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Coordenação Geral: Ariana Chediak

Equipe do projetoAline Oliveira Morais | Andrea Lucia Ferreira Rossettini

Anna Beatriz Langue Peranovichi Leite | Carla Simone Moreira Camila Nascimento Benvenuto | Cristina Martins Torres Masiero Gabriela Regina Lourenço Iob | Lydiane Regina Pereira Fabretti

Luciana Fortunato | Maria Aparecida Barbosa Pereira Valença Mônica Bevilacqua | Patricia Vicentini | Rafael Abilio Públio

Equipe de apoioBeatriz Filgueira Calixto Sahd | Carlos Eduardo Duarte

Cristiane Angelini | Erika Mendonça Tamarindo Gisele Cristina Scomparim | Jaqueline Pinheiro da Silva

Análise e compilação dos dados Aline Oliveira Morais | Rafael Abilio Públio

Fotos e diagramaçãoRafael Abilio Públio

AgradecimentosONG Vez da Voz - Claudia Cotes

Renata Castelo Branco

ParceirosACDEM III – Centro de Convivência União de Vila Nova

ACDEM V - Núcleo de Apoio a Habilitação e Reabilitação Social para pessoas com Deficiência II

Casa do Cristo RedentorCentro de Ação Social Espaço Livre

Lar da RedençãoParóquia Santa Terezinha do Menino Jesus

Specific Care Odontologia

PatrocinadoresInstituto Alcoa

McDonald’sVolkswagen

Relatório de atividades 2010/2011

Projeto Cadê Você? IMG

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UMA CIDADE QUE ACOLHE E SEGREGA

Cadê você? É a pergunta que nos move para encontrar pessoas com deficiência moradoras de grandes periferias de São Paulo - cidade que em sua imensidão desordenada abraça e ao mesmo tempo segrega aqueles que sem oportunidades se veem presos a um único universo. Uma realidade pautada pela falta de acessos a políticas públicas, serviços e, prin-cipalmente, informação.

Foi abraçando a ideia de levar dignidade (e por que não uma dose de felicidade?) que o Ins-tituto Mara Gabrilli realizou este ano o piloto do Cadê Você? Com força de vontade, amor e muito respeito à diversidade humana, nossa aguerrida equipe conseguiu realizar vinte e um mutirões em diferentes bairros da cidade, onde crianças, jovens e adolescentes, de diferen-tes deficiências, puderam passar por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais como psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, assistentes sociais, dentistas e fonoaudiólogos.

Hoje, segundo dados do Censo 2010 do IBGE, o Brasil já conta com 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. O número corresponde a 23,91% da população brasileira. Este grande contingente prova que a deficiência não se trata de um problema isolado e precisa ser trabalhada em conjunto de outras políticas públicas, como a saúde, educação e infraestrutura urbana – áreas de extrema carência nas zonas mais periféricas das grandes cidades brasileiras.

É aflitivo assistir a um cenário onde a população que mais carece de atendimentos básicos é também a que mais se depara com a miséria de boas ações e o descaso das autoridades.

A deficiência está no meio e não nas pessoas. Reabilitar o indivíduo para torná-lo apto para contribuir para a sociedade é um compromisso do Cadê Você? compartilhado também por seus patrocinadores.

Cadê você? É a pergunta que continuaremos a fazer em busca daqueles que no mais íngreme morro, do mais longínquo e distante bairro desta megalópole, encontram-se em uma prisão de percepções, paralisados, muitas vezes, pela falta de sonhos e não por uma aparente deficiência.

O IMG agradece a experiência maravilhosa de poder transformar vidas que antes se faziam escondidas por tristes realidades. Nosso desejo é continuar esta procura transformadora.

A propósito, cadê você?

Mara Gabrilli, fundadora do Instituto Mara Gabrilli

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APRESENTAÇÃO

O projeto Cadê Você? surgiu com o intuito de encontrar as pessoas com deficiência, morado-ras das comunidades carentes da cidade, que em geral tem pouco ou nenhum acesso a in-formações sobre os seus direitos e pouca perspectiva de melhora em suas condições de vida.

Durante um ano, nossa equipe visitou comunidades para avaliar as condições das pessoas com deficiência, conhecer suas necessidades e encaminhá-las para locais que pudessem atendê-las com dignidade e respeito. Em cada um dos vinte e um mutirões realizados, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, assistentes sociais e fonoaudiólogos experientes no atendimento de pessoas com deficiência colaboraram com grande dedicação para melhorar a autoestima e valorização de cada pessoa atendida.

O projeto Cadê Você? veio para provocar atitudes necessárias ao desenvolvimento social das pessoas com deficiência e suas famílias que, por meio do projeto, receberam acolhimento, apoio e orientações que vão, se não modificar suas vidas, melhorá-las substancialmente.

As demandas identificadas foram as mais diversas, principalmente nas área de saúde e recursos assistivos. A realidade é que um grande número de pessoas sofre por ausência de infra-estrutura básica ou falta de informação. Muitos não saem de casa pela ausência de re-cursos adequados e alguns não saem da cama. Porém, antes de começarmos a comemorar as conquistas de um processo inclusivo verdadeiro, muita coisa precisa mudar.

A participação das entidades parceiras foi um dos elementos fundamentais para o sucesso do projeto. Tivemos a oportunidade de conhecer o engajamento e esforço de cada uma delas em suas ações, que muito representam para aquelas famílias.

Por isso queremos agradecer imensamente o envolvimento das entidades: ACDEM III – Cen-tro de Convivência União de Vila Nova, ACDEM V - Núcleo de Apoio a Habilitação e Reabili-tação Social para pessoas com Deficiência II, Casa do Cristo Redentor, Centro de Ação Social Espaço Livre, Lar da Redenção e Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus. E também agradeço a importante parceria de nossos colegas da Specific Care Odontologia que prestou atendimento odontológico aos participantes.

Com um ano de projeto, temos orgulho em dizer que o Cadê Você? transformou a vida de mais de 900 pessoas beneficiadas diretamente pelo projeto. O sucesso do projeto só foi possível pelo pela sensibilidade e interesse de nossos patrocinadores que abraçaram a nossa causa, o McDonald’s, Instituto Alcoa e a Volkswagen, a quem somos muito gratos.

Devido ao êxito, o projeto despertou interesse das demais regiões e outras cidades do es-tado de São Paulo. Esperamos, junto com nossos parceiros, levar o Cadê Você? para mais comunidades e melhorar a vida das pessoas com deficiência que necessitam desse apoio para conquistar sua autonomia.

Luiz Eduardo Reis de Magalhães, presidente do Instituto Mara Gabrilli

Com um ano de projeto, temos orgulho em dizer que o Cadê Você? transformou a vida de mais de 900 pessoas beneficiadas diretamente pelo projeto.

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JUSTIFICATIVA

Segundo dados de 2001 da prefeitura de São Paulo, cerca de 2 milhões de paulistanos vivem

abaixo da linha de pobreza. Conforme orientações da ONU, a estimativa é que cerca de 10%

desta população são pessoas com deficiência.

O grau de vulnerabilidade dessa população é muito alto. Há um elevado número de pessoas

com deficiência, que não são alvo de nenhum tipo de política pública e sofrem o abandono

e exclusão social por falta de conhecimento de familiares e vizinhos.

Os movimentos populares que atuam no interior das comunidades carentes encontram enor-

mes dificuldade de atuar com foco nessa população devido ao desconhecimento e precon-

ceito da própria comunidade local. Não existe um número preciso nem qualquer estatística

que assegure um perfil e as reais necessidades para inclusão dessa população na rotina da

comunidade.

SINOPSE

Cadê Você? é um projeto que loca-

liza e identifica pessoas com deficiên-

cia, residentes nas comunidades mais

carentes do Município de São Paulo e

cria uma rede de proteção levando in-

formações sobre os principais serviços

existentes nas áreas: saúde, trabalho,

esporte, cultura, acessibilidade, educa-

ção e direito.

CADÊ VOCÊ?

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OBJETIVOS

GERAL

Promover a inclusão das pesso-

as com deficiência residentes nas

comunidades carentes da cidade

de São Paulo por meio da sensi-

bilização e disseminação de co-

nhecimento de forma a criar uma

rede de proteção e apoio para o

público alvo e seus familiares.

*Orientação e divulgação dos serviços existentes:

Saúde

Distribuição de cartilhas: Manual de Convivência e Guia de Serviços

Informação sobre instituições, postos de saúde e centros de reabilitação existentes na cida-

de de São Paulo.

Transporte

Informação sobre ATENDE, linhas de ônibus adaptado, terminais acessíveis, passe livre,

carteira de acompanhante e carteira do idoso.

Educação

Informação sobre serviço de apoio especializado, escola especiais, inclusão em salas regula-

res e acesso a livros em Braille para pessoas com deficiência visual.

Trabalho

Orientação para colocação ou recolocação profissional. Informação sobre o direito à apo-

sentadoria da pessoa com deficiência, lei de cotas e centro cidadão (registro de currículo e

encaminhamento às vagas de emprego).

Direitos

Informação sobre os benefícios sociais, isenções fiscais, financiamentos e garantias específi-

cas para pessoas com deficiência e aquisição de equipamentos pelo SUS.

Esporte e Cultura

Informação sobre lugares e programas acessíveis para pessoas com deficiência. Encaminha-

mento e incentivo para a prática esportiva e formação cultural.

Acessibilidade

Informação sobre adaptações e recursos que proporcionem maior independência para as

pessoas com deficiência.

ESPECÍFICOS

» Localizar população com deficiência residente em comunidades carentes;

» Coletar dados sobre as condições de vida da população alvo;

» Realizar visitas locais às pessoas e divulgar os serviços existentes*;

» Sensibilizar educadores e serviços comunitários para inclusão;

» Disponibilizar informações sobre serviços no site Cadê Você? e,

» ao término do projeto, divulgar os resultados.

» Avaliar e propor políticas públicas específicas.

» Criar rede de proteção e apoio para a população com deficiência;

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PERFIL

dos

ATENDIDOS

A equipe do Cadê Você? avaliou a condição de vida das 293 pessoas com deficiência que participaram do projeto e seus familiares.

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Faixa etária

O projeto atendeu um total de 293 pessoas com deficiência de todas as faixas etárias, tendo

como parâmetro as faixas etárias definidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e o

Estatuto do Idoso.

Conforme as faixas etárias indicadas nas orientações do MEC e CNE para ingresso na edu-

cação, a maioria dos atendidos encontra-se em idade para cursar o ensino superior e ensino

fundamental.

Causas da deficiência

Prevalece o número de pessoas com deficiência congênita. Nos casos de doença, a maioria

adquiriu a deficiência na fase infantil (até 5 anos) e nos casos de acidente há maior incidên-

cia na faixa entre 20 e 40 anos.

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Tipo de deficiência

A maior parte dos atendidos possui algum tipo de deficiência física, seguido de deficiência

intelectual. Alguns dos atendidos não sabiam responder (NC), não apresentavam diagnós-

tico conclusivo (sem diagnóstico) ou não tinham deficiência (não se aplica). O projeto teve

um baixo índice de participação de pessoas com deficiência auditiva e nenhum interessado

com deficiência visual.

Estado civil

Dos atendidos com idade superior a 16 anos, prevalece o número de solteiros sobre o nú-

mero de casados.

Diagnóstico

Do total de atendidos percebe-se uma pre-

valência de paralisia cerebral no diagnóstico

do comprometimento funcional, seguido por

deficiência intelectual e autismo.

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Dentro da cidade de São Paulo, a maioria dos atendidos reside na Zona Leste.Apesar desse projeto piloto ser destina-

do aos moradores de São Paulo, o Cadê

Você? também atendeu pessoas de ou-

tras cidades que se deslocaram até os

mutirões em busca de orientações.

Naturalidade e residência

Pessoas naturais de municípios do Estado de São Paulo

foram atendidas em maior proporção do que de outros

Estados.

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SOCIAL

Segundo dados do Banco Mundial a po-

breza e seus fatores são os causadores de

grande parte das deficiências no mundo. A

falta de saneamento básico, atendimento

de saúde adequado, pouco acesso à infor-

mação e outros problemas decorrentes da

pobreza acarretam um maior percentual de

deficiência na população. Nos países em de-

senvolvimento, 80% das pessoas com defi-

ciência vivem nessa situação. A Convenção

da ONU sobre os direitos da pessoa com

deficiência, ratificada pelo Brasil e estabe-

lecida como norma constitucional garante a

população com deficiência o acesso, parti-

cularmente mulheres, crianças e idosos, a

programas de proteção social e de redução

da pobreza. E assegura que o Estado deve

oferecer assistência em relação a seus gas-

tos ocasionados pela deficiência, inclusive

treinamento adequado, aconselhamento,

ajuda financeira e abrigamento. Na prática

essa equiparação de oportunidades ainda

não acontece no Brasil. Muitas famílias ca-

recem de acompanhamento adequado, po-

líticas públicas específicas e apoio para sair

da situação de vulnerabilidade.

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Moradia

A proporção dos atendidos morando com a família ou parentes é maior do que os que

moram sozinhos ou estão hospitalizados. Prevalece o número de atendidos que residem

em casa própria sobre aqueles que residem em domicílio alugado. Alguns estão em finan-

ciamento ou vivem em residência em regime de cessão de uso, enquanto outros declaram

morar em situação irregular.

Dentre aqueles que declararam morar em

residência locada a maioria tem um compro-

metimento da renda mensal com o aluguel

de até ½ salário mínimo (D.O.U, 28/02/11),

enquanto alguns atendidos declararam gas-

tar até 3 salários ou mais com aluguel.

Já aqueles que pagam prestação o comprometimento máximo da renda mensal é de 2 salários

mínimos, sendo que a maioria também paga até ½ salario mínimo.

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O número de pessoas que dividem a moradia dos atendidos chega a até cinco pessoas em

média, seguido de até três pessoas ou até oito pessoas. Em apenas 3 casos chega a 9 pes-

soas ou mais dividindo a mesma moradia.

No que diz respeito à acessibilidade na residência

a grande maioria declarou não ter ou não precisar

de recursos de acessibilidade.

Ocupação dos pais

Muitos atendidos desconhecem a condição de trabalho do pai. Entre os que sabiam, a maio-

ria declarou que o pai atua como trabalhador formal, seguido de número representativo

de trabalhadores autônomos e informais. O índice de desemprego atinge 7% e apenas um

atendido tem o pai em condição de recluso. No caso da mãe, a condição de “do lar” preva-

lece sobre as demais. Existe um equilíbrio entre trabalho autônomo, formal e informal e um

elevado índice de desemprego de 21%.

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Renda

A média de rendimento familiar varia conforme quantidade de pessoas que moram sob

mesmo teto. As famílias com nove ou mais pessoas tem rendimento superior a dois mil

reais. Entre seis e oito pessoas recebem mais de mil e setecentos reais. Famílias com até

cinco pessoas tem renda de aproximadamente mil e quinhentos reais. E aqueles que mo-

ram sozinhos tem, em média, renda de aproximadamente quatrocentos e setenta reais.

Sobre a renda per capita a maioria dos atendidos informou um rendimento médio de até um

salario mínimo.

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EDUCAÇÃO

A Educação exerce um papel essencial no

desenvolvimento humano e da sociedade,

pois além de produzir e difundir o conheci-

mento de diferentes áreas esta intimamen-

te envolvida com a formação da cidadania.

A Constituição Brasileira e a Lei de Aces-

sibilidade garantem o acesso das pessoas

com deficiência a rede regular de ensino.

Além do acesso físico, a Lei de Diretrizes

e Bases da Educação (LDB) e o Estatuto

da Criança e do Adolescente (ECA) garan-

tem os serviços de apoio especializado, in-

seridos na escola regular, para atender as

necessidades educacionais específicas dos

alunos com deficiência. Entretanto, apesar

das mudanças conceituais, políticas e pe-

dagógicas, à inclusão ainda é uma reali-

dade distante para muitas pessoas. Muitas

escolas não possuem acessibilidade e pro-

fissionais preparados para receber alunos

com deficiência, as famílias, por sua vez,

tem dificuldade em matricular seus filhos

ou preferem mantê-los em casa à expô-los

às dificuldades de estudar em uma escola

inacessível. Apesar dessas agruras a edu-

cação é a política pública com o maior po-

tencial de criar oportunidades, combater a

pobreza e promover a inclusão social.

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Escolaridade

O índice de frequência a escola é elevado, aproximadamente noventa por cento dos atendi-

dos com mais de seis anos de idade frequenta ou já frequentou a escola. Apesar disso, mais

da metade não sabe ler e escrever e aproximadamente um quarto tem ensino fundamental

incompleto. Em menor proporção os atendidos com ensino médio concluído ou incompleto.

O índice de pessoas com ensino superior, mesmo incompleto, é baixíssimo.

A maior parte dos atendidos com idade superior a seis anos estuda em unidades educa-

cionais da prefeitura ou do governo do Estado e 30% declarou estudar em instituições

especializadas.

Acessibilidade na escola

A maioria dos atendidos declarou não precisar de recursos de acessibilidade. Dos atendidos

que precisam do recurso, 31% declarou que a escola disponibiliza, enquanto 27% afirmou

que a escola não oferece recursos. Em menor proporção, algumas pessoas informaram que

tiveram que adquirir com recursos próprios os apoios necessários para estudar.

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SAÚDE

Para a Organização Mundial de Saúde defi-

ciência não é sinônimo de doença. Algumas

doenças podem causar deficiências, assim

como são potenciais causadores os aci-

dentes de trabalho e de trânsito. Pessoas

com deficiência ficam doentes, como todo

mundo, e da mesma maneira devem ser

alvo de ações de prevenção e de diagnósti-

co precoce. Estima-se que 60% dos casos

de deficiência visual graves poderiam ser

evitados com programas de informação e

diagnóstico precoce de doenças como o

glaucoma e a catarata. As pessoas com

deficiência têm o direito de acesso iguali-

tário aos serviços de saúde. Muitos desses

serviços não precisam de um profissional

especializado, somente acessibilidade físi-

ca e respeito pela diversidade para realizar

um atendimento adequado. Pessoas que

sofrem acidentes precisam do acesso a re-

abilitação física e social para garantir um

pleno retorno a sociedade. Afinal, a pessoa

pode ter uma deficiência física, visual, au-

ditiva, intelectual, múltipla ou surdoceguei-

ra, mas antes de tudo é um ser humano

completo com necessidades integrais.

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Autonomia

Em um recorte dos atendidos com mais de 10 anos, percebemos que uma grande parcela

tem dificuldade de sair de casa e depende de outra pessoa. Alguns saem de casa somente

para tratamento, outros não saem de casa ou, aqueles com maior comprometimento, não

saem da cama. Geralmente é a mãe ou outro membro da família quem ajuda a pessoa.

Recursos assistivo

Aproximadamente a metade dos atendidos faz uso de algum tipo de recurso assistivo.

Dentre os recursos mais utilizados estão cadeira de rodas, óculos, órteses e cadeira

de banho. A maioria informou ter recebido o recurso por doação.

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Entre os recursos que as pessoas declararam ter recebido por doação prevalece o número

de cadeira de rodas, e isso ocorre na mesma proporção daqueles que receberam pelo SUS.

Já entre os recursos adquiridos

pela própria pessoa, a cadeira de

rodas segue em segundo lugar

atrás apenas de óculos.

Assistência à saúde

A maior parcela dos atendidos utiliza apenas o serviço público de saúde. Alguns recebem

atendimento via convênio e três indicaram realizar atendimento particular aos serviços de

saúde.

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Condição de saúde atual

Aproximadamente um quarto dos atendidos informou ter sido hospitalizado no

último ano e 66% declarou fazer uso regular de medicamentos.

Terapias

Aproximadamente 60% dos atendidos declarou que já passou ou passa atualmen-

te por algum tipo de terapia por causa da deficiência.

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ACESSIBILIDADE

Quando o assunto é acessibilidade, mais do

que pensar em espaços desenhados para

pessoas com deficiência é preciso pensar

em espaços que respeitem a diversidade

humana em todas as etapas de sua vida,

tenha a pessoa deficiência ou não. Atual-

mente se discute bastante o conceito cha-

mado de desenho universal que consiste

em desenvolver um projeto de produto ou

ambiente, que possa ser usado por qual-

quer pessoa, sem a necessidade de adap-

tações. A acessibilidade arquitetônica no

Brasil é alvo de legislação e normas téc-

nicas que orientam sua execução, como

o Decreto Federal 5.296/2004 e a Norma

Técnica nº 9050, da Associação Brasileira

de Normas Técnicas. O acesso deve estar

presente não somente nas áreas de aces-

so e circulação, mas também na comuni-

cação e oferta de recursos. Um elevador

com aviso sonoro e painel em braile, por

exemplo, é um recurso de acessibilidade

que respeita a diversidade. Quando me-

lhoramos a acessibilidade para as pessoas

com deficiência, melhoramos para todos.

Um ambiente acessível é, acima de tudo,

um ambiente mais seguro, confortável e

acolhedor para qualquer um.

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Transporte

A grande maioria dos atendidos tem o transporte público como principal meio de locomoção.

Prevalece o uso do ônibus sobre os demais, apesar de uma grande quantidade de pessoas

ter declarado usar o carro como meio de transporte. Do total, quarenta e uma pessoas

declararam utilizar o serviço Atende e apenas um mencionou o Transporte Escolar Gratuito.

Aproximadamente a metade dos atendidos indicaram utilizar ônibus sem acessibilidade, e

apenas onze por cento declarou utilizar ônibus acessíveis.

Do total de atendidos, mais da

metade indicou utilizar o ônibus

como meio de transporte.

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TRABALHO

O acesso das pessoas com deficiência ao

trabalho é um direito garantido pela De-

claração Universal dos Direitos Humanos e

pela Convenção dos Direitos das Pessoas

com Deficiência. Comemoramos 20 anos

da “Lei de Cotas” no Brasil e, embora essa

ação afirmativa venha cumprindo parte

do seu papel, ainda há muito que avan-

çar para cumprir a sua verdadeira missão.

Muitos jovens e adultos com deficiência fo-

ram pouco incentivados na criação de uma

identidade profissional e tampouco investi-

ram em sua formação técnica. As barreiras

físicas e atitudinais também precisam ser

superadas. A inclusão profissional não é

uma via de mão única. Ela precisa de esfor-

ço de ambos os lados. O empregador preci-

sa fazer sua parte adaptando sua empresa

e sua equipe para receber esses profissio-

nais. O Governo precisa fortalecer as po-

líticas públicas de educação profissional e

facilitar a aquisição de produtos de tecnolo-

gia assistiva. É importante ressaltar que os

profissionais têm potenciais diferenciados

e a deficiência não incapacita alguém para

dar o melhor de si mesmo.

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Ocupação

Grande parte dos atendidos não estão em idade de trabalho, portanto o índice denominado

“não se aplica” supera a todos os demais. Em segundo lugar, o levantamento apontou um

enorme número de pessoas em situação de desemprego.

Destaque também para o elevado número de aposentados por invalidez.

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CULTURA

Cada vez mais os equipamentos culturais

vêm evoluindo e oferecendo oportunida-

des de participação para as pessoas com

deficiência. Infelizmente a oferta desses

equipamentos, principalmente nas regiões

mais periféricas ainda é escassa. Garantir a

possibilidade de usufruir dessa importante

ferramenta de desenvolvimento vai além

de oferecer a acessibilidade arquitetôni-

ca. Hoje são muitos os recursos existentes

para aproximar a pessoa com deficiência

da produção cultural, como a audiodescri-

ção - tecnologia que traduz imagens em

palavras, permitindo que uma pessoa cega

possa compreender um filme ou imagem –,

a adaptação de materiais - em braile ou áu-

dio -, intérpretes de LIBRAS - para as pes-

soas surdas - e oficinas e profissionais que

atendam pessoas com deficiências motoras

e intelectuais. Vale lembrar que a pessoa

com deficiência, além de um consumidor

cultural é também um produtor. Investir no

talento de artistas com deficiência e promo-

ver seu trabalho é fundamental. A arte e a

cultura são instrumentos de transformação

social e têm se mostrado muito eficazes na

inclusão e valorização da diversidade.

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Cultura

A participação em atividades culturais é baixa. Apenas vinte e seis por cento declarou parti-

cipar de alguma atividade de cultura e lazer, sendo que a maioria refere-se a passeios.

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ESPORTE

O esporte é um importante elemento na

manutenção da saúde e um poderoso meio

de socialização. Muitas pessoas com defici-

ência encontram na prática esportiva além

de uma forma de reabilitação, até uma pro-

fissão. Elas exploram suas potencialidades

e limites, adquirem mais força muscular,

velocidade, melhoram a coordenação mo-

tora, resgatam a confiança, autonomia e

a auto-estima. Muitos centros esportivos

poderiam oferecer atividades para pessoas

com deficiência, mas por desconhecimen-

to ou preconceito acabam excluindo-as da

prática de atividades físicas. É preciso mu-

dar esse cenário, principalmente porque o

Brasil tem demonstrado grande potencial

na prática do paradesporto. Os atletas pa-

raolímpicos brasileiros têm trazido resulta-

dos expressivos nos principais campeona-

tos internacionais como as Paraolímpiadas

e o Parapan. A prática e a participação em

atividades esportivas, mais que um benefí-

cio é um direito da pessoa com deficiência

e deve começar na escola. Nosso país só

tem a ganhar garantindo esse direito.

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Esporte

A atividade esportiva com maior índice de participação é a natação, apesar de a participação

em atividades esportivas ser baixa entre os atendidos.

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ENCAMINHAMENTOS

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Encaminhamentos internos

Durante os mutirões as famílias passa-

vam por uma triagem que identificava

para quais profissionais da equipe mul-

tidisciplinar do projeto a pessoa com

deficiência seria encaminhada. Esses

encaminhamentos foram chamados de

encaminhamentos internos e avaliam

quais profissionais foram mais deman-

dados no atendimento à população.

Encaminhamentos externos

As famílias participantes recebiam como resultado final do mutirão encaminhamentos para

serviços gratuitos em diversas áreas, conforme suas necessidades. Esses encaminhamentos

foram chamados de encaminhamentos externos. A maior parte dos encaminhamentos exter-

nos foi realizado para atendimentos de saúde, seguido por recursos assistivos, como órtese,

prótese e cadeira de rodas.

Especialidades

Por especialidade encaminhada fica evi-

dente a necessidade primária de aquisi-

ção de cadeira de rodas na população

atendida. Seguida por atendimento

odontológico.

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Resultados dos encaminhamentos externos

Do total de encaminhamentos realizados 52% foram atendidos e 26% das famílias não deu

prosseguimento aos encaminhamentos.

Motivos dos encaminhamentos não realizados

Dentre os motivos apontados pelas famílias para a não continuidade

dos encaminhamentos, o principal apontado foi a lista de espera na

instituição indicada.

Locais encaminhados

A maior parte dos encaminhamentos externos foi realizada para os mutirões de seating do

próprio projeto, justamente pela demanda de doação de cadeira de rodas, identificada nos

gráficos anteriores.

Atendimento aos famíliares

Os encaminhamentos do projeto tinham como foco não só a pessoa com deficiência, mas

também seus familiares. O gráfico acima identifica do total de encaminhamentos, quantos

foram realizados para a própria pessoa com deficiência ou para alguém da família.

Estabelecimentos públicos foram o se-

gundo local de maior número de enca-

minhamentos.

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DOAÇÕES

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Doações

Do total de doações de recursos assisti-

vos para as pessoas atendidas pelo pro-

jeto, a maior parte foram cadeiras de

rodas, seguidas de cadeira de banho e

almofadas para cadeiras de rodas ade-

quadas para a prevenção de escaras.

UM ANO DE CADÊ VOCÊ?

São 46,5 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. Um universo de pessoas que podem ter nascido com alguma deficiência ou a adquirido ao longo da vida e que ainda são subtraídas de um direito fundamental: o de exercer sua cidadania.

O projeto Cadê Você?, através dos mutirões e atendimentos domici-liares, acompanhou de perto a realidade dessa população. Somado à deficiência, encontramos indivíduos em vulnerabilidade social e econômica. Reféns de sua própria casa. Pessoas naturalmente ex-cluídas do convívio social pelas ladeiras, buracos e escadas. Pesso-as emocionalmente paralisadas diante da falta de políticas públicas e de uma sociedade segregadora.

Nesse cenário, muitas vezes, nem a informação conseguiu transpor as barreiras. Mães angustiadas diante da fatalidade de um filho que nasceu com alguma deficiência não sabiam o que fazer, quem procurar e como conseguir seus direitos. Nem mesmo sabiam que tinham direitos. Pessoas com deficiência física que pouco ou nada sabiam sobre, por exemplo, como previnir as úlceras de pressão – uma lesão de pele que têm como principais causas a pressão e a fricção e que, dependendo da profundidade, podem até matar. Dos encaminhamentos externos 47% foram pra área de saúde e 34% para aquisição de recursos assistivos.

Se nos saltou aos olhos o elevado índice de encaminhamentos pra área da saúde, baixos índices de participação em atividades cultu-rais e esportivas também são focos de destaques. Sem dúvida, as atividades culturais e esportivas acessíveis para esse público ainda são insuficientes.

Após um ano de Cadê Você? pudemos comprovar que é possível integrar pessoas com deficiência à sociedade: 52% dos encaminha-mentos externos foram atendidos. Também tivemos a oportunidade de atender todos os encaminhamentos realizados pela equipe do Cadê Você? para aquisição de recursos assistivos doando, através do projeto, equipamentos como cadeiras de rodas, próteses e al-mofadas e colchões para prevenção de escaras.

Finalizamos o primeiro ano do projeto Cadê Você? contribuindo para a melhoria de vida de mais de 900 pessoas, entre pessoas com deficiência e seus familiares. Um número pequeno mas não in-significante comparado aos 46,5 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. Acreditamos no processo, no passo a passo, na multiplicação da informação, do conhecimento e das experiências.

Equipe do projeto Cadê Você?

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