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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ATUAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE EM CRIANÇAS COM
HIDROCEFALIA NA FAIXA ETÁRIA DE 3-6 ANOS
GABRIELLA LEMOS ROLIEN IODICHE JORGE
Prof. Orientador
Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ATUAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE EM CRIANÇAS COM
HIDROCEFALIA NA FAIXA ETÁRIA DE 3-6 ANOS
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Psicomotricidade.
Por: Gabriella Lemos Rolien Iodiche Jorge
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus
pais, por terem me incentivado e
apoiado a ir sempre mais longe,
buscando sempre os meus ideais.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus, por iluminar os
meus caminhos;
Agradeço à minha família por
estarem sempre juntos de mim.
Aos novos amigos, que durante o
curso passaram um pouco de suas
vivências.
RESUMO
A hidrocefalia caracteriza uma condição onde ocorre um acúmulo
excessivo de Liquido cefalorraquiano em cavidades internas do cérebro denominadas
de ventrículos. O aumento deste líquido nos ventrículos provoca compressão do
cérebro e aumento da pressão intracraniana.
A hidrocefalia pode ocorrer em qualquer idade e é devida, quase sempre, a
obstrução ao fluxo de LCR nos ventrículos ou no espaço subaracnóideo, de origem
congênita ou adquirida.
A manifestação clínica dependerá da idade do paciente e da velocidade de
instalação e progressão da hidrocefalia. Em crianças menores de 2 anos, a
manifestação predominante é a cabeça grande, ou macrocrania ou macrocefalia, e o
atraso do desenvolvimento neuro-psico-motor.
O diagnóstico da hidrocefalia, assim como da sua causa, poderá ser
auxiliada pelo ultra-som, Tomografia Computadorizada, e Ressonância Nuclear
Magnética.
o tratamento da hidrocefalia exige a implantação cirúrgica de um shunt ventrículo-
peritoneal, destinado a drenar o líquido cefalorraquiano do ventrículo lateral; o dreno
desce ao longo do pescoço, passa por trás da clavícula e desce pela parede torácica
até o peritônio, onde ocorre a absorção do líquor.
A psicomotricidade tem como objetivo desenvolver o aspecto comunicativo
do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo
aperfeiçoando o seu equilíbrio. O desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento
afetivo estão intimamente ligados na criança: a psicomotricidade quer justamente
destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a
abordagem global da criança por meio de uma técnica.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO............................................................................................................7
CAPÍTULO I – MATURAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO......................................9
CAPÍTULO II – HIDROCEFALIA...........................................................................12
CAPÍTULO III – PSICOMOTRICIDADE E SUA APLICABILIDADE..................21
CAPÍTULO IV – EXERCÍCIO GLOBAL DA MOTRICIDADE.............................31
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................41
ANEXOS....................................................................................................................43
INTRODUÇÃO
O interesse pelo desenvolvimento deste tema se deu através da experiência de
trabalho, por mim realizada, com crianças seqüeladas neurologicamente, inclusive
crianças com comprometimento motor decorrente da hidrocefalia. A criança com
hidrocefalia pode apresentar diversas alterações e distúrbios motores e cognitivos,
devido a exposição do quadro clínico, nota-se que a psicomotricidade pode atuar de
forma terapêutica, reeducando a motricidade destas crianças.
A hidrocefalia geralmente acontece como conseqüência de uma obstrução à
circulação liquórica, que pode ocorrer em vários locais. Sua etiologia pode estar
ligada a fatores de origem genética ou ambiental, ou ainda tratar-se de uma herança
multifatorial. A herança autossômica recessiva tem sido proposta em vários casos de
recorrência familiar.
A hidrocefalia pode provocar, se não tratada, distúrbios sensitivos e
motores, ao lado de retardo do desenvolvimento intelectual.
O treinamento motor precisa ser especificamente adaptado aos problemas
da criança com hidrocefalia; isso exige que a avaliação do desempenho motor seja o
mais minucioso possível.
Ao fazer a leitura da criança a psicomotricidade estará considerando o
desenvolvimento psicomotor (reflexos, coordenação, esquema corporal, tonicidade),
a estruturação espaço-temporal (tempo, espaço, ritmo, distância) e a lateralidade. Vai
ler a forma como o indivíduo apropria-se de seu corpo considerando ser a
corporeidade a instância central da relação com o mundo (Oliveira, 1997).
O objetivo da psicomotricidade aplicado na criança com hidrocefalia, com
idade entre 3 e 6 anos é de analisar as funções de equilíbrio e adaptar o treinamento
às áreas nas quais residem as dificuldades que a criança apresenta.
Verificando o quanto é eficaz o tratamento é condição para que possa
contribuir para a melhor qualidade de vida das crianças com seqüelas de hidrocefalia,
a psicomotricidade oferece bom desenvolvimento da estruturação do esquema
corporal, a evolução da apresentação da imagem do corpo e o reconhecimento do
próprio corpo, possibilitando a criança integração com o mundo.
A presente pesquisa apresenta levanta a seguinte hipótese: a terapia
psicomotora apresenta eficácia no desenvolvimento neuropsicomotor da criança com
hidrocefalia?
O estudo foi delimitado sobre a criança portadora de hidrocefalia e a
psicomotricidade.
Esta pesquisa tem como objetivo descrever sobre a hidrocefalia e a
aplicabilidade da psicomotricidade, através de pesquisa bibliográfica.
No capítulo I desta pesquisa será descrito a maturação do sistema nervoso,
desde o desenvolvimento na vida intra-uterina até os 6 anos de idade.
No capítulo II abordará sobre a hidrocefalia, de que forma ocorre, as
manifestações clínicas, o tratamento e complicações.
Já no capítulo III desenvolveu-se sobre a psicomotricidade e sua
aplicabilidade.
O capítulo V descreve sobre o que são os exercícios global da
psicomotricidade, quando se emprega e quais as atividades psicomotoras que podem
ser utilizadas na criança com hidrocefalia.
CAPÍTULO I
MATURAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
De acordo com Diament e Cypel (2001), durante o período médio da
gestação inicia-se uma fase de crescimento cerebral rápido. Todavia, 85% do
crescimento cerebral tem lugar durante a vida extra-uterina. O crescimento revela-se
mais ativo durante certos períodos; acredita-se que, nessas épocas, o cérebro seja
particularmente sensível às alterações que ocorrem no ambiente, bem como à
influência dos fatores intrísecos, fato que demonstra a sua plasticidade.
Na época do nascimento, a região do cérebro que se localiza atrás do sulco
pré-central apresenta-se mais desenvolvida que a parte situada adiante desse sulco.
As circunvolvidas cerebrais estão parcialmente desenvolvidas. O córtex cerebral do
recém-nascido de termo apresenta espessura que é apenas metade da espessura
encontrada no adulto. Essa maior espessura resulta do aumento de tamanho dos
neurônios e da formação dos prolongamentos deles. Os processos dendríticos dos
neurônios do córtex começam a desenvolver-se alguns meses antes do nascimento,
mas ainda são rudimentares no recém-nascido. Eles se desenvolvem durante o
primeiro ano de vida extra-uterina, quando estabelecem suas conexões com outros
neurônios.
