63
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA ATUALIDADE Por: Marcelo Fernandes Dias Orientador Prof. Luciano Gerard Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA ATUALIDADE

Por: Marcelo Fernandes Dias

Orientador

Prof. Luciano Gerard

Rio de Janeiro

2010

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA ATUALIDADE

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em para aprovação no Curso de Pós-

Graduação em Auditoria e Controladoria sob a orientação

do Prof.° Luciano Gerard.

Por: . Marcelo Fernandes Dias

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

3

IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA ATUALIDADE

Marcelo Fernandes Dias

Aprovada em ____/____/_____.

_________________________________________________

Luciano Gerard

Orientador – Instituto A Vez do Mestre

CONCEITO FINAL: _____________________

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

4

AGRADECIMENTOS

Aos meus Pais, minha filha e a grande incentivadora Estella

Rodrigues. Meus colegas de classe e demais formandos

pela amizade e companheirismo que recebi.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

5

RESUMO

Atualmente a importância da área de Auditoria Interna nas empresas tem

aumentado devido às normas impostas pelas entidades e órgãos reguladores no

Brasil e no Exterior. Estas medidas foram tomadas devido a uma grande

instabilidade nas informações contábeis ocorrida no início dos anos 2000,

juntamente com a criação da Lei Sarbanes-Oxley

Este trabalho tem como objetivo analisar os benefícios das práticas dos trabalhos

da Auditoria Interna para toda a empresa. Dentro deste tema podemos citar a

área de Compliance que é o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas

legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio

e para as atividades da instituição ou empresa, bem como evitar, detectar e tratar

qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer.

Palavras chaves: Auditoria Internas, controles internos, Compliance, Lei

Sarbanes-Oxley e COSO.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

6

METODOLOGIA

Os métodos referentes ao tema proposto, foram leitura de livros, jornais, revistas,

matérias e artigos publicados na internet e questionário enviado para profissionais

do ramo.

Após coleta de dados, pesquisa bibliográfica, o questionário, etc. O processo de

produção da monografia foi elencado conforme o grau de importância para o tema

proposto.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

7

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 08

1. CONTROLES INTERNOS................................................................................ 12 1.1 Conceitos de Controle........................................................................... 12 1.2 Implantação de Controles Internos........................................................ 12 1.3 Objetivos e Classificação de Controles Internos..................................... 15 1.4 Sistemas de Controles Internos ............................................................ 18 1.5 Auditoria Interna .................................................................................... 19 1.6 Diferença entre Auditoria Interna e Externa........................................... 20

2 . MODALIDADE DE AUDITORIA INTERNA ........................................................ 21

2.1 Papel da Auditoria Interna ..................................................................... 21 2.2 Auditoria Interna X Auditoria Externa ..................................................... 21 2.3 Efetivação dos testes ............................................................................. 23

3 .COMPLIANCE.................................................................................................... 27 3.1 O que é Compliance ? ........................................................................... 27 3.2 O que é estar Compliance? .................................................................... 27 3.3 Missão de Compliance .......................................................................... 28 3.4 Função do Compliance .......................................................................... 28 3.5 Histórico do Compliance ......................................................................... 30 3.6 Função do Compliance no Brasil ........................................................... 35

4 . AUDITORIA INTERNA X COMPLIANCE ...................................................... 36

5 . LEI SARBANES OXLEY ................................................................................... 38

5.1 Requisitos da Lei .................................................................................... 38 5.2 Seção 404 da Lei .................................................................................... 39 5.3 O correto direcionamento das Seções ................................................... 39 5.4 Avaliação anual dos Controles e Procedimentos Internos .................... 39

6 .COSO .................................................................................................................... 41

6.1 Princípios de COSO.................................................................................. 42 6.2 Como estabelecer um programa de Controles Internos .......................... 43 6.3 O papel da Auditoria Interna ................................................................... 43 6.4 Modelo de Confiabilidade nos Controles Internos .................................. 44

7 . ENTREVISTAS ................................................................................................... 45

7.1 Roberto Kimura ....................................................................................... 45 7.2 Wagner Ramos ....................................................................................... 46

8 . CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 47

9 . ANEXOS ........................................................................................................... 48

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS E WEBGRÁFICAS...................................... 56

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

8

INTRODUÇÃO

A auditoria interna é uma das mais importantes ferramentas para o controle

administrativo. A ausência de controles adequados para empresas de estrutura

complexa a expõe a inúmeros riscos, freqüentes erros e desperdícios.

A necessidade das empresas investirem em desenvolvimento tecnológico,

aprimorar seus controles, reduzir custos, tornando mais competitivo os seus

produtos, faz com que necessitam de um grande volume de recursos.

O problema vem com a expansão das organizações no mercado e o

desconhecimento de seus administradores da necessidade auxílio da auditoria

interna para obtenção de informações corretas da situação patrimonial e financeira

da empresa, deixa de captar recursos juntos a terceiros, como empréstimos

bancários ou abrindo seu capital social para novos investidores para investimento

das mesmas.

O objetivo deste trabalho é demonstrar quais os recursos que a organização

obtém com auxílio da auditoria interna para evitar prejuízos irrecuperáveis e

consiga recursos financeiros com qualidade e precisão das informações prestadas

Auditoria interna vem sendo comentada desde 1949 no Brasil logo, que

contadores identificaram sua ligação com controles internos e controles contábeis.

Os autores que mais abordaram sobre auditoria e auditoria interna foi Willian Attie

e Marcelo Almeida.

A auditoria interna é uma das mais importantes ferramentas para o controle

administrativo. A ausência de controles adequados para empresas de estrutura

complexa a expõe a inúmeros riscos, freqüentes erros e desperdícios.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

9

A necessidade das empresas investirem em desenvolvimento tecnológico,

aprimorar seus controles, reduzir custos, tornando mais competitivo os seus

produtos, faz com que necessitam de um grande volume de recursos.

A problemática vem com a expansão das organizações no mercado e o

desconhecimento de seus administradores da necessidade auxílio da auditoria

interna para obtenção de informações corretas da situação patrimonial e financeira

da empresa, deixa de captar recursos juntos a terceiros, como empréstimos

bancários ou abrindo seu capital social para novos investidores para investimento

das mesmas.

O objetivo deste trabalho é demonstrar quais os recursos que a organização

obtém com auxílio da auditoria interna para evitar prejuízos irrecuperáveis e

consiga recursos financeiros com qualidade e precisão das informações prestadas

Auditoria interna vem sendo comentada desde 1949 no Brasil logo, que

contadores identificaram sua ligação com controles internos e controles contábeis.

Os autores que mais abordaram sobre auditoria e auditoria interna foi Willian Attie

e Marcelo Almeida.

Desde o início das transações comerciais, fizeram-se necessárias às atividades

de controle e supervisão sobre os negócios, como pode ser observado quando Sá

(2004, p.173), relata que Luca Pacioli usando de aforismo, ensina que aquele que

negocia sem conhecer como vai o seu negócio, vê a riqueza voar de suas mãos

como se moscas fossem, ou seja, perde o que investe. O frei evoca o ditado para

sugerir que, por meio da escrita contábil, tudo se controla, sendo esta a forma

correta de poder dominar as transações ocorridas. Na evolução das organizações

e seus relacionamentos, seja com o indivíduo, cliente ou acionista, ou com a

coletividade, empresas ou nações, as atividades se diversificaram, ramificaram e

ampliaram, sendo cada vez mais necessárias as atividades de fiscalização e

suporte à gestão. Rezende e Favero (2004, p.1) relatam que há uma urgente

necessidade de um maior controle interno dentro das organizações, a fim de

salvaguardar os interesses da empresa, a confiabilidade nos relatórios contábeis,

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

10

financeiros e operacionais dentro dos procedimentos estabelecidos pela empresa.

Os casos de demonstrações contábeis fraudulentas, tão comuns na última década

em escala mundial, têm chamado a atenção sobre a adequação do controle

interno das organizações. Uma vez que os escândalos em nível mundial da última

década, entre os quais, os da Parmalat e da Enron, têm demonstrado a

ineficiência dos controles internos e externos e clamado por incremento das

exigências de melhorias, em relação aos controles internos das empresas em

relação aos controles externos. (IMONIANA e NOHARA, 2004, p.1). Mesmo após

o advento da criação da Lei Sarbanes-Oxley em 2002, estabelecida em

decorrência aos escândalos ocorridos no mercado financeiro dos Estados Unidos

da América, obrigando a criação de novos mecanismos de controles para reaver

a credibilidade dos investidores. Esses mecanismos vieram para fortalecer as

regras de governança corporativa, principalmente para melhorar a transparência

dos mecanismos de gestão, com a divulgação das informações das organizações.

Após o desenvolvimento de metodologias para melhorar os controles internos das

organizações, em específico, a criação da certificação do sistema de controles

internos, requerida como compliance para as empresas que cotizavam nas bolsas

de valores americanas. Percebe-se a preocupação com os controles internos e

com a criação de mecanismos e ferramentas para avaliá-los e supervisioná-los.

É importante ressaltar que um ambiente com controles internos inadequados

contribui de maneira substancial para a existência de fraudes e essas aumentam

os riscos organizacionais. Várias agências internacionais têm apontado os

controles internos como um meio imperativo para a melhora da confiabilidade dos

indicadores financeiros. (IMONIANA e NOHARA, 2004, p.1).

Os controles segundo Campiglia e Campiglia (1993, p. 11), podem ser vistos,

também, como uma maneira de garantir a continuidade da empresa, mantendo a

entidade em um rumo pré-estabelecido, em uma perspectiva de gestão, deve ser

entendido como o conjunto de informações e de ações cujo objetivo é manter o

curso das operações dentro de um rumo desejado. Outro aspecto importante é

observar os vários subsistemas que compõem a empresa, sendo vital a existência

de uma correlação entre eles, de maneira a atingir o objetivo da empresa.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

11

Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses

aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem juntos, de modo a

aumentarem sua eficiência e alcançarem melhores resultados do que se

trabalhassem separadamente. (BEUREN; RAUPP; MARTINS, 2006, p.121) Com a

crescente ênfase dada às questões de controle empresarial, mas,

especificamente, o controle sobre a gestão das organizações, salientando-se

principalmente, cada vez mais, os benefícios potenciais que podem advir do

estabelecimento de ferramentas de gestão, principalmente as de função

independente e objetiva, como por exemplo, a auditoria interna. A auditoria

interna é o órgão responsável pela supervisão dos controles empresariais. Seus

membros têm que ser independentes e com grande conhecimento em sua área de

atuação. Os deveres e os procedimentos devem estar documentados nas

organizações para que seus membros tenham acesso e liberdade para relatar

seus pontos de vista e recomendações para os executivos de alto escalão, que

são quem decide o futuro da organização.

Todas as informações que tramitam pela auditoria interna têm a importância de

ser trabalhada, analisada e moldada para posterior apreciação do executivo

máximo de uma organização ou do conselho de administração de uma sociedade,

logo, podendo, de imediato, trazer impactos nas decisões estratégicas, tática e/ou

operacionais das organizações.

Esta pesquisa objetiva definir o papel da auditoria interna na atualidade sem

esgotar a discussão sobre a necessidade dos controles internos e da auditoria nas

organizações, mas para que as organizações, possam utilizar o estudo de forma

comparativa e avaliar os benefícios de se utilizar a auditoria interna como

ferramenta de gestão na melhoria dos controles internos de sua organização, com

base em subsídios teóricos e empíricos.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

12

1. CONTROLES INTERNOS

1.1 - Conceito de Controle

Segundo o professor Louis Allen1 controlar é uma ação que e desdobra em outras

três: medir (como o relógio mede), avaliar (como o que fazemos ao olharmos o

relógio) e regular (quando em função da medição e da avaliação decidimos corrigir

os desvios observados em relação aos padrões que devem ser atendidos).

1.2 – Implantação de Controles Internos

Existem diversas metodologias para implementar controles internos. Uma das

mais conhecidas é o método COSO, palavra derivada de “Committee of

Sponsoring Organizations of the Treadway Commission”. O método COSO surgiu

nos Estados Unidos para ser empregado em grandes corporações, após o evento

do WaterGate e da renúncia de Nixon. Adotado pelo BIS, o Banco dos Bancos em

Basiléia, o COSO hoje é uma referência internacional em sistemas de controles e

se aplica não só em bancos mas em grandes corporações. Seu fundamento é

definir para cada função e cargo as principais atividades, os respectivos riscos e

as ações de “controle" que sejam cabíveis. Existem pelo menos mais cinco

metodologias distintas do COSO que podem ser utilizadas.

A necessidade de se manter um Sistema de Controles Internos vem sendo

tratada com bastante interesse pelas empresas. Pouco se fala sobre essa

importante ferramenta mas sabe-se que sua utilização tornou-se

imprescindível para o alcance das metas traçadas e para maior confiabilidade nos

serviços prestados. Dessa forma, torna-se importante o estudo dos conceitos

desse sistema e sua relação com o trabalho do auditor interno que, sabe-se tem

papel importante na verificação e manutenção dos Controles Internos da

empresa em que atua.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

13

Antes do estudo dos conceitos é importante verificar a causa da criação do

Sistema de Controles Internos em uma empresa. Tal sistema surgiu como um

mecanismo para a redução das possibilidades de fraude, apropriação

indébita, erros operacionais e demais riscos com os quais se deparam as

empresas.

A empresa Martinelli Auditores Independente S/C, em seu artigo publicado em

2002, define risco como ”uma medida da incerteza. Em todas as atividades

humanas, o risco está relacionado a nossos objetivos. Pode trazer

conseqüências positivas ou negativas,sendo grande parte dos riscos positivos

chamados de oportunidades e apenas os riscos negativos, chamados

efetivamente de riscos”. (MARTINELLI 2002, p. 04) Diante do exposto no artigo,

define-se como problema: A existência de um acompanhamento periódico da

efetividade e manutenção do Sistema de Controles Internos de uma Organização,

feita pelo auditor interno, auxilia na obtenção de resultados positivos? O trabalho

do auditor interno, no que diz respeito a Controles Internos, contribui para a

manutenção dessa ferramenta, auxiliando na obtenção de serviços eficientes,

informações confiáveis e detecção antecipada de erros, podendo assim, evitar

perdas para a empresa. A detecção de erros com antecedência, por exemplo,

pode evitar problemas como falhas operacionais e fraudes dentre outros. Esses

problemas, causam perdas econômicas e financeiras, podendo trazer

prejuízos irrecuperáveis para a empresa. O propósito de revisar a adequação do

Sistema de Controle Interno, é de constatar se o sistema estabelecido,

proporciona uma razoável segurança de que os objetivos e metas da empresa

se cumpram de forma eficiente e econômica. A definição mais conhecida e

respeitada sobre Controles Internos é a fornecida pelo AICPA (American

Institute of Certified Public Accountants), que diz: “Controle Interno é o plano da

organização de todos os métodos e medidas coordenados, adotados dentro da

empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a adequação e

confiabilidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e

fomentar o respeito e obediência às políticas administrativas fixadas pela

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

14

gestão”. (CRC- SÃO PAULO 1996, p. 51) Observa-se que o conceito é bastante

abrangente. O que se verifica, de imediato, é que o Controle Interno refere-se

não apenas aos aspectos diretamente relacionados às funções de

contabilidade e finanças, mas sim a todos os aspectos das operações de uma

empresa. A auditoria interna é uma função desempenhada no sentido de auxiliar

os administradores na condução do seu trabalho. Para Attie, “a Auditoria

Interna é uma função independente criada dentro da empresa para examinar e

avaliar suas atividades, como um serviço a essa mesma organização. A

proposta da auditoria interna é auxiliar os membros da administração a

desincumbirem-se eficazmente de suas responsabilidades. Para tanto, a

auditoria interna lhes fornece análise, avaliações, recomendações, assessoria e

informações relativas às atividades examinadas”. (ATTIE 1992, p. 28) A pesquisa,

quanto à sua natureza á classificada como pesquisa básica, pois, tem o objetivo

de trazer conhecimentos novos, envolvendo opiniões verdadeiras de

conhecedores do assunto. Quanto à abordagem do problema, é qualitativa, pois,

seu conteúdo vem diretamente de dados pesquisados, não contendo dados

quantitativos como números estatísticos. Do ponto de vista dos seus objetivos, a

pesquisa pode ser considerada exploratória, pois, propõe um conhecimento mais

profundo do problema, tornado-o explícito e causando interesse em solucioná-

lo. Já quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é bibliográfica, pois, foi

elaborada utilizando-se livros e artigo publicado.

A norma de auditoria referente ao trabalho no campo geralmente aceita

estabelecem que o auditor deva avaliar o sistema de controle interno da empresa

auditada com o intuito de determinar a natureza, a época e a extensão dos

procedimentos de auditoria.

Conforme Almeida (1996), o auditor executa os seguintes passos em sua

avaliação de controle interno;

• Levanta o sistema de controle interno;

• Verifica se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática;

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

15

• Avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediatos erros e

irregularidades;

• Determina tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria.

A administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do sistema de

controle interno, pela verificação de que está sendo seguido pelos funcionários e

por suas possíveis modificações no sentido de adaptá-lo às novas circunstâncias

e as principais razões para se definirem as atribuições, são:

• Assegurar que todos os procedimentos de controles sejam executados;

• Detectar erros e irregularidades;

• Apurar as responsabilidades por eventuais omissões na realização das

transações da empresa.

1.3 - Objetivos e classificação de controles internos

Pode-se definir Sistema de Controles Internos como uma base de dados

composta por políticas, normas, procedimentos, regulamentos e ações

tomadas de forma sistemática. Tal base de dados deve estar sempre

atualizada para que seja sempre válida e seu conteúdo deve estar disponível a

todos os funcionários de modo que estes saibam como proceder em qualquer

situação. De acordo com Migliavacca, “controle interno define-se como o

planejamento organizacional e todos os métodos e procedimentos adotados

dentro de uma empresa, a fim de salvaguardar seus ativos, verificar a

adequação e o suporte dos dados contábeis, promover a eficiência operacional e

encorajar a aderência às políticas definidas pela direção”. (MIGLIAVACCA

2002, p.17). Attie relata a importância da implementação de um Sistema de

Controles Internos de acordo com a complexidade dos negócios da empresa.

Segundo o autor, “a partir do momento da grandeza das empresas, sua

descentralização e diversificação das atividades, a existência de controles

internos adequados passa a se tornar fundamental para os negócios

realizados, uma vez que as empresas passam de uma estrutura familiar para uma

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

16

estrutura complexa de pessoas e atividades”. (ATTIE 2000, p. 205) Para Almeida,

comentar sobre os objetivos do Controle Interno é algo bastante relevante.

Cavalcanti amarra a definição com os objetivos desse controle. Segundo ele

“o controle interno representa em uma organização o conjunto de

procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos,

produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução

ordenada dos negócios da empresa”. (ALMEIDA 1996, p. 50). Complementando a

definição apresentada, de acordo com o AICPA, os objetivos do Controle Interno,

são quatro: “proteção de ativos – essa proteção tem três interpretações. A mais

abrangente é aquela que os ativos devem ser protegidos contra qualquer

situação indesejável. A segunda, mais restrita, leva em consideração que o

conceito de proteção de ativos refere-se apenas a proteção dos ativos contra erros

não intencionais ou irregularidades intencionais, como erros decorrentes de

cálculos incorretos, contabilizações inadequadas. Finalmente, a mais restrita

das definições interpreta que a proteção de ativos refere-se somente a erros

intencionais, obtenção de informação adequada – neste caso admitem-se duas

interpretações. A primeira, em que toda informação contábil, tanto para uso

interno quanto externo, deve ser adequada. A segunda, que é apenas destinada

aos usuários externos e, em conseqüência, deve cumprir estritamente esse

requisito promoção de eficiência operacional – Os dois conceitos anteriores

promovem a eficiência operacional. Esse fato pode ser verificado através

dos relatórios gerenciais, que, se adequadamente analisados, devem gerar

medidas corretivas que melhorem a eficiência operacional estimulação da

obediência e do respeito às normas e políticas da administração – É o mais

genérico dos conceitos, constituindo-se mais em um fator psicológico do que

um fato objetivo.” (CRC – SÃO PAULO 1996, p. 52-53).

Através do conhecimento dos objetivos do Controle Interno, pode-se entender sua

classificação. Segundo Almeida, proteção aos ativos e a produção de dados

contábeis confiáveis traduzem controles contábeis. Já o objetivo de auxiliar a

administração na condução ordenada dos negócios da empresa, representa

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

17

controles administrativos. (ALMEIDA 1996, p. 51) A definição do conselho

Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo tem grande relação com a

apresentada acima. Segundo o CRC-SP, “os controles internos contábeis são

aqueles relacionados com a proteção dos ativos e a validade dos registros

contábeis”. Ainda, “esses controles incluem o sistema de autorização e aprovação,

e a segregação das funções de registro daquelas efetuadas pelo departamento

que gera as transações objeto de seu registro ou das relativas à custódia dos

ativos”. (CRC – SP 1996, p. 51).

O objetivo desses controles é permitir que: “as transações sejam efetuadas de

acordo com a autorização geral ou especifica da administração; · as transações

sejam registradas quando necessário, permitindo a elaboração periódica de

demonstrações financeiras e a manutenção do controle contábil sobre os ativos; ·

o acesso aos ativos seja permitido apenas com autorização da

administração; e · os ativos registrados contabilmente sejam comparados com os

ativos físicos em intervalos razoáveis e se tomem ações adequadas em

relação a qualquer diferença detectada.” (CRC – SP 1996, p.51-52) Já os

controles internos administrativos de acordo com o CRC – São Paulo,

”compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos

relacionados com a eficiência operacional, bem como o respeito às políticas

administrativas. Esses controles apenas indiretamente estão relacionados com

os controles internos contábeis e incluem controles estatísticos, programas de

treinamento de pessoal e controles de qualidade, entre outros” (CRC – SP

1996, p.52) Na visão de Franco e Marra, a Contabilidade é vista como o principal

instrumento que uma administração tem. Sua definição de controles internos é

voltada para a estrutura organizacional da empresa como meio de proteção ao

seu patrimônio. Segundo os autores “por controles internos entendemos todos os

instrumentos da Organização destinados à vigilância, fiscalização e verificação

administrativa, que permitam prever, observar, dirigir ou governar os

acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em

se patrimônio”. (FRANCO E MARRA 1992, p. 207) Observa-se que o conceito de

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

18

Controles Internos é bastante complexo. Concordando com Attie, o significado

de Controles Internos está relacionado com uma série de fatores que, quando

expostos harmonicamente, contribuem para a obtenção de uma definição mais

concreta. (ATTIE 2000, P. 111).

1.4 - Sistema de Controles Internos

O Sistema de Controles Internos, usualmente difundido como Controles Internos,

define-se pela totalidade das políticas e procedimentos instituídos pela

Administração de uma Instituição Financeira, para assegurar que os Riscos

inerentes às suas atividades sejam reconhecidos e administrados

adequadamente.

Segundo o Manual da Supervisão do BACEN, um elemento fundamental da

abordagem prudencial observada pela Supervisão é que as Instituições

Financeiras devem ter Controles Internos adequados e efetivos. De fato, a

verificação da cobertura e eficácia destes controles, à luz das diretrizes em vigor e

das boas práticas geralmente aceitas, é uma parte significativa de qualquer

inspeção dos órgãos reguladores em uma Instituição Financeira.

Adotando para o Brasil os conceitos do Comitê da Basiléia sobre Supervisão

Bancária, o Conselho Monetário Nacional editou a Resolução 2554/98 que dispõe

sobre a necessidade de implantação e implementação de Sistema de Controles

Internos, estando definido ainda, no parágrafo 2º daquela norma, como

responsabilidade da Alta Administração:

a) a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos

efetiva mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de

negócios da instituição;

b) o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos;

c) a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos

definidos em função do disposto no inciso II.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

19

Cabe salientar que os Controles Internos permeiam todas as operações e

atividades de uma instituição financeira.

A verificação de exposição a riscos e do atendimento aos regulamentos não será

completa, portanto, sem uma adequada avaliação da cobertura e efetividade dos

Controles Internos. Faz-se necessário mapear os grandes blocos de Normas

Prudenciais e seus efeitos sobre a Instituição.

1.5 - Auditoria Interna

A auditoria é o exame de demonstrações e registros administrativos. O auditor

observa a exatidão, integridade e autenticidade de tais demonstrações, registros e

documentos. (Arthur W. Holmes, Auditing, principles and procedure, 1956) Outro

conceito de auditoria de William H. Bell e Raph S. Johns – 1942:

• Para verificação geral – até onde possível – das contas de uma empresa,

para determinar sua posição financeira, o resultado de suas operações e a

probidade de seus administradores, com o fim de comunicar o resultado do

exame aos proprietários, acionistas, gerentes, conselheiros, bolsas e outros

órgãos oficiais, síndicos atuais ou prováveis arrendatários, futuros

interventores ou compradores, juntas de credores, agências mercantis,

hipotecários ou quaisquer outros interessados.

• Para determinar se houve prestação justa de contas de um patrimônio e se

os negócios foram convenientemente administrados, para satisfação do

público, aos doadores, etc., como no caso de entidades públicas,

beneficentes, religiosas ou educacionais.

• Para fixar os lucros ou prejuízos de um negócio, para comunicação aos

interessados.

• Para determinar custos, inventários, perdas por sinistros e demais casos

especiais.

• Para reduzir as fraudes.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

20

1.6 - Diferenças entre Auditoria Interna e Externa

Procedendo-se uma análise comparativa entre a Auditoria Interna e a Externa,

chega-se a conclusão que elas têm muitas semelhanças, quais sejam:

ü Utiliza-se praticamente das mesmas técnicas;

ü Formulam sugestões de melhorias para deficiências encontradas;

ü Modificam a extensão de seus trabalhos de acordo com as suas

observações e a eficiência dos sistemas contábeis e de controle interno

existentes.

O quadro a seguir nos dá uma visão significativa dessas semelhanças:

Auditoria Interna Auditoria Externa

Realizada por um funcionário da

empresa.

Contratação de um profissional

independente.

A revisão das atividades da

empresa é contínua.

O exame das informações

comprobatórias das

demonstrações financeiras é

periódico, geralmente trimestral ou

anual.

O objetivo principal é atender as

necessidades da administração no

cumprimento de políticas e

normas, sem estar restrito aos

assuntos financeiros.

Atende às necessidades de

terceiros quanto à fidedignidade

das informações financeiras e

determina a extensão do exame.

É importante frisar que a existência de auditoria externa não elimina a

necessidade da auditoria interna e tampouco a recíproca é verdadeira, já que suas

funções e objetivos são diferentes. Entretanto, um trabalho conjugado entre as

auditorias pode ser por ambas utilizadas para evitar a duplicidade do trabalho.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

21

Uma integração eficiente entre a Auditoria Interna e Externa possibilitará ganhos

significativos para a entidade, tais como:

Ø Redução dos honorários;

Ø Intercâmbio de informações;

Ø Direcionamento de trabalhos;

Ø Maior segurança ao auditor externo pela extensão e qualidade dos

trabalhos realizados pelo auditor interno;

Ø Cumprimento de prazos.

2. MODALIDADES DE AUDITORIA INTERNA

2.1 - O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA

Muitas companhias já possuem uma função de auditoria interna e, levando em

consideração as recentes propostas apresentadas por determinadas bolsas de

valores, é provavél que no futuro um número ainda maior de companhias

estabeleça essa função. Os membros da auditoria interna podem exercer um

papel importante nas atividades de uma companhia em relação às regras

determinadas pela Lei Sarbanes-Oxley, contribuindo com seu conhecimento de

processos e de controles internos, monitorando as atividades de avaliação da

administração, fornecendo inputs a um processo de avaliação de riscos e atuando

como um importante elo com o Comitê de Auditoria.

2.2 - AUDITORIA INTERNA x AUDITORIA EXTERNA

Segundo Attie (1992), a função da auditoria interna repousa em atividades

detalhadas da empresa, relacionadas, de maneira intensa, com o andamento de

cada função, área, departamento, setor e operação.

A auditoria interna, por orientação gerencial da alta administração da empresa,

tem de examinar cada ramificação e os segmentos, em períodos regulares de

tempo, para observar a aderência às políticas, à legislação, à eficiência

operacional e aos aspectos tradicionais de controle e salvaguarda da empresa.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

22

Apesar de ambas as funções de auditoria cobrir algumas atividades similares, a

ênfase e a forma de abordá-las variam, a auditoria externa tem como objetivo a

revisão global das atividades, de maneira menos detalhada.

A auditoria externa não elimina a necessidade da auditoria interna, porque a

auditoria interna da organização auditada possibilita maior segurança ao auditor

independente, evitando a duplicidade de trabalho e reduzindo os custos de ambas

as partes, uma vez que a qualidade dos trabalhos praticados assim indique, e

permite a identificação e resolução antecipada de problemas que só são

solucionados no último instante.

A auditoria surgiu então da necessidade de confirmação por parte dos investidores

e proprietários, dos valores retratados no patrimônio das empresas que possuíam

ou as que pretendiam realizar seus investimentos, principalmente com o grande

crescimento econômico-financeiro e com o aparecimento das grandes empresas

que são representadas em vários países.

Dessa especialização surgiu uma ramificação que foi chamada de auditoria

interna. A auditoria interna é a tarefa designada a avaliar de forma independente,

dentro de uma entidade, os controles contábeis, financeiros e de outros tipos, no

sentido de auxiliar a administração.

Conforme Almeida (1996), com a expansão dos negócios sentiu a necessidade de

dar maior atenção às normas ou aos procedimentos internos. Isso decorreu do

fato de que o administrador e, em alguns casos, o proprietário da empresa, não

poderia supervisionar pessoalmente todas as suas atividades. No entanto, da

nada valeria a implantação de quaisquer procedimentos internos sem que

houvesse um acompanhamento para verificar se os mesmos eram seguidos pelos

empregados da empresa.

Para atender à administração da empresa, foi necessária uma auditoria mais

periódica, com maior grau de profundidade, e que visasse, também, às outras

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

23

áreas não-relacionadas com a contabilidade, como sistema de controle de controle

de interno, administração de pessoal, etc.

O controle interno representa o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas

com os objetivos de proteger os ativos, para produzir dados confiáveis e ajudar a

administração na condução ordenada dos negócios da empresa.

A partir das necessidades mencionadas surgiu o auditor interno como uma

ramificação da profissão de auditor externo, e conseqüentemente, do contador. O

auditor interno é um empregado da empresa e, dentro de uma organização, ele

não deve estar subordinado àqueles cujos trabalhos examinam. Além disso, o

auditor interno não deve desenvolver atividades que possa um dia examinar,

como, por exemplo, desenvolver lançamentos contábeis, para que não interfira em

sua independência.

2.3 - EFETIVAÇÃO DE TESTES

O principal objetivo do auditor interno é emitir sua opinião em relação ao

funcionamento dos controles internos e aos resultados obtidos no setor. Para

atingir seu objetivo, o auditor necessita planejar adequadamente seu trabalho,

avaliar o sistema de controle interno a fim de estabelecer natureza, datas e

extensão dos procedimentos de auditoria e colher evidências comprobatórias das

informações.

Conforme Maesta (2008), os passos efetuados pela auditoria devem,

primeiramente, ser planejados para que haja uma seqüência de trabalho a ser

seguida. Após, o auditor avaliará os procedimentos de controle interno, efetuando

a revisão dos mesmos. Ao executar os procedimentos de auditoria, o auditor

aplicará testes de avaliação para colher as evidências, ou seja, os fatos ocorridos

e, a partir deste, emitirá um relatório com as deficiências do setor e sugestões de

melhoria

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

24

De acordo com pesquisas efetuadas para a elaboração deste artigo, constatou-se

que as organizações passaram a dar importância à auditoria interna depois que

passaram por uma fiscalização e/ou uma auditoria, notaram que a auditoria interna

é uma ferramenta essencial que auxilia a alta administração com informações

exatas e ajuda no controle e na elaboração de controles contábeis, financeiros e

de outro tipo.

A título de exemplo, podemos tomar uma pequena empresa de um só dono, que

pode controlar todas as operações que envolvem dinheiro, para compra e venda

de mercadorias, recebimentos e pagamentos, controle de produção e eficiência

dos funcionários, contas a pagar e contas a receber. Com tudo isso está

centralizado em um único local, e seu tempo é voltado única e exclusivamente à

empresa, esta pessoa consegue desenvolver eficientemente todas as atividades

Devido ao crescimento de sua atividade econômica, passou a dispor de mil

funcionários e de três fábricas de atividades diversas, situadas em locais distintos

e distantes. Aquele controle inicial exercido, única e exclusivamente, pelo dono

necessita ser delegado a outras pessoas que cuidarão, individualmente, de uma

parte ou segmento da empresa, e assim por diante. A auditoria interna neste

momento passa a ser uma atividade necessária à organização, concedendo-lhes

alternativas para tomadas de decisão, como ferramenta de trabalho, de controle,

assessoria e administração.

Várias modalidades de auditoria interna foram sendo incorporadas ao longo do

processo de desenvolvimentos das atividades de auditoria interna, assim

demonstra Gass (2008), as seguintes:

Ø Contábil/Financeira

A auditoria Contábil focaliza prioritariamente as demonstrações financeiras,

examinando e avaliando as partes componentes desses demonstrativos, bem

como os procedimentos e registros, aferindo o nível de aderência à legislação e

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

25

aos Princípios Fundamentais da Contabilidade, como também às normas internas

da empresa.

O enfoque financeiro cobre, prioritariamente, as áreas de tesouraria, aplicações

financeiras, captação de recursos, envolvendo avaliação de liquidez e

rentabilidade, ultimamente, vir buscando focalizar também a atividade de

planejamento e controle dos resultados.

Ø Operacional

Auditoria Operacional é considerada, em essência, um enfoque . A Auditoria

Operacional procura aferi se a organização ou unidade submetida a exame e

avaliação opera de forma eficiente. Sob esse enfoque, o auditor interno deve

avaliar as operações da empresa segundo o escopo dos seus objetivos definidos

no plano tático ou operacional e verifique a qualidade da versão impressa.

O objetivo geral da Auditoria Operacional é assessorar a administração no

desempenho efetivo de suas funções e responsabilidades, avaliando se a

organização, unidades, sistemas, operações e programas da empresa estão

atingindo os objetivos da corporação de forma eficiente.

Ø Sistemas

Abrange o exame e avaliação dos processos de desenvolvimento, teste aplicativo

e operação dos Sistemas, cabendo informar à administração sobre a adequação,

eficiência, segurança, custos, documentação, etc. É uma área de atuação muito

importante da auditoria, seja na extração de informações dos sistemas, seja na

implantação de trilhas de auditoria e, também, no próprio processo de automação

interna do órgão de auditoria.

Ø Qualidade

A qualidade é um pressuposto básico em todas as atividades da empresa e tem

merecido, também, um foco especial da auditoria. No entanto, é importante

analisar a questão não somente sob a ótica da percepção do cliente; mas

também, do ponto de vista de contribuição de resultados da empresa. Em tese

esse objetivo da empresa é dotar os seus produtos do mais alto padrão de

qualidade. Porém não se pode esquecer-se de verificar se o seu cliente está

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

26

disposto a pagar pelos custos adicionais incorridos para produzir com maior

qualidade.

Ø Gestão

Cada uma das modalidades de auditoria apresenta características específicas, na

maioria das vezes elas se sobrepõem o que nem sempre é possível segmentar

cada uma delas. A financeira complementa a operacional, que por sua vez se

utiliza da auditoria de sistemas e todas estão focadas na obtenção dos melhores

resultados da empresa. Assim, podemos observar que as verificações de

auditoria, qualquer que seja o tipo, têm por objetivo final, contribuir para a maioria

dos resultados. A auditoria de Gestão, especificamente, se utiliza dos

procedimentos dotados nas outras modalidades de auditoria, porém muito focada

na avaliação dos resultados obtidos pela unidade sob exame, em confrontação

com a estratégia e o plano de ação, em como na identificação de ameaças e

oportunidades para consecução de resultados futuros.

Ø Ambiental

Talvez o ramo mais recente da Auditoria Interna seja o que chamamos de

Auditoria Ambiental. Prática corrente em países do chamado primeiro mundo, é o

ramo da Auditoria Interna que examina e analisa os prováveis impactos que as

empresas possam causar ao meio ambiente, com reflexo direto sobre a imagem

delas no mercado e, conseqüentemente, sobre a captação de recursos, sob a

forma de financiamentos ou lançamento de ações no mercado financeiro.

O trabalho da Auditoria Interna deverá caminhar no sentido de formar opiniões

consistentes, não apenas em relação aos custos dos empreendimentos, como

também aos riscos ambientais previstos com sua implantação e às medidas

compensatórias e reparadoras a serem tomadas. Um exame de auditoria em

atividades com envolvimento em relação ao meio ambiente deverá considerar a

existência de relatório de impacto ambiental; as políticas traçadas pela alta

administração. É preciso saber como e quanto a utilização predatória dos recursos

naturais degrada a qualidade do meio ambiente, afeta a vida de uma população ou

mesmo o valor de uma propriedade próxima às instalações da empresa.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

27

3. COMPLIANCE

A palavra deriva da expressão verbal inglesa “to be compliant” ou estar em

conformidade com as regras externas e internas, ou seja, leis, normas,

regulamentos, procedimentos formais. Em instituições financeiras o termo

Compliance pode designar uma área que se dedica aos controles internos

conjuntamente ou não, dependendo do porte da instituição. Existe uma certa

superposição entre compliance e auditoria, sendo esta última atuante mais na

linha de “fiscalização” das normas, procedimentos, etc. A auditoria verifica também

falhas, erros, fraudes, negligências, ausência de treinamento, etc. Coisas que

cabem também a um setor de controles internos, que, como diferenciação

conceitual da auditoria, inclui a já discutida “regulação”, isto é a pressão de

controles para que as atividades voltem aos padrões desejados.

3.1 - O que é Compliance?

“Vem do verbo em inglês “To Comply”, que significa “Cumprir”, “Executar”,

“Satisfazer”, “Realizar o que lhe foi imposto” ou seja, Compliance é o dever de

cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir regulamentos internos e

externos impostos às atividades da Instituição”.

3.2 - O que é estar em Compliance?

Estar em compliance é estar em conformidade com leis e regulamentos internos e

externos;

Estar em Compliance é, acima de tudo, uma obrigação individual de cada

colaborador dentro da Instituição.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

28

3.3 - Missão de Compliance

“Assegurar, em conjunto com as demais áreas, a adequação, fortalecimento e o

funcionamento do Sistema de Controles Internos da Instituição, procurando mitigar

os Riscos de acordo com a complexidade de seus negócios, bem como

disseminar a cultura de controles para assegurar o cumprimento de leis e

regulamentos existentes”.

3.4 - Função de compliance

Com a abertura comercial incrementada nacionalmente a partir de 1992, o Brasil

buscou alinhar-se com o Mercado Mundial da alta competitividade e,

simultaneamente, os Órgãos Reguladores aumentaram sua preocupação em

implementar novas regras de segurança para as Instituições Financeiras e a

regulamentar o Mercado Interno em aderência às Regras Internacionais.

Internacionalmente, desde os primórdios dos anos 70, com a criação do Comitê da

Basiléia para Supervisão Bancária, procurou-se fortalecer o Sistema Financeiro

através da maior conceituação sistemática de suas atividades, parametrizando-as

pelas boas práticas financeiras e munindo-as de procedimentos prudenciais na

sua atuação. Iniciava-se o processo de saneamento do Sistema Financeiro

Internacional.

Em paralelo a este cenário, as Instituições Financeiras Brasileiras continuaram a

enfrentar uma acirrada disputa interna por uma fatia cada vez mais representativa

do mercado. Esta competitividade contribuiu para a quebra de algumas

instituições que, dentre outros fatores, não adequaram seus Controles de acordo

com o risco da atividade da instituição financeira.

Recentemente outros fatos relevantes no cenário mundial, tais como o ato

terrorista nos EUA em 2001 e os escândalos financeiros em Wall Street em 2002,

despertaram para a necessidade de regulamentações ainda mais efetivas e

rapidamente aplicáveis em todos os países, buscando gerir os riscos aos quais as

instituições estão sujeitas.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

29

Com isso, as Instituições Financeiras foram compelidas a iniciar um ciclo de

mudanças cada vez mais radicais, com reestruturações estratégicas,

organizacionais e tecnológicas, além de reciclagem constante, buscando uma

otimização do recurso humano, incrementando o treinamento e fortalecendo a

“Política de Controles Internos” e o “Código de Ética e Normas de Conduta”, entre

outras.

Buscou-se a construção de uma imagem forte da Instituição Financeira junto a

clientes e fornecedores, alinhando todo o conjunto de informações em eficazes

meios de comunicação e processos internos, de modo a facilitar o acesso de

colaboradores às informações institucionais, transformando-os em membros

comprometidos e efetivos na busca de melhores resultados.

O Compliance e demais pilares da Governança Corporativa chegam no momento

em que estas transformações ocorrem simultaneamente, pelo que sua

implementação nas instituições financeiras brasileiras tem importância e missão

que vão além do implícito na Resolução n.º 2554/98, inseridas em mudanças que

visam alinhar seus processos, assegurar o cumprimento das normas e

procedimentos e, principalmente, preservar sua imagem perante o mercado.

A eficiência da Governança Corporativa deve se basear numa análise criteriosa da

adequação dos processos, da cultura e da disciplina organizacional, recursos

humanos e tecnologia, e na aplicação de controles rigorosos, preventivos e

detectivos no gerenciamento dos Riscos. Deve pautar-se, ainda, em uma atuação

conjunta com os gestores na avaliação, gestão e monitoração dos mecanismos de

medição de informações de desempenho.

Devido às dificuldades para o claro entendimento das diferenças entre as áreas de

controle que atuam para a eficácia da Governança Corporativa, bem como à falta

de regulamentação no Mercado Financeiro Nacional sobre o assunto, foi

constituído na Comissão de Auditoria Interna e Compliance da FEBRABAN e no

Comitê de Compliance da ABBI um Grupo de Trabalho para:

]Clarificar o conceito de Compliance e de Risco de Compliance;

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

30

]Destacar o papel de Compliance no Sistema de Controles Internos, bem

como o seu relacionamento com o Risco Operacional;

]Propor bases para aprofundamento na discussão do tema e encaminhar

sugestões de Diretrizes.

3.5 – Histórico do Compliance

As atividades de Compliance podem ser entendidas como uma necessidade

decorrente de fatos como seguem, que foram exigindo maiores atividades de

controles e a necessidade de “se estar em Compliance”:

+ 1913 – Criação do Banco Central Americano (Board of Governors of the

Federal Reserve) para implementar um sistema financeiro mais flexível,

seguro e estável.

+ 1929 – Quebra da Bolsa de New York, durante o governo liberal de Herbert

Clark Hoover.

+ 1932 – Criação da Política Intervencionista “New Deal”, durante o governo

democrata de Franklin Roosevelt, que implantou os conceitos Keynesianos,

onde o Estado deve intervir na Economia, a fim de corrigir as distorções

naturais do capitalismo.

+ 1933/34 – Diversos acontecimentos importantes:

• Congresso Americano vota medidas com vistas a proteger o mercado

de títulos de valores mobiliários e seus investidores – Securities Act;

• Criação da SEC – Securities and Exchange Commission; com

exigência de registro do prospecto de emissão de títulos e valores

mobiliários.

+ 1940 – Investment Advisers Act (registro dos consultores de investimento) e

Investment Company Act (registro de fundos mútuos);

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

31

+ 1945 – Conferências de Bretton Woods – Criação do Fundo Monetário

Internacional e do BIRD, com o objetivo básico de zelar pela estabilidade do

Sistema Monetário Internacional;

+ 1950 – Prudential Securities – contratação de advogados para acompanhar

a legislação e monitorar atividades com valores mobiliários;

+ 1960 – Era COMPLIANCE;

A SEC passa a insistir na contratação de Compliance Officers, para:

• Criar Procedimentos Internos de Controles;

• Treinar Pessoas;

• Monitorar, com o objetivo de auxiliar as áreas de negócios a ter a

efetiva supervisão.

+ 1970 – Desenvolvimento do Mercado de Opções e Metodologias de

Corporate Finance, Chinese Walls, Insider Trading, etc.

+ 1974 – O Mercado Financeiro Mundial apresenta-se perplexo diante do

caso Watergate, que demonstrou a fragilidade de controles no Governo

Americano, onde se viu o mau uso da máquina político-administrativa para

servir a propósitos particulares e ilícitos. Criação do Comitê da Basiléia

para Supervisão Bancária;

+ 1980 – A atividade de Compliance se expande para as demais atividades

financeiras no Mercado Americano;

+ 1988 – Foi estabelecido o Primeiro Acordo de Capital da Basiléia,

estabelecendo padrões para a determinação do Capital mínimo das

Instituições Financeiras. A Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico

Ilícito de Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas, Viena;

+ 1990 – As 40 recomendações sobre lavagem de dinheiro da Financial

Action Task Force - ou Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de

Dinheiro (GAFI/FATF) - revisadas em 1996 e referidas como

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

32

Recomendações do GAFI/FATF; - Criação do CFATF – Caribbean Financial

Action Task Force

+ 1992 – Elaboração pela Comissão Interamericana para o Controle do

Abuso de Drogas (CICAD) e aprovação pela Assembléia Geral da

Organização dos Estados Americanos (OEA) do "Regulamento Modelo

sobre Delitos de Lavagem Relacionados com o Tráfico Ilícito de Drogas e

Outros Delitos Graves";

+ 1995 – Importantes acontecimentos e mudança das regras prudenciais:

A fragilidade no Sistema de Controles Internos contribuiu fortemente à

falência do Banco Barings;

Basiléia I – Publicação de Regras Prudenciais para o Mercado Financeiro

Internacional.

Criação do Grupo de Egmont com o objetivo de promover a troca de

informações, o recebimento e o tratamento de comunicações suspeitas

relacionadas à lavagem de dinheiro provenientes de outros organismos

financeiros;

+ 1996 – Complementado o Primeiro Acordo de Capital de 1988 para

inclusão do Risco de Mercado dentro do cálculo do Capital Mínimo definido

em 1988 pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia.

+ 1997 – Divulgação pelo Comitê da Basiléia dos 25 princípios para uma

Supervisão Bancária Eficaz, com destaque para seu Princípio de n.º 14:

“Os supervisores da atividade bancária devem certificar-se de que os

bancos tenham controles internos adequados para a natureza e escala de

seus negócios. Estes devem incluir arranjos claros de delegação de

autoridade e responsabilidade: segregação de funções que envolvam

comprometimento do banco, distribuição de seus recursos e contabilização

de seus ativos e obrigações; reconciliação destes processos; salvaguarda

de seus ativos; e funções apropriadas e independentes de Auditoria Interna

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

33

e Externa e de Compliance para testar a adesão a estes controles, bem

como a leis e regulamentos aplicáveis”.

- Criação da AGP – Asia/Pacific Group on Money Laundering

+ 1998 – Era dos Controles Internos

Comitê de Basiléia – publicação dos 13 Princípios concernentes a

Supervisão pelos Administradores e Cultura / Avaliação de Controles

Internos, tendo como fundamento a:

]Ênfase na necessidade de Controles Internos efetivos e a promoção

da estabilidade do Sistema Financeiro Mundial.

Regulamentação no Brasil:

Publicação pelo Congresso Nacional da Lei 9613/98, que dispõe sobre

crimes de lavagem ou ocultação de bens, a prevenção da utilização do

Sistema Financeiro Nacional para atos ilícitos previstos na referida lei e

cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF);

O Conselho Monetário Nacional, adotando para o Brasil os conceitos

dos 13 Princípios concernentes a Supervisão pelos Administradores e

Cultura / Avaliação de Controles Internos do Comitê da Basiléia,

publicou a Resolução n.º 2554/98 que dispõe sobre a implantação e

implementação de sistema de controles internos.

Inicio de estudos sobre o Basiléia II – Regras Prudenciais;

Declaração Política e o Plano de Ação contra Lavagem de Dinheiro,

adotados na Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas

sobre o Problema Mundial de Drogas, Nova Iorque.

+ 1999 – Criação do Eastern and Southern Africa Anti-Money Laundering

Group (ESAAMLG)

+ 2001 – Falha nos Controles Internos e Fraudes Contábeis levam a ENRON

à falência;

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

34

Criação do GAFISUD - Uma organização intergovernamental, criada

formalmente em 08/12/2000, com o objetivo de atuar em Prevenção à

Lavagem de Dinheiro em âmbito regional, agregando países da América

do Sul.

+ 2001 – US Patriot Act

+ 2002 – Falha nos Controles Internos e Fraudes Contábeis levam à

concordata da WORLDCOM;

Congresso Americano publica o “Sarbanes-Oxley Act”, que determinou às

empresas registradas na SEC a adoção das melhores práticas contábeis,

independência da Auditoria e criação do Comitê de Auditoria;

Resolução 3056 do CMN que altera a resolução 2554 dispondo sobre a

atividade de Auditoria sobre Controles Internos

+ 2003 – O Conselho Monetário Nacional publica:

Resolução 3198 que trata da auditoria independente e regulamenta a

instituição do Comitê de Auditoria, com funções semelhantes àquelas

publicadas pelo “Sarbanes-Oxley Act”,

Carta-Circular 3098 que dispõe sobre a necessidade de registro e

comunicação ao BACEN de operações em espécie de depósito,

provisionamentos e saques a partir de R$100.000,00 (cem mil reais)

Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia – Práticas recomendáveis para

Gestão e Supervisão de Riscos Operacionais. Como pudemos perceber,

desde a quebra da Bolsa de Nova York (Final da Década de 20), temos

sinais claros de movimentos buscando a Melhoria do Sistema de Controles

Internos. Desde a década de 50, com a publicação da Prudential Securities,

que instituiu a contratação de advogados para acompanhar a legislação e

monitorar atividades com valores mobiliários, existem registros de ações de

Compliance.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

35

3.6 - Função Compliance no Brasil

No Sistema de Controles Internos, a Função Compliance possui a seguinte

aplicabilidade:

� Leis – certificar-se da aderência e do cumprimento;

� Princípios Éticos e de Normas de Conduta - assegurar-se da existência

e observância;

� Regulamentos e Normas - assegurar-se da implementação, aderência e

atualização;

� Procedimentos e Controles Internos - assegurar-se da existência de

Procedimentos associados aos Processos;

� Sistema de Informações - assegurar-se da implementação e

funcionalidade;

� Planos de Contingência - assegurar-se da implementação e efetividade

por meio de acompanhamento de testes periódicos;

� Segregação de Funções - assegurar-se da adequada implementação

da Segregação de Funções nas atividades da Instituição, a fim de evitar

o conflito de interesses;

� Prevenção à Lavagem de Dinheiro - fomentar a cultura de Prevenção à

Lavagem de Dinheiro, através de treinamentos específicos;

� Cultura de Controles - fomentar a cultura de Controles em conjunto com

os demais pilares do Sistema de Controles Internos na busca

incessante da sua conformidade;

� Relatório do Sistema de Controles Internos (Gestão de Compliance) –

Avaliação dos Riscos e dos Controles Internos – elaborar ou certificar-

se da elaboração do referido relatório com base nas informações

obtidas junto às diversas áreas da instituição, visando apresentar a

situação qualitativa do Sistema de Controles Internos em atendimento à

Resolução n.º 2554/98;

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

36

� Participar ativamente do desenvolvimento de políticas internas, que

previnam problemas futuros de não conformidade e a regulamentação

aplicável a cada negócio.

� Relações com Órgãos Reguladores e Fiscalizadores – Assegurar-se de

que todos os itens requeridos pelos reguladores sejam prontamente

atendidos pelas várias áreas da Instituição Financeira assertivamente e

com representatividade e fidedignidade;

� Relações com Auditores Externos e Internos:

� Assegurar-se que todos os itens de auditoria relacionados a não

conformidade com as leis, regulamentações e políticas da Instituição

Financeira sejam prontamente atendidos e corrigidos pelas várias áreas

da Instituição Financeira;

� Manter a sinergia entre as áreas de Auditoria Interna, Auditores

Externos e Compliance;

� Relações com Associações de Classe e importantes participantes do

mercado para promover a profissionalização da função e auxiliar na

criação de mecanismos renovados de revisão de regras de mercado,

legislação e regulamentação pertinentes, em linha com as necessidades

dos negócios, visando a integridade e credibilidade do sistema

financeiro.

4. AUDITORIA INTERNA x COMPLIANCE

Conforme publicado pelo “THE INSTITUTE OF INTERNAL AUDITORS” dos EUA,

a Auditoria Interna é uma atividade independente, de avaliação objetiva e de

consultoria, destinada a acrescentar valor e melhorar as operações de uma

organização. A Auditoria Interna assiste a organização na consecução dos seus

objetivos, através de uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação da

eficácia da gestão de risco, do controle e dos processos de governança.

Contudo, para executar seu trabalho é preciso que o profissional da Auditoria

Interna esteja inteirado sobre as atividades desenvolvidas pelo “Compliance”, com

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

37

o estabelecimento de um trabalho em parceria, coordenado onde, quando de suas

visitas, a Auditoria possa munir-se das informações relevantes, principalmente

sobre o resultado da identificação e avaliação dos controles e riscos.

As atividades desenvolvidas por estas áreas não são idênticas mas sim

complementares pois enquanto a Auditoria Interna efetua seus trabalhos de forma

aleatória e temporal, por meio de amostragens, a fim de certificar o cumprimento

das normas e processos instituídos pela Alta Administração, o Compliance

executa suas atividades de forma rotineira e permanente, sendo responsável por

monitorar e assegurar de maneira corporativa e tempestiva que as diversas

unidades da Instituição estejam respeitando as regras aplicáveis a cada negócio,

por meio do cumprimento das normas, dos processos internos, da prevenção e do

controle de riscos envolvidos em cada atividade. Compliance é um braço dos

Órgãos Reguladores junto a Administração, no que se refere à segurança,

respeito à normas e controles, na busca da conformidade.

A Gestão de Compliance, em conjunto com as outras Áreas que formam os

Pilares da Governança Corporativa, têm assegurado à Alta Administração das

Instituições Financeiras a existência de um Sistema de Controles Internos que

demonstra, de maneira transparente, que a estrutura organizacional adotada e os

procedimentos internos estão em conformidade com os regulamentos externos e

internos afetos às Instituições. Garantindo o adequado funcionamento da Gestão

de Compliance, a Alta Direção demonstrará seu comprometimento com o

fortalecimento de seus negócios em bases éticas, na busca constante da melhoria

dos seus Controles, preservando afinal um dos seus maiores ativos que é a sua

boa Imagem junto ao Público, Investidores e Órgãos Reguladores e

Fiscalizadores, além da otimização do capital alocado para efeito de Basiléia.

Prova do reconhecimento da importância da função de Oficial de Compliance na

gestão da conformidade é a regulamentação do exercício desta função publicada

por alguns países a exemplo da Bélgica, Inglaterra, França, Colômbia, entre

outros. Acreditamos que a necessidade do reconhecimento das funções inerentes

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

38

à atividade de Compliance é fundamental para minimizar os desafios e consolidar

os conceitos trazidos com toda a evolução normativa, ocorrida a partir de 1998.

5. LEI SARBANES-OXLEY

A Lei Sarbanes-Oxley (em inglês, Sarbanes-Oxley Act) é uma lei estadunidense,

assinada em 30 de julho de 2002 pelo senador Paul Sarbanes (Democrata de

Maryland) e pelo deputado Michael Oxley (Republicano de Ohio).

Motivada por escândalos financeiros coorporativos (dentre eles o da Enron, que

acabou por afetar drasticamente a empresa de auditoria Arthur Andersen), essa lei

foi redigida com o objetivo de evitar o esvaziamento dos investimentos financeiros

e a fuga dos investidores causada pela aparente insegurança a respeito da

governança adequada das empresas. A lei Sarbanes-Oxley, apelidada de Sarbox

ou ainda de SOX, visa garantir a criação de mecanismos de auditoria e segurança

confiáveis nas empresas, incluindo ainda regras para a criação de comitês

encarregados de supervisionar suas atividades e operações, de modo a mitigar

riscos aos negócios, evitar a ocorrência de fraudes ou assegurar que haja meios

de identificá-las quando ocorrem, garantindo a transparência na gestão das

empresas.

5.1 - Requisitos da lei Sarbanes-Oxley

1. Controlar a criação, edição e versionamento dos documentos em um

ambiente de acordo com os padrões ISO, para controle de todos os

documentos relativos à seção 404;

2. Cadastrar os riscos associados aos processos de negócios e armazenar os

desenhos de processo;

3. Utilizar ferramentas como editor de texto e planilha eletrônica para criação e

alteração dos documentos da seção 404;

4. Publicar em múltiplos web sites os conteúdos da seção 404;

5. Gerenciar todos os documentos controlando seus períodos de retenção e

distribuição;

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

39

6. Digitalizar e armazenar todos os documentos que estejam em papel,

ligados à seção 404.

5.2 - Seção 404 da lei Sarbanes-Oxley

A seção 404 determina uma avaliação anual dos controles e procedimentos

internos para emissão de relatórios financeiros. Além disso, o auditor

independente da companhia deve emitir um relatório distinto, que ateste a

asserção da administração sobre a eficácia dos controles internos e dos

procedimentos executados para a emissão dos relatórios financeiros;

5.3 - O Correto direcionamento das seções

Conforme o Guia para Melhorar a Governança Corporativa através de Eficazes

Controles Internos (Deloitte Touche Tohmatsu, 2003) algumas companhias

adotaram estratégias que priorizam o cumprimento da Seção 302 em detrimento

da Seção 404, seguindo o raciocínio de que a Seção 302 já está em vigor e a

Seção 404 não será aplicável até o final de 2003. O direcionamento individual

dessas duas seções da Lei constitui um processo ineficiente, o raciocínio é muito

simples: as determinações de ambas as seções podem ser direcionadas através

de uma única metodologia. A seguir, descrevemos o resumo das seções mais

importantes da Sarbanes-Oxley:

5.4 - Avaliação anual dos controles e procedimentos internos

A Seção 404 determina uma avaliação anual dos controles e procedimentos

internos para a emissão de relatórios financeiros. Como a Seção 302, ela exige

que os Diretores Executivos e os Diretores Financeiros avaliem e atestem

periodicamente a eficácia desses controles. A Seção 404 também obriga as

companhias a incluir em seus relatórios anuais um relatório sobre controles

internos emitido pela administração que:

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

40

• afirme sua responsabilidade pelo estabelecimento e pela manutenção de

controles e procedimentos internos para a emissão de relatórios

financeiros;

• avalie e atinja conclusões acerca da eficácia dos controles e procedimentos

internos para a emissão de relatórios financeiros;

• declare que o auditor independente da companhia atestou e reportou a

avaliação feita pela administração sobre seus controles e procedimentos

internos para a emissão de relatórios financeiros.

A Lei Sarbanes-Oxley, conhecida também como SOX, é uma lei americana

promulgada em 30/06/2002 pelos Senadores Paul Sarbanes e Michael Oxley.

Nela estão envolvidas as empresas que possuem capitais abertos e ações na

Bolsa de NY e Nasdaq, inclusive várias empresas brasileiras estão se adequando

a esta Lei.

O objetivo desta lei é justamente aperfeiçoar os controles financeiros das

empresas e apresentar eficiência na governança corporativa, a fim de evitar que

aconteçam outros escândalos e prejuízos conforme os casos supracitados.

A lei visa garantir a transparência na gestão financeira das organizações,

credibilidade na contabilidade, auditoria e a segurança das informações para que

sejam realmente confiáveis, evitando assim fraudes, fuga de investidores, etc.

Esta lei pode ser deduzida como uma Lei de Responsabilidade Fiscal Sarbanes-

Oxley.

Com a implantação da lei, fica realmente constatado, ocorrem algumas alterações

na governança corporativa. Atuar em governança corporativa diante da SOX é

apresentar a transparência das áreas fiscais e de controladoria das organizações

traçando um paralelo com as prestações de contas, tendo como principais

envolvidos: CFO, CIO, CEO, TI e as equipes operacionais.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

41

Muitas empresas já estão adequadas a este novo molde regido pela Lei Sarbanes-

Oxley, principalmente nos EUA. Com a aplicação desta lei haverá a adequação

dos controles internos da organização a SOX, portanto:

� Será que os controles internos da empresa estão adequados?

� A estrutura da governança corporativa (auditoria , código de

ética,...) está alinhada aos novos parâmetros?

� Há o conhecimento das atividades de controle?

6. COSO-Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway

Commission

O COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway

Commission) é uma organização privada criada nos EUA em 1985 para prevenir

e evitar fraudes nas demonstrações contábeis da empresa.

Inicialmente criada como National Commission on Fraudulent Financial Reporting

(em português: Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros),

essa comissão era formada por representantes das principais associações de

classes de profissionais ligados à área financeira. O primeiro objeto de estudo da

comissão foram os controles internos da empresas. Essa comissão

posteriormente tornou-se um comitê e passou a se chamar COSO - Committee of

Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (em português: Comitê

das Organizações Patrocinadoras).

O COSO é uma organização sem fins lucrativos, dedicada a melhoria dos

relatórios financeiros, sobretudo pela aplicação da ética e efetividade na aplicação

e cumprimento dos controles internos e é patrocinado pela cinco das principais

associações de classe de profissionais ligados à área financeira nos EUA.

Em decorrência da globalização e padronização internacional das técnicas de

auditoria, as recomendações da COSO, relativas ao controles internos, bem como

seu cumprimento e observância, são amplamente praticados e tidos como modelo

e referência no Brasil e na maioria dos países do mundo.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

42

6.1 – Princípios COSO

1. Integridade e Valores Éticos

2. Importância do Conselho de Administração

3. Filosofia de Gestão Operacional e Estilo

4. Estrutura Organizacional

5. Compromisso com a Financial Reporting Competências

6. Autoridade e responsabilidade

7. Recursos Humanos

8. Importância do Relato Financeiro Objetivos

9. Riscos Identificação e Análise de Informação Financeira

10. Avaliação de Risco de fraude

11. Elementos de Controle de Atividades

12. Controle de atividades relacionadas com a Avaliação de Risco

13. Seleção e Desenvolvimento de Controle de Atividades

14. Tecnologia da Informação

15. As necessidades de informação

16. Informações de controle

17. Gestão de Comunicação

18. Upstream Comunicação

19. Conselho de Comunicação

20. Comunicação com terceiros

21. Monitorização Contínua

22. Avaliações individuais

23. Comunicação de deficiências

24. Funções de gerenciamento

25. Comissões do Conselho e Auditoria

26. Outro pessoal

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

43

6.2 – Como estabelecer um programa de Controles Internos

Para muitas companhias, o cumprimento das medidas da Lei Sarbanes-Oxley

relativas aos controles internos exigirá um esforço significativo. Na verdade, o

trabalho inicial – desenvolver um programa de controles internos e a infra-

estrutura-suporte relacionada – pode ser intensivo. Entretanto, uma vez que o

programa esteja bem estabelecido, a carga será amenizada e a estrutura e os

processos tornar-se-ão parte dos procedimentos operacionais padrão de sua

companhia.

As etapas relacionadas a seguir, e posteriormente detalhadas, podem ser

seguidas ao se estabelecer um programa de controles internos:

• Planejar o programa.

• Avaliar o ambiente de controle.

• Definir o escopo.

• Construir um repositório de controles.

• Executar testes iniciais e contínuos.

• Monitorar.

6.3 - O papel da Auditoria Interna

Muitas companhias já possuem uma função de auditoria interna e, levando em

consideração as recentes propostas apresentadas por determinadas bolsas de

valores, é provavél que no futuro um número ainda maior de companhias

estabeleça essa função. Os membros da auditoria interna podem exercer um

papel importante nas atividades de uma companhia em relação às regras

determinadas pela Lei Sarbanes-Oxley, contribuindo com seu conhecimento de

processos e de controles internos, monitorando as atividades de avaliação da

administração, fornecendo inputs a um processo de avaliação de riscos e atuando

como um importante elo com o Comitê de Auditoria.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

44

6.4 – Modelo de confiabilidade nos Controles Internos

Fonte: Guia para Melhorar a Governança Corporativa através de Eficazes

Controles Internos, Deloitte Touche Tohmatsu, pág. 19, 2003.

Esse modelo, que visualmente retrata o grau de confiabilidade dos controles

internos, pode ser aplicado a qualquer unidade para a qual um plano esteja sendo

criado (por exemplo, a companhia como um todo, uma unidade operacional ou

uma subsidiária).

Uma versão do Modelo de Confiabilidade nos Controles Internos, foi desenhada

para categorizar a confiabilidade dos controles internos em quatro estágios: (1)

não-confiável, (2) insuficiente, (3) confiável e (4) excelente, com base nas

características apresentadas na figura.

Se os controles internos forem classificados como não-confiáveis (Estágio 1) ou

insuficientes (Estágio 2), provavelmente a estrutura de controles internos não é

suficiente para suportar as exigências de certificação anual. Sob tais

circunstâncias, recomendamos que a equipe do projeto comece a implementar

imediatamente o plano do projeto. Se essa implementação demorar, pode ser que

a companhia não esteja preparada para apresentar seu relatório anual acerca dos

controles internos ou para atender às exigências de certificação do auditor

independente.

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

45

Atingir o Estágio 3, significa que os controles internos de uma companhia são

confiáveis, mas não determina o fim do processo. Ao contrário, é o Estágio 4 que

representa o propósito da Lei Sarbanes-Oxley, por meio do qual a governança

corporativa está vinculada a atividades de controle eficazes.

Além de fornecer informações úteis que a equipe do projeto pode utilizar ao

desenvolver o seu plano de projeto, o Modelo de Confiabilidade nos Controles

Internos pode servir para várias outras finalidades, incluindo:

• Servir como um modelo comum para a discussão entre a administração

e o auditor independente, em relação à confiabilidade dos controles

internos da companhia, para a avaliação dos controles pela

administração e certificação do auditor independente;

• Fornecer uma descrição altamente visual sobre a confiabilidade dos

controles internos da companhia para o Conselho de Administração e

para Alta Administração executiva.

7 - ENTREVISTAS

Entrevistamos dois grandes profissionais que usam diariamente as informações

fornecidas pela Auditoria Interna das suas empresas, são eles:

7.1 – Roberto Kimura – Diretor Financeiro da Alcântara Cyclon Espace

1) A sua empresa possui uma área de Auditoria Interna?

Resposta: Sim

2) Qual a importância da área de Auditoria Interna para as empresas?

Resposta: Auxilia na mitigação dos riscos de controle interno, melhoria dos

processos e adequação a legislação vigente.

3) Como o trabalho da Auditoria Interna pode ser aproveitado pelos Auditores

Externos?

Resposta: Os relatórios realizados, juntamente com os testes substantivos,

memórias de cálculo e critério de seleção são revisados pela auditoria externa, o

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

46

que auxilia no processo de definição de escopo do trabalho, materialidade dos

testes e critério de seleção. Eventualmente, a auditoria interna é utilizada para

auxiliar, com base nos critérios definidos pela auditoria externa, nos testes

substantivos a serem realizados, visando redução de custos. Vale ressaltar que

esse processo não é utilizado em todas as revisões.

4) Porque a Auditoria Interna se tornou importante para as empresas, após a Lei

SOX?

Resposta: Auxiliou na definição do frame work onde se definiu os riscos de

controle interno e definiu os critérios de validação dos mesmos periodicamente.

7.2 – Wagner Ramos – Diretor da Thomé Gestão de Negócios

Enviei esta questão abaixo para a coluna do economista Gilberto Braga do

Globo.com e ele me respondeu.

Questão enviada:

Prezado Gilberto, por que em nosso país a profissão de Auditoria Interna e/ou

Controles Internos ainda é tão escassa, sendo vista em muitas empresas como

despesa em vez de investimento, ou quando tem, muitas vezes é somente por

obrigatoriedade, neste caso, até mesmo para a auditoria externa?

Resposta:

Caro Wagner,

concordo com o seu diagnóstico, mas vejo o quadro melhorar a cada dia. Aos

poucos, a máxima do lucro a qualquer preço vai sendo substituída por práticas

éticas e transparentes, que podem ser resumidas no conceito empresarial de

governança corporativa. Para as empresas comprometidas com uma gestão

transparente, com valores éticos, regras eqüitativas e prestação absoluta de

contas, o trabalho de controle interno e das auditorias já é essencial, valorizado e

visto como um investimento. Os estudos comprovam que as empresas que

incorporam como valor interno a governança são mais valorizadas pelo mercado e

tem menor custo de captação de recursos.

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

47

CONSIDERAÇOES FINAIS

Constatamos que a área de Auditoria Interna está a cada dia mais importante para

as empresas, devido às novas obrigações de acordo com a legislação e também

nas questões dos Controles Internos.

A Área de Compliance está a cada dia mais presente nas empresas, pois, na

visão atual os controles devem ser avaliados, reavaliados e testados, para que os

gestores de cada área se mantenham atualizado de todos os processos

envolvidos em suas áreas.

Conforme o Economista Gilberto Braga do site Globo.com “...Aos poucos, a

máxima do lucro a qualquer preço vai sendo substituída por práticas éticas e

transparentes, que podem ser resumidas no conceito empresarial de governança

corporativa. Para as empresas comprometidas com uma gestão transparente, com

valores éticos, regras eqüitativas e prestação absoluta de contas, o trabalho de

controle interno e das auditorias já é essencial, valorizado e visto como um

investimento. Os estudos comprovam que as empresas que incorporam como

valor interno a governança são mais valorizadas pelo mercado e tem menor custo

de captação de recursos.”

O trabalho apresentou os benefícios que as empresas modernas adquirem

quando a sua Auditoria Interna é determinante para melhoria dos resultados.

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

48

ANEXOS

RESOLUÇÃO CFC Nº 780

de 24 de março de 1995

Aprova a NBC T 12 – Da Auditoria Interna.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas

atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 751-93, de 29 de

dezembro de 1993;

CONSIDERANDO o estudo desenvolvido pelo Grupo de Estudo instituído

pela Portaria CFC nº 2-95, sob a coordenação do Contador Ynel Alves de

Camargo, tendo como participantes os Contadores Antonio Luiz Sarno, George

Sebastião Guerra Leone, Luiz Francisco Serra;

CONSIDERANDO a importância da elaboração de normas reguladoras

para o campo do exercício profissional contábil;

RESOLVE:

Art.1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade, assim discriminada:

NBC T 12 – Da Auditoria Interna.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Brasília, 24 de março de 1995.

JOSÉ MARIA MARTINS MENDES

Presidente

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

49

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 12 – DA AUDITORIA INTERNA

12.1 – CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS

12.1.1 – Conceituação e Objetivos da Auditoria Interna

12.1.1.1 – A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que

tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles

internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da

Entidade.

12.1.1.2 – A auditoria interna é de competência exclusiva de Contador

registrado em Conselho Regional de Contabilidade, nesta norma denominado

auditor interno.

12.1.2 – Procedimentos da Auditoria Interna

12.1.2.1 – Os procedimentos de auditoria interna são os exames, incluindo

testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter

provas suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações.

12.1.2.2 – Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança

de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo

funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da

Entidade.

12.1.2.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à

suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de

informações da Entidade.

12.1.2.4 – As informações que fundamentam os resultados da auditoria interna

são denominadas de evidências, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes

e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e recomendações.

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

50

12.1.3 – Papéis de Trabalho

12.1.3.1 – Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e

apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor interno que

consubstanciam o trabalho executado.

12.1.4 – Fraude e Erro

12.1.4.1 – O termo fraude aplica-se a atos voluntários de omissão e

manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros,

relatórios e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.

12.1.4.2 – O termo erro aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção,

desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e

demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade,

tanto em termos físicos quanto monetários.

12.1.4.3 – O auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de

prevenção de erros e fraudes, obrigando-se a informá-la, de maneira reservada,

sobre quaisquer indícios ou confirmações de erros ou fraudes detectados no

decorrer de seu trabalho.

12.2 – NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

12.2.1 – Planejamento da Auditoria Interna

12.2.1.1. – O planejamento do trabalho de auditoria interna compreende os

exames preliminares da Entidade, para definir a amplitude do trabalho a ser

realizado de acordo com as diretivas estabelecidas pela administração.

12.2.1.2 – O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na

execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

51

a) o conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles internos da

Entidade e seu grau de confiabilidade;

b) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria interna a

serem aplicados;

c) a existência de Entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam

no âmbito dos exames da auditoria interna;

d) o uso do trabalho de especialistas e outros auditores;

e) os ciclos operacionais da Entidade relacionados com volume de transações e

operações;

f) o conhecimento das atividades operacionais da Entidade, como suporte para a

análise eficaz dos procedimentos e sistemas de Contabilidade de Custos que

estão sendo aplicados para acompanhar e controlar o uso e o consumo de

recursos, visando verificar a existência de desvios em relação às rotinas

preestabelecidas;

g) o conhecimento da execução orçamentária, tanto operacional como de

investimentos, no sentido de verificar a exatidão de apropriação dos valores, se os

desvios estão sendo controlados e se as conseqüentes ações corretivas estão

sendo aplicadas.

12.2.1.3 – O auditor interno deve documentar seu planejamento e preparar, por

escrito, o programa de trabalho, detalhando o que for necessário à compreensão

dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e

extensão.

12.2.1.4 – Os programas de trabalho, estruturados de forma a servir como guia e

meio de controle, devem ser revisados e/ou atualizados quando necessário.

12.2.2 – Aplicação dos Procedimentos de Auditoria Interna

12.2.2.1 – O auditor interno deve obter, analisar, interpretar e documentar as

informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais para dar suporte aos

resultados de seu trabalho.

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

52

12.2.2.2 – O processo de avaliação das informações contábeis compreende:

a) a obtenção de informações sobre todos os assuntos relacionados

com os objetivos e alcance da auditoria interna. As informações devem ser

suficientes, adequadas, relevantes e úteis no fornecimento de evidências às

conclusões e recomendações da auditoria interna:

1. a informação suficiente é factual e convincente, de tal forma que uma

pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor

interno;

2. a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor

evidência alcançável através do uso apropriado das técnicas de auditoria interna;

3. a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e

recomendações da auditoria interna;

4. a informação útil é a que auxilia a Entidade a atingir suas metas;

b) a aplicação dos procedimentos de auditoria interna, incluindo os

testes e técnicas de amostragem, e, onde praticável, deve ser definida

antecipadamente e ampliada ou alterada se as circunstâncias assim o exigirem.

12.2.2.3 – O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável

segurança de que o objetivo do trabalho da auditoria interna está sendo atingido.

12.2.2.4 – O auditor interno deve adotar procedimentos adequados para

assegurar-se que todas as contingências ativas e passivas relevantes,

decorrentes de processos judiciais, reivindicações e reclamações, bem como de

lançamentos de tributos e contribuições em disputa, foram identificadas e são do

conhecimento da administração da Entidade.

12.2.2.5 – O auditor interno deve examinar a observância das legislações

tributária, trabalhista e societária, bem como o cumprimento de normas

reguladoras a que estiver sujeita a Entidade.

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

53

12.2.3 – Documentação da Auditoria Interna

12.2.3.1 – O auditor interno deve documentar, através de papéis de trabalho,

todos os elementos significativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido

a auditoria interna executada de acordo com as normas aplicáveis.

12.2.3.2 – Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe

suficientes para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da

oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria interna aplicados, bem

como do julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas.

12.2.3.3 – Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e

arquivados de forma sistemática e racional.

12.2.3.4 – Ao se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros

documentos, o auditor interno deve certificar-se de sua exatidão, sempre que

integrá-

-los aos seus papéis de trabalho.

12.2.4 – Amostragem Estatística

12.2.4.1 – Ao determinar a extensão de um teste de auditoria interna ou

método de seleção dos itens a serem testados, o auditor interno pode empregar

técnicas de amostragem estatística.

12.2.5 – Processamento Eletrônico de Dados – PED

12.2.5.1 – O auditor interno deve dispor de conhecimento suficiente dos

recursos de PED e dos sistemas de processamento da Entidade, a fim de avaliá-

los e planejar adequadamente seu trabalho.

12.2.5.2 – O uso de técnicas de auditoria interna que demande o emprego de

recursos de PED, requer que o auditor interno as domine completamente, de

forma a implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar,

supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas.

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

54

12.3 – NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DO AUDITOR INTERNO

12.3.1 – O relatório é o instrumento técnico pelo qual o auditor interno

comunica os trabalhos realizados, suas conclusões, recomendações e as

providências a serem tomadas pela administração.

12.3.2 – O relatório deve ser redigido com objetividade e imparcialidade, de

forma a expressar claramente os resultados dos trabalhos realizados.

12.3.3 – O relatório do auditor interno é confidencial e deve ser apresentado

ao superior imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado.

12.3.4 – O auditor interno deve, no seu relatório, destacar, quando for o caso, as

áreas não examinadas, informando os motivos pelos quais não as contemplou.

(Publicada no DOU de 10-04-95.)

RESOLUÇÃO CFC Nº 781

de 24 de março de 1995

Aprova a NBC P 3 – Normas Profissionais do auditor interno.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas

atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que a Resolução CFC nº 780-95, de 24 de março de

1995, aprovou a NBC T 12 - Da Auditoria Interna;

CONSIDERANDO a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade

prevista na Resolução CFC nº 751-93, de 29 de dezembro de 1993;

CONSIDERANDO os resultados dos estudos e debates promovidos pelo

Grupo de Estudo, instituído pela Portaria CFC nº 2-95;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC P 3 - Normas Profissionais do Auditor Interno.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

55

Brasília, 24 de março de 1995.

JOSÉ MARIA MARTINS MENDES

Presidente

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC P 3 – NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INTERNO

3.1 – COMPETÊNCIA TÉCNICO-PROFISSIONAL

3.1.1 – O Contador, na função de auditor interno, deve manter o seu nível de

competência profissional pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de

Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da

legislação inerente à profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da

legislação aplicável à Entidade.

3.2 – AUTONOMIA PROFISSIONAL

3.2.1 – O auditor interno, não obstante sua posição funcional, deve preservar

sua autonomia profissional.

3.3 – RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO NA EXECUÇÃO DOS

TRABALHOS

3.3.1 – O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo

na realização dos trabalhos e na exposição das conclusões.

3.3.2 – A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsabilidade estão

limitadas à sua área de atuação.

3.3.3 – A utilização da equipe técnica supõe razoável segurança de que o

trabalho venha a ser executado por pessoas com capacitação profissional e

treinamento requeridos nas circunstâncias.

3.3.4 – Cabe também ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria

ao Conselho Fiscal ou Órgãos equivalentes.

3.4 – RELACIONAMENTO COM PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS

3.4.1 – O auditor interno pode realizar trabalhos de forma compartilhada com

profissionais de outras áreas, situação em que a equipe fará a divisão de tarefas

segundo a habilitação técnica e legal dos seus participantes.

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

56

3.5 – SIGILO

3.5.1 – O auditor interno deve respeitar o sigilo relativamente às informações

obtidas durante o seu trabalho, não as divulgando para terceiros, sob nenhuma

circunstância, sem autorização expressa da Entidade em que atua.

3.5.2 – O dever de manter o sigilo continua depois de terminado o vínculo

empregatício ou contratual.

3.6 – COOPERAÇÃO COM O AUDITOR INDEPENDENTE

3.6.1 – O auditor interno, quando previamente estabelecido com a

administração de Entidade em que atua, e, no âmbito de planejamento conjunto

de trabalho a realizar, deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor

independente e entregar-lhe cópias, quando este entender necessário.

(Publicada no DOU de 10-04-95.)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA e WEBGRÁFICAS

ARAÚJO, F. J. Auditoria Interna: O que e para quê. Revista Brasileira de

Contabilidade Nº 114. nov/dez, 1998.

ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3. ed., São Paulo: Atlas S.A.,

1998.

AUDIBRA, Práticas para o Exercício Profissional da Auditoria Interna – Estrutura

Geral, out, 2006.

BACEN – Banco Central do Brasil. Auditoria e Controles. Disponível em

http://www.bcb.gov.br/htms/sobre/controles.pdf.

BEUREN, Ilse M.; RAUPP, Fabiano M.; MARTINS, Samuel R. Utilização de

controles de

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

57

gestão nas maiores indústrias catarinenses. Revista Cont. Fin. – USP, São Paulo,

n. 40, p.120 – 132, jan./abr. 2006.

CAMPIGLIA, Américo O.; CAMPIGLIA, Osvaldo R.. Controles de gestão:

controladoria

financeira das empresas. São Paulo: Atlas, 1993.

CFC. Normas Brasileiras de Contabilidade. NBC T 12 – Da auditoria interna.

Aprovado pela Resolução n.986/03. Brasília: 2003.

COCURULLO, Antonio, Gestão de riscos corporativos: riscos alinhados com

algumas ferramentas de gestão: um estudo de caso no setor de celulose e papel.

3. ed. São Paulo: 2004.

COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração: um guia prático para

alunos de

graduação e pós-graduação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

COOPER, Donald R.; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de pesquisa em

administração. 7.

ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.

COSO - Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission.

Internal

Control – Integrated Framework. New Jersey: COSO, 1992.

COSTA, Antônio F.. Guia para elaboração de relatórios de pesquisa –

monografias: trabalhos de iniciação científica, dissertações, teses e preparo de

originais de livros. Rio de Janeiro: UNITEC, 1993.

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

58

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE SÃO PAULO - CRC-SP,

Controle

Interno nas Empresas. São Paulo: Atlas, 1998.

D´AVILA, Marcos Z.; OLIVEIRA, Marcelo A.. Conceitos e Técnicas de Controles

Internos de Organizações. São Paulo: Nobel, 2002.

GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1991.

INSTITUTE OF INTERNAL AUDITORS – IIA. IPPF: International Professional

Practices

Framework. Altamonte Springs: IIA, 2009.

IMONIANA, Joshua O.; NOHARA, Jouliana J.. Cognição da Estrutura de Controle

Interno: Uma Pesquisa Exploratória. ENANPAD. 2004

MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. ed.

Porto Alegre: Bookman, 2006.

MAXIMIANO, Antônio César A.. Administração de projetos na indústria brasileira

de informática. Tese de livre-docência. São Paulo: FEA-USP, 1987.

MIGLIAVACCA, Paulo N.. Controles Internos nas organizações. 2. ed. São Paulo:

Edicta, 2004.

OLIVEIRA, Marcelle C.; LINHARES, Juliana E.. A Implantação de controle interno

adequado às exigências da Lei Sarbanes-Oxley em empresas brasileiras – um

estudo de caso. 6° Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. 27 e 28 de

julho de 2006. USP-EAC. Pesquisa Contábil e Desenvolvimento Econômico-

Social. São Paulo. 2006. PAULA, Maria Goreth M.. Auditoria interna:

Embasamento conceitual e suporte tecnológico. São Paulo: Atlas, 1999.

Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

59

PCAOB. Audit Standard n.2 e n.5. Disponível em:. Acesso em 26 nov. 2008.

http://www.pcaob.org/Standards/Standards_and_Related_Rules/index.aspx

REDING, Kurt F. et al. Internal Auditing: Assurance & Consulting Services.

Altamonte Springs: IIARF – c2007.

REZENDE, Suely M.; FAVERO, Hamilton L.. A importância do Controle Interno

dentro das organizações. Revista de Administração Nobel, Nº 03, p. 33-44,

jan./jun. 2004. SÁ, Antônio L.. Luca Pacioli – Um mestre do Renascimento. 2. ed.,

rev. amp. Brasília: Fundação Brasileira de Contabilidade, 2004.

SILVA, A. C. R.. Metodologia da Pesquisa aplicada à Contabilidade: orientações

de estudos, projetos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São Paulo:

Atlas, 2003.

VERGARA, Sylvia C.. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São

Paulo: Atlas, 5 ed., 2004.

(ALMEIDA 1996) ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria Interna: um curso

moderno e completo. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1996.

(ATTIE 1992) ATTIE,William. Auditoria Interna. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1992.

(ATTIE 2000) ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 3 ed. São

Paulo: Atlas, 1998.

(CRC- SÃO PAULO 1996) CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO

ESTADO DE SÃO PAULO. Curso básico de auditoria 1: normas e

procedimentos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1996.

Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

60

(FLORENTINO 1979) FLORENTINO, Américo Matheus. Auditoria Contábil. 3 ed.

Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1979.

(FRANCO E MARRA 1992) FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria

Contábil. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1992.

(MARTINELLI 2002) MARTINELLI, Auditores Independentes S/C. Avaliação de

riscos e Controles Internos. www.reitoria.rei.unicamp.br/auditoria/mod2_ap_dia2.

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NAS ORGANIZAÇÕES - Leandra de

Jesus Lima¹, Robernei Aparecido Lima - Universidade do Vale do Paraíba –

UNIVAP Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FCSA

Site:http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/auditoria-interna-

organizacoes.html

ATTIE, William. Auditoria: Conceito e Aplicações. 2ª ed., São Paulo: Atlas, 1984.

SANTI, Paulo Adolpho. Introdução à Auditoria. 1ª ed., São Paulo: Atlas, 1988.

GIL, Antônio de Loureiro. Auditoria Operacional e de Gestão. 5ª ed. São Paulo:

Atlas, 2000.

PUBLISHED BY THE INSTITUTE OF INTERNAL AUDITORS EXCLUSIVELY

FOR SENIOR MANAGEMENT, BOARDS OF DIRECTORS, AND AUDIT

COMMITTEES - COSO - Issue 28, November 2005 GUIA PARA MELHORAR A

GOVERNANÇA CORPORATIVA ATRAVÉS DE EFICAZES CONTROLES

INTERNOS – LEI SARBANES-OXLEY. São Paulo. Deloitte Touche Tohmatsu

Auditores Independentes.

JORNAL VALOR ECONÔMICO – Cad. F – Especiais – 11/08/2004 – Pág. 1 e 2 –

F2, Especial Sarbanes Oxley.

Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

61

Adaptação à Lei Sarbanes-Oxley, acesso em 22/03/05 às 17h08

<http://especiais.valoronline.com.br/seminarios/Sarbanes_Oxley/pdf.htm>.

Governança Brasileira Está em Primeiro na AL, acesso: 15/03/2005 às 13h15

<http://www.ibgc.org.br/ibConteudo.asp?IDArea=534&IDp=109>.

]The Handbbok of Compliance – Andrew Newton, Inglaterra;

]Material do Seminário “Compliance – Estruturação e Implementação”, promovido

pela ABBI, IBC, ANDIMA, ANEFAC e Bloomberg nos dias 29 e 30/09/1998;

]BIS Review 05/2003, Mr.William J McDonough: Risk Management, Supervision

and the New Basel Accord, publicado em fevereiro/2003 - Suiça;

]Manual da Supervisão, publicado pelo Bacen em 28/08/2002 - Brasil;

]Estudo da “Lettre de la Réglementation Prudentielle Française n.º 4 – La

Fonction Compliance: Une réponse à la montée des risques réglementaires et de

réputation”, publicado em julho/2002 pela PriceWaterHouseCoopers – França;

]Estudo da “Fonction Compliance”, Guy Flury, Marine Laufer-Tourte e Jean-Pierre

Bouchart, publicado em maio/2002 – França;

Consultative Document - Customer due diligence for Banks - Basel Committe on

Banking Supervision - BIS, janeiro/2001;

Consultative Document – The Compliance Function in Banks, October 2003.

SR 99-15 (SUP) Risk-Focused Supervision of Large Complex Banking

Organizations - Federal Reserve, publicado em junho/1999 - EUA;

BIS Review 48/1998, Mr.Carse gives a banking supervisor’s perspective on control

issues in financial institutions, publicado em maio/1998 - Suiça;

SR 97-24 (SUP) Risk-Focused Frame-Work for Supervision of Large Complex

Institutions - Federal Reserve, publicado em outubro/1997 - EUA;

Page 62: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

62

Regulamento n.º 97-02, concernant aux Contrôles Internes des Établissements de

Crédits – Commission Bancaire, publicado em fevereiro/1997 - França;

ABBI- Resultado das Discussões promovidas sobre Compliance revisada em

06/06/2002.

SR 96-37 (SUP) Supervisory Guidance on Required Absences from Sensitive

Positions - Federal Reserve, publicado em dezembro/1996 - EUA.

Superintendencia Bancaria de Colombia, Capitulo 11: Reglas relativas a la

Prevención y Control del Lavado de Activos.

FEBRABAN – Anexo 3 da Circular FB-084/2000 – Compliance e Controles

Internos: conceituação e estruturação de programas de controles internos –

publicado em 22/03/2000

THE INSTITUTE OF INTERNAL AUDITORS - Normas para a Prática Profissional

de Auditoria Interna. (2001). Disponível em www.theiia.org. Acesso em 18 fev.

2003.

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São

Paulo: 5ª Ed. Atlas, 1996.

ATTIE, Willian. Auditoria interna. São Paulo: Atlas, 1992.

GASS, Armando. Papel da auditoria Interna. Disponível em

http://www.crcrs.org.br/comissoes/audinterna Acesso em: 04 abr. 2008.

MAESTA, Vitor Paulo. A importância da auditoria interna nas organizações.

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São

Paulo: 5ª Ed. Atlas, 1996.

GUIA PARA MELHORAR A GOVERNANÇA CORPORATIVA ATRAVÉS DE

EFICAZES CONTROLES INTERNOS – LEI SARBANES-OXLEY. São Paulo.

Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes.

Page 63: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem

63

JORNAL VALOR ECONÔMICO – Cad. F – Especiais – 11/08/2004 – Pág. 1 e 2 –

F2, Especial Sarbanes Oxley.

Adaptação à Lei Sarbanes-Oxley, acesso em 22/03/05 às 17h08

<http://especiais.valoronline.com.br/seminarios/Sarbanes_Oxley/pdf.htm>.

Governança Brasileira Está em Primeiro na AL, acesso: 15/03/2005 às 13h15

<http://www.ibgc.org.br/ibConteudo.asp?IDArea=534&IDp=109>.