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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” MUDANÇA ORGANIZACIONAL ATRAVÉS DO BENCHMARKING Por: Mario Vinicius Marques de Moraes Orientador: Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de Janeiro 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

MUDANÇA ORGANIZACIONAL ATRAVÉS DO BENCHMARKING

Por: Mario Vinicius Marques de Moraes

Orientador: Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro

2001

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II II

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

MUDANÇA ORGANIZACIONAL ATRAVÉS DO BENCHMARKING

Objetivo :

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Cândido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Gestão Estratégica e Qualidade

Por Mario Vinicius Marques de Moraes

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III III

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a DEUS, pela vida e saúde

concedida. Aos meus pais por tudo que fizeram

por mim. Aos mestres, coordenação e colegas

da Universidade Cândido Mendes. A todos que

com uma palavra amiga incentivaram a

continuidade desse trabalho.

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IV IV

DEDICATÓRIA

Dedico a minha mulher Raquel que tanto amo e

ao meu raio de sol, minha linda e amada filha

Beatriz que chegou para completar nossa

felicidade e encher de alegria nossas vidas.

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V V

RESUMO

A competitividade mundial aumentou acentuadamente nas últimas

décadas, obrigando as empresas à um contínuo aprimoramento de seus

processos, produtos e serviços, visando oferecer alta qualidade com baixo

custo e querer assumir uma posição de liderança no mercado onde atua. Na

maioria das vezes esse aprimoramento exigido ultrapassa a capacidade das

pessoas envolvidas, por estarem elas presas aos seus próprios paradigmas.

Assim o Benchmarking surgiu como uma necessidade de

informações e desejo de aprender depressa, visando corrigir um problema

empresarial.

O Benchmarking é fundamental porque nos permite vislumbrar

oportunidades e também ameaças competitivas. Isto constitui um atalho seguro

para a Excelência, pois utiliza todo o trabalho intelectual e prático acumulado

por outras organizações e evita os erros e armadilhas do caminho.

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VI VI

METODOLOGIA

A metodologia destina-se utilizar referências bibliográficas

específicas, recursos de informação via Internet, troca contínua de informação

no estágio obrigatório, bem como vivências adquiridas no decorrer da pós-

graduação e no atual campo de atuação profissional.

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VII VII

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – Origem do Benchmarking 12

CAPÍTULO II - Definições e Processos do Benchmarking 17

CAPÍTULO III – Tipos de Benchmarking 24

CAPÍTULO IV - Aplicações e Benefícios do Benchmarking 29

CAPÍTULO V – Metas, Objetivos e Planejamento 37

CAPÍTULO VI - O Benchmarking no Futuro 43

CONCLUSÃO 52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55

ANEXOS 57

ÍNDICE 60

FOLHA DE AVALIAÇÃO 62

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VIII VIII

INTRODUÇÃO

"Copiar é arriscado porque falta compreender o que deseja fazer.

Adapte, não adote."

W. Edwards Deming

A busca de vantagens competitivas exige das organizações

diversas mudanças, tanto em processo como em operações e atividades.

Essas mudanças, por sua vez, objetivam um incremento do desempenho e um

aumento da produtividade. Mas de que forma é possível atingir esse objetivo?

Ou ainda, quais mudanças podem elevar uma empresa à condição de

liderança no mercado em que atua?

Numa economia globalizada, a concorrência torna-se mais

acirrada e as organizações começam a repensar suas formas administrativas,

transformando modelos tradicionais em métodos diferenciados e competitivos.

Este tem sido um dos aspectos mais adotados nos últimos anos pelas

empresas que vêm buscando redesenhar seus processos e operações. A

necessidade de ser competidor mundial tem feito as organizações reavaliarem

métodos tradicionais e aprender lições importantes e lucrativas uma com as

outras.

Segundo Gregory Watson, vice-presidente da American Society

for Quality Control (ASQC) o benchmarking é um método estruturado de

aprendizado de outras organizações e aplicação desse conhecimento na

melhoria dos processos de trabalho. "Com o benchmarking vamos encontrar o

caminho, algo para melhorar nosso trabalho", diz. A competitividade é

considerada como a grande impulsionadora deste conceito, tendo feito as

empresas se preocuparem com a mudança no processo de trabalho. Neste

sentido, o benchmarking funciona como uma aquisição de idéias de outras

formas de gerenciamento, adaptado de acordo com a realidade da empresa.

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IX IX

Muito popular nos EUA, o Benchmarking tem um menor grau de

desenvolvimento na Europa, embora já se tenha tornado numa prática comum,

especialmente nas grandes empresas. Esta realidade levou a Comissão

Européia a eleger o Benchmarking como uma das principais iniciativas da

Política Européia da Qualidade para os próximos anos, apresentada como uma

ferramenta ao serviço não só das empresas como também dos poderes

públicos, capaz de melhorar o desempenho da economia, áreas e setores

chaves que afetam a competitividade na Europa.

Em 30 de março de 2000 a Conferência Portugal Benchmarking

2000, realizada em Lisboa, teve como objetivo promover a identificação de

boas práticas que, adaptadas às realidades específicas das empresas, reflitam

na melhoria dos seus níveis de desempenho e competitividade. A Conferência

reconheceu que o benchmarking, nas suas diversas vertentes, constitui hoje

um instrumento essencial, a ser utilizado por todos os agentes econômicos no

caminho da competitividade sustentada das empresas.

Sendo assim, as empresas brasileiras deverão conhecer e aplicar

o benchmarking, pois estarão desta maneira competindo igualmente com as

grandes empresas mundiais líderes no mercado globalizado. Podemos dessa

forma realçar alguns aspectos que irão atender o desenvolvimento de futuros

trabalhos através do benchmarking no mercado brasileiro como:

¬ O benchmarking pode desempenhar um papel relevante na dinamização da

capacidade de inovação das empresas, fator dinâmico da competitividade;

¬ O benchmarking utilizado de uma forma sistemática, é primordial para a

implementação de uma política de qualidade total nas empresas, de que

são exemplo as iniciativas "Prêmio de Qualidade para as Empresas" e

"Índice de Satisfação do Cliente";

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X X

¬ O benchmarking é também fundamental para a renovação e modernização

da Administração Pública sendo de primordial importância a divulgação das

boas práticas desenvolvidas por determinados Organismos Públicos.

¬ O esforço de recuperação da competitividade da indústria brasileira, quando

comparada com a Europa, os Estados Unidos da América e Japão, utiliza o

benchmarking como forma de identificação de boas práticas mundialmente

reconhecidas;

¬ É muito importante a criação de uma rede disseminadora das atividades de

benchmarking que propicie uma cooperação fácil entre os diversos

operadores de mercado, fazendo chegar a informação às empresas.

Os pontos acima relacionados são alguns exemplos para que

empresas nacionais, através do benchmarking, desenvolvam seu crescimento

e manutenção organizacional. O objetivo do trabalho é oferecer conhecimento

sobre Benchmarking, o que é, sua origem, como é aplicado, onde é aplicado e

os resultados obtidos com sua aplicação para as empresas que desejam uma

melhoria organizacional em busca da qualidade de seus produtos, serviços e

operações.

Sendo assim como é que podemos avaliar o nível de qualquer

coisa? Comparando. Como posso avaliar se estou melhor ou pior?

Comparando-me com o que existe de melhor ou pior. Qualquer coisa é melhor

ou pior, relativamente a outra coisa. Como posso avaliar e melhorar o grau de

qualidade de minha loja ou produto aos olhos do consumidor, o conjunto de

minhas estratégias de marketing? Comparando com as empresas do meu ramo

de negócio que tem maior sucesso no mercado. Fazer benchmarking é

procurar conhecer como as melhores empresas do setor fazem, para

"aprender com elas" e superar o que elas fazem de melhor para agradar o

consumidor. Se todas as empresas nada mais são que competidores em cada

mercado, uma procura obter e fidedignar maior número de consumidores que a

outra, não tendo outra maneira de medir e melhorar o desempenho na

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XI XI

competição, senão procurando comparar essas práticas com as dos melhores

concorrentes, ou seja, fazendo benchmarking.

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XII XII

CAPÍTULO I

ORIGEM DO BENCHMARKING

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XIII XIII

1 – Origem do Benchmarking

As raízes lingüísticas e metafóricas do Benchmarking vêm do

termo usado pelos “medidores de terra”, que designavam benchmarking como

uma marca ou referência feita sobre uma rocha, muro ou edifício. Portanto, um

Benchmarking servia como referência para determinar sua posição ou altitude

em medidas topográficas ou para os registros das marés. Em termos gerais,

Benchmarking era originalmente o ponto de observação de onde as medidas

poderiam ser feitas ou servir de referência para outras. Há um velho ditado que

diz: “Não se pode gerir o que não se pode medir’".

