44
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE TRILHANDO CAMINHOS ATRAVÉS DO BRINCAR: UMA PROPOSTA PSICOPEDAGÓGICA DA BRINCADEIRA NA APRENDIZAGEM INFANTIL. Por: Priscila Jannuzzi Barbosa Moura Orientadora Profª Maria da Conceição Maggioni Poppe Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que tange a questão da ludicidade e da aprendizagem infantil e Bossa e Visca que destaca brilhantemente alguns apontamentos necessários

  • Upload
    haliem

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

TRILHANDO CAMINHOS ATRAVÉS DO BRINCAR: UMA

PROPOSTA PSICOPEDAGÓGICA DA BRINCADEIRA NA

APRENDIZAGEM INFANTIL.

Por: Priscila Jannuzzi Barbosa Moura

Orientadora

Profª Maria da Conceição Maggioni Poppe

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

TRILHANDO CAMINHOS ATRAVÉS DO BRINCAR: UMA

PROPOSTA PSICOPEDAGÓGICA DA BRINCADEIRA NA

APRENDIZAGEM INFANTIL.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Psicopedagogia Institucional

Por: Priscila Jannuzzi Barbosa Moura

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço à amiga e irmã Marília Maia pela

leitura e avaliação deste trabalho, pela sua

visão profunda de educadora que viabilizou a

conclusão desta tarefa.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra a Deus, que sempre esteve

presente na minha vida, de diferentes

maneiras, me apontando o Caminho.

Conseqüentemente, dedico aos meus pais,

Genivaldo Moura e Katia Moura, que são

exemplos de dedicação para a minha vida.

Dedico e agradeço ainda a Bernardo Coutinho,

companheiro e amigo e aos meus irmãos,

Bianca Jannuzzi e Bruno Jannuzzi que de

diferentes formas colaboraram para a

finalização desta etapa.

5

“A infância tem suas próprias maneiras de ver,

pensar e sentir. Nada mais insensato que

pretender substituí-las pelas nossas”.

Jean-Jacques Rousseau (1978)

6

RESUMO

A importância do brincar na Educação Infantil tem se tornado, a cada

dia, foco nas discussões sobre a cultura Infantil. A Educação Infantil tem um

papel fundamental na Educação básica das crianças, onde o lúdico e o

imaginário têm um papel relevante. Na pré-escola, a criança é preparada para

a aprendizagem desenvolvendo hábitos, habilidades, atitudes favoráveis para a

mesma e comportamentos necessários a sua vida escolar, através de

atividades consideradas lúdicas e criativas. Ao brincar, a criança se relaciona

com outras crianças, sendo capaz de perceber-se como um “ser” no mundo,

numa relação entre o que é pessoal e o que é do grupo. Portanto, o jogo e o

brinquedo são atividades que permitem o ingresso no mundo da imaginação e

no mundo das regras e que deve ser atividades privilegiadas nas instituições

de educação infantil. Partindo desses pressupostos, a Psicopedagogia ganha

relevância, já que está estruturada em torno do processo de aprendizagem

humana. Neste sentido, o tema que move esta monografia, procura

compreender alguns elementos que nos auxiliam a pensar o uso de jogos e

brincadeiras na aprendizagem infantil enquanto uma prática que necessita ser

personificada urgentemente e que pode ser instaurada, sobretudo pelo

intermédio do Psicopedagogo no ambiente Escolar.

7

METODOLOGIA

A presente pesquisa situa-se no domínio dos estudos sobre

psicopedagogia e a educação infantil com suas interfaces do uso dos jogos e

brincadeira na aprendizagem. O estudo estará permeado pelas contribuições

de inúmeros autores que auxiliem na compreensão dessa temática, dentre os

quais se pode destacar as contribuições de Vygotsky, Piaget e Kishimoto no

que tange a questão da ludicidade e da aprendizagem infantil e Bossa e Visca

que destaca brilhantemente alguns apontamentos necessários para a

compreensão da Psicopedagogia.

Desse modo, a metodologia do presente estudo está ancorada tanto

pela observação crítica de nosso atual sistema educacional bem como pela

análise de livros referentes aos campos de saber os quais esta monografia

transita.

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

CAPITULO I - PSICOPEDAGOGIA E SUAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO ....................................................................................................... 12

CAPITULO II - O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA... ...... 23

CAPÍTULO III - A EDUCAÇÃO INFANTIL E SEUS MUITOS OLHARES ....... 25

CAPÍTULO IV - TECENDO CAMINHOS PARA O BRINCAR ....................... 325

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 40

ÍNDICE ............................................................................................................ 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO................................................................................. 44

9

INTRODUÇÃO

Nossa sociedade não é mais a mesma de anos atrás. A mulher, a quem

antes era destinado dedicar-se às tarefas do lar e educação dos filhos, hoje

divide com o homem o sustento da casa. Com isso, as crianças começam a

entrar mais cedo na escola. E há uma preocupação advinda de algumas

instituições no que concerne a aprendizagem e o desenvolvimento emocional e

social da criança.

São tantas mudanças que a escola e a família acabam deixando de

perceber que não exercem papéis antagônicos; elas também não se fundem,

mas buscam o mesmo objetivo: a formação, o desenvolvimento integral da

criança.

A proposta dessa monografia apresenta aqui, no seu tema “A

importância do brincar no processo de aprendizagem da Educação

Infantil”, mais um instrumento ao alcance da educação e da psicopedagogia,

não como terapia, mas como possibilitadora do agir e pensar da criança

através de método próprio de construção de um saber coletivo, onde a criança

pode refletir sobre determinados aspectos de sua vida diária através do brincar,

e o professor, juntamente com o especialista, conseguirão perceber o nível do

saber de seu aluno, não interferindo diretamente, mas antes, agindo como um

aliado no trabalho de desenvolvimento da criança.

A metodologia proposta tem como características trabalhar as

habilidades cognitivas necessárias ao desenvolvimento do aluno, propiciar o

trabalho com as idéias de uma forma cooperativa, ser um verdadeiro operar

com idéias através da brincadeira e, principalmente, trazer à tona o

desenvolvimento, a capacidade de trabalho, atenção aos detalhes,

objetividade, interesse por melhores meios de raciocinar, disposição em

acolher alternativas e respeito por cada um dos membros da classe. Faz-se

10

necessária uma introdução, mesmo breve, sobre o brincar como instrumento

do psicopedagogo em sua atividade diagnóstica ou na inclusão da criança em

seu meio social após intervenção.

Obviamente a questão não se esgota nesse trabalho. Fazer-se-á apenas

uma reflexão sobre a relevância e forma de utilização de exercícios aqui

indicados relacionando-os ao trabalho do psicopedagogo.

A abrangência do tema impõe uma limitação sobre o tratamento dado

aos tópicos relacionados ao assunto. Desta forma, salienta-se que tal trabalho

não se propõe a abranger as diversas matérias ligadas ao tema e, muito

menos, dar respostas às diferentes questões. O que se busca é justamente o

contrário: levantar mais questões relacionadas ao título, questões estas que

levem o leitor interessado, a refletir mais sobre o tema e buscar mais estudos a

respeito. Espera-se que a partir daí certo esclarecimento vá, então, sendo

construído. Assim, em última instância, este trabalho diz respeito a uma fonte

não esgotável sobre o tema, e é um instrumento que pode vir a esclarecer mais

o caminho a ser seguido para uma prática que melhor vá se adequar ao

trabalho em sala de aula.

A fim de se obter uma melhor visualização e análise dos aspectos e

questões que envolvem a temática do trabalho, pareceu conveniente dividir

esta monografia em capítulos e algumas considerações finais. Estes capítulos

são apresentados numa seqüência de assuntos que vão, gradativamente,

levando para o foco central do estudo: a importância do brincar no processo de

aprendizagem da Educação Infantil.

Sendo assim, no primeiro capítulo deste trabalho buscar-se-á teorizar

sobre o movimento Psicopedagógico, um panorama sobre o agir do

psicopedagogo, sua prática com diferentes efeitos e propósitos. No capítulo

seguinte procurar-se-á relacionar o que foi visto até então com relação ao

brincar vinculado a diversos saberes que o lúdico desenvolve na criança, em

11

sua formação. Mais adiante, no terceiro capítulo faremos um breve relato

sobre a educação infantil, o público a que se destina e como se desenvolve e

no quarto capítulo será feito o levantamento do agir pedagógico em sala de

aula e a atuação do psicopedagogo nessa prática. Finalmente, considerações

finais serão levantadas.

As notas de rodapé foram suprimidas para que a leitura fique mais leve,

e o leitor leigo não se perca em indicações de leitura. Ao final, todos os autores

pesquisados e fontes visitadas estarão listados na folha de referências.

12

CAPITULO I - PSICOPEDAGOGIA E SUAS

POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO

Visando repensar acerca da importância da Psicopedagogia no processo

de aprendizagem este capítulo objetiva estabelecer conjecturas sobre o

movimento Psicopedagógico, um panorama sobre o agir do psicopedagogo,

sua prática com diferentes efeitos e propósitos.

Como bem destaca Gasparin (1999) a Psicopedagogia Institucional é

uma atividade nova, tendo sido em 1995, na PUC, a primeira turma de

formandos nesta área. Assim, mesmo diante da novidade da Psicopedagogia

Institucional, como “ciência”, lidar com o sujeito epistêmico, basicamente o ser

que adquire conhecimento, não é novidade. Entretanto, havia uma lacuna que

necessitava ser preenchida.

Porém antes de repensarmos acerca da Psicopedagogia Institucional

cabe destacar que os rumos da história da psicopedagogia para que assim

possamos entender uma de suas “ramificações” existentes: a psicopedagogia

Institucional.

Cabe assinalar, como expresso nos estudos de Porto (2006) que a

preocupação com os problemas de aprendizagem teve origem na Europa,

ainda no século XIX, tendo sido estudado por filósofos, médicos e os

educadores. Basicamente a ênfase era na reeducação. Nos fins do século XIX

foi formada uma equipe médico-pedagógica pelo educador Seguim e pelo

médico psiquiatra Esquilo passando a neuropsiquiatria infantil a estudar os

problemas neurológicos que afetam a aprendizagem. Conforme Mery (1985)

em 1946 foram fundados e chefiados por J. Boutonier e George Mauco (1959,

p.5) os primeiros Centros psicopedagógicos, onde se busca unir

conhecimentos da Psicologia, Psicanálise e Pedagogia para tratar

comportamentos sociavelmente inadequados de crianças, tanto na escola

13

como no lar, objetivando sua readaptação. A partir de 1948, entretanto, o termo

Pedagogia curativa passa a ser definido, segundo Debese, como terapêutica

para atender crianças e adolescentes descapacitados que possuíam maus

resultados. A Psicopedagogia curativa introduzida no Centro de

Psicopedagogia de Estrasburgo, França, poderia ser conduzida

individualmente ou em grupos, sendo entendida como “método que favorecia a

readaptação pedagógica dos alunos' uma vez que pretendia tanto auxiliar o

sujeito a adquirir conhecimentos, como também, desenvolver a sua

personalidade. A Pedagogia Curativa situa-se no interior daquilo que hoje

chamam de psicopedagogia.

"A psicopedagogia é uma (nova) área de atuação

profissional que tem, ou melhor, busca uma identidade e

que requer uma formação de nível interdisciplinar, o que

já é sugerido no próprio termo psicopedagogia”.

Bossa, 1994, p. 31

Esperava-se através desta união Psicologia-Psicanálise-Pedagogia,

conhecer a criança e o seu meio, para que fosse possível compreender o caso

para determinar uma ação reeducadora.

Diferenciar os que não aprendiam, apesar de serem inteligentes,

daqueles que apresentavam alguma deficiência mental, física ou sensorial era

uma das preocupações da época.

Observamos que a psicopedagogia teve uma trajetória significativa

tendo inicialmente um caráter médico-pedagógico dos quais faziam parte da

equipe do Centro Psicopedagógico: médicos, psicólogos, psicanalistas e

pedagogos.

Esta corrente européia influenciou significativamente a Argentina.

Conforme a psicopedagoga Alicia Fernández (apud BOSSA, 2000, p. 41), a

14

Psicopedagogia surgiu na Argentina há mais de 30 anos e foi em Buenos Aires,

sua capital, a primeira cidade a oferecer o curso de Psicopedagogia.

Desse modo, foi na década de 70 que surgiram, em Buenos Aires, os

Centros de Saúde Mental, onde equipes de psicopedagogos atuavam fazendo

diagnóstico e tratamento. Estes psicopedagogos perceberem um ano após o

tratamento que os pacientes resolveram seus problemas de aprendizagem,

mas desenvolveram distúrbios de personalidade como deslocamento de

sintoma. Resolveram então incluir o olhar e a escuta clínica psicanalítica, perfil

atual do psicopedagogo argentino (Id. Ibid., 2000, p.41).

Inicialmente, os problemas de aprendizagem foram estudados e

tratados por médicos na Europa no século XIX e no Brasil percebemos, ainda

hoje, que na maioria das vezes a primeira atitude dos familiares é levar seus

filhos a uma consulta médica.

“Na prática do psicopedagogo, ainda hoje é comum

receber no consultório crianças que já foram examinadas

por um médico, por indicação da escola ou mesmo por

iniciativa da família, devido aos problemas que está

apresentando na escola”.

Id. Ibid., 2000, p. 50

A Psicopedagogia foi introduzida aqui no Brasil baseada nos modelos

médicos de atuação e foi dentro desta concepção de problemas de

aprendizagem que se iniciaram, a partir de 1970, cursos de formação de

especialistas em Psicopedagogia na Clínica Médico-Pedagógica de Porto

Alegre, com a duração de dois anos (Id. Ibid., 2000, p. 52).

De acordo com Visca, a Psicopedagogia foi inicialmente uma ação

subsidiada da Medicina e da Psicologia, perfilando-se posteriormente como um

conhecimento independente e complementar, possuída de um objeto de

15

estudo, denominado de processo de aprendizagem, e de recursos

diagnósticos, corretores e preventivos próprios (VISCA apud BOSSA, 2000, p.

21).

No Brasil, de início, a prática psicopedagógica estava restrita aos

consultórios e às clínicas onde se tratava, individualmente, as crianças com

problemas de aprendizagem. Essa prática se faz necessária onde as

dificuldades já se instalaram. Após cuidadoso diagnóstico, desenvolvido com

instrumentos específicos da Psicopedagogia, faz-se a intervenção com o

objetivo de devolver no sujeito o desejo e a possibilidade de aprender.

Atualmente o espaço para a Psicopedagogia se amplia. Cresce o

número de instituições escolares, hospitais e empresas que contam com a

atuação do psicopedagogo. Nessas instituições o atendimento é

preferencialmente preventivo e se dirige a grupos específicos ou à instituição

como um todo.

A Psicopedagogia escolar tem como objetivo ampliar as possibilidades

de aprendizagem de todas as pessoas da escola. Como assessor ou membro

da equipe, o Psicopedagogo ouve e discute os assuntos da escola, propõe

mudanças, elabora propostas educativas, faz mediação entre os diferentes

grupos envolvidos na relação ensino-aprendizagem (alunos, professores,

famílias, funcionários), aprimora e cria metodologias e estratégias que

garantem melhor aprendizagem; colabora na formação dos professores,

possibilitando a ampliação de seus conhecimentos sobre o aluno, metodologias

e estratégias de ensino adequadas; trabalha com grupos específicos dentro da

escola.

Nas instituições de saúde, o atendimento psicopedagógico se faz como

uma alternativa de apoio ao paciente interno visando minimizar suas perdas e

diminuir o impacto causado pela doença.

16

Nas empresas, o psicopedagogo atua ampliando formas de treinamento,

desenvolvendo criatividade e a melhoria das relações, participando na

elaboração, no desenvolvimento e na avaliação de projetos, propondo e

coordenando cursos de atualização.

A preocupação com a reflexão teórica sobre a prática psicopedagógica

se manifesta no crescente número de trabalhos publicados. A Psicopedagogia

cresce, construindo seu próprio saber teórico.

De acordo com tais apontamentos, como mencionado outrora, surge em

1995, na PUC, uma turma de formandos em Psicopedagogia Institucional cujo

objetivo era formar profissionais capacitado para atuar junto à aprendizagem

humana, considerando em sua ação todas as dimensões desse processo. Sua

atuação vai além das questões relacionadas aos "problemas" de

aprendizagem. Dirige-se para três vertentes: a psicopedagogia clínica ou

curativa, a preventiva e a da pesquisa científica. A primeira tem como objetivo

devolver ao sujeito, com dificuldades, o desejo e as possibilidades de aprender;

a segunda modalidade tem como objetivo o aperfeiçoamento das práticas

educativas, facilitando o processo de aprendizagem, atenuando ou evitando os

problemas. Através da pesquisa, o psicopedagogo está contribuindo para o

fortalecimento da Psicopedagogia e aperfeiçoamento do trabalho junto às

crianças e aos jovens brasileiros. No Brasil, a Associação Brasileira de

Psicopedagogia está credenciando para atuar os psicopedagogos que se

formaram em cursos de pós-graduação reconhecidos por ela, que iniciam o

atendimento sob a supervisão de um psicopedagogo credenciado e que seja

associado da ABP.

Toda queixa constitui um sintoma, a função da Psicopedagogia

Institucional é investigar a queixa. Entretanto, para tal fim, parto da premissa de

que é necessário trabalhar com o profissional que está atuando com indivíduos

que não estão conseguindo aprender que estão com dificuldades de aprender

ou ainda que mesmo diante do fato de estarem se profissionalizando não se

17

reconhecem como futuros profissionais nas respectivas áreas de atuação. A

atuação do psicopedagogo não se restringe, desta maneira, a análise de

grades curriculares e planejamento de ensino “vamos trabalhar com os

docentes, em ativa relação com o seu saber adquirido no decorrer da sua vida,

dando significado a sua prática.

Ainda nas análises de Gasparin (1999) o psicopedagogo institucional

assume grande relevância, mas tal práxis no cotidiano escolar merecer ser

repensada, pois não é este profissional quem vai dizer ao professor o que é

que ele tem que ensinar, o professor sabe muito bem, e melhor do que

qualquer profissional ligado à área, mas o psicopedagogo vai pontuar o "como"

ele tem que ensinar, desse modo o psicopedagogo questiona sempre como

fazer, e para que fazer, qual é a função de tudo isso. No fundo o

psicopedagogo vai auxiliar o professor a refletir sobre si e sobre a sua prática e

como articulá-las.

Neste sentido, o psicopedagogo sistêmico não pergunta por que? Mas

sim o para que? Afinal, desta maneira amplia-se o quadro, o que é

fundamental: estar sempre ampliando possibilidades, esta é a função, mostrar

para o s cliente as várias possibilidades que ele tem para sair daquela situação

difícil e problemática. É se utilizar possibilidades criativas e eficazes, e só

através da reflexão do professor e do seu aluno é que se conseguirá uma real

transformação do indivíduo e isso é aprendizagem. Segundo este viés torna-se

senhor destacar que o psicopedagogo sugere alternativas de condutas, mas

não as impõe.

1.1 – A Finalidade da Psicopedagogia

A Psicopedagogia é um campo do conhecimento que procura

compreender como ocorrem os processos de aprendizagem e entender as

possíveis dificuldades situadas nesta área. Utiliza vários campos do

18

conhecimento, tais como a Psicologia, a Filosofia, a Pedagogia, a Neurologia,

entre outros. O psicopedagogo ao atuar de forma preventiva e terapêutica,

posiciona-se para compreender os processos do desenvolvimento e das

aprendizagens humanas, recorrendo a várias áreas e estratégias pedagógicas

objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir nos processos de

transmissão e apropriação dos conhecimentos (possíveis dificuldades e

transtornos). O papel essencial do psicopedagogo é o de mediador em todo

esse movimento.

“É auxiliando na identificação dos problemas no processo

de aprender, é lidando com as dificuldades de

aprendizagem através de instrumentos e técnicas

específicas através da articulação de várias áreas , que o

psicopedagogo interfere na aprendizagem. Apoiando-se

em pressupostos científicos da Psicanálise, Epistemologia

genética, Psicologia Social, da Linguística ... que a

psicopedagogia Institucional busca suporte para

responder aos sintomas da problemática de ensino -

aprendizagem.”

Gasparian 1999, p. 36

A área da Psicopedagogia vem oferecer subsídios que possibilitam uma

leitura mais minuciosa dos processos cognitivos e dos mecanismos

psicológicos que estão atrelados ao sintoma do comportamento que se faz

visível na situação de aprendizagem. Esta leitura dos processos de

aprendizagem cria uma nova necessidade: a intervenção psicopedagógica,

pois feita a leitura do que esta por “traz” da cena apresentada na aprendizagem

é que se possibilita a construção e a sistematização de uma metodologia que

visa o desenvolvimento global da criança, na sua relação com o mundo,

integrando os aspectos cognitivos e afetivos.

19

Durante todo o processo de acompanhamento o psicopedagogo

observará, entre outros, os distúrbios de leitura e escrita, a psicomotricidade, a

aquisição e articulação de sons e palavras, atenção, concentração, raciocínio

lógico, percepção pessoal e familiar, a construção cognitiva e de vínculos

afetivos, sociais e escolares.

1.2 – Os Objetivos da Psicopedagogia

O trabalho do psicopedagogo busca favorecer e auxiliar aqueles

indivíduos que sentem dificuldade no aprendizado; auxilia indivíduos com

transtornos de aprendizagem; reintegra o sujeito da aprendizagem a uma vida

escolar e social tranqüila, bem como, a uma relação mais afetiva consigo e

com o outro. Além disso, leva o indivíduo ao reconhecimento de suas

potencialidades; auxilia o indivíduo no reconhecimento dos limites e como

interagir diante deles; ajuda o indivíduo na busca de alternativas para alcançar

o saber e ressignifica conceitos que influenciam o indivíduo no momento do

aprender.

1.3 – O Diagnóstico

O diagnóstico psicopedagógico permite um trabalho amplo que abrange

desde a intervenção específica e individual, no que se refere aos alunos com

transtornos, até a reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem. Para

tanto, o trabalho psicopedagógico pode auxiliar professores diante das

complexidades apresentadas no cotidiano, bem como, orientar pais e

responsáveis para melhor conduzir as crianças na construção das modalidades

de aprendizagem. Além disso, o diagnóstico psicopedagógico busca analisar a

situação do aluno com dificuldades dentro dos limites da escola e da sala de

aula, a fim de proporcionar orientações e instrumentos de trabalho aos

20

professores, para que sejam capazes de modificar o conflito estabelecido.

RUBINSTEIN (1992) compara diagnóstico psicopedagógico a um

processo de investigação, onde o psicopedagogo assemelha-se a um detetive

a procura de pistas, selecionando-as e centrando-se na investigação de todo

processo de aprendizagem, levando-se em conta a totalidade dos fatores

envolvidos neste processo.

A autora continua sua análise afirmando que o diagnóstico

psicopedagógico é, em si mesmo uma intervenção, pois o psicopedagogo tem

que interagir com a família, a escola, o sujeito aprendente na dinâmica do

problema de aprendizagem, afinal:

“durante e após o processo diagnóstico serão construídos

um conhecimento e uma compreensão a respeito do

processo de aprendizagem. Isto permite que o

psicopedagogo tenha maior clareza a respeito dos

objetivos a serem alcançados no atendimento

psicopedagógico”.

Rubinstein, 1992 p.79

Para que o diagnóstico possa ter êxito, é necessário que o

psicopedagogo faça uso de conhecimentos teóricos e práticos, que possam

transformar-se em novos conhecimentos aplicáveis a cada caso em especial.

Neste sentido, segundo a Teoria Convergente (VISCA, 1987), existem

instrumentos práticos para a análise e diagnóstico que são importantes para o

psicopedagogo institucional, tais como, identificação da queixa, contrato,

enquadramento, entrevista operativa centrada na modalidade de aprendizagem

(E.O.C.M.E.A) com o grupo que apresenta dificuldades no aprendizado,

elaboração do primeiro sistema de hipóteses relacionadas à dificuldade de

aprendizagem, seleção dos instrumentos de pesquisa, elaboração do segundo

21

sistema de hipóteses relacionadas à dificuldade de aprendizagem; seleção de

instrumentos de pesquisa complementares (quando necessário); linha de

pesquisa para anamnese, informações complementares, elaboração do terceiro

sistema de hipóteses ou hipótese.

1.4 – A Intervenção Escolar e Acompanhamento Individual

Consiste em avaliar o espaço físico e psíquico da aprendizagem quanto

aos seus processos didático-metodológicos e a dinâmica institucional utilizada.

Observa o material didático e sua utilização, as aulas, os professores, os

alunos e as relações estabelecidas entre professor, aluno e escola. Procura

compreender o sujeito de maneira global, percebendo qual é a dimensão das

suas relações familiares, escolares e sociais.

Esse movimento pode se dar diretamente com o sujeito num

atendimento individualizado, buscando investigar, intervir significar o que não

vai bem com o sujeito, seja no âmbito da aprendizagem ou no âmbito social

sempre numa perspectiva de ressignificação dos conceitos.

1.5 – A Orientação

A orientação aos pais e responsáveis esclarece dúvidas, preparando e

organizando procedimentos de maneira sistemática com o objetivo de que a

dinâmica familiar possa ser ressignificada gradativamente com apoio,

fundamentação teórica e supervisão constante. O atendimento

psicopedagógico individualizado é composto de duas etapas:

a) Avaliação

22

Aplicam-se testes e avaliações que oferecem subsídios e permitem

elaborar um parecer tanto para os pais como para os profissionais de

Educação diretamente ligados à criança ou jovem.

A avaliação é composta por no mínimo cinco e no máximo sete

encontros, em geral um encontro por semana, com duração de 50 minutos

cada. Desses encontros, dois são dedicados aos pais e/ou responsáveis, aos

outros filhos, quando necessário, e a criança ou jovem que realizará os testes

acompanha essas fases.

No primeiro encontro faz-se a entrevista com os pais e/ou responsáveis,

bem como, com a criança. E no último encontro dá-se a devolutiva tanto para

os pais como para a criança, ou seja, devolve-se o resultado das avaliações e

também o parecer e indicações.

Entrega-se um relatório escrito para a escola com parecer do

psicopedagogo, com o objetivo de criar parcerias no momento da construção

do saber da criança ou jovem em questão. Aqui há de se ter cuidado porque

uma escola despreparada pode utilizar o parecer psicopedagógico de forma

não profissional e consciente de seu papel educativo e não discriminador.

b) Intervenção

Esse é o segundo momento do atendimento, posterior ao diagnóstico,

em que se passa a desvendar e intervir junto ao sujeito da aprendizagem. A

cada 15 (quinze) atendimentos os pais ou responsáveis têm uma devolutiva do

trabalho que é desenvolvido, bem como, dos progressos e resultados. Pode ser

que nessa etapa outros especialistas precisem estar envolvidos, tais como,

psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, entre outros, dependendo de cada

caso.

23

CAPITULO II – O BRINCAR NO

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

“... uma criança que domina o mundo que a cerca é a

criança que se esforça para agir neste mundo. Para tanto,

utiliza objetos substitutos aos quais confere significados

diferentes daqueles que se normalmente possuem. O

brinquedo simbólico e o pensamento estão separados dos

objetos e a ação surge das idéias então das coisas...”

Vygotsky 1991, p. 28

2.1 – Jogos, brinquedos e brincadeiras

As crianças, em geral, desenvolvem sua autonomia através de

relacionamentos seguros com adultos, com outras crianças e principalmente no

seu dia-a-dia escolar. E brincar é essencial para a saúde física e mental das

mesmas. Assim, as instituições precisam estar preparadas para criarem

espaços lúdicos com estrutura para jogos, brinquedos e brincadeiras, e nortear

esse espaço para que ali haja diversidade de elementos capazes de

desenvolver na criança os vínculos necessários com o saber. Lembrando-se

sempre que a brincadeira é uma linguagem infantil. A brincadeira interioriza

experiências, valores, indica papéis sociais, conceitua, provoca a tomada de

consciência.

Segundo os PCN's (Parâmetros Curriculares Nacionais), o brincar

apresenta-se por meio de várias categorias. E essas categorias incluem: o

movimento e as mudanças de percepção resultantes essencialmente da

mobilidade física das crianças; a relação com os objetos e suas propriedades

físicas assim como a combinação e associação entre eles; a linguagem oral e

24

gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para

brincar; os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que

se referem à forma como o universo social se constroem; e, finalmente, os

limites definidos pelas regras, constituindo-se em um recurso fundamental para

brincar.

Segundo Oliveira:

“Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita

capacidades nascentes, como as de representar o mundo

e de distinguir entre pessoas, possibilitadas

especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de

alternância respectivamente. Ao brincar, a criança passa

a compreender as características dos objetos, seu

funcionamento, os elementos da natureza e os

acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o

papel do outro na brincadeira, começa a perceber as

diferentes perspectivas de uma situação, o que lhe facilita

a elaboração do diálogo interior característicos de seu

pensamento verbal”.

Oliveira, 2002, p. 160

O brincar “social” (que reflete o grau no quais as crianças interagem

umas com as outras) e o brincar “cognitivo” (que revela o nível de

desenvolvimento mental da criança) precisam ser amplamente explorados,

porque através deles serão observados vários elementos que ajudarão aos

educadores a avaliar e ajudar as crianças em idade de educação infantil. As

crianças vivenciam experiências lúdicas sociais e não-sociais, que vão desde

um comportamento desocupado, observador até o social cooperativo. Através

da imitação, da delimitação de espaço, da fantasia, das regras e formação de

valores, vemos as crianças, em seus jogos, brinquedos e brincadeiras,

25

alcançarem níveis distintos de adaptação ao meio social e isso é muito

importante na formação que oferecemos a elas.

2.2 – O que é brinquedo?

Alguns autores teorizam que o brinquedo é compreendido como um

objeto estruturado, representado por piões, bonecas, carrinhos etc. Estes

podem ser considerados: estruturados e não estruturados. Os estruturados são

aqueles já adquiridos prontos, como nos exemplos acima. E os não

estruturados são aqueles que não sendo industrializados, são simples objetos

como paus ou pedras, que nas mãos das crianças adquirem novo significado,

passando assim a ser um brinquedo. Uma pedra, no imaginário da criança,

pode se transformar em comidinha e o pau pode adquirir a forma de um

cavalinho. Assim, os brinquedos, estruturados ou não estruturados são

transformados de acordo com a criatividade da criança.

2.3 – O que é brincadeira?

Brincadeira caracteriza-se por possuir alguma estruturação e também

pela utilização de regras. Por exemplo, poderíamos citar conhecidas

brincadeiras, tais como: brincar de casinha, de ladrão e polícia, de professora

etc. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto

individual. A existência das regras não limita a ação lúdica, porque é permitido

à criança, poder modificá-las, ausentar-se quando desejar, incluir novos

membros, enfim, existe maior liberdade de ação para as crianças.

2.4 – O que é jogo?

...uma criança que domina o mundo que a cerca é a

criança que se esforça para agir neste mundo. Para tanto,

utiliza objetos substitutos aos quais confere significados

26

diferentes daqueles que se normalmente possuem. O

brinquedo simbólico e o pensamento estão separados dos

objetos e a ação surge das idéias então das coisas...

Vygotsky, 1991, p.28

Alguns autores teorizam que o brinquedo é compreendido como um

objeto estruturado, representado por piões, bonecas, carrinhos etc. Estes

podem ser considerados: estruturados e não estruturados. Os estruturados são

aqueles já adquiridos prontos, como os citados acima. E os não estruturados

são aqueles que não sendo industrializados, são simples objetos como paus ou

pedras, que nas mãos das crianças adquirem novo significado, passando

assim a ser um brinquedo. Uma pedra, no imaginário da criança, pode se

transformar em comidinha e o pau pode adquirir a forma de um cavalinho.

Assim, os brinquedos, estruturados ou não estruturados são transformados de

acordo com a criatividade da criança.

Sendo assim, o jogo se torna indispensável a pratica educativa, na

medida em que contribui e enriquece o desenvolvimento intelectual. Em

relação ao que foi dito, Piaget explica:

O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais de

exercício sensório-motor e de simbolismo, uma

assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta

seu alimento necessário e transformando o real em

função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os

métodos ativos de educação das crianças exigem todos

que se forneça às crianças um material conveniente a fim

de que jogando, elas cheguem a assimilar às realidades

intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores a

inteligência infantil.

Piaget, 1975, p.160

27

2.5 – Os Diferentes Significados do Brincar

É preciso considerar o contexto social onde se insere o objeto de nossa

análise, porque um mesmo jogo, brinquedo ou brincadeira pode ter diferentes

significados para distintas culturas, isto quer dizer que: A boneca, por exemplo,

é um objeto que pode adquirir diversas roupagens, dependendo da cultura

onde se insere. Pode ser utilizado como brinquedo, objeto de adoração aos

deuses em rituais ou pode servir como objeto de decoração. Arco e Flecha:

pode ser utilizado como brinquedo em uma cultura, mas em outra cultura é um

objeto no qual se prepara as crianças para a caça e a pesca visando à

sobrevivência.

Essas definições devem servir para ajudar a reflexão do professor em

sua ação lúdica diante da criança e não para limitá-lo neste processo. É

importante que as pessoas envolvidas na pesquisa do lúdico acreditem que o

jogo, o brinquedo e a brincadeira terão um sentido mais profundo se vierem

representados pelo brincar. Estimular a imaginação infantil, é também muito

importante, deve-se oferecer às crianças, materiais dos mais simples aos mais

complexos, podendo estes brinquedos ou jogos serem estruturados

(fabricados) ou serem brinquedos e jogos confeccionados com material

reciclado (material descartado como lixo), por exemplo: pedaço de madeira;

papel; folha seca; tampa de garrafa; latas secas e limpas; garrafa plástica;

pedaço de pano etc. Todo e qualquer material cria para a criança uma

possibilidade de fantasiar e brincar.

28

CAPÍTULO III - A EDUCAÇÃO INFANTIL E SEUS

MUITOS OLHARES

“A formação do homem é muito fácil na primeira infância,

ou melhor, só pode ser dada nessa idade”.

Comênius, 1999, p. 77

Antes de repensarmos acerca do trabalho psicopedagogico na busca da

importância do brincar na aprendizagem, torna-se mister repensarmos acerca

de algumas questões que permeiam a educação infantil.

3.1 – Apontamentos sobre a Educação Infantil

Cuidar e educar constituem, atualmente, a espinha dorsal do discurso

produzido nos debates sobre a educação infantil, campo que vem sendo

delineado através das lutas dos movimentos sociais durante as últimas

décadas e configurado, formalmente, pós Constituição de 1988 e nova LDB

(Lei 9394/96). Com o estabelecimento das novas Diretrizes para a educação

infantil, o Ministério da Educação e Cultura, de acordo com a LDB, promove

esse segmento educativo instituindo-o como a etapa inicial da Educação

Básica e reconhece a importância de subsidiar a elaboração de políticas

públicas com vistas à melhoria de qualidade e equalização do atendimento a

essa faixa etária.

O desenvolvimento integral da criança depende de cuidados e de

necessidades que estão relacionados á dimensão afetiva, hábitos higiênicos,

alimentação, saúde e a forma como esses cuidados e essas necessidades são

oferecidas, e os conhecimentos que se tem a respeito de seus procedimentos.

29

Na busca da identidade da educação infantil, o desafio é afirmar a necessidade

de se integrar educação e cuidados, que é a especificidade dessa modalidade

de educação: cuidar e educar a criança pequena. Nas instituições de educação

infantil, o cuidado e a educação são vistos como funções complementares e

indissociáveis aos cuidados e á educação dada no âmbito da família.

3.2 – Objetivos e Práticas da Educação Infantil

Historicamente, a necessidade por se ter uma pré-escola é um reflexo

direto das grandes transformações sociais, econômicas e políticas que

ocorreram na Europa, a partir do século XVIII. As creches que surgiam, tinham

caráter assistencialista, visando afastar as crianças pobres do trabalho servil

que o sistema capitalista em expansão lhes impunha, além de servir como

guardiãs de crianças órfãs e filhas de trabalhadores. Assim, a pré-escola tinha

como função principal a guarda das crianças.

No século XIX, é atribuída à pré-escola, uma nova função, muito mais

relacionada à idéia de “educação” do que a de assistência. A função dessa

pré-escola era a de compensar as deficiências das crianças, sua miséria, sua

pobreza, a negligência de suas famílias.

Vista dessa forma, a pré-escola resolveria o problema do fracasso

escolar que afetava principalmente as crianças negras e filhas imigrantes,

naqueles países. Essa foi a concepção de pré-escola que chegou ao nosso

país na década de 70. O discurso oficial brasileiro proclamou a educação

compensatória como solução de todos os problemas educacionais. A própria

coordenação de Educação Pré-escolar do MEC sugeria, naquela ocasião, a

opção por programas pré-escolares de tipo compensatório.

Partia-se da idéia que a família não conseguia dar às crianças condições

30

para o seu bom desempenho na escola. As crianças eram chamadas de

“carentes” culturalmente, partindo do princípio que lhes faltavam determinados

requisitos básicos capazes de garantir seu sucesso escolar, e que não foram

transmitidos por seu meio social imediato.

Nessa visão, ampliaram-se os questionamentos em relação aos

programas compensatórios na medida em que se foi estabelecendo um

consenso de que não prestavam um benefício efetivo às crianças das classes

populares, servindo, muito ao contrário, para descriminá-las e marginalizá-las

com maior precocidade.

Passou-se a preconizar uma pré-escola de qualidade, tanto para as

crianças das classes médias (que conseguiam essa “qualidade” via rede

privada) quanto para as das classes populares.

Assim, era preciso ter uma pré-escola que não fosse nem depósito, nem

corretora de carências, a pré-escola teria outra função: a pedagógica.

Por outro lado, a “psicologização” e a “medicalização” das relações

intraescolares transformaram o papel da escola, em formação de hábitos e

atitudes, e isso se tornou tão ou mais importante que o “simples” ensinar. Tal

formação de habito era considerada inquestionável, função básica das

atividades desenvolvidas. Sem esquecer que, revela-se também como

fundamental na pré-escola o incentivo à criatividade e às descobertas das

crianças, ao jogo e à espontaneidade, que deveriam permear as relações

infantis.

Numa visão apressada, esses dois objetivos poderiam nos parecer

contraditórios afinal, formar hábitos significa treinar, condicionar a regras e

padrões estabelecidos, enquanto que, propiciar o jogo criativo, num clima

“espontâneo e livre” requer flexibilidade e possibilidade de invenção.

31

Mas, numa análise mais cautelosa, podemos perceber que essas duas

finalidades não se opunham, ao contrário, elas se baseavam na mesma

concepção abstrata e genérica de criança, já que não leva em consideração a

sua inserção social. Tratam de uma infância fora da história.

Os dois enfoques se assemelhavam, na medida em que faltava a

ambos, a percepção das crianças como sendo parte da totalidade que as

envolvia. E é justamente essa ausência (nada casual, mas vinculada a toda

uma visão idealista e liberal de criança, de educação e de sociedade) que a

instância pedagógica podia preencher, substituindo uma prática “formadora

permissiva” por uma prática política e social.

A pré-escola passa a ter uma função pedagógica, tornando reais os

conhecimentos infantis como ponto de partida e ampliando-os, através de

atividades que com significado concreto para a vida delas assegurando-lhes a

aquisição de novos conhecimentos. Objetivando a apreensão e a compreensão

do mundo, desde o que está mais próxima à criança até o que lhe está mais

distante, visando a comunicação, a aquisição de conhecimentos, a troca de

experiências.

Assim, as atividades realizadas na pré-escola passam a oferecer

significado. As formas de representação e expressão vão se diversificando:

motoras e sensoriais (aparecem basicamente com ação); em seguida,

simbólicas (aparecem como imitação, dramatização, construção, modelagem,

reconhecimento de figuras e símbolos, desenho, linguagem); posteriormente

são codificadas (aparecem como leitura e escrita).

A pré-escola desempenha, do ponto de vista pedagógico, a aquisição

gradativa de novas formas de expressão e reconhecimento-representação de

seu mundo, através da realização de atividades significativas em que a criança

procura explicar o mundo em que vive e compreender a si mesma.

32

CAPÍTULO IV - TECENDO CAMINHOS PARA O

BRINCAR

"... A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-

se aos jogos e às atividades recreativas, que devem ser

orientadas para os fins visados pela educação; a

sociedade e os poderes públicos devem esforçar-se por

favorecer o gozo deste direito".

Declaração Universal dos Direitos da Criança, 1959

4.1 – Reflexões acerca do brincar

Ao se visitar algumas escolas, observar as atividades ali desenvolvidas,

acompanhar seus modelos de ensino, é possível perceber que muitas delas

não utilizam a criatividade como um processo do desenvolvimento humano. Há

uma dificuldade em considerar o indivíduo como um ser cognitivo, emocional e

criativo. Muitas nem possuem espaço para jogos, brinquedos e brincadeiras.

Agir psicopedagogicamente na relação ensinante-aprendente com a finalidade

de desenvolver o processo criativo do sujeito é um desafio, e esse é um dos

papéis do psicopedagogo: mostrar o que se pode fazer nesta relação

ensinante-aprendente e instituição para que o trabalho psicopedagógico na

escola caracterize-se por possibilitar conhecimentos, reflexões e mudanças, se

necessário.

A atuação do psicopedagogo na escola começa pelo processo

educacional desta, ou seja, pelos saberes que a instituição, o ensinante e o

aprendente ali realizam e produzem. Realiza a análise das relações entre as

pessoas que atuam nesse ambiente, levantando necessidades e possibilidades

de um agir voltado para o conhecimento de si, do outro e da instituição. As

33

atividades propostas utilizando-se o brincar ajudariam na prevenção dos

problemas, na medida em que a aquisição de conhecimentos, aliada à reflexão

a que se propõe, podem levar à solução de um potencial problema antes que

este venha a se manifestar como tal. Por outro lado, pode atuar como

solucionador dos problemas já manifestados à medida que sua abordagem

pode levar à mudança do sujeito e/ou do grupo, assim, podemos dizer que o

brincar em sala de aula deve ser levado muito a sério.

“Construindo, transformando e destruindo a criança

expressa seu imaginário, seus problemas e permite aos

terapeutas o diagnóstico de dificuldades de adaptação,

bem como a educadores o estímulo da imaginação infantil

e o desenvolvimento afetivo e intelectual”

Kishimoto, 1999, p. 46

Ignorar a criatividade do outro e mantê-lo em um processo repetitivo e

sem alternativas não produz sujeitos criativos e nem o prepara para a vida.

Utilizar uma psicopedagogia, uma pedagogia que leva em consideração o

desenvolvimento e a aprendizagem, que reconhece os processos de

desenvolvimento do sujeito, é utilizar, na aprendizagem, formas de oferecer ao

aluno, professor e instituição espaço para a auto-avaliação, reflexão, inferência

e crescimento mútuo.

O trabalho em sala de aula com o brincar é uma atividade que se ajusta

ao trabalho do psicopedagogo exatamente nesse sentido, de criar espaço para

que todos possam inserir-se num contexto onde a reflexão leva à formação de

grupos adultos/professores de estudos como complemento e suporte da prática

de mudança que algumas instituições, aprendentes ou ensinantes precisam

vivenciar.

Essa proposta Pedagógica/Psicopedagógica tem o objetivo de trabalhar

em parceria com a escola, oferecendo um olhar diferenciado ao aluno, bem

34

como, para com seu desempenho, potencialidades e dificuldades. Busca-se,

através do contato com a família e com profissionais ligados à educação,

entender melhor a criança que apresenta dificuldades no processo de ensino e

aprendizagem, para com maior eficiência, articular, redirecionar e sanar seus

transtornos.

O psicopedagogo é o interlocutor entre as partes, pais e escola; e,

através de encontros, relatórios e devolutivas, a escola, num trabalho de

parceria, passa a participar ativamente no movimento de intervenção.

O brincar no processo de aprendizagem da Educação Infantil procura

justamente captar o conjunto das relações que constituem ou que influenciam

ou que determinam um fenômeno qualquer para poder compreendê-lo. Não se

começa a pensar a não ser que se esteja diante de uma situação problemática.

Se algo é apresentado como conhecido, completo e acabado, não somos

convidados a pensar. Assim, a brincadeira com suas regras e seus limites são

reconhecidos pelas crianças como formas de convívio, e o adulto precisa estar

preparado para conduzir a criança nesse aspecto, ou seja, não induzir e sim

ser o condutor, aquele que ajudará na interseção entre o que é brincado, o que

é lido, o que é assistido e a realidade a que aquela brincadeira/vivência se

propõe.

Quando estamos diante de novas situações, experenciamos quatro

movimentos intrapsíquicos: Indiferenciado (“estou perdido, não entendo nada

sobre isso”), Diferenciado (não sei do que se trata, mas, já sei o que não é),

Separado (identifico o que sei e localizo o que ainda não sei) e o Integrado

(administro meus saberes e não saberes, com mais maturidade). E esses

movimentos dentro de um trabalho voltado para a reflexão, podem levar o

sujeito a experenciar cada uma dessas etapas desenvolvendo maior

maturidade, favorecendo o diálogo e no caso da educação infantil as

brincadeiras são um grande aliado a essa formação.

35

4.2 - O Papel do Educador na Educação Lúdica

"A esperança de uma criança ao caminhar para a escola é

encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder -

alguém muito consciente que se preocupe com ela e que

a faça pensar, tomar consciência de si de do mundo e que

seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela

uma nova história e uma sociedade melhor".

Almeida, 1987, p.195

Para se ter dentro de instituições infantis o desenvolvimento de

atividades lúdicas educativas, é de fundamental importância garantir a

formação do professor e condições de atuação. Somente assim será possível o

resgate do espaço de brincar da criança no dia-a-dia da escola ou creche. Para

nós a formação do Educador Infantil, ganha em qualidade se, em sua

sustentação, estiverem presentes três pilares:

• Formação teórica;

• Formação pedagógica;

• Formação lúdica.

Explorar o universo infantil exige do educador conhecimento teórico,

prático, capacidade de observação, amor e vontade de ser parceiro da criança

neste processo. Educadores podem através das experiências lúdicas infantis

obtermos informações importantes no brincar espontâneo ou no brincar

orientado. Tais como: o grau de iniciativa, criatividade, autonomia e criticidade

que o jogo proporciona ao participante; a verbalização e linguagem que

acompanham o jogo; o grau de interesse, motivação, satisfação, tensão

aparente durante o jogo (emoções, afetividade etc.); construção do

conhecimento (raciocínio, argumentação etc.); evidências de comportamento

36

social (cooperação, colaboração, conflito, competição, integração etc.).

A aplicação de jogos, brincadeiras e brinquedos em diferentes situações

educacionais podem ser um meio para estimular, analisar e avaliar

aprendizagens específicas, competências e potencialidades das crianças

envolvidas. No brincar espontâneo podemos registrar as ações lúdicas a partir

da observação, registro, análise e tratamento. Com isso, podemos criar para

cada ação lúdica um banco de dados sobre o mesmo, subsidiando de forma

mais eficiente e científica os resultados das ações. É possível também fazer o

mapeamento da criança em sua trajetória lúdica durante sua vivência dentro de

um jogo ou de uma brincadeira, buscando dessa forma entender e

compreender melhor suas ações e fazer intervenções e diagnósticos mais

seguros ajudando o indivíduo ou o coletivo. As informações obtidas pelo brincar

espontâneo permitem diagnosticar: idéias, valores interessantes e

necessidades do coletivo ou do indivíduo; estágio de desenvolvimento da

criança; comportamento dos envolvidos nos diferentes ambientes lúdicos;

conflitos, problemas, valores.

Com isso é possível definir, a partir de uma escolha criteriosa, as ações

lúdicas mais adequadas para cada criança envolvida, respeitando assim o

princípio básico de individualidade de cada ser humano.

37

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro da instituição escolar, muitas vezes os próprios ensinantes atuam

como dificultadores de uma prática que envolve também o crescimento

emocional do aprendente. Não percebem o quanto seus atos e falas são

importantes para a integração do aluno no meio social ali instituído.

Preocupados com a sua prática acadêmica “formal” deixam de atuar como

aqueles que integram conhecimento, que analisam dificuldades e que buscam

alternativas que não interfiram negativamente no crescimento sócio-emocional

de seus alunos. Ficam simplesmente apontando as dificuldades dos alunos,

esperam que a situação se resolva sozinha e aplicam punições que só pioram

a situação e não promovem mudança. A escola muitas vezes não atua de

forma consciente diante da necessidade de transformação e também não cria

vínculos. Embora não seja essa a postura de todos os professores, nem de

todas as instituições, o é de grande parte delas.

Para muitos aprendentes a escola é a última chance de resgate de

tantos problemas de aprendizagem, de ordem emocional ou mesmo de

convívio. Assim, esse trabalho tenta propor mais um caminho, entre tantos,

para que o psicopedagogo possa estar preparando o professor ou mesmo estar

à frente de um trabalho voltado para o grupo, na tentativa de perceber

dificuldades, preveni-las ou mesmo integrar ou incluir no grupo as pessoas que

fazem parte de sua prática, enquanto facilitador entre as partes aprendente-

ensinante-instituição-família.

Dentro do contexto globalizado em que as instituições de ensino vivem,

torna-se cada vez mais difícil orientar alunos e ajudá-los a aprender não só

sobre o universo físico, mas também sobre o mundo interior e subjetivo. É

importante também orientá-las sobre suas dúvidas e desejos, tornando a

escola um rico laboratório de vivências positivas. Nesse contexto, o

psicopedagogo atuará como mediador entre o já visto, o já instituído e a

38

mudança, o crescimento mútuo.

Vimos nessa proposta que o brincar, para as turmas iniciais é um grande

aliado no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, motriz, lingüístico e na

construção da moralidade (nos valores). O brincar nas mãos de um professor

despreparado pode servir como não educação para o desenvolvimento

enquanto que nas mãos de um orientador sério, engajado e voltado para esse

trabalho, passa a servir de instrumento de unificação, de libertação e de

transformação das reais condições em que se encontra o educando.

A criança pequena tem sido vista como um sujeito passivo e dependente

porque sua aparência frágil tem o poder de causar, no adulto, um sentimento

de proteção. Entretanto, estudos e pesquisas têm apresentado uma nova

visão de criança. Essa nova visão nos permite compreender seu

desenvolvimento cognitivo e a forma como ela constrói seu conhecimento,

entendendo-a como sujeito que, desde o nascimento, está inserida num

contexto social e dele participa ativamente.

Por sua vez, a educação formal, por vezes, acentua as funções

cognitivas, sem atentar na mesma intensidade para o desenvolvimento

sensorial. Para a Educação Infantil, brincar e jogar não são passatempos: trata-

se de atividades fundamentais para a construção de conhecimentos sobre o

mundo. Com elas, as crianças aprendem a estarem com os outros e consigo

mesmos.

Este trabalho nos leva a uma profunda reflexão sobre esta relação do

brincar e a prática pedagógica. Desse modo, partimos do pressuposto, de que

o psicopedagogo Institucional pode auxiliar a escola na valorização das

relações do brincar, na medida em que é através desse brincar que se constitui

um aprendizado.

Fica aqui o convite àqueles que se interessam pelo assunto, que

39

acreditam no brincar como fonte formadora de valores intrínsecos ao

desenvolvimento da criança, a continuarem a pesquisar e cada vez mais

contribuirem para que nossas crianças cresçam adultos formadores de opinião

e cidadãos plenos. E que seja a escola uma das fontes seguras dessa

formação aliando o ensino formal ao emocional.

40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica - técnicas e jogos

pedagógicos. São Paulo: Edições Loyola, 1987.

BARBOSA, Laura Monte Serrat. A História da Psicopedagogia contou

também com Visca. In: Psicopedagogia e Aprendizagem. Coletânea de

reflexões. Curitiba, 2002

BOSSA, Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da

pratica. Porto alegre: Artes Medicas, 1994

___________. Fracasso escolar: um olhar psicopedagógico. Porto Alegre:

ARTMED, 2002.

___________. Dificuldades de aprendizagem: o que são? Como trata-las?

Porto Alegre: ARTMED, 2000.

COMÊNIUS, João Amós. Didática Magna. Trad. Ivone Castilho Benedetti. 2ª

ed. São Paulo:Martins Fontes, 1999.

COSTA, Marília Rosália Maia. Valores – Reflexões e Práticas no dia-a-dia da

sala de aula. Rio de Janeiro: Marmaicos Ed.WAK, 2002.

FERNANDEZ, Alicia. Saber em jogo: o psicopedagogia propiciando

autorias de pensamento. Tradução Neusa KernHickel. Porto Alegre:

ARTMED, 2001.

GARCÍA SÁNCHEZ, Jesús-Nicasio. Dificuldades de aprendizagem e

intervenção psicopedagógica. Tradução Ernani Rosa. 4.ed. Porto Alegre:

ARTMED, 2004.

41

GASPARIAN, Maria Cecília Castro. Psicopedagogia institucional. São

Paulo, Psicopedagogia on-line. 1999.

KISHIMOTO, T. M. (apud Froebel). Jogo, brinquedo, brincadeira e

educação. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1999.

___________. Jogos tradicionais infantis: o jogo, a criança e a educação.

Petrópolis: Vozes, 1993.

OLIVEIRA, Zilma Ramos. Educação infantil: fundamentos e métodos. 4 ed.

São Paulo: Cortez, 2002.

PAIN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem.

Porto alegre, Artes Médicas, 1985.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

___________. O desenvolvimento do pensamento: equilibração das

estruturas cognitivas. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1977.

___________. A construção do real na criança. 3 ed. 5ª reimpr. São Paulo:

Ática, 2003.

ROUSSEAU, Jean – Jacques – Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural,

1978.

___________. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade

entre os homens. São Paulo. Ática, 1989.

RUBINSTEIN, Edith. In SCOZ et al. Psicopedagogia: Contextualização,

Formação e Atuação Profissional. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1992.

42

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente. Porto

Alegre: Artes Médicas, 1987.

___________. Psicopedagogia: novas contribuições; organização e

tradução Andréa Morais, Maria Isabel Guimarães. Rio de Janeiro: Nova

Fronteira, 1991.

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes,

1991

43

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

CAPITULO I - PSICOPEDAGOGIA E SUAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 - A FINALIDADE DA PSICOPEDAGOGIA .......................................................... 17 1.2 - OS OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA ........................................................ 17 1.3 - O DIAGNÓSTICO ...................................................................................... 17 1.4 - A INTERVENÇÃO ESCOLAR E ACOMPANHAMENTO INDIVIDUAL .................... 217 1.5 - A ORIENTAÇÃO ..................................................................................... 217

CAPITULO II - O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA... ...... 23

2.1 - JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS ...................................................... 23 2.2 - O QUE É BRINQUEDO? ............................................................................. 25 2.3 - O QUE É BRINCADEIRA? ........................................................................... 25 2.4 - O QUE É JOGO? ....................................................................................... 25 2.5 - OS DIFERENTES SIGNIFICADOS DO BRINCAR ............................................. 27

CAPÍTULO III - A EDUCAÇÃO INFANTIL E SEUS MUITOS OLHARES ....... 28

3.1 - APONTAMENTOS SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL ......................................... 28 3.2 - OBJETIVOS E PRÁTICAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL........................................ 29

CAPÍTULO IV - TECENDO CAMINHOS PARA O BRINCAR ......................... 32

4.1 - REFLEXÕES ACERCA DO BRINCAR ............................................................. 32 4.2 - O PAPEL DO EDUCADOR NA EDUCAÇÃO LÚDICA ........................................ 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: .............................................................. 40

ÍNDICE ............................................................................................................. 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO................................................................................. 44

44

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto a Vez do Mestre

Título da Monografia: Trilhando caminhos através do brincar: uma

proposta psicopedagógica da brincadeira na aprendizagem infantil.

Autor: Priscila Jannuzzi Barbosa Moura

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: