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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO DO NEUROCIENTISTA
NA EQUIPE PEDAGÓGICA
Por: Josiene Ruiz de Carvalho Cavalcanti
Orientador
Prof. Mary Sue
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO DO NEUROCIENTISTA
NA EQUIPE PEDAGÓGICA
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Neurociência
Pedagógica.
Por: Josiene Ruiz de Carvalho Cavalcanti
3
AGRADECIMENTOS
A DEUS PAI, criador dos céus e da
terra, pelo fôlego e dom da vida.
A JESUS, meu Salvador, meu único e
fiel amigo, minha vida, meu TUDO!
Ao Espírito Santo, por toda revelação e
inspiração.
À minha amada filha Isadora, meu
presente de DEUS.
Ao meu marido, meu grande amor, por
toda paciência e compreensão.
À minha mãe querida, por toda
admiração.
Aos meus familiares pelo apoio.
Aos amigos Rafael e Vanessa pelo
total incentivo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho à minha filha
Isadora, como exemplo de que é possível
ser o que sonhamos.
5
RESUMO
O presente trabalho tem como finalidade apontar a importância de um
especialista em Neurociência atuar na Equipe Pedagógica de instituições
educacionais.
Pretende, ainda, refletir sobre a necessidade dessa equipe de
profissionais pautarem sua práxis em mecanismos de aprendizagem com base
no desenvolvimento intelectual, sabendo-se que toda e qualquer ação
comportamental do educando é fruto de uma atividade cerebral e, portanto,
importante de ser observada.
O estudo conclui que o Neurocientista Pedagógico é um profissional
altamente qualificado para atuar na Equipe Pedagógica, pois, além de
compreender todo o mecanismo do sistema nervoso central, comum a todos
os cérebros e base para todo o desenvolvimento intelectual, tais como os
sentidos, a memória, a emoção, o medo, o sono e etc., ele é apto a realizar
propostas educativas que levem em conta a individualidade de cada educando
como um ser com habilidade e potencial únicos. Todavia faz-se necessário que
as instituições educacionais reconheçam essa relevante contribuição, o
integrando efetivamente em suas Equipes Pedagógicas.
6
METODOLOGIA
O presente trabalho tem como procedimento a pesquisa bibliográfica
que será realizada em livros, periódicos, sites da internet e artigos. Será
embasado em fontes bibliográficas relevantes para um trabalho bem
estruturado.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Fundamentos da Neurociência 10
Atribuições de um Neurocientista 17 CAPÍTULO II - Conceito e atribuições de uma Equipe Pedagógica 22
Ações de um Neurocientista na Equipe Pedagógica 27 CAPÍTULO III - A importância da integração de um Neurocientista
na Equipe Pedagógica 33
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 33
FOLHA DE AVALIAÇÃO 34
8
INTRODUÇÃO
Educar é uma tarefa complexa e que requer de seus educadores, dentre
os diversos fatores, a competência (formação) e a dedicação.
Vivemos num mundo que se transforma a cada dia. As necessidades de
hoje serão modificadas pelas necessidades do amanhã, devido aos diversos
interesses que movem cada sociedade. O maior desafio, no entanto, é planejar
uma educação capaz de preparar o educando para essas transformações.
No contexto escolar, o educador é o mediador entre o objeto do saber e
o sujeito, para que este possa ser autor do seu próprio conhecimento. Uma
aprendizagem eficiente é aquela construída sobre a base da crítica e da
reflexão sobre o objeto do conhecimento, e dessa forma, então, proporcionar
ao sujeito a capacidade de perceber o mundo que o cerca e seu significado
nesse contexto.
Uma escola bem sucedida possui em seu currículo uma Equipe
Pedagógica composta pelo administrador (gestor), supervisor e orientador
educacional. Estes desempenham suas funções, geralmente, numa ação
integrada, auxiliando o docente em sua prática, buscando sempre o mesmo
ideal: estimular o educando a aprender e empreender seus conhecimentos.
Nesse sentido, podemos dizer que o Neurocientista é um especialista
que trará uma sublime contribuição para a ação pedagógica por compreender
as estruturas e o funcionamento do Sistema Nervoso Central, “palco” da
aprendizagem.
Conhecer as conexões neurais do educando é imprescindível para que
sejam elaboradas atividades que desenvolvam suas funções motoras,
sensitivas e cognitivas. É de suma importância que os profissionais envolvidos
na educação compreendam que a ação comportamental de seu educando é
fruto de uma atividade cerebral dinâmica.
O maior desafio, no entanto, é quebrar a fôrma triangular da clássica
Equipe Pedagógica e incluir em seus moldes o quarto elemento chamado
9
Neurocientista, esse profissional especializado de tanta relevância quanto, que,
logicamente contribuirá de maneira significativa para que seja possível a tão
sonhada aprendizagem eficaz.
CAPÍTULO I
10
FUNDAMENTOS DA NEUROCIÊNCIA
Neurociência é um termo que envolve as disciplinas biológicas que estudam o
sistema nervoso, sua função, seu desenvolvimento, sua estrutura, sua relação
com a mente e o comportamento. É, também, uma prática interdisciplinar, que
interage com diversas áreas do saber e com disciplinas científicas tais como:
neurobiologia, neurofisiologia, neuropsicologia.
As metodologias com que se pode estudar o cérebro é, como proposto por
Lent, 2004, acompanhar, em princípio os distintos níveis anatômicos e
funcionais que a biologia utiliza para o estudo dos seres vivos, sendo então:
- Neurociência molecular;
- Neurociência celular como níveis de análise equivalentes as bem
estabelecidas disciplinas da bioquímica e citologia;
- Neurociência sistêmica orientada pelos princípios histológicos, estruturais e
funcionais dos aparelhos e sistemas orgânicos;
- Neurociência comportamental em princípio acompanha os níveis de
organização básica do indivíduo ou seu comportamento, equivalendo aos
estudos da Psicobiologia ou Psicofisiologia;
- Neurociência cognitiva ou estudo das capacidades mentais mais complexas,
típicas do animal humano como a linguagem e autoconsciência que também
pode ser chamada de Neuropsicologia.
Nas últimas décadas a neurociência tem se tornado uma ciência amplamente
pesquisada e bastante reconhecida, contribuindo de maneira significativa para
o desenvolvimento de soluções de diversas doenças e transtornos, sobretudo
educacionais.
“É fundamental que educadores e pais conheçam as
estruturas cerebrais como “interfaces” da aprendizagem
11
para a ininterrupção do desenvolvimento também
biológico.” (RELVAS, 2009, p.12).
Fundamentalmente a neurociência possibilita um aprofundamento do estudo
dos processos da percepção, da consciência e da cognição.
Em sua máxima, consciência é o atributo pelo qual o indivíduo se integra ao
mundo. É a percepção dos fenômenos internos, afetivos, volitivos, intelectuais
e das realizações externas.
A percepção é a função cerebral que atribui significado aos estímulos
sensoriais. Através da percepção o indivíduo é capaz de organizar e interpretar
suas impressões sensoriais e atribuir significado ao seu meio. Em suma, é a
aquisição, seleção, interpretação e organização das diversas informações
obtidas através dos sentidos.
Tipos de percepção
- Percepção visual:
É a percepção da iluminação pelo sistema visual.
Fatores da percepção visual:
• forma
• profundidade
• intensidade
• cor
- Percepção olfativa:
É a percepção de odores pelo nariz.
Fatores da percepção olfativa:
• odor
12
- Percepção auditiva:
É a percepção de sons pelo ouvido.
Fatores da percepção auditiva:
• timbre
• frequência
• intensidade
- Percepção gustativa:
É a percepção de sabores pela língua.
Fatores da percepção gustativa:
• paladar
- Percepção tátil:
É a percepção pela pele.
Fatores da percepção tátil:
• tamanho
• calor
• dor
A cognição é a aquisição do conhecimento. A relação entre consciência e
cognição é o que a neurociência vem buscando explicar ao longo dos anos.
O objetivo da ciência cognitiva é a compreensão da estrutura e do
funcionamento da mente humana.
O estudo das abordagens cognitivas é dividido em três aspectos: Simbólico,
conexionista e sistemas dinâmicos.
13
• Simbólico – A cognição pode ser explicada através de símbolos. São as
teorias computacionais e modelos de mente.
• Conexionista - A cognição modelada e explicada por um modelo que
considera a estrutura física e biológica do cérebro. Ex.: redes neurais
artificiais.
• Sistemas híbridos - A cognição como um sistema híbrido do
conexionista e o simbólico.
• Sistemas dinâmicos - A cognição explicada através de um sistema
dinâmico e contínuo. Onde há a inter-relação dos elementos.
Estudos anatômicos do cérebro, através da dissecação de cadáveres
forneceram as primeiras descrições do cérebro humano , principalmente dos
ventrículos. Anatomistas descreveram os ventrículos cerebrais detalhadamente
e, acreditava-se tratar de depósitos de espíritos.
A primeira teoria que apontava a localização das funções mentais do cérebro
surgiu no século IV, quando as idéias de Galeno foram assimiladas. Tratava-se
da doutrina ventricular que trazia a localização dessas funções em três
câmaras, consideradas:
- partes sólidas do cérebro: terrenas, e, portanto, intermediárias entre corpo e
alma.
- funções superiores: espaços vazios, portanto, puros e nobres recebiam
espíritos etéreos.
- três células ventriculares: anterior, mediana e posterior – um paralelo com a
Sagrada Trindade.
Ao longo dos séculos apareceram várias versões que fixaram um esquema
básico de distribuição das funções mentais: sensação do ambiente,
impressões processadas e a armazenagem na memória.
14
A concepção mais realista da estrutura ventricular foi feita por Leonardo da
Vinci, através de um desenho mostrando a representação dos três ventrículos
alinhados no cérebro. Mais tarde sua concepção foi adaptada em desenhos
com uma anatomia correta, localizando a imaginação, a cognição e a memória
em cavidades de formas diferentes.
René Descartes (1596-1650), propôs uma explicação mecanicista de
fenômenos naturais, incluindo a sensação e o movimento. Ele defendia a idéia
de que os espíritos animais circulavam no cérebro, através dos tubos
nervosos. Até então, a única suposição aceitável era a existência da glândula
pineal que enviava comando para que os espíritos animais fossem enviados
para os músculos pelos tubos nervosos. Descartes concluiu que a alteração
da glandula dependeria dos movimentos e que consequentemente alteraria o
curso dos espíritos. Galeno rejeitou a teoria de Descartes de que os
movimentos da pineal regularia o fluxo dos espíritos devido a mesma
encontrar-se no exterior dos ventrículos e não em seu interior, como acreditava
Descartes.
Após o rompimento da doutrina ventricular, influenciado pelo inglês Thomas
Willis (1621-1675) surge, mais de mil anos após, a neurociência – no século
XIX.
Thomas Willis escreveu um dos livros mais importantes da história da
Neurociência: Cerebri anatomie (1664). O livro abordava a fisiologia, as
funções químicas cerebrais e a neurologia. A sugestão de Willis era que os
ventrículos eram dobras do cérebro e, assim como Descartes atribuía-lhe a
função de formação e curculação dos espíritos animais. Na sua concepção a
memória e a volição eram controladas pelos giros cerebrais e não por
ventrículos. Willis organizou o esquema das funções mentais da seguinte
forma:
- a percepção: situada no corpo estriado, na oprção frontal do cérebro
- a imaginação: situada no corpo caloso (conjunto de fibras entre o estriado e o
córtex)
15
- a memória: no córtex (camada superficial do cérebro).
A partir do reconhecimento de que o córtex possui zonas definidas
anatomicamente, foi possível atribuir funções as suas diferentes porções.
Franz Gall (1758-1828) foi um anatomista austríaco que acreditava que o
cérebro produz o comportamento, o pensamento e a emoção.
No final do século XIX o avanço das pesquisas possibilitou o surgimento da
Anatomia no debate relativo a localização das funções do córtex cerebral.
Santiago Ramón y Cajal (1852-1934), histologista espanhol, acreditava que o
cérebro era um conjunto de unidades que fragmentava o córtex em diferentes
zonas. Através de um microscópio foi possível para Cajal chegar ao estudo
histológico do sistema nervoso e seus diversos tipos celulares, surgindo, então,
a compreensão da organização cerebral, bem como a construção da psicologia
racional.
Em 1970, novas técnicas de imagem foram desenvolvidas determinando com
clareza as áeras do encéfalo e da medula espinhal. Dentre as técnicas mais
avançadas, destacam-se a Tomografia Computadorizada e a Ressonância
Magnética.
O uso do imageamento funcional tem sido relevante ao localizacionismo na
ativação de áreas cerebrais às funções cognitivas. O imageamento tem se
mostrado eficaz na exploração das várias áeras do córtex e tem revelado que o
funcionamento do cérebro envolve a coordenação de várias áreas
conjugadas.
Esse novo método possibilitou estudos profundos sobre a área de Broca
durante a fala , o mapeamento do campo visual, a identificação das áreas
corticais nas diversas formas de memória e até mesmo as áeras ativadas
durante a imaginação.
Os estudos das bases neurais tem sido o grande norteador da neurociência.
Sua contribuição tem sido fundamental para a busca de novas concepções.
16
ATRIBUIÇÕES DE UM NEUROCIENTISTA
O neurocientista é um especialista que fundamenta sua prática nos estudos e
na pesquisa do sistema nervoso central e suas potencialidades. Sua relação
com as diversas áreas profissionais baseia-se no desenvolvimento dos
múltiplos processos a que se referem, podendo se relacionar com a medicina,
17
a saúde, os esportes, a música, a informática, a pedagogia, a psicologia,
fonoaudiologia, etc.
O profissional da neurociência é capacitado para discursar sobre assuntos tais
como:
Cognição: É o processo de aquisição do conhecimento, através da percepção.
Inteligência: É a capacidade mental de raciocínio e compreensão.
Razão: É a organização de uma realidade.
Emoção: É um conjunto de reações químicas e neurais associadas ao comportamento.
Aprendizagem: É o ato de adquirir novos conhecimentos, desenvolver competências e mudar
comportamentos, provocando uma transformação qualitativa na estrutura
mental.
Sensação: É a impressão recebida pelo Sistema Nervoso Central, através de um estímulo.
Afetividade: É um conjunto de fenômenos psíquicos.
Memória:
18
É o processo pelo qual adquirimos, formamos, conservamos e evocamos a
informação proveniente das vias sensitivas.
Fala: É a expressão articulada da palavra.
Linguagem: É a capacidade de expressar a comunicação.
Comunicação, É o processo de troca de informações.
Distúrbios: É a disfunção de um órgão ou de um sistema.
Comportamentos: É o conjunto de ações observáveis.
O princípio básico desse profissional é a compreensão das respostas cerebrais
aos estímulos externos e assim, o desenvolvimento das potencialidades. Em
geral, o neurocientista é responsável por investigar a integração do indivíduo
com o meio ambiente, detectando os processos físicos e químicos, que
desencadeiam respostas musculares e glandulares.
Dentre as mais diversas formas de investigação, um dos principais objetivos do
neurocientista é interpretar as mais variadas mudanças que possa ocorrer no
comportamento fixo ou variante e, através da análise, contribuir para modificar
esse comportamento. Essa mudança chama-se: aprendizado. Ela ocorre no
sistema nervoso e pode ser chamada de plasticidade cerebral.
Novas tendências apontam para o crescimento do profissional da neurociência
por sua potencialidade em compreender o desenvolvimento do cérebro
19
cognitivo, motor, emocional, afetivo e social que é capaz de assimilar,
processar, armazenar e responder aos mais variados estímulos.
Na verdade, o neurocientista é integralmente um especialista das questões
mais elementares do indivíduo: o sentir e o pensar. Buscar compreender esse
mecanismo é uma tarefa que requer habilidades teórica e prática para que,
através das experiências, sejam aprimorados os saberes e dessa forma
encontrar soluções mais eficazes para problemas relacionados ao aprender,
viver, conviver, crescer e desenvolver.
Hoje em dia, em função das múltiplas carreiras que estão surgindo na
sociedade contemporânea às empresas estão despertando para a
necessidade de se adaptarem as novas tendências, re-avaliando seus ideais.
Nesse sentido, a prática do profissional da neurociência, sobretudo por
priorizarem o indivíduo criativo e que gerencie suas frustrações, sem perder a
auto-estima e que seja adaptável, é de suma importância.
Diversas instituições educacionais estão incluindo em sua formação Latu
Sensu a Neurociência por se tratar de um curso bastante relevante no cenário
profissional atual. Dentre as diversas disciplinas abordadas, destacam-se:
- Dinâmica das relações humanas e neurociência. - Fundamentos da neuroanatomia e fisiologia do sistema nervoso central e aprendizagem. - Fundamentos de neurociência e educação cognitiva da aprendizagem e do comportamento emocional humano. - História das neurociências: evolução e atualidade. - Metodologia da pesquisa. - Neurociência aplicada as práticas pedagógicas. - Neurociência da motricidade e sensorial. - Neurociência e as teorias da aprendizagem. - Neurociências e os transtornos da aprendizagem.
20
Basicamente a formação do neuropedagogo visa o reconhecimento dos
componentes da inteligência em seus três aspectos:
O mundo interno: cognição
− decisão do que fazer ou não
− o fazer, a partir da decisão
− o aprender a fazer
O mundo externo: percepção e ação
− adaptação ao ambiente
− modelagem de novos ambientes
− selação de novos ambientes
A integração dos ambientes pela experiência
− habilidade de adaptação à situações
− processo de criação de objetivos e planos
− alteração do processo cognitivo pela experiência
−
A qualificação do neurocientista dependerá de sua formação, mas, sobretudo
de sua dedicação, investigação e pesquisa. O cérebro é o regulador, o centro
de comando de todos os sistemas do corpo, portanto o indivíduo que deseja
ingressar nessa profissão deve considerar o alto grau de complexidade que irá
permear seus estudos.
21
CAPÍTULO II
CONCEITOS E ATRIBUIÇÕES DE UMA EQUIPE PEDAGÓGICA
“A administração da escola, a supervisão escolar e a
orientação educacional se constituem em três áreas de
atuação decisiva no processo educativo, tendo em vista
sua posição de influência e liderança sobre todas as
atividades desenvolvidas na escola.” (LÜCK, 2004, p.7).
22
A escola é uma organização sistêmica, ou seja, é constituída por um conjunto
de elementos que se inter-relacionam, influenciando-se mutuamente. Dessa
forma ao se produzir uma mudança em qualquer área da escola,
inevitavelmente provocará mudanças em todas as outras áreas.
Uma Equipe Pedagógica é formada por três áreas de atuação no processo
educativo: administração, supervisão e orientação educacional. Sua principal
função é coordenar e orientar os trabalhos educativos no sentido de produzir
resultados satisfatórios e atender as necessidades dos educandos em seu
desenvolvimento cognitivo. Essa tarefa, no entanto, deve ser norteada pelo
esforço mútuo, baseada nos princípios e fundamentos que se pautam a
atuação específica de cada área. Para tanto se faz necessário uma avaliação
constante do próprio fazer pedagógico para que se interprete de maneira
significativa às ações exercidas. Segundo Freire (2005), é pensando
criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima
prática. Agindo dessa forma – pensando sobre o agir - a equipe pedagógica
poderá romper com os paradigmas de uma educação mecanicista e avançar
para o imprescindível: o desenvolvimento do educando através da
compreensão da realidade. Necessário, no entanto, é o envolvimento de toda a
equipe na superação dos objetivos.
É a equipe pedagógica que estabelece as bases de integração da escola e
promove o desenvolvimento da unidade educativa em função de objetivos
comuns, embora, de maneiras distintas. É importante, no entanto, que todos os
profissionais dos setores tenham consciência da posição de cada um no
processo e que compreendam seus papéis e suas inter-relações. Nesse
sentido, a realização de reuniões promove a troca de idéias e torna a prática
pedagógica mais eficaz.
O papel do professor é de extrema importância e deve ser respeitado e
considerado como determinante por todos os integrantes da equipe
pedagógica, pois é nele que se concentra a maioria de suas ações.
23
O professor, como agente da educação, não deve ser visto como um
“transferidor de conteúdos”, mas sim o norteador entre o conteúdo e o
receptor, visando a promoção de uma educação integral e humanizada.
Algumas habilidades importantes da prática docente:
- Conhecimento dos processos de aprendizagem
- Sensibilidade para as diferenças individuais dos educandos
- habilidade no relacionamento
- habilidade na comunicação
- habilidade em lidar com conflitos em sala de aula
- habilidade em desenvolver processos de ensino
- habilidade em trabalhar em equipe
- interesse nas necessidades dos educandos
As competências atribuídas aos profissionais de uma equipe pedagógica são
distintas, porém, se complementam no todo, a saber:
O Administrador ou Diretor da escola:
O administrador é a pessoa responsável pelo sistema educacional, seus
objetivos e política, organizando, dinamizando e coordenando todos os
recursos nesse sentido.
Sua posição na escola é central e de bastante influência sobre os demais
setores.
Do ponto de vista administrativo sua tarefa é:
. organizar as unidades competentes da escola; . controlar os aspectos financeiros e materiais da escola;
24
. articular os recursos da escola; . orientar e supervisionar os profissionais da escola; . formular normas e regulamentos com vista ao cumprimento dos objetivos da
escola.
. atender as exigências legais da educação, vigentes para a administração
escolar.
Do ponto de vista pedagógico sua tarefa é:
. dinamizar e dar assistência aos funcionários da escola para que os objetivos
pedagógicos propostos sejam alcançados;
. inspirar e valorizar as atitudes positivas dos profissionais envolvidos no
processo educativo;
. promover um sistema de ação integrada e cooperativa. . manter a comunicação entre os membros da escola e a comunidade; . estimular a melhoria do processo educativo.
O Supervisor Escolar:
O supervisor escolar é a pessoa responsável pela promoção da melhoria do
nível do processo ensino-aprendizagem. Sua ação é voltada para a assistência
e coordenação de professores. É tarefa do supervisor escolar:
. selecionar os materiais pedagógicos; . orientar métodos, técnicas e procedimentos educativos; . estabelecer os programas curriculares; . acompanhar os processos avaliativos; . acompanhar o desempenho dos professores;
25
O Orientador Educacional:
O Orientador Educacional atua em todo o processo que envolve a
educação do aluno. Sua função é bastante ampla e, ao contrário do que se
pensa, não atua somente na solução de conflitos do educando. A escola é o
palco de sua atuação, portanto, é fundamental que haja uma total integração
entre o Orientador Educacional e a escola, seus objetivos e compromissos.
Como parte integrante da Equipe Pedagógica, o Orientador Educacional deve
agir de forma integrada com os demais profissionais da equipe e contribuir
para o alcance dos objetivos propostos. O aluno é o seu alvo, portanto, toda
sua ação deve ser desenvolvida em prol do educando. Sua tarefa inclui:
. assistir e aconselhar alunos e professores em suas dificuldades educativas; . levantar dados dos alunos para o bom desempenho de sua prática; . promover reuniões de pais; . atender aos familiares envolvidos na educação do aluno; . assumir um comportamento imparcial na administração de conflitos; . solicitar, se necessário, uma avaliação médica ou terapêutica para o aluno;
O exercício do administrador, supervisor escolar e do orientador educacional
constitui-se em garantir a melhoria do processo educativo. Assim sendo, uma
equipe pedagógica comprometida com as necessidades educacionais de seus
educandos contribui significativamente para que estes encontrem na escola o
seu “porto seguro” na construção da aprendizagem.
26
AÇÕES DE UM NEUROCIENTISTA NA EQUIPE PEDAGÓGICA
Um dos maiores desafios educacionais é, sem dúvida, o planejamento de
atividades que estimulem o desenvolvimento das potencialidades dos alunos.
Essa tarefa requer um olhar profundo das dimensões biológicas, psicológicas,
afetivas, emocionais e sociais do estudante. Nesse sentido é de suma
importância o conhecimento do mecanismo cerebral em seus aspectos:
individual, social, motor, afetivo-social, criativo e inventivo, pois cada cérebro
se comporta de maneira singular em cada um desses aspectos.
O neurocientista pedagógico é o profissional que percebe o estudante em seu
processo cognitivo compreendendo que a aprendizagem acontece numa
alteração dos circuitos neurais e que todo comportamento psicológico é fruto
de uma atividade cerebral. Tal compreensão, no entanto, não reduz o cérebro
como apenas biológico, mas também como um cérebro mental e social.
27
Cabe ao neurocientista no âmbito pedagógico criar mecanismos de
aprendizagem que permitam ao educando a adaptação ao seu meio como uma
resposta a uma solicitação interna ou externa. Do ponto de vista
neurocientífico todo estímulo desencadeia uma resposta, ou seja, uma
mudança nas funções do sistema nervoso central.
O cérebro possui uma capacidade de adaptação que se chama “Plasticidade
cerebal” que consiste na habilidade de modificar sua organização estrutural e
funcional. Essa alteração é fruto das experiências. A cada nova experiência as
redes de neurônios são reorganizadas e as sinapses reforçadas, tornando
possíveis múltiplas respostas. A plasticidade cerebral é a garantia que
possuímos para aprender e reaprender o tempo todo, num processo gradual.
No cotidiano escolar, principalmente na Educação Infantil, é imprescindível a
estimulação da função motora/sensitiva do aluno, pois o sistema nervoso de
uma criança em desenvolvimento é mais plástico.
Compreender como o cérebro se comporta ao receber um estímulo é
primordial para que o neuropedagogo possa estabelecer rotas alternativas para
aquisição da aprendizagem. Sua contribuição mais importante para a prática
educativa fica a cargo do seu vasto conhecimento sobre os mecanismos da
memória, do sono, da atenção, do medo, da afetividade, do humor, da
linguagem, dos sentidos e das imagens. O neuropedagogo é capaz de rever os
fracassos na aprendizagem, pois entende que o cérebro é plástico,
possibilitando sempre um novo caminho para a assimilação de um conteúdo.
Suas ações pedagógicas consideram que o cérebro do educando é formado
por unidades individuais – os neurônios – que ao receberem estímulos,
transportam, através de sua membrana, os sinais nervosos de uma célula à
outra, ocorrendo as sinapses elétricas ou químicas, através de
neurotransmissores (substâncias neuroativas). Todo esse circuito neural
28
gerado à partir de um estímulo é decodificado e associado nas diversas áreas
do cérebro, a saber:
- córtex cerebral – responsável pelo pensamento, movimento voluntário,
linguagem, julgamento e percepção. Divide-se em lobos: frontal
(planejamento consciente e controle motor), temporal (memória e audição),
parietal (sentidos corporal e espacial) e occipital (direciona a visão).
- cerebelo – responsável pelo movimento, equilíbrio, postura e tônus muscular.
Se localiza ao lado do tronco encefálico e é dividido em hemisférios.
- tronco encefálico – responsável pela respiração, ritmo cardíaco e pressão
arterial. Localiza-se entre o tálamo e a medula espinhal. Possui em sua
estrutura o bulbo, o mesencéfalo e a ponte.
- tálamo – responsável pela integração sensorial e motora do corpo. Participa
da distribuição das informações sensoriais.
− sistema límbico – Responsável pelo comportamento emocional, a memória,
o aprendizado e a vida vegetativa (digestão, circulação, excreção, etc). É um
grupo de estrutura que inclui: hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo,
corpos mamilares e o giro do cíngulo.
No processo ensino-aprendizagem é importante que os fatores afetivos sejam
considerados, no sentido da interação com o aluno ser flexível e adaptável. Se
emocionar é uma reação química e neural que afetam os órgãos internos.
Tomando por base as funções cerebrais pertinentes a todo educando, o
Neurocientista Pedagógico poderá estimular as pessoas envolvidas no
processo educativo – supervisores, professores e alunos – na criação de
estratégias que favoreçam a aprendizagem, como por exemplo: o educando
em sala de aula recebe diversos estímulos visuais e auditivos que ao
29
chegarem ao seu cérebro precisam ser arquivados ou descartados. Se o
educando não aprende um conteúdo, provavelmente é porque ele não
encontrou em seus arquivos (memória) algo que abrigue essa nova
informação, com isso não ocorreu a aprendizagem. Nesse sentido, não cabe
insistir na explicação, mas oferecer outro tipo de abordagem para que haja
novo estímulo e através dos sentidos outras conexões.
A memória é a base da aprendizagem. O processo de memorização é
complexo e envolve desde reações químicas até a alteração das conexões
neurais. Quanto mais conexões, mais memória. Um neuropedagogo ao criar
estratégias que promovam uma boa qualidade de memória, considera os
agentes externos que podem afetar positivamente ou negativamente a
memória, como por exemplo:
- influência positiva: dormir bem, beber bastante água, ter uma boa
alimentação, relaxar, associar fatos, visualizar imagens, praticar jogos, praticar
exercícios.
- influência negativa: ansiedade, estresse, preocupação, sedentarismo,
insatisfações.
O professor é o principal fornecedor das informações necessárias com que o
neuropedagogo trabalhará para estimular as percepções e assimilações dos
conteúdos aplicados em prol da memorização do educando. Cabe ao
neuropedagogo avaliar alguns possíveis fatores sérios que causam a perda da
memória: alcoolismo, drogas, medicamentos e enxaquecas constantes.
Os procedimentos concernentes à ação do neurocientista junto à equipe
pedagógica deve ser em especial o favorecimento da prática docente. O
profissional da neurociência é capaz de perceber se um ambiente de sala de
aula está apropriado ou não, dada a sua capacidade de interpretar as
representações de estímulos simbólicos. Nesse caso, será elaborado pelo
30
neurocientista um esquema de arrumação do espaço físico da sala de aula de
modo que os alunos se sintam confortáveis, seguros e estimulados. Cabe ao
neuropedagogo, juntamente com o orientador educacional (profissional que
detém o perfil de cada aluno), o desenvolvimento de tarefas extra-curriculares
que respeitem as particularidades do educando.
Um dos grandes desafios dos profissionais da educação é lidar com o
emocional dos educandos. Saber interpretar as possíveis mudanças no
comportamento do aluno é fundamental para se traçar metas visando
restabelecer o equilíbrio emocional, face as dificuldades que este aluno esteja
enfrentando. Numa sociedade onde os valores estão em constante mudança,
num mundo onde a velocidade é acelerada e as demandas profissionais
oscilantes, é comum que cada vez mais o emocional do educando seja
afetado. Para isso faz-se necessário a percepção aos primeiros sinais de
desestabilização emocional, sobretudo a perda da auto-estima. O
neurocientista será desafiado a criar mecanismos que atuem na alteração do
sistema límbico, pois é consciente de que é lá que se processam as funções
afetivas. Durante uma alteração emocional ocorrem notáveis mudanças
fisiológicas que precisam ser percebidas e adaptadas para uma possível
resposta favorável e significativa.
A especialização em neurociência capacita o profissional da área pedagógica a
detectar alguns distúrbios ou transtornos da aprendizagem. Não que o
neuropedagogo domine todas as funções relativas aos distúrbios, mas,
facilmente detectará as manifestações provocadas por eles.
Classificação de alguns distúrbios da aprendizagem:
Na leitura:
Alexia – incapacidade de ler.
31
Dislexia – insuficiência de leitura. Problemas de lateralidade, organização
espacial, temporal, atraso de linguagem, problemas afetivos, hereditariedade.
Na escrita:
Agrafia – Incapacidade de escrever.
Disgrafia – Dificuldade de escrever. Dificuldade de estabelecer relação entre
simbolismo e grafia. Aglomeração de letras, inversão de sílabas, letras ou
números, omissão de letras.
Disortografia – Dificuldade ortográfica. Discaligrafia – Não reprodução de letra manuscrita e impressa ou imagem. Dissintaxe – Desorganização de regras sintáticas. Escrita espelhada – Escrita na lateral inversa.
Na aritmética:
Acalculia – Incapacidade de operar matematicamente. Discalculia – Dificuldade de operar matematicamente
Estimular, desafiar, criar, reorganizar são atitudes pertinentes ao
neuropedagogo e de grande contribuição à prática educativa. Nessa
empreitada o lema desse profissional é: pensar, repensar, relacionar, viver,
conviver, buscar soluções para problemas cotidianos que promovam o
crescimento intelectual e pessoal do educando em meio às complexidades de
uma atividade cerebral constante.
32
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO DE UM NEUROCIENTISTA NA EQUIPE PEDAGÓGICA
Integrar um neurocientista à Equipe Pedagógica é de suma importância para
quem busca excelência na ação pedagógica. A atuação desse profissional
deve ser considerada fundamental e, não obstante os demais integrantes
dessa equipe serem, de igual forma imprescindíveis, pois a esfera de sua ação
é ampla e determinante e o que norteia sua prática é o desenvolvimento das
potencialidades do indivíduo, face às respostas cerebrais aos estímulos
externos.
O responsável pela decisão sobre a necessidade de integração do
Neurocientista na Equipe Pedagógica é do Gestor / Administrador da
instituição, uma vez que este é o único e principal responsável por todo o
sistema operacional referente à educação em seu estabelecimento.
Não existe, até o momento, uma legislação que defenda os direitos do
Neuropedagogo e que estabeleça as bases salariais dessa categoria de
profissionais. Existe, sim, uma sociedade, a SBNEC (Sociedade Brasileira de
33
Neurociências e Comportamento) que se constituiu como associação sem fins
econômicos, nos termos do art. 53 do Código Civil, e tem como finalidade
incentivar a promoção das investigações e do ensino em áreas do
comportamento e do sistema nervoso, nas perspectivas: estruturais, genéticas,
bioquímicas, biofísicas, fisiológicas, farmacológicas, neurológicas e
psicológicas, além de facilitar o intercâmbio dos demais investigadores das
áreas afins.
O maior interesse da SBNEC é defender os interesses do cientista, com o
objetivo de reconhecer seu trabalho e sua linha de pesquisa.
O ingresso a SBNEC se dá por meio do pagamento de anuidade que
reconhecerá o indivíduo como “sócio”.
Na questão financeira, a contratação de um neuropedagogo demandará o
aumento dos custos da instituição educacional que se propor a contratá-lo,
porém, o benefício certamente superará esse custo.
Caberá ao gestor investigar a qualidade da formação acadêmica do
neuropedagogo, certificando-se sobre a instituição, as bases dessa formação,
os conteúdos aplicados no curso e as avaliações, para que o investimento seja
de fato satisfatório.
As condições físicas de trabalho do Neuropedagogo inserido na Equipe
Pedagógica não são distintas dos demais elementos da equipe.
Uma gestão educativa eficaz é aquela que busca a harmonização dos
profissionais envolvidos na ação pedagógica. Nessa ação, cada profissional
desenvolve sua tarefa de maneira a facilitar o cumprimento das metas
estabelecidas. Nesse sentido, de acordo com o surgimento dos diversos
problemas na esfera da aprendizagem, cada integrante da equipe pedagógica
utilizará os recursos pertinentes à sua formação, seja a de administrador,
34
supervisor, orientador ou neuropedagogo. A divisão do trabalho seguirá aos
critérios de cada um desses profissionais.
Para que haja uma ação integrada dos profissionais da equipe pedagógica,
incluindo o neuropedagogo, é necessário que os critérios de ação sejam
planejados e estabelecidos previamente para que a escola como um todo
produza os melhores resultados possíveis. Nesse sentido competiria a
seguinte divisão, em síntese:
Gestor ou Administrador da escola: elaboração do sistema de ação integrada.
Supervisor Pedagógico: assistir na operacionalização do processo educativo.
Orientador Educacional: atendimento e aconselhamento na problemática do
aluno.
Neuropedagogo: Desenvolvimento das potencialidades do aluno, com base
nas repostas cerebrais aos estímulos.
Como se pode verificar, integrar o neurocientista à equipe pedagógica é, sem
dúvidas, uma maneira coerente de expandir a ação multidisciplinar da equipe,
é investir em qualidade, ampliar horizontes, superar expectativas, atender às
demandas e fortalecer o desenvolvimento da práxis educativa.
35
CONCLUSÃO
O exercício do administrador, supervisor, orientador e a inclusão do
neurocientista na equipe pedagógica se constituirá em papéis-meios, que
garantirão a melhoria do processo educativo, somando esforços no sentido de
minimizar as dificuldades existentes na esfera cognitiva. O grau de
comprometimento dos profissionais envolvidos nessa equipe determinará o
resultado dos objetivos propostos.
A construção de um indivíduo solidário, afetuoso, autônomo e social se faz
cada vez mais necessário no cenário de nossa sociedade, mas, para tanto, é
imprescindível que as instituições educacionais façam investimentos ousados,
sobretudo em capital humano, mão-de-obra qualificada. Nesse sentido, o
neuropedagogo, somado à equipe pedagógica trará benefícios imensuráveis
no campo da cognição e socialização do educando.
A neurociência chegou para promover novas bases de conhecimentos que
podem ser desenvolvidas a partir das descobertas científicas do cérebro, e que
contribuirão para a estruturação do fazer pedagógico nas escolas. Caberá aos
gestores a ousadia de acreditar no novo, no atual. Reinventar a educação é
possível, principalmente se houver comprometimento, formação e
competência.
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A educação nunca esteve tão perto da compreensão dos processos cognitivos
cerebrais como nos tempos atuais. Cada dia mais novas descobertas
neurocientíficas apontam para o indivíduo biológico que se emociona, pensa e
age. Sem dúvidas essa foi a grande contribuição da neurociência na área da
pedagogia.
Construir novas epistemologias é possível para o educador que investe em
profissionais competentes, como é o caso do neuropedagogo, um profissional
que, além de compreender as estruturas cerebrais cognitivas, emocionais,
afetivas e motoras, é capaz de desenvolver métodos que estimulam e
despertam inteligências e aprendizagens, favorecendo de forma constante o
desenvolvimento dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais do educando
que pensa e sente.
“Reconhecer a deficiência de um indivíduo é bom, melhorar o seu estado ou
curá-lo é muito melhor; devolvê-lo à sociedade é o principal”.
Pearl Buck
37
BIBLIOGRAFIA
DAMÁSIO, A. R. O erro de Descartes. São Paulo. Cia das Letras, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 31ª Edição. Rio de Janeiro. Paz e
Terra, 2005.
LENT, Roberto. Neurociência da Mente e do Comportamento. Rio de Janeiro.
Guanabara Koogan, 2008.
LÜCK, Heloísa. A Orientação educacional como serviço e como processo.
Curitiba. FENOE, APOE, 1978.
LÜCK, Heloísa. Ação integrada – Administração, Supervisão e Orientação
Educacional. 22ª Edição. Petrópolis. Editora Vozes, 2004.
MACHADO, Ângelo B. M. – Neuroanatomia Funcional. São Paulo. Livraria
Atheneu, 1983.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – Secretaria de Educação Básica.
LDB 9394 de 20/12/96 - LEI de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Brasília. 2009.
38
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – Secretaria de Educação Básica.
Plano Nacional de Educação – PNE. Lei no 10.172, DE 9 de janeiro de 2001.
Brasília. MEC 2009.
RELVAS, Marta Pires. Fundamentos Biológicos da Educação. 4ª Edição. Rio
de Janeiro. Wak, 2009.
RELVAS, Marta Pires. Neurociência e Educação – Potencialidades dos
gêneros humanos na sala de aula. Rio de Janeiro. Wak, 2009.
RELVAS, Marta Pires. Neurociência e Transtornos de Aprendizagem – As
múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. 3ª Edição. Rio de Janeiro.
Wak, 2009.
39
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Fundamentos da Neurociência 10
Atribuições de um Neurocientista 17 CAPÍTULO II
Conceito e atribuições de uma Equipe Pedagógica 22
Ações de um Neurocientista na Equipe Pedagógica 27
CAPÍTULO II
A importância da integração de um Neurocientista na Equipe Pedagógica 33
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CITADA 38
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Instituto A Vez do
Mestre – Pós-Graduação.
Título da Monografia: A importância da integração do Neurocientista na Equipe
Pedagógica.
Autor: Josiene Ruiz de Carvalho Cavalcanti
Data da entrega: 21.07.2010
Avaliado por: Mary Sue Pereira Conceito: