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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PROPOSTA DE VERIFICAÇÃO DA ADERÊNCIA DE UM SISTEMA
DE GESTÃO AMBIENTAL EM UMA OFICINA MECÂNICA
Por: Alexandre Cardoso Maurício Valente
Orientador
Prof. André Gustavo Guimarães da Cunha
Rio de Janeiro
2003
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PROPOSTA DE VERIFICAÇÃO DA ADERÊNCIA DE UM SISTEMA
DE GESTÃO AMBIENTAL EM UMA OFICINA MECÂNICA
Apresentação de monografia à Universidade Cândido
Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão
Estratégica e Qualidade
Por: . Alexandre Cardoso Maurício Valente
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os professores, amigos e
familiares, que de alguma forma contribuíram
com sua experiência, conhecimento,
amizade e amor para a conclusão deste
Curso de Pós-graduação.
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DEDICATÓRIA
Dedico a elaboração deste trabalho a Deus,
pela luz que nos ilumina, e aos meus pais,
pela árdua e difícil tarefa de formar um
indivíduo íntegro.
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CITAÇÃO
“Isto nós sabemos: a Terra não pertence ao homem, o homem pertence à Terra.
Todas as coisas estão ligadas como o sangue que nos une. O homem não cria a
rede da vida, é simplesmente uma peça nela. Tudo que ele faz a esta rede, está
fazendo a si próprio.”
Trecho da Carta do Chefe Seattle, líder dos Índios Suquamish, encaminhada ao
Governo dos Estados Unidos, no ano de 1800.
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RESUMO
Este projeto tem como objetivo a apresentação de um instrumento que
forneça às oficinas mecânicas uma possibilidade de avaliar a extensão de suas
atividades, a partir da dimensão ambiental. Nele, se procurou relacionar o
ambiente da oficina com os requisitos legais, buscando uma maneira de garantir a
redução do impacto ambiental gerado, visando não só um diferencial competitivo,
como também a possibilidade de trazer novos dividendos a empresa. Com base
na realização de uma pesquisa bibliográfica, de cunho exploratório, procurou-se
estabelecer um plano preliminar de trabalho que permitisse a elaboração do
referido instrumento que, conformado ao princípio de melhoria contínua, para
oferecer às organizações uma ferramenta que lhes permita avaliar a aderência
das ações e práticas ao âmbito da gestão ambiental. Assim, espera-se que o
instrumental aqui desenvolvido possa servir as empresa como forma de
disseminação da consciência em busca do desenvolvimento sustentável mundial.
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METODOLOGIA
A metodologia foi baseada nas aulas e conteúdo programático teórico e
vivências adquiridas no decorrer de outros cursos e no próprio mercado de
trabalho. Em paralelo foram realizadas pesquisas na bibliografia existente sobre o
assunto, assim como entrevistas e visitas técnicas à algumas instituições:
UFF – Professor Gilson Brito Alves Lima
UFF – Professor Emílio M. Eigenheer
Refinaria de Duque de Caxias (REDUC) - Engenheiros Marcelo Fonseca e José
Sampaio Lima
Autopeças Dumoura - Senhor Gilson Rocha do Nascimento
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I
O PROBLEMA.................................................................................................................09
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................18
CAPÍTULO III
METODOLOGIA.............................................................................................................33
CAPÍTULO IV
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA..............................................................54
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................................82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................85
ÍNDICE.................................................................................................................................91
FOLHA DE AVALIAÇÃO...................................................................................................94
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CAPÍTULO I
O PROBLEMA
1.1 INTRODUÇÃO
Considerando que a Terra se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos e
que os primeiros organismos vivos unicelulares surgiram por volta de 3,5 bilhões
de anos atrás, a espécie humana representa apenas um dos mais recentes
episódios da evolução das diversas formas de vida do nosso planeta.
Ao longo de sua curta existência no planeta, o homem sempre interagiu
com o ambiente, utilizando e modificando os recursos disponíveis. No entanto, até
praticamente fins do século XIX, a espécie humana se manteve, grosso modo, em
uma condição de relativo equilíbrio com os diversos ecossistemas naturais. A
partir daí, um único século da história econômica moderna foi capaz de promover
profundas transformações no meio ambiente, a tal ponto que as agressões
ambientais acumuladas ao longo das últimas décadas começam hoje a
representar um fator limitativo ao próprio desenvolvimento das atividades
econômicas, conforme afirma CARNEIRO (2001).
Cada dia que passa cresce a preocupação do homem com o seu bem-
estar. E esta preocupação é cada vez mais atrelada ao fato de que para ter
qualidade de vida, é preciso tratar bem o lugar onde se vive.
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Quando fala-se em meio ambiente, compreende-se não somente ar, água
e solo, mas também os recursos naturais, a flora, a fauna e o próprio homem. E
sendo o ser humano parte integrante do meio ambiente é natural que ele se
preocupe com o destino da Terra. E a Terra vem demonstrado que não é uma
fonte inesgotável de recursos, e através de modificações climáticas vem
reiterando ao ser humano que se não deixar de ser egoísta, não haverá mais
espaço nem para si mesmo, no planeta que ele mesmo está semeando.
Nesse sentido, a crise ambiental que se hoje faz sentir de maneira mais
intensa no mundo, como conseqüência do modelo de crescimento econômico e
demográfico implementado durante o curso do século XX, começa a oferecer
sinais claros de que estamos ultrapassando os limites de suportabilidade natural
do planeta. Alguns desses sinais, como o contínuo desaparecimento de espécies
da fauna e flora, a perda de solos férteis pela erosão e desertificação, o
aquecimento da atmosfera e as mudanças climáticas, a diminuição da camada de
ozônio, a chuva ácida, o acúmulo crescente de lixo e resíduos industriais, o
colapso na quantidade e na qualidade da água, já podem ser sentidos em escala
global, com sérios reflexos sociais e econômicos.
Pelo menos desde 1972 há fatos e eventos que demonstram que a
consciência sócio-político mundial vem tempo e reflexão para a qualidade
ambiental do planeta. Desde aquela oportunidade, importantes lideranças
compreenderam que as atividades humanas, especialmente aquelas relacionadas
com a produção industrial e o uso e a ocupação do solo, realizam transformações
nos territórios que podem determinar graves efeitos sobre a qualidade de vida das
gerações presentes e futuras, impedindo ou dificultando a utilização de recursos
naturais essenciais à vida. Um bom exemplo é a água, que há muito vem sofrendo
as conseqüências do lançamento de efluentes urbanos e industriais
indevidamente tratados, prejudicando o seu uso para finalidades mais nobres.
Outro exemplo é a qualidade do ar das grandes metrópoles, que diariamente sofre
toneladas de agressões provenientes das descargas de veículos e fábricas.
O primeiro encontro digno de nota aconteceu em 1972, em Estocolmo, na
Suécia: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Humano, atenta à
11
necessidade de estabelecimento de critérios e princípios comuns que
oferecessem aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e reabilitar o
ambiente humano. Vários documentos foram produzidos e o mais amplo tem o
título de Declaração Sobre o Ambiente Humano, assinado por países membros da
Organização das Nações Unidas (ONU).
Em outubro de 1975, em nova convenção internacional, foi elaborada a
Carta de Belgrado, propondo uma estrutura global para a Educação Ambiental.
Dois eram os seus objetivos gerais: Cada nação, de acordo com sua cultura, deve
esclarecer a si mesma o significado de alguns conceitos básicos à vida, tais como
qualidade de vida e felicidade humana, no contexto do ambiente como um todo,
estendendo-os ao esclarecimento e consideração para com outras culturas, além
das próprias fronteiras nacionais; Identificar que ações asseguram a preservação
e melhoria das potencialidades humanas e o desenvolvimento do bem-estar social
e individual, em harmonia com o ambiente sobre o qual atuam e instalam-se, tanto
o ambiente biofísico, quanto o ambiente criado pelo homem.
Dando prosseguimento, aconteceu em Tbilisi, na Geórgia, de 14 a 26 de
outubro de 1977, a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental,
organizada pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organization).
Sua premissa básica era a de que se verifica que, nas últimas décadas, o
homem, utilizando o poder de transformar o ambiente, modificou de maneira
acelerada o equilíbrio dinâmico da natureza. A conseqüência mais grave dessa
transformação não-controlada é que muitos ambientes e espécies vivas neles
ocorrentes ficam freqüentemente expostos a perigos e ameaças às vezes
irreversíveis, contribuindo para diminuir a capacidade de resposta e adaptação do
planeta aos efeitos da própria evolução tecnológica e industrial que nele é
realizada.
De 1977 a 1992 vários outros eventos setoriais se sucederam, com a ótica
voltada para a qualidade e a gestão ambiental. Sobretudo o setor da indústria
12
promoveu três eventos e estabeleceu princípios e compromissos relacionados
com suas atividades e a estabilidade ambiental.
Mas foi em 1992 que aconteceu o maior de todos os encontros
planetários, conhecido sob o título de Rio 92 – a Conferência das Nações Unidas
pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, Brasil. Nela estiveram
presentes chefes de Estado, delegações diplomáticas e organizações não-
governamentais representando mais de 180 países. As Organizações Não
Governamentais (ONGs) elaboraram a Carta da Terra e o Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.
As nações reunidas, por sua vez, elaboraram e assinaram a Declaração
do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e a Agenda XXI.
Por fim, sob os auspícios da União Internacional de Autoridades Locais (
IULA), a Associação Mundial das Grandes Metrópoles ( Metropolis), a
Organização das Cidades Unidas ( United Towns), a Conferência de Cúpula das
Grandes Cidades do Mundo ( Summit), e de outras associações internacionais e
regionais de autoridades locais, foi redigida a Declaração Conjunta das Cidades e
Autoridades Locais, conforme afirma MACEDO (1997).
Os eventos da Rio 92, dada a relativa maturidade já alcançada pela
consciência ecológica mundial, de um lado, e pela diversidade dos agentes e
setores participantes, de outro, formalizaram alguns conceitos relativamente
novos, como o do desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que
funcionaram como fórum político aberto, onde manifestações ideológicas
ganharam força e expressão. A consolidação do movimento das entidades não-
governamentais está vinculada a esses eventos, proporcionando interesses e
condições para a formação de um sem número de novas entidades não-
governamentais.
Enquanto os primeiros encontros internacionais foram baseados em
conceitos menos flexíveis e pouco inovadores (especialmente o Encontro de 1972,
em Estocolmo, que ainda estava centrado em uma visão absolutamente egoísta e
dominante), os anos e a experiências internacionais encarregaram-se de conduzir
o pensamento eco-político de 1992 para um espaço que, sem deixar de ser
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predominantemente egoísta, observa humanamente a existência e a importância
das minorias, e admite a hipótese de que o desenvolvimento pode e deve levar em
consideração as condições de existência e de vida dos demais fatores ambientais.
Segundo MACEDO (1997), observando a trajetória dos eventos de
Estocolmo, Belgrado, Tbilisi e Rio de Janeiro, e considerando as variáveis que
estavam em jogo em cada um desses instantes, é razoável antever as
possibilidades de síntese desses movimentos, por força da evolução do
pensamento, da universalização de muitos conceitos, da globalização de muitos
esforços, e, em especial, pelos resultados da ação integrada e sinérgica dessas
variáveis, iluminadas pela velocidade da veiculação da informação e de
conhecimentos.
Em nossos dias, o meio ambiente e sua preservação são assuntos
merecedores de toda a atenção mundial. A ONU, através de seus organismos
especializados, tem se ocupado freqüentemente na pesquisa de modos e meios
de preservá-lo.
Neste contexto inseri-se a gestão ambiental, que galgada em normas de
procedimentos padronizados, visa agregar ao desenvolvimento a visão de que
respeitando o meio ambiente, está se construindo um futuro melhor, está se
respeitando a vida.
Muitas são as pessoas que consideram que apenas as grandes empresas
são responsáveis pelas agressões ambientais, ignorando que as mesmas estão
na mira das legislações existentes dos órgãos supervisores do controle ambiental,
buscando então as certificações ecológicas para demonstrar a sociedade sua
preocupação ambiental. As certificações ecológicas, como as outras certificações
existentes, estabelecem normas de temática ambiental, buscando homogeneizar
conceitos, ordenar atividades e criar padrões e procedimentos no setor produtivo.
Mas não se pode esquecer as pequenas contribuições que todos, em suas
residências e locais de trabalho e lazer também agridem ao meio ambiente.
Segundo MAIMOM (1996), apesar da importância das micro e pequenas
empresas – o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE) cadastra aproximadamente 4 milhões de firmas ao ano – a
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incorporação da Gestão Ambiental é quase nula, e quando existe é resultado da
pressão das grandes empresas das quais são fornecedoras.
1.2 A SITUAÇÃO PROBLEMA
O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, faz com que as
pessoas tenham que percorrer grandes distâncias. Assim, de um modo geral, os
brasileiros são escravos de seus automóveis, sendo obrigados a usá-los para
percorrer as distâncias que os separam de seus lares a trabalhos e escolas. Muito
disto é devido também a política de transporte público adotada pelo país, que é
insuficiente para atender toda a população de maneira satisfatória.
Isto acarreta a circulação crescente em rodovias e vias públicas, que em
sua maioria não se encontram em bom estado, acarretando um desgaste maior e
contínuo das máquinas dos automóveis. Diante deste cenário, cresce o mercado
das oficinas mecânicas, que prestam serviço de assistência técnica para a
conservação e manutenção dos veículos em circulação. Mesmo porque as
perspectivas futuras e oportunidades da indústria automobilística são enormes –
não importando se vai continuar-se atrás de novos poços de petróleo, adotar
carros elétricos ou encontrar algum produto substituto a gasolina. Independente
disto tudo, uma coisa que sempre irá existir são as oficinas mecânicas.
1.3 OBJETIVO DO PROJETO
Este trabalho visa destacar a importância de se adotar um sistema de
gestão ambiental justamente em um ambiente onde ocorrem algumas destas
pequenas contribuições à degradação ambiental, mas que as pessoas não param
para pensar: na oficina mecânica.
Assim, neste projeto o universo de atuação será as oficinas mecânicas,
bem como o bem estar dos funcionários que nela se ocupam e a preservação do
meio ambiente como um todo (circunvizinhança), diminuindo a poluição e os riscos
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de contaminação. Visa-se também orientar os empresários a obterem melhores
lucros com o aumento da produtividade (menos doenças em seus empregados) e
como diminuir a contaminação e aproveitar os resíduos, reciclando-os, além de
contribuírem socialmente para o bem estar da sociedade em geral.
A proposta apresentada neste projeto visa ser útil às oficinas mecânicas,
que podem usá-lo como base para sua adequação às normas ambientais, além de
se tornar um instrumento de conscientização para a comunidade, para que a
mesma seja interada das maneiras pela qual pode contribuir para a melhoria da
qualidade de vida.
Uma oficina mecânica que mostre seu interesse ambiental tenderá a
aumentar a sua clientela, pois cada vez mais cresce a conscientização ecológica
em nossa sociedade.
Este Projeto tem como objetivo apresentar uma proposta para a
verificação da aderência de um Sistema de Gestão Ambiental em Oficinas
Mecânicas, discutindo a problemática do ramo automobilístico e apresentando as
sugestões para diminuir o impacto ambiental das mesmas.
1.4 PRINCIPAIS TEORIAS SOBRE SISTEMA DE GESTÃO
AMBIENTAL
Para o desenvolvimento deste projeto buscou-se as normas da Série
Norma Brasileira da Organização Internacional para a Normalização – NBR ISO
14000, que dão as especificações e diretrizes para a implantação de um Sistema
de Gestão Ambiental, além das normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) e das diretrizes da Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente do Rio de Janeiro (FEEMA-RJ), por se tratar de um estudo realizado no
Estado do Rio de Janeiro.
Além das normas, foram utilizadas teses sobre Sistemas de Gestão
Ambiental (SGA), jornais informativos de oficinas mecânicas, além de uma
coletânea de bibliografias sobre o meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
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1.5 QUESTÕES LEVANTADAS
Dentro do aspecto apresentado neste projeto, foram levantados os
seguintes questionamentos que guiaram o desenvolvimento do mesmo:
• Quais são os serviços e processos oferecidos pelas oficinas mecânicas
que podem agredir o meio ambiente?
• Há como utilizar um produto substituto que não agrida o ambiente?
• Se não houver um produto inócuo, pode-se proteger coletivamente o
local de trabalho? Como?
• Se não, pode-se proteger o trabalhador diretamente? Como?
• Se não, há como gerenciar o risco gerado por tal atividade? Como?
• que fazer com os resíduos poluentes de um automóvel? Quais são esses
resíduos? Há como tratá-los?
• Há alguma legislação que regule seu tratamento?
• Como isolar estes resíduos? Necessitam de tratamento especial?
• A própria oficina pode reaproveitá-los? Se não, há como obter algum
lucro com a venda dos mesmos?
• Serviço mecânico pode ajudar na conscientização da comunidade?
1.6 PRINCIPAIS TERMOS UTILIZADOS
Para o desenvolvimento deste projeto, foi necessário o uso de diversas
siglas, cuja orientação encontra-se definida abaixo:
SGA – Sistema de Gestão Ambiental;
FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
EPI – Equipamento Individual de Proteção
ONU – Organização das Nações Unidas
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OIT – Organização Internacional do Trabalho
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR – Norma Brasileira
ISO – Organização Internacional para a Normatização ( International Organization
for Standartization).
1.7 ORGANIZAÇÃO DO PROJETO
Este projeto encontra-se dividido em cinco capítulos, organizados de
forma cronológica com o seu desenvolvimento, ajudando a melhor compreensão
de sua execução.
Este primeiro capítulo é introdutório, onde é apresentada a situação
problema do projeto e a importância de seu estudo.
No Capítulo II, é introduzida a teoria aplicada à discussão sobre a
problemática ambiental, esclarecendo a necessidade de buscar um
desenvolvimento sustentável.
No Capítulo III, apresenta-se a ISO 14000 e o Sistema de Gestão
Ambiental para o desenvolvimento da pesquisa e demarcação do projeto.
No Capítulo IV, apresenta-se uma proposta para a verificação de
aderência de sistema de gestão ambiental em uma oficina mecânica.
No Capítulo V estão as conclusões e recomendações do grupo sobre a proposta apresentada.
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CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA
2.1 A QUESTÃO AMBIENTAL MUNDIAL
É fácil apontar os poluidores do planeta. Como disse Pogo, personagem
de uma célebre tira em quadrinhos, declarou “Encontramos o inimigo – somos
nós”. Não há uma só grande nação em que a poluição não seja um problema,
onde a acomodação de populações gigantescas e em constante crescimento torna
o controle da poluição uma tarefa frustrante e por vezes auto-abortiva, conforme
afirma BURSZTYN (1991).
Mas fácil do que assumir a culpa e a culpar os cinco bilhões de
companheiros terráqueos é identificar os poluidores em massa de nosso país – as
indústrias e os veículos em circulação. Embora as grandes indústrias não sejam
as únicas culpadas, sua contribuição para o meio ambienta é significativa e, por
este motivo, têm sido alvo das principais discussões sobre o futuro e as
repercussões ecológicas no planeta.
Atualmente, há a globalização da ecologia, ou seja, a preocupação com as
atividades ecológicas é mundial devido principalmente aos seguintes fatores:
• Fenômenos transcenderem as fronteiras nacionais (riscos globais);
• Opinião pública mais sensível às questões ambientais;
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• Expansão do movimento ambientalista.
Segundo MAIMOM (1996), o movimento ambientalista internacional centra
sua atenção na conservação da biodiversidade, em particular da Região
Amazônica. Esta pressão se traduz em difundir na mídia internacional os
desastres e descasos ecológicos, bem como no financiamento de pesquisa e de
organizações não governamentais internacionais.
O papel de um sistema produtivo dentro de uma indústria e/ou empresa é
retirar da natureza recursos limitados e transformá-los em matérias úteis ou
produtos que visem beneficiar e facilitar o estilo de vida das pessoas. É dentro
dessa atividade transformadora de insumos em bens acabados por parte de
indústrias e empresas que residem as maiores agressões ao meio ambiente.
No decorrer das últimas décadas, temos presenciado a criação, pelo
homem, de problemas ambientais de escala global, e também, em contrapartida, o
aumento da conscientização mundial em torno das questões ambientais e do
desenvolvimento sustentável. Conforme afirmação de MAIMOM (1996),
desenvolvimento sustentável é busca simultânea de eficiência econômica,
justiça social e harmonia ecológica, propondo um espírito de responsabilidade
comum que conduz ao processo de mudança onde a exploração dos recursos
naturais, os investimentos e o desenvolvimento tecnológicos adquirem um sentido
harmonioso na construção de um futuro justo, seguro e próspero.
Para tentar conter essa onda de poluição que assola o globo, as empresas
adotam medidas ambientais. Mas, de acordo com MANOSOWSKI (1989), as
maiorias dessas medidas até agora são meras paliativas, e não atacam a causa
direta que prejudica o ecossistema. Atualmente, nos deparamos com um grande
número de problemas ambientais perigosos, muitos deles causando até impactos
permanentes ao meio ambiente e até a população como um todo.
Temos enfrentado vários problemas nas grandes cidades, como poluição
do ar, poluição sonora, e é claro com os resíduos do consumismo da população
como as garrafas, latas e outros materiais. A política das empresas e/ou indústrias
tem demonstrado relativa preocupação quanto a preservação do meio ambiente,
segundo TAUK (1991), envolvendo medidas preventivas e corretivas em todo seu
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processo produtivo, desde a extração de matéria-prima e insumos, transformação
em bens e distribuição destes ao consumidor. Mas uma importante questão tem
sido ignorada por toda a indústria, conforme TAUK (1991), a questão dos produtos
usados após a compra pelo consumidor. Muitas vezes estes produtos depois de
utilizados se transformam em resíduos ou lixo, como no caso das garrafas e latas,
e é preciso definir o que devemos fazer e para onde devemos enviar este tipo de
resíduo. A fim de evitar este problema cabe as indústrias tentarem trabalhar em
correções de suas atividades produtivas, visando impor um limite a poluição
ambiental gerada em seus processos bem como diminuir ao extremo os resíduos
de sua produção, incluindo os produtos usados após a compra pelo consumidor.
Para que essa mudança da cultura organizacional ocorra na empresa,
segundo MARGULIS (1990), é necessário um estímulo externo, e esse estímulo
está vindo dos consumidores nos países desenvolvidos. Muitos consumidores
possuem consciência da importância da preservação do meio ambiente, e
passaram a boicotar os produtos e bens que não sejam ecologicamente corretos,
forçando as empresas a adotar medidas de proteção à natureza. Esse novo
consumidor, em virtude de seu novo perfil, passou a ser chamado de consumidor
verde, que através de seu poder de escolha fez surgir uma nova e terceira variável
além do binômio qualidade/preço. Esta variável seria o meio ambiente, onde
através de seu poder de escolha, o consumidor demonstra que para se fabricar e
comercializar um produto a relação na produção irá alem das questões da
qualidade e do preço, pois o produto necessita ser ambientalmente correto, ou
seja, não prejudicar o meio ambiente em nenhuma etapa do seu ciclo de vida.
Com a tendência de evolução para um cenário de regulação
governamental inexistente ou é paupérrima, com frágeis mecanismos de aplicação
da legislação e norma legais, conforme MAGALHÃES (1992), o consumidor verde
torna-se um elemento chave imprescindível. Nos países em desenvolvimento, isso
pode se tornar um problema, pois a consciência da população junto a causa
ambiental ainda não atingiu a maturidade na maioria dos países em
desenvolvimento, sendo pífio o percentual de consumidores verdes entre os
membros da população economicamente ativa nesses países. Estes países não
21
possuem uma presença significativa de consumidores verdes para que se torne
um verdadeiro estímulo a transformação ecológica por parte do empresariado, já
que a demanda por produtos ambientalmente corretos é praticamente inexistente.
Para isso, a pressão externa e a atuação do Estado como órgão regulador atua
como mecanismo de conscientização da política industrial.
Na prática, os procedimentos que regulam e dependem de licenciamento
dos Estados terminam por aplicar o Princípio da Conservação Ambiental de uma
forma que todas as atividades industriais e comerciais são potencialmente
poluentes, e cabe a quem poluir provar que as suas atividades não causam ou
causarão algum tipo de dano ambiental. O Princípio da Prevenção ambiental diz
que “As medidas ambientais devem antecipar, prevenir e atacar as causas de
degradação ambiental. Quando houver ameaça de dano irreversível, a falta de
certeza científica não deverá ser usada para postergar as medidas para prevenir a
degradação ambiental.”, conforme definição dada pelos países participantes da
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Para conseguir atingir esse nível de proteção ao ecossistema global e
desenvolvimento de produtos ambientalmente corretos, as indústrias/empresas
adotam mediadas das quais a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental
(SGA) é a mais usada, de acordo com VEROCAI MOREIRA (1989). Este consiste
em um conjunto de procedimentos e técnicas para a gestão ou administração de
uma empresa visando harmonizar todos seus processos e atividades produtivas
com a preservação ambiental. Portanto a implantação de um sistema de gestão
ambiental, além de preservar o meio ambiente provendo de mais tempo de vida
alguns ecossistemas, também seria útil e vantajoso para a própria empresa, pois
novos mercados se abririam, os processos produtivos seriam racionalizados, e
com isso, menor seria o consumo de energia, evitando desta forma o desperdício
que atualmente assola o país com sua questão de racionamento energético,
melhoria do ambiente de trabalho e menor risco de aplicação de sanções por parte
do Poder Público.
Outro ponto de muita importância na implantação de um SGA, de acordo
com MAIMOM (1996), seria a minimização ou até mesmo eliminação dos resíduos
22
surgidos durante os processos produtivos, sendo este o tema de nosso estudo, o
impacto da implantação de um SGA em oficinas mecânicas visando a eliminação
ou minimização na produção de resíduos. Dentro deste programa para redução e
minimização da produção de resíduos tentaríamos a obtenção de vantagens como
a redução dos custos de manuseio, transporte, tratamento e armazenamento de
efluentes e resíduos, redução nos custos de produção ou prestação do serviço
através de economia de matérias-primas e energia, redução dos gastos com
seguros, proteção a saúde e segurança do trabalhador, multas e processos
relativos a limpeza de locais contaminados e/ou degradados, obtenção de lucros
mediante uso mais eficiente de recursos naturais e comercialização de
subprodutos e co-produtos produzidos a partir dos resíduos, além é claro da
melhoria da imagem da empresa perante a população.
Segundo MAIMOM (1996), a certificação ecológica pode endossar o
produto final, o processo de produção e/ou a gestão ambiental da empresa,
podendo ser fornecida por órgão público ou privado. Os rótulos ambientais, mais
conhecidos como selos verdes, são efetivamente normas de produtos e/ou
processo de produção. Eles estabelecem padrões e procedimentos para a
fabricação de produtos que pretendam obter certificado através do organismo
responsável pela sua concessão. A adesão aos selos verdes é voluntária e
caracteriza os países onde os consumidores têm maior sensibilidade ambiental.
A exigência de certificação ecológica tem se revelado um excelente
instrumento para a mudança de comportamento das empresas brasileiras. As
empresas exportadoras de recursos naturais ou de seus derivados são as mais
exigidas em certificados de qualidade ambiental. Mas o atendimento às
especificações pode implicar em perda de competitividade no mercado interno,
pois essas certificações não levam em consideração as peculiaridades de cada
lugar.
Existe uma diferença entre implantar um sistema de qualidade baseado na
ISO 9000 e um sistema ambiental baseado na ISO 14000, conforme se pode notar
nas afirmações feitas por FARIA (1986). A ISO 14000 exige muito mais
envolvimento de administradores e funcionários, além de necessitar de uma
23
profunda mudança na cultura empresarial vigente. A ISO 14000 inova ao
estabelecer a criação e manutenção de um sistema de gestão ambiental pela
própria empresa, centrado em objetivos ambientais definidos a partir da
identificação dos impactos diretos e indiretos, e projetos de empreendimentos
futuros.
2.2 NOSSO FUTURO
Segundo GOLDENBERG (1992), a força motriz de cooperação
internacional para iniciar em nível global a transição para o desenvolvimento
sustentável não se fundamenta apenas no reconhecimento ético de como estão
mal repartidos os problemas e os meios para enfrentá-los. No plano ético, a
transformação se afigura mais profunda: nossas sociedades, ou pelo menos
alguns setores sociais importantes, estão começando a propor novas formas para
determinar não somente nossas relações mútuas, individuais ou grupais, como
também as que nos vinculam ao mundo natural. Na medida em que sejam
efetivamente implantadas, na sociedade, segundo ALMEIDA (1992), essas novas
formas e a bioética, por elas configuradas, tenderiam a transformar as atuais
formas de ação depredadoras sobre o mundo físico e biológico, mediante a
incorporação de três princípios ecológicos básicos:
• A complexidade e a diversidade dos ecossistemas como garantia de sua
estabilidade;
• A interdependência de todas as formas de vida;
• O caráter finito dos recursos biofísicos como fator que limita a
intensidade e a escala da sua exploração.
Após um longo ciclo de antropocentrismo, gerador de uma realidade
social e histórica, contraposta a realidade natural, a Humanidade está adquirindo
uma consciência renovada de espécie na qual seria possível uma solidariedade
intergeracional e mesmo interespecífica, segundo ALMEIDA (1992).
24
Desta ética emergente, de acordo com ALMEIDA (1992), projetam-se
dois fatores que parecem dar impulso a uma nova cooperação internacional em
larga escala. Estes são a insustentabilidade dos atuais modelos de
desenvolvimento e o reconhecimento da crescente interdependência dos
processos locais e regionais, ou seja, a globalização do mundo. Muitos dos
processos que se desenvolvem em cada região do planeta acabam gerando
inesperados efeitos sociais e ambientais em outras zonas. Isto indica que para
muitos problemas não existem soluções locais.
Só se pode compreender o mundo atual como uma conjugação de
processos múltiplos interconectados.
A interconexão econômica foi a primeira a se estabelecer, especialmente
com a progressiva consolidação de um mercado mundial que freqüentemente
governa processos produtivos em lugares muito distintos uns dos outros. Esta
interdependência econômica foi a fortalecida nos últimos anos, na medida em que
se aceleram alguns processos de integração regional ou sub-regional.
A segunda vinculação a ser reconhecida, segundo ALMEIDA (1992), foi a
cultural. Devido a uma revolução tecnológica de grande potencial transformador e
ainda longe de se esgotar, está havendo um fluxo quase instantâneo de
informações, permitindo assim o estabelecimento de nexos e laços culturais. Com
isso, está se impondo cada vez mais um modelo de civilização de caráter cada
vez mais global.
Mais recente ainda, é a consciência de uma interdependência ecológica,
pois tanto o homem, quanto as espécies que lhe são de utilidade imediata
evoluíram conjuntamente com microorganismos cujas dinâmicas, determinantes
de epidemias, por exemplo, não respeitaram demarcações culturais, nem linhas
divisórias político-administrativas.
Nesse cenário, conforme afirmação de ALMEIDA (1992), o fenômeno da
poluição, devido ao seu caráter de ultrapassar tais fronteiras entre nações, foi um
dos primeiros pontos a suscitar a necessidade de negociações internacionais no
tocante ao manejo de resíduos, e, foi um dos primeiros problemas que deram
origem a Conferência sobre Habitat Humano, realizada em Estocolmo, no ano de
25
1972, sendo esta antecessora da Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD).
Transcorridos praticamente trinta anos desde a Conferência de
Estocolmo, a percepção de novos fenômenos globais veio reforçar a necessidade
de encarar nossa biosfera como um prima sistêmico. Neste período, aprofundou-
se o conhecimento sobre as relações entre os processos econômicos, culturais e
ecológicos que se desenvolveram em regiões afastadas umas das outras,
firmando-se assim, uma consciência global. O relatório elaborado pela
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CNUMAD) teve reconhecido seu mérito, recebendo o título de Nosso Futuro, por
difundir a crescente interdependência dos processos ambientais e sócio-
econômicos mundiais.
A opinião pública, sobretudo nos países do norte do globo, começou a
sensibilizar-se frente a possíveis conseqüências dos diversos tipos de mudanças
globais que podem ser desencadeadas a partir de um conjunto de processos
locais.
2.3 PRINCÍPIOS DA VIDA SUSTENTÁVEL Em seu livro Passaporte Verde, ALMEIDA (1996), apresenta propostas
para os mais importantes princípios da vida sustentável, como segue:
Respeitar e cuidar das comunidades e dos seres vivos:
Este princípio propõe a partilha, com justiça, pelas diferentes comunidades, dos
benefícios e custos do uso das reservas ambientais, bem como da conservação
ambiental. A ética da vida sustentável seria desenvolvida por meio de diálogo, e o
produto deste seria uma afirmação, clara e universalmente aceita, dos princípios
da conduta humana, face o meio ambiente. As pessoas devem incorporar essa
ética aos seus códigos de conduta pessoal e profissional.
Permanecer nos limites da capacidade de sustentabilidade do planeta:
O princípio afirma que políticas que equilibrem os números e modos de
vida humanos com a capacidade de suporte da Terra devem ser complementadas
26
por tecnologias que melhorem essa capacidade por meio de cuidadoso controle.
Práticas como minimização do esgotamento dos recursos não renováveis,
redução no uso de um recurso na fabricação de um determinado produto, ou troca
por substitutos renováveis são indispensáveis. Para garantir esse equilíbrio, deve-
se cuidar, de maneira integrada e realista, do crescimento populacional e do
consumo de certos recursos, utilizando para tal, políticas e planos de
desenvolvimento nacional. Métodos para conservar recursos e evitar o desperdício
devem ser desenvolvidos, testados e aplicados. Movimentos “verdes” devem ser
dirigidos ao consumidor visando a comercialização de bens e processo menos
danosos ao meio ambiente.
Modificar atitudes e práticas pessoais:
Segundo este princípio proposto pelo autor, as pessoas deveriam
reexaminar seus valores e alterar seu comportamento. A informação deve ser
disseminada por meio de educação formal e informal, de modo que as atitudes
necessárias sejam amplamente compreendidas. Para isto, campanhas de
informação, apoiadas pelos governos, e lideradas por um movimento não-
governamental.
A educação ambiental das crianças e adultos deve ser ampliada e
integrada ao ensino formal de todos os níveis. É necessária maior quantidade de
trabalhadores e orientadores na assistência a grupos dentro da sociedade, para
que estes passem a usar os recursos naturais de forma racional.
Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e
conservação
De acordo com esse princípio, existiria a necessidade de um alicerce de
informação e conhecimento, de uma estrutura de leis, instituições e políticas
econômicas e sociais sólidas e para promover o desenvolvimento de forma
racional.
Os países devem ter sistemas de leis ambientais abrangentes que
salvaguardem os direitos humanos, os interesses das gerações futuras e a
produtividade e diversidade da Terra; os princípios de uma sociedade sustentável
devem ser incorporados à Constituição de cada nação. A legitimidade das
27
posturas locais deve ser reconhecida dentro da estrutura global. Os governos
devem ser assegurar que a qualidade ambiental e os recursos naturais sejam
devidamente valorizados na economia nacional. Políticas nacionais, planos de
desenvolvimento, orçamentos e decisões sobre investimentos devem sempre
levar em conta os seus efeitos sobre o meio ambiente.
Deve haver conhecimento, baseado em pesquisa e controle. Sem isso, os
planos de ação para a sustentabilidade ficariam sem fundamento e credibilidade.
É preciso agir na manutenção e no fortalecimento da capacidade de pesquisa
nacional, mantendo um sistema abrangente de monitoração.
2.4 OS PROBLEMAS AMBIENTAIS E O DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento das sociedades humanas na Terra é marcado por
interações mais ou menos fortes com o ambiente, de acordo com ALMEIDA
(1996). Os impactos negativos, sobre o meio, advindos dessas interações foram
absorvidos, ao longo do tempo e de um modo geral, sem maiores problemas. A
magnitude desses impactos, estes originados de ações de populações pequenas
e do uso de tecnologias pouco intensivas, tanto no consumo de recursos, quanto
na geração de resíduos era baixa.
A partir do século XX, a capacidade do ambiente de absorver os impactos
tornou-se insuficiente não só em escala local, mas também em escala regional e
global. Vários fatores contribuíram para tal, como por exemplo, aumento da
população mundial, os avanços tecnológicos, a integração do mundo em grandes
blocos sem fronteiras ( globalização ), etc. Com isso, os problemas ambientais
decorrentes de tais fatores passaram a exigir das sociedades humanas um
ordenamento de suas ações , visando encontrar um equilíbrio entre a satisfação
de suas necessidades e a capacidade do planeta de sustentar a vida, em todos os
níveis.
Os impactos ambientais, oriundos do mau uso dos recursos naturais,
como por exemplo, desflorestamento, contaminação da água e geração de
resíduos existem desde a Antigüidade. Na verdade, segundo ALMEIDA (1996),
28
desde o homem primitivo, pois o homem deixa de ser um coletor/caçador, e, suas
ações sobre o meio perdem um caráter estritamente individual e passam a compor
um conjunto de ações sociais. O potencial de impactar que tem a sociedade da
qual o homem faz parte é maior que a soma dos impactos individuais de cada
homem coletor/caçador.
Esse potencial de impactar o meio de cada sociedade é função das
tecnologias disponíveis por aquela sociedade, ainda segundo ALMEIDA (1996).
As sociedades primitivas não dispunham de meios tecnológicos capazes de
causar profundos impactos no meio. Com advento do tempo moderno, pode-se
observar significativas mudanças. O meio sofreu profundas transformações
decorrentes das novas descobertas tecnológicas, incluindo até a introdução de
novas espécies vegetais e animais, originárias de partes do globo até então
desconhecidas.
Essas transformações se acentuaram a partir do século XVIII, com a
Revolução Industrial. As novas máquinas tinham capacidade de gerar bens de
consumo em grande quantidade e atender a demanda das grandes massas
populacionais. Isso significava maior extração de recursos naturais, maior
consumo de energia. Maior geração de rejeitos, não apenas na produção, mas
também na comercialização e distribuição desses bens.
Avançando para o século XX, precisamente após a Segunda Guerra
Mundial, que dois fenômenos de elevada importância ocorreram, segundo
ALMEIDA (1996), as explosões demográfica e industrial. Os avanços tecnológicos
obtidos com o passar do tempo permitiram um desenvolvimento industrial muito
forte. Uma grande capacidade na produção de bens necessita de uma demanda
também grande. A ampliação dos mercados foi conseqüência natural do aumento
populacional (decorrente do avanço da medicina).
Conforme ALMEIDA (1996), foi no pós-guerra que os problemas
ambientais começaram a despertar atenção das sociedades e seus governantes,
pois o efeito destes problemas sobre as sociedades estava cada vez mais se
tornando agudo. Para ilustrar a nova preocupação dos governantes basta lembrar
do caso decorrente da poluição atmosférica urbana que gerou a inversão térmica
29
em Londres, no ano de 1952, fazendo aproximadamente quatro mil vítimas. Mas
esses problemas ambientais não surgiam apenas em escala local. Outro exemplo
é a chuva ácida, que na década de 50 foi considerado um problema global.
A questão ambiental, então, ganhou dimensão considerável, preocupando
os governos nas nações, principalmente as desenvolvidas. Com isso, ano de
1972, realizou-se em Estocolmo, na Suécia, uma conferência internacional,
promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano. As nações subdesenvolvidas, em
geral, consideraram a conferência como uma tentativa de entrave em seu
desenvolvimento, disfarçado como um suposto controle mundial de poluição.
Um resultado prático desta conferência, segundo ALMEIDA (1996), foi a
criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Os
países desenvolvidos começaram a desenvolver fortemente tecnologias de
controle e legislação ambientais e através destes mecanismos, passariam a
controlar e solucionar seus problemas de poluição. Mas nos países em
desenvolvimento os problemas se agravaram.
A dicotomia meio ambiente – desenvolvimento levou as Nações Unidas a
procurar uma nova abordagem que considerasse os dois problemas, conforme
ALMEIDA (1996). Em 1982, o conselho administrativo do PNUMA propôs a
criação de uma comissão para estudar problemas ambientais e possíveis
soluções, que em 1983 se transformou na Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), também conhecida como Comissão de
Brundland.
Os trabalhos foram concluídos em 1987, tendo como resultado um
relatório chamado de “Nosso Futuro Comum” Este relatório apresentava o
conceito de “Desenvolvimento Sustentável”, como base para suas proposições
relativas à proteção ambiental e ao desenvolvimento das nações.
“O Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às
suas próprias necessidades”, segundo definição da Comissão de Brundland
(CMMAD, 1983).
30
O principal objetivo do desenvolvimento é satisfazer as aspirações
humanas, de acordo com ALMEIDA (1996). No entanto, isto somente se torna
possível através de extração e transformações de recursos naturais. Mas a
exploração excessiva de recursos naturais é uma das muitas maneiras de uma
sociedade comprometer o seu futuro. Esse conflito mostra como é fácil definir
desenvolvimento sustentável, mas também mostrar como é difícil viabiliza-lo. Por
isso, o Relatório de Brundland não apresentou um planejamento detalhado de
ações que levariam ao desenvolvimento sustentável, porém apontou alguns
caminhos, propondo a nações modelos capazes de substituir modelos atuais de
crescimento, tais como, atendimento às necessidades básicas humanas,
manutenção de um nível de população sustentável, conservação dos recursos,
reorientação tecnológica e a inclusão da variável ambiental na economia e nos
processos decisórios.
Segundo ALMEIDA (1996), o passo seguinte foi a estruturação de uma
nova conferência mundial, seguindo o rumo apontado pelo Relatório de Brundland.
Foi preparada então a Conferência das Nações Unidas para Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no ano de 1992, na cidade do Rio de
Janeiro, Brasil. Nesta conferencia foram aprovadas duas convenções
internacionais, a Convenção sobre a Diversidade Biológica e a Convenção Quadro
sobre Mudanças Climáticas, além de uma declaração de intenções na forma de
um documento que estabelece as ações a serem seguidas no século XXI, rumo ao
desenvolvimento sustentável, a Agenda 21.
2.5 PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Antes mesmo da Conferência do Rio de Janeiro, os impactos do Relatório
de Brundland, sobre o ordenamento das atividades industriais já se faziam sentir.
Ë nesse sentido que foi realizada pela Câmara Internacional do Comércio (CIC) e
31
pelo PNUMA, em abril de 1991, a segunda Conferência Mundial da Indústria sobre
o Gerenciamento Ambiental, em Roterdã, na Holanda.
Quando dos preparativos para a conferência, a CNUMA solicitou a
Organização Internacional para a Normalização (International Standards
Organization – ISO), que considerasse desenvolver normas internacionais de
gestão ambiental. A ISO estabeleceu em 1991, um grupo de estudos, o Conselho
de Estratégia Ambiental (Strategic Advisory Group on Environment – SAGE). Após
a conclusão de seus estudos, o SAGE, recomendou a ISO a formação de um
comitê técnico para elaborar as normas. Assim, em Janeiro de 1993, surgiu o
chamado TC 207 ( Comitê Técnico 207), que seria responsável por conduzir os
trabalhos de elaboração de um conjunto de normas ambientais, denominado ISO
14.000, apresentadas na tabela 2.1:
Data da NORMA
Publicação
Sistema de Gestão Ambiental - ISO 14.001
Especificação e diretriz para uso. Set/96
Sistema de Gestão Ambiental -
ISO 14.004 Diretrizes gerais sobre princípios, Set/96
Sistemas e técnicas de apoio. Tabela 2.1 – Normas elaboradas pelo TC 207. (ALMEIDA, 1996)
Os sistemas de gestão e a ISO 14.000, segundo ALMEIDA (1996),
compreendem basicamente as seguintes etapas: estabelecimento da política
ambiental, planejamento, implementação e operação, ações de verificação,
correção e revisão gerencial. É um sistema voluntário, porém é passível de
certificação, o que pode representar vantagem competitiva no mundo dos
negócios e na conquista de mercados pelas empresas. Por outro lado, as relações
cliente-fornecedor entre as empresas propiciam a criação de uma enorme corrente
de certificações, uma vez que o produto de um é insumo para outro, implicando
em certificações sucessivas.
32
Segundo ALMEIDA (1996), espera-se que as exigências de mercado,
aliada à responsabilidade ambiental e social das empresas impliquem na adoção
desses sistemas de gestão. O resultado seria uma contínua melhoria da atividade
industrial em relação ao ambiente, sem prejuízo na sua função de
desenvolvimento.
33
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
3.1 A NORMA ISO-14000
A Organização Internacional para Normalização (International
Organization for Standardization – ISO), fundada, em 1947, com sede em
Genebra – Suíça, é uma organização não-governamental que congrega os órgãos
de normalização de mais de 100 países. Os países membros podem ter direito a
voto (P) ou são observadores (O). A ISO busca normas de homogeneização de
procedimentos, de medidas, de materiais e/ou de uso que reflitam o consenso
internacional em todos os domínios de atividades, exceto no campo eletro-
eletrônico.
A ISO 14000 objetiva ser uma referência consensual para a gestão
ambiental, homogeneizando a linguagem das normas nacionais e regionais em
nível internacional, agilizando as transações no mercado globalizado. A ISO
ambiental está, no momento, em fase de elaboração e discussão. As normas
entram em vigor à medida que são votadas pelos países membros.
A ISO Série 14000 não é a primeira proposta de norma de gestão
ambiental. Há, inclusive, normas homologadas pelos órgãos normativos de alguns
34
países que já podem ser utilizados como documentos consolidados e oficiais. A
norma Britânica, editada pela Instituição de Normalização Britânica (British
Standard Instituition – BSI), de número BS 7750, é um bom exemplo. A versão
definitiva desta norma foi publicada em fevereiro de 1994.
A ISO 14000 apresenta fortes convergências metodológicas com a norma
inglesa BS 7750. Essa norma foi inovadora, pois adaptou a auditoria contida nos
sistemas de gestão da qualidade aos sistemas de gestão ambiental.
Assim, as organizações que já estão com um sistema de gestão ambiental
implantado, baseado em outras normas nacionais e/ou regionais que não a série
da ISO, terão mais facilidade na implementação da ISO Série 14000 de vigência
internacional.
Em particular, aquelas que obtiveram certificado BS 7750 com pequenas
adaptações poderão certificar-se pela norma equivalente na ISO Série 14000.
A ISO Série 14000 já acompanha a tendência da ISO Série 9000, normas
de qualidade, passando a se tornar importante exigência de mercado,
principalmente para a exportação de produtos de elevado potencial poluidor
destinados aos países desenvolvidos.
As normas de sistemas de gestão ambiental podem ser aplicadas a
qualquer atividade econômica, fabril ou prestadora de serviços, e, em especial,
àquelas cujo funcionamento ofereça risco ou gere efeitos danosos ao meio
ambiente.
Até 1993, a ISO atuava em normas técnicas independentes e específicas
que se restringiam à acústica (1947), qualidade do ar (1971), qualidade da água
(1977) e qualidade do solo (1977). Assim, de uma perspectiva setorial passa-se a
uma avaliação mais integrada das normas.
A ISO está organizada em diferentes comitês técnicos compostos por
especialistas dos diversos países membros. O Comitê de Gestão Ambiental –
Comitê Técnico TC-207 criado em 1993, tem por objetivo a formulação de normas
internacionais para gerenciamento ambiental, visando à certificação por entidades
certificadoras. Este comitê interage com o Comitê de Qualidade – TC-176 e conta
com a participação de mais de 50 países na elaboração da Série ISO 14000.
35
O TC-207 é dividido em diversos subcomitês temáticos: Sistema de
Gestão Ambiental, Auditorias Ambientais, Rótulos Ecológicos, Avaliação da
Performance Ambiental, Análise do Ciclo de Vida do Produto, Termos e Definições
e Aspectos Ambientais em Normas de Produtos. Está prevista a inclusão de novos
subcomitês.
Cada Subcomitê é secretariado por um país membro da ISO. Percebe-se
que, embora os países em desenvolvimento sejam aqueles que enfrentam
maiores dificuldades de se adaptar às normas, ambientais ou não, somente os
países do Primeiro Mundo são responsáveis pela secretaria dos subcomitês.
Quando as propostas de cada subcomitê estão prontas, as normas são
sancionadas pelo TC-207, tornando-se normas internacionais. A publicação das
normas de sistema de gestão ambiental, primeiras normas ambientais da Série
ISO 14000, se deu no segundo semestre de 1996. A conclusão de todos os
trabalhos estava prevista para 1998, e as normas encontram-se relacionadas
conforme apresentado na tabela 3.1. De forma simplificada, a ISO Série 14000
pode ser visualizada em dois grandes blocos, um direcionado para a organização
e outros para o processo. A Série cobre seis áreas, tanto no nível do Sistema de
Gestão Ambiental, isto é, na Avaliação do desempenho Ambiental e da Auditoria
Ambiental da organização, quanto no nível da Rotulagem Ambiental, isto é,
através da Análise do Ciclo de Vida e Aspectos Ambientais nos Produtos. A tabela
3.1 apresenta as normas ISO 14000.
ISO SÉRIE 14000
14001- SOA - Especificações para implantação e guia(DIS).
14004- Sistemas de Gestão Ambiental(SGA) - Diretrizes gerai s(DIS).
14010- Guia para auditoria ambiental - Diretrizes gerais(DIS).
14011-
Diretrizes para a auditoria, ambiental e procedimentos para auditoria - Parte 1:
Princípios gerais para auditoria dos SGAs(DIS)
14012 - Diretrizes. para auditoria ambiental -
36
Critérios de qualificação de auditores(DIS) 14020- Rotulagem Ambiental- Princípios Básicos.
14021 - Rotulagem Ambiental- Termos e definições, para aplicação específica.
14022- Rotulagem Ambiental - Simbologia para os rótulos
14023- Rotulagem Ambiental- Testes e metodologias de verificação
14031 - Avaliação da performance ambiental do sistema de gerenciamento
14032- Avaliação da performance ambiental dos sistemas de operação
14040- Análise do ciclo de vida - Princípios gerais e prática.
14041 - Análise do ciclo de vida - Inventário.
14042 - Análise do ciclo de vida - Análise dos impactos
14043 - Análise do ciclo de vida • Mitigação dos impactos.
14050- Termos e definições
14060- Guia de inclusão dos aspectos ambientais nas normas de produto.
14070- Diretrizes para o estabelecimento de impostos ambientais.
Tabela 3.1 – Normas da Série ISO 14000. (MAIMOM, 1996)
3.2 A PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA IS0 SÉRIE 14000
O Brasil, membro fundador da ISO, é representado pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 1940, que corresponde ao
Fórum Nacional de Normalização e promove a elaboração de normas em diversos
domínios de atividades, além de efetuar a certificação de produtos e sistemas. A
ABNT tem direito a voto na ISO.
No segundo semestre de 1994, foi criado no âmbito da ABNT, no Rio de
Janeiro, o Grupo de Apoio à Normalização Ambiental (GANA), resultante de
esforços de empresas, associações e entidades representativas de importantes
segmentos econômicos e técnicos do país Este grupo tem como objetivo
acompanhar e analisar os trabalhos desenvolvidos pelo TC 207 da ISO.
37
O GANA vem garantindo a adequada representação da especificidade da
indústria e do meio ambiente no Brasil no fórum internacional de normalização A
forte participação deste grupo na discussão das normas ISO reflete a preocupação
dos empresários brasileiros com as medidas protecionistas que podem estar
veladas nas normas ambientais. A estrutura do GANA reproduz a mesma que
opera o TC-207, assim, cada subcomitê é acompanhado por um equivalente no
GANA.
O INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – coordena a Comissão Técnica de Certificação Ambiental. A missão
deste último é recomendar ao Comitê Brasileiro de Certificação os procedimentos,
critérios e regulamentos que serão utilizados para o credenciamento de
organismos de certificação de gestão ambiental, para a certificação e registro de
auditores ambientais, e de cursos para auditores ambientais.
Inicialmente, está se criando um grupo de empresas e de auditores
ambientais para a certificação da ISO 14001, Sistema de Gestão Ambiental –
SGA. Os critérios e diretrizes para a certificação de auditores de SGA estão sendo
elaborados baseados nas diretrizes da IS014011/1 e nas estabelecidas pelo
INMETRO para auditores de qualidade. O mesmo ocorre no que tange aos cursos
a serem ministrados para formar auditores ambientais.
3.3 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA
Um sistema de gestão ambiental pode ser definido como um conjunto de
procedimentos para gerir ou administrar uma organização, de forma a obter o
melhor relacionamento com o meio ambiente.
As vantagens do SGA para a empresa são organizacionais, redutoras de
custos de operação, minimizadoras de acidentes, e obviamente competitivas. Para
a sociedade significa uma melhoria da qualidade de vida decorrente da diminuição
dos impactos ambientais adversos ou desfavoráveis e uma redução do custo de
controle e fiscalização, uma vez que a adesão das empresas é voluntária.
38
No que tange às vantagens da empresa, em termos organizacionais, os
parâmetros relacionados ao meio ambiente passam a ser levados em conta no
planejamento estratégico, no processo produtivo, na distribuição e disposição final
do produto. Há uma mudança comportamental em todos os níveis da empresa e
uma legitimidade da responsabilidade ambiental.
A incorporação da responsabilidade ambiental, também é redutora de
custos, pois elimina desperdícios e maximiza a alocação dos recursos naturais.
As vantagens competitivas e na imagem das empresas já foram também
largamente discutidas. A responsabilidade ambiental é um plus na competitividade
e representa uma nova oportunidade de negócios.
3.3.1 ETAPAS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
A Implantação do SGA se dá em cinco etapas sucessivas e contínuas:
Política Ambiental da Organização; Planejamento; Implementação e Operação;
Monitoramento e Ações Corretivas; e Revisões no Gerenciamento. Todas essas
etapas buscam a melhoria contínua, ou seja, um ciclo dinâmico no qual está se
reavaliando permanentemente o sistema de gestão e procurando a melhor relação
possível com o meio ambiente.
Outro passo importante é a avaliação ou revisão inicial da situação atual
do relacionamento da organização para com o meio ambiente, onde se faz um
inventário das ocorrências e da; condições de funcionamento da atividade
produtiva, incluindo-se análise da legislação pertinente, além de outras
informações que possam auxiliar no planejamento do sistema de gestão
ambiental.
O modelo que será demonstrado a seguir é o estabelecido na ISO 14001.
Após o comprometimento com as questões ambientais e a avaliação inicial,
começa-se a implantar os outros requisitos especificados pela norma. A seguir
eles aparecem em ordem de implementação, o que não impede que certas etapas
sejam executadas paralelamente a outras.
3.3.1.1 Etapa I: Estabelecer a Política Ambiental
A política ambiental é uma declaração da corporação quanto aos
princípios e compromissos assumidos em relação ao meio ambiente. É uma
39
definição da alta direção da organização quanto à respectiva responsabilidade
ambiental. Seu conteúdo deve ser honesto e franco. O princípio da melhoria
contínua da performance ambiental deve estar presente no escopo da política
ambiental.
A definição da Política Ambiental leva em conta um diagnóstico ambiental
da corporação (Onde Estamos) e as metas a serem alcançadas (Aonde Queremos
Chegar).
Definida a política ambiental, a organização deverá divulgá-la para seus
acionistas, empregados, fornecedores, clientes e comunidade em geral. É
fundamental um estreitamento no relacionamento com a comunidade do entorno e
com os segmentos da sociedade envolvidos interessados. Questionamentos
quanto ao desempenho ambiental das empresas que não obtenham resposta
eficiente poderão levar ao descrédito do SGA. A tabela 3.2 a quem deve direcionar
o relatório ambiental da empresa, com o seu conteúdo.
A quem direciona Deve conter Informações necessárias
Acionistas Ser honesto
Jurídico Ser franco
Comunidade Mostrar melhorias
Empregados Mostrar falhas
Clientes Apontar efeitos ambientais
Tabela 3.2 – Direcionamento do Relatório Ambiental da empresa (MAIMOM, 1996)
A Política Ambiental antecede ao planejamento e respectiva implantação,
a organização deverá proceder um diagnóstico inicial, no qual:
• Avaliam-se os efeitos ambientais da sua atividade.
• Identificam-se a legislação e os regulamentos e avalia-se como estão
sendo cumpridos.
• Define-se a política Ambiental em função de parâmetros de mercado e
de competitividade.
Cabem também alguns conceitos básicos neste instante:
40
• Melhoria contínua - processo de aprimoramento do sistema de gestão
ambiental, visando atingir melhorias no desempenho ambiental global de
acordo com a política ambiental da organização. Não é necessário que o
processo seja aplicado simultaneamente a todas as áreas de atividade.
• Meio ambiente - circunvizinhança em que uma organização opera,
incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e
suas inter-relações. - Neste contexto, circunvizinhança estende-se do
interior das instalações para o sistema global.
• Aspecto ambiental - elemento das atividades, produtos ou serviços de
uma organização que pode interagir com o meio ambiente. Um aspecto
ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um impacto
ambiental significativo.
• Impacto ambiental - qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou
benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou
serviços de uma organização.
• Auditoria do sistema de gestão ambiental - processo sistemático e
documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma
objetiva, evidências que determinem se o sistema de gestão ambiental
de uma organização está em conformidade com os critérios de auditoria
do sistema de gestão ambiental estabelecido pela organização, e para
comunicar os resultados deste processo à administração.
• Objetivo ambiental - propósito ambiental global, decorrente da política
ambiental, que uma organização se propõe a atingir, sendo quantificado
sempre que exeqüível.
• Desempenho ambiental - resultados mensuráveis do sistema de gestão
ambiental, relativos ao controle de uma organização sobre seus
aspectos ambientais, com base na sua política, seus objetivos e metas
ambientais.
• Meta ambiental – requisito de desempenho detalhado, quantificado
sempre que exeqüível, aplicável à organização ou partes dela, resultante
41
dos objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido e atendido
para que tais objetivos sejam atingidos.
• Parte interessada - indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo
desempenho ambiental de uma organização.
• Organização – companhia, corporação, firma, empresa ou instituição, e
ou combinação destas, pública ou privada, sociedade anônima, limitada
ou com outra forma estatuária, que tem funções e estrutura
administrativa próprias. Para organizações com mais de uma unidade
operacional cada unidade pode ser definida como uma organização.
• Prevenção de poluição – uso de processos, práticas, materiais ou
produtos que evitem, reduzam ou controlem a poluição, os quais podem
incluir reciclagem, tratamento, mudanças no processo, mecanismos de
controle, uso eficiente de recursos e substituição de materiais. Os
benefícios potenciais da prevenção de poluição incluem a redução de
impactos ambientais adversos a melhoria da eficiência e da redução de
custo.
Os instrumentos de comando e controle são os mais utilizados na política
ambiental. Podem ser definidos como um conjunto de regulamentos e normas
impostos pelo governo que têm por objetivo influenciar diretamente as atitudes do
poluidor, limitando ou determinando seus efluentes, sua localização, hora de
atuação, etc.
Assim, para distritos industriais podem ser admitidas normas de poluição
mais flexíveis, enquanto para áreas de conservação e de preservação, a norma é
zero.
A implementação e fiscalização dos instrumentos de comando e controle
demandam uma sofisticada engenharia de mensuração da poluição, do cálculo de
sua dispersão e da sinergia entre poluentes, bem como das técnicas de
depuração.
Dado o alto custo de fiscalização de uma política de comando e controle
tradicional, seus defensores sugerem recorrer à concessão de prêmios a
42
empresas menos poluidoras e à publicação de listas anuais daquelas mais
poluidoras (LANOIE E LAPLANTE, 1993).
Esta prática, introduzida, recentemente, nos EUA e no Canadá, tem se
revelado eficiente no combate à poluição em sociedades onde a sensibilidade
ecológica é elevada e, em conseqüência, onde as empresas temem macular sua
imagem junto à opinião pública ou aos consumidores. No Estado do Rio de
Janeiro, este instrumento foi, também, adoçado por uma associação de cientistas
e intelectuais defensores do meio ambiente. Infelizmente, não tem surtido o efeito
desejável, o que comprova que a simples transposição de um instrumento, sem
levar em consideração a "preferência social" pelo meio ambiente é fadada ao
insucesso.
Já a auto-regulação é o planejamento ambiental reivindicado pelos
neoliberais e pelos empresários que confiam às forças do mercado a incorporação
da responsabilidade ambiental nas empresas. Nesta ótica, as recentes gestões
ambientais, segundo a lógica da prevenção da poluição em todo o ciclo de vida do
produto, as inovações tecnológicas relativas às economias de energia e de
recursos naturais, bem como a capacidade de reciclar os resíduos sólidos
comprovam que o mercado pode conduzir à ecoeficiência Conselho Empresarial
para o Desenvolvimento Sustentável (Business Councü for Sustainable
Development-BCSD, 1992).
Adicionalmente, a auto-regulação é, obviamente, o instrumento mais
barato de se implementar pelo governo, e pelas empresas que teriam liberdade de
optar por inovações redutoras de custos.
O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD)
enfatiza a necessidade de mercados abertos e competitivos para que o
crescimento limpo e eqüitativo seja possível. Novas oportunidades de negócios
podem ser criadas, com recursos das empresas, desenvolvendo substitutos
ambientalmente sadios para produtos correntes ou dedicando-se à indústria de
proteção ambiental. Entre as dificuldades de se atingir a "eco-eficiência",
destacam-se as preocupações com a viabilidade econômica, a falta de
43
informações da alta administração e a falta de incentivos adequados, como por
exemplo a cooperação técnica.
Os autores que defendem o mercado como auto-regulador apontam
alguns fatores que vêm estimulando a performance ambiental da firma, entre eles,
a opinião pública, o consumismo ambiental, o acesso privilegiado a alguns
financiamentos, a pressão exercida pelas companhias de seguro, etc.
OTTMAN (1992) enfatiza o papel do consumismo ambiental. Os
consumidores, estando dispostos a pagar mais por produtos verdes, exigem, em
contrapartida, um certificado de Análise de Ciclo de Vida (Life Cycle Analysis).
Esta exigência afeta primeiramente as firmas que produzem bens finais e num
segundo momento as empresas de bens intermediários que as fornecem.
A certificação ambiental vem se revelando um importante instrumento de
política ambiental doméstica. Auxilia o consumidor, na escolha de produtos menos
nocivos ao meio ambiente, servindo de um instrumento de marketing para as
empresas que diferenciavam seus produtos no mercado, atribuindo-lhes uma
qualidade a mais. A eco-compatibilidade dos produtos passa a ser, então, uma
informação adicional ao preço na escolha da cesta de consumo.
A Fundação Nacional para Empreendimentos e Desempenho (Fondation
National Entreprise & Performance – 1994) aponta para as companhias de seguro
como um novo ator de Desenvolvimento Sustentado. Uma pesquisa elaborada
pelo escritório Graham Bannock and Partners junto a 353 empresas médias na
Grã-Bretanha, nos EUA, na França e nos países do Benelux sugere que o meio
ambiente é a primeira preocupação do seguro das empresas, com exceção da
França, onde ele está colocado em nono lugar.
As companhias de seguro são responsáveis pela maior freqüência de
auditorias ambientais nas empresas, conforme verifica MAIMOM (1996). Estas
últimas tendo que incorrer com os riscos ambientais, que envolvem o processo de
produção e/ou transporte e armazenamento do produto e do lixo industrial,
acabam incluindo os riscos ambientais na política de seguro da firma. Em
contrapartida, as companhias de seguro fazem uma inspeção periódica das
44
instalações, uma vez que se vêem ameaçadas pela maior freqüência e pelos alto
custos das indenizações dos desastres ecológicos.
TOMER (1992) aponta para a nova ética ambiental que vem
caracterizando as empresas mais modernas como justificativa de auto-regulação.
Estas empresas têm por missão o Desenvolvimento Sustentado a longo prazo.
Sua performance ambiental não é incompatível com os lucros, podendo significar
novas oportunidades de negócios.
Apesar do forte lobby que está por trás da auto-regulação, poucos países
têm defendido tal política que, se aplicada de forma genérica, pode acarretar uma
deterioração ambiental irreversível.
Também existem as ajudas financeiras. A terminologia Ajudas Financeiras
designa diversos tipos de auxílio que incitem os poluidores a modificarem seus
comportamentos ou a iniciarem projetos ambientais que sejam muito difíceis de
serem empreendidos por um poluidor. Estas medidas pressupõem que é melhor
dar um incentivo do que penalizar aqueles que poluem. Têm implicitamente a idéia
de que o desrespeito ao meio ambiente ocorre por falta de recursos financeiros
das municipalidades e/ou das firmas. Assim, um incentivo não desestabilizaria a
produção e o vigor financeiro dos agentes econômicos. As críticas à política de
ajudas financeiras são idênticas às das demais ajudas em economia. Além de
gerar deficits orçamentários, o governo cria motivação para que mais firmas
queiram ganhar subsídios e, portanto, está se estimulando a novas fontes
poluidoras.
As ajudas financeiras podem ser de diversos tipos:
• Subsídios – são ajudas não reembolsáveis para estimular a redução dos
efluentes através de compra de equipamento ou mudança de processo;
• Ajuda fiscal – consiste em favorecer as indústrias, reduzindo
progressivamente seus impostos, se certas medidas antipoluição forem
estabelecidas. Influenciam diretamente as receitas ou benefício das
empresas, já que acabam reduzindo os custos;
• Sistema de consignação – consiste na aplicação de sobretaxa sobre os
produtos potencialmente poluentes. Se a poluição é evitada pelo retorno
45
destes produtos ou de seus resíduos, através de um sistema de coleta, a
poluição é reembolsada. Esta prática é habitual para garrafas de
refrigerantes. No caso do lixo, o sistema de consignação funciona
eficientemente, evitando a poluição por substâncias tóxicas, como
baterias, incineração de plástico ou resíduos de pesticidas;
• Incentivos financeiros por conformidade – podem ser de dois tipos.
Taxas de não-conformidade que são impostas quando os poluidores não
respeitam certas regulamentações. São calculadas a partir do montante
de ganhos decorrentes do desrespeito às regulamentações.
Depósito de boas condutas que são feitos pelas autoridades quando há
um acordo de cumprimento das regulamentações e quando estas são cumpridas
com maior rigor.
3.3.1.2 Etapa II: Planejamento
Nesta etapa, elabora-se um conjunto de procedimentos para a
implementação e operação do sistema de gestão ambiental e que completam sua
política ambiental. As sub-etapas são: Aspectos Ambientais; Requisitos Legais e
Corporativos, Objetivos e Metas, Elaboração do Plano de Ação. Passa-se, a
seguir, analisar cada uma destas sub-etapas :
3.3.1.2.1 Aspectos Ambientais:
Para determinação dos aspectos ambientais, leva-se em consideração
todas as atividades e tarefas do processo produtivo, avaliando-se seus respectivos
impactos ambientais. Na tabela 3.3 abaixo, apresentado o fluxograma de entradas
e saídas de um processo produtivo.
Entradas Saídas
• Matérias-Primas • Produtos
• Produtos Auxiliares • Efluentes Líquidos
• Água • Emissões para a atmosfera
• Ar • Resíduos
• Energia
ĺ PROCESSO INDUSTRIAL
ĺ
• Perdas
46
• Recursos
Tabela 3.3 - Fluxograma para todas as atividades e tarefas do processo produtivo (MAIMOM,
1996)
A avaliação dos aspectos ambientais deve atentar para:
• Avaliar alterações (positivas ou negativas) que as atividades, produtos e
serviços da empresa causam no meio ambiente.
• Considerar a sazonalidade.
• Considerar a localização da empresa
A partir da detecção de todos os aspectos ambientais decorrentes das
atividades produtivas, deve-se escolher os mais significativos. Esta escolha leva
em consideração a disponibilidade de recursos humanos e financeiros que a
empresa pretende dispor no momento. Começa-se evidentemente com aqueles de
menor ônus.
3.3.1.2.2 Requisitos Legais e Corporativos:
Inicia-se no levantamento de toda a legislação ambiental municipal,
estadual, federal e setorial.
Numa segunda etapa, avalia-se os demais requisitos que vão depender da
Política Ambiental da Empresa. Estes requisitos podem ser a legislação ambiental
do país para o qual se está exportando ou de origem do capital da empresa, se for
o caso de multinacional. O requisito é influenciado pelo grau de competição da
empresa, ser o benchmarking do seu setor ou da indústria corno um todo.
3.3.1.2.3 Objetivos e Metas:
Entende-se por objetivos o resultado ambiental global, fundamentado na
política ambiental da empresa e nos impactos ambientais significativos,
estabelecidos pela organização para que ela própria o alcance, e que deve ser
passível de realização e quantificação.
Metas constituem os requisitos detalhados de desempenho ambiental
passíveis de serem quantificados e praticados, aplicáveis à organização ou parte
dela, decorrente dos objetivos ambientais, a meta deve ser proposta e alcançada
para que sejam considerados cumpridos aqueles objetivos.
3.3.1.2.4 Plano de Ação:
47
O Plano de Ação define:
• As responsabilidades de operação do sistema.
• A conscientização e a competência em relação ao meio ambiente.
• As necessidades de treinamento.
• As situações de riscos potenciais.
• Os planos de contingência e de emergência.
A prevenção passa a ser o elemento essencial e deverá ser desenvolvida
rotineiramente, visando reduzir os riscos e as penalizares decorrentes de inspeção
e fiscalização. A definição dos efeitos ia atividade sobre o meio ambiente parte da
metodologia dos 6 W, isto é:
• O que fazer;
• Como fazer;
• Para que fazer;
• Quando fazer;
• Onde fazer;
• Quem deve fazer.
A alocação de recursos deve apontar para: Recursos Humanos, Recursos
Financeiros e os Recursos Técnicos.
No período inicial haverá acréscimos de esforços e de custos para
adaptação e consolidação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Os custos se
alteram ao tempo das pessoas disponíveis para o projeto de implementação e aos
materiais, instrumentos, equipamentos e eventuais serviços de terceiros.
3.3.1.3 Etapa III: Implementação e Operação
A organização deverá capacitar-se e desenvolver mecanismos de apoio
necessários para a efetiva implementação da sua política ambiental e
cumprimento dos seus objetivos e metas. Faz parte dessa etapa. Estrutura e
responsabilidade, Conscientização e treinamento, Comunicação interna e externa,
Documentação, Controle operacional, Respostas a situações emergenciais.
Segundo D’AVIGNON (1995), a implantação ou adequação à ISO pode
implicar mudanças significativas na gestão e na cultura organizacional. É preciso
criar um clima propício à implantação do sistema para diminuir as resistências a
48
níveis aceitáveis. Deve ser vista como uma oportunidade de mudanças para
melhor e não como ameaça à manutenção do status.
Alguns dos problemas velados da empresa vêm ã tona e precisam ser
resolvidos. Os benefícios da qualidade ambiental e a produtividade poderão ser
expressivos se as informações do sistema de gestão ambiental forem
capitalizadas para as melhorias. Se a elaboração não for conduzida em nível de
fluxo eficiente do processo, haverá aumento da burocracia na empresa.
Quanto menores os controles existentes, maiores serão as resistências c
os impactos das mudanças. Poderá haver formação de feudos, para se proteger
do rigor do sistema. Se por motivos outros a empresa for forçada a demissões de
pessoas, isso poderá ser atribuível ao processo de implantação da ISO, com
prejuízos óbvios. Vale lembrar que é desgastante a retomada de uma interrupção
no processo de implantação da ISO (D’AVIGNON, 1995).
3.3.1.3.1 Estrutura e Responsabilidade
• Papéis, responsabilidade e autoridade: definidas, documentadas e
comunicadas;
• Gerente específico, que define papéis, responsabilidades e autoridade
para: assegurar cumprimento dos requisitos da norma; relatar a
performance do SGA para a alta direção da empresa para que esta
tenha as bases para melhoria do SGA.
• Existência de recursos (humano, tecnológico e financeiro).
3.3.1.3.2 Treinamento, Consciência e Competência
• Treinamento apropriado para pessoal cujo trabalho possa criar impacto
significativo sobre o meio ambiente.
• Conscientizar todos os funcionários da importância de manter
conformidade com a política c os procedimentos e requisitos do SGA; o
significado de impactos ambientais, atual c potencial, de suas atividades
e dos benefícios ambientais da implementação de melhor performance;
seu papel e responsabilidade em atender à política, os requisitos e
procedimentos do SGA, incluindo responsabilidades e atuação em casos
49
de emergências; a conseqüência proveniente de falha nas operações e
procedimentos.
3.3.1.3.3 Comunicação
A comunicação é um dos instrumentos que permitem a melhoria contínua
e também a informação e manutenção do SGA, e deve ser realizada a nível:
• Interna ĺ vários níveis e funções da organização
• Externa ĺ receber, documentar e responder ĺ comunicar significativos
impactos e programas mitigadores.
3.3.1.3.4 Documentação Ambiental
O sistema de gestão ambiental define o controle de todos os documentos
c informações referentes aos requisitos de qualidade ambiental estabelecidos pela
própria norma e pela política definida na organização.
A documentação deve ser:
• Legível, datada (com datas de revisão) e identificáveis,mantendo de
maneira ordenada e retida por período específico.
• Estabelecida e mantida, no papel ou em forma eletrônica, descrevendo
os elementos essenciais do SGA e suas interações;
• Fornecer à direção os documentos relacionados ao SGA
Os documentos necessários ao SGA são:
• Legislação, normas, padrões.
• Licenças (concedidas pelos órgãos de controle).
• Aspectos e impactos ambientais.
• Programas de gestão específicos, descrição e avaliação dos programas
e equipamentos.
• Procedimentos operacionais de processos e sistemas de controle.
• Dados de monitoramento.
• Atividades de manutenção de instalações e equipamentos.
• Descrição de não-conformidades observadas nos programas de gestão.
• Inventários de emissões de resíduos.
• Relatórios de auditorias realizadas.
3.3.1.3.5 Controle da Documentação
50
Controlar todos os documentos requeridos na norma, assegurando:
• Poderem ser localizadas;
• Periodicamente revistos, revisados, se necessário, e aprovados;
• Atualizados.
A documentação deve ser legível, datada (com datas de revisão) e
facilmente identificável, mantida de forma organizada e retida por um período de
tempo especificado. Devem ser estabelecidos e mantidos procedimentos e
responsabilidades referentes ás criação e alteração dos vários tipos de
documentos.
O controle operacional deve ser realizado de modo a:
• Identificar operações e atividades associadas com aspectos ambientais
identificados como significativos para atender à política, aos objetivos e
às metas da empresa, nestes casos é necessário:
• Estabelecer c manter procedimentos documentados para cobrir
situações onde sua falta poderia levar a desvios da política ambiental,
dos objetivos e metas destas.
• Criar critérios operacionais de procedimentos relacionados a aspectos
ambientais significativos e identificáveis de bens e serviços usados pela
organização, comunicando os relevantes procedimentos aos
fornecedores e contratantes.
Este controle tem como objetivo prevenir a poluição, monitorar e reduzir
emissões, investir em melhorias e desenvolver novas pesquisas.
3.3.1.3.6 Preparação e Resposta a Situações de Emergência
• Respostas a situações de emergência, prevenção e mitigação dos
impactos ambientais.
• Rever periodicamente suas respostas, preparações e procedimentos
relativos a situações de emergência.
• Testar periodicamente os planos de emergência.
51
3.3.1.4 Etapa IV: Monitoramento e ações corretivas
Nesta etapa são realizadas as medições, monitoramento e avaliação da
performance ambiental. A ação preventiva é enfatizada através do contínuo
monitoramento, diminuindo-se, assim, o número de ações corretivas.
Os problemas ou anomalias devem ser encontrados c corrigidos na fonte
geradora e não ao final do processo produtivo. Após a ocorrência do dano ou
degradação ambiental, o esforço de recuperação ou reparo é mais oneroso e,
muitas vezes, irreversível.
• Levantar significativo impacto sobre o meio ambiente.
• Monitorar e calibrar equipamentos, mantendo registro deste processo.
• Procedimento documentado de periodicamente medir e avaliar
conformidade com legislação e regulamentos aplicáveis.
• Promovendo auditorias periódicas de sistema.
• Ação Preventiva e Corretiva de Não-Conformidade
• Definição de responsabilidades c autoridade para manejar investigação
de não-conformidade, levando em conta os impactos a serem mitigados
e a inicialização de uma ação corretiva e de prevenção.
• Implementar e registrar qualquer mudança nos documentos de
procedimentos resultantes de ação preventiva.
Devem ser mantidos e armazenados em locais protegidos por tempo
determinado, de modo legível e identificável, todos os registros, como:
• Legislação ou regulamentos aplicáveis
• Queixas
• Treinamento
• Informação do processo de produção
• Informação cio produto inspeção, manutenção e aferição
• Informação pertinente do contratante e do fornecedor
• Registro de incidentes
• Informações de plano de emergência e de resposta
• Registro de significantes impactos ambientais
• Resultados de auditorias
52
• Revisões do SGA
3.3.1.5 Etapa V: Revisão ou Análise Crítica
A análise crítica, ou revisão do sistema de gestão ambiental, é
fundamental para a garantia de implantação da melhoria contínua. Assim, a alta
administração avalia, a cada ciclo do planejamento, a equação das metas e dos
objetivos definidos a política estabelecida.
Como esta etapa e pré-condição da melhoria contínua, isto é, no
aperfeiçoamento da responsabilidade e desempenho ambiental da organização, é
necessário que após cada ciclo se revisem todos os objetivos e metas
anteriormente alcançados; a verificação do comprometimento com a gestão
ambiental; e a avaliação do desempenho apresentado. Aqui se incluem os
resultados das auditorias elaboradas.
Na Revisão pode-se incluir, ainda, ações de política ambiental mais
ambiciosas que as do ciclo anterior.
A implantação de um sistema de gestão ambiental baseado na ISO 14001,
da mesma forma que na gestão pela qualidade, representa um processo de
mudança comportamental e gerencial na organização. O processo do SGA vai
depender:
• Comprometimento da alta direção
• Estar integrado ao planejamento estratégico da empresa
• Envolver todos os setores e pessoas responsáveis pela sua
implementação
• Refletir a política ambiental
• Garantir uma mudança de comportamento
• Considerar recursos humanos, físicos e financeiros necessários
• Ser dinâmico e sofrer revisão periódica
Como pré-condição para o registro exigem-se:
• Implementação do Sistema de Gestão Ambiental segundo os critérios
indicados na norma;
• Comprometimento no cumprimento da legislação municipal, estadual e
federal;
53
• Comprometimento de melhoria contínua da proteção ambiental.
Segundo BARATA E D'AVIGNON (1995), a obtenção da qualidade
representa um processo contínuo, de longo prazo, que requer mecanismos
corretivos c melhorias contínuas, onde a identificação e a revelação das falhas é
uma barreira cultural a ser vencida para que se obtenha resultados favoráveis.
Para obter a qualidade do processo produtivo e do meio ambiente, não c
necessário que haja uma revolução nos procedimentos c processos na empresa.
Esta é resultado de um processo evolutivo contínuo, de melhorias contínuas, onde
a identificação e a revelação das falhas é uma barreira cultural a ser vencida para
que se obtenha resultados favoráveis.
Os principais obstáculos à certificação são: o tempo, a capacidade, a
competição com outros projetos, comprometimento do gerente, plano de ação de
pouca qualidade, estrutura de projeto errada, resistência interna, pequeno
progresso no controle, inadequada comunicação, e insuficiente consciência
ambiental e da mudança comportamental que ela representa.
A questão do tempo é fundamental, deve-se evitar queimar etapas, como
ocorreu nas certificações da ISO 9000. Uma empresa só deve solicitar a própria
certificação caso tenha se assegurado de que cumpre todos os requisitos
exigidos, como diz o jargão ambiental: reduzir o número de não-conformidades.
Para que se obtenha sucesso em sua implementação, é necessário que
haja consenso em todos os níveis hierárquicos, quanto a sua importância, e que
não represente uma imposição gerencial, devendo haver integração das funções
com responsabilidades de linha e comprometimento da alta direção da empresa.
Para as empresas que não pretendem se certificar no momento, as
normas podem servir de um eixo diretor ambiental, visando ou não a uma
certificação futura.
A sua aplicação pelas empresas interessa a seus clientes e consumidores,
bem como ao setor público, aos órgãos ambientais e à comunidade do seu
entorno, pois em princípio a empresa que aplica um sistema de gestão ambiental
reduz sua degradação ao meio ambiente e a possibilidade de ocorrência de
acidentes ambientais.
54
CAPÍTULO IV
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA
4.1 A OFICINA MECÂNICA 4.1.1 HISTÓRICO
O sonho de liberdade fez com que o homem criasse maneiras de facilitar
sua locomoção. Inicialmente o fez através de carruagens, seguido pelos veículos
movidos a vapor, até que, em 1860, Étienne Lenoir construiu o primeiro automóvel
movido ao princípio da combustão interna, utilizado nos dias de hoje. Mas o carro
só tornou-se popular a partir de 1903, com a abertura da fábrica Ford por Henry
Ford, e seu processo de produção em massa do famoso Ford T.
Não há registros de quando surgiu a primeira oficina mecânica, mas pode-
se assegurar que ela surgiu logo após a criação do primeiro automóvel e de sua
comercialização em massa.
4.1.2 FLUXOGRAMA DE MANUTENÇÃO EM UMA OFICINA MECÂNICA AUTOMOTIVA
Em qualquer veículo destinado a reparos em uma oficina mecânica, é
realizada uma seqüência de passos, desde a entrada do mesmo no
estabelecimento, com a identificação da situação crítica até o reparo da mesma.
55
Essa seqüência é idêntica para todos os casos, a diferença apenas ocorrerá nos
testes para verificação do problema e reparo do mesmo.
Tem-se como primeiro passo do fluxograma uma entrevista com o cliente,
que deverá expor todos os problemas que o mesmo deseja resolver no seu
veículo. Durante a entrevista o recepcionista já deverá ter uma Ordem de Serviço
(O.S.) aberta, na qual irá lançando as verificações a serem feitas no veículo.
Observa-se como segundo passo, após ter sido lançadas todas as
verificações na O. S., o envio do veículo para a oficina a fim de que se iniciem os
serviços, que serão executados por profissionais especializados de acordo com as
especificações da O.S.
Dependendo do que será consertado no veículo, poderá ser feito um teste
de rua ou não, isto é de competência do recepcionista. Realiza-se então a
manutenção e tem-se o terceiro passo concluído.
O quarto passo inicia-se quando os serviços são finalizados. Então a O.S.
é fechada e encaminhada ao caixa para comunicação ao cliente da conclusão do
serviço e pagamento do mesmo.
Como quinto passo, observa-se ainda que, antes do pagamento
executado, é conveniente levar o cliente ao seu veículo, que deverá estar pronto e
limpo, apresentando inclusive as peças que porventura tiverem sido trocadas,
prestando ainda um esclarecimento ao cliente sobre as necessidades dessas
trocas e informando sobre as garantias que tem sobre todos os serviços
executados no seu veículo. Tais atitudes prezam por um atendimento de boa
qualidade, de forma a conquistar a credibilidade do cliente.
56
Fig 4.1 – Fluxograma de Entrada e Saída do automóvel na Oficina Mecânica
4.1.3 ATIVIDADES DE UMA OFICINA MECÂNICA
Inicialmente, as atividades das oficinas limitavam-se a manutenção
mecânica dos veículos, mas atualmente, com os avanços tecnológicos e com a
nova visão do mercado, elas passaram a ter a finalidade de manter em bom
funcionamento não só a parte mecânica dos carros, mas também da parte elétrica,
da estética e também da manutenção de acessórios.
Muitos dos processos mecânicos foram substituídos por processos
eletrônicos, obrigando as oficinas tornarem-se cada vez mais detentoras de
Chegada à Oficina
Preenchimento da OS + Identificação de problema no
veículo.
Encaminhamento para área da oficina responsável pelo reparo a ser realizado.
Conserto do veículo + realização dos testes de
verificação.
Fechamento de OS + entrega do veículo à recepção.
Entrega do veículo
ao cliente.
Resíduos Insumos
57
conhecimento tecnológico, e necessitando de técnicos cada vez mais capacitados.
Assim, surgiu a necessidade de criar-se uma certificação para a diferenciação dos
técnicos especializados, surgindo a ASE.
A Excelência em Serviços Automotores (Automotive Service Excellence –
ASE) é um instituto fundado em 1972 nos Estados Unidos da América, chegando
ao Brasil ao final de 1996, e da qual fazem parte do conselho diretor, fábricas
como: GM, Ford, Chrysler, indústrias de auto peças e universidades. Tem o intuito
de avaliar os técnicos do setor automotivo com exames criteriosos, e assim os
técnicos aprovados recebem um certificado válido por cinco anos e um bordado
para ser fixado ao seu uniforme como identificação. O símbolo ASE é uma das
formas do consumidor diferenciar o técnico capacitado dos demais. Os benefícios
ao mercado de reparação automotiva são a elevação do padrão de qualidade e o
constante aperfeiçoamento utilizando as mais modernas tecnologias do setor.
São diversas as atividades a serem realizadas pelas oficinas e, por causa
disto, algumas se especializam em um ou outro setor, e somente as grandes
oficinas são capazes de oferecer todos os serviços relacionados ao automóvel.
Portanto, dentro da Oficina Mecânica, o automóvel será encaminhado à
área onde o problema detectado é tratado. Pode-se dividir as atividades realizadas
dentro de uma oficina mecânica em oito áreas:
Pintura – área responsável pela manutenção do acabamento de proteção externa
da carroceria do automóvel;
Lanternagem – área responsável pela manutenção da carroceria do automóvel;
Parte Elétrica – área responsável pela manutenção do fornecimento de energia
elétrica e os componentes eletrônicos existentes nos automóveis;
Parte Mecânica – área responsável pelo bom funcionamento do motor e partes
afins do automóvel;
Capotaria – área responsável pela manutenção das forrações e acentos do
automóvel;
Acessórios – área responsável pela manutenção de acessórios agregados ao
funcionamento do automóvel, como aparelhos de som;
Vidraçaria – área responsável pela manutenção dos vidros do automóvel;
58
Borracharia – área responsável pela manutenção dos pneus e câmaras de ar do
automóvel.
A tabela 4.1 a seguir relaciona as áreas de atividades da oficina mecânica com o
material utilizado, para uma melhor compreensão:
59
60
4.2 POLÍTICA AMBIENTAL
A política ambiental varia de acordo com a visão da gerência da empresa,
e deve espelhar os valores pela qual a organização exprime o seu
comprometimento com a causa ambiental e com as partes interessadas. Na tabela
4.2 apresentam-se os valores pela qual as oficinas podem basear-se para
desenvolver sua política ambiental.
Valores
No. Síntese Detalhamento
1 Valorização e
desenvolvimento do empregado
Preparação, identificação de habilidades e competências nos colaboradores, atentar para o seu bem estar e sua
satisfação para com a Empresa.
2 Comprometimento com a segurança
Pressupõe uma inspeção e revisão cuidadosa das condições ambientais de segurança, o que implica em análises de
riscos e de processos.
3 Rentabilidade e competitividade
Desenvolvimento e implantação do processo de avaliação empresarial para assegurar desempenho e retorno
financeiro.
4 A preservação e o respeito ao meio
ambiente
Desenvolvimento das atividades de saúde ocupacional e proteção ambiental para assegurar o direito à vida dos
trabalhadores.
5 Integração com a comunidade
Estar inserido dentro da região que opera, fazendo a política de boa vizinhança, mantendo estreita relação com
as entidades públicas e privadas, populações, representantes de classe e desenvolvimento de projetos que
estejam inseridos neste contexto.
6 Satisfação do cliente
Atendimento aos requisitos especificados pelo cliente, atuais e futuros, considerando as demais partes
interessadas.
7 Melhoria contínua Uso de ferramentas de qualidade para obter os objetivos e
metas definidos, incluindo a satisfação de pessoas e desempenho ambiental.
8 Espírito de equipe
Busca de melhores soluções para os problemas da organização, elevando o nível da educação, motivação,
otimizando o relacionamento, promovendo a confiança e a amizade.
Tabela 4.2 – Valores para a Política Ambiental.
61
4.3 LEGISLAÇÃO
Verificou-se toda a legislação vigente que cuida do tratamento de
resíduos, dentre os quais aqueles produzidos por oficinas mecânicas, destacando-
se as leis e diretrizes relacionadas, principalmente às questões que envolvam
derivados de petróleo e combustíveis, baterias automotivas e pneumáticos, por
entender que estes são os resíduos produzidos em maior quantidade pelas
oficinas mecânicas, e, especialmente, por estes serem os mais agressivos ao
meio ambiente e os mais nocivos à saúde humana.
• Lei de Óleo – Resolução CONAMA Nº 273, de 29 de novembro de 2000,
que estabelece que todos os projetos e empreendimentos que envolvam
derivados de petróleo e combustíveis deverão, obrigatoriamente, ser
realizados segundo normas técnicas expedidas pela ABNT e órgão
ambiental competente (no caso do Rio de Janeiro, este órgão é a
FEEMA, de competência estadual), para a implementação de Programa
de Redução de Resíduos. De acordo com o Artigo 5o, estabelece-se que
toda e qualquer atividade geradora de resíduos deverá apresentar a
FEEMA um relatório preliminar apresentando seus esforços na redução
de seus resíduos que deverá conter informações que permitam avaliar as
reduções já obtidas e as possibilidades futuras, bem como subsidiar os
planos de ação a serem elaborados.
• Resolução tocante à questão da baterias - Resolução CONAMA Nº 257,
de 30 de junho de 1999, que considera a necessidade de se disciplinar o
descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e
baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem,
tratamento ou disposição final, devido aos impactos negativos causados
ao meio ambiente pelo descarte inadequado de pilhas e baterias usadas.
Determina que as baterias industriais constituídas de chumbo, cádmio e
seus compostos, destinadas a telecomunicações, usinas elétricas,
sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme, segurança,
62
movimentação de cargas ou pessoas, partida de motores diesel e uso
geral industrial, após seu esgotamento energético, deverão ser entregues
pelo usuário ao fabricante ou ao importador ou ao distribuidor da bateria.
• Resolução tocante à questão dos pneumáticos – Resolução CONAMA Nº
258, de 26 de agosto de 1999, que considera que os pneumáticos
inservíveis abandonados ou dispostos inadequadamente constituem
passivo ambiental, que resulta em sério risco ao meio ambiente e à
saúde pública e que há a necessidade de dar destinação final, de forma
ambientalmente adequada e segura, aos pneumáticos inservíveis,
resolve que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos
ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente
adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na
proporção definida nesta Resolução relativamente às quantidades
fabricadas e/ou importadas.
4.4 SISTEMÁTICA DE PRIORIZAÇÃO
É notória a existência de uma gama enorme de resíduos gerados por uma
oficina mecânica. Baseados em todos os dados pesquisados e representados
neste projeto, verificou-se que uma matriz de priorização poderia ser realizada,
visando com isto à identificação dos resíduos que representam maior perigo tanto
ao meio ambiente, quanto à saúde da população, através das variáveis gravidade
e ocorrência.
Tais variáveis foram selecionadas para avaliar o nível de dano ambiental
provocado pelas atividades desenvolvidas na oficina, relacionando com a
freqüência com que ele ocorre. A tabela 4.3 propôs-se categorias e seus
respectivos índices visando gerar medidas de avaliação das atividades da oficina
mecânica.
63
Gravidade Ocorrência
Extremamente grave 5 Muito alta 5
Muito grave 4 Alta 4
Grave 3 Média 3
Pouco Grave 2 Baixa 2
Sem gravidade 1 Desprezível 1 Tabela 4.3 – Matriz GO: Índices de Priorização
Com estes índices, apresenta-se a tabela 4.4, que demonstra a
priorização das atividades da oficina:
Atividade Gravidade Ocorrência GO
Pintura 5 3 15
Lanternagem 2 5 10
Parte Elétrica 2 3 6
Parte Mecânica 5 5 25
Capotaria 2 2 4
Acessórios 2 2 4
Vidraçaria 1 3 3
Borracharia 3 5 15 Tabela 4.4 – Priorização das Áreas pela Matriz GO.
Com a realização da matriz de priorização, baseada na gravidade e
ocorrência dos resíduos gerados, identificou-se como atividades causadoras de
maiores impactos no ambiente a parte mecânica, borracharia, pintura e
lanternagem.
Verificou-se que com a borracharia o tratamento a ser dado é a sua
devolução ao fabricante, sendo ele responsável pelo destino final de seu produto,
através da resolução nº 258, de 26 de agosto de 1999. Por ter destino
estabelecido por lei, julgou-se desnecessário uma análise mais aprofundada da
64
atividade borracharia, e preocupou-se em propor sugestões para as outras
atividades priorizadas.
Depois de identificadas as atividades que apresentam maiores riscos à
sociedade, decidiu-se por tratá-las separadamente, identificando todo o fluxo de
cada atividade e listando seus aspectos e impactos ambientais.
Apresentam-se abaixo os fluxogramas de processo das atividades
relacionadas à parte mecânica. Foi observado na parte mecânica a necessidade
de separar esta atividade devido à observância da geração de três principais
resíduos de igual importância: resíduos de óleos, resíduos metálicos e o fluido de
radiador.
O fluido de radiador, de composição ácida, mesmo com seu caráter
altamente nocivo ao bem estar do trabalhador e do meio ambiente, não será
estudado mais profundamente devido a sua baixa freqüência de uso nos
automóveis, pois sua utilização é facultada a escolha pelo usuário, e sua troca de
rara ocorrência. A troca de fluido de radiador apenas ocorre quando há dano no
radiador.
A tabela 4.5 a seguir apresenta o fluxograma referente aos resíduos
gerados durante a troca de óleo, mostrando os principais aspectos e impactos
ambientais que podem ser gerados pela atividade.
65
Atividade Aspecto Impacto
Estopa Contaminação do Solo
Jornal Contaminação do Solo
Óleo queimado Contaminação do Solo ou da
Água; Contaminação Humana; Risco de Incêndio.
Óleo lubrificante Contaminação do Solo ou da
Água; Contaminação Humana; Risco de Incêndio.
Tabela 4.5 – Aspectos e Impactos da Troca de Óleo.
A tabela 4.6 a seguir apresenta o fluxograma referente aos resíduos
gerados durante a troca de óleo, mostrando os principais aspectos e impactos
ambientais que podem ser gerados pela atividade
Retirar parafuso do reservatório.
Deixar óleo escorrer do
reservatório por uma bandeja previamente
preparada até um tambor de estocagem.
Vedar reservatório do
veículo, recolocando o
parafuso.
Preencher reservatório com óleo.
66
Atividade Aspecto Impacto
Estopa Contaminação do Solo
Jornal Contaminação do Solo
Óleo lubrificante Contaminação do Solo ou da
Água; Contaminação Humana; Risco de Incêndio.
Peças de motor em geral Contaminação do Solo
Óleo de freio Contaminação do Solo ou da
Água; Contaminação Humana; Risco de Incêndio.
Óleo de câmbio Contaminação do Solo ou da
Água; Contaminação Humana; Risco de Incêndio
Fluído de radiador Contaminação do Solo ou da Água; Contaminação Humana.
Resíduo de amianto das pastilhas de freio
Contaminação do Solo ou da Água ou Ar; Contaminação
Humana.
Tabela 4.6 – Aspectos e Impactos da troca de peça metálica do motor.
A tabela 4.7 a seguir apresenta um quadro resumitivo dos principais
aspectos e impactos ambientais gerados pelas atividades desenvolvidas na parte
mecânica do automóvel.
Verificar problema do
veículo
Identificar componente a ser trocado.
Preparar veículo para remoção da
peça.
Remover a peça defeituosa.
Substituir a peça defeituosa por uma nova no
motor.
67
Aspectos Impactos
Vazamento de óleo lubrificante Contaminação de solo, água; risco de incêndio; intoxicação no ser humano.
Troca de peça Contaminação do solo; Algumas peças apresentam amianto em pó, altamente
cancerígeno.
Queima de combustível Contaminação do ar; intoxicação humana; risco de incêndio.
Fluido de radiador Contaminação do solo e água; intoxicação humana; Morte.
Vazamento de combustível Risco de Incêndio; contaminação de solo e água; intoxicação humana.
Tabela 4.7 – Principais Aspectos e Impactos da Atividade relacionada a Parte Metálica
A tabela 4.8 a seguir apresenta o fluxograma referente aos resíduos
gerados durante o processo de pintura, mostrando os principais aspectos e
impactos ambientais que podem ser gerados pela atividade.
Atividade Aspecto Impacto
Odor Incômodo ao Trabalhador
Gases de tintas Contaminação do Ar
Restos de Tinta Contaminação do Solo ou da água
Restos de Redutor Contaminação do Solo ou da água
Restos de Massa de polir Contaminação do Solo ou da água
Estopa Contaminação do Solo
Massa Rápida Contaminação do Solo ou da água
Pintof Contaminação do Solo ou da água
Jornal Contaminação do Solo
Tabela 4.8– Aspectos e Impactos da Pintura.
Preparar a chapa.
Isolar partes a serem pintadas.
Pintura.
Polimento da pintura.
68
A tabela 4.9 a seguir apresenta um quadro resumitivo dos principais
aspectos e impactos ambientais gerados durante a pintura da lataria do
automóvel.
Aspectos Impactos
Emissão de aerofórmico Contaminação de ar, água e solo; intoxicação humana.
Lixamento (“Raspagem”) da massa de lanternagem
Contaminação de ar, água e solo; intoxicação humana.
Resíduo de água + sabão Contaminação de solo e água. Tabela 4.9– Principais Aspectos e Impactos da Pintura
A tabela 4.10 a seguir apresenta o fluxograma referente aos resíduos
gerados durante o processo de pintura, mostrando os principais aspectos e
impactos ambientais que podem ser gerados pela atividade
69
Atividade Aspecto Impacto
Estopa Contaminação do Solo.
Jornal Contaminação do Solo.
Lataria em geral Contaminação do Solo, Incômodo ao Trabalhador.
Chapas Contaminação do Solo, Incômodo ao Trabalhador.
Pára-choque Contaminação do Solo, Incômodo ao Trabalhador.
Plastic Contaminação do Solo e Água, Incômodo ao Trabalhador.
Tabela 4.10– Aspectos e Impactos da Lanternagem.
A tabela 4.11 a seguir apresenta um quadro resumitivo dos principais aspectos e impactos ambientais gerados durante o processo de lanternagem no automóvel.
Aspectos Impactos
Resíduos metálicos Contaminação de solo.
Resíduos de Borracha Contaminação de solo.
Resíduos de vidro Periculosidade para o homem.
Resíduo de Massa Nociva à saúde humana.
Tabela 4.11– Principais Aspectos e Impactos da Lanternagem.
Verificar danos na lataria.
Remover parte da lataria
danificada.
Reparar o dano
Recompor esta parte a lataria do
veículo.
Preparar lataria para pintura.
70
4.5 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR)
A análise preliminar de riscos (APR), segundo LIMA (2001), consiste no
estudo, durante a fase de concepção ou desenvolvimento prematuro de um novo
sistema, com o fim de se determinar os riscos que poderão estar presentes na
fase operacional do mesmo.
Este procedimento tem especial importância em sistemas de pouca
similaridade com outros existentes, seja pela inovação, ou pioneirismo.
A APR é normalmente uma revisão superficial de problemas gerais de
segurança; no estágio em que é desenvolvida, podem existir ainda poucos
detalhes finais de projeto, sendo ainda maior a carência de informação quanto aos
procedimentos, normalmente definidos mais tarde.
Visa a identificação e avaliação preliminar dos perigos presentes em uma
instalação ou unidade.
Para cada perigo analisado, busca-se determinar:
• Os eventos acidentais a ele associados;
• As conseqüências da ocorrência destes eventos;
• As causas básicas e os eventos intermediários;
• Os modos de prevenção das causas básicas e eventos intermediários;
• Os modos de proteção e controle, dada a ocorrência das causas básicas
e eventos intermediários.
Além disso, precede-se a uma estimativa qualitativa preliminar do risco
associado a cada seqüência de eventos, a partir da estimativa da freqüência e da
severidade da sua ocorrência.
Esta metodologia é interessante, pois gerará uma hierarquia dentre os
riscos decorrentes das diversas atividades de uma oficina mecânica, a partir da
identificação dos aspectos e impactos ambientais, suas respectivas causas
básicas, métodos de prevenção e controle, estabelecendo assim uma ordenação
para o tratamento de todos os riscos.
71
A tabela 4.12 a seguir, apresenta uma estimativa qualitativa preliminar do
risco associado a cada seqüência de eventos, a partir da estimativa da severidade
da sua ocorrência.
Classe Denominação Características
I Desprezível
Não resulta em danos ou resulta em danos insignificantes a equipamentos, propriedades e meio ambiente; Não ocorrem
lesões ou mortes de funcionários nem de terceiros (não funcionários e público externo).
II Marginal Danos leves a equipamentos, propriedades ou meio
ambiente, sendo porém controláveis e de baixo custo de reparo; Lesões leves em funcionários ou terceiros.
III
Danos severos a equipamentos, propriedades ou meio ambiente, permitindo proceder à parada ordenada do
sistema; Lesões de gravidade moderada em funcionários ou terceiros; Exige ações corretivas imediatas para evitar seu
desdobramento catastrófico.
IV Catastrófica
Danos irreparáveis a equipamentos, propriedades ou meio ambiente, levando à parada desordenada do sistema,
implicando em reparação impossível ou lenta e de altíssimo custo; Provoca várias mortes ou lesões graves em
funcionários ou terceiros. Tabela 4.12– Classes para Avaliação Qualitativa da Severidade dos Perigos Identificados.
A tabela 4.13 a seguir, apresenta uma estimativa qualitativa preliminar do risco associado a cada seqüência de eventos, a partir da estimativa da freqüência da sua ocorrência.
Classe Denominação Características
A Extremamente remota
Teoricamente possível, mas de ocorrência extremamente improvável ao longo da vida útil da instalação.
B Remota Ocorrência não esperada ao longo da vida útil da instalação.
C Improvável Baixa probabilidade de ocorrência ao longo da vida útil da instalação.
D Provável Ocorrência esperada até uma vez ao longo da vida útil da instalação.
E Freqüente Ocorrência esperada se repetir por várias vezes ao longo da vida útil da instalação.
Tabela 4.13– Classes para Avaliação Qualitativa da Freqüência de Ocorrência dos Perigos
Identificados
Crítica
72
Com base nas tabelas anteriores, foi realizado um cruzamento de
informações de forma a chegar em uma matriz para avaliação qualitativa dos
riscos e perigos identificados, apresentados na figura 4.2 a seguir:
A B C D E
IV
III
II
I
Freqüência Severidade A - Extremamente remota I - Desprezível B - Remota II - Marginal C - Improvável III - Crítica D - Provável IV - Catastrófica E - Freqüente
RISCO
1. Desprezível 2. Menor 3. Moderado 4. Sério 5. Crítico
Figura 4.2 – Matriz para Avaliação Qualitativa de Risco dos Perigos Identificados.
Utilizando as classes para avaliação qualitativa da freqüência e da
severidade de ocorrência dos perigos identificados, e ainda auxiliados pela matriz
para avaliação qualitativa de risco dos perigos identificados, apresentou-se, na
tabela 4.14 a seguir, a matriz APR relacionada à atividade que envolva a parte
mecânica oficina mecânica, na tabela 4.15 para a atividade de pintura e na tabela
4.16 para a atividade de lanternagem
S E V E R I D A D E
73
74
75
76
4.6 OBJETIVOS E METAS
A partir da apresentação dos riscos e considerando a priorização das
atividades pela matriz GO, traçou-se os objetivos e metas para minimizar ou
erradicar os impactos provenientes destes riscos. Encontra-se descrito no
programa ambiental da tabela 4.17 a seguir os objetivos e metas traçados para a
atividade de pintura.
Assunto: Programa Ambiental
Atividade Planejamento Exemplo
PINTURA OBJETIVO Minimizar a emissão de aerofórmico
META Redução na emissão de aerofórmico em 20% para o meio externo , dentro de 6
meses
PROGRAMA AMBIENTAL
Melhoria da qualidade do ar; Prevenção de patologias
AÇÃO Isolamento de uma área para construção
de uma estufa de pintura; Utilização dos EPI’s
RESPONSABILIDADE Pintor
Tabela 4.17 – Programa Ambiental para a atividade de Pintura.
Encontra-se descrito no programa ambiental da tabela 4.18 a seguir os
objetivos e metas traçados para a atividade desenvolvidas para a parte mecânica.
Assunto: Programa Ambiental
Atividade Planejamento Exemplo
MECÂNICA OBJETIVO Minimizar a emissão de óleos
77
META Redução na taxa de mistura entre óleo e outros fluídos em 6 meses
PROGRAMA AMBIENTAL
Venda de resíduos fluídos (principalmente óleo);
Reaproveitamento de resíduos fluídos
AÇÃO Instalação de aparelhagem que vise a separação do resíduos de óleos dos
demais resíduos
RESPONSABILIDADE Mecânico
Tabela 4.18 – Programa Ambiental para a atividade que envolva a parte mecânica.
Encontra-se descrito no programa ambiental da tabela 4.19 a seguir os
objetivos e metas traçados para a atividade de lanternagem
Assunto: Programa Ambiental
Atividade Planejamento Exemplo
LANTERNAGEM OBJETIVO Reutilizar partes metálicas
META Reaproveitar toda lataria e chapas
metálicas sempre que possível
PROGRAMA AMBIENTAL
Reutilização de sucata; Venda de sucata
AÇÃO Separa chapas em melhor estado e
qualidade, visando sua reutilização.
RESPONSABILIDADE Lanterneiro
Tabela 4.19 – Programa Ambiental para a atividade de Lanternagem
78
4.7 CONSCIENTIZAÇÃO E TREINAMENTO
Todas as atividades de maiores variáveis relativas a gravidade e
ocorrência foram devidamente identificadas, através de seus fluxos dentro de uma
oficina, bem como todos os seus aspectos e impactos ambientais listados.
Baseado nos dados apresentados anteriormente pode-se traçar um plano
preliminar para a conscientização ambiental das partes interessadas, englobando
assim os funcionários e a comunidade onde a oficina está inserida. A tabela 4.20
apresenta uma proposta preliminar do treinamento ambiental.
Assunto: Treinamento Ambiental
TIPO DE TREINAMENTO PÚBLICO PROPÓSITO
Conscientização sobre a importância da gestão
ambiental Gerente Obter comprometimento com
a questão ambiental
Aperfeiçoamento de habilidades Todos os empregados Melhorar o desempenho em
todas as áreas
Cumprimento dos requisitos legais Todos os empregados
Assegurar que os requisitos legais e internos sejam
cumpridos Tabela 4.20 – Treinamento Ambiental
4.8 INDICADORES DE DESEMPENHO
O indicador de desempenho tem como função avaliar o funcionamento
das ações da empresa, medindo e comparando com um padrão pré-estabelecido,
e deverá ser compreendido por todos os envolvidos no processo.
À título de exemplificação apresenta-se, na tabela 4.21 a identidade do
indicador para o setor de pintura.
79
2 – REVISÃO: 3 – DATA:
Identidade do indicador / /
4 – TÍTULO/SIGLA: 5 – CÓDIGO:
ÍNDICE DE ISOLAMENTO (II)
6 – CLASSIFICAÇÃO: 7 – UNID DE MEDIDA:
8 – FREQÜÊNCIA:
ISOLAMENTO DO AMBIENTE DESTINADO A PINTURA. UNIDADE MENSAL
9 – DEFINIÇÃO:
É O NÚMERO DE VEZES QUE SE OBSERVA RESÍDUOS DA PINTURA FORA DA ÁREA DE ISOLAMENTO.
10 – OBJETIVO: VERIFICAR A EXISTÊNCIA DE RESÍDUOS DE PINTURA FORA DA
ÁREA DE ISOLAMENTO
11 – FÓRMULA DE CÁLCULO: II = NER
12 – DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS
NER = NÚMERO DE EXISTÊNCIA DE RESÍDUO FORA DA ÁREA DE ISOLAMENTO
13 – FONTE: OFICINA
14 – REFERENCIAS DE COMPARAÇÃO:
15 –OBSERVAÇÕES
16 –RESPONSÁVEL:
PINTOR/GERENTE
Tabela 4.21– Indicadores de Desempenho
80
4.9 PLANO DE AÇÃO
O plano de ação consiste em um quadro onde se apresentam ações a
serem tomadas pela empresa para assegurar o sucesso dos objetivos e metas
traçados com o intuito de garantir a melhoria do seu desempenho ambiental.
Conhecendo-se toda a dinâmica das atividades de uma oficina mecânica,
baseado na política ambiental proposta pela gerência, auxiliado por uma pesquisa
a legislação pertinente as atividades do negócio empresarial, foi realizada uma
priorização destas mesmas atividades, com a identificação de seus principais
aspectos e impactos ambientais e uma análise preliminar de riscos das atividades
priorizadas. Essas informações serviram para traçar objetivos, metas e maneiras
de medir o desempenho destes (indicadores) que visam avaliar a aderência da
proposta de sistema de gestão ambiental à oficina mecânica.
O plano de ação sugerido encontra-se na tabela 4.22 a seguir:
81
82
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 CONCLUSÕES
É crescente a importância da preocupação com temática ambiental dentro
da sociedade brasileira, tendo em vista a problemática gerada diante anos de
descaso.
Atualmente o resíduo tornou-se um problema, já que sua produção segue
uma escala crescente e as condições para sua disposição final são limitantes. A
tendência de consumo de produtos é crescente devido ao aumento populacional.
Portanto, torna-se inevitável a busca de caminhos que equacionem este problema.
Um desses caminhos é a minimização dos resíduos, que vem se tornando
obrigatória nos planos de gerenciamento moderno.
O ponto de partida dos planos de gerenciamento de resíduos deve ser a
minimização dos mesmos. As alternativas para alcançar estes objetivos são
diversas, algumas delas foram descritas neste projeto, porém a solução mais
adequada é aquela que contempla os aspectos de controle ambiental com critérios
técnicos, científicos, econômicos, sociais e políticos de determinada comunidade.
83
O problema dos resíduos vem sendo visto sob uma ótica limitada e não
global. O problema é visto do final para o começo. A pergunta que se faz é: "O que
fazer com pilhas, baterias e pneus usados?", enquanto deveria ser "Como fabricar
produtos com maior durabilidade, que exijam mudanças no padrão de produção?".
O grande desafio é a mudança do modelo de produção industrial e não o que
fazer com o lixo. Desafio que, para ser alcançado, exigiria pesquisa, novas
tecnologias e, conseqüentemente, gastos.
Toda organização necessita de visão sistêmica, pois a mesma é
fundamental no processo de implantação do SGA. A adoção do enfoque sistêmico
permite que a organização analise o meio ambiente definindo o cenário provável,
de médio e longo prazo, a partir do qual objetivos institucionais traçados e
respectivas estratégias para atingi-los são delineados.
Espera-se que o processo de implantação do SGA traga resultados
bastante positivos para empresa, fazendo com que ela atente para toda e
qualquer mudança no cenário internacional e nacional que possa trazer novas
ferramentas para que a empresa busque continuamente o desenvolvimento
sustentável. Especialmente no que tange aos aspectos de saúde, higiene e
segurança no trabalho, pois assim como os aspectos ambientais, investimentos
em saúde e segurança também trazem benefícios e resultados para a organização
e não custos adicionais.
A identificação dos aspectos ambientais mais significativos da empresa,
através da análise da gravidade, ocorrência e detecção do impacto ambiental,
permitiu direcionar os esforços da empresa, no que se refere a recursos, para as
atividades mais prioritárias e de maior retorno econômico e ambiental.
A análise preliminar de risco apresentou-se como uma ferramenta
adequada para identificar alternativas que possibilitem a melhora do desempenho
ambiental dos processos da empresa, quando conectada a uma análise de
decisão que correlacione as medidas ou ações que podem ser tomadas mediante
os riscos detectados.
84
O plano de ação, que sugeriu soluções para o problema estudado, foi
baseada na análise dos aspectos e impactos ambientais e de qualidade das
diferentes alternativas.
Considerando todas as limitações deste trabalho, em função da própria
complexidade do tema, observa-se uma excelente oportunidade para melhoria do
desempenho ambiental das empresas.
5.2 RECOMENDAÇÕES
• Implantar o sistema de gestão ambiental proposto em uma oficina
mecânica
Um outro aspecto ambiental significante identificado com a exemplificação
da implantação da metodologia proposta neste projeto, foi a geração de resíduos
nos processos não priorizados da oficina. A aplicação da metodologia proposta
para os aspectos ambientais das atividades não priorizadas seria um excelente
trabalho para temas futuros.
• Estudo de impactos ambientais positivos
Todo trabalho desenvolvido neste projeto considerou apenas os impactos
ambientais adversos. Existem muitas oportunidades que poderiam ser estendidas
a outras aplicações, caso fossem identificados os impactos ambientais positivos
de uma atividade.
• Aplicação da metodologia em diferentes segmentos da sociedade
Embora todo o conteúdo tenha sido direcionado para as oficinas
mecânicas, quando da aplicação desta metodologia, não pretende-se restringir o
aproveitamento de parte desta proposta de gerenciamento em setores como: na
área de serviços.
85
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São Paulo, Março 2001,nº121. Revisão Preventiva, p.15, c.5.
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88
MACEDO, Ricardo Kohn de. RIO + 5.www.aultimaarcadenoe.com.br, 1997.
89
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabela 2.1 – Normas elaboradas pelo TC 207...................................................................
31
Tabela 3.1 – Normas da Série ISO 14000......................................................................... 35
Tabela 3.2 – Direcionamento do Relatório Ambiental da empresa................................... 39
Tabela 3.3 - Fluxograma para todas as atividades e tarefas do processo produtivo ......... 45
Figura 4.1 – Fluxograma de Entrada e Saída do automóvel na Oficina Mecânica........... 56
Tabela 4.1 – Descrição das Atividades de uma Oficina Mecânica ................................... 59
Tabela 4.2 – Valores para a Política Ambiental. .............................................................. 60
Tabela 4.3 – Matriz GO: Índices de Priorização .............................................................. 63
Tabela 4.4 – Priorização das Áreas pela Matriz GO......................................................... 63
Tabela 4.5 – Aspectos e Impactos da Troca de Óleo ........................................................ 65
Tabela 4.6 – Aspectos e Impactos da troca de peça metálica do motor ........................... 66
Tabela 4.7 – Principais Aspectos e Impactos da Atividade relacionada a Parte
Metálica........................................................................................................
67
Tabela 4.8– Aspectos e Impactos da Pintura..................................................................... 67
Tabela 4.9– Principais Aspectos e Impactos da Pintura.................................................... 68
Tabela 4.10– Aspectos e Impactos da Lanternagem ........................................................ 69
Tabela 4.11– Principais Aspectos e Impactos da Lanternagem........................................ 69
Tabela 4.12– Classes para Avaliação Qualitativa da Severidade dos Perigos
Identificados.................................................................................................
71
Tabela 4.13– Classes para Avaliação Qualitativa da Freqüência de Ocorrência dos
Perigos Identificados....................................................................................
71
Figura 4.2 – Matriz para Avaliação Qualitativa de Risco dos Perigos Identificados........ 72
Tabela 4.14 – Matriz APR relacionada a atividade que envolva a parte mecânica
oficina mecânica...........................................................................................
73
Tabela 4.15 – Matriz APR relacionada a atividade de pintura de um veículo em oficina
mecânica.......................................................................................................
74
Tabela 4.16 – Matriz APR relacionada a atividade de lanternagem de um veículo em
oficina mecânica...........................................................................................
75
Tabela 4.17 – Programa Ambiental para a atividade de Pintura....................................... 76
90
Tabela 4.18 – Programa Ambiental para a atividade que envolva a parte mecânica........ 76
Tabela 4.19 – Programa Ambiental para a atividade de Lanternagem.............................. 77
Tabela 4.20 – Treinamento Ambiental.............................................................................. 78
Tabela 4.21– Indicadores de Desempenho........................................................................ 79
Tabela 4.22 – Plano de Ação para as atividades identificadas de uma oficina mecânica. 81
91
INDICE
FOLHA DE ROSTO, P.02 AGRADECIMENTO, P.03 DEDICATÓRIA, P.04 CITAÇÃO, P.05 RESUMO, P.06 METODOOGIA, P.07 SUMÁRIO, P.08
CAPÍTULO I – O PROBLEMA, P.09
1.1 INTRODUÇÃO, P.09
1.2 A SITUAÇÃO PROBLEMA, P.14
1.3 OBJETIVO DO PROJETO, P.14
1.4 PRINCIPAIS TEORIAS SOBRE SISTEMA DE GESTÃO
AMBIENTAL, P.15
1.5 QUESTÕES LEVANTADAS, P. 16
1.6 PRINCIPAIS TERMOS UTILIZADOS, P. 16
1.7 ORGANIZAÇÃO DO PROJETO, P.17
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA, P.18
2.1 A QUESTÃO AMBIENTAL MUNDIAL, P.18
2.2 NOSSO FUTURO, P.23
2.3 PRINCÍPIOS DA VIDA SUSTENTÁVEL, P.25
2.4 OS PROBLEMAS AMBIENTAIS E O DESENVOLVIMENTO, P.27
2.5 PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL, P.30
92
CAPÍTULO III – A METODOLOGIA, p.33
3.1 A NORMA ISO-14000, P.33
3.2 A PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA IS0 SÉRIE 14000, P.36
3.3 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA, P.37
3.3.1 ETAPAS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, P.38
3.3.1.1 Etapa 1: Estabelecer a Política Ambiental, p.38
3.3.1.2 Etapa II: Planejamento, p.45
3.3.1.2.1 Aspectos Ambientais, p.45
3.3.1.2.2 Requisitos Legais e Corporativos, p. 46
3.3.1.2.3 Objetivos e Metas, p.46
3.3.1.2.4 Plano de Ação, p.46
3.3.1.3 Etapa III: Implementação e Operação, p.47
3.3.1.3.1 Estrutura e Responsabilidade, p.48
3.3.1.3.2 Treinamento, Consciência e Competência, p.48
3.3.1.3.3 Comunicação, p.49
3.3.1.3.4 Documentação Ambiental, p.49
3.3.1.3.5 Controle da Documentação, p.49
3.3.1.3.6 Preparação e Resposta a Situações de Emergência, p.50
3.3.1.4 Etapa IV: Monitoramento e ações corretivas, p.51
3.3.1.5 Etapa V: Revisão ou Análise Crítica, p.52
CAPÍTULO IV– SGA, P.54
4.1 A OFICINA MECÂNICA, P.54
4.1.1 HISTÓRICO, P.54
4.1.2 FLUXOGRAMA DE MANUTENÇÃO EM UMA OFICINA MECÂNICA AUTOMOTIVA, P.54
4.1.3 ATIVIDADES DE UMA OFICINA MECÂNICA, P.56
4.2 POLÍTICA AMBIENTAL, P.60
4.3 LEGISLAÇÃO, P.61
4.4 SISTEMÁTICA DE PRIORIZAÇÃO,P.62
93
4.5 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR), P.70
4.6 OBJETIVOS E METAS, P.76
4.7 CONSCIENTIZAÇÃO E TREINAMENTO, P.78
4.8 INDICADORES DE DESEMPENHO, P.78
4.9 PLANO DE AÇÃO, P.80
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES, P.82
5.1 CONCLUSÕES, P.82
5.2 RECOMENDAÇÕES, P.84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, P.85
LISTA DE ILUSTRAÇÕES, P.89
ÍNDICE, P.91
94
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
PROPOSTA DE VERIFICAÇÃO DA ADERÊNCIA DE UM SISTEMA DE GESTÃO
AMBIENTAL EM UMA OFICINA MECÂNICA
Autor: Alexandre Cardoso Maurício Valente
Data da entrega: 25/09/2003
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
95
96
PROTOCOLO DE ENTREGA DE PROJETO DE MONOGRAFIA
Recebemos do(a) aluno(a) _________________________________________
Curso __________________________________________________________
Monografia ______________________________________________________
Data ___________________________________________________________
Nome / Assinatura ________________________________________________
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