Embora a palavra seja relativamente nova e os conceitos do que

seja Benchmarking venham se ampliando gradativamente, pode-se afirmar que

desde o início da história do homem ele vem observando a realização de idéias

de seu semelhante, adaptando-as e aperfeiçoando-as de acordo com suas

necessidades. Continuamente o homem, os grupos e as empresas vêm

buscando técnicas e práticas que possam conduzir seus objetivos à uma boa

performance empresarial.

Sendo assim, num primeiro momento, considera-se o

benchmarking como um plano estratégico baseado em observação e

realização de melhorias, seja para vida pessoal, profissional e principalmente

empresarial. Desta forma a análise competitiva é de grande utilidade para

escolhas estratégicas competitivas globais. São nessas estratégias

competitivas que se encontram as raízes de Benchmarking que não substitui

um planejamento estratégico mas o apoia.

O Benchmarking foi e continua sendo o passo que faltava para

melhorar a posição competitiva das empresas, um passo na evolução das

metodologias do planejamento estratégico estimulando a melhoria das análises

que poderão ser adotadas, passou a ser considerado como uma habilidade que

deveria ser usada no dia-a-dia das empresas.

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XIV XIV

Duas antigas verdades ilustram por que o benchmarking é tão

necessário. Uma delas é um ditado de mais de 2.500 anos, originário da China:

no ano de 500 A.C., Sun Tzu, um general chinês, escreveu: "Se você conhecer

seu inimigo e a si mesmo, não precisará temer o resultado de cem batalhas ".

As palavras de Sun Tzu mostram o caminho para o sucesso em todos os tipos

de negócios. A outra, originária do Japão, é uma simples palavra, a dantotsu,

que significa “lutar para ser o melhor dos melhores”. Essa é a verdadeira

essência do benchmarking.

Elas se aplicam a soluções de problemas, planejamentos,

definições de metas, melhoria de processos, reengenharia de processos,

definições de estratégias e tem sido considerada uma das habilidades

fundamentais dentro de uma empresa.

O trabalho de Frederick Taylor sobre a aplicação do método

científico de empresa estimulou a comparação de processos de trabalho em

diversos setores, apesar da comparação das próprias performances

organizacionais com as performances dos outros operadores do mercado

remontar aos primórdios da atividade econômica. Um exemplo clássico ocorreu

durante a Segunda Guerra Mundial, onde o Japão utilizando comparações

tornou a prática empresarial comum afim de determinar padrões para

pagamento, cargas de trabalho, segurança, higiene e outros fatores no âmbito.

Os produtos como chicletes e Coca-Cola fluíram para o Japão; o primeiro

supermercado de estilo americano apareceu em meados dos anos 50 e quanto

mais os japoneses visitavam os Estados Unidos, mais viam a íntima relação

entre o supermercado e o estilo de vida da América. Consequentemente, em

virtude da curiosidade e da inclinação por imitação dos Japoneses, este tipo de

loja tornou-se mania no Japão.

Muitos observadores têm descrito os empresários japoneses

como "copiadores" que têm se sobressaído apenas na arte de imitação. Isto

não é verdade – os japoneses tem aplicado a prática de benchmarking para

seus desenvolvimentos de produto e de processo, como meio de abreviar o

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XV XV

tempo necessário para implementar aperfeiçoamentos e reduzir o tempo

requerido para levar os produtos ao mercado.

Os japoneses se sobressaem em benchmarking, na análise

exaustiva das melhores empresas de cada indústria, aperfeiçoando

continuamente seu desempenho até que os produtos e serviços japoneses

acabem se tornando os melhores. Isso acontece porque a medição e

comparação sistemática dos processos dos negócios de uma empresa com os

líderes naqueles processos ou segmento de mercado em qualquer parte do

mundo, para obter informações que ajudarão a empresa a implementar ações

para melhorar seu desempenho organizacional é positivo e a favor de mudar as

operações de forma estruturada para atingir a maximização da performance da

empresa e está baseado na insistência de se ver e compreender não apenas a

própria empresa, mas também avaliar constantemente o mundo exterior, tendo

como finalidade assegurar o sucesso empresarial.

A XEROX CORPORATION teve a sorte de descobrir e aplicar o

benchmarking no início do seu esforço para combater a concorrência. Em

1979, deu início a um processo denominado Benchmarking Competitivo em

suas operações de manufatura, para examinar seus custos unitários de

fabricação. As capacidades e características das copiadoras concorrentes

foram comparadas e desmontadas para análise dos seus componentes. Este

estágio foi chamado de comparação de qualidade e características de

produtos.

Com a análise das copiadoras produzidas pela FUJI-XEROX,

empresa japonesa associada a XEROX, foi confirmado que os custos de

fabricação nos Estados Unidos eram substancialmente mais elevados,

revelando que os concorrentes estavam vendendo máquinas a um preço igual

ao que custava a XEROX produzi-las.

Devido ao sucesso na redução de custos, a alta gerência decidiu

que o benchmarking fosse realizado por toda a empresa. No início, somente

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XVI XVI

poucas unidades operacionais usaram o benchmarking, mas em 1981 ele foi

adotado como um esforço, abrangendo toda corporação. Na Assembléia Geral,

o gerente de operações anunciou que sua prioridade número um era atingir a

liderança através da qualidade. O benchmarking, que era um dos componentes

desse esforço, juntamente com o envolvimento dos funcionários e o processo

de qualidade, era considerado vital para se atingir a qualidade em todos os

seus produtos e processos.

Os processos dos concorrentes foram examinados operação por

operação e passo a passo. Em logística, por exemplo, isso significava decidir

sobre os principais itens para transporte, armazenagem, gerência de estoques

entre outros. Estes eram então comparados com as funções dos concorrentes,

para se determinar seus métodos e práticas mais importantes. O fundamental é

reconhecer que o benchmarking envolve descoberta das melhores práticas.

Fazer Benchmarking é como promover uma situação de portas

abertas, quer por parte de quem aprende quer por parte de quem demonstra ou

ensina. Cabe às empresas de melhores métodos organizacionais e de melhor

desempenho querer partilhar informação, mesmo que seja com os seus

concorrentes, mas cabe também às empresas que podem aumentar os seus

índices querer realmente fazê-lo e deixar para trás a presunção de que não têm

nada a aprender com os outros, pois o Benchmarking ajuda a refletir sobre o

modo como se trabalha, além de sensibilizar os colaboradores para a

necessidade de aperfeiçoamento contínuo das formas de trabalho mais

eficientes e criativas, ajudando a reduzir a taxa de defeitos, a fazer crescer a

produtividade e a ter uma melhor propensão para o controle de custos diretos e

indiretos da sua atuação.

“Não basta fazer coisas cada vez melhores. É preciso fazer

melhor cada uma dessas coisas”

( Alberto Santos Dumont ,1873-1932, inventor do avião)

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XVII XVII

CAPÍTULO II

DEFINIÇÕES E PROCESSOS DO BENCHMARKING

2 – Definições, Princípios e Processos do Benchmarking

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XVIII XVIII

“A definição formal de benchmarking deriva das experiências e sucessos dos

primeiros tempos de aplicação da técnica na área de fabricação;

benchmarking é o processo contínuo de medição de produtos, serviços e

práticas em relação as mais fortes concorrentes, ou as empresas reconhecidas

como líderes em suas áreas”.

Robert Camp

Benchmarking é um processo de pesquisa, contínuo e

sistemático, onde o administrador realiza comparações de processos e práticas

de sua empresa com os de organizações que são reconhecidas como

representantes das melhores práticas administrativas, para avaliar produtos,

serviços e métodos de trabalho, com o propósito de aprimoramento

organizacional, procurando a superioridade competitiva, podendo ser aplicado

vários tipos de organização, inclusive nas entidades “sem fins lucrativos”,

conhecidos como Terceiro Setor, como veremos mais adiante.

A técnica de Benchmarking visa portanto, o desenvolvimento de

estudos que comparem o desempenho com a concorrência e com referenciais

de excelência, objetivando atingir uma posição de liderança em qualidade.

Estes estudos, organizados em projetos, devem identificar serviços e

processos de alto nível de qualidade em outras empresas, ou setores da

própria empresa, avaliar como tais resultados são obtidos, e incorporar o

conhecimento, quando aplicável à seus processos e serviços.

