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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A CRIANÇA E O LÚDICO
NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO NA PRÉ-ESCOLA
Por : JACQUELINE DE SOUZA DOS SANTOS
Orientador
Prof. MARCOS A. LAROSA
Rio de Janeiro
2001
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A CRIANÇA E O LÚDICO NO PROCESSO DE
SOCIALIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO NA PRÉ-ESCOLA
Apresentação de monografia ao conjunto
da Universidade Cândido Mendes como
Condição prévia para a conclusão do
curso de Pós-Graduação “lato Sensu”
em Psicopedagogia .
Por JACQUELINE DE S. DOS SANTOS.
II
AGRADECIMENTOS
Á minha família : Paulo , Erick ,
Ellan , Bruno , Alderina e Elaine pelo
apoio e incentivo ao meu estudo .
III
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu esposo , meus filhos ,
meu pai , minha mãe e á minha irmã que
contribuíram significativamente durante
este ano .
IV RESUMO
O trabalho A CRIANÇA E O LÚDICO NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E
ADAPTAÇÃO NA PRÉ-ESCOLA apresenta questões atinentes á
EDUCAÇÂO PRÉ-ESCOLAR iniciando pela análise da legislação atual que dá
nova relevância . Apresenta para reflexão a influência behaviorista presente no
cenário educacional na década de 70 . Aborda a seguinte situação atual
da Educação Pré-Escolar abrangendo a esfera Federal do Estado do Rio
de Janeiro e do Município de Itaboraí , apresentando a linha
metodológica proposta baseada a teoria de desenvolvimento de
PIAGET . Enfoca ainda o trabalho educativo na escola , tratando de
etapas de desenvolvimento , fatores que intervém na capacidade criadora
do papel das atividades lúdicas , quando procura demostrar a
importância do lúdico no desenvolvimento social da criança .
Finalmente , apresenta-se uma síntese de como e porquê deve haver
entre educando e educador . Transmissão de conhecimentos , de informação
, opiniões , visando a compreensão a fixação e a aceitação dos mesmos por
parte do educador .
V METODOLOGIA
Para melhor direcionar as atividades optou-se por uma metodologia
envolvendo inicialmente a pesquisa bibliográfica – fontes secundárias ,
quando buscou-se na bibliografia já publicada sobre o tema ,
informações que colocassem os pesquisadores em contato direto com os
registros sobre o tema abordado de modo a facilitar um reforço paralelo na
análise da pesquisa .
A pesquisa da documentação indireta – fontes primárias , envolveu a
análise dos relatórios que são feitos trimestralmente .
Numa segunda etapa empregou-se a técnica da observação participativa
a fim de se conhecer e compreender as pessoas envolvidas no processo ,
o trabalho desenvolvido e situações . Nas pessoas , o propósito era observar
diretamente suas palavras , gestos e ações e indiretamente suas atitudes
, seu ponto de vista e predisposição para o trabalho junto às classes de Pré-
Escolar .
A técnica foi escolhida por permitir a incorporação do pesquisador
incorporar-se ao grupo , participando das atividades normais . Dessa
forma , foi possível ganhar a confiança do grupo ao mesmo tempo fazer com
que compreendessem a importância da investigação .
A observação foi desenvolvida buscando analise a prática do dia-a-dia nas
aulas ministradas pela professora , na reunião com a coordenadora .
Utilizou-se ainda a observação não-estruturada assistemática
junto à comunidade para investigar situação atinentes à capacitação dos
professores .
VI
Dessa forma de maneira informal pode-se recolher e registrar fatos da
realidade sem o emprego de meios técnicos especiais .
Outra técnica empregada foi a entrevista a fim de junto a outra pessoa
obter informações , mediante uma conversão de natureza profissional .
Buscou-se assim , a percisão , a fidedignidade e validade através de opinião ,
de modo a conhecer o que os profissionais pensem ou acreditem sobre
a questão investigada e se compreendem as informações , o papel da
escola , bem como o seu papel no trabalho junto às classes do pré-escolar .
A entrevista foi informal aproveitando as oportunidades e assuntos
surgidos . Optou-se pela entrevista não-estruturadas para dar liberdade ao
entrevistado de desenvolver cada situação em que qualquer duração que
considere adequada , e assim explorar de modo mais abrangente a questão .
Assim de forma não dirigida , os profissionais expressaram suas opiniões e
sentimentos quando foi incentivado pelo entrevistador .
VII SUMÁRIO
Introdução ..................................................................................................................... 8 Capitulo I - O que é pré-escolar .............................................................................. 16
1.1 . Situação Atual da Educação Pré- Escolar ............................... 20 Capitulo II - Teoria do desenvolvimento de Piaget ................................................ 33 1 . Centração ....................................................................................... 39 2 . Ausência de conservação de qualidade ......................................... 40 3 . Irreversibilidade ............................................................................. 40 4 . Egocentrismo ................................................................................. 40 Capitulo III - O Trabalho Educativo na escola ....................................................... 42 1 . Características relativas ao estágio compreendendo de 4 á 6 anos ......................................................................................... 42 2 . Fatores de Socialização que contribuem para a adaptação e construção do conhecimento ....................................................... 44 2.1 . Atenção , Memória e Faligabilidade ..................................... 57 2.2 . Pré-Grafismo ........................................................................ 58 3 . Fatores que interferem na capacidade criadora ............................ 59 3.1 . A importâncias dos materiais e das técnicas ....................... 62 4 . Considerações sobre o trabalho especifico com pré-escolar : etapas ........................................................................................... 64 4.1 . Desenvolvimento da garatuja : fases .................................... 64 4.2 . Rabiscos desordenados ......................................................... 64 4.3 . Rabiscos controlados ............................................................ 65 4.4 . Garatujas com nomes ............................................................ 66 5 . Segunda etapa : Pré-Esquemática .................................................. 67 5.1 . Evolução dos desenhos ......................................................... 68 6 . O lúdicos na prática educativa ....................................................... 70 6.1 . O lúdico na prática educativa ............................................... 72 6.2 . O papel da atividade lúdica no período de socialização e a adaptação ao contexto escolar ........................................ 76 7 . Jogo como ludicidade .................................................................... 78 Capitulo IV - Discussão dos resultados ................................................................... 81 Conclusão ..................................................................................................................... 85 Bibliografia .................................................................................................................. 89
8
INTRODUÇÃO
Na dêcada de 80 , Pré-Escolar aparace como termo oficial para designar a
faixa etária das crianças de zero a seis anos independente de se lhes
oferecer ou não qualquer atendimento .
Analisando-se a Política de Educação Infantil proposta pelo
Ministério de Educação e do Desporto - MEC , atravês da Secretaria de
Educação Fundamental em 1993 , encontra-se a afirmativa . “ A Educação
Infantil , constitui hoje , um segmento importante do processo educativo .
Sua trajetória no Brasil tem mais de cem anos , só nas últimas duas
décadas seu crescimento alcançou significação maior ” .
A demanda pela Educação Pré-Escolar , assim como ações no
sentido de atendê-la são fenômenos observáveis e comuns em diversos
países . Vários fatores facilitam a expansão da Educação Infantil no mundo
, podendo se destacar o avanço do conhecimento científico sobre o
desenvolvimento da criança , a participação cada vez mais freqüente
da mulher na força de trabalho extra-domiciliar ou consciência social
sobre a importância da infância e a percepção da sociedade ao direito da
criança à educação , em seus primeiros anos de vida .
Esta situação fica mais patente por ocasião da Constituição podendo
ser considerada como um marco decisivo na afirmação dos direitos da Criança
, neles incluídos da educação em creches e pré-escolas . A Sociedade civil e
organismos governamentais ao se mobilizarem pelos direitos da criança ,
demostraram e concomitantemente contribuíram para a evolução do
estágio que a consciência social havia atingido sobre a criança como
indivíduo e membro da sociedade .
9
Demostraram , ainda , que os direitos da criança à Educação Infantil
tem a contrapartida do dever do Estado em garantir seu cumprimento .
Nesse contexto , o MEC propõe a formulação de Política Nacional de
Educação Infantil norteada pelos parâmetros da Constituição ,
precipuamente os de descentralização político administrativa e de
participação da sociedade através de organismos representativos na
formulação dessa Política e no controle de suas ações .
Verifica-se na Constituição , art. 205 , que a educação é direito de todos ,
e por inclusão , também das crianças de zero a seis anos .
A Constituição da República Federativa do Brasil em seus artigos 7-XV ,
30-VI 208-IV e 211 parágrafo 2º evidencia a preocupação e define a
prioridade a ser dada à educação da criança desde o nascimento até os
seis anos de idade inclusive Inciso IV do art. 208 ao estabelecer “ O dever
do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de (...)
atendimento em creche e pré-escolar às criança de zero a seis anos de
idade “ reforça o entendimento que sendo dever do Estado é um direito da
criança .
A Constituição ampliou o que a consolidação das leis Trabalhistas –
CLT de 1942 já conseguira como direito das mulheres trabalhadoras de
contarem com espaço e horário na jornada de trabalho para a
amamentação de seus filhos . O art. 7º Inciso XXV estatui como direito dos
trabalhadores urbanos e rurais , a assistência gratuita aos filhos e
dependente entre zero e seis anos , vendo-se assim a previsão de pré-escola .
O Estatuto da criança e do adolescente determina também , a
criação de instrumentos que possibilitam o atendimento dos direitos da
10
criança entre os quais o da Educação Infantil - os conselhos dos
Direitos da Criança e dos adolescentes e o Fundo de Recursos Financeiros .
A Educação Infantil passa a Ter um significado particularmente ,
importante , quando se alicerça numa concepção de criança como cidadão ,
como pessoa em processo de desenvolvimento , como sujeito ativo de
construção do seu conhecimento .
Até a década de noventa , o atendimento à faixa etária de zero à seis
anos ocorria em creches , escolas maternais e jardim de Infância . como o
advento da lei 9394 / 96 - LDB - Lei de Diretrizes e Base , surge a
Educação Infantil subdividida em duas faixas de zero a três anos ( creche ) e
de quatro à seis anos nas conhecidas pré-escolas . Reafirma-se ainda que a
Educação Infantil é direito da criança e dos pais e dever do Estado e da
família .
Entre outras garantias , observa-se este tipo de Educação prevista na
LDB , o dever do Estado de garantir este tipo de Educação a ser
efetivada pela universidade da Educação Infantil .
Este fato é merecedor de consideração porquê apesar das
autoridades e os especialistas em educação reconhecerem a relevância do
atendimento pré-escolar , a iniciativa oficial do entendimento de NISKIER
( 1997 ) , só se fez perceptível em 1992 , com a sua inclusão no âmbito da
Educação Básica , baseada nas observações contidas no documento
Educação Pré-Escolar - Programa Nacional - MEC-SEPS .
È nessa fase do desenvolvimento , enfatiza NISKIER ( 1980 ) que
formam as bases da personalidade humana . O cérebro alcança oitenta por
centro do seu peso total aos quatro anos e , aos três anos , a criança já
11
adquiriu praticamente toda a estrutura da comunicação lingüística que utilizará
como adulto .
Assim , a Educação Pré-Escolar não pode ser concebida
como mero treinamento de habilidades especificas indispensáveis à
aprendizagem formal .
A criança é um ser em contínuo movimento . Este estado de
eterna transformação física , perceptiva , psíquica , emocional e cognitiva
promove na criança um espirito curioso , atento , experimental . Seu olhar
aventureiro espreita o mundo a ser conquistado . Vive em estado de
encantamento diante dos objetos , das pessoas e das situações que a
rodeiam . A descoberta vem mesclada com o desejo de posse como se
proclamasse : O que é meu é meu .
A criança de pré-escolar , dos quatro aos seis anos
caracteriza-se principalmente por ampliar seu grupo social , voltando seus
interesses para o grupo de amigos , para atividades que exijam movimento
mais refinados e precisos e para atividades que envolvam maior atenção e
memória .
Surge a preferência pelo jogos com regras , pelo desenho e por
brincadeira em grupo , com uma independência bastante grande da figura do
professor . Essa criança é capaz de adquirir hábitos mais organizados nos
trabalhos e participar de situações sociais com desempenho .
As atividades , que no Maternal tinha um caráter sobre tudo
exploratório passam a ser realizados sistematicamente pela criança ,
organizando e estruturado ações , até que ela passe a dominá-las com
12
facilidade . Sua linguagem oral , além de ser compreensível , passa a ser
composta por um vocabulário bastante rico , onde trocas ou omissões
tendem a desaparecer .
As ações amplas crescem com complexidade : a criança tenta pular
cada vez mais longe , ou de lugares mais altos , corre maiores distâncias e ,
muitas vezes , se impõe desafios .
O relacionamento com pequenos grupos começa a ampliar-se e é
possível propor atividades conjuntas , pois a criança começa a desenvolver
o sentido do respeito aos brinquedos dos demais , aumentando a
tolerância frente a outra criança .
Ao aproximar-se dos seis anos , ela joga com criatividade e imaginação
criando regras novas . Surge o interesse por letras e números e muitas
criança já expressam hipótese que tem acerca de como se dá a escrita .
Jogos de dominó , memória , quebra-cabeças são os de maior
preferência dessa faixa etária . Livro com curiosidade , informações e
histórias em seqüência prendem sua atenção .
Há um interesse expontâneo por tudo o que é proposto ,
possibilitando um planejamento bastante diversificado que abranja as
principais áreas do conhecimento , no sentido de proporcionar a
estas criança um ambiente enriquecedor para o desenvolvimento do
pensamento .
A constatação da necessidade de uma proposta pedagógica
voltada para possibilitar a criança oriunda de um ambiente
preponderantemente familiar , a participação numa comunidade mais
ampla , uma vivência em grupo que facilite uma aprendizagem de regras
13
próprias do convívio social , e favoreça o desenvolvimento de sua
socialização contribuindo para o envolvimento na investigação de como
ocorre o trabalho educativo na Pré-Escola .
Para realização do trabalho optou-se por uma escola municipal
situada na periferia do município de Itaboraí , com vinte e quatro alunos
dispondo de uma sala equipada mobília , material didático , parquinho ,
bebedouro , ventilador , espelho , balança , quadro-de-giz . A professora tem
encontro pedagógicos uma vez no mês com uma coordenadora que
atende seis turmas no município . Os encontros tem sido baseado no
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil .
Oferecendo a Educação Infantil em dois turnos , duas classes de Pré-
Escolar com vinte e quatro alunos em cada turma na faixa etária de quatro á
cinco anos , a escola conta com uma diretora , uma orientadora pedagógica
, uma orientadora educacional , uma psicóloga , dois professores habilitados a
nível de terceiro grau , graduado em pedagogia .
O trabalho direcionou-se no sentido de investigar se as atividades lúdicas
eram empregadas como fator de desenvolvimento e socialização favorecendo
assim , a construção do conhecimento .
Para melhor direcionar as atividades optou-se por uma
metodologia Envolvendo inicialmente a pesquisa bibliográfica – fontes
secundárias , quando buscou-se na bibliografia já publicada sobre o
tema , informações que colocassem os pesquisadores em contato
direto com os registros sobre o tema abordado de modo a facilitar um reforço
paralelo na análise da pesquisa .
A pesquisa da documentação indireta – fontes primárias , envolveu a
análise dos relatórios que são feitos trimestralmente .
14
Numa Segunda etapa empregou-se a técnica da observação participativa
a fim de se conhecer e compreender as pessoas envolvidas no processo ,
o trabalho desenvolvido e situações . Nas pessoas , o propósito era observar
diretamente suas palavras , gestos e ações e indiretamente suas atitudes
, seu ponto de vista e predisposição para o trabalho junto à classes de Pré-
Escolar .
A técnica foi escolhida por permitir a incorporação do pesquisador
incorporar-se ao grupo , participando das atividades normais . Dessa
forma , foi possível ganhar a confiança do grupo do mesmo tempo fazer com
que compreendessem a importância da investigação .
A observação foi desenvolvida buscando analise a prática do dia-a-dia nas
aulas ministradas pela professora , na reunião com a coordenadora .
Utilizou-se ainda a observação não-estruturada assistemática
junto à comunidade para investigar situação atinentes à capacitação dos
professores . Dessa forma de maneira informal pode-se recolher e registrar
fatos da realidade sem o emprego de meios técnicos especiais .
Outra técnica empregada foi a entrevista a fim de junto a outra pessoa
obter informações , mediante uma conversão de natureza profissional .
Buscou-se assim , a percisão , a fidedignidade e validade através de opinião ,
de modo a conhecer o que os profissionais pensem ou acreditem sobre
a questão investigada e se compreendem as informações , o papel da
escola , bem como o seu papel no trabalho junto às classes do pré-escolar .
A entrevista foi informal aproveitando as oportunidades e assuntos
surgidos .
15
Optou-se pela entrevista não-estruturados para dar liberdade ao
entrevistado de desenvolver cada situação em que qualquer duração que
considere adequada , e assim explorar de modo mais abrangente a questão .
Assim de forma não dirigida , os profissionais expressaram suas opiniões e
sentimentos quando foi incentivado pelo entrevistador
16
CAPÍTULO I
O QUE È PRÉ-ESCOLAR
Para KRAMER (1984) , a educação pré-escolar começou a ser
reconhecida e também necessária nos Estados Unidos e na Europa por volta
dos anos trinta . Tinha como objetivo empregar profissionais que amparassem
a infância num possível e agradável bem viver aos carentes de dois a cinco
anos de idade.
Devido a inúmeras dificuldades provocadas pela segunda guerra mundial e
a miséria era muito grande , houve um movimento de urgência em dar
assistência aos pequenos na Pré-Escola .
Os pais das crianças estavam na guerra e as mulheres foram devidamente
liberadas a contribuir com a mão-de-obra feminina ao trabalho .
Passando o período da guerra , foi crescendo a necessidade de priorizar a
infância onde evidenciou-se a influência psicanalítica e do desenvolvimento
infantil na prática pré-escolar .
Chegando a década de cinqüenta , educadores e pesquisadores
envolvidos com os temas sobre a frustração , agressão , ansiedade , cuja
extensão estava voltada ao emocional e a visão clinica evidenciaram os
trabalhos de Montessori , Piaget e Vigotsky .
Nos anos sessenta , vinha priorizando o pensamento infantil à linguagem e
aos fatores que assim influenciaram o rendimento escolar .
Referindo-se à classe desfavorecida e alojada no contexto escolar , tinha
como carente os desprivilegiados , descolarizados e que nunca chegariam a
escola
17
fundamental .
Segundo pesquisas feitas nos E.U.A , os resultados dos testes feitos com
crianças que freqüentavam os jardins de infância e as creches , eram
melhores que as crianças que não tinham tais experiências , independentes
sua classe social .
Para KRAMER (ibid.) , a Pré-Fscola funciona como mola Propulsora da
mudança social . Paliativo porque ameniza até certo ponto as necessidades
básicas da infância, mas não restabelecem transformações sociais .
Com o decorrer do tempo, as finalidades da Pré-Escola estiveram a
serviço da classe dominante . No entender de AMORIM:
"A Pre-Escola foi introduzida no Brasil pelo Estado para combater os fracassos da educação primária , constituindo assim , como uma prática preventiva ." (1988:)
Hoje esse trabalho é valorizado , e tem como objetivo preparar a criança
para alfabetização administrando somente tarefas psicomotoras , treinando os
olhos e as mãos para os símbolos da linguagem escrita.
A vida escolar de uma criança se inicia na pré-escola influênciando muito a
sua socialização . O educador deve respeitar e valorizar as potencialidades da
criança . É brincando que a criança vai pouco a pouco , tomando contato
com a realidade , ela oscila entre o real e o simbólico tentando descobrir sua
própria identidade e a dos outros.
A criança na Pré-Escola tem oportunidade da descoberta através dos
jogos e brincadeiras , onde é necessário respeitar a si mesma e aos outros ,
pois muitas crianças manifestam algumas reações de agressividade .
18
O mecanismo da imaginação ou conhecimento da imagem interna
produzido no cérebro nos dá uma consciência da imagem . Segundo SARTRE :
“ A imaginação seria a essência do
conhecimento
do homem , motivação da alma e
espirito . A
imagem transcede e se projeta no real . A
partir
dos seus mais profundos sentimentos."
(1964:)
Toda idéia é forçosamente trabalhada para um posterior entendimento .
Mas nem toda idéia projetada pode ter sido entendida .
KRAMER (ibid.) questiona ainda que através da ação pedagógica e
divulgação de apoio a infância , as crianças tem acesso à escola , só que
devido as condições precárias de atendimento superlotam as salas de aulas .
Contratam-se elementos sem a devida capacitação demostrando claramente a
falácia educacional e explicitando que a desigualdade de escola para todos é
real .
O contato do homem com o universo existencial poderá ser tão possível
quanto igualmente defeituoso . A criança quando se apercebe de sua
existência , passa por etapas e elaborações psíquicas complexas demais até
chegar a leitura e à escrita .
A função Pedagógica não pode ser identificada como a formação de
hábitos e atitudes ou ao adestramento de habilidades especificas . Ela precisa
ser vista na sua dimensão cultural . O fortalecimento de uma visão das crianças
como criadoras de cultura e a concretização de tendências para educação
infantil como papel primordial . Valorizar o saber que as crianças trazem e
possibilitar o aprendizado e a construção de novos conhecimentos relativos ao
mundo físico e social , sempre com a realização de atividades significativas da
cultura e nos mais diferentes espaços de socialização .
Em outros espaços também voltados para criança e que tem
especificidades de caráter científico , artístico ou cultural , ela gosta assim
também como os colecionadores e os historiadores , de juntar objetos que
tomam parte nas suas
19
histórias , com imaginação e ação direta sobre esses objetos , elas vão
refazendo essas histórias . Isto requer que sejam organizados espaços para a
realização da criação . Construir , desconstruir , ter seus cantos para fazer
coleções , ter suas caixas , prateleiras onde possam colocar objetos do seu
gosto e prazer , pedaços de pau , recortes de revistas sacos , chapinhas ,
figurinhas , caixinhas possam ser reunidas sem o olhar e arrumação do adulto.
Não podemos dizer que devemos deixar tudo desarrumado , pois as atividades
regulares que visam favorecer a aprendizagem infantil podem e devem ter
continuidade .
É fundamental que as crianças brinquem com elementos da natureza que
mexam com terra , madeira , água , areia , objetos quentes , e que possam agir
sobre objetos reais .
É necessário que as crianças tenha também espaços para dramatizar ,
que sejam oferecidas situações onde possam abrir e fechar objetos
desmontando-os
( relógios , rádios , caixas ) que manipulem blocos , tijolos , caixas
desconstruindo e reconstruindo . É muito importante que as crianças tenham
um espaço onde são reunidos livros infantis , jornais e revistas e que elas
possam folhear , virar as páginas , criar histórias , ouvir a professora contando
histórias diariamente , e as crianças vão assim descobrindo a escrita antes de
aprenderem a ler . Muitos outros materiais devem ser apresentados e
explorado pelas crianças , pois elas tem grande capacidade de criar e recriar .
A medida que se aceita o trabalho livre da criança, também se esta dando
condições dela pensar , expressar-se e construir mediante a sua
personalidade e sua vivências .
O professor deve dar condições a criança para a sua organização da tarefa
, estimulando-a a ousar e criar , incorporando o prazer e a alegria ao cotidiano
escolar . Ela precisa ser estimulada a dizer, oralmente o que precisa e porque
pensa .
20
“ sendo a criança extremamente
expressiva e
espontânea em suas manifestações é fundamental
ao seu
desenvolvimento que lhes sejam dadas
oportunidades
para que exerça sua criatividade ."
Ao mesmo tempo que o ser humano expressa-se por suas obras , ele
constrói-se na auto-expressão , transforma e constrói o mundo que o rodeia ,
aumentando seu poder e sua vontade de auto-afirmação .
O poder da livre expressão é que da sentido a comunicação . Segundo
ROGERS , a pessoa atualiza suas potencialidades , na medida em que se
comunica
A criança interagindo com seu meio procura conhecer o universo ao seu
redor , constrói seus pensamentos e suas hipóteses na tentativa de interpretar
o mundo , incorporando suas experiências de vida , sua história e seus valores
, conquistando sua cidadania .
1.1 Situação Atual da Educação Pré-Escolar
Os dados disponíveis sobre atendimento na Pré-Escola são incompletos ,
havendo indícios de que um número significativos dessa funciona sem
vinculação
em qualquer sistema de controle e supervisão . Estima-se que na década de
oitenta cerca de seiscentos e sessenta e sete mil crianças até quatro anos
estariam freqüentando creche ou pré-escola e que aproximadamente 2,8
milhões de crianças entre quatro e seis anos estariam matriculados na Pré-
Escola .
Constata-se que o atendimento é mais amplo nas faixas de idade mais
próxima dos sete anos . O atendimento na esfera pública tem priorizado , o
planejamento de sua expansão , às crianças de quatro a seis anos das áreas
urbanas que concentram as populações de renda mais baixa .
Na esfera privada , o atendimento é significativo , ocorrendo em
21
estabelecimentos não oficializados , dificultando a sua quantificação e análise
trabalho realizado .
A esfera que mais tem se desenvolvido é a municipal , fenômeno
explicável pela proximidade das pressões das famílias e associações das
comunidades locais e pela capacidade de resposta mais imediata . Também
expressivo o crescimento do atendimento na esfera estadual .
A pré-escola tida como luxo para as crianças oriundas da classe lotada de
poder aquisitivo e uma filantropia para os pobres , emerge no âmbito
educacional , como etapa de significativo potencial educativo , pela qual
deveriam passar todas as crianças com menos , de sete anos de idade .
Observa-se um atendimento na busca de acelerar o potencial de
aprendizagem de crianças "ditas" normais e superdotadas , como também os
moldes de programas de educação compensatória para os que apresentam
carências cumulativas – desnutrição , pobreza cultural impedindo-as de
atingir bom desempenho na fase de escolaridade regular .
Tem-se assim , hoje , a Pré-Escola como uma fronteira educacional a ser
alcançada pêlos sistema de ensino de todos os países .
No Brasil , o insucesso no Ensino Fundamental encaminha a Pré-Escola ,
via de correção dessa patologia pedagógica .
Entretanto , na medida em que amplia a consciência do valor da Pré-
Escola , constata-se que a literatura disponível é insignificante .
O Pré-Escolar , segmento da Educação Infantil , etapa de educação
Básica destina-se a crianças de quatro a seis anos de idade sendo
responsabilidade das
22
Prefeituras que deverão priorizá-lo devido o reconhecimento da importância
dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento do indivíduo , das precárias
condições de vida e desenvolvimento de grande parte da população brasileira ,
das conseqüências negativas dessas privações sobre a vida e o
desenvolvimento das crianças da possibilidade real de reduzir os efeitos dos
problemas que atingem as crianças em idade escolar .
O MEC apresenta como linhas de atuação a definição de prioridades , a
adoção de métodos que permitam atender um significativo número de crianças
com eficácia e baixo custo , e , ainda a mobilização das forças comunitárias .
Apresenta ainda como diretriz para a educação Pré-Escolar por ser integrante
da Educação Infantil ser oferecida para em complementação à ação da família
proporcionar condições adequadas de desenvolvimento físico , emocional ,
cognitivo e social da criança , além de promover a ampliação de suas
experiências e conhecimentos , estimulando seu interesse pelo processo de
transformação da natureza e pela convivência em sociedade .
Atualmente , a importância da Educação Pré-Escolar é alvo da atenção
evidenciando a existência de um maior grau de consciência dos problemas
atinentes a essa área de educação . Assim , observa-se a tomada de iniciativa
buscando à promoção de maiores oportunidades de atendimento as crianças
de zero à seis anos , precipuamente àquelas oriundas de um ambiente sócio-
econômico desfavorecido .
WISKFR , (ibid.) registra a priorização do MEC pelo atendimento de
crianças de quatro , cinco e seis anos na PRÉ-ESCOLA baseado em razões
como , o fato dessas crianças estarem próximas do ingresso nas escolas ,
favorecendo continuidade entre educação pré-escolar e a escola , e , ainda ,
por estarem mais assistidas pêlos setores de saúde e nutrição .
Entretanto , tornar realidade o atendimento convencional e toda a clientela
dessa faixa etária eqüivaleria à busca da solução de três grandes problemas:
local ,
23
recursos humano e custos . Assim , o MEC firma diretrizes de educação que
possibilitem buscar soluções não convencionais via aproveitamento de
recursos existentes , seja de pessoal , seja de instalações e de envolvimento
das famílias e das comunidades no trabalho a ser desenvolvido .
Por outro lado , a expansão do Pré-Escolar , sem os investimentos
técnicos e financeiros adequados por parte do Estado e da Sociedade ,
acarretou em termos globais , uma representativa deteriorização na qualidade
do atendimento . A insuficiência e inadequação de espaços físicos ,
equipamentos e materiais pedagógicos (precipuamente brinquedos e livros); a
não incorporação da dimensão educativa nos objetivos , a separaração entre
as funções de educar e cuidar ; inexistência de currículos e propostas
pedagógicas são indicadores importantes da baixa qualidade do atendimentos
às crianças .
Particularmente grave é a desvalorização e a falta de formação especifica
dos profissionais que atuam na área .
Na década de noventa , os números de educação PRE-ESCOLAR , no
Brasil indicam uma grande concentração de matrículas no sistema municipal ,
assim expressando 2477 (dois mil , quatrocentos e setenta e sete) no âmbito
federal , 759.187 (setecentos e cinqüenta e nove mil , cento e oitenta e sete) na
esfera estadual , 2.489..225 (dois milhões , quatrocentos , e oitenta e nove mil ,
duzentos e
vinte e cinco) na municipal e 1.443.927 (hum milhão , quatrocentos e quarenta
e três , novecentos e vinte e sete ) na iniciativa privada .
Já a matricula por faixa etária evidencia uma significativa concentração na
faixa etária de quatro à seis anos apresentando um total 4.270.376 (quatro
milhões , duzentos e setenta mil e trezentos e setenta e seis) matriculas assim
distribuídas menos de quatro anos , 272.011 (duzentos e setenta e dois mil e
onze) , de quatro a seis anos , 3.534.133(três milhões , quinhentos e trinta e
quatro mil e cento trinta e três) e mais de seis anos , 459. 232 (quatrocentos e
cinqüenta e nove mil e duzentos e trinta e dois) .
24
No entendimento de CARNEIRO ( 1998) , a inclusão da Educação Infantil
e consequentemente da Educação Pré-Escolar no conceito de educação
Básica , significa um avanço importante nas responsabilidades públicas sobre a
educação . Para o autor , a LDB anterior foi omissa a tal respeito .Tratou
superficialmente da questão ao dizer no seu parágrafo segundo do Art. 19 que
"os sistemas de idade inferior a sete anos recebam o conveniente educação
em escolas maternais , jardins de infância e instituições equivalentes", isto e
nada faz pouca diferença .
Comunga com CARNEIRO , SOUZA & SILVA (1997) ao afirmarem
somente agora , com a Lei 9394/96 é que a criança dos zero aos seis anos
recebe adequado tratamento numa legislação educacional ."
Para ele , a Lei 5692/71 foi extremamente tímida , recomendando aos
sistemas de ensino que velassem para o atendimento as crianças na idade
citada anteriormente .
Lembra ainda que pode-se considerar este procedimento decorrente do
respaldo observado na atual Constituição , o que não ocorria na constituição ,
anterior .
Outro fato a considerar e que apesar ou desde a década de setenta , o
MEC
disponha de um setor para tratar desse assunto , jamais desenvolveu uma
política seqüencial e coerente que compatibilizasse idéias , corpo técnico para
cooperação com os Estados e recursos financeiros .
Ausente dos orçamentos públicos , a educação Pré-Escolar jamais
ultrapassou o terreno das intenções . Abrigada desde 1988 em dispositivo
constitucional e agora integrada ao conceito de educação básica , é de se
esperar que possa desenvolver-se sistematicamente .
Dentre as observações feitas nas atribuições da deliberação número 204
do Conselho Estadual de Educação de 21 de setembro de l993 destacamos
que:
25
°(...) as crianças são como plantinhas
de uma
jardim , cujo jardineiro seria o professor
. A
criança se expressaria através de
atividades de
percepção sensorial , da linguagem
e do
brinquedo . A linguagem oral se
associaria à
natureza e a vida (...)”
A Educação Pré-Escolar tem por finalidade garantir ao indivíduo experiências práticas que possibilitem o desenvolvimento intelectual , moral e físico . Deve estimular atividades lúdico-educativas voltadas para a aquisição gradativa de múltiplas formas de reconhecimento e representação da realidade . Analisando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -LEI n°
9.394 de 20 de dezembro de 1996 na seção II da Educação Infantil tem como
base:
Art. 29 - A educação infantil , primeira etapa da educação básica , tem
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade ,
em seus aspectos físico , psicológico , intelectual e social . complementando a
ação da família e da comunidade .
Art. 30 - A educação infantil será oferecida em: II - pré-escolar , para as
crianças de quatro a seis anos de idade .
Art. 31 - Na educação infantil , a avaliação far-se-à mediante
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento , sem o objetivo de
promoção , mesmo para o acesso ao ensino fundamental .
Para SOUZA & SILVA (ibid.) , as recentes conquistas observadas no
Brasil no âmbito da Educação Pré-Escolar , foram frutos de trabalhos com
educadores que sempre entenderan que era importante investir na educação
das crianças dessa faixa etária , através da criação de programa , formas não-
formais .
Já BRZEINSKI e outros aponta a mudança conceitual da Educação Infantil
,
26
incluindo a Educação Pré-Escolar , "expressa na atual LDB , como primeira
etapa da Educação Básica e tendo como objetivo o desenvolvirnento integral
da criança até seis anos em seus aspectos físicos , psicológicos , intelectual e
social ."
Para o autor , art. 29, torna evidente o reconhecimento da Educação Pré-
Escolar como etapa específica de formação humana , com fundamento no
pressuposto da educação como processo contínuo , que se inicia a partir do
nascimento da criança . Decorre daí , que além dos três anos previstos para
pré-escola , inclui-se o atendimento em creches as crianças na faixa etária
zero a três anos , ampliando a educação infantil para seis anos de
escolarização , antecedendo o ensino fundamental , numa linha de
continuidade .
Para BRZEZINSKI , a especificidade dada a esse estágio da escolarização
opõe-se radicalmente a concepção da Pré-Escola fundamentada na noção de
privação ou carência cultural vigente no passado ainda recente , remetendo a
Pré-Escola a exercer o papel de suprir deficiências das crianças precipuamente
as advindas das classes populares através de programas de educação
compensatória , no intuito de prepará-las , para o ingresso na escola regular . A
função da Pré-Escola será o de tão somente salvar a escola .
Por outro lado , a proposta revelada na LDB atribuíndo a dimensão
pedagógica do atendimento as crianças na Pré-Escola em busca do seu
crescimento multidimensional vislumbra a possibilidade de superação da
errônea visão assistencialista - restrita à função de guarda de crianças - que
tem marcado as ações governamentais .
A inserção do Pré-Escolar na educação lnfantil é pertencente á fase inicial
da Educação Básica , amplifica as obrigações do Estado para infância e exige
a adoção de políticas integradas abrangendo meta a ser desenvolvida a curto ,
médio e longo prazo .
O atendimento institucional à criança pequena no Brasil e no mundo
apresenta
27
ao longo de sua história , concepção bastante divergente sobre sua finalidade
social . A maioria dessas instituições nasceram com objetivo de atender
exclusivamente às crianças de baixa renda . O uso de pré-escolares como
estratégia para combater a pobreza e resolver problemas ligados à
sobrevivência das crianças foi durante muitos anos , justificativa para a
existência de atendimentos de baixo custo .
Nessa perspectiva , o atendimento era entendida como um favor oferecido
para poucos selecionados por critérios excludentes . A concepção educacional
era marcada por características assistencialistas sem considerar as questões
de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade .
Mudar essa visão de educação assistencialista significa atento para várias
questões que vão muito além dos aspectos legais . Envolve , principalmente ,
assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a
infância , as relações entre classes sociais , as responsabilidades da sociedade
e o papel do Estado diante das crianças pequenas .
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
polêmicas sobre cuidar e educar sobre o papel do afeto na relação pedagógica
e sobre educar para o desenvolvimento ou para o conhecimento tem
constituído , portanto o panorama de fundo sobre o qual se constróern as
propostas em educação infantil .
A criança como todo ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade com uma determinada cultura em um determinado momento histórico . É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve , mas também o marca .
Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhes são
próximas e com o meio que as circunda , as crianças revelam seu esforço para
compreender o mundo em que vivem , as relações contraditórias que
presenciam e , por meio de brincadeiras , explicitam as condições de vida que
estão submetidas ,
28
seus anseios e desejos . No processo de construção do conhecimento , as
crianças se utilizam das mais diferentes linguagem e exercem a capacidade
que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam
desvendar . Assim , as crianças constróem o conhecimento a partir das
interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que
vivem .
A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças
que a freqüentam indiscriminadamente elementos da cultura que enriquecem o
seu desenvolvimento e inserção social . Cumpre um papel socializador ,
propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças , por meio de
aprendizagens diversificadas , realizadas em situações de interação .
Pode-se oferecer as crianças condições para as aprendizagens que
ocorrem nas brincadeiras e aquelas que vem de situações pedagógicas
intencionais ou aprendizagens orientadas pêlos adultos .
Educar requer propiciar situações de cuidados , brincadeiras e
aprendizagem de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis .
A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se
desenvolver como ser humano . Cuidar significa valorizar e ajudar a
desenvolver capacidades .
Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro , com
sua singularidade ser solidário com suas necessidade confiando em suas
capacidades . Disso depende a construção de um vinculo entre quem cuida e
quem e cuidado . De acordo com o PCN:
“Para que as crianças posam exercer
sua
capacidade de criar é imprescindível que
haja
riqueza e diversidade nas experiências que
lhes
são oferecidas nas instituições , sejam ela
mais
29
voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens
que
ocorrem por meio de uma intervenção direta ."
Para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata ,
de tal forma a atribuir-lhes novos significados . Toda brincadeira , é uma
imitação transformada , no plano das emoções e das idéias .
Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes
deram origem , sabendo que estão brincando .
O principal indicador da brincadeira entre as crianças é o papel que
assumem enquanto brincam . A brincadeira favorece a auto-estima das
crianças , auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma
criativa .
Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência , para
escolher seus companheiros e os papeis que irão assumir no interior de um
determinado tema e enredo cujos desenvolvimentos dependem unicamente da
vontade de quem brinca .
As brincadeiras de faz de conta , os jogos de construção e aqueles que
possuem regras , como os jogos de sociedade (também clamados de jogos de
tabuleiros) , jogos tradicionais , didáticos , corporais , etc. propiciam ampliação
dos conhecimentos infantis por meio de atividade lúdica .
É o adulto na figura do professor , portanto que , na instituição infantil ,
ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças .
É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as
crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas
esferas do conhecimento em uma atividade espontânea e imaginativa . Pode--
se , entretanto , utilizar os jogos , especialmente aqueles que possuem regras ,
como atividades didáticas . É preciso que o professor tenha consciência que as
crianças não estarão
30
brincando livremente nestas situações , pois há objetivos didáticas em questão
. O PCN enfatiza que:
"A organização de situação de
aprendizagem
orientadas ou que dependem de uma
intervenção
direta do professor permite que as
crianças
trabalhem com diversos conhecimentos .
Estas
aprendizagens devem estar baseadas não
apenas
nas propostas dos professores mas
,
essencialmente na escuta das crianças
e na
compreensão do papel que
desempenham a
experimentação e o erro na construção
do
conhecimento “ ( : )
Para que as crianças possam , em situações de interação social ou
sozinhos , ampliar suas capacidades de apropriação dos conceito dos códigos
sociais e das diferentes linguagens , por meio da expressão e comunicação de
sentimentos e idéias , da reflexão , da elaboração de perguntas e respostas ,
da experimentação , da construção de objetos e brinquedos , etc. , é preciso a
intervenção do professor .
Buscando sucesso na aprendizagem infantil é preciso que o professor faça
algumas considerações na organização do trabalho educativo: A interação com
crianças da mesma idade e idades diferentes em situações diversas como fator
de promoção da aprendizagem , os conhecimentos prévios de qualquer
natureza , que as crianças já possuem sobre o assunto; a individualidade e a
diversidade , o grau de desafio que as atividades apresentam e o fato de que
devam ser significativas e apresentadas de maneira integrada para as crianças
e o mais próximo possíveis das: práticas sociais reais; a resolução de
problemas com forma de aprendizagem .
Cabe ao professor propiciar situações de conversa , brincadeiras ou de
aprendizagens orientadas que garantam a troca entre as crianças de forma a
que possam comunicar-se e expressar-se , demonstrando seus modos de agir ,
de pensar e de sentir em um ambiente acolhedor e que propicie confiança e a
auto-
31
estima .
No Estado do Rio de Janeiro , o atendimento convencionado ao pré--
escolar do sistema estadual faz através de estabelecimentos voltados apenas
para o oferecimento dessa Educação como em classes anexas as unidades
escolares do Ensino Fundamental , as crianças de quatro a seis anos. As
turmas possuem de 25 a 30 alunos e são organizadas por períodos conforme
idade cronológica da criança
A metodologia adotada nas escolas estaduais de Educação , Pré-Escola
fundamenta-se basicamente na Teoria de .Jean Piaget e na Lingüistica . Em
Piaget , baseia-se o conceito do jogo como base paras a metodologia em
relação a Lingüistica . São propostas atividades que estimulem a criança a usar
recursos de expressão e comunicação preparando-se para a futura utilização
da linguagem escrita .
No município de Itaboraí observa-se a utilização da metodologia já citada .
A metodologia desenvolvida busca fazer com que a Pré-Escola no
município tenha função pedagógica através de um trabalho onde se concilie a
realidade e os conhecimentos infantis para que a criança possa desenvolver-se
e valorizar-se em suas manifestações garantindo à criança a aquisição
gradativa de novas formas de
expressões .
Visa uma integração da família através de encontros , reuniões , para que
possa haver um trabalho em conjunto , escola-família , possibilitando assim a
um objetivo comum proporcionando a criança , condições possíveis para o seu
crescimento pessoal .
A preocupação é ainda com a conscientização , a melhor maneira de
compreender uma criança é conversando com ela , achegando-se a ela ,
ouvindo-a , aceitando-a , acreditando no seu potencial e oferecendo-lhe uma
estimulação que vá ao encontro de suas necessidades .
32
É fundamental que as atividades vivenciadas na Pré-escola tenham como
ponto de partida as experiências e valores da comunidade e em especial , dos
seus familiares .
Na pré-escola , a descoberta do aprendizado e alegria de aprender
atividades desenvolvidas devem levar em contato o interesse das crianças ,
muito mais que o desejo de ensinar do adulto . E buscar na produção lúdica , o
caminho para que a criança ingresse no mundo adulto descobrindo-o à sua
maneira . O funcionamento da Pré-Escola é com aluno de quatro e cinco anos
.
A professora procura enfatizar o lúdico nas atividades desenvolvidas .
CAPÍTULO II
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE PIAGET
PIAGET ( 1973) postulou que o conhecimento é uma construção epigenética , o que eqüivale dizer que nem se acha pronto no genoma , nem é inteiramente dado
no objeto , mas fruto de uma interação permanentemente entre os fatores genoma e meio tornando-se este último cada vez mais importante a medida em que se
adianta o crescimento .
Quatro fatores são apontados por Piaget (ibid.) como responsável , pelo
desenvolvimento cognitivo - a estrutura do sistema nervoso , as experiências
provindas do meio físico e do meio social e ainda , um quarto fator que se
denomina equilibração .
Em sua teoria , Piaget (ibid.) evidencia a importância das experiências físicas e sociais na construção das estruturas do conhecimento , o qual deriva da ação que o
indivíduo exerce sobre o meio . Toda ação corresponde a uma necessidade que e uma manifestação de um desequilíbrio e a aquisição do equilíbrio deve-se as duas
funções básicas: assimilação e acomodação .
Assimilação e conceituada como um processo individual e particular de
incorporação as estruturas mentais do objeto ou experiências novas .
Acomodação é entendida como um processo de reajustar esquemas em
função das modificações ocorridas no meio .
Pode-se definir esquemas como tudo que num, conjunto de ação e
generalizável e transponível de uma situação a outra . È o que há de comum as
repetições ou aplicação de uma mesma ação .
A cada momento pode-se afirmar , a ação e desequilibrada pelas
transformações que surgem no mundo exterior ou interior , o cada nova
conduta vai funcionar não só para restabelecer o equilíbrio . como também
para tender a um equilíbrio mais estável que o do estágio anterior a esta
perturbação .
Pode-se chamar adaptação , o equilíbrio entre as duas funções básicas:
assimilação e acomodação .
Esta e a forma de equilíbrio psíquico . O desenvolvimento mental aparecera
, então , em sua organização progressiva como uma adaptação sempre mais
precisa à realidade .
A passagem por essas etapas de adaptação não está necessariamente
ligada à idade cronológica . A potencialidade de cada criança , sua motivação ,
exercitação e o meio sócio-cultural em que vive irão determinar o ritmo e a
maneira pela qual atingira os estágios evolutivos .
Piaget distingue três grandes períodos evolutivos da estrutura cognitiva .
O primeiro período caracteriza-se por uma inteligência sem linguagem: os
esquemas são formados a partir da percepção e movimentos , através de uma
coordenação senso-motora das ações sem que intervenham a função
semiótica ou o pensamento . È uma fase de fundamental importância para o
desenvolvimento intelectual do indivíduo .
O segundo período estende-se do aparecimento da função semiótica a
constituição e evolução das operações concretas (dezoito meses: ou dois anos
a onze ou doze anos); este é dividido em três subestágios .
Primeiro Subestágio - Preconceitual (de dois a quatro anos): o que
caracteriza está fase e o surgimento da função semiótica – capacidade de
representar uma coisa por outra , que juntamente com o desenvolvimento da
linguagem , aumenta a rapidez e o alcance do pensamento . Neste período , a
criança e incapaz de formar verdadeiros conceitos , pois ma palavra é
relacionada a vários objetos ou ações semelhantes . A representação e uma
função do pensamento , sendo indispensável a aprendizagem futura da leitura
e da escrita .
No inicio do período anterior - sensório motor não há comportamento que
demonstre evocação representativa de um objeto ausente . Com o
aparecimento do esquema do objeto permanente aos 9-12 meses ,
aproximadamente pode-se observar a procura de um objeto desaparecido; mas
ele acaba de ser percebido e corresponde portanto , a uma ação já em curso e
um conjunto de indícios atuais permite encontra-lo . Neste período , não há
representação , mas sim a significação , sem haver , no entanto , diferenciação
entre o significado e significante . Um significante não diferenciado é por
definição um indício .
Com o aparecimento da função simbiótica , quando a inteligência torna-se
representativa , a criança é capaz de empregar um significado diferencial do
seu significado . A partir daí , a criança passa a inventar , a combinar
esquemas mentais , procurando obter novos resultados .
A invenção e a representação libertam a criança de agir concretamente de
uma exploração de uma exploração empírica , permitindo-lhe que seus
esquemas funcionam interiormente , antes da ação efetiva .
Piaget distingue os significantes diferenciados em dois grandes grupos: os
símbolos e os signos .
Um símbolo e uma imagem evocada mentalmente ou um objetivo material
escolhido intencionalmente para designar uma classe de ações ou de objetos .
Os símbolos caracterizam-se por serem motivados , por apresentarem uma
semelhança com o significado e por serem individuais. por prenderem-se ao
indivíduo ou serem produto do pensamento individual .
Os signos por sua vez , são significantes , arbitrários e convencionais ,
exigindo , pois , uma relação social para o seu aparecimento . O)s signos são
identificados pela linguagem , um sistema de comunicação convencional e
socialmente impostos .
Para Piaget , passagem da inteligência sensório-motora à inteligência
representativa se opera pela imitação e sobre esta repousam as cinco formas
da função simbólica - imitação deferida , jogo , simbólico , desenho , imagem
mental e linguagem .
A conduta que caracteriza a fase pré-representativa – período sensório
motor - é a deferida . Esta imitação consiste na produção em atos de um
modelo sem sua presença , mas não se trata de uma representação em
pensamento .
Segundo Piaget , todos os tipos de simbolismo são derivados da imitação .
A seguir , surge o jogo simbólico ou da imaginação e imitação . Este
constitui uma atividade do pensamento representativo , através do qual a
criança transforma o real adaptando-o aos seus desejos .
Obrigada a adaptar-se , sem cessar , a um mundo social de mais velhos
cujos interesses e regras lhe permanecem exterior , e a um mundo físico que
ela ainda mal compreende , a criança não consegue satisfazer as
necessidades afetivas e até intelectuais do seu eu nessas adaptação as quais
para os adultos são mais ou menos completas , mas que permanecem , para
ela tanto mais inacabadas quanto mais jovens for é portanto , indispensável ao
seu equilíbrio afetivo e intelectual que possa dispor de um setor de atividade
cuja motivação não seja a adaptação ao real senão , pelo contrario , a
assimilação do real ao eu , sem coação ou sanções - tal e o jogo. que
transforma o real por assimilação mais ou menos para as necessidades do eu ,
ao passo que a imitação quando constitui fim em si mesma , e a acomodação
mais ou menos pura aos modelos exteriores e a inteligência é equilíbrio entre a
assimilação e a acomodação .
Alem disso , o instrumento essencial da adaptação social e a linguagem que
não e inventada pela criança , mas lhe e transmitida um formas já prontas
obrigadas e de natureza coletiva . E portanto , indispensável a criança que
possa dispor igualmente de um meio de expressão própria , de um sistema de
significantes construídos por ela e dóceis as suas vontades com o sistema dos
símbolos próprios do jogo simbólico . Este jogo não é apenas assimilação do
real ao eu , como o jogo em geral , mas assimilações assegurada - o que a
reforça - por uma linguagem simbólica construída pelo eu e modificável à
medida das necessidades .
Através do jogo simbólico , a criança manifestante seus conflitos afetivos
procurando resolvê-los do melhor modo possível .
Esse simbolismo centrado no eu não consiste apenas em formular
alimentar os diferentes interesses conscientes do sujeito . O jogo simbólico
apóia-se , também em conflitos inconscientes , interesses sexuais , defesa
contra angustia , fobias , agressividade ou identificação com agressores
recuos por medo de risco ou da competição .
O simbolismo do jogo confunde nesse caso , como o do sonho , a tal ponto
que os métodos específicos de psicanálise infantil utilizam freqüentemente
materiais de jogo .
O jogo se apresenta no decorrer do desenvolvimento de três formas
principais , o jogo do exercício , que surge logo no período sensorio-motor ,
consistindo na repetição das ação adquiridas pelo simples prazer funcional ,
não havendo simbolismo nem técnica especificamente lúdica .
O jogo simbólico - que aparece no estagio preconceitual atinge a apogeu
entre os 02 - 03 e 05 e 06 anos .
O jogo de regras surge no estágio das operações concretas quando a
criança já adquiriu um raciocínio reversível assim como também já e capaz de
entender o código coletivo de significações que são dois componentes
indispensável ao raciocínio no início da socialização. Os jogos de regra como
por exemplo , aqueles que são transmitidos de geração a geração , bola de
gude , amarelinha psique e outros , comportam uma série' de regras que
somente a partir dos sete anos aproximadamente a criança consegue entende-
las e respeita-las .
Após a instalação do jogo simbólico aparece uma outra forma de função
semiótica - imagem mental que está dividida em duas categorias . A primeira
surge no período pré-operatório , denominada imagem reprodutiva que se
limita à evocação de objetos ou ações percebidas anteriormente .
Essa função caracteriza-se também por ser estática , não havendo
reprodução de movimentos e transformação assim como antecipação de seus
resultados .
A segunda denominada imagem antecipadora , surge na fase da intuição
articulada - final do período pré-operatório e inicio das operações concretas ,
cujas características são imersas às da categoria anterior .
O pensamento espontânea da criança de dois a sete anos apresenta-se de
três formas características denominada por Piaget de finalismo ; animismo e
artificialismo .
A primeira é identificada como fase dos porquês: criança pergunta com
dupla intenção - de causa e finalidade . Em seu pensamento egocêntrico , não
há acaso na natureza , tudo é feito para os homens e as crianças .
A segunda , animismo é a tendência em atribuir vida e intenção a todas as
crianças .
A terceira forma de pensamento infantil , o artificialismo e entendido como a
crença de que todas as coisas foram construídas pelo homem ou por uma
atividade divina operando do mesmo modo que a fabricação humana .
Essas três formas de pensamento espontâneo , exprimem em conseqüência
do egocentrismo , uma indissociação do eu não eu , do mundo interior , do
mundo exterior .
Aproximadamente no período compreendido em quatro e sete anos , a
criança passe pelo segundo estágio da intenção , caracterizado pelo
surgimento do pensamento intuitivo , forma de pensamento mais adequada ao
real . Nesta fase a criança , já e capaz de formar alguns conceitos mais seus
pensamento não é , ainda , operacional .
Permanece a pré-lógica e suplementa a lógica pelo mecanismo da intuição;
é um simples interiorização das percepções e dos movimentos sob a forma de
imagens representativas e de experiências mentais que prolongam , assim , os
esquemas senso-motores sem coordenação própriamente racional.
O pensamento infantil nesta fase apresenta as seguintes características:
1 - Centração
Isto quer dizer que , não sendo operacional , são incapazes de realizar
comparações mentalmente , mas necessitam construí-las uma de cada vez na
ação . Seu pensamento e dominado por percepções imediatas e ,
consequentemente , seus julgamentos sofrem em vista da variabilidade típica
da percepção .
Características da percepção é ser centralizada - só um aspecto ou uma
pequenas área pode ser tocada ou vista de cada vez . Para DOLLE :
"... A intenção primária é uma espécie de ação efetuada em pensamento e vista mentalmente: transvasar , fazer corresponder , encaixar , seriar , deslocar , são esquema de ação aos quais
a representação assimila o real ." (1975: )
A acomodação desses esquemas aos obejetos permanece prática . fornece
aos significantes imitativos e imagísticos , que favorecem , que assimilação
aconteça em pensamento .
2. Ausência de conservação de quantidade
Outra característica de pensamento infantil neste estágio é a ausência de
conservação de quantidades quando a forma se altera .
Esta situação é observável ao transvasar-se diante de urna criança entre
quatro e seis anos , o líquido de um copo largo e curto para outro fino e longo ,
ela dirá que no segundo copo há mais quantidade de liquido , pois o nível ficou
mais alto . Seu pensamento limita-se a uma imagem reprodutiva a do que foi
recebido .
Embora não tenha ignorado a transformação , seu raciocínio irreversível não
lhe permite concluir que não houve alteração , na quantidade de liquido inicial .
3. Irreversibilidade
Neste estágio do desenvolvimento , o pensamento e irreversível . Como se
viu no estágio anterior , a criança ainda não é capaz de reconstruir
mentalmente a situação primitiva que lhe permitisse verificar que houve
conservação da quantidade de líquido .
4. Egocentrismo
O egocentrismo pré-operatório pode ser concebido como uma centração da
criança às suas próprias representações , sendo ela mesma , portanto , o ponto
de referencia para todo o conhecimento .
Ao final deste período pré-operatório surge a intuição articulada
caracterizada por uma antecipação das conseqüências da ação assim como
por uma reconstituição das conseqüências da ação assim como uma
reconstituição estados anteriores , permanecendo , entretanto , irreversível .
Esta nova estrutura do pensamento irá favorecer o princípio da reversibilidade
o que representa uma regulação que prenuncia as operações .
Nota-se que a conduta da criança , a partir do aparecimento do linguagem é
altamente modificada não só no aspecto intelectual , como afetivo e social .
No desenvolvimento infantil , existe um estreito paralelismo entre a
afetividade e as funções intelectuais , não há ação meramente intelectual bem
como puramente afetiva .
Ha uma interferência entre os dois , sempre e em todo lugar , nas condutas
referentes tanto a objetos como as pessoas , por que se implicam , um ao outro
.
Nesta fase do desenvolvimento , aparecem três novos: aspectos no âmbito
afetivo , as regularização de interesses e valores , ligados às do pensamento
intuitivo , a aparição de sentimentos morais intuitivos , advindo das relações
entre adultos e crianças e o desenvolvimento dos sentimentos interindividuais –
afeição , simpatias e antipatias - a parti da iniciação da socialização .
Em torno dos sete anos, fase em que principia a aprendizagern formal ,
ocorrem modificações decisivas no desenvolvimento mental da criança ,
Aparecem formas de reorganizações novas que complementam as construções
estocadas no transcurso do período precedente , acarretando a transformação
do pensamento intuitivo em operatório .
A partir dai a criança ingressa no terceiro subestágio , o das operações concretas que se estende aproximadamente dos sete aos doze anos .
42
CAPITULO III
O TRABALHO EDUCATIVO NA ESCOLA
1. Características relativas ao estágio compreendendo de 4 a 6 anos.
Ao nascer a criança fica durante alguns meses num estado de total
dependência para que possa sobreviver . Ela não percebe o outro - algo
exterior a si mesmo . Essa capacidade de adaptação ao mundo que a cerca vai
ampliando-se após três e quatro anos , aprende a andar com nítida noção de
si mesma como indivíduo ligado aos pais , mas separado deles .
Percebe-se uma solidificação da capacidade de chamar os pais ausentes ,
demonstrando que sua ausência não implica estarem apontados de sua
memória o que lhe da um aumento de segurança .
O ingresso na Pré-Escola significa para a criança um marco no seu
desenvolvimento . Segundo GARANHANI (1977) , este periódo é· marcado no
processo evolutivo por corresponder a um estágio em que sucede o
afastamento por determinado período de tempo diário , do contexto familiar .
O inicio do processo de escolarizarão corresponde a sua inserção em um
contexto novo e desconhecido . agora , ela será inserida a um novo meio social
através do relacionamento com outras crianças e adulto ,quando onde estabelecerá
as primeiras normas em sociedade .
Assim , a criança dos quatro aos seis anos caracteriza-se precipuamente por
ampliar seu grupo social , dirigindo seu interesses para o grupo de amigos , para
atividades que exijam movimentos mais refinados e precisos e para atividades que
compreendam atenção e memória .
Mas , nesse início de adaptação e socialização na escola , a criança apresenta
certas dificuldades , demonstrando as vezes insegura , no novo ambiente por não
ter a seu lado , pessoas da família e do seu dia-a-dia . No entendimento de
BARBOSA :
"A pré-escola entendida , atualmente
como o
espaço educativo onde se oferecem
programas
formais ou não-formais de educação pré-
escolar .
Deve contar com a participação da família
e da
comunidade .
Na escola pré-escolar a criança torna-se livre e espontânea . Socializa-se
mais, seu universo vocabular se amplia , seus sentidos são estimulados .
Para PETRY (ibid.) trata-se do inicio de uma vida escolar de uma nova
escola , de uma sala de aula desconhecida e de um novo companheiro - o
professor . No seu entendimento independente da dimensão do elemento novo
é bom "lembrar que a auto-confiança surge de separação bem sucedidas , e ,
sendo a escola um dos primeiros lugares onde essa experiência vai se dar na
história da criança . Vê-se a importância da escola estar preparada para ajudar
o aluno e respectiva família a viverem a situação .
Nesta fase observa-se a preferencia pelos ,jogos com regras , pelo desenho
e por brincadeiras em grupo , e uma independência significativa da figura do
professor
Na opinião de SILVA , a criança e passível:
"...de adquirir hábitos mais
organizados de
trabalho e participar de situações
sociais com
desempenho ."(1998: )
As atividades até então exploratórias tonam uma conotação sistemática ,
com a criança organizando e estruturando ações , chegando a dominá-las com
facilidade . Sua linguagem oral é compreensível e apresenta um vocabulário
muito rico , onde trocas e omissões tendem a desaparecer .
Verifica-se ainda , a presença das ações abrangentes e crescentes em
complexidade - a criança tenta pular cada vez mais longe , ou de lugares cada
vez mais altos , com maiores distâncias e começa a se desafiar .
Outro fato a considerar e quanto ao relacionamento , vendo-se uma
ampliarão de sua inserção em pequenos grupos possibilitando a proposição de
atividades conjuntas , vez que passa a desenvolver o sentido do respeito aos
brinquedos dos colegas e um aumento de tolerância a outros companheiros .
Com a possibilidade dos seis anos , a criança utiliza a criatividade e a
imaginação para criar novas regras . Aparece então , o interesse por letras e
números e passam a expressar hipóteses atinente ao processo da escrita .
Apresentam uma preferencia por jogos de dominó , memória , quebra-cabeça
e também por livros com curiosidades e informações além de historias em
seqüência que prendam a sua atenção .
Constata-se uma grande receptividade um interesse espontâneo pelas
propostas apresentarias .
A abordagem do desenvolvimento da criança . e o trabalho educativo na
Pré-Escola no entendimento de PETRY (1988) implica numa reflexão as ,
ações a serem realizadas na adaptação escolar .
2. Fatores de Socialização que contribuem para a adaptação e construção do
conhecimento .
Cada criança é uma com ritmo próprio de desenvolvimento e experiências e
maneiras especificas de reação . Assim afirma SANTOS (1991) "deve ser
compreendida e respeitada em sua individualidade (...) devendo vivência
situações adequadas ao seu Processo de desenvolvimento , pessoal .
Com o autor comunga BARBOSA (ibid.) defendendo independentemente da
linha metodológica assumida , o professor da pré-escola precisa planejar seu
trabalho , visando favorecer o desenvolvimento integral da criança , com
vistas a obter dela o máximo de que é capaz de acordo com sua idade
características e necessidades .
Lembra ainda que a bagagem da personalidade se amarga nos primeiros
anos de vida , as vivências dessa faixa etária são importantes para o
crescimento e desenvolvimento de seu corpo , para a formação de sua auto--
imagem positiva para o inicio da socialização para a formação de suas
estruturas mentais . Percebe-se então , a necessidade de que o professor tome
consciência de todo o trabalho a ser executado .
A analise de Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
evidencia que educar consiste em favorecer situações de cuidados ,
brincadeiras e aprendizagens orientadas de maneira integradas que facilitam o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal ‘de ser e
estar com os outros em uma atitude básica de aceitação , respeito e confiança
e o acesso , (...) aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural
."
Alerta que para as crianças tenham a possibilidade de exercer sua
capacidade de criar é necessário que lhes sejam permitidas riquezas e
diversidade de experiências no cotidiano escolar , sejam elas mais voltadas ás
brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção
direta .
As crianças durante seu desenvolvimento variam suas expressões
criadoras . Desenham de modo possível , atravessando etapas bastante
definidas , que partem dos primeiros traços num papel e vão progredindo até
as produções da adolescência .
O desenvolvimento na atividade é contínuo e as etapas são pontos de
referência no curso desse desenvolvimento . Nem todas as crianças passam
de uma etapa para a outra na mesma época . Elas se sucedem
ordenadamente uma após outra . Vamos desenvolver com maiores detalhes as
etapas que correspondem aos pré-escolares .
SILVA (l998) analisa o desenvolvimento da criança apresentando as
etapas que caracterizam-nas no período de quatro a seis anos .
1ª etapa - Das garantias: dos dois aos quatro anos :
Essa primeira etapa passa por três fases .
O desenho é ainda , apenas , uma atividade motora .
a) Rabiscos desordenados - A criança muito pequena começa a desenhar
fazendo traços desordenados , ao acaso , sem sentido . O controle motor é
muito pouco .
b) Rabiscos controlados - Os traços feitos ao acaso pela criança vão ser
organizando e se controlando com o correr do tempo , depois a criança
descobre que existe uma vinculação entre seus movimentos e os traços que
executa .
c) Rabiscos com nomes - A criança começa a dar nomes a seus rabiscos .
Isto é muito significativo pois demonstra que o pensamento da criança se
modificou , passando do pensamento cinesésico (em que a criança se satisfaz
com os movimentos que executa) ao pensamento imaginativo . Isto se verifica
perto dos três anos e meio . Agora , a criança desenha com uma intenção , e
seus rabiscos são mais diferenciados .
2ª etapa - Etapa pré-isquemática - dos 4 aos 6 anos .
A criança faz as primeiras tentativas de representação . Esta etapa se
inicia , geralmente , perto dos quatro anos e perdura até aproximadamente os
sete anos .
Nesta fase , a criança faz o desenho típico de um homem que só tem
cabeça e pés e começa a desenhar uma quantidade de outros objetos de seu
ambiente , com que tenha tido contato . Estas figuras e objetos aparecem
colocados , quase sempre , sem ordem alguma , e podem variar
consideravelmente de tamanho . É uma etapa muito importante para a criança ,
pois ela cria conscientemente certas formas que tem alguma relação com o
mundo que a cerca .
Os traços e rabiscos vão perdendo cada vez mais sua relação com os
movimentos corporais e referem-se a objetos visuais . O Seu mundo é um faz-
de-conta .
A listagem a seguir, busca fornecer dados que possibilitem conhecer
melhor o que é característico dessa faixa etária , em diferente , áreas , como
suporte para um planejamento adequado .
Área Afetiva
4 anos
• Adquire hábito e atitudes mais organizadas no trabalho:
• Identifica-se com seu grupo e participa das atividades em conjunto;
• Sabe ouvir e esperar sua vez;
• Valoriza sua sala e seus jogos;
• Aumenta seu grupo de amigos preferidos (2 a 5);
• Detecta situações novas e atua na nova experiência;
• Cuida do seu material e zela pelo material da escola;
• Desenvolve o sentido do respeito aos brinquedos , dos demais;
• Compara atividades do lar com as da escola;
• Expressa suas emoções e busca apoio quando necessita;
• Reconhece as expressões de seus colegas;
• Muda de atividade com relativa facilidade;
• Sente-se capaz de realizar experiências novas;
• Relaciona-se com a professora , manifestando maior independência .
5 anos
• Domina o ambiente escolar sentindo-se segura nas dependências da
escola;
• Expressa suas emoções e solicita apoio quando;
• Age dentro dos limites de sua idade;
• Relaciona-se com pequenos grupos , participando de atividades conjuntas;
• Espera sua vez para ser atendida;
• Propõe jogos;
• Participa de situações socias;
• Identifica-se como aluno e como parte de um grupo;
• Identifica sua professora e a função dos demais elementos da escola;
• Reparte seus brinquedos;
• Torna-se gradualmente independente da professora;
• Colabora no cuidado de seu material e o da escola.
6 anos
• Domina situações novas e age para resolvêla (dentro de suas
possibilidades);
• Expressa suas emoções com reconhecimento de seus sentimentos;
• Permanece em uma atividade, mesmo sem a presença da professora na
sala;
• Participa de atividades de grupo;
• Desenvolve interesse por letras e números;
• Joga com criatividade e imaginação;
• Participa de situações sociais;
• Colabora no cuidado e conservação de seu material e o da escola;
• Usa seu material com independência.
Área de Habilitastes Motoras:
A vivência de situações diversificadas, nesta área , visam ao domínio das
ações corporais .
4 anos
• Vivência situações para:
- atender ordens de parada em movimentos corporais;
- coordenar braços e pernas;
- relaxar e contrair;
• Realiza ações corporais para;
- amparar e arremessar urna bola;
- para sobre os pés (iniciando a diminuir a base de sustentação);
- saltar com um pé só (ainda utilizando o apoio do outro);
- caminhar sobre linhas;
- correr pequenas distâncias;
- subir em barras;
- saltar em altura e em distância (pequenos espaços);
- manter-se balançando após impulso inicial dado por outro;
- apresentar controle de movimentos para andar no escorregador (utilizando
as mãos como trava);
- imitar situações que envolvam movimentos comandado , pelos hemisférios
esquerdo e direito;
- subir e descer escadas , alternando os pés;
- utilizar a caixa de areia para brincadeiras;
- realizar movimentos bimanuais para:
- encaixar , construir , enfileira , enfiar , enroxar , enrolar;
- modelar com intenção;
- dobrar guardanapos e realizar dobraduras simples;
- rasgar com os dedos (pedaços pequenos e grandes);
- recortar espomtâneamente;
- pintar com dedo ou pincel , em plano horizontal e vertical;
- utilizar pincel;
- amassar papeis , utilizando os dedos;
- utilizar cola com os dedos;
- pintar com lápis , iniciando a respeitar limites;
- servir-se de uma garrafa;
- realiza movimentos digitais para;
- reproduzir com relativo controle os realizados pela professora , associados a
musicas e historias , ou não;
- folhear revistas e livros com relativo e controle .
5 anos
• Organiza e estrutura o controle de seus movimentos , respeitando ordens de
parada em movimentos corporais;
• Coordena movimentos de braços e pernas , em movimentos simultâneos ou
alternados;
• Organiza e estrutura movimentos de relaxação e contração;
• Domina movimentos ao arremessar e receber uma bola;
• Realiza ações corporais para:
- parar num pés só (por poucos segundos);
- saltar com os dois pés e com um só (sapata);
- caminhar sobre linhas diversas;
- correr distâncias razoáveis;
- subir e descer escadas, alternando os pés;
- saltar em altura e em distância (pequenos espaços);
- imprimir impulso para balançar-se;
- apresentar controle de movimentos para andar no escorregador sem apoio
das mãos;
- utilizar o carrossel , alternando as mãos os pés para girá-lo;
- utilizar a caixa de areia para brincadeiras em grupo ou individualmente;
- imitar , evidenciando diferenças em ambos os Iados (direito ou esquerdo);
• Realiza movimentos bimanuais para:
- enroscar , enrolar , abotoar , amarrar , dar nós , enfiar , alinhavar;
- pegar sobre linhas e formas (função);
- modelar formas reconhecíveis;
- dobrar papeis com criatividade e por imitação;
- cobrir fundos com papel rasgado e materiais diverso;
- pintar , iniciando a controlar a quantidade de tinta (plano vertical e
horizontal);
- utilizar pincéis;
- amassar papéis , utilizando a ponta dos dedos;
- adequar a quantidade de cola gradativamente;
- pintar com lápis , buscando fundo unido e respeitando limites;
- apontar um lápis com relativa precisão nos movimentos;
• Realiza movimento digitais para;
- reproduzir movimentos realizados pela professora;
- seguir linhas com a ponta dos dedos;
- folhear revistas e livros com desembaraço.
6 anos
• Aplica o controle que exerce em seus movimentos , respeitando ordens de parada , tanto
em movimentos corporais como gráficos:
• Coordena movimentos de ombros , cotovelos , pulsos e dedos , em
movimentos simultâneos ou alternados;
• Realiza movimentos de contração e relaxação , percebendo o contraste entre
ambos;
• Utiliza movimentos com precisão , ao arremessar e receber uma bola , tanto
em jogos como em situações que possa criar;
• Equilibra-se em um pé só por alguns segundos;
• Salta num pé só (um número de vezes cada vez maior);
• Caminha sobre cordas (no chão);
• Corre , adequando velocidades;
• Sobe e desce escadas alternando os pés;
• Sobe em árvore;
• Pendura-se em barras;
• Pula corda;
• Pedala bicicleta;
• Salta em altura e em distância (ate onde possa);
• Imprime impulso para balancar-se;
• Utiliza o escorregador e o carrossel como brinquedo , criando formas
diferentes de aproveitar o mesmo instrumento;
• Utiliza a caixa de areia como recurso para a criação de construção com areia
e outras atividades que possa criar , em grupo ou individualmente;
• Realiza movimentos simultâneos ou alternados , rolacionando trem superior
e inferior;
• Realiza movimentos que evidenciem comando do hemisfério direito e
esquerdo , com alternância relativa;
• Realiza movimentos bimanuais para:
- dar laços , enfiar linha , alinhavar com agulha , abotoar-se;
- aplicar picado em atividade que possa criair (punção);
- modelar formas definidas;
- dobrar papéis dando formas;
- cobrir fundos com papel rasgado , cada vez menor busca de fundo unido;
- recortar com os dedos com criatividade;
- aplicar recorde;
- pintar, exercendo controle na quantidade de tinta (plano horizontal e
vertical);
- utilizar pincéis de diversos tamanho, de acordo com suas necessidades;
- aplicar amassando em atividades que possa criar;
- utilizar cola adequadamente;
- pintar com lápis , respeitando limites e preenchendo fundo;
- apontar um lápis.
• Realiza movimentos digitais para:
- pegar objetos pequenos com a ponta dos dedos;
- colocar o polegar em oposição aos outros dedos da mão;
- seguir traçados gráficos com a ponta dos dedos;
- folhear revistas e livros.
Linguagem
Nessa área , a criança desenvolve os aspectos relacionados a linguagem
compreensiva (decodificação , interpretação de mensagem recebida) e a
linguagem expressiva (codificação , expressão lingüistica) .
4 anos
Compreensiva
• Indica soluções para situações comuns ou não-comuns;
• Identifica em recados: para quem?
• Inicia a dramatizar pequenos contos ou situações presentes;
• Interpreta pequenas histórias , destacando os principais personagens e
ações;
• Compreende uma ordem dada ao grupo com repetição;
• Executa ordens com duas à três ações em seqüência.
Expressiva
• Organiza a estrutura de frase , começando a adequar o emprego do verbo e
enriquecendo-a gradativamente;
• Reconta com palavras simples um conto ouvido;
• Transmite pequenos recados imediatos (sem muita precisão);
• Apresenta linguagem articulada passível de compreensão;
• Nomeia cores primárias e algumas secundárias e incidentalmente;
• Nomeia posições especiais , de acordo com a necessidade do que quer
expressar no momento;
• Expressa-se nomeando formas e tamanho de acordo com a necessidade do
momento;
• Expressa-se verbalmente , organizando o significado das palavras para que
serve; preso a função;
5 anos
• Faz um juízo critico e antecipa ações para situações imediatas;
• Identifica em recados: quem? o que?
• Dramatiza Histórias ouvida , e situações presentes;
• Interpreta gravuras e histórias , destacando os principais personagens e
ações;
• Compreende uma ordem dada ao grupo com repetição (gradativamente
menos repetição);
• Executa ordens com três ações em seqüência.
Expressiva
• Estrutura frases completas com emprego do verbo incidentalmente
incorreto;
• Completa verbalmente pequenas histórias;
• Transmite pequenos recados imediatos;
• Articula corretamente a maioria das palavras (troca de r, s e j ainda
aceitável);
• Nomeia cores primárias e secundárias;
• Nomeia posições espaciais , de acordo com a necessidade do que quer
expressar no momento;
• Expressa-se verbalmente , empregando conceitos adquiridos anteriormente
sobre , objetos (sem tantos elementos preso à função).
6 anos
Compreensiva
• Faz um juízo critico e antecipa ações para situações imediatas;
• Interpreta ordem e recados, reconhecendo: quem? o que? O que faz?
Quando? como? Com que? De quê?
• Dramatiza Histórias ouvida , e situações não-presentes , em grupos ou
individual;
• Ordena histórias em seqüência;
• Capta e indica começo , meio e fim de pequenas histórias;
• Compreende uma ordem dada ao grupo (sem repetir);
• Executa ordens com três ações em seqüência;
• Compreende tudo através de uma cadeia associativa , relacionando os
elementos de um mesmo contexto (linguagem interna )
Expressiva
• Estrutura frases completas com emprego do verbo correto (incidentalmente
incorreto);
• Inventa histórias;
• Articula corretamente os sons;
• Transmite recados curtos não imediatos;
• Nomeia posições espaciais de acordo com a necessidade do que quer
expressar no momento;
• Expressa-se verbalmente , empregando conceitos adquiridos anteriormente
sobre , objetos ( função e categorias).
Percepção
4 anos
• Discrimina e identifica sons semelhantes e diferentes , familiares ou não;
• Completa palavras significativas verbalmente , a partir de silabas iniciais;
• Vivência situações para aprender a rimar;
• Agrupa objetos por cor , forma , tamanho , uso e função;
• Identifica partes de um todo e completa-o;
• Recompõe formas divididas em varias partes , a partir da análise do
modelo;
• Reconhece algumas formas e objetos identificado pelo tato;
• Constrói series com material concreto , respeitando critérios
preestabelecidos;
• Vivência atividades de discriminação visual , audição e memória como pre-
requisito para perceber figura - fundo;
• Recompõe figura humana divididas em cabeça , tronco e membros;
• Realiza labirintos amplos (concreto);
• Identifica noções temporais (dia , noite , agora , antes , depois , hoje ,
amanhã);
• adquiri e estrutura noções de espaço necessárias a sua vivência.
5 anos
• Reconhece diferenças auditivas , identificando diferentes tipos de som
(forte, fraco, agudo, grave, breve, longo);
• Identifica sons iniciais e/ou finais semelhantes (em palavras);
• Vivência situações para aprender a rimar;
• Reconhece semelhanças e diferenças em objetos e, gradativamente em
figuras, envolvendo noções de posição , forma , tamanho e cor;
• Compõe um todo a partir das partes de todo (poucas partes);
• Recompõe formas e figuras significativas , divididas , em varias partes a
partir da analise do modelo;
• Reconhece formas simples pelo tato;
• Discrimina figuras diferentes sobrepostas (2 ou 3);
• Recompõe figura humana com os encaixes correspondentes , espaço
obedecendo direção e adequando-se ao espaço;
• Identifica as noções temporais (manhã , tarde , noite , hoje amanhã), em
relação as suas ações;
• Domina noções de espaço , adquiridas anteriormente.
6 anos • Discrimina e identifica sons com ruído de fundo , som contínuo e
descontínuo;
• Cita palavras com sons iniciais e/ou finais semelhantes;
• Estabelece rimas;
• Une sílabas verbalmente para formar palavras;
• Reconhece semelhanças e diferenças em figuras; envolvendo noções de
posições , relação , direção , forma , tamanho e cor;
• Antecipa o todo a partir de uma parte;
• Recompõe o todo a partir da analise do modelo;
• Reconhece e ordena espaços temporais;
• Discrimina uma figura em fundo complexo , com interferência de formas
semelhantes;
• Discrimina várias figuras sobrepostas entre si (iguais);
• Recompõe figura humana;
• Realiza labirintos gráficos , no microespaço (maquete) e em espaço amplo;
• Inicia a conhecer os dias da semana em relação a sua vivência e a rotina
escolar;
• Domina noções de tempo (ontem , hoje, amanhã);
• Domina noções básicas de espaço , adquiridas anteriormente .
2.I. Atenção , Memória e Faligabilidade
4 anos
• Evoca: nomes e séries de nomes , movimentos , ações e posições;
canções; personagens de pequenas histórias; posições de elementos em
séries (concretas);
• mantem-se numa mesma atividade por tempo razoável (20 à 30 minutos);
• repele palavras.
5 anos
• Evoca momentos feitos pela professora ou colegas; elementos ausentes;
séries de objetos; atividades realizadas e figuras apresentadas de uma só
vez (2 a 4);
• Repete palavras ditas em seqüência;
• Mantem-se com uma mesma atividade por tempo razoável (25 à 35
minutos);
• Reproduz contos de memória , sons e ruídos (mais de um).
6 anos
• Evoca:
- figuras apresentadas de uma só vez (2 a 6);
- palavras ditas em seqüência;
- a ordenação de uma série de figuras;
- ações , personagens e minúcias de histórias;
• Mantem-se numa mesma atividade por tempo suficiente para concluí-la,
eliminando estímulos alheios a tarefa;
• Evoca sons , sílabas , palavras , frases , músicas e pequenos contos; posições e
direções em objetos e figuras; movimentos manuais e digitais traçados gráficos.
2.2. Pré-Grafismo
4 anos
• Risca , exercitando movimentos de cotovelo , pulso e dedos , em plano horizontal
e vertical (amplos);
• Representa ações significativas no desenho;
• Representa figura humana reconhecível;
• Exerce pressão e preensão no manejo de lápis o pincel;
• Maneja lápis de cera , pincel e tesoura com relativo controle
• Realiza movimentos gráficos de cima para baixo.
5 anos
• Traça formas simples , adequando gradativamente rítmo contínuo;
• Elabora desenhos que apresentem elementos interligados e linha de base;
• Representa figura humana integrada;
• Inicia a adequar pressão e preensão no manejo do lápis e pincel;
• Maneja pincel, tesoura e lápis (de cera e de cor);
• Realiza movimentos gráficos simples , obedecendo o sentido esquerda-
direita e/ou de cima para baixo.
6 anos
• Traça linhas e formas com ritmo continuo;
• Elabora desenhos com linha de base e intenção de movimento;
• Representa figura humana integrada e com detalhes;
• Adequa pressão e preensão no manejo do lápis e pincel;
• Maneja corretamente pincel , tesoura e lápis (de cera , de cor e grafiti);
• Realiza movimentos gráficos obedecendo o sentido esquerda-direita e/ou de
cima para baixo.
3. fatores que interferem na capacidade criadora
No entendimento de PANlTZ , a cognição ou conhecimento construído
resulta de ações do indivíduo sobre o ambiente, que o cerca, os objetos, os
materiais, as pessoas e de suas descobertas .
Ao longo seu crescimento, a criança vai vencendo etapas já abordadas,
decisivas para o seu desenvolvimento, tanto físico como mental e afetivo.
A base da personalidade, o estabelecimento do sua própria identidade
como ser vivente e convivente com o ambiente, consigo mesmo e como o outro
são estruturados passo a passo, na medida em que ela são ofertadas as
diversas situações que venha ajudá-la a desenvolver-se.
A realização de atividades criativas, espontâneas possibilitam no
desprender-se de limitações, oportunizando-lhe a independência, a tornar-se
expressiva, crítica e auto-crítica.
Assim realizar atividades como modelagem, desenho dramatização,
brinquedos, jogos, recorte, pintura segundo PANITZ (ibid.) são imprescindíveis
para o desenvolvimento dos recursos expressivos da criança, favorecedores de
uma melhor adaptação ao novo contexto e consequentemente de sua
socialização.
A capacidade criadora, geralmente é considerada como um
comportamento construtivo, produtivo, que se manifesta em ação ou em
realização. Relaciona-se com o raciocínio e com o desenvolvimento das
aptidões. É um processo contínuo para o qual a melhor preparação é a própria
criação.
Ha vários fatores atuantes em qualquer processo de criação. Assim,
temos, entre outros:
Fatores ambientais - Sobre estes, o educador pode exercer um controle
direto. Citaremos, por exemplo estrutura física da sala de aula, os materiais
utilizados, o ambiente psicológico. Uma atitude omissa por parte do professor
pode exercer uma influência tão negativa quanto uma atitude autoritária.
Valores Sociais - A atitude que se envolveu em relação a si próprio e a
consideração que sente em relação a seu valor no ambiente circundante
podem desempenhar papéis importantes no processo criador.
A Família - Constitui um fator significativo por sua influência sobre o
estímulo para desenvolver o pensamento criador.
Relação com o professor - As crianças precisam sentir que o professor
admite que não sabe alguma coisa; que está disposto a aceitar as idéias de
outras pessoas; que aprecia a vida e Ihe agrada que os outros também
aproveitem; que tem muitas idéias e flexibilidade necessaria para permitir que
seus alunos tenham as suas também , e aceita cada criança com seus próprios
valores .
Sobre o professor recai a tarefa de criar uma atmosfera que conduza e
incentiva , a exploração e a produção . Esta atmosfera que conveniente as
atividades criadoras pode ser proporcionada:
Pela atitude mundial e amistosa do professor.
Por uma atitude democrática , que dê as crianças a oportunidade de
expressar-se livremente , tanto na expressão verbal como no terreno da própria
atividade .
Pela flexibilidade do professor , que deve ser capaz de abandonar seu
planejamento para capitalizar o entusiasmo e interesse dos alunos .
Pela identificação do professor com a criança e os problemas que ela
enfrenta .
Pela criação de um ambiente que estimule a curiosidade da criança para
que ela se divirta; discuta as sugestões do professor , faça autocrítica e
Critique os outros .
Pelo cuidado de evitar que os alunos se retraiam , que fiquem apáticos que
dependam do professor quanto à direção e aprovação de sua atividade
criadora.
Pelo fornecimento de estímulos para que cada criança use seu próprio
modo pessoal .
Pelo cuidado em evitar atividades pré-dirigidas , que foçam a criança a
imitar, inibindo sua expressão criadora , como por exemplo , os livros e
desenhos para colorir.
Pela promoção-motivação , de tal forma que cada criança sinta
experiência artística como especial para ela . Em alguns casos pode dar
melhor resultado dividir as crianças em grupo com os mesmo interesse ou
trabalhos em pequenos projetos . Em outras ocasiões será mais conveniente
que as crianças trabalhem com toda uma variedade de materiais diferentes
sobre determinados assuntos .
Pelo envolvimento total do educador no processo de criação com os
diversos materiais , através do conhecimento prático do seu uso .
3.1. A importância dos materiais e das técnicas
Os materiais apropriados e o desenvolvimento das técnica convenientes
constituem uma parte muito importante . Esta só pode realizar-se por meio de
um determinado material .
Mesmo que as técnicas sejam muito importantes , devem ser encaradas
sempre como meio para alcançar um fim , nunca convertidos num fim em si
mesmas .
A técnica se desenvolve de acordo com as necessidades do indivíduo ,
Consiste o procedimento nos diferentes passos que são necessários para usar
um material especifico . Muitas vezes , as próprias crianças descobrem o
procedimento conveniente para utilizar os materiais, porem pode ser
necessário dar algumas explicações ou demonstrações sobre seu uso para
facilitar sua utilização , do seu tratamento e sua conservação .
Existe uma variedade enorme de materiais que podem ser usados para
atividades . Alguns são tradicionais , como lápis , pincéis , tinta , barro , etc .
Outros , embora utilizados na arte , tem como finalidade outra função , como
por exemplo a madeiras , os materiais para colagem, o gesso , etc . Uma
terceira categoria inclui materiais que na realidade não estão vinculado à arte
, mas que contribuem de um modo especial em experiências artísticas em que
podem ser usados de diversos modos .
Todo material a ser usado pelas crianças deve ajustar-se , as suas
necessidades de expressão . O professor devera conhecer a diversidade de
escolhas possíveis no que diz respeito aos materiais e os apresentará no
momento adequado . Deve estar consciente que cada criança deve
desenvolver sua própria técnica e que qualquer ajuda dada por será valiosa se
oferecer ao aluno a oportunidade de adquirir maior conhecimento sobre o tema
e maior flexibilidade para aborta-lo . As regras para o uso dos materiais devem
ser no menor número possível . Não é ao material que se deve dar a máxima
importância , pois ele é meio de acesso à expressão e não objetivo final .
As crianças em qualquer nível , podem se (encarregar de grande parte da
responsabilidade no cuidado dos materiais . Com isso , sentirão maior
participação na atividade como experiência total , que é primordial para elas .
Alguns materiais devem ser colocados em lugares de fácil alcance para as
crianças . Deve estimular o desenho ou a pintura espontânea e , para isso , o
papel os lápis , as tintas devem ser facilmente alcançados.
A falta de materiais não deve , em nenhum , caso , ser um impedimento
para concretizar as atividades . Claro que não se pode prescindir de material
básicos como papel , barro , tintas . As próprias crianças podem trazer muitos
materiais econômicos e inclusive sucata . Por exemplo , papeis , ,jornais
velhos para fazer “papier mâché" , retalhos de pano e revistas velhas para
recortes e colagens , caixas e cartolinas para confeccionar animais , tampas de
garrafas , frasquinhos , palha , barbantes , arames , etc .
O importante em relação aos materiais e a forma pela qual são usados,
uma vez que as crianças em cada etapa de desenvolvimento tem diferentes
necessidades e também capacidades distintas . Todo material deve ser
considerado como meio de satisfazer às necessidades da criança . Os
materiais devem estar prontos para uso imediato , enquanto a criança o deseja
. É muito frustrante a espera a que se sente submetida uma criança que foi
estimulada a desenhar sobre alguns aspectos de sua participação num evento
qualquer , quando o material não está à disposição e dependendo de
distribuição , etc .
4. considerações sobre o trabalho específico com o pré-escolar:
etapas
A criança no pré-escolar encontra-se numa das duas primeiras etapas do
desenvolvimento da expressão artística . Na primeira etapa , que vem dos dois
aos quatro anos aproximadamente , é a das garatujas ou de rabiscos .
Geralmente , considera-se que a arte começa para a criança quando ela
faz a primeira linha num papel . Na realidade , começa muito antes , quando os
sentidos tem o seu primeiro contato com o meio e a criança reage diante
dessas experiências sensoriais . Tocar , sentir , manipular , ver , saborear ,
ouvir, em resumo , qualquer forma de perceber , e de agir sobre o meio é a
base para a produção de forma artísticas .
4.1. Desenvolvimento da garatuja: fases
As garatujas ou rabiscos tendem a seguir uma ordem temporal . Começam
com traços desordenados e gradualmente evoluem até converterem em
desenhos com um certo conteúdo reconhecível para os adultos . Ha três
categorias de garatujas .
4.2. Rabiscos desordenados
Em geral , esses primeiros traços não tem sentido . Eles variam em
comprimento e direção , à medida que a criança move o braço para frente e
para trás , as vezes olhando para outro lado .
As crianças usam metódicos variados para segurar o lápis ou o que estiver
utilizando para rabiscar . Não usam os dedos nem os punhos . A criança
rabisca empregando seus "grandes movimentos" .
As garatujas não são tentativas de reproduzir o ambiente que a criança vê
. Elas são o reflexo do desenvolvimento físico e psicológico e não um ensaio
de representação .
A distribuição casual dos traços dão grande prazer a criança, que se sente
fascinada por esta atividade . Ela desfruta desses traços na qualidade de
movimentos e como registro de uma atividade cinestésica .
Garatujar é muito importante para a criança . Muitas vezes , ele o fará na
poeira acumulada sobre um objeto , sobre as paredes ou móveis . Tendo em
conta que nesta fase a criança não tem controle visual sobre seus rabiscos ,
isto deve ser considerado como indicação de que ele ainda não tem condição
de tarefa que requeiram controle preciso dos movimentos .
4.3. Rabiscos controlados
Esta fase se inicia no momento que a criança descobre que existe uma
vinculação entre seus movimentos e os traços que executa no papel . Isto pode
acontecer uns seis meses , aproximadamente , depois do inicio da etapa . É
muito importante , pois a criança descobriu o controle visual sobre os traços
que executa . Mesmo que , aparentemente , não haja grande diferença entre os
desenhos , o fato de ter conseguido controlar os movimento e uma experiência
fundamental . A criança estimulada é induzida a variar seus movimentos .
Agora as linhas podem repetir-se , e às vezes são desenhadas com grande
rigor . Podem ser traçadas verticalmente , horizontalmente ou em círculos .
Raramente encontramos pontos ou pequenos traços repetidos , por que isto
requer que a criança levante o lápis do papel , coisa que ela ainda não faz .
Os traços agora terão quase o dobro do tamanho e , algumas vezes , a
criança usará cores , diferentes no seu desenho . Neste período , gosta de
encher toda a folha . As garatujas vão ficando mais elaboradas e , em algumas
ocasiões , a criança descobre , com grande alegria , certas relações entre o
que é rabiscou e algo do ambiente . Na verdade , pode haver muito pouca
relação entre o que é desenho e um representação visual daquilo a que se
refere .
O papel do adulto agora é mais importante , já que com freqüência criança
chegara a ele com seus rabiscos , desejos de que participe de seu entusiasmo
.
4.4. Garatujas com. nome
Esta fase é de grande valor no desenvolvimento infantil. A criança começa
a dar nome a seus rabiscos . Poderá dizer: “Esta é a mamãe" ou "Este sou eu
correndo" , ainda que no desenho não se possa reconhecer a mãe , nem ela .
Na realidade , os desenhos em si não mudaram muito desde os primeiros
rabiscos .
O tempo que ela dedica ao desenho aumenta e os rabiscos são muito mais
diferenciados . O desenho agora é um reflexo do que a criança sente sobre
certas coisas do seu ambiente , e o modo pelo qual desenha converte a
garatuja num importante meio de comunicação. Os rabiscos não tem sentido
algum para os adultos , mas tem um significado real para a criança que o fez .
A cor apresenta um papel secundário na etapa das garatujas ,
principalmente quando a criança está adquirindo sua coordenação motora e
seu uso é principalmente exploratório .
A oportunidade de examinar os materiais comuns do nosso meio
proporciona toda uma variedade de experiências cinestésicas e táteis .
Descobrir as diferenças entre quente e frio , duro e mole , experimentar
diferentes pesos e texturas com penas , vidro , metal , pode ser uma
experiência atraente .
Geralmente , a motivação é dada às crianças pelo fornecimento de
materiais apropriados para animá-las a que prossigam na sua atividade . A
maioria das crianças enche com prazer duas ou três folhas de rabiscos . Ela é
que decide quando a obra esta completa .
Os materiais artísticos devem ajustar-se às necessidades das crianças .
Existem numerosos materiais que podem ser apresentados a criança , barro ,
lápis , lápis-de-cera , giz branco (para trabalhar no chão), tintas e pincéis
(largos e curtos) .
Para a pintura , deve-se usar uma superfície horizontal , pois há menos
possibilidades da tinta escorrer e. facilita o trabalho em todo o papel . As folhas
de papel para pintura com tintas devem ser absorventes .
O barro é um excelente material para esta fase . Socar e amassar o barro
sem propósito aparente é uma etapa paralela aos rabiscos desordenados . A
criança , chegando a pegar um pouco do barro e por vezes acompanhando a
ação com ruídos vocais , dando-Ihe o nome de avião ou carro , estará no
mesmo processo mental da "garatuja com nome" . deve-se guardar em caixas ,
materiais de varias cores e texturas (retalho , cartolinas coloridas, papéis de
várias cores e texturas , sucatas de materiais variados .
A pintura com os dedos , mesmo que não ajude a aperfeiçoar o controle
dos músculos como no uso do barro , propicia grande satisfação a criança ,
que tende a centrar sua atenção na consistência pastosa do material , sendo
um excelente meio de extravasar suas emoções .
Não se deve preparar para as crianças modelos prontos recortes ,
dobadouras , colagens , tais como flores , bandeirinhas , bichinhos , pois
limitam sua capacidade criadora .
5. Segunda etapa: Pré-Esquemática
Vai dos quatro aos seis anos aproximadamente . Vemos aí , as primeiras
tentativas de representação .
Começa um método diferente e desenho: a criação consciente da forma. Esta
etapa surge logo após os últimos períodos das garatujas . A criança agora cria
conscientemente certas formas que tem relação com o mundo que a cercai .
Isto tem um grande significado , pois é o começo da comunicação gráfica .
Estes desenhos são mais importantes também para os professores , pois
mostra-lhes o que é significativo na vida da criança e o modo pelo qual ela
está começando a organizar sua relação com o meio-ambiente .
5.1. Evolução dos desenhos
Aos quatros anos , a criança faz formas reconhecíveis , embora seja um
tanto difícil firmar-se sobre o que representam . Por volta de cinco anos , já se
pode observar , quase sempre , pessoas , casas , árvores . Aos seis anos as
figuras terão evoluído até constituírem desenho claramente identificáveis e com
um tema . Geralmente , o primeiro símbolo é o de um homem .
A figura humana é desenhada , tipicamente , com um círculo como cabeça
e duas linhas verticais , que representam as pernas . Esta' representação
"cabeça-
pés" e comum nas crianças de cinco anos . Depois a representação torna-se
mais elaborada com adição de braços , que saem de ambos os lados das
pernas , com o acréscimo de um oval entre as pernas que representa a barriga
, às vezes , com a inclusão do corpo .
Quando a criança chega aos seis anos, geralmente consegue fazer um
desenho bastante elaborado da figura humana . Isto ocorre também com casas
e árvores. Mas , aos seis anos já existira um esquema estabelecido .
Durante está etapa , há mais interesse pela relação entre desenho e o
objeto do que pela relação entre a cor e o objeto . Um homem poderá ser
vermelho , azul , verde ou amarelo , dependendo de como as cores
impressionam as crianças. O uso da cor nesta fase é uma experiência
cativante .
Para a criança nesta fase , o espaço é concebido como relacionado
primordialmente consigo mesmo e seu próprio corpo . A criança deseja o que
está ao seu redor numa forma que parece desordenada . Ela se considera
como o centro do ambiente no que poderíamos chamar de etapa do
egocentrismo . Para ela , as experiências mais significativas são as que estão
diretamente relacionadas com ela.
O desenho é muito mais que um exercício agradável para a criança . É o
meio pelo qual desenvolve relações e concretiza pensamentos importantes
para ela. Talvez mediante a experiência do desenho , ela comece a
estabelecer certo tipo de organização conceitual e esta experiência não pode
ser imposta . A percepção significa muito mais que o simples conhecimento
visual dos objetos: inclui a "intervenção" de todos os sentidos , tais como
experiências cinestésicas ou auditivas .
Uma motivação baseada especialmente na lembrança de algo que tenham
participado as crianças deve proporcionar a oportunidade para que cada uma
expresse seus próprios sentimentos e emoções .
Os materiais artísticos adequados para está etapa são: tinta preparada
com consistência espessa para desenvolver a liberdade de ação; pincéis de
cedas, grandes folhas de papel absorvente aconselhável pôr que impede que
a tinta escorra ,
A mesa baixa e horizontal é a melhor superfície para a pintura das
crianças . O chão também serve .
O lápis-de-cera , excelentes devem ser barras grossas e sem invólucro de
papel para permitir o uso de ambas as pontas e os lados .
Os lápis grossos dão ótimos resultados .
O barro é um excelente material tridimensional para a etapa esquemática .
Também ai , encontramos a busca de um conceito de formas , que se traduz
numa variação constante dos modos de representação . Nestes trabalhos ,
pode-se observar tanto a formação de partes ou objetos a partir do pedaço de
barro , como a união das partes para chegar a uma forma . Ambos os métodos
Surgem naturalmente e na criação e são validos
Considera-se a linguagens musical como essencialmente uma atividade e ,
como tal , precisa ser vivênciada através da prática e da audição , em meio a
situações de inventiva e de uso de material sonoro , especialmente o folclórico ,
matéria-prima do repertório a ser usado na escola .
O meio mais importante para a prática de música deve ser a voz e o
movimento , ou seja , o acontecimento o suor do próprio em movimento e
como instrumento musical .
Partindo-se de pequenas estruturas o aluno desde o início dispoe-se de
elementos musical facilitando o relacionamento com outras estruturas .
Outro ponto a considerar é a libertação da expressão musical em situações
de descontração , o conhecimento e a participação na sua organização ,
apenas praticamente , por experiências vivenciadas em muitos tipos de
atividades conduzem à inventiva e à criação .
Para o alcance de uma progressiva conquista da linguagem musical seria
essencial: fazer e ouvir , tendo em vista sempre a criança e suas condições de
participação , conduzindo-o por amplas vivencias nas quais ela possa se sentir
feliz
6. O lúdico e a educação pré-escolar
Levando em consideração a idéia expressa no termo educação em sua
etimologia que significa conduzir , poder-se-ia compreender a educação como
um processo pelo qual o ser humano conduz sua personalidade de dentro
para fora , através da atividade lúdica e criativa no espaço potencial entre o
subjetivo e o objetivo , criando um "eu" , uma personalidade .
O ser humano é criado por si mesmo através do movimento que realiza ,
organizando a experiência e criando a forma . A educação é a criação de si
mesmo, através de ação que realiza e organiza a experiência , criando a forma.
Cada um possui uma forma que está expressa em nosso corpo (corpo-
espiritualidade) , que foi criada por nós mesmos , através de nossa ação que ,
por si , é lúdica e criativa . Deixando de ser lúdica , não deixa de ser criativa ,
pois que assim mesmo , nos cria , de modo congelado enrijecido , sem a
ludicidade , nós nos criamos rígidos . A vida , flexível e fluida e , afinal , lúdica
e criativa , ao mesmo tempo: não só criativo (o termo criativo aqui está sendo
utilizado na sua forma mais limitada de expressar alguma construção).
A forma que se tem é a estrutura que construímos e que nos sustenta a
vida . A arte é viver bem com essa estrutura . De modo , a educação é um
lugar privilegiado para através do lúdico e da criatividade construir a vida
humana na direção de sua plenitude .
O lúdico se bem usado é um meio de cura (no sentido do cuidado consigo
mesmo , com suas qualidades). Se não o único é um dos mais essenciais
meios de cura do ser humano , na medida em que o meio de sua criação ,
assim como e sua recriação . Quem cria , constrói , cura .
Como o lúdico pode curar? Ele revela instantânea e plenamente ao sujeito
o que flui e o que não flui na sua experiência . O lúdico , na medida em que
mobiliza experiências do passado e abre as portas para possibilidade do futuro
, resgata o passado e permite que flua dos novos modos de ser o futuro . Isso e
a cura , ou seja , a possibilidade de tomar fluido que estava adormecido .
A vida é o fluir energético condensado no corpo/mente de cada um de
nós .
Brincar e jogar , no pleno exercício , revelam para quem brinca e quem
joga os seus limites e suas amplitudes no viver , ao mesmo tempo que realiza
a cura , restaurando hiatos , carências e construindo novos modos de agir .
6.1. lúdico na prática educativa
Segundo LUCKESI , o lúdico é o modo de ser do homem no decorrer da
vida; o mágico , o sagrado, o artístico , o científico , o filosófico , o jurídico são
expressões da experiência lúdica constitutiva da vida . O lúdico significa a
experiência de "ir e voltar", "entrar e sair", "expandir e contrair , contratar e
romper contratos” , o lúdico significa a construção criativa da vida enquanto ela
é vivida . O lúdico é um "fazer o caminho se caminha “, nem se espera que ele
esteja pronto , este caminho criativo foi feito (está sendo feito) com a vida no
seu "ir e vir”, no seu avançar e recuar . O lúdico é a vida se construindo no seu
movimento .
Essa experiência de criatividade , construir a vida alegremente sem rigidez
, dá-se num espaço intermediário entre o subjetivo e o objetivo ; entre o mundo
interior do sujeito com todas as suas qualidades , e o mundo exterior , com
todos os seus componentes , meandros , conexões , separações .
O lúdico faz-se no trânsito no mundo subjetivo para o mundo objetivo e
vice-versa. A rigidez em qualquer uma dessas polaridade destrói a
possibilidade do lúdico , do jogo , por isso mesmo , a vida como um caminho
criativo . Podemos dizer que o lúdico se realiza no transito entre esse dois
mundos , permitindo , de um lado , o ser humano viver alegre e feliz , do outro ,
construir o seu modo de ser , sua personalidade , que vai se sedimentando ao
longo do tempo .
A brincadeira e jogo são , ao mesmo tempo , atividade e expressão do
transito entre o sujeito e o objetivo . Não há como brincar ou jogar sem que o
trânsito entre essas polaridades não se faça presente . A brincadeira realiza-se
sob o controle magico , onde o sujeito tem completo domínio sobre o desejo ,
sobre a manipulação do mundo e sobre seus resultados e significados . Na
brincadeira quase que utilizamos o mundo exterior através de nossas regras
com exclusividade . O mundo exterior é manipulado .
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial
com o não brincar . Se a brincadeira é uma ação que acontece no âmbito da
imaginação , isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem
simbólica , maneira , segundo “imagem e semelhança” .
A brincadeira do homem expressa um trânsito para o objetivo na medida
em que expressa um tipo de relação subjetivo com o objetivo; uma relação
mágica . Pode-se brincar, agindo livremente, tendo como único empecilho as
possíveis resistências dos objetivos que se manipula . Assim mesmo , os
objetos que resistem podem ser transformados na fantasia , em seres os mais
diversos: um cabo de vassoura pode ser um cavalo: a mão e os seus dedos
podem ser um revolver; um sabugo para transforma-se num porco; um vidro
dado a alguém pode ser a expressão de amor . Crianças e adultos brincam o
tempo todo , manipulando e controlando o mundo magicamente .
O jogo está mais articulado com o mundo objetivo ; que possui estruturas e
regras . Ha que se jogar o jogo com suas regras já estabelecidas nos
momentos imediatamente anteriores ao exercício do jogo . Contudo , no uso
das regras se faz presente o subjetivo . Joga-se criativamente com as regras
postas , ou seja, faz-se presente o subjetivo e o objetivo .
O lúdico é o brincar e o jogar que permite o trânsito entre essas duas
polaridades constitutivas do ser humano . No “espaço potencial existente entre
essas duas polaridades tudo pode acontecer , o que significa a criação da vida
. É um "ir e vir" incessante , sem limites .
O cotidiano das relações sociais , trabalho , as artes , as ciências , a filosofia , o
sagrado , são tantas criações do ser humano que se dão e se fazem nesse espaço
potencial intermediário entre o subjetivo e o objetivo .. A vida se realiza e se
constrói nesse espaço , por isso ela é lúdica .
Não se perde a ludicidade consciente ou inconsciêntemente espiritual ou
comportamental ingressamos o movimento , criando formas rígidas. Então, se
perde o rumo. CUNHA afirma:
“se passarmos para
observar crianças brincando
vamos aprender muito sobre
elas principalmente
sobre os caminhos que levam o ser
humano á
construção da sua inteligência do
seu
conhecimento e... da sua fidelidade ."(1994
)
A sabedoria que deveria iluminar os processos educacionais perdeu-se quando
se desrespeitou a importância desse momentos em que a criança brinca com
tranqüilidade , exercendo o seu direito e seu dever de crescer harmonicamente ,
desenvolvendo o potencial que Deus lhe deu .
Os adultos tiveram pressa de que a criança crescesse e aprendesse e...
produzisse, que fizesse coisas úteis e produtivas e , para que isso acontecesse
de forma mais conveniente , a escola acabou ficando exigente . A
escolarização precoce deteriorou a infância a tal ponto que hoje , onde há
grande demanda , temos rigorosos exames de admissão á pré-escola . Isto é
terrível: já na pré-escola , o processo está pervertido .
A convivência com outras crianças pode ser muito enriquuecedora , mas
somente se houver espaços para que as características individuais
desabrochem; caso contrário , será massificante . As formas de convivência
democrática que estimulam a autonomia são fonte de crescimento .
Entretanto , a educação não será uma arte , se o educador usar criança
como matéria-prima para a realização da sua obra . A verdadeira obra de arte
do educador tem que ser sua própria vida , sua própria pessoa .
A criança tem que ser respeitada; a criança não e um adulto em miniatura
, se for reduzida a isso , pior para ela e para a sociedade , pois a vida cobra as
etapas não vividas . As necessidades lúdicas e afetivas da criança tem a
mesma importância que as suas necessidades físicas . Se não as atendermos ,
estaremos desperdiçando as melhores oportunidades , quem sabe as únicas
de tornar a criança integrada e capaz de ser feliz .
Por varias razões , as crianças estão indo cada vez mais cedo para a escola . As
escolas preparam-se para receber um número cada vez maior de crianças . Para
isso , organizam-se , estruturam-se , elaboram programas, passam , assim a
oferecer-lhes situações e conteúdos previamente sistematizados , aos quais elas
terão de adaptar-se .
Fica , então , a criança , desde cedo submetida a uma situação
previamente estruturada . Segundo PIAGET:
"A rotina não e epistemológica: a graduação dos
passos
não deixa espaço para o desafio representando
pela
dúvida , não permite descoberta . É uma
situação
problema , o inusitado que desafia , o
pensamento e
propícia construção do conhecimento "(1975: )
O brinquedo e as brincadeiras são fontes de interação lúdicas e afetiva ,
além de serem estimulos e aprendizagem .
As brinquedotecas surgiram para resgatar a infância e proporcionar a
criança , o acesso ao mundo magico de brincar. Elas representam o direito de
brincar e a valorização do brinquedo como fonte de desenvolvimento e
equilíbrio .
É importante ressaltar que a brinquedoteca não é apenas um lugar que
tem muitos brinquedos , mais uma instituição baseada numa proposta
educacional , um lugar onde toda o Know-how é· voltado para a criança de uma
atmosfera muito especial , onde o magico , o lúdico , a criatividade e o afeto
tem prioridade .
São os desafios , encontrados na vivência das diferentes experiências que
vão provocar a construção do conhecimento da criança . Sentindo ,
percebendo ,
pensando , a criança descobre o mundo e pode ser atraída pelos seus
encantos e mistérios . Para encontrar sua verdadeira vocação , precisa saber o
que gosta para então , com o interesse de um cientista com a paixão de um
artista , poder descobrir , aprender e atuar .
Se suas características individuais forem resultados passará do brincar
para o trabalhar sem perceber , pois continuara sentindo o mesmo prazer na
atividade . homem feliz e o que gosta do que faz ; brincar , trabalhar são
formas de expressão e a criança que hoje brinca bastante aprende a engajar-
se por prazer e , amanha , manifestara esse sentimento , engajando-se como
cidadão participante no meio onde vive .
LIMA (1987) afirma que "o desenvolvimento da criança depende do lúdico
."
A criança precisa brincar para crescer , precisa do jogo como forma de se
equilibrar com o mundo . Seu meio de assimilação e acomodação deverá ser
sempre através do jogo .
6.2 O papel da atividade lúdica no período de socialização e a adaptação
ao contexto escolar
Diversos autores em seus estudo tais como RIZZI & HAYDT (1987) LEONTIEU ( 1991 ), FREIRE ( 1992) entre outros alertam que
o período de adaptação e socialização ao meio escolar pode ser facilitado com envolvimento da criança do Pré-Escolar com atividades lúdicas precipuamente as que privilegiem a motricidade infantil , visto nesta. fase de desenvolvimento, a criança voltar-se naturalmente para
expressar-se corporalmente , através das palavras , gestos , na expressão de suas idéias e emoções . Assim , utiliza a motricidade -
permite o desenvolvimento da criança no seu ambiente - através do lúdico para relacionar-se com o ambiente em que está inserida e com
as pessoas que convive .
No parecer de WINNICOTT ( 1991) , a brincadeira representa o melhor modo
da criança comunicar-se - um instrumento que emprega para relacionar-se com
outras crianças .
Brincando , a criança aprende sobre o mundo que a circunda , além da
possibilidade de buscar melhor maneira de inserir-se nesse mundo que já
encontra pronto .
Já para LEONTIEU (ibid.) , a atividade lúdica oportuniza a criança conviver
com diferentes sentimentos que fazem parte de sua realidade interior , visto
que brincando , a criança vai paulatinamente, aprendendo a se conhecer
melhor e a aceitar a existência dos outros , organizando suas relações
emocionais, e, assim, estabelecendo suas relações sociais.
RIZZI & HAYDT (ibid.) propõem como atividades que permitem a
Socialização , os brinquedos cantados tradicionais , sendo eles facilitares do
relacionamento em grupo .
Constata-se então , a defesa da atividade lúdica como favorecedora da
socialização infantil , devendo ser encarada com muita seriedade , pois é
através do brinquedo que a criança vai adquirindo experiências e
desenvolvendo seus conceitos sobre o mundo que a cerca . Alguns autores
referem que , através do brinquedo , a. criança “aprende a realidade e conhece
o mundo adulto" ; outros dizem “que é uma atividade exploratória que facilita a
elaborarão de ansiedades e conflitos , ajudando a organizar noções corporais ,
de espaço e tempo” .
O brinquedo oportuniza uma organização para a iniciação de relações
emocionais e proporciona o desenvolvimento da socialização .
O mundo da criança é rico e mutável e inclui , permanentemente , jogos de
fantasia e realidade .
Uma criança que brinca num local e com ,jogos adequados necessários
para a sua idade vive com menos ansiedade e mais feliz .
Através da convivência com muitos pais e crianças e com o ambiente
lúdico dentro da Educação Infantil observa-se a importância desses setores
para o desenvolvimento infantil .
Ao jogar , a criança investiga , experimenta e aprende , daí ela completa a
sua atividade lúdica , que deve ser respeitada .
Os pais perguntam freqüentemente qual o tipo de brinquedo e qual o grau
de liberdade a ser permitido nas diferentes idades . Para tal resposta , deve-se
em primeiro lugar , entender como se dá a evolução do brinquedo .
7. Jogo como ludicidade
CANFIELD (1985) registra diferentes conotações para a expressão jogo .
Em grego , o jogo e lúdico e a competição. Em chinês , jogo não se aplica à
competição . Existem vocábulos diferentes para designar jogo ou competição .
Na língua latina , o vocábulo jogo apresenta significado mais abrangente
compreendendo ,jogos infantis , recreação , competições , apresentações ,
lingüisticas e jogos de azar .
O lúdico e um modo de liberar tensões , fontes de prazer , alegria ,
descontração , convivência agradável e educativa . A escola depara-se com
um tesouro , quando emprega o lúdismo como recursos metodológicos para
desenvolver o ensino e a educação .
SANTIN in LEMO)S & RAVANELLO (1993) defende ser possível perceber
o ludismo , senti-lo , mas nunca toca-lo . A brincadeira não se ensina . Cada
um brinca .
Para o autor , o ensino de brincar não enaltece a brincadeira . Entretanto ,
o ludismo apresenta descobertas que permitem importantes avanços às
ciências . Para ele , "o espontâneo nunca deixou de contribuir com agradáveis
surpresas aos cientistas” .
Já SNYDERS ( 1981) destaca o jogo como um dos processos mais ricos
para alcançar a educação por oportunizar o desenvolvimento da lógica ,
relacionamento humano , das responsabilidades coletivas e da criatividade .
Jogo aparece ainda como a forma mais humana da pessoa se exercitar e a
oportunidade de se reconstituir como tal .
O autor lembra que “o jogo e um dos mais antigos e nobres processos de
aprendizagem , e seguramente , contém as mais autênticas manifestações
sociopedagógicas” .
Jogando , o aluno necessitará improvisar decisões racionais e ser criativo
. Ele contribui que para as atividades não ocorram num processo rígido ,
canalizando os ensinamentos sérios e importantes , por intermédio do
dinamismo , do prazer e da alegria .
A abrangência do jogo está intimamente relacionada ao aspecto social ,
vez que o ambiente social escolar iniciante é o grupo do jogo , o que nos
reporta a CARNEIRO (ibid.) "ao registrar a necessidade de toda uma
ambientação psicopedagógica própria , capaz de estimular o desenvolvimento
sensoriomotor da criança e as dobras culturais do seu processo de
socialização” .
O jogo oportuniza contatos em grupo , que exigem a mínima participação
de agentes controladores de origem externa . A forma jogada assegura o real
equilíbrio entre as ações dos membros do grupo social e isso facilita um
trabalho educativo , concorrendo para a consecução de aprendizagens
significativas .
Constata-se que a Escola está acostumada a receber brinquedos prontos .
Logo a criança , esquece-o ou deixa-o de lado . A sua imaginação entra em
ação e através do brinquedo constrói seu mundo .
A capacidade de brincar traz para a criança um espaço de decifração de
enigmas , de investigação e construção do conhecimento sobre si mesma ,
sobre os outros , sobre o tempo , enfim sobre o mundo . Representa ainda um
espaço valioso para o desenvolvimento de todas as formas de expressão .
A ludicidade é para a criança , uma maneira de interagir , com o mundo
dos adultos . Através da imaginação propiciada , pelo lúdico , a criança solta
sua imaginação - instrumento favorecedor de um relacionamento de seus
interesses e suas necessidades com a realidade do mundo .
Para PIAGET (ibid.) "adotar o jogo como metodologia significa antes de
tudo acompanhar a criança e não , fazê-la acompanhar-nos” .
Assim , quando a criança e envolvida no jogo , brinca , mergulha em uma
atividade lúdica , organiza-se todo o seu ser .
81
CAPÍTULO IV
DISCURSSÃO DOS RESULTADOS
Observou-se que quando os alunos eram envolvidos em atividades em que após incentivo e orientação do professor e entrega um balde , um copo grande de plástico , uma lata grande e uma pequena e um copinho para cada aluno , os alunos ficavam interessados . O professor então lançou perguntas incentivando a reflexão sobre o material , sua utilidade passando a seguir a orientá-los para que manipulassem os materiais . Cada aluno deveria encher bem o copinho com a água do balde e
derrama-lo dentro da lata grande .
Após a realização das tarefas propostas percebeu-se a criança numa
situação de construção de conceitos espaços-temporais , interagindo no mais e
orientando-se com referencia a objetos estáticos ou dinâmicos e que a água
ocupava o espaço em diferentes tempos e situações como afirma Piaget .
A atividade realizada reforça a idéia de que a inteligência da criança se
desenvolve na medida da sua ação no meio circundante .
Também constatou-se que as atividades de modelagem oportunizaram
uma série de descobertas e consequentemente construção de conceitos tais
como ativo , macio , formas e cores , permitindo o estabelecimento de relações
significativas que dão suporte a diferentes aprendizagens .
Quando perguntou-se a respeito do papel do jogo no desenvolvimento . da
criança , os professores responderam que uma das principais funções é
desenvolver a socialização .
82
As situações que foram consideradas como jogo na sua maioria durante as
aulas pesquisadas contribuíram para a socialização das crianças no sentido
das relações sociais necessárias para viver em grupo . Ao contrario , essas
atividades apresentaram uma conotação competitiva levando as crianças ao
individualismo , egoísmo , autoritarismo .
Quando foram percebidas , o individualismo , egocentrismo... a professora
organizou um piquenique com alimentos trazidos pelos alunos para que fossem
divididos igualmente trabalhando a socialização integração , partilha ,
fraternidade... vendo que um dos alunos ficou agressivo pelo fato dos colegas
ficarem rindo , debochando dele por ter dificuldade na fala , a professora o
encaminhou para psicóloga que levou o mesmo a fazer tratamento com a
fonoaudióloga .
Já quando o professor oportunizou a vivência dos jogos num trabalho , de
grupo , percebeu-se a busca de soluções coletivas , a troca de idéias
demonstrando que a cooperação é mais importante que a competição .
Como defender PIAGET em se tratando de crianças, pequenas passaram
o período de egocentrismo , achando que o mundo gira ao seu redor e
considera-se o centro do mundo .
A situação modificou-se quando a turma convidada a participar da
brincadeira de Maestro . Os alunos em roda e a professora disse que iria
escolher o maestro .
Perguntou em seguida se sabiam a brincadeira , passado a explicar-lhe
como se desenvolvia . Alguns alunos conversavam durante a explicação
levando a crer que já conheciam as regras . Outros ficaram agitados , todos
queriam ser maestro , a professora pediu silêncio , advertindo que só seria
maestro quem estivesse comportado e caladinho .
Geralmente era dada a bola para que os alunos brincassem acarretando
assim que os meninos ficassem jogando futebol e as meninas de lado . Se
fosse
83
estabelecido com os alunos , o jogo a ser realizado , as regras com eles
estabeleceriam uma situação de formação de cidadania , tendo assim a pratica
de direitos e deveres . Trabalharia a livre escolha de expressão . Proposta
essa baseada na teoria de PIAGET , que baseia-se no trabalho de
desenvolvimento educativo .
Este tipo de jogo pouco contribuiu para as crianças desenvolver sua
capacidade de descentrar e coordenar pontos de vista diferente do seu
companheiro .
Esse jogo seria mais rico se o professor permitisse a participação dos
alunos , contribuindo para o desenvolvimento das relações interpessoais e o
desenvolvimento global da criança-emocional , cognitivo e motor .
O parquinho existente na Fscola contribui para a socialização , integração ,
cooperação...numa das atividades desenvolvidas , observou-se que os alunos
escolhiam os brinquedos e a professora trabalhava a lateralidade , o equilíbrio ,
tamanho , espaço e tempo . O parquinho não foi visto apenas como diversão .
Convidadas a realizar atividades livres envolvendo desenho , recortes e
colagem foram oferecidas as crianças , lápis-de-cera em cores variadas , folhas
de papel , cola , pincel , tinta , folhas secas , sementes , palitos e outros
materiais . As crianças optaram de maneira livres espontânea retratando suas
experiências e suas fantasias .
Esta situação propiciou uma vivência de autonomia , de expressão e ainda
de crítica e auto-crítica quando comentaram oralmente o seu trabalho e tiveram
oportunidade de enriquecer os seus trabalhos adicionando outros materiais .
Viu-se assim , uma atividade que oportunizou também a criatividade , a
coordenação visual , motora e a iniciativa .
Observou-se ainda através das atividades realizadas as etapas de
84
desenvolvimento por que as crianças passaram expressando sua criação .
Assim , viu-se as etapas bem definidas desde os primeiros traços num papel
, suas garatujas , rabiscos e desenhos .
As etapas por qual as crianças passaram sendo atividades coletadas ,
semanalmente e ao final do ano letivo montado num livro . Para se
desenvolver as crianças precisam aprender com os outros por meio dos
vínculos que estabelece . Se as aprendizagens acontecem na interação com
as outras pessoas , sejam elas adultas ou crianças . A professora demonstra a
todo momento que não é dona do saber .
A construção da identidade e a conquista da autonomia pelas crianças
são processos que demandam tempo e respeito ás suas características
individuais .
85
CONCLUSÃO
A inserção da Educação Infantil incluindo Educação Pré-Escolar no
conceito de educação básica , primeira etapa, representa um importante
avanço nas responsabilidades públicas sobre educação .
O período dos quatro a seis anos , como os demais primeiros anos de vida
tem especial significado para o desenvolvimento do indivíduo .
Nesta fase ocorrem a formação inicial da inteligência , o lançamento das
bases da personalidade , incluindo as primeiras e significantes experiências do
caráter afetivo ; o início e o desenvolvimento da linguagem , das funções
neuropsicológicas e psicomotoras .
A Educação Pré-Escolar visa o desenvolvimento global harmônico da
criança conforme suas necessidades físicos e psicológicas , tem objetivo em si
mesma , específicos para a faixa etária a que se destina e adequadas as
solicitações do meio físico , social , econômico e cultural no qual vive a criança
.
Na Educação Pré-Escolar , há necessidades de toda uma ambientação ,
psicopadagógica , própria capaz de estimular o desenvolvimento sensório
motor da criança e as obras culturais do seu processo de socialização .
Para PIAGET , o Pré-Escolar está comprometido em criar pessoas
capazes de fazer algo novo - pessoas inventivas , criadoras , descobridoras ,
formar mentes capazes de criticar , de verificar , em vez aceitar tudo que Ihes é
oferecido .
A recreação traduz a oportunidade através do brinquedo, do jogo , a
criança usar sua capacidade criadora e compor seu próprio mundo .
86
A pré-escola não é uma instituição que existe para Preparar para a escola
ou mesmo para a vida .
Criança é um ser do presente , ao contrário das projeções que os , adultos fazem sobre ela .
A dívida que se tem de respeito para com a criança pode ser resgatada
respeitando sua atividade que é corporal e presente .
A Educação Pré-Escolar não deve e não pode ser entendida como
solução para os Problemas de Ensino Fundamental . Ela pode ser considerada
como facilitadora do processo de aprendizagem subsequentes por possuir os
elementos de infra-estrutura para vencer as barreiras futuras .
As realizações do desenvolvimento nesses primeiros anos terão
continuidade nos anos subsequentes , sendo incorporados a sua personalidade
.
As experiências e o progresso , em cada etapa de vida , se fazem
presentes na seqüência do processo educacional , possibilitando maiores
chances de enfrentar com êxito , os novos desafios .
A tendência de uma postura comportamentalista , baseada no
behaviorismo vai sendo substituída por ações alicerçadas na Teoria de
PIAGET .
O atendimento a Pré-Escola deve partir das necessidades e interesses da
criança , estimulando sua atividade e o desenvolvimento da sua criatividade ,
na conquista de sua autonomia . Esses podem ser buscados neste período ,
quando a criança está aberta para si , para os outros e para o mundo .
A brincadeira é um espaço de aprendizagem , onde a criança age além do seu
comportamento cotidiano e das crianças de sua idade . Na brincadeira , a criança realiza
simbolicamente o que mais tarde realizará na vida real . Embora , aparente
87
fazer apenas o que mais gosta , a criança quando brinca aprende a vivênciar
as regras das situações que reconstrói . Essa capacidade de sujeição
imaginária é uma das fontes de prazer do brinquedo .
Assim, brincando , a criança vai , pouco a pouco , organizando suas relações emocionais , isso vai dando a ela condições para desenvolver relações sociais , aprendendo a se conhecer melhor e a conhecer e aceitar a existência dos outros . Se as criança brincam e se as brincadeiras e os jogos são espaços
privilegiados para a promoção do desenvolvimento e da aprendizagem , os
professores da pré-escola podem elaborar propostas de trabalho que
incorporem as atividades lúdicas .
Um jogo infantil , ao contrário do que muitos pensam , não precisa ser espontâneo , “idéia da criança” , inventado ou escolhido por ela , para ser de seu interesse e ir a encontro de suas necessidades . O fato de ser proposto por um adulto não faz dele menos jogo , uma brincadeira . Algo que seja alheio ao mundo infantil . O que faz do jogo um jogo é a liberdade de ação física e mental da criança nessa atividade . O importante é que seja proposto de forma que a criança possa tomar decisões , agir de maneira transformadora sobre conteúdos que são acessíveis e significativo para ela . Um jogo é um jogo se forem observadas e respeitadas algumas características .
A brincadeira deve ser como “coisa certa” . O sucesso da recreação , do
jogo depende de quem acredita no valor dos mesmos para o êxito do seu
trabalho .
Existem jogos ativos ou bem movimentados , onde a atividade física é
grande ; jogos moderados ou médios , onde a atividade é reduzida , jogos
calmos , de pequena movimentação onde as maiorias dos participantes
permanecem sentados à vontade .
Quando o assunto é criança , o seu crescimento , a construção de seu
mundo e
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sua evolução tornaram-se aspectos fundamentais .
A criança por não ter consciência ainda do seu corpo e do mundo que a
cerca , sente necessidade de descobrir , vivenciar e experimentar , por motivo
de seus sentidos (tato , olfato , visão , audição e paladar) , toda essa nova
emoção de estar vivo .
Essas descobertas surgem em decorrência da necessidade que a criança
tem de sentir prazer , ser amada e sentir amor .
Será , por meio de estímulos , como sentir o perfume de uma flor ,
observar o movimento de uma semente em crescimento que a criança suprirá
a sua carência natural .
O contato com a terra , com a música e com a própria imaginação fará com
que , um dia , essa criança se torne uma pessoa plena de criatividade , com fé
no seu trabalho , garra para atingir seu ideal e a esperança em seus sonhos .
A fantasia e a mágica de ser criança nos conduzirá a uma viagem sem
armadilhas a um mundo cheio de fascinação , onde não ha lugar para solidão e
mesmo a agressão é utilizada como forma de identificar o que a criança sente,
o que pensa e como está percebendo as situação novas que estão surgindo
em sua vida .
Será com o suor e coragem de pessoas que acreditam na vida , com a
união de experiências dos que trabalham com crianças , que se obterá , um
dia , liberdade para se construir castelos , onde a criança possa traduzir a
saúde e a energia que ela deve ter por direito .
Agindo como pessoas preocupadas com o futuro de nossas crianças ,
refletirão como um espelho na proposta de educar, permitindo que a criança ,
se transforme num ser mais criativo , capaz de novamente se emocionar com
uma flor , com o canto dos pássaros , com os ruídos da chuva .
89
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______________________ O Psicílogo Escolar: Pesquisa de Ensino ,
Tese de
livre Docência , Instituto de Psicologia , Universidade de São Paulo
l977 .