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Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde

UMBANDA

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Umbanda

Uma publicação do Núcleo Mata VerdeEditor ResponsávelManoel Lopes

Luiz EduardoMarcos PauloLeandro PerezGilberto PinheiroWalkyria Cozzi CoimbraMônica

O disponibiliza desde 2006um módulo de ensino a distância voltado a todosos umbandistas.

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Durante o ano realizamos aqui nomuitas palestras interessantes.

Todas as palestras são filmadas e disponibilizadasna e na .Acompanhe pelos sites:

www.tvmv.com.br - TV Mata Verde

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Neste mês de maio/2016 estamos divulgando atodos os irmãos umbandistas a Revista de número 05.Devido a uma série de fatores acabamos atrasandoum pouco a publicação da revista.Tivemos neste mês vários eventos, palestras,iniciações e Giras que acabaram dificultando umpouco a realização da revista.Nesta revista estamos apresentando assuntos queforam relevantes no mês passado e não poderíamosdeixar de abordar o orixá ogum e suas manifestaçõescomo o regente do primeiro reino.O Guerreiro é lembrado em diversos artigos dosnossos colaboradores.Recebemos também a visita do Pajé Ari Naruê, capadesta revista, que foi lembrado no texto “SabedoriaIndígena” apresentado pelo Leandro Perez.Walkyria apresenta um texto muito interessantedenominado “Alegria, brandura e força -ensinamentos” que deve ser lido com muita calma eatenção.Mônica continua com seus textos sobre alimentaçãosaudável e nesta edição apresenta uma receitadeliciosa de Quibe de Abóbora.Luiz e Marcos Paulo escreveram sobre São Jorge e oExército Brasileiro.Nosso querido irmão Gilberto Pinheiro nos brindacom mais um texto maravilhoso sobre os nossosirmãos - animais.Nos meses de abril e maio tivemos várias palestrasinteressantes que poderão ser assistidas na TV SaraváUmbanda ou no nosso canaldo youtube.Lembramos que estamos aguardando oscomentários e sugestões para que possamosmelhorar ainda mais a qualidade da revista.Abraços,

Saravá Umbanda!São Vicente, 15 de Maio de 2016

Rua Julio de mesquita, 209Santos/SPCEP:11075-221

(13)991274155

Email: [email protected]: nucleo.mataverdeTwitter: @mata_verdewww.mataverde.org

Duran

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Sabedoria Indígena

“Nossa casa é uma casa de Caboclos." Essaé uma frase dita e repetida inúmeras

vezes pelo dirigente da casa, o Sr. Manoel Lopes.É importante que tenhamos em mente quaissão nossas raízes, a origem do conhecimentoque mantém a nossa casa e nossos rituais.

19 de abril é o dia em que comemoramos o diado índio, os nativos de nossa terra, aqueles queum dia permitiram que pudéssemoscompartilhar deste solo sagrado, o dia em queos homenageamos, à sua força, sabedoria,costumes e crenças.

No mês de março deste ano, tivemos a presençado pajé , da tribo , em nossacasa. Ele nos falou sobre a importância danatureza em nossas vidas, de que quando ohomem à destrói, é a si mesmo que eleprejudica.

Disse-nos sobre a importância de nosmantermos juntos à natureza, às árvores,aos campos e animais. Não pode um homemevoluir estando cercado de grandes prédios, eleprecisa do contato com a terra, ele precisa seconectar com a Mãe natureza.

Na natureza existe tudo o que precisamos paraviver, para nos curarmos, para nos purificarmose atingirmos o estado de lucidez.

Os índios a conhecem em cada nuance, sabemextrair dela exatamente o que precisam,dominam o conhecimento de suas energias eelementos, eles de alguma forma estão tãoconectados com ela que a sentemprofundamente.

O pajé falou-nos da responsabilidade desteconhecimento, de que muitos buscam oselementos da natureza de forma errada, comfinalidades nocivas, se entorpecem e causammalefícios em seus corpos físico e espiritual.

As ervas possuem forças específicas, energiaspróprias, o que diferencia uma planta de poderde uma droga qualquer é o conhecimento de

quem a manipula e a finalidade para a qual elaserá utilizada.

Uma mesma erva pode curar inúmeras doenças,como também levar um indivíduo à loucura, àmorte.

Não se trata somente da erva em si, mas sabertrabalhar com os elementos da natureza, asenergias que fogem aos nossos olhos físicos,entender os princípios das forças que nosmantém vivos, do calor presente em nossoscorpos, do ar que adentra em nossos pulmões,

da força da terra e a sutileza da água, de suascombinações e efeitos.

