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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
ACESSO A JUSTIÇA À LUZ DA RESPONSABILIDADE CIVIL
E DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Por: DEISE APARECIDA BARBOSA DA SILVA
Matrícula: K218199
Orientador
Prof. WILLIAM ROCHA
Rio de Janeiro
JULHO - 2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
ACESSO A JUSTIÇA À LUZ DA RESPONSABILIDADE CIVIL E DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Direito do
Consumidor e Responsabilidade Civil.
Por: Deise Aparecida Barbosa da Silva
3
AGRADECIMENTOS
Aos amigos que disponibilizaram textos
e proporcionaram sugestões
relevantes.
4
DEDICATÓRIA
Dedico essa monografia à minha mãe
que, com seu espírito guerreiro e
dedicação à família, viabilizou o ser que
sou. Ao Marcilio pelo carinho, respeito e
companheirismo, o que me fez aceitar
mais esse desafio.
5
RESUMO
A necessidade das pessoas buscarem Reparação de Danos nas
Esferas Administrativa ou Judiciária levou ao desenvolvimento dessa
monografia. Mas com base em que se buscam esses direitos? A resposta a
essa pergunta foi encontrada em princípios constitucionais e em mandamentos
de legislações infraconstitucionais. Na prática, porém, verificou-se que as
pessoas que demandam querem seus problemas resolvidos de forma simples
e célere. A solução que se adéqua a esse desejo é a obtida de forma
extrajudicial, utilizando-se dos meios disponíveis como o SAC ou o contato
direito com o fornecedor do bem ou do serviço que apresentou a não
conformidade. Somente após esgotar essa possibilidade é que deve se buscar
o PROCON, quando caracterizada a relação de consumo. Em situações mais
complexas, o judiciário deve ser acionado. Para o leigo, o ideal é ter um apoio
nas faculdades de direito, nas defensorias públicas, junto aos advogados
dativos ou particulares. Nessa linha, chega-se a conclusão que a solução
judicial deve ser buscada somente após, esgotados os meios para resolver o
problema extrajudicialmente.
6
METODOLOGIA
A metodologia empregada para o desenvolvimento da monografia foi a
de pesquisa bibliográfica. Nesse sentido, após a identificação da situação
problema, ou seja, a dificuldade das pessoas obterem seus direitos quando
lesados, iniciaram-se as leituras de textos que tratavam dos princípios
constitucionais ou de mandamentos relacionados ao assunto constantes das
legislações infraconstitucionais. Livros, apostila e sites foram usados na
pesquisa. A partir daí, pode-se analisar os procedimentos extrajudiciais que
pudessem atender de forma célere os anseios das pessoas lesadas. Os autos
de um processo de tramitou em um Juizado Especial Cível foram analisados
no Capítulo III para melhor entendimento da aplicação da teoria à prática
jurídica.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I - DIREITO DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL EMBASAMENTO TEÓRICO 11 1 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, PROCESSUAIS E MATERIAIS 11 1.1 - O DEVIDO PROCESSO LEGAL 14 1.2 - PRINCÍPIOS PROCESSUAIS DERIVADOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 14 1.2.1 - Princípio da Isonomia 14 1.2.2 - Princípio do Juiz e do Promotor de Justiça Natural 15 1.2.3 - Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional 15 1.2.4 - Integração das Lacunas pelo Juiz 15 1.2.5 - Princípio do Contraditório 15 1.2.6 - Princípio da Publicidade 16 1.2.7 - Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 16 1.2.8 - Princípio da Motivação das Decisões Judiciais 16 1.3 - PROCESSUAL – CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 17 1.3.1 - Princípios Informativos do Processo Civil 17 1.3.2 - Princípios Fundamentais ou Gerais do Processo Civil 18 1.3.2.1 - Devido Processo Legal em Sentido Material 18 1.3.2.2 - Devido Processo Legal em Sentido Processual 18 1.3.2.3 - Citação e Comunicação dos Atos Processuais 19 1.3.2.4 - Liminar - INAUDITA ALTERA PARS 19 1.4 – CÓDIGO CIVIL - DA RESPONSABILIDADE CIVIL 19 1.5 - BOA-FÉ 21 1.6 – PROCEDIMENTOS 22 1.7 – JUDICIAL 23 1.8- PROCEDIMENTO SUMÁRIO 24 1.9 - SUMARÍSSIMO - LEI 9099/95 25 1.10 – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 26 2 - PRÉ-REQUISITOS 27 2.1- PESSOAL 28 2.2 – JURÍDICO 28 2.3 – PROCURADOR 29 2.4 - DEFENSORIA PÚBLICA 30 CAPÍTULO II- SOLUÇÕES NA SEARA ADMINISTRATIVA 32
1 - Modernas Alternativas para Resolução de Conflitos 32 1.1 – Mediação 32 1.2 - Conciliação 32
8
1.3 – Arbitragem 32 2 – PROCON 33 2.1 - IMPORTÂNCIA 33 2.2 - OBJETIVOS 33 2.3 - SUAS DECISÕES 33 2.4 - Documentos para Abertura de Reclamação 34 2.5 - Empresas Mais Reclamadas - FUNDAÇÃO PROCON-SP - EMPRESAS
RECLAMADAS DE 2010 34 2.5.1 - RANKING FORNECEDORES 2009 E 2010 35 2.5.2 - RANKING GERAL (10 mais reclamadas) POR PERCENTUAL DE NÃO
ATENDIMENTO 36 2.5.3 - DESTAQUES - CADASTRO DE RECLAMAÇÕES FUNDAMENTADAS
2010 36 CAPÍTULO III - SOLUÇÕES NA SEARA JUDICIAL 39 PROCESSO 2009 001 258876 0 – BANCO ITAÚ S.A. 39
CONCLUSÃO 46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49
9
INTRODUÇÃO
A Busca da Reparação de Danos nas Esferas Administrativa e
Judiciária é o tema dessa monografia.
Nesse sentido, a identificação dos procedimentos para buscar direitos
lesados é uma das metas a ser perseguida.
O fato é que as pessoas em geral desconhecem seus direitos e
deveres, não sabem a quem recorrer e quais as formalidades exigidas, apesar
da crescente procura do judiciário, notadamente do extrato mais esclarecido da
população.
Além da falta de conhecimento, a percepção de que as demandas
requerem tempo e dispêndio financeiro faz com que muita gente desista de
suas pretensões.
Aqueles que buscam a defensoria pública percebem a falta de
estrutura e a grande quantidade de pessoas aguardando atendimento, o que
também inviabiliza o acesso aos que trabalham e não podem despender horas
para serem atendidos.
Nos casos em que conseguem atendimento, na maioria das vezes, os
requerentes não estão de posse dos documentos básicos pessoais e
probatórios que viabilizem a propositura da ação. Assim, muitas vezes o direito
prescreve.
Ainda por falta de conhecimento, as pessoas não buscam solucionar
suas demandas na esfera administrativa e entendem que na esfera judiciária
as suas demandas serão atendidas de forma mais eficaz, o que nem sempre é
verdade, pois é notório que o Judiciário não tem dado vazão a quantidade de
demandas ajuizada diariamente.
10
Assim, buscar em exemplos de soluções de conflitos à luz da
responsabilidade civil e/ou do Código de Defesa do Consumidor, será o
método empregado para o desenvolvimento da monografia.
Não se pode deixar de registrar que hoje milhões de pessoas já
buscam seus direitos nas esferas administrativa e judicial. No entanto, também
é notório que grande parte da população brasileira não tem educação e nem
cultura suficientes para postular esses direitos.
Apesar disso, com a universalização do ensino e da conscientização
da cidadania, com o tempo, aumentará o acesso à justiça por parte da
população que hoje não tem acesso.
Há de se crer que, com o aumento da demanda, haverá mais locais
para atendimento ao público, tendo funcionários treinados e operadores de
direito em quantidade suficientes para atender as necessidades jurisdicionais
da população. Advogados, Defensores Públicos, Servidores, Promotores e
Juízes serão cada vez mais demandados e precisarão de atualização contínua.
Não é demasiado sublinhar que o objeto do estudo parte das causas
de pedir relacionadas a danos materiais e imateriais na esfera cível e têm
como fundamentos os regramentos do Código de Defesa do Consumidor e os
relativos à responsabilidade Civil do Código Civil.
Isto posto, no Capítulo I as normas e os princípios que dão suporte às
pretensões administrativas e jurídicas serão trazidas à luz e, a partir deles, os
casos concretos que forem citados terão as pretensões fundamentadas nesses
regramentos.
11
CAPÍTULO I
DIREITO DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL – EMBASAMENTO TEÓRICO
Para as pessoas que sofreram ou entendem que sofreram danos
cíveis, é importante conhecer o embasamento jurídico que lhe permita
demandar nas esferas administrativa ou judicial os direitos pretensamente
lesados.
Preceitos constitucionais e normas contidas nas legislações
infraconstitucionais relacionadas ao objeto dessa monografia devem ser
conhecidos.
1 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, PROCESSUAIS E MATERIAIS
A Constituição Federal fornece o embasamento necessário para que a
pessoa natural possa buscar seus direitos quando ameaçados ou negados.
Destaca-se o artigo 5º da Constituição Federal que assegura os direitos e
elenca os deveres individuais e coletivos.
Em síntese, preceitua que todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade,
segurança e propriedade.
Alem disso, frisa-se outro preceito substantivo que é o de que
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude da lei”, o que em tese, faz com que todos fiquem protegidos do poder
arbitrário do Estado.
Ainda nessa linha, cita-se o art. 5º, XXXV, que versa sobre a
apreciação de lesão ou ameaça de direito pelo poder judiciário. Nelson Nery
Júnior ensina.
“podemos verificar que o direito de ação é um direito cívico e abstrato, vale dizer, é um direito subjetivo à sentença tout cout, seja essa de acolhimento ou de rejeição da pretensão, desde que preenchidas as condições da ação”. (pág. 91, 1994)
12
Também, de muito interesse aos que recorrem ao poder judiciário, é o
art. 5º, XXXVI que versa sobre o Direto adquirido, ato jurídico perfeito e coisa
julgada. Recorre-se, nesse ponto, a Celso Bastos para entender esses
conceitos.
Direito adquirido: “constitui-se num dos recursos de que se vale a Constituição para limitar a retroatividade da lei. Com efeito, está em constante mutação; o Estado cumpre o seu papel exatamente na medida em que atualiza as suas leis. No entretanto, a utilização da lei em caráter retroativo, em muitos casos, repugna porque fere preceitos jurídicos que já tinham por consolidadas no tempo, e esta é uma das fontes principais da segurança do homem na terra”. Quanto ao ato jurídico perfeito, diz que “É aquele que se aperfeiçoou, que reuniu todos os elementos necessários a sua formação, debaixo da lei velha. Isto não quer dizer, por si só, que ele encerre em seu bojo um direito adquirido. Do que está o seu benefício imunizado é de oscilações de forma aportadas pela lei nova”. Finalmente, a coisa julgada é vista por este especialista da seguinte forma: “o direito incorpora-se ao patrimônio de seu titular por força da proteção que recebe da imutabilidade da decisão judicial. Daí falar-se em coisa julgada formal e material. Coisa julgada formal é aquela que se dá no âmbito do próprio processo. Seus efeitos restringem-se, pois, a este, não o extrapolando. A coisa julgada material, ou substancial, existe, nas palavras de Couture, quando à condição de inimpugnável no mesmo processo, a sentença reúne a imutabilidade até mesmo em processo posterior (Fundamentos do direito processual civil). Já para Wilson de Souza Campos Batalha, coisa julgada formal significa sentença transitada em julgado, isto é, preclusão de todas as impugnações, e coisa julgada material significa o bem da vida, reconhecido ou denegado pela sentença irrecorrível. O problema que se põe, do ângulo constitucional, é o de saber se a proteção assegurada pela Lei Maior é atribuída tão-somente à coisa julgada material ou também formal. O art. 5º, XXXIV, da Constituição Federal, não faz qualquer discriminação; a distinção mencionada é feita pelos processualistas. A nosso ver, a Constituição assegura uma proteção integral das situações de coisa julgada”. (pág. 43, 1994)
Importante para o embasamento do acesso à justiça são os institutos
do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa e da celeridade
processual, todos referidos no art. 5º, LIV, LV e LXXVIII.
13
O devido processo legal tem como corolários a ampla defesa e o
contraditório, que deverão ser assegurados aos litigantes, em processo judicial
ou administrativo, e aos acusados em geral, conforme expressa o art. 5°, LV.
Ainda que no campo administrativo não exista necessidade de
tipificação estrita que adeque rigorosamente a conduta à norma, a capitulação
do ilícito administrativo não pode ser a tal ponto de impossibilitar o direito de
defesa, pois nenhuma penalidade poderá ser imposta, tanto no campo judicial,
quanto nos campos administrativos ou disciplinares, sem a necessária ampla
defesa.
No entendimento de Nelson Nery Júnior,
"o princípio do contraditório, além de fundamentalmente constituir-se em manifestação do princípio do Estado de Direito, tem íntima ligação com o da igualdade das partes e o do direito de ação, pois o texto constitucional, ao garantir aos litigantes o contraditório e a ampla defesa, quer significar que tanto o direito de ação, quanto o direito de defesa são manifestação do princípio do contraditório". (pág. 122, xxxx)
A Emenda Constitucional nº 45/04, assegurou a todos, tanto no âmbito
judicial e quanto no administrativo, a razoável duração do processo e os meios
para a celeridade da tramitação de cada processo. Na tentativa de alcançar
esses objetivos, essa emenda trouxe diversos mecanismos de celeridade,
transparência e controle de qualidade da atividade jurisdicional.
Assim, os processos administrativos e judiciais devem garantir todos os
direitos às partes, sem, contudo, esquecer a necessidade de
desburocratização de seus procedimentos e na busca de qualidade e máxima
eficácia de suas decisões.
O princípio da presunção de inocência inserido no art. 5º, LVII, deve
ser também objeto de reflexão nessa monografia. Afinal, a necessidade de o
Estado comprovar a culpabilidade do indivíduo, que é constitucionalmente
presumido inocente, até o trânsito em julgado de um processo, faz com que
haja justiça na prestação jurisdicional. Quem demanda tem que entender o
direito da parte contrária a se defender de forma ampla.
Nessa linha, é relevante trazer a baila o Direito de Petição, citado por
Alexandre de Moraes (pág. 164, 2006), que “pode ser definido como o direito
14
que pertence a uma pessoa de invocar a atenção dos poderes públicos sobre
uma questão ou uma situação”.
Ao lado da função de legislar e administrar, o Estado exerce a função
de julgar, ou seja, a função jurisdicional, consistente na imposição da validade
do ordenamento jurídico, de forma coativa, toda vez que houver necessidade.
Segundo Arruda Alvim, texto transcrito do livro do Alexandre de Moraes (pág.
462, 2006).
"Podemos, assim, afirmar que função jurisdicional é aquela realizada pelo Poder Judiciário, tendo em vista aplicar a lei a uma hipótese controvertida mediante processo regular, produzindo, afinal, coisa julgada, com o que substitui, de-finitivamente, a atividade e vontade das partes."
Dessa forma, a função típica do Poder Judiciário é a jurisdicional, ou
seja, julgar, aplicando a lei a um caso concreto, que lhe é posto, resultante de
um conflito de interesses.
De forma didática e simplificada, resume-se a seguir alguns dos
princípios mais caros ao cidadão que demanda ao judiciário suas pretensões.
1.1 - O DEVIDO PROCESSO LEGAL
Esse Princípio constitui a base sobre a qual todos os outros se
sustentam (art. 5°, LIV). Ele seria suficiente para garantir a todos o direito a um
processo e a uma sentença justa.
Entende-se como manifestações do devido processo legal o princípio
da publicidade dos atos processuais, a impossibilidade de utilizar-se em juízo
prova obtida por meio ilícito, assim como o postulado do juiz natural, do
contraditório e do procedimento regular. Tudo que disser respeito à tutela da
vida, liberdade ou propriedade está sob a proteção do devido processo legal.
1.2 - PRINCÍPIOS PROCESSUAIS DERIVADOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
1.2.1 - Princípio da Isonomia
Este princípio advoga no sentido de que, relativamente ao processo
civil, verifica-se que os litigantes devem receber do juiz tratamento idêntico (art.
15
125,I do CPC). Isso significa “tratar igualmente os iguais e desigualmente os
desiguais, na exata medida de suas desigualdades”.
16
1.2.2 - Princípio do Juiz e do Promotor de Justiça Natural
Esse princípio afirma que "não haverá juízo ou tribunal de
exceção", o que se deduz que "Ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente". Estas afirmações são
oriundas do Art. 5°, incisos XXXVII e LIII da CF-88.
O juízo competente, portanto, deve ser constituído primeiro do que o
fato a ser julgado. Aplica-se indistintamente ao processo civil, ao penal e ao
administrativo.
1.2.3 - Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional
Segundo o art. 5°, XXXV, da CF, "a lei não excluíra da apreciação do
poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". Entende-se por esse princípio que
todos têm acesso à justiça para postular tutela preventiva ou reparatória
relativamente a um direito.
Decorre, ainda, desse princípio a atribuição de assistência jurídica
gratuita e integral aos necessitados (art. 5°, LXXIV da CF-88). A garantia
constitucional do acesso à justiça não significa que o processo deva ser
gratuito. Quem pode pagar, deve pagar. No entanto, se a taxa judiciária for
excessiva de modo a criar obstáculo intransponível ao acesso à justiça, tem-se
essa taxa como inconstitucional para os casos envolvendo pessoas
necessitadas.
1.2.4 - Integração das Lacunas pelo Juiz
O magistrado não pode se eximir de sentenciar alegando obscuridade
na lei (art. 126 do CPC). A inafastabilidade da jurisdição faz com que o juiz,
devendo, utiliza-se dos costumes, princípios gerais de direito e da analogia.
O litigante tem o direito de saber o porquê de sua vitória ou derrota em
juízo. A decisão do juiz deve ser motivada (art. 93, IX da CF).
1.2.5 - Princípio do Contraditório
Os constituintes foram felizes ao esculpirem na Carta que “Aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
17
assegurados o contraditório e ampla defesa com os meios e recursos a ele
inerentes" (art. 5° LV da CF).
O princípio do contraditório é, em síntese, a manifestação do princípio
do estado de direito, tem íntima ligação com o da igualdade das partes e o do
direito de ação, pois o texto constitucional, ao garantir aos litigantes o
contraditório e a ampla defesa, quer significar que tanto o direito de ação
quanto o direito de defesa são manifestações do princípio do contraditório.
1.2.6 - Princípio da Publicidade
Em conformidade com o art. 5°, LX, "a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem". E o art. 93, IX dispões que "todos os julgamentos dos
órgãos do poder Judiciário serão públicos".
1.2.7 - Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
A Constituição de 1988 não conferiu garantia absoluta ao duplo grau
de jurisdição. Limitou-se a apenas mencionar a existência de tribunais,
outorgando-lhes competência recursal.
1.2.8 - Princípio da Motivação das Decisões Judiciais
O art. 93, IX da CF estabelece que as decisões judiciais devem ser
motivadas sob pena de nulidade. O princípio em comento relaciona-se com
exigência de imparcialidade do juiz, a publicidade das decisões judiciais, a
legalidade da decisão, passando pelo princípio constitucional da
independência jurídica do magistrado.
Oportuno registrar que as decisões administrativas proferidas pelos
órgãos do Poder Judiciário, também devem ter fundamentação. A
fundamentação tem implicação substancial e não meramente formal, donde é
lícito concluir que o juiz deve analisar as questões postas a seu julgamento,
exteriorizando a base fundamental de sua decisão.
18
1.3 - Processual – Código de Processo Civil
A função jurisdicional tem por escopo a pacificação social. Portanto, a
solução dos conflitos é o objeto primeiro da jurisdição. O código em comento
estabelece regras de jurisdição contenciosa e também regula a jurisdição
voluntária. Nesse sentido, a jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida
pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições constantes
no Código de Processo Civil.
Importante é frisar que, sem provocação, ou seja, sem requerimento,
nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional.
Registra-se como fundamental o fato de que, para propor ou contestar
ação é necessário ter interesse e legitimidade. “O interesse do autor pode
limitar-se à declaração: da existência ou da inexistência de relação jurídica; da
autenticidade ou falsidade de documento”.
Um dos pontos importantes para o desenvolvimento da monografia é
ter em mente que “ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio,
salvo quando autorizado por lei”.
1.3.1 - Princípios Informativos do Processo Civil
Segundo o Professor Garcia d’Ávila Pires de Carvalho e Albuquerque,
em seu texto PROCESSO E CONSTITUIÇÃO, Teoria Geral do Processo, os
princípios informativos do processo civil são considerados como axiomas. Isso
porque prescindem de demonstração. Baseiam-se em critérios estritamente
técnicos e lógicos. Podem ser classificados da seguinte maneira:
- lógico – O processo deve ser lógico em sua estrutura, devendo, por
exemplo, a petição inicial precedera contestação.
- jurídico - Pelo princípio jurídico, o processo deve seguir regras
preestabelecidas no ordenamento jurídico.
- político - As regras de ordem político precisam ser seguidas no
processo, como por exemplo, a que determina ao juiz o dever de sentenciar,
ainda que haja lacuna na lei (art. 126 do CPC).
- econômico - Segundo o princípio econômico, deve-se obter o máximo
do processo com o mínimo de dispêndio de tempo e de atividade.
19
1.3.2 - Princípios Fundamentais ou Gerais do Processo Civil
São aqueles sobre os quais o sistema jurídico pode fazer opção,
considerando aspectos políticos e ideológicos.
1.3.2.1 - Devido Processo Legal em Sentido Material
É de domínio público o entendimento que, no direito administrativo
esse princípio manifesta-se pelo princípio da legalidade. Trata-se da garantia
dos cidadãos contra os abusos do poder governamental, notadamente pelo
exercício do poder de polícia.
Já no direito privado, prevalecem os princípios da autonomia
e da atipicidade dos negócios, ao passo que no direito
administrativo o administrador só pode agir de acordo com a lei.
1.3.2.2 - Devido Processo Legal em Sentido Processual
Em sentido processual, há outro significado, mais restrito. Deve
propiciar ao litigante a certeza de uma comunicação adequada sobre a base
da ação governamental. Garantir um juiz imparcial no julgamento da lide. Ter a
consciência de que se tem a oportunidade de deduzir defesa oral perante o
juiz, além do direito de apresentar provas, interpelar as testemunhas, contrariar
provas, ter um defensor no processo perante o juiz ou tribunal, tudo garantido
por uma decisão fundamentada, com base no que consta dos autos.
Ainda em sentido processual, há o direito à citação e ao conhecimento
do teor da acusação, quando se for o demandado. Há o direito a um rápido e
público julgamento, ao arrolamento de testemunhas e à notificação das
mesmas para comparecimento perante os tribunais.
20
1.3.2.3 - Citação e Comunicação dos Atos Processuais
A citação é o ato pelo qual se dá conhecimento ao réu de que em face
dele foi ajuizada pretensão. É o ato que implementa, por excelência, o
contraditório no processo civil. Assim, citado, o réu pode concordar com o
pedido do autor. Nesse caso, ocorrerá a extinção do processo com julgamento
do mérito a favor do autor, conforme art. 269, II do CPC.
Caso contrário, o réu poderá oferecer resposta, gênero do qual são
espécies a contestação, as exceções, a reconvenção e a ação declaratória
incidental. O princípio do contraditório caracteriza-se pela oportunidade que se
oferece ao réu para que deduza a sua resposta, não sendo necessário,
contudo, que o réu, de fato, exerça o direito de apresentar resposta.
1.3.2.4 - Liminar - INAUDITA ALTERA PARS
Pode haver a necessidade de concessão de medida liminar, inaudita
altera pars, por parte do juiz. Isto não quer dizer que o princípio do contraditório
esteja sendo desrespeitado, uma vez que a parte será ouvida no processo e
poderá, inclusive, recorrer da medida liminar, caso deferida que, por ser
provisória, pode ser modificada, também, em virtude da manifestação da parte
contrária.
1.4 – CÓDIGO CIVIL - DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Diretamente relacionado ao tema da monografia, destaque deve ser
dado à Responsabilidade Civil, assunto objeto dos artigos 927 ao 954 do CC.
Assim, o capítulo I da obrigação de indenizar preceitua de início que “aquele
que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo”; Também que “haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem”.
Importante registrar que, “se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no
caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á
21
direito à indenização do prejuízo que sofreram”, e que, “no caso do inciso II do
art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do
dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado”.
Oportuno sublinhar que “a mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano (art. 188, inciso I)”.
São também responsáveis pela reparação civil: “os pais, pelos filhos
menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; o tutor e o
curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; os donos de hotéis,
hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro,
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia”.
Importante salientar que a “responsabilidade civil é independente da
criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre
quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo
criminal”.
Cuidado deve ter sempre o dono de edifício ou construção, pois,
“responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de
reparos, cuja necessidade fosse manifesta”. Além disso, “aquele que habitar
prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele
caírem ou forem lançadas em lugar indevido”.
O imperativo que diz que “aquele que demandar por dívida já paga, no
todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que
for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do
que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se
houver prescrição”. Este preceito é muito útil para inibir abuso de credor.
22
Para garantir a execução, “os bens do responsável pela ofensa ou
violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e,
se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela
reparação”.
Frisa-se que o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la
transmitem-se com a herança.
Em situações mais complexas, se “a obrigação for indeterminada, e não
houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo
inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei
processual determinar”.
No caso em que “o devedor não puder cumprir a prestação na espécie
ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente”.
1.5 - BOA-FÉ
É fundamental registrar que aquele que pleitear de má-fé como autor,
réu ou interveniente responderá por perdas e danos. Nesse contexto, reputa-
se litigante de má-fé aquele que: “deduzir pretensão ou defesa contra texto
expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do
processo para conseguir objetivo ilegal; opuser resistência injustificada ao
andamento do processo; proceder de modo temerário em qualquer incidente
ou ato do processo; provocar incidentes manifestamente infundados;
interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma
participam do processo “expor os fatos em juízo conforme a verdade; proceder
com lealdade e boa-fé; não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes
de que são destituídas de fundamento; não produzir provas, nem praticar atos
inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito; cumprir com
exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de
provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final”.
1.6 - PROCEDIMENTOS
23
Importante é frisar que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao
fato constitutivo do seu direito ou ao réu, quanto à existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Por outro lado, não dependem de prova os fatos notórios, afirmados por
uma parte e confessados pela parte contrária, admitidos, no processo, como
incontroversos, em cujo favor milita presunção legal de existência ou de
veracidade.
Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de
experiência comum, pela observação do que ordinariamente acontece e ainda
as regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial.
Sempre, antes de iniciar a instrução, o juiz tentará conciliar as partes.
Chegando a acordo, o juiz mandará tomá-lo por termo. Nesse caso, o termo de
conciliação, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, terá valor de
sentença.
Tendo o juiz prolatado a sentença, a impugnação somente poderá
versar sobre a falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia,
inexigibilidade do título, penhora incorreta ou avaliação errônea, ilegitimidade
das partes, excesso de execução, qualquer causa impeditiva, modificativa ou
extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação
ou prescrição, desde que superveniente à sentença.
Registra-se que, quanto aos títulos, são títulos executivos judiciais,
dentre outros, a sentença proferida no processo civil que reconheça a
existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia, a
sentença penal condenatória transitada em julgado, a sentença homologatória
de conciliação ou de transação, o formal e a certidão de partilha,
exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a
título singular ou universal.
Quanto á sentença, são requisitos essenciais:
24
. O relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da
resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no
andamento do processo.
. Os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de
direito;
. Os dispositivos, em que o juiz resolverá as questões, que as partes
Ihes submeterem.
O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em
parte, o pedido formulado pelo autor. Nos casos de extinção do processo sem
julgamento do mérito, o juiz decidirá em forma concisa. Quando, porém, o
autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida.
1.7 - JUDICIAL
Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à
mesma lide, salvo se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio
modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir
a revisão do que foi estatuído na sentença ou nos demais casos prescritos em
lei.
É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já
decididas, a cujo respeito se operou a preclusão. Passada em julgado a
sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e
defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do
pedido.
Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua
liquidação. Do requerimento de liquidação de sentença será a parte intimada,
na pessoa de seu advogado. A liquidação poderá ser requerida na pendência
de recurso, processando-se em autos apartados, no juízo de origem,
cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais
pertinentes.
A petição inicial será indeferida: quando for inepta; quando a parte for
manifestamente ilegítima; quando o autor carecer de interesse processual;
25
quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição; quando o
tipo de procedimento escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da
causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder
adaptar-se ao tipo de procedimento legal; quando não atendidas as
prescrições.
Considera-se inepta a petição inicial quando: faltar pedido ou causa de
pedir; da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; o pedido
for juridicamente impossível; contiver pedidos incompatíveis entre si.
1.8- PROCEDIMENTO SUMÁRIO
Pode se utilizar do procedimento sumário nas causas cujo valor não
exceda a sessenta vezes o valor do salário mínimo; nas causas, qualquer que
seja o valor: - de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao
condomínio; - de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; - de
ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; -
de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de
veículo, ressalvados os casos de processo de execução; - de cobrança de
honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação
especial; - nos demais casos previstos em lei.
Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e
à capacidade das pessoas.
No procedimento sumário, em regra, não são admissíveis a ação
declaratória incidental e a intervenção de terceiros. O pedido deve ser certo ou
determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico: nas ações universais,
se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; quando não
for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato
ilícito; quando a ato que deva ser praticado pelo réu.
É lícito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o
juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior.
26
Compete o réu, antes de discutir o mérito, alegar: inexistência ou
nulidade da citação; incompetência absoluta; inépcia da petição inicial;
perempção; litispendência; coisa julgada; conexão; incapacidade da parte,
defeito de representação ou falta de autorização; convenção de arbitragem;
carência de ação; falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como
preliminar.
Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos
narrados na petição inicial. Presumem-se, em regra, verdadeiros os fatos não
impugnados, salvo: se não for admissível, a seu respeito, a confissão; se a
petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei
considerar da substância do ato; se estiverem em contradição com a defesa,
considerada em seu conjunto.
1.9 - SUMARÍSSIMO - LEI 9099/95
O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e
julgamento das causas cíveis de menor complexidade. Assim, as causas cujo
valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo, como a de cobrança ao
condômino, as de ressarcimento por danos em prédio ou a danos causados
em acidente de veículo de via terrestre, de cobrança de seguro relativos a
esses danos.
Também é competente para a ação de despejo para uso próprio e
ações possessórias sobre bens imóveis, bem como para promover a execução
dos seus julgados, dos títulos executivos extrajudiciais, sempre considerando o
valor de até quarenta vezes o salário mínimo.
É fundamental frisar que estão excluídas da competência do Juizado
Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da
Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e
ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. Afinal,
existem leis específicas aplicáveis para esses tipos de demanda.
27
Quanto a competência, é competente para as causas previstas na Lei
9099, o Juizado do foro do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local
onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha
estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório.
Também pode ser o lugar onde a obrigação deva ser satisfeita ou a do
domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de
dano de qualquer natureza.
Oportuno salientar que, somente as pessoas físicas capazes serão
admitidas a propor ação perante o Juizado Especial, e que nas causas de
valor até vinte salários mínimos, as partes não precisam de advogados,
podendo ser assistidas por ele, se desejarem. Entretanto, nas de valor
superior, a assistência é obrigatória.
1.10 – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Nas relações de consumo, é importante o cidadão ter conhecimento de
que é considerado consumidor aquele que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
Por outro lado, é considerado fornecedor toda pessoa física ou jurídica,
que desenvolve atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Sabendo sobre a definição legal do que é ser consumidor e fornecedor,
passa a ser fundamental também ter consciência dos seus direitos básicos.
Assim, são direitos básicos do consumidor, a proteção da vida, saúde e
segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de
produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos.
São também direitos básicos a educação e divulgação sobre o consumo
adequado dos produtos e serviços, a informação adequada e clara sobre
estes, a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos
28
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas
abusivas.
Nessa linha, o consumidor sempre busca a reparação de danos
patrimoniais e morais quando se sente prejudicado pelo serviço ou produto
contratado através do acesso aos órgãos judiciários e administrativos.
O Código de defesa do Consumidor em seu art. 5º, VIII, facilita a defesa
de seus direitos, notadamente com a inversão do ônus da prova, a seu favor,
no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
2 – PRÉ-REQUISITOS
Quanto ao legitimado, toda pessoa que se acha no exercício dos seus
direitos tem capacidade para estar em juízo. Já os incapazes serão
representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da
lei civil. Compete ao juiz dar curador especial: “ao incapaz, se não tiver
representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; ao
réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa”.
Deve-se sublinhar que o processo civil começa por iniciativa da parte,
mas se desenvolve por impulso oficial. Nessa linha, considera-se proposta a
ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente
distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só
produz, quanto ao réu, os efeitos legais, depois que for validamente citado.
Diversos outros mandamentos oriundos do Código Civil são primordiais
ao exercício eficaz do direito à demanda. Assim, tendo como objeto um
negócio jurídico, a condição, o termo e o encargo devem ser bem
compreendidos.
No mesmo sentido, atenção aos defeitos do negócio jurídico como, erro,
ignorância, dolo, coação, estado de perigo, lesão, fraude contra credores para
que não haja prejuízo às partes.
29
2.1 - Pessoal
Quanto ao Negócio Jurídico, este requer segundo o Código Civil, agente
capaz. Registra-se que “é nulo o negócio jurídico quando for celebrado por
pessoa absolutamente incapaz.”
Muitos balizadores para o exercício do direito do cidadão são inscritos
no Código Civil. Sem detalhamento, deve-se sublinhar que “toda pessoa é
capaz de direitos e deveres na ordem civil”. E que ”são absolutamente
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: os menores de
dezesseis anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para a prática desses atos; os que, mesmo por
causa transitória, não puderem exprimir sua vontade”.
Nessa linha, “são incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira
de os exercer: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios
habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido”.
Nesse diapasão, registra-se que “a menoridade cessa aos dezoito anos
completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida
civil”. E que “os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis,
não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Também que “o
domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência
com ânimo definitivo.”
2.2 – Jurídico
A petição inicial deve indicar o juiz ou tribunal a que é dirigida, bem
como os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do
autor e do réu, o fato e os fundamentos jurídicos do pedido, o pedido, com as
suas especificações, além do valor da causa, as provas com que o autor
pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados e o requerimento para a
citação do réu.
30
A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à
propositura da ação. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os
requisitos exigidos, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a
complete. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
2.3 – PROCURADOR
Nesse sentido, Alexandre de Moraes (pág. 575, 2006) lembra que a
Constituição de 1988 erigiu a princípio constitucional a indispensabilidade e a
imunidade do advogado, prescrevendo em seu art. 133 que “o advogado é
indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei."
No entanto, o princípio constitucional da indispensabilidade da
intervenção do advogado, previsto no art. 133 da Carta Maior, não é absoluto.
Apesar de constituir fator importantíssimo a presença do advogado no
processo para garantia dos direitos e liberdades públicas previstos na
Constituição Federal e em todo o ordenamento jurídico, continua existindo a
possibilidade excepcional da lei outorgar o ius postulandi a qualquer pessoa.
É importante ressaltar que a inviolabilidade do advogado, por seus atos
e manifestações no exercício da profissão, não é absoluta, sujeitando-se aos
limites legais, pois como decidiu o Superior Tribunal de Justiça.
"seria odiosa qualquer interpretação da legislação vigente conducente à conclusão absurda de que o novo Estatuto da OAB teria instituído, em favor da nobre classe dos advogados, imunidade penal ampla e absoluta, nos crimes contra a honra e até no desacato, imunidade essa não conferida ao cidadão brasileiro, às partes litigantes, nem mesmo aos juízes e promotores. O nobre exercício da advocacia não se confunde com um ato de guerra em que todas as armas, por mais desleais que sejam, possam ser utilizadas". Alexandre de Moraes (pág. 576, 2006)
Analisando a referida imunidade, o Superior Tribunal de Justiça ainda
concluiu que:
"os advogados prestam importante serviço e contribuição para o bom exercício da Justiça, sendo natural que, no exercício regular da atividade, o façam, até, com ardor e veemência. Nunca, porém, deixando de lado o essencial, que é a defesa da causa, para uma luta contra o colega adverso, ou contra o
31
representante do Ministério Público, ou ofendendo a honra, desabusada e desnecessariamente, fora dos limites da causa ou da defesa de direitos e prerrogativas de que desfrutam". Alexandre de Moraes (pág. 577, 2006)
Assim, a imunidade inexistirá quando a ofensa for gratuita, desvinculada
do exercício profissional e não guardar pertinência com a discussão da causa.
No que diz respeito a representação, a parte será representada em juízo
por advogado legalmente habilitado, sendo lícito, no entanto, postular em
causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, no caso de falta
de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver.
Nesse sentido, a procuração geral para o foro, conferida por instrumento
público, ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos
os atos do processo, salvo para receber citação inicial, confessar, reconhecer a
procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se
funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso.
Já no que concerne a representação à luz do Código Civil, esses
poderes conferem-se por lei ou pelo interessado. E que, “A manifestação de
vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em
relação ao representado”.
2.4 - DEFENSORIA PÚBLICA
Dentre as instituições essenciais à função jurisdicional do Estado, a
Constituição Federal prevê, ainda que a Defensoria Pública responsabilize-se
pela orientação jurídica e a defesa gratuita em todos os graus aos
necessitados.
A Emenda Constitucional nº 45/04 fortaleceu as Defensorias Públicas
Estaduais, assegurando-lhes autonomia funcional e administrativa e a iniciativa
de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias.
Agora, expostos os princípios constitucionais e os regramentos básicos
para o acesso às searas administrativas e judiciárias por parte do cidadão para
32
conseguir atingir as suas pretensões num ambiente democrático de direito,
analisa-se nos próximos capítulos casos concretos envolvendo essas duas
searas.
33
CAPÍTULO II
SOLUÇÕES NA SEARA ADMINISTRATIVA
Há muitas soluções, que por motivo de conflito ou não, podem ser
conseguidas na seara administrativa. O DIVÓRCIO E A SEPARAÇÃO; o
INVENTÁRIO E PARTILHA VIA CARTORIAL, dentre outros. Como esses
assuntos não fazem parte do escopo dessa monografia, não se fará
comentários adicionais.
Relevante, no entanto, é citar a possibilidade de se utilizar a mediação,
a conciliação e a arbitragem para dirimir conflitos. Assim, a seguir, breves
comentários sobre essas Modernas Alternativas para Resolução de Conflitos.
1 - Modernas Alternativas para Resolução de Conflitos
No senso comum tem-se a idéia que o conflito é negativo. Na verdade é
um meio de crescimento do indivíduo. É necessário, porém, criar
procedimentos eficazes para resolvê-lo de forma cooperativa. Assim, temos as
seguintes possibilidades.
1.1 - Mediação – Intervenção de terceiro imparcial, para viabilização de um
acordo. Este não Propõe solução.
1.2 - Conciliação – Também há intervenção de terceiro imparcial para
viabilização de um acordo, mas, neste caso, este propõe alternativas.
1.3 - Arbitragem – Existe lei expressa para esse tipo de solução de conflitos
que é a Lei n. 9.307/96. A forma permite a intervenção de uma ou mais
pessoas. O poder que o árbitro detém é oriundo de uma convenção
privada. A decisão emanada da arbitragem tem eficácia de sentença
judicial, ou seja, independe de homologação do Laudo Arbitral por qualquer
juiz togado ou não. O que rege, nessa modalidade é o Princípio da
Autonomia de Vontade.
34
2 – PROCON
2.1 - IMPORTÂNCIA
O PROCON é o órgão responsável pela coordenação e execução da
política estadual de proteção, amparo e defesa do consumidor. Portanto, o
PROCON é órgão Estadual, cada Estado é responsável pela orientação,
recebimento, analise e encaminhamento das reclamações, consultas e
denúncias dos consumidores. Compete ainda a cada PROCON “fiscalizar
previamente os direitos dos consumidores e aplicar as sanções, quando for o
caso.”
Sendo assim, este órgão é de suma importância para apoiar os
consumidores quando seus direitos não estão sendo respeitados pelos
fornecedores de produtos ou serviços.
2.2 - OBJETIVOS
É importante registrar que O PROCON é um órgão de atuação
administrativa. Tem como um de seus objetivos registrar reclamações de
consumo, sendo seu objetivo evitar que os consumidores tenham qualquer tipo
de prejuízo, além de sempre buscar o equilíbrio e harmonia nas relações de
consumo, além de educar e divulgar sobre o consumo adequado de produtos e
serviços.
Para isso, e não poderia ser de outra forma, este órgão pauta a sua
atuação na Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990, conhecida como CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR - CDC. Trata-se de lei de ordem pública e
interesse social, não podendo assim, ser contrariada nem por acordo entre as
partes.
2.3 - SUAS DECISÕES
O PROCON é o órgão responsável pela coordenação e execução da
política estadual de proteção, amparo e defesa do consumidor. É dito que em
35
média 80% das reclamações dos consumidores são resolvidas por telefone,
feito por um trabalho de mediação.
Dado mais promissores do que estes foram divulgados pelo site do
PROCON-BLUMENAU-SC, que diz: “Com um índice de resolução de 89% das
Reclamações Fundamesntadas, o PROCON divulga o relatório dos problemas
reivindicados pelos consumidores no primeiro semestre deste ano de 2011.”
O PROCON tem autonomia coerciva. A multa pecuniária pode variar de
poucos reais a alguns milhões de reais, tendo como critério a gravidade da
infração, reincidência e poder econômico-financeiro da empresa. Esse poder é
necessário, conforme se deduzirá mais adiante, quando se trouxer dados do
PROCON-SP quando a quantidade de demandas não atendidas por grandes
empresas do país.
2.4 - DOCUMENTOS PARA ABERTURA DE RECLAMAÇÃO
O PROCON-DF, em seu site, registra que, para “abertura” de
reclamação são necessários documentos pessoais, tais como “RG, CPF e
etc.”, bem como os documentos comprobatórios da relação de consumo
(contrato, boleto, fatura, etc.).
A seguir, a monografia registra o “ranking” das empresas mais
reclamandas de São Paulo, com informações acessadas do site oficial
referente.
2.5 – EMPRESAS MAIS RECLAMADAS - FUNDAÇÃO PROCON-SP - EMPRESAS RECLAMADAS DE 2010
Os fornecedores Telefônica, Itaú, Bradesco, Samsung e Claro são os
cinco primeiros colocados do ranking de reclamações 2010 da Fundação
Procon-SP. A lista contém apenas reclamações fundamentadas, ou seja,
demandas de consumidores que não foram solucionadas em fase preliminar,
sendo necessária a abertura de processo administrativo para serem
trabalhadas pelo órgão junto aos fornecedores.
36
A área técnica de Serviços (água, telefonia, luz, escola, clubes, oficina
mecânica, etc.) foi a que registrou o maior número de reclamações, 36%,
seguida pela de Produtos (móveis, eletrônicos, vestuário, etc.), 35%. As áreas
de Assuntos Financeiros/Habitação (bancos, cartões de crédito, financeiras
etc.), Saúde/Alimentos (planos de saúde, cosméticos, medicamentos, etc.)
concentraram, respectivamente, 25% e 4% das reclamações fundamentadas.
De um total de 630.715 atendimentos (simples consultas, atendimento
preliminar, orientação, etc.), apenas 31.509 (5%) transformaram-se em
reclamações fundamentadas. Ao todo, estão listados 3.422 fornecedores. Com
relação a 2009, houve um aumento de 18,15% no total de atendimentos, em
contrapartida, os que se transformaram em reclamações fundamentadas
diminuíram 24,5% em relação ao mesmo período.
Apesar dessa diminuição, há muito trabalho a ser desenvolvido pelos
PROCONs de todos os Estados, tendo em vista a necessidade da melhora dos
produtos, serviços e atendimento pós venda.
2.5.1 - RANKING FORNECEDORES 2009 E 2010
2009 2010
1º TELEFÔNICA TELEFÔNICA (1º) 2º ITAÚ ITAÚ UNIBANCO (2º) 3º ELETROPAULO BRADESCO (7º) 4º SONY ERICSSON SAMSUNG (20º) 5º TIM CELULAR CLARO (6º) 6º CLARO ELETROPAULO (3º) 7º BRADESCO SONY ERICSSON (4º) 8º UNIBANCO LG ELETRONICS (30º) 9º BANCO IBI – C&A SANTANDER (19º) 10º EMBRATEL NET (17º) ( ) Posição no ranking em 2009.
37
2.5.2 - RANKING GERAL (10 mais reclamadas) POR PERCENTUAL DE NÃO ATENDIMENTO
Reclamações Percentual de Não Atends
Nome Fantasia – Fornecedor
Atendidas não atendidas
Total
1º SANTANDER / REAL 145 550 695 79,1% 2º ELETROPAULO 249 614 863 71,1% 3º ITAÚ UNIBANCO 825 883 1.708 51,7% 4º CELULAR SONY 424 386 810 47,7% ERICSSON 5º BRADESCO 632 522 1.154 45,2% 6º NET 393 299 692 43,2% 7º LG ELETRONICS 459 321 780 41,2% 8º TELEFÔNICA 2.275 862 3.137 27,5% 9º CLARO 711 223 934 23,9% 10º SAMSUNG 868 114 982 11,6%
2.5.3 – DESTAQUES - CADASTRO DE RECLAMAÇÕES FUNDAMENTADAS 2010
Cobrança indevida, produtos com defeito e problemas com entrega
lideram queixas.
No ranking dos principais problemas relatados nas queixas
fundamentadas, o item cobranças indevidas é responsável por 8.855 do total
das 31.509 reclamações fundamentadas, o equivalente a 28%. Na sequência,
verificou-se a predominância de vício de produtos (mercadorias entregues com
defeito), problema identificado em 5.510 casos e, em terceiro lugar, os
problemas com entrega, com 2.658 registros.
Cresce o número de reclamações de comércio eletrônico.
Com o aumento do número de computadores nas residências, os preços
atrativos e a comodidade que oferece, o segmento do e-commerce cresce
vertiginosamente e com ele também o número de reclamações.
38
Eletropaulo deixa de atender 71% das reclamações do PROCON. Das
863 reclamações contra a Eletropaulo, 614 não foram atendidas pela empresa
(71%).
Em 2009 esse índice foi de 52% das reclamações. Houve, portanto, um
aumento de 19% no número de reclamações não atendidas pela empresa.
Fabricantes de aparelhos celular não oferecem soluções.
Telefones celulares danificados ou com mal funcionamento. As
empresas desse segmento estão sempre no topo do ranking das mais
reclamadas na área de produtos. A marca Samsung foi responsável por 982
reclamações – triplicando o número de queixas em relação ao cadastro do ano
passado, 320. A Sony Ericson – apesar da redução no número de
reclamações, 810 contra 1.288 em 2009 – elevou a proporção de reclamações
não atendidas.
A LG Eletronics além de saltar de 177 para 780 reclamações, deixou de
atender a 41% das reclamações contra 19% em 2009.
Planos de saúde dificultam marcação de exames e consultas
A agência reguladora do setor não vem obtendo êxito em assegurar aos
consumidores desse tipo de serviço, absolutamente essencial diga-se, padrões
adequados de qualidade.
Estratégia do PROCON provoca a redução no número de reclamações
da Telefônica. Após a divulgação do Cadastro Anual de Reclamações
Fundamentadas no ano passado, a Fundação Procon-SP convocou as
empresas mais reclamadas para que essas apresentassem propostas de
redução do número de reclamações. A partir da assinatura de um Termo de
Compromisso, a Telefônica obrigou-se em melhorar o atendimento e, desde
então, vem diminuindo o volume de demandas no órgão, alcançando uma
redução de aproximadamente 80% do número de reclamações
fundamentadas, retomando o patamar de dois anos atrás, que ainda é muito
elevado considerando a essencialidade do serviço.
39
Grandes redes do varejo
Grandes redes do varejo dobram as reclamações e diminuem os
atendimentos. A Casas Bahia registrou mais que o dobro do número de
reclamações, em relação ao ano anterior (495 contra 187). A metade dos
processos não foi atendida pela empresa. No cadastro 2009, o percentual de
reclamações não atendidas foi de 30%.
O Ponto Frio dobrou o número de reclamações em relação ao cadastro
divulgado a ano passado – 280 em 2010, contra 136 em 2009, com o
agravante de que, tanto em 2009 como em 2010, foram verificadas duas
reclamações não atendidas para cada reclamação atendida.
Entre os principais problemas, estão a entrega de produto com defeito
ou diferente do pedido, demora na montagem e venda enganosa de contratos
de seguro, como garantia estendida.
TAM e Gol registram baixo índice de solução
Com o segmento em expansão, estas empresas não se mostraram
sensíveis em acolher as demandas de seus consumidores, apresentando
índices de não atendimento superiores a 65%. Apesar de dividirem
praticamente a mesma fatia do mercado, a TAM registra o dobro de
reclamações da Gol.
O atendimento às demandas do consumidor, pode começa pelas
negociação extrajudicial envolvendo a busca de solução diretamente com o
fornecedor dos produtos e serviços. Como visto, também a mediação,
conciliação e a arbitragem podem ser úteis para esse intento. Ainda
extrajudialmente, através do PROCON, o consumidor pode resolver seus
problemas oriundos da relação de consumo. Porém, o cidadão ainda pode
recorrer ao judiciário, conforme exposto a seguir.
CAPÍTULO III
40
SOLUÇÕES NA SEARA JUDICIAL
Muito já foi informado no CAPÍTULO I sobre os direitos do cidadão a
recorrer ao judiciário para demandar sobre assuntos de seu interesse
relacionados à Responsabilidade Civil e Direito do Consumidor.
Nesse capítulo foi escolhido um caso concreto para análise. Assim,
analisar-se-á na prática os pontos relevantes dos autos desse processo que,
pode ser útil para futuras análises e entendimento dos procedimentos
referentes.
Registra-se que esse processo exemplo é de Juizado Especial Cível da
Comarca da Capital – RJ, e chegou à fase recursal. Pelo exposto, a análise
deste caso proporcionou um aprendizado significativo para minha vida
profissional.
Por oportuno, registra-se que o nome da autora foi omitido, mas o
número do processo é verdadeiro, assim como da empresa demandada.
PROCESSO 2009 001 258876 0 – BANCO ITAÚ S.A.
1 - PETIÇÃO INICIAL 1.1 – DOS FATOS
A autora registrou como fatos que possuia conta corrente junto a essa
instituição bancária e que, sem autorização para débito das faturas do seu
cartão de crédito, o réu retirou do saldo existente da cliente a importância de
R$ 37,67.
Registrou ainda que, mesmo solicitando o estorno dessa
importância, o banco permaneceu cilente, o que causou impacto nas finanças
da autora.
41
1.2 – DO DIREITO
A autora se baseia no CDC, frisando que trata-se de relação de
consumo, e menciona o artigo 14 da Lei nº 8078/90, para afirmar que a
responsabilidade aplicável “é objetiva”.
Cita também o art. 39 Caput,que diz: “É vedado ao fornecedor de
produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:e o inciso III – “enviar ou
entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer
qualquer serviço;”
Inclui duas jurisprudências, sendo um Agravo de Instrumento,
Des. Sergio Cavalieri Filho – Julgamento: 19/12/2008 – DÉCIMA TERCEIRA
CÂMARA CÍVEL, e uma Apelação, Des. Denise Levy Tredler – Julgamento:
27/11/2007 – DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL.
1.3 - DO DANO MORAL
Alega que teria direito a indenização por danos morais em
decorrência “das perturbações emocionais e psíquicas do constrangimento,
angústia e desconforto espiritual”.
Utilizou para abalizar suas alegações trechos da obra “Programa
de Responsabilidade Civil” do Desembargador Sérgio Carvalho Filho”.
1.4 – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Requereu a autora a aplicação do disposto no artigo 6º, VIII, do CDC,
que permite “a inversão do ônus da prova ao seu favor.”
Registrou o fato de sua “hipossuficiência” e da “verossimilhança das
alegações.
1.5 – REQUERIMENTO
Requereu que o réu devolvesse em dobro a quantia retirada de sua
conta, a condenação do réu em R$ 7.000,00 a título de danos morais, a
inversão do ônus da prova, e a citação do réu.
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2 - TERMO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Não houve acordo.
3 - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Não houve conciliação. A parte ré apresentou contestação.
Assim, foi marcada a leitura de sentença.
3.1 - CONTESTAÇÃO
3.1.1 – SÍNTESE DA DEMANDA
O réu fez resumo acerca das pretensões da autora.
3.1.2 – DO MÉRITO
O réu alegou que o débito em conta corrente é operação
“completamente lícita”. O cliente tinha ciência desde o momento que teria
assinado o “contrato de adesão”. Citou a cláusula contratual referente.
Para descaracterizar danos morais, o réu citou a Súmula 75 do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
3.1.3 - REQUERIMENTO
Requereu que fosse julgado improcedente “in totum” o pedido autoral e
que a produção de provas por todos os meios em direito admitidos fossem
aceitos.
4 - PROJETO DE SENTENÇA 4.1 - BREVE RELATÓRIO
A juíza leiga registrou que tratava-se de a ação pelo rito
sumáríssimo em que a parte autora pedia indenização por danos morais, bem
como a devolução do que havia sido indevidamente debitado de sua conta
corrente. Quanto à contestação, disse que “a parte ré no mérito impugna
integralmente o pedido autoral, asseverando que sua autuação se baseou em
cláusula contratual.
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4.2 - DECISÃO
A juíza registrou logo no início que a relação jurídica objeto da
demanda era de consumo, em face dos arts. 2º c/c 17 c/c 29 da Lei nº
8.078/90, enquanto a parte ré “subsume-se ao conceito do art. 3º do referido
diploma legal.
Em suas considerações disse ter verificado que a parte ré não
negava a ocorrência dos fatos tal como relatados na inicial e não “logrou
comprovar a plena ciência da parte autora acerca dessa cláusula que, por ser
restritiva de direito...”
Por isso, a juíza caracterizou “o fato do serviço”, em
consequência o dano material, mencionando como balizador o art. 42 do CDC,
mas não entendeu que o fato tenha ultrapassado o mero aborrecimento.
Assim, julgou PROCEDENTE EM PARTE O PEDIDO
condenando “a parte ré, solidariamente, ao pagamento a título de indenização
por danos materiais, do valor de R$ 75,34, corrigido e acrescido de juros de
mora na taxa de 1% ao mês a partir da citação, devendo tal quantia ser
depositada em até 15 (quinze) dias a contar do transitado em julgado desta,
sob pena de multa de 10% do valor fixado na forma do art. 475-J do CPC c/c
Enunciado Jurídico nº 08 oriundo do VIII Encontro de Juizado Especial Cíveis e
Turmas Recursais.”
Registrou ainda, que não haveria ônus sucumbenciais em razão
do art. 55 da Lei nº 9.099/95 e que, após o trânsito em julgado, que fosse dado
baixa e arquivado.
Ato contínuo, o projeto de sentença foi homologado na forma do
artigo 40 da lei 9099/95.
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5 - RECURSO INOMINADO – PARTE RÉ
5.1 – INTERPOSIÇÃO
A parte ré interpos esse recurso com base no art. 41 da Lei
9.099/95, requerendo, após verificados os presupostos de admissibilidade, o
recebimento nos efeitos devolutivo e suspensivo, e o encaminhamento ao “E.
Conselho Recursal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.”
5.2 - REZÕES DO RECURSO
A parte ré inicia relatando a pretensão do autor e o teor da sentença.
5.3 - NO MÉRITO
Nega qualquer ato ilícito. Assim, não vislumbra a Recorrente
nenhuma razão para o pedido de indenização por danos morais. Sendo certo
dizer que é preciso deixar claro que esta deverá estar estreitamente vinculada
aos princípios que norteiam a responsabilidade civil que, teria por base a
necessidade da configuração do dano, não bastando a simples ocorrência do
fato alegado.
Conclui que “inexiste qualquer razão a parte Recorrida.”
5.4 - DO PEDIDO DE REFORMA
Requer que a respeitável sentença seja reformada “in totum” para que o
pedido autoral seja julgado improcedente.
6 - RECURSO INOMINADO PARTE AUTORA 6.1 - Interposição
A parte autora interpôs esse recurso requerendo que os autos
fossem enviados ao Colendo Conselho Recursal e a concessão do Benefício
de Gratuidade de Justiça.
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6.2 – RAZÕES DO RECURSO
A parte recorrente inicia relatando o teor da sentença.
6.3 - DAS RAZÕES PARA A REFORMA
Inicia os argumentos lembrando da punição pedagógica que deve ser
aplicada a pate recorrida para “desistímulo à reincidência.”
Defende a justiça na condenação do demandado em danos morais.
6.4- DO PEDIDO DA CONDENAÇÃO
Requer a reforma da sentença e sugere o valor de R$ 3.500,00
para a indenização por danos morais.
7 - CONTRA-RAZÕES – PARTE RÉ
7.1 - INTERPOSIÇÃO
A parte ré protesta pelo seu recebimento e posterior
processamento e regular envio ao órgão “ad quem”, tudo com o fito de manter-
se a decisão que julgou o feito.”
7.2 – CONTRA-RAZÕES DA RECORRIDA
A parte recorrente inicia relatando o teor do pedido da inicial e reitera
que não houve fato ilícito por sua parte. Combate a alegação de danos morais.
7.3 - DA SENTENÇA PROFERIDA
Diz testualmente a recorrida que “não vislumbra que os fatos alegados
sejam ensejadores de modificação da sentença.” Alega que “mero dissabor,
aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da
órbita do dano moral, porquanto, além de comporem a nomalidade da rotina
diária, no trabalho, no trânsito ou mesmo no ambiente familiar, tais situações
não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico.
Asim, requer que seja improvido o recurso inominado, mantendo-se a v.
Sentença recorrida por seus lógicos e inafastáveis fundamentos.”
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8 - SÚMULA
“Acórdão os Juízes que integram a Turma Recursal dos JEC’s, por
unanimidade, em conhecer dos recursos, negar provimento ao da parte ré e
dar parcial provimento ao da parte autora, nos termos do voto do Exmo.
Relator.
8.1 – RELATÓRIO
Breve síntese. Breve relato do pedido. Registra sobre a
contestação da reclamada afirmando que o desconto é lícito. Diz sobre o
montante da condenação. Resume sobre o Recurso Inominado da parte ré.
Idem do reclamado. Na mesma linha, cita as Contrarazões.
Em seguida, adentra na parte dispositiva. Diz não ter sido
demonstrado estorno. Termina concluindo pela inexistência de lesão moral,
sendo o voto “para que os recursos sejam conhecidos e seja parcialmente
provido o recurso da reclamada, para determinar a restituição dos valores de
forma simples, não havendo condenação em verbas de sucumbência. Seja
negado provimento ao recurso da parte reclamante, sendo condenada ao
pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios, que arbitro
em 20% sobre o valor da condenação, sendo observado art. 12 da lei 1060/50.
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CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi de identificar os procedimentos que
permitissem às pessoas que, de alguma forma tivessem sido prejudicadas por
outras, tanto numa relação de consumo quanto na esfera da responsabilidade
civil, pudessem ter seus direitos reconhecidos e a situação normalizada.
Nessa linha, no Capítulo I destacaram-se os princípios constitucionais
e os mandamentos das legislações infraconstitucionais que dessem suporte as
pretensões dessas pessoas.
Em seguida, houve a exploração das possibilidades extrajudiciais que
permitissem a solução das demandas de forma mais rápida, simples e com
menor dispêndio de energia, ou seja, soluções obtidas através da mediação,
conciliação e arbitragem.
Ainda nessa linha, recorrer ao PROCON foi colocado como opção
coerente para a busca dos reparos devidos, tendo em vista a grande estrutura,
em regra, desses institutos de abrangência estadual.
No último capítulo, foi analisado um processo em que uma
consumidora se insurgiu contra o débito, não autorizado, de fatura do seu
cartão de crédito, no valor de R$ 37,67. Disse que o banco não estornou esse
valor, mesmo após reiteradas solicitações.
Face a esse fato, a autora demandou a repetição de indébito e o
pagamento a título de danos morais no valor de R$ 7.000,00.
Tanto o juiz quanto a turma negaram o pagamento de danos morais
por entenderem que “o fato não havia ultrapassado o mero aborrecimento”.
Sabemos que um processo como esse, hoje, demora cerca de doze
meses em um juizado especial cível. Assim, a busca por soluções
administrativas pode ser de maior vantagem para quem deseja resolver um
problema com menos aborrecimento e perda de tempo.
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Tem sido comum, a denegação de indenização por danos morais,
considerando a luta de todas as instâncias para combater a “indústria da
multa”.
Não se quer dizer que no caso apresentado, a autora teve o intento de
se locupletar. Ela exerceu o direito de ação.
O que essa monografia se propõe é especular sobre o melhor caminho
para se conseguir a reparação que se entende devida.
Nesse sentido, percebe-se que o lesado inicia sua sina de forma
solitária. O fato é que isso acontece por pouco tempo. Sabendo o que está
ocorrendo, de posse das notas fiscais ou documentos correlatos, o primeiro
passo a ser dado é entrar em contato, na maior brevidade possível, para não
perder a garantia do produto ou serviço, com o fornecedor ou seu
representante legal.
Entender que o vendedor, o prestador de serviço ou o SAC da
empresa podem ajudar a resolver o problema de forma eficiente. Não se deve,
portanto, abrir mão dessa possibilidade de solução.
Numa segunda fase, deve-se buscar uma pessoa que possa fazer a
mediação entre as partes. Se o problema requerer um pouco de
especialização, as faculdades de direito, em sua prática jurídica, oferecem
atendimentos às pessoas hipossuficientes, chegando à conciliação entre os
envolvidos ou ao acompanhamento judicial.
Não se pode deixar de citar como apoios de suma importância o
trabalho das defensorias públicas, dos advogados dativos e dos advogados
particulares. Todos podem esclarecer, orientar e dar seguimento, dependendo
do caso, ao ajuizamento de uma ação judicial.
Não se deve deixar de insistir que pedidos de danos morais devem ser
feitos de forma parcimoniosa. Há grande chance de se conseguir esse tipo de
indenização quando, por exemplo, houver a negativação do nome em serviços
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de proteção ao crédito. Quando, porém, ocorrer o “mero aborrecimento”, os
juízes não costumam atender essa pretensão.
Assim, a monografia partiu do pressuposto de que a solução judicial
deveria ser a mais focada, o que está demonstrado no espaço dedicado a ela
nesse trabalho. Ao final dos capítulos, porém, chega-se a conclusão que a
solução judicial deve ser buscada somente após, esgotados os meios para
resolver o problema extrajudicialmente.
Aqui termina uma longa jornada que culmina com o término dessa
monografia e, principalmente, com muitos aprendizados e desafios futuros.
50
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Vade Mecum. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BRASIL. Lei nº 9.307/93 – Arbitragem. Vade Mecum. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BRASIL. Lei nº 10.406/02- Código Civil. Vade Mecum. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BRASIL. Lei nº 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor. Vade Mecum. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BRASIL. Lei nº 5.869/73 – Código de Processo Civil. Vade Mecum. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BRASIL. Lei 9.099/95 - Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Vade Mecum. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. GRINOVER, Ada Pellegrini...[et al.]. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. 8ª. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2005.
LAROSA, Marco Antônio e AYRES, Fernando Arduini, Como Produzir uma Monografia, 7ª. ed. Rio de Janeiro: Instituto AVEZ DO MESTRE, 2008.
Moraes, Alexandre de. DIREITO CONSTITUCIONAL. 19ª Edição – São Paulo. Editora Atlas, 2006. Pires de Carvalho e Albuquerque, Garcia d’Ávila, PROCESSO E CONSTITUIÇÃO, Teoria Geral do Processo, Apostila, FUCAM, 2005. PROCON-BLUMENAU-SC, Com alto índice de resoluções, Procon divulga lista de reclamações do primeiro semestre de 2011. Acesso : http://saladenoticias.blogspot.com/2011/07/com-alto-indice-de-resolucoes-procon.html; ; Consultado em: 30/07/2011 PROCON-DF, Outros Documentos para Abertura de Reclamação. http://www.procon.df.gov.br/; Consultado em: 30/07/2011 PROCON-SP, CADASTRO DE RECLAMAÇÕES FUNDAMENTADAS 2010. http://www.procon.sp.gov.br/pdf/acs_ranking_2010.pdf; Consultado em: 30/07/2011