Uma Canção Inesperada - Cap. 17

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    Uma Cano Inesperada

    *Captulo 17*

    "Voc j terminou as malas?""Eu gostaria." Elizabeth suspirou.Jon Prentiss, seu parceiro de dana, riu. "Nunca faa hoje o que voc pode adiar at

    amanh, hein?""Eu fiz parte disso", ela respondeu. "Eles no vem pegar minhas coisas at sexta de

    manh, ento eu tenho todo o dia de hoje e amanh noite para terminar.""Essa uma maneira deprimente de passar sua ltima noite em Nova York. Se eu no

    tivesse que trabalhar, eu viria para te fazer companhia.""Na verdade, eu j recusei uma oferta de... algum para fazer exatamente isso. Eu fico

    melhor sozinha fao mais, se eu no tiver nenhuma distrao." Ela vasculhou o salo de festa

    enquanto dizia isso, franzindo a testa e mordiscando o lbio inferior."Falando em distraes, onde ele est?""Onde est quem?""No seja tmida, querida. Eu ouvi tudo sobre o Sr. Alto, Misterioso e Sexy. Um jantar

    privado na casa dele na noite passada? Soa positivamente delicioso.""Foi." Elizabeth mal se conteve em deixar escapar um suspiro sentimental. No h

    necessidade de dar motivos a Jon para provoc-la."Estou to feliz por voc. No todo dia, uma amiga minha ganha um tipo rico do

    Upper East Side, muito menos quem famoso.""Eu no ganhei ningum. Ns s samos duas vezes.""Oh, com certeza." Ele riu. "Voc esquece que seu apartamento est parecendo o Rose

    Garden. Existe alguma cor em flores que ele no enviou para voc?"Ela revirou os olhos. "Voc est fazendo uma grande coisa do nada. Como sempre."Ouvi dizer que ele est vindo hoje noite, o que explica por que voc est toda

    arrumada.""No estou toda arrumada." O protesto de Elizabeth soou vazio mesmo aos seus

    prprios ouvidos."Aham." Ele lanou um olhar de soslaio para ela. "Porque voc sempre usar o cabelo

    solto agora, e usa batom, sombra, e rmel todos os dias. E o seu armrio cheio de pequenasblusas que mostram suas... curvas."

    "Jon!" Ela sentiu o rubor estendendo-se para baixo em direo s curvas mencionadas.Ele riu. "No tenha vergonha, querida. Voc linda, e ele vai pensar que voc parece o

    suficiente para sair para comerem.""Obrigada." Um pequeno arrepio percorreu sua espinha."E por falar em comer, vamos voltar noite passada. Comida fabulosa, eu tenho

    certeza.""Oh, sim. A governanta dele preparou um jantar incrvel.""E eu suponho que eu saiba o que era a sobremesa." Seu tom sugestivo no deixou

    dvidas de seu significado."Claro que no. Foi apenas o nosso segundo encontro.""Por que no estou surpreso? Voc nunca se deixe ter algum divertimento.""Pela milsima vez, eu e voc temos definies diferentes de diverso.""No to diferente. Alto, moreno e sexy soa bem para mim tambm." Jon levantou

    as sobrancelhas.

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    Ela sorriu debilmente e olhou para o relgio. Era quase 11:00h. William tinha deixadouma mensagem dizendo que iria se atrasar, mas a festa estava em andamento h mais de duashoras. Alm disso, naquela tarde Sally havia questionado a sabedoria de sua deciso deconvidar William. No que voc realmente pudesse chamar isso de deciso. Eu mal podia

    pensar com ele mordiscando minha orelha.

    Sally no achou que William se misturaria bem com os atores e msicos quecompunham a maior parte de seu crculo de amigos. Mas William era um msico tambm,ento ele tinha isso em comum com a maioria dos outros convidados. Ainda assim, ocomentrio de Sally lembrou Elizabeth de William parado em um canto em um solidoimperiosa no ensaio do jantar de casamento de Jane.

    Elizabeth tinha outras fontes de ansiedade. Em um momento de fraqueza, ela tinhapermitido que Sally a convencesse a vestir o top elstico branco que Jane lhe dera em SoFrancisco, o que ela usara no seu passeio na praia com William, juntamente com um parconfortveis de jeans preto. Jon no tinha sido o primeiro a provoc-la sobre sua aparnciaextraordinariamente provocante. Qual ser a prxima? Uma msica lenta quando ele chegaraqui?

    Se ele chegar aqui.Sua mensagem de texto naquela tarde havia sido concisa, simplesmente explicandoque ele se atrasaria sem oferecer uma razo ou um pedido de desculpas. Isso pareceuestranho, depois de ele ter quase implorado para v-la naquela noite. Talvez ele tenha outrasideias. Talvez ele tenha encontrado algo melhor para fazer do que sair com um grupo de

    msicos famintos. Talvez ele tenha encontrado algo melhor para fazer do que ficar comigo.Mas chega disso. Esta uma festa. O salo privado na parte de trs do clube, cheio

    quase a transbordar com seus amigos, estalava com energia e coisas boas. Os vrios msicosdentre os convidados foram se revezando ao microfone, proporcionando entretenimentoquase contnuo. No momento, uma sesso de msica rock estava em andamento, e Jon aestava conduzindo habilmente atravs de uma srie de passos complexos na pista dedana. Seria tolice deixar que um cara de olhos escuros da classe pianista - mesmo um toatraente como William - estragasse sua noite.

    Se ele quiser me ver, ele estar aqui mais cedo ou mais tarde. Se no... bem, correndo o

    risco de soar como Scarlett O'Hara, eu vou pensar nisso amanh._____________________________________________________________________________

    Quando William viu o sinal iluminado do "Clube MetroMania", sentiu-se comoColombo avistando terra depois de meses no mar. Ele tinha sado do txi no centro do SoHo,andando a p, com grande determinao, mas sem direo. Eventualmente, ele recorreu ajuda de pedestres, mas acabou mais perdido do que antes. Finalmente, porm, seuperambular sem rumo o levou na direo certa.

    Seu corao batendo em seu peito, ele entrou no clube pouco iluminado. Quando seusolhos se adaptaram escurido, ele olhou para as pessoas que se aglomeravam em torno dobar, representantes de um estilo de vida completamente estranho para ele. Outros enchiam apista de dana, balanando-se a uma batida de percusso crescente atravs de alto-falantesenormes. A msica - ele usou o termo fracamente - fez vibrar seus dentes e deu-lhe uma dorde cabea instantnea. Ele no viu nenhum sinal de Elizabeth ou Sally, as nicas duasconvidadas da festa que ele conhecia.

    Ento ele viu uma porta aberta nos fundos, e ele percebeu que a festa era,provavelmente, em uma sala privada. Ele abriu caminho atravs do mar de roupas pretas,aliviado ao notar que no se destacava, e passou pela porta.

    Ele viu Elizabeth quase que imediatamente. Ela estava danando com um homemmusculoso e loiro com um profundo bronzeado digno de um modelo. Desde os olhares at oabrao apertado em que ela estava contida, eles eram bem ntimos.

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    A msica terminou, e nuvens de tempestade se juntavam em sua cabea quandoElizabeth e seu parceiro compartilharam um abrao entusiasmado e um beijo. Deve ter sido

    por isso que Sally ficou surpresa por Elizabeth ter me convidado. Sally sabia que o amante deElizabeth, ou namorado, ou qualquer outra coisa, ia estar aqui. O casal feliz permaneceu napista de dana, conversando e rindo. Os olhos dela brilhavam com a energia e o esprito que

    William amava to ardentemente. Embora ele no pudesse suportar v-la com outro homem,tambm no conseguia tirar seus olhos dela.A banda voltou a tocar, e o parceiro de Elizabeth a convidou para uma outra

    dana. William, seu estmago revirando, considerou uma variedade de aes, incluindoperseguio na pista de dana e, um grande perigo para as mos, acertar seu rival com umsoco no queixo. Ento o olhar dela pousou sobre ele, e seu sorriso lhe tirou o flego. Ela faloubrevemente ao seu parceiro, que se virou para olhar William. Ento, ela deixou a pista dedana, indo na direo de William.

    "Oi", disse ela suavemente quando chegou ao seu lado. Seus olhos verdes brilhavamcom vivacidade enquanto ela sorria para ele, e sua boca ficou seca. Ele queria beij-la at queela estivesse agarrada a ele, gemendo seu nome. Suas mos coavam para ocupar a faixa

    estreita de pele revelada entre a bainha de seu top branco e a cintura da cala jeans. Acima detudo, ele queria se aquecer na sua presena, sentir a sua luz brilhando nos cantos escuros desua mente e corao.

    Seu sorriso desapareceu, e ela estava rodando uma mecha de cabelo em torno de seudedo. Ele percebeu que ele era a causa de sua inquietao - ele tinha olhando para ela emsilncio por muito tempo. Ele limpou a garganta. "Oi", respondeu asperamente. "Me desculpe,eu estou atrasado."

    "Estou feliz por voc estar aqui agora", ela respondeu quando seu sorriso reapareceu.Ele se inclinou para beij-la, mas foi interrompido por um sonoro "Aham!" Seu parceiro

    de dana tinha se juntou a eles, mostrando um sorriso jovial. "Ol! Eu sou Jon Prentiss. E vocdeve ser o Sr. Alto..."

    "William Darcy," Elizabeth interrompeu. William viu seu olhar severo para Jon, e osorriso dele em resposta, e se perguntou que mensagem privada eles estavamcompartilhando.

    Com um breve aceno de cabea, ele apertou a mo estendida de Jon. "Eu no queriainterromper a sua dana", disse ele friamente. Mas estou feliz por ter interrompido.

    "No h problema", Jon respondeu despreocupadamente, envolvendo o brao emvolta da cintura de Elizabeth. "Eu s vou conseguir outra dana - ou duas ou cinco -depois. Lizzy uma das minhas parceiras favoritas."

    "Tenho certeza que ela ", respondeu William, sua voz firme comressentimento.Agora, por que voc no tira esse sorriso maroto do seu rosto e deixa suasmos longe da minha garota.

    "Bem, eu vou deixar vocs dois conversarem. Te vejo mais tarde." Jon beijou Elizabethno rosto e saiu na direo do bar.

    William se aproximou de Elizabeth. Seu perfume extico penetrou suas narinasquando ele inclinou a cabea para beij-la. Para sua decepo, ela afastou-se quase torapidamente quanto os seus lbios se encontraram.

    "Eu pensei que voc estaria aqui cedo do que isso", disse ela."Sinto muito. Tem sido uma longa noite." Ele no sabia como explicar Mitzi, ento ele

    decidira simplesmente omitir todas as explicaes."Eu estava comeando a pensar que talvez voc tivesse mudado de ideia.""Claro que no. Eu disse que estava chegando, no disse?" Doeu-lhe que ela duvidasse

    de sua palavra, ele merecia coisa melhor, especialmente considerando as tribulaes que haviasofrido para estar com ela.

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    A mandbula dela se apertou e uma linha severa se formou entre suassobrancelhas. Ele tardiamente reconheceu que sua rplica havia soado dura, mas antes queele pudesse se desculpar, ela deu de ombros, com um sorriso apertado e rpido. "Bem, noimporta. Voc est aqui agora. Venha comigo - vou apresent-lo ao pessoal."

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    Uma hora mais tarde, William sentou-se a uma pequena mesa em um canto escuro,com apenas um copo meio vazio de usque para acompanh-lo. Elizabeth estava danando denovo, com ainda outro parceiro muito atencioso, e William lutou contra o impulso poderosode invadir a pista de dana, coloc-lo por cima do ombro, e lev-la para fora do clube. Suaracionalidade dizia que ela precisava circular entre os convidados, mas seus instintos maisprimitivos no foram seduzidos pelo argumento racional. Ela deveria ser minhaacompanhante. No entanto, aqui estou eu, sentado, enquanto ela dana com qualquer outro

    homem no salo. Ele tamborilou os dedos sobre a mesa com fora, suas sobrancelhas franzidasem uma profunda carranca.

    O parceiro de Elizabeth virou-a em um crculo, e parecia que William podia ouvir a

    risada dela por cima da msica estridente. Poderosas ondas de cime corroam o seuestmago, e a sensao estranha o confundiu. As mulheres no o ignoravam - nem mesmoquando ele desejava que assim fosse. Ele, William Darcy, era quem ignorava.

    Ele fez seu caminho para o bar na inteno de pegar outra bebida. Normalmente ele serestringia a dois copos de vinho em uma festa, mas essa no era uma ocasio comum. Eletinha se surpreendido em uma visita anterior ao bar pedindo um copo de seu mais antigoMacallan com gelo. "Na verdade," ele disse, "dobre a dose."

    Um Macallan Trinta anos era a bebida preferida de Richard, mas William no esperavaque um estabelecimento de classe baixa tivesse um. E, de fato, o abastecimento do bar soferecia um de 10 anos. Richard se recusava a beber usque que no fosse pelo menos um 18anos, mas William havia relutantemente escolhido um inferior como sua bebida para a noite.

    Todo mundo parecia estar se divertindo muito conversando, rindo e danandojuntos. Mas ele era o estranho indesejvel no meio deles. As nicas pessoas que seaproximaram dele tinha sido um fluxo lento, mas constante de mulheres tentando atra-lopara a pista de dana. Ele rejeitou todas elas, vestindo sua mscara de indiferena habitual. Eleno tinha planos de fazer-se de tolo danando rock em um salo cheio de danarinosprofissionais mas ele teria danado com Elizabeth.

    Seus olhos devoravam-na enquanto ele engolia seu drink. O balanar gracioso de seusquadris enquanto ela se mexia acendeu uma onda dolorosa de desejo que aumentava emnveis dolorosos. Ele fechou os olhos e imaginou-a deitada embaixo dele depois de uma longanoite de paixo.

    Eu preciso obter controle sobre mim mesmo. Ele bufou, os lbios torcendo-se em umsorriso desagradvel.J estou cansando, eu fiz isso hoje de manh no chuveiro.Obviamente,no ajuda.

    A msica parou, finalmente. Ele ficou animado com a viso de Elizabeth se movendoem sua direo, mas seu avano foi impedido por um grupo de recm-chegados que acercaram, falando de uma s vez. Ela lanou um olhar rpido em sua direo antes que ogrupo a impulsionasse para o bar.

    Ele esvaziou o copo em um gole s, fazendo uma careta como se tivesse queimado suagarganta. Chega. Eu no preciso tolerar mais isso. Depois de tudo o que ele havia passado paraestar com ela esta noite, era humilhante ser to casualmente posto de lado. Era hora de pararde envergonhar-se por anseio de uma mulher que no queria estar com ele.

    Ainda assim, ele no poderia sair sem se despedir particularmente dela, sem mais umachance de memorizar o olhar em seus olhos depois que ele a beijasse. Pelo menos o seu corporesponde a mim, mesmo que eu nunca encontre o caminho de seu corao.

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    Elizabeth olhou para mesa de William e viu que estava vazia. Seus olhos examinaram osalo, mas ela no conseguiu encontrar o homem que ela procurava. Ele foi embora? Semsequer dizer adeus?

    Tinha sido bvio que ele no estava gostando da festa. Ele no tinha feito nenhumatentativa de se misturar, preferindo ficar na solido arrogante e proibitiva sempre que elatinha de deix-lo para visitar com outros convidados. Ele ficara em silncio, mesmo napresena dela, mal respondendo s suas observaes. Surpresa com sua incapacidade deconvid-la para danar, ela finalmente o havia convidado, mas ele se recusou em um tombrusco. Quanto mais escuro o seu humor ficava, mais ela evitava a sua mesa, encontrandorazes para visitar com os outros. Obviamente ela tinha interpretado mal seus sinais -obviamente ele no tinha interesse nela apesar de tudo.

    Ainda assim, ela no podia deix-lo sair sem se despedir. Ele no pode ter ido h muitotempo. Se eu correr que eu posso alcan-lo.

    Ela fez seu caminho atravs da sala lotada para a rea principal do bar. Seu orgulho

    rebelava-se contra a ideia de segui-lo - se ele realmente pretendia sair sem uma palavra, talvezela devesse deix-lo ir. Mas de alguma forma ela no podia deix-lo escapar de sua vida dessamaneira. Ela precisava olhar em seus olhos escuros, mais uma vez, mesmo que o calor que elapensava ter visto existisse apenas em sua imaginao.

    Quando ela saiu para a calada, ela o viu parado na esquina, de costas para ela, e oalvio inundou-a. Seus ombros largos estavam cados, e ela sentiu uma aura quase palpvel desolido engolindo-o. Oh, pare de tentar psicanalis-lo. Ele provavelmente est apenasentediado e aborrecido ao estar preso aqui com pessoas to abaixo dele.

    Quando ela falou o nome dele, suas costas endureceram e ele virou-se lentamente,quase relutantemente, para encar-la ela, sua boca era uma linha sombria. Ele cruzou osbraos sobre o peito e fitou-a em frio silncio.

    "Estava me perguntando onde voc estava", disse ela. "Ns realmente no temos tidoa oportunidade de conversar ainda."

    "Isso no culpa minha."A frieza em sua voz chocou-a, mas ela sufocou sua furiosa rplica instintiva,

    determinada a ficar em termos cordiais em sua ltima noite juntos."Sinto muito", disse ela uniformemente. "Eu no pretendia passar tanto tempo longe

    de voc. Mas certamente voc entende que eu preciso circular entre os convidados.""Claro", respondeu ele, encolhendo os ombros, mas o brilho frio em seus olhos no

    correspondia s suas palavras."Por que voc est aqui sozinho?""Eu precisava de um pouco de ar." Seu tom era frio e indiferente, mas viu os msculos

    de sua mandbula pressionando-se."William, o que h de errado?""Nada."Ela convocou cada grama de pacincia que ela possua e manteve a voz calma. "Voc

    est obviamente zangado com alguma coisa. Por que voc no me diz o que .""Eu no gostaria de mant-la longe de seus outros convidados." Suas palavras vieram

    encharcadas com amargura."Ok, obviamente, eu o ofendi por no passar tempo suficiente com voc. Eu sinto

    muito por isso. Mas esta minha ltima chance de dizer adeus aos meus amigos. Alm disso,em uma festa, as pessoas devem se misturar, no ficar estacionadas em suas mesas individuaisdurante toda a noite."

    "Eu estou ciente disso, mas eu pensei que voc tinha me convidado como seuacompanhante."

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    "Isso no significa que eu pretendia passar cada momento grampeada ao seulado. Alm disso, mesmo se tivesse sido o meu plano, teria sido impossvel, considerando oquo tarde voc chegou aqui."

    "Voc no parecia estar sofrendo minha ausncia." Ele enfiou as mos nos bolsos,carrancudo.

    Seu temperamento flamejou. "O que voc quer dizer com isso?"Ele olhou para ela brevemente, e depois falou. "Quando cheguei aqui, voc estava napista de dana. Seu parceiro estavam bem prximos, e eu vi voc beij-lo."

    "O que voc est insinuando?""Diga-me voc." Seus olhos furando os dela. "Voc e Jon pareciam muito ntimos.""Jon? Voc acha que Jon e eu somos..." Sua raiva se dissipou diante do absurdo da

    situao. Ela sufocou uma risadinha e disps suas feies numa expresso desapaixonada. "Jon apenas um bom amigo."

    "Eu tenho olhos, Elizabeth. Eu vi vocs dois juntos."Uma explicao racional teria sido uma coisa bem simples, mas ela no lhe deve

    explicaes, no quando ele estava sendo to pouco razovel. "Acredite no que quiser", disse

    ela em tom de desinteresse, "mas eu estou lhe dizendo que ele um amigo, e isso tudo. Alm disso, o que eu deveria fazer enquanto meu acompanhante ainda no tinhachegado?"

    "Eu cheguei aqui logo que pude."Isso voc diz. Mas isso no o torna verdadeiro.Ele olhou-a, obviamente esperando uma resposta. Ela olhou para trs, desafiando-o

    com seu silncio. Sua mo passou atravs de seu cabelo, impacientemente."Eu planejava estar aqui antes, mas as coisas continuaram dando errado", disse ele."Tais como?""Gran precisava de mim para ir a um evento de caridade que ela no pde

    comparecer. E eu fiquei l mais tempo do que eu planejei, por que..." Ele suspirou e balanou acabea.

    Deve envolver uma mulher, do jeito que ele est evitando falar sobre isso. Algum que

    no quer que eu conhea. Ainda assim, pelo menos eles estavam tendo uma conversa real emvez de trocar golpes verbais.

    Ele continuou. "Ento eu tive que ir para casa e trocar de roupa, ou ento apareceriaaqui em um smoking."

    "Isso teria sido bom. Voc ficou timo em seu smoking na noite passada. Apesar de eugostar do que voc est vestindo esta noite tambm. Voc o cara mais bonito na festa."

    Ela no tinha a inteno de fazer essa admisso, mas ela estava feliz por ver as linhasduras de seu rosto se desfazerem. Um sorriso se insinuou em torno dos cantos da bocadele. "Obrigado", ele murmurou. "Voc est linda."

    Elizabeth ficou irritada ao sentir seu pulso acelerar. Pare de ser to fraca! Ele agiupessimamente desde que chegou aqui, mas tudo que ele tem que fazer piscar ou dar um

    sorriso e voc est pronta para lanar-se em seus braos. Ela respirou fundo e deu um passopara atrs, abrindo uma distncia maior entre eles. "Devemos voltar para dentro."

    "Eu pensei que voc queria me ouvir falar de meus problemas para chegar aqui.""Voc quer dizer que h mais?""Allen estava conduzindo Gran, ento eu tive que tomar um txi para casa para trocar

    de roupa, e ento outro txi para chegar aqui." O tom de William estava inundado de piedadede si mesmo.

    "Dois txis inteiros?" Ela ofegou, fingindo horror.Ele levantou uma sobrancelha. "Agora voc est tirando sarro de mim", ele

    resmungou.

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    "Um pouco", ela respondeu com um sorriso. "Mas eu estou impressionada que voctenha feito um sacrifcio assim para estar aqui. E o lado bom, pelo menos voc no teve quepegar o metr."

    Ela podia v-lo tentando no sorrir, mas, finalmente, suas covinhas apareceram. Seusolhos se encontraram, e ela sentiu uma atrao magntica. Mas ela no estava preparada para

    beij-lo - pelo menos, no do jeito que ela queria - na esquina de uma ruamovimentada. "Vem", disse ela com um sorriso triste. "Vamos voltar para a festa."Ela estendeu a mo, e aps um momento de hesitao, ele envolveu-a na sua. De

    mos entrelaadas, eles caminharam de volta para o clube e fizeram o seu caminho atravs damultido.

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    William estava contente que ele e Elizabeth tivessem clareado as coisas. Agora, seapenas sua cabea pudesse ficar clara. Sem mais usque para mim - caf e gua pelo resto danoite.

    Quando chegaram porta do salo, Elizabeth parou e se virou para ele. "Por que voc

    no quis danar comigo antes?", perguntou ela."Eu estava esperando por uma msica lenta.""Eu queria que voc tivesse dito alguma coisa. Tenho certeza de que eu poderia ter

    persuadido-os a tocar algo lento, eu sou a convidada de honra, apesar de tudo. Eu pensei quevoc no queria danar comigo."

    "Claro que eu queria."A porta do salo se abriu. "A est voc!" Sally exclamou. "Eu tenho te procurado por

    todo o lado, Lizzy. a sua vez de cantar.""Eu? Oh, no, no esta noite.""Vamos, quase-ex-colega-de-quarto, este o seu canto do cisne. Os caras esto

    esperando por voc." Sally fez um gesto em direo rea do palco, que estava ocupado poruma banda de jazz.

    Elizabeth virou-se para William com um sorriso de desculpas. "Eu costumava cantarcom eles em clubes, por isso uma reunio e uma apresentao de despedida em uma s."

    Por este incentivo, William estava disposto a sentar-se sozinho por mais algumtempo. Reivindicou um assento diretamente em frente da banda. Para sua surpresa, JonPrentiss pulou em uma cadeira vazia ao seu lado.

    "Como est indo?" Jon perguntou."Muito bem, obrigado." William sabia que soava pedante, mas ele no podia evitar.

    Homens autoconfiantes e arrogantes como Jon sempre o deixavam nervoso."Lizzy uma bela garota, no ?""Sim, ela . Voc parece conhec-la muito bem."Jon perdeu ou ignorou o tom desafiador de William. "Sim, eu conheo. Eu vou sentir

    falta dela.""Eu tambm." Uma onda de angstia tomou conta de William.Jon deu um tapinha de simpatia no antebrao de William, e ento olhou para ele em

    surpresa. "Ei, que tipo de exerccios que voc faz? Voc est em muito boa forma para um caraque toca piano para viver."

    "Eu corro quase todos os dias, alm de um treinamento de peso.""Bem, funciona para voc. Braos fortes, agradveis ombros largos, peito decente do

    que eu posso dizer. No tenho certeza sobre o resto voc passou muito tempo sentado - maseu aposto que est em boa forma tambm."

    William olhou para Jon. Serque isso significa que...?"Eu posso ver porque Lizzy to louca por voc", Jon continuou em tom

    conspiratrio. "No possvel culp-la. Se eu tivesse visto primeiro..." Ele ergueu as

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    sobrancelhas sedutoramente, mas ento ele balanou a cabea e riu. "Brincadeira. Eu vi amaneira como voc olha para ela. Eu sei que no sou seu tipo, para dizer o mnimo."

    Aha. Ento no havia necessidade de estar com cimes do relacionamento de Jon eElizabeth. Mas por que ela simplesmente no explicou?

    Um floreio do baterista atraiu a ateno da plateia. Elizabeth deu um passo para o

    microfone. "Oi, pessoal. Obrigada por terem vindo esta noite. Vai ser difcil deixar to bonsamigos e todos tem um convite aberto para me visitar em San Francisco. Eu poderia continuar,mas eu provavelmente s comearia a chorar, ento ao invs disso eu vou dar umagradecimento especial a Jon e Sally por organizar a festa."

    Um aplauso caloroso seguiu este comentrio, e a multido ficou em silncio. Aps umabreve pausa, Elizabeth comeou a cantar.

    Vamos construir uma escada para as estrelas,

    Uma linda escada para as estrelas.

    Seria o cu subir ao cu com voc

    Ela parecia primeira vista, estar evitando olhar para ele, mas logo seus olhos seencontraram, e ele segurou seu olhar enquanto a msica continuava.

    Vamos ouvir o som de violinos

    No alm, onde os blues comeam

    A lua nos guiar enquanto ns vamos derivaNo podemos velejar em uma preguiosa ptala de margarida

    na crista de uma colina?

    No podemos velejar em um pequeno sonho

    E descansar no alto da crista de uma emoo?

    Vamos construir uma escada para as estrelas

    Uma linda escada para as estrelas.

    Seria o cu subir ao cu com voc. *

    A msica acabou muito antes de William estar pronto para voltar Terra. Elizabethaceitou os aplausos dos seus amigos e, em seguida, deixou a rea do palco. A banda comeoua tocar uma reprise de "Stairway to the Stars", desta vez como um arranjoinstrumental. Elizabeth se aproximou da mesa e estendeu a mo. Com um aceno de desprezopara Jon, William levantou-se e seguiu para a pista de dana.

    "Voc pediu uma msica lenta?", ele murmurou enquanto ele a puxava para seusbraos.

    "Claro. Eu disse que eles atenderiam aos meus pedidos."Eles danaram em silncio at que ela riu. "Voc sabe, eu acho que essa a primeira

    vez que dancei dentro de algum lugar com voc, ou com outras pessoas ao redor."Ele riu. "Voc est certa. Estava na hora de fazermos algo convencional. Mas eu acho

    que eu prefiro a atmosfera das outras duas vezes.""Eu esqueci de agradecer mais cedo pela orqudea.""No h de qu. Se for muito difcil de transportar no avio, eu posso mandar que a

    embalem e enviem.""No, ela ficar bem. Eu vou descobrir uma maneira de proteg-la. No estou levando

    muitas coisas comigo.""Espero que a orqudea a lembre de mim."Sua nica resposta foi se aninhar mais perto, descansando a cabea em seu ombro. Ela

    suspirou, um som cheio de contentamento, e ele apertou os braos em volta dela. Elesdanaram em silncio enquanto ele imprimia todos os detalhes em sua memria: a suavidade

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    e o calor de seu corpo contra o dele, a doura sedutora do seu cheiro, a grossa cortina decabelo caindo pelas costas. Ele sabia que ele iria repetir essas lembranas muitas vezes nosdias solitrios que viriam.

    A msica terminou. Enquanto os outros na pista de dana aplaudiam, William inclinoua cabea e roou os lbios contra a testa de Elizabeth. Ela olhou para ele, os olhos luminosos, e

    por um tempo ele se esqueceu de respirar."Eu tenho que beij-la", ele sussurrou. Ele abaixou a cabea, mas ela recuou."No aqui. Agora no." Mas os olhos estavam fixos em seus lbios, sua expresso cheia

    de fome e desejo."Por que no?" A frustrao quase fervendo, ele mal conseguia manter a voz

    baixa. "Voc beijou Jon aqui na pista de dana.""Jon apenas um amigo, ento quando ele me beija ... diferente."William no poderia se ressentir de ouvir que os beijos dele significava algo para

    ela. "Tudo bem", disse ele, adotando um tom de alegre resignao. "Mas voc me deve umbeijo, e eu estou cobrando juros compostos enquanto falamos. Quando voltarmos para o seuapartamento, eu pretendo cobrar a dvida."

    Seu sorriso desapareceu quando ele notou a expresso inquieta dela. Ela comeou afalar, fez uma pausa, e ento comeou novamente. "William, eu...""Lizzy, venha aqui!" Trs mulheres sentadas em uma mesa perto da pista de dana

    fizeram um gesto para Elizabeth. "Ns estvamos esperando a noite toda para ouvir maissobre o seu trabalho."

    Seu corao afundou. Ela estava prestes a ser arrancada dele novamente. Mas quandoele se virou em direo sua mesa, se preparando para retomar sua cadeira, ela pegou suamo. "Onde voc vai? Venha comigo, vamos puxar outra cadeira pra voc. Isso , se voc nose importar em ser o nico homem em uma mesa com quatro mulheres."

    "Eu acho que posso sobreviver."Retendo a mo dele na sua mo, ela o levou para apresent-lo aos seus amigos.

    _____________________________________________________________________________

    A partir de ento, a noite correu bem. Elizabeth manteve William ao seu lado a maiorparte do tempo, e recusou todas as ofertas adicionais para danar, exceto as de William. Eleconseguiu relaxar um pouco, ocasionalmente, contribuindo com as conversas, mas na maiorparte apenas assistindo Elizabeth.

    Era muito tarde quando o ltimo dos convidados partiu. William, Elizabeth, Sally e Jondescansavam em torno de uma mesa, as suas posturas revelando vrios graus de exausto,todos eles bocejando em intervalos regulares. Allen estava na rota para o clube, em resposta uma ligao de William.

    "Eu no posso acreditar no quo tarde ", disse Jon, na sequncia de um bocejoenorme. "Ns estivemos aqui por muito tempo.

    "Foi uma boa festa", comentou Sally."Graas aos dois melhores amigos no mundo", disse Elizabeth. "Voc fez um timo

    trabalho. Mas eu sinto muito que Craig no tenha aparecido."Sally encolheu os ombros. "Quem precisa do grande idiota?", declarou ela, mas seus

    olhos estavam solenes."Espere," Elizabeth respondeu suavemente. "Tenho certeza que em um ou dois dias,

    ele vai voltar a si e vir rastejando de volta para voc."William desejava que Craig voltasse a si mais cedo do que isso. Em vez de passar a

    noite com seu namorado, Sally estaria rondando o apartamento, arruinando os planos deWilliam em passar algum tempo com Elizabeth. Tudo o que ele tinha esperado para agora erao passeio demasiado breve de volta para o apartamento delas.

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    O grupo ficou em silncio. Finalmente, Jon chamou Sally de volta realidade. "Vamosl, garota, vamos pegar um txi."

    "Espere um segundo," Elizabeth disse a Sally. "Jon vive na direo oposta. William estme levando para casa - por que voc no vai conosco?"

    William se encolheu - Elizabeth tinha acabado de priv-lo at mesmo de alguns

    minutos a ss com ela, mas, em seguida, Sally salvou o dia. "Eu no te disse?", disse. "Jon e euvamos ter uma festa do pijama.""Voc vai fazer o qu?" Elizabeth perguntou."Temos uma audio amanh de manh cedo, e Jon mora perto do teatro, ento eu

    vou dormir em seu sof."Elizabeth fez uma careta. "Voc nunca mencionou esse teste antes.""Ns descobrimos sobre isso ontem", Sally respondeu rapidamente.William interceptou o sorriso de Jon e entendeu a situao de uma vez. Eu terei de

    rever a minha opinio sobre esses dois."E para que a audio?" Elizabeth inclinou a cabea para um lado e olhou para seus

    amigos.

    "Ns vamos te contar tudo amanh", Jon respondeu despreocupadamente. "Vamos,Sal. Vamos fazer como um casal de bebs e ir dormir. Se no dormirmos um pouco estaremostropeando nas bolsas dos nossos olhos na audio."

    William e Elizabeth acompanharam Jon e Sally at fora do clube, e encontraram Allenl esperando por eles. Enquanto ele deslizava para o banco de trs do carro ao lado deElizabeth, quatro palavras ecoavam no crebro de William em um ciclo contnuo.

    No estrague tudo._____________________________________________________________________________

    O estmago de Elizabeth vibrou enquanto o carro se afastava do clube. Ela e Williamestavam sozinhos, com exceo de Allen, e uma vez que atingissem seu apartamento, estariaminteiramente por conta prpria. Ela tinha estado um tanto antecipando e temendo essemomento durante toda a noite. William chegou mais perto dela e pegou sua mo,entrelaando seus dedos com os dela.

    "Eu sei que voc no se divertiu muito esta noite", disse ela. "Eu deveria ter percebidoque a festa no era seu o tipo de coisa."

    Ele encolheu os ombros. "Foi tudo bem. Alm disso, ns finalmente chegamos parteda noite pela qual eu estava ansioso - estar a ss com voc."

    Ela se afastou dele e olhou para fora da janela, na esperana de esconder a suaansiedade crescente. Ele traou seu polegar sobre a palma da mo, acariciando-a com umtoque delicado que enviou ondas de prazer at o brao. S quando ela pensou que no podiasuportar aquela tortura deliciosa por mais tempo, ele libertou sua mo e passou o brao sobreseus ombros, puxando-a para mais perto.

    "Eu gostaria que voc mudasse de ideia e deixe-me ir l amanh noite", disse ele,brincando com uma mecha de cabelo que caiu sobre o ombro. "Tenho certeza que a Mrs.Reynolds ficaria feliz em fazer sopa de tomate e sanduches de queijo grelhado novamente."

    "Mmm... aquele foi um jantar delicioso. Voc acha que ela poderia enviar algummousse de chocolate para a sobremesa tambm?"

    Ele deu uma risadinha. "Tenho certeza de que isso pode ser arranjado. Mas h umacondio, um jantar de negcios."

    "Mesmo?""Desta vez, serei eu a entregar a comida, e vai ser o jantar para dois."Seus dedos acariciavam seu brao nu, levantando arrepios em seu rastro. Ela

    estremeceu.

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    "Parece bom?", ele perguntou em voz baixa, acompanhando sua pergunta com umamordiscada na orelha."Muito bom...", ela respondeu com uma voz trmula. Era difcil pensar com os seus lbiosfazendo ccegas em sua orelha, acendendo pequenas fagulhas de prazer. "Mas... eu nosei. Eu realmente tenho... um monte de malas para fazer."

    "No importa o quo ocupado voc esteja, voc precisa comer. Alm disso, eu poderiaajud-lo a fazer as malas. E ento, mais tarde, poderamos..." Sua voz desapareceu enquantoseus lbios traavam o caminho de sua orelha at seu rosto.

    "William, espere," ela sussurrou fracamente. "Allen...""Est ocupado dirigindo o carro", ele murmurou. Ela sentiu o hlito quente contra seu

    rosto enquanto ele continuava a beijar-lhe o caminho em direo a sua boca. "Ele no vainotar coisa alguma. Alm disso, eu estive esperando a noite toda para fazer isso, e eu noposso esperar mais."

    Sua boca roou na dela suavemente, tentando-a a responder. Quando as mos seentrelaaram no seu cabelo e seus beijos se intensificaram, sua capacidade de resistnciaestava exausta. Seus dedos alisaram os cachos em sua nuca e ela o beijou de volta. Fiapos de

    desejo passavam por ela, e finalmente ela cedeu ao seu suave ataque aos seus sentidos.O carro fez seu caminho em direo ao Lower East Side, mas os habitantes do bancode trs estavam indiferentes a tudo, a no ser o calor que estavam gerando. Ela suspiroubaixinho quando sua lngua brincou em seus lbios separados e deslizou para sua boca,acariciando e explorando. Sua boca tinha o leve sabor de usque, um detalhe que sacudiuElizabeth de volta plena conscincia.

    Suavemente, mas com firmeza, ela empurrou seu peito. "Temos que parar", elasussurrou. "Voc pode no se importar que Allen esteja no carro, mas eu sim."

    Ele deu um suspiro e recostou-se contra o assento. "Sabe quantas vezes voc meempurrou hoje noite?"

    "Eu s acho que melhor manter as coisas privadas em particular. Eu acho que vocconcordaria - voc parece ser uma pessoa muito reservada."

    Ele suspirou de novo, mas balanou a cabea lentamente. "Eu geralmente soucuidadoso com o meu comportamento em pblico. Mas quando estou com voc, decoro edignidade parecem no importar. Eu quero te beijar, no importa onde estamos, e noimporta quem est ao redor."

    Ele deslizou o brao em volta dos ombros dela, puxou-a contra ele, e retomou a suasuave caricia de cima para baixo no brao dela. Ela descansou a cabea no ombro dele efechou os olhos, saboreando o calor de seu corpo ao lado do dela. Como isso pode ser torelaxante, e ainda assim to... estimulante?

    Quando chegaram ao prdio dela, William acompanhou-a para dentro. No momentoem que as portas do elevador se fecharam atrs deles, ele agarrou seus ombros e capturou suaboca em um beijo lento e profundo. Ela derreteu-se contra ele, uma mo em seu ombro parase firmar, a outra acariciando seu pescoo e mandbula.

    Ela mal notou quando as portas do elevador se abriram. Ele cutucou-a levemente emdireo porta, com os lbios ainda fundidos aos dela, e impulsionou-a pelo corredor compassos lentos e desajeitados. S quando chegaram a porta do apartamento, ele a soltou eesperou-a encontrar a chave. Ela remexeu em sua bolsa enquanto ele acariciava seus cabelos,passando os dedos pelos seus cachos rebeldes.

    Mal a porta do apartamento se fechou atrs deles, a boca de William desceu sobre adela de novo, quente e faminta. Ele apertou-a contra a porta, segurou o rosto dela em suasmos. "Lizzy", ele sussurrou contra sua boca. "Voc to linda, to sexy."

    Em algum lugar em um canto remoto de sua mente, sinos de alarme tocaram, mas elesficaram impressionados com a insistente dor em seu corpo quando o poder de sua fome vorazminou a sua vontade e derreteu suas defesas. Ele apertou-se com fora contra ela, e um

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    tremor - de desejo ou medo, ou ambos, ela no estava totalmente certa - passou por ela. Foi osuficiente para limpar sua mente, por fim. Ela se afastou dele e tirou suas mos do rosto dela,empurrando-o suavemente, mas com insistncia.

    William ficou olhando para ela, o peito arfando, a perplexidade gravada em suasfeies. Ele havia deixado o seu blazer preto bem costurado no carro, permitindo-lhe uma

    viso completa de sua camisa de manga curta preta, que destacava a amplitude de seusombros e agarrava-se aos contornos do seu peito. Ela imaginou-se puxando a camisa de suacintura e levantando-a, centmetro por centmetro, com as mos acompanhando eexplorando, e ela deu um passo involuntrio em direo a ele.

    Pare de ser to fraca. Voc j conheceu outros homens atraentes. No h nenhuma

    razo para se desesperar." tarde", ela comeou timidamente."Por favor, no me pea para sair, Lizzy. Ainda no.""Bem... tudo bem. Que tal um pouco de caf antes de ir?"William balanou a cabea. "Boa ideia."Sozinha na cozinha, Elizabeth agarrou o balco, olhando sem ver no papel de parede

    desbotado. Nunca antes ela havia entendido quando os amigos haviam falado sobre sercompletamente arrebatada pela paixo, mas agora estava tudo muito claro como isso poderiaacontecer. Ningum que to bonito deveria ser permitido ter um beijo to incrvel. Ele deveter mulheres fazendo fila na porta do seu quarto toda noite, competindo para fazer as honras.

    Bem, h uma imagem sbria para manter minha mente alerta._____________________________________________________________________________

    William estava na sala, inspecionando a coleo de CDs de Elizabeth. Ele ficou feliz elisonjeado ao descobrir que ela possua o que parecia ser uma coleo completa de suasgravaes. Ele estava prestes a percorr-los para ver o que ela tinha, quando se lembrou desua resposta ao seu solo de piano na noite anterior. No parecia cavalheiresco explorar a suasuscetibilidade a msica dele, mas estes eram tempos de desespero. Ele examinou seus CD s,achou o que estava procurando, e colocou no player, balanando a cabea em aprovao,quando uma suave msica de piano jazz comeou a tocar. Definitivamente o humor certo.

    Em seguida, ele olhou ao redor da sala, fazendo uma careta para as paredesmontonas, o sof pudo e a mesa de caf arranhada. Ele desligou a luz de teto e acendeu umapequena lmpada em um canto, mergulhando a sala em sombras profundas. No era o tipo delugar em que ele tinha imaginado fazer amor com ela pela primeira vez, mas teria queser. Talvez a atmosfera do quarto dela fosse mais agradvel.

    Com essa tarefa completa, ele caminhou at a cozinha minscula. Ele sorriu satisfeitoao ver um buqu de rosas amarelas, suas flores comeavam a desvanecer-se, em um vasosobre a mesa. Elizabeth estava de costas para ele, vendo a cafeteira dispensar a sua infusoescura e perfumada. Ele passou os braos em volta de sua cintura e puxou-a contra ele. Elaenrijeceu ao seu toque, mas quando ele ps seu cabelo para um lado e aconchegou-se nopescoo dela, ela suspirou baixinho e relaxou contra ele.

    "J lhe disse como voc est adorvel hoje noite?", ele murmurou em seuouvido. "Voc me tira o flego."

    "William", ela suspirou, inclinando a cabea para um lado enquanto os lbios deleexploravam sua garganta.

    Ele respirou fundo, inalando seu perfume irresistvel, e apertou os braos em voltadela. Segurando-a dessa forma sentiu-se incrivelmente bem e um gemido baixo escapou desua garganta.

    Ela afastou seus braos. "O caf est pronto", disse ela, soando ofegante.

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    Ok, mais devagar. Ela me quer, mas ela quer que seja no tempo certo. Ele precisavatomar cuidado, seu autocontrole tinha sido comprometido por uma combinao voltil dodesespero, do desejo e da sua partida iminente; eram muitos golpes.

    Eles levaram seu caf para a sala. "Boa escolha de msica," Elizabeth disse, com umsorriso. Ela pegou a caixa do CD, que mostrava William sentado ao piano em um estado

    contemplativo. O ttulo lido, 'Round Midnight: Encores Jazz por William Darcy.Ela colocou o CD de volta na mesa e sentou-se no sof. "Isso vai ser um poucoestranho, sentada com voc enquanto ouo seu CD. como ter dois Williams Darcy para meentreter ao mesmo tempo."

    William sentou-se ao lado dela, um brao esticado no sof. "Voc est dizendo que umWilliam Darcy no suficiente?", perguntou ele com um sorriso.

    Elizabeth deu uma risadinha. "Nem um pouco. Na verdade, eu acho que eu tenho maisdo que eu posso lidar com apenas um de vocs."

    Ele ps seu brao em volta dela, puxando-a para perto, e beijou o topo de sua cabeanuma carcia prolongada. Eles se sentaram juntos em silncio por alguns minutos, tomandoseu caf e ouvindo a msica.

    Finalmente, ele quebrou o silncio. "Sobre amanh noite. Eu estava falando sriosobre minha sugesto. Eu no estou pronto para dizer adeus."Ela fez uma careta. "Eu no sei. Seria bom v-lo novamente, mas eu acho que

    conseguiria fazer as malas mais rpido se no tiver nenhuma distrao.""Isso tudo que eu sou para voc? Uma distrao?" Seus dedos traaram um caminho

    suave para cima e para baixo do brao dela, e ele a sentiu estremecer. "Vamos descobrir comoeu posso distra-la."

    Ele colocou sua caneca de caf na mesinha de centro. "Lizzy", ele sussurrou, colocandoo rosto dela em sua mo e inclinando-se para ela. Quando seus lbios se encontraram, umchoque de calor sensual obliterou tudo a no ser seu desejo por ela. Os seus beijos anteriores,em vez de aplacar sua fome, lhe tinha feito mais voraz, e ele derramou cada gota de desejofrustrado em seus beijos.

    Ele questionou, na pequena poro de seu crebro que continuava a funcionar, porque essa mulher levava-o a tais agonias do desejo, porque seus beijos inflamados roubavam-lhe o pensamento racional, porque sua presena era to necessria para ele quantorespirar. Ele no sabia a resposta, ele s sabia que tinha que t-la.

    Os pensamentos sem sentido foram lavados dele quando ela enterrou os dedos noscachos em sua nuca e tentativamente penetrou sua lngua entre seus lbios. Com um gemidoforte, William apertou-a contra si, com as mos deslizando para cima e para baixo por suascostas e emaranhando seu cabelo. Ele arfou o nome dela contra seus lbios, quando ambosprocuraram por ar para seus pulmes sedentos de oxignio.

    Ele se inclinou sobre ela, empurrando-a para trs at que sua cabea descansou nobrao do sof. Seus olhos queimavam nos dela, e ele pensou ter visto um lampejo dedvida. Mas quando sua boca desceu para capturar dela novamente, ela gemeu e colocou osbraos em volta do pescoo dele, beijando-o ardentemente.

    Famintos por tocar e saborear cada centmetro dela, os lbios dele saram e viajarampara a mandbula e do pescoo para baixo. Ele passou a mo pelo brao e acariciou o seucaminho at o lado de seu torso, encostando levemente contra seu seio.

    Em seguida, ele levantou a cabea e olhou para seu rosto corado. Ela estendeu a mopara alisar o cabelo da testa. O carinho em seus olhos enviou uma onda de ternura calmanteatravs dele. Ele correu o dedo sobre os lbios entreabertos em um toque suave. Ele baixou orosto para o dela, beijando-a suavemente, provocando os lbios com os dele.

    Logo, porm, o calor urgente comeou aumentar de novo. Ele sabia pelos beijos dela epela maneira como suas mos comeavam a explorar suas costas, que ela sentia isso

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    tambm. Incapaz de resistir tentao por mais tempo, sua mo deslizou para baixo dopescoo em direo ao seio. Ele abriu os dedos para sentir seu calor atravs de sua blusa fina.

    Elizabeth puxou os lbios para longe dos dele, as mos em suas costas parando suascarcias. "William", ela comeou. Mas, quando seus dedos brincaram com o mamilo tenso dela,ela suspirou baixinho e suas mos voltaram a acariciar.

    Parecia o cu toc-la daquela maneira, enquanto ele alternava entre brincar com omamilo e massagear a carne firme de seu seio, sentindo seu peso na palma da mo. Ele seinclinou para beij-la novamente, gemendo enquanto chupava sua lngua em sua boca,incentivando-a a explorar a dele, sua necessidade de possu-la o esmagado.

    Ele comeou a circular, inconscientemente, os quadris, pressionando sua ereo rgidacontra ela e gemendo seu nome em desejo frustrado. Sua mo escorregou por sob a bainha dablusa para explorar mais. Cativado pela suavidade da pele dela, ele mal estava ciente de quesua mo estava se movendo para cima, at a palma da mo se fechar em torno do seio nu. Asensao dele em sua mo era a perfeita - firme e cheio, mas macio e sedoso. Ele acariciou seumamilo enrugado, e comeou a levantar sua blusa.

    Levou um momento para o crebro enevoado de paixo de William reconhecer que

    Elizabeth tinha agarrado seu brao e lhe dizia, em voz estridente e encharcada de pnico, paraparar. Embora ele estivesse confuso pela sua reao assustada, ele prontamente tirou a mode debaixo da blusa, apoiando-a em seu quadril.

    "Lizzy, o que h de errado?" Ele sentou-se, precariamente empoleirado na borda dosof.

    Ela lutou por uma posio ereta e puxou a blusa para baixo. "O que quer dizer com oque h de errado? Voc estava tentando me despir."

    "Mas eu pensei que voc...""Bem, voc pensou errado. Eu no estou interessada em sexo casual.""Nem eu.""Ento por que voc est tentando me seduzir quando ns s comeamos a namorar?"S comearam a namorar? Ela tinha sido o centro de seus pensamentos desde...

    parecia desde sempre. "Lizzy, voc est indo embora, e eu vou sentir saudades de voc, eeu..."

    "Portanto, esta uma espcie de despedida-presente que voc acha que merece?""Claro que no. Lizzy, eu te amo."Ela olhou para ele, seus olhos enormes. "Voc me ama?"A declarao impulsiva tinha sado, mas j era tarde demais para neg-la agora. Ele

    soltou um grande suspiro. "Sim. Eu amo."Ela olhou para ele, o peito subindo e descendo rapidamente, e ento ela estendeu a

    mo. Por um momento triunfante, William pensou que ela estava indo abra-lo. Em vez disso,ela empurrou-o, pegando-o desprevenido e fora de equilbrio, e ele caiu do sof e no cho. Seuombro bateu na mesa, derrubando-lhe a caneca de caf. Seu contedo espirrou em seu sutere cala, mas ele mal sentiu o lquido quente em suas roupas - era apenas mais um elementodeste pesadelo.

    "Como voc ousa dizer que me ama s para me levar para cama?" Ela ficou de p,olhando para ele.

    "Eu no ouso. a verdade. Eu te amo." Ele arrastou-se desajeitadamente e ficou emp, pasmado com a raiva em seus olhos.

    "Pare com isso. Pare com isso." Ela sufocou as palavras. "Voc no poderia meamar. Voc me disse h poucas semanas atrs que voc no acredita em amor primeiravista. Voc deve pensar que estou to completamente sob o feitio do grande William Darcyque tudo o que preciso de algumas mentiras revestidas de acar e eu vou deixar voc fazero que quiser de mim. Bem, desculpe desapont-lo. Isso pode funcionar com a maioria dasmulheres, mas eu sou feita de coisas mais fortes."

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    Na verdade, ele nunca precisou mentir para atrair uma mulher, mas esse no era oponto. "Eu no estou mentindo, Lizzy. Porque voc no pode acreditar que eu me preocupocom voc?"

    Ela cruzou os braos sobre o peito. "Para comear, que voc nunca disse nada sobreainda nos falarmos depois que eu for embora."

    "Eu no tinha certeza de como voc se sentia sobre isso. E eu ia te ligar, de qualquermaneira. No mnimo, se voc no quisesse mais nada, eu estava planejando v-la sempre queeu estivesse na costa oeste."

    "Que conveniente! Uma garota em cada porto, para que voc nunca tenha que dormirsozinho. Acho que voc tem uma vaga para uma garota da Califrnia."

    Ele se esforou para engolir seu aborrecimento. "Eu no tenho uma garota em cadaporto. Na verdade, eu no tenho uma garota em porto nenhum. Mas eu quero voc na minhavida. Vou sentir saudades de voc, e eu no quero dizer adeus."

    "Certo. Voc vai sentir tanto minha falta que nem sequer se preocupou em aparecerna minha festa de despedida at horas depois de ter comeado."

    "Eu expliquei o porqu. O evento de caridade..."

    "Ah, vamos l." Seus olhos estavam frios, sua voz cnica. "Seu nico interesse era melevar para casa e para a cama. Ento voc encontrou alguma outra mulher - algum de seunvel social, eu tenho certeza - para passar a noite, e ento voc chegou minha festa a tempode me trazer de volta pra c. Voc subornou a Sally para inventar aquela histria sobre aaudio, para deixar ela ficar fora do caminho?"

    A raiva surgiu dentro dele at seu estmago comear a se agitar. Suas acusaesinfundadas foram um insulto ao seu orgulho e seu carter. Tudo o que eu fiz foi am-la comtodo o meu corao, sacrifiquei meus desejos para sua felicidade, e esta a forma como ela

    me trata.Ele andou pela sala, contou at dez em italiano baixinho, e apertou o boto Stop do

    play. Ento ele se virou para ela, lutando para manter a voz calma. "Voc acha que eu tenhoto pouca integridade e to pouco respeito por voc?"

    "O que mais eu deveria pensar? Voc deixou claro como voc se sentia sobre a festa. Apartir do momento que voc chegou, no podia esperar para sair. Voc agiu como seesperasse pegar uma doena fatal. Sentado sozinho, olhando com o nariz empinado paratodos."

    "Eu no participei dessa festa para encontrar seus amigos. Eu queria estar com voc. Eem vez disso, me sentei sozinho, enquanto voc me abandonava em cada oportunidade."

    "E por que no, considerando a forma como voc estava se comportando?", elaretrucou. "Mas isso no vem ao caso. Eu no tenho nenhuma inteno de ser a prxima na sualonga lista de conquistas. Ento melhor voc encontrar outra pessoa que o satisfaa."

    "Por que voc continua insistindo que eu sou algum tipo de conquistador?" Seu pbateu contra a xcara de caf cada, e ele a chutou violentamente. "Eu no estive com umamulher desde... nem me lembro quando, foi h muito tempo. Eu nem sequer tinhapreservativos, eu tive que comprar alguns ontem."

    Quando ele viu as chamas nos olhos dela, percebeu seu erro, mas j era tarde demais."Que encantador!" Ela cuspiu as palavras. "Voc tomou por certo que eu ia cair em sua

    cama na noite passada? Eu no sabia que era isso o que a Mrs. Reynolds quis dizer quandodisse que tinha feito muito planejamento para o nosso encontro. Ento, quantos voc trouxecom voc esta noite? Eu suponho que sua carteira esteja cheia deles."

    Ele olhou para ela em silncio. Era uma situao sem vitria. Supondo que elesdecidissem fazer amor e ele no estivesse preparado. Sem dvida, ela o teria amaldioado porser irresponsvel.

    "Eu sou uma idiota", disse ela enquanto atravessava a sala para ligar a luz. "Eucontinuo caindo para a mesma rotina, pensando que um homem algo especial e que ele

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    pensa que eu sou especial. E ento eu descubro que ele est apenas interessado em umacoisa."

    William estava sem pacincia. "Basta!", ele berrou. "J ouvi o suficiente de suasacusaes insultuosas."

    Elizabeth cruzou os braos sobre o peito e olhou-o com uma expresso incrdula que

    alimentou sua raiva. Ela no falou, aparentemente sua exploso tinha silenciado ela, pelomenos por um momento."Sinto muito se ofende voc que eu a ache desejvel", ele disse, sua voz gotejando

    com sarcasmo. "Acho que seria muito mais galante se eu quisesse mais nada alm de um beijocasto, mas obviamente esse no o caso. Por razes que me escapam no momento, eu tenhosentimentos profundos por voc que vo muito alm do fsico. Mas, sim, eu acho que voc linda e muito sexy, e eu a quero mais do que eu jamais quis uma mulher na minha vida."

    Seus braos permaneceram cruzados sobre o peito, mas ele pensou ter observado umleve abrandamento em torno de seus olhos. Ela permaneceu em silncio, aparentementepronta para ouvi-lo.

    "Alm disso," ele continuou, "eu no acho que um beijo casto teria satisfeito que voc

    queria.""Ah?""Eu parecia estar sendo encorajado por voc, at o momento em que voc me

    empurrou.""Ento voc est dizendo que eu sou uma provocao? Que eu propositadamente o

    provoquei e, em seguida, pisei nos freios?"Ele sentiu o perigo em suas sobrancelhas arqueadas, mas ele no se importou. Era

    finalmente a sua vez de descarregar suas frustraes. "No. Eu no estou dizendo isso. Masparecia que voc me queria tanto quanto eu queria voc. Voc estava me beijando, e deixandotocar em voc, e suas mos estavam por toda a minha volta debaixo da minha camisa. E vocpoderia dizer como eu estava excitado. Era bvio onde isso ia terminar. Voc no deve ter..."

    "Pare. J. A." Ele pensou que sua voz estava irritada ao mximo, mas ela tinhaacabado de lhe dar um novo padro. "Eu no deveria ter parado voc se eu me sentissedesconfortvel? As coisas tinham ido longe demais, ento eu no tinha nenhum direito dedizer no? A culpa era minha que voc estava excitado, ento eu no tinha escolha a no serdescansar e deixar que voc fizesse do seu jeito?" Lgrimas encheram os olhos dela e sua vozestava grossa quando ela continuou. "Voc um falso inimaginvel."

    "No, isso no ...""Sai daqui, agora." Ela atacou em direo porta.William balanou a cabea, tentando limp-la. O que deu errado? "Lizzy, voc me

    entendeu mal. Deixe-me explicar.""Voc teve sua chance de explicar. Agora saia. Eu no quero voc aqui. E no me

    chame de Lizzy. S meus amigos me chamam assim."Ela abriu a porta e olhou para ele, a fria queimando em seus olhos. Ele considerou

    recusando-se a sair at que resolvessem suas diferenas. Mas ele estava cansado de suasacusaes injustas e sua raiva irracional, e ela obviamente no ia escutar a razo estanoite. "Tudo bem, eu vou", disse ele."Mas eu quero dizer alguma coisa primeiro."

    "Faa isso rpido.""Eu no sei porque voc est to determinada a me entender mal e ver o pior em tudo

    o que digo. Mas nenhum de ns est no melhor estado de esprito agora. Estamos cansados detodas as formas, e bebemos. Ento, provavelmente melhor se eu for embora, poragora. Amanh vamos estar mais calmos e mais lcidos. Vou voltar amanh noite, e..."

    "Voc acha que eu vou deix-lo voltar a este apartamento? De maneira alguma." Elaplantou as mos nos quadris, com os olhos parecendo dois cacos de vidro verdes eperigosos. "Voc teve a sua chance - agora v. Eu no quero nunca mais te ver."

  • 7/31/2019 Uma Cano Inesperada - Cap. 17

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    Ocorreu-lhe que a melhor prova de seus sentimentos era que ele a amava, mesmoagora, quando ela estava totalmente irracional. No v-la novamente era impensvel. Elesuspirou e fechou os olhos, sua raiva e frustrao em colapso sob o peso da angstia.

    "Tudo bem. Eu estou indo. Mas se voc acredita ou no, eu quis dizer o que eu disse -eu te amo. E eu espero que voc mude de ideia sobre mim uma vez que voc se

    acalmar. Quando isso acontecer, me ligue." Ele tentou sufocar uma ltima palavra para o bemde seu orgulho, mas no pde. "Por favor.""Adeus, William."Seu corao se apertou em seu tom gelado de despedida. "Boa noite, Lizzy."Seus olhos se estreitaram no uso intencional de seu apelido. Ele segurou seu olhar,

    buscando at mesmo o menor sinal de hesitao ou remorso, mas ela permaneceu fria eimvel. Ele entrou no corredor sujo com passos pesados. A porta bateu atrs dele, fazendo ecocom um doloroso final, e ele estava sozinho novamente.

    ------* - "Stairway to the Stars", palavras de Mitchell Parish, msica por Matt Malneck e Signorelli

    Frank.Interpretada por Christiane Noll em Live at the Caf Cisjordnia .

    Texto Original:http://darcymania.com/aus/chr/17.htm

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    http://lizzierodrigues.blogspot.com.br/

    http://darcymania.com/aus/chr/17.htmhttp://darcymania.com/aus/chr/17.htmhttp://darcymania.com/aus/chr/17.htmhttp://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://darcymania.com/aus/chr/17.htm