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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” A DIFÍCIL ARTE DE EDUCAR E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL GUILHERME FERREIRA ORIENTADOR: PROF. MESTRE ROBSON MATERKO RIO DE JANEIRO AGOSTO / 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

A DIFÍCIL ARTE DE EDUCAR E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO

ENSINO FUNDAMENTAL

GUILHERME FERREIRA

ORIENTADOR: PROF. MESTRE ROBSON MATERKO

RIO DE JANEIRO

AGOSTO / 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

A DIFÍCIL ARTE DE EDUCAR E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO

ENSINO FUNDAMENTAL

GUILHERME FERREIRA

Trabalho monográfico apresentado como

requisito parcial para a obtenção do Grau de

Especialista em Psicopedagogia.

RIO DE JANEIRO

AGOSTO / 2001

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Agradeço à minha querida esposa,

Hélia, que me encorajou e suportou-me

alterando um pouco o ritmo de vida e até

mesmo renúncia de alguns bens para que eu

pudesse adquirir os livros que me faltavam e

do pouco tempo que eu dispunha.

Agradeço a todos que cooperaram, aos

professores e aos colegas do Curso de

Psicopedagogia que nos apoiaram.

Por fim, a todos que estiveram, de

alguma forma ao meu lado, ora me

incentivando, ora me apontando caminhos.

Aproveitei cada idéia para finalizar esta

monografia. Obrigado.

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“A escola não é estática nem intocável.

A forma que ela assume em cada momento

é sempre o resultado precário e provisório

de um movimento permanente de

transformação impulsionado por tensões,

conflitos, esperanças e propostas

alternativas”.

(Cuidado, Escola!)

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SSUUMMÁÁRRIIOO

RESUMO................................................................................................................ 5

INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8

1. OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA FUNDAMENTAL...... 10

1.1. COMO SE MANIFESTAM OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM .............................. 15

1.2. PROBLEMAS FAMILIARES ............................................................................... 18

1.3. O MEDO ...................................................................................................... 20

1.4. A FOBIA ESCOLAR......................................................................................... 22

2. A ATUAÇÃO DOS EDUCADORES................................................................. 25

2.1. ESTRATÉGIAS DE TRABALHO PARA TODOS OS ALUNOS ..................................... 25

2.2. ESTRATÉGIA DE TRABALHO PARA ALUNOS QUE APRESENTAM PROBLEMAS DE

APRENDIZAGEM ................................................................................................... 26

2.3. FACILIDADES ENCONTRADAS ......................................................................... 27

2.4. DIFICULDADES ENCONTRADAS ....................................................................... 27

2.5. O PAPEL DO EDUCADOR É RECONHECER AS DEFICIÊNCIAS E AS EFICIÊNCIAS DO

EDUCANDO ......................................................................................................... 29

3. O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA NA APRENDIZAGEM ............................. 30

CONCLUSÃO ...................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 34

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RREESSUUMMOO

O objetivo desse trabalho é oferecer uma análise dos aspectos da

difícil arte de educar, nas diversas fases do ensino fundamental, pondo em prática

os conceitos da Psicopedagogia. A tarefa do professor é ficar atento ao

desenvolvimento e aos possíveis problemas que possam causar distúrbios e

problemas de aprendizagem.

Os fatores que podem causar atraso no processo de aprendizagem são

considerados fundamentais:

• Fatores orgânicos

• Fatores psicológicos

• Fatores ambientais

Ao educador cabe detectar as dificuldades na aprendizagem que

aparecem na sala de aula e fora dela.

Essa postura do professor facilita o encaminhamento da criança a um

especialista que, ao tratá-la tem condição de orientar o professor como lidar com

o aluno.

Quanto aos distúrbios causados pela escola, pelo professor e pela

família, deve-se instalar no setor escolar um profissional, o psicopedagogo, para

atender alunos, familiares e professores.

A família é responsável pela maior parte dos distúrbios na

aprendizagem da criança, afetando o desenvolvimento escolar.

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O medo é causado por três fatores: falta de segurança; falta de amor;

proteção. Casos esses sintomas manifestem e persista, ela deve ser

encaminhada a um profissional especializado a fim de proporcioná-la uma

maturação segura.

A fobia poderá levar a criança a uma incapacidade parcial ou total de

freqüentar a escola. Poderá atingir as crianças em todos os níveis sociais e em

todos os graus escolares. Não se pode confundir fobia escolar com temor natural.

As estratégias usadas pelos professores funcionam como uma

provocação ao aluno; o livro texto é apenas um ponto de apoio. A escolha do

material didático deve ser criteriosa, visando facilitar a aprendizagem e reduzir as

dificuldades.

As dificuldades estão nas próprias instituições e também no grande

número de profissionais leigos. Podemos encontrar profissionais especializados

na área que pode ajudar o educando e o educador.

Cabe ao professor ficar atento para detectar os possíveis distúrbios da

aprendizagem, que possa vir entravar a vida escolar da criança.

A Psicopedagogia estuda o processo da aprendizagem,

contextualizando teórico-prática que advêm da Pedagogia e Psicologia.

Sugerindo mudanças qualitativas no ensinar e no aprender, o

especialista em Psicopedagogia pode atuar a nível clínico a institucional, no ato

de ensinar e na ação de aprender.

A Psicopedagogia reconhece que a criança desenvolve no lar e na

escola, onde o aprender é intencional e sistematizado. A Psicopedagogia tem a

função de antecipar situações que possam gerar uma educação frustrante,

atuando na instituição, na consciência dos professores e no desenvolvimento

integral do aluno.

Foi usado nesse trabalho um cuidadoso levantamento bibliográfico do

assunto em apresso; conclui-se que a Psicopedagogia trabalha com o ser na sua

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totalidade, respeitando a sua dicotomia, possibilitando o seu desenvolvimento

integral.

Esse assunto merece ser estudado com mais afinco futuramente, pois

as deduções aqui descritas são passíveis de mudanças.

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IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Por que pe difícil a arte de educar no ensino fundamental?

O objetivo ao escrever esta monografia pe oferecer uma análise

contextualizada dos fatores e aspectos que poderão interferir, causando distúrbios

de aprendizagem no ensino fundamental, as quais despertam a atenção do

profissional, o psicopedagogo.

Procura-se evocar a arte de educar, observando a nova visão que tem

sido eficiente dentro do contexto psicopedagógico e estabelecer relações entre a

arte de educar e a cognição e o modo como o sujeito aprende.

Na palavra aprender exprime o maior segredo da vida: transformando

todas as intenções educativas e reflexão, bem como toda oportunidade de

crescimento em uma ação construtiva e prazerosa. Cada momento de

aprendizagem representa a possibilidade de aprender e conhecer.

Em todos os tempos o processo ensino-aprendizagem foi sempre lento,

devido a fatores externos e internos, que às vezes passam ou fogem ao controle

do professor, por desconhecê-los ou por considerá-los sem importância. No

passado sentiam essas dificuldades, mas não sabiam como resolvê-las. Hoje

existem vários estudos e ensaios no campo da educação, que podem levar a um

fim não completamente satisfatório, mas pode deixar o educador e educando

menos traumatizados e em parte realizados. A Psicopedagogia veio para colocar

a luz no final do túnel. As múltiplas inteligências são realidades que devem ser

observadas. O professor deve estar atento a todo tipo de deficiência e eficiência

no aluno.

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Os problemas podem ser desde os mais simples até os mais

complexos e nem sempre os detectam sem uma análise da origem do problema,

que pode estar: na família, na escola, no ambiente ou no educador. Os

antecedentes são importantes na Arte de Educar. Nessa nobre missão, envolve

carisma, dom, amor e muita dedicação.

Modelar ser humano, prepará-lo para que seja conforme a proposta

educativa da instituição.

Ensinar não é só que “A” é “A” e que “B” é “B”, mas é o que ele, o

aluno, ou seja o homem do futuro, fará de tudo isso no seu futuro, para ser útil,

beneficiar-se, realizar-se e conduzir-se num mundo em constantes mudanças e a

pós-modernidade.

O verdadeiro educador observa o presente e projeta o futuro. A arte de

educar deve ser prazerosa, a ponto de seus discípulos verem fluir no mestre, o

interesse em produzir nele, o discípulo, a felicidade. Ele o vê como gente, como

ser integral e que procura suprir as necessidades do saber e que trabalha a sua

dicotomia, para torná-lo realizado em sua trajetória.

Na difícil arte de educar, deparamos com a matéria-prima inacabada,

imperfeita, em busca da perfeição. Quando vemos um ser imperfeito, que tende à

perfeição, vindo de uma sociedade também carente e em constantes mudanças,

com deficiências psíquicas, orgânicas e ambientais, diante de situações adversas,

quedam-se importantes para tão nobre missão.

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11.. OOSS PPRROOBBLLEEMMAASS DDEE AAPPRREENNDDIIZZAAGGEEMM NNAA

EESSCCOOLLAA FFUUNNDDAAMMEENNTTAALL

Os problemas de aprendizagem que podem ocorrer tanto no início

como durante o processo educacional, surgem em situações diferentes para cada

indivíduo, o que requer uma observação e um conhecimento profundo do

educador, no campo em que elas se manifestam. “O ultraespecialista é como a

larva que tem a sua visão do mundo limitada à folha em que vive” (Ramon e

Cajal, 1982, p. 36). Ao tratar da folha precisa-se conhecer a árvore. Faz-se

necessário conhecer a procedência da criança, ela é mais do que matéria-prima,

é parte da própria natureza.

Na versão Bíblica, da Imprensa Bíblica Brasileira da 9a impressão, no

livro de Gênesis (p. 1 e 2).

“Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.

Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais do campo e todas as aves do céu e os trouxe ao homem, para ver como os chamaria; e tudo que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi seu nome” (Bíblia Sagrada, 1993, p. 5-6).

Deus é o oleiro, que molda ao barro o homem. Essa relação da

imagem de Deus, o oleiro, nos torna inteiramente dependentes do Criador. Os

animais também de todas as espécies, dotados de vida, fazem parte do mundo

humano, mas não foram dotados de inteligência, qualidade que nos tornam

diferentes. No ato da criação, para os animais e os elementos da natureza, Deus

ordenou a sua existência. Ao homem, Deus o modelou do pó da terra conforme a

sua imagem e semelhança. Esse ser dotado de inteligência emoções,

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sentimentos, também está sujeito à natureza da qual é parte. A imagem do oleiro

exprime a inteira dependência do homem em relação ao Criador. Ao deparar com

uma classe, lembre-se, estou diante da semelhança de Deus e devo tratá-lo como

tal.

O papel do educador é reconhecer que o educando já traz consigo,

codificado o potencial que precisa ser desenvolvido. Educar é tirar de dentro do

ser o que lá existe em germe, em potencial. A difícil arte de educar se manifesta

quando vamos trabalhar e desenvolver este ser criado, moldado, à imagem e

semelhança de Deus.

Às vezes a tarefa nos torna difícil porque passamos a depender de

métodos que se julga adequados ao processo educacional, que visa à formação

consciente da pessoa, historicamente situada, promovendo e respeitando valores

educacionais.

As nossas intenções educacionais são, até certo ponto, boas, mas não

basta; faz-se necessário conhecer a estrutura de nossa matéria-prima, sua

procedência. Gouvêa relembra “a idéia de um homem moldado a partir do barro

da terra, de ser esse barro a matéria-prima em que se repousa o segredo do

homem e na qual Deus se espelharia para construir o homem” (Gouvêa, 1984, p.

58-59).

Para desvendar esse segredo que possui fatores desconhecidos e

conhecidos, entra em cena o professor, figura indispensável no processo ensino-

aprendizagem. Os fatores que deparamos no dia a dia de sua missão, que podem

desencadear os distúrbios de aprendizagem. São considerados fundamentais:

• Fatores orgânicos

• Fatores psicológicos

• Fatores ambientais, etc.

É preciso muito amor e o mesmo sentimento que Deus teve ao criá-lo à

sua imagem e semelhança.

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Alguém disse: “A ostra consegue com toda a sua dor, transformar um

grão de areia numa linda pérola”.

O educador não é um transformador de idéias, mas aquele que cria

condições para que as mudanças ocorram, que podemos chamar aprender.

“Aprendizagem é a progressiva mudança do comportamento que está ligada, de um lado, a sucessivas apresentações de uma apresentação de uma situação e, de outro, a repetidos esforços dos indivíduos para enfrentá-la de maneira eficiente” (Sawrey e Telford).

Aprendizagem é uma mudança progressiva que se dá no campo

sistematizado, nos ambientes culturais e espirituais, abrangendo o ser total,

tornando-o realizável e completo para continuar a aprender (Guilherme Ferreira,

2001).

Das definições de aprendizagem podemos concluir que:

1o. Aprendizagem é mudança de comportamento. Isto é, quando

repetem comportamentos já anteriormente realizados, não está aprendendo. Só

pode haver aprendizagem na proporção que houver uma mudança no

comportamento.

2o. Aprendizagem é mudança de comportamento que resulta da

experiência. Nem todos os nossos comportamentos são aprendidos. Há os que

resultam da maturação ou crescimento do organismo e que não constitui

aprendizagem: respiração, digestão, salivação.

Aprendem continuamente novos comportamentos, adquirem outros e

modificam os que não são adequados para novos valores. Aprendem na escola,

fora dela. Aprende de forma sistematizada, organizada e também aprendem de

forma assistemática.

São três os fatores ligados à aprendizagem:

Situação estimuladora: são vários fatores que provocam os órgãos

dos sentidos da pessoa que aprende, este recebe o nome de ESTÍMULO.

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Pessoa que aprende: é a pessoa atingida pelo estímulo. Para a

aprendizagem são necessários os órgãos dos sentidos, que recebem a situação

estimuladora e o sistema nervoso central, que interpreta a situação estimuladora

e ordena a ação; e os músculos, que executam a ação.

Resposta: é a ação resultante da estimulação e da atividade nervosa.

A aprendizagem acontece quando a pessoa começa a responder aos estímulos.

Qualquer problema de aprendizagem implica amplo trabalho do

professor junto à família da criança, para analisar situações e levantar

características das dificuldades que estão servindo de empecilho para que o

aluno aprenda.

O professor poderá cometer erros por desconhecer o pensamento

infantil e o estágio em que se encontra o aluno. O professor deve ter uma noção

do que é normal, problemático e anormal no comportamento da criança.

A noção do normal. Para o professor que necessita avaliar um

problema de aprendizagem, é importante estabelecer um critério seguro e

significativo. Nesse aspecto, Mielinik (p.13) formula uma definição que pode ser

adequada quando diz que: “para podermos conceituar o que é normal, devemos

basear-nos no progresso da criança, em sua evolução e desenvolvimento,

comparando-a com suas próprias habilidades e capacidades em épocas

diversas”.

Como o movimento da criança para a liberdade e a autonomia

acontece de maneira gradativa, cabe ao professor reconhecer as características

próprias do comportamento da criança em cada faixa etária.

Problemático ou patológico? Para um bom desenvolvimento da

criança, é preciso um ambiente afetivamente equilibrado, onde ela receba amor

autêntico e possa satisfazer as necessidades próprias do seu estado infantil.

Quando isso não acontece, inicia-se uma luta entre o ambiente em que

a criança vive e suas exigências, o que provavelmente a levará a uma situação de

desequilíbrio, possível geradora do comportamento problemático ou patológico.

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Segundo Mielnik (1982, p. 85), “a situação problemática abrange

especialmente o relacionamento difícil com o meio e as pessoas”. Na criança, ela

se manifesta no emocional, supersensibilidade, rejeição, sensação de pânico em

determinados momentos, ansiedade, regressão ou infantilização.

O mesmo autor adverte que se essas reações tornam-se freqüentes,

deve se considerar o quadro como tendendo a anormal ou patológico.

Nesse caso, a criança torna-se agressiva, atitudes destruidoras de

maneira compulsiva, medo excessivo de tudo, extrema agitação ou mesmo

ausência de relacionamento pessoal.

O comportamento anormal ou patológico pode ter origem na própria

criança (fator genético) ou no ambiente (fator social).

Para Mielnik eles apresentam com as seguintes características:

• Idade

• Constituição física

• Desenvolvimento

• Ambiente cultural

• Conduta e personalidade dos pais e irmãos

• Tendências internas e defesa psíquica do ego infantil

• Tensões e traumas da vida cotidiana aos quais a criança fica

exposta

• Influências de pressões internas e externas

• Meios de adaptação a essas pressões

• Processos envolvidos na maturação da personalidade da

criança

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1.1. COMO SE MANIFESTAM OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM

Os problemas de aprendizagem estão ligados às situações difíceis

enfrentadas pela criança normal e pela criança com um desvio do quadro normal,

mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo ou num processo mais

demorado (são alunos multirrepetentes).

Podemos considerar o problema de aprendizagem como um sintoma,

no sentido de o não aprender não figura um quadro permanente, mas ingressa

numa constelação peculiar de comportamentos, nos quais se destaca como sinal

de descompensação (Paz & Paim, 1985, p. 28).

Pela intensidade com que apresentam os sintomas e comportamentos

infantis, pela duração que eles têm na vida escolar e pela participação do lar e da

escola nos processos problemáticos, fica difícil para o professor diferenciar um

distúrbio de um problema de aprendizagem.

Entretanto, estabelecer os limites que separam “problemas” de

aprendizagem dos chamados “distúrbios” de aprendizagem, é uma tarefa muito

complicada que poderá ficar a cargo do especialista na área em que a deficiência

se apresenta.

Ao educador cabe detectar as dificuldades de aprendizagem que

aparecem na sala de aula, gerada pela escola, pela família, principalmente nas

áreas mais carentes e investigar as causas de forma ampla, nos aspectos

orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos, somando à problemática

ambiental em que a criança vive.

Essa postura do professor facilita o encaminhamento da criança a um

especialista que trata a deficiência, tem condições de orientar o professor como

lidar com o aluno em salas normais ou indicar o aluno para uma sala especial.

Entretanto, em geral, a postura é igual à de outros autores que se

dedicam a estudar esse assunto e que usam os termos “problemas” e “distúrbios”

de forma indiscriminada.

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São vários os fatores que podem desencadear um problema ou

distúrbio de aprendizagem. São considerados principais:

• Fatores orgânicos – alimentação inadequada, saúde física

deficiente.

• Fatores psicológicos – inibição, timidez, fantasia, ansiedade,

angústia, sentimento de rejeição, fora da realidade e falta de

integridade neurológica.

• Fatores ambientais – a educação administrada na família, o grau

de estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias

de vida e a influência dos meios de comunicação, etc.

Muitas crianças são identificadas como portadoras de problemas de

aprendizagem por não conseguirem realizar o que se espera a programação de

ensino. Também podem ficar presas a mecanismos que tentam reproduzir sem

êxito, seja porque talvez saibam mais do que está sendo ensinado pelo professor,

falta-lhes mecanismo para se expressarem. (Carraher, Caderno de Pesquisa no

42, p. 70-86).

Precisamos de uma avaliação muito mais minuciosa e abrangente,

quando o ato de aprender se apresenta como problemático. O professor não deve

esquecer que o aluno é um ser social com cultura, linguagem e valores

específicos aos quais ele deve estar sempre atento, inclusive para evitar que seus

próprios valores não sejam uma barreira que o impeça de auxiliar a criança em

seu processo de aprender. A criança é um ser carente e que precisa ser olhada

como um ser total. Por isso, quando apresenta dificuldades de aprendizagem, ela

precisa ser avaliada em seus vários aspectos. No quadro a seguir, Carrell e

Schwarz relacionam as formas de distúrbios que podem ocorrer no processo de

aprendizagem, de acordo com os seus vários aspectos.

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Quadro 1 – Distúrbios no processo de aprendizagem

1 – Distúrbios de aprendizagem condicionados pela escola

a) Os causados pelo professor

b) Os causados pela relação professor aluno

c) Os causados pela relação entre os alunos

d) Os causados pelos métodos didáticos

2 – Distúrbios de aprendizagem causados pelo ambiente familiar

3 – Distúrbios de aprendizagem causados por características próprias da

personalidade de cada criança

4 – Distúrbios de aprendizagem causados por dificuldades na educação

Fonte: Coelho e José, 1990, p. 24.

A proposta do sistema educacional brasileiro é oferecer, para cada

criança, a oportunidade de aprender usando tanto quanto a sua capacidade

permitir.

Entretanto, os alunos que apresentam distúrbios na aprendizagem,

poucos são os que têm oportunidades. Eles não conseguem acompanhar o

currículo estabelecido pelas escolas, que por sua vez têm que obedecer

acompanhar as exigências dos órgãos governamentais de educação; esses

alunos fracassam ao longo do processo, são classificados como retardados

mentais, classificados como ou rotulados como alunos fracos e multirrepetentes.

São crianças que precisam de um acompanhamento especializado e são poucos

os sistemas educacionais que podem atendê-los.

Quanto aos distúrbios causados pela escola e pelos professores,

devemos instalar no próprio setor educacional, atendimento psicopedagógico,

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para atender alunos, familiares e os próprios professores que não tenham essa

formação.

Os professores seriam orientados na adequação do programa, na

elaboração de métodos a serem aplicados e na forma ideal de atender as

crianças que apresentam problemas de aprendizagem.

A educação especial, porém, é uma utopia na realidade brasileira.

Somente as classes sociais abastadas conseguem educar, com um certo grau de

dificuldade, adequadamente uma criança com dificuldades de aprendizagem. Na

escola pública, o professor conta com os seus próprios conhecimentos, e ao

detectar qualquer dos problemas, solicita ajuda junto à família, para que possam

amenizar e ajudar a criança a superar as dificuldades.

1.2. PROBLEMAS FAMILIARES

A família é responsável por uma grande parcela dos distúrbios de

comportamento que refletem no desequilíbrio social e emocional das relações

existentes na família.

A família é a primeira unidade com a qual a criança tem contato social

e é neste contexto que desenvolvem os padrões de socialização e também são

gerados os problemas sociais e comportamentais.

Muitas e variadas famílias existem, entre elas citamos:

• A família, cujo um dos cônjuges assume o lugar de pai ou de

mãe: a criança sente a falta do pai ou da mãe e busca um

referencial nos avós, tios.

• A família pode ser constituída pelos avós que moram juntos: isso

desenvolve na criança uma relação diferente da que ela tem

com os pais, isto gera muitas vezes problemas sérios no que diz

respeito à sua educação; crianças que não conseguem ler são

muito tímidas e retraídas, falam muito baixo ou muito alto, outras

são muito revoltadas e agridem os colegas.

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• Família em que os cônjuges são de raça e religião diferentes:

provoca na criança controvérsias entre a linguagem, aspectos

físicos e as opiniões são sempre diferentes. São idéias e

opiniões diferentes.

• A família formada por um segundo casamento: exige uma

adaptação muito demorada para que a criança se adapte ao

novo pai ou à nova mãe. Isso desestabiliza a criança

emocionalmente, dificultando a concentração da criança.

Na família existem problemas que afetam direta ou indiretamente a

criança, interferindo no desempenho escolar. Neste caso, um bom relacionamento

entre a escola e a família pode, sem dúvida, ajudar a criança a vencer as

dificuldades.

Os problemas mais comuns existentes na família podem interferir na

aprendizagem e em outros aspectos do desenvolvimento emocional da criança:

Separação dos pais. Pode trazer um desajustamento social muito

grande para a criança, levando-a à agressividade, angústia, depressão,

sentimento de abandono e, nos casos em que ela se sente perdida, dividida e

sem saber se é ou não amada.

Morte. A morte dos pais, dos avós ou de um parente próximo pode

causar grandes conseqüências para a criança, dependendo do grau de

maturidade e das atitudes da família em relação ao fato.

As reações da criança poderão desencadear rapidamente ou

lentamente, dependendo da importância e do grau de ligação sentimental com a

pessoa que agora está ausente. Podem também manifestar das mais variadas

formas: em um dos casos, a criança torna-se irritada, agressiva, intolerante,

insatisfeita (deseja a satisfação imediata); outra torna-se solitária, tímida e às

vezes desinteressada pela vida e outras demasiadamente eufóricas, contando

piadas e vantagens que não são realidades.

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Superproteção. A superproteção impede a criança de tomar qualquer

iniciativa própria. Pode manifestar atitude desrespeitosa e anti-social, provocada

pelo excesso de liberdade adotado em casa. Isso acontece na maioria das vezes

com criança que é filha única.

No caso da criança que vai pela primeira vez à escola, ela chega e se

retrai, pois se vê num ambiente estranho com crianças iguais a ela, dividindo

atenção e o carinho da professora. Esse desequilíbrio acompanha com freqüência

as crianças até o final do curso fundamental e às vezes no curso médio.

1.3. O MEDO

O medo apresenta uma das emoções normais da vida humana. É um

estado emocional de alerta, que se caracteriza por sensações de desconforto e

ansiedade ante um perigo iminente.

O medo é freqüente em todas as crianças, de todas as idades. Aquele

que protege a criança dos perigos deve ser corretamente treinado.

Dependendo das experiências vividas pela criança e do ambiente que

a cerca, ela pode passar por várias fases de medo, até cria uma verdadeira fobia.

Quadro 2 – Evolução do medo

- Medo biológico

- Medo Psicológico

- Medo condicionado (perda do conteúdo intelectual)

- Ansiedade

- Fobia

Fonte: Coelho e José, 1990, pp. 176-177.

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Quando muito pequena, a criança assusta-se com facilidade perante

quadros e locais desconhecidos, ruídos; ela teme as situações novas e reage por

meio de sobressaltos, prantos, gritos e agressividade.

Na idade escolar predomina o medo proveniente da própria

imaginação. Ela tem medo de fantasma, ladrões, bruxas, bicho-papão, saci,

pessoas que possam estar escondidas. Tem medo de ao chegar em casa, não

encontrar os pais.

À medida que a criança vai desenvolvendo, começa a perceber o que

realmente teme.

A criança na qual o medo persiste, fazendo com que seu

comportamento se distancie do comportamento das outras crianças, por

apresentar desvio na formação da personalidade; como insegurança, ansiedade e

depressão. Os pais e professores devem estar alertas para detectar tais sintomas

e conduzí-las a um tratamento psicoterápico, com profissionais especializados, a

fim de propiciar à criança uma maturação segura.

O medo é causado por três fatores: falta de segurança. Falta de amor e

falta de proteção.

Não é possível acabar com o medo com uma palavra apenas. Uma

criança apavorada não tem tranqüilidade e não ficará tranqüila simplesmente

porque lhe explicamos que não há motivos para se ter medo.

Um adulto tranqüilo, paciente, seguro, influi no comportamento e

acalma a criança.

Medidas que podem ajudar a controlar o medo:

• Não obrigar a criança a enfrentar o que a amedronta

• Não utilizar o medo como brincadeira para ameaçar a criança

• Ouvir os motivos do medo

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• Acolher a criança amedrontada

• Desviar a criança do fato que lhe causa medo

• Associar o medo a fatos agradáveis

Nos primeiros dias de aula é natural a criança recear a situação, a

própria escola, os colegas, os funcionários e o professor. Cabe ao professor ficar

atento ao comportamento da criança.

O receio de falhar, de ser reprovada, essas atitudes devem ser

observadas pelo seu professor; o aluno deve sentir-se acompanhado, observado,

valorizado e amado.

A aprendizagem acontece quando a criança sente-se valorizada,

amada e feliz. O professor é um estimulador da inteligência e um agente

orientador da felicidade.

1.4. A FOBIA ESCOLAR

A fobia escolar pode ser a incapacidade total ou parcial de freqüentar a

escola.

Ela ocorre em crianças de todos os níveis sociais, de todos os graus de

escolaridade e em todos os níveis de inteligência. Manifesta-se através da

ansiedade, pânico, náuseas, vômitos, diarréia, dores de cabeça, falta de apetite,

insônia, palidez e febre. A criança pode até chegar à escola e assim que ela

chega começa a sentir esses sintomas e chora.

Não se pode confundir fobia escolar com o temor natural dos primeiros

dias de aula, principalmente na pré-escola. Se tais sintomas persistem, deve o

professor suspeitar de fobia escolar.

Na maioria dos casos, a mudança de escola ou professor não elimina o

problema, pois a fobia escolar não existe pelo medo de ir à escola, mas sim pelo

medo de ser abandonada fora de casa.

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Esse temor acentua-se quando a mãe, insegura, carente afetivamente

e que precisa da criança para realizar-se emocionalmente, reprime todo o

processo de crescimento de liberdade do filho, prejudicando-o emocionalmente.

Quanto mais nova a criança, mais facilmente se pode tratar e contornar

o problema. Nos adolescentes, em geral só se consegue alguns resultados

através da psicoterapia intensiva.

O resultado de uma criança fóbica se origina de pais ou parentes

próximos superprotetores, que com o seu comportamento estimulam o filho a ficar

em casa, inventar doenças, que podem ser imaginárias. Outras causas são as

experiências desagradáveis vividas pelos alunos; os leva a não gostar da escola;

muitas vezes a criança pode ficar traumatizada por ouvir sempre que é estúpida e

burra.

Os alunos que mostram esses sintomas necessitam de ajuda

especializada dentro e fora da classe.

É de suma importância dialogar com a criança, na busca constante de

compreensão das suas inquietações e desejos, assim como de seus mecanismos

de aprendizagem, pois podemos então “relacionar os diferentes elementos que

pertencem aos sistemas em que se está trabalhando: nossos pensamentos, os

pensamentos das crianças, o diagnóstico, a intervenção, a família e a escola”

(Macedo, 1994, p. 91).

Uma das tarefas do professor é criar uma relação de aceitação entre as

crianças, num clima de harmonia e amizade, tentando descobrir o problema, a fim

de poder ajudar. O professor deverá se organizar:

1. Colocar a criança com problema sentada perto de alunos

comunicativos, que facilmente faz amizade.

2. Programar os trabalhos em equipe, para que haja interação do

aluno.

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3. Discutir os problemas do aluno com a equipe da escola e obter

cooperação. Encorajar o aluno a dar recados e buscar algo que

precise; ele sentirá valorizado e terá oportunidade de se

comunicar com outros professores.

4. Elogiar o trabalho da criança sempre e exibi-lo para chamar a

atenção sobre seu talento e habilidades.

5. Conservar a auto-estima da criança, atribuindo a ela algumas

tarefas específicas pelas quais é responsável: limpar o quadro,

recolher os trabalhos e outros.

6. Encarregar a criança de levar um objeto a outro colega.

7. A coerência é outro fator que facilita a aprendizagem.

(Guilherme, 2001).

A dificuldade de aprendizagem e comportamental é dificultada pela

comunicação verbal, pois nem sempre essa comunicação verbal chega ao

receptor com o mesmo conteúdo original. Fala-se nas informações passadas

pelos pais e professores, que ao chegar no aluno, eles a recebem sem nenhum

entendimento ou parcialmente.

O acúmulo dessas falhas: nas comunicações, nos relacionamentos

causa inquietação, desinteresse e dificultam a aprendizagem.

As idéias devem ser transmitidas com coerência. Deixar o velho

caderno de cópia e questões ultrapassadas e adotar o novo, mesmo que lhe

custe um pouco mais de esforço e tempo para atualizar-se (Guilherme, 2001).

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22.. AA AATTUUAAÇÇÃÃOO DDOOSS EEDDUUCCAADDOORREESS

2.1. ESTRATÉGIAS DE TRABALHO PARA TODOS OS ALUNOS

Segundo Beatriz Sroz, nas observações realizadas nas salas de aula e

nas entrevistas, surgiram alguns dados referentes às estratégias de trabalho

utilizadas para todos os alunos. De um lado foram priorizados os dados referentes

às estratégias de ensino mais freqüentemente utilizadas e, de outro, aquelas que

apresentam uma relação mais próxima com os problemas de aprendizagem

apontados pelos professores.

Foram encontrados professores utilizando várias estratégias: cartilhas,

como ponto de apoio. O livro texto, em qualquer das etapas escolares, não deve

ser um fim, mas um instrumento de provocação, que conduz o educando a

habilidades para conclusão de um determinado assunto programático proposto. O

livro texto funciona como um ponto de partida ou apoio, um modelo norteador

para a apresentação e desenvolvimento do conteúdo, sobretudo para os

professores principiantes. O livro texto nunca deve constituir um instrumento

principal, mas provocador e que funciona dentro e fora da escola.

Há professores do Primeiro Segmento utilizam cartilha, outros não

adotam este instrumento.

O material didático para as classes iniciais causa muita dificuldade na

sua escolha e o uso adequado do mesmo.

A escolha do material didático deve ser criteriosa, visando proporcionar

facilitar a aprendizagem dos alunos.

Todo o material didático deve ser direcionado para a autonomia do

aluno, no pensar e no agir.

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Para que a interação social atue a zona de desenvolvimento proximal,

fazendo com que os processos maturacionais em andamento complementem-se

e forneçam novas bases para novas aprendizagens, é preciso plantar situações

educativas que promovam uma aprendizagem efetiva e prazerosa, levando os

alunos a expor seus conhecimentos, a questionarem e se apropriarem de novos

conhecimentos. Também é necessário orientar a interação social por meio de

regras claras, bem definidas, organizando, integrando, concebendo atividades

bem coordenadas, ajudando os alunos a superarem os entraves que aparecem

ao longo da construção do saber.

2.2. ESTRATÉGIA DE TRABALHO PARA ALUNOS QUE APRESENTAM

PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM

Existem escolas que já trabalham com classes de desdobramento e

classes homogêneas.

Um dos fatores positivos da formação dessas de desdobramento é que

eles recebem um pouco mais de atenção dos professores, a fim de superar a sua

defasagem. É um desafio para o professor ensinar também os alunos candidatos

ao fracasso e esses percebendo que estão recebendo uma atenção especial,

acabam conseguindo obter sucesso. Geralmente nessas classes, o professor tem

que estar atento, pois os alunos mais fracos costumam juntar-se aos mais fortes

e, por ser mais fraco, copia sempre, mas na hora de expor suas idéias não

conseguem. É o caso do aluno que tira boa nota num trabalho de classe e não

consegue numa avaliação, onde ele deverá expor o que aprendeu.

Esse aluno vai sempre aceitar a idéia do outro, e a sua ele não

conseguirá expor, ao passo que se ele fosse colocado com um colega com o

mesmo nível, parecido, haveria uma troca. Se o outro está muito além, não

haverá uma troca, pois o mais fraco só recebe e não cria nada.

As classes homogêneas, para se trabalhar é melhor, mas impede o

aluno de vivenciar outros níveis de conhecimento e que as mais fracas se

beneficiam com o contato com as mais experientes.

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Além disso, cabe ao professor trabalhar de forma a atender aos dois

grupos, sem caracterizar os mais fracos de deficientes e fracassados. Estes

alunos não são incapazes, só tem uma outra forma mais lenta de chegar ao

mesmo nível dos outros, dependerá da experiência do professor.

Amor, carinho e afeto são as armas que o professor usa para superar

as deficiências de aprendizagem que os alunos apresentam.

Quando um aluno se torna rebelde e perturbador é porque ele não

sabe o que fazer com as suas tarefas. Entra aí a experiência do professor, a fim

de evitar que esse aluno fique com ansiedade. Cabe à escola propiciar ao

professor oportunidade de interação com o conhecimento, que deve ser tão

importante quanto na aprendizagem do aluno.

Uma das estratégias utilizadas pelos professores, quando o aluno

apresenta problema na aprendizagem, é entrar em contato com a família e fazer

com que ela participe das dificuldades da criança, valorize o estudo dos filhos, o

que a escola representa na vida deles e o que pretende com a escolarização dos

filhos. Dessa forma direta afetiva, talvez encontrasse elementos para redirecionar

o trabalho com os alunos. Encaminhar os alunos que apresentarem os problemas

da aprendizagem freqüentes a um profissional para fazer uma anamnese e,

assim, determinar o tratamento adequado.

2.3. FACILIDADES ENCONTRADAS

Hoje uma das facilidades encontradas é poder contar com profissionais

especializados nas diversas áreas consideradas problemas da aprendizagem ou

ligadas a ela: problemas físicos, alimentares, trabalho, vagas nas escolas,

doenças, desnutrição e a pior doença é a falta de visão do futuro, perspectiva de

vida.

2.4. DIFICULDADES ENCONTRADAS

São inúmeros fatores que têm dificultado o trabalho de professores

com alunos com problemas de aprendizagem: falta de formação e

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desenvolvimento profissional de orientação, de estrutura e condições de

funcionamento das escolas.

A falta de conhecimentos teóricos consistentes é um dos fatores que

leva os professores a encontrarem dificuldades para reformular e “criar”

estratégias de ensino adequadas aos objetivos traçados, fazendo-os procurar

respostas enlatadas para as suas dúvidas. Outro fator é e influência sofrida por

parte do sistema escolar durante anos. Nas escolas públicas, os professores

recebem a programação já elaborada, transformando-os em meros reprodutores

de atividades por outros, destituindo-os do seu saber, reforçando a dicotomia

entre o fazer e o pensar.

Uma outra dificuldade é a grande carência de nosso país no setor

educacional, levando em conta a economia, a política e a extensão territorial, que

coloca o Brasil como um país campeão, com professores leigos, sem formação

adequada para ensinar no ensino fundamental.

A Psicopedagogia sabe que os problemas educacionais e de

aprendizagem, muitas vezes, são decorrentes da organização e da forma de

desenvolvimento social. Os próprios paradigmas seguidos pelo nosso sistema

através da história, têm dificultado as mudanças, ficando só nas críticas. A

Psicopedagogia não desconhece que, a Educação sofrer a determinação da

sociedade, exerce sobre ela parcela de influência, podendo ajudá-la no seu

processo de transformação. “É nesse momento que ela deseja realizar”.

No início deste século, terceiro milênio, a evolução da economia, das

relações internacionais e dos grandes avanços tecnológicos, coloca-nos a

questão do conhecimento como prioritária, porque exige recursos humanos cada

vez mais capacitados e capazes de produzir, criticar, processar, transformar e

comunicar-se. A queda dos grandes impérios totalitários tem contribuído para que

haja algo imprescindível para o ser humano: liberdade e qualidade de vida.

Anseia-se uma sociedade com um padrão de vida melhor, em que os bens e o

conhecimento produzidos pelo desenvolvimento sejam democratizados.

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Para que ocorra uma ação transformadora, é preciso abrir mão de

posturas educacionais radicais, e abraçar propostas nas quais as denúncias e

críticas ao sistema educacional brasileiro cedam lugar a um trabalho vinculado,

que defina o papel das diferentes ciências em relação à educação e considere o

ser humano total em toda a sua dimensão.

2.5. O PAPEL DO EDUCADOR É RECONHECER AS DEFICIÊNCIAS E

AS EFICIÊNCIAS DO EDUCANDO

Ao educador cabe examinar, acompanhar e avaliar o comportamento

de cada criança, assim como avaliar o resultado da aprendizagem de acordo com

a média do grupo ao qual a criança pertence.

É de competência do professor detectar as possíveis causas dos

distúrbios que podem ser: orgânicos, psicológicos e ambientais.

Uma vez encontrado qualquer um dos distúrbios da criança, o

professor deve se encaminhar junto aos familiares do aluno para tratamento. O

entrosamento família-escola é sempre importante.

Se considerar o ensino como um processo de influência interpessoal, a

interação terá um caráter de solidariedade e co-responsabilidade, preservando-se

o rigor e a seriedade no tratamento dos conteúdos.

O aluno, por sua vez, assumirá uma atitude de aproximação ou

afastamento, conforme se perceber neste contexto, o que influirá fortemente em

sua aprendizagem.

O papel do professor deve ser de mediador entre o aluno, capaz de

conhecer, e a verdade, que pode ser conhecida. A comunicação do professor com

os alunos se realiza em dois níveis: no conhecimento e na visão de mundo. Todo

ensino supõe diálogo, comunicação, cognição e afetividade.

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33.. OO PPAAPPEELL DDAA PPSSIICCOOPPEEDDAAGGOOGGIIAA NNAA

AAPPRREENNDDIIZZAAGGEEMM

A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem a partir de uma

contextualização teórico-prática que advém da Pedagogia e da Psicologia. A

práxis psicopedagógica apresenta propostas educacionais que convidam a

criança a participar ativamente do seu processo de aprendizagem; o que

configura a necessidade de uma mudança qualitativa no ensinar e no aprender. O

aprender vivido de forma mais integrada, propõe um conhecimento experenciado

na totalidade das relações intrínsecas e extrínsecas à aquisição do conhecimento

(Alessandrini, 1996, p. 21).

A partir da década de 80, a Psicopedagogia, em função da eficiência

demonstrada na clínica, tem se estruturado como corpo de conhecimentos e se

transformando em campo de estudos multidisciplinares. Seu objetivo é resgatar

uma visão mais globalizante do processo de aprendizagem e, conseqüentemente,

dos problemas decorrentes desse processo (Scoz, 1992, p. 23).

Especialista em Psicopedagogia pode atuar tanto em nível clínico

quanto institucional, pois propõe compreender a atuar nos vínculos presentes

entre o ato de ensinar e a ação de aprender, assim como nas possíveis barreiras

que impedem seu fluir harmonioso.

É de suma importância dialogar com a criança, em sua busca

constante da compreensão de suas inquietações e desejos, assim como de seus

mecanismos de aprendizagem, pois podemos então “relacionar os diferentes

elementos que pertencem aos sistemas em que se está trabalhando: nossos

pensamentos, das crianças, o diagnóstico, a intervenção, a família e a escola”

(Macedo, 1994, p.91).

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A Psicopedagogia reconhece que a criança deve desenvolver no lar e

na escola, onde o aprender é intencional e sistematizado.

Quando depara com dificuldade em aprendizagem, e o aluno se depara

com a necessidade de reestruturar a sua maneira de aprender, o novo caminho e

experiência são fundamentais na descoberta do valor, importância e o sentido do

conhecimento. Não para que haja um desempenho qualitativo, mas possa viver

melhor.

A Psicopedagogia tem a função de antecipar situações que possam

gerar uma aprendizagem frustrante, formando e orientando o trabalho do

educador, para que sua função seja prazerosa. Quando ocorre uma parada na

aprendizagem, o psicopedagogo clínico atua na reintegração do aluno no

contexto escolar, possibilitando o resgate do poder de simbolizar, criar e agir

ativamente na construção do conhecimento.

O psicopedagogo pode atuar na instituição, interferindo no conteúdo,

para que torne significativo, dinâmico em uma relação direta com a experiência de

vida do educando. Fagali criou a Psicopedagogia dos conteúdos nas salas de

aulas, que revoluciona a inter-relação professor-aluno. Sua visão aponta que o

trabalho psicopedagógico atua no aluno, sensibilizando-o e estimulando para a

construção dos conteúdos a nível interno, mas elícita fundamentalmente uma

transformação na postura do professor (Fagali, 1993, p.11).

A Psicopedagogia pode também ampliar e desenvolver a consciência

do professor, de modo a desencadear ações educativas completas e integradas

ao sentir seus alunos. A Psicopedagogia surgiu com uma necessidade de

compreender os problemas na aprendizagem, refletindo sobre as questões

relacionadas ao desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo, implícitas nas

situações de aprendizagem (Fagali, 1992, p. 9).

Quando o psicopedagogo se depara com a importância de inferir os

mecanismos de aprendizagem que a criança desenvolveu e que ocorre de forma

inadequada, sendo o processo educacional abrangente, assim como a

necessidade de pesquisar o conhecimento acumulado a partir de outras áreas

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afins, podendo chegar a uma compreensão desses mecanismos. Isso só será

possível se o profissional da educação tiver acesso a informações das várias

ciências, como a Pedagogia, a Psicologia, a Sociologia e a Psicolingüística, de

forma a atingir um conhecimento profundo, que deve estar vinculado à realidade

educacional brasileira, possibilitando uma visão global do aluno (Scoz, 1992, p.

3).

A Psicopedagogia trabalha com a totalidade do ser, possibilitando ao

educando o seu desenvolvimento integral. Considera-se que também uma forma

dele construir seu conhecimento e seu processo de aprendizagem ao longo de

sua vida.

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CCOONNCCLLUUSSÃÃOO

Em virtude dos fatos observados, conclui-se que as observações

escolares do dia a dia do professor em sala de aula devem ser feitas por escrito e

de comum acordo com a equipe da escola, conforme um critério com consenso,

cada um dando a sua opinião sobre as características do comportamento que a

criança apresenta, seja ela positiva ou negativa. Se estas características forem

diferentes dos padrões normais, levar em consideração a faixa etária e tentar a

solução junto à família e até mesmo a nível de sala de aula.

Será necessário um encaminhamento só depois de esgotados os

recursos junto à família e da escola. A opinião de um especialista em educação

(psicopedagogo, psicólogo, médico e um orientador educacional) ajudará muito

na tranqüilidade da família e professores sobre o problema detectado.

Há fases em que determinados problemas são de ordem orgânica,

emocional e ambiental, cessando após um acompanhamento especializado. O

trabalho do professor e do profissional não deve conter excesso de mimo e não

permitindo a dependência, mas deve agir com firmeza e segurança; a criança

deve sentir-se amada, envolvida, nunca determinar tarefas que vão além de suas

possibilidades, mas o que ela realmente pode produzir.

Respeitar a criança e, portanto, apontar os seus limites e, ao mesmo

tempo, estimulá-la à criatividade.

Para que haja êxito não há uma receita e sim uma dedicação e amor à

criança com defeito ou não, o que importa é que construa uma ponte para levá-la

a aprender. Um novo olhar é sempre bom.

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