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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A NEUROLINGÜÍSTICA NA DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Por: Gizelli de Araújo Freitas Nascimento
Orientador
Prof. Nelsom José Veiga de Magalhães
Co-orientador
Prof. Nilson Guedes de Freitas
Rio de Janeiro
2004
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE A NEUROLINGÜÍSTICA NA DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
OBJETIVOS:
Analisar a aplicação da Neurolingüística na Didática do Ensino
Superior como fonte para melhorar a qualidade do aprendizado.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus colegas de profissão, aos alunos e
pessoas que direta ou indiretamente, contribuíram
para a confecção desse trabalho acadêmico e sua
constante atualização.
4
DEDICATÓRIA
Dedica este trabalho monográfico a meus pais, meus
primeiros professores nesta vida. Também ao Jorge
Antonio, meu marido e à Ana Carolina, minha filha,
pela motivação e alegria que me proporcionam.
Gizelli de Araujo Freitas Nascimento
5
Resumo
Através de recursos do nosso próprio sistema individual de
aprendizagem – visão, audição, entre outros, a PNL juntamente com a
Didática pode ampliar a aplicação do aluno, sua memória, motivação e
muitos outros fatores que necessitar.
São preocupações que caberão ao professor-educador ter para obter
resultados desejados. O cuidado com a linguagem e a comunicação é o
primeiro item, pois são chaves para o relacionamento, a harmonia do
entendimento na relação professor-aluno, capaz de intensificar o conceito da
palavra mais atual para qualificar o professor – FACILITADOR.
O professor pode se sentir incomodado ou considerar que não irá
utilizar tais técnicas, pois estaria mexendo consigo mesmo primeiramente e,
isso incomoda, mas essa é a realidade – os dias mudam e as pessoas
também, na PNL assim como na Didática a mudança se faz necessária.
Então pode-se deixar de lado crenças antigas que não fazem de sua
aula um show e trilhar novos rumos como este que aqui é proposto e dar ao
aluno o rico prazer de saborear a Educação.
6
Metodologia
A metodologia utilizada se destina a facilitar a atividade prática da PNL
na sala de aula, apoiando a Didática.
A necessidade do professor em manter a qualidade de sua aula e
conquistar a atenção do aluno tem grandes inimigos que atraem o aluno e
tiram seu gosto pelos estudos, portanto esse estudo, que propõe inserir a
PNL em aula, muitas vezes conteudistas, ajudará a manter o entusiasmo do
educando.
O professor encontrará atividades que o auxiliarão a explorar o uso
dos sentidos, desenvolvendo uma Didática atual – que valoriza o indivíduo.
A proposta desse trabalho é ampliar o conhecimento do professor
através das técnicas da PNL como instrumento ampliador do aprendizado.
Na pesquisa desenvolvida em 2003, com professores de IES públicas e
privadas para fundamentar esse trabalho concluiu que ainda é preciso
conhecer o assunto PNL.
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Sumário
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA
CAPÍTULO II
FERRAMENTAS DA NEUROLINGÜÍSTICA
CAPÍTULO III
A LINGUAGEM POSITIVA
CAPÍTULO IV
REFORMULANDO A LINGUAGEM
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE
ANEXOS
8
INTRODUÇÃO
A Programação Neurolingüística ou PNL se caracteriza como uma
mudança de atitude, portanto verifica-se a necessidade que o professor tem
de saber mais que o conteúdo de sua matéria. É necessário conhecer as
características de seus alunos, para isso o professor deve conhecer a PNL
que lidará com o conhecer a si mesmo, seus alunos para então, utilizar seu
(aluno) canal preferencial de aprendizagem, ou seja, o canal visual, o canal
auditivo ou o cinestésico, dessa forma poderá conhecer e identificar
características de seus alunos que o facilitarão na sala de aula, na escolha
de melhores atividades e técnicas que ajudarão a desenvolver o
aprendizado.
Pouco difundida no meio educacional, mas muito utilizada pelo
marketing, a PNL pode ampliar o aprendizado valorizando o indivíduo, pois a
auto-direção, a utilização do nosso grande potencial que é a mente, pode
prover sentimentos e ações jamais permitidas anteriormente, pois eram
certas do fracasso. Seus fundamentos têm o crescimento como crença, o
acreditar que se pode sair de onde está e ir além.
A docência superior, hoje, busca atingir o aluno muito mais que
anteriormente, só com o tradicionalismo. A PNL dispõe de dois grandes
ganchos: a utilização da linguagem sensorial adequada, facilitando o
aprendizado e ampliando recursos e a linguagem positiva, efetivando a
execução de tarefas e valorizando o ser.
Nomear o ensino atual somente pelas questões negativas em que
vive, é uma tarefa obviamente fácil, porém sacudir as entranhas da mudança
e absorver novos conceitos parece mais desafiador, portanto nos caminhos
da Didática que vão além das teorias do saber, onde a qualidade da vida se
impõe, a PNL se encontra valorizando a compreensão do ser como único e
ampliando suas possibilidades de crescimento.
10
A ORIGEM DA NEUROLINGÜÍSTICA
No início de 1970, um professor de lingüística, americano, John
Grinder, e um estudante de psicologia, matemático, Gestalt-terapeuta e
perito em computadores, Richard Bandler, em suas indagações sobre a
diferença entre as pessoas os levaram a estudar terapeutas que obtinham
grande êxito com as pessoas em suas sessões (Virginia Satir, Fritz Perls e
Milton Erickson) e assim, descobriram que eles seguiam padrões similares a
de seus clientes, como: linguagem, crenças, etc; um tanto interessante, pelo
fato deles mesmos desconhecerem a existência desses padrões e crenças.
Bandler e Grinder resolveram identificar esses padrões e crenças e
verificar se poderiam ser aprendidos por outras pessoas. Desenvolveram
essas técnicas e a chamaram de Programação Neurolingüística (PNL).
Apesar de sua origem está na psicoterapia, suas dimensões vão além
dela. Fundamentam-se na comunicação, aprendizado e mudança:
desenvolvimento pessoal, gerenciamento, venda, marketing e
significantemente – educação.
