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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A ATUAÇÃO DO DESIGNER INSTRUCIONAL: O SEU
TRABALHO E COMO DESENVOLVER AS COMPETÊNCIAS
NECESSÁRIAS
Por: Camilla Macedo Araújo
Orientador
Prof. Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A ATUAÇÃO DO DESIGNER INSTRUCIONAL: O SEU
TRABALHO E COMO DESENVOLVER AS COMPETÊNCIAS
NECESSÁRIAS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Tecnologia
Educacional.
Por: Camilla Macedo Araújo.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço principalmente a Deus e
também a minha família e ao meu
namorado, que estão sempre
presentes em todos os momentos da
minha vida.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta Monografia a todos que
torcem pela minha vitória: a Deus, por me
proteger e me iluminar em todas as horas;
aos meus pais, pelo apoio e incentivo, e
aos amigos que compartilham os bons e
maus momentos ao meu lado.
5
RESUMO
A Educação a Distância (EAD) se expande com a evolução da internet e
o Designer Instrucional (DI) passa a ter uma maior evidência no mercado de
trabalho. Como este profissional ganha espaço com a expansão da Educação
a Distância, espera-se – com este trabalho – evidenciar a importância do seu
trabalho para que os cursos oferecidos tenham qualidade e proporcionem o
aprendizado de todos os envolvidos. Para isto, serão explicadas informações
importantes acerca da Educação a Distância, do trabalho do Designer
Instrucional e do desenvolvimento das competências necessárias a um bom DI.
6
METODOLOGIA
O trabalho será desenvolvido com base em livros, artigos, textos e
pesquisas publicadas sobre a educação a distância e o trabalho do Designer
Instrucional. Considerando a bibliografia não muito extensa sobre o assunto,
serão bastante utilizados textos dispostos em sites que abordam o assunto e
informações publicadas em ferramentas de interação utilizadas pelos
profissionais da área (como fóruns, por exemplo).
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I: Compreendendo a Educação a Distância 12
CAPÍTULO II: O trabalho do Designer Instrucional 23
CAPÍTULO III: Designer Instrucional: perfil, competências
necessárias e como desenvolvê-las 33
CONCLUSÃO 43
ANEXOS 45
REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS 59
ÍNDICE 62
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
8
INTRODUÇÃO
A presente monografia apresenta o tema “Uma melhor compreensão
do trabalho do Designer Instrucional e do desenvolvimento de suas
competências” e traz o seguinte questionamento: em uma área em expansão e
– agora – em maior evidência no mercado de trabalho brasileiro, quais são as
competências necessárias para que o Designer Instrucional realize seu
trabalho na educação a distância da melhor maneira possível?
Como princípio da discussão, serão apresentados dados e explicações
sobre como se encontra a educação a distância no Brasil. De acordo com os
resultados do Censo EAD, o Brasil apresenta uma larga expansão da
educação a distância, com uma melhora significativa na questão da evasão.
Fredric Litto – presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância
(ABED) –, na abertura do Congresso Internacional ABED de Educação a
Distância, realizado em 27 de outubro de 2010, afirmou que o índice de evasão
nos cursos de EAD é de 18,5%, enquanto que no presencial o índice é bem
maior.
O grande desafio neste cenário de crescimento é oferecer cursos a
distância com qualidade. Tais cursos são uma maneira de tornar a educação
mais acessível, fazendo com que uma maior parcela da população possa ter
acesso a educação de forma contextualizada ao mundo atual. Nesta realidade,
os cursos a distância têm um grande desafio pela frente, pois necessitam
continuar a sua expansão respeitando sempre o princípio de que o aluno é o
sujeito do seu próprio aprendizado, sendo necessário incentivá-lo na busca do
seu próprio conhecimento e crescimento.
Para que este desafio seja alcançado, é notória a necessidade de se
capacitar os profissionais que atuam na elaboração e implantação desta
9
modalidade de ensino, principalmente na realidade tecnológica atual. Por meio
de uma mão-de-obra qualificada, possibilita-se a oferta de cursos que tenham
qualidade e alcancem os objetivos pré-estabelecidos em sua concepção. Caso
contrário, os cursos oferecidos passam a ter uma qualidade bem abaixo do
esperado e os alunos não alcançam a formação esperada.
Todo o trabalho de desenvolvimento, implementação e avaliação de um
curso a distância é complexo, já que a aprendizagem é planejada e, ao mesmo
tempo, é necessário incentivar o aluno pela busca de seu crescimento. Neste
cenário, encontram-se presentes importantes profissionais, que serão de
grande valia para que os cursos efetivamente aconteçam. Destaca-se, nesta
nova realidade, o Designer Instrucional (DI), profissional que atua praticamente
em todas as etapas de planejamento, elaboração e implementação de um
curso a distância, em especial dos cursos online.
O trabalho do DI envolve todo o planejamento do ensino-
aprendizagem. Porém, é importante destacar que este profissional não surgiu
agora. O Designer Instrucional também atua na educação presencial, onde
acontece a transposição pedagógica de conteúdos em seus materiais
didáticos. Porém, é com a expansão da EAD e principalmente de cursos online
– evidenciados pelos inúmeros recursos da Web 2.0 (onde conhecimentos são
compartilhados e construídos em conjunto) – que a sua atuação fica mais em
voga, pois é nesta área que o DI irá atuar de forma efetiva. É válido destacar,
inclusive, que a educação a distancia também vem a complementar e
enriquecer a educação presencial. Por isso, o enfoque deste trabalho será o
trabalho do DI na educação a distância, com destaque para a EAD nos dias
atuais, de expansão de cursos online.
Conforme exposto, o Designer Instrucional planeja, desenvolve e aplica
recursos pré-estabelecidos para que se promova a aprendizagem. Pode-se
notar que todo o trabalho desenvolvido pelo DI exige um conhecimento amplo,
que envolve diversas áreas de conhecimento. Como ponto-chave, é necessário
10
verificar as competências necessárias a fim de desenvolvê-las. O International
Board of Standards for Training, Performance and Instruction publicou uma lista
das competências necessárias ao Designer Instrucional, que será aqui exposta
e abordada. Tais competências são interdisciplinares, havendo também um
conhecimento prático do exercício da profissão.
A formação do Designer Instrucional, portanto, precisa ser adequada a
fim de que as suas competências sejam desenvolvidas e o seu trabalho possa
ser executado da melhor forma possível, possibilitando que os cursos tenham
qualidade. Com base nesta necessidade, já existem diversos cursos de
qualificação e alguns de especialização no mercado. Porém, a área ainda se
encontra em expansão e nem todos que trabalham como DI apresentam uma
formação tão específica. São muitos os assuntos relacionados à área que
precisam ser abordados e até mesmo a bibliografia sobre a área ainda não é
muito extensa.
Considerando as informações até aqui colocadas, espera-se com este
trabalho elucidar um pouco mais as questões sobre o trabalho do DI e o
desenvolvimento de suas competências. No decorrer do texto, será
evidenciada a importância do trabalho do DI para o sucesso de um curso a
distância, independente do contexto – seja no meio corporativo,
universitário, etc.
Sendo assim, são objetivos deste trabalho:
• Apresentar um panorama da Educação a Distância no Brasil, informando
conceitos importantes relacionados a área nos dias de hoje.
• Conceituar como é o trabalho do DI e o perfil deste profissional.
• Conceituar as competências necessárias ao DI e analisar as formas de
desenvolvê-las, enfatizando a importância disto para o sucesso da EAD.
11
Para que estas questões possam ser aqui discutidas, serão
apresentados conceitos teóricos de profissionais da área, informações de
bibliografia especializada e dados divulgados sobre o tema, assim como
explicações pertinentes a área de EAD e ao Designer Instrucional. Sendo
assim, todo o conteúdo desenvolvido estará estruturado da forma exposta a
seguir.
O capítulo inicial tratará das questões pertinentes a educação a
distância no Brasil e as profissões que possibilitam a sua realização. Será
tratada a EAD como um todo, com a explicação de conceitos e termos
utilizados na área, reforçando o aparecimento dos cursos online, tão utilizados
na educação a distância hoje. Com o conteúdo apresentado, espera-se
apresentar um resumo da área e os profissionais que possibilitam o seu
funcionamento. Desta forma, todos os conteúdos apresentados no trabalho se
tornarão claros para os leitores em geral.
O capítulo seguinte falará sobre o trabalho do Designer Instrucional.
Primeiro, serão apresentadas informações sobre o trabalho do DI – o que é e
como é realizado. De forma resumida, serão evidenciados dados primordiais
para o entendimento do que é o DI e qual é o perfil deste profissional.
Após essa abordagem, no capítulo seguinte, serão apresentadas as
competências necessárias para o exercício da profissão. Primeiro, será
explicada o que é competência, com base em teóricos conceituados. Em
seguida, serão apresentadas as competências necessárias ao DI e como é
possível desenvolvê-las.
Desta maneira, espera-se esclarecer um pouco as questões referentes
ao Designer Instrucional e, também, acrescentar para o enriquecimento dos
conteúdos relacionados ao tema, complementando discussões já existentes. É
válido ressaltar – mais uma vez – que a bibliografia e os conteúdos sobre o
tema, em língua portuguesa, ainda não são muito extensos.
12
CAPÍTULO I
COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Como ponto principal para a compreensão das informações referentes a
educação a distância, é primordial que se compreenda o conceito desta
modalidade de ensino. Conceito tal que não se encontra compreendido da
mesma maneira por todos os estudiosos. Existem algumas definições para a
modalidade e aqui serão evidenciadas algumas delas.
José Manual Moran, famoso estudioso do assunto, define EAD como:
Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem,
mediado por tecnologias, no qual professores e alunos estão
separados espacial e/ou temporalmente. Apesar de não estarem
juntos, de maneira presencial, eles podem estar conectados,
interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a
Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a
televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias
semelhantes.
Fonte: site www.escolanet.com.br, acessado em Dezembro de 2010.
Já o Ministério da Educação do Brasil (MEC), que tem uma Secretaria
de Educação a Distância, apresenta em seu portal a seguinte definição:
Educação a distância é a modalidade educacional na qual alunos e
professores estão separados, física ou temporalmente e, por isso,
faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação
específica e pode ser implantada na educação básica (educação de
13
jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na
educação superior.
Fonte: www.mec.gov.br, acessado em Dezembro de 2010.
Ainda existem outras definições de diversos estudiosos do assunto.
Gonçalves, por exemplo, define EAD sem mencionar a possibilidade de
interação entre alunos, recorrente na educação online – que se utiliza dos
recursos da internet:
Um processo de comunicação em duas vias – professor/aluno,
aluno/professor – separados por uma distância geográfica durante a
maior parte do processo de aprendizagem, utilizando algum tipo de
tecnologia para facilitar o processo educacional, bem como permitir a
distribuição do conteúdo na educação superior.
(GONÇALVES, apud Pimenta, 2007, p. 26)
A fim de simplificar, Carmem Maia e João Mattar resumem as
definições, aproveitando o que elas têm em comum. Ambos definiram a
Educação a Distância como “uma modalidade de educação em que
professores e alunos estão separados, planejada por instituições que utiliza
diversas tecnologias de comunicação.” Desta maneira, é correto afirmar que –
diferentemente da educação presencial – o encontro físico entre os alunos e
professores não é pré-requisito para que a ação de ensino/aprendizagem
efetivamente aconteça.
Entretanto, pode acontecer EAD em cursos praticamente embasados
por encontros presenciais. Pode ser, inclusive, que sejam exigidos pela
legislação os encontros presenciais, dependendo do curso em questão. Assim,
se um número considerável de encontros presenciais forem previstos, chama-
se de ensino semipresencial. Cada um tem as suas vantagens e desvantagens,
devendo ser utilizados para realidades educacionais específicas. É necessário
14
avaliar, para cada realidade educacional, qual seria a forma mais adequada
para se atingir aos objetivos pré-estabelecidos. Com todos esses cuidados,
várias vantagens passam a ser apresentadas.
Uma das grandes vantagens da EAD é proporcionar que o aluno
organize os seus estudos de uma forma que melhor lhe atenda, já que ele pode
estudar no tempo que lhe for mais adequado. No mundo atual, em que as
pessoas cada vez têm menos tempo e a tecnologia já faz parte do dia a dia,
esta é uma qualidade considerável. Além disto, o ensino a distância evoluiu
juntamente com os avanços tecnológicos. Com a internet e os atuais recursos
da web 2.0, torna-se possível a interação entre alunos e professores. O diálogo
e a troca, portanto, proporcionam que a construção e transformação de
conhecimentos aconteçam entre os envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem. Com certeza, ferramentas como chats, fóruns, blogs, entre
outros, vêm a aprimorar todos os recursos da EAD. Estes são recursos muito
utilizados em cursos online.
De acordo com Wilson Azevedo, a Internet proporciona:
“... possibilidade de interagir coletivamente a distância em lugares
diversos e sem hora marcada “assincronicamente”, como dizem os
especialistas. Dessa forma, vis Internet, podemos aprender uns com
os outros e ensinar uns aos outros, interagindo ...”
(AZEVEDO, apud Maia e Mattar, 2008, p. 18).
Marco Silva, profissional muito respeitado na área educacional que
aborda conceitos importantes, fala sobre educação online:
“... é uma demanda da sociedade da informação, isto é do novo
contexto socioeconômico-tecnológico”, (...) “cuja característica geral
15
não está mais centralizada na produção fabril ou da mídia de massa,
mas na informação digitalizada como nova infra-estrutura básica,
como novo modelo de produção”
(SILVA, 2003a, p. 11)
Entretanto, é possível que aconteça educação a distância de inúmeras
outras formas. A EAD existe há muito tempo e, apesar de hoje estar mais em
evidência devido aos novos recursos tecnológicos, ela existe especialmente
desde a época em que começou a acontecer o ensino por correspondência.
E, como o tema deste trabalho envolve o trabalho do Designer Instrucional
na EAD – com enfoque na realidade atual – é importante que seja apresentado
todo este histórico para uma melhor compreensão do processo. Apesar de
enfocarmos no papel do DI na EAD atual, o seu papel existe desde que a
educação a distância passou a existir, conforme já foi dito anteriormente.
1.1 A EAD ontem e hoje: o que se espera do futuro e o que é necessário?
O histórico da Educação a Distância no Brasil e no mundo aconteceram em
ritmos diferentes. Com certeza, não é correto afirmar que a EAD só existe
agora, pois atualmente ela está apenas em evidência devido ao
desenvolvimento e à expansão da educação online, que possibilita inúmeras
vantagens inimagináveis há um tempo. A fim de apresentar como se deu esta
evolução, será apresentado um breve texto resumindo como se deu a história
da EAD. Para este breve resumo, foram utilizados dados expostos em Maia e
Mattar.
Falando em termos mundiais, a primeira geração dos cursos a distância
são os feitos por correspondência por volta do século XIX.
16
Já a segunda geração foi marcada pelas mídias, como a televisão e o
telefone. Neste período, surgem as Universidades Abertas. Seguindo definição
de Maia e Mattar, as universidades abertas são outro modelo de EAD para o
ensino superior, originando a expressão Open and Distance Learning.
A terceira geração é distinguida pelo uso de computadores e tecnologias de
multimídia. Além disso, esta fase – segundo Maia e Mattar – é reconhecida
pelo desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, em
especial com o desenvolvimento da Internet.
Atualmente, a EAD encontra-se em processo de expansão, sendo
largamente utilizada por indivíduos em todo o mundo. Isso acontece no âmbito
formal e informal, em universidades e em empresas. Nestas últimas, inclusive,
a EAD vem a atender uma demanda de formação continuada do trabalhador e
já é utilizada há mais tempo do que na educação formal.
É preciso levar em conta uma profunda transformação que está
ocorrendo na érea empresarial: enquanto a produção tradicional
podia se contentar com um educador pouco formado, sendo a
educação vista como “bandaid social” que permitia falar em
“igualdade de chances à partida”,hoje, o setor empresarial moderno
passa a precisar crescentemente da educação para o seu próprio
desenvolvimento .
(DOWBOR, 2001, p.35).
Já no Brasil, a história da EAD aconteceu de forma diferente. Os cursos
por correspondência também foram oferecidos, mas a televisão e outras mídias
aqui foram usadas com mais esmero. Porém, a oferta de universidades abertas
ainda está caminhando a passos lentos, diferentemente do que já aconteceu
no mundo. É primordial destacar que a educação a distância encontra-se em
expansão no Brasil, com um número cada vez maior de alunos matriculados e
17
de uma diminuição da resistência por parte das pessoas, conforme foi
evidenciado logo ao início da introdução deste trabalho com dados divulgados
pela ABED.
A seguir, com base em informações dispostas no site do Senac Paraná,
encontram-se dados marcantes da EAD no Brasil até o ano de 2000. O Senac,
desde o início e até os dias atuais, oferece inúmeros cursos feitos a distância.
Posteriormente, serão colocadas informações sobre a EAD nos dias de hoje e
o que se espera para o futuro.
Fonte: Esquema construído com dados retirados de http://www.pr.senac.br/EAD, acessado em
Dezembro de 2010.
Nos últimos anos, principalmente com a Internet e os recursos da web
2.0, o ensino a distância vem se expandindo e sendo mais aceito no Brasil e no
mundo. Porém, muitas vezes esses novos recursos tecnológicos não são
usados de forma adequada, comprometendo o processo de ensino-
aprendizagem e influenciando diretamente na qualidade dos cursos oferecidos.
18
A prática pedagógica com uso do computador (Internet) pressupõe
aprender sobre o computador, com o computador e como o professor
e o aluno se sentem em relação à tecnologia. Há a necessidade de
uma postura crítica diante da tecnologia na educação, diante da
relação entre tecnologia e educação.
(LEITE, apud l Freire (org.), 2008, p.73).
E esta preocupação com a prática pedagógica nem sempre acontece.
Como, neste momento do trabalho, serão tratadas questões da EAD no Brasil,
é importante destacarmos – mais uma vez – que hoje a EAD vem sendo
amplamente utilizada e, na educação formal, há uma preocupação evidente em
verificar a qualidade dos cursos oferecidos.
O momento, portanto, é de expansão e – ao mesmo tempo – de
preocupação com a qualidade, com o controle dos cursos a fim de que se
evitem cursos de péssima qualidade, que só visam ao lucro. E a educação a
distância no contexto atual – online –, para ter qualidade, depende de inúmeros
fatores. Wilson Azevedo, em seu texto, afirma que é preciso um aluno que
saiba ser um aluno online, um professor que saiba atuar a distância e,
principalmente, investimento.
O momento atual exige investimentos pesados em PEOPLEWARE,
isto é, em recursos humanos para a educação online. Nosso país
ocupa posição de destaque no campo da infra-estrutura de
comunicação de dados para suporte a projetos de Educação a
Distância via Internet. Temos empresas que hoje exportam software
para educação online para o mundo inteiro. Mas ainda estamos muito
aquém de nossas necessidades em peopleware, em professores e
alunos capazes de ensinar e aprender online. Esta é a maior
dificuldade enfrentada hoje no desenvolvimento de programas de
educação online. Não faltam máquinas, não faltam programas, não
faltam conexões. E onde falta, é só comprar e instalar. Não é caro,
19
pelo contrário, é cada vez mais barato. O que falta mesmo é gente
capacitada e especializada em educação online.
É por isto que não podemos nos iludir com falsas promessas: EAD
online DE QUALIDADE não é nem tão barato e nem tão lucrativo
quanto muitos imaginam.
Fonte: Panorama atual da Educação a Distância no Brasil – Wilson
Azevedo – disponível no site www.escolanet.com.br, acessado em
Dezembro de 2010.
É primordial, portanto, que sejam feitos investimentos para que os
profissionais envolvidos na elaboração e implementação dos cursos a distância
tenham a formação adequada para executar o trabalho da melhor forma.
1.2 Profissionais envolvidos na EAD dos dias atuais
Com o advento da educação a distância que se utiliza dos recursos da
web 2.0 – educação online –, vários “novos” profissionais e profissionais
“reinventados” surgiram no mercado. A equipe para elaboração dos cursos
amplamente utilizados na educação a distância é multidisciplinar, sendo
composta por profissionais de diversas áreas.
Dentre os profissionais, evidenciam-se alguns na lista abaixo:
• Conteudista ou especialista: apresenta o conteúdo teórico do curso a ser
elaborado;
• Designer Gráfico: elabora a identidade visual a ser utilizada, respeitando
as informações e pressupostos do curso;
• Programadores: executam a parte de programação do curso, tais como
jogos interativos, etc.;
20
• Roteirista: faz o design didático das partes do curso com base nas
unidades de aprendizagem e objetivos previamente definidos no
planejamento;
• Copidesque: profissional responsável por fazer a revisão lingüística do
material, considerando as especificidades do projeto: um curso online,
por exemplo, tem uma linguagem específica, dialógica;
• Tutor: quem acompanha diretamente o processo de ensino-
aprendizagem dos alunos, normalmente professores especialistas da
área;
• Designer Instrucional: coordena o processo de elaboração, desenhando
os recursos que serão utilizados no curso através de uma análise da
realidade educacional. Profissional que é o tema deste presente
trabalho.
Dependendo do projeto, esta equipe poderá ser composta por outros
profissionais. Cada projeto poderá ter um tipo de curso e este poderá exigir
outros profissionais envolvidos, como um especialista em uma ferramenta
de autoria específica.
Independente das particularidades, como a EAD está em expansão, o
mercado voltado para esta área também cresce, conforme afirma Andréa
Schoch, Designer Instrucional que atua em uma empresa paraense de
educação corporativa a distância:
A Educação a distância de forma geral vem crescendo e se tornando
uma excelente opção para os profissionais que pensam em ingressar
neste mercado. Já temos milhares de pessoas que aderiram a esta
modalidade de educação e a tendência é de que os números
aumentem cada vez mais.
Fonte: www.hagah.com.br, acessado em Dezembro de 2010.
21
É importante que todos esses profissionais estejam perfeitamente
alinhados e capacitados para trabalhar com educação, preocupando-se em
atingir aos objetivos de cada curso. Porém, nem todos os profissionais que
trabalham na área têm uma formação ou perfil adequado para atuarem neste
campo. Marco Silva já reconheceu esta falta de capacitação como um dos
motivos de precariedade de algumas instituições que ele visitou entre 2004 e
2006 a fim de verificar a qualidade dos cursos:
Uma é a ausência de formação de professores para as
especificidades da modalidade a distância, de modo a evitar
transposições mecânicas do presencial petrificado na pedagogia da
transmissão e na avaliação da aprendizagem baseada em exames
pontuais e em quantificação.
Fonte: Entrevista da Revista Científica de Educação a Distância,
disponível no site http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br, acessado
em Dezembro de 2010.
Muitas vezes, coloca-se – por exemplo - um professor para elaborar um
curso a distância ou mesmo ministrá-lo e ele, sem nenhuma capacitação para
atuar na educação a distância, exerce um trabalho ruim e não torna o processo
de ensino-aprendizagem algo prazeroso em que o aluno possa realmente
aprender.
Logo, é primordial que haja uma capacitação dos profissionais para que
estes atuem na educação a distância. Não é só este fator que irá garantir um
ensino de qualidade, mas com certeza vai viabilizar uma qualidade melhor dos
cursos oferecidos. Toda a equipe deve estar ciente de que elementos devem
ser considerados para a composição de um curso, como interatividade,
hipertexto, dentre outros. O aluno, portanto, deverá interagir com o que lhe é
apresentado, decifrando as associações feitas e construindo as suas próprias
considerações. Desta maneira, segundo Fiorentini (2003), o estudante cria
novas conexões, que façam mais sentido para ele, ao escolher seu percurso.
22
Porém, a escolha dos percursos oferecidos na EAD não devem ser aleatórias,
pois isto torna o modelo meramente informativo e reprodutor de
conhecimentos.
E neste contexto, em que é notória a necessidade de existir uma
interação entre aluno e professores, o Designer Instrucional tem um papel
muito importante, pois ele irá “desenhar” para que o curso possa ser interativo,
considerando o conceito de interação definido por Marco Silva, em seu livro
Sala de Aula Interativa, ou seja, coloca-se o conteúdo de forma reflexiva,
estimulando a intervenção do aluno. É o Designer Instrucional que está a frente
da equipe, orientando os profissionais para o alcance de uma melhor solução
para a realidade educacional colocada. O Designer Instrucional, portanto, é
uma figura de extrema importância para que um curso a distância aconteça. E
é no capítulo seguinte deste presente trabalho que esta afirmação será
efetivamente corroborada.
23
CAPÍTULO II
O TRABALHO DO DESIGNER INSTRUCIONAL
Para elucidar como é o trabalho do Designer Instrucional, mostra-se
primordial definir o que é design instrucional:
Definimos design instrucional como a ação intencional e sistemática de
ensino que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a aplicação
de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos
educacionais em situações didáticas específicas, a fim de promover,a
partir dos princípios de aprendizagem e instrução conhecidos, a
aprendizagem humana. Em outras palavras, definimos design
instrucional como o processo (conjunto de atividades) de identificar um
problema de aprendizagem e desenhar, implementar e avaliar uma
solução para esse problema.
(FILATRO, 2008, p.3)
Pode-se afirmar, conforme afirma Andréa Filatro, que o profissional de
design instrucional é o Designer Instrucional, o responsável por projetar
soluções para problemas educacionais específicos. Segundo Ramal (apud
PIMENTA), o instructional designer é o estudioso dos processos mentais, que
sabe elaborar e testar hipóteses sobre as melhores formas de construção da
árvore de competências, conteúdos e habilidades de cada aluno.
A fim de tornar As definições anteriores ainda mais claras, pode-se
afirmar que o Designer Instrucional é quem faz a transposição pedagógica de
determinado conteúdo, considerando os objetivos pré-estabelecidos a fim de
que o aprendizado seja alcançado.
24
Para se chegar à atuação do Designer Instrucional nos dias de hoje,
houve uma evolução no decorrer do tempo. Conforme já exposto, o DI não atua
somente na educação a distância. Para estudiosos da área, a origem do DI na
educação mundial se deu na segunda guerra mundial, quando era necessário
treinar os soldados para manusearem os armamentos e atuarem de forma
adequada. E, desde esta época até a atualidade – com a educação online,
aconteceram alguns fatos marcantes. No esquema a seguir, evidenciam-se
alguns pontos deste histórico.
(FILATRO, 2008, p.7)
Já no Brasil, o desenvolvimento foi realmente colocado em foco com as
novas tecnologias e formas de se comunicar. É válido ressaltar que a profissão
foi regulamentada há poucos anos no Brasil, conforme foi disposto na
introdução deste trabalho. Apesar da profissão não ser recente, só agora ela
vem ganhando espaço, sendo reconhecida no mercado de trabalho e discutida
por profissionais da área. Na Confederação Brasileira de Ocupações, o termo
25
principal é Designer Educacional, com sinônimos como Desenhista
Instrucional, Designer Instrucional e Projetista Instrucional. E, corroborando as
definições dadas por Andréa Filatro, definiu-se como descrição sumária da
família em que se encontra a ocupação (programadores, avaliadores e
orientadores de ensino):
Implementam, avaliam, coordenam e planejam o desenvolvimento de
projetos pedagógicos/instrucionais nas modalidades de ensino
presencial e/ou a distância, aplicando metodologias e técnicas para
facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Atuam em cursos
acadêmicos e/ou corporativos em todos os níveis de ensino para
atender as necessidades dos alunos, acompanhando e avaliando os
processos educacionais. Viabilizam o trabalho coletivo, criando e
organizando mecanismos de participação em programas e projetos
educacionais, facilitando o processo comunicativo entre a comunidade
escolar e as associações a ela vinculadas.
Fonte: www.mtecbo.gov.br, acessado em Dezembro de 2010.
E, apesar de no Brasil a profissão ser reconhecida há pouco tempo, já
se considera a sua importância para a educação a distância online. Apesar de
também atuar no ensino presencial, é realmente com a EAD – principalmente a
educação online – que o DI vem a se estabelecer no mercado de trabalho.
No início da expansão da educação online, era muito comum que o
próprio especialista (também tutor e especialista) elaborasse o curso online. As
profissões apresentadas no capítulo anterior não eram muito definidas. Porém,
hoje – com a preocupação da melhora da qualidade e o reconhecimento da
educação online como uma forma eficaz de educar – os papéis dos
profissionais vêm se definindo de uma melhor maneira. Esta afirmação é
corroborada principalmente pelo reconhecimento da importância do Designer
Instrucional.
26
Distancia-se o papel de elaborar os cursos a distância do profissional
que irá conduzir o curso e evidencia-se a necessidade da atuação do DI para
que determinado processo tenha sucesso. Isto foi comprovado por pesquisa
realizada pelo portal E-learning Brasil.
A pesquisa, que foi aplicada a 110 organizações, buscou a opinião dos
participantes sobre a atuação do instrutor exercendo a função do Designer
Instrucional. Destaca-se que a maior parte das instituições pesquisadas eram
da região Sudeste (54%) e do setor de educação (40%). Dentre as várias
perguntas feitas, destacam-se algumas:
Ser especialista em um determinado assunto significa necessariamente estar apto a projetar e
desenvolver matérias online?
Como sua organização vê o profissional de Designer Instrucional?
Fonte: http://www.elearningbrasil.com.br, acessado em novembro de 2010.
Com base nessas informações, pode-se constatar que o papel do DI
está completamente atrelado ao desenho, desenvolvimento e implementação
de cursos a distância online. Com o seu complexo trabalho, o Designer
27
Instrucional já se estabelece para o mercado como peça-chave para que um
curso em educação a distância online possa obter os melhores resultados.
A fim de que se compreenda melhor todo o processo do trabalho do
Designer Instrucional, estão explicadas – a seguir – as etapas do seu trabalho.
2.1 Etapas do trabalho
Para que o trabalho do Designer Instrucional efetivamente aconteça, é
necessário que haja um fluxo com as etapas envolvidas. Existe uma idéia de
processo largamente aceita, que é o ISD (Instructional System Design – design
de sistemas instrucionais), também conhecida como Addie (analysis,design,
development, implementation e evaluation – análise, design, desenvolvimento,
implementação e avaliação). A seguir, estão devidamente colocadas estas
etapas, de acordo com o entendimento das explicações de Andrea Filatro,
única estudiosa do assunto a publicar livros que tratam especificamente sobre
DI no Brasil.
Na Análise, nota-se o cenário em que determinado curso deverá
acontecer. Neste momento, verifica-se o problema que se espera solucionar
através de uma análise das necessidades e do perfil do público-alvo. O
Designer Instrucional reúne inúmeros dados sobre o contexto em que o curso
será desenvolvido, verificando as necessidades de aprendizagem, a
caracterização do alunos, as restrições e traçando as soluções conforme
objetivos propostos.
Com a solução definida na análise da realidade colocada, vem o
momento de se planejar e desenhar a solução proposta. Nesta etapa de
Design , planejam-se as unidades de aprendizagem com todos os conteúdos a
serem trabalhados, definindo-se as estratégias, mídias e ferramentas que
serão utilizadas. Este processo normalmente é organizado em uma matriz, que
pode ser disposta de outra forma, conforme as necessidades e a realidade
28
analisada pelo DI. Um exemplo de matriz encontra-se disposto abaixo.
Entretanto, não necessariamente deve-se utilizar esta matriz. As informações
podem ser dispostas de outra forma, conforme as necessidades e a realidade
analisada pelo DI.
(FILATRO, 2008, p.45)
As especificações de cada unidade de aprendizagem normalmente são
normalmente são feitas por meio de roteiros e storyboards. Estes produtos são
elaborados conforme os recursos disponíveis. Hoje, encontram-se algumas
ferramentas de autoria que facilitam a construção de cursos, como o Quick
Lesson´s, por exemplo. Entretanto, é comum que se desenvolva o storyboard
em PowerPoint, por exemplo, para que outros profissionais da equipe –
designer gráfico, ilustrador, programador – desenvolvam o curso em programas
específicos. Isto variará conforme cada projeto e cliente atendido. É válido
29
ressaltar, entretanto, que o DI deve garantir a qualidade dos produtos
desenvolvidos nesta fase, o sotryboard – por exemplo – deve estar atendendo
aos objetivos propostos na matriz e a disposição das informações deve estar
de forma coerente e coesa, visando sempre à construção do conhecimento por
parte dos alunos.
Já no Desenvolvimento, acontecem a produção e adaptação de todos
os recursos e materiais previstos para o curso. Este momento pode ser
realizado internamente ou ser terceirizado. É aqui onde os gastos com o
orçamento costumam ser maiores, já que os profissionais que foram previstos
executam o seu trabalho. O Designer Instrucional acompanha todo o processo
de produção do material a fim de que o trabalho desenvolvido pela equipe
atenda aos objetivos pré-estabelecidos durante a etapa de análise. Os
profissionais devem estar perfeitamente alinhados para que não haja nenhum
ruído na comunicação que comprometa o resultado final. A etapa de
desenvolvimento é primordial para que se alcance a satisfação dos envolvidos
durante a próxima etapa. Se algum recurso didático previsto para determinado
curso não funciona corretamente, apresentando problemas de programação ou
mesmo uma linguagem inadequada, a qualidade do curso fica comprometida e
os objetivos deixam de ser alcançados.
Após o desenvolvimento, acontece a situação didática – ou seja – todo o
curso é de fato implementado conforme os procedimentos previstos na
proposta. Esta fase de Implementação é dividida em subfases: publicação e
execução. Primeiro, as unidades de aprendizagem são publicadas e são feitas
as configurações necessárias para que o curso efetivamente aconteça. O DI,
neste momento, precisa assegurar que aconteça a interação entre todos os
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Caso aconteça algum
problema nesta fase, o DI deverá estar apto a solucioná-lo junto aos
profissionais da equipe envolvidos com esta etapa. Neste momento, procura-se
sempre verificar se o andamento das atividades propostas está acontecendo
conforme o esperado, tendo como preocupação a satisfação dos alunos. Estes
30
devem ser sempre estimulados a construir os seus próprios conhecimentos,
como seres ativos no processo de ensino-aprendizagem. O tutor, nos cursos
online, são primordiais nesta construção.
Já a etapa de Avaliação acontece desde o início do projeto. Em todas
as etapas, o Designer Instrucional deve acompanhar a fim de verificar a
qualidade dos produtos de cada fase. Até mesmo nas etapas anteriores
explicadas, tornou-se possível perceber que o DI está sempre presente
acompanhando e avaliando a produção. Avalia-se, portanto, do início ao final.
Entretanto, na última etapa, é possível verificar se o processo de ensino-
aprendizagem aconteceu conforme o esperado e se o curso atendeu às
expectativas. Com esta avaliação geral, o DI consegue verificar os pontos que
precisam ser melhorados e onde aconteceram possíveis falhas. Esta é uma
avaliação do curso em si.
Além da avaliação do curso em si, avalia-se também se o aluno
alcançou os objetivos propostos. O tipo de avaliação a ser utilizada está
diretamente ligada ao tipo de abordagem, de curso, de objetivos traçados.
Essas informações também serão importantes para que o DI possa realizar a
avaliação final do curso. Com base nelas, é possível perceber em que
momentos os alunos tiveram maior dificuldade, analisando os motivos e
verificando as soluções possíveis. Assim, se existirem turmas posteriores de
um mesmo curso, os problemas já detectados serão minimizados.
Além de todas essas etapas, o Designer Instrucional também é um
gestor, conforme foi evidenciado logo ao início do presente trabalho. Ele deverá
verificar cada recurso e ação previstos nas etapas de seu trabalho,
considerando sempre o escopo do projeto educacional, o tempo e os custos.
Anexo a este trabalho, encontra-se um exemplo de projeto educacional que
apresenta as etapas de Design Instrucional bem colocadas, conforme as
explicações anteriormente explicadas sobre o assunto. No anexo, estarão
31
colocadas – inclusive – tabelas com orçamento previsto para cada etapa do
projeto em questão.
Corroborando todo este entendimento das idéias definidas por Filatro,
existem ainda outros estudiosos:
O designer instrucional tem atribuições como planejar o
conteúdo, executar o curso e, até avaliar o aluno. Esses
processos atualmente são realizados por profissionais que têm
uma formação predominantemente tecnológica e não tem
pedagógica.
(KENSKI apud Aquino, p.10).
Todavia, existem profissionais que defendem que o Designer
Instrucional é apenas parte da gestão:
Entre as tarefas da gestão da aprendizagem está a concepção
do desenho pedagógico do curso, e consequentemente, a
escolha das mídias educativas e de comunicação, síncrona e
assíncrona, que serão colocadas à disposição de estudantes e
docentes, professores e/ou tutores, uma vez que são utilizados
para proporcionar diferentes modos de interação entre
estudantes, docentes e equipe pedagógica.
(SARTORI, p. 28)
Considerando essas informações, é válido destacar – portanto – que
todas as etapas dispostas neste trabalho são adequadas e até mesmo revistas
conforme as especificidades de cada projeto educacional. Quando o DI atua
em uma organização, por exemplo, ele poderá até mesmo trabalhar conforme
um outro processo e, conforme o trecho citado anteriormente, poderá ser parte
do processo. De qualquer forma, não invalida nada do que foi dito até aqui.
Destaca-se, apenas, que o modelo apresentado não é rígido e também não é
32
usado por toda e qualquer organização em que o DI poderá atuar. No mercado
de trabalho, esta distinção de uma organização para outra se torna ainda mais
clara. Determinadas organizações podem exigir determinados conhecimentos
que outras não exigem.
Por conta de toda esta complexidade e da expansão da educação a
distância no Brasil, é primordial que se compreenda bem o perfil do Designer
Instrucional, o que o mercado de trabalho tem exigido nos processos seletivos
para DI, os conhecimentos necessários e as competências a serem
desenvolvidas ao exercício de sua profissão.
33
CAPÍTULO III
DESIGNER INSTRUCIONAL: PERFIL, COMPETÊNCIAS
NECESSÁRIAS E COMO DESENVOLVÊ-LAS
Considerando toda a informação até aqui colocada, fica clara a
complexidade do trabalho do DI. Baseando-se nas informações dispostas,
percebe-se que o DI deve ter um perfil de gestor, precisa conhecer bem os
recursos tecnológicos e – principalmente – ter um amplo conhecimento
didático-pedagógico. São recorrentes, inclusive, discussões entre profissionais
da área sobre o Perfil do DI e a necessidade dele ser um educador.
3.1 O Perfil do Designer Instrucional
Existem inúmeros sites e comunidades em que profissionais da área
trocam conhecimentos a fim de conhecerem melhor a área e os rumos que ela
poderá tomar nos próximos anos. No site Rede Brasil E-learning, dentre os
inúmeros tópicos discutidos, um se encaixa perfeitamente à presente discussão
deste trabalho: o perfil do DI e o seu reconhecimento no mercado de trabalho .
A Designer Instrucional Ana Paula Marcheti Ferraz iniciou o tópico com o
seguinte questionamento:
Trabalho com DI há muito tempo, inclusive minha tese de doutorado foi
nessa direção associada à material instrucional.
Considerando a importância desse profissional e agregando a algumas
discussões em que participei no 15 CIAED - congresso internacional da
ABED de EAD - gostaria de saber qual o perfil (graduação, pós,
habilidade e competência) vcs acreditam ser imprescindível para esse
atividade. É um profissional altamente procurado pelo mercado, mas
tbm extremamente difícil de contratar por competência, habilidade e
titulação (considerando a atuação em IES).
Fonte: http://www.redebrasilelearning.com.br, acessado em novembro
de 2010.
34
Várias foram as respostas de profissionais da área sobre o assunto.
Alguns profissionais pontuaram a dificuldade de se encontrar um bom DI no
mercado e outros citaram um hábito comum na área: homeoffice.
Atualmente é um tanto complicado encontrarmos profissionais de DI,
principalmente onde estou, pois estamos em busca de um profissional
para esta área em nossa empresa e não encontramos ainda. Pois
alguns têm algumas competências e em outros faltam outras.
Inclusive, caso conheçam pessoas interessadas nesta área estamos
em busca aqui em Goiás.
Fonte: http://www.redebrasilelearning.com.br, acessado em novembro
de 2010. Declaração de Lidiane Monteiro de Abreu.
... acredito muito no trabalho gerido por produção e no
homeoffice. Eu, por exemplo, produzo muito mais hoje,
trabalhando em casa, do que quando estava em uma empresa.
Dentre as vantagens, destaco as 4h que perdia no deslocamento,
pois hoje as direciono para meus estudos, o que não conseguia
antes, e também para meus serviços quando a demanda é grande
e o prazo curto...
Fonte: http://www.redebrasilelearning.com.br, acessado em novembro
de 2010. Declaração de Gabriela Souza.
Torna-se evidente, portanto, que o mercado para o Designer Instrucional
cresce e os profissionais da área preocupam-se com esta expansão e
banalização da profissão. De fato, não se pode colocar qualquer profissional
para atuar como Designer Instrucional. Por ser um profissional multifacetado e
que utiliza conhecimentos de diversas áreas, o Designer Instrucional precisa
estar apto a atuar em diferentes campos, encontrando soluções educacionais
35
em diversos contextos. Porém, para que isto aconteça, é primordial que o
profissional tenha um perfil adequado a esta importante função e procure
desenvolver as competências necessárias ao exercício de sua profissão. Não
existe uma determinação quanto à formação do Designer Instrucional.
“... parece ser consenso que para exercer a função não basta ter
uma formação em educação...”
Fonte: http://www.revistadirigida.com.br/home, acessado em novembro
de 2010.
Com base nas declarações, fica claro – portanto – que o perfil do DI é
bem diversificado, não existindo – por exemplo – um curso superior que
determine se determinado profissional poderá, ou não, atuar como Designer
Instrucional. Entretanto, é primordial que as competências necessárias a um
bom DI sejam desenvolvidas para que o profissional possa ter qualidade a fim
de ser inserido no mercado de trabalho.
3.2 Competências necessárias e como desenvolvê-las
Para iniciar este tópico, é necessário que se compreenda o conceito de
competência. Philippe Perrenoud, famoso sociólogo suíço, declarou:
Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos
cognitivos (saberes, capacidades, informações etc) para solucionar
com pertinência e eficácia uma série de situações.
Fonte: Parte da entrevista disponível no site http://www.unige.ch,
acessado em Janeiro de 2010.
E, no ambiente corporativo atual, a competência é vista de forma muito
significativa:
36
A competência passa a estar no princípio da organização do
trabalho, no lugar da qualificação/profissão. (...) Significa dizer
que uma gestão fundada na competência encerra a idéia de que
um assalariado deve se submeter a uma validação permanente,
dando constantemente provas de sua adequação ao posto, de seu
direito a uma promoção ou a uma mobilidade promocional
(RAMOS, 2001, p. 194).
Desta maneira, é importante que fique claro quais são os “recursos
cognitivos” necessários ao Designer Instrucional para que ele execute o seu
trabalho e esteja apto a desenvolver a sua função. São muitas as discussões
acerca do assunto, já que agora que o assunto está em evidência no Brasil até
mesmo pela regulamentação da profissão. Entretanto, serão aqui evidenciadas
competências já desenhadas para a profissão.
Apesar da atual evidência, já foi visto que o profissional de Designer
Instrucional existe desde que é feita a transposição pedagógica de conteúdos
para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de pessoas. Desta forma, as
competências do Designer Instrucional já foram descritas desde 1986 e, em
2002, elas foram revisadas pelo International Board of Standards for Training
(IBSTPI).
Segundo Hermelina P. Romiszowski, especialista no assunto, o IBSTPI
é uma comissão internacional que estuda e publica listas de competências e
padrões que se espera de profissionais nas áreas de Educação,
Desenvolvimento de Recursos Humanos e Tecnologias Educacionais. Por isto,
é primordial que sejam apresentadas as competências listadas pelo IBSTPI.
37
Competências do designer instrucional listadas pelo IBSTPI
Fundamentos da profissão
1. Comunica-se efetivamente, por meio visual, oral e escrito.
2. Aplicar pesquisas e teorias atualizadas à prática do design instrucional.
3. Atualizar e melhorar habilidades, atitudes e conhecimentos referentes ao
design instrucional e as suas áreas relacionadas.
4. Aplicar habilidades básicas de pesquisa em projetos de design instrucional.
5. Identificar e resolver problemas éticos e legais que surjam no trabalho de
design instrucional.
Planejamento e análise
6. Conduzir um levantamento de necessidades.
7. Projetar um currículo ou programa.
8. Identificar e descrever as características da população-alvo.
9. Analisar as características do ambiente de aprendizagem.
10. Analisar as características de tecnologias existentes e emergentes e seus
usos em um ambiente instrucional.
11. Refletir sobre os elementos críticos de uma situação-problema antes das
decisões finais sobre as soluções e suas estratégias de implementação.
Design e Desenvolvimento
12. Selecionar, modificar, ou criar um modelo apropriado de design e
desenvolvimento para um determinado projeto.
13. Selecionar e usar uma variedade de técnicas para definir e sequenciar o
conteúdo e as estratégias instrucionais.
14. Selecionar ou modificar materiais instrucionais existentes.
15. Desenvolver os materiais instrucionais.
38
16. Projetar atividades de ensino que reflitam uma compreensão da diversidade
dos alunos como indivíduos ou grupos.
17. Avaliar a instrução e seu impacto.
Implementação e Gestão
18. Planejar e gerenciar projetos de design instructional.
19. Promover colaboração, parcerias e bons relacionamentos entre os
participantes de um projeto de design instrucional.
20. Aplicar habilidades administrativas na gestão do design instrucional.
21. Projetar ações de gestão de sistemas instrucionais.
22. Planejar a implentação eficaz dos produtos e programas instrucionais.
Fonte: Tradução das competências disponíveis em www.ibstpi.org/competencies. Para o
auxílio, foram também consultadas as traduções feitas por Filatro – em seu livro – e por H
Hermelina P. Romiszowski em texto divulgado pela ABED.
Na tradução de Andréa Filatro, não foram expostas quais competências
são essenciais e quais são de nível avançado. O nível “Essencial” apresenta
as competências mínimas para o bom exercício da profissão. Já o nível
“Avançado” apresenta as competências que são mais especializadas e
normalmente desenvolvida ao longo da trajetória profissional do DI. São vistas
como competências essenciais as numeradas como 1, 3, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 13,
14, 15, 16, 17 e 22. As demais são vistas como competências de nível
avançado.
Como ficou bem observado, a lista apresenta inúmeras competências.
Todavia, a lista não é inflexível. Determinado profissional pode precisar mais de
algumas competências para um projeto e de outras para outro projeto. Cabe ao
profissional procupar-se sempre com o seu aperfeiçoamento a fim de que
acompanhe o ritmo acelerado das novas tecnologias.
39
Além disso, as instituições que trabalham com educação e precisam ter
Designers Instrucionais em sua equipe devem se preocupar com a qualificação
deste profissional. É importante que sejam estabelecidos critérios de seleção
específicos para a verificação das competências do DI. As empresas devem
selecionar o DI com base nas competências necessárias para o cargo,
considerando a realidade e exigências do trabalho.
Porém, nem sempre isso acontece. Por se tratar de uma profissão há
pouco tempo regulamentada no Brasil, muitas questões ainda se encontram
obscuras. Conforme já foi exposto, os profissionais da área demonstram
preocupação com a formação do profissional e o reconhecimento do próprio
mercado de trabalho para as capacitações oferecidas.
Porém, esta realidade deve ser alterada a fim de que os DIs se
preocupem cada vez mais com o desenvolvimento de suas competências por
meio de cursos e especializações. Como o seu trabalho é complexo e as
competências envolvem áreas de conhecimento diferentes (ciências humanas,
da informação e de administração), não se pode pensar em deixar de lado uma
formação continuada. Assim como acontece com médicos, engenheiros e
contadores, o Designer Instrucional também precisa se qualificar até mesmo
para solidificar a sua qualificação e demonstrar para o mercado de trabalho que
a sua qualificação é primordial para o exercício de sua profissão.
Caso o Designer Instrucional selecionado não esteja apto a desenvolver
a função, automaticamente a qualidade dos cursos oferecidos será afetada. É
primordial, portanto, que as empresas saibam selecionar os profissionais. Isto
deverá ser feito, inclusive, considerando a missão e valores da instituição. Na
FGV online, por exemplo, foi realizada uma interessante pesquisa com o
objetivo de identificar as competências exigidas pela instituição para a atuação
do Designer Instrucional. Dentre os inúmeros resultados interessantes,
destaca-se a política da instituição de formar os seus profissionais
internamente.
40
O número reduzido de profissionais do design instrucional no mundo
em geral e, particularmente, na realidade brasileira, aliado ao fato de
não haver no mercado uma instituição que qualifique esse tipo de
profissional (Spector e La Teja (2001, apudROMISZOWSKI, 2001),
justifica o investimento do Programa FGV Online na formação em
serviço (on the job), tendo em vista habilitar os designers educativos a
desempenharem suas funções, de forma mais produtiva e com maior
qualidade.
Fonte:
htttp://etic2008.files.wordpress.com/2008/11/unesamirianmaia.pdf,
acessado em Janeiro de 2010.
Esta informação é bem interessante, pois demonstra a preocupação da
instituição com a formação dos DIs que fazem parte dos seus recursos. Além
da formação do DI para o mercado, é importante também que as instituições
tenham uma preocupação de contextualizar o DI na realidade da empresa,
capacitando-o para um melhor exercício das suas ações.
Porém, cabe ao DI preocupar-se continuamente com o desenvolvimento
de suas competências. A seguir, estão dispostos alguns dos cursos existentes
no Brasil e como a maior parte deles são conduzidos.
3.3 Cursos existentes no Brasil
No Brasil, existem cursos de Designer Instrucional com diferentes
objetivos. Porém – de uma maneira geral - os cursos voltados para o
desenvolvimento do Designer Instrucional, preocupam-se com as dimensões
pedagógicas, tecnológica, comunicacional e organizacional. Além da teoria, é
normal que se preocupem com a prática.
41
É válido ressaltar que a maior parte dos cursos são voltados para EAD
online. Como a área está em evidência com a expansão da educação online, é
comum que sejam oferecidos mais cursos para esta modalidade. Entretanto, o
DI também deve ser capacitado para atuar em outras modalidades, pois é
importante que seja um profissional completo. E é claro que, assim como
acontece com as demais áreas, a experiência faz com que práticas sejam
desenvolvidas e o profissional fique cada vez mais qualificado.
Dentre os cursos voltados para o DI já existentes, destacam-se os
cursos descritos adiante.
CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO
Pós-Graduação Lato Sensu em Design Instrucional para Educação online
Universidade Federal de Juiz de Fora / Site Educacional
Carga horária: 360 horas
Pós-Graduação Lato Sensu em Design Instrucional para EAD virtual
Universidade Federal de Itajubá / Universidade Aberta do Brasil
Carga horária: 360 horas
Pós-Graduação Lato Sensu em Design Instrucional: Aprendizagem em
Ambientes Virtuais
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Carga horária: 360 horas
CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO OU QUALIFICAÇÃO
Curso livre TPDI — Teoria e Prática do Design Instrucional
Carga horária: 30 horas
Curso livre à distância em design instrucional para cursos online
Instituição ofertante: X-Orion
42
Carga horária: 120 horas
Inúmeros cursos voltados ao Designer Instrucional (EAD virtual, mídia
impressa, móvel etc)
Instituto Brasileiro de Designer Instrucional
É importante que o Designer Instrucional pesquise os cursos oferecidos
no mercado para se especializar conforme as suas necessidades. É bem
comum que os cursos se preocupem em desenvolver as competências
dispostas na lista presente nas páginas anteriores, mas não é uma regra. É
preciso que sejam pesquisados os objetivos e a metodologia do curso, pois
cada um apresenta as suas especificidades. O IBDIN, por exemplo, oferece
cursos que não se limitam apenas ao Designer Instrucional para E-learning. E,
em seu curso para EAD virtual, foca-se em todo o desenvolvimento de um
curso online, desde a sua concepção até a fase final, aliando-se conceitos
teóricos à prática.
No decorrer do tempo, espera-se que esteja ainda mais clara a
necessidade do DI estudar e se especializar. Não é por que há ausência de
uma formação específica que o designer instrucional deve apenas ter
experiência e aprender em seu cotidiano, durante o trabalho. Assim como nas
demais profissões, a experiência é importante mas a formação e o
entendimento da área são fundamentais.
43
CONCLUSÃO
Conforme visto no decorrer deste trabalho, a Educação a Distância hoje
se encontra em expansão com os cursos online, largamente oferecidos devido
a utilização em massa da Internet e dos recursos da Web 2.0. Neste contexto,
são inúmeros os profissionais que ganham espaço no mercado de trabalho
para o desenvolvimento desses cursos. Dentre esses inúmeros profissionais,
destaca-se o Designer Instrucional. Este passa a ser reconhecido como um
profissional de extrema importância para que os cursos a distância tenham
qualidade e possam proporcionar a construção de conhecimentos entre os
envolvidos.
Para que um curso online efetivamente aconteça, a equipe envolvida
deve estar perfeitamente alinhada e é o DI quem irá fazer este trabalho. Este
profissional, inclusive, desenhará todo o processo de ensino-aprendizagem,
considerando que o aluno é um ser ativo durante todo o percurso para se
alcançar o aprendizado. Por isso, é correto afirmar que o DI é peça-chave para
que a educação a distância atualmente mais utilizada – EAD online – atenda
aos objetivos de um processo de aprendizagem eficiente e eficaz.
Porém, ainda são recentes os estudos no Brasil sobre o Designer
Instrucional e o seu campo de atuação. Mesmo sabendo que ele existe há
tempos, conforme já exposto, atualmente que se fala um pouco mais sobre o
DI. Destaca-se, nesta área, a Professora Dr. Andréa Filatro, dentre outros
estudiosos que abordam o assunto mas não publicaram livros específicos
sobre a área. É válido ressaltar que mesmo com a bibliografia não muito
extensa, fica evidente que o DI precisa estar apto para desenvolver o seu
trabalho. Se o DI atua de forma inadequada, consequentemente os cursos
oferecidos terão sua qualidade afetada.
44
Sendo assim, mesmo com bibliografia não muito extensa sobre a área e
uma quantidade ainda pequena de cursos oferecidos, o Designer Instrucional
deve procurar estudar a fim de desenvolver as suas competências. O mercado
de trabalho, mesmo que a passos não muito largos, virá a reconhecer um DI
qualificado e outro que apenas tem experiência, mas não se forma
continuadamente. Assim, não será qualquer um que poderá atuar como
Designer Instrucional, assim como acontece em outras profissões. Um
arquiteto não pode ser médico ou vice-versa, pois cada um teve uma formação
especializada para este fim. Se até mesmo na educação presencial já se
discutem, há anos, a qualidade do ensino e a forma dos professores atuarem
em sala de aula, na educação a distância (hoje quase sempre online) não pode
ser diferente. Independente de ser a distância ou presencial, é EDUCAÇÃO e
precisa ter a sua importância devidamente reconhecida.
45
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Exemplo de Pré-Projeto Elaborado com base nas etapas do trabalho do Designer Instrucional
46
ANEXO 1
Exemplo de Pré-Projeto Elaborado com base nas etapas do trabalho do Designer Instrucional
Universidade Cândido Mendes
Pré-projeto “Curso de Aperfeiçoamento Profissional em Vendas”
Por
Camilla Macedo Araújo
Aluna da disciplina Projetos Tecnológicos em Educação.
Professora: Carly Machado
Abril de 2010
47
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL EM VENDAS
Apresentação
Curso de Aperfeiçoamento Profissional em Vendas, com duração total de 80
horas, que se desenvolverá a partir de situações vivenciadas pelos próprios
vendedores de loja moda jovem. O curso terá interface online e offline.
Público-alvo
60 vendedores de loja moda jovem.
Objetivos
• Demonstrar situações vivenciadas no ambiente de trabalho a fim de
desenvolver competências necessárias a um bom vendedor.
• Estimular a troca de experiências entre os vendedores para construir
novos conhecimentos.
• Fazer com que os vendedores se sintam motivados, tendo a certeza de
que são peças fundamentais para o sucesso da empresa.
Justificativa
O mercado competitivo dos dias atuais exige profissionais de vendas cada vez
mais capacitados para atender melhor aos seus clientes e alcançar melhores
resultados. No caso do mercado voltado para moda jovem, esse profissional
precisa estar atento com o perfil do cliente, conhecer bem o seu produto e
aplicar corretamente as teorias de como executar boas vendas. Para isso, é
primordial que esse vendedor seja treinado a fim de corresponder aos objetivos
da empresa.
48
Para essa capacitação profissional, é primordial que se esteja atento ao uso de
novas tecnologias educacionais, que são eficazes no desenvolvimento de
soluções adequadas a diferentes contextos no mercado de trabalho.
Atualmente, o uso da tecnologia na capacitação profissional é algo recorrente
nas empresas, pois viabiliza uma formação adequada dos profissionais, além
de atender aos objetivos pré-estabelecidos de cada organização. Essa
evolução na forma de capacitar, portanto, não pode ser deixada de lado.
Considerando que os vendedores de loja moda jovem, geralmente, são
estudantes, o curso realizado em CD e com atividades previstas em site de
relacionamentos mostra-se muito adequado à demanda. Eles não teriam muito
tempo para atividades presenciais, uma vez que trabalham e estudam, e ainda
existe a grande vantagem do computador e das suas ferramentas fazerem
parte do seu cotidiano. Por meio do CD, os vendedores estudariam o conteúdo
sempre considerando o conhecimento que eles já possuem. E, no site de
relacionamentos, trocariam experiências e construiriam novos conhecimentos
com um mediador responsável.
Metodologia
Para que todo o curso fosse devidamente elaborado, foi necessário entender o
público-alvo do curso, tornando-se indispensável uma análise do perfil e da
realidade desse público-alvo na empresa. Para isso, realizou-se uma
sondagem com o objetivo de identificar as necessidades educacionais e avaliar
as restrições do público. Essa análise foi feita pelo profissional especializado
na área – o Designer Instrucional. Através de uma visita a três lojas, situadas
em uma mesma região do Rio de Janeiro, o Designer Instrucional entendeu um
pouco do dia a dia dos vendedores e do que eles julgam serem limitações a
boa realização do trabalho. Isso foi feito através de rápidas conversas com os
vendedores e da observação de algumas situações.
Identificadas as necessidades, tornou-se possível desenhar todo o curso a ser
aplicado aos vendedores da loja de moda jovem, considerando sempre a
49
necessidade de se alcançar os objetivos propostos. Conforme já foi dito, o
curso será desenvolvido a partir de interfaces offline e online.
Será entregue um CD para cada vendedor, onde eles conhecerão o conteúdo
teórico do curso, sempre o associando à prática. A maior parte das unidades
será introduzida por uma situação-problema vivenciada pelos vendedores e, a
partir dessa situação, serão apresentados os conteúdos necessários para que
eles reflitam e saibam como determinada teoria interferirá positivamente no seu
trabalho diário.
Ao final de todas as unidades - após a leitura do conteúdo, a realização das
atividades previstas no próprio CD e reflexão quanto à situação-problema
apresentada -, o treinando será direcionado à comunidade do site de
relacionamentos. Essa comunidade será devidamente administrada por um
tutor.
A fim de que o curso atinja os objetivos, cada unidade de aprendizagem tem os
objetivos, papéis, atividades, duração/período, ferramentas, conteúdos e
avaliação muito bem definidos.
É válido ressaltar que dois desses elementos são comuns a todas as unidades:
papéis de aprendizagem e ferramentas. Como papéis de aprendizagem em
todas as unidades, têm-se os vendedores e o tutor, que são os responsáveis
pelo andamento do curso. E como ferramentas necessárias para a realização
das unidades, os vendedores devem ter disponíveis um computador com
acesso à Internet e cadastro no site de relacionamentos. A seguir, encontram-
se todos os demais elementos devidamente explicados em cada unidade de
aprendizagem.
Introdução
Objetivos
Compreensão da proposta do curso a fim de que todo o percurso do curso
aconteça conforme o planejado.
50
Atividades
O treinando realizará as seguintes atividades previstas no CD:
• Leitura do conteúdo da Introdução.
No site de relacionamentos, o treinando publicará no tópico “Introdução –
expectativa do curso” o que ele espera do curso. E no tópico “Introdução –
dúvidas”, publicará dúvidas quanto à realização do curso.
Duração e período
5 horas / 3 dias
Conteúdos
• Apresentação do curso.
• Explicação sobre as atividades propostas.
• Enfoque na importância do treinamento para o aperfeiçoamento
profissional do participante e, consequentemente, para o sucesso da
empresa.
Avaliação
Fórum de dúvidas.
Unidade I - O que você sabe sobre a empresa?
Objetivos
Construir novos conhecimentos sobre a empresa a fim de que o trabalho seja
executado da melhor forma possível.
51
Atividades
O treinando realizará as atividades pré-programadas no CD:
• Assistir à animação com a situação apresentada.
• Ler todo o conteúdo da unidade, realizando os exercícios intermediários.
No site de relacionamentos, o treinando publicará possíveis dúvidas no tópico
"Dúvidas - Unidade II".
Duração e período
8 horas / 5 dias
Conteúdos
• A história.
• O estilo da loja.
• Quando mudam as coleções e como conhecer os produtos de cada
coleção.
• Pontos de venda.
• Formas de Pagamento.
Avaliação
Ao final da Unidade, haverá um Quiz de perguntas e respostas, com feedback
automático.
Fórum de dúvidas.
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Unidade II - Uma equipe de sucesso
Objetivos
A partir do conteúdo, avaliar a situação-problema e apresentar a solução.
Atividades
O treinando realizará as atividades pré-programadas no CD:
• Assistir à animação com a situação apresentada.
• Refletir, após o conteúdo apresentado, como a situação deveria ser
solucionada.
O treinando visitará o site de relacionamentos e realizará a atividade lá
proposta pelo tutor.
Duração e período
8h / 5 dias
Conteúdos
• Dicas para uma boa relação com todos da equipe.
• Como contribuir para manter um excelente ambiente de trabalho.
• Ética Profissional.
• Como lidar com possíveis problemas que podem ocorrer no dia a dia.
Avaliação O tutor publicará, no tópico "Unidade II - Uma equipe de sucesso", algumas
soluções para a situação apresentada.
Todos os treinandos deverão escolher a opção mais adequada, justificando
conforme o conteúdo apresentado.
• Ler todo o conteúdo da unidade, realizando os exercícios intermediários
com feedback automático.
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Unidade III - Você e o cliente: uma relação de parceria
Objetivos
A partir do conteúdo da unidade, avaliar a situação-problema e apresentar a
solução.
Atividades
O treinando realizará as atividades pré-programadas no CD:
• Ler todo o conteúdo da unidade, realizando os exercícios intermediários
com feedbacks automáticos.
• Refletir, após o conteúdo apresentado, como a situação deveria ser
solucionada.
Duração e período
8h / 5 dias
Conteúdos
• Conceitos básicos de regras de atendimento.
• Comportamentos e atitudes que favorecem o atendimento.
• Como se comunicar bem
• Formas de abordar o cliente de acordo com o perfil.
Avaliação Apresentação da solução para a situação-problema no tópico "Unidade III -
Você e o cliente: uma relação de parceria".
Unidade IV - Táticas para uma negociação eficaz
Objetivos
A partir do conteúdo da unidade e das experiências publicadas no site de
relacionamentos, construir e compartilhar conhecimentos.
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Atividades
O treinando realizará as atividades pré-programadas no CD:
• Ler todo o conteúdo da unidade, realizando os exercícios intermediários
com feedbacks automáticos.
Ir até o site de relacionamentos e publicar, no tópico “Unidade III – Você e o
cliente: uma relação de parceria”, a resposta para a atividade proposta pelo
tutor.
Duração e período
8h / 5 dias
Conteúdos
• Táticas para uma venda eficaz.
• Como negociar de acordo com os diferentes estilos dos clientes.
• Como exaltar a marca e os produtos de forma adequada.
Avaliação
Ao final da leitura da unidade, o treinando deverá publicar uma experiência boa
e outra ruim que ele tenha vivenciado. Quanto à situação ruim, o treinando
deverá dizer como a negociação poderia ser eficaz.
Unidade V - Trocando idéias
Objetivos
Relacionar todo o conteúdo visto com experiências já vivenciadas no dia a dia.
Atividades
No CD, O treinando será apresentado a um breve resumo do conteúdo visto no
curso.
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O treinando será, então, direcionado ao site de relacionamentos, onde
publicará, no tópico “Unidade V - Trocando idéias” , como todo o conteúdo visto
ajudará no dia a dia. E, quando o tutor abrir o tópico “Considerações Finais”,
cada treinando deverá publicar se as expectativas quanto ao curso foram
atendidas.
Duração e período
10h / 5 dias
Conteúdos
• Resumo
• Relato
• Troca de experiências
Avaliação
Avaliação efetuada de acordo com as publicações feitas nos tópicos "Unidade
V - Trocando Idéias" e no tópico "considerações finais".
Com esse desenho do curso, a etapa de desenvolvimento será devidamente
executada. Nesta etapa, os materiais previstos no curso – telas com co
conteúdo e comunidade do site de relacionamentos devidamente criada –
serão produzidos e testados. É válido ressaltar que o conteúdo teórico do curso
será entregue pela empresa para o andamento do trabalho.
Assim, segue-se para a próxima etapa: implementação. Nesta etapa, o tutor
será capacitado para atender aos treinandos (vendedores) da forma planejada
e para administrar corretamente a comunidade. Em seguida, os CDs serão
gravados e entregues aos vendedores e as unidades de aprendizagem serão
devidamente executadas.
Com essa implementação, a etapa de avaliação será executada. Nessa etapa,
haverá um acompanhamento da execução do curso a fim de avaliar se o curso
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está atendendo aos objetivos propostos. Em um item adiante, essa avaliação
será devidamente explicada.
A seguir, você encontrará:
• o cronograma com o prazo de cada uma das etapas – análise,
desenvolvimento, implementação e avaliação;
• a equipe prevista para executar o trabalho;
• a avaliação do projeto;
• o orçamento.
Cronograma
Equipe
Designer Instrucional
Fará a análise contextual, logo ao início do projeto. Na fase de
desenvolvimento, testará o CD a fim de verificar a sua funcionalidade. Na etapa
de implementação, capacitará o tutor na proposta do curso e acompanhará a
execução do curso, a fim de detectar possíveis problemas e solucioná-los. Na
etapa de avaliação, fará uma avaliação final do curso e revisará os pontos
críticos do projeto.
57
Roteirista
Receberá o conteúdo teórico do curso e, com as diretrizes do projeto, fará o
tratamento pedagógico do conteúdo, roteirizando todas as telas.
Designer Gráfico
Criará a identidade visual do projeto. E, através da roteirização do curso, criará
todas as telas – com as atividades propostas – a serem utilizadas no CD.
Auxiliar Técnico
Realizará a gravação das telas em um CD.
Tutor
Administrará de forma adequada a comunidade do site de relacionamentos,
executando as seguintes ações:
• autorizar como participantes apenas os participantes do treinamento;
• abrir os tópicos de discussão no momento previsto no CD, ou seja, ao
final de cada unidade do curso;
• controlar todas as discussões, intermediando-as e sempre esclarecendo
dúvidas ou entendimentos equivocados;
• estimular a troca de experiências e construção de conhecimentos;
• valorizar o trabalho do profissional.
Avaliação do Projeto
A avaliação do Projeto consiste em verificar se os objetivos propostos foram
devidamente alcançados.
O Projeto será avaliado durante a sua execução, a fim de corrigir possíveis
equívocos, e ao seu final.
Durante a execução, será verificado se o andamento do curso está ocorrendo
conforme o esperado a fim de ajustar problemas que surjam. O Designer
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Instrucional verificará, continuamente, a comunidade do site de
relacionamentos e fará uma avaliação do andamento das atividades. Será
verificado se o tutor está fazendo um bom controle, se as atividades propostas
estão sendo efetuadas e se os treinandos mostram-se participativos. Abaixo,
estão expostos os indicadores que nortearão essa avaliação:
- Número de postagens
- Número de postagens em que há interação/troca entre os treinandos
- Número de intervenções do tutor
- Tempo de demora para intervenção do tutor
Ao final do curso, serão verificados os depoimentos do aluno quanto ao curso,
a fim de verificar se o curso satisfez a necessidade dos vendedores. Essa
avaliação será efetuada através dos depoimentos colocados no tópico
“Considerações Finais” da comunidade do site de relacionamentos.
Orçamento
59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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online reúne professores de diversas partes do Brasil e é reconhecido pelo
MEC. www.universia.com.br/html/materia/materia_gdij.html.
AZEVEDO, Wilson. Panorama atual da Educação a Distância no Brasil.
www.escolanet.com.br
CALDEIRA, Luana Matheus Caldeira. Desenho Instrucional:a construção do
diálogo na Educação a Distância.
www.periodicos.udesc.br/index.php/udescvirtual/article/viewFile/1925/1483.
DOWBOR, L. Tecnologias do conhecimento: os desafios da educação. 2001.
HTTP://dowbor.org/tecnconhec.asp.
FILATRO, Andrea. Design Instrucional na Prática. São Paulo: Pearson, 2008.
FILATRO, Andrea. Design Instrucional contextualizado. São Paulo: Editora
Senac São Paulo, 2007.
FIORENTINI, L. M. R.; MORAES, R de A. (orgs.). Linguagens e interatividade
na educação a distância. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
FREIRE, Wendel. Tecnologia e Educação: as mídias na prática docente. Rio de
Janeiro: Wak Editora, 2008.
MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC DA EAD: A educação a distância hoje.
São Paulo: Pearson, 2008.
MAIA, Mirian. Competências do Designer Educativo paraatuar em cursos on-
line. htttp://etic2008.files.wordpress.com/2008/11/unesamirianmaia.pdf.
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MORAN, José Manual. O que é Educação a Distância? www.escolanet.com.br.
PIMENTA, S. R.. Avaliação do design de telas dos cursos a distância do FGV
Online: um estudo de caso à luz da ergonomia e da usabilidade. Tese de
Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Design. Pontifícia Universidade
Católica – PUC, Rio de Janeiro, 2007.
ROMISZOWSKI, Hermelina P. Tradução das competências do Designer
Instrucional divulgadas pelo IBSTPI.
SANTOS, E. O. dos. Articulação de saberes na EAD online: por uma rede
interdisciplinar e interativa de conhecimentos em ambientes virtuais de
aprendizagem. In: SILVA, Marco. (Org.). Educação online. São Paulo: Loyola,
2003.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa . Rio de Janeiro: Quartet, 2000.
www.mec.gov.br. Secretaria de Educação a Distância.
www.pr.senac.br/EAD. Sobre EAD - Histórico.
www.mtecbo.gov.br. Classificação Brasileira de Ocupações.
www.abed.com.br. Censo EAD - Congresso Internacional ABED de Educação
a Distância, realizado em 27 de outubro de 2010.
www.hagah.com.br. Mercado de trabalho em EAD atrai novos talentos.
www.revistapaideia.unimesvirtual.com.br. Entrevista da Revista Científica de
Educação a Distância.
61
www.elearningbrasil.com.br. Pesquisa intitulada “O instrutor em sala de aula é
um bom designer instrucional?”.
]
62
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 12
1.1 – A EAD ontem e hoje: o que se espera do futuro
e o que é necessário? Busca do Saber 15
1.2 – Profissionais envolvido na EAD dos dias atuais 19
CAPÍTULO II
O TRABALHO DO DESIGNER INSTRUCIONAL 23
2.1 – Etapas do trabalho 27
CAPÍTULO III
DESIGNER INSTRUCIONAL: PERFIL, COMPETÊNCIAS
NECESSÁRIAS E COMO DESENVOLVÊ-LAS
3.1 – O perfil do Designer Instrucional 33
3.2 – Competências necessárias e como desenvolvê-las 35
3.3 – Cursos existentes no Brasil 40
CONCLUSÃO 43
ANEXOS 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59
ÍNDICE 62
63
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: