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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O brincar na Educação Infantil Por : Angélica de Almeida Amaral Orientador Prof. Edla TROCOLI Rio de Janeiro 2012 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · ... a Deus por me da força a minha família e ... infantil e na construção ... mobilizardiferemtes conhecimentos habilidades

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O brincar na Educação Infantil

Por : Angélica de Almeida Amaral

Orientador

Prof. Edla TROCOLI

Rio de Janeiro

2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O brincar na Educação Infantil

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação Infantil e

desenvolvimento .

Por: Angélica de Almeida Amaral

AGRADECIMENTOS

.... a Deus por me da força a minha

família e amigos por esta sempre

comigo .

DEDICATÓRIA

.....dedico ao meu pai , minha mãe, meu

esposo e meu filho,.......

RESUMO

Através deste trabalho nonográfico de caráter bibliográfico de conclusão do

curso de Pós-Graduação em Educação Infantil e desenvolvimento será

mostrada a importância do lúdico no processo de socialização das crianças

como também sua importância no processo ensino e aprendizagem, através

dos jogos, dos brinquedos, das brincadeiras.

Tendo como tema central “o brincar ” na construção do processo de ensino e

aprendizagem na educação infantil, que é de suma importância, fazendo deste

assunto um fator primordial a ser trabalhado por todos os pedagogos,

professores, comunidade, escola e familiares que tenham a intenção de

educar, sabendo que isto não se limita a repassar informações ou mostrar

apenas um caminho, mas sim ajudar a criança a tomar consciência de si

mesma, dos outros e da sociedade.

Consequentemente, projeto-se neste, a função dos jogos lúdicos na educação

infantil e na construção interdisciplinar do processo ensino e aprendizagem,

também o desenvolvimento dos educandos alcançado através deste. Além

disso, serão abordados em alguns capítulos certos elementos que caracterizam

os diversos tipos de jogos, todo o aprendizado através do brincar para facilitar

em maior âmbito o desenvolvimento das crianças.

Também será abordada a importância dos jogos na construção dos conceitos

matemáticos e para isto, precisamos considerar a opinião de diversos autores,

muitos conhecidos, como Vygotsky, Piaget, etc que de forma direta ou

diretamente citam em seus livros a importância do brincar no cotidiano infantil.

METODOLOGIA

Os métodos que levam ao trabalho proposto, como leitura de livros,

revistas, site e a resposta, após coleta de dados, pesquisa bibliográfica,

pesquisa de campo, observação do objeto de estudo, os questionários, etc.

Aqui mostra todo o processo do brincar na vida de uma criança

mostrando o valor que isso abordará em seu futuro porque através das

brincadeiras e jogos o enteresse do aluno passa a ser maior e levam a

aprendizagem e ao conhecimento

SUMÀRIO

Capa Contracapa Agradecimentos

Dedicatoria Resumo Metodologia

CAPÍTULO I - O brincar e a aprendizagem

CAPÍTULO II - O brincar uma revolução em sala de aula

CAPÍTULO III – Os tipos de jogos

Capitulo IV- Brinquedo: caracterização geral CONCLUSÃO ÍNDICE

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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INTRODUÇÃO

O brincar faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor e se

socializam com facilidade, apreendem o espírito de grupo, aprendem a tomar

decisões e percebem melhor o mundo dos adultos.

Sistematizar o brincar significa uma reorganização da prática pedagógica

desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar os moldes da

educação bancária e absorver o lúdico através dos jogos como o instrumento

principal para o desenvolvimento da criança. O jogo, e a maneira como o

professor dirigem o brincar, desenvolverão psicológica, intelectual, emocional,

físico-motora e socialmente as crianças, e por isso os espaços para se jogar

são imprescindíveis nos dias de hoje.

Através dos jogos lúdicos, do brinquedo e da brincadeira, desenvolve-se a

criatividade, a capacidade de tomar decisões e ajuda no desenvolvimento

motor da criança, além destas razões, tornam as aulas mais atraentes para os

alunos, são a partir de situações de descontração que o professor poderá

desenvolver diversos conteúdos, gerando uma integração entre as matérias

curriculares.

Atualmente em nossa sociedade, extremamente capitalista, que influencia

todos, inclusive as crianças, exercendo poder e controle através dos meios de

comunicação, principalmente a televisão. Através da teoria de Piaget onde ele

ilustra muito bem o seu carater abragente e imaginativo “quando brinca , a

criança assimila o mundo á sua maneira sem compromisso com a realidade ,

pois o seu objeto não depende da natureza do objeto , mas da função que a

criança lhe atribui “ já com vygotsky a criança é introduzida no mundo adulto

pelo jogo e sua imaginação ( estimula por meio dos jogos ) pode contribuir

para a expanção de suas habilidades conceituais .

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CAPÍTULO I O brincar e aprendizagem

Quem já não pôde constatar a atenção ,a concentração , a seriedade e

a alegria que uma criança demostra ao brincar ? É como se o mundo todo

tivesse ali num gesto um experimentar ! Ser criança é brincar é trasformar

!Etimologicamente , brincar vem de brinco mais ar , brinco vem do latim

vinculo/vinculum “laço” “ligação” brincar é , portando uma atitude , um gesto de

ligação ou vinculo com algo em si mesmo ,com outro e com o mundo . É uma

ponte entre a criança e a realidade de tanto interna quando externa . O brincar

tambêm é um ato de descoberta e, escolha a recriação . Segundo WINNICOTT

(1982,p.161) “é no brincar , e talvez apenas no brincar que a criança ou adulto

fruem de sua liberdade de criação . As crianças brincadeiras servem de elo

entre , por um lado , e por outro lado , a relação do individuo com a realidade

externa ou compertilhada “

Segundo FRIEDMANN (p14,2003) : “ O brincar oferece a possibilidade

de que nos tomemos mais humano , abrindo uma porta para sermos nós

mesmos , poder expressar-nos , trasforma-nos ,curaraprender , crescer . O

brincar surge como oportunidade para o resgate dos nossos valores mais

essenciais como seres humanos : como forma de comunicação entre iguais e

entre várias gerações ; como instrumentode desenvolvimentoe ponte a

aprendizagem ; como possibilidade de resgatar o patrimôniolúdico-cultural nos

diferentes contextos econômicos

O Brincar é uma linguagem fundamentel para incerção , compreenção e

invenção da realidade pelas crianças . O papel do brincar é fundamental na

organização e proposição das situações didaticas desse material , que vê ,

nesta linguagem , contextos ricos e significativos para propor e explorar

diferentes situações –problema, para refletir sobre valores sociais , para

aprender sobre regras de convivência , tomar desições , levantar hipóteses ,

enfim , para aprender .

Sendo assim ,as brincadeiras não são apenas propostas no material ,

mas problematizadas , ou seja , trasformadas em contextos significativos para

se propor , inventar e explorar materiais enteressantes e desafiadores aos

alunos .Ao realizarem um jogo de regras , por exemplo , os alunos terão

oportunidades para refletir , levantar hipoteses , buscar soluções , registrar

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idéias , mobilizardiferemtes conhecimentos habilidades e competências . O

jogo funciona como um rico cenário no qual as crianças terão as suas idéias

valorizadas , confrontadas e ampliadas por meio de trocas efetuadas com os

colegas e com o professor .

O brincar , ação previlegiada do desenvolvimento humano e

particulamente da infancia , norteou , portanto a criação de diversas situações

ditaticas presentes no livro integrado . nesta perspectiva , a criança é vista

como alquem que tem ideias e sentimentos propios , que esta incerida em uma

cultura ,que pode aprender e ter possibilidades de desenvolver , com prazer ,

suas diferentes competências cognitivas , afetivas e motoras .

È fundamental, portanto assumir o brincar como primordial no trabalho

junto as crianças pequenas , mas também , é preciso que essa postura sja

abraçada por toda a equipe escolar, neste sentidofaz se nescessario romper

com visões mas estreitas , sobre o brincar , adotando uma concepção mas

ampla que permite as praticas e, sobretudo a atitude do educador junto as

crianças .”O brincar precisa desprender-se , liberta-se dos di scursos para ser

resgatado na pele de cada brincante , no cotidiano do viver”

FRIEDMANNp.16,2003) . Brincar é viver viver e aprender , no nosso material

anda junto e completa-se . Daí a nessecidade premente de refletir e,

consequentemente ,de resgatar o brincar no cotidiano da educação infantil .

1.1 O brincar de ontem e de hoje

Sabemos que o jogo e as brincadeiras sempre estiveram presentes na

vida do homem .Caçar , relacionar-se com a natureza , dominar a fala , inventar

a roda fazer o fogo , são atos que surgiram dos jogos e brincadeiras que fazem

parte da relação humana .

Alguns comparam a vida como um grande game , um jogo que não exige

muitas coisas , mas temos apenas uma vida , diferente dos videogames que

dão muitas vidas e chances aos jogadores ( mas até neles o tempo acaba)

O jogo é um fator importante para conhecermos os povos e seus costumes .Na

educação , os jogos ultrapassam a linha de seu tempo e permeiam muitas

12

gerações . Apesar de toda modernidade , os jogos e brincedeiras do passado

ainda são importante para o universo infantil . As crianças ainda brincam de

pegar , de cinco marias, de amarelinha , de ovo podre , de esconder , e outras

brincadeiras que já divertiam os nossos avós.

Mas é importante trabalharmos com brincadeiras desconectadas de nosso

tempo ?

Na verdade , encaramos essa brincadeira como folclore .Elas são

necessárias para entendermoso nossos pais e avós , para aproximar gerações,

quem não jogou cartas ou bolas com seus pais , não brincou com bonecas ou

tantas outras coisas que divertem e possuem riquesas culturais ?

Alguns autores acreditam que as brincadeiras do passado desenvolviam

mais a criatividade , a coordernaçao motora , o raciocíno , a solidariedade e os

conceitos de cooperação.Isso porque, no passado, , como não existiam tantos

brinquedos , as brinncadeiras com objetos não reais exigiam mas imaginação .

Mas , sinceramente, não concordamos com essas ideias . Acreditamos

que hoje brincar-se menos na rua e nos pátios , brincar-se mais em pequenos

grupos , e que os jogos eletronicos disponiveis não deixam corporalmente

estaticos . somos frutos do nosso tempo e de nossa cultura , não podemos nos

comparar a cultura e ovos porque brincavam menos com objetos concretos ,

também não podemos dizer que a motrocidade daquelas crianças eram mais

desenvolvidas , poia atualmente observamos crianças de três anos deslizarem

os seus dedos com controle remoto e JOYSTICKS.

Não é relevante sabermos quem é mais ou menos criativos , ou se no

passado era melhor ou pior . Hoje , o que devemos entender e respeitar é o

tempo em que vivemos , a nossa atualidade , a linguagem da nossa época. Por

exemplo, entre o pokémon eo popaye , ficamos com o pokémon .

Nossa sala de aula deve ter espaço para os brinquedos e brincadeiras de

hoje , mais tambem para os jogos que acompanham a nossa cultura . Não

esquecendo nunca que vivemos o presente e, portanto , as brincadeiras e

jogos atuais , devem ser mais incentivados . Senão , corremos o risco de ficar

falando sozinho em sala de aula .

Claro que a modernidade tem mudado muito a relação entre indivíduos ,

brincadeiras e brinquedos .

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A tecnologia e a industrializção foram e são inevitaveis . Os predios e os

carros mudaram , a escola mudou, as pessoasa mudaram , e vocês acreditam

que os jogos os jogos não deveriam mudar ?

Por isso, devemos estar com os olhos bem atentos e abertos e vivermos o

nosso tempo também na escola , formentando a interação e criando um mundo

em que a escola e a vida falam a mesma lingua .

Para os alunos , a escola é um lugar no qual eles não se sentem bem ,

nem á vontade . Mesmo aqueles que fora da escola são faladores , espertos ,

curiosos e alegres , dentro da sla de aula vão ficando calados, passivos e

tristes (CECCONetal.,1983,p.16)

Outro fator que influência muito a relação da criança de hoje com as

atividades lúdicas e brincadeiras é a segurança, ou melhor , a insegurança das

grandes cidades .Cada dia mais , não podemos permitir que as nossas

crianças brinquem na rua, nas praças , em espaços verdes ,nos antigos

campinhos . Esta diferença surgiu com a revolução social , modificando

tambem o brincar e a relação entre pessoas .

Vivemos em uma sociedade que individualiza conceitos e compartilha espaços

e ações . Portanto ,ao promovermos a cultura dos jogos do passado , podemos

ajudar nossas crianças a compreenderem sua cultura e a si mesmo , auxiliando

–as também a relacionarem –se melhor com os seus pais e avós.

Destacamos a ideia de Fonseca Muniz(2000,p.81)sobre a importância

das brincadeiras como espaço fundamental na vida “onde haja a conquista da

liberdade , da autonomia , da compreenção do mundo vivido , de auto reflexão ,

e principalmente , da emancipação “.

Também relendo Lopes (1999,p.27), observamos que esse autor afirma

que, numa pespectiva pedagogica , os jogos e brincadeiras devem ter os

seguintes objetivos :

1. Trabalhar os aspectos emociocionais ( ansiedade );

2. Rever limites ;

3. Desenvolver autoinomia ;

4. Aprimorar a coordenação motora ;

14

5. Aumentar a concentração , a atençaõ e o raciocínio;

1.2 O brincar e a construção de conhecimento no interior da escola.

Existe uma intensa relação entre o brincar e a possibilidade de

aprender . Aprender sobre si , sobre o outro e sobre o mundo . Ao brincar , as

crianças exploram , perguntas e refletem sobre as formas culturais nas queais

vivem e sobre a realidade circundante desenvolvendo-se psicológica e

socialmente . o brincar é pois uma das atividades funfdamentais para o

desenvolvimento da imaginação e da linguagem , da compreenção e a

apropriação de conhecimentos e sentimentos , do exercicio da iniciativa e

desisão .

Porém , é fundamental analizar como o brincar pode contribuir para a

costrução de conhecimentos e para a apropriação da cultura pelos alunos no in

terior da escola , bem como analizar como o brincar deve ser incorporado ao

cotidiano escolar e com objetivos .

Tal reflexão é importante , pois , se existe um certo concenso quanto a

importancia do brincar para a aprendizagem das crianças ações e comceções

contraditórias revelam divergências quanto ao seu significado e a sua presença

no espaço escolar .

O brincar é, muitas vezes , visto como uma atividade menos importante ,

não séria , que os alunos só podem se envolver depois de realizar seus

trabalhos ; aqui o brincar é concebido com um mera passatempo , os

professores não tomam o brincar como parte do seu papel de ensinar e, em

geral, não se envolvem neste tipo de atividade. A vivência dos alunos em jogos

e brincadeiras dá-se na “hora do parque” ao final das aulas ou no inicío ., ou

seja , o brincar é visto como um polar do trabalho da criança e os momentos de

brincar como o de trabalhar são claramente divididos , separados .Para que o

brincar seja fonte de aprendizagem para os alunos , é necessari romper com a

idéiade polarização entre o brincar x trabalhar , brincar x aprender e tantas

outras dicotomias que permeiam parte do pensamento pedagogico ocidental,

esta contraposição resulta , em parte , da ideia de que a brincadeira não é uma

atividade séria e que , para aprender, é necessario uma árdua tarefa um

esforço que esta mais para um sofrimento do que para uma alegria , para o

prazer , marca registrada da criança que brinca. Estamos imersos á uma

cultura antilúdica , na qual a própia palavra , brinca , tem sido usada para

indicar algo bastante irrelevante e trivial . frases como :”Deixede brincadeira,

menina !;”Brincadeira tem hora “!;”com o futuro não se brinca “!,etc...são

bastante frequentes e deixanm implicitasa ideia da brincadeira como sinônimo

de coisa não seria , semm importancia . Porém , no contexto de uma criança

ela é essência de um pensamento sério e concentrado , um meio intencionalde

aprendizagem .Quando a criança brinca , ela esta imersa numa ação que exige

concentração , iniciativa , capacidade para tomar desisões , resolver ,

problemas , ou seja , o brincar é o trabalho da criança e para ela , não existe

atividade mais sérisa , mais essencial . Ver o brincar , como complementar o

trabalho é fundamental para conceber o brincar como um eixo que deve nortear

as ações educativas no interior da escola . A criança jamais brinca semm

aprender pois é no brincar que a criança se apropia da realidade,atribuindo–lhe

significado e vislumbrado a possibilidade , também de trasformar essa

realidade .

O brincar inserido no cotidiano da escola traz outra dicotomia , própia do

brincar , ou seja , será que a aprendizagem se dá no brincar livre , ou as

crianças devem ser dirigidas ? Isto acontece porque de um lado existe a crença

de que as crianças aprendem muito pouco sem a direção do professor . de

outro , o brincar livre , auto iniciado pela criança é defendido como

proporcionador de um novo contextode aprendizagem .para responder essa

questão é importante destacer que , sem livre escolha ou seja , sem a

possibilidade real de decidir não existe brincadeira . Se um jogador xadrez não

é livre poara decidir qual será o seu proximo lance não é ele quem joga . Se

uma criança não é livre para decidir se sua boneca deve dormir . A brincadeira

parece uma susseção de decisões serem tomadas . Brincar implica ser livre

para decidir , fazer escolhas , acreditamos que tanto o brincar livre quanto o

dirigido presisam estar presente na escola e não é porque uma brincadeira é

proposta pelo professor , que os alunos deixam de pensar , elaborar

estratégias tomar decisões . Vale ressaltar também que nem o brincar livre

nem o dirigido dispensam a ação do professor , pois , para que o brincar livre

aconteça , é necessario , por exemplo , organizar o tempo , o espaço e os

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materiais adequados ,ou seja , é preciso criar as condições para o brincar

entrar em cena .

Como colocado anteriormente , o brincar é uma atividade que é costituida

socialmente e culturalmente em cada meio social ou cultural . A criança brinca

porque aprendeu a brincar em seu meio , com seus pais , com crianças da

mesma idade ou mesmo mais velhas . Elas dispõem , portanto , de uma cultura

. Sendo assim a presença do brincar livre , iniciado pela criança é importante

entre outras coisas , pois permitira ao professor que , por meio da observação

conheça a cultura de origem das crianças .Porêm , tão importante quanto

conhecer o aluno e sua cultura lúdica é poder amplia-la e conhrece-la

enriquecimento em que o professor pode desenvolver por meio das

intervenções da organização do espaço e tambêm de atividades dirigidas que

podem trazer novos elementos culturais que a criança poderar integrar no seu

jogo.

Segundo MOYLES(2002). O acesso ao livre brincar , a oportunidade de

explorar e investigar materiais em situações sozinho e entre pares pode ser o

recursor do brincar dirigido mas desafiador . Entretanto , ele também pode ser

sua consequência . Trata-se de um processo ciclico , uma espécie de espiral

do brincar , cheisa de ondulações que vão do brincar livre exploratorio para o

brincar dirigido e de volta para o brincar livre enriquecido , permitindo assim

novas experiências para as crianaças e a aquisição de novos conhecimentos e

habilidades .

O Jogo livre oferece a criança a oportunidade inicial á criança e a mais

importante para atrever-se a pensar , a falar a ser ela mesma .Com a

intervenção do professor, as possibilidades de descobertas e aprendizagem

são mais ampliadas diante disto, destacamos a indispensável e real

importância do professor planejar e participar do brincar das crianças . Só

assim o brincar vincul-se com a possibilidade de aprender de forma significativa

e poderá se fazer presente , na escola , de forma intencional e refletida.

1.3 O Papel do professor como mediador e co-autor das brincadeiras

Considerando que a brincadeira ocupa um espaço central na educação infantil

na proposta do livro integrado entendemos que o professor é figura

17

fundamental para que isso aconteça , criando os espaços , oferecendo material

partilhando das brincadeiras . é portando de extrema importancia o papel do

professor tanto na garantia quanto no enriquecimento da brincadeira como

atividade social da infância .

Para que isso ocorra , no entanto é preciso que exista uma intervenção

educativa intencional do adulto junto ao brincar infantil ou seja , as situações

lúdicas deverão ser planejadas e orientadas pelo professor visando uma

finalidade de aprendizagem isto é , proporcionar a criança algum tipo de

conhecimento , relação ou atitude . Vale ressaltar que não se trata de didatizar

as situações de jogos , mas sim , de ter clareza da impoortância destes

momentos e das ideias , conhecimento, habilidades, valores , etc.,que podem

ser explorados , vivenciados , âmpliados . O uso do brincar de modo

intencional requer um plano de ação , ou seja , um planejamento que priorize e

destaque o brincar como eixo noteardor do trabalho como as mais diferentes

areas de conhecimento .Não existe educação espôntanea , mas sim a

costrução de situações educativas por parte do adulto , pois a educação é

inseparavel da intencionalidade seja ela explicida ou implicida . Segundo

FANTIN(2000.p.91) “é preciso acabar com o mito da “não intervenção “pois

mesmo não propondo nada , se educa e propõe pela ausência , pela falta

intencionalizada mas não revelada , pela negaçaõ , que é também uma forma

de intervenção. “O importante e necessário é ter claro as diferentes

abordagens relativas ao brincar e colocar em prática uma estrategia coerente

que conduzirá o uso e a presença desta linguagem no escolar .

A participação do professor , nas situações de brincar deve orientar-se pela

escuta . Observações e solicitaçoes de ajuda das crianças . quantomais o

professor conhece seus alunos , suas culturas lúdicas , seus interesses e

motivações , mas condições tera para proporbrincadeiras que os envolvam ,

bem como para participar do brincardas crianças .O professor desempenha um

importante papel no transcorrer das brincadeiras se consegui discenir os

momentos em que deve integrar-se como articipante das mesmas . Segundo

WAJSKOP(p.38,1999 “O professor deve ser um elemento integrante das

brincadeiras , ora como observador , e organizador ora como personagemque

explicita questiona e enriquece o desenrolar da trama , ora como elo entre as

crianças e o conhecimento , o adulto deve estar presente junto as primeiras

18

acolhendo as busca por comprender e agir e sobre o mundo em que vivem.Ӄ

de extrema importância criar uma modalidade de interação que acolhe e

enriquece as brincadeiras das crianças , bem como um espaço que instiga e

convida e brinca . A intervenão intencional, baseada na observação do brincar

das crianças , oferecendo-lhes material adequado , assim como espaço

estruturado permite o enriquecimentodas competencias imaginativas e

organizadoras infantis . Garantir o espaço da vivência e troca simbólica de

experiência é pois , fundamental .

19

CAPÍTULO II O brincar uma revolução em sala de aula

A impôrtância de uma educação maios abragente faz com que procuremos

novas saídas para suprir as carências encontradas nas instituições de ensino.

Atualmente , a maior luta é por um ensino mais humano , voltado para o real

interesse dos alunos , tornando os agentes do processo educacional .Nesse

contexto , propormos atividades e jogos criativos com umas das saídas viaveis

para uma maior integração entre as areas afins e para desenvolver valências

esquecidas na aprendizagem .Alguns autores ressaltam que a principal

caracteristica do homem é a imaginação dramática , por sua vez , tem de ser

fundadmentada a partir de modernos metodos de ensino .As brincadeiras

possibilitam que se trabalhe a expressão de uma forma global , tanto a sua como a

de seu educando . Na verdade queremos proporciona-lhe a vivência da critiavidade

para que possa proporciona-la a seus alunos , na mais autêntica formação e da

auto-estima .A importância de uma educação maios abragente faz com que

procuremos novas saídas para suprir as carências encontradas nas instituições de

ensino .Atualmente , a maior luta é por um ensino mais humano , voltado para o

real interesse dos alunos , tornando os agentes do processo educacional .Nesse

contexto , propormos atividades e jogos criativos com umas das saídas viaveis

para uma maior integração entre as areas afins e para desenvolver valências

esquecidas na aprendizagem .Alguns autores ressaltam que a principal

caracteristica do homem é a imaginação dramática , por sua vez , tem de ser

fundadmentada a partir de modernos metodos de ensino .As brincadeiras

possibilitam que se trabalhe a expressão de uma forma global , tanto a suacomo a

de seu educando . Na verdade queremos proporciona-lhe a vivência da critiavidade

para que possa proporciona-la a seus alunos , na mais autêntica formação e da

auto-estima .

20

2.1 Enriquecendo o brincar por meio da linguagem

A leitura e a contação de histórias devem ser vistas como prática de

interação por meio de linguagem , uma construção de sentidos que vai sendo

elaborada ao longo do procewso de descortinar e desvendar o tesxto escrito ,

oral e visual. Deve ser vista também como uma prática de coloração

participativa , um jogo entre adultos e crianças , que se faz em momentos de

leituras e histórias compartilhadas .

Partilhando histórias , construindo sentidos . O professor vive e trasforma a

realidade com seus alunos . Para tanto , é fundamental dispor de diferentes

meios de técnicas para enriquecer esses momentos . Seguem algumas idéias .

. Usar o próprio livro – Se a história for baseada em um livro de qualidade ,

com um bom enredo e ricas ilustrações , este poderá ser

apresentado,apontando-se as figuras correspondente ao momento da narrativa

. Destacando imagens –fazer uma seguência de paginas ampliadas de um livro

de histórias , que poderão ser projetadas e que serão expostas a medida que a

narração evolua .Para projetar as gravuras , pode-seusar , tambêm , um

retroprojetor .

. Figuras sobre um cenário –O cenário poderá ser feito em cartolina , papelão

ou em outro material e representar diferentes contextos , como um circo , uma

fazenda ,uma floresta etc.As figuras irão compondo as cenas conforme o

desenrolar da história e poderão ser fixadas com uma fita crepe , tachinhas ou

outro material .

. Criando bonecos e fantoches –os fantoches são muitos apreciados pelas

crianças e podem ser criados vários personagens diferentes narradores . Os

fantoches tambêm podem ser usados de forma interativa com as crianças ,

elas mesmos manuseando –os contando e inventando histórias .

Teatro de sombra luzes e cores –As brincadeiras de sombra de bichinhos

feitas com as mão ou com figuras recortadas , provocam um grande fascínio

nas crianças .São faceis de fazer e a apresentação pode contar musicas e

efeitos especiais .

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Histórias com dobraduras –Contar histórias utilizando dobraduras feitas

pelas crianças proporciona-lhe uma grande interação , diverção e envolvimento

é importante criar dobraduras compativeis com a capacidade das crianças .

Criação de senários –Os cenários devem ser costruidos com a

participação das crianças . Por exemplo : uma floresta de papel crepom , uma

casinha papelão , um lençol pintado de azul que se trasforma num mar, etc.

Bocões – São bonecos grandes que ficam sentados no colo do narrador

que faz a sua voz (tipi ventrilogo) A história se desenrola por meio dos dialogos

dos diversos bonecos .As crianças podem , depois de terem ouvidos a história

, manusear bonecos e criar outras história para contar para turma .

Marionetes – São bonecos comandados por fios presos na cabeça , nas

mãos e nos pés . A cena acontece no chão e as pessoas que comandam os

bonecos ficam em pé , atrás de um cenário .As hitórias contadas com seu

recurso apresentam bastante movimento .

Sonorizaçãode histórias –O professor conta história usando como recurso

a entonação de suas voz efeitos sonoros e musicais .Dedoches –São

pequenos fantoches utizados nos dedos para criar e contar histórias.Luvas

encantadas –São luvas que se trasforman em joaninhas polvos caracóis ,

cobras , e muitos outros bichos e personagens . Com elas , pode-se inventar

muitas histórias .

Avental de Histórias –Um avental , com desenhos , bolsos e

personagens é usados para contar história. 2.3 Brincando se aprende a viver .

Brincar, brincadeira , brinquedo e jogo .Serão sinônimos ?Será a brincadeira

apenas mais um “recurso didático “.

Brincar uma linguagem , é nossa primeira forma de cultura . Acultura que

pertence a todos e que nos faz participar de ideias e objetivos comuns .

A criança brinca com a cultura .Mas Dornelles (apud CRAIDY, 2001,p.107)

alerta que parece que tudo , na escola infantil , esta sendo excessivamente

pedagogizado , perdendo-se a ideia de prazer , que esta inerente a cada

atividade da criança .

As teorias não nos ensinam apenas a trasformar “prazer e diversão “em

“objetivos operacionais” , mas elas permitem enxergarar a gama de relações

estabelecidas entre as crianças pela via socio- cultural.ainda , segundo a

autora , existe , na grande industria de brinquedos , toda uma dominação

22

cultural ,social etnica que muitas educadoras ainda não se deram conmta e

acabam fortalecendo esta forma de pensar e induzir as crianças ao consumo

Por outro lado , a poesia de Thiago de Mello (apud MACHADO,1999,p.31-32),

nos fala de outro tipo de brinquedo :

Não convém embrulhar este brinquedo

feito de amor .

Pode estragar , pode mudar de cor ,

mudar de rumo ,

deixem que ele precisa de ar .

E de resto ele foi feito para o meu filho

que é pessoa singela e sensível

não vai gostar de ver orvalho e ternura

embrulhados .

feito para o meu filho , pode ser para o filho de

qualquer um ,

por isso, não convem que ele seja levado em mão

ao dono que não tem pressa ;

um dia , os correios do vento acharão a sua casa .

Este brinquedo pode e pede levar ao sol .

Mas o sol da manhãzinha .

O da tarde não serve pois altera os azuis .

Não disse o azul geral .

Sei a que azuis me refiro , sei que azuis usei .

Brinquedos são peças mui delicadas de

um modo geral

até os pobres cavalos que pobres crianças

tiram de vassouras .

Quanto mais esse brinquedo que devem ,

Depois de feitos,

23

Ou para que figuem feitos ,

Adormecer muitas noites no sereno da janela .

Só quem fabrica é que sabe

( ou então não sabe nunca )

As infinitas maneiras e desmaneiras do oficio ,

A total falta de lei para compor o mais simples ,

Se é que todos não são simples , desses brinquedos de amor , feitos de

tudo , inclusive de palavras que, ao final de contas , são de menos .

Mas não sei de teorias ,

Minha vida é fabricar o que eu não sei,

Fabricando o amor no amor por amor dos

Brinquedos ,

Meus brinquedos ,

Ai , meu Deus , vou trabalhar,

que o sereno hoje esta bom .

Para VYGOTSKY(1989), pela análise socio- histórica , a brincadeira é

estendida como atividade social da criança , cuja natureza e origem especificas

são elementos fundamentais para a construção de sua personalidade e

compreenção da realidade na qual se insere .em toda brincadeira infantil ,estão

presentes três caracteristicas ; animaginação , a imitação e a regra . cda uma

delas pode aparecer de forma mais evidente em um tipo ou outro de

brincadeira , tendo em vista a idade e a função específica que desempenham

com as crianças.

Partindo da comcepção da brincadeira como processo de atividade

social de criança histórica e socialmente situadas e a educação , sendo

marcadas pelos acontecimentos e pelas relações socios vividas por/entre elas ,

pergunto-me ;será possível a educação infantil constituir-se em um espaço de

interação social e contrução de conhecimentos pelas crianças ?

24

Gisela Wajskop(1999) afirma que a pré escola poderia cumprir sua

função pedagogica , ampliando o repertório vivencial e de conhecimentos

dascrianças rumo á autonomia e a cooperação (...)A garantia do espaço da

brincadeira na pré escolaé a garantia de umea possibilidade de educação da

criança em uma pespectiva criadora , voluntaria e consciente (p28).

Considera a autora que a brincadeira de faz de conta, a brincadeira

protagonizada ou a brincadeira de papeis é a atividade do brincar por

excelência , onde o papel que é assumido pela criança revela e possibilita o

desenvolvimento das regras e da imaginação , por meios de gestos e e ações

significativas .

Outras classificações da brincadeira , de uso corrente na literatura , são

:brincadeiras tradicionais , jogos de regras e jogos de construção .

Percebir ser necessário definir as diferenças existentes enter jogos e

brinacdeiras , pois planejamos muitas situações didáticas que são jogos , e não

brincadeiras . estas definições colaboram para que as propias crianças

percebam que cada momento tem um objetivo .

Kishimoto(1997)faz uma distinção entre o jogo brinquedo e brincadeira . Para

ela , o jogo pode ser visto, como :

*Resultado de um sistema linguistico que funciona dentro de um contexto social

– depende da linguagem das concepções de jogo , enquanto fato social , o jogo

assume a imagem , o sentido que cada sociedade lhe atribui ;

*Sistemas de regras – permite indentificar uma estrutura sequêncial que

especifica sua modalidade .Quando se joga , esta execultando as regras do

jogo , ao mesmo tempo , desenvolvendo uma atividade lúdica ;

Objeto –O jogo enquanto objeto . Estes três aspectos permitem diferenciar

significados atribuidos aos jogos por culturas diferentes .O papel do jogo se

modifica de acordo com o contexto histórico- cultural das sociedades . Para

Fromberg(apud KISHIMOTO ,idem),o jogo infantil incui as caracteristicas

:simbolismo ( representação a realidade e atitudes ), Significação (permitir

relacionar e expressar experiências ), atividade (a criança faz as coisas ),

voluntario ou intrinsecamente motivado (incorporar motivos e interesses),

regrado (sujeitos a regras implícidas )e episódico(metas desenvolvidas

espôntaneamente ). Sea atividade não for de livre escolha e seu

25

desenvolvimento não depender da propia criança , não será jogo , mas

“trabalho”.

Kishimoto (1997)também tras algumas modalidades de brincadeiras presentes

na educação infantil que são são classificadas, tais como:

*Brinquedo educativo ( Jogo educativo )

-data dos tempos do renascimento e ganha força com a expanção da

Educação Infantil. Recursoque ensina , desenvolver e educa de forma

prazerosa , cita como exemplos :quebra -cabeça , brinquedos de tabuleiros ,

de encaixe , brinquedos como móbiles , boliche , carrinhos , parlendas

brincadeiras envolvendo musicas , danças , expressão motora , gráfica e

simbó. O brinquedo educativo assume assim a função lúdica (propicia diversão

prazer e até desprazer , quando escolhido voluntariamente )e a funçaõ

educativa ( O brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em

seu saber , seus conhecimentos e sua apreenção de mundo );

*brincadeiras tradicionais infantis

enquanto manifestações livre e espontânea da cultura popular , a brincadeira

tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de

convivência social e permitir o prazer de brincar . Alguns exemplos :

amarelinha, pião , parlendas , formulas de seleção pipas , jogar pedrinhas etc;

*Brincadeiras de construção

-São considerados importante por enriquecer a experiência sensorial ,

estimular a criatividade e desenvolver habilidades da criança . Eles possuem

estreita ligação com o faz de conta . Exemplos :blocos de madeira , de encaixe

( tipo “lego “, materiais de sucatas ( caixa , rolos , barbantes etc.)

*Brincadeira de faz de conta

_brincadeira simbólica , de representação de papeis ou socio dramática , é a

que deixa mas vidente a presença da situação imaginária e permite a criança

criar símbulos , resignificando objetoa a sua realidade .

26

O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que

evocam aspectos da realidade. O brinquedo enquanto objeto , é suporte de

brincadeira , é o material que permite fluir o imaginario infantil.

O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções : tudo que

existe no cotidiano , na natureza e nas construções humanas , o brinquedo

acaba sendo um substituto dos objetos reais podendo assim manipula-los . Os

brinquedos conteporaneos incorporam um imáginario preexistente criado pelos

desenhos animados , personagens da mídia ( especialmente a televisão ),

contos de fadas e outros personagens expressados sob a forma de bonecos ,

em geral articulados . O fabricante dos brinquedos utiliza “imagens”que variam

de acordo com sua cultura .

Segundo Gilles Brougére 91997), a brincadeira humana acontece em

um contexto social e cultural . Ele defende o rompimento do mito da

“brincadeira natural “.A criança desde seu nascimento esta inserida em um

contexto social e seus comporatmentos estão impregnados por essa imersão

inevitável :

A brincadeira é um processo de relações interindividuais , portanto de

cultura . è preciso partir dos elementos que ele vai encontrar em seu ambiente

imediato , em paret estruturado por meio , para se adaptar as suasa

capacidades . a brincadeira pressupõeuma aprendizagem social,

aprende-se a brincar . A brincadeira não é inata, pelo menos nas formas que

ela adquire junto ao homem .A criança pequena é iniciada na brincadeira por

pessoas que cuidam dela , particulamente sua mãe .(...) É o adulto que , como

destaca Wallon ,por metáfora , batizou de brincadeira todos os

dcomportamentos de descorberta da criança . (p.98)

Por meio dessa iniciação progressiva na brincadeira , a criança

aprende e compreender , dominar e produzir euma situação específica , distinta

de outras situaçãoes . Essa forma de comunicação especifíca pode ser

explícita ou implícita , verbal ou não verbal . É necessario considerar uma ação

de um modo diferente porque o parceiro em potencial lhe terá dado um valor de

cominicação particular .

Na brincadeira , o sentido da realidade pode mudar : as coisas tornan-se

outras .Ela obedece as regras criadas pelas circunstâncias . Os objetos podem

27

assumir papéis diferentes daquilo que representam . Ela brinca com o que tem

á mão e com o que tem na cabeça .

Quando observava quando as criança brincavam na “casinha “confrontei

esses conhecimentos com a realidade .Nas suas decisões sobre quem será a

mãe e o pai , quem fica com o dinheiro , quem cuida da boneca (bebê),

percebir como todas as leituras sobre este tema foram imporatntes .O

comportamento assumido na brincadeira tem uma significação específica de

acordo com a situação . Para brincar, é preciso se comunicar e interpretar , a

partir de uma decisão por parte daquelas que brincam “entrar na brincadeira “,

mas também construí-la segundo modalidades particulares . Sem livre escolha

, ou seja ,possibilidade real de existir , não existe mas brincadeira .A

brincadeira é um sistema de sucessão de decisões .Esse sistema se exprime

por meio de um conjunto de regras , porque as decisões constroem um

universo lúdico , partilhado ou partilhável com outros .As regras são

produzidas á medida que se desenvolve a brincedira . Não existe jogo sem

regra . uma regra da brincadeira só tem valor se for aceita por eles que brincam

e só vale durante a brincadeira , além do mais , a regra pode ser trasformada

por um acordo dos que brincam . Outro momento excelente para observar

todas essas questões é quando a criança brincam de “pique”definem o tipo de

pique , as regras e ensinam ás outras durante o jogo .

A brincadeira é um espaço de inovação para a criança que experimenta

comportamentos novos para ela ,desenvolvendo a sua criatividade , que é

essencial para as suas competências .

Sendo a brincadeira um espaço de sociabilização , de dominio da relação

com o9 outro , de aprppiação da cultura , de exercício de decisão e da

invenção , que ocorre segundo o ritmo da criança e tem caráter aleatório e

incerto , pode –se considera-la um meio de educação da criança .Segundo

Brougére (1997 ,p.104)não se pode fundamentar , na brincadeira, um programa

pedagogico preciso .(...)Daí a impossibilidade de assegurar aprendizagens , de

um modo preciso na brincadeira . Éo paradoxo da brincadeira , espaço de

aprendizagem cultural fabuloso e incerto . O que poderemos fazer ?

Brougére fala do “ambiente inducor “onde o educador pode construir um

ambiente que estimule a brincadeira em função dos resultados desejados . É

necessário analisar seus pbjetivos e tentar propor tudo aquilo (não penas

28

material )que possa propiciar “pontos de apoio” para a aatividade lúdica

otimizando as chances de prencher tais objetivos .

Que o adulto seja elemento integrante das brincadeiras , ora como

observador e organizador , ora como personagem que explicita ou questiona e

enriquece o desenrolar da trama , ora como elo da ligação entre as crianças eo

conhecimento , o adulto deve estar sempre ás primeiras , acolhendo suas

brincadeiras , atendo ás suas questões , auxiliando –as na ssuas necessidade

se buscam em comporeender e agir sobre o mundo em que vivem

(WAJSKOP,1999,p.38)

Todas essas leituras fezem repensar qa prática e as consequencias

oportunidades que acontecem em que acontecem em nossa sala e

consequentemente , na escola . O papel do “jogo ou brincadeira “ educativos é

bastante forte , mas nem tudo é marcado pela função pedagogica .As crianças

precisam de momentos ., procurando intervir quando for absolutamente

necessário .

Minhas interferência acontece no modo como organizo e dispolizo os

brinquedos . Nossa sala possui os brinquedos em estantes na autura das

crianças e em caixas que levamosno momento da recreação no pátio externo ,

não apenas com carrinhos e caminhões mas também com bolas de gude ,

bambolês , cordas, boliche, giz (para desenhar ou marcar) ,baldes , pás e uma

velha máquina fotográfica para registrar a hora do parquinho !

Outra interferência se da no ensino das regras a partir de troca no

coletivo , isto é ,discotimos o que já sabemos sobre o jogo um jogo como bola

de gude –as maneiras de jogar de “cada um”-e tentamos chegar ás regras da

turma .Mas , a principal interferência é a garantia de espaço e do tempo para

brincar , pois entende que , se eu não planejo estas atividades e de que forma

estarão disponoiveis para as crianças , a brincadeira passa a ser uma atividade

de “preenchimento” de tempo, perdendo todas as caracteristicas já citadas

anteriormente .

2.2 Criatividade e o brincar: o que são ?

29

O que é a criatividade ? a criatividade é a capacidade humana de gerar novas

ideias ou ações , independente da classe social , mas dependente do meio no

qual o sujeito está inserido .

A criatividade também pode ser conceituada a partir de quatro

categorias definidas por Kneller , citando Rhodes . A primeira define a

criatividade como ponto de vista da pessoa que esta criando . aborda o criar

como algo fisiologico ,tendo como base os temperamentos humanos , os

habitos e atitudes criativas . Na segunda categoria encontra-se os processos

mentais criativos e , entre eles, Kneller lista a percepção , a motivação , o

pensamento , a aprendizagem e a comunicação . A terceira está ligada aos

fatores ambientais e culturais e advém da relação homem –objeto –meio ,

convivência e vivência cultural . A quarta categoria encara a criatividade como

fruto de seus produtos , sendo a forma mais concreta da criatividade , porém a

mais estereotipada . Nela , encontram-se as pinturas , textos , esculturas ,

poemas , filmes etc.

Todos os conceitos da palavra criatividade estão relacionadas á palavra

novidade , lembra Kneller . Assim , podemos pensar , que o criar é a própia

essência da trasformação ou de atos de mudança , tanto os exteriores como

aqueles internos do ser , se forem levados em conta todas as categorias

criativas .

É possível também definir a criatividade com base no ato de liberdade , ou

melhor , da ação libertadora . Sendo assim, o ato de criar pode ter muitas

influências sobre a formação do senso critico .

E na educação , qual é a ação da criatividade ? Na educação, a criatividade

tem a capacidade de trasformar e modificar a forma pela qual nos relacionamos

com o conhecimento e as metodologias . Neste aspecto , Bordinie Aguiar

afirmam que :

A criatividade ultrapassa o puro lazer e pode converte-se em aquisição de

conhecimentos quando se processa planejadamente . É um meio de

apropiação e trasformação da realidade , gerando prazer e conhecimento , de

formas não exclusivas. Supõe uma relação do homem com o mundo , em que

o alvo não é meramente o conhecimento do que existe , mas a exploração do

existente para algo novo .(apud BARRON,1969,p.62).

30

Na verdade , a criatividade é essência e superfície, eleva a

potencialidade do imaginativo humano e trasforma o metodo com o qual o

homem se relaciona com a informação e a processa em conhecimento .

A importância da criatividade como forma e metodo na educação e na vida é

sintetizada por Rogers e Kneller com a seguinte afirmação :” a sobrevivência

dos povos depende da capacidade criadora do homem “.

Ainda analizando a criatividades sobre o ponto de vista da sua ação na

educação , no ato de aprender , podemos observar esse fenômeno nas mais

diversas escolas metologicas , tendo como a base a classificação das

professoras Dinah Campos e Mirian Weber . Elas observam que a escola

behaviorista vê a criatividade como o ato de produzir novas ideias a partir das

antigas , caracterizando as associações por ensaio e erro , dando a

impressãode que quando mais associações um sujeito pode fazer , mas

criativo ele será , associado a criatividade á quantidade de informação e ao seu

processamento.

Mais modernamente , os behavioristas associam o ato criador aos

processos de estimuloe resposta . Porém , a grande falha dessa escola é

desconsiderar os aspectos do pensamento criativo que são completamente

novos .

Já a Gestalt encara a criatividade como uma reorganização cognitivas

das estruturas . Desse modo , uma descoberta não significa necessariamente

algo novo: significa que uma situação foi percebida de maneira diferente , mas

profunda , aumentando dessa forma , o campo perceptivo do individuo ,

deixando –o mais criativo .

A escola psicanalítica destaca como base do pensamento criativo o

desempenho do inconsciente , que é responsável pelos primeiros processos ,

sendo o consciente e o ego aspectos secundários . Ela determina o carater

criador e criativo ao conciente . Seria então a criatividade um ato de

insaniedade ?Muitas psicanalistas se opõem a essas ideias .Kneller afirma que

“ a pessoa cria apesar da neurose e não por causa dela“.

2.3 Procedimentos Metodológicos

31

Para desenvolver as atividades de jogo, é necessário que o local esteja

previamente preparado (desprovido dos mobiliários) para preservar a

segurança e para que a criança tenha a sua disposição o material necessário e

oportunidade de relacionar-se com esses objetos, com os adultos ali presentes

e com as outras crianças do grupo. O espaço é elemento fundamental para a

vivência nessa abordagem pedagógica dos diferentes planos, o solo é o que

apresenta maior oportunidade de relação espontânea dacriança na dimensão

da amplitude da liberdade de expressão corporal, comumente representada

pela intensa variedade de jogos de movimento. 9055 Para ampliar a qualidade

das relações entre criança e ambiente, Lapierre, sugere o uso de diferentes

materiais que possibilitem as crianças a variar qualitativamente as suas

interações através de jogos e brinquedos individuais e coletivos de intensa

criatividade.

O adulto deve estar disponível para a criança numa posição em que

leve o nível de seu olhar ao nível da criança colocando-se em posição

confortável jogando com a criança sempre que for solicitado ou estabelecendo

relações através dos objetos mediadores desta

relação. Nas experiências relatadas por Lapierre a figura do adulto se faz

necessária para propiciar à criança ser o adulto o referencial de afeto.

32

CAPÍTULO III Os tipos de jogos

Conhecer os jogos ,suas estruturas e as diferenças que existe

entre elas pode ajudar a nossa ação pedagogica e o planejamento de nossas

aulas . Como já falamos , as atividades lúdicas são fundamentais na educação

infantil e devem ser planejadas de forma inteligente para oferecermos um

maior numero de vivências para as nossas crinaças .

Divergindo de muitos autores , acredito que , na escola , as atividades

lúdicas e recreativas devem estar ordenadas de forma a desenvolver todas as

habilidaddes e competências de nossos alunos . E isso só acontece quando

temos uma visão organozada e planejada dessas práticas .

Existe algumas confusões entre trabalhar as brincadeiras em sala de

aula e trasformar a ação pedagogica em uma brincadeira. Esta ultima

possibilidade ,por sinal , representa a minimização da ação dos jogos ,

reduzindo –os apenas a promotores de motivação e alegria, não que isso não

seja importante , mas sabemos que os jogos e atividades ludicas podem ajudar

bem mais no desenvolvimento global e integral da criança.

Aproveito também para dizer que esta organização por tipos de jogos

e atividades lúdicas é uma síntese de observações e estudos feitos em sala de

aula , podemos então classificar os jogos em cinco grandes grupos que

abrangem a relação existente entre eles e as caracteristicas de expressão que

prporcionam.

3.1 Jogos artísticos

São jogos que operam com as competências artísticas. Abaixo o que

se destacam :

33

*Atividade de artes plásticas _ desenhos, gravuras , recortes , colagens ,

maquetes , móbiles , trabalhos com tinta , esculturas , massas de modelar ,

dobraduras , quadros , mosaicos ,máscaras, vitrais etc.

*Atividades teatrais _ jogos drámaticos , peças , dramatizaçaões ,

improvizações teatrais , fantoches , mimicas , teatro de sombras etc.

*Atividades musicais _montagem de instrumentos , ritmos , canto , composição

, paródias , coral , dicção .

3.2 Jogos expresivos

São aquelas atividades que valorisam a expresão corporal e sensitiva ,

ou melhor , o homem e a sua expressão de forma mas ampla .Claro que todos

os jogos podem ser expressivos no sentido real da palavra . Mas aqui , para

melhor organização dessas idéias , vamos definir como jogos

eexpressivosaqueles que não podem existir sem que a expressão seja a sua

habilidade mais importante .

Exemplo desses jogos :atividades de expressão corporal , dança

em todos os seus gêneros e de todas as epócas , e jogos de ritmo e

movimento .

3.3 Jogos sensitivos

Durante muito tempo, estes jogos não foram valorizados na educação

ocidental . Porém , há milenios eles servem de referencia para o

desenvolvimento da observação e da concentração nas comunidades orientais

de todo o mundo .

Mas modernamente ,o mundo ocidental tem percebido os efeitos

positivos das atividades sensitivas para pessoas de todas as idades .

Os jogos sensitivos são as atividades de relaxamento , relaxação , ioga ,

biodança , massagem .

3.4 Jogos recreativos e brincadeiras

Estes jogos fazem parte de nosso cotidiano desde o nascimento .São

todos os jogos e brincadeiras que realizamos , mediados por objetos reais ou

imaginarios , e feitos em grupos ou individualmente .O nome recreativo deve-

34

se ao carater lúdico e livre desses jogos que possibilitam ás crianças vivências

alegres e descontraidas .

São as atividades mas variadas , desde jogo de damas até os

brinquedos de roda.

3.5 Jogos desportivos

No Brasil, estes jogos são uma mania nacional . Podemos dizer que

o futebol é o mas famoso entre eles . Os jogos desportivos fazem parte do

nosso universo cultural (vôlei , futebol , basquete , handebol , caçador ,

corridas ).

Ás vezes , esses jogos perdem o seu valor como atividade que

desenvolve o individui quando a competição passa a ser mais importante do

que a vivência . E é esse o fato mas relevante para que o jogo seja valorizado

pelo educador infantil . Os jogos desportivos entre crianças devemvalorizar as

atividade físicas , motoras , e emocionais, e não a competição , sob pena de

serem excludente e não inclusores

Apenas conhecer os tipos de jogos significa muito pouco caso não

sejamos capazes de vivenciá-los . Voçe pode compreender que precisamos

incluir jogos de todos os tipos em nosso âmbiente escolar para valorizarmos

todas as habilidades e competencias de nossos alunos certamente podera

utilizar essas atividades em todo momento em sala de aula , associando o

desenvolvimento cognitivo ás atividades lúdicas .

Ensinar é uma arte , como tal , não é algo que se aprende apenas em

livros , nem na escola , mas , praticamente , vivendo . Como é uma arte , já

em paret cientifica , envolve muitos conhecimentos especializados e tecnicos ,

além de uma inevitável visão geral da sociedade .

Deste modo , è uma filosofia , uma ciência , uma tecnica , inspirada pelo

sentimento que dá á arte seu poder de comunicação e comunhão. (Anísio

Teixeira )

3.6 Jogos Lúdicos

O acesso gratuito à escola conforme nossa Constituição da

República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo nº. 205, diz que: “A

Educação é um direito de todos e dever do Estado [...].” É condição

indispensável para a garantia dessa premissa constitucional e para que se

35

complete na totalidade do seu sentido, deve estar acompanhada de

procedimentos que assegurem condições para sua concretização. O

aprendizado acontece de maneiracontinuada e progressiva e requer

ferramentas que possibilitem seu desenvolvimento, sabendo-se que a criança

precisa de tempo para brincar.

As aulas muitas vezes, tornam-se meras repetições de exercícios

educativos, ficando a aula monótona e como conseqüência vazia, procura-se a

solução com a utilização dos jogos para despertar na criança o interesse pela

descoberta de maneira prazerosa e com responsabilidade.

Vivemos uma época em que a tecnologia avança aceleradamente inclusive na

educação, mas as atividades lúdicas não podem ser esquecidas no cotidiano

escolar; porque a alternativa de trabalhar de maneira lúdica em sala de aula é

muito atraente e educativa.

De acordo com RONCA (1989, p. 27) “O movimento lúdico,

simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a

criança constrói classificações, elabora seqüências lógicas, desenvolve o

psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência”.

Percebemos desse modo que brincando a criança aprende com muito

mais prazer, destacando que o brinquedo, é o caminho pelo quais as crianças

compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a mudar. É a

oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta,

descobre, inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua

sociabilidade e a capacidade de se tornar um ser humano criativo.

Para VIGOTSKY (1989, p.84) “As crianças formam estruturas mentais

pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações

imaginárias surge da tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a

criança das amarras da realidade”.

Verificamos, portanto que as atividades lúdicas propiciam à criança a

possibilidade de conviver com diferentes sentimentos os quais fazem parte de

seu interior, elas demonstram através das brincadeiras como vê e constrói o

mundo, como gostaria que ele fosse quais as suas preocupações e que

problemas a estão atormentando, ou seja, expressa-se na brincadeira o que

tem dificuldade de expressar com palavras.

36

E aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode

ser de grande valia, para o desenvolvimento do aluno, um exemplo de

atividade que desperta e muito o interesse do aluno é o jogo, sobre o qual nos

fala Kishimoto: “O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento,

passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o

ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser

uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem

veiculados na escola”. (1994, p. 13).

Dessa maneira percebemos a necessidade do professor de pensar nas

atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu planejamento. Lembrando

que o jogo e a brincadeira exigem partilhas, confrontos, negociações e trocas,

promovendo conquistas cognitivas, emocionais e sociais.

Destacando ainda mais a importância do lúdico, lembramos as palavras de

Ronca: “O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o

espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria

condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e

gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades

fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e

de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo

cognitivo”. (1989, p.27).

A tal ponto isso se faz verdade, que a criança sente e expressa a

curiosidade e importante noção de que viver é brincar.

E ao brincar ,conhece a si própria e aos outros e realiza a dura tarefa de

compreender seus limites e possibilidades e de inserir-se em seu grupo. Aí

aprende e internaliza normas sociais de comportamentos e os hábitos fixados

pela cultura, pela ética e pela moral.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil:

“As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que

possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de

tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação

dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica”. (l998, v1.p.28).

E sobre esse ponto de vista o lúdico se torna de vital importância para a

educação. Pois de acordo com Ronca:

37

“O lúdico torna-se válido para todas as séries, porque é comum pensar na

brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades relacionadas apenas

infância. Na realidade, embora predominante neste período, não se restringe

somente ao mundo infantil”. (1989, p.99).

E nessa perspectiva o lúdico se torna muito importante na escola, porque

pelo lúdico a criança faz ciência, pois trabalha com a imaginação e produz uma

forma complexa de compreensão e reformulação de sua experiência cotidiana.

Ao combinar informações e percepções da realidade problematizada, tornando-

se criadora e construtora de novos conhecimentos.

Segundo o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil (1998,

v1. p.27) “as atividades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a auto-

estima das crianças ajudando-as a superar progressivamente suas aquisições

de forma criativa”.

Assim sendo entendemos que o lúdico contribui para o desenvolvimento

da auto-estima o que favorece a auto-afirmação e valorização pessoal.

E ainda, as brincadeiras, os jogos, os brinquedos podem e devem ser

objetos de crescimento, possibilitando à criança a exploração do mundo,

descobrir-se, entender-se e posicionar-se em relação a si e a sociedade de

forma lúdica e natural exercitando habilidades importantes na socialização e na

conduta psicomotora.

De acordo com os PCNs de Educação Física (vol. 7. 1997, p.36) “As

situações lúdicas competitivas ou não, são contextos favoráveis de

aprendizagem, pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimentos,

que solicitam a atenção do aluno na tentativa de executá-la de forma

satisfatória”.

A partir dessas definições constatamos que o lúdico está relacionado a

tudo o que possa nos dar alegria e prazer, desenvolvendo a criatividade, a

imaginação e a curiosidade, desafiando a criança a buscar solução para

problemas com renovada motivação.

Ressaltando que segundo NOVAES (1992, p.28) “O ensino, absorvido de

maneira lúdica, passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de

desenvolvimento da inteligência da criança”.

Desse modo, brincando a criança vai construindo e compreendendo o mundo

ao seu redor.

33

Lembrando que as atividades lúdicas são de grande valia para o

educador que souber se utilizar apropriadamente dessas atividades, sendo que

o aluno será o maior beneficiado.

O jogo é uma fonte de prazer e descoberta para a criança, o que poderá

contribuir no processo ensino e aprendizagem; porém tal contribuição no

desenvolvimento das atividades pedagógicas dependerá da concepção que se

tem do jogo.

Os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento

para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o

desenvolvimento intelectual e que podem contribuir significativamente para o

processo de ensino e aprendizagem e no processo de socialização das

crianças.

O jogo normalmente é visto por seu caráter competitivo, ou seja, uma

disputa onde existem ganhadores e perdedores; esta visão está vinculada à

postura de muitos educadores, para estes o jogo é um ato diferente do brincar,

não podemos considerar o jogo apenas como uma competição. A atividade

lúdica é o berço obrigatório das atividades sociais e intelectuais.

Um dos principais objetivos da escola é proporcionar a socialização,

por esse motivo não devemos isolar as crianças em suas carteiras, devemos

incentivar os trabalhos em grupos, a trocas de idéias, a cooperação que

acontece por ocasião dos jogos.

Dentro da realidade brasileira qualquer instituição que tenha como

objetivo potencializar atividades lúdicas ou de aprendizagens terá por si mesma

um grande significado social.

Alertar aos educadores em relação à repressão corporal existente e à

forma mecânica e descontextualizada como os conteúdos vêm sendo

passados para as crianças. O que podemos perceber em algumas escolas, é

que existe ainda uma aprendizagem apoiada em métodos mecânicos e

abstratos, totalmente fora da realidade da criança. Predominado sempre

durante as aulas a imobilidade, o silencio e a disciplina rígida. O professor

comanda toda a ação do aluno, preocupando-se excessivamente em colocá-los

enfileirados, imóveis em suas carteiras comandando os olhares das crianças

para que ficassem com os olhos no quadro – negro.

39

Nestas escolas, as atividades lúdicas são descartadas, ou sofrem

distorções sobre a sua função. Os jogos são vistos apenas como disputa,

competições, fruto da imaginação das crianças, deixando de lado o valor

pedagógico, a sua importância para o desenvolvimento cognitivo.

Porém para FRIEDMANN (1996: 75) “o jogo não é somente um

divertimento ou uma recreação”. Atualmente o jogo não pode ser visto e nem

confundido apenas como competição e nem considerado apenas imaginação,

principalmente por pessoas que lidam com crianças da educação infantil. O

jogo é uma atividade física ou mental organizada por um sistema de regras,

não é apenas uma forma de divertimento, mas são meios que contribuem e

enriquecem o desenvolvimento intelectual, proporcionam a relação entre

parceiros e grupos. Através da interação a criança terá acesso à cultura, dos

valores e aos conhecimentos criados pelo homem.

Para que essa visão seja realmente difundida e aplicada há uma

necessidade de reestruturação da formação e conduta profissional dos

professores para que se aproveite a atividade lúdica como centro das idéias

sobre o processo de socialização.

Além das indagações sobre a conduta profissional dos professores,

pergunta-se ainda se as escolas estão ou não preparadas para essa renovação

de atitude do quadro docente, se essa renovação será bem vista e apoiada

para que esta realmente obtenha sucesso.

Quando o professor recorre aos jogos, ele está criando na sala de aula

uma atmosfera de motivação que permite aos alunos participarem ativamente

do processo ensino aprendizagem, assimilando experiências e informações,

incorporando atitudes e valores. Para que a aprendizagem ocorra de forma

natural é necessário respeitar e resgatar o movimento humano, respeitando a

bagagem espontânea de conhecimento da criança. Seu mundo cultural,

movimentos, atitudes lúdicas, criaturas e fantasias.

Brincar e jogar são coisas simples na vida das crianças. Parecem simples, mas

depois de observá-los, se verifica que a atividade lúdica está no centro de

muitas idéias sobre o desenvolvimento psicológico, intelectual, emocional ou

social do ser humano. O jogo, o brincar e o brinquedo desempenham um papel

fundamentalmente na aprendizagem e no processo de socialização das

crianças.

40

Conseqüentemente, entendendo que o jogo deve fazer parte do

processo de ensino esta monografia pretende mostrar que a educação lúdica

facilita não só o processo de socialização, mas também no processo de

aprendizagem.

O ato de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, na verdade o

jogo faz parte da essência de ser dos mamíferos. O ensino utilizando meios

lúdicos cria ambiente gratificante e atraente servindo como estímulo para o

desenvolvimento integral da criança. É de suma importância que nós,

educadores, saibamos como usar os jogos para ajudar o aluno no

desenvolvimento do raciocínio lógico, pois o lúdico pode estar presente na

aprendizagem e no desenvolvimento, sem esquecer que a sua principal

importância é conhecer sua aplicação na escola.

Considero que por meio dos jogos lúdicos, dos brinquedos e das

brincadeiras em sala de aula possamos desenvolver o hábito do pensar nos

educandos sem desviá-los do mundo real e de seu cotidiano.Para uma

utilização eficiente e completa de um jogo educativo é necessário realizar

previamente uma avaliação, analisando tanto aspectos de qualidade de

software, como aspectos pedagógicos e fundamentalmente a situação pré-jogo

e pós-jogo que se deseja atingir.

Acredito que esse tema tem importância não só para a prática diária do

professor que se configura como um meio, mas maior conhecimento sobre a

importância da utilização dos jogos lúdicos na construção e no

desenvolvimento do raciocínio lógico dos meus alunos

A importância do brinquedo no desenvolvimento da criança tem sido

demonstrada, na contemporaneidade, pelo crescente número de pesquisas

existentes no campo da educação. Segundo abordagens diversas nas áreas

sociológica, psicológica e pedagógica, estas pesquisas têm como objeto de

estudo, entre outros, a influência da cultura na constituição dos brinquedos, a

função destes na construção do psiquismo infantil ou ainda a importância de

utilizá-los como recurso pedagógico, seja no contexto familiar ou em

instituições coletivas, como creches ou pré-escolas.

Não é demais, no entanto, lembrar que esta preocupação com o brinquedo

esteve presente, já na idade antiga, por exemplo, em Platão e Aristóteles

(século IV a.C.). Segundo Kishimoto (1995), Platão colocava a importância de a

41

criança aprender brincando para combater a opressão e a violência, enquanto

Aristóteles enfatizava a necessidade de se utilizar em jogos “sérios” na

educação de crianças pequenas, como forma de prepará-las para a vida,

posteriormente, esta mesma preocupação ressurgiu no século XVIII, associada

à redescoberta da infância e das particularidades infantis e se tornou valorizada

com as concepções de Rousseau sobre a natureza infantil. Esse filósofo e

pedagogo buscaram mostrar, em seus estudos, que a infância não devia mais

ser compreendida apenas como uma etapa que precede a idade adulta, mas,

sim, como um período da vida que possui características e necessidades

próprias.

A esse respeito, é interessante considerar os estudos desenvolvidos

por Ariés (1986) em sua obra “História Social da Criança e da Família”. Nela o

autor relata a transformação ocorrida no sentimento da infância (entendido

como consciência da particularidade infantil) e de família, a partir do exame de

pinturas, antigos diários, testamentos, túmulos, etc., e conclui que a criança

não aparecia representada na iconografia da época (séc.XVII), pelo fato de

haver um alto índice de mortalidade infantil, que fazia com que considerassem

que não valia a pena conservar a imagem de um ser fadado a um

desaparecimento tão precoce:

“dvemos uma vizinha, mulher de um relator, tranqüilizar assim uma mulher

inquieta, mãe de cinco “pestes”, e que acabara de dar à luz. “Antes que eles te

possam causar muitos problemas, tu terás perdido a metade, e quem sabe

todos”.”Perdi dois ou três filhos pequenos, não sem tristeza, mas sem

desespero”, (d) “pequena não conta”. (d) “não reconhecer nas crianças nem

movimento na alma, nem forma reconhecível no corpo (d)”.

d”as minhas morrem todas pequenas, dizia ainda Montaigne. Essa indiferença

era uma conseqüência direta e inevitável da demografia da época. Persistiu até

o século XIX, no campo, na medida em que era compatível com o cristianismo,

que respeitava na criança batizada a alma imortal”. (Ariés, 1986: pp.56-7).

Ainda segundo Ariés, é somente a partir do século XVIII, quando

surgem novas descobertas, entre inúmeras outras no campo da medicina

(descoberta de vacinas, de novos medicamentos, da relação higiene/saúde),

possibilitada por novas condições de vida que se estavam colocando ao

homem, e quando a família passa a reorganizar o seu espaço e a relação entre

42

seus membros que surge o moderno sentimento de infância. E é esse

sentimento que vai corresponder a duas atitudes contraditórias em relação à

criança: uma a considera ingênua, inocente, graciosa; a outra, que surge

concomitantemente à primeira, mas a ela se contrapõe, toma a criança como

um ser incompleto, imperfeito, que necessita da moralização e da educação do

adulto. É dessa preocupação, antes não encontrada, de preservar a moralidade

da criança e também de educá-la, que surge a necessidade de se proibir os

jogos entendidos como “maus” e recomendar-se àqueles então conhecidos

como “bons”.Segundo Wayskop (1995), tanto Rosseau como Ariés,

contribuíram para um novo sentimento de valorização da infância. Para

Rousseau, tal valorização baseava-se em uma concepção protetora da criança

e aparecia em propostas voltadas para a educação dos sentidos da criança,

utilizando brinquedos, e direcionadas à recreação.“dNo princípio da vida

quando a memória e a imaginação são ainda inativas, a criança só presta

atenção àquilo que afeta seus sentidos no momento, sendo suas sensações o

primeiro material de seus conhecimentos oferece-las numa ordem conveniente

e preparar sua memória a fornece-las um dia na mesma ordem de seu

entendimento, mas como ela só presta atenção a suas sensações, basta

primeiramente mostrar-lhe, bem distintamente a ligação destas sensações com

os objetos que a provocam. Ela quer meter a mão em tudo, tudo manejar: não

contrarieis esta inquietação; ela sugere um aprendizado muito necessário.

Assim é que ela aprende a sentir calor, frio, a dureza, a moleza,(d.)”.

(Rousseau, apud Leme Goulart, 1994: p. 14).Como observa Leme Goulart

(1994), para Rousseau, a educação deve ser ativa, em sua concepção, pois o

que dá o sentido de viver é agir, utilizar todos os órgãos e não simplesmente

respirar: por isso, é necessário habituar a criança a observar e seguir o

caminho da natureza, de forma gradual e cuidadosa.Assim, a partir da

influência da postulação de Rousseau sobre a natureza do conhecimento da

criança, deu-se início à elaboração de métodos próprios para a educação

infantil, e o brinquedo é introduzido nos currículos das pré-escolas (Wayskop,

1995). É o que se verifica, por exemplo, nas propostas de alguns estudiosos e

educadores do século XVIII em diante (Pestalozzi, Froebel, Decroly e

Montessori, entre outros) nas quais se evidencia o interesse dos mesmos pelas

crianças pequenas.

43

Froebel (1782-1852), por exemplo, preocupando-se com a educação das

crianças em idade pré-escolar, considerava-as, tal como Pestalozzi, como

plantas humanas que precisavam ser cuidadas e protegidas.

Nesse sentido, propôs a criação de escolas destinadas à criança – os “jardins

de infância” (Kindengarten) –, e de uma educação com atividades livres e

espontâneas, que facilitassem o contato com a natureza. Assim, Froebel queria

um lugar onde as crianças tivessem livre acesso aos brinquedos e pudessem

manipulá-los à vontade. A necessidade de uma educação especial para a

primeira infância, como base de qualquer ensinamento, era, portanto,

defendida por ele (Leme Goulart,1994). Já segundo Piquemont (1963), para

Froebel, a criança devia estar em contato com a natureza, isto é, possuir o seu

jardinzinho e cultivá-lo, o que despertaria seu interesse e seu amor pela

natureza e pelos seus bens.O jardim de infância devia ser para o educador

fonte de observação e conhecimentos e seu objetivo seria o de promover o

desenvolvimento da criança, sem coagi-la, ou seja, manter a ordem, ensinar-

lhe a disciplina, sempre a respeitando e proporcionando prazer nas atividades,

o que a prepararia para o futuro. Ainda segundo Piquemont, Froebel dava

muito valor ao desenvolvimento sensorial da criança e, em função disso, criou

materiais educativos especiais para os pequeninos, materiais esses que

receberam o nome de “dons”, os quais ainda são utilizados nos dias de hoje

nos jardins de infância e nas escolas maternais. São eles: modelagem,

picagem, recortes, tecelagem, desenhos e trabalho com contas e agulhas.

Percebe-se, assim, a importância de Froebel, pelo fato de ter contribuído muito

para a discussão sobre a educação infantil, na medida em que valorizava o

brinquedo, a atividade lúdica e os destacava como de extrema validade no

processo de desenvolvimento infantil.

Com o nascimento da Psicologia Infantil, no despontar do século XX,

surgem novas concepções e pesquisas por parte de pensadores como Piaget,

Bruner e Vygotsky, entre outros, que passam a discutir e a reafirmar a

importância do ato de brincar. Emerge, assim, a valorização dos brinquedos e

brincadeiras como nova fonte de conhecimento e de desenvolvimento infantil.

Após estas considerações iniciais, parece-nos importante, para o objetivo do

presente trabalho, apresentar algumas idéias básicas a respeito do que

consiste o brinquedo e o brincar.

44

Capitulo IV O que é o brinquedo

Muitos autores usam indistintamente o termo brinquedo para nomear

tanto o jogo quanto à brincadeira. Daí, muitas vezes, ser impraticável distinguir

estes termos com nitidez. Em seu livro “Brinquedo e Indústria Cultural”, Salles

Oliveira (l986: p.25) aponta quatro possibilidades para se definir o que é o

brinquedo, tiradas de um dos mais conhecidos dicionários brasileiros,

organizado por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (apud Oliveira, 1986: p.

25).

1) Objeto que serve para as crianças brincarem;

2) Jogo de crianças, brincadeira;

3) Divertimento, passatempo, brincadeira;

4) Festa, folia, folguedo, brincadeira.

Reforçando também esta idéia de que em nossa língua os termos jogo e

brincadeira são utilizados de forma similar, Bomtempo (1986) acrescenta, no

entanto, que na maioria das vezes as pessoas se referem à palavra “jogo”,

quando a brincadeira envolve regras, e “brinquedo”, quando se trata de uma

atividade não estruturada.

Concordando com as posições de Oliveira e Bomtempo, Kishimoto

(1996) vem confirmar que é muito difícil fazer a definição de jogo devido à

variedade de fenômenos considerados como jogo e acrescenta que essa

dificuldade cresce, quando o mesmo objeto pode ser visto como jogo ou não

jogo, dependendo apenas do significado a ele atribuído pelas diferentes

culturas e pelas regras e objetos que o caracterizam.

Já ao referir-se ao brinquedo, a autora coloca que através deste é estabelecida

uma relação íntima com a criança, sem um conjunto de regras para a sua

utilização. Acrescenta que o brinquedo, visto como objeto, é sempre o suporte

da brincadeira e que esta última se constitui na ação que a criança exerce ao

valorizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica.

Assim,“dse considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo

intuitivo, adquire noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o

ser humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais,

o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-lo.

45

Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações

mentais (cognição), a manipulação de objetos e o desempenho de ações

sensório-motoras (físico) e as trocas nas interações (social), o jogo contempla

várias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências,

contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento infantild”. (Kishimoto,

1996: p.36). Também ao discutir tipos de brinquedos e brincadeiras, Kishimoto

(1996) comenta algumas modalidades de brincadeiras presentes na educação

infantil, fazendo uma diferenciação entre elas:

a) O brinquedo/jogo educativo ao assumir, por exemplo, a função lúdica,

propicia diversão, prazer e até mesmo desprazer quando é escolhido por

vontade própria, enquanto ao assumir a função educativa, o brinquedo ensina

qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e

sua apreensão do mundo. Como ilustração, a autora coloca que a criança ao

manipular livremente um quebra-cabeça, diferenciando cores, a função

educativa e a lúdica estão presentes. Mas, se a criança preferir apenas

empilhar peças, fazendo de conta que está construindo um castelo em uma

situação imaginária, a função lúdica está presente. É a intenção da criança que

vale e não exatamente o que o professor deseja.

b) A brincadeira tradicional infantil, por sua vez, é um tipo de jogo livre,

espontâneo, no qual a criança brinca pelo prazer de o fazer.

c) A brincadeira de faz-de-conta, é a que deixa mais evidente a presença da

situação imaginária. No entanto, é importante ressaltar que o conteúdo do

imaginário provém de experiências anteriores adquiridas pelas crianças em

diferentes contextos, assunto este ao qual nos reportaremos adiante.

d) Os jogos ou brincadeiras de construção são de grande importância para a

experiência sensorial, estimulando a criatividade e desenvolvendo habilidades

da criança.

No mesmo sentido de Kishimoto, também Cunha (1998) acredita que o

brinquedo estimula a inteligência, fazendo com que a criança solte sua

imaginação e desenvolva a criatividade.

Além destes aspectos, a autora enfatiza que o brinquedo diminui o sentimento

de impotência da criança, pois, ao manipulá-lo, ela cria situações novas,

reconhece outras, compara, experimentam, desenvolve sua imaginação e

habilidades.

46

Brougère (1995), em seu livro “Brinquedo e Cultura”, também faz uma

diferenciação entre jogo e brinquedo. Para este autor, o brinquedo é um objeto

que a criança manipula livremente, sem estar condicionado às regras ou a

princípios de utilização de outra natureza. O brinquedo é um objeto infantil; o

jogo, ao contrário, pode ser destinado tanto à criança quanto ao adulto, sem

restrição de uma faixa etária, enquanto o brinquedo, para um adulto, torna-se

sempre motivo de zombaria, de ligação com a infância .Campagne (apud

Andrade, 1994) é outro autor que, preocupado com o papel do brinquedo no

desenvolvimento infantil, nos mostra as diversas funções deste para as

crianças em idade pré-escolar.

Para este autor, o brinquedo, é o suporte do jogo, é o objeto que

desperta a curiosidade, exercita a inteligência, permite a invenção e a

imaginação e possibilita que a criança descubra suas próprias capacidades de

apreensão da realidade. Ele permite, pois, à criança, testar situações da vida

real ao seu nível de compreensão, sem riscos e com controle próprio.

4.1 O que é brincar

Normalmente, brincar é um ato reconhecido como espontâneo e natural,

que se constitui, basicamente, em um sistema que integra a vida social das

crianças e que passa de geração a geração, de acordo com os interesses e

necessidades de cada grupo e época. Rosamilha (apud Salles Oliveira, 1986:

p. 19), por exemplo, apresenta, sintetizadas em seis pontos, algumas das

principais tendências sobre o que leva a criança a brincar:

1) “as crianças brincam porque tem excesso de energias” (Spencer).

2) “as crianças brincam porque esse é um instinto que as leva a preparar-se

para a vida futura” (Gross).

3) “As crianças brincam porque a hereditariedade e o instinto as levam a

recapitular as atividades ancestrais importantes para o indivíduo” (Stanley Ha

11).

4) “as crianças brincam para descarregar suas emoções de forma catártica”

(Aristóteles, Claparede, Freud e Erikson).

5) “as crianças brincam porque e agradável. O jogo é importante pelo seu

aspecto hedônico” (Hurlock e SultonSmith).

47

6) “o brincar é um aspecto de todo comportamento. Ele está implícito na

assimilação que o indivíduo realiza em relação a realidade” (Piaget).

Pelas definições acima expostas, podemos perceber que há grande dificuldade

em se encontrar uma concordância sobre o que significa o comportamento de

brincar. Se, por um lado, para alguns autores, o brincar é livre e se opõe a toda

regra fixa, por outro, podemos questionar as idéias dos autores que vêem o

brincar como meio para descarga de energias, isto é, não lhe atribuindo

importância.

Parece, pois, que vários motivos levam a criança a brincar. Não é,

portanto, somente por simples prazer ou para gastar suas energias que as

crianças brincam. Existem amplos aspectos que devem ser considerados, não

se devendo de forma alguma subestimar esta atividade, que é, sem dúvida,

essencial para o desenvolvimento da criança em idade pré-escolar.

De qualquer modo, é através do brincar que a criança aprende a se

preparar para o futuro e para enfrentar direta ou simbolicamente dificuldades

do presente. Brincar, além de ajudar a descarregar o excesso de energias, é

agradável, dá prazer à criança e estimula o desenvolvimento intelectual da

mesma. É o que nos afirma, por exemplo, Bettelheim (1988): as crianças

brincam porque esta é uma atividade agradável e ao brincar a criança exercita

também a mente, além do corpo, pois ambos estão

envolvidos. O brincar é muito importante porque, além de estimular o

desenvolvimento intelectual da criança, ensina, sem forçá-la, os hábitos

necessários para seu crescimento.

De seu lado, Bomtempo (1986) faz um levantamento de como as crianças

brincam. Segundo ela, as crianças têm várias maneiras de brincar, tanto

sozinhas, como em grupo. Quando a criança é muito pequena, por exemplo,

seu mundo, de certo modo, é muito restrito; ela não tem condições de brincar

com um número grande de pessoas; no máximo, com duas ou três crianças, ou

sozinhas. Além disso, nem sempre ao dividir os brinquedos, as crianças, nessa

idade, estão brincando juntas e, sim, muitas vezes, brincam uma ao lado da

outra, porém, sem brincar uma com a outra. Ao falar de crianças maiores, a

autora coloca que estas já conseguem se organizar em grupos mais amplos e,

na maioria das vezes, dividem tarefas, desenvolvendo atividades iguais ou

semelhantes.

48

Bandet & Sarazanas (apud Andrade, 1994) também mostram preocupação

sobre a forma como as crianças brincam e colocam que todos os meios de

educação deveriam informar-se sobre este aspecto e sobre os objetos que

poderiam ajudar na atividade construtiva da brincadeira. Acrescentam ainda

que não se possa conhecer nem educar uma criança sem saber por que e

como ela brinca.

Cunha (1998), por sua vez, coloca que “brincando a criança experimenta,

descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades” (p. 9). Acrescenta ainda

que brincar é um dom natural que contribuirá no futuro para o equilíbrio do

adulto, pois o ato de brincar é indispensável à saúde física, emocional e

intelectual da criança.Já Wayskop (1995) afirma que a brincadeira precisa

perder o caráter de jogo e, assim, ganhar confiança para poder mostrar que é

útil ao futuro da criança, para poder ser aceita como atividade infantil. Também

acrescenta que a atividade do brincar tem sido reconhecida como uma forma

mais livre e informal de educação de crianças em idade pré-escolar.

Para Lima (1992), o brincar é a combinação da ficção com a realidade. Ao

brincar, a crianças trabalham com informações, dados e percepções da

realidade, mas na forma de ficção. Assim, vão crescendo e incorporando a

representação que fazem da sua realidade, dos conhecimentos adquiridos e de

seus desejos e sentimentos.

Conclui-se, pois, que conhecer a criança, bem como a importância do brincar e

do por que e para que a criança brinca é fundamental para ajudá-la em seu

desenvolvimento, pois, é no brincar que a criança aprende modos de se

comportar, de reagir, de expressar emoções, de se relacionar. Logo, brincando

a criança está aprendendo a criticidade, preparando-se para o futuro.

49

CONCLUSÃO

Este artigo tem por finalidade, compreender o jogo e a brincadeira enquanto

opção metodológica no processo de aquisição do conhecimento na Educação

Infantil. Pelo jogo acriança tenta compreender o mundo adulto que a cerca,

desenvolvendo funções psíquicas

superiores constitutivas da consciência humana, tais como a abstração, a

memória, ageneralização, a percepção, a atenção e outras atividades

criadoras. O jogo foi tomado como uma produção histórica e, portanto cultural

subordinada ao significado que imprime especialmente no momento que lhe

atribuem valores educativos para justificá-lo no currículo escolar. A análise

sobre o papel e importância dos jogos e brincadeira nos faz repensar uma

proposta que priorize esse subsídio metodológico para o Ensino Infantil.

Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é

muito importante, devido à influencia que os mesmos exercem frente aos

alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se

mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.

Conclui-se que o aspecto lúdico voltado para as crianças facilita a

aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos físico, social, cultural,

afetivo e cognitivo. Enfim, desenvolve o indivíduo como um todo, sendo assim,

a educação infantil deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo

amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.

50

Ìndice

Introdução

Capitulo I Obrincar e aprendizagem 10

1.1 brincar de hontem e o de hoje 11

1.2 O brincar e a construção de conhecimentono interior da sala 14

1.3 O papel do professor como mediador e co-autor das brincadeiras 16

Capitulo II Obrincar uma revolução em sala de aula 19

2.1Enriquecendo o brincar por meio da linguagem 20

2.2Criatividade e o brincar : O que são? 28

2.3Procedimentos metodologicos 30

Capitulo III Os tipos de jogos 32

3.1Jogos Artisticos 32

3.2 Jogos expressivos 33

3.3Jogos sensitivos 33

3.4Jogos recreativos e brincadeiras 33

3.5Jogos desportivos 34

3.6 Jogos lúdicos 34

Capitulo IV Capitulo IV O que é o brinquedo 44

4.1 O que é o brincar 46

Conclusão 50

Anexos 50

Ìndice 51

Bibliografia 52

51

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Programas de cursos 2006 ( educação Infantil níveis II e III )

Anexo 2 >> Internet site (Web artigos ) *A importância do brincar na educação

infantil *O brincar na educação in fantil Gisela Wajskop-professora do

centro de educação da Puc SP

52

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Será uma pesquisa bibliográfica constitui-se em um importante exercício de desafios e descobertas para o meu desempenho profissional .

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