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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE APRENDIZAGEM NUMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA – COMO ACONTECE? Por: Maria das Graças Lopes Franco Orientadora: Professora Maria da Conceição Maggioni Poppe Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · voltada à psicopedagogia no exercício da aprendizagem, com sua ... estudo e comportamento humano, a compreensão do indivíduo

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

APRENDIZAGEM NUMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA –

COMO ACONTECE?

Por: Maria das Graças Lopes Franco

Orientadora:

Professora Maria da Conceição Maggioni Poppe

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

APRENDIZAGEM NUMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA –

COMO ACONTECE?

Monografia apresentada ao Instituto A Vez

do Mestre - Universidade Cândido Mendes,

como parte dos requisitos para obtenção do

Grau de Especialista em Orientação em

Psicopedagogia.

Por: Maria das Graças Lopes Franco

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelas bênçãos

concedidas, pela força e coragem que me sustentaram ao

longo desse período.

Aos meus familiares, pela paciência, amor, ajuda e

compreensão e por acreditarem em mim.

A todos os professores que contribuíram com seus

conhecimentos transmitidos, que muito colaboraram para

que houvesse uma mudança real na minha prática diária

e também para o meu crescimento profissional.

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DEDICATÓRIA

A todos que fazem parte do ciclo da aprendizagem:

educadores, pais, alunos, apoio, enfim, porque a vida é

um processo de conhecimento contínuo e não há

educação sem amor, dedicação e força de vontade.

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RESUMO

O trabalho monográfico foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica,

voltada à psicopedagogia no exercício da aprendizagem, com sua intervenção

preventiva e curativa na realidade educacional que é vivenciada em nosso

país, entre os fundamentos de ideias de Pichon Riviére, Freinet, Ferreiro e de

Vygotsky, enfatizando suas concepções em relação à psicopedagogia e o

desenvolvimento do ensino-aprendizagem. Tendo como objetivo esclarecer as

dúvidas e melhorar a prática cotidiana como docente na construção do

conhecimento em sala de aula, tentando auxiliar a criança que apresenta

grandes dificuldades em seu aprendizado. Por ser a psicopedagogia um tema

bastante amplo, foi desenvolvido o estudo especificamente focando os

primeiros anos de escolaridade em escolas públicas de Educação Básica. A

obtenção do sucesso pedagógico depende de alguns fatores como: a

capacidade de expressar competência intelectual, de mostrar o conhecimento

de forma pessoal em determinadas áreas do saber, focar métodos preventivos

e curativos na Educação. Características básicas da prática psicopedagógica,

que tanto o professor quanto o aluno podem passar por momentos emocionais

durante o processo de ensino e aprendizagem e que os pais são os primeiros e

mais importantes professores do cérebro, e a influência deles pode ajudar ou

atrapalhar o processo educativo. Neste auxílio temos também a didática que é

uma ciência cujo objetivo fundamental é avaliar como acontece numa visão

psicopedagógica, utilizando contribuições significativas na aprendizagem, como

a psicomotricidade e a neurociência para entender e combater os problemas na

aprendizagem. Os aspectos afetivos, juntamente com os cognitivos e

biológicos fazem da aprendizagem é um processo fundamental da vida.

Palavras-Chave: Educação Básica, Aprendizagem, Psicopedagogia, afeto,

psicomotricidade.

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METODOLOGIA

Este trabalho é uma pesquisa de caráter teórico, e será desenvolvido

por meio de pesquisa documental como revistas científicas, jornais, sites e

bibliográfica, com a análise de obras relacionadas à Psicopedagogia e

Afetividade na aprendizagem, focando o desenvolvimento da psicopedagogia

na aprendizagem em escolas públicas de Educação Básica.

O objetivo é avaliar como acontece a aprendizagem numa visão

psicopedagógica e quais as suas contribuições significativas. Buscar através

de conceitos científicos e metodologia as contribuições do diagnóstico

Psicopedagógico na aprendizagem, focando métodos preventivos e curativos

na Educação

.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

PSICOPEDAGOGIA, NUMA VISÃO HISTÓRICA E SEU SURGIMENTO

NO BRASIL 11

CAPÍTULO II

CONCEITOS DA APRENDIZAGEM 19

CAPÍTULO III

TEORIA E PRÁTICA DO ASSESSORAMENTO PSICOPEDAGÓGICO 32

CONCLUSÃO 45

ÍNDICE 48

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INTRODUÇÃO

O tema “Aprendizagem numa visão psicopedagógica – Como

acontece?”, foi escolhido com a intenção de buscar que contribuições a

Psicopedagogia pode trazer a Escola, aos professores e alunos no exercício da

aprendizagem. E como é realizado a aplicação e o desenvolvimento do ensino-

aprendizagem numa visão psicopedagógica.

A aprendizagem é fator de aprimoramento da espécie humana. Por

isso vê-la como veículo de extrema importância para nosso bem-estar físico,

mental e social é importante. Logo, qualquer alteração no seu processo de

aprendizagem interferirá na qualidade de vida.

As preocupações sobre os problemas de aprendizagem são antigas.

Datam desde o séc. XVIII na Europa, apesar de não existirem conceitos claros

sobre aprendizagem e dificuldade de aprendizagem nesta época, na

Antiguidade os problemas de aprendizagens eram tidos como doença mental,

explicada como decorrente de força sobrenatural.

Assim justifica-se este estudo como forma de chamar a atenção para

Psicopedagogia na aprendizagem, fundamentando-se nas idéias de Pichon

Rivière, Freinet, Ferreiro e de Vygotsky; que defendem a importância da

simbolização no processo de aprendizagem baseada nos estudos

psicanalíticos, além da contribuição de Carl Gustav Jung, Piaget pela

psicologia analítica. É necessário que o psicopedagogo tenha um olhar

abrangente sobre as causas das dificuldades de aprendizagem, indo além dos

problemas biológicos, rompendo assim com a visão simplista dos problemas de

aprendizagem, com a visão psicopedagógica procurando compreender mais

profundamente como ocorre este processo de aprender numa abordagem

integrada, na qual não se toma apenas um aspecto da pessoa, mas sua

integralidade.

O campo de atuação da psicopedagogia é a aprendizagem, e sua

intervenção é preventiva e curativa, pois se dispõe de detectar problemas de

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aprendizagem e resolvê-los, além de preveni-los, evitando que surjam outros.

Saber diferenciar os distúrbios que estão ligados a aspectos médicos e

dificuldades que estão relacionadas a fatores de natureza psicológicas,

pedagógicas e/ou sócio cultural como família e ambiente em que vive.

A visão psicopedagógica deve ser direcionada não só para o

descompasso da aprendizagem, mas também para uma melhoria da qualidade

de ensino nas escolas. Proporcionando uma dinâmica nas relações entre a

comunidade educativa, objetivando favorecer processos de integração e trocas,

realizando orientações metodológicas, considerando as características

individuais ou em grupo, deve se colocar em prática processos educacionais,

vocacionais e ocupacionais em grupo ou individual entre outros.

Segundo Sisto, (et al., 1996), é necessário intervir

psicopedagogicamente na vivência educacional da criança, para que ela possa

prosseguir sua caminhada rumo à formação e a capacitação intelectual,

mesmo encontrando obstáculos de ordem emocional, social, afetivo e outros

aspectos que acabam interferindo no aprendizado. Tanto a escola como o

professor devem focar a visão psicopedagógica com contribuições

significativas ao processo de construção e prática na aprendizagem, assim

fazendo justificativa a pesquisa aqui apresenta.

Este trabalho tem como objetivo, avaliar como acontecem numa visão

psicopedagógica contribuições significativas na aprendizagem e buscar através

de conceitos científicos contribuições do diagnóstico Psicopedagógico na

aprendizagem, focando métodos preventivos e curativos na Educação.

A metodologia da pesquisa é de caráter teórico, será desenvolvida por

meio de pesquisa documental (revistas científicas, jornais, sites) e bibliográfica,

com a análise de obras relacionadas à Psicopedagogia e Afetividade na

aprendizagem de escolas da Educação Básica, focando o desenvolvimento da

psicopedagogia na aprendizagem em escolas públicas de Educação Básica.

No capítulo 1, abordaremos uma visão histórica e seu surgimento no

Brasil, o conceito de Psicopedagogia, será visto o papel do psicopedagogo na

escola, seu campo de atuação e seu código de ética.

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No capítulo 2, será caracterizada, a aprendizagem segundo Vygotsky,

a partir da obra de Sisto (et. al., 1996) que afirma: “que a aprendizagem para

Vygotsky é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades,

atitudes, valores, etc., a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente

e as outras pessoas.”

Para Vygotsky, o aprendizado está profundamente relacionado com o

desenvolvimento. Embora haja um processo de maturação do qual depende o

organismo para se desenvolver, é o aprendizado que possibilita o despertar de

processos internos de desenvolvimento. (ALMEIDA, 2007).

Será focada a contribuição da psicopedagogia no aprendizado,

analisando seus métodos, suas necessidades e avaliações. Relacionar as

ações do ensinante com o aprendente frente à visão psicopedagógica,

evidenciando a relação afetividade e suas contribuições na aprendizagem. O

enfoque psicopedagógico situa-se tanto no âmbito da educação, da prevenção,

como da reeducação.

No Capítulo 3, será descrito as características básicas da teoria, prática

e assessoramento psicopedagógico e quais ações apresentadas pela

psicopedagogia na relação professor/aluno e sua contribuição para a

aprendizagem das crianças em fase de alfabetização, a evolução da

aprendizagem está relacionada a um complexo sistema de combinações das

estruturas neurológicas (que tem uma hierarquia para se sucederem)

emocionais e sócio-culturais.

A aprendizagem sempre envolve psicomotricidade, capacidade de

movimento intencional e significativo. Nenhum conceito básico se constrói sem

coordenadas espaciais e temporais claras, e estas, por sua vez, são

construídas na e pela movimentação ativa do sujeito no espaço. Além disso, a

movimentação encontra-se sempre presente nas relações intersubjetivas que

propiciam a mediação na construção do conhecimento.

Os dados serão analisados a partir da realização de um paralelo entre

o pensamento de autores, em uma perspectiva pedagógica e psicológica.

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CAPÍTULO I

PSICOPEDAGOGIA, NUMA VISÃO HISTÓRICA

E SEU SURGIMENTO NO BRASIL

O estudo sobre a história da Psicopedagogia nos remete à Europa do

século XIX. Segundo Porto (2009), as primeiras iniciativas para atender

crianças com dificuldades de aprendizagem se deram na França, onde o

atendimento era feito por profissionais da Medicina, Psicologia, Psicanálise e

Pedagogia. Esse atendimento alcança sucesso e se espalha por diferentes

países. Na Argentina, a Psicopedagogia se torna atividade popular e rotineira,

sendo desenvolvida na rede pública de ensino.

Em Buenos Aires, na Argentina, ocorre desenvolvimento da integração

de teorias como a da Psicopedagogia em função de questões sociais (Guerra

Civil Espanhola, Segunda Guerra e Repressão Militar). Houve dispersão e

enclausuramento de intelectuais, promovendo mais reflexão e investigação

clínica e produção em relação aos problemas de aprendizagem. Logo, a

Psicopedagogia surge como resultado da preocupação de alguns teóricos, com

o alto índice de fracasso escolar, ela nasce pela falta de respostas e pela

busca do novo.

A literatura sobre Psicopedagogia usada pelos argentinos é de

influência francesa (Lacan, Pichón-Rivière, Dolto, Ajuriaguerra), que se estende

também ao Brasil, devido à proximidade entre os dois países.

A Psicopedagogia no Brasil surge com a influência da Argentina, os

primeiros cursos e experiências psicopedagógicas surgem por volta de 1970,

época em que os índices de fracasso e de evasão escolar se tornam cada vez

mais altos, pesquisadores diziam que o problema educacional era devido a

causas orgânicas (desnutrição, alterações neurológicas) e/ou aspectos

psicológicos.

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Na década de 80 é criada a Associação Brasileira de Psicopedagogia

(ABPp). A ABPp, com sede em São Paulo, conta com treze sessões em

diferentes estados brasileiros e dez núcleos regionais. O desafio da

Psicopedagogia no Brasil é ver concluído o processo de regulamentação da

profissão e ampliar seu espaço de atendimento.

1.1 Conceito de Psicopedagogia

Há uma evolução no conceito de Psicopedagogia. Quando surge, tem

uma visão organicista e patológica da dificuldade de aprendizagem. Seu

objetivo era fazer a reeducação das crianças portadoras de deficiências.

Avançou ao considerar seu objeto de estudo o processo de aprendizagem com

todas as variáveis que nele interferem. Então, seu objetivo passou a ser a

investigação da etiologia da dificuldade, seu significado para a criança e sua

família, a sua modalidade de aprendizagem e reais possibilidades para

aprender.

Num primeiro momento, a atuação do psicopedagogo tinha caráter de

reeducação, ou seja, de sanar déficits de aprendizagem. Num segundo, o

objetivo é ampliado para significar o resgate do sujeito, do prazer de aprender,

levando ao desenvolvimento de sua autonomia. De acordo com Bossa (1994,

apud Sisto et. al. 1996), a Psicopedagogia estuda as características da

aprendizagem humana: como se aprende, como essa aprendizagem varia

evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como produzem as

alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las.

Sisto (et. al., 1996) reflete se a psicopedagogia teria como objeto de

estudo e comportamento humano, a compreensão do indivíduo enquanto

aprendiz, as relações interpessoais ou os problemas da aprendizagem. Suas

definições estabelecem fronteiras conceptuais que limitam o sentido daquilo

que se pretende definir. Podemos entender a psicopedagogia como a

constituição de uma nova área que recorre aos conhecimentos da psicologia,

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da pedagogia, psicanálise, lingüística, fonoaudiologia em medicina, traçando o

seu próprio objeto de estudo a partir de um corpo teórico próprio.

Sara Pain, Alícia Fernandéz, Jorge Visca, foram estudiosos de grande

destaque que impulsionaram através da contribuição argentina, publicações de

literatura específica sobre a psicopedagogia. Jorge Visca é considerado por

muitos o Pai da Psicopedagogia focada no ensino-aprendizagem, foi um dos

primeiros psicopedagogos que se preocupou com a epistemologia da

psicopedagogia e propôs estudos baseados no que se chamou de

epistemologia convergente, resultado da assimilação recíproca de

conhecimentos fundamentados no construtivismo, estruturalismo construtivista

e no inter-racionalismo. Essas contribuições influenciaram a psicopedagogia

brasileira, mas diferenciam-se dependendo da região.

A psicopedagogia trabalha com a aprendizagem e por isso baseia-se

na visão de Piaget que não considera a inteligência como algo inato, nem

adquirido, mas sim o resultado de uma construção de vida à interação das pré-

condições do sujeito e às circunstâncias do meio social. Se junta isto ao lado

afetivo tão bem desenvolvido por Freud ao estudar o inconsciente, ajudando-

nos a elucidar como o ser funciona como um todo e não apenas como um

gravador que registra o que acontece. O ser interage com o meio e utilizando

seu lado afetivo e cognitivo constrói então o seu próprio conhecimento e a

psicopedagogia ajuda a entender esse conhecimento utilizando os conceitos já

conhecidos, os interagindo e devolvendo ao ser a capacidade e compreensão

em aprender.

Para Pain (1992, p.11 apud Sisto, et. al. 1996) o processo de

aprendizagem se inscreve na dinâmica da transmissão da cultura que constitui

a definição mais ampla da palavra educação. A psicopedagogia enquanto

campo de conhecimento, não pode ficar alheio às questões sociais e

educacionais de nosso País, mas deve assumir o compromisso ético com a

maioria da população onde o direito a educação, saúde e cidadania são

negadas.

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1.2 O psicopedagogo, sua ética e a regulamentação do

profissional

O psicopedagogo é um profissional capacitado para atuar junto à

aprendizagem humana, considerando em sua ação todas as dimensões desse

processo. No Brasil, a formação do psicopedagogo vem ocorrendo em caráter

regular e oficial desde a década de 70 em instituições universitárias de renome.

Esta formação foi regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC)

em cursos de pós-graduação e especialização.

Os cursos de psicopedagogia formam profissionais aptos a trabalhar na

área clínica e institucional, que pode ser a escolar, a hospitalar e a empresarial.

No Brasil, só poderão exercer a profissão de psicopedagogo os portadores de

certificado de conclusão em curso de especialização em psicopedagogia em

nível de pós-graduação, expedido por instituições devidamente autorizadas ou

credenciadas nos termos da lei vigente - Resolução 12/83, de 06/10/83 - que

forma os especialistas, no caso, os então chamados "especialistas em

psicopedagogia" ou psicopedagogos.

A lei que trata do reconhecimento da profissão de psicopedagogo está

na câmara dos deputados federais. Psicopedagogos elaboraram vários

documentos nos anos de 1995 e 1996, explicitando suas atribuições, seu

campo de atuação, sua área científica e seus critérios de formação acadêmica,

um trabalho que contou com a colaboração de muitos.

O psicopedagogo possui a Associação Brasileira de Psicopedagogia

(ABPp) como elo de interlocução. A ABPp iniciou com um grupo de estudos

formado por profissionais preocupados com os problemas de aprendizagem,

sendo que, atualmente, também busca o reconhecimento da profissão.

O Deputado Federal Barbosa Neto criou o projeto de reconhecimento

desse profissional (Projeto de Lei 3124/97). De início, o deputado propôs uma

sondagem entre os políticos da época sobre a aceitação ou não do futuro

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projeto. Nesse período, o MEC organizava a nova Lei de Diretrizes e Bases

(LDB), promulgada em dezembro do mesmo ano.

Já no ano de 2008, a Comissão de Trabalho, de Administração e

Serviço Público aprovou o Projeto de Lei 3512/081, da deputada Professora

Raquel Teixeira (PSDB-GO), que regulamenta a atividade profissional do

psicopedagogo. O projeto estipula que a profissão só poderá ser exercida pelo

portador de diploma de graduação em Psicopedagogia, pelo diplomado em

Psicologia ou Pedagogia e pelo licenciado que tiver concluído curso de

especialização em Psicopedagogia. A especialização deverá ter duração

mínima de 600 horas e carga horária de 80% na especialidade.

A comissão também aprovou duas emendas apresentadas pela

relatora, deputada Gorete Pereira (PR-CE). Uma das emendas autoriza o

Executivo a criar um órgão fiscalizador do exercício da profissão. A outra

emenda estabelece o dever de sigilo profissional, ou seja, o psicopedagogo

deverá manter sigilo sobre os fatos de que tenha conhecimento em virtude do

exercício de sua atividade. Ele poderá compartilhar essas informações com

outros profissionais envolvidos no atendimento do cliente, desde que também

sujeitos a sigilo profissional. O desrespeito a essas normas configura infração

disciplinar grave.

Entre as atribuições do psicopedagogo estão à intervenção para a

solução dos problemas de aprendizagem; a utilização de métodos, técnicas e

instrumentos que tenham por finalidade a pesquisa, a prevenção, a avaliação e

a intervenção relacionadas com a aprendizagem; e o apoio psicopedagógico

aos trabalhos realizados nos espaços institucionais.

O projeto tramita em caráter conclusivo e seguirá para a análise da

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

1 Informações retiradas do site: http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/projeto_regulamentacao_psicopedagogo.htm

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1.3 Campos de Atuação do Psicopedagogo no Brasil

No Brasil, de início, a prática psicopedagógica estava restrita aos

consultórios e às clínicas onde se tratava, individualmente, os indivíduos com

problemas de aprendizagem. Segundo Porto (2009), a Psicopedagogia foi

reconhecida por sua intervenção clínica em relação às dificuldades de

aprendizagem nos consultórios psicopedagógicos, atualmente é grande o

crescimento da ação preventiva e institucional, buscando construir um espaço

mais qualificado e preventivo da práxis psicopedagógica institucional, que

contribui efetivamente na redução do fracasso escolar em nosso país.

O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e

terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das

aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar

dos problemas que podem surgir.

Psicopedagogia tem como objeto de estudo o comportamento humano,

a compreensão do indivíduo enquanto aprendiz, as relações interpessoais ou

os problemas da aprendizagem.

A Psicopedagogia escolar tem como objetivo ampliar as possibilidades

de aprendizagem de todas as pessoas da escola. Como assessor ou membro

da equipe, o Psicopedagogo ouve e discute os assuntos da escola, propõe

mudanças, elabora propostas educativas, faz mediação entre os diferentes

grupos envolvidos na relação ensino-aprendizagem (alunos, professores,

famílias, funcionários), aprimora e cria metodologias e estratégias que

garantem melhor aprendizagem; seus métodos colaboram na formação dos

professores, possibilitando a ampliação de seus conhecimentos sobre o aluno,

metodologias e estratégias de ensino adequadas; trabalha com grupos

específicos dentro da escola.

Nas instituições de saúde, o atendimento psicopedagógico se faz como

uma alternativa de apoio ao paciente interno visando minimizar suas perdas e

diminuir o impacto causado pela doença.

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Nas empresas, o psicopedagogo atua ampliando formas de

treinamento, desenvolvendo criatividade e a melhoria das relações,

participando na elaboração, no desenvolvimento e na avaliação de projetos,

propondo e coordenando cursos de atualização.

Numa função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis

perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das

relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração

e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as características

dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional,

vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo. Numa

linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem,

diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e

professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas

psicológica, psicomotora, fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades

são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse

profissional deve ser um mediador em todo esse processo, indo além da

simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia entre outros.

A Psicopedagogia Clínica procura compreender de forma abrangente

os processos cognitivos, afetivo-emocionais, sociais, culturais e pedagógicos

que interferem na aprendizagem e como, em um sujeito individual ou coletivo,

essas várias redes se entrelaçam e manifestam em sua singularidade.

Na perspectiva terapêutica as ações profissionais dos Psicopedagogos

estão voltadas para o resgate da aprendizagem, através da formulação de

espaço e vínculo de confiança e da proposição de recursos adequados e

específicos, que visam à descoberta, pelo próprio sujeito – indivíduo ou grupo,

de sua autoria na aprendizagem. De acordo com a circunstância participam

desse processo os familiares ou responsáveis, e a escola através de alguns de

seus representantes. Também participam secundariamente, outros

profissionais implicados com a situação atual do sujeito.

Na perspectiva institucional a ação psicopedagógica considera as

amplas e intrincadas relações de aprendizagem da organização em questão,

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seja ela a escola, o hospital, a cooperativa ou o escritório de contabilidade. Os

Psicopedagogos estabelecem um estudo analítico dessas relações em seus

vários aspectos e fluxos e as injunções históricas que constituem as

características institucionais, procurando descobrir as melhores condições de

articular a qualificação dos processos de aprender e a resolução dos

problemas decorrentes desse processo.

O psicopedagogo pode atuar tanto na Saúde como na Educação, já

que o seu saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem

humana. Da mesma forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu

processo de aprendizagem em parceria com a equipe multidisciplinar da

instituição hospitalar, tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e

médicos. No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir com as

relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e

intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa.

A Psicopedagogia pode ter aplicação clínica, institucional e vocacional,

além do caráter preventivo e/ou remediativo. O caráter clínico de dentro da

Psicopedagogia consiste como os demais, de um diagnóstico, que é ponto de

partida para que seja possível desenvolver um trabalho. No caso da

Psicopedagogia, esse diagnóstico dirige-se à busca de um saber, para saber

fazer.

O diagnóstico não implica apenas a aplicação e o uso de provas e

testes, mas exige outras medidas e técnicas de avaliação, além de um trabalho

de investigação, de análise e de síntese de dados úteis para o estudo e

orientação de cada caso (PORTO, 2009).

O campo de atuação da psicopedagogia é focado no estudo do

processo de aprendizagem, diagnóstico e tratamento dos seus obstáculos,

sendo o psicopedagogo responsável por detectar e tratar possíveis obstáculos

no processo de aprendizagem; trabalhar o processo de aprendizagem em

instituições de maneira individual ou em grupos e realizar processos de

orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual ou

em grupo. (WEISS, 2009, p. 22)

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CAPÍTULO II

CONCEITOS DE APRENDIZAGEM

Aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido

através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos,

relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas

mentais e o meio ambiente, o aprender envolve simultaneamente a inteligência,

os desejos e as necessidades e, por intermédio cognitivo, busca-se

generalizar, classificar, ordenar, identificando-se semelhanças, na

aprendizagem, o conhecimento é construído e reconstruído continuamente.

A aprendizagem é um processo fundamental da vida. Todo indivíduo

aprende e, por meio da aprendizagem desenvolve os comportamentos que o

possibilitam viver. Todas as atividades e realizações humanas exibem os

resultados da aprendizagem. Os aspectos afetivos, juntamente com os

cognitivos e biológicos, são comumente identificados como fatores individuais,

internos da criança, que isoladamente ou em interação determinam as

condições de aprendizagem. (PORTO, 2009)

Os objetivos da aprendizagem são classificados em: domínio cognitivo

(ligados a conhecimentos, informações ou capacidades intelectuais); domínio

afetivo, (relacionados a sentimentos, emoções, gostos ou atitudes); domínio

psicomotor (que ressaltam o uso e a coordenação dos músculos). No domínio

cognitivo temos as habilidades de memorização, compreensão, aplicação,

análise, síntese e a avaliação. No domínio afetivo temos habilidades de

receptividade, resposta, valorização, organização e caracterização. No domínio

psicomotor apresentamos habilidades relacionadas a movimentos básicos

fundamentais, movimentos reflexos, habilidades perceptivas e físicas e a

comunicação não discursiva.

Partindo dos pressupostos construtivistas, a ciência hoje apresenta

uma série de conceitos que nos permitem analisar esse processo com outros

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olhos. O paradigma da complexidade (Morin, 2000, apud Portella, 2008), bem

como os conceitos de cooperação, integração, incerteza, autonomia, ruptura e

criatividade, nos levam a acreditar que a aprendizagem pode acontecer por

meio de uma concepção de sistemas auto-organizados, e não a partir de uma

concepção de linearidade como era considerado antigamente.

A partir de alguns conceitos de aprendizagem, segundo Portella (2008),

podemos definir a aprendizagem a partir de alguns princípios como: estar vivo

é estar aprendendo; conhecer e pensar não significa chegar à verdade

absolutamente certa, mas sim dialogar com a incerteza; aprendizagem é um

processo contínuo de transformação estrutural que um organismo pode sofrer

em função da conservação da sua autoconstrução, isso ajuda a conhecer

melhor a aprendizagem e a esquecer o conceito de que tinha um limite de

tempo, certa idade, para se aprender algo, nos dias atuais. Considera-se que,

antes de nascer o feto já está aprendendo e, no ato de morrer, também

estamos aprendendo a morrer, assim a visão do processo de aprendizagem é

a de que é dinâmico e por toda a vida.

2.1 Fases da aprendizagem, no processo ensino-aprendizagem

O processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação.

Esse processo se dá no interior do sujeito, estando, entretanto, intimamente

ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio,

principalmente, seus professores e colegas. Nas situações escolares, o

interessante é indispensável para o estudante tenha motivos de ação para

apropriar-se do conhecimento. (RELVAS, 2009)

Para Porto (2009, p. 112) a aprendizagem é um processo social que

deve focalizar formar emergentes de aprender, é a transmissão da cultura,

define a educação. O professor deve apostar na capacidade da criança visando

mais as suas qualidades, estimulando o seu potencial do que se focando em

seus fracassos. O aluno deve se sentir bem no ambiente escolar, sentir

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vontade de interagir com os colegas, adquirir noções de companheirismo,

solidariedade, sociabilização e amizade.

As primeiras aprendizagens das crianças ocorrem na primeira relação

com a mãe (primeiras palavras, gestos...). Nesta relação à criança constrói seu

estilo particular de aprendizagem, que sofrerá modificações à medida que a

criança se relaciona com outros contextos. Segundo Almeida (2007, p. 48),

considerando que o processo de aprendizagem ocorre em decorrência de

interações sucessivas entre as pessoas, a partir de uma relação vincular, é,

portanto, através do outro que o indivíduo adquire novas formas de pensar e

agir e, dessa forma apropria-se ou constrói novos conhecimentos.

Considerando, igualmente, que a qualidade dessas relações sociais influem na

relação do indivíduo com os objetos, lugares e situações, apresenta-se, na

seqüência, como se desenvolveu a pesquisa que teve por objetivo – analisar as

interações em sala de aula entre professores e alunos, buscando identificar os

aspectos afetivos presentes que influenciam o processo de aprendizagem,

especificamente da linguagem escrita.

No processo de aprendizagem de uma maneira geral. Baseando-se

numa perspectiva teórica fundamentalmente social, a partir de Wallon e

Vygotsky, defende-se que a afetividade que se manifesta na relação

professor/aluno constitui-se elemento inseparável do processo de construção

do conhecimento como descrito anteriormente. Além disso, a qualidade da

interação pedagógica vai conferir um sentido afetivo para o objeto de

conhecimento, a partir das experiências vividas.

Wallon e vários autores estudiosos de sua psicogênese já afirmaram

que é possível atuar sobre o cognitivo via afetivo e vice-versa. Nesse sentido,

torna-se evidente que condições afetivas favoráveis facilitam a aprendizagem.

Ao defender sua teoria, o caráter contagioso das emoções. “A emoção

necessita suscitar reações similares ou recíprocas em outrem e, (...) possui

sobre o outro um grande poder de contágio”. Conclui-se, portanto, que o

professor contagia e é contagiado pelos alunos. (WALLON 1975, p. 91)

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Medo, angústia, ansiedade e frustração são sentimentos que

desgastam o aluno. A serenidade e tranqüilidade do professor auxiliam na

redução ou até a eliminação desses sentimentos desagregadores, permitindo o

que Dantas (1992) denomina de “destravamento” da atividade cognitiva.

A aprendizagem é influenciada pela inteligência, motivação, e, segundo

alguns teóricos, pela hereditariedade, onde o estímulo, o impulso, o reforço e a

resposta são os elementos básicos para o processo de fixação das novas

informações.

Muitas vezes, observando às posturas, os olhares, a qualidade dos

gestos, a entonação na fala e até a respiração dos alunos, é possível buscar

interpretações para estados internos profundos “dos quais depende o bom ou

mau funcionamento dos processos cognitivos.” (DANTAS, 1992, p. 46)

Em uma visão neurobiológica da aprendizagem, pode-se dizer que,

quando ocorre a ativação de área cortical, determinada por um estímulo,

provoca alterações também em outras páreas, pois o cérebro não funciona

como regiões isoladas. Isto ocorre em virtude da existência de um grande

número de vias de associações, precisamente organizadas, atuando em

diversas direções. (RELVAS, 2009)

Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto

que se está a estudar. Motivado, um indivíduo possui uma atitude ativa e

empenhada no processo de aprendizagem e, por isso, aprende melhor. A

relação entre a aprendizagem e a motivação é dinâmica: é frequente o Homem

interessar-se por um assunto, empenhar-se, quando começa a aprender. A

motivação pode ocorrer durante o processo de aprendizagem.

As crianças começaram a entrar mais cedo na escola, fato que pode

favorecê-las ou desfavorecê-las, dependendo do acompanhamento escolar e

familiar realizado. Caso a criança seja bem acompanhada, esse ingresso

prematuro na instituição pode ajudá-la a se desenvolver melhor em todos os

aspectos: sociais, cognitivos etc. Porém se a família coloca-a na escola, mas

não a acompanhar pode gerar na criança um sentimento de descaso em

relação ao seu desenvolvimento. "Por falta de um contato mais próximo e

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afetuoso, surgem às condutas caóticas e desordenadas, que se reflete em

casa e quase sempre, também na escola em termo de indisciplina e de baixo

rendimento escolar". (SISTO, et. al., 2002)

2.2 Alguns transtornos de aprendizagem e como a afetividade

pode ajudar

O transtorno de aprendizagem é caracterizado pelas dificuldades no

aprendizado da leitura, escrita e aritmética, podendo ser apresentados de

diversas formas, destacando-se, a dislexia, a disgrafia e a discalculia, entre

outros. As causas podem ser orgânicas como não-orgânicas, neurológicas,

psicomotoras entre outras, algumas crianças apresentam sinais ao longo de

seu desenvolvimento em fase escolar.

Atualmente adota-se a seguinte classificação de transtornos: transtorno

da aprendizagem, envolvendo leitura, matemática, expressão escrita e

transtornos de aprendizagem sem outra especificação; transtorno das

habilidades motoras, que incluem transtorno do desenvolvimento da

coordenação; transtornos da comunicação: linguagem expressiva, transtorno

misto da linguagem receptivo-expressiva, transtorno fonológico, transtorno da

comunicação sem outra especificação; transtornos invasivos do

desenvolvimento, que incluem problemas de ordem emocional e

psicopatológicos; transtornos de déficit de atenção e de comportamento

dedutivo, que envolvem déficit de atenção/hiperatividade; e transtornos de

conduta. (OLIVEIRA, 2001)

Cada estágio da afetividade, quer dizer as emoções, o sentimento e a

paixão, pressupõem o desenvolvimento de certas capacidades, em que se

revelam um estado de maturação. Portanto, quanto mais habilidade se adquire

no campo da racionalidade, maior é o desenvolvimento da afetividade.

Sendo assim, as aprendizagens ocorrem, inicialmente, no âmbito

familiar e, depois, no social e na escola. Podemos observar que existe uma

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grande dificuldade quando ocorre a separação da criança no meio familiar para

o meio escolar. (LE BOULCH, 1988)

Os problemas de aprendizagem como leitura e escrita podem ser

causas, sinais e evidências de um processo educacional que está

desarticulado ao longo de sua evolução histórica, sendo necessário um resgate

do processo de ensino-aprendizagem, deixando aos educadores e aos pais a

incapacidade de entender tais problemas como a leitura e a escrita. Segundo

Almeida (2007, p 91), “[...] é preciso que o professor esteja muito atento aos

movimentos das crianças, pois estes podem ser indicadores de estados

emocionais que devem ser levados em conta no contexto de sala de aula.”

Para Ferreira (2001, p. 52): o sentido da aprendizagem é único e

particular, na vida de cada um, e que inúmeros são os fatores afetivos

emocionais que podem impedir o investimento energético necessário às

aquisições escolares.

Mas existem dois fatores principais que interferem na aprendizagem,

impossibilitando o fluxo normal do processo de aprender: Primeiro são os

fatores internos de ordem orgânica ou psicológica (devemos analisar a história

da criança, incluindo a avaliação de sua estrutura familiar, para que se possa

identificar como a aprendizagem é significada por este grupo). E o segundo

são os fatores externos ligados à metodologia de ensino, às condições sócio-

econômicas e ainda aos recursos do educador.

A dificuldade de aprendizagem é resultante de conflitos que se

encontram diretamente relacionado à metodologia pedagógica, ao sistema de

ensino e, ainda, ao vínculo que o sujeito estabelece com a escola, bem como

com os professores, pais e sociedade. Assim o afeto explica a aceleração ou

retardamento da formação das estruturas; aceleração no caso de interesse e

necessidade do aluno, retardamento quando a situação afetiva é obstáculo

para o desenvolvimento intelectual da criança. (PORTELLA, 2008)

Cabe a instituição escolar contribuir para que a criança integre seu

convívio na sociedade, de outro lado à escola deve ajudar a família a

solucionar o problema de seus filhos, reintegrando a imagem que se tem deles.

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Algumas vezes sendo necessário encaminhamento a profissionais

especializados como psicólogos ou psicopedagogos. A escola, o educador e a

família devem, pois, ser testemunhas da possibilidade do conhecimento.

Para amenizar alguns problemas existem dois profissionais pelos quais

trabalham com essa área: o psicopedagogo institucional é o que trabalha

dentro da escola ajudando crianças e adolescentes a resolverem seus

problemas na vida escolar. Além de orientar a criança, o psicopedagogo

institucional poderá orientar os pais, que muitas vezes estão passando por

problemas familiares e ainda ajudar os professores a diagnosticar os

problemas e a resolvê-los em sala de aula.

E o psicopedagogo clínico é aquele que tem uma clínica para atender

os alunos também com problemas escolares, porém trabalha fora do ambiente

escolar. Os psicopedagogos são, portanto, profissionais preparados para a

prevenção, diagnóstico e o tratamento dos problemas de aprendizagem

escolar. Através do diagnóstico clínico ou institucional eles identificam a causa

do problema, que podem ser identificados através de testes, atividades

pedagógicas, história, jogos, etc.

Portella (2008) vê a aprendizagem como um processo totalmente

imbricado no desenvolvimento neuropsicomotor (que responde a fatores

maturativos orgânicos, como o crescimento e as mudanças do cérebro, tanto

quanto à experiência da criança em seu ambiente). Que considera a

importância da observação de aspectos neurológicos, que levam a situação do

fracasso escolar, são atrasos maturativos atribuídos às condições intrínsecas

da pessoa (herança genética, atrasos maturativos), ou a circunstâncias

ambientais (características da família e a escola) ou uma combinação desses

fatores.

De acordo com os estudos da Inteligência Humana e da Plasticidade

Cerebral2, não existem limites para o desenvolvimento do ser humano. O que é

2 Relvas (2007) define a Plasticidade Cerebral como a denominação das capacidades adaptativas do Sistema Nervoso Central (SNC) e sua habilidade para modificar sua organização estrutural própria e funcionamento. O desenvolvimento da plasticidade cerebral ocorre ao longo da vida e dele depende o processo de aprendizagem e reabilitação das funções motoras e sensoriais.

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chamado de deficiência pode ser considerado como uma mera especulação

para padronização da anormalidade. No entanto, se for encontrado o caminho

para um estímulo certo, que, muitas vezes, passa pelo campo afetivo e

emocional, pode-se superar o que hoje é chamado de deficiência e,

efetivamente, considerar outras eficiências. (RELVAS, 2009)

Para Porto (2009) as dificuldades de aprendizagem não são uma

condição ou síndrome simples, nem decorrem apenas de uma única etiologia,

trata-se de um conjunto de condições e de problemas heterogêneos e de uma

diversidade de sintomas e de atributos que obviamente subentendem

diversificadas e diferenciadas respostas clínico-educacionais. São muitos os

aspectos discutíveis no termo dificuldades de aprendizagem, e os mais

discutíveis são a dislexia, disgrafia, discalculia, entre outros, essas dificuldades

podem ou não ser frutos de uma deficiência mental, de um transtorno do

desenvolvimento, da personalidade ou da conduta.

2.3 Avaliações Psicopedagógicas, métodos e necessidades

A avaliação renovada não mudou apenas os métodos de ensino, que

se tornaram mais ativos, mais influenciou, também, sobre a concepção de

avaliação. Atualmente a avaliação assume novas funções, pois é o meio de

diagnosticar e de verificar que medida os objetivos propostos para o processo

ensino-aprendizagem estão sendo atingidos, tornando uma dimensão

avaliadora. (PORTO, 2009)

Já a avaliação psicopedagógica é a investigação do processo de

aprendizagem do indivíduo visando entender a origem da dificuldade e/ou

distúrbio apresentado. Segundo Oliveira (2001) a psicopedagogia nasceu da

necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem, ou

seja, contribuir na busca de soluções para a difícil questão do problema da

aprendizagem. A aprendizagem deve ser olhada como atividade de indivíduos

ou grupos humanos, que mediante a incorporação de informações e o

desenvolvimento de experiências, promovem modificações estáveis na

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personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no manejo instrumental

da realidade.

Para Psicopedagogia é fundamental que o profissional faça uso do

trabalho interdisciplinar; pois os conhecimentos específicos das diversas

teorias contribuem para o resultado eficiente da intervenção ou prevenção

psicopedagógica. Por exemplo, a Psicanálise pode fornecer embasamento

para compreender o mundo inconsciente do sujeito; a Psicologia Genética

proporciona condições para analisar o desenvolvimento cognitivo do sujeito; a

Psicologia possibilita compreender o mundo físico e psíquico do sujeito; a

Lingüística permite entender o processo de aquisição da linguagem, tanto oral

quanto escrita. (KUARK, 2008)

Na avaliação no enfoque preventivo, BOSSA (1994), enfatiza que a

função do psicopedagogo é detectar possíveis problemas no processo ensino-

aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade educativa,

objetivando favorecer processos de integração e trocas; promover; realizar

orientações metodológicas para o processo ensino-aprendizagem,

considerando as características do indivíduo ou grupo; colocar em prática

processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional em grupo ou

individual.

No caso de um profissional que adota a avaliação de cunho

classificatório, certamente, irá utilizar um padrão de avaliação psicopedagógica

baseada na definição de categorias de problemas encontrados. Por outro lado,

se a postura for de utilização da avaliação de natureza diagnóstica, então, a

avaliação psicopedagógica terá por finalidade identificar possíveis causas dos

problemas e orientar quanto à melhor forma de trabalhar com o referido aluno.

Os recursos apontados por Bossa (1994) e também por Weiss (2009)

destacam o diagnóstico psicopedagógico, referindo-se a Provas de Inteligência

(Wisc); Testes Projetivos; Avaliação perceptomotora (Teste Bender); Teste de

Apercepção Infantil (CAT); Teste de Apercepção Temática (TAT); também,

refere-se a Provas de nível de pensamento (Piaget); Avaliação do nível

pedagógico (nível de escolaridade); Desenho da família; Desenho da figura

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Humana; H.T.P - casa, árvore e pessoa (House, Tree, Person); Testes

psicomotores: Lateralidade; Estruturas rítmicas.

Fernández e Paín (apud Portella, 2008) sugerem, ainda, o uso de jogos

considerando que o sujeito através deles pode manifestar, sem mecanismos de

defesa, os desejos contidos em seu inconsciente. Além do mais, no enfoque

psicopedagógico os jogos representam situações-problemas a serem

resolvidas, pois envolvem regras, apresentam desafios e possibilita observar

como o sujeito age frente a eles, qual sua estrutura de pensamento, como

reage diante de dificuldades. Levando-se em conta que se o sujeito possui

poucos recursos (vocabulário, por exemplo) para se comunicar, expressar o

que sente, o que deseja, pode fazer uso de jogos, desenhos e brincadeiras

para manifestar o que sente. Sendo assim, cabe ao psicopedagogo estar

atento para fazer a leitura e análise das mensagens que o sujeito está lhe

enviando.

Quanto ao uso de testes, Weiss (2009), não apresenta restrições

quanto ao uso dos instrumentos a que se refere para o diagnóstico

psicopedagógico. Porém alguns dos testes são de uso exclusivo de psicólogos,

como as Provas de Inteligência (Wisc), Testes Projetivos, Avaliação

perceptomotora (Teste Bender), Teste de Apercepção Infantil (CAT), Teste de

Apercepção Temática (TAT). Considerando que há um grande receio por parte

dos psicólogos e Conselho Federal de Psicologia (CFP), que profissionais não

formados em psicologia façam uso de testes ditos específicos da psicologia.

Principalmente, os que medem o nível de inteligência e testes projetivos, a

leitura atenta às indicações dos autores quanto ao uso dos mesmos pode evitar

posturas antiéticas no que se refere a relações com outros profissionais, em

especial com os da área da Psicologia.

Salienta Bossa (1994, p.51), que a legislação que regulamenta a

profissão de psicólogo a Lei nº 4119, de 27 de agosto de 1962, não especifica

quais são os testes específicos de uso dos psicólogos. Para evitar tal fato, o

psicopedagogo pode ser criativo e desenvolver atividades que possibilitem

observar os aspectos da inteligência e da projeção e, se o profissional achar

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que os testes psicológicos são importantíssimos para concluir um diagnóstico,

pode encaminhar o cliente para uma avaliação psicológica, efetivando um

trabalho multidisciplinar.

A avaliação psicopedagógica requer um processo prévio de obtenção

de dados e informações sobre o que se pretende conhecer e melhorar nos

processos de ensino-aprendizagem. Mostram como cada pessoa e grupo de

aprendizagem são únicos e podem se desenvolver com diferenças

significativas, não apenas pela diversidade de habilidades físicas e cognitivas,

mas também emocionais manifestadas nas aptidões e atitudes relacionais,

solidárias e de convivência, cujo desenvolvimento, inibição ou repressão

podem influenciar os contextos. Portanto, a avaliação psicopedagógica parte

do reconhecimento de que em qualquer processo de ensino-aprendizagem

existem elementos assimetricamente incidentes: os alunos, os professores e o

currículo. Esses elementos configuram um clima relacional e não apenas de

aprendizagem, que é determinado também pelos contextos escolares,

profissionais, familiares e as concepções que criam esses ambientes com

relação ao acolhimento, ao ensino, à aprendizagem e, de maneira geral, ao

desenvolvimento integral de qualquer menino, menina ou adolescente. (SISTO,

et. al. 1996)

Por trás de toda avaliação há sempre um julgamento técnico com base

em um critério, mediado por um enfoque conceitual, técnicas e instrumentos,

teoria e prática, que são uma medida interpretativa da realidade.

2.4 Enfoques psicopedagógicos na educação no âmbito da

prevenção e reeducação

Segundo Weiss (2009) na prática diagnóstica é necessário levar em

consideração alguns aspectos ligados, as perspectivas de abordagem do

fracasso escolar e a interligação do psicopedagogo, possibilitando uma

abordagem global do sujeito em suas múltiplas facetas.

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Os aspectos orgânicos relacionados à construção fisiológica do sujeito

que aprende podendo ocorrer alterações nos órgãos sensoriais que impedirão

ou dificultarão o acesso ao conhecimento. Aspectos cognitivos estariam ligados

basicamente ao desenvolvimento e funcionamento das estruturas cognitivas e

sensoriais em seus diferentes domínios. Ocorrendo desde aspectos ligados a

memorização, atenção, antecipação e fatores intelectuais. Aspectos

emocionais estariam ligados ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a

construção do conhecimento e a expressão, através da produção escolar. A

representação nos aspectos inconscientes envolvidos no ato de aprender.

Aspectos sociais estão direcionados a sociedade em que estão inseridas a

família e a escola. Isto acontece porque dentro da escola modificações

curriculares e pedagógicas que auxiliem a criança menos favorecida a ter uma

melhor compreensão e se igualar com os considerados os modelos dentro de

uma sala de aula. Aspectos pedagógicos contribuem muitas vezes para o

aparecimento de uma metodologia do ensino, à avaliação, à dosagem de

informações, à estruturação de turmas e organização geral.

Weiss (2009) vê no tratamento psicopedagógico uma forma de

intervenção, visando reformular o modelo de aprendizagem do aprendente de

modo que os obstáculos existentes sejam removidos ou redimensionados em

função das reais possibilidades do indivíduo, recriando o prazer em aprender.

Os instrumentos que utilizamos no diagnóstico psicopedagógico que

tenham sido planejados, padronizados e pesquisados pela psicologia, e por

consequência dirigidos ao estudo da personalidade, encontram explicações

sobre a origem dos transtornos de aprendizagem. A psicopedagogia

institucional propõe uma atuação preventiva dentro do âmbito escolar, no

sentindo de instrumentalizar a criança como um todo, propiciando-lhe uma

educação integrada que compreenda as capacidades reais e adequadas à

própria proposta pedagógica. (PORTO, 2009)

O Psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e

esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de ensino-

aprendizagem e tem uma atuação preventiva. Na escola, o psicopedagogo

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poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não

têm como causa apenas deficiências do aluno, mas que são conseqüências de

problemas escolares, tais como: a organização da instituição assim como seus

métodos de ensino; a relação professor/aluno incluindo a linguagem do

professor, dentre outros; a atuação preventiva junto aos professores,

explicitando sobre habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a

aprendizagem; trabalhar com a formação continuada dos professores; na

reflexão sobre currículos e projetos junto com a coordenação pedagógica; atuar

junto com a família/alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem,

apoiado em uma visão holística, levando-o a aprender a lidar com seu próprio

modelo de aprendizagem, considerando que esses problemas podem ser

derivados das suas estruturas cognitivas, de suas questões emocionais, da sua

resistência em lidar com o novo, ou outra derivação que possa se apresentar.

(SISTO et. al. 2009)

De acordo com Fonseca (1987, apud Porto, 2009), a avaliação

psicoeducacional (avaliação do potencial de aprendizagem) é uma das áreas

do campo das dificuldades de aprendizagem que necessita de mais ênfase.

Pois, apesar de ser uma captação de dados da vulnerabilidade da

aprendizagem, com o propósito de especificar os seus problemas e tomar

decisões e planificar estratégias individualizadas, a sua prática está longe de

seu principal objetivo, que é o de validar métodos pedagógicos e reabilitativos

com uma estreita e intrínseca relação entre o diagnóstico e a intervenção.

Porto (2009) salienta que a psicopedagogia auxiliará o aprendente a

reelaborar sua história de vida, reconstruindo fatos que estavam fragmentados,

e a retomar o percurso natural de sua aprendizagem, num enfoque curativo,

com isso o trabalho clínico se completa. Já o trabalho preventivo através de

processos didáticos e metodológicos e investigativos pretende evitar os

problemas de aprendizagem. É importante que esteja claro qual a área de

atuação da psicopedagogia, assim cabe o refletir sobre quais recursos o

psicopedagogo deverá utilizar para detectar problemas de aprendizagem e nele

intervir, não esquecendo o trabalho em conjunto na detecção do problema com

os professores e a família.

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CAPÍTULO III

TEORIA E PRÁTICA DO ASSESSORAMENTO

PSICOPEDAGÓGICO

Segundo Portella (2008) a escola de Educação Básica, apresenta uma

grande preocupação em formar mentes sabedoras, preocupando-se mais com

o desenvolvimento de pensamento lógico e linguagem escrita do que com o

desenvolvimento de relações, movimentos e práticas para a construção da

imaginação da criança, dimensão simbólica essencial para que lógica e escrita

possam se desenvolver.

3.1 Psicopedagogia na Alfabetização

O aprendizado da leitura é um momento importante na educação, que

começa na alfabetização e se estende por toda educação básica. A

alfabetização de um indivíduo promove sua socialização, já que possibilita o

estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros indivíduos,

acesso a bens culturais e a facilidades oferecidas pelas instituições de ensino.

A alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do

desenvolvimento da sociedade como um todo.

Baseados nos trabalhos das psicólogas, argentina e espanhola, Emília

Ferreiro e Ana Teberosky, de enorme repercussão no Brasil, as políticas

educacionais têm se voltado a uma reformulação das propostas de

alfabetização e à capacitação dos professores do ensino fundamental, como

medida de combate aos altos índices de fracasso escolar. Segundo elas a

aprendizagem da leitura e da escrita não se dá espontaneamente; ao contrário,

exige uma ação deliberada do professor e, portanto, uma qualificação de quem

ensina. Exigem planejamento e decisões a respeito do tipo, frequência,

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diversidade, sequência das atividades de aprendizagem. Mas essas decisões

são tomadas em função do que se considera como papel do aluno e do

professor nesse processo; por exemplo, as experiências que a criança teve ou

não em relação à leitura e à escrita. Incluem, também, os critérios que definem

o estar alfabetizado no contexto de uma cultura.

A família é fundamental para constituição do sujeito, seu meio

sociocultural é determinante para a significação do conhecimento transmitido.

As diferenças culturais também redimensionam o tempo na escola, pois a

significação da língua escrita e do conhecimento formal é muito diferente

conforme o meio social da criança. É preciso levar em conta o ponto em que

cada aluno chega à sala de aula. Alguns alunos precisam vivenciar e significar

no ambiente escolar aquilo que outros já experimentaram a algum tempo nas

suas famílias. As adaptações curriculares são fundamentais para contemplar

os diferentes ritmos dos alunos na aprendizagem. (PORTELLA, 2008)

Uma das contribuições psicopedagógicas na alfabetização é

intervenção e/ou mediação. Segundo Sisto (et. al. 2009), intervenção é

mediação, ou seja, é colocar-se no meio, a família são os primeiros

mediadores, aqueles que apresentam o mundo à criança, os que ensinam os

primeiros hábitos, valores, leis e regras. A família intervém e a qualidade dessa

mediação dependerá da organização da própria família, é ela a fonte das

primeiras aprendizagens da criança e também o motor dos primeiros

desenvolvimentos. A escola e os professores são também importantes

mediadores, pois se interpõem entre a criança e o mundo social mais amplo e

se responsabilizam por ensinar-lhes conteúdos, fazendo-as aprender, por

desenvolver sua inteligência e sua afetividade.

A influência da Psicopedagogia é com uma atividade voltada para um

atendimento personalizado àqueles alunos que merecem uma atenção especial

exerce forte importância em todo o processo de ensino-aprendizagem, visto

quer através da valorização do aspecto cognitivo como foco de reflexão. Tanto

o educador quanto o aluno passam a viver experiências relevantes não apenas

para o processo de ensino-aprendizagem na escola, mas também para uma

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convivência maior que envolve o indivíduo e o seu meio numa construção

significativa de aprendizagens através das experiências vivenciadas

diariamente com o mundo e com as coisas nele existentes. Assim o

psicopedagogo tem de achar maneiras de fazer a ligação entre professor/aluno

através de métodos auxiliares para apoiar na alfabetização e na aprendizagem.

No processo de alfabetização e letramento a Psicopedagogia contribui

levando o educador a refletir sobre os seus atos, como professor e avaliador da

aprendizagem de crianças com dificuldades tanto de aprendizagem quanto de

outras habilidades ligadas direta e indiretamente à escola envolvendo a leitura,

escrita e raciocínio lógico.

3.2 Contribuições psicopedagógicas no aprendizado

A teoria de Wallon confronta-se com a de Behaviorismo, enquanto um

comportamentalista acredita que a aprendizagem é um processo de

modelagem em que vários comportamentos são condicionados e

posteriormente extintos, Wallon afirma que o comportamento aprendido não é

extinto, mas, sim, integrado ao posterior. Por exemplo, durante a aprendizagem

da escrita, a criança, primeiro aprende a desenhar algo semelhante a um

círculo, para, posteriormente, "puxar a perninha" e escrever um "a". O

comportamento de desenhar o círculo foi extinto, mas Wallon vai mais além e

afirma que foi integrado a outros comportamentos ou, para usar um termo mais

adequado à teoria walloniana, integrado a outras aprendizagens. (KAUARK,

2009)

É importante compreender o modo como as pessoas aprendem e as

condições necessárias para a aprendizagem, bem como identificar o papel de

um professor, por exemplo, nesse processo. Essas teorias são importantes,

porque possibilitam a esse mestre adquirir conhecimentos, atitudes e

habilidades que lhe permitirão alcançar melhor os objetivos do ensino.

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Para Saltini, (2008) na aprendizagem escolar, existem os seguintes

elementos centrais, para que o desenvolvimento escolar ocorra com sucesso: o

aluno, o professor e a situação de aprendizagem. As Teorias de Aprendizagem

buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender,

partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam

explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento.

A aprendizagem não seria apenas inteligência e construção de conhecimento,

mas, basicamente, identificação pessoal e relação através da interação entre

as pessoas.

Do ponto de vista de Weiss (2009, p. 6), "a psicopedagogia busca a

melhoria das relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade

na construção da própria aprendizagem de alunos e educadores". Essas

considerações sugerem existir certo consenso quanto ao fato de que ela deve

ocupar-se em estudar a aprendizagem humana, porém é uma ilusão pensar

que tal consenso nos conduza, a um único caminho. A concepção de

aprendizagem é resultado de uma visão de homem, e é em razão desta que

acontece a práxis psicopedagógica. O tema aprendizagem ocupa e preocupa

diversos autores, sendo os problemas desse processo de aprendizagem a

causa e a razão da Psicopedagogia.

Para Saltini (2008, p. 102) desenvolver exercícios de psicomotricidade

junto com outras atividades pedagógicas, permite uma base psicopedagógica

para o desenvolvimento cognitivo da criança. Promover a participação dos pais

na escola e até mesmo em sala de aula também contribui para o aprendizado,

como por exemplo, um dia onde os pais falariam de suas profissões, na medida

do interesse das crianças por um determinado tema, fazendo as devidas

ligações das declarações dos pais com os fatos evidenciados pelas próprias

crianças. O educador não deve deixar uma dúvida de lado ou uma pergunta

esquecida, juntamente com a criança deverá procurar no material que dispõe

na sala de aula, ou por meio de pesquisas a resposta em questão, trazendo ao

grupo o interesse e uma oportunidade para aprender e conhecer. A vida na

escola deve ser palpitante, atualizada e ligada ao interesse cotidiano, desde a

pré-escola até a universidade, criando conexões dentro do processo educativo.

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Segundo Pain (1985, apud Sisto et.al. 1996) há duas condições que

possibilitam a aprendizagem, as externas que indicam o ambiente que este

aluno está inserido e as internas que estão relacionadas com a subjetividade

do sujeito. É necessário que o professor tenha um olhar crítico e investigativo

em relação aos seus alunos, percebendo cada sujeito como individual e fruto

de uma história que contribui para a construção de seus vínculos, significados

e constituição da modalidade de aprendizagem. Desta forma, se faz necessário

perceber que cada grupo de alunos constitui uma identidade, um conjunto de

sujeitos diferentes que constituem outra história e uma modalidade de

interações, de significados e relações de aprendizagem.

3.3 Psicomotricidade na psicopedagogia

O termo psicomotricidade se divide em duas partes: a motriz e o

psiquismo, que constituem o processo de desenvolvimento integral da pessoa.

A palavra motriz se refere ao movimento, enquanto o psico determina a

atividade psíquica em duas fases: a sócio-afetiva e cognitiva. Em outras

palavras, o que se quer dizer é que na ação da criança se articula toda sua

afetividade, todos seus desejos, mas também todas suas possibilidades de

comunicação e conceituação. A teoria de Piaget afirma que a inteligência se

constrói a partir da atividade motriz das crianças. Nos primeiros anos de vida,

até os sete anos, aproximadamente, a educação da criança é psicomotriz.

O conhecimento e a aprendizagem centram-se na ação da criança

sobre o meio, os demais e as experiências através de sua ação e movimento.

Estimulação e reeducação. Através da psicomotricidade pode-se estimular e

reeducar os movimentos da criança. A estimulação psicomotriz educacional se

dirige a indivíduos sãos, através de um trabalho orientado à atividade motriz e

as brincadeiras. Na reeducação psicomotriz se trabalha com indivíduos que

apresentam alguma deficiência, transtornos ou atrasos no desenvolvimento.

Tratam-se corporalmente mediante uma intervenção clínica realizada por um

pessoal especializado.

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Na década de 60, os psicopedagogos começam a expandir-se e a se

organizarem, buscando inicialmente, as causas do fracasso escolar, através da

sondagem de aspectos do desenvolvimento físico e psicológico do aprendiz.

Presos a uma concepção organicista e linear, com conotação de patologia,

diagnosticavam as crianças com problemas de aprendizagem, como

portadores de disfunções psiconeurológicas, mentais e psicológicas. As

literaturas utilizadas nesta época baseavam-se nas contribuições de

pesquisadores que enfatizavam os conceitos de Disfunção Cerebral Mínima

(DCM) e os Distúrbios de Aprendizagem (afasias, disgrafias, discalculias,

dislexias), considerado os princípios responsáveis pela impossibilidade de

algumas crianças para aprender.

A psicomotricidade tem vertentes reeducativa, terapêutica e educativa,

a maior estratégia utilizada pela psicomotricidade e pela psicopedagogia é

criação e vínculos, uma empatia entre as brincadeiras, exercícios e as

dificuldades apresentadas pela criança.

Segundo Weiss (2009) a psicomotricidade deverá proporcionar

diversas e variadas experimentações, estimular a vivência simbólica e o

contato com os elementos de intervenção pedagógica, socialização e a

exteriorização da criança, valorizando atividades lúdicas, assim o jogo como

forma de brincadeira, ganha um papel importante no processo de

desenvolvimento e aprendizagem.

Para Sisto (et. al. 1996) o desenvolvimento motor sofre grande

influência, do meio social e biológico, podendo sofrer alterações durante seu

processo, visto que o brincar significa o meio mais importante para as

aprendizagens das crianças em desenvolvimento.

Oliveira (2001) sintetiza que toda sequência básica do desenvolvimento

motor está apoiada na sequência de desenvolvimento do cérebro, visto que a

mudança progressiva na capacidade motora de um indivíduo, desencadeada

pela interação desse indivíduo com seu ambiente e com a tarefa em que ele

esteja engajado. Em outras palavras, as características hereditárias de uma

pessoa, combinada com condições ambientais específicas como, por exemplo,

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oportunidade para prática, encorajamento, instrução e os próprios

requerimentos da tarefa que o indivíduo desempenha, determina a quantidade

e a extensão da aquisição de destrezas motoras e a melhoria da aptidão.

Segundo Weiss (2009), “O desenvolvimento psicomotor é de suma

importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do

tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo”. A educação

da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio

corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus

interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada, necessita que sejam

utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois

assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas,

indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar

consciência de si mesma e do mundo que a cerca. Bons exemplos de

atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a

consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da

aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando à formação da

sua personalidade.

Na perspectiva pedagógica os movimentos psicomotores contribuem

para o crescimento intelectual e emocional do indivíduo e para a melhoria da

qualidade de vida na sociedade. Em maioria esses movimentos são

promovidos no ambiente escolar, o desenvolvimento integral do educando,

contempla conceitos, habilidades, atitudes e emoções, através de metodologias

que valorizem a participação do individuo no processo de ensino aprendizagem

e que forneça a formação de cidadãos flexíveis prontos para o convívio com o

mundo contemporâneo.

Le Boulch (1988) afirma que a psicomotricidade não foi uma tendência

exclusiva da área da educação física, mas também da pedagogia, psicologia e

psicopedagogia. E com o tema de “educação pelo movimento”, a educação

física deixou para segundo plano os conteúdos até então trabalhados e passou

a priorizar conhecimentos de outras disciplinas, como matemática e português,

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39

como maneira de trabalhar com os alunos os conhecimentos de outras

disciplinas na sala de aula.

3.4 Relações entre professor/aluno numa visão

psicopedagógica

A Psicopedagogia como uma atividade voltada para um atendimento

personalizado àqueles alunos que merecem uma atenção especial exerce forte

influência em todo o processo de ensino-aprendizagem, visto quer através da

valorização do aspecto cognitivo como foco de reflexão. Tanto o educador

quanto o aluno passam a viver experiências relevantes não apenas para o

processo de ensino-aprendizagem na escola, mas também para uma

convivência maior que envolve o indivíduo e o seu meio numa construção

significativa de aprendizagens através das experiências vivenciadas

diariamente com o mundo e com as coisas nele existentes.

Para Porto (2008) o profissional da área de psicopedagogia dispõe de

diferentes linhas de atuação para a realização tanto de diagnóstico quanto da

ação reeducativa. Elas podem ser abordagem psiconeurológica, abordagem

neuropsiquiátrica, comportamental, cognitivista, abordagem gestálica,

Interacionista, psicomotora e outras. Cool também entende que estes

procedimentos devem ser utilizados como um processo de trabalho no qual

analisa a situação do aluno com dificuldades, dentro dos limites da escola e da

sala de aula, a fim de proporcionar orientações e instrumentos de trabalho aos

professores para que sejam capazes de modificar o conflito estabelecido.

A escola é um lugar onde professores e alunos experimentam

diferentes tipos de afeto: alegria ao realizar descobertas, tristezas nas

dificuldades do ensinar e aprender, raiva e/ou desconforto ao discordar dos

colegas. O conjunto dessas experiências pode influenciar o desenvolvimento

cognitivo de forma negativa ou positiva. Alguns autores salientam que o afeto é

indispensável na prática de ensinar, a dimensão afetiva na constituição do

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sujeito e na construção do conhecimento facilita a aprendizagem no processo

de educação. (PORTELLA, 2008)

Para Chalita (2008) a escola é um espaço rico de possibilidades, de

descobertas diárias da arte de ensinar e de aprender, de conviver, de viver em

harmonia. As relações professor/aluno e aluno/professor são um verdadeiro

laboratório para a vida, pois estão repletas de dilemas, de conflitos de escolhas

que permitem exercitar, resgatar, revisitar e rever os princípios, os objetivos, os

valores que nos mantêm unidos. A ação começa por poucos e vai contagiando

muitos, até que atinja todos.

É tarefa do educador, observar o processo intelectual do seu aluno,

visto que, a afetividade possibilita os motivos, as necessidades, os desejos que

dirigem o interesse da criança para o conhecimento e a conquista do mundo

exterior, o professor deve utilizar de aspectos afetivos para promover o avanço

cognitivo, que se funda na relação mútua entre professor/aluno. Na sala de

aula, a relação de afeto entre professor e aluno será decisiva para que o

educador possa ter sucesso, através de algumas práticas pedagógicas, como a

postura e o conteúdo verbal do educador; o conhecimento da inteligência e da

percepção está diretamente ligado ao mundo da afetividade, da paixão e da

curiosidade, sendo essas verdadeiras alavancas para redimensionar a

educação. (PORTELLA, 2008)

Quando a criança começa a se relacionar com o meio sociocultural, ela

toma consciência das coisas que giram ao seu redor. Ela começa a dar

importância e significado às coisas do mundo, aprendendo a agir dentro do

contexto em que está inserida. Criando novos conceitos, onde a linguagem

fornece as formas de organização do real, por isso Vygotsky (1984, apud

Portella, 2008 p. 212) destaca o quanto é importante que o professor

estabeleça uma boa relação com os alunos em fase de alfabetização, pois,

como consequência, estes seriam falantes e extrovertidos; havendo o contrário,

caso ocorra um caso de pouco uso da linguagem, bem como das expressões

de afeto e emoção, onde os alunos tornam-se calados e introvertidos.

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Sala de aula é um lugar coletivo de construção de conhecimento. A

relação entre professor e aluno deve ser saudável ao ponto de que o educando

possa ser um ser saudável, com a subjetividade mais elaborada, um adulto

mais equilibrado e seguro, é notório ao professor saber que o conhecimento é

constituído por emoções, razões, conteúdos e afetos. Os professores do século

XXI têm uma ação dinamizadora, impulsionando desafios de qualificar o

trabalho pedagógico, objetivando propiciar ao aluno um relacionamento que o

leve a desenvolver os modelos de intervenção mútua, a responsabilidade

compartilhada e a solução comum dos problemas, tornando-se uma lição de

amor e respeito mútuo.

Na visão psicopedagógica o professor tem o papel de orientador,

mediador e facilitador do processo de aprendizagem, interligando assim

professor e aluno numa interação entre sujeitos, possibilitando um futuro mais

humano para a sociedade. (PORTELLA, 2008)

Para Porto (2008, p. 50) a escola é um espaço de desenvolvimento da

habilidade imaginativa por meio de experiências que estimulem a

experimentação, a exploração e a criação. É conhecendo, explorando e criando

que as crianças se constituem enquanto sujeitos, já em sala de aula o

professor deve observar fatores que não dificulte o processo de aprendizagem

como: o uso de metodologias inadequadas, a falta de recursos didáticos, as

condições insatisfatórias de trabalho.

Para KAUARK (2008), olhar pedagógico é entender a hora certa de se

aproximar do aluno, é ser empático na hora de fazer seu planejamento de

aulas, é ter condições de fazer conquista diária de seus alunos, é saber usar as

ferramentas disponibilizadas pela instituição com criatividade, elaborar aulas

práticas com construções e aplicações de projetos de trabalho com atividades

bem elaboradas. É fazer o aluno perceber que sua escola é a melhor escolha,

incentivar o retorno do aluno para o dia seguinte e assim obter motivação

mútua.

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3.5 Combinações neurológicas e psicomotricidade

Piaget ressalta que a afetividade e cognição se completam e uma

oferece o suporte necessário ao desenvolvimento da outra, em suas

abordagens procurou romper com a dicotomia Inteligência/afetividade,

mostrando que o desenvolvimento psicológico é um só, em suas dimensões

afetivas e cognitivas para explicar a gênese da moral. (PORTELLA, 2008)

Segundo Ferreira (2001), desde Aristóteles o corpo foi negligenciado

em função do espírito. Apenas no século XIX o corpo foi estudado por

neurologistas e, posteriormente, por psiquiatras com o intuito de compreender

as estruturas cerebrais e esclarecer fatores patológicos.

O Sistema Nervoso é muito especial, é dele que dependem os

movimentos, ações, interações e integração do nosso corpo com o meio

ambiente. Ele coordena e regula as atividades do nosso organismo da

contração muscular, funcionamento de órgãos e as glândulas endócrinas.

Essas informações são selecionadas que podem ser eliminadas ou não pelo

cérebro que é a significância das informações. (PORTO, 2009)

Quando falamos em educação e aprendizagem, estamos falando em

processos neurais, redes que se estabelecem neurônios que se ligam e fazem

novas sinapses. Aprendizagem, nada mais é do que esse maravilhoso e

complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativa

essas sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos),

tornado-as mais "intensas". A cada estímulo novo, a cada repetição de um

comportamento que queremos que seja consolidado, temos circuitos que

processam as informações, que deverão ser então consolidadas.

A Neurociência é e será um poderoso auxiliar na compreensão do que

é comum a todos os cérebros e poderá nos próximos anos dar respostas

confiáveis a importantes questões sobre a aprendizagem humana, pode-se

através do conhecimento de novas descobertas da Neurociência, utilizá-la na

nossa prática educativa. A imaginação, os sentidos, o humor, a emoção, o

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medo, o sono, a memória são alguns dos temas abordados e relacionados com

o aprendizado e a motivação. A aproximação entre as neurociências e a

pedagogia é uma contribuição valiosa para o professor alfabetizador. Por

enquanto os conhecimentos das Neurociências oferecem mais perguntas do

que respostas, mas cremos que a Pedagogia Neurocientífica está sendo

gerada para responder e sugerir caminhos para a educação do futuro.

(RELVAS, 2009)

Entretanto, proporcionar uma boa aprendizagem para o aluno não

depende só do professor, pois é fundamental para uma educação que pretende

ajudar o aluno a perceber sua individualidade, tornando-o também responsável

pelo ato de aprender, proporcionar a otimização de suas habilidades,

facilitando o processo de aprendizagem e criar condições de aprender com o

aprender. Nesse contexto conhecer o seu padrão de pensamento pessoal e

saber como usá-lo é o primeiro passo para ser um participante ativo no

processo de aprender. A compreensão de como podemos lidar com certas

características pessoais ajudará o aluno a identificar, mobilizar e utilizar suas

características criativas e intuitivas, pois cada um aprende no seu próprio ritmo

e à sua maneira.

As combinações neurológicas com a psicomotricidade se dão através

de exercícios, segundo Relvas (2009) a criança que tem fobia escolar, na

realidade tem um sentimento ligado à angústia, que é um sinal de alerta para o

aparelho psíquico, é a angustia de uma separação, isso exige um olhar e um

tratamento mais específico, pois pode desencadear distúrbios psicossomáticos,

e futuros problemas psicopedagógicos, a criança agressiva também preocupa

educadores, vem de um impulso destruidor, para fazê-la exercer sua auto-

estima o caminho é propor atividades psicomotoras, com estímulos cerebrais,

dando a ela responsabilidades, como bônus de boa conduta. A neurociência

entra em conjunto com a psicomotricidade nos tratamentos da psicopedagogia.

O educador necessita conhecer as inteligências múltiplas, para

compreender a multiplicidade e a singularidade de seus educandos.

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Porto (2008, p. 57) diz que pouco se conhece sobre a dinâmica

emocional do homem, acabando por justificar o insucesso escolar pela

presença de problemas emocionais e desajustes na família, o fracasso escolar

não é culpa somente do aluno, mas é necessário que professor e escola

colaborem para propiciar um ambiente estável e seguro, onde a criança se

sinta bem, facilitando desta forma a atividade intelectual e proporcionar bons

resultados na aprendizagem.

A construção das funções mentais das crianças se dá por meio da

interação entre ela e os indivíduos mais experientes do seu meio social e é na

fase da pré-escola que a inter-relação do professor com o grupo de alunos é

constante. Essa construção de conhecimento influencia na personalidade da

criança, segundo Freud, não se pode modificar o passado, mas é possível

estruturar o presente e aperfeiçoar a criança para o futuro. (PORTO, 2008)

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CONCLUSÃO

A Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana,

assim como as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e

preveni-las, pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica,

para compreender os processos de desenvolvimento.

O desafio da Psicopedagogia no processo de ensino-aprendizagem,

em especial no campo da leitura e da escrita, tem sido o de encarar com

naturalidade os problemas enfrentados na escola com crianças com

dificuldades de desenvolvimento cognitivo, porém, do outro lado, a escola

atualmente investe em saídas mais humanas. No caso, a preparação

profissional do educador para lidar com problemas psicológicos que antes eram

considerados um desafio bem maior e em muitos casos, sem saída para o

educador, visto que a deficiência não só era do aluno em se desenvolver nas

atividades propostas pela escola. Mas também do educador em encarar as

diferenças individuais como um fator relevante a se pensar no ensino como

oportunidade de integração social dos educandos com necessidades de

atendimentos mais qualitativos, no caso, psicológicos e fonoaudiólogos.

A atuação da Psicopedagogia tem como base o pensar, a forma como

a criança pensa e não propriamente o que aprende. Ter um olhar

psicopedagógico de um processo de aprendizagem é buscar compreender

como os ensinantes utilizam os elementos do seu sistema cognitivo e

emocional para aprender. É também buscar compreender a relação do aluno

com o conhecimento, a qual é permeada pela figura do professor e pela escola.

Com a contribuição da psicologia, em especial a psicologia genética, o

foco da psicomotricidade se modifica do ato simplesmente motor para o corpo

em movimento e, com isso, acontece o segundo corte epistemológico voltado a

educação psicomotora.

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Ter conhecimento de como o aluno constrói seu conhecimento,

compreender as dimensões das relações com a escola, com os professores,

com o conteúdo e relacioná-los aos aspectos afetivos e cognitivos, permite

uma atuação mais segura e eficiente.

Devemos considerar que o desenvolvimento se dá harmoniosamente e

equilibradamente nas diferentes condições orgânica, emocional, cognitiva e

social.

As dificuldades de aprendizagem podem surgir quando um ou mais

aspectos citados encontram-se alterados e tendem a agravar-se na medida em

que não são diagnosticados precocemente. Podemos afirmar que o ser

humano é singular e a ele, somente a ele pertence sua situação, sua relação

com o processo que lhe foi oferecido e o desenrolar deste.

O novo modelo educacional faz do aluno o ser considerado “ser total”,

que possui outras inteligências, além da lingüística e da lógica-matemática, que

devem ser desenvolvidas, e o professor, facilitador do processo de

aprendizagem e não mero transmissor de informações prontas. (RELVAS,

2009, p.121)

O aprendizado não é adquirido somente na escola, é construído pela

criança em contato com o social, junto com sua família e no mundo que o

cerca. A família é o primeiro vínculo com a criança e é responsável por grande

parte de sua educação, e de sua aprendizagem, e por meio desta

aprendizagem ela é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir

seus saberes.

Às vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens

neurológicas, a família tem grande participação nesse fracasso. Percebe-se

nos problemas, lentidão de raciocínio, falta de atenção, e desinteresse. Esses

aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual.

A família desempenha um papel importante na condução e evolução do

problema acima mencionado, muitas vezes não quer enxergar essa criança

com dificuldades que muitas vezes está pedindo socorro, pedindo um abraço,

um carinho, para chamar a atenção para o seu pedido, a sua carência. Esse

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vínculo afetivo é muito importante para o desenvolvimento da criança.

Sabemos que uma criança só aprende se tem o desejo de aprender, e para

isso é importante que os pais contribuam nesse processo.

A abordagem psicopedagógica permite mediação. Colocar-se no meio

enquanto família, professor, escola, psicopedagogo e fazer dessa mediação a

base para um conhecimento completo, satisfatório. Permite também que o

indivíduo perceba que está aprendendo e que essa aprendizagem se manifeste

em relação à tarefa.

Para KAUARK (2008), olhar pedagógico é entender a hora certa de se

aproximar do aluno, é ser empático na hora de fazer seu planejamento de

aulas, é ter condições de fazer conquista diária de seus alunos, é saber usar as

ferramentas disponibilizadas pela instituição com criatividade, elaborar aulas

práticas com construções e aplicações de projetos de trabalho com atividades

bem elaboradas é fazer o aluno perceber que sua escola é a melhor escolha,

incentivar o retorno do aluno para o dia seguinte e assim obter motivação

mútua.

Na visão psicopedagógica o professor tem o papel de orientador,

mediador e facilitador do processo de aprendizagem, interligando assim

professor e aluno numa interação entre sujeitos, possibilitando um futuro mais

humano para a sociedade. (PORTELLA, 2008)

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 08

CAPÍTULO I

1 PSICOPEDAGOGIA, NUMA VISÃO HISTÓRICA E SEU SURGIMENTO

NO BRASIL ............................................................................................................. 11

1.1 Conceitos da Psicopedagogia ..................................................................... 12

1.2 O psicopedagogo, sua ética e a regulamentação do profissional

................................................................................................................................. 14

1.3 Campos de atuação do Psicopedagogo no Brasil ...................................... 16

CAPÍTULO II

2 CONCEITOS DE APRENDIZAGEM .......................................................... 19

2.1 Fases da aprendizagem, no processo ensino-aprendizagem .................... 20

2.2 Alguns transtornos de aprendizagem e como a afetividade pode ajudar ... 23

2.3 Avaliações Psicopedagógicas, métodos e necessidades ........................... 26

2.4 Enfoques psicopedagógicos na educação, no âmbito da prevenção e

reeducação .............................................................................................................. 29

CAPÍTULO III

3 TEORIA E PRÁTICA DO ASSESSORAMENTO PSICOPEDAGÓGICO ... 32

3.1 Psicopedagogia na alfabetização ................................................................ 32

3.2 Contribuições psicopedagógicas no aprendizado ....................................... 34

3.3 Psicomotricidade na psicopedagogia .......................................................... 36

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3.4 Relações entre professor/aluno numa visão psicopedagógica .................... 39

3.5 Combinações neurológicas e psicomotricidade .......................................... 42

CONCLUSÃO ......................................................................................................... 45

ÍNDICE .................................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 50

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http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/projeto_regulamentacao_psicopedago

go.htm

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