:18. Cumprimento: João 19:23,24.(b) O fato de os Seus ossos não serem quebrados. Sal. 34:20. Cumprimento: João 19:36.(c) Sua traição. Sal. 41:9. Cumprimento: João 13:18.(d) Sua morte com os ladrões e enterro no túmulo de José. Isaías 53:9. Cumprimento: Mat. 27:38,57-60.

(e) O Seu nascimento em Belém. Miqueas 5:2. Cumprimento: Mat. 2:1,2; João 7:42.(f) Sua entrada triunfal em Jerusalém. Zacarias 9:9. Cumprimento: Mat. 21:1-10; João 12:12-16.(g) Seu traspasse. Zacarias 12:10. Cumprimento: João 19:34,37.(h) Dispersão dos Seus discípulos. Zac. 13:7. Cumprimento: Mat. 26:31.23Há, porém, uma explicação plausível da maravilha da profecia cumprida e essa explicação é queEle "que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade" (Efe. 1:11) moveu a mão doescritor da profecia.(6) O testemunho de Cristo prova a genuinidade da Bíblia como uma revelação de Deus.Jesus considerou o Velho Testamento como a Palavra de Deus, a ele se referiu freqüentementecomo tal e disse:- "A Escritura não pode ser quebrada" (João 10:35). Ele também prometeuulterior revelação por meio dos apóstolos (João 16:12,13). Temos assim Sua pre-autenticação doNovo Testamento.O testemunho de Jesus é de valor único, porque Sua vida provou-O ser o que Ele professou ser, -uma revelação de Deus. Jesus não se enganou; "porque isto argüiria (a) uma fraqueza e loucuramontando a positiva insanidade. Mas Sua vida inteira e caráter exibiram uma calma, dignidade,equilíbrio, introspeção e domínio pessoal totalmente antagônicos com semelhante teoria. Ouargüiria (b) auto-ignorância e auto-exagero que podiam provir apenas da mais profunda perversãomoral. Mas a pureza absoluta de Sua consciência, a humildade do Seu espírito, a beneficênciaabnegada de Sua vida mostram ser incrível esta hipótese". Nem Jesus foi um enganador, porque(a) a santidade perfeitamente compatível de Sua vida; a confiança não vacilante com a qual Eledesafiava para uma investigação de suas pretensões e arriscava tudo sobre o resultado; (b) a vastaimprobabilidade de uma vida inteira mentir aos declarados interesses da verdade e (c) aimpossibilidade de decepção opera tal benção ao mundo, - tudo mostra que Jesus não foi umimpostor cônscio" (A. H. Strong).III. O que constitui a Bíblia?Do que já se disse, manifesto é que o autor crê que a Bíblia, revelação de Deus, consiste desessenta e seis livros do que é conhecido como o Canon Protestante.

Aqui não é necessário um prolongado e trabalhado argumento e nada será tentado. A matériainteira, tanto quanto respeita aos que crêem na divindade de Cristo, pode ser firmada pelo Seutestemunho.Notemos:241. Cristo aceitou os trinta e nove livros de nosso Velho Testamento como constituindo arevelação escrita que Deus tinha dado até aquele tempo.Esses livros compunham a "Escritura" (um termo que ocorre trinta e três vezes em o NovoTestamento) aceita pelos judeus. Crê-se que eles foram reunidos e arranjados por Esdras. Foramtraduzidos do hebraico para o grego algum tempo antes do advento de Cristo. Não pode haverdúvida de que Cristo aceitou esses livros e nenhuns outros como constituindo os escritos queDeus inspirou até aquele tempo. Ele citou esses livros na formula: "Está escrito". Ele referiu-se aeles como "Escritura". E Ele disse: "... a Escritura não pode ser quebrada" (João 10:35).Por outro lado, nem uma vez Cristo citou ou referiu-se aos livros que se acrescentaram ao CânonProtestante para inteirar o Velho Testamento na Bíblia Católica (Versão Douay). E admiti-se,autoridades católicas, que os judeus do tempo de Cristo não aceitaram os mesmos comoinspirados. (Nota adicional: Num Catecismo da Bíblia, escrito pelo "Rev. John O'Brien, M. A.", epublicado pela sociedade Internacional da Verdade Católica, de Brooklyn, à página 10, faz-seesta pergunta sobre esses livros :- "Foram os livros adicionados aceitos pelos hebreus?". Aresposta dada é: - "Não, os hebreus recusaram-se a aceitar esses livros adicionais.") O CânonProtestante do Velho Testamento é o cânon aceito pelo povo escolhido de Deus e pelo Filho deDeus, bem como pelos apóstolos.2. Cristo também prometeu uma revelação ulterior além mesmo de tudo que Ele tinha ensinado.Em João 16:12,13 achamos Cristo falando aos apóstolos como segue: "Ainda tenho muitas coisasa dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Não obstante, quando Ele, o Espírito de verdadevier, guiar-vos-á em toda a verdade; porque Ele não falará de Si mesmo, mas falará tudo o quetiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir".Ainda mais: Cristo constituiu aos apóstolos um corpo de mestres infalíveis quando em Mat.

18:18 disse: "Na verdade vos digo: o que ligardes na terra será ligado no céu e o que desligardesna terra será desligada no céu". "Ligar" quer dizer proibir, isto é, ensinar que uma coisa estáerrada. "Desligar" é consentir, sancionar, ensinar que uma coisa está certa. Assim Cristoprometeu sancionar no céu o que quer que os apóstolos ensinaram na terra. João 20:22,23 é damesma importância.25Em o Novo Testamento temos esta revelação ulterior que Cristo deu por meio do Seu corpoinfalível de mestres. Os poucos livros não escritos pelos apóstolos receberam o seu lugar nocânon, evidentemente, porque os apóstolos os aprovaram. De qualquer maneira, o seu ensino é omesmo como o dos demais livros do cânon.No Novo Testamento veio a existir da mesma maneia que o Velho, isto é, o cânon foideterminado pelo consenso de opinião da parte do próprio povo de Deus. O fato que Deus deu econservou uma revelação infalível da velha dispensação argue que Ele fez o mesmo comreferência ao novo.IV. É a Bíblia final como revelação de Deus?A finalidade da Bíblia está sendo rejeitada hoje a favor de uma revelação que está ainda emprocesso. Esta idéia é adotada por aqueles que estão contaminados de modernismo. Ninguém quecrê na divina inspiração da Bíblia adotará esta idéia. Devemos voltar a Cristo por um estatuídoautoritativo concernente à inspiração dos escritores apostólicos, o qual não nos dá nenhumagarantia em pretender que esta inspiração se estendeu além dos apóstolos. Que ensinos, nãocontrários ao Novo Testamento, podem os crentes da revelação progressiva indicar como tendosido revelados desde os tempos apostólicos? O Novo Testamento é manifestamente completo efinal.26Cap 3 - A Inspiração da BíbliaTemos visível evidência que a Bíblia é uma revelação de Deus. E é nos dito na Bíblia que Deusdeu a revelação por inspiração. Se a Bíblia é a revelação de Deus, justo é deixá-la falar por simesma sobre a sua própria natureza. É nosso propósito, então, inquirir neste capítulo do sentido eda natureza da inspiração, segundo o propósito testemunho da Bíblia.

No curso que estamos seguindo aqui observamos a razão no seu sentido mais elevado. Mostrouseque a razão requer uma crença na existência de Deus. E apontou-se, além disso, que é razoávelesperar uma revelação escrita de Deus. É da competência da razão, então, em relação à revelação,primeiro que tudo, examinar as credenciais de comunicações que professam ser uma revelação deDeus. Se essas credenciais forem satisfatórias, deve então a razão aceitar as comunicações comovindas de Deus; daí, aceitar as coisas apresentadas como sendo verdadeiras. "A revelação é ovice-rei que apresenta primeiro suas credenciais à assembléia provincial e então preside"(Liebnitz). Na maneira precitada "a razão mesma prepara o caminho para uma revelação acimada razão e garante uma confiança implícita em tal revelação quando uma vez dada" (Strong).Acima da razão não é contra a razão. É apenas calvo racionalismo que rejeita tudo que não podeaprofundar ou demonstrar racionalmente. "O povo mais irrasoável do mundo é aquele quedepende unicamente da razão, no sentido estreito" (Strong). O mero arrazoamento ou o exercícioda faculdade lógica não é tudo da razão. A razão, no seu sentido lato, compreende o todo da forçamental para reconhecer a verdade. A razão só pode rejeitar justamente aquilo que contradiz fatosconhecidos. E então, para estar seguro, a razão deve estar "condicionada em sua atividade por umsanto afeto e iluminada pelo Espírito Santo" (Strong). A semelhante razão a Escritura nãoapresenta nada contraditório, conquanto ela faz conhecido muito, além do poder desajudado dohomem para descobrir ou compreender completamente.I. O SENTIDO DA INSPIRAÇÃOQuando Paulo disse: "Toda a Escritura é dada por inspiração de Deus" (II Timóteo 3:16), eleempregou a palavra grega "theopneustos" com a idéia de inspiração. A palavra grega compõe-sede "theos", significa Deus, e "pneu", significando respirar. A palavra composta é um adjetivo27significando literalmente "inspirado de Deus". Desde que é o fôlego que produz a fala, estapalavra proveu um modo muito apto e impressivo de dizer que a Escritura é a palavra de Deus.II. O ELEMENTO HUMANO NA INSPIRAÇÃOContudo, foi só em casos especiais que as palavras a serem escritas foram oralmente ditadas

pelos escritores da Escritura. Em muitos casos as mentes dos escritores tornaram-se o laboratórioem que Deus converteu Seu fôlego, como se fosse, em linguagem humana. Isto não se fez por umprocesso mecânico: não se suspenderam a personalidade e o temperamento dos escritores,manifestos ambos nos escritos. Daí lemos em Gaussen: "Ao mantermos que toda a escritura vemde Deus, longe estamos de pensar que nela o homem nada é ... Na Escritura todas as palavras sãodo homem, como lá, também, todas as palavras são de Deus. Num certo sentido, a Epístola aosRomanos é totalmente uma carta de Paulo e, num sentido ainda mais elevado, é totalmente umacarta de Deus" (Theopneustia, um livro altamente endossado por C. H. Spurgeon). E como lemostambém em Manly: "A origem e a autoridade divinas da Palavra de Deus não são para se afirmarde modo a excluir ou anular a realidade da autoria humana com as particularidades daíresultantes. A Bíblia é a palavra de Deus ao homem, de capa a capa; ainda assim, é ao mesmotempo, real e completamente, composição humana. Nenhuma tentativa deverá ser feita ? comocertamente não faremos nenhuma ? para alijar ou ignorar o "elemento humano" da Escritura, oqual está iniludívelmente aparente na sua própria face; ninguém deverá desejar engrandecer odivino tanto a ponto de o atropelar, ou quase isso. É este um dos grandes enganos em queincorrem homens bons. Divino e humano, sejam ambos admitidos, reconhecidos e aceitos grata ejubilosamente, contribuindo cada um para fazer a Bíblia mais completamente adaptada àsnecessidades humanas como instrumento da graça divina e o guia para almas humanas fracas eerrantes. A palavra não é do homem, quanto à sua fonte: nem dependendo do homem, quanto àsua autoridade: é por meio do homem e pelo homem como seu médio; todavia, não simplesmentecomo o canal ao longo da qual corre, qual água por uma bica sem vida, mas pelo homem eatravés do homem como o agente voluntariamente ativo e inteligente na sua comunicação.Ambos os lados da verdade se expressam na linguagem escriturística: "Os homens santos deDeus falaram segundo foram movidos (levados) pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Os homensfalaram; o impulso e a direção foram de Deus" (A Doutrina da Inspiração). "As Escrituras

contém um elemento humano bem como um divino, de modo que, enquanto elas constituem um28corpo de verdade infalível, esta verdade está ajeitada em moldes humanos e adaptados à comuminteligência humana" (Strong).III. A INSPIRAÇÃO EXECUTADA MILAGROSAMENTEO elemento humano na Bíblia não afeta sua infalibilidade, tanto como a natureza humana deCristo não afetou Sua infalibilidade. A inspiração se afetou milagrosamente tanto como onascimento virginal de Cristo se efetuou milagrosamente e tanto como os homens são trazidos aoarrependimento e à fé milagrosamente. O arrependimento e a fé são atos humanos voluntários,contudo operam-se no homem pelo Espírito Santo. Deus efetuou o milagre da inspiraçãopreparando providencialmente os escritores para o seu trabalho e revelando Sua verdade aosmesmos, habilitando, guiando e superintendendo-os no arquivamento dela como para dar-nos pormeio deles uma transmissão exata e completa de tudo quanto Lhe aprouve revelar."Conquanto o Espírito Santo não selecionou as palavras para os escritores, evidente é que Ele asselecionou através dos escritores" (Bancroft, Elemental Theology).IV. MÉTODOS NA INSPIRAÇÃOO elemento miraculoso na inspiração, sem duvida, não pode ser explicado. E não temos nenhumdesejo que o homem possa explicá-lo. Mas até um certo ponto, no mínimo, podemos discernirdas Escrituras os métodos que Deus usou na inspiração. Um estudo dos métodos empregadosdeveria levantar nossa apreciação da inspiração.(1) Inspiração por meio da revelação objetiva.Algumas vezes se deu uma revelação direta e oral para ser escriturada, tal como foi o caso ao darsea Lei mosaica (Ex. 20:1) e tal como foi o caso, algumas vezes, com outros escritores (Dan.9:21-23; Apo. 17:7).(2) Inspiração por meio de visão sobrenatural.Noutros casos deu-se uma visão sobrenatural com ou sem uma interpretação dela, como foi ocaso com João na Ilha de Patmos.29(3) Inspiração por meio de Passividade.Noutras vezes, quando não se nos dá evidencia de uma revelação externa de espécie alguma, osescritores foram tão conscienciosa e passivamente movidos pelo Espírito Santo que ficaram

sabidamente ignorantes de tudo quanto escreveram, como foi o caso com os profetas quandoescreveram de Cristo (1 Pedro 1:10).(4) Inspiração por meio de iluminação divina.Algumas vezes foi dada aos escritores tal iluminação divina como para habilitá-los a entendereme aplicarem a verdade contida em prévias revelações, mas não feitas inteiramente claras por eles;como foi o caso com escritores do Novo Testamento ao interpretarem e aplicarem a Escritura doVelho Testamento (Atos 1:16, 17, 20; 2:16-21; Rom. 4:1-3; 10:5-11).(5) Inspiração por meio da direção de Deus.Em alguns casos os escritores foram meramente de tal modo guiados e guardados como paraserem habilitados a recordar tais fatos históricos segundo Deus se agradou de os fazer recordar,quer fossem esses fatos pessoalmente conhecidos deles, ou obtidos de outros, ou reveladossobrenaturalmente. Todos os livros históricos são exemplos oportunos aqui.(6) Inspiração por meio de revelação subjetiva.Noutras vezes foi a verdade revelada através dos escritores por uma tal vivificação eaprofundamento do seu próprio pensar como para habilitá-los a perceber e recordar nova verdadeinfalivelmente, como parece ter sido o caso com Paulo em muitas das suas epístolas.Somando-o tudo, podemos dizer que o processo de inspiração consistiu de tais meios einfluências como aprouve a Deus empregar, segundo as circunstancias, para poder dar-nos umarevelação divina, completa e infalível de toda a verdade religiosa de que precisamos durante estavida. Ou podemos dizer com A. H. Strong: "Pela inspiração das Escrituras queremos significaraquela influência divina especial sobre as mentes dos escritores sagrados em virtude da qual suasproduções, à parte de erros de transcrição, quando justamente interpretadas, constituem juntasuma regra de fé e prática infalível e suficiente".30V. A EXTENÇÃO DA INSPIRAÇÃOVer-se-á que a inspiração verbal está implicada no que já dissemos; mas, como também já foidito, isto não destrói o elemento humano na Escritura. A Escritura é, toda ela, a Palavra de Deus;ainda assim, muitíssimo dela é também a palavra do homem. Os escritores diferem emtemperamento, linguagem e estilo, diferenças que estão claramente manifestas nos seus escritos,

ainda que suas produções são tão verdadeiras e completamente a Palavra de Deus como qualquerexpressão oral de Jesus.VI. PROVAS DA INSPIRAÇÃO VERBALPara prova de fato que a Bíblia é inspirada em palavra e não meramente em pensamento,chamamos a atenção para as evidencias seguintes:(1) A Escritura inspirada envolve necessariamente a inspiração verbal.É nos dito que a Escritura é inspirada. A Escritura consiste de palavras escritas. Assim,necessariamente, temos inspiração verbal.(2) Paulo afirmou que ele empregou palavras a ele ensinadas pelo Espírito Santo.Em 1 Cor. 2:13, ao referir-se às coisas que ele conheceu pelo Espírito Santo, disse: "Quais coisasfalamos, não nas palavras que a humana sabedoria ensina, mas que O Espírito Santo ensina". Éisto uma afirmação positiva da parte de Paulo que ele não foi deixado a si mesmo na seleção depalavras. {Alguns acusam que em Atos 23:5, 1 Cor. 7:10,12, Paulo admite a não inspiração. EmAtos 23:5 Paulo diz a respeito do Sumo Sacerdote: "Não sabia, irmãos, que era o Sumosacerdote". Isto "pode ser explicado tanto como a linguagem de ironia indignada: "Eu nãoreconheceria tal homem como Sumo Sacerdote"; ou, mais naturalmente, como uma confissãoatual de ignorância e falibilidade pessoais, o que não afeta a inspiração de qualquer dos ensinosou escritos finais de Paulo" (Strong). Inspiração não significa que os escritores da Bíblia foramsempre infalíveis no juízo ou impecáveis na vida, mas que, na sua capacidade de mestres oficiaise interpretes de Deus, eram conservados do erro.}31Nas passagens da primeira epístola aos corintios diz Paulo no caso de um mandamento: "Mandoeu, todavia não eu, mas o Senhor"; ao passo que no caso de outros mandamentos diz ele: "O restofalo eu, não o Senhor". Mas notai que no fim das ultimas séries de exortações ele diz: "Penso...que eu tenho o Espírito de Deus" (1 Cor. 7:40). Aqui, portanto, Paulo distingue... não entre osseus mandamentos próprios e inspirados, mas entre aqueles que procediam de sua própria(inspirada de Deus) subjetividade e os que Cristo mesmo supriu por Sua palavra objetiva"(Meyer, in Loco).

(3) Pedro afirmou a inspiração verbal dos seus próprios escritos como dos outros apóstolos.Em 2 Pedro 3:1,2,15,16 Pedro põe os seus próprios escritos e os de outros apóstolos em nívelcom as Escrituras do Velho Testamento. E desde que Pedro creu que as Escrituras do VelhoTestamento eram verbalmente inspiradas (Atos 1:16), segue-se, portanto, que ele considerava osseus escritos e os de outros apóstolos como verbalmente inspirados. {Uma questão pode levantarsequanto à dissimulação de Pedro em Antioquia, onde temos uma "contradita prática às suasconvicções por separar-se e retirar-se dos cristãos gentios (Gál. 2:11-13)" (Strong). "Aqui nãohouve ensino público, mas a influencia de exemplo privado. Mas nem neste caso, nem noprecitado (Atos 23:5) Deus suportou o erro como resolvido. Pela agencia de Paulo o EspíritoSanto resolveu o assunto direito" (Strong)}(4) Citações em o Novo Testamento tiradas do Velho provam a inspiração verbal dos escritoresdo Novo Testamento.Tinham os judeus pela letra da Escritura uma consideração supersticiosa. Certamente, então,judeus devotos, se deixados a si mesmos, seriam extremamente cuidadosos de citarem a Escrituracomo está escrita. Mas achamos em Novo Testamento umas duzentas e sessenta e três citações doVelho Testamento e dessas, segundo Horne, oitenta e oito são citações verbais da Setuaginta;sessenta e quatro são emprestadas dela; trinta e sete tem o mesmo sentido; mas palavrasdiferentes; dezesseis concordam mais quase com o hebraico e vinte diferem tanto do hebraicocomo da Setuaginta. Todos os escritores do Novo Testamento, salvo Lucas, eram judeus.Contudo não escreveram como judeus. Que pode explicar isto, se eles não estavam cônscios dasanção divina de cada palavra que escreveram? Alguns bons exemplos de citações do Velho32Testamento pelos escritores do Novo, onde novo sentido se põe nas citações, acham-se em Rom.10:6-8, que é uma citação de Deut. 30:11-14.(5) Mateus afirmou que o Senhor falou pelos profetas do Velho Testamento.Vide a Versão Revista de Mat. 1:22 e 2:15.(6) Lucas afirmou que o Senhor falou pela boca dos santos profetas. Lucas 1:70.(7) O escritor aos hebreus afirma o mesmo (Heb. 1:1).

(8) Pedro afirmou que o Espírito Santo falou pela boca de Davi. Atos 1:16.(9) O argumento de Paulo em Gal. 3:16 implica inspiração verbal.Neste lugar Paulo baseia um argumento no número singular da palavra "semente" na promessa deDeus a Abraão.(10) Os escritores do Velho Testamento implicaram e ensinaram constantemente a autoridadedivina de sua próprias palavras.As passagens em prova disto são numerosas demais para precisarem de menção.(11) A profecia cumprida é prova da inspiração verbal.Um estudo da profecia cumprida convencerá qualquer pessoa esclarecida que os profetas foramnecessariamente inspirados nas próprias palavras que enunciaram; do contrário, não podiam terpredito algo do que eles souberam muito pouco.(12) Jesus afirmou a inspiração verbal das escrituras.Jesus disse: "A Escritura não pode ser quebrada" (João 10:35), com o que ele quis dizer que osentido da Escritura não pode ser afrouxada nem sua verdade destruída. Sentido e verdade estãodependendo de palavras para sua expressão. Sentido infalível é impossível sem palavrasinfalíveis.33Cap 4 - Objeções à Inspiração VerbalSão muitas e variadas as objeções trazidas contra a inspiração verbal. Não tentaremos notá-lastodas, mas tomaremos apenas algumas das mais comuns; confiando que a nossa discussãoindique quão razoável e facilmente se possa dispor de toda outra objeção.Estas objeções concernem:I. CÓPIAS E TRADUÇÕES FALÍVEIS1. OBJEÇÃO APRESENTADAA primeira objeção que consideraremos pode ser apresentada assim: "De que valor é a inspiraçãoverbal das cópias originais da Escritura, uma vez que não temos essas copias originais e desdeque a grande maioria do povo deve depender de traduções das línguas originais, traduções quenão podem ser tidas como infalíveis?"2. OBJEÇÃO RESPONDIDA(1) Esta objeção é correta em sustentar que as traduções das línguas originais da Escritura nãopodem ser tidas como infalíveis.Em nenhum lugar Deus indica que os tradutores foram poupados ao erro. Inspiração verbal querdizer a inspiração das cópias originais da Escritura.

(2) Esta objeção é também correta em afirmar que não temos uma só das cópias originais dequalquer parte da Escritura.(3) Mas esta objeção não prevalece contra o fato da inspiração verbal: ela só questiona o valorda inspiração.(4) E a objeção esta errada ao supor que uma cópia admitidamente imperfeita de um originalinfalível não é melhor do que a mesma espécie de cópia de um original falível.34É mesmo melhor ter uma cópia imperfeita de um original infalível do que ter uma cópia perfeitade um original falível.(5) A objeção está errada outra vez ao implicar que não temos uma cópia do originalsubstancialmente exata.Por meio de uma comparação das muitas cópias antigas dos originais da Escritura, a críticatextual progrediu a tal ponto que nenhuma dúvida existe quanto a qualquer doutrina importanteda Bíblia. Enquanto que Deus não nos conservou as cópias originais (e Ele deve ter tido boasrazões para não fazer assim), Ele nos deu uma tal abundância de cópias antigas, que podemos,com notável exatez, chegar à leitura dos originais.(6) E o estudo do hebraico e do grego progrediu a tal ponto, e este conhecimento se tornouproveitoso mesmo ao povo comum, de tal modo, que todos podem ficar seguros do significado dalíngua original em quase todos os casos.II. SALMOS IMPRECATÓRIOSOutra objeção se traz contra o que é conhecido por "salmos imprecatórios".1. OBJEÇÃO APRESENTADADiz-se que o salmista "brada indignadamente contra os seus opressores", e que o achamos usandolinguagem "que seria imprópria nos lábios do Senhor", linguagem, é-nos dito, em quedescobrimos "traços de prejuízo e paixão humanos". Tais são as objeções levantadas por J.Patterson Smith em "How God Inspired The Bible" (Como Deus inspirou a Bíblia).O objetor esta errado aqui ao assumir que os salmos imprecatórios de Davi expressam osentimento pessoal de Davi contra os seus inimigos meramente por causa do que eles lhe tinhamfeito. Davi era o suave cantor de Israel e não se dava a manifestações de amargura e vingança

pessoais. Notai sua atitude principesca para com Saul ainda mesmo quando Saul buscou sua vidasem nenhuma lícita razão.2. CASOS ESPECÍFICOS CITADOS PELO OBJETOR35(1) "Ó Deus, quebra-lhes os dentes nas suas bocas" (Salmos 58:6).Um estudo deste salmo revela que as palavras supra não se referem aos inimigos pessoais deDavi, mas aos injustos em geral. Davi estava aqui só articulando a indignação d?Aquele que"odeia todos os obradores de iniqüidade" (Salmos 5:5). E notai que aqui nada se diz como deDavi sobre este juízo ser infligido imediatamente. Aqui só temos a sanção inspirada de Davi dojulgamento final de Deus sobre os ímpios. Isto está evidente de uma comparação do Salmo 58:9-11 com Apocalipse 19:1-6. Nestas passagens temos a profecia e o seu cumprimento.(2) "Sejam seus filhos continuamente vagabundos e mendiguem; busquem o seu pão em lugaresdesolados" (Salmos 109:10).Atos 1:16 mostra que isto não foi falado dos inimigos pessoais de Davi, mas foi uma expressãoprofética a respeito de Judas. E Pedro diz que o Espírito Santo falou isso pela boca de Davi. Estaimprecação sobre os filhos de Judas é segundo a própria revelação de Deus, de Si mesmo, como oque visita "a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Oaborrecem" (Êxodo 20:5).(3) "Ah! Filha de Babilônia, que vai ser assolada; feliz aquele que te retribuir o pago que tu nospagaste a nós; feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles pelas pedras" (Salmos137:8,9).Mas notais que as palavras não são uma oração, nem uma imprecação, mas só e totalmente umaprofecia. Então notai que este juízo foi para ser atribuído a Babilônia por causa do modo por queela tratara Israel. E depois revocai as palavras de Deus faladas através de Balaão: "Abençoado é oque te abençoar e amaldiçoado é o que te amaldiçoar" (Números 24:9), nas quais temos um ecodo assegurado a Abraão (Gênesis 27:29).As palavras de Davi, com aquelas de Isaias (Isaias 13) sobre Babilônia, tem um duplo sentido:referem-se imediatamente à destruição de Babilônia pelos médos (Isaias 13:7), mas remotamenteà punição dos ímpios na vinda de Cristo à terra (Isaias 13:9-11; 34:1-18; Zacarias 14:1-7;

Apocalipse 19:11-21).36Como agente de Deus, Davi revelou a indignação de Deus contra os ímpios mas, até onde seuspróprios sentimentos pessoais diziam respeito, ele tinha somente misericórdia e benevolênciapara com os seus inimigos pessoais. Recusou molestar o Rei Saul quando ele teve a oportunidadee justificação humana, e após Saul morrer, inquiriu: "Ficou algum da casa de Saul a quem eupossa mostrar bondade?" (2 Samuel 9:1,2,11).Estes exemplos são suficientes para mostrarem quão inócuas são as objeções dos críticos arespeito dos salmos imprecatórios.III. AS IMPRECAÇÕES DE NOÉ E O LOUVOR DE DÉBORAObjeções semelhantes costumam ser trazidas contra a Bíblia por causa da imprecação de Noésobre Canaã (Gênesis 9:25) e por causa de Débora louvar Jael por assassinar Cisera á traição(Juizes 5:24-31).A resposta aqui é simples e breve. A Bíblia não justifica nem a Noé nem a Débora pelasexpressões mencionadas: recorda meramente o fato que as expressões foram feitas. Verdade éque Noé expressou uma predição verdadeira das nações descendentes do seu filho, mas, que Deuso moveu a expressar a maldição sobre Canaã, ou meramente lhe permitiu expressar a verdadenuma explosão de raiva, não está declarado.A Bíblia, de modo algum sanciona cada palavra e ato nela recordados. Ela recorda as palavras eações de homens maus, tais como o Rei Saul e Acabe; muitas vezes não dá o seu veredicto sobreeles. Deus revelou sua Lei pela qual todas as ações serão julgadas; portanto, desnecessário foi queEle devesse atravancar a Bíblia como a apreciação de toda a palavra ou ação arquivada.Inspiração verbal que dizer, simplesmente, que os escolhidos para escreveram a Bíblia foramguardados do erro no que escreveram. Se os seus escritores representam uma convicção sincerade si mesmo, é verdade; mas se o relato de alguma outra pessoa, pode ser verdade ou falso,segundo ele se harmoniza com a Bíblia como um todo.IV. "CAPÍTULOS OBSCENOS" ASSIM CHAMADOSÉ-nos dito então que em certos capítulos da Bíblia "a obscenidade pulula do princípio ao fim".37Em resposta a esta objeção, diz R. A. Torrey: "que há capítulos na Bíblia que não podem ser

prudentemente tratados numa audiência mista, não temos o desejo de negar; mas os referidoscapítulos não são obscenos. Falar do pecado nos termos mais claros, mesmo do pecado mais vil,para se poder expor sua asquerosidade e para retratar o homem como ele realmente é, não éobscenidade: é pureza numa das suas formas mais elevadas. Se uma historia é ou não obscena,depende inteiramente de como é dita e para que fim é dita. Se se conta uma história para fazer-secaçoada do pecado, ou para coonestar e desculpar o pecado (ou para gratificar a luxuria), éobscena. Se uma história é contada para fazer os homens odiarem o pecado, para mostrar aoshomens a hediondez do pecado, para induzir os homens a darem ao pecado tão vasto desprezoquanto possível e mostrar ao homem sua carência de redenção, não é obscena: é moralmentesalutar" (Difficulties and Alleged Contradictions and Errors in the Bible).Se esses capítulos fossem obscenos, eles constituiriam leitura favorita nos antros do vício. Masalguém alguma vez ouviu gente ruim lendo a Bíblia para seu prazer luxurioso? Ela não tira prazerda leitura da Bíblia, mas faz galhofa com ouvir os comentários obscenos dos críticos. É o criticoque é obsceno, não a Bíblia. O coronel Ingersoll opôs-se à Bíblia por revelar ações vis "sem umtoque de humor", como se justo fora a Bíblia ter feito uma caçoada do pecado e da imoralidade.V. VARIAÇÕES NUMÉRICASTraz-se uma objeção contra a inspiração verbal por causa de variações numéricas.A respeito do número dos judeus, achamos que a soma dada em 1 Crônicas 21:5 de Israel é1.100.000 e para Judá, 470.000, fazendo um total de 1.570.000; ao passo que o número dado em2 Samuel 24:9 de Israel é 800.000 e de Judá é 500.000, fazendo um total de 1.300.000. Estadiscrepância é facilmente explicada por notar-se que o número dado em Crônicas para Israel foide homens "dos que arrancavam espada", pelo que se entende que havia este número sujeitos aoserviço militar, enquanto que Samuel nos diz que em Israel havia tantos "valentes quearrancavam a espada", pelo que se quer dizer que havia esse número de homens que sedistinguiram por bravura em combate atual. A diferença a respeito de Judá foi ocasionada pelo

fato de Samuel ter dado o número total de homens em Judá, ao passo que Crônicas da o númerode homens sujeitos ao serviço militar.38[ Em outros lugares, tais como 1 Reis 7:26; 2 Crônicas 4:5; 2 Samuel 8:4 e 1Crônicas 18:4 as diferenças numéricas são provavelmente devidas a erros detranscrição. Os números se indicam por letras em hebraico e uma pequenaalteração de uma letra muda grandemente o seu valor numérico.Não deverá parecer-nos estranho que as atuais cópias da Bíblia contenhamalguns erros menores. Não deverá surpreender-nos qualquer coisa mais que adescoberta de alguns erros de revisão em nossas Bíblias. Não temos mais razãopara crermos em copistas infalíveis do que temos para cremos em impressoresinfalíveis. Verificando a laboriosa tarefa de se copiarem as Escrituras a mão,maravilhoso é que não haja mais erros menores. ]Nota do editor: Este parágrafo acima está totalmente ERRADO foi um errolamentável do Dr. Simmons em atacar a doutrina da infallifilidade das Escrituras.Noutro lugar uma diferença numérica (Números 25:9) é para ser explicada como o usoperfeitamente legítimo de números redondos em vez de exatos.VI. ALEGADO ENGANO DE MATEUSAlega-se que Mateus atribuiu a Jeremias uma profecia que devera ter sido creditada a Zacarias.Este suposto engano de Mateus acha-se em Mateus 27:9,10. Aqui Mateus parece citar Zacarias11:13, mas que isto não é absolutamente certo, parece de uma comparação das duas passagens.Mateus não faz uma citação verbal de Zacarias, portanto não se pode manter com certeza que eleintencionou estar citando de Zacarias. E, enquanto não temos nos escritos disponíveis de Jeremiasqualquer passagem que realmente se pareça com a citação de Mateus, estamos longe danecessidade de admitir que Mateus fez um engano. Não sabemos se temos todas as expressões39proféticas de Jeremias. Em Judas 14 temos mencionada uma profecia de Enoque que nãoencontramos em nenhum outro lugar da Bíblia. Não ouvimos de nenhuma objeção ser trazida

contra esta passagem. Mas suponde que algum outro escritor na Escritura tivesse dito algosemelhante às palavras atribuídas a Enoque. Então o critico teria dito que Judas se enganou.Mais ainda, pode ser que os capítulos nono e onze do livro atribuído a Zacarias foram escritos porJeremias. Muitos críticos crêem que só os belos nove capítulos de Zacarias compõem os escritosatuais deste profeta. Mateus estava em posição muito melhor do que quaisquer dos seus críticospara saber de quem ele estava citando. Supor que ele descuidadamente escreveu Jeremias quandopensou Zacarias, deixando-o sem subseqüente correção, é supor um absurdo. E não há sinal queum copista fez o erro.VII. SUPOSTO ENGANO DE ESTEVAMNossa objeção seguinte a considerar é uma alegada contradição entre Gênesis 23:17,18 e aspalavras de Estevam em Atos 7:16.A isto respondemos:1. Mesmo que uma contradição pudesse ser feita aqui, nada provaria contra a inspiração, poisEstevam não foi um dos escritores inspirados.Lucas meramente recorda o que Estevam disse.2. Mas aqui não aparece contradição.As duas passagens não se referem à mesma coisa. O sepulcro mencionado no Gênesis estava emHebron; o mencionado por Estevam estava em Siquem. Isto torna claro que Abraão comprou doissepulcros. No caso do comprado em Hebron, ele comprou o campo rodeando o sepulcro; mas, nocaso do em Siquem, nenhuma menção se faz à compra do campo em redor.Este último fato explica uma outra alegada contradição. Acusa-se que Gênesis 33:19 refere queJacó comprou o sepulcro em Siquém. Mas tal coisa não está afirmada em Gênesis 33:19: Dizsimplesmente que Jacó comprou o campo na vizinhança de Siquem; e, desde que os ossos de José40foram enterrados neste campo, foi neste campo, com toda probabilidade, que se citou o segundosepulcro de Abraão. Isto também parece do fato de o segundo sepulcro de Abraão e do campocomprado por Jacó pertencerem primeiro aos mesmos donos. Assim, neste último caso temossimplesmente Abrão comprando um sepulcro enquanto que, mais tarde, Jacó compra o campo emque se situou o sepulcro.VIII. AS GENEALOGIAS DE CRISTO

As duas genealogias de Cristo são tidas como contraditórias. Para estas genealogias vide Mateus1 e Lucas 3. A explicação aqui é:1. Mateus dá a genealogia de Jesus por meio de José, porque estava apresentando Jesus comorei dos judeus.Portanto, ele desejou mostrar o seu direito legal ao trono, o qual exigia que Jesus descendesse deDavi através do Seu (suposto) pai.2. Lucas dá a descendência de Jesus por meio de Maria, porque estava interessado emapresentar Cristo somente como o Filho do Homem.Logo, é natural que ele désse a presente descendência humana de Cristo, mais do que Suadescendência suposta e legal; mas, invés de inserir o nome de Maria, Lucas inseriu o nome deJosé, porque não era costume aparecer os nomes de mulheres nas taboas genealógicas. José é ditoser o filho de Heli, mas, num sentido vago, isto pode significar nada mais senão que José eragenro de Heli. Os Targuns nos dizem que Heli era o pai de Maria.3. Em contrário ao que há pouco se disse sobre a menção de mulheres nas taboas genealógicas,Mateus menciona quatro; mas em cada caso há razão especial para semelhante menção.John A. Broadus, no seu comentário sobre Mateus, diz do aparecimento dos nomes de Tamar,Raabe e Rute na genealogia de Mateus, e a menção da esposa de Urias (Batséba): "Isto parece tersido feito porque cada uma das quatro veio a ser mãe na linhagem messiânica num modoirregular e extraordinário, pois em recontar-se uma longa lista de nomes é muito apto amencionar-se algo desusado que se prende a este ou aquele indivíduo". E é preciso notar que,41mesmo em Mateus, estas mulheres são meramente referidas. Os seus nomes não permanecem emlugar do parente paterno. Conseqüentemente, nada há aqui que indique que o costume nãojustificou a Lucas omitir o nome de Maria na linhagem direta.4. Uma ulterior dificuldade quanto ao pai de Shealtiel, Mateus dando Jeconias e Lucas dandoNéri, é para ser explicada pelo fato que Lucas deu toda a ascendência, ao passo que Mateus deuapenas a linhagem real só até Davi.Jeconias é o mesmo que Joaquim, um dos últimos reis de Judá.IX. A INSCRIÇÃO SOBRE A CRUZAs quatro narrativas da inscrição sobre a cruz têm sido sujeitas a criticas. Mas notemos:

1. Não temos indicações que cada um dos escritores pensou estar dando tudo quanto estava nainscrição.2. Nem um dos escritores contradiz-se atualmente com os demais.Podemos ver melhor este fato por arranjar as narrativas da inscrição como segue:Mateus 27:37 "Este é Jesus ..................................................... o Rei dos Judeus".Marcos 15:26 "......................................................................... o Rei dos Judeus".Lucas 23:38 "Este é ................................................................ o Rei dos Judeus".João 19:19 ".............................................. Jesus de Nazaré, - O Rei dos Judeus".Total ................................................. "Este é Jesus de Nazaré, - o Rei dos Judeus".3. Assim como se requer dos quatro evangelistas que nos dêem um retrato completo de Jesus,assim deles se requer que nos dêem uma relação completa da inscrição sobre a cruz.Os diferentes aspectos de Jesus e do Seu ministério, conforme estão estabelecidos no Evangelho,indicam-se no seguinte verso:42"Mateus, Messias, o Rei de Israel estabelece-se, morto por Israel; Mas Deus decretou que a perdade Israel fosse o ganho dos gentios. Marcos conta-nos de como em paciente amor esta terra foiuma vez pisada por um, que em forma de servo era contudo o Filho De Deus. Lucas, o médico,conta de um médico ainda mais hábil, O qual deu Sua vida como Filho do Homem, para curarnosde Todo mal. João, o amado de Jesus, vê nEle o Filho do Pai; o Verbo eterno feito carne,contudo Um com o Pai.Pode ser que a inscrição diferia nas três línguas, e que isto justifica, em parte, as diferenças nasnarrativas.X. NARRATIVAS DA RESSURREIÇÃOObjeta-se por causa de supostas contradições nas diferentes narrativas da ressurreição.1. Mateus menciona somente o aparecimento de um anjo às mulheres no sepulcro (28:2-8), aopasso que Marcos diz que foi um jovem (16:5-7) e Lucas diz que havia dois homens (24:4-8).Não há contradição aqui. O jovem mencionado por Marcos é evidentemente o anjo mencionadopor Mateus. Anjo quer dizer "mensageiro". O mensageiro de Deus às mulheres foi uma aparição

sobrenatural na forma de um moço. Um anjo é um espírito e não tem corpo material de si próprio,mas pode assumir um corpo temporariamente.2. Marcos diz que a mensagem do anjo foi entregue às mulheres depois que elas entraram notúmulo. Mateus não faz menção da entrada no sepulcro.Mas aqui não há contradição, porque Mateus não diz que as mulheres não entraram no túmuloantes que o anjo deu a mensagem.3. Lucas menciona os dois homens em pé, enquanto que Marcos menciona o jovem sentado.Isto se explica facilmente por supor-se que o que falou (e, sem duvida, o outro também) estavasentado quando primeiro visto, e que se levantou, como seria natural, antes de se dirigir àsmulheres. Lucas não diz que os dois homens não estavam sentados quando as mulheres entraramno túmulo e Marcos não diz que o seu jovem não se ergueu antes de falar.434. Lucas diz, ao relatar a mensagem às mulheres: "Eles lhes disseram", ao passo que Marcosdiz: "Ele lhes disse".Um desses homens provavelmente fez a fala; não se assemelhariam a crianças na escola recitandoa mensagem em uníssono. Mas o outro concorreu à mensagem. Portanto, o relato de cada escritoré válido. Quando uma pessoa fala e outra entra na conversa, é perfeitamente natural dizer-se queambas disseram o que está dito.5. A mensagem dos anjos não está relatada por todos os escritores com as mesmas palavras.Mas isto não apresenta dificuldade real, porque nenhum deles indica que está dando a mensagemverbalmente.(João 20:11-13 não está considerado aqui em conexão com o precitado porque recorda umaocorrência mais tarde).XI. CHACINA DE NAÇÕES PAGÃSA ordem concernente à chacina das nações pagãs na terra de Canaã tem dado lugar a umaobjeção. Vide Deuteronômio 20:16,17.1. Deus afirma que punirá os ímpios no inferno por toda a eternidade.Se Deus tem o direito de fazer isto (e quem o negará?), não terá Ele o direito de ordenar tirar-selhesa vida física quando Lhe apraz assim fazer? Por que, então, duvidar que Deus inspirou estaordem?2. Foi um golpe de misericórdia cortar esses povos prematuramente em sua iniqüidade, que por

mais dias só lhes traria maior castigo no inferno.Nenhum dos adultos que foram trucidados na sua impiedade foi dos eleitos; porque todos oseleitos que alcançam a responsabilidade vêem a Cristo antes da morte; logo, é verdade que acontinuação da vida só podia envolver esses povos em maior castigo.443. Quanto às crianças entre essas nações, se Deus aprouve levá-las para o céu na sua infância,quem objetaria?Deus sabe melhor e faz tudo bem. A salvação das crianças que morrem está tratada no capítulosobre Responsabilidade Humana.XII. O DIA COMPRIDO DE JOSUÉTraz-se objeção porque a Bíblia recorda que um certo dia se prolongou pela parada do sol àordem de Josué (Josué 10:12-14).1. Faz-se objeção à linguagem de Josué.Diz-se que a linguagem de Josué implica que o sol se move, mas isso não é mais verdade do queé verdade a nossa linguagem comum ao falarmos que o sol nasce e se deita, como se ele semovesse. Josué usou simplesmente a linguagem da aparência, como fazemos hoje.2. Faz-se objeção à autenticidade da ocorrência.Tem-se dito que semelhante coisa subvertia todo o curso da natureza mas, absurdo como possaparecer aos nossos pseudo-sábios da crítica, Heródoto, o grande historiador grego, conta-nos queos sacerdotes egípcios lhe mostraram o arquivo de um dia comprido (Hist. 2:142). E os chinesestem um arquivo de um dia comprido no reinado de Yeo, que se crê ter sido contemporâneo deJosué.XIII. JONAS E A "BALEIA"Diz-se que a baleia não podia ter engolido Jonas. Notaremos primeiro que, quando corretamentetraduzida, a Bíblia não diz que foi uma baleia que engoliu Jonas. A palavra grega para baleia emMateus 12:40 significa simplesmente um "monstro marinho". Por outro lado, notaremos que aidéia de uma baleia não poder engolir um homem é outra pretensão ignorante. No "Cruise of theCachalot", Frank Bullen caracteriza a idéia que a guela de uma baleia é incapaz de admitirqualquer objeto grande como "um pedaço de crassa ignorância". Ele relata como "um tubarãocom quinze pés de comprimento foi achado no estômago de uma baleia" e ele descreve este45

monstro como "nadando a voga com o queixo inferior pendendo na sua posição normal e suaimensa guela bocejando como alguma caverna submarina". Nisto Jonas podia ter escorregado tãofacilmente que a baleia teria ficado escassamente cônscia de sua entrada. Outro testemunhonotável do Sr. Bullen é "que quando morrendo, a baleia sempre expulsa os conteúdos do seuestômago" e diz que, quando apanhada e matada, uma baleia de tamanho completo despejou doestômago alimento "em massas de enorme tamanho ... sendo algumas delas calculada terem oporte de nossa chocadeira, isto é, oito pés por seis por seis!" Ainda assim dizem os críticos que aBíblia está errada! A despeito da asserção confiada dos críticos quereriam ser sábios, que umhomem não podia sobreviver à ação do suco gástrico no estômago de um peixe, há casosarquivados de homens serem engolidos por tubarões e saírem vivos. Contudo, desnecessária éuma explicação que o Doador da Vida podia ter conservado Jonas vivo miraculosamente.XIV. SACRIFÍCIOS ANIMAISNa base de Isaías 1:11-13; Jeremias 7:22; Amós 5:21-24; Miquéias 6:6-8 tem-se afirmado que osprofetas denunciaram todos os sacrifícios animais e não os reconheceram como sendo deinstituição divina. Semelhante noção representa, sem dúvida, os profetas como estando emconflito com o Pentateuco. Para vermos que o Pentateuco representa Deus ordenado sacrifíciosanimais, temos só de examinar capítulos tais como Êxodo 12; Levítico 4:8,12 e 16.Em resposta à afirmação que os profetas denunciaram todos os sacrifícios animais e não osreconheceram como sendo de origem divina, notemos:1. Jeremias fala noutro lugar de sacrifícios como estando entre "às bênçãos coroantes de um diamais feliz".Vide Jeremias 33:18. Isto é para se cumprir num dia quando Deus diz que Israel será para Ele"um nome de júbilo, de louvor e glória, perante todas as nações da terra" (Jeremias 33:9). EntãoIsrael não será mais uma nação rebelde, andando em desobediência pertinaz. Farão então ascoisas que agradam ao Senhor e uma das coisas que farão, segundo Jeremias 33:18, é oferecer,por meio dos seus sacerdotes, ofertas queimadas e sacrifícios continuamente. Jeremias fala distocom a máxima aprovação.

462. Amós condenou os sacrifícios de Israel só porque juntamente com os seus sacrifícios a Deustinham levado o tabernáculo de Moloque.Vide Amós 5:25,26. Com o culto idólatra tinham negligenciado o juízo e a justiça. Por estasrazões Deus odiou os seus dias de festa. Vide Ezequiel 20:39. Eram fingimentos hipócritas derespeito por Jeová. Pelas mesmas razões Deus desgostou-se dos seus cânticos. Concluiremos queDeus rejeitou todo cântico?3. O significado de Jeremias 7:22 é que Deus não falou a Israel primariamente sobre sacrifíciosno dia em que o tirou do Egito e que não ordenou sacrifícios como um fim em si mesmos.Remove-se a dificuldade quando o ponto preciso do texto é reconhecido. A palavra "acerca"deverá ser vertida "com vista à matéria de sacrifícios". Isto é, eles não são o fim contemplado:eram só meios de alcançarem um fim mais elevado; portanto, estavam enganados e errados todosquantos limitaram suas vistas ao sacrifício formal" (Robert Tuck, em A Handbook of BiblicalDifficulties).4. A linguagem dos outros profetas não é mais forte do que a linguagem usada noutros lugaresda Escritura, a qual não pode ser manifestamente tomada no absoluto.Em Êxodo 16:8 Moisés declarou a Israel: "Vossas murmurações não são contra nós, senão contrao Senhor", enquanto que, no verso 2, se diz que os filhos de Israel "murmuraram contra Moisés eArão". E no Salmo 51:4 Davi disse na sua oração a Deus: "Contra Ti, contra Ti somente pequei efiz o mal em Tua vista", quando é certo que ele pecara contra Urias. Daí lemos: "É um modousual de falar da Escritura, para expressar a preferência que se deve a uma coisa sobre outra, emtermos que expressam a rejeição daquilo que é menos digno" (Lowth). E outra vez: "Hendersonnota sugestivamente que não é infreqüente na Escritura afirmar-se uma coisa absolutamente que éverdadeira só relativamente. Absolutamente Deus ordenou sacrifícios, mas não tais como elesofereceram, nem de obrigações finais" (Tuck, ibid.). Mais: "A negativa no hebraico muitas vezessupre a falta do comparativo, não excluindo a coisa negada, mas só implicando a pretensãoprimaz da coisa posta em oposição a ela" (Commentary by Jamieson, Fausset, and Brown).

47Correspondendo ao acima, achamos em Oséias 6:6 tanto a cláusula negativa como a comparativacolocadas juntas como para indicar que ambas expressam a mesma verdade. E a última clausula, -"e conhecimento mais do que ofertas queimadas" prove a chave para interpretar-se todas asdenunciações dos sacrifícios de Israel.XV. O ESPÍRITO MENTIROSO NA BOCA DOS PROFETAS DE ACABEEm 2 Crônicas 18:22 Mica está representando como declarando a Acabe: "O Senhor pós umespírito mentiroso na boca destes teus profetas". Isto faz-nos perguntar se Deus fez este espíritomentiroso estar na boca dos profetas de Acabe. A resposta é que Ele não fez. O recordado aqui,juntamente com uma porção de outras passagens, dá uma forte expressão ao que teve lugarsegundo a providência ou propósito permissivos de Deus. Vide discussão da vontade permissivade Deus no capítulo sobre "A Vontade de Deus". Vide também Isaías 45:7, onde se diz que Deuscriou o mal. Isto é para ser explicado da mesma maneira como a passagem precedente.Esta explicação é reforçada por uma comparação de 2 Samuel 24:1 com 1 Crônicas 21:1. Naprimeira passagem se diz que Deus moveu Davi a computar Israel e na última se diz que Satã"provocou Davi a numerar Israel". Deus moveu Davi permissivamente. Todas estas passagenstomadas em conjunto são mutuamente explanatórias.XVI. CITAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO TIRADAS DO VELHOLevanta-se uma objeção por causa de diferenças verbais entre algumas passagens do VelhoTestamento e a citação delas em o Novo.Mas, como já notamos, em vez disto ser contra a inspiração verbal, é um argumento a favor dela.Se Deus pôs mais sentido nas passagens do Velho Testamento do que a linguagem podiacomunicar aos homens, não foi privilégio todo Seu trazer este sentido ao Novo Testamento?Deus tem direito de interpretar Suas próprias palavras. Na verdade, estas citações mostram aprofundeza e amplidão da Escritura e assim testemunham de sua inspiração.48Cap 5 - A Natureza e Atributos de DeusEstamos preparados agora a descobrir pelas Escrituras o modo do ser de Deus.I. A NATUREZA DE DEUSDuas expressões bastarão para indicarem a natureza de Deus.

1. DEUS É UM ESPÍRITO.Temos estas palavras exatas da boca de Jesus em João 4:24. Este estatuído significa que Deus épuro, inteiro e unicamente um espírito. Um espírito pode habitar um corpo, mas um espírito puronão tem e não habita um corpo; pois Jesus disse outra vez depois da ressurreição: "Um espíritonão tem carne e ossos como vós vedes que eu tenho" (Lucas 24:39). Conseqüentemente, nunca sediz de o homem ser um espírito enquanto habita o corpo. Diz-se que ele possui um espírito, mas,quando sua natureza mista se descreve, diz-se ser ele uma "alma vivente" (Gênesis 2:7; 1Coríntios 15:45) antes que um espírito.Também sabemos que Deus é um espírito puro, não possuindo ou habitando um corpo, por causada Sua invisibilidade (Colossenses 1:15; 1 Timóteo 1:17; Hebreus 11:27) e por causa de Suaonipresença.Isto nos traz a considerarmos aquelas passagens da Escritura que atribuem a Deus partescorporais tais como olhos e ouvidos, mãos e pés. Em vista do que já se disse, claro é que estaspassagens se tomem num sentido figurado e simbólico. Semelhantes representações sãoconhecidas teologicamente como antropomorfismos.Robert Young, autor de "Analytical Concordance to the Biblie", diz: "Sentimentos, ações e parteshumanas se atribuem a Deus, não que elas estejam realmente n?Ele, mas porque tais efeitosprocedem d?Ele como iguais àqueles que fluem de tais coisas nos homens".Doutro lado, há outras passagens que são explicadas por A. H. Strong como segue: "Quando deDeus se diz como aparecendo aos patriarcas e andando com eles, as passagens são para serexplicadas como se referindo a manifestações temporárias dEle mesmo em forma humana,49manifestações que prefiguram o tabernáculo final do Filho de Deus em carne humana"(Systematic Theology, pág. 120).A personalidade de Deus está envolvida na Sua espiritualidade e portanto não é tratada como umacaracterística separada.2. DEUS É UM.Por este estatuído pensamos afirmar Sua unidade em toda a plenitude desse termo. Queremosdizer que há um só Deus e também queremos dizer que a Sua essência é homogênea, individida e

indivisível.Que há um só Deus, está ensinado em Deuteronômio 6:4; Isaías 44:6; João 17:3; I Coríntios 8:4; ITimóteo 1:17; 2:5. E é irracional, ainda mais, assumir a existência de uma pluralidade de deuses,quando um só explica todos os fatos. Também as passagens que representam Deus como infinitoe perfeito (Cf. Salmos 145:3; Jó 11:7-9; Mateus 5:47-48) e provas indiretas de Sua unidade;porquanto infinidade e perfeição absolutas são possíveis a um só. Dois seres semelhantes nãopodiam existir, pois um limitaria o outro.Que a essência de Deus é homogênea, individida e indivisível, é uma inferência necessária dofato que Deus é um espírito puro. Tudo quanto sabemos do espírito nos compele a crer que suaessência é simples e não composta.J. P. Boyce dá as três seguintes razões para afirmar-se a unidade de Deus no sentido em que aestamos agora discutindo:"1. Porque a composição (ou um por junto) envolve a possibilidade de separação, o queenvolveria a destrutibilidade e mutabilidade, cada qual inconsistente com a perfeição absoluta e aexistência necessária."2. A composição envolve um tempo de existência separada das partes componentes". Istonecessitaria de um tempo em que as partes existiram separadamente e, portanto, de um tempo emque Deus não existiu, ou "quando Ele existiu imperfeitamente, não tendo ainda recebido para Sua50natureza essencial as adições feitas subseqüentemente, o que tudo é inconsistente com a perfeiçãoabsoluta e a essência necessária."3. Se as partes foram compostas, foram feitas por alguma força de fora, ou tem sido umcrescimento em Sua natureza". E ambas essas idéias são inconsistentes com a perfeição absolutae a existência necessária.Todavia, a unidade de Deus não impede Sua trindade e Sua trindade não está de modo algum emdiscrepância com a Sua unidade. A trindade, como veremos mais claramente depois, consiste detrês distinções eternas no mesmo ser e na mesma pura essência, distinções que nos sãoapresentadas sob a figura de pessoas.II. OS ATRIBUTOS DE DEUS"O termo "atributo", diz J. M. Pendleton, "na sua aplicação a pessoa ou coisas, significa algo

pertencente a pessoas ou coisas. Os atributos de uma coisa são tão essenciais a ela que sem elesela não podia ser o que é; o que é igualmente verdade dos atributos de uma pessoa. Se um homemfosse despido dos atributos que lhe pertencem, ele cessaria de ser um homem, pois esses atributossão inerentes naquilo que o constitui um ser humano. Se transferirmos estas idéias a Deus,acharemos que os Seus atributos lhe pertencem inalienávelmente e, portanto, o que Ele é deve tersido sempre. Os seus atributos são suas perfeições, inseparáveis de Sua natureza e constituindo oSeu caráter" (Christian Doctrines, pág. 42).J. P. Boyce diz: "Os atributos de Deus são aquelas particularidades que marcam ou definem omodo de Sua existência, ou que constituem o Seu caráter. Não são separados ou separáveis deSua essência ou natureza e contudo não são essa essência, mas simplesmente fundamento oucausa de sua existência nela, e são ao mesmo tempo as particularidades que constituem o modo eo caráter do Seu ser" (Abstract of Systematic Theology, pág. 65)."Os atributos de Deus", segundo definição de A. H. Strong "são aqueles característicosdistinguintes da natureza divina inseparáveis da idéia de Deus e que constituem a base e ofundamento para Suas várias manifestações às Suas criaturas. Chamamo-los atributos, porquesomos compelidos atribuí-los a Deus como qualidades ou poderes fundamentais do Seu ser, para51podermos dar conta racional de certos fatos constantes nas auto-revelação de Deus" (SystematicTheology, pág. 115).É comum dividir-se os atributos de Deus em duas classes. Isto ajuda tanto à memória como aoentendimento. A estas divisões deram-se vários pares de nomes, tais como comunicável eincomunicável; imanente e transiente; positivo e negativo; natural e moral; absoluto e relativo.Estas duas últimas classificações foram adotadas nestes estudos.1. ATRIBUTOS ABSOLUTOS.Os atributos absolutos de Deus são aqueles que dizem respeito ao Seu Ser independente de Suaaliança com qualquer outra coisa.(1) Auto-existência.O ser de Deus é inderivado. Sua existência é auto-causada. Sua existência é independente de tudoo mais. A auto-existência de Deus está implicada em o nome "Jeová", que quer dizer "o

existente" e também na expressão "Eu sou o que sou" (Êxodo 3:14), que significa que SER é anatureza de Deus.A eternidade de Deus, que figura na segunda classe de atributos, também implica sua autoexistência.Se Deus existiu para sempre, então Sua existência é uma auto-existência necessária,inderivada, autocausada. Auto-existência é um mistério que é incompreensível ao homem;todavia, uma negação dela envolveria a nós outros num maior mistério. Se não existe no universoalguma pessoa auto-existente, então a ordem presente de coisas veio a existir do nada, sem causaou criador. Elas não podiam ter sido o produto de mera energia, porquanto a energia é apropriedade tanto da matéria como da vida. E desde que a ciência provou que a matéria não éeterna, cabe-nos assumir uma pessoa eterna e portanto auto-existente como explicação dapresente ordem de coisas.(2) Imutabilidade.Notai as seguintes afirmações:52"Por imutabilidade definimos a Deus como imutável na Sua natureza e nos Seus propósitos" (E.Y. Mullins, The Christian Religion in its Doctrinal Expression, págs. 223, 224)."Por imutabilidade de Deus defini-se que Ele é incapaz de mudar, tanto na duração da vida, comoem a natureza, no caráter, na vontade ou felicidade. Em nenhuma destas, nem em nenhum outrorespeito, há qualquer possibilidade de mudança" (J. P. Boyce, Abstract of Systematic Theology,pág. 73).A imutabilidade está implicada em infinidade e perfeição. Qualquer mudança, quer para melhor,quer para pior, implica imperfeição e finidade tanto antes como depois.As principais passagens que ensinam a imutabilidade geral de Deus são Salmos 102:27;Malaquias 3:6; Tiago 1:17.As seguintes passagens ensinam especificamente a imutabilidade da vontade de Deus: Números23:19; I Samuel 15:29; Jó 23:13; Salmos 33:11; Provérbios 19:21; Isaías 46:10; Hebreus 6:17.As passagens precedentes dão-nos declarações positivas e absolutas. Todas as passagens querepresentam Deus como se arrependendo, tais como Gênesis 6:6,7; Êxodo 32:14; I Samuel 15:11;

Salmos 106:45; Amos 7:3; Jonas 3:10 e as que de qualquer maneira parecem implicar ou sugerirqualquer mudança nos propósitos de Deus, devem ser explicadas à luz delas. Estas últimascontêm antropomorfismos.Ao comentar Êxodo 32:14, diz A. W. Pink: "Estas palavras não querem dizer que Deus mudou demente ou alterou Seu propósito, porque Ele é "sem variação ou sombra de mudança" (Tiago1:17). Nunca houve e nunca haverá a menor ocasião de o Todo-Poderoso efetuar o mais levedesvio do Seu eterno propósito, pois tudo foi a Ele pré-conhecido desde o principio e todos osSeus conselhos foram ordenados por infinita sabedoria. Quando a Escritura fala de Deusarrepender-se, ela emprega uma figura de retórica em que o Altíssimo condescende em falar nanossa linguagem. O que se intenta pela expressão acima é que Jeová respondeu a oração de ummediador típico.E, sobre tais passagens, diz J. P. Boyce; "Pode ser asseverado que estas são meramenteantropomórficas, visando simplesmente a inculcar sobre os homens Sua grande ira pelo pecado e53Sua ardente aprovação do arrependimento daqueles que tinham pecado contra Ele. A mudança deconduta no homens, não em Deus, mudará a relação entre eles e Deus. O pecado os fizerasuscetíveis do Seu justo desprazer. O arrependimento os trouxera para dentro das possibilidadesde Sua misericórdia. Não os tivesse Ele tratado diferentemente, então teria havido uma mudançan?Ele. Sua própria imutabilidade fá-lo necessário que Ele trate diferentemente os que sãoinocentes e os que são culpados, os que se endurecem contra Ele e os que se viram para Ele pormisericórdia com corações arrependidos" (Abstract of Systematic Theology, pág. 76).Devemos do mesmo modo entender todas as alusões que parece indicarem uma sucessão deemoções em Deus. Todas as emoções em Deus existem lado a lado uma da outra no mesmomomento e assim tem sido desde toda a eternidade. Ele se tem sempre agradado da justiça edesagradado do pecado. E desde toda a eternidade conheceu toda a justiça e todo o pecado. Opecado expõe o homem ao desprazer de Deus. A justiça o sujeita ao prazer de Deus. A passagem

do desprazer ao prazer de Deus efetua-se por uma mudança no homem e não em Deus. O solderrete a cera, mas, se a cera pudesse ser mudada em barro, o sol a endureceria. Representariaisso qualquer mudança que fosse no sol?A oração não muda Deus: ela muda-nos e as coisas e as circunstâncias com que temos de tratar;mas não muda Deus. Jamais teremos a justa atitude para com Deus enquanto pensarmos que aoração é um meio de alcançarmos de Deus o que Ele não intentou fazer. Muito longe de a oraçãomudar a vontade de Deus, devemos orar segundo Sua vontade, se esperarmos obter uma resposta.Diz-nos João: "Esta é a confiança que temos nEle, que se pedirmos qualquer coisa segundo Suavontade, Ele nos ouve" (I João 5:14). É o Espírito Santo que nos faz orar (Romanos 8:15; Gálatas4:6), e é ao Espírito Santo que devêramos procurar por direção nas coisas que pedimos (Romanos8:26). A oração, então, é a obra de Deus em nossos corações preparando-nos para o uso maisproveitoso e o desfruto mais grato de Suas bênçãos. É a Sua própria chave com que Ele destrancaos diques do rio de Suas bênçãos. Nos sábios conselhos de Deus, antes da fundação do mundo,Ele ordenou a oração como um dos meios de execução da Sua vontade. A oração não muda Deusmais do que a fé do pecador arrependido muda Deus. Um e outro são simplesmente meios narealização do propósito eterno e imutável de Deus.(3). Santidade.54A santidade de Deus é sua perfeita excelência moral e espiritual. Deus é perfeitamente puro,impoluto e justo em Si mesmo. Santidade é o fundamento de todos os outros atributos morais emDeus. A santidade de Deus tipificou-se nas vestes imaculadas do Sumo Sacerdote quando eleentrou nos Santo dos santo.Diz R. A. Torrey: "O sistema inteiro mosaico de lavagens; divisões do tabernáculo; divisões dopovo em israelitas comuns, levitas, sacerdotes e sumos sacerdotes, a quem se permitiamdiferentes graus de aproximação a Deus, sob condições rigorosamente definidas; o insistir sobresacrifícios como meios necessários de aproximação a Deus; as direções de Deus a Moisés emÊxodo 3:5, a Josué em Josué 5:15, o castigo de Usias em 2 Crônicas 26:16-26, as ordens

rigorosas a Israel sobre aproximarem-se do Sinai quando Moisés falava com Deus ? tudo visou aensinar, acentuar e ferretear nas mentes e corações dos israelitas a verdade fundamental que Deusé santo, irrepreensivelmente santo. A verdade que Deus é santo é a verdade fundamental daBíblia, do Velho e do Novo Testamento, da religião judaica e cristã" (What The Bible Teaches,pág. 37).As seguintes passagens da Escritura são as principais a declararem a santidade de Deus: Josué24:19; Salmos 22:3; 99:9; Isaías 5:16; 6:3; João 17:11; 1 Pedro 1:15,16.A santidade de Deus fá-Lo aborrecer o pecado e, portanto, provoca Sua justiça, a qualconsideraremos sob os atributos relativos.2. ATRIBUTOS RELATIVOS.Os atributos relativos de Deus são os que se vêem por causa da conexão de Deus com o tempo e acriação.(1) Eternidade.Isto quer dizer que Deus não teve princípio e que Ele não pode ter fim. Quer dizer também queEle de modo algum está limitado ou condicionado pelo tempo. A. H. Strong diz: "Deus não estáno tempo. Mais correto é dizer que o tempo está em Deus. Conquanto haja sucessão lógica nospensamentos de Deus, não há sucessão cronológica" (Systematic Theology, pág. 130).55Deus vê os eventos como tendo lugar no tempo, mas desde toda a eternidade esses eventos têmsido os mesmos para Ele como depois que aconteceram. A eternidade tem sido descrita comosegue: "A eternidade não é, como os homens crêem, antes e depois de nós, uma linha sem fim.Não, é um circulo, infinitamente grande, toda a circunferência com a criação aglomerada; Deusreside no centro, contemplando tudo. E, ao passo que nos movemos nesta eterna volta, a porçãofinita que só vemos, atrás de nós está o passado; o que nos fica adiante chamamos futuro; maspara Ele que reside no centro, igualmente afastado de todo o ponto da circunferência, ambos sãoiguais, futuro e passado" (Murphy, Scientific Basis, pág. 90).(2) Onipresença.Por onipresença de Deus quer dizer-se que Deus está presente no mesmo momento em toda a Suacriação.

A onipresença de Deus está bela e incisivamente declarada no Salmos 139:7-10 e em Jeremias23:23,24.Aquelas passagens que falam de Deus como estando presente em lugares especiais são para seentenderem como referindo-se a manifestações especiais e transcendentais de Deus. Assim se falade Deus como uma habitação no céu, porque é lá que Ele faz a maior manifestação de Suapresença.(3) Onisciência.Desde toda a eternidade Deus possuiu todo o conhecimento e sabedoria. João declara que Deus"conhece todas as coisas" (1 João 3:20). A onisciência de Deus pode ser argüida de Suainfinitude. Em toda a parte da Escritura Ele está retratado como um ser infinito. Assim Seuconhecimento deve ser infinito. A onisciência pode ser também argüida da imutabilidade. SeDeus não muda, como a Escritura declara, então Ele deve ter possuído todo conhecimento desdeo princípio; doutra sorte Ele estaria aprendendo continuamente e isso por si mesmo constituiriauma mudança nEle e conduziria necessariamente ainda a mais mudanças manifestas.56Mais ainda: a necessidade de onisciência da parte de Deus pode ser vista em Efésios 1:11, a qualdiz que Deus "Opera todas as coisas segundo o conselho de Sua própria vontade". Só um seronisciente podia operar todas as coisas segundo o conselho de sua própria vontade.(4) Onipotência.Deus possui todo o poder. Em Gênesis 17:1 Deus declara: "Sou um Deus Todo-poderoso". Estetítulo se aplica a Ele vezes sem conta na Escritura. Significa este título que Ele possui todapotência ou força. Lemos de novo em Mateus 19:26: "Com Deus todas as coisas são possíveis".Muitas outras passagens declaram a onipotência de Deus.A onipotência de Deus não significa, sem duvida, que Ele pode fazer coisas que são logicamenteabsurdas ou coisas que são contra a Sua própria vontade. Ele não pode mentir, porque a santidadedo Seu caráter obsta a que Ele queira mentir. E Ele não pode criar uma rocha maior do que Elepode erguer; nem tanto uma força irresistível como um objeto inamovível; nem Ele pode traçaruma linha entre dois pontos mais curta do que uma reta; nem botar duas montanhas adjacentes

uma à outra sem criar um vale entre elas. Ele não pode fazer qualquer dessas coisas porque elasnão são objetos de poder: são autocontraditórias e logicamente absurdas; violariam as leis deDeus por Ele ordenadas e O fariam atravessar-se a Si mesmo.(5) Veracidade.Por veracidade de Deus quer dizer-se Sua veracidade e fidelidade na Sua revelação às suascriaturas e no trato com elas em geral, em particular com o Seu povo redimido.Algumas das passagens que estabelecem a veracidade de Deus são: João 9:33; Romanos 1:25;3:4; 1 Coríntios 1:9; 2 Coríntios 1:20; 1 Tessalonicenses 5:24; Tito 1:2; Hebreus 6:18; 1 Pedro4:19.(6) Amor.Usa-se na Bíblia o amor em diferentes sentidos quando atribuídos a Deus nos Seus tratos comSuas criaturas. Algumas vezes refere-se a mera bondade na concessão de benefícios naturaissobre todos os homens (Salmos 145:9; Mateus 18:33; Lucas 6:35; Mateus 5:44,45). O amor57redentor de Deus, por outro lado, é soberano, discriminante e particular. Ele diz: "Amei a Jacó edetestei a Esaú" (Romanos 9:13). E de Deus se declara enfaticamente: "Detestas a todos osobradores de iniqüidade" (Salmos 5:5).(7) Justiça.A justiça de Deus está ensinada em Gênesis 18:25; Deuteronômio 32:4; Salmos 7:9-12; 18:24;Romanos 2:6.Foi a justiça de Deus que fez necessário Cristo morrer para que os homens pudessem ser salvos.A justiça de Deus torna impossível Deus deixar que o pecado passe impune. A morte de Cristotornou possível que Ele fosse justo e contudo justificador de pecadores crentes (Romanos 3:26).No sacrifício de Jesus cumpriu-se a Escritura que diz: "A misericórdia e a verdade seencontraram, a justiça e a paz se beijaram" (Salmos 85:10).A salvação dos crentes é um ato de graça para com eles; contudo, é um ato de justiça a JesusCristo que morreu em lugar de todos que crêem.58Cap 6 - A Vontade de DeusA vontade de Deus aqui se usa para abarcar o seguinte: (1) A faculdade de Deus auto-determinarse

e escolher. (2) A preferência inerente de Deus. (3) O propósito e plano de Deus.I. QUALIDADES DA VONTADE DE DEUS1. LIBERDADE.Liberdade da vontade, quer de Deus, anjos ou homens, significa que a vontade não estáconstrangida por qualquer coisa fora da natureza do ser que a possui. Mas não quer dizer que avontade pode agir independente do ou contrário ao caráter desse ser. Na operação da vontadetemos simplesmente um ser moral preferindo, escolhendo e determinando cursos de ação emvista de motivos. Os motivos influenciam, mas não constrangem a vontade. A energia relativados motivos é determinada pelo caráter. A vontade jamais está sujeita ao capricho ou àarbitrariedade.2. FORÇA.Falamos de alguns homens a quem falta força de vontade. Por isto queremos significar que lhesfalta a força de vontade para quererem o que deveriam querer. Isto resulta da perversidade docaráter ou da natureza do homem através do pecado. Mas não há falta de força em Deus paraquerer o que Ele deveria querer. O Seu caráter é perfeitamente santo. Conseqüentemente, Deussempre quer aquilo que é perfeitamente santo, justo e bom.II. FASES DA VONTADE DE DEUS1. VONTADE OU PROPÓSITO DE Deus.Deus propôs ou decretou tudo que se tem passado e tudo que ainda terá de passar. Salmos 135:6;Isaías 46:10; Daniel. 4:35; Atos 2:23; 4:27,28; 13:48; Romanos 8:29,30; 9:15-18; Efésios 1:11.Estas passagens mostram que Deus é um soberano absoluto ao dirigir todos os negócios destemundo e ao distribuir a graça salvadora. Sua vontade de propósito inclui tanto o mal como o bem,59tanto o pecado como a justiça e é sempre executada perfeitamente. Mas são necessárias asseguintes subdivisões da vontade e do propósito de Deus.(1). O Propósito Positivo de Deus.Deus é a causa ativa e positiva de todo o bem. Tudo que é bom é o resultado da operaçãoeficiente do poder de Deus, quer diretamente ou por meio de Suas criaturas. É a esta subdivisãoda vontade e do propósito de Deus que se aplica Filipenses 2:13, que nos diz: "É Deus que operaem vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade".(2). O Propósito Permissivo de Deus.

Deus não é a causa do mal; mas, por razões justas, santas e sábias, só por Ele inteiramenteconhecidas, Ele decretou permitir aquele mal que vem a acontecer, dominando-o para Sua própriaglória. É à vontade permissiva de Deus que se refere a Escritura, quando diz: "seguramente a irado homem Te louvará e o remanescente da ira Tu o restringirás" (Salmos 76:10). Esta passagemfrisa que Deus restringe os homens de fazerem mais pecados do que Ele se apraz dominar paraSua glória; portanto, Ele lhes permite cometerem tal pecado como o que cometem. Ele podiaguardar os homens de todo o pecado tão facilmente como Ele os detém no lugar apontado. Nãopodemos dar razão porque Deus permite o pecado que satisfará a mente carnal, mas o fato queEle o faz é abundantemente claro; e, desde que Deus sempre faz o bem, sabemos que é direitopara Ele permitir semelhante pecado como o que se vem a passar.Em Atos 2:23 e 4:27,28 temos uma clara afirmação que a crucificação de Cristo foi parte davontade propositante ou decretante de Deus. Mas sabemos que Deus não fez os crucificadoresfazerem eficientemente o que eles fizeram, que tal tornaria Deus responsável pela morte deCristo: Deus meramente retirou o Seu poder restritivo e permitiu aos crucificadores procedersegundo os seus próprios desejos maus. Isso é tudo que Deus tem a fazer para alcançar operpetramento de qualquer pecado que lhe apraz dominar para Sua glória. O homem cometeráqualquer pecado que Deus lhe permitir cometer.O endurecimento do coração de Faraó, segundo Êxodo pormenoriza, e fazer vasos para desonra(Romanos 9:31) são para ser entendidos como vindos sob o propósito permissivo de Deus.60As seguintes citações podem ajudar a exemplificar a relação de Deus com o pecado. "Que opecado procede dos homens mesmos; que, pecando, eles realizam esta ou aquela ação, é de Deus,que divide as trevas segundo o Seu prazer" (Agostinho). "Deus não é a força causadora, mas aforça dirigente nos pecados do homem. Os homens estão em rebelião contra Deus, mas não estãofora de sob o Seu controle. Os decretos de Deus não são a causa necessitante dos pecados dohomem, mas os limites e as diretrizes predeterminados e prescritos aos atos pecaminosos dos

homens" (C. D. Cole, Baptist Examiner, March. 1, 1932). "Os desejos do pecado são os desejosdo homem; o homem é culpado; o homem é para ser acusado, mas o Deus onisciente impedeesses desejos de produzirem ações indiscriminadamente, Ele compele esses desejos a tomaremum certo curso divinamente estreitado. As enchentes da iniqüidade são do coração dos homens,mas não lhes é concedido cobrirem a terra: são trancadas pelo apontamento soberano de Deus noSeu canal e assim são os homens desapercebidamente contidos em represas, de modo que nemum jota do propósito de Deus cairá. Ele traz as torrentes dos ímpios ao canal de Sua providência amoverem o moinho do Seu propósito" (P. W. Hedward).2. A VONTADE DE PRECEITO DE DEUS.Faz-se clara distinção em Deuteronômio 29:29 entre a vontade de propósito de Deus e Suavontade de preceito. Diz esta passagem: "As coisas secretas pertencem a Jeová nosso Deus, masas que estão reveladas pertencem-nos e aos nossos filhos, para que façamos todas as palavrasdesta Lei". "As coisas secretas" têm referência à vontade decretante de Deus ou Sua vontade depropósito". "As coisas que estão reveladas" têm referência à vontade preceptiva de Deus ou Suavontade de mando.A vontade preceptiva de Deus difere da Sua vontade de propósito em esta abarcar tanto o malcomo o bem, ao passo que a vontade preceptiva abarca só aquilo que é bom em si mesmo. Umaoutra diferença entre estas duas fases da vontade de Deus está no fato que a vontade propositivade Deus é executada sempre, enquanto que a sua vontade preceptiva se cumpre muitoimperfeitamente na terra. A vontade preceptiva de Deus fixa a responsabilidade do homem; apropositiva nada tem a ver com essa responsabilidade.3. VONTADE PRAZENTEIRA DE DEUS.61A referência aqui é ao prazer e desprazer nas coisas em si mesmas consideradas em contrastecom coisas consideradas como um todo. Considerado em si mesmo, Deus nunca se agradou dopecado. Considerada em si mesma, Deus está sempre agradado com a verdadeira justiça; mas, emvista de coisas como um todo, Ele não decretou que todos os homens virão à justiça.Não suponha ninguém que aqui se quis dizer que Deus teria algumas coisas a acontecer que Ele

não pode fazer que aconteçam; ou que Ele impediria que acontecessem algumas coisas que Elenão pode impedir. Deus sempre executa o que Ele quer executar, mas, ao fazê-lo, Ele usa aquiloque em Si mesmo não é uma coisa agradável a Ele. Tal como um pai, tomando gosto no devidotreino de um filho, muitas vezes castiga o filho, não obstante o fato que o castigo em si mesmonão proporciona prazer ao pai.O prazer de Deus em coisas como um todo sempre se realiza. "O nosso Deus está nos céus; Elefez tudo o que Lhe aprouve" (Salmos 115:3). "O que quer que a Jeová agradou, isso Ele fez, nocéu e na terra, nos mares e em todos os abismos" (Salmos 135:6). "Declarando o fim desde oprincípio e desde os velhos tempos as coisas ainda não feitas; dizendo: O meu conselho ficaráfirme e farei toda a minha vontade" (Isaías 46:10).É na base da fase da vontade de Deus agora sob consideração que Ezequiel 33:11 se explica e seentende (Talvez devamos entender 2 Pedro 3:9 da mesma maneira, mas não 1 Timóteo 2:4. Videa Versão Revista de 2 Pedro 3:9 e exposição em "An Americam Commentary on the NewTestament". Em 1 Timóteo 2:4 "todos" alude a todas as classes. Vide exposição do v. 6 nocapítulo sobre expiação). Contudo, a morte aqui mencionada não é a morte espiritual, mas amorte física no assédio babilônico; mas a relação da declaração com a vontade de Deus é amesma. Em si mesmo considerada, a ruína dos israelitas no sitio babilônico não foi coisaagradável a Deus; mas, considerada em conexão com as coisas como um todo, Deus decretarápermitir a morte de muitos deles.A salvação dos homens é em si mesma coisa agradável a Deus como se evidencia pelo Seumandamento que todos os homens se arrependam (Atos 17:30); mas Deus não decretou oupropôs que todos se salvassem.62Cap 7 - A Doutrina da TrindadeI. A TRINDADE DEFINIDATalvez o sentido da Trindade de Deus nunca foi afirmado melhor do que está por A. H. Strong ?"em a natureza do Deus único há três distinções eternas que se nos representam sob a figura depessoas e estas três são iguais" (Systematic Theology, pág. 144).Os princípios do Seminário Teológico Batista do Sul estabelecem a doutrina da Trindade como

segue: "Deus nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoaisdistintos, mas sem divisões de natureza, essência ou ser".Na consideração destas definições, notai:1. A TRINDADE CONSISTE DE TRÊS DISTINÇÕES.A doutrina da Trindade não quer dizer que Deus meramente Se manifesta em três diferentesmaneiras. Há três distinções atuais na Divindade. A verdade disto aparecerá mais claramentedepois.2. ESTAS TRÊS DISTINÇÕES SÃO ETERNAS.Isto está provado, de um lado, pela imutabilidade de Deus. Se já houve um tempo em que estasdistinções não existiram, então, quando vieram a existir, Deus mudou. Provado está outra vezpelas Escrituras, as quais afirmam ou implicam a eternidade do Filho e do Espírito Santo. VideJoão 1:1,2; Apocalipse 22:13,14; Hebreus 9:14."Não é resposta a isto, que as expressões "gerado" e "procedido de" envolvem, a idéia daexistência antecedente do que gera e de quem há processão, porque estes são termos dalinguagem humana aplicados a ações divinas e devem ser entendidos ajustadamente a Deus. Nãohá aqui dificuldade maior do que em outros casos em que este princípio está prontamentereconhecido (Boyce, Abstract of Systematic Theology, págs. 138, 139).633. ESTAS TRÊS DISTINÇÕES NOS SÃO REPRESENTADAS SOB A FIGURA DEPESSOAS, MAS NÃO HÁ DIVISÃO DE NATUREZA, ESSENCIA OU SER.A Doutrina da Trindade não quer dizer triteismo. Quando falamos das distinções da Divindadecomo pessoas, devemos entender que usamos o termo figuradamente. Não há três pessoas naDivindade no mesmo sentido em que três seres humanos são pessoas. No caso de três sereshumanos há divisão de natureza, essência e ser, mas Deus não é assim. Tal concepção de Deusestá proibida pelo ensino da Escritura quanto à unidade de Deus.4. OS TRÊS MEMBROS DA TRINDADE SÃO IGUAIS.Muitos dos mesmos atributos atribuem-se a cada membro da Trindade e os atributos assimatribuídos são tais como não podiam ser possuídos sem todos os outros atributos divinos. Aigualdade dos membros da Trindade mostra-se ainda pelo fato de cada um deles ser reconhecidocomo Deus, como veremos depois.II. PROVAS ESCRITURISTICAS DA DOUTRINA DA TRINDADE.

1. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO TODOS RECONHECIDOS COMO DEUS.(1. O Pai Reconhecido como Deus.Isto ocorre em tão grande número de passagens que é por igual desnecessário e impraticável citálastodas. As duas seguintes bastarão:"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual oFilho do homem vos dará; porque a este selou o Pai, Deus" (João 6:27)."Eleitos... segundo a presciência de Deus o Pai" (1 Pedro 1:1,2).(2) O Filho Reconhecido como Deus.A. Ele é chamado Deus.João 1:1; Romanos 9:5; 1 João 5:20.64B. Passagens que no Velho Testamento se referem a Deus são aplicadas ao Filho em o NovoTestamento.Mateus 3:3, aludindo a Isaías 40:3; João 12:41 aludindo a Isaías 6:1.C. O Filho possui os atributos de Deus.Eternidade: João 1:1; Onipresença: Mateus 28:20 e Efésios 1:23; Onisciência: Mateus 9:4 e João2:24,25 e João 16:30 e 1 Coríntios 4:5 e Colossenses 2:3; Onipotência: Mateus 28:18 eApocalipse 1:8; Auto-existência: João 5:26; Imutabilidade: Hebreus 13:8; Verdade: João 14:6;Amor: 1 João 3:16; Santidade: Lucas 1:35 e João 6:39; Hebreus 7:26.D. As obras de Deus são atribuídas ao Filho.Criação: João 1:3; 1 Coríntios 8:6; Colossenses 1:16; Hebreus 1:10. Conservação: Colossenses1:17; Hebreus 1:3. Ressuscitando os mortos e julgando: João 5:27-28; Mateus 25:31,32.E. Ele recebe honra e adoração só a Deus devidas.João 5:23; Hebreus 1:6; 1 Coríntios 11:24,25; 2 Pedro 3:18; 2 Timóteo 4:18.(3. O Espírito Santo é reconhecido como Deus.A. A Ele se atribuem os atributos de Deus.Eternidade: Hebreus 9:14; Onisciência: 1 Coríntios 2:10; Onipresença: Salmos 139:7; Santidade:todas as passagens que aplicam o termo "santo" ao Espírito; Verdade: João 16:13; Amor:Romanos 15:30.B. Ele está representado como fazendo as obras de Deus.Criação: Gênesis 1:2; "movia" significa "chocava". Regeneração: João 3:8; Tito 3:5.Ressurreição: Romanos 8:11.652. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO ASSOCIAM-SE JUNTAMENTE NUMA BASEIGUAL.

Isto está feito. ?(1) Na formula do Batismo. Mateus 28:19(2) Na Benção Apostólica. 2 Coríntios 13:14.3. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO DISTINGUEM-SE UM DO OUTRO.(1) O Pai e o Filho distinguem-se um do outro.O Pai e o Filho distinguem-se como o que gera do gerado; e como o que manda do enviado.Cristo distinguiu-se do Pai quando orou ao Pai, como fez muitas vezes. Que a distinção assimimplicada não foi temporal, continuando somente enquanto Cristo esteve na carne, está provadopelo fato que Cristo ainda intercede com o Pai (Hebreus 7:25; 1 João 2:1). Ele é um mediadorperpétuo entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5) e assim é perpetuamente distinguido de Deus.(2) O Espírito distingue-se do Pai.O Espírito distingue-se do Pai quando dEle se diz proceder do Pai e ser enviado pelo Pai (João15:26; 14:26; Gálatas 4:6).(3) O Filho distingue-se do Espírito.Jesus está referindo ao Espírito como "um outro Confortador" (João 14:16). E Jesus falou de Simesmo como enviando o Espírito (João 15:26).4. O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO UM DEUS.Trindade quer dizer tri-unidade, ou três-unidade. Mostramos que há três distinções na Divindade.Agora, para provarmos a doutrina da Trindade, mais que a doutrina de Triteismo, devemosmostrar que os três, enquanto sendo distinguíveis um do outro, contudo são um. Isto estáprovado:66(1) Por todas as passagens que ensinam a Unidade de Deus.O estudante refere-se aqui ao capítulo sobre a natureza e os atributos de Deus, onde se notamestas passagens.(2) Pelo fato que cada um dos três é reconhecido como Deus.Já mostramos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são várias vezes reconhecidos como Deus naEscritura. Isto mostra Sua unidade, porque Deus está representado como sendo o Ser Supremo.Por essa razão não podia haver três Deuses. A supremacia só é possível a um só.(3) Pelo fato que os Três são iguais.Já discutimos a igualdade dos membros da Trindade. Igualdade absoluta é impossível semidentidade na essência, em a natureza e no ser.III. A DOUTRINA DA TRINDADE É MISTÉRIO INSCRUTAVEL E INSOLUVEL AS MENTES FINITAS;

MAS NÃO É AUTO-CONTRADITORIA.Não fazemos tentativas de negar ou de explicar o mistério da doutrina da Trindade. Alto mistérioé que mentes humanas nunca podem sondar.Contudo, a doutrina da Trindade não é autocontraditória. Deus não é três no mesmo sentido emque Ele é um. Ele é um em essência, natureza e ser; mas, nesta uma essência, natureza e ser hátrês distinções eternas que se nos representam de uma tal maneira que as chamamos pessoas.Quem pôde dizer que tais distinções são impossíveis em a natureza de Deus? Para fazer isso terse-ia de ter perfeito entendimento da natureza de Deus. De maneira que fazemos bem de aceitar oque a Escritura ensina e deixar o mistério para solucionar-se quando tivermos mais luzes, sesemelhante luz que nos habilite a explicar e entender nos for sempre dada. O mistério vem porcausa de nossa inabilidade para compreendermos totalmente a natureza de Deus.67Cap 8 - A Relação de Deus com c UniversoHá várias idéias concernentes à relação de Deus com este nosso universo. A modo de contrasteentre essas falsas idéias e o ensino da Escritura, notemos:I. NO SEU SER DEUS ESTÁ SEPARADO DO UNIVERSO.Por toda a Escritura Deus está distinguido de Sua criação. Ele é um espírito puro, ao passo quetodas as coisas e seres criados são pelo menos materiais em parte, com exceção dos anjos, tantobons como maus. Deus é infinito; todas as coisas criadas são finitas. Deus é eterno, tendo existidodesde a eternidade. Isto não é verdade quanto a qualquer outra coisa. Deus é imutável. Nada maiso é. Deus é onipresente; nada mais é. Nem qualquer outra coisa possui os atributos de onipotênciae onisciência da essência de Deus.As Escrituras, portanto, refutam o panteísmo, o qual é definido por Strong como "aquele métodode pensamento que concebe o universo como o desenvolvimento de uma substância inteligente evoluntária, contudo impessoal, que atinge o senso comum somente no homem. Ele, portanto,identifica Deus, não com cada objeto individual no universo senão com a totalidade das coisas"(Systematic Theology, pág. 55).II. DEUS CRIOU O UNIVERSO.1. O FATO.Isto está declarado no primeiro verso da Bíblia. A Escritura, portanto, nega a eternidade da

matéria. Ela também nega que o universo foi criado por um mau Espírito, como ensinaram osmaniqueus. Também é negada a geração espontânea, idéia esta dos evolucionistas ateus. Maisainda, negada é a teoria das emanações, teoria que com o panteísmo sustenta que Deus é damesma substância com o universo e que o universo é resultado de sucessivas emanações do Seuser.2. A MANEIRA.68(1) Pelo faça-se.Por isso queremos dizer que Deus falou o universo à existência. As seguintes passagens ensinamisto bem claramente:"E a Palavra de Jeová foram feitos os céus e toda a hoste deles pelo bafo de Sua boca" (Salmos33:6)."Tema toda a terra a Jeová; espantem-se dEle todos os habitantes do mundo; porque Ele falou efoi feito; Ele mandou e o mundo permaneceu" (Salmos 33:8,9)."Pela fé entendemos que os mundos formaram pela palavra de Deus" (Hebreus 11:3).Claros exemplos da criação pelo faça-se acham-se em Gênesis 1, onde descobrimo-lo arquivadoque "Deus disse: Haja luz... um firmamento... etc." e cada coisa na sua ordem surgiu à vida.(2. Sem materiais previamente existentes."O que se vê não foi feito das coisas que se viam" (Hebreus 11:3).Quando Deus chamara a existência os materiais do universo, Ele os amoldou segundo Suavontade. Ele principiou sem nada. Só Ele é eterno. Todas as demais coisas saltaram de Sua mãocriadora.III. DEUS AGORA CONSERVA O UNIVERSO.Deus desenvolve contínuo poder, por meio do qual Ele mantém a existência das coisas que Elecriou segundo a natureza que lhes comunicou. A Escritura ensinando sobre a infinitude esupremacia de Deus é suficiente para convencer-nos que Deus só é auto-existente e imutável; queo universo, portanto, deve ser sustentado e mantido por poder não inerente. E como devêramosesperar, então, quando achamos a Escritura fazendo os seguintes relatos:"Tu és Jeová, ainda Tu só; fizeste o céu e o céu dos céus, com todos os seus exércitos, a terra etudo que nela existe, os mares e tudo que esta neles, e Tu os conservaste a todos" (Neemias 9:6).69

"Ó Jeová, Tu conservas os homens e os animais" (Salmos 36:6)."Nele vivemos e nos movemos e temos nosso ser" (Atos 17:28)."Ele é antes de todas as coisas e nEle tudo consiste" ? sustentam-se, "derivam sua perpetuidade" ?Dargan (Colossenses 1:17)."... sustentado todas as coisas pela palavra do Seu poder" (Hebreus 1:3).Foi provavelmente à conservação que Jesus se referiu, em parte, ao menos, quando disse: "MeuPai trabalha mesmo até agora" (João 5:17). O descanso de Deus no sétimo dia da semana dacriação não foi à cessão total da atividade, mas somente de Sua obra criadora direta.IV. DEUS CONTROLA O UNIVERSO.Da Escritura achamos que Deus não só é o criador e conservador do universo, mas o controladordele. Ele não criou o universo então o abandonou: Ele agora governa ativamente toda à parte etoda atividade no universo. Este ensino está envolvido na declaração que Deus "opera todas ascoisas segundo o conselho de Sua própria vontade" (Efesios 1:11).As seguintes passagens também ensinam esta doutrina: Jó 37:3,4,6,10-13; Salmos 135:7; 104:14;Mateus 5:45; 6:26,30.A doutrina do controle de Deus no universo não nega a realidade das segundas causas: elameramente mostra que Deus como a primeira causa e o Criador de todas as segundas causas.Deus arranjou segundas causas de modo que Ele cumprisse Sua vontade. As leis físicas são reais:elas prevalecem em todos os casos, salvo onde Deus as afasta nos Seus atos miraculosos.Levanta-se o vapor, a chuva cai e o vento assopra segundo certas leis; mas Deus ordenou essasleis e Ele agora sustenta todas as coisas segundo Sua natureza original e Sua intenção por elas, demaneira que Deus é realmente Quem causa o vapor subir, a chuva cair e o vento assoprar. Negara existência da lei é tolice. Representar a lei como operando independente de Deus é infidelidade.O controle de Deus não cessa com as forças impessoais do universo: ele estende-se a todas asações dos homens e as compreende. Isto se mostra pelas seguintes passagens: Êxodo 12:36;70Salmos 33:14,15; Provérbios 19:21; 20:24; 21:1; Jeremias 10:23; Daniel 4:35; Isaías 44:28;Êxodo 9:12; Salmos 76:10; Provérbios 16:4; João 12:37,39,40; Atos 4:27,28.

Ver-se-á que o controle supra dos homens inclui seus atos maus bem como os bons. O controlede Deus dos atos maus humanos pode ser dividido em quatro espécies:1. PREVENTIVO.Gênesis 20:6; 31:24; Salmos 139:3; 76:10.2. PERMISSIVO.Salmos 81:12,13; Oséias 4:17; Atos 14:16; Romanos 1:24,28.É sob o domínio da vontade permissiva ou controle de Deus que 1 Samuel 18:10 começa. Aquinos é dito que "um espírito mau procede de Deus se apoderou de Saul". É assim que devemosentender o endurecimento e a cegueira de Deus para os pecadores, como em Êxodo 9:12;Romanos 9:18; João 12:40. É também a este domínio que devemos referir Atos 4:27,28, o qualtem a ver com a crucificação de Cristo. Deus ordenou que Cristo morresse sobre a Cruz, mas Elemeramente deteve o Seu poder coercitivo e permitiu a crucificação seguir sua própria inimizadenatural contra Cristo. Em 2 Samuel 24:1 e 1 Crônicas 21:1 vemos prova de fato que algumasvezes na bíblia as coisas que Deus permite a outros cometerem são atribuídas a Ele. Em 2 Samuel24:1 diz-se que Deus moveu Davi a numerar Israel, ao passo que, em 1 Crônicas 21:1, a mesmacoisa é atribuída a Satanás.3. DIRETIVO.Gênesis 50:20; Isaías 10:5. Assim, enquanto Deus permite o pecado, Ele também o dirige pararealizar tais propósitos como Lhe apraz que o pecado realize. P. W. Heward, Inglaterra, diz: "Osdesejos do pecado são os desejos do homem: o homem é culpado: o homem é censurável. Mas oDeus todo-sábio impede que esses desejos produzam ações indiscriminadamente. Ele compeleesses desejos a tomarem um certo curso divinamente estreitado. As torrentes da iniqüidade sãodos corações dos homens, mas não lhes é concedido cobrirem a terra; trancam-se nos canais dasoberana indicação de Deus e os homens inadvertidamente se prendem em limites, de modo que71nem um jota do propósito de Deus falhará. Deus trás as enchentes dos ímpios ao canal de Suaprovidencia, a moverem o moinho do Seu propósito". Disse Agostinho: "Que o pecado doshomens procede deles mesmos; que ao pecarem eles executam esta ou aquela ação, é de Deus,que divide as trevas segundo o Seu prazer".

4. DETERMINATIVO.Deus não só permite o pecado e o dirige, mas marca os limites além dos quais ele não pode ir eprescreve as linhas dos seus efeitos. Vide Jó 1:12; 2:6; Salmos 124:2; 1 Coríntios 10:13; 2Tessalonicenses 2:7.72Cap 9 - O Senhor Jesus CristoEstudamos Deus o Pai e a doutrina da Trindade. Fica-nos agora estudar os outros dois membrosda Trindade. Neste capítulo nosso estudo é para ser devotado ao Senhor Jesus Cristo, Deus oFilho.I. SUA PREEXISTENCIA E ETERNIDADEA preexistência de Cristo significa Sua existência antes da encarnação. A Escritura o ensinamuito claramente. Mas, mais que isso, ela ensina também que Ele existiu desde toda a eternidade.Em nosso estudo da Trindade notamos que as distinções na Divindade são eternas. As seguintespassagens estabelecem claramente a preexistência e eternidade de Deus o Filho:"No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (João 1:1)."Eu desci do céu" (João 6:38)."E agora, Pai, glorifica Tu a mim, tu mesmo, com a glória que eu tive contigo antes que o mundoexistisse" (João 17:5).II. SUA INCARNAÇÃOEste mesmo Filho preexistente e eterno fez-se carne, tomou sobre Si um corpo humano, habitouentre os homens e finalmente se deu como sacrifício pelos pecadores.Notemos:1. O FATO DA INCARNAÇÃO."E o Verbo se fez carne" (João 1:14)."O qual... esvaziou-se, tomando a forma de servo, fazendo-se igual aos homens" (Filipenses2:6,7)."Ele disse... um corpo preparaste para mim." (Hebreus 10:5).732. A NECESIDADE DA INCARNAÇÃO.(1) Foi preciso que Ele aturasse o sofrimento corporal se era para Ele sofrer como substituto dohomem.O sofrimento final dos pecadores no inferno será um sofrimento tanto do corpo como da alma(Mateus 10:28). Logo, desde que foi para Jesus sofrer em lugar dos pecadores, necessário foi queEle tivesse um corpo no qual sofresse.

(2) Foi preciso que Ele tivesse um corpo para que pudesse "em tudo ser tentado como nóssomos", de maneira que, como sumo sacerdote, pudesse compadecer-se de nossas fraquezas"(Hebreus 4:15).O anjo Gabriel não pôde simpatizar conosco quando somos tentados, porque ele nunca conheceutentação na carne. Mas Cristo pode. "Naquilo que Ele mesmo sofreu sendo tentado, pode socorreraos que são tentados" (Hebreus 2:18).(3) Foi preciso que Ele tivesse provação na carne e rendesse perfeita obediência à Lei para quehouvesse operado uma justiça que pudesse ser-nos imputada.A justiça a nós imputada pela fé não é justiça como atributo pessoal atribuído a Deus, mas é ajustiça operada por Cristo em nós na Sua vida terrena. É isto indicado porque a justiça a nósimputada descreve-se como sendo pela fé ou através da fé em Cristo (Romanos 3:21,22;Filipenses 3:9).(4) A encarnação foi também necessária ao seu ministério doscente, à Sua escolha dos dozeapóstolos e fundação da igreja, à Sua fixação de um modelo para nós de perfeita obediência àvontade de Deus.Estas coisas são coisas que Deus viu podiam ser melhor cumpridas por um na carne. Portanto, oCristo encarnado foi enviado a cumpri-las.III. SUA DEIDADE"E o Verbo era Deus" (João 1:1).74"Eu e o Pai somos um" (João 10:30)."O primeiro homem era da terra, terreno; o segundo é do céu" (1 Coríntios 15:47)."O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação" (Colossenses 1:15)."Sendo o resplendor de Sua glória e a própria imagem de Sua substância" (Hebreus 1:3)."Chamarão o Seu nome Emanuel, que é, traduzido, Deus conosco" (Mateus 1:23).A noção dos modernistas que Jesus era divino somente no sentido que sustenta ser o homemdivino não satisfaz essas passagens. O homem não é divino na sua condição natural. Após aregeneração tem ele uma natureza divina habitando nele, mas também retém a natureza humanapecaminosa. Não se diz nunca que o homem, mesmo depois da regeneração, é Deus, ou que Ele éo "resplendor de Sua glória".IV. SUA HUMANIDADE

As seguintes passagens mostram que Cristo tinha uma natureza humana:"Jesus, pois, estando cansado da viagem, sentou-se assim à beira do poço" (João 4:6).A Deidade não pode cansar-se."Quando veio a plenitude do tempo, Deus mandou Seu Filho, nascido de mulher" (Gálatas 4:4)."Há um Deus, um mediador também entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem Ele mesmo"(1 Timóteo 2:5).A natureza humana foi em todos os sentidos igual à nossa exceto que Sua natureza humana nãofoi maculada pelo pecado.Como Cristo pode ser ao mesmo tempo divino e humano é um mistério além da compreensão dafaculdade humana. Nem tem o homem base alguma para uma negação dele. É fato revelado,necessário, como já vimos, à obra que Cristo veio fazer.75V. SEU NASCIMENTO SOBRENATURAL"Agora o nascimento de Jesus Cristo foi dessa maneira: Quando Sua mãe Maria, desposada comJosé, antes de se ajuntarem, achou-se grávida do Espírito Santo" (Mateus 1:18)."Eis que uma virgem dará a luz a um filho" (Mateus 1:23) ? citado de Isaías 7:14."E o anjo respondeu e lhe disse: O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirácom a Sua sombra, pelo que o santo que de ti há de nascer será chamado o Filho de Deus" (Lucas1:35)."E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14).VI. SUA VIDA SEM PECADO"O que não conheceu pecado fez-se pecado por nós, para que fossemos nEle a justiça de Deus."(2 Coríntios 5:21)."Porque não temos um sumo sacerdote que não pode compadecer-se de nossas fraquezas, mas umque foi em tudo tentado como nós somos, todavia sem pecado" (Hebreus 4:15)."Porque nos convinha um sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores efeito mais alto do que os céus" (Hebreus 7:26).VII. SUA MORTE SACRIFICIALCristo não morreu meramente como um mártir. Num sentido Ele foi um mártir. Sua morteocorreu, de um ponto de vista humano, por Sua fidelidade à vontade de Seu Pai; mas Ele foi maisque um mártir: Ele foi um substituto de pecadores, morrendo em lugar deles. Isto mostram as

seguintes passagens:"Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nosdevia trazer a paz estava sobre Ele e pelas Sua pisaduras somos sarados" (Isaías 53:5)."O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar Sua vida em resgate pormuitos" (Mateus 20:28).76"O qual foi entregue pelos nossos delitos e ressuscitou para nossa justificação" (Romanos 4:25)."Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:3)."Cristo remiu-nos da maldição da Lei, fazendo-Se maldição por nós, porque está escrito: Malditotodo aquele que for pendurado no madeiro" (Gálatas 3:13)."O qual levou Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortospara os pecados, vivamos para a justiça, por cuja ferida sarastes" (1 Pedro 2:24)."Cristo... padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pedro3:18)."O sangue de Jesus Seu Filho nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7)."E nisto está o amor, não que amamos a Deus, mas que Ele nos amou e mandou Seu Filho paraser a propiciação pelos nossos pecados" (1 João 4:10)."A angustia não de mártir não pode ser computada e o desamparo do Pai não se justifica sobre ahipótese que Cristo morreu como simples testemunha da verdade (nem sobre qualquer outrahipótese, exceto a que afirma que Ele morreu como um substituto de pecadores para satisfazer ajustiça de Deus). Se os sofrimentos de Cristo não foram propiciatórios, eles nem nos fornecemum exemplo perfeito, nem constituem uma manifestação do amor de Deus... Se Cristo foi apenasum mártir, então não é um exemplo perfeito, pois que muitos mártires mostraram maior coragemante a perspectiva da morte e na agonia final puderam dizer que o fogo que os consumia era "umleito de rosas". O Getsêmani com sua angustia está aparentemente lembrado para indicar que ossofrimentos de Cristo mesmo na Cruz não foram principalmente físicos" (Strong, SystematicTheology, pág. 399).VIII. SUA RESSURREIÇÃO1. COMO PROFETIZADA.Salmos 16:9,10.

772. COMO ENSINADA POR JESUS MESMO.Mateus 12:40; 16:4; 20:19; 26:32; Marcos 9:9; Lucas 18:33; 24:26; João 2:19,21.3. COMO TESTEMUNHADA PELO ANJO.Mateus 28:6.4. COMO ENSINADA PELOS APÓSTOLOS.Atos 2:24; 3:15; 4:10,33; 10:40; 13:30-33; 17:2,3,31; 26:23-26; Romanos 1:4; 4:25; 6:4,5,9;Efésios 1:20; Hebreus 13:20; 1 Pedro 1:3; 3:18; Apocalipse 1:5.5. COMO PROVADA POR ARGUMENTOS RACIONAIS.Para argumentos em prova da ressurreição de Cristo, veja o Capítulo 1º.IX. SUA ASCENÇÃO1. COMO PROFETIZADA.Salmos 68:18.2. COMO ENSINADA POR JESUS MESMO.João 6:62.3. COMO RECORDADA PELO ESCRITOR EVANGÉLICO.Marcos 16:19.4. COMO RECORDADA PELO HISTORIADOR INSPIRADO.Atos 1:9.5. COMO DECLARADA PELOS APÓSTOLOS.78Atos 3:21; Efésios 1:20; 4:8; 1 Timóteo 3:16; Hebreus 4:14; 9:24.6. COMO PROVADA POR SUA PRESENÇA À DESTRA DO PAI.Atos 7:56.X. OS SEUS OFÍCIOS1. PROFETAS.Deuteronômio 18:15,18; Mateus 21:11; Lucas 24:19; João 6:14.2. SACERDOTEHebreus 3:1; 5:6; 6:20; 7:11,15-17, 20-28; 8:1,2,6.3. REINúmeros 24:17; Salmos 72:8,11; Isaías 9:6,7; 32:1; Jeremias 30:9; Ezequiel 37:24-25; Daniel7:13,14; Oséias 3:5; Miquéias 5:2; Zacarias 9:9; Mateus 2:2,6; 19:28; 21:5; 28:18; Lucas 1:33;19:27; 22:29,30; João 1:49; 12:13,15; 12:19.Como profeta, Cristo ensinou a vontade de Deus. Como sacerdote, Ele ofereceu o Seu própriosangue no templo celestial (Hebreus 9:11-14) e intercede pelos crentes (Hebreus 7:25). ComoRei, Ele possuiu todo poder (Mateus 28:18) e rege agora um reino invisível e espiritual (João18:36,37), e mais tarde regerá visivelmente a terra (Salmos 66:4; 72:16-19; Isaías 2:2; Daniel7:13,14,18,22,27; Hebreus 10:13; Apocalipse 15:4).79Cap 10 - O Espírito Santo

"Há muita confusão e erro correntes neste dia a respeito da personalidade, operações emanifestações do Espírito Santo. Eruditos conscientes mas extraviados têm sustentado idéiaserrôneas sobre esta doutrina. É vital a fé de todo cristão que o ensino escriturístico dela seja vistona sua verdadeira luz e sustentada nas suas corretas proporções" (Bancroft, Elemental Theology).I. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO"Ao atribuir personalidade ao Espírito pensamos que Ele não é uma energia impessoal, umaabstração, uma influencia, ou emanação. Ele é uma inteligência auto-cônscia, autodeterminada,voluntária, sensiente. Pode-se dizer que a personalidade existe onde se encontrem unidas numacombinação singular inteligência, emoção a volição, ou senso comum e autodeterminação"(Bancroft, Elemental Theology).Que o Espírito é uma pessoa, está provado:1. A MENÇÃO DELE JUNTAMENTE COM OUTROS MEMBROS DA TRINDADE.Mateus 28:19; 2 Coríntios 13:142. SUA ASSOCIAÇÃO COM OUTRAS PESSOAS EM PARENTESCO PESSOAL.Atos 15:283. A ATRIBUIÇÃO A ELE DE EMOÇÃO E VOLIÇÃO.1 Coríntios 12:11; Efésios 4:304. ATRIBUIÇÃO A ELE DE ATOS PESSOAIS.(1) Ele sonda as coisas profundas de Deus.1 Coríntios 2:1080(2) Ele fala.Mat 10:20; Atos 10:19,20; 13:2; Apocalipse 2:7. Vide também passagens sob a inspiração emque se diz que o Espírito falou pelos profetas e outros escritores da Escritura.(3) Ele ensina.Lucas 12:12; João 14:26; 1 Coríntios 2:13(4) Ele conduz e guia.João 16:13; Romanos 8:14(5) Ele intercede.Romanos 8:26(6) Ele dispensa dons.1 Coríntios 12:7-11(7) Ele chama homens para o serviço.Atos 13:2; 20:285. A REPRESENTAÇÃO DELE COMO SENDO AFETADO COMO UMA PESSOA PELOSATOS DE OUTREM.(1) Ele pode ser rebelado contra, incomodado e entristecido.

Isaías 63:10; Efésios 4:30(2) Ele pode ser blasfemado.Mateus 12:31(3) Ele pode ser mentido (enganado).81Atos 5:36. O USO DO PRONOME MASCULINO EM REFERENCIA A ELE.Em João 16:13, só o pronome masculino se aplica ao Espírito sete vezes. É isto muitosignificativo desde que a palavra grega correspondente a "espírito" (pneuma) é neutra. Vemosassim que a idéia da personalidade do Espírito é tão forte que na passagem supra ela temprecedência sobre a ordem gramatical. Em Romanos 8:16,26, numa construção mais próxima,prevalece a ordem gramatical, mas isto não anula a significação de na outra passagem arredar-sea ordem gramatical.7. A APLICAÇÃO DO NOME MASCULINO "PARAKLETOS" AO ESPÍRITO."O nome "parakletos"... não pode ... ser traduzido por "conforto", ou ser tomado como nome dequalquer influencia abstrata. O Confortador, Instrutor, Protetor, Guia, Advogado, que este termotraz perante nós, deve ser uma pessoa" (Strong, Systematic Theology)."Parakletos" é a palavra grega para "Consolador" em João 14:26; 15:26; 16:7.II. A RELAÇÃO DE PENTECOSTES COM O ESPÍRITO SANTO1. ESPÍRITO SANTO JÁ EXISTIA ANTES DO PENTECOSTES.Gênesis 1:2; Neemias 9:20; Salmos 51:11; Isaías 63:10; 2 Pedro 1:21. Temos visto que o EspíritoSanto, como um membro da Trindade, é co-eterno com o Pai.2. ELE TEVE ACESSO À TERRA E OPEROU NO HOMEM ANTES DO PENTECOSTES.Vide todas as passagens imediatamente antes que seguem a primeira passagem.3. ELE VEIO NO DIA DE PENTECOSTES NUMA CAPACIDADE ESPECIAL.Isto explica os significados da promessa de Cristo de mandar o Espírito. Esta capacidade especialfoi:(1) Talvez como o antítipo da Shequína.82Números 9:15-22; 2 Crônicas 7:1-3. A Shequína, no caso de tabernáculo, foi para liderança e, nocaso do templo foi um símbolo de propriedade e possessão. A vinda do Espírito Santo noPentecostes significou ambas as coisas à igreja.(2) Em cumprimento de profecia e promessa.Joel 2:28; Mateus 3:11. Não sustentamos, todavia, que o dia de Pentecostes marcou o

cumprimento completo e ultimado da profecia de Joel. Este dia viu somente um cumprimentoparcial e espiritual dessa profecia. Efetivamente, as palavras de Pedro precisam ser entendidascomo significando não mais além que a coisa ora testemunhada nesse dia era a mesma emespécie como aquela da qual Joel predissera. O cumprimento literal, ultimado e completo de Joel2:28-32 virá com a conversão da nação judaica na segunda vinda de Cristo. Vide Zacarias 12:9-11; 13:8,9; Romanos 11:26.(3) Autorizar a igreja.Atos 1:4,8(4) Como o consolador residente e mestre dos crentes.João 14:16,17; 1 João 2:20,27. Antes do Pentecostes, como indicado supra, o Espírito Santo teveacesso à terra, mas Ele veio e foi; não morou nos crentes constantemente. Durante a dispensaçãodo Velho Testamento o Espírito Santo veio até mesmo sobre ímpios, tais como Balaão e o reiSaul. E Ele inspirou os escritores da Escritura. Também regenerou homens; mas uma uniãoinseparável entre a alma do crente e o Espírito Santo não se formou então como acontece agorasob a presente dispensação. É a esta união indissolúvel entre a alma do crente e o Espírito Santoque o escritor aos Hebreus se refere quando ele fala de escrever a Lei de Deus no coração docrente. Vide Hebreus 8:10. O fato de o Espírito Santo não morar constante e inseparavelmentenos crentes antes do Pentecostes explica porque Davi orou: "Não tires o Teu Espírito Santo demim" (Salmos 51:11). O pecado podia então afugentá-lo do peito, porquanto o Seu presente eratransiente. Mas, não assim agora, como mais tarde veremos mais claramente; e essa oração étotalmente inadequada ao crente nesta dispensação.(5) Para convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo.83João 16:8-11. Sustentamos esta passagem como se referindo primariamente a uma obra indiretado Espírito, porque a diferença entre a obra direta e indireta do Espírito é para se ver mais tardesob o exame do Seu trabalho nos perdidos.4. SUA VINDA NO PENTECOSTES FOI DISPENSACIONAL E FINAL.Não há absolutamente nada que justifique a crença que o Pentecostes é para repetir-se naexperiência de cada crente. Ele veio em cumprimento de profecia e promessa definitas e

particulares, marcou o princípio de uma dispensação especial do Espírito. O pentecostalismo édisparate dos mais absurdos. Podia alguém com a mesma razão falar de uma repetição daressurreição e ascensão de Cristo como de uma repetição do Pentecostes, que nunca se repetiu enunca se repetirá. A ocorrência na casa de Cornélio foi meramente suplementada ao Pentecostes(Atos 10:44-47) e aconteceu para que Pedro pudesse saber que os crentes gentios foram recebidospor Deus no mesmo nível como os crentes judeus.5. DESDE O PENTECOSTES O ESPÍRITO SANTO ENTRA EM TODO O CRENTE NACONVERSÃO E JAMAIS PARTE.João 7:38,39; Atos 10:1; Romanos 8:9; Gálatas 3:2; 4:6; Efésios 1:13; 4:30; Judas 19. É loucura ocrente orar pelo Espírito Santo, ainda que possa orar pelo Seu poder e plenitude. Tão poucoprecisa o crente orar para que Deus não lhe tire o Espírito Santo; porque, ainda que o crente possaentristecer e apagar o Espírito (1 Tessalonicenses 5:19) ? recusar Seus impulsos, o crente, nãoobstante, está permanentemente selado pela presença do Espírito (Efésios 1:13; 4:30).6. O CRENTE, PORTANTO, NÃO DEVERÁ BUSCAR NEM A PRESENÇA NEM OBATISMO DO ESPÍRITO, MAS SUA PLENITUDE.Efésios 5:18. Mostramos que cada crente tem o Espírito. Agora só resta ser observado que não hána Escritura garantia para afirmar-se um batismo do Espírito hoje tanto na regeneração comodepois dela. A Escritura está calada sobre a noção de um batismo do Espírito para este tempo. Apassagem costumeiramente referida para substanciar um batismo do Espírito na regeneraçãorefere-se ao batismo na água. Vide seu exame sob batismo na água.84O crente tem tudo do Espírito Santo, mas o Espírito comumente não tem tudo do crente. Suapresença é expansiva: Ele enche tanto do crente do que estiver vazio de egoísmo e pecado.Assim, a exortação para encher-se do Espírito é uma exortação de completa rendição a Ele.Quanto mais Ele nos enche, maior será a manifestação do Seu poder em nossas vidas (Atos 6:3-5;11:24).III. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO1. SUA OBRA EM GERAL.(1) Ele foi o agente de Deus na criação. Gênesis 1:2

(2) Ele inspirou os escritores da Escritura. 2 Pedro 1:21. Vide outras passagens sob a discussãoda inspiração verbal.(3) Ele é, em geral, o agente de Deus em todas as obras de Deus. Jó 33:4; Salmos 104:29,30;Isaías 40:7; Lucas 1:35; Atos 10:38.2. SUA OBRA NOS PERDIDOS.(1) Sua obra indireta nos perdidos. Por obra indireta do Espírito nos perdidos queremos dizer talobra como a que Ele executa mediatamente através da Palavra e não imediatamente por impactopessoal sobre a alma. Qualquer obra produzida pela Palavra é uma obra do Espírito, porquantoEle é o autor da Palavra. Está isto provado em Atos 7:51,52, onde resistência à palavra faladapelos profetas é dita como resistindo ao Espírito Santo.Na obra indireta do Espírito nos perdidos Ele:A. Luta com Eles. Gênesis 6:3. Esta luta se faz por meio de homens, tais como Enoque e Noé, napregação da Palavra.B. Ele os convence do pecado, da justiça e do juízo. João 16:8-11. A presença e as operações doEspírito no mundo, como um que veio tomar o lugar e levar adiante a obra de um rejeitado ecrucificado Cristo, constitue um convencimento potencial do pecado. Tivesse Cristo sido umimpostor, Sua promessa do Espírito não se teria cumprido. É como se a alma (espírito) de um85homem voltasse a rondar seus assassinos e prosseguir a obra que eles tão vãmente tentaramacabar. Tal tenderia a convencer os assassinos de sua culpa e testemunhar da justiça do homemque mataram. Assim é com o Espírito Santo: O Espírito de Cristo (Romanos 8:9; Gálatas 4:6). Eassim é que o Espírito Santo dá prova da justiça de Cristo, por manifestar que Ele foi para o Pai epor manifestar que Ele assim se vê ter triunfado sobre Satanás, o qual buscou por todos os meiosimpedir o propósito de Deus por meio de Cristo. Por este meio Ele convence os homens dopecado de rejeitarem a Cristo e da certeza do juízo a todos que permanecem ligados ao Diabo,porque Satanás já está julgado (João 12:31). "Este juízo de Satanás foi alcançado na Cruz eSatanás foi feito potencialmente impotente" (Bancroft).Note-se que o Espírito Santo, na Sua obra de convencer ou convicção, "convicta, nãoprimariamente do pecado de transgressão, mas do pecado de incredulidade, ?do pecado, porque

não crêem em mim?. Atos 2:36-37. Como todo pecado tem sua raiz na incredulidade, assim aforma mais agravada de incredulidade é a rejeição de Cristo. O Espírito, contudo, ao prender estaverdade sobre a consciência, não extingue, mas, pelo contrário, consuma e intensifica o senso detodos os demais pecados." (Bancroft, Elemental Theology).Chamamos especial atenção para esta última sentença acima. Muitos entenderiam que aincredulidade é o único pecado danoso. Muitos mesmo diriam que isto é tudo por que os homenssofrerão no inferno. Semelhante noção está abundantemente contraditada pela Bíblia. VideRomanos 2:5,6; 7:7-11; Gálatas 3:10,24; 1 João 3:4; Apocalipse 20:12. O Espírito não convencemeramente do pecado de incredulidade, mas do pecado por causa da incredulidade. Isto é, Elemostra aos homens sua condição pecaminosa por fazê-los ver que estão rejeitando ao Cristo deDeus, mostrando assim rebelião contra Deus. A incredulidade é o principal sintoma da doença dopecado, cuja essência é a anarquia.A obra indireta do Espírito não só pode ser resistida, mas é resistida constantemente pelospecadores. Os pecadores nada mais fazem que resistir ao Espírito até que o Espírito, por impactodireto e pessoal sobre a alma, vivifica o pecador cadáver á vista. Isto, como já indicado, explicaAtos 7:51,52.(2). Sua obra direta nos perdidos.86Referimo-nos aqui à regeneração. A regeneração é instantânea. Não pode ser doutra maneira, pornão ser possível um homem estar em parte vivo e em parte morto sob um ponto de vistaespiritual. É por essa razão que colocamos a convicção antes da regeneração. Os pecadoresevidenciam vários graus de convicção através de períodos de extensão variável. É só no momentode regeneração, sem duvida, que a convicção alcança a intensidade mais elevada. A obra indiretado Espírito na convicção é trazida a cumprimento instantâneo no momento em que a almacadáver é vivificada à vida. Mas a convicção existe antes da vivificação. Vide Paulo na suaexperiência, Atos 26:14. Vide também e compare Atos 2:37. Notai que na parábola dos ossossecos no vale (Ezequiel 37:1-10) houve um efeito produzido pela pregação antes de Espírito

(simbolizado pelo fôlego) vir sobre eles. Isto ilustra a obra indireta do Espírito na convicção antesda vivificação.A obra direta do Espírito na regeneração é irresistível. Não quer isto dizer que o Espírito viole avontade: Ele simplesmente opera posto-vontade. A regeneração tem lugar na "região da alma sobsenso comum" (Strong). É o meio pelo qual nossas vontades se conformam à de Deusrigorosamente segundo as leis da vontade e sua ação. Vide o capítulo sobre a livre agencia dohomem. A regeneração é irresistível porque é uma obra de Deus e não depende da vontade dehomens (João 1:12,13). É na regeneração que Deus habilita os homens a virem a Cristo (João6:65). É assim que ele entrega os seus eleitos a Cristo (João 6:37). A regeneração é a atração aque se refere em João 6:44,45, na sua consumação. O homem nada pode fazer agradável a Deusenquanto estiver espiritualmente morto, estando na carne (Romanos 8:7,8). Mas, quandovivificado à vida, ele está certo de agir em harmonia geral com a vontade de Deus (1 João 5:4;3:9). Assim a regeneração é necessariamente irresistível.3. SUA OBRA NOS SALVOS. Já vimos que o Espírito habita em todo o crente. Esta moradia épara a realização de uma obra nos crentes. A obra consiste de:(1) Dar garantia de salvação. Romanos 8:16; 2 Coríntios 1:22; Efésios 1:14. O Espírito não sótestemunha aos crentes da filiação atual, mas da garantia de salvação final. É neste ultimo sentidoque a obra do Espírito é um "penhor", que quer dizer "hipoteca, uma parte do preço de compraadiantada como garantia de que a transação será completada". A presença do Espírito em nossoscorações proporciona-nos uma prelibação do céu e é uma garantia de recebermos a herança87"incorruptível e impoluta, que não fenece, reservada no céu" para nos "que somos guardados pelopoder de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no ultimo tempo" (1 Pedro 1:4,5).(2) Confortando, ensinando e iluminando. João 16:7; 1 Coríntios 2:9-12; Efésios 1:17; 1 João2:20,27.(3) Liderando em obediência e serviço. Romanos 8:14; Gálatas 5:16; Atos 8:27,28.(4) Chamando para serviço especial. Atos 13:2,4. "O Espírito Santo não só dirige o teor geral da

vida cristã, mas chama homens para trabalhos especiais, tais como missões, o ministério, ensino,etc." "Esta passagem não nos conta como o Espírito chama homens, presumivelmente porqueEle não chama sempre homens do mesmo modo. Cabe-nos a nós estarmos prontos a serchamado, desejá-lo e então esperar que o Espírito Santo nos chame. Ele não chama a todos para otrabalho missionário estrangeiro, ainda que todo cristão devera estar pronto a responder a essechamado. Ele chama, contudo, todo cristão para algum campo de serviço e o conduzirá, se ceder,a esse campo especifico" (Bancroft).(5) Distribuindo dons espirituais. 1 Coríntios 12:4-11. Notai que "a manifestação do Espírito édada a todo o homem (Isto é, todo o homem salvo) para o que for útil" (1 Coríntios 12:7).Nenhum homem salvo pode dizer verdadeiramente, portanto, que está falto de habilidadeespiritual no serviço do Senhor.(6) Fortificando no serviço. Atos 1:8; 1 Coríntios 2:4; 1 Tessalonicenses 1:5.(7) Fazendo frutífero. Gálatas 5:22-25.(8) Ditando oração e intercedendo. Romanos 8:26,27; Gálatas 4:6.(9) Movendo a adorar. Filipenses 3:3. Foi dito: "Em nossas orações somos tomados com asnossas necessidades, em nossas ações de graça somos tomados com as nossas bênçãos, mas emnossa adoração somos tomados com Deus mesmo".(10) Finalmente, vivificando o corpo do crente. Romanos 8:11-23.88Cap 11 - A Doutrina dos AnjosRazoável é que haja uma escala ascendente da vida, desde o homem subindo para Deus, tantocomo há uma escala descendente da vida, do homem para baixo. Uma contemplação da vastidãoe da maravilha deste universo pode bem levantar a pergunta: É o homem a única criatura que"tem uma mente apreciar e contemplar este favor de Deus" e para louvá-Lo por isso? Sem aBíblia seriamos deixados em cega conjetura, mais, nela, temos clara revelação de uma ordem deseres acima do homem, de ordens e graus existentes e ascendentes, chamados anjos.I. A NATUREZA DOS ANJOS1. SÃO SERES CRIADOS.No Salmos 148:1-5 os anjos estão entre as entidades exortadas a louvarem o Senhor na base que"Ele mandou e eles foram criados". Que os anjos foram seres criados está bem provado em

Colossenses 1:16, que diz: "Porque nEle foram criados todas as coisas, nos céus e sobre a terra,visíveis e invisíveis, quer sejam tronos ou domínios ou principalidades ou potestades".2. ELES SÃO ESPIRITOS PUROS.Não queremos dizer aqui que todos os anjos são sem pecado; porque, como veremos mais tarde,alguns são maus. O que queremos dizer é que a natureza dos anjos é espírito não misturado commaterialidade. Os anjos não possuem corpos como parte do seu ser, mesmo que ainda assumamcorpos para a execução de certos propósitos de Deus, como em Gênesis 19. Afirmamos que osanjos são espíritos puros porque, em Hebreus 1:14, são chamados espíritos. O homem não énunca designado assim inqualificadamente. Cristo disse que "um espírito não tem carne e ossos"(Lucas 24:39).3. ELES CONSTITUEM UMA ORDEM DE CRIATURAS MAIS ELEVADAS QUE OHOMEM.Do homem se diz que ele foi feito "um pouco menor do que os anjos" (Hebreus 2:7). Dos anjosse diz serem maiores do que o homem em poder (2 Pedro 2:11). O seu poder superior estáimplicado também em Mateus 26:53; 28:2; 2 Tessalonicenses 1:7. Contudo, os anjos são servos89ministrantes dos crentes (Hebreus 1:14) e pelos crentes serão julgados (1 Coríntios 6:3). Esteúltimo fato parecia indicar que o homem, ainda que agora inferior em natureza aos anjos serádepois, no seu estado glorificado, como um troféu da graça redentora de Deus, exaltado comCristo bem acima dos anjos (Efésios 1:20,21; Filipenses 2:6-9).4. ELES NÃO TÊM SEXO.Mateus 22:30 declara-se que os anjos não casam, o que os prova sem sexo. "Filhos de Deus" emGênesis 6:2 não são anjos, mas descendentes de Sete: os verdadeiros adoradores de Deus, comodiferençados dos descendentes de Caim.5. ELES SÃO IMORTAIS.Judas 6 declara que os anjos não podem morrer, o que significa que eles não podem cessar deexistir.II. CLASSES DE ANJOSOs anjos consistem em anjos eleitos e anjos decaídos. As seguintes passagens aludem a estasduas classes e as seguintes:

"Conjuro-te diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo e dos anjos eleitos que, sem prejuízo algumguardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade" (1 Timóteo 5:21)."Deus não poupou os anjos quando eles pecaram, mas os lançou no inferno, entregou-os àscadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pedro 2:4)."Mas aos anjos que não guardaram sua principalidade, mas deixaram sua própria habitação,reservou debaixo da escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia" (Judas 6).Os anjos eleitos são aqueles a quem Deus escolheu para conservar em santidade. Os outros,permitiu que caíssem, e para eles não se proveu nenhuma redenção ou possibilidade de escapula.III. ORGANIZAÇÃO, ORDENS E GRAUS ENTRE OS ANJOS90Em Judas 9 temos Miguel mencionado como um arcanjo. Vide Também 1 Tessalonicenses 4:16."Arcanjo" significa o chefe dos anjos. Gabriel também parece ocupar um lugar relativamente altoentre os anjos. Vide Daniel 8:16; 9:16,21; Lucas 1:19.A menção de tronos, domínios, principalidades e potestades entre as coisas invisíveis, emColossenses 1:16, implica graus e organização entre os anjos. E em Efésios 1:21 e 3:10 temos amenção de regime, autoridade, potestade e domínio nos lugares celestiais. Das ordens nomeadasem Colossenses 1:16, E. C. Dargan, no seu comentário, representa "tronos" como "sendo o maiselevado, próximo a Deus e assim chamados, tanto por estarem perto de Deus e sustentarem otrono de Deus como por sentarem eles mesmos sobre tronos aproximando-se mais perto de Deusem glória e dignidade; depois "domínios", ou senhorios, aqueles que exercem poder ou senhoriosobre os inferiores ou homens; depois "principalidades", ou "principados", os de dignidadeprincipesca; finalmente, "potestades", ou autoridades, aqueles que exercem poder ou autoridadesobre a ordem angélica mais baixa, logo acima do homem".Consideramos mais satisfatório observar os "querubins" de Gênesis, Êxodo e Ezequiel, com osquais identificaríamos também os "serafins" de Isaias e as criaturas viventes do Apocalipse, nãocomo seres atuais senão como aparências simbólicas, ilustrando verdades da atividade e dogoverno divino. As criaturas viventes do Apocalipse parece simbolizarem o louvor da criação

inferior de Deus por causa deles serem "livrados do cativeiro da corrupção para a liberdade daglória dos filhos de Deus" (Romanos 8:21). Os vinte e quatro anciãos associados às criaturasviventes parecem representar a humanidade redimida. E bom é notar que as criaturas viventes nãose incluem entre aqueles redimidos para Deus. Essas, como representativas da criação inferiordando louvor a Deus, cumprem o Salmos 145:10, que diz: "Todas as Tuas obras Te louvarão, óSenhor".IV. OS ANJOS NÃO SÃO PARA SEREM LOUVADOS"E quando ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrava estas coisas, para o adorar:e ele disse-me: "Olha não faças tal, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos os profetas e dosque guardam as palavras deste livro. Adora a Deus" (Apoc. 22:8,9).Isto está também condenado em Colossenses 2:18.91V. O EMPREGO DOS ANJOS1. DE ANJOS SANTOS.(1) Eles louvam ao Senhor e cumprem os Seus mandamentos. Salmos 103:20; 148:2.(2) Eles regozijam-se com a salvação dos homens. Lucas 15:7,10(3) Eles ministram aos herdeiros da salvação. Hebreus 1:14; 1 Reis 19:5-8; Daniel 6:22; Salmos34:7; 91:11,12; Atos 12:8-11.(4) Eles são mensageiros de Deus aos homens. Gênesis 19:1-13; Números 23:25; Mateus 1:20;2:13,19,20; Lucas 1:11-13-19; Atos 8:26; 10:3-6; 27:23,24.(5) Eles executam o propósito de Deus. 2 Samuel 24:16; 2 Reis 19:25; 2 Crônicas 32:21; Salmos35:5,6; Mateus 13:41,42; 13:49,50; 24:31; Atos 12:23; Apocalipse 7:1,2; 9:15; 15:1.(6) Eles deram a Lei. Atos 7:53; Gálatas 3:19; Hebreus 2:2.(7) Eles ministraram a Cristo. Mateus 4:11; Lucas 22:43.(8) Eles acompanharão Cristo na Sua segunda vinda. Mateus 25:31,32; 2 Tessalonicenses 1:7,8.(9) Eles estão presentes nos cultos da igreja. 1 Coríntios 11:10.(10) Eles têm grande interesse na verdade divina e aprendem por meio da igreja. 1 Pedro 1:12;Efésios 3:10.Não há nada supra para mostrar que há uma intervenção constante de anjos entre Deus e ohomem. Eles não são em sentido algum constituídos regularmente mediadores entre Deus e ohomem. Sua intervenção é ocasional e excepcional; sua atividade está sujeita à ordem epermissão de Deus.92

Mas é evidente que o crente comum não tem ligado importância suficiente ao ministério dosanjos. Todavia, doutro lado, a noção de um anjo da guarda especial para cada individuo nãoencontra fundamente na Escritura. Diz J. P. Boyce:"Guiados por fábulas rabínicas e guiados pelas idéias peculiares da filosofia oriental, alguns têmconcebido que sobre cada pessoa nesta vida um anjo vigia para guardá-la e protegê-la do mal.Esta teoria de anjo da guarda tem sido sustentada de várias formas. Uns confinaram sua presençaaos bons; outros a estenderam também aos ímpios; alguns supuseram dois em vez de um anjo, -um bom e outro mau. Do mesmo modo a teoria tem sido sustentada de anjos da guarda sobrenações; uns limitando-a a boas nações, outros estendendo-a a todas. Que tais idéias existiam entreos judeus e que prevaleceram também entre os cristãos primitivos, pode admitir-se; masautoridade escriturística para elas falta" (Abstract of Systematic Theology, pág. 179).Há, realmente, apenas duas passagens que sugerem mesmo esta doutrina de um anjo da guardapara cada individuo, que são Mateus 18:10 e Atos 12:15. Sobre Mateus 18:10 diz John A.Broadus: "Não há garantia suficiente aqui para a noção popular de "anjos da guarda", um anjoespecialmente designado para cada individuo; diz-se simplesmente, de crentes como uma classe,que há anjos que são seus anjos, mas nada há aqui ou noutro lugar que mostre ter um anjo o cargoespecial de um crente". (Commentary on Mathew).Em Atos 12:15 diz H. B. Hackett: "Foi crença comum entre os judeus, diz Lightfoot, que cadaindividuo tem um anjo da guarda e que este anjo pode assumir uma aparência visível semelhanteà da pessoa cujo destino lhe é cometido. Esta idéia aparece aqui, não como uma doutrina dasEscrituras senão como uma opinião popular que não é afirmada nem negada" (Comentary onActs). Sobre esta passagem Broadus também diz: "Os discípulos que estavam orando por Pedrodurante sua prisão, quando a menina insistiu em que Pedro estava à porta, saltaram logo aconclusão que Pedro fora executado e o que se dizia ser ele era "seu anjo" (Atos 12:15), segundoa noção que o anjo da guarda de um homem estava apto a aparecer com a sua forma e sua voz aosamigos logo após sua morte; mas as idéias desses discípulos estavam errôneas em muitos pontos

e não são autoridade para nós a menos que inspirada".Encerramos o assunto com mais este comento de Broadus: "Não pode ser positivamenteassegurado que a idéia de anjos da guarda seja um erro, mas não há passagem que prove ser93verdadeira e as passagens que podiam meramente ser entendidas dessa maneira não bastam comobase de uma doutrina".2. DOS ANJOS MAUS.A obra dos anjos maus será considerada mais extensivamente no próximo capítulo, o qual trata deSatanás, seu regente e guia. Basta dizer aqui que os espíritos ou anjos maus combatem contraDeus e Seus santos. Vê-se isto em Efésios 6:12 e na possessão demoníaca nos primeiros temposdo Novo Testamento.Quanto à possessão demoníaca, precisa de ser dito que o que se registra é claríssimo e decisivopara admitir-se uma simples acomodação da parte de Cristo e dos apóstolos às noções popularesmas errôneas dos judeus. É muito provável, contudo, que a possessão demoníaca foi mais comumno tempo do ministério terreno de Cristo do que agora. Isso podemos ver segundo o arquivo, queera mais prevalecente no princípio do que nos últimos tempos do Novo Testamento, ainda quenão fosse inteiramente ausente nos últimos tempos do Novo Testamento (Atos 16:16-18); eprovavelmente não é ausente hoje. Alguns médicos hoje crêem que algumas experiências e açõesdos loucos são melhor explicadas pela suposição de a mente do paciente estar sob o controle deum poder estranho. J. P. Boyce dá uma boa razão da maior prevalência de possessão demoníacanos tempos do ministério terreno de Cristo: "A grande batalha estava para se ferir entre Cristo eSatanás e liberdade incomum foi sem duvida concedida ao Diabo e seus ajudantes".94Cap 12 - Satanás: Sua origem, obra e destinoNenhum crente na inspiração plenária das Escrituras pode duvidar da existência de um diabopessoal. A realidade de semelhante entidade está indelevelmente estampada nas páginas do SantoEscrito. "Não podemos negar a personalidade de Satanás, exceto sobre princípios que noscompeliriam a negar a existência de anjos, a personalidade do Espírito Santo e a do Pai, Deus"

(Strong, Systematic Theology, pág. 223).Ainda mesmo que a Bíblia nada dissesse da existência de um tal ser, talvez fôssemos compelidosa crer na sua existência como uma explanação do poder sutil e escravizador do pecado.I. A ORIGEM DE SATANÁSA existência de um ser ímpio tal como Satanás é, em face de nossa crença em Deus como sendoinfinitamente santo e contudo criador de todas as outras coisas, apresenta esta perguntainescapável: Como vamos dar conta de sua existência?Cético tem imaginado que a pergunta: Quem fez o diabo? Oferece uma objeção irrespondível àdoutrina cristã de Deus. Mas a Bíblia responde a esta pergunta clara e razoavelmente.1. SATANÁS, UM ANJO DECAÍDO.Afirmamos isso pelas três seguintes razões:(1) Ele é da mesma natureza que os anjos. As obras atribuídas ao diabo tornam tarefa a nósimpossível compreendê-lo algo outro que incorpóreo. Se ele fosse material, limitar-se-ia aoespaço; e, portanto, não poderia prosseguir com as obras universais de impiedade a ele atribuídasna Bíblia.(2) Ele é o líder de certos anjos. Em Mateus 25:41 Cristo usa a expressão: "O diabo e seusanjos".(3) Um destino comum espera Satanás e esses anjos. Na passagem referida há pouco a Cristo Elenos conta que o inferno foi preparado tanto para o diabo como para seus anjos.95Concluímos que esses anjos dos quais Satanás é o líder e de cujo castigo ele se aquinhoará são osanjos decaídos mencionados por Pedro e Judas. Parece-nos claro, então, que Satanás mesmo é umanjo decaído.A declaração em João 8:44 para o efeito que o diabo "foi homicida desde o princípio" não precisade ser tomada como permanecendo em conflito com o precitado. A expressão "desde o princípio"não precisa de ser tomada como referindo-se ao princípio da existência do diabo: pode referir-se,e cremos que se refere, ao princípio da história humana.2. DADOS DA QUEDA DE SATANÁS.Cremos que temos na Escritura duas relações fragmentárias da queda de Satanás. Referimo-nos aEzequiel 28:12-18 e Isaías 14:12-17.A primeira dessas passagens foi endereçada ao rei de Tiro; a segunda ao rei de Babilônia. Em

ambas, mas mais especialmente na primeira, algo da linguagem é forte demais para aplicar-se aqualquer homem. Cremos que essas passagens, quais muitas outras profecias, tem uma duplareferência. Isto é verdade de algumas das profecias concernentes ao reajuntamento de Israel:sendo a sua referência imediata à volta de Israel após os setenta anos de cativeiro na Babilônia.Mas, elas fazem também uma clara referência remota ao reajuntamento de Israel disperso no fimdos tempos. Em Mateus 24:4-51 temos uma dupla referência maravilhosamente trabalhada emconjunto. A razão desta dupla referência é que a destruição de Jerusalém em 70 A. D. foi um tipodo cerco final de Jerusalém logo em precedência ao segundo advento de Cristo à terra para julgaro mundo e estabelecer o Seu reino milenial; e, sem duvida, a razão da dupla referência naspassagens que estamos considerando de Ezequiel e Isaias é que os reis de Tiro e Babilônia foramtomados como tipos "do homem do pecado" (2 Tessalonicenses 2:3,4), a "besta" do Apocalipse(Apocalipse 13 e 17), que não será senão uma ferramenta nas mãos de Satanás. Portanto, aspalavras dos profetas vêem além desses reis ao poder dominante atrás deles, dirigindo-se aSatanás através dos seus representantes. Temos outros casos onde Satanás está assimendereçados. Em Gênesis 3:15 Satanás está endereçado através da serpente, seu instrumento e emMateus 16:22,23 através de Pedro, em quem Cristo percebeu o espírito de Satanás.96(1) Referência a Satanás na sua condição Intacta. "Tu és o Selador da soma, cheio de sabedoria eperfeito em formosura; estavas no Edem, jardim de Deus, toda a pedra preciosa era a tuacobertura: sardônia, topázio, diamante, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; a obrados teus tambores e dos teus pífaros estava em ti, foram preparados no dia em que foste criados.Tu eras o querubim, ungido para cobridor e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, nomeio das pedras fulgentes andavas. Perfeito eras nos teus caminhos desde o dia em que fostecriado, até que se achou iniqüidade em ti" (Ezequiel 28:12-15).(2) Referência à queda de Satanás. "Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior deviolência e pecaste; pelo que te lançarei profanado do monte de Deus e te farei perecer, ó

querubim cobridor, do meio das pedras fulgentes. Elevou-se o teu coração por causa da tuaformosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor, por terra te lancei, diante dosreis te pus, para que a ti olhem. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércioprofanaste os teus santuários. Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo que te consumiu a ti e tetornei em cinzas sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem" (Ezequiel 28:16-18)."Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva do dia? Como foste cortado por terra,tu que debilitavas as nações? E tu dizias no teus coração: Eu subirei ao céu, por cima das estrelasde Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados doNorte. Subirei sobre as alturas das nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo derribadoserás no inferno, aos lados da cova. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: Éeste o varão que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? Que punha o mundo comodeserto e assolava as suas cidades? Que a seus presos não deixava soltos para suas casas?" (Isaías14:12-17).Destas duas relações parece claro que Satanás caiu pelo orgulho. Está isto em harmonia com asseguintes passagens:Provérbios 16:18. A soberba precede a ruína e o espírito altivo a queda.1 Timóteo 3:2,6. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível ... não neófito, para que,ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.97Por Ezequiel entendemos que Satanás acupava lugar muito elevado entre os anjos no seu estadointacto. "Eras o querubim ungido que cobrias e eu te estabeleci, de maneira que estavas sobre osanto monte de Deus". Notai que ele não era "um querubim ungido", mas "o querubim ungido"."Ungido" quer dizer separado como um sacerdote ao serviço de Deus. "O ungido querubim quecobre" alude provavelmente ao querubim que cobria o propiciatório com suas asas no templo(Êxodo 37:9). Isto parece indicar que o diabo era o líder da adoração angélica; provavelmenteocupava o lugar que agora é ocupado por Miguel, o arcanjo.II. A OBRA DE SATANAZ1. O PECADO ORIGINADO NO UNIVERSO. As passagens supra, que dão um relato velado da

queda de Satanás, apontam-nos a narrativa mais antiga que temos na Bíblia sobre o pecado.Sabemos que Satanás caiu antes do homem, porquanto Satanás solicitou o homem ao pecado. "Opecado não foi uma criação mas uma origem: veio a existir pelo auxilio daquele que teveexistência anterior, nomeadamente, personalidade e o poder de livre escolha. Deus não criou esseser como o Diabo, mas como um anjo santo, o qual originou o pecado pela desobediência e setransformou no diabo ímpio que é hoje (Bancroft, Elemental Theology).2. INTRODUZIU O PECADO NA FAMÍLIA HUMANA. Gênesis 3:1-16. Há uma conexãoíntima entre o que notamos de Isaias a respeito do diabo e o seu método de seduzir Eva. Satanásfoi enxotado do céu porque disse: "Far-me-ei semelhante ao Altíssimo". Ele enganou Eva pordizer-lhe que, em vez de morrer como resultado de comer o fruto proibido, torna-se?ia ela "comoDeus, conhecendo o bem e o mal".3. POSSUI E CONTROLA O MUNDO Jó 9:24; Mateus 4:8,9; João 12:31; 14:30; 16:11; 2Coríntios 4:3,4; Efésios 6:12. Deus possui o mundo (Salmos 24:1), mas, como lemos em Jó 9:24,o mundo foi dado na mão de Satanás temporariamente e Satanás o domina, sujeito a taislimitações como Deus se apraz impor. Vide Salmos 76:10.4. ACUSA O POVO DE Deus. Jó 1:6-9; 2:3-5; Apocalipse 12:9,10. "Diabo" significa "acusador"ou "enganador".985. TAMBÉM PROVA, ESCONDE, RESISTE E ESBOFETEIA. Lucas 22:31; 1 Tessalonicenses2:18; Zacarias 3:1; 2 Coríntios 12:7.6. PROCURA OPOR-SE E ESCONDER A OBRA DE DEUS. Mateus 13:39; Marcos 4:15; 2Coríntios 11:14,15; 2 Tessalonicenses 2:9,10; Apocalipse 2:10; 3:9.7. TENTA, ENLAÇA E GUIA OS HOMENS AO MAL. 1 Crônicas 21:1; Mateus 4:1-9; João13:2,27; Atos 5:3.8. CONTROLA E CEGA OS PERDIDOS. João 8:44; 12:37-40; Atos 26:18; 2 Coríntios 4:4; 2Timóteo 2:26. A cegueira em 2 Coríntios 4:4 e aquela em João 12:37-40 são o mesmo. Sua causaimediata é a depravação da natureza carnal. Diz-se que o diabo é o autor desta cegueira porqueela é o autor do pecado. Na derradeira passagem é atribuída a Deus porque é pela vontade

permissiva de Deus que se concedeu ao diabo trazer o pecado ao mundo. Para mais extensadiscussão desta cegueira vide o capítulo sobre a livre agencia do homem.9. CAUSA ENFERMIDADES. Lucas 13:16; Atos 10:38.10. TEM O PODER DA MORTE. Hebreus 2:14.Mas, graças sejam dadas a Deus, toda a obra de Satanás está senhoreada pela onipotência eonisciência de Deus e é feita para operar ultimadamente para glória de Deus e para o bem dossantos. Vide Salmos 76:10; Romanos 8:31; 2 Coríntios 12:7; Efésios 1:11.Na queda de Pedro temos um exemplo excelente de como Deus é glorificado e os santosbeneficiados mesmo atravéz da tentação do diabo que atualmente produz o pecado nas vidas dossantos. A experiência de Pedro em negar a Cristo fê-lo homem diferente dele mesmo. Nojulgamento de Jesus ele Pedro acovardou-se ante uma criadinha, mas no Pentecostes ele topou amultidão dos crucificadores de Cristo com palavras ardentes de condenação. A queda de Pedrotirou-lhe a Fiúza em si mesmo. Assim, Satanás, buscando a completa ruína de Pedro, como eleteve a de Jó, peneirou a palha e deixou o trigo. Podemos ver também que as aflições de Satanástrouxeram no fim maiores bênçãos a Jó.III. O DESTINO DE SATANAZ99A noção comum que Satanás está agora no inferno não é correta. O mesmo é verdade da idéia deSatanás ficar sempre no inferno como o que inflige tormento sobre outros. Ele habita agora nosares (Efésios 6:11,12), tem acesso a Deus (Jó 1:6) e é ativo sobre a terra (Jó 1:7; 1 Pedro 5:8).Mas, finalmente, Satanás será lançado no inferno.Já notamos que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos. Na passagem seguinte temos arelação de como ele será lançado no inferno:"E o diabo que os enganou foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde também estão a besta e ofalso profeta; e serão atormentados dia e noite para todo o sempre" (Apocalipse 20:10).Isto é para acontecer ao cabo do "pouco tempo", durante o qual é para Satanás ser solto outra vezapós o milênio. Precedendo o milênio, a besta e o falso profeta serão lançados no lago de fogo(Apocalipse 19:20).100Cap 13 - A Criação do Homem

Temos só uma coisa a inquirir neste capítulo e essa é o método de Deus na criação do homem. Oestado original do homem será tratado num capítulo mais tarde, como será também a natureza dohomem.Criou Deus o homem por um ato direto? Ou foi por meio e pelo processo de evolução das formasmais baixas da vida? Afirmamos que foi por um ato direto. Para prova disto, notamos:I. ARGUMENTOS DA EVOLUÇÃO REFUTADOS1. O ARGUMENTO DA GEOLOGIA.Dizem-nos que um exame de restos fossilizados mostra que as várias formas de vida na terra nãose originaram todas de uma vez, mas sucessivamente e que, como regra, a sucessão procede dasformas mais simples para as mais complexas.Em resposta a este argumento, seja primeiro observado que a asserção supra, mesmo severdadeira, não prova a evolução de uma espécie para outra na ausência do registro geológico deelos conectores entre as espécies. Mais tarde notaremos mais em minúcia a ausência de elosconectores no registro geológico. Em face a essa ausência, caso fosse verdadeiro tudo quanto seafirma sobre a sucessão dos fosseis, o registro geológico apenas provaria uma sucessão deespécies e não de evolução.Mas, quanto à sucessão das espécies, ninguém menos que T. H. Huxley declara: "Na atualcondição de nossos conhecimentos e de nossos métodos um veredicto ? "não provado e nãoprovável" ? deve ser arquivado contra todas as grandes hipóteses dos paleontologistas a respeitoda sucessão geral da vida no globo" (Lay Sermons, pág. 213, London, 1883). E GeorgeMacCreay Price, no seu livro "Os Fundamentos da Geologia" explodiu completamente esta"teoria casca de cebola", assim chamada, de épocas sucessivas quando apenas existiam certasformas de vida.101Eis aqui algumas das afirmações do Professor Price, achadas no seu notável "Q. E. D.": "Éverdade que no princípio do século dezenove Sir Charles Lyell e outros tentaram dar de mão aesta herança não cientifica das cascas de cebola de Werner, mas a geologia moderna nunca selivrou ainda de sua idéia assencial e mais característica, pois todos os nossos compêndios falam

de várias fases quando só certos tipos de vida prevaleceram sobre o globo. Daí é que Whewell,na sua "História das Ciências Indutivas" recusa reconhecer que qualquer avanço real se tenhafeito na direção de uma ciência estável como a astronomia, física e química. "Custosamentesabemos", diz ele, "se o progresso começou. A história da astronomia física quase principia comNewton e poucas pessoas aventurar-se-ão a afirmar que o Newton da geologia tenha aparecido"."A ciência da geologia, conforme se ensina comumente, está verdadeiramente numaespantosíssima condição e sem dúvida apresenta a mistura mais esquisita de fato e absurdo aencontrar-se no circulo todo de nosso conhecimento moderno ... Que gente educadíssima aindacreia na sua tese principal de uma época definida para cada espécie particular de fóssil éexemplo triste mas instrutivo dos efeitos da inércia mental"."Mas a teoria de eras definitas e sucessivas, com as formas de vida aparecendo na terra numaordem precisa e invariável, está morta em todo o tempo por vir e para cada homem que tenhabastante treino e métodos científicos para saber quando uma coisa está realmente provada".E dos "Fundamentos da Geologia" do Professor Price disse Gilbert E. Bailey, primeiro professorde geologia na Universidade de Califórnia: "Foi preciso. Creio que descascastes completamente ateoria casca de cebola".2. O ARGUMENTO DA EMBRIOLOGIA.Alega-se, geralmente, entre os advogados da evolução, que o embrião humano, no seudesenvolvimento, passa pelas mesmas mudanças que eles supõem ter passado o homem na suaevolução da ameba, recapitulando assim a evolução da raça. Ou, para ser mais explícito, oargumento da embriologia, inclui as seguintes três asserções: Primeira, que os germes dasplantas, dos animais e do homem são idênticos, não mostrando nenhuma diferença tanto naanálise química como sob o microscópio; Segunda, que, no desenvolvimento do embriãoachamos uma recapitulação da história antepassada do organismo particular a que pertence o102embrião; Terceira, que, quando isto é comparado com outros achados da ciência, e a ordem dascoisas vivas, segundo são classificadas pela ciência, apresenta uma sucessão completa de formas

desde a ameba ao homem.Em resposta a este argumento desejamos dizer:(1) A semelhança entre o germe das plantas, dos animais e do homem é só aparente e superficial.Isto é verdadeiro pelas seguintes razões:A. O protoplasma de um dado germe não pode ser homogêneo, conquanto assim pareça.Uma parte desse protoplasma sempre se desenvolve em sangue, outra em músculos, outra emcélulas cerebrais. Se o protoplasma fosse homogêneo, então tudo que sabemos de causa e efeitocompelir-nos-ia a crer que o ser dele desenvolvido seria exatamente homogêneo em todas as suaspartes. Em vez de se formar uma conclusão que destrói a lei bem estabelecida de causa e efeito,muito melhor é concluir que o protoplasma de um germe parece homogêneo só porque não temosos meios necessários para descobrirmos sua heterogeneidade.B. O mesmo argumento se aplica com força sempre maior à contenção que o germe do homem éexatamente igual aos das plantas e dos animais.Se são exatamente iguais, porque o homem se desenvolve invariavelmente de um, um animal deoutro e uma planta de outro sem jamais uma reversão? Desde que os cientistas empreenderamexplicar os segredos da vida, expliquem-nos eles isto. E, até que o façam, pedir-lhes-emos quefiquem acusados de ensinar uma teoria não cientifica.(2) É também verdadeiro que o embrião humano no seu desenvolvimento retraça a históriaantepassada da raça, mas por uma afirmação que paira somente num fundamento aparente esuperficial.A. O embrião da espécie humana nunca é realmente semelhante a um verme, a um peixe, a umréptil ou mesmo a um dos animais mais elevados.103Assim diz o Professor Thompson em "Outline of Zeology", pág. 64. Os invertebradospermanecem dobrados para trás e os vertebrados dobram em direção oposta em redor da gema doovo. Tudo o que se pode afirmar verdadeiramente a respeito da similaridade embriológica estáexposto pelo Professor Hegner, da Universidade de John Hopkins, nas palavras seguintes: "Certasfases neste desenvolvimento têm sido reconhecidas como comuns a todos os animais maiselevados" (College Zoology). Notai que ele inclui somente os animais mais elevados. E ele não

afirma uma similaridade exata entre os embriões mesmo dos referidos animais, senão quesomente em certas fases de desenvolvimento são comuns a todos eles.Essas fases de desenvolvimentos que são comuns a todos os animais mais elevados são dadaspelo Professor Hergner como segue: (1) Fendagem ou a divisão da célula simples do ovo emoutras células. (2) a formação de uma cavidade no centro do ovo. (3) Gastrulação ou oengraçamento das células num lado do ovo. (4) Introversão, por meio da qual se formam camadasde germe adicionais. Quando está completa aquela segunda fase em que se forma a cavidade docentro, o ovo é como uma bola de borracha oca e a cavidade do centro está rodeada por umacamada simples de células; mas o lado que está endurecido na terceira fase curva-se para dentro eassim o ovo assume grosseiramente o feitio de uma ferradura e vem a possuir uma dupla camadade células. E o Professor Hergner nos diz que "a maioria dos animais mais elevados tem umaterceira camada que aparece comumente entre as outras duas". (5) O desenvolvimento dessascamadas em órgãos. A camada mais externa desenvolve-se em pele do corpo, na coberta dosvários corpos e no sistema nervoso. A camada do meio desenvolve-se em músculos, tecidos deconexão e sustento, no sangue e nos vasos sanguíneos. A camada interna desenvolve-se nacoberta do trato digestivo, na faringe e no trato respiratório.Agora, se houvesse exata similaridade entre as fases de desenvolvimento em todos os animaismais elevados, isso nada provaria a favor da evolução; porque é só para ser esperado que o planoperfeito do Deus onisciente teria fases comuns na reprodução das formas mais elevadas da vida.Mas não há exata similaridade entre as fases de desenvolvimento de todos os animais maiselevados. Topamos uma diferença importante logo na primeira fase do desenvolvimento do ovoou germe. Há quatro tipos distintos de divisão da célula: (1) Divisão igual, onde o ovo se divideem duas partes iguais e estas em quatro, etc.; (2) Divisão desigual, onde se formam uma célula104grande e outra pequena; (3) Divisão discoidal, onde o ovo inteiro não se divide, mas onde seformam na superfície células pequenas; (4) Divisão superficial, onde o núcleo do ovo se divide

rapidamente e as novas células emigram para a superfície e formam uma camada simples decélulas.Desde que um dado ovo não pode sotopor-se a cada tipo de divisão, é obrigatória uma divisãologo na primeira fase entre algumas das formas mais elevadas da vida.Uma segunda diferença já então se apresentou na citação do Professor Hegner em que elemenciona o fato de na quarta fase só a maioria de os animais mais elevados desenvolverem umaterceira camada de células.Não admira, pois, que o Professor Conn, em "Evolution of Today", admita que a embriologiamuitas vezes dá uma história falsa e que o paralelo é grandemente uma grande ilusão.3. O ARGUMENTO DA MORFOLOGIA.Tem-se achado que há uma similaridade de plano entre a escama de um peixe, a barbatana deuma baleia, a perna de um animal e o braço de um homem; bem como uma medida desimilaridade entre outras partes correspondentes. Por causa disto dizem os evolucionistas quetodas estas espécies provêem de um antepassado comum.Mas, em resposta a isto, Huxley, em "Study of Zoology", pág. 86, diz: "Nenhuma quantidade deevidência puramente morfológica pode bastar para provar que umas coisas vieram a existir de ummodo mais do que de outro". E o Professor Quatrefages, do Museu de Ciência Naturais, de Paris,escreve o seguinte: "Sem deixar o domínio dos fatos e julgando somente do que conhecemos,podemos dizer que a morfologia em si mesma justifica a conclusão que uma espécie nuncaproduziu outra por derivação".Nós, portanto, riscamos o argumento provindo da morfologia com o seguinte comentário deAlexandre Patterson:"Esta parecença de partes é bem o que deveríamos esperar das coisas que se originam de umoperador inteligente, seja criador, seja manufaturador. Encontra-se em qualquer fabrica. A roda é105a mesma do carrinho de mão, na carroça, na carruagem, na locomotiva. De fato, a uniformidadede plano prova a unidade causal e não a diversidade de causas fortuitas reclamada pelosevolucionistas. Se a evolução fosse verdade, haveria tanta diversidade no meio dos órgãos como

há no meio das formas dos órgãos. Se a operação de condições fortuitas resultará em mudançasradicais nas formas dos órgãos, por que então não há uma diversidade semelhante no meio dospróprios órgãos? A evolução não tem resposta. A criação tem tal resposta; um é Deus e o Seuplano é um. Porque não deveriam ser iguais as formas de todas as coisas, sendo que são paraviver nos mesmos climas, comer o mesmo alimento e propagar-se da mesma maneira?" (O outrolado da Evolução, pág. 45).4. O ARGUMENTO DAS PARTES RUDIMENTARES DO HOMEM.Afirmam os evolucionistas que há certos órgãos e partes no homem que são inúteis e que osmesmos devem ser considerados como relíquias de órgãos e partes úteis em nossos antepassadossupostamente inferiores na sua evolução. Dizem eles que os cabelos compridos de nossassobrancelhas, as pontas e todo o exterior do nosso ouvido, os cinco dedos do pé, as reentrânciasnos pescoços dos embriões, o apêndice e, possivelmente, as amídalas, são tudo relíquias de nossaascendência bruta.A resposta a isto é simples. De fato, todo este argumento encarna tanta ignorância e tão pouca sãrazão que é estranho que qualquer pessoa inteligente tivesse a temeridade de o apresentar.Notai os seguintes pontos:(1) Ainda que não se possa achar utilidade para certas partes no homem, todavia não é certo quesejam inúteis.O homem ainda não avançou tão longe que possa estar certo de que não descobrirá novos fatosque lançarão luz sobre tais problemas como este.(2) O apêndice talvez tenha tido um uso puramente humano nos primórdios de sua história,quando os seus hábitos foram diferentes.106Tem havido bastantes mudanças nos hábitos de vida do homem, particularmente quanto à suadieta, para explicar-se a existência do apêndice sem o mesmo tempo assumir-se que ele foiherdado de uma suposta ascendência bruta. Tem sido afirmado, por exemplo, que o coelho, porcausa de sua dieta exclusivamente vegetal, acha uso para o seu apêndice. Provavelmente ohomem também o achou quando ele viveu mais de uma dieta vegetal. Assim, quando os homensassumem que tais coisas como as mencionadas são restos de uma ascendência bruta, fazem-no

arbitrariamente.(3) Nenhuma razão pode ser dada porque devêramos ter herdado sobrancelhas aparte de todo ocabelo que cobre a face de um antepassado macacoide.O uso de roupa supre aos evolucionistas uma explicação plausível porque o manto comprido depelo do macaco não continuou no homem. Não se proporciona, contudo, igual explicação para aausência de cabelo sobre a testa nua. E a força do uso de roupa como razão para a ausênciacomparativa de cabelo comprido sobre o corpo humano está grandemente enfraquecida pelamesma ausência na testa humana.(4) De que serviram aos nossos antepassados as pontas da orelha?A menos que as mesmas foram úteis aos nossos antepassados de um modo que não para nós,nossa posse delas, então, não pode ser invocada como argumento para a evolução.(5) A asserção que toda a orelha exterior é inútil é quase demasiada tola para merecer atenção.Observai os comparativamente surdos quando levam a mão em concha através da orelha parafacilitar a audição ... Nada mais é preciso dizer em resposta a esta ignorante noção.(6) quando o pé está nu, são os dedos de valor perceptível em balançar o corpo.Não há duvidas que, por bastante tempo, os sapatos foram pouco conhecidos após a criação dohomem. Vemos assim a necessidade dos dedos.(7) As reentrâncias são necessárias, não resta duvida, à própria manutenção do embrião.107Através delas o fluido circo-ambiente ganha acesso e, sem dúvida, preenche alguma necessidadeno desenvolvimento dos órgãos internos.5. O ARGUMENTO DE CARACTERISTICOS HUMANOS NOS ANIMAIS.Um argumento da evolução se deduz do fato que se acham animais com memória, amor, ódio,ciúme e pelo fato que podem planear e usar de meios, admirar a beleza e, nalguns casos,combinar em esportes. Mas isto nada prova mais do que uma certa soma de similaridade na vidaíntima dos animais e do homem. Como no argumento da morfologia, este argumento provaapenas um grau de unidade de plano por parte do Criador. Argüiramos da mesma maneira que osanjos evoluíram dos homens em vista do fato que o homem possui certas características emcomum com os anjos; e, na mesma base, podíamos argumentar que o homem evoluiu do diabo.

6. ARGUMENTO DA DISTRIBUIÇÃO DE ANIMAIS.Diz-se que certos animais se encontram em certas regiões, o que é tomado como evidencia queeles evoluíram de onde de encontram. A asserção supra é em parte falsa. Em uma das IlhasBermudas encontram-se lagartos iguais aos da Austrália; noutra iguais ao da América. Huxleyafirmou que na vizinhança de Oxford, Inglaterra, acham-se restos de animais como os daAustrália. Mais: ele afirma que as Ilhas Britânicas estiveram uma vez ligadas à África. Se isto forverdade (e não há razão por que não deveria ser), essas ilhas estiveram indubitavelmente ligadastambém com a Europa. E é também perfeitamente provável que a Ásia e a América do Norteestiveram ligadas no Estreito de Béring, se não em outros pontos. Assim é verossímil que,originalmente, todos os continentes estiveram visivelmente ligados e os animais destarteespalhados. Então morreram em regiões a eles não adequadas ou se tornaram extintas devido ainimigos predatórios. O fato de os restos de apenas certos animais poderem ser achados numalocalidade dada não é prova que eles são os únicos que jamais existiram lá. As relíquias nãopodem de nenhum modo ser creditadas como darem um arquivo perfeito da vida animal.II. FATOS CIENTÍFICOS OPOSTOS À EVOLUÇÃOA evolução é uma teoria não sustentada por fatos imparciais. É uma cisma selvagem. A únicacausa de sua invenção é que ela ministra ao orgulho do homem natural e o auxilia a desfazer-se108de concepção que lhe são desagradáveis ao coração ímpio e rebelde. Seus sentidos são obtusos aomáximo para perceberem coisas espirituais. Assim os milagres são-lhes repugnantes; portanto,ele busca uma explicação materialista da vida. Não há um só fato em prova da evolução, masmuitos fatos contra ela. Os seguintes fatos são alguns deles:1. A IMPOSSIBILIDADE DE SE DAR CONTA DA LINGUAGEM NA BASE DAEVOLUÇÃO.Diz o Professor Max Mueller: "Há uma barreira que ninguém ainda se aventurou tocar, - abarreira da linguagem. A linguagem é o nosso Rubicon e nenhum bruto jamais ousa transpô-lo... Nenhum de seleção natural destilara jamais palavras significantes das notas de pássaros eanimais". (Lesson on the Science of Language, pág. 23, 340, 370).

2. A IMPOSSIBILIDADE DE SE DAR CONTAS DE OUTRAS COISAS NA BASE DAEVOLUÇÃO.As coisas seguintes de que a evolução não pode dar conta são tiradas de "Evolution at the Bar"(P. Mauro):(1) As asas das Aves.Segundo a evolução, as asas das aves "devem ter-se desenvolvido cada uma indepentende daoutra do que no princípio era um calombo ou protuberância acidentais nas costas de um réptilimplume. Mais ainda, devem ter-se perpetuado, com desenvolvimento firmemente progressivo,guardando passo uma com a outra, através da progênie de gerações sem conta, durante todoreferido tempo essas excrescências inaturais seriam, não uma vantagem senão, decididamente,um entrave aos seus possuidores. Mas isto não podia prosseguir sob a "lei de Seleção Natural",porque essa "lei" tolera somente a promoção de variações úteis; logo, a Seleção Natural destruiriarapidamente tais variações. Mas, conversamente, as asas da ave destroem a Seleção Natural. AEvolução não pode dar conta das asas, quer por Seleção Natural, quer por qualquer outro métodode operação. Muitos evolucionistas competentes têm admitido isto (entre eles Herbert Spencer);contudo, agarram-se à Evolução, não obstante a impossibilidade de proporem um método peloqual ela pudesse operar".109(2) Os hábito da aranha aquática.A aranha aquática respira o ar e contudo vive debaixo d?água! Ela constrói sua casa debaixod?água e a enche de ar. Como chegou ela a tão estranhos hábitos? A evolução não tem resposta.A vida da aranha aquática exige uma equipamento muito complexo. Tudo dela não podia ter-sedesenvolvido quer fora d?água, que na água, segundo os métodos evolucionários. Se ela viveusempre na água, a evolução não tem explicação do fato de ela respirar o ar. Se ela primeiro viveuem seco, e evolução não pode explicar como ela desenvolveu a habilidade de viver debaixod?água; porque isso teria sido impossível sem o seu equipamento altamente especializado, queconsiste de ? (1) Pelos protetivos para prevenirem-na de se molhar. (2) O órgão ou órgãospróprios para secreção de um material a prova de água. (3) A habilidade de formar esse material

dentro de uma célula estanque. (4) O estranho aparelho para encher sua casa de ar. (5) Os váriosinstintos maravilhosos que causam a consecução dessas notáveis funções. Nenhuma delas seriade valor incompleto de desenvolvimento. Da aranha aquática requerer-se-ia viver dentro d?águapor séculos sem conta para o desenvolvimento deste equipamento, mas ela não poderia viverdentro d?água sem o equipamento! Até aí para a evolução da aranha aquática.(3) A habilidade produtora de seda de outras aranhas.Para a produção de seda estão as aranhas munidas de ? (1) Glândulas capazes de destilarem umfluido que se endurece instantaneamente e se cristaliza em seda quando exposto ao ar. (2)Fianderinhas (três) assemelhando-se a pernas, perfuradas nas pontas com miríades de tubosexcessivamente delgados com o fim de enovelarem o fluido em fios tão pequenos que a união demilhares deles faz uma trança de seda escassamente visível a olho nu. (3) Pernas traseirasadaptadas à função altamente especializada de formar milhares desses filamentos microscópicosnum fio. E, neste caso, assim como no primeiro, pode-se indicar que nenhuma destas seria deutilidade alguma sem as outras, nem todas elas juntas seriam de utilidade alguma, salvo no atualestado completo de desenvolvimento. Se as fianderinhas tivessem menos que o número de tubosque elas têm agora, não haveria a área de exposição ao ar para efetuar o endurecimento do fluidoem seda. A Seleção Natural não teria tolerado nenhum desses órgãos num estado incompleto dedesenvolvimento.110Não é necessário que continuemos com o tratamento minucioso dos órgãos e instintos dasabelhas e hábitos do castor. Em ambos os casos a evolução colapsa numa tentativa de explicaçãomuito no mesmo jeito como nos casos já mencionados.(4). O fato que as características adquiridas e as variações fortuitas não são regularmentetransmissíveis.A evolução ensina que um calombo fortuito aparecendo no corpo de algum animal perpetuou-se efinalmente desenvolveu-se em pernas, que as manchas sensitivas fortuitas que deram umasensação agradável quando viradas na direção do sol, fazendo assim o animal guarda-las na

direção do sol, transmitiram-se, e, sob o estímulo da luz, desenvolveram-se em olhos. Todavia,todo esforço para provar a transmissibilidade de características adquiridas e variações fortuitasterminou em sombrio fracasso. Todas as venetas e esportes podem ocorrer, mas não se propagamregularmente em espécies iguais. Há sempre uma reversão ao tipo na vasta maioria dasdescendências. Uma criancinha pode nascer com seis dedos nas mãos, ou nos pés, e com alguémde sua progênie pode acontecer o mesmo, mas uma variação tal nunca torna permanente.Professor Coulter, da Universidade de Chicago, diz: "(1) É geralmente crido que os caracteresadquiridos não são herdados. (2) A mais leve variação usada pela teoria de seleção natural nãopode ser continuada pela seleção contínua além dos limites das espécies. (3) As formasconservadas pela seleção artificial revertem. (4) A seleção entre tais variações leves é uma quepode ter nenhuma vantagem decidida". George McCready Price diz: "Algumas vezes a Lei deMendel é chamada de lei de herança alternativa, assim incorporando no seu nome o pensamentoque uma descendência possa mostrar caracteres possuídos por um dos pais ou pelo outro, mas elanão pode desenvolver quaisquer caracteres que sejam que não fossem manifestos ou latentes noascendente. Mudanças no ambiente durante a fase embrionica, é verdade, parecem algumas vezesestar registradas na forma crescente; mas nunca se provou que essas mudanças induzidas possamem algum tempo avultar numa unidade de caráter ou fator genérico que se manterão e segregarãocomo um fator distinto depois da hibridização. A ascendência só fornece o material para o fator enenhuma quantidade de mudança induzida consegue registrar-se no organismo de maneira aentrar nesse circulo encantado de caracteres ancestrais, único que parece estar transmitido àposteridade". (Q. E. D., pág. 91).111(5) A lei universal de retrogressão em vez de progressão.O professor George McCready Price diz: "É uma lei universal das coisas vivas que todas asformas deixadas a si mesmas tendem a degenerar. A necessidade de seleção artificial contínua nabeterraba, no algodão da Ilha do Mar, no milho, no gado Jersey e Holstein e nos cavalos de trote,

prova esta tendência universal para degenerar" (Q. E. D., pág. 94). O Professor A. H. Sayce, esseeminente arqueologista de Oxford, diz: "Quanto mais antiga a cultura, mais perfeita se acha ser.Este fato é muito notável em vista de teorias modernas de desenvolvimento e de evolução dacivilização dentre a barbárie. Seja qual for a razão, tais teorias não surgem pelas descobertas daarqueologia. Em vez do progresso que se devera esperar, achamos retrogressão e decadência."(Homiletic Review, June, 1902).(6) O intervalo entre os vertebrados e invertebrados no reino animal.A evolução não tem podido transpor este intervalo provadamente e demonstrar como os animaisde espinha dorsal evolveram dos que a não tem. Prof. Hegner, da Universidade de John Hopkins,no seu "College Zoology", pág. 619, cita com aprovação Wilder, assim: "A origem dosvertebrados está perdida na obscuridade de formas a nós desconhecidas". Mas, se a ciêncianalgum tempo o demonstra, haverá um consolo para nós: a demonstração pode monstrar-noscomo remediar a falta de espinha de pregadores pés de lã e compromissórios.(7) O intervalo entre as diferentes espécies de cada classe.Cândidos estudantes de geologia dizem-nos que as espécies aparecem de repente no arquivogeológico sem formas intermediárias. E entre os incontáveis animais e insetos em existência nãohá um elo de ligação entre as espécies. Isto é a cruz da teoria evolucionista em geral e é aqui quea evolução está destituidissima de prova. Deixada está ela como um litigante num tribunal, comas suas testemunhas mais importantes dolorosa e ominosamente ausentes. Contudo, urge olitigante em que o tribunal decida a seu favor no pressuposto que a questão seria provada se elepudesse apresentar as testemunhas que não pode e para cuja ausência não pode oferecer razão. Oevolucionista é um indivíduo estranhamente crédulo. Ele está tão acostumado a vôos tontos da112imaginação que não acha dificuldade em trepar de espécie em espécie tanto no registro geológicocomo entre as formas vivas sem se aborrecer com os intervalos escancarados entre as espécies.Dizemos isto de nós mesmos, ou não dizem também o mesmo os cientistas? O Dr. Robert Wattsdiz: "O registro das rochas nada sabe da evolução de uma forma mais elevada vinda de uma mais

baixa... Tanto a natureza como a revelação proclamam-se lei inviolável, que o igual produzigual". O Dr. J. B. Warren, da Universidade de Califórnia, disse: "Se a teoria de evolução forverdadeira, então, durante os muitos milhares de anos cobertos no todo ou em parte atualconhecimento humano, seriam certamente conhecidos alguns casos de evolução entre uma e outraespécie. Nenhum caso tal é conhecido". O Dr. David Brewster declara: "Temos prova absoluta daimutabilidade das espécies, quer a sondemos nas épocas históricas ou geológicas". Sir WilliamDawson, grande geólogo canadense, diz: "Não há evidencia direta que no curso de tempogeológico uma espécie mudou-se gradual ou repentinamente noutra" (Modern Ideas of Evolution,pág. 118). O Professor Winchell diz: "O grande fato obstinado que toda forma da teoria encontralogo de início é, que, não obstante as variações, estamos ignorantes de um só caso de derivaçãode uma boa espécie doutra. Vasculhado tem sido o mundo por um exemplo, e ocasionalmentepareceu por algum tempo como se um exemplo tivesse sido achado da originação de uma espéciegenuína por agencias naturais assim chamadas, mas apenas damos expressão a admissão de todosos recentes advogados das teorias de derivação quando anunciamos que o há muito procuradocalvário experimental não foi descoberto" (The Doctrine of Evolution, pág. 54). Diz o ProfessorConn: "Será admitido de todos os lados que nenhum exemplo inquestionável foi observado deuma espécie ser derivada de outra." (Evolution of Today, pág. 23). O Dr. Etheridge, do MuseuBritânico, perito em fossiologia, diz: "Em todo este grande museu não há uma partícula deevidência da transmutação das espécies. Nove décimos da prosa dos evolucionistas são escarradatolice, não achada nas observações e totalmente desamparadas pelos fatos. Este museu está cheiode provas da completa falsidade de suas idéias." O Professor Lê Conte, da Universidade deCalifórnia, diz: "A evidência da geologia hoje é que as espécies parecem vir à existênciarepentinamente e em completa perfeição, ficam substancialmente imudáveis durante o termo desua existência e morrem em completa perfeição. Outras espécies tomam seus lugares porsubstituição, aparentemente, não por transmutação".113

(8) O tremendo intervalo entre o animal mais elevado e o homem.O Dr. Frederich Pfaff, professor de ciência natural na Universidade de Erlangen, diz: "Emnenhum lugar dos depósitos mais antigos se vê um macaco que se aproxima mais de perto dohomem, ou homem que de perto mais se aproxima de um macaco, ou talvez de homem nenhum.O mesmo hiato que se acha hoje entre o homem e o macaco retrocede em indiminuidas largura eprofundidade ao período terciário. Só este fato basta para fazer sua ininteligibilidade clara a quemquer que não esteja penetrado pela convicção da infalibilidade da teoria de transmutação graduale desenvolvimento progressivo de todas as criaturas organizadas" (Age and Origin of Man, pág.52). Lê Conte diz: "Os homens mais primitivos até agora achados não são em nenhum sentidoelos conetivos entre o homem e o macaco. O crânio de Mentone é de tamanho médio ou mais quemédio, enquanto o de Neanderthal, também muito antigo, é de tipo inferior, mas em nenhumrespeito intermediário entre o homem e o macaco, sendo verdadeiramente homem". O Dr.Virchow, que foi a autoridade alemã mais alta em fisiologia e estilizado o "chimico dianteiro doglobo", sendo o originador da teoria do germe, disse: "A forma intermediária é inimaginável,salvo num sonho". E outra vez: "É tudo asneira. Não pode ser provado pela ciência que o homemdescendeu do macaco ou de outro animal. Desde o anúncio da teoria, todo o conhecimentocientífico real caminhou na direção oposta. A tentativa de achar a transição do animal ao homemacabou em fracasso total".III. FATOS BÍBLICOS OPOSTOS À EVOLUÇÃOAté aqui discutimos a evolução de um ponto de vista científico. Isto fizemos porque todo oestudante da Bíblia bem informado devera saber algo do aspecto científico deste assunto. Umarefutação inteligente da evolução pela Bíblia é impossível sem algum conhecimento correto doaspecto científico.Viramos agora a notar o ensino da Bíblia em referência a evolução. Alguns eruditos da Bíbliaacham que a Bíblia não está em antagonismo necessário com a teoria da evolução; mas está e,especialmente, com referência às seguintes matérias:1. O MÉTODO DE CRIAÇÃO DO HOMEM.114

A Bíblia declara que o homem foi criado do pó da terra (Gênesis 2:7; 3:19; 18:27; Jô 10:9; 34:15;Salmos 104:14; Eclesiastes 12:7), não de formas de vida previamente existentes, como seria ocaso se a evolução fosse verdadeira.2. O MÉTODO DE CRIAÇÃO DA PLANTA.Refere a Bíblia que Deus criou "toda planta do campo antes que estivesse na terra e toda erva docampo antes de crescer" (Gênesis 2:5). Por outro lado, a evolução alega que as plantas seproduzem por desenvolvimento gradual e evolução de uma para outra. A evolução afirma aprodução por crescimento; a Bíblia ensina a produção antes do crescimento.3. O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM.De acordo com a Bíblia, o homem foi criado santo e justo, caiu desse estado, trazendo o pecadoao mundo (Gênesis 1:27; Eclesiastes 7:29; Romanos 5:12-21; 1 Coríntios 15:22). Mas a evoluçãonão tem lugar para um estado original santo do homem, nem para a entrada do pecado através deuma queda.4. O COMEÇO DA RAÇA HUMANA.Aprendemos da Bíblia que a raça humana começou com um homem, Adão. Mas, se a evoluçãofosse verdadeira, é certo que muitos seres humanos teriam sido produzidos simultaneamente e emvárias partes da terra.5. O MÉTODO E O TEMPO DA CRIAÇÃO DA MULHER.O relato escriturístico da criação da mulher representa-a como sendo criada conforme o homem ede uma costela tirada do homem. Por outro lado, a evolução teria necessariamente produzido afêmea com o macho, do contrário a procriação teria sido impossível.6. A PERMANENCIA DAS ESPÉCIES.Lemos que Deus prescreveu que cada espécie de animal produzisse "segundo sua espécie". Istonega a hipótese evolucionária da transmutação das espécies.115IV. OS EFEITOS ESPIRITUAIS DA EVOLUÇÃOO Professor Jonathan Rigdon, Ph. D., no seu "Ciência e Religião", diz que "tanto quanto àreligião concerne, não faz diferença, absolutamente, se a hipótese da evolução é verdadeira oufalsa". Discordamos fortemente desta posição, não somente porque se opõe à Bíblia, mas tambémpor causa dos seus pestilências efeitos espirituais. O Professor Virchow eminentíssimo entre ospatologistas europeus, denunciou a evolução como ruinosa ao estado e disse que ela devera ser

excluída das escolas. É ruinosa ao estado e a tudo de valor no reino secular, mas muito maisruinoso no espiritual.Alguns dos efeitos espirituais da evolução como segue:1. LEVA A CONCLUSÃO QUE A RELIGIÃO NADA MAIS É QUE UM PRODUTO DEEVOLUÇÃO.O Professor Rigdon, no livro previamente citado, diz: "Se a evolução provar-se verdadeira, entãoveremos que a religião mesma, crença em Deus e imortalidade, é o efeito mais alto da evolução.A religião então aparecerá como a suprema atitude mental que a luta pela existência desenvolveupara fazer a vida digna de se viver e para salvar a raça de extinção voluntária".Isto tanto deixa a religião como mera crença na existência de Deus e no fato da vida após morte,ou, se por crença em Deus e na imortalidade quer-se dizer o que a Escritura significa pela fé e aesperança do crente, como a evolução despreza a obra regeneradora do Espírito Santo, pela qualestas são efetuadas. Ambas estas alternativas são falsas. A religião ensinada na Bíblia é mais doque crença na existência de Deus e no fato da vida depois da morte. A evolução podia produziresta crença e contudo estar longe da fé e esperança do Cristão. A fé e a esperança do Cristão sãoconfiança em Cristo para salvação e a expectação de uma imortalidade bem-aventurada napresença de Deus. Estas se produzem, não por quaisquer meios naturais senão pelo mesmo poderque levantou a Cristo dentre os mortos (Efésios 1:19,20).2. FAZ DA BÍBLIA TAMBÉM UM DOS SEUS PRODUTOS.E não basta dizer que a evolução foi o meio de Deus para dar-nos a Bíblia, e, portanto, que aBíblia não está roubada de seu caráter sobrenatural. A Bíblia professa ter sido escrita, não por116vontade do homem, como teria sido o caso se ela viesse pela evolução, mas pela açãosobrenatural do Espírito Santo. (2 Pedro 1:21).3. DESTROI A REALIDADE DO PECADO E SUA ODIOSIDADE À VISTA DE DEUS.Aos olhos dos evolucionistas o pecado é somente imaturidade humana. O pecado não entrou nomundo como escolha deliberada de um ser humano maduro que verificou algo de suasconseqüências e não é agora o resultado de inimizade contra Deus: é, meramente, um incidenteno destino ascensional da raça.

4. SUBSTITUIU O TREINO E O BOM AMBIENTE NO LUGAR DE REGENERAÇÃO E DOSANGUE DE CRISTO.Se o pecado é apenas de relíquias de imperfeição animal, não carecemos de nada como seuremédio a não ser de tais coisas que contribuem para promover a evolução da raça. Assim aregeneração e o sangue de Cristo são desnecessários.5. SUBSTITUI A SALVAÇÃO INDIVIDUAL ACENTUADA NA BÍBLIA PELA SALVAÇÃOSOCIAL.A evolução faz os homens interessados na raça como um todo para que ela atinja a mais elevadacivilização, cultura e eficiência; Deus está preocupado com o cumprimento do Seu propósitoatravés da salvação espiritual do indivíduo.6. SUBSTITUI A LEI DE AMOR NA BÍBLIA PELA LEI DA SOBREVIVENCIA DO MAISAPTO.A evolução não tem lugar para os fracos e incapazes; mas a Bíblia nos manda socorrer os fracos eos fortificar. A civilização, inteiramente imbuída de evolução e permeada pelo seu espírito, nãofaria nenhuma provisão pelos fracos.7. AUMENTA O PREJUIZO NATURAL CONTRA OS MILAGRES.117Diz o Professor Rigdon: "A toda pessoa pensante os milagres são repugnantes". Isto diz ele, nãocomo uma negação dos milagres senão para expressar a preferência da mente do homem por umaexplicação natural. O homem tem uma tal preferência e a evolução encoraja esta preferência,agravando a repugnância do homem para com os milagres. Por essa razão achamos muitíssimoevolucionistas negando o nascimento virginal e a ressurreição corporal de Cristo, como negandotambém o elemento miraculoso na regeneração.118Cap. 14 Os Elementos Essenciais da Natureza HumanaHá duas teorias com referência aos elementos essenciais da natureza humana. Notamo-las naseguinte ordem:I. A TEORIA TRICOTÔMICAAs duas passagens seguintes são tidas por alguns para ensinar uma divisão tríplice da naturezahumana em corpo, alma e espírito, estas constituindo três elementos distintos em a natureza dohomem:

"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito e alma e corpo sejamplenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Tessalonicenses 5:23)."A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, quepenetra até à divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, que é apta para discernir ospensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12).Rejeitemos esta teoria pelas seguintes razões:1. SE A ENUMERAÇÃO TRÍPLICE EM 1 TESSALONICENSES 5:23 DEVE SER TOMADACOMO SIGNIFICANDO TRÊS ELEMENTOS DISTINTOS NO HOMEM, ENTÃO MATEUS22:37 DEVE SER TOMADO COMO NOMEANDO, NOMÍNIMO, UM ELEMENTOADICIONAL, FAZENDO-OS QUATRO AO TODO.Mateus 22:37 reza: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e detodo o teu pensamento." Precisa ser notado que essa passagem, à luz da interpretação de 1Tessalonicenses 5:23 pelos advogados da teoria tricotômica, faz de coração e mente elementosdiferentes em a natureza do homem. Diga-se agora que a "mente" nesta passagem é idêntica a"espírito" em 1 Tessalonicenses 5:23; mas o "coração" não pode ser identificado com coisaalguma em 1 Tessalonicenses 5:23, desde que "alma", bem como coração, está mencionada emMateus 22:37. Assim, para os advogados da teoria tricotômica à luz de sua interpretação de 1119Tessalonicenses 5:23, não há escapar da necessidade de sustentar uma divisão quádrupla danatureza humana.2. TÃO CERTO COMO ESTÁ MANIFESTO PELA ESCRITURA QUE "CORAÇÃO" E"MENTE" NÃO DESIGNAM ELEMENTOS SEPARADOS DA NATUREZA HUMANA,ASSIM TAMBÉM ESTÁ MANIFESTO QUE "ALMA" E "ESPIRITO" NÃO DESIGNAM.Presumimos que todos concordarão em que "coração" e "mente" representam não dois elementosdistintos da natureza humana, mas apenas duas faculdades; sendo a mente especialmente afaculdade do conhecimento e o coração a faculdade do sentimento. Mais tarde mostraremos que éjustamente tão manifesto que alma e espírito não são distintos.

3. HEBREUS 4:12 NÃO DEVE SER TOMADO COMO SE REFERINDO A UMA DIVISÃOENTRE A ALMA E O ESPÍRITO COMO SE FOSSEM ELEMENTOS SEPARADOS.Antes pensamos que se refere a "penetração" da alma e do espírito até mesmo às suas juntas emedula, a saber, às mesmas profundezas da natureza espiritual"(A. H. Strong).4. OS TERMOS "ESPÍRITO" E "ALMA" SÃO USADOS UM PELO OUTRO NAESCRITURA.Vide Gênesis 41:8 comparado com Salmos 42:6; João 12:27 comparado com João 13:21 eHebreus 12:23 comparado com Apocalipse 6:9. Este uso intermudável de ambos os termos é fatalà doutrina tricotômica.5. DOIS ELEMENTOS APENAS DA NATUREZA HUMANA ESTÃO MENCIONADOS NACRIAÇÃO DO HOMEM.Primeiro, Deus criou o corpo do homem. Então Ele assoprou nas ventas desse corpo o fôlego(espírito) de vida e assim o homem se tornou alma vivente. Cf. Gênesis 2:7. O homem não veio aser primeiro alma vivente ou a possuir uma alma e então receber o espírito em adição: foi arecepção do espírito que o fez alma vivente.6. JESUS DIVIDIU A NATUREZA HUMANA SÓ EM DOIS ELEMENTOS.120Em Mateus 10:28 disse Jesus: "Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma;antes temei o que pode destruir tanto a alma e o corpo no inferno". Se há três elementos em anatureza humana, que sucede ao terceiro quando corpo e alma vão para o inferno? Se Eclesiastes12:7 se oferece em resposta a esta pergunta, respondemos a palavra hebraica traduzida "espírito"nesta passagem, não pode ser tomada como significando "espírito" no sentido em que a usamosaqui: significa meramente "fôlego". Em resposta, pode ser dito que, se a palavra hebraica aquisignifica apenas fôlego, então ela significa o mesmo em Gênesis 2:7, onde a temos interpretadocomo significando espírito. Mas desde que, após a partida do fôlego, o homem continua a seruma alma vivente, como evidenciado por seu sofrimento cônscio eterno, no caso de ele ir para oinferno (Gehenna), deve ser entendido que a palavra em Gênesis 2:7 significa mais do que fôlego.Não fique entendido que o que estamos dizendo aqui é que não há nunca qualquer distinção que

seja entre alma e espírito. Enquanto elas são muito freqüentemente usadas como sinônimos,contudo, algumas vezes, traça-se uma vaga distinção; mas esta distinção não é entre elementosdiferentes da natureza humana. Quando se faz uma distinção, ambos os termos meramente"designam o princípio imaterial de diferentes pontos de vista" (A. H. Strong). "Concluímos que aparte imaterial do homem, vista como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animarum organismo físico, chama-se "psuke" (alma); vista como um agente moral e racional,suscetível de influência e habitação, esta mesma parte imaterial chama-se "pneuma" (espírito). O"pneuma" (espírito), pois, é a natureza do homem olhando para Deus e capaz de receber emanifestar o "Pneuma Hagion" (Espírito Santo); a "psuke" (alma) é a natureza do homemolhando para a terra e tocando o mundo dos sentidos. O "pneuma" (espírito) é a parte maiselevada do homem como relacionada às realidades espirituais ou como capaz de tal relação; a"psuke" (alma) é a parte mais elevada do homem como relacionada com o corpo ou como capazde tal relação. O ser do homem, portanto, não é tricotômico senão dicotômico e a sua parteimaterial, enquanto na posse de dualidade de faculdades, tem unidade de substância. A naturezado homem não é uma casa de três andares senão de dois, com janelas no andar de cima dandopara duas direções: para a terra e para o céu. O "andar térreo" é a nossa parte física: o corpo. Maso "andar superior" do homem tem dois aspectos: há uma visão para as coisas embaixo e umaclarabóia através da qual se vêem estrelas" (Strong, Systematic Theology, pág. 246). "A alma éespírito modificada pela união com o corpo" (Hovey).121II. A TEORIA DICATÔMICAEm vista de todas as considerações precedentes, somos pela teoria dicatômica da naturezahumana antes que pela tricotômica: a primeira encara o homem como se compondo de duaspartes, uma material (corpo) e outra imaterial (alma ou espírito).Já justificamos a primeira, ao menos para nossa própria satisfação, contra a segunda. Só nos restaagora responder aos que recusam até mesmo uma dupla divisão da natureza humana e negam quea alma seja um elemento atual, distinto do corpo. Como prova que o corpo e alma são dois

elementos distintos, oferecemos os seguintes argumentos:1. DISSE JESUS QUE O HOMEM NÃO PODE MATAR A ALMA.Vide Mateus 10:28. E, na mesma passagem Ele também disse que o homem pode matar o corpo;logo, corpo e alma são elementos distintos.2. O HOMEM CONTINUA A EXISTIR DEPOIS DE O CORPO VOLTAR AO PÓ.Para prova disto vide o capítulo sobre "O Estado Presente dos Mortos".3. A MORTE FÍSICA É TRATADA COMO A PARTIDA DA ALMA DO CORPO E A VINDAÀ VIDA OUTRA VEZ É TRATADA COMO A VINDA DA ALMA OUTRA VEZ AOCORPO.Vide Gênesis 35:18; 1 Reis 17:22. Algumas vezes a palavra hebraica "alma" nestas passagens(nephesh) significa meramente vida; mas um tal sentido da bem em 1 Reis 17:22, porque aí seafirma que "a alma da criança lhe voltou e ela reviveu" ou viveu outra vez. Traduzir "nephesh"aqui por "vida" faria as palavras rezarem: "A vida da criança veio-lhe outra vez e ela viveu outravez".4. PAULO CHAMA O CORPO MERAMENTE NOSSA CASA TERRESTRE E DIZ QUETEREMOS UMA OUTRA CASA APÓS A DISSOLUÇÃO DO CORPO.Vide 2 Coríntios 5:1-4. Esta outra casa é o corpo espiritual que os crentes receberão naressurreição. Assim o homem interior ou a alma pode mudar-se desta casa para outra e é,122portanto, tão distinta em substância e separável em natureza como o corpo humano o é da casaem que mora. O corpo físico é somente a moradia terrena da alma.123Cap 15 - A Natureza Moral do HomemO homem é uma criatura moral. Com isto queremos dizer que ele é responsável pelas suas ações.Isto é um dos sinais por que o homem se distingue da besta. O homem se constitui criatura moralpor aquelas faculdades que o fazem responsável pelas suas ações. Essas faculdades são três:I. INTELECTOIntelecto é a faculdade da percepção ou pensamento. É o poder de o homem saber ou receberconhecimento. Sem isto o homem não seria uma criatura moral. Isto está ensinado por Jesus emJoão 9:41.II. CONSCIÊNCIA

De um ponto de vista estritamente psicológico a consciência não é considerada como umafaculdade separada. Deste ponto de vista as três faculdades são intelecto, sensibilidade e vontade;sendo a consciência considerada como a ação combinada dessas três faculdades dando ao homemum senso íntimo de sua responsabilidade moral e julgando entre o bem e o mal. Todavia, aconsciência pode, num sentido, ser considerado como uma faculdade, porque é poder da menteconhecer o bem e o mal e sentir-se obrigado a fazer o bem. Assim o juízo está envolvido naconsciência. E a razão está envolvida no juízo.Em suma, a consciência é o guia final do homem. Errôneo é fazer uma distinção entre seguir aprópria consciência e seguir a Lei de Deus. A Lei de Deus não tem meio de nos alcançar excetoatravés da consciência. Quando fazemos o bem, só o pode ser como resultado de incitação daconsciência, que obra segundo o padrão aceitado pela mente. Assim a consciência nos guiadireito só em proporção à justeza do padrão que tivermos aceitado como nosso guia. Daí anecessidade de conhecimento correto da Palavra de Deus.III. VONTADEA vontade do homem está definida por A. H. Strong como "o poder da alma de escolher entremotivos e dirigir sua atividade subseqüente de acordo com o motivo assim escolhido, em outraspalavras, o poder da alma de escolher tanto o fim como os meios de atingir o escolhido". Diz o124mesmo autor: "A escolha de um fim último chamamos preferência imanente; a escolha dos meioschamamos volição executiva".Como observamos em considerarmos a vontade de Deus, a vontade não é independente danatureza do seu possuidor. Não é, como fosse, um outro eu dentro de nós. O caráter da vontade éo caráter do indivíduo que a possui. A vontade é, simplesmente, um poder da alma.Os atos da vontade são determinados por dois fatores: motivos e caráter. Usamos o termo"motivos" significando razões e induzimentos influenciando na direção de certos atos da vontade.Destes dois fatores, o caráter é o mais dominante, porque em todo ato da vontade fazemosescolha entre dois ou mais motivos e é o nosso caráter que determina que motivo escolhemos.

Todo ato da vontade é uma expressão de caráter em vista de motivos e todo ato da vontade tendea modificar ou confirmar o caráter. Isto explica porque uma dada escolha da vontade se tornamais fácil cada vez em que ela se faz.A questão da liberdade da vontade do homem, sendo um assunto tão vasto, será tratada noutrocapítulo.125Cap 16 - O Estado Original e a Queda do HomemEm Eclesiastes 7:29 lemos: "Eis-que, só isto achei: que Deus fez o homem direito, mas elesbuscaram muitas invenções". Nada é mais evidente do que os dois fatos mencionados nestapassagem; a saber, a justiça original do homem e a sua queda mais tarde.I. O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM1. O FATO EM SI.A passagem a pouco citada nos diz que Deus fez o homem justo. É isto evidente da natureza deDeus: sendo infinitamente santo. Ele só podia criar aquilo que é justo. Então se nos diz emGênesis 1:31 que Deus viu que tudo quanto Ele fez foi muito bom. Isto inclui o homem. Maisainda, se nos diz que Deus fez o homem na Sua própria imagem (Gênesis 1:27).2. A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM.(1) Considerada Negativamente.A imagem de Deus no homem não consistiu de uma trindade análoga à trindade divina. Jádiscutimos isto circunstanciadamente no capítulo sobre "Os Elementos da Natureza Humana".Nesse capítulo mostramos que o homem consiste, não de três partes senão de duas; e, se eleconsistisse de três partes, que membro da trindade representaria o corpo do homem?(2) Considerada Positivamente.A imagem de Deus no homem consistiu de duas coisas, a saber:A. Santidade.Nisto teve o homem uma semelhança moral com Deus. Ao afirmarmos que santidade foi umaparte da imagem de Deus no homem, queremos dizer que, na criação do homem, Deuscomunicou as faculdades humanas uma inclinação reta. A santidade deve ter sido parte daimagem de Deus no homem porque santidade é o atributo fundamental de Deus. Que santidade126foi uma parte da imagem original de Deus no homem está também confirmado pelo fato que ela

se comunica na renovação da imagem de Deus na regeneração (Efésios 4:24; Colossenses 3:10).Isto está confirmado mais além por Eclesiastes 7:29.A semelhança moral original do homem com Deus constitui em mais que mera inocência. Foisantidade positiva. Só isto pode satisfazer a afirmação que o homem foi feito à imagem de Deus.Se inocência fosse bastante para satisfazer essa afirmação, então seriamos obrigados a concluirque cada criancinha nasce na imagem moral de Deus, o que a Escritura nega (Salmos 51:5; 58:3;Jeremias 17:9).B. Personalidade.Nisto o homem tem uma semelhança natural com Deus. A personalidade pode ser definida comoauto-concienciosidade e autodeterminação. A primeira é a habilidade do homem em conhecer-sedistintamente de tudo o mais e de analizar-se. A segunda é o poder de fazer escolhas em vista demotivos. Tais escolhas envolvem a razão e o juízo; e, quando se relacionam com assuntos morais,envolvem consciência.É a personalidade que distingue o homem num modo natural do bruto. O bruto tem senso íntimo,mas não auto-concienciosidade. Nenhum bruto jamais pensou "Eu". Nenhum bruto jamais sedeteve para analizar-se. Um bruto nunca reflete sobre sua própria natureza em distinção de tudomais. Ele nunca se empenha em introspecção. Nem o bruto faz escolhas em vista de motivos.Suas ações são determinadas por instintos e por influencias de fora. Assim, o bruto temdeterminação, mas não autodeterminação. Que o bruto se move por instinto mais do que porescolha em vista de motivos está evidenciado pelo fato que os brutos nunca melhoram nos seusmétodos de fazer as coisas.Que a personalidade foi uma parte da imagem de Deus no homem está evidenciado pelo fato queo homem decaído, falto de santidade, ainda se diz estar na imagem de Deus. Vide Gênesis 9:6; ICoríntios 11:7; Tiago 3:9.II. A QUEDA DO HOMEM127A santidade original do homem não era imutável. A mutabilidade é uma característica necessáriada natureza humana. Imutabilidade requer infinidade de conhecimento e poder. A infinidade éuma característica só da divindade. Portanto, desde que Deus desejou criar o homem e não um

deus, Ele fez Adão mutável. Isto tornou possível a queda. Notemos, então, em referência à queda:1. O FATO EM SI.Em Gênesis 3 temos a narrativa da queda. De modo que a queda é um fato revelado. Também éum fato que é evidente, como já o indicamos.2. O PROBLEMA EM SI.Quando vimos estudar a queda do homem, somos abordados pelo problema de como um tal ser,como Adão foi, pode cair. Notemos a respeito deste problema:(1) Uma explicação errônea.Algumas vezes uma explicação do problema da queda do homem é tentada por representar-se oseu estado original como um de mero equilíbrio no qual foi tão fácil escolher o erro como foiescolher o direito. Em outras palavras, a vontade estava tal estado de indiferença e tão suscetívelde agir de um modo como de outro. Uma noção tam como esta reduz o estado original do homema uma condição de mera inocência em vez de santidade positiva. Já tocamos nisto e confiamosem que mostramos que, mera inocência, não satisfaz a afirmação que o homem foi criado naimagem de Deus.(2) A explicação direita.Não devemos ver a dificuldade insuperável aqui reconhecida por muitos. Pensamos que adificuldade encontra uma explicação satisfatória nos seguintes fatos:A. Adão era mudável.Já discutimos este fato.B. Sendo mudável, só podia permanecer firme no seu estado original pelo poder de Deus.128Vide o capítulo sobre "A Relação de Deus com o Universo". Nada fica na sua própria forçainalterado exceto aquilo que é imutável.C. Deus podia justa e santamente permitir a Adão cair se Lhe agradasse.Desde que Deus permitiu o pecado, ninguém objeta à permissão da queda, salvo aqueles quequeiram criticar Deus.D. Deus, tendo escolhido permitir a queda, retirou de Adão o Seu poder sustentador e a naturezade Adão degenerou tanto como o universo inteiro cairia aos pedaços se Deus retirasse o Seupoder sustentador e conservador por um só instante.3. OS RESULTADOS EM SI.(1) O primado de Adão.Quando Adão provou a corrupção de sua natureza, ele não ficou como simples individuo senão

como o cabeça natural da raça. O primado natural de Adão está claramente ensinado no capítuloquinto de Romanos. O seu primado ali não se apresenta como simples primado federal. Adão nãopecou meramente por nós, como se ele fosse o mero cabeça federal da raça; nós pecamos nele(Romanos 5:12).(2) Os efeitos da queda.A. Sobre Adão e Eva.Adão e Eva sofreram a corrupção de sua natureza, a qual lhes trouxe ao mesmo tempo mortenatural e espiritual.B. Sobre a Raça.O efeito total da queda de Adão sobre a raça é a corrupção da natureza da raça, a qual traz a raçaa um estado de morte espiritual e a torna sujeita à morte física.129Os descendentes de Adão são feitos responsáveis, não pelo ato manifesto de Adão em participardo fruto proibido senão pela apostasia interior de sua natureza de Deus. Não somos pessoalmenteresponsáveis pelo ato manifesto de Adão porque o seu ato manifesto foi o ato de sua própriavontade individual. Mas, nossa natureza, sendo uma com a dele, corrompeu-se na apostasia desua natureza dele. Daí, o efeito da queda sobre a raça não consiste tanto da culpa pessoal pelo atomanifesto de Adão como da corrupção da natureza da raça. Não somos responsáveis por qualquercoisa de que não podemos arrepender- nos quando vivificados pelo Espírito de Deus. Estáqualquer homem hoje convicto do pecado de Adão de participar do fruto proibido? Mas nós nossentimos convictos e podemos e nos arrependemos da corrupção de nossas naturezas, corrupçãoque se manifesta em rebelião contra Deus e em transgressões pessoais. Não cremos que aEscritura ensine mais do que isto a respeito dos efeitos da queda sobre o raça. Para uma discussãode João 1:29 a este respeito, vide o capítulo sobre a expiação.4. A DIFERENÇA ENTRE ADÃO E EVA NA QUEDA.A narrativa do Gênesis não faz diferença vital entre Adão e Eva na queda, mas uma distinção estáclaramente apresentada em 1 Timóteo 2:14, onde se diz que Eva foi enganada e Adão não. Istoquer dizer que Eva caiu em transgressão porque ela foi levada a pensar que o aviso de Deus nãoera verdade e que ela não morreria como uma penalidade por participar do fruto proibido. Mas

com Adão foi diferente: ele não duvidou da Palavra de Deus; ele pecou porque preferiu serexpulso do Éden com sua esposa antes que ficar no Éden sem sua esposa.Muita vez se pensa que os fatos acima ligam maior culpa ao pecado da mulher do que ao pecadode Adão, ao passo que o reverso é que é verdade. O homem pecou por meio da escolha voluntáriae cônscia da amizade de sua esposa, antes que a de Deus. Nada disto foi verdade do pecado deEva.5. POR QUE DEUS PERMITIU A QUEDA?Não foi porque Deus foi compelido a permiti-la. Deus é soberano e faz tudo livremente. Não foiporque Lhe faltasse o poder. Conquanto Deus fez o homem mudável, o que foi necessário, comotemos mostrado, contudo Ele podia ter conservado o homem do pecado sem a violação da130vontade ou de qualquer princípio. Podemos dar apenas uma resposta à pergunta acima. É queDeus permitiu a queda para prover o meio para a glorificação do Seu Filho na redenção.6. A QUEDA E A SANTIDADE DE DEUS.Talvez a razão carnal jamais fique satisfeita com qualquer explicação da queda em relação com asantidade de Deus. Como podia um Deus santo permitir o pecado quando Ele teve todo o poderde impedir? De que Ele teve esse poder não pode ser duvidado. E ao passo que a razão carnal nãose satisfaça nunca, contudo a fé na Palavra de Deus satisfaz a nova mente em que a permissão dopecado por Deus está perfeitamente consiste com a Sua santidade. Teve-se o poder de impedir opecado e não o fizemos, seriamos culpados do mal, mas Deus é diferente de nós: somosdependentes e, portanto, responsáveis. Deus é independente e, portanto, responsável a ninguém.Quando nós conhecermos como somos conhecidos, então poderemos entender completamentecomo a permissão para pecar é perfeitamente compatível com a perfeita santidade de Deus.131Cap 17 - A Doutrina do PecadoNos capítulos sobre "Satã – Sua Origem, Obra e Destino" e "O Estado Original e Queda doHomem", ocupamo-nos com a origem do pecado no universo e também com sua entrada na

família humana. Por essa razão estes assuntos não serão tratados neste capítulo.É muito importante que tenhamos uma compreensão adequada do pecado. Muitos errosmodernos a respeito da salvação não podem ser sustentados por aqueles que pensam logicamente,se tiverem uma concepção apropriada do pecado.I. A NATUREZA DO PECADOO pecado é uma coisa com cabeça de hidra. Ele apresenta diferentes fases. Um tratamentoadequado do pecado deve jogar com estas diferentes fases:1. O PECADO COMO UM ATO.Em 1 João 3:4 temos a definição do pecado como um ato. É um transgredir, ou um ir contrário àLei de Deus.2. O PECADO COMO UM ESTADO.Muita gente há que não pode ou não quer ver que o pecado vai mais fundo que um ato manifesto.Um pouco de reflexão mostrará que os nossos atos não são senão expressões dos nossos seresinteriores. A pecaminosidade íntima, então, deve preceder os atos manifestos do pecado. Asseguintes provas escrituristicas mostram não só que o homem é pecaminoso na conduta como queele existe num estado pecaminoso – uma falta de conformidade com Deus na mente e no coração:(1) As palavras hebraica e grega traduzidas por "pecado" aplicam-se tanto a disposições eestados como a atos.(2) O pecado tanto pode consistir de omissão em fazer a coisa justa como de comissão em fazer acoisa errada."Ao que se sabe fazer o bem e o não faz, ao tal é pecado" (Tiago 4:17).132(3) O mal se atribui a pensamentos e afetos.Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Mateus 5:22,26; Hebreus 3:12.(4) O estado da alma que dá expansão a atos manifestos de pecados é chamado pecado,expressamente.Romanos 7:8,11,13,14,17,20.(5) Alude-se ao pecado como um princípio reinante na vida.Romanos 6:21.3. O PECADO COMO UM PRINCÍPIO.O pecado como princípio, é rebelião contra Deus. É recusar fazer a vontade dEle que tem todo odireito de exigir obediência de nós.4. O PECADO EM ESSÊNCIA."Podemos seguir o Dr. E. G. Robinson em dizer que, enquanto o pecado como um estado é

dessemelhança de Deus, como um princípio é oposição a Deus e como um ato é transgressão daLei de Deus, sua essência é sempre e em toda a parte egoísmo" (Strong, Systematic Theology,pág. 295).O pecado pode ser descrito como uma árvore de vontade própria, tendo duas raízes mestras: umaé um "não" para Deus e Seus mandamentos, a outra é um "sim" para o Eu e interesses do Eu. Estaárvore é capaz de dar qualquer espécie de fruto no catálogo dos pecados. O egoísmo está sempremanifesto no pecador na elevação de "algum afeto ou desejo inferiores acima da consideração porDeus e Sua Lei" (Strong). Não importa a forma que o pecado tome; acha-se sempre ter o egoísmopor sua raiz. O pecado pode tomar as formas de avareza, orgulho, vaidade, ambição,sensualidade, ciúme, ou mesmo o amor de outrem, em cujo caso outros são amados porque sãotidos como estando de algum modo ligado ao Eu ou contribuindo para o Eu. O pecador podebuscar a verdade, mas sempre por fins interesseiros, egoísticos. Ele pode dar seus bens para133alimentar o pobre, ou mesmo o seu corpo para ser queimado, mas só por meio de um desejoegoísta de gratificação carnal ou honra ou recompensa. O pecado, como egoísmo, tem quatropartes: "(1) Vontade própria, em vez de submissão; (2) ambição, em vez de benevolência; (3)justiça própria, em vez de humildade e reverência; (4) auto-suficiência, em vez de fé" (Harris).Para prova do fato que o pecado é essencialmente egoísmo, insistimos nas seguintesconsiderações:(1) Na apostasia dos últimos dias está dito que "homens serão amante de si mesmos" e também"amantes dos prazeres antes que amantes de Deus" ( 2 Timóteo 3:2,4).(2) Quando se revelar "o homem do pecado", ele será o que "se exaltará contra tudo o que sechama Deus" ( 2 Timóteo 2:4).(3) A essência da Lei de Deus é amar a Deus supremamente e aos outros como a si mesmo.O oposto disso, o supremo amor de si mesmo, deve ser a essência do pecado. Mateus 22:37-39.(4) A apostasia de Satã consistiu na preferência de si mesmo e de sua ambição egoística a Deuse Sua vontade.Isaías 14:12-15; Ezequiel 28:12-18.

(5) O pecado de Adão e Eva no jardim surgiu de uma preferência de si mesmo e de suaautogratificação a Deus e Sua vontade.Eva comeu do fruto proibido porque ela pensou que isso daria a sabedoria almejada. Adãoparticipou do fruto porque ele preferiu sua esposa a Deus. E a razão porque ele preferiu suaesposa a Deus é que ele concebeu sua esposa como contribuindo mais do que Deus para a suaautogratificação.(6) A morte de Abel por Caim foi incitada pelo ciúme, o qual é uma forma de egoísmo.(7) O egoísmo é a causa da impenitência do pecado.134Deus mandou que todos os homens se arrependam em toda a parte. Recusam os homens fazerisso porque preferem seus próprios caminhos à vontade de Deus.Vemos, então, que o pecado não é meramente um resultado do desenvolvimento imperfeito dohomem: é uma perversidade da vontade e da disposição. O homem nunca a sobrepujará enquantoele estiver na carne. A regeneração põe um entrave sobre ela, mas não a destrói. Nem o pecado émero resultado da união do Espírito com o corpo: o espírito mesmo é pecaminoso e seria apenastão pecaminoso fora do corpo como no corpo se deixado no seu estado natural. Satanás não temcorpo e contudo é supremamente pecaminoso. Nem o pecado é mera finitude. Os anjos eleitos nocéu são finitos e contudo estão sem pecado. Os santos glorificados ainda serão finitos e noentanto não terão pecado.II. A UNIVERSALIDADE DO PECADO NA FAMÍLIA HUMANATodos os homens, salvos por única exceção o Deus – homem, Cristo Jesus nosso Senhor, sãopecaminosos por natureza e expressam essa pecaminosidade interior em transgressão deliberadatão cedo atinjam a idade de responsabilidade. Este fato está provado:1. A NECESSIDADE UNIVERSAL DE ARREPENDIMENTO, FÉ E REGENERAÇÃO.Lucas 13:3; João 8:24; Atos 16:30-31; Hebreus 11:6; João 3:3,18.2. DECLARAÇÕES CLARA DA ESCRITURA.1 Reis 8:46; Salmos 143:2; Provérbios 20:9; Eclesiastes 7:20; Romanos 3:10, 23; Gálatas 3:22.III. A EXTENSÃO DO PECADO NO SER HUMANOAs Escrituras ensinam que a extensão do pecado no ser humano é total. Isto é o significado dedepravação total.1. A DEPRAVAÇÃO TOTAL CONSIDERADA NEGATIVAMENTE.

A depravação é um assunto muito mal entendido. Por essa razão precisamos de entender que adepravação total não quer dizer:135(1) Que o homem por natureza está inteiramente privado de consciência.Até mesmo o pagão tem consciência. Romanos 2:15.(2) Que o homem por natureza está destituído de todas aquelas qualidades que são louváveissegundo os padrões humanos.Jesus reconheceu a presença de tais qualidades num certo homem rico (Marcos 10:21).(3) Que todo homem está disposto por natureza para toda forma de pecado.Isto é impossível, porquanto algumas formas de pecado excluem outras. "O pecado de sumiticariapode excluir o pecado de ostentação; o de orgulho pode excluir o de sensualidade" (Strong).(4) Que os homens são por natureza incapazes de se comprometer em atos que são extremamenteconformes com a Lei de Deus.Romanos 2:14.(5) Que os homens são tão corruptos como podiam ser.Eles podem piorar e pioram. 2 Timóteo 3:13.Esta depravação total não quer dizer que a depravação é total no seu grau. Ela tem que ver com aextensão somente.2. A DEPRAVAÇÃO TOTAL CONSIDERADA POSITIVAMENTE.A depravação total quer dizer que o pecado permeou cada faculdade do ser humano assim comouma gota de veneno permeia cada molécula de um corpo de água. O pecado urdiu cada faculdadeno homem e assim ele polui todo ato seu.(1) Prova de depravação total.A. O homem está depravado na Mente. Gênesis 6:5.136B. No coração. Jeremias 17:9.C. Nos afetos, de maneira que o homem é oposto a Deus. João 3:19; Romanos 8:7.D. Na consciência. Tito 1:15; Hebreus 10:22.E. Na palavra. Salmos 58:3; Jeremias 8:6; Romanos 3:13.F. Depravado da cabeça aos pés. Salmos 1:5,6; Isaías 1:6.G. Depravado ao nascer. Salmos 51:5; 58:3.(2) O efeito da depravação total.A. Nenhum resquício de Bem Fica no Homem por Natureza. Romanos 7:18.B. Portanto, o Homem, por Natureza, não pode sujeitar-se à Lei de Deus ou Agradar a Deus.Romanos 8:7,8.

C. O homem, por Natureza, está Espiritualmente Morto. Romanos 5:12; Colossenses 2:16; 1 João3:14.D. Logo, Ele não pode Compreender as Coisas Espirituais. 1 Coríntios 2:14.E. Daí, Ele não pode, até que se vivifique pelo Espírito de Deus, voltar do Pecado a Deus emPiedoso Arrependimento e Fé. Jeremias 13:23; João 6:44,65; 12:39,40.A base da depravação e da inabilidade espiritual jaz no coração. Ele é enganoso eirremediavelmente perverso (Jeremias 17:9). Do coração vêem as saídas da vida (Provérbios4:23). Ninguém pode tirar uma coisa limpa de uma contaminada (Jó 14:4). Daí, nem a santidadenem a fé podem proceder do coração natural. As boas coisas procedem de um bom coração e asmás de um coração mau (Mateus 7:17,18; Lucas 6:45).137Capítulo 18 - A Responsabilidade HumanaPor responsabilidade humana queremos dizer aquela do homem para com Deus por todas as suasações. O ensino da responsabilidade do homem é tão geral na Bíblia que não se precisam decitações da Escritura. Quem quer que de algum modo esteja familiarizado com a Bíblia poderiasem nenhuma dificuldade achar bastante de provas textuais sobre este assunto.I. A RESPONSABILIDADE HUMANA E A SOBERANIA DE DEUS1. O SENTIDO DA SOBERANIA DE DEUSA soberania absoluta de Deus quer dizer o mesmo que Paulo afirma em Efésios 1:11, onde elefala de Deus como de um que ?faz todas as coisas segundo o conselho de Sua vontade?. Istoensina o mesmo que a Confissão de Fé de Filadélfia, quando diz: ?Deus decretou nEle mesmo,desde toda a eternidade, pelo mais sábio e santo de Sua própria vontade, livre e imutavelmente,todas as coisas quantas venham a passar?. Outras passagens que ensinam a soberania absoluta deDeus são como segue:?Quem não entende por todas estas coisas que a mão do Senhor faz isto? Em cuja mão está aalma de tudo quanto vive e o fôlego de toda a carne humana? (Jó 12:9,10).?Jeová estabeleceu o Seu trono nos céus e o Seu reino domina sobre tudo? (Salmos 103:19).?Tudo quanto o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos? (Salmos135:6).

?Quem é aquele que diz e assim acontece, quando o Senhor o não mande. Porventura da boca doAltíssimo não sai o mal e o bem?? (Lamentações 3:37,38).?Formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas?(Isaías 45:7).138?Sou Deus e não há outro como Eu, que anuncio as coisas desde o princípio e desde a antiguidadeas coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme e farei toda a minhavontade? (Isaías 46:9,10).?Todos os senhores da terra são tidos como nada e, segundo a Sua vontade, faz com o exercito docéu e os moradores da terra; não há quem lhe possa estorvar a mão e lhe diga: Que fazes??(Daniel 4:35).?Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: ?Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, queocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos meninos? (Mateus 11:25).?Respondeu-lhe Jesus: ?Não terias tu nenhum poder contra mim, se do céu não te fora dado?(João 19:11).?Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia,de sorte que não é do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece; porque diz aEscritura a faraó: ?Para isto mesmo te constituí, para em ti mostrar o meu poder e para que o meunome seja anunciado em toda a terra. De sorte que se compadece de quem quer e endurece aquem quer? (Romanos 9:15-18).Vide também Atos 2:23 e 4:27-28.2. PORQUE O HOMEM É RESPONSÁVEL?A pergunta é, então, como pode o homem ser responsável por suas ações quando tudo que ele fazfoi ordenado e decretado por Deus? Não é isto uma pergunta nova: é no mínimo tão velha como oNovo Testamento e, provavelmente, mais velha. Paulo antecipou esta pergunta aos seus leitoresquando ele escreveu o admirável capítulo nono de Romanos. Disse ele: ?Dir-me-ás então: Porquese queixa ele ainda? Porquanto, quem resiste a sua vontade?? E a resposta de Paulo foi: ?Masantes, ó homem, quem es tu que contestas contra Deus? Porventura a coisa formada dirá ao que aformou: Porque me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa

fazer um vaso para honra e outro para desonra?? Paulo, bem se vê, ao mencionar esta pergunta esua resposta, mostra, conclusivamente, que ensinou a soberania absoluta de Deus. Na verdade, assuas palavras precedentes ensinam, claramente, isso. Paulo deu a resposta que deu porque139antecipou a pergunta como vinda de um objetor. Quando ela vem como de um reverenteinquiridor, ela merece consideração mais minuciosa. A resposta de Paulo teve de ser mais breveporque o seu tempo e propósito não permitiram uma discussão mais longa. O nosso tempopermite e o nosso fim requer uma discussão mais completa.O homem é responsável por suas ações, não obstante o fato que Deus decretou tudo quanto venhaa passar, ao menos por três razões:1. O DECRETO DE DEUS CONCERNENTE AO PECADO NÃO É CAUSATIVO SENÃOPERMISSIVO, DIRETIVO, PREVENTIVO E DETERMINATIVO.Deus decretou que o pecado viesse ao mundo, por motivos que são inteiramente conhecidossomente dEle, mas Ele decretou que o pecado viesse pela própria livre escolha do homem. Deusnão compele o homem a pecar, mas permite-o. O homem, e não Deus, é a causa eficiente dopecado e por essa razão o homem é responsável.Antes de passar adiante, é preciso ser observado que nenhumas objeções podem ser trazidascontra a afirmação que Deus decretou o pecado viesse ao mundo que não possa ser trazida contraa permissão atual do pecado por Deus, a menos que o objetor assuma a posição que Deus foiimpotente para impedir a entrada do pecado. Isto seria uma negação da onipotência e soberaniade Deus e renderia o objetor indigno de consideração aqui. A onipotência e soberania de Deusnos ensinam que o que quer que Deus o permita Ele o permite porque Ele quer fazer assim. Edesde que Deus é imutável, sua vontade tem sido sempre a mesma: o que Ele quer em qualquertempo Ele tem querido desde toda a eternidade. Portanto, Sua vontade iguala ao Seu propósito e oSeu propósito iguala ao Seu decreto.2. A LEI DE DEUS E NÃO O SEU DECRETO FIXA O DEVER E A RESPONSABILIDADEDO HOMEM.A Lei de Deus é o guia e o padrão do homem. Isto é à vontade revelada de Deus. O decreto de

Deus é a Sua vontade secreta. O homem nada tem a fazer com isto, exceto saber e reconhecer osfatos concernentes. ?As coisas secretas pertencem as Jeová, nosso Deus, mas as reveladas a nós140pertencem e aos nossos filhos para sempre, para que façamos todas as palavras desta Lei?(Deuteronômio 29:29).3. O MOTIVO ANTES DE O HOMEM PECAR FÁ-LO RESPONSÁVEL.Porque o homem peca? É porque ele quer, porventura, fazer a vontade de Deus? Não, nuncaassim. Porque os homens crucificaram a Cristo? Porque creram que Deus O mandará para morrercomo uma porta-pecado? Não. Foi porque eles O odiaram. Crucificaram-O através de motivosímpios. É assim sempre que o homem peca. O pecado procede do amor do homem as trevas (João3:19).II. A RESPONSABILIDADE HUMANA E A INABILIDADE ESPIRITUAL DO HOMEMUma outra pergunta concernente a responsabilidade do homem é: Como pode o homem serresponsável por não obedecer inteiramente à Lei de Deus e por não receber o Evangelho, quandoo ouve, se ele por natureza não pode fazer ambas as coisas? Para prova da inabilidade espiritualdo homem vide os capítulos sobre Pecado e Conversão.A resposta a esta pergunta é que o homem pode ser responsável pelo que ele não pode fazersomente na suposição de ele ser culpado por sua inabilidade. E é um fato que o homem é culpadopor sua inabilidade espiritual. Não é que ele, individualmente, por seu próprio ato pessoal, deuorigem à inabilidade, porque ele nasceu com ela; mas todo homem pecou em Adão e assim deuorigem à sua inabilidade espiritual. Que todo homem pecou em Adão é o verdadeiro ensino deRomanos 5:12: ?Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado amorte, assim a morte passou a todos os homens porque TODOS PECARAM?. ?Pecaram? nogrego está no aoristo, o qual expressa ação passada distinta. A passagem fá-lo referir-se àparticipação de todos os homens no pecado de Adão.Mas, como participamos no pecado de Adão quando não estávamos nascidos quando ele pecou?Pensamos que não podemos fazer melhor do que dar em resposta as seguintes palavras de A. H.Strong: ?Deus imputa o pecado de Adão imediatamente a toda a sua posteridade em virtude

daquela unidade orgânica da espécie humana pela qual a raça toda existiu ao tempo datransgressão de Adão, não individualmente senão seminalmente, nele como seu cabeça. A vida141total da humanidade estava então em Adão; a raça por enquanto tinha o seu ser somente nele. Suaessência ainda não estava individualizada; suas forças ainda não estavam distribuídas; asfaculdades que agora existem em homens separados estiveram então unificadas e localizadas emAdão; a vontade de Adão foi entrementes a vontade da espécie. No ato livre de Adão a vontadeda raça revoltou-se contra Deus e a natureza da raça corrompeu-se. A natureza que possuímosagora é a mesma natureza que se corrompeu em Adão; não a mesma meramente em qualidadesenão a mesma fluindo para nós continuamente dele. O pecado de Adão nos é imputadoimediatamente; logo, não como algo a nós estranho, mas porque é de nós, nós e todos outroshomens tendo existido como uma pessoa moral, ou um todo moral, nele, e como o resultadodaquela transgressão, possuindo uma natureza destituída de amor a Deus e inclinada ao mal?(Systematic Theology, pág. 328).III. A RESPONSABILIDADE HUMANA DEPENDENDO DO CONHECIMENTOPreciso é ficar acentuado que o homem é responsável somente enquanto ele conhece ou temdentro do seu alcance o conhecimento do que é justo. O pagão é responsável de reconhecer aDeus porque, e somente porque, ?o que de Deus se pode conhecer nele esta manifesto; porqueDeus lho manifestou. Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seueterno poder, como a Sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estãocriadas, para que fiquem inescusáveis? (Romanos 1:19,20). Quanto a atos de conduta externa, opagão é responsável somente pela violação de tais princípios de justiça como sua própriaconsciência reconhece. ?Todos quantos sem Lei pecaram, sem Lei também perecerão?, isto é,aqueles a quem a Lei escrita de Deus não se fez conhecida perecerão, mas não perecerão pelacondenação da Lei escrita. Como então serão julgados? Os versos que seguem a citação supramostram que serão julgados pelo seu propósito paradigma de justiça; não serão acusados de

transgressões, exceto aquelas contra sua própria consciência. Vide Romanos 2:12-15.Do acima é evidente que os pagãos não serão acusados do pecado de incredulidade ou rejeição doEvangelho; todavia perecerão. Mostra isto que é o pecado em geral que condena primariamente.A rejeição do Evangelho não traz condenação ao homem: ela somente a manifesta e aumenta apenalidade que será infringida por causa dela.142O fato de a responsabilidade humana depender do conhecimento explica porque serão salvos ascriancinhas agonizantes e os imbecis natos: estão uns e outros mentalmente cegos aos princípiosda justiça e, portanto, não são responsáveis. Esta é a espécie de cegueira que os fariseus pensaramter Jesus dado a entender em João 9:39. E Jesus, percebendo os pensamentos dos seus corações,disse-lhes: ?Se fosseis cegos (no sentido que tendes em mentes), não teríeis pecado? (João 9:41).Só há três espécies de cegueiras: física, mental e espiritual. Os fariseus não suposeram,certamente, que Jesus quis dizer que estavam fisicamente cegos e, certamente, Cristo não quisdizer na sua resposta que eles não estavam espiritualmente cegos. Vide João 12:37-40; 2 Cor.4:3,4. Jesus podia ter querido dizer apenas uma coisa e essa é que, se estivesse mentalmentecegos, não teriam pecado. As crianças e os imbecis são mentalmente cegos, como já se disse, enão são, portanto, responsáveis por sua conduta. É por esta razão que cremos que serão salvospelo sangue de Cristo sem o exercício da fé no corpo. Contudo, desde que têm uma naturezapecaminosa, devemos crer que lhes será necessário ser regenerados e trazidos assim à fé emCristo. A Bíblia fá-lo claro que isto é necessário antes que alguém se ajuste à presença de Deus,mas ela não nos diz quando terá lugar com referência as crianças e aos imbecis. Somos daopinião que terá lugar na hora de separação entre espírito e corpo na morte.143Cap 19 - A Livre Agência do HomemPensamento claro é muito mais necessário quando vimos a tratar da livre agência do homem.Alguns a imaginam assunto muito difícil por terem feito dele algo diferente do que é. Pela mesma

razão alguns tem acusado que a doutrina de eleição incondicional, doutrina bíblica e batista,destrói a livre agência do homem.Bem diz Spurgeon: ?Em referencia à matéria da predestinação e livre arbítrio, muitas vezes ouvihomens perguntarem: ?Como as fazeis concordar?? Acho que há uma outra pergunta apenas tãodifícil a solver: ?Como as fazeis diferir?? Ambas podem ser feitas tão facilmente colidir comocolidir. A mim me parece um problema que não pode ser estabelecido e um assunto que nãoprecisa de solução? (Sermons, Vol. 13, pág. 31).I. A LIVRE AGÊNCIA DO HOMEM É UMA DOUTRINA BATISTAA declaração de Fé de New Hampshire, largamente aceita entre os batistas, declara que a eleiçãoé ?perfeitamente coerente com a livre agência do homem?.O falecido George W. McDaniel, quando presidente da Convenção Batista do Sul, disse numacarta pessoal ao autor deste livro: ?A posição batista tanto reconhece a soberania divina como alivre agência moral?.Spurgeon diz: ?A predestinação de Deus não destrói a livre agência do homem nem alivia aresponsabilidade do Pecador? (Sermons, Vol. 13, pág. 30).D. F. Estes (Seminário Teológico de Hamilton e Universidade de Colgate) diz: ?A liberdademoral do homem foi claramente sustentada por Paulo e não menos positiva e tenazmente porcausa de certas outras idéias que ele sustentou e que a alguns parecem estar inconsistentes entre si(New Testament Theology, pág. 104).Diz W. W. Hamilton: ?Deus uniu certos grandes fatos na salvação e nós devemos,segurissimamente, angustiar-nos se deixarmos de o reconhecer. Soberania e livre arbítrio vêem-seintimamente relacionados quando Pedro disse no grande revivamento do Pentecostes: ?Sendo Ele144entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, pelas mãos ímpias de injustos vós Omatastes? (Bible Evangelism, pág. 90).J. M. Pendleton diz: ?Não há verdades mais claramente reveladas na Bíblia do que a que Deus ésoberano e o homem é livre? (Christian Doctrines, pág. 103).E. Y. Mullins diz: ?O livre arbítrio no homem é uma verdade tão fundamental como qualqueroutra Evangelho e não deve ser jamais cancelada em nossas disposições doutrinárias; sem ela ohomem não seria homem e Deus jamais nos rouba de nossa verdadeira virilidade moral em

salvar-nos? (Baptist Beliefs, pág. 26).J. P. Boyce diz: ?O livre agência pertence à natureza de uma criatura moral inteligente. Deve terela liberdade de escolha, ou não seria responsável por sua ação. A própria essência daresponsabilidade consiste no poder de ação contrária, assim quisera alguém? (Abstract ofSystematic Theology, pág. 224).A. H. Strong diz: ?Livre agência ... tem-se mostrado ser consistente com os decretos (de Deus)?(Systematic Theology, pág. 177).Está manifesto pelas citações supra que a livre agência, segundo o seu uso entre autores batistas,deve ter significado diferente daquele que muita gente entende ser. Spurgeon, Estes, Pendleton,Mullins, Boyce e Strong são todos claros no seu ensino da eleição incondicional. Isto nos levaentão a considerar.II. DEFINIDA A LIVRE AGÊNCIA1. PELOS DICIONÁRIOS.Funk e Wagnall?s Desk Standard Dictionary define a livre agência como ?a faculdade oucapacidade de agir livremente, isto é, sem constrangimento da vontade?.Webster?s New International Dictionary, ao definir o termo ?livre?, na sua aplicação aos atos deum ser moral, diz: ?Não determinado por algo além de sua própria natureza ou ser; não145necessitado por uma causa ou agência externas; escolhendo ou capaz de escolher por si mesmo;como um livre agente?.2. PELOS ESCRITORES TEOLÓGICOS PADRÕES.N. L. Rice diz: ?A livre agência não é nada mais ou menos do que agir sem compulsão e deacordo com os próprios desejos e inclinações de alguém? (God Sovereign and Man Free, pág.58).J. M. Pendleton repete a definição de André Fuller, que é como segue: ?Um livre agente é um serinteligente que está em liberdade para agir segundo sua escolha, sem compulsão ou restrição?(Christian Doctrines, pág. 104).A. H. Strong diz: ?Livre agência é a faculdade de autodeterminar-se em vista de motivos oupoder de o homem (a) escolher entre motivos e (b) dirigir sua atividade subseqüente conformecom o motivo assim escolhido? (Systematic Theology, pág. 176).Lutero negou o ?livre arbítrio? como era empregado pelo seu grande oponente Erasmo e também

pelos pelagianos e sofistas; e, com toda a sua perspicácia, supondo erradamente que o uso feitode ?livre arbítrio? pelos arroistas supra era o único sentido da expressão, opôs-se ao seu emprego.Não obstante, ele atribuiu à vontade uma liberdade tal como é atribuída por outros aqui citados,definindo-a nas seguintes palavras: ?Vontade, quer divina ou humana, faz o que faz, seja bem oumal, não por qualquer compulsão senão por mero querer ou desejo, como se fossem totalmentelivres? (Cativeiro da Vontade, pág. 41).John Gill, que é muitas vezes falsamente acusado de antinomianismo, diz: ?Uma determinação davontade para uma qualquer coisa, não é contrária à escolha, porque a vontade humana de Cristo,como a dos anjos e dos santos glorificados estão determinadas somente para o que é bom e,todavia, tanto escolhem como fazem o bem livremente ... Além disso, nem a impotência dohomem, nem a influência eficaz da graça, de modo algum impedem a liberdade das açõeshumanas. Um ímpio que está sob a mais forte das parcialidades, poder e domínio da suaconcupiscência, age livremente; como o faz também um homem bom ao fazer o que é146espiritualmente bom e nunca mais assim do que quando ele está sob as mais poderosasinfluências da graça divina? (Causa de Deus e Verdade, págs. 184-5).Jonathan Edwards considerou a livre agência como a ?faculdade, oportunidade ou vantagem quequalquer um tem de fazer como lhe apraz? (Freedom of the Will, pág. 17).De indústria reservamos para o fim a definição que é a mais explícita de todas, porque resumetodas as outras e as estabelecem em maior minúcia e de um modo mais facilmentecompreensível. Esta definição é de E. Y. Mullins: ?A liberdade no homem não implica insençãoda operação de influências, motivos, hereditariedade, ambientes: antes significa que o homemnão está sob compulsão e suas ações são em último caso determinadas do interior. Ele é autodeterminadono que faz. Alguns sustentam que a liberdade no homem significa a habilidade detransceder-se e agir contra o seu caráter. (É isto o sentido errôneo de vontade livre, como cridapor todos os pelagianos e arminianos e como contrariada por Lutéro e muitos outros). A vontade

é assim considerada, não como uma expressão do que o homem é no seu caráter essencial. É livreno sentido de ser capaz de escolhas sem relação a escolhas passadas, hábitos adquiridos etendências hereditárias. Isto é uma idéia insustentável da liberdade: faz da vontade mera aditiva ànatureza do homem antes que uma expressão dela. A liberdade exclui a compulsão externa comotambém exclui o mero capricho e arbitrariedade. Liberdade é auto-determinação? (The ChristianReligion in its Doctrinal Expression, págs. 258-9).Submetemos agora que todos esses grandes escritores estão em harmonia uns com os outros nasua idéia dessa liberdade que o homem possui, conquanto alguns deles negassem que liberdadefosse chamada tanto livre agência como vontade livre. Contudo, se houvesse em todo o universouma coisa tal como livre agência, mesmo no caso de Deus, a liberdade do homem afirmada noprecitado é livre agência.Para tornar isto mais manifesto, tomamos como nossa próxima proposição:III. O HOMEM TÃO LIVRE AGENTE COMO DEUSNotamos que o Dr. A. H. Strong diz: ?A livre agência é a faculdade de auto-determinação?.Outros a definem como a faculdade que alguém tem de agir segundo sua escolha, fazer como lhe147apraz. Vimos que livre agência não implica habilidade de transcender-se e de agir contrário aoseu caráter; não exclui a determinação tanto para o bem como para o mal; exclui compulsão erestrição do exterior da natureza de alguém e exclui também apenas tão seguramente o merocapricho e a arbitrariedade.Que mais do que isto se pode afirmar de Deus? Que menos pode ser afirmado do homem? Deus éauto-determinado, assim o homem, em todos os tempos. Deus sempre age segundo Sua escolha efaz como Lhe apraz,(?) assim também o homem. Deus não pode transceder-se e agir contrário aoSeu caráter(?). Nem o homem o pode. Deus está sempre determinado para o bem. O homemnatural está sempre determinado para aquilo que é espiritualmente mau. Um homem regeneradoestá determinado, em geral, para aquilo que é bom. Quando ele comete o mal, ele está, nomomento, determinado para o mal. A vontade de Deus não está nunca compelida ou restringida

por algo fora de Sua própria natureza. O mesmo é verdade quanto ao homem. Deus jamais agecaprichosa ou arbitrariamente, isto é, sem causa suficiente. Nem o homem. Deus sempre age deacordo com a Sua preferência, considerando as coisas como um todo, mas não sempre segundo aSua preferência em si, considerando as coisas separadamente e aparte do Seu plano perfeito (?).Por exemplo, Deus prefere emanentemente a santidade em todos os tempos, mas, emconsideração ao Seu plano como um todo, Ele propôs permitir o pecado; porque o pecado, dealgum modo, é necessário à consecução do Seu plano. É isto análogo ao fato de o homem terpreferências conflitivas, mas seguir sempre a sua mais forte preferência e, em assim fazendo, sersua vontade inteira e absolutamente livre.A posição da vontade de Deus e a natureza e leis de sua ação são as mesmas como no caso davontade do homem; cada uma está sujeita à natureza do seu possuidor, ambas expressam anatureza do seu possuidor em vista de motivos. Tanto o homem como Deus são livres em todosos tempos para agiram nos seus mais dominantes desejos e suas inclinações. Deus não é,verdadeiramente, um livre agente mais do que o homem é.Que a livre agência do homem em todos os tempos pode ser mais manifestada, consideraremos:IV. LIVRE AGÊNCIA DO HOMEM NATURAL148O homem não pode fazer diferente que continuar no pecado por tanto tempo quanto está no seuestado natural (Jeremias 17:9; Provérbios 4:23; Jó 14:4; Jeremias 13:23; João 6:65; Romanos8:7,8; I Coríntios 2:14). Mas sua continuação no pecado não se deve a compulsão ou restriçãoexterior senão ao seu próprio caráter que lhe causa escolher as trevas mais que a luz (João 3:19).Ele continua no pecado pela mesma razão por que um porco se espoja no lamaçal; continua nopecado pela mesma razão porque Deus continua na santidade. Assim ele é completamente umlivre agente.V. A LIVRE AGÊNCIA E O ENDURECIMENTO E O OBUMBRAMENTO DIVINOSNo endurecimento e obumbramento dos pecadores, que iniludivelmente se atribuem a Deus naEscritura (Romanos 9:18; João 12:40), não há força externa trazida a influenciar a vontade do

pecador. Enquanto se diga que Deus cega e endurece o pecador, diz-se que o pecador se obnubilae endurece a si mesmo. João 12:40 é uma citação de Isaías 6:10, onde o profeta Isaías émandando fechar os olhos do povo. Então, em Mateus 13:14,15, há uma outra citação livre destamesma profecia e em Mateus diz-se terem os pecadores fechado os seus próprios olhos. Então,ainda outra vez, em 2 Coríntios 4:3,4, temos um cegamento de pecadores atribuído ao diabo.Todas estas passagens se referem à mesma coisa e todas elas são verdadeiras porque estão naPalavra de Deus. Temos o cegamento dos pecadores atribuído a Deus, ao diabo, ao profeta e aospecadores mesmos. Cabe-nos achar, se pudermos, a harmonia entre estas afirmações. Ei-la: Oobumbramento se atribui a Deus porque Ele decretou, se permissivamente, se eficientemente,todas as circunstancias que tornam o pecador cego; atribui-se ao diabo porque ele é o autor dopecado pelo qual o pecador se obumbra; é atribuído ao profeta porque sua pregação da Palavragera e faz o cegamento do pecador ativo na sua rejeição da Palavra. Então, finalmente, é atribuídoao pecador mesmo porque ele ama mais as trevas que a luz e manifesta sua escolha das trevasrejeitando a Palavra. Isto deixa o homem natural como livre agente. Se Deus, ou o diabo, ou oprofeta, por um poder fora da natureza do pecador pudesse compelir o pecador contra suaescolha, ele não mais seria um agente livre, conquanto Deus continue a operar nele ?tanto oquerer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade? (Filipenses 2:13); mas esta obra, como a devivificar, não força a vontade.VII. A LIVRE AGÊNCIA E A LIBERDADE CRISTÃ149Alguns se tornam confusos a respeito da livre agência em vista da afirmação de Cristo em João8:32: ?Conhecereis a verdade e a verdade vos livrará?. Cristo aqui se referiu à liberdade danatureza do cativeiro do pecado e não à livre agência. Tornar-se-á isto evidente a qualquerestudante esclarecido sobre uma consideração do precitado tratamento da livre agência. Aposição da vontade, a natureza e as leis de sua ação são as mesmas antes e depois da conversão.Em ambos os casos o homem é auto-determinado em vista de motivos. Tanto antes como depois

da regeneração a vontade expressa o caráter de alguém. A diferença entre os estadosirregenerados e regenerados não é em consideração à liberdade da vontade senão no fato que,antes da regeneração, o homem é o ?escravo do pecado? (João 8:34), enquanto que, depois, oscrentes são pelo poder da nova vida ?servos da justiça? (Romanos 6:18). Em ambos os casos oshomens são servos e a vontade está sujeita ao caráter, sendo tão livre num caso como no outro.VIII. A LIVRE AGÊNCIA E A SOBERANIA DE DEUSSem a mínima reserva de hesitação subscrevemos a Confissão de Fé de Filadélfia na suadeclaração que ?Deus decretou em Si mesmo, desde toda a eternidade, pelo sapientíssimo esantíssimo conselho de Sua própria vontade, que, tudo quanto seja, livre e imutavelmenteaconteça. Isto inclui o mal tão bem e tão completamente como o bem, conquanto num sentidodiferente e é sustentado tanto pela razão como pela revelação. Vide o capítulo ?A Vontade deDeus?. Vide também Daniel 4:35; Isaías 46:10; Romanos 9:19; Efésios 1:11.Quando os homens dizem que a soberania absoluta de Deus não pode reconciliar-se com a livreagência por mentes finitas, indicam um mal entendido quer da livre agência, quer da soberania deDeus, ou de ambas. A livre agência está em harmonia perfeita, completa e manifesta com asoberania absoluta de Deus. O laço de união entre ambas jaz no fato que a vontade está sujeita aocaráter do seu possuidor. Deus determinou o caráter de cada homem por meio de qualquer dosSeus decretos, positivo ou permissivo, positivo no caso de todo o bem e permissivo no caso detodo o mal. E Deus, tendo determinado todas as circunstancias, controla os motivos queinfluenciam a vontade. Assim Deus controla as ações humanas e todavia os homens agem emtodos os tempos livremente como Deus mesmo faz. Se não houvesse Deus, o homem não podiaagir mais livremente do que age.150Vemos esta harmonia entre Deus e Sua soberania e a livre agência do homem incisivamenteexemplificada na crucificação de Cristo. Deus determinou que Cristo fosse crucificado (Atos2:23; 4:27-8). E Deus determinou que uns certos o fariam, mas Ele fez isto permissivamente.

Todos quantos tomaram parte na crucificação estiveram somente representando suas própriasnaturezas e nunca foram mais livres em qualquer ato, nem Deus foi jamais livre em qualquer ato.Através de motivos ímpios escolheram matar o Senhor da glória. Mataram-nO porque O odiaram.Mataram-nO porque Ele os repreendeu por seus pecados. Mataram-nO porque Ele retirou a glóriaque tinha sido deles. Deus não os causou faze-lo, mas decretou permitir-lhes seguir suas própriasinclinações e desejos em faze-lo.IX. A LIVRE AGÊNICA E O PODER DA AÇÃO CONTRÁRIASerá notado que a expressão sobre livre agência citada de J. P. Boyce implica que o poder daação contrária é essencial à livre agência. Isto é verdade se o poder da ação contrária é definidocomo Boyce o define, isto é, como o poder que se tem de fazer diferente do que se faz, tivesseassim querido. Isto é só dizer que o homem é livre da necessidade externa e da compulsão emsuas ações. Se em qualquer momento não tivera alguém querido proceder como procedeu, podiao tal ter procedido diferentemente, se alguém é sempre livre para fazer como lhe apraz; querdizer, sem dúvida, como lhe apraz no todo. Segue o seu desejo mais forte.Ou, se o poder da escolha contrária é usada para significar o poder da alma de fazer escolhascontrárias ao seu propósito previamente regente, ele ainda está implicado na livre agência. Osmotivos despertam tendências latentes na alma a assim a alma pode agir contrária ao seupropósito previamente regente. Na conversão a alma age contrária ao seu propósito previamenteregente, mas, neste caso, não é devido ao despertamento de tendências latentes senão àimplantação da nova vida.Mas, se alguém supõe que o poder de ação contrária significa que é possível a alguém agir emqualquer momento diferentemente do modo no qual ele age, individuo e motivos permanecendoos mesmos, ele supõe uma contradição e uma necessidade, porque isto é supor que alguémescolha aquilo que não pode escolher. Toda a ação é o resultado de uma necessidade interna deconseqüências mas não de uma necessidade externa, nem de uma necessidade de compulsão. Emoutras palavras, a ação de qualquer individuo em qualquer tempo não podia ter sido diferente sem151

o indivíduo ou os motivos serem diferentes. Doutra maneira não haveria nenhuma causa para aação da vontade e todo o senso comum proíbe a suposição de uma coisa finita sem uma causa.Assim, os atos da vontade procedem de uma necessidade interna. Mas o indivíduo é livre eespontâneo. Não há forças que compila a vontade, porque a vontade é simplesmente a faculdadede escolha da alma. De fato, nenhum poder pode compelir ou coagir a vontade: necessariamentelivre e não seria vontade sem isto.152Cap 20 - A Doutrina da EleiçãoA eleição é o princípio fundamental da graça salvadora de Deus. É a soberania de Deus emrelação à salvação do homem. Ela faz parte dos decretos de Deus. Ela é uma expressão de Suaprovidência superveniente. Ela concerne somente a uma porção da raça humana; todavia, ela ?é aexpressão do amor infinito de Deus para com a raça humana, remindo o homem do pecado pormeio de Cristo e trazendo-o pelo Espírito Santo ao seu estado de redenção até onde for coerentecom os interesses do final grande reino de Deus?. (Smith, System of Christian Theology, pág.505). A eleição pressupõe a pecaminosidade inteira da raça humana e está baseada na expiaçãode Cristo.I. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES1. A DOUTRINA BÍBLICA DA ELEIÇÃO NÃO POPULARMENTE ENTENDIDA ERECEBIDA.A doutrina bíblica da eleição é muito mal entendida, muito pervertida, muito abusada emuito oposta. Não obstante, aos ?adultos, que tem os sentidos exercitados em razão do costumepara discernirem tanto o bem como o mal? (Heb. 5:14), ela é uma doutrina abençoada, gloriosa eproveitável, uma verdadeira mina de riqueza espiritual.2. É EMINENTEMENTE ESCRITURÍSTICA.Tem esta doutrina largo e fundo alicerce na Escritura, está tecida na própria trama eentremeio da revelação divina. Como um fio escarlate este gracioso propósito de Deus atravessao edifício da Palavra. ?A Bíblia não só ensina a doutrina, mas fá-la proeminente, tão proeminenteque só podeis livrar-vos da eleição por livrar-nos da Bíblia? (Bishop, The Doctrine os Grace).

Leia-se a Escritura com referência a esta doutrina e marque-se toda passagem que indique arelação de Deus com os homens como um soberano absoluto, também toda declaração queatribua a eleição ou os frutos dela à Sua escolha e não à vontade e aos atos humanos; toda ailustração fornecida de que isto é método costumeiro de Deus; e resultará que escassamentequalquer livro da Escritura deixará de fornecer testemunho ao fato que, nos atos da graça, não153menos que naqueles da providência, Deus, ?faz segundo Sua vontade no exército do céu e entreos habitantes da terra? (Dan. 4:3-5) (Boyce, Abstract of Systematic Theology).3. CONTUDO, ELA TEM MUITOS OPOSITORES.Mas desde que esta doutrina é tão flagrante e humilhante para o homem natural, tãocompletamente agreste à mente carnal, tem ela muitos opositores. É mesmo como disse o imortalJ. R. Graves: ?Todos os homens são por natureza arminianos e a absoluta soberania de Deus éuma doutrina odiosa ao coração natural e depravado. Os falsos mestres têm-se aproveitado destesentimento natural e por séculos inflamaram os preconceitos de homens e mulheres cristãoscontra o exército da soberania da parte de Deus? (The Seven Dispensations, pág. 95, 96). Muitasteorias falsas da eleição têm-se levantado. Estas teorias surgiram através de um esforço para?medir os mistérios sobrenaturais com a vara torta da razão degenerada? (Ness).4. O SENTIDO DE ARMINIANISMO.E qualquer sistema de doutrina que condiciona o propósito salvador de Deus em atos ouméritos de homens é essencialmente arminiano. Assim como qualquer sistema que faz dosoberano prazer de Deus base do Seu propósito salvador é essencialmente calvinístico. Se alguémse apega ao primeiro, é arminiano, ainda que não vá a tudo com Arminio; se ao último, écalvinista, ainda que não vá a tudo com Calvino. Não há meio termo entre arminianismo ecalvinismo no seu sentido aceito entre os teólogos. Todo aquele que adota qualquer idéia daeleição, seja qual for, é uma coisa ou outra. G. W. Northurp, ele mesmo um arminiano,praticamente, diz, ao discutir se a eleição se condiciona em alguma coisa no homem: ?O

arminianismo pode ser considerado como representando todos os sistemas não calvinísticosquanto ao que respeita ao ponto sob consideração? (Sovereignty of God, pág. 48). E na segundaparte deste livro, escrito pelo Prof. Robert Watts, de Belfast, Irlanda, em resposta à primeiraparte, temos os ?Esboços? de A. A. Hodge citados como segue: ?Qual a base da eternapredestinação de indivíduos para a salvação? É a fé prevista e o arrependimento dos indivíduosmesmos, no soberano prazer de Deus? Todo cristão deve tomar um lado ou outro desta questão.Se ele tomar o lado que faz da fé prevista, fundamento, (ou se ele, como é comum hoje, faz da féa causa existente de uma eleição no tempo, o que é essencialmente o mesmo como a precitada154proposição), ele é arminiano, não importando o que ele mais sustente. Se ele tomar por base olado que faz o bom prazer de Deus, ele é calvinista?.5. CALVINISMO E ARMINIANISMO TERMOS TEOLÓGICOS.É necessário compreender que calvinismo e arminianismo são termos teológicos. Nãosignificam tudo quanto Calvino ou Arminio creram ou escreveram. Refere-se a dois sistemasantitéticos de doutrina, um tanto modificado na sua transmissão e tendo a eleição incondicional econdicional, respectivamente, como seus pontos principais. De modo que se tornou comum nadiscussão teológica classificar homens e sistemas de doutrinas como calvinísticos ou arminianosna base desses dois pontos principais.6. O NOME ?CALVINISMO? DEFINIDO E DEFENDIDO.Alguns crentes na eleição incondicional rejeitam o nome de calvinismo, mas sem boacausa. Ter a alguém como calvinista não quer dizer que é um seguidor de Calvino, nem queconcorda com tudo que Calvino escreveu, nem ainda que Calvino fosse o originador do sistemade doutrina que traz o seu nome. Agostinho, muito antes de Calvino, ensinou substancialmente omesmo sistema. Quando alguém se tem na conta de calvinista, não quer nem mesmo dizer que elecreia, necessariamente, em todos os cinco pontos de Calvino: pode significar que ele creiasomente nesse sistema na sua maior parte. Dizer que alguém não é calvinista, mas um paulinista,nada significa. Não há conflito entre calvinismo e paulinismo. Um paulinista é necessariamente

um calvinista. O calvinista não inclui expressamente tudo quanto Paulo ensinou a respeito deDeus, do homem e da salvação; assim como não inclui expressamente tudo da fé de qualquerhomem, em respeito a esses. Por exemplo, Calvino não trata expressamente do aspecto subjetivoda salvação, mas isto não é motivo para alguém renunciar ao nome; porquanto, ao passo que elenão trata expressamente desse aspecto, também não antagoniza qualquer verdade da Bíblia comreferência a este aspecto. De maneira que alguém pode ser calvinista e ainda crer em toda averdade da Bíblia. De fato, se um homem crê em toda verdade da Bíblia, ele é um calvinista,pouco importando quanto ele desgoste do nome, nem quão altamente ele o renuncie.7. O ESPÍRITO E A NATUREZA DO ARMINIANISMO.155O espírito do arminianismo é o espírito do modernismo. O arminianismo é um sistema daracionalismo, que, como o modernismo, faz da razão, em vez da revelação divina, o padrão daverdade.?A igreja corrompeu-se e amaldiçoou-se em quase todo tempo pela confiança indevidados homens nas suas faculdades raciocinantes. Eles empreenderam pronunciar sobre arazoabilidade ou inrrazoabilidade de doutrinas infinitamente acima de sua própria razão, as quaissão necessariamente matérias de pura revelação. Na sua presunção buscaram compreender ?ascoisas profundas de Deus? e interpretaram as Escrituras não segundo o seu sentido óbvio, claro,senão segundo as decisões de sua finita razão? (Rice, God Sovereign and Man Free, p. iii).Acautele-se o leitor contra esse espírito soberbo que rejeita a verdade revelada porque amente torcida e viciada do homem não pode sondá-la inteiramente. Isto é a fonte principal deateísmo e modernismo. ?Foi por meio do orgulho raciocinador que o homem caiu,? e podemosacrescentar que da mesma maneira hoje o homem está caindo para mais longe de Deus. A razão éum dom divino e, quando usada direito, é uma pérola de grande preço. Sua própria esfera nareligião jaz na justa divisão da palavra; mas, quando ela se afirma como um paradigma pelo qualse afere a credibilidade da revelação divina, ela se torna em laço do diabo e em estrada segura

para o inferno. ?A revelação constante ataca a arrogância que ímpiamente rebaixa a credibilidadeda palavra divina, a menos que o nosso mísero intelecto possa compreender as coisas quecompete à glória de Deus ocultar. O designo do Evangelho é humilhar esta tempera e nutrir emnós o espírito de ?uma criancinha?, sem o qual a mente prosseguirá tateando o seu caminhosombrio e perigoso, até que se perde em dédalos sem fim, desorientado e sem soluçãoinexplicável em labirintos escuros e intermináveis? (Richard Fuller, Baptist Doctrines, by C. A.Jenkins).O arminianismo é a mentira mais ardilosa que o diabo jamais inventou em toda a suamilenar oposição a Deus. É o seu supermo esforço para apagar a deidade de Deus. ?Oarminianismo é a religião do homem, que pode ser executada pelo homem. O homem é a forçaprincipal: com o homem começa e com o homem perecerá? (Parks). Ele eleva o homem e insultaa Deus. Ele nutre o orgulho humano e detrata da glória divina.156O arminianismo é a chocadeira do papismo, de quem a quentura de favor pode facilmentevirar em sapos do abismo sem fundo? (Rous). ?É o Benjamin do Papa ... o elixir deanticristianismo; o mistério do mistério da iniqüidade; o gabinete do Papa; a verdadeira quintaessência do equívoco? (Leighton). ?Põe a Deus na mesma extremidade com Dario, quealegremente teria salvado a Daniel, mas não pode. Daniel 6:14? (Ness). Arranca ?o grande Jeovámesmo do Seu trono, estabelecendo a dama Sorte para ser adorada em Seu lugar? (Ness). ?Reduzo governo do mundo a mera sorte, ao selvagem capricho e desordem. Segundo este sistema anatureza, a providência e a graça são só seções do ateísmo; Deus não tem ingerência na terra enos Seus negócios; ou ? se isto for monstruoso e revoltante demais ? Deus exerce autoridadesobre a matéria, mas não sobre as mentes e os corações dos homens ... conseqüentemente, aprofecia é um absurdo; a providência uma quimera; a oração uma zombaria; desde que Deus nãointerfere nos eventos mortais, mas desampara tudo aos humores desenfreados e às paixões demiríades de agentes independentes, de nenhum dos quais restringe os caprichos e impulso, por

quem sua vontade é constantemente derrotada e impulsos, por quem sua vontade éconstantemente derrotada e tripudiada? (Richard Fuller, Baptist Doctrines, by C. A. Jenkins).Não admira, então que B. F. Riley diga: ?Whitfield foi um metodista calvinístico, o quequer que isto seja, ainda que seja tão perfeitamente fácil de definir como um batista arminiano.Nem está livre de falácia e são claramente um ponto esquivo? (The Baptist in the Building of theNation).II. A ELEIÇÃO DEFINIDA?Deus de Seu próprio propósito, determinou desde a eternidade salvar um númerodefinito da espécie humana, como indivíduos, não por ou por causa de qualquer mérito ou obradeles, nem de qualquer valor deles a Cristo, mas de Seu próprio beneplácito? (J. P. Boyce,Abstract of Systematic Theology, pág. 347).?A eleição é aquele eterno ato de Deus, pelo qual, de Seu soberano prazer e devido anenhum mérito previsto neles, Ele escolhe certos dentre o número de homens pecadores paraserem os recipientes da graça especial do Seu Espírito e feitos participantes da salvação deCristo? (Strong A. H., Systematic Theology, pág. 427).157III. A ELEIÇÃO É ETERNACom isto queremos dizer que a eleição é sem origem atual: tem sido sempre, assim comoDeus tem sido sempre.1. PROVAS ESTABELECIDASA eternidade da eleição se prova por:(1) A imutabilidade de Deus.?Com isto queremos dizer que a natureza, os atributos e a vontade de Deus estão isentosde toda a mudança ... Toda mudança deve ser para melhor ou para pior, mas Deus é a perfeiçãoabsoluta e nenhuma mudança para melhor é possível. Mudança para pior seria igualmenteincoerente com a perfeição? (Strong, Systematic Theology). E porque Deus possui sempre todo oconhecimento e todo o poder, não pode haver ocasião de mudança nEle.Para prova escriturística e ulterior discussão da imutabilidade de Deus vide capítulo sobre?A Natureza e Atributos de Deus?.A imutabilidade de Deus nos ensina que o que quer que Deus queira em qualquer tempo,

Ele sempre quis. ?Não pode haver mais um novo pensamento, um novo intento, ou um novopropósito em Deus, do que haver um novo Deus? (Ness). Conseqüentemente, quando Deus salvaum homem, Ele deve ter sempre intencionado e proposto salva-lo. O propósito e o intento desalva-lo envolve eleição dele para salvação; logo, a eleição é eterna. Afirmar doutra maneira énegar a imutabilidade de Deus.(2) A Presciência de Deus.Em Romanos 8:29 afirma-se que Deus pré conheceu os que Ele salva. Esta presciênciaenvolveu um propósito de os salvar e este propósito de os salvar envolveu eleição. Estapresciência teve um princípio? Se teve, então houve um tempo em que Deus não foi onisciente e,portanto, nem perfeito e infinito. Sem perfeição e infinitude não pode haver Deus. Logo, a158presciência de Deus é eterna e, conseqüentemente, eterna é a eleição; porque está envolvida napresciência, como indicado supra.Vemos assim quão deletério é o ensino que a eleição tem lugar no tempo. Todo negadorda eternidade da eleição é um ateu, logicamente. Ele não tem Deus, realmente; porque, tendologicamente negado a imutabilidade, a perfeição e a infinitude de Deus, teoricamente roubou-Ode Sua divindade. Contudo, os que ensinam a eternidade da eleição, são acusados de erguernovos testes de amizade.(3). Afirmações plenas da Escritura.Apelamos aqui para as duas passagens seguintes:?Como nos elegeu nEle antes da fundação do mundo? (Efésios 1:4).?Por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação? (II Tessalonicenses 2:13).O que teve lugar antes da fundação do mundo teve lugar antes do princípio do tempo, poisno princípio do tempo o mundo foi criado (Gênesis 1:1). A primeira passagem supra, então, põe aeleição definitivamente na eternidade. A segunda passagem quer dizer que, para sempre, desde oprincípio, nossa eleição foi um ato completo. Assim teve lugar antes do princípio e, desde que naeternidade não há antes nem depois, nunca houve um tempo em que a eleição não tivera lugar.Este é o sentido de eterno.2. OBJEÇÕES RESPONDIDASA eternidade da eleição está objetada por alguns:

(1). Que a eleição tem lugar quando somos salvos, porque estamos eleitos ?em? Cristo.Isto está afirmado em Efésios 1:4, que citamos há pouco. Notai, porém, que esta mesmapassagem faz a eleição eterna. Por que invocarão os homens uma passagem isolada da Escrituracontra si mesma?159A afirmação que fomos eleitos ?em? Cristo não quer dizer senão que Cristo foi ofundamento de nossa eleição (sendo a eleição na base de Sua obra salvadora), e que nós fomospré-conhecidos como estando em Cristo no propósito de Deus. A linguagem aqui é a linguagemd?Aquele que no Seu propósito, ?chama as coisas que não são como se fossem? (Romanos 4:17).Temos um outro exemplo disto em Romanos 8:29,30, onde a chamada, a justificação e aglorificação dos eleitos todas estão postas no passado. Nós não estávamos atual eexperiencialmente em Cristo na eternidade; nem fomos atual e experiencialmente chamados,justificados e glorificados na eternidade; mas estávamos no propósito de Deus e isto é osignificado da passagem há pouco citada.(2). Que somos eleitos quando somos salvos na base que a Escritura nunca aplica o termo?eleito? a ninguém, exceto aos salvos.Verdade é que o termo ?eleito? faz referência exclusiva às pessoas salvas em algunslugares da Escritura. Tal uso do termo pode ser visto em Mateus 22:24; Lucas 18:7; Romanos8:23; I Pedro 1:2. Estas passagens se referem somente àqueles em que a eleição se aplicou e sefez experimental; mas não é a este só que se aplicou o termo ?eleito? e os seus equivalentes. EmEfésios 1:4 e II Tessalonicenses 2:13, como já vimos, os eleitos dizem-se ter sido tais desde aeternidade. Então o termo ?ovelha? é equivalente ao termo ?eleito? e em João 10:16 temos aaplicação de Cristo do termo ?ovelha? aos gentios perdidos que ainda estavam para ser salvos.Diz essa passagem:?Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco (a nação judaica): a elas também devotrazer e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e um pastor.?Mas, para maior destroço dos arminianos, achamos que II Timóteo 2:10 aplica o termo?eleito? na sua forma possessiva aos que não estavam salvos ainda. Diz esta passagem:

?Tudo aturo por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação emCristo Jesus com glória eterna?.(3). Que somos eleitos quando somos salvos na base que a Escritura põe a chamada antes daeleição.160É fato que, algumas vezes, em se referindo tanto à chamada como à eleição dos crentes,ou em aludindo aos chamados e eleitos, a Escritura menciona primeiro os chamados. VideMateus 22:14; II Pedro 1:10; Apocalipse 17:14. Os ?chamados? de Mateus 22:14 (a palavragrega sendo um adjetivo usado substantivamente) são aqueles a quem soa através de pregação doEvangelho a chamada somente geral, externa e, na maior parte, ineficaz. Esta classe se compõede muitos. Mas dos tais, apenas uns poucos, comparativamente falando, pertencem aosescolhidos, como se evidência pelo fato que somente os poucos crêem no Evangelho. As outrasduas passagens citadas mencionam a chamada e a eleição na ordem em que se realizam naexperiência. Um conhece sua eleição somente pela chamada (vivificação) que recebeu do EspíritoSanto. Que as passagens dadas supra não fixam a ordem cronológica, ou mesmo a lógica, dachamada e eleição, está evidente das provas que foram dadas da eternidade da eleição, e deRomanos 8:29,30, onde a ordem é, manifestamente, a verdadeira ordem lógica. Ali a presciênciae predestinação, que envolvem a eleição, se colocam antes da chamada. Então Romanos 8:28afirma que somos chamados (particularmente, internamente e eficazmente) ?segundo o Seu (deDeus) propósito?. E este propósito envolve eleição. De modo que a eleição deve preceder achamada, tanto como o propósito de chamar deve preceder a chamada atual, uma vez que achamada é segundo o propósito divino.Os que forçam esta objeção contra a eternidade da eleição carecem de notar que aEscritura não nomeia sempre as coisas tanto na sua ordem lógica como na cronológica; porexemplo, II Timóteo 1:9 põe a salvação antes da chamada.(4). Que a eleição tem lugar quando somos salvos na base que somos eleitos por meio dasantificação do Espírito e crença da verdade.Esta objeção se baseia na tradução de II Tessalonicenses 2:13 e I Pedro 1:2 segundo a

versão do Rei Tiago. A primeira passagem diz na referida versão que somos eleitos ?para asalvação por meio da santificação do Espírito e crença da verdade?. A segunda, na mesmaversão, diz que somos ?eleitos... pela santificação do Espírito para a obediência e aspersão dosangue de Jesus Cristo?. A preposição grega traduzida na versão do Rei Tiago ?através de? é?em?. E é um tanto desconcertante para os arminianos notar que a Versão Revista traduz estapreposição por ?em? em vez de ?através de?. E é a eles ruinoso notar que N. M. Williams diz161desta preposição: ?Ela expressa um estado, não um ato; não ?através de?, mas ?em?. Apreposição grega rara expressa instrumentalidade? (An American ? Baptist ? Commentary on theNew Testament).A preposição grega alude ao estado em que estava o povo no tempo em que se lhe dirigiue não significa o meio pelo qual se tornou eleito de Deus.3. OUTRAS CONSIDERAÇÕESAntes de passar adiante, desejamos indicar outras poucas passagens que são como umdobre a finados à teoria infiel de a eleição e a salvação terem lugar simultanemante.(1). ?Tudo o que o Pai me dá virá a mim? (João 6:37).Manifesto é que esta passagem representa o Pai dando gente ao Filho como precedendosua vinda ao Filho. O ato de o Pai dar gente ao Filho (pelo qual aqui está significada a eficáciadivina em traze-la à possessão atual do Filho por meio de arrependimento e da fé, o verbo ?dá?estando no presente) envolve uma eleição daqueles assim dados, porquanto todos não são dados.E desde que o dar precede a salvação, então a eleição deve preceder a salvação. Este dar, semdúvida, prova à eternidade da eleição à luz da imutabilidade de Deus. Mas aqui só nos interessamostrar que a eleição precede a salvação. A divina eficácia em trazer homens a Cristo estáaludida em João 6:44,65 e Efésios 1:19,20.(2). ?Creram todos quantos foram ordenados para a vida eterna? (Atos 13:48).Esta passagem põe a ordenação de vida eterna antes da fé e, conseqüentemente, antes dasalvação. Esta ordenação para a vida eterna envolve eleição sobre o mesmo fundamento em que odar da primeira passagem envolve eleição.

Tanto quanto a forma da palavra grega concerne, podia ser tanto média como passiva,mas a preponderância da opinião erudita considera-a como sendo definitivamente passiva. AssimHackett dá a tradução: ?Tantos quantos foram nomeados para a vida eterna creram? e ajunta:?Esta é a única tradução que a filologia da passagem permite?. Mais adiante diz Hackett: ?Algunstraduzem o particípio grego (tetagmenoi) por disposto, inclinado; porém, estes termos como162passivos, ainda que possam significar disposto externamente ? como, por exemplo, traçado, emordem militar ? não eram usados como um ato da mente?. Jamieson, Fausset and Brown no seucomentário fazem este significativo comento das palavras em foco: ?... não podem serinterpretadas de algo inferior a isto, que uma divina ordenação para a vida eterna é a causa, não oefeito, da crença de qualquer homem?.Alguns têm tentado reviver a passagem, fazendo com que ela diga: ?Todos quantoscreram foram ordenados para a vida eterna?, o que é maneira que teria de dizer que para permitirmesmo a interpretação que eleição e salvação têm lugar ao mesmo tempo. Mas a construçãogrega não consentirá esta transposição. Thayer diz que a passagem se refere a ?tantos quantosforam indicados para obter a vida eterna, ou a quem Deus decretará vida eterna?.(3). ?Deus escolheu-vos ... para a salvação? (II Tessalonicenses 2:13).Desde que os homens são escolhidos ou eleitos ?para? salvação, sua eleição deve precedera salvação. Está isto manifesto a todos, exceto uma certa classe de arminianos que são incapazesde entender português claro.IV. A ELEIÇÃO FOI PESSOAL, INDIVIDUAL, PARTICULAR E DISCRIMINATIVASendo obrigados a admitir que uma eleição de qualquer espécie teve lugar na eternidade,alguns arminianos sustentam uma outra das seguintes noções:1. QUE A ELEIÇÃO NA BÍBLIA TEM REFERÊNCIA SÓ A ISRAEL COMO NAÇÃO E AOSGENTIOS COMO UM TODO, E QUE É SOMENTE UMA ELEIÇÃO A POSIÇÃO EVANTAGEM, NÃO À VIDA ETERNA.Diz-se que Deus escolheu Israel como nação; então, nos dias do Novo Testamento, Deuso rejeitou e o substituiu pelos gentios como um todo. É crido, pelos que sustentam esta idéia, que

a discussão clássica da eleição em Romanos 9 e 11 não se referem à eleição individual para avida eterna senão somente a tal eleição global como estabelecida acima. O fato de qualquerhomem poder sustentar uma posição tal como esta apenas mostra a que extensão de loucura opreconceito o conduzirá.163Nossa resposta:(1). Que em Romanos 9 e 11 temos uma eleição individual de Judeus para a vida eterna, bemcomo a eleição nacional de Israel a posição e vantagem, é evidente de:A. A declaração que Deus tem misericórdia de quem Ele quer e endurece a quem Elequer. Romanos 9:18.Tal declaração é inaplicável a eleição e rejeição nacionais ou globais. Ela só pode seraplicada ao trato de Deus com indivíduos. E que ela assim se aplica tornar-se mais evidente aopasso que prosseguirmos além na discussão de Paulo.B. A objeção antecipada desta maneira de tratar com os homens. Romanos 9:19.Que é esta objeção em palavras claras? É isto, como apresentada por A. N. Arnold: ?É davontade de Deus endurecer um homem, uma vez que a vontade de Deus não pode ser resistidacom vantagem; mas, se é, como pode Deus culpar a pecadores endurecidos?? Pelo Prof. DavidBrown a objeção é apresentada como segue: ?Esta doutrina é incompatível com aresponsabilidade humana; se Deus escolhe e rejeita, perdoa e castiga a quem Lhe apraz, por quesão culpados os que, se rejeitados por Deus, não podem evitar pecar e perecer?? E este mesmocomentador prossegue, a dizer que esta objeção mostra ?a natureza real da doutrina objetada: queé a eleição e a não-eleição à salvação eterna antes de qualquer diferença de caráter pessoal aúnica doutrina que podia sugerir a objeção aqui apresentada.?C. A menção de ?vasos de misericórdia? e ?vasos de ira?. Romanos 9:21-23Isto é inaplicável à eleição nacional ou global a posição e vantagem. Numa tal eleição asnações não-eleitas e grupos não podem ser justamente representados como ?vasos de ira?, porquetal eleição não os representa totalmente abandonados à ira. Durante os dias do trato especial deDeus com os judeus como a nação eleita, outras nações não estiveram inteiramente excluídas.

Indivíduos delas podiam participar das bênçãos teocráticas de Israel por se submeterem eobservarem os ritos de Israel.164D. A menção de uma porção de Israel como ?a eleição? e ?um resto segundo a eleição dagraça?. Romanos 11:5,7.?Neste resto eleito, ajuntando de uma nação eleita, temos uma eleição dentro de umaeleição, uma eleição de indivíduos para a vida eterna que pertenciam e um povo a quem Deuselegera aos privilégios da graça? (An American Commentary of the New Testament)?.(2) Que os gentios não substituíram os judeus é evidentes de:A. O fato de Israel não ter sido rejeitado no sentido de sua eleição ser revogada.Israel foi temporariamente rejeitado de sua posição nacional no plano de Deus, mas,?quanto à eleição?, ainda é benquisto e ainda será restaurado ao seu lugar (Romanos 11:25-31). Ochamado de Deus, se nacional, global, ou individual, é imudável (Romanos 11:29). Logo, todofalatório de os gentios terem substituído os judeus é puro idiotice.B. O argumento de Paulo em Romanos 9:6.O argumento de Paulo é que a incredulidade da grande massa de judeus não abrogou apromessa de Deus a Abraão com fundamento que a promessa não se aplicou a toda a semente deAbraão. Mas, se os judeus tivessem sido rejeitados como atinentes à eleição e os gentios ossubstituíssem, o argumento de Paulo desenvolver-se-ia alguma coisa como segue:?A escolha de Abraão e sua semente não falhou; porque, ainda que Israel tenha sidorejeitado, os gentios tomaram o seu lugar e Deus tem o direito de escolher a nação que ele quiseraos privilégios do seu reino visível? (Comentary Jamieson, Fauset, and Brown).(3) Que há uma eleição individual dos gentios, tanto como dos judeus à vida eterna é evidentede:A. Romanos 9:24.Neste verso Paulo segue sua referência a ?vasos de misericórdia ... que para gloria jádantes preparou? com a afirmação (V. 24): ?Mesmo nós, a quem também chamou, não só dentre165os judeus, mas dentre os gentios também?. Isto mostra-nos claramente que os ?vasos de

misericórdia? que são manifestante indivíduos eleitos, constitúem-se tanto de judeus como degentios. Temos assim uma eleição individual de gentios bem como de judeus. Sobre este verso oProf. Brown nota luminosamente: ?Aqui, pela primeira vez neste capítulo, introduz-se a chamadados gentios; tudo antes dizendo respeito não à substituição dos judeus rejeitados pelos gentioschamados, mas à escolha de uma porção do mesmo Israel. Fora total a rejeição de Israel, apromessa de Deus a Abraão não se teria cumprido pela substituição deles pelos gentios; massendo só parcial a rejeição de Israel, a conservação de um ?resto?, no qual a promessa valeu,porém ?segundo a eleição da graça?. E agora, pela primeira vez, o apóstolo nos diz que, a parcom este resto eleito de Israel, é propósito de Deus ?tirar dos gentios um povo para Seu nome.?(Atos 15:14).B. Referências à eleição em outros livros do Novo Testamento.Estas referências aparecem nalgum lugar nesta discussão, pelo que não precisam sermencionadas aqui. Vire o leitor as páginas deste capítulo e note estas referências, marcando quãocerto elas se referem a uma eleição individual para a salvação. Note especialmente IITessalonicenses 2:13 em contraste com a teoria que a eleição é só para posição e vantagem e nãopara salvação.C. Todos os argumentos que dirigimos agora à segundo teoria, a qual nega que a eleiçãofoi individual.Esta segunda teoria é:2. QUE A ELEIÇÃO ETERNA SE APLICA SOMENTE À CLASSE DOS ?QUEM QUER QUEQUEIRA?.A falsidade desta teoria se prova por:(1). A presciência de Deus dos que Ele salva.Romanos 8:29 afirma a presciência de Deus dos que Ele salva. E desde que Deus préconhece os que Ele salva, Sua eleição deles não podia ter sido mera eleição de classe. Eleger uma166classe com total conhecimento prévio dos que ao certo hão de compor essa classe é igual a umaindividual de cada um na classe.(2). O fato de os nomes dos eleitos estarem escritos no livro da vida.Que os nomes dos eleitos estavam escritos no livro da vida na eternidade está provado porApocalipse 17:8, que diz:

?A besta que viste, foi e já não é, e há de subir do abismo e ir-se à perdição. E os quehabitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) seadmirarão vendo a besta que era e já não é, ainda que é.?Esta passagem, falando daqueles cujos nomes não estavam escritos no livro da vida,implica distintamente que houve alguns cujos nomes estavam escritos no livro da vida ?desde afundação do mundo?. ?Desde a fundação do mundo?, diz Justin A. Smith, ?é o modo do NovoTestamento representar o que teve lugar no passado remoto, antes do tempo, medido nos períodosdeste mundo, existir? (An American Commentary on the New Testament).Este escrever dos nomes dos eleitos no livro da vida certamente faz a eleição individual epessoal.(3). O fato que Deus salva gente como indivíduosA imutabilidade de Deus, como já indicamos, leva-nos a crer que Deus propôseternamente fazer tudo o que Ele faz. Portanto, desde que Ele salva o povo como indivíduos, Eledeve ter tido um propósito eterno de os salvar como indivíduos. Este propósito eterno é igual àeleição, e assim está provado ser a eleição individual.Tudo destes argumentos mostra também que em nenhum sentido a eleição respeita atodos os homens: ela toca somente à aqueles a quem Deus salva atualmente. Todos os outros Elepassou, deixando-os sofrer a justa penalidade dos seus pecados no inferno.V. ELEIÇÃO NÃO SE BASEOU NA FÉ PREVISTA DOS ELEITOS167Certo é que Deus previu a fé dos eleitos. E também é certo que este pré-conhecimento nãofoi o fundamento da eleição. Prosseguimos a provar que a eleição não se baseou na fé previstados eleitos por induzir algumas objeções à teoria que baseia a eleição na fé prevista dos eleitos.Veremos então que esta teoria não elimina algumas das objeções mais fortes que os arminianosalegam contra a doutrina da eleição incondicional. Primeiro tomaremos as:1. OBJEÇÕES A TEORIA QUE A ELEIÇÃO SE BASEOU NA FÉ PREVISTA DOS ELEITOSE, antes de dar essas objeções, desejamos indicar o fato que elas se aplicam com igualforça à teoria que somos eleitos quando somos salvos, pois ambas as teorias igualmente

condicionam a eleição na fé.(1). Esta teoria nega que a fé seja um dom de Deus e faz dela um exercício do coração natural.Nenhum advogado judicioso desta teoria pode sustentar que a fé seja o dom de Deus, quese opera em nós pela força regeneradora do Espírito Santo. O notável Agostinho, no seu livro dasRetratações, habilmente reconhece o seu erro em ter pensado uma vez que a eleição se baseia nafé prevista, dizendo: ?Eu nunca podia ter afirmado que Deus, ao escolher homens para a vida,tivesse qualquer respeito à sua fé, tivera eu considerado devidamente que a fé é o Seu própriodom?. A fé é a salvação em germe. Portanto, dizer que Deus dá a fé e então nos salvaeletivamente por causa dessa fé prevista, equivale a dizer que Deus salva e então, por causa disso,elege-nos para a salvação. Daí, a única idéia óbvia que pode ser tomada pelos que crêem que aeleição se baseia na fé prevista é que a fé precede a vivificação poderosa do Espírito Santo e queé, portanto, um exercício do coração natural. Isto implica as seguintes coisas que a Escrituranega:A. Que uma coisa limpa pode sair de uma impura.Certamente que a fé é limpa e santa. O coração natural é, certamente impuro e ímpio.Jeremias 17:9 ensina que o coração natural é desesperadamente ímpio. E em Romanos 7:18 Paulodiz que na sua natureza carnal não havia bem algum. Mais ainda, a doutrina de depravação total,como ensinada na Escritura e crida pelos batistas, afirma que toda faculdade do homem estápoluída pelo pecado, e, portanto, é impura e ímpia.168Agora, pode a fé, princípio limpo, proceder do coração natural, coisa impura?Respondemos que não pode, e isso por duas razões, a saber:(a) A lei inexorável que igual gera igual. Isto é uma lei universal. Opera em todas ascamadas. É um axioma. Expressa-se esta lei figuradamente no brocardo que a água não podelevantar-se acima do seu nível.(b) A afirmação de Jó. Referíamo-nos aqui a Jó 14:4, que diz: ?Quem do imundo tirará opuro? Ninguém?.B. Que um que está acostumado a fazer o mal pode voltar a fazer o bem.O pecador está acostumado a fazer o mal. A fé é uma boa coisa. Pode então o pecador

exerce-la enquanto está no estado natural? Jeremias afirma fortemente a impossibilidade de opecador fazer isto. Ele diz: ?pode o etíope mudar sua pele ou o leopardo suas manchas? Assimpodeis vós fazer o bem sendo acostumados a fazer o mal?? (13:23). Assim Jeremias diz que é tãoimpossível ao homem natural fazer o bem e, exercer a fé, como é ao negro fazer-se branco ou aoleopardo despir-se do seu manto malhado.C. Que o que está na carne pode agradar a Deus.A fé é agradável a Deus. A menos que alguém seja vivificado pelo Espírito Santo, está nacarne, isto é, está sob o poder dominador da natureza carnal. Pode então alguém exercer a féantes de ser vivificado? Não segundo Paulo, que diz: ?A mente da carne é inimizade contra Deus,pois não está sujeita à lei de Deus, nem na verdade pode estar: e os que estão na carne não podemagradar a Deus? (Romanos 8:7,8).D. Que o homem natural pode receber as coisas espirituais.A fé salvadora é a recepção de Jesus Cristo como Salvador de alguém. Cristo comosalvador é certamente uma coisa espiritual. Receber a Cristo como salvador de alguém é mais doque receber a verdade intelectualmente. Deve o tal ter um convencimento cordial de sua condiçãoperdida e de sua completa inabilidade para salvar-se a si mesmo. Deve o tal ter também umaconvicção cordial quanto ao poder salvador de Cristo e de como o homem participa desse poder.169Deve haver uma apreciação real destas coisas. E estas coisas, quando devidamente apreciadas nasua profunda significação, são certamente coisas espirituais. E foi com referência a ?Cristo e Elecrucificado? que Paulo escreveu quando disse: ?O homem natural não recebe as coisas doEspírito de Deus, pois são loucura para ele e ele não pode conhece-las, porque são discernidasespiritualmente.? (I Coríntios 2:14).(2). Esta teoria faz a eleição depender do correr e do querer do homem.Contudo, ao discutir a eleição, diz Paulo: ?Não é do que quer, nem do que corre, mas deDeus, que se compadece? (Romanos 9:16).(3). Esta teoria nega a salvação pela graça e dá ao homem base para gloriar-se diante de Deus.Se Deus está representado como contemplando através dos séculos e prevendo que uns

certos creriam aparte de qualquer soberano propósito para traze-los à fé, tendo a estes elegido porcausa desta fé prevista, não pode ser negado que Deus salva somente os que estão melhores doque a parte comum da humanidade. A grande maioria dos homens prossegue na incredulidade, oque indica neles um espírito muito pior do que seria indicado neles se cressem. Daí, os quecrêem, em princípios arminianos, são melhores em si mesmos (porque a fé, se for uma condiçãode eleição, deve, como já o mostramos, proceder o poder vivificador do Espírito Santo e vem,portanto dó coração natural) do que os que não crêem. Segue-se, conseqüentemente, como a noiteao dia, que Deus salva somente os que são melhor do que outros. E essa bondade, conquantomesmo consista só de fé, não pode ser excluída da categoria de atos meritórios. A fé é o germe dasantidade. Sim, mas, é a própria expressão de uma disposição santa. De sorte que, o que crê queDeus elegeu homens sob condições de sua fé, deve se ele for capaz de pensar, aceitar aproposição que Deus elegeu salvar homens sobre o fundamento do seu próprio mérito parcial.Nenhum crente de eleição condicionada na fé pode sustentar coerentemente a salvação pelagraça.Os arminianos sustentam, comumente, que Deus não pode com justiça passar peloscaídos, como os da eleição incondicional o representam passando pelos não-eleitos. Mas, ?seDeus não pudesse com justiça ter passado pelo homem quando ele caiu, Deus lhe teria feito umainjustiça ter passado por ele, e quando, em vez de passar por ele, o visitou, Deus estava170simplesmente executando para com ele um ato de justiça. É um abuso crasso de linguagem,seguramente, chamar ato de graça uma semelhante interposição. Os arminianos estão semprereclamando que são os defensores da ?Livre graça?, mas os seus princípios ... provaramdemonstrativamente que a pretensão está absolutamente destituída de garantia, que pela naturezada economia, quer pela história de sua administração? (Watts, Sovereignty of God, pág. 13).?Só há dois sistemas de teologia. Um deles dá toda a glória a Deus; os demais a dividemcom o homem? (J. W. Porter, Random Remarks ? on election ? pág. 41).

Segundo a teoria agora refutada, um homem salvo pode dizer: ?Pai, agradeço-Te teresmandado a Cristo morrer por mim e agradeço-Te por me ofereceres a salvação, porque, a menosque tivesses feito estas coisas, eu não podia me salvar. E agradeço-Te que me influenciaste peloEspírito. Mas, Pai, posso agradecer só a mim mesmo ter eu aceitado Tua oferta de misericórdia.O crédito disso a mim pertencem, uma vez que nada do que fizeste foi suficiente para causarirresistivelmente a minha aceitação de Tua livre mercê. Fizeste tanto pelos outros que ainda estãoperdidos como fizeste por mim antes de eu crer; logo, eu a mim mesmo me fiz diferir dos demais.Pai, não pode com justiça negar-me o direito de gloriar-me nisto e jactar-me disso por toda aeternidade, como ficarei especialmente movido a faze-lo quando penso na condição dos perdidosno inferno e me lembro de que foi meu ato que me guardou de estar no inferno. De algumamaneira, ou por hereditariedade, treino ou qualquer outra coisa, fui melhor do que eles, porqueme submeti a Ti e eles não. Assim, ainda mesmo que a salvação foi mais de Tua graça, todavianão o foi inteiramente; porque Tu não me terias salvo se eu não fora melhor do que aqueles queperecem.?Ao contrário, é-nos dito no santo escrito que Deus arranjou a dispensação de Sua graça?para que nenhuma carne se glorie perante Deus? (I Coríntios 1:29).(4). Esta teoria faz da eleição uma farça.?Se os homens fossem previstos como possuídos de fé e santidade, antes de sua eleição eindependentes dela, seria difícil conceber que ocasião houve para serem eleitos. Não haverianecessidade dela para garantir sua felicidade final. Porque o Juiz de toda a terra deve fazer justiçae a miséria eterna jamais foi designada para ser a porção de qualquer um que creia e seja santo;171que paz e salvação estão ligadas inseparavelmente a um tal estado e a tais caracteres. Terordenado esses para a felicidade e glória, que foram previstos estar assim qualificados, teria,portanto, sido em tudo desnecessário? (A. Booth, Reign of Grace, pág. 63).Assim o arminianismo faz da eleição um termo desnecessário e sem sentido.(5). Esta teoria representa-nos como sendo eleitos porque fomos previstos como santos mais do

que se devêssemos ser santos.O crente é santo; isto é, é uma pessoa santificada. Assim, ensinar que fomos eleitosporque fomos previstos como crentes é ensinar que fomos eleitos porque fomos previstos comosendo santo; mas a Escritura ensina que fomos escolhidos em Cristo ?para que fossemos santos?.(Efésios 1:4).(6). Esta teoria faz a eleição por causa da adoção mais do que para adoção.Todos os crentes foram adotados, porque a adoção é por meio da fé (Gálatas 3:26).Assim, se a eleição tivesse sido baseada na fé prevista, teria sido também baseada na adoçãoprevista; mas a Escritura ensina que a predestinação (que envolve eleição) é ?para adoção?(Efésios 1:5).(7). Esta teoria destrói a soberania de Deus.Segundo o arminianismo, Deus está sem poder para salvar a qualquer pessoa, exceto osque por si mesmos consentem em salvar-se. Assim, ?Deus está sem poder ante a majestade davontade arrogante do homem. Os pecadores têm a glória de sua própria salvação. Orar a Deuspara converter um homem é absurdo. Deus elege o homem porque prevê que o homem eleger-seáa si mesmo? (S. R. Mason, como citado aprovadamente por A. H. Strong Systematic Theology,pág. 433).2. A FUTILIDADE DA TEORIA QUE A ELEIÇÃO SE BASEOU NA FÉ PREVISTA DOELEITO.172Os arminianos imaginaram esta teoria para eliminar certas objeções que eles inventaramcontra a eleição incondicional. Objetam à certeza que prevalece sob a eleição incondicional,porque fantasiam que esta certeza abroga a livre agência do homem. Mas a teoria emconsideração envolve nada menos um grau de certeza. Se Deus prevê que uma coisa vai ser, éabsolutamente certo ser. Nada o poderia fazer mais certo.Eles não gostam de pensar de alguns homens nascidos no mundo sem nenhumapossibilidade de salvação. Mas a teoria em consideração envolve a mesma coisa; pois,certamente, se Deus previu os que creriam, também previu os que não creriam, e não hápossibilidade destes jamais crerem.

Eles pensam que a eleição incondicional coloca a responsabilidade dos que perecem sobreDeus, mas sua admissão da presciência de Deus está igualmente aberta à mesma objeção, comomostrado na seguinte citação: ?Eu logo admito que a mera previsão de um evento que nãopodemos impedir e não temos a faculdade de realizar não nos envolve em responsabilidadealguma. Mas, quando o Criador, de Seu próprio prazer soberano chama a existência um agenteinteligente, amolda-o com certos poderes e apetites e o coloca no meio de cenas em que elesvêem claramente tentações que o sobrepujarão, num tal caso é auto-evidente que as nossas débeisfaculdades não podem separar presciência de pré-ordenação. A negativa, portanto, de préordenaçãonão mitiga qualquer objeção: apenas esconde a dificuldade aos ignorantes? (RichardFuller, Baptist Doctrines, by C. A. Jenkins).3. A NATUREZA DA PRESCIÊNCIA DE DEUS.Romanos 8:29 e I Pedro 1:2 têm sido invocadas em amparo da teoria que a eleição estábaseada na previsão que Deus tem da fé dos eleitos; mas, presciência e previsão não são idênticasno sentido. Ao comentar Romanos 8:29, diz o Prof. Brown: ?No capítulo 11:2 e nos Salmos 1:6 o?conhecimento? que Deus tem do Seu povo não pode restringir-se a mera previsão de eventosfuturos ou familiaridade com o que se vai passando aqui em baixo... A presciência que Deus temdo Seu próprio povo quer dizer Sua complacência peculiar e graciosa para com ele povo.?(Commentary, Jamieson, Fausset e Brown). Dizer que Romanos 8:29 quer dizer que a quemDeus previu como os que de si mesmos crêem ?é lançar sobre o texto o que é contrário a todo oespírito e mesmo à letra do ensino apostólico? (ibid). A mesma palavra em Romanos 8:29173aparece de novo na sua forma de particípio em I Pedro 1:20, onde ela se refere a Cristo na Suaobra redentora. Aí ela certamente não pode limitar-se ao simples sentido se previsão. É umanoção comum que I Pedro 1:2 representa a presciência como logicamente antecedendo a eleição,mas tal noção não se contém na passagem em foco: esta ensina, simplesmente, que a eleição éagradável à presciência de Deus. A expressão ?eleitos ... segundo a presciência de Deus? tem o

mesmo sentido que ?eleitos na presciência de Deus?. Os referidos foram leitos em que Deus,antes que o mundo existisse, os olhou com especial e graciosa complacência. A palavrapresciência em I Pedro 1:2 está definida no Léxico de Thayer como significado ?antepensamento,prearranjamento?.Qualquer presciência que implique certeza, como é o caso am ambas as passagens emdiscussão, deve ser considerada como logicamente subseqüente ao propósito ou decreto de Deus.Vide Atos 2:23. ?Logicamente, ainda que não cronologicamente, o decreto vem antes dapresciência?, (Strong). ?Donde vem o conhecimento de Deus da futurição de quaisquer eventos,exceto do conhecimento do Seu propósito de causar ou permitir que eles viessem a acontecer??(Boyce). ?A presciência de Deus descansa sobre o Seu determinado conselho? (Graves, TheSeven Dispensations, pág. 100).VI. A ELEIÇÃO É PARA A SALVAÇÃODeclara-se esta verdade em II Tessalonicenses 2:13, que diz: ?Deus vos escolheu para asalvação desde o princípio?.Notai três coisas desta passagem:1. ELEIÇÃO NÃO É SALVAÇÃOOs arminianos acusam que a eleição incondicional quer dizer salvação incondicional eque nós ensinamos que os homens foram atualmente salvos na eternidade. Ambas as coisas sãosem fundamento, porque a eleição não é salvação. Fomos incondicionalmente eleitos naeternidade para uma salvação condicional no tempo. E quando falamos da salvação como sendocondicional, não queremos dizer que a salvação dos eleitos seja de qualquer modo fortuita ouincerta, mas somente que certas condições (arrependimento e fé) devem cumprir-se antes que eles174venham a possuir a salvação. Uma condição é ?alguma coisa que necessariamente precede umresultado, MAS NÃO O PRODUZ?. Na eternidade a salvação dos eleitos se propôs e os eleitossão falados no propósito de Deus como chamados, justificados e glorificados (Romanos 8:29-30),mas isto é simplesmente a linguagem dAquele que, no Seu propósito, ?chama as coisas que nãosão como se fossem? (Romanos 4:17). Muitas passagens ensinam claramente que a salvação atual

tem lugar no tempo e por isto contendemos fortemente. Não temos paciência de espécie algumacom a teoria de a salvação que tem lugar no tempo ser só salvação temporal, ou salvação no queela respeita a esta vida.2. A ELEIÇÃO É PRIMARIAMENTE PARA A SALVAÇÃO MAIS DO QUE MERAMENTEPARA O SERVIÇOO diabo não se cansa de inventar noções contrárias à verdade. Ele já levou alguns adizerem que a eleição da Bíblia é meramente para serviço; mas a Palavra de Deus posta-se decara contra esta tola noção, revelando-nos que fomos escolhidos ?para a salvação?.3. A ELEIÇÃO É PARA A SALVAÇÃO MAIS DO QUE PARA PRIVILÉGIOS EXTERNOSOutra noção diabólica é que a eleição é meramente para privilégios e oportunidadesexternos; mas II Tessalonicenses 2:13 mata essa noção também.VII. A ELEIÇÃO INCLUI TODOS QUE EM TODO TEMPO SE SALVAREMAlguns têm a idéia que a eleição inclui somente tantos em cada geração quanto necessáriopara garantirem que o Evangelho seja crido e proclamado. Outros têm a noção que em adição aoseleitos faça-se espaço para ?quem quer que queira?. A afirmação supra nega ambos estespareceres. Certo é que a eleição inclui a todos quantos forem salvos, porque:1. A IMUTABILIDADE DE DEUS O PROVAO homem, na sua condição natural não pode vir a Cristo. Cf. Jeremias 17:9; Provérbios4:23; Jó 14:4; Jeremias 13:23; João 12:39,40; Romanos 8:7,8; II Coríntios 2:14. A habilidadepara vir a Cristo, por tanto, é divinamente dada, como estabelecido em João 6:35. Logo, ninguémpode vir a Cristo e ser salvo a não ser aqueles a quem Deus comunica a habilidade para virem. Já175notamos previamente que a imutabilidade de Deus nos ensina que o que quer que Deus faça emqualquer tempo deve Ele ter sempre proposto fazer. Conseqüentemente, na eternidade Ele sepropôs dar a habilidade para virem a Cristo a todos quantos Ele atualmente a dá no tempo. Estepropósito é igual à eleição. E desde que ninguém pode vir exceto aqueles a quem esta habilidadeé dada, todos incluídos no propósito de Deus, o que é igual a eleição, segue-se que ninguémjamais se salvará exceto os eleitos. Os eleitos e os ?quem quer que queira? são um, desde que

ninguém pode querer virar-se para Cristo senão quando Deus neles opera o querer.2. A ONISCIÊNCIA DE DEUS O PROVA.A salvação é do Senhor. Desde que Deus é onisciente, Ele soube exato a quem salvaria.Este conhecimento envolveu um propósito de salva-los. Este propósito, como observamos antes,iguala à eleição. Assim a eleição inclui todos quantos em qualquer tempo serão salvos, porque elainclui a todos quantos Deus soube que salvaria.3. O FATO QUE NINGUÉM EXCETO OS ELEITOS ENTRARÃO NA NOVA JERUSALÉMPROVA-OApocalipse 21:27 diz-nos que os habitantes da Nova Jerusalém serão ?somente aquelesque estão escritos no livro da vida do Cordeiro?. Vimos que o escrever de nomes no livro da vidateve lugar no passado remoto, antes do princípio do tempo, como o sabemos; e isso é, portanto,equivalente a eleição. Então Nova Jerusalém será habitada somente pelos eleitos. Se outros sesalvam, fariam melhor carregando uma tenda com eles, porque terão de acampar fora de NovaJerusalém. Só os eleitos entrarão.VIII. O FIM DA ELEIÇÃO ESTÁ INSEPARÁVELMENTE LIGADO COM TODOS OSMEIOS NECESSÁRIOS PARA SUA REALIZAÇÃOAo mesmo tempo Deus escolheu o Seu povo e ordenou todos os meios necessários pararealizar sua salvação completa e final. Tais meios estavam inseparavelmente ligados à eleição nodecreto de Deus. Não simpatizamos com o cascadurismo, o hipercalvinismo. Dizer que os eleitosse salvarão se nalgum tempo crerem ou não é mal entender claramente a conexão entre a eleiçãoe os meios que Deus ordenou para o cumprimento do fim da eleição.176Salvação, espiritual, temporal e eterna é pela graça por meio da fé (Efésios 2:8-10;Romanos 5:1; Gálatas 3:26). Todos os pagões que morrem sem ouvir o Evangelho estarãoperdidos (Romanos 1:19,20; 2:12). A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus (Romanos10:17).Onde quer que Deus tenha uma alma eleita, na plenitude do Seu próprio tempo Ele dealgum modo mandará o Evangelho chamar essa tal das trevas para a luz. Vide II Tessalonicenses2:14. Assim Filipe foi enviado ao eunuco eleito e assim se deu a Paulo sofrer para que os eleitos

obtivessem salvação eterna (II Timóteo 2:10). Assim temos o vínculo divino entre a eleição e asmissões.Alguns acusam que a eleição incondicional faz todos os meios inúteis. Dizem que se ocaso é tal com o homem que ele não pode por natureza receber coisas espirituais e deve servivificado pelo Espírito antes de poder voltar do pecado, sendo certo voltar quando é vivificado,então por que pregar-lhe? Nós lhe pregamos, primeiro que tudo, porque Deus o mandou.Aceitamos a Palavra de Deus, quer possamos arrazoar porque ele fala assim é assado ou não. Nãofazemos de nossa razão o padrão de obediência ou de verdade, como é o caso com os arminianos.Mas, por outro lado, descobrimos a palavra de Deus ensinando que Deus chama os Seus eleitospela Palavra, desde que a Palavra é o instrumento do Espírito na regeneração (João 3:5; Efésios5:25, 26; Tito 3:5; Tiago 1:18; I Pedro 1:23). Não há mais inconveniente entre pregar oEvangelho aos espiritualmente mortos do que houve em Cristo de pé diante do túmulo de Lázaro,morto há quatro dias e dizendo: ?Lázaro, sai para fora.? Enquanto permaneceu morto, Lázaro nãopode ouvir e muito menos obedecer à ordem; mas o poder doador de vida vindo de Deusacompanhou a palavra de Cristo e Lázaro tanto ouviu como saiu. Cabe-nos a nós pregar oEvangelho a toda a criatura, porque assim Cristo mandou. Cabe a Deus trazer os mortos à vida.Vide também a parábola dos ossos secos no vale, onde temos um quadro de convensão pelapregação (Ezequiel 37). Os ossos estavam sem vida; todavia, pregar-lhes não foi em vão.E os arminianos perguntaram: ?Porque orar pelos perdidos uma vez que todos os eleitosde Deus serão salvos e nenhuns outros poderão salvar-se?? Oramos pelos perdidos pela mesmarazão porque Paulo orou pelos homens, mesmo que ensinasse a eleição incondicional. Oramospelos perdidos pela mesma razão porque Cristo orou pela segurança dos crentes, mesmo que essa177segurança já estivesse certa. Vide João 17:11. Orar pela salvação dos eleitos não é maisirrazoável do que Cristo orar pela segurança dos crentes. Cristo também orou pela restauração deSua primeira glória com o Pai. Vide João 17:5. Foi isso em qualquer sentido incerto? A oração,

bem como a pregação, é um meio de Deus executar Sua vontade. Os seus propósitos são fixossoberanamente e imutáveis eternamente, mas Ele não os fixou independentemente dos meios.IX. A ELEIÇÃO NÃO É CASCADURISMOÉ costumeiro aos arminianos censurar a doutrina bíblica da eleição por se referirem a elacomo ?cascadurismo?. Que Deus os perdoe, porque eles não sabem o que fazem. Que a eleiçãonão é cascadurismo, prova-se pelos seguintes fatos:1. A ELEIÇÃO ESTÁ INDISSOLUVELMENTE UNIDA AO EVANGELHO COMO MEIO DEDEUS PARA CHAMAR OS SEUS ELEITOS À SALVAÇÃOIsto está provado pelas passagens dadas a cima, que mostram que a regeneração é pormeio da Palavra. E também se prova por II Tessalonicenses 2:13,14. Os eleitos foram escolhidospara a ?salvação em santificação do Espírito e fé na verdade?. A isto Paulo diz: ?são chamadospelo nosso Evangelho?. Os cascaduras típicos negam a indispensável necessidade do Evangelhona regeneração. Por esta razão mostram pouco interesse do cumprimento da grande comissão.2. OS CACADURAS E MISSIONÁRIOS NÃO DISCORDARAM A RESPEITO DA ELEIÇÃO(1). Discordam sobre ?missões, educação, sustento de pastores e outros empreendimentosreligiosos? (Jarrel, pág. 431).(2). No dividirem-se, apegaram-se à eleição incondicional.Não serei desafiado a provar que os cascaduras apegam-se a esta doutrina. Que osmissionários também o fizeram está provado pelo testemunho de Spencer, o qual diz que osmissionários ?que abraçaram o corpo principal da denominação sustentaram os sentimentosdoutrinários de André Fuller?, o qual creu na eleição incondicional, mesmo que ensinasse umsacrifício de suficiência universal. Vide History of Kentucky Baptist, Vol. I, pág. 645.1783. NÃO HÁ AINDA NENHUMA DIFERENÇA ENTRE OS MISSIONÁRIOS E OSCASCADURAS SOBRE A MATÉRIA DE ELEIÇÃO SER INCONDICIONALIsto se prova por:(1). O fato de ambos aceitarem a decisão sobre eleição na Confissão de Fé de Filadélfia.Os cascaduras ainda aceitam isto. E entre os missionários esta confissão ?ainda élargamente usada, sendo no Sul, provavelmente, a mais influente de todas as confissões?

(McGlothin, Baptist Confessions of Faith, pág. 298).(2). O fato de a eleição incondicional ser ensinada na outra grande confissão batista americana, ade New Hampshire.Vide prova disto sob ulterior discussão de eleição incondicional como doutrina batista.(3). O fato de todos os nossos compêndios teológicos padrões e todos os livros doutrináriosescritos por batistas representativos reconhecidos ensinarem esta doutrina .Para prova disto vide discussão referida imediatamente acima.4. OS CRENTES BATISTAS NA ELEIÇÃO INCONDICIONAL, LIGADA COM OEVANGELHO COMO UM MEIO INDISPENSÁVEL NA REGENERAÇÃO, TEM SIDOSEMPRE AGRESSIVIDÍSSIMOS NA PROPAGAÇÃO DO EVANGELHOA visão e o esforço missionário originaram-se, não entre os batistas gerais (arminianos),nem ainda entre qualquer outra denominação arminiana, mas entre os batistas particulares(calvinísticos) da Inglaterra. Vide os anais na maioria de quaisquer histórias batistas. Robert Hall,Sr. Andrew Fuller e William Carey foram os líderes luminares.O esforço missionários mundial americano originou na Associação de Filadélfia, a qualadotou a detestada Confissão de Fé de Filadélfia. Vide ?The Story of Baptist?, Cook, pág. 327).?A Associação de Filadélfia rapidamente se tornou a corporação líder de batistas americanos,posição que ela até hoje não perdeu inteiramente (1897). Muito de toda a coisa boa em nossa179história, de 1700 a 1850, pode ser traçado à sua iniciativa ou cooperação ativa? (Vedder, ShortHistory of Baptists, pág. 204).X. A ELEIÇÃO NÃO É DUPLO SEMENTISMOIsto aí é outro epíteto com que os arminianos se deliciam em aplicar à doutrina bíblica deeleição. Em síntese, duplo sementismo sustenta que Adão e Eva geraram duas sementes, uma deDeus e outra da serpente. Daniel Parker, que propalou esta doutrina, ensinou que a semente deDeus ?foram os filhos atuais de Deus desde a eternidade? e que a semente da serpente foram?gerados do diabo? (Atas of General Association of Baptist in Kentucky, 1837, pág. 11).Nenhuma doutrina semelhante a esta está envolvida em eleição incondicional. Mostramosque a eleição é ?para a salvação? e, portanto, não é salvação. A salvação tem lugar no tempo.

Todos os homens são filhos do diabo até que se tornem filhos de Deus pela regeneração e pela fé(I João 3:9,10).XI. A ELEIÇÃO NÃO ENVOLVE FATALISMOOs que não podem ver a diferença entre eleição e fatalismo carecem de consultar um bomdicionário. ?O fado é pagão uma força irresistível, irracional, determinando todos os eventos comnenhuma conexão manifesta com a razão ou a justiça?. Pré-ordenação e predestinação são cristãs,denotando a ordem racional e justa, ou o decreto do Deus supremo e onisciente?.A. R. McGehee disse uma vez o seguinte concernente à diferença entre fastalismo epredestinação: ?Fatalismo é aquela teoria da vida que ensina que todo o destino está fixado desdeo princípio, e que as circunstâncias e atos intermediários não afetam esse destino fixado. O fimem vista, quer bom ou mal é alçando por simples fíat ou capricho, e pouca conta se faz demoralidade ou propósito, com escassa ênfase na personalidade divina ou humana. É uma filosofiae não uma religião. Em contrate, o determinismo sustenta que o fim ou destino em vista éefetuado por uma combinação de todos os atos e circunstâncias precedentes. A eleição, por outrolado é moral e pessoal e intencionada, e os eventos são divinamente ordenados e controlados aproduzirem certos valores morais.?180Mas o arminianismo ou deve negar a presciência de Deus ou trancar-se em vagofatalismo. Se Deus previu o destino final de cada homem, estão o destino foi ajustado e fixado naeternidade. Porque então foi fixado? Os arminianos têm de um lado um trono vazio e de outroum futuro fixado. Para eles só há duas saídas: ou eles podem prosseguir com sua infidelidade nadireção do seu término lógico e negar a presciência de Deus, ou podem reconhecer a sorte comoo determinador dos eventos humanos. Faça cada arminiano sua escolha e então escreva-nos arespeito.Dissemos que há só dois caminhos para o arminiano. Isso é verdade por tanto tempoenquanto ele ficar arminiano. Mas há, depois de tudo, uma saída do dilema que é seguro e feliz:reconhecer a verdade da soberania absoluta de Deus. Desejamos que todo arminiano pudesseconhecer o conforto e o gozo que a aceitação dessa verdade traz.

XII. A ELEIÇÃO É PERFEITAMENTE COERENTE COM A LIVRE AGÊNCIA DO HOMEMPara definição e discussão geral da livre agência vide capítulo XIX.A doutrina bíblica da eleição representa o homem na sua condição natural comocompletamente escravizado pelo pecado, sem nenhuma habilidade nas coisas espirituais.Também representa Deus como tomando a iniciativa na conversão por vivificar o pecador mortopara a vida logicamente antes do seu arrependimento e da sua fé. Mas para a prova de que istonão envolve um conflito entre a livre agência e a eleição vide no capítulo XIX a discussão sob aepígrafe ?Livre Agência do Homem Natural? e ?Livre Agência e Conversão?.XIII. A ELEIÇÃO NÃO DESTRÓI A RESPONSABILIDADE DO PECADORQuando Paulo escreveu a sua maravilhosa epístola aos Romanos, ele antecipou a objeçãoque é muitas vezes feita à sabedoria de Deus tratando com os homens sobre o fundamento que eladestrói a responsabilidade do pecador. Diz Paulo: ?Tu então me dirás: Por que se queixa eleainda? Pois quem resistiu à Sua vontade?? (Romanos 9:19). Em outras palavras: ?Se Deusescolhe e rejeita, perdoa e pune a quem Lhe apraz, por que são censurados os que, se rejeitadospor Ele, não podem deixar de pecar e perecer?? Ou, se Deus salva a todos que Ele escolhe salvar,deixando o resto num estado de impotência espiritual, do qual não podem livrar-se, sendo certo181persistir no pecado para sua condenação eterna, por que Ele censura os que continuam nopecado? Isto mostra claramente, como já indicamos, que Paulo ensinou a eleição incondicional ea total inabilidade espiritual do homem natural. Uma objeção semelhante não seria sugerida porqualquer outra doutrina.1. ESTA OBJEÇÃO É ÍMPIA.Em resposta a essa objeção, diz Paulo: ?Mas antes, ó homem! Quem és tu, que contestacontra Deus? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Porque me fizeste assim??(Romanos 9:20). Paulo respondeu, assim como respondemos a semelhantes objeções, que ohomem não tem direito, sob quaisquer circunstâncias, de discutir qualquer coisa que Deus faz.Deus não está sob obrigação alguma de dar contas de Si mesmo ao homem. O arminiano nãomerece nenhuma consideração mais.

Mas o inquiridor reverente, que prontamente aceita tudo quanto Deus revelou e deseja,para a sua própria edificação espiritual, saber tudo que ele possa aprender da Palavra de Deus arespeito dos caminhos infinitamente sábios e santos dAquele cuja presença é como chama defogo e cuja glória Ele elevou sobre os céus, esse merece mais consideração. Daí, por amor de umtal inquiridor, notamos ainda:2. AS DUAS FASES DA VONTADE DE DEUSDissemos que Deus salva a todos quantos ele escolhe ou quer salvar. Doutro lado, Deus?ordena que todos os homens em toda a parte se arrependam? (Atos 17:30). Ele também mandaque o Evangelho seja pregado a toda criatura? (Marcos 16:15). E o Evangelho é o chamado geralde Deus.Por chamado geral e convite geral queremos dizer tais como os que se estendem a outrostanto como os eleitos. Tomamos o convite de Cristo para incluir expressamente os que lutam pelasalvação por meio de observâncias legais, estando assim sobrecarregados. Demasiado é presumirque todos desta classe que ouvem estas palavras vêem a Cristo. Assim, este convite foi geral.Sendo também devidamente acompanhado do convite geral, tal como o que Cristo fez(Mateus 11:28). Isto evidência que deve ser feita uma distinção em tratar com a vontade de Deus.182DEUS FEZ ESSA DISTINÇÃO PARA NÓS. Vós o achareis em Deuteronômio 29:9. Lá sedivide em vontade secreta e revelada. Esta distinção ali se faz porque está indicado nos capítulos29 e 30 que os israelitas seriam permitidos de Deus a assim desobedece-Lo que lhes mandaria ocativeiro e finalmente os dispersaria pelos quatro ventos da terra. Era Sua vontade secretapermitir isto; mas Sua vontade revelada foi que obedecessem. Isso fixou a responsabilidade deles,segundo Deuteronômio 29:9 indica claramente.Esta distinção entre a vontade secreta e a vontade revelada de Deus ?não põe?, como temsido acusado, ?uma duplicidade intolerável entre o Ser de Deus, que O acuse ? sit vênia verbo ?de falsidade e engano? (Schaff). Basea-se num fato da experiência humana. A vontade reveladade Deus expressa Sua preferência imanente nas coisas consideradas em si mesmos e fora do Seu

propósito perfeito e santo. Que houve uma diferença imanente de Deus nas coisas abstraídas dotodo e o Seu propósito consumado está imperfeitamente ilustrado no seguinte exemplo. Um paiamoroso não tem prazer no sofrimento de um filhinho, todavia, para o bem e a felicidade futurado filhinho, o pai inflige-lhe sofrimento a modo de castigo. O pai emprega assim uma coisa que édesagradável em si mesma para consecução de um propósito. Deus não se agrada do pecado,considerado em si mesmo; mas, na realização do Seu propósito, agradou-lhe permitir o pecado edomina-lo para Sua glória.3. A ELEIÇÃO E OS NÃO ELEITOSA eleição não impõe nenhuma restrição aos não eleitos. Ela não os afeta ativamente demodo algum. Ela deixa-os exatamente na mesma condição em que estariam se não houvessenenhuma tal coisa com a eleição, a saber, uma condição de impotência espiritual e condenação,tal como todos os pecadores estão por natureza. Uma eleição de alguns para a vida não implicauma eleição de alguns para a morte. A morte do ímpio não é o resultado da eleição, mas dosjustos tratos de Deus com ele como pecador. É o justo salário daquele ímpio (Romanos 6:23). Naeleição Deus simplesmente escolhe dentre a massa inteira da humanidade depravada aqueles aquem Lhe apraz salvar por justas e santas razões só dEle conhecidas. O resto ele simplesmente osdeixa às justas conseqüências do seu pecado. Se um homem rico escolhe um mendigo e lhe dáriquezas, pode isso ser dito que, em fazendo assim, o rico elege todos os demais mendigos parasofrerem perpétua pobreza?1834. RESPONSABILIDADE E INABILIDADE ESPIRITUALO pecador está sem habilidade espiritual, mas isso não destrói sua responsabilidade. Quea responsabilidade depende da habilidade atual é máxima furta-cor teológica que não pode sustersena luz dos fatos escriturísticos. O pagão é responsável por subsistir à luz da consciência queele possui concernente à Palavra de Deus. Compare Romanos 2:12-16. Mas ele não pode fazeristo; porque se alguns pudessem, não haveria base para sua condenação, segundo a passagemsupra, e eles se salvariam pelas obras, pelas quais a Escritura diz que ninguém pode ser salvo.

Então aqueles que ouvem a Lei são para ser julgados por ela. Quer isso dizer que eles sãoresponsáveis a obedecer a Lei: mas eles não podem fazer isso, porque a voz da Lei fecha todaboca (Romanos 3:19). Daí, a responsabilidade não depende da habilidade presente e a inabilidadenão destrói a responsabilidade.5. O HOMEM RESPONSÁVEL POR SUA INABILIDADE ESPIRITUAL.Mas ao passo que a responsabilidade não depende na habilidade presente, ela apóia-se nahabilidade original. Originalmente tinha o homem habilidade nas coisas espirituais. Estahabilidade ele malbaratou (perdeu) na queda de Adão. A raça inteira participou desta queda. É oensino de Romanos 5:12. ?O pecaram? da Versão do Rei Tiago é a tradução do tempo aoristo nogrego. O tempo aoristo é o modo indicativo (e alguns outros modos), no qual expressa açãoindicada no passado. Romanos 5:12, portanto, não alude a um curso de pecado seguido por cadaindividuo, mas a uma apostasia, da apostasia de Adão todos participaram. O modo em que todosda raça de Adão tomaram parte na queda está fortemente estabelecido por A. H. Strong comosegue:?A vida total a humanidade estava então em Adão: a raça tinha como ainda tem o seu sersomente nele. Sua essência ainda não estava individualizada; suas forças ainda não estavamdistribuídas; os poderes que agora existem em homem separados estavam então unificados elocalizados em Adão; a vontade de Adão era ainda a vontade da espécie. No ato livre de Adão avontade da raça revoltou-se contra Deus e a natureza da raça corrompeu-se. A natureza que agorapossuímos é vontade de Adão era ainda a vontade da espécie. No ato livre de Adão a vontade daraça revoltou-se contra Deus e a natureza da raça corrompeu-se. À natureza que agora possuímos184é a mesma que se corrompeu em Adão ? não a mesma em espécie meramente senão a mesmacomo que fluindo dele continuamente para nós (Systematic Theology, pág. 328).Tendo pecado em Adão, cada descendente de Adão é responsável pela depravação einabilidade espiritual assim incorrida.XIV. A ELEIÇÃO É PERFEITAMENTE CONSISTENTE COM À JUSTIÇA DE DEUS

Paulo também antecipou esta objeção à sua doutrina (Romanos 9:14), o que mostra queele ensinou a eleição incondicional pois nenhuma outra teoria da eleição teria sugerida estaobjeção. Se, por acaso, alguém que mal entendesse sua doutrina tivesse apresentado a objeção,este era o lugar para ele apresentar claramente que sua doutrina de eleição não estava aberta aessa objeção porque ensinou que a eleição estava baseada na fé prevista dos eleitos. Paulocertamente teria feito isto, se tivesse sido arminiano; mas, em vez, despediu-a como sendoprepóstera, dizendo: de maneira nenhuma. Então ele prosseguiu a responder à objeção com aprópria declaração de Deus concernentes Seu trato soberano com os homens.Examinemos mais a objeção, notamos:1. JUSTIÇA E PARCIALIDADEEntre outras noções cruas e inescriturísticas, merece lugar importante a idéia que a justiçae a parcialidade são necessariamente antagônicas. Nós não somos mandados a ser parciais, masem nenhum lugar Deus diz que Ele não é parcial. A sabedoria, a independência e a soberania dão-Lhe direitos que a nossa ignorância, sujeição e dependência nos negam. A Escritura mostra queDeus é parcial. Ele é parcial aos homens caídos em comparação com os anjos caídos no sentidode, com alguns dos primeiros, ter promovido redenção, ao passo que os últimos todos estão?reservados em cadeias eternas e nas trevas para o julgamento daquele grande dia?. (Judas 6). Elefoi parcial à nação judaica em comparação com as nações pagãs. Ele é parcial à gente das assimchamadas terras cristãs em comparação com o povo das terras pagãs, em que a primeira tem a luzdo Evangelho, enquanto a última, em muitos casos, vive através da vida na ignorância doEvangelho que é o único meio de salvação.185Quanto à parcialidade ser injusta, depende das circunstâncias. O ministro, no seu tratocom os que persistem no pecado, não é para conceder que qualquer coisa o faça desculpar algunsonde todos são igualmente culpados (I Timóteo 5:21). E não devemos preferir alguns homens emfavor ou honra por causa das riquezas ou qualquer coisa semelhante (Tiago 2:4). Em outraspalavras, devemos tratar com os homens conforme com o que eles realmente merecem; mas, na

salvação, Deus trata com os inteiramente mal merecidos; porque a graça é favor imerecido efavor não devido como obrigação. Logo, Deus pode distribuir Sua graça entre os homens comoLhe ditem Sua perfeita sabedoria e santidade. Em assim fazendo, Ele elegeu alguns para a vida ea outros deixou perecerem como a justa conseqüência dos seus pecados. Quem ousará negar-Lheeste direito?Não pode o Deus soberano de tudoDispensar os Seus favores como Lhe apraz;Escolher alguns para a vida, enquanto outros caem,E ser justo e santo contudo ainda?2. DEUS NADA DEVE AO HOMEMPrecisa isto de ser enfatizado. Se ao homem devesse Deus algo, então a salvação seriapor dívida e não por graça. Dirão alguns que Deus deve ao homem uma oportunidade de sesalvar. Deu Ele esta oportunidade aos pagãos que morreram sem o Evangelho? Umaoportunidade de se salvar não alcança nada para o homem. Podia alguém falar igualmente de sedar a um homem totalmente paralítico a oportunidade de andar. Todo homem que não estáfisicamente tolhido tem toda a oportunidade possível de andar; mas a oportunidade é de nenhumvalor ao tal na ausência de habilidade. Os perdidos estão espiritualmente mortos. Eles devem terhabilidade de vir a Cristo (João 6:65). Dirão alguns que Deus deve esta habilidade ao homem,mas esta habilidade é a salvação em germe e daí, se Deus deve esta habilidade, a salvação não épor graça. E supondo que Deus desse tal habilidade a todos os homens, como os arminianos porela contendem, e então eles recusassem empregar esta habilidade; não ficaria Deus desobrigadode qualquer compromisso de renovar essa habilidade? Esta é a posição do homem. Uma vez ele186teve habilidade, mas veio um tempo em que ele a desperdiçou e assim a perdeu. Teve isto lugarem Adão, no qual diz Deus que todos pecaram. Está agora Deus na obrigação de renovar essahabilidade?3. DEUS PODE FAZER O QUE ELE QUIZER COM O QUE É DELEDeus assevera o mesmo direito sobre a humanidade que o oleiro tem sobre o barro(Romanos 9:21-23). ?Vede, ó desprezadores, espantai e perecei? (Atos 13:41). Contudo, seja

dito, para prevenir mal entendido, que o método de Deus ?fazer vasos de ira preparados paradestruição? é diferente do Seu método de fazer ?vasos de misericórdia?. Este último é um ato degraça soberana. O primeiro é um ato de justiça permissiva. Executa Ele o último pela operaçãoeficiente de sua graça; o primeiro Ele não causa eficazmente, mas só permite por sábias e santasrazões conhecidas completamente só por Ele.XV. A ELEIÇÃO NÃO FAZ DE DEUS UM RESPEITADOR DE PESSOASQuando as Escrituras nos dizem que Deus não é um respeitador de pessoas, elas queremdizer que os tratos de Deus com os homens não se determinam pelas diferenças externas de raça,riquezas, posição social ou coisa parecida. Isto a Escritura insinua distintamente. Vide 2 Samuel14:14; Atos 10:34; 1 Pedro 1:17. Ter respeito a pessoas é fazer uma diferença entre pessoasigualmente merecedoras, mas não envolve nenhum respeito de pessoas para fazer uma diferençaentre os inteiramente não merecedores. Deus assim tem feito em vários casos como indicados nadiscussão supra de justiça e parcialidade.XVI. A ELEIÇÃO NÃO IMPLICA QUE DEUS CRIOU OS NÃO ELEITOS MERAMENTEPARA CONDENÁ-LOSDeus não tem prazer na destruição dos ímpios, como uma coisa em si mesma. Pelacontrário, a salvação dos homens é coisa que é, em si mesma, agradável a Deus. Mas Ele fez ohomem para Sua glória. De algum modo, não inteiramente compreensível à mente finita,subserve essa glória que alguns homens pereçam. Assim Deus quis permiti-lo, mas não porqueEle seja alguém que exulte com o sofrimento do homem. Podemos ficar seguros que Deus salvará187o maior número que Ele pode salvar sem detrimento à manifestação mais gloriosa do Seu carátercomo um todo. Finalmente, veremos por completo a santidade do propósito de Deus.O crente na eleição incondicional não está mais na obrigação de responder a esta objeçãodo que o crente na presciência de Deus que nega a eleição incondicional, que a um tal ocorre apergunta inevitável: Porque Deus criou aqueles que Ele soube que pereceriam? Richard Fullerestava exatamente certo em dizer que a presciência da parte de Deus e a pré- ordenação não

podem ser separados. (Voltai e lede outra vez suas palavras à página 54.) A negação da préordenação?só oculta a dificuldade ao ignorante? (Richard Fuller).XVII. A ELEIÇÃO CONFORME AQUI ESTÁ EXPOSTA É UMA DOUTRINA BATISTAViemos agora mostrar que a doutrina da eleição incondicional é uma doutrina batista.Para prova disto chamamos a atenção para o seguinte:1. A FÉ DOS PROGENITORES BATISTAS(1) Os paterinos.Dos paterinos diz W. A. Jarrell: ?Eles apelavam para os textos do nono capítulo deRomanos, por outros usados, para prova da doutrina da eleição incondicional? (ChurchPerpetuity, pág. 139).(2). Waldenses e Albingenses.Um artigo de uma velha confissão Waldense, segundo citada por C. H. Spurgeon, diz oseguinte:?Que Deus salve da corrupção e da condenação aqueles a quem Ele escolheu desde asfundações do mundo, não por qualquer disposição, fé, ou santidade que Ele previu neles, mas porSua misericórdia em Cristo Jesus Seu Filho, passando por todo o resto, segundo a razãoirrepreensível de Sua própria livre vontade e justiça? (Spurgeon?s Sermons, Vol. 2, pág. 69).188O Prof. A. A. Hodge, do Seminário de Princeton, diz: ?Os waldenses... eram todoscalvinistas?.?Entre os crentes mais antigos no sistema de doutrina chamado calvinístico podemos,com grande propriedade, mencionar os waldenses e albingenses, - aquelas eminentes e honradastestemunhas pela verdade, durante o longo período quando a igreja e o mundo foram assoladospor erro grasso e imoralidade. (Rice, God Sovereign and Man Free).Gualtier, um monge jesuíta, nas suas tábuas cronográficas traçou um catálogo consistindode noventa particulares, no qual Ele mostra que os princípios dos waldenses e os dos calvinistascoincidem mutuamente.Lidanus, bispo católico da Sé de Ghent, que escreveu em defesa dos postulados da Igrejade Roma, aí por 1550, chama a Calvino ?o herdeiro das doutrinas dos waldenses? (Jones?sChurch History, pág. 357).NOTA O Prof. Hodge e os dois jesuítas aqui citados estão, evidentemente, deslocados de sua

epígrafe Trad.(3). Anabatistas.A fé dos anabatistas a respeito da eleição está estabelecida por um dos seus líderes comosegue:?Cristo, o Cordeiro de Deus, foi desde o princípio do mundo um mediador entre Deus e oshomens, e ficará mediador até ao fim. De que homens? De vós e eu apenas? Não assim, mas detodos os homens a quem Deus o deu por possessão.(4). Batistas particulares da Inglaterra.Os batistas americanos descenderam diretamente dos batistas particulares da Inglaterra,com os quais se associaram homens tais como John Bunyan, Andrew Fuller e William Carey.Denominaram-se Particular porque creram numa expiação só para os eleitos. Isto seria bastantepara mostrar sua posição a respeito da eleição, mas temos prova explícita desta posição na sua189grande confissão de fé, chamada a Confissão de Londres. Esta confissão foi mais tarde adotadapela Associação de Filadélfia na América e o seu testemunho concernente à eleição será achadoabaixo.2. CONFISSÕES DE FÉ BATISTAS(1). A confissão de Filadélfia.Diz a Confissão de Fé de Filadélfia: Conquanto Deus saiba o que possa ou venha aacontecer sobre todas as supostas condições, contudo Ele não decretou o que quer que sejaporque Ele previu como coisa futura, ou como aquilo que viria a se passar em certas condições.Pelo decreto de Deus, para manifestação de Sua glória, alguns homens e anjos estãopredestinados ou preordenados para a vida eterna por meio de Jesus Cristo, ao louvor de Suagloriosa graça; outros sendo deixados a agir nos seus pecados para sua justa condenação, aolouvor de Sua gloriosa justiça.(2). A confissão de New Hampshire.A confissão de New Hampshire originou-se no meio de forte influência arminiana;conseqüentemente, sua posição a respeito da eleição está benignamente expressa. Não obstante,ela fala da eleição como o propósito eterno de Deus. Aqui não há eleição no tempo e o artigosobre o arrependimento e a fé liga esta confissão ao ensino que o eterno propósito eletivo de Deusfoi incondicional. Diz:

Cremos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados e também graças inseparáveisoperadas em nossas almas pelo Espírito regenerador de Deus.Então o artigo sobre a regeneração fala do arrependimento e da fé como frutos daregeneração.Nenhum negador da eleição incondicional pode aceitar qualquer desse postulados, osquais só se harmonizam com a eleição incondicional. Todos os negadores da eleiçãoincondicional crêem que o arrependimento e a fé são no mínimo, logicamente, se nãocronologicamente, anteriores à regeneração.190(3). Outras confissõesSegundo o Prof. W. J. McGlohtniel, eleição incondicional está ensinada em alemão,francês, belga, suíço, dinamarquês, húngaro e confissões batista russas. Vide Baptist Confessionsof Faith, pág. 334.3. PREGADORES E ESCRITORES BATISTAS REPRESENTATIVOSJ. W. Porter, pregador eminente, redator, autor e erudito: 1. A eleição teve lugar naeternidade. 2. Foi uma eleição individual. 3. Baseou-se inteiramente na boa vontade de Deus enão no mérito previsto dos eleitos.F. F. Gibson, evangelista e pastor da maior igreja batista de Kentucky, a igreja de WalnutStreet em Louisville: Primeiro, a eleição é pessoal. Segundo, a eleição é eterna. Terceiro, aeleição não foi em vista de fé ou boas obras previstas.Roy Mason (Tampa, Fla.), redator de Faith and Life autor de The Church that Jesus Built;- Deus, em graça soberana, agindo sobre fundamentos bons e justos, conhecidos só dEle, naeternidade, antes da fundação do mundo, escolheu certas pessoas para Si mesmo dentre a raçahumana. Ao mesmo tempo em que Deus elegeu incondicionalmente esses para a vida eterna, damesma maneira ordenou o meio suficiente para trazer os eleitos no tempo a um conhecimentosalvador dEle mesmo. Esta eleição não é aparte de Cristo, mas é em Cristo e o fim (a salvaçãodos eleitos) está inseparavelmente ligado com os meios ordenados por Deus para fazer acontecera coisa ordenada. (De uma carta ao autor).David Burris, redator de Baptist Sentinel Oakdale, Tenn.; O propósito da eleição nãopode ser condicionado sobre qualquer mérito ou fé dos escolhidos, uma vez que não há tal

mérito. Isto é especialmente verdadeiro desde que a fé do homem está prevista somente como oresultado da obra da graça de Deus... A fé, como efeito da eleição, não pode ser ao mesmo tempoa causa da eleição (The Baptist).R. A. Venable: - Não posso concordar com eles (Metodistas) quanto à doutrina da eleiçãoe predestinação. Eles sustentam que a eleição de Deus para a salvação baseou-se na Suapresciência; que Deus previu que alguns creriam e a todos quantos Ele soube que creriam Ele191elegeu para a salvação. A soberana vontade de Deus nada teve a ver em decidir Sua graçaelegente. Isto creio eu estar tanto contra a razão como contra a revelação. (Why Baptist and NotMethodist, in Baptist Why and Why Not, pág. 123, published by Baptist Sunday School Board,Nasville, Tenn).Robert Watts, Belfast. Ire., em artigos escritos a pedido de T. T. Eaton, publicados noWestern Recorder durante a redatoridade de Eaton, publicados mais tarde em livro pelo BaptistBook Concern: - A favor do calvinismo pode-se pretender que é o sistema doutrinário deduzidodas Escrituras. E mais além, ao falar da noção arminiana de eleição estar baseada na fé prevista.Não está manifesto que tal noção tira o governo de Seus agentes morais fora das mãos de Deus eela não o apresenta como ocupando a posição de um mero espectador, cuja linha de ação sedetermina pelas criaturas de Sua criação (Sovereignty of God, pág. 63, 128).J. B. Moody, autor de mais quarenta livros, aos noventa e cinco anos, disse: A eleiçãopara a salvação é soberana, eterna, incondicional, com meios e agências predestinados paraassegurar os esponsais de uma noiva e torná-la esposa do Cordeiro, vicariamente redimida (ThePlan and Way of Salvation, pág. 5).D. F. Estes, em New Testament Theology, pág. 180: - Sobre que depende esta escolhadivina nunca se faz depender de uma escolha prévia do homem por Deus, mas faz-se antecipar àação do homem.D. B. Ford, ao comentar Romanos 8:29: Que... a eleição... não depende da presciência deDeus de nossa fé ou bondade é também evidente da declaração do ... apóstolo, que somos

escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo para que fossemos santos. Vide Efésios 1:4(American (Baptist) Commentary on the New Testament).A. N. Arnold, ao comentar a mesma passagem: Esta presciência não deve ser explicadacomo a presciência meramente do seu arrependimento e fé futuros, porque isso faria do seuarrependimento e fé a causa e não, como verdadeiramente são, a conseqüência de sua préordenação.Vide 1 Coríntios 4:7 (An American (Baptist) Commentary on the New Testament).192Alvah Hovey, redator geral do mentário supra, citado por Strong: As Escrituras nosproíbem de achar razões para eleição na ação moral do homem antes do novo nascimento emeramente nos enviam à vontade e misericórdia soberanas de Deus, isto é, elas ensinam adoutrina de eleição pessoal (Systematic Theology, pág. 427).W. T. Conner (Southwestern Seminary), autor de The System of Christian Doctrine, diz:Na doutrina da eleição quer dizer que Deus salva em prossecução de um propósito eterno. Istoinclui todas as influências do Evangelho, a obra do Espírito e assim por diante, que guiam ohomem a arrepender-se dos seus pecados e aceitar a Cristo. Tanto quanto a liberdade do homemestá em jogo, a doutrina da eleição não quer dizer que Deus decreta salvar um homemindependente de sua vontade: antes significa que Deus propõe guiar um homem numa tal direçãoque ele aceitará livremente o Evangelho e será salvo.B. H. Carroll, no Comentário em Efésios, pág. 79: Ordenar é decretar, e a pré-ordenação éum decreto antemão. Quem foi ordenado Os indivíduos que foram escolhidos. Para que forameles ordenados Para adoção como filhos. Por meio de quem foram eles adotados como filhos Pormeio de Cristo. Segundo que foi esta pré-ordenação de adoção como filhos por meio de CristoSegundo a boa vontade de Sua vontade. NÃO PODER SER SEGUNDO QUALQUER COISAEM NÓS; FOI ANTERIOR AO NOSSO SER.J. R. Graves, e, The Seven Dispensations, pág. 100: A semente de Abraão foram aquelesque tiveram a fé de Abraão, uma Semente Espiritual, - crentes; foram todos a quem Deus previudesde o princípio que creriam em Seu Filho, Jesus Cristo, e viriam a Ele. MAS, COMO A

PRESCIÊNCIA DE DEUS DESCANÇA NO SEU DETERMINADO CONSELHO, ESTASEMENTE SE COMPÕE DE TODOS, EM TODOS OS TEMPOS, A QUEM DEUSDETERMINOU SALVAR, E AQUELES NO TEMPO, DEUS EFICAZMENTE, POR SEUSANTO ESPÍRITO E SEM VIOLENTAR SUAS VONTADES OU AGÊNCIA MORAL,ATRAI A SEU FILHO.John Broadus, no seu comentário de Mateus 22:14: Do lado divino vemos que asescrituras ensinam uma eleição eterna de homens para a vida eterna simplesmente pela boavontade de Deus.193J. M. Pendleton, em Christian Doctrines, pág. 107 e 108: Alguns há que fazem da fé e dasboas obras o fundamento da eleição; isto é, supõem que Deus elegeu o Seu povo porque Elepreviu sua fé e boas obras. Esta idéia transpõe a causa e o efeito, pois faz a eleição dependentesda fé e das boas obras, enquanto a fé e as boas obras são escriturísticamente dependentes daeleição ... A idéia arminiana está sem fundamento na Palavra de Deus, porque a eleição é a fonte,única fonte, donde jorra a fé, santidade e as boas obras.E. C. Dargan, em The Doctrines of Faith, pág. 128: Há condição à escolha de Deus Eleescolhe porque Ele prevê que os homens se arrependerão, ou sob condição de fé Não; ao escolhersalvar homens Deus é soberano, livre, espontâneo, gracioso agindo por Sua própria iniciativa.A. H. Strong, em Systematic Theology, pág. 427: A eleição é aquele ato eterno de Deuspelo qual, no seu soberano prazer, e por causa de nenhum mérito previsto neles, escolhe a certosdo número de homens pecadores para serem os recipientes da graça especial do Seu Espírito eassim para serem feitos participantes voluntários da salvação de Cristo.E. Y. Mullins, em The Christian Religion in its Doctrinal Expression, pág. 343: Deusescolhe homens para a salvação por causa de suas boas obras ou porque Ele prevê que eles crerãono Evangelho quando lhes for pregado Além de toda a dúvida Deus prevê sua fé e a fé é umacondição de salvação. A pergunta é se é também o fundamento da salvação. As Escriturasrespondem negativamente a esta pergunta. O Evangelho é eficaz com uns e não com outros,

porque a graça de Deus é operativa num caso além do grau de sua ação no outro.J. P. Boyce, em Systematic Theology, pág. 427: Deus, do Seu próprio propósito,determinou desde a eternidade salvar um número definido da humanidade como indivíduos, nãopara ou por causa de qualquer mérito ou obra deles por qualquer valor para com Deus, mas deSua própria boa vontade.4. A DECISÃO DE UM TRIBUNAL.Alguns membros excluídos da Igreja Batista de Benton (Ky.), em maio de 1933, entraramcom um processo para a possessão da propriedade da igreja com fundamento de a igreja ter-seafastado da fé e da disciplina dos batistas. Baseou-se a queixa, em parte, no fato que a igreja194adotara uma confissão de fé na qual ela estava acusada que o ?Artigo Nº 10 é segundo a ordem daConfissão de Fé de Filadélfia?. As Escrituras, bem como a posição histórica dos batistas, negamaos tribunais civis o direito de decidirem matérias eclesiásticas e a Igreja Batista de Benton nuncateria escolhido um semelhante tribunal. Mas, sendo levada ao tribunal pelos seus opositores, elesapresentaram ser o caso. Os opositores tiveram amplo tempo e oportunidade de apresentarem oseu. Claro que fizeram isto até ao verdadeiro limite de habilidade. Tiveram auxílio amplamenterude. A evidência toda junta abarcou seiscentas páginas de arquivos. Nenhuma questão deinterpretação da Escritura foi considerada pelo tribunal. O processo foi todo quanto à questão dafé e prática batista conforme especificada na evidência. O sentimento público foi contra a IgrejaBatista de Benton. Por causa destas circunstâncias, a decisão do tribunal é uma vitória decisivapara a verdade e a prova convincente que os batistas mantém a eleição incondicional. Estadecisão foi dada pelo juiz especial C. C. Grassham, de Paducah, Ky., a 1º de setembro de 1934 eestá temperada com discrição e razoabilidade. É eminentemente digna de conservação como umdocumento da liberdade batista bem como um que sustém testemunho à fé histórica dos batistas.Diz em parte: ?A Confissão de Fé de Benton não ensina fatalismo nem constitui um afastamentoda fé ensinada pelas igrejas missionárias (batistas), segundo a prepondência da prova. Está

abundantemente mostrado que a Confissão de Fé de Filadélfia não foi expressamente repelida, oupor essa matéria criticada pelas igrejas batistas do Norte ou do Sul e que muitas delas, mormenteno Sul, ainda aderem à confissão de Fé original de Filadélfia.?XVIII. A ELEIÇÃO CONFORME ESTABELECIDA AQUI, É UMA DOUTRINAPROVEITOSAA eleição incondicional provou-se nas vidas dos seus advogados. Os mais eminentes, osmais corajosos, os mais agressivamente missionários e os homens mais santos do mundoreligiosos a sustentaram. A maior revolução religiosa da História ? a reforma, foi operada porcalvinistas. Os calvinistas forneceram quase todos os mártires. O arminianismo não gera o estofode que os márteres são feitos: é construído mais sobre o sentimento e o sentimento nunca fez ummártir. ?O que quer que haja de doutrina evangélica e de liberdade civil ou religiosa no mundo,deve-se abaixo de Deus, aos escritos e à pregação de calvinistas? (Rice, God Sovereign and ManFree, pág. 15). Durante a idade média a sã doutrina e a moralidade pura acharam um retiro noscontra-fortes dos Alpes, foram admiravelmente dependidas e conservadas pelos waldenses e195albingenses calvinistas? (ibíd, pág. 14). Do exército calvinístico de Cromwel diz Macaulay: ?Oque distinguiu o exército de Cromwell dos demais exército foi a moralidade austera e o temor deDeus que permearam todas as fileiras.? O esforço missionário mundial de hoje nasceu entre oscalvinistas em ambos os hemisférios. Diz dele Spurgeon: ?Por esta verdade faço umaperegrinação pelo passado ao passo que ando, vejo pai após pai, confessor após confessor, mártirapós mártir, de pé para me darem a mão. Fosse eu um pelagiano ou um crente na vontade livre(no sentido errôneo), eu teria de caminhar sozinho durante séculos: aqui e ali um herege, decaráter não muito honroso, podia erguer-se e chamar-me irmão, mas tomando essas coisas paraserem os paradigmas de minha vida, vejo a terra dos antigos povoada por irmãos meus?(Sermons, Vol. 2, pág. 69). Considerando o passado imediato, achamos que todo batista dignoensinou a eleição incondicional.A utilidade da eleição incondicional, como evidenciadas supra, está baseada no fato que:1. ELA DÁ UMA IDÉIA EXALTADA DE DEUS.

Quando Moisés tinha dito a Israel da escolha soberana que Deus fizera dele, não porcausa de qualquer coisa nele Israel, também disse: ?Saiba, pois, que o Senhor teu Deus é Deus?(Deuteronômio 7:9). É um dos propósitos da eleição ensinar isto. O Deus dos calvinistas está?elevado e erguido? e a ?terra toda está cheia de Sua glória? (Isaías 6:1,3). O Deus dosarminianos está constantemente tripudiado sob o pé dos homens e a terra inteira está cheia de suaderrota. Com o Deus dos calvinistas ?todos os habitantes da terra reputam-se em nada; fazsegundo à Sua vontade no exército do céu entre os habitantes da terras; ninguém pode deter Suamão e dizer-Lhe: Que fazes?? (Daniel 4:35). Mas com o deus dos arminianos a terra estápovoada de gigantes que são maiores do que ele é. Ele faz o melhor para cumprir sua vontadeentre os homens, mas há! a vontade senhorial do homem é fortíssima para o seu deus. Sua mãoestá tristemente detida, porque tenta salvar todos os homens e, no entanto, só consegue salvarapenas uma minoria de adultos responsáveis. Ele não ousa discriminar entre os homens, porqueentão o homem soberbo podia corretamente desafiá-lo e exigir: ?Que fazes?? Isto é na realidade odeus imaginário que o arminiano adora. Um Deus exaltado opera temor nos homens. Com umDeus semelhante o homem tenta grandes coisas e espera grandes coisas e também possui umasanta ousadia.1962. ELA ESTIMULA A FÉ.Todas as questões envolvidas na eleição não podem ser arrazoadas à completa satisfaçãoda mente carnal. Daí, a Palavra de Deus sobre a eleição deve ser aceita pela fé. Quando alguémassim a aceita, descobrirá que a sua fé foi provada e revigorada. Um Deus exaltado tambéminspira fé indômita.3. ELA PREPARA O CAMINHO PARA A ACEITAÇÃO DE OUTRAS VERDADES.Quando alguém aceitou os mistérios da eleição pela fé, foi desviado da razão comopadrão de sua fé e está então preparado para tomar a palavra de Deus sobre todo assunto semindagação duvidosa.4. ELA CONDUZ PARA COM A PREGAÇÃO DE TODO O CONSELHO DE DEUS

De maneira que muitos pregadores fazem da diplomacia o guia de sua pregação, em vezde buscarem a direção do Espírito Santo. A razão disto é que eles não possuem a fé paraconfiarem na benção de Deus sobre as porções de Sua Palavra que não são prontamente aceitaspelos homens em geral; mas, quando alguém aprendeu a crer e a pregar a eleição, aprendeu aconfiar na benção de Deus sobre Sua palavra quando se calcula que ela provoque a oposição doshomens. Isto prepara o caminho para pregar-se outras muitas verdades necessitadas, masindesejáveis.5. ELA É A MAIS FORMIDÁVEL BARREIRA CONTRA O MODERNISMO.Isto não é só verdade pelas razões já afirmadas: é também verdadeiro porque, tanto quantoo homem crê na sua impotência espiritual absoluta, por natureza, não pode negar, logicamente, anecessidade de uma revelação sobrenatural e uma intervenção sobrenatural para sua salvação. ?Ahistória da igreja cristã não proporciona um caso de uma seita sustentando as doutrinas dosDecretos Divinos e da Livre Agência do homem e rejeitando qualquer doutrina fundamental docristianismo?. (Rice, God Sovereign and Man Free, pág. 18).6. ELA OFERECE O FUNDAMENTO MAIS DURADOURO PARA SEGURANÇA DOSSALVOS.197Sem a eleição soberana a segurança dos salvos paira no meio do ar sem nenhum apoiológico. E muitíssimos dos que têm negado a eleição soberana têm também negado a segurançados salvos. São coerentes. As duas permanecem juntamente e caem juntas, de um ponto de vistalógico.7. ELA EXCLUI TODA A JACTÂNCIA E GERA HUMILDADE, GRATIDÃO E DEVOÇÃO.Deus arranjou a dispensação de Sua graça de modo que a jactância está excluída(Romanos 3:27) e ?que nenhuma carne se glorie diante de Deus? (1 Coríntios 1:29). Isto éalcançado através da concessão soberana de Sua graça aos Seus escolhidos pela Sua própria boavontade e não para ou por causa de algo neles. Sob a eleição o crente não pode dizer mais do que?pela graça de Deus sou o que sou? (1 Coríntios 15:10). E, em resposta à pergunta: ?Quem te feza ti diferir? (1 Coríntios 4:7), o crente deve responder: ?D e u s?. Só a eleição incondicional

ensina isto. A eleição condicional dá ocasião ao homem de jactar-se. Segundo ela, o santo fez-sediferir do incrédulo; mas, segundo a eleição incondicional, a diferença entre o santo no santuárioe o ébrio na sarjeta se deve inteiramente à eficácia da graça soberana de Deus. Este fato gerahumildade e também gera profunda gratidão saber que Deus, pela Sua graça soberana eirresistível, nos salvou quando podia, em justiça a nós, nos ter deixado sofrer as conseqüênciasmerecidas de nossos pecados nas chamas do gehena. Esta gratidão produz serviço devotado pela?fé operando por meio do amor? (Gálatas 5:6), pois ?amamos, porque Ele primeiro nos amou anós? (1 João 4:19).8. ELA ENCORAJA O EMPREGO DE MEIOS.Já acentuamos o fato que a eleição está inseparavelmente ligada aos meios ordenados porDeus para efetuarem a salvação dos eleitos. Vendo que os meios estão incluídos no plano deDeus, alegrar-nos-emos em usa-los se os nossos corações estiverem direitos com Ele. Temosentão o encorajamento de sabermos que Deus abençoará sempre o nosso emprego dos meiosquando somos dirigidos do Espírito Santo, porque o Espírito Santo jamais nos dirigirá doutromodo senão de acordo com o plano de Deus. É somente na base da eleição incondicional queDeus pode prometer que a Sua Palavra não voltará a Ele vazia. E é assim que podemos saber queo nosso trabalho ?não é vão no Senhor.? (1 Coríntios 15:58).198A doutrina da eleição incondicional, firmada no ajuste e conexão adequados, fará sempremissionários os crentes nela. Ela forneceu a Paulo o seu motivo missionário (2 Timóteo 2:10).Também a nós nos fornecerá o nosso, quando crermos toda a verdade a respeito dela. Não éestranho que todos os grandes líderes missionários pioneiros foram crentes na eleiçãoincondicional.9. ELA PREVÊ O MOTIVO CORRETO NA EVANGELIZAÇÃO.Deus salva os homens para sua própria glória (Efésios 1:12). A glorificação de Deus,então, deveria ser o nosso primeiro motivo no evangelismo, mais do que livrar homens doinferno. É a eleição incondicional que imprime isto profundamente em nossos corações.10. ELA PRODUZ EVANGELISMO SÃO.

Os da eleição condicional imaginam que Deus está fazendo o mais que pode para salvar omaior número possível. Por essa razão tornam-se obsedados em contar narizes e relatar números.Esta obsessão os leva a rodearem terra e céu em busca de profissões. E fazem o máximo de seusconvertidos duas vezes mais filhos do inferno do que antes. Assim temos em nossas igrejas umamultidão de incircuncisos que fala a linguagem de Ashdod e constantemente cobiça as panelas decarne do Egito. O evangelismo inescriturístico e de alta pressão tem sido maior maldição singularque os batistas jamais sofreram.A eleição incondicional nos ensina, como diz Alvah Hovey, que ?Deus tem alguma outrarazão além da de salvar tantos quantos possível pela maneira em que Ele distribui Sua graça?. Poressa razão os da eleição incondicional não vão após números senão simplesmente fazer a vontadede Deus. Como Paulo, eles ?aturam tudo?, não por amor de números, mas ?por amor dos eleitos,para que eles também obtenham a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna? (2Timóteo 2:10). Por essa razão os da eleição incondicional estão dispostos a ficar dentro do planode Deus no evangelismo e ?lutar licitamente?, sabendo que Deus pode executar Sua vontade eque nenhuma alta pressão humana é necessária, desde que ninguém pode vir a Cristo sem aatração soberana de Deus e desde que todos a quem Deus atrai virão pela pregação da Palavra deDeus. Assim os da eleição incondicional pregam a Palavra ?a tempo e fora de tempo?, tanto199pública como em particular, e então esperam em Deus no espírito de oração, pois sabem que é?Deus que dá o crescimento? (1 Coríntios 3:7).11. ELA TENDE PARA A SALVAÇÃO DOS PECADORES.A eleição não é especificamente para pecadores. A eles cabe pensar sobre suanecessidade, mais do que imaginar se foram eleitos ou não. Todo homem que vier a Cristodescobrirá que foi eleito; mas, ao passo que a eleição não é especificamente para pecadores emgeral, contudo Cristo a pregou a pecadores endurecidos (Mateus 11:25,26; João 6:37, 44, 65,10:26). E, se for pregada, pecadores a ouvirão na certa. Tendo-a ouvido, é melhor que se safe desuas desfigurações. Assim, loucura é falar de se não pregar a eleição a pecadores. C. H.

Spurgeon, o maior evangelista moderno, pregou-a muitas vezes a pecadores e disse uma vez quenunca a pregou sem conversões. Quando devidamente apresentada, a eleição sendo a verdade deDeus, é proveitosa, mesmo a pecadores, como Deus aprouver usá-la. Ela tende para a salvação depecadores nas seguintes maneiras:(1). Ela tende a deslocar o pecador de toda esperança nos seus próprios esforços.A eleição ensina que a salvação é inteiramente de Deus; daí, os esforços do homem desalvar-se por si mesmos são absolutamente fúteis. Assim observemos com Spurgeon: ?Emprimeiro lugar, a doutrina da eleição, aplicada pelo Espírito Santo, aniquila para sempre todos osesforços da carne. É objetivo da pregação arminiana fazer os homens ativos, - excita-los afazerem o que puderem, mas o fim e o objetivo devidos da pregação do Evangelho é fazer oshomens sentirem que eles não têm de si nenhum poder e larga-los cadáveres ao pé do trono deDeus? (Spurgeon?s Sermons, Vol. 8, pág. 235).(2). Ela tende a despertar pecadores descuidados.Há duas causas para falta de interesse dos pecadores a respeito de sua salvação. (1). Ou amente do pecador está tão cheia de pensamentos das coisas mundanas que os pensamentos sobrea salvação se amontoam fora, ou (2) o pecador se conforta com o pensamento de que se virarápara Cristo antes de morrer. A eleição é tão contrária à mente carnal que atravanca a mente daprimeira classe de pecadores quando ela é pregada: eles não podem conserva-la fora uma vez200ouvida. Quando uma vez na mente, a eleição prepara o caminho para a pergunta se o pecadorindividual é um dos eleitos ou não. Chegando a refletir sobre a pergunta, o pecador está prontopara a mensagem de como ele pode saber que é um dos eleitos. Essa mensagem é: ?Crê noSenhor Jesus Cristo e serás salvo?. Uma contemplação da doutrina da eleição devera conduzir opecador a dizer: ?É assim? Estou eu absolutamente nas mãos de Deus? Pode Ele salvar-me oucondenar-me como quiser? Então clamarei a Ele: ó Deus! Salva-me da ira vindoura, do tormentoeterno, do banimento da Tua presença! Salva-me, ó Deus! Que queres que eu faça? Oh! Quequeres que eu faça, que eu possa achar favor e viver?? (Spurgeon?s Sermons, Vol. 8, pág. 239).

Então a eleição mostra à segunda classe de pecadores acima mencionada que eles não têmrazão para esperar que possam voltar-se para Cristo na hora undécima, desde que a habilidadepara voltar não está no homem por natureza. Isto os devera despertar a apresentar o pensamento edirigir suas mentes pelo curso esboçado supra.(3). Ela dá encorajamento ao pecador despertado.Ela o faz nas duas seguintes maneiras como indicadas por Spurgeon:A. ?Somos todos prisioneiros, condenados a morrer. Deus, como soberano, tem o direitode perdoar a quem Lhe apraz. Agora, imaginai um número de nós encerrados numa célulacondenada, todos culpados. Um dos criminosos diz a si mesmo: ?Sei que não tenho razão paraesperar ser livrado. Não sou rico. Se tivesse alguns parentes ricos... Podia ser achado louco esolto... Se eu tivesse a educação de alguns homens, podia contar com alguma consideração. Nãosou um homem de prol ou posição; sou um homem sem mérito e influência, logo não possoesperar que eu seja selecionado como um a ser salvo. Não; Creio que se as autoridades presentesde nossa sociedade fossem as pessoas a serem levadas em consideração, um homem que fossepobre pudesse ter uma oportunidade muito escassa de esperar qualquer livramento gracioso; mas,quando Deus é o grande soberano, o caso é diferente; porque, quando argumentamos assim: Eismeaqui, minha salvação depende inteiramente da vontade de Deus; há alguma oportunidade paramim? Notamos a lista dos que Ele salvou e achamos que Ele salva o pobre, o analfabeto, o ímpio,o ateu, o pior dos piores, as coisas vis e as desprezadas. Bem, que dizemos? Então por que Elenão me salva a mim? Por que não me salva? Se não devo procurar alguma razão em mim mesmo,porque devera salvar-me? Nunca acharei qualquer razão e, conseqüentemente, nunca terei201esperança. Mas se é para eu ser salvo em razão alguma, sendo que Deus quer salvar-me, ah!Então há esperança para mim. Aproximar-me-ei do gracioso Rei; farei como Ele me ordena;confiarei no Seu querido Filho e serei salvo?. Assim esta doutrina abre a porta da esperança aopior dos piores e as únicas pessoas a quem desencoraja são os fariseus, que dizem ?Senhor,graças Te dou que não sou como os demais homens?. Estes espíritos orgulhosos que dizem:

?Não; se não sou salvo por alguma coisa boa em mim mesmo, então serei condenado!? ?comocondenados serão, e com uma vingança, também? (Spurgeon?s Sermons, Vol. 8, pág. 236).B. ?Mais ainda, não vedes, caros amigos, como a doutrina da eleição conforta o pecadorno assunto de poder? Sua queixa é: ?Acho que não tenho poder para crer; não tenho poderespiritual de espécie alguma?. A eleição curva-se e segreda ao seu ouvido: ?Mas, se Deus quersalvar-vos, Ele dá poder, dá vida, dá a graça;? portanto, desde que Ele deu poder e força a outrostão fracos como vós, porque não vós? Tenha coragem; olhe para a Cruz de Cristo e viva?. (Ibid.pág. 237).202Cap 21 - A Doutrina Da ExpiaçãoA palavra expiação ocorre só uma vez na versão do Rei Tiago em o Novo Testamento.Vide Romanos 5:11. Aqui está uma tradução de katallage. Este substantivo grego ocorre em trêsoutras passagens: uma vez em Romanos 11:15, onde está traduzido reconciliando; uma vez em 2Coríntios 5:18, onde está traduzido ?reconciliação? e uma vez no verso seguinte, onde outra vezestá traduzido ?reconciliação?.O verbo grego ?katallasso?, correspondente ao nome ?katallage?, acha-se também em 2Coríntios 5:18,19; em Romanos 5:10 e 1 Coríntios 7:11. Em cada um destes casos está traduzidopara significar ?reconciliar?.Segundo o uso do grego, a palavra ?expiação? pode ser usada tanto da provisão da baseobjetiva de salvação, na qual temos uma expiação potencial, como da realização atual dasalvação, na qual temos uma expiação atual na aplicação dos benefícios da morte de Cristo e aoferenda do Seu sangue no templo celestial.O verbo grego ?katallasso? está usado no primeiro sentido em 2 Coríntios 5:19, ondelemos: ?Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo, não lhes imputando osseus pecados?. O sentido aqui é que Deus estava reconciliando o mundo Consigo mesmo porlançar os seus pecados sobre Cristo. Refere-se, pois, a passagem ao que se realizou na morte deCristo e não ao que se realizou através do Seu ministério Profético, predicante.

É neste sentido que a palavra ?expiação? é ordinariamente empregada nas discussõesteológicas, sentido em que a usamos neste capítulo.I. A IMPORTÂNCIA DA EXPIAÇÃOA expiação é o tema central do cristianismo. Tudo que a precede, olha para frente e tudoque a segue olha para ela atrás. Pode-se ver sua importância revendo os fatos seguintes:1. ELA É O TRAÇO DISTINTIVO DO CRISTIANISMO203O cristianismo é a única religião com uma expiação. Conta-se que há alguns anospassados, quando se reuniu uma Parlamento de Religião na Exposição de Chicago, Joseph Cook,de Boston, o orador escolhido do cristianismo, levantou-se, depois de terem sido apresentadasoutras religiões, e disse: ?Eis aqui Lady Macbeth com as suas mãos manchadas com a morteinfame do Rei Duncan. Vede-a como perambula pelas salas e corredores de sua casa palacial,detendo-se para gritar. ?Fora, mancha danada! Nunca mais estas mãos ficarão limpas?? Orepresentante do cristianismo virou-se para os adeptos de outras religiões e os desafioutriunfantemente: ?Pode alguém de vós que estais tão ansiosos de propagar vossos sistemasreligiosos proporcionar qualquer eficácia purificadora para o pecado e a culpa do crime de LadyMacbeth? Emudeceram, porque nenhum deles teve uma expiação a oferecer.2. ELA VINDICA A SANTIDADE E A JUSTIÇA DE DEUSNão podia haver em Deus verdadeira santidade e justiça se Ele permitisse ao pecadopassar impune. A santidade proíbe semelhante encorajamento do pecado. A justiça requerretribuição.3. ELA ESTABELECE A LEI DE DEUSSem expiação a salvação dos crentes deixaria a lei vã, letra morta. Vide Romanos 3:31 eHebreus 2:2.4. ELA MANIFESTA A GRANDEZA DO SEU AMORDe nenhum outro modo podia Deus ter manifestado maior amor pelo Seu povo do que pordar o Seu único Filho unigênito para morrer em lugar dele povo. Vide João 3:16, 15:13; Romanos5:8; I João 4:9.5. ELA PROVA A AUTORIDADE DIVINA DOS SACRIFÍCIOS DO VELHO TESTAMENTOVemos na expiação de Cristo o antítipo mais belo dos sacrifícios do Velho Testamento. E

vemos nesses sacrifícios um método efetivo de apontar à necessidade de expiação e um talquadro da expiação real como guiaria o iluminamento a espiritualmente inculcar através do véude sombra à verdadeira luz. A divina autoridade dos sacrifícios do Velho Testamento não204apresenta dificuldades ao que crê que a morte de Cristo foi substitucionária; mas, os que desejamnegar este último fato também sabem que Deus instituiu os sacrifícios de animais do VelhoTestamento.6. ELA FORNECE A PROVA DEFINITIVA DOS SISTEMAS TEOLÓGICOSPor sua atitude para com a expiação, os sistemas teológicos classificam-se em pagãos oucristãos. A oposição deles quanto à expiação também reflete sua idéia da natureza de Deus, deSua Lei e do pecado.II. A NATUREZA DA EXPIAÇÃO1. IDÉIAS FALSAS DA EXPIAÇÃO(1). A idéia governamentalEsta idéia sustenta que o propósito da expiação foi impedir que o perdão dos pecadorespor Deus encorajasse o pecado. A salvação dos pecadores não exige que eles levem a penalidadedos seus pecados. O seu virar do pecado para Deus é suficiente para justificar Deus em salva-los;mas o perdão dos culpados, sem alguma exibição do ódio de Deus contra o pecado e de Suaconsideração pela Lei, licenciaria o pecado e roubaria qualquer autoridade sobre as consciênciasdos homens.(2). A idéia de exemploEsta idéia sustenta em comum com a governamental que a morte de Cristo não foisubstitucionária: sustenta que Deus não precisou de ser propiciado em benefício do pecador; queo único óbice à salvação dos pecadores jaz na prática contínua do pecado pelo pecador. Reforma,portanto, é o remédio adequado e isto pode ser efetuado pela própria vontade do homem. Paraencorajar-nos nisto Jesus morreu como um nobre mártir, exemplificando uma devoção abnegadaque escolheu a morte antes que falhasse do Seu dever a Deus e ao homem. Somos salvos, não porconfiar nEle como nosso porta-pecado senão por confiar em Deus segundo Seu exemplo e assimdevotando-nos à justiça.205(3). A idéia de Influência Moral.

Esta idéia sustenta em comum com ambas as primeiras que o pecado não traz culpa quedeva ser removida: não é a culpa senão a prática do pecado que impede a salvação. A morte deCristo foi somente uma exibição de amor para abrandar o coração do homem e leva-lo aoarrependimento. ?Os sofrimentos foram necessários, não para remover um obstáculo ao perdãode pecadores que existe na mente de Deus senão para convencer os pecadores de que não existetal obstáculo? (Strong).(4). A idéia de depravação gradualmente extirpada.Esta idéia está definida por Strong como segue:?Cristo tomou a natureza humana como ela estava em Adão, não antes mas depois daqueda, - a natureza humana, portanto, com a corrupção nata e predisposta para o mal moral; que,não obstante a possessão desta natureza inquinada e depravada, Cristo, pelo poder do EspíritoSanto, ou de Sua divina natureza, não só guardou Sua natureza humana de se manifestar empecado atual ou pessoal, mas purificou-a gradualmente, por meio de luta e sofrimento até que naSua morte Ele extirpou completamente sua depravação original e a reuniu com Deus. Estapurificação subjetiva da natureza humana na pessoa de Jesus constitui Sua expiação e os homensnão são salvos por qualquer propiciação objetiva senão somente por se tornarem através da féparticipantes da nova humanidade de Cristo?.Há outras duas idéias da expiação que os teólogos comumente discutem sob teorias falsasou inadequadas da expiação aqui não daremos tratamento especial. Referimo-nos a idéia deacidentes e à comercial. A primeira sustenta que a morte de Cristo foi um acidente imprevisto enão antecipado por Cristo. Esta idéia é tão manifestamente absurda que não merece aqui o espaçoque ela tomaria para refuta-la. Não damos aqui atenção especial à idéia comercial da expiaçãoporque ela envolve tanta verdade que achará exame sob a epígrafe da idéia correta da expiação.2. A IDÉIA CORRETA DA EXPIAÇÃO.A idéia correta da expiação, que concebemos como sendo a correta, reconhece o elementode verdade em cada uma das seguintes teorias que tem recebido especial menção e também206combina o que são costumeiramente chamadas idéias comercial e ética, mas esta vai mais longe

do que qualquer delas.(1). Verdades reconhecidas noutras idéias.A. Uma falha em punir o pecado derrubaria o governo divino.Este é o elemento de verdade na idéia governamental, mas isto é só um dos muitoselementos de verdade envolvidos na expiação. Uma simples exibição do ódio de Deus contra opecado sem medir uma justa penalidade, portanto, não consegue e não conserva inteiramente osinteresses do governo divino. Qualquer exibição do ódio divino para com o pecado agirá comoum óbice ao pecado e assim tenderá a manter governo, mas, até ao ponto em que essa exibição doódio divino se fruste da justa penalidade, ela fracassa em fornecer um óbide ao pecado que honrecompletamente o governo divino.B. Na morte de Cristo temos um exemplo inspirador.É um exemplo de abnegada devoção a Deus e ao homem. E o povo salvo (não osperdidos) são mandados seguir este exemplo. Vide Mateus 16:24; Romanos 8:17; 1 Pedro 2:21,3:17 e 18; 4:1 e 2. Mas, que Cristo não morreu meramente como um nobre mártir, evidente é deSua própria atitude para com a Sua morte. Se Ele morreu apenas como exemplo, então Ele supriuexemplo muito pobre. Muitos mártires humanos tem ido para a fogueira sem um sinal deangustia; todavia, o Senhor Jesus Cristo suou como se fossem grandes gotas de sangue no horto.Muitos mártires desfrutaram um vívido senso da presença de Deus na hora da morte, mas oSenhor Jesus Cristo foi desertado pelo Pai na hora da morte. Contrastai a atitude de Cristoperante a morte com a de Paulo.C. Na morte de Cristo temos uma exibição de amor de Deus.Vide João 3:16; Romanos 5:8; 15:13; 1 João 4:9. E esta exibição deveria mover oshomens ao arrependimento. Este é o elemento de verdade na idéia de influência moral daexpiação; mas, que a expiação foi mais do que uma simples exibição de amor far-se-á manifestaao passo que avançamos.207D. Através da morte de Cristo somos feitos participantes da vida de Cristo.Vide 2 Coríntios 4:11; 5:14-17; 12:9 e 10; Gálatas 2:20; 2 Pedro 1:4. Este é o elemento deverdade na idéia de depravação gradualmente extirpada da expiação; mas, atingimos esta nova

vida em Cristo em conjunção com a fé nEle como nosso porta-pecado. Esta idéia recémmencionada nega:(2). Outras verdades reconhecidas.A verdadeira idéia da expiação reconhece todas as verdades das outras idéias, masreconhece mais. Erram os que acentuam um elemento de verdade com exclusão de outros.Outras verdades reconhecidas pela verdadeira idéia da expiação, são:A. A verdade quanto à natureza de Deus.Tudo das falsas idéias a que temos dado especial atenção nega que haja qualquerobstáculo que seja em a natureza de Deus ao perdão dos pecadores. O entrave supõe-se ser todoele de parte do pecador. O sofrimento de Cristo não foi em nenhum sentido uma satisfação dequalquer princípio em a natureza divina.208Cap 22 - As Chamadas Eterna E InternaA eleição tem a ver com o propósito e plano da salvação. A expiação tem a ver com a provisão dasalvação. Vimos agora estudar a aplicação e provisão da salvação aos eleitos.I. A CHAMADA EXTERNAA escritura fala claramente de duas chamadas diferentes. A primeira, na ordem de sua ocorrência,é conhecida geralmente como a chamada extrínseca ou externa. As passagens seguintes referemseà chamada externa: Isa. 45:22; 55:6; Mat. 9:13; 11:28; 22:14; Marcos 2:17; Lucas 5:32; Apoc.22:17. Há outras passagens que se referem evidentemente a ambas às chamadas, que se reservamaté considerarmos a chamada interna.1. ESTA CHAMADA É POR MEIO DA PREGAÇÃO DO EVANGELHO.Foi por meio do Evangelho que Jesus chamou pecadores ao arrependimento. Hoje todaapresentação do evangelho é uma chamada aos homens para deixarem o pecado e confiarem emCristo. A pregação do evangelho é também devidamente ouvida por um estabelecimento danecessidade de salvação do homem e do seu dever e responsabilidade sob Deus para arrependersee crer (At. 17:30). Também deverá haver a fervorosa rogativa aos homens para que sereconciliem com Deus (2 Cor. 5:20), um convite a todos que laboram (Mat. 11:28) e estão comsede (Isa. 55:1; João 7: 37; Apo. 22:17).2. ESTA CHAMADA É UMA CHAMADA INDIRETA DO ESPÍRITO.

Vide no capitulo IX a discussão da obra indireta do espírito nos perdidos.3. A CHAMADA, PORTANTO, É GERAL.Com isto queremos dizer que ela não se limita aos eleitos (Mat. 22:14). Somos mandados pregaro evangelho a todos. Esta chamada é designada a todos os homens, conquanto todos não ouvem.Isto é verdade tanto como todos os homens são mandados a arrepender-se (Atos 17:30), aindamesmo que todos os homens não ouvem este mandamento.2094. ESTA CHAMADA, EM SI MESMA , É SEMPRE INEFICAZ.A Israel Deus disse: ?Quando eu chamei, voz não respondestes? (Isa. 65:12). A chamada a que serefere aqui foi uma chamada externa igual à chamada sob discussão. Devido à depravação dohomem, a pregação do evangelho, ela só, nunca é suficiente para trazê-lo a Cristo. Ele carecemais do que uma chamada externa. O evangelho ?é o poder de Deus para a salvação de todoaquele que crer? (Rom 1:16); ?mas o homem natural não recebe as coisas do espírito de Deus;porque lhe parecem loucura; e não pode conhece-las, porque se discernem espiritualmente? (1Cor. 2:14). O homem deve poder voltar-se do pecado e crer em Cristo. Jer. 13:23; João 12:39-40; 6:44-65.5. A CHAMADA É SINCERA.Os arminianos objetam que o sistema calvinistico de doutrina faz insincera uma chamada geral.Sincero quer dizer: ?ser na realidade como na aparência. Intencionando precisamente o que umdiz ou o que um parece intencionar?. Tendo definido o termo sob discussão, estamos agorapreparados para examinar as bases exatas dessa objeção. Os ensinos calvinisticos sãodenunciados como dando por insincera uma chamada geral. São:(1). O ensino que o homem por natureza não pode virar-se do pecado para Cristo.Dizem os arminianos que, se o caso com o homem natural fosse como os calvinistas orepresentam, e isto fosse inteiramente conhecido a Deus, então Deus não podia ser sincero emconvidar os homens a virem a Cristo. Mas não há nada na chamada geral que faça parecer quetodos os homens podem respondê-la. Isto não é nada mais do que uma inferência indefensável. Etem seu fundamento, não na chamada em si mesma, mas em uma concepção errônea do estado do

homem pela natureza. Daí, esta chamada não é insincera. ?A chamada de Deus a todos os homenspara que se arrependam e creiam no evangelho não é mais insincera do que o seu mandamento atodos os homens para que O amem de todo o coração. Não há entrave no caminho da obediênciado homem ao evangelho que não exista para impedir sua obediência a lei. É próprio publicar osmandamentos da lei como é próprio publicar os convites do evangelho. Um ser humano pode serperfeitamente sincero em fazer um convite que ele sabe que será recusado. Ele pode desejar que oconvite seja aceito, enquanto pode, por certas razões de justiça e dignidade pessoal, estar disposto210a empregar esforços especiais, além do convite mesmo, para conseguir a aceitação dele da partedaquele a quem se faz? (Strong).O convite ou chamada de Deus a todos os homens parece indicar que todos os homens podemaceitá-lo mais do que seu mandamento a todos os homens para amarem-O supremamente pareceindicar que todos os homens podem fazê-lo?(2). O ensino quanto ao propósito eletivo de Deus de salvar somente uma porção da raça deAdão.Dizem os arminianos que, se Deus resolveu salvar só uma parte da raça de Adão, então ele nãopode sinceramente convidar todos os homens a virem a Cristo para a salvação . Observe-seprimeiro, quanto a esta faze da objeção, que o objetor, para ter a aparência de coerência, devenegar a presciência de Deus; porque, se Deus preconheceu tudo, então Ele certamente préconheceuque todos os homens não creriam no evangelho, desde que vemos que todos não crêem.E, certamente, nenhum evangélico diria que Deus propôs salvar os que rejeitam o evangelho. Demodo que, se a presciência de Deus for verdade, então Deus propôs salvar só uma parte da raçade Adão, crentes. Daí, a coerência requer que o arminiano ceda tanto esta faze da objeção como,na alternativa, a presciência de Deus. Não pode ser lógico e sustentar ambas.Se alguém se dirigir diante de um grande número de gente para oferecer a cada um uma cédula dedez dólares, e se tiver de antemão inerrante conhecimento que só uma centena dessa genteaceitará sua oferta, carecerá ele, para fazer uma oferta sincera a todos, ter mais do que cem

cédulas de dez dólares? Certamente que não. Sabendo que tem o numero suficiente para suprir atodos que aceitarão a oferta, ele pode muito livre e sinceramente dizer: ?Cada um de vós quedeseje uma cédula de dez dólares venha a mim e eu vos darei uma?.A chamada geral de Deus é em aparência nada mais do que é na realidade. E ele parece nãointencionar mais do que Ele atualmente intenciona. Isto não parece como algo a que todos oshomens podem responder nem como algo que habilitará os homens a vir a Cristo, ou que,necessariamente, os impila a vir. Nesta chamada Deus parece intencionar que todos os homenssão bem-vindos se quiserem vir; que todos serão aceitos se vierem. Atualmente Ele nãointenciona outra coisa. É tão exatamente uma verdade Bíblica que todos quanto vierem a Cristo211serão salvos como é que só os eleitos serão salvos. Podemos subscrever cordial e alegremente adeclaração de fé de New Hampshire em dizer que ?nada impede a salvação do maior pecadorsobre a terra , exceto sua própria depravação inerente e recusa voluntária a submeter-se ao SenhorJesus Cristo?. Noutras palavras, estas são as coisas que mandam o pecador ao inferno.II. A CHAMADA INTERNAAs seguintes passagens referem-se à chamada: Atos 2:39; Rom. 1:6; 8:28,30; 9:11,24; 1Cor. 1:1;7:15; Gal. 1:15; 5:8; Ef. 4:4; Col. 3:15; 1Tes. 2:14; 5:24; 2 Tim. 1:9; Heb. 9:15; 1Pedro1:15; 2:9;3:9; 5:10; 2 Pedro 1:3,10; Judas 1. Algumas dessas passagens, como já foram indicadas, parecemaludir a ambas as chamadas, interna e externa.1. ESTA CHAMADA É UMA CHAMADA DIRETA POR MEIO DO ESPÍRITO.O Espírito Santo toma o evangelho pregado e, abrindo o coração do pecador (Atos 16:14), aplicaa Palavra ao coração com poder regenerador. É então, e só então, que o homem pode entender ereceber as coisas do espírito de Deus. Assim a chamada interna é também pelo evangelho, maspelo evangelho aplicado pelo Espírito Santo. As passagens tocando nesta obra do espírito atravésda Palavra serão dadas quando estudarmos a regeneração.2. ESTA CHAMADA É PARTICULAR.Por meio dela os objetos da graça salvadora de Deus são segregados. A diferença aqui entre aschamadas externa e interna pode ser ilustrada imperfeitamente pela diferença entre um convite

geral feito pela igreja ao povo de uma comunidade para freqüentar seus cultos e os convitespessoais que se estendem a indivíduos particulares pela irmandade da Igreja. Sem dúvida, comodissemos, isto só imperfeitamente ilustra a diferença entre as duas chamadas de Deus. Rom. 8:30mostra a particularidade desta chamada.3. ESTA CHAMADA É SEMPRE EFETIVA.É manifesto que as passagens dadas no princípio dessa discussão referem-se a uma chamadaefetiva e eficiente. Nunca se lhe resiste; contudo, em respondê-la, o homem age voluntária e212livremente. Vide capítulo sobre ?A livre agência do homem?. A efetividade desta chamada estámostrada em Rom.8:28,30; 1Cor. 1:24.213Cap 23 - O Novo NascimentoA última coisa considerada no capítulo anterior é a chamada interna. Esta chamadacomunica-se aos homens em o novo nascimento. De modo que somos trazidos, logicamente, aum estudo do novo nascimento ou regeneração.I. A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO1. O FATO DE SUA NECESSIDADEJesus não deixou dúvidas quanto a indispensável necessidade do novo nascimento comoum pré-requisito à entrada no Reino de Deus quando Ele disse a Nicodemos: ?Aquele que nãonascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.? (João 3:5).2. RAZÕES DE SUA NECESSIDADEO novo nascimento é necessário porque:(1). As bênçãos espirituais de Deus são somente para os filhos espirituais.Rom. 8:16,17. O Homem, por natureza, não é um filho espiritual de Deus, ainda que oseja naturalmente. Adão é chamado ?o filho de Deus? (Lc. 3:28). Esta filiação baseou-se, não nonascimento, nem na mera criação, mas na semelhança de Deus herdada pelo homem. Essaimagem era dupla: Adão tinha uma parecença moral e espiritual com Deus na santidade. Tinhauma parecença natural com Deus na personalidade. Para discussão mais ampla dessassemelhanças vide o capítulo sobre ?O Estado Original e Queda do Homem?. Quando o homemcaiu, ele perdeu a parecença moral e espiritual com Deus e assim cessou de ser um filho espiritual

de Deus. Mas ele não perdeu sua personalidade, não caiu ao nível de um bruto e assim reteveuma base natural de filiação. Isto explica Atos 17:28-9.Espiritualmente e moralmente o homem é um filho do diabo (João 8:44; e I João 3:10),porque traz a semelhança espiritual e moral do diabo. Assim ele deve nascer de novo para herdar214as bênçãos espirituais de Deus, porque estas, como Rom. 8:16,17 mostra claramente, não são paraninguém exceto Seus filhos espirituais.(2). O homem está espiritualmente morto e o reino de Deus, tanto aqui como além, é pornatureza espiritual.Rom. 5:12; Efe. 2:1; Col. 2:13; I João 3:14. A afirmação que o homem estáespiritualmente morto quer dizer, por causa do pecado, que o homem está espiritualmente privadode vida espiritual divina; contudo, ele tem vida espiritual natural. O seu espírito perdeu todaafinidade real com Deus. Ele não tem afeto por Deus ou pelas coisas espirituais (Rom. 8:7,8). Elenão tem habilidade para as coisas espirituais (Jer. 13:23; João 6:65).Portanto, nada há em a natureza do homem que o qualifique para a cidadania num reinoespiritual. O que estiver espiritualmente morto não pode habitar um reino espiritual mais do queestiver fisicamente morto habitar um reino físico. Assim, deve o homem nascer de novo parapoder entrar no reino de Deus.(3). Estar no reino de Deus implica submissão à Lei de Deus e o homem por natureza está eminimizade com Deus.Rom. 8:7,8. O reino de Deus é a Sua Lei nos corações de Seus santos; logo, entrar no Seureino, é submeter-se à Sua Lei. Mas o homem, por natureza, não pode fazer isso porque ele estáem inimizade contra Deus. É necessário o novo nascimento para que esta inimizade sejadominada.II. A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE(1). Não é uma erradicação da velha naturezaO novo nascimento pode-se chamar uma mudança de coração no sentido de uma mudançada disposição regente (incluindo os afetos bem como a vontade), mas o novo coração nãodesarraiga o velho. O velho, ou a natureza carnal, fica. Vide Rom. 7:14-25; Gal. 5:17. O novo215

coração ou natureza é colocado lado a lado do velho e o santo tem duas naturezas, comoindicadas nas passagens pré-citadas. O novo nascimento deixa a velha natureza inalterada.(2). Não é uma simples aquisição de religiãoO homem é naturalmente religioso. Notai os atenienses pagãos em Atos 17. Recordaitambém as várias religiões e formas de culto nas terras gentias de hoje. Pouco importa quãoreligioso um homem se torne, sem o novo nascimento ele permanece essencialmente pecaminoso.Lemos num tratado metodista: ?Cremos que alguém ?adquira religião?, perca-a e fiqueeternamente perdido.? Escrevemos a margem: ?Passar-vos-ei um melhor que esse: creio que umhomem adquira religião, guarde-a e vá para o inferno, levando-a consigo.?(3). Não é reforma humanaA reforma humana é superficial, deixando a natureza inteira essencialmente a mesma. Poressa razão a reforma humana provavelmente não dura. O novo nascimento será seguido dereformas, mas é reforma que provém de uma mudança fundamental na disposição regente e não aque se funda numa simples resolução da mente. A reforma humana nunca pode purgar da alma opecado e implantar uma nova disposição. 2 Pedro 2:20-22.(4). Não é adoçãoAdoção é um termo legal. É o resultado imediato de justificação. Não é o mesmo queregeneração. Adoção faz-nos filhos de Deus legalmente, ao passo que a regeneração nos fazfilhos de Deus experimentalmente. A adoção traz mera mudança de parentesco legal. Aregeneração muda nossa natureza. A adoção tem de ver conosco como os filhos espirituais emorais do diabo por natureza. A regeneração tem de ver conosco como aqueles que por naturezaestão privados de vida espiritual.2. CONSIDERADA POSITIVAMENTEA regeneração é aquele ato instantâneo de Deus na região da alma abaixo do senso íntimopelo qual se remove toda a nódoa da alma, e pela qual, através da instrumentalidade da verdade, o216exercício inicial da disposição santa assim comunicada se efetua. Na regeneração há tambémformada uma união inseparável entre a alma regenerada e o Espírito Santo.Da descrição supra de regeneração notemos que:

(1). É um ato de DeusO homem não pode dar nascimento a si mesmo. João atribui claramente a regeneração aDeus quando, ao falar de nascermos outra vez, diz: ?Não do sangue, nem da vontade da carne,nem da vontade do varão, mas de Deus? (João 1:13). Esta passagem nos diz que a nova naturezanão é hereditária; que ela não provém da vontade da velha natureza (carne); e que não se realizapela vontade de homem algum, mas é operada por Deus. Na regeneração não temos um homemtrabalhando por si mesmo ou por algum outro homem, mas um homem trabalhado por Deus. Daípodemos amplificar a afirmação que encabeça este parágrafo e dizer que a regeneração é um atosoberano de Deus. João 3:8. Na sua fase inicial (vivificação) a regeneração é incondicional. Porato algum de si mesmo o homem dispõe Deus a regenerá-lo .(2). É um ato instantâneoDiz A. H. Strong: ?A regeneração não é uma obra gradual. Conquanto possa haver umaobra gradual da providência de Deus e do Espírito, preparando a mudança, e um reconhecimentogradual dela depois que ocorre, deve haver um instante de tempo em que, sob a influência doEspírito de Deus, a disposição da alma, logo antes hostil a Deus, muda-se para amar. Qualqueroutra idéia assume um estado intermediário de indecisões que não tem nenhum caráter moral queseja e confunde a regeneração quer como a convicção quer com a santificação.? (SystemTheology, pág. 458).A regeneração consiste de gerar e produzir , uma vivificação e um nascimento. E, porcausa disso, alguns tem tentado explicar uma tal analogia entre os nascimentos físico e espiritualcomo interporia um lapso de tempo entre gerar e nascer; mas a separação quanto ao tempo entregerar e nascer no reino físico é ocasionada por condições que são peculiares ao referido reino.Nenhumas condições tais prevalecem no reino espiritual.217Toda passagem da Escritura conduzindo ao novo nascimento implica que ele éinstantâneo.(3). Ele remove da alma toda a nódoa de pecadoPor natureza a alma do homem é pecaminosa, evidenciado pelo fato que a alma, quandoseparada do corpo, vai imediatamente ao tormento do fogo (Lc. 16:23). Se a alma dos incrédulos

não fosse pecaminosa tanto quanto o corpo, não seria justo a alma sofrer no inferno. Mas que aalma da pessoa regenerada não é pecaminosa está evidenciado pelo fato que tal alma quandoseparada do corpo na morte, vai imediatamente à presença de Jesus, onde certamente nenhumpecado será permitido entrar. É-nos dito em 1 Pedro 1:22 que a fé purifica a alma.E, a modo de mais extensa confirmação do precedente, notamos que, em descrever asduas naturezas dos crentes, a Escritura representa a velha natureza como corpo e carne, enquantoque a nova natureza é chamada mente ou espírito. O pecado no crente existe nas luxurias físicas eapetites, não na alma (espírito) ou parte imaterial do homem.(4). Por meio desta purificação da alma os crentes se tornam ?participantes da natureza divina?(2 Pedro 1:4)Assim a imagem espiritual de Deus se restaura na alma dos crentes. A nova disposiçãosanta assim instilada é a nova natureza ou novo homem... criado em justiça e verdadeirasantidade (Efe. 4:24).(5). O novo nascimento não está completo até que o arrependimento e a fé tenham sido operadosna alma.É a estes que nos referimos quando falamos acima de ?o exercício inicial da santadisposição?, cujo exercício é efetuado pela regeneração. O arrependimento e a fé deveriam serconsiderados como uma parte da regeneração mais do que como frutos dela. A alma não serenova enquanto ela permanece na impenitência e na incredulidade. Estas atitudes do coraçãoexpostas na regeneração. Isto se confirma pelo fato que a verdade é usada instrumentalmente naregeneração. Se a regeneração não consistisse da operação do arrependimento e da fé no coração,não haveria necessidade da instrumentalidade da palavra.218(6). O homem não é totalmente passivo na regeneraçãoEle é passivo na vivificação, ou na comunicação inicial da vida. É passivo na mudança dadisposição regente ou na remoção de toda a nódoa da alma. Mas no exercício inicial da santadisposição comunicada na regeneração o homem é ativo.(7). Na regeneração forma-se uma união inseparável entre a alma regenerada e o Espírito Santo.Rom. 8:26; Efe. 1:13,14. Esta união é tão íntima e completa que os santos gemidos do

santo são os gemidos do Espírito Santo, por meio dos quais Ele faz intercessão pelo santo. É pormeio desta união entre alma regenerada e o Espírito Santo que temos união moral e espiritualcom Cristo (Rom. 7:2-4).É em respeito a esta união do Espírito Santo com o espírito regenerado do homem quetemos a diferença entre a regeneração no Velho Testamento e a regeneração no Novo. A doVelho era exatamente a mesma como a do Novo, exceto por isto:III. COMO SE CUMPRE O NOVO NASCIMENTO1. CONSIDERADO NEGATIVAMENTE(1). Não por educação ou culturaA educação e a cultura não podem tirar do homem aquilo que não esteja nele. Daí, desdeque o homem é essencialmente pecaminoso e totalmente depravado, a educação e a cultura nãopodem nunca produzir aquela santa disposição regente que é operada na regeneração.(2). Não por batismoQue o batismo não é instrumental em o novo nascimento, está provado pelos seguintesfatos:A. Não há nenhum meio concebível por que o batismo possa remover o pecado da almaou comunicar uma santa disposição regente.219Os meios físicos não podem nunca operar uma mudança espiritual. A idéia deregeneração batismal ?é parte e parcela de um esquema geral mais de salvação mecânica do quemoral, mais coerente com uma filosofia materialística que espiritual.? (Strong).B. Pedro afirma que o batismo não é o despojo da imundícia da carne senão a resposta deuma boa consciência para com Deus (I Pedro 3:21).Uma boa consciência é a que foi purificada pelo sangue de Cristo (Heb. 9:14). Até queassim se purifica a consciência é má (Heb. 10:22). E quando alguém for purificado, não há maisconsciência de pecados (Heb. 10:2). Daí um que tem uma boa consciência nunca fará nada parapoder salvar-se, porque não tem consciência de pecados nenhum sentimento de necessidade desalvação. Tudo isto prova que alguém está salvo antes do batismo e não por meio do batismo.C. As palavras de Jesus em Mat. 3:15 implicam que o batismo é uma obra de justiça ePaulo diz que não somente somos salvos pelas obras de justiça (Tito 3:15).

D. A fé deve preceder o batismo (Atos 2:41, 8:37, 19:1-5), e quando a fé é exercitada, jáse está salvo (João 3:18; 5:24; I João 5:1,12).E. Quando a fé foi exercida, a regeneração está completa; logo, o batismo que segue a fénão pode ser instrumental na regeneração.A fé é operada no coração, como já foi mostrada e mais claro ainda se fará no capítulosobre conversão.F. O Ladrão na cruz foi salvo sem batismo.A suposição que este ladrão deve ter tido o batismo de João antes de sua crucificação nãotem base. Tal batismo não teria sido melhor do que o batismo recebido pelos doze em Éfeso,porque teria sido, como o dos doze, sem fé em Cristo, portanto não válida. O esforço paraestabelecer que as palavras de Cristo ao ladrão formaram uma pergunta em vez de umadeclaração é absurdo e sem o mais leve pretexto no grego. Que o paraíso é o céu, a presençaimediata de Deus, está evidente de Apoc. 2:7 e 22:1,2.220Tomamos ?água? em João 3:5 como um símbolo da Palavra de Deus na base dosseguintes fatos escrituristicos:(a). A regeneração é uma lavagem (Tito 3:5) e é pela Palavra (Tiago 1:18; I Pedro 1:23).(b). A purificação operada pela Palavra é como a ?lavagem da água? Efe. 5:26.Que é mais natural então do que ?água? em João 3:5 representando o efeito purificador daPalavra na regeneração?Alguns interpretam água em João 3:5 para referir-se ao nascimento natural. Umainterpretação tal é forçada e desnatural. Em nenhuma parte da Bíblia se fala do nascimentonatural como um nascimento da água. E não havia necessidade de se dizer a um homem que eletinha de nascer naturalmente para poder entrar no reino de Deus. A construção da frase tambémfavorece a idéia que um só batismo é aqui referido. A preposição ?de? ocorre antes de água só nogrego.2. CONSIDERADA POSITIVAMENTEA regeneração é operada:(1). Pelo Espírito SantoJoão 3:5 nos diz que o novo nascimento é pelo Espírito Santo. Há dois sérios erros emreferência à obra do Espírito Santo na regeneração. Um é que Ele opera (pelo menos em alguns

casos) inteiramente independente e à parte da Palavra escrita de Deus. Isto é sustentado pelosCascaduras. Conseqüentemente, eles crêem que os homens podem salvar-se sem o conhecimentoda Palavra de Deus escrita. As passagens que atribuem à Palavra de Deus num lugar naregeneração, que são notadas sob a próxima epígrafe, refutam esta noção. O outro erro a que aquinos referimos é o ensino que o Espírito na regeneração não age imediatamente sobre a alma, massomente imediatamente por meio da Palavra. Isto é o ensino dos campbelistas. ?As asserçõesescrituristicas da morada do Espírito Santo e do Seu imenso poder na alma proíbem-nosconsiderar o divino espírito na regeneração como vindo em contato, não com a alma, massomente com a verdade. Desde que a verdade é só o que é, simplesmente, não pode haver221mudança operada na verdade. As frases ?energizar a verdade?, ?intensificar a verdade?,?iluminar a verdade?, não tem sentido próprio, uma vez que Deus não pode fazer a verdade maisverdadeira. Se se opera alguma mudança, ela deve ser operada não na verdade senão na alma.?(Strong, Systematic Theology, pág. 453).A depravação e inabilidade por natureza de receber a verdade e virar-se do pecado paraCristo e para a justiça (Jeremias 13:23; João 6:65; 1 Cor. 2:14) também mostram a necessidadeabsoluta do impacto imediato e da operação do Espírito Santo sobre a alma na regeneração. ?Omero aumento de luz não fará que o cego veja; a doença do olho deve primeiro ser curada paraque o cego veja objetos externos. Assim a obra de Deus na regeneração deve ser executada dentroda alma mesma. Sobre a cima de toda a influência da verdade deve estar a influência direta doEspírito Santo sobre o coração.? (ibid).(2). Usando a instrumentalidade da palavraA instrumentalidade da Palavra na regeneração está ensinada em Efes. 5:26; Tia. 1:18; 1Ped. 1:23. É evidente de 1 Ped. 1:25 que a palavra nestas passagens é a Palavra escrita ou pregadaantes que o Verbo encarnado (que é Cristo). Em 1 Ped. 1:23 a palavra está caracterizada comoaquilo que ?vive e permanece para sempre?. Então, no verso 24, está referido a natureza perecívelde outras coisas. E, no verso 25, a duração da Palavra está de novo referida, e está plenamente

especificada que a referida Palavra é ?a Palavra de boas novas que vos foi evangelizada?(tradução correta).Veremos mais adiante a evidência da instrumentalidade da Palavra na regeneraçãoquando notamos em nossa consideração de fé, o que é o objeto e a base de fé, a qual é operadaem nossos corações como parte da regeneração.Todavia, carece de ficar entendido que na primeira fase da regeneração (vivificação) oEspírito opera sobre a alma independente da Palavra. À alma espiritualmente morta deve-se darvida antes que ela possa ver e agir sobre a verdade. É na vivificação que se pode vir a Cristo(João 6:65). É assim que Deus dá homens à possessão de Cristo (João 6:37). ?Na mudançaprimaria de disposição, a qual é o traço essencialíssimo da regeneração, o Espírito de Deus agediretamente sobre o espírito do homem. Na consecução do exercício inicial da nova posição ? a222qual constitui o traço secundário da obra de Deus na regeneração ? a verdade é usada como ummeio. Daí, talvez, em Tiago 1:18, lemos: ?Do seu próprio querer ele nos gerou pela Palavra daverdade?, em vês de ?Ele nos ganhou pela Palavra da Verdade? ? a referência sendo aosecundário, não ao primário, traço da regeneração? (Strong, Systematic theology, pág. 454)IV. EVIDENCIAS DO NOVO NASCIMENTO1. CONFIANÇA GENUÍNA EM CRISTO SÓ PARA A SALVAÇÃO.Notamos que a fé é operada no coração como uma parte (a secundária) ou regeneração.Isto é necessariamente assim porque a nova natureza não pode estar na incredulidade. A fé que seopera no homem pela regeneração não se detém por menos que implícita confiança e certeza emCristo como salvador pessoal. Não é meramente crença a respeito dEle, mas fé e confiança nEle esobre Ele. Isto é tão abundantemente evidente das passagens que tratam da fé que argumentomais extenso não é preciso para substanciá-lo.Ninguém se regenerou até que esteja pronto a confiar o seu eterno bem-estar inteiramentea Cristo. Deve ter se arrependido das obras mortas (Heb. 6:1) . Todas as obras engajadas para asalvação são obras mortas. Nenhuma fé se conta por justiça e portanto não é fé salvadora. Excetoa fé do que ?não obra? para salvação (Rom. 4:5). Enquanto alguém está olhando para qualquer

coisa que não Cristo, não esta o tal regenerado.2. O TESTEMUNHO E A PRESENÇA MORADORA DO ESPÍRITORom. 8:16,9; 1 João 3:24; 4:13. O testemunho e a habitação do Espírito não se evidênciapor algum sentimento vago, místico, abstrato, mas pelo constante poder regente do Espírito(Rom. 8:14) produzindo devoção a Deus e uma vida obediente. É pela habitação constante doEspírito e Sua operação em nós que Deus executa até ao fim a obra que Ele começa em nós naregeneração (Fil. 1:6, 2:13). O testemunho e a moradia do Espírito estão evidenciados em todosos modos subseqüentes.3. PRONTIDÃO EM ACEITAR A PALAVRA DE DEUS223João 8:47. Uma pessoa regenerada mostrará sempre um desejo de conhecer a vontade doSeu Pai em tudo a seguir essa vontade quando se torna conhecida. Não se achará andandocontinuamente em obstinada rebelião contra a verdade.4. ESTADO CÔNSCIO DE PECADORom. 7:14-25; 1 João 1:8. Nenhuma pessoa salva crer-se-á sem pecado. Os que crêem,estão enganados e sem a verdade, pela qual somos regenerados (Tia. 1:18) e feitos livres (João8:32). Isto o torna claro que não estão salvos. A nova natureza reconhecerá sempre a presença dopecado no corpo, como no caso de Paulo (Rom. 7:14-25). Essa nova natureza tem em si mesma aunção iluminante do Espírito (1 João 2:27) e participa da natureza de Deus mesmo (2 Ped. 1:4),sendo criada em justiça e verdadeira santidade (Efe. 4:24). Não pode estar cega ao pecado.5. AMOR DE DEUS E JUSTIÇAJoão 8:42; Rom. 7:22; 2 Cor. 5:17; 1 João 4:16-19. Juntamente com o estado cônscio demoradia do pecado estará um amor de Deus e justiça, tal como no caso de Paulo. Paulo achou opecado no corpo, mas contudo alegrou-se na Lei de Deus segundo o homem interior.6. UMA VIDA QUE É OBEDIENTE SEGUNDO O SEU TEOR PRINCIPALJoão 14:21-24; Rom. 6:14; 8:6,13; Gal. 5:24; 1 João 1:6; 2:4,15; 3:8,9; 2 João 6. A vidada pessoa salva não será perfeita, mas será justa e obediente quanto ao seu teor principal. Paramais extensa discussão desta matéria vide estudo de 1 João 2:4.7. PURIFICAÇÃO PROGRESSIVA1 João 3:3. Enquanto o crente nunca alcançará perfeição sem pecado nesta vida, contudoele sempre batalha contra os seus próprios pecados.

8. AMOR DE OUTROS CRENTES1 João 3:14, 5:2. Há uma tal afinidade entre as pessoas regeneradas que elas se amammutuamente. Uma evidência deste amor é que elas se alegram na presença e amizade de uns224pelos outros. Deus, porém, ajuntou um outro teste de nosso amor pelos irmãos: se amarmos aDeus e guardamos os Seus mandamentos sabemos que amamos os filhos de Deus. Vede asegunda passagem à cima. Assim, de novo somos trazidos de volta à matéria de obediência aDeus.9. PERSEVERANÇA ATÉ AO FIM.Mat. 10:22; Rom. 11:22; Fil. 1:6; Col. 1:23; 1 João 3:9; 5:4. A perseverança tanto é umadoutrina da Escritura como a conservação. Pela conservação de Deus somos levados a perseverar.Estas duas doutrinas são perfeitamente coerentes e precisam de ser sustentadas e pregadas comoverdades gêmeas. Ninguém alcançará o céu senão aqueles que resistem firmes até ao fim evencem o mundo. Vide as promessas aos vencedores no Apoc. 3 e 4. Nenhumas promessas aoutros. Mas todos dentre os regenerados vencerão (1 João 5:4).225Cap 24 - A ConversãoVirando do lado divino da salvação para o humano, somos trazidos a uma consideração daconversão. Notamos:I. A CONVERSÃO DEFINIDA1. A CONVERSÃO PROPRIAMENTEPor conversão propriamente queremos dizer o sentido técnico e teológico em que o termoé comumente usado. Neste sentido tem sido definido como segue:?Conversão é aquela mudança voluntária na mente do pecador em que ele se vira dopecado, por um lado, e para Cristo, doutro lado. O elemento primário e negativo da conversão,nomeadamente, virar-se do pecado, denominamos arrependimento. O elemento da conversão,último e positivo, nomeadamente virar-se para Cristo, denominamos fé.? E outra vez: ?Conversãoé o lado humano ou aspecto daquela mudança espiritual fundamental, que, vista do lado divino,chamamos regeneração.? - A. H. Strong, em Systematic Theology, pág. 460.Podemos ir mais longe do que Strong vai à última citação e dizer que a regeneração, ou o

novo nascimento, no seu sentido mais largo, inclui a conversão, que está assim apresentada emtais passagens como Ti. 1:18 e 1 Pedro 1:23, onde a Palavra de Deus está distintamenterepresentada como o instrumento do Espírito Santo na regeneração. Se o novo nascimentosignificasse somente a comunhão de vida, então não haveria necessidade da instrumentalidade daPalavra. De modo que podemos dizer que a regeneração tem tanto do lado divino como dohumano. O lado divino podemos chamar vivificação e o humano conversão. Aquelas passagensque falam de vivificação tem referência, talvez, só ao lado divino , enquanto que as passagensque falam de regeneração, gerar e nascimento, referem-se à obra completa de trazer o homem dopecado à fé salvadora em Cristo.2. CONVERSÃO NO SEU SENTIDO GERAL226Do fato de a Palavra conversão significar, simplesmente, um virar, toda volta do cristão dopecado, subseqüente à primeira, pode, num sentido subordinado, ser denominado uma conversão(Lc. 22:32). Desde que a regeneração não é santificação completa e a mudança da disposiçãoregente não é idêntica à purificação completa da natureza, tais voltas subseqüentes do pecado sãoconseqüências necessárias e evidencias da primeira (Cf. João 13:10). Mas não implicam, como aprimeira, mudança na disposição regente, - antes são novas manifestações da disposição jámudada. Por esta razão, a conversão própria, como a regeneração, de que é o lado obverso, podeocorrer apenas uma vez.- A. H. Strong, em Systematic Theology, pág. 461.Neste capítulo temos referência ao sentido técnico e teológico da conversão como dado noprimeiro caso supra.II. A ORDEM LÓGICA DE VIVIFICAÇÃO E CONVERSÃOComo afirmamos acima, vivificação e conversão parecem ser os lados divinos daregeneração ou o novo nascimento. É nosso propósito agora, portanto, considerar a questãoquanto ao que é logicamente primeiro, o lado divino ou o humano, na regeneração. Propôs estaquestão é respondê-la a todos que são capazes de pensar logicamente. O lado divino é certíssimae logicamente anterior ao lado humano. Em consideração desta atitude notemos:1. PROVAS APRESENTADAS

(1). A conversão envolve virar-se do pecado, o que o homem por natureza não pode fazer.Por natureza o homem pode reformar sua vida até um certo ponto: pode virar-se dealgumas formas de pecado; mas, por natureza não pode mudar a disposição regente de suanatureza. Está isso provado em Jer. 13:23, que reza: ?Pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardoas suas manchas? Assim podeis vós também fazer o bem, acostumados a fazer o mal?? O pecadorestá acostumado a fazer o mal; logo, é-lhe impossível virar-se do mal (pecado) até que suadisposição regente se mude. Isto é só tão impossível como é para o mais preto dos negros fazer-sebranco, ou o leopardo despir-se do seu manto malhado.(2). A conversão é agradável a Deus e o homem natural não pode agradar a Deus.227Ninguém pode duvidar da primeira parte da afirmação supra. A última parte está provadaem Rom. 8:8, que diz: ?Os que estão na carne não podem agradar a Deus.? Isto inclui a todos aquem Deus não deu uma nova natureza.(3). A conversão é uma boa coisa e nenhuma boa coisa pode proceder do coração naturalDisse Paulo que não havia nenhuma coisa boa na sua natureza carnal (Rom. 7:18). Esta éa única natureza que o homem possui até que Deus lhe de uma nova; portanto, a doação da novanatureza, ou vivificação, deve vir antes da conversão. Afirmar diferente é negar a depravaçãototal, a qual significa que o pecado permeou cada parte do ser humano e envenenou cadafaculdade, não deixando no homem natural nenhuma coisa boa.(4). A conversão envolve submeter-se alguém à vontade ou à Lei de Deus e isto é impossível aohomem naturalQue tal é impossível ao homem natural está estabelecido em Rom. 8:7, onde lemos: ?Ainclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus e nem em verdade opode ser.?(5). A conversão envolve receber a Cristo como Salvador de uma pessoa, o que é uma coisaespiritual, e o homem natural não pode receber coisas espirituais.Esta última verdade está declarada em 1 Cor. 2:14; como segue: ?O homem natural nãopode receber as coisas de Espírito de Deus: porque são para ele loucura; não pode conhece-las,

porque se discernem espiritualmente.? Se a verdade do poder salvador de Cristo pela fé não éuma coisa do Espírito de Deus, a saber, uma coisa que o homem pode entender somente pelarevelação do Espírito, então que verdade é uma coisa do Espírito de Deus?(6). A conversão envolve fé e a fé opera-se no homem pelo mesmo poder que levantou Jesusdentre os mortos.Tal é a declaração de Efe. 1:19,20, na qual lemos da ?sobre-excelente grandeza do Seupoder em nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu poder, a qual operou em Cristoressucitando-O dos mortos.?228(7). A conversão é uma ressurreição espiritual e numa ressurreição a comunicação da Vida Devesempre preceder a manifestação da Vida nascenteA conversão está representada em Efe. 2:4-6 como uma ressurreição espiritual, que diz:?Deus, que é rico em misericórdia, pelo Seu grande amor com que nos amou, ainda quandoestávamos mortos em pecados, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça somos salvos); ejuntamente nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.? Oressuscitar aqui representa a conversão. Assim, a questão que estamos considerando é quanto aoque é primeiro, o vivificar ou o ressuscitar. Não pode haver dúvida razoável que o vivificar é oprimeiro num sentido lógico.(8). A conversão envolve a vinda de Cristo e o ato do Pai em dar homens a Cristo precede avinda deles a CristoEm João 6:37 lemos como segue: ?Todos quantos o Pai me dá virão a mim.? Certamenteque esta passagem coloca o ato do Pai em dar homens a Cristo logicamente anterior à vinda delesa Ele, o Filho. Este ato do Pai é um ato discriminativo e efetivo, porque todos que são dados veme todos os homens não vem. De modo que este ato de dar não podia aludir ao mero dar daoportunidade de vir a Cristo nem podia aludir à ?graciosa habilidade? assim chamada ou ?graçaproveniente? que se supõe pelos seus advogados ser dispensada a todos os homens. O ato nãopode referir-se a nada menos que à doação atual de homens à possessão imediata de Cristo porvivificá-los à vida. Os homens vêm a Cristo na conversão. Assim o vivificar deve preceder a

conversão.(9). A conversão envolve a vinda a Cristo e nenhum homem pode vir a Cristo a menos que Deuslhe de habilidade para fazer assimEm João 6:35 lemos: ?Nenhum homem pode vir a mim se por meu Pai lhe não forconcedido.? Esta passagem, como a notada há pouco, não se refere à mera doação deoportunidade de vir a Cristo, nem à comunicação de ?habilidade graciosa? assim chamada ou?graça proveniente? pelas mesmas razões apresentadas supra em comentar João 6:37. Esta últimapassagem, assim como a primeira, refere-se a um ato discriminativo, efetivo. O contexto o faz229claro no caso de João 6:65. As palavras desta passagem foram faladas em vista de e como umaexplicação do fato que alguns não crêem.Nenhuma destas últimas passagens pode referir-se a qualquer espécie de mera ajuda queDeus pudesse supostamente dispensar ao homem natural, porque arrependimento e fé não podemproceder do coração natural, segundo já o mostramos. Ambas as passagens não podem referir-sea nada menos que o poder vivificador de Deus, no qual os homens se habilitam a vir a Cristo.2. AS ESCRITURAS EXPLICADASSendo verdade que a conversão é o resultado de vivificar e, portanto, não uma condiçãodisso, pode ser perguntado como entendermos aquelas passagens que fazem da fé uma condiçãode filiação. Vide João 1:12; Gal. 3:26. Respondemos que essas passagens se referem à filiaçãoatravés da adoção e não a filiação através da regeneração. Como já notamos, a adoção é um termolegal: ela vem como um resultado imediato da justificação. Não é o mesmo como um resultadoimediato da justificação. Não é o mesmo como a regeneração. Ela confere o direito de filiação. Aregeneração confere a natureza de filhos.III. A RELAÇÃO CRONOLÓGICA DA VIVIFICAÇÃO E DA CONVERSÃOPorque a vivificação precede logicamente a conversão não é prova que assim o fazcronologicamente, ou quanto ao tempo. Mantemos que a vivificação não precede a conversão emmatéria de tempo senão que ambas são sincrônicas ou simultâneas. Notemos:1. ARGUMENTOS EM PROVA DISTO(1). Uma diferença cronológica entre vivificação e conservação envolveria a monstruosidade de

um individuo com vida do alto e contudo na incredulidade.Na comunicação da vida divina participamos da natureza de Deus (2 Ped. 1:4). E éimpossível que uma semelhante natureza fosse em incredulidade. Todos os incrédulos na Bíbliadizem-se como estando mortos. Daí, não pode ser que haja ainda um tempo quando haja vida semfé.230(2). A Escritura declara que somente o que tem o Filho tem vida.Isto está declarado em 1 João 5:12. Ter o Filho envolve crer no Filho. Daí, ninguém tem avida exceto crentes; ou, para pô-lo de outra maneira, todos os que têm vida são crentes; logo, nãopode haver período algum de tempo entre vivificar e converter.2. EXPLICAÇÃOComo pode haver uma sucessão lógica sem uma sucessão cronológica? Um número deilustrações podia ser dado para mostrar que é possível, mesmo no reino físico. Uma ilustraçãoapta é como segue. Imagine-se um tubo que vá da costa do Atlântico dos Estados Unidos aoPacífico. Agora imaginai também que este tubo está cheio de um fluido incompreensível. Que sefaça pressão deste fluido na costa atlântica, instantemente será registrada no Pacífico. Todavia,logicamente, a exerção da pressão deve preceder o assentamento dela no outro extremo.Damos então a seguinte bela ilustração da simultaneidade de vivificação e conversão. Éde Alvah Hovey, como dada por A. H. Strong: ?Ao mesmo tempo em que Deus faz sensível achapa fotográfica, Ele derrama a luz da verdade por meio da qual se forma na alma a imagem deCristo. Sem a sensibilização da chapa ela nunca fixaria os raios de luz de modo a reter a imagem.No processo de sensibilizar, a chapa é passiva; sob a influência da luz é ativa. Tanto emsensibilizar como em tirar o retrato o agente real não é nem a chapa nem a luz, mas o fotógrafo.Fotógrafo não pode executar ambas as operações no mesmo momento. Deus pode. Ele dá o novoafeto e no mesmo instante Ele consegue o seu exercício em vista da verdade.?3. OBJEÇÃO RESPONDIDA.A posição pré-citada pode ser objetado que ?a tristeza divina obra arrependimento? e queum morto em pecado não pode ter tristeza divina. Isto é verdade, mas a tristeza divina obra

arrependimento instantaneamente e é sincrônico com o arrependimento. É impossível conceberapropriadamente um homem como tendo tristeza divina sem possuir também uma mente mudadaou atitude mudada para com o pecado. A tristeza divina, a mesma como vivificar, precedelogicamente o arrependimento, mas nenhuma delas o precede cronologicamente.231Cap 25 - ARREPENDIMENTO E FÉNo último capítulo notamos que a conversão é feita de arrependimento e fé. Isto então nostraz em nosso estudo à consideração deles.I. O ARREPENDIMENTO CONSIDERADO SÓ1. AS PALAVRAS ORIGINAISEstas duas palavras numa só são "metanoeo" (sendo a forma correspondente do nome"metanoia") e "metamelomai" (da qual a forma do nome não ocorre em o Novo Testamento). Sóa primeira palavra se associa com a salvação. A última palavra é usada em Mat. 21:29 (no casodo filho que primeiro recusou obedecer a seu pai, mandando-o trabalhar na vinha, mas depois...arrependeu-se e foi?); Mat. 21:32; 27:3 (no caso de Judas); Rom. 11:29; 2 Cor. 7:8,10 e Heb.7:21.A respeito dessas duas palavras, diz Thayer: ?Que? metanoeo ?é o termo mais amplo emais nobre, expressivo de ação moral e conseqüências, está indicado não só por sua derivaçãosenão pela maior freqüência do seu uso...?2. DUAS ESPÉCIES DE ARREPENDIMENTOHá um arrependimento evangélico e há também um arrependimento legal. Oarrependimento legal surge inteiramente através do temor das conseqüências do pecado. Esta é aespécie que Judas provou. O arrependimento evangélico é acompanhado de tristeza segundoDeus e se opera no coração pelo Espírito regenerador de Deus. É arrependimento evangélico queora consideramos nesse capítulo.3. OS ELEMENTOS CONSTITUINTES DO ARREPENDIMENTO(1). O pecado é reconhecido.O homem deve ver-se a si mesmo como diferente de Deus e em rebelião contra Deus.Deve ver a oposição que vai de sua condição com a santidade de Deus. Deve ver que Deus232

detesta sua condição e seu estado. O reconhecimento do pecado que entra no arrependimento paraa salvação tem a ver, primariamente, não com o fato que o pecado traz castigo senão com o fatoque o pecado ofende a Deus. Há, sem dúvida, um temor das conseqüências eternas do pecado; oque não é, porém, a coisa primária.Este reconhecimento do pecado é convicção e ele constitui o elemento intelectual doarrependimento.(2). O pecado é lamentado e aborrecido.A tristeza divina entra no arrependimento. Quando alguém se vê a si mesmo como se foradiante de Deus, ele é trazido a lamentar o seu pecado e a aborrecê-lo. Isto é o elemento emocionaldo arrependimento.(3). O pecado é abandonadoNão é completo o arrependimento enquanto não houver uma deserção íntima do pecadoque conduz a uma mudança externa da conduta. Isto é o elemento voluntário ou volitivo doarrependimento. Assim o arrependimento concerne à inteira natureza interna: intelecto, emoção evontade.4. O ARREPENDIMENTO É INTERNOAo passo que o arrependimento sempre se manifesta exteriormente, contudo de si mesmoé interno, segundo o significado do original. A Escritura distingue entre arrependimento e ?frutosdignos de arrependimento? (Mat. 3:8; Atos 26:20).5. O ARREPENDIMENTO E A PENITÊNCIA CONTRASTADOSA tradução católica romana da Bíblia (Versão de Douay) substitui ?arrependimento? por?penitência? como uma tradução de ?metanoeo?. Assim lemos pela Versão de Douay: ?Fazeipenitência, porque o reino do céu está próximo.? (Mat. 3:2); ?A menos que façais penitência,todos igualmente perecereis.? (Lc. 13:5). ?Testificando tanto a judeus como gentios penitênciapara com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.? (Atos 20:21). E da penitência diz a Versão de233Douay no comentário a Mat. 3:2: ?Cuja palavra, segundo o uso das Escrituras e dos santospadres, não só significa arrependimento e correção de vida senão também punição dos pecadospassados pelo jejum e tais exercícios penitenciais semelhantes.? Três coisas podem ser ditas arespeito deste comentário:

(1). É absolutamente falso dizer que a ?punição dos pecados passados pelo jejum e taisexercícios de penitências semelhantes? é uma parte do sentido da palavra grega.Como já foi notado, a palavra grega significa uma mudança interna. ?O verdadeiroarrependimento consiste de emoções mentais e emocionais, não de castigos externos autoimpostos.Mesmo a vida piedosa e a devoção a Deus resultantes são descritas não comoarrependimento senão frutos dignos de arrependimento? (Boyce, Abstract of SystematicTheology, pág. 384). ?Metanoeo? é feita de ?meta?, significando ?depois? e ?noeo?, significando?perceber?, entender, meditar, ponderar, considerar.?(2). Nega a suficiência da satisfação de Cristo pelos nossos pecados em franca contradição com aEscritura (Cf. Rom. 4:7,8; 10:4; Heb. 10:14; 1 João 1:7).Desde que Cristo fez inteira satisfação pelos nossos pecados, não há para nós punição aaturar, exceto as conseqüências naturais do pecado. Deus castiga o crente quando ele peca, masEle nunca o pune tanto nesta vida como na vindoura. A punição é retributiva e está baseada em?olho por olho e dente por dente?. O castigo é corretivo e está baseado no amor paternal. Cristonão nos deixou nada a pagar e nós podemos cantar verdadeiramente:Pagou-o tudo Jesus;A Ele tudo devo na cruz.Rubra nódoa o pecado deixou.Lavando-a, alva como a neve ficou.(3). Implica que os atos temporais da criatura podem expiar o pecado.234A Bíblia nada sabe de um tal ensino. Ela ensina que Cristo só pode fazer uma expiação.Mesmo na eternidade as almas no inferno nunca poderão expiar o pecado e por essa razão não háfim para a sua punição. Então o cântico, seguramente, fala a verdade quando diz:?Para sempre meu choro vertesse;Sem folga meu zelo conhecesse;Não poderiam meu pecado expiar,Tu somente, Jesus, Tu deves salvar.?6. O ARREPENDIMENTO É UM DOM DE DEUSAs três passagens seguintes provam isto:?A Ele Deus exaltou com a Sua destra para ser Príncipe e Salvador, para dar oarrependimento a Israel e remissão dos pecados.? (Atos 5:31)?Ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto

para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhesdará arrependimento para conhecerem a verdade? (2 Tim. 2:24,25).?E quando ouviram estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: ? Naverdade, até aos gentios concedeu Deus o arrependimento para a vida? (Atos 11:18).O sentido disso é, simplesmente, que o arrependimento se opera no homem pelo podervivificador do Espírito Santo, como já o notamos.II. A FÉ CONSIDERADA EM SEPARADOAqui temos a referência à fé salvadora; por isto notamos:1. A FÉ SALVADORA DEFINIDA235A fé salvadora é confiança e firmeza no Senhor Jesus Cristo como o Salvador pessoal dealguém e portador de pecados. E, desde que a salvação inclui a santificação tanto como ajustificação, a fé salvadora alcança a entrega do ser a Cristo.2. A FÉ SALVADORA DISTINGUIDA DE SUAS IMITAÇÕES(1). Crença históricaIsto é mera crença nos fatos da revelação como matérias de história, incluindo a crença naexistência de Deus e em que houve um homem chamado Jesus que pretendeu ser o Filho deDeus. Pode ver-se prontamente que semelhante crença não tem valor salvador.(2). Assentimento intelectualIsto sobe mais um degrau, trazendo aceitação mental das coisas reveladas de Deus e JesusCristo. Assim, um que crê na existência de Deus vem a crer nEle como sendo um ser segundo aBíblia O revela ser e um que crê que semelhante pessoa como Jesus viveu, vem a crer que Ele erao Filho de Deus e que Ele morreu como um sacrifício pelo pecado. Isto é um passo para a fésalvadora, mas não é ela mesma.O campbelismo ensina que a fé salvadora não é nada mais que o precitado. Ele se fia empassagens como 1 João 4:15 e 5:1. Mas estas passagens devem ser compreendidas à luz de toda aoutra Escritura e esta certamente proíbe que a crença referida nessas passagens deveriam serentendida como sendo mero assentimento intelectual à deidade de Cristo. A fé salvadora não émeramente mental (intelecto), mas do coração (emoções). Vide Rom. 10:9,10. A crença de que sefalou nas passagens supra é tal como é produzida no coração por um conhecimento experimentaldo poder de Cristo.

Dois fatos, então, quanto às circunstancias sob as quais estas expressões foramenunciadas, lançam luz sobre elas.A. O perigo de se professar crença na deidade de Cristo foi tal nos dias apostólicos queninguém o faria assim a menos que impulsionado por verdadeira fé nEle.236B. O cristianismo apresentou um tal contraste com o judaísmo e paganismo que ninguémcreria na deidade de Cristo sem verdadeira fé nEle. Aqueles que não tinham esta fé considerariama Jesus como um impostor.3. A FÉ COMO UM DOM DE DEUSIsto está provado pelas passagens já citadas que designam o arrependimento como umdom de Deus; porque, como veremos, o arrependimento e a é são graças inseparáveis. Cada uma,quando aparece só nas Escrituras, abraça a outra; porque, se isto não fosse verdade, as passagensque mencionam só uma ou outra, ensinavam que alguém possa salvar-se tanto semarrependimento como sem fé.Isto também está provado por passagens que ensinam que a nossa vinda a Cristo e crençanEle são o resultado da obra do poder de Deus. Vide João 6:37,65; Efe. 1:19,20. Isto está aindaprovado pelo fato que a fé é um fruto do Espírito Santo (Gal. 5:22).4. A FÉ NÃO TEM MÉRITO EM SI MESMAA fé é meramente o canal através do qual a graça justificante e santificante de Deus fluina alma. A Fé não é mais meritória do que o ato de se receber um dom. A Fé não é de modoalgum substituto de nossa obediência à Lei, nem ela traz um rebaixamento da Lei de modo quepreenchamos suas exigências. A fé está uma vez referida na Escritura como trabalho (João 6:29),não que seja da Lei, mas somente que o homem esteja ativamente engajado no seu exercício.?Como um dom de Deus e como a mera tomada de misericórdia imerecida, está expressamenteexcluída da categoria de obras sobre a base de que o homem pretenda salvação (Rom. 3:28;4:4,5,16). Não é o ato da alma completa dar senão o ato da alma vazia receber. Conquanto estarecepção seja movida por uma retirada do coração para com Deus, ornada pelo Espírito Santo,está retirada do coração ainda não é um amor cônscio e desenvolvido: semelhantemente amor é o

resultado da fé (Gal. 5:6)? (A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 469, 470).5. A FÉ NECESSARIAMENTE SE EXPRESSA EM OBRAS237A fé é um princípio dinâmico. Ela ergue o amor e, portanto as obras (Gal. 5:6). A fé quenão se expressa em obras é uma fé morta, o que é só uma outra maneira de dizer que é espúria ouirreal (Tia. 2:17).6. A FÉ É DISTINGUIVEL DA ESPERANÇAA fé e a esperança são muito aparentadas; mas ambos os termos não são sinônimos. Fé eesperança diferem nas seguintes maneiras:(1). Fé é confiança; esperança é expectaçãoA diferença aqui é estreita, mas é uma diferença tal como é comum entre vários termosum tanto parecidos. Tanto a fé como a esperança envolvem ?a idéia de confiança, mas com o usode preposições diferentes? (Boyce). ?Confiamos em? como um ato de fé. ?Confiamos para? emesperança.(2). ?A Fé é firmeza sobre algo agora presente como conhecido ou crido, Esperança estáolhando pra diante, para algo no futuro?. (Boyce).(3). Cristo é o objeto da fé; ao passo que a salvação, liberdade do pecado, glorificação e céusão os objetos da esperança.(4). A esperança resulta da fé e, portanto, não pode ser fé. Vide Rom. 5:2-6; 15:4-13; Gal. 5:5;Heb. 11:1.7. O TERRENO DA FÉCristo, objetivamente revelado à mente e ao coração, é o alicerce da Fé. Está istoimplicado em toda a Bíblia e está iniludivelmente ensinado em Rom. 10:11-17. Lemos ali que ?afé vem pelo ouvir? e ali também achamos a pergunta (implicando uma possibilidade): ?Comocrerão naquele de quem não ouviram.? A Bíblia nada sabe, absolutamente nada, sobre uma fésecreta, assim chamada, que pode existir à parte do conhecimento de Cristo, tal como algunscascaduras ensinam.238No Velho Testamento Cristo foi revelado, não somente através de tipos e sombras, maspor meio de profetas, tal como Isaias. E nos é dito plenamente que o Evangelho foi pregado aAbraão e Israel (Gal. 3:8; Heb. 4:2).III. ARREPENDIMENTO E FÉ CONSIDERADOS JUNTAMENTE

O arrependimento e a fé são graças sincrônicas inseparáveis. Temos aqui referencia, semdúvida, a esse arrependimento (significado por ?metanoeo? e ?metanoia?) que é para salvação enão à espécie (significado por ?metamelomai?) que Judas provou.Que o arrependimento e a fé são sincrônicos ou simultâneos é evidente do fato que,quando um homem é vivificado para a vida, não pode haver lapso de tempo antes delearrepender-se, nem pode haver qualquer depois que ele crê. De outra maneira teríamos a novanatureza em rebelião contra Deus e em incredulidade. Assim não pode haver ordem cronológicaem arrependimento e fé.Uma outra coisa que mostra a inseparabilidade do arrependimento e da fé é o fato que aEscritura muitas vezes menciona somente um de ambos como o meio de salvação. Por causadeste fato devemos pensar de cada um, quando usado separadamente, como compreendendo ooutro.239Cap 26 - A JustificaçãoI. A JUSTIFICAÇÃO DEFINIDAA justificação é aquele ato de Deus instantâneo, eterno, gracioso, livre e judicial, peloqual, devido ao mérito do sangue e da justiça de Cristo, um pecador arrependido e crente élivrado da penalidade da Lei, restaurado ao favor de Deus e considerado como possuindo ajustiça imputada de Jesus Cristo; em virtude de tudo de que recebe adoção como um filho.II. O AUTOR DA JUSTIFICAÇÃODeus é o autor da justificação. O homem nada tem que ver com a sua justificação, salvopara recebê-la através da fé que o Espírito Santo o habilita a exercer. A Escritura declara: ?ÉDeus que justifica? (Rom. 8:33). E outra vez lemos: ?Sendo justificados livremente pela Sua (deDeus) graça por meio da redenção que está em Cristo Jesus? (Rom. 3:24).De Cristo se pode dizer que nos justifica só no sentido que Ele pagou o preço daredenção.III. A NATUREZA DA JUSTIFICAÇÃO1. É INSTANTÂNEOÉ um ato e não um processo. Ocorre e está completa no momento em que o indivíduo crê.

Não admite graus ou fases. Do publicano se diz ter descido à sua casa justificado. Ele foijustificado completamente no momento em que colocou sua fé na obra propiciatória de Cristo. Ajustificação do crente está posta sempre em tempo passado. Em toda a Bíblia não há o mais levevislumbre de um processo contínuo na Justificação.2. É ETERNAQuando alguém se justifica, justificado está por toda a eternidade. A justificação não podejamais ser revogada ou revertida. É uma vez por todo o tempo e eternidade. Por essa razão Deuspergunta: ?Quem lançará qualquer acusação contra os eleitos de Deus?? (Rom. 8:33). Cristo240pagou inteiro resgate e fez completa satisfação por todos os crentes; doutra maneira Cristo teriade morrer outra vez, ou então o crente cairia em condenação pelos seus pecados futuros. Maslemos que a oblação de Cristo se fez uma vez por todas (Heb. 10:10), e que o crente ?não entraráem condenação, mas passou da morte para a vida? (João 5:24).Tanto quanto a posição do crente está em foco, ele já passou o juízo. Foi julgado eabsolvido completamente e eternamente. Que Paulo ensinou uma justificação eterna e imutávelmostra-se no fato de ele sentir-se chamado a defender sua doutrina contra os ataques dos quecontenderiam que ela dava licença ao pecado. Isto é a acusação que se faz hoje contra a doutrinaque ora estabelecemos.Finalmente lemos: ?Por uma oblação Ele aperfeiçoou para sempre aos que se santificam?(Heb. 10:14). Verdade é que são os santificados que estão sob consideração nesta cita, mas éaplicável aos justificados também; porque, santificados e justificados são um. Se os santificadossão aperfeiçoados para sempre, assim são os justificados. A perfeição aqui é a de estar diante deDeus.3. É GRACIOSA E LIVREO pecador não merece nada às mãos de Deus, exceto condenação. Logo, a justificação éinteiramente de graça. Está assim estabelecido em toda à parte na Escritura, exceto por Tiago queempregou o significado secundário do termo. No sentido primário do termo a justificação nuncaestá representada como sendo através das obras ou obediências do homem. Vide Rom. 3:20; 4:2-6; Tito 3:5.

E, enquanto que a justificação é na base da obra meritória e expiatória de Cristo, contudo,da parte de Deus, é livre e espontânea, tanto quanto Deus não estava sob nenhuma obrigação deaceitar a Cristo como nosso substituto.4. É SOMENTE JUDICIAL E DECLARATIVAA justificação, no sentido primário, é um termo forense ou legal. É um ato do tribunal docéu. Não faz o crente internamente justo ou santo. Fá-lo justo apenas quanto à sua posição.Muitos confundem sem cessar justificação e santificação; mas não são a mesma coisa.241Justificação é apresentada como o oposto de condenação, ao passo que santificação como ooposto de uma natureza pecaminosa. Vide Rom. 5:18.IV. O FUNDAMENTO DA JUSTIFICAÇÃOO fundamento da justificação é o sangue e a justiça de Jesus Cristo. A fé é um meio dejustificação, mas não é o fundamento dela. Nada no homem é fundamento da justificação. Deusrequer perfeição. O homem, por causa da depravação da carne, não pode render obediênciaperfeita até mesmo depois da regeneração. Daí a justificação deve achar seu fundamento fora dohomem.A justificação toma tanto o sangue como a justiça de Cristo para constituir o seufundamento. O Seu sangue nos justifica negativamente ; Sua justiça, positivamente. Em outraspalavras, o sangue paga a penalidade pelos nossos pecados e a justiça dá posição positiva peranteDeus.Não há contradição entre Tiago e Paulo quanto ao fundamento da justificação. Paulosimplesmente usou a palavra grega ?dikaioo? no seu sentido primário, para significar fazeralguém legalmente justo, ao passo que Tiago a usou no seu sentido secundário, para significarcomo mostra e prova estar alguém justo ou tal como devera estar. O mesmo uso que Tiago faz dotermo pode-se achar também em Mat. 11:9 e 1 Tim. 3:16. Paulo ensina que nos é dada umaposição justa diante de Deus pela fé; Tiago ensina que provamos nossa justificação pelas nossasobras.Tanta necessidade há de reconciliar Tiago consigo mesmo como de reconciliar Tiago comPaulo; porque Tiago afirma que ?Abraão creu em Deus e que isso lhe foi reconhecido como

justiça? (Tiago 2:23). Vide Rom. 4:3.V. O MEIO DE JUSTIFICAÇÃOA fé em Cristo é o meio de justificação. Isto é, pela fé é que a justificação é aplicada oufeita experiencial. Ninguém se justifica senão os que crêem. A fé é logicamente anterior àjustificação, ainda que não cronologicamente anterior. A justificação é através da fé porque a242justificação é só uma de uma série de atos pelos quais Deus nos ajusta para Seu reino aqui e além.Sem fé a justificação se estragaria e não ajudaria a realizar o propósito de Deus em nós.A fé não tem mérito em si ou de si mesma. Ela não é aceita em lugar da nossa obediência.Nem ela produz um rebaixamento do padrão de Deus, de modo que possamos ganhar favor comDeus pelas nossas obras.VI. OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO1. LIBERDADE DA PENALIDADE DA LEIEm Rom. 10:4 lemos: ?Cristo é o fim da Lei para justiça de todo àquele que crê?. E Gal.3:13 diz: ?Cristo nos remiu da maldição da Lei fazendo-se maldição por nós.? Isto quer dizer que,para o crente, a Lei não é mais um instrumento de condenação. Cristo arrancou-lhe as garras parao crente. O Monte Sinai ajuntou-se em tremenda fúria e atirou seus dardos de condenação contraCristo sobre o madeiro. Ele recebeu esses dardos no Seu próprio corpo na cruz, consumiu suaforça e robou-lhes o poder de condenarem o crente. Por essa razão o crente nunca entrará emcondenação (João 5:24; Rom. 8:1). Cristo morreu como substituto do crente; daí o crente é para aLei como um já morto.2. RESTAURAÇÃO AO FAVOR DE DEUSA justificação não só alforria meramente o homem da penalidade da Lei: fá-lo à vista deDeus como um que nunca quebrou a Lei. A justificação torna o crente tão inocente perante Deusem relação à sua posição como Adão foi antes de cair.3. IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA DE CRISTOAs passagens seguintes ensinam que, na justificação, a justiça de Cristo nos é imputada oureconhecida: Rom. 3:22, 4:3-6, 10:4; Fil. 3:9.Estas passagens nos ensinam que o crente não só é inocente perante Deus, mas éconsiderado como possuindo a perfeita justiça de Cristo; logo, tanto quanto se considera a

posição e o destino do crente, ele é reconhecido como sendo tão justo como Cristo. Sua posição243perante Deus é a mesma como aquela de Cristo. Nesta conexão o imortal Bunyan escreveu: ?Ocrente em Cristo está agora, pela graça, envolto sob uma justiça tão completa e abençoada que aLei do Monte Sinai não pode achar nem falta nem diminuição nele. Isto é o que se chama ajustiça de Deus pela fé.?4. ADOÇÃO DE FILHOSLemos: ?Deus enviou Seu Filho... para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim derecebermos a adoção de filhos.? (Gal. 4:4,5). É na base desta redenção que somos justificados. Aadoção é o topo da justificação. Cristo tomou nosso lugar; portanto, quando cremos nEle,tomamos Seu lugar como um filho. É assim que recebemos o direito de nos tornarmos filhos.Está em ordem a adoção para que sejamos ?herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo? (Rom.8:17), e para que tenhamos um direito legal à herança ?incorruptível e impoluta, que não fenece,reservada no céu? para nós (1 Pedro 1:4). Quando fomos justificados, já éramos filhos do diabo.Não podíamos ser inascíturos como tais; daí tínhamos de ser transferidos da família do diabo paraa de Deus por adoção. Tornamo-nos filhos experiencialmente pela regeneração, mas legalmentepela adoção. Regeneração e adoção não são as mesmas.5. PAZ COM DEUSRom. 5:1. O crente tem paz com Deus por causa do conhecimento e através doconhecimento de todos os benefícios precedentes.Um resumo: De maneira a ajudar o estudante a agarrar melhor o que temos dito, damos oseguinte sumário, o qual é adaptada da discussão de Bancroft sobre o método da justificação(Elemental Theology, pág. 206).Somos justificados:1. Judicialmente por Deus. Rom. 8:332. Causalmente pela graça. Rom. 3:243. Meritória e Manifestamente por Cristo.244(1). Meritoriamente pela Sua morte. Rom. 5:9(2). Manifestamente pela Sua ressurreição.Rom. 4:25. A ressurreição de Cristo manifestou o valor justificante de Sua morte.4. Mediatamente pela Fé. Rom. 5:1.5. Evidencialmente pelas Obras. Tiago 2:14-24.

245Cap 27 - A SantificaçãoNeste capítulo temos referência à santificação do crente. A aplicação da palavra a outrascoisas será referida só para lançar luz sobre a santificação do crente.I. O SIGNIFICADO DE TERMOSO nome ?santificação? é a tradução do grego ?hagiasmos?. O verbo grego é ?hagiazo?. Overbo hebraico correspondente é ?quades?. O nome grego é usado dez vezes no NovoTestamento. Cinco vezes está traduzido ?santificação? e cinco vezes está traduzido ?santidade?.O verbo grego é empregado vinte e nove vezes no Velho Testamento. Vinte e seis vezes estátraduzido ?santificar?. Duas vezes é traduzido por ?honra?. Uma vez ocorre voz passiva e estátraduzida ?sê santo?. ?Hagios? é outra palavra grega derivada de ?hagiazo? e está usada tantocomo adjetivo como nome: como adjetivo ocorre noventa e três vezes com ?pneuma? (Espírito)para designar o Espírito Santo. Em sessenta e oito outros casos é usado como adjetivo e estátraduzido ?santo?. Como nome está traduzido ?santíssimo? duas vezes, uma vez como ?o maissanto de todos?, quatro vezes ?O Santo?; três vezes ?lugar santo?; uma vez ?coisa santa?; trêsvezes ?santuário? e ?santo? ou ?santos? sessenta e duas vezes.O Léxico de Thayer define ?hagiazo? como significando ?dar ou reconhecer porvenerável, honrar, separar de coisas profanas e dedicar a Deus, consagrar; purificar?, tantoexternamente - se cerimonialmente (1 Tim. 4:5; Heb. 9:13) ou por expiação (Heb. 10:10; 13:12)? como internamente. O significado de ?hagiasmo? e ?hagios? procede do de ?hagiazo?, segundoo próprio uso deles.II. A SANTIFICAÇÃO PASSADA DOS CRENTESHá um sentido em que o povo salvo já foi santificado.1. REFERÊNCIA ESCRITURÍSTICAS A ISSOAtos 20:32; 26:18; 1 Cor. 1:2; 6:11; 2 Tess. 2:13; Heb. 19:19; 1 Ped. 1:22. NATUREZA DISSO246A santificação passada do crente é tríplice:(1). ConsagraçãoO crente foi consagrado ou dedicado ao serviço de Deus. Temos o tipo disto nasantificação do tabernáculo e do templo com seus petrechos e equipamentos. Vide Ex. 29:37;

30:25-29; 40:8-11; Lev. 8:10,11; 21:23; 1 Reis 7:51; 2 Cor. 2:4; 5:1; 29:19. A santificaçãosemelhante àquela que está ora sob consideração pode ser vista em Gên. 3:2; Joel 1:14; Jer. 1:5;João 10:36.Santificação neste sentido é uma separação formal e externa para Deus. Não hápensamento aqui de santidade interna.(2). Purificação legalEsta é a espécie de santificação referida em 1 Cor. 1:30; Efe. 5:26; Heb. 10:10; 13:12.Aos olhos da Lei do Velho Testamento o crente é santo; porque Cristo, por Sua morte, pagou apenalidade da Lei e, pelo Seu sangue, lavou toda culpa (1 Cor. 6:11; Gal. 3:13; Apoc. 1:5; 7:14).(3). Purificação moral da almaNoutro capítulo já indicamos que a regeneração remove toda depravação da alma, ounatureza espiritual do homem, de maneira que o único pecado que fica no homem é o pecado danatureza carnal, a qual é muitas vezes referida como corpo. Cremos que esta espécie desantificação está referida em 2Tess. 2:13 e 1Ped. 1:2, também 1 Cor. 6:11.Tanto quanto diz respeito à remoção da presença do pecado da alma, o crente tem umaperfeita santificação moral, tanto como uma perfeita santificação formal e legal. Fica no crente,como veremos, a necessidade de mais santificação, mas esta não tem que ver com a remoção dopecado da alma. A alma se faz sem pecado na regeneração e neste sentido está perfeitamentesantificada.3. COMO É ELA REALIZADA247(1). Deus, sem dúvida, é o autor delaEle é o autor de toda a boa coisa. Ele nos elegeu para ela. Ele a ideou e planeou.(2). O Espírito Santo é o Agente de Deus na Realização dela1 Cor. 6:11; 2 Tess. 2:13; 1 Ped. 1:2.(3). A morte de Cristo é à base da obra do Espírito SantoVide as passagens dadas supra sob purificação legal.(4). A fé é o meioAtos 26:18. A fé é o meio pelo qual a alma se purifica (Atos 15:9; 1 Ped. 1:22).(5). A palavra de Deus é um meio SecundárioIsto é verdade porque a ?fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus? (Rom. 10:17).III. A SANTIFICAÇÃO PRESENTE DO CRENTEHá um sentido em que o crente está sendo santificado.

1. REFERÊNCIA DA ESCRITURA A ELAJoão 17:17,19; Rom. 6:19-22; 15:16; 1 Tess. 5:23; Heb. 2:11; 10:14; 12:14; 1 Ped. 1:15.Alistamos aqui passagens somente em que ?hagiasmos?, ?hagiazo? ou ?hagios? aparecem nooriginal. Há muitas outras passagens que, indiretamente, se referem à santidade presente docrente.2. COMO É ELA REALIZADA(1). Deus é o autor delaJoão 17:17; 1 Tess. 5:23.248(2). O Espírito Santo é o agenteRom. 15:16. O Espírito Santo realiza a nossa santificação presente por guiar (Rom. 8:14),transformar (Rom. 12:2; 2 Cor. 2:18), fortificar (Efe. 3:16), fazer frutífero (Gal. 5:22,23).(3). A morte de Cristo é a baseA morte de Cristo provê a base para tudo da obra do Espírito Santo.(4). A palavra de Deus é o Instrumento do EspíritoJoão 17:17. Isto está provado por todas as passagens que ensinam que a verdade promoveobediência, previne e purifica do pecado, faz-nos odiar o pecado e causa-nos crescer na graça.Vide Salm. 119:9, 11, 34, 43, 44, 50, 93, 104; Heb. 5:12-14; 1 Ped. 2:2.(5). A fé é o meio principalÉ pela fé que a instrumentalidade da Palavra se faz eficiente. A fé é ao mesmo tempo oresultado da obra santificadora do Espírito e o meio principal para Sua obra santificadora ulterior.(6). Nossas próprias obras são também um meio para nossa presente santificaçãoRom. 6:19. Assim como o exercício físico é necessário ao crescimento espiritual. Oexercício físico desenvolve o apetite para o alimento, do qual recebemos nutrição que produzcrescimento. O exercício espiritual desenvolve apetite para a Palavra de Deus, do qual recebemosnutrimento espiritual que produz crescimento na graça.(7). Outros meios menos diretosEntre outros meios menos diretos em nossa presente santificação nomeiem-se a oração, oministério ordenado de Deus (Efe. 4:11,12), freqüência à igreja e associação com crentes emcapacidade comunal, observância das ordenanças do batismo e da Ceia do Senhor, a observânciado dia do Senhor e o castigo e as providências de Deus.249

Tudo dessas coisas ajuda para com a nossa presente santificação, não por causa dequalquer virtude intrínseca de si mesmas, mas somente como de um ou outro meio, trazem-nosem contacto com a verdade divina, iluminam nossas mentes em relação a ela e trazem-nos a umaapreciação mais elevada dela e mais completa obediência a ela. É somente desta maneira que obatismo e a Ceia do Senhor contribuem para a nossa presente santificação. Não são sacramentos emuito menos sacramentos concessores de graças. A graça recebida por meio das ordenanças nãoé recebida ex opere operato ? do mero ato de observância.3. A NATUREZA DELAÉ ?aquela operação contínua do Espírito Santo, pela qual a santa disposição comunicadana regeneração é mantida e fortalecida? (Strong, Systematic Theology, pág. 483).(1). O que ela não éA. Não é um melhoramento da carneNossa presente santificação inclui o corpo (1 Tes. 5:23), mas não tanto assim que altereessencialmente a pecaminosidade da carne. A carne cobiça contra o Espírito (Gal. 5:17). Mesmonum soldado da cruz idoso e sasonado, como foi o apóstolo Paulo, vemos que a carne estavaainda inalterada (Rom. 7:14-24). O corpo está incluído em que á alma, por meio da santificação,se dá maior controle sobre ele e assim está guardado, até certo ponto, de atos ostensivos depecado; mas sua pecaminosidade essencial está latente.B. Não é uma eliminação gradual de pecado na alma.Como já notamos, a alma se torna impoluta na regeneração e se une com o Espírito Santo.Nenhum pecado fica na alma, portanto, a ser eliminado por nossa presente santificação.(2). O que ela éA. É uma manutenção progressiva e fortalecimento da alma em santidade.250Por meio de nossa presente santificação nossas almas são confirmadas em santidade.Santo foi Adão na criação, mas não foi confirmado em santidade. A natureza progressiva denossa presente santificação está bem implicada em Heb. 2:11 e 10:14, onde está empregado oparticípio presente, que sempre denota ação progressiva.B. É inteiramente internaNossa santificação passada é em parte externa, mas a presente é inteiramente interna.

C. É prática.Conquanto seja interna, contudo ela se manifesta externamente em vida prática cristã.D. É experimentalNossa santificação passada pode ser só muito escuramente experiêncial no tempo em queela ocorre, mas a presente é definitivamente experiencial. O crente sente e conhece o trabalhar doEspírito no seu coração, fortalecendo-o, transformando-o de graça em graça (2 Cor. 3:18),movendo-o à oração, aos estudo da Bíblia e outros exercícios e atividades cristãs. E esta obra doEspírito no crente é a fonte de sua firmeza. É deste modo que o Espírito testemunha com osnossos espíritos que somos filhos de Deus (Rom. 8:18).E. É sempre incompleta nesta vida.A nova vida jamais ganha perfeito controle sobre a natureza carnal; Isto nos leva aconsiderar:IV. REFUTADA A DOUTRINA DE PERFEIÇÃO SEM PECADOUm estudo da doutrina bíblica de santificação não é completo sem uma consideração doensino que a impecabilidade é inatingível nesta vida. Urgimos sobre o seguinte:1. OBJEÇÕES A ESTA DOUTRINA251(1). O apóstolo Paulo, a quem Deus estabeleceu como um exemplo humano para crentes (1 Tim.1:16) e em cuja vida não estamos certos de se ver qualquer falta, não teve, mesmo na velhice,alcançada perfeição impecável.É isto evidente de Rom. 7:14-24. Absurdo é referir isto a Paulo antes da regeneração. Nodécimo quarto versículo há significativa mudança do tempo passado para o presente. Fazer osversos além do décimo quarto referir-se à vida de Paulo antes da regeneração é fazer deles umamonstruosidade gramatical. A última parte do verso vigésimo quinto mostra que a vitória sobre opecado por meio de Jesus Cristo não tem lugar nesta vida. Isto também está patente em Rom.8:23-25. A vitória vem somente com a redenção do corpo, a qual terá logar na ressurreição.Outra vez, a linguagem de Rom. 7:14-24 mostra que ela se refere a um homem salvo.?Nenhum homem irregenerado pode verdadeiramente dizer: ?Eu consinto com a Lei, que é boa?;?Querer estar presente comigo?; ?Porque me deleito na Lei de Deus segundo o homem interior?;

?Assim então, com a mente eu mesmo sirvo à Lei de Deus? (Pendleton, Chistian Doctrines, pág.301).A idéia que em Rom. 7 temos a experiência de Paulo depois de ter sido salvo, mas antessantificado, enquanto que em Rom. 8 temos sua experiência depois de ter sido santificado, étambém absurda. Como temos apontado, o capítulo oitavo de Romanos não ensina a perfeiçãoimpecável mais do que o capítulo sétimo. No oitavo Paulo ensina que os crentes ainda gememdebaixo da pecaminosidade do corpo e estão esperando pela sua redenção (vs. 23), sendo salvospela esperança (vs. 24,25). Toda a prosa do crente: na sua experiência, safando-se do capítulosétimo de Romanos para o oitavo, não tem sentido. Todo crente vive toda a sua vida em ambos oscapítulos, que ambos são só parte de um discurso ligado. ?O portanto? do verso 1 do capítulo 8dirige-nos de volta à última parte do capítulo sétimo como base do que está dito no oitavo.A epístola aos romanos foi escrita antes da viagem de Paulo a Roma. Depois de ter sidolevado a Roma, enquanto prisioneiro lá, escreveu algumas epístolas.Uma delas é a epístola aosfilipenses. Nesta epístola Paulo ainda renuncia à perfeição absoluta. Disse ele que não seconsiderou como já a tendo atingido. Fil. 3:12.252(2). O modelo de oração dado por Cristo aos Seus discípulos implica pecaminosidade contínuapor parte do povo salvo.Como é bem sabido, Cristo ensinou Seus discípulos a confessar os seus pecados na oraçãomodelo. Nem Ele em qualquer tempo ou de qualquer modo insinuou ou implicou que havia umtempo quando eles poderiam apropriadamente dispensar esta confissão do pecado e petição deperdão.(3). O fato que todos entre os filhos de Deus são castigados por Ele mostra que todos eles pecam(Heb. 12:5-8).?Se estais sem castigo, do qual todos são feitos participantes, então sois bastardos e nãofilhos? (Heb. 12:8). Não pode haver castigo sem pecado. Deus podia tratar-nos de um modoprovidencial, se fossemos perfeitos, mas os Seus tratos não poderiam chamar-se castigo.(4). Tiago declara que todos pecam.?Todos nós tropeçamos em muitas coisas? (Tia. 3:2).

(5). João declara que quem professa impecabilidade está enganado.?Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não estáem nós? (1 João 1:8). ?Nós? ? certamente se refere a crentes. E o tempo presente mostra que apassagem se refere, não a uma negação de pecado anterior senão a uma negação de pecado atual.E esta passagem nos diz que os professantes da perfeição impecável estão auto-iludidos. Estãoenganados pelo menos sobre quatro coisas, a saber:A. A natureza da Lei de Deus (a Lei de Cristo ? 1 Cor. 9:21) para crentes.Em vez de verem a Lei de Deus para crentes como um transcrito de Sua santidade, umpadrão perfeito de justiça, vêem-na como uma balança móvel que se acomoda à nossa habilidade.?Esta idéia reduz a divina à habilidade do devedor para pagar,- método breve de sedesincumbirem obrigações. Posso saltar a torre de uma igreja, se me for permitido fazer uma253torre de igreja bem baixa; posso tocar as estrelas, se as estrelas baixarem somente à minha mão.?(Strong).B. O escôpo do pecado.Queriam que crêssemos que as transgressões ?involuntárias? não são pecados. JohnWesley, um dos mais proeminentes advogados da doutrina de perfeição impecável nesta vida ,disse: ?Creio que uma pessoa cheia do amor de Deus ainda está sujeita a transgressõesinvoluntárias. Tais transgressões podeis chamar pecados, se vos apraz; eu não.?Meios involuntários: ?1. Contrário a vontade ou desejo de alguém. 2. Não sob o controleda vontade.? Como aplicada a atos morais, a palavra deve ter o primeiro sentido. O segundosentido aplica-se somente a tais coisas como a digestão, o bater do coração e outras funçõesnaturais do corpo. E o significado da vontade ou desejo na primeira definição deve ser entendidono sentido restrito do teor normal da vontade. No sentido lato ninguém nunca age contra suavontade ou desejo, exceto quando sobrepujado pela força física. Nenhuma pessoa salva quernormalmente zangar-se e falar palavras ferinas; mas, sob sérias provocações, perde-se a calma ediz coisas que não devera ter dito. São estes atos involuntários, segundo o único sentido em que

se pode aplicar o termo a atos morais. Portanto, conforme com John Wesley e outrosperfeccionistas, estes atos não são pecado. As mesmas coisas poder ser aplicada ao homicídio deUrias por Davi e ao seu adultério com Betséba.C. O poder da vontade humana.Afirmar que à vontade, mesmo normalmente, pode escolher a Deus supremamente emqualquer momento, ou é negar a depravação na natureza carnal do homem ou implicar que avontade é uma adesão externa a natureza do homem antes que uma expressão dela. ?Dizer que, oque quer que tenham sido os hábitos do passado e o que quer que sejam as más afeições dopresente, está o homem perfeitamente apto a obedecer em qualquer momento à Lei total de Deus,é negar que haja coisas tais como caráter e depravação.? (Strong).D. Sua própria salvação.254Quando João diz: ?a verdade não está em nós?, ele não se refere à verdade abstrata, mas a?verdade do evangelho, trazendo a luz de Deus à alma e assim revelando pecados como a luzsolar faz ao pó? (Sawtelle). ?A verdade é para ser tomada objetivamente como a verdade divinaem Cristo, o princípio absoluto da vida vindo de Deus e recebido no coração? (Lange). Estesentido é confirmado pelo verso 10, que diz: ?Se dizemos que não pecamos, fazemo-lo (a Deus)mentiroso e Sua Palavra não está em nós.? Esta passagem repete a verdade do verso 8. ?Aspessoas supostas como dizendo isto são vistas no ponto quando deveriam estar oferecendo suaconfissão ? uma confissão de pecado principiando no passado e chegando ao presente; daí, otempo perfeito? (Sawtelle). E as expressões ?a verdade não está em nós? e ?Sua Palavra não estáem nós? negam o caráter cristão de todo o professante da perfeição impecável. Por estaspassagens todos eles estão perdidos.2. AS ESCRITURAS EXPLICADASAssumimos as seguintes passagens da Escritura tidas pelos perfeccionistas impecáveiscomo prova da sua teoria.(1). As passagens que falam do crente como sendo ?perfeito?Referimo-nos aqui a semelhantes passagens como Lucas 6:40; 1 Cor. 2:6; 2 Cor. 13:11;Efe. 4:11; Fili. 3:15; Col. 4:12; 2 Tim. 3:17.A perfeição dessas passagens não é absoluta: é apenas perfeição relativa. Algumas vezes a

palavra ?perfeito? refere-se só a maturidade cristã em contraste com a fraqueza de criancinhas emCristo. Algumas vezes quer dizer somente que aqueles a quem descreve estão livres de qualquerfalta grave. Assim nos é dito que Noé era um homem justo e perfeito? (Gen. 6:9), ainda mesmobêbedo (Gen. 9:21). E assim se diz que Jó era perfeito e justo? (Jó 1:1).O emprego da palavra ?perfeito? em Fil. 3:15 lança luz interessante e instrutiva sobre oseu sentido usual na Escritura. No verso 12, como já notamos, Paulo renuncia à perfeição. Então,no verso 15 ele endereça uma exortação à ?tantos quantos são perfeitos?. É perfeitamenteevidente, então, que no verso 12 ele faz referência à perfeição absoluta, enquanto que no verso 15ele alude aos que são relativamente perfeitos ou maduros. E a estes ele exorta a ?sentir o mesmo?.255Por isto ele quer dizer que eles devem renunciar à perfeição absoluta, como ele fez, e prosseguirpara coisas mais elevadas. Assim vemos que ?perfeito?, a luz do significado costumeiro dotermo na Escritura, quando aplicado a crentes, exige que crentes renunciem a perfeição absoluta etodavia prossigam para coisas mais elevadas. O indivíduo que professa perfeição impecável e oque não está prosseguindo para frente não são ?perfeitos?.(2). Mat. 5:48 ?Vós, portanto, sede perfeitos, assim como o vosso Pai celeste é perfeito.?Nesta passagem Jesus firma para os Seus discípulos o ideal de perfeição absoluta. Ele nãopodia ter firmado nada menos do que isto sem coonestar e encorajar o pecado. Mas não há nadaaqui ou em qualquer outro lugar que implique que os seguidores de Cristo ainda alcancem esteideal na carne. De fato, é ímpio afirmar que atingem este ideal, pois a perfeição oferecida é a deDeus mesmo.(3). 1 Tess. 5:23 ?E o Deus de paz mesmo voz santifique em tudo e sejam conservados inteirosvosso espírito e alma e corpo sem mancha na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.?Esta passagem deve ser entendida à luz da própria experiência de Paulo e à luz daEscritura como um todo. Se Paulo orou pela completa santificação dos tessalonicenses nesta vida,então ele orou por algo para eles que ele mesmo não tinha provado, ou então ele perdeu mais

tarde sua completa santificação; porque, quando ele escreveu aos romanos muito depois, comotemos notado, ele não professou impecabilidade.A santificação porque Paulo orou para que Deus operasse nos tessalonicenses foi, naverdade, santificação completa, como evidenciado pela palavra grega ?holoteles?; mas ele nãoindica que é para se cumprir nesta vida. A Escritura muito definitivamente condena a noção quePaulo esperou que ela se cumprisse nesta vida. E a menção da vinda de Cristo sugere que elecontemplou o futuro como o tempo quando sua oração estava para ter completa resposta. Pauloorou pelo prosseguimento da santificação progressiva, assim como Cristo orou pelo mesmo paraos Seus discípulos (João 17:17), cuja santificação progressiva resultaria em completa santificaçãona segunda vinda de Cristo.256(4). 1 João 2:4 ?Aquele que diz, eu O conheço e não guarda os Seus mandamentos, é ummentiroso e a verdade não está nele.?Juntamente com esta passagem podemos classificar outras passagens semelhantes taiscomo João 14:23; Rom. 8:12; 1 João 1:6.Estas passagens fazem referência ao teor geral da vida cristã. Elas não podem ser tidascomo ensinando que quem está salvo guarda os mandamentos de Deus perfeitamente emqualquer momento, porque outras passagens o negam.O Rio Mississipi proporciona uma excelente ilustração da vida cristã. Se se perguntar aalguém para que direção corre esse rio, responderá que corre na direção sul; mas a matéria de fatoé que este rio algumas vezes corre para leste, outras para oeste e algumas vezes mesmo correnuma direção norte. Mas, a despeito destes fatos, prosseguimos dizendo que ele corre para o sul.Assim falamos porque consideramos o rio como um todo. Vemos o alvo principal do rio. Assimé com a vida cristã. Quando é vista como um todo, ou quanto ao seu alvo principal, percebe-seque é uma vida de justiça; mas a caudal, quanto ao seu alvo não é tão rápida perto das margenscomo é no centro. E nunca conservará sempre sua direção usual: baterá em obstruções que adesviarão temporariamente, mas de novo assumirá o seu curso normal no futuro.(5). 1 João 1:7 ?O sangue de Jesus Cristo seu Filho purifica-nos de todo pecado.?

Alguns têm a idéia que esta passagem quer dizer que o sangue de Jesus Cristo faz-nosimpecáveis quanto a estado. Mas não é assim. O sangue de Jesus Cristo purifica-nos somentequanto à nossa posição perante Deus. Esta passagem faz referência á justificação e santificaçãolegais, mas não à santificação progressiva e prática.A necessidade de purificação constante da contaminação recorrente foi ensinada por Jesusquando Ele lavou os pés dos Seus discípulos. Ele disse: ?O que está banhado não necessita senãode lavar seus pés, que o mais está todo limpo.? (João 13:10). O restante dessa passagem ?estaislimpos, mas não todos?, o qual está explicado no verso seguinte como querendo dizer: ?Nãoestais todos limpos?, referindo-se a Judas, mostra que Jesus estava tirando uma analogia entre apurificação física e a purificação espiritual. Tanto como quem toma banho não precisaria de257lavar-se outra vez, mas de limpar-se do pé nos pés, assim quem se banhou no sangue de Cristonão o repetirá mas, não obstante, estará na necessidade diária de se purificar da contaminação quese lhe adere no seu contato com o mundo. Ele ?está todo limpo? quanto à sua posição peranteDeus, mas na precisão de confissão e perdão diários para que mantenham comunhão com Deus.(6). 1 João 3:9 ?Quem é nascido de Deus não peca, porque Sua (de Deus) semente permanecenele; não pode pecar porque é nascido de Deus.?A respeito dessa passagem, temos o seguinte a dizer:A. Ela se refere ao padrão atual do viver cristão e não a um mero padrão ideal.A passagem fala do que é realmente o cristão na sua conduta e não meramente de o quedevera ser. Isto é evidente do verso seguinte, que diz: ?Nisto (isto é, na sua inabilidade parapecar) os filhos de Deus são manifestos e os filhos do diabo.?B. Ela se refere ao homem inteiro e não meramente à nova natureza.É evidente que a ?semente? nesta passagem se refere à nova natureza. O grego aqui é?sperma?. Está usada quarenta e quatro vezes no Novo Testamento, significando quarenta e umavezes, não semente de plantio, mas progênie, descendências. Quando a Palavra de Deus échamada ?semente?, o grego não tem ?sperma?, mas ?spora? ou ?sporos?. Vide Lucas 8:11; 1Ped. 1:23.

Outra objeção de peso à idéia que ?semente? representa aqui a Palavra de Deus e o?Qualquer que? a nova natureza, é que não é a Palavra de Deus que faz impossível a novanatureza pecar. É a qualidade da nova natureza que faz isto impossível. Se a nova natureza fossepecaminosa, então a Palavra de Deus não impediria que ela pecasse mais do que impede a carnede pecar.Thayer faz ?semente? nesta passagem referir-se a energia divina do Espírito Santooperando na alma, pela qual somos regenerados. Mas isto é uma interpretação puramentearbitrária. Não temos razão para crermos que tanto o Espírito Santo como Sua energia sãoreferidos ainda como ?sperma?.258Portanto, tomando a ?semente? como se referindo a nova natureza, necessariamenteinterpretamos ?qualquer que? como se referindo ao homem inteiro; porque é ?ele?, o homeminteiro, em quem a ?semente?, a nova natureza, permanece, que não pode pecar.C. Ela afirma, não que uma pessoa regenerada não pode cometer um só pecado, mas queela não pode seguir um curso contínuo de pecado; não pode viver em pecado.Adotamos esta interpretação desta passagem pelas seguintes razões:(a). É a única idéia que está em harmonia com o texto. Está manifesto pelo contexto,como já foi observado, que João falava daquilo que é exterior e atual, algo que faz uma diferençamanifesta em si e de si. Então, também, esta passagem evidentemente quer dizer a mesma coisacomo os versos seis e oito e, se possível, são menos favoráveis as outras interpretações.(b). Enquanto é verdade que o homem todo não é nascido de Deus, todavia, em passagensgerais tais como a que ora se considera a Escritura não faz distinção entre as duas naturezas docrente, mas frouxamente se refere ao homem como um todo. Diz a Escritura: ?Exceto UM sejanascido de novo? e não ?exceto um tenha uma nova vida nascida com ele?; ?se alguém está emCristo, ELE é uma nova criatura?; não ?ele tem uma nova criatura nele?; ?vivificou-NOS comCristo?, não ?vivificou uma nova vida dentro de nós?; ?ele nos gerou pela Palavra da verdade?,não ?ele gerou algo dentro de nós pela Palavra da verdade.?

(c). é a única idéia que toma conta do presente infinitivo ?pecar? (grego- ?harmartanein?)na última parte da passagem. O infinitivo presente sempre significa ação durativa, linear,progressiva ? ação em sua duração continuativa. Por causa deste sentido do infinitivo grego,Weymouth traduz a passagem: ?Ninguém que é um filho de Deus está habitualmente culpado depecado. Um germe dado de Deus, de vida, fica nele e ele não pode pecar habitualmente?. ESawtelle explica ?não faz pecado?, como significando: ?Não o faz como a Lei de sua vida, comoa tendência do seu ser; não pertence à esfera do pecado.?D. Notem os perfeccionistas impecáveis os seguintes fatos sobre esta passagem:(a). Sua afirmação aplica-se a toda gente salva; não apenas a alguns que alcançaram umsuposto plano elevado de vida. Assim esta passagem mata a teoria da ?segunda benção?. A259passagem esta falando sobre o que o crente é em virtude da regeneração, não o que ele é emvirtude de uma suposta ?segunda obra de graça?.(b) A passagem referida afirma que o caráter referido não pode pecar. Assim, segundo suaprópria teoria, teriam de interpretar a passagem como ensinando que um que alcançou aimpecabilidade não pode nunca reincidir em pecado. Isto eles não admitirão. Assim mostram queseu único interesse nesta passagem é acalentar sua heresia ignorante e sem sentido.V. OS FRUTOS DA SANTIFICAÇÃO PROGRESSIVA.Pensamos bom aqui alistar quatro coisas que J. M. Pendleton, em ?Christians Doctrines?dá como evidências ou frutos das influências graciosas do Espírito Santo em nosso santificaçãoprogressiva.1. UMA NOÇÃO PROFUNDA DE DESVALIANenhuma pessoa em quem o Espírito Santo fez qualquer obra considerável tem qualquerdisposição para envaidecer-se de sua bondade. Para exemplos da noção de desvalia da parte dossantos de Deus, vide Jó 38:1,2; 40:4; 42:5,6; Efe. 3:8; Isa. 6. Também Fil. 3:12-15.2. UM ÓDIO CRESCENTE AO PECADONenhuma pessoa salva ama o pecado; isto é, o amor ao pecado não é o afeto dominante desua vida. Os pecados que ela comete não são o resultado de um amor normalmente dominante ao

pecado senão de um levante ocasional da carne ou da fricção constante entre a carne e o Espírito.3. UM INTERESSE CRESCENTE NOS MEIOS DE GRAÇAQuanto mais o Espírito Santo obra numa pessoa, tanto mais ela aprecia a Palavra de Deus,a oração, o culto e o demais; e mais ela se avantaja dos benefícios de tais atos.4. UM AMOR EM AUMENTO DAS COISAS CELESTIAISEste amor substitui o primeiro amor pelo pecado e faz o filho de Deus buscar aquelascoisas que são de cima.260Todos destes frutos do processo santificante impedem o fato que não se pode atingir aimpecância nesta vida por encorajar-se o pecado. A presença do pecado na vida do cristão não lheproporciona nenhuma consolação; pelo contrário, proporciona-lhe pesar. Ele quisera estar livredo seu peso terreno e elevar-se aos cimos de Deus para que sua alma pudesse aquecer-se no solde justiça. Toda pessoa salva pode dizer com Paulo: ?Desgraçado homem que eu sou! Quem melivrará do corpo desta morte? (Rom. 7:24). Ele deseja que fosse sem pecado, mas está indispostoa violentar a Escritura e praticar a auto decepção para fingir que está sem pecado. O seu própriodesejo de impecabilidade impede-o de praticar a hipocrisia, de perpetrar um engodo como todosos perfeccionistas impecáveis fazem.261Cap 28 - Os Três Tempos da SalvaçãoSalvação é um termo muito amplo. C. I. Scofield, no seu comentário sobre Rom. 1:16, dizmuito aptamente: ?As palavras hebraicas e gregas para salvação implicam as idéias delivramento, segurança, conservação, cura e santidade?. Salvação é a grande palavra inclusiva doEvangelho, reunindo em si todos os atos e processos redentivos: como justificação, redenção,graça, propiciação, imputação, perdão, santificação e glorificação.Salvação, portanto, no seu sentido lato, tem que ver tanto com a alma como com o corpo,com a vida presente bem como com a futura. Ela faz referência não só à remissão da penalidadedo pecado e à remoção de sua culpa, mas também à conquista do hábito do pecado e a remoçãofinal da presença do pecado no corpo. É só pelo reconhecimento disto que alguém pode agarrar o

alcance completo da doutrina bíblica de salvação. E é só por se poder classificar cada passagemque trata da salvação na base dos fatos precedentes que alguém pode evitar a confusão na mentedo crente mediano. Podemos realizar este fim melhor notando que se fala da salvação em trêstempos e considerando cuidadosamente cada tempo. Todos os três tempos estão rascunhadamentesomados em 2 Cor. 1:10 ?Que nos livrou (passado) de uma tão grande morte e livra ainda(presente); em Quem confiamos que ainda nos livrará (futuro)?.I. O TEMPO PASSADO DA SALVAÇÃONotai as seguintes passagens:?A tua fé te salvou? (Lc. 7:50). ?Pela graça fostes salvos por meio da fé? (Ef. 2:8). ?... quenos salvou e chamou com uma santa vocação? (2 Tim. 1:9). ?... salvou-nos segundo Suamisericórdia? (Tito 3:5).Toda estas passagens e muitas outras como elas falam da salvação como uma obraterminada no passado. Este tempo de salvação coincide com a santificação passada do crente,como considerada no capítulo anterior. Ela tem que ver (1) com a alma; (2) com a remissão dapenalidade do pecado, a remoção da culpa e mesmo a remoção da presença do pecado da alma.262Neste sentido a salvação do crente está completa. Como dissemos da justificação, assimpodemos dizer deste tempo da salvação: é um ato e não um processo: ocorre e se completa nomomento em que o indivíduo crê; não admite graus nem estágios.É sob este tempo de salvação que devemos classificar as passagens que falam do crentecomo possuindo vida eterna agora. Vide João 5:24, 6:47, 17:2,3; 1 João 3:13, 5:11,13. Isto querdizer, simplesmente, como expresso em João 5:24, que o crente passou de sob todo perigo decondenação e do poder da segunda morte.II. O TEMPO PRESENTE DA SALVAÇÃO?A palavra da cruz é loucura para os que se perdem; mas, para nós que estamos salvos(marg., estamos sendo salvos) é o poder de Deus? (1 Cor. 1:18).O particípio grego na passagem supra está no tempo presente e denota ?aqueles sendosalvos, o ato... estando em progresso, não completado? (E. P. Gould).É com referência ao tempo presente da salvação que Fil. 2:12 fala, quando diz: ?Operai avossa própria salvação com temor e tremor.? O sentido desta passagem é que os crentes filipenses

tiveram de efetivar em suas vidas a nova vida que Deus implantara nos seus corações .Outras passagens há nas quais a salvação não está mencionada , as quais, não obstantes,referem o processo presente de salvação, tais como Rom. 6:14; Gal. 2:19,20; 2 Cor. 3:18.No tempo presente da salvação os crentes estão sendo salvos, através da obra do Espíritomorador, do hábito e domínio do pecado. A salvação é assim equivalente à santificaçãoprogressiva: não tem que ver com a alma nem com o corpo, mas com a vida.III. O TEMPO FUTURO DA SALVAÇÃONas passagens seguintes a salvação é falada como algo ainda futuro: Rom. 5:9,10, 8:24,13:11; 1 Cor. 5:5; Efe. 1:13,14; 1 Tess. 5:8; Heb. 10:36; 1 Ped. 1:5; 1 João 3:2,3.263Em Rom. 8:23 Paulo nos fala do que é, em geral esta salvação futura. É a redenção denosso corpos?, o que ele quer dizer a aplicação da redenção ao corpo de crente. Isto terá logar naressurreição dos que dormem em Cristo (1 Cor. 15:52-56; 1 Tess. 4:16) e no rapto dos queestiverem vivos na vinda de Cristo no ar (1 Tes. 4:17). É só então que o espírito regeneradoentrará em completa fruição da salvação. Assim lemos que o espírito é para ser salvo ?no dia doSenhor Jesus? (1 Cor. 5:5). Este tempo de salvação tem que ver principalmente com o corpo e apresença do pecado no corpo.É sob esta epígrafe que devemos classificar todas as passagens que tratam da vida eternacomo de alguma coisa que o crente receberá no futuro. Vide Mat. 25:46; Mar. 10:30; Tito 1:2,3:7.Temos assim a bela harmonia que existe entre todas as passagens que tocam o assunto dasalvação. Não há conflito entre estas passagens, porque elas se referem a diferentes fases dasalvação. Absurdo é e herético qualquer homem tirar um grupo das três, não importa que grupoele tire, e procurar negar ou nulificar um ou outro, ou ambos, dos dois grupos restantes. O mododa verdade é tomar todos eles corretamente divididos.Seja observado ao encerrar que a salvação em todos os seus tempos e fases é do Senhor.Paulo dá-nos o método de Deus no trabalho da salvação, do princípio ao fim em Fil. 1:6 e 2:13.

Deus inicia a obra da salvação e a levará até sua consumação. E por toda a caminhada Ele operaem nós ?tanto o querer como o fazer Seu bom prazer?. E mais, é tudo de graça pela fé. ?PorquenEle se revela a justiça de Deus de fé em fé; como está escrito: O justo viverá pela fé.? (Rom.1:17).264Cap 29 - A Perseverança E A Conservação Dos SantosA perseverança e a conservação dos santos são doutrinas bíblicas gêmeas. Deus as reuniuinseparavelmente na Sua Palavra infalível. Que nenhum homem as separe.Algum tem errado em apresentarem a conservação (segurança, firmeza) dos salvos comose ela fosse independente de perseverança. Semelhante apresentação tende para oantinomianismo. Tende também a representar a salvação como física ou mecânica , mais do quecomo uma reaização moral e espiritual. Ela fornece munição ao arminianismo. Ela ensina só umameia verdade. Não está calculada a fazer santos tão considerados como eles deviam ser sobre suaconduta. Escrituras inspiradas evitaram este extremo e seus medonhos resultados porcombinarem tanto a fase humana como a divina da salvação. Ensinaram que a salvação é doSenhor do princípio ao fim, mas também ensinaram que Deus salva os homens, não por leimecânica e não irrespetiva de seu responso com Ele senão em completa harmonia com suanatureza como criaturas voluntárias, exigindo que obedeçam à Sua vontade e neles operando detal maneira a mover suas vontades e desentranhar sua cooperação com Ele conforme Ele os ajustapara Sua presença. Assim é Deus glorificado nos homens tanto no tempo como na eternidade epor aí a graça está impedida de ser uma capa de lascívia.Os modeladores da Declaração de Fé de New Hampshire foram sábios e felizes naverdade na sua apresentação da matéria, que é como segue: ?Cremos que somente são crentesreais os que aturam até ao fim; que o seu perseverante apego a Cristo é o grande sinal que osdistingue dos professantes superficiais; que uma Providencia especial vela sobre sua felicidade;que são guardados pelo poder de Deus para salvação através da fé.?A exposição da Confissão de Fé de Filadélfia é também eminentemente digna de se ver:

?Aqueles a quem Deus aceitou no Amado, eficazmente chamados e santificados pelo SeuEspírito, a quem foi dada à fé preciosa dos Seus eleitos, não podem cair do estado de graça nemtotal nem finalmente... mas certamente perseverarão nela até ao fim e serão salvoseternamente...?Notai que ambas estas apresentações acentuam a perseverança tanto como a conservação.Estamos em perfeita harmonia com estes postulados históricos dos batistas e da fé bíblica e,265enquanto em nossa elaboração do assunto, teremos ocasião de discutir coisas não mencionadasneles e não seremos intimados a dizer qualquer coisa contrária a eles ao apresentarmos nossasconvicções livre e completamente.I. A PERSEVERANÇA REQUERIDACremos que Deus na Sua Palavra põe sobre os crentes a responsabilidade de perseveraremna fé e na justiça. Citamos as seguintes passagens em prova disto:?Se continuardes na minha Palavra, então sois meus discípulos na verdade.? João 8:31?Estais em mim e eu em vós. Assim como o ramo não pode dar fruto de si mesmo, salvose estiver na vinha, assim nem vós se não estiverdes em mim... Se um homem não estiver emmim, ele é lançado fora como um ramo e fenece; homens os ajuntam e os lançam no fogo e sequeimam.? João 15:4,6.?...continuarei no meu amor.? João 15:9?O qual, quando veiu e viu a graça de Deus, alegrou-se e os exortou a todos para que compropósito de coração permanecessem no Senhor.? (Atos 11:23)?Confirmando as almas dos discípulos e os exortando a continuarem na fé e que devemosatravés de muita tribulação entrar no reino de Deus.? (Atos 14:22)?Dirás então: Os ramos foram quebrados para que eu fosse enxertado. Bem; por causa daincredulidade foram quebrados e tu estás em pé pela fé. Não te ensoberbeças, mas teme; porque,se Deus não poupou os ramos naturais , teme que não te poupe a ti também. Considera, pois abondade e a severidade de Deus: para os que caem, severidade; mas, para contigo, bondade, secontinuares na Sua bondade; do contrário, serás cortado.? (Romanos 11:19-22)?... o que perseverar até ao fim será salvo.? (Mat. 10:22)266

?... o Evangelho ... pelo qual sois salvos, se guardardes na memória o que vos tenhopregado, a menos que tenhais crido em vão? (I Cor. 15:2). Crer em vão é ter fé apenasintelectual.?E vós, que por algum tempo estivestes alienados e inimigos na vossa mente pelas obrasímpias, contudo agora Ele reconciliou no corpo de Sua carne através da morte, para apresentarvossantos e sem mancha e irreprováveis à Sua vista, se continuardes na fé fundamentados efirmes e não desviardes da esperança do Evangelho...? (Col. 1:21-23.)?Sustentemos firme a profissão de nossa fé sem tergiversar (porque é fiel o queprometeu);... Porque, se pecamos voluntariamente (o pecado como a lei de nossas vidas, viversob o poder do pecado) depois de havermos recebido o conhecimento da verdade, não resta maissacrifícios pelos pecados...? Heb. 10:23,26?Agora o justo viverá pela fé; mas se alguém afastar-se, minha alma não terá prazer notal.? ( Heb. 10:38)?Segui a paz com todos os homens, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;atendendo a que ninguém se prive da graça de Deus, a que nenhuma raiz de amargura, brotando,vos perturbe e por ela muitos se contaminem? (Heb. 12:14,15)?Ao que vencer não sofrerá da segunda morte.? (Apoc. 2:11)Muitas e variadas são as tentativas que se fazem para liquidar o significado evidentedestas passagens, mas todas elas fúteis. Elas desafiam teorias abstratas, todos os advogados daconservação como uma dedução lógica friamente aérea, ensinam que ninguém atingirá a moradafinal de Deus e Seus santos exceto aqueles que permanecem em Cristo, agarram-se com oSenhor, continuam na fé e na bondade de Deus, aturam até ao fim, guardam o Evangelho namemória, seguem a santidade e vencem. Nisto cremos nós tão fortemente como fez Armínio ouqualquer dos seus seguidores, porque é a verdade indisputável.II. A PERSEVERANÇA ASSEGURADA267Mas isto não quer dizer que qualquer a quem Deus salva será perdido; jamais,verdadeiramente! A Escritura é só tão enfática em declarar que todos os verdadeiros crentes,todos os regenerados, perseverarão.Notais as seguintes passagens:

?Porque qualquer que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence omundo, a nossa fé.? (1 João 5:4)?Ninguém que é um filho de Deus é habitualmente culpado de pecado: um germe de vidadado por Deus fica nele e ele não pode habitualmente pecar.? 1 João 3:9 ? Tradução deWeymounth) (*).Se escapar da segunda morte e o privilégio de comer da árvore da vida são paravencedores, então estas coisas são para todos a quem Deus regenera. Uma pessoa regenerada nãopode pecar, pois a lei de sua vida, a tendência ideal do seu ser não pertencem à esfera dopecado? (Sawtelle). Assim uma pessoa regenerada não pode voltar ao pecado, mas na certa, porser semente de Deus, ?o princípio divino de vida? (Vincent) habita nele perpetua einseparavelmente, para perseverar, aturar e vencer até ao fim.Isto não quer dizer que o filho de Deus não pode retrogradar temporariamente e cair emmuito pecado, mas quer dizer que ele não viverá outra vez perpetuamente em pecado. Davi ePedro são casos frisantes aqui.III. A PERSEVERANÇA REALIZADAA perseverança é produzida pelo poder de Deus. Isto é uma parte da obra da salvação e a?salvação é do Senhor? (Jonas 2:9).É aqui que a nossa discussão de perseverança se funde com conservação. Os filhos deDeus perseveram porque Ele os conserva.Notemos como Deus faz isto:2681. PELO SEU ESPÍRITO?E porque sois filhos, Deus enviou o Espírito do Seu Filho aos vossos corações,clamando: Abba, Pai? (Gal. 4:6). O Espírito em nossos corações guarda-nos em comunhão comDeus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.?Mas o fruto do Espírito é... fé? (Gal. 5:22).?... em quem também depois que crestes, fostes selados com o Espírito Santo dapromessa, o qual é o penhor de nossa herança para redenção da possessão de Deus, para louvorda Sua glória.? (Ef. 1:13,14).?... Ele, que começou uma boa obra em vós, a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo?(Fil. 1:6). Esta boa obra é a santificação começada na regeneração. Deus começa-a e a terminará.Ele faz isto pela operação do Espírito Santo.

Deus não só mantém a nossa fé, pelo Espírito, mas também opera em nós para fazer-nosobedecer à Sua vontade.?... é Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar para Seu bom beneplácito.?(Fil. 2:13).2. POR MEIO DA SUA PALAVRAÉ por esta razão que Ele deu os mandamentos e admoestações já notadas. Outras porçõesda Palavra especialmente adaptada a promoverem a perseverança dos santos em santo viver comosegue:?Nem todo o que me diz, Senhor, entrará no reino do céu, mas o que faz a vontade de meuPai que estás no céu? (Mat. 7:21).?... se alguém me amar, guardará a minha palavra? (João 14:23).?... o qual dará a todo homem segundo as suas ações: aos que por paciente perseverançaem bem fazer buscam glória e honra e imortalidade, a vida eterna; mas aos que são contenciosos269e não obedecem à verdade e sim à injustiça, indignação e ira, tribulação e angústia sobre todaalma que faz o mal, do judeu primeiro e também do gentio; mas, glória, honra e paz a todohomem que faz o bem, ao judeu primeiro e também ao gentio...? (Rom. 2:6-10).?Não reine pois o pecado no vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suasconcupiscências.? (Rom. 6:12).?Porque, se vivermos segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes asobras do corpo, vivereis? (Rom. 8:13).?... entrega o mesmo a Satanás para a destruição da carne, para que o espírito se salve nodia do Senhor Jesus? (1 Cor. 5:5). Se Deus nos desamparasse e não subjugasse a carne, nos Seuspróprios desígnios, então o espírito não se salvaria; em outras palavras, estaríamos perdidos.?Andai no Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne... E os que são de Cristocrucificaram a carne com os afetos e concupiscências. Se vivermos no Espírito, andemos tambémno Espírito? (Gal. 5:16, 24, 25).?... operai a vossa própria salvação com temor e tremor? (Fil. 2:12). Isto foi endereçado agente salva e é uma exortação a cooperarem voluntariamente com Deus em salvar-nos.?... se por qualquer meio eu pudesse alcançar a ressurreição dos mortos. Não como se eu a

tivesse alcançado ou fosse já perfeito, mas prossigo para prender aquilo para o que fui tambémpreso por Cristo Jesus? (Fil. 3:11,12).?Porque a graça de Deus que traz salvação apareceu a todos os homens ensinando-os que,negando a impiedade e as concupiscências mundanas, deveríamos viver sóbria, justa e piamenteneste presente mundo mau...? (Tito 2:11,12).?Mas não queres saber, ó homem vão, que a fé sem obras é morta?? (Tia. 2:20).?E além disto, fazendo toda a diligencia, adicionar à vossa fé a virtude... conhecimento...temperança... paciência... piedade... bondade fraternal... caridade. Se estas coisas estiverem emvós e abundarem, farão que não sejais estéreis nem infrutíferos no conhecimento de nosso Senhor270Jesus Cristo. Mas aquele a quem faltam estas coisas é cego e não pode ver longe, esqueceu-se deque foi uma vez purgado dos seus velhos pecados (o apostolo argumenta aqui da própriaprofissão de alguém). Antes, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação eeleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis...? (2 Ped. 1:5-10).?E o que diz: Eu o conheço e não guardar os Seus mandamentos, é um mentiroso e averdade não está nele? (1 João 2:4).?Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.? (1 João 2:15).?E todo homem que tem esta esperança consigo purifica-se a si mesmo, assim como Ele épuro? (1 João 3:3). Isto é, o homem com a esperança da semelhança com Cristo na ressurreiçãolevará avante, segundo Deus opera nele, um processo de purificação, repelindo contra as moçõesdo pecado no seu corpo.?Qualquer que odeia seu irmão é um homicida e vós sabeis que nenhum homicida tem avida eterna permanecendo nele.? (1 João 4:15).Que estes mandamentos e exortações não implicam uma possibilidade absoluta doscrentes se desviarem de Cristo está provado por um paralelo. Em Atos 27:22-24 temos conta darevelação de Deus a Paulo em caminho para Roma. Lemos:?E Agora vos exorto a estardes de bom ânimo, porque não haverá nenhuma perda dehomem algum entre vós senão do navio; porque esta noite, esteve comigo o anjo de Deus, de

quem sou e a quem sirvo, dizendo: Não temas, Paulo: deves ser trazido perante César e, eis, Deuste deu todos quantos navegam contigo.?Mas, pouco depois, quando a borrasca recrudescera e os nautas estavam prestes a desertaro navio, lemos:?Paulo disse ao centurião e aos soldados, A menos que estes fiquem no navio, não podeissalvar-vos.? (Atos 27:31).271Era absolutamente possível que qualquer no navio se perdesse? O que assim diz blasfemacontra Deus; porque diz que é possível Deus mentir: Deus disse que não haveria perda de vidade homem algum. Isto teve de se provar verossímil, porque era a palavra do Deus que não podementir. Mas Paulo disse ao centurião e aos soldados que isto podia cumprir-se somente pelosmarinheiros ficando a bordo. E ELES FICARAM. Deus usou esse aviso para executar Suavontade predeterminada.Assim é com as admoestações sobre perder nossa fé. Elas não implicam a possibilidadeatual dela, porque Deus que não pode mentir declarou que Ele glorificará a todos quantos Elejustifica. Essas admoestações são meios objetivos de Deus realizar aquela certa coisa que eledeterminou. De um ponto de vista humano, desviar-se de Cristo é possível, mas Deus não opermitirá. Ele usa de Sua Palavra para promover nossa perseverança voluntária. Assim Ele nostrata como seres pessoais e não como máquinas ou objetos inanimados.3. ATRAVES DA OBRA INTERCESSÓRIA DE CRISTOEm adição a todos os meios já mencionados, Deus também nos conserva e guarda atravésda obra intercessória de nosso grande Sumo Sacerdote. Quando aqui na terra, Ele orou:?Pai Santo, guarda pelo Teu próprio nome aqueles que Tu me deste, que possam ser um,assim como somos.? (João 17:11).E agora ?Ele pode salvá-los perfeitamente (até ao último absolutamente, completamente),que vem a Deus por Ele, vendo que Ele vive sempre para fazer intercessão por eles.? (Heb. 7:25).Deus sempre ouve a Jesus quando Jesus ora (João 11:41,42).4. NA BASE DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTONotai as seguintes passagens:?Bem aventurados são aqueles cujas iniqüidades são perdoadas e cujos pecados são

cobertos. Bem aventurado é o homem a quem o Senhor não imputa pecado.? (Rom. 4:7,8).?Cristo é o fim da Lei para justiça de todo àquele que crê.? (Rom. 10:4).272?Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? Sendo Deus quem os justifica.Quem os condenará? Sendo Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou dentre os mortos, oqual está à direita de Deus e também intercede por nós.? (Rom. 8:33,34).?Não há, portanto, condenação para os que estão em Cristo Jesus.? (Rom. 8:1).Estas passagens requerem pequeno comento. Elas ensinam muito claramente que Cristosatisfez plenamente a Lei por nós e que a Lei, portanto, não tem poder para condenar-nos. Nãoestamos mais debaixo dela a respeito de nossa posição perante Deus. Cristo tomou nosso logar nacruz e nós agora tomamos o Seu logar em nossa posição diante de Deus, ?que tenhamos ousadiano dia de juízo; porque, como Ele é, assim somos nós neste mundo.? (1 João 4:17).Tendo passado de sob a Lei, estamos agora sob a graça e o novo concerto (Heb. 8:6-12,10:16-22; Jer. 32:40), no qual Deus diz: ?Porei minhas leis na sua mente e as escreverei nos seuscorações;... de seus pecados e iniqüidades não me lembrarei mais? e não tornarei de após eles,para lhes fazer bem; mas porei o meu temor nos seus corações e eles não se apartarão demim.??.5. DO SEU TRATO CONOSCO COMO SEUS FILHOS?Mas, quando somos julgados, somos castigados do Senhor, para não sermos condenadoscomo o mundo.? (1 Cor. 11:32).?Porque a quem o Senhor ama Ele castiga, e açoita a todo que recebe como filho.? (Heb.12:6).Quer isto dizer que, conquanto Deus não trate o crente sob a Lei, não lhe dá castigo legal,contudo não o deixa ir em pecado: castiga-o como a um filho e assim o conserva para que nãocaia sob a condenação do mundo.6. EM EXECUÇÃO DO SEU ETERNO PROPÓSITO?Porque a quem pré conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem deSeu Filho, para que sejais o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes273

também chamou; e aos que chamou a esses também justificou; e aos que justificou a estestambém glorificou? (Rom. 8:29,30).Não precisamos aqui de entrar na discussão do fundamento de nossa eleição, desde que jáfizemos num prévio capítulo. Pouco importa o que isso foi, a passagem supra nos informainilidivelmente que aqueles a quem Deus salva Ele conheceu de ante mão, mesmo na eternidade,porque Ele foi infinito em conhecimento no princípio. Então todos que Ele conheceu como Seus,como aqueles a quem Ele salvaria, Ele pré ordenou, chamou, justificou e glorificou no Seupropósito; isto é, Ele determinou que deveriam ser chamados, justificados e glorificados. Assim,a todos que Ele justifica, Ele glorificará. Isso O obriga a manter sua fé (deles crentes), porque nãopode haver justificação sem fé.Por causa do eterno propósito de Deus temos as seguintes garantias de nossa perseverançae conservação:?Guardados pelo poder de Deus através da fé para a salvação pronta a ser revelada noúltimo tempo.? (1 Ped. 1:5).?... somos mais que vencedores por Aquele que nos amou? (Rom. 8:37).?Nós (os salvos) não somos daqueles (falsos professantes) que se afastam para a perdiçãosenão dos que crêem para a salvação da alma.? (Heb. 10:39).?Porque o Senhor ama o juízo e não desampara os Seus santos; eles são conservados parasempre...? (Sal. 37:28).?Qualquer que beber (o grego quer dizer ?uma vez por todas?- Robertson) da água que eulhe der nunca terá sede (nunca precisa de ser salvo outra vez); mas a água que eu lhe der será neleuma fonte de água saltando para a vida eterna? (João 4:14).?Porque os dons e a chamada de Deus não voltam atrás? (Rom. 11:29). Isto quer dizerque Ele jamais muda Sua mente e retira o dom da salvação ou revoga o chamado que nos trazpara Ele. Notais Rom. 8:30 e 2 Tim. 1:9 para o significado de ?chamada?.274?... depois que crestes fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhorde nossa herança até a redenção da própria possessão de Deus, até ao louvor de Sua glória.? (Efe.1:13,14). Este selar é nada menos que a morada e a presença inseparável do Espírito no coração

do crente, pelo qual o crente é constrangido a perseverar na justiça.?Porque por aquela uma oblação Ele aperfeiçoou para sempre os que são santificados?(Heb. 10:14). Todos os salvos são santificados no sentido desta passagem. Quer dizer que elestêm uma posição perfeita eternamente perante Deus e na base da morte de Cristo. Isto quer dizerque Cristo sofreu por todos os nossos pecados até ao fim de nossas vidas. Deus, tendo-oscarregado sobre Seu Filho, não pode agora punir-nos por eles.?... o que a mim vier eu de modo algum o lançarei fora.? (João 6:37).?... e sabemos que todas as coisas operam juntamente para o bem dos que amam a Deus;para os que são chamados segundo o Seu propósito.? (Rom. 8:28).Desde que todas as coisas operam para nosso bem, nada pode causar nossa condenação.?Minhas ovelhas ouvem minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem, e lhes dou vidaeterna, e elas nunca perecerão.? (João 10:27,28). São toda estas afirmações positivas. Nestapassagem não há ?se?.IV. ARGUMENTOS OPOSTOS RESPONDIDOSAs passagens seguintes com os seus casos podem ser citadas como desaprovando o quehavemos dito sobre perseverança e conservação:1. 1 COR. 3:12-15Alguns podem invocar esta passagem contra nossa posição sobre a perseverança dossantos, tomando-a como ensinando que um crente pode assim viver de modo a não terrecompensa no céu. Esta passagem não ensina semelhante coisa. O caso é hipotético: mostra oque aconteceria se um crente assim vivesse de modo a perder toda recompensa. Não afirma que275isto será verdade quanto a qualquer crente. É à luz de 1 João 5:4 e 3:9, bem como de outraspassagens, não somos justificados em concluir que tal possa ser verdade.2. CERTOS CASOS CONHECIDOSAlguma gente argüira de que uma pessoa salva pode perder sua salvação por causa de unscertos conhecidos seus que, crêem, foram salvos e então voltaram, ao pecado permanentemente,afundando ainda mais baixo no pecado do que estiveram antes. Nossa resposta a este argumentoé: ?Seja Deus verdadeiro, ainda que todo homem se ache mentiroso? (Rom. 3:4 ? tradução porA. T. Robertson). Deus disse que todos quantos nasçam dEle vence o mundo. 1 João 5:4. Deus

disse que os que nascem de novo não podem ?continuar pecando? (1 João 3:9). Deus disse quenão podem perecer e que nada pode separá-los do Seu amor. João 10:27,28; Rom. 8:35-39.Creremos em Deus ou no homem?Todos os casos semelhantes como estão sendo agora considerados são decisivamenteliquidados por Heb. 3:14, que lê: Porque estamos feitos (grego, tempo perfeito, devera ser?somos feitos?- Robertson) participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio denossa confiança até ao fim?. Se não temos, prova que não fomos feitos participantes de Cristo,não fomos salvos, no princípio.3. ANJOS DECAIDOS E ADÃOCertos anjos e Adão decaíram do seu estado justo e envolveram-se em condenação, masisto prova que os salvos hoje podem fazer da mesma maneira. Notai estes contrastes entre anjosdecaídos com Adão de um lado e aqueles salvos por Cristo doutro lado:(1). Os anjos e Adão caíram sob a Lei, mas os salvos estão debaixo da graça. Rom. 6:14.(2). Deus não os elegeu e predestinou para permanecerem, mas ele elegeu e predestinouos salvos para a glorificação final. Rom. 8:29,30.(3). Deus não disse que quer anjos quer Adão venceriam o mundo, mas disse o dos salvos.1 João 5:4.276(4). Nem anjos nem Adão têm promessas de serem guardados e que pereceriam, mas ossalvos tem tais promessas. 1 Ped. 1:5; João 10:28.(5). Nem anjos nem Adão foram selados pelo Espírito Santo, mas os crentes são. Efe.1:13,14; 4:25.4. OS JUDEUSOs judeus caíram como nação e não como indivíduos; caíram sob a Lei e não sob a graça;caíram de privilégios nacionais e não da salvação. Logo, o seu caso, como o de anjos e Adão,nada prova concernente à matéria sob consideração.5. MOISÉSDeut. 42:48-52. Por causa do pecado não foi permitido a Moisés entrar em Canaã, mas,que ele não perdeu sua salvação está provado pelo seu aparecimento no monte da transfiguraçãocom Elias e Cristo. Mat. 17:3.6. O REI SAUL

Para obtermos a verdade devemos interpretar a Escritura pela Escritura. À luz do NovoTestamento o ensino é que toda alma regenerada vence o mundo como um resultado daconservação de Deus e devemos negar que Saul algures se salvou, conquanto está dito dele que?Deus lhe deu um outro coração.? (1 Sam. 10:9). A Escritura liga-nos para entendermos disto queDeus só lhe deu novas intenções e impulsos; não um novo coração no sentido de regeneração.7. DAVISal. 51:11,12. Nesta passagem Davi orou: ?Não tires Teu Santo Espírito de mim.? Foi istodevido ao fato que o Santo Espírito, sob a velha dispensação, não permaneceu constantementenos crentes. Sua presença era um favor especial de Deus e podia perder-se pelo pecado; mas,desde o Pentecostes o Espírito Santo tem morado permanentemente em todo coração salvo, e pormeio de Sua presença e obra, o crente, como temos notado, está selado até ao dia da redenção.Assim agora Ele fica. Para discussão mais extensa, vide o capítulo 9. Bom é, antes de passar,277notar que Davi não orou por uma restauração senão só da alegria da salvação. Esta pode perder-see se perde quando qualquer frieza ou pecado perturba temporariamente a comunhão do crentecom Deus.8. EZEQUIEL 18:24Esta passagem está facilmente explicada por Eze. 33:13, que reza: ?Quando eu digo aojusto que ele certamente viverá; SE ELE CONFIAR NA SUA PRÓPRIA JUSTIÇA e cometerinjustiça?, etc. A passagem sob consideração fala do juízo do homem que é justo quanto às suaspróprias obras e delas de desvia. Esta passagem nada tem a ver com o homem a quem Deusimputou sem obras. Rom. 4:6-8. A morte ameaçada é morte no assédio de Babilônia por vir. Portodo o passo de Ezequiel Deus promete salvar os obedientes, mas destruir os ímpios neste cerco.9. MATEUS 12:43-45A saída do espírito impuro aqui não representa conversão, desde que a casa donde saiu foideixada vazia. O coração não é deixado vazio na conversão, mas é ocupado pelo Espírito Santo,pelo qual somos selados, selados contra a volta do pecado, até ao dia da redenção. Gal. 4:6; Efe.1:13,14.

Temos aqui em geral um quadro da reforma humana, mas, em particular, é descrição dojudeu. Tinham primeiramente abandonado o espírito mau da idolatria, mas agora tornaram-sepiores mais do que nunca pela sua rejeição do seu Messias.10. 2 PEDRO 2:20-22Não está dito desses falsos mestres que eles alguma vez foram salvos. Se o tivessem, nãoteriam voltado. 1 João 5:4; 3:9. Escaparam das ?contaminações do mundo? pela reforma. Sãocomparados a um cachaço ou a um cão. Uma pessoa salva não é nem um cachaço nem um cão,mas uma ovelha; e das Suas ovelhas disse Cristo: ?Minhas ovelhas ouvem a minha voz... e elasme seguem.? (João 10:27).11. MATEUS 13:20-22278Desde que todos os regenerados vencem o mundo, aqueles representados nestes versos(parábola da semeadura) devem ser considerados como tendo apenas fé intelectual. Uma féintelectual pode operar grande mudança na vida, no que pode parecer haver indicação real deconversão; mas daí a pouco, sob dificuldade e provação, falha. Hoje há multidões de casos destamarca.12. JOÃO 15:2Os ramos nesta parábola devem ser pensados como ramos enxertados, porque ninguémestá em Cristo por natureza. Alguns ramos são enxertados propriamente, de modo que eles têmligação vital e sustentadora com a vinha. Outros são enxertados impropriamente e não tem talconexão com a vinha para continuarem a crescer permanentemente e dar fruto. Assim é comdiscípulos. Os ramos aqui são todos que professam fé em Cristo. Alguns destes ramos sãoenxertados em Cristo com fé real do coração. Vivem e produzem fruto. Outros são enxertados sócom fé intelectual, como os indicados em Mat. 13:20,21. Não aturam e não produzem frutoaceitável. São os que são podados ? Todos os verdadeiros ramos ficam, como temos indicado.13. 1 CORÍNTIOS 9:27Esta passagem é equivalente a Fil. 3:8-14. Em ambas as passagens Paulo reconhece que aúnica prova final da salvação de alguém é perseverança na fé e vida justa até ao fim, como temosacentuado. Paulo sabia que a menos que ele provasse sua salvação pela vitória sobre o mundo ele

seria provado ter crido em vão e ser réprobo. É isto tudo que estas passagens indicam. Elas estãoperfeitamente em harmonia com o ensino deste capítulo.14. HEBREUS 6:4-6Mesmo que esta passagem se referisse a crentes, ela apresenta apenas um caso hipotéticoe não diz que o indivíduo descrito pode atualmente apostatar. Ainda assim, é tomada comoaplicando-se a um crente, então ela ensina que, se o crente cai, ele não pode ser restaurado, o quepoucos arminianos admitirão. Assim esta passagem, sobre a base de sua própria interpretação,ensina demais para os arminianos.279Mas nós não tomamos a passagem como de aplicação aos crentes. Ela se aplica, cremos,somente a crentes professos judeus que tinham recebido o cristianismo como uma religião. Osbenefícios e experiências descritos são meramente intelectuais na sua natureza. Eles tinham sidoiluminados intelectualmente e sujeitos à obra indireta do Espírito e assim tinham provadosuperficialmente o dom celestial e tinham sido feitos participantes das forças do mundo por vir. Omesmo, em dúvida, podia ser dito dos de Mat. 13:20,21, que são somente professos e nãopossuidores. Ainda mais, em Heb. 6:9 a nós nos parece que o escritor claramente revela que nãotinha crentes em mente nesses versos já notados. Ele disse aos hebreus que estava persuadido demelhores coisas a respeito deles ?e coisas que acompanham a salvação?. Ele estava persuadidode que eles não cairiam. Por que? Porque tal não é uma coisa que acompanha a salvação.15. APOCALIPSE 3:5Esta passagem não quer dizer que alguns tenham seus nomes no livro da vida e, por causade infidelidade, os tiveram riscados: é simplesmente uma garantia a crentes de que, poucoimportando o que possam atravessar, sua fé continuada e perseverança é uma garantia de quereceberão todas as bênçãos da salvação. É uma garantia de que Cristo não os deixará.16. APOCALIPSE 22:19Devemos interpretar esta passagem na luz de todas as declarações e promessas da Palavrade Deus a respeito dos crentes. Na luz deste fato, esta passagem pode ser tomada como seaplicando só aqueles que meramente professam estar salvos. Tais devem ser considerados como

endereçados na base de sua própria profissão, como é muitas vezes o caso na Bíblia. Temosnotado que nenhum vencedor terá seu nome apagado do livro da vida. Apoc. 3:5. Então, desdeque todos que são nascidos de Deus vencerão (1 João 5:4), nenhum deles pode sofrer a perda aquiindicada.A dificuldade no pensamento de um homem perder sua parte no livro da vida quando elenunca teve tal parte, como é verdade com meros professos, está explicada por uma comparaçãode Mat. 13:12 e Lucas 8:18. Estas passagens são paralelas. Na primeira lemos: ?... qualquer quenão tiver, dele será tomado mesmo o que tem?. Não é isto impossível? Mas notai a segunda280passagem: ?... ao que não tem, dele será tirado mesmo aquilo que ele PENSA QUE TEM (VersãoRevista)?. Assim é com a perda referida nesta passagem.* Para minuciosa exposição desta passagem vide refutação da teoria de perfeição impecável nestavida sobre santificação. Queira reportar-se a ela.Em aditamento, diz A. T. Robertson: ?O presente do infinitivo ativo hamartanein sópode significar ?e ele não pode ir pecando?? (Word Pictures).281Cap 30 - A Doutrina Da IgrejaQuando alguém se salva, a primeira consideração que deveria reclamar sua atenção é aigreja. A gratidão a Deus pela salvação deveria fazê-lo tão cônscio da filiação eclesiástica comodas matérias pertencentes à salvação.I. A NATUREZA DA IGREJA1. VÁRIAS CONCEPÇÕES FALSAS DA IGREJA(1). A concepção católica romanaOs católicos romanos crêem que a igreja é um organismo mundial e hierárquico sob omando do Papa em Roma. J. F. Noll, editor de ?Our Sunday Visitor?, de Huntington, Indiana, no?The Fairest Argument? compara a igreja com uma árvore e diz: ?As folhas representam alaicidade pelo mundo inteiro. Estão em comunhão direta com os seus respectivos párocos (osramos mais pequenos da árvore mística). Os sacerdotes, por sua vez, em comunhão direta com osseus bispos, isto é, os ramos maiores. E todos os bispos estão em comunhão direta e constantecom o Soberano Pontífice, isto é, o tronco, ou estema, da árvore inteira.?

Algumas vezes os católicos romanos expandem sua concepção de igreja de maneira afazê-la incluir ?todos os fiéis que existiram desde Adão até ao dia presente, ou quem existir até aofim do tempo? (Concílio de Trento no seu Catecismo Romano, Parte I, Capítulo X, § 16)praeterea omnes fideles, qui ab Adam in hunc usque diem fuerunt, quive futuri sunt.(2). A concepção nacionalIsto se exemplifica na ?Igreja da Inglaterra?, instituição nacional com o Rei da Inglaterracomo seu cabeça.(3). A concepção denominacional282Ouvimos da ?Igreja Metodista Episcopal, Sul? e da ?Igreja Metodista Episcopal, Norte?.Há então a ?Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos?. E uns tantos, ignorantes da polícia batista,falam das igrejas da convenção Batista do Sul como da ?Igreja Batista do Sul.?(4). A concepção UniversalUma noção popular é que a igreja se compõe de todos os salvos em todo o mundo emqualquer tempo dado ou de toda a gente salva que já viveu, se vivos agora ou falecidos. Assim aigreja é conhecida como sendo universal e invisível.(5). A concepção agregadaTodas as igrejas e grupos religiosos, tomados no agregado, são algumas vezes como ?aigreja? em distinção do mundo.2. O SIGNIFICADO DE ?EKKLESIA?A palavra para ?igreja? é ?ekklesia?. Em chegando à concepção correta da igreja devemosdar conta do sentido exato desta palavra.(1). Entre os judeusNa Septuginta ?ekklesia? refere-se aos israelitas quando reunidos para fins religiosos e emnenhuma outra ocasião. Está assim empregada em Deut. 31:30; 32:1; Josué 8:35; 9:8; Juízes 21:8e 1 Cro. 29:1. Em Atos 7:38 aplica-se a Israel no deserto. Nunca foi usada dos judeus excetoquando em assembléia.(2). Entre os gregosEntre os gregos ?ekklesia? referia-se tanto a uma reunião de cidadãos intimados de suascasas para algum logar público com o fim de deliberar (Atos 19:32,41). Nunca foi usada entre osgregos para pessoas não em assembléia.283

O mesmo é verdade no grego clássico. Foi aplicada ai à ?clubes ou associações locaisautônomos? (Thomas, The Church and the Kingdom), bem como às assembléias políticas, mas aínão se tem achado caso de sua aplicação a pessoas não reunidas ou não reunintes.(3). Por Cristo e os apóstolosCristo e os apóstolos usaram este termo num sentido até então desconhecido? Quem oafirma deve de ombrear o ônus da prova. E para provar semelhante noção é necessário que osseus advogados achem casos onde ?ekklesia? não pode ser aplicado abstrata ou concretamente aassembléia particulares.Joseph Cross, episcopal, num livro de sermões intitulado ?Brasas do Altar?, bem diz:?Ouvimos muito da igreja invisível como contra distinguida da visível. De uma igreja invisívelneste mundo nada sei, a Palavra de Deus nada diz; nem pode qualquer coisa parecida existir,exceto no cérebro de um herege.?3. EMPREGO ESCRITURISTICO DE ?EKKLESIA?Trazendo a mente o significado do termo como já notado, achamos os seguintes usos dapalavra em o Novo Testamento:(1). O uso abstratoTermos que são comumente concretos no sentido são muitas vezes usados num sentidoabstrato. Tal é o caso com a palavra ?lar? na expressão ?o lar americano?. O mesmo é tambémverdade de ?casamento? na afirmação ?o casamento é uma instituição divina.? Um outro casooportuno é o uso da palavra ?homem? para designar-se a raça.Há pelo menos três passagens da Escritura onde ?ekklesia? está usado abstratamente ?Mat. 16:18; Efe. 3:10,21; 1 Cor. 12:28. Está manifesto que estas passagens não se referemparticularmente a qualquer assembléia individual. Se Mat. 16:18 é tomada como se referindo auma igreja particular, então deve ser entendido que Cristo prometeu perpetuidade a uma igrejaparticular. Mas nenhuma igreja particular foi perpetuada. Então os apóstolos, profetas, mestres,dons, etc., como se enumeram em 1 Cor. 12:28, não foram todos ajustados em qualquer igreja284particular. E o propósito de Deus de fazer Seus mistérios conhecidos e ganhando-Lhe glória,como indicando em Efe. 3:10,21, abrange não meramente uma igreja particular, mas a igreja

como uma instituição.(2). O uso prospectivoHá duas passagens da Escritura onde ?ekklesia? se refere a uma assembléia futura.Referimos-nos aqui a Efe. 5:25-32 e Heb. 12:23. Em Efe. 5:25-32 a igreja abarca os eleitos detodas as épocas, mas, segundo a etimologia da palavra original, a igreja com este sentido nãopode ser concebida como existindo atualmente no presente tempo. Assim a palavra está usadaperspectivamente. E o mesmo é certo em Heb. 12:23.(3). O uso particular presente e concretoDe todos os 112 casos em o Novo Testamento onde ?ekklesia? se refere à instituiçãofundada por Cristo, em todos, exceto os cincos casos já notados e uns outros raros ondepossivelmente há um emprego misto, refere-se a uma igreja particular, concreta, local, ou a umapluralidade de igrejas semelhantes, como ?a igreja que estava em Jerusalém? (Atos 8:1); ?todasas igrejas dos gentios? (Rom. 16:4); ?as igrejas da Macedônia? (2 Cor. 8:1); ?a igreja em tuacasa? (Filemon 2); e ?as igrejas de Deus? (2 Tess. 1:4).4. A IGREJA UM CORPOFreqüentemente em o Novo Testamento fala-se da igreja como um corpo. E bem dizJoseph Cross: ?Um corpo é um organismo, ocupando espaço e tendo localização definita. Umasimples agregação não é um corpo; deve de haver organização bem assim. Uma planilha decabeças, mãos, pés e outros membros não fariam um corpo; devem ser unidos num sistema, cadapeça no seu próprio logar e penetrada de uma vida comum. Assim uma coleção de pedras, tijolose madeiras não seriam uma casa; o material deve estar erigido junto, numa ordem artística,adaptada à utilidade. Assim um aglomeração de raízes, troncos e ramagens não seria uma vinhaou uma árvore; as partes várias devem ser desenvolvidos segundo as leis da natureza da mesmasemente e nutridas pela mesma seiva vital? (Brasas do Altar).5. A IGREJA UMA ASSEMBLÉIA285A idéia de uma assembléia inere todo uso de ?ekklesia? em o Novo Testamento. Estaidéia não é forçada tanto no uso abstrato como no prospectivo. Não o é mais no uso abstrato doque a concepção correta de lar e casamento no uso abstrato desses termos. O uso prospectivo de

?ekklesia? retém a idéia de uma assembléia ? a assembléia do povo de Deus e a volta de Cristo.Não há neste mundo nenhuma coisa tal como uma igreja universal ou invisível. Abuso éindesculpável de ?ekklesia? aplica-la a todos os cristãos de todos os tempos na hora presente.6. A IGREJA E O REINO?Os termos escrituríticos ?igreja? e ?reino? tem sido por séculos presumidos seremidênticos ou quase idênticos no significado.?Mas a moderna cultura tende rapidamente a reverter esta impressão. Vê-se agoraclaramente que as duas palavras se referem a duas coisas absolutamente distintas em natureza eradicalmente desiguais em muitos aspectos? (Jesse B. Thomas, The Church and the Kingdom).?Inferir-se-á prontamente... que a palavra ekklesia suscitaria na mente de um gregoordinário, ou pessoa de língua grega, uma concepção não só idêntica a senão em todo particular aantítese dessa sugerida por Basiléia? (ibid. pág. 213).?Somos assim forçados a descansar na conclusão que o ?reino? em questão, cujo domínioé ?dentro?, o qual ?não é deste mundo?, que ?não vem com observação?, do qual nunca se falacomo para ser ?construído? (como a ?igreja?é), nem é, nem foi intentada jamais ser feita pelaagência humana entidade terrena externa ou discernível? (ibid. pág. 214).A igreja e o presente reino de Deus são distinguidos nos seguintes modos:(1). A igreja é falada como aquilo que era para ser construído; o reino nunca. Mat. 16:18(2). Cristo disse: ?Dizei-o à igreja?, quando falando de diferença pessoais que não podemser ajustadas pelas partes envolvidas; mas nunca se disse tal do reino. Mat. 18:17286(3). Do reino se disse que fosse pregado e numa ocasião foi anunciado como ?próximo?;mas nunca se disse tal da igreja. Atos 20:25, 28:31; Marcos 1:15.(4). Lemos do ?Evangelho do reino?, mas nunca o Evangelho da igreja. Marcos 1:14;Mat. 4:23; 9:35; 24:14.(5). A igreja é chamada um corpo; o reino nunca. Efe. 1:22,23; Col. 1:18; 1 Cor. 12:27.(6). A igreja é uma democracia sob a chefia de Cristo; o reino é uma monarquia. Daí,achamos a igreja autônoma na eleição de Matias, a eleição dos sete diáconos; a separação de

Barnabé e Saulo; a escolha de um camarada de viagem para Saulo ( 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23).(7). A comunidade eclesiástica está sujeita à ação da igreja; ao passo que Deus, puramenteindependente de toda a autoridade humana, põem homens no Seu reino pelo novo nascimento.João 3:5; 2:6; Col. 1:13; Rom. 14:1; Atos 9:26; 1 Cor. 5; 2 Cor. 2:6.(8). De nós se diz sermos batizados para a igreja; mas nunca para o Reino. 1 Cor. 12:13.(9) A igreja tem um caráter orgânico, tendo oficiais (1 Cor. 12:28) e é visível; o reino emnenhum sentido é orgânico e é invisível. Lucas 17:20.(10). A igreja é local; o reino é universal.II. A FUNDAÇÃO DA IGREJA1. DUAS CONCEPÇÕES ERRÔNEAS(1). A noção que a igreja foi fundada no dia de Pentecostes recordado em Atos 2Não há mais leve indício da fundação de qualquer coisa neste dia. A igreja que existiu nofim do Dia de Pentecostes, existiu antes do Pentecostes. Antes do Pentecostes a igreja teve oEvangelho e o pregara. Teve o batismo e a Ceia do Senhor. Teve também um ministério e fezcultos. Antes do Pentecostes a igreja foi um corpo de crentes batizados, unidos para executarem avontade de Jesus Cristo. Isto é o que uma igreja é.287(2). A noção que Mat. 16:18 marca o tempo da fundação da igrejaIsto é bem uma noção geral entre os que rejeitam a teoria pentecostal da fundação daigreja. Mas Jesus não disse: ?Sobre esta rocha fundarei a minha igreja?. Ele empregou a palavra?construir? em vez da palavra ?fundar?. E a palavra grega traduzida aqui por ?construir? querdizer construir a super estrutura. Ocorre à mesma palavra em Atos 9:31, que está traduzida por?edificadas?. Cristo estava então construindo ainda Sua igreja tal qual Ele disse que faria em Mat.16:18.O que temos dito de Pentecostes podemos também dizer do dia em que Cristo pronunciouas palavras de Mat. 16:18: a igreja que existiu ao cabo desse dia, existiu antes desse dia. Nada háque se possa chamar igreja que veio a existir nesse dia, tanto quanto o arquivo inspirado nosinforma.2. O VERDADIERO TEMPO DA FUNDAÇÃO DA IGREJAAo localizar a fundação da igreja devemos achar um tempo quando algo que responde à

descrição da igreja veio a existir. Esta regra aponta-nos o tempo quando, após uma noite deoração, Cristo escolheu os doze apóstolos. Com esta escolha estes doze homens, pela primeiravez, fez-se um corpo. Tiveram um cabeça ? Cristo. Tiveram um tesoureiro ? Judas. Presumiramseeles crentes batizados. Uniram-se para executarem a vontade de Cristo. Que mais além disto setornaram no dia em que o seu Mestre pronunciou as palavras de Mat. 16:18?III. A FUNDAÇÃO DA IGREJAHá muita controvérsia tocante ao significado de ?rocha? nas palavras de Cristo: ?sobreesta rocha edificarei minha igreja?. Os católicos romanos e outros tomam a rocha por Pedro. Masa diferença em gênero e o significado exato entre ?Petros?, traduzido por Pedro e ?petra?traduzida por rocha faz insustentável esta idéia. No grego clássico a distinção está geralmenteobservada (vide ?petra? no Léxico de Thayer), ?petra? significando ?a rocha viva mássica? e?petros? significando ?um fragmento destacado, mas grande.?Outros tomam ?petra? como significando a fé de Pedro e outros ainda a confissão dePedro.288Consideramos Cristo aqui como usando de um trocadilho. Tomamos ?petra? como sereferindo a Cristo divinamente revelado e implantado nos corações dos homens (Col. 1:27).Pensamos que esta interpretação é sustentada por 1 Cor. 3:11, passagem que fala da fundação daigreja em Corinto e fundação que fora lançada pela pregação do Evangelho e a divina revelação eimplantação de Cristo no coração.IV. AS ORDENANÇAS DA IGREJANo sentido lato, uma ordenança é meramente um mandamento e qualquer mandamento éuma ordenança; mas a usança comum de hoje limita o termo ordenança da prosa religiosa aformas e cerimônias especiais que pertencem à igreja e são observadas sob sua jurisdição. Nestesentido só achamos duas ordenanças da igreja na Bíblia. São:1. BATISMOO batismo, que é a imersão em água de um penitente crente em nome da Trindade ou deCristo por autoridade própria e para o fim de mostrar a morte do crente para o pecado e aressurreição para andar em novidade de vida, foi o rito inicial das igrejas do Novo Testamento.

Ninguém foi recebido sem este rito. Diz Paulo que é o modo porque crentes se fazem parte docorpo de Cristo, a igreja (1 Cor. 12:13).O batismo é um assunto tão vasto que um capítulo inteiro ser-lhe-a devotado mais tarde;portanto, consideração subseqüente está reservada para esse capítulo.2. A CEIA DO SENHORA ceia do Senhor é o memorial instituído por Cristo em que Suas igrejas são mandadasmostrar Sua morte pelo emprego de pão azimo e vinho. Como com o batismo, consideraçãoulterior virá num capítulo inteiramente devotado a ele.V. OS OFICIAIS ORDENADOS DA IGREJAO Novo Testamento só menciona dois oficiais ordenados na igreja. São:2891. ANCIÃOS OU BISPOSO título ?ancião? ou ?bispo? designou o oficial principal nas igrejas do Novo Testamento.Os ocupantes deste ofício presidiam aos cultos, ensinaram e guiaram o povo nas doutrinas e nosdeveres cristãos e exerceram a superintendência das igrejas.São estes dois títulos usados reciprocamente em o Novo Testamento e, portanto,designam o mesmo ofício. O seu uso recíproco pode ser visto em Atos 20:17 e verso 28 domesmo capítulo. Diz-se na primeira passagem que Paulo convocou os anciãos da igreja de Éfesoe na segunda ele os chama ?superintendentes?, que é a tradução literal da palavra traduzidanoutro logar por ?bispos?. Vide Fil. 1:1. O uso alternado de ambos os títulos sob discussão podeser visto também em Tito 1:5,7.O termo ?pastor? é um outro termo usado só uma vez em o Novo Testamento (Efe. 4:11),o qual designou, parecidamente, o mesmo ofício como ancião e bispo.Parece ter sido a regra em o Novo Testamento, nas suas igrejas, ter uma pluralidade deanciãos, como se vê plenamente no caso da igreja de Éfeso (Atos 20:17), e no caso da igreja deFilipos (Fil. 1:1) e como parece estar indicado no caso de outras igrejas em Atos 14:23 e Tito 1:5.A razão principal, talvez, para se ter uma pluralidade de anciãos nas igrejas do NovoTestamento, é que era costume haver só uma igreja em qualquer cidade, tendo esta,presumivelmente, um número de pontos de pregação pela mesma.Um ministério graduado é desconhecido em o Novo Testamento. O bispo era um oficial

de uma igreja particular e não um superintendente das igrejas de um dado distrito, como é o casohoje em algumas denominações.2. DIACONOSVide Atos 6:1-8; Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8-13.Há tanta coisa a dizer-se com referência ao diaconato que reservamos tratamento maisextenso para ulterior capítulo exclusivamente devotado a este assunto.290VI. O GOVERNO DA IGREJAAs igrejas do Novo Testamento eram independentes e democráticas no seu governo. Estefato está visto em:1. A ESCOLHA DE MATIASConquanto o método usado na escolha de Matias não é o costumeiro nas votações de hoje,o relato de Lucas (Atos 1:23-26) implica que a igreja inteira participou de sua escolha.?Indicaram? (v. 23), ?oraram? (v. 24), e ?lançaram sortes?. O grupo inteiro de cento e vinte (v.15) é o antecedente naturalíssimo do pronome ?eles? nestas expressões.2. A ESCOLHA DOS SETE DIACONOSQuando se levantou a necessidade desses sete servos da igreja, os apóstolos nãoassumiram a autoridade de os indicar, mas ?convocando a multidão dos discípulos, disseram:Não é razoável que nós deixemos a Palavra de Deus e sirvamos às mesas; escolheis, pois, irmãosdentre vós sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quaisconstituamos sobre este importante negócio? (Atos 6:2,3). ?E este parecer satisfez a toda amultidão e elegeram? os sete varões cujos nomes são dados. A multidão dos discípulos, isto é, aigreja, fez a escolha.3. A SEPARAÇÃO DE BARNABÉ E SAULONisto vemos a independência das igrejas do Novo Testamento. A igreja de Antioquia,ainda que muito mais jovem que a de Jerusalém, procedeu nesta matéria independente desta esem sequer consultá-la. Vide Atos 13:1-3. Nem a igreja consultou os apóstolos.4. A EXCLUSÃO E RESTAURAÇÃO DO HOMEM INCENTUOSO EM CORINTO.Paulo dirigiu-se à igreja como um todo nesta matéria. Vide 1 Cor. 5. E na recomendaçãoconcernente à restauração deste homem (2 Cor. 2:6) fala de sua punição como tendo o mesmo

sido aplicado por ?muitos?, literalmente, a maior parte ou maioria. Isto implica distintamente que291a igreja era democrática na exclusão do homem. Não foi feito pelos anciãos, nem pelos diáconos,mas pelos muitos ou a maioria.5. A ESCOLHA DE CAMARADAS VIAJANTES PARA PAULOVide 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23. Paulo reconheceu o direito de as igrejas terem seuspróprios representantes acompanhando-o nas suas viagens entre as igrejas para amealhar asofertas para os santos em Jerusalém. Temos, não há duvida, estes mensageiros das igrejas?mencionados em Atos 20:4. Assim Paulo não foi um senhor sobre a herança de Deus, masreconheceu-lhes o direito de autonomia. Paulo fala desses irmãos como tendo sido escolhido dasigrejas. Isto implica que as igrejas procederam como corpos na sua escolha. Não foram indicadospelos anciãos. A única maneira por que uma igreja pode proceder como um corpo é por algummétodo de votar. Qualquer método adequado de votar é uma expressão de democracia.6. O DEVER E A RESPONSABILIDADE DA IGREJA TODA EM:(1). Manter unidade de açãoVide Rom. 12:16; 1 Cor. 1:10; 2 Cor. 13:11; Efe. 4:3; Fil. 1:27; 1 Ped. 3:8. Strong muijustamente observa nesta passagem que elas ?não são meros conselhos de submissão passiva, taiscomo poderiam ser dados uma hierarquia, ou aos membros da Companhia de Jesus: sãoconselhos de cooperação e juízo harmonioso.?(2). Conservar puras a doutrina e a prática1 Tim. 3:15; Judas 3. Vide também as exortações às igrejas no Apocalipse 2 e 3.(3). Guardar a ordenanças1 Cor. 11:2, 23, 24.E podemos concluir por dizer que em nenhum caso em o Novo Testamento vemoscontraditadas a independência e a democracia da igreja.VII. A MISSÃO DA IGREJA292A missão da igreja está claramente esboçada na comissão de despedida de nosso Senhorcomo recorda em Mat. 28:19,20. Há três elementos nesta comissão.1. FAZER DISCÍPULOSA frase ?ensinai todas as nações? pode ser traduzida ?disciplinai todas as nações? que esteé o seu significado. Da versão de Marcos achamos que os discípulos são para ser feitos pela

pregação do Evangelho. À luz de outras passagens não pode ser sustentado que o discipulamentose fez através do ato de batismo, como alguns quereriam que fosse. Achamos que o Mestre, autorda comissão e nosso exemplo perfeito, ?fez e batizou? discípulos (João 4:1), o que implica que osdiscípulos foram feitos e então batizados, não feitos pelo ou através do batismo.Precisamos de notar que esta comissão autoriza a pregação mundial do Evangelho. É parairmos em todo o mundo e pregarmos o Evangelho a toda criatura (Marcos 16:15), fazendodiscípulos em todas as nações. Nem pode ser razoavelmente sustentado que isto coube só a eraapostólica. A promessa da presença de Cristo até ao fim dos séculos (Mat. 28:20) implica umacontinuação da comissão até ao fim dos séculos, pelo que se quer dizer o fim da presentedispensação, que virá na volta de Cristo.2. BATIZANDO-OSAo passo que o batismo nada tem a ver com fazer discípulos e não tem poder salvador,todavia está ordenado por nosso Senhor e é, portanto, importante.A comissão de Cristo proíbe expressamente batizar crianças de peito e outras pessoasinconquistáveis. O antecedente ?os? são os tais que são discípulos. Ninguém se arroga o batismoa menos que possa ser ensinado e então a ele não se arroga até que tenha sido ensinado e tenharecebido esse ensino. Vide Atos 2:41, 8:36,37, 19:1-5.3. ENSINANDO-OSAinda não estamos terminados quando fizemos discípulos e os batizamos: somosintimados a ensiná-los e a ensinar-lhes tudo quanto Cristo mandou.293Já nos referimos à promessa da presença de Cristo que se ajunta a esta comissão. Apromessa não só indica que a comissão tem uma aplicação perpétua até ao fim dos séculos, mastambém indica que Cristo se dirigiu aos apóstolos, não como indivíduos senão como constituindoeles a igreja. Estes apóstolos há muito estão mortos, contudo o fim dos séculos não veio; logo,Cristo deve ter precisado falar-lhes como a um corpo que se perpetuaria até ao fim dos séculos. Acomissão, portanto, foi cometida à igreja. A execução dela, então, é, primariamente, umaresponsabilidade da igreja.VIII. A COMUNIDADE DA IGREJA

De que espécie de pessoas consistiram as igrejas do Novo Testamento? Houve ali umacoisa semelhante à comunidade infantil da igreja? Podemos responder a esta última perguntacom uma negativa enfática. Toda palavra em o Novo Testamento que de qualquer maneira toca amatéria da comunidade da igreja é totalmente contra a idéia infantil da igreja. Não achamosmesmo o mais leve indício de alguma vez ter sido recebida numa igreja do Novo Testamentoqualquer pessoa irresponsável. As igrejas do Novo Testamento foram compostas somente depessoas supostamente regeneradas. Os que saíram disto, saíram da Palavra de Deus e suasinstituições são indignas de se chamar igrejas do Novo Testamento.IX. A DISCIPLINA DA IGREJAPode-se definir a disciplina como tratamento cabível a um aprendiz ou discípulo, ou otreino de alguém proceder de acordo com regras estabelecidas.Da grande comissão vimos que o ensino ou treino dos discípulos de Cristo cometidos àigreja. Este ensino ou treino deve precisar de assentar às necessidades de diferentes classes dediscípulos e deve precisar de consistir de mais que uma simples proclamação da verdade.Achamos ser isto verdade segundo as epístolas pastorais e segundo Cristo mesmo. Notamos,portanto:1. TRÊS ESPÉCIES DE DISCIPLINA(1). Disciplina formativa294Esta é a forma primária e mais simples de disciplina. Consiste em ensinar, instruir e guiaros cordial-decididos nos caminhos da verdade e justiça.As igrejas deveriam engajar-se diligentemente nesta forma de disciplina. É o métodomelhor e mais satisfatório. Se for usada fielmente, outras formas de disciplina menos desejáveisnão serão tão precisadas.(2). Disciplina corretivaA máxima disciplina formativa diligente, porém, não impedirá lapsos da vereda direita eestreita por parte de todos os crentes. Estão seguros alguns de ser assaltados pelo pecado.Desta classe está falado em Gal. 6:1. Esses não são os obstinada e persistentementepecaminosos, mas os que vivem em geral retamente e são tomados de alguma tentação ou habitoe assim caem em pecado. São para serem restaurados pelos espiritualmente intencionados na

igreja. Estes deveriam ir aos que erraram e, com mansidão, procurar recobra-los do seu pecado.Se este plano for seguido, salvar-se-ão muitos de grandemente prejudicarem a si mesmo e àigreja.Um outro caso de disciplina corretiva acha-se em Mat. 18:17. Aqui temos o caso de umirmão ofender a outro. Depois de o ofendido ter dado os dois primeiros passos sem resultado,trará o assunto à ciência da igreja, a qual, então, julgará o caso e buscará reconciliar os doisirmãos apartados. Isto é disciplina corretiva.(3). Disciplina ExcisivaPor disciplina excisiva quer-se dizer cortar ou excluir um membro da igreja por algumaofensa ímpia ou por persistência no pecado. Pouco importa quão bem uma igreja se saia naaplicação da disciplina tanto formativa como corretiva, ela achará ser necessário uma vez ououtra afastar-se de alguma pessoa e retirar-lhe a mão de comunhão fraternal. Notemos:A. Os fins da disciplina excisiva.295(a). O bem do excluído. Sempre que o excluído parece ser pessoa salva, isto deveria ser acoisa predominante. E quando mesmo estiver claro que a pessoa ofensora está perdida,deveríamos esperar que sua exclusão ajudará a produzir sua salvação.Paulo recomendou a exclusão do incestuoso em Corinto, primeiro que tudo, para ?adestruição da carne?, a saber, a natureza carnal. Deveríamos orar pelo excluído para que Deus usea disciplina para seu próprio bem.No caso do homem de Corinto vemos que a disciplina realizou o seu fim desejado. De 2Cor. 2:6-8 vemos que esse homem se arrependeu. Muitos discípulos tem sido despertados etrazidos à razão pela exclusão da igreja.(b). O bem da igreja. Paulo assinalou uma outra razão para a exclusão do homem deCorinto. Paulo diz-lhes que purguem o fermento velho, porque ?um pouco de fermento fermentaa massa toda.? Vide 1 Cor. 5:7,8. A igreja deve excluir o ímpio para que possa proteger o resto desua comunidade. O exemplo do ímpio, se for deixado na igreja, tenderá a corromper a igrejainteira.(c) . A glória de Cristo. Ainda que a igreja não precisou de excluir os ímpios por amor

deles mesmos e como uma proteção do restante da comunidade, ela carecia de faze-lo para aglória de Cristo. A igreja é Seu corpo e O representa no mundo. Desonra a Cristo ser o Seu corpoconspurcado pela impiedade. Paulo argui contra as divisões na igreja com o fundamento queCristo não está dividido (1 Cor. 1:13). Do mesmo modo podemos argüir contra a permissão daimpiedade na igreja sobre o fundamento que em Cristo não há impiedade.B. Ofensas dignas da disciplina excisiva.Estas ofensas podem ser divididas em três espécies; a saber:(a). Ofensas pessoais. Esta classe de ofensas está referida em Mat. 18:15-18 e o métodode tratar com elas está indicado. Uma igreja não deveria permitir a um dos seus membros trazerdiante dela queixa contra outro membro antes que se tenham dado os dois passos precedentesescritos por Jesus.296(b) Ofensas doutrinárias. Vide Rom. 16:17; 1 Tim 6:3-5. De cada uma das passagensprecedentes a disciplina excisiva da igreja é uma inferência razoável no caso de ensinadorespersistentes do erro. Aqueles mencionados em Rom. 16:17 evidentemente não eram membros daigreja, mas suponde que tinham sido; podia a comunidade da igreja evitá-los de tal modo aimpedi-los de causar muito dano sem excluí-los da igreja? Estaria em boa ordem reter na igrejapessoas que a comunidade como um todo precisaria de evitar? E suponde que esses falsosmestres insistissem em falar seus erros nas reuniões da igreja? Respondei a estas perguntascalmamente e vereis a clara inferência de tais caracteres como referidos em Rom. 16:17, se naigreja deve precisar ser excluído da igreja para que as instruções de Paulo sejam cumpridas deuma maneira ordeira e efetiva.E seria direito para Timóteo retirar-se de membros da igreja? Uma solução assim nãoproduziria cisma no corpo, que nunca deveria existir no corpo de Cristo? Assim temos a mesmainferência desta segunda passagem.Mas notai que em ambos os casos os falsos mestres são falados como propagando seuserros e causando divisão na igreja. Tal conduta reclama disciplina. Contudo o caso é diferentecom aqueles que não compreendem a verdade como deviam, mas são suscetíveis de aprender e

não se portam de maneira a causarem divisão na igreja. É desta classe que Paulo fala quando diz:?Ao que é fraco na fé recebei vós.? (Rom. 14:1).(c) Ofensas Morais. Vide 1 Cor. 5:1-7; 2 Tess. 3:6,14.2. OBSERVAÇÕES OUTRAS SOBRE DISCIPLINA(1). Indicação de comissão não obrigatóriaNote-se que nada se diz em quaisquer das passagens referidas, nem qualquer coisa estádito em qualquer das passagens referidas, quanto à necessidade de se mandar uma comissão verum membro ofensor antes que se institua ação disciplinar.Não dizemos que isto nunca devera ser feito, mas desejamos acentuar que a Escritura denenhum modo prende a igreja para assim fazer em qualquer caso. De fato, a Escritura nenhuma297vez menciona a indicação de uma comissão nos casos de disciplina. A igreja é deixada livre sob aliderança do Espírito Santo para decidir quando se precisa de uma comissão.Alguns procuram usar Mat. 18:15-17 para provarem que uma comissão sempre deve serindicada para ver a pessoa ofensora. Mas não há aqui menção de uma comissão indicada pelaigreja. Nesta passagem temos direções para ofensas pessoais. Isto nada tem a ver com outraofensa.(2). Visitação pessoal não obrigatóriaNão está dito na Escritura que alguém deva trabalhar privadamente com a pessoa culpadade ofensa doutrinal ou moral antes de o caso ser trazido perante a igreja para disciplina excisiva.A primeira coisa que deveria prender toda atenção do salvo é a Igreja, bem como toda amatéria concernente à salvação.Outra vez não dizemos que isto não devera ser feito. No caso de ofensas comuns emdoutrina ou moral não estamos obrigados a este procedimento em todos os casos. E em ofensasmais graves e feias não devera ser seguido. Em tais casos, só a exclusão imediata pode conseguiros resultados almejados. Notai que Paulo, no caso do homem de Corinto, recomendou a exclusãoimediata , sem quaisquer passos intermediários. Vide 1 Cor. 5:1-7.(3). Julgamentos da igreja desnecessários e imprudentesNada se diz em nenhum logar da Escritura sobre um julgamento da igreja para umofensor.Na matéria de ofensas pessoais podem vir ocasião em que o acusado devera ser ouvido

em sua própria defesa e, em tais casos, ele devera ser ouvido, a menos que os fatos a respeito desua culpa sejam conhecidos de mais para admitirem qualquer dúvida. Mas em tais casos é melhorque sua defesa seja trazida à igreja por uma comissão antes do que pela própria pessoa acusada.E, noutra ofensa, se a igreja o julgar acertado, pode ser permitido ao acusado defender-se a simesmo; mas então, igualmente, é muito melhor que a sua defesa se faça por uma comissão. De298outra maneira muito mal pode ser causado por palavras amargas e descabidas matériasapresentadas à igreja.Em qualquer caso onde a igreja está segura da culpabilidade do acusado ela não precisa depermitir-lhe qualquer defesa. Uma igreja nunca deveria excluir um membro, contudo, sem estarseguira dos fundamentos Ela devera sempre dar os passos necessários para acertar os fatos. Masela não está obrigada a qualquer forma estereotipada de procedimento. A igreja não é um tribunale não pode ser obrigada a agir sob as regras de um tribunal.Chamamos a atenção para estas matérias porque elas são algumas das coisas que o diabousa para entravar a disciplina e ofender as igrejas de vários modos. Em muitíssimas igrejas umassunto de disciplina chamará sempre algum tradicionalista aos seus pés para insistir que a igrejasiga certos tramites que eram costumeiros nos matagais dantanho quando ele era menino. Se aigreja permitir-se ser trazida sob semelhantes tradições, raro ela cumprirá o seu dever na matériadisciplinar. Comissões para ver partes ofendidas raramente funcionam e continuam de uma paraoutra reunião até que o assunto se gasta e fica esquecido. Se a igreja recusar-se a se fazer escravada tradição dos matagais e seguir a Palavra e o Espírito de Deus, ela achar-se-á muito melhor nofim.X. A PERPETUIDADE DA IGREJAEm Mat. 16:18, ao falar da igreja, disse Jesus: ?As portas do inferno não prevalecerãocontra ela.? Contenção nossa é que, aqui, Cristo prometeu existência continuada da igreja. OHades é o reino invisível de todos os mortos; ele contém tanto os mortos justos como os ímpios.Todavia, uns e outros não estão na mesma localidade ou estado. Os ímpios estão atormentados no

fogo (Luc. 16:23). Os justos estão com o Senhor (2 Cor. 5:8; Fil. 1:23). Mas tanto justos comoímpios estão naquele reino invisível dos mortos, o qual é conhecido como hades.Thayer define ?hades? como se referindo a ?o receptáculo comum dos espíritosdesencarnados?. Justin A. Smith diz que quer dizer? em geral o mundo dos mortos?. SegundoJohn A. Broadus que dizer ?o mundo invisível, a habitação dos mortos?. E Broadus ajunta:?Nem o Hades nem o Sheol alguma vez denota distintamente o lugar de tormento?, mas ele diz299?o logar de tormento está no Hades e assim está a habitação de Abraão, separada por um abismointransponível, mas dentro da vista e do ouvido?.?As portas do Hades? tomamos para significar entrada, antes do que poder ofensivo oudefensivo. Portanto tomamos a passagem para significar que o hades jamais poderá tragar aigreja, que ela nunca morrerá. Assim entendemos Jesus como prometendo que Ele guardará aigreja viva, a despeito do fato que o material humano de que ela se formaria morreria. Como estematerial morre, Ele levanta outros para perpetuarem e igreja.Cremos que Mat. 16:18 nos justifica em crermos que nunca houve um momento desdeque Jesus fundou Sua igreja em que não tenham havido uma igreja verdadeira sobre a terra. Tevesua existência em todo o tempo até ao presente e continuará a existir até que Jesus venha pararecebê-la em Si mesmo ().XI. OS SINAIS INDENTIFICADORES DA IGREJASe, como crentes, a igreja de Cristo perpetuou-se, então ela está no mundo hoje e temestado no mundo desde sua fundação. Porque meios, então, identificamos esta igreja em qualquertempo?Para haver uma igreja, deve ela ser:1. UM CORPO LOCAL INDEPENDENTEA Igreja Católica Romana não pode qualificar-se como igreja de Cristo. Nem o podequalquer ramo da persuasão Metodista Episcopal. Nada disto existiu nos tempos do NovoTestamento. As igrejas do Novo Testamento eram locais, corpos independentes. Nenhumainstituição hierárquica pode qualificar-se como uma igreja .2. SUSTENTANDO A VERDADE COMO A MANEIRA DE FAZER DISCÍPULOS

O fim primário de Jesus, ao por a igreja no mundo, foi que o Seu Evangelho fossepregado. Nenhuma instituição que prega o Evangelho falso é reconhecida dAquele que ameaçou300mesmo a igreja de Éfeso com a remoção do seu castiçal porque simplesmente esfriara no seu zeloe ficará negligente concernente à obra de que Ele cometera às Suas igrejas.Nenhuma instituição que ensina qualquer forma de salvação pelas obras está sustentandoa verdade quanto ao meio de fazer discípulos. Uma igreja deve ensinar a salvação totalmente degraça pela fé.3. SUSTENTANDO A VERDADE QUANTO AO BATISMOO batismo escriturístico é essencial a uma verdadeira igreja porque é porta à igreja. Vide1 Cor. 12:13. Logo, não pode haver igreja sem batismo. Uma organização que pratica qualquercoisa, menos a imersão, ou não sustenta o batismo de crentes, ou que batiza gente para que sesalve, certamente não é reconhecida por Cristo como uma de Suas igrejas.4. RECONHECENDO A CRISTO SÓ COMO SEU CABEÇA E PROCURANDO EXECUTARSUA VONTADE E MANDAMENTOSA igreja é um corpo místico; conseqüentemente, ela pertence ao seu cabeça. Se o seuCabeça é Cristo, ela é Sua igreja. Se o seu cabeça é o Papa , ela é a igreja do Papa. Se o seucabeça é uma conferência, então ela é a igreja de uma conferência. Se o seu cabeça é umpresbitério ou sínodo, então ela pertence ao presbitério ou sínodo em vez de a Cristo.Onde quer que se ache um corpo local possuindo todos esses atributos, aí está uma igreja.Sem eles todos não pode haver igreja.E não hesitamos em dizer, terminando, que, a respeito das denominações regulares, aomenos, só as igrejas batistas podem hoje, pelos testes precedentes, ser identificadas como igrejasdo Novo Testamento.301Em síntese a perpetuidade das igrejas do Novo Testamento pode ser apontada como segue: - Aquebra entre as verdadeiras igrejas e as que se desviaram veio no meio do segundo século. Dessetempo em diante deram-se apelidos as igrejas verdadeiras, senso os principais: - montanistas,

novacionados, donatistas, paulicianos, albingenses e valdenses. Tão cedo como no terceiro séculoaplicou-se o nome de anabatistas a essas verdadeiras igrejas por causa de sua prática de batizar osque a elas vinham das falsas igrejas. A palavra ?anabatistas? quer dizer rebatizador. No curso dotempo o prefixo ?Ana? caiu e as verdadeiras igrejas vieram a ser conhecidas simplesmente comobatistas.302Cap 31 - A Doutrina Do BatismoO batismo é talvez o assunto mais controvertido na Bíblia. Por séculos ele tem sido umcampo de batalha teológico em que muitos nobres soldados da cruz lutaram, sangraram emorreram. Talvez mais sangue de mártires tem sido derramado por causa do batismo que porqualquer outra coisa. A controvérsia tem rugido principalmente em redor de quatro aspectos dobatismo. Nossa discussão , portanto, tratará desses quatro aspectos.I. O ADMINISTRADORFaz alguma diferença quem é administrador do batismo? Dizem alguns que não.Argumentam que o batismo é um ato de obediência por parte do batizando e que o administradornão é importante; mas os que assim pensam imaginam que teria sido a mesma coisa aos olhos deDeus se o povo nos dias de João Batista tivesse recebido o batismo de algum fariseu ou saduceuem vez de receber o de João? Naquele tempo Deus teve um administrador divinamente indicado eNosso Senhor andou em grande distância para receber o batismo de suas mãos. Se Deus, naqueletempo, teve um administrador divinamente indicado, não é crível que ele tenha um hoje? Cremosque tem. Notemos:1. O BATISMO É UMA ORDENANÇA DA IGREJA.Para prova disto oferecemos as seguintes passagens:(1) Mat. 28:18-20.No logar supra, como é bem sabido, temos o relato de Mateus da última comissão deCristo, comumente chamada de grande comissão.A quem estava Cristo falando quando Ele pronunciou Sua última comissão? A promessaque a ela se junta mostra que ele não estava falando aos apóstolos como indivíduos. Ele prometeusua presença até o fim dos séculos. Certamente ele não pensou que os apóstolos viveriam tanto

assim. Então ele deve ter-se-lhes dirigido em alguma capacidade oficial ou corporada. Dirigiu-selhescomo a um corpo discente apostólico que era para se perpetuar? Dificilmente pensamos303assim, desde que nada se diz sobre a perpetuação do oficio apostólico. Para ser membro dos dozeoriginais foi necessário que alguém tivesse acompanhado os demais desde o batismo de João etivesse sido testemunha da ressurreição (Atos 1:21-22). Paulo foi um apostolo num sentidolevemente mais amplo: em que ele teve uma comissão pessoal de Cristo, que lhe apareceu e lhecomissionou na estrada de Damasco. Num sentido ainda mais amplo outros se chamamapóstolos. Mas não se dá um indicio da perpetuidade do ofício até o fim dos tempos, nem há umindicio que o ofício pudesse ser transmitido de um para outro.Cremos que Cristo falou aos apóstolos como constituindo a igreja. Isto cremos porque:A. A Igreja é o Corpo de CristoAssim é representada muitíssimas vezes para que se precise de mencionar referênciasescrituristicas. Desde que a cabeça executa as obras através do corpo, cremos que Cristo cometeusua obra ao seu corpo.B. A Igreja é o Templo do Espírito Santo.Vide 1 Cor. 3:116. nesta passagem, Paulo não estava falando do corpo humano do crente,o qual noutro logar se chama o templo do Espírito Santo (1 Cor 6:19); mas falando plenamenteda igreja. Este capítulo trata do edifício da igreja.Desde que a Igreja é o templo do Espírito Santo e o Espírito está aqui para dirigir a obrade Cristo, parece que é por meio de Igreja que ele fará sua obra; logo, que foi à Igreja que Cristodeu a grande comissão.C. A Igreja é coluna e fundamento da verdade.Vide 1 Tim. 3:15. A verdade toda está contida na grande comissão. Desde que a Igreja écoluna e fundamento da verdade, a comissão deve ter sido confiada a ela.(2) 1 Cor. 12:13.304Reza a escritura: ?Num Espírito fomos todos batizados num corpo?. Sustentam alguns queesta passagem se refere ao batismo no Espírito Santo. Não há fundamento escrituristico para talnoção. Não há na escritura indicio algum que cada crente receba o batismo do Espírito na ou

depois da regeneração. Isto é uma presunção pura e simples.Esta passagem dignifica que estar no ou sob o poder do Espírito Santo fomos todostrazidos pelo Senhor ao batismo e assim fomos feitos membros de seu corpo, a igreja local.Assim o batismo é a porta cerimonial para a Igreja.Sendo isto verdade e sendo também verdade que a Igreja é um corpo democrático, segueseque ela tem o cargo de sua própria porta; ou, em outras palavras, a igreja tem autoridade dereceber membros. Está isto implicado na exclusão dos pecaminosos e na sua recepção outra vezsê se arrependem e quando se arrependem (1 Cor. 5:1-7; 2 Cor. 2:6-8). Em também estáimplicado na injunção de Paulo à Igreja de Roma: ?ao que está fraco na fé recebei-o vós? (Rom.14:1). Assim o batismo é uma ordenança da igreja.2. O BATISMO, ENTÃO PODE SER ADMINISTRADO SOMENTE POR AQUELES AQUEM A IGREJA AUTORIZA.Sem dúvidas que a Igreja como um todo, não pode batizar; ela deve realizar a ordenançapor meio daqueles a quem ela autoriza, tanto como Jesus batizou por meio dos apóstolos (João 4:1,2).Isto levanta duas questões, que consideremos agora; a saber:(1) Pode a Igreja autorizar qualquer um de seus membros a realizar a ordenança do batismo?Para fazer o alcance desta pergunta mais claro, podemos apresentá-la como segue: arealização do batismo esta limitada ao ministério, ou pode um leigo oficiar?O Novo testamento não é tão claro neste ponto como noutros, mas o peso da evidência éem favor da administração do batismo como uma função peculiar do ministério. Filipe foiprimeiro um diácono e então um pregador. A tradição tem que Ananias, que batizou Paulo, foi305mais tarde Biso de Damasco. A verisimilitude é que ele já era um ancião quando batizou Paulo.Em todos os outros casos de batismo está evidente que foi administrado por um ancião.(2) Deveria ser considerada a ordenação como conferindo ao ministério autoridade para batizarsem outra ação por parte da Igreja?Os apóstolos que tiveram de Cristo sua comissão, e outros, tais como Felipe e Ananias,que estiveram intimamente associados aos apóstolos em alguns casos, pelo menos, autorizados

diretamente pelo Espírito Santo, batizaram crentes sem terem o juízo da Igreja sobre o assunto.Tal foi necessário no tempo quando as Igrejas foram poucas e vagarosas e difíceis às viagens. Foiparte do regime indicador do cristianismo. Mas a regra permanente é que o batismo põe alguémno corpo de Cristo, a Igreja; e, desde que a Igreja é uma democracia e está responsável a Deuspela fiel execução da grande comissão, ela, devêra, quando possível e de todo praticável, opinarsobre cada candidato ao batismo.(3) Devêra um pregador, indo a um campo abandonado, ser autorizado a batizar crentes semoutra ação por parte de qualquer Igreja?Respondemos que isto deveria ser feito só quando absolutamente necessário, comoquando um missionário vai para um campo estrangeiro onde não há verdadeira igreja acessível.Onde tudo é praticável, os candidatos ao batismo deveriam ser levados a uma igreja visinha emque possam pedir o batismo. Nalguns casos pode ser achado conveniente à igreja enviar um gruode membros seus ao logar onde os candidatos estão, para recebê-los. Onde nenhum desses planosé fatível, os candidatos podem ser movidos a fazerem pedido de batismo por escrito às mãos dealguma Igreja. Em todo caso as igrejas deveriam seguir o curso que estiver no máximo deharmonia com a democracia da Igreja e o que for mais seguro em principio.II. O CANDIDATOQuais são as qualificações, se alguma, devem ser possuídas pelo candidato antes de obatismo ser devidamente administrado? A posição de alguns é que a única qualificação requeridade adultos é ?um desejo de fugir da ira vindoura e salvar-se de seus pecados? (Wesley) (*).Outros ensinam que uma simples fé intelectual na deidade de Jesus Cristo qualifica alguém para o306batismo, sustentando também que o batismo tem eficácia salvadora. Para uma discussão daspassagens em que se baseiam para ensinar que a fé evangélica é uma simples crença intelectualque Jesus Cristo é o filho de Deus, vide o capítulo sobre arrependimento e fé. É tambémsustentado por alguns que as criancinhas dos crentes podem adequadamente receber o batismo.Mas, que dizem as escrituras? As escrituras são claras e iniludíveis no seu ensino que:

1. A FÉ SALVADORA PESSOAL É UM PRÉ-REQUISITO DO BATISMO.A fé salvadora é confiança e firmeza em Jesus Cristo como salvador pessoal todosuficientede alguém. Para mais discussão vide o capítulo supra referido.(1) Não há nas escrituras indicação alguma de qualquer pessoa que alguma vez foi batizado semfé.A. Onde se dão as minúcias, aí está claramente indicada à fé dos batizandos.Para casos destes, vide Atos 2:41; 8:12-37; 18:8; 19:4. Duas destas passagens (Atos 8:37e 19:4) bastam para mostrar que a conexão de fé com batismo nestas mesmas não é incidentalnem acidental. Em Atos 8:37 temos a declaração virtual de Filipe que o Eunuco não podia serbatizado, salvo se cresse. Em Atos 19:4 está claro que Paulo batizou os doze homens porque nãotinham compreendido corretamente a pregação de João Batista, de fé no Messias vindouro(pregação imperfeitamente transmitida por Apolos a eles, quiçá), logo, não tinham crido, a assimtornaram inválidos o seu primeiro batismo.B. Noutras passagens onde os pormenores não estão feitos explícitos, está subentendida afé dos batizandos.Vide Mat. 3:1,2,6; Mat. 28:19; Marcos 16:16; João 4:1; Atos 9:17-18; 10:47; 16:30-33.João pregou o arrependimento e exigiu frutos dignos do arrependimento daqueles que ele batizou.E o arrependimento e a fé são graças sincrônicas, inseparáveis. Na grande comissão Jesusengatou fé com batismo (Marcos 16:16) e colocou discipular antes de os batizar (Mat. 28:19). Aversão Revista Inglesa retamente traduz esta passagem para que se leia: ?Fazei discípulos dedotas as nações?, em vez de ?ensinai todas as nações?; porque a palavra traduzida ?ensinando? no307verso seguinte é diferente da palavra no verso 19, que esta traduzida por ?ensinai? na versãocomum. Que os discípulos não se fazem por batismo está evidente em João 4:1, que indica quetanto João como Jesus ?fizeram e batizaram discípulos?. Em o Novo Testamento os discípulosforam primeiro feitos e então batizados e a versão da grande comissão por Marcos mostra que osdiscípulos foram feitos por meio da pregação do evangelho e fé nele. O alegado batismo decriancinhas irresponsáveis no caso do batismo de família será tratado quando viermos a falar do

batismo infantil.(2) O Simbolismo da Ordenança Exige fé por parte do batizando.O simbolismo do batismo está claramente estabelecido em Rom. 6:2-5 e Col 2:12. elesignifica nossa morte para o pecado e ressurreição para andarmos em novidade de vida.Semelhante experiência só pode vir por intermédio da fé. A passagem de Colossenses nosinforma que ela vem ?pela fé no poder de Deus? (*) .2. LOGO SOMOS PARA BATIZAR SOMENTE OS SALVOS, PRESUMIDADMENTESe a fé exigida como um pré-requisito do batismo é a fé salvadora, então só o povo salvoé balizável. Que esta fé é fé salvadora está feito evidente pelo fato que a salvação estácondicionada sobre a fé e diz-se que o crente possuía vida eterna. Vide Atos 16:31; Efes. 2:8-10;João 5:24. Não somos para batizarmos gente para podermos salvá-la, nem porque quer salvar-se,mas só porque já está salva. O simbolismo da ordenança prova isto ainda mais. Quando alguémestá batizado sem ter morrido por meio do poder regenerador do Espírito Santo para o pecado,que é o único modo porque alguém pode morrer para o pecado, professa uma falsidade perante omundo.3. BATISMO INFANTIL, PORTANTO, É PROIBIDOO batismo infantil está deixado sem qualquer autoridade ou fundamento na Escritura. Féé um pré-requisito do batismo e como tal está indicado, implicado ou exigido por qualquerpassagem da Escritura no tocante à questão. Barrando o alegando batismo de criancinhas nobatismo de famílias, o qual disporemos já, não há na Escritura a mínima parecença de um indícioque criancinhas foram algures batizadas. Foi incisivamente dito que as passagens usadas pelos308advogados do batismo infantil caem em três classes: uma menciona batismo, mas não mencionacriancinhas. Outra classe menciona criancinhas, mas não mencionam batismo e uma terceiraclasse não menciona nem criancinhas nem batismo.Alguns pedobatistas, sob o peso da evidência contra eles, tem gravitado à posição deconsiderarem o batismo de criancinhas como pouco mais que uma dedicação delas ao Senhortanto como dedicamos edifícios. W. A. Swift, numa série de artigos em The Methodist Herald

(ora extinto), de Jackson, Tenessee, sobre ?Porque os Methodistas Batizam por Derramamento eBatizam Criancinhas, assim argúi: Diz ele: ?Porque dedicam uma igreja a Deus? Porque dedicamum navio, um monumento granítico ou qualquer outra coisa? Não são as crianças de mais valordo que as pedras e edifício?? E Swift conta de um culto numa igreja batista em Chicago na qualduas mães dedicaram suas crianças a Deus como Ana e Samuel, mas sem o emprego de água. Eele acrescenta: ?porque prejudica usar água?? Um argumento assim submete a idéia que obatismo é ?um sinal de regeneração, ou de novo nascimento?. Contudo, os metodistas aindaassim declaram ().E à luz dos fatos escrituristico pré-citados muitos eruditos pedobatistas não tentarãomanter que o batismo infantil foi uma instituição apostólica. Isso veremos em notar:(1). O testemunho de pedobatistas eruditos sobre o batismo infantil.LUTÉRO ? ?Não pode ser provado pelas sagradas Escrituras que o batismo infantil foiinstituído por Cristo ou começado pelos cristãos prístinos depois dos apóstolos.?ERASMO ? ?Em nenhum logar dos escritores apostólicos está expresso que batizaramcriancinhas.?OLSHAUSEN ? ?Há totalmente em falta qualquer passagem prova conclusiva para obatismo infantil no tempo dos apóstolos, nem pode para o mesmo haver qualquer necessidade ededuzir-se da natureza do batismo.?GEORDE EDUARD STEITZ ? SCHAFF ? HERZOG ENCY. ? Art Bapt. ? ?Não hánenhum traço de infantil em o Novo Testamento.?309A. T. BLEDSOE, LL. D. ? ?É artigo de nossa fé (Metodista Episcopal), que o batismo decriancinhas é para de nenhuma maneira ser retido na igreja, como agradabilidade à instituição deCristo. Ainda assim, com toda a nossa pesquisa, não temos podido achar em o Novo Testamentouma só declaração expressa ou palavra a favor do batismo infantil.? (Southern Review, Vol. 14).E esse mesmo escritor diz: ?Centenas de cultos pedobatistas tem chegado à mesma conclusão,especialmente desde que o Novo Testamento esteve sujeito a uma exegese mais íntima, maisconscienciosa e mais cândida do que foi anteriormente praticada pelos controversistas.?

H. A. W. MEYER, TH. D. (chamado ?o príncipe dos exegetas?) ? ?O batismo dascrianças, do qual não se acha traço em o Novo Testamento, é para não ser sustentado comoordenança apostólica...?NEANDER ? ?O batismo, no princípio, foi administrado só a adultos, pois os homensestavam acostumados a conceber batismo e fé como estritamente ligados. Não aparece qualquerrazão para derivar-se o batismo infantil de uma instituição apostólica e o reconhecimento dele,que se seguiu um tanto mais tarde, como de tradição apostólica, serve para confirmar estahipótese.? (Church History).GEORGE HODGE ? ?Os recipientes do batismo parecem ter sido originalmente pessoasde vida madura. O mandamento. ?Ide ensinai todas as nações e batizai-as?, e as duas condições,?Arrependei-vos e sede batizados?, e ?O que crer e for batizado? indica adultos? (The EpiscopalChurch, Its Faith and Order, pág. 51).A. B. MCGIFFERT ? ?Se as criancinhas foram batizadas na era apostólica, não temosmeios de o determinar? (History os Chistianity im the Apostolic Age, pág. 543).ROBERT RAINY, ao tratar do período A. D. 98-180 ? ?O batismo pressupunha algumainstrução cristã e precedida de jejum. Significava perdão dos pecados passados e era um ponto departida visível da nova vida sob as influências cristãs e com a inspiração dos fins e alvos cristãos?(Ancient Catholic Church, pág. 75).HARNACK, ao tratar do período pos apostólico ? ?Não há traço seguro de batismoinfantil na época; a fé pessoal é uma condição necessária.? (History of Dogma, Vol. I, pag. 20).310H. M. GWATKIN ? ?Temos boa evidencia que o batismo infantil não é instituição diretaquer do Senhor mesmo, quer dos Seus apóstolos. Não há traço dele em o Novo Testamento?(Early Church History to 313, Vol. I, pág. 250).O espaço veda-nos continuar. Estas citações mostram a posição da maioria dos eruditospedobatistas.Mas, não obstante, à face de tudo quanto foi dito, alguns há que fazem determinadoesforço para provarem que os apóstolos praticaram o batismo infantil. Daí, notamos:(2). Argumentos a favor do batismo infantil respondidos.

A. A tentativa mais atrevida que se tem feito para justificar o batismo infantil está embuscar provar que a criança está salva. ?O bebe e a pessoa convertida estão ambas num estadocorrespondendo à regeneração. Se uma se intitula ao batismo, assim a outra. Se é necessáriobatizar um adulto convertido, pela mesma razão é necessário batizar uma criancinha... Nuncapodemos estar seguros de que um adulto está salvo quando o batizamos, mas, concernentes àscrianças, não há possibilidade de engano (). E a cerimônia usada pela Igreja Metodista Episcopaldo Sul, quando administra o ?batismo? às criancinhas, reza em parte com segue: ?Caros amados,porquanto todos os homens, ainda que caídos em Adão, são nascidos nesse mundo em Cristo oRedentor, herdeiros da vida eterna e sujeitos a graça salvadora do Espírito Santo,? etc?. §Quer isso aí dizer que as criancinhas são tão verdadeiramente salvas quanto às pessoascrentes adultas em idade. Contra isso observamos:(a) Ou nega a depravação hereditária natural ou nega a verdadeira natureza daregeneração. Se os advogados do sentimento supra querem dizer que a criancinha está semmácula do pecado, então negam a depravação. Se negam que isto se envolve ao sentimento delas,então negam a verdadeira natureza da regeneração, porque dizem que as criancinhas estão em um?estado de responderem à regeneração? e estão ?nascidas neste mundo em Cristo o Redentor,herdeiros da vida eterna?.311No capítulo sobre o novo nascimento mostramos que a regeneração purifica todo pecadoda alma ou da natureza imaterial do homem, como evidenciada pelo fato que a alma regeneradavai imediatamente à presença de Cristo ao morrer e que nenhum pecado entra lá. Não há qualquerindicação de algo na morte ou depois da morte que prepare ulteriormente a alma para chegar aCristo, exceto a simples separação do corpo. E esta é a única ocasião de sua entrada e não aquelaque moralmente ajusta a alma para a entrada, como provado pelo fato que a alma irregenerada vaiao tormento imediatamente depois da morte. Se a morte ajustasse moralmente a alma para aentrada a Cristo, então a alma de todo homem estaria qualificada para entrar ao morrer.

A depravação hereditária natural das criancinhas está patente no Sal. 51:5, 58:3; Jó14:4. Esta última passagem é muito conclusiva: ela declara uma lei irrevogável que opera emtodo o universo. Uma coisa impura não pode jamais vir de uma impura. Tal pai, tal filho. Mesmoque o pai seja regenerado, ele não pode comunicar regeneração ao filho. A regeneração não é um?fator genético?. É uma mudança induzida, da qual nenhuma quantidade, diz a lei de Mendel,?pode conseguir por si mesma registrar-se no organismo de modo a vir a este círculo encantadode caracteres ancestrais que ele só parece estar passado à posteridade? (Price, Q. E. D., pág. 91).A Palavra de Deus nega que a nova natureza seja hereditária quando ela declara que os filhos deDeus são nascidos ?não do sangue?. (João 1:13).Há duas passagens que se usam para provarem que as criancinhas estão salvas. Uma delasse menciona na disciplina metodista citada acima logo em seguida às palavras citadas. Estapassagem se acha em Mat. 19:14; Marcos 10:14 e Lucas 18:16. Nela, ao falar de criancinhas,Jesus disse: ?Das tais é o reino de Deus? ou ?aos tais pertence o reino de Deus?. As citaçõesseguintes mostram a verdade desta passagem:?Tais quer dizer, certamente, pessoas de simplicidade infantil e aparentemente nãosignifica criancinhas de modo algum. Assim o memfítico, ?para pessoas desta espécie, delas é oreino do céu?. E a peshito incomoda-se, ?para os que são iguais a elas, deles é o reino do céu?.Todos os comentaristas gregos a explicam como significando puerilidade, nenhum delesmencionando criancinhas como incluídas e diversos representando expressamente o contrário.Nem nenhum comentarista grego menciona tanto quanto podemos achar, o batismo infantil emconexão com esta passagem, ainda que todos eles praticaram o rito? (Broadus, sobre Mateus).312?Não criancinhas, mas homens de disposição infantil? (Meyer).?Dessa referência ao batismo infantil que é tão comum buscar nesta narrativa, claramentenão há o mais leve traço a achar-se. O Salvador assentou as crianças perante os apóstolos comosímbolos de regeneração espiritual e do simples sentimento juvenil nelas instilado? (Olshausen).Mas, a despeito do sentido desta passagem, ela não autoriza o batismo infantil. O fim de

Lhe trazer as criancinhas está apresentado explicitamente e a objeção dos discípulos mostraclaramente que isto mesmo era desacostumado. De maneira que a passagem é morta contra obatismo infantil, pouco importando que interpretação se ponha sabre as palavras ?dos tais é oreino de Deus.?Pode bem ser notado, como nosso estimado contemporâneo, David Burris, Th. D., disse:?Jesus disse ?pequeninos? (não criancinhas), deixando-os vir (não sendo elas escouceadas echorando) a mim? (Infant Baptism A Sin).A outra passagem usada para provar que as criancinhas estão salvas está em 1 Cor. 7:14 ??Porque o marido descrente é santificado na esposa e a esposa descrente é santificada no irmão;doutro modo vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.?Mas primeiro que tudo, precisa notar-se que esta passagem prova demais para ospedobatistas, segundo o seu uso dela. Se ela prova que os filhos da união entre um crente e umadescrente tem direito ao batismo em virtude de sua ligação com o cônjuge crente, então o cônjugedescrente também tem direito ao batismo, sem mais qualificações, porque a mesma santidade queé comunicada aos filhos de uma semelhante união também se comunica ao membro descrente.A santidade mencionada nesta passagem não é, claramente, santidade moral, mas somenteuma santidade exterior fazendo lícita no lar a associação do membro salvo. ?A justeza doargumento de Paulo pode ser mais obvia se tiver em mente que a influência judaica era aindapoderosamente operante na igreja; portanto, é provável que os cristãos que tinham caído debaixodessa influência, que tinham maridos ou esposas descrentes, temiam contaminação ritual porrelação conjugal com descrentes. Isto, contudo, Paulo declara ser infundado temor; porque, comotoda a espécie de alimento é santificado pela oração (1 Tim. 4:5), de modo que um cristão possa313recebê-lo sem contaminação ritual, todo associado legal ou companheiro na vida é santificado aocristão.? (Alvah Hovey).E esta passagem realmente prova a falsidade da contenção que todas as criancinhas estãosalvas. Se todas as criancinhas estão salvas, então todas são santas e o argumento de Paulo seriainadequado.

(b). Mais ainda, esta idéia de salvação infantil nega a necessidade da regeneração. Quandocorretamente trazidas, as palavras de Jesus a Nicodemos sobre o novo nascimento não são?Exceto um homem, etc.,? como se aplicassem a adultos somente, mas são ?Exceto alguém, etc.?.Os Católicos Romanos usam justamente esta passagem para provarem que as criancinhas devemser nascidas de novo para serem salvas e, assim porque erradamente crêem que o batismo énecessário à regeneração, acham fundamento para o batismo infantil. Se eles estivessem direitosna sua idéia de batismo, então totalmente direitos estariam na sua noção desta passagem. Estapassagem ensina que todos , não excetuando as criancinhas, devem de nascer outra vez paraserem salvas. Quando as criancinhas que morrem recebem a regeneração, não está revelado naBíblia; mas está claro que elas não nascem salvas e que elas devem de ser regeneradas para seremsalvas. Nossa opinião é que a regeneração nas criancinhas tem lugar no momento da separaçãoentre alma e corpo. Temos tratado por exemplo da salvação dos que morrem na infância nocapítulo sobre Responsabilidade Humana.B. Outra tentativa de justificar o batismo infantil pela Escritura quer basear-se no concertode Deus com Abraão. Este concerto, segundo os pedobatistas, foi um ?concerto da igreja?. E aigreja que se fundou sobre ele é a mesma como a igreja do Novo Testamento. Cristo nuncafundou igreja, dizem eles. Neste ?concerto da igreja? instituiu-se a circuncisão como um sinal eum selo. Nos tempos do Novo Testamento instituiu-se o batismo e substituiu a circuncisão. Edesde que Deus incluiu criancinhas neste concerto e ordenou a circuncisão delas, elas estão aindaincluídas neste concerto e tem direito ao batismo. Este concerto com Abraão, no qual seus filhosforam incluídos, foi o concerto eterno. É por semelhante arrazoamento viciado que ospedobatistas salvariam suas faces. O argumento supra, argumento pudesse ser chamado, tem umafalsa proposição em cada sentença, como notaremos agora.314(a). A referência ao concerto de Deus com Abraão como um ?concerto da igreja? estátotalmente sem garantia escrituristica. A palavra ?ekklesia? aparece na Septuaginta somente no

seu sentido amplo de uma assembléia. É aplicada aos judeus somente quando reunidos emassembléia, nunca é usada no sentido de uma instituição ou corpo permanente. Seguramente queos eruditos entre os pedobatistas devem saber isto. Quando Cristo disse: ?Minha igreja?, Eleevidentemente distinguiu a igreja do Novo Testamento de tudo o mais. A igreja é, puramente,uma instituição do Novo Testamento e toda a prosa sobre ela voltar ao Velho Testamento comouma instituição é uma evidência de crassa e indesculpável ignorância.(b). Da mesma maneira não há garantia escrituristica alguma para a asserção que obatismo veio em lugar da circuncisão. Nem um indício de semelhante coisa aparece em qualquerlugar do Novo Testamento, nem mesmo na discussão da coerência sobre a circuncisão emJerusalém. De fato, esta conferência provou que a circuncisão não cedeu lugar ao batismo; docontrário a questão em foco podia ser resolvida prontamente por dizer simplesmente que osgentios não estavam obrigados a serem circuncidados porque o batismo tomára o lugar dacircuncisão; mas, pelo, contrário, resolvendo e proibindo as contaminações da idolatria, aimpureza, as carnes sufocadas e o sangue, pareceu bem a conferência e ao Espírito Santo não lhesimpor mais encargo algum além dos já sancionados (Atos 15:28,29), mau grado os perturbadoresterem tocado na circuncisão (v. 24) também. Estivera um pedobatista na conferência deJerusalém, seguro estivera de propor a solução... E isso, a propósito, é prova de que lá não houvepedobatistas. Os crentes judeus continuaram a praticar tanto a circuncisão como o batismo semum indício dos apóstolos em contrário.(c) À parte do concerto abraamico a que a circuncisão pertencera foi totalmente natural.Os gentios nada absolutamente tem a fazer com ela. A fase natural do concerto abraamico teveque ver com a formação de uma grande nação oriunda da semente de Abraão e a herança da terrade Canaã por essa semente. A fase espiritual do concerto abraamico teve de ver com a benção detodas as nações por meio da semente de Abraão. Estes três elementos do concerto de Abraão comDeus ? um natural e outro espiritual ? podem ser vistos pela consulta de Gên. 12:2,3, 17:7-14,

22:17,18. Agora, quando se deu a circuncisão, não se fez menção da fase espiritual do concerto;ela teve que ver somente com a fase natural do concerto.315Esta divisão do concerto abraamico numa fase natural e numa espiritual está confirmadapor Paulo na sua afirmação que a semente de Abraão, à qual pertenciam as promessas, era Cristo.Vide Gal. 3:6. Sabemos que a promessa de Deus, que a semente de Abraão se tornaria umagrande nação (Gen. 12:2), e mesmo uma multidão de nações (Gen. 17:4-6), e que essa sementepossuiria a terra de Canaã (Gen. 17:18), foram os descendentes naturais de Abraão. Daí Paulopodia ter-se referido somente à promessa que todas as nações seriam abençoadas através deAbraão, no que Paulo assim se faz nossa autoridade para uma divisão do concerto abraamico. Apromessa de que fala Paulo realizou-se através de Cristo e nem a circuncisão, nem qualquer outrorito é condição de se participar dessas bênçãos, que somente em fé estão condicionadas.As duas fases deste concerto com Abraão estão ilustradas em Ismael e Isaque (Gal. 4:21-30). Ismael nasceu segundo a carne assim representou a semente natural. Isaque nasceu segundoo Espírito (Gal. 4:29), e assim representou a semente espiritual. A circuncisão teve de versomente com semente natural. Todavia, Isaque, porque foi num sentido um descendente natural eera para participar das bênçãos naturais, foi circuncidado; mas a semente espiritual, que nada tema ver diretamente com as bênçãos do concerto abraamico, também nada tem a ver com acircuncisão, exceto aquela circuncisão espiritual que é do coração e não é feita com mãos (Gal.5:6; Fil. 3:3). E Paulo diz expressamente que qualquer homem que tentar obter um quinhão nafase espiritual do concerto abraamico por meio da circuncisão, não o poderá ter (Gal. 5:2).Agora a fase nacional ou natural do concerto abraamico foi um concerto eterno (Gen.17:7). Não foi revogado. Foi nulificado, temporariamente, pela cegueira de Israel, mas Deus nãolançou fora a Israel e ele ainda está para ser ajuntado e tratado sob ambas as fases do concertoabraamico.(d) Mas esta fase natural do concerto não é o ?novo concerto? de Heb. 8:8-12. Este é o

concerto do tempo da igreja,o concerto da igreja e também um novo concerto para Israel comouma nação; porque, se fosse o concerto natural com Abraão, ou se fosse qualquer parte doconcerto abraamico que tivesse a ver com a circuncisão, e o batismo veio em logar dela, comopretendem os pedobatistas, então batismo seria uma condição de se participar deste concerto. Istoa maioria dos pedobatistas protestantes não concederia. Por exemplo, um certo pedobatistadeclarou: ?O ?novo concerto? de Heb. 8:8 é este concerto abraamico?, (isto é, o concerto ou316parte do concerto a que pertenceu a circuncisão), e então declarou também: ?Objetamos a fazer aágua assencial à salvação?. O novo concerto é o concerto é o concerto a que pertenceu acircuncisão e esta deu caminho ao batismo; mas o batismo não é essencial à salvação! Marque oslógicos para que eles possam inspecionar esta nova peça de lógica! Assim se conquista a simesmos os pedobatistas no campo de batalha.Nada pode ser enxertado na igreja do Senhor Jesus Cristo sob alegação que ela veio emlogar da circuncisão. A igreja do Senhor Jesus Cristo é para a semente espiritual de Abraão nasua herança das bênçãos espirituais do concerto; não é para a semente como tal.C. Contende-se que ?Cristo foi batizado quando um bebe aos oito dias de idade ededicado ao ofício sacerdotal quando aos trinta anos... O Seu batismo real da igreja ? o ritoiniciatório na igreja judaica ? ocorreu quando Ele tinha oito dias de idade?. E afirma-se que?nenhum erudito da Bíblia pode exibir uma só passagem tranchante para provar que João oBatista, qualquer dos doze apóstolos, ou qualquer do oito escritores do Novo Testamento, salvoPaulo, foram de qualquer modo batizados em idade madura. Onde foram batizados Mateus,Marcos, Lucas, Pedro, etc., se não na infância??(a). Estranho, na verdade, que, enquanto João administrava o batismo comum, Jesus veioa ele para a unção sacerdotal. E também estranho é que semelhante fato raro não recebeunenhuma atenção de qualquer dos evangelistas. E por que devera Cristo ter ido a João no Jordãopara unção sacerdotal em vez de ir ao sacerdote no templo. João era da linhagem sacerdotal, mas

não era um levita. Que direito teve Jesus ao sacerdócio legal, desde que Ele procedeu ?de Judá,de cuja tribo Moisés nada falou no tocante ao sacerdócio? (Heb. 7:14)? O contraste ente o modoporque os sacerdotes foram feitos segundo a Lei e o modo por que Jesus foi feito um sumosacerdote está exposto em Heb. 7:28.(b). Quanto a João o Batista, estamos prontos a admitir que ele nunca teve o batismocristão. Ninguém houve para lho administrar no princípio e não lhe cabia recebê-lo de um dosseus discípulos em fidelidade à sua missão. E João o Batista não estava mesmo no reino, nosentido estrito do Novo Testamento. (Mat. 11:11).317(c). Mas aceitamos o desfio de achar uma passagem trachante que mostre que os apóstolosforam batizados em idade madura. Essa passagem está em Atos 1:21,22, a qual mostra que todosos apóstolos tiveram de ser discípulos de João a todos por ele foram batizados. Foi o batismo deJoão que de homens constitui seus discípulos. Desafiamos a qualquer pedobatista para provar ocontrário, antes que João foi enviado a preparar um povo para Cristo, o que ele fez trazendo-os àfé e então batizando-os.(d). E podemos perguntar por que a exceção admitir no caso de Paulo? Asseverou-se quePaulo foi considerado prosélito e, portanto, o seu batismo judaico, assim chamado, não foi aceito;mas, isso não oferecer razão, porque, por que foram batizados as multidões que prontamentereceberam a pregação de João o Batista (Mat. 3:5,6)? Foram todas elas consideradas prosélitas?Se foram, por que deveria qualquer judeu ter sido considerado mais que um prosélito?(e). Se o batismo judaico, assim chamado, foi suficiente, como deve ter sido na ?igrejajudaica?, se ela e a do Novo Testamento são as mesmas, então por que os fariseus e os legalistasforam censurados por não receberem batismo das mãos de João o Batista? Vide Lucas 7:30. Umpedobatistas podia ter fornecido esses hipócritas com uma defesa contra a acusação do espíritoSanto contra eles mesmos. E o fato que os fariseus e legistas não pensaram nesta defesa mostraque, conquanto fossem hipócritas, não foram pedobatistas.Desde que o pré-citado mostra que a teocracia judaica e a igreja do Novo Testamento não

foram as mesmas, anula-se o valor argumentativo, nesta conexão, de todo outro caso suposto debatismo infantil no Velho Testamento; porque, pouco importando quantas criancinhas podem tersido respingadas sob a teocracia judaica, igreja, em o Novo Testamento, é uma instituiçãodiferente, então nenhum argumento se fornece para o batismo infantil na igreja.D. O próximo argumento para o batismo infantil que tomaremos em conta está baseadosupostamente em Atos 2:39. Tem sido apresentado assim: ?Pedro, dirigindo-se a uma multidãode judeus no dia de Pentecostes, disse (Atos 2:39): ?Porque a promessa é para vós e para vossosfilhos?. Podeis compreender esta afirmação? Estes judeus tinham sido ensinados a recebercriancinhas e a dar-lhes o sinal do concerto abraamico. Não há duvidas para nós sobre ascriancinhas serem batizadas no dia de Pentecostes.?318Mas esta firmação mui geitosamente omite a última parte da passagem só no princípiodela citada, segundo a tática costumeira dos pedobatistas. A última parte explica a passagem e, sedevidamente considerada, mostrará que qualquer criancinha batizada no Pentecostes, ou emqualquer outro tempo na época novotestementina, foram só aquelas que foram chamadas doSenhor. Isto necessita serem bastante de idade para receberem o Evangelho e conduzirem-se porele. À parte da passagem que lemos, reza: ?Mesmo tantos quantos o Senhor nosso Deuschamar?. Felizes seremos em batizar todos os filhos que o Senhor nosso Deus chama, mas nãomais; porque não temos fundamento para batizar aqueles a quem o Senhor não autorizou.E. O próximo e último argumento do batismo infantil que notaremos está baseado nosbatismos de famílias mencionadas em pó Novo Testamento.(a). Semelhante argumento assume duas coisas para as quais não há provas: (1) Que haviacriancinhas nessas famílias; (2) Que essas criancinhas foram batizadas e isso em oposição direta atudo revelado na Bíblia sobre e sentido de batismo e as qualificações dos recipientes do Batismo.Da Teologia de Knapp (Knapp era pedobatista) lemos: ?Pode objetar-se contra essaspassagens em que está mencionado o batismo de famílias inteiras, a saber, Atos 10:42-48; 16:15-

33; 1 Cor. 1:16, que é duvidoso se havia criancinhas nessas famílias e, se houve, se forambatizados então.?(b). Uma inspeção dos batismos de cinco famílias arquivados em o Novo Testamento nãodeixa prova que seja de batismo infantil, mas antes, em muitos casos, fornece prova conclusivado contrário.De Cornélio se diz ter sido ?homem devoto, que temia a Deus com toda a sua casa? (Atos10:2). E lemos que ?o Espírito Santo caiu sobre eles que ouviram a Palavra? (Atos 10:44), coisaque se evidenciou por eles falarem línguas (v. 46). Se houve quaisquer criancinhas na família deCornélio, elas não foram incluídas quando a sua casa foi mencionada na sua relação com Deus,daí não seria batizada. E, outra vez, se quaisquer crianças foram batizadas nesta ocasião, entãotambém elas receberam o Espírito Santo e falaram em línguas.319A probabilidade forte é que Lídia não era mulher casada: uma comerciante e ao tempo desua conversão tão longe de sua casa em Tiatira. Mesmo se tivesse sido casada, o fato de ela estarem negócio fá-lo-ia inverossímil que ela tivesse filhos. Sua família, não resta dúvida, consistia deservos e empregados, como na ?casa de César? (Fil. 4:22). Esta expressão não pode referir-se ouincluir qualquer dos filhos de Nero, pois certamente nenhum deles era membro da igreja emRoma.Quando Paulo disse ao carcereiro de Filipos: ?Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tue tua casa?, suas palavras significam que os demais membros da família do carcereiro eram paraser salvos pela sua fé pessoal e não, certamente, pela fé do carcereiro; porque, se assim fosse,então os adultos na família eram para salvar-se sem fé pessoal. E está dito que o carcereiro?regosijou-se grandemente, com toda a sua casa, tendo crido em Deus.? Tudo isto mostra que, ounão havia criancinhas na família do carcereiro ou então não foram tomadas em consideração nascoisas que se desenrolaram naquela noite.Nada se dá dos pormenores da conversão da família de Estefanas. Diz-nos Paulo que ele esua família estavam entre os poucos que ele batizará em Corinto (1 Cor. 1:16). Mas três ou quatroanos mais tarde Paulo escreveu à igreja de Corinto e falou da família de Estefanas como ?se

tendo dedicado ao ministério dos santos? (1 Cor. 6:15). É incrível que se dissesse isto de umafamília batizada há poucos anos prévios e que no seu batismo incluíra criancinhas.No caso de Crispo, regente da sinagoga em Corinto, diz-se distintamente que ?ele creu emDeus com toda a sua casa?. Aqui não há criancinhas.De modo que este caso dos batismos de família é o em que se arrimam tanto ospedobatistas. Nem um vislumbre da evidência de haver criancinhas em quaisquer dessas famíliase muito menos que elas teriam recebido o batismo se lá estivessem estado.Não desperdiçaremos tempo respondendo às tentativas dos pedobatistas para justificaremo batismo infantil com argumentos outros que não os tirados da Escritura. Estes estudos estãopreparados para os que crêem em seguir a Cristo e os apóstolos e nenhum argumento podeinduzir os tais a favorecer aquilo que é subversivo às suas práticas e isto é certamente verdadeirodo batismo infantil.320III. O DESIGNIOQual é o fim ou designo do batismo? É o para a salvação, como alguns mantêm? Ou é,como outros contendem, para o fim de manifestar salvação, exibindo a morte do crente para opecado e a ressurreição para a justiça ? Tomamos posição que a última é verdadeira. Emconsideração desta posição assumimos:1. AS PASSAGENS QUE MOSTRAM QUE O BATISMO NÃO TEM EFICÁCIASALVADORA.Todas as passagens que nos contam que a salvação não é de obras, tais como Rom. 4:1-6,11:6; Efe. 2:8-10; Tito 3:5, mostram que o batismo não tem eficácia salvadora. O batismo é umaobra, um ato físico. Jesus implicou, distintamente, que é uma satisfação da justiça (Mat. 3:15).Está assim estabelecido como uma obra de justiça.Todas as passagens que condicionam a salvação sobre o arrependimento e a fé sómostram que o batismo não tem eficácia salvadora. Vide João 3:16,18; 5:24; Lucas 13:3; Atos16:31; Rom. 4:5; Efe. 2:8. Se o batismo é essencial à salvação, porque foram elas deixadas destaspassagens que se propõem apontar o caminho da vida aos perdidos? Verdade é que todas elas nãomencionam tanto o arrependimento como a fé, mas a razão disto é que tanto o arrependimento

como a fé estão entrosadas uma noutra. Mas isto não é verdadeiro quanto ao batismo.Em 1 João 1:7 e todas as passagens iguais, por mostrar que o sangue de Jesus purifica dopecado, proíbe a crença que o batismo tem poder purificador. E sabemos que nada há no batismoque lhe dê poder de atualmente purificar a alma. Ele pode salvar a imundícia corporal, masnunca a corrupção ou culpa morais.Então Pedro diz distintamente que o batismo ?não é o despojo da sujeira da carne, mas aresposta de uma boa consciência para com Deus.? (1 Ped. 3:21).Para outra consideração da relação do batismo com a salvação, vide o capítulo sobre oNovo Testamento.3212. AS PASSAGENS QUE ALGUNS TOMAM COMO DANDO AO BATISMO EFICÁCIASALVADORA.Outras passagens há que alguns tomam como ensinando que o batismo tem eficáciasalvadora. Já vimos que semelhante sentido é estranho à Escritura como um todo, masexaminaremos estas passagens, de modo que vejamos inteiramente que elas não estão fora deharmonia com outra Escritura.(1). Marcos 16:16 ? ?O que crer e for batizado será salvo.?Se esta passagem fosse tomada isoladamente, pareceria ensinar que a salvação estácondicionada tanto sobre a fé como sobre o batismo. Mais isto não pode ser verdadeiro à luz deoutras passagens plenas. À luz da Escritura como um todo, e isto é o único método são deinterpretar qualquer passagem, esta passagem aqui não pode significar mais que o que crê e provaa genuidade de sua fé por ser batizado será salvo. Precisamos de nos lembrar que alguém podecrer em vão (1 Cor. 15:2). Alguém pode ter só uma fé intelectual, que é uma fé morta (Tia. 2:20).Isto é a espécie de fé a que se alude em Mat. 13:20. Notai também a força da última parte destapassagem. Não diz: ?O que não for batizado será condenado? mas ?o que não crer?, etc. Assimvemos que é a fé que salva. O batismo e outros atos de obediência só provam a genuidade denossa fé.(2). João 3:5 ? ?Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.?Para muitos ?nascer da água? refere-se ao batismo, e tomam esta passagem como

ensinando que o novo nascimento se cumpre no batismo; mas à luz da Escritura como um todonão podemos entender esta passagem como ensinando a regeneração batismal. Outros têmentendido ?nascer da água? como se referindo ao nascimento natural. Pensam que Jesus disse:?Se um homem nascer da carne e do Espírito, ele não pode entrar no reino de Deus.? Mas a Jesusfoi desnecessário dizer que um homem não podia entrar no reino de Deus sem ser nascido dacarne. Ninguém suporia diferente. E parece manifesto que a passagem se refere só a umnascimento; ela não diz: ?Se um homem for nascido da água e também do Espírito?, etc. Aquientendemos água ser símbolo da Palavra. A favor desta interpretação urgimos as seguintesconsiderações:322A. A regeneração é uma lavagem. Tito 3:5.B. A regeneração é por meio da Palavra. Tia. 1:18; 1 Ped. 1:23.C. A palavra é comparada com a água no seu poder purificador. Efe. 5:25,26.Agora, quando todos estes fatos se ajuntam, pensamos que não há nada mais simplessenão que ?nascer de água? quer dizer ?nascer da Palavra?. Assim temos em João 3:5 umaalusão tanto ao agente (O Espírito) como ao instrumento (a Palavra) em o novo nascimento.(3). Atos 2:38 ? ?Arrependei-vos e sede cada um de vós batizados em o nome de Jesus Cristopara remissão dos pecados e recebereis e Espírito Santo.?Ao considerarmos esta passagem, notemos:A. A pergunta feita no verso precedente não é a restrita: ?Que devo fazer para me salvar??de Atos 16:30, mas a ampla: ?Que faremos?? Logo não é estranho que tenhamos uma respostamais ampla do que Atos 16:31.B. O arrependimento está colocado antes do batismo e quando alguém se arrependeu, jáestá salvo e portanto não pode ser batizado para poder salvar-se. O arrependimento é umamudança completa de mente baseada numa nova disposição que foi implantada pelo EspíritoSanto. O arrependimento e a fé são inseparáveis e simultâneas, como se mostra no fato quealgumas vezes se menciona um e algumas vezes outra isolados como o meio de salvação. Equando alguém creu, já um filho de Deus. Vide 1 João 5:1.C. A passagem não diz: ?Sede batizados para ou na recepção da remissão de pecados? e o

que afirma que este é o sentido deve arcar com o ônus da prova.D. O sentido da passagem, como interpretada à luz do teor geral da Bíblia e seu ensino é:?Sede batizados para ou no reconhecimento, simbolizando ou mostrando a remissão dospecados.?323Não faz diferença quer sigamos a versão comum e lemos ?para? ou a revisão e lemos?na?; o sentido é o mesmo e o Novo Testamento proporciona incisivas ilustrações do sentido.Se ?para? for tomado como a tradução correta inglesa da preposição grega ?eis?, entãovamos a Lucas 15:12-14 para uma ilustração: aqui, um homem já purificado de lepra é mandado:?Mostra-te ao sacerdote e oferece PELA tua purificação como Moisés ordenou para que lhessirva de testemunho.? Foi para o homem oferecer sacrifício POR uma purificação que ele járecebera. Da mesma maneira somos batizados PARA a remissão dos pecados já recebidos. Oantecedente entendido de ?lhes? é o povo em geral. Assim o batismo é um testemunho de nossaparte a todos que a observem que estamos salvos.Se ?para? for considerado como a tradução adequada, então temos duas excelentesilustrações do significado. A primeira acha-se em Mat. 3:11, onde João fala do seu batismo como?para arrependimento.? Isto não pode significar que João batizava o povo para que ele searrependesse, que o batismo nada tem em si que possa produzir arrependimento. Por outro ladoJoão representava o arrependimento como uma condição prévia de batismo e com ele muitíssimagente concorda. O sentido é que João batizava para o reconhecimento do arrependimento.Uma outra passagem oportuna aqui é 1 Cor. 10:2. Neste lugar se diz que os israelitas?foram todos batizados EM Moisés na nuvem e no mar.? O sentido é que como o povoatravessou o Mar Vermelho, escondido dos egípcios pela nuvem e pelo mar, lhes foi mostradoestarem cometidos a Moisés como seu líder. Não o arranjaram como seu líder pela passagem.E. Um tratamento mais além por Pedro das relações de batismo para salvação, achado em1 Pedro 3:20, corrobora a interpretação que temos dado.Nesta última passagem Pedro diz que o batismo salva somente no sentido em que a água

do dilúvio salvou os ocupantes da arca. Notai que a água não botou Noé e os outros na arca.Estavam na arca, trancados por Deus mesmo, sete dias antes da água vir, vide Gen. 7:16,7-10.Durante esses sete dias estiveram tão seguros como estiveram em qualquer outro tempo maistarde. A vinda da água não fez qualquer contribuição para sua atual salvação, mas conduziu aarca no seu seio e assim exibiu sua salvação.324Para mais comentos sobre esta passagem, vide o capítulo sobre o Novo Nascimento.Ao estudar Atos 2:38 é bom também conservar em mente que Pedro falou estas palavras ajudeus, que estavam cortidos na linguagem do simbolismo.(4). Atos 22:16 ? ?E agora, porque demoras? Levanta-te, seja batizado, lava os teus pecados,invocando o Seu nome.?A lavagem de que se fala nesta passagem é figurada. É o sangue que atualmente purifica(1 João 1:7). A água não pode lavar pecados. E, como notamos, Pedro diz que isto não é o fim dobatismo.(5). Rom. 6:3 ? ?Ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados naSua morte??O grego para ?na? (eis) é a mesma palavra que está traduzida por ?na? em 1 Cor. 10:2. Obatismo nos põe no mesmo parentesco com Jesus que a travessia do Mar Vermelho pôs osisraelitas em referência a Moisés. Por este meio os israelitas foram manifestados ser osseguidores de Moisés. Batismo nos revela sermos seguidores de Jesus.(6). Gal. 3:27 ? ?Quantos de vós fostes batizados em Cristo vestistes-vos de Cristo.?Esta passagem explica a precedente. O batismo é um vestir-se de Cristo. É umadeclaração pública de nosso discipulado. É assumir perante o mundo a obrigação de viver paraCristo. O batismo subentende prévia investidura.(7). Tito 3:5 ? ?Não pelas obras feitas em justiça, que nós mesmos fizemos, mas segundo Suamisericórdia Ele nos salvou por meio da lavagem da regeneração e renovação do Espírito Santo.?A ?lavagem da regeneração? é a purificação moral da alma pela Palavra de Deus naregeneração (Ef. 5:26; Tia. 1:18; 1 Ped. 1:23).(8). 1 Pedro 3:20-21 ? ?... a arca... em que poucos, isto é, oito almas, salvaram-se pela água; a

qual também segundo uma verdadeira figura agora vos salva, pelo batismo.?325O batismo nos salva no mesmo sentido em que a água salvou oito almas na arca. Mas nãofoi a água que atualmente salvou essas almas. A arca foi o meio atual de salvação; mas a água,que trouxe a morte a todos os outros , levantou a arca e assim manifestou a salvação dos queestavam dentro. O batismo manifesta a nossa salvação e isto é o único sentido em que ele salva, oúnico sentido em que as obras justificam. Vide o capítulo sobre a justificação para uma discussãodo ensino de Tiago sobre a justificação.IV. O MODOAqui está o nosso fim para inquirirmos se o batismo pode ser escrituristicamenteadministrado por outro modo qualquer que a imersão. Mantemos que não pode e oferecemos asseguintes provas:1. O SENTIDO DE ?BATIZO?O autor tem lido extensivamente no campo da controvérsia sobre o significado destapalavra grega em o Novo Testamento. Mas aqui só é possível dar um resumo da evidencia emsustento da posição tomada em vista do tempo e do espaço.(1). O testemunho dos LéxicosNão podemos aqui principiar alistar o testemunho de todos os léxicos, mas daremos o detrês em evidência. Estes três são: Liddel and Scott no grego clássico; Sófocles para os períodosromano e bisantino; Thayer, para o grego do Novo Testamento.A. Liddel and Scott: ?Mergulhar em ou debaixo d?água; No latim: immergere?.B. Sófocles: ?Mergulhar, imergir, afundar... Não há evidência de Lucas, Paulo e os outrosescritores do Novo Testamento darem a este verbo significados não reconhecidos pelos gregos.?C. Thayer: ?Em o Novo Testamento ele (o verbo) é usado particularmente do rito dasagrada ablução, primeiro instituída por João o Batista; depois recebida pelos cristãos pormandamento de Cristo e ajustada a conteúdos e natureza de sua religião... a saber uma imersão e326água, realizada como um sinal da remoção do pecado e administrada aqueles que, impelidos porum desejo de salvação, procuravam admissão aos benefícios do reino do Messias.?(2). A prática atual dos gregos.

Os cristãos batizam batizando, isto é, imergindo, e De Stourdza, o maior teólogo gregomoderno, escreveu que ?baptizo? significa literalmente e sempre ?MERGULHAR?. Ele tambémajuntou: ?O batismo é a imersão, portanto, são idênticos e dizer ?batismo por aspersão? ouqualquer outra besteira da mesma natureza. A igreja grega mantém que a igreja latina, em vez de?baptismos? , pratica um mero ?rantismos? (aspersão, - em vez de ?baptismo?, um meroderramamento?.(3). Os testemunhos das EnciclopédiasNão temos espaço para citarmos as enciclopédias, mas mencionaremos simplesmente onome daquelas que tanto falam do sentido da palavra grega como da natureza da ordenança, oude ambos, e as quais dão o significado da palavra como ?imersão? ou falam do modo original daordenança como tal , ou ambos.Elas são: Encyclopedia Americana, Idem Metropolitana, Penny Cyclopedia, Chamber?sEncyclopédia, National Cyclopedia, Ree?s Cyclopedia, Brand´s Cyclopedia, EncyclopediaEclesisastica ().(4). O testemunho de eruditos e líderes pedobatistas.A. Lutero: ?Batismo é uma palavra grega e pode ser traduzida por imersão, comoquando imergidos alguma coisa na água para que ela fique totalmente coberta; e, conquantoesteja sempre inteiramente abolida (porque não mergulham as crianças inteiramente, masapenas lhes derramam um pouco d?água), deviam, não obstante, ser totalmente imergidos eentão imediatamente retirados, que isto parece exigir a etimologia da palavra.?B. Calvino: ?A própria palavra batizar, todavia, significa imergir e é certo que a imersãofoi a prática da igreja antiga.? ? do comentário sobre Atos 8:38.327C. Zwinglio: ?Na Sua morte. Quando fostes imergidos (intingeremini) na água dobatismo, fostes enxertados na morte de Cristo.? ? Anno. sobre Rom. 6:3.D. Meyer: ?Imersão, cuja palavra no grego clássico, em o Novo Testamento e em toda aparte significa? (Comentários de Marcos 7:4).E. Lightfoot: ?Que o batismo de João foi por imersão do corpo (segundo a mesmamaneira da lavagem de pessoas imundas e o batismo de prosélitos foi) parece resultar daquelas

coisas que dele se relatam; nomeadamente, que ele batizou no Jordão, que ele batizou em Enon,porque ali havia muita água?, etc.F. James Macknight, notável autor escocês e presbiteriano e líder: ?Jesus submeteu-se aser batizado ? isto é, sepultado debaixo d?água e a ser levantado dela outra vez como umemblema de Sua futura morte e ressurreição.? ? Apost. Epist., Note em Rom. 6:4,5.G. Whitfield: ?É certo é que nas palavras de nosso texto (Rom. 6:4) há uma alusão àmaneira de batismo por imersão.?H. Augusti: ?A palavra ?batismo? segundo a etimologia e uso, significa imergir,submergir?, etc.I. Lange: ?E foram batizados, imergidos, no Jordão, confessando os seus pecados. Aimersão era o símbolo de arrependimento? (Comentário de Mat. 3:6).J. Geo. Campbell: ?A palavra batismo, tanto nos autores sacros como nos clássicos,significa mergulhar, afundar, imergir.?K. Chalmers: ?O sentido original da palavra batismo é imersão.?L. Schaff: ?Imersão, não aspersão, foi inquestionavelmente à forma normal original (debatismo). Está isto patente pelo próprio sentido da palavra grega baptizo, baptisma e a analogiado batismo de João que se realizou no Jordão...? (Hist. Of the Apost. Ch., pag. 568).As citações podiam ser multiplicadas.328(5). O peso da erudição batistaSó temos referido supra autoridade pedobatistas padrões, mas está em ordem observar quea denominação batista, na sua aderência à imersão, está amparada por uma chusma de eruditosdentro do seu próprio redil que não podem ser igualados por qualquer das denominações quepraticam o derramamento. De fato, as denominações que o praticam tem a vasta maioria dos seuseruditos contra si mesmos quanto ao sentido de ?baptizo? e à maneira apostólica de administrar aordenança.Mas se os batistas tem um só dos seus eruditos contra eles mesmos, disso não estamoscônscios. Temos Gale, Fuller, Conant, Carson, Ingham, Pendleton, Kendrick, Harvey, Hovey,Bliss, Ford, Graves, Boyce, Broadus, Strong, Carroll, Christian, Mullins e Robertson, eruditos daprimeira grandeza, para não mencionar outros; e todos eles sustentam-nos inteiramente na prática

da imersão como a forma apostólica de batismo. Desafiamos todas as denominações que praticamo derramamento a apresentar tantos eruditos da mesma magnitude tirados de todos os seusarraiais combinados que os sustentem na aspersão ou derramamento como a forma primitiva debatismo.2. O SIMBOLISMO DA ORDENANÇA REQUER IMERSÃOA escritura alude ao batismo como um enterro (Rom. 5:4; Col. 2:12). Um enterro exigeimersão. A objeção que estas passagens não aludem ao batismo de água, mas ao batismo sóespírito ou à conversão num sentido figurado, é infundada e da evidência clara de ter nascidoantes do prejuízo do que de uma consideração razoável e imparcial das passagens. Tanto quantoos pedobatistas se referem ao batismo como um ?sinal de regeneração?, como temos observado,não podem, se em harmonia consigo mesmos, eliminar dessas passagens uma alusão aosignificado simbólico do batismo. Nem jamais acharão este sentido no derramamento ou naaspersão. O único meio perceptível de interpretar a linguagem está em tomá-la como tendo o seusentido usual, a menos que outro sentido se indique ou requeira. Esta regra requer que o batismosignifique batismo na água, exceto onde alguma outra espécie de batismo esteja especificada oude modo exigida. No caso das passagens sob consideração nada é verdadeiro. A réplica que, seessas passagens referem ao batismo na água, elas ensinam a regeneração batismal sem329fundamento perante a luz do fato que elas falam manifestadamente do batismo quanto ao que elesimboliza e não quanto ao que ele atualmente executa.3. AS CIRCUNSTÂNCIAS QUE ACOMPANHAM A ADMINISTRAÇÃO DO BATISMO EMO NOVO TESTAMENTO INDICAM A IMERSÃO(1). João batizou no Rio JordãoMarcos 1:5. O sentido naturalisssimo disto e o que devemos tomar, a menos que boasrazões possam ser aduzidas em contrário, é que o rito foi administrado EM o rio, segundocompreendemos semelhante expressão e não meramente nas imediações do rio. O v. 8 o confirmaquando, segundo a melhor tradução, diz: ?Eu vos batizo EM água.?Isto não é contrariado pelo uso do dativo de instrumento, como em Lucas 3:16; Atos 1:5;

11:16. W. N. Clark diz bem: ?A idéia grega podia bem por igual contemplar o elementoenvolvente, localmente, como aquele em que,ou, instrumentalmente, como aquele com que, foiafetado o mergulho. E enquanto é abstruso nós falarmos de imergir uma coisa com água, ésimplesmente uma questão de familiaridade, ou de idioma; e apenas precisamos tomar umsinônimo verbal, ?abater? e é perfeitamente natural falarmos de ?abater com água? (Comentárioem Lucas 3:16). Conant, mais ainda, assinala que o emprego do dativo instrumental é para o fimde distinguir-se ?o elementos usado para imersão num caso só empregado em outro? e ajunta: ?Osimples dativo ocorre em o Novo Testamento só onde o material ou elemento usado para imergiré para ser distinguido assim. Em todos estes casos a distinção é entre o elemento de água e oEspírito Santo...; e como o último podia ser menos propriamente concebido como o meroinstrumento de um ato, ele está em todo o caso semelhante construído com a preposição em...Esta é a única explicação do uso de ambos: o simples dativo e o dativo com a preposição namesma conexão e relação? (The Meaning and use of Baptizein, pág. 100).E o argumento que o Jordão, no logar em que se supões ter João batizado, é razo demais erápido demais para permitir a imersão nele, tem-se provado falso repetidamente pelos que o têemvisitado.(2). Noutra ocasião João batizou em Enon, ?porque ali havia muita água.?330João 3:23. Aspersionistas e derramadores tentam explicar que a água era precisada paraoutros fins que não o batismo, como num encontro metodista campesino. Mas Hovey habilmenteresponde: ?Esta passagem afirma virtualmente que o batismo não podia ser convenientementeadministrado sem uma porção de água considerável. A defesa que a água era necessária paraoutros fins que não o batismo está posta de lado pela linguagem do escritor sagrado. Porque arazão de João estar batizando lá (Não porque estava pregando lá) foi porque havia muita água nologar.? (Comentário em João 3:23).?Muita água?, literalmente, e, no grego, ?muitas águas?; mas é sustentado por muitos

eminentes eruditos da Bíblia que quer dizer ?muita água?, sendo assim vertido pelos revisores,dos quais os mais foram pedobatistas. A razão da expressão que literalmente significa ?muitaságuas? e a razão por que esta expressão aqui é sustentada como valendo realmente ?muita água?está suprida por C. R. Condor (Tent Work in Palestine, I., Pág. 91 e seg.). Diz ele que no quasecerto sítio de Enon ?acham-se nascentes num vale aberto, cercadas de colinas desoladas edisformes. A água jorra sobre um leito pétreo e desliza rapidamente numa bela caudal cercada dearbustos de oleandro. O suprimento é perene e uma sucessão contínua de pequenas fontes ocorrepelo leito do vale, de modo que a corrente vem a ser o principal afluente ocidental do Jordão, aosul do Vale de Jezrel. O vale está devassado na maior parte do seu curso e achamos os doisrequisitos para a cena do batismo de uma densa multidão, - espaço aberto e abundância de água.Enon quer dizer ?fontes? e três milhas ao sul do vale acima descrito há uma vila chamada Salem.As ?muitas águas? são as nascentes e a ?sucessão contínua de pequenas fontes?. E essas ?muitaságuas? unem-se numa caudal regular, fazendo assim ?muita água?.3. Filipe levou o eunuco ?na água? para batizá-loAtos 8:38,39. A preposição grega para ?dentro? é eis. Pode significar ?para?; mas, comoHackett assinala, aqui não pode significar ?para a água?, como se só tivessem ido á beira dela;mas deve significar ?na água?, porque está usada em contraste com ?fora da água?- ek touhudatos, no verso seguinte. E Plumtre observa: ?A preposição grega (a saber, eis) podia significarsimplesmente ?para a água?, mas a universalidade da imersão na prática da igreja prístinasustenta a versão inglesa?. (Ellicott?s New Test. Commentary).331É escassamente necessário observar que seria desnatural para o candidato ser levado àágua para poder ser aspergido ou respingado.* ) ? O que o aplicante adulto à comunidade de Igreja deveria saber? (Tratc), publicado pela juntade diretores da Literatura Evangelista e Tratados, Igreja Metodista Episcopal do Sul.Estas passagens manifestamente se referem ao batismo na água e uma tal compreensão dela nãopode ser coerentemente contrariada por aqueles, como os metodistas, que dizem que o batismo é

?um sinal de regeneração, ou o novo nascimento?. Vide ?As Doutrinas e Disciplina da IgrejaMetodista Episcopal do Sul, 1930?, pg. 24.) ? The Doctirnes and Discipline of the Methodist Church South? (130) pag. 24.() Methodism, by Ethalmorre V. Cox, published by the Board of Managers of ChristianLiterature, Methodist Episcopal Church, South .§ The Doctrines and Discipline of the Methodist Episcopal Church South, 1930.) Citações sobre batismo desses todos podem ser achadas em ?Before the Footlights? (Iams),começando na pág. 112332Cap 32 - A Ceia Do SenhorA Ceia do Senhor é a segunda ordenança da igreja. Foi instituída por Cristo na véspera deSua traição e crucificação. E Cristo indicou que ela era para ser observada até Sua volta.I. A NATUREZA DESTA ORDENANÇA1. ELA NÃO É UM SACRAMENTOOs católicos romanos fazem da Ceia do Senhor, que eles chamam a Eucaristia , um dosseus sete sacramentos. E no seu compêndio de teologia conhecida por Catecismo, define-se umsacramento como segue: ?Um sacramento é um sinal visível ou ação instituído por Cristo paradar graça.? Mas não há fundamento na Escritura para uma tal idéia da Ceia do Senhor. Se a graçaé recebida por meio de um ato externo de obediência, não é totalmente sem mérito. Isto contradizo ensino que a vida eterna é um dom (Rom. 6:23) e que somos justificados livremente, o que querdizer gratuitamente, por nada (Rom. 3:24). Também contradiz o ensino da Escritura que nãosomos salvos por meio das obras (Ef. 2:8; Tito 3:5).2. ELA É UMA ORDENANÇA SIMBÓLICAIsso nega as duas coisas seguintes:(1). Que o corpo e o sangue de Cristo estão atualmente presentes no pão e no vinho.?A Igreja Católica ensinou sempre a seus filhos que, no momento em que o sacerdote, naMissa, pronuncia as palavras de consagração do pão e do vinho, estes mudam no sagrado corpo esangue de Cristo.? (The Seven Sacraments, Vincent Hornoyold, S. J.).Num esforço para substanciar este ensino quanto a real presença de Cristo no pão e novinho, apelam os católicos para as palavras de Jesus em João 6:48-58 e fazem duas suposições

sem fundamento. Primeiro, eles supõem, em antagonismo direto com as próprias palavras deCristo, que Ele falou literalmente quando Ele disse: ?A menos que comais a carne do Filho dohomem e bebais o Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos.? (João 6:53). No verso 63 Ele333plenamente indicou que Ele falara figurativamente nos versos precedentes. Ele disse: ?É oespírito que dá vida; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos falei são espírito e vida.?Segundo, eles supõem, contrario ao texto, que Jesus aludia à nossa participação dEle naEucaristia assim chamada. O verso quarenta e sete mostra que participamos dEle pela fé. Patenteestá a qualquer um não cegado por prejuízo que os versos quarenta e sete e cinqüenta e três sãoparalelos em sentido.Os católicos então levam sua interpretação literal sem base de qualquer outra passagemque fala do corpo e do sangue de Cristo em conexão com a Ceia do Senhor. Este literalismo brotado misticismo paganistico embebido pelo catolicismo romano. O princípio fundamental desalvação pelas obras também da sua contribuição a esta perversão da simplicidade escrituristica.(2). Que a celebração da ceia constitui uma repetição do sacrifício de Cristo.À celebração da Eucaristia os católicos aplicam o nome de ?Missa?. E lemos: ?Agora, naMissa oferece-se a Deus um sacrifício real, porque a humanidade de nosso bendito Senhor, por secolocar sob as formas do pão e do vinho, reduz-se equivalentemente ao estado inanimado de umavitima, oferecida ao Pai Eterno pelo sacerdote?. (The Seven Sacraments, Hornyold, pág. 10).Em resposta a isto diz Strong: ?Envolve isto a negação da inteireza do sacrifício passadode Cristo e a suposição que um sacerdote humano pode repetir ou acrescentar à expiação feita porCristo uma vez por todas (Heb. 9:28 ? apax prosenekueis). A Ceia do Senhor nunca é chamadasacrifício, nem de altares, sacerdotes ou consagrações se fala jamais em o Novo Testamento. Ossacerdotes da velha dispensação são expressamente contrastado com os ministros da nova.Ministraram os primeiros sobre coisas sagradas, a saber, celebraram ritos sagrados e serviram noaltar; mas os últimos ? pregam o Evangelho? (1 Cor. 9:13, 14).?II. O SIGNIFICADO SIMBÓLICO DA CEIA DO SENHOR

1. É UMA COMEMORAÇÃO DA MORTE DO SENHORJesus disse: ?Fazei isto em memória de mim.? (1Cor. 11:24). A Ceia do Senhor, então,tende a refrescar nossas mentes quanto à morte vicária de Cristo.3342. É UMA PROCLAMAÇÃO DE SUA MORTEJesus também disse: ?Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálix,anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.? (1 Cor. 11:26). De modo que a Ceia é umaordenança prédicante tanto como comemorativa. Este fato favorece observar-se a ordenança napresença de toda a congregação em vez de despedir-se à congregação e fazer a igreja observa-laprivadamente. Desde que é uma ordenança prédicante, testemunhe-a quem quiser.3. É UM LEMBRETE DA SEGUNDA VINDA DE CRISTONotamos na passagem há pouco citada as palavras: ?Proclamais a morte do Senhor atéque Ele venha.? Assim, todas as vezes que se observa a ordenança somos lembrados que aestamos observando por causa da ausência da presença corporal de Cristo e que algum dia osimbólico dará logar ao literal.4. SIMBOLIZA O FATO QUE SOMOS SALVOS POR NOS ALIMENTARMOS DE CRISTOJá frizamos que a nossa alimentação de Cristo não é literal. Participamos dEle pela fé eassim somos salvos, o eu está simbolizado na Ceia do Senhor.5. FIGURA NOSSA NECESSIDADE DE PARTICIPARMOS CONSTANTEMENTE DECRISTO PARA SUSTENTO ESPIRITUALA repetição desta ordenança manifesta que a fé, pela qual participamos de Cristo, não émeramente uma coisa momentânea mas contínua, pela qual a alma é sustentada constantemente.6. ASSINALA A UNIDADE DA IGREJAEm 1 Cor. 10:16-17 lemos: ?O cálix de benção que abençoamos, não é uma comunhãode (ou participação em) o sangue de Cristo? O pão (ou fatia) que partimos não é uma comunhãode (ou participação em) o corpo de Cristo? Vendo que nós, que somos muitos, somos um pão (oufatia), um corpo: porque todos participamos de um pão (ou fatia).?335Estes versos aventam o fato que a unidade da igreja se manifesta pelos membrosparticipantes de uma fatia. Por essa razão o pão deverá ser trazido à mesa em uma fatia oupedaço, doutra maneira o tipo não é tão impressivo.

III. OS ELEMENTOS DA CEIA DO SENHORHá dois e só dois elementos escrituristico, que são:1. O PÃO ASMODiz Strong: ?Ainda que o pão que Jesus partiu na instituição da ordenança foiindubitavelmente o pão asmo da Páscoa, não há nada no simbolismo da Ceia do Senhor quenecessite o uso romanista da hóstia.? (Systematic Theology, pág. 539). Quanto às palavras exatasdesta afirmação, concordamos com Strong e vamos ainda mais longe e dizemos que o usoromanista da hóstia (um disco chato e pequeno de farinha tostada) tende a obscurecer uma partedo simbolismo da Ceia; mas entendemos que a afirmação de Strong implica que o simbolismo daCeia não carece do uso do pão asmo. Carece e por três razões, a saber:(1). Somente o pão asmo pode representar adequadamente o corpo sem pecado de CristoO fermento é, caracteristicamente, tipo do pecado e está assim representado em 1 Cor. 5,em conexão com a Ceia do Senhor.(2). O pão asmo também responde a sinceridade de coração com que devemos participar da Ceia?Guardemos a festa, não... com o fermento da malícia e da maldade, mas com o pão asmoda sinceridade e da verdade.? (1 Cor. 5:8).(3). O pão asmo, ainda mais, acentua a necessidade de purificar a igrejaPurificai, pois, o fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como sois semfermento; porque a nossa páscoa foi sacrificada por nós, a saber Cristo: pelo que, façamos afesta, não com o fermento velho, etc.? (1 Cor. 5:7,8). Esta passagem, seguindo a injunção dePaulo para excluir o incestuoso, mostra que ele ligou o pão asmo com a pureza da igreja.336Pelas razões supra, bolachas e pão fresco nunca devem ser usados na celebração da Ceiado Senhor. Melhor é não celebra-la do que celebra-la impropriamente.2. O VINHO FERMENTADODamos três razões porque o vinho fermentado deverá ser usado:(1). Cristo usou vinho na instituição da Ceia.Sobre este ponto damos as seguintes citações:?Todo judeu em a noite da Páscoa deve ter quatro copos de vinho vermelho? (A PáscoaJudaica e a Ceia do Senhor, por Harry Singer, noutro tempo superintendente da Missão Hebreu ?

Cristã de Detroit, Mich.). Referência a Prov. 23:31 mostrará que qualidade de vinho é o vinho?vermelho?.Todo judeu sabe que a Ceia Pascoal deve ser celebrada bebendo-se vinho genuíno e nãosuco de uva sem fermento... Achareis tudo isto completamente corroborado se consultardes aEncyclopedia Judaica, que é a mais fidedigna e autorizada em todos os assuntos judaicos? (Deuma carta pessoal ao autor deste por J. Hoffman Cohn, Secretário Geral da Junta Americana deMissões aos Judeus, de Broklin, N. Y.).Leopold Cohn, editor de ?The Chose People?, em resposta à pergunta: ?Era fermentadoou não o vinho da Páscoa.? Disse: ?Sim, segundo o ritual judaico nenhum vinho pode ser assimchamado e usado nas cerimônias, a menos que seja intoxicante. Mais ainda, o vinho usado naPáscoa era tão forte que tinha de ser misturado com água.?Grandes tentativas se têm feito para provar que o vinho bebido na Ceia do Senhor erasem fermento, pelos e por amor dos obreiros temperantes do nosso tempo e país. Tais tentativassão aptas a fazer mais mal do que bem entre aquelas famílias de costumes orientais hoje, ou ahistória dessas nações. Mas o apóstolo Paulo estabeleceu o caso de abstinência total em Rom. 14de tal maneira que não carece da ajuda traidora de uma exegese duvidosa para seu apoio.?(Peloubet?s Bible Dictionary).337Pretendem alguns que Cristo se absteve de todo uso do vinho. Mas isto se presume emface do fato que Cristo, logo antes de Sua morte, bebeu vinagre? (Marcos 15:36; Mat. 27:48;João 19:28-30), o qual, segundo Thayer, Broadus, Hovey e W. N. Clark (os três últimosescritores em ?An American Commentary on the New Testament?) era vinho azedo que ossoldados bebiam.(2). A igreja em Corinto usava vinho fermento na Ceia e não recebeu censura do apóstolo PauloSabemos que a igreja em Corinto usava vinho porque, pelo abuso dele na Ceia, algunsficavam bêbados (1 Cor. 11:21). Um léxico grego mostrará que a palavra grega aqui quer dizerexatamente o que nós comumente entendemos pelo termo ?embriagado?. Outros casos do uso damesma palavra grega (methuo) achar-se-á em Mat. 24:49; Atos 2:15; 1 Tess. 5:7. A respeito desta

palavra, lemos em ?An American Commentary on the New Testament?: ?A palavra mesmasignifica está bêbado nada mais brando.? A passagem é conclusiva quanto ao vinho usado poreles na Ceia do Senhor.Marcos Dods diz: ?Conquanto o vinho da Santa Comunhão tivesse sido tão feiamenteabusado, Paulo não proíbe o seu uso na ordenança. Sua moderação e sabedoria não tem sidoseguidas universalmente neste ponto. Em ocasiões infinitamente menos se tem introduzido naadministração da ordenança no sentido de impedir seu abuso por bebedores reformadossuscetíveis e por um pretexto ainda mais leve introduziu-se uma alteração mais violenta hámuitos séculos pela Igreja de Roma.?(3). O simbolismo da Ceia requer vinho fermentadoSó o vinho fermentado corresponde ao pão asmo e é exigido pelas mesmas razões porquese requer o pão asmo.Em resposta ao nosso inquérito, Frederic J. Haskin, Diretor do Bureau de Informação deWashington, D. C. , deu a seguinte significativa resposta: ?O Bureau da Industria de Planta doDepartamento de Agricultura dos EE. UU. diz que as uvas contêm naturalmente um agentelevedante e que este está presente no suco. Quando então perguntamos o que acontecia a este338fermento no processo da fermentação, o snr. Haskin respondeu: ?O fermento é consumido noprocesso de fermentação, de modo que o produto acabado, ou vinho, não contém nenhum.?Mas alguém pergunta o que fazer com o voto que alguns fazem de nunca tocar intoxicantealgum. Respondemos que a consistência escrituristica e uma comemoração adequada da morte doSenhor devem preceder a um voto ou qualquer outra coisa. É melhor quebrar um voto do quefalhar em guardar este memorial convenientemente. Deus não prende a ninguém responsável pelaobservância de um voto que impede o votante de honrar a Cristo devidamente. Aos que fizeramvotos deixai-os aderir ao compromisso em geral; mas não deixem o voto introduzir-se entre eles ea comemoração correta da morte de Cristo.IV. A CEIA DO SENHOR É UMA ORDENANÇA DA IGREJA LOCALPor isto queremos dizer que é para ser observada somente pelos membros de uma igreja

local. Não é para a igreja convidar à mesa quaisquer fora do seu rol de membros e por istotambém queremos dizer que não é para ser observada por indivíduos ou grupos de indivíduosoutros que não na capacidade de igreja.Que é para ser observada somente pelos membros de uma igreja local damos aqui duasprovas:1. O PÃO SINGULAR NA CEIA SIMBOLIZA A UNIDADE DO CORPO SINGULARPara uma discussão disto, vide a segunda divisão deste capítulo. Agora, para outros, quenão os membros da igreja observando a Ceia, participar é incongruente com o simbolismo.2. HÁ CERTAS CLASSES QUE A IGREJA É MANDADA NÃO COMER COM ELASVide 1 Cor. 5:11. Quando uma igreja convida a participar da Ceia aqueles de fora da suacomunidade, ela está desconsiderando atrevidamente esta injunção, porque ela não pode saberque alguns dos convidados não são das classes mencionadas em 1 Cor. 5:11.V. A COMUNHÃO ULTRA RESTRITA CONSIDERADA339As provas supra de que a Ceia do Senhor é uma ordenança da igreja local, a ser observadasomente pelos membros de determinada igreja, resolve a questão se membros de outrasdenominações deveriam ser convidados a participar da Ceia conosco. Mas desde que todosbatistas não recebem a verdade quanto ao fato que a Ceia do Senhor é estritamente umaordenança da igreja local, e desde que isto não faz a escrituralidade de nossa posição tão clara agente de outras confissões como desejamos que seja, procedemos com uma consideração dacomunhão ultra restrita assim chamada. Por que os batistas a praticam? Eles a praticam:1. PORQUE CRISTO INSTITUIU A COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.Quando Cristo instituiu a Ceia, só os onze apóstolos estavam presentes com Ele, tendoJudas já se retirado. Jesus ali não teve Sua mãe nem outros dos Seus seguidores em Jerusalém.Ele não convidou, tanto quanto podemos lembrar, o homem em cuja casa a Ceia foi instituída.Porque? Porque a Ceia não foi para ninguém mais senão Sua igreja. Daí, desde que os batistasnão consideram a outros como membros da igreja de Cristo, também não os convidam à Ceia.

2. PORQUE A ORDEM ESCRITURISTICA OBSERVADA NO PENTECOSTES E DEPOISLEVA À COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.A ordem no Pentecostes e depois foi: (1) fé; (2) batismo; (3) comunhão com a igreja e (4)a Ceia do Senhor. Vide Atos 2:41,42. Esta é exatamente a ordem sobre que insistem os batistas.Eles não negam que outros tenham fé, mas negam que tenham recebido batismo válido e quesejam membros de uma igreja de Cristo.3. PORQUE OS INTERESSES DA DISCIPLINA DE UMA IGREJA ESCRITURISTICAREQUEREM A PRÁTICA DA COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.Em Rom. 16:17 e 1 Tim. 6:3-5 temos implícito fundamento de disciplina excessiva nocaso de ensinadores persistentes do erro doutrinal. A necessidade de unidade na igreja tambémfaz necessária a disciplina excisica no caso a pouco mencionado.Suponde agora que uma igreja ache preciso excluir um falso ensinador. Se a igreja praticaa comunhão livre, este falso ensinador pode ainda comungar com a igreja, não obstante o fato queparticipar da Ceia do Senhor é um dos privilégios mais íntimos e sagrados da comunidade da340igreja. Concedendo que tal irá longe para nulificar a disciplina da igreja. Envolveria a igreja emnotória incoerência. Se alguém não está ajustado para estar na igreja, ajustado não está paraparticipar da Ceia do Senhor.4. PORQUE É IMPOSSÍVEL OBSERVAR A CEIA DO SENHOR COM A COMUNHÃOLIVREUma igreja pode comer pão asmo e beber vinho com um grupo com divisões presentes,mas Paulo plenamente diz que ?não é possível comer a Ceia do Senhor? em tais circunstâncias.Vide 1 Cor. 11:19,20 na Versão Revista.341Cap 33 - Por Que O Lava Pés Não É Uma Ordenança Da Igreja?Ainda que tenhamos alguns que, tendo sido criados entre certos batistas falsificados, lavapés, são inclinados a crer que o lava pés devera ser observado como uma ordenança da igreja,ocupamos espaço para mostrar isto não é verdadeiro. Damos seis razões:I. CRISTO NÃO O INSTITUIU COMO UMA ORDENANÇA DA IGREJA

É verdade que Cristo lavou os pés aos Seus discípulos na mesma noite em que Eleinstituiu o memorial da Ceia. E é verdade que Ele mandou Seus discípulos lavarem os pés unsdos outros; mas tanto no exemplo como na ordem não há nada que indique observar se a lavagemdos pés na capacidade de igreja. É, puramente, matéria individual. Tinha que ver com o dever dohospedeiro ou hospedaria para com o hóspede.II. AS EPÍSTOLAS DO NOVO TESTAMENTO NÃO O APRESENTAM COMOORDENANÇA DA IGREJANessas epístolas temos amplas instruções a respeito do batismo e da Ceia do Senhor, masnenhuma palavra sobre o lava pés como uma ordenança da igreja. Isto é prova tão certa que asigrejas do Novo Testamento não praticam o lava pés na capacidade de igrejas como um silênciocorrespondente é prova que elas não reconheceram um Papa, nem adoraram imagens, nemoraram a Maria, nem confessaram os seus pecados a um sacerdote, nem praticaram a extremaunção.III. O LAVA PÉS MODERNO NÃO É UM ATO TAL COMO O QUE CRISTO EXECUTOUCristo realizou e mandou um ato de serviço, mas a lavagem dos pés de uns aos outros nãoé mais um ato de serviço. Todos aqueles que estão mesmo remotamente familiarizados com oscostumes dos tempos quando Jesus andou por este mundo, sabem que o povo naquela épocausava sandálias soltas comuns. Isto causava a lavagem dos pés muito freqüentes, necessária porcausa tanto do conforto como da limpeza. Um dos primeiros deveres do hospedeiro ou dahospedeira, à chegada de um hospede, era pelo menos prover água para a lavagem dos pés,porque era muito desconfortável e desagradável sentar-se com a poeira e a areia apanhadas nos342pés e nas sandálias ao palmilhar o hóspede a caminhada. Cristo mandou aos Seus seguidoresfazerem mais que prover água: mandou-os lavarem atualmente os pés uns aos outros. Era pararealizarem assim um ato de serviço humilde. Mas, por causa da mudança de calçado, o lava pésde uns para com os outros hoje (salvo nos casos de enfermidade, morte, ou alguma emergência)não é mais um ato de serviço; nada mais que uma peça de formalidade desnecessária e sem

sentido. Seria tido como um insulto (e justamente assim) oferecer-se alguém hoje para lavar ospés de um hóspede, pois tal implicaria que o hospede era muito desmazelado com a higienecorporal. Insistir que o mandamento de Cristo ainda está vigente literalmente, quando não hámais necessidade do ato é perder o verdadeiro sentido do Seu mandamento. É exaltar a letra àcusta do espírito. Para seguirmos o espírito do mandamento de Cristo realizemos atos reais deserviço uns pelos outros.IV. OS CRENTES DO NOVO TESTAMENTO PRATICAM O LAVA PÉS COMO UMAMATÉRIA INDIVIDUAL NO LARProva disto se acha em 1 Tim. 5:10. Este verso dá algumas das qualificações de viúvasque eram dignas de receber auxílio material da igreja. Cada uma dessas viúvas deve ?ter lavadoos pés dos santos?. Agora, se a igreja em Éfeso (a que Timóteo estava ministrando ao tempo emque recebeu esta carta) tinha estado praticando o lava pés na capacidade de igreja, cada membroda igreja podia ter cumprido esta qualificação e sua menção entre as qualificações de viúvas queestavam merecendo seria, portanto, desnecessária e sem sentido. A menção do lava pés nestaconexão mostra conclusivamente como os crentes do Novo Testamento consideravam omandamento de Cristo. Eles o consideraram como matéria individual pertencente especialmenteao lar. Estava em nível com a criação de crianças, alojamento de estrangeiros, alívio dos aflitos,etc.V. O LAVA PÉS MODERNO NÃO MOSTRA HUMILDADENão obstante tudo que temos dito, alguém pode dizer: ?Sim, mas quando lavamos os pésuns dos outros, mostramos nossa humildade?. Isso traz à mente uma história pertinente. Umhomem veio ao seu pastor e disse: ?Pastor, creio que sois um bom homem e pregais algunsexcelentes sermões; mas parece que faltais na humildade.? O pastor lhe disse: ?Talvez esteja eufaltando em humildade. De fato, muitas vezes sinto que o estou; mas suponho que sois homem343humilde.? O homem replicou: ?por certo que sou e douo-me por mostrá-lo também.? Qual dosdois era mais humilde, o pastor que reconheceu sua falta ou o outro que se orgulhava e buscava

exibir? Moral: A suposta humildade vãmente exibida é uma espécie de orgulho.VI. O LAVA PÉS MODERNO NÃO SIMBOLIZA NENHUMA VERDADE ESPIRITUALPortanto, o lava pés é totalmente diverso do batismo e da Ceia do Senhor e não merecelugar como uma ordenança da igreja.Houve um belo significado apegado ao lava pés dos discípulos por Jesus. Ele assinalou amanutenção de nossa comunhão com Cristo a despeito da contaminação recorrente do pecado, oua restauração dessa comunhão quando ela (nossa comunhão com Cristo; não nossa atitude legalnEle) tenha sido quebrada por deslize espiritual temporário, cuja restauração Cristo realiza portrazer-nos ao arrependimento e confissão através da obra do Espírito Santo. João 13:8-10transmite incisivamente este belo e gracioso significado. Nestes versos há duas palavras gregasusadas para transmitirem a idéia de purificação ? ?nipto? e ?louo?. A última faz referência aobanho do corpo inteiro, ao passo que a primeira se refere à lavagem de partes do corpo, tais comoas mãos e pés. Quando Jesus disse a Pedro (v. 8): ?Se eu te não lavar, não tens parte comigo?,Ele empregou ?nipto?. E quando Ele disse (v.10): ?O que esta LAVADO não precisa senão deLAVAR seus pés?, Ele empregou ambas as palavras ? ?louo? no primeiro caso e ?nipto? nosegundo. Nestas duas citações Jesus assinala claramente o significado de Sua lavagem dos pésdos discípulos. Na primeira citação Jesus podia ter feito referência a nada mais fora dapurificação espiritual, porque Ele não lavou literalmente os pés de muitos que com Ele tiveramparte então e Ele não lavou literalmente os pés a qualquer dos vivos que agora tem parte com Ele.Na segunda citação, então, Jesus discrimina a espécie de purificação a que Ele se referiu naprimeira citação. Quando Pedro foi informado da importância da lavagem espiritual dos pés, elemal entendeu o significado de Cristo e impulsivamente pediu um banho completo. Jesus entãolhe disse que ele não precisava de um banho completo, mas apenas da lavagem dos seus pés. Obanho completo (indicado por ?louo?) tipificava a ?lavagem da regeneração? (Tito 3:5) na qualuma ?lavagem de água pela palavra? (Efe. 5:26). Enquanto a lavagem dos pés (indicada por

?nipto?) tipificava a manutenção e restauração de nossa comunhão como já indicada. Vide 1João 1:7,9. Quando Cristo disse a Pedro: ?O que faço não o sabes agora, mas sabê-lo-ás depois?,344cremos que Ele quis dizer que a lavagem dos pés de Pedro tinha especial e particular referência àrestauração depois de sua queda. Temos a recordação desta restauração em João 21:15-17. Istofoi o profundo sentido espiritual do lava pés dos discípulos por Cristo, tipificando a contínuapurificação que recebemos de Cristo. Cristo disse: ?Se eu te não lavar, não tens parte comigo.? ÉCristo que nos lava a todos e não nós que lavamos uns aos outros. Portanto, a lavagem recíprocados pés não pode ter significado espiritual.Ao encerrar ajuntaremos o que temos dito dizendo que não há uma razão escrituristicapara praticar-se o lava pés como uma ordenança da igreja, e assim não se praticou nas igrejas doNovo Testamento. É uma trêta segundo se pratica hoje, adição ao padrão divino.345Cap 34 - O Ofício de BispoOs principais oficiais nas igrejas do Novo Testamento eram chamados bispos, ou anciãos,ou pastores. ?Que os apelativos ?bispos?, ?presbíteros? ( ou ancião) e ?pastor? designam omesmo ofício e ordem de pessoas, pode ser visto de Atos 20:28... (cf. 17...) ... Fil. 1:1; 1 Tim.3:1,8; Tito 1:5,7; 1 Ped. 5:1,2...? (Strong). Para o mesmo efeito são as palavras de muitos outros,incluindo as de Conybeare e Howson e passagens citadas por Giessler (Church History, Vol. 1,pág. 90).A primeira objeção plausível à identidade de bispos e anciãos foi à avançada por Calvinobaseado em 1 Tim. 5:17. Mas em vez de mostrar que os termos designam dos dois ofícios, estapassagem mostra que um ofício envolvia duas espécies de trabalho: ensinar e reger ousuperintender. Alguns ocupantes do ofício eram mais felizes em um do que no outro, sendo oensino considerado como a função mais elevada do ofício. As passagens seguintes mostram queensinar e superintender pertenciam ao mesmo individuo: Atos 20:28-31; Efe. 4:11; Heb. 13:7; 1Tim. 3:2.

A pluralidade de anciãos ou bispos nas igrejas do Novo Testamento era incidental e não écabível em todas as igrejas; a saber, uma pluralidade de anciãos não é essencial à existência deuma igreja nova testamentina. Foram o tamanho e a escassez das igrejas, e as grandes expansõesvagas, que deram caso a pluralidade de anciãos ().I. QUALIFICAÇÕES DOS BISPOSEstas qualificações estão dadas em 1 Tim. 3:1-7 e Tito 1:5-9, que são:1. IRREPREENSIBILIDADEPor isto não se quer dizer que o bispo deva ser moralmente perfeito. Nenhum homem nacarne o é. Quer dizer que ele deve estar acima de séria censura. Este requisito está explicado eamplificado em ambas as passagens supracitadas, como segue:346?Ademais, ele deve ter bom testemunho dos que estão de fora; sob pena de cair emafronta e no laço do diabo? (1 Tim. 3:7).?Porque o bispo deve ser irrepreensível, como despenseiro de Deus; não soberbo, nãofácil de se irar, nem violento, nem briguento; não guloso de torpe ganância.? (Tito 1:7).Se o público não tiver uma elevada consideração pela integridade moral de um homem,ele jamais deverá ser feito bispo.2. RELAÇÕES CONJUGAIS ADEQUADASMarido de uma só esposa. Isto quer dizer, sem duvida, que ele deve ser marido de só umaesposa num tempo. Não deve ter duas esposas vivas. Nem isto requer que um pregador sejacasado, ainda que, em muitos casos, é melhor que fosse, nem o priva de casar outra vez se suaesposa morre.3. VIGILANCIA, SOBRIEDADE E BOA CONDUTAEstas são dadas juntas em 1 Tim. 3:2. São dadas na Versão Revista como significandoque o bispo é para ser temperante, calmo e ordeiro. E esta versão seguinte deixa a referência avinho. Temperança quer dizer controle próprio em tudo. Envolve abstinência total daquilo que forprejudicial ou mau.4. HOSPITALIDADEHospitalidade refere-se a hospedagem dos visitantes no lar. Nos dias do Novo Testamentoa hospitalidade foi ?um serviço especialmente necessário... quando o viajante cristão estavaexposto a dificuldades peculiares e perigos, um dever, portanto, que era muitas vezes obrigatório?

(Harvey, sobre Tito). A hospitalidade talvez não seja tão urgentemente necessária hoje, mas não énada menos bela e benéfica.?5. APTIDÃO PARA ENSINAR347Isto inclui tanto o amor para ensinar como a habilidade nele. Isto requer conhecimento e ahabilidade para comunicá-lo.6. TRANQUILIDADEAs qualidades que seguem a aptidão para ensinar são dadas na melhor tradução, comosegue: ?... não ralhador, não briguento senão gentil, não contencioso.? O Bispo não é para pornatureza ser violento e belicoso, mas um homem de um espírito gentil e perdoador, adverso aaltercar e disputar. Vide 2 Tim. 2:24. Todavia ele deve contender pela fé e combater o mal.7. AUSÊNCIA DE COBIÇANão deve o bispo ser amante do dinheiro, porque o amor do dinheiro é a raiz de todas asespécies de mal. Ele não deve botar o dinheiro acima do cumprimento fiel da vontade de Deus.8. HABILIDADE DISCIPLINARO teste é o modo por que ele controla seus próprios filhos. A Escritura diz que se ele nãopode controlar, não pode cuidar da igreja de Deus.9. UMA EXPERIÊNCIA CRISTÃ SASONADAO bispo não deve ser um noviço, isto é, um há pouco chegado à fé; ele deve possuir umgrau considerável de maturidade Cristã.10. ORTODOXIA NA FÉPara as oito qualificações precedentes seguimos a epístola a Timóteo e não procuramosenumerar tudo em ambas as epístolas, admitindo que em Timóteo temos, de um modo geral, tudoque se inclui em Tito. Mas a última estipulação em Tito desejamos observar. Reza ela comosegue:?... apegando-se à palavra fiel que é segundo o ensino, para que ele tanto possa exortar nasã doutrina como convencer aos contradizentes? (Tito 1:9).348Isto quer dizer o bispo é para ser alguém que se agarra à Palavra de Deus a despeito detoda a tentação para deixá-la.II. OS DEVERES DO BISPOOs deveres do bispo são como segue:I. REGER A IGREJA1Tim. 5:17; Heb. 13:7,17. A regência aqui, contudo, não é autocrática (1 Ped. 5:3) senão

só a regra de superintendência e liderança. Em nossa consideração da igreja mostramos que aigreja é uma democracia, recebendo e excluindo membros, manejando os seus próprios negócios.E assinalamos que ?anciãos regentes?, no sentido moderno, não estão autorizados por 1 Tim.5:17.2. ENSINAR1 Tim. 3:2; 2 Tim. 4:2; Tito 1:9; Heb. 13:7. Este é o trabalho principal do pregador. Nadadeverá ser permitido emiscuir-se nisso. Se ele falhar nisso, falhou em tudo. Tudo mais ésecundário ante a obra de ensinar.3. PASTOREAR O REBANHOEfe. 4:11. Nesta passagem temos o bispo chamado pastor. Quer isto dizer que ele é umpegureiro. É para ele ter o mesmo interesse era o caso com o antigo pastor e suas ovelhas. É paraele alimentá-las, escudá-las contra o perigo, confortá-las na aflição e fortificá-las quando fracas.4. ADMINISTRAR AS ORDENANÇASParece, ao tratar da natureza do ofício de bispo, considerar como sua função particular aadministração das ordenanças. E como antes observamos a respeito do batismo, assim podemosagora dizer tanto do batismo como da Ceia do Senhor: que não temos nenhuma indicação certaque quaisquer senão bispos jamais as administraram.349O bispo não é um sacerdote oficial. A palavra sacerdote no grego é inteiramente diferente dastraduzidas por bispo, ancião, pastor. As igrejas do Novo Testamento não tinham sacerdotesoficiais. Todos os crentes são sacerdotes. Vide 1 Ped. 2:5,9; Apoc. 5:10. Eis aqui a lastimávelfraca tentativa uma vez feita por um católico em evidência para justificar o sacerdócio: - ?Aprópria palavra ?sacerdote? em nossa língua deriva-se da do Novo Testamento ?presbuterous??.Esta faz presbítero, sacerdote, padre. Isto é indicação suficiente do ofício e prova que osacerdócio católico é escriturístico.?350Cap 35 - O DiaconatoI. A ORIGEM DO OFÍCIOÉ perfeitamente certo que temos a origem do diaconato no capítulo sexto de Atos. Apalavra ?servir? (diakoneo) em Atos 6:2 é exatamente a mesma que se usa para designar o ofício

de diácono em 1 Tim. 3:10,13, que é o verbo correspondente para diáconos em Fil. 1:1; 1 Tim.3:8,12.Interessante e instrutivo é notar como os primeiros diáconos receberam seu ofício. Forameleitos pela Igreja. ?Os doze convocaram a multidão dos discípulos e disseram: ?não é justo quedesamparemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. Escolhei, pois, dentre vós, irmãos, setevarões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem possais constituir sobreeste negócio.? (Atos 6:2,3).Os apóstolos investiram os diáconos do seu ofício, ou ordenou-os, como vemos no versoseis, sendo este o significado de ?nomear? no verso três; mas os apóstolos não presumiram de oseleger: isto deixaram à igreja. Nem mesmo recomendaram à igreja os que ela devia escolher:deixaram a igreja achar isto do Espírito Santo. Foi isto um assunto excepcionalmente importante,mas os apóstolos não se arreceiaram de o confiar à igreja. É isto um excelente exemplo dademocracia das igrejas do Novo Testamento.II. OS DEVERES DESTE OFÍCIOOs primeiros sete diáconos foram escolhidos e ordenados para ?servirem às mesas?, istoé, distribuir alimento aos necessitados , especialmente as viúvas. Mas do fato de o ofício tornar-sepermanente (Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8-13) e do fato de nenhuma outra igreja além da de Jerusalém,tanto quanto sabemos, ter a comunhão de bens que reclamava o estabelecimento original doofício, tanto quanto as qualificações dadas em 1 Tim. 3:8-13, inferimos que as obrigações doofício devem ter passado por expansão. Talvez os diáconos vieram a encarregar-se de todos osnegócios seculares da igreja e a ser auxiliares do pastor nos assuntos espirituais.351Com tudo, seja-o levado em mente que os diáconos são ?servos?, segundo o significadodo título e não patrões. São para receberem instrução da igreja mais do que ditarem à igreja. Sãopara ajudarem o pastor mais do que dizer-lhe o que deva fazer. Lembrem-se sempre que o ofícioé subordinado ao do pastor.O abuso do ofício de diáconos os tem feito inúteis ou pior que inúteis em muitas igrejas.Talvez isto seja porque a devida atenção não tem sido dada às qualidades escrituristicas de

diáconos, à qual dirigiremos agora nossa atenção.III. AS QUALIFICAÇÕES DE DIACONOS1. COMO DADAS EM ATOS 6(1). Homens de boa reputaçãoOs diáconos são para ser homens de boa reputação em geral. São para ser homens emquem o povo tenha a máxima confiança. Sem duvida, primeiro que tudo, seriam homens que sãoescrupulosamente honestos; homens que possam ser acreditados.(2). Cheios do EspíritoO Espírito Santo está em todo crente (João 7:38,39; Rom. 8:9,14; 1 Cor. 6:19; Gal. 4:6;Efe. 1:13). Ele é recebido ao tempo em que somos salvos e depois habita conosco para sempre.Quando recebemos o Espírito Santo, recebemos tudo dEle, porque Ele é uma pessoa e, portanto,indivisível. A doutrina que o Espírito é recebido depois da conversão, como foi o caso com oscrentes no dia de Pentecostes, não é uma doutrina escrituristica. Não pode haver mais umarepetição do Pentecostes do que haver uma repetição do Calvário. Todas as obras da graça sãodefinidas e aqueles que ainda estão falando sobre a segunda devem ser lamentados. Os que estãoverdadeiramente salvos receberam inumeráveis obras de graça definidas. Gente que não tem emsi o Espírito Santo habitando não precisa buscar a segunda benção; ainda não receberam aprimeira.Ainda que gente salva tenha o Espírito nela, não estão todos cheios dEle. Ela tem tudodEle, mas Ele não tem tudo dela. A necessidade não é que ela deve buscar o Espírito, mas que ela352deve render-se ao Espírito já nela, de maneira que Ele a achará com Sua presença e poder. DEle éuma presença expansiva e Ele enche tanto de nós, e somente tanto de nós como não está cheio dealgo mais. Se é para o Espírito encher-nos, devemos esvaziar-nos do eu e do mundo. É somentede homens que fizeram completa rendição ao Espírito que devemos fazer diáconos.(3). E de sabedoriaOs diáconos são para ser homens de discernimento e perícia. A sabedoria aquimencionada não é sabedoria humana, mas aquela que vem de cima (Tiago 1:5, 3:17). ?Sensocomum santificado? é perjúrio forense. Não há tal coisa. O senso comum é o pensar comum do

homem. E o pensar comum do homem é o pensar da mente carnal. E a mente carnal é inimigacontra Deus (Rom. 8:7). Logo, alguém podia do mesmo modo falar sobre inimizade santificadacontra Deus como falar de senso comum santificado. A estima de Deus pelo senso humano acharse-á em Tia. 3:15. Muito dano resulta de se experimentar levar avante os negócios de Deussegundo a maneira dos negócios seculares. Tiago 1:5 fala como conseguir a sabedoria necessáriae um diácono.2. COMO DADA EM 1 TIMÓTEO 3(1). GraveIsto quer dizer que os diáconos são para ser dignificados, de mente séria e livres deleviandade e frivolidade. Não quer dizer que são para ser soturnos e caras compridas.(2). Não dúplicesIsto quer dizer que os diáconos não são para ser homens que falem de um gentio a umapessoa e doutro modo à outra. Os diáconos são para serem homens cuja palavra possa ser crida.(3). Não dados a muito vinhoNos tempos do Novo testamento as bebidas alcoólicas não foram abusadas como sãohoje; portanto, não eram absolutamente proibidas. Só o abuso delas era proibido. Mas hoje elas353têm sido sujeitas a um tal abuso que é bom a todos os crentes, especialmente pastores e diáconos,abster-se totalmente mesmo de vinho, exceto para fins médicos e sagrados.(4). Não cobiçoso de torpe ganânciaUm diácono não deve ser um homem que tenha amor regrado pelo dinheiro. Se ele for,ele provavelmente desviará fundos a ele confiados. Grande tem sido a vergonha trazida às igrejaspor causa de homens gulosos de torpe ganância abonados com dinheiro da igreja.(5). Retendo o ministério de fé numa pura consciênciaOs diáconos deveriam ser sãos na fé. Não são ensinadores oficiais, mas terão muitanecessidade de testemunho privado. Nada senão um batista ortodoxo devera ser eleito diácono.Quem crê que uma igreja é só tão boa como outra, ou um que pelo menos está gafado demodernismo ou arminianismo, ou um que nega qualquer verdade fundamental da Bíblia não estáapto para ser diácono. O diácono é para sustentar a fé numa pura consciência ? alguém que tenha

sido purificado pelo sangue de Cristo e renovado pelo Espírito Santo. Semelhante consciênciaestará livre de vil egoísmo e hipocrisia e será regulado por devoção e sinceridade.(6). Sejam estes também primeiro provadosComo com os bispos, assim com os diáconos ; sobre nenhum homem imporíamos mãosrepentinas ou apressadamente (1 Tim. 5:22). E como um bispo, um diácono não deveria ser umnoviço, ou um vindo de fresco à fé (1 Tim. 3:6). Não deveríamos eleger homens como diáconossó para honrá-los, nem por serem influentes ou ricos, mas somente quando se provaram na possede qualificações escrituristicas.(7). Suas esposas devem ser graves, não aleivosas, sóbrias, fiéis em tudo.Contendem alguns que aqui são referidas diaconisas. E enquanto esta idéia pareça teralgumas coisas em seu favor, todavia a consideramos longe de ficar estabelecida. Notemos osargumentos costumeiros dados como prova que a referência aqui é a diaconisas:354A. Afirma-se que um tal oficio existiu em algumas igrejas do Novo Testamento ao menos,desde que Febe é chamada uma ?diakonos? (Rom. 16:1).Mas ?diakonos? aparece em muitos outros logares em que não se quer significar o ofíciode diácono. Vide 2 Cor. 2:6, 11:22; Efe. 3:7, 6:21; Col. 1:7,23,25; 1 Tess. 3:2; 1 Tim. 4:6, onde?diáconos? está traduzido por ?ministro?. Esta palavra e suas formas cognatas aparecem emmuitos outros logares semelhantes ao acima também. Em vista disto, temos certamente umfundamento muito leve para o ofício de uma diaconisa só porque ?diáconos? está uma vezaplicado a uma mulher. É perfeitamente evidente que Febe, por sua energia e sua riqueza, forauma ?socorredora de muitos? e do apóstolo Paulo também (Rom. 16:1); portanto, ela foi chamadauma ?diácono?, ou uma que ministra a necessidade de outros. Não há prova de que ela serviuoficialmente nesta capacidade.B. Supõe-se também, que as mulheres mencionadas em Fil. 4:3 eram diaconisas.Mas aqui há menos evidência para o ofício do que no caso anterior. Não se dá aqui o maisleve indício que essas mulheres foram diaconisas. Houve algumas mulheres que assistiram aCristo no Seu trabalho; maravilha se elas também foram diaconisas?

C. Arque-se que um tal ofício existiu nas igrejas post ? apostólicas.Mas muitas coisas existiram na maioria das igrejas post ? apostólicas que não foram deinstituição divina.D. Diz-se que o ?grego não tem ?suas esposas?, mas simplesmente mulheres, sem artigoou pronome, e é, portanto, devidamente vertido, não ?suas esposas?, mas mulheres e, nestecontexto, diáconos femininas? (H. H. Harvey).Verdade é que o grego não diz expressamente ?suas esposas?, e, enquanto a palavra para?esposas? é uma palavra que signifique simplesmente ?mulheres?, contudo é a única palavra emo Novo Testamento para esposas, e é, portanto, a palavra que seria usada para denotar esposas. Opronome possessivo é facilmente entendido desde que diáconos estão sob discussão. Quanto àomissão do artigo, não é isso significante, pois não há artigo antes de diáconos no verso 8. E355quando lemos no verso seguinte que o diácono é para ser marido de uma esposa, acrescenta forçaà idéia que as esposas de diáconos se intencionam no verso 11.E. Arque-se que não há razão para definirem-se as qualificações das esposas de diáconosenquanto que nada se diz das esposas de bispos.Não há razão para limitar ?suas esposas? às esposas de diáconos. Cremos que se referetanto às esposas de diáconos como também as de bispos. Semelhante interpretação nada tem a vercontra. E cremos que é correta.(8). Sejam os diáconos os maridos de uma esposa, governando bem seus próprios filhos e suaspróprias casas.Um diácono deve ter uma só esposa viva. Deve ter seus filhos em sujeição. Uma dasmaiores necessidades práticas deste tempo é um revivamento da autoridade paterna dos velhostempos. A autoridade frouxa, se autoridade de fato pode ser chamada, na média dos lares cristãoshoje, é uma vergonha e uma desgraça. Não admira que a geração mais jovem é conspícua pelasua ausência aos cultos na maioria dos logares. São criados a ter seu próprio caminho e nãosegundo seu próprio caminho ir a igreja. Muitos filhos hoje, na maior parte, obedecem quandolhes apraz. O diácono é para GOVERNAR seus filhos e não para deixar que seus filhos ogovernem. E o diácono é para ser o cabeça de sua casa, porque a Escritura não só especifica que é

para ele governar seus filhos senão também toda a sua casa. O plano divino é para o marido ser ocabeça do lar. Quando o homem é um cristão, e isto é reconhecido, o lar será o mais feliz doslares. Se o homem não é cristão e a mulher é, então terá ela de fazer o melhor que puder. Se elaera cristã quando casou com ele, ela violou a Palavra de Deus (2 Cor. 6:14), e deve fazer omelhor que puder do castigo que receberá. Tem-se dito e bem verdadeiramente, se uma mulhercasa com um filho do diabo, ela pode esperar ter barulho com o seu sogro.IV. A RECOMPENSA TEMPORAL DE UM DIACONOO verso 13 dá-nos a recompensa de um diácono. Se ele bem servir como um diácono, eleadquire um bom grau e grande ousadia na fé. O Novo Testamento retrata o diaconato como umofício exaltado, que tem sido muito degradado por causa de nossa falha em respeitar as356qualificações exaradas na Escritura e por nossa alteração da obra de diáconos para assentar asnossas próprias noções.357Cap 36 - O Lugar Da Mulher Na IgrejaOs tempos mudaram. Sim.?Há cem anos passados, hoje,| Aqui era deserto; | O homem com pó na sua espingarda, |Ia a caçar o veado. | Mas agora a coisa mudou alguma coisa, | E sobre um outro plano, | Aveada com pó na sua face, | Sai a caçar o homem.? (*).Mas, para os tempos que mudam, temos a Palavra que não muda ? a Palavra que estáeternamente fixa no céu; que tem arrostado tanto os ataques violentos de inimigos como o abusode amigos.Meros costumes podem mudar sem dano ou perda, mas a conduta divinamente ordenadadeve ser segura inviolável por aqueles cujos corações regidos pelo temor de Deus.?A autoridade da Escritura quer dizer tudo para os batistas. É por isto só que elesjustificam sua tenacidade quanto ao modo de batismo. Cedam a doutrina da autoridade absoluta edo caráter inerrante das Escrituras e os batistas podem permitir qualquer mudança na políticaeclesiástica que a sabedoria humana pareça justificar.? (A. H. Strong).O que chamam o ?Movimento da Mulher? é a conspiração mais insidiosa e maliciosa jamais

cozida contra a inspiração da Bíblia.? (W. P. Harvey, Feminism. J. W. Porter, pág. 118).Para dizer o mínimo, não é batístico torcer a Bíblia para justificação de qualquer prática.Nossa glória tem sido que temos torcido nossa conduta, quando preciso, em conformidade com oNovo Testamento. Sempre temos estado dispostos a encarar a Bíblia com rosto e coraçãodescoberto para obedecermos ao seu ensino claro. Assim façamos aqui? (A. T. Robertson,Feminismo, J. W. Porter, pág. 110). Retenhamos esta citação mesmo quando estamos bemcônscios de que o escritor mudou mais tarde sua posição sobre o feminismo e pugnou por acharjustificação para a idéia popular. Considerem nossos leitores a derradeira atitude do ProfessorRobertson à luz desta citação.358Ao falarmos do logar da mulher na igreja, referimo-nos ao seu logar no serviço de Deuscomo membros da igreja; logo, nossa discussão terá que ver com mais do que a conduta dasmulheres nas reuniões públicas da igreja.Nosso assunto implica uma verdade que precisa de ênfase. Essa verdade é que há umlogar para as mulheres na igreja. Algumas vezes nossa oposição às usurpações inescrituristicaspelas mulheres parece criar a impressão que a mulher não tem logar na igreja, o que está longe deser verdade. Ela tem um logar muito importante, e negligenciado ? negligenciado porque tantasvezes ela tem estado muitíssimo mais preocupada em tentar tomar o logar do homem do queocupar sua própria esfera divinamente dada. A glória da mulher achar-se-á na sua própria esfera.Seu vexame ocorre quando ela sai dessa esfera.Notemos primeiro:I. COISAS QUE AS MULHERES ESTÃO VEDADAS DE FAZER1. ELAS ESTÃO PROIBIDAS DE ENSINAR?Não permito que a mulher ensine? (1 Tim. 2:12).O infinito ?ensinar? está sem objeto e apassagem significa simplesmente que as mulheres não são para ocupar o ofício de mestre naigreja. Elas podem ensinar em particular e sem programa, mas não pública oficialmente.2. ELAS ESTÃO PROIBIDAS DE DIRIGIR ORAÇÃO PÚBLICA?Desejo, portanto, que os homens orem em todo logar.? (V. R. 1 Tim. 2:8)A palavra grega para ?homens? é a palavra (aner) que distingue homens de mulheres e

crianças e não a palavra genérica (anthropos). O artigo está também presente antes de homens, eisso, de si mesmo, serviria para distinguir homens de mulheres. Daí, todavia, como Faussetobserva, a ênfase não está sobre ?os homens? senão sobre o assunto de orar; contudo, permaneceo fato que a passagem distingue os homens das mulheres e restringe a oração em todo logar decultos públicos aos homens. Às mulheres os apóstolos deu outras instruções (v. 9). Está isto deacordo com todo comentador ou erudito de nota.3593. ELAS ESTÃO PROIBIDAS DE AGIR EM QUALQUER CAPACIDADE QUE ENVOLVAO EXERCÍCIO DE AUTORIDADE SOBRE HOMENSPaulo, após falar de não permitir que uma mulher ensine, ajunta: ?Nem ter domínio sobreum homem? (1 Tim. 2:12) (). Uma mulher mandona é tanto uma monstruosidade como umhomem efeminado.4. ELAS ESTÃO PROIBIDAS MESMO DE FALAR NA IGREJA?Como em todas as igrejas dos santos, guardarem as mulheres silêncio nas igrejas: porquenão lhes é permitido falar; mas estejam em sujeição, como também diz a Lei. E, se quiseremaprender qualquer coisa, perguntem em casa aos seus maridos: porque é uma vergonha que umamulher fale na igreja .? (1 Cor. 14:34,35). A referência aqui é a assembléia pública e não aotemplo da igreja.5. ELAS NÃO SÃO PARA APARECER NOS CULTOS COM CABEÇAS DESCOBERTASVide 1 Cor. 11:3-10. É perfeitamente evidente que isto se refere ao culto público. Podedizer-se que tanto quanto às mulheres se proíbe profetizar, isto não se aplica quando mulheresguardam seus logares. Mas também se menciona orar; e, ainda que mulheres não são para dirigiroração pública, contudo elas deveriam orar em silêncio e assim participar do culto. Estapassagem de nenhum modo insinua que se uma mulher tem cabelo comprido, isto é toda cobertaque ela carece. Paulo simplesmente afirma que o fato de ser natural às mulheres terem cabelocomprido é só uma indicação da necessidade de uma coberta adicional (Nota do Trad.: Nãoconcordamos com Professor Simmons em que uma mulher precise de véu adicional alem do seucabelo comprido. Se uma mulher deseja usar de um outro véu, não fazemos objeção, mas

sentimos, à luz da Escritura, em 1 Cor. 11:15, que ?Para seu cabelo se dá por véu?, que, se umamulher tiver cabelo comprido, isto satisfaz o mandamento que ?Uma mulher deve ter um véu nasua cabeça.? ). Esta coberta é para ser usada no culto público como um sinal da sujeição damulher ao seu marido, ou aos homens em geral se a mulher não for casada.6. ELAS NÃO SÃO PARA APARECER EM TRAJE IMODESTO OU ESPAVENTOSO.360Vide 1 Tim. 2:9,10.II. RAZÕES DESTAS PROIBIÇÕESPaulo dá duas razões destas proibições:1. PRIORIDADE DE ADÃO NA CRIAÇÃOVide 1 Tim. 3:13. A prioridade de Adão na criação indica sua chefia da raça. Ensinopúblico por parte da mulher ou seu exercício de qualquer autoridade sobre homem discrepa dessachefia.2. A DECEPÇÃO DA MULHER NA QUEDA.Vide 1 Tim. 2:14. A mulher foi enganada pela serpente a pensar que o comer do frutoproibido traria benefício em vez de banimento. O homem participou do fruto, mas não foienganado. Ele sabia quais seriam as conseqüências e, provavelmente, participou do fruto porquepreferiu ser expulso com sua esposa a separar-se dela. A decepção da mulher na queda mostra asuscetibilidade da mulher para o malogro. Isto não é por causa de qualquer inferioridade geral dasmulheres a homens: é por causa de uma diferença de temperamento e natureza. A natureza damulher ajusta-se para o lar e para a criação de filhos. Para este fim ela tem um temperamentomuito delicado e uma natureza fortemente emocional. Assim ela é caracteristicamente manejadamais facilmente que um homem. Sua natureza a dispõe para chegar a conclusões pela intuiçãoantes que por cândida consideração. Todos estes fatos desajustam a mulher para a liderançapública ou para o ensino. Se já houve ainda mulher pregadora que tenha pregado a verdade,mesmo sobre outras coisas do que o logar das mulheres, nós nunca o soubemos.III. ARGUMENTOS RESPONDIDOS CONTRA ESTAS PROIBIÇÕESMuitos argumentos são trazidos por aqueles que escapariam e alijariam o significadoevidente das passagens já citadas. Notemos os mais salientes deles. Argüisse:

1. HOUVE MULHERES NA BÍBLIA QUE FIZERAM AS COISAS QUE DISSEMOS SEREMVEDADAS ÀS MULHERES FAZER.361Citam-se os seguintes casos:(1). DéboraVide Juízes 4:5. Ao passo que Débora fez seu juizado no seu próprio lar (Juizes 4:5),contudo é verdade que o seu logar de liderança era incoerente com as proibições do NovoTestamento. Mas isso de nenhum modo alija estas proibições. Não devemos presumir que tudoquanto foi feito mesmo pelos caracteres relevantes da Bíblia foi segundo a vontade de Deus. Ecertamente não devemos por de lado os claros mandamentos de Deus porque alguns seconduziram incoerentemente com esses mandamentos. Ademais, o que Deus permitiu nadispensação do Velho Testamento não é paradigma pelo qual se determine Sua vontade para adispensação do Novo Testamento. Ele permitiu a poligamia, então a regulou prescrevendo pormeio de Moisés a necessidade de um divórcio escrito; mas, finalmente, em o Novo Testamento,houve um retorno ao significado e ao espírito do casamento qual permite o divórcio só porfornicação (Mat. 19:3-9).Assim é com referência ao logar das mulheres. Reverte o Novo Testamento à ordemoriginal, a despeito do que Deus permitiu na dispensação do Velho Testamento. E as proibiçõesnotadas aplicam-se à igreja. Certamente, então, nada permitido fora da igreja pode anulá-las.(2). AnaVide Lucas 2:36-38. Não há prova que Ana fez um discurso e daí não há prova que elaviolou 1 Tim. 2:12. Ela não estava na igreja e daí não violou 1 Cor. 14:34. É evidente que elaapenas falou sem programa aos que ela viu em redor do templo. Isto não é violação da Escritura,como veremos mais claramente depois. Ademais, são os mandamentos de Deus e não a condutade Ana, ou a de quaisquer outras pessoas, que revelam a vontade de Deus. A conduta de Ana nãopode ser tomada por critério mais do que a de Débora, ou outros caracteres falíveis.(3). As mulheres que ajudaram a Jesus e a PauloVide Lucas 8:2,3; Rom. 16:1,2; Fil. 4:3. A senhora M. B. Woodwoeth ? Etter diz: ?Paulo

trabalhou com as mulheres no Evangelho mais do que qualquer dos apóstolos; Priscila e Febeviajaram com Paulo pregando e edificando as igrejas? (Atos 18:2-18-26; Rom. 16).362?Ele e Febe tinham estado sustentando reavivamento juntos; agora ela é chamada à cidadede Roma; Paulo não pode ir com ela, mas ele está muito cuidadoso de sua reputação e ela étratada com respeito; ele escreve uma carta de recomendação: ?Eu vos recomendo Febe, nossairmã, que é uma serva da igreja (que significa um ministro da igreja) em Cencréia, que a recebaisno Senhor como convém a santos e que a ajudeis em qualquer negócio em que ela precise de vós,porque ela tem sido uma socorredora de muitos e de mim também.? (Rom. 16:1). (Signs andWonders, pág. 211).Isto é um belo exemplo de aumentar e de deslumbrante caricatura da Escritura pelos queinvocam o exemplo das mulheres supra mencionadas como um argumento contra as proibiçõesque Paulo pronunciou contra mulheres. Não há a mais leve alusão a qualquer dessas mulheresterem pregado ou feito qualquer coisa mais inconsistente com as proibições de Paulo. No casodas mulheres associadas a Cristo está plenamente afirmado que elas ?O serviam com a suafazenda.? Febe e as outras mulheres, provavelmente, que laboraram com Paulo, fizeram o mesmoa Paulo. Algumas delas podem ter feito trabalho pessoal também.(4). As mulheres que foram enviadas do túmulo de Jesus com uma mensagem para os apóstolosMat. 28:1-10; Marc. 16:1-11; Luc. 24:1-9; João 20:1-18. Estas mulheres foram enviadasnum recado ocasional; não foram comissionadas a fazer um discurso.(5). As mulheres da igreja em Jerusalém no Pentecostes.Atos 2. Nenhuma mulher discursou no dia de Pentecostes, tanto quanto o arquivo alcança.Pedro foi o único que fez um discurso público naquele dia. Qualquer fala feita pelas mulheres queeram membros da igreja e se encheram do Espírito foi quando passaram rodeando entre o povo, omesmo testemunho espontâneo que Ana deu. O Espírito nunca levou mulheres a violarem Suaspróprias proibições faladas por meio de Paulo, porquanto Ele não se contradiz a si mesmo.(6). A mulher samaritana.João 4:16. A única coisa que Jesus mandou esta mulher fazer foi ir chamar seu marido. O

que mais fez foi por sua própria vontade e sem autoridade divina necessária. Todavia não háindicação que ela fez mais do que falar à vontade aqueles que ela encontrou.363(7). As filhas de FilipeVide Atos 21:9. Não há lembranças de as filhas de Filipe alguma vez terem violado a letraou o espírito das proibições que temos notado. Assim o oponente nada tem em que basear o seuargumento. O fato que foram profetisas de nenhum modo prova que discursaram publicamente ouque nalgum tempo usurparam autoridade sobre o homem. De fato, enquanto Paulo estava na casade Filipe, Deus mandou um profeta pelo caminho todo de Jerusalém entregar-lhe uma mensagem.(8). Profetisas nos últimos diasVide Atos 2:18. O fato de as filhas de Filipe terem sido profetisas e nunca, contudo,dirigirem um discurso público ou usurpado autoridade sobre homens mostra que esta passagemnão precisa ser tomada como indicando qualquer coisa nas mulheres mais do que seu testemunhoprivado. O ônus da prova está sobre o oponente e ele nada tem a oferecer como prova.(9). Priscila e ÁquilaVide Atos 18:26. Priscila fez o que aqui está indicado no recesso do seu próprio lar e emconjunto com seu marido. A Bíblia nada diz contra o testemunho privado de mulheres. Elaspodem mostrar aos perdidos o caminho da salvação, ou podem testemunhar a verdadeprivadamente mesmo a homens. E por certo, quando a esposa faz isto em conjunto com seumarido, ela não está se arredando do seu logar escrituristico.(10). As mulheres profetisas em Corinto.Vide 1 Cor. 11:5,16. As mulheres em Corinto estavam cometendo duas ofensas. Não sóestavam falando na igreja, mas o estavam fazendo com a cabeça descoberta. Paulo, no capítuloreferido há pouco, corrigiu a última. No capítulo décimo quarto ele corrige a primeira. Para umasemelhante aproximação à participação das festas idolátricas, vide 1 Cor. 8:10 e 10:14-21. Naprimeira passagem Paulo simplesmente diz que os santos em Corinto eram para ser cuidadosossob pena de, participando de festividades idolátricas, ofenderem aqueles que não podiam ver queum ídolo nada era. Mas na última passagem condena comer das festas idolátricas como uma coisa

totalmente fora de logar para o cristão.3642. QUE GAL. 3:28 PROVA QUE NÃO HÁ DISTINÇÃO ENTRE A ESFERA DE HOMENS EA DE MULHERESExibe muito pobre juízo dos advogados da fala pública das mulheres perante audiênciasmistas invocar Paulo contra si mesmo. Se a passagem sob consideração ensina completaigualdade e identidade de esfera sexual, então também ensina igualdade racial, e o casamentomisto das raças brancas e pretas está justificado. A passagem ensina nada mais que todos estãoigualmente salvos e que todos tem o mesmo parentesco gracioso com Cristo. ?Raça e sexo temseus respectivos dons a serem dedicados e usados. O trabalho e a vocação dos sexos continuamdiferentes, conquanto em Cristo não há nem macho nem fêmea.? (Ministry of Women).3. QUE A PROIBIÇÃO DE PAULO EM 1 COR. 14:34 FOI APENAS CONTRA PROSAOCIOSA.Esta noção é inteiramente sem fundamento. A palavra grega ?falar? é comum a qualquerespécie de fala.4. QUE ESTA PROIBIÇÃO VEDOU FAZER PERGUNTAS EM PÚBLICO QUECAUSARIAM DISSENSÃOMas a proibição de as mulheres fazerem perguntas é só secundária à proibição contraqualquer falar na igreja.5. QUE ESTA PROIBIÇÃO SÓ SE REFERE ÀS REUNIÕES DE NEGÓCIO NA IGREJA.Não foi uma reunião de negócios que Paulo estava escrevendo senão uma reuniãosemelhante à que nós chamaríamos ?reunião de testemunho.?6. QUE, DESDE QUE SE DIZ À MULHER PARA PERGUNTAR A SEU MARIDO EM CASASOBRE ASSUNTOS QUE ELA NÃO ENTENDE, ISTO SE APLICA SÓ AS MULHERESCASADASSeria de fato esquisito Paulo proibir à mulher casada falar enquanto o consentisse àsolteira faze-lo, desde que as casadas são comumente mais velhas e mais judiciosas que as365solteiras. Nesta passagem Paulo dá suas instruções para cobrir circunstancias normais, nãosentindo ser necessário prover para exceções. Uma mulher solteira pode facilmente achar algum

homem a quem ela pode perguntar a respeito de coisas que ela não entende.7. QUE AS INSTRUÇÕES DE PAULO AOS CORINTIOS APLICARAM-SE SOMENTE ÀIGREJA DE CORINTO.Mas Paulo disse (R. V.): ?Como em todas as igrejas dos santos, guardem vossas mulheresem silêncio nas igrejas? (1 Cor. 14:34). Parece que foi só em Corinto que as mulheres estavamsaindo do seu logar. Na passagem supra Paulo instruiu a igreja em Corinto a manter a mesmaordem quanto às mulheres no culto público que era mantida em todas as outras igrejas.8. QUE AS PROIBIÇÕES CONTRA MULHERES NO CULTO PÚBLICO APLICAVAM-SESOMENTE À ERA APOSTÓLICA.Oponentes dizem que era concepção comum então que as mulheres que apareciam empúblico sem véu e exerciam qualquer função pública eram de caráter baixo; que foi por essarazão que o apóstolo mandou mulheres estarem quietas e usarem véus. Assim as proibições setomam à mesma luz com a exortação de Paulo para se absterem de comer carne oferecida aídolos; isto é, para evitar ofender a outros. Ou, como diz A. T. Robertson: ?Muitos cristãosmodernos sentem que havia condições especiais em Éfeso como em Corinto que reclamavamregularizações estritas das mulheres que agora não se aplicam sempre.?Mas tais noções estão claramente desaprovadas pelo fato que Paulo dá seu mandamentopara o silêncio de mulheres como um mandamento do Senhor. Ele não diz que isto em referênciaà abstinência de carne oferecida a ídolos. Então Paulo fundamenta a proibição contra o ensino demulheres sobre a prioridade do homem na criação e a decepção da mulher na queda. Assim elemostra que esta proibição esta fundada na própria natureza das coisas e portanto é permanente.IV. COISAS QUE MULHERES DEVERIAM FAZERHavendo reparado o que às mulheres se proíbe fazerem, veremos agora o que elas podeme deveriam fazer.3661. ELAS DEVERIAM FREQUENTAR O CULTO PÚBLICOÉ isto o dever de todo o povo salvo. As mulheres deveriam atender ao culto público paraaprenderem e receberem tais bênçãos espirituais que venham do culto. A alma de toda a pessoa

salva carece da influencia curativa, purificadora e elevante do culto público.2. ELAS DEVERIAM PARTICIPAR DO CULTO PELA ORAÇÃO SILÊNCIOSA E PORASSOCIAREM-SE, SE POSSIVEL, NO CANTO CONGREGACIONALEstes também são deveres gerais, tanto como privilégios. Alguns diriam que, se a mulhernão se permite falar na igreja, então também cantar. Mas devemos interpretar Paulo pelasintenções manifestas no contexto. Ele não estava discutindo o cântico, mas falar. E quando ocântico envolve a fala: contudo, tecnicamente, cantar não é falar.3. ELAS DEVERIAM DAR DOS SEUS MEIOSIsto, como culto, oração silenciosa, cântico congregacional, é dever e privilégio gerais epertence tanto a mulheres como a homens.4. ELAS SÃO PARA RECONHECEREM O LAR COMO SUA PRINCIPAL ESFÉRA DEATIVIDADETito 2:5. É aqui que a mulher deve achar seu trabalho principal, não só em cuidar de suaprópria família, mas em hospedar a outros. (1 Tim. 5:9,10). É aqui e aqui só que ela pode ganhara recompensa de profeta por hospedar profetas (Mat. 10:41).5. AS MULHERES MAIS VELHAS SÃO MANDADAS QUE ENSINEM AS MAIS MOÇASTito 2:3-5. Elas são especialmente incumbidas de ensinar as jovens deveres caseirospráticos, mas esta Escritura não limita o seu ensino a isto: elas são para ser ?mestras de boascoisas? (v. 3) e a razão do seu ensino, ?que a Palavra de Deus não seja blasfemada?, abre umcampo considerável de instrução. Nada achamos na Escritura contra o ensino de mulheres ecrianças só por mulheres em qualquer tempo e em qualquer logar. A Escritura não diz que o seu367ensino é para ser feito somente no lar, nem diz que elas devem ensinar só uma cada vez. Ensinarprivadamente não quer dizer, necessariamente, ensinar só uma cada vez. Vide Lucas 10:23.?One hundred years ago, today,Wilderness was here;The man with powder in his gun,Went out to hunt the deer.But now the thing has changed somewhat,And on aonther plan,The dear with powder on her face,Goes out to hunt the man.?

A frase aqui citada dá, evidentemente, o fundamento da proibição do apóstolo contra asmulheres ensinarem publicamente na igreja, isto é, que tal as envolve em ter domínio sobrehomens. Mas a palavra homem, aqui, como no verso 8, distingue homens de mulheres e crianças;daí as mulheres não estão proibidas de ensinar crianças fora da assembléia pública e elas sãomandadas ensinar mulheres, como veremos mais tarde.368Cap 37 - O Estado Atual Dos MortosQue os homens não entram no estado final quando morrem bastante evidentes é para quese requeira provar minuciosa. As ressurreições, que ainda são futuras, provam um estadointermediário para os mortos atuais. A coisa com que estamos especialmente preocupados é anatureza do estado intermediário, matéria esta para a qual nos dirigimos agora.Os adventistas do sétimo dia, russelitas e alguns outros ensinam o que é conhecidocomumente por ?sono dalma?. Mas a substância real deste falso ensino é que dos mortos não éinexistente entre a morte e a ressurreição. Isto é logicamente verdadeiro desta teoria e é assimadmitido pelos adventistas, pelo menos. É logicamente verdadeiro, porque um espírito dormente(se tal fosse possível) seria um espírito inexistente. A idéia de o espírito estar vivo e estarincônscio quando livre do corpo é o limite do absurdo. É que este ensino vale pela inexistência doespírito mostrado está nas seguintes palavras de ?Signs of the Times?, uma revista dosadventistas do sétimo dia (edição de 15 de dezembro de 1931): ?Seguramente nenhuma expressãomais vigorosa podia ser possivelmente usada para mostrar a completa cessação da existência doque esta, - Na morte ?eu não serei? (Comentário de Jó 7:21, por Carlyle B. Haines, um dos seusescritores notáveis)?.I. OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTESContra esta teoria afirmamos e nos comprometemos provar pelas Escrituras que o espíritodo homem não cessa de existir na morte. Pelo termo ?espírito? queremos dizer a naturezaimaterial do homem no seu parentesco mais elevado. Empregamos o termo ?espírito? depreferência ao termo ?alma? porque cremos que espírito melhor expressa a parte imaterial do

homem em distinção da vida corporal.?A parte imaterial do homem encarada como uma vida individual e cônscia, capaz depossuir e animar um organismo físico é chamada psuche (alma); como um agente racional emoral, suscetível de influência e moradia divinas, esta mesma parte imaterial chama-se pneuma(espírito)? (A. H. Strong). O espírito é a natureza imaterial do homem olhando na direção deDeus. ?O espírito é a parte mais elevada, mais profunda e nobre do homem. Por ele está o homemajustado para compreender coisas eternas e é, em suma, a casa que residem à fé e a Palavra de369Deus. A ... alma é este espírito, segundo a natureza, mas com tudo outra espécie de atividade,nomeadamente, nisto, que ela anima o corpo e opera por meio dele? (Lutero). ?A alma é oespírito modificado pela união com o corpo? (Hovey).Algumas vezes as palavras para espírito, tanto no hebreu como no grego, denotam ventoou fôlego, mas que nem sempre são assim está evidenciado em Mat. 26:41; Lucas 23:46; Atos7:59; 1 Cor. 2:11; 5:5; 7:34; 14:14 e 1 Tess. 5:23. Estudem os interessados estas passagens esubstituam espírito por fôlego e vejam que sorte de sentido se forma. Então sabemos que espíritopode significar mais que fôlego, porque ?Deus é espírito? (João 4:24).1. A MORTE FÍSICA NÃO ACARRETA A INEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DO HOMEM,PORQUE O ESPÍRITO NÃO ESTÁ SUJEITO À MORTE FÍSICA.Temos a prova disto em Mat. 10:28. Se o homem não pode matar o espírito, então a mortefísica não tem poder para dar cabo da existência do espírito. O homem pode matar qualquer coisaque esteja sujeita à morte física. Na morte física o corpo cessa de funcionar e começa adesintegrar-se, o homem cessa de ser uma ?alma vivente? no sentido distinto do vocábulo?alma?. Ma o espírito não pode ser mata do e dele nunca se fala como cessar na morte. Em vezachamos Jesus, ao morrer, entregando o Seu espírito nas mãos de Deus e Estevão entregando oseu espírito nas mãos de Jesus (Lucas 23:46; Atos 7:59). A morte física é meramente a separaçãodo espírito do corpo.2. A REPRESENTAÇÃO DA MORTE COMO UM SONO NÃO ENSINA QUE O ESPÍRITODORME E QUE É, PORTANTO, INEXISTENTE.

O sono é puramente um fenômeno físico. A morte é sono só por analogia, nãoatualmente. E a analogia está na aparência do corpo, não no estado quer do corpo quer doespírito. No sono o espírito ainda está unido com o corpo e, portanto, condicionado por ele. Mas,na morte, como todos são forçados a admitir, espírito e corpo estão separados e o espíritoseparado do corpo não está mais condicionado pelo corpo.Estevão dormiu (Atos 7:59), mas o seu espírito não cessou de existir, porque Estevão oencomendou nas mãos de Jesus e um espírito inexistente não podia ser encomendado nas mãos370de ninguém. Paulo descreveu a morte como um sono (1 Cor. 15:6; 1 Tess. 4:14), mas não ensinoua inexistência dos mortos. Paulo considerou a morte, não como uma cessação da existência, mascomo uma partida para estar com Cristo (Fil. 1:23). Estando ausente do corpo, Paulo quis dizer,não inexistente, mas presente com o Senhor (2 Cor. 5:6). Aquilo que é inexistente não pode estarpresente em logar algum ou com pessoa alguma.3. A REFERÊNCIA AOS ÍMPIOS MORTOS COMO ?ESPÍRITO EM PRISÃO? MOSTRAQUE OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES (1 PED. 3:20).Um espírito inexistente é uma não entidade e uma não entidade não pode estar emqualquer logar, porque ser é existir.4. MOISÉS NÃO CESSOU DE EXISTIR QUANDO ELE MORREU, PORQUE SÉCULOSDEPOIS ELE APARECEU COM Cristo NO MONTE DA TRABSFIGURAÇÃO (MAT. 17:3)Dirão alguns que Moisés foi ressuscitado imediatamente depois do enterro? Se sim, poreles está esperando uma refutação em 1 Cor. 15:20. Sendo Cristo as primícias dos mortos proíbea teoria de Moisés ter sido ressuscitado logo depois do seu enterro.5. OS HABITANTES DE SODOMA E GOMORRA NÃO CESSARAM DE EXISTIRQUANDO MORRERAM (JUDAS 7).Judas os descreve nos tempos do Novo Testamento como ?sofrendo a vingança do fogoeterno?. A palavra sofrendo nesta passagem é um particípio presente, que expressa ação durativaprogressiva. E que isto não é um presente histórico está mostrado pelo tempo presente do verbo?são postos.?6. O RICO E O LÁZARO NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (LUCAS

16:19-31).Isto não é uma parábola, mas pouco importa que fosse. O Filho de Deus não recorreu adesvirtuamentos mesmo em parábolas. Todas as Suas parábolas são verdadeiras a fatos.3717. CRISTO E O LADRÃO PENITENTE NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDOMORRERAM.Cristo não estava dependendo do corpo para a vida, porque Ele viveu antes que tivesseum corpo (João 1:1, 2, 14). E, na cruz, Cristo asseverou que Ele e o ladrão estariam naquele diajuntos no paraíso. Espírito inexistente não podiam estar em logar algum, muito menos juntos.8. OS ESPÍRITOS QUE JÃO VIU DEBAIXO DO ALTAR NÃO TINHAM CESSADO DEEXISTIR (APOC. 6:9).9. A RESSURREIÇÃO PROVA QUE OS MORTOS AGORA NÃO ESTÃO INEXISTENTES.Se fosse inexistente, então seria necessário haver uma recriação em vez de umaressurreição. E isto destruiria totalmente a base de recompensas, porque os que surgissem dasepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que trabalham obras aqui neste mundo.10. O FATO DE OS MORTOS BEM AVENTURADOS NÃO TEREM ATINGIDO O SEUMAIS ALTO ESTADO DE BEATITUDE, E DEVEM AINDA PASSAR PELARESSURREIÇÃO, NÃO PROVA QUE ELES SEJAM AGORA INEXISTENTES.?Aquela bem aventurada esperança? (Tito 2:13; 1 João 3:2,3) é a união do espírito com ocorpo glorificado. Somente isto trará a satisfação completa da aspiração do crente (Sal. 17:15).Mas Deus escolheu adiar a realização desta esperança até um tempo por vir. E enquanto o estadodesencarnado não é o ideal, todavia é melhor do que continuar na carne (Fil. 1:23); e os eu estãoneste estado estão presentes com o Senhor (2 Cor. 5:8).11. O FATO QUE OS ÍMPIOS FALECIDOS AINDA ESTÃO PARA SER JULGADOS ELANÇADOS NO LAGO DE FOGO NÃO PROVA QUE ELES AGORA SEJAMINEXISTENTES.Aprouve a Deus confirmar os espíritos dos ímpios falecidos em prisão (Isa. 24:22; 1 Ped.3:19), finalmente trazê-los e destiná-los juntos ao lago de fogo (Apoc. 20:11-15); mas que osímpios falecidos já estão em tormento cônscio de fogo mostramo-lo previamente (Lucas 16:19-372

31; Judas 7). A miséria final dos ímpios, como a felicidade dos justos, espera a ressurreição docorpo, em cujo tempo os ímpios serão lançados, tanto corpo como alma, no inferno (Mat. 10:28).12. O FATO DE A VIDA ETERNA SER RECEBIDA PELA FÉ NÃO PROVA QUE OS QUEA NÃO POSSUEM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA.A vida eterna nas escrituras quer dizer mais do que existência eterna. Está em contrastecom morte espiritual (João 5:24; Efe. 2:1; Col. 2:13; 1 João 3:14). A morte espiritual é escravidãoíntima num estado de pecado e separação de Deus, no qual alguém está privado de vida espiritualdivina, conquanto possua vida do espírito humano. A vida eterna é liberdade e comunhão comDeus . ?A morte espiritual faz alguém sujeito à segunda morte, a qual é uma continuação damorte espiritual numa outra existência sem tempo? (E. G. Robinson). E vida eterna é isenção dasegunda morte.13. A REPRESENTAÇÃO DA IMORTALIDADE COMO ALGO A SER ALCANÇADO NÃOPROVA QUE OS QUE NÃO A ALCANÇARAM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNARom. 2:7 e 1 Cor. 15:53 tem referência ao corpo. O corpo se descreve como sendo mortal,mas o espírito nunca. Revestir-se de imortalidade no sentido da Escritura supra é receber umcorpo imortal e, portanto, passar aquele estado no qual não podemos mais ser afetado pela morte.Este se revestir de imortalidade é a junção de um corpo imortal com um espírito imortal.14. A IMPUTAÇÃO DE IMORTALIDADE SÓ A DEUS (1 TIM. 6:16) NÃO QUER DIZERQUE OUTROS NÃO POSSUEM EXISTENCIA ETERNA.A passagem acima quer dizer que só Deus é totalmente imortal em todas as partes do SeuSer e não afetado pela morte, que só Ele possui imortalidade inderivada e independente. Ao passoque o homem é imortal quanto a uma só parte de sua natureza, sua imortalidade, tanto do espíritocomo do corpo, deriva-se de Deus. O caso de Elias é uma resposta suficiente ao argumento de?dormentes dalma? sobre esta passagem. Elias cessou de existir em qualquer tempo? Se não, eletinha existência imortal.15. OS ENUNCIADOS DE JESUS EM JOÃO 3:13 E 13:33 NÃO ENSINAM QUE OS JUSTOSFALECIDOS SÃO INEXISTÊNTES.373

A escritura deve ser interpretada à luz da Escritura. Portanto, a primeira passagem supranão pode ser tomada com absoluta literalidade. Porque em 2 Reis 2:2,11 assevera-se duas vezesque Elias foi recebido no céu. O sentido da afirmação de Cristo aqui, então, não pode ser mais doque ter Jesus só ascendido ao céu e voltado para revelar os mistérios a Ele comunicados lá. Asegunda passagem é explicada pelo verso 36. Cristo quis dizer, meramente, que, entrementes,aqueles a quem Ele estava falando não podiam seguir; não que eles nunca O seguiriam, porquenesse caso eles nunca podiam ir ao céu.16. O ENUNCIADO DE PEDRO EM ATOS 2:34 NÃO QUER DIZER QUE DAVI ERAINEXISTÊNTE.Este enunciado sobre Davi está elucidado pelo de Cristo a Maria Madalena a respeito deSi mesmo (João 20:17). Cristo disse: ?Ainda não subi a meu Pai?. Mas o espírito de Cristoascendera ao Pai (Lucas 23:43,46; Apoc. 2:7; 22:1,2). O significado então do enunciado de Pedroa respeito de Davi e o Cristo sobre Si mesmo é que eles não tinham ascendido em corpo.17. AS ESCRITURAS DO VELHO TESTAMENTO NÃO PROVAM A INEXISTÊNCIA DOSMORTOS.A Escritura deve ser explicado pela Escritura. As revelações incompletas e indistintas doVelho Testamento devem ser explicadas pelas revelações mais amplas e mais claras do NovoTestamento. E à luz destas últimas algumas afirmações no Velho Testamento concernentes aoestado dos mortos podem ser tomadas somente como a linguagem de aparência. Escritores doVelho Testamento, não tendo uma revelação clara concernente ao estado dos mortos, muitasvezes falaram dos mortos do ponto de vista desta vida. É neste sentido que devemos entenderpassagens tais como Jó 3:11-19; 7:21,22; Sal. 6:5; 88:11,12; 115:17; Ecles. 3:19,20; 9:10; Isa.38:18.II. OS JUSTOS FALECIDOS ESTÃO COM O SENHORJá aludimos ao estado tanto dos justos como dos ímpios falecidos. Mas, por causa daclareza, restabelecemos o ensino da Escritura sobre este assunto.Os justos falecidos estão com o Senhor. Isto está provado pelas seguintes passagens:374

?Enquanto estamos no corpo ausente do Senhor... porém temos confiança e desejamosmuito deixar este corpo e habitar com o Senhor? (2 Cor. 5:6-8). Assim, para os justos, estarausente do corpo, isto é, estar naquele estado ocasionado pela morte é estar na presença doSenhor.?Estou apertado entre os dois, desejando partir e estar com Cristo? (Fil. 1:23). Paulo nãopodia decidir se ele preferia permanecer na carne, isto é, continuar a viver aqui na terra, oumorrer para estar com Cristo. Assim, para os justos, uma partida desta vida é uma entrada àpresença de Cristo.O ladrão arrependido moribundo ouviu de Jesus: ?Hoje estarás comigo no paraíso?. Oparaíso é o terceiro céu dos judeus, o logar do trono de Deus (2 Cor. 12:2,4). Mais prova distoencontra-se no fato de a árvore da vida estar no paraíso (Apoc. 2:7), e perto do trono de Deus(Apoc. 22:1,2).Pode ser, como crêem alguns, que, até a morte de Cristo, os justos não foram à presençade Deus senão a um logar intermediário de felicidade. Conquanto isso possa ser, as passagenssupra mostram que os justos agora vão imediatamente à presença do Senhor através da morte.III. OS FALECIDOS ÍMPIOS ESTÃO EM TORMENTO CÔNSCIO E ARDENTEEstá isto mostrado na história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Respondem alguns queisto é somente uma parábola. Mas não há, sequer, um indício que o seja. E o fato se estarnomeado o nome de uma pessoa envolvida é incoerente com todas as outras parábolas. Massuponde que é uma parábola, Cristo torceu fatos nas Suas parábolas? Que propósito podia Ele tertido em assim fazer? Uma caricatura de fatos na passagem em foco não ensina um erro? Os quebuscam fugir a isto com fundamento que é uma parábola mostram o desespero de sua teoria comuma semelhante miserável escapatória.Este fato também está patente, como já o frisamos, nas palavras de Judas no verso 7 desua epístola a respeito dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Ele os descreve como ?sofrendo(tempo presente) a vingança do fogo eterno?.375O lugar onde os ímpios estão confinados é chamado uma prisão (1 Ped. 3:19). São

criminosos condenados esperando na prisão até ao tempo de serem colocados na eternapenitenciária de Deus, o lago de fogo (Apoc. 20:15). Isto é para ter logar no juízo do grande tronobranco, tempo em que tanto o corpo como as almas dos ímpios serão lançados no fogo (Mat.10:28).IV. NENHUMA PROVAÇÃO DEPOIS DA MORTEA noção que há provação depois da morte toma duas formas. Contém-se a primeira em:1. O ENSINO CATÓLICO SOBRE O PURGATÓRIO.?A Igreja Católica ensina a existência do Purgatório, onde aqueles que morrem com levespecados nas suas almas, ou que não satisfazem a punição temporal devida aos seus pecados estãodetidos até que se purifiquem suficientemente para entrar no céu? (O que a Bíblia protestanteensina sobre a Igreja Católica, Patterson).As passagens dadas para substanciarem este ensino são: Mat. 5:26; 12:32; 1 Cor. 3:13-15;Apoc. 21:27; 1 Ped. 3:19.Antes de abreviadamente cometer estas passagens, oportuno é observar a justificação esalvação totalmente de graça por meio da fé em Cristo. Vimos que Deus não cobra pecados aocrente (Rom. 4:8; 8:33). O crente foi eternamente quitado de todo pecado. Mais ainda, Heb. 9:27implica claramente que não é possível nenhuma mudança entre a morte e o juízo. Estaspassagens, para não mencionar muitas outras, mostram que o Purgatório é uma invenção humana.Quanto às passagens empregadas para substanciarem a doutrina do Purgatório: Mat. 5:26é para ser manifestamente considerada como se referindo à prisão romana. Mat. 12:32 fazsimplesmente ?uma declaração forte e expandida? que a blasfêmia contra o Espírito Santo nãoserá jamais perdoada. Achar aqui a insinuação em que alguns pecados possam ser perdoados noporvir é fundar uma doutrina de longo alcance sobre uma inferência incerta. Semelhante doutrina,se verdadeira, acharia certamente afirmação mais clara do que a que esta passagem proporciona.Em 1 Cor. 3:13-15 temos apenas uma forte alusão ao teste das obras humanas nos dias de Cristo.Não há aqui nenhuma purificação ou purgamento, como os católicos supõem ocorrer no376Purgatório, mas somente um desejo de obras inaceitáveis. Apoc. 21:27 declara somente que os

ímpios não podem entrar em a Nova Jerusalém. O espírito e o corpo glorificado do crente nãotem pecado. O espírito se purifica de todo pecado na regeneração. A última passagem (1 Ped.3:19) será estudada no próximo título.A segunda forma desta noção de provação depois da morte jaz principalmente em:2. A CRENÇA QUE CRISTO PREGOU AOS ÍMPIOS FALECIDOS.Baseia-se a crença em 1 Ped. 3:19,20. Esta forma da noção de provação depois da morte édiferente do ensino católico do purgatório, em que ela inclui somente incrédulos, ao passo que oensino católico inclui somente crentes, como tendo provação. Segundo esta forma da doutrina deprovação depois da morte, os incrédulos terão a oportunidade de se arrependerem e serem salvosdepois da morte. Isto está discutido em extenso em What Happens After Death!(O Que AconteceDepois da Morte!) por William Striker, publicado pela Sociedade de Tratados Americana.Deve ser admitido que as traduções comuns de 1 Ped. 3:19,20, emprestam encorajamentoa esta crença; mas, mesmo nisso, estranho é que Jesus tivesse pregado somente aos que foramdesobedientes durante os dias de Noé, ou que, se a todos foi pregado, apenas oito almas fossemmencionadas.E não pode insistir-se sobre o verbo ?foi? como indicando que Jesus veio em contatopessoal com os espíritos em prisão. ?Grande peso se tem dado a esta palavra em sustento da idéiaque Cristo foi em prisão a prisão dos perdidos; mas a palavra não implica necessariamentelocomoção pessoal? (N. M. Williams, Comment. In loco). Acham-se em Gen. 11:5-7 e Efe. 2:17casos de uma palavra igual em que não se indica locomoção pessoal.Mas, ainda mais, não é em absoluto necessário traduzir o verso 20 como nas traduçõescomuns. A idéia de desobediência nesta passagem expressa-se em grego por um particípio aoristosem o artigo, apiethesasi; e, enquanto é verdade que o particípio sem o artigo pode ser traduzidoatributivamente, isto é, como livremente equivalente a uma clausula relativa, contudo, isto é aexceção mais que a regra. A regra é que o particípio sem o artigo é empregado predicativamente,exigindo uma clausula temporal para a sua tradução. Segundo a regra, então, a primeira clausula377

do v. 20 devera ser traduzida ?quando primeiramente foram desobedientes?, indicando que apregação ocorreu (pelo espírito de Cristo operando por Noé) no tempo da desobediência e nãodois mil anos depois.Pode ser perguntado porque a versão do Rei Tiago, a Revista e as versões da UniãoBíblia, todas traduzem esta construção com uma clausula relativa. Respondemos que isto,evidentemente, é por causa da influência da Vulgata e a parcialidade teológica da cristandade quetem favorecido a noção de provação depois da morte. Mas o Novo Testamento está em toda parteoposto à idéia de provação depois da morte, sem a qual esta suposta pregação aos ímpiosfalecidos foi inútil. Tal probação não é precisa para vindicar a justiça de Deus, porque mesmo ospagãos sem o evangelho estão ?sem desculpa? (Rom. 1:20).1 Pedro 4:6 , que é outra passagem empregada para ensinar a provação depois da morte,significa que o Evangelho foi pregado aos mortos enquanto estiveram vivos.378Cap 38 - O MilênioPrincipiamos nosso estudo de escatologia com uma consideração do milênio, porque é acrux da controvérsia entre pré milenaristas e seus oponentes de toda cor.A palavra !milênio? vem-nos do latim, significando !mil anos?. Refere-se aos mil anos deApoc. 20:1-7. Nestes versos há seis referencias a este período de tempo. É dado aqui como otempo durante o qual Satanás deverá ser preso e os santos reinarão com Cristo.Quando os oponentes do pré milenarismo asseveram que a palavra !milênio? não está naBíblia, falam enganosamente. Está ela tão verdadeiramente na Bíblia como a expressão !milanos?. Desde que estas expressões são inglesas, nenhuma delas estava nos manuscritos originais.Mas a palavra !milênio? representa o significado do grego tão verdadeiramente como a expressão!mil anos?. Assim mossa não faz em dizer-se que a palavra em foco não está na Bíblia, a menosque se o diga para prejudicar alguns ouvintes ou leitores.Nosso tratamento do assunto não justificará a acusação que o pré milenarismo ?construiseprincipalmente sobre uma passagem no Apoc. 20:1-10?, ou que os premilenaristas ?partem de

uma certa interpretação de Apoc. 20:1-10 e então engendram sua idéia de volta às epístolas eevangelhos." Começaremos antes com outras passagens e por elas interpretaremos a doApocalipse.Mas ainda, nossa discussão conformar-se-á com uma regra enunciada por um de nossosoponentes; a saber, ?São princípios é de interpretação bíblica começar com Ele que é a Luz domundo; em outras palavras, principal com o estudo do Novo Testamento e voltar ao Velho com aluz do Novo." Isso será, exatamente, o nosso método de proceder.Todavia, depois de havermos feito isto, depois de termos deixado o Novo Testamentofocar a luz do Velho sobre esta questão, interpretaremos então Apoc. 20 em vista dessa luz. E seos nossos oponentes desejam continuar a blasonar sobre nós lermos do texto o que não está lá,trataremos a acusação com complacente e tolerante desdém. Não há um deles que não !leia em?tais passagens como Lucas 13:3 que a fé bem como o arrependimento é uma condição de379salvação. Assim é através de toda a Bíblia. Tomamos os vários pormenores de passagenscolaterais e as ajuntaremos para tirarmos a verdade toda.I. AS FORMAS PRESENTES E FUTURAS DO REINO1. A FORMA PRESENTE DO REINO NÃO É A FORMA FINAL.Isto está plenamente indicado por um número de passagens que apontam para um reinofuturo. Vide Mat. 6:10; 25:34; Marcos 14:25; Lucas 13:28,29; 2 Tim. 4:1. Notai também quealgumas das parábolas em Mat. 13 indicam que o reino do céu contem agora falsos professantes(joio e peixe ruim), enquanto outras passagens falam de uma forma do reino do céu em que só osjustos entrarão. Vide Mat. 5:20; 7:21. Estas passagens apontam, evidentemente, para o períodoque seguirá ao cumprimento de Mat. 13:41: !O Filho do homem mandará os Seus anjos e elesajuntarão do reino tudo que ofende e os que praticam iniqüidade?. Isto, manifestamente é para secumprir no juízo, no fim desta época (Mat. 13:39-40), e então seguir-se-á o reino ou forma doreino aludida em Mat. 5:20; 7:21 e também em Mat. 25:34. Destas passagens, então, vemosclaramente que o juízo no fim desta época não trará um fim ao reino messiânico, mas antes oprecederá na sua forma final.

Nem devemos considerar este ensino pleno como contraditado por 1 Cor. 15:24. Jamaispodemos esperar de chegar à verdade a menos que deixemos as passagens mais claras seguirem ainterpretação das que são um tanto obscuras. Lede vs. 22-24 na revisão. Notai a leitura: !então osque de Cristo na Sua vinda? em vez de !depois os que são de Cristo?, etc. Assim a revisão dá a!epeita? o mesmo sentido de !eita?. ?Então? está empregado para traduzir a ambas. Notai, então,que o primeiro !então? permite o lapso de tempo entre a ressurreição de Cristo e Sua segundavinda. Portanto, !então vem o fim? não pode ser usada para provar que !o fim?, seja o que for,ocorre imediatamente depois da vinda de Cristo. !Epeita? e ?eita? nestes versos não marcamsucessão temporal imediata, mas antes seqüência em enumeração, dependendo !da natureza dascoisas enumeradas? (Thayer). Não há diferença nas palavras, certamente, que concederá àprimeira admitir um lapso de mais do que dezenove séculos ao passo que proibindo qualquerlapso de tempo a última. Assim compreendido, ver-se-á prontamente que o v. 24 em si mesmosugere que !então vem o fim? não fixa o tempo quando Ele terá entregue o reino a Deus? (melhor,!quando quer que Ele entregar?, etc), mas antes vice-versa.380Inda mais, com mui significantemente diz E. P. Gould: !Na Sua vinda?, pode ser trazidona parousia ou presença, isto é, durante o tempo da presença de Cristo na terra, seguindo Suasegunda vinda." É este sentido se, como cremos, com base em Isa. 65:20 e outras passagensparalelas, a morte continuará na terra após o estabelecimento dos ?novos céus e uma nova terra?(Isa. 65:17 ()). Em outras palavras, esta passagem admite uma contínua ressurreição dos justosatravés do reino de Cristo sobre a terra e cremos que as Escrituras em geral a exigem. Como oscrentes em corpos naturais morrem, serão ressurgidos imediatamente. Podemos então dar a?então vem o fim? o seu sentido mais natural segundo o seu contexto, entendendo que quer dizero fim do reino messiânico, que não virá imediatamente senão somente depois que a morte forcompletamente conquistada.2. CRISTO É AGORA REI, MAS ELE NÃO ESTÁ NO SEU TRONO, O TRONO DE DAVI.

O autor desaprova chatamente a idéia que Cristo não está reinando agora. Isto ésustentado por alguns pré milenaristas, mas não é uma parte necessária do pré milenarismo.Cristo já é rei de um reino espiritual comumente falado em o Novo Testamento como !o reino deDeus?, isto é, um reino sem cabeça visível e limites físicos, cujos súditos podem ser distinguidossó por característicos espirituais. Que Cristo já é rei de semelhante reino está definida einiludivelmente ensinado em Mat. 28:18-20; João 18:36; Col. 1:13; Apoc. 3:21.Mas Cristo não está agora no Seu trono, o trono de Davi que Lhe foi prometido. Lucas1:32. Notai esta significativa passagem:!Ao que vencer QUERO EU conceder que se assente comigo no MEU trono, assim comoeu venci e me assentei com o PAI NO SEU TRONO? (Apoc. 3:21).Notai que Cristo está agora sentado com o Pai no trono do Pai e que está implicado quenalgum tempo no futuro assentar-se-á Ele no Seu próprio trono, no qual tempo os vencedores(todos os regenerados, 1 João 5:4) assentar-se-ão com Ele. Os contrastes aqui são significantes !o trono do Pai contrastado com o !meu trono? o presente estou assentado contrastado com ofuturo sentar-se-á. Esta passagem está morta contra aqueles que contendem que o milênio estáagora em progresso e nós nunca soubemos de um só deles para experimentar tratar dele.381Atos 2:25-32 não prova, como tem sido alegado que Cristo está agora no trono de Davi.Nossos oponentes apresentam argumentos infundados sobre a suposta base desta passagem juntacom 2 Sam. 7:12: (1). Que esta passagem ensina que Cristo era para sentar-se no trono de Daviimediatamente depois de Sua ressurreição. Mas a passagem nada diz dessa espécie. Ela ensinaque a ressurreição era necessária a Ele sentar-se no trono, mas não que Ele ascendeu ao tronoimediatamente. As Escrituras já citadas mostram que isto não foi o caso. (2) Que Davi entendeupela promessa citada por Pedro (2 Sam. 7:12) que Cristo sentar-se-ia no Seu trono enquantoDavi estava ainda dormindo com seus pais e não depois da ressurreição. Isto émaravilhosamente lógico a vir daqueles que protestam que nós lemos em Apoc. 20:1-7 coisas quenão se ensinam ali.

A letra e fase natural de 2 Sam. 7:12 referidas à colocação de Salomão no trono de Davi einsistir com a letra é meramente discutir absurdamente para a sustentação de uma proposiçãofraca demais para agüentar. Alguém podia do mesmo modo discutir que, tanto a fase natural dapassagem viu um sucessor imediato de Davi, Cristo ascendeu ao trono de Davi na morte de Davi.Em Atos 2:29 Pedro fala do fato !que Davi tanto está morto como enterrado e o seu sepulcro estáconosco até este dia? meramente para provar que Davi não podia ter estado falando de si mesmoquando disse que sua alma não seria deixada no Hades e que ele não veria corrupção. Este fato éevidente a todos, salvos aqueles cegados para sustentarem uma teoria inescrituristica.3. CRISTO ASCENDERÁ AO SEU TRONO NA SUA SEGUNDA VINDA.Isto faz-se indisputável pela seguinte passagem:!QUANDO o Filho do homem vier na Sua glória e todos os santos anjos com Ele,ENTÃO assentar-se-á sobre o trono de Sua glória? (Mat. 25:31).Nesta passagem temos mais extensa resposta à absurda contenção notada acima. É na Suasegunda vinda que Cristo se sentará no Seu trono. Nesse tempo será estabelecida a forma futurado reino referida em Mat. 13:43; 25:34. Isto concorda com Lucas 19:12, onde um !certo nobre?representa Cristo.II. A NATUREZA DO REINO FUTURO3821. SERÁ SOBRE A TERRAIsto é um fato significativo, que se estabelece pelas duas passagens seguintes:Apoc. 5:10, onde os redimidos (vinte e quatro anciãos), após falarem de redenção pormeio de Cristo, dizem: ?E nos fez para Deus um reino e sacerdotes; e eles reinam sobre aTERRA."Zacarias 14:9: ?E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será o Senhor eum só será o Seu nome."Citamos a primeira passagem da revisão, a qual segue o manuscrito alexandrino em ler?eles reinam? em vez do sinaitico que reza !reinaremos?. Assim devemos escolher aqui entre doismanuscritos em evidência para decidirmos se o tempo é presente ou futuro. Contudo, A. T.Robertson sem nenhuma afinidade com o pré milenarismo, diz que temos o !uso futurístico? do

indicativo presente ativo. E quem, exceto alguém a caça de prova mais de uma teoria do que averdade das Escrituras, pode duvidar de que temos aqui uma referência à mesma coisa em Apoc.2:26-27, 3:21; 1 Cor. 6:2 onde está coerentemente posto no futuro?Notai desta passagem, então, que este reino é para ser na terra e lembrai-vos que Apoc.3:21 nos diz que os santos sentar-se-ão com Cristo no Seu trono. Vemos assim que, desde que oreino dos santos é para ser na terra, o trono de Cristo e, portanto, o Seu reino, são para ser aqui.A segunda passagem refere-se aquilo que é ainda futuro. Em nenhum tempo até hojeesteve a terra toda sujeita ao Senhor. A passagem é para ser cumprida depois dos eventos dosversos precedentes terem logar. Os que tentam achar um cumprimento deste capítulo no passadosó puderam engendrar um expediente espremido e refugado de um cumprimento. Um escritor,por exemplo, discute bem conclusivamente que o capítulo não se cumpriu na destruição deJerusalém. A. D. 70, porque, naquele tempo todo, em vez de metade do povo foi !cortado dacidade?. Mais ainda, naquele tempo, Deus não lutou pelos judeus mas contra eles; enviando osexércitos romanos mesmo como dEle próprio, Ele !destruiu aqueles assassinos e queimou suacidade?, como Jesus disse que Deus faria (Mat. 22:7). Mais ainda, está assinalado que, desdeaquele tempo Jerusalém tem sido !pisada pelos gentios? (Lucas 21:24) e ninguém tem ido lá para383!guardar a festa dos tabernáculos?. Mas então este mesmo escritor passa a experimentarengendrar um cumprimento no cuidado de Deus pelo Seu povo durante as trevas e aflições doperíodo inter Bíblico, referindo-o particularmente às perseguições terríveis infligidas aos judeuspor Antiôco Epífano, rei da Síria no segundo século B. C. . Mas ele se encarrega de não acharnenhum cumprimento minucioso, o que, sem dúvida, ele não pode fazer. As seguintes diferençasdeslumbrantes existem entre o cerco descrito em Zac. 14 e as guerras e perseguições sobAntiôco:(1) Em Zac. 14 lemos: ?Reunirei todas as nações contra Jerusalém para batalhar." SobAntiôco somente nações debaixo da regência Síria vieram contra Jerusalém.

(2). Em Zac. 14 o cerco era para durar só um dia (vs. 6,7), enquanto que o sob Antiôco eseu filho houve ataques por um período de anos e num tempo o culto em Jerusalém foiabandonado pelos judeus por três anos, durante cujo tempo a religião esteve proibida e o templodedicado ao deus grego, Zeus.(3). Em Zac. 14 o cerco e a vitória são seguidos de um glorioso período de benção eprosperidade espiritual, ao passo que o período seguinte às guerras sob Antiôco assinalou-se pormais guerra, divisão interna, rivalidade, intriga e guerra civil entre os judeus, terminando na suasujeição a Aoma ().(4). Em Zac. 14 uma grande praga está vaticinada para os exércitos opostos (v. 12). Istonão ocorreu ao tempo de Antiôco.(5). Em Zac. 14 o cerco é para ser seguido por aqueles que estão deixados das nações quevieram contra Jerusalém vindo de ano a ano adorar e guardar a festa dos tabernáculos. Isto nãoseguiu libertação da perseguição sob Antiôco algo mais do que ocorreu seguindo a destruição deJerusalém em A. D. 70.(6). Em Zac. 14 está dito que !os seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras?, e outravez: !O Senhor meu Deus virá e todos os santos contigo?. Isto não se seguiu aos dias deAntiôco.384Nossos oponentes reconhecem que os pés de alguém são para estarem sobre o monte dasOliveiras?, mas não estão certos quem é a pessoa. A eles não é isto certo porque estão cometidosa uma teoria que lhes proíbe admitir fatos evidentes. Aqueles não assim presos é claro que oinconfundível antecedente gramatical de !seus? no vs. 4 é ?O Senhor? no vs. 3. Evidente tambémé que a afirmação que !o Senhor meu Deus virá e todos os santos contigo? refere-se ao segundoadvento de Cristo, tanto como se referem afirmações semelhantes em o Novo Testamento. VideJudas 14; 2 Tess. 1:7; Mat. 25:31. Concluímos assim que o nosso ponto aqui está provado.2. SERÁ NA NOVA TERRADesejamos chamar a atenção aqui para Mat. 19:28, que reza:?E Jesus lhes disse (aos doze apóstolos): Na verdade vos digo, vós que me seguiste, NAREGENERAÇÃO, quando o Filho do homem sentar-se no trono da Sua glória, VÓS TAMBÉM

VOS SENTAREIS SOBRE DOZE TRONOS, JULGANDO AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL."Comentando a frase !na regeneração?, A. T. Robertson diz: !O novo nascimento domundo é para ser cumprido quando Jesus sentar-se no Seu trono de glória?. John A. Broadusdiz: !Quando o reino messiânico estiver completamente estabelecido, haverá um novonascimento de todas as coisas, chamado uma !restauração de todas as coisas? (Atos 3:21, VersãoRevista), !novos céus e uma nova terra, onde habita a justiça? (2 Ped. 3:13)...Mais interessante, porém, do que estes comentários são duas passagens que engatam comesta passagem de um modo muito definito. Notai estas duas passagens:?Porque, eis que eu crio céus novos e terra nova; não haverá mais lembrança das coisaspassadas, nem mais subirão à mente. Porém vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eucrio; porque eis que eu crio a Jerusalém uma alegria e ao seu povo um gozo. E folgarei emJerusalém e exultarei no meu povo, nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor.Não mais dali haverá uma criancinha de dias, nem velho que não cumpra seus dias; porque acriancinha morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E edificarãocasas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não construirão para que outrashabitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias385da árvore e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos por muito tempo. Não laborarãoem vão, nem darão a luz para inquietação, porque são a semente dos benditos do Senhor e suadescendência com eles. E acontecerá que, antes que clamem, eu responderei: estando eles aindafalando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro alimentar-se-ão juntos e o leão comerá palha como oboi e pó será a comida de serpente. Não farão mal nem destruirão em todo o meu santo monte,diz o Senhor? (Isa. 65:17-25).!Porque, como os céus novos e a terra nova, que eu farei, estarão diante de mim, diz oSenhor, assim vossa semente e vosso nome estarão. E acontecerá que, de uma lua nova a outra,de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor." (Isa. 66:22,23)

Pode lá haver qualquer dúvida razoável que nosso Senhor teve estas passagens em mentequando Ele falou de !a regeneração?? Ainda mais, não é evidente que Pedro também as tevequando ele escreveu dos !novos céus e uma nova terra, onde habita justiça? (2 Ped. 3:13)? Oautor considera como definitivamente resolvido que as palavras de Pedro aludem à mesma coisaassim como as de nosso Senhor em Mat. 19:28 e que o estabelecimento do reino milenial deCristo será introduzido pelo estabelecido de novos céus e uma nova terra.3. SERÁ PREEMINENTEMENTE JUDAICONotamos que os crentes reinarão com Cristo no Seu trono; mas Mat. 19:28, que já vimos,conta-nos que os doze apóstolos ocuparão doze tronos julgando as doze tribos de Israel. Semduvida os espiritualizantes nos anatematizarão por entendermos o Senhor exatamente pelo queEle diz aqui, mas nós não estamos no mínimo com medo nem de leve aflitos pela sua campanhasem tréguas de castração da Palavra de Deus.Tanto como nosso Senhor, elevado na profecia como Ele era, muito provavelmente teveem mente as passagens já citadas de Isaías ao falar de !a regeneração?, assim por igual há outrapassagem de Isaías que Ele deve ter dito em mente ao referir-se a doze apóstolos e ao seuassentar-se em doze tronos julgando as doze tribos de Israel. Esta outra passagem é Isa. 1:26, aqual reza:386!E eu restaurarei teus JUIZES como no princípio e teus conselheiros como no começo;depois serás chamada, - A cidade de justiça, a cidade fiel."Tudo isto implica, e a Bíblia conclusivamente o ensina, o reajustamento de Israel, e arestauração da vida nacional de Israel. Notemos:(1). O reajustamento de IsraelA. Passagens que a isso aludem.!E, naquele dia, haverá ?uma raiz de Jessé, que ficará por um pendão do povo; por elatodos os gentios buscarão e o seu descanço será glorioso. E acontecerá naquele dia que o Senhorporá Sua mão uma segunda vez para recobrar o restante do Seu povo que será deixado, daAssíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elam, de Sinear e de Hamate, das ilhas do mar. E Eleerguerá um pendão entre as nações e ajuntará os desterrados de Israel e os dispersos de Judá dos

quatro cantos da terra? (Isa. 11:10-12).!Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem um rei e sem um príncipe, sem umsacrifício, sem uma imagem, sem um efod, sem um terafim; depois tornarão os filhos de Israel ebuscarão ao Senhor seu Deus, a Davi seu rei; temerão ao Senhor e à Sua bondade nos últimosdias? (Oséias 3:4,5).!Eis que eu os ajuntarei de todas as terras, para onde os houver lançado na minha ira e nomeu furor, na minha grande ira; e os tornarei a trazer a este logar, farei que nele habiteseguramente. E serão meu povo e serei seu Deus. E lhes darei um mesmo coração, um caminho,para que me temam para sempre, para seu bem e de seus filhos depois deles: e farei com eles umconcerto eterno, que não tornarei deles, para fazer-lhes bem; mas porei meu temor nos seuscorações, que não se apartem de mim." (Jer. 32:37-40).!E trarei de novo o cativeiro do meu povo de Israel e reedificarão as cidades assoladas,nelas habitarão; plantarão vinhas e beberão o seu vinho; farão jardins também e comerão do frutodeles. E os plantarei na sua terra e da sua terra que lhes dei serão mais arrancados, diz o Senhorteu Deus." (Amós 9:14,15).387Notai estas passagens proféticas de uma restauração, uma volta, um ajuntamento, umtrazer de novo dos judeus. Afirma-nos que se referem a Israel como nação e que ainda nãotiveram o seu cumprimento completo. Fazemos esta afirmação na base dos seguintes fatos:(a). Na primeira passagem faz-se uma distinção entre os gentios e o Seu povo. Os gentiossão para participar das bênçãos do reino de Cristo, mas é o Seu povo, Israel e Judá, que é para serreajustado.(b). Isto é para ser !a segunda vez (de Deus) para recobrar o resíduo do Seu povo."(c). O ajuntamento é para ser, não meramente da Assíria e Babilônia, e outros paísesadjacentes senão !dos quatro cantos da terra? ().(d). Isto é para ser cumprir no dia quando !haverá uma raiz de Jessé, que ficará por umpendão do povo?. Isto claramente se refere aos tempos do Messias.(e). A segunda passagem afirma que, no dia de sua volta, os israelitas !buscarão o Senhorseu Deus e DAVI SEU REI?. Isto outra vez claramente se refere aos tempos do Messias.

(f). A terceira passagem estipula que, ao tempo deste reajustamento Deus vai fazer um!concerto eterno com eles? com o resultado que Ele jamais !tornará deles? outra vez e que ?elesnão se apartarão? dEle.(g). A quarta passagem nos conta que, quando Israel for reajuntada, !não mais serãoarrancados de sua terra?. Eles foram arrancados de sua terra outra vez depois do retorno docativeiro sob Zorobabel, Esdras e Neemias.B. Objeções apresentadas pelos nossos oponentes contra a nossa interpretação destasprofecias.Estas objeções são muitas e invocadas com grande insistência. Mas, tanto quanto o espaçopermitir, nós as tomaremos e mostraremos que são infundadas.388(a). A despeito dos fatos para os quais temos chamado a atenção, é-nos dito, bemconfidentemente, que a primeira passagem dada supra (Isa. 11:10-12) refere-se ao retornoarquivado nos livros de Esdras e Neemias. Diz-se isto na base do fato que em Isa. 10:24-34 oprofeta ?se refere à Assíria?. Mas isto de nenhum modo prova que nada no capítulo seguintepode ir além do retorno histórico de Israel, mesmo como os nossos oponentes mesmo admitempor atribuir uma parte desta profecia aos nossos tempos. Está tomada nota do fato que !o Senhorporá sua mão UMA SEGUNDA VEZ para recobrar o resíduo do Seu povo, porém é-nos dito quea !primeira vez foi seu livramento do Egito?. Isto se diz simplesmente na base do fato que o v.16 diz que, no dia do retorno !haverá um caminho plano para o resíduo do Seu povo... assimcomo foi para Israel no dia em que ele saiu da terá do Egito? (). Deixamos ao leitor formar suaprópria opinião da validade deste argumento. Dá-nos a mera menção de uma coisa por um profetae liberdade de ler seus escritos onde quer que nos pareça justo?!Naquele dia? de Isa. 11:10 é arrebatado de sua conexão com o resto da sentença e feitoreferir-se ao dia de retorno da Assíria e Babilônia. Nenhuma conta que se já é tirada do fato queesta profecia está !datada?, estando tudo ajuntado aquele dia quando ?haverá uma raiz de Jessé,que ficará por um pendão do povo."(b). Todavia, a despeito de todos os esforços, nossos oponentes não podem achar um

cumprimento completo destas profecias do Velho Testamento. Assim eles retrocedem sobre umasegunda linha de ataque e afirmam um cumprimento nesta época atual do Evangelho. É nos ditoque o Espírito Santo datou a profecia de Isa. 11:1-10 e declarou-a cumprida neste tempo. Paraprova dá-se Rom. 15:12. Respondemos que Paulo, em Rom. 15:12, faz meramente uma aplicaçãode uma e somente uma parte desta profecia para mostrar ?que o propósito de Deus desde oprincípio foi abranger tanto os judeus como os gentios no vasto abraço de Sua misericórdia,através do Messias? (A. N. Arnold). Não há coisa que seja em Rom. 15 ou em qualquer outrapassagem do Novo Testamento que indique que Cristo e os apóstolos consideraram as profeciasdo Velho Testamento concernentes aos judeus como achando cumprimento consumado nosgentios desta época. Paulo, em Rom. 15:12, cita Isa. 11:10 só o bastante do que esta últimapassagem refere aos gentios, e isso, como dissemos, só o modo de aplicação. Ele não diz umapalavra sobre o v. 11 e sua predição do retorno de Israel. Nem qualquer outro escritor do NovoTestamento faz uma aplicação espiritual de tais profecias.389Não obstante, é-nos dito que o Novo Testamento explica e aplica as profecias darestauração de Israel do cativeiro a esta era do Evangelho (Isa. 52:11; Jer. 30:18-24; 2Cor.6:17,18), e, daí, que elas são típicas de nosso grande livramento por Jesus Cristo. Leia o leitorcuidadosamente as referidas passagens. Não há aqui mais do que a aplicação por um escritor doNovo Testamento de um princípio e um apelo que acham sua primeira enunciação no VelhoTestamento. Esta prática constante de nossos oponentes em lerem em o Novo Testamentoargumentos que não estão lá é evidência suficiente da inteira falsidade de sua contenção. Setivessem quaisquer prova real, eles a usariam.Semelhantemente se afirma que !a profecia de Jeremias do Novo Testamento Concerto(Jer. 31:31-34) cumpriu-se e estabeleceu-se em Cristo?. Desde que o novo concerto é umconcerto de graça sob o qual Deus trata com crentes individuais em vez de com uma nação, assimcomo sob o antigo concerto, crentes não estão agora debaixo dele. MAS ASSIM FOI ABRAÃO!

Gal. 3:6-18. Este concerto foi primeiro feito conhecido a Abraão por meio de Cristo. É esta arazão de os gentios participarem dele. Mas em Jer. 31 e 32 está revelado que Israel como umanação (a nação viva no tempo) virá sob este concerto. Enquanto uma vez Deus tratouprincipalmente com eles como um todo debaixo do velho concerto, então tratará com a naçãointeira como indivíduo debaixo do novo concerto. Então o escritor aos hebreus, escrevendo acrentes professos entre os judeus, faz aplicação das palavras de Jeremias para provar a essesjudeus que o antigo concerto foi recolocado. Nada há aqui para provar que ainda não há para seruma aplicação deste concerto a toda a casa do Israel nacional. Isto é o sentido evidente daspalavras de Jeremias, interpretadas à luz de toda a profecia do Velho Testamento. Quando nossosoponentes as espiritualizam, fazem-no, não sobre a base da Escritura senão sobre a base de suaspróprias noções pré-concebidas. O único método seguro de interpretar a Palavra de Deus éconsiderá-la literal, a menos que haja clara indicação de um sentido figurado ou espiritual. Têmeles falhado por completo na exibição dessa indicação clara.Quando chegamos a Isa. 11:11,14, nossos oponentes são de fato oprimidos. Eles sabemperfeitamente que eles não podem achar um cumprimento no Velho Testamento, nem elesprocuram achar um; mas antes eles nos dizem que exigiria um milagre de levantar dentre osmortos às referidas nações, se esses versos devem ter um cumprimento literal no futuro. Elesreferem, dizendo-nos ao retorno nesta época do resíduo segundo a eleição da graça dentre os390judeus, isto é, seu retorno a Deus e a Cristo. Não; o cumprimento literal destes versos nãorequererá o erguimento dentre os mortos das nações mencionadas. As nações mencionadasmeramente representam as nações da terra, dentre as quais, mesmo !dos quatro cantos da terra?e ?as ilhas do mar? Deus ?ajuntará de Israel e reunirá os dispersos de Judá."(c). Mas nossos oponentes ainda não estão liquidados. Sob pena de haver algunspedacinhos de profecia que escaparam aos métodos de eliminação já observados, vem eles comum terceiro ataque. É-nos dito que, se houver algum deixado, esses não estão devidamente

incluídos nas classificações supra citadas: eles devem ser considerados perdidos e cancelados,porque as condições não foram preenchidas. Alega-se que Cristo e os apóstolos declararam seristo verdade em Mat. 23:37,38; Rom. 11:10; 1 Tess. 2:15, 16.Examinemos estas passagens. Na primeira (Mat. 23:37, 38) Jesus diz: !Eis que vossa casavos está deixada deserta?. Isto, Ele lhes disse no verso seguinte, foi porque Ele ia separar-sedeles, no propósito de Deus se deu em conseqüência deles rejeitaram-no. Daí, não O veriam daliem diante ! por quanto tempo? Não para sempre, ?ATÉ QUE DIGAIS, BENDITO É O QUEVEM EM NOME DO SENHOR?. Isto aponta para o tempo quando Israel não será maisincrédulo, mas alegremente recebe Cristo; que é para ser, segundo Cristo, na SUA vinda.Veremos mais disto depois.A segunda passagem está em Rom. 11:10, a qual reza: ?escureçam-se seus olhos, paraque não vejam e encurvem-se-lhes de continuo as costas?, uma citação do Sal. 69:23. Estadeprecação, quando lida, tão certamente como ela deverá ser, à luz de todo o Salmo 69 e docapítulo 11 de Romanos, pode ser tomada como se APLICANDO PRIMARIAMENTE ÀGERAÇÃO DOS JUDEUS VIVOS AO TEMPO DO MINISTÉRIO TERRENO DE CRISTO.Além disso, pode ser APLICADA À NAÇÃO CONTINUDA SOMENTE ENQUANTOCOTINUEM SUA REJEIÇÃO DE CRISTO. Observem que Davi implica que eles judeus nãorejeitarão sempre o Messias, quando no v. 35 diz: ?Porque Deus salvará a Sião e edificará ascidades de Judá , para que possam morar lá e tê-la em possessão?. Paulo desenvolve estepensamento e faz seu sentido inconfundível, a saber, ?Porque não quero, irmãos, que ignoreiseste mistério, sob pena de serdes sábios em vossos próprios conceitos, que um endurecimento emPARTE veio sobre Israel, ATÉ QUE A PLENITUDE DOS GENTIOS HAJA ENTRADO? (Rom.39111:25). Este é o verso chave do capítulo inteiro, que se baseia em dois fatos: (1) que oendurecimento e a incredulidade de Israel não são somente EM PARTE, parcial, não envolvendoa nação inteira ! havendo agora ?um resíduo segundo a eleição da graça? (Rom. 11:5). (2) que é

TEMPORÁRIO, estendendo-se somente !ATÉ que a plenitude dos gentios haja entrado?.Então, como o verso seguinte afirma, e como mais tarde notaremos mais completamente, !todo oIsrael (a nação viva no tempo) será salvo."O que dissemos por enquanto sobre Rom. 11:10 explica também em cheio a terceirapassagem citada, 1 Tess. 2:15,16.A alegada perda e cancelamento de bênçãos prometidas a Israel estão no que nossosoponentes chamam o elemento na profecia. Como prova de tal elemento citam Deut. 28:13-15,25,43,44; Jer. 18:7-10.Ao que respondemos que as bênçãos de Deus são sempre condicionais. A graça e asbênçãos de Deus aos crentes neste tempo são condicionadas () na sua fidelidade e perseverançafinal. Vide Mat. 10:22,32; Atos 14:22; Rom. 2:6-10; 11:22; Col. 1:21-23; Apoc. 2:7-11. Contudo,Deus declara em termos absolutos que todos quantos crêem verdadeiramente em Cristo serãofinalmente salvos. É só o arminiano que nega isto. E nossos oponentes colocam-se a si mesmosno terreno arminiano quando alegam o cancelamento e a perda das bênçãos prometidas aIsrael. Nesta raia não estão melhores do que os arminianos em procurar provar que o povo salvopode falhar em receber sua herança eterna. Discutiríamos tão cedo com uns como com outros. Oscasos são exatamente paralelos. As bênçãos prometidas a Israel estabelecem-se completamenteem termos tão absolutos como são as palavras faladas e a crentes. Virai e lede outras passagensdadas em prévia página para provarem o reajuntamento de Israel. As palavras não podiam sermais manifestamente absolutas.A explicação de tudo é que, com Israel, bem como com os crentes, Deus garantiu que ascondições serão preenchidas. Em ambos os casos esta garantia está baseada na presciência eescolha eterna de Deus, sobre eleição eterna incondicional, se voz apraz! Vide Rom. 8:29,30;11:2,27-29.Isto então nos traz a notar:392(2). A conversão de IsraelA. Passagens que a ela aludem.As seguintes passagens mostram que Israel receberá todas as coisas prometidas de Deus

por virar-se para Ele como um todo em arrependimento e fé genuína através de Sua graça e aoperação do poder do Espírito Santo:!E tornarei minha mão sobre ti, purificarei inteiramente as tuas escórias e tirar-te-ei todo oteu estranho; e restituirei os teus juizes como foram dantes, teus conselheiros como no princípio;depois serás chamada A cidade de justiça, a cidade fiel. Sião será remida com juízo e os seusconvertidos com juízo e seus convertidos com justiça." Isa. 1:25-27.!E acontecerá que o que ficar de resto em Sião e o que ficar em Jerusalém serão chamadossantos, todo aquele que em Jerusalém está escrito para vida (entre os vivos em Jerusalém),quando o Senhor terá lavada a imundícia das filhas de Sião e purgado o sangue de Jerusalém nomeio dela com o espírito de juízo e com o espírito de queima." Isa. 4:3,4.!Dir-se-á naquele dia: Eis que este é o nosso Deus; nós O aguardávamos, alegrar-nosemose regozijaremos na Sua salvação." Isa. 25:9.!Porque eu vos tirarei dentre os pagãos e vos ajuntarei de todas as nações, trar-vos-ei àvossa própria terra. Então sobre vós derramarei água limpa e ficareis limpos; de todas as vossasimundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Um novo coração também vos darei e umnovo espírito porei em vós: tirarei o coração granítico da carne e vos darei um coração de carne.Porei em vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos e guardeis os meus juízos, e osfaçais." Eze. 36:24-27.!E derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de graçae de súplica; olharão para mim, a quem traspassaram e prantearão por ele, como se pranteia porseu único filho; sobre ele chorarão amargosamente, como se chora em amargura por seuprimogênito." Zac. 12:10.393!E farei voltar o cativeiro de Judá e o de Israel, edificá-los-ei como no princípio. E ospurificarei todas as suas iniqüidades com que pecaram contra mim. E esta cidade será para mimum nome de alegria, um louvor e uma honra perante todas as nações da terra, que ouvirão todo obem que em lhes faço; e temerão e tremerão por toda a bondade e prosperidade que eu lhescauso." Jer. 33:7-9.

!E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Sairá de Sião o Libertador e desviaráde Jacó as impiedades: porque este é o meu concerto com eles quando eu remover os seuspecados. Como quanto ao Evangelho, são inimigos por vossa causa; mas, quanto à eleição, sãoamados por causa dos pais. Porque dos dons e da chamada de Deus, Deus mesmo não searrepende." Rom. 11:26-29.O !todo Israel? que será salvo está explicado por Isa. 4:3, previamente dado, a saber, !oque está deixado em Sião e o que fica em Jerusalém... todo o que está escrito entre os vivos emJerusalém." Esta última passagem está mais explicada por Zac. 13:8,9 que reza: !E aconteceráque, em toda a terra, diz o Senhor, duas partes delas serão cortadas e morrerão. MAIS UMATERCEIRA PARTE SERÁ DEIXADA NELA. E trarei a terceira parte pelo fogo e os refinareicomo se refina a prata, prová-los-ei como se prova o outro; invocarão o meu nome e eu osouvirei; direi: É meu povo. E eles dirão: O Senhor é o meu Deus."B. Objeções feitas por nossos oponentes à nossa interpretação destas profecias.(a). Dirá qualquer de nossos oponentes que estas profecias já se cumpriram na experiênciado Israel nacional? Se assim é, notem eles: (1) Que esta conversão, segundo Zac. 12:10, devia virdepois que os judeus traspassaram a Cristo, pois está dito, ?...olharão para mim, a quemtraspassaram?, e é evidente que esta passagem se refere à mesma experiência de que se falounoutras que demos. (2) Não houve tempo na história de Israel no Velho Testamento quando cadaum ficando em Jerusalém foi chamado santo, como declarado por Isa. 4:3. (3) A referência dePaulo à salvação de Israel (Rom. 11:26) mostra que isto não foi uma experiência do VelhoTestamento. (4) As palavras de toda passagem dada implica algo sobrepujando qualquerexperiência de Israel quer na volta de Babilônia, quer na libertação de Antiôco Epífano.394(b). Dirão nossos oponentes que as bênçãos mencionadas se perderam porque ascondições não se preencheram? Se assim, estipulem eles as condições. Não nos é dito que Israeldirá: !Eis que este é o nosso Deus?; que um novo coração e um novo espírito serão postos neles,

fazendo-os andar nos estatutos de Deus e guardar os Seus juízos; que sobre eles será derramadoo espírito de graça e de súplicas; que serão purgados, lavados, purificados, redimidos eperdoados? Como podia a linguagem ser feita mais absoluta? Se as bênçãos destas passagenseram perdíveis, então assim também a salvação dos eleitos de Deus. Antes de podermos crer queestas promessas não são absolutas teremos de ser convencidos da verdade do arminianismo.(c). Não; não muito de nossos oponentes, talvez, tomarão qualquer das duas idéias jáobservadas. Os mais deles dirão que estas promessas devem ser espiritualizadas e aplicadas acrentes nesta época do Evangelho; ao que respondemos: (1) Qual é o significado, então, de!Restaurarei teus juizes como no começo? (Isa. 1:26)? E mais ainda, qual é o significado de!cada um que está escrito entre os vivos em Jerusalém? (Isa. 4:3)? Outra vez, que quer dizerquando Deus diz a Israel que Ele !os edificará como no principio? (Jer. 33:7)?A questão toda quanto à espiritualização das passagens dadas pode ser resolvida à própriainterpretação de Rom. 11:26. Dizem-nos os espiritualizantes que !todo Israel? aqui é o eleito detodas as nações, Israel espiritual assim chamado. Mas semelhante interpretação desta passagemnão é nada menos que um lanho cruel dela do seu contexto. Tão absurdo é que nos atrevemos emdizer que nenhum leitor cuidadoso a adota, salvo se ele estiver mais interessado em sustentar umateoria do que em conhecer a verdade. O contraste por todo o capítulo está entre os gentios eIsrael e o vs. 25 torna-o claro, que esta distinção prossegue avante até ao v. 26. Cândidoscomentadores, portanto, inteiramente à parte de qualquer interesse na questão milenal,reconhecem que a alusão aqui é ao Israel nacional, a saber. !O contexto imediato... tende para opovo judaico ?como um todo?? (A. T. Robertson, Word Pictures in the New Testament). ?Mascertamente faz violência às palavras e ao pensamento explicar Israel misticamente em toda estapassagem. A interpretação torna-se num trabalho arbitrário se podemos de repente faze-lo assimaqui, onde a antítese de Israel ?e os gentios? é o verdadeiro tema da mensagem. Não; temosaqui a nação, escolhida uma vez para uma especialidade misteriosa na história espiritual do

homem, escolhida por uma escolha jamais cancelada, conquanto suscetível. Uma benção está emvista para a nação; uma benção espiritual, divina, toda de graça, perfeitamente individual na395sua ação, porém nacional na escala dos seus resultados." (H. G. Moule, The Expositor?s Bible).?Todo o Israel será salvo: a grande massa dos judeus em contraste com o !resíduo? referido noverso 5? (J. M. Pendleton, The New Testament With Brief Notes). ?E assim... todo o Israel serásalvo, isto é, o Israel literal, no sentido coletivo da palavra, toda a posteridade de Jacó. Que apalavra é para ser tomada neste sentido e não no sentido de Israel espiritual, incluindo osgentios, infere-se razoavelmente da vigorosa distinção entre judeus e gentios observada atravésde toda esta seção; vide 9:24,30,31; 10:12, 19:21; 11:11,12,13 e especialmente no contextoimediato vs. 17,31? (A. N. Arnold, Na American Commentary on the New Testament). ?Aonosso ver Paulo ensina que... Israel como um todo, talvez a nação total que estaria então emexistência? (prof. Turner), aceitará a Jesus como seu Messias... ?(D. B. Ford, ibid).(3). A restauração da vida nacional de IsraelA. O governo teocrático de Israel será restaurado. Cristo será o seu rei e os doze apóstolosserão os seus juizes. Isa. 9:7; 32:1; Jer. 23:5,6; Eze. 34:23,24; Zac. 3:14,15; 14:9,16; Isa. 1:26;Mat. 19:28.B. Todas as nações virão a Jerusalém a adorar. Vide Isa. 2:3 outra vez e também: Zac.8:21,22; 14:16,17; Isa. 66:22,23. Dizem nossos oponentes que um cumprimento literal destaspassagens no futuro será impossível; pelo que somos lembrados de que Sir Isaque Newtonpredisse uma vez que, !para o cumprimento da profecia era necessário que os meios decomunicação rápida entre todas as nações fossem grandemente aumentados... para habilitar oshomens a viajarem quarenta milhas por hora, de cuja opinião Voltaire fez esta observação: !Quepensa você que Sir Isaque Newton disse? Bem, ele prediz agora que virá o tempo quando o povoviajará na razão de quarenta milhas por hora. Vede a que extremidades o estudo da Bíblia podelevar uma grande dotada?. (Urquhart, New Bible Guide, Vol. 8, pag. 287). Sorrimos a isto de

Voltaire. Mas o argumento de nossos oponentes é assim tão pueril e estúpido. Pensam eles quecom Deus é impossível fazer isto acontecer? Sabem eles quão mais rápidas as comunicaçõesinternacionais serão? Podem eles predizer que as condições geográficas na nova terra nãotornarão isto mais fácil do que no presente? Quanto a nós, cremos que contanto que a boca deDeus falou a profecia, essa mesma boca ordenará seu cumprimento e será feito.396C. O culto será de pleno acordo com a obra acabada da redenção. Sentimos que nem acoerência, nem qualquer outra coisa dita na Bíblia nos obriga a crer que o sistema sacrificial dosJudeus será totalmente restaurado. Haverá uma casa de culto, chamada tanto tabernáculo comotemplo. (Ez. 37:27; 43:5-7; Zac.6:12-13; 14:21; Mal. 3:1). O templo mostrado a Ezequiel emvisão (capítulo 40-47) é talvez uma prefiguração em desse templo, especialmente em vista deEze. 45:5-7; 47, mas, quanto à letra, consideramos o molde como aquele Israel deverá ter seguidona construção do templo depois da volta da Babilônia (*). Aqui há, talvez, uma confusão deambos: o templo que Israel devera ter construído e o que o Senhor mesmo edificará; tanto comoem outras passagens temos uma fusão das duas voltas de Israel, e dois adventos (Mal. 3:1-5; Isa.61:1-2) (**), os dois cercos de Jerusalém (Mat. 24 ! ocorrido em 70 A. D., e o que ocorrerá nabatalha de armagedom, Zac, 14:1-2; Apoc. 19:19-21) passagens há que falam de sacrifício emconexão com o milênio. Mas estas podem ser simples expressões figuradas de culto. Sentimo-noscertos de que a obra dos sacerdotes sob o reino de Cristo (Isa. 66:21) será tão alterada a ponto defazê-la ajustada à Sua redenção consumada. Os sacrifícios que foram feitos em conexão com afesta dos Tabernaculos (Zac 14:16) e quaisquer outras razões especiais que sejam observadas,sentimo-nos certos, serão ou abolidos ou tão alteradas a se ajustarem em a natureza do reino deCristo. Não estamos no mínimo com medo de que Deus não saberá como ajustar essas coisas noSeu plano.Para interpretar referencias a sacrifício na nova terra como figurados não significa que,para ser coerentes, devemos espiritualizar cruelmente toda profecia que se não cumpriu para

Israel na primeira dispensação. Não há absolutamente razão para espiritualizar-se oreajuntamento, a conversão e o restabelecimento de Israel como uma nação. Não estão nuncaespiritualizados no Novo Testamento e não há nada sobre eles que seja incronguente com o reinode Cristo; porém, no caso do sistema sacrificial, é diferente. Assim estamos nos apegando à nossaregra de interpretar a escritura literalmente, a menos que tenhamos indicação clara de, ou boarazão para, um sentido figurado ou simbólico. A nossa interpretação aqui também está emharmonia com o fato que o literal e o simbólico estão algumas vezes misturados na Bíblia.Neste ponto é oportuno replicar a certas objeções: (1) Não haverá uma volta de Cristo aMoisés, porque Cristo estará lá em logar de Moises, segundo Deut. 18:15. A graça e o Evangelhoreunirão no milênio como agora. (2) Não haverá uma volta ao antigo concerto, mas a aplicação397do novo concerto a Israel como predito. (3) Não haverá uma vira volta ao sacerdócio araonico,exceto tanto quanto ele se ajusta ao reino do Messias. Então como agora Cristo será o sumosacerdote. Ele nomeará sacerdote e levitas para ajudarem-O. Isa. 66:21. Estamos prontos paraconfiar-Lhe à consecução disto em completa harmonia com sua tarefa acabada. (4). Não haveráum passo atrás quando a igreja der logar ao Israel remido, antes será uma gradação gloriosa.Rom. 1:12; Isa. 11:10. (5) O cristianismo não será invalidade pelo judaísmo, mas antes a graça deDeus triunfará sobre Israel, permeando-o; e Israel será o que o que aprouve a Deus que seja.Esperamos estar e regozijarmo-nos nele. Isa. 65:17-19; 66:10-14. Mesmo agora nos regozijamosenquanto vivemos na antecipação dele.III. OS APÓTOLOS E O FUTURO REINOOs apóstolos, depois de servirem ao ministério de Cristo por três anos, creram que o reinoestava para ser restaurado a Israel, como evidenciado pela pergunta, Atos 1:6. Eles O tinhamouvido falar as palavras de Mat. 19:28, as quais lhes prometeram que eles regeriam Israel, e aspalavras de Mat. 23:39, as levam à implicação inescapável que Israel algum dia diria: ?Bendito éaquele que vem em nome do Senhor?. Talvez Ele expandira estes assuntos na presença deles, a

eles se referindo em ocasiões outras que não as referidas acima. As palavras de Cristo tinhamconfirmado a esperança que a profecia do Velho Testamento acendera em seus corações. Creramno fato, porém estavam confusos quanto ao tempo. Conseqüentemente perguntaram a Jesus:?Senhor, restaurarás neste tempo outra vez o reino a Israel?? Aqui estava a oportunidade deCristo para pô-lo direito se estavam errados. Mas Ele não o fez. Porque? Se nossos oponentestivessem estado no logar de Jesus, certamente não perderiam a oportunidade. São muito ativos ezelosos hoje em procurar salvar da !heresia? aqueles de nós será restaurado a Israel no tempodevido. Foi Cristo menos zeloso pela verdade do que os apóstolos? Foi Ele menos interessado nosapóstolos do que eles são em nós? Porque Ele não contou aqueles apóstolos ?errados?, tãoseguramente como nossos oponentes teriam feito, que esta fabula judaica originada nos escritosapocalípticos do período inter bíblico não foi ensinada pelos profetas e que eles não deveriamentendê-Lo como ensinando isto em qualquer coisa que Ele dissera; que a distinção entre judeus egentios fora obliterada para sempre; que todas as profecias do Velho Testamento, nãoliteralmente cumpridas naquele período, ou se perderam, ou deviam ser espiritualizadas eaplicadas a esta época? De novo perguntamos: !Porque Cristo não os desilusionou??398A falha de Cristo em corrigir esta noção supostamente errada torna-se evidência mesmomais forte que ela não estava errada à luz de João 14:2: ?Na casa de meu Pai há muitas mansões;se assim não fora, eu vo-lo teria dito."Então, quando, em vez de os corrigir, Ele deu uma resposta que distintamente implica averdade de sua crença, ela fornece prova certa que eles estavam direito. Ele simplesmente disse:?Não voz compete saber os tempos e as razões que o Pai colocou em Seu próprio poder?.IV. O REINO FUTURO E O SILÊNCIO COMPARATIVO DO NOVO TESTAMENTONossos oponentes fazem muito do que eles chamam o silêncio de Cristo e dos apóstolosquanto às minúcias do que cremos concernente ao reino futuro. Este silêncio não é tão grandecomo eles queriam que nós pensássemos. Eles negam tudo quanto está dito e então berram que o

Novo Testamento está calado. Eles são como um disputante que proíbe ao seu oponente falar eentão usa de sua falha para falar como um argumento contra ele.Temos notado que o Novo Testamento prediz um reino futuro; temos notado que eleensina iniludivelmente que Cristo ascenderá ao Seu trono quando Ele vier; que os apóstolosocuparão posições especiais de regência sobre Israel. Temos mostrado que todos os crentesreinarão com Cristo, quando Ele ascender ao Seu trono. Temos mostrado como isto liga com aprofecia. Temos observado que !todo Israel? (), em distinção dos gentios, será salvo, dizendo:?Bendito é o que vem em nome do Senhor." (Mat. 23:39), cujo evento estava manifestamente namente de Paulo quando, ao falar do véu que ainda está sobre o coração de Israel, disse: ?Nãoobstante, quando ela (a nação) virar-se para o Senhor, tirado será o véu? (2 Cor. 3:16). Emharmonia com isto, Cristo ensinou que Jerusalém, após sua devastação por Tito, em 70 A. D. ,seria !pisada pelos gentios? não sempre, mas somente ?até que os tempos dos gentios secumprissem? (Lucas 21:24). Temos então a muito disputada passagem de Apoc. 20:1-7, arespeito da qual veremos mais depois. Estas referências bastam para mostrarem o sentido daprofecia.Conquanto seja verdade que o Novo Testamento diz muito menos do que o VelhoTestamento do futuro de Israel como nação, Isto é porque sua aplicação primária é ao tempo dos399gentios. É isto igual ao fato que o Velho Testamento tem comparativamente pouco a dizer debom sobre os gentios.Doutro lado, observe-se que as passagens sobre as quais nossos oponentes se afirmam sãocomparativamente poucas e inconclusivas. Eles não acham nenhuma referência a Cristo sentar-seagora no trono de Davi. Não podemos apontar nenhuma afirmação de Cristo ou de quaisquerapóstolos no sentido de referências proféticas ao reajuntamento de Israel se referirem aos eleitose seu reajuntamento dentre todas as nações; que as referencias do Velho Testamento a Jerusaléme as bênçãos que virão sobre ela cumpriram-se nesta época ou que elas se referem à ?novaJerusalém?; que os crentes estão agora reinando com Cristo quer na terra ou no céu. Assim a

discussão se estreita em duas perguntas: (1) Firmamo-nos nas referencias do Novo Testamentomais forte e conclusivamente do que as em que se firmam nossos oponentes? (2) Submeter-se-áprofecia do Velho Testamento aos métodos de eliminação empregados pelos nossos oponentes?Cada estudante deve decidir estas perguntas por si mesmo.V. O REINO FUTURO E A INTERPRETAÇÃO DE APOCALIPSE 20:1-7Estamos prontos para inquirir da adequada interpretação desse disputado capítulo. Éinteiramente próprio interpreta-lo à luz do resto da Bíblia, particularmente o Novo Testamento.Quando assim interpretado, devemos concluir que Satanás está agora preso ou esteve preso emqualquer tempo desta época, como contendem alguns de nossos oponentes ! Há outras referênciasquaisquer que sugiram ou recomendem esta conclusão? Certamente que não cremos assim. Avitória de Cristo sobre o diabo, tanto quanto ela afetou o mundo em geral, foi potencial, não atual.Mat. 12:29; Lucas 11:22 tem referência a casos individuais e não ao aprisionamento geral deSatanás. O mesmo é verdadeiro de Cristo dar autoridade aos apóstolos sobre só no caso daquelescom quem os apóstolos estiveram em contacto, deixando-O perfeitamente livre com outros. Nem1 João 5:18; João 10:28; Tiago 4:7 tem qualquer referência ao aprisionamento de Satanás.Através de todo o Novo Testamento ele é visto, não acorrentado e no abismo sem fundo, mas?catando o que foi lançado no coração? (Mat. 13:19); semeando o joio no campo (Mat. 13:39);cirandando os crentes (Lucas 22:31); prendendo os perdidos no seu poder (Atos 26:18) e cegandoseus olhos (2Cor. 4:4); corrompendo as mentes ?da simplicidade que está em Cristo? etransformando-se a si mesmo ?em um anjo de luz? (2Cor. 11:3); como ?o príncipe do poder do400ar, o espírito que agora opera nos filhos da desobediência? (Efe. 2:2); impedindo crentes (1Tess. 2:18); andando em redor como um leão rugindo ?buscando a quem possa devorar? (1 Ped.5:8). Passagens tais como Rom. 16:20 e Apoc. 12:12 (se Apoc. 12 for interpretado como setendo cumprido no nascimento de Cristo) devem ser interpretadas à luz de 1 Cor. 7:29, onde apalavra !breve? já foi achada para permitir o lapso de mais do que dezenove séculos.

Parece plausível que o aprisionamento de Satanás não quer dizer mais do que ele nãoimpedirá a pregação do Evangelho a todas as nações? Não é a linguagem de Apoc. 20:2,3 fortede mais para ser adaptada a um sentido tão fraco? A queda do império romano pagão satisfaz aofato de Satanás, na visão, foi lançado !no abismo sem fundo?, onde ele foi trancado com umselo? Soa isto como um simples limitamento de sua atividade? Ou soa como restrição completa?Foi o paganismo o único método de decepção usado pelo diabo? O Santo Império Romano, assimchamado, tornou-se tão grande inimigo do verdadeiro cristianismo como o paganismo jamaisfora? Não se embebeu ele muito do paganismo e o trouxe ao pálio do cristianismo, corrompendoassim a verdade? Não foi isto ainda pior decepção que antes? E esta decepção não cresceu agrandes dimensões, envolvendo povo de todas as nações? À luz de Apoc. 3:21, mostra que Cristonão está agora no Seu trono, e Mat. 19:28 e 25:31, que nos dão tempo mais antigo em que Ele sediz sentar-se no Seu trono, isto é, na Sua vinda, podemos considerar os santos como reinandocom Ele agora no céu ou na terra? À luz do uso de !alma? em Atos 2:41; 27:37; 1 Ped. 3:20, podealguém insistir que as palavras: ?Vi as almas dos que foram decapitados?, etc., provam que os aquem se alude eram para reina no estado desencarnado? Não é evidente que a !besta? deApocalipse é uma e a mesma como o ?homem do pecado? de Paulo? (2 Tess. 2:4)? Se assim é,então, desde que o homem do pecado é para ser destruído ?como o resplender de Sua (de Cristo)vinda? , não é manifesto que Apoc. 19:11-16 descreve a vinda de Cristo, tanto como o eventoaqui representado resulta na destruição da besta (Apoc. 19:20)? Se isto é verdade, então, desdeque a ressurreição dos justos ocorrerá em conexão com o a vinda de Cristo (1 Cor. 15:23; 1 Tess.4:16), não é verossímil que a !primeira ressurreição? referida em Apoc. 20 é a ressurreição atualdos justos, mais que uma ressurreição espiritual ou metafórica? Não parece forçado e ilógicoconsiderar a !primeira ressurreição? como simbolizando o avivamento de coisas pelas quais osmártires tinham se batido e, conseqüentemente, a correspondente !segunda ressurreição? comosimbolizando o avivamento e triunfo das coisas pelas quais os ímpios se bateram, quando lá nos

vs. 12-14 se pinta uma atual ressurreição? Em outras palavras, não é pobre exegese postular uma401ressurreição nos vs. 7:10, onde não há menção de um surto dentre os mortos, quando a exigida!segunda ressurreição? está provida nos vs. 12-14, nos quais temos atual surto dentre os mortos?Não é forçar o emprego ordinário da linguagem insistir sobre tal exatez assim como exigir que aspalavras: ?Mas o resto dos mortos não viveu outra vez até que terminassem os mil anos?significam que a !segunda ressurreição? tinham que vir exatamente no expirar dos mil anos e nãopodia ocorrer no fim da seguinte !pequena sasão?? O vs. 6 não indica que a ?primeiraressurreição? é uma ressurreição corporal por implicar que quem não participar dela virá sob opoder da segunda morte? Pode a !primeira ressurreição? ser considerada como representativa de?um avivamento da piedade e dos princípios dos mártires?, quando o v. 4 não diz que só mártiressentaram-se sobre tronos? João viu o trono ocupado e viu os mártires, mas o verso certamentenão prova que somente os mártires estavam nos tronos.Ao passo que respondemos essas perguntas para nós mesmos, concluímos que a passagemem foco se refere ao mesmo reino que temos estado considerando: aquele reino que principiaráquando Cristo vier e ascender ao Seu trono. Em nossa mente a evidência disto é concludente.VI. O REINO FUTURO E CERTAS OBJEÇÕES GERAIS.Ao passo que prosseguimos com a nossa discussão, procuramos responder a tantasobjeções específicas de nossos oponentes quantas pudermos tratar de uma maneira ordeira. Agoratornaremos a algumas objeções mais gerais às coisas estabelecidas neste capítulo.1. É NOS DITO QUE O NOVO TESTAMENTO CARACTERIZA OS DIAS DESTEEVANGELHO COMO DA !ÚLTIMA? ÉPOCA E NÃO PODE HAVER, PORTANTO,NENHUM PERÍODO ULTERIOR DE TEMPO ALEM DO FIM DA PRESENTE ÉPOCA.CITAM-SE NESTA CONEXÃO PASSAGENS COMO AS SEGUINTES: HEB. 1:1,2; 9:26; 1COR. 10:11; 1 JOÃO 2:18; 1 PED. 1:20A resposta aqui é simples. Estas passagens, falando de !o fim destes dias?, ?o fim dosséculos?, ?o último tempo? e ?estes últimos tempos? devem ser entendidas à luz das seguintes

passagens: Mat. 12:32; Luc. 18:30; Efe. 1:21; 2:7; Heb. 6:5, as quais falam de !o mundo por vir?,?os séculos por vir? e ?o século por vir?. À luz destas últimas passagens as primeiras não podemsignificar mais do que: estamos, agora, vivendo nos últimos dias, séculos e tempos da presente402ordem de coisas, enquanto as últimas passagens contam-nos que de outros tempos ainda a vir. Osque negam isto põem-se em oposição direta e inconfundível com a Palavra de Deus.Não nos cabe dizer arbitrariamente qual será a ordem divina de coisas para a época queseguir esta imediatamente. Devemos deixar a Palavra de Deus responder. Esta época terminarácom juízo. Vide Mat. 13:40; 25:31-46. (Nossos oponentes concordarão conosco até aqui). Istoserá seguido da entrada dos salvos na terra no reino preparado para eles. Mat. 25:34. É emconexão com este julgamento e este reino que temos a primeira menção de Cristo sentar-se noSeu trono. Então aprendemos mais da natureza deste reino por virarmos para Mat. 19:28, ondeachamos que este reino será introduzido por !a regeneração? e pelos doze apóstolos assentadosem tronos, julgando as tribos de Israel. ?A regeneração? indebitamente aponta de volta aos!novos céus e nova terra? de Isa. 65:17-25. Ver-se-á da leitura destes versos que eles nãodescrevem o estado final dos justos, mas por certo uma tal ordem de coisas como alguémesperaria sob as prometidas bênçãos de Deus sobre Israel e a prisão de Satanás. É uma ordem emque a morte não prevalecerá, em que o pecado entrará ainda que não esteja presente primeiro; emque se edificarão casas, se plantarão vinhas, e a oração apresentada.Estamos vivendo nos últimos dias da oportunidade do Evangelho para os agora vivos.Ninguém que morrer na incredulidade ou for encontrado em incredulidade quando Cristo vierpara julgar o mundo entrará no Seu reino futuro, mas perecerá, Mat. 25:41. Daí, ninguém, agoravivo terá uma oportunidade de se salvar além desta vida ou época.O julgamento de Mat. 25 é um julgamento de nações no sentido dos indivíduosconstituintes destas nações. Ninguém senão indivíduos salvos entrará no milênio. São as ovelhasdeste julgamento. São crentes gentios. Por outro lado, temos mostrado que !todo Israel?, a nação

que testemunha a volta do Senhor (Isa. 4:3,4; Zac. 12:10), será convertido como indivíduos. Daísomente judeus salvos entrarão no milênio; mas, se como cremos, estes gentios e judeus salvosentrarem no milênio nos seus corpos naturais, a raça continuará a reproduzir-se e as crianças quenascerem precisarão ser salvas. Certamente o Evangelho não terá perdido para elas o seu podersalvador. Lembremo-nos de que o termo !era do Evangelho? para este atual período é de nossaprópria cunhagem. O Novo Testamento não lhe deu esta designação. A designação bíblica paraesta era é !os tempos dos gentios? (Lucas 24:21). Não temos fundamento, pois, para inferirmos403que esta é a única era em que o Evangelho será pregado. Nossos oponentes presumemingarantidamente aqui como além mais.2. NOSSOS OPONENTES ACHAM INTOLERAVEL INCONGRUÊNCIA NA MISTURA DEMORTAIS E IMORTAIS NO REINO DO MILÊNIO.Não sabemos exato quanto de mistura haverá entre os dois; mas a resposta é outra vezmuito simples, sobremaneira simples, e perfeitamente breve: os santos que reinarem com Cristoterão corpos como o de Cristo (1 João 3:2; 1 Cor. 15:49; Fil. 3:21): o corpo em que Ele se ergueudo túmulo, no qual ascendeu ao céu e no qual de novo (Atos 1:11). Enquanto aqui na terra e nessecorpo Cristo misturou-se com os discípulos mortais, sendo visto por mais de quinhentos delesuma vez. 1 Cor. 15:6. Parecidamente Ele não achou se não incongruidade nisto. Nem achariamnossos oponentes se não estivessem aflitos por argumento prementes.3. CONTENDE-SE QUE OS PROFETAS VIRAM O CUMPRIMENTO FINAL DE SUASPROFECIAS NA RESSURREIÇÃO DE TODOS OS CRENTES MAIS DO QUE NO REINO ENA RESTAURAÇÃO DO ISRAEL NACIONAL.A. Dá-se Eze. 37 como ensinando isso. Neste capítulo o reajuntamento e a restauração deIsrael é parecida, não com uma ressurreição senão como uma restauração. Ezequiel viu juntas,carne e pele vindo sobre ossos secos que foram feitos viver. Nossos oponentes veriam isto, seeles procurassem fatos, em vez de porem sobre toda passagem com que tratam a interpretaçãoque lhes apraz. A visão foi dada porque os israelitas no cativeiro estavam dizendo: ?Nossos

ossos estão secos e nossa esperança está perdida; estamos lenhados de nossas partes? (vs. 11).Portanto, as !covas?, mencionadas no verso seguinte, das quais Deus prometeu trazer o Seu povo,não são buracos no chão, porém as nações que os tragaram. Lam. 2:16; Eze. 36:3; Oséias 8:8. Aparábola dos dois paus que segue a dos ossos secos no vale mostra o sentido da primeira.Jeremias era para segurar os dois paus juntamente num só perante os olhos só povo e dizer: ?Eisque tirarei os filhos de Israel dentre as nações, donde quer que vão, e os ajuntarei de todo o ladoe os trarei à sua própria terra?, vs. 20,21. Então os versos que seguem mostram que isto olhavapara tempos messiânicos no seu cumprimento consumado, um templo quando !Davi meu servoserá rei sobre eles? e quando ?eles habitarão na terra que dei a Jacó..." (vs. 24,25). Nada há aquique indicie mesmo remotamente a ressurreição de crentes .404B. Outra passagem usada pelos nossos oponentes nesta conexão é Isa. 6:2-8. Estapassagem faz alusão à ressurreição, mas não pode ser tomado que as profecias concernentes àrestauração de Israel fossem para ser cumpridas através da ressurreição, porque será dito naqueledia: ?Eis que este é o nosso Deus; tínhamos esperado por Ele e Ele nos salvará; esperamos porEle, folgaremos e nos regozijaremos na Sua salvação." (vs. 9). Estas são as palavras de Israelrestaurado, não de povo restaurado, mas de povo convertido. Verso 8 menciona a restauração decrentes como ocorrendo junto com a restauração de Israel, mas não como o meio dela.C. Dan. 12:1-3,13, também citada em defesa desta posição. Mas nenhum ensinosemelhante é achado aqui. O vs. 1 fala de um fato, o livramento dos judeus, a nação viva,enquanto os vs. 2 , 3 e 13 falam de outros, a ressurreição de crentes. De novo ambos estãoassociados, mas o último não é feito meio do primeiro.D. Em Oséias 13:14 expressa-se a restauração de Israel como uma ressurreição, mas é tãofácil entender isto como sendo uma apresentação figurativa da restauração de uma nação vivacomo é entender passagens que descrevem semelhante restauração como sendo apresentaçãofigurativa de uma ressurreição. Cremos que a Bíblia exige a primeira. O fato de Paulo, em 1 Cor.

15:55 citar Oséias 13:14, nada prova quanto à aplicação desta passagem Israel. Sua linguagemalude a uma ressurreição e pode ser aplicada, portanto, a uma ressurreição, mas a aplicação doverso a Israel deve ser governada pela preponderância do testemunho escrituristico.E. Atos 26:6-8 é usada num esforço para provar que a ressurreição de crentes é aesperança de Israel, mas a passagem não diz semelhante coisa. A esperança era, como Hackettassinala, ?Da promessa? ? isto é, de um Messias ! ?feita há nossos dias?. A ressurreiçãomencionada é a de Cristo, como mostrado em Atos 13:32,33, e não a de crentes, como nossosoponentes quereriam que pensássemos: porque a ressurreição, considerada como envolvendo aascensão e exaltação, foi essencialmente o ato consumante no cumprimento da promessarelacionada com o Messias." (Hackett).F. Em conexão um fato frouxa com as passagens precitadas nossos oponentes tambémusam Atos 3:24; 1 Ped. 1:10-12.405Atos 3:24 diz que ?todos os profetas, desde Samuel e aqueles que seguem depois, tantosquantos falaram, da mesma maneira predisseram destes dias?. Sim, todos os profetas predisseramde !estes dias?, mas a passagem não diz, como nossos oponentes assumiram arbitrariamente , queTUDO QUE OS PROFETAS ESCREVERAM TEM SUA APLICAÇÃO HÁ ESTES DIAS. Elesfalaram do primeiro advento de Cristo e do Seu ministério terreno, mas também falaram do SEUSEGUNDO ADVENTO E DAS COISAS QUE VÃO SEGUIR. Vs. 21, por exemplo, fala de !ostempos de restituição (ou restauração) de tudo, que Deus falou pela boca de todos os Seus santosprofetas desde que o mundo começou?. Isto mira além do segundo advento e alude a !um estadode ordem primeira, pureza e felicidade, tal como existirá para os que tem parte no reino deCristo e Sua segunda vinda? (H. B. Hackett, em Na American Commentary on the NewTestament). A palavra para !restauração? foi ?usada pelos discípulos a Jesus em Atos 1:6?(?Restaurarás neste tempo outra vez o reino a Israel?? e por Josefo !Do retorno do cativeiro?(Robertson)).Nem 1 Ped. 1:10-11 ensina que tudo que os profetas escreveram pertence a crentes da

presente época. Diz Pedro dos profetas que lhes foi revelado ?que não para eles mesmos, maspara vós eles ministraram as coisas?- que coisas? As palavras restantes do verso dão a respeitodo verso dão a resposta significativa ! as coisas ?que agora vos são anunciadas que vospregaram o evangelho..." Está isto longe de dizer que os profetas não escreveram nada quepertence a uma época futura.4. NOSSOS OPONENTES TAMBÉM USAM LUCAS 17:20,21; JOÃO 18:26,37 E LUCAS20:35,36 CONTRA NOSSAS IDÉIAS DO MILÊNIOA. Em Lucas 17:20,21 disse o Mestre aos fariseus que o ?reino de Deus não vem comobservação... o reino de Deus está dentro de vós?. O tempo presente aqui mostra que Cristo falouda forma presente do reino; mas temos mostrado que o reino é para ter uma forma futura e nossosoponentes, indiferentes a quanto eles diferem de nós a respeito da forma futura do reino, devemadmitir que virá com observação. Virá, quando Jesus vier outra vez, como mostramos, e Suavinda é para ser visível. Seu primeiro ato como Seu próprio trono será julgar as nações. Estejulgamento será visível. Como um resultado deste julgamento às ovelhas entrarão no reino, ouforma do reino, a ser estabelecido. Tudo isso será visível.406B. Jesus disse em João 18:36: ?O meu reino não é deste mundo?, mas Ele certamente nãoquis dizer que o Seu reino não está neste mundo, porque ainda há pouco notamos uma passagemque diz que o reino está agora no meio dos homens (NOTA do Trad. ?dentro?, entos humonestin). Quis Ele dizer que o Seu reino não era do material de que se fazem os reinos do mundo;que não era permeado pelo mesmo espírito, não mundano em natureza. Isto será tão verdadeiroda futura forma do reino como é da presente forma.C. A afirmação de nosso Senhor em Lucas 20:36-37, note-se, não diz simplesmente: !maseles que obterão... aquele reino, nem casarão nem se darão em casamento?; antes diz: ?Mas elesque... obtém aquele reino, E A RESSURREIÇÃO DENTRE OS MORTOS?, etc. A afirmação seaplica somente aos que vierem na primeira ressurreição. A pergunta nos versos precedentes, bemcomo o verso em foco, mostram que isto é verdade.5. NOSSOS OPONENTES TEEM MUITO A DIZER SOBRE O LIVRO DO APOCALIPSE

SER UM !LIVRO DE SIMBOLOS?É assim que eles buscariam espantar-nos da verdade e fazer-nos aceitar o seu sistema deinterpretação arbitrária. Verificamos que muito há de figurativo no livro, mas nunca admitiremos,como eles não admitem, que tudo do livro é figurativo. Nem concordaremos em segui-lo quandoeles o espiritualizam, à vontade, para ajustarem coisas na sua teoria preconcebida.Reconhecemos que o cavaleiro do cavalo branco no Apoc. 19 é um símbolo, um símbolode Cristo. E quando lemos neste capítulo, ?em justiça Ele julga e faz guerra?, abatendo as naçõese regendo-as com vara de ferro, tomando a besta e o falso profeta e lançando-os num lago defogo, a honestidade comum não nos consentirá dizer que tudo isso alude à queda do impérioromano pagão, A. D. 476. Vemos aqui o glorioso segundo evento de Cristo, pois outraspassagens nos contam que, quando Ele vier, virá para julgar (Mat. 25:31) e fazer guerra (Zac.14:3-5). Vemos nos vs. 19:21 a mesma coisa que está descrita em 16:14-16, bem comoparcialmente em 2 Tess. 2:8 e isto é para ocorrer em conexão com !aquele grande dia de Deustodo poderoso?, o qual é, manifestamente, o dia de juízo para este mundo. Mais ainda, quandolemos da besta e do falso profeta, que !ambos foram lançados vivos num lago de fogo ardendocom enxofre?, cremos que significa a mesma coisa que afirmações iguais, isto é, que foramlançados no inferno. Isto se confirma no capítulo 20:10, que se refere à presença deles lá ao407tempo do julgamento do grande trono branco. Assim outra vez acharemos conexão entre Apoc.19 e Mat. 25:31-46.Quando então chegamos ao capítulo vinte, reconhecemos alguns símbolos mais: Nãocremos que Satanás é para ser preso com uma corrente física ou que será trancado num abismofísico. Nem uma corrente nem um abismo podiam confinar um ser espiritual; mas reconhecemosque isto quer dizer que Deus pelo seu poder suspenderá temporariamente a obra do diabo. Nossosoponentes não só querem espiritualizar, à vontade, mas querem roubar alguns dos seus símbolosde quase toda a sua força. Recusamos brincar com a Palavra de Deus por dizer que isto significa

meramente que o diabo não podia daqui em diante tirar os crentes da mão de Deus, ou meramentenão podia impedir a pregação do Evangelho a todos as nação por causa da destruição de poderpolítico pagão.Mais: quando lemos dos tronos ocupados e reinando com Cristo, vemos aqui todos oscrentes reinando, porque outras passagens nos dizem que eles o farão. Vide Apoc. 2:26; 3:21 àluz de 1 João 5:4. Ainda mais, quando achamos este reinar coerentemente posto no futuro (Apoc.2:26; 3:21; Mat. 19:28; 1 Cor. 6:2,3), somos confirmados em colocarmos este capítulo onde elejustamente pertence segundo os eventos do capítulo dezenove. Finalmente, observando que oreino dos santos é para ser na terra (Apoc. 5:9,10), concluímos que todo este assunto alude a umreino terreno, o que está confirmado por Zacarias 14:9; Isaias 2:4.Evidente é que !um novo céu e uma nova terra? aludidos por João em Apoc. 21:1 não são osmesmos que os ?novos céus e uma nova terra? mencionados por Isaías. João viu,manifestamente, os resultados de uma segunda renovação que é para seguir-se à soltura deSatanás e à conseqüente rebelião de Gog e Magog. Vide Apoc. 20:7-10.408Blaikie diz: - !Seria impossível narrar todos os cercos, batalhas, assassínios e massacres quederam o seu tom escuro a este período da história? (Bible History, pág. 398).Para uma predição da presente dispersão geral dos judeus, vide Deut. 28:49-69; que se cumpriuno ano 70 A. D. sob os romanos. !A distancia de que vieram os romanos, a rapidez de suasmarchas, o emblema de suas armas, o seu treino militar, e língua estranha, podia escassamente tersido descrito em termos mais apurados. A desolação continuada a seguir-se não é aplicável aotempo de Nabucodonozor ou de Antiôco? (Urquhart, The New Bible Guide, Vol. 8, pág. 275).) O verso 16 é realmente um bumerangue contra nossos oponentes, quando lido à luz do v.precedente. O v. 15 nos conta que haverá uma destruição da !língua do mar do Egito?, de modo afazerem os homens ir a pé enxuto?. Isto explica a referência ao livramento de Israel no Egito.Assim como atravessaram o Mar Vermelho a pé, enxuto, assim no seu final retorno do cativeiro

atravessarão águas a pé enxuto. Agradeçam-nos nossos oponentes por nos dizerem como isto secumpriu na volta da Assíria e Babilônia.Uma condição, como implicada aqui, é !um evento, fato, ou coisa parecida, que é necessário àocorrência de alguma outra, ainda que não sua causa? (Funk & Wagnalls Desk StardardDictionary).Não temos positivamente declarado em Ezequiel que Deus ocasionaria a edificação de um templosegundo todos os pormenores desta visão. De outro lado está positivamente declarado que Deusrealizará o retorno, a conversão e o restabelecimento de Israel. Assim podemos crercoerentemente no segundo sem crer no primeiro.(**) Notai como nosso Senhor, ao ler na sinagoga em Nazaré (Lucas 4:16-20), deteve-se no meiodesse verso porque o resto do verso não tinha que ver com seu primeiro advento, mas com osegundo. De igual maneira, o que quer que haja na visão de Ezequiel que não se ajuste ao reinode Cristo na Terra podemos considerar como não se aplicando a ele.Outro argumento de nossos oponentes quanto ao sentido de !todo Israel? (Rom. 11:26) é que serefere ao resíduo de eleitos entre os judeus e não à nação inteira; mas os vs. 16 e 25 fazem istomuito insustentável a todos que põem a verdade acima de uma teoria. O primeiro vs. argúi que os409eleitos restantes no tempo de Paulo foram as !primícias? e tanto quanto estas primícias foramsantas, ?a massa (a nação em perspectiva) também o é?. Então, como previamente assinalamos .O último vs. nos informa que a cegueira da nação não é somente parcial, mas também temporária,existindo só !até que a plenitude dos gentios haja entrado?.410Cap 39 - A Segunda Vinda de CristoHavendo agora terminado nosso estudo do milênio, retrocederemos a considerar as coisasque o precederão imediatamente.A segunda vinda de Cristo tem sido a expectação coroante, a estrela dalva, do povo deDeus desde que a promessa de Sua vinda lhes foi comunicada. Ela os tem animado, fortalecido eencorajado nas horas mais escuras. Cristo e os apóstolos implantaram nos corações dos primeiroscrentes o fato da vinda de Cristo e sua iminência como um motivo de vida piedosa e serviço fiel.

Não permitiremos que nem as perversões de fanáticos, nem as negações de críticos, nem acontrovérsia sobre minúcias da segunda vinda de Cristo nos afastem de um estudo cuidadoso darevelação de Deus a respeito dela, nem de uma adequada apreciação dela.I. O FATO DA VINDA DE CRISTOA segunda vinda de Cristo está:1. PREDITA PELOS PROFETASIsa. 11:1-11; Zac. 14:3-5; Judas 14. Muitas profecias do Velho Testamento, como aprimeira aqui citada, referem-se tanto a primeira como à segunda vinda a terra.2. ALUDIDA POR JOÃO BATISTALucas 3:3-6. A linguagem desta passagem não é inteiramente aplicável ao primeiroadvento de Cristo. Como muita profecia, tem uma dupla aplicação. Vide Mal. 3:1 para umaprofecia igual.3. PROMETIDA POR CRISTO MESMOJoão 14:2,3.4. DECLARADA PELOS ANJOS411Atos 1:11.5. ENSINADA PELOS APÓSTOLOS(1). Mateus 24:37, 42, 44.(2). Marcos 13:26.(3). Lucas 21:27.(4). João. I João 3:1-3.(5). Tiago 5:7.(6). Pedro. I Pedro 1:7, 13.(7). Paulo. 1 Tess. 4:15-17.(8). O Escritor aos Hebreus 9:28.(9). Judas 14.II. A NATUREZA DA VINDA DE CRISTOHavendo determinado o fato da vinda de Cristo, importante é conhecer sua natureza;porque, sem um conhecimento da natureza de Sua vinda, um conhecimento do fato épraticamente inútil. Necessário é, ao estudar da vinda de Cristo, considera-la primeiro negativo eentão positivamente.1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTEA vinda de Cristo não é para ser:(1). Sucessiva, como na Morte.412A idéia que a morte de alguém é para o tal a segunda vinda de Cristo, é a mais lavadanecessidade à luz da Palavra de Deus. Não há aquela morte acompanhante que responde àquilo

que a Bíblia revela como acompanhando a segunda vinda de Cristo.(2). Contínua, como na disseminação do cristianismo.O modernismo tê-la-ia que Cristo jamais voltará corporalmente a terra, mas, que Ele está?vindo tão depressa quanto Ele pode a este mundo? na disseminação do cristianismo. Osmodernistas sustentam que Jesus pintou Sua volta em termos das concepções do povo, mas Elenão intencionou que Suas palavras fossem entendidas literalmente. Sem dúvida, uma semelhantenoção esta pode ser sustentada somente por aqueles que negam a inspiração da Bíblia. Por essarazão, nós, que cremos na inspiração da Bíblia, não precisamos de notá-la seriamente.(3). Espiritual, como na:A. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes.A vinda do Espírito Santo no Pentecostes não foi em sentido algum à vinda de Cristo. Cristodisse que Ele mandaria o Espírito.B. A destruição de Jerusalém.Na destruição de Jerusalém, A. D. 70, tivemos um cumprimento típico do que está dito naBíblia sobre a segunda vinda de Cristo, mormente que Sua vinda acompanhar-se-á por um outrocerco de Jerusalém. Vide Apoc. 16:12-21; 19:17-21; Zac. 13:8 a 14:3. A destruição de Jerusalémfoi um tipo deste último cerco. Então, na destruição de Jerusalém, tivemos um cumprimentoespiritual da promessa da vinda de Cristo, em que esta destruição deferiu o golpe mortal nojudaísmo e marcou a vinda do reino de Deus com poder. Até à destruição de Jerusalém ocristianismo pareceu a muitos como um mero adjunto do judaísmo. Com a destruição deJerusalém o cristianismo veio ao que era seu.Cremos que à luz destes fatos é que devemos entender Jesus quando Ele disse: ?Alguns há,dos que aqui estão, que não gostarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no Seu reino.?(Mat. 16:28). Vide também Marcos 9:1 e Lucas 9:27. O mesmo é verdade, cremos das seguintes413palavras também: ?Não passará esta geração até que todas estas coisas sejam cumpridas.? (Mat.24:34). Vide também Marcos 13:30 e Lucas 21:32.Mas, na destruição de Jerusalém, não houve uma vinda atual de Cristo. E o fato que, após adestruição de Jerusalém, temos referências adicionais à Sua vinda como no futuro, faz istoindisputável.

2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE.A vinda de Cristo é para ser:(1). CorporalAtos 1:11. Sua ascensão foi corporal e o anjo prometeu que Sua volta seria da mesmamaneira. Passagens outras que mostram que a vinda de Cristo é para ser corporal: Zac. 14:4,5;Mat. 25:31; João 14:3; Fil. 3:20; 2 Tess. 1:7-10; 2 Tim. 4:1; Tito 2:13; Heb. 9:28; Apoc. 19:11-21.(2). VisívelMat. 24:27. Todas as passagens supra implicam a visibilidade de Sua vinda; mas apassagem inda agora dada sob esta última epígrafe mostra que Sua vinda (em uma de suas fases)será incisivamente visível ao mundo inteiro.(3). Como um ladrão1 Tess. 5:1-4. Esta passagem descreve Sua vinda como ela será para os ímpios, porémespecifica que não é para ser assim aos justos.(4). Em glória e esplendor indescritíveisMat. 16:27; 24:29,30; Mar. 8:38; Tito 2:13; Apoc. 19:11-16.(5). Duplicada414A vinda de Cristo consistirá de duas fases. Notemo-las:A. A primeira fase.Esta fase será:(a). No ar. 1 Tes. 4:15-17. Não há sinal aqui de que Ele venha sobre a terra nesse tempo.(b). Para Seu povo. João 14:3.(c). Como um noivo. Mat. 25:1-10. O casamento e ceia dele (Apoc. 19:9) são típicos dasbênçãos consumadas da salvação. Gente salva constitui a noiva (Apoc. 21:2-27).B. A segunda fase.Esta fase será:(a). A terra. Zac. 14:4; Mat. 25:31.(b). Com Seu povo. Zac. 14:5; Judas 14; Apoc. 19:14.(c). Como um destruidor. 2 Tess. 1:7-9; 2:8.(d). Como um juiz. Mat. 21:31-46.(e). Como um rei para conquistar e reinar. Zac. 14:9; Apoc. 19:11-16; 20:1-5.III. O TEMPO DA VINDA DE CRISTONão nos referimos aqui à data de Sua vinda. O negócio de datar é a obra de charlatõesreligiosos. Temos referência somente à relação de Sua vinda com o tempo.O tempo da vinda de Cristo está representada na Escritura como:1. DESCONHECIDO DE TODOS, EXCETO O PAI

Mar. 13:32; Mat. 25:13. Agora o Filho, igual uma vez mais com o Pai, pode saber a hora;mas, na Sua carne, quando Ele considerou a igualdade com Deus, absoluta, não como coisa a serusurpada (Fil. 2:6 ? V. R.), Ele não soube. Condição (João 14:28) não é natureza (João 10:30).2. INCERTO AOS HOMENS415Mat. 25:31. Sinais alguns foram dados bastante explícitos para que qualquer homem seassegure de que Jesus virá em qualquer tempo particular.3. IMINENTESer iminente a vinda de Cristo queremos dizer que ela está ?ameaçando de ocorrer aqualquer momento?. O povo salvo deve sempre estar em vigilância e procurando-a. (Mat. 25:13;Tito 2:13). Ela está representada na Escritura como sendo o próximo evento dispensacional.Discutiremos isto mais depois.4. QUANDO NÃO ESPERADO.Mat. 25:44,50; Luc. 12:40,46.5. UM TEMPO DE FRIEZA ESPIRITUAL, SENSUALIDADE E IMPIEDADE.Luc. 18:8; 17:26-30; Mat. 24:12; 2 Tim. 3:1-5. Quando Cristo vier, Ele não achará ummundo convertido onde a justiça governa.IV. O PROPÓSITO DA VINDA DE CRISTOO propósito da vinda de Cristo será duplo porque terá que fazer com duas classes.Notemos este propósito como ele afeta:1. OS JUSTOSComo a vinda de Cristo afeta os justos, é para o propósito de:(1). Levantar os mortos1 Tess. 4:16. Não há indício que seja esta ressurreição não incluirá todos os mortos emCristo. Não temos paciência com a noção que somente os mais fiéis aquinhoar-se-ão nestaressurreição. Toda passagem que fala dela implica uma ressurreição total dos justos falecidos.Vide 1 Cor. 15:23; Apoc. 20:5,6. As palavras de Paulo em Fil. 3:11 são iguais a outros416enunciados seus, e expressam sua preocupação em provar que ele estava verdadeiramente emCristo. Vide 2 Ped. 1:10.(2). A transladação dos vivos1 Cor. 15:51,52; 1 Tess. 4:17. Cremos também que isto incluirá todos os crentes na terraao aparecimento de Cristo no ar. Não temos paciência com a teoria do ?rapto parcial?. Os que

crêem em tal são aptos a responder que quem não crê num rapto parcial e ressurreição parcial dossalvos destroem o fundamento da responsabilidade cristã. Não destruímos o fundamentoescriturístico disto; porém, seja como for estaremos mais preocupados em saber o que Deusrevelou do que estamos em fazer nossas próprias teorias e explorá-las. E os que ensinam um raptoparcial e uma ressurreição parcial de crentes rebaixam o padrão da vida cristã muito além donível escriturístico. A Palavra de Deus ensina que todo povo regenerado vence (1 João 4:5) e asbênçãos mais gradas se prometem a todos os vencedores.Cremos que os corpos glorificados dos santos serão como o corpo assunto de nossoSenhor (Fil. 3:21; 1 João 3:2). Evidentemente Jesus ascendeu num corpo visível e os anjosdisseram que Ele voltará assim como Ele foi. E, quando Ele voltar, nós vamos ser como Ele é. Ocorpo glorificado, então, será um corpo visível aos olhos físicos, tanto como Cristo foi visívelapós Sua ressurreição. Mas esse corpo será sem pecado e corrupção.(3). O arrebatamento de todos os crentes1 Tess. 4:17. Os vivos transladados e os mortos ressuscitados serão todos arrebatados aencontrarem o Senhor no ar.(4). O julgamento das obras dos crentes1 Cor. 3:12-15; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:8. Os pecados dos crentes já foram julgados emCristo. João 5:24; Rom. 8:1,33; 1 Cor. 11:32. Logo, nenhuma menção dos seus pecados deveráser feita no julgamento. Não são mais imputados a ele (Rom. 4:8) e não são mais lembrados(Heb. 8:12). A idéia de alguns que os crentes serão argüidos no julgamento, a contar porquefizeram ou não fizeram isto e aquilo, desonra a morte de Cristo e nega a Palavra de Deus.Daremos conta a Deus, mas isto será feito em nossos próprios corações, sem uma acusação ou417palavra de censura da parte de Cristo. Não há nada de penal sobre o julgamento para o cristão. 2Cor. 5:10 não significa mais do que recebemos recompensa pela nossa fidelidade e sofrerdetrimento pela nossa deslealdade. Graça e penalidade são mutuamente exclusivas.(5). O casamento de Cristo com a IgrejaMat. 25:1-10; Apoc. 19:7-9. No presente a igreja está somente esposada com Cristo como

uma virgem casta (2 Cor. 11:2). O esponsal não terá lugar senão quando Cristo voltar.2. OS ÍMPIOSComo a vinda de Cristo afeta os ímpios é para o propósito de:(1). Matar os vivos e lançá-los no inferno.Apoc. 19:19-21; Zac. 14:3-12; Jer. 25:15-33; Isa. 24:17-21; 26:20,21; 34:1,2.(2). Julgando-os por causa da maneira porque trataram IsraelMat. 25:41-46; Joel 3:2. Sua atitude para com Israel manifestará sua atitude para comCristo por meio da incredulidade.A salvação daqueles vivos na terra à revelação de Cristo para reinar sobre a terra (osegundo período de Sua vinda) terá sido manifestada pelo seu tratamento dos arautos judaicos dacruz durante o período da grande tribulação. Destas coisas veremos mais agora. Estes não serãosalvos por tratarem bondosamente a estes irmãos de Cristo, mas prognosticará assim sua atitudepara com Cristo e daí sua salvação.(3). Levantando, finalmente, os mortos e lançando-os no lago de fogoApoc. 20:12-15. Isto é para ter logar, não imediatamente depois da vinda de Cristo, masno fim da pequena sasão durante a qual Satanás será solto depois do milênio.418Os ímpios terão um corpo de ressurreição (Mat. 10:28), mas de sua natureza temos poucosobre que basear nossa opinião. Será capaz de sofrer, mas será indestrutível e não será justo comoserá o corpo dos salvos.419Cap 40 - As Duas Fases da Vinda de CristoNo capítulo precedente frisamos que a vinda de Cristo é para consistir de duas fases.Também frisamos sucintamente alguns contrastes. Neste capítulo é para discutirmos esta matériamais amplamente.Consideramos o fato das duas fases da vida de Cristo como a chave que é necessária paradestrancar o sentido de muitas passagens da Escritura. Sem um reconhecimento deste fato aspassagens que tratam deste grande evento são confusas.I. AS DUAS FASES CONTRASTADAS1. A primeira fase será no ar (1 Tess. 4:15-17); a segunda será para ser na terra (Zac.14:4).2. A primeira fase de Sua vinda será para o Seu povo (Mat. 25:6-10; João 14:2); a

segunda fase será com o Seu povo (Judas 14; Apoc. 17:14).3. A primeira fase será Sua vinda como um noivo (Mat. 25:6-10); a segunda fase será Suavinda como um rei para julgar e reinar (Sal. 96:13; Zac. 14:9; Mat. 25:31; Apoc. 19:15; 20:4).4. Na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios (Mat. 25:6-10; 1 Tess.4:15,17); na segunda fase os ímpios serão tirados dentre os justos (Mat. 13:40-42).5. Na primeira fase os justos na terra encontrarão o Senhor no ar para irem para o céucom Ele (1 Tess. 4:17; João 14:2); na segunda fase eles simplesmente entram no reino aqui naterra (Mat. 13:43; 25:34).6. Na primeira fase os incrédulos são meramente deixados na terra (Mat. 25:10-12); nasegunda fase eles são destruídos e lançados no fogo eterno (Mat. 25:41,46).7. Em conexão com a primeira fase haverá uma ressurreição dos justos (1 Tess. 4:15-17);em conexão com a segunda fase não haverá ressurreição específica (Mat. 25:31-46).4208. A primeira fase está sempre iminente (Marcos 13:35,36; Tiago 5:8; Apoc. 22:12); asegunda fase é para ser precedida de certas coisas definitas (Mat. 24:14-29; 2 Tess. 2:1-8).II. AS DUAS FASES SEPARADAS QUANTO AO TEMPOMesmo uma consideração casual dos contrastes antecedentes mostra que as duas fases davinda de Cristo não podem ocorrer simultaneamente ou em conexão aproximada. Mas notai estasevidências específicas que um período de tempo intervirá entre elas:1. Desde que na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios e na segunda osímpios serão tirados dentre os justos (vide § 4 acima), é impossível que as duas fases ocorram emconexão aproximada. Todos os justos serão retirados na primeira fase; logo, deve haver temposuficiente entre a primeira e a segunda fase para alguém ser salvo.2. Desde que na primeira fase de Cristo é para receber os Seus discípulos nas ?muitasmansões? preparadas para eles no céu (João 14:2) e na segunda fase os justos na terra são paraentrarem no reino sobre a terra (vide § 5 acima), é outra vez impossível que ambas as fasesocorram em conexão aproximada. Os que entram no reino na segunda fase devem ser salvos naprimeira fase.

3. Desde que a primeira fase ocorra em qualquer tempo (tanto quanto o homem sabe) e asegunda fase deve ser precedida de eventos específicos (vide § 8 acima), elas não podem ocorrerem conexão aproximada. Uma é iminente, a outra não. Logo, uma deve estar bem longe da outra.4. Deve haver tempo suficiente entre as duas fases para que o ?Homem do Pecado? (2Tess. 2:3) seja revelado e corra o seu curso. Ele não pode ser revelado até que o empecilho seráremovido do caminho (2 Tess. 2:6,7). O empecilho é o Espírito Santo residindo em toda a pessoasalva (1 Cor. 6:19). Que o Espírito Santo é o empecilho está provado pelo pronome pessoal que aEle se aplica e também de duas maneiras pelo processo de eliminação. A única outra teoria dignade se considerar, e que tem sido adiantada, é que o governo romano era o empecilho; mas ogoverno romano foi tirado do caminho há uns quinze séculos e o ?Homem do Pecado? ainda nãofoi revelado. Mas ainda, o governo romano não podia impedir a revelação de semelhante ser,como ele é representado, mas antes contribuiria para sua revelação. A remoção do caminho do421Espírito Santo realizar-se-á quando Cristo tirar o Seu povo da terra, que será na primeira fase deSua vinda. Tempo suficiente deve transcorrer, portanto, entre a primeira e a segunda fase paraeste monstro correr seu curso, porquanto ele é para ser destruído na segunda fase (2 Tess. 2:8).5. Também deve haver tempo suficiente entre as duas fases para todos os eventosrecordados em Apoc. 7 a 19. Esta seção da Escritura devera incluir o capítulo seis também, semdúvida, mas podemos estar certos de que ela deve começar com o capítulo sete, pois que nocapítulo sete temos a selagem dos servos de Deus na terra e só os judeus são selados. Isto mostraque a primeira fase da vinda de Cristo já teve logar; porque, doutra maneira, certamente estariamalguns gentios servos de Deus na terra. Os cento e quatro mil judeus mencionados como sendoselados neste capítulo são evidentemente aqueles que serão salvos imediatamente depois doaparecimento de Cristo no ar. E então, para confirmar esta idéia seguindo-se imediatamente orelato da selagem desses judeus, temos a multidão inumerável no céu (Apoc. 7:9). Estes,

manifestamente, são aqueles que foram levantados da terra no aparecimento de Cristo no ar.Então a segunda fase da vinda de Cristo não aparece até atingirmos o capítulo 19 e hátoda evidência de uma ordem cronológica geral. Assim os eventos dos capítulos do meio são paraterem logar durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo.Nossos oponentes escarnecem da idéia de um período de tempo entre as duas fases davinda de Cristo. Dizem que ensinamos que haverá duas vindas em vez de uma. Podem chamá-lao que quiserem. O Novo Testamento fala só de uma vinda, mas claramente revela que esta umavinda consistirá de duas fases, separadas por um período de tempo. Preferimos crer o que eleensina, desatendendo as perversões deles.III. A PRIMEIRA FASE DA VINDA DE CRISTO É IMINENTEMostramos agora que a vinda de Cristo é para consistir de duas fases e que estas fases sãopara se separarem por um período de tempo. Aqui nos encarregamos de provar que a primeirafase de Sua vinda é iminente. Notai que não estamos tentando provar que a vinda de Cristo para ojulgamento e o reino é iminente. Tanto quanto sabemos, todas as profecias não cumpridasreferentes a esta época (e há muitas), sem violência a elas ou a quaisquer outras Escrituras,422podem ser cumpridas no ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo; mas não sabemos denenhuma profecia que se deva cumprir antes de Cristo vir para Sua noiva.Webster define a palavra iminente como significando ?ameaçando de ocorrerimediatamente; à mão; impendente?. Sustentamos que este é exatamente o modo que Deusensinou na Sua Palavra, que os crentes deveriam considerar a vinda do seu Senhor para recebêlospara Si mesmo. A Escritura ensina que este evento está sempre ?à mão? e que os crentes,portanto, deveriam estar sempre na atitude de vigilante expectativa. Notai as seguintes passagens:1. Marcos 13:35,36 ? ?Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem, seà tarde, se à meia noite, se ao cantar do galo, se pela, manhã, para que não venha de improvisoe vos ache dormindo.?Thayer diz que o sentido de vigiar, nesta e parecidas passagens, é tomar cuidado, ?sob a

pena de por negligencia e indolência alguma calamidade destrutiva assaltar alguém.? . Podehaver qualquer razão consciente para vigiar para um evento, a menos que, tanto quanto sabemos,aconteça agora?.2. Tiago 5:8 ? ?Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações, porque a vindado Senhor apropinqua-se?.A palavra grega para ?está próxima? está no tempo mais que perfeito e quer dizer, segundoThayer, ?chegou perto, está à mão?. Uma forma parecida da mesma palavra está dito por Thayerera usada ?concernente coisas iminentes e prestes a acontecer?. O verbo na passagem acima estátraduzido ?está a mão? nove vezes na versão do Rei Tiago. Mat. 26:46 fornece um bomexemplo do seu uso.3. Apocalipse 22:12 ? ?Eis que venho presto e o meu galardão está comigo para dar atodo homem segundo for sua obra?.A palavra na passagem para rapidamente não significa repentinamente, como alguns ateriam, mas quer dizer ?destro, expeditamente, sem demora? (Thayer). Boas mostras do seu usopodem ser achadas em Mat. 5:25; 28:7,8; Marc. 16:8; João 11:29. Na passagem supra à vinda deCristo está falada como Deus a vê: mil anos são como um dia com Deus (1 Ped. 3:8). E está423assim representada que o tempo dela pode ser incerto a crentes. Tanto quanto eles sabem, elapode ocorrer a qualquer momento; logo, para eles é sempre iminente.Muitas passagens mostram o valor prático de uma crença na vinda iminente de Cristo.Proeminente entre elas está Tiago 5:8, como dada acima. Esta passagem mostra que uma crençana vinda de Cristo é um incentivo à paciência e fortaleza no meio de sofrimento e aflições.424Cap 41 - O Período da Grande TribulaçãoJá vimos que a segunda vinda de Cristo consiste de duas fases e que estas duas fasesdevem ser separadas por um período de tempo. O autor apresentou sua crença em que esteperíodo de tempo será o tempo da futura grande tribulação. Suas razões para esta crençaaparecerão no curso deste capítulo. Deveremos estudar este período sob as seguintes epígrafes:I. AS PASSAGENS QUE DESCREVEM ESTE PERÍODO

A primeira passagem que desejamos observar é Mat. 24:21,22 e reza como segue: ?Ehaverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nemtão pouco há de haver; e, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria;mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias?. Que estas palavras não podem sertotalmente referidas aos sofrimentos dos judeus ao tempo do sítio e destruição de Jerusalém porTito, A. D. 70, está mostrado nos versos 29 a 31. Estes versos nos contam que imediatamenteapós a tribulação desses dias Cristo virá em poder e grande glória. Isto claramente se refere àsegunda fase da vinda de Cristo. Nada do que atendeu ou resultou da destruição de Jerusalémpode satisfazer completamente a estes versos. Verdade é que, segundo o v. 34, a destruição deJerusalém causou ou um cumprimento espiritual ou típico de tudo que está predito nesta parte dodiscurso. A destruição de Jerusalém vibrou o golpe mortal no judaísmo e marcou a vinda do reinode Deus com poder, como Jesus predissera (Mar.9:1; Mat. 16:28; Luc. 9:27). Foi isto umcumprimento espiritual de tudo quanto Cristo disse sobre Sua vinda neste capítulo. E o sítio deJerusalém (A. D. 70) trouxe um cumprimento típico de tudo quanto Ele disse sobre Jerusalémneste capítulo. Mas o cumprimento literal daquilo que Cristo disse sobre Sua segunda vinda e oantítipo do cerco de Jerusalém ainda estão para vir. Nenhum crente na inspiração verbal podeachar na destruição de Jerusalém uma satisfação perfeita e completa da profecia deste capítulo.Sua referência final deve ser ao cerco final de Jerusalém na batalha de Armagedão (Apoc. 16:13-21; 19:11-21; Zac. 12:2-9; 14:1-7, 21-25 ), e a vinda pessoal e corporal do Senhor, comoprometida em Atos 1:11.425Mas em Apoc. 6 a 19 cremos ter uma descrição muito mais extensa e pormenorizadadeste período. Tomamos estes capítulos como descritivos deste período pelas duas razõesseguintes:1. COMO VIMOS NO ÚLTIMO CAPÍTULO, TEMOS NO CAPÍTULO SÉTIMO ASELAGEM DOS SERVOS DE DEUS NA TESTA E SOMENTE OS JUDEUS SÃO SELADOS

Isto mostra que todos os crentes gentios (e prévios crentes judaicos) foram arrebatados daterra e, portanto, que o rapto dos santos (que ocorrerá na primeira fase da vinda de Cristo ? 1Tess. 4:15-17) já teve logar. Então a segunda fase da vinda de Cristo está claramente retratada emApoc. 19:11-12. Portanto, tomamos a seção mediante do livro como descrevendo o ínterim entreas duas fases da vinda de Cristo e relacionamos o capítulo seis com este período porqueconsideramos os cavaleiros dos quatro cavalos (6:2-8) os mesmos como os quatro anjos (7:13)cuja obra está restringida até depois da selagem dos servos de Deus.2. ENTÃO EM APOC. 7:14 TEMOS UMA REFERÊNCIA AO PERÍODO DA GRANDETRIBULAÇÃO COMO ESTANDO EM PROGRESSO.Apoc. 7:14 reza: ?Estes são os que saem da grande tribulação e lavaram os seus vestidose os fizeram brancos no sangue do Cordeiro?. Estas palavras foram faladas da multidãoinumerável do v. 9. O original aqui é muito enfático. Diz literalmente: ?Estes são os que estãosaindo de tribulação, a grande?. Não é só de tribulação em geral que se fala aqui: é umatribulação definita e particular, a saber, a grande. O particípio presente neste verso, ?estãosaindo? mostra que a grande tribulação está em progresso. Assim assinamos esta seção do livroao período da grande tribulação.II. A DURAÇÃO DESTE PERÍODONossa convicção é que este período será de sete anos em duração. Sustentamos estaconvicção porque o tempo combinado de profetizar das duas testemunhas (Apoc. 11:3) e acarreira da besta (Apoc. 13:5) é, aproximadamente, de sete anos. Notai que as testemunhasdevem profetizar por ?mil duzentos e sessenta dias? (aproximadamente três anos e meio); então épara a besta levantar-se e matá-los (Apoc. 11:7) e continuar ?quarenta e dois meses? (Apoc.42613:5). Nossa opinião é que as testemunhas principiarão a testificar logo depois do rapto e, desdeque a besta deve ser destruída quando Cristo vier para julgar e guerrear (Apoc. 19:11-21; 2 Tess.2:8), concluímos que a duração do período mediante é para se achar pelo método supra. Notar-seáque tomará os mil, duzentos, e sessenta dias, com os quarenta e dois meses, literalmente.

Fazemos isto em harmonia com a regra mencionada no nosso último capítulo. Não achamosrazão para tomá-lo diferente quer nas passagens mesmas, ou no seu contexto, ou em qualqueroutra passagem.Também sustentamos ser a grande tribulação de sete anos de duração porque aconsideramos como sendo a semana de setenta semanas de Daniel (Dan. 9:27).III. OS HORRORES DESTE PERÍODOEste período é para ser o ?dia? da ira de Deus. Durante este período o Deus, a quempertence à vingança, vingar-se-á do tratamento que este mundo dispensou ao Seu Filho e aosSeus santos. Ele vingará completamente Seus eleitos (Luc. 18:7; Apoc. 6:9,10). Ele derramará osvasos de Sua ira até as últimas fezes amargas sobre esta terra amaldiçoada de pecado eentenebrecida pelo diabo. A terra será arrancada do diabo e o seu povo dado ao povo de Deus(Mat. 5:5).IV. SALVAR-SE-Á ALGUÉM DURANTE ESTE PERÍODO?É isto questão muito controvertida, mas nós inhesitantemente damos uma respostaafirmativa como opinião nossa. No capítulo onze, como já vimos, temos a menção das duastestemunhas de Deus. Como já afirmamos que cremos que estas duas testemunhas profetizarãodurante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo, cremos que elas pregarão o Evangelho eanunciarão o reino milenial, tanto como Cristo e os apóstolos pregaram o Evangelho eanunciaram o reino espiritual (o reino de Deus) e a fase temporal do reino do céu. Não podemospensar em nenhuma outra mensagem que Deus teria para o mundo durante este período.E sustentamos que o cento e quarenta e quatro mil judeus de Apoc. 7 serão salvosimediatamente depois do princípio da grande tribulação.427Então, por causa do tempo presente no v. 14, consideramos a multidão em Apoc. 7:9-17como contendo alguns que são salvos durante este período, e que, tendo sido martirizados oudoutra maneira falecidos, são imediatamente arrebatados ao céu, um tanto segundo a mesmamaneira como as duas testemunhas em Apoc. 11:7-12.Também tomamos as ovelhas no julgamento das nações (Mat. 24:31-46) como o povoque creu e foi salvo durante este período.

Pode ser perguntado como o povo será salvo durante este período. Respondemos queserão salvos exatamente do mesmo modo como todos os outros o foram. Deus nunca teve ejamais terá senão um modo de salvação. Esse um modo é pela graça através da fé. ?Mas?, podealguém dizer, ?como pode alguém salvar-se depois que o Espírito Santo foi tirado do mundo?? Aresposta é que serão salvos justamente como foram antes do dia de Pentecostes. Durante operíodo da grande tribulação o Espírito Santo terá acesso ao mundo tanto como Ele teve antes dodia de Pentecostes.428Cap 42 - O Homem do PecadoNos capítulos anteriores já tocamos algo no Homem do Pecado, mas agora viemos estudálomais de perto. Antes de prosseguirmos, vire o estudante e leia as passagens seguintes: 2 Tess.2:3-10; Apoc. 11:1-7,13; 16:13-16,17; 19:17-20; Dan. 7:8-27; 8:8-25. Estas duas últimaspassagens têm referência a Antiôco Epifano, o tipo do Homem do Pecado.I. A IDENTIDADE DO HOMEM DO PECADO1. É PARA SER UM INDIVÍDUO ATUALComo afirmado antes, interpretamos qualquer passagem da Escritura literalmente, amenos que haja alguma coisa na passagem, ou no contexto, ou em alguma outra Escritura queindique um sentido figurativo. Não achamos nenhuma razão, absolutamente, para tomarmos adescrição do Homem do Pecado de outra maneira que não literalmente. Nenhuma instituição ouagência podia sentar-se no templo de Deus. Vide 2 Tess. 2:4.2. ELE E A BESTA DO APOCALIPSE DEVEM SER O MESMO INDIVIDUOSustentamos esta convicção pelas seguintes razões:(1). Ambos devem ocorrer os seus curso durante o ínterim entre as duas fases da vinda de CristoAbaixo mostramos ser isto verdade do Homem do Pecado. E num capítulo anteriormostramos que a seção do livro em que se recorda a carreira da besta pertence a esse período.(2). Suas atividades são igualmente descritas2 Tess. 2:4-10; Apoc. 13:6-8.(3). Ambos são para serem destruídos na vinda final de Cristo à terra.2 Tess. 2:8; Apoc. 19:11-203. ELE É PARA SER UM REI MUNDANO COM ASSENTO DE PODER EM ROMA429

Vide Apoc. 17:1-11. Sustentamos os sete montes (v. 9) como as sete célebres colinas deRoma. Os cinco reis caídos, sustentamos ser Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia e Grécia. A queentão era cremos que foi Roma pagã. A que ainda era para vir foi Roma ?Cristã?, ou o SantoImpério Romano, assim chamado. Os primeiros seis reinos (o termo para reis significando tantoreis como reinos) culminaram no sétimo. A besta é para ser o oitavo rei e seu reino combinaratodo o poder e malícia dos sete. A ferida mortal em uma das cabeças da besta (Apoc. 13:3)tomamos por representar a queda de Roma, A. D. 476. Referimos a cura da ferida aorestabelecimento do Império Romano com sua capital em Roma sob o reinado da besta. O mar doqual se vê surgir a besta (Apoc. 13:1; 17:1,15) tomamos por representar a massa da humanidadeem ebulição, turbulenta, revolucionária, à qual serão os habitantes da terra pelo rapto dos santos.Não achamos fundamento satisfatório para sustentarmos que o Homem do Pecado seráJudas reencarnado. Certo é que Deus não operaria ativamente semelhante reencarnação. E odiabo não tem o poder de operá-la. Ele pode possuir e dominar os homens, mas ele atualmentenão pode encarnar-se nem reencarnar os seus falecidos seguidores. A base da noção que oHomem do Pecado será Judas reencarnado, o fato dele ter sido chamado ?um diabo? (João 6:70),e ?o filho da perdição? (João 17:12) e ter isso ?para o seu próprio logar? (Atos 1:25), éinsuficiente para estabelecer uma idéia tão radical. A esta e outras noções concernentes aoHomem do Pecado consideramos como fantasiosas.Nem há fundamento escriturístico para referir-se ao Homem do Pecado como o Anticristoem qualquer sentido exclusivo. Só João nas suas epístolas usa o termo, aplicando-o aos falsosmestres do seu dia que negavam humanidade de Cristo (1 João 2:18-22; 4:3,4; 2 João 7). E Joãodisse que havia muitos deles no mundo. O prefixo ?anti? pode significar contra ou em vez de.Não há evidencia de João o ter dado no último sentido: usou-o exclusivamente como aplicadoàqueles que eram contra Cristo; aqueles que negavam que Jesus era o Cristo ([1]). Não háevidência que os falsos mestres a que se referiu João tentaram estabelecer qualquer deles como oCristo.

O Homem do Pecado, será um anticristo, porém identificá-lo como ?o Anticristo?, numsentido exclusivo, e então tomar o prefixo para significar em vez de , inferindo que ele será um430judeu e confundir-se-á com Cristo, está sem garantia. O Homem do Pecado sentar-se-á no temploe exigirá culto, mas ele podia fazer isso sem impor-se como o Messias.Como um tipo disto, Antiôco Epifano erigiu a estátua de Júpiter Olimpo sobre o altar daoferta queimada. Os sete precursores da besta ou do Homem do Pecado não eram judeus.Sustentamos que o Homem do Pecado será romano (italiano).II. O TEMPO DA SUA CARREIRA1. É PARA SER REVELADO NO ÍNTERIM ENTRE AS DUAS FASES DA VINDA DECRISTOComo já assinalamos previamente, nenhum indivíduo que cumpriu a descrição doHomem do Pecado ainda se revelou na terra. Pensam alguns que a linha papal é o Homem doPecado, mas nenhum papa se sentou jamais no templo de Deus. O Vaticano não é o templo deDeus. O cristianismo apóstata não é o templo de Deus; pelo contrário, é a habitação de demônios(Apoc. 18:2). A revelação do Homem do Pecado está sendo agora impedida por algum indivíduo(2 Tess. 2:6,7). Cremos que este empecilho é o Espírito Santo habitando em todo verdadeirocrente (1 Cor. 6:19) e em toda a verdadeira igreja do Novo Testamento (1 Cor. 3:16). É ainfluência retentora do Espírito Santo, exercida através de crentes, que agora impede a revelaçãodo Homem do Pecado. Assim os crentes são o sal da terra (Mat. 5:13). Retirar do caminho oempecilho, então significará a remoção do Espírito Santo da terra ([2]). Isto requererá tirar da terratodo o verdadeiro crente. Desde que isto ocorrerá na primeira fase da vinda de Cristo (1 Tess.4:15-17), a revelação do Homem do Pecado não se pode dar até depois da primeira fase da vindade Cristo. E desde que ele é para ser consumido e destruído na segunda fase da vinda de Cristo (2Tess. 2:8), ele deve ser revelado e deve ocorrer seu curso durante o ínterim entre as duas fases davinda de Cristo.2. A DURAÇÃO DE SUA CARREIRA SERÁ DE QUARENTA E DOIS MESESApoc. 13:5. É para ser revelado aí pelo meado do período da grande tribulação e para

continuar através da última parte dele. Interpretamos os quarenta e dois meses literalmenteporque isso parece mais conveniente em vista de todas as outras indicações de tempo. Três anos e431meio respondem bem a ?um tempo, tempos e metade de um tempo?, durante o qual ele(evidentemente o homem do pecado tipificado em Daniel) ?espalhará o poder do povo santo (osjudeus)? (Dan. 7:25; 12:7), durante o qual a mulher (a quem tomamos por representar a naçãojudaica) é para habitar no deserto (Apoc. 12:14).III. SUAS ATIVIDADES1. SENTAR-SE-Á NO TEMPLO, PRETENDENDO SER DEUSVide 2 Tess. 2:4. O templo em que o Homem do Pecado se sentará é sem dúvida o templojudaico restaurado, o qual será o centro do culto durante o milênio. Toda igreja do NovoTestamento é um templo de Deus (1 Cor. 3:16). Mas isto não podia ser o que se quer dizer em 2Tess. 2:4. Estar sentado numa igreja local não seria suficiente para satisfazer a ambição destemonstro de iniqüidade. E seguramente a Escritura indica uma exaltação mais ousada e extensíveldo que esta. A referência em 2 Tess. 2:4 não podia ser a um cristianismo apóstata, porque, comojá observamos, um cristianismo apostata não é o templo de Deus; pelo contrário, é a habitação dedemônios (Apoc. 18:2). A referência é certamente ao templo judaico que é para ser restauradopelos judeus em Jerusalém algum tempo durante a grande tribulação no seu período. Isto, parececlaro, é o templo que vem à vista em Apoc. 11:1,2.Não cremos que o Homem do Pecado se sentará pessoalmente no templo, mas serárepresentado lá pela sua imagem (Apoc. 13:14-17). É assim que ele pretenderá ser Deus e não seimpondo como o Messias. Se ele desejasse ser reconhecido como Messias, o senso comumproibiria a concessão de exigir adoração de sua imagem.2. ELE FARÁ A INDUSTRIA PROSPERARDan. 8:25. Ele dará ao mundo o novíssimo de todos os ?novos tráficos?; será um grandelíder industrial.3. ELE FARÁ MUITAS COISAS ARROGANTESDan. 7:25; 8:10-12,23,24.4324. ELE SUSTENTARÁ A IGREJA CATÓLICA ROMANA E RECEBERÁ DELAPATROCÍNIO

Apoc. 17:2-6. Tomamos a grande meretriz por representar a Igreja Católica Romana(Apoc. 17:1-7). Sua indumentária e ornamentos retratam a riqueza da Igreja Católica Romana. Asabominações são suas doutrinas e práticas. A fornicação representa o seu adultério espiritual emestar esposada com o Papa em vez de com Cristo. As prostitutas das quais ela é a mãe sãodenominações protestantes. Ela estar ?Bêbada com o sangue dos santos e com o sangue dosmártires de Jesus? retrata sua perseguição contra verdadeiros crentes (particularmente batistas)através das idades médias e das trevas. De Apoc. 18:4 achamos que mesmo na hora exata de suadestruição ela terá alguns dos de Deus nela, como sem dúvida ela tem neste tempo. E omandamento de Deus agora é o mesmo que será no fim: ?Sai dela, povo meu, para não serdesparticipantes dos seus pecados e para que não recebais suas pragas?. Dizemos que a bestasustentará a Igreja Católica Romana porque vemos, primeiro, a meretriz cavalgando a besta(Apoc. 17:1-12). Dizemos que a beta receberá o patrocínio da Igreja Católica Romana porqueconsideramos a segunda besta (Apoc. 14:11-17) como o Papa. Notai que esta segunda besta tem aaparência de um cordeiro. Representa isto a professada santidade do Papa. Notai também que, emcontraste com a primeira besta, a segunda besta levantar-se-á da terra (Apoc. 13:11). A primeirabesta erguer-se-á do (o mar) tumulto e revolução. A segunda terá uma fonte sólida, compacta,regulada, ? o sistema Católico Romano.5. MAS, FINALMENTE, ELE E SEUS DEZ REIS VIRAR-SE-ÃO CONTRA A MÃE DASPROSTITUTAS E A DESTRUIRÃOApoc. 17:16,17.6. ELE PERSEGUIRÁ OS JUDEUSDan. 7:25; Apoc. 11:7; 13:7. Isto será ocasionado sem dúvida pela recusa dos judeus de securvarem à sua autoridade e adorarem sua imagem.7. FINALMENTE, ELE CONDUZIRÁ OS REIS DA TERRA E SEUS EXÉRCITOS CONTRAJERUSALÉM PARA A BATALHA DE ARMAGEDÃO433Apoc. 16:13-16; 19:17-21. Consideramos o falso profeta mencionado nestas passagenscomo sendo idênticos com a segunda besta ? o Papa, que, após a destruição da Igreja Católica

Romana, ficará em liga com a Besta. A batalha de Armagedão prenderá nossa atenção no capítuloseguinte.?Esta posição prendeu-se em duas formas: - (1) que Jesus Cristo não era homem literal (5:2) eSua humanidade sendo negada, negado estava o Messiado, desde que a primeira era necessária aosegundo; (2). Que Jesus e o Logos foram só temporariamente e, como foi, ligadosmecanicamente; e como o Logos e Messias foram tidos como sendo essencialmente idênticos,assim Jesus não podia ser o Cristo.?[2] ?Nós apenas nos referimos aqui à remoção de sua presença especial como habitando noscrentes e na igreja o que começou no Pentecostes. Isto marcará o fim da dispensação especial doEspírito. O Seu ministério reverterá então à volta ao que Ele foi antes do Pentecostes?.434Cap 43 - A Batalha do ArmagedonMuita gente tem uma noção errônea, se tem mesmo qualquer noção, sobre a Batalha deArmagedão. Pensam alguns que a última Guerra Mundial foi a Batalha de Armagedão. Outrostêm avançado a idéia que ela será uma guerra entre católicos e não católicos. Ainda outrosensinam que ela é para ser um mero conflito espiritual entre o bem e o mal sem qualquerrealidade literal. Outros, contudo, a confundem som o cerco aludido em Apoc. 20:8, que é paraser depois do Milênio. Todas estas idéias são inescriturísticas e indignas de consideração séria.Estudemos esta batalha por notarmos o seguinte:I. POR QUE A BATALHA É ASSIM CHAMADA?A batalha é chamada segundo o logar em que ela é para ser ferida. Vide Apoc. 16:13-16.A Versão Revista dá o nome de Har-Magedon, que se define como significando a ?montanha deMegiddo?, que se situa à margem sudoeste da Galiléia. Por isto se quer dizer, talvez, nãomeramente a montanha mesma senão a montanha e a seção em redor. Esta seção se descrevecomo ?um elevado planalto rodeado de colinas? (Carpenter). Ela forma um passo para o Norte eassim foi famosa como campo de batalha. Esta vizinhança foi à cena de duas notáveis vitórias etrês notáveis mortes. As vitórias foram: a de Baraque sobre os cananitas e de Gideão sobre os

midianitas. As mortes foram: a de Saul, a de Acazias (morto por Jeú) e a de Josias. Mas o eventomais famoso de todos está ainda para ocorrer lá.II. QUEM DEVE SER OS COMBATENTES?Os combatentes devem ser os reis da terra e os seus exércitos sob a chefia da besta e dosfalsos profetas de um lado, e o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores com o Seu povo ? os judeuse os santos glorificados ? de outro lado. Vide Joel 2:11; Zac. 12:2,3,8,9, 14:3; Apoc. 19:11-12.III. OS PORMENORES DA BATALHAPróximo ao fim do período da grande tribulação a besta e o falso profeta (a segunda besta? Apoc. 13:11) despacharão seus emissários a iniciar as nações da terra para se ajuntarem contra435Jerusalém (Apoc. 16:13-16, 19:19). Com isto não fazem senão cumprir o propósito de Deus,porque é Seu desígnio reunir todas as nações juntas para o fim de as julgar (Joel 3:2) e derramarsobre elas Sua indignação e furiosa ira (Zac. 3:8). Os exércitos das nações serão permitidos decapturar Jerusalém e nela produzir grande destruição (Zac. 14:2). Na aproximação dos exércitos ea captura da cidade serão mortos dois terços dos judeus então na Palestina (Zac. 13:8,9). Todos osjudeus em Jerusalém que não forem mortos serão ou capturados ou enxotados da cidade (Zac.14:2). Então, o Senhor aparecerá para livrar Seu povo (Zac. 14:4). Então, a julgar do fato queApoc. 16:16 diz que as nações devem ser ajuntadas num logar chamado Armagedão, tomamosque os exércitos das nações, alarmados pelos eventos que pressagiarão a vinda do Senhor,desertarão Jerusalém em retirada para o Norte. Em Armagedão o Senhor os apanhará e os visitarávingadoramente como descrito em Isa. 66:15,16; Zac. 14:12,13; Apoc. 16:17-21, 19:20,21.IV. A VINGANÇA DO SENHOR EM CONEXÃO COM ESTA BATALHA SERÁ MUNDIALA vingança do Senhor far-se-á visitar não somente sobre os exércitos das nações que vemcontra Jerusalém, mas também sobre todos os ímpios por todo o mundo. Cremos que isto estápatente nas seguintes passagens: Jer. 25:15-33; Isa. 24:17-21; 26:20,21; 34:1,2.V. A REVELAÇÃO DESTA BATALHA COM O JULGAMENTO DAS NAÇÕESCremos que o julgamento das nações, como traçado em Mat. 25:31-46, terá logar em

conexão com a Batalha de Armagedão. cremos que Mat. 25:31-46 é uma figurada dos tratos deDeus com as nações na Batalha de Armagedão e a destruição que sobrevirá. É nisto que todos osjoios devem ser ajuntados do Seu reino e queimados (Mat. 13:40-43). Ninguém sobrevirá a estaprova excepto os justos. Para a relação entre esta batalha e o julgamento das nações vide Joel3:2,12,13. Notai também Joel 2:10,31; 31:15-16; Isa. 13:10,11 em conexão com Mat. 24:29.VI. ESTE PERÍODO DE DESTRUIÇÃO MUNDIAL SERÁ ?O DIA DO SENHOR?Vide Isa. 2:12; 13:9; 34:8; Jer. 46:10; Ez. 30:3; Joel 1:15; 2:11; Amós 5:18-20; Obadias15; Zac. 1:15,18; 14:1. ?O dia do Senhor? é para ser um dia de duração prolongada (Zac. 14:6,7).VII. UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA EMERGIRÃO DO DIA DO SENHOR436Vide Isa. 34:4; 65:17-25; 2 Ped. 3:10-13.437Cap 44 - Os Estados Finais dos Justos e dos ÍmpiosNeste capítulo preocupar-nos-emos com o local e a condição tanto dos justos como dosímpios na eternidade. E tanto quanto a ressurreição e o julgamento de ambas as classes estãoenvolvidos nos seus estados finais, escolhemos considerar estes assuntos neste capítulo também.I. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS1. É PARA HAVER UMA RESSURREIÇÃO TANTO DOS JUSTOS COMO DOS ÍMPIOSIsto está ensinado em Daniel 12:2 iniludível e inegavelmente.2. MAS AS DUAS CLASSES NÃO SÃO PARA RESSURGIREM JUNTAS(1). As Escrituras ensinam que haverá uma ressurreição separada dos justos.As passagens que ensinam isto calham em duas classes:A. Passagens que falam de uma ressurreição ?dentre? os mortos. Há duas passagens tais: Luc.20:35; Fil. 3:11.A primeira passagem reza: ?Mas os que forem havidos por dignos de alcançar aquelemundo e A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, nem hão de casar, nem ser dados em casamento?.Que este verso se refere a uma ressurreição em que só os justos falecidos participarão mostradoestá de dois modos:(a). A frase ?ressurreição dos mortos? é a mesma como aquela que está sempre usada

para designar a ressurreição de Cristo (Atos 17:31; Rom. 1:4; 1 Cor. 15:20; 1 Ped. 1:3) e émanifestamente diferente no sentido da frase genérica ?ressurreição dos mortos?. A primeirafrase não é nunca usada quando se alude tanto à ressurreição dos justos como à dos ímpios.Doutro lado da ressurreição de Cristo nunca se diz ser uma ?ressurreição dos mortos?. Ele foiressurgido dentre os mortos e assim será com os justos segundo a passagem em foco.438(b). Está este ensino confirmado pelo contexto da passagem. O verso em seguida ao emconsideração conta-nos que aqueles que participam desta ressurreição não podem ?morrer mais,porque são iguais aos anjos e são os filhos de Deus, sendo os filhos da ressurreição?. O autor foiuma vez abordado com estes versos como um argumento contra a ressurreição os ímpios. Suaresposta tomou o jeito do atual tratado. Francamente, se ela crera numa ressurreição geral,totalmente perdido estivera para responder ao argumento.A segunda passagem acha Paulo dizendo: ?Para ver se de alguma maneira posso chegarà RESSURREIÇÃO DOS MORTOS?. (Fil. 3:11). A teoria de uma ressurreição geral torna estaspalavras sem sentido. Certamente Paulo não teria precisado de se preocupar com participar deuma ressurreição geral, pois ele creu tenazmente na ressurreição tanto dos justos como de ímpios.Vide Atos 24:15. Também a linguagem aqui é muito forte, empregando o ex, tem exanastasin temek nekron, significando, quando completamente traduzido, ?a ressurreição fora de, que é dentreos mortos?. A linguagem não podia transmitir mais fortemente o sentido em que estamos aquiinsistindo.B. Passagens que descrevem a ressurreição dos justos somente. Tais passagens acham-seem 1 Cor. 15:21-23; 1 Tess. 4:14-16.A primeira passagem aqui trata do assunto da ressurreição como se somente os justosserão ressuscitados (*). Isto é compreensível só sobre um fundamento e esse é que há umaressurreição em que só os justos participam.A segunda passagem fala da ressurreição dos justos somente e não deixa logar na ocasiãopara a ressurreição dos ímpios. Os justos falecidos são para produzirem-se em corpos vivos

transladados a encontrarem o Senhor no ar. Não há indicação que Cristo vem a terra nesse tempo,como seria necessário, se os ímpios falecidos fossem para ser levantados e julgados neste ponto.Apoc. 20:5,6 fala da ?primeira? ressurreição, da qual só os justos participam. Nossosoponentes, sem dúvida, como já foi notado, buscam roubar a estes versos o seu sentidomanifesto; mas note-se que a nossa interpretação deles ajusta-se exatamente ao sentido simplesde outras passagens já citadas, ao passo que nossos oponentes devem tentar explicar cabalmenteos versos sem amparo escriturístico específico.439(2). As Escrituras também descrevem a ressurreição em que ninguém senão os ímpios figuram.A descrição a que se refere é achada em Apoc. 20:11-15. E notai que a afirmação de a?morte e o Hades foram lançados no lago de fogo? não pode significar menos que todos osocupantes da morte e Hades foram neste tempo lançados no lago de fogo; implicando,distintamente, que os justos não se acharão entre os mortos na ocasião, tendo sido ressurgidospreviamente. A presença do livro da vida neste julgamento não dá evidência que seja de qualquerescrito estar lá incluído. Estará lá como prova de que os ímpios não têm seus nomes nele.(3). As passagens em que se amparam nossos oponentes como ensinando uma ressurreição geralsão inconclusivas e cedem às passagens já citadas sem sofrerem violênciaAs passagens em que se amparam nossos oponentes são: Dan. 12:2; João 5:28,29; Atos24:15. Nelas observamos:A. A associação de justos e injustos juntos na ressurreição não prova que eles serãoressurgidos simultaneamente. A Bíblia muitas vezes associa coisas parecidas que estão separadasquanto ao tempo. Como um caso a calhar podemos nos referir outra vez à citação de Cristo deIsa. 61:1, onde Ele se deteve no meio do verso porque a outra parte não tinha que ver com o Seuministério corrente senão com o Seu segundo advento. Vide Lucas 4:18,19. Assim, num breveverso, temos um intervalo que se estendeu já por mais de mil novecentos anos. Outra vez,podemos citar Mal. 3:1-5 como se referindo a ambos os adventos de Cristo, não obstante sua

separação quanto ao tempo. Como João A. Broadus aptamente diz, a purificação mencionadanesses versos não ?significa simplesmente que Ele purificaria indivíduos por consumir o queneles estivesse defeituoso, mas Mal. 4:1-3 mostra-o significando que Ele purificaria a nação porconsumir os indivíduos ímpios como restolho e então os verdadeiros justos da nação regozijar-seiame prosperariam?. Assim a passagem não pode ser aplicada totalmente ao primeiro advento deCristo. E mais ainda, em Mat. 3:11 João Batista associou o batismo ?no Espírito Santo e nofogo?, onde o verso seguinte mostra que o batismo em fogo não alude às línguas de fogo no Diade Pentecostes, mas ao fogo do julgamento. Assim, mais uma vez duas coisas separadas porséculos são mencionadas juntas como se ocorressem no mesmo tempo.440B. A tradução de Dan. 12:2 por Tregelles alivia completamente esta passagem de suasuposta alusão a uma ressurreição da geração ? ?E muitos dentre os que dormem no pó da terradespertarão, estes que despertam, serão para a vida eterna; mas aqueles ? o resto dos quedormem, que não despertam neste tempo ? serão para vergonha e nojo eternos.?C. João 5:28,29, pode ser entendido como se referindo a duas ressurreições tão facilmentecomo pode ser entendido como se referindo a uma. Estes versos mencionam ?a ressurreiçãopara a vida? e ?a ressurreição para o julgamento?. E o emprego de ?honra? no verso 28 nãopode ser insistido como provando simultaneamente, desde que a ?hora? da ressurreiçãoespiritual, mencionada no verso 25, cobre este tempo inteiro. ?Hora?, aqui, quer dizersimplesmente tempo ? o tempo está chegando, etc. Alvah Hovey observa muito justamente arespeito destes versos: ?Se a ressurreição das duas classes aqui mencionadas terá logar ao mesmo,ou em tempos deferentes, é o que não está feito perfeitamente certo por esta linguagem; mas, senada há noutros logares mais do Novo Testamento incoerente com a idéia que a ressurreição deambos será no mesmo tempo, isto é, certamente, a interpretação mais obvia da linguagem aquiusada?. Concordamos; mas insistimos, e cremos que temos mostrado, que há isso em o NovoTestamento que é incoerente com uma ressurreição geral.

D. Interpretar Atos 24:15 como ensinando uma ressurreição geral é assentar a Paulo emvariação consigo mesmo. Duas vezes ele descreve a ressurreição dos justos sem mencionar osímpios. E uma vez ele fala do seu fervoroso desejo de ?conseguir a ressurreição dos mortos?(Fil. 3:11), usando a linguagem mais forte possível para indicar que ele estava pensando numaressurreição seletiva.3. O TEMPO DA RESSURREIÇÃO DOS JUSTOSEm 1 Tes. 4:15-17 Paulo torna-o claro que os justos serão ressurgidos no tempo daaparição de Cristo no ar ? a primeira fase de Sua vinda; nesse tempo os santos vivos serãotransladados e raptados também. Conquanto o mesmo escritor, em 1 Cor. 15:23, liga aressurreição com a parousia ou segunda fase da vinda de Cristo, que se deve, cremos, ao fato dePaulo, segundo um costume escriturístico já aludido, associar juntas as duas fases da vinda doSalvador, não obstante sua separação no tempo. Á luz de outros exemplos tais associação,nenhum argumento se pode achar aqui contra nossa posição quanto à separação temporal das441duas fases do segundo advento. Esta associação torna-se ainda mais natural se, como cremos, aprimeira ressurreição for contínua, principiando com a aparência de Cristo no ar e continuandoao passo que os santos morrem por toda a grande tribulação e até ao milênio. Notai no Apoc.11:11 a ressurreição das duas testemunhas após três dias. Notai também, como já foi apontado,que nenhum dos justos será achado no Hades ao tempo da ressurreição dos ímpios. Apoc. 20:14.II. O JULGAMENTO DOS VIVOS E DOS MORTOSTodos os homens comparecerão perante Cristo no julgamento de alguma maneira enalgum tempo, porém nem todos da mesma maneira e no mesmo tempo. Notai:1. O JULGAMENTO DOS GENTIOS VIVOSMat. 25:31-46. Isto é para ter logar quando Cristo vier para reinar. Marcará o fim destaépoca ou era e o começo da era milenial. Haverá três classes presentes neste julgamento ?ovelhas, bodes e irmãos, mas somente ovelhas e bodes serão envolvidos no julgamento. Estesserão separados na base de como trataram os irmãos de Cristo, não na base de como se trataram

mutuamente. A única idéia sensível é que estes irmãos de Cristo são judeus crentes, que pregarãoo Evangelho durante o período da grande tribulação. De baixo da besta ninguém pode favorecer aestes missionários judeus, exceto em risco de morte e ninguém ousará faze-lo exceto crentes.Assim será possível fazer uma separação infalível nesta base; não que o bom tratamento dosjudeus é o que salvará os gentios, mas antes o que indicará que estão salvos. As ovelhas aqui sãoaqueles que deverão ser salvos durante a grande tribulação. Este julgamento é manifestamente denações como indivíduos e não no agregado. Uma nação como tal, aparte dos indivíduos que acompõem, não pode ser lançada no ?fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos? (vs. 41).Para referência do Velho Testamento a este julgamento vide Joel 3:2,11a14.2. O JULGAMENTO DA NAÇÃO JUDAICA.Acima apontamos que os ?irmãos não são julgados com os gentios. Assim está implicadopara eles um julgamento separado. A este julgamento as Escrituras fazem alusão definita. VideIsa. 1:25,27,28; 4:4; Zac. 13:8,9; Mal. 3:3. Este julgamento terá logar em conexão com aconversão de Israel?.4423. O JULGAMENTO DAS OBRAS DOS CRENTES GLORIFICADOS.Vide 2 Tim. 4:8; Fil. 2:16; 1 Ped. 5:4; Apoc. 22:12. Os pecados dos crentes já foramjulgados. O crente não pode nunca entrar em condenação por eles. Mas suas obras serão julgadas.1 Cor. 3:13-15. Nada há penal sobre este julgamento. O crente ou recebe recompensa ou perdasde acordo com o que ele fez e com a qualidade de sua obra.4. O JULGAMENTO DOS PERDIDOS FALECIDOS.Apoc. 20:11-15. Isto terá logar no fim da pequena sasão durante a qual Satanás será soltoem seguida ao milênio. Logo antes deste julgamento os ímpios na terra serão mortos. Apoc. 20:9.Então todos os ímpios, incluindo talvez aqueles julgados em Mat. 25:31-46, serão ressurgidos,julgados e lançados no lago de fogo. Tentem como puderem, nossos oponentes não podemindicar um simples indício de que isto é para ser um julgamento geral. Eles tentam identificar estejulgamento com o descrito em Mat. 25:31-46, mas notemos:5. CONTRASTES ENTRE ESTE JULGAMENTO E O JULGAMENTO DOS GENTIOSVIVOS EM MAT. 25.

443EM MATEUS 25:31-46 EM APOCALIPSE 20:11-151. Ninguém se menciona exceto os vivos 1. Ninguém se mencionaexcetoos mortos ressuscitados.2. O juízo está explicitamente ligado com asegunda vinda de Cristo2. Nenhuma menção é feita dasegundavinda de Cristo em conexão com ojulgamento, imediata.3. Não há indícios do milênio, nem mesmoqualquer lugar perceptível para um milêniode justiça precedendo este julgamento.3. Está definitivamente afirmado que ojulgamento vem ao cabo da ?pequena sasão?,durante a qual Satanaz é solto depois domilênio4. Nada se diz do julgamento de Satanás. 4. O julgamento e a perdição de Satanazestão claramente revelados.5. A base do julgamento é o tratamentodispensado aos irmãos de Cristo.5. Nenhuma menção está feita dos irmãos deCristo.6. Duas classes se distinguem: ovelhas ebodes ? salvos e perdidos.6. Nenhuma menção está feita de quaisquer,exceto aqueles lançados no lago de fogo.Cada um destes contrastes ajusta-se belamente ao sistema pré milenial, ao passo que cadaum deles está morto contra a idéia de nossos oponentes. Muitos deles eles os ignoraram. Unspoucos deles eles tentam descartar. Agora, que será dito da lógica daqueles que rejeitam umaidéia em que entram estes contrastes e depois adotam uma teoria que está em variação com cadaum deles?Ainda mais, achamos que a besta e o falso profeta já estão no lago de fogo antes destejulgamento começar. Nossos oponentes não têm explicação para este fato, desde que a besta444(sendo manifestamente a mesma que o homem do pecado) é para ser destruída na segunda vindade Cristo. Se este julgamento ocorre na segunda vinda de Cristo, como explicar o fato de a bestae o falso profeta já estarem no lago de fogo?6. PASSAGENS QUE SÃO TIDAS POR ENSINAREM UM JULGAMENTO GERAL.

As passagens usadas como textos provas pelos advogados de um juízo geral, são: Mat.7:22; João 5:28,29; Atos 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16; 14:10; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:1; 4:8; 2 Ped. 3:7;Apoc. 11:18. A respeito destas passagens observamos:(1). Mat. 7:22; Atos 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16; 2 Ped. 3:7 e Apoc. 1:18 todas se referem aojulgamento das nações como descrito em Mat. 25:31-46.Objeta-se que Rom. 2:9 menciona os judeus, nós respondemos que o julgamento dosjudeus (nação) ocorrerá em íntima conexão com este julgamento, provavelmente logo antes oulogo depois. Ambos virão como uma parte do ?dia da ira e revelação do juízo justo? de Deus. Sedisser que Rom. 2:5 implica que o povo então vivo estaria no julgamento aludido, o que não seráo caso segundo nossa idéia, respondemos que isto é na base do fato que a segunda vinda deCristo é comumente representada como um evento que podia ocorrer durante essa geração. Notaiem 1 Tess. 4:17 como Paulo usa ?nós? em conexão com o aparecimento de Cristo. As palavras?o tempo dos mortos para que sejam julgados?, em Apoc. 11:18 não significam que os ímpiosfalecidos serão ressurgidos e julgados nesse tempo referido. Este verso encontra sua simplesexplicação em Apoc. 6:10, onde as almas dos mártires debaixo do altar clamam ?Até quando, óSenhor, santo e verdadeiro, não JULGAS E VINGAS NOSSO SANGUE NOS QUE MORAM NATERRA?? Os mártires trucidados são para neste tempo serem julgados no sentido de seremvingados na ira de Deus sobre as nações da terra.(2). Quanto a João 5:28,29, já mostramos que esta passagem não é concludente em ensinar umaressurreição geral.O mesmo, portanto, é verdade com referência a um julgamento geral.445(3). Rom. 14:10; 2 Cor. 5:10 e 2 Tim. 4:1, cremos, podem ser adequadamente agrupadas juntascomo ensinando que todos ? salvos e perdidos, vivos e mortos devem ser julgados, conformedissemos em nossa declaração inicial sob a epígrafe de julgamento.Mas, nem essas passagens, nem outras quaisquer, ensinam que todos devem ser julgadosno mesmo tempo e da mesma maneira.(4). 2 Tim. 4:8 refere-se ao julgamento das obras dos crentes.Já tratamos deste julgamento. É para vir, segundo esta passagem, no aparecimento deCristo ? primeira fase de Sua vinda.

III. A PUNIÇÃO FINAL DOS ÍMPIOS1. SERÁ ETERNA.Mat. 25:41; Apoc. 14:11. O sentido pleno destas passagens é que a punição dos ímpiosserá sem fim.2. CONSISTIRÁ DE SOFRIMENTO CONSCIENTE.Na última passagem a cima dada é nos dito que os ímpios ?não terão descanso de dia nemde noite?. Isso envolve sofrimento consciente. Alguns contendem que a punição final dos ímpiosconsistirá somente de aniquilamento. A passagem precedente nega isto. Não obstante,examinaremos os fundamentos desta contenção. São:(1). Malaquias 4:1-3Esta passagem refere-se somente à destruição física dos ímpios logo prévia aoassentamento do reino milenial. Esta passagem, em substância, é paralela a Isa. 24:17-22,26:20,21; 34:1,2; 66:15,16,24; Zac. 14:12-15; Mat. 25:41-46; 2 Ped. 3:7. Esta destruição terálogar em conexão com a batalha de Armagedon, mas aqui não há aniquilamento. Isto é claro deIsa. 24:22 e 66:24.(2). A descrição desta punição como a ?segunda morte?.446A ?segunda morte? corresponde à morte da raça de Adão e não a morte física. Por estamorte o homem foi incapacitado para a comunhão de Deus e trazido sob a ira de Deus, mas nãofoi posto além da esperança ou alcance de Deus. A ?segunda morte? traz a execução da ira deDeus pela ?continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo?. (E. G.Robinson); um banimento completo da presença de Deus. Assim a ?segunda morte? não implicainexistência mais do que o presente estado de morte espiritual do pecador. Marcos 9:48 mostraclaramente que os ímpios no Geêna retêm existência consciente. ?Salgados com fogo? podesignificar que o fogo terá com o sal uma qualidade conservadora.(3). A declaração que os incrédulos devem perecer.Lucas 13:3; Atos 8:20; 1 Cor. 1:18. Mas, que este perecer não denota aniquilamento, estáprovado pelo fato que a palavra grega em Atos 8:20 é a mesma palavra usada para descrever aperdição da besta (Apoc. 17:8), e achamos que a besta ainda está no lago de fogo mil anos maistarde (Apoc. 20:10). Um ser aniquilado não pode nunca estar em logar algum depois. A palavra

grega nas outras duas passagens é a mesma palavra usada para ?perdidos? em Mat. 10:6; Luc.15:24; 19:10; 2 Cor. 4:3, onde aniquilação não pode ser o sentido.(4). A representação da punição final dos ímpios como destruiçãoRom. 9:22; 2 Tess. 1:9. A palavra grega em Rom. 9:22 é a mesma como perdição emApoc. 17:8, que não expressa aniquilamento, como faz pouco apontamos acima. E a palavragrega em 2 Tess. 1:9 é a mesma usada para a destruição da natureza carnal em 1 Cor. 5:5; esabemos que a natureza carnal não é aniquilada nesta vida.Finalmente, o fato que há de haver graus de punição, por causa do qual ela será ?maistolerável? para uns do que para outros (Mat. 11:20-24) mostra que a punição final do pecador nãoé aniquilamento, porque, num caso tal todos os pecadores sofreriam a mesma penalidade e seriatolice falar de aniquilamento como sendo mais tolerável para uns do que para outros.(5). A representação escriturística de imortalidade como algo a ser buscado pelo homem (Rom.2:7), revelada pelo Evangelho (2 Tim. 1:10), é só conseguida na ressurreição dos justos (1 Cor.15:53,54).447Destes fatos se argue que os ímpios, não tendo conseguido a imortalidade por meio doEvangelho, cessam de existir na morte ou subseqüentemente. Mas a imortalidade nestaspassagens, à luz de Marcos 9:48; Lucas 16:22 e Apoc. 14:11, não pode ser entendida comosignificando mera existência sem fim ou isenção de aniquilamento; antes quer dizer completaimortalidade, incluindo o corpo bem como a alma. De fato, isto é o único sentido em que o NovoTestamento usa a palavra. Ele nunca faz a imortalidade significar mera existência sem fim daalma. (Contudo a palavra inglesa tem este sentido e a palavra grega foi assim empregada nogrego clássico). Logo, não há absolutamente força no argumento que o homem deve conseguirisenção do aniquilamento por meio do Evangelho e da ressurreição.3. SERÁ DE ACORDO COM O SEU MERECIMENTO.Mat. 11:21-24; Luc. 12:47-48; Rom. 2:6,12; Apoc. 20:13. Estas passagens ensinam quehaverá graus de punição baseada na luz possuída pelo indivíduo e segundo suas ações.IV. A BEM AVENTURANÇA FINAL DOS JUSTOS.Isto está descrito em Apoc. 21, onde se vê a Nova Jerusalém do céu para a nova terra. Os

salvos formarão esta cidade celestial. Haverá para eles completa satisfação. Todo aborrecimentoe causa de tristeza se acabam. À semelhança do seu Salvador os salvos aquentar-se-ão parasempre na luz solar do amor de Deus, adorando-O e servindo-O, regozijando-se na Suacomunhão e na de uns e outros.Talvez "glória" é aquela palavra que melhor descreve a felicidade dos justos. Vide Rom.8:18; 2 Cor. 4:17; Col. 1:27; Heb. 2:10; 1 Ped. 5:1. Esta glória consistirá em ser ?glorificadosjuntamente? com Cristo, aquinhoando-se igualmente com Ele de toda a Sua glória adquirida, istoé, a glória que Lhe será conferida por causa de Sua obediência aqui na terra e Sua obra redentora.Somos co-herdeiros com Ele da Sua glória. Vide Rom. 8:17.448* É impossível por são exegese fazer a clausula ?assim também todos serão vivificados emCristo? abarcar os ímpios. Os ímpios não serão vivificados ?em Cristo?. Sua ressurreição ématéria de justiça e não algo que derive da expiação. Se não houvera expiação, a mesma justiçaque ora exige sua ressurreição tê-la-ia exigido da mesma maneira. A linguagem do verso inteirotem seu paralelo em Rom. 5:18, onde os ?todos os homens?, sobre quem o julgamento veio, sãotodos descendentes de Abraão; ao passo que os ?todos homens?, sobre quem o livre dom parajustificação de vida veio, são todos crentes.