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Diagramação de teste do livro.
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Um Passeio Entre as Estrelas
© 2015 Rodrigo Façanha.
Não é permitida a reprodução desta obra, parcial ou integralmente, sem a autorização
prévia do autor.
História, diagramação, arte e ilustrações da capa e contracapa,
ilustrações das páginas 16, 17, 18 e 21: Rodrigo Façanha
Ilustrações das páginas 5, 8, 9, 12, 13, 24, 27, 30, 31, 33: Tatiana Façanha
Revisão ortográfica: Kamy Peltz
Um Passeio Entre as Estrelas
Texto e ilustrações adicionais de: Rodrigo Façanha
Ilustrações de: Tatiana Façanha
Esse é o Juquinha. Desde pequeno o céu sempre o fascinou e o que ele mais
queria era descobrir tudo o que havia nele e além dele.
O maior sonho de Juquinha era conhecer as estrelas e passear pelo Universo.
É claro que isso não era impossível, mas na verdade era muito difícil de
acontecer. Todos achavam essa ideia uma grande bobeira, e ninguém levava
a sério a sua paixão pelo espaço, nem mesmo os seus pais. Isso deixava
Juquinha muito triste.
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Durante uma bela noite ele recebeu uma visita inesperada. Ele não podia
acreditar no que ele via. Na verdade, nem ele e nem ninguém acreditariam no
que estava diante de seus olhos.
Uma nave enorme, brilhante e colorida estava bem ali, diante dele, e havia
parado bem em cima do seu quintal durante a madrugada.
Juquinha estava ao mesmo tempo maravilhado e em dúvida: “Como é que
ninguém está vendo isso?”
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Ele não sabia o que fazer primeiro: se acordava os seus pais para lhes
mostrar o que havia aparecido ou se ficava ali admirando o que via. Porém,
antes que pudesse fazer alguma coisa, uma luz amarela e forte saiu debaixo
daquela nave iluminando todo o quintal da sua casa, e parecia havia algo
através dela.
Juquinha não poderia perder tempo, precisava ver o que era aquilo. Papai,
mamãe e titia poderiam saber dessa história depois, até porque eles
certamente não acreditariam muito no que ele diria. “Ninguém vai acreditar
mesmo…” A luz continuava lá, e o que veio dela também. Juquinha não
estava nem um pouco assustado com aquilo e foi ao encontro do que parecia
estar esperando por ele no quintal da sua casa.
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De seu estado imóvel, a coisa começou a piscar e a emitir sons. Juquinha só
observava, admirado. Então, ele logo descobriu o que era aquilo: era um
robô!
O robô se apresentou: “Olá, meu nome é Zortrex! Venho em paz, mas
gostaria que você viesse comigo.” Naquele momento Juquinha não podia
acreditar no que estava vendo e ouvindo.
“Sei que você está com muitas dúvidas e que você não acredita que nada
disso esteja realmente acontecendo” disse Zortrex. “É por isso que quero que
você venha. Não só responderei as suas perguntas como vim aqui justamente
para que você possa conhecer o que sempre quis: as estrelas, Juquinha.”
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“Mas, espera aí, como é que você sabe o meu nome?”
“Venha, respondo durante o passeio.”
Era uma oportunidade única. Agora ou nunca.
Juquinha não pensou duas vezes e aceitou a proposta. A luz que vinha da
nave ficou ainda mais forte, e logo ele e Zortrex já não estavam mais no
quintal de sua casa. Em um segundo, já estavam dentro daquela grande nave.
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A nave se afastava da Terra, e dentro dela Juquinha pôde confirmar: ela era
realmente azul como aquele astronauta que ele tanto admirava havia dito um
dia.
“Então, pra onde vamos?” perguntou Zortrex. Essa era a verdadeira viagem
dos sonhos. E todos os destinos possíveis estavam disponíveis. Opções eram
o que não faltavam!
“Que tal, pra começar, os anéis de Saturno?”
“Boa opção, Juquinha. Vamos lá!”
E assim, começou a viagem pelo Sistema Solar.
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Passaram por Saturno e seus anéis...
...Visitaram o gigante Júpiter
– e ponha gigante nisso!…
...Foram até o distante Urano e seu vizinho azul
Netuno, e chegaram perto do ainda mais distante
Plutão (que era bem pequenininho mesmo)...
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...E depois, voltaram para visitar os demais:
...Mercúrio
(que era pequeno e onde fazia
um calor impressionante, afinal
era o mais perto do Sol)...
...Vênus
(que era até mais bonito
por perto do que à distância)...
...e Marte
(o menino nunca vira tantos tons
diferentes de vermelho na sua vida).
“O que está achando do espaço, Juquinha?” perguntou o robô.
“É muito mais bonito do que eu imaginava” disse o menino.
Então, as perguntas que estavam em sua cabeça desde que a impressionante
nave de Zortrex apareceu tarde da noite sobre o quintal da sua casa voltaram
à sua memória.
“Espere aí, seu Zor... Zor o que mesmo?”
“Zortrex.”
“Isso mesmo! Me desculpe, mas, Zortrex, quem é você? De onde você e sua
nave vieram e por que vocês pousaram sobre a minha casa, de noite, e ainda
me escolheram para fazer esse passeio?” ele perguntou tudo de uma vez. E
então, achou que talvez estivesse querendo saber demais. Mas precisava
saber.
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“É como um sonho, não dá pra acreditar!” explicou Juquinha. “Tudo o que
eu mais queria na vida era conhecer o espaço, as estrelas, elas sempre me
encantaram e quando eu falava sobre isso com as pessoas elas sempre
zombavam de mim! E aí você aparece e acaba realizando o meu desejo,
assim, do nada!”
Zortrex fez que “sim” com a cabeça. E disse: “Isso mesmo. Você é um
garoto inteligente. Acho que já é a hora de falar a verdade, não é? Afinal, sei
– na verdade, sabemos – que você sempre quis saber sobre isso.”
Juquinha começou a ficar um pouco assustado.
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“Como você deve saber, o universo é infinito, e vocês nunca estiveram
sozinhos. Eu fui construído por um povo muito mais avançado que esse que
mora no planeta onde você nasceu, e depois de muito tempo observando a
Terra, seus recursos e seus habitantes, eles resolveram fazer uma coisa:
tomá-la para eles.”
“Mas, por que?” perguntou Juquinha, agora realmente assustado.
“Porque vocês, humanos, não sabem tomar conta deste planeta onde vocês
moram!” explicou Zortrex. “Acham que estão sempre certos. Só fazem as
coisas pensando em vocês mesmos e se esquecem do quanto são pequenos
diante de todo o tamanho da natureza em que vivem e de todo o resto do
universo. Não é em todo canto dele que pode existir um planeta com tantas e
belas condições de vida como a Terra.”
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Ele continuou: “O povo que me criou precisou de muito, mas muito tempo
para poder dominar a tecnologia que possui hoje para visitar outros mundos
– como o seu – e não foi fácil! Isso precisou de muito estudo. Sua espécie
poderia estar quase tão avançada como a que me criou, se não estivesse tão
preocupada com coisas terríveis como guerras ou sugar o máximo da
natureza sem se importar com o que está deixando pra ela, e quando deixa
algo.”
“Mas, nem todos que habitam o seu planeta são assim – você não é. E é por
isso que você está aqui, agora, Juquinha.”
“Eu?”
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“Sim, você mesmo.” – O tom da voz do robô era bem sério. – “Você teve a
oportunidade de ver mais do que a maioria das pessoas jamais verá algum
dia, e pôde realizar maior sonho da sua vida. Meus criadores pretendem
tomar o planeta de vocês se continuarem a fazer o que vocês estão fazendo
com ele, mas isso pode ser evitado e é por isso que você está aqui.” O
menino ouvia com atenção. Ainda estava meio assustado, mas também
estava curioso.
“Agora que você já sabe como é a sua vizinhança interplanetária e como
realmente é o espaço – ao menos perto de onde você mora – você deve voltar
para casa e levar a seguinte mensagem para seus amigos da Terra: cuidem do
seu planeta.”
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“Sim. Mas e se eles não resolverem fazer isso?”
“Meus criadores vão aparecer e as pessoas de lá talvez não irão gostar muito
deles.”
“E quem são os seus criadores?”
“Você não iria gostar de conhecê-los. Ninguém do seu planeta gostaria. É
por isso que eu estou aqui lhe passando esta mensagem.” – Zortrex parecia
mais sério do que antes e Juquinha achou que já não deveria fazer mais
perguntas.
“Tudo bem, Zortrex. Eu quero ir para casa.”
O passeio havia chegado ao seu fim.
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No que pareceu ser um segundo após aquela conversa, a nave já estava de
volta à Terra e havia pousado novamente onde o menino a havia encontrado
pela primeira vez: sobre o quintal de sua casa.
A luz amarela apareceu mais uma vez debaixo da nave e em outro segundo
Juquinha já encontrava fora dela, parado exatamente no mesmo lugar onde
tinha visto o robô Zortrex pela primeira vez. Ele não desceu para se despedir
dele.
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As últimas palavras que o menino ouviu naquela noite, vindas diretamente da
nave, foram ditas pelo som metálico da voz do estranho robô:
“Lembre-se da minha mensagem. Este planeta é tudo o que vocês têm.”
A nave desapareceu tão rápido quanto havia aparecido pela primeira vez e
tudo o que Juquinha via era o céu azul-escuro da noite, recheado de estrelas,
e um distante e brilhante ponto claro que se afastava cada vez mais em
direção a elas.
Daquela noite em diante, Juquinha mudou completamente.
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Não falava mais nada sobre o universo e as estrelas e nada disso. Só falava
sobre o seu planeta. Só queria saber do seu mundo e de tudo o que estava
nele: dos animais, das plantas, dos rios e mares, da natureza em geral. Até
mesmo as pessoas mais próximas começaram a olhá-lo de outra forma. “Ele
está tão diferente, não é?” – era o que elas diziam.
O tempo passou, Juquinha cresceu e se tornou um cientista. Tudo o que ele
fazia agora era praticar e passar a todos a mensagem que recebeu naquela
noite que nunca se esqueceu, em que havia realizado o seu sonho de passear
entre as estrelas e quando aprendeu a maior lição de sua vida: não há lugar
mais importante para todos nós do que o nosso lar.
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Dedicado à memória de Djalma Façanha da Costa,
um ser iluminado que hoje vive entre as estrelas.