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CENTRO DE APRENDIZAGEM E FORMAÇÃO ESCOLAR DE OECUSSE
E
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FIGUEIRA-MAR
FIGUEIRA DA FOZ
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ÍNDICE
BREVE CARACTERIZAÇÃO DE TIMOR-LESTE
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
ECONOMIA
LÍNGUA
CULTURA
LITERATURA
MÚSICA
RELIGIÃO
INTRODUÇÃO
ENQUADRAMENTO
OBJETIVOS
ATIVIDADES
RECURSOS ENVOLVIDOS
CALENDARIZAÇÃO
AVALIAÇÃO
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BREVE CARACTERIZAÇÃO DE TIMOR-LESTE
GEOGRAFIA
Timor-Leste, oficialmente República
Democrática de Timor-Leste (Timor
Lorosa'e na língua tétum), é um dos
países mais jovens do mundo. Situa-se no
Sudeste Asiático e é constituído pela
metade oriental da ilha de Timor, o
enclave de Oecusse, na costa norte da
parte ocidental de Timor, a ilha de Ataúro, a norte, e o ilhéu de Jaco, ao largo da
ponta leste da ilha. O país tem fronteiras terrestres com a Indonésia, que ocupa
a restante parte da ilha de Timor e fronteira marítima com a Austrália a sul do
Mar de Timor. Com 14 874 quilómetros quadrados de extensão territorial,
Timor-Leste tem uma superfície equivalente às áreas dos distritos portugueses
de Beja e Faro somadas e a capital é a cidade de Díli, situada na costa norte.
A ilha caracteriza-se pela existência de uma crista central montanhosa de
orientação este-oeste, que divide o país na costa norte, mais quente e irregular,
e a costa sul, com planícies de aluvião e um clima mais moderado. O ponto mais
alto do país é o monte Ramelau (ou Tatamailau), que regista cerca de 2 960
metros de altitude, havendo ainda outras quatro montanhas no território com
altitude acima dos 2 000 metros: o monte Kablaque, na fronteira dos municípios
de Ermera e Ainaro, os montes Merique e Loelaco, na zona oriental e o Matebian,
entre Baucau e Viqueque.
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HISTÓRIA
O país foi colonizado pelo Império Português no século XVI e
era conhecido como Timor Português até à sua descolonização. No
final de 1975, Timor-Leste declarou a sua independência, mas no
final daquele ano foi invadido e ocupado pela Indonésia e foi
anexado como a 27ª província do país no ano seguinte chamada "Timor Timur".
A partir daí, dominou uma política de genocídio da qual resultou um longo
massacre de timorenses. Centenas de aldeias foram destruídas pelos
bombardeios do exército da Indonésia, sendo que foram utilizadas toneladas de
napalm contra a resistência timorense (chamada de Falintil). O uso do produto
queimou boa parte das florestas do país, limitando o refúgio dos guerrilheiros na
densa vegetação local.
Entretanto, a visita do Papa João Paulo II a Timor-Leste, em outubro de 1989,
foi marcada por manifestações pró-independência que foram duramente
reprimidas. No dia 12 de novembro de 1991, o exército indonésio disparou sobre
os manifestantes que homenageavam um
estudante morto pela repressão no cemitério
de Santa Cruz, em Díli. Cerca de 271 pessoas
foram mortas no local. Outros manifestantes
foram mortos nos dias seguintes, "caçados"
pelo exército da Indonésia. A causa de Timor-Leste pela independência ganhou
maior repercussão e reconhecimento mundial com a atribuição do Prémio Nobel
da Paz ao bispo Carlos Ximenes Belo e a José Ramos Horta em outubro de 1996.
Em julho de 1997, o presidente sul-africano Nelson Mandela visitou o líder da
FRETILIN, Xanana Gusmão, que estava na prisão.
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A visita fez com que aumentasse a pressão para que a independência fosse
feita através de uma solução negociada.
A crise na economia da Ásia no mesmo ano afetou duramente a Indonésia,
o regime militar de Suharto começou a sofrer diversas pressões com
manifestações cada vez mais violentas nas ruas. Tais atos levaram à demissão do
general em maio de 1998.
Em 1999, os governos de Portugal e da Indonésia começaram, então, a
negociar a realização de um referendo sobre a independência do território, sob
a supervisão de uma missão da ONU. No mesmo período, o governo indonésio
iniciou programas de desenvolvimento social, como a construção e recuperação
de escolas, hospitais e estradas, para promover uma boa imagem junto aos
timorenses. O exército indonésio treinou e equipou diversas milícias, que
serviram de ameaça contra o povo durante o referendo. Apesar das ameaças,
mais de 98% da população timorense foi às urnas no dia 30 de agosto de 1999
para votar na consulta popular e o resultado foi que 78,5% dos timorenses
queriam a independência. As milícias, protegidas pelo exército indonésio,
desencadearam uma onda de violência antes da proclamação dos resultados.
Homens armados mataram nas ruas todas as pessoas suspeitas de terem votado
pela independência. Milhares de pessoas foram separadas das famílias e
colocadas à força em camiões, cujo destino ainda hoje é desconhecido (muitas
levadas a Kupang, no outro lado da ilha de Timor, pertencente à Indonésia).
Grande parte da população fugiu para as montanhas ou procurou refúgio em
prédios de organizações internacionais e igrejas. Os estrangeiros foram
evacuados, deixando Timor entregue à violência dos militares e das milícias
indonésias.
Em 1990, João Gil publica, no álbum “Um Destes Dias”, a famosa música
portuguesa Timor, escrita por João Monge e várias vezes cantada por Luís
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Represas. Música essa que, quase originou um segundo hino nacional, fazendo
ainda hoje, parte do reportório nos concertos desta banda.
A Organização das Nações Unidas (ONU) decide criar uma força
internacional para intervir na região. Em 22 de setembro de 1999, soldados
australianos sob a bandeira da ONU entraram em Díli e encontraram um país
totalmente incendiado e devastado. Grande parte das infraestruturas de Timor-
Leste tinham sido destruídas e o país estava quase totalmente destruído. Xanana
Gusmão, líder da resistência timorense, que se encontrava até então preso, foi
libertado logo em seguida.
Em abril de 2001, os timorenses foram novamente às
urnas para a escolha do novo líder do país. As eleições
consagraram Xanana Gusmão como o novo presidente
timorense e, em 20 de maio de 2002, Timor-Leste tornou-
se totalmente independente. Após a independência, o país
tornou-se membro das Nações Unidas e da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa.
Em 2006, depois de uma greve, que levou à demissão em massa das forças
armadas leste-timorenses, um clima de tensão civil despontou em violência no
país. Em 26 de junho, o então primeiro-ministro Mari Bin Amude Alkatiri deixou
o cargo, assumindo interinamente a coordenação ministerial José Ramos Horta,
que, em 8 de julho, foi indicado para o cargo pelo presidente Xanana Gusmão,
pondo termo ao clima vigente. A situação do país permaneceu estável devido à
intervenção militar vinda da Malásia, da Austrália, da Nova Zelândia e à pressão
política e militar de Portugal que tentou apoiar Timor-Leste no seu
desenvolvimento. José Ramos Horta era apontado pela imprensa portuguesa
como um dos sucessores de Kofi Annan no cargo de secretário-geral da ONU.
Ramos Horta não confirmou o seu interesse no cargo, mas também não excluiu
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a hipótese. Na segunda volta das eleições de 9 de maio de 2007, Ramos-Horta
foi eleito Presidente da República, em disputa com Francisco Guterres Lu Olo,
sucedendo a Xanana Gusmão no cargo. A 6 de agosto de 2007, José Ramos-Horta
indica Xanana Gusmão, ex-presidente da República, como 4.º primeiro-ministro
da história do país sucedendo a Estanislau da Silva. Xanana Gusmão, líder do
renovado Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT),
apesar de 2.º classificado nas eleições legislativas de junho com 24,10% dos
votos (atrás dos adversários da FRETILIN, de Francisco Lu-Olo), alcançou uma
série de acordos pós-eleitorais com as restantes forças políticas da oposição que
conferem ao seu governo um estatuto de estabilidade.
No ano de 2008, uma nova onda de atentados em Timor-Leste, ocorreu
quando soldados rebeldes timorenses invadiram as residências do presidente e
do primeiro-ministro de Timor-Leste em 11 de fevereiro de 2008, conduzindo a
um tiroteio que provocou um ferimento grave no presidente José Ramos-Horta,
um disparo contra o carro do primeiro-ministro Xanana Gusmão e um tiro fatal
contra o líder rebelde Alfredo Reinado.
Em 2011 Timor-Leste anunciou a intenção de participar da Associação de
Nações do Sudeste Asiático através da apresentação de uma carta de
candidatura para se tornar o décimo primeiro membro do grupo. É um dos dois
únicos países predominantemente cristãos no sudeste da Ásia, sendo o outro as
Filipinas.
A última eleição presidencial de Timor-Leste ocorreu em 20 de março de
2017, onde foi eleito o presidente Lu Olo da FRETILIN, candidato apoiado pelos
dois principais partidos (FRETILIN e CNRTL) com resultado à volta dos 57%, sendo
as primeiras eleições organizadas autonomamente por Díli. O presidente Lu Olo
sucede o presidente Taur Matan Ruak e tomará posse a 20 de maio de 2017.
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ECONOMIA
Timor-Leste tem um rendimento per capita muito inferior à média da
economia mundial, sendo que 37,4% da população do país vive abaixo da linha
de pobreza internacional, o que significa viver com menos de 1,25 dólar dos
Estados Unidos por dia e cerca de 50% da população é analfabeta. O país
continua a sofrer os efeitos colaterais de uma luta de décadas pela
independência contra a ocupação indonésia, que danificou severamente a
infraestrutura do país e matou pelo menos cem mil pessoas.
A economia de Timor-Leste assenta na produção de cacau, café, cravo e
coco. Nos últimos anos foram encontradas importantes reservas de petróleo e
gás natural.
LÍNGUA
Timor-Leste é uma ilha no Sudeste Asiático que tem o Tétum e o Português
como línguas oficiais e o inglês e o indonésio como línguas bastante usadas no
mercado de trabalho. Existe ainda um número elevado de línguas nativas (mais
de 31), as denominadas
“línguas maternas”,
pertencentes a distintos
grupos linguísticos dos
diferentes municípios do
país, sendo as mais
conhecidas ataurense,
baiqueno, becais, búnaque, cauaimina, fataluco, galóli, habo, idalaca, lovaia,
macalero, macassai, mambai, quémaque e tocodede.
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O português é uma língua oficial da República Democrática de Timor-Leste,
juntamente com a língua Tétum, desde sua constituição de 2002 e a influência
lusófona na ilha de Timor remonta ao ano de 1515, altura em que os
colonizadores portugueses chegaram pela primeira vez à ilha na localidade de
Lifau, em Oecusse. Atualmente, o tétum é a língua com maior expressão em
Timor-Leste, devido à sua utilização enquanto língua franca. Esta realidade é
fruto do percurso do próprio país. O tétum é uma língua da família austronésica,
ou malaio-polinésia, que parece originária da Formosa e talvez também do sul
da China continental. O primeiro tétum, o tétum-térique, já se havia estabelecido
como língua franca antes da chegada dos portugueses, aparentemente em
consequência da conquista da parte oriental da ilha pelo império dos Belos e da
necessidade de um instrumento de comunicação
comum para as trocas comerciais. Com a chegada
dos portugueses à ilha, o tétum apodera-se de
vocábulos portugueses e malaios e integra-os no
seu léxico, tornando-se uma língua crioula e
simplificada, assim nasce o tétum-praça. Durante o
domínio português, quer na administração, quer no sistema de ensino, era usada
exclusivamente a língua portuguesa, embora coexistindo, no dia-a-dia, com o
tétum e com outras línguas maternas. O português influenciou profundamente
o tétum, especialmente o dialeto falado em Díli, conhecido como tétum-praça,
que constitui atualmente a versão oficial da língua e a que se ensina nas escolas.
Com a anexação do território pela Indonésia, o uso do português foi proibido,
impondo-se a língua indonésia, idioma até então desconhecido no território. Por
vezes o indonésio é referido em português como "bahasa", mas isso é incorreto
porque "bahasa" significa "língua" ("bahasa Indonesia" = língua indonésia,
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"bahasa tetun" = língua tétum, "bahasa portugis" = língua portuguesa).
Durante 24 anos, toda uma geração de timorenses cresceu e foi educada nesta
língua. O português sobreviveu, no entanto, como língua de resistência, usada
pela Fretilin e pelas outras organizações da resistência nas suas comunicações
internas e no contacto com o exterior. Este uso do português, muito mais do que
o tétum, conferiu-lhe uma enorme carga simbólica. Com o termo da ocupação e
a independência de Timor-Leste em 20 de maio de 2002, as novas autoridades
do país fizeram questão de recuperar o idioma da antiga potência administrante.
A Constituição reconhece ao português o estatuto de "língua oficial" ao lado do
tétum. Para os timorenses mais idosos, o indonésio é negativamente conotado
com o regime repressivo de Suharto, mas, por outro lado, muitos jovens têm-se
mostrado adversos à reintrodução do português, visto como "língua colonial",
um pouco como os indonésios veem o holandês. No entanto, enquanto a língua
e a cultura holandesas tiveram reduzida influência na Indonésia, as culturas
portuguesa e timorense interligaram-se ao longo dos séculos, nomeadamente
através de casamentos mistos, criando-se uma afetividade em relação ao
português em Timor-Leste que nunca existiu com o holandês na Indonésia. Um
bom exemplo da aceitação popular do português é o facto de 70% dos apelidos
e 98% dos nomes próprios dos timorenses serem, ainda hoje, portugueses.
Contando com a colaboração ativa de Portugal e do Brasil, o português tem vindo
progressivamente a recuperar terreno, sendo que atualmente alguns timorenses
falam português (13,6% de acordo com o censo de 2004).
CULTURA
A cultura de Timor Leste reflete inúmeras influências exteriores, incluindo
Portuguesa, Católica Romana e malaia, nas culturas indígenas austronésias de
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Timor e tem sido fortemente influenciada por lendas locais. A lenda mais
conhecida refere que um crocodilo gigante foi transformado em ilha de Timor,
ou a Ilha do crocodilo, como muitas vezes é chamada. Outra influência muito
importante na cultura timorense é a da religião, tratando-se de um povo
maioritariamente católico.
Quanto à arquitetura ainda são visíveis alguns edifícios de estilo português,
assim como as casas totem tradicionais da região leste, conhecidas como “Uma
Lulik”. Em Díli, a maioria das habitações é constituída por moradias térreas,
feitas de tijolo e telhados de zinco, com várias divisões, alpendre e jardim. São
casas que ficaram do tempo da colonização portuguesa. E, embora muitas delas
precisem de obras urgentes, reúnem as condições mínimas de habitabilidade.
Fora de Díli o cenário é completamente diferente, as cidades e a maioria dos
municípios não passam de pequenos povoados e as aldeias não são mais do que
aglomerados familiares de quatro ou cinco casas. Muitas das casas estão
completamente isoladas, escondidas atrás da vegetação e são construídas com
os materiais que a ilha oferece, muitas destas são cabanas de madeira ou bambu
com teto de colmo e outras ainda são cabanas feitas de palha entrançada. Estão
completamente integradas na paisagem, mas falta-lhes tudo o que associamos
a uma casa habitada (desde luz, água, portas,
mobílias), sendo naturalmente casas de
sobrevivência, onde a utilidade se sobrepõe ao
conforto.
Para além das casas que servem de
habitação, existem ainda os abrigos de animais e de pessoas, que são compostos
apenas por quatro estacas com teto de colmo. Protegem pastores e pescadores
desprevenidos das tempestades tropicais e servem muitas vezes para fazer uma
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sesta à sombra, entre as longas caminhadas que as populações das áreas
montanhosas são obrigadas a fazer.
Nesta ilha, as tradições raramente permaneceram estáticas, novas ideias e
técnicas, algumas provenientes de ilhas longínquas, foram ao longo dos séculos
absorvidas e reinterpretadas, para dar resposta a novas situações sociais e
económicas. Etnograficamente, os timorenses dividem-se em dois grandes
grupos: o Atoni da Melanésia e o Tétum do Sul de Belu, que se pensa originário
de Malaca. No caso específico de Timor-Leste, torna-se muito difícil identificar e
classificar por território vários grupos étnicos existentes. Ainda, nos dias de hoje,
se encontra uma grande diversidade cultural e linguística, proveniente das
antigas guerras internas e das consequentes integrações de subgrupos em
outros grupos étnico-linguísticos. Tal diversificação é revelada nos têxteis,
denominados “Tais”, em termos de cores,
motivos e técnicas usadas na tecelagem. Os
Tais são em algodão previamente fiado e
tingido com corantes químicos, executado
em ikat em teia (Bobonaro). Os têxteis de
Timor, tal como nas outras sociedades da
Indonésia, têm um papel muito importante nos rituais das comunidades, e, ao
serem criados por grupos de etnias diferentes, podem distinguir-se uns dos
outros, quer em estilo e nas técnicas utilizadas, quer no seu significado cultural.
Um outro elemento cultural é o “Kaibauk”, este diadema compósito, é um dos
símbolos do poder normalmente usado pelos homens de posição social mais
elevada no seio da organização tradicional timorense, os chamados dato. O
Kaibauk tradicional é moldado em forma de lua crescente e pode ter outros
enfeites, como estrelas, nas extremidades da meia-lua. É um elemento
ornamental usado na fronte, distintiva de dato, por parte de quem o usava. Faz
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parte do traje tradicional, em dias de festa. Além
dessa especificidade, é usado por outros como
ostentação de riqueza pessoal e de afirmação. Assim,
em dias de grande festa, os organizadores da fanfarra
tradicional, em festas religiosas, ostentam, além do
Kaibauk, o Belak (medalhão timorense de ouro ou
prata pendurado ao pescoço), e o Morten (colar de
coral raro) além do Tais e do lenço, preso à cabeça.
Estes são insígnias de uma autoridade ritual distinta daquela que preside a
cerimónia católica.
O Belak é um acessório tradicional que pertence ao património cultural dos
timorenses sendo um disco elaborado com metais preciosos, como ouro e prata,
que se relaciona com a lenda do crocodilo (sobre a origem de Timor) e a busca
do sol. É também, um objeto plausível na troca do barlaque (dote), existindo dois
modelos, para os homens e para as mulheres. Usa-se pendurado ao pescoço nas
cerimónias importantes nos dias de hoje, como, por exemplo, nas cerimónias
religiosas, cerimónias de receção de visitas importantes, etc. Para além destas,
como se referiu acima, o Belak sempre fez também parte do barlaque, que é uma
espécie de pacto social que serve para estabelecer e fortalecer os laços familiares
da mesma linhagem genealógica, ao mesmo tempo em que é um símbolo de
troca de presentes e de bens materiais que ligam duas linhagens numa futura
relação duradoira. Geralmente são os homens que oferecem o Belak à mulher.
Se os homens não entregarem o Belak à mulher, no Barlaque, as sanções
impostas pela família dela podem ser em dinheiro, sob a forma de uma multa
pesada. O Belak fica quase sempre guardado na casa sagrada.
A cultura de Timor-Leste, a Ilha do Crocodilo, tem nas suas raízes a “Uma Lulik
“ou “Uma Lisan”, designação que se dá à casa sagrada e tradicional onde os
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rituais são realizados, pelos timorenses, para
chamar os seus antepassados. Uma Lulik era o local
mais relevante na cultura do povo timorense antes
de os missionários portugueses terem tido
contacto com povo timorense, em 1512. Com a
chegada do cristianismo, a Igreja passou a ocupar também um lugar de destaque
na cultura do povo. Em geral a Uma Lulik é localizada na aldeia de origem da
família. As relíquias sagradas dos antepassados são guardadas na Uma Lulik. Há
sempre um ancião (katuas) que é considerado como o intermediário entre o
mundo espiritual e o real. A Uma Lulik é construída com recurso a vários objetos
naturais e elementos culturais. O processo da construção da casa demora cerca
de seis meses de acordo com todos os preceitos tradicionais da Uma Lulik, com
carinho, dedicação e empenho da comunidade, plena de dignidade. Nas casas
sagradas existem altares e objetos sagrados, como a surik (espada), o tais
(tecido), o tambor, a bandeira, o kaibauk, o belak e a rota (um ceptro que
simboliza a autoridade), bem como outros elementos considerados importantes.
Na casa sagrada tradicional, o povo revela os seus sentimentos e o seu clamor
aos seus antepassados e a Deus. Foi sempre um lugar do culto e de ligação entre
os vivos e os mortos, além de lugar de encontro, durante a colheita do milho ou
do arroz existe o ritual de colocar uma parte destes cereais dentro da casa como
um sacrifício.
Ao longo de vários anos, a Uma Lulik foi identificada pelos antropólogos como
uma instituição social e uma estrutura física. Eles expandiram os seus
conhecimentos sobre as casas, catalogando-as em diferentes regiões e grupos
de idiomas. A Uma Lulik, até a chegada dos portugueses e apesar dos contactos
timorenses com outros povos, manteve o seu relevo como elemento central da
organização social.
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A ocupação estrangeira indonésia reduziu o valor da Uma Lulik. Em 2002,
depois da independência, houve um esforço fervoroso para reconstruir as casas
sagradas que foram destruídas e saqueadas pelas milícias em 1999 em toda
extensão de Timor-Leste. Depois da independência, a Uma Lulik voltou a ganhar
relevo e o seu valor, preserva a tradição do país, as relações familiares e preserva
a própria base cultural para as novas gerações.
Os timorenses identificam três estilos diferentes de Uma Lulik que
representam aspetos culturais do país nas regiões oeste, central e leste do país.
LITERATURA
O analfabetismo ainda é generalizado, mas há uma forte tradição de poesia.
O mais famoso autor do leste timorense é Xanana Gusmão, o líder da
resistência timorense, primeiro presidente de Timor-Leste, presidente do partido
CNRT "Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste" e atualmente
ministro. Ele escreveu dois livros durante a luta pela independência. Também
poeta e pintor, produziu obras que descrevem a cultura, valores e habilidades do
povo timorense.
Outros escritores importantes de Timor são: Fernando Sylvan, Francisco Borja
da Costa, Ruy Cinatti, e Fitun Fuik.
MÚSICA
Os instrumentos musicais usados em Timor dividem-se em três grupos,
percussão, sopro e cordas, todos eles de construção artesanal, construídos em
metal, madeira, bambu, chifre, entre outros materiais.
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Revelam por vezes certas originalidades, caso dos gongues feitos a partir dos
tampões das rodas das inúmeras viaturas abandonadas pelos japoneses após a
segunda guerra mundial, caso
também do lakadouk instrumento de
cordas feito integralmente em bambu,
inclusive as cordas. O kakolo,
instrumento de percussão em bambu,
era usado em Timor não para a
música, mas para espantar os pássaros das searas ou para enviar sinais
codificados, introduzido na música pelo maestro timorense Simão Barreto,
passou a fazer parte do universo musical timorense. O babadok, típico em Timor
Leste, é um pequeno tambor, tocado pelas mulheres durante a dança tebedai
em honra dos seus ancestrais. É constituído por um corpo cónico de madeira,
com cerca de 30 a 50 centímetros de comprimento e de cerca de 15 centímetros
de diâmetro, percutido alternadamente com ambas as mãos. Este instrumento
musical está presente na musica típica de Timor Leste que também é conhecida
por "Música dos Gorilas Pretos". Nesta música conseguem perceber-se
influências de outros géneros musicais inclusivamente da música ocidental fruto
da colonização portuguesa.
O dadir (também dadil, gong ou gon) é um círculo de metal de
aproximadamente 25 centímetros de diâmetro, que é percutido com uma
baqueta de madeira, de altura indefinida e sem possibilidade de afinação. À
semelhança do babadok, é também um instrumento tocado pelos elementos
femininos. O Karkeit é um instrumento usado para animar as pessoas durante a
noite, sob a luz da lua. Este instrumento é utilizado quando o agricultor termina
o seu trabalho, e também como um meio de atrair as mulheres. Para fazer o som,
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o karkeit é segurado entre os lábios e em uma de suas extremidades um fio é
amarrado para ser jogado com as mãos. A língua é utilizada para ajustar as
chaves e a respiração acompanha. Este instrumento é feito de ferro e bambu.
Variadas flautas, instrumentos de sopro em chifre de búfalo e conchas de búzios
e guizos completam a gama de instrumentos musicais tradicionais.
A música e a dança caminham de mãos dadas em Timor Leste, são um marco
da cultura timorense. Fazem parte do seu repertório quatro géneros: tebe,
tebedai, dansa e causaun. Os timorenses fazem questão de passar todas estas
musicas às gerações seguintes para que as
tradições não se percam no tempo. A
tebedai é comum a toda a ilha de Timor.
Trata-se de um género exclusivamente
ritmado onde as mulheres tocam dois
instrumentos musicais primordiais: os
babadok e os dadir.
Por vezes o tebedai feminino é acompanhado pelo bidu masculino, realizado
por um ou mais homens, que se movem livremente à frente, ao lado ou atrás das
mulheres erguendo as espadas, as surik, e emitindo gritos que fazem lembrar os
guerreiros.
A música de Timor Leste reflete na sua história as influências de Portugal e da
Indonésia em músicas como fado e gamelan. Na era moderna, a música
timorense tem sido intimamente associada com o movimento de independência,
por exemplo, a banda de Dili All Stars lançou uma música que se tornou um hino
na preparação para o referendo sobre a independência em 2000, enquanto a
Organização das Nações Unidas encomendou uma canção chamada “Hakotu Ba”
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(por Lahane) para incentivar as pessoas a registarem-se, para votar no
referendo.
Músicos timorenses populares incluem Teo Batiste Ximenes, que cresceu na
Austrália e usa ritmos folclóricos de sua terra natal em sua música. Com muitos
timorenses em comunidades emigrantes na Austrália, Portugal e em outros
lugares, a música folclórica do leste timorense foi levado a muitos lugares ao
redor do mundo.
A guitarra tem sido uma parte importante na música timorense, embora seja
uma importação trazido pelos colonizadores, há, no entanto, alguns tipos nativos
de instrumentos de corda semelhantes, em alguns aspetos, com a guitarra.
Influências estrangeiras também incluem estilos populares da música como rock
and roll, hip hop e reggae.
RELIGIÃO
Timor Leste tem sido predominantemente
católico desde o início do período colonial
Português. A fé católica tornou-se uma parte
central da cultura timorense durante a
ocupação indonésia, entre 1975 e 1999.
Embora sob o domínio Português, o povo timorense apresentasse características
principalmente animistas, por vezes integrados com ritual católico mínimo, o
número de católicos aumentou dramaticamente sob o domínio indonésio. A
Indonésia era predominantemente muçulmana, impunha a adesão a uma das
cinco religiões reconhecidas oficialmente e não reconhecia as crenças
tradicionais. Durante a ocupação indonésia a Igreja Católica ficou sob a
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responsabilidade direta do Vaticano, proporcionando refúgio e servindo de elo
de ligação ao exterior, para os timorenses vítimas de perseguição.
O “Administrador Apostólico” da Diocese de Dili, Dom Martinho da Costa
Lopes, denunciou os abusos dos direitos humanos pelas forças de segurança
indonésias, incluindo violação, tortura, assassinato e desaparecimentos. Devido
à pressão de Jacarta, deixou o cargo em 1983 e foi substituído pelo jovem padre,
monsenhor Carlos Felipe Ximenes Belo, que a Indonésia pensou que seria mais
leal. No entanto, também ele denunciou, não só os abusos de direitos humanos,
como interferiu diretamente na questão da autodeterminação, escrevendo uma
carta aberta ao Secretário-Geral das Nações Unidas, apelando para um
referendo. Em 1996, ele foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz, juntamente
com o líder exilado José Ramos Horta.
Apesar das acusações por parte do regime de Suharto, referindo que o
movimento de independência de Timor Leste, a Fretilin, era comunista, muitos
dos seus líderes tinham estudado para ser sacerdotes, mas a sua ideologia
provavelmente sofreu maior influência dos movimentos da libertação católica
da América Latina do que ao marxismo.
Atualmente, apesar da maioria da população do país ser católica, há liberdade
de religião na nova república, exemplo disso é o facto do presidente Mari Alkatiri,
das Zonas Especiais de Economia e de Mercado (ZEESM) ser muçulmano de
ascendência iemenita.
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INTRODUÇÃO
O projeto de intercâmbio educacional, solidário e cultural entre o Centro de
Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE) de OECUSSE, em Timor-Leste e o
Agrupamento de Escolas Figueira-Mar, da Figueira da Foz, em Portugal, nasceu a partir
do interesse em desenvolver uma partilha e troca de experiências pedagógicas e
culturais entre ambas as realidades.
No contexto educativo específico que é Timor Leste, país da CPLP, que resgata
progressivamente a sua identidade social e cultural, é importante despertar nas
comunidades educativas timorenses o interesse por trilhar um caminho em que estejam
inerentes novos desafios à educação. Deste modo, é marcante perspetivar o contacto
dos alunos timorenses com escolas de outros países, contribuindo para a sua formação
como futuros cidadãos críticos e participantes numa sociedade que se quer democrática
e aberta ao mundo exterior.
Considera-se que, este projeto promotor da aprendizagem da língua portuguesa e
fomentador de trocas de saberes entre os alunos de Timor Leste e Portugal, seja
realizado de forma criativa e lúdica, enriquecendo as comunidades educativas
envolvidas do CAFE de Oecusse e das escolas do Agrupamento de Escolas Figueira-Mar.
Importa referir que o Oecusse e a Figueira da Foz estão intimamente ligados, uma
vez que nos estaleiros desta cidade portuguesa está a ser construído o ferry boat
“Haksolok”, ansiosamente aguardado pelo povo de Timor-Leste e que fará a ligação
marítima entre Oecusse e Díli, sendo este o mote para o nome atribuído ao projeto
“Unidos pelo Mar”.
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ENQUADRAMENTO
Os Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE) são escolas, que lecionam
em Língua Portuguesa o currículo timorense às crianças de Timor-Leste e em simultâneo
dão formação a professores timorenses, para que no futuro sejam eles o corpo docente
destas escolas.
A ideia do Projeto “Unidos pelo Mar” surge inicialmente a partir do Plano Anual de
Atividades do CAFE de Oecusse, que visa estabelecer parcerias entre turmas deste CAFE
e turmas de escolas portuguesas, assim como do interesse manifestado pela direção do
Agrupamento de Escolas Figueira Mar, em desenvolver um projeto dinamizado por
Filomena Dias, docente do referido agrupamento e que, se encontra a lecionar no CAFE
de Oecusse.
O projeto tem como principais objetivos promover o intercâmbio educacional no
âmbito da multiculturalidade, entre escolas de Timor-Leste (país lusófono) e Portugal,
assim como identificar oportunidades de melhoria e formas de apoiar a escola do País
Lusófono definido.
O projeto releva ainda a necessidade de desenvolver a capacidade de interação entre
as crianças e o mundo que as rodeia, dando conta da diversidade dos modos de ser, de
saber e de fazer, que estão presentes na escola.
Integra os objetivos da Escola numa perspetiva global de desenvolvimento,
incrementando estratégias de competência social e escolar, pois é um Projeto que
assenta na Escola e abrange uma realidade pluricultural.
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OBJETIVOS
• Educar para a cidadania numa perspetiva intercultural
• Descobrir novos amigos
• Promover troca de saberes
• Promover e desenvolver o espírito de solidariedade
• Promover a recolha de jogos, brinquedos e livros para Timor-Leste
• Conhecer e respeitar culturas de outros países
• Criar cidadãos interventivos socialmente
ATIVIDADES
As atividades a desenvolver são as previstas no PAA do CAFE de Oecusse, salvo
algumas que possam eventualmente surgir nalguma turma e que sejam relevantes para
o interesse das escolas envolvidas no projeto. O intercâmbio será efetuado através de:
• Partilha de vídeos e fotos das atividades desenvolvidas;
• Partilha de canções, histórias, jogos e desenhos;
• Partilha de imagens de eventos marcantes;
• Comunicação via internet (Skipe, Messenger)
O projeto conta ainda com a participação especial do senhor Luís Manuel Neves Pité,
filho de um antigo administrador dos municípios de Díli e Oecusse, nos anos sessenta e
princípio dos anos setenta, ao qual se deve o nome de Bairro Pité, em Díli. Luís Pité é
representante do presidente da Região Administrativa Especial de Oecusse Ambeno
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(RAEOA) e responsável pelo acompanhamento da construção do ferry boat “Haksolok”
nos estaleiros da Figueira da Foz. O contacto já estabelecido entre Luís Pité e o Diretor
Pedro Curto do AE da Figueira Mar prevê uma série de iniciativas a terem lugar na
Figueira da Foz, como a promoção de encontros e palestras com a comunidade
educativa das escolas do Agrupamento sobre a história e cultura de Timor-Leste, assim
como, dirigir a visita dos alunos ao ferry boat em construção, da qual serão enviadas
imagens para o CAFE de Oecusse e divulgadas através da responsável pelo projeto.
RECURSOS ENVOLVIDOS
O projeto insere-se no PAA do CAFE de Oecusse e tem disponíveis como recursos
humanos, os alunos da Pré e do 1.º, 2º e 3º ciclos, os docentes, funcionários e as famílias.
Será também envolvido o estaleiro da Figueira da Foz, através do senhor Luís Pité,
participante neste projeto e convidado especial em palestras e encontros promovidos
pelo AE da Figueira Mar, para dar a conhecer a história e cultura de Timor-Leste aos
alunos de Portugal.
Como recursos materiais, os necessários à construção de embarcações típicas de
Timor-Leste e de uma reprodução do ferryboat Haksolok, assim diversos tipos de
materiais de desgaste, necessários à execução das diferentes atividades a desenvolver.
Serão ainda utilizados diversos recursos de imagem e multimédia.
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CALENDARIZAÇÃO
O Projeto será desenvolvido de março a dezembro de 2017.
AVALIAÇÃO
A avaliação do projeto é inserida na avaliação das atividades do PAA no que respeita
às diferentes atividades/projetos.
No final do ano letivo, será feita uma avaliação global para reformular e/ou dar
continuidade ao projeto no ano letivo seguinte.