Trata-se de um foco externo nas atividades, funções ou

operações internas, de modo a alcançar a melhoria contínua. Portanto, a

essência do benchmarking consiste na idéia de que nenhuma empresa é a

melhor em tudo o que implica reconhecer que existe alguém dentro do

mercado que faz algo melhor do que nós.

Benchmarking não é apenas um exercício de números que

estabelece notas quantitativas e qualitativas. Ele também estabelece metas

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XIX XIX

comparáveis e procura entender os processos subjacentes que capacitam as

melhores empresas a conseguir seus melhores resultados. Entender como as

empresas conseguem seus melhores resultados é mais importante que

algumas medições quantificadas.

O benchmarking está sendo praticado por três razões

fundamentais:

¬ Ele é a maneira mais eficiente de se fazer melhorias, eliminar o antigo

processo de aprendizagem na base da tentativa e erro, utilizando processos

que outras organizações já provaram ser efetivos e podem concentrar seu

pensamento em melhorar processos ou adaptá-los às necessidades de sua

empresa.

¬ Benchmarking propicia melhorias organizacionais mais rapidamente. A

medida que o tempo tornou-se um fator tão importante na concorrência

atual muitas empresas são obrigadas a encontrar maneiras de fazer as

coisas melhores e mais rapidamente.

¬ Benchmarking tem o potencial para elevar significativamente o desempenho

coletivo das empresas que o desenvolvem.

2.1 – Princípios Fundamentais do Benchmarking

Reciprocidade

O Benchmarking é uma prática baseada em relações recíprocas, na qual todos

os participantes beneficiam-se da partilha de informação. Ao solicitarmos

informações estaremos, automaticamente, disponibilizando a contrapartida. Só

existe Benchmarking como "rua de mão dupla" : não devemos perguntar o que

não poderemos responder em troca.

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XX XX

Analogia

O Benchmarking só é útil se pudermos manter uma analogia com os processos

da nossa organização.

Medição

O Benchmarking é uma comparação de desempenho entre empresas, que

passa pela compreensão das razões que justificam os melhores resultados e

as diferenças em relação às empresas líderes.

Os sistemas de medição e as ferramentas utilizadas nessa análise, dependem

dos indicadores selecionados. Não basta obter somente os índices, é preciso

levantar os processos que levaram aos resultados

Validade

A confiabilidade dos estudos pode ser validada por métodos estatísticos.

Os participantes não devem confiar na sua intuição ou em suposições que

poderão pôr em causa as conclusões do benchmarking. Benchmarking não é

mera cópia. É preciso olhar o que foi levantado sob a ótica de aplicação dessas

práticas a partir do contexto real de cada empresa.

Esses princípios fundamentais formam os degraus iniciais para o

benchmarking os quais deverão ser seguidos em busca da qualidade

organizacional.

2.2 – PRINCÍPIOS DE CONDUTA EM BENCHMARKING

Princípio da Legalidade

Os estudos não podem ser usados para fixar preços, limitar a ação dos

concorrentes, celebrar alianças estratégicas, ou divulgar informações a

terceiros sobre os parceiros.

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XXI XXI

Princípio da Troca

A partilha de informações deve ser recíproca, justa e compensar o investimento

associado. Nunca deverá pedir qualquer tipo de informações que a própria

empresa tenha relutância em partilhar.

Princípio da Confidencialidade

A informação obtida de um parceiro de Benchmarking, deve ser tratada numa

base estritamente confidencial. Nunca se poderá revelar a terceiros o que se

aprendeu com o estudo, sem o prévio consentimento da empresa analisada.

Princípio do Uso

A informação obtida através do Benchmarking, só poderá ser usada para a

melhoria dos processos organizacionais. É vedada a sua utilização para outros

fins, tais como: comerciais, publicitários ou promocionais.

Princípio do Contato

Os contatos efetuados no âmbito do Benchmarking, devem ser realizados por

pessoas credenciadas para esse efeito.

Princípio da Preparação

Os exercícios de Benchmarking, devem ser precedidos de um trabalho

preparatório de dados e informações, que especifique claramente o que se

pretende analisar.

Princípio do Cumprimento e Conclusão

O processo de Benchmarking deve ser desenvolvido de forma a satisfazer as

expectativas de todos os intervenientes no grupo.

O tratamento da informação deve ser assegurado de forma apropriada e nos

prazos estabelecidos.

Princípio da Ação

Os parceiros devem acordar entre si, a forma como a informação será tratada

pelos membros do grupo.

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XXII XXII

2.3 - Passos Chave do Processo de Benchmarking

As aplicações do Benchmarking são infinitas e com variadas

maneiras de serem praticadas. A maioria das organizações que implantaram o

Benchmarking teve como objetivo o processo básico para satisfazer suas

necessidades específicas, ou seja, cada processo de Benchmarking deve ser

elaborado de acordo com as necessidades de cada empresa, sejam elas

públicas, privadas ou sem fins lucrativos.

Na aplicação do Benchmarking, é preciso respeitar e seguir

algumas regras e procedimentos para que os objetivos sejam alcançados e

exista uma constante melhoria do mesmo.

De acordo com Robert Camp o processo de benchmarking

consiste em cinco fases básicas. Inicia-se com uma fase de planejamento e

prossegue através de análise, integração, ação e finalmente maturidade. Essas

fases compõem um processo dinâmico que devem continuamente ser

analisados e corrigidos, se necessário.

Planejamento

• Identificar o que marcar para referência

• Identificar empresas que servem como referências

• Determinar o método de coleta de dados e efetuar a coleta

Análise

• Determinar a atual “falha” de desempenho

• Projetar futuros níveis de desempenho

Integração

• Comunicar as descobertas do benchmarking e obter aceitação

• Estabelecer metas funcionais

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XXIII XXIII

Ação

• Desenvolver planos de ação

• Implementar ações específicas e monitorar progressos

• Recalibrar os marcos de referência (benchmarking)

Maturidade

• Posição de liderança atingida

• Práticas plenamente integradas aos processos.

Assim, podemos considerar as fases acima um ciclo que de

acordo com a acirrada competitividade globalizada e as alterações de mercado

poderão sofrer um replanejamento, integrando parte de um novo plano

estratégico dentro da organização, pois nenhum planejamento por melhor que

seja é para sempre, afinal os referenciais estão sempre mudando, novas falhas

podem aparecer, empresas concorrentes e “megafusões” surgem, trazendo a

necessidade de novas ações para busca e manutenção da liderança de

mercado.

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XXIV XXIV

CAPÍTULO III

TIPOS DE BENCHMARKING

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XXV XXV

Existem pelo menos quatro tipos : Benchmarking com operações

internas; Benchmarking competitivo com concorrentes diretos externos;

Benchmarking com as operações funcionais externas ou os líderes no mercado

e Benchmarking de processos genéricos.

3 – Benchmarking Interno

O Benchmarking interno é praticado por empresas que visam

identificar as melhores práticas internas da organização e disseminar essas

práticas para outros setores da organização. Ou seja, a busca pelas melhores

práticas ocorre dentro da própria organização em unidades diferentes (outros

departamentos, sedes, grupos, etc.). Tem como vantagens a facilidade em se

obter parcerias, custos mais baixos e a valorização pessoal interna

Este tipo de Benchmarking e um dos mais fáceis de ser

executado, pois os dados envolvidos estão facilmente disponíveis e não há

problemas de confiabilidade, porém pode haver desvantagens, pois as práticas

internas podem estar impregnadas pelos mesmos paradigmas.

A realização de um Benchmarking interno, geralmente propicia

um passo para um estudo voltado para fora, ou seja, uma focalização externa

na busca de melhorias, ou ainda, a prática de um Benchmarking externo.

3.1 – Benchmarking Competitivo

O Benchmarking competitivo é o tipo mais difícil de ser praticado,

porque as empresas visadas são aquelas que disputam o mesmo mercado, ou

seja, concorrentes diretos, e geralmente não estão dispostas ou interessadas

em ajudar a equipe envolvida no processo de um benchmarking competitivo.

O Benchmarking competitivo foca em medir funções, métodos e

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XXVI XXVI

características básicas de produção em relação aos seus concorrentes diretos,

e melhorá-los de forma que a empresa possa inicialmente alcançar os seus

concorrentes, e depois ultrapassá-los, tornando-a melhor do ramo, ou no

mínimo melhor que seus concorrentes. Vejamos a comparação de Robert J.

Boxuel Jr.:

Benchmarking Competitivo

Em sua Organização Seus Concorrentes

• o que você está fazendo

• como você está fazendo

• quão bem você está fazendo

Resultado: Amplia o conhecimento de

sua organização

• o que eles estão fazendo

• como eles estão fazendo

• quão bem eles estão fazendo

Resultado: Amplia o conhecimento de

seus concorrentes.

Gráfico de Robert J. Boxuel Jr - in Vantagem Competitiva através do Benchmarking

A maior vantagem é observar o que a concorrência está

praticando. A contrapartida porém é a imensa dificuldade em conseguir

parcerias entre os concorrentes. Muitas vezes é necessário contratar uma

consultoria externa para obter informações de Benchmarking competitivo.

O Benchmarking competitivo assim como o setorial fornece os

detalhes para alcançar, e depois ultrapassar, as empresas que estão

competindo pelos seus investidores e lucros, ou seja, se volta para os métodos

e as características básicas de produção capazes de fornecer uma vantagem

competitiva sobre os concorrentes diretos de uma empresa. Se o concorrente

consegue entregar o produto em duas semanas, enquanto nós levamos cinco,

ele detém uma vantagem competitiva. Conhecer esse fato não é confortador,

mas, sem dúvida, gerador de ação. O objetivo é alcançar e superar o

desempenho dos concorrentes, procurando os problemas no modo como o

trabalho é realizado, e não nas pessoas que o realizam.

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XXVII XXVII

O Benchmarking Competitivo Setorial é usado para estabelecer

padrões de desempenho e detectar tendências no ambiente competitivo.

Enquanto o benchmarking competitivo pode incluir dois ou três dos

concorrentes mais próximos de uma organização, o benchmarking setorial

procura tendências globais em um grupo bem maior de empresas, ou seja,

enfoca tendências em vez de posições competitivas existentes.

Existem situações em que tanto o benchmarking competitivo,

quanto o setorial se encaixam. Esses dois conceitos interligados devem ser

usados em situações quando produtos ou segmentos de clientes constituírem o

ponto principal do atual questionamento, quando o processo se relacionar ao

aspecto inerente ao setor como uma regra ou um regulamento e, quando os

problemas competitivos estiverem impedindo a organização de alcançar as

suas metas de desempenho.

3.2 – Benchmarking Funcional

O Benchmarking funcional é a forma mais utilizada, pois não há

necessidade de comparar-se com um concorrente direto. As empresas

investigadas, geralmente são de ramos distintos, que adotam técnicas

interessantes em atividades especificas, que possam ser colocado em prática

na empresa do investigador, como por exemplo embalagem, faturamento ou

controle de estoques.

O processo de um Benchmarking funcional poderá ser altamente

produtivo, pois possibilita que a troca de informações se dê de maneira mais

fácil, não tendo problemas com a confiabilidade das informações, pois as

empresas envolvidas não disputam o mesmo mercado.

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XXVIII XXVIII

3.3 – Benchmarking Genérico

O Benchmarking genérico requer uma conceituação ampla e

complexa do processo analisado e tem potencial para revelar as melhores das

melhores práticas, sendo o tipo onde encontramos a maior parte de exemplos

práticos e nas quais as empresas estão dispostas a trocar informação e a ser

mais verdadeiras.

Algumas funções empresariais são as mesmas, independente da

empresa. Uma ampla gama de empresas executa determinadas funções iguais

ou similares para satisfazer os clientes. Nesse processo de Benchmarking, as

empresas participantes tem função ou processos empresariais semelhantes,

independente das diferenças entre as indústrias, como por exemplo o processo

desde a entrada de um pedido até a entrega do produto ao cliente.

Isso representa a aplicação mais ampla da coleta de dados para

parceiros da empresa. Ao realizar um estudo genérico de benchmarking, uma

empresa não se restringe a uma fronteira competitiva ou industrial; é limitada

apenas por sua habilidade de desenvolver um processo análogo. Essa

abordagem mais inovadora para benchmarking pode resultar em paradigmas

modificados e reestruturação de operações empresariais em busca da melhoria

organizacional.

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XXIX XXIX

CAPÍTULO IV

APLICAÇÕES E BENEFÍCIOS DO BENCHMARKING

4 – Aplicações do Benchmarking

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XXX XXX

Com a velocidade das informações e das mudanças no mundo

globalizado, nenhuma organização pode sozinha dominar e controlar todas as

práticas e processos operacionais que visam garantir o seu progresso e

melhoria contínua. Assim:

¬ A utilização do benchmarking como instrumento de auxílio nos

processos de melhoria contínua pode ser aplicada em todos os níveis da

organização, e em seus vários contextos. O mais importante é a

organização não perder tempo reinventando aquilo que os outros já fazem

melhor.

¬ Definir qual o melhor momento de aplicar o benchmarking na

organização, é muitas vezes uma ação que surge da necessidade da

organização de encontrar novas práticas para superar um momento difícil.

¬ Benchmarking como ferramenta de trabalho e extremamente versátil,

pois aplicado em todos os níveis e funções da organização, vem através

dos seus processos, auxiliar na retomada da competitividade da empresa

no mercado.

E sua aplicação tem como base:

1. Melhoramento dos processos;

2. Melhoramento do desempenho;

3. Melhoramento das estratégias da organização, através da busca de

melhores práticas naquelas empresas do seu ramo ou não, que são

consideradas excelentes no seu negócio.

¬ O estudo dos processos, busca conhecer e identificar as práticas

operacionais eficazes de outras empresas, com objetivo de melhorar

nossos processos básicos, e através deste estudo criar melhoramentos em

escala dentro da organização. Podemos citar como exemplo a melhoria no

sistema de custos, que podem trazer aumento na lucratividade e maior

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XXXI XXXI

poder de competitividade para a organização.

¬ A aplicação do benchmarking para melhoria do desempenho, visa

comparar os níveis competitivos dos seus produtos e serviços, como

qualidade, preços e agregados.

¬ O benchmarking estratégico visa conhecer como se dá a competição das

empresas no mercado. Geralmente as organizações buscam identificar as

estratégias competitivas que tem levado outras empresas a obter sucesso

em suas operações. Muitas vezes as melhores estratégias nem sempre

estão no mesmo segmento da indústria da organização.

O que muitas vezes dificulta a adaptação das estratégias

competitivas de sucessos, são as necessidades de curto prazo das

organizações de melhorar os seus processos, e neste caso o melhor é a

focalização no Benchmarking de processos, pois muitas estratégias somente

poderão trazer resultados a médio longo prazo.

A aplicação do Benchmarking além de melhorar o desempenho,

os processos e as estratégias das organizações, cria uma cultura de

aprendizagem rápida e constante em toda organização. Fazendo com que as

pessoas compreendam a necessidade das mudanças, aceitando-as como

importantes e necessárias, e que irão trazer benefícios não só para a empresa

mas para todos os envolvidos.

4.1 – Benefícios do Benchmarking

Listar todos os benefícios que Benchmarking proporciona as

organizações, é uma tarefa extremamente difícil, pois o Benchmarking é uma

ferramenta de melhorias contínuas, e busca capacitar as pessoas a um

aprendizado rápido, onde a busca de melhores idéias deve ser uma constante

dentro das organizações; podemos dizer que o Benchmarking tornou-se uma

das principais ferramentas no gerenciamento de processos de qualidade total.

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XXXII XXXII

No entanto alguns benefícios podem ser colocados em questão:

Atender às exigências dos clientes:

O objetivo empresarial final é sempre atender às exigências do cliente, todavia,

todo esse processo é composto por muitos processos menores internos. Cada

setor da empresa é prestador de serviço e cliente de outro. Todo esse

processo deve satisfazer o próximo cliente na linha e, finalmente, o cliente

externo, o usuário final.

Estabelecer metas e objetivos eficazes:

O Benchmarking é a maneira mais eficaz de estabelecer metas, objetivos e

alcançar os resultados. Ele força um foco contínuo no ambiente externo.

Medida real de produtividade:

É obtida quando os funcionários de todos os setores estão resolvendo

problemas reais da empresa, ou seja, estão concentrados em atender os

clientes externos e / ou o cliente final.

Tornar-se competitivo:

Para tornar-se competitivo é preciso conhecer os concorrentes. A investigação

de práticas de mercado é o que traz a competitividade e a supremacia no

mercado.

Melhores práticas do mercado:

Aprender as práticas alheias que são melhores que aquelas que estão em uso

na sua empresa. As descobertas feitas são usadas para modificar, melhorar ou

adaptar práticas externas para produzir mudanças úteis e melhorar a eficiência

e a eficácia.

Mas talvez um dos maiores benefícios que o Benchmarking veio

trazer as organizações foi a capacidade de reação e adaptação diante das

mudanças, pois com o advento da globalização, o tempo é considerado um

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XXXIII XXXIII

fator de extrema importância para que as organizações mudem suas

estratégias e continuem competitivas e lucrativas diante desse mercado sem

fronteiras.

Assim, a cada inovação já se inicia um novo ciclo de

aprendizagem e melhoria. É esta contínua renovação do processo que propícia

o desenvolvimento de uma empresa e seus objetivos. Bogan e English citam as

vantagens de Benchmarking, consideradas por eles:

¬ Melhora a qualidade organizacional.

¬ Conduz a operações de baixo custo.

¬ Facilita o processo de mudança.

¬ Expõe as pessoas a novas idéias.

¬ Amplia a perspectiva operacional da organização.

¬ Cria uma cultura aberta a novas idéias.

¬ Serve como catalisador para o processo de aprendizagem.

¬ Aumenta a satisfação dos funcionários da linha de frente através do

envolvimento, aumento de sua autoridade e um senso de domínio sobre o

trabalho.

¬ Testa o rigor das metas operacionais internas.

¬ Vence a natural descrença dos funcionários da linha de frente sobre a

possibilidade de melhoria do desempenho.

¬ Cria uma visão externa para a empresa.

4.2- A Utilização do Benchmarking no Terceiro Setor

As organizações do Terceiro Setor – assim denominadas em

contraposição a um primeiro setor identificado como o Estado e a um segundo,

referido à iniciativa privada -, emergem da sociedade civil com propósitos

voltados para atividades de relevante valor social. No entanto, consomem

recursos, geram “produtos” e serviços e, nesse sentido, precisam gerenciar

seus escassos recursos, tal como nas organizações empresariais. Não

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XXXIV XXXIV

podendo, desta forma, ficar de fora da aplicação de mudança organizacional

feita através do Benchmarking.

Nas organizações do Terceiro Setor, pelas próprias

características que lhes são inerentes, não competem pelos serviços que

prestam à sociedade, via de regra de forma gratuita. Como não há

concorrência no ambiente empresarial, como se justificaria a utilização do

Benchmarking?

Conforme visto no capítulo III, existe vários tipos de benchmarking

e nem sempre envolvem a concorrência ou mesmo informações sigilosas. Em

determinados momentos, o Benchmarking pode ser exatamente o contrário , ou

seja, de cooperação, troca de informações e de parceria em projetos. Nesse

sentido, essas organizações buscam se espelhar nas melhores entidades do

setor, objetivando melhorar seus processos internos, e consequentemente,

melhorar atendimento às pessoas em geral.

Nessas organizações, mesmo não tendo finalidade lucrativa e tão

pouco concorrendo pelos serviços que prestam, o benchmarking tem um vasto

campo para suas aplicações, como por exemplo áreas de marketing, serviço

voluntário, parceria com setor público e privado, consumo de recursos, etc.

Conclui-se que o benchmarking no Terceiro Setor, assim como

nos demais, deve objetivar a posição de liderança em processos, atividades e

serviços, pois fornece informações sobre as melhores práticas, gerando novos

procedimentos visando melhorar o desempenho da organização com um todo.

Há portanto, um benchmarking de cooperação entre as entidades no sentido de

fomentar a ação voluntária em benefício das pessoas.

4.3 – Expansão e Melhoria da Qualidade Empresarial

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XXXV XXXV

Esta é uma tendência clara em que os conceitos de benchmarking

estão inseridos. A qualidade cobre todo o tipo de funções da empresa:

marketing e vendas, produção, contabilidade, finanças, administração,

distribuição e fundamentalmente a gestão dos processos. A rápida melhoria da

qualidade poderá não fornecer uma vantagem competitiva, mas terá de ser

antes uma competência necessária para muitas empresas que queiram

competir nas próximas décadas.

A expansão dos conceitos de gestão da qualidade, métodos e

ferramentas para todas as indústrias é facilmente apresentável numa ampla

variedade de empresas de produção e serviços que foram vencedoras do

Prêmio Nacional de Qualidade Malcom Baldridge.

Mas, as melhorias mais significativas são resultado de equipes de

qualidade existentes entre departamentos nas empresas. Estas equipes

atacam os problemas crônicos que tem obstruído o progresso da empresa por

um período longo de tempo. Estes são os poucos problemas vitais que criam

os avanços em termos de qualidade através da redução de desperdícios e da

melhoria significativa da satisfação de clientes.

Um recurso que pode ajudar em busca da qualidade são as

normas de qualidade ISO 9000 que tornaram-se uma definição

internacionalmente aceita, de um sistema de garantia de qualidade. Muitas

empresas estão a incluir fornecedores a clientes-chaves na melhoria da

qualidade, no planejamento e nas atividades de controle. Logo, aprender mais

rápido do que os concorrentes é uma das vantagens competitivas sustentáveis,

bem como, as competências da força de trabalho serão a principal arma

competitiva para o século XXI, pois qualquer empresa que se tenha

empenhado ativamente na direção da gestão pela qualidade sabe quão

importante são a educação e a formação para todos os componentes da

equipe.

Esses conceitos, métodos e ferramentas da moderna gestão da

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XXXVI XXXVI

qualidade são novos para a maioria dos membros da empresa, os

investimentos na educação e na formação é significativo, mas as recompensas

são maiores. Para muitas empresas, o investimento em formação e educação

já se cifra entre 1% e 2% das receitas anuais. Para se ter uma idéias sobre

estes percentuais, uma empresa vencedora do Prêmio Malcolm Balridge, da

área de tecnologia de ponta, espera atingir 5% das receitas anuais em

investimento em formação e educação garantindo o conceito de empregados

investido de poder abrangendo muitas novas idéias.

Este tipo de empregados possuem um controle próprio: os meios

necessários para avaliar a qualidade dos seus processos de trabalho, para

interpretarem as avaliações e para as compararem com os objetivos propostos,

agindo convenientemente quando o processo esta fora de controle num

processo em que chamamos de Equipes de Trabalho Autodirigidas.

Os empregados sabem como alterar o processo e melhorar a

performance, compreendem a forma de planejar com vista à qualidade; sabem

quem são os seus clientes, quais as suas necessidades, desejos e

expectativas; sabem projetar novos bens e serviço que vão ao encontro dessas

necessidades; sabem desenvolver os processos de trabalho necessários;

sabem como desenvolver e utilizar as avaliações de qualidades necessárias; e

sabem como melhorar continuamente os processos.

Em resumo, compreendem e utilizam diariamente os três

processos básicos de gestão qualidade: planejamento, controle e melhoria da

qualidade. Estes três processos universais de gestão, freqüentemente

denominados como a Trilogia Juran constituem o mais importante bloco da

Gestão da Qualidade Total.

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XXXVII XXXVII

CAPÍTULO V

METAS, OBJETIVOS E PLANEJAMENTO

5 – Metas e Objetivos no Benchmarking

Os dois ingredientes organizacionais usados para estabelecer

diretrizes organizacionais são: a missão e os objetivos. A missão é o propósito,

ou a razão de ser de uma organização. Uma missão organizacional deve

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XXXVIII XXXVIII

ajudar a concentrar o esforço, garantir a compatibilidade dos processos,

fornecer uma razão lógica para alocação de recursos, indicar áreas de

responsabilidade funcionais e fornecer os fundamentos para os objetivos

organizacionais. Normalmente a missão está voltada para os tópicos de

produtos, serviços, marketing e tecnologia e os objetivos, filosofia, autoconceito

e imagem da organização.

Já os objetivos organizacionais são metas para os quais a

organização está direcionada. Os objetivos refletem a missão organizacional e

são importantes pois podem ser utilizados para auxiliar na tomada de decisão e

como guias em busca do aumento na eficiência da organização. Os objetivos,

podem ser tanto de curto prazo como de longo prazo, analisando desta forma

áreas como posição no mercado, inovação, grau de excelência do produto,

níveis de recurso, lucratividade, desempenho administrativo, desempenho e

atitude dos trabalhadores e responsabilidade social.

É no planejamento organizacional que são definidos metas e

objetivos. Não é um método a ser copiado e sim um processo, uma ação

dinâmica a ser desenvolvida de acordo com a empresa, assim como o

benchmarking.

O objetivo do Benchmarking é pois a mudança para melhoria

contínua da empresa e a melhoria contínua implica em retomada do processo

ou meta em que se fizer necessária a mudança. Essas mudanças serão então

quantificadas ou subdivididas em metas que, detectadas podem ser

modificadas ou não. Assim, após um processo de diagnóstico e Benchmarking

cada empresa tem suas opções quanto ao estabelecimento de metas e o

desenvolvimento de um novo projeto.

5.1 – Planejando o Benchmarking

Atualmente, um dos enfoques positivos do gerenciamento moderno é:

gerenciar processos e analisar as medidas de desempenho das empresas.

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XXXIX XXXIX

Antigamente, as empresas preocupavam-se apenas em atingir suas metas

financeiras. O modo como se atingia estas metas não era questionado.

Compreende-se que o enfoque do resultado financeiro a curto prazo não

resolve e tem-se considerado o gerenciamento de “todo o sistema”, “todos os

processos” que envolvem a empresa, bem como outras empresas uma

estratégia mais eficaz.

Isso envolve o que atualmente chamamos “medições” ou “benchmark” a

curto e a longo prazo. O “benchmark” é o registro das medidas operacionais

das empresas. Ele ajuda as organizações a identificar e compreender as

práticas operacionais. “Benchmark” são estatísticas (medidas) operacionais

que definem o nível do desempenho de um sistema. Assim, por exemplo, um

benchmark aponta em que medida a empresa perdeu vendas, cancelou

vendas, deixou de receber pedidos de compra...

No entanto o “benchmark” oferece apenas a medida, não aponta as

causas das diferenças de desempenho da empresa; é apenas uma das metas

do processo de desempenho da empresa. As práticas bem sucedidas de um

projeto de melhoria unem “medidas e processos”, isto é, unem benchmarks e

benchmarking em um processo composto de várias ações, sempre analisadas,

planejadas, avaliadas e replanejadas.

O conhecimento dos benchmarks, isto é, das medidas de desempenho

de uma empresa levam à aplicação do “benchmarking, busca de melhoramento

contínuo”, através de um Planejamento Estratégico.

É comum empresas estabelecerem planos para si sem considerar

pontos de referência de outras empresas, suas estratégias e suas medidas de

desempenho. No entanto, um crescente número de empresas vem usando o

benchmarking como um passo crítico no processo do planejamento estratégico:

revisam produtos, preços, práticas, estratégias, estruturas, serviços

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XL XL

concorrentes de outras empresas e avaliam a adequação de suas próprias

metas, seus planos e suas estratégias.

5.2 - Conceito de Planejamento Estratégico

Planejamento estratégico é conceituado como “um processo gerencial

que possibilita ao executivo estabelecer rumos a ser seguidos pela empresa

com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa e seu

ambiente.” (Djalma P. R. de Oliveira in Planejamento Estratégico, pág. 46).

Reflete o modo de pensar e agir da empresa. É também um processo de

tomada de decisão de todos os elementos da empresa; pressupõe a ação que

deve ser orientada para garantir a convergência de interesses da empresa.

Estas decisões envolvem o conhecimento do momento atual da empresa e os

passos desejados para o futuro, a médio ou longo prazo.

Todo planejamento deve começar pelo diagnóstico estratégico da

empresa; este diagnóstico deve ser o mais real possível para conhecer-se os

aspectos externos e internos da empresa. Do diagnóstico estratégico deve

constar a análise dos:

¬ Pontos fortes da empresa:

Variáveis internas e controláveis pela empresa – Representam uma condição

favorável à empresa. Necessidade de treinamento dos funcionários, melhor

adequação dos funcionários.

Ex.: Às suas funções, melhor qualidade do produto, inovações no produto.

¬ Pontos fracos da empresa:

Variáveis internas e controláveis pela empresa – Representam situação

desfavorável em relação a seu ambiente.

Ex.: Desacordo entre funcionários, insatisfação quanto a salários, horários,

máquinas deficitárias, etc.

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XLI XLI

¬ Oportunidades:

Variáveis externas e não controláveis pela empresa. No entanto estas variáveis

podem ser modificadas a favor da empresa, pois com a análise ambiental

orientada para esta função aumenta-se o desempenho de uma função em

especial ou de uma atividade organizacional a partir de um trabalho de

marketing bem estruturado.

Ex.: Produtos mais aceitáveis pelo público, campanha de ofertas, melhoria

geral de qualidade, maiores prazos, etc.

¬ Ameaças:

Variáveis externas e não controláveis pela empresa. Geralmente criam

condições desfavoráveis à mesma, por isso deve-se criar uma análise ambiental

orientada para a política, melhorando o desempenho organizacional e mantendo

a alta administração informada sobre as principais tendências emergentes neste

ambiente. Gerando desta forma descoberta antecipada e reação adequada a

modificações diversas que provavelmente afetem a organização como um todo.

Ex.: Situação político-econômica do país, abertura de empresas

concorrentes, grandes empresas “dominando” pequenas, etc.

Esse conjunto de informações externas e internas à empresa forma o

“Conjunto de Informações Global da Empresa” e este é o diagnóstico

necessário, o ponto de partida para um “planejamento”, ou seja, “uma tomada

de decisão”.

5.3 - O Plano Estratégico e o Benchmarking

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XLII XLII

Conforme já foi citado, o benchmarking não é um planejamento

estratégico e sim um componente. Esse planejamento estratégico parte do

diagnóstico da empresa e só então aplica-se o benchmarking.

Então, após o diagnóstico da empresa, aplica-se o benchmarking para:

¬ determinar onde se encontra a empresa em relação à concorrência.

¬ estabelecer ou adequar metas a curto e a longo prazo.

¬ estabelecer ou aperfeiçoar estratégias que ofereçam maior probabilidade de

acertos.

¬ certificar-se de que os processos tidos como básicos para o sucesso da

empresa sejam realmente competitivos.

¬ identificar fatores-chaves para alcançar a liderança no mercado.

Bogan e English dizem que o benchmarking transformou-se em uma

“parte crítica do planejamento estratégico”. Considerando dessa forma que o

benchmarking estratégico pode trazer descobertas indesejáveis, quando

descobrem que outras empresas desenvolveram técnicas melhores e mais

eficazes. Mas também, esse conhecimento pode evitar maior queda de

participação no mercado, queda de lucro, fechamento de fábrica, cortes de

mão-de-obra.

Mediante a utilização do benchmarking como um dos componentes da

elaboração do planejamento estratégico inicia-se então ações específicas que

devem ser acompanhadas reforçadas ou reformuladas para que os objetivos

propostos sejam alcançados.

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XLIII XLIII

CAPÍTULO VI

O BENCHMARKING NO FUTURO

6. Benchmarking no Futuro

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XLIV XLIV

O benchmarking está sendo praticado de muitas maneiras

diferentes, com resultados variáveis. No Brasil, a abertura de mercado tem

propiciado várias empresas a possibilidade de aplicar o benchmarking: Natura,

Boticário, Varig, Alcoa Alumínios, Correios, são exemplos. Também já existe

no Brasil, grupos organizados denominados “Grupos de Benchmarking”.

No entanto, há um grande influxo de recém-chegados ao jogo do

benchmarking, que freqüentemente aplica sua própria interpretação menos

rigorosa do processo, e pedem ajuda a empresas bem sucedidas. Aqueles que

praticam um benchmarking ruim não o fazem premeditadamente ou com

intenção malévola. Eles apenas não sabem como fazê-lo melhor. Estabelecer

a organização como uma daquelas que pratica um benchmarking rigoroso e

capaz de adicionar valor está tornando-se rapidamente um dos requisitos

prévios para se aprender com as melhores.

As vencedoras do Prêmio Nacional de Qualidade Malcolm

Baldrige, sempre estão assoberbadas com solicitações de visitas de

benchmarking. Muitos desses pedidos vêm de organizações bastante

familiarizadas com o prêmio por saber que uma das exigências que se faz aos

ganhadores é compartilhar informações sobre suas bem-sucedidas estratégias

de qualidade com outras empresas americanas. “Compartilhar informações

sobre estratégias de qualidade bem-sucedidas”, porém, não significa

necessariamente atender a toda solicitação do benchmarking. Gerentes que

estejam executando benchmarking real, e que talvez tenham alguns resultados

de benchmarking próprios para compartilhar, terão a melhor chance de garantir

a cooperação de potenciais empresas-alvo de sua preferência.

Outra questão que se tornará mais importante são as

comunicações entre empresas. Os sistemas de informação constituem uma

parte importante da gestão da qualidade total. Contudo, em muitas empresas

eles estão ainda numa fase embrionária, ou, mais grave ainda, já existem, mas

não são utilizados. É imperativo que o benchmarking não seja mal usado para

gerar cooperação entre ou em meio de organizações que devam estar

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XLV XLV

competindo. À medida que o benchmarking proliferar, as empresas formarão

mais relações com outras empresas que eram, antes do benchmarking, suas

ferozes concorrentes. A partilha de aprendizado e a experiência que se pode

desenvolver por meio dessas interações é um fenômeno saudável, contanto

que não reduza de forma nenhuma a competição entre as empresas que o

partilham.

O benchmarking colaborativo entre competidores deve ser, com

um propósito claramente definido logo de saída, e ser encerrado quando o

propósito tiver se realizado. A colaboração entre concorrentes do setor para

aumentar a competitividade global do mesmo e movimentá-lo para a frente é o

resultado ideal do benchmarking colaborativo. Qualquer coisa que reduza a

competição global, porém, tem o potencial de causar sérios danos a longo

prazo e deve ser evitada.

O benchmarking deve encontrar, também, seu caminho no setor

público, bem como no Terceiro Setor, embora a falta de competição dentro do

setor público possa não criar o mesmo senso de urgência para melhorar o que

existe no setor privado. Porém, contínuo inchaço dos déficits orçamentários

pode ajudar a promover o reconhecimento da necessidade de se fazer as

coisas melhor, mais rápido e mais barato num futuro breve, e o benchmarking é

uma ferramenta natural a ser usada para a melhoria. As oportunidades de

melhoria no setor público são tão vastas que o benchmarking poderia exercer

um profundo impacto sobre como as coisas são feitas usando nossos

impostos.

Os efeitos macroeconômicos de se fazer as coisas melhor, mais

rápido e mais barato no setor público são assustadores. Procurar maneiras de

melhorar os serviços que recebemos pelo mesmo nível de gastos, ou um nível

ligeiramente menor, é um empreendimento que pode ser fortemente ajudado

pelo benchmarking.

O benchmarking é um processo, mas também é uma forma de

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XLVI XLVI

pensamento limitado somente pela capacidade de refletir. Não faça

benchmarking porque ele está intelectualmente em moda. Faça porque vê com

seriedade a melhoria. Faça a sua parte para tornar sua organização e a base

industrial desta nação mais competitivas. (Boxwelll, Jr. Vantagem Competitiva

do Benchmarking na Sociedade Contemporânea).

6.1 – Uma Nova Estrutura de Organização

As empresas concentram-se nos clientes de uma forma

considerada há algum tempo como impensável ou impossível, no momento há

importância de se ir mais além do que o simples objetivo de um cliente

satisfeito, para um cliente leal ou encantado.

Este enfoque nos clientes é precisamente a marca distintiva do

enorme sucesso de muitas empresas. Possuir uma compreensão instintiva da

qualidade, ou seja, qualidade significa dar aos clientes aquilo que eles querem.

Se nos pusermos no lugar do cliente, constatamos que queremos tudo: uma

ampla variedade de mercadoria de boa qualidade, os preços mais baixos

possíveis, satisfação garantida naquilo que compramos, um serviço eficiente e

simpático, horários convenientes, estacionamento gratuito e uma experiência

de compras agradável.

Seja qual for a atividade, as empresas que maior sucesso atingem

partilham uma obsessão comum: fazer do cliente o centro de tudo quanto

fazem. E não é suficiente satisfazer apenas os clientes; eles precisam de ser

encantados, ou seja, serem eles próprios surpreendidos por não verem as suas

necessidades apenas satisfeitas, mas excedidas.

Por isso a auto avaliação poderá ser uma das mais úteis

tendências desenvolvidas nos últimos anos. Empresas no mundo inteiro estão

utilizando os critérios para avaliar sua performance. Este tipo de avaliações

fornece as empresas uma boa base dos níveis atuais de performance de

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XLVII XLVII

qualidade. Quando os diretores das organizações se disponibilizam a perceber

estes critérios e o que é necessário para melhorar estes níveis, podem

desenvolver planos de ação para melhorar as suas empresas. Um primeiro

passo muito importante para todo este processo consiste em compreender o

nível de performance da nossa própria organização, para seguidamente o

compararmos com uma outra organização, visando com que os diretores

prestem atenção ao que outras empresas alcançaram em termos de qualidade,

como obtiveram estes resultados, e qual o papel desempenhado pelos líderes

empresariais nesta proeza. Este tipo de benchmarking, pessoal e

organizacional, é uma das mais importantes tendências na gestão da

qualidade.

As empresas precisam investir na potencialização de seus

funcionários, aumentando sua participação na melhoria dos processos de

qualidade e produtividade. Ao investir no potencial dos funcionários, as

empresas aumentam o espaço para a participação das pessoas na melhoria da

qualidade e produtividade e os funcionários que antes tinham suas idéias

podadas, agora usam seus talentos para satisfazer as expectativas dos

clientes. Com o conhecimento adquirido diariamente pela observação do seu

trabalho, o funcionário tem condições de avaliar os pontos críticos que

comprometem a performance do resultado final e pode melhorá-los com

ferramentas próprias. Ë um processo de incentivo às novas idéias com um

compromisso de ouvi-las, analisá-las, e implementá-las, permitindo que aflore

em cada pessoa a criatividade como objetivo de ter uma organização onde

todos colaborem intelectualmente para o seu crescimento e não apenas um

pequeno grupo.

O que se espera é que todos os trabalhadores de uma

organização, incluindo a alta gerência, tenham oportunidade de desenvolver os

seus talentos. Assim, ao democratizar o espaço para novas opiniões, ampliam-

se as possibilidades de atingir a EXCELÊNCIA. Um clima organizacional

envolvente e estimulante, e ainda a auto-estima elevada, são alguns elementos

que facilitam a potencialização dos talentos, pois com as pessoas se sentindo

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XLVIII XLVIII

seguras e conscientes da importância do seu trabalho, todos os componentes

do processo de qualidade evoluem na mesma harmonia. O que garante que a

qualidade de um processo é diretamente proporcional à qualidade de cada

módulo que o compõe. Porém, a grande dificuldade ao se dar espaços aos

funcionários para que tenham voz ativa, é vencer os antigos paradigmas por

sermos uma sociedade elitista, que não permite que os níveis mais baixos das

empresas se manifestem, sufocando assim, uma imensidão de belas

propostas.

A antiga idéia que o colaborador não é pago para pensar e sim

para fazer o que mandam, não é válida no processo participativo. Neste, o

comprometimento de cada pessoa, independente do cargo que ocupa é

essencial para o crescimento da empresa. O funcionário precisa sentir-se

respeitado, reconhecido e valorizado, passando a ser um ser pensante que é

capaz de mudar o meio. Enfim, se sentir agregando valor para a melhoria do

ambiente de trabalho, produzindo melhor e consequentemente reduzindo

custos das empresas.

Com a globalização da economia, que exige cada vez mais

rapidez nas decisões dos negócios, a participação dos colaboradores é

fundamental. Assim, a responsabilidade em encontrar soluções para a

resolução de determinados problemas não fica restrita aos níveis superiores

das organizações. O sucesso da empresa no futuro estará vinculado ao talento

de todos os seus colaboradores. Aqueles que se preocuparem em estimular o

potencial, dando espaço para a criatividade das pessoas, certamente estarão

na frente atendendo cada vez melhor seus clientes.

6.2 – Qualidade Total

Com o mercado globalizado, a economia brasileira encontra-se

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XLIX XLIX

cada vez mais exposta à competição nacional e principalmente a internacional.

Esse novo cenário mundial fez com que o Brasil a partir da década passada

começasse aplicar os conceitos de qualidade total à gestão de empresas, pelo

menos no tocante as grandes organizações.

Atualmente a produtividade e competitividade são desejáveis por

todas as organizações em virtude de um ambiente de grandes transformações

sócio-político-econômico do nosso país. Porém, a abertura comercial e a

cultura inflacionária vem delineando um novo cenário que através da

ineficiência puni várias empresas com sua exclusão no mercado. Isso ocorre

porque o consumidor está cada vez mais consciente dos serviços que

realmente atendem suas necessidades determinando desta forma o futuro e a

sobrevivência da empresa.

Nessa nova visão empresarial onde a lucratividade cede lugar a

estratégia de sobrevivência, os resultados imediatos estão sendo sacrificados

em função de projetos a longo prazo, como a qualidade total, pois o objetivo

antes de tudo é a permanência no mercado. Desta forma a qualidade total abre

um via para as empresas que querem se manter vivas, baseando-se sempre

na satisfação do cliente onde podemos destacar alguns mandamentos

essenciais da qualidade:

¬ Satisfazer os clientes é atender bem suas necessidades. O

desconhecimento sobre essas questões costuma ser responsável por erros

custosos às organizações.