Os capilares do cérebro são relativamente permeáveis na época do
nascimento. É por isso que a bilirrubina do sangue é capaz de penetrar nos tecidos
cerebrais.
É interessante notar que as fibras aferentes ascendentes da medula se
apresentam relativamente bem mielinizadas, ao passo que os feixes corticoespinais
descendentes e a substãncia branca dos hemisférios cerebrais e cerebelares ainda se
mostram em grande parte desprovidos de mielina. Os feixes motores descendentes
apresentam-se completamente mielinizados somente a partir de 1-2 anos de idade. Os
feixes olfatórios são destituídos de mielina, os feixes ópticos o são em parte,
enquanto os demais nervos cranianos apresentam mielinização completa. A
mielinização precoce dos nervos cranianos mantém relação com a capacidade de
sugar e deglutir; esta se encontra bem desenvolvida no recém-nascido. O cerebelo
ainda é imaturo e continua relativamente imaturo até os 2 anos de idade (Diament e
Cypel, 2001).
Aos 6 meses de idade, época em que o lactente adquire maior controle
cortical sobre as suas atividades, os lobos frontais e temporais apresentam maior grau
de maturidade; a maior parte dos feixes medulares apresenta boa mielinização e o
nervo óptico está completamente mielinizado. Nesta idade, a imaturidade do cerebelo
traduz pela falta de controle durante as tentativas de apreender objetos.
A mielinização começa próximo ao neurônio, propagando-se daí da fibra
nervosa. A mielinização no interior do cérebro obedece uma determinada seqüência,
começando pelo tronco cerebral e pelo cerebelo e continuando depois no cérebro.
Todas as estruturas de medula, tronco cerebral e cerebelo apresentam-se
mielinizadas por volta dos 2 anos, enquanto as raízes dos nervos periféricos estão
mielinizadas aos 3 anos. A mielinização de todas as estruturas cerebrais parece estar
encerrada aos 5 anos de idade, atingindo o seu melhor nível de desenvolvimento na
criança de 6 anos.
Ainda sabe-se muito pouco sobre a maturação do sistema nervoso, mas
parece haver uma relação direta entre o grau de mielinização do sistema nervoso e o
desenvolvimento das funções nervosas, sendo que a atividade dos diversos sistemas
parece estimular o processo de mielinização. O que parece certo é que os feixes
nervosos começam a ser mielinizados aproximadamente na mesma época em que
começam a funcionar. As fibras nervosas parecem ser capazes de transmitir os
impulsos, antes de se mielinizarem, mas a condução desses impulsos se processa
com velocidade baixa.
A função e a experiência parecem desempenhar importante papel nos
mecanismos de maturação durante a vida extra-uterina. Assim, por exemplo, as
alterações pós-natais que se observam nos neurônios motores da medula mantêm
relação com a função e com as alterações do comportamento (Diament e Cypel,
2001).
CAPÍTULO II
HIDROCEFALIA
2.1 - Produção e Absorção de Líquido Cefalorraquiano
Segundo Shepherd (2000), o Sistema Nervoso Central (SNC) está
completamente envolvido por líquido cefalorraquiano (LCR) ou líquor, uma de cujas
funções é proteger mecanicamente o cérebro, amortecendo choques contra a
superfície interna do crânio.
Há cerca de 140ml de LCR, estando 70 ml nos ventrículos e outro tanto no
espaço subaracnóideo.
A produção de LCR ocorre nos plexos coróideos, especialmente nos
ventrículos laterais, na quantidade aproximada de 20 ml por hora, ou quase 500 ml
por dia.
O LCR passa ao III ventrículo pelos foramens interventriculares ou de
Monro, atravessa o aqueduto mesencefálico ou de Sylvius e sai do IV ventrículo para
a cisterna magna através dos dois foramens de Luschka (laterais) e o de Magendie
(medial).
Da cisterna magna, a maior parte do LCR flui cranialmente, passa pelas
cisternas perimesencefálicas e pelo espaço subaracnóideo da convexidade cerebral
para ser absorvido nas granulações aracnóideas ou de Pacchioni. Estas são como
minúsculos dedos de luva da aracnóide que perfuram a dura-máter e se introduzem
nos seios venosos durais (principalmente o seio longitudinal superior e veias
tributárias deste).
Uma pequena quantidade do LCR desce ao espaço subaracnóideo espinal,
onde parte é absorvido e parte volta ao crânio.
2.2 - Etiologia
Para Cotran (2003), a hidrocefalia caracteriza uma condição onde ocorre
um acúmulo excessivo de Liquido cefalorraquiano em cavidades internas do cérebro
denominadas de ventrículos. O aumento deste liquido nos ventrículos provoca
compressão do cérebro e aumento da Pressão Intracraniana (PIC). O aumento da PIC
pode ocorrer de maneira rápida e aguda, intermitente, ou lentamente progressiva.
Em situações normais, o cérebro fica contido e protegido pelo crânio, parte
óssea, que configura uma caixa óssea fechada. O cérebro fica situado interiormente
no crânio, envolto pôr 3 camadas de membranas denominadas de meninges e
suspenso pôr um líquido chamado Liquido Cefaloraquiano ou Liquor (LCR). O LCR
é semelhante a água no seu aspecto físico, porém, tem composição química diferente,
com sais minerais e proteínas.
Os ventrículos são cavidades internas no cérebro. Apresentamos 4
ventrículos: 2 ventrículos laterais, III ventrículo e o IV ventrículo. Os ventrículos são
comunicantes entre si ,e também, com espaços que circundam todo o cérebro e a
medula espinhal, denominado de Espaço Subaracnoideo (ESA). Preenchendo todas
estas cavidades e espaços está o LCR. O LCR é produzido, predominante e
continuamente, nos ventrículos pôr estruturas denominadas de Plexo Coroides. O
LCR circula e apresenta um sentido predominante, dos ventrículos para o ESA. O
LCR é absorvido no ESA pôr estruturas denominadas de vilosidades aracnoideas,
que despejam o LCR no sistema venoso superficial do cérebro. Teoricamente,
poderia ocorrer o acúmulo de LCR nos ventrículos de 3 maneiras: a) pela produção
excessiva de LCR, b) pôr uma obstrução em qualquer ponto da circulação do LCR, e
c) pôr uma diminuição na absorção do LCR. Dentre estes 3 mecanismos, a obstrução
a circulação do LCR é o mais freqüente.
2.3 - Causas
A hidrocefalia pode ocorrer em qualquer idade e é devida, quase sempre, a
obstrução ao fluxo de LCR nos ventrículos ou no espaço subaracnóideo, de origem
congênita ou adquirida (Cotran, 2003).
Causas de bloqueio adquiridas:
a) Processos inflamatórios crônicos, que levem à gliose subependimária do
aqueduto de Sylvius ou do IV ventrículo e/ou a fibrose da leptomeninge da
base, dificultando o fluxo de LCR pelas cisternas. Uma importante causa de
hidrocefalia obstrutiva inflamatória em nosso meio é a neurocisticercose.
Além da reação inflamatória, os cisticercos, livres ou presos à parede das vias
onde circula o LCR, podem causar obstrução de pontos estreitos do sistema
ventricular. A localização mais comum de cisticercos no sistema ventricular é
no IV ventrículo. Também devem ser lembradas como causa de hidrocefalia a
neurotuberculose, a criptococose, a toxoplasmose e a neurosífilis (hoje rara).
b) Hemorragia subaracnóidea, originada em ruptura de aneurismas congênitos,
malformações artério-venosas ou traumatismos. A presença de sangue na
leptomeninge causa reação inflamatória crônica e fibrose.
c) Tumores, principalmente os de fossa posterior, que comprimem o aqueduto
de Sylvius ou reduzem o IV ventrículo. São exemplos: meduloblastomas,
ependimomas e gliomas do tronco cerebral.
d) Hidrocefalia por produção excessiva do LCR. Pode ser causada por um tumor
raro, o papiloma do plexo coróideo, que ocorre geralmente nos ventrículos
laterais na infância e secreta abundante LCR, levando a hidrocefalia.
Causas de bloqueio congênitas:
A hidrocefalia congênita manifesta-se nos primeiros dias ou semanas de
vida, ou já ao nascimento, por aumento do perímetro cefálico acima do normal. Tal
não se observa em crianças maiores ou adultos porque as suturas do crânio já se
soldaram.
a) Uma importante causa de hidrocefalia congênita é a malformação de Arnold-
Chiari, uma anomalia complexa da fossa posterior, caracterizada por
herniação permanente do bulbo e do cerebelo através do foramen magno,
passando ao canal espinal cervical. A tenda do cerebelo tem implantação
baixa, sendo a fossa posterior pequena. Quase sempre há meningomielocele e
hidrocefalia associadas. Admite-se que a causa da hidrocefalia seja a
compressão do IVº ventrículo e dos seus foramens de saída pela hérnia
crônica do cerebelo e do bulbo. A causa e patogênese da malformação são
mal conhecidas.
b) A hidrocefalia congênita pode ser também causada por malformações do
aqueduto de Sylvius, como estenose, septação e bifurcação (forking). Em vez
de um canal há dois ou mais, mas de diâmetro insuficiente.
2.4 - Aspectos Macroscópicos e Microcoscópico
A hidrocefalia pode apresentar os seguintes aspectos macroscópicos
(Cotran, 2003):
- Aumento de volume do sistema ventricular a montante da obstrução. P. ex.,
meningite crônica da base cerebral leva à dilatação ventricular global; estenose de
aqueduto dilata os ventrículos laterais e o III ventrículo; um cisticerco em um dos
foramens de Monro dilata o ventrículo lateral correspondente.
- As maiores hidrocefalias ocorrem em crianças antes da soldadura das suturas e são
quase sempre congênitas.
- Há enorme dilatação dos ventrículos laterais, principalmente nos cornos posteriores
e inferiores. Os cornos anteriores são menos afetados.
- No III ventrículo há adelgaçamento do assoalho, principalmente do infundíbulo
hipofisário e da lamina terminalis, que pode romper-se espontaneamente.
- A substância branca dos hemisférios cerebrais fica reduzida a fina lâmina (atrofia
por compressão).
- O córtex cerebral e os núcleos da base são menos afetados. Geralmente os giros são
menores e mais numerosos (poligiria) e os sulcos menos profundos que o normal.
- Quase sempre os hemisférios se rompem durante a autópsia, deixando sair
abundante líquor e ficando após a fixação com aspecto colapsado, lembrando uma
bola murcha.
Já os aspectos microscópicos são:
- A porção mais afetada é a substância branca. Há degeneração dos axônios do centro
semioval e da cápsula interna, devido ao estiramento pelos ventrículos dilatados.
Sofrem mais os axônios responsáveis pela motricidade dos membros inferiores.
- O epêndima torna-se muito adelgaçado e pode desaparecer em extensas áreas.
- O córtex cerebral é em geral menos afetado.
2.5 - Manifestações Clínicas
Resultante do acúmulo do LCR, os ventrículos dilatam, e a PIC aumenta,
levando ao aparecimento de sinais e sintomas. A manifestação clinica dependerá da
idade do paciente e da velocidade de instalação e progressão da hidrocefalia. Em
crianças menores de 2 anos, a manifestação predominante é a cabeça grande, ou
macrocrania ou macrocefalia, e o atraso do desenvolvimento neuro-psico-motor
(Lianza, 2001).
A criança não sustenta a cabeça, senta, engatinha, anda, tem contato social,
fala.... em etapas apropriadas do crescimento. Em crianças maiores ou mesmo em
adultos os sintomas já são referidos pêlos pacientes. Estes passam a queixar de dores
de cabeça, intermitentes ou constantes, geralmente, progressivas, acompanhados de
vômitos, irritabilidade, sonolência e visão dupla.
Em idosos a hidrocefalia manifesta-se com distúrbios do andar, perdas
urinárias e distúrbios da memória. Esta condição é conhecida como Hidrocefalia de
Pressão Normal, pois, a PIC apresenta uma linha de base normal, e os aumentos
ocorrem de modo intermitente. A hidrocefalia pode ocorrer no período intra-uterino,
pré-natal e ser diagnosticada a partir da vigésima semana de gestação.
2.6 - Diagnóstico
O diagnóstico da hidrocefalia, assim como da sua causa, poderá ser
auxiliada pelo ultra-som, Tomografia Computadorizada, e Ressonância Nuclear
Magnética.
2.7 - Tratamento
Na falta de tratamento da hidrocefalia, o recém-nascido apresenta disfunção
cerebral e não conseguirá sobreviver, a não ser com graves deficiências intelectuais e
físicas. Os casos que apresentam malformação exigem acompanhamento rigoroso.
Nesses recém-nascidos, o fechamento da lesão no dorso resulta em aumento da
pressão intracraniana, devido ao acúmulo do líquido cefalorraquiano (Shepherd,
2000).
Em geral, o tratamento da hidrocefalia exige a implantação cirúrgica de um
shunt ventrículo-peritoneal, destinado a drenar o líquido cefalorraquiano do
ventrículo lateral; o dreno desce ao longo do pescoço, passa por trás da clavícula e
desce pela parede torácica até o peritônio, onde ocorre a absorção do líquor.
Este tubo deve ser periodicamente substituído por outro de maior
comprimento, à medida que o paciente cresce. A cirurgia pode estar indicada para a
revisão do shunt, em caso de bloqueio do tubo de drenagem pelo tecido cerebral em
vias de crescimento. Esse bloqueio leva ao aumento da pressão intracraniana. (Anexo
1, figura 1 e 2).
Nas hidrocefalias comunicantes a única opção de tratamento consiste na
utilização de sistemas valvulares (Shunts), constituídos de cateteres, válvulas e
reservatórios, que retiram o excesso de LCR dos ventrículos para outras cavidades do
organismo. O local preferencial para estas derivações é a cavidade peritoneal
(derivação ventrículo-peritoneal). Outros locais podem ser utilizados: átrio cardíaco e
cavidade pleural (derivação ventrículo-atrial e derivação ventrículo-pleural
respectivamente). Existe no mercado vários tipos de shunts, que se diferenciam pelo,
mecanismos de funcionamento, tamanho, e pressão de funcionamento da válvula. A
escolha do tipo de shunt depende do tipo de paciente e do hábito do médico.
Nas hidrocefalias não-comunicantes, quando perfeitamente diagnosticadas,
podemos evitar a utilização dos shunts. Nestas situações está indicada uma forma de
derivação intracraniana, ou seja, realiza-se uma comunicação do ventrículo para o
ESA. Atualmente, esta cirurgia denominada III ventriculostomia, pode ser realizada
de forma muito segura, através da endoscopia cirúrgica. Este procedimento requer
instrumentos especializados e treinamento específico do médico.
Os sinais clínicos do bloqueio do shunt e da hipertensão intracraniana
consecutiva consistem em gritos agudos, irritabilidade, convulsões, desvio dos olhos
para baixo (“fenômeno do sol poente”), abaulamento da grande fontanela, vômitos,
sonolência e cefaléia. Entretanto, a aplicação dos métodos radiológicos modernos,
tais como a tomografia computadorizada, veio demonstrar que a ausência de sinais
clínicos não significa obrigatoriamente que a hidrocefalia se tornou estacionária.
Esses pacientes apresentam dilatação dos ventrículos ou hidromelia compensadora.
Tais alterações cerebrais são responsabilizadas pela diminuição progressiva da
capacidade funcional dos membros superiores e inferiores, pela escoliose e pela
deterioração da função cognitiva que se observam em alguns casos.
Ainda que se consiga controlar a hidrocefalia, o peso da cabeça volumosa
faz com que algumas crianças demorem muito a firmar a cabeça; o desenvolvimento
geral da motricidade apresenta então um atraso correspondente. A criança senta mais
tarde do que deveria e a manutenção do equilíbrio se instala mais tardiamente.
Alguns pacientes apresentam certo grau de deficiência cognitiva, não obstante a
hidrocefalia estar sob controle. Segundo vários autores, o desenvolvimento da
hidrocefalia seria o principal fator que afeta a inteligência nos casos de espinha
bífida. Diament e Cypel (2001) relatam que a capacidade de percepção visual
mantém estreita relação com a deficiência intelectual.
A deficiência cognitiva parece manter relação principalmente com a
presença de infecção (ventriculite com ou meningite) a partir do shunt. Esses autores
afirmam ser difícil prever a capacidade intelectual, baseando-se apenas na presença
de hidrocefalia; eles insistem na importância do diagnóstico e tratamento precoces da
infecção portadora de hidrocefalia.
2.8 - Complicações
Apesar de todos os avanços, o shunt pode ter complicações. Estas podem
ser classificadas em subdrenagem, sobredrenagem e infecções.
A Subdrenagem, que ocorre quando o líquido não é removido com a
rapidez necessária e os sintomas da hidrocefalia voltam a surgir, é um dos problemas
mais freqüentes. Deve-se habitualmente a um bloqueio num dos tubos, embora
também possa ser por o shunt se partir ou as partes ficarem desconectadas.
Raramente se deve à válvula que habitualmente funciona sem problemas durante
muitos anos.
A Sobredrenagem ocorre quando o shunt permite que a quantidade de CSF
drenada dos ventrículos seja superior à sua produção. Se isto acontecer
abruptamente, habitualmente pouco tempo após a colocação do shunt, os ventrículos
causam um desabamento, rasgando delicados vasos sanguíneos no exterior do
cérebro, causando uma hemorragia. Esta poderá ser insignificante ou pode causar
sintomas semelhantes ao de um derrame cerebral. Poderá ser necessário remover o
sangue e, em alguns casos, se o não se fizer poderá surgir epilepsia mais tarde.
Se a sobredrenagem for mais gradual, os ventrículos desabam
progressivamente até ficarem semelhantes a uma fenda (slit ventricles). Esta situação
habitualmente interfere com o funcionamento do shunt causando o problema oposto:
reaparece uma elevada pressão de CSF, mas infelizmente os ventriculos não
aumentam de tamanho, conduzindo a uma situação em que há uma elevada pressão
de CSF, com dores de cabeça, vômitos, etc., mas a observarem-se ventrículos muito
pequenos nos exames.
A infecção é extremamente difícil de prevenir e deve-se, a maior parte das
vezes, à passagem, durante a operação, de bactérias da pele para o CSF ou para o
shunt. Os antibióticos não se têm mostrado eficazes nesta situação e outras medidas,
freqüentemente, apenas têm efeito temporário. Os cuidados e a experiência da equipa
médica é um dos mais importantes fatores para a redução da taxa de infecção para o
mínimo. No entanto, mesmo nas melhores equipas as infecções ocorrem.
O prognóstico do paciente dependerá da causa e do estado de
desenvolvimento da hidrocefalia (Cotran, 2003).
CAPÍTULO III
PSICOMOTRICIDADE E SUA APLICABILIDADE
3.1 - Desenvolvimento Motor
Para Flinchum (2000), o desenvolvimento motor é o resultado da maturação
de certos tecidos nervosos, aumento em tamanho e complexidade do sistema nervoso
central, crescimento dos ossos e músculos. São portanto comportamentos não
aprendidos que surgem espontaneamente desde que a criança tenha condições
adequadas para exercitar-se. Esses comportamentos não se desenvolverão caso haja
algum tipo de distúrbio ou doença. Podemos notar que crianças que vivem em
creches e que ficam presas em seus berços sem qualquer estimulação não
desenvolverão o comportamento de sentar, andar na época adequada que futuramente
apresentarão problemas de coordenação e motricidade
Le Boulch (1982) relata que as principais funções psicomotoras é um bom
desenvolvimento da estruturação do esquema corporal que mostre a evolução da
apresentação da imagem do corpo e o reconhecimento do próprio corpo, evolução de
preensão e da coordenação óculo-manual que nos proporciona a fixação ocular e
preensão e olhar e desenvolvimento da função tônico e da postura em pé e reflexos
arcaicos da estruturação espaço-temporal (tempo, espaço, distância e retina)
Um perfeito desenvolvimento de nosso corpo ocorre não somente mecanicamente,
mas sim que são aprendidos e vivenciados junto a família, onde a criança aprende a
formar a base da noção de seu 'eu corporal'.
Não se pode esquecer de citar a importância dos sentimentos da criança na
fase do conhecimento de seu próprio corpo, pois um esquema corporal mal
estruturado pode determinar na criança um certo desajeitamento e falta de
coordenação, se sentindo insegura e isso poderá desencadear uma série de reações
negativas como: agressividade, mal humor, apatia que às vezes parece ser algo tão
simples poderá originar sérios problemas de motricidade que serão manifestados
através do comportamento.
Para Fonseca (1992), o termo psicomotricidade evidencia a relação
existente entre os processos cerebrais e afetivo/emocionais com o ato motor.
Significa a inter-relação desses processos que são externados, representados,
decifrados e que se manifestam através dos atos motores.
É uma ciência que tem por objetivo o estudo dos motivos (motivação) que
permeiam as ações e reações dos goleiros com seu mundo interno e externo. Procura
entender a motivação dos movimentos, ao mesmo tempo que trata as questões de
ordem cognitiva.
Bueno (1998) afirma que a psicomotricidade se preocupa com o
desenvolvimento neuro-muscular, que mais tarde a inteligência e a motricidade se
tornam independentes rompendo sua simbiose, que só reaparecerá nos casos de
retardo mental. Esquema corporal é estudado pela psicomotricidade a onde
representa ser a imagem do corpo um intuitivo que a criança tem de seu próprio
corpo. Dentro do esquema corporal a psicomotricidade estuda o surgimento de
alguns distúrbios como a asquematia que é a perda da percepção topologica do
corpo; parasquematia é a confusão de diferentes desenvolvimento neuro-muscular
que mais tarde a inteligência e a motricidade se tornam independentes rompendo sua
simbiose, que só reaparecerá nos casos de retardo mental.
O esquema postural para a psicomotricidade é a imagem tridimensional do
nosso corpo e a imagem do corpo humano é a imagem do nosso próprio corpo que
formamos em nosso espírito, que por outras palavras é o modo como o nosso corpo
se apresenta a nós mesmos.
A psicomotricidade interessa-se pelo movimento que certo comportamento
tônico subentende, quanto pela relação, a diminuição do tono trará a descontração
muscular.
As manifestações emocionais que implicam a problemática da emoção
pertencem a uma ordem de preocupações muito antiga da psicologia clássica. Toda e
qualquer emoção tem sua origem no domínio postural "exemplo": como para uma
criança de 6 anos receber um grito de um adulto, fará com que ocorra um aumento da
tensão, por conseguinte desencadeará reações emocionais que são traduzidas como
mal-estar ou com sentir-se meio mole, sem coordenação nas pernas (Le Boulch,
1987).
A comunicação é uma função essencial na reeducação psicomotora, uma
vez que a psicomotricidade leva em conta o aspecto comunicativo do ser humano, do
corpo, da gestualidade ela resiste a ser uma educação mecânica do corpo.
Assim graças a língua, o homem vive num mundo de significações, os
gestos querem dizer alguma coisa, o corpo tem um sentido que ele pode sempre
interpretar e traduzir.
Existem os comportamentos inatos que a criança manifesta, pois variadas
formas desde o seu nascimento por exemplo, o grito pode ser interpretado como dor
que pode também não ser de sofrimento. Exemplo bocejo, espirro, salivação que são
manifestações primitivas, também de emoções que devem ser orientadas e educadas
no sentido de controle das próprias modalidades do meio-familiar e social da criança.
Comportamentos aprendidos são comportamentos que aprendemos no decurso das
aprendizagens básicas como higiene pessoal, alimentação, essa aquisição formará
toda a nossa personalidade. O corpo dá a ler, coloca em cena tanto a personalidade
como o meio que ela foi educada.
Para Constallat (1998), o corpo traduz as nossas palavras para traduzir os
nossos desejos.
O desenvolvimento (psicomotor) da criança é de fundamental importância
para a psicomotricidade. É preciso que a criança possa integrar cada um de seus
progressos antes de adquirir um novo.
A lateralidade é um problema também estudado pela psicomotricidade, é
um elemento importante da adaptação psicomotora. Segundo Jean Claude: o
hemisfério esquerdo é quem governa o braço direito de um destro, e não é habitual
que possa mudar essa constituição cerebral.
A destralidade verdadeira é a dominância cerebral que está a esquerda,
sendo que todas as matrizes são determinadas a direita (o hemisfério esquerdo
comandará o hemicorpo direito que leva o indivíduo a uma utilização preferencial
desse hemicorpo na realização prática.
A falsa sinistralidade. Trata-se de um acidente sendo o sinitrismo (também
chamado de mananismo conseqüente de uma paralisia, de uma amputação, que
tornou impossível a utilização do braço direito, para o indivíduo destro foi
originalmente impedido de ser, para Jean Claude indivíduo canhoto - principais
comandos hemisfério direito.
Dominância lateral ocorre a partes do momento em que os movimentos se
combinam e se organizam numa intenção motora é que se impõe e justifica a
presença de um lado predominante que irá ajustar a motricidade.
Reconhecimento direita-esquerda decorre da assimetria direita-esquerda e constitui
uma primeira etapa na orientação espacial é precedida pela distinção frente-atrás
(conscientização do eixo corporal - 6 anos).
Evolução da lateralidade: a partir dos 7 anos a criança será capaz de
projetar em outra pessoa a partir de seu próprio corpo a direita e a esquerda já não
dependem somente uma da outra, mas sim do ponto de vista da pessoa que as
considera. A lateralização participa em todos os níveis de desenvolvimento da
criança.
Psicomotricidade tem como objetivo desenvolver o aspecto comunicativo
do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo
aperfeiçoando o seu equilíbrio (Bueno, 1998).
O desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo estão
intimamente ligados na criança: a psicomotricidade quer justamente destacar a
relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem
global da criança por meio de uma técnica.
3.2 - Fatores e Subfatores Psicomotores
Compreendem os elementos que concorrem para a produção ou não de
resultados motores. São eles (Fonseca, 1995):
a) Fatores psicomotores
- Estruturação espaço-temporal
- Praxia global
b) Subfatores psicomotores
- Organização
Representação topográfica
- Coordenação óculo-manual
- Coordenação óculo-pedal
- Dissociação
- Estruturação Espaço-Temporal
Resulta da integração de uma estrutura temporal e de outra espacial e que
estão relacionadas às percepções auditivas, visuais e proprioceptivas.
A estruturação espaço-temporal surge durante os movimentos e quando da relação
com os objetos e pessoas distribuídos (as) pelo espaço, onde ocorrem as experiências
com a lateralidade, com a equilibração e da percepção que o goleiro tem de seu
corpo.
O corpo é provido de um sofisticado sistema neurofisiológico que permite
interpretar as informações do espaço em que está ‘’mergulhado’’ o indivíduo. Este
localiza-se a si próprio para depois se localizar no espaço e localizar os objetos e
pessoas (Fonseca, 1995).
- Praxia Global
A praxia global tem como função principal a organização da atividade
consciente e a sua regulação, programação e verificação. Compreende tarefas
motoras seguidas e simultâneas que se desenrolam num determinado período de
tempo e que exigem a atividade conjunta de vários grupos musculares.
A praxia evoca quatro condições básicas: um projeto, vários engramas,
ligações projeto-engramas e instrumentos neuromusculares de expressão e comandos
em função do projeto.
Observa-se uma intenção por trás do movimento que será mantida ou
modificada por uma programação (que faz uma consulta à linguagem interior), uma
análise dos efeitos (receptores das ações) e uma auto-regulação (estabelecida por um
controle da atenção voluntária).
- Organização
Compreende a habilidade em calcular as distâncias e promover os ajustes
necessários dos planos motores para percorrer um determinado espaço, baseando-se
nas capacidades de análise espacial, processamento e julgamento das distâncias e das
direções, planificação motora e verbalização simbólica da experiência.
A tarefa requer a fusão de dados direcionais e espaciais ao mesmo tempo que
intervém uma programação do comprimento dos passos. A estrutura espacial é
guiada pela área de integração visual que contribui no fornecimento de informações
para os centros motores a fim de ajustamento das passadas.
- Representação Topográfica
Retrata a noção espacial e a capacidade de interiorização de uma trajetória
espacial apresentada num levantamento topográfico (planta do campo) e das
coordenações espaciais que são os vários pontos e linhas distribuídos (as) pelo
campo de futebol, seus setores e áreas (Fonseca, 1995).
- Coordenação Óculo-Manual
Compreende a capacidade de coordenar movimentos com os membros
superiores de acordo com as referências perceptivo-visuais presentes no espaço.
Envolve a percepção de distâncias, alturas e características dos alvos ou objetos tais
como forma, altura, comprimento, largura, textura, etc.; e a consciência cinestésica
do segmento corporal que irá executar o movimento.
Durante o ato motor do goleiro entram em ação a capacidade de
reprogramação de seqüências motoras em face de uma análise de todos os efeitos
decorrentes desde o ato motor até a seleção dos engramas ( experiência motora
memorizada ).
- Coordenação Óculo-Pedal
Compreende a capacidade de coordenar movimentos com os membros
inferiores de acordo com as referências perceptivo-visuais presentes no espaço.
Observação: Acompanha o mesmo raciocínio da coordenação óculo-manual.
- Dissociação
Compreende a capacidade de individualizar a utilização dos segmentos
corporais durante a execução de um ou mais atos motores intencionais.
A dissociação precede a um planejamento motor e um certo grau de automatismo da
seqüência de padrões espaciais e temporais relacionados, onde entram em atividades
inúmeras e rápidas interações entre os dados aferentes e eferentes e entre dados
perceptivos e motores (Fonseca, 1995).
3.3 - Reeducação Psicomotora
Segundo Alves (2003), é a ação desenvolvida em indivíduos que sofrem
perturbações ou distúrbios psicomotores.
A reeducação psicomotora tem como objetivo retomar as vivências anteriores
com falhas ou as fases da educação ultrapasadas inadequadamente. Em termos
gerais, reeducar significa educar o que o indivíduo não assimilou adequadamente em
etapas anteriores. Deve começar em tempo hábil em função da instalação das
condutas psicomotoras, diagnosticando as dificuldades a fim de traçar o programa de
reeducação.
A atribuição da reeducação está contida em várias áreas profissionais:
pedagogia, fisioterapia, terapia educacional, fonoaudiologia, dentre outros. Mas o
mais importante para uma boa reeducação é a tranqüilidade e o intercâmbio afetivo e
presente do reeducador com o indivíduo, condição básica para uma boa reeducação.
O artigo 7 da proposição da lei francesa de 15/02/74 cita que a reeducação
deve ser “neurológica em sua técnica, psicológica e psíquica em sua meta, destinada
pela intermediação do corpo atuar sobre as funções mentais e psicológicas
perturbadas tanto na criança como no adolescente ou no adulto”.
A reeducação embasa sua eficácia no fato de que se remonta às origens, aos
mecanismo de base que estão na origem da vida mental, controle gestual e do
pensamento, controle das reações tônico-emocionais, equilíbrio, fixação na atenção,
justa preensão do tempo e do espaço.
3.4 - Sessão Psicomotora
As sessões de reeducação realizam-se em função do indivíduo ou do grupo
por um profissional habilitado, em local apropriado (sala e materiais) por meio de
atividades (psicomotoras) que desenvolvam o indivíduo no seu todo, global e
harmonicamente (Alves, 2003).
Em relação ao local de trabalho, esse pode ser interno ou externo e de
preferência exclusivo para atividades psicomotoras. Se é espaço interno deve ser uma
sala ampla a fim de que as pessoas possam correr, saltar, ficar tranqüilas e para uma
não interferir na atividade da outra se assim desejar. Deve ser ventilado, com janelas
mais altas que a altura das pessoas; se possível, um piso revestido com emborrachado
para poderem trabalhar com meias ou descalços e sem problemas com materiais
úmidos (água, tinta, etc.). Deve ter espelho, quadro negro e armários com os
materiais ali colocados. Bueno (1998) sugere uma disposição conforme o objetivo,
mas entendemos que o mais importante é sabermos o que o indivíduo necessita e o
que cada material propicia, aliando a necessidade à possibilidade de exploração de
seus conteúdos por meio dos materiais.
Em relação à freqüência e duração da sessão, depende do trabalho
desenvolvido, mas não deve ser inferior a uma vez semanal de 45 minutos, podendo
chegar a sessões diárias, conforme a necessidade. Contudo, uma vez semanal é pouco
se não for associada a outras terapias, de forma interdisciplinar. O número de sessões
dependerá da natureza da dificuldade, da idade, do seu desenvolvimento e das
experiências vividas, ou seja de seu processo próprio.
Em relação à organização da sessão, é importante que esse momento seja de
prazer e de liberdade para a pessoa. Não podemos nunca deixar de lado o prazer do
movimento, da ação e da sensação prazerosa resgatada aí. A dosagem das propostas
deve levar a um resultado positivo com variabilidade de consignas, materiais e da
própria proposta, sendo a escolha do material feita pelo próprio terapeuta e às vezes
pelo indivíduo. As colocações espontâneas deverão ser ouvidas no momento, mesmo
que algumas vezes interrompam a ação motora. O humor faz parte das atividades,
deixando um ambiente descontraído e alegre.
Acreditamos que nenhuma técnica, por mais apropriada que seja, resolverá
um problema, mesmo o puramente intelectual, se a qualidade do relacionamento
entre reeducador e pessoa não estiver firmado na afetividade, e ainda mais, se não
passar pela via corporal.
CAPÍTULO IV
EXERCÍCIO GLOBAL DA MOTRICIDADE
As situações escolhidas a este respeito têm por objetivo desenvolver a
função de ajustamento sob dois aspectos: expressivo e práxico. Os jogos de
imaginação e os jogos simbólicos têm um valor de expressão; os jogos funcionais,
sejam espontâneos, sejam propostos pelo adulto, permitem à criança a aquisição de
numerosas praxias. Trabalha estes dois aspectos, a fim de permitir à criança exercer
sua motricidade global (Mello, 1998).
- Jogo e expressão livre
Junto às praxias que têm uma significação prática, o jogo expressivo não
finalizado tem uma profunda repercussão emocional e uma grande carga afetiva,
comprometendo totalmente a criança.
Pelo valor simbólico que representa, é, ao mesmo tempo, revelador das
frustrações da criança, de seu universo imaginário e terapêutico pelos desbloqueios
que permite. "O jogo constitui uma conduta através da qual trata-se de realizar um
certo equilíbrio entre o mundo exterior e o mundo interior".
Quanto mais jovem é a criança, mais dificuldade tem em organizar a
imagem do corpo, pelo que o aspecto expressivo do movimento reveste uma
importância fundamental.
É importante que se saiba respeitar a atividade da criança, a fim de não
interferir nos seus jogos, propondo-lhe seus próprios modelos.
- O aperfeiçoamento e o enriquecimento da atividade práxica mediante o trabalho
de coordenação dinâmica geral.
Através dos jogos livres e das atividades de expressão, a experiência vivida
com o corpo em relação ao ambiente dos objetos garante a aquisição do bem estar
global do corpo.
É, antes de tudo, o meio que fornece à criança material para sua atividade
de exploração; depois, a criança ou o grupo de crianças poderão eles mesmos criar
sua própria experiência durante os jogos funcionais espontâneos. Contudo, a criança
corre o risco de se conformar com um mesmo tipo de atividade e de evitar
confrontar-se com certo tipo de problemas. O adulto pode intervir propondo-lhe
situações que apresentem um vasto número de práxias. A plasticidade do
ajustamento implica que a criança, habituada ao exercício de sua espontaneidade,
possa adaptar-se também suas respostas motoras ao quadro proposto pelo meio
sócio-cultural (COSTE, 1997).
Esta posição não implica a justificação de nenhum autoritarismo, nem a
utilização de métodos estereotipados utilizados em certas concepções de educação
física centrada na montagem de estereótipos motores.
- A coordenação viso-manual e o aperfeiçoamento da motricidade fina da mão e dos
dedos.
A organização das reações combinadas dos olhos e da mão dominante
começa no primeiro ano e só completa no fim da escolaridade primária.
No período pré-escolar, o desenvolvimento global desta forma de
coordenação far-se-á durante as atividades práxicas escolhidas para desenvolver a
destreza e a coordenação fina; através da prática da expressão gráfica e do desenho,
se desenvolve, ao mesmo tempo, a função simbólica.
- Solicitação e uso da função de interiorização.
Em torno dos três anos, logo que a criança tenha descoberto sua própria
personalidade e teve acesso ao conhecimento de seu Ego, vai entrar no período
narcisista, no qual, além de se interessar pelos objetos e o mundo exterior, vai,
também interessar-se pelo seu próprio corpo. É importante aproveitar este período a
fim de passar da experiência vivida do corpo à tomada de consciência global e
segmentar do corpo, associada à verbalização. O adulto muito pragmático, fixando a
atenção da criança exclusivamente no resultado objetivo de uma ação, pode
prejudicar o exercício da função de interiorização. O ideal é procurar o equilíbrio
entre a forma de atenção relacionada com o objeto, resultado de uma ação, e a
atenção ligada a seu "corpo próprio". As atividades lúdicas feitas pelo prazer e não
pela eficiência representam uma situação favorável para pôr em jogo a atenção
interiorizada.
O "trabalho de rítmo" como suporte do ajustamento ao tempo e a percepção
temporal (Mello, 1998).
O exercício da motricidade espontânea da criança, não comprometida por
um excesso de constrangimento e que se desenvolve num clima de segurança afetiva,
traduz-se por uma motricidade harmoniosa e rítmica. O que se chama correntemente
de um "gesto coordenado" é, na realidade, um gesto rítmico, isto é, uma boa
estruturação temporal, conferindo-lhe uma certa harmonia. É através do ritmo dos
movimentos registrados no seu corpo que a criança tem acesso à organização
temporal.
• O primeiro trabalho de rítmico consiste em deixar expressar o próprio tempo da
criança nos seus movimentos globais durante os jogos espontâneos e as atividades de
expressão livre.
• Mas o ajustamento ao tempo implica que o tempo pessoal possa estar de acordo
com os rítmos exteriores à criança: o tempo das outras crianças ou o tempo de um
tema musical. As rodas infantis acompanhadas de cantos e o trabalho global de
música representam bons suportes para favorecer a plasticidade de ajustamento
contrária à fixação dos movimentos em tempos estereotipados.
• A percepção temporal permite, além da consciência e da interiorização dos ritmos
motores corporais, a percepção dos ritmos exteriores. Esta passagem constitui uma
estado indispensável para que a criança possa em seguida, tomar conta de seus
próprios movimentos e organizá-los a partir da representação mental. Esta última
possibilidade só se realizará no estágio seguinte do desenvolvimento psicomotor.
- Percepção e representação mental do espaço.
Durante as atividades de exploração, a criança ajusta-se ao espaço de forma
global e organiza este espaço em relação aos objetos que ela descobre e nos quais ela
exerce sua função práxica. O uso da linguagem permitirá à criança fixar suas
referências e relacioná-las em um espaço topológico, processo que ela pode fazer em
torno dos três anos de idade, através de:
• Passagem do espaço topológico ao espaço euclidiano através da descoberta das
formas e das dimensões, primeiro no plano do reconhecimento perceptivo; a
representação mental das formas e dos eixos permitirá à criança ter uma estrutura de
referência, tornando mais ricas suas possibilidades perceptivas.
• Ter acesso à orientação do espaço utilizando seu próprio corpo como sistema de
referência. Esta passagem do objeto exterior ao "corpo próprio" como referência
implica uma evolução do esquema corporal, tributária da função de interiorização.
Este estágio de discriminação perceptiva é um estágio que corresponde à etapa de
preparação das operações concretas de Piaget.
A criança vai desenvolver progressivamente um tipo de representação
figurativa para entrar no pensamento operatório, etapa que começa em torno dos sete
anos. Ela vai descobrir seu corpo e seu mundo exterior graças ao aperfeiçoamento
perceptivo, mas esta descoberta ainda não é suficiente para permitir-lhe introduzir-se
no universo objetivo dos adultos. Permanece, ainda, encerrada dentro de sua
objetividade.
Salientamos de novo a importância que reveste para a criança a realização
de suas experiências em um clima de segurança e de permissividade criado pela
atitude compreensiva do adulto, que tem que agir com certa firmeza para impor
certos limites às atividades da criança (Mello, 1998).
4.1 - Atividades Psicomotoras
As atividades psicomotoras sugeridas encontram-se agrupadas por áreas e
compõem um repertório a ser utilizado pelo psicomotricista. Recomenda-se que o se
experimente pessoalmente cada uma das atividades sugeridas antes de colocá-las
como proposta para as crianças (Bueno, 1998).
Atividades na área de Comunicação e Expressão
- Fazer caretas que expressem tristeza, alegria, raiva, susto, etc.
- Jogar beijos.
- Fazer bochechos, com e sem água.
- Assoprar apitos e língua de sogra.
- Fazer bolhas de sabão.
Atividades na Área da Percepção
- Apalpar sacos e pacotes com as mãos, a fim de adivinhar que objetos estão
dentro.
- Reconhecer colegas pelo tato.
- Andar descalço em lama, água, areia, terra, madeira, contando depois o que
sentiu.
- Manipular objetos de madeira para poder experimentar variações de temperatura
(quente, gelado, morno).
- Manipular objetos de madeira para poder experimentar variações de tamanho
(pequeno, médio, grande).
- Identificar e imitar sons e ruídos produzidos por animais e fenômenos da
natureza.
- Procurar a fonte de onde se origina determinado som.
- Brincar de cobra cega.
- Tocar instrumentos musicais.
- Fazer rimas com palavras.
Exercícios de Percepção Visual
- Identificar o branco e o preto.
- Reconhecer, entre muitos, objetos que têm as cores primárias - vermelho, azul e
amarelo.
- Agrupar objetos de acordo com suas cores.
- Agrupar objetos de acordo com suas formas.
- Montar quebra-cabeças simples.
Exercícios de Coordenação Dinâmica Global
- Sentar-se no chão como alguns índios, com as pernas e braços cruzados.
- Engatinhar bem rápido.
- Correr imitando animais.
- Correr segurando uma bola.
- Arremessar bolas para um colega.
Exercícios de Coordenação VisoManual ou Fina
- Modelar com massa e barro.
- Grampear com grampeador.
- Folhear livros e revistas, folha por folha.
- Brincar com iô-iô.
- Martelar, parafusar.
- Rasgar papel livremente utilizando, de início, papéis que não ofereçam muita
resistência ao serem rasgados.
- Rasgar papel em pedaços grandes, em tiras, em pedaços pequenos.
Exercícios de Orientação Temporal
- Ouvir histórias, ou músicas que contenham histórias, e depois contar a seqüência
dos fatos.
- Ordenar cartões com figuras e formas e recompor uma história com início, meio
e fim.
- Mover carrinhos rápida e lentamente, seguindo instruções.
Exercícios de Orientação Espacial:
- Andar pela sala explorando o ambiente e os objetos, inicialmente de olhos
abertos e depois de olhos fechados.
- Montar quebra-cabeças.
- Jogar amarelinha.
- Responder onde está o céu, o teto, o chão, a lâmpada, com palavras como: em
cima, atrás, etc.
- Andar pela sala e pelo pátio seguindo a direção indicada por setas pintadas no
chão.
Atividades da Área de Conhecimento Corporal e Lateralidade
- Nomear partes do próprio corpo, do corpo dos colegas, do corpo de bonecos.
- Juntar as partes de um boneco desmontável.
- Completar o desenho de uma figura humana com o que estiver faltando.
- Deixar o corpo cair, em bloco, sobre o colchão.
- Exercitar tensão e relaxamento no corpo (amolecer, murchar, endurecer, etc.)
- Colocar fitas vermelhas no pulso e tornozelo do lado direito e realizar exercícios
que peçam movimentos como: erguer a mão direita, abaixar a mão esquerda,
erguer o braço direito e abaixar o esquerdo, etc.
- Colocar a mão sobre contornos de mãos desenhados no quadro, rapidamente,
como se estivesse dando um tapa. Colocar a mão na mesma posição da mão
desenhada.
Colocar os pés sobre os contornos de pés desenhados no chão, direito sobre
direito, esquerdo sobre esquerdo.
Atividades da Área de Habilidades Conceituais
- Observar uma coleção de objetos pequenos misturados: pedrinhas, botões,
conchas, grãos de milho, bolinhas de vidro, clipes, etc. Separar esses objetos pela
classe a que pertencem: conjunto de pedras, de botões, de clipes.
- Seriar objetos de acordo com o tamanho (do menor para o maior), com a cor (da
mais clara à mais escura), com a espessura (do mais fino para o mais grosso),
conservando a mesma categoria.
- Distribuir o mesmo número de objetos, observando que a quantidade não se
altera quando modificamos sua posição.
- Cortar frutas ao meio para dividi-las com um colega (dois pedaços: um para cada
um).
- Organizar armários, separando peças iguais e deixando-as próximas.
Jogos (contribuem para desenvolvimento de noções matemáticas): pega-varetas,
memória, dominó, etc.
- Exercícios com blocos lógicos de vários tamanhos, espessura, cor, forma (Bueno,
1998).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Enquanto proposta reeducadora a psicomotricidade busca proporcionar o
reencontro da criança com seu próprio corpo, considerando as instâncias acima
referidas, dando ênfase a esta linguagem corporal. Trabalha o indivíduo enquanto
manifestação corporal, mas também verbal, ou seja, considerando todas as formas de
expressão e buscando os significados dados pelo próprio vivente à sua forma de estar
e se colocar em seu mundo. Há aqui que considerar o contingente, ou seja, aquilo que
é dado ao indivíduo por suas circunstâncias particulares - constituição física, sua
cultura, seu momento histórico e sua história pessoal.
A psicomotricidade não foge a regra quando define os padrões considerados
normais para o desenvolvimento psicomotor (considerando descrições feitas pela
neurologia, fisioterapia, fonoaudiologia e áreas afins), desenvolvendo pontos de
referência escalonados a partir dos quais poder-se-ão construir todos os testes infantis
e as escalas de quociente de desenvolvimento; e, por conseguinte, avaliar e
diagnosticar o atraso atual, assim como o desenvolvimento futuro.
A psicomotricidade da criança desenvolve-se com sua maturação biológica.
Conclui-se no término desta pesquisa que a hidrocefalia é uma doença que
acarreta distúrbios cognitivos e motores, e que atividades psicomotoras devem
propostas de acordo com cada criança, respeitando a etapa de desenvolvimento em
que ela se encontra. A estimulação psicomotora faz parte do contexto de estimulação
global de uma criança.
As atividades de psicomotricidade objetivam oferecer à criança adequadas
experiências corporais, para que ela chegue à percepção de si mesma e da relação
que pode ter com o espaço físico e humano que a rodeia, proporcionado assim uma
melhor qualidade de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MELLO, A. M. Psicomotricidade - Educação Física – Jogos Infantis. 4 ed. São Paulo: Ibrasa, 1998, p. 33-35. MUSSEN, P.H., CONGER, J.J., KAGAN, J. e HUSTON, A.C. Desenvolvimento e Personalidade da Criança. Ed. Harbra, 3ª ed., SP: 1995. OLIVEIRA, G.C. Psicomotricidade - Educação e Reeducação num Enfoque Psicopedagógico. Ed. Vozes, 7ª ed., RJ: 1997. ROWLAND, L. P. Tratado de Neurologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. SHEPHERD, R. B. Fisioterapia em Pediatria. 3 ed. Trad.Hildegard Thiemann Buckup, São Paulo: Santos, 2000.
ANEXOS
ANEXO 1
ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Colocação de shunt
Fonte: Lianza, S., Medicina de Reabilitação, 2001.
Figura 2 – Imagem do Ventrículo normal e outro com acúmulo de
líquor
Fonte: Lianza, S., Medicina de Reabilitação, 2001.
ANEXO 2
ATIVIDADE EXTRA-CURRICULAR
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final: