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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS POR: LÍVIA DOS SANTOS OLIVAL ORIENTADOR PROF: CARLOS CEREJA NITERÓI 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O fordismo significa a fase de desenvolvimento do capitalismo, que chamamos de “Era do Ouro”. Esse paradigma fordista introduziu

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS

POR: LÍVIA DOS SANTOS OLIVAL

ORIENTADOR

PROF: CARLOS CEREJA

NITERÓI

2012

II

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS

Apresentação de monografia a AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Gestão de Recursos Humanos.

Por: Lívia dos Santos Olival

III

AGRADECIMENTOS

...Primeiramente agradeço a Deus.

Agradeço a minha família por ter chego

até aqui e finalizado mais uma etapa do

estudo.

Agradeço também ao meu namorado pelo

carinho.

IV

DEDICATÓRIA

...Dedico este trabalho a Deus,

em especial a minha avó, por patrocinar este

sonho, a minha mãe, meu pai, minha irmã,

meu avô e meu namorado, pelo apoio e

carinho durante esse tempo de esforço e

dedicação.

V

RESUMO

O presente trabalho monográfico tem como tema o treinamento e

desenvolvimento de pessoas. Para tanto, objetivou-se compreender o treinamento

e desenvolvimento de pessoas no ambiente organizacional, mostrando a

importância e vantagens competitivas a organizações. Nesse sentido, foram

elaborados os seguintes objetivos específicos: conceituar treinamento e

desenvolvimento; descrever seus processos e entender sua aplicabilidade nas

empresas. A partir disso, a metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica, a

partir da consulta de livros e trabalhos acadêmicos referentes ao assunto. Alguns

teóricos contribuíram para esta pesquisa. Dentre eles: Chiavenato. Conclui-se que

o treinamento e desenvolvimento é um reflexo trazido aos colaboradores como um

diferencial.

Palavras – Chaves: Treinamento; Desenvolvimento.

VI

METODOLOGIA

A metodologia adotada foi uma pesquisa bibliográfica feita através de livros

de diferentes autores ligados à Administração de Recursos Humanos. Além de

pesquisas a artigos e Internet.

VII

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------8

CAPÍTULO I – CONHECENDO A EDUCAÇÃO ----------------------------------11

CAPÍTULO II –A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO-------------------------18

CAPÍTULO III – O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL----------------------26

CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------35

REFERÊNCIAS----------------------------------------------------------------------------37

ÍNDICE---------------------------------------------------------------------------------------39

INTRODUÇÃO

VIII

Nos dias atuais, vivemos na Era da Informação, que é marcada por um

mundo globalizado e competitivo. As pessoas passaram a constituir o principal

patrimônio das organizações, desde o mais simples operário ao seu principal

executivo. O capital humano é o principal diferencial competitivo das organizações

bem-sucedidas. E, desta forma, precisam de pessoas ágeis, empreendedoras,

capacitadas, que produzem e prestam seus serviços de maneira eficiente. E para

que tudo isso ocorra é imprescindível o investimento e a utilização da ferramenta

de treinamento e desenvolvimento de pessoas.

A presente monografia tem como título “treinamento e desenvolvimento de

pessoas”, ao enfatizar treinamento e desenvolvimento, busca-se compreender o

treinamento e desenvolvimento de pessoas no ambiente organizacional, seu

histórico e evolução, sua aplicabilidade nas empresas. Além de mostrar a

importância e vantagens competitivas. Dessa forma, pergunta-se: “Qual a

importância do treinamento e desenvolvimento no ambiente organizacional?”

A área de treinamento e desenvolvimento de pessoas é um tema atraente

para todos os profissionais ligados à gestão de pessoas. Pois está voltada para o

aprendizado, conhecimento e para gerar novas habilidades e atitudes no coletivo

organizacional.

Atualmente observa-se que o conhecimento é o alicerce para que o

processo produtivo se desenvolva, proporcionando sustentabilidade financeira e

competitividade a empresa. Assim, um grande diferencial competitivo das

empresas para destacar-se no mercado é justamente a sua capacidade de

aprendizagem e de criação de novos conhecimentos. Os programas de

treinamentos precisam estar fundamentados numa pedagogia que desenvolva em

seus profissionais a condição de aprender a aprender. Por esse motivo, o estudo

justifica-se por ser um tema ligado diretamente a organização, além de trazer um

IX

maior entendimento e conhecimento do setor. O que provoca reflexões e análise

ao posicionarmos como treinadores.

A partir disso, o presente trabalho pretende abordar a questão do

treinamento e desenvolvimento de pessoas, que tem como objetivo principal

compreender o treinamento e desenvolvimento de pessoas no ambiente

organizacional, mostrando a importância e vantagens competitivas a

organizações.

Para tanto, foi feita uma pesquisa bibliográfica a partir da consulta de livros

de diferentes autores ligada à administração de recursos humanos. Além de

pesquisas a artigos e Internet.

Exemplificando o que será visto neste trabalho pode-se definir treinamento

como a finalidade de melhorar as habilidades dos profissionais no desempenho de

suas funções. Já o desenvolvimento de pessoas está voltado a novos cargos a

serem abertos na organização com novas capacidades e habilidades a serem

aprendidas pelo empregado.

O treinamento e desenvolvimento exercem um papel de fundamental

importância para as organizações, pois está diretamente ligado ao

desenvolvimento da empresa.

Assim, no capítulo 1 – é apresentada uma análise histórica da educação,

fazendo um paralelo com as teorias gerais da administração. Os recursos

humanos acompanham as transformações ocorridas na sociedade, e isso,

provoca mudanças necessárias nas organizações. Já no capítulo 2 – é

conceituados o treinamento, seus processos e sua aplicabilidade nas empresas. O

treinamento está voltado para o condicionamento da pessoa para a execução de

tarefas. Sendo assim, a tarefa deve ser muito bem definida, antes de se iniciar

uma atividade de treinamento. No capítulo 3 – será conceituado o

desenvolvimento de pessoas. O desenvolvimento está dirigido ao crescimento da

pessoa, de modo que possa exercer outras tarefas. E no final são apresentadas

as considerações finais a respeito do trabalho. O treinamento e desenvolvimento

X

tanto enfatizam a tarefa quanto a pessoa que vai realizá-la, buscando um

aprimoramento no resultado final dessa execução.

XI

CAPÍTULO I

1. CONHECENDO A EDUCAÇÃO

Primeiramente, antes de compreender o que é treinamento e

desenvolvimento, faz-se necessário entender a educação como um todo, pois o

T&D estão diretamente ligados à educação. Tudo aliado as Teorias Gerais da

Administração. Pois Segundo Chiavenato (1999), a Administração de Recursos

Humanos consiste no conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir

os aspectos da organização relacionados às “pessoas” ou recursos humanos,

incluindo atividades como: recrutamento e seleção, treinamento, recompensas e

avaliação de desempenho.

A educação sempre esteve ligada à vida e ao trabalho, seja direta ou

indiretamente. Conforme afirma Brandão (2008 P. 14):

O homem que transforma, com o trabalho e a consciência,

partes da natureza em invenções de sua cultura, aprendeu

com o tempo a transformar partes das trocas feitas no interior

desta cultura em situações sociais de aprender-ensinar-e-

aprender: em educação. Na espécie humana a educação

não continua apenas o trabalho da vida. Ela se instala dentro

de um domínio propriamente humano de trocas: de símbolos,

de intenções, de padrões de cultura e de relações de poder.

Mas, a seu modo, ela continua no homem o trabalho da

natureza de fazê-lo evoluir, de torná-lo mais humano.

Na metade do século XVIII a relação trabalho – educação passa por uma

nova determinação. É nesse período que ocorre o surgimento do modo de

produção capitalista. O capitalismo é um sistema econômico caracterizado pela

XII

propriedade privada dos meios de produção e pela existência de mercados livres.

Nascia aí a sociedade industrial. Esta passou do sistema doméstico para o

sistema fabril. Os trabalhadores foram obrigados a saírem do campo para a cidade

por falta de trabalho. E isso faz nascer às grandes cidades industriais. O processo

de transformação dividiu a sociedade em duas novas classes: a burguesia, que

buscava o lucro através de atividades comerciais e industriais e o proletariado,

que é a classe assalariada das fábricas e manufaturas. E devido isso, surge a

Revolução Industrial que ocorreu na Inglaterra, fortalecendo o sistema capitalista e

solidificando suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A Revolução

Industrial modificou o sistema de produção, pois colocou a máquina para fazer o

trabalho que antes era realizado pelos artesões. Mas essa mudança trouxe

grandes perdas para a população, pois aumentou o desemprego, baixos salários e

péssimas condições de trabalho.

No final do século XIX surge a Segunda Revolução Industrial, devido à

grande proporção que a primeira revolução traz. Essa nova revolução promove

uma universalização do processo capitalista marcado por inovações tecnológicas,

industriais e econômicas que passam a englobar outras regiões da Europa.

Já no século XX o sistema de técnica e de trabalho passou a ser o

paradigma fordista. O fordismo significa a fase de desenvolvimento do capitalismo,

que chamamos de “Era do Ouro”. Esse paradigma fordista introduziu mudanças

no papel e na estrutura do Estado, onde este tinha um papel central, como

interventor na economia e nas condições sociais. Foi dado o nome de Estado de

Bem – Estar Social, pois é um estado assistencialista que garante padrões

mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os

cidadãos.

No final do século XX ocorreram significativas mudanças no sistema

produtivo e na estrutura da sociedade, culminando a Terceira Revolução Industrial

e o modelo de produção flexível, o toyotismo. Nele os trabalhadores tornam-se

especialistas multifuncionais. Eles são responsáveis pela qualidade e possuíam

autonomia para a produção no caso de problemas nos produtos. Mas com todas

XIII

essas condições, exige-se um trabalhador mais qualificado, onde prevalece a

empregabilidade, ou seja, um esforço sincero e orientado de fazer o melhor

possível nas três áreas de êxito de uma organização: produtividade, relações e

qualidade, e o modelo de competência, um saber agir responsável e reconhecido,

que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades,

que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.

Nesse momento, a educação faz um paralelo com as Teorias Gerais da

Administração. Onde o mundo das organizações está mudando com muita

rapidez. E tal mudança vem apresentando uma velocidade e profundidade cada

vez maior. Conforme Chiavenato (1989 P. 19):

As organizações existem desde os primórdios da

humanidade: os antigos babilônicos, fenícios, caldeus,

assírios, sumérios, egípcios, gregos e romanos tinham as

suas organizações. Durante séculos, as organizações se

desenvolveram de maneira lenta e gradativa. Porém, foi com

a Revolução Industrial, que ocorreu inicialmente na

Inglaterra, a partir de 1776, e que se espalhou rapidamente

pela Europa e pelos Estados Unidos, que as organizações e

principalmente, as empresas sofreram uma brutal e rápida

transformação. No decorrer de 130 anos, a Revolução

Industrial, provocou a substituição das pequenas oficinas

artesanais pelas modernas fábricas e usinas de hoje.

Nesse contexto, podemos visualizar as organizações passando do velho

modelo, no qual os investimentos entravam numa espécie de caixa-preta e dela

originavam-se os produtos finais e que prevalecia o capital físico, para um modelo

dinâmico que reconhece a formação do material intelectual, dos relacionamentos e

dos processos.

XIV

O mercado cada vez mais competitivo em face da globalização e do

extraordinário avanço tecnológico levou as organizações a tornarem-se cada vez

mais dependentes da qualidade do conhecimento que aplicam em seus processos

empresariais. O desafio de utilizar o conhecimento residente na empresa, com o

objetivo de criar vantagens competitivas tornam-se mais e mais um ponto decisivo

para sua sobrevivência. Isso tudo, é o que chamamos de capital humano, ou seja,

pessoas estudadas e especializadas para assumir tal função dentro das

organizações.

De acordo com Chiavenato (2000, p. 44), “uma organização nunca constitui

uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a

mudanças”. As organizações empresariais precisam estar em pleno processo de

transformação, ou seja, a construção do conhecimento é fundamental para o

acompanhamento do rítimo acelerado das mudanças. Onde na sociedade do

conhecimento a educação passa a ser universal e os níveis de educação crescem

para novas áreas do conhecimento, requerendo mais treinamento e educação

atualizada para sua aplicação. Com isso, as organizações criam estratégias para

atender melhor seus clientes.

1.1 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

De um modo geral, a administração de Recursos Humanos passou por três

fases dentro das organizações. E elas são: a Era da Industrialização Clássica, Era

da Industrialização neoclássica e Era da Informação.

Era da Industrialização Clássica (1900 – 1950), é marcada pelo movimento

da administração científica, baseada nas experiências de Taylor e Fayol. As

atividades da Administração de Recursos Humanos, denominada de Relações

Industriais, caracterizava-se pela industrialização; divisão do trabalho; muitos

níveis hierárquicos e coordenação centralizada; departamentalização funcional

para assegurar a especialização; padrões rígidos de comunicação e cargos

definitivos e limitados; pequena capacidade de processamento de informações;

XV

cargos individuais especializados com tarefas simples e repetitivas; ênfase na

eficiência da produção, no método e na rotina; adequado para o ambiente estável

e imutável e tecnologia fixa e permanente; nenhuma capacidade para mudança e

inovação; estabilidade; poucas mudanças; previsibilidade. As pessoas eram vistas

como recursos de produção, ou seja, mão de obra. Foi o tempo do Departamento

Pessoal.

Era da Industrialização Neoclássica (1950 – 1990), começa-se a falar em

administração de Recursos Humanos na década de 60, quando essa expressão

passou a substituir as relações industriais. A partir daí, o foco passou para o

desenvolvimento industrial; aumento da mudança; fim da previsibilidade; inovação;

desenho híbrido, estrutura funcional acoplada à estrutura de produtos\serviços e

projeto\ sistema; coordenação descentralizada sob dupla subordinação;

autoridade funcional e autoridade de projeto (produto \ serviço); padrões duplos de

interação em cargos mutáveis e inovadores; aumento da capacidade de

processamento de informação; cargos adequados para as tarefas mais complexas

e inovadoras; ideal para ambiente instável e mutável e tecnologia mutável;

razoável capacidade para mudança. As pessoas eram vistas como recursos

organizacionais que devem ser administrados. Ênfase nos objetivos

organizacionais para dirigir as pessoas. Pessoas como Recursos Humanos.

Era da Informação (1990 até Hoje), agora o foco passou para a tecnologia

da informação; serviços; aceleração da mudança; imprevisibilidade; instabilidade e

incerteza; ênfase em equipes autônomas e não mais em órgãos e departamentos;

elevada interdependência entre redes internas de equipes; organização ágil,

maleável, fluida, simples e inovadora; intensa interação através de cargos

autodefinidos e mutáveis; cargos flexíveis e adequados a tarefas complexas e

variadas; capacidade expandida de processamento da informação; ênfase na

mudança, na criatividade e na inovação; ideal para ambiente mutável e dinâmico e

tecnologia de ponta. É a era da Gestão de Pessoas, onde o colaborador passa a

ser chamado de Capital Intelectual.

XVI

Vale ressaltar que, o século XXI é considerado o século da globalização, ou

seja, voltado para o conhecimento, onde as transformações constituem-se como

principal ferramenta para a sobrevivência do ser humano. Cada vez mais, as

relações de trabalho estão mais competitivas. O mercado exige profissionais

altamente capacitados que atendam as expectativas da sociedade em

transformação. Com isso, as empresas passam a perceber que o maior

investimento para tornarem-se competitivas é investir nos seus próprios

funcionários. Dessa maneira, a aprendizagem proporcionará a empresa mais

estabilidade e competência. Pois segundo Lopes (2007 P. 26 – 27):

Os meios de produção não se encontram mais na maciça

maquinaria da era das chaminés. Eles estão, em vez disso,

estalando no interior do crânio do empregado, onde a

sociedade irá encontrar a mais importante fonte individual de

riqueza e de poder futuros.

Então, o papel da Educação diante dessas mudanças de comportamento

nas organizações tem a ver com um novo modelo de racionalização dos

processos produtivos, como reorganização do trabalho, requalificação profissional,

desenvolvimento de novas competências, flexibilidade do processo produtivo,

entre outros. Cabe à Educação proporcionar ao indivíduo um bom domínio da

linguagem oral, escrita e corporal, favorecer a flexibilidade mental, agilidade de

raciocínio, capacidade de abstração e análise.

O que percebemos é que o capital mudou, antes era os senhores de

engenho (donos da terra), depois os industriais e nos dias atuais os detentores do

conhecimento.

Pensando nisso Nogueira (2005) afirma que, treinar significa oferecer

oportunidades para que as pessoas possam freqüentemente refletir sobre seus

significados e exercitar seu lado crítico, profissionalizando-se, assim, diante das

circunstâncias empresariais e de seu projeto de vida.

XVII

Fatores como motivação, expectativas, valores, conformismo, além das

teorias de comportamento organizacional, começaram a ser relacionado com o

desempenho, o que justificou a divisão da capacitação profissional em dois

processos distintos: Treinamento e desenvolvimento.

Segundo Chiavenato (2006) o desenvolvimento profissional é a educação

que visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar a pessoa para seu crescimento

profissional em uma determinada carreira dentro da organização ou para que se

torne mais eficiente e produtivo em seu cargo. Portanto, capacitar não significa

apenas dar mais informações e desenvolver habilidades, mas ser mais identificado

com a empresa.

O processo de capacitação das pessoas tem por missão ensiná-las a

pensar, a reelaborar a fazer autocrítica. Os indivíduos não só precisam saber

“como fazer”, mas também conhecer o “por quê do como fazer”.

Assim, ao se pensar no desenvolvimento do sujeito, enquanto ator

organizacional, exige um vasto conhecimento sobre as demandas da sociedade

atual e, especialmente, das múltiplas facetas da dinâmica organizacional que dão

suporte às ações de formação e desenvolvimento profissional.

Nos próximos capítulos iremos abordar melhor o que é T&D.

XVIII

CAPÍTULO II

2. A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO

Como vimos anteriormente, a educação é um processo amplo que permite

ao indivíduo desenvolver-se como um todo e em todas as suas dimensões. Esse

processo acompanha o ser humano em toda a sua trajetória de vida e

compreende, aspectos individuais e sociais. Nesse contexto, observa-se a

dimensão educativa do treinamento. Onde tanto a educação como o treinamento

constituem-se como processos intercomplementares cujos objetivos buscam muito

mais do que acumular técnicas ou conhecimentos, mas, acima de tudo, promover

mudanças de atitudes mais amplas.

Ainda assim, no cenário atual muitas pessoas vêem o treinamento como

uma tarefa desnecessária no dia a dia do trabalho. Isso muitas vezes, está

associado com a imagem que muitos colaboradores tem de uma sala de aula com

professor e avaliação. Mais apesar disso, temos que mostrar que o treinamento é

necessário para a sobrevivência das empresas, além de proporcionar melhor

conhecimento para os colaboradores.

Entende-se que treinamento tem como finalidade melhorar o

desenvolvimento profissional do ser humano na sua organização, e no

desempenho das suas funções além de ser o processo que visa à preparação e

ao aperfeiçoamento das habilidades e dos conhecimentos dos funcionários de

uma organização.

De acordo com Ribeiro (2008, p. 65),

Treinamento é o conjunto de procedimentos formais que uma

empresa utiliza para facilitar a aprendizagem de seus

funcionários, de forma que sua conduta resultante contribua

para a consecução dos objetivos e fins da organização.

XIX

Na visão de Chiavenato (2010) o treinamento é um processo educacional

de curto prazo e aplicado de maneira sistemática e organizada, por meio do qual

as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e competências em função de

objetivos previamente definidos. Objetivos estes que podemos classificar em dois

tipos: objetivos específicos e objetivos genéricos.

Os objetivos específicos devem ser realizados com treinamentos claros e

precisos de acordo com as necessidades estabelecidas, sendo eles com formação

profissional, especialização ou reciclagem.

Marras (2000) diz que os objetivos específicos a qualificação do profissional

e seus conhecimentos e dentre eles destaca-se:

• Formação profissional: capacita determinada profissão repassando

seus conhecimentos e práticas para um bom desenvolvimento

profissional;

• Especialização: treinamento abordando o conhecimento ou a prática

adquirida dentro da área de trabalho chegando aos resultados;

• Reciclagem: rever todos os seus conhecimentos ou práticas do seu

trabalho, atualizando de acordo com as necessidades.

Os objetivos genéricos são aqueles que trazem a oportunidade de levar ao

empregado a desenvolver sua motivação dentro da organização. Onde a

motivação é um dos grandes segredos de qualquer planejamento em nível

operacional em uma organização, pois busca a melhoria e o aumento da

produtividade.

Podemos dizer que o treinamento é orientado para o presente, focalizando

o cargo atual e buscando melhorar aquelas habilidades e competências

relacionadas como desempenho imediato do cargo. Ou seja, ele nos dá uma

resposta imediata.

Para Ribeiro (2008) quando devidamente implantado, o treinamento

proporciona inúmeras vantagens, que são:

XX

• Aumento da produtividade em menor espaço de tempo;

• Funciona como forma de diagnóstico permanente das necessidades

de formação/ treinamento;

• Permite um acompanhamento mais preciso dos desempenhos

individuais e grupais;

• Oferece feedback permanente;

• Aprimora aspectos relacionais e motivacionais;

• Oferece oportunidade de valorização do aprendiz;

• Contribui para a diminuição dos desperdícios quer na utilização dos

equipamentos, quer na utilização do tempo;

• Permite identificar as potencialidades e os talentos.

2.1 – ETAPAS DO TREINAMENTO

Segundo Chiavenato (1999), o treinamento é um processo cíclico e

contínuo, que envolve basicamente quatro etapas, conforme é visto na

Figura 2: Diagnóstico; Desenho do programa de treinamento; Aplicação ou

Implementação e Avaliação e Acompanhamento. Essas etapas precisam

ser complementadas com novas habilidades e competências para garantir a

sobrevivência e competitividade da organização.

2.1.1. DIAGNÓSTICO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO

O levantamento das necessidades é o primeiro passo no processo do

sistema de treinamento e desenvolvimento. O diagnóstico visa levantar as

necessidades passadas, presentes e futuras por meio de pesquisas internas que

buscam informações relevantes, na qual se tem uma percepção dos problemas

provocados pela carência de treinamento.

XXI

Segundo Marras (2001, p. 150) “o levantamento das necessidades

responde basicamente a duas questões iniciais”:

1- Quem deve ser treinado?

2- O que deve ser aprendido?

Chiavenato (2000, p. 508) acrescenta que, “o levantamento de necessidade

de treinamento deve fornecer as seguintes informações para que possa traçar a

programação de treinamento”.

O que deve ser ensinado?

Quem deve aprender?

Quando deve ser ensinado?

Onde deve ser ensinado?

Como se deve ensinar?

Quem deve ensinar?

As necessidades serão descobertas de acordo com a atividade da

empresa. Por esse motivo, o levantamento deve ser contínuo e constante dentro

das organizações, pois as organizações devem se adequar as constantes

mudanças do mercado.

O levantamento das necessidades de treinamento pode ser feita através de

quatro níveis de análise: a análise organizacional, análise dos recursos humanos,

análise da estrutura de cargos e análise do treinamento.

• Análise Organizacional: Faz um diagnóstico de toda organização,

para verificar todos os aspectos da missão, da visão e dos objetivos

estratégicos que o treinamento deve atender;

• Análise dos Recursos Humanos: mostra o perfil das pessoas,

determinando seus comportamentos, atitudes, conhecimentos e

competências, para que as pessoas possam contribuir para os

objetivos da organização;

XXII

• Análise da Estrutura de Cargos: aborda quais as habilidades,

destrezas e competências que as pessoas deverão desenvolver para

desempenhar os cargos;

• Análise do Treinamento: a partir dos objetivos e das metas deverão

ser utilizados os critérios de avaliação para determinar a eficiência e

a eficácia do treinamento.

2.1.2. DESENHO DO PROGRAMA DE TREINAMENTO

A segundo etapa do processo é o desenho que refere-se ao planejamento

das ações de treinamento. Com isso, entende-se que planejar o treinamento é

definir o seu objetivo e a abordagem necessária para a sua realização.

Gil (1994, p. 70) aborda que o planejamento:

É um processo desenvolvido a partir da realidade fornecida

pelo diagnóstico e que visa proporcionar com a máxima

eficácia possível o desencadeamento das ações necessárias

para o alcance dos objetivos pretendidos.

Para realizar um treinamento é necessário verificar as prioridades e ações

que serão realizadas. Para tanto, é preciso definir os recursos necessários,

fazendo assim as seguintes perguntas:

Quem vai ser o instrutor?

Quais equipamentos serão utilizados (vídeos, data show, apostilas, entre

outros.)?

2.1.3. APLICAÇÃO OU IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE

TREINAMENTO

XXIII

A aplicação ou implementação é a terceira etapa do processo. Entende-se

que é a realização do treinamento após todo o processo de levantamento e

planejamento.

A partir disso, temos diferentes tipos de treinamento, a saber:

• O treinamento de integração visa a adaptar o colaborador a

organização;

• O treinamento técnico – operacional visa capacitar o colaborador a

desempenhar as tarefas específicas do seu cargo;

• O treinamento gerencial visa a desenvolver competência técnica,

administrativa e comportamental;

• O treinamento comportamental visa a solucionar os problemas de

relacionamento em situações de trabalho.

Além dos tipos, existem também as técnicas de treinamento que são:

• Leitura – é um meio de comunicação, onde o instrutor apresenta

verbalmente uma informação para o ouvinte;

• Instrução programada – é uma técnica que transmite informação,

mais sem a presença ou intervenção do instrutor humano;

• Treinamento em classe – é o treinamento fora do local de trabalho,

ou seja, dentro da sala de aula;

• E – learning – refere-se ao treinamento feito pela Internet, ou seja,

saindo do paradigma tradicional. Além disso, traz algumas vantagens

como: baixo custo, melhora a reatividade do negócio, pode ser

consistente ou customizado, pode ser atualizado instantaneamente e

pode ser acessado a qualquer tempo e lugar;

XXIV

2.1.4. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE TREINAMENTO

É a etapa final do processo de treinamento. Verifica-se com ela se o

treinamento atendeu as necessidades das organizações, das pessoas e dos

clientes.

Para Chiavenato (2004), os programas de treinamento representam um

programa em custo, incluindo materiais, tempo do instrutor, perdas de produção

enquanto os indivíduos estão sendo treinados e não desempenhando seus

cargos, requerendo-se um retorno razoável deste investimento.

Pensando nisso, o mesmo autor define as principais medidas para avaliar o

treinamento:

• Custo: é o valor investido no programa;

• Qualidade: é como o programa atendeu as expectativas;

• Serviço: se o programa atendeu as necessidades dos participantes;

• Rapidez: como o programa se ajustou aos novos desafios

oferecidos;

• Resultados: quais os resultados oferecidos pelo programa.

Além das medidas de avaliação, o treinamento também conta com três

formas de avaliação do programa de treinamento:

• Avaliação do Aprendizado: trata-se de verificar o quanto foi

assimilado no processo de ensino-aprendizagem. Poderá ser

aplicado exercício ou questionário;

• Avaliação de Reação: visa a conhecer a opinião do grupo sobre o

curso nos seus mais diversos aspectos. Serve de feedback para o

aprimoramento dos programas de treinamento;

XXV

• Avaliação dos Resultados do Treinamento: trata-se de apurar até

que ponto o treinamento produz as modificações desejadas e se os

resultados obtidos contribuíram para os objetivos da organização.

Chiavenato expõem outra maneira que serve de avaliação do resultado de

treinamento, que são:

• Aumento da produtividade;

• Melhorias na qualidade do resultado;

• Redução dos custos;

• Otimização da eficiência;

• Otimização da eficácia;

• Modificação percebida das atitudes e dos comportamentos;

• Elevação do saber (conhecimento, conscientização);

• Aumento das habilidades;

• Redução do índice de acidentes;

• Melhoria no clima organizacional;

• Aumento da motivação pessoal;

• Redução do absenteísmo.

Após a realização do treinamento, o empregado aprende tudo sobre suas

necessidades e atividades da empresa, onde possibilita utilizar os seus

conhecimentos para o crescimento da organização.

Tudo isso, torna-se necessário e válido a medida em que esses processos

tenham continuidade. É o que chamamos de desenvolvimento de pessoal.

XXVI

CAPÍTULO III

3. O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL

De acordo com Chiavenato, a organização é uma combinação de esforços

individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Ela é formada pela

soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e

outros. A organização então, é o resultado da combinação de todos esses

elementos em direção a um objetivo comum.

Para o autor (2000 p. 348):

As organizações constituem a forma dominante de instituição

da moderna sociedade: são a manifestação de uma

sociedade altamente especializada e interdependente, que

se caracteriza por um crescente padrão de vida. As

organizações permeiam todos os aspectos da vida moderna

e envolvem a participação de numerosas pessoas. Cada

organização é limitada por recursos escassos, e por isso não

pode tirar vantagens de todas as oportunidades que surgem:

daí o problema de determinar a melhor alocação de recursos.

A eficiência é obtida quando a organização aplica seus

recursos naquela alternativa que produz o melhor resultado.

3.1. TIPOS DE ORGANIZAÇÃO

Segundo Chiavenato (2002), as organizações apresentam vários tipos.

Entre eles são: a organização Linear, a Funcional e a Linha de Staff.

XXVII

• Organização Linear: é a estrutura mais simples/ antiga. É baseada

na hierarquia e na unidade de comando. Chamada de linear porque

entre cada superior e subordinado há uma linha direta e única de

autoridade e responsabilidade.

• Organização Funcional: Baseia-se na especialização e supervisão. É

chamada de funcional porque cada pessoa se subordina a vários

chefes, cada qual especializado em uma atividade funcional.

• Organização Linha Staff: É uma organização mista, pois reúne

características da organização linear e da funcional, com predomínio

da autoridade linear e da prestação de serviço da funcional. É o tipo

de organização utilizado pelas grandes empresas.

Como vimos, no paradigma flexível enfatiza-se a organização do trabalho

através de processos. Assim, a gestão de pessoas deixa de ser implementada

através das funções, tais como: descrição e análise de cargos, recrutamento,

seleção, avaliação de desempenho etc., para organiza-se por meio dos processos

(conjunto de fases planejadas, definidas, interligadas e interdependentes

necessárias ao desenvolvimento de uma ação ou projeto ou alcance de um

determinado objetivo). Com os processos, o RH passa a focalizar como agregar

pessoas, aplicar pessoas, desenvolver pessoas, manter pessoas e assim por

diante. Chiavenato (1999, p. 12) estabelece um conjunto de processos que

delimita a atuação da gestão de pessoas:

1- Processo de agregar pessoas: são os processos

utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Porém ser

denominados processos de provisão ou de suprimento de

pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas.

2- Processo de aplicar pessoas: são os processos

utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão

realizar na empresa, orientar e acompanhar seu

desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de

XXVIII

cargos, análise e descrição de cargos, orientação das

pessoas e avaliação de desempenho.

3- Processo de recompensar pessoas: são os processos

utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas

necessidades individuais mais elevadas. Incluem

recompensas, remuneração e benefícios e serviços sociais.

4- Processo de desenvolver pessoas: são os processos

utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento

profissional e pessoal. Incluem treinamento e

desenvolvimento das pessoas, programas de mudanças e

desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação e

consonância.

5- Processo de manter pessoas: são os processos

utilizados para criar condições ambientais e psicológicas

satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem

administração da disciplina, higiene, segurança e qualidade

de vida e manutenção de relações sindicais.

6- Processo de monitorar pessoas: são os processos

utilizados para acompanhar e controlar as atividades das

pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e

sistemas de informações gerenciais.

Com as transformações no modo de produção, passa-se a disseminar a

função de RH por toda organização e não mais mantê-la como responsabilidade

de um único departamento ou área. A gestão de pessoas deve elaborar

estratégias de forma a interagir com a estratégia mais ampla da empresa,

voltando-se para o futuro.

Neste momento vemos a aprendizagem nas organizações se constituindo

em um recurso para o desenvolvimento de habilidades individuais e significa

qualquer mudança relativamente permanente no comportamento, que ocorra

XXIX

como resultado de uma experiência. Na organização a aprendizagem poderá

significar mudanças comportamentais em todos os membros, mediante a

apresentação de fatos novos, estímulos e reação diante de situações inesperadas,

observação e experiências com os próprios erros.

As organizações estão bastante interessadas na “construção do

conhecimento” pelos seus colaboradores e pela construção do conhecimento pela

própria organização. Isso porque, atualmente tudo depende do conhecimento:

pensar, raciocinar, decidir, fazer. O conhecimento significa uma informação

estruturada e capaz de gerar e agregar valor. Também pode ser o que a

organização sabe e conhece, continuamente agregado a partir de fontes internas

e externas por anos ou décadas.

Mas o conhecimento não é formado por acaso. Ele precisa ser

administrado. É aí que entra a Gestão do Conhecimento. Este segundo

Chiavenato (2010) é o processo através do qual as organizações geram valor a

partir de seu capital ou ativos intelectuais. Ou seja, o capital intelectual representa

o processo de conhecimentos gerados pela organização e expressos como:

• Tecnologia: patentes, processos, produtos e serviços;

• Informação: conhecimento de clientes, fornecedores, oportunidades;

• Habilidades desenvolvidas pelos colaboradores;

• Solução de problemas em equipe, comunicação, gestão de conflitos,

desenvolvimento de inteligência.

Chiavenato (2010) expõem três principais desafios para a Gestão do

Conhecimento, que são:

• Criar uma infra-estrutura administrativa do conhecimento: Essa tarefa

envolve a construção de redes, bancos de dados, etc.;

XXX

• Construir uma cultura do conhecimento: Derrubar barreiras e criar

mecanismos para o desenvolvimento e manutenção do

conhecimento nos vários departamentos da organização;

• Administrar resultados: É saber qual é a melhor forma de gestão do

conhecimento que ajuda a ganhar dinheiro e documentar o impacto

econômico.

De acordo com Zabot (2002), a Gestão do Conhecimento esta na

capacidade de relacionar informações estruturadas e não estruturadas com regras

modificadas e aplicadas pelas pessoas na empresa, requerendo dois tipos de

conhecimento existentes nas organizações: o conhecimento explícito e o

conhecimento tácito.

O conhecimento explícito é aquele que está registrado, seja em

computadores, manuais, entre outros, e pode ser facilmente processado ou

armazenado. Já o conhecimento tácito é aquele contido e decorrente das ações,

emoções, valores ou idéias dos indivíduos.

O desenvolvimento de pessoas está mais relacionado com a educação e

com a orientação para o futuro. Em relação à educação, as atividades de

desenvolvimento pessoal que estão relacionadas com os processos mais

profundos de formação da personalidade e da melhoria da capacidade de

compreender e interpretar o conhecimento, do que com a repartição de um

conjunto de fatos e informações a respeito de habilidades motoras ou executoras.

O desenvolvimento está mais focalizado no crescimento pessoal do colaborador e

visa à carreira futura e não apenas o cargo atual.

Chiavenato (2010) explica, que todas as pessoas independentemente de

suas diferenças individuais, podem e devem se desenvolver. O que na era

tradicional, o desenvolvimento era restrito apenas para os níveis mais elevados,

hoje, as organizações estão exigindo novas habilidades, conhecimentos e

competências nas pessoas, fazendo com que elas se desenvolvam por si

XXXI

mesmas. Com isso, podemos dizer que o desenvolvimento passou a envolver a

totalidade dos colaboradores.

A partir disso, existem técnicas de desenvolvimento de habilidades

pessoais no cargo, como: rotação de cargos, posições de assessoria e atribuições

de comissões. E também fora do cargo: cursos e seminários, exercícios de

simulação e treinamento fora da empresa.

3.2. MÉTODOS DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS

• Rotação de Cargos: significa a movimentação das pessoas em várias

posições na organização no esforço de expandir suas habilidades,

conhecimentos e capacidades. Esta rotação pode ser vertical, uma

promoção provisória ou horizontal, que funciona como uma transferência

lateral de curto prazo para absorção de conhecimentos e experiências.

Essa técnica permite o aumento das experiências individuais e estimula o

desenvolvimento de novas idéias.

• Posições de Assessoria: significa dar a oportunidade para que uma pessoa

com elevado potencial trabalhe provisoriamente sob a supervisão de um

gerente para ganhar experiência e novos conhecimentos com apoio direto.

• Aprendizagem Prática: o treinando se dedica a um trabalho de tempo

integral para analisar e resolver problemas em certos projetos ou em

outros departamentos.

• Atribuições de Comissões: significa a pessoa participar de comissões de

trabalho compartilhando da tomada de decisões, aprender pela observação

dos outros e pesquisar problemas específicos da organização.

• Participação em Cursos e Seminários Externos: É uma forma tradicional de

desenvolvimento através de cursos formais de leitura e seminários.

Geralmente são investimentos altos das empresas e os cursos são de

grande qualidades.

XXXII

• Exercícios de Simulação: os exercícios de simulação incluem estudos de

casos, jogos de empresas, simulação de papéis.

• Treinamento Outdoor Fora da Empresa: muitas vezes é organizado por

empresas especializadas onde todo um programa é preparado para uma

competição onde as pessoas precisam trabalhar em equipes.

• Estudo de Casos: é um método onde a pessoa se defronta com uma

descrição escrito de um problema organizacional para ser analisado e

resolvido.

• Jogos de Empresas: são técnicas na qual equipes de funcionários ou de

gerentes competem umas com as outras tomando decisões

computadorizadas a respeito de situações reais ou simuladas de

empresas.

• Centro de Desenvolvimentos Internos: são setores físicos ou virtuais dentro

das empresas que armazenam conhecimentos aplicáveis a favor dos

funcionários, como as universidades corporativas.

• Coaching: o gerente pode integrar vários papéis como líder renovador,

preparador, orientador e impulsionador para se transformar em um coach.

Para o desenvolvimento fora do cargo, Chiavenato (2010), apresenta duas

técnicas principais: Tutoria e Aconselhamento de Funcionários. A tutoria é o

método que os funcionários cotados para promoção aos níveis mais altos

recebem tutores para auxiliá-los na nova função. Já no Aconselhamento de

Funcionários, o gerente auxilia um funcionário no desempenho do seu cargo.

O desenvolvimento de pessoas está intimamente relacionado com o

desenvolvimento de carreiras. Onde a carreira pressupõe um desenvolvimento

profissional gradativo e cargos crescentemente mais elevados e complexos. O

desenvolvimento de carreiras ocorre quando as organizações conseguem

integrar o processo com outros programas, como é o caso do T&D.

As principais ferramentas utilizadas pelas organizações para o

desenvolvimento de carreiras são:

XXXIII

• Centros de avaliação: Utilizam as mesmas técnicas da seleção de

pessoas.

• Testes psicológicos: os mesmos testes da seleção de pessoas.

• Avaliação de desempenho: é uma outra fonte de informação valiosa.

• Projeções de promovabilidade: são julgamentos feitos pelos gerentes

quanto ao avanço potencial de seus subordinados.

• Planejamento de sucessão: focaliza o preparo das pessoas para

preencher posições mais complexas na medida em que se tornam

vagas.

Vale ressaltar que o T&D lidam com a mudança das pessoas, isto é, com a

aprendizagem no nível individual. A partir disso, tem-se uma mudança no nível

organizacional. Ou seja, a aprendizagem no nível de toda organização.

O desenvolvimento organizacional, segundo Chiavenato (2010), é uma

abordagem de mudança organizacional na qual os próprios colaboradores

formulam a mudança necessária e a implementam através da assistência de um

consultor interno ou externo.

Ele apresenta as seguintes características: é baseado na pesquisa e ação e

aplica conhecimentos das ciências comportamentais. Além de ser um processo

dinâmico composto de três fases distintas:

• Diagnóstico: é uma percepção a respeito da necessidade de mudança

na organização ou em parte dela. Deve ser obtido através de

entrevistas ou pesquisas.

• Intervenção: é uma ação para alterar a situação atual.

• Reforço: é um esforço para estabilizar e manter a nova situação,

através de retroação. É obtido através de reuniões e avaliações

periódicas que servem de retroinformação a respeito da mudança

alcançada.

XXXIV

Contudo ao desenvolver-se a pessoa desenvolve a organização. Por esse

motivo, o T&D requer esforços maiores de desenvolvimento organizacional.

XXXV

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da atual realidade em que se encontra a sociedade, a educação tem

se transformado numa peça fundamental, para enfrentar os desafios que se

articulam dentro dela, desafios estes gerados pela globalização, avanço

tecnológico e era da informação. A educação também é peça fundamental para

transformar a situação de miséria, tanto intelectual quanto econômica, social e

política do povo. Assim, possibilita a transformação da sociedade numa sociedade

mais justa e igualitária.

A partir disso, vemos que atualmente não se pode mais dividir a educação

do trabalho. Pois o conhecimento dentro das organizações faz com que o ser

humano pense, sinta, compreenda e realize ações. Assim, é necessário que as

políticas trabalhistas caminhem junto com as políticas educacionais, de modo que

o conhecimento possa se enquadrar dentro das organizações.

O treinamento e desenvolvimento (T&D) constituem processos de

aprendizagem, isto é, de alteração comportamental das pessoas por meio de

quatro tipos de mudanças: transmissão de informações, desenvolvimento de

habilidades, de atitudes e de conceitos. Onde em um mundo caracterizado por um

ambiente instável e sujeito a mudanças imprevisíveis, as organizações precisam

ser ágeis e flexíveis.

A empresa que investe em treinamento para seus colaboradores, investe

em si mesma e acredita no seu potencial. O treinamento é um processo pelo qual

a pessoa é preparada para desempenhar de maneira excelente as tarefas

específicas do cargo que deve ocupar e também desenvolver competências nas

pessoas para que se tornem cada vez mais valiosas.

Conclui-se com este trabalho, que a construção do conhecimento é uma

tarefa importante que exige dedicação. Pois a aprendizagem organizacional

constitui a palavra de ordem nas organizações bem-sucedidas para promover a

XXXVI

mudança. E esta impõe novas práticas e novas soluções e exige o

desenvolvimento de pessoas.

XXXVII

BIBLIOGRAFIA

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo: Brasiliense, 2008.

CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Organização e Técnica Comercial. São

Paulo: MCGraw, 1989.

---------------------------------. Gestão de Pessoas: O novo papel dos Recursos

Humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999.

---------------------------------. Gestão de Pessoas: O novo papel dos Recursos

Humanos nas organizações. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999.

---------------------------------. Administração – Teoria, processo e prática. São

Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000.

-------------------------------. Treinamento e Desenvolvimento de Recursos

Humanos: como incrementar talentos na empresa. 6ª. Ed., São Paulo: Atlas,

2006.

GIL, Antonio Carlos. Administração de Recursos Humanos: um enfoque

profissional. São Paulo: Atlas, 1994.

LOPES, Izolda (org.); TRINDADE, Ana Beatriz; CADINHA, Márcia Alvim.

Pedagogia Empresarial: formas e contexto de atuação. Rio de Janeiro, Wak

Editora, 2007.

XXXVIII

MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos: Do Operacional ao

Estratégico. 4ª ed. São Paulo: Futura, 2001.

NOGUEIRA, Rodrigo dos Santos. A importância do pedagogo na empresa.

Pedagogia em Foco. Rio de Janeiro, 2005.

RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia Empresarial: atuação do

pedagogo na empresa. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2003.

XXXIX

ÍNDICE

INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------8

CAPÍTULO I – CONHECENDO A EDUCAÇÃO ----------------------------------11

1.1 – Administração de Recursos Humanos----------------------------------------14

CAPÍTULO II –A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO-------------------------18

2.1 – Etapas do Treinamento---------------------------------------------------------20

2.1.1. Diagnóstico das Necessidades de Treinamento---------------------------20

2.1.2 – Desenho do Programa de Treinamento------------------------------------22

2.1.3 – Aplicação ou Implementação do Programa de Treinamento---------22

2.1.4 – Avaliação do Programa de Treinamento-----------------------------------24

CAPÍTULO III – O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL----------------------26

3.1. Tipos de Organizações-------------------------------------------------------------26

3.2. Métodos de Desenvolvimento de Pessoas------------------------------------31

CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------35

REFERÊNCIAS----------------------------------------------------------------------------37