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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo
AVM FACULDADE INTEGRADA
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
ANA PAULA FARIA DE FIGUEIREDO
Orientador
Prof FRANCIS RAJZMAN
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo
AVM FACULDADE INTEGRADA
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Apresentaccedilatildeo de monografia agrave AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do
grau de especialista em Direito Civil e Direito Privado
Por ANA PAULA FARIA DE FIGUEIREDO
3
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo imensamente aos meus
amigos de curso aos meus
professores e ao meu orientador
Professor Francis Rajzman
4
DEDICATOacuteRIA
Gostaria de dedicar aos meus filhos
Nathaacutelia Thiago e Mariana que se
privaram da minha companhia toda
sexta-feira ao meu marido Maacuterio aos
meus pais Vera e Maacuterio e a minha
babaacute Juliana que foi quem ficou com
meus filhos para que eu pudesse enfim
realizar meus sonhos
5
RESUMO
O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por
tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar
de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010
A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente
com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto
fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos
Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do
genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo
provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha
autoridade sobre estes
Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os
profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios
decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental
A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa
interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
6
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila
ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie
genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de
viacutenculos com esterdquo
Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas
psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que
elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda
desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou
paterno de forma inadequada
7
METODOLOGIA
Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para
a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos
sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na
Internet revistas e jurisprudecircncias STJ
Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet
artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta
apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo
do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros
A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo
do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental
elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross
Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da
Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo
Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da
incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 44
IacuteNDICE 47
9
INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo
AVM FACULDADE INTEGRADA
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Apresentaccedilatildeo de monografia agrave AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do
grau de especialista em Direito Civil e Direito Privado
Por ANA PAULA FARIA DE FIGUEIREDO
3
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo imensamente aos meus
amigos de curso aos meus
professores e ao meu orientador
Professor Francis Rajzman
4
DEDICATOacuteRIA
Gostaria de dedicar aos meus filhos
Nathaacutelia Thiago e Mariana que se
privaram da minha companhia toda
sexta-feira ao meu marido Maacuterio aos
meus pais Vera e Maacuterio e a minha
babaacute Juliana que foi quem ficou com
meus filhos para que eu pudesse enfim
realizar meus sonhos
5
RESUMO
O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por
tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar
de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010
A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente
com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto
fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos
Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do
genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo
provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha
autoridade sobre estes
Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os
profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios
decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental
A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa
interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
6
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila
ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie
genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de
viacutenculos com esterdquo
Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas
psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que
elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda
desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou
paterno de forma inadequada
7
METODOLOGIA
Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para
a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos
sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na
Internet revistas e jurisprudecircncias STJ
Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet
artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta
apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo
do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros
A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo
do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental
elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross
Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da
Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo
Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da
incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 44
IacuteNDICE 47
9
INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
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CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
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relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
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Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
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grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
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CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
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outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
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A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
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ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
3
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo imensamente aos meus
amigos de curso aos meus
professores e ao meu orientador
Professor Francis Rajzman
4
DEDICATOacuteRIA
Gostaria de dedicar aos meus filhos
Nathaacutelia Thiago e Mariana que se
privaram da minha companhia toda
sexta-feira ao meu marido Maacuterio aos
meus pais Vera e Maacuterio e a minha
babaacute Juliana que foi quem ficou com
meus filhos para que eu pudesse enfim
realizar meus sonhos
5
RESUMO
O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por
tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar
de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010
A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente
com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto
fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos
Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do
genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo
provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha
autoridade sobre estes
Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os
profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios
decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental
A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa
interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
6
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila
ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie
genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de
viacutenculos com esterdquo
Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas
psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que
elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda
desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou
paterno de forma inadequada
7
METODOLOGIA
Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para
a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos
sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na
Internet revistas e jurisprudecircncias STJ
Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet
artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta
apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo
do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros
A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo
do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental
elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross
Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da
Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo
Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da
incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 44
IacuteNDICE 47
9
INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
4
DEDICATOacuteRIA
Gostaria de dedicar aos meus filhos
Nathaacutelia Thiago e Mariana que se
privaram da minha companhia toda
sexta-feira ao meu marido Maacuterio aos
meus pais Vera e Maacuterio e a minha
babaacute Juliana que foi quem ficou com
meus filhos para que eu pudesse enfim
realizar meus sonhos
5
RESUMO
O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por
tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar
de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010
A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente
com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto
fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos
Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do
genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo
provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha
autoridade sobre estes
Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os
profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios
decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental
A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa
interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
6
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila
ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie
genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de
viacutenculos com esterdquo
Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas
psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que
elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda
desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou
paterno de forma inadequada
7
METODOLOGIA
Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para
a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos
sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na
Internet revistas e jurisprudecircncias STJ
Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet
artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta
apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo
do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros
A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo
do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental
elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross
Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da
Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo
Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da
incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 44
IacuteNDICE 47
9
INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
5
RESUMO
O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por
tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar
de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010
A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente
com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto
fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos
Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do
genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo
provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha
autoridade sobre estes
Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os
profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios
decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental
A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa
interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
6
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila
ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie
genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de
viacutenculos com esterdquo
Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas
psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que
elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda
desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou
paterno de forma inadequada
7
METODOLOGIA
Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para
a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos
sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na
Internet revistas e jurisprudecircncias STJ
Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet
artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta
apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo
do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros
A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo
do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental
elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross
Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da
Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo
Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da
incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 44
IacuteNDICE 47
9
INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
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271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
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ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
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ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
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Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
6
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila
ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie
genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de
viacutenculos com esterdquo
Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas
psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que
elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda
desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou
paterno de forma inadequada
7
METODOLOGIA
Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para
a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos
sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na
Internet revistas e jurisprudecircncias STJ
Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet
artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta
apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo
do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros
A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo
do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental
elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross
Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da
Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo
Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da
incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
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SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 44
IacuteNDICE 47
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INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
7
METODOLOGIA
Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para
a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos
sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na
Internet revistas e jurisprudecircncias STJ
Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet
artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta
apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo
do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros
A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo
do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental
elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross
Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da
Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo
Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da
incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 44
IacuteNDICE 47
9
INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
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outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
8
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
ANEXOS 44
IacuteNDICE 47
9
INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
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deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
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ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
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Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
9
INTRODUCcedilAtildeO
ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo
A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma
separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais
O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para
que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea
Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo
em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por
desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos
genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e
condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um
ambiente de total hostilidade
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos
filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do
afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no
seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados
a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores
geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica
com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem
medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a
transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila
utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade
Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome
da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
10
seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que
trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com
absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e
comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia
exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade
Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo
parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples
alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na
impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser
aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o
conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas
Phillips Freitas pg 9)
A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou
adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever
entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de
instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos
da alienaccedilatildeo
CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS
A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985
primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria
Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta
siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a
descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua
deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
11
exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as
tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo
em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha
observado durante o iniacutecio de 1980 2
Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um
dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio
Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro
em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-
cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem
cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)
Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como
especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que
surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua
manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma
campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da
doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para
o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo
pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP
foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do
nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava
inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas
acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de
evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito
1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
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ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
12
que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que
ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou
mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de
SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi
auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas
por colegas publicaram seus artigos
Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros
estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias
profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos
pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e
distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de
alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees
Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila
sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo
Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi
nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao
divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher
contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e
acesso agraves crianccedilas
Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da
Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental
estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a
postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves
crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento
BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
13
pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da
pensatildeo alimentiacutecia
Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais
separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes
casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter
contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome
Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais
especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham
suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental
No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome
da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos
entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus
tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da
Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu
regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal
da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o
direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de
penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou
supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador
por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por
ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como
puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7
Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos
mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo
psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas
comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que
7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
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outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
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A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
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deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
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ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
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Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
14
incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo
Parental8
Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional
sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de
psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos
e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome
No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo
do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees
reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito
juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da
maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por
conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash
Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de
Direito de Famiacutelia entre outros9
Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos
realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito
de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave
criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental
8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
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outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
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A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
15
CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010
II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da
Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental
Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na
formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por
um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente
sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que
cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este
Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental
aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia
praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros
I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no
exerciacutecio da paternidade ou maternidade
II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental
III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor
IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia
familiar
V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes
sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de
endereccedilo
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
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A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
16
VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou
contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou
adolescente
VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a
dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com
familiares deste ou com avoacutes
Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental
da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a
realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui
abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres
inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda
Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento
ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou
incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute
com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias
para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente
inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso
Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor
garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute
iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas
Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia
psicoloacutegica ou biopsicossocial
sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou
biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista
pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
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outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
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A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
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deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
17
relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo
da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou
adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor
sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico
profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental
sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a
ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para
apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial
baseada em justificativa circunstanciada
Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em
accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem
prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo
de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a
gravidade do caso
I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador
II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor
alienado
III - estipular multa ao alienador
IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial
V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversatildeo
VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou
adolescente
VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
18
Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo
inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute
inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da
residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de
convivecircncia familiar
Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao
genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o
outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada
Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante
para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em
direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os
genitores ou de decisatildeo judicial
Art 9o (VETADO)
Art 10 (VETADO)
Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da
Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
Joseacute Gomes Temporatildeo
II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei
A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas
disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei
aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e
para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
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deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
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pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
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ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
19
grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos
juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei
especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social
O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as
hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se
restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios
avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva
com o intuito de prejudicar um dos genitores10
A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico
caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado
cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias
de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de
realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado
Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da
Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos
alienantes
O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por
parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem
de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio
De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao
estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra
10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
20
uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo
esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas
necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a
mais grave11
Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados
com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do
menor como do alienante e do genitor alienado
No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas
que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo
tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo
No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o
magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo
prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do
menor e em defesa do genitor alienado
Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja
a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel
averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um
periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos
assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente
O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a
modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no
11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
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Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
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CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
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outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
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A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
21
caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de
perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do
adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida
Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria
autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute
permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda
venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental
A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da
terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas
lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem
estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se
ater a regras estipuladas neste artigo
Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado
que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o
conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas
que fogem ao conhecimento do magistrado
Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no
artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe
qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao
menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito
Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de
um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
22
que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como
aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do
casordquo12
O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na
realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo
parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer
medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e
eficaacutecia da medida aplicada ao caso
A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como
uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o
alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do
ex-cocircnjuge
As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve
como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste
artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13
Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo
financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um
enriquecimento abrupto
O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico
eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente
no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento
12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
23
Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da
autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade
parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em
espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois
decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco
por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser
obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14
Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da
Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda
Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda
Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo
Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos
juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para
periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e
passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma
relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto
O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro
estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo
do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o
decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz
averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da
crianccedila dou do adolescente
14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
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A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
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outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
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A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
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educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
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Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
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A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
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Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
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crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
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deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
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pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
24
CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de
direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila
e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de
prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos
termos desta leirdquo
A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade
civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por
exemplo a um abandono afetivo
De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de
responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a
responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a
comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou
extrapatrimonial) e culpa15
Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute
necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem
somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os
elementos essenciais
15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
25
31 ndash DO ABANDONO AFETIVO
O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a
manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees
condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus
alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata
medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo
prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento
da crianccedila16
Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a
ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela
negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem
Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da
responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de
uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria
geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de
indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute
possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos
nossos juristas e defensores da lei em geral
Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de
indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da
traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada
pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do
relacionamento17
FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
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crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
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deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
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pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
26
A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os
pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e
psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave
vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o
desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento
desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral
Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores
do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem
duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista
mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono
afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial
funccedilatildeo na vida da prole18
O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes
emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes
estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico
O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a
Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo
considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se
que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade
civil
No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute
patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e
emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao
ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do
18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
27
outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo
(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19
Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-
se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que
detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra
imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em
acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de
restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos
CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO
FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME
DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar
sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos
filhos
Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais
que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes
poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento
do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo
19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
28
A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar
da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer
isonomia entre homens e mulheres
Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de
1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era
paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e
mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder
familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem
conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar
O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo
Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos
menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de
1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde
A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por
determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua
dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim
guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger
conservar olhar vigiar20
Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A
sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao
cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a
20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
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deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
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pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
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ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
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Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
29
educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da
mulher se esta for inocente e pobrerdquo21
Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a
consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos
filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no
caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para
guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na
dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes
menores
No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores
envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher
Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a
culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no
caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora
A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da
separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria
Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do
filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do
adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais
21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
30
Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a
guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei
116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi
indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e
a sua criaccedilatildeo
A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os
filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as
responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando
somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores
Em sua obra Grisard Filho relata
ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade
dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute
continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada
semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem
separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam
na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo
Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro
Pacheco Nioac de Salles
ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita
conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a
ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das
crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da
guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de
compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e
consequentemente dos paisrdquo
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
31
A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais
tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum
tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo
Parental
A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da
ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis
parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e
contiacutenua da forma como a exerciam antes
O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada
com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste
sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que
ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a
organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida
divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades
no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher
tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da
importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta
modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade
em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos
homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave
necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo
profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da
sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de
sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do
casal conjugalrdquo
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
32
Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante
o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal
Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)
tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate
contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento
dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica
a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de
conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)
[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas
atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou
mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes
relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas
meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a
vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou
mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros
sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila
como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre
presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero
do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a
situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o
pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro
genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento
externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla
excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia
motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro
genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave
crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de
abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de
presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida
mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a
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crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
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deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
33
crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que
mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a
presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)
natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees
outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas
Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a
mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de
profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas
Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que
[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante
e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as
mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com
o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor
da vida do filho
E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a
instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada
como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar
O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo
por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo
natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a
possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os
genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo
Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de
diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos
teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma
adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de
diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA
(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
34
deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar
maiorrdquo para os filhos
CONCLUSAtildeO
A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos
anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os
filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees
intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por
conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos
A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a
coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente
tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as
consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente
atualmente a separaccedilatildeo litigiosa
O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute
somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade
sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que
tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto
eacute alienaccedilatildeo parental
O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em
consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda
dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos
nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
35
pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9
restantes
A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento
parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu
origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros
problemas causados pela Guarda Uacutenica
O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova
sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente
com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas
significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a
reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental
A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram
com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos
somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como
o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno
de forma inadequada
O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis
mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada
e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado
36
ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
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Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
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IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
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ANEXOS
Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia
Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide
CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia
CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial
CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
37
conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional
CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo
CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado
CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado
CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo
CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo
CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve
CAPIacuteTULO I
REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA
Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento
Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado
Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao
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psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
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CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
38
psicoacutelogo perito
Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados
Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas
CAPIacuteTULO II
PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS
Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados
Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise
Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)
CAPIacuteTULO III
TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO
Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante
Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
39
CAPIacuteTULO IV
O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES
Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio
I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa
II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003
Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais
DISPOSICcedilOtildeES FINAIS
Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos
Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio
ANA MARIA PEREIRA LOPES
Presidente do Conselho
SUacuteMULAS
SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees
conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do
detentor da sua guarda
Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008
Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
40
Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral
de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas
as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico
mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade
Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do
poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos
referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave
profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave
convivecircncia familiar e comunitaacuteria
DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO
PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)
RELA DESA VANESSA
VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609
() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro
de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila
estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto
sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A
respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu
brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai
demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os
viacutenculos paternos-filiais (sic)
TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO
GEORGE DOS SANTOS P
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
41
271109
()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila
se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido
interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso
tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs
PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico
e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard
Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila
e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a
romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de
ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente
Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-
cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem
vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido
Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a
guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees
necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites
necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento
A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar
caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo
proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de
Justiccedila do RS Relator
Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que
a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel
principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE
ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o
monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar
O SR DES WANDER MAROTTA
()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da
crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)
Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
42
ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje
de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor
estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que
caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP
TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por
mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e
apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo
atacada
Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou
sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente
poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de
SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute
fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser
mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha
TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS
PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE
ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A
PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A
MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM
AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO
JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE
SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
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Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
43
ANEXO
Notiacutecias retiradas da internet
Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental
Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)
ANEXO DA INTERNET
25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP
Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil
conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e
adolescentes (Lei 123182010)
A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou
vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor
que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a
suspensatildeo da autoridade parental entre outros
Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)
com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental
saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma
dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo
emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse
Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um
modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute
dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi
viacutetima garante
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
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Artigos do IBDFAM
ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
44
Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a
parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo
competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos
proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a
proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e
para natildeo prejudicar o direito da personalidade
Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso
perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas
na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou
maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir
informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como
exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante
sem justificativa entre outros
De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o
pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus
proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso
discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu
nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi
possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica
e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
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ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
45
CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671
Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira
Editora Saraiva 1988
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ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36
46
IacuteNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATOacuteRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMAacuteRIO 7
INTRODUCcedilAtildeO 09
ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo
CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10
CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15
CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
decorrente da Alienaccedilatildeo parental
CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
Parental
CONCLUSAtildeO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 36