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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ALIENAÇÃO PARENTAL ANA PAULA FARIA DE FIGUEIREDO Orientador Prof. FRANCIS RAJZMAN Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

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Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

AVM FACULDADE INTEGRADA

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

ANA PAULA FARIA DE FIGUEIREDO

Orientador

Prof FRANCIS RAJZMAN

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

AVM FACULDADE INTEGRADA

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Apresentaccedilatildeo de monografia agrave AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do

grau de especialista em Direito Civil e Direito Privado

Por ANA PAULA FARIA DE FIGUEIREDO

3

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo imensamente aos meus

amigos de curso aos meus

professores e ao meu orientador

Professor Francis Rajzman

4

DEDICATOacuteRIA

Gostaria de dedicar aos meus filhos

Nathaacutelia Thiago e Mariana que se

privaram da minha companhia toda

sexta-feira ao meu marido Maacuterio aos

meus pais Vera e Maacuterio e a minha

babaacute Juliana que foi quem ficou com

meus filhos para que eu pudesse enfim

realizar meus sonhos

5

RESUMO

O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por

tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar

de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010

A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente

com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto

fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos

Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do

genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo

provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha

autoridade sobre estes

Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os

profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios

decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental

A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa

interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

6

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila

ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie

genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de

viacutenculos com esterdquo

Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas

psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que

elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda

desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou

paterno de forma inadequada

7

METODOLOGIA

Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para

a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos

sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na

Internet revistas e jurisprudecircncias STJ

Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet

artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta

apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo

do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros

A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo

do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental

elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross

Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da

Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo

Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da

incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 44

IacuteNDICE 47

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

POacuteS-GRADUACcedilAtildeO ldquoLATO SENSUrdquo

AVM FACULDADE INTEGRADA

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Apresentaccedilatildeo de monografia agrave AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do

grau de especialista em Direito Civil e Direito Privado

Por ANA PAULA FARIA DE FIGUEIREDO

3

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo imensamente aos meus

amigos de curso aos meus

professores e ao meu orientador

Professor Francis Rajzman

4

DEDICATOacuteRIA

Gostaria de dedicar aos meus filhos

Nathaacutelia Thiago e Mariana que se

privaram da minha companhia toda

sexta-feira ao meu marido Maacuterio aos

meus pais Vera e Maacuterio e a minha

babaacute Juliana que foi quem ficou com

meus filhos para que eu pudesse enfim

realizar meus sonhos

5

RESUMO

O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por

tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar

de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010

A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente

com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto

fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos

Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do

genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo

provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha

autoridade sobre estes

Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os

profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios

decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental

A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa

interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

6

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila

ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie

genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de

viacutenculos com esterdquo

Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas

psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que

elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda

desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou

paterno de forma inadequada

7

METODOLOGIA

Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para

a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos

sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na

Internet revistas e jurisprudecircncias STJ

Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet

artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta

apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo

do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros

A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo

do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental

elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross

Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da

Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo

Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da

incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 44

IacuteNDICE 47

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

3

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo imensamente aos meus

amigos de curso aos meus

professores e ao meu orientador

Professor Francis Rajzman

4

DEDICATOacuteRIA

Gostaria de dedicar aos meus filhos

Nathaacutelia Thiago e Mariana que se

privaram da minha companhia toda

sexta-feira ao meu marido Maacuterio aos

meus pais Vera e Maacuterio e a minha

babaacute Juliana que foi quem ficou com

meus filhos para que eu pudesse enfim

realizar meus sonhos

5

RESUMO

O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por

tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar

de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010

A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente

com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto

fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos

Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do

genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo

provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha

autoridade sobre estes

Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os

profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios

decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental

A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa

interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

6

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila

ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie

genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de

viacutenculos com esterdquo

Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas

psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que

elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda

desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou

paterno de forma inadequada

7

METODOLOGIA

Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para

a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos

sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na

Internet revistas e jurisprudecircncias STJ

Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet

artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta

apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo

do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros

A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo

do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental

elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross

Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da

Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo

Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da

incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 44

IacuteNDICE 47

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

4

DEDICATOacuteRIA

Gostaria de dedicar aos meus filhos

Nathaacutelia Thiago e Mariana que se

privaram da minha companhia toda

sexta-feira ao meu marido Maacuterio aos

meus pais Vera e Maacuterio e a minha

babaacute Juliana que foi quem ficou com

meus filhos para que eu pudesse enfim

realizar meus sonhos

5

RESUMO

O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por

tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar

de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010

A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente

com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto

fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos

Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do

genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo

provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha

autoridade sobre estes

Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os

profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios

decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental

A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa

interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

6

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila

ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie

genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de

viacutenculos com esterdquo

Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas

psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que

elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda

desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou

paterno de forma inadequada

7

METODOLOGIA

Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para

a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos

sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na

Internet revistas e jurisprudecircncias STJ

Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet

artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta

apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo

do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros

A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo

do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental

elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross

Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da

Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo

Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da

incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 44

IacuteNDICE 47

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

5

RESUMO

O tiacutetulo da monografia ALIENACcedilAtildeO PARENTAL se caracteriza por

tratar de um tema muito sensiacutevel e antigo tanto meacutedico quanto juriacutedico apesar

de a legislaccedilatildeo pertinente somente ter surgido em 2010

A alienaccedilatildeo parental eacute uma discussatildeo que natildeo se depara somente

com os problemas juriacutedicos mas traz ao alienado e sua famiacutelia malefiacutecios tanto

fiacutesicos quanto sociais e ainda psicoloacutegicos

Caracteriza-se alienaccedilatildeo parental como um fenocircmeno de rejeiccedilatildeo do

genitor que natildeo deteacutem a guarda dos filhos pelos seus proacuteprios filhos sendo

provocado normalmente pelo guardiatildeo ou por qualquer pessoa que tenha

autoridade sobre estes

Com o advento da Lei 123182010 ficou mais faacutecil para os

profissionais que natildeo sabiam como aplicar medidas e lidar com litiacutegios

decorrentes da Alienaccedilatildeo Parental

A Alienaccedilatildeo eacute considerada pelos doutrinadores como siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental sendo conceituada pela Lei em seu artigo 2ordm como ldquoa

interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

6

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila

ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie

genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de

viacutenculos com esterdquo

Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas

psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que

elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda

desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou

paterno de forma inadequada

7

METODOLOGIA

Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para

a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos

sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na

Internet revistas e jurisprudecircncias STJ

Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet

artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta

apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo

do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros

A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo

do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental

elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross

Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da

Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo

Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da

incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 44

IacuteNDICE 47

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

6

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila

ou adolescente sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie

genitor ou que cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de

viacutenculos com esterdquo

Assim eacute muito comumente encontrar casos de crianccedilas com problemas

psicoloacutegicos diversos onde se vecirc tais reflexos somatizados de uma culpa que

elas natildeo possuem agraves vezes mais graves outras mais brandas e ainda

desvios de comportamento e outros sintomas copiando o modelo materno ou

paterno de forma inadequada

7

METODOLOGIA

Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para

a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos

sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na

Internet revistas e jurisprudecircncias STJ

Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet

artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta

apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo

do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros

A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo

do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental

elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross

Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da

Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo

Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da

incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 44

IacuteNDICE 47

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

7

METODOLOGIA

Os meacutetodos que foram utilizados para o estudo do tema inclusive para

a melhor exemplificaccedilatildeo da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e os conceitos

sobre a nova lei foram agrave leitura de livros especiacuteficos sobre o tema artigos na

Internet revistas e jurisprudecircncias STJ

Foram realizadas leituras de livros especiacuteficos revistas na Internet

artigos eletrocircnicos principalmente os contidos na IBDFAM ainda a resposta

apoacutes coleta de dados pesquisa bibliograacutefica pesquisa de campo observaccedilatildeo

do objeto de estudo as entrevistas os questionaacuterios dentre outros

A monografia caracteriza-se pela introduccedilatildeo com melhor exemplificaccedilatildeo

do tema logo depois a evoluccedilatildeo histoacuterica da siacutendrome da alienaccedilatildeo parental

elencando seus maiores estudiosos como Richard Gardner Blush e Ross

Depois comentaacuterios agrave nova lei que surgiu em 2010 para a regulamentaccedilatildeo da

Alienaccedilatildeo Parental e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienaccedilatildeo

Parental E por fim a Guarda Compartilha como forma de reduccedilatildeo da

incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 44

IacuteNDICE 47

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

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CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

8

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 44

IacuteNDICE 47

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

9

INTRODUCcedilAtildeO

ldquoO QUE Eacute A SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTALrdquo

A siacutendrome da alienaccedilatildeo parental surge quase sempre apoacutes a uma

separaccedilatildeo judicial ou de uma relaccedilatildeo extremamente conflituosa entre os pais

O resultado desta accedilatildeo eacute um processo de programaccedilatildeo de uma crianccedila para

que odeie ou maltrate o natildeo guardiatildeo sem justificativa idocircnea

Foi conceituada a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental como uma situaccedilatildeo

em que separados ou em processos de separaccedilatildeo ou em casos menores por

desavenccedilas temporaacuterias e disputando a guarda da crianccedila qualquer um dos

genitores ou pessoas que possuem autoridade sobre a crianccedila manipula e

condiciona a vir romper laccedilos afetivos com o outro genitor criando um

ambiente de total hostilidade

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2002 cerca de 13 dos

filhos de pais divorciados perdem contato com seus pais sendo privados do

afeto e conviacutevio com o genitor ausente o que tem consequecircncias traacutegicas no

seu desenvolvimento psicossocial Os casos mais frequentes estatildeo associados

a situaccedilotildees onde a ruptura da vida em comum cria em um dos genitores

geralmente a matildee pois na maioria dos casos a guarda dos filhos menores fica

com a genitora uma grande tendecircncia vingativa e difamatoacuteria tentando sem

medidas desmoralizar e desacreditar o ex-cocircnjuge fazendo muitas vezes a

transferecircncia dos sentimentos por ela sentidos ao alienado sendo a crianccedila

utilizada como instrumento de negociata e de imensa agressividade

Aleacutem das questotildees eacuteticas fiacutesicas e psicoloacutegicas geradas pela siacutendrome

da alienaccedilatildeo parental esta tambeacutem agride a nossa Constituiccedilatildeo Federal em

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

10

seu artigo 227 e o Estatuto da Crianccedila e do Adolescente em seu artigo 3ordm que

trata sobre o dever da famiacutelia em assegurar agrave crianccedila e ao adolescente com

absoluta prioridade o direito a uma convivecircncia familiar harmocircnica e

comunitaacuteria aleacutem de colocaacute-los a salvo de toda forma de negligecircncia

exploraccedilatildeo discriminaccedilatildeo violecircncia opressatildeo e crueldade

Conforme destaca em seu livro Freitas ldquoconsidera-se a alienaccedilatildeo

parental uma discussatildeo que transcende o debate juriacutedico puro e simples

alcanccedilando verdadeiro mal sociofamiliar que precisa ser extirpado e na

impossibilidade por falta da maturidade do genitor alienante hatildeo de ser

aplicadas agraves medidas trazidas na nova lei para que os pais natildeo percam o

conviacutevio com seus filhos por conta de uma postura alienadorardquo (Douglas

Phillips Freitas pg 9)

A lei da Alienaccedilatildeo Parental vem para garantir agrave crianccedila e ou

adolescente o direito agrave convivecircncia familiar a lei trouxe inovaccedilotildees ao prever

entre outros aspectos a prioridade na tramitaccedilatildeo processual e a utilizaccedilatildeo de

instrumentos processuais pelo magistrado visando coibir ou minorar os efeitos

da alienaccedilatildeo

CAPIacuteTULO I ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS

A chamada siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental foi identificada em 1985

primeiramente pelo professor especialista do Departamento de Psiquiatria

Infantil da Universidade de Columbia e perito judicial Richard A Gardner Esta

siacutendrome foi abreviada como SAP termo utilizado pelo estudioso que a

descreve como um distuacuterbio no qual uma crianccedila numa base contiacutenua

deprecia e insulta um dos pais sem qualquer justificativa devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores incluindo a doutrinaccedilatildeo pelo outro progenitor (quase

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

11

exclusivamente como parte de uma disputa da custoacutedia da crianccedila) e as

tentativas da proacutepria crianccedila denegrir um dos pais1 Gardner introduziu o termo

em um documento de 1985 descrevendo um conjunto de sintomas que tinha

observado durante o iniacutecio de 1980 2

Em sua obra Douglas Phillips Freitas relata que ldquoConsiderando um

dos maiores especialistas mundiais nos temas de separaccedilatildeo e divoacutercio

Gardner observou que na disputa judicial os genitores deixavam muito claro

em suas accedilotildees que tinham como uacutenico objetivo a luta incessante para ver o ex-

cocircnjuge afastado dos filhos fazendo muitas vezes uma verdadeira lavagem

cerebral na mente das crianccedilasrdquo (Freitas 2011 p 17)

Poreacutem Richard Gardner foi o primeiro a definir a siacutendrome como

especiacutefica Em um artigo de 1985 ele definiu a SAP como um distuacuterbio que

surge principalmente no contexto de disputas de custoacutedia da crianccedila Sua

manifestaccedilatildeo primaacuteria eacute a campanha do filho para denedrir progenitor uma

campanha sem justificativa A desordem resultada da combinaccedilatildeo da

doutrinaccedilatildeo pelo progenitor alienante e da proacutepria contribuiccedilatildeo sa crianccedila para

o aviltamento do progenitor alienado 3afirmando tambeacutem que a doutrinaccedilatildeo

pode ser deliberada ou inconsciente por parte do progenitor alienante A SAP

foi originalmente desenvolvida como uma explicaccedilatildeo para o aumento do

nuacutemero de relatos de abuso infantil nos anos 1980[ Gardner acreditava

inicialmente que um dos progenitores (geralmente a matildee) fazia falsas

acusaccedilotildees de abuso contra o outro progenitor (geralmente o pai) a fim de

evitar contato entre ele e a crianccedila 4Embora Gardner tenha de iniacutecio descrito

1 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 2Richard Alan Gardner foi um respeitado meacutedico-psiquiatra norte-americano Escreveu mais de 40 livros e publicou mais de 250 artigos na aacuterea da psiquiatria infantil 3 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) 10ndash12 4 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis200462

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

12

que a matildee era o alienante em 90 dos casos ele mais tarde declarou que

ambos os pais tinham a mesma probabilidade de alienar[5Ele tambeacutem afirmou

mais tarde que segundo sua experiecircncia na grande maioria dos casos de

SAP natildeo estavam presentes acusaccedilotildees de abuso6 O primeiro trabalho foi

auto-publicado por Gardner mas posteriormente revistas cientiacuteficas revisadas

por colegas publicaram seus artigos

Ainda em sua obra o saudoso Freitas informa que Blush e Ross outros

estudiosos acerca do tema em seus trabalhosrdquo baseados em experiecircncias

profissionais e como peritos em tribunais de famiacutelia traccedilaram um perfil dos

pais separados observando que as falsas acusaccedilotildees de abuso sexual e

distanciamento de um dos genitores dos filhos tambeacutem eram causas de

alienaccedilatildeo chegando a ser definida como Siacutendrome de SAID ndash Alegaccedilotildees

Sexuais no Divoacutercio em que o genitor conta uma histoacuteria para a crianccedila

sobre ela ter sofrido um falso abuso sexual acusando o outro genitorrdquo

Ocorreu assim o surgimento de uma nomenclatura paralela que foi

nomeada como a Siacutendrome da Matildee Maliciosa associada diretamente ao

divoacutercio tendo como definiccedilatildeo quando a matildee impotildee um castigo da mulher

contra o ex-marido interferindo ou mesmo impedindo o regime de visitas e

acesso agraves crianccedilas

Ainda analisando o tema outros estudiosos descobriram que aleacutem da

Siacutendrome da Matildee Maliciosa um dos ramos de estudo da Alienaccedilatildeo Parental

estaacute presente a Siacutendrome da Interferecircncia grave Caracteriza-se quando a

postura do progenitor que se nega ao regime de visitaccedilatildeo ou acesso agraves

crianccedilas motivado por ressentimento pelo ex-cocircnjuge sendo este sentimento

BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 5 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence200252-54 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 6 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

13

pode ser desde a maacutegoa devido aacute separaccedilatildeo ou a falta de pagamento da

pensatildeo alimentiacutecia

Poucos ainda destacaram outra siacutendrome como Medeia onde pais

separados adotam a imagem dos filhos como extensatildeo deles mesmos Nestes

casos eacute comum que seja descoberto que as crianccedilas que se recusavam a ter

contato com um dos seus genitores sejam viacutetimas desta siacutendrome

Ou seja existiam vaacuterios estudos alguns detalharam mais

especificadamente cada sintoma mas todos os estudiosos na verdade tinham

suas definiccedilotildees para o que era a Alienaccedilatildeo Parental

No cenaacuterio internacional a explosatildeo de pesquisas sobre a Siacutendrome

da Alienaccedilatildeo Parental formou uma consciecircncia social nos Estados Unidos

entre outros Estados norte-americanos que passaram a reconhecer em seus

tribunais os danos psicoloacutegicos causados aos filhos por meio da siacutendrome da

Alienaccedilatildeo Parental Nos Estados da Califoacuternia e da Pensilvacircnia em seu

regramento punitivo haacute a advertecircncia de que se o possuidor da guarda legal

da crianccedila impede coma intenccedilatildeo maliciosa o outro genitor de exercer o

direito de visita eacute castigado com prisatildeo maacutexima de um ano e multa aleacutem de

penas alternativas (entre outras restritivas de direito como suspensatildeo ou

supressatildeo da carteira de motorista) No Estado do Texas o genitor alienador

por ter provocado intencionalmente o desequiliacutebrio emocional da crianccedila e por

ter procedido de maneira imprudente pode ser inquirido pelo tribunal como

puniccedilatildeo mais severa que nos anteriormente citados 7

Na Europa mais precisamente na Espanha diversos julgamentos

mencionam a Siacutendrome de Alienaccedilatildeo Parental como forma direta de agressatildeo

psicoloacutegica agraves crianccedilas nos casos de divoacutercio entretanto estaacute apenas

comeccedilando a considerar como um problema grave diferente do Meacutexico que

7 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

14

incluiu na uacuteltima reforma do Coacutedigo Civil dispositivos sobre Alienaccedilatildeo

Parental8

Na Alemanha em 2002 foi realizada a Conferecircncia Internacional

sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental com um puacuteblico diferenciado de

psicoacutelogos psicoterapeutas peritos juiacutezes advogados pedagogos meacutedicos

e principalmente pais e filhos que sofreram com a siacutendrome

No Brasil a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo parental passou a ter mais atenccedilatildeo

do poder Judiciaacuterio em 2003 quando surgiram as primeiras decisotildees

reconhecendo este fenocircmeno que jaacute perdura por muito tempo no acircmbito

juriacutedico e social Assim esta percepccedilatildeo comeccedilou a tomar corpo por conta da

maior participaccedilatildeo das equipes interdisciplinares nos processos familistas e por

conta de pesquisas e divulgaccedilotildees realizadas por institutos como a APASE ndash

Associaccedilatildeo dos Pais e Matildees Separados IBDFAM ndash Instituto Brasileiro de

Direito de Famiacutelia entre outros9

Assim natildeo tardou para que os resultados desse e de outros trabalhos

realizados fossem difundidos entre os demais profissionais atuantes no Direito

de Famiacutelia e em outras atividades correlatas fazendo com fosse necessaacuteria agrave

criaccedilatildeo da Lei 123182010 que trata sobre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental

8 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19 9 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011PG 19

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

15

CAPIacuteTULO II ndash COMENTAacuteRIOS Agrave LEI 123182010

II- 1 Texto da Lei- dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental e altera o art 236 da

Lei nordm8069 de 13 de julho de 1990

O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1o Esta Lei dispotildee sobre a alienaccedilatildeo parental

Art 2o Considera-se ato de alienaccedilatildeo parental a interferecircncia na

formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida ou induzida por

um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que tenham a crianccedila ou adolescente

sob a sua autoridade guarda ou vigilacircncia para que repudie genitor ou que

cause prejuiacutezo ao estabelecimento ou agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos com este

Paraacutegrafo uacutenico Satildeo formas exemplificativas de alienaccedilatildeo parental

aleacutem dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por periacutecia

praticados diretamente ou com auxiacutelio de terceiros

I - realizar campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no

exerciacutecio da paternidade ou maternidade

II - dificultar o exerciacutecio da autoridade parental

III - dificultar contato de crianccedila ou adolescente com genitor

IV - dificultar o exerciacutecio do direito regulamentado de convivecircncia

familiar

V - omitir deliberadamente a genitor informaccedilotildees pessoais relevantes

sobre a crianccedila ou adolescente inclusive escolares meacutedicas e alteraccedilotildees de

endereccedilo

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

16

VI - apresentar falsa denuacutencia contra genitor contra familiares deste ou

contra avoacutes para obstar ou dificultar a convivecircncia deles com a crianccedila ou

adolescente

VII - mudar o domiciacutelio para local distante sem justificativa visando a

dificultar a convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o outro genitor com

familiares deste ou com avoacutes

Art 3o A praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental

da crianccedila ou do adolescente de convivecircncia familiar saudaacutevel prejudica a

realizaccedilatildeo de afeto nas relaccedilotildees com genitor e com o grupo familiar constitui

abuso moral contra a crianccedila ou o adolescente e descumprimento dos deveres

inerentes agrave autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda

Art 4o Declarado indiacutecio de ato de alienaccedilatildeo parental a requerimento

ou de ofiacutecio em qualquer momento processual em accedilatildeo autocircnoma ou

incidentalmente o processo teraacute tramitaccedilatildeo prioritaacuteria e o juiz determinaraacute

com urgecircncia ouvido o Ministeacuterio Puacuteblico as medidas provisoacuterias necessaacuterias

para preservaccedilatildeo da integridade psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente

inclusive para assegurar sua convivecircncia com genitor ou viabilizar a efetiva

reaproximaccedilatildeo entre ambos se for o caso

Paraacutegrafo uacutenico Assegurar-se-aacute agrave crianccedila ou adolescente e ao genitor

garantia miacutenima de visitaccedilatildeo assistida ressalvados os casos em que haacute

iminente risco de prejuiacutezo agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para

acompanhamento das visitas

Art 5o Havendo indiacutecio da praacutetica de ato de alienaccedilatildeo parental em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz se necessaacuterio determinaraacute periacutecia

psicoloacutegica ou biopsicossocial

sect 1o O laudo pericial teraacute base em ampla avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ou

biopsicossocial conforme o caso compreendendo inclusive entrevista

pessoal com as partes exame de documentos dos autos histoacuterico do

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

17

relacionamento do casal e da separaccedilatildeo cronologia de incidentes avaliaccedilatildeo

da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a crianccedila ou

adolescente se manifesta acerca de eventual acusaccedilatildeo contra genitor

sect 2o A periacutecia seraacute realizada por profissional ou equipe multidisciplinar

habilitados exigido em qualquer caso aptidatildeo comprovada por histoacuterico

profissional ou acadecircmico para diagnosticar atos de alienaccedilatildeo parental

sect 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a

ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental teraacute prazo de 90 (noventa) dias para

apresentaccedilatildeo do laudo prorrogaacutevel exclusivamente por autorizaccedilatildeo judicial

baseada em justificativa circunstanciada

Art 6o Caracterizados atos tiacutepicos de alienaccedilatildeo parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivecircncia de crianccedila ou adolescente com genitor em

accedilatildeo autocircnoma ou incidental o juiz poderaacute cumulativamente ou natildeo sem

prejuiacutezo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizaccedilatildeo

de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a

gravidade do caso

I - declarar a ocorrecircncia de alienaccedilatildeo parental e advertir o alienador

II - ampliar o regime de convivecircncia familiar em favor do genitor

alienado

III - estipular multa ao alienador

IV - determinar acompanhamento psicoloacutegico eou biopsicossocial

V - determinar a alteraccedilatildeo da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversatildeo

VI - determinar a fixaccedilatildeo cautelar do domiciacutelio da crianccedila ou

adolescente

VII - declarar a suspensatildeo da autoridade parental

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

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conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

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psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

18

Paraacutegrafo uacutenico Caracterizado mudanccedila abusiva de endereccedilo

inviabilizaccedilatildeo ou obstruccedilatildeo agrave convivecircncia familiar o juiz tambeacutem poderaacute

inverter a obrigaccedilatildeo de levar para ou retirar a crianccedila ou adolescente da

residecircncia do genitor por ocasiatildeo das alternacircncias dos periacuteodos de

convivecircncia familiar

Art 7o A atribuiccedilatildeo ou alteraccedilatildeo da guarda dar-se-aacute por preferecircncia ao

genitor que viabiliza a efetiva convivecircncia da crianccedila ou adolescente com o

outro genitor nas hipoacuteteses em que seja inviaacutevel a guarda compartilhada

Art 8o A alteraccedilatildeo de domiciacutelio da crianccedila ou adolescente eacute irrelevante

para a determinaccedilatildeo da competecircncia relacionada agraves accedilotildees fundadas em

direito de convivecircncia familiar salvo se decorrente de consenso entre os

genitores ou de decisatildeo judicial

Art 9o (VETADO)

Art 10 (VETADO)

Art 11 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia 26 de agosto de 2010 189o da Independecircncia e 122o da

Repuacuteblica

LUIZ INAacuteCIO LULA DASILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Paulo de Tarso Vannuchi

Joseacute Gomes Temporatildeo

II ndash 2 Comentaacuterios agrave Lei

A lei da Alienaccedilatildeo Parental foi publicada em agosto de 2010 cujas

disposiccedilotildees que jaacute eram anunciadas pela doutrina e jurisprudecircncia Esta lei

aleacutem de trazer a conhecimento a siacutendrome para toda a populaccedilatildeo em geral e

para os operadores da Lei foi necessaacuteria para combater e promover um

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

19

grande impacto juriacutedico ndash cultural Mesmo jaacute existindo alguns instrumentos

juriacutedicos para a coibiccedilatildeo ou minoraccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental uma lei

especiacutefica eacute de extrema importante tanto juriacutedica quanto social

O rol do artigo 2ordm da Lei eacute exemplificativo tanto no conceito como as

hipoacuteteses e os sujeitos que podem incorrer na praacutetica de alienaccedilatildeo natildeo se

restringindo apenas aos genitores mas levando a vedaccedilatildeo de tal praacutetica a tios

avoacutes todos os que estiverem exercendo sua autoridade parental ou afetiva

com o intuito de prejudicar um dos genitores10

A Alienaccedilatildeo Parental trata-se de um transtorno psicoloacutegico

caracterizado por um conjunto sintomaacutetico pelo qual um genitor denominado

cocircnjuge alienador modifica a consciecircncia de seu filho por meio de estrateacutegias

de atuaccedilatildeo e maliacutecia nem que seja de forma inconsciente com o objetivo de

realizar a quebra de relaccedilatildeo destruir viacutenculos com o cocircnjuge alienado

Conforme o proacuteprio texto do paraacutegrafo uacutenico do artigo 2ordm da Lei da

Alienaccedilatildeo Parental existe exemplos que identificam a conduta realizada pelos

alienantes

O artigo 3ordm da Lei da Alienaccedilatildeo Parental trata sobre a conduta iliacutecita por

parte do alienante justificando a impetraccedilatildeo da accedilatildeo de danos morais aleacutem

de outras medidas de fundo inibitoacuterio e ressarcitoacuterio

De acordo com o livro do autor Freitas o estudioso Aguilar Cuenca ao

estudar o perfil do genitor alienador conclui que este geralmente demonstra

10 FREITAS Phillips Douglas Alienaccedilatildeo Parental 2011P 29

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

20

uma grande impulsividade e baixa autoestima medo de abandono repetitivo

esperando sempre que os filhos estejam dispostos a satisfazer as suas

necessidades variando as expressotildees em exaltaccedilatildeo e cruel ataque esta eacute a

mais grave11

Os danos que decorrem da conduta alienatoacuteria soacute podem ser minorados

com a sua identificaccedilatildeo e tratamento muitas vezes psicoloacutegico natildeo soacute do

menor como do alienante e do genitor alienado

No artigo 3ordm da lei o legislador cria a figura juriacutedica do Abuso Moral mas

que consiste em tipo de dano moral decorrente de alienaccedilatildeo parental podendo

tambeacutem ser chamado de Abuso Afetivo

No artigo 4ordm da Lei ao identificar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental o

magistrado ou o Ministeacuterio Puacuteblico devem natildeo soacute conferir a tramitaccedilatildeo

prioritaacuteria ao processo como promover medidas assecuratoacuterias dos direito do

menor e em defesa do genitor alienado

Ainda relatando sobre o texto do artigo 4ordm o legislador sugere que haja

a manutenccedilatildeo do conviacutevio com o genitor acusado ateacute que seja possiacutevel

averiguar a veracidade da acusaccedilatildeo Sendo possiacutevel a implantaccedilatildeo de um

periacuteodo de convivecircncia assistido ou restringir o conviacutevio a locais puacuteblicos

assegurando a seguranccedila da crianccedila e ou adolescente

O paraacutegrafo uacutenico do artigo 4ordm da Lei de Alienaccedilatildeo Parental relata que a

modificaccedilatildeo da guarda ou a suspensatildeo da visita somente seraacute realizada no

11 CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008p93

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

21

caso de existir um conjunto probatoacuterio muito robusto e ainda no caso de

perigo ou risco agrave integridade fiacutesica ou psicoloacutegica da crianccedila ou do

adolescente seraacute sempre assegurada a visitaccedilatildeo nem que seja assistida

Conforme o artigo 5ordm a lei prevecirc a possibilidade de uma accedilatildeo ordinaacuteria

autocircnoma para identificaccedilatildeo de ocorrecircncia de Alienaccedilatildeo parental E ainda eacute

permitido que no curso das accedilotildees de divoacutercio regulamentaccedilatildeo de guarda

venha a se requerer a praacutetica da alienaccedilatildeo parental

A novidade trazida no artigo 5ordm da lei estaacute na utilizaccedilatildeo correta da

terminologia ldquoperiacuteciardquo para a atuaccedilatildeo dos profissionais interdisciplinares nas

lides familistas que atuavam como assistentes pareceristas sem que fossem

estipuladas regras de conduta e que com o advento da nova Lei deveratildeo se

ater a regras estipuladas neste artigo

Eacute de extrema necessidade a atuaccedilatildeo de um profissional especializado

que possua a confianccedila do juiz jaacute que por muitas vezes seraacute necessaacuterio o

conhecimento de relaccedilotildees sociais ou questotildees psicoloacutegicas e ateacute meacutedicas

que fogem ao conhecimento do magistrado

Em seu artigo 6ordm a Lei complementa que todas as medidas descritas no

artigo 2ordm paraacutegrafo uacutenico natildeo excluem a responsabilidade civil Natildeo existe

qualquer tipo de duacutevida que a Alienaccedilatildeo Parental gera dano moral tanto ao

menor quanto ao genitor prejudicado sendo ambos titulares deste direito

Os incisos do artigo 6ordm da Lei satildeo numerus apertus ou seja trata-se de

um rol exemplificativo de medidas natildeo esgotando de forma alguma outras

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

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psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

22

que permitam o fim ou a diminuiccedilatildeo dos efeitos da Alienaccedilatildeo Parental como

aduz o proacuteprio caput do artigo ldquo() e da ampla utilizaccedilatildeo de instrumentos

processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos segundo a gravidade do

casordquo12

O inciso I do artigo 6ordm da lei caracteriza-se como o passo inicial na

realizaccedilatildeo de todas as medidas para acabar ou minorar a praacutetica da alienaccedilatildeo

parental poreacutem se for necessaacuterio quaisquer outros instrumentos qualquer

medida necessaacuteria poderaacute ser utilizada dependendo da oportunidade e

eficaacutecia da medida aplicada ao caso

A Guarda Compartilhada para a Lei da Alienaccedilatildeo Parental seria como

uma soluccedilatildeo para a diminuiccedilatildeo dos efeitos da alienaccedilatildeo fazendo com que o

alienado tenha melhor convivecircncia com o seu genitor que sofre a alienaccedilatildeo do

ex-cocircnjuge

As astreintes ou a multa informada no inciso III do artigo 6ordm da lei serve

como meacutetodo alternativo eou cumulativo agraves demais medidas previstas neste

artigo como instrumentais de cessaccedilatildeo ou diminuiccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental13

Esta astreintes ou multa deveratildeo ser um valor compatiacutevel a renda ou situaccedilatildeo

financeira do alienante sem que haja um empobrecimento ou um

enriquecimento abrupto

O inciso IV do artigo 6ordm da Lei trata de acompanhamento psicoloacutegico

eou biopsicossocial ou seja seraacute realizado o acompanhamento natildeo somente

no menor alienado mas tambeacutem no alienador como uma forma de tratamento

12 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011 p35 13 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p36

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

23

Diferentemente do que ocorreu no Coacutedigo Civil de 2002 a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental em seu artigo 6ordm inciso VII usou a terminologia da

autoridade parental ou seja para o jurista Paulo Luiz Netto Lobo a ldquoautoridade

parental lhe parece traduzir melhor o exerciacutecio de funccedilatildeo ou de muacutenus em

espaccedilo delimitado fundado na legitimidade e no interesse do outro pois

decorre de uma relaccedilatildeo parental destacando melhor a relaccedilatildeo de parentesco

por excelecircncia que haacute entre pais e filhos o grupo familiar de onde deve ser

obtida a legitimidade que fundamenta a autoridaderdquo14

Conforme relata em seu livro Douglas Freitas diz que a Lei da

Alienaccedilatildeo Parental trouxe novamente a discussatildeo de que a Guarda

Compartilhada eacute a melhor para a crianccedila e ou Adolescente sendo a Guarda

Unilateral somente um caso de exceccedilatildeo

Ainda houve outras modificaccedilotildees nas nomenclaturas utilizadas pelos

juristas e uma bem debatida eacute a substituiccedilatildeo de periacuteodo de visitas para

periacuteodo de convivecircncia Onde os genitores deixam de ser meros visitantes e

passam a fazer parte da vida dos menores gerando por conseguinte uma

relaccedilatildeo mais proacutexima de afeto

O artigo 8ordm da Lei parecia que tinha o objetivo de contrariar o foro

estipulado como competente para impetraccedilatildeo da accedilatildeo pois jaacute existe decisatildeo

do STJ neste sentido Portanto fica claro que a ldquoalteraccedilatildeo de domiciliordquo eacute o

decorrente da praacutetica da alienaccedilatildeo parental Ou seja no caso de o juiz

averiguar indiacutecios da alienaccedilatildeo poderaacute fixar cautelarmente o domicilio da

crianccedila dou do adolescente

14 Do poder familiar Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671gt FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p40

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

24

CAPIacuteTULO III ndash RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

O Estatuto da Crianccedila e Adolescente impotildee uma relaccedilatildeo de

direitodever decorrente do Poder Familiar No artigo 73 do Estatuto da Crianccedila

e do Adolescente estaacute elencado que ldquoa inobservacircncia das normas de

prevenccedilatildeo importaraacute em responsabilidade da pessoa fiacutesica ou juriacutedica nos

termos desta leirdquo

A responsabilidade presente neste dispositivo inclui a responsabilidade

civil podendo haver a fixaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos morais devido por

exemplo a um abandono afetivo

De acordo com o livro do Douglas Freitas no tocante agrave modalidade de

responsabilidade civil salvo atividade de risco e casos tipificados por lei a

responsabilidade seraacute subjetiva em que se tornam necessaacuterias a apuraccedilatildeo e a

comprovaccedilatildeo dos seus elementos ato iliacutecito nexo causal dano (patrimonial ou

extrapatrimonial) e culpa15

Conforme eacute sabida a responsabilidade civil subjetiva ao ofendido natildeo eacute

necessaacuterio agrave demonstraccedilatildeo da dor para configurar o dever de indenizar poreacutem

somente haveraacute a responsabilidade civil se estiverem presentes todos os

elementos essenciais

15 Artigo 927 Aquele que por ato iliacutecito (arts 186 e 187) causar dano a outrem fica obrigado a repara-lo Paraacutegrafo uacutenico Haveraacute obrigaccedilatildeo de reparar o dano independentemente de culpa nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

25

31 ndash DO ABANDONO AFETIVO

O sistema judiciaacuterio estaacute constantemente sendo pressionado a

manifestar-se sobre abandono moral tendo surgido algumas decisotildees

condenando pais que independentemente de terem se desincumbido do ocircnus

alimentar faltaram com o dever de assistecircncia moral aos seus filhos na exata

medida em que se fizeram ausentes e por via de consequecircncia natildeo

prestaram a devida assistecircncia afetiva e amorosa durante o desenvolvimento

da crianccedila16

Ainda pode-se elencar o artigo 186 do Coacutedigo Civil que versa sobre a

ilicitude decorrente da accedilatildeo ou omissatildeo voluntaacuteria daquele que pela

negligecircncia ou imprudecircncia causa dano material ou moral a outrem

Existem vaacuterias controveacutersias sobre a extensatildeo ou natildeo dos efeitos da

responsabilidade civil ao Direito de Famiacutelia Haacute a previsatildeo legal expressa de

uma reparaccedilatildeo civil para as relaccedilotildees de famiacutelia sendo a regra indenizatoacuteria

geneacuterica e que se projeta para todo o ordenamento juriacutedico O dever de

indenizar tem hierarquia e previsatildeo constitucional o nosso ordenamento jaacute

possui mecanismos eficazes bastando agrave boa vontade e o conhecimento dos

nossos juristas e defensores da lei em geral

Enquanto de um lado salvo casos excepcionais haacute o dever de

indenizar pela ruptura de um casamento ou noivado por exemplo por conta da

traiccedilatildeo a responsabilidade civil pelo abandono afetivo natildeo pode ser analisada

pelo mesmo vieacutes restritivo com que se examina o dano moral pelo fim do

relacionamento17

FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96 16 wwwiesbbrmoduloonlineatenaarquivos_uploadTCC_amanda201Idalinapdf 17 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p96

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

26

A imposiccedilatildeo da indenizaccedilatildeo por danos morais se caracteriza quando os

pais responsaacuteveis pelo desenvolvimento tanto social quanto fiacutesico e

psicoloacutegico deixam de cumprir com suas obrigaccedilotildees trazendo transtornos agrave

vida da crianccedila eou adolescente A obrigaccedilatildeo do afeto eacute essencial para o

desenvolvimento da crianccedila e do adolescente portanto o descumprimento

desta obrigaccedilatildeo eacute sem duacutevida suscetiacutevel agrave responsabilizaccedilatildeo do dano moral

Ainda segundo o jurista Rodrigo da Cunha Pereira um dos fundadores

do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM) e seu presidente sem

duacutevida eacute uma das maiores autoridades sobre o Abandono Afetivo O jurista

mineiro informa que a condenaccedilatildeo por danos morais decorrente do abandono

afetivo natildeo eacute monetarizar o afeto mas punir aquele que descumpre essencial

funccedilatildeo na vida da prole18

O abandono afetivo causado pelos pais gera inuacutemeras cicatrizes

emocionais problemas psicoloacutegicos e sociais ao menor sendo muitas vezes

estas mais profundas que qualquer ataque fiacutesico

O legislador na Lei 123182010 em seu artigo 3ordm estabeleceu que a

Alienaccedilatildeo parental fere direito fundamental da crianccedila e do adolescente sendo

considerado ato iliacutecito gerando a obrigaccedilatildeo da indenizaccedilatildeo Ainda ressalta-se

que no artigo 6ordm ficou bem descrito que natildeo a exclusatildeo da responsabilidade

civil

No caso de Alienaccedilatildeo Parental a responsabilizaccedilatildeo civil do alienante eacute

patente pois ldquoO dano agrave moral do visitante reflete-se na esfera sentimental e

emotiva do visitado que eacute aliaacutes o detentor do maior interesse entatildeo ao

ofender-se a moral de um ofende-se em muitos casos os sentimentos do

18 Nem soacute de patildeo vive o homemresponsabilidade civil por abandono afetivo Disponiacutevel em httpwwwibdfamorgbrartigos=392 ACESSO 20 DE MARCcedilO DE 2012 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p 97

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

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CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

27

outro de forma que ambos seratildeo viacutetimas de um mesmo ato lesivo

(descumprimento injustificado do acordo ou sentenccedila)19

Ao analisar o dano moral com a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental chega-

se ao resultado de que quando por accedilatildeo ou omissatildeo do alienador aquele que

detenha a guarda do filho o genitor alienado se sentir lesado na sua honra

imagem e dignidade presente estaacute o seu interesse de agir e a legitimidade em

acionar o Poder Judiciaacuterio requerendo os seus direitos com intuito de

restabelecimento moral dos seus bens personaliacutessimos atingidos

CAPIacuteTULO IV - GUARDA COMPARTILHADA COMO

FORMA DE REDUCcedilAtildeO DA INCIDEcircNCIA DE SIacuteNDROME

DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

Primeiramente para tratar do assunto de guarda eacute necessaacuterio falar

sobre o poder familiar O poder familiar consiste na orientaccedilatildeo e proteccedilatildeo dos

filhos

Antigamente o poder familiar se caracterizava em absoluto para os pais

que aleacutem dos poderes conferidos ao chefe de famiacutelia possuiacutea ainda poderes

poliacuteticos religiosos e econocircmicos Quando em caso de falta ou impedimento

do poder familiar do pai a matildee assumia a funccedilatildeo

19 BOSCHI Fabio Bauab Direito de visita Satildeo Paulo Saraiva 2005p248 FREITAS DOUGLAS PHILLIPS PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p100

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

28

A mulher tinha como funccedilatildeo gerar criar e educar os filhos como cuidar

da casa sem questionar as decisotildees do marido natildeo possuindo qualquer

isonomia entre homens e mulheres

Entre o advento do Coacutedigo Civil de 1916 e da nossa Carta Magna de

1988 o poder familiar era exercido pelo pai ressaltando que a expressatildeo era

paacutetrio poder sendo a genitora muitas vezes preterida Com na Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 em seu artigo 5ordm trouxe a igualdade entre homens e

mulheres tiveram que adequar a lei civilista a esta modificaccedilatildeo sendo o poder

familiar equivalente para homens e mulheres Matildees e pais exercem

conjuntamente casados ou natildeo o poder familiar

O Coacutedigo Civil de 2002 trouxe a mudanccedila pretendida pela Constituiccedilatildeo

Federal 1988 sendo entatildeo poder familiar ou seja o poder gerencial dos filhos

menores natildeo cabe somente ao genitor e sim a ambos A expressatildeo da Lei de

1916 (paacutetrio poder) natildeo havia sido recepcionada pela Constituiccedilatildeo Cidadatilde

A guarda eacute a condiccedilatildeo de direito de uma ou mais pessoas por

determinaccedilatildeo legal ou judicial em manter um menor de 18 anos sob sua

dependecircncia sociojuriacutedica podendo ser unilateral ou compartilhada Do latim

guardare e no germacircnico wardem seu significado reside em proteger

conservar olhar vigiar20

Conforme o Decreto 181 de 1890 estabelecia que no seu artigo 90ordm ldquo A

sentenccedila do divoacutercio mandaraacute entregar os filhos comuns e menores ao

cocircnjuge inocente e fixaraacute a cota com que o culpado deveraacute concorrer para a

20 FREITAS Douglas Phillips PELLIZZARO Graciela Alienaccedilatildeo Parental2011p83

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

29

educaccedilatildeo deles assim como a contribuiccedilatildeo do marido para sustentaccedilatildeo da

mulher se esta for inocente e pobrerdquo21

Jaacute no Coacutedigo de 1916 havia distinccedilatildeo entre a separaccedilatildeo litigiosa e a

consensual para que houvesse a decisatildeo de quem ficaria com a guarda dos

filhos Quando consensual eram acordados os paracircmetros entre ambos e no

caso de ter sido litigiosa era analisado o fato em geral para a resoluccedilatildeo para

guarda Um fato bastante analisado era se havia um cocircnjuge culpado na

dissoluccedilatildeo familiar este provavelmente natildeo teria direito sobre a guarda destes

menores

No Decreto 3200 de 1941 salvo em prejuiacutezo do bem estar dos menores

envolvidos a figura paterna tinha prioridade da guarda O Estatuto da Mulher

Casada traz que o que importava para a concessatildeo da guarda era a

culpabilidade ou seja o cocircnjuge inocente ficava com a guarda dos filhos e no

caso de culpa reciacuteproca a guarda ficaria com a genitora

A Lei do Divoacutercio concedia a guarda a quem as mantinha na eacutepoca da

separaccedilatildeo e o cocircnjuge que melhor sustentasse os filhos que a manteria

Somente nas legislaccedilotildees posteriores ou seja na nossa Constituiccedilatildeo

Federal de 1988 e no Coacutedigo Civil de 2002 que foi analisada a condiccedilatildeo do

filhos Sendo assim de extremo interesse o bem estar da crianccedila e do

adolescente analisando as reais condiccedilotildees de cada um dos pais

21 FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011p83 GRISAD FILHO WaldyrOpcitp417

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

30

Ainda pode-se destacar que o Coacutedigo Civil de 2002 estabelecia a

guarda unilateral como modalidade legal poreacutem com o advento da Lei

116982008 a Lei da Guarda Compartilhada a guarda compartilhada foi

indicada como a melhor a ser utilizada e a que mais traz bem estar aos filhos e

a sua criaccedilatildeo

A guarda compartilhada eacute caracterizada como um sistema em que os

filhos de pais separados permanecem exercendo a autoridade dividindo as

responsabilidades tendo direitos e deveres iguais para com os filhos visando

somente o bem estar educaccedilatildeo e criaccedilatildeo destes menores

Em sua obra Grisard Filho relata

ldquoEste modelo priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade

dos gecircneros no exerciacutecio da parentalidade eacute uma resposta mais eficaz aacute

continuidade das relaccedilotildees da crianccedila com seus dois pais na famiacutelia dissociada

semelhantemente a uma famiacutelia intacta Eacute um chamamento dos pais que vivem

separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental como faziam

na constacircncia da uniatildeo conjugal ou de fatordquo

Ainda salientando sobre a Guarda Compartilhada Karen Ribeiro

Pacheco Nioac de Salles

ldquoA modalidade compartilhada atribuiacuteda agrave guarda daacute uma nova e ineacutedita

conotaccedilatildeo ao instituto do paacutetrio poder jaacute que tem por finalidade romper com a

ideacuteia de poder e veicula a perpectiva da responsabilidade do cuidado das

crianccedilas e do conviacutevio familiar A partir deste novo conceito eacute retirada da

guarda a conotaccedilatildeo de posse privilegiando-se a ideia de estar com de

compartilhar sempre voltada para o melhor interesse das crianccedilas e

consequentemente dos paisrdquo

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

31

A adoccedilatildeo da guarda compartilhada fez com que ambos os pais

tivessem os mesmos direitos e deveres ateacute apoacutes a ruptura da vida em comum

tornando por conseguinte um verdadeiro instrumento de combate agrave Alienaccedilatildeo

Parental

A guarda compartilhada consiste em atenuar os efeitos negativos da

ruptura da vida conjugal mantendo ambos os genitores como co-responsaacuteveis

parentais pelas decisotildees pertinentes aos filhos de forma igualitaacuteria efetiva e

contiacutenua da forma como a exerciam antes

O judiciaacuterio vem decidindo favoravelmente aacute guarda compartilhada

com as chances de minimizar a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental Assim neste

sentido GROENINGA (2009 p 154) expotildee que

ldquoA ideacuteia de guarda compartilhada aleacutem de estar em sintonia com a

organizaccedilatildeo social atual quebra a heranccedila de outros tempos de uma riacutegida

divisatildeo de papeacuteis e funccedilotildees Ela explicita o compartilhar das responsabilidades

no cotidiano da necessaacuteria convivecircncia em tempos que natildeo mais a mulher

tem a exclusividade na criaccedilatildeo dos filhos e em que ganhamos consciecircncia da

importacircncia da funccedilatildeo paterna Eacute preciso dizer que a convivecircncia que esta

modalidade de guarda busca contemplar atende agrave crianccedila em sua necessidade

em contar com o pai e com a matildee tambeacutem a uma legiacutetima reivindicaccedilatildeo dos

homens que descobriram a realizaccedilatildeo em exercer a parentalidade e agrave

necessidade das mulheres em ter tempo para investir na realizaccedilatildeo

profissional Mas devo tambeacutem dizer que a reivindicaccedilatildeo eacute de parte da

sociedade que tem sentido os efeitos do aumento dos divoacutercios e a falta de

sintonia da lei em regular os relacionamentos familiares apoacutes a dissoluccedilatildeo do

casal conjugalrdquo

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

32

Eacute sabido que os pais devem buscar a maior harmonia possiacutevel durante

o processo de transiccedilatildeo na organizaccedilatildeo familiar apoacutes a ruptura conjugal

Entretanto durante esta fase eacute possiacutevel que um dos ex-cocircnjuges (ou ambos)

tomado por ressentimentos passe a utilizar o filho como arma de combate

contra o ex-companheiro denegrindo a imagem deste visando o rompimento

dos laccedilos parentais caracterizando a Alienaccedilatildeo Parental O genitor que pratica

a alienaccedilatildeo parental nominado genitor alienante adota um padratildeo de

conduta conforme enumera Gardner (1999 apud FONSECA 2006 p 166)

[] a)denigre a imagem da pessoa do outro genitor b) organiza diversas

atividades para o dia de visitas de modo a tornaacute-las desinteressantes ou

mesmo inibi-las c) natildeo comunica ao outro genitor fatos importantes

relacionados agrave vida dos filhos (rendimento escolar agendamento de consultas

meacutedicas ocorrecircncia de doenccedilas etc) d) toma decisotildees importantes sobre a

vida dos filhos sem preacutevia consulta ao outro cocircnjuge (por exemplo escolha ou

mudanccedila de escola de pediatra etc) e) viaja e deixa os filhos com terceiros

sem comunicar o outro genitor f) apresenta o novo companheiro agrave crianccedila

como sendo seu novo pai ou matildee g) faz comentaacuterios desairosos sobre

presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gecircnero

do lazer que ele oferece ao filho h) critica a competecircncia profissional e a

situaccedilatildeo financeira do ex-cocircnjuge i) obriga a crianccedila a optar entre a matildee ou o

pai ameaccedilando-a das consequumlecircncias caso a escolha recaia sobre o outro

genitor j) transmite seu desagrado diante da manifestaccedilatildeo de contentamento

externada pela crianccedila em estar com o outro genitor k) controla

excessivamente os horaacuterios de visita l) recorda agrave crianccedila com insistecircncia

motivos ou fatos ocorridos pelos quais deveraacute ficar aborrecida com o outro

genitor m) transforma a crianccedila em espiatilde da vida do ex-cocircnjuge n) sugere agrave

crianccedila que o outro genitor eacute pessoa perigosa o) emite falsas imputaccedilotildees de

abuso sexual uso de drogas e aacutelcool p) daacute em dobro ou triplo o nuacutemero de

presentes que a crianccedila recebe do outro genitor q) quebra esconde ou cuida

mal dos presentes que o genitor alienado daacute ao filho r) natildeo autoriza que a

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

33

crianccedila leve para a casa do genitor alienado os brinquedos e as roupas de que

mais gosta s) ignora em encontros casuais quando junto com o filho a

presenccedila do outro progenitor levando a crianccedila a tambeacutem desconhececirc-la t)

natildeo permite que a crianccedila esteja com o progenitor alienado em ocasiotildees

outras que natildeo aquelas preacutevia e expressamente estipuladas

Vecirc-se que haacute niacutetida diferenccedila entre a Siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental e a

mera Alienaccedilatildeo Parental o que natildeo tem evitado equiacutevocos por parte de

profissionais que comumente utilizam ambas as expressotildees como correlatas

Neste sentido Fonseca (2006 p 164) afirma que

[] enquanto a siacutendrome refere-se agrave conduta do filho que se recusa terminante

e obstinadamente a ter contato com um dos progenitores que jaacute sofre as

mazelas oriundas daquele rompimento a alienaccedilatildeo parental relaciona-se com

o processo desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor

da vida do filho

E visando evitar-se a praacutetica da Alienaccedilatildeo Parental e ateacute mesmo a

instalaccedilatildeo da SAP eacute que se recomenda a aplicaccedilatildeo da guarda compartilhada

como forma de garantir um equiliacutebrio de forccedilas no exerciacutecio do poder familiar

O modelo em questatildeo poderaacute ser adotado quando requerido de comum acordo

por ambos os genitores ou por apenas um deles Entretanto a sua aplicaccedilatildeo

natildeo eacute tatildeo simples vez que muitas questotildees satildeo levantadas entre elas a

possibilidade de o juiz impocirc-la mesmo quando inexistente o consenso entre os

genitores quanto agrave sua adoccedilatildeo

Pode-se concluir que a guarda compartilhada seria uma forma eficaz de

diminuiccedilatildeo da incidecircncia da siacutendrome da Alienaccedilatildeo Parental pois ambos

teriam direitos e deveres sobre os filhos tendo que trata-los de forma

adequada e visando um bem estar maior Assim salienta a existecircncia de

diversos incisos presentes na CF88 em seu artigo 5ordm e tambeacutem no ECA

(Estatuto da Crianccedila e do Adolescente) que seriam de imensa importacircncia e

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

34

deveriam ser atendidos para que fosse assim conseguido este ldquobem estar

maiorrdquo para os filhos

CONCLUSAtildeO

A Alienaccedilatildeo Parental foi bastante analisada e discutida ao longo dos

anos era de total conhecimento que apoacutes uma separaccedilatildeo conturbada os

filhos encontravam-se a mercecirc de uma convivecircncia repleta de acusaccedilotildees

intoleracircncias causando um enorme mal estar para estes sofrendo por

conseguinte muitas vezes danos sociais e psicoloacutegicos

A Lei da Alienaccedilatildeo Parental 123182010 veio trazer medidas para a

coibiccedilatildeo e prevenccedilatildeo desta siacutendrome As antigas legislaccedilotildees somente

tratavam do tema sobre a guarda dos filhos menores natildeo abordando sobre as

consequecircncias trazidas sobre este fato juriacutedico que eacute tatildeo comumente

atualmente a separaccedilatildeo litigiosa

O mais importante eacute que a siacutendrome da alienaccedilatildeo parental natildeo eacute

somente realizada por pais e sim por qualquer pessoa que detenha autoridade

sobre o menor ou seja podemos encontrar avoacutes babaacutes professoras que

tambeacutem possam estar no poacutelo passivo de uma accedilatildeo de famiacutelia onde o assunto

eacute alienaccedilatildeo parental

O site pailegalnet traz a seguinte informaccedilatildeo que levando em

consideraccedilatildeo que as Varas de famiacutelia agraciam as mulheres com a guarda

dos filhos em aproximadamente 91 dos casos (IBGE2002) salta aos

nossos olhos que a maior incidecircncia de casos de alienaccedilatildeo parental eacute causada

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

35

pelas matildees podendo todavia ser causada tambeacutem pelo pai dentro dos 9

restantes

A conclusatildeo foi de que a guarda compartilhada ou o compartilhamento

parental na criaccedilatildeo dos filhos anularia o excesso de poder unilateral que deu

origem da alienaccedilatildeo parental trazendo a soluccedilatildeo para este e vaacuterios outros

problemas causados pela Guarda Uacutenica

O Coacutedigo Civil de 2002 natildeo trouxe mudanccedilas para atender a nova

sociedade e a famiacutelia moderna a guarda continuou a ser unilateral somente

com a nova Lei da guarda compartilhada que houveram mudanccedilas

significativas jaacute que a guarda compartilhada eacute de suma importacircncia para a

reduccedilatildeo da alienaccedilatildeo parental

A Alienaccedilatildeo Parental faz com que as crianccedilas e ou adolescentes sofram

com problemas psicoloacutegicos e sociais diversos onde existem reflexos

somatizados de uma culpa que elas natildeo tem ora em forma mais grave como

o desvio de comportamento e outras copiando o modelo materno ou paterno

de forma inadequada

O sistema judicial e a sociedade em geral sofreu consideraacuteveis

mutaccedilotildees com a Lei da Alienaccedilatildeo Parental e a Lei da Guarda Compartilhada

e mesmo este processo sendo lento seraacute ou deveraacute ser realizado

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

36

ANEXOS

Resoluccedilatildeo 08 de 30 de junho de2010 ndash Conselho Federal de Psicologia

Dispotildee sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo como perito e assistente teacutecnico no Poder Judiciaacuterio

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA no uso de suas atribuiccedilotildees legais e regimentais que lhe satildeo conferidas pela Lei no 5766 de 20 de dezembro de 1971 pelo Coacutedigo de Eacutetica Profissional e pela Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecimento de paracircmetros e diretrizes que delimitem o trabalho cooperativo para exerciacutecio profissional de qualidade especificamente no que diz respeito agrave interaccedilatildeo profissional entre os psicoacutelogos que atuam como peritos e assistentes teacutecnicos em processos que tratam de conflitos e que geram uma lide

CONSIDERANDO o nuacutemero crescente de representaccedilotildees referentes ao trabalho realizado pelo psicoacutelogo no contexto do Poder Judiciaacuterio especialmente na atuaccedilatildeo enquanto perito e assistente teacutecnico frente a demandas advindas das questotildees atinentes agrave famiacutelia

CONSIDERANDO que quando a prova do fato depender de conhecimento teacutecnico ou cientiacutefico o juiz seraacute assistido por perito por ele nomeado

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo perito eacute profissional designado para assessorar a Justiccedila no limite de suas atribuiccedilotildees e portanto deve exercer tal funccedilatildeo com isenccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves partes envolvidas e comprometimento eacutetico para emitir posicionamento de sua competecircncia teoacuterico-teacutecnica a qual subsidiaraacute a decisatildeo judicial

CONSIDERANDO que os assistentes teacutecnicos satildeo de confianccedila da parte para assessoraacute-la e garantir o direito ao contraditoacuterio natildeo sujeitos a impedimento ou suspeiccedilatildeo legais

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo atuaraacute com responsabilidade social analisando criacutetica e historicamente a realidade poliacutetica econocircmica social e cultural conforme disposto no princiacutepio fundamental III do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo consideraraacute as relaccedilotildees de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relaccedilotildees sobre suas atividades profissionais posicionando-se de forma criacutetica e em consonacircncia com os demais princiacutepios do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

37

conforme disposto no princiacutepio fundamental VII do Coacutedigo de Eacutetica Profissional

CONSIDERANDO que eacute dever fundamental do psicoacutelogo ter para com o trabalho dos psicoacutelogos e de outros profissionais respeito consideraccedilatildeo e solidariedade colaborando quando solicitado por aqueles salvo impedimento por motivo relevante

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo no relacionamento com profissionais natildeo psicoacutelogos compartilharaacute somente informaccedilotildees relevantes para qualificar o serviccedilo prestado resguardandoo caraacuteter confidencial das comunicaccedilotildees assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o sigilo

CONSIDERANDO que a utilizaccedilatildeo de quaisquer meios de registro e observaccedilatildeo da praacutetica psicoloacutegica obedeceraacute agraves normas do Coacutedigo de Eacutetica do psicoacutelogo e agrave legislaccedilatildeo profissional vigente devendo o periciando ou beneficiaacuterio desde o iniacutecio ser informado

CONSIDERANDO que os psicoacutelogos peritos e assistentes teacutecnicos deveratildeo fundamentar sua intervenccedilatildeo em referencial teoacuterico teacutecnico e metodoloacutegico respaldados na ciecircncia Psicoloacutegica na eacutetica e na legislaccedilatildeo profissional garantindo como princiacutepio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo estabelecer com a pessoa atendida familiar ou terceiro que tenha viacutenculo com o atendido relaccedilatildeo que possa interferir negativamente nos objetivos do serviccedilo prestado

CONSIDERANDO que eacute vedado ao psicoacutelogo ser perito avaliador ou parecerista em situaccedilotildees nas quais seus viacutenculos pessoais ou profissionais atuais ou anteriores possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliaccedilatildeo

CONSIDERANDO que o psicoacutelogo poderaacute intervir na prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacutegicos que estejam sendo efetuados por outro profissional a pedido deste uacuteltimo

CONSIDERANDO decisatildeo deste Plenaacuterio em reuniatildeo realizada no dia 18 de junho de 2010 resolve

CAPIacuteTULO I

REALIZACcedilAtildeO DA PERIacuteCIA

Art 1ordm - O Psicoacutelogo Perito e o psicoacutelogo assistente teacutecnico devem evitar qualquer tipo de interferecircncia durante a avaliaccedilatildeo que possa prejudicar o princiacutepio da autonomia teoacuterico-teacutecnica e eacuteticoprofissional e que possa constranger o periciando durante o atendimento

Art 2ordm - O psicoacutelogo assistente teacutecnico natildeo deve estar presente durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos metodoloacutegicos que norteiam o atendimento do psicoacutelogo perito e vice-versa para que natildeo haja interferecircncia na dinacircmica e qualidade do serviccedilo realizado

Paraacutegrafo Uacutenico - A relaccedilatildeo entre os profissionais deve se pautar no respeito e colaboraccedilatildeo cada qual exercendo suas competecircncias podendo o assistente teacutecnico formular quesitos ao

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

38

psicoacutelogo perito

Art 3ordm - Conforme a especificidade de cada situaccedilatildeo o trabalho pericial poderaacute contemplar observaccedilotildees entrevistas visitas domiciliares e institucionais aplicaccedilatildeo de testes psicoloacutegicos utilizaccedilatildeo de recursos luacutedicos e outros instrumentos meacutetodos e teacutecnicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia

Art 4ordm - A realizaccedilatildeo da periacutecia exige espaccedilo fiacutesico apropriado que zele pela privacidade do atendido bem como pela qualidade dos recursos teacutecnicos utilizados

Art 5ordm - O psicoacutelogo perito poderaacute atuar em equipe multiprofissional desde que preserve sua especificidade e limite de intervenccedilatildeo natildeo se subordinando teacutecnica e profissionalmente a outras aacutereas

CAPIacuteTULO II

PRODUCcedilAtildeO E ANAacuteLISE DE DOCUMENTOS

Art 6ordm - Os documentos produzidos por psicoacutelogos que atuam na Justiccedila devem manter o rigor teacutecnico e eacutetico exigido na Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Elaboraccedilatildeo deDocumentos Escritos produzidos pelo psicoacutelogo decorrentes da avaliaccedilatildeo psicoloacutegica

Art 7ordm - Em seu relatoacuterio o psicoacutelogo perito apresentaraacute indicativos pertinentes agrave sua investigaccedilatildeo que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitaccedilatildeo realizada reconhecendo os limites legais de sua atuaccedilatildeo profissional sem adentrar nas decisotildees que satildeo exclusivas agraves atribuiccedilotildees dos magistrados

Art 8ordm - O assistente teacutecnico profissional capacitado para questionar tecnicamente a anaacutelise e as conclusotildees realizadas pelo psicoacutelogo perito restringiraacute sua anaacutelise ao estudo psicoloacutegico resultante da periacutecia elaborando quesitos que venham a esclarecer pontos natildeo contemplados ou contraditoacuterios identificados a partir de criteriosa anaacutelise

Paraacutegrafo Uacutenico - Para desenvolver sua funccedilatildeo o assistente teacutecnico poderaacute ouvir pessoas envolvidas solicitar documentos em poder das partes entre outros meios (Art 429 Coacutedigo de Processo Civil)

CAPIacuteTULO III

TERMO DE COMPROMISSO DO ASSISTENTE TEacuteCNICO

Art 9ordm - Recomenda-se que antes do iniacutecio dos trabalhos o psicoacutelogo assistente teacutecnico formalize sua prestaccedilatildeo de serviccedilo mediante Termo de Compromisso firmado em cartoacuterio onde estaacute tramitando o processo em que conste sua ciecircncia e atividade a ser exercidas com anuecircncia da parte contratante

Paraacutegrafo Uacutenico - O Termo conteraacute nome das partes do processo nuacutemero do processo data de iniacutecio dos trabalhos e o objetivo do trabalho a ser realizado

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

39

CAPIacuteTULO IV

O PSICOacuteLOGO QUE ATUA COMO PSICOTERAPEUTA DAS PARTES

Art 10 - Com intuito de preservar o direito agrave intimidade e equidade de condiccedilotildees eacute vedado ao psicoacutelogo que esteja atuando como psicoterapeuta das partes envolvidas em um litiacutegio

I - Atuar como perito ou assistente teacutecnico de pessoas atendidas por ele eou de terceiros envolvidos na mesma situaccedilatildeo litigiosa

II - Produzir documentos advindos do processo psicoteraacutepico com a finalidade de fornecer informaccedilotildees agrave instacircncia judicial acerca das pessoas atendidas sem o consentimento formal destas uacuteltimas agrave exceccedilatildeo de Declaraccedilotildees conforme a Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003

Paraacutegrafo uacutenico - Quando a pessoa atendida for crianccedila adolescente ou interdito o consentimento formal referido no caput deve ser dado por pelo menos um dos responsaacuteveis legais

DISPOSICcedilOtildeES FINAIS

Art 11 - A natildeo observacircncia da presente norma constitui falta eacutetico-disciplinar passiacutevel de capitulaccedilatildeo nos dispositivos referentes ao exerciacutecio profissional do Coacutedigo de Eacutetica Profissional do Psicoacutelogo sem prejuiacutezo de outros que possam ser arguidos

Art 12 - Esta resoluccedilatildeo entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Art 13 - Revogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

ANA MARIA PEREIRA LOPES

Presidente do Conselho

SUacuteMULAS

SUacuteMULA 383 (STJ) ndash A competecircncia para processar e julgar accedilotildees

conexas de interesse de menor eacute em princiacutepio do foro do domiacutecilio do

detentor da sua guarda

Projeto de Lei nordm 4053 de sete de outubro de 2008

Emenda modificativa ao Projeto de Lei nordm 4053 de 2008

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

40

Art 3ordm A crianccedila e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes agrave pessoa humana sem prejuiacutezo da proteccedilatildeo integral

de que trata esta Lei assegurando-se-lhes por lei ou por outros meios todas

as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento fiacutesico

mental moral espiritual e social em condiccedilotildees de liberdade e de dignidade

Art 4ordm Eacute dever da famiacutelia da comunidade da sociedade em geral e do

poder puacuteblico assegurar com absoluta prioridade a efetivaccedilatildeo dos direitos

referentes agrave vida aacute sauacutede agrave alimentaccedilatildeo aacute educaccedilatildeo ao esporte ao lazer agrave

profissionalizaccedilatildeo agrave cultura aacute dignidade ao respeito aacute liberdade e agrave

convivecircncia familiar e comunitaacuteria

DECISOtildeES VERSANDO SOBRE A ALIENACcedilAtildeO

PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1070209554305-5001(1)

RELA DESA VANESSA

VERDOLIM HUDSON ANDRADE P 230609

() O laudo psicossocial de f4345 conclui que o menor possui quadro

de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ou seja quando a crianccedila

estaacute sob a guarda de um genitor alienador ela tende a rejeitar o genitor oposto

sem justificativas consistentes podendo chegar a odiaacute-lo relatando ainda A

respeito das visitas paternas G traz queixas inconsistentes contudo o seu

brincar denota o desejo inconsciente de retorno do contato com o pai

demonstrando que o periacuteodo de afastamento natildeo foi capaz de dissolver os

viacutenculos paternos-filiais (sic)

TJMG AGRAVO 1018408017714-2001(1) REL DES EDIVALDO

GEORGE DOS SANTOS P

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

41

271109

()Embora os agravados se defendam falando que a recusa da crianccedila

se baseia na imperiacutecia do pai em restabelecer o contato que havia sido

interrompido por culpa dele (fls6971) tal situaccedilatildeo me parece ser um caso

tiacutepico de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL tambeacutem conhecida pela sigla em inglecircs

PAS tema complexo e polecircmico inicialmente delineado em 1985 pelo meacutedico

e Professor de psiquiatria infantil da Universidade de Coluacutembia Richard

Gardner para descrever a situaccedilatildeo em que haacute disputa pela guarda da crianccedila

e aquele que deteacutem a guarda manipula e condiciona a crianccedila para vir a

romper os laccedilos afetivos com o outro genitor criando sentimentos de

ansiedade e temor em relaccedilatildeo ao ascendente

Embora situaccedilotildees de ALIENACcedilAtildeO PARENTAL sejam mais comuns entre ex-

cocircnjuges ou ex-companheiros pai e matildee da crianccedila a jurisprudecircncia tambeacutem

vem apontando esse tipo de situaccedilatildeo entre avoacutes e pais nesse sentido

Natildeo merece reparos a sentenccedila que apoacutes o falecimento da matildee deferiu a

guarda da crianccedila ao pai que demonstra reunir todas as condiccedilotildees

necessaacuterias para proporcionar a filha um ambiente familiar com amor e limites

necessaacuterios ao seu saudaacutevel crescimento

A tentativa de invalidar a figura paterna geradora da SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL soacute milita em desfavor da crianccedila e pode ensejar

caso persista suspensatildeo das visitas ao avoacutes a ser postulada em processo

proacuteprio (ApelaccedilatildeoCiacutevel Nordm 70017390972 Seacutetima Cacircmara Ciacutevel Tribunal de

Justiccedila do RS Relator

Luiz Felipe Brasil Santos Julgado em 13062007) () jaacute sendo previsiacutevel que

a menor necessitaraacute de um tempo para se adaptar sendo recomendaacutevel

principalmente considerando-se os indiacutecios de SIacuteNDROME DE

ALIENACcedilAtildeO PARENTAL acompanhamento psicoloacutegico bem como o

monitoramento dessa nova situaccedilatildeo pelo Conselho Tutelar

O SR DES WANDER MAROTTA

()Em processos de guarda de menor busca-se atender aos interesses da

crianccedila natildeo aos anseios dos adultos envolvidos A convivecircncia com o pai deve

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

42

ser progressiva inclusive para desfazer o que se convencionou chamar hoje

de SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

TJMG AGRAVO DE INSTRUMENTO 1021608057510-5001(1) REL DES SILAS VIEIRA P 280809 () Laudo Social de f 3436 em que restou afirmado que a genitora da menor

estaria utilizando-se de meios para afastaacute-la do seu paiagravado o que

caracteriza a SIacuteNDROME DA ALIENACcedilAtildeO PARENTAL ndash SAP

TJMG APELACcedilAtildeO CIacuteVEL 1007908393350-1003(1) REL DES WANDER MAROTTA P 170709 () A Magistrada ressaltou que conversou com os advogados das partes por

mais de duas horas tentando compor um acordo sem sucesso Visto isto e

apoacutes exame das provas e estudos ateacute entatildeo produzidos proferiu ela a decisatildeo

atacada

Segundo a decisatildeo essa magistrada natildeo ampliou as visitas apenas alterou

sua forma e embora a Juiacuteza tenha afirmado ldquoque a conduta da requerente

poderia sugerir a possibilidade de estarmos diante de um quadro de

SIacuteNDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL o certo eacute que a decisatildeo estaacute

fundada nos estudos psicossociais realizados no fato de a crianccedila natildeo ser

mais um bebecirc de colo e na relaccedilatildeo mantida entre pai e filha

TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO 200900232734 REL DES CLAacuteUDIO DELL ORTO J 301109 AGRAVO DE INSTRUMENTO - ACcedilAtildeO DE REGULAMENTACcedilAtildeO DE VISITAS

PROPOSTA PELO PAI PARA ASSEGURAR VISITACcedilAtildeO Agrave FILHA COM SETE

ANOS DE IDADE - INEXISTEcircNCIA DE PROVAS QUANTO A

PREJUDICIALIDADE DO CONTATO COM O PAI - DESAVENCcedilAS ENTRE A

MAtildeE DA CRIANCcedilA E A ATUAL COMPANHEIRA DO PAI QUE NAtildeO PODEM

AFETAR O DIREITO DA FILHA DE CONVIVER COM O PAI OBRIGACcedilAtildeO

JUDICIAL DE NAtildeO CONTRIBUIR PARA INSTALACcedilAtildeO DE QUADRO DE

SINDROME DE ALIENACcedilAtildeO PARENTAL

43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
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43

ANEXO

Notiacutecias retiradas da internet

Alienaccedilatildeo Parental na revista IstoEacute (Ediccedilatildeo 2038 - 26112008) Famiacutelias dilaceradas - Pai ou matildee que joga baixo para afastar o filho do ex-cocircnjuge pode perder a guarda da crianccedila por alienaccedilatildeo parental

Alienaccedilatildeo Parental na revista Visatildeo Juriacutedica (Ediccedilatildeo nordm 30 - 112008) A justiccedila deve ter coragem de punir a matildee ou o pai que mente para afastar o outro genitor do filho menor por Alexandra Ullmann (psicoacuteloga e advogada)

ANEXO DA INTERNET

25 deabril DIA INTERNACIONAL CONTRA A SAP

Hoje dia 25 de abril eacute o dia internacional contra a alienaccedilatildeo parental Desde agosto de 2010 o Brasil

conta com uma legislaccedilatildeo especiacutefica para combater essa praacutetica nociva agrave formaccedilatildeo de crianccedilas e

adolescentes (Lei 123182010)

A alienaccedilatildeo parental eacute a interferecircncia na formaccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila ou do adolescente promovida

ou induzida por um dos genitores pelos avoacutes ou pelos que a tenham sob a sua autoridade guarda ou

vigilacircncia para que repudie o outro genitor ou que cause prejuiacutezo agrave manutenccedilatildeo de viacutenculos O genitor

que cometer alienaccedilatildeo parental pode ser multado ter a guarda alterada ou ateacute mesmo ser declarada a

suspensatildeo da autoridade parental entre outros

Segundo a psicanalista Gisele Groeninga diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Famiacutelia (IBDFAM)

com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente eacute impossibilitada de ter um desenvolvimento mental

saudaacutevel e de construir uma imagem saudaacutevel do pai e da matildee Em seu desenvolvimento ele tem uma

dose muito grande de fantasia Quando sofre alienaccedilatildeo fica impedida da liberdade de oscilaccedilatildeo

emocional que eacute ora gostar mais do pai ora mais da matildee disse

Um dos genitores tenta ser pai e matildee ao mesmo tempo o que eacute impossiacutevel A crianccedila deve ter um

modelo para construir a proacutepria identidade Com a alienaccedilatildeo parental a crianccedila ou adolescente teraacute

dificuldade de ver a realidade de desenvolver afetos e no futuro poderaacute repetir a patologia a que foi

viacutetima garante

44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
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44

Para a psicanalista o dia eacute muito importante porque eacute fundamental falar sobre a paternidade e sobre a

parentalidade um novo conceito que mostra a necessidade de pai e matildee se referendarem e natildeo

competirem Segundo ela eacute importante para a conscientizaccedilatildeo das necessidades das crianccedilas e dos

proacuteprios pais Eacute uma forma de resgatar a importacircncia do exerciacutecio dessas funccedilotildees e de resgatar a

proacutepria famiacutelia e do direito a se ter uma famiacutelia independente da sua configuraccedilatildeo de viver o afeto e

para natildeo prejudicar o direito da personalidade

Segundo Groeninga eacute importante conscientizar o judiciaacuterio dos processos utilizados para prevenir o uso

perverso porque muitas vezes a alienaccedilatildeo eacute inconsciente Satildeo formas de alienaccedilatildeo parental previstas

na lei promover campanha de desqualificaccedilatildeo da conduta do genitor no exerciacutecio da paternidade ou

maternidade dificultar o contato de crianccedila ou adolescente com o genitor e impedir a convivecircncia omitir

informaccedilotildees pessoais relevantes sobre a crianccedila ou adolescente como meacutedicas e escolares como

exemplos apresentar falsa denuacutencia contra genitor e familiares mudar o domiciacutelio para local distante

sem justificativa entre outros

De acordo com o advogado Rodrigo da Cunha Pereira presidente do IBDFAM eacute inacreditaacutevel como o

pai ou a matildee que implanta falsas memoacuterias nos filhos do ex-casal natildeo vecirc o mal que faz para seus

proacuteprios filhos alienando o outro genitor da convivecircncia com o filho ou impreguinando-o com um falso

discurso sobre o seu pai ou a sua matildee disse Segundo o presidente a partir do momento que se deu

nome a esta maldade humana de siacutendrome da alienaccedilatildeo parental (SAP) ou alienaccedilatildeo parental foi

possiacutevel trazer para o Direito isto eacute transformar o subjetivo em objetivo tornando-a uma questatildeo juriacutedica

e consequentemente estabelecendo sanccedilotildees para estes atos que ateacute pouco tempo eram inominaacuteveis

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis2004 BROWN TRenata A Child Abuse and Family Law Understanding the Issues Facing Human Service and Legal Professional2007 JAFFE PGLemon NKD Poisson SE Child Custody amp Domestic Violence2002 CAPLAN PJ In Caplan PJ Cosgrove L Bias in psychiatric diagnosis 2004-62 DALLAM SJ Expose The failure of family courts to protect children from abuse in custody disputes1999 GARDNER RA (2001) Parental Alienation Syndrome (PAS) Sixteen Years Later Academy Forum 45 (1) FREITAS Douglas Phillips Alienaccedilatildeo Parental 2011

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

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Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

45

CUENCA Joseacute Manoel Aguilar Siacutendrome de alienaccedilatildeo parental Portugal Almuzara 2008 Artigo ldquoDo poder familiarrdquo Disponiacutevel em httpwww1juscombrdoutrinatextoaspid+8671

Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Serie Legislaccedilatildeo Brasileira

Editora Saraiva 1988

WWWPAILEGALNET (ARTIGOS)

Artigos do IBDFAM

ESTATUTO DA CRIANCcedilA E DO ADOLESCENTE

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36
Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Alienação Parental, e ainda a responsabilidade civil decorrente da Alienação ... Conforme destaca em seu livro, Freitas, “considera-se

46

IacuteNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATOacuteRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMAacuteRIO 7

INTRODUCcedilAtildeO 09

ldquoO que eacute a siacutendrome de alienaccedilatildeo parentalrdquo

CAPIacuteTULO I - Registros histoacutericos 10

CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei 15

CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24

decorrente da Alienaccedilatildeo parental

CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como

forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27

Parental

CONCLUSAtildeO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 36

  • AGRADECIMENTOS
  • SUMAacuteRIO
  • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
    • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
    • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
    • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
    • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
    • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
    • Parental
      • CONCLUSAtildeO34
      • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA36
      • ANEXOS44
      • IacuteNDICE47
      • FOLHA DE ROSTO2
      • AGRADECIMENTO3
      • CAPIacuteTULO I- Registros histoacutericos 10
        • CAPIacuteTULO II - Comentaacuterios agrave Lei15
        • CAPIacuteTULO III ndash Responsabilidade civil 24
        • decorrente da Alienaccedilatildeo parental
        • CAPIacuteTULO IV ndash Guarda Compartilhada como
        • forma de reduccedilatildeo da incidecircncia de alienaccedilatildeo 27
        • Parental
          • CONCLUSAtildeO34
          • BIBLIOGRAFIA CONSULTADA44
          • ANEXOS36