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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA INFOVIA NA LOGÍSTICA REVERSA
Por: Jorge Elly Vasques Bauer
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÃNCIA DA INFOVIA NA LOGÍSTICA REVERSA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Logística Empresarial.
Por: Jorge Elly Vasques Bauer
3
RESUMO
A logística reversa tem sido mais valorizada no cenário empresarial
nacional à medida que fatores de ordem estratégica, competitiva, econômica e
ecológica ganham relevância no contexto da globalização de mercados.
Freqüentemente as empresas preocupam-se com o fluxo direto dos seus
produtos para os clientes, entretanto, lidam também com um fluxo reverso de
peças, matérias-prima e produtos aos seus processos, devido à devoluções,
retorno de embalagens para reutilização ou descarte e etc. A gestão
adequada deste fluxo reverso proporciona a minimização ou recuperação de
perdas que anteriormente não eram mensuradas e, conseqüentemente,
contabilizadas tornando-se em custos irrecuperáveis. Outro assunto abordado,
neste trabalho, é o fluxo de informações logísticas que tem tido um importante
papel na gestão logística, proporcionando mais agilidade nos processos em
todos os níveis. A Infovia, como esta sendo chamado este ambiente onde
circulam informações em todas as direções, vem se tornando o mais novo
modal logístico, ou seja, dentre os diversos modais logísticos existentes como
o Rodoviário, o Ferroviário, o Aquaviário, o Aéreo e o Dutoviário, o transporte
de informações vem se tornando um novo modal que tem como a principal
ferramenta de gestão o uso da Tecnologia da Informação através de diversos
tipos de Software. O fluxo de informações tem um importante papel na gestão
logística, proporcionando mais agilidade nos processos em todos os níveis.
Também citamos um breve estudo de caso de uma indústria química situada
no RJ, onde podemos observar como um bom fluxo de informações é essencial
para aplicação da Logística Reversa no processo de recuperação de paletes
usados no fluxo empresa-cliente visando práticas mais eficientes e como
conseqüência minimizar custos de embalagem no processo.
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METODOLOGIA
Para elaboração deste trabalho foi usada como metodologia a pesquisa
bibliográfica, pesquisa na Internet e um estudo de caso para fundamentar o
tema deste trabalho, sendo que neste estudo de caso foi elaborada uma
análise detalhada de todo o fluxo logístico da empresa, inclusive, os processos
logísticos dos principais clientes envolvidos diretamente no novo modelo
proposto que tem como objetivo a redução dos custos com compra de paletes
usados no transporte dos produtos, além de fazer um levantamento financeiro
dos custos gerados por perdas neste processo. O resultado alcançado
mostrou que a Infovia foi de essencial importância na busca por mais eficiência
nos processos logísticos e é fundamental para que os custos logísticos sejam
reduzidos proporcionando, assim, um melhor desempenho global da empresa,
além de conduzir a empresa às práticas de sustentabilidade em suas
operações. Foi garantido o sigilo da identificação da empresa estudada
conforme acordo firmado com o representante da mesma.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 06
CAPÍTULO I - LOGÍSTICA REVERSA 08
CAPÍTULO II - A INFOVIA 18
CAPÍTULO III – A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 20
CAPÍTULO IV – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA LOGISTICA 24
CAPÍTULO V - COMO ALCANÇAR VANTAGEM COMPETITIVA 32
CAPÍTULO VI – ESTUDO DE CASO 33
CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 40-41
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INTRODUÇÃO
Normalmente observamos a logística gerenciar o fluxo de materiais do
seu ponto de aquisição até o ponto de consumo e atualmente a grande maioria
das empresas concentra seus esforços na gestão do fluxo nesse sentido, da
empresa para o cliente. Porém, de modo freqüente as organizações trabalham
simultaneamente com um fluxo inverso, ou seja, o retorno de produtos,
materiais e peças ao seu processo de produção. Cada segmento de mercado
tem características próprias em seu nicho, por exemplo: Indústrias de
siderurgia reutilizam como insumo de produção a sucata ferrosa de clientes.
As indústrias de bebidas em geral lidam com o fluxo de retorno de
embalagem, produtos devolvidos por clientes e/ou com o reaproveitamento de
materiais para produção. Do ponto de vista logístico, a ciclo de vida de um
produto não se encerra com sua entrega ao cliente. Em muitos casos a
legislação obriga fabricantes a providenciar a coleta e dar a destinação à
sucata ou aqueles produtos que possam causar externalidades negativas ao
meio ambiente. Contudo, empresas incentivadas pelas Normas ISO 14000
e preocupadas com a gestão ambiental, também conhecida como “logística
verde”, começaram a reciclar materiais e embalagens que antes eram
simplesmente descartadas, como latas de alumínio, garrafas plásticas, paletes
e caixas de papelão, entre outras. Estes materiais passaram a se destacar
como matéria-prima e deixar de ser tratadas como lixo. Além da legislação,
hoje, torna-se um diferencial de mercado o fato da organização externar sua
preocupação com o meio-ambiente e a sustentabilidade em seus processos.
Para que esse processo seja eficaz, é necessário que exista um bom
fluxo de informações, desde o fornecedor de matéria-prima até o cliente final.
Porém, essas informações precisam ser em um nível mais complexo, ou seja,
precisamos conhecer seus processos logísticos para que possamos planejar
ações que otimizem o fluxo reverso de produtos, embalagem, etc. fazendo
com que as empresas envolvidas possam interagir de forma a parecer que
sejam empresas do mesmo grupo operando no processo. Portando este
trabalho tem como objetivo provar que é perfeitamente possível que esta
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metodologia venha a propiciar uma significativa redução nos custos logísticos
fazendo com que as organizações sejam mais competitivas em um mercado
cada vez mais competitivo. A metodologia utilizada foi uma pesquisa de todo
luxo logístico da organização/clientes e análise sistemática das operações a
fim de viabilizar a reutilização de embalagens (paletes) enviadas a diversos
clientes ou a destinação correta quando a reutilização não for mais possível.
No capítulo 1, abordamos a Logística Reversa e detalhamos o seu
conceito, os motivos que levam a uma crescente valorização no cenário atual,
seus objetivos estratégicos, sua viabilidade, fatores críticos de sua aplicação e
uma visão geral, ainda, sobre este assunto. No capítulo 2, conceituamos a
Infovia e os motivos pelos quais levam profissionais do setor tratá-la com
status de modal logístico. No capítulo 3, os assuntos abordados foram a
Tecnologia da Informação devido à estreita relação entre a Infovia e a TI, o
planejamento de informações que trafegarão na Infovia e a relação da TI e a
Logística. No capítulo 4, foram citados alguns sistemas de informações mais
usados atualmente, suas aplicações e particularidades. O capítulo 5 cita
alguns detalhes para que a organização obtenha vantagem competitiva com a
implantação de sistema de informação adequado. E no capítulo 6 usamos um
estudo de caso para exemplificar a importância da Infovia da Logística
Reversa.
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CAPÍTULO 1
LOGÍSTICA REVERSA
1.1 – CONCEITO
Para entendermos claramente o conceito de Logística reversa, devemos
observar como se define um sistema logístico empresarial, segundo MOURA
(1989, p.26):
... pode-se definir o sistema logístico da empresa como o conjunto de recursos (mão-de-obra, recursos de produção, máquinas, veículos, elementos de movimentação e armazenagem) empregados para desenvolver fisicamente todas as operações de fabricação, armazenagem e movimentação, que permitem assegurar o fluxo de materiais desde os fornecedores até o cliente.
Tomando o conceito de Moura (1989) como ponto de partida, pode-se
ter um melhor entendimento do que seja a logística reversa. A expressão
logística reversa é ampla, compreendendo diversas operações relacionadas
com a reutilização de produtos e materiais, além de recuperação sustentável
de sucatas e subprodutos, no sentido de preservar o meio ambiente. Segundo
Lacerda (2002) a logística reversa pode ser definida como sendo:
Um processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado.
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Essencialmente é o processo inverso da logística tradicional que trata
do fluxo de saídas de produtos das empresas em direção aos seus clientes. A
logística reversa é a área da logística que trata dos aspectos de retornos de
produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo. Apesar de ser um
tema extremamente atual, esse processo já podia ser observado há alguns
anos nas indústrias de bebidas, com a reutilização de seus vasilhames, isto é,
o produto chegava ao consumidor e retornava ao seu centro produtivo para
que sua embalagem fosse reutilizada e voltasse ao consumidor final. Esse
processo era contínuo e aparentemente teve seu fluxo reduzido a partir do
momento em que as embalagens passaram a ser descartáveis. Nesse
contexto, compreende todas as operações relacionadas com a reutilização de
produtos e materiais. Refere-se a todas as atividades logísticas de coletar,
processar, recuperar e desmontar materiais, produtos e peças usadas.
Envolve atividades como devoluções, retorno de embalagens e coleta
de materiais para serem recuperados. Do ponto de vista logístico o ciclo de
vida de um produto não se encerra com a sua entrega ao cliente. Nesse
sentido o conceito de logística reversa é mais amplo. Produtos danificados ou
que não funcionam, tornam-se obsoletos e devem retornar ao ponto de origem
para reparo, reaproveitamento ou adequado descarte. As diferenças entre os
sistemas de logística com fluxo normal e a logística reversa são quatro:
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1ª - A primeira diferença é que a logística tradicional à frente é um sistema
onde os produtos são puxados (pull system), enquanto que na logística
reversa existe uma combinação entre puxar e empurrar os produtos pela
cadeia de suprimentos.
2ª - Em segundo lugar, os fluxos tradicionais de logística são basicamente
divergentes, enquanto que os fluxos reversos são convergentes e divergentes
ao mesmo tempo.
3ª - Em terceiro, os fluxos de retorno seguem um diagrama de processamento
pré-definido, no qual os produtos descartados são transformados em produtos
secundários, componentes e materiais. No fluxo normal esta transformação
acontece em uma unidade de produção, que serve como fornecedora da rede.
4ª - Por fim, na Logística Reversa, os processos de transformação tendem a
ser incorporados na rede de distribuição, cobrindo todo o processo de
produção, da oferta (descarte) à demanda (reutilização).
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1.2 - MOTIVOS DA VALORIZAÇÃO CRESCENTE DA LOGÍSTICA REVERSA
O fluxo reverso não é um processo comum para a maioria dos negócios,
Porém, as empresas têm demonstrado crescente interesse tanto sob o ponto
de vista de operações como do ponto de vista financeiro. Nesse sentido a
Logística reversa se alinha com a estratégia das organizações. Segundo
Lambert (1998 pp. 28-30)
... As empresas com um bom sistema de logística obtêm significativa vantagem competitiva, que se traduzem em custos menores e serviços melhores ao cliente.
Outra questão importante refere-se à responsabilidade dos fabricantes
pela destinação dada a seus produtos após sua entrega ao cl iente e o
respectivo consumo. Muitos desses produtos são incinerados ou descartados
com danos significativos ao meio ambiente. Mudanças na legislação, no perfil
do consumidor, pressão por redução de custos tem levado à modificação no
comportamento dos produtores. As principais causas e razões que levaram as
empresas a intensificarem sua atenção na logística reversa são:
1.2.1 - Visão Ambiental
Os consumidores têm adquirido conscientização ambiental e, aos
poucos, tem mudado seus hábitos de consumo e essa mudança tem levado as
empresas a atuarem de modo mais responsável e manterem uma imagem
institucional de empresa ecologicamente correta. A legislação ambiental cada
vez mais força as empresas a serem responsáveis por todo o ciclo de vida de
seus produtos. Desse modo, fica sob responsabilidade destas o retorno de
seus produtos e o tratamento adequado para seu descarte se for o caso. Vale
ressaltar que não se trata apenas de tendência ou modismo, é uma realidade
que cada vez mais se torna um fator importante no momento de decisão de um
cliente optar por uma empresa ou outra.
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1.2.2 - Visão Competitiva
Os clientes valorizam empresas que assumem uma postura próativa no
tocante à responsabilidade pelos riscos relativos aos produtos danificados e
subprodutos das operações logísticas que são descartados de forma incorreta.
Esse posicionamento das empresas, em receber devoluções feitas pelos seus
clientes vem de encontro à legislação de proteção ao consumidor e agrega
valor positivo a imagem da organização percebida pelo cliente.
1.2.3 - Visão Econômica
Os benefícios econômicos relacionados à logística reversa são
demonstrados pela redução de custos relativos à compra de matéria-prima,
produção, armazenagem e estocagem, assim como no reaproveitamento de
materiais reutilizáveis, redução de autuações por danos ao meio ambiente e
conseqüente preservação das margens de lucro das firmas. Nesse sentido, a
logística reversa recaptura valor (agrega valor) onde havia somente custos e
permite a recuperação e avaliação adequada dos ativos.
1.3 - OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
A idéia central da logística reversa é a recuperação de valores perdidos
no processo logístico. Além disso, fatores relacionados a questões
ambientais, relacionamento com o cliente, imagem corporativa ressaltam o
papel estratégico, porém são conseqüências do processo. O objetivo
econômico é o mais evidente na sua implantação nas organizações, porém,
como já mencionado anteriormente, dois outros fatores incentivam as decisões
empresarias no sentido da sua implementação: o fator ecológico e o fator
competitividade. Inserida no contexto dos fatores mencionados, a satisfação
da legislação na logística reversa é caracterizada pelo impedimento da
destinação final de um produto. Desse modo, a lei obriga o fabricante à coleta,
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tratamento e destino final dos produtos pós-consumo, afetando os diversos
elos da cadeia produtiva. No Brasil empresas do óleo lubrificante, baterias de
celulares, baterias de automóveis, lâmpadas fluorescentes, entre outros são
responsáveis pelo retorno de seus produtos pós-consumo através de
legislação expressa. Em relação aos objetivos estratégicos, a adoção de uma
abordagem sistêmica é fundamental no planejamento da utilização dos
recursos logísticos, da sua alocação e das atividades a serem
desempenhadas. Há certo grau de interdependência entre os objetivos
apresentados e em muitos casos a necessidade de alcançar cada um deles
pode ocorrer simultaneamente, tanto na logística reversa pós-venda, quanto
na logística reversa pós-consumo.
1.4 – VIABILIDADE – PROCESSOS
Os processos em logística reversa dependem de quais atividades serão
realizadas, do tipo de material que está retornando e das razões do retorno ao
sistema produtivo. Segundo Lambert (1998) e Ballou (2001), as principais
atividades que envolvem a logística reversa envolvem: Controle de inventário,
movimentação de materiais e suprimentos, suporte de peças de reposição,
processamento de pedidos, embalagem, reaproveitamento e remoção de
refugo e administração de devoluções. Segundo Lacerda (2004, p.3) o
processo é:
... Composto por um conjunto de atividades que uma empresa realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda ou descarte.
O processamento de cada tipo de material vai depender de uma série
de variações e de condições na forma como retornam ao sistema da empresa.
Podem ser tratados e descartados, revendidos, reprocessados, recuperados e
reaproveitados na linha de produção.
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1.5 - FATORES CRÍTICOS
A logística reversa é composta pelos mesmos elementos do processo
logístico normal: armazenagem, transporte, estoques, fluxo de materiais, nível
de serviço e sistemas de informação. Sendo assim, o processo logístico tem
que estar estruturado para o fluxo reverso. Falhas no processo podem elevar
custos e causar danos à imagem de uma organização. A eficiência do
desempenho do sistema logístico estará diretamente ligado ao planejamento e
controle do processo de logística reversa. Segundo Lacerda (2004), os
seguintes os fatores críticos de sucesso para um desempenho competitivo do
sistema de logística reversa são:
1.5.1 - Controle de entrada
A identificação correta do estado dos materiais que retornam é
fundamental para que estes sigam o fluxo reverso adequado e impedir que
materiais que não estejam em condições de comercialização ou reuso entrem
no fluxo logístico direto. Processos logísticos que não possuem controles
adequados de recebimento geram retrabalho e se tornam a origem de
inúmeros atritos entre fornecedores e cliente. Uma equipe bem treinada é um
fator fundamental para que exista um bom controle dos produtos recebidos.
1.5.2 - Processos mapeados e padronizados
O mapeamento dos processos permite maior controle, implementação
de melhorias e identificação do ponto de origem de eventuais falhas nos
processos.
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1.5.3 - Sistemas de informação
A rastreabilidade dos retornos, medição dos tempos de ciclo,
desempenho de fornecedores são informações críticas para negociação,
melhoria de desempenho e para gerar confiança no processo de logística
reversa.
1.5.4 - Rede logística planejada
O processo logístico reverso requer uma estrutura adequada para lidar
com os fluxos de retorno.
1.5.5 - Relações colaborativas entre clientes e fornecedores
Os fluxos reversos estão inseridos num contexto que compreende um
nível de incerteza considerável. A escala de retorno e a qualidade são
questões que devem ser consideradas. Nesse sentido o grau de confiança e o
nível de colaboração, entre os agentes da cadeia logística (produtores,
clientes, consumidores, transportadoras) devem ser desenvolvidos para a
obtenção dos resultados efetivos desta prática.
1.5.6 – Tempo de resposta do ciclo
Este ciclo refere-se ao tempo entre a identificação da necessidade de
reciclagem, segregação e retorno de produtos e seu efetivo processamento. A
venda de sucatas, por exemplo, é atrasada devido aos custos desnecessários
gerados por longos tempos de resposta. Falta de pessoas treinadas, de
recursos (equipamentos) e procedimentos bem definidos para tratar este
processo, são fatores que elevam os tempos de resposta do ciclo.
16
1.6 – VISÃO GERAL
Ainda hoje, a logística reversa é tratada como uma área de baixa
prioridade nas organizações. Este fato é comprovado pelo, ainda pequeno,
números de empresas que tem gerências dedicadas a este processo.
Podemos dizer que estamos em um ponto inicial no desenvolvimento de
práticas de logística reversa e esta cultura esta sendo mudada devido a
pressões externas assim como: Clientes valorizando a sustentabilidade de
produtos, rigidez da legislação ambiental, forte necessidade de redução de
custos, necessidade de oferecer produtos com garantias de devolução quando
necessário. Os custos da logística reversa tendem a diminuírem à medida que
este fluxo aumente devido ao fortalecimento dessa tendência. Sendo assim,
serão necessários esforços para aumento da eficiência dos processos da
logística reversa, onde poderão ser aplicados os mesmo conceitos de
planejamento aplicados no fluxo direto, ou seja, estudos de localização de
instalações, aplicações de sistemas de apoio (roteirização, programação de
entregas, etc.).
Isso requer esforços dobrados para vencer desafios adicionais por
conta da necessidade básica de desenvolvimento de procedimentos
padronizados para o processo da logística reversa. Principalmente quando
nos referimos à relação fornecedor-cliente, notamos que esse é um processo
caracterizado predominantemente pelas exceções, mais do que pela regra.
Um dos fatos que comprovam essa situação é a inexistência de softwares
voltados para o processo de logística reversa.
A utilização de prestadores de serviços no processo da logística reversa
é um assunto a ser melhor estudado pelos gestores. Sendo, ainda, uma
atividade em que a economia de escala é fator relevante e em que ainda
opera-se com volumes baixos, uma opção viável seria o uso da terceirização.
Já é comum, no Brasil, a operação de empresas que prestam serviços
de gerenciamento do luxo de retorno de embalagens. Se observar-mos com
maior amplitude, existe espaço para operadores que prestem serviços de
maior valor agregado, como o rastreamento e o reprocessamento de produtos
17
usados e outros subprodutos. Enfim, há um vasto campo a ser explorado para
tornar processos mais eficazes, proporcionando sustentabilidade, minimização
de custos operacionais e, consequentemente, maximização da rentabilidade
nas organizações.
18
CAPÍTULO 2
A INFOVIA
2.1 – Conceito
A revolução da tecnologia da informação é um evento histórico, a partir
dos anos 80, pois produziu um padrão de descontinuidade nas bases materiais
da economia, sociedade e cultura. O que caracteriza essa revolução
tecnológica é a aplicação dos conhecimentos e das informações para a
geração de conhecimento e de dispositivos de processamento/comunicação da
informação, em ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso.
Essas novas tecnologias da informação não são simplesmente
ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos e sua
difusão aconteceu com grande velocidade por meio de uma lógica que é a
característica principal dessa revolução tecnológica: a aplicação imediata no
próprio desenvolvimento da tecnologia gerada, conectando o mundo através
da TI. Foi em meio a essa explosão de eventos, onde o “novo’” tinha essa
definição por pouquíssimo tempo, a tecnologia da informação criou um novo
modal logístico de transporte, o infoviário. E é nesse ambiente tecnológico, a
Infovia, é que trafegam quantidades enormes de dados para facilitar e agilizar
os processos organizacionais.
Conceitualmente podemos definir a Infovia como: O conjunto de
recursos utilizados para interligar, conectar, processar, controlar,
compatibilizar as transmissões de informações e disponibilizar serviços em
meio eletrônico, com o objetivo de propiciar a aproximação entre pessoas ou
organizações. Sendo assim, a infovia é fisicamente o conjunto de linhas
digitais por onde trafegam os dados das redes eletrônicas e é nesta ótica que
chegamos a conclusão que não podemos abordar a infovia sem abortar a TI,
sendo que em alguns momentos chegam a se confundirem, tal é a
dependência de uma com a outra na busca pela evolução. E foi através dessa
busca que surgiu a idéia de criar uma rede sem centro, quebrando o
19
tradicional modelo de pirâmide conectado a um computador central.
Conceitualmente, é a possibilidade de romper com o modelo de ação
baseado em uma diretriz central. Por definição, a infovia torna descentralizada
cada ação. Por isso mesmo é global e coletiva.
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CAPÍTULO 3
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI)
3.1 - Conceito
O termo tecnologia de informação representa todas as tecnologias
necessárias para coletar, tratar, interpretar e distribuir as informações em
tempo hábil e de maneira adequada. Sendo assim, pode-se considerar como
componentes da tecnologia de informação os sistemas computacionais,
incluindo quaisquer softwares, hardwares utilizados como ferramentas para o
tratamento de informações em qualquer nível, os sistemas de
telecomunicações e os sistemas de gestão de dados e informações. Pode-se
deduzir que a tecnologia da informação é tudo aquilo que é utilizado para
manipular a informação com o intuito de melhorar a produtividade, a eficácia e
a competitividade das organizações.
O principal benefício que a tecnologia da informação traz para as
organizações é a sua capacidade de melhorar a qualidade e a disponibilidade
de informações e conhecimentos importantes para a empresa, seus clientes e
fornecedores. Os sistemas de informação mais modernos oferecem às
empresas oportunidades sem precedentes para a melhoria dos processos
internos e dos serviços prestados ao consumidor.
Na era em que vivemos, o sucesso das empresas passou a depender
de sua capacidade de inovar nas áreas de produtos, serviços, canais e
processos. Nesse contexto, a tecnologia da informação assume um papel
crítico, permitindo às organizações modificar-se rapidamente e levar essas
inovações até o mercado. A necessidade de operar num ambiente dinâmico
faz com que as empresas precisem concentrar-se em adquirir excelência
operacional, o que exige, entre os requisitos, a disponibilidade de sistemas de
informação integrados, confiáveis e de alta velocidade, além de outras
tecnologias, a fim de obter maior eficiência e controle operacional. Um
exemplo atual seria os das grandes organizações que disponibilizam aos seus
21
funcionários da área comercial, sofisticados computadores portáteis que lhes
permitem inserir e extrair informações críticas, reduzindo significativamente o
tempo para tomar decisões e fechar negócios.
3.2 – Planejamento da Informação
A tecnologia da informação tem um custo para as organizações e os
computadores e periféricos não são “máquinas mágicas” e não tem vida
própria para resolver problemas de gestão, racionalizar processos ou
aumentar a produtividade. Máquinas e softwares idênticos executarão
maravilhas em organismos bem estruturados e organizados, mas serão
apenas uma fonte de custo naqueles que não planejarem adequadamente
suas necessidades de informação. Temos por definição de informação, tudo
aquilo que reduz incertezas e partindo desse princípio, se tivermos
insuficiência de informações em um dado sistema, este não terá maximizada
sua capacidade de alavancar processos decisórios. Por outro lado se este
mesmo sistema contiver excesso de informações, não produzirá compreensão
dessas informações e sem compreensão, não reduzirá as incertezas. Por esse
motivo, é necessário um bom planejamento para que tenhamos as informações
necessárias no momento certo.
3.3 – A TI e a Logística
Neste ambiente altamente tecnológico, a logística tem, gradativamente,
obtida maior visibilidade e importância, assumindo papel estratégico. O
fenômeno da globalização e seus impactos têm elevado o status da logística
nas empresas e a tonado elemento essencial na reformulação das estratégias
empresariais. Neste novo contexto competitivo é gerado por um somatório de
transformações tecnológicas que ocorrem numa escala macro-ambiental. Uma
nova economia surgiu nos últimos 25 anos do século XX caracterizada como
informacional, global e em rede e esse cenário foi criado porque a revolução
22
da tecnologia da informação forneceu base material indispensável para a sua
criação.
A Internet é considerada o maior meio de proliferação da globalização e,
principalmente, é um mecanismo de disseminação e divulgação mundial da
informação e uma forma de colaboração e interação entre indivíduos e seus
computadores, independentemente de suas localizações geográficas. Para a
globalização e para a alta competitividade empresarial atual, a logística é o
grande diferencial em termos de gestão administrativa.
Atribui-se a importância da área da logística ao fato de que as empresas
estão investindo cada vez mais nos seus centros de distribuição (CD´s),
construção ou readequações de instalações, layouts, equipamentos de
movimentação e armazenagem, softwares de gestão, software de roteirização,
radiofreqüência e hardwares, com o objetivo de se tornarem empresas
altamente competitivas com baixos custos e uma maior lucratividade. Com
estes investimentos, a área de logística se torna cada vez mais interligada ou
dependente da área de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) e esta
evolução permitiu que a logística ficasse responsável por toda a cadeia de
suprimentos, facilitando a comunicação entre os membros dos diversos níveis.
A tecnologia das redes de informação teve um tremendo progresso
devido à convergência de três tendências: digitalização da rede de
telecomunicações, desenvolvimento da transmissão em banda larga e uma
grande melhoria no desempenho de computadores conectados pela rede.
Avanços qualitativos em tecnologia da informação permitiram o surgimento de
processos flexíveis de gerenciamento, produção e distribuição totalmente
interativos com base em computadores, envolvendo cooperação entre
diferentes empresas e suas unidades. A TI possibilita, dentre outros aspectos,
a recuperação descentralizada das informações e sua interação simultânea em
um sistema flexível de elaboração de estratégias. Com isso as pequenas e
médias empresas podem unir-se a empresas maiores, formando redes
capazes de inovar e adaptar-se constantemente. Havendo a possibilidade de
transformar a relação entre empresas em uma rede articulada de centros
23
multifuncionais de processos decisórios, pode-se estabelecer uma forma de
gerenciamento mais adequada a nova economia.
24
CAPÍTULO 4
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO USADOS NA LOGÍSTICA
Um dos fatores mais relevantes ao desenvolvimento dos processos
administrativos é a aplicação de tecnologia de informação, proporcionando um
grande aumento de eficiência. Tais sistemas abrangem todas as ferramentas
que a tecnologia disponibiliza para o controle e gerenciamento do fluxo de
informação de uma organização.
Existem, no mercado, alguns tipos de ferramentas que facilitam e
tornam a informação mais acurada para aplicação na cadeia de suprimentos,
alguns exemplos destes sistemas são: o código de barras, o EDI (Electronic
Data Interchange), o ECR (Efficient Consumer Response) e os ERPs
(Enterprise Resource Planning ) que integram todos os outros.
4.1 - Sistemas Integrados de Gestão / ERP
Os ERP (Enterprise Resource Planning) ou sistemas de gerenciamento
empresarial são sistemas complexos onde integram, de forma eficaz, todos os
sistemas operacionais da empresa. Por ser um sistema que abrange toda a
parte gerencial da empresa, a implantação dele não é simples exigindo da
empresa uma série de modificações prévias. Podemos também defini-los em
termos de sistemas de informação integrados adquiridos na forma de pacotes
de software comercial, com a finalidade de dar suporte a maioria das
operações de uma empresa. Considerando essa definição, podemos dizer que
um ERP consiste basicamente na integração de todas as atividades do
negócio, entre elas, finanças, marketing, produção, recursos humanos,
compras, logística, etc. Com o benefício direto de facilitar, tornar mais rápido e
preciso o fluxo de informação permitindo assim o controle dos processos de
negócios. Portanto, o processo de tomada de decisão empresarial.
Esses sistemas integrados de gestão existem características dos
sistemas integrados de gestão que os tornam diferentes de outros sistemas
existentes, permitindo-nos fazer uma análise de custo-benefício de suas
25
aquisições, são elas: São pacotes comerciais, são desenvolvidos através de
modelos padrões de processos, integram sistemas de várias áreas das
empresas, utilizam um banco de dados centralizado e possuem grande
abrangência funcional.
Antes mesmo de a empresa fazer as pesquisas de fornecedores ERPs
para aquisição dos pacotes comerciais, é recomendável que a mesma faça o
levantamento da real necessidade da implantação do ERP, quais são as metas
da empresa e o que ela espera do sistema. O próximo passo é consultar
fornecedores que satisfaçam as necessidades previamente definidas.
Existem alguns fornecedores de sistemas que geram solução na área
logística e em outros segmentos que exigem tecnologia de informação. No
mercado brasileiro de fornecedores de sistemas podemos citar dentre outros:
SAP Brasil, Datasul, Manugustics, Promática, Scala e JD Edwards.
4.2 - Sistemas de Informações Logísticas
Atualmente observa-se, uma significativa inclinação do desenvolvimento
de sistemas integrados de gestão para aplicação na cadeia de suprimentos,
visto que todos os processos de negócios internos já foram integrados,
restando apenas obter vantagem competitiva da integração da cadeia de
suprimentos e fornecedores, compradores etc. Com isso, passa a ser possível
a integração com as demais unidades de um grupo empresarial por meio de
EDI, com compartilhamento parcial da base de dados. Para tal os maiores
desafios encontrados são: sistemas geograficamente distantes e distintos, com
hardwares diversos, necessidade intensiva de sistemas de telecomunicações,
bases de dados diversas, operando em estruturas organizacionais e culturas
empresariais diversas. A seguir comentaremos sobre algumas ferramentas
integradas de gestão aplicadas a cadeia de suprimentos.
26
4.3 - WMS (Warehouse Management System)
O Sistema de Gerenciamento de Armazéns, chamado de WMS, é uma
tecnologia utilizada em armazéns onde ele integra e processa as informações
de localização de material, controle e utilização da capacidade produtiva de
mão-de-obra, além de emitir relatórios para os mais diversos tipos de
acompanhamento e gerenciamento. O sistema prioriza uma determinada
tarefa em função da disponibilidade de um funcionário informando a sua
localização no armazém. Com este recurso ocorre um aumento na
produtividade quando diferentes são intercalados. Este sistema tem
capacidade de controlar o dispositivo de movimentação de material feito por
Veículos Guiados Automaticamente (AGVs) e fazer interface com um Sistema
de Controle Automatizado do Armazém (WACS) que tem a função de controlar
equipamentos automatizados como as esteiras e os sistemas de separação
por luzes e carrosséis. Com uma ferramenta desse porte a empresa passa a
ter um ganho na produtividade com a economia de tempo nas operações de
embarque e desembarque, transporte e estocagem de mercadoria e ainda
controlar o estoque de produtos no seu armazém. Podendo ainda permitir que
o gerente de logística controle as operações de armazém apenas de longe
observando apenas se o funcionamento do sistema está adequado às
operações logísticas.
Em paralelo ao WMS existe o WCS que é um Sistema de Controle de
Armazém e não um gerenciador se diferenciando assim do WMS em alguns
aspectos. O WCS não oferece uma variedade de relatórios para auxiliar no
gerenciamento das atividades; não tem flexibilidade de hardware; a
customização é limitada a mudança de campos e nomes, e a instalação deste
sistema não pode ser feita de forma modular, somente integral. A
contrapartida de todos esses aspectos negativos é que ele oferece um ótimo
acompanhamento e controle das atividades (se limitando a controle) e existe
um custo reduzido de software e hardware requerido para a implementação
dessa solução.
27
4.4 – RFID (Radio Frequency Identification)
Identificação via Radio Freqüência é, relativamente, uma das mais
novas tecnologias de coleta automática de dados. Inicialmente surgiu como
solução para sistemas de rastreamento e controle de acesso na década de 80.
Uma das maiores vantagens dos sistemas baseados em RFID é o fato
de permitir a codificação em ambientes não favoráveis e em produtos onde o
uso de código de barras, por exemplo, não é eficiente. Este sistema funciona
com uma antena, um transmissor e um decodificador. Esses componentes
interagem através de ondas eletromagnéticas transformando-as em
informações capazes de ser processadas por um computador
A principal vantagem do uso de sistemas RFID é realizar a leitura sem o
contato como no código de barras. Você poderia, por exemplo, colocar o
transmissor dentro de um produto e realizar a leitura sem ter que
desempacotá-lo, ou, por exemplo, aplicá-lo em uma superfície que será
posteriormente coberta de tinta ou graxa.
Esse sistema pode ser usado para controle de acesso, controle de
tráfego de veículos, controle de bagagens em aeroportos, controle de
containers e ainda em identificação de paletes. O tempo de resposta é
baixíssimo, tornando-se uma boa solução para processos produtivos onde se
deseja capturar as informações com o transmissor em movimento.
4.5 - Rastreamentos de Frotas com Tecnologia GPS (Global Positioning
System)
Rastreamento é o processo de monitorar um objeto enquanto ele se
move. Hoje em dia é possível monitorar a posição ou movimento de qualquer
objeto, utilizando-se de equipamentos de GPS aliados a links de comunicação.
O casamento GPS + comunicação é necessário, pois o receptor GPS localiza
sua própria posição; esta deve ser transmitida via canal de comunicação para
28
uma central que fará efetivamente o monitoramento. Esta tecnologia é
comumente conhecida como AVL (Automatic Vehicle Location).
GPS é um sistema de posicionamento mundial formado por uma constelação
de 24 satélites que apontam a localização de qualquer corpo sobre a
superfície terrestre. Um aparelho receptor GPS recebe sinais desses satélites
determinando sua posição exata na Terra, com precisão que pode chegar à
casa dos centímetros.
A tecnologia GPS é bem conhecida hoje, e comercialmente viável, tendo
inclusive fornecedores de equipamentos consolidados e preços formados. As
variáveis que efetivamente determinam o custo e o modo de operação do
rastreamento de veículos é canal de comunicação entre o veículo e a central
de monitoramento e o pacote de serviços oferecidos por esta central.
A ligação feita entre a central de comunicação e o ponto rastreado pode ser
feita via telefonia celular que tem seus aparelhos baratos para a solução que
oferece, e tem restrições como qualquer outra solução que é estar acessível
apenas onde tem cobertura de telefonia celular e o custo da comunicação
ainda é alto.
Outra opção é a comunicação via rádio. Esta modalidade é muito
simples de implantar, tem um custo de implantação baixo, onde não há custo
de comunicação, tendo que fazer a regulamentação com a ANATEL no Brasil.
Com a possibilidade de rastrear veículos a empresa pode saber onde se
encontra o veículo que está fazendo determinada entrega e fazendo um link
com o sistema via web a empresa pode colocar a disposição do cliente a
localização da entrega.
4.6 - Códigos de Barras
O sistema surgiu da idéia de se criar um mecanismo de entrada de
dados mais rápida e eficiente, vendo que com o passar do tempo mais
microcomputadores estavam sendo fabricados com um grande potencial em
armazenamento e processamento de dados.
29
A leitura de código de barras exige que sejam utilizados alguns
aparelhos específicos e que são adotados conforme a necessidade da
empresa. Alguns desses aparelhos são os leitores (caneta ótica, slot reader,
leitor CCD, pistola laser, scanner omnidirecional e o leitor automático de
documentos), os decodificadores (decodificador para teclado, decodificador
para interface serial e decodificador para joystick) e impressoras especiais
(software para impressão e impressoras profissionais). As impressoras
matriciais não têm funcionalidade para esse fim. As impressoras jato de tinta e
laser não estão adaptadas para comportar rolos de etiquetas e papel contínuo.
Por isso é que foram desenvolvidas impressoras profissionais para impressão
de código de barras. O código de barras, comprovadamente, tem uma
margem de erro menor que a coleta de dados feita manualmente, sendo assim
a maneira mais eficaz de coletar dados e termos velocidade da informação,
facilidade de migração para o sistema de controle de estoque e facilidade da
adoção desse sistema.
4.7 - EDI (Electronic Data Interchange)
O EDI, ou Intercâmbio Eletrônico de Dados é um sistema que auxilia
diretamente, principalmente, a rotina dos vendedores agilizando o processo de
comunicação com a empresa na transmissão de dados. Todas as informações
que um vendedor precisa coletar e transferir para a empresa em um segundo
momento, ele faz de forma on line evitando assim a demora no in put do
pedido e ele ainda tem a possibilidade de consultar o estoque da empresa e
informar ao cliente a possibilidade de disponibilizar a mercadoria.
Com a implantação desse sistema com sucesso podemos detectar
imensuráveis benefícios trazidos por ele à sua empresa. Consegue-se com
ele reduzir custos administrativos, reduzir o estoque (considerando que
estoque parado é capital improdutivo, então temos ainda uma economia
significativa para investimentos dependendo da área comercial da empresa),
reduzir custos e desgastes com o cliente com os itens faltantes, pois se a
tecnologia permite transmissão de dados on-line temos a informação acurada
30
e instantânea da posição de estoque. Outros benefícios é que o sistema ainda
faz com que o índice de divergências na entrega e no recebimento de
mercadorias seja próximo de zero, e permite o melhor gerenciamento de rotas
de transporte.
Toda essa tecnologia a disposição do profissional de vendas faz com
que ele se sinta mais valorizado e aumente sua produtividade se dedicando a
área fim da empresa – as vendas. E tão importante quanto aumentar as
vendas para a empresa é o fato de que, tanto pela tecnologia de software e
hardware envolvida quanto pelo corpo funcional há um ganho no valor
agregado da empresa.
4.8 - VMI (Vendor Managed Inventory)
O VMI ou Estoque Administrado pelo Fornecedor é uma ferramenta
muito importante principalmente para a cadeia de suprimentos que pretende
ou já trabalha com o JIT (Just-in -Time). O principal objetivo desta técnica é
fazer com que o seu fornecedor, através de um sistema de EDI, verifique a sua
real necessidade de produto, no momento certo e na quantidade certa. Este
recurso tem uma maior funcionalidade para as empresas que um grande
número de fornecedores e possui um amplo mix de produtos.
A integração permite que se faça de acordo com o forecast uma
mudança de planejamento de reabastecimento, pois a informação chega ao
seu fornecedor em tempo real. O nível de detalhamento é tanto que,
detectada a demanda de produto acabado, o software se encarrega de traçar
planos para a produção, planejamento de abastecimento e distribuição para os
depósitos.
4.9 - ECR (Efficient Consumer Response)
O ECR, Resposta Eficiente ao Cliente, não é um sistema e nem é uma
técnica, é um conjunto de práticas desenvolvidas em conjunto com fabricantes,
31
distribuidores e varejistas com o objetivo de obter ganhos por eficiência nas
atividades comerciais e operacionais entre as empresas prestando assim um
serviço de qualidade ao consumidor final. As grandes redes de varejistas
como Wall Mart, por exemplo, tem centenas de fornecedores, outra infinidade
de produtos diferentes e precisa de uma cadeia de suprimentos totalmente
integrada para poder oferecer aos seus clientes o produto na prateleira. Para
isso acontecer é necessário que a rede adote algumas práticas de
reengenharia de processos e Benchmarking, inclusive utilizando-se da
tecnologia de informação. Sendo as mesmas, premissas para começar a
pensar em integração e gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Os requisitos para se por em prática a filosofia do ECR e fazer os check
outs nas saídas das mercadorias das lojas (PVs) e ter o controle do estoque no
fornecedor. Como o volume de produtos é muito grande, tanto o fornecedor
quanto o varejista, precisa utilizar uma coleta de informação que seja acurada
e rápida tendo a sua disposição o código de barras. E o controle do estoque
do ponto de venda feita pelo fornecedor é usado a ferramenta de VMI com
transmissão de dados via EDI, onde temos precisão e rapidez na operação.
32
CAPÍTULO 5
COMO ALCANÇAR VANTAGEM COMPETITIVA
A vantagem competitiva baseada em sistemas integrados de gestão
logística ocorre com o entendimento da necessidade de aquisição de
tecnologia de informação para integração da cadeia produtiva, a fim de
atender o cliente final é atualmente a fonte de vantagem competitiva mais
cobiçada no mercado, porém devem ser repensados os processos
organizacionais, bem como e seu redesenho. Toda a tecnologia que hoje está
à disposição da solução da logística empresarial é capaz de gerar soluções
que satisfaçam qualquer necessidade de mercado. Podemos linkar através de
um sistema integrado, ERP, o aplicativo de código de barras que migra
informações para um sistema de estoque onde tem informações atualizadas a
qualquer tempo por meio de outro aplicativo de EDI. Isso tudo pode estar
disponível na intranet e extranet para toda a cadeia de produção a fim de
otimizar o processo em termos de eficiência de resposta ao cliente. Em face
todo o exposto, devemos ter consciência do enfoque sempre nos negócios e
não na tecnologia, servindo a mesma apenas como suporte a tomada de
decisões de forma mais rápida e eficiente. Para isso é necessário aliar o
sistema de informações logísticas ao sistema de informações gerenciais,
sendo fundamental para a definição e operacionalização do conceito de supply
chain management.
De um modo geral, o sucesso da implantação de sistemas logísticos nas
empresas e as vantagens advindas de sua aplicação, dependem do processo
de amadurecimento empresarial. Dessa forma, todo o processo logístico pode
ser otimizado, permitindo a maior eficácia nos processos internos e de
comunicação com a cadeia de suprimentos. O segredo está em utilizar as
informações e alavancar os recursos disponíveis para coordenar ações,
priorizando os fluxos de informações. Integração empresarial é a receita
básica para obtenção de vantagem competitiva.
33
CAPÍTULO 6
CASO DE IMPLANTAÇÃO DE LOGÍSTICA REVERSA ATRAVÉS DA
INFOVIA EM UMA INDÚSTRIA QUÍMICA NO RJ
A indústria de produtos químicos é um setor muito diversificado e suas
características dependem do tipo de produto produzido. Neste caso
específico, trata-se de uma indústria que produz insumos para setor gráfico e
médico. A empresa em questão está entre as cinco maiores do mercado
mundial, sendo que no Brasil tem uma participação significativa, alcançando
todo o território nacional. Tem uma frota própria de 3 caminhões trucks, 4
carretas e 5 veículos utilitários leves. A empresa movimenta cerca de 6600
ton/ano de produtos primários e mais 1020 ton/ano de produtos secundários
totalizando mais de 7600 ton/ano. Seus principais clientes são grandes
complexos gráficos distribuídos em todo o território nacional, que mantém um
volume elevado e regular de compras, sendo estrategicamente importantes
para o posicionamento da empresa e de sua marca no mercado. As cargas
são unitizadas e movimentadas sobre paletes de madeira. Em média são
utilizados 1950 paletes/mês na operação de movimentação e embarque de
produtos aos clientes, e destes são perdidos cerca de 1300 paletes/mês, pois
são enviados, como parte da embalagem no transporte dos produtos aos
clientes e esporadicamente retornam à fábrica. Os custos referente a compra
dos paletes, recebem o tratamento de despesa operacional. Esse material é
considerado essencial às operações de armazenagem, movimentação e
embarque de cargas e sua falta pode paralisar as atividades e gerar atrasos
no embarque de pedidos, afetando o nível de serviço e elevando os custos
operacionais. A empresa não mantinha um controle efetivo de eventuais
retornos desses paletes. Pelo lado do cliente, estes paletes após a descarga
dos produtos em seu depósito é de utilizada na movimentação e armazenagem
de estoques em seus depósitos. Cada palete tem um custo médio em torno de
R$ 20,00 e isso gera uma perda financeira em torno de R$ 312.000,00/ano. No
intuito de diminuir os custos operacionais, inicialmente a empresa adotou como
34
critério cobrar a devolução dos paletes. Essa postura acarretou problemas de
relacionamento com os clientes que se recusavam devolve-los.
Com o receio de perda de clientes os setores de Venda e Marketing
acabaram sendo convidados a participar ativamente no processo. A segunda
alternativa avaliada foi a de substituir os paletes retornáveis pelos
descartáveis, de custo 1/3 do retornável, mas a qualidade inferior elevava o
risco de avarias nas cargas.
6.1 – SOLUÇÃO
Várias reuniões foram feitas com estes clientes a fim de encontrar uma
solução que não gerasse aumento nos custos operacionais e nem perda
tempo no processo logístico de ambas as partes. No fim deste processo
chegamos a seguinte solução para o problema:
Foi criado um calendário para recolhimento destes paletes em cada
cliente. O recolhimento ocorreria após a utilização dos paletes pelo
processo logístico de cada cliente sendo estes responsáveis pela
conservação e devolução dos mesmos. Este recolhimento seria
efetuado por veículos da empresa, não acarretando custo de frete;
Foi criado um controle de perdas de processo. É a partir deste controle
que é feita a programação de compras de novos paletes;
Os paletes danificados no processo logístico dos clientes tiveram seus
custos rateados entre as partes, visto que foi a condição para reaver
parte dessa perda;
O setor de informática da empresa desenvolveu um software de controle
de subprodutos, informatizando os controles manuais, eliminando erros
sempre acusados na apuração do volume real, sendo este software
capaz de estabelecer um link com o sistema principal, gerando
relatórios gerenciais e de conferencia;
35
Foi elaborado um programa de treinamento para colaboradores com o
objetivo de padronizar operações de movimentação de carga, com isso
espera-se reduzir futuras perdas internas;
Apesar de terem medidas personalizadas compatíveis com o processo
da empresa e seus equipamentos (empilhadeiras e paleteiras), foi
solicitado, e aceito por nosso fornecedor, que estes paletes fossem
identificados com a logomarca da empresa, sem custos adicionais, para
viabilizar um melhor controle.
Foram abertos novos canais de comunicação entre as empresas
envolvidas. De Logística para Logística. É através destes canais de
comunicação que podemos antecipar o volume de carga (paletes)
devolvida e assim podemos calcular a cubagem das coletas agendadas
para uma determinada data.
Foram criados dois depósitos, tipo baia coberta. Um para
armazenagem de paletes danificados e posterior envio para empresas
recicladoras e ainda outro depósito para armazenagem de paletes
novos e usados. .
6.2 – PRIMEIROS RESULTADOS
Os primeiros resultados apresentam os seguintes números:
Apuramos perdas totais no primeiro mês de 195 paletes que
corresponde à 15% das perdas passadas;
Destes 195 paletes apenas 52 foram danificados no processo interno e
o restante no processo de clientes. O custo no primeiro mês foi de R$
2.470,00 que representa 9,5% do custo anterior;
36
Esperam-se perdas ainda menores nos próximos meses face ao
aprimoramento dos processos de manuseio e controle das operações de
ambas as partes.
37
CONCLUSÃO
Este artigo mostrou aspectos importantes sobre a logística reversa e
seu posicionamento no contexto da logística atual, sua efetiva utilização e sua
importância econômica. É relevante considerar que a implementação de um
sistema de logística reversa necessita de uma abordagem sistêmica, que
considere a cadeia de valor. O mapeamento dos processos e o gerenciamento
da cadeia de suprimentos é outro fator de extrema importância e deve ser
considerado. Conhecer a cadeia onde a empresa está inserida e o
desenvolvimento de uma postura cooperativa são importantes fatores para
agregar valor e minimizar os custos. As questões ambientais são importantes,
com impacto sobre a imagem das organizações, não podendo ser
desconsideradas quando da implantação de um sistema de logística reversa.
O processo de condução das estratégicas apoiadas em logística reversa
deve ser desenvolvido com clareza e objetividade, deixando esta atividade de
ser um centro de custos para configura-se num provedor de rentabilidade e
margem de lucro pela agregação ou captura de valores perdidos ao longo do
processo. Outra questão a ser considerada é a de que embora o sistema de
logística reversa envolva os mesmos elementos básicos de um sistema
logístico tradicional, deve ser planejado e executado em separado e como uma
atividade independente. Com base nas observações vivenciadas nos estudos
de caso, pode-se considerar que a busca por um melhor desempenho em
relação ao retorno de produtos tem sido uma alternativa exequível para
empresas que procuram desenvolver diferencial competitivo face à
concorrência.
Outro tema bordado, neste estudo é a Infovia. Tratada como o mais
novo modal logístico, tem sido de essencial importância para logística direta
quanto para a logística reserva. Notamos que não podemos falar sobre a
infovia sem abordar a TI e constatar que o seu uso é uma realidade dentro do
ambiente logístico sendo o principal fator da evolução da logística de um modo
geral. Em outras palavras, podemos definir a infovia como sendo as vias onde
a TI transportam informações assim como veículos numa estrada. Sistemas de
38
gestão tem sido desenvolvidos com o propósito de tornar os processos
organizacionais mais eficientes, num momento em que a concorrência não se
dá somente entre empresas, mas sim entre cadeias, surge a necessidade de
uma maior integração dos elementos que formam a cadeia de suprimento e
isto exige soluções que permitam o fluxo de informações em esses elementos.
Objetivando um melhor desempenho em suas atividades logísticas,
muitas organizações utilizam sistemas de gestão como o WMS, o ERP entre
outros. Entretanto se esse tipo de sistema estiver somente dentro dos limites
organizacionais, não será suficiente para a efetiva operacionalização e bom
desempenho da cadeia de suprimentos. É preciso que se crie uma base de
dados para que as decisões sejam tomadas levando-se em consideração os
diversos elementos da cadeia através de informações compartilhadas e da
colaboração de seus participantes, reduzindo estoques e aumentando a
velocidade do fluxo de materiais, desde o ponto de origem até o ponto de
consumo e vice-versa, no caso da logística reversa. É fundamental que sejam
eliminadas as barreiras organizacionais de forma a se obter informações em
tempo real sobre o que acontece na cadeia de suprimentos, gerando
benefícios aos participantes que compartilham de sistemas de operações
logísticas integrados. Com esses sistemas integrados as empresas estão
aptas a visualizar e mapear a rede da cadeia de suprimentos sob a ótica
técnica, lógica e operacional e isso ajudará a observar cada gargalo e cada elo
da rede e atingir a flexibilidade para sustentar diferentes estratégias do canal
de distribuição.
Por fim, através do estudo de caso, foi exemplificada a importância da
logística reversa, em seus mais diversos aspectos, para as organizações e a
importância das ferramentas da TI no ambiente da Infovia com a finalidade de
ser um diferencial na obtenção de melhores resultados nos processos
logísticos. É importante comentar que este trabalho procurou apresentar em
linhas gerais o caso abordado, no intuito de atender aos objetivos da pesquisa
e também garantir a confidencialidade da empresa pesquisada. Entretanto
será oportuno o desenvolvimento de pesquisas dessa natureza em outras
organizações de outros segmentos buscando-se identificar e estabelecer
39
parâmetros comparativos e também produzir resultados práticos ainda mais
efetivos, contribuindo desse modo para a ampliação dos estudos em busca do
aperfeiçoamento da logística como um todo.
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4 a. Ed.Porto Alegre: Atlas, 2001. DAHER, C. E.; SILVA, E. P.; FONSECA, A P. Logística reversa: oportunidade para redução de custos através do gerenciamento da cadeia integrada de valor. Revista Acadêmica Alfa. V. 1, n. 1, 2004. LACERDA, Leonardo. Logística Reversa - Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Centro de Estudos em Logística - COPPEAD – UFRJ, Pág. 1-9, 2002 MOURA, Reinaldo Aparecido. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais. São Paulo, 1989.
NOVAES, Antônio G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição.
3ª Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
LAMBERT, D. Administração estratégica da logística. São Paulo: Vantine
Consultoria, 1998.
SANTOS, Mara Celene Silva. Tecnologia da Informação na Logística: O
uso do EDI nas operações Logísticas em uma empresa Têxtil. Trabalho
final de curso apresentado ao Programa de graduação do curso de
Administração de empresas. Faculdade de Ciências Humanas de Fortaleza,
Fortaleza – Ceará, 2006
Wikipédia, A Enciclopédia Livre. Pesquisa sobre a Infovia.
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41
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Disponível em:
http://pt.wikibooks.org/wiki/Log%C3%ADstica/Sistemas_de_informa%C3%A7%C3%
A3o/Introdu%C3%A7%C3%A3o
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Instituto de Logística e Supply Chain. Logística Reversa de produtos.
Disponível em:
http://ilos.com.br/web/index.php?option=com_content&task=view&id=1762&Ite
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Acesso em 28/01/2012 às 06h30min.