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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O RÁDIO COMO FERRAMENTA DE MARKETING Por: Jaqueline Maria Freitas Orientador Prof. Carlos Cereja Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · “Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. ... Nesse mesmo

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O RÁDIO COMO FERRAMENTA DE MARKETING

Por: Jaqueline Maria Freitas

Orientador

Prof. Carlos Cereja

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O RÁDIO COMO FERRAMENTA DE MARKETING

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em: Gestão

Empresarial.

Por: Jaqueline Maria Freitas.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todas as minhas

vitórias, ao meu orientador Carlos Cereja

por sua paciência e carinho, a João

Carlos Nogueira da Costa que sempre

apostou na idéia do trabalho, ao Prof.

Mário Manhães Mosso um grande

mestre e amigo, ao Prof. Tufic Derzi

pelas contribuições fundamentais às

pesquisas e aos amigos de curso por

compartilharmos momentos que ficarão

em minhas melhores lembranças. Todos

vocês são, de alguma forma, co-

responsáveis pelo resultado final deste

estudo.

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EPÍGRAFE

“Há quem diga que todas

as noites são de sonhos.

Mas há também quem garanta

que nem todas,

só as de verão.

No fundo, isso não tem importância.

O que interessa mesmo não é

a noite em si, são os sonhos.

Sonhos que o homem sonha sempre,

em todos os lugares,

em todas as épocas do ano,

dormindo ou acordado”.

Shakespeare

Sonhos de uma noite de verão

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu filho

Jocarlos, razão de toda a minha luta,

ao meu companheiro João Carlos por

viver este sonho comigo e à minha

irmã Débora, pelo apoio sempre.

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RESUMO

Neste trabalho abordaremos o uso do rádio como ferramenta de

marketing. Faremos um breve histórico dessa mídia, dos áureos tempos ao

momento atual e as propostas para o futuro. Conheceremos que estratégias o

meio está usando para manter sua fatia do “bolo” publicitário em meio a tantas

opções de tecnologias inovadoras e saberemos ainda, que para muitos o rádio

é um companheiro para todas as horas e que mesmo não possuindo o recurso

das imagens, consegue ter os mesmos índices que a TV no que tange à

penetração de mercado. Por fim, a conclusão de que não há como relegarmos

ao segundo plano um meio de comunicação tão cheio de possibilidades. Seria

hora dos profissionais de propaganda repensarem sobre o potencial

publicitário do rádio, avaliando melhor o seu alcance para utilizá-lo mais

amplamente na divulgação de seus produtos em seus “mixes” de marketing.

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METODOLOGIA

Nosso estudo confrontou diversas opiniões, adquiridas a partir da leitura

de diferentes trabalhos acadêmicos sobre o tema “marketing e rádio” dos quais

se destacam as pesquisas de Claudio Arpagaus Dotto e Nahara Cristine

Makovics da UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), Roberta Baldo

da UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba), Clóvis Reis da FURB

(Universidade Regional de Blumenau) e Marco Daniel Nerling (cujo trabalho

pesquisado foi ganhador do 4º Prêmio de Mídia do Estadão em 2001,

categoria estudante) além de pesquisas em sites sobre a radiodifusão e afins.

Consultamos também bibliografia especifica em que se destaca o livro

“Princípios de Marketing” de Phillip Kotler e Gary Armstrong.

O processo de cotejamento dos textos e a escolha da linha de

observação nos conduziram aos dados de pesquisas realizadas por grandes

empresas da área como IBOPE, DATAFOLHA e AC NIELSEN e os websites

dessas respectivas empresas, foram fontes ricas de informações e até mesmo

curiosidades a respeito do tema tratado.

Enriquecedoras também as contribuições da revista Inteligência

Empresarial (CRIE/COPPE/UFRJ) e dos sites do GPR (Grupo de Profissionais

do Rádio), Observatório da Imprensa, Folha de São Paulo, Mundo do

Marketing, Microfone (Blog Alex Ferreira), Site do Radialista, IATEC (UFRJ) e

Wikipédia, entre outros, cujas informações foram de extrema valia na

composição deste trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - O rádio através dos tempos. 11

CAPÍTULO II - O rádio e o mercado publicitário. 17

CAPÍTULO III - O rádio como ferramenta de marketing. 29

CONCLUSÃO 44

ANEXOS 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 80

ÍNDICE 83

FOLHA DE AVALIAÇÃO 85

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INTRODUÇÃO

Desde a descoberta dos formatos de anúncio pelo rádio, até sua sensível

perda de espaço para a televisão e outros meios de comunicação como jornais

e revistas - perda esta que chegou a 82% no início da década de 90 - o rádio

vem se reinventando para bravamente sobreviver às mudanças ocorridas com

os avanços tecnológicos e às novas formas de mídia, bem como para manter

fiéis ouvintes e anunciantes.

O fato é que mesmo em meio à crise, este meio vem se mostrando o

veículo de comunicação mais acessível, rápido, interativo e de maior utilidade

pública, razão pela qual ainda fascina grande número de espectadores e

conquista novos ouvintes a cada ano, nos levando a concluir que seu potencial

mercadológico está longe do esgotamento e sua capacidade de adaptação aos

novos tempos é apenas mais uma de suas múltiplas possibilidades.

Por este motivo, vimos à necessidade de aprofundar um estudo tendo como

foco a transição do rádio para o novo modelo de mercado, especificamente o

publicitário (seu principal modo de captação seus recursos) e seu uso como

ferramenta de marketing acompanhando os movimentos dessa parceria desde

o início do rádio até os dias de hoje.

As questões que levantamos sobre o futuro dessa mídia foram: o rádio

conseguirá manter sua quota de participação no mercado publicitário nesses

tempos de grande diversidade de mídias? Como saber quais suas expectativas

futuras em relação ao mercado? Felizmente o panorama que se desenha

tanto no que se refere ao aspecto humano (ouvintes) quanto ao tecnológico

nos confere gratas surpresas.

Dividimos este trabalho em três capítulos. No primeiro, falaremos sobre a

invenção do rádio e do seu processo de popularização, com o surgimento da

propaganda.

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No segundo capítulo, abordaremos o desenvolvimento do rádio como

ferramenta de divulgação de produtos. Veremos quais os principais segmentos

que anunciam no rádio e como está sua credibilidade junto ao consumidor.

No terceiro capítulo entenderemos melhor a afinidade entre rádio e

marketing, Apresentaremos também dois cases de emissoras paulistas –

Bandeirantes AM e Antena I FM - que conseguiram reverter a situação

desfavorável que enfrentavam, começando pela classificação de forças e

fraquezas e a definição das estratégias de reposicionamento frente ao

mercado.

Conheceremos também a função social do rádio e seus efeitos na vida das

pessoas, e, a caminho das soluções e dos novos caminhos para o futuro,

saberemos as práticas já tomadas e as tecnologias em desenvolvimento para

a remodelação desse meio de comunicação em sua interface atual com o

público.

Por fim, concluiremos que não são poucos os fatores que fazem o rádio

manter sua magia, sendo ainda para muitos - principalmente os que estão

afastados dos grandes centros urbanos - o melhor entretenimento, mesmo não

possuindo os apelos visuais que a televisão e a internet têm em seu favor.

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CAPÍTULO I

O RÁDIO ATRAVÉS DOS TEMPOS.

Neste capítulo, abordaremos a invenção e a difusão do rádio, bem como

o momento de sua popularização no Brasil, marcado pelo surgimento da

propaganda.

1.1 – A invenção do rádio.

O rádio começou a ser inventado com a descoberta das ondas

eletromagnéticas pelo físico inglês James Clerck Maxwell, que embora tenha

demonstrado teoricamente a existência dessas ondas, morreu sem comprovar

de forma prática sua experiência.

Outros cientistas, entretanto, mostraram interesse pelas experiências de

Maxwell e deram continuidade à sua teoria. Entre estes pesquisadores

destacou-se Henrich Rudolph Hertz, um jovem estudante alemão que

impressionado com a teoria de Maxwell, construiu um aparelho que verificava

o deslocamento de faíscas através do ar, assim Hertz conseguiu passar

energia elétrica entre dois pontos sem utilizar fios. Com esta experiência

Hertz provou experimentalmente a teoria de que a eletricidade viaja através

da atmosfera em forma de onda, verificou ainda que essas ondas se

deslocavam à velocidade da luz, cerca de 300 000 km/s, porém naquele

momento não percebeu as vantagens econômicas desta experiência.

As ondas descobertas foram as ondas de rádio, que também são

chamadas de "Ondas Hertzianas" em homenagem a seu descobridor. No

entanto, o primeiro sistema de rádio só seria inventado anos mais tarde por

Nicola Tesla, um cientista nascido na Sérvia.

Em 1895, o italiano Guglielmo Marconi teve conhecimento das

descobertas de Hertz e do sistema inventado por Tesla. Em 1896, Marconi

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demonstrou o funcionamento de aparelhos de emissão e recepção de sinais

na Inglaterra (por Código Morse) e foi então que percebeu a importância

comercial da telegrafia sem fios. Marconi foi o primeiro homem a enviar uma

mensagem para o outro lado do oceano. Porém não se imaginava, até este

momento, a possibilidade do rádio transmitir a voz do ser humano.

Nesse mesmo ano (1895) Oliver Lodge inventou o circuito elétrico

sintonizado, que possibilitava a mudança de estação selecionando a

freqüência desejada.

Embora Tesla e Marconi tenham feito grandes progressos, a

transmissão de sons só foi possível com o aparecimento da válvula de três

elementos desenvolvida em 1906 pelo americano Lee de Forest. Com o

aparecimento desta válvula destacaram-se mais dois homens, o alemão Von

Lieben e o americano Edwin H. Armstrong que utilizaram a válvula para

amplificar e produzir ondas eletromagnéticas de forma contínua.

A descoberta desta válvula e sua utilização permitiram a realização de

uma ligação radiotelefônica transcontinental, da Virgínia (EUA) para Paris

(FR). O desenvolvimento comercial do rádio foi, após esta fase inicial, muito

rápido. Nos Estados Unidos da América assistiu-se a várias tentativas de

transmissão comercial e amadora. Em 1920 surgiu a primeira emissora norte-

americana de que se há registro - a K. D. K. A. - e a partir de então houve

uma grande "explosão" de emissoras de rádio e de empresas de fabricação

de receptores utilizando válvulas.

Com invenção do transistor em 1947 foi possível construir aparelhos de

rádio cada vez menores1.

1.2 – A primeira transmissão de rádio no Brasil.

No dia 7 de setembro de 1922 aconteceu a primeira transmissão oficial

de rádio no Brasil, por ocasião da comemoração dos cem anos de

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Independência. O discurso do presidente Epitácio Pessoa foi transmitido para

os visitantes da Exposição Internacional do Rio. Uma estação de 500 watts,

instalada no morro do Corcovado pela empresa Westinghouse Electric

International possibilitou o feito, mas mesmo após algumas transmissões

posteriores, não havia sido definido qualquer projeto de continuidade desse

serviço.

Alguns meses depois, o espírito de pioneirismo de dois homens tornaria

o sonho realidade. Em 20 de abril de 1923, surgia à primeira estação de rádio

brasileira, fundada por Edgard Roquete Pinto e Henry Morize: a Rádio

Sociedade do Rio de Janeiro. Seus ouvintes eram associados que contribuíam

com mensalidades para a manutenção da emissora2.

1.3 – O surgimento da propaganda no rádio.

De início, o rádio era um meio de comunicação voltado para a elite. Os

primeiros ouvintes contribuíam com a programação emprestando discos de

ópera e as transmissões se resumiam a, basicamente, recitais de poesia,

concertos e palestras. O potencial mercadológico ainda não era explorado e os

próprios ouvintes custeavam as expensas com a elaboração dos programas. A

idéia primordial era difundir cultura, educação e entretenimento, porém, estes

objetivos acabavam se restringindo a um grupo seleto de pessoas. Sobre o

exposto encontramos o seguinte texto, de Gisele Otriwano, esclarecendo que

em seus primórdios, o rádio:

“...se dirigia a quem tivesse poder aquisitivo para

mandar buscar no exterior os aparelhos receptores, então

muito caros. Também a programação não estava voltada

para atingir aos objetivos a que se propunham seus

fundadores: ‘levar a cada canto um pouco de educação, de

1 Fonte: http://radiofonia.com.sapo.pt/Historia_Radio.htm 2 Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatic

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ensino e de alegria´. Nasceu como um empreendimento de

intelectuais e cientistas e suas finalidades eram

basicamente culturais, educativas e altruístas.”

(ORTRIWANO, 1985. apud BALDO, 2004: p. 7 )

No que se refere à difusão das emissoras de rádio, a autora acima

relata:

“Ainda nos anos 20, o rádio já começa a espalhar-se pelo

território brasileiro. As primeiras emissoras tinham sempre

em sua denominação os termos “clube” ou “sociedade”,

pois na verdade nasciam como clubes ou associações

formadas pelos idealistas que acreditavam na

potencialidade do novo meio.” (ORTRIWANO, 1985 apud

BALDO, 2004: p. 5)

Mas a grande virada do novo meio não tardaria a acontecer: a descoberta

de um novo modelo de propaganda. Este veio para garantir os recursos

financeiros que viabilizaram os programas o que permitiu a popularização do

rádio. Os “reclames” eram muito comuns, embora proibidos até o ano de 1932,

quando um decreto (nº 21.111) finalmente regulamentou a propaganda no

rádio. Como principal critério, foi estabelecido que os espaços dedicados aos

anúncios na ocasião, não deveriam ultrapassar 10% do tempo de

programação, aumentando em 20% posteriormente até chegar aos 25%

atuais.