Como exemplo, o pajé citou aayahuasca, feita a partir de plantas degrande poder, que tem como finalidade

limpar o corpo, purificar a mente, oespírito, conectarmo-nos com nós

mesmos e com o criador, mas énecessário muito conhecimento, deve

ser preparada com muita fé, acreditando em seupoder, através de rezas e cantos.

Não se esqueça de que não se trata somentedas plantas, e sim, da manipulação de suasenergias. Infelizmente existe umacomercialização desta prática, muitas pessoascolocam em risco sua saúde, por se exporem aexperiências como essas, em lugares e comindivíduos que não possuem a sabedoria sobreas forças presentes nestas plantas, onde não háresponsabilidade com o corpo e o espírito dequem as usará.

Existem alguns instrumentos utilizados pelosíndios que os auxiliam na manipulação dessasenergias, como o maracá, a pena, e tantosoutros, mas que devem ser usados emmomentos certos e variam a finalidade deacordo com a origem de seus elementos.

O pajé terminou a palestra mandando umamensagem de que para ser indígena não énecessário andar pelado na mata e do orgulhoque tem em ser um índio, que todos deveriam

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ter esse mesmo orgulho, ter compreensão daimportância e sabedoria que possuem.Aquelas palavras me fizeram recordar de umaentrevista realizada com o professor EdsonKayapó, da tribo Kayapó, em que eledesmistificava diversos conceitos indígenas.

A propriedade com que ele falava e a formacomo se expressava me fez adquirir umacompreensão maior sobre os indígenas.

O termo "índio" é muito limitado para definirtanta diversidade, tantas línguas e costumes,muitos de nós associam erroneamente os povosindígenas a seres atrasados, a selvagens, queviviam pelados e pintados. Julgam não existiremmais, que apenas restaram pobres coitados quevivem sem identidade por terem tido contatocom o "homem branco".

Existe um preconceito muito grande, em que asociedade tenta esconder este povo ao invés delhes dar o direito de inserção, por que não podeum índio usar celular, ser professor ou médico?

O que o torna inferior a quem quer que seja?

Os povos indígenas não deixam de ser quemsão quando interagem com alguém que nãoseja indígena, ao contrário, quer que a culturaindígena perpetue, de ensino de qualidade aeles, mas ensinem a verdade sobre o que é seríndio e não esses contos que são produzidos nascartilhas escolares, valorize seus conhecimentos,para que não se percam com os mais antigos.

Eles são povos guerreiros, são sábios, ensinem aeles a terem orgulho de quem são e assimteremos sempre conosco povos indígenas,nossos irmãos e que têm muito a nos ensinar…

Dizem que o índio é um ser selvagem, atrasado,mas somos muitos de nós quem passamos umavida inteira sem rumo, sem conexão com nada,entorpecendo-nos para preencher um vazioque não sabemos de onde vem. Se parássemospara observar a sabedoria dos povos indígenas,se respeitássemos a natureza como assim ofazem, se nos mantivéssemos mais próximos aela, conscientes do quanto ela é importantepara nós, certamente não viveríamos tãoperdidos e solitários.

Que o dia do índio possa representar não sóuma homenagem ao passado, mas um direitono presente.

Obrigado aos nossos irmãos que nos permitiramcompartilhar deste solo sagrado e nosdesculpem por ainda não sabermos dar odevido valor e respeito a esta terra.

É membro do Núcleo Mata VerdeAbá Guassú

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Walkyria Cozzi Coimbra

Durante as giras de atendimento, onde euparticipo e estou como , entre os

conselhos que presencio, dos caboclos e dospretos velhos às pessoas da assistência (que vêmprocurar conforto, uma palavra de apoio, amelhora da saúde, dos problemas pessoais, dotrabalho e de cura espiritual, etc.), eu noto que,existe uma máxima, praticada em todos osatendimentos, e também muito pronunciada,pelo nosso mentor,

O filho perdeu o emprego, e não consegue serecolocar, tem dívidas, contas para pagar... vaiperder a moradia...a mãe vem, preocupada coma saúde dos filhos, ou com a desavença comvizinhos, com família...a criança bem pequenaangustiada e totalmente consciente, a respeitode desentendimentos de seus pais quepresenciou outro dia... o enfermo vem,preocupado com seu estado de saúde, comreceio do exame médico que ainda fará, e commuita ansiedade pelo resultado...a mulhercasada se dirige a entidade, pede paraengravidar, pois há anos tentando nãoconsegue...o estudante vem, pede a vaga noconcurso, no estágio, menciona os planos parao futuro incerto...a jovem vem aos prantos, poisperdeu seu grande amor e não consegue pensarem outra coisa...a idosa chega triste e cabisbaixa,conta que tem cansaço, dores, e o coração triste.

A todos, sem exceção, depois do passe e daaudição a que as entidades se prestam durantea consulta, é possível ouvir o melhor dosconselhos: “ ”

Parece fácil! Ouvir e colocar em prática, afinalsomos filhos da casa (ou não) e estamos dentrodaquela egrégora preparada, forte, energizada,sólida como uma rocha. Parece fácil, pensamos.Porque as pessoas não enxergam como nósdiante do conselho?

- é um sentimento de contentamento, deprazer de viver, júbilo, satisfação, exultação,dizem que, nas pessoas, costuma ser expressaatravés de sorrisos.

- ausência de severidade;demonstração de afeto; carinho ou ternura.

Qualidade do que é ameno, pouco intenso. Sempressa; lentidão. Particularidade daquilo que securva à pressão.

– No caso intrínseco e pessoal, a força é acapacidade de resistir ao revés, uma muralhaque resiste aos problemas, afinal ela estatotalmente vinculada à pressão, divisão oudistribuição da força sobre a área; arrasto:diminuição da velocidade de um objeto; e,torque: força que produz mudanças navelocidade de rotação de um objeto.

Não estou sugerindo aos leitores que sejamconformados, escassos de objetivos, pretensosde calmaria total. Ao contrário, estou sugerindo,por tantas quantas vezes eu mesma já ouvi nosconselhos que me deram, sobre termos alegria,brandura e força, para continuar a árduacaminhada que é vestir esta roupa material quechamamos corpo, e, cumprirmos nossas missõescompromissadas perante os semelhantes.

Ninguém falou que seria fácil, porém ninguémtambém veio nos dizer que é impossível. Aalegria, brandura e força são qualidades que, aonos aperfeiçoarmos com muita maturidade e, aolongo do nosso tempo aqui neste planeta azul,podemos adquirir.

Os pretos velhos de hoje, que nos ensinam ealguns destes, que talvez já foram os escravos deontem, em algum momento deste nosso Brasil, emuito provavelmente de outras nações, sabem oque passamos por dentro.

Eles sabem, como ninguém, o que é dor,angústia, ansiedade, doença, obsessão,incerteza. Pensemos em outras épocas, ondeexistia menos poder de escolha e maisescravidão, menos poder de comunicação emais opressão... e achamos que somosexclusivos de mazelas? De sofrimento? Jamais.

Temos a exata quantidade de pendências paracarregar e vivenciar para nos aprimorarmos aquital qual nosso espírito necessita.Sabiamente, nosso Pai maior, nos insere nafamília na qual necessitamos aprender aperdoar, amar, proteger e apoiar. Convivemoscom amigos, professores, mestres, vizinhos,

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filhos de outros amigos, dos nossoscompanheiros.

Com todos, precisamos ter tolerância, paciência,compaixão. Ora, perdão, amor, proteção, apoioe compaixão de nós, para o outro? De onde épossível vir tudo isto, se temos nossos própriosanseios, nossas próprias angústias e sofrimentos(alguns mais imaginários que reais e, algunsmuito mais reais do que gostaríamos)?

Talvez, saibamos a resposta.Talvez seja a fé.

Mas para ter fé, tal qual o vô ou a vó nos orienta,tais quais os caboclos nos aconselham, do quenós precisamos?

Precisamos lembrar dos conselhos que nosforam dados com amabilidade e sabedoria:“Alegria, brandura e força.”

porque estamos vivos neste planeta,tivemos a graça Divina do sopro de vida namatéria que carrega nosso corpo astral, nossaprimeira egrégora sagrada. E na maioria doscasos, o nascimento, o dom da vida há que sercelebrado, pois ele representa a quem concebe,a quem nos recebe, a quem nos adota, plenaalegria. Estamos aqui, neste pequeno planetaazul para cumprirmos nossa missão, dentro dacaridade, aprendizado e resiliência, comperseverança e religiosidade.

pois somos valentes, resistentes naslutas, nas mazelas, nas doenças, mas somoshumildes para reconhecermos nossos limitesfísicos e emocionais e para lidarmos com todasas situações necessitamos ter paciência. E porsermos também um grupo que estuda, e que,conhece melhor a umbanda ou que procuraconhecer, acabamos por adquirir a gratidão. Esendo gratos, somos confiantes de que somosprotegidos. E gratidão, que acalma o coração, eproteção que abençoa nossas almas, certezasque nos levarão pelas mãos, até a brandura denossas mentes.

pois somos persistentes e nãoacomodados, e sabemos tirar uma muralha paraapoiar quem amamos, e também para escorarquem precisa. Força, pois, quando precisamos,teremos onde nos aconchegar também. Força,pois temos FÉ. E na fé temos que ter muitootimismo (outro qualidade positiva da alegria) e

termos também, coragem de pedir, esperar, ecolher o que merecemos.

O revés destes três ícones de fé, tristeza,ansiedade e fraqueza não nos pertence. Somosumbandistas.

Somos filhos do . Entre nós,alguns pertencem a iniciação dos sete reinos,bem como carregam o ritual de iniciação detrabalhos das entidades, o Amacy.

Quando escrevo e paro para pensar sobre estastrês virtudes necessárias, me convenço cada vezmais, que aprendo com vocês irmãos de fé, ecom nossos guias e mentores da casa, queprecisamos manter esta ideia de alegria,brandura e força.

Posso citar um grande exemplo de alegria,brandura e força bastante atual:Tenho um irmão, muito amado, mais jovem queeu, que venceu uma situação de saúde, comalegria, brandura e força.

Foram dias longos dentro do hospital. E exames.E diagnósticos. E reuniões de equipes médicas. Eacompanhantes se revezando. Orações vindasde diversas crenças religiosas, santinhos,imagens religiosas e terços. E familiares natorcida. De perto, de longe. Amigos.

Certo. Vocês estão pensando: ah claro, comtodos estes recursos, quem não conseguemelhorar? Vencer a doença? Estão errados.

Naturalmente oração tem poder. Sabemos disto.Acreditamos nisto. Contudo: querer é poder,provérbio antigo. Se meu irmão não quisesse,não acreditasse, não tivesse um pingo de fé emnosso Pai maior e em si mesmo, hoje ele nãoestaria aqui.

Pensem. Alegria, brandura e força. Meu irmãoconseguiu condensar tudo isto dentro dele, ereverter a situação.

com os plantonistas, com as moças dalimpeza do hospital e com toda a equipe médicae de enfermagem. Meu irmão ficou conhecido.Sua alegria contagiou pacientes internadosjunto com ele e lhe proporcionou novos amigos.Nova família. A alegria também contagiou osque o visitavam. Prova um.

Meu irmão teve que ser brandodiante da espera do diagnóstico mais assertivo.

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Teve que ter brandura pois não podia dormir emcasa, ver seus pertences, acariciar e alimentarseus cães, seus pássaros e conversar com seusvizinhos de porta.

Meu irmão teve que ter brandura, pois não maisiria trabalhar no que gostava de fazer, na suaespecialidade, no seu dia a dia, frequente econhecido. Ele teve que ter brandura quandoouviu dos médicos “vai ter que operarnovamente” (e pensou em passar por tudonovamente, menos de um ano após...) Provadois.

Meu irmão ficou internado três mesesno hospital. Com sondas, medicamentos na veia.Roupa simples. Não podia sair, não podia ir aocinema, dormir no seu sofá, na cama ao lado desua amada, não podia ir à feira livre, tomarcerveja, participar das festas, das reuniões comamigos. Onde meu irmão passou as festas definal de ano? Internado.

Mas força não se trata somente da resiliência.Meu irmão teve que ter força física para serecuperar de uma anemia e ao mesmo tempo,de excesso de ferro no organismo, de escaras(feridas que aparecem na pele de quempermanece muito tempo na mesma posição),para poder ingressar na próxima cirurgia.

Força, naquele momento, para literalmente, semexer e revezar a posição de deitar-virar-mudarde lado o corpo para se recuperar.Força para administrar conflitos de familiares evisitantes que contavam “causos” parecidos como dele e queriam medicá-lo ou que pretendiamdiagnosticá-lo sem ter registro no ConselhoRegional de Medicina! Prova três.

E o que dizer a respeito da alegria, brandura eforça da sua companheira, atual esposa? Provaquatro.Hoje, o casal continua junto com a benção deOxalá. E o bom exemplo que marcou, fica.

Os pretos velhos sempre ressaltam que devemoster alegria, brandura e força.Os caboclos sempre nos aconselham o mesmoao final de cada consulta.

Creio que todo este aprendizado do texto nosleva a uma conclusão ímpar: A fé.Sem alegria, brandura e força, estaremos cadavez mais distantes da fé.Mas se temos fé, conseguimos ter alegria,brandura e força para continuar poisacreditamos solidamente em algo MAIOR quenós.

O que será que chega primeiro? A fé ou aalegria, brandura e força?

Uma boa reflexão para o mês onde celebramosa existência dos pretos velhos em nossas vidas.Uma excelente oportunidade também dehomenagear todas as mães existentes noplaneta, que renunciam muito de si paraconceber aos seus filhos e certamenteconhecem com categoria, as três mencionadasvirtudes.

Que todos nós saibamos respeitar nossos idosos(sejam eles encarnados ou entidades que nosvisitam), nossas mães, independente de relaçãode sangue, com ternura e cuidado. Queconservemos lá dentro do nosso coração acerteza da importância da alegria, brandura eforça que devemos ter SEMPRE.Assim seja.

É membro do Núcleo Mata VerdeAbá Guassu

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Guerreiros unidos pelo Brasil – Dia 19 de Abril

Luiz Eduardo

Não podemos falar de História do Brasil, sema contribuição deles... No dia é

comemorado o , e o.

Curiosamente, dentre todas as tribos indígenasbrasileiras, há relatos de 1542, de que a tribo dos“Mundurucus” da Amazônia, de troncolinguístico Tupi, foi a mais bélica de todos ostempos!

Os Mundurucus já habitavam as margens do rioTapajós muito antes da chegada doscolonizadores europeus. Faziam das cabeçasdos inimigos os seus troféus de guerra,preservando-as num meticuloso processo demumificação. Acreditavam que isso dariapoderes mágicos aos guerreiros, e garantiria afortuna e a sobrevivência da tribo.

Detentores de grandes armadilhas e grandesarmamentos rústicos tinham comocaracterística, pintar o corpo e o rosto na corpreta, a fim de “camuflar-se” pelas matas paraemboscar os inimigos. Defenderam bravamentesuas terras e as demais tribos aliadas, chegandoao alto Xingu, tamanha sua estratégia edestreza.

Em uma das batalhas travadas entrecolonizadores e Mundurucus em 1745, doisíndios foram capturados e levados a Fortaleza daBarra do Rio Negro (Manaus-AM). De acordocom a história, lá os índios foram bem tratados ereceberam presentes. O governador na épocasolicitou que os dois índios comunicassem aosdemais, que o homem-branco não era seu

inimigo, e que cessassem os ataques, em vistados colonizadores na época não terem umnúmero elevado de poderio militar a fim deenfrentá-los, e tão pouco capazes de adentrarem solos desconhecidos.

Os Mundurucus passaram então a integrar eauxiliar as tropas militares dos colonizadores, eaceitaram a catequese jesuítica. Após selados osacordos de paz, a tribo dos Mundurucus foibatizada pelos portugueses, como: “

”, passando a atuar em conjuntocom a tropa dos colonizadores, auxiliando-os emsuas expedições.

Atualmente, cerca de 140 Mundurucus reúnem-se no Distrito Federal com outros órgãos dogoverno, a fim de discutir a suspensão deempreendimentos energéticos da Amazônia, etambém sendo contra o garimpo e a extração demadeira, ambos ilegais, em suas terras.

Nos Montes Guararapes, em Pernambuco, palcoda vitoriosa batalha contra o invasor holandêsem 19 de abril de 1648 (época em que o açúcarvalia ouro), a Força Terrestre do Brasil forjou-se.Integrados por índios, brancos, negros emestiços, cimentaram as bases da nossanacionalidade, e o nascimento da Força MilitarTerrestre. Os momentos épicos ali vividosencerram profundo significado para o Exército

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Brasileiro. Há 368 anos, cultuam-se na alma e nocoração de cada um dos seus membros, osvalores de bravura, fé na missão e honra a pátria.

O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO,no uso da competência que lhe confere o art.117, da Portaria n° 041, de 18 de fevereiro de2002 (IG 10-42), resolve:

.”A finalidade da lei orienta as atividades a seremdesenvolvidas e os procedimentos adotados

pelo Exército Brasileiro (EB) no relacionamentocom as comunidades indígenas, que muitocontribuíram com os militares ao longo dahistória, em defesa de nossas fronteiras.

É membro do Núcleo Mata VerdeAbaré Anga (7ºGrau)

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Palestra - O Exercito BrasileiroTenente coronel Arilson Paiva

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Eles são nossos irmãos (animais)Gilberto Pinheiro

O espírita, seja ele kardecista ou umbandistaé um zelador do bem na Terra. Cabe a ele

respeitar seu próximo, praticar a caridade, ajudaraos necessitados como melhor lhe aprouver,saber ouvir os que têm e precisam desabafar.

A caridade é o tesouro que acumulamos e que ébem-vindo no reino de Deus.E essa caridade precisa ser entendida tambémaos irmãos animais, assim como ao meioambiente, ao planeta Terra que nos acolhe e nosalimenta, trabalhando incansavelmente paranos alimentar, produzir energia do sol, da lua,das estrelas, chuvas regando os campos, vidafluente a nos servir.

O planeta Terra é a nossa residência maior,portanto, cabe-nos essa responsabilidade decuidar de nossa residência maior, pois somosinquilinos nessa grande morada e Deus ogrande e inconteste proprietário.s de vida.

Isso é ato de sublime amor crístico, pois abondade que vem do coração nos faz navegarem mares de inconfundível beleza e compaixãopelo próximo, principalmente, os maisfragilizados, no caso, crianças, idosos e animais.

Nossa energia é para o bem, pois a vida na Terraé uma escola renovadora de valores para nossaelevação espiritual e quem ama também osanimais, ama diretamente a Deus. Tenhamoscompaixão, comiseração, sejamos bondososzelando por eles que precisam tanto de nossaajuda.

Não aceite a crueldade contra os animais e seacaso vir alguém batendo, agredindo,machucando um animal, denuncie à polícia doseu bairro, citando a lei federal 9605/98, artigo32 e o infrator responderá por crime contra afauna.

É inconcebível que nos dias atuais e na plenitudedo Terceiro Milênio ainda haja animais sendomaltratados, abandonados nas ruas de formacruel e impiedosa. Isso é muito triste, poisquando alguém abandona um animal nas ruasda amargura, faz com que ele sofra duas vezes:a primeira, por ter imperiosa necessidade de

adaptar-se às adversidades da solidão, da fome,do desamor; a segunda é que mesmoabandonado pela insensibilidade humana,ainda continua a amar seu tutor, sentindoimensa saudade do lar em que residia. Será quegostaríamos que fizessem isso conosco?

Imaginem nesse intenso calor, um pobre cão,por exemplo, vagando pelas ruas da amarguracom sede e fome e ninguém o alimentando. Agrande maioria morre de sede e isso éanticristão. O verdadeiro cristão ama a todas asmanifestações de vida.

Animais em arenas de rodeios, vaquejadas, farrado boi, touradas como existem na Espanha,Portugal e alguns países da América do Sul sãoformas absurdas, crueis e inaceitáveis, pois osanimais sofrem demais por interesse econômicode alguns insensíveis e desumanos. São sinais depsicopatia, pois deleitam ou sentem prazer emvero um pobre e indefeso animal sofrer parasatisfazer egos doentios e obisidiados porespíritos do mal.

São humanos que ainda não evoluíramespiritualmente e são joguetes de seus impulsosinferiores. Como pode alguém em sãconsciência aceitar estas práticas"esportivas"(???) quando o animal sofre tanto e aplateia delira de entusiasmo, sorrindo,gargalhando e ainda aplaudindo? O que quesão estas pessoas senão verdadeiros seres

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humanos obsidiados, apegados a atos telúricos,inferio res, quadro doentio de quase psicopatia?

Ninguém é obrigado a gostar de animais mastem o dever moral e à luz de legislação especialde respeitá-los. A Constituição Federal em seuartigo 225, § 1º / VII determina que tanto oEstado quanto a sociedade tem o dever deproteger a fauna e a flora e que nenhum animalpoderá ser submetido a crueldade. Infelizmente,o que vemos é exatamente o oposto. O que sepassa na cabeça de quem maltrata um animal enão demonstra piedade ou arrependimento?

Já bastam os abatedouros oficiais e os nãooficiais que matam animais para saciar nossafome. Ora, imaginem amigos, retirar um pobrebezerrinho do lado de seu pais para ser abatidoe tornar-se carne de consumo (vitela)? Eleschoram, acreditem nisso!

Os animais são seres sencientes que têmsentimentos, emoções e consciência, fatosdescobertos pela Ciência através de estudos daneurociência, através de equipe depesquisadores e professores universitários,chefiados pelo dr. Philip Low, docente ouprofessor da Universidade Stanford epesquisador do MIT - Massachussets Institute ofTecnology, comprovando seus estudos viaconferência internacional na Universidade deCambridge, Inglaterra, em julho de 2012.E ainda cunhou uma frase simples eemblemática: " agora,não podemos mais dizerque não sabíamos".

Portanto, meus ilustres e digníssimos irmãosespíritas-umbandistas, os animais sentem dor,fome, sede, têm emoções, sentimentos,consciência exatamente como todos nós. O quenão desejamos de ruim para todos nós, nãopodemos desejar para eles,afinal, como dizia oMestre São Francisco de Assis - eles são nossosirmãos! Podem ter absoluta certeza - elessentem como todos nós, amam, sentemsaudades, tristeza e sofrem pela crueldadehumana.

A alta espiritualidade não concorda com isso,afinal, são criaturas de Deus que estão nomundo para nos fazer companhia e todos, semexceção, merecem nosso respeito, afinal,queiramos ou não, somos todos irmãos!

Que a Luz de Deus abençoe e ilumine a todos.Lembrem-se, os animais merecem nosso respeitoe precisam de todos nós!

Saúde e paz a todos(as) irmãos em féumbandista!

jornalista, palestrante emescolas, universidades sobre asenciência dos animais,integrante da CPDA/OAB -Comissão de Proteção e DefesaDos Animais da Ordem dosAdvogados do Brasil, seccionalRio de Janeiro

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São Jorge, o Santo GuerreiroMarcos Paulo

No dia 23 de abril comemora-se o dia de SãoJorge, um soldado romano do exército do

imperador Diocleciano. Esta data foi escolhidadevido o seu falecimento em 23 de abril de 303d.C.

De acordo com a lenda, São Jorge nasceu noano 275, na Capadócia, hoje território daTurquia. Aos 17 anos entrou para a vida militar epela sua aplicação, capacidade no manejo dasarmas e excepcional destreza nos torneios deequitação, chegou a ocupar cargos importantesno exército romano, aos 23 anos, se tornoutribuno (General) militar na Nicoméia.

Ao ver que o imperador perseguia e matava oscristãos, passou a defende-los. Por isso, foidestituído do cargo, mandado a prisão, depoisde vários suplícios fora atado a uma rodaouriçada de pontas que a cada volta dilacerava-lhe as carnes, raspadeiras com garras de ferro,banho de cal viva, flagelação, fogo em brasa eveneno, os algozes finalmente decidiramdecapitar o corajoso mártir.

São Jorge é padroeiro da cavalaria do exércitobrasileiro, esta no início das operações, éempregada à frente dos demais integrantes da

Força Terrestre, na busca de informações sobreo inimigo e sobre a região de operações.

Participa de ações ofensivas e defensivas,aplicando suas características básicas:mobilidade, potência de fogo, ação de choque,proteção blindada e sistema de comunicaçõesamplo e flexível.

Seus elementos podem ser blindados,mecanizados e de guardas. Participa docerimonial com escoltas mecanizadas e a cavalo.

No Rio de Janeiro a data da morte do santo virouferiado estadual através da Lei nº 5.198/2008.

O exemplo de São Jorge ao defender a sua fé, oscristãos, com toda a sua força, sem renegar,também nós umbandistas devemos enfrentar asprovas em que a espiritualidade nos encaminhapara a nossa evolução com muita força, porémcompletamente pacíficos, confiando sempre nocriador e na própria espiritualidade.

Muitas vezes ao enfrentar as provações oumbandista pensa em desistir e seguir outrocaminho. Mas a senda que muito dá, muitocobra do seu iniciado. Faz parte dofortalecimento e aprendizado os testes equando fortalecido, mais difícil será para seabater.

Portanto lembrem-se de São Jorge ao passarempelos testes espirituais.

A oração de São Jorge está entre as oraçõesmais repetidas em todo o mundo.

Ó São Jorge, meu Santo Guerreiro,

invencível na fé em Deus,

que trazeis em vosso rosto a esperança e a

confiança,

abri meus caminhos.

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Eu andarei vestido e armado com vossas armas

para que meus inimigos, tendo pés, não me alcancem; tendo mãos,

não me peguem; tendo olhos, não me enxerguem;

nem pensamentos possam ter para me fazerem mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, flechas e lanças se quebrarão

sem a meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão

sem o meu corpo amarrar. Glorioso São Jorge, em nome de Deus,

estendei vosso escudo e vossas poderosas armas,

defendendo-me com vossa força e grandeza. Ajudai-me a superar todo desânimo

e a alcançar a graça que Vos peço (FAÇA O SEU PEDIDO).

Dai-me coragem e esperança, fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta necessidade.

Amém.

Salve São Jorge!

Fontes:

www.historiadigital.org

http://www.tudodomundo.com.br/oracao-de-sao-jorge/

http://portal.dgp.eb.mil.br/portalsarex/Pagina/Santos%20Padroeiros/saojorge.html

http://www.setor1rs.com.br/2015/04/abril-mes-dos-guerreiros-mes-de-sao.htmlhttp://www.eb.mil.br/armas-quadros-e-servicos/-/asset_publisher/W4kQlILo3SEa/content/arma-de-cavalaria

É membro do Núcleo Mata VerdeAbaré Tatá (1ºGrau)

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Quibe de AbóboraMônica Duran

Uma longa caminhada começa com um simples passo!

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É membro do Núcleo Mata VerdeAbaré Ybytu ( 3º Grau)Vegetariana

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Curso Básico da Doutrina dos Sete Reinos SagradosParte 3

A ciência atual tenta de todas as maneiras encontrar uma explicação para o universo enovas teorias surgem a todo instante.Não é nossa intenção aprofundarmos em questões teóricas da física.

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Para nossos estudos podemos considerar ouniverso como sendo infinito e eterno.Em termos espaciais ele é infinito, isto significa,que se pudéssemos nos deslocar para qualquerdireção: para cima, para baixo, para frente, paratrás, para esquerda para a direita; iríamossempre caminhar e nunca encontraríamos umlimite, não estamos falando do planeta Terra esim do universo.

Com o desenvolvimento dos telescópios cadavez o homem consegue enxergar mais longe,mas sempre observa que mais coisas existemalém daquele limite; as galáxias, os buracosnegros, os quasares, as estrelas, os planetas, etc…

Em relação ao tempo, uma idéia semelhante seapresenta: A eternidade do tempo.

Se através do nosso pensamento voltarmos notempo, não conseguiremos encontrar um limite,da mesma maneira em relação ao futuro.

Através das teorias da física moderna, sabemosque a luz das estrelas, que são observadaspelos telescópios, demoraram bilhões de anosluz até atingirem nosso planeta, ou seja, sãoeventos que foram realizados num passado

muito distante e que devido a sua grandezapodemos até considera-lo eterno, pois emfunção das nossas grandezas (tempo de vida doser humano), bilhões de anos luz é umaeternidade.

Podemos, portanto, considerar o universo,quando comparado com as dimensões (espaciaise temporais) da realidade humana, como infinitoe eterno.

Sabemos que as dimensões espaciais etemporais são interligadas, conforme diz aTeoria darelatividade; mas o universo Umbandista incluimais uma dimensão.

A dimensão espiritual independe do espaço e dotempo da dimensão material, podemos dizerque se trata de uma dimensão independente,embora exista uma forte interação entre estasduas realidades: a material (espaço e tempo) e aespiritual.

Podemos afirmar que o universo é formado pordois universos distintos: O universo material e ouniverso espiritual.Neste estudo é dada prioridade a uma visãomacroscópica da realidade, que servirá dereferencia ao estudo dos fenômenos queocorrem nos Terreiros Umbandistas.

Os africanos chamavam estes universos de AIYÊe ORUM .O mundo material e o mundo espiritual.

Atualmente temos observado uma grandeconfusão em relação a questões espirituais e,sobretudo sobre a natureza do espírito.

É prática muito comum, nos dias de hoje, umatentativa de materialização do espírito, e damesma forma uma espiritualização da matéria.

Alguns conceitos da física quântica tem levadoalguns cientistas (materialistas) a tentaremexplicar a realidade espiritual através defenômenos da dimensão quântica.

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Por sua vez, alguns “Espiritualistas” maisapressados e talvez sem alicerces filosóficosacabaram num processo de materialização doespírito.

È muito comum, ouvirmos expressões de queDeus, ou um espírito é uma forma de energia,que os pensamentos são ondaseletromagnéticas, que o espírito irradia luz (luzno sentido material e não no sentido figuradosignificando conhecimento e evolução); muitocomum tratamentos espirituais com luz, como seo fato de ficarmos expostos a uma determinadalâmpada incandescente produzisse alteraçõesespirituais (evolução, conhecimento,determinação, etc...), percebe-se uma tentativade fugir da difícil tarefa de nos espiritualizarmosvencendo nossos vícios, fazendo a caridade, epraticando o amor ao próximo.

Combatemos formalmente esta visão; matéria eespírito são as essências básicas distintasdo Universo, uma não se transforma na outra;são totalmente diferentes e distintas, emborauma interaja com a outra, nunca uma setransformará na outra.

O universo material é o universo queconhecemos melhor, é onde vivemos aexperiência do nosso dia a dia, como somosespíritos presos a matéria, é a realidade da nossaconsciência.

Neste universo encontramos a matéria(independente da definição científica de matéria,todos sabem subjetivamente o que é a matéria),a eletricidade, o magnetismo, a gravidade, ocalor,a luz (ondas eletromagnéticas), ondas deradio, a radioatividade , o som, etc.…

Todas são manifestações do universo material, esão estudadas pela física e pela ciênciatradicional.Incluímos neste rol as construções e objetos danossa vida cotidiana.

Da nossa experiência diária sabemos que oscorpos possuem altura, largura e profundidadee também, é da nossa vivência a noção dotempo.

Vivemos “presos” ao tempo, mais precisamenteao que chamamos de “Presente”; todos osacontecimentos que nos sensibilizam, sãoacontecimentos que se realizam no “Presente”;por exemplo: você não tem como conversar com

uma pessoa que viveu na época dodescobrimento do Brasil, vocêsó pode conversar com pessoas que estãovivendo neste momento.

Recomendamos a leitura do livro “Orun e Aiye”de José Beniste.

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Fases da Lua - Maio/2016