¬ O bom gerenciamento significa mobilizar esforços, atribuir

responsabilidades, delegar competências, motivar, debater, ouvir

sugestões, compartilhar objetivos e disseminar informar. Ou seja,

transformar grupos em equipes de trabalho competitivas.

¬ É fundamental a montagem de uma estratégia empresarial que funcione

como linha condutora ligando o presente ao futuro da organização.

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¬ É imprescindível atualizar-se estando permanentemente informado sobre

novas tecnologias para eventuais mudanças se necessário para manter-se

competitivo no mercado.

¬ Cada pessoa da organização deve saber quais são seus clientes, internos

ou externos, e que produto ou serviço eles esperam receber.

¬ Quanto maior for a disseminação de informação e a participação das

pessoas maior será o nível de comprometimento e as chances de sucesso

da ação realizada.

¬ Os documentos como modelo de gestão, processos, rotinas, especificações

dos produtos e serviços, assim como os indicadores de desempenho que

possibilitam a comparação com os resultados alcançados são a base e

garantia da qualidade.

¬ O erro traz aumento de custo, comprometimento da imagem e

desmotivação. Não aceitá-lo e corrigi-lo o quanto antes é o mandamento

essencial para empresas que procuram ser competitivas.

Sendo assim o caminho da qualidade total implica em redução de

desperdício e retrabalho, eliminação de atividades que não agregam valor e

otimização dos processos gerando consequentemente o aumento da

produtividade e competitividade. Essa competitividade pode ser verificada pela

comparação de sua produtividade com a das concorrentes (Benchmarking).

Havendo uma equivalência na qualidade do produto ou serviço oferecido será

competitiva a organização que apresentar maior produtividade.

Desta forma podemos afirmar que através da qualidade total, bem como

o instrumento do benchmarking a empresa incrementa sua produtividade,

possibilitando o alcance da competitividade assegurando a sobrevivência da

empresa a longo prazo.

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CONCLUSÃO

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LIII LIII

É preciso deixar claro que, mesmo sem conhecer a teoria, todos,

embora de maneira empírica, praticam ações de benchmarking. Na verdade, se

voltarmos às origens do homem, o encadeamento sucessivo de suas ações

não têm sido mais que um processo de benchmarking. Ele é um processo que

está na raiz do conhecimento humano e veio aperfeiçoando-se na medida do

desenvolvimento nas eras do conhecimento e principalmente das

organizações.

Sendo assim é necessário que as organizações busquem o

Benchmarking como uma ferramenta de melhoria, assumam uma postura de

"organização que deseja aprender com os outros" para que possa justificar

o esforço investido no processo, pois essa busca das melhores práticas é um

trabalho intensivo, consumidor de tempo e que requer disciplina. Portanto,

Benchmarking é uma escola onde se aprende à aprender, onde o

conhecimento da informação não é sinal de uma vitória certa, mas o

desconhecimento certamente caminha para a derrota, porque a vantagem

competitiva não se obtêm através da espionagem industrial. Pelo contrário,

ela resulta do planejamento para a competição, conforme definido pelo

cliente e avaliado pelo mercado. Atualmente, o planejamento eficaz significa a

adoção da melhoria contínua como a principal meta, o desejo de melhorar,

todos os dias, em todas as atividades como na gestão da qualidade total.

Assim podemos dizer que o benchmarking está evoluindo como

um valioso e essencial instrumento para iniciar, orientar, e despersonalizar o

caminho para a melhoria contínua ao estabelecer um novo conjunto de

medidas, conseguindo desfazer a mentalidade do cumprimento de padrões e

ainda recompensando com o constante melhoramento. Portanto, o

benchmarking estabelece a base para superar o passado, criando-se uma

nova cultura organizacional em busca de inovação e liderança.

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Mais do que uma palavra mágica, o Benchmarking é um conceito

que está alterando consideravelmente o enfoque da administração nesta

década, onde o mesmo é composto de atributos que determinarão o sucesso

ou ainda a sobrevivência das empresas. Logo, as empresas devem praticar o

benchmarking em busca de uma capacidade competitiva, e desejo de

prosperar numa economia globalizada, garantindo desta forma a

manutenção da organização no mercado.

Concluímos que a pergunta a ser formulada portanto, não é por

que deveríamos praticar o benchmarking?, mas como conseguimos não fazê-

lo? Em uma era de mudanças aceleradas, competição global crescente e

tolerância reduzida para a ineficiência e falta de eficácia, o benchmarking não é

uma atividade opcional; ele é necessário em todos os níveis da organização e

fundamental às empresa, sejam elas de pequeno ou grande porte, mas com

um grande desejo de permanecer vivas e atuantes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LVI LVI

BOGAN, Christopher e; ENGLISH Michael J., Benchmarking, aplicações

práticas e melhoria contínua. São Paulo : Makron Books, 1997.

BOXWELL, Robert J. JR., Vantagem competitiva através do benchmarking.

São Paulo : Makron Books, 1996.

CAMP, C. Robert. Benchmarking - o caminho da qualidade total, 2. ed. São

Paulo : Pioneira, 1993.

CERTO, Samuel C. Administração estratégica: planejamento e implantação da

estratégia. Samuel C. Certo, J. Paul Peter. São Paulo: Makron Books, 1993.

DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2.ed. São Paulo: Atlas,

1987.

KERLINGER, Fred Nichols. Metodologia da pesquisa em ciência sociais: um

tratamento conceitual. São Paulo: EPU.

KOTLER, Philip. Administração de marketing. 4. ed. São Paulo : Atlas.

KOTLER, Philip e; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 7.ed. Rio de

Janeiro: LTC, 1999.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças, Planejamento estratégico, 11. ed. São

Paulo: Atlas, 1997.

PORTER, Michael, Vantagem competitiva: criando e sustentando um

desempenho superior. 11. ed., São Paulo : Campus, 1998.

SILVA, Mário Camarinha da. Normas técnicas de editoração; teses,

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LVII LVII

monografias, artigos, papers. Mário Camarinho da Silva, Sonia Brayner. Rio de

Janeiro: UFRJ, 1992.

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LVIII LVIII

ANEXOS

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ANEXO 1

COMPROVANTE DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO

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ANEXO 2

COMPROVANTES DE ATIVIDADES CULTURAIS

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LXI LXI

INDÍCE

AGRADECIMENTOS III

DEDICATÓRIA IV

RESUMO V

METODOLOGIA VI

SUMÁRIO VII

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - ORIGEM DO BENCHMARKING

1- Origem do Benchmarking 13

CAPÍTULO II - DEFINIÇÕES E PROCESSOS DO BENCHMARKING

2. Definições, princípios e processos do Benchmarking 18

2.1. Princípios fundamentais do Benchmarking 19

2.2. Princípios de conduta em Benchmarking 20

2.3. Passos chaves do processo de Benchmarking 22

CAPÍTULO III- TIPOS DE BENCHMARKING

3. Benchmarking Interno 25

3.1. Benchmarking Competitivo 25

3.2. Benchmarking Funcional 27

3.3. Benchmarking Genérico 28

CAPÍTULO IV- APLICAÇÕES E BENEFÍCIOS DO BENCHMARKING

4. Aplicações do Benchmarking 30

4.1. Benefícios do Benchmarking 31

4.2. A Utilização do Benchmarking no Terceiro Setor 33

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4.3. Expansão e Melhoria da Qualidade Empresarial 35

CAPÍTULO V - METAS, OBJETIVOS E PLANEJAMENTO

5.Metas e Objetivos do Benchmarking 38

5.1. Planejando o Benchmarking 39

5.2. Conceito de Planejamento estratégico. 40

5.3. O Plano Estratégico e o Benchmarking 42

CAPÍTULO VI - O BENCHMARKING NO FUTURO

6. Benchmarking no Futuro 44

6.1. Uma Nova Estrutura de Organização 46

6.2. Qualidade Total 49

CONCLUSÃO 52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55

ANEXOS

Anexo 1 – Comprovante de Estágio Obrigatório 58

Anexo 2 – Comprovantes de Atividades Culturais 59

ÍNDICE 60

FOLHA DE AVALIAÇÃO 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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LXIII LXIII

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Especialização em Gestão Estratégica e Qualidade

Título da Monografia:

MUDANÇA ORGANIZACIONAL ATRAVÉS DO

BENCHMARKING

Data da Entrega: 05 de janeiro de 2002.

Avaliado por:___________________________________________

Grau: _________________________________________________

Rio de Janeiro_____de_______________de 2002

___________________________________________________

Coordenador do Curso