De acordo com Jane Revell e Susan Norman (In Your Hands, 1997) a
Programação Neurolingüística é uma atitude de vida, feita de técnicas,
padrões e estratégias, baseando-se em como a mente trabalha e como as
pessoas agem e interagem. Seu objetivo está enveredado na qualidade de
vida das pessoas, ajudando-as a identificar e alcançar seus resultados
(objetivos), e a interagir mais eficientemente com o outro, o que significa um
meio de atingir a excelência intrapessoal e inter-pessoal.
A parte Neuro de PNL se refere a como experimentamos o mundo
através de nossos cinco sentidos e os representamos em nossas mentes
através de processos neurológicos.
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A parte Lingüística da PNL refere-se a forma de linguagem que
usamos reflete nossas experiências com o mundo. Usamos as linguagens
verbal e não-verbal para representar o mundo para nós mesmos e para
fortalecer nossas crenças sobre o mundo e a vida. Mudando a maneira
como falamos e pensamos sobre as coisas, podemos mudar nosso
comportamento. Também podemos usar uma linguagem capaz de ajudar
outras pessoas que querem mudar.
A parte Programação da PNL se refere a treinar a si próprio para
pensar, falar e agir de maneira nova e positiva, para elevar seu potencial e
alcançar níveis que anteriormente eram somente sonhos.
1.1 -Seus Pilares
A PNL é fundamentada em pilares bem específicos que impulsionam o
relacionamento interpessoal e a compreensão de si mesmo e seu papel na
conquista de algo melhor em sua vida.
FLEXIBILIDADE – RESULTADO – ACUIDADE SENSORIAL - RELACIONAMENTO
Flexibilidade ⇒ faça diferente se o que já está fazendo não estiver
funcionando ou se não estiver alcançando o que deseja. Vá trocando e
trocando até chegar a melhor maneira. Quebre as barreiras da desistência,
confie na capacidade ilimitada da criatividade e permita-se talvez retornar o
início, tentar novamente, talvez de uma outra forma agora.
Resultado ⇒ significa saber o que te ajudará a alcançar tuas metas ou
objetivos. Na PNL seria atingir de uma forma tecnologicamente orientada.
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Acuidade sensorial ⇒ observar o que o outro está comunicando –
que é freqüentemente não-consciente e não-verbal. Observar
cuidadosamente e não fazer nenhum julgamento precipitado para que haja a
resposta apropriada e bom desempenho do relacionamento – harmonia.
Relacionamento ⇒ o grande coração da comunicação. É a forma de
maximizar as similaridades e minimizar as diferenças entre as pessoas num
nível inconsciente. Sem isso a comunicação falha, pode haver conflitos.
Objetivando a comunicação harmônica e positiva, todos tendem a se sentir
mais felizes e motivados a atingir suas metas.
1.2 -Os Sentidos – o sistema sensorial Os sentidos são peças fundamentais no processo de ensino-
aprendizagem, pois caracterizam o maior canal de comunicação e,
logicamente, de aproveitamento e interação no momento da aula para
melhor absorção do conteúdo aplicado naquele momento.
Abaixo estão destacadas, resumidamente, as características
encontradas nos canais sensoriais definidas por Antony Robbins, Jane
Revell e Susan Norman.
1.2.1- Preferência Visual
Os alunos visuais têm dificuldades de seguir instruções que são dadas
oralmente. Precisam ou de uma demonstração ou da instrução escrita.
Quando os alunos visuais recebem informações verbalmente sobre como
fazer um exercício, podem se sentir perdidos, não sabendo por onde
começar, mas quando lhes é mostrado o que fazer ou recebem instruções
escritas, podem começar a executá-lo imediatamente.
Novos conteúdos ou conceitos quando apresentados verbalmente
podem ficar mal interpretados ou totalmente incompreendidos. O aluno
13
visual precisa de apresentações visuais, com palavras, figuras, ou
demonstrações. Escrever no quadro também o ajudará.
O aluno visual, provavelmente, irá querer rever materiais na forma
escrita, antes de encontrá-los na forma auditiva na sala de aula. Pode
aprender facilmente listas de qualquer coisa. (Efetivamente, usar itens
memorizados dessa forma fora de contexto, pode ser uma outra história).
Poderá adicionar ainda mais a seu sistema preferencial despender tempo
lendo algo que possa segurar, como: literatura, jornal, livros, etc. Quanto
mais lê mais conhecimento poderá atingir.
Deveria tentar escrever tudo o quanto fosse apresentado a ele no
quadro ou oralmente, assim como, reforçar lendo sobre o mesmo assunto
seria útil.
Para desenvolver mais o sentido da audição deverá ouvir mais,
praticar a atenção ao que se fala mais cuidadosamente.
1.2.2 – Preferência auditiva
O aluno auditivo não terá tantos benefícios lendo um material textual
previamente quanto o aluno visual. Entretanto, se beneficiará conhecer
aproximadamente o que esperar antes de realmente começar a fazer uma
tarefa em sala. Por outro lado tem facilidade de se lembrar do que foi dito,
embora não com exatidão aquilo que lê. Pode desenvolver sua habilidade
ouvindo o máximo que puder (professores, amigos, filmes, rádio, televisão,
etc). Quanto mais ouvir mais poderá desenvolver-se.
Os alunos auditivos se saem bem em apresentações orais. Podem
gravar o que será dito e ouvir várias vezes. Porém, podem ter dificuldades
em apresentações com textos, ou seja, na forma escrita, então terá que tirar
vantagens sobre qualquer estímulo auditivo, como: vídeo, contar e recontar
histórias, conversas, explicações orais. Uma adaptação que pode ser feita
14
em exercícios de compreensão escritos é ter alguém para lê-los para
esse aluno em voz alta ou serem gravados.
1.2.3 - Preferência Cinetésica
Essa preferência indica que em salas de aula com atividade física
limitada, os alunos podem se sentir entediados e não prestar atenção ao
que está sento exposto, ou pior criar sua própria atividade. Esses alunos
precisam de variedade na apresentação de uma aula, tempo limitado para
se gastar numa só atividade e precisam se movimentar na sala, precisam de
espaço para trabalhar (mais que os demais não-cinestésicos), o que é um
choque em comparação com a realidade de muitas salas de aula brasileiras,
incluindo-se aí, salas de aula de universidades particulares.
Atividades variadas mais do que uma só e experimentos ou
experiências onde possam tocar e mover coisas, fazem com que o
aprendizado seja possível para os alunos cinestésicos, e se tornem bons
alunos.
A necessidade de movimentação irá deixá-lo fora de outras atividades.
Se as atividades com movimentos em sala de aula são insuficientes, então a
movimentação pode se voltar para atividades indesejáveis no momento da
aula: cochichos, conversinhas, lápis caindo, idas ao banheiro, o aluno se
mexe, se levanta – tudo que tira a atenção da tarefa específica proposta pelo
professor. Esperar que esses alunos fiquem sentados, parados por tanto
tempo está fora da realidade e geralmente, não tem como forçar. Algumas
atividades escritas podem ser substituídas por atividades cinestésicas ou
reformuladas para a inclusão de movimento.
O aluno cinestésico não tem nenhum desajuste para aprender, mas
pode parecer em salas de aula onde a estática reina e a expectativa é de
que prestem atenção ao seu papel e lápis e as instruções expositivas do
15
professor. Podem produzir pouco, terem produções pobres em certas
aulas. O melhor é ter ciência de que deverá haver atividades cinestésicas
incorporadas a aula.
Um aluno preferencialmente cinestésico gosta de atividades onde
representam, quando crianças gostam da brincadeira do tipo “Mamãe
mandou” ou “macaquinho mandou”. Aulas fora da sala, externar, mímicas,
leitura dramatizada de exercícios com gestos enquanto fala. O ideal é
buscar oportunidades de experiências concretas com o objeto de estudo.
⇒ O ensino hoje deve se valer das tecnologias da comunicação que devem
ser mais profundamente conhecidas pelos professores, seja em que níveis
lecionam, mas principalmente naqueles transmissores aos futuros
professores de bases onde, consequentemente, são ocasionados os
grandes problemas de má formação.
Dentro dessa tecnologia devemos considerar as características individuais
de nossos alunos percorrendo seus sentidos de forma mais direcionada na
sala de aula, assim atingiremos mais facilmente a memória dos mesmos,
facilitando o aprendizado, que será refletido na memória de longa duração.
Os cinco sentidos – VAKOG- visão, audição, cinestesia, olfato e gustação,
têm suas memórias específicas, porém os três que mais trabalhamos são
VAK, podendo-se ter a preferência de utilização de um mais que os outros
dois ou tende-se a usar um antes dos outros, quando estamos observando
as coisas ou aprendendo algo novo.
1.3 - Características dos canais preferenciais
Tais características se mostram no dia-a-dia com o convívio e não é
difícil identificá-las. O que auxilia o professor em sua preparação de aula.
16
1.3.1- Visual
Sendo fundamentalmente visuais, essas pessoas tendem a ver o
mundo em imagens. Conseguem um maior potencial de exploração
utilizando a parte visual do cérebro. Tentam sempre acompanhar as
imagens em seus cérebros, por esse motivo tendem a falar muito depressa,
não se preocupando, portanto, com a forma como se expressam; de acordo
com Antony Robbins, (Poder sem Limites, 1987) estão só tentando pôr
palavras nas imagens. Falam utilizando suas potencialidades visuais, como
as coisas parecem para elas, que forma vêem surgir, se as coisas são claras
ou escuras. Gostam de organização e são detalhistas.
1.3.2 - Auditivo
As pessoas que são mais auditivas são mais seletivas quanto a que
palavras usam. Falam mais lentamente, de forma ritmada e uniforme. Suas
vozes são mais ressonantes. As palavras significam muito para elas,
portanto são cuidadosas com o que dizem. Seja objetivo ao falar com
pessoas preferencialmente auditivas. Não costumam olhar nos olhos – volta
o ouvido para o interlocutor.
1.3.3 - Cinestésico
Já as pessoas predominantemente cinestésicas tendem a ser, ainda
mais lentas. As sensações são seus motores de reação. Usam o mundo
físico como metáforas de suas falas. Sentem, são sensibilizados pelo toque,
choram com facilidade, precisam experimentar.
* Quando o professor toma conhecimento desses instrumentos em sua
sala de aula, o valor de suas aulas crescerá consideravelmente, visto que,
17
identificará com mais facilidade que estratégias deverá seguir para
melhorar a harmonia e o aprendizado.
1.4- Atividades para o dia-a-dia
Existem diversas formas de inserirmos atividades que fazem uso dos
recursos da PNL num projeto pedagógico, numa ementa, pode-se também,
inserir seus recursos nas atividades já existentes, criar mais, adaptá-las ao
ensino superior e suas características próprias.
Seguem abaixo dois exemplos de atividades baseadas no livro
Handing Over, 1999 de Jane Revell e Susan Norman:
⇒ Sugestão: cursos de Letras, Educação e Psicologia
⇒ Nome da atividade: Atingindo Objetivos
⇒ Foco: futuro perfeito e escrita.
⇒ Procedimento: * Os alunos escrevem uma meta positiva. Abaixo da meta,
escreverão a palavra “Obstáculos” e então, tudo que acharem que tornam a
meta difícil (ou impossível) de ser alcançada. Problemas materiais ou físicos,
exceto: dinheiro e qualidades pessoais, o que sintam que esteja faltando.
Quando esgotarem suas idéias, trabalharão em grupos de 3 ou 4 e, tentarão
conseguir mais obstáculos para as metas de todos. Sozinhos novamente
irão buscar as soluções para os problemas, usando o outro lado da folha,
irão escrever 2 ou 3 soluções possíveis, começando assim: Eu poderia...
*Novamente com o seu grupo procurarão obter uma sugestão para aquele
que não conseguiu, caso seja necessário, pergunta a todos da sala, que
responderão: Você poderia... * Quando tiverem suas listas completas,
18
identificarão o que é positivo e prioridade, rescreverão suas metas e
criarão um plano de ação.
⇒ Sugestão: diferentes cursos, podendo ser realizada como atividade
multidisciplinar.
⇒ Nome da atividade: Contando histórias multi-sensoriais
⇒ Foco: compreensão, adjetivo e advérbios
⇒ Procedimento: *Os alunos lêem uma história que contenha algumas
passagens descritivas. Trabalharão em pequenos grupos para escreverem o
máximo de descrições possíveis. Pode parecer somente acrescentar
adjetivos e advérbios, ou os alunos podem ser mais criativos e adicionar
mais passagens descritivas. Ao final, cada grupo lê sua versão da história
para os outros grupos.
⇒ Variação: cada grupo adiciona somente descrições de um sentido.
20
RECURSOS DA PNL
A PNL dispõe de diversos recursos que podemos disponibilizar para a
Didática. Especialmente neste trabalho, serão considerados o uso da
linguagem, modelagem, fisiologia humana e ancoragem, porém é claro que
a PNL não finaliza seus recursos aí; existem recursos que se aprofundam
ainda mais, por exemplo: na solução de fobias, que impedem muitas
pessoas de crescer.
Tais ferramentas podem ser utilizadas em qualquer nível de
aprendizagem, pois trata-se do próprio ser humano e suas habilidades como
fonte de crescimento, pois ampliam os caminhos do aprendizado auxiliando
nos processos da memória.
2.1 - A Linguagem e o Ensino
O bom relacionamento entre professor e aluno depende muitíssimo do
fator chamado: comunicação. A linguagem seja ela verbal ou não-verbal
exercerá no aluno o efeito aprendizagem, claro que também unida a outros
fatores. Pesquisadores da PNL como Antony Robbins, entre outros
asseguram que 7% do que é comunicado é transmitido através das palavras,
38% é através do tom de voz e 55% da comunicação, a maior parte, é um
resultado da fisiologia ou linguagem do corpo.
O professor (educador) atualizado deve ter uma grande inquietação,
um desejo tamanho de que conhecendo o seu aluno, (auditivo, visual,
kinestésico) possa utilizar-se de recursos ideais, seja na linguagem verbal ou
não-verbal.
Nota: em pesquisa realizada para fundamentação desse trabalho, observa-
se que o número de professores de IES que desconhecem as teorias de
Programação Neurolingüística, assim como a importância dos canais
sensoriais, considerando apenas os fatores científicos de memória que
21
desempenham no cérebro, são muito maiores do que os que conhecem
e utilizam tais recursos.
A Educação está sofrendo uma grande transformação de paradigmas
nesses tempos de desenvolvimento tecnológico e, imensa problemática na
qualidade do ensino. O papel do aluno receptor perde espaço para o
construtor do conhecimento, já afirmava Paulo Freire, e o professor de
transmissor para facilitador, orientador e estimulador, portanto a inclusão da
PNL é um ponto primordial para se atingir tais habilidades, pois ajudará a
desenvolver o desejo e a motivação necessários ao crescimento quanto à
aprendizagem e esperança de um mundo melhor.
O uso da linguagem certa, no momento certo, ou seja, o uso de uma
linguagem adequada ao sistema preferencial dos alunos, relacionada ao
objetivo da atividade em si, proporcionará mais concentração daquele
sentido e, logicamente, a ativação da memória correspondente. Jane Revell
e Susan Norman (In Your Hands, 1997) salientam o uso de determinadas
expressões características dos sistemas preferenciais. Essas expressões
são para o professor como uma fonte de conhecimento que o ajudarão a
desempenhar o seu papel de facilitador, pois indicarão qual o canal sensorial
preferencial o aluno está utilizando e que linguagem (o prof.) deverá utilizar
para ativar um outro sentido ou intensificar o mesmo.
Pode-se citar como exemplo um exercício comum aos cursos de
idiomas. Quando o professor tem que apresentar uma atividade auditiva,
tocando um texto, frases ou palavras, onde os aluno terão que escrevê-las
ou participar de uma conversação mediante o seu entendimento, o professor
deve utilizar-se de expressões que os motivem a ouvir – Ouçam agora.
Escutem o que será dito agora, etc.
Vejamos a seguir uma lista de vocábulos relativos aos canais
sensoriais preferenciais:
22
VISUAL
Olhar, imagem, foco, imaginação, insight, cena, branco, visualizar, perspectiva, brilho, reflexo, esclarecer, examinar, olho, antever, ilusão, ilustrar, observar, revelar, prever, ver, mostrar, pesquisar, visão, obscuro, escuro. Vejo o que você quer dizer. Temos o mesmo ponto de vista. Vemos com os mesmos olhos. Sem sombra de dúvida. Isto é um colírio para os meus olhos. Depois você irá olhar para trás e rir.
AUDITIVO
Dizer, sotaque, ritmo, alto, tom, ressoar, som, monótono, surdo, tocar, perguntar, audível, claro, discutir, proclamar, comentar, escutar, gritar, perder a voz, vocal, silêncio, dissonante, harmonioso, agudo, silencioso, mudo. Estar na mesma sintonia. Viver em harmonia. Em alto e bom som. Outra maneira de falar. Palavra por palavra. Isto é grego para mim.
CINESTÉSICO
Tocar, manusear, contato, empurrar, esfregar, sólido, quente, frio, áspero, agarrar, pressão, sensitivo, estresse, tangível, tensão, concreto, suave, pegar, sofrer, pesado. Vou entrar em contato com você. Segure-se. Ele é um casca grossa. Ele é uma pessoa fria. Consegui captar a idéia. Posso sentir meus ossos.
NEUTRO
Decidir, pensar, lembrar, saber, meditar, reconhecer, atender, compreender, avaliar, processar, motivar, aprender, modificar, consciente, considerar.
OLFATO
Cheiroso, aromático, fresco, defumado, passado.
23
GUSTATIVO
Azedo, saboroso, amargo, salgado, suculento, doce. Isso cheira mal. Uma pessoa doce. Um comentário ácido. Uma pessoa amarga.
2.2- Modelagem
“Poder é a habilidade de mudar sua vida, de dar forma às suas
percepções, fazer com que as coisas trabalhem a seu favor – e não contra
você. O poder verdadeiro é compartilha, não imposto”.(Anthony Robbins, 87)
O fator desmotivação pode-se considerar um fator que eleva as
estatísticas da evasão no ensino superior. Por quê? Devido a diversos
fatores, exemplo: o valor das mensalidades, a escolha incorreta de um
curso, despreparo e, a relação professor-aluno. Mesmo sendo um fator que
não seja a relação professor-aluno, o professor pode e deve ser o grande
empreendedor da sala de aula ao ensinar o seu aluno a como modelar.
Shad Helmstetter (Programação Neurolingüística, 1994), no capítulo
Merecendo o “sucesso” diz que devemos dizer a nós mesmos: “Mereço ser
bem sucedido na vida.”
Portanto, na modelagem podemos considerar o processo de produzir
estados emocionais. Inclusive considerar celebridades e seus exemplos de
sucesso, exemplo: Chico Anísio, Pelé, Lula, Abraão Lincoln, Franklin Delano
Roosevelt, os três últimos muito destacáveis na escala da persistência por
ser tratar de um cargo de extrema importância – a presidência de um país. O
que essas pessoas têm em comum é o poder, cada era teve sua
característica marcante do que se entendia como poder, hoje é a
informação, mas o poder aqui referido é o do controle de sua vida. Na
época dos reis, se não tivesse nascido herdeiro do trono, seria impossível de
sê-lo, porém hoje, o acesso à informação, o conhecimento pode ser
24
transformado em ação, engloba-se aí a comunicação. Anthony Robbins
nos faz lembrar a armadilha que é pensar que as pessoas estão onde estão
por terem algum dom especial, isso desfaz-se quando se entende que o que
é comum a elas é a habilidade de agir e é um dom que qualquer um pode
ter.
Anthony Robbins definiu as sete características fundamentais de
caráter que as pessoas de sucesso tem em si como acionadores básicos
que podem garantir o sucesso dos que o desejam.
Paixão → a paixão é o grande motivo energizante, impulsionador. É a paixão
que dá interesse e significado.
Crença → a crença no que se é e o que se pode ser determinará o que
seremos. Os limites dependem de nossas crenças.
Estratégia → é um meio de organizar recursos – o planejamento é um
caminho para levá-lo ao objetivo.
Clareza de Valores → o sistema de crenças que temos do que é certo e
errado.
Energia → dinamismo, vitalidade física – energia física, intelectual e
espiritual.
Poder de União → desenvolver relações harmônicas.
Domínio da Comunicação → a comunicação com os outros e consigo
mesmo é o que determina a qualidade de vida.
Parece muito fácil permanecer onde se está, sem conflitos maiores,
sem esforços ou grandes trabalhos, acordar sempre no mesmo horário,
nunca ler nada, discussões intelectuais, nem pensar, etc. São ações muitas
vezes básicas que perpetuam com o não alcance, como uma anti-mudança.
25
Parece fácil viver o mesmo – sem perspectivas – mas não menos
doloroso, porque a falta também permanece, a negação da possibilidade, a
falta da luz no fim do túnel. Dr. Lair Ribeiro (Comunicação Global, 1992),
chama essa situação de zona de conforto, onde a mudança é inconveniente,
desconfortante, desconhecida – é na zona de conforto que se quer
permanecer.
Grandes escritores, poderia haver linhas e linhas de exemplos, ainda
assim, existem outros muito mais próximos da realidade dos alunos – os
familiares – os professores – colegas de classe – amigos – são os grandes
motivadores de vidas, porém podem ser o contrário e com grande facilidade,
simplesmente por talvez não utilizarem o canal sensorial ideal no dia-a-dia.
Quando se fala em modelagem na Educação pensa-se em dois
grandes fatores: crescimento cultural e aprendizado e obtenção de sucesso,
como uma boa carreira profissional, que estão dentro dos parâmetros
regentes da Educação Brasileira (LDB). O primeiro passo é a decisão do que
se quer e, o segundo é decidir o que fará para conseguí-lo, tendo às vezes,
que se pagar um preço muito alto. A modelagem pode ajudá-lo a produzir a
excelência dos outros, percebendo-se o que os faz diferentes daqueles que
apenas sonham.
2.3 - A Fisiologia e a Vida
Daniel Goleman, muito bem explanou em seu livro – Inteligência
Emocional (1995) – sobre a mente e a medicina – trata-se a doença não o
estado emocional do paciente, descuidando-se do fator de que a mente
influencia o corpo porque estão interligados e, assim mesmo é na educação,
investe-se no conhecimento (razão) e deseja-se deixar de fora a emoção.
26
Uma das Pressuposições Básicas da PNL é que “as pessoas têm,
ou potencialmente têm, todos os recursos que necessitam para agir
efetivamente.”
A fisiologia é rica em recursos, quando você se põe no estado que
necessita, ou queira, será capaz de realizar aquilo que pensava não ser
possível. Adota-se uma fisiologia dinâmica, expressiva, excitada e,
automaticamente, esse será seu estado. Num quadro de depressão,
geralmente, a pessoa abaixa a cabeça e curva os ombros, o que faz se
sentir ainda pior. Experimente levantar a cabeça e os ombros, seu estado
mudará, pois ao levantar a cabeça terá acesso aos aspectos visuais de sua
neurologia em vez dos aspectos cinestésicos.
A sua fisiologia está ligada às representações internas que fazemos
das situações, portanto ao mudá-la estamos utilizando uma alavanca para a
mudança emocional.
Perguntar a si mesmo como ficaria se estivesse num estado de
confiança e poder sobre si mesmo é um bom exercício para recordar que
deve estar atento a sua fisiologia – respiração, postura, gestos, tensão
muscular, expressão facial – em se tratando de aprendizado, a respiração
profunda e o exercício físico, assim como a alimentação são fatores cruciais
para o bom desenvolvimento da aprendizagem.
A fisiologia é uma ferramenta motivadora, como recarregar baterias
que estavam prestes a parar ou para facilitar a comunicação com o seu
aluno, pois trata-se de fazer uso da fisiologia específica e não cair na
incongruência, isto é, quando a fisiologia da pessoa não está de acordo com
a mensagem que quer transmitir, ex.: atualmente, os resultados de provas,
etc. são geralmente afixados num quadro informativo ou algo parecido, mas
muitos já presenciaram um resultado negativo sendo entregue com um sinto
muito enquanto que a fisiologia (expressão facial) daquele que o entregava
27
parecia dizer outra coisa – é desmotivador. Portanto, deve-se ser
congruente ao expressar a mensagem, o corpo e as palavras devem
combinar.
A congruência é uma das grandes chaves pessoais; ao utilizá-la pode-
se está colaborando para que o aluno mobilize seus recursos de
aprendizado e vontade de crescimento durante as aulas.
2.3.1 – Os olhos
Os neurofisiologistas estudam os olhos como um recurso de
informação para determinar processos mentais de resgate da memória ou
criação da mesma.
O professor ao olhar seu aluno bem nos olhos pode imediatamente
identificar qual sistema representativo o aluno está usando num momento
específico: o auditivo, visual ou cinestésico.
O lado esquerdo é o lado das memórias e o direito da construção
(imaginação e invenção), portanto no ato de ensinar pode-se ajudar o aluno
a lembrar de algo pedindo que posicione seus olhos a esquerda e se quer
que crie algo – a relação com o futuro – deverá olhar para a direita.
Observe o modelo abaixo de Stephen Devore:
VISUAL OLFATO VISUAL (construção) (lembrança) (lembrança)
28
AUDITIVO SÍNTESE AUDITIVO (construção) SENSORIAL (lembrança)
SENSAÇÃO PALADAR EMOÇÃO (lembrança) (lembrança) (lembrança)
É interessante ter um modelo para seguir, porém em se tratando de
pessoas podem diferir um pouco ou muito e, pode também, está relacionado
a serem destros ou sinistros.
2.4- Ancoragem e Memória
A ancoragem é uma ferramenta da PNL que pode proporcionar o
exercício prático da memória.
“...um estímulo sensorial ligado a um conjunto específico de estados.
Uma âncora pode ser uma palavra ou uma frase, ou um toque ou um
objeto. Pode ser alguma coisa que vemos, ouvimos, sentimos,
provamos ou cheiramos.” (Anthony Robbins, 1987, p.291)
29
Hoje vem sendo muito explorada por nomes atuais do ensino,
especialmente, de idiomas, pois como já mencionado não é generalizado o
conhecimento de tais ferramentas pelos professores de ensino superior.
Ancorar é uma técnica de associação de pensamentos, idéias,
sentimentos ou estados criados por um estímulo específico, (Iván Izquierdo,
2002, p.27) “A repetição do estímulo leva à supressão gradual da reação de
orientação; isto é chamado: habituação. É a forma mais simples de
aprendizado e deixa memória.” Nossa relação com estímulo/reação valida o
fator que o comportamento humano consiste em reações inconscientes
programadas – como se um vínculo neurológico fosse criado através desse
processo. A memória, visto que a associação é um facilitador do
aprendizado, é atingida mais facilmente para o resgate ou consolidação do
conteúdo que está sendo tratado.
“A ancoragem é a maneira de tornar permanente uma experiência.
Podemos mudar nossas representações interiores ou nossa fisiologia
num momento e criar novos resultados, e aquelas mudanças
requerem pensamento consciente. No entanto, com a ancoragem
você pode criar um mecanismo acionaddor consistente, que
automaticamente fará com que crie o estado que deseja em qualquer
situação, sem Ter que pensar a respeito. Quando você ancora
alguma coisa com bastante eficácia, ela estará lá, sempre que você
quiser.” (Anthony Robbins, 1987, p. 292)
Veja o exemplo: um professor escolhe um canto da sala para corrigir
seus alunos cada vez que algo errado é mencionado, ele irá se pôr no
mesmo local, num mesmo estado, com a mesma fisiologia, deverá
esclarecer o objetivo, usar a acuidade sensorial e ajustar os padrões de
comunicação verbal e não-verbal e, então realizar a correção. Temos então
o estímulo para a correção.
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TRANSFORMANDO A LINGUAGEM
A linguagem tem um grande poder, portanto a PNL faz dela, em
vários sentidos, seu instrumento de amplitude de recursos pessoais. Ouve-
se e lê-se muito sobre o tratamento na relação professor-aluno quanto ao
respeito e falta dele no decorrer das atividades estudantis. A PNL pode
acionar a qualidade do relacionamento, investindo-se na comunicação, como
já foi mencionado, e provocando o estímulo no crescimento e persistência na
busca pelos propósitos da vida.
A preocupação com o que se diz será o grande transformador da
linguagem, pois ao se observar a sintaxe, pode-se vê claramente sua
importância na construção de uma comunicação bem sucedida, ex. O
lenhador comeu a cobra. Para – A cobra comeu o caçador. A preocupação
neste capítulo está voltada para a qualidade do que se é dito na sala em
relação ao relacionamento e o quanto a fala do professor pode influenciar no
resultado do aluno.
3.1 - O uso do não O não é considerado pelos lingüístas como uma abstração e que, por
isso, o cérebro se fixa no que vem depois do não. Nossa mente segue o
processo de que para saber em que não pensar, precisa primeiro pensar.
Para se obter um resultado, o melhor é nos referirmos ao que
queremos, ex.: Lembre-se de fazer o dever de casa.
O que mais se ouve é: “Não esqueça de fazer o dever de casa.” E o
que realmente acontece é o esquecimento. A campanha anti-drogas além de
utilizar-se do não repete a palavra droga, elevando a curiosidade dos jovens,
pois é reforçada e lembrada sempre. Por que a maior empresa de
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refrigerantes que se conhece, repete tanto seu nome, a marca? Por que o
marketing enfoca a marca, repetindo-a e repetindo-a?
Anthony Robbins( 1987) afirma que não é exclusividade do uso do
não, outras negativas também, como: nunca, evite, etc. De acordo com ele,
o uso de uma linguagem negativa provoca o comportamento que se quer
evitar.
Jane Revell e Susan Norman (1997) relembram a estrutura da
linguagem de acordo com Noam Chomsky – o negativo não está presente
na estrutura profunda do significado, mas somente na superfície da estrutura
da comunicação – por isso quando vê uma chamada - “Não leia”, a primeira
coisa que faz é ler, pois é a linguagem positiva que se encontra nas
estruturas profundas da mente.
Por anos a fio, observou-se na sala de aula comportamentos e
resultados totalmente contrários aos objetivos do professor, portanto
devemos refazer nossas instruções na sala de aula para que possamos
obter o efeito esperado.
Alguns exemplos de Anthony Robbins (1987) para o dia-a-dia:
Não olhe Não se atrase Não esqueça o exercício de casa Não se preocupe Não pense em ... Não jogue papel no chão Não suba na cadeira
Olhe Chegue no horário Lembre-se de fazer o exercício Fique tranqüilo Pense em ... Use a lixeira Por favor, sente na cadeira
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3.2 - A atenção com a linguagem
A linguagem é o instrumento de comunicação entre os seres
humanos e quanto mais precisa, melhor será o resultado de nossa
comunicação – entendimento, pois sabemos que o mundo, nossas
experiências e a linguagem são três coisas distintas e para que se
harmonizem é necessário o cuidado constante – com o que falamos –
escolher as palavras certas – estar sempre checando o que utilizamos
para sermos bem compreendidos.
Nota: na pesquisa realizada para esse trabalho, que tinha por objetivo
verificar se o professor tinha o cuidado de utilizar a linguagem positiva
ou voltada para os canais sensoriais, observou-se que somente os
professores mais jovens tinham conhecimento da PNL e que alguns,
inclusive, aplicavam um teste de identificação do canal preferencial
para, assim, poderem aprimorar suas aulas, dispondo de recursos e
linguagem adequados.
Certamente que este é um instrumento poderoso na
comunicação e considerando todas as diferenças existentes entre os
seres humanos, esse pode ser um grande canal de ligação para
minimizar essas diferenças. A PNL que tem a linguagem como seu
instrumento pode desempenhar um grande avanço na relação
professor-aluno.
3.3 – A busca de resultados
A linguagem positiva eleva os padrões emocionais da auto-
estima, pois cria no cérebro a programação ideal para o que se
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deseja alcançar e essa é, de acordo com Anthony Robbins (1987,
p.194), a chave desse processo, você saber o que quer, pois “a
mente inconsciente está sempre procurando informações de forma a
nos dirigir para direções particulares. ”Para que possa trabalhar com
eficiência, deve-se desenvolver a percepção dos efeitos que espera-
se alcançar.
Freire (1996, p.88) exprime o saber fundamental – “mudar é
difícil, mas é possível...”
A acomodação é o fator complicador para a sociedade que
sendo oprimida, não vê perspectivas no sonhar e, o aluno
universitário vive muitas das vezes esse processo, devido a toda
problemática que sabe-se pela qual passam tanto as IES públicas
quanto as privadas, porém com o objetivo que sabe-se caber à
atividade político-pedagógica, porque a atividade pedagógica não é
somente pedagógica e com o auxílio da PNL pode-se reverter e muito
esse quadro.
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A COMUNICAÇÃO NA PNL
A comunicação na PNL não se faz apenas com o outro, mas consigo
mesmo também, pois o desenvolvimento do ser humano, muito depende do
que se diz a si mesmo e como se diz e, dizer aqui não significa somente em
palavras, pois muitas das travas que se encontram nos caminhos da vida
estão ligadas a nosso pensamento em relação a nós mesmos ou do outro
em relação a nós.
4.1 - Falando consigo mesmo
A Conversa Consigo Mesmo, uma criação de processos de Shad
Helmstetter (Programação Neurolingüística, 1994), evidencia a necessidade
de instruirmos a nós mesmos, pois um dia absorvemos e ainda absorvemos,
até inconscientemente, dados que nos tornaram em determinados
momentos inertes, sem convicção, inseguros e crédulos de incapacidade.
O ego ainda não é conhecedor do que pode realizar e quando
nascemos ficam sob a responsabilidade de outras pessoas e com o seu
desenvolvimento essa responsabilidade é transferida para nós, podemos ser
bons autodirigentes ou perder o controle dele. Nos tornamos instrumentos
de hábitos – nossa mente subconsciente aceitou – recebeu – tudo o que
programamos nela durante nossas vidas – criando padrões repetitivos em
nossa mente subconsciente. Esta por sua vez não diferencia realidade
concreta de realidade imaginada, portanto pode-se criar uma imagem
ilusória daquilo que realmente somos.
O mesmo autor nos lembra que podemos dar início a um novo ego
todos os dias. Dependendo de como falamos conosco estamos dando
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descrições de quem somos, que não somos a pessoa que éramos
anteriormente. E que quanto mais emoção dispormos, mais força o
programa terá, por causa da quantidade de atividade eletroquímica no
cérebro; apesar de o cérebro não fazer mudanças súbitas, que sejam
permanentes – podemos mudar. Ele é feito para seguir padrões de hábitos.
Shad Helmstetter (1994, p.76) ressalta que o cérebro é reunidor de
informações conforme a orientação dada e, objetivos. Se você gera
informações para conseguir um objetivo, ele as reunirá e trabalhará para
isso, como os grandes desportistas que usam esse recurso, palavras
incentivadoras, tanto suas como de seus treinadores.
4.2 - A relação professor-aluno Como foi dito no capítulo III – a relação mundo – nossas experiências
– linguagem, é algo complexo e que depende de muita atenção e essa é a
proposta desse trabalho – que haja uma mudança, uma preocupação com a
comunicação capaz de elevar o aluno a seu maior grau de motivação, capaz
de não provocar traumas e mesmo eliminar os já existentes.
“Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a
esperança. A esperança de que professor e aluno juntos podemos
aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir
aos obstáculos à nossa alegria.” (Paulo Freire, 1996, p.80)
“... nos tornamos capazes de intervir na realidade, tarefa
incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes do
que simplesmente a de nos adaptar a ela. È por isso também que
não me parece possível nem aceitável a posição ingênua ou, pior,
astutamente neutra de quem estuda, seja o físico, o biólogo, o
sociólogo, o matemático, ou o pensador da educação. Ninguém pode
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estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra.”
(Paulo Freire, 1996, p. 86)
Paulo Freire fala do respeito, um fator imprescindível para o aprender
e, isso está ligado a questão da tensão. Tanto os neurolingüístas quanto o
prof. Luiz Machado, ressaltam sua relação com o aprendizado; os
neurolingüístas recomendam, inclusive, técnicas de relaxamento para
favorecer a assimilação dos conteúdos.
“A tensão só é útil para a produção de respostas às necessidades,
pois ela mobiliza todos os recursos existentes para liberar-se. A
tensão tem a função de inquietar, causar mal-estar para o ser
mobilizar seus recursos e sair dela. Mas a tensão que exige
resposta imediata não é útil para a aprendizagem.” (Luiz Machado,
1997, p. 45)
Indiscutivelmente, a relação professor-aluno ainda precisa de grandes
ajustes, de ambos os lados, porém sabe-se que o potencial humano é
surpreendente e com a PNL pode-se dar um salto nesse aspecto.
4.3 – Livrando-se da limitação
Este é, propositadamente, o último item desse trabalho, pois
considerar os princípios da PNL, como extremamente necessários à
Educação Brasileira, é investir em sua qualidade e desenvolvimento, é
reduzir estatísticas negativas, como a do analfabetismo e da evasão.
Não pode temer algo por parecer inalcançável. Acredita-se que muitas
coisas não podem ser mudadas, Paulo Freire, entre muitos outros, critica
esse pensamento, pois já foi verificado que não se pode acreditar
plenamente nas “certezas”.
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O limite poder ser ilimitado como Shad Helmstetter enfatiza através
da Conversa Consigo Mesmo, pois em muitas ocasiões os problemas que
enfrentamos não são externos, mas sim, internos, são limitações auto-
criadas. Os problemas devem ser encarados como degraus; cada vez e que
são subidos é porque se obteve soluções possíveis, venceram-se
obstáculos, enfrentou-se. Para um aluno numa IES, o horário das aulas pode
ser um problema, talvez pelo sono, a preocupação com a segurança, o
cansaço após o trabalho; por tais motivos muitos desses alunos abandonam
seus cursos. A PNL pode auxiliar na reflexão sobre esses fatores e a
verificarem que podem ser menores do que parecem ser.
Neste momento, lembrar do pilar essencial a PNL, é de grande valia –
a flexibilidade – o permitir-se refazer, o tentar novamente, dar-se mais
escolhas, ir adiante ou não.
Nota: a pesquisa realizada, constatou que há a preocupação com o uso de
uma linguagem culta, formal; não obrigatoriamente preocupada com a
relação da motivação e do empenho do aluno.
Para concluir este assunto, as palavras de Shad Helmstetter (1994, p.
261)
“Se deseja criar mais esperança dentro de si, ou se gostaria de
conceder a dádiva da esperança a alguém, pode ajudar criando
pensamentos que produzem solo fértil de onde a nova crença pode
crescer.
Em vez de aceitar o desespero da futilidade, crie a esperança da
possibilidade . O que você faz para criar esta esperança poderia,
como aconteceu tantas vezes no passado, mudar o curso do que
aconteceria em seguida.”
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CONCLUSÃO Muitas vezes para se alcançar algo, parti-se de tantos pressupostos
negativos que certamente o impedimento do alcance é inevitável – esse
trabalho observou que o controle da linguagem e do pensamento é preciso,
pois assim, uma nova programação de seu ego e de sua maneira de agir e
pensar, estarão colaborando a seu favor para atingir seus objetivos.
Quando se reflete sobre o poder da mente é preciso ressaltar que
nossas mentes recebem o programa e o tentam executar da melhor forma,
portanto esse programa tem que ser o ideal para que possa executar o que
deseja.
A Didática basicamente exercida nas salas de aula hoje, deixa muito
da emoção e do individual fora dela, mas já se concluiu que mente e corpo
estão interligados e, a PNL pode fazer a ponte de ligação entre os dois,
através de seus pilares.
O comércio utiliza-se da PNL com um enorme sucesso. Por que a
Educação iria ficar de fora? O comércio que se caracteriza por grandes
empresas que faturam milhares de dólares todo ano, pagam cursos de PNL
caríssimos para que seus funcionários estejam bem preparados quanto ao
que diz respeito a comunicação, ao relacionamento harmonioso, ao rapport
com o cliente. Por que ficaria a Educação de fora dessa?
Se a crise da Educação Brasileira fosse comparada a um terremoto,
recorda-se que para ele buscaram soluções viáveis para sobreviver a ele,
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mas não há como extinguí-lo, a PNL é uma solução viável – sem ser
utópico - o real é buscar a habilidade de elevar a motivação, resgatar a
auto-estima que podem ser proporcionados pelo Educador com um bom
conhecimento da PNL.
Imagine como se sente um aluno numa IES vindo da reserva de cotas,
quando as IES públicas nesse país praticamente estão repletas de alunos
de classe alta. Como viver essa desigualdade? Sem dinheiro para comprar
livros? Ou até mesmo obter cópias? E após a conclusão do curso, quem terá
mais facilidade de indicação para o mercado de trabalho? São indagações
desmotivadoras, feitas mesmo antes de se tentar ingressar num curso
superior.
O objetivo desse trabalho está focado no ensino superior, mas a PNL
deve estar nos lares, nas primeiras séries, enfim no dia-a-dia.
42
BIBLIOGRAFIA
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2002.
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO CAPÍTULO I A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA A ORIGEM DA PNL
1.1 – Seus Pilares
1.2 – Os sentidos – o sistema sensorial
1.2.1. – Preferência visual 1.2.2. – Preferência auditiva 1.2.3. – Preferência cinestésica
1.3 – Características dos canais preferencias 1.3.1. – Visual 1.3.2. – Auditivo 1.3.3. – Cinestésico 1.4 – Atividades para o dia-a-dia CAPÍTULO II FERRAMENTAS DA NEUROLINGÜÍSTICA RECURSOS DA PNL 2.1 – A linguagem e o ensino 2.2 – Modelagem 2.3 – A fisiologia e a vida 2.3.1 – Os olhos 2.4 – Ancoragem e memória CAPÍTULO III A LINGUAGEM POSITIVA A TRANSFORMAÇÃO DA LINGUAGEM 3.1 – O uso do “não” 3.2 – A atenção com a linguagem
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