“A primeira fase da propaganda no Rádio foi marcada pelo

pioneiro Sangirardi Jr., esta se destacou pelos programas

de grandes dimensões, musicais, locutores, programas de

auditório, rádionovelas com grandes recordes de

audiência... uma época onde milhares de pessoas ouviam

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rádio e se identificavam com locutores, músicas e os

personagens das rádionovelas.

Os grandes programas como: “Caixinha de perguntas”,

“Hora do Calouro”, “Balança, mas não Cai”, o “Programa de

Otávio Gabus Mendes” (um dos primeiros grandes

programas de auditório, onde o público participava e dava

opiniões) e o grande “Cassino do Chacrinha” com Abelardo

Barbosa (que mais tarde viria a ser um grande sucesso na

TV) eram pratos cheios para as propagandas.

Nessa época, os anunciantes eram lojas de

departamentos, restaurantes, lanchonetes, xaropes...”

(Memória Nacional da Propaganda)3

O surgimento da propaganda marca o momento em que o rádio se

aproxima definitivamente das grandes massas, mudando seu contexto inicial:

“A introdução de mensagens comerciais transfigura

imediatamente o rádio: o que era erudito, educativo,

cultural passa a transformar-se em popular, voltado ao

lazer e à diversão. O comércio e a indústria forçam os

programadores a mudar de linha: para atingir o público, os

reclames não podiam interromper concertos, mas

passaram a pontilhar entre execuções de música popular,

horários humorísticos e outras atrações que foram surgindo

e passaram a dominar a programação.

Com o advento da publicidade, as emissoras trataram de

se organizar como empresas para disputar o mercado. A

competição teve, originalmente, três facetas:

desenvolvimento técnico, status da emissora e sua

popularidade. A preocupação educativa foi sendo deixada

3 Site: www.aconteceaqui.com.br

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de lado e, em seu lugar, começaram a se impor os

interesses mercantis.” (ORTRIWANO, 1985: p. 15 apud

BALDO, 2004: p.8)

A propaganda no rádio definiu-se então em dois gêneros: o comercial e

o não-comercial. Ao primeiro correspondiam à persuasão e à manipulação com

o objetivo de vender um produto ou serviço, ao segundo, as campanhas de

cunho educacional ou institucional.

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CAPÍTULO II

O RÁDIO E O MERCADO PUBLICITÁRIO.

Procuraremos neste capítulo acompanhar o rádio em seu

desenvolvimento no mercado publicitário como ferramenta de divulgação de

produtos. Veremos quais os principais segmentos que anunciam no rádio e

como está sua credibilidade junto ao consumidor.

“[...] o rádio seria o mais fabuloso e imaginável aparato de

comunicação da vida pública, um sistema de canalização

fantástico. Isto é, seria se não soubesse só transmitir, mas

também receber, ou seja, ouvir ao rádio-escuta, mas também

fazê-lo falar, não isolá-lo, mas pôr-se em comunicação com

ele...” (BRECHT, 1984: 81-92 apud MAKOVICS, 2004: p.10)

2.1- Os formatos da propaganda radiofônica.

“O comunicador de marketing também precisa de um

formato atraente para a mensagem. No caso de um

anúncio impresso, ele tem que decidir como serão o título,

o texto, a ilustração e as cores [...] Se a mensagem for

veiculada pelo rádio, o comunicador tem de escolher as

palavras, sons e vozes. O som de um locutor que está

promovendo serviços bancários deve ser diferente daquele

que está promovendo um iPod.” (KOTLER E

ARMSTRONG, 2008 : p. 364)

Em princípio, faremos aqui uma diferenciação entre os termos publicidade

e propaganda, em muitos casos tratados como semelhantes, mas que

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possuem diferenças intrínsecas. A definição de publicidade (do latim publicus =

tornar público, “vulgarizar”) corresponde ao ato de divulgar. Seu objetivo é

informar, comunicar e atualmente refere-se especificamente à comunicação

paga de cunho comercial. Já propaganda (do latim pangere > propagare =

mergulhar, enterrar, plantar) tem significado mais amplo, possui em seu teor a

intenção de inserir na mente do receptor uma idéia, uma crença ou valor.

Na visão de Kotler e Armstrong, propaganda se define como ”qualquer

forma paga de apresentação e promoção não pessoal de idéias, bens ou

serviços, com um patrocinador identificado” (2008: p.357). Sobre o exposto,

citemos o trecho do trabalho da Prof.ª Nahara Makovics:

“A distinção entre os termos “propaganda” e “publicidade” nos

serviria como via de investigação de suas funções, razões e

conseqüências no plano da história das sociedades humanas.

O registro mais freqüente dos dicionários etimológicos para o

termo “propaganda” cita a “Propaganda Fidei” da Igreja

Católica como Congregação para a Propagação da Fé Cristã

organizada no ano de 1622 pelo bispado romano.

Outras acepções da dicionarização moderna não variam

muito de conteúdo: ‘ação exercida sobre a opinião pública

para conduzi-la a um determinado objetivo, comportamento,

fim, etc.’; ‘ação de exaltar os méritos de uma teoria, doutrina,

idéia, serviço, produto ou mercadoria’. Já o termo

“publicidade” freqüenta comumente os dicionários com as

acepções: “dar destaque público a determinado assunto,

princípio, idéia.”; “a propriedade do que é público”; “o fato, a

arte de exercer ação psicológica sobre a opinião pública com

fim comercial”.” (MARANHÃO, 1988: 41 apud MAKOVICS,

2004: p.8)

Com a evolução do rádio, a propaganda específica para este meio foi adquirindo

características próprias. Mas vimos no decorrer de nossa pesquisa, que,

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oficialmente, não existe a normatização de uma tipologia desses anúncios.

Entretanto, podemos destacar algumas formas mais recorrentes:

• Spot - fonograma utilizado como peça publicitária em rádio. Feito por

uma locução simples ou mista (duas ou mais vozes). Com ou sem

efeitos sonoros e música de fundo. O Spot é geralmente utilizado na

publicidade quando há muita coisa a ser transmitida em uma só

mensagem.

• Jingle - utiliza principalmente a música como recurso para a fácil

memorização da mensagem a ser transmitida pelo público-alvo (ou

target).

• Testemunhal - peça publicitária disfarçada de comentários realizada

pelo apresentador do programa. Pode ir ao ar ao vivo e de maneira

informal. Nesse tipo de publicidade, o apresentador joga com sua

credibilidade e carisma diante dos ouvintes.

• Teaser – peça de comunicação com informações incompletas, com o

objetivo de gerar uma expectativa no cliente sobre o que está sendo

anunciado.

• Patrocínio - o pagamento em dinheiro em troca da divulgação ou

propaganda de um estabelecimento ou produto no início, final e durante

o programa.

Os anúncios de rádio mais antigos de que temos registro partiam de frases

bem humoradas sobre coisas do cotidiano...

“Sente-se mal? Compre uma cadeira de balanço na Casa

Bela Aurora e sente-se bem...”

“Pilogênio é tão bom que faz crescer cabelos até em uma

bola de bilhar.”

(CASE, p.49 apud BALDO, 2004 p. 10)

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...E o primeiro jingle da história da propaganda de rádio no Brasil, um fado

do compositor Antônio Nássara produzido para uma padaria carioca, ficou

assim:

“Oh, padeiro desta rua

tenha sempre na lembrança.

Não me traga outro pão

Que não seja pão Bragança.

Pão inimigo da fome.

Fome inimiga do pão.

Enquanto os dois se matam,

A gente fica na mão.

De noite, quando me deito

E faço minha oração,

Peço com todo respeito

Que nunca me falte o pão”.

(CASE, p. 50 apud BALDO, 2004 p.11)

Na propaganda de rádio é muito recursivo o uso do “apelo” que segundo

Kotler e Armstrong pode ter três abordagens:

• Emocional - desperta emoções positivas (amor, humor) ou negativas

(culpas, medos) para motivar a compra.

• Racional - relacionado aos interesses/valores do público como

qualidade, economia, etc..

• Moral - trazem à percepção o que é “certo” e “apropriado”, como apoiar

soluções para o meio ambiente ou colaborar com causas sociais.

Estes recursos visam a alcançar o perfil psicológico do consumidor. E

segundos estes autores, pesquisas apontam que os apelos emocionais que

tangem para o humor costumam agradar mais:

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“Em um levantamento da RoperASW, os norte-americanos

escolheram o humor como abordagem publicitária preferida,

com 85% dizendo que gostavam de anúncios com temas

divertidos.” (KOTLER & ARMSTRONG, 2008: p. 363)

Voltando ao campo da tipologia dos anúncios, cabe ainda destacar as

seguintes considerações no trabalho sobre os formatos da propaganda

radiofônica do Professor Clóvis Reis (FURB), cujo conteúdo foi fundamental

para a composição deste capítulo:

“[...] A dificuldade para a realização de uma análise

comparativa permite constatar que, em geral, os autores

empregam diferentes elementos de identificação no estudo

da propaganda radiofônica, razão pela qual não existe

consenso em torno de uma tipologia dos anúncios que se

emitem no rádio. Excluindo-se noções mais ou menos

comuns de conceitos como os de spot e de patrocínio, há

um desacordo entre a maioria dos estudiosos na descrição

de outras modalidades de anúncio.

De todos os modos, pode-se dizer que esta questão

constitui um campo de estudo atual cuja importância

aumenta com a realização de novas pesquisas,

impulsionadas pelo avanço que protagonizam o rádio e a

propaganda.

Trata-se de um campo onde os conceitos e as definições

ainda estão por se estabelecer, o que dá a dimensão da

dificuldade que implica a proposta de uma tipologia dos

relatos publicitários difundidos no rádio.” (p.68)

Dados da pesquisa para a Tese de Doutorado apresentada à Faculdade

de Comunicação da Universidade de Navarra (Espanha) 2004 do Prof. Clóvis

Reis, nos revelaram a freqüência com que os tipos de anúncios mais usuais

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aparecem na programação das rádios da cidade de São Paulo (em análise de

102 horas de programação feita no mês de abril de 2002). Sua pesquisa

mostra especificidades a respeito dos principais objetivos dessas

comunicações:

“A análise dos dados da mostra selecionada para a

pesquisa constatou que o spot é o formato de anúncio com

maior número de inserções. Os spots somaram 44,9% das

emissões. A seguir, vieram os promocionais (31,1%), o

jingle (6,6%), o patrocínio (5,2%), o flash (4,2%), a

prescrição (3%), a entrevista comercial (1,6%), as ações

especiais de comunicação de marketing (1,2%), os micro-

programas (1%) e os concursos (0,6%).

O estudo verificou também que, na maioria dos casos, os

anúncios têm a finalidade de criar imagem da marca (50%

das inserções). O objetivo de dar a conhecer um produto

se situou em segundo lugar (21% das emissões) e o fim de

promover uma venda ficou em terceiro (17%).” (2004: p. 6)

Concluímos a partir destas informações que o contorno dos anúncios de

rádio cumpre funções e finalidades bem estabelecidas acordo com as

necessidades do anunciante e do consumidor. Considera-se que a relação

econômica e cultural da sociedade influencia diretamente o mercado

publicitário e, de certa forma, ajuda a desenvolver mais produtos criativos que

convençam o consumidor a comprar idéias, produtos ou serviços. O melhor de

tudo isso é que a peça publicitária para o rádio acaba sempre ganhando mais

conteúdo em relação à proposta inicial, pois depende de como se processa na

cabeça do ouvinte, dando sempre margem ao elemento imaginativo, nunca se

fechando em si.

“Um antigo chavão, muito utilizado pelos profissionais da

imagem afirma que: uma imagem vale mais que mil

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palavras... O rádio é um veículo de comunicação que utiliza

mil palavras para criar cada imagem na mente do ouvinte.

Porém, a mente de quem ouve as mil palavras produz

muito mais do que mil imagens. Isto acontece através da

união de fatos vividos, experiência de vida, conhecimento,

educação / cultura formal e não-formal, etc. que cada um

tem contato ao longo da vida. Em 1938, quando Orson

Welles assustou os EUA com sua transmissão de A guerra

dos Mundos, qualquer dúvida quanto ao poder de

penetração e de sensorialidade que se tinha em relação ao

rádio, foi dizimada.” (BALDO, 2006: p. 2)

2.2 – Quem são os ouvintes e anunciantes do rádio?

Segundo pesquisa do IBOPE4, realizada de janeiro a dezembro de 2007, o setor que mais anuncia no rádio é o de comércio e varejo, que detém 21% dos

investimentos totais do meio. Do total investido no Brasil, a cidade de São

Paulo é responsável por 60% de participação. As emissoras FM representam

56% deste investimento e as emissoras AM, 44% do total designado a esta

praça. Dados do Target Group Index mostram que atualmente o rádio é ouvido

por 79% dos brasileiros, o equivalente a mais de 49 milhões de ouvintes, e

dentre o tipo de música preferida está à sertaneja, seguida pela MPB.

Ainda segundo a pesquisa, o rádio é a mídia mais acessível à população e

atinge quase que igualmente a todos os públicos, independente do grau de

escolaridade. Veja no anexo 1, página 46 o quadro com os números

apresentados pelo referido estudo.

Levando-se em conta o caráter democrático do rádio, buscamos dados

que pudessem analisar não apenas o alcance, mas também a confiabilidade

4 WWW.ibope.com.br/sintonize

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dessa mídia em relação à publicidade e à propaganda, assuntos correlatos a

este trabalho. Em pesquisa da AC Nielsen, feita no ano de 2007, concluiu-se

que o público em geral confia nos anúncios de rádio. Aliás, os modos

tradicionais de anúncio, tipo opinião de outros consumidores e jornais

impressos, tiveram os melhores índices de confiabilidade 78% e 63%

respectivamente. O rádio, sétimo na pesquisa, ficou com 54%. Os menos

confiáveis foram os anúncios em navegadores (34%), anúncios na internet

(26%) e mensagens enviadas a celulares (18%)5.

Encontramos ainda dados importantes sobre a confiabilidade do rádio, em

pesquisa da Standard Ogilvy & Mather, cujo estudo, realizado nas sete

principais capitais do país, buscava mostrar em quem os brasileiros mais

confiam. Ao final da pesquisa a instituição mais votada foi a família (76%),

seguida dos correios (64%), da ciência / tecnologia (59%) e da igreja (57%).

Em posição intermediária, ficaram o exército (42%), o rádio (41%) e a

publicidade (40%). As últimas posições ficaram com a polícia (14%), o senado

(7%) e os partidos políticos (5%).6

E quais são as empresas que anunciam no rádio? Segundo pesquisa da

CROWLEY BROADCAST ANALYSIS DO BRASIL para o GPR (Grupo de

Profissionais do Rádio) nas emissoras do Rio de Janeiro (período: 26/12/2009

- 01/01/2010 – 07h às 19h de segunda à sexta), que “ranqueou” os 20

principais anunciantes por número de inserções na programação, veja o

quadro no anexo 2 página 47.

No esforço para aumentar a interação com o ouvinte e manter o espaço no

mercado, observamos a preocupação dos profissionais de rádio com a

credibilidade e com a qualidade da programação das emissoras. Rubens

Campos diretor de mercado do Sistema Globo de Rádio, referindo-se à CBN,

disse em entrevista à Revista Propaganda em julho de 2001 (apud NERLING,

2001): “Nós procuramos ter sempre os melhores jornalistas, os melhores

repórteres, tudo para criar uma relação de companheirismo com nossos

5www.acnielsen.com.br 6 Cadernos Umas e Outras – MENSAGEIRO LUTERANO de Outubro/97 – N.º 10 – Ano 80 - Ed. Concórdia Ltda. – Porto Alegre – RS

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ouvintes, que são nosso maior ativo”. Esse investimento em qualidade e

confiança traz também retorno quantitativo: diversas pesquisas apontam para

números surpreendentes de horários em que o rádio supera a audiência da

televisão.

Pesquisa do DATAFOLHA revelou que o público de rádio suplanta o da

televisão entre as 5h e às18h na grande São Paulo. Durante este período de

tempo, o rádio concentra uma média de 1,5 milhão de ouvintes por minuto na

região, enquanto a TV reúne um público de 700 mil pessoas. Entre as 9h e às

l2h, as rádios da grande São Paulo atingem, em média, 2,5 milhões de

pessoas por minuto. A televisão registra uma média de 580 mil

telespectadores/minuto. No Rio Grande do Sul, o IBOPE, em estudo realizado

nos 10 municípios da Grande Porto Alegre, no mês de fevereiro de 1998,

mostrou que quase 82%, (mais de 1 milhão e 700 mil entrevistados) de dois

milhões e 86 mil pessoas, têm contato com o rádio no decorrer do dia. O

alcance do rádio e a fidelidade de seu público são mesmo impressionantes,

isto se deve também à vantagem de o rádio permitir a execução de outras

atividades enquanto o escutamos.

2.3 - Perda de espaço no mercado publicitário.

Mas nem com todas as boas perspectivas o rádio conseguiu conter o

avanço das outras mídias na briga pelo mercado de publicidade. Seus bons

números de audiência e credibilidade contrastam com os cenários de seguidas

baixas percentuais que o acompanham desde a popularização da televisão.

Esta chamou para si os grandes anunciantes, fazendo com que o potencial do

rádio fosse mal aproveitado. Em decorrência disso temos resultados

decrescentes de participação na sua “fatia” mercadológica se repetindo ano a

ano.

Se compararmos o poder de penetração do rádio com o da televisão

veremos que são equivalentes - de 96 a 98% - conforme dados da pesquisa

Painel do IBOPE. Esses dados comprovam que o meio está longe do

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esgotamento, mas que o desperdício dessa capacidade segue acontecendo. A

conseqüência mais visível disso é que os números relativos a investimentos

publicitários para o rádio acabam ficando sempre aquém se comparados aos

de outros meios. Fica a pergunta: por que o rádio é tratado como o “primo

pobre” dos meios de comunicação?

“Se fizermos uma análise dos investimentos dos últimos

04 anos do relatório da AC Nielsen, verificaremos que os

grandes anunciantes não têm investido em rádio. O meio

é sempre deixado para segundo plano nas estratégias

de mídia. Esta característica de mídia secundária para a

maioria das campanhas publicitárias levou o mercado ao

desconhecimento da força de atuação do rádio”

(Yoshihara, 1994 apud DOTTO, 1998: p.10).

Se acompanharmos a trajetória do rádio, seguiremos uma linha de tempo

que conheceu o apogeu na década de 1940, com muitas empresas chegando

ao mercado brasileiro e diversas agências de publicidade produzindo peças de

propaganda. O público não resistia às rádionovelas, que encantavam milhares

de pessoas e os programas de auditório eram febre nacional.

Nos anos 1960, porém, essa popularidade começou a ser abalada com a

chegada da televisão. O professor Clóvis Reis nos sugere uma temporização

bastante plausível:

“...se pode dividir a história da publicidade radiofônica

no Brasil nos seguintes períodos: a) a descoberta dos

formatos de anúncio - de 1922 a 1930; b) a expansão e

consolidação dos investimentos - de 1930 a 1960; c) as

mudanças ante a presença da televisão - de 1960 a

1980; d) a transição para um novo modelo de mercado -

a partir de 1980. Estas etapas e suas transformações

estão vinculadas a aspectos tecnológicos, jurídicos e

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econômicos que protagonizam o rádio, a publicidade e o

próprio país.(REIS, C. 2004 p.25)”

De fato, a televisão foi avançando no mercado e tornando-se líder de

investimentos em mídia. A tabela que descreve bem esse aumento percentual

em comparação aos outros meios de comunicação, pode ser vista no anexo 4,

pág. 49.

Diante dos números apresentados, temos idéia de quanto o rádio foi

perdendo participação, principalmente para a TV :

“Quanto ao investimento publicitário, à queda iniciada

nas décadas de 60 e 70 se manteve durante os anos 80

e o rádio entrou na década de 90 com apenas 4,8% de

participação no mercado. A televisão, por sua parte,

consolidou a sua liderança. No começo dos anos 90, o

meio tinha uma quota de 57,3% na distribuição da

publicidade. Seguiam-lhe os jornais (25,6%) e as

revistas (9,6%). (MEIO & MENSAGEM, 2001, p. 12 –

apud REIS, 2004: p.11)”

Buscando manter-se na briga e recuperar o espaço perdido, o rádio busca

se renovar para não sucumbir aos novos tempos. Ele se insere na internet, nos

celulares, testando novos modelos, melhorando a qualidade de transmissão,

mantendo a relação com o ouvinte mais próxima e trazendo para o anunciante

a comprovação da sua própria capacidade de se reinventar. “Hoje em dia

estamos perante a integração do rádio num sistema expressivo diferente: o

hipermídia, determinado pelo processo de convergência tecnológica. Até pouco

tempo, cada meio e cada suporte centrava-se em uns conteúdos específicos

com suas correspondentes linguagens. Agora a tendência são as sinergias,

intercâmbios e combinações dos conteúdos de uns meios com outros”,

conforme observa a Prof.ª Esmeralda Villegas Uribe da Universidade Autônoma

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de Bucaramanga, Colômbia, em artigo da UNIrevista - Vol. 1, n° 3 : (julho

2006).

A visão acima, que contempla a dialética, a sinergia e a convergência,

conceitos presentes na atual visão do mercado, define a nova situação das

mídias, inclusive a do rádio. Podemos até repensar o que vemos hoje como

perda de espaço, pois em uma visão sistêmica este evento pode significar

apenas o processo de surgimento e amadurecimento de outro modelo, em que

os conteúdos se combinam para a construção de uma rede entre os meios de

comunicação.

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CAPÍTULO III

O RÁDIO COMO FERRAMENTA DE MARKETING.

Aqui entenderemos melhor a afinidade entre rádio e marketing

procurando mensurar o alcance dessa relação no mercado publicitário, e quais

as estratégias do meio para atrair ouvintes e anunciantes. Mostraremos

também a função social do rádio, que transcende o pensamento mais raso da

subserviência ao interesse de mercado, promovendo a cidadania e mantendo

comunidades mais distantes informadas do mundo ao seu redor.

3.1 – Rádio e marketing.

Antes de nos aprofundarmos nessa relação, veremos que há várias

tentativas de se estabelecerem conceituações para a palavra marketing e entre

as muitas definições técnicas ou mesmo tentativas de tradução para o

português estão os termos “mercadologia” (RICHERS, 1986) e "mercância"

(GRACIOSO,1971)7. Usualmente, encontramos marketing com acepção não

só de "comercialização", mas também “realização”.

O que sabemos entretanto é que o marketing engloba todo um conjunto de

atividades de planejamento, concepção e concretização, que visam a

satisfação das necessidades dos clientes, presentes e futuras, através de

produtos e serviços existentes ou novos. Tendo como função precípua

identificar as necessidades e através delas criar as oportunidades.

Segundo Kotler a definição mais simples para marketing é “administrar

relacionamentos lucrativos com o cliente”. O que nos leva a concluir que o

conceito de marketing vai mesmo além da “venda” propriamente dita, pois

avalia como todo o processo de produção, escolha e compra de um produto se

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dá e funciona, e através dessa avaliação identifica o público-alvo e as

estratégias que serão usadas para a promoção do produto, escolhendo os

meios de maior alcance ao público consumidor.

Dentro dos planos de marketing de qualquer empresa há o “mix de

promoção” – também chamado “mix de promoção de marketing”- que combina

propaganda, promoção, marketing direto e qualquer forma de comunicação

persuasiva de valor para o cliente, assim como as ferramentas que serão

usadas para este fim.

Nos últimos anos, temos visto os grandes anunciantes, em seus “mixes de

marketing”, preferirem a televisão ao rádio para anunciarem seus produtos,

mas já existem projetos no sentido de trazê-los de volta para o meio

radiofônico fazendo com que voltem a pensar nesse modo de divulgação:

“Se soubermos passar o lado positivo do rádio para

anunciantes e agências, o meio com certeza dará um

salto qualitativo no mercado publicitário, a exemplo do

que ocorre nos Estados Unidos”, segundo Osmar

Albuquerque, Gerente de Desenvolvimento Corporativo

do Sistema Globo de Rádio. Osmar lembra ainda que,

conforme pesquisa da Geraldo Leite Arquitetura de

Mídia, o rádio já aparece espontaneamente quando os

anunciantes de Rio de Janeiro e São Paulo são

questionados sobre os dez melhores veículos, quanto à

qualidade de atendimento e relacionamento com o

mercado (dados de dezembro de 1998). “Há rádios e

rádios. O mercado precisa ser educado para distingui-

los”, completa Osmar Albuquerque. (NERLING, 2001

p.11-12)

7 Fonte: WWW.wikipédia.com.br

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A simples observação dos ouvintes confirma vários dos aspectos

favoráveis, afetos à publicidade no rádio, levantados até agora. Cada vez mais

esta clientela (o ouvinte) exige profissionalismo, respeito, seriedade e

qualidade dos meios de comunicação com os quais têm contato. Esses

valores, uma vez cristalizados na mente do consumidor em relação ao meio de

comunicação, acabam por estender-se ao produto anunciado, tendo como

obra final a venda, que é o principal objetivo da propaganda dentro do “mix de

marketing”.

3.1.1 – As 15 razões sem contestação.

No site do radialista (www.sitedoradialista.com.br) encontramos um artigo,

assinado pelo Sr. Marcel Leal da Rádio Morena FM de Itabuna – BA, em

defesa da volta dos grandes anunciantes ao rádio. No artigo, o profissional de

comunicação expõe as “15 razões sem contestação” pelas quais se deve

anunciar no rádio:

1 - O rádio está junto ao consumidor na hora da compra. Segundo

pesquisa Marplan, o rádio é o veículo que está junto a 93% dos consumidores

na hora que antecede a compra. Ou seja, não importa o que ele viu na tevê na

noite anterior porque quem decide a compra é o rádio, o comercial que ele

ouviu antes de ir para o comércio.

2 - As pessoas passam mais tempo ouvindo o rádio. Para convencer o

consumidor seu comercial tem que ser ouvido por ele várias vezes ao dia e o

rádio é o veículo que ele mais ouve, em média por 3:45 horas, com diversos

casos acima de quatro horas diárias. Some a isto que as pessoas absorvem o

que ouvem (palavras) com mais facilidade do que o que vêem (imagens),

principalmente se a sua mensagem estiver em forma de jingle.

3 - O rádio é imbatível durante o horário comercial. O rádio tem o triplo da

audiência da televisão durante a manhã e mais do dobro durante a tarde. E

mais: no horário nobre da tv (19 às 22 horas), o rádio atinge mais pessoas do

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que a tv durante o dia. Note que o rádio é imbatível justamente no horário em

que as empresas e o comércio estão abertos, fazendo dele mídia obrigatória

para quem quer efetuar uma venda. A tv só tem boa audiência à noite, quando

o comércio está fechado e o cliente, em casa.

4 - O consumidor passa 17% mais tempo com o rádio que a TV (e na hora

certa). Pesquisa do Ibope confirma que as pessoas que fazem compras

passam 17% mais tempo ouvindo o rádio que vendo a televisão, o que dá ao

seu comercial 17% mais chance de ser absorvido que o comercial da tv. E no

rádio o consumidor não precisa estar olhando para o aparelho para ser

atingido pela propaganda - ele pode estar na cozinha fazendo uma boquinha

como é costume dos televisivos, e mesmo assim sua mensagem vai atingi-lo.

5 - O rádio atinge os consumidores dos principais ramos de atividade

com mais eficiência.

Segundo pesquisa do Ibope, o rádio atinge a quase totalidade dos

consumidores dos principais ramos de atividade em 15 dias. Observe na tabela

abaixo o alcance do rádio e o perfil de consumidor encontrado pelo Ibope em

cada ramo:

93% dos consumidores de refrigerante tipo cola foram atingidos pelo rádio nos

últimos 15 dias (as classes ABC são 71%)

91% dos consumidores de outros refrigerantes (as classes ABC são 74% do

total, com idade entre 15 e 24 anos)

91% de cerveja (predomínio de homens, entre 25 e 45 anos, sendo as classes

ABC 76% do total)

88% de vinho (53% são mulheres e 47% homens, entre 35 e 45 anos, com as

classes ABC sendo 65% do total)

97% de móveis (58% mulheres e 42% homens, entre 25 e 39 anos, com as

classes ABC sendo 72% do total)

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90% viagens nacionais (56% mulheres e 44% homens, entre 20 e 40 anos,

sendo as classes ABC 81% do total)

94% lanchonete (54% de homens e 46% mulheres, entre 15 e 39 anos, com as

classes ABC sendo 76% do total)

94% restaurante (55% homens e 45% mulheres, entre 25 e 45 anos, sendo as

classes ABC 78% do total)

93% autopeças (75% de homens e 25% mulheres, entre 25 e 39 anos, sendo

as classes ABC 86% do total)

99% motoristas que passam mais de 10 horas/dia no volante (78% homens e

22% mulheres, com idade entre 25 e 39 anos, sendo que as classes ABC

respondem por 96% do total)

6 - O rádio chega aonde à TV não vai. O rádio é o único veículo que atinge o

consumidor em qualquer lugar: começando o dia com o rádio-relógio, sendo

companhia no café da manhã, no ônibus e no carro a caminho do trabalho, no

restaurante na hora do almoço, na lanchonete à tarde, nas lojas do comércio,

no happy hour do barzinho, à noite no encontro com os amigos, na madrugada

boêmia, na praia e na fazenda, no cooper e na bicicleta com o walkman

(possuído por 51% da população), ao lado enquanto surfa na Internet. Enfim, o

rádio é o único veículo que tem um público exclusivo, enorme e pronto para

receber sua mensagem.

7 - O rádio está em 99% das casas, contra 75% da TV. Nem todo mundo

assiste tv, mas praticamente todo mundo ouve rádio todos os dias. Além desta

vantagem nas casas, o rádio está em 83% dos carros contra 1% da tv, e mais

da metade da população acorda com o rádio-relógio.

8 - O rádio atinge o consumidor que tem antena parabólica. Quem tem

antena parabólica assiste seu canal preferido direto da rede sem ver os

comerciais da emissora local. Só entre Itabuna e Ilhéus (BA) existem mais de

45.000 antenas parabólicas, o que significa um público potencial de 220.000

pessoas que não vêem os comerciais locais (quantidade igual à da população

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de uma das cidades!). Some a isto a concorrência das vídeo-locadoras e o

"efeito zapping" (detectado através de estudos, ele provou que a maioria das

pessoas muda de canal durante os comerciais por causa da facilidade do

controle remoto). Anunciar na tv local tem muito menos resultados porque

quase metade dos consumidores não vê o comercial local. Em compensação

você pode atingi-los através do rádio FM, ouvido por 99% dos donos de

parabólica. Você ainda ganha o bônus de atingir o consumidor de vídeo no

carro, na ida e na volta da locadora.

9 - O horário nobre do rádio dura 13 horas, o da TV só três. O rádio é

imbatível das 6 horas da manhã até às 19 horas, mantendo um "horário nobre"

de 13 horas contra o pequeno horário nobre da tv, situado entre 19 horas e 22

horas. É quatro vezes mais eficiência a favor do rádio, uma das razões do

grande crescimento do veículo nos últimos anos. E com um custo 15 vezes

menor.

10 - Só o rádio acompanha o consumidor no verão. No verão as pessoas

tendem a sair mais de casa durante a noite, o que esvazia o horário nobre da

tv e aumenta bastante a audiência do rádio neste horário. Só ele pode ir com o

consumidor para os bares, as praças, a beira da praia e os calçadões. É um

veículo especializado em acompanhar o consumidor aonde ele for marcando

presença nos melhores momentos da vida do seu cliente.

11 - O rádio é o veículo de maior credibilidade.

Todos os anos são realizadas pesquisas para aferir a credibilidade dos vários

setores da sociedade junto ao público e todos os anos o rádio brilha. Ele é o

segundo em credibilidade, logo atrás da Igreja Católica, 7 posições acima dos

jornais e 17 posições acima da televisão. Ou seja: as pessoas acreditam muito

mais no que é veiculado no rádio do que nos telejornais e isto se reflete

também na credibilidade de sua propaganda, aceita com mais facilidade.

12 - Uma produção de alto nível no rádio custa 95% menos. Você pode

usar dez helicópteros, vinte carros de Fórmula Um, uma fábrica inteira e

milhares de pessoas em um comercial de rádio gastando quase nada e em

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prazo recorde. Isto porque o rádio usa a imaginação do consumidor ao invés

de usar o seu bolso. Tente fazer a mesma cena na televisão e ela se

transforma em uma superprodução de alguns milhares de dólares e meses de

filmagem (se o tempo permitir). Além disso, quando você mostra uma "bela

mulher" na tv, ela pode ou não agradar o consumidor. Mas se você diz a ele,

no rádio, que ali está uma "bela mulher", ele imagina a mulher de seus sonhos.

13 - Seu comercial de rádio pode mudar em menos de uma hora. Na tv...

Um bom comercial de rádio pode ser produzido e estar no ar em menos de

uma hora, enquanto o de tv requer mais de um dia e a boa vontade da

emissora. Não é à toa que vemos tantos comerciais "de natal" sendo

veiculados na tv após 25 de dezembro, coisa que não acontece no rádio

porque nele o comercial já mudou na madrugada do dia 26. No rádio sua loja

pode fazer uma promoção diferente por dia ou até por hora. Na tv, isto é

impossível.

14 - Anunciar no rádio custa 15 vezes menos.

Parece incrível que um veículo tão superior ainda por cima seja mais barato,

mas é verdade. O rádio não só é mais barato que a tv - ele custa quinze vezes

menos que a televisão. Com o dinheiro que você gasta anunciando uma

semana na tv seu comercial pode passar quinze semanas no rádio atingindo

muito mais pessoas com mais eficiência, e isto durante o horário comercial. E

ainda chega aos milhares de consumidores que estão em lugares que a tv não

alcança.

15 - O rádio é o único que dá certeza da veiculação.

Desde abril de 2000 o rádio é o único veículo que pode dar certeza absoluta de

que seus comerciais foram mesmo veiculados, através do Radio Control. É um

sistema de auditagem de comerciais que monitora as emissoras 24 horas por

dia, enviando uma mensagem via internet cada vez que o comercial é

veiculado inteiramente. O cliente pode conferir o que foi veiculado na própria

internet usando uma senha e um browser normal, isto de qualquer lugar do

mundo e a qualquer hora. Totalmente inviolável, o Radio Control é ainda

auditado pela Arthur Andersen.

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Fonte: www.sitedoradialista.com.br

As “razões” expostas pelo profissional que assina este artigo, de certa

forma, reafirmam as vantagens do rádio em termos publicitários. O alcance do

meio, o custo da produção, a facilidade de dirigir o foco da peça publicitária

para um público específico, tornam o rádio um atraente espaço para

veiculação de propaganda. A reestruturação do rádio, que vemos

acompanhando nos últimos tempos, de certa forma foi definida pela

necessidade de adequação ao mercado atual, mais interativo, forçando o meio

a buscar novos caminhos de representação, nova linguagem, novas relações

de uso, interagindo com o ouvinte, transmitindo a ele novas experiências

textuais e narrativas.

3.2 – Reposicionamento: estratégia para superar os

tempos difíceis.

Analisamos dois cases de emissoras paulistas a Rádio Bandeirantes AM e

a Rádio Antena 1 - ambos disponíveis na íntegra nos anexos 5 e 6 (pags. 50

e 64) ao final deste trabalho e no site www.iatec.ufrj.br – que retratam bem as

mudanças de posicionamento tomadas pelas emissoras, como forma de

enfrentarem as dificuldades de mercado e trazerem de volta ouvintes e

anunciantes.

Em ambos foram diagnosticados os problemas e a partir desse

levantamento, um conjunto estratégias foi implantado para resolvê-los.

Vejamos:

3.2.1 - Rádio Bandeirantes AM – SP

Para sanar os problemas levantados em reuniões do Conselho Editorial,

que sugeriu a criação de mecanismos para fiscalizar, sugerir mudanças e

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correções na programação, foi desenvolvido um canal de diálogo com os

ouvintes. Nele destacava-se a figura do ombudsman:

“Os resultados dos primeiros seis meses de atuação — de setembro de

1996 a fevereiro de 1997 —, o ombudsman da Rádio Bandeirantes AM obteve

alguns bons resultados diretamente ligados ao produto final e às queixas mais

freqüentes dos ouvintes:

a) correção de linguagem incorreta, por hábito, vício ou erro;

b) melhora na edição de matérias e na formatação de programas,

eliminando a repetição de matérias em horários próximos e programas

diferentes;

c) cobertura mais ampla do trânsito da cidade de São Paulo, com

informações sobre regiões outrora negligenciadas;

d) mudanças na postura dos âncoras;

e) confiança do ouvinte na instituição criada em sua defesa e criação do

hábito da manifestação, em ascendência, expresso nos números dos meses

de janeiro e fevereiro.”

“O caso da Rádio Bandeirantes AM demonstra bem a teoria defendida por

Al Ries e Jack Trout segundo a qual a qualidade é uma peça básica da

estratégia e raramente um fator de diferenciação.

"A estratégia competitiva tem a ver com ser diferente", explica Michael

Porter. E diferente não somente em relação à percepção do consumidor, mas

também quanto às atividades da empresa em relação à concorrência.

Com sua percepção de mercado e seu diferencial exclusivo, o caso da

Rádio Bandeirantes constitui um exemplo de grande relevância, um verdadeiro

paradigma no altamente competitivo.”

3.2.2 - Rádio Antena I FM – São Paulo.

“Ao lançar mão dos recursos tecnológicos, enviando sua programação via

satélite, a Antena l enfatizou sua linha estratégica em que a programação

segmentada é a grande responsável pela conquista de novos ouvintes.

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Num momento em que o rádio vinha perdendo participação no bolo publicitário

brasileiro, a Antena l, na contramão dessa tendência, adotou como modelo

uma programação personalizada e investiu em tecnologia digital e na

sofisticação das transmissões em rede via satélite, dando um salto de

qualificação de público e performance comercial.”

A emissora procurou entender o cenário no qual estava inserida e o que

poderia fazer para melhorá-lo, para isso, realizou a análise SWOT, ver tabela

no aneo 00, página 00.

“Com o surgimento das primeiras emissoras com atuação em rede, o

rádio procurou reverter sua situação de desvantagem diante da TV.

Desde seu ingresso no mercado, a Antena l sempre buscou destacar-se

de seus concorrentes com diferenciais competitivos. A aposta na tecnologia

digital foi a mola propulsora para o que futuramente se consolidaria como uma

opção de sucesso.

O primeiro passo da emissora foi alugar um canal de satélite em 1992,

solução que viabilizou custos e investimentos em novos talentos. Começou aí a

grande inovação da Antena l na transmissão de sua programação em rede

para todo o Brasil.”

Fonte: www.iatec.ufrj.br

Como nos mostram os dois cases , o trabalho de mudança das emissoras

de rádio teve como ponto de partida o reposicionamento. Ora, nada mais óbvio

que começar de si mesmo as transformações, reestudando suas proposições

face ao mercado. Esta tem sido a principal estratégia do rádio para recriar seu

espaço no novo modelo de mercadológico e expandir suas plataformas.

Podemos observar que até a internet e a telefonia celular antes vistas

como “vilãs” das mídias mais tradicionais, acabaram beneficiando o rádio em

vários aspectos - argumento confirmado pelo artigo abaixo transcrito, assinado

por Fernando Morgado – isto porque:

• Trouxeram de volta muitos ouvintes jovens que haviam perdido o hábito de

usar aparelhos de rádio;

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• Ilimitaram o espaço para empresas ou mesmo pessoas comuns lançarem

novas estações, transformando a Internet num campo livre para o surgimento

de novas músicas, locutores, programas e marcas que podem até, no futuro,

ganhar espaço nos dials;

• Permitiram que os ouvintes de rádios com baixa qualidade de sinal pudessem

ouvir um som mais limpo através dos seus computadores;

• Reforçaram a interação que sempre existiu entre o locutor/comunicador e o

seu público, que passou — através de email, de salas de bate-papo e de redes

sociais — a interferir instantaneamente na programação;

• Fizeram estações locais do mundo todo ganharem uma audiência mundial,

ampliando o potencial de internacionalização que o rádio sempre teve e que é

o objeto principal da paixão de pessoas como os dexistas — aqueles que,

através dos seus aparelhos receptores, procuram ouvir programações dos

lugares mais distantes.

A telefonia móvel — cujas ondas prejudicam, especialmente nas grandes

metrópoles, a transmissão das ondas de rádio — também acabou ajudando as

rádios em FM, pois, hoje em dia, praticamente todos os celulares recebem

essas estações.

Fonte: artigo de Fernando Morgado - http://televisionado.wordpress.com

O caráter criativo é a força motriz do rádio e certamente o fará sobreviver a

quantas novas tecnologias surgirem. No exemplo acima isso fica muito claro: a

internet e os celulares hoje o propagam mais do que concorrem com ele, visão

também já percebida pelo mercado. Todo esse esforço do rádio, entretando,

não visa só ao retorno financeiro - primordial a qualquer negócio - considera

também a interação que o rádio oferece, levando aos lugares mais distantes

entretenimento e informação, diminuindo as distâncias e cumprindo uma

função que vai além da comercial, a função social.

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3.3 – A função social do rádio.

“Quando se fala em função social do rádio, é obrigatória a

menção a programas de cunho educativo e de serviço [...].

Principalmente no que diz respeito a uma programação

voltada ao fortalecimento da cidadania. Instruir e educar são

objetivos, em todo o país, que colidem frontalmente com a

comercialização e a conseqüente banalização dos

conteúdos radiofônicos de hoje.” (TABORDA, Aldrin Willy

Mesquita. 20068)

Possibilitando fácil acesso à informação, seja de jornalismo, seja de

elementos culturais, a função social do rádio vai se cumprindo na promoção de

debates, divulgação de reportagens, enquetes com os ouvintes, ouvindo

autoridades, levando os assuntos abordados a ganhar as ruas, trazendo aos

ouvintes o questionamento enquanto cidadãos, promovendo mudanças não só

nas comunidades distantes, mas também nas grandes metrópoles.

Conforme o excerto supracitado faz referência, essa função do rádio

transcende e até em alguns casos colide com o interesse comercial, entretanto

é de importância essencial, não só nesse, mas em todos os meios de

comunicação.

Temos o exemplo da iniciativa da Rádio Jovem Pan FM São Paulo, que tem

como compromisso a manutenção de monumentos históricos. Em 2000 a rádio

fez uma campanha para que a população paulistana escolhesse um

monumento que deveria ser restaurado. Depois da escolha, a obra foi

restaurada e a Rádio assumiu o compromisso de, durante um ano, ser

responsável pelo monumento.

Outras iniciativas nesse sentido podem ser encontradas em diversos

outros lugares do país, promovendo a cidadania e buscando despertar a

8 Fonte: Observatório da Imprensa.

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criticidade do cidadão, ajudando na garantia dos seus direitos e também em

sua relação com a comunidade. Um projeto pioneiro do interior de São Paulo -

Projeto Rádio-Escola, de Vargem Paulista - leva o rádio às escolas, trazendo a

contribuição do meio para o processo de ensino-aprendizagem e levando aos

alunos à “sociabilização participativa” onde são fortalecidas as relações das

crianças com seu ambiente sócio-cultural, levando-as à reflexão e à inclusão

por meio de ações comunitárias e da conscientização do mundo ao seu redor.

O que faz uma rádio ser cidadã é a capacidade de

mobilizar, de se envolver com o cotidiano da comunidade,

de ajudar a promover mudanças. Em nosso país, dezenas

de coisas podem ser feitas a partir da rádio: luta por mais

vagas nas escolas, por um bom serviço de saúde, combate

à discriminação racial, construção de casas em regime de

mutirão, incentivo à plantação de árvores em praças

públicas, localização de pessoas desaparecidas,

distribuição de cadeiras de rodas para portadores de

necessidades especiais, defesa do patrimônio público etc.

(Fonte: www.radioevangelizacion.org)

Outros exemplos da utilidade pública do rádio são os serviços de “repórter

aéreo” e “previsão do tempo”, já tão incorporados ao nosso dia-a-dia, e contam

com a participação de diversos anunciantes, bem como a figura dos

patrocinadores, que reconhecendo a audiência desses serviços, inserem suas

mensagens comerciais nos programas para atingir o público que busca esse

tipo de informação.

Encontros, amizades, entretenimento... O rádio aproxima as pessoas nos

lugares mais distantes. Em algumas cidades, onde nem mesmo o sinal de

televisão consegue chegar, ele está, importante companheiro de todas as

horas.

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3.4 – O rádio digital e o novo modelo de mercado.

Hoje, com a utilização de várias faixas e formatos de radiodifusão, o Brasil

vai definir sua entrada em mais uma era da história do rádio: o radio digital. O

padrão de rádio digital em nosso país poderá ser definido ainda esse ano

(2010), com a escolha do sistema norte-americano IBOC para as nossas

transmissões. Atualmente 12 emissoras brasileiras transmitem de forma

experimental em sistema IBOC de rádio digital, são elas: Sistema Globo de

Rádio, Bandeirantes, Jovem Pan, RBS e Eldorado para São Paulo, Rio de

Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.

Na radiodifusão tradicional (rádios AM e FM) a informação é transmitida na

forma de sinais analógicos. Com o rádio digital os sinais de áudio são

digitalizados antes de serem transmitidos, o que torna possível obter uma

melhor qualidade de som e aumentar o número de estações. As rádios AM

passariam a ter uma qualidade de som semelhante às rádios FM e as FM uma

qualidade semelhante aos CDs.

Esse é apenas mais um passo no sentido da remodelação do meio par

adequar-se ao novo mercado. O sinal digital traz mais versatilidade para as

transmissões radiofônicas tradicionais ao transformar o rádio em um meio

multimídia, assim como a televisão ou a internet. No futuro o rádio será capaz

de enviar textos e imagens para os aparelhos receptores. Dessa forma,

enquanto o narrador de um programa fala sobre um acontecimento, os

ouvintes poderão ver fotografias tiradas no local, enquanto o leitor do aparelho

mostra um texto com a previsão do tempo, por exemplo. Encontramos no

trabalho do professor Guilherme Bastos Nobre (Mackenzie – SP), o seguinte

texto, acerca de como será o contato do ouvinte com a nova tecnologia:

“Para o ouvinte, cujo principal objetivo das emissoras de

rádio é de atendê-lo e satisfazê-lo nas suas necessidades;

haverá uma sensível melhora na qualidade sonora e na

ausência de interferências na recepção, principalmente nas

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emissoras de AM. A interatividade ouvinte/emissoras far-se-

á presente de uma maneira muito mais intensa que nos dias

atuais – efetuará compras, músicas, darão opiniões, etc.”

(2007, p.06)

A nova tecnologia que chega ao rádio traz para nosso estudo a reflexão

sobre o novo cenário da comunicação de marketing nos meios de

comunicação. Sobre este aspecto, Kotler aponta dois fatores que estão

mudando a forma como se faz marketing hoje e que serão decisivos para o

futuro do mercado:

“Em primeiro lugar à medida que os mercados se

fragmentam as empresas se afastam do marketing de

massa. Cada vez mais elas estão desenvolvendo

programas de marketing focados que são elaborados para

construir relacionamentos mais próximos com clientes em

micro mercados definidos mais estritamente. Em segundo

lugar o enorme aperfeiçoamento da tecnologia da

informação está acelerando o movimento em direção ao

marketing segmentado. Com as novas tecnologias da

informação existentes hoje, os profissionais de marketing

podem acumular informações detalhadas sobre os clientes

e monitorar de perto as necessidades deles.” (KOTLER,

2007 – p.358)

Kotler ressalta ainda, que os profissionais de marketing devem pensar em

novas e inesperadas maneiras de falar ao cliente, pois será cada vez mais

interativa e focada a comunicação de marketing de agora em diante e mesmo

que o novo modelo dos meios de comunicação de massa (neste trabalho

falamos do rádio, mas as mudanças devem atingir a televisão, os jornais, etc.)

demore um pouco a superar o que conhecemos atualmente, essa mudança já

está se dando de maneira gradual e irreversível.

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CONCLUSÃO

A relação entre marketing e rádio, ainda que longe do que já foi no período

anterior ao surgimento da TV - seja pelas mudanças em relação aos ouvintes,

seja pela evolução das tecnologias - continua próxima e cada vez mais

necessária ao modelo atual de mercado em que temos notado um paralelismo

entre as evoluções do conceito de publicidade, do conceito de mercado, do

modo de comunicar e das tecnologias de comunicação.

No caso específico do rádio, a publicidade influenciou e certamente ainda

influencia de forma direta as relações humanas e de consumo, sobretudo as

interações empresa – produto – público. O dinamismo das comunicações

atuais reforçam o intercâmbio do público com o meio, no sentido de provocar o

feedback, permitindo aos comunicadores e profissionais de marketing uma

melhor avaliação do ouvinte (cliente).

Com o avanço da tecnologia, um novo horizonte se apresenta a esta

mídia, como vimos em nosso trabalho, e isso nos levou a concluir que em

breve assistiremos a uma reviravolta do rádio, onde seus conceitos já

conhecidos, tais como: flexibilidade temporal, facilidade de acesso,

abrangência e baixo custo de produção, serão grandes trunfos na captação

dos novos clientes, foco principal dos profissionais de propaganda, dentro do

processo de desenvolvimento e adaptação aos novos modelos publicitários

oferecendo ao ouvinte propostas criativas e interessantes.

A favor do rádio contam ainda a proximidade com o público ouvinte, a

maneira particular de transmitir mensagens publicitárias, a inegável utilidade

pública, o caráter interativo, o alcance a vários tipos de público (de diversas

camadas sociais)... Sem esquecer que nas grandes metrópoles as pessoas

passam horas presas no trânsito, e nesse momento o rádio torna-se grande

companheiro de viagem, ajudando a diminuir o estresse da vida cotidiana,

levando ao rádio-escuta um pouco de música e informação.

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Certamente, esses fatores não chegam a contemplar todo o potencial do

rádio, mas são exatamente essas inúmeras qualidades que farão com que o

rádio sobreviva por muitos anos. Ao marketing cabe aproveitar o muito que

ainda pode explorar dessa ferramenta de comunicação com o cliente. Nosso

argumento encontra reforço com o surgimento de novas técnicas

desenvolvidas para a radiodifusão, que devem trazer ao rádio mais

modernidade, interação e inovação.

Para o meio inicia-se uma nova era, pela qual estávamos aguardando, e

ao que parece está bem próxima.

.

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ANEXOS

Anexo 1 >> Quadro Pesquisa IBOPE.

Anexo 2 >> Pesquisa IBOPE para GPR

Anexo 3>> Análise SWOT – Rádio Antena I FM (SP)

Anexo 4>> Distribuição dos investimentos publicitários realizados em mídia de 1950 a 1990 Anexo 5>> Case: Antena I FM

Anexo 6>> Case: Bandeirantes AM

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ANEXO 1

Quadro Pesquisa IBOPE

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ANEXO 2

Pesquisa IBOPE para o GPR

RANK ANUNCIANTE TOTAL 1 SUPERMERCADO PREZUNIC 675 2 SUPERMERCADO GUANABARA 481 3 CASAS BAHIA 366 4 SULAMÉRICA SEGUROS 357 5 BANCO BRADESCO 331 6 DM FARMACÊUTICA 312 7 BANCO DO BRASIL 251 8 MC DONALDS 247 9 GOV. DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 228 10 BANCO ITAÚ 214 11 FETRANSPOR 200 12 SUPERMECADO MUNDIAL 191 13 VOLKSWAGEN 176 14 LABORATORIO GLAXO SMITH KLINE 175 15 OLIMPO 165 16 CAPEMISA 159 17 GRUPO SCHINCARIOL 150 18 PONTO FRIO 133 19 LOTERJ 133 20 DIVICON FARMA 125

Este relatório considera todas as inserções (spots de qualquer secundagem,

teasers, testemunhais) realizadas nas emissoras de rádio cariocas9.

9 GPR Grupo de Profissionais do Rádio – www.gpradio.com.br

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ANEXO 3

Análise SWOT - Rádio Antena I FM (SP)

Fonte: www.iatec.ufrj.br

Problemas Oportunidades Pulverização do meio rádio Formação de rede via satélite

Falta de cultura para anunciar em rádio Potencial de anunciantes nacionais

Redução dos custos de TV via satélite 1°- emissora do país a implantar o Digirádio

Proliferação das FMs Vantagens competitivas obtidas pelas afiliadas

Fragilidade do rádio como opção de mídia

Facilidade de programação pelas agências de propaganda

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ANEXO 4

Distribuição dos investimentos publicitários realizados em mídia de 1950 a 1990

Meio 1950 1960 1970 1980 1990

Jornal 38,0% 18,1% 21,0% 16,2% 25,6%

Rádio 26,0% 23,6% 13,2% 8,1% 4,8%

Televisão 0% 24,7% 39,6% 57,8% 57,3%

Revista 10,0% 27,1% 21,9% 14,0% 9,6%

Exterior 9,0% 6,4% 3,8% 3,3% 2,7%

Fonte: Clóvis Reis - Elaboração própria, a partir de Leite (1950), Ortriwano (1960 a 1980) e Meio & Mensagem (1990).

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ANEXO 5

ESTUDO DE CASO – BAND AM

Introdução

O pioneirismo tem, ao longo do tempo, caracterizado a Rádio

Bandeirantes, esta importante emissora paulista. Trata-se de um exemplo

típico de posicionamento perante o mercado, adorando o uniqueness do

ombudsman.

Muitas empresas adotam o conceito do posicionamento para conquistar

um lugar na mente do consumidor, seja por meio da utilização de qualidades

exclusiva do seu produto ou mesmo pela repetição de mensagens simples e

de conteúdo específico. A Ford brasileira utilizou durante muitos anos o

conceito "Pense Porte, Pense Ford" para posicionar sua linha de

caminhões como os mais resistentes do mercado.

Outro caso bem-sucedido de posicionamento nos é dado pela Philco que,

em suas mensagens publicitárias via mídia televisiva, utiliza como assinatura

eletrônica a frase "Tem Coisas que .Só a Philco Faz pra Você". Até o histórico

"O Mundo Gira e a Lusitana Roda" constituiu a afirmação da empresa como

transportadora de mudanças cm curtas, médias e longas distâncias,

apropriando-se, ao mesmo tempo, do conceito de melhor opção do mercado.

O caso da Rádio Bandeirantes AM demonstra bem a teoria defendida por

Al Ries e Jack Trout segundo a qual a qualidade é uma peça básica da

estratégia e raramente um fator de diferenciação.

"A estratégia competitiva tem a ver com ser diferente", explica Michael

Porter. E diferente não somente em relação à percepção do consumidor, mas

também quanto às atividades da empresa em relação à concorrência.

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Com sua percepção de mercado e seu diferencial exclusivo, o caso da

Rádio Bandeirantes constitui um exemplo de grande relevância, um verdadeiro

paradigma no altamente competitivo

O ombudsman e o top de marketing

O caso ombudsman da Rádio Bandeirantes AM na área de marketing de

prestação de serviços se baseia em três pontos fundamentais:

a) pioneirismo mundial, diferenciando a marca c a credibilidade da

Bandeirantes AM dos demais meios informativos audiovisuais;

b) desenvolvimento de um novo conceito de serviço para o ouvinte, com a

criação de um representante para amar em sua defesa c agir internamente

no processo de produção, modificando e aperfeiçoando a qualidade dó

produto final;

c) adoção de estratégias que visam estimular no ouvinte o exercício da plena

cidadania, conduzindo o cidadão de uma postura passiva para uma situação

ativa diante da mídia radiofônica, com resultados satisfatórios encontrados

no diálogo interativo travado entre emissor e receptor.

Tais estratégias mostram-se fundamentais em cinco fatores:

• Atendimento e decisões imediatos;

• Confiabilidade;

• Reforço da fidelidade do ouvinte;

• Personalização do atendimento;

• Fim da invisibilidade do veiculo com a criação de um sistema de

atendimento

específico, por meio de central telefônica, telex, fax, Internet.

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Origem histórica

A figura do ombudsman é uma instituição de quatro séculos. No princípio,

os suecos e finlandeses — então unidos num país do século XVI — decidiram

criar uma função pública que atuaria em defesa do cidadão, como define o

próprio termo sueco: ombud (aquele que representa, funciona como porta-voz

de outras pessoas) e man (cidadão, homem em sueco, sem confundir com

man em inglês, embora o significado seja o mesmo).

Ao longo dos anos, a instituição ganhou força, atravessou fronteiras e se

aperfeiçoou. No princípio, servia ao Poder Executivo como um instrumento de

diálogo e prestação de contas à população. Depois, proporcionou o surgimento

do chamado ouvidor, personagem da história do Brasil-Colônia, quase sempre

um religioso, que funcionou com tamanha eficiência que, a partir de então, a

linguagem popular incorporou a expressão "vá reclamar ao bispo".

Em seguida, a iniciativa privada identificou na instituição um meio ideal

para travar diálogo com públicos específicos — em geral, o público-alvo de

seus produtos. Ampliaram-se então o conceito e a função do ombudsman, o

modelo chegou aos Estados Unidos e invadiu organizações públicas e

privadas, escolas, instituições militares, de direitos humanos e empresas de

prestação de serviços.

Neste quadro, em 1961, surge o ombudsman de imprensa no jornal

Houston Chronicle.

Tratava-se de uma coluna de reclamações, comum nos jornais de hoje,

que já incorporava um dos princípios básicos da função de ombudsman ao

ultrapassar o limite do simples registro das queixas dos leitores e investigar os

assuntos apresentados, sobretudo na forma de acompanhamento dos atos do

poder público, por meio de cobertura jornalística.

Mais tarde, o ombudsman de imprensa passou a exercer a crítica interna

do próprio veículo, analisando forma e conteúdo, produzindo coluna e

encaminhando ao diretor do veículo as manifestações recebidas do público.

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No Brasil, a Folha de S.Paulo foi pioneira na criação do cargo de

ombudsman cm 1989,

Em 1996, a Rádio Bandeirantes AM, de São Paulo, se transformou na

primeira emissora de rádio do mundo a indicar um ombudsman.

O conceito mercadológico do ombudsman

A idéia inicial do Conselho Editorial da Bandeirantes foi simples. Há dois anos

na liderança entre as emissoras jornalísticas de São Paulo e com alcance no

segmento A e B, segundo o Ibope, o momento — uma reunião do Conselho,

em agosto de 1996 — era de buscar novos rumos no sentido de aperfeiçoar o

produto final, com a criação de um mecanismo capaz de fiscalizar, sugerir

mudanças e correções na programação, com certo distanciamento do

processo de produção e dos profissionais nele envolvidos, estando ao mesmo

tempo em linha direta com o público-alvo, numa prestação de serviços cuja

meta fosse dar um salto de qualidade e excelência.

Identificada pelo slogan "A Informação Total", a Bandeirantes dava um novo

passo na busca da "qualidade total", atenta aos pontos de contato que ligam o

mercado publicitário às novas alternativas de marketing, à tecnologia

emergente e ao seu público- alvo. Discutiam-se as possibilidades de interação

entre ambos e a procura da forma mais espontânea para que tal encontro

ocorresse. A Bandeirantes desejava criar um sistema de atendimento ao

ouvinte, um canal de diálogo, que não fosse na prática — como na maioria dos

casos existentes no mercado — mais uma atitude de gentileza na prestação de

serviços, um atendimento telefônico inconseqüente, de fachada, mais sim algo

que trouxesse resultados, e que estes fossem visíveis (no caso do rádio,

audíveis), espontâneos, sem impingir uma imagem de falsa responsabilidade.

Para a Bandeirantes, prestação de serviços não se fazia com sorriso e

paciência para ouvir.

Decidiu-se então que o melhor meio para se atingir as novas metas de

perseguição da qualidade total era a criação da função de ombudsman na

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rádio — a primeira do mundo. O primeiro ato do ombudsman foi criar o

conceito da função na rádio, por meio de uma espécie de decálogo:

"A Radio Bandeirantes AM é a primeira emissora em seu gênero a criar a

figura do ombudsman."

Na mídia, a figura do defensor do leitor e/ou ouvinte permanece restrita a

jornais e revistas. O ombudsman da Rádio Bandeirantes AM atuará conforme

o.s seguintes princípios:

1. O ombudsman trabalhará com uma equipe, a ser definida pela

diretoria executiva;

2. O ombudsman terá duas tarefas básicas;

a) atendimento ao ouvinte (no papel de seu defensor);

b) crítica interna (com a finalidade de aperfeiçoar a qualidade do produto

final).

3. O ombudsman adorará a seguinte forma de atendimento ao ouvinte:

a) telefone (apoiado por uma equipe, em período comercial integral, com

o preenchimento obrigatório de ficha cadastral do ouvinte com dados pessoais

e profissionais e registro de queixas e/ou outras manifestações);

b)cartas 1 (recebidas);

c) cartas 2 (respostas. Todos os ouvintes recebem carta-resposta, não

padronizada (independentemente de serem atendidos no programa

Ombudsman no Ar);

d) Internet;

e) fax.

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4. O ombudsman produzirá semanalmente o Jornal do Ombudsman, a

critica interna da rádio, com análise de forma e conteúdo da programação;

5. O ombudsman, a equipe e o diretor executivo terão reuniões semanais,

com a participação de profissionais da rádio convidados para discutir o

trabalho;

6. O ombudsman produzirá quinzenalmente o programa ao vivo

Ombudsman no Ar — a critica externa da rádio, com analise de forma e

conteúdo da programação — a ser levado ao ar, como coluna, com a

participação do diretor executivo da rádio;

7. Caberá ao ombudsman levar à diretoria executiva — à qual ele responde

diretamente — queixas e outras manifestações dos ouvintes;

8. Qualquer contato feito com o ombudsman será registrado por meio de fichas

padronizadas, que serão preenchidas durante a conversa com cada ouvinte e

em seguida armazenadas em computador para que um contato permanente

seja estabelecido;

9. O ombudsman se filiará ao órgão internacional que congrega os

ombudsmen no mundo — a ONO, Organization of News Ombudsmen, com

sede em Sacramento, nos Estados Unidos;

10. O ombudsman aderirá aos princípios das "Diretrizes para o

Ombudsman", definidas em congresso da ONO em 1982:

• Aperfeiçoar a equidade, a exatidão e a responsabilidade do veículo;

• Aumentar sua credibilidade;

• Investigar todas as queixas e recomendar ação corretiva quando for o caso;

• Alertar o diretor de redação sobre todas as queixas;

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• Fazer conferências ou escrever para o público sobre as linhas, as posições e

as atividades do veículo;

• Defender o veículo, publicamente ou em particular, quando for o caso.

Dentre os meios de que dispõe o ombudsman para chegar ao seu objetivo e

cumprir sua tarefa incluem-se:

a) uma coluna;

b) memorandos internos;

c) reuniões com as equipes;

d) questionários;

e) conferências.

"O ombudsman deve ser independente e esta independência deve ser real.

Ele deve responder apenas à pessoa com a mais alta autoridade na

redação.

Resultados

Em seis meses de atuação — de setembro de 1996 a fevereiro de 1997

—, o ombudsman da Rádio Bandeirantes AM obteve alguns bons resultados

diretamente ligados ao produto final e às queixas mais freqüentes dos

ouvintes:

a) correção de linguagem incorreta, por hábito, vício ou erro;

b) melhora na edição de matérias e na formatação de programas,

eliminando a repetição de matérias em horários próximos e programas

diferentes;

c) cobertura mais ampla do trânsito da cidade de São Paulo, com

informações sobre regiões outrora negligenciadas;

d) mudanças na postura dos âncoras;

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e) confiança do ouvinte na instituição criada em sua defesa e criação do

hábito da manifestação, em ascendência, expresso nos números dos meses

de janeiro e fevereiro.

A seguir, as manifestações ao ombudsman, mês a mês, conforme quatro

itens: sexo, profissão, idade e procedência do ouvinte:

Contatos com ombudsman – Setembro/96

Total: 109 manifestações

Faixa Etária: 35 a 50 anos

Sexo:

76%

24%

Homens

Mulheres

Profissão (as que mais aparecem):

7,3%6,4%

6,4%

6,4%

6,4%

67,1%

Professor

Empresário

Advogado

Gerente de Vendas

Vendedor

Outras

Procedência (de onde vêm as reclamações):

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0,9%

76,2%

14,7%

0,9%

7,3%

Outros Estado

Cidade de São Paulo

Grande São Paulo

Exterior

Interior de São Paulo

Contatos com ombudsman – Outubro/96 Total: 123 manifestações Faixa Etária: 40 a 55 anos Sexo:

76%

24%

Homens

Mulheres

Profissão (as que mais aparecem):

5,7%5,7%

6,5%

5,7%

5,7%

70,7%

Professor

Empresário

Advogado

Dona-de-casa

Desemprego

Outras

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Procedência (de onde vêm as reclamações):

1,6%

81,3%

11,4%

5,7%

Outros Estado

Cidade de São Paulo

Grande São Paulo

Interior de São Paulo

Contatos com ombudsman – Novembro/96 Total: 35 manifestações Faixa Etária: 40 a 55 anos Sexo:

83%

17%

Homens

Mulheres

Profissão (as que mais aparecem):

5,1% 5,1%

5,1%

5,1%

5,1%

5,1%

7,7%

61,6%

Professor

Empresário

Advogado

Comerciante

Jornalista

Vendedor

Aposentado

Outras

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Procedência (de onde vêm as reclamações):

71,4%

22,9%

5,7%

Cidade de São Paulo

Grande São Paulo

Interior de São Paulo

Contatos com ombudsman – Dezembro/96 Total: 77 manifestações Faixa Etária: 35 a 50 anos Sexo:

72%

28%

Homens

Mulheres

Profissão (as que mais aparecem):

5,2%6,5%

10,4%

3,9%

5,2%

68,8%

Professor

Empresário

Comerciante

Jornalista

Aposentado

Outras

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Procedência (de onde vêm as reclamações):

67,5%

11,7%

14,3%

6,5%

Cidade de São Paulo

Grande São Paulo

Interior de São Paulo

Outros Estados

Contatos com ombudsman – Janeiro/97 Total: 266 manifestações Faixa Etária: 35 a 55 anos Sexo:

72%

28%

Homens

Mulheres

Profissão (as que mais aparecem):

4,9%4,9%

8,8%

7,1%

4,9%

69,4%

Professor

Advogado

Dona-de-casa

Comerciante

Aposentado

Outras

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Procedência (de onde vêm as reclamações):

73,0%

17,3%

9,7%

Cidade de São Paulo

Grande São Paulo

Interior de São Paulo

Contatos com ombudsman – Fevereiro/97 Total: 104 manifestações Faixa Etária: 30 a 50 anos Sexo:

68%

32%

Homens

Mulheres

Profissão (as que mais aparecem):

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64

4,8%4,8%

11,5%

3,8%

11,5%63,6%

Professor

Empresário

Dona-de-casa

Engenheiro

Aposentado

Outras

Procedência (de onde vêm as reclamações):

3,8%

65,5%

19,2%

11,5%

Outros Estados

Cidade de São Paulo

Grande São Paulo

Interior de São Paulo

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ANEXO 6

ESTUDO DE CASO – ANTENA 1

INTRODUÇÃO

Ao lançar mão dos recursos tecnológicos, enviando sua programação via

satélite, a Antena l enfatizou sua linha estratégica em que a programação

segmentada é a grande responsável pela conquista de novos ouvintes.

Num momento em que o rádio vinha perdendo participação no bolo

publicitário brasileiro, a Antena l, na contramão dessa tendência, adotou como

modelo uma programação personalizada e investiu em tecnologia digital e na

sofisticação das transmissões em rede via satélite, dando um salto de

qualificação de público e performance comercial.

A Antena l está consolidada atualmente como a maior e melhor rede

nacional de rádio FM, com foco na programação adulta qualificada. Suas 44

emissoras afiliadas cobrem 76% do território nacional e atingem mais de 30

milhões de ouvimos.

Líder absoluta nos segmentos qualificados A e B, a Antena l de São

Paulo tem hoje 34 200 ouvintes por minuto na faixa etária acima de 25 anos,

com 1,22% de audiência, segundo dados do Ibope de outubro de 1996,

relativos à pesquisa diária realizada das 6h às 19h.

Esse perfil de target tem sido um forte argumento para os

profissionais de mídia das agências inserirem a emissora em suas

programações, uma vez que os públicos A e B sempre foram o alvo de

vários anunciantes.

O pioneirismo sempre foi a marca registrada da Antena l. Tanto é que o

surgimento de sua rede só foi possível graças aos avanços na transmissão via

satélite, com a utilização de sistemas de computadores como o Digirádio,

desenvolvido dentro da própria emissora.

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O sistema fez da Antena l a primeira emissora do país a irradiar sua

programação de forma totalmente automatizada, o que representou um salto

qualitativo na área de radiodifusão. Hoje o Digirádio é um produto de

sucesso utilizado por várias emissoras do Brasil.

A opção por uma programação musical de boa qualidade e por um

jornalismo moderno, associados a acordos operacionais com emissoras do

exterior, possibilita à Antena l receber em primeira mão os últimos

lançamentos e gravações exclusivas.

Dessa forma, por meio da rede, a emissora transmite para suas 44

emissoras afiliadas no Brasil o que há de novo em termos de lançamentos e

sucessos internacionais. Sua cobertura nacional possibilita à rede Antena l

disponibilizar, para os mercados mais afastados, qualidade e sofisticação

musical. Assim, as rádios que não tinham acesso à tecnologia e à

programação diferenciada passaram a ganhar status de rede nacional e

internacional.

Cenário

Inovação como palavra de ordem

A Antena l foi fundada em 1978 e nasceu inovando. A emissora foi a

primeira FM comercial com programação própria (anteriormente, a

programação das AMs era utilizada para suprir as rádios FMs).

A Antena l surgiu no final de uma década marcada pela política

desenvolvimentista dos governos militares, em que se deu a concentração dos

esforços tecnológicos para a viabilização da comunicação de massa pela TV.

No final da década de 70, o meio rádio já estava desprestigiado junto às

agências e aos grandes anunciantes, pois, desde a entrada da TV no Brasil,

em 1950, aquela mídia perdeu muito espaço. Enquanto a TV investiu desde

o início em talentos e buscou a centralização da sua programação, o rádio

sempre teve atuação local.

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Os satélites de TV reduziram os custos da programação unificada e

gradativamente o rádio teve seu share diminuído. Naquele momento, os custos

de satélite eram muito altos. Como consequência, ocorreu a migração dos

grandes anunciantes e agências para a televisão.

Nos anos 80, muitas emissoras de rádio se voltaram para o público

jovem. As rádios perceberam que não era viável restringir-se a disputar o

primeiro lugar. Deu-se então, a exemplo do mercado norte-americano, um

processo de segmentação das rádios, que passaram a suprir a necessidade

específica de cada um dos anunciantes.

Com a imagem desgastada, a comunicação pelo rádio passou a ser cada

vez mais provinciana. As emissoras atuavam com os grandes anunciantes da

mesma forma com que lidavam com a "padaria da esquina", deixando de

aprofundar suas relações comerciais com as agências e seus clientes.

A pulverização enfraqueceu o meio. A proliferação das FMs também

contribuiu para a fragilidade do meio como opção de mídia.

Há seis anos, com o surgimento das primeiras emissoras com atuação

em rede, o rádio procurou reverter sua situação de desvantagem diante da TV.

Desde seu ingresso no mercado, a Antena l sempre buscou destacar-se

de seus concorrentes com diferenciais competitivos. A aposta na tecnologia

digital foi a mola propulsora para o que futuramente se consolidaria como uma

opção de sucesso.

O primeiro passo da emissora foi alugar um canal de satélite em 1992,

solução que viabilizou custos e investimentos em novos talentos. Começou aí

a grande inovação da Antena l na transmissão de sua programação em rede

para todo o Brasil.

Cronologia

• 1978 - Fundação da Antena 1

• 1980 - Surgimento de emissoras FMs dirigidas apenas para o público

jovem

• 1993 - Lançamento da rede Antena 1 com 11 emissoras

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• 1996 - Lançamento da rede Plus

Transmissão em rede — quebra de paradigma

A ausência de grandes anunciantes é apontada como responsável pelo

tímido avanço das emissoras de rádio no Brasil. Embora a penetração

geográfica do rádio seja sempre crescente, a mesma reação não se dá no que

se refere aos anunciantes. Tem-se observado que o rádio não perde em

número de ouvintes, mas sim em termos de posicionamento publicitário.

Sabe-se que a mídia preferencial dos grandes anunciantes é a TV, mas

nem por isso os jornais, revistas e outdoors são deixados de lado. Ou seja, o

distanciamento maior se dá quanto ao meio rádio.

De acordo com o último levantamento realizado pela Nielsen Serviços de

Mídia, com 398 veículos de comunicação, o meio rádio teve uma

participação de 4% do total de 10,6 bilhões de dólares movimentados pelo

mercado publicitário em 1996.

O desempenho é inferior em um ponto percentual ao registrado no ano

anterior. De acordo com o levantamento, o rádio ficou atrás dos meios TV

(51%), jornal (36%) e revista (8%), só superando o outdoor, que apresentou

1% de participação.

A razão desse processo pode estar na lentidão das emissoras de rádio

em entender os novos conceitos de atendimento ao mercado e a concorrência

entre os meios - uma morosidade que certamente não demonstraram no

atendimento ao consumidor final. Essa postura pode ter sido estimulada pela

geração de receita, preferencialmente junto a pequenos e médios anunciantes

diretos.

As agências, por sua vez, talvez estejam despreparadas para investir em

criação ou desinteressadas nisso, considerando um meio tão pulverizado e

malservido por pesquisas. Elas não se dedicam ao meio rádio. A criação

geralmente se origina nas peças de televisão ou revista. Por não exigir

produção visual nem promover premiações de grande projeção no mercado, o

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rádio não transfere status para o profissional de criação, que geralmente

trabalha sozinho, e não traz prestígio para a agência.

Uma das reações diante desse cenário desfavorável foi a criação das

primeiras redes de emissoras via satélite, o que possibilita a integração

nacional, levando a outras regiões os padrões de qualidade dos grandes

centros. Outra vantagem das redes está na simplificação da operação no

tocante ao número de materiais enviados para as emissoras programadas,

volume de faturas emitidas e comprovantes de irradiações.

FATORES CRÍTICOS

Falta de cultura para anunciar em rádio

A pulverização do meio rádio tem dificultado o acesso das agências e

grandes anunciantes a essa mídia tão eficaz para os clientes que se fazem

presentes. Apenas na dimensão da Grande São Paulo, são mais de 50

emissoras, a maioria formada por pequenas empresas. Portanto, verifica-se

claramente a ausência de hábito, de cultura em anunciar na mídia rádio como

rede.

Essa realidade faz com que haja um constante desencontro: por um lado,

as rádios consideram que as agências não valorizam o meio; por outro lado, as

agências alegam falta de pesquisa, confusão de dados e pulverização

excessiva das audiências.

Contribui também para essa falta de investimento publicitário no rádio o

fato de algumas emissoras pertencerem a grupos de comunicação detentores

do controle de outros veículos, o que resulta nas tradicionais bonificações

intragrupos.

Num primeiro momento, a rede Antena l irá enfrentar uma barreira para

sua expansão, pois a tabela de preços de comerciais a serem veiculados em

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rede apresenta um custo aparentemente elevado em relação ao CPM (custo

por mil) para o anunciante.

Disputa por afiliadas

A Antena l foi a segunda emissora do país a transmitir sua programação

em rede via satélite. A disputa por emissoras afiliadas que se interessassem

em compor uma rede de rádio foi uma tarefa árdua. O diferencial para a

Antena l se tornar mais competitiva nessa busca foi o desenvolvimento da

tecnologia de automação para esse tipo de transmissão.

A disputa esbarrou também na resistência do radiodifüsor a se integrar a

uma rede nacional e passar o controle de sua programação para a geradora. E

comum, nos mercados mais afastados dos grandes centros, os radiodifüsores

locais terem o controle pessoal do conteúdo musical e jornalístico de suas

emissoras. Um projeto desse porte era, portanto, uma novidade para esse

mercado emergente.

OPORTUNIDADES

Criação de uma rede nacional

Atenta às oportunidades e voltada para a criação de soluções em um

ambiente pouco favorável, a Antena l foi uma das primeiras emissoras do país

a constatar que a formação de uma rede via satélite seria o turning foint para o

rádio. Essa estratégia permitiria a volta da programação pelas grandes

agências.

Ao mesmo tempo, a rede possibilitaria a conquista de clientes do

mercado nacional, oferecendo, em contrapartida, uma cobertura maior e uma

qualidade de transmissão sofisticada e segmentada. Além disso, eliminaria os

problemas das emissoras do interior em

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manter um bom quadro de profissionais para locução, já que elas

passariam a retransmitir a programação a partir de São Paulo.

A opção pela segmentação de programação qualificada poderia ser uma

ameaça num primeiro momento, já que é mais comum nos mercados

afastados a programação popular. Porém, esta se mostrou uma grande

oportunidade, pois., com o foco nos públicos A e B, a rede Antena l passou a

oferecer ao mercado publicitário um perfil de ïarget qualificado e pronto para

consumir diversos produtos e serviços.

Problemas Oportunidades

Pulverização do meio rádio Formação de rede via satélite

Falta de cultura par

a anunciar em rádio

Potencial de anunciantes nacionais

Redução dos custos de TV via

satélite

1°- emissora do país a implantar o

Digirádio

Proliferação das FMs Vantagens competitivas obtidas pelas

afiliadas

Fragilidade do rádio como opção de

mídia

Facilidade de programação pelas

agências de propaganda

Desenvolvimento tecnológico: um forte aliado

Desde 1992, quando iniciou sua transmissão em rede via satélite, a

Antena l sabia que o desenvolvimento tecnológico seria um forte aliado para

ganhar mais mercado e garantir melhor qualidade para sua programação.

Uma demonstração clara desse processo foi a criação do sistema

Digirádío, tecnologia desenvolvida internamente para a Antena l e

posteriormente disponibilizada para outras emissoras de rádio. O mecanismo

permite que a emissora consiga, a partir de São Paulo, disparar toda a sua

programação para as 44 afiliadas da rede em todo o Brasil. Essa tecnologia

era inédita no mundo.

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As novidades não pararam por aí. Depois de ter lançado em 1993 seu

projeto de automação de rede via satélite, a rede Antena l introduziu no

mercado, no final de 1995, a rede Plus, destinada a emissoras de pequenas

cidades com menor potencial de consumo.

Rede Plus

A idéia da rede Plus foi colocada em prática a partir dos pedidos de

muitas emissoras do interior do país que se interessaram em irradiar a

programação da rede Antena l.

No projeto inicial, apenas as emissoras dos grandes centros poderiam

ser incluídas na rede. Agora, as pequenas também podem transmitir a

programação.

Para participar da rede Plus, o radiodifüsor deve possuir os equipamentos

necessários para receber os sinais via satélite, com instalações de FM em

qualquer ponto do Brasil, e garantir exclusividade de transmissão da

programação da geradora.

Assim, as novas afiliadas não têm de arcar com nenhum custo

operacional, pois a Antena l disponibiliza a programação de São Paulo para

todo o Brasil.

O objetivo da rede Plus é dar um plus ao cliente que compra a rede, uma

vez que está agregando "valor" à mídia nacional. As rádios de cidades

menores não participam das verbas NET, acrescentando assim cobertura para

o cliente, sem custo.

Por meio de sofisticados recursos tecnológicos, a emissora consegue

controlar a programação das afiliadas durante 24 horas ininterruptas. A

programação ao longo do dia é composta de quatro breaks, sendo dois com

comerciais locais e dois com anúncios da rede, alternados sucessivamente.

Programação segmentada — opção pela qualidade

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A rede Antena l tem como público-alvo homens e mulheres das classes sociais

A e B, com faixa etária entre 25 e 50 anos. Na sua maioria, são profissionais

liberais e empresários residentes nas áreas urbanas, com acesso a

informações globais, bom gosto musical e, geralmente, interagindo com a

emissora de sua preferência.

Rede Antena 1

Perfil do ouvinte — FM — Brasil

Números

absolutos

Sexo Homens 111078

Mulheres 94622

Classe social A e B 98 736

C 65 824

D e E 41 140

Faixa etária 10/19 10285

20/24 20570

25/29 34969

30/39 82280

acima de

40

57596

Fonte Ibope — dez/96. Praças que compram

relatório do Ibope.

A programação escolhida para atingir esse target foi predominantemente

musical, podendo ser definida como adulto-contemporânea, abrindo espaço

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apenas para curtos noticiários. São músicas internacionais, geralmente

flashbacks dos anos 70 c 80, suaves (não necessariamente românticas) e

sucessos consagrados no mundo todo.

A opção peta programação qualificada levou em conta as dificuldades

para executar outro estilo de música, definindo assim um perfil de ouvinte das

classes A e B, com preferência musical bastante homogênea. Seria inviável

optar por músicas nacionais, pois, por se tratar de uma rede, haveria a barreira

do regionalismo. Buscou-se então uma programação uniforme e pasteurizada,

visando atingir as pessoas das classes A e B residentes em diversos pontos do

Brasil. Isso porque, diferentemente do que possa parecer, a presença desse

público qualificado também se faz marcante em outros centros urbanos.

A programação da Antena l, além de utilizar recursos de informática e

sistemas de programação computadorizados, conta com uma equipe

altamente especializada e acordos operacionais com outras emissoras do

exterior: a KWCBS de Nova York, a Coast de Míami e a Antena Uno de

Roma, que abastecem a rede no Brasil com lançamentos e gravações

exclusivas.

Atualmente, são 2 500 músicas no play list da programação da Antena 1,

renovadas constantemente.

Ao estabelecer um padrão, a rede foi pioneira na segmentação do meio

rádio criando uma programação qualificada e sob medida para o público

adulto.

Cobertura nacional em rede

A inclusão constante de novos mercados à rede de afiliadas Antena l tem

feito com que a emissora conquiste cada vez mais uma abrangência nacional.

Com recente anexação dos mercados de'Blumenau (SC), Jaú, Ituiutaba, São

Carlos e Avaré — estes últimos municípios paulistas —, já somam 44 as

capitais e cidades brasileiras a receber o sinal Antena l, representando uma

cobertura de 76% do potencial de consumo nacional.

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As emissoras afiliadas acrescentam à programação da rede apenas os

comerciais locais. Além da redução de custos e melhoria na qualidade de

transmissão por parte das afiliadas, outra vantagem é a economia na aquisição

de discos.

A Antena l — cujo nome é adotado pelas emissoras no momento da

afiliação — só trabalha com discos importados e estende esse privilégio às

afiliadas. O tempo mínimo previsto no contrato de afiliação é de cinco anos.

As emissoras afiliadas têm participação no faturamento da rede em

anúncios nacionais. Já a verba de anunciantes locais destina-se integralmente

à afiliada que conquistar o cliente.

O padrão Antena l e de três noticiários de um minuto por dia e cerca de

quatro minutos por hora de comerciais. Com o sistema computadorizado de

irradiação, ao mesmo tempo que São Paulo entra automaticamente no ar com

break comercial, o sistema de automação das emissoras locais transmite seus

comerciais.

O bom desempenho das diversas emissoras afiliadas da rede Antena l só

confirma que a estratégia da transmissão em rede nacional é um sucesso. De

norte a sul, os relatos são de conquista de novos mercados e liderança de

audiência em varias praças.

Rádio Antena 1 de Caxias do Sul

No ar desde o dia 1° de agosto de 1996, a rádio Antena l de Caxias do

Sul (RS) conquistou, em apenas três meses, a liderança de audiência junto ao

segmento adulto qualificado da região, segundo confirmam os números das

pesquisas do Ibope de novembro de 1996.

Esse sucesso foi conquistado porque, além da programação, tecnologia e

qualidade da rede Antena l, a emissora de Caxias do Sul criou ações

promocionais e divulgou amplamente, nos veículos locais, o lançamento da

emissora na região.

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Rádio Antena 1 de Recife

Nem bem comemorou seu primeiro ano de vida no Sistema Brasil

Nordeste (SEN), completado em outubro de 1996, a rádio Antera l começa a

conquistar novos mercados.

Atingindo um público com mais de 25 anos (em Recife e na região

metropolitana), já parte para a abrangência estadual; com a torre em Goiana,

Zona da Mata pernambucana, atua na frequência 88,5; em Caruaru, Agreste

do estado, pode ser sintonizada na faixa 101,3.

Rádio Antena 1 de Brasília

O sucesso da rádio Antena l na capital federal foi uma surpresa para a

rede. A emissora, estrategicamente localizada no centro de decisões do

governo, além de conquistar a liderança em audiência qualificada num curto

espaço de tempo, tem especial papel na prospecção de contas do governo

federal. Vale destacar a campanha do Ministério da Saúde, veiculada

exclusivamente na rede Antena l.

Atualmente, a afiliada de maior faturamento na rede é a de Brasília.

Marketing de relacionamento

O departamento comercial da rede Antena l tem fundamental importância

no aprimoramento do marketing de relacionamento da emissora com o

mercado publicitário e anunciante, principalmente no que tange ao

desenvolvimento do projeto comercial da rede.

Considerando-se que a tendência e de, cada vez mais, as empresas de

médio porte passarem a ter distribuição nacional de seus produtos e serviços,

gerando conseqüentemente verbas NET, a rede Antena l tem reforçado junto

às afiliadas a necessidade de um maior empenho na geração de verbas

nacionais advindas dos clientes locais.

Com o objetivo de dar suporte a essa iniciativa, a Antena l implantou um

núcleo de pesquisas em São Paulo que possibilita, por meio de contratos com

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o Ibope, o Datafolha, o IBGE e o Instituto Alpha, a aquisição de informações

atualizadas para monitorar o desempenho das afiliadas, subsidiando o

departamento comercial na prospecção de novos anunciantes.

Para o mercado publicitário, a rede oferece programações específicas

criadas para aumentar as alternativas de patrocínio, visando atingir o tanget do

anunciante mediante uma participação publicitária diferenciada. Nesses

moldes especiais de programação, incluem-se: "Montagens Musicais",

"Mercado Financeiro", "Antena l Informa", "Nonstop Music", "Performance".

A criação de formatos comerciais diferenciados ampliou o número de

opções oferecidas para as agencias realizarem sua programação.

O departamento comercial adotou uma postura mais agressiva e

inúmeras ações de marketing; de relacionamento, para reforçar a valorização

do meio rádio, especialmente em rede, como uma alternativa eficaz de mídia.

Houve uma reestruturação nesse departamento, e a profissionalização da

equipe que hoje atende o mercado publicitário e anunciante está contribuindo

para o desenvolvimento da rede Antena l e para a fixação da marca como

veículo de grande eficiência.

Reforço da marca pela comunicação

Para acompanhar todo esse processo de evolução e qualificação

implementado pela Antena l, a emissora buscou, a partir de 1995, adotar uma

política de comunicação e marketing voltada para seus diversos públicos: os

ouvintes, as emissoras afiliadas e os anunciantes.

Para a comunicação com seu público final, foi contratada a agência

F/Nazca Saatchi & Saatchi, uma das mais premiadas em 1996, que

desenvolveu peças criativas e sofisticadas para a publicidade da emissora em

diversas mídias. Das peças criadas pela agência para a Antena l receberam

prêmios internacionais o filme Mosca, no Festival de Cannes de 1996, e o filme

Mosquito, que ganhou o Globo de Ouro.

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Essas ações foram importantes para o desenvolvimento de uma

comunicação de massa em âmbito nacional, fortalecendo a marca Amena l.

Para apoiar a comunicação da rede, a Antena l investiu em 1996 cerca de 2,5

milhões de dólares numa campanha publicitária nacional, veiculada nos meios

de maior audiência e circulação.

A adesão de uma nova afiliada é sempre acompanhada de várias ações

promocionais para destacar e comunicar a entrada da Antena l nesses

mercados. Entre elas estão a veiculação de anúncios em jornais locais,

entrega de folders para o público-alvo da região e festa de lançamento da nova

afiliada, com a presença de agências de publicidade, anunciantes e

formadores de opinião.

RESULTADOS

Evolução da audiência

A estratégia de desenvolver uma programação diferenciada consolidou a

Antena l como líder absoluta no segmento adulto qualificado A e B, com 34

200 ouvintes por minuto na faixa etária acima de 25 anos, com 1,22% de

audiência contra 18 mil ouvintes e 0,81% de audiência da secunda colocada.

Os dados são do Ibope e se referem a outubro de 1996, Contudo, seu

custo por mil é um dos menores entre as emissoras do segmento, registrando

R$ 22,57 contra R$ 23,18 da segunda colocada.

Atualmente, para uma campanha com 15 dias de veiculação nacional, a

rede Antena l tem uma cobertura de 3 203 000 ouvintes, nos 12 mercados

pesquisados pelo Ibope. Trará-se de um número fabuloso de cobertura de um

público qualificado na mídia nacional.

A Antena l e líder absoluta de audiência qualificada, segundo o Ibope, em

nove mercados brasileiros: São Paulo (SP), Brasília (DF), Vitória (ES), Recife

(PE), Santa Maria (RS), Porto Alegre (RS), Caxias do Sul (RS), Blumenau (SC)

e Camboriú (SC).

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Perfil da Audiência - Todos os dias — 6h às 19h (cobertura de 15 dias)

Praça Audiência Média de ouvintes por minuto

São Paulo 0,59% 80.000

Rio de janeiro 0,48% 38.500

Belo Horizonte 0,57% 16.600

Porto Alegre 0,81% 16.700

Brasília 0,81% 10.800

Recife 0.28% 6.700

Teresina 0,31% 1.800

Vitória 1.34% 12.200

Baixada Santista 0,77% 8.100

Belém 0,42% 5.100

Sorocaba 0,96% 3.100

São Luís 0,38% 2.100

Londrina 1.31% 4.000

Fonte, lbope— Out/1996

Crescimento da rede

A rede Plus permitiu à Antena l uma ampliação substancial do número de

emissoras afiliadas. Desde que foi implementado, o sistema possibilitou um

crescimento de 300%.

Para ter uma idéia do que representa esse incremento, a Antena 1 é hoje

maior do que a RBS — Rede Brasil Sul (a mais tradicional rede de

comunicação da região Sul) no estado gaúcho, com sete emissoras afiliadas,

contra cinco daquela rede.

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Ano Emissoras afiliadas

1993 11

1994 27

1995 32

1996 39

março/1997 44

Para ampliar ainda mais a qualidade de suas transmissões, a Antena l

recentemente dobrou sua potência na cidade de São Paulo, passando de 35

mil para 70 mil watts.

Crescimento de anunciantes nacionais

A Antena l tem observado uma evolução constante de seus

anunciantes com a inclusão de novas afiliadas na sua rede.

Destacam-se entre esses anunciantes:

Alumni Globosat

American Express Kaiser

Banco Panamericano Kodak

Banco Real Mappin

Bradesco McDonald's

Carrefour Mercedes Benz

Citibank Nestlé

Editora Abril Peugeot

Editora Caras Olivetti

Fiat Revista Istoé

General Motor Warner Bros.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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REIS, C.. Propaganda no rádio: Os formatos de anúncio. 1ª Ed. Blumenau:

Edifurb, 2008.

__________. Evolução histórica da publicidade radiofônica no Brasil (1922-1990).II

Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho. Florianópolis, de 15 a 17 de

abril de 2004

_________. Os formatos de anúncio e o mercado do rádio no Brasil. 2005

Trabalho apresentado ao NP 03 – Publicidade, Propaganda e Marketing, do V

Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom.

_________. A relação entre a forma, o conteúdo e o contexto na configuração

do formato do anúncio publicitário veiculado no rádio. In:

http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/Port/39.pdf

MAKOVICS, Nahara C. Propaganda no rádio brasileiro: os gêneros

propagandísticos radiofônicos e seus formatos. UMESP, 2º Encontro Nacional

da Rede Alfredo de Carvalho: 2004.

BALDO, Roberta. Rádio e internet - é possível manter uma relação saudável?

UNESCOM - Congresso Multidisciplinar de Comunicação para o

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outubro de 2006 - Universidade Metodista de São Paulo.

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NERLING, Marcos Daniel. Marketing em rádio – informação também vende.

Trabalho ganhador do 4º Prêmio de Mídia do Estadão em 2001 – Categoria

Estudante – Case Rádio. Palmeira das Missões – RS: março de 2001.

DOTTO, C. A. Atividades de Marketing das rádios FM paulistanas. Trabalho

apresentado ao curso de Pós–graduação em Comunicação Social da UMESP,

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NOBRE, Guilherme de Bastos. A implantação do sistema de rádio digital em

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WEBGRAFIA

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www.acnielsen.com.br – acesso dia 22/02/2010.

www.observatoriodaimprensa.com.br – acesso dia 10/03/2010

www.tudoradio.com – acesso dia 10/06/2010

www.folhaonline.com.br – acesso dias 05/02, 10/03, 10/06/2010

www.iatec.ufrj.br – acesso dia 22/02/2010

www.aconteceaqui.com.br – acesso dia 20/02/2010

www.estadão.com.br – acesso dia 20/02/2010

www.radioevangelizacion.org – acesso dia 05/06/2010.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 5

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

O RÁDIO ATRAVÉS DOS TEMPOS 11

1.1 – A invenção do rádio. 11

1.2 – A primeira transmissão de rádio do Brasil. 12

1.3 – O surgimento da propaganda no rádio. 12

CAPÍTULO II

O RÁDIO E O MERCADO PUBLICITARIO 17

2.1 – Os formatos de propaganda radiofônica. 17

2.2 – Quem são os ouvintes e anunciantes do rádio? 23

2.3 – Perda de espaço no mercado publicitário. 25

CAPÍTULO III

O RÁDIO COMO FERRAMENTA DE MARKETING 29

3.1 – Rádio e Marketing. 29

3.1.1 – As 15 razões sem contestação 31

3.2 – Reposicionamento: estratégia para enfrentar tempos difíceis. 36

3.2.1 – Radio Bandeirantes AM – SP 36

3.2.2 – Radio Antena I - FM – SP 37

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3.3 – A função social do rádio. 40

3.4 - O rádio digital e o novo modelo de mercado. 42

CONCLUSÃO 44

ANEXOS 46

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 81

WEBGRAFIA 83

ÍNDICE